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revista “Mensageiro do Santo Rosário”. Entre as fontes orais, contamos com as
considerações das nossas entrevistadas e dos/as vendedores/as das lojas de artigos
religiosos visitadas.
De acordo com o “Manual do Rosário”, publicado pela Promotoria do Rosário,
para fazer a oração é preciso recitar 150 ave-marias e 15 padre-nossos conjugados com
a meditação dos 15 “mistérios” (1950:31). Este modelo respeita o padrão estabelecido
eclesiasticamente tanto para fiéis em ambientes domésticos quanto para o uso litúrgico
na missa e nas reuniões dos grupos religiosos leigos
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(idem). Entretanto, o “Manual do
Rosário”, assim como em outros manuais consultados, sugere a adição de outras
preces
60
, oferecimentos, orações iniciais e finais
61
. Há ainda manuais que propõem a
substituição das preces por jaculatórias
62
. Dentre as cartas papais examinadas, somente
duas fazem menção às preces
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recitadas na oração. E entre as nossas entrevistadas da
Legião de Maria, faz-se a oração de um terço do rosário dentro de uma liturgia
particular, elaborada especialmente para o grupo
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.
pronunciamentos foram feitos pelos Papas, mas buscas realizadas no sítio eletrônico do Vaticano
(http://www.vatican.va/) durante o mês de agosto de 2008 indicam que, assim como a maior parte dos
pronunciamentos levantados por Alberton, os documentos versam sobre regulamentações de
indulgências, confrarias ou apenas mencionam a importância da devoção ao rosário. Optamos, portanto,
pela utilização do levantamento de Alberton assim como a análise direta de comunicações papais
mencionadas de forma recorrente em toda a literatura analisada, são elas: “Carta Encíclica Magnae Dei
Matris” de Leão XIII, de 1892; “Carta Encíclica Incongruentium Malorum” de Pio XII, de 1951; “Carta
Apostólica Il Religioso Convegno” de João XXIII, de 1961; a “Exortação Apostólica Marialis Cultus” de
Paulo VI, de 1974; a “Carta Apostólica Rosarium Virginis Mariae” de João Paulo II, de 2002;
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O manual trata dos seguintes grupos religiosos leigos: Confraria do Rosário, Associação do Rosário
Perpétuo e Associação do Rosário Vivo.
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Assim, em “Rezando o Terço com o Papa” (Mancilio, 2007a); “A criança reza o terço” (Mancilio,
2007b); “25 maneiras de rezar o rosário” (Joãozinho, 2005) e “O Santo Rosário” da Editora Vozes (2007)
propõem a recitação do “Credo” (ou “Creio”) no começo, do “Gloria ao Pai” depois ou antes de cada pai-
nosso e da “Salve Rainha” no final. Em “A arte de rezar o terço” (Cunha, 2003), propõe-se começar com
o “Credo” e terminar com o “Glória ao Pai”. Já “Rosário Bíblico” de Ancilla Domini (1984), “Manual do
Rosário” da Promotoria do Rosário (1950) propõem somente a adição do “Gloria ao Pai” no começo ou
no final.
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Os oferecimentos e orações iniciais e finais são mensagens que podem variar muito quanto ao
conteúdo. No primeiro caso, dizem respeito a que ou a quem se oferece ou dedica a oração, por exemplo:
“Senhor Jesus, nós vos oferecemos este rosário... concedei-nos, por intercessão da Virgem Maria...”
(Joãozinho, 2005:27). Já as orações iniciais ou finais podem ser uma aproximação, uma primeira
comunicação antes do começo das preces, ou um agradecimento ou encerramento, por exemplo: “Pai do
Céu, eu procurei rezar com toda a fé de meu coração de criança. Espero que tenha ficado contente
comigo... Amém!” (Mancilio, 2007b: 12).
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No “Terço da libertação”, a oração começa com o “Credo” e termina com a “Salve-Rainha”, mas as
ave-marias e padre-nossos são substituídos pelas seguintes jaculatórias: “Jesus, tende piedade de mim!”;
“Jesus, cura-me!”, “Jesus, salva-me!”, “Jesus, liberta-me!” (Castro e Castro, 1994: 38-39)
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“Exortação Apostólica Marialis Cultus” de Paulo VI (1974) e “Carta Apostólica Rosarium Virginis
Mariae” de João Paulo II (2002). Em ambas propõe-se a adição do “Glória ao Pai”.
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Fundada em 1921, na Irlanda, a Legião de Maria é um grupo de religiosos/as leigos/as voltado para a
Ação Católica, nos termos propostos por Pio XI: “a participação dos Leigos no Apostolado da
Hierarquia” (Mons. Leovigildo Franca, MSR, abr.1956:5). Dentre as atividades principais e obrigatórias