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INSTITUTO DE TECNOLOGIA DE PERNAMBUCO
MESTRADO PROFISSIONAL EM TECNOLOGIA AMBIENTAL
AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DO AR INTERNO DE
AMBIENTES CLIMATIZADOS DE BIBLIOTECAS PÚBLICAS
DA CIDADE DO RECIFE-PE
Péricles Borba Araquan
Recife
2008
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Péricles Borba Araquan
AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DO AR INTERNO DE
AMBIENTES CLIMATIZADOS DE BIBLIOTECAS PÚBLICAS
DA CIDADE DO RECIFE-PE
Dissertação apresentada ao Mestrado Profissional em
Tecnologia Ambiental, do Instituto de Tecnologia de
Pernambuco, como parte dos requisitos para obtenção do título
de Mestre em Tecnologia Ambiental.
Orientador: Dr. Antônio Helder Parente
Área de concentração: Contaminação Ambiental
Recife
2008
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A662a Araquan, Péricles Borba, 1963 -
Avaliação da qualidade do ar interno de ambientes
climatizados de
bibliotecas públicas da cidade do Recife - PE. – Recife: Ed. do
autor, 2008.
113f. :il.
Inclui bibliografia.
Orientador: Dr. Antonio Helder Parente
Dissertação (Mestrado) – Associação Instituto de
Tecnologia
de Pernambuco – ITEP-OS, 2008.
1.BIBLIOTECA PÚBLICA – AMBIENTE INTERNO. 2.
QUALIDADE AMBIENTAL - CLIMATIZAÇÃO. 3. FUNGOS –
TEMPERATURA DO AR. I. Parente, Antonio Helder. II. Título.
CDU
504.064:027.022
DEDICATÓRIA
Dedico primeiramente a Deus, onipotente e onipresente em todas as
nossas ações e a todas as pessoas pelo apoio e incentivo
para a realização deste trabalho.
AGRADECIMENTOS
À Dra Sônia Valéria Pereira por ter dado a oportunidade e todo o apoio durante o
mestrado.
À Coordenação do mestrado pelo apoio em todos os momentos.
Aos professores e funcionários do ITEP pelo incentivo.
À todos os colegas de sala de aula.
À funcionária do ITEP-PE professora Genilda Maria de Oliveira Souza pelo apoio e
incentivo.
À bolsista do ITEP-PE Ana Karolina Freire de Souza pelo apoio no laboratório.
Ao Dr. Antônio Hélder Parente pela orientação e conselhos.
Ao Centro Federal de Educação Tecnológica de Pernambuco (CEFET-PE) pelo
apoio financeiro e flexibilização do horário de trabalho.
Aos funcionários das Bibliotecas da UFPE e CEFET-PE pela valiosa contribuição.
Aos colegas de trabalho do CEFET-PE pelas sugestões e críticas.
À família pelo apoio irrestrito.
A todas as pessoas que, de alguma forma, contribuíram para a realização deste
trabalho.
EPÍGRAFE
“Vida verdadeira é como a água:
Em silêncio se adapta ao nível inferior,
que os homens desprezam.
Não se opõe a nada,
serve a tudo.
Não exige nada,
porque sua origem é da Fonte Imortal.
O homem realizado não tem desejos de dentro,
nem tem exigências de fora.
Ele é prestativo em se dar
e sincero em falar,
suave no conduzir,
poderoso no agir.
Age com serenidade.”
Martin Claret, traduzido do manucristo Tao The king de Lao Tse ( 2.000 a.c.)
RESUMO
O mercado de sistemas de climatização de ambientes internos vem crescendo
desde a década de setenta nas grandes cidades devido ao aumento populacional, a
industrialização e a falta de planejamento das cidades. Como conseqüência temos
visto o aumento da poluição sonora, atmosférica e do ar interno. As autoridades e as
empresas de climatização, quanto à questão da Qualidade do Ar Interior (Q.A.I.) em
ambientes climatizados, não dão a devida atenção e o foco necessário uma vez que
o ar que respiramos deve ser de boa qualidade em qualquer lugar. As Bibliotecas
Públicas climatizadas são locais de grande circulação de pessoas e com vasto
acervo de livros. Diante da ausência de informação a cerca deste tema, foram
selecionadas duas Bibliotecas Públicas climatizadas por zona microclimática. Este
trabalho teve como objetivo analisar a qualidade do ar interior comparando com os
parâmetros da Resolução n° 9 da ANVISA. Neste estudo foram utilizados a
observação e registro dos dados, instrumentos, análises laboratoriais, planilhas de
campo, documentos e aplicação de questionários. Constatou-se que a temperatura
interna dos ambientes estudados ficou acima do valor máximo; o índice do ar interno
e externo representado pelo número de colônias fúngicas formadas na estação
chuvosa ficou também acima dos padrões recomendados. A percepção de conforto
foi diferente em função do tempo de permanência das pessoas no ambiente interno
e a falta de capacitação dos funcionários afetou a qualidade do ar interior.
Palavras-chave: Contaminação ambiental; Qualidade do ar interior; Saúde; Conforto
térmico.
ABSTRACT
The climatization systems market has been growing since early seventies in the
major cities due the population growth, industrialization and lack of cities planning. As
a consequence, have been increased noise, atmospheric and internal air pollution.
However, the government and climatization companies did not give attention and the
necessary focus to the issue of Indoor Air Quality (IAQ), as the air that we breathe
must be good quality at any place. The climatized Public Libraries are place of lot of
people circulation and has a vast of books quantities. Due to the absence of
information to some of these issues two Public Libraries climatized by microclimatic
zone had been selected. This study aimed to analyze compare indoor air quality
parameters with the law standards Resolution n
o
9 ANVISA. This study used
comments and data record, instruments, laboratory analysis, spreadsheets,
documents and questionnaires application. It was evidenced that the internal
temperature on dry and rainy season its above of the maximum value. Internal and
external air quality index represented by the number of formed fungi colonies in the
rainy season was above of the Law standards. Comfort perception was different in
function of people time of permanence in the internal environment and the poor
employees qualification has affected the Indoor Air Quality.
Keywords: Environmental contamination; Indoor air quality; Health; Thermal comfort.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Infográfico das camadas da atmosfera. ...................................................6
Figura 2- Poluentes da troposfera e seus impactos ambientais. .............................7
Figura 3- Sistema de distribuição de ar em um ambiente interno............................9
Figura 4 - Os pólens das gramíneas e fungos, principais alérgenos de
origem vegetal que participam de quadro de atopia. .............................19
Figura 5 - Localização dos prédios das bibliotecas e da estação
meteorológica do IPA em área próxima (zona microclimática)...............33
Figura 6 - Localização da biblioteca central da UFPE e seu entorno. ....................35
Figura 7- Localização da biblioteca central do CEFET-PE e seu entorno. ............35
Figura 8 - Coleta do ar interno no acervo da biblioteca do CEFET-PE, foto:
março/2008. ...........................................................................................50
Figura 9 - Coleta do ar externo na biblioteca da UFPE, foto: abril/2008.................51
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Dados tratados das observações e entrevistas nos ambientes
selecionados das bibliotecas ..................................................................47
Quadro 2 - Dados tratados das observações no dia da coleta nos ambientes
selecionados das bibliotecas...................................................................48
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Dados meteorológicos de temperatura e umidade relativa do ar
no dia da coleta......................................................................................49
Tabela 2 - Comparativo entre os padrões referenciais do número de
colônias fúngicas formadas em UFC/ m
3
e índice I/E com os
dados em campo, nas bibliotecas do CEFET-PE e UFPE,
Recife-PE - 2008..................................................................................52
Tabela 3 - Comparativo entre os padrões referenciais físicos e químicos e
os dados internos medidos nas coletas de março e abril, nos
ambientes climatizados das bibliotecas do CEFET-PE e UFPE,
Recife-PE – 2008. ................................................................................55
Tabela 4 - Respostas dos funcionários se “o ambiente climatizado estava
confortável” nas coletas de março e abril, das bibliotecas do
CEFET-PE e UFPE, Recife-PE – 2008................................................61
Tabela 5 - Condições desfavoráveis de conforto relatadas pelos
funcionários quando a resposta foi “negativa’ quanto à
percepção de conforto e saúde, nas coletas de março e abril,
nos ambientes climatizados das bibliotecas do CEFET-PE e
UFPE, Recife-PE -2008. ......................................................................62
Tabela 6 - Respostas dos alunos do CEFET-PE se o ambiente da biblioteca
climatizada estava confortável, nas coletas de março e abril,
Recife-PE -2008...................................................................................63
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 – Bioaerosóis medidos nas bibliotecas nas coletas de março
e abril. Linha tracejada representa o valor máximo aceitável
pelo padrão referencial. ...............................................................53
Gráfico 2 – Índice de qualidade do ar de ambientes de bibliotecas
públicas, nas coletas de março e abril. Linha tracejada
representa o valor máximo aceitável pelo padrão
referencial. ...................................................................................54
Gráfico 3 - Temperaturas medidas nas bibliotecas nas coletas de
março e abril. Valores máximo e mínimo referentes aos
padrões referenciais estabelecidos pela ANVISA........................56
Gráfico 4 - Umidade relativa do ar medida nas bibliotecas nas coletas
de março e abril. Valores máximo e mínimo referentes aos
padrões referenciais estabelecidos pela ANVISA........................57
Gráfico 5 – Velocidade do ar medida nas bibliotecas nas coletas de
março e abril. Valor máximo é referente ao padrão
referencial estabelecido pela ANVISA. ........................................58
Gráfico 6 – Dióxido de carbono em ppm medido nas bibliotecas nas
coletas de março e abril. Valor máximo referente ao padrão
referencial estabelecido pela ANVISA. ........................................59
Gráfico 7 – Quantidade de aerodispersóides medidos nas bibliotecas
nas coletas de março e abril. Valor máximo referente ao
padrão referencial estabelecido pela ANVISA. ............................60
Gráfico 8 – Temperatura do ar medida nas bibliotecas e a média
diária no ambiente externo nas coletas de março e abril ............64
Gráfico 9 – Umidade relativa do ar medida nas bibliotecas e a média diária
no ambiente externo nas coletas de março e abril....................... 65
LISTA DE SIGLAS, ABREVIATURAS E SÍMBOLOS
SIGLAS
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas
ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária
ASHRAE- American Society of Heating, Refrigeration and Air Conditioning Engineers
BRASINDOOR - Sociedade Brasileira de Meio Ambiente e Controle de ar interior
CETESB - Companhia de Tecnologia e Saneamento Ambiental
CONAMA - Conselho Nacional de Meio Ambiente
EPA - Environmental Protection Agency
FEEMA - Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente do Rio de Janeiro
HVAC - Heating, Ventilation, and Air-Conditioning (Instituto de aquecimento,
ventilação e ar condicionado).
IAQ - Indoor Air Quality
INMETRO - Instituto Nacional de Metrologia
INPE - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
IPA – Instituto de Pesquisas Agropecuárias de Pernambuco
NIEHS - National Institute of Environmental Health Sciences
NIOSH - National Institute of Occupacional Safety and Health
OSHA - Occupational Safety and Health Administration
LABTAM – Laboratório de Tecnologia Ambiental
LAMEPE – Laboratório de Meteorologia de Pernambuco
PMCO – Plano de manutenção, operação e controle
UFC – Unidade de formação de colônias
ABREVIATURAS
Av. - Avenida
h - Hora
N – Norte
PTS - Partículas totais em suspensão
CO - Monóxido de carbono
CO
2
– Dióxido de carbono
SÍMBOLOS
m
2
Metro quadrado
m
3
Metro cúbico
mm Milímetro
L/min Litro por minuto
Pa Pressão em pascal
mm H
2
O Milímetro de coluna d’água
ºC Temperatura em graus Celsius
mg Miligrama
h Hora
min Minuto
m Metro
m/s Metro por segundo
ppm Parte por milhão
μm Micrômetro
μg/m
3
Micrograma por metro cúbico
mg/m³ Miligrama por metro cúbico
SUMÁRIO
RESUMO
ABSTRACT
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE QUADROS
LISTA DE TABELAS
LISTA DE GRÁFICOS
LISTA DE SIGLAS, ABREVIATURAS E SÍMBOLOS
1. INTRODUÇÃO ..............................................................................
01
2. OBJETIVOS .................................................................................
05
21. Objetivo geral..................................................................................................05
2.2. Objetivo específico .........................................................................................05
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................................................ 06
3.1. Atmosfera .......................................................................................................06
3.2. Poluição atmosférica ......................................................................................07
3.3. Qualidade do ar interior (QAI).........................................................................08
3.4. Legislação aplicada à qualidade do ar interior................................................11
3.4.1. Parâmetros químico, físico e biológico do ar interno...............................................12
3.5. Equipamentos de climatização .......................................................................15
3.6. Filtração de ar.................................................................................................15
3.6.1. Tipos de filtros de ar ..........................................................................................................16
3.7. Tomadas de ar exterior ..................................................................................17
3.8. Plano de manutenção.....................................................................................18
3.9. Principais doenças relacionadas com o ar de ambientes internos
climatizados....................................................................................................18
3.10. Bibliotecas ......................................................................................................20
3.11. Sensação de Conforto Térmico ......................................................................21
3.12. Avaliação da qualidade do ar interior por métodos qualitativos
e quantitativos ................................................................................................ 22
3.12.1 Fases da avaliação da qualidade do ar...........................................................24
4. MATERIAL E MÉTODOS ............................................................. 33
4.1. Escolha do local de estudo.............................................................................33
4.2. Características dos locais de estudo .............................................................34
4.3. Pesquisa de campo........................................................................................36
4.4. Métodos para determinação dos parâmetros referenciais de qualidade
do ar interior, recomendados pela resolução n°9 da ANIVSA de 16 de
janeiro de 2003 ...............................................................................................39
4.4.1. Método para concentração e determinação de bioaerosois: Suspensão
de microorganismos dispersos no ar............................................................................39
4.4.2. Método para determinação da concentração de dióxido de carbono
(CO2)..............................................................................................................41
4.4.3. Método para determinação de temperatura, umidade e velocidade do ar........42
4.4.4. Método para determinação da concentração de aerodispersoides ...................43
4.4.5. Técnicas para entrevista com os usuários..................................................................46
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................... 47
5.1. Contagem total de fungos ..............................................................................49
5.2. Parâmetros físicos e químicos referentes às amostras de ar interno de
ambientes climatizados...................................................................................55
5.3. Pesquisa com o público dos ambientes internos...........................................61
5.4. Comparação entre os valores da temperatura e umidade relativa do ar
interior encontrados, as condições meteorológicas e as respostas do
questionário ....................................................................................................64
6. CONCLUSÕES ............................................................................. 68
7. SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ...........................
69
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS . ...........................................
70
9. ANEXOS ....................................................................................... 77
A - Resolução nº 9, de 16 de janeiro de 2003 da ANVISA. Parâmetros
de Qualidade do Ar em Interiores..................................................................................77
B - Portaria nº 3.523, de 28 de agosto de 1998. Regulamento técnico.............91
C – Condições meteorológicas no dia da coleta do LAMEPE–ITEP............... 104
D – Certificado de calibração da bomba ................................................................... 108
10. APÊNDICE ..................................................................................
109
A - Questionário das condições dos ambientes ...........................................109
B - Questionário para os funcionários e alunos ............................................111
C - Planilha de coleta em campo 1 ..............................................................112
D - Planilha de coleta em campo 2...............................................................113
1
1. INTRODUÇÃO
A qualidade do ar em ambientes interiores pode ser compreendida como um
conjunto de condições ambientais que promova o bem estar e a saúde dos
ocupantes. É uma preocupação mundial tendo em vista o aumento populacional, o
crescimento das cidades e a aglomeração de pessoas em ambientes climatizados
artificialmente.
Atualmente, há uma estimativa de que grande parte das pessoas, principalmente em
ambientes urbanos, passa entre 80 e 90% do seu tempo dentro de edifícios
(CARMO, 1999).
Vários fatores contribuem para a má qualidade do ar interior em ambientes
condicionados como a presença bactérias e fungos toxicogênicos e patogênicos,
ventilação inadequada, falta de manutenção dos equipamentos, falta de renovação e
exaustão do ar, elevado nível de ruído, deficiência no sistema de filtragem, umidade
e temperatura fora dos padrões de conforto, condições externas desfavoráveis de
capitação do ar, presença de ozônio, dióxido de carbono e outros gases.
Os modernos edifícios com sistemas de condicionamento de ar, projetados para
oferecer o máximo de conforto a seus ocupantes, muitas vezes com arrojados
projetos arquitetônicos, segundo Costa (2006), podem estar criando um ambiente
ameaçador à saúde humana. Vários estudos têm atribuído à má qualidade do ar
interior a incidência de relatos de queixas entre os ocupantes desses locais, relativas
a problemas de saúde e desconforto ambiental, como elevado número de
absenteísmo e insatisfação no trabalho, que acarreta baixa produtividade.
As condições do meio ambiente externo também interferem diretamente na
qualidade do ar interno, e devem ser previstas na elaboração dos projetos de
sistemas de ar condicionado.
2
Os ambientes climatizados são considerados ambientes complexos em virtude da
infinidade de componentes químicos (substâncias tóxicas, carcinogênicas,
radioativas) e biológicos (microrganismos patogênicos e toxicogênicos) emitidos por
diversas fontes, e que, dependendo das condições físicas (umidade do ar,
temperatura do ar, ventilação inadequada) do ambiente, podem estar interagindo
entre si. Além disso, vários estudos têm evidenciado que o ar interior dos ambientes
fechados pode ser mais poluído do que o ar exterior, conclui Costa (Ibidem).
Os elementos climáticos e suas combinações interferem diretamente nas condições
de conforto de uma edificação e do homem como a radiação solar, temperatura,
umidade, precipitação, correntes de vento e vegetação. Estas interferências devem
estar previstas desde a concepção (projeto) até a manutenção dos sistemas de
condicionamento do ar.
Observamos, hoje em dia, que certos grupos de pessoas vivem praticamente em
ambientes condicionados: na sua casa, no carro, no transporte coletivo, na escola,
no local de trabalho e por vezes também no lazer, é como se o ambiente interno
fizesse parte de sua vida diária, substituindo o ambiente externo.
Nas regiões de clima quente como no Nordeste do Brasil, tornou-se muito difundido
o uso de condicionadores de ar em ambientes internos, tanto em residências como
em ambientes de trabalho ou de estudo, más sem uma avaliação da qualidade deste
ar. Esta situação vem causando problemas à saúde e conforto, pelo fato de não
sendo satisfatórias as taxas de renovação de ar, por falta de projeto ou de
concepção de equipamento adequado, o ar viciado recircula no ambiente,
propiciando a colonização de microrganismos indesejáveis.
O sistema de ar condicionado tem como objetivo principal propiciar conforto térmico,
sensação de bem estar e saúde para as pessoas nos ambientes internos com o
controle simultâneo da temperatura, umidade, velocidade do ar e pureza do ar e
atualmente incorporando também unidades de tratamento de ar e o controle dos
níveis de dióxido de carbono nos ambientes internos.
3
No sistema de condicionamento de ar propriamente dito, estão incorporados
basicamente sistemas de distribuição de ar com dutos, grelhas, dampers e difusores
para direcionar o ar aos ambientes; ventiladores para movimentação do ar; motores
elétricos para acionar as peças rotativas; filtros para reter as impurezas;
componentes elétricos para acionar e controlar os motores; sensores eletrônicos
para controle e um sistema de refrigeração.
O sistema de refrigeração atua na redução da temperatura e umidade do ambiente
interno na nossa região e é composto pelos seguintes componentes: compressor,
evaporador, condensador e dispositivo de expansão.
O compressor é acionado por um motor elétrico e pode ser do tipo rotativo,
centrífugo, alternativo, espiral e parafuso e tem como objetivo bombear um gás
refrigerante pelo sistema de refrigeração, normalmente constituído de um composto
químico a base de carbono, flúor e hidrogênio.
O condensador e evaporador são trocadores de calor e podem ser do tipo tubo e
aleta, placa, tubo e carcaça e tubo e tubo. No condensador o gás refrigerante libera
calor e no Evaporador o gás refrigerante absorve calor do ambiente no ciclo frio.
O dispositivo de expansão é o componente que provoca a queda de pressão e
temperatura do gás refrigerante para que ele absorva o calor do ambiente interno no
evaporador. Pode ser do tipo tubo capilar, válvula de expansão termostática,
automática, elétrica e eletrônica.
Sendo o ciclo de refrigeração descrito por esses componentes o caminho seguido,
tomando como referencial de partida o compressor inicia pelo gás refrigerante
bombeado no estado de vapor a alta pressão e temperatura pelo compressor para o
condensador, que libera o calor e transforma em liquido a alta pressão em seguida
vai para o dispositivo de expansão que provoca sua queda de pressão e
temperatura para o evaporador na forma de líquido e vapor, no evaporador ele
absorve o calor do ambiente interno e depois será succionado pelo compressor no
estado de vapor para começar um novo ciclo.
4
Os sistemas de condicionamento do ar necessitam de controle e manutenção
constante para o seu funcionamento, em face disto, padrões de referenciais foram
estabelecidos para ambientes internos visando à qualidade do ar interior.
Trata-se de um trabalho pioneiro no qual vários aspectos da qualidade do ar interior
são observados em Bibliotecas Públicas da cidade do Recife-PE desde a relação
com o ambiente externo, sensação de conforto, saúde dos ocupantes e manutenção
dos equipamentos de ar condicionado.
Segundo NOGUEIRA, 2005 apud ASHRAE, LAMBERTS et al. (1997) o conforto
térmico é definido como um estado de espírito que reflete satisfação com o ambiente
térmico que envolve a pessoa.
A saúde do trabalhador, segundo a lei n° Lei Federal de Saúde nº 8.080/90, no seu
artigo 6º, é descrita como sendo um conjunto de atividades que se destina, através
das ações de vigilância epidemiológica e sanitária, à promoção e proteção da saúde,
assim como visa à recuperação e a reabilitação da saúde dos trabalhadores
submetidos aos riscos e agravos advindos das condições de trabalho.
Alguns pressupostos podem ser feitos: As condições externas de temperatura e
umidade relativa são diferentes com relação às internas? As bibliotecas estudadas
estão dentro das normas específicas atuais de qualidade do ar interior? Existe
correspondência da opinião do público das bibliotecas em seus diversos setores
com os padrões máximos e mínimos estabelecidos pelos parâmetros nacionais de
qualidade do ar interior?
Este trabalho aplica as normas de qualidade do ar em interiores, estabelecidas pela
ANVISA, nos seus aspectos biológicos, físicos e químicos, na melhoria do ar interior
de bibliotecas da Região Metropolitana do Recife, verificando os pontos críticos dos
sistemas empregados e sua relação com os ocupantes do recinto, a manutenção
dos equipamentos e o meio ambiente externo.
5
2. OBJETIVOS
2.1. Objetivo geral
- Avaliar a qualidade do ar interior de dois ambientes climatizados de duas
bibliotecas públicas centrais da cidade do Recife-PE.
2.2. Objetivos específicos
- Comparar os resultados das amostras de ar interno e externo com os valores
estabelecidos na Resolução n° 9, de 16 de janeiro de 2003, da Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (ANVISA).
- Identificar as condições meteorológicas e de manutenção dos equipamentos no
momento da coleta.
- Verificar a opinião do público quanto à qualidade do ar interior no momento da
coleta.
6
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
3.1. Atmosfera
Segundo Rocha (2004, p.66) todos os mecanismos criados pela atmosfera para
fazer com que fique limpa de composto indesejáveis, para que distribua compostos
essenciais para a vida ou de controle térmico, hoje sofrem intensas interferências
humanas.
A figura 1 mostra as camadas da atmosfera relacionando a altitude e temperatura.
Figura 1. Infográfico das camadas da atmosfera.
Fonte: http://www.mundofisico.Joinville.Udesc.br/index.php?idSecao=8&idSubSecao=&idTexto=160
7
3.2. Poluição atmosférica
Entende-se como poluente atmosférico qualquer forma de matéria ou energia com
intensidade e quantidade, concentração, tempo ou características em desacordo
com os níveis estabelecidos, e que tornem ou possam tornar o ar: impróprio, nocivo
ou ofensivo à saúde; inconveniente ao bem-estar público; danoso aos materiais, à
fauna e flora; prejudicial à segurança, ao uso e gozo da propriedade e as atividades
normais da comunidade (CONAMA, 2003). A figura 2 ilustra alguns desses
poluentes.
Figura 2. Poluentes da troposfera e seus impactos ambientais.
Fonte: http://uemeai.wordpress.com
Seguindo a mesma orientação, Costa (2005), salienta que os elementos climáticos
têm uma forte influência no processo de transporte e dispersão de poluentes.
8
Um fenômeno importante e bastante conhecido nas grandes cidades é o
efeito das ilhas de calor. O ar quente tende a se concentrar numa
determinada região da cidade, que geralmente é a mais urbanizada e
adensada, carregando com ele os poluentes. Nesta área o ar se expande,
fluindo para áreas externas onde é resfriado e precipita. O ar mais frio que
se move de áreas marginais em direção ao centro da cidade para substituir
o ar que se expande, carreia os poluentes, constituindo um sistema
circulatório (COSTA, 2005).
Os padrões de qualidade do ar externo definem legalmente o limite máximo para a
concentração de um poluente na atmosfera, que garanta a proteção da saúde e do
meio ambiente. Os padrões de qualidade do ar são baseados em estudos científicos
dos efeitos produzidos por poluentes específicos e são fixados em níveis que
possam propiciar uma margem de segurança adequada (CETESB, 2003).
Os padrões nacionais foram estabelecidos pelo IBAMA - Instituto Brasileiro de Meio
Ambiente e aprovados pelo CONAMA - Conselho Nacional de Meio Ambiente, por
meio da Resolução CONAMA 03/90.
Por conseguinte, eles interferem não somente na qualidade do ar interior, mas
também nas condições de conforto, já que as ocorrências de temperaturas
extremas, correntes de ar e umidade inadequada são aspectos importantes para a
sensação de conforto térmico (COSTA, 2005).
3.3. Qualidade do ar interior (QAI)
A qualidade do ar interior é o conjunto de propriedades físicas, químicas e biológicas
do ar que não apresentem agravos à saúde humana (ANVISA, 2003).
As normas da ABNT NBR-14644 -1 sobre salas limpas e ambientes controlados
associados, a NBR 6401 sobre instalações centrais de ar condicionado para conforto
- Parâmetros Básicos de Projeto, a Resolução - RE n° 9, de 16 de janeiro de 2003
da ANVISA sobre Padrões Referenciais de Qualidade do Ar em Interiores e a
Resolução do CONAMA Nº 003, de 28 de junho de 1990, sobre padrões de
qualidade do ar, foram de extrema importância para a pesquisa (Anexo-A).
9
A qualidade do meio afeta direta e indiretamente o bem-estar, o temperamento e o
rendimento das pessoas quando desenvolvem suas atividades fica alterado. A
impressão geral que os ocupantes têm de seu próprio ambiente fará com que se
sintam confortáveis e aceitem o espaço, o que trará repercussões positivas à saúde
e produtividade. (SANTOS, 2001).
1 3 5 10
1 2 3 4 5 6 7 8 9
Figura 3. Sistema de distribuição de ar em um ambiente interno.
1- Veneziana de Ar Exterior, 2- Filtro de Ar, 3- Damper de Regulagem, 4- Filtro de Bolsas, 5-
Ventilador, 6- Serpentina de pré-aquecimento, 7- Serpentina de resfriamento, 8- Umidificador
com eliminador de gotas, 9- Serpentina de aquecimento, 10- Atenuador, de ruído, 11- Damper
corta-fogo, 12- Caixa de volume variável, 13- Difusor de teto, 14- Grelha de retorno.
Fonte:Trox do Brasil, 2003
Segundo Costa (2005, apud FANGER, 2000), precisa-se de uma mudança de
paradigma nesse novo século, visando a excelência no ambiente interno. O objetivo
dos projetistas, enquanto pessoas que promovem a construção e renovação das
10
cidades, devem ser de fornecer ar interno que seja percebido como “fresco e
estimulante”, com efeitos positivos sobre a saúde humana, e o ambiente térmico
percebido como confortável por quase todos os usuários. Isto reforça que a
qualidade do ar interior e o conforto térmico devem andar juntos na excelência do
ambiente interno.
O relatório da EPA sobre qualidade do ar em interiores listou 73 (setenta e três)
poluentes do meio interno ainda que não necessariamente presentes nos edifícios
em níveis de concentração tóxica. Destas 73 substâncias, 38 (trinta e oito) provêm
de materiais de construção e equipamentos, 16 (dezesseis) da evaporação d’água
potável, 12 (doze) da contaminação do ar externo, 8(oito) da fumaça de cigarro e 9
(nove) da fumaça de veículos estacionados em garagens. (STERLING, 2008).
Assim, em meados da década de 70 e início da década de 80, surge a expressão
síndrome dos edifícios doentes (Sick Building Syndrome), referindo-se à relação de
causa e efeito entre as condições ambientais observadas em áreas internas com
redução da renovação do ar e os vários níveis de agressão à saúde de seus
ocupantes (AFONSO et al 2006 apud STERLING et al, 1991).
Santos (2001) ainda diz que a tentativa de se proteger da poluição externa, muitas
vezes é derrotada pela poluição interna. O controle da poluição externa pode ser
resolvido de forma coletiva, pois afeta toda a cidade e não só os trabalhadores de
um edifício.
Segundo o texto sobre qualidade do ar interior (IAQH,2003) os critérios para
determinar a qualidade do ar interior podem ser separados em duas categorias:
conforto e saúde. O conforto é uma forma de medir a satisfação do indivíduo que
pode afetar a concentração e a produtividade e é um fenômeno que é tanto físico
como psicológico e varia muito de pessoa para pessoa e é díficil quantificar
diferentemente das questões relacionadas a saúde dos ocupantes.
Edifícios fechados criam um ambiente interno ainda pouco estudado e que pode ser
hostil a seus ocupantes. Não há uma solução única e simples para este problema
11
devido a multicausalidade dos eventos que levam a reações fisiológicas
diferenciadas nos ocupantes de edifícios fechados. Uma adequada ventilação e
suprimento de ar fresco elimina ou minimiza muita das irritações em olhos, nariz,
garganta e pele, que são causadas por substâncias químicas presentes no ar
provenientes do meio interno e externo. Porém, uma ventilação adequada atinge
níveis de pureza do ar dependente da qualidade do ar externo (STERLING et al.,
2008).
3.4. Legislação aplicada à qualidade do ar interior
A Resolução nº 9, de 16 de janeiro de 2003 que fixou os padrões referenciais de
qualidade do ar interior em ambientes climatizados artificialmente de uso comum
complementa as medidas básicas definidas na portaria GM/MS n° 3523/98, de 28 de
agosto de 1998, sobre manutenção de sistemas de ar condicionado. Segundo esta
resolução os parâmetros, biológicos, físicos e químicos dizem respeito a
microorganismos (fungos), temperatura, umidade, velocidade do ar, níveis máximos
de dióxido de carbono referenciados pela taxa de renovação de ar e
aerodispersóides totais como indicador do grau de pureza (ANVISA, 2003).
A ANVISA recomenda que os proprietários, locatários e prepostos de
estabelecimentos com ambientes ou conjunto de ambientes dotados de sistemas de
climatização com capacidade igual ou superior a 5 TR (15.000 kcal/h = 60.000
BTU/h) (Anexo-B), devam manter um responsável técnico atendendo ao
determinado na Portaria GM/MS nº 3523/98, além de desenvolver as seguintes
atribuições:
a) Providenciar a avaliação biológica, química e física das condições do ar interior
dos ambientes climatizados;
b) Promover a correção das condições encontradas, quando necessária, para que
estas atendam ao estabelecido no Art. 4º da Resolução n° 9;
c) Manter disponível o registro das avaliações e correções realizadas;
d) Divulgar aos ocupantes dos ambientes climatizados os procedimentos e
resultados das atividades de avaliação, correção e manutenção.
12
Apesar da relevância dessa resolução, parâmetros imprescindíveis no
estabelecimento de medidas de controle de riscos à saúde, como os compostos
orgânicos voláteis, formaldeídos, monóxido de carbono, radônio, ozônio, bactérias
não foram contempladas, mas apenas alguns de seus indicadores (partículas em
suspensão, dióxido de carbono e temperatura, entre outros) (COSTA, 2006).
3.4.1. Parâmetros químico, físico e biológico do ar interno.
Parâmetros químicos:
O dióxido de carbono é segundo Costa (2006) um gás incolor, inodoro e não
inflamável, produzido pela combustão completa de combustíveis fósseis e processos
metabólicos. Apesar de considerado como relativamente atóxico, o CO
2
controla as
taxas de respiração de uma pessoa, fazendo-a sentir sufocada conforme cresce sua
concentração.
A concentração interna do dióxido de carbono depende dos níveis externos deste
gás e da sua taxa de produção dentro do estabelecimento e é um bom indicador do
nível de ventilação e renovação do ar interior (INMETRO, 2007).
Parâmetros físicos:
De acordo com Pereira et al. apud Costa, 2006, a temperatura do ar é um índice que
expressa a quantidade de calor sensível de um corpo, sendo um dos efeitos mais
importantes da radiação solar.
Costa, 2005 (apud FANGER, 2000), ressalta o papel da temperatura e umidade na
qualidade do ar interior e alega que é necessário fornecer ar seco e fresco as
pessoas. Segundo o autor, estudos da Universidade Técnica da Dinamarca têm
demonstrado que a qualidade do ar percebida é fortemente influenciada pela
temperatura e umidade do ar que inalamos. Eles mostram que o efeito local da
temperatura e da umidade do ar sobre o intervalo respiratório, portanto sobre a
13
qualidade do ar percebida, é um juízo de valor mais profundo do que as sensações
térmicas do corpo inteiro.
As medições da temperatura, umidade relativa e velocidade do ar têm por objetivo
verificar o nível de conforto proporcionado pelo ambiente aos seus ocupantes. O não
atendimento aos critérios da legislação indica que, além do desconforto, o ambiente
torna-se ainda mais favorável à proliferação de fungos e outros poluentes biológicos,
além do aumento das concentrações de poluentes químicos (INMETRO, 2007).
Parâmetros biológicos:
Os fungos são organismos ubíquos encontrados em vegetais, animais, homem,
detritos, água, ar e, em abundância no solo, sendo participantes ativos do ciclo dos
elementos na natureza. Sua dispersão é feita por animais, homem, insetos, água e,
principalmente, pelo ar atmosférico, através dos ventos. O ciclo de vida dos fungos
inicia-se a partir de propágulos ou esporos gerados de forma sexual ou assexual.
Estas unidades apresentam morfologia bastante variada, fator importante para a
taxonomia, bem como a disposição dos esporos, as características do esporóforo e
a presença de ornamentações e outras modificações especiais das hifas. Os fungos
crescem em meios de cultura especiais, podendo formar colônias de dois tipos:
leveduriformes ou filamentosas. As colônias leveduriformes são de modo geral
pastosas ou mucóides, caracterizando o grupo das leveduras ou dos dimórficos
leveduriformes. As colônias filamentosas, características dos bolores, podem
apresentar-se cotonosas, aveludadas ou pulverulentas e com os mais variados tipos
pigmentares. Muitos fungos apresentam a capacidade de infectar o homem
(BERNARDI, 2005).
14
Segundo Mezzari (2003) é sobejamente conhecido que elementos presentes no ar
atmosférico sofrem influência de fatores climáticos, como regime de ventos, chuvas,
temperatura, grau de insolação, presença de terras devolutas, etc; e também de
fatores associados à urbanização, como presença de prédios, poluição automotiva e
industrial, entre outros. A exposição a fungos dentro de moradias depende da
presença destes microorganismos no ar atmosférico e das condições do ambiente
interno como ventilação, umidade, presença de carpetes, animais e plantas.
Mezzari (2003) também afirma que os fungos dispersam-se na natureza através do
ar atmosférico ou por outras vias como água, insetos, homem e animais. Os fungos
que são dispersos através do ar atmosférico são denominados fungos anemófilos.
Sendo assim, a microbiota fúngica anemófila pode ser semelhante ou diferente em
cada cidade ou região. Os elementos fúngicos que são encontrados no ar
atmosférico são os esporos (propágulos). São aeroalérgenos que, quando inalados,
podem ser responsáveis por manifestações respiratórias alérgicas, como asma e
rinite.
Os fungos estão presentes no dia-a-dia e em todos os lugares, basta ter as
condições favoráveis para seu desenvolvimento e neste sentido Cucé (1993) afirma
que a flora fúngica anemófila é bastante rica e sua existência em determinado
ambiente sofre variações amplas diretamente relacionadas com fatores diversos
como época do ano, temperatura atmosférica, umidade relativa do ar, variações
sazonais, métodos de anti-sepsia e desinfecção dos ambientes, fluxo de trânsito
humano local.
Os fungos apresentam variações muito amplas em sua incidência, de acordo com a
estação do ano, temperatura, umidade relativa do ar, hora do dia, velocidade e
direção dos ventos, presença de atividade humana e tipo de climatização dos
ambientes (MARTINS-DINIZ, 2005).
A identificação desses fungos é complexa e precisa de um estudo detalhado dos
esporos e outras microestruturas morfológicas. Para isso boas preparações
microscópicas são essenciais. No entanto, é muitas vezes difícil de se realizar,
15
especialmente quando se trata de culturas de fungos que possuem esporos
delicados, que são facilmente perturbados após remoção e sua posterior
transferência para o microscópio (NUGENT, 2006).
3.5. Equipamentos de climatização
Segundo a Springer-Carrier (2007), fabricante de equipamentos de ar condicionado,
os sistemas de ar condicionado podem ser:
Quanto ao tipo de expansão direta:
- Ar condicionado de janela
- Sistema dividido (Split-system)
- Alto suficiente (Self-contained)
Quanto ao tipo de expansão indireta:
- Resfriadores de água (water chiller)
Quanto aos ciclos evaporativos podem ser:
- Refrigeração mecânica
- Absorção de uma solução
Quanto à distribuição de ar no ambiente podem ser:
- Direta
- Redes de dutos com grelhas e difusores
3.6. Filtração de ar
O objetivo da filtração é reter as impurezas presentes no ar. Segundo a Agência de
Proteção Ambiental dos Estados Unidos (US-EPA) para se manter o ar interior de
ambientes climatizados em relação ao exterior das grandes cidades com pouco
material particulado em suspensão e poluentes externos é recomendado à utilização
16
de filtros de ar e uma pressão positiva através de um sistema de ventilação
mecânica.
Tanto o ar recirculado como o ar exterior captado, devem ser filtrados antes de
circularem pelo ambiente interno.
Material particulado é o termo utilizado para designar uma mistura física e química
de diversas substâncias presentes em suspensão no ar como sólidos ou sob a forma
líquida (gotículas, aerossol). Dentre os inúmeros poluentes normalmente
encontrados no interior das edificações, os particulados representam a forma mais
visível de poluição e para sua detecção o exigem instrumentação com grande nível
tecnológico. A matéria particulada total é designada pelo termo matéria particulada
em suspensão, sendo a matéria particulada inalável somente aquelas que são
pequenas o bastante para passar pelas vias aéreas superiores e alcançar os pulmões
(CARMO, 1999).
3.6.1. Tipos de filtros de ar
Segundo a TROX (2003), os filtros de ar podem ser classificados conforme abaixo:
- Filtros rotativos automáticos;
- Filtros planos;
- Filtros de absorção;
- Filtros de bolsas;
- Filtros absolutos.
As mantas e bolsas filtrantes são constituídas pelos seguintes materiais:
- Manta filtrante em fibra de vidro;
- Manta filtrante tipo bolsa com meio filtrante em fibra de vidro ou fibra sintética;
- Manta descartável em fibra sintética antimicrobiana;
- Bolsa em fibras sintéticas antimicrobiana;
- Filtro de carvão ativado.
17
3.7. Tomadas de ar exterior
Segundo pesquisa do NIOSH quanto à qualidade do ar interior, em 53% dos
edifícios foi detectado ventilação inadequada. As causas da ventilação inadequada
foram à insuficiência de ar exterior, má distribuição e mistura de ar, pressões
diferentes do ar entre escritórios, temperaturas inadequadas, flutuações extremas de
umidade relativa, filtração do ar deficiente e péssima manutenção dos sistemas de
ventilação (Oliver & Shackleton, 1998).
Afonso (2004), afirmou que a diminuição da renovação de ar interno em face da
crise do petróleo na década de 70, para economia de energia, associada à mudança
dos tipos de materiais de revestimento, bem como a presença cada vez maior de
solventes voláteis utilizados em materiais de limpeza e em alguns artigos de
escritório, levaram a diminuição da umidade relativa interna, vem diminuindo a
concentração de oxigênio e como conseqüência lesão nas vias respiratórias,
mucosas e pele (apud BASENGE, 2001, SIQUEIRA 2000, SIQUEIRA & DANTAS,
1999).
É preciso ter cuidado na captação do ar exterior para ambientes condicionados, é
importante a análise deste ar para evitar a contaminação do ar interno.
O ar externo é de extrema importância na qualidade do ar interno. Se o ar exterior
não for de boa qualidade afetará a qualidade do ar interior. O ar externo deve ser
limpo através dos equipamentos de ventilação e do sistema de filtração, antes de
entrar no ambiente fechado (BRICKUS, 1999).
O ar externo em uma edificação entra e sai por infiltração através das frestas de
portas e janelas, abertura da porta; ventilação natural e ventilação mecânica,
forçadores de ar (ventiladores). Quando tem pouca troca os níveis de poluentes
geralmente aumentam (EPA, 2008).
Para Costa (2005 apud Carmo e Prado (1999)), a ventilação é mais que isso, uma
vez que é a combinação de processos que resulta não só do fornecimento de ar
externo, mas também da retirada de ar viciado dentro de um edifício. Este processo
18
envolve normalmente a entrada de ar externo, mistura do ar por todas as partes do
edifício e por fim a exaustão de uma parcela do ar interno.
3.8. Plano de manutenção
O Plano de manutenção é de extrema importância e nele deve conter a identificação
do estabelecimento que possui ambientes climatizados, a descrição das atividades a
serem desenvolvidas, a periodicidade das mesmas, as recomendações a serem
adotadas em situações de falha do equipamento e de emergência (ANVISA, 1998).
A degradação e a falta de manutenção do sistema de ventilação podem tornar a
qualidade do ar imprópria devido à contaminação por agentes biológicos, taxas de
troca e filtragem do ar inadequada e perda do controle dos parâmetros térmicos
(OLIVER & SHACKLETON, 1998).
As inspeções das Vigilâncias Sanitárias locais estão incumbidas de verificar a
adequação das condições de limpeza, manutenção, operação e controle dos
sistemas de climatização a partir de procedimentos pré-definidos e registrados no
chamado Plano de Manutenção, Operação e Controle – PMOC (Anexo –B), cuja
elaboração e implantação são de responsabilidade de um profissional com
competência técnica comprovada de acordo com a Portaria nº 3.523, que diz: todo
estabelecimento de uso público e coletivo, climatizado artificialmente, deve possuir
um PMOC e este deve ser mantido disponível no imóvel (INMETRO, 2007).
3.9. Principais doenças relacionadas com o ar de ambientes internos
climatizados.
Vários aeroalérgenos, dentre eles os pólens, podem desencadear a asma. Devido
ao seu pequeno tamanho, abundante produção e distribuição onipresente, os pólens
representam uma causa importante de doença alérgica sazonal, incluindo também, a
rinite alérgica (FILHO, 2007), conforme ilustração da figura 4.
19
Figura. 4. Os pólens das gramíneas e fungos, principais alérgenos de origem vegetal
que participam de quadro de atopia
Fonte: http://www.asmabronquica.com.br/PDF/tipos_de_asma_asma_sazonal.pdf
A grande quantidade de fungos anemófilos como agentes poluidores do ambiente,
principalmente nas bibliotecas universitárias, tem importância na etiologia de
doenças respiratórias de natureza alérgica e como oportunistas responsáveis por
diferentes quadros clínicos de micoses (MENEZES, 2006).
Segundo ainda Menezes os processos alérgicos como rinite, asma alérgica, alveolite
alérgica extrínseca, sinusite alérgica, bem como micoses pulmonares clinicamente
definidas, são algumas das manifestações eventualmente provocadas pela
microbiota fúngica.
Outros aeroalérgenos que podem precipitar ou exacerbar a asma são os esporos de
fungos (mofo ou bolor) reconhecidos como causadores de sensibilização atópica.
Sua presença pode variar em função da região geográfica e condições climáticas
(temperatura/umidade). Os fungos tendem a ser alérgenos sazonais em zonas
temperadas, onde alguns fungos esporulam no calor, em dias secos de verão,
enquanto que outros preferem a estação das chuvas. No interior das casas são
encontrados principalmente em ambientes quentes, úmidos e pouco ventilados
(FILHO, 2007).
A diminuição da umidade relativa do ar desencadeia ressecamento da pele e
mucosas, especialmente do trato respiratório, bem como uma série de outros sinais
e sintomas.
20
A ANVISA em sua Resolução n° 9 recomenda a análise de bioaerosol, suspensão
de microorganismos (organismos viáveis) dispersos no ar em ambientes interiores
com o objetivo de pesquisa, monitoramento e controle ambiental das possíveis
colonização, multiplicação e disseminação de fungos.
3.10. Bibliotecas
De maneira mais abrangente, segundo a wikipedia, 2008, biblioteca é todo espaço
(concreto, virtual ou híbrido) destinado a uma coleção de informações de quaisquer
tipos, sejam escritas em folhas de papel (livros,monografias, enciclopédias,
dicionários, revistas, jornais, manuais, etc) ou ainda digitalizadas e armazenadas em
outros tipos de materiais, tais como CD, fitas, VHS, DVD e bancos de dados.
As bibliotecas podem ser públicas ou particulares. Nas bibliotecas públicas o acesso
aos livros costuma ser gratuito e muitas vezes é possível emprestar livros por um
determinado tempo, dependendo da política definida, que varia de acordo com o tipo
de obra. As bibliotecas públicas são locais que propiciam à comunidade acesso a
informações que de alguma forma são úteis e ajudam a desenvolver a sociedade.
No contexto atual, muitas bibliotecas buscam oferecer infraestrutura para inclusão
digital.
As biliotecas particulares podem ser mantidas por instituições de
ensino privadas,
fundações, instituições de pesquisa ou grandes colecionadores. Algumas delas
permitem acesso a sua coleção, permitindo a pesquisadores, estudantes ou
interessados o acesso as informações armazenadas em suas dependências.
Normalmente, as coleções de livros nas bibliotecas são classificadas, de modo a
facilitar a localização e consulta por parte dos usuários. A classificação pode
obedecer diversos critérios, sendo mais comum a classificação por assuntos, e
dentro do mesmo assunto, por nome do
autor (alfabeticamente).
21
As bibliotecas centrais públicas universitarias estão a serviço dos estudantes, do
público em geral e do pessoal docente. Correspondem à unidade de informação de
uma Universidade, pelo que as suas coleções refletem as matérias lecionadas nos
cursos e as áreas de investigação da instituição. A documentação é sobretudo de
carácter científico e técnico, que é permanentemente atualizada, através da
aquisição frequente de um grande número de publicações de periódicos em papel
ou electrónico. A selecção da documentação é feita essencialmente pelos diretores
de cada departamento da Universidade e não tanto pelo bibliotecário. Estas
Instituições têm como objetivos principais: apoiar o ensino e a investigação; dar um
tratamento técnico aprofundado aos documentos, nomeadamente ao nível da
indexação e atualizar constantemente os acervos documentais.
As bibliotecas públicas contam com um grande acervo de livros, periódicos, revistas
salão de estudos, salas de triagem, recepção e documentação e fluxo de pessoas
continuo. A poeira em livros é comum, portanto, existem trabalhos que fazem a
identificação dos fungos que podem desencadear crise alérgica (MENEZES, 2006
apud GAMBALE, 1993).
3.11. Sensação de Conforto Térmico
A percepção da qualidade do ar resulta também da ação conjunta de fatores
determinantes do grau de poluição do ambiente e por meio das características
fisiológicas, psicológicas e comportamentais de cada pessoa em um determinado
local que também tem relação com a sensação de conforto (COSTA, 2005).
As questões relacionadas à qualidade do ar de interiores não devem ser tratadas
linearmente e solucionadas por simples equações matemáticas. É necessário o
envolvimento dos diferentes atores da sociedade e dos serviços de saúde pública,
com base no reconhecimento da incerteza, diante da complexidade e da relevância
que envolve a temática, no sentido de contribuir para a avaliação e o gerenciamento
das complexas interações do homem, com suas tecnologias e seus ambientes.
(COSTA, 2006).
22
3.12. Avaliação da qualidade do ar interior por métodos qualitativos e
quantitativos
É freqüente se adotar uma combinação de análise quantitativa e qualitativa quando
se trata de uma avaliação mais complexa, aspectos que se complementam nos
trabalhos de pesquisa (VIANNA, 2004).
Alguns pesquisadores criticam o fato de se adotar um procedimento
predominantemente quantitativo para explicar fenômenos psicológicos e sociais
complexos. E se reconhece ainda que a inter-relação real dos componentes de um
modelo nem sempre pode ser amplamente explicada por meio de esquemas
estatísticos (RICHARDSON, 1999).
Os dados qualitativos nesta avaliação são caracteristicamente multimetodologicos,
isto é, usam uma grande variedade de procedimentos e instrumentos de coleta de
dados (ALVES-MAZZOTTI, 2006).
A investigação qualitativa requer como atitudes fundamentais a abertura, a
flexibilidade, a capacidade de observação e de interação com o grupo de
investigadores e com os atores sociais envolvidos (MINAYO, 2006).
Quando se quantifica, apresenta limitação ao tentar explicitar alguns problemas
complexos (RICHARDSON, 1999).
Por outro lado, a natureza ou o nível de complexidade em que alguns dados se
situam torna-os quase impossível de serem apresentados com exatidão e a própria
medida, em si, é relativa, fortalecendo uso de métodos qualitativos (RICHARDSON,
1999).
Ao contrário do que ocorrem com as pesquisas quantitativas, as investigações
qualitativas, por sua diversidade e flexibilidade, não admitem regras precisas,
aplicáveis a uma ampla gama de casos (ALVES-MAZZOTTI, 2006).
23
O foco e o design devem, então, emergir, por um processo de indução, do
conhecimento do contexto e das múltiplas realidades construídas pelos participantes
em suas influências recíprocas (ALVES-MAZZOTTI, 2006).
O objetivo desta avaliação são os seres humanos com suas crenças, práticas,
interações e não a explicação simples de um fenômeno conforme determinadas leis
científicas (RICHARDSON, 1999).
Numa abordagem qualitativa, seu critério não é numérico. Podemos considerar que
uma amostra ideal é aquela capaz de refletir a totalidade nas suas múltiplas
dimensões (MINAYO, 2006).
Os estudos que empregam uma metodologia qualitativa podem descrever a
complexidade de determinado problema, analisar a interação de certas variáveis,
compreender e classificar processos dinâmicos vividos por grupos sociais e
ambientais, contribuir no processo de mudança de determinado grupo e possibilitar,
em maior nível de profundidade, o entendimento das particularidades do
comportamento dos indivíduos e do meio ambiente (RICHARDSON, 1999).
É com base nessas concepções sobre personalidade e percepção que os dados
qualitativos viabilizam uma análise global, relacionando o indivíduo com a sociedade
(RICHARDSON, 1999).
A pesquisa qualitativa visa também criar indagações a serem verificadas na
investigação, encarado como uma formulação de pressupostos ou de questões
(MINAYO, 2002).
A natureza mais aberta e interativa de um trabalho qualitativo que envolve
observação participante permite que o investigador combine o fazer de confirmar ou
infirmar hipóteses com as vantagens de uma abordagem não-estruturada.
Na concepção naturalista-ecológica que afirma ser o comportamento humano
significativamente influenciado pelo contexto em que se situa, qualquer tipo de
pesquisa que desloca o indivíduo do seu ambiente natural está negando a influência
24
dessas forças contextuais e em conseqüência deixa de compreender o fenômeno
estudado em sua totalidade (LUDKE, 1998).
O pressuposto qualitativo-fenomenológico determina ser quase impossível entender
o comportamento humano sem tentar entender o quadro referencial dentro do quais
os indivíduos interpretam seus pensamentos, sentimentos e ações (LUDKE, 1998).
O fato de uma pesquisa se propor à compreensão de uma realidade específica,
ideográfica, cujos significados são vinculados a um dado contexto, não a exime de
contribuir para a produção do conhecimento (ALVES-MAZZOTTI, 2006).
Várias técnicas de abordagem para o estudo qualitativo devem ser empregadas
quando os fatos reais forem complexos (VIANNA, 2004).
As pesquisas qualitativas se baseiam em uma outra lógica. Inicialmente, vale
lembrar que elas raramente trabalham com amostras representativas, dando
preferência a formatos etnográficos ou de estudo de caso, nos quais os sujeitos são
escolhidos de forma proposital, em função de suas características ou do
conhecimento que detêm sobre as questões de interesse da pesquisa (ALVES-
MAZZOTTI, 2006).
3.12.1 Fases da avaliação da qualidade do ar
Exploratória e teste
O controle exercido por um pesquisador, quando entra na área social, sobre as
variáveis pesquisadas, é de natureza inteiramente simbólica, sendo mantidos
constantes, como afirma Bailey (1994), os valores dos grupos (VIANNA, 2004).
Pesquisas qualitativas se propõem a preencher lacunas no conhecimento, daí serem
essas pesquisas freqüentemente definidas como descritivas ou exploratórias. Essas
lacunas geralmente se referem à compreensão de processos que ocorrem em uma
dada instituição, grupo ou comunidade (ALVES-MAZZOTTI, 2006).
25
As variáveis não podem ser submetidas a controle rígido, ou melhor, manipuladas
como nas pesquisas experimentais (RICHARDSON, 1999).
Com relação a particularidades que dizem respeito aos problemas mencionados,
ressalta-se que a dimensão qualitativa que envolve tais problemas não permite
apenas tratamento exclusivamente estatístico, mas um tratamento de caráter
qualitativo no qual tanto o comportamento como as atitudes dos indivíduos são
analisadas num contexto mais amplo, para aprofundar a explicação das relações
descobertas (RICHARDSON, 1999).
Dada importância atribuída ao contexto nas pesquisas qualitativas, recomenda-se,
como vimos, que a investigação focalizada seja precedida por um período
exploratório. Este, por sua vez, é antecedida por uma fase de negociações para
obter acesso ao campo (ALVES-MAZZOTTI, 2006).
Vale lembrar que, uma vez elaborado o instrumento a ser usado na coleta de dados,
é aconselhável testá-lo antes de sua utilização definitiva. Passar por um momento
de teste, aplicando o instrumento em situações similares e realizando a análise dos
dados coletados, pode sugerir reformulações e complementações (MOROZ, 2006).
O processo de investigação prevê idas ao campo antes do trabalho mais intensivo, o
que permite fluir por uma rede de relações e possíveis correções dos instrumentos
de coleta de dados (MINAYO, 2006).
Pode-se também, indicar os procedimentos a serem utilizados (observação;
entrevista, uso de documentos), apresentando-se as razões para tal e os aspectos
que serão focalizados, o que será observado, que itens farão parte da entrevista,
que informações serão coletadas nos documentos (MOROZ, 2006).
A pesquisa qualitativa tem o ambiente natural como sua fonte direta de dados e o
pesquisador como seu principal instrumento, à pesquisa qualitativa supõe o contato
direto e prolongado, via de regra através do trabalho intensivo da investigação e do
trabalho intensivo de campo (LUDKE, 1998).
26
Os registros, sobretudo os que se destinam à análise qualitativa, devem ser
imediatamente tratados e analisados, pela complexidade do campo objeto em
estudo. Muita nuance também podem não aparecer e neste caso pode-se lançar luz
através de um observador suficientemente experiente e sofisticado nas suas
apreciações (VIANNA, 2004).
Observação
A observação é uma das mais importantes fontes de informações em pesquisas
qualitativas (VIANNA, 2004).
Sem a acurada observação, não há ciência. A observação é uma das características
da atividade científica, inclusive na área das ciências humanas e sociais (VIANNA,
2004).
Ao destacar o papel da observação, Lazarsfeld e Rosenberg (1955) expressam que
da análise de uma série de observações, pode-se obter uma gama de
classificações, colocação das características em determinada ordem, suas relações
uma com as outras e nível de estudo descritivo (RICHARDSON, 1999).
O observador deve saber ver, identificar e descrever diversos tipos de interações e
processos humanos. A identificação de problemas para fins de pesquisa, inclusive
as de natureza observacional sempre parte de tópicos bastantes amplos, para
depois de sua análise, concentrar-se em um problema específico conforme
propuseram McMillan & Schumacher (2001) (VIANNA, 2004).
A observação, quando adequadamente conduzida, pode revelar inesperados e
surpreendentes resultados que, possivelmente, não seriam examinados em estudos
que utilizassem técnicas diretivas (RICHARDSON, 1999).
Ao longo dos anos, a observação empiricamente fundamentada para o
desenvolvimento do conhecimento científico é uma técnica metodológica valiosa,
especialmente para coletar dados de natureza não-verbal (VIANNA, 2004).
27
Os estudos observacionais levam à observação de campo, técnica fundamental
usada na maioria das pesquisas qualitativas, que traduz descrições detalhadas de
acontecimento, pessoas, ações e objetos em um determinado contexto de acordo
com McMillan Schumacher (2001) (VIANNA, 2004).
Estudos observacionais podem ser realizados, lembra Bailey (1994), em diferentes
lugares, como escolas, universidades, hospitais, shoppings, ruas, praças públicas,
etc (VIANNA, 2004).
As observações são muitas vezes feitas preliminarmente a outras atividades. A
observação também é empregada quando os sujeitos a observar não admitem sua
participação explícita em um Survey, nota Bailey (1994), ou quando se deseja
estudar fatos ou comportamentos que ocorrem em determinado contexto ou
instituição (VIANNA, 2004).
A observação, especialmente a observação direta, como metodologia de
levantamento de dados, é mais valiosa do que outros meios de captação de dados,
como por exemplo, o Survey (técnica de levantamento de dados que apresenta
pergunta ou questões a uma amostra de sujeito, em determinado momento), a
entrevista e o questionário, quando usados isoladamente (VIANNA, 2004).
As técnicas de observação fornecem os dados que se referem diretamente a
situações sociais e comportamentais típicas, e sempre que se acreditar que
diferentes fatores possam interferir nos dados, a observação do fenômeno em
estudo deve ser a metodologia e a técnica indicadas (VIANNA, 2004).
Quando o responsável pela observação pertence a uma instituição de reconhecida
idoneidade, Universidade, Centros de Pesquisa, etc.ou é conhecido por seu trabalho
profissional, a possibilidade de obter a colaboração em um trabalho bem definido,
nos seus objetivos e com propósitos de relevância científica, é grande, resolvendo-
se, assim, um problema crucial que ocorre com grande freqüência (VIANNA, 2004).
O conteúdo da observação deve ser necessariamente delimitado, porquanto é
impossível observar a todos e a tudo, registrando todos os pormenores (VIANNA,
2004 apud SELLTIZ, 1967).
28
É preciso pensar também que a observação em situação natural exige o registro
imediato das informações coletadas e a sua codificação. A observação, num
contexto interno (escolas, salas de aulas, salas de reuniões, locais de trabalho,
escritórios, etc.), possibilita resultados mais bem estruturados do que quando
efetivada em um ambiente natural externo (VIANNA, 2004).
Ao término do estudo, terá registros de comportamentos e fatos e não escores a
respeito dos sujeitos (VIANNA, 2004).
Estabelecer (VIANNA, 2004), de acordo com Bailey (1994), que as diferentes e
sucessivas fases do processo de observação são as seguintes:
Definir os objetivos do estudo;
Decidir sobre o grupo o de sujeito a observar;
Legitimar sua presença junto ao grupo a observar;
Obter confiança dos sujeitos a observar;
Observar e registrar notas de campo durante semanas (ou um período mais
longo, conforme a natureza do estudo);
Saber retira-se do campo de observação;
Analisar os dados;
Elaborar um relatório sobre os elementos obtidos.
As notas de campo, desse modo, devem preservar a seqüência em que essas
interações ocorrem. A grande vantagem da observação ressalta Selltiz et al (1967),
consiste no registro do comportamento no ato e no momento da sua ocorrência
(VIANNA, 2004).
Anotações cuidadosas devem ser feitas durante as observações (VIANNA, 2004).
Do ponto de vista essencialmente prático, é interessante que, ao iniciar cada
registro, o observador indique o dia, a hora, o local da observação e o seu período
de duração (LUDKE, 1998).
As observações podem ser registradas em forma narrativa e, subseqüentemente,
transformadas em quadros interpretativos (VIANNA, 2004).
Os dados coletados são predominantemente descritivos. A análise dos dados tende
a seguir um processo indutivo (LUDKE, 1998).
29
Selltiz et al. (1967) mostram que o melhor momento para o registro é no decorrer do
acontecimento, para evitar possíveis vieses seletivos e deformações decorrentes de
lapsos de memória (VIANNA, 2004).
Há situações que impedem e registro imediato, por quebrar a naturalidade da
ocorrência ou perturbar as pessoas envolvidas no ato da observação (VIANNA,
2004).
Para que se torne um instrumento válido e fidedigno de investigação científica, a
observação. Implica a existência de um planejamento cuidadoso do trabalho e uma
preparação rigorosa do observador. Planejar a observação significa determinar com
antecedência “o quê” e “como” observar (LUDKE, 1998).
A observação, para que possa ser considerado um instrumento metodológico, é
necessário que seja planejada, registrada adequadamente e submetida a controles
de precisão (MOROZ, 2006).
Entrevista
As informações que se quer obter, e os informantes que se quer contatar, em geral,
são mais convenientemente abordáveis através de um instrumento mais flexível
(LUDKE, 1998).
A entrevista pode ser a principal técnica de coleta de dados ou pode, como vimos,
ser parte integrante da observação participante. (ALVES-MAZZOTTI, 2006).
No que diz respeito a procedimentos metodológicos, as pesquisas qualitativas de
campo exploram particularmente as técnicas de observação e entrevistas
(RICHARDSON, 1999).
As entrevistas qualitativas são muito pouco estruturadas, sem um fraseamento e
uma ordem rigidamente estabelecidos para as perguntas, assemelhando-se muito a
uma conversa (ALVES-MAZZOTTI, 2006).
30
O registro feito através de notas durante a entrevista certamente, as notas já
representem um trabalho inicial de seleção e interpretação das informações emitidas
(LUDKE, 1998).
O roteiro da entrevista consta apenas alguns itens que são indispensáveis para o
delineamento do objeto. Roteiro é sempre um guia, nunca um obstáculo não pode
prever todas as situações e condições de trabalho de campo (MINAYO, 2006).
É muito importante que o entrevistado esteja bem informado sobre os objetivos da
entrevista e de que as informações fornecidas serão utilizadas exclusivamente para
fins de pesquisa, respeitando-se sempre o sigilo em relação aos informantes
(LUDKE, 1998).
Tanto o questionário quanto a entrevista devem ser cuidadosamente planejados, de
forma que as questões especifiquem claramente o conteúdo que se pretende
abordar (MOROZ, 2006).
Questionário
O Survey (questionário é usado como referencial para fins de interpretar a realidade
e levantar dados empíricos de natureza quantitativa (VIANNA, 2004).
A observação é indiscutivelmente superior à pesquisa de Survey, experimentação ou
estudo de documentação para fins de coletar dados sobre um comportamento não-
verbal. O Survey mostra-se superior à observação a fim de descobrir a opinião de
uma pessoa sobre certa controvérsia (VIANNA, 2004).
No método quantitativo, as perguntas do questionário ou entrevista são formuladas
clara e detalhadamente; mantém-se o anonimato do entrevisto para evitar distorção
nas respostas; as definições são precisas e operacionalizam-se com indicadores
específicos (RICHARDSON, 1999).
31
Dependendo do problema e do tipo de pesquisa que está sendo realizada a
compreensão de determinado fenômeno pode ser feita com um número bastante
reduzido de pessoas e sua escolha não seguirá as etapas de uma técnica estatística
de amostragem (MOROZ, 2006).
A Resolução nº 196, de 10 de outubro de 1996, do Conselho Nacional de Saúde,
regulamenta sobre as pesquisas envolvendo seres humanos. Entre outras decisões,
é necessário o consentimento livre e esclarecido dos sujeitos (MOROZ, 2006).
Análise documental
Podemos dizer, entretanto, que observação (participante ou não), a entrevista em
profundidades e a análise de documentos são os mais utilizados, embora possam
ser complementados por outras técnicas de pesquisa (ALVES-MAZZOTTI, 2006).
Considera-se como documento qualquer registro escrito que possa ser usado como
fonte de informação (ALVES-MAZZOTTI, 2006).
A análise de documentos pode ser a única fonte de dados o que costuma ocorrer
quando os sujeitos envolvidos na situação estudada não podem ser encontrados ou
pode ser combinada, o mais comum, com outras técnicas de coleta (ALVES-
MAZZOTTI, 2006).
Nesses casos, ela pode ser usada, tanto como uma técnica exploratória (indicando
aspectos a serem focalizados por outras técnicas) como para “checagem” ou
complementação dos dados obtidos por meio de outras técnicas (ALVES-
MAZZOTTI, 2006).
Validação da pesquisa
Cabe destacar que a pesquisa qualitativa deve estar orientada à melhoria das
condições de vida da grande maioria da população. Portanto, é necessário, na
medida do possível, integrar pontos de vista, métodos e técnicas para enfrentar esse
desafio (RICHARDSON, 1999).
32
A responsabilidade deste trabalho qualitativo é oferecer ao leitor uma descrição
densa do contexto estudado, bem como da característica de seus sujeitos, para
permitir que a decisão de aplicar ou não os resultados a um novo contexto possa ser
bem fundamentado (ALVES-MAZZOTTI, 2006).
No método qualitativo, existe relação muito próxima entre pesquisador e informante,
o que possibilita informações detalhadas; as inferências são superficiais,
descrevendo-se em detalhe o concreto (RICHARDSON, 1999).
A pesquisa qualitativa ou naturalística, segundo Bogdan e Biklen (1982), envolve a
obtenção de dados descritivos, obtidos no contato direto do pesquisador com o
produto e se preocupa em retratar a perspectiva dos participantes (LUDKE, 1998).
As concordâncias entre resultados de observações e de Surveys, como mostra
Bailey (1994), tendem a demonstrar a validade da observação como metodologia de
pesquisa (VIANNA, 2004).
Triangulação é um termo usado nas abordagens qualitativas para indicar o uso
concomitante de várias técnicas de abordagem e de várias modalidades de análise,
de várias informantes e pontos de vista de observação, visando à verificação e
validação da pesquisa (MINAYO, 2006).
Na triangulação mais metodologias podem ser usadas no desenrolar da pesquisa
(VIANNA, 2004).
Quando buscamos diferentes maneiras para investigar um mesmo ponto, estamos
usando uma forma de triangulação (ALVES-MAZZOTTI, 2006).
A triangulação de métodos geralmente se refere à comparação de dados coletados
por métodos qualitativos e quantitativos (Patton, 1986) (ALVES-MAZZOTTI, 2006).
Vários instrumentos de coleta de dados, a chamada triangulação, checa a validade
das informações (VIANNA, 2004).
33
4. MATERIAL E MÉTODOS
4.1. Escolha do local de estudo
Os critérios adotados para escolha das bibliotecas foram: o fluxo de pessoas que
circulam nestes ambientes, porte do acervo, sistemas de condicionamento do ar
diferenciados e a localização dos prédios.
Segundo recomendação de Costa (2005, p. 64) a ventilação e as condições
climáticas exteriores possuem correlação direta com a qualidade do ar interior,
portanto os prédios estão localizados dentro de uma mesma zona microclimática.
CEFET-PE
UFPE
1 Km
1 Km
1
,
5 Km
IPA
Figura 5 - Localização dos prédios das bibliotecas e da estação meteorológica do
IPA(Instituto de Pesquisas Agropecuárias de Pernambuco) em área próxima (zona
microclimática).
Fonte: GOOGLE EARTH (2008)
34
4.2. Características do local de estudo
Dados da Prefeitura da Cidade de Recife:
Clima: quente e úmido
Temperatura média: 25,2º C
Altitude: 4 m
Coordenadas geográficas: latitude 8º 04' 03'' S e longitude 34º 55' 00'' W
Área: 219,493 km
2
Composição da área territorial:
Morros: 67,43%
Planícies: 23,26%
Aquáticas: 9,31%
Zonas Especiais de Preservação Ambiental - ZEPA: 5,58%
Extensão de praia: 8,6 km.
Bibliotecas selecionadas:
A biblioteca central da UFRPE (Universidade Federal Rural de Pernambuco), usada
para o pré-teste, localiza-se no Campus Universitário, no bairro de Dois Irmãos.
A figura 6 mostra a biblioteca central da UFPE (Universidade Federal de
Pernambuco) selecionada que se localiza no campus universitário, no bairro da
Cidade Universitária.
A figura 7 mostra a biblioteca central do CEFET-PE (Centro Federal de Educação
Tecnológica de Pernambuco) selecionada que se localiza no bairro da Cidade
Universitária.
Localização geográfica das bibliotecas:
UFRPE: 8
0
00
50.91
S e 34
0
56
52.03
O
UFPE: 8
0
03
03.38” S e 34
0
57
05.47
O
CEFET-PE: 8
0
03
34.30
S e 34
0
57
02.28” O
35
Figura 6 - Localização da biblioteca central da UFPE e seu entorno
Fonte: GOOGLE EARTH (2008)
Figura 7- Localização da biblioteca central do CEFET-PE e seu entorno
Fonte: GOOGLE EARTH (2008)
36
4.3. Pesquisa de campo
Antes de iniciar a coleta, foi realizado um diagnóstico preliminar em campo com a
realização de visitas às Bibliotecas Públicas para conhecer o ambiente de trabalho
dos servidores e alunos, as possíveis fontes poluidoras visíveis, os pontos de
degradação e contaminação ambiental que pudessem afetar o ar interior, o público
alvo da pesquisa, os tipos de equipamentos utilizados e os planos de manutenção
para se ter uma visão geral do estudo conforme descreveram também Minayo
(2006) e Alves-Mazzotti (2006).
Várias técnicas de abordagem para o estudo foram empregadas por serem os fatos
reais complexos como descreveu Vianna (2004) e Moroz (2006).
As variáveis não foram submetidas a controle rígido e nem foram manipuladas
relatado também por Richardson (1999).
Inicialmente, vale lembrar que as amostras não foram representativas, dando
preferência a formatos etnográficos ou de estudo de caso, nos quais os sujeitos
foram escolhidos de forma proposital, em função de suas características, ou dos
conhecimentos que detêm sobre as questões de interesse da pesquisa como
descreveu Alves-Mazzotti (2006).
A investigação requereu como atitudes fundamentais à abertura, a flexibilidade, a
capacidade de observação e de interação com o grupo de investigados e com os
atores sociais envolvidos conforme Minayo (2006).
As investigações por sua diversidade e flexibilidade não admitiu regras precisas
conforme contribuição de Alves-Mazzotti (2006).
37
Os fenômenos psicológicos e sociais envolvidos não puderam ser explicados por
meio de esquemas estatísticos, quantificação, pois apresentam limitação ao tentar
explicitar alguns problemas complexos, tornando-os quase impossível de serem
apresentados com exatidão e a própria medida, em si, é relativa como descreveu
também Richardson (1999).
Foi realizada uma análise global, relacionando o indivíduo aos fatores que
influenciam a qualidade do ar interior como descreveu também Richardson (1999).
Baseado no que disse Minayo (2006) a amostra tentou refletir a totalidade nas suas
múltiplas dimensões.
Foi realizado um pré-teste, em fevereiro de 2008 na biblioteca pública central da
UFRPE, por ela estar na mesma região microclimática, com equipamentos de
climatização parecidos. Foram aplicados questionários e realizadas entrevistas com
alunos e funcionários com o objetivo de verificar a eficácia e adequação da realidade
das observações, dos questionários, dos dados coletados e do uso dos instrumentos
conforme relatou também Moroz (2006).
A observação dos ambientes, as coletas e as entrevistas geraram uma planilha de
dados conforme apêndices C e D e orientação de Ludke (1998).
A observação foi realizada segundo roteiro abaixo de Vianna (2004):
Definição dos objetivos do estudo;
Decisão sobre o grupo e do sujeito a observar;
Legitimação da presença junto ao grupo a observar;
Obtenção da confiança dos sujeitos a observar;
Observação e registro das notas de campo;
Analise dos dados;
Elaboração de um relatório sobre os elementos obtidos.
O conteúdo da observação foi delimitado, por ser impossível observar a todos e a
tudo, registrando apenas os pormenores mais significativos e de relevância ao
estudo com o registro imediato das informações coletadas e a sua codificação
segundo também orientação de Vianna (2004) apud Selltiz (1967).
38
As observações foram registradas em forma narrativa e subseqüentemente
transformadas em quadros interpretativos conforme descreveu Vianna (2004).
As coletas das amostras foram realizadas na biblioteca do CEFET-PE, nos
ambientes da sala do acervo e salão dos alunos e na UFPE na sala do acervo, no
horário da tarde, entre as 12:00 e 18:00 horas depois da estabilização das condições
de conforto nos dias 13(treze) de março e 30(trinta) de abril de 2008.
A sala dos funcionários e o salão dos alunos da biblioteca do CEFET-PE são
separados por divisórias rebatidas e utilizam o mesmo equipamento de
condicionamento do ar.
A sensação de conforto verificada com as entrevistas por questionário foi realizada
com um número bastante reduzido de pessoas e sua escolha não seguiu as etapas
de uma técnica estatística de amostragem conforme afirmou Moroz (2006).
Foram entrevistados 16 (dezesseis) alunos na biblioteca do CEFET-PE e um total de
8 (oito) funcionários nas duas bibliotecas.
As entrevistas foram elaboradas com pouca estruturação, sem um fraseamento e
um ordenamento rigidamente estabelecidos para as perguntas, assemelhando-se
muito a uma conversa, conforme indicação de Alves-Mazzotti (2006).
Os entrevistados foram informados sobre os objetivos da entrevista e de que as
informações fornecidas seriam utilizadas exclusivamente para fins de pesquisa
conforme orientação dos trabalhos de Ludke (1998).
Usou-se aspas (“), durante as entrevistas, indicando que era visão de uma pessoa
sobre o que ocorreu, a fim de não distorcer análises e interpretações posteriores
como descreveu Vianna (2004).
O questionário foi cuidadosamente planejado, de forma que as questões
especificassem claramente o conteúdo que fosse abordado pelo sujeito, segundo
orientação de Moroz (2006).
39
Manteve-se o anonimato do entrevistado para evitar distorção nas respostas; as
definições foram precisas e operacionalizadas com indicadores específicos segundo
Richardson (1999).
A Resolução nº 196, de 10 de outubro de 1996, do Conselho Nacional de Saúde,
regulamenta sobre as pesquisas envolvendo seres humanos. Entre outras decisões,
é necessário o consentimento livre e esclarecido dos sujeitos conforme descreveu
Moroz (2006).
As coletas das amostras e aplicação dos questionários foram realizadas no mesmo
dia e duraram aproximadamente cinco horas, a fim de evitar possíveis vieses
seletivos e deformações decorrentes de lapsos de memória conforme afirmou
Vianna (2004).
As condições meteorológicas do ambiente externo no dia de cada coleta foram
fornecidas pelo LAMEPE-ITEP e estão disponíveis no Anexo C cuja finalidade foi
comparar a temperatura e umidade relativa interna e externa.
Para validação da pesquisa foi utilizado o método de triangulação que segundo
Minayo (2006), é usado nas abordagens qualitativas e quantitativas para indicar o
uso concomitante de várias técnicas de abordagem, de várias modalidades de
análise, de vários informantes e pontos de vista de observação referendados
também nos trabalhos de Ludke (1998), Moroz (2006), Vianna (2004), Richardson,
(1999) e Alves-Mazzotti (2006).
4.4. Métodos para determinação dos parâmetros referenciais de qualidade do
ar, recomendados pela resolução n° 9 da ANVISA de 16 de janeiro de 2003.
4.4.1. Método para concentração e determinação de bioaerosóis: Suspensão
de microorganismos dispersos no ar.
Foi utilizado para este método um amostrador de ar por impactação com acelerador
40
linear de um estágio, bomba de sucção calibrada com vazão fixa, contendo também
placas de Petri com meio de cultivo Batata-Dextrose-Agar (BDA) durante 5 minutos
e vazão de 28 litros/min, na altura de 1,5 metros do piso, localizado no centro do
ambiente em zona ocupada. (LIRA, 2007) conforme orientação da resolução n° 9.
A preparação, coleta e medição das amostras de bioaerossol foram baseadas na
orientação do fabricante do equipamento, seguindo a norma “BIOAEROSOL
SAMPLING (Indoor Air) 0800”.
O conjunto padrão para o Amostrador de Bioaerossol de um Estágio era constituído
de um (a):
• Impactador de um estágio;
• Bomba de vácuo;
• Mangueira de conexão;
• Gabinete de alumínio ;
• Tubo suporte do impactador;
• Medidor de fluxo (rotâmetro).
A operação de amostragem teve as seguintes etapas:
1. Instalação da placa de Petri com ágar no Impactador;
2. Checagem da vazão da bomba;
3. Cronometragem do tempo até 5 minutos para cada placa com amostragem em
triplicata;
5. Anotação na folha de campo:
• Local de amostragem;
• Número do amostrador;
• Número da coleta;
• Leitura do cronômetro e da vazão da bomba;
• Horas de início e de término da coleta.
41
Após a incubação, a concentração total de microrganismos cultiváveis foi calculada
dividindo-se o número total de colônias observadas na placa, pelo volume de ar
amostrado. A contagem das partículas viáveis (fungos) foi apresentada em termos
de UFC (unidade de formação de colônias).
O volume de ar foi calculado pela vazão de amostragem multiplicada pelo tempo
decorrido da amostragem:
V = Q x t / 1000
Onde V é volume (m
3
), Q é vazão (l / min) e t é tempo (min).
O número de partículas viáveis por unidade de volume de ar amostrado foi
computado da seguinte maneira:
1. O número de colônias de fungos foi estimado em cada placa e somado com as
outras placas e foi realizada a média para dar o total de cada amostra de ar de cada
ambiente.
2. O número total de colônias (UFC) foi dividido pelo volume total de ar amostrado
em metros cúbicos. O volume de ar amostrado, em metros cúbicos foi multiplicado
pelo número de minutos e vazão da bomba.
Com o valor do volume de ar, o tempo decorrido da amostragem e o número de
colônias (UFC), têm-se então a concentração de bioaerossóis no ar, em termos de
UFC/m
3
.
4.4.2. Método para determinação da concentração de dióxido de carbono (CO
2
)
Foi utilizado um instrumento de leitura direta recomendado pela norma com as
seguintes características técnicas:
42
Tipo de Sensor ..........................Infra-vermelho com duplo comprimento de onda
(NDIR – Nondispersive infrared)
Faixa de Medição......................0 a 5000 ppm
Precisão .....................................± 3,0% da leitura ou ± 50 ppm o que for maior
Resolução...................................1 ppm
Temperatura de Operação.......5 a 70º C
4.4.3. Método para determinação de temperatura, umidade e velocidade do ar.
Foi utilizado um instrumento de leitura direta, recomendado pela norma com as
seguintes características técnicas:
Medidor de Velocidade
Faixa ................... 0 a 30 m/s
Precisão .............. 3,0% ou ± 0,015 m/s o que for maior
Medidor de Temperatura
Faixa ................... -10 a 60º C
Precisão................± 0,3º C
Resolução.............0,1º C
Medidor de Umidade Relativa
Faixa .....................0 a 95%
Precisão................± 3%
Resolução.............0,1%
Sensores:
43
- Sensor do Termo-Higrômetro:
Sensor de temperatura tipo termo–resistência
Sensor de umidade tipo capacitivo
- Sensor do Termo–anemômetro
Sensor de velocidade tipo fio aquecido
4.4.4. Método para determinação da concentração de aerodispersóides
A estimativa de aerodispersóides presentes no ar ambiental é um bom indicador da
eficiência dos filtros e do acúmulo de sujidades no interior dos dutos dos sistemas de
climatização artificial (INMETRO, 2007).
Uma ampla diversidade de filtros está disponível no comércio, aplicados na
avaliação de aerodispersóides, fornecendo ao usuário diferentes tipos de materiais,
tamanho de poro, diâmetro e características de filtração (GRUENZENER, 2003).
Foi realizada apenas a determinação da concentração de poeira do ambiente sem
relação a um estudo mais profundo da exposição ocupacional dos servidores.
Apesar da especificação do filtro apresentar porosidade de 5 μm, essa medida não é
a dimensão física dos orifícios da superfície do filtro, mas é a perda de carga
equivalente a um filtro de 5 μm de poro. O filtro retém partículas bem menores de
5μm, pois o processo de filtração não se faz simplesmente pela retenção na
superfície, como se fosse uma peneira. As partículas são capturadas principalmente
pelos mecanismos de impactação inercial, atração eletrostática, interceptação e
movimento Browniano. Devido à força eletrostática, as partículas de poeira tendem a
se aglomerar e partículas menores se unem às partículas maiores sendo mais
facilmente retidas na superfície do filtro do que as partículas isoladas. Na medida em
que o filtro começa a ser carregado com poeira, o tamanho efetivo do poro decresce
e a eficiência do filtro aumenta (GRUENZENER, 2003).
44
As análises gravimétricas foram feitas com a pesagem do filtro de membrana antes
e depois da coleta de poeira suspensa no ar, e posterior determinação da massa da
amostra por diferença, considerando as variações ocorridas entre essas duas
pesagens e o filtro branco analítico (testemunho), conforme o Método de Ensaio
NHO-03: Análise gravimétrica de aerodispersóides sólidos coletados sobre filtros de
membrana, da FUNDACENTRO (SANTOS; AMARAL, 2001).
Esse método determina apenas a massa de qualquer tipo de material particulado
que possa ficar retido sobre o filtro, não sendo específico para nenhum
contaminante.
Foram empregados os seguintes equipamentos e materiais:
Equipamentos:
Bomba de amostragem calibrada com a seguinte especificação:
Taxa de Vazão: 1,0 a 3,0 l /min;
Volume mínimo: 50 l;
Volume máximo: 400 l;
Exatidão: ± 3,0%;
Balança eletrônica analítica de alta precisão calibrada.
Materiais:
o Porta filtro metálico ǿ 37 mm;
o Dessecador;
o Mangueira plástica;
o Pinça metálica;
o Placa de Petri;
o Filtro tipo membrana de nitrato de 0,5 mícron de porosidade.
Conjunto porta filtro:
o Plugue;
45
o Anel superior do porta-filtro;
o Anel central;
o Filtro de membrana;
o Suporte de celulose do filtro;
o Anel inferior do porta-filtro.
Os filtros foram colocados no dessecador por 24 horas, por ser a membrana de
nitrato mais higroscópica e depois foi aplicado o método da norma MB-3422:
Agentes químicos no ar – coleta de aerodispersóides por filtração (ABNT, 1991).
Após a determinação do peso final, calculou-se a concentração do material
particulado depositado no filtro de acordo com a norma.
Cálculo da concentração total de partículas (C) e do volume amostrado de ar (V):
V
C
.10 ) ) B1 - B2 ( - ) w1- w2( (
6
=
valores dado em μg/m
3
w1 = pesagem do filtro seco antes da coleta, em gramas;
w2 = pesagem do filtro seco após a coleta, em gramas;
B1 = pesagem do filtro testemunho (branco analítico) antes da coleta, em gramas;
B2 = pesagem do filtro testemunho (branco analítico) depois da coleta, em gramas;
V = volume amostrado, em litros.
O volume amostrado foi calculado da seguinte forma:
V = Q x T
Q = vazão média, m
3
/min;
T = tempo de amostragem, min.
46
4.4.5. Técnicas para entrevista com os usuários
A presença e a atividade de pessoas nos ambientes constituem elementos
importantes na determinação e na percepção da qualidade do ar em interiores
conforme afirma Costa (2005).
Após autorização dos órgãos públicos e do público foi aplicado o questionário e
explicado que o uso seria para fins científicos.
Baseado no modelo aplicado por Costa (2001) os questionários foram utilizados
para investigar as sensações de conforto térmico e de sintomas relacionados à
saúde dos ocupantes, as características gerais do ambiente e equipamentos que
tivessem relação com o objetivo geral do trabalho.
O questionário utilizado para avaliar as condições de conforto/saúde dos ocupantes
foi basicamente de múltipla escolha conforme apêndice B.
A entrevista foi realizada com o pessoal responsável pela manutenção conforme
questionário no apêndice A.
Segundo orientação de Vianna (2004) o registro das observações e as entrevistas
geraram o quadro 1 e 2.
47
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os dados gerados no quadro 1 e 2 são predominantemente descritivos e a análise
dos dados seguiu um processo indutivo conforme também afirma Ludke (1998).
No quadro 1, resultados das entrevistas e observações, constatou-se que as áreas
são compatíveis com as capacidades dos condicionadores de ar conforme descreve
o fabricante do equipamento springer-carrier, 2007. Verificou-se também que não
existem tomadas de ar exterior projetadas e que os funcionários não executam o
plano de manutenção operação e controle (PMCO) e as boas práticas para a
qualidade do ar interior (IAQ).
Quadro 1- Dados tratados das observações e entrevistas nos ambientes
selecionados das bibliotecas.
Local
Dimensões em
metros
(comp.x larg.)
Existe
tomada de
ar exterior
Tipo de
equipamento de
condicionamento
de ar
Capacidade total
do equipamento
de
condicionamento
de ar em btu/h
(x1000)
Executa o plano de
manutenção conforme a
norma
CEFET -
Triagem
10x30 Não Sistema dividido 120 Não
CEFET -
Sala de
estudo
20x30 Não Sistema dividido 180 Não
UFPE-
Triagem
4x4 Não Janela 10 Não
Fonte: Registro do autor, 2008.
48
No quadro 2, observou-se que na coleta de abril houve um aumento da quantidade
de pessoas no salão de estudo no dia 30/04/2008. Os filtros de ar dos
condicionadores em sua maioria estavam limpos com exceção da sala da biblioteca
da UFPE, dia 30/04/08, sala de triagem, que pode ter sido por conta da manutenção
fora do período recomendado. Verificamos que em março os sistemas de
condicionamento de ar do CEFET-PE não estavam em sua capacidade máxima de
funcionamento.
Quadro 2 - Dados tratados das observações no dia da coleta nos ambientes
selecionados das bibliotecas.
Locais
Data da
coleta
Hora
Quant.
de
pessoas
Capacidade em
funcionamento
%
Condições
externas
impactantes
Situação
do filtro
de ar
Data da
última
manutenção
dos filtros
CEFET-
Triagem
13/03/08 13:30 5 50 não limpo 25/02/08
CEFET-
Sala de
estudo
13/03/08 14:30 4 30 não limpo 25/02/08
UFPE-
Triagem
13/03/08 16:00 3 100 não limpo 10/02/08
CEFET -
Triagem
30/04/08 15:00 3 100 não limpo 01/04/08
CEFET -
Sala de
estudo
30/04/08 16:00 11 100 não limpo 01/04/08
UFPE-
Triagem
30/04/08 18:00 2 100 não sujo 10/02/08
Fonte: Registro do autor, 2008.
A tabela n° 1 mostra os registros fornecidos pelo LAMEPE, da mesma estação
meteorológica em cada dia da coleta. Observa-se que o intervalo de medição foi
maior na coleta do mês de abril.
Os dados pluviométricos, conforme anexo C, mostram que não houve precipitação
no dia das coletas.
49
Tabela 1- Dados meteorológicos de temperatura e umidade relativa do ar no dia da
coleta
Condições externas de temperatura e umidade relativa
Data 13/03/2008 30/04/2008
Hora
Temperatura do
ar externa em
°C
Umidade
relativa do ar
externa em %
Temperatura
do ar externa
em °C
Umidade relativa
do ar externa em
%
18:00 28.0 60 31.0
17:00 30.0 50
16:00 29.0 60
15:00 28.0 70 30.5
14:00 26.0 79
13:00 24.0 87
12:00 38.0 96 29.0
11:00 25.0 76
10:00 20.0 100 84.0
09:00 20.0 100 24.0
08:00 19.0 100 96.0
07:00 20.0 100 96.0
06:00 20.0 100 23.0 97.0
Fonte: Estação meteorológica do IPA fornecido pelo LAMEPE, 2008.
5.1. Contagem Total de Fungos
A comparação da contagem de fungos do ar interno das bibliotecas com a contagem
de fungos do ar externo é um bom indicador da qualidade do ar quanto a
bioaerosóis.
Os resultados desta comparação funcionam como indicadores relacionados ao
sistema de climatização de três situações possíveis:
1.Quando I/E
1,5: o ar externo captado apresenta nível de contaminação maior que
o ar interno, ou seja, o ar que chega ao ambiente onde estão os ocupantes do
estabelecimento está sendo "limpo" ao passar pelo sistema de climatização;
2.Quando I/E = 1,5: a contaminação microbiológica do ar externo e do ar interno é
igual;
50
3.Quando I/E > 1,5: o ar captado, ao passar pelo sistema de climatização, está
sendo contaminado e os ocupantes do estabelecimento estão expostos a um
ambiente "pior" do que aquele que se apresenta do lado de fora.(INMETRO).
As coletas do ar interno e externo, nas coletas de março e abril, foram realizadas
conforme as figuras abaixo de números 8 e 9.
Figura 08 - Coleta do ar interno no acervo da
biblioteca do CEFET-PE.
Foto: março/2008.
Fonte: Registro do autor (2008)
51
Figura 09 - Coleta do ar externo na biblioteca da
UFPE.
Foto: abril/2008.
Fonte: Registro do autor (2008)
Na tabela 2 estão apresentados os valores da unidade formadora de colônia por
metro cúbico e o índice I/E referente aos ambientes estudados nas coletas dos
meses de março e abril que correspondem aos dados de bioaerosois da resolução
n°9 da ANVISA.
52
Tabela 2 – Comparativo entre os padrões referencias do número de colônias
fúngicas formadas em UFC/ m
3
e índice I/E com os dados em campo, nas coletas
dos meses de março e abril, nas bibliotecas do CEFET-PE e UFPE, Recife-PE -
2008.
DADOS DE BIOAEROSÓIS
Unidade de medida
UFC/m
3
ÍNDICE
I/E
UFC/m
3
ÍNDICE
I/E
PADRÕES
REFERENCIAIS
< 750 < 1,5 < 750 < 1,5
MESES DO ANO
Local da coleta
MARÇO ABRIL
CEFET-PE
Sala dos funcionários
188,48 0,88 2120,14 12,8
CEFET-PE
Salão de estudo
139,01 0,65 2120,14 12,8
UFPE
Sala dos funcionários
245,01 0,81 89,54 1,61
Fonte: Dados obtidos pela pesquisa de campo. Registro do autor, 2008.
53
O Gráfico 1 apresenta valores elevados de bioaerosóis no ar dos ambientes da
biblioteca do CEFET-PE, na coleta do mês de abril, sugerindo falta de limpeza do
ambiente, manutenção dos equipamentos de ar condicionado ou da taxa de
renovação de ar deficiente conforme também descreveu Oliver e Shackleton em
1998 e por triangulação, conforme quadros 1 e 2.
Gráfico 1 – Bioaerosóis medidos nas bibliotecas nas coletas de março e abril. Linha
tracejada representa o valor máximo aceitável pelo padrão referencial.
Resultados similares foram observados em outros estudos. Estudo realizado por
Menezes (2006) na Biblioteca das Ciências da Saúde da Universidade Federal do
Ceará sugeriu que o ambiente de biblioteca é um local insalubre, pois contém
grande quantidade de fungos filamentosos veiculados pelo ar que podem
desencadear uma alergia respiratória nos freqüentadores da referida sala, é
importante também reportar aqui a predisposição genética dos freqüentadores a
doenças veiculadas pelo ar.
54
Gráfico 2 – Índice de qualidade do ar de ambientes de bibliotecas públicas
estimadas, nas coletas de março e abril. Linha tracejada representa o valor máximo
aceitável pelo padrão referencial.
Quando I/E > 1,5 significa que o ar captado, ao passar pelo sistema de climatização,
está sendo contaminado e os ocupantes do estabelecimento estão expostos a um
ambiente "pior" do que aquele que se apresenta do lado de fora (INMETRO).
O índice I/ E foi maior no mês de abril que pode estar relacionada à estação ou a um
ambiente mais contaminado conforme quadros 1 e 2 e as condições meteorológicas
fornecidas pelo LAMEPE-ITEP, tabela 1.
Contudo, existe uma considerável incerteza relacionada ao período de exposição e a
concentração desses contaminantes para ocasionar problemas de saúde
específicos, uma vez que o ser humano reage muito diferentemente à exposição aos
poluentes (BRICKUS, 1999).
55
Conforme visualização nos gráficos 1 e 2, onde os dados de bioaerosóis na
biblioteca do CEFET-PE e o índice I/E na coleta de abril em todos os ambientes
estavam fora da norma. Recomenda-se que se faça um diagnóstico de fontes
poluentes, sendo inaceitável a presença de fungos patogênicos e toxicogênicos,
para uma intervenção corretiva.
5.2. Parâmetros físicos e químicos referentes às amostras de ar interno de
ambientes climatizados
Na tabela 3 estão listados os parâmetros físicos e químicos medidos em campo e
comparados com os parâmetros da resolução e apenas os valores de temperatura
interna ficaram fora dos parâmetros da norma.
Tabela 3 – Comparativo entre os padrões referenciais físicos e químicos e os dados
internos medidos nas coletas de março e abril, nos ambientes climatizados das
bibliotecas do CEFET-PE e UFPE, Recife-PE – 2008.
DADOS FÍSICO
E QUÍMICO
TEMPERATURA
(° C)
UMIDADE
RELATIVA
(%)
VELOCIDADE
DO AR (m/s)
DIÓXIDO DE
CARBONO
(ppm)
AERODIS-
PERSÓIDES
( μg/m3 )
PADRÕES
REFERENCIAIS
23 a 26 40 a 65 < 0,25m/s < 1000 < 80
DADOS DE CAMPO NA COLETA DE MARÇO
CEFET-PE
Sala dos
funcionários
26,7 53 0,12 492 6
CEFET-PE
Salão de estudo
27 52 0,10 453 14
UFPE
Sala dos
funcionários
27,6 59,5 0,16 530 18
DADOS DE CAMPO NA COLETA DE ABRIL
CEFET-PE
Sala dos
funcionários
27,3 56,2 0,15 585 10
CEFET-PE
Salão de estudo
27,1 58,3 0,15 600 16
UFPE
Sala dos
funcionários
26,4 62,3 0,16 601 10
Fonte: Dados obtidos pela pesquisa de campo. Registro do autor 2008.
56
Os gráficos de 3 a 7 abaixo, representam as comparações entre os valores medidos
e os da norma, nas coletas dos meses de março e abril
No gráfico 3, observa-se que as temperaturas internas nas duas coletas ficaram
acima do valor máximo permitido pelos parâmetros, que podem estar relacionado
ao controle deficiente ou falta de manutenção do equipamento.
Gráfico 3 - Temperaturas medidas nas bibliotecas nas coletas de março e abril.
Valores máximo e mínimo são referentes aos padrões referenciais estabelecidos na
Resolução nº 09 da ANVISA.
57
No gráfico 4, observa-se que a umidade relativa do ar está dentro dos parâmetros da
Resolução, porém houve um aumento em abril.
Gráfico 4 - Umidade relativa do ar medida nas bibliotecas nas coletas de março e
abril. Valores máximo e mínimo são referentes aos padrões referenciais
estabelecidos pela Resolução 09 da ANVISA.
58
No gráfico n° 5, a velocidade interna do ar ficou dentro dos parâmetros exigidos em
todos os ambientes. O aumento da velocidade na coleta de abril no CEFET-PE,
pode ter sido provocado pela regulagem de velocidade no controle remoto do
equipamento.
Gráfico 5 – Velocidade do ar medida nas bibliotecas nas coletas de março e abril.
Valor máximo é referente ao padrão referencial estabelecido pela Resolução 09 da
ANVISA.
59
No gráfico 6, observa-se que a concentração de dióxido de carbono estavam dentro
dos parâmetros. Observamos que houve um pequeno aumento na coleta de abril,
que pode ter sido por conta da permanência ou do maior número de pessoas nesses
ambientes. Verifica-se também, que apesar de não ter tomadas de ar exterior (ver
quadro 1) projetadas, o fluxo de pessoas circulando nesses ambientes e as portas
voltadas para ambientes próximas a áreas com ventilação natural pode ter
favorecido para condições adequadas de dióxido de carbono no interior dos
ambientes.
Gráfico 6 – Concentração de dióxido de carbono, em ppm, medido nas bibliotecas
nas coletas de março e abril. Valor máximo referente ao padrão referencial
estabelecido pela Resolução 09 da ANVISA.
60
No gráfico 7, a concentração de aerodispersóides estavam dentro dos parâmetros
estabelecidos em todos os ambientes.
Gráfico 7 - Quantidade de aerodispersóides medidos nas bibliotecas nas coletas de
março e abril. Valor máximo referente ao padrão referencial estabelecido pela
Resolução 09 da ANVISA.
A limpeza nas serpentinas de resfriamento e dos filtros de ar não realizada de
acordo com a norma do PMCO (Plano de manutenção, controle e operação), quadro
1, relatado pelos entrevistados, não refletiu para que os valores de velocidade do ar,
aerodispersoides, dióxido de carbono e umidade, não atendessem aos padrões da
Resolução 09 da ANVISA.
Na coleta de março/2008, conforme quadro 2, a biblioteca do CEFET-PE estava com
30% e 50% de cada equipamento de condicionamento de ar, dos dois ambientes,
funcionando. Os resultados mostraram, apesar desta redução de capacidade dos
equipamentos, que a umidade relativa do ar, aerodispersoides e velocidade do ar
estavam atendendo a Resolução.
61
Apesar dos equipamentos de condicionamento do ar sistema dividido (splity system)
e condicionador de janela das duas bibliotecas serem distintos, quadro 1, os valores
encontrados nas duas coletas, estão próximos os valores de temperatura, umidade
relativa, velocidade do ar, dióxido de carbono e aerodispersoides medidos
internamente.
A análise das condições climáticas permite dizer se a temperatura e umidade
relativa externa foram próximas às internas, verificando a sua influência sobre as
condições de temperatura e umidade relativa interna (MORAES, p.116, 2006 ).
As variações climáticas de temperatura e umidade relativa, tabela 1, foram
pequenas no intervalo de tempo de cada coleta.
5.3. Pesquisa com o público dos ambientes internos
Com relação à sensação de conforto relatada no questionário de múltipla escolha
(ver apêndice-B), foi possível verificar o seguinte comportamento:
Tabela 4 - Respostas dos funcionários se o “ambiente climatizado estava
confortável” nas coletas de março e abril, das bibliotecas do CEFET-PE e UFPE,
Recife-PE – 2008.
VOCÊ SE SENTE CONFORTÁVEL DENTRO DESTE AMBIENTE
CLIMATIZADO?
MARÇO ABRIL
Respostas CEFET- PE UFPE CEFET- PE UFPE
Sim 2 1 1 2
Não 2 3 3 0
Fonte: Dados obtidos pela pesquisa de campo. Registro do autor 2008.
62
Tabela 5 - Condições desfavoráveis de conforto relatadas pelos funcionários quando
a resposta foi “negativa” quanto à percepção de conforto e saúde nas coletas de
março e abril, nos ambientes climatizados das bibliotecas do CEFET-PE e UFPE,
Recife-PE – 2008.
POR QUE O AMBIENTE CLIMATIZADO NÃO ESTAVA CONFORTÁVEL?
MARÇO ABRIL
RESPOSTA CEFET-PE UFPE CEFET-PE UFPE
Muito frio
1
Muito quente
1
Muito vento
Pouco vento
2
Boca seca e olhos
ardendo
Muita poeira
3 2 1
Suando demais
(transpirando)
1 1
Sonolência
Problemas alérgicos
1 1
Outros
Fonte: Dados obtidos pela pesquisa de campo. Registro do autor 2008.
63
Quando o mesmo questionário foi aplicado para os alunos na biblioteca climatizada
do CEFET-PE, nas coletas de março e abril, sobre se estavam confortáveis dentro
daquele ambiente climatizado, relataram segundo a tabela abaixo o seguinte:
Tabela 6: Respostas dos alunos do CEFET-PE se “o ambiente da biblioteca
climatizada estava confortável”, nas coletas de março e abril, Recife-PE -2008.
VOCÊ SE SENTE CONFORTÁVEL DENTRO
DESTE AMBIENTE CLIMATIZADO?
MARÇO ABRIL
Respostas CEFET- PE CEFET- PE
Sim 04 10
Não 01 01
Fonte: Dados obtidos pela pesquisa de campo. Registro do autor, 2008.
Dentre as respostas negativas (não), do questionário das condições desfavoráveis
de conforto relatadas pelos alunos do CEFET-PE, um aluno relatou que o ambiente
interno estava muito frio e o outro relatou que estava transpirando no ambiente
interno.
Diante das tabelas 4 e 6, nota-se que o desconforto ambiental relatado pelos
funcionários foi maior do que os relatados pelos alunos, mesmo que a maioria dos
dados coletados quanto aos aspectos físicos e químicos estivessem dentro da
norma.
O questionário relacionando o conforto e a saúde dos ocupantes mostrou ser uma
ferramenta importante para comparação com os dados da qualidade do ar interior,
pois, neste caso, possibilitou identificar diferenças de sensação de conforto entre os
indivíduos em permanência esporádica e cotidiana nos ambientes climatizados.
64
Portanto, a percepção de conforto foi diferente entre alunos e funcionários no
ambiente climatizado do CEFET-PE, que pode ter sido influenciado pelo tempo de
permanência.
5.4. Comparação entre os valores da temperatura e umidade relativa do ar
interior encontrados, as condições meteorológicas e as respostas do
questionário.
Observa-se no gráfico 8 que as temperaturas externas estão próximas das
temperaturas dos ambientes internos.
Gráfico 8 - Temperatura do ar medida nas bibliotecas e a média diária no ambiente
externo nas coletas de março e abril.
65
A umidade relativa interna, gráfico 9, bem mais baixa do que a umidade relativa
externa pode ter influenciado na sensação de conforto positiva dos alunos.
Gráfico 9 – Umidade relativa do ar medida nas bibliotecas e a média diária no
ambiente externo nas coletas de março e abril
O percentual elevado de alunos satisfeitos pode caracterizar que a redução da
umidade relativa interna com relação à externa é mais significativa na sensação de
conforto térmico do que a da temperatura interna que estava próxima à externa
quando a permanência é esporádica.
A percepção de ambiente com muita poeira relatada por alguns dos funcionários não
condiz com os índices de aerodispérsoides medidos que estavam bem abaixo dos
valores da norma. Talvez sinalizassem para uma quantidade de fungos no ambiente
mais elevada, ver gráficos 1 e 2, onde segundo a bibliografia médica, MEZZARI
(2003) aponta para sinais alérgicos que poderia ter confundido os usuários em sua
percepção.
66
Carvalho (2005) diz que os níveis elevados de dióxido de carbono causam
sonolência. Uma situação similar foi encontrada conforme mostra o gráfico 6, baixos
níveis de dióxido de carbono nos ambientes internos e a resposta do questionário
que não houve por parte dos funcionários e alunos nenhuma queixa de sonolência
no ambiente de trabalho.
Com os resultados e a realização de uma pesquisa mais profunda é possível que
exista interconexão entre a qualidade do ar interior, as condições meteorológicas, as
condições ambientais externas, a percepção de conforto e saúde dos ocupantes e
manutenção dos equipamentos.
As doenças desencadeadas pela má qualidade do ar interior podem ser evitadas. As
principais causas foram identificadas. Estratégias para a resolução e prevenção
podem ser desenvolvidas segundo afirmam Oliver & Shackleton, 1998.
A efetiva melhoria da qualidade do ar interior se dará com o envolvimento
educacional, de várias áreas do conhecimento científico desde a educação
ambiental até as áreas tecnológicas, caracterizando a interdisciplinaridade do
estudo.
Essa educação pode ter a forma de informações gerais através de cartilhas,
palestras e vídeos, elaborados numa linguagem simples e rica, com exemplos de
maneiras de detectar e remediar as fontes mais comuns de poluição do ar em
recintos fechados. Da mesma maneira, o pessoal ligado à manutenção do prédio
deve ser treinado para entender aspectos da QAI na rotina de seu trabalho. Muitas
atividades de manutenção afetam diretamente a QAI, e algumas podem ocasionar
problemas graves. Logo, os ocupantes devem estar conscientes dos aspectos
básicos da qualidade do ar interior e de como suas atividades podem ter um impacto
direto na sua saúde e conforto. (BRIKUS, 1999).
67
E ainda Costa (2006) diz oportunamente que avaliar a questão sob um enfoque
interdisciplinar com certeza contribuirá para um melhor entendimento do problema,
levando à reflexão sobre a necessidade de investigações envolvendo a identificação
dos riscos à saúde e o mapeamento e controle das prováveis fontes de poluição.
68
6. CONCLUSÕES
Os ambientes das bibliotecas estudadas não atendem a todos os parâmetros de
qualidade do ar da resolução n° 9 da ANVISA.
A temperatura interna nas coletas de março e abril ficou acima do valor máximo
permitido.
O índice de ar interno e ar externo (I/E) na coleta de abril de todos os ambientes
climatizados pesquisados ficou acima do valor máximo permitido.
Verificou-se que a umidade relativa externa com relação à interna foi maior em todos
os ambientes.
Os níveis de dióxido de carbono, umidade relativa interna, velocidade do ar interna,
aerodispersoides ficaram dentro dos parâmetros da resolução n° 9 da ANVISA.
Verificou-se que 87% dos alunos e 44 % dos funcionários do CEFET-PE estavam
satisfeitos no ambiente climatizado da biblioteca.
Constatou-se também que os funcionários da manutenção não aplicam o PMOC
(Plano de Manutenção Operação e Controle) e não seguem as recomendações da
ANVISA quanto à qualidade do ar interior (QAI).
69
7. SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS
Como é um tema de interesse geral sugere-se como continuidade deste trabalho
que relacione a qualidade do ar interior com as incidências de doenças
ocupacionais, valendo-se de uma análise clínica e laboratorial e de conforto térmico.
Como o campo de interação é vasto recomenda-se também que realize um estudo
aprofundado de cada parâmetro da norma isoladamente não esquecendo das
interferências humanas, ambientais e sociais.
Vale a pena estender o estudo, baseado e amparado na legislação, para os itens
que também poderiam afetar a qualidade do ar interior e que não foram
contemplados por esta norma como compostos orgãnicos voláteis, randônio
formaldeidos, etc.
Por conta da diversidade dos ambientes pesquisados quanto aos tipos de
equipamentos utilizados, níveis de contaminação, circulação de pessoas, possíveis
pontos de degradação dos ambientes externos, características da edificação e do
local, sugere-se também que o estudo seja realizado em outras bibliotecas.
70
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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VIANNA, Heraldo Marelim. Pesquisa em educação: a observação. vol. V, Editora
Plano, Brasília 2002 – 2004.
77
9. ANEXOS
ANEXO A - Resolução nº 9, de 16 de janeiro de 2003 da ANVISA. Parâmetros de
Qualidade do Ar em Interiores.
O Diretor da Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, no uso
da atribuição que lhe confere a Portaria nº 570, do Diretor Presidente, de 3 de
outubro de 2002; .
Considerando o § 3º, do art. 111 do Regimento Interno aprovado pela Portaria n.º
593, de 25 de agosto de 2000, republicada no DOU de 22 de dezembro de 2000, .
Considerando a necessidade de revisar e atualizar a RE/ANVISA nº 176, de 24 de
outubro de 2000, sobre Padrões Referenciais de Qualidade do Ar Interior em
Ambientes Climatizados Artificialmente de Uso Público e Coletivo, frente ao
conhecimento e a experiência adquiridos no país nos dois primeiros anos de sua
vigência;
Considerando o interesse sanitário na divulgação do assunto;
Considerando a preocupação com a saúde, a segurança, o bem-estar e o conforto
dos ocupantes dos ambientes climatizados;
Considerando o atual estágio de conhecimento da comunidade científica
internacional, na área de qualidade do ar ambiental interior, que estabelece padrões
referenciais e/ou orientações para esse controle;
Considerando o disposto no art. 2º da Portaria GM/MS n.º 3.523, de 28 de agosto de
1998;
Considerando que a matéria foi submetida à apreciação da Diretoria Colegiada que
a aprovou em reunião realizada em 15 de janeiro de 2003, resolve:
Art. 1º Determinar a publicação de Orientação Técnica elaborada por Grupo Técnico
Assessor, sobre Padrões
Referenciais de Qualidade do Ar Interior, em ambientes climatizados artificialmente
de uso público e coletivo, em anexo.
Art. 2º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.
Cláudio Maierovitch Pessanha Henriques
ANEXO
ORIENTAÇÃO TÉCNICA ELABORADA POR GRUPO TÉCNICO ASSESSOR
SOBRE PADRÕES REFERENCIAIS DE QUALIDADE DO AR INTERIO R EM
78
AMBIENTES CLIMATIZADOS ARTIFICIALMENTE DE USO PÚBLICO E COLETIVO
I - HISTÓRICO
O Grupo Técnico Assessor de estudos sobre Padrões Referenciais de Qualidade do
Ar Interior em ambientes climatizados artificialmente de uso público e coletivo, foi
constituído pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA, no âmbito da
Gerência Geral de Serviços da Diretoria de Serviços e Correlatos e instituído por
membros das seguintes instituições:
Sociedade Brasileira de Meio Ambiente e de Qualidade do Ar de
Interiores/BRASINDOOR, Laboratório Noel Nutels.
Instituto de Química da UFRJ, Ministério do Meio Ambiente, Faculdade de Medicina
da USP, Organização Panamericana de Saúde/OPAS, Fundação Oswaldo
Cruz/FIOCRUZ, Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do
Trabalho - FUNDACENTRO/MTb, Instituto Nacional de Metrologia Normalização e
Qualidade Industrial/INMETRO, Associação Paulista de Estudos e Controle de
Infecção Hospitalar/APECIH e, Serviço de Vigilância Sanitária do Ministério da
Saúde/RJ, Instituto de Ciências Biomédicas - ICB/USP e Agência Nacional de
Vigilância Sanitária.
Reuniu-se na cidade de Brasília/DF, durante o ano de 1999 e primeiro semestre de
2000, tendo como metas:
1. estabelecer critérios que informem a população sobre a qualidade do ar interior
em ambientes climatizados artificialmente de uso público e coletivo, cujo
desequilíbrio poderá causar agravos à saúde dos seus ocupantes;
2. instrumentalizar as equipes profissionais envolvidas no controle de qualidade do
ar interior, no planejamento, elaboração, análise e execução de projetos físicos e
nas ações de inspeção de ambientes climatizados artificialmente de uso público e
coletivo.
Reuniu-se na cidade de Brasília/DF, durante o ano de 2002, tendo como metas:
1. Promover processo de revisão na Resolução ANVISA-RE 176/00
2. Atualiza -lá frente à realidade do conhecimento no país.
3. Disponibilizar informações sobre o conhecimento e a experiência adquirida nos
dois primeiros anos de vigência da RE 176.
II - ABRANGÊNCIA
O Grupo Técnico Assessor elaborou a seguinte Orientação Técnica sobre Padrões
Referenciais de Qualidade do Ar Interior em ambientes climatizados artificialmente
de uso público e coletivo, no que diz respeito à definição de valores máximos
recomendáveis para contaminação biológica, química e parâmetros físicos do ar
interior, a identificação das fontes poluentes de natureza biológica, química e física,
métodos analíticos (Normas Técnicas 001, 002, 003 e 004) e as recomendações
para controle (Quadros I e II).
79
Recomendou que os padrões referenciais adotadas por esta Orientação Técnica
sejam aplicados aos ambientes climatizados de uso público e coletivo já existentes e
aqueles a serem instalados. Para os ambientes climatizados de uso restrito, com
exigências de filtros absolutos ou instalações especiais, tais como os que atendem a
processos produtivos, instalações hospitalares e outros, sejam aplicadas às normas
e regulamentos específicos.
III - DEFINIÇÕES
Para fins desta Orientação Técnica são adotadas as seguintes definições,
complementares às adotadas na Portaria GM/MS n.º 3.523/98:
a) Aerodispersóides: sistema disperso, em um meio gasoso, composto de partículas
sólidas e/ou líquidas. O mesmo que aerosol ou aerossol.
b) ambiente aceitável: ambientes livres de contaminantes em concentrações
potencialmente perigosas à saúde dos ocupantes ou que apresentem um mínimo de
80% dos ocupantes destes ambientes sem queixas ou sintomatologia de
desconforto, 2
c) ambientes climatizados: são os espaços fisicamente determinados e
caracterizados por dimensões e instalações próprias, submetidos ao processo de
climatização, através de equipamentos.
d) ambiente de uso público e coletivo: espaço fisicamente determinado e aberto a
utilização de muitas pessoas.
e) ar condicionado: é o processo de tratamento do ar, destinado a manter os
requerimentos de Qualidade do Ar Interior do espaço condicionado, controlando
variáveis como a temperatura, umidade, velocidade, material particulado, partículas
biológicas e teor de dióxido de carbono (CO2).
f) Padrão Referencial de Qualidade do Ar Interior: marcador qualitativo e quantitativo
de qualidade do ar ambiental interior, utilizado como sentinela para determinar a
necessidade da busca das fontes poluentes ou das intervenções ambientais
g) Qualidade do Ar Ambiental Interior: Condição do ar ambiental de interior,
resultante do processo de ocupação de um ambiente fechado com ou sem
climatização artificial.
h) Valor Máximo Recomendável: Valor limite recomendável que separa as condições
de ausência e de presença do risco de agressão à saúde humana.
IV - PADRÕES REFERENCIAIS
Recomenda os seguintes Padrões Referenciais de Qualidade do Ar Interior em
ambientes climatizados de uso público e coletivo.
1 - O Valor Máximo Recomendável - VMR, para contaminação microbiológica deve
ser
750 ufc/m
3
de fungos, para a relação I/E
1,5, onde I é a quantidade de fungos no ambiente interior e E é a quantidade de
fungos no ambiente exterior.
80
NOTA: A relação I/E é exigida como forma de avaliação frente ao conceito de
normalidade, representado pelo meio ambiente exterior e a tendência
epidemiológica de amplificação dos poluentes nos ambientes fechados.
1.1 - Quando o VMR for ultrapassado ou a relação I/E for > 1,5, é necessário fazer
um diagnóstico de fontes poluentes para uma intervenção corretiva.
1.2 - É inaceitável a presença de fungos patogênicos e toxigênicos.
2 - Os Valores Máximos Recomendáveis para contaminação química são:
2.1 -
1000 ppm de dióxido de carbono - ( CO
2
) , como indicador de renovação de ar
externo, recomendado para conforto e bem-estar.
2.2 -
80 µg/m
3
de aerodispersóides totais no ar, como indicador do grau de pureza do ar e
limpeza do ambiente climatizado.
NOTA: Pela falta de dados epidemiológicos brasileiros é mantida a recomendação
como indicador de renovação do ar o valor = 1000 ppm de Dióxido de carbono -
CO
2
3 - Os valores recomendáveis para os parâmetros físicos de temperatura, umidade,
velocidade e taxa de renovação do ar e de grau de pureza do ar, deverão estar de
acordo com a NBR 6401 - Instalações Centrais de Ar Condicionado para Conforto -
Parâmetros Básicos de Projeto da ABNT - Associação Brasileira de Normas
Técnicas.
3.1 - a faixa recomendável de operação das Temperaturas de Bulbo Seco, nas
condições internas para verão, deverá variar de 23
0
C a 26
0
C, com exceção de
ambientes de arte que deverão operar entre 21
0
C e 23
0
C. A faixa máxima de
operação deverá variar de 26,5
0
C a 27
0
C, com exceção das áreas de acesso que
poderão operar até 280C. A seleção da faixa depende da finalidade e do local da
instalação. Para condições internas para inverno, a faixa recomendável de operação
deverá variar de 20
0
C a 22
0
C.
3.2 - a faixa recomendável de operação da Umidade Relativa, nas condições
internas para verão, deverá variar de 40% a 65%, com exceção de ambientes de
arte que deverão operar entre 40% e 55% durante todo o ano. O valor máximo de
operação deverá ser de 65%, com exceção das áreas de acesso que poderão
operar até 70%. A seleção da faixa depende da finalidade e do local da instalação.
Para condições internas para inverno, a faixa recomendável de operação deverá
variar de 35% a 65%.
3.3 - o Valor Máximo Recomendável - VMR de operação da Velocidade do Ar, no
nível de 1,5m do piso, na região de influência da distribuição do ar é de menos 0,25
m/s.
3.4 - a Taxa de Renovação do Ar adequada de ambientes climatizados será, no
mínimo, de 27 m
3
/hora/pessoa, exceto no caso específico de ambientes com alta
rotatividade de pessoas. Nestes casos a Taxa de Renovação do Ar mínima será de
81
17 m
3
/hora/pessoa, não sendo admitido em qualquer situação que os ambientes
possuam uma concentração de CO
2
, maior ou igual à estabelecida em IV-2.1, desta
Orientação Técnica.
3.5 - a utilização de filtros de classe G1 é obrigatória na captação de ar exterior. O
Grau de Pureza do Ar nos ambientes climatizados será obtido utilizando-se, no
mínimo, filtros de classe G-3 nos condicionadores de sistemas centrais, minimizando
o acúmulo de sujidades nos dutos, assim como reduzindo os níveis de material
particulado no ar insuflado.
Os padrões referenciais adotados complementam as medidas básicas definidas na
Portaria GM/MS n.º 3.523/98, de 28 de agosto de 1998, para efeito de
reconhecimento, avaliação e controle da Qualidade do Ar Interior nos ambientes
climatizados. Deste modo poderão subsidiar as decisões do responsável técnico
pelo gerenciamento do sistema de climatização, quanto a definição de periodicidade
dos procedimentos de limpeza e manutenção dos componentes do sistema, desde
que asseguradas as freqüências mínimas para os seguintes componentes,
considerados como reservatórios, amplificadores e disseminadores de poluentes.
V - FONTES POLUENTES
Recomenda que sejam adotadas para fins de pesquisa e com o propósito de
levantar dados sobre a realidade brasileira, assim como para avaliação e correção
das situações encontradas, as possíveis fontes de poluentes informadas nos
Quadros I e II.
82
83
84
Observações - Os poluentes indicados são aqueles de maior ocorrência nos
ambientes de interior, de efeitos conhecidos na saúde humana e de mais fácil
detecção pela estrutura laboratorial existente no país.
Outros poluentes que venham a ser considerados importantes serão incorporados
aos indicados, desde que atendam ao disposto no parágrafo anterior.
VI - AVALIAÇÃO E CONTROLE
Recomenda que sejam adotadas para fins de avaliação e controle do ar ambientais
interiores dos ambientes climatizados de uso coletivo, as seguintes Normas
Técnicas 001, 002, 003 e 004.
Na elaboração de relatórios técnicos sobre qualidade do ar interior, é recomendada
a NBR-10.719 da ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas.
1 World Health Organization. Indoor air quality: biological contaminants;
Copenhagen, Denmark, 1983 ( European Series nº 31).
2 American Society of Hearting, Refreigerating and Air Conditioning Engineers, Inc.
ASHARAE Standard 62 - Ventilation for Acceptable Indoor Air Quality, 2001
3 Kulcsar Neto, F & Siqueira, LFG. Padrões Referenciais para Análise de Resultados
de Qualidade Microbiológica do Ar em Interiores Visando a Saúde Pública no Brasil -
Revista da Brasindoor. 2 (10): 4-21,1999.
4 Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA, Resolução n.º 03 de 28/06
/1990.
5 ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas, NBR 6401 - Instalações
Centrais de Ar Condicionado para Conforto - Parâmetros Básicos de Projeto, 1980.
6 Siqueira, LFG & Dantas, EHM. Organização e Métodos no Processo de Avaliação
da Qualidade do Ar de Interiores - Revista da Brasindoor, 3 (1): 19-26, 1999.
7 Aquino Neto, F.R; Brickus, L.S.R. Padrões Referenciais para Análise de
Resultados da Qualidade Físico-química do Ar de Interior Visando a Saúde Pública.
Revista da Brasindoor, 3(2):4 -15,1999
NORMA TÉCNICA 001
85
Qualidade do Ar Ambiental Interior. Método de Amostragem e Análise de Bioaerosol
em Ambientes Interiores.
MÉTODO ANALÍTICO
OBJETIVO: Pesquisa, monitoramento e controle ambiental da possível colonização,
multiplicação e disseminação de fungos em ar ambiental interior.
DEFINIÇÕES:
Bioaerosol: Suspensão de microorganismos (organismos viáveis) dispersos no ar.
Marcador epidemiológico: Elemento aplicável à pesquisa, que determina a qualidade
do ar ambiental.
APLICABILIDADE: Ambientes de interior climatizados, de uso coletivo, destinados a
ocupações comuns (não especiais).
MARCADOR EPIDEMIOLÓGICO: Fungos viáveis.
MÉTODO DE AMOSTRAGEM: Amostrador de ar por impactação com acelerador
linear.
PERIODICIDADE: Semestral.
ESTRATÉGIA DE AMOSTRAGEM:
- selecionar 01 amostra de ar exterior localizada fora da estrutura predial na altura
de 1,50 m do nível da rua.
- Definir o número de amostras de ar interior, tomando por base a área construída
climatizada dentro de uma mesma edificação e razão social, seguindo a tabela
abaixo:
86
- as unidades funcionais dos estabelecimentos com características epidemiológicas
diferenciadas, tais como serviço médico, restaurantes, creches e outros, deverão ser
amostrados isoladamente.
- os pontos amostrais deverão ser distribuídos uniformemente e coletados com o
amostrador localizado na altura de 1,5 m do piso, no centro do ambiente ou em zona
ocupada.
PROCEDIMENTO LABORATORIAL: Método de cultivo e quantificação segundo
normalizações universalizadas. Tempo mínimo de incubação de 7 dias a 25°C.,
permitindo o total crescimento dos fungos.
BIBLIOGRAFIA: "Standard Methods for Examination of Water and Wastewater".
17 th ed. APHA, AWWA, WPC.F; "The United States Pharmacopoeia". USP, XXIII
ed., NF XVIII, 1985.
NIOSH- National Institute for Occupational Safety and Health, NIOSH Manual of
Analytical Methods (NMAM), BIOAEROSOL SAMPLING (Indoor Air) 0800, Fourth
Edition.
IRSST - Institute de Recherche en Santé et en Securité du Travail du Quebec,
Canada, 1994.
Members of the Technicael Advisory Committee on Indoor Air Quality, Commission
of Public Health Ministry of the Environment - Guidelines for Good Indoor Air Quality
in Office Premises, Singapore.
NORMA TÉCNICA 002
Qualidade do Ar Ambiental Interior. Método de Amostragem e Análise da
Concentração de Dióxido de Carbono em Ambientes Interiores.
MÉTODO ANALÍTICO
OBJETIVO: Pesquisa, monitoramento e controle do processo de renovação de ar
em ambientes climatizados.
APLICABILIDADE: Ambientes interiores climatizados, de uso coletivo.
MARCADOR EPIDEMIOLÓGICO: Dióxido de carbono (CO2).
MÉTODO DE AMOSTRAGEM: Equipamento de leitura direta.
PERIODICIDADE: Semestral.
87
FICHA TÉCNICA DOS AMOSTRADORES:
ESTRATÉGIA DE AMOSTRAGEM:
- Definir o número de amostras de ar interior, tomando por base a área construída
climatizada dentro de uma mesma edificação e razão social, seguindo a tabela
abaixo:
- as unidades funcionais dos estabelecimentos com características epidemiológicas
diferenciadas, tais como serviço médico, restaurantes, creches e outros, deverão ser
amostrados isoladamente.
- os pontos amostrais deverão ser distribuídos uniformemente e coletados com o
amostrador localizado na altura de 1,5 m do piso, no centro do ambiente ou em zona
ocupada.
PROCEDIMENTO DE AMOSTRAGEM: As medidas deverão ser realizadas em
horários de pico de utilização do ambiente.
NORMA TÉCNICA 003
Qualidade do Ar Ambiental Interior. Método de Amostragem. Determinação da
Temperatura, Umidade e Velocidade do Ar em Ambientes Interiores.
MÉTODO ANALÍTICO
OBJETIVO: Pesquisa, monitoramento e controle do processo de climatização de ar
em ambientes climatizados.
APLICABILIDADE: Ambientes interiores climatizados, de uso coletivo.
MARCADORES: Temperatura do ar (°C) Umidade do ar (%) Velocidade do ar (m/s).
MÉTODO DE AMOSTRAGEM: Equipamentos de leitura direta. Termo-higrômetro e
Anemômetro.
PERIODICIDADE: Semestral.
FICHA TÉCNICA DOS AMOSTRADORES:
88
ESTRATÉGIA DE AMOSTRAGEM:
- Definir o número de amostras de ar interior, tomando por base a área construída
climatizada dentro de uma mesma edificação e razão social, seguindo a tabela
abaixo:
- as unidades funcionais dos estabelecimentos com características epidemiológicas
diferenciadas, tais como serviço médico, restaurantes, creches e outros, deverão ser
amostrados isolada-mente.
- os pontos amostrais deverão ser distribuídos uniformemente e coletados com o
amostrador localizado na altura de 1,5 m do piso, no centro do ambiente ou em zona
ocupada, para o Termo-higrômetro e no espectro de ação do difusor para o
Anemômetro.
Norma Técnica 004
Qualidade do Ar Ambiental Interior. Método de Amostragem e Análise de
Concentração de Aerodispersóides em Ambientes Interiores.
MÉTODO ANALÍTICO
OBJETIVO: Pesquisa, monitoramento e controle de aerodispersóides totais em
ambientes interiores climatizados.
APLICABILIDADE: Ambientes de interior climatizados, de uso coletivo, destinados a
ocupações comuns (não especiais).
MARCADOR EPIDEMIOLÓGICO: Poeira Total (µg/m3).
MÉTODO DE AMOSTRAGEM: Coleta de aerodispersóides por filtração (MB-3422
da ABNT).
PERIODICIDADE: Semestral.
89
FICHA TÉCNICA DO AMOSTRADOR:
ESTRATÉGIA DE AMOSTRAGEM:
- Definir o número de amostras de ar interior, tomando por base a área construída
climatizada dentro de uma mesma edificação e razão social, seguindo a tabela
abaixo:
- As unidades funcionais dos estabelecimentos com características epidemiológicas
diferenciadas, tais como serviço médico, restaurantes, creches e outros, deverão ser
amostrados isoladamente.
- Os pontos amostrais deverão ser distribuídos uniformemente e coletados com o
amostrador localizado na altura de 1,5 m do piso, no centro do ambiente ou em zona
ocupada.
PROCEDIMENTO DE COLETA: MB-3422 da ABNT.
PROCEDIMENTO DE CALIBRAÇÃO DAS BOMBAS: NBR- 10.562 da ABNT
PROCEDIMENTO LABORATORIAL: NHO 17 da FUNDACENTRO
VII - INSPEÇÃO
Recomenda que os órgãos competentes de Vigilância Sanitária com o apoio de
outros órgãos governamentais, organismos representativos da comunidade e dos
ocupantes dos ambientes climatizados, utilizem esta Orientação Técnica como
instrumento técnico referencial, na realização de inspeções e de outras ações
pertinentes nos ambientes climatizados de uso público e coletivo.
VIII - RESPONSABILIDADE TÉCNICA
Recomenda que os proprietários, locatários e prepostos de estabelecimentos com
ambientes ou conjunto de ambientes dotados de sistemas de climatização com
90
capacidade igual ou superior a 5 TR (15.000 kcal/h = 60.000 BTU/h), devam manter
um responsável técnico atendendo ao determinado na Portaria GM/MS nº 3.523/98,
além de desenvolver as seguintes atribuições:
a) providenciar a avaliação biológica, química e física das condições do ar interior
dos ambientes climatizados;
b) promover a correção das condições encontradas, quando necessária, para que
estas atendam ao estabelecido no Art. 4º desta Resolução;
c) manter disponível o registro das avaliações e correções realizadas; e
d)divulgar aos ocupantes dos ambientes climatizados os procedimentos e resultados
das atividades de avaliação, correção e manutenção realizadas.
Em relação aos procedimentos de amostragem, medições e análises laboratoriais,
considera-se como responsável técnico, o profissional que tem competência legal
para exercer as atividades descritas, sendo profissional de nível superior com
habilitação na área de química (Engenheiro químico, Químico e Farmacêutico) e na
área de biologia (Biólogo, Farmacêutico e Biomédico) em conformidade com a
regulamentação profissional vigente no país e comprovação de Responsabilidade
Técnica - RT, expedida pelo Órgão de Classe.
As análises laboratoriais e sua responsabilidade técnica devem obrigatoriamente
estar desvinculada das atividades de limpeza, manutenção e comercialização de
produtos destinados ao sistema de climatização.
91
ANEXO B - Portaria nº 3.523, de 28 de agosto de 1998. Regulamento técnico.
O Ministro de Estado da Saúde, no uso das atribuições que lhe confere o artigo 87,
Parágrafo único, item II, da Constituição Federal e tendo em vista o disposto nos
artigos 6º, I, "a", "c", V, VII, IX, § 1º, I e II, § 3º, I a VI, da Lei nº 8.080, de 19 de
setembro de 1990;
Considerando a preocupação mundial com a Qualidade do Ar de Interiores em
ambientes climatizados e a ampla e crescente utilização de sistemas de ar
condicionado no país, em função das condições climáticas;
Considerando a preocupação com a saúde, o bem-estar, o conforto, a produtividade
e o absenteísmo ao trabalho, dos ocupantes dos ambientes climatizados e a sua
inter-relação com a variável qualidade de vida;
Considerando a qualidade do ar de interiores em ambientes climatizados e sua
correlação com a Síndrome dos Edifícios Doentes relativa à ocorrência de agravos à
saúde;
Considerando que o projeto e a execução da instalação, inadequados, a operação e
a manutenção precárias dos sistemas de climatização, favorecem a ocorrência e o
agravamento de problemas de saúde;
Considerando a necessidade de serem aprovados procedimentos que visem
minimizar o risco potencial à saúde dos ocupantes, em face da permanência
prolongada em ambientes climatizados, resolve:
Art. 1º - Aprovar Regulamento Técnico contendo medidas básicas referentes aos
procedimentos de verificação visual do estado de limpeza, remoção de sujidades por
métodos físicos e manutenção do estado de integridade e eficiência de todos os
componentes dos sistemas de climatização, para garantir a Qualidade do Ar de
Interiores e prevenção de riscos à saúde dos ocupantes de ambientes climatizados.
Art. 2º - Determinar que serão objeto de Regulamento Técnico a ser elaborado por
este Ministério, medidas específicas referentes a padrões de qualidade do ar em
ambientes climatizados, no que diz respeito à definição de parâmetros físicos e
composição química do ar de interiores, a identificação dos poluentes de natureza
física, química e biológica, suas tolerâncias e métodos de controle, bem como pré-
requisitos de projetos de instalação e de execução de sistemas de climatização.
Art. 3º - As medidas aprovadas por este Regulamento Técnico aplicam-se aos
ambientes climatizados de uso coletivo já existente e aqueles a serem executados e,
de forma complementar, aos regidos por normas e regulamentos específicos.
Parágrafo Único - Para os ambientes climatizados com exigências de filtros
absolutos ou instalações especiais, tais como aquelas que atendem a processos
produtivos, instalações hospitalares e outros, aplicam-se as normas e regulamentos
específicos, sem prejuízo do disposto neste Regulamento.
Art. 4º - Adotar para fins deste Regulamento Técnico as seguintes definições:
92
a) ambientes climatizados: ambientes submetidos ao processo de climatização.
b) ar de renovação: ar externo que é introduzido no ambiente climatizado.
c) ar de retorno: ar que recircula no ambiente climatizado.
d) boa qualidade do ar interno: conjunto de propriedades físicas, químicas e
biológicas do ar que não apresentem agravos à saúde humana.
e) climatização: conjunto de processos empregados para se obter por meio de
equipamentos em recintos fechados, condições específicas de conforto e boa
qualidade do ar, adequadas ao bem-estar dos ocupantes.
f) filtro absoluto: filtro de classe A1 até A3, conforme especificações do Anexo II.
g) limpeza: procedimento de manutenção preventiva que consiste na remoção de
sujidade dos componentes do sistema de climatização, para evitar a sua dispersão
no ambiente interno.
h) manutenção: atividades técnicas e administrativas destinadas a preservar as
características de desempenho técnico dos componentes ou sistemas de
climatização, garantindo as condições previstas neste Regulamento Técnico.
i) Síndrome dos Edifícios Doentes: consiste no surgimento de sintomas que são
comuns à população em geral, mas que, numa situação temporal, pode ser
relacionado a um edifício em particular. Um incremento substancial na prevalência
dos níveis dos sintomas, antes relacionados, proporciona a relação entre o edifício e
seus ocupantes.
Art. 5º - Todos os sistemas de climatização devem estar em condições adequadas
de limpeza, manutenção, operação e controle, observadas as determinações, abaixo
relacionadas, visando à prevenção de riscos à saúde dos ocupantes:
a) manter limpos os componentes do sistema de climatização, tais como: bandejas,
serpentinas, umidificadores, ventiladores e dutos, de forma a evitar a difusão ou
multiplicação de agentes nocivos à saúde humana e manter a boa qualidade do ar
interno.
b) utilizar, na limpeza dos componentes do sistema de climatização, produtos
biodegradáveis devidamente registrados no Ministério da Saúde para esse fim.
c) verificar periodicamente as condições físicas dos filtros e mantê-los em condições
de operação. Promover a sua substituição quando necessária.
d) restringir a utilização do compartimento onde está instalada a caixa de mistura do
ar de retorno e ar de renovação, ao uso exclusivo do sistema de climatização. É
proibido conter no mesmo compartimento materiais, produtos ou utensílios.
e) preservar a captação de ar externo livre de possíveis fontes poluentes externas
que apresentem riscos à saúde humana e dotá-la no mínimo de filtro classe G1
(um), conforme as especificações do Anexo II.
93
f) garantir a adequada renovação do ar de interior dos ambientes climatizados, ou
seja, no mínimo de 27m3/h/pessoa.
g) descartar as sujidades sólidas, retiradas do sistema de climatização após a
limpeza, acondicionadas em sacos de material resistente e porosidade adequada,
para evitar o espalhamento de partículas inaláveis.
Art. 6º - Os proprietários, locatários e prepostos, responsáveis por sistemas de
climatização com capacidade acima de 5 TR (15.000 kcal/h = 60.000 BTU/H),
deverão manter um responsável técnico habilitado, com as seguintes atribuições:
a) implantar e manter disponível no imóvel um Plano de Manutenção, Operação e
Controle - PMOC, adotado para o sistema de climatização. Este Plano deve conter a
identificação do estabelecimento que possui ambientes climatizados, a descrição
das atividades a serem desenvolvidas, a periodicidade das mesmas, as
recomendações a serem adotadas em situações de falha do equipamento e de
emergência, para garantia de segurança do sistema de climatização e outros de
interesse, conforme especificações contidas no Anexo I deste Regulamento Técnico
e NBR 13971/97 da Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT.
b) garantir a aplicação do PMOC por intermédio da execução contínua direta ou
indireta deste serviço.
c) manter disponível o registro da execução dos procedimentos estabelecidos no
PMOC.
d) divulgar os procedimentos e resultados das atividades de manutenção, operação
e controle aos ocupantes.
Parágrafo Único - O PMOC deverá ser implantado no prazo máximo de 180 dias, a
partir da vigência deste Regulamento Técnico.
Art. 7º - O PMOC do sistema de climatização deve estar coerente com a legislação
de Segurança e Medicina do Trabalho. Os procedimentos de manutenção, operação
e controle dos sistemas de climatização e limpeza dos ambientes climatizados, não
devem trazer riscos à saúde dos trabalhadores que os executam, nem aos
ocupantes dos ambientes climatizados.
Art. 8º - Os órgãos competentes de Vigilância Sanitária farão cumprir este
Regulamento Técnico, mediante a realização de inspeções e de outras ações
pertinentes, com o apoio de órgãos governamentais, organismos representativos da
comunidade e ocupantes dos ambientes climatizados.
Art. 9º - O não cumprimento deste Regulamento Técnico configura infração sanitária,
sujeitando o proprietário ou locatário do imóvel ou preposto, bem como o
responsável técnico, quando exigido, às penalidades previstas na Lei nº 6.437, de 20
de agosto de 1977, sem prejuízo de outras penalidades previstas em legislação
específica.
Art. 10 - Esta Portaria entra em vigor na data da sua publicação, revogadas as
disposições em contrário.
JOSÉ SERRA
94
ANEXO I
PLANO DE MANUTENÇÃO, OPERAÇÃO E CONTROLE - PMOC
1 - Identificação do Ambiente ou Conjunto de Ambientes:
Nome (Edifício/Entidade)
Endereço completo
Complemento Bairro Cidade UF
Telefone Fax
2 - Identificação do ( ) Proprietário, ( ) Locatário ou ( ) Preposto:
Nome/Razão Social CIC/CGC
Endereço completo Tel./Fax/Endereço Eletrônico
3 - Identificação do Responsável Técnico:
Nome/Razão Social CIC/CGC
Endereço completo Tel./Fax/Endereço Eletrônico
Registro no Conselho de Classe ART*
*ART = Anotação de Responsabilidade Técnica
4 - Relação dos Ambientes Climatizados:
T
ipo de
Atividade
Nº de Ocupantes
Fixos Flutuantes
Identificação do
Ambiente ou
Conjunto de
Ambientes
Área Climatizada
Total
Carga Térmica
- - - - -
- - - - -
- - - - -
- - - - -
NOTA: anexar Projeto de instalação do sistema de climatização.
5 - Plano de Manutenção e Controle
Descrição da atividade
Periodicidade
Data de
execução
Executado
por
Aprovado
por
95
a) Condicionador de Ar (do tipo "expansão direta" e "água gelada")
Verificar e eliminar
sujeira, danos e
corrosão no gabinete,
na moldura da
serpentina e na
bandeja;
-
- - -
limpar as serpentinas e
bandejas
-
- - -
verificar a operação
dos controles de vazão;
-
- - -
verificar a operação de
drenagem de água da
bandeja;
-
- - -
verificar o estado de
conservação do
isolamento termo-
acústico;
-
- - -
verificar a vedação dos
painéis de fechamento
do gabinete;
-
- - -
verificar a tensão das
correias para evitar o
escorregamento;
-
- - -
lavar as bandejas e
serpentinas com
remoção do biofilme
(lodo), sem o uso de
produtos
desengraxantes e
corrosivos;
-
- - -
limpar o gabinete do
condicionador e
ventiladores (carcaça e
rotor).
-
- - -
verificar os filtros de
ar:
-
- - -
- filtros de ar (secos) - - - -
96
verificar e eliminar
sujeira, danos e
corrosão;
-
- - -
medir o diferencial de
pressão;
-
- - -
verificar e eliminar as
frestas dos filtros;
-
- - -
limpar (quando
recuperável) ou
substituir (quando
descartável) o
elemento filtrante.
- - - -
- filtros de ar
(embebidos em óleo)
- - - -
verificar e eliminar
sujeira, danos e
corrosão;
-
- - -
medir o diferencial de
pressão;
-
- - -
verificar e eliminar as
frestas dos filtros;
-
- - -
lavar o filtro com
produto desengraxante
e inodoro;
-
- - -
pulverizar com óleo
(inodoro) e escorrer,
mantendo uma fina
película de óleo.
-
- - -
b) Condicionador de Ar (do tipo "com condensador remoto" e "janela")
verificar e eliminar
sujeira, danos e
corrosão no gabinete,
na moldura da
serpentina e na
bandeja;
-
- - -
verificar a operação de
drenagem de água da
bandeja;
-
- - -
97
verificar o estado de
conservação do
isolamento termo-
acústico (se está
preservado e se não
contém bolor);
-
- - -
verificar a vedação dos
painéis de fechamento
do gabinete;
-
- - -
levar as bandejas e
serpentinas com
remoção do biofilme
(lodo), sem o uso de
produtos
desengraxantes e
corrosivos;
-
- - -
limpar o gabinete do
condicionador;
-
- - -
verificar os filtros de
ar.
-
- - -
- filtros de ar - - - -
verificar e eliminar
sujeira, danos e
corrosão;
-
- - -
verificar e eliminar as
frestas dos filtros;
-
- - -
limpar o elemento
filtrante.
-
- - -
c) Ventiladores
verificar e eliminar
sujeira, danos e
corrosão;
-
- - -
verificar a fixação; - - - -
verificar o ruído dos
mancais;
-
- - -
lubrificar os mancais; - - - -
98
verificar a tensão das
correias para evitar o
escorregamento;
-
- - -
verificar vazamentos
nas ligações flexíveis;
- - - -
verificar a operação
dos amortecedores de
vibração;
-
- - -
verificar a instalação
dos protetores de
polias e correias;
-
- - -
verificar a operação
dos controles de vazão;
-
- - -
verificar a drenagem
de água;
-
- - -
limpar interna e
externamente a
carcaça e o rotor.
- - - -
d) Casa de Máquinas do Condicionador de Ar
verificar e eliminar
sujeira e água;
-
- - -
verificar e eliminar
corpos estranhos;
-
- - -
verificar e eliminar as
obstruções no retorno
e tomada de ar
externo;
-
- - -
- aquecedores de ar
verificar e eliminar
sujeira, dano e
corrosão;
-
- - -
verificar o
funcionamento dos
dispositivos de
segurança;
- - - -
99
limpar a face de
passagem do fluxo de
ar.
-
- - -
- umidificador de ar com tubo difusor (ver obs. 1)
verificar e eliminar
sujeira, danos e
corrosão;
-
- - -
verificar a operação da
válvula de controle;
-
- - -
ajustar a gaxeta da
haste da válvula de
controle;
-
- - -
purgar a água do
sistema;
-
- - -
verificar o tapamento
da caixa d'água de
reposição;
-
- - -
verificar o
funcionamento dos
dispositivos de
segurança;
- - - -
verificar o estado das
linhas de distribuição
de vapor e de
condensado;
-
- - -
- tomada de ar externo (ver obs. 2)
verificar e eliminar
sujeira, danos e
corrosão;
-
- - -
verificar a fixação; - - - -
medir o diferencial de
pressão;
-
- - -
medir a vazão; - - - -
verificar e eliminar as
frestas dos filtros;
-
- - -
100
verificar o acionamento
mecânico do registro
de ar ("damper")
-
- - -
limpar (quando
recuperável) ou
substituir (quando
descartável) o
elemento filtrante;
- - - -
- registro de ar ("damper") de retorno (ver obs. 2)
verificar e eliminar
sujeira, danos e
corrosão;
-
- - -
verificar o seu
acionamento mecânico;
- - - -
medir a vazão; - - - -
- registro de ar ("damper") corta fogo (quando houver)
verificar o certificado
de teste;
-
- - -
verificar e eliminar
sujeira nos elementos
de fechamento, trava e
reabertura;
-
- - -
verificar o
funcionamento dos
elementos de
fechamento, trava e
reabertura;
- - - -
verificar o
posicionamento do
indicador de condição
(aberto ou fechado);
- - - -
- registro de ar ("damper") de gravidade (venezianas automáticas)
verificar e eliminar
sujeira, danos e
corrosão;
-
- - -
verificar o acionamento
-
- - -
101
mecânico;
lubrificar os mancais; - - - -
Observações:
1. Não é recomendado o uso de umidificador de ar por aspersão que possui bacia de água
no interior do duto de insuflamento ou no gabinete do condicionador.
2. É necessária a existência de registro de ar no retorno e tomada de ar externo, para
garantir a correta vazão de ar no sistema.
e) Dutos, Acessórios e Caixa Pleno para o Ar
verificar e eliminar
sujeira (interna e
externa), danos e
corrosão;
-
- - -
verificar a vedação das
portas de inspeção em
operação normal;
-
- - -
verificar e eliminar
danos no isolamento
térmico;
-
- - -
verificar a vedação das
conexões.
-
- - -
- bocas de ar para insuflamento e retorno do ar
verificar e eliminar
sujeira, danos e
corrosão;
-
- - -
verificar a fixação; - - - -
medir a vazão; - - - -
- dispositivos de
bloqueio e
balanceamento
- - - -
verificar e eliminar
sujeira, danos e
corrosão;
-
- - -
verificar o
funcionamento;
- - - -
102
f) Ambientes Climatizados
verificar e eliminar
sujeira, odores
desagradáveis, fontes
de ruídos, infiltrações,
armazenagem de
produtos químicos,
fontes de radiação de
calor excessivo, e
fontes de geração de
microorganismos;
-
- - -
g) Torre de Resfriamento
verificar e eliminar
sujeira, danos e
corrosão;
-
- - -
Notas:
1) As práticas de manutenção acima devem ser aplicadas em conjunto com as
recomendações de manutenção mecânica da NBR 13.971 - Sistemas de Refrigeração.
Condicionamento de Ar e Ventilação - Manutenção Programada da ABNT, assim como aos
edifícios da Administração Pública Federal o disposto no capítulo Práticas de Manutenção,
Anexo 3, itens 2.6.3 e 2.6.4 da Portaria nº 2.296/97, de 23 de julho de 1997, Práticas de
Projeto, Construção e Manutenção dos Edifícios Públicos Federais, do Ministério da
Administração Federal e Reformas de Estado - MARE. O somatório das práticas de
manutenção para garantia do ar e manutenção programada visando o bom funcionamento e
desempenho térmico dos sistemas, permitirá o correto controle dos ajustes das variáveis de
manutenção e controle dos poluentes dos ambientes.
2) Todos os produtos utilizados na limpeza dos componentes dos sistemas de climatização,
devem ser biodegradáveis e estarem devidamente registrados no Ministério da Saúde para
esse fim.
3) Toda verificação deve ser seguida dos procedimentos necessários para o funcionamento
correto do sistema de climatização.
6 - Recomendações aos usuários em situações de falha do equipamento e outras de
emergência:
Descrição:
-
-
-
103
-
-
-
-
ANEXO II
CLASSIFICAÇÃO DE FILTROS DE AR PARA UTILIZAÇÃO EM AMBIENTES CLIMATIZADOS,
CONFORME RECOMENDAÇÃO NORMATIVA 004-1995 da SBCC
Classe de filtro Eficiência (%)
Grossos G0 30-59
- G1 60-74
- G2 75-84
- G3 85 e acima
Finos F1 40-69
- F2 70-89
- F3 90 e acima
Absolutos A1 85-94, 9
- A2 95-99, 96
- A3 99, 97 e acima
Notas:
1) métodos de ensaio:
Classe G: Teste gravimétrico, conforme ASHRAE* 52.1 - 1992 (arrestance)
Classe F: Teste colorimétrico, conforme ASHRAE 52.1 - 1992 (dust spot)
Classe A: Teste fotométrico DOP TEST, conforme U.S. Militar Standart 282
*ASHRAE - American Society of Heating, Refrigerating, and Air Conditioning Engineers, Inc.
2) Para classificação das áreas de contaminação controlada, referir-se a NBR 13.700 de
junho de 1996, baseada na US Federal Standart 209E de 1992.
3) SBCC - Sociedade Brasileira de Controle da Contaminação
104
ANEXO C – Condições meteorológicas no dia da coleta do LAMEPE–ITEP
DataHora DirVento TempAr UmidRel
Fluvio
2008-03-14
00:00:00.0
273.0 21.0 100.0
79.5
2008-03-13
23:00:00.0
358.0 21.0 97.0
79.5
2008-03-13
22:00:00.0
295.0 21.0 98.0
79.5
2008-03-13
21:00:00.0
281.0 22.0 91.0
79.5
2008-03-13
20:00:00.0
356.0 22.0 93.0
79.5
2008-03-13
19:00:00.0
243.0 25.0 73.0
79.5
2008-03-13
18:00:00.0
345.0 28.0 60.0
79.5
2008-03-13
17:00:00.0
262.0 30.0 50.0
79.5
2008-03-13
16:00:00.0
337.0 29.0 60.0
79.5
2008-03-13
15:00:00.0
332.0 28.0 70.0
79.5
2008-03-13
14:00:00.0
321.0 26.0 79.0
79.5
2008-03-13
13:00:00.0
274.0 24.0 87.0
79.5
2008-03-13
12:00:00.0
281.0 38.0 96.0
79.5
2008-03-13
11:00:00.0
305.0 25.0 76.0
79.5
2008-03-13
10:00:00.0
66.0 20.0 100.0
79.5
2008-03-13
09:00:00.0
281.0 20.0 100.0
79.5
2008-03-13
08:00:00.0
263.0 19.0 100.0
79.5
2008-03-13
07:00:00.0
85.0 20.0 100.0
79.5
2008-03-13
06:00:00.0
329.0 20.0 100.0
79.5
2008-03-13
05:00:00.0
348.0 20.0 100.0
79.5
2008-03-13
04:00:00.0
324.0 20.0 100.0
79.5
2008-03-13
03:00:00.0
308.0 20.0 100.0
79.5
2008-03-13
02:00:00.0
253.0 21.0 99.0
79.5
2008-03-13
01:00:00.0
235.0 21.0 100.0
79.5
2008-03-13
00:00:00.0
311.0 21.0 96.0
79.5
2008-03-12
23:00:00.0
110.0 21.0 95.0
79.5
2008-03-12
22:00:00.0
302.0 22.0 94.0
79.5
2008-03-12 352.0 22.0 90.0
79.5
105
21:00:00.0
2008-03-12
20:00:00.0 289.0
23.0 86.0
2008-03-12
19:00:00.0 353.0
23.0 84.0
2008-03-12
18:00:00.0
73.0 24.0 78.0
2008-03-12
17:00:00.0 130.0
25.0 67.0
2008-03-12
16:00:00.0 259.0
28.0 60.0
2008-03-12
15:00:00.0
255.0 30.0 68.0
2008-03-12
14:00:00.0
323.0 28.0 70.0
2008-03-12
13:00:00.0
46.0 26.0 87.0
2008-03-12
12:00:00.0 321.0
23.0 100.0
2008-03-12
11:00:00.0
346.0 20.0 100.0
2008-03-12
10:00:00.0 346.0
20.0 100.0
2008-03-12
09:00:00.0 317.0
19.0 100.0
2008-03-12
08:00:00.0
6.0 19.0 100.0
2008-03-12
07:00:00.0 129.0
19.0 100.0
2008-03-12
06:00:00.0 355.0
19.0 100.0
2008-03-12
05:00:00.0
125.0 19.0 100.0
2008-03-12
04:00:00.0
433.0 43.0 10.0
2008-03-12
03:00:00.0 162.0
20.0 97.0
2008-03-12
02:00:00.0 327.0
20.0 93.0
2008-03-12
01:00:00.0
282.0 21.0 91.0
2008-03-12
00:00:00.0 321.0
22.0 94.0
106
DataHora DirVelVentoMax DirVento Pluvio RadSolAcum RadSolGlob TempAr TempMax TempMin UmidRel VelVento10m VelVento3m VelVentoMax
2008-05-01
21:00:00.0
70.0 190.0 53.75 0.8 26.0 30.5 24.0 0.0 0.5 3.0
2008-05-01
18:00:00.0
80.0 60.0 53.75 2.6 27.5 31.5 24.0 0.0 1.1 5.7
2008-05-01
15:00:00.0
140.0 100.0 53.0 6.2 28.0 33.5 24.0 0.0 1.6 5.1
2008-05-01
12:00:00.0
20.0 210.0 53.0 1.3 27.0 33.5 24.0 79.0 0.8 3.6
2008-05-01
09:00:00.0
260.0 300.0 16.75 0.0 24.0 33.5 23.5 83.0 0.3 1.8
2008-05-01
06:00:00.0
190.0 300.0 0.25 0.0 24.0 33.5 23.0 97.0 0.3 4.2
2008-05-01
03:00:00.0
150.0 260.0 0.0 0.0 25.5 33.5 23.0 27.0 0.3 2.3
2008-05-01
00:00:00.0
80.0 270.0 268.25 0.0 27.0 33.5 23.0 0.0 0.6 2.5
2008-04-30
21:00:00.0
80.0 290.0 268.25 1.3 27.0 33.5 23.0 0.0 0.4 3.6
2008-04-30
18:00:00.0
50.0 0.0 268.25 7.0 31.0 33.5 23.0 0.0 1.3 3.8
2008-04-30
15:00:00.0
190.0 120.0 268.25 7.5 30.5 32.5 23.0 0.0 1.1 4.5
2008-04-30
12:00:00.0
290.0 60.0 268.25 3.1 29.0 33.0 23.0 0.0 0.9 2.5
2008-04-30
09:00:00.0
320.0 240.0 268.25 0.0 24.0 33.0 23.0 95.0 0.3 1.3
2008-04-30
06:00:00.0
280.0 280.0 268.25 0.0 23.0 33.0 23.0 97.0 0.1 1.2
2008-04-30
03:00:00.0
270.0 250.0 268.25 0.0 24.0 33.0 24.0 73.0 0.2 1.3
2008-04-30
00:00:00.0
190.0 260.0 268.25 0.0 25.5 33.0 24.0 27.0 0.2 2.2
2008-04-29
21:00:00.0
180.0 140.0 268.25 0.5 26.5 33.0 24.0 0.0 0.3 6.3
2008-04-29
18:00:00.0
110.0 310.0 268.25 5.9 29.5 33.0 24.0 0.0 1.3 5.7
2008-04-29
15:00:00.0
60.0 120.0 268.25 8.3 32.5 33.0 24.0 0.0 1.5 4.0
4.3
2.7
5.1
2.7
3.9
107
2008-04-29
12:00:00.0
60.0 180.0 268.25 4.1 31.0 31.0 24.0 0.0 1.5
2008-04-29
09:00:00.0
60.0 50.0 268.25 0.0 26.0 30.0 23.0 53.0 0.7
2008-04-29
06:00:00.0
60.0 50.0 268.25 0.0 26.0 30.0 23.0 53.0 0.7
2008-04-29
03:00:00.0
50.0 110.0 268.25 0.0 27.0 30.0 23.0 34.0 0.6
2008-04-29
00:00:00.0
60.0 330.0 268.25 0.0 25.5 30.0 23.0 75.0 0.5
108
ANEXO D – Certificado de calibração da bomba
109
10. APÊNDICE
APÊNDICE A - Questionário das condições dos ambientes.
1. Quanto aos aspectos, biológicos, físicos e químicos do ar condicionado, material
particulado e ambiente externo. Perguntas para os engenheiros e (ou) técnicos
responsáveis.
Caracterização das áreas de coleta (acervo e salão de estudo)
Atividades desenvolvidas no local:
Local: __________________________________Data: __________Hora: ______
01. Numero de ocupantes (média diária): ____________
02. Área física (m
2
): _______________
03. Condições climáticas no dia da coleta:
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
04. Tipo de climatização dos ambientes:
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
05. Executa nos sistemas de ar condicionado o PMOC (Plano de manutenção,
operação e controle) conforme a norma? ( ) sim ( ) não
Por que?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
06. Existem tomadas de ar exterior, sistema de exaustão ou venezianas para retorno
do ar?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
110
07. Existem equipamentos com capacidade igual ou superior a 60.000 btu/h com
tomada de ar exterior?
__________________________________________________________________
8. Qual o tipo de sistema de filtragem do ar?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
09.Qual o tipo de sistema de distribuição do ar nos ambientes internos?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
10. Quais as condições externas do local de capitação da tomada de ar exterior?
__________________________________________________________________
11.As bandejas de condensados são sem cantos vivos e com pastilhas bactericidas?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
12. A vigilância sanitária faz inspeção da qualidade do ar interior?
__________________________________________________________________
111
APÊNDICE B - Questionário para os funcionários e alunos
Funcionário: _____________________________ Função: __________________
Atividades desenvolvidas no local: _______________________________________
Local: _________________________________Data: __________Hora: _________
1. Você se sente confortável dentro deste ambiente climatizado?
( ) Sim
( ) Não, por que? ( ) Ambiente muito frio
( ) Ambiente muito quente
( ) Ambiente com muito vento
( ) Ambiente com pouco vento
( ) Boca seca e olhos ardendo
( ) Ambiente com muita poeira
( ) Suando demais ( transpirando )
( ) Sonolência
( ) Problemas alérgicos
Outros:______________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
_____________.
112
APÊNDICE C - Planilha de coleta em campo 1
Mestrado em Tecnologia Ambiental do ITEP-PE
Aluno: Péricles Borba Araquan
Planilha de coleta em campo (
Dados Fixos )
Amostras 1. Local 2. Data 3. Hora
4. Quant.
de
pessoas
no recinto
5.
Estação (
s / c )
6. Dimensões
do ambiente
comp x
larg.(m)
7.
Situação
do filtro
de ar ( s /
l )
8. Tomada
de ar
exterior (
s/ n )
9. Tipo de
equipamento
de ar
condicionado
10. Capacidade
total do
equipamento de
ar condicionado(
x 1000btu/h)
11.Capacida
de em
funcionamen
to
%
12. Condições
externas impactantes
1
Cefet-1
Triagem
13/03/08 13:30 5 sc 10x30 l n split 60/60 50 “não”
2
Cefet-2
Sala de
estudo
13/03/08 14:30 4 sc 20x30 l n split 60/60/60 30 “não”
3
ufpe-
1Triagem
13/03/08 16:00 3 sc 4x4 l n acj 10 100 “não”
4
Cefet-1
triagem
30/04/08 15:00 3 c 10x30 l n split 60/60 100 “não”
5
Cefet-2
Sala de
estudo
30/04/08 16:00 11 c 20x30 l n split 60/60/60 100 “não”
6
Ufpe-1
Triagem
30/04/08 17:00 2 c 4x4 sj n acj 10 100 “não”
Legenda: 5 - sc - seca, c - chuvosa; 7- sj - sujo, l - limpo; 8 - s - sim , n - não; 9 -acj - ar condicionado de janela; split - split system
113
APÊNDICE D - Planilha de coleta em campo 2
Mestrado em Tecnologia Ambiental do ITEP-PE
Aluno: Péricles Borba Araquan
Planilha de coleta em Campo ( Dados Medidos por instrumentos )
Amostras
13. Temp.
interna em °C
14.
Umidade
relativa
interna em
%
15.Velocid.
do ar interna
em m/seg.
16.Data da
última
manutenção
dos filtros
17.Dióxido
de carbono
interno em
ppm
18.Pesagem do
do filtro em
miligramas (
depois - antes =
)
19.Contagem de
fungos
interno/externo em
UFC
20.Condições
climáticas
externas no dia
da coleta
(lamep)
21.
Observações
1.1 26,7 53 0,02 25/02/08 492 0,0003 Ver tabela Anexo Não PMCO E IAQ(entrevista)
2.2 27,0 52 0,10 25/02/08 453 0,0007 Ver tabela Anexo
3.3 27,6 59,5 0,16 10/02/08 530 0,0009 Ver tabela
Anexo
4.4 27,3 56,1 0,05 01/04/08 585 0,0005 Ver tabela Anexo
5.5 27,1 58,3 0,16 01/04/08 600 0,0008 Ver tabela Anexo
6.6 26,4 62,3 0,16 20/02/08 601 0,0005 Ver tabela Anexo
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