identificaram a presença do médico em todas as ILPIs estudadas, mas a atuação chega, ao
máximo, a 4 horas/semana. Yoshitome
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verificou que a assistência médica é prestada, muitas
vezes, por voluntários ou por integrantes da diretoria da ILPI.
O profissional médico foi identificado, tanto pelos idosos como pelos dirigentes, como
quem que está disponível para intervenções frente às enfermidades ou alterações. Outros
estudos
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corroboram as afirmações de idosos e dirigentes:
Aqui é ótimo. Tem um médico que nos atende quando tem necessidade. Ele vem
todos os dias então a gente, qualquer coisa.. Eu, graças a Deus, nem ocupo. Que,
graças a Deus, não tomo nenhum medicamento e eu me sinto bem assim. (I1.5) Pra
mim tá bom, se a gente fica doente aqui tem os médicos que atendem, vem médico
quase todos os dias, tem médico segundas, quartas e sextas e nos outros intervalos
tem outros médicos que vem. Eu tive um acidente aqui dentro e fui muito bem
atendida. (I8.7)
A gente, o médico passa, a gente liga se precisar, uma hora que ele não está
passando, de atendimento quando surge algum problema, a enfermagem logo vai
em busca do médico vem e verifica, se precisa ou não houve encaminhamento daí as
próprias técnicas de enfermagem ou a gente mesmo solicita um outro exame ou
qualquer coisa assim. (D7.62)
Porque cada vez, quanto mais a idade avança mais necessário, mais
necessariamente precisa atendimento médico. (D5.17a)
A visão de atenção à saúde está muito centrada no médico, o que é analisado como
algo historicamente constituído pelo saber hegemônico da Medicina. Além disso, expressa a
visão introjetada e, ainda dominante, da assistência fundamentada em um modelo biomédico,
que centra o olhar na doença. Essa visão está presente nos usuários, como também nos
diferentes profissionais de saúde
114
. A fala de uma dirigente expressou isso ao referir-se à
necessidade que os idosos têm em estar sob cuidados médicos.
Querem o médico a toda a hora, enxergam o médico e já querem consultar oculista.
(D5.27)
E a gente é hospitalocêntrico. (D6.8) Esta questão do médico é muito pontual. São
idosos que não conviveram com o SUS, muito pouco, conviveram com o INPS, e aí
ficaram subempregados e não tinham direito à saúde. A maioria deles não tinha
carteira assinada. Ia à médico, meu Deus, quando o médico fazia caridade de
atender eles por uma galinha, aqueles médicos no interior que faziam isso, davam
uma olhada no paciente. Então pessoas que não conviveram com o SUS. Eles
poderem ir num hospital e fazer um monte de exames e não ter que pagar, o idoso
acha ótimo isso entende, porque ele não conviveu com isso como a gente, que sabe
que o SUS é universal, então eles acham ótimo, mesmo que ele tenha que ficar na
fila uma ou duas horas, acham ótimo, porque falaram com o médico, aquela visão
toda de que o médico é quem pode curar, a gente também tem que entender que isso
é resquício de uma cultura que não tinha medico. (D4.38)
A ênfase nos cuidados à saúde e, nesse caso, centrada no tratamento médico, pode
estar relacionada ao que o estudo de Herédia, Cortelleti e Casara descreveram quanto aos
valores da pessoa idosa
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. Identificaram que, para 61,33% dos idosos institucionalizados, a
saúde está em primeiro lugar, o que pode determinar a preocupação em manter e cuidar deste
bem maior. O mesmo estudo indica que 82,66%, ao expressar a percepção sobre sua saúde, a