Além desses aspectos, verifica-se que a desapropriação pura e simples, via de regra
interrompe algumas atividades econômicas regionais, na medida em que a terra e
benfeitorias são indenizadas, mas o valor das indenizações em sempre é reinvestido
na região. Assim, torna-se socialmente mais adequado que o processo
desapropriatório estude e incentive a continuidade de atividades econômicas que
permitam não só a simples relocação dessas atividades, mas prevendo até novas
bases estruturais mais dinâmicas (CESP, 1978, p. 18).
O Plano de Uso do Solo proposto pela CESP (Ibid.) também coloca como meta
estabelecer locais de lazer e locais culturais nas áreas desapropriadas, e assim menciona:
O uso do solo objetiva determinar o tipo de atividade adequada para cada local da
área desapropriada, genericamente, o uso do solo no Plano Diretor do Reservatório
deverá prever as seguintes atividades: 1.áreas de lazer - são as áreas destinadas às
atividades de lazer, como esportes náuticos, piscinas, praias artificiais, aquamoteis,
iates clubes, ancoradouros e decks, balneários, hotéis, colônias de férias, bares e
restaurantes, etc...Vários equipamentos poderão ser construídos em convênio ou
arrendados a outros órgãos públicos ou privados. 2. áreas culturais - são as áreas
destinadas ao desenvolvimento e práticas culturais tais como pavilhão para a
exposições de artesanatos, festas folclóricas, exposições de artistas locais, museu da
água, museu da energia, roteiro das barragens, etc... (ibd, p. 21)
Paiva (1982) comenta da mesma forma, em sua obra, sobre a potencialidade do uso
das represas para a recreação e ao turismo, no entanto, focaliza a pretensão de se atrair
pessoas de alto poder aquisitivo:
Qualquer grande represa se presta ao uso recreacional, em maior ou
manos escala. A proximidade de centros urbanos, com a população
dispondo de bom nível de renda e sujeita à tensões normais da vida
em áreas metropolitanas, favorece este tipo de utilização, impondo
mesmo um rigoroso planejamento e controle das suas decorrentes
atividades. Desde os simples acampamentos até as sofisticações das
instalações de residências, clubes, restaurantes e hotéis situados nas
margens de uma represa, as mais diversas manifestações de lazer
podem ser exercidas [...] (p.160).
Ou seja, apesar de alguns planos diretores de represas defendem o uso turístico nas
represas, este apoio não é concretizado na prática em muitas destas. Esse fato poderia ser
explicado pelos demais problemas acarretados pelo uso múltiplo das represas, como para o
turismo, principalmente de ordem ambiental. Mas é fato que, este uso múltiplo, apoiado ou