149
“quadrado com 87 passos andantes,”
147
a praça matriz, chega-se a uma outro tipo
de apropriação: a feira, que por seu vigor, acabaria dando ao local o nome de Praça
da Feira.
Na Praça da Cidade, em fase da Camara e das casas do Governador, e em torno do
pelourinho, que começou ahi se assentou, fazia-se ao tempo outra feira. Alastravam o solo
as mercadorias trazidas pelos índios e pequenos lavradores da vizinhança da cidade. Aos
productos tão varios e esquisitos da ceramica indigena [...] para ali trazidos à cabeça das
mulheres índias a que acompanhavam os curumins nús, conduzindo cachos de côco de
varias sortes, rozarios de nicuris, pennas de côres vivas, [...] os rolos de cipós para cercar
e construcções de taipa, [...] as raízes medicinaes, [...] e os productos varios da
phamarcopéa indigena.
148
Abordando acerca das denominações que a praça adquiriu ao longo dos
tempos, Alberto Silva, afirma que, “Ao que parece, o seu primeiro nome foi o de
Praça da Feira, por ter sido um dos locais das primeiras feiras da Cidade que
surgiu.” (1949, p. 109). No entanto, parece ocorrer uma controvérsia no que
concerne ao nome primitivo da Praça. Dórea, em sua obra, “Os nomes das ruas
contam histórias”, assegura que a “praça não tinha nome, pois era a única existente
na cidade. A ladeira abria-se ao lado esquerdo [...]. Como o trecho da ladeira não
tinha nome, ficou sendo Ladeira da Praça.”
149
Assim, “naquele tempo apenas “a
Praça”, hoje “Municipal” (Tomé de Sousa por decreto, desde 1949).”
150
Sílvio Pellico, em sua obra “Bahia Histórica: reminiscencias do passado
registro do presente”, uma publicação de 1921, elucida ao apresentar em seqüencia
as diversas designações do logradouro,
Primitivamente se denominava Praça da Parada, e, ao depois, Praça do Palácio, o local
onde se construiu o Paço Municipal desta cidade; nôme que se conservou durante grande
período do regime colonial, e em todo o monarchico, só passando, em 1889, quando foi
pelo advento da República, a denominar-se Praça da Constituição, e, têmpos após, Praça
do Conselho.
Pela Resolução no 338, de 24 de maio de 1912 do govêrno municipal, passou, ainda, a ter
a actual denominação de Praça Rio Branco.
151
147
BUENO, Eduardo. A coroa, a cruz e a espada: lei, ordem e corrupção no Brasil Colônia. Rio
de Janeiro: Objetiva, 2006, p. 109.
148
HISTÓRIA da fundação da Cidade do Salvador. Salvador: Tipografia Beneditina, 1949, p. 206-207.
- Grafia e grifos conforme o original.
149
DÓREA, Luiz Eduardo. Os nomes das ruas contam histórias. Salvador: Câmara Municipal de
Salvador, 1999, p. 51-52.
150
Ibidem, p. 58. - Grifos conforme o original.
151
PELLICO, Sílvio. Reminiscencias do passado registro do presente. Salvador: Governo
Municipal da Capital do Estado da Bahia, 1921, p. 73-74. - Grafia e grifos conforme o original.