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RESUMO
Introdução: A audição é importante desde o período neonatal. É fundamental
que as vias auditivas recebam os sinais sonoros, pois elas servem para
estabelecer a orientação temporal e espacial, além da função de ouvir e do
aprendizado da fala. Bebês prematuros internados em unidade de tratamento
intensivo neonatal compõem um grupo de alto risco para deficiência auditiva e,
além disso, são freqüentemente expostos a medicamentos tóxicos para os
órgãos auditivos internos.
Objetivos: O presente estudo teve como objetivo principal avaliar os efeitos
ototóxicos de alguns antibióticos (gentamicina, amicacina e Vancomicina) em
recém-nascidos internados na unidade de tratamento intensivo neonatal do
Hospital São Lucas da PUCRS (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande
do Sul).
Metodologia: Foi realizado um estudo de caso-controle no período de janeiro a
outubro de 2008. Os casos foram recém-nascidos da unidade de tratamento
intensivo neonatal, com idade gestacional de 28 a 32 semanas, que receberam
algum antibiótico potencialmente ototóxico (amicacina, gentamicina ou
vancomicina), por pelo menos 7 dias. O grupo controle foi composto por bebês
de igual idade gestacional que não foram expostos a medicamentos ototóxicos
ou receberam antibióticos aminoglicosídeos por até três dias. A avaliação
auditiva foi realizada nos dois grupos pelo teste de emissões otoacústicas
evocadas por produto de distorção, utilizando o equipamento AuDX Pro Plus
(Bio-logic Systems Corp., Chicago, EUA). O grupo de casos foi testado antes ou
com um, dois dias de iniciar o uso dos medicamentos e no sétimo dia de
tratamento.
Resultados: Foram avaliados no total 35 recém-nascidos, sendo 25 casos e 10
controles. O grupo controle não apresentou alteração auditiva. No grupo de
casos, seis recém-nascidos apresentaram alteração ao primeiro exame,
resultado que se manteve no segundo exame, no sétimo dia. A diferença entre
os grupos não foi estatisticamente significativa.
Conclusões: Neste estudo não se observou que as alterações auditivas estão
diretamente relacionadas ao uso dos medicamentos, pois os recém-nascidos
pesquisados já apresentavam as alterações por ocasião do primeiro exame.
Desta forma, não podemos atribuir a perda auditiva ao uso dos antibióticos, e
sim aos fatores de risco associados à prematuridade.
Descritores: AUDIÇÃO; ESTIMULAÇÃO ACÚSTICA; TRIAGEM AUDITIVA;
PERDA AUDITIVA; PREMATURO; EFEITOS DE DROGAS.