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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL
CENTRO DE TECNOLOGIA E GEOCIÊNCIAS
A INFLUÊNCIA DAS CARACTERÍSTICAS DO REVESTIMENTO NA
RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO DE PAREDINHAS DE ALVENARIA DE
BLOCOS CERÂMICOS DE VEDAÇÃO
SAMÁ TAVARES DE ANDRADE
Recife / Pernambuco
Dezembro de 2007
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
A INFLUÊNCIA DAS CARACTERÍSTICAS DO REVESTIMENTO NA
RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO DE PAREDINHAS DE ALVENARIA DE
BLOCOS CERÂMICOS DE VEDAÇÃO
Samá Tavares de Andrade
Dissertação apresentada à Universidade
Federal de Pernambuco, como parte dos
requisitos necessário para obtenção do
título de Mestre em Engenharia Civil.
ORIENTADOR: Prof. Dr. Romilde Almeida de Oliveira
Recife / Pernambuco
2007
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A553i Andrade, Samá Tavares de
A influência das características do revestimento na resistência à
compressão de paredinhas de alvenaria de blocos cerâmicos de
vedação / Samá Tavares de Andrade. - Recife: O Autor, 2007.
viii,90 folhas, il : tabs. grafs. figs.
Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de Pernambuco.
CTG. Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil, 2007.
Inclui Bibliografia e Anexos.
1. Engenharia Civil. 2.Alvenaria resistente. 3. Revestimento
argamassado. 4.Capacidade resistente. 5. Paredinhas em alvenaria.
I. Título.
UFPE
624 CDD (22 ed.) BCTG/ 2009-057
Dedico este trabalho
aos meus pais José Tavares e Maria José
e meus irmãos Alcione, Maristela e José Eduardo.
AGRADECIMENTOS
Ao professor e orientador Romilde Almeida de Oliveira, pela paciência, apoio e
orientação valiosa durante todo o tempo.
Ao professor Carlos Wellington Pires Sobrinho, pela atenção, esclarecimento
das dúvidas e amizade .
Ao ITEP (Instituto Tecnológico de Pernambuco) e sua equipe que durante todo o
tempo estiveram comigo nesta jornada, me auxiliando nos trabalhos experimentais.
A FINEP-HABITARE (Financiadora de Estudos e Projetos Programa de
Tecnologia Habitacional) por proporcionar toda condição necessária para o
desenvolvimento da pesquisa.
A todos os amigos, professores e funcionários do departamento de Pós-
Graduação em Engenharia Civil, do departamento de estruturas da UFPE (Universidade
Federal de Pernambuco), agradeço pela colaboração, criticas e principalmente a
amizade nos momentos difíceis.
A todos os amigos, professores e funcionários do departamento de Graduação
em Engenharia Civil da UNICAP (Universidade Católica de Pernambuco), agradeço
pelo incentivo e colaboração.
A todos os membros da banca examinadora, principalmente aos examinadores
externos, por aceitar o convite, honrando-nos com a vossa presença.
Obrigada aos meus familiares, pelo amor e incentivo durante o meu
desenvolvimento pessoal e profissional.
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS........................................................................................................i
LISTA DE TABELAS......................................................................................................ii
RESUMO.........................................................................................................................iii
ABSTRACT.....................................................................................................................iv
1 INTRODUÇÃO............................................................................................................ 1
1.1 Considerações Iniciais ................................................................................................ 1
1.2 Objetivo ...................................................................................................................... 4
1.3 Metodologia................................................................................................................ 5
1.4 Estrutura da dissertação.............................................................................................. 5
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA...................................................................................... 7
2.1 Alvenaria Resistente................................................................................................... 7
2.1.1 Blocos...................................................................................................................... 8
2.1.2 Argamassa ............................................................................................................... 9
2.1.3 Cimento ................................................................................................................. 13
2.1.4 Cal.......................................................................................................................... 14
2.1.5 Areia ...................................................................................................................... 14
2.1.6 Água ...................................................................................................................... 15
2.1.7 Importância do Substrato....................................................................................... 15
2.2 Reabilitação Estrutural ............................................................................................. 15
3 CARACTERIZAÇÃO DOS MATERIAIS E COMPONENTES............................... 18
3.1 Blocos Cerâmicos..................................................................................................... 18
3.1.1 Caracterização Geométrica.................................................................................... 18
3.1.2 Caracterização Física............................................................................................. 20
3.1.2.1 Determinação da Massa Úmida dos Blocos ....................................................... 20
3.1.2.2 Determinação do Índice de Absorção de Água .................................................. 21
3.1.2.3 Determinação do Índice de Absorção Inicial (IRA)........................................... 22
3.1.3 Caracterização Mecânicas ..................................................................................... 23
3.2 Areia ......................................................................................................................... 25
3.2.1 Granulométrica ...................................................................................................... 25
3.2.2 Ensaio para Determinação da Massa Específica em Agregados Miúdos.............. 26
3.2.3 Ensaio do Teor de Materiais Pulverulentos........................................................... 27
3.2.4 Ensaio de Inchamento do Agregado Miúdo .......................................................... 27
3.2.5 Resultados Obtidos da Caracterização da Areia Natural Utilizandos na Confecção
das Paredinhas ................................................................................................................ 28
3.3 Caracterização Cimento Portland ............................................................................. 29
3.4 Caracterização Cal Hidratado................................................................................... 30
3.5 Caracterização da Argamassa de Assentamento e Revestimento............................. 30
3.5.1 Ensaio à Compressão Axial das Argamassas ........................................................ 31
3.5.2 Resultado do Ensaio à Compressão Axial das Argamassas .................................. 33
ii
3.5.3 Caracterização das Argamassas no Estado Fresco ................................................ 34
3.5.4 Composição das Argamassas Utilizadas ............................................................... 34
3.6 Confecção das Paredinhas ........................................................................................ 34
3.6.1 Execução das Paredinhas....................................................................................... 35
3.6.2 Paredinhas com Adtivos ........................................................................................ 38
3.6.3 Paredinhas com Tela.............................................................................................. 39
3.6.4 Processo de Fixação das Malhas ........................................................................... 39
3.6.5 Cura ....................................................................................................................... 40
3.6.6 Esquema Construtivo das Paredinhas.................................................................... 41
3.6.7 Descrição das Instalações e Equipamentos ........................................................... 43
3.6.8 Ensaios de resistência à compressão axial de paredinhas...................................... 50
3.6.8.1 Preparação das paredes....................................................................................... 50
3.6.8.2 Transporte das paredinhas .................................................................................. 52
4 EXPERIMENTAL E INSTRUMENTAL................................................................... 53
4.1 Colocação para o Ensaio a Compressão Axial das Paredinhas ................................ 53
4.2 Ensaio à Compressão Centrada ................................................................................ 54
4.2 Resultados dos Ensaios à Compressão Centrada das Paredinhas............................. 56
5 ANÁLISE DOS RESULTADOS ................................................................................ 67
5.1 Análise dos Resultados dos Ensaios ........................................................................ 67
5.1.1 Influência do Chapisco. ......................................................................................... 67
5.1.2 Influência do Traço................................................................................................ 68
5.1.3 Influência da Espessura do Revestimento ............................................................. 69
5.1.4 Influência do Aditivo Adesivo de Massa .............................................................. 69
5.1.5 Influência do Reforço com Tela ............................................................................ 70
5.1.6 Influência do reforço com tela com espessura dos revestimento 1,5 e 3,0 cm...... 70
5.2 As figuras a seguir mostram as formas de ruptura que ocorreu em cada tipo de
paredinha ........................................................................................................................ 71
5.2.1 Paredinha Sem Revestimento ................................................................................ 71
5.2.2 Paredinha Chapiscada............................................................................................ 72
5.2.3 Paredinha Com Revestimento no Traço 1:1:6 Espessura 3,0cm........................... 72
5.2.4 Paredinha Com Revestimento no Traço 1:2:9 Espessura 1,5cm........................... 73
5.2.5 Paredinha Com Revestimento no Traço 1:2:9 Espessura 3,0cm........................... 74
5.2.6 Paredinha Com Revestimento no Traço 1:0,5:4,5 Espessura 3,0cm..................... 74
5.2.7 Paredinha Com Revestimento no Traço 1:2:9 Espessura 3,0cm, com reforço...... 75
5.2.8 Paredinha Com Revestimento no Traço 1:1:6 Espessura 3,0cm, com reforço...... 75
5.2.9 Paredinha Com Revestimento no Traço 1:2:9 Espessura 1,5cm, com reforço...... 76
5.3 Gáficos Craga X Deformação................................................................................... 76
5.3.1 Paredinha Sem Revestimento ................................................................................ 76
5.3.2 Paredinha Chapiscada............................................................................................ 77
5.3.3 Paredinha Com Revestimento no Traço 1:1:6 Espessura 3,0cm........................... 77
5.3.4 Paredinha Com Revestimento no Traço 1:2:9 Espessura 1,5cm........................... 78
5.3.5 Paredinha Com Revestimento no Traço 1:2:9 Espessura 3,0cm........................... 78
5.3.6 Paredinha Com Revestimento no Traço 1:0,5:4,5 Espessura 3,0cm..................... 79
5.3.7 Paredinha Com Revestimento no Traço 1:2:9 Espessura 3,0cm, com Aditivo..... 79
5.3.8 Paredinha Com Revestimento no Traço 1:1:6 Espessura 3,0cm, com reforço...... 80
5.3.9 Paredinha Com Revestimento no Traço 1:2:9 Espessura 1,5cm, com reforço...... 80
5.3.5 Paredinha Com Revestimento no Traço 1:2:9 Espessura 3,0cm........................... 81
iii
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 82
6.1 Conclusões................................................................................................................ 82
6.2 Sugestões para futuros trabalho................................................................................ 84
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................ 85
ANEXO A .................................................................................................................... A-1
iv
LISTA DE FIGURAS
Figura 1. 1 – Edf. Bosque das Madeiras (a), Edf.Aquarela (b) e Edf.Èrika (c).............. 04
Figura 2. 1 – Resultados médios das resistências de aderêrencias dos revestimentos,
SCARTEZINI & CARASEK ......................................................................................... 11
Figura 3. 1 – Blocos cerâmicos de 8 furos ..................................................................... 18
Figura 3. 2 – Desenho esquemático dos blocos cerâmicos:a) Dimensões dos blocos;
Medições das paredes externas e septos. ....................................................................... 19
Figura 3. 3 – Detalhe do processo de caracterização geométrica blocos cerâmicos: a)
Medição desvio em relação ao esquadro (D); b) Medição desvio em relação ao esquadro
(D); ................................................................................................................................ 19
Figura 3. 4 – Processo de secagem................................................................................. 21
Figura 3. 5 – Processo de pesagem................................................................................. 21
Figura 3. 6 – Processo de cura aquecida......................................................................... 22
Figura 3. 7 – Bloco imerso em água no ensaio de IRA.................................................. 23
Figura 3. 8 – Máquina Servo-Hidráulica Microprocessadora para ensaios: a) prensa;
b)gabinete servo.............................................................................................................. 23
Figura 3. 8.1 – Detalhe do ensaio à compreção axial dosblocos: a) Pré-ruptura; b) Início
do ensaio; c) Ruptura; d) Pós-ruptura; e) Esquema de aplicação de carga .................... 24
Figura 3. 8.2 – Gráfico da distribuição granulumétrica da amostra 1 ............................ 25
Figura 3. 8.3 – Gráfico da distribuição granulumétrica da amostra 2 ............................ 26
Figura 3. 8.4 – Frasco de Chapman................................................................................ 27
Figura 3. 8.5 – Gráfico da curva granulométrica da areia natural.................................. 29
Figura 3. 9 – Modelagem e capeamento dos corpos de prova........................................ 31
Figura 3. 9.1 – Fotos do ensaio de compreção axial e desenho esquemático da aplicação
da carga........................................................................................................................... 31
Figura 3. 10 – Resultado dos ensaios à compressão axial.............................................. 33
Figura 3. 11 – Mistura da massa seca para argamassa .................................................. 36
Figura 3. 12 – Corte dos blocos (meio bloco) ................................................................ 36
Figura 3.13 – Confecção das paredinhas........................................................................ 37
Figura 3. 14 –Sequencia da aplicação do revestimento.................................................. 38
Figura 3. 15 – a) Furadeira; b) Cocada; c) Conector...................................................... 39
Figura 3. 16 – Sequencia da fixação das malhas a aplicação do revestimento............... 40
Figura 3. 17 – Galpão de armazenamento das paredinhas ............................................. 40
Figura 3. 18 – Esquema construtivo das paredinhas Nuas ............................................. 41
Figura 3. 20 – Esquema construtivo das paredinhas chapiscadas .................................. 41
Figura 3. 21 – Esquema construtivo das paredinhas revestidas com argamassa de
cimento, cal e areia ....................................................................................................... 42
Figura 3. 22 – Esquema construtivo das paredinhas revestidas (com argamassa de
cimento, cal e areia) e reforçadas com malha................................................................. 42
Figura 3. 23 – a) Entrada principal do LTH; b) local de construção e armazenamento. 43
Figura 3. 24 – Croqui das Instalações............................................................................. 44
Figura 3. 25 – Pórtico ..................................................................................................... 45
Figura 3. 26 – Perfil metálico ......................................................................................... 45
v
Figura 3. 27 – Mecanismo de transporte ........................................................................ 46
Figura 3. 28 –Mecanismo de giro .................................................................................. 47
Figura 3. 29 – Macaco hidráulico. Vista frontal............................................................. 47
Figura 3. 30 – Mecanismo de controle de carga............................................................. 48
Figura 3. 31 – LVDT (model PY-2-F-050-S01M) Lin±0,1%,curso de 10 mm a 50 mm e
velocidade de deslocamento de até 10 m/s..................................................................... 49
Figura 3. 32 – Imagem domodelo do relatório gerado pelo softwere............................. 49
Figura 3. 33 – Capeamento daq paredinha ..................................................................... 50
Figura 3. 34 – Virada da paredinhanpara capeamento ................................................... 51
Figura 3. 35 – Verificação do prumo após a virada da paredinha.................................. 51
Figura 3. 36 – Limpeza para preparar para capeamento após virada ............................ 51
Figura 3. 37 – Preparação para capeamento................................................................... 52
Figura 3.38 – Pintura de identificação das paredinhas ................................................... 52
Figura 4. 1 – Sequencia da aplicação do revestimento................................................... 54
Figura 4. 2 – Esquema do pórtico................................................................................... 55
Figura 4. 3 – Resultados da resisstência das paredinhas sem revestimento ................... 56
Figura 4. 4 – Resultados da resisstência das paredinhas com chapisco ......................... 57
Figura 4. 5 – Resultados da resisstência das paredinhas com revestimento (Traço 1:2:9,
espessura 3,0 cm)............................................................................................................ 58
Figura 4. 6 – Resultados da resisstência das paredinhas com revestimento (Traço 1:1:6,
espessura 3,0 cm)............................................................................................................ 59
Figura 4. 7 – Resultados da resisstência das paredinhas com revestimento (Traço 1:2:9,
espessura 1,5 cm)............................................................................................................ 60
Figura 4. 8 – Resultados da resisstência das paredinhas com revestimento (Traço
1:0,5:4,5, espessura 3,0 cm) ........................................................................................... 61
Figura 4. 9 – Resultados da resisstência das paredinhas com revestimento (Traço 1:1:6,
espessura 3,0 cm)............................................................................................................ 62
Figura 4. 10 - Resultados da resisstência das paredinhas com revestimento (Traço 1:2:9,
espessura 1,0 cm, reforçada) .......................................................................................... 63
Figura 4. 11 - Resultados da resisstência das paredinhas com revestimento (Traço 1:16,
espessura 3,0 cm, reforçada) .......................................................................................... 64
Figura 4. 9 - Resultados da resisstência das paredinhas com revestimento (Traço 1:2:9,
espessura 3,0 cm)............................................................................................................ 66
Figura 5. 1 – Influência do chapisco............................................................................... 68
Figura 5. 2 – Influência do traço..................................................................................... 68
Figura 5. 3 –Infuência da espessura do revestimento..................................................... 69
Figura 5. 4 – Influência do aditivo no revestimento....................................................... 69
Figura 5. 5 – Influência do revestimento com reporço nos traços 1:2:9 e 1:1:6, com
espessura de 3,0 cm ........................................................................................................ 70
Figura 5. 6 – Influência do reporço nos paredinhas com espessura do revestimento 1,5
cm e 3,0 cm, no traço 1:2:9 ............................................................................................ 71
Figura 5. 7 – Forma de ruptura das paredinhas sem revestimento ................................. 71
Figura 5. 8 – Forma de ruptura das paredinhas chapiscada............................................ 72
Figura 5. 9 – Forma de ruptura das paredinhas revestidas, com espessura de 3,0 cm ... 72
Figura 5. 10 – Forma de ruptura das paredinhas revestidas, com espessura de 1,5 cm . 73
Figura 5. 11 – Forma de ruptura das paredinhas revestidas, com espessura de 3,0 cm . 74
Figura 5. 12 – Forma de ruptura das paredinhas revestidas, com espessura de 3,0 cm . 74
Figura 5. 13 – Forma de ruptura das paredinhas revestidas, com espessura de 21 cm .. 75
vi
Figura 5. 14 – Forma de ruptura das paredinhas revestidas, com espessura de 21 cm .. 75
Figura 5. 15 – Forma de ruptura das paredinhas revestidas, com espessura de 18 cm .. 76
Figura 5. 16 – Paredinhas sem revestimento .................................................................. 76
Figura 5. 17 – Paredinhas chapiscada............................................................................. 77
Figura 5. 18 – Paredinhas com 1:1:6 e espessura de 3,0cm ........................................... 77
Figura 5. 19 – Paredinhas com 1:2:9 e espessura de 1,5cm ........................................... 78
Figura 5. 20 – Paredinhas com 1:2:9 e espessura de 3,0cm ........................................... 78
Figura 5. 21 – Paredinhas com 1:0,5:4,5 e espessura de 3,0cm ..................................... 79
Figura 5. 22 – Paredinhas com 1:2:9 e espessura de 3,0 cm, com aditivo ..................... 79
Figura 5. 23 – Paredinhas com 1:1:6 e espessura de 3,0 cm, reforçada ......................... 80
Figura 5. 24 – Paredinhas com 1:2:9 e espessura de 1,5 cm, reforçada ......................... 80
Figura 5. 25– Paredinhas com 1:2:9 e espessura de 3,0 cm, reforçada .......................... 81
vii
LISTA DE TABELA
Tabela 2. 1 – Revestimento de argamassa inorgânica - Classificação ............................. 9
Tabela 2. 2 – Revestimento de argamassa........................................................................ 9
Tabela 2. 3 – Materiais constituintes das argamassa de revestimento............................ 10
Tabela 2. 4 – Argamassa destinada para alvenaria, ASTM - 270 .................................. 12
Tabela 2. 5 – Traços especificados para argamassa de assentamento, ASTM............... 12
Tabela 2. 6 – Traços espessifico para argamassa de revestimento................................. 12
Tabela 2. 7 – Tipo de argamassa de revestimento.......................................................... 13
Tabela 3. 1 – Caracterização geométrica blocos cerâmicos ........................................... 20
Tabela 3. 2 – Determinação da massa e da absorção de água ........................................ 22
Tabela 3. 3 - Resultado do ensaio de compressão dos blocos ........................................ 24
Tabela 3. 4 – Determinação da composição granulumétrica da 1ª Amostra.................. 25
Tabela 3. 5 - Determinação da composição granulumétrica da 2ª Amostra................... 26
Tabela 3. 6 – Características da areia natural. ................................................................ 28
Tabela 3. 7 – Características do cimento CPII Z 32....................................................... 29
Tabela 3. 8 – Características da cal CHI ........................................................................ 30
Tabela 3. 9 – Resultado do ensaio à compressão axial da argamassa no traço 1:2:9..... 32
Tabela 3. 10 - Resultado do ensaio à compressão axial da argamassa no traço 1:1:6.... 32
Tabela 3. 11 - Resultado do ensaio à compressão axial da argamassa no traço 1:0,5:4,5
........................................................................................................................................ 33
Tabela 3. 12 – Resultados das características da argamassa no estado fresco .............. 34
Tabela 3. 13 – Composição das argamassas................................................................... 34
Tabela 3. 14 – Sistema construtivo das paredinhas........................................................ 35
Tabela 4. 1 – Resultado das resistências das paredinhas sem revestimento................... 56
Tabela 4. 2 - Resultado das resistências das paredinhas com chapisco.......................... 57
Tabela 4. 3 - Resultado das resistências das paredinhas (Traço 1:2:9, espessura 3,0 cm)
........................................................................................................................................ 58
Tabela 4. 4 – Resultado das resistências das paredinhas (Traço 1:1:6, espessura 3,0 cm)
........................................................................................................................................ 59
Tabela 4. 5 - Resultado das resistências das paredinhas (Traço 1:2:9, espessura 1,5 cm)
........................................................................................................................................ 60
Tabela 4. 6 - Resultado das resistências das paredinhas (Traço 1:0,5:4,5, espessura 3,0
cm).................................................................................................................................. 61
Tabela 4. 7 – Resultado das resistências das paredinhas (Traço 1:1:6, espessura 3,0 cm)
........................................................................................................................................ 62
Tabela 4. 8 - Resultado das resistências das paredinhas (Traço 1:2:9, espessura 1,5 cm,
reforçada)........................................................................................................................ 63
Tabela 4. 9 - Resultado das resistências das paredinhas (Traço 1:1:6, espessura 3,0 cm,
reforçada)........................................................................................................................ 64
Tabela 4. 10 - Resultado das resistências das paredinhas (Traço 1:2:9, espessura 3,0 cm,
reforçada)........................................................................................................................ 65
viii
RESUMO
As edificações habitacionais em alvenaria resistente de até quatro pavimentos,
conhecidas como ”prédios caixão”, não atendem aos requisitos de estabilidade
quando analisadas pelas formulações de cálculo aplicadas às alvenarias estruturais.
A consideração do revestimento e dos contraventamentos das paredes entre si,
explicam a estabilidade dessas edificações. A dissertação apresenta os resultados de
ensaios experimentais relativos à influência do traço e da espessura dos
revestimentos, bem como da influência de reforço com malhas de aço em
revestimentos constituídos de argamassas mistas em paredinhas de alvenaria de
blocos cerâmicos de vedação. São apresentados todo processo e equipamentos
desenvolvidos para construção, transporte e execução dos ensaios de paredinhas.
Este trabalho faz parte de pesquisa envolvendo a UFPE, UNICAP, UPE, ITEP e a
UFSC, financiada pela FINEP-HABITARE, que tem como objetivo desenvolver
modelos e métodos para recuperação de edifícios em alvenaria resistente. Foram
ensaiadas paredinhas constituindo amostras contendo quinze réplicas cada, nos
seguintes casos: paredinhas nuas, apenas chapiscadas, revestidas com argamassas
mistas nos traços 1:2:9 e 1:1:6, com espessuras de 2 cm e 3 cm, constituídas de
cimento, cal e areia e argamassa armada com telas soldadas por eletrofusão. Os
resultados mostram a influência do traço da argamassa e da espessura da capa de
revestimento na resistência à compressão de paredinhas e os respectivos modos de
ruptura. a utilização do reforço com tela de aço incorporada ao revestimento
aumenta a resistência à compressão e modifica a forma de ruptura das paredinhas
Palavras Chave: alvenaria resistente, revestimento argamassado, capacidade
resistente, paredinhas em alvenaria
ix
ABSTRACT
The habitational constructions in resistant masonry of up to four pavements, known as
“coffin buildings”, do not attend the requirements of stability when analyzed by the
applied calculation formulations to the structural masonries. The consideration of the
covering and of the braced domes of the walls amongst themselves, explain the stability
of those constructions. This dissertation presents the results of relative experimental
tests to the influence of composition and thickness of the coverings, as well as of the
reinforcement influence with meshes of steel in constituted coverings of mixed mortars
in walls of masonry of luting ceramic blocks. Here are presented every process and
equipments developed for construction, transport and execution of the samples of walls.
This work is part ofa research involving the UFPE, UNICAP, UPE, ITEP and UFSC,
financed by FINEP-HABITARE, whose as objective is the development develops of
models and methods for recovery buildings made of resistant masonry. Walls were
tested constituting samples containing fifteen replicas each, in the following cases: nude
walls, just slurry mortars, covered with mixed mortars in the lines 1:2:9 and 1:1:6, with
thickness of 2 cm and 3 cm, constituted of cement, whitewash and sand and ferrocement
with screens welded by electrofusion. The results show the influence of the line and the
thickness in the covering layer in the resistance to the compression of walls and the
respective rupture manners. Already the use of the compressive reinforcement with
incorporate steel screen to the covering increases the resistance to the compression and
modifies the rupture form of the walls
Key Words: resistant masonry, cemented covering, resistant capacity, masonry walls
CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO
1.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Na Região Metropolitana do Recife, há uma tradição de se construir edifícios em
alvenarias “resistentes”. Entende-se aqui por alvenaria resistente, a alvenaria estrutural
empregada de forma empírica, onde os componentes não têm controle tecnológico
adequado, não são utilizados os conceitos de modulação e não se tem racionalização do
processo construtivo.
Esse tipo de construção teve grande impulso a partir da década de 70 , quando se
passou a construir, em larga escala, edifícios populares com até quatro pavimentos,
financiada pelo BNH (Banco Nacional de Habitação), através das COHAB’s e
INOCOOP’s. No início, os edifícios eram construídos sobre pilotis, a partir de uma
grelha em concreto armado, a estrutura dos apartamentos eram erguidas, em alvenarias
portantes, que possuíam áreas próximas de 100 m
2
. Foram largamente empregados
blocos cerâmicos ou de concreto destinados a vedação, com função estrutural.
A “falência” dessa prática construtiva foi provocada pelas crises financeiras
sucessivas que o país enfrentou. A partir dos anos 80, com o processo inflacionário
existente e com a deterioração dos salários, para viabilizar a comercialização, as áreas
das unidades habitacionais foram sucessivamente reduzidas, atingindo cerca de 50 m
2
de área interna construída, Para maior aproveitamento dos terrenos, o pavimento térreo
passou também a ser ocupado por unidades residenciais. Essas construções passaram a
nascer das fundações, com uma tipologia em forma de caixa, resultando os
denominados “prédios caixão”.
Os edifícios tipo “caixão”, foram originados por aspectos sociais, políticos e
econômicos. Nesse processo de degeneração da qualidade estima–se hoje que foram
construídos o equivalente a cerca de 6.000 prédios, com até quatro pavimentos. Nesses
edifícios, habitam cerca de 240.000 pessoas, correspondendo a aproximadamente 10%
da população da Região Metropolitana do Recife, OLIVEIRA (2004).
2
A prática da construção de edifícios em alvenaria resistente foi largamente
utilizada, por ser adequada para a região, em virtude da existência de consideráveis
jazidas da matéria prima necessária para a produção dos tijolos e blocos constituintes
deste tipo de construções.
Nestas construções os principais materiais utilizados não apresentam os padrões
de desempenho necessários. Sabe-se que estas edificações não se fundamentaram em
uma tecnologia com embasamento cientifico e não tem normas técnicas especificas para
este processo construtivo.
As paredes funcionam como elementos estruturais da edificação recebendo as
cargas das lajes e transmitindo-as aos elementos de fundação, sem necessariamente
existir outros elementos distribuidores das tensões. Em sua maioria, toda esta estrutura é
composta basicamente de blocos cerâmicos ou de concreto, originalmente
confeccionados com função de vedação, sem qualquer base científica ou conhecimento
técnico que garanta condições de segurança devido ao pouco conhecimento do
comportamento destas estruturas.
Outro agravante é a falta de estabilidade dessas edificações e a desinformação dos
proprietários, que na sua maioria são pessoas de baixa renda. Modificam a estrutura dos
seus imóveis, muitas vezes retirando ou fazendo rasgos diminuindo a seção das paredes
para passagem de instalações embutidas, que contrariam o principio básico do sistema
de alvenaria estrutural. Essas modificações podem vir a criar tensões elevadas de flexão
causando, assim, problemas de instabilidade.
Para se avaliar as condições de um edifício destes é necessário que se leve em
conta todos os fatores que de alguma forma contribuem para a sua estabilidade e ou
durabilidade. Como é o caso dos materiais utilizados que apresentam qualidade inferior
aos padrões de desempenho necessários, agravados pela retirada de elementos
estruturais, como forma de redução de custo da edificação, e, como conseqüência,
resulta numa estrutura que, no decorrer do tempo, apresenta patologias e que vem
apresentando casos de acidentes.
Um dos primeiros casos de acidentes com edifícios construídos com essa técnica
ocorreu na Região Metropolitana do Recife, em março de 1994, ruiu ainda na fase de
construção, um dos blocos do Conjunto Residencial Bosque das Madeiras, localizado no
Bairro do Engenho do Meio, na cidade do Recife.
A edificação era singela em blocos cerâmicos e sua fundação em caixão perdido,
neste acidente não ocorreu vítimas, segundo laudo técnico dado pelo Conselho Regional
3
de Engenharia e Arquitetura de Pernambuco (CREA- PE) o que provocou a ruína foi a
execução de rasgos horizontal para passagem dos eletrodutos em toda a parede
divisória, que pode ser observado na figura 1.1a.
O edifício Aquarela, localizado no bairro de Piedade, na cidade de Jaboatão do
Guararapes. Esse desabamento ocorreu em 1997, não deixando vítimas, especialmente
porque foi constatada, com antecipação, a ruptura parcial da fundação e por terem sido
empregadas cintas de amarração nos níveis dos pavimentos.
A estrutura da edificação era constituída de alvenaria singela de blocos cerâmicos,
a sua fundação em caixão perdido. O laudo de avaliação foi realizado pelo CREA-PE,
concluíram que a causa da ruína foi à perda de resistência dos blocos da fundação
devido à expansão por umidade (EPU), ver figura 1.1b.
O Edifício Érika e o Bloco B do conjunto Enseada do Serrambi desabaram em
1999, o primeiro em novembro deixando 5 vítimas fatais e o segundo em dezembro do
mesmo ano, deixando 7 vítimas fatais, ambos localizados na cidade de Olinda.
A estrutura do edifício Érica era constituída de alvenaria mista de blocos
cerâmicos e de concreto, a fundação executada em caixão perdido. Segundo o laudo
realizado pela Coordenação de Defesa Civil de Pernambuco (CODECIPE) a ruina se
deu pela perda de resistência dos blocos devido à degradação produzida pela ação dos
íons de sulfatos sobre os componentes cimentícios. A forma de ruína pode ser visto na
figura 1.1c.
o bloco do Conjunto Enseada de Serrambi era constituído de alvenaria de
blocos cerâmicos e a fundação como os demais citados, o caixão também era vazio. O
laudo ta CODECIPE concluiu que a principal causa da ruína foi falha dos blocos da
fundação.
Em maio de 2001 no bairro de Candeias na cidade de Jaboatão dos Guararapes,
foi à vez do Edifício Ijuí ruir e, graças à constatação antecipada da ruptura parcial da
fundação e não deixou vítimas.
4
a) b) c)
Figura 1.1: Edf. Bosque das Madeiras (Recife) (a), Edf. Aquarela (b) e Edf Érika (c)
(Jaboatão dos Guararapes) após os acidentes.
Essa edificação também construída em alvenaria resistente era constituída de blocos de
concreto e fundação em caixão perdido. O laudo de avaliação do desabamento foi realizado
pela Prefeitura do Município de Jaboatão dos Guararapes com o apoio de entidades como
ITEP, CODECIPE e CREA.
Após a ocorrência de vários acidentes com esse tipo de construção, muitas outras
edificações apresentaram sérios problemas de estabilidade, mostrando a deficiência deste
sistema construtivo e chamando a atenção da comunidade técnica local no sentido de avaliar
as causas que contribuíram para os problemas e buscar solução para evitar novos acidentes.
Foi pensando em reabilitação desses edifícios que a UFPE, UNICAP, UPE, ITEP e a
UFSC, financiada pela FINEP-HABITARE, se associaram com o propósito de desenvolver
pesquisas no sentido de criar modelos e métodos para recuperação de edifícios construídos
com alvenaria resistente.
1.2 OBJETIVO
O presente trabalho tem como objetivos:
analisar a influência dos revestimentos na resistência à compressão axial das
paredinhas confeccionadas com blocos cerâmicos de vedação, com diversos tipos de
espessura e traços. Esta contribuição do revestimento explica a estabilidade dos
edifícios que se encontra em uso.
analisar a contribuição de argamassa armada sobreposta ao revestimento existente,
com vistas à recuperação destas edificações.
5
1.3 METODOLOGIA
Com o objetivo de analisar as influências da argamassa de revestimento na resistência à
compressão e as formas de rupturas das paredinhas, foram confeccionadas 155 paredinhas
em dez situações de paredinhas revestidas ou não:
paredinhas sem revestimento;
paredinha com chapisco com traço 1:3 (cimento: areia);
paredinhas com argamassa no traço 1:2:9 (cimento : cal : areia) nas espessuras de 1,5
e 3,0 cm;
paredinhas com argamassa com traço 1:1:6 na espessura de 3,0cm;
paredinhas com traço de 1:1:6 de espessura de 3,5 com aditivo a base de PVA;
paredinhas reforçadas com malha Pop de dimensões 10x10 cm
2
e diâmetro 4,2 mm.
com traço 1:2:9 na espessuras de 1,5 e 3,0 cm; e, por fim,
paredinhas com traço 1:1:6 com espessura 3,0cm também reforçadas com malha Pop
de dimensões 10x10 cm
2
e diâmetro 4,2 mm.
Na confecção das paredinhas foi utilizada a argamassa mista de cimento, cal e areia, que
devido a sua homogenidade garante resultados mais precisos do que as argamassas com
saibro, apesar de não ter sido a mais empregada na região metropolitana do Recife.
Foi determinado que o número mínimo de réplicas fossem 12 exemplares, por ser esse o
numero necessárias para assegurar um nível de significação superior ou igual a 95%.
Prevendo-se perdas eventuais devido às dificuldades de transporte e armazenamento,
resolveu-se que seriam confeccionadas 15 réplicas para cada tipo de paredinha, NERY
(2006).
1.4 ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO
CAPÍTULO 1 Introdução Contém conceitos básicos, descrição da metodologia
empregada e apresenta a estrutura da dissertação.
CAPÍTULO 2 Metodologia Será descrita a metodologia empregada nos
experimentos.
CAPÍTULO 3 Caracterização dos materiais, componentes e paredinhas Neste
capítulo constam todos os experimentos realizados para caracterização dos materiais, a
forma de execução das paredinhas, os equipamentos utilizados, bem como a descrição da
6
estrutura do laboratório onde foram desenvolvidos os ensaios das paredinhas e apresentação
os resultados obtidos nos ensaios e algumas observações pertinentes.
CAPÍTULO 4 – Análise dos resultados, e interpretação dos resultados.
CAPÍTULO 5 Conclusões e sugestões São apresentadas as conclusões e
efetuadas sugestões para futuras pesquisas.
7
CAPÍTULO 2
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 ALVENARIA RESISTENTE
Nos últimos tempos os olhos estão voltados para os aspectos relacionados à
durabilidade e manutenção das obras civis, com um sensível desenvolvimento nas
tecnologias destinadas à solução de problemas de peças deterioradas, danificadas ou que
perderam a sua função para o que foi projetada.
Áreas estão se desenvolvendo como a Patologia e a Terapia das construções, no
sentido de corrigir problemas patológicos, indicando fatores que os provocaram e os
procedimentos e técnicas mais adequadas para superá-los.
A recuperação de construções em alvenaria vem sendo estudada sistematicamente a
partir da década de 60, A exemplo de C.S.T.C.(1967) e PFEFFERMANN (1968), que
publicam um trabalho sobre o que deve ser feito para evitar e tratar de problemas
patológicos como trincas e fissuras.
As paredes de alvenaria apresentam geralmente um bom comportamento à
compressão, o que não ocorre com as solicitações de tração, flexão e cisalhamento, daí o
grande surgimento de fissuras. Como as alvenarias são muito susceptíveis às distorções e
deformações excessivas, exigem cuidados como: projeto de fundação, execução e cálculo da
estrutura bem elaborado.
Quando as alvenarias não são dimensionadas para suportar as flechas instantâneas ou
provenientes da deformação lenta da estrutura as fissuras se desenvolvem. Este não é o
único motivo que leva uma estrutura de alvenaria a fissurar. Há outros fatores como:
dimensões dos blocos, tipo de junta, características do material de assentamento, dimensões
e localizações dos vãos nas parede, etc..
O aparecimento de trincas indica um estado de deformação excessiva dos elementos
estruturais e comprometimento da durabilidade e/ou estanqueidade à água.
THOMAZ (1989), cita diversos fatores que influem no comportamento mecânico das
paredes de alvenaria, tais como: geometria, rugosidade superficial e porosidade do
componente de alvenaria; índice de retração, aderência e retenção de água da argamassa de
assentamento; esbeltez, eventuais presença de armaduaras, número e disposição das paredes
8
contraventantes; amarrações, cintamentos, disposições e tamanho do vão de porta e janelas e
enfraquecimento provocado pelo embutimento de tubulações, rigidez dos elementos de
fundação, geometria da edificação, e tantos outro fatores.
Os materiais distintos com propriedades distintas, também podem vir a causar o
aparecimento de fissuras. Devido aos blocos e a argamassa de assentamento possuir
resistência mecânica, modulo de deformação longitudinal, coeficiente de Poisson diferentes.
O aparecimento de fissuras no revestimento argamassado, que este pode ocorrer em
função da amplitude de deformações da base, no caso das alvenarias de vedação. Para o
autor (SABBATINI,1998) não é função do revestimento absorver as deformações de grande
amplitude. É sabido que na maioria das vezes as fissuras do revestimento ocorrem em
virtude da própria fissuração da alvenaria, LOGEAIS (1989).
2.1.1 BLOCOS
Os blocos são os componentes básicos para qualquer alvenaria, seja de vedação ou
estrutural.
O formato do bloco é um fator importante, pois no caso de blocos assentados com
furos na horizontal a ruptura se de forma brusca, o que não ocorre com furos na vertical.
A própria NBR 7171 – blocos cerâmicos para alvenaria – especificação (ABNT,1998)
reprova o uso desses blocos com função estrutural.
Quanto mais uniforme e maior a resistência média das unidades, maior a resistência
dos elementos (parede).
A geometria das unidades e a quantidade de juntas também influem na resistência da
estrutura. Quanto maior a altura do bloco, menor a quantidade de juntas, maior a resistência
da parede. A falta de uniformização das dimensões dos blocos, diminui ainda mais a
resistência final das paredes, que exigem juntas de dimensões diferentes, provocando
tensões adicionais.
A qualidade dos blocos é de extrema importância, pois ao longo dos anos o material
tanto cerâmico quanto de concreto apresentam queda de qualidade. No que diz respeito aos
blocos cerâmicos o mau cozimento, permite a degradação muitas vezes pela presença de
água.
9
Na região metropolitana do Recife, os blocos mais utilizados foram os cerâmicos,
que são constituídos de argila, destinados a vedação e utilizados como estrutural. São
assentados com furo na horizontal.
2.1.2 ARGAMASSA
A NBR-7200 define argamassa inorgânica o material composto pela mistura
homogênea de aglomerantes e agregados com água, com ou sem aditivos e adições, com
propriedades de aderência e endurecimento. Destaca-se a utilização de argamassas composta
por: areia natural lavada, cimento Portland como aglomerante e saibro ou cal hidratada. As
Tabelas 2.1, 2.2 e 2.3 apresentam os revestimentos de argamassas inorgânicas, sua
classificação, tipos e materiais constituintes.
Tabela 2.1 – Revestimento de argamassa inorgânicas – Classificação
Tipo Critério de Classificação
Revestimento de camada única e duas camadas Número de camadas aplicadas
Revestimento em contato com o solo externo e
interno
Ambiente de exposição
Revestimento comum
Revestimento hidrofugo
Revestimento de permeabilidade reduzida
Comportamento a umidade
Revestimento de proteção radiológica Compartamento a radiações
Revestimento termoisolante Comportamento ao calor
Camurçado, chapiscado, desempenado,sarrafiado,
imitação de travertino, lavado e raspado
Acabamento de superfície
Fonte: CINCOTTO; SILVA & CASCUDO (1995)
Tabela 2.2 – Revestimento de argamassa
Tipo Critério de avaliação
Argamassa aérea e hidráulica Natureza do aglomerante
Argamassa de cal, cimento e cimento de cal Tipo do aglomerante
Argamassa simples e mista Número de aglomerantes
Argamassa aditivada, colante, de aderência
melhorada, hidrofugada, de proteção radiológica,
redutora de permeabilidade e termoisolante
Propriedades específicas
Chapisco, emboço e reboco Função no revestimento
Argamassa dosada em central, preparada em
obra, industrializada e mistura semi-pronta
Forma de preparo ou
fornecimento
Fonte: CINCOTTO; SILVA & CASCUDO (1995)
10
Tabela 2.3 – Materiais constituintes das argamassas de revestimento
Cal hidratada, virgem, cimento Portland cinza e
branco
Aglomerantes
Agregado miúdo e leve Agregados
Filito cerâmico, material pozolâmico, pó calcário,
saibro e solo fino
Solo fino beneficiado
Adições
Redutores de permeabilidade, retentores e
incorporadores de água e hidrofurgantes
Aditivos
Água de amassamento Água
Fonte: CINCOTTO; SILVA & CASCUDO (1995)
As argamassas mistas de cal são largamente utilizadas para emboço, reboco e
assentamento de alvenarias, devido à sua plasticidade, retenção de água, incremento da
resistência, elasticidade e acabamento regular. Nos trabalhos de THOMAZ (2001) e
CARNEIRO & CINCOTTO (1995), são atribuídas à cal a capacidade de acomodar as
movimentações entre o revestimento e as alvenarias. O módulo de deformação deve ser
decrescente das camadas internas para as externas, evitando-se assim movimentações
diferenciadas entre o substrato e o revestimento. QUARCIONI & CINCOTTO (2005)
atribui também à cal a parcela de incremento da plasticidade e retenção da água no estado
fresco, fundamentalmente pela sua finura e acomodação das deformações no estado
endurecido, inclusive contribuindo para um menor estado de fissuração.
São relevantes os seguintes requisitos no estado fresco: consistência, coesão,
plasticidade, retenção de água, trabalhabilidade e adesão inicial. No estado endurecido:
resistência mecânica, ao fogo, ao ataque de sulfatos, ao congelamento, deformabilidade.
retração, aderência, permeabilidade, condutibilidade térmica e durabilidade. Deve-se
destacar o gerenciamento do preparo do substrato, tendo em vista ser essa etapa fundamental
para o desempenho do conjunto argamassa/substrato, fundamentalmente a aderência.
SCARTEZINI & CARASEK (2003), verificaram que o preparo do substrato com
aplicação por aspersão de solução de cal aumenta em até 20% a resistência média da
aderência das argamassas em substratos de blocos cerâmicos, com relação às mesmas
alvenarias chapiscadas, e 35% com relação a substratos não preparados. A Figura 2.1 mostra
resultados médios de resistência de aderência das argamassas de revestimento de substratos
e preparos distintos.
11
0,14
0,35
0,14
0,38
0,17
0,32
0,19
0,41
0
0,05
0,1
0,15
0,2
0,25
0,3
0,35
0,4
0,45
Resistências da Aderências
(MPa)
Sem preparo Umedecido Chapiscada Solução de cal
Bloco cerâmico Blocos de concreto
Figura 2.1 – Resultado Médios Resistência de Aderência dos Revestimento, SCARTEZINI
& CARASEK, 2003.
A importância da aplicação do chapisco em alvenaria de blocos cerâmicos é citada
por CANDIA & FRANCO (1998), devido a melhoria da rugosidade superficial bem como
aumento do IRA (taxa de absorção inicial) em mais de duas vezes, aumentando assim
principais características dos substratos que é influem na resistência de aderência.
SILVA & LIBÓRIO (2005), verifica que na interface chapisco/argamassa, forma-se
uma concentração de cálcio originado da dissolução do hidróxido de cálcio, decorrente da
movimentação de água provocada pelo substrato. Com isso, os íons de cálcio são
transportados para o interior dos poros, precipitando-se nos vazios da superfície do chapisco,
em forma de hidratos, gerando a aderência.
Na norma brasileira não traz referência a traço de argamassa de revestimento logo é
adotado para tanto as recomendações da norma americana, ASTM C 270-82, que indica
quatro tipos de argamassa para alvenaria estrutural ou de vedação. Tabela 2.4 traz os traços
indicado pela ASTM, a 2.5 e 2,6 indica os traços específicos para argamassa de
assentamento e revestimento.
12
Tabela 2.4 – Argamassa destinada para alvenarias, ASTM – C-270
TIPO DE ARGAMASSA
POSIÇÃO
DA
ALVENARIA
FUNÇÃO
Recomendada
Alternativa
Exterior; de
elevação
Portante; não
portante e parapeitos
N; O e N
S ou M; N ou S
e S
Fundações
Muro de arrimo
Poços - galerias
Calçamentos
Exterior; no
nível ou
abaixo do
nível do solo
Passeios - Pátios
S M ou N
Portante N S ou M
Interior
Não Portante O N ou S
Fonte: FIORITO (1994)
Tabela 2.5 – Traços especificados para argamassa de assentamento, ASTM
Traço em volume
Tipo de
Argamassa
Cimento Cal Hidratada Areia
Resistência
média aos 28
dias (Mpa)
M 1 0,25 2,8 a 3,8 17,2
S 1 0,25 a 0,5 2,8 a 4,5 12,4
N 1 0,5 a 1,25 3,4 a 6,8 5,2
O 1 1,25 a 2,5 5,0 a 10,5 2,4
K 1 2,5 a 4,0 7,9 a 15,0 0,5
Fonte: THOMAZ (2001)
Tabela 2.6 – Traços especificados para argamassa de revestimento
Consumo de
aglomerante (Kg/m³)
Traço em volume
(cimento:cal:areia)
Cal
Camada Características
Cimento
Hidratada
-
Chapisco
Argamassa
simples (500 a
600 Kg/m³)
500 / 600 - 1:0:(2,1 a 2,8)
Emboço e
reboco
Argamassa
mista (350 a 450
e 250 a 350
Kg/m³)
200 / 350 e
100 / 250
100 / 150 e
50 / 150
1:(0,5 a 1,3):(4,0 a
8,3) e 1:(0,4 a
2,7):(6,4 a 16)
Fonte: THOMAZ (2001)
Podem-se observar diversas propriedades das argamassas para assentamento e
revestimento nas alvenarias, que tem o objetivo de satisfazer fatores de desempenho e a
durabilidade. Na tabela 2.6 logo abaixo, encontra-se o tipo de argamassa de revestimento.
13
Tabela 2.7 – Tipos de argamassa de revestimento
M E R U C
Tipo de
argamassa
Massa
específica
(kg/m³)
Módulo de
elasticidade
(Mpa)
Resistência
à tração
(Mpa)
Retenção
de água
(%)
Capilaridade(g/dm.min)
1 < 1.200 < 5.000 < 1,5 < 78 < 1,5
2 1.000 a 1.400
3.500 a 7.000 1,0 a 2,0 72 a 85 1,5 a 2,5
3 1.200 a 1.600
5.000 a 10.000 1,5 a 2,7 80 a 90 2,0 a 4,0
4 1.400 a 1.800
7.500 a 14.000 2,0 a 3,5 86 a 94 3,0 a 7,0
5 1.600 a 2.000
12.000 a 20.000
2,5 a 4,0 91 a 97 5,0 a 12,0
6 > 1.800 > 16.000 > 3,0 95 a 100 > 10,0
Fonte: CSTB apud THOMAZ (2001)
As características das argamassas de assentamento cumprem um papel fundamental
na transmissão das tensões e na deformabilidade das paredes.
A escolha do traço também é um fator que influência na resistência, pois dele
depende parte das características da resistência e da deformabilidade. No Recife, região
escolhida como objeto deste estudo, apresenta agregado (areia) proveniente de leitos de rio,
de granulometria média.
Fatores como perturbação e ritmo de construção também influenciam na resistência
final das paredes. Por isso, é importante que se tenha cuidado com a perturbação das
unidades depois de assentadas, quando os pedreiros tentam corrigir alguns defeitos através
de batidas, redução de resistência e a integridade da parede. influência também do
ritmo da construção. Quando se constrói em um ritmo muito acelerado pode ser assentado
um número de fiadas excessiva sobre juntas de argamassa que ainda não adquiriram
resistência suficiente provocando microfissuras e diminuindo a resistência final da parede.
Outro fator importante são as paredes construídas fora de prumo ou desalinhadas
entre pavimentos. Provocam o surgimento de esforços adicionais (cargas excêntricas) que
diminuem significantemente a resistência final.
2.1.3 CIMENTO
Particularmente em substratos de blocos cerâmicos, um incremento de aderência
de acordo com o aumento do teor de cimento. Um elevado teor de cimento presente nas
argamassas pode produze revestimentos rígidos que podem fissurar e, ao longo do tempo,
14
perder aderência. Apresentam inicialmente maior resistência de aderência, CARASEK
(1997) e PRADO ROCHA & PEREIRA DE OLIVEIRA (1999), podendo não ocorrer o
mesmo incremento com a variação da relação água/cimento.
Na cura um fator importante é a temperatura na formação das fases de hidratação dos
aglomerantes.
2.1.4 CAL
A cal possui uma elevada finura, sendo importante por sua propriedade plástica,
retenção de água, preenchimento dos vazios do substrato (extensão de aderência) e maior
durabilidade decorrente da carbonatação processada ao longo do tempo.
Este material propicia maior coesão entre as partículas sólidas quando se aumenta a
viscosidade da pasta com a substituição gradativa do cimento pela cal, mantendo-se a
mesma relação água/cimento.
A cal fornece à argamassa mista uma melhor trabalhabilidade; retenção de água,
propiciando o tempo adequado à hidratação necessária do cimento; aumento da resistência
mecânica, por ter menos vazios devido a sua pozolanicidade. Além disso, diminui o módulo
de elasticidade, melhorando a capacidade de deformação e aumenta a capacidade de
aderência da pasta no substrato, OLIVEIRA (2004).
2.1.5 AREIA
Atribui-se a esse material a responsabilidade do esqueleto indeformável da massa,
reduzindo a retração e, consequentemente, contribuindo para a elevação da durabilidade da
aderência. Vale destacar que uma areia com granulometria contínua tem maior aderência,
O desempenho da aderência é influenciado também pela areia utilizada na produção
da argamassa, pois, com o incremento de sua adição, redução a aderência. As areias mais
grossas não contribuem para uma elevada extensão de aderência, na medida em que
prejudica a plasticidade e a aplicação, CINCOTTO; SILVA & CASCUDO, (1995).
SCARTEZINI & CARASEK (2003), verificaram a influência positiva na resistência
de aderência devido ao aumento do tamanho dos grãos. Possivelmente, a maior condição da
15
perda de água da argamassa para o mesmo substrato, decorrente da menor quantidade de
poros finos no interior da argamassa.
Areias com alto teor de finos, ou seja, partículas inferiores a 0,075 mm, prejudicam a
aderência da argamassa, pois neste caso esse material pulverulento poderá penetrar nos
poros do substrato, tomando parte do espaço físico, dificultando assim a migração da água
coloidal da argamassa que ancorará nesses poros, ou ainda reduzindo o diâmetro dos poros
médios da argamassa. Assim a sucção do substrato será prejudicada, com base no princípio
dos poros ativos do substrato, CARASEK; CASCUDO & SCARTEZINI (2001).
2.1.6 ÁGUA
Para obter melhores resultados de aderência, o conteúdo de água das argamassas,
deve ser o máximo possível compatível com a trabalhabilidade, garantindo a coesão e a
adequada plasticidade da argamassa. Portanto, manter uma relação água/cimento baixa nas
argamassas, diferentemente do concreto. Quando a argamassa no estado fresco entra em
contato com o substrato poroso, tende a perder rapidamente água por sucção.
2.1.7 IMPORTÂNCIA DO SUBSTRATO
As características dos substratos influenciam na aderência da argamassa. A
rugosidade superficial, absorção e a sucção inicial de água dissipada das argamassas tornam-
se aspectos fundamentais para a aderência do sistema argamassa-base, CARASEK;
CASCUDO & SCARTEZINI (2001).
2.2 REABILITAÇÃO ESTRUTURAL
São várias as situações que podem provocar danos e até mesmo o colapso das
estruturas.
O uso de materiais de baixa qualidade, a ausência de controle tecnológico, as
técnicas incorretas de construção e as concepções errôneas de projeto são fatores que podem
16
provocar desastres e patologias nas construções (BARROS e PARSEKIAN (2002), KIST e
DUARTE (2002), OLIVEIRA e HANAI (2002), SOBRINHO e MELO (2002).
Outros fatores de grande comprometimento do bom funcionamento estrutural estão
relacionados aos recalques das fundações, HOLANDA JÚNIOR (2002). Além disso, a
inadequação, ou modificação da função original da edificação pode causar o seu
comprometimento estrutural.
A fadiga dos elementos estruturais e a deterioração dos materiais, por falta de
manutenção ou solicitação não prevista em projeto, provocadas pelas cargas de vento,
variações de temperatura e as agressões e reações químicas acumulam danos ao longo do
tempo e provocam a perda da capacidade estrutural do sistema.
Diversas pesquisas experimentais têm sido realizadas sobre o reforço de elementos
estruturais de concreto armado, FIORELLI (2002), BARROS e FORTES, (2002),
LORENZIS (2001). Experimentalmente, obtêm-se o acréscimo da capacidade de carga
agregada ao elemento estrutural através das aplicações de determinada técnica de reforço.
Mas, ainda são escassos os estudos sobre o comportamento mecânico de estruturas
deterioradas e danificadas, após o seu tratamento com alguma técnica de reforço, que visam
restituir à estrutura danificada a sua capacidade resistente projetada para serviço, ou o mais
próximo dela, de modo a torná-la apta à sua função original.
A alvenaria estrutural é um elemento construtivo que possui características
singulares. Ao mesmo tempo em que a alvenaria funciona como elemento de vedação,
possui a responsabilidade de suportar cargas.
Danos prematuros em estruturas são provocados por esforços para os quais a
estrutura não possui capacidade para suportá-los. Sendo assim, é necessário entender o
comportamento mecânico da estrutura, bem como o seu mecanismo típico de ruptura para
que tais danos possam ser evitados ou, se for o caso, reparados.
O comportamento mecânico dos diferentes tipos de alvenaria tem, geralmente, uma
característica em comum: uma baixa resistência à tração. Além disso, a alvenaria, como um
todo, possui baixa ductilidade com conseqüente modo de ruptura frágil.
Normalmente, quando a alvenaria não-armada é solicitada a esforços de
cisalhamento e flexão acima da sua resistência, o seu comportamento mecânico pode
resultar em danos estruturais, ou estéticos, principalmente nos edifícios altos que apresentam
uma geometria muito mais esbelta. Devido a esta característica de baixa resistência à tração
e aos mecanismos picos de ruptura, a engenharia estrutural tem adicionado à alvenaria
vários tipos de reforços para superar tal deficiência intrínseca. A alvenaria também exibe
17
propriedades direcionais distintas, sendo considerada como um material de comportamento
ortotrópico. No entanto, devido às dificuldades de análise da interação Alvenaria é analisada
como um material de comportamento isotrópico, por simplificação.
Nos materiais frágeis, caso da alvenaria, as tensões e as fissuras iniciais, bem como
as variações de rigidez e resistência interna, causam o crescimento progressivo de fissuras,
quando o material é submetido a deformações progressivas. Inicialmente, as micro-fissuras
são instáveis. Isto significa que elas crescem somente quando a carga é aumentada. Ao redor
da carga de pico uma aceleração na formação das fissuras nucleação - e a formação de
macro-fissuras são iniciadas. Por outro lado, as macro-fissuras são instáveis, isto significa
que a carga tem que diminuir para se evitar um crescimento descontrolado, com conseqüente
ruptura, LOURENÇO (1998).
Outra característica norteadora do comportamento mecânico da alvenaria é a baixa
resistência à tração que existe nas interfaces entre a argamassa e os blocos. Deste modo, as
interfaces são superfícies bastante suscetíveis à fissuração. Estas fissuras podem indicar uma
movimentação estrutural que se encontra estabilizada, ou pode sugerir até mesmo uma
ruptura iminente. Por ser uma região bastante sensível e sujeita à fissurações, na maioria das
vezes, estas fissuras indicam apenas uma acomodação estrutural, devido principalmente aos
recalques admissíveis de fundação.
O mecanismo de ruptura da alvenaria inclui, portanto, ruptura por tração dos blocos e
juntas, ruptura por cisalhamento das juntas e ruptura por compressão do composto.
18
CAPÍTULO 3
CARACTERIZAÇÃO DOS MATERIAIS E COMPONENTES
3.1 BLOCOS CERÂMICOS
Os blocos cerâmicos utilizados são caracterizados como de vedação, vazados com
8(oito) furos com dimensões nominais de 9cm x 19cm x 19cm. A figura 3.1 mostra a foto do
tipo de blocos utilizados nos experimentos.
Figura 3. 1 - Blocos cerâmicos de 8 furos
A amostragem e os ensaios foram realizados segundo os procedimentos preconizados
na norma ABNT NBR 15270/2005, onde os blocos, na quantidade indicada, foram retirados
aleatoriamente de um lote para determinação de suas propriedades geométricas, físicas ou
mecânicas.
3.1.1 CARACTERIZAÇÃO GEOMÉTRICA:
Na caracterização geométrica foram levados em conta as medidas das faces,
espessuras dos septos e paredes externa dos blocos, desvio em relação ao esquadro (D),
planeza das faces (F) e área bruta (Ab) dos mesmos como especifica a NBR 15270-3/2007.
Na figura 3.2a e 3.2b pode ser observado os desenhos esquemático do bloco e na figura 3.3a,
3.3b, 3.3c e 3.3d encontra-se todo o processo de medição.
Os instrumentos utilizados foram: Paquímetros com sensibilidade mínima de
0,05mm, esquadro metálico de 90 ± 0,5° e balança com resolução de até 10g. Os resultados
estão na tabela 3.0.
19
a)
b)
Figura 3. 2 - Desenhos esquemático dos blocos cerâmicos:
a) Dimensões dos blocos; b) Medições das paredes externas e septos.
a)
b)
c)
d)
Figura 3. 3 Detalhe do processo de caracterização geométrica blocos cerâmicos: a)
Medição desvio em relação ao esquadro(D); b) Medição desvio em relação ao esquadro(D);
20
Tabela 3. 1 - Caracterização geométrica blocos cerâmicos
CARACTERÍSTICAS GEOMETRICAS - NBR 15270-3/2005
CP
Largura (L)
(mm)
Altura (H)
(mm)
Comprimento
(C)(mm)
Esp. Septo
(mm)
Esp. Parede
(mm)
Desvio
(D)(mm)
Planeza
(F)(mm)
NBR 15270 90 190 190
e = 6
e = 6
3 3
Tolerâncias
± 5 ind
± 3 méd
± 5 ind
± 3 méd
± 5 ind
± 3 méd
mínima mínima máximo máxima
1 88 189 190 6 7 3 0
2 87 187 189 7 7 6 0
3 88 188 191 7 7 0 0
4 89 190 190 6 7 0 0
5 89 188 190 7 7 5 0
6 89 190 191 7 7 2 0
7 88 188 188 6 7 0 0
8 88 188 189 7 7 2 0
9 88 189 190 7 7 2 0
10 88 186 189 7 7 2 0
11 88 190 191 7 7 0 0
12 89 187 191 7 7 0 0
13 89 185 186 7 7 2 0
N.N.C 0 0 0 0 0 2 0
Média 88 188 190 X X X X
Resultado A A A A A A A
Tolerâncias: Ver item 5 Requisitos Específicos - NBR 15270-1(Vedação)
N.N.C. = Número de não-conformes, fora de especificação.
Resultado: Até 2 não-conformidade aceita ( A ) De 3 não-conformidades em diante rejeita ( C )
3.1.2 CARACTERÍSTICAS FÍSICAS
As características físicas levados em consideração foram: a massa úmida, o índice de
absorção d’agua e o índice de absorção inicial (IRA).
Para tanto foi utilizado uma balança digital com precisão de 5g, estufa com
temperatura ajustável a (105±5) °C e recipiente de água com capacidade suficiente para
imergir os corpos de prova com dispositivo de aquecimento.
Após a limpeza e identificação, os blocos foram colocados em estufa a uma
temperatura de 105±5 °C para o processo de secagem.
3.1.2.1DETERMINAÇÃO DA MASSA ÚMIDA DOS BLOCOS
Apos a determinação da massa seca os blocos foram colocados dentro de um
recipiente com água no nível suficiente para mantê-los completamente imersos, o recipiente
21
foi aquecido gradativamente até que a água entrasse em ebulição ficando assim por um
período de 2h. Após esse período os blocos ficaram resfriando em água na temperatura
ambiente depois foram colocados em uma bancada para que o excesso de água escorre-se e a
água remanescente fosse retirada com um pano limpo e úmido. A seguir, os blocos foram
pesados para a obtenção da massa úmida.
3.1.2.2 DETERMINAÇÃO DO ÍNDICE DE ABSORÇÃO DE ÁGUA
Para a determinação do índice de absorção de água (AA) foi utilizada a seguinte
expressão:
(
)
(
)
[
]
100% ×÷= msmsmuAA
onde mu e ms representam a massa úmida e a massa seca de cada corpo-de-prova,
respectivamente, expressas em gramas.
Figura 3. 4 - Processo de secagem
Figura 3. 5 - Processo de pesagem
22
Figura 3. 6 - Processo de cura aquecida
Na tabela 3.2 que segue, tem-se os resultados da determinação da massa e da
absorção de água dos blocos .
Tabela 3. 2 - Determinação da massa e da absorção de água
DETERMINAÇÃO DA MASSA E DA ABSORÇÃO DE ÁGUA
NBR 15270 - 3:2005
CP 14 15 16 17 18 19
Massa seca - Ms - (1g) 2.308,10 2.154,90 2.244,80 2.154,60 2.264,50 2.181,20
Massa úmida após fervura Mu -
(1g)
2.607,50 2.370,00 2.497,50 2.341,40 2.549,90 2.463,00
Absorção de água (1%)
= (Mu-Ms/Ms)x100
13 10 11 9 13 13
Número de não conformidade (fora da faixa de 8 a 22%)
Resultado : (até 1 aceitar - 2 em diante rejeitar)
3.1.2.3 DETERMINAÇÃO DO ÍNDICE DE ABSORÇÃO INICIAL (IRA)
A norma americana ASTM estabelece o método de ensaio IRA, para determinação
da absorção de água inicial do bloco.
O bloco após 1 minuto imerso em uma lâmina de água, a uma profundidade de 3,6
mm, é verificado o grau de sucção inicial. O bloco antes ser imerso foi pesado e colocado
em estufa a uma temperatura de 110 °C por 24 h para obter a massa seca. O ensaio se
encontra ilustrado na figura 3.6.
23
Figura 3. 7 - Bloco imerso em água no ensaio de IRA
3.1.3 CARACTERÍSTICAS MECÂNICAS
A característica mecânica principal dos blocos cerâmicos de vedação consiste na
resistência à compressão individual (f
b
). Para tanto foram ensaiados ao todo 13 blocos como
é determinado na NBR 15270-3. Na figura 3.8 se encontra o detalhe do ensaio de resistência
à compressão axial.
A Máquina utilizada foi uma Servo- Hidráulica Microprocessada para Ensaios - CPA
(carregamento progressivo automático) da CONTENCO, modelo HD-150T do laboratório
de construção civil do ITEP, ilustrado na figura 3.7a e 3.7b. Antes do ensaio os blocos foram
capeados com pasta de cimento para regularizar o plano de aplicação da carga e após o
endurecimento da camada o bloco foi imerso em água por mais de 6h, como especificado na
norma acima mencionada.
a)
b)
Figura 3. 8 - Máquina Servo- Hidráulica Microprocessada para Ensaios: a) prensa; b)
gabinete servo.
24
a)
b)
c)
d)
e)
Figura 3. 8.1 - Detalhe do ensaio à compressão axial dos blocos: a) Pré-ruptura; b) Inicio do
ensaio; c) Ruptura; d) Pós-ruptura; e) Esquema de aplicação de carga.
Os resultados do ensaio de compressão axial dos blocos estão condensados na tabela
3.3.
Tabela 3. 3 - Resultados do ensaio de compressão dos blocos
RESISTÊNCIA A COMPRESSÃO - NBR 15270 - 3/2005
Dimensões Médias (1mm) Carga
CP N°
Largura
(L)
Altura
(H)
Comprimento (
C )
Área
Bruta
(1mm²)
T N
Resistência
(Mpa)
NBR - 15270 - 1/2 fb ≥
1 88 189 190 16.720 2,28 22.359 1,3
2 87 187 189 16.443 5,92 58.055 3,5
3 88 188 191 16.808 3 29.420 1,8
4 89 190 190 16.910 3,18 31.185 1,8
5 89 188 190 16.910 6,38 62.566 4
6 89 190 191 16.999 6,91 67.764 4
7 88 188 188 16.544 5,23 51.289 3,1
8 88 188 189 16.632 6,49 63.645 3,8
9 88 189 190 16.720 5,34 52.367 3,1
10 88 186 189 16.632 4,55 44.620 2,7
11 88 190 191 16.808 3,58 35.108 2,1
12 89 187 191 16.999 3,95 38.736 2,3
13 89 185 186 16.554 6,19 60.703 3,7
NNC(*) 0
(*) SOMENTE PARA BLOCOS DE VEDAÇÃO
Resultados(*) A
Cálculo do fator de resistência média (f
bm
) 2,87
cálculo do desvio-padrão
(Mpa)
0,93
cálculo do coeficiente de variação
( % )
32,39
Blocos de vedação : Até 2 não-conformidades - ACEITA ( A )
De 3 não-conformidades em diante REJEITA ( R )
NOTA : Resolução 1 kgf = 9,8066N
25
3. 2 AREIA
3.2.1. GRANULOMETRIA
Nos ensaios foi utilizada areia lavada encontrada em armazéns de construção. Foram
realizados no laboratório de materiais de construção da UNICAP. Este ensaio tem como
objetivo de através de um conjunto de peneiras chegarem às medidas dos diâmetros das
partículas que constituem um solo. Os resultados estão representados em uma curva de
distribuição granulométrica. Conforme a norma o ensaio de granulometria deve ser realizado
em duas amostras, Os resultados se encontram nas tabelas 3.4 e 3.5 e nos gráficos 3.9 e 3.10.
Tabela 3. 4 - Determinação da composição granulométrica da 1ª Amostra
Peneiras (abertura) Retido (g) Retido (%) Acumulado (%)
6,3 mm - - -
4,75 mm 2,0 0,21 0
2,36 mm 38,30 4,03 4
1,18 mm 110,5 11,62 16
600 µm 267,40 28,12 44
300 399,30 42 86
150 132,2 13,90 100
Fundo 1,10
Totais 950,80
Figura 3. 8. 2 – Gráfico da distribuição granulométrica da amostra 1
26
Tabela 3. 5 - Determinação da composição granulométrica da 2ª Amostra
Peneiras (abertura) Retido (g) Retido (%) Acumulado (%)
6,3 mm - - -
4,75 mm
24
2,46 2
2,36 mm
41,9
4,29 7
1,18 mm
117,6
12,04 19
600 µm
271,7
27,81 47
300
391,8
40,11 87
150
128,8
13,18 100
Fundo
1,10
Totais
976,9
Figura 3. 8. 3 - Gráfico da distribuição granulométrica da amostra 2
3.2.2 ENSAIO PARA DETERMINAÇÃO DA MASSA ESPECÍFICA EM
AGREGADOS MIÚDOS:
Na realização deste ensaio foram seguidos os procedimentos: secagem 500g de areia,
em estufa a 110°C, até ser obtida a constância do peso, a seguir, a areia foi colocada em um
frasco de Chapman com 200cm
3
de água, figura 3.11. Após a água subir pelo gargalo e
estabilizar, foi efetuada a leitura do nível d’água e calculada a massa específica, de acordo
com a NBR 9776.
27
Figura 3. 8. 4 - Frasco de Chapman
Para o cálculo da massa específica foi utilizada a seguinte expressão:
(
)
200÷= Lm
γ
Onde: Massa do agregado: m
Volume do frasco: L
Massa específica: γ
3.2.3 ENSAIO DO TEOR DE MATERIAIS PULVERULENTOS
Este ensaio foi realizado por NERY NETO,2006 na UNICAP. A amostra foi seca em
estufa (110±5)°C até a Constância de massa, obtendo a massa inicial do agregado (m
i
). A
seguir, o material foi colocado em um recipiente e recoberto com água em excesso, agitado
vigorosamente, foi substituída a água e repetido a operação até que a água saia
completamente limpa. Foram utilizadas as peneiras com aberturas de 1,2 mm e 0,075 mm
para que não houvesse perda de material. A seguir, o material foi seco em estufa a (110±5)
°C até a constância da massa, Foi pesada a massa final do agregado (m
2
)
e foi obtido o teor
de material pulverulento.
Para encontrar o teor de materiais pulverulentos foi utilizada a seguinte expressão:
(
)
[
]
100×÷= MiMfMiTMP
Onde: TMP – Teor de material pulverulento
Mi – Massa inicial
Mf – Massa final
3.2.4 ENSAIO DE INCHAMENTO DO AGREGADO MIÚDO
Foi ensaiada uma amostra de 20 dm
3
de acordo com a NBR 6467. A amostra foi
secada em estufa a 110 ± 5 °C até se obter a constância do peso. Foi determinada a massa
unitária nos seguintes teores de umidade 0 – 1 – 3 – 4 – 5%.
Para calcular o teor de umidade foi utilizado a seguinte expressão:
28
(
)
VTPb ÷=
γ
Onde:
s
γ
- Massa unitária da amostra coletada, em kg/dm³
P
b
- Massa da amostra mais a do recipiente, em kg
T - Massa do recipiente, em kg
V - Volume do recipiente, em dm³
O coeficiente de inchamento é dado por:
(
)
(
)
(
)
(
)
[
]
1001000 ÷+×÷=÷= hhsVVhCI
γγ
Onde: V
h
- Volume do agregado com h% de umidade, em dm³
V
0
-Volume do agregado seco em estufa, dm³
V
h
/V
0
- Coeficiente de inchamento
γ
s
- Massa unitária do agregado seco em estufa, em kg/dm³
γ
h
- Massa unitária do agregado com h% de umidade, em kg/dm³
h - Teor de umidade do agregado, em %
3.2.5 RESULTADOS OBTIDOS DA CARACTERIZAÇÃO DA AREIA NATURAL
UTILIZADOS NA CONFECÇÃO DAS PAREDINHAS.
Tabela 3. 6 – Características da areia natural
Agregado miúdo
Peneira
(mm)
Peneira
(Pol/Nº)
Massa retida
(g)
%
Retida
%
Acumulada
9,5 3/8” - - -
6,3 1/4" - - -
4,8 Nº 4 27,40 5,48 5
2,4 Nº 8 56,50 11,30 17
1,2 Nº 16 107,30 21,46 38
0,6 Nº 30 151,00 30,20 68
0,3 Nº 50 121,50 24,30 93
0,15 Nº 100 30,80 6,16 99
Fundo 5,50
Total 500,00
Dimensão máxima característica (mm) 4,8
Módulo de finura 3,2
Massa unitária (g/cm
3
) – NBR – 7251 1,42
Massa específica (g/cm
3
) – NBR 9776 2,60
Inchamento – NBR 6467 1,25
Umidade crítica (%) – NBR 6467 3,0
Teor de material pulverulento (%) – NBR 7219 1,26
29
Figura 3. 8. 5 – Gráfico da curva granulométrica da areia natural
3. 3 CIMENTO PORTLAND
O cimento utilizado nas argamassas (assentamento e revestimento) foi do tipo CP II
Z 32, cimento portland, fornecido no saco de 50kg, com as características apresentadas na
tabela abaixo.
Tabela 3. 7 – Característica do cimento CP II Z 32
Ensaios Químicos Normas Resultados
Especificação Norma
NBR 11578/91
Óxido de magnésio – MgO - (%) PO 00435 2,66 ≤ 6,5
Anidrido sulfúrico - SO
3
- (%) PO 00436 3,26 ≤ 4,0
Óxido de cálcio livre - CaO (Livre) – (%) NBR NM 13 1,44 não aplicável
Ensaios Físicos e Mecânicos Normas Resultados Norma NBR 11578/91
Área específica (Blane) – (cm
2
/g) NBR NM 76 3540 2600
Massa específica – (g/cm
3
) NBR NM 23 3,04 não aplicável
Densidade aparente – (g/cm
3
) X 1,2 não aplicável
Início de pega – (h:min) NBR NM 65 02:30 ≥ 1 h
Fim de pega – (h:min) NBR NM 65 03:40 ≤ 10 h
Expansibilidade de Le Chatelier – a quente NBR 11582 0,3 ≤ 5
Fonte: MOTA (2005)
30
3. 4 CAL HIDRATADA
A cal utilizada para fazer a argamassa (assentamento e revestimento) foi do tipo CHI,
do Fabricante Carbomil, fornecida em sacos de 20kg, cujas características constam na tabela
abaixo.
Tabela 3. 8 - Características da Cal CHI
Fonte: Fabricante Carbomil
3.5 ARGAMASSAS DE ASSENTAMENTO E REVESTIMENTO
O cumprimento adequado das funções das argamassas seja de assentamento seja de
revestimento depende de propriedades específicas relativas às argamassas tanto no estado
fresco quanto no estado endurecido. O entendimento dessas propriedades e dos fatores que
influenciam na sua obtenção permite prever o seu comportamento, essas propriedades
serviram de base para trabalhos publicados por CINCOTTO (1995) e SABBATINI (1988).
Para o desenvolvimento deste trabalho foram utilizados 3 traços de argamassa mista
de cimento, cal e areia:
Os traços (cimento:cal:areia) foram: 1:1:6, 1:2:9 e 1:0,5:4,5 em volume, No traço
1:1:6 fomos utilizados tanto no revestimento quanto no assentamento de todas as paredinhas,
os demais traços foram utilizados exclusivamente em revestimento.
Ensaio Cal Hidratada CH I
Natureza da cal hidratada Cálcica
#30 (0,600 mm) 0,3
Finura
(% retida)
# 200 (0,075 mm) 1,8
Densidade aparente (g/cm
3
) 0,5
Umidade (%) 1,26
Anidrido Carbônico – CO
2
2,21
Anidrido Sulfúrico – SO
3
0,05
Sílica e resíduo insolúvel 0,84
Óxido não hidratado 7,3
CaO, não hidratado 73,72
MgO, não hidratado 0,71
31
3.5.1 ENSAIO À COMPRESSÃO AXIAL DAS ARGAMASSAS
Para caracterizar a resistência mecânica das argamassas foi realizado o ensaio de
resistência à compressão axial, e para tanto foram moldados corpos-de-prova cilíndricos nas
dimensões 50 mm x100 mm (diâmetro x altura), que foram ensaiados após 28 dias de cura.
Os corpos-de-prova ensaiados a compressão axial seguiram os procedimentos
preconizados na NBR 5738(1994) no que diz respeito à moldagem, cura e capeamento.
Figura 3. 9 - Moldagem e capeamento dos corpos de prova
Para a realização dos ensaios foi utilizada uma Máquina Servo- Hidráulica
Microprocessada para Ensaios, modelo que segue os padrões de normalização preconizado
na NBR 5739(1994), a mesma utilizada no ensaio de compressão axial dos blocos.
Figura 3. 9. 1 - Fotos do ensaio de compressão axial e desenho esquemático
da aplicação da carga.
32
Os procedimentos utilizados na realização do ensaio seguiram a NBR 5739 (1994),
aplicou-se um carregamento continuo a uma velocidade de 0,5 MPa/s para a obtenção da
resistências, visto que na norma em questão no item 4.2.2, determina que a aplicação do
carregamento fique entre os intervalos de 0,30 a 0,80 MPa/s .
Os resultados obtidos estão relacionados nas tabelas 3.9, 3.10 e 3.11, onde a
resistência média à compressão axial ficou no entorno de 4,0MPa para o traço 1:2:9,
4,45MPa para o traço 1:1:6 e 6,23MPa para o traço 1:0,5:4,5 com os coeficiente de variação
ficaram entorno de 15,75%, 4% e 37,64 respectivamente.
Tabela 3. 9 - Resultado do ensaio à compressão axial da argamassa no traço 1:2:9
Componentes
CP Área (cm²)
Carga de
Ruptura (kgf)
Resistência a
Ruptura (MPa)
1 19,625 925 4,7
2 19,625 625 3,2
3 19,625 800 4,1
4 19,625 775 4,0
Resistência média à compressão (f
m
): 4,0MPa
Argamassa
(traço
1:2:9)
Coeficiente de Variação em Porcentagem: ± 15,75%
Tabela 3. 10 - Resultado do ensaio à compressão axial da argamassa no traço 1:1:6
Componentes
CP Área (cm²)
Carga de Ruptura
(kgf)
Resistência a
Ruptura (MPa)
1 19,625 880 4,48
2 19,625 840 4,28
3 19,625 890 4,53
4 19,625 870 4,44
5 19,625 930 4,73
6 19,625 840 4,28
7 19,625 880 4,48
8 19,625 820 4,18
Resistência média à compressão (f
m
):4,42MPa
Argamassa
(traço
1:1:6)
Coeficiente de Variação em Porcentagem: ± 4%
33
Tabela 3. 11 - Resultado do ensaio à compressão axial da argamassa no traço 1:0,5:4,5
Componentes CP Área (cm²)
Carga de
Ruptura (kgf)
Resistência a Ruptura
(MPa)
1 19,625 2260 11,52
2 19,625 960 4,89
3 19,625 1130 5,75
4 19,625 1010 5,14
5 19,625 1130 5,75
6 19,625 1030 5,24
7 19,625 1050 5,35
Resistência média à compressão (f
m
): 6,23MPa
Argamassa
(1:0,5:4,5)
Coeficiente de Variação em Porcentagem: ± 37,64%
3.5.2 RESULTADO DO ENSAIO À COMPRESSÃO AXIAL DAS ARGAMASSAS
Segundo a literatura pertinente a resistência à compressão das argamassas de
assentamento não influencia significativamente na resistência das paredes, desde que não
seja abaixo de 40% da resistência do bloco. A argamassa de assentamento deve ter como
resistência entre 70 e 100% da resistência do bloco. Isso segundo a literatura pertinente
comentada por MOTA, 2006.
O resultados da resistência média à compressão da argamassa de assentamento foi
4,42 MPa, isso é aproximadamente 55% do valor da resistência média dos blocos.
No figura 3.14, pode ser observado que entre as argamassas 1:2:9 (fraca) e a 1:1:6
(média) o correu um ganho pequeno na resistência média à compressão da ordem de 10,5%
e da argamassa média para forte um acréscimo considerável de 40,96% na resistência.
Resultado do Ensaio à Compressão Axial
0
1
2
3
4
5
6
7
1 : 2 : 9 1 : 1 : 6 1 : 0,5 : 4,5
Traço
Resistência Média
(MPa)
Figura 3. 3 - Resultado dos ensaios à compressão axial
34
3.5.3 CARACTERIZAÇÃO DAS ARGAMASSAS NO ESTADO FRESCO
Para caracterizar as argamassas no estado fresco foram realizados os seguintes
ensaios:
O ensaio de consistência, densidade de massa, retenção de água, teor de ar
incorporado e variação de massa, seguiram os procedimentos preconizado em normas: para
a obtenção da consistência foi utilizada a NBR 13276, a NBR 13278 para se determinar a
densidade de massa e do teor de ar incorporado, para determinar a retenção de água foi a
NBR 13277 e por fim a NBR8490 para obter a variação de massa.
Tabela 3. 12 - Resultados das características da argamassa no estado fresco.
Resultados Médios das Argamassas
Propriedades
1:2:9 1:1:6 1:0,5:4,5
Consistência (mm) 245 203 301
Densidade da massa no estado fresco (g/cm³) 1,97 1,97 2,03
Retenção de água (papel filtro) (%) 92,8 93,7 100,2
Teor de ar incorporado (%) 2,01 6,63 6,63
Variação de massa (%) -4,32 -2,79 -2,14
3.5.4 COMPOSIÇÃO DAS ARGAMASSAS UTILIZADAS
Tabela 3. 13 - Composição das argamassas.
Resultados Médios das Argamassas
Propriedades
1:2:9 1:1:6 1:0,5:4,5
Traço em massa 1:0,76:9,68 1:0,38:6,45 1:0,19:4,84
Relação água/cimento 1,94 1,14 1,11
Água/materiais 0,17 0,15 0,12
3.6 CONFECÇÃO DAS PAREDINHAS
Foi determinado que o número mínimo de réplicas para assegurar um nível de
significação superior de 95% seriam 12 exemplares, prevendo-se perdas eventuais devido às
35
dificuldades de transporte e armazenamento, resolveu-se que seriam confeccionadas 15
réplicas para cada tipo de paredinhas.
Para tanto foram confeccionadas no total 155 Paredinhas nas dimensões 60 x 120 cm
(largura x altura) nos tipos presentes na tabela 3.15:
Tabela 3. 14 - Sistema construtivo das paredeinhas
Paredinhas
Tipo
Total de
Exemplares
Argamassa de
assentamento
(Traço em
volume)
Chapisco
(Traço em
Volume)
Argamassa de
Revestimento
(Traço em
Volume)
Espessura do
Revestimento
(cm)
Observação
1 15 1 : 1 :6 - - - Aparente
2 15 1 : 1 :6 1 : 3 - - Chapiscada
3 15 1 : 1 :6 1 : 3 1 : 2 : 9 1,5 S/Tela
4 15 1 : 1 :6 1 : 3 1 : 2 : 9 3,0 S/Tela
5 15 1 : 1 :6 1 : 3 1 : 1 : 6 3,0 S/Tela
6 15 1 : 1 :6 1 : 3 1 : 0,5 : 4,5 3,0 S/Tela
7 15 1 : 1 :6 1 : 3 1 : 1 : 6 3,0 S/Tela c/ Aditivo
8 15 1 : 1 :6 1 : 3 1 : 2 : 9 3,0 C/Tela
9 15 1 : 1 :6 1 : 3 1 : 2 : 9 1,5 C/Tela
10 15 1 : 1 :6 1 : 3 1 : 1 : 6 3,0 C/Tela
Apesar de terem sido confeccionadas 155 paredinhas, no entanto foram rompidas
145 com a finalidade de banco de dados, pois durante todo o processo de construção e
ruptura 8 réplicas foram danificadas no processo de armazenamento e 2 foram usadas para
calibração do Pórtico.
3.6.1 EXECUÇÃO DAS PAREDINHAS
Com a finalidade de reproduzir o mais próximo possível da realidade das obras da
região metropolitana do Recife, a execução das paredinhas seguiu os procedimentos abaixo
descritos:
As paredes foram construídas sobre
bases metálicas (Perfil Metálico em I) para
ajudar no transporte. As paredinhas armadas com malha foram assentadas sobre os perfis
36
metálicos preenchidos com concreto, porque não havia como revestir a paredinha depois de
colocar a tela devido ao espaço da alma do perfil que funciona como base é pequeno para se
construir as paredinhas.
A argamassa de assentamento foi preparada manualmente e assentada em etapas,
isso é, foi construída de 3 em 3 fiadas, para que não ocorresse deformação excessiva da
argamassa e evitar concentração tensão devido à variação de espessuras da junta, até atingir
a altura desejada de 1,20 m. O preparo e a aplicação foram feitos por pedreiro experiente da
seguinte forma:
Foi realizada uma mistura seca de areia, cimento e cal, mexendo até fica homogênea;
depois foi adicionada água e novamente mexeu-se até formar uma pasta; em seguida,
espalhando a argamassa com a colher de pedreiro, em toda a superfície útil dos componentes
e nas laterais dos mesmos, depois pressionando o tijolo, conferindo o nivelamento, o
alinhamento e o prumo, tomando o cuidado para retirar o excesso dos lados, sempre
conferindo a espessura das juntas, para que elas não ultrapassassem as dimensões toleradas
por norma de (10 ± 3) mm.
Figura 3. 4 - Mistura da massa seca para argamassa
Figura 3. 5 - Corte dos blocos (meio bloco)
37
Figura 3. 6 - Confecção das paredinhas
O chapisco foi lançado sobre a superfície úmida com uma colher de pedreiro, em
uma única camada, com a finalidade de regularizar a base e melhorar a aderência. Para a
aplicação do chapisco, não foram utilizado gabaritos, a espessura ficou em torno de 0,05
mm;
O lançamento do emboço sobre a base chapiscada se deu depois de 48 hs da
aplicação do chapisco. Com a superfície completamente seca, o revestimento de 3,0 cm foi
executado em duas camadas, sendo que a segunda foi colocada depois de 24 hs da primeira,
para garantir a estabilidade do conjunto.
A etapa seguinte foi o taliscamento das paredes. Este foi feito com talisca de
madeira, partindo da espessura do emboço definido em projeto, Foi fixado com um pouco
da argamassa do emboço, em pontos determinado, respeitando a espessura. Logo em seguida
as taliscas foram retiradas e o local onde estavam foi completado com a argamassa do
emboço.
A próxima etapa consistiu no sarrafeamento da superfície revestida, com uma régua
de alumínio e movimentos de vaivém de baixo para cima.
Como acabamento final foi feito o desempeno, movimento circular com uma
desempenadeira sobre a superfície emboçada imprimindo certa pressão. Às vezes exige a
aspersão de água, que era realizada com uma brocha, sobre a superfície para que a mesma
ficasse lisa e regular.
38
Figura 3. 7 – Seqüência da aplicação do revestimento.
As paredes construídas com espessura de revestimento de 1,5 cm dos dois lados, sem
reforço, ficaram com uma espessura total de 12 cm; as de 3 cm ficaram com 15 cm,
espessuras muito utilizadas nas construção civil da região, as paredinhas reforçadas com
malha tiveram um acréscimo na espessura de 3 cm para cada lado ficando com 18 cm de
espessura as de 12 cm e com 21 cm as de 15 cm. Para a aplicação do chapisco não foram
utilizados gabaritos, pois foram lançados com colher de pedreiro, como foi comentada
anteriormente, simulando a pratica normal das construtoras. A espessura desses chapiscos
ficou em torno de 5 mm.
3.6.2 PAREDINHAS COM ADITIVOS
No caso das paredinhas tipo 7 na argamassa de revestimento, foi incorporado o
aditivo sintético a base de resina PVA encontrada no mercado, destinada a melhorar a
aderência das argamassas, adicionada à água de amassamento na seguinte proporção 1:1
(Aditivo : água). Todo o processo de confecção das pardinhas com aditivo foi semelhante à
execução das paredinhas dos tipos 2, 4, 5 e 6.
39
3.6.3 PAREDINHAS COM TELA
No caso das paredinhas com tela (tipos 8, 9 e 10) foi executada a fixação de um par
de telas, uma de cada lado da paredinhas revestidas com argamassas, das mesmas
dimensões da paredinha 0,60 m x 1,20 m.
A malha utilizada foi a malha pop, produzida com aço CA-60 nervurado, soldada em
todos os pontos de cruzamento. A malha com dimensões 10 cm x 10 cm e fio de 4 mm. (Ver
detalhamento na figura 3.22)
3.6.4 PROCESSO DE FIXAÇÃO DAS MALHAS
Procedimentos seguidos:
a) Foram realizados furos que transpassando as paredinhas para fixação das malhas,
com o auxilio de uma furadeira (broca de 8 mm), para a colocação dos conectores
destinados a prender em malha;
b) Os grampos foram confeccionados com ferros lisos de 6,0 mm, nas dimensões 26 cm
de comprimento com dobra de 6 cm;
c) Foram presas cocadas nas malhas cada 30 cm, em ambas as direções, para facilitar a
aplicação da argamassa;
d) Os conectores foram fixados a cada 30 cm. Foram colocados dois nas linhas
horizontais e 4 nas linhas verticais, totalizando 8 conectores por paredinhas.
a) b)
c)
Figura 3. 15 - a) Furadeira; b) Cocada; c) Conector
40
f) Depois da fixação das telas, foi aplicada a argamassa no traço 1 : 1: 6
Figura 3.86 – Seqüência dos furos para passagem dos conectores
Figura 3. 97 – Seqüência da fixação das malhas e aplicação do revestimento
3.6.5 CURA
A cura das paredinhas foi realizada protegidas da chuva, em galpão aberto, sendo
monitorado pelas datas de construção e das etapas de revestimento.
Figura 3. 108 - Galpão de armazenamento das paredinhas
41
3.6.6 ESQUEMA CONSTRUTIVO DAS PAREDINHAS
Capeamento
Bloco Cerâmico
Argamassa de Assentamento
Chapisco
Bloco Cerâmico
Argamassa de Assentamento
Capeamento
Paredinha
Aparente
Paredinha
Chapiscada
Figura 3. 11 - Esquema construtivo das
paredinhas Nuas
Figura 3. 20 - Esquema construtivo das
paredinhas chapiscadas
Argamassa de Revestimento
Chapisco
Bloco Cerâmico
Argamassa de Assentamento
Capeamento
Tela POP
Chapisco
Bloco Cerâmico
Argamassa de Assentamento
Capeamento
Argamassa de revestimento
Cocada
Gancho
Paredinha
Revestida
Paredinha
Revestida c/ tela
Figura 3. 21 - Esquema
construtivo das paredinhas
revestidas com argamassa de
cimento, cal e areia.
Figura 3. 22 - Esquema construtivo das
paredinhas revestidas (com argamassa de
cimento, cal e areia) e reforçadas com
malha.
Preenchido
com
concreto
Conecto
r
43
3.7 DESCRIÇÃO DAS INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTOS
- Laboratório de ensaios
O Laboratório de Tecnologia Habitacional (LTH) do Instituto de Tecnologia de
Pernambuco (ITEP) foi o local escolhido para a realização dos ensaios das paredinhas, por
apresentar em suas instalações locais apropriados para confecção e armazenamento das
paredinhas, figura 3.1a e 3.1b. Para tanto, houve a necessidade de algumas intervenções
seu interior, com o objetivo de tornar mais fácil o transporte das paredinhas para o ensaio.
a)
b)
Figura 3. 23 a)Entrada principal do LTH ; b) local de construção e armazenamento
Algumas intervenções efetuadas:
Retirada de paredes para circulação na área do laboratório;
Abertura de um novo acesso ao interior do laboratório onde foram armazenadas as
paredinhas;
Construção de uma pequena rampa nesse novo acesso, devido ao pequeno desnível
que possui o laboratório em relação ao galpão.
Foi construído um compartimento em alvenaria nas dimensões 1,65 m x 2,80 m,
com uma porta e uma janela fixa, com estrutura para ar condicionado para
comportar um computador destinado a leitura das medições, e a aparelhagem
destinada à aplicação de carga;
44
- Local de construção e armazenamento das paredinhas
O local destinado à construção e armazenamento das paredes é constituído de uma
estrutura metálica treliçada com as laterais abertas e coberta com telha de alumínio,
escolhido por ser ao lado do laboratório e grande o suficiente para armazenamento das
peças.
Pode ser visto na figura 3.2 o croqui das Instalações da disposição do laboratório e
na figura 3.1b o local de construção e armazenamento.
PG21
PG20
PG19
PG18
PG17
PG16
PG15
PG14
PG13
PG12
PG11
PG10
PG09
PG08
PG07
PG06
PG05
PG04
PG03
PG02
PG01
PG00
PP13
PP14
PP15
PP16
PP17
PP07
PP08
PP09
PP10
PP11
PP12
PP01
PP02
PP03
PP04
PP05
PP06
PP34
PP33
PP32
PP31
PP30
PP35
PP25
PP24
PP23
PP22
PP21
PP26
PP29
PP28
PP27
PP20
PP19
PP18
PP42
PP41
PP40
PP39
PP38
PP37
PP36
PP48
PP47
PP46
PP45
PP44
PP43
PP51
PP50
PP49
PP52
PP53
PP54
PP49
PP63
PP72
PP73
PP67
PP66
PP65
PP70
PP69
PP68
PP71
PP55
PP56
PP57
PP64
PP62
PP59
PP58
PP61
PP74
PP76
PP75
W.C.
W.C.
sobe
sala da
prensa
LABORATÓRIO DE TECNOLOGIA
HABITACIONAL- (LTH)
GALPÃO DE CONSTRUÇÃO
PLANTA BAIXA DO GALPÃO DE CONSTRUÇÃO E DO
LABORATÓRIO DE TECNOLOGIA HABITACIONAL
Transporte
Pórtico
Caminho do transporte
ao local onde esta
situado o pórtico
SIMBOLOGIA
COPA
SALA 2 SALA 4 SALA 5
SALA 6
HALL
SALA 7
SALA 3SALA 1
CIRCULÃO
Estufa
Prensa 10T
Câmera de
Estanqueidade
Figura 3. 24 – Croqui das Instalações
45
- Pórtico de Reação
O dispositivo de aplicação de carga para a realização dos ensaios foi utilizado um
Pórtico de Reação, figura 3.3, que sofreu varia intervenções Reforço em sua estrutura de
apoio, sustentação e aumento de seu curso, colocação de pinos para que o mesmo possa
trabalhar em alturas variadas. Também foi instalado o mecanismo de movimento manual
da viga de reação.
Figura 3. 25 Pórtico
- Base de perfil metálico
Foram utilizados perfis metálicos como base para construção das paredinhas com a
função de auxiliar o seu transporte, figura 3.4.
Os perfis para base das paredinhas “PP” 0,75 m x 0,26 m foram cortados nas
seguintes dimensões. Neles foram realizados furos nas extremidades com a função de
receber os parafusos para prenderem as peças de sustentação e de giro. Também foram
soldados parafusos na alma do perfil para fixação das peças criadas para imobilizar as
paredinhas.
Figura 3. 26 Perfil Metálico
46
- Mecanismo de Transporte
Como as paredes foram construídas fora do local em que seriam ensaiadas, foi
desenvolvido, no ITEP, um mecanismo para transporte, especialmente para levá-las de
forma que não ocorressem choques ou esforços que as danificassem. Foram transportadas
na posição vertical como recomendada em norma (NBR8949/1985), figura 3.5.
Para tanto, a estrutura teve sua altura aumentada, pois a altura original não daria
para transportar as paredinhas. Ficou com as seguintes dimensões 3,10 m de altura e 1,50
m de largura, após intervenção.
Figura 3. 27 – Mecanismo de transporte
- Mecanismo de giro
Foi observado no momento da realização dos ensaios, que as paredinhas
precisavam ser capeadas nos dois lados. Então surgiu a idéia de criar um mecanismo,
figura 3.6, que tivesse a função de girar as paredes sem danificá-las. Sendo assim, foi
desenvolvido no ITEP, um mecanismo que trabalha acoplado ao mecanismo de transporte.
Esse mecanismo possui duas partes que trabalham em conjunto e uma que tem
função de prender as paredinhas. E composta de uma barra nas dimensões 20 cm x 20 cm
com um tarugo soldado no meio e quatro barras que são presas aos tensores para garantir a
fixação do conjunto peça/parede. Essa fixação se através de parafusos que são presos as
bases metálicas. O outro com função de sustentar o conjunto peça/parede de maneira que
47
possibilite o giro 360°. Esta parte do mecanismo é presa ao mecanismo de transporte pela
corrente, possibilitando assim erguer a parede do chão a uma altura de aproximadamente
30 cm para que o conjunto peça/parede pudesse girar.
Figura 3. 28 – Mecanismo de giro
- Macacos de alto desempenho
Foram empregados macacos com capacidade 50 ton cada, curso do pistão de 200
mm, como mostrado na figura 3.8.
Figura 3. 29 – Macaco hidráulico. Vista frontal
48
- Gabinete servo – hidráulico
Este sistema servo-hidráulico de carga, figura 3.7, está associado ao sistema de
controle de deslocamentos através da leitura dos sensores de deslocamento linear (LVDT),
figura 3.9.
O controle do incremento de deslocamentos do êmbolo dos macacos possibilita não
acompanhar o trecho pós-fissuração e pós-ruptura localizada, bem como a forma da
curva de reabilitação das amostras frente à manutenção ou acréscimo de deslocamento.
Este equipamento servo-controlado é comandado por software, traçando gráficos
on-line, tempo x deslocamento ou tempo x carga, com controle perfeito tanto do
incremento do deslocamento como o incremento de carga.
Figura 3. 30 – Mecanismo de controle de carga
- Sensores de deslocamentos
Os sensores de deslocamentos utilizados no LTH são os LVDT (Linear Variable
Differential Transformer), tipo particular de sensores de relutância variável. ver figura 3.9.
A medida de deslocamento é feita através de uma variação de tensão, que é
resultado da mudança na relutância entre bobinas.
Esses sensores funcionam da seguinte maneira: três enrolamentos simetricamente
espaçados e um núcleo magnético móvel formam o sistema de acoplamento magnético.
A mudança de posição desse núcleo é detectada eletronicamente e processada
adequadamente para geração de uma leitura precisa do deslocamento aplicado.
49
Figura 3. 31 – LVDT ( model PY-2-F-050-S01M) Lin ± 0,1%, curso de 10 mm a 50 mm e
velocidade de deslocamento de até 10 m/s
- Software
O Software funcional em Visual Basic para ambiente Windows
98/NT/ME/2000/XP, com banco de dados em Access.
Realiza a integração dos dispositivos que compõem o conjunto e permite o
comando, controle e monitoração dos ensaios, com cadastramento de amostras e corpos-
de-prova, traçado de gráficos, armazenamento de dados e emissão de relatórios, o que
possibilita avaliação em condições e situações de simulação. Na figura 3.10 encontra-se
um modelo de um relatório.
Figura 3. 32 – Imagem do modelo de relatório gerado pelo softwere
50
3.6.8 ENSAIOS DE RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO AXIAL DE PAREDINHAS
Os ensaios das paredinhas foram realizados segundo uma adaptação do ensaio de
paredes de alvenaria de vedação como preconiza a NBR8949 (1985). Essa norma
prescreve o método de preparo e ensaio de paredes estruturais submetidas à compressão
axial, construídas com blocos de concreto, cerâmico ou tijolos.
3.6.8.1 PREPARAÇÃO DAS PAREDINHAS
a) Inicialmente as paredes foram capeadas com argamassa de traço 1:3 (cimento:areia) de
modo que o topo da parede ficasse nivelado, depois viradas e capeadas na região inferior;
b) O capeamento da região inferior foi realizado depois que a região foi apropriadamente
limpa e retificada, por meio mecânico, para que a argamassa aderisse com perfeição à
superfície;
c) Posteriormente as paredes foram pintadas de cal para realçar as trincas e permitir a
observação do modo de ruptura;
d) Para uma melhor identificação das paredes, foram marcadas com auxilio de gabarito e
tinta vermelha, as letras “PP” mais o número da amostra como mostra na figura;
Figura 3. 33 - Capeamento da paredinha
51
Figura 3. 34 - Virada da paredinha para capeamento
Figura 3. 35 - Verificação do prumo após a virada da paredinha
Figura 3.36 – limpeza para preparar para capeamento após virada
52
Figura 3. 37 Preparação para capeamento
Figura 3. 38 Pintura de identificação das paredinhas
3.6.8.2 TRANSPORTE DAS PAREDINHAS
As paredinhas foram transportadas com o auxilio do mecanismo de transporte
idealizado e construído do Laboratório de Construção Civil do Instituto de Tecnologia de
Pernambuco. Esse mecanismo permite o transporte das paredinhas na vertical, sem que
elas sofressem qualquer dano, como preconizada em norma.
As paredinhas sem telas, incluindo as não revestidas e as chapiscadas foram
transportadas com o trilho. Já as dotadas de malhas tiveram que ser em transportadas sem o
trilho devido ao curso de travamento do pórtico.
53
CAPÍTULO 4
EXPERIMENTAL E INSTRUMENTAÇÃO
4.1 COLOCAÇÃO PARA O ENSAIO A COMPRESSÃO AXIAL DAS
PAREDINHAS
O processo de colocar as paredinhas no pórtico foi de difícil operacionalidade,
devido ao tamanho e ao peso das paredinhas, para tanto foi necessário três pessoas para
colocá-la no local principalmente as paredinhas com telas.
Depois de colocadas no pórtico, apenas as paredinhas com malha não foram
transportadas com o trilho metálico, como foi citado anteriormente, devido ao curso de
travamento de segurança do pórtico, a seguiram todo o procedimento de norma. Foi
colocada uma parede madeira nas duas superfícies das paredinhas para amenizar os
possíveis defeitos de capeamento, foi verificado o alinhamento e o prumo da paredinha em
relação ao pórtico. Esse processo repetiu-se para todas as paredinhas.
Ao colocar a paredinha no pórtico, na região inferior entre o perfil metálico que
serve de base para paredinha e a viga de aço do pórtico, fica um local vazio, neste local foi
colocado dois tarugos de aço, que foram testados para verificar se deformariam com o
peso. Foi concluído no teste que eles tinham capacidade de suportar a carga aplicada sem
se deformar.
54
Figura 4. 1 – Seqüência da colocação da paredinha no pórtico, verificação alinhamento,
nivelamento e prumo.
4.2 ENSAIO À COMPRESSÃO CENTRADA
Após posicionadas no pórtico de reação, as paredinhas foram ensaiadas a
compressão centradas. Durante a realização dos ensaios foram aplicadas três velocidades
de carga. Inicialmente, com velocidade de 5 mm/s até aproximadamente 70% da carga de
ruptura esperada para o tipo de paredinha. Foi reduzida a velocidade de carregamento para
3 mm/s e, depois que surgiram as primeiras fissuras, a velocidade era reduzida para 1 mm/s
até à ruptura da paredinhas essa carga era reduzida quando atingisse aproximadamente
85% da carga esperada. Isso ocorria quando não eram observadas fissuras.
Para determinar as mudanças de velocidade no momento que era ensaiada a
primeira paredinha de cada série, era efetuada uma estimativa ao observar o
comportamento das da paredinha e a evolução das fissuras até á ruptura. Essa mudança de
velocidade era para poder ver com detalhe a evolução das fissuras.
As paredinhas foram ensaiadas aplicando-se cargas uniformemente distribuídas. Foi
utilizado um sistema de reação como mostra a figura 4.8 , utilizando 3 macacos hidráulicos
equi-espassados, com capacidade de 50 ton cada.
55
Placa de Fórmica
Sensor de
Deslocamentos
(LVDT's)
Perfil Metálico
(base de trasporte)
Viga Aço
E
Macaco hidraúlico
Viga de
destribuição
de carga
VISTA 1
1
DETALHE 1
DET. 1
Viga de Reação
Figura 4. 2 - Esquema do pórtico.
TARUGO
de ferro
56
4.3 RESULTADOS DOS ENSAIOS À COMPRESSÃO CENTRADA DAS
PAREDINHAS
Nas tabelas e nos gráficos que seguem encontram-se os resultados dos ensaios de
compressão das paredinhas, onde constam às cargas máximas aplicadas para atingir a
ruptura em kgf e a carga. O local e a região onde ocorreu a primeira fissura no bloco, bem
como observações a respeito do ensaio.
Tabela 4.1 - Resultados das resistências das paredinhas sem revestimento
1ª Fissura no Bloco
Ident.
Esp.
Parede
(cm)
Carga Máx
(kgf )
Carga (kgf) Local Região
Observações
PP140 9 7.247 2.700 parede externa
ruptura brusca com
desmonte da paredinha
PP141 9 5.859
ruptura brusca com
desmonte da paredinha
PP142 9 5.057 2.000 septos superior
ruptura brusca com
desmonte da paredinha
PP143 9 6.548 4.500 septos superior
ruptura brusca com
desmonte da paredinha
PP151 9 5.671 4.800 inferior
ruptura brusca com
desmonte da paredinha
PP153 9 5.307 5.100
ruptura brusca com
desmonte da paredinha
PP154 9 5.325 superior
ruptura brusca com
desmonte da paredinha
PP149 9 4.731 4.400 septos meio
ruptura brusca com
desmonte da paredinha
PP147 9 5.410
ruptura brusca com
desmonte da paredinha
PP150 9 5.968
ruptura brusca com
desmonte da paredinha
PP148 9 3.979 3.900
ruptura brusca com
desmonte da paredinha
PP146 9 6.731 5.700
septos e
par. externa
ruptura brusca com
desmonte da paredinha
PP152 9 5.350
ruptura brusca com
desmonte da paredinha
Carga Média 5.629
Desvio Padrão 867,20
Os itens vazios na tabela indicam que o evento em questão não foi possível
identificar no momento do ensaio
Coeficiente Variação 15.41%
Figura 4. 3 –Resultados da resistência das paredinhas sem revestimento
57
Tabela 4. 2 - Resultados das resistências das paredinhas com chapisco
1ª Fissura no Bloco
Ident.
Esp. da
parede (cm)
Carga Máx.
(kgf)
Carga (kgf) Local Região
Observações
PP01 9,6 9.187 Ruptura brusca
PP02 9,6 7.082 7.000 no meio Ruptura brusca
PP04 9,6 6.650 6.000 septos superior Ruptura brusca
PP130 9,6 11.929 11.000
parede
externa inferior Ruptura brusca
PP131 9,6 8.099 4.600 septos superior Ruptura brusca
PP132 9,6 10.636 6.400
parede
externa
inferior Ruptura brusca
PP133 9,6 7.237 4.000 septos inferior Ruptura brusca
PP134 9,6 9.806 5.400
parede
externa
inferior Ruptura brusca
PP135 9,6 9.597 9.200 septos superior Ruptura brusca
PP136 9,6 7.367 7.200 septos superior Ruptura brusca
PP137 9,6 7.820 no meio Ruptura brusca
PP138 9,6 6.693 5.700 septos superior
rompeu no meio da paredinha,
ruptura brusca
PP139 9,6 8.261 8.200 septos no meio
rompeu no meio da paredinha,
ruptura brusca
Carga Média 8.489
Desvio Padrão 1631,98
Os itens vazios na tabela indicam que o evento em questão não foi possível
identificar no momento do ensaio
Coeficiente de Variação 19,23%
Figura 4.4 –Resultados das resistências das paredinhas com chapisco
58
Tabela 4. 3 - Resultados das resistências das paredinhas (Traço1:2:9, espessura 3,0 cm)
Figura 4.5 – Resultados das resistências das paredinhas com revestimento (Traço1:2:9,
espessura 3,0 cm)
1ª Fissura no Bloco
Fissura no
Revestimento Ident
.
Esp.
parede
(cm)
Traço
(vol.)
Carga
Máx.
(kgf)
Carga
(kgf)
Local Região Carga (kgf)
Local
Observações
PP18 15 1 : 2 : 9 11.717 9.000 septos superior 11.000 rev./bl.
PP19 15 1 : 2 : 9 16.078 8.000 - superior - rev./bl.
PP20 15 1 : 2 : 9 17.318 9.300 - superior 15.800 rev./bl.
Com 16.300 o gráfico
mostrou um patamar(anexo
x)
PP21 15 1 : 2 : 9 17.555 10.000 septos superior 14.500 rev./bl. 16.650 fissurou 2° fiada
PP22 15 1 : 2 : 9 13.223 septos superior 8.000 rev./bl.
destacamento na região
inferior
PP23 15 1 : 2 : 9 16.611 16.000 septos superior 15.000 rev./bl.
PP28 15 1 : 2 : 9 15.799 6.000 septos superior 4.000 rev./bl.
11.900 fissurou 2° fiada
15.000 fissurou 3° fiada
PP29 15 1 : 2 : 9 15.237 8.000 septos superior 13.000 rev./bl.
PP31 15 1 : 2 : 9 16.777 4.600 septos superior 15.000 rev./bl.
14.000 fissurou 2° fiada e
surgiu também na região
inferior. Com 15.000
começou o destacamento
(região inferior)
PP32 15 1 : 2 : 9 15.972 11.000 - superior 14.000 rev./bl.
PP33 15 1 : 2 : 9 16.152 16.000 septos superior - rev./bl.
15.000 surgiu fissura na
região inferior
PP34 15 1 : 2 : 9 15.194 - - - 14.000 rev./bl.
PP35 15 1 : 2 : 9 15.859 7.800 septos superior 11.800 rev./bl.
11.800 a fissura passou para
a 2° fiada
Carga Média 15.653
Desvio Padrão
1605,8
9
Os itens vazios na tabela indicam que o evento em questão não foi possível
identificar no momento do ensaio
Coeficiente de Variação
10,25
%
rev. = revestimento, bl. = bloco
59
Tabela 4. 4 - Resultados das resistências das paredinhas (Traço1:1:6, espessura 3,0 cm)
Figura 4. 6 – Resultados dos ensaios de resistência das paredinhas com revestimento
(Traço1:1:6, espessura 3,0 cm)
1ª Fissura no Bloco
Fissura no
Revestimento
Ident.
Esp.
parede
(cm)
Traço
(Vol.)
Carga
Máx.
(kgf)
Carga
(kgf)
Local Região
Carga
(kgf)
Local
Observações
PP52 15 1 : 1 : 6 11.735 9.800 septos superior
- -
PP53 15 1 : 1 : 6 13.562 5.000 septos superior
- Inferior
PP54 15 1 : 1 : 6 13.975 10.100 septos superior
12.000 Inferior
PP64 15 1 : 1 : 6 15.777 15.300 septos inferior 15.500 Superior ruptura localizada
PP65 15 1 : 1 : 6 15.929 12.000 septos inferior 14.000 Inferior
12.000 fissura do capeamento
,o destacamento do
revestimento ocorreu na região
inferior , com 15.700 surgiu
varias fissuras nos blocos
PP66 15 1 : 1 : 6 16.060 12.000 septos inferior - Inferior
o rompimento ocorreu nas e
fiada com destacamento do
revestimento
PP67 15 1 : 1 : 6 20.184 20.000 septos inferior 14.000 inferior
Rompeu bruscamente e
tombou
PP68 15 1 : 1 : 6 18.710 - - - - -
PP69 15 1 : 1 : 6 16.587 15.000 - - - -
PP70 15 1 : 1 : 6 12.325 5.000
Parede
externa
superior
Superior
fissura localizada. Provável
problema de capeamento
PP71 15 1 : 1 : 6 17.987 7.500 septos superior
8.700 Superior
PP72 15 1 : 1 : 6 17.936 7.000 septos superior
10.000 Inferior
PP73 15 1 : 1 : 6 17.297 5.000
Parede
externa
superior
8.000 -
com 14.000 fissura nos
sépticos da 1° fiada
PP75 15 1 : 1 : 6 19.611 10.000 septos superior
Inferior
com 17.000 fissurou o bloco da
região inferior
PP76 15 1 : 1 : 6 24.739 14.000 septos superior
24.200 -
Carga Média 16.828
Desvio Padrão 3332,82
Os itens vazios na tabela indicam que o evento em questão não foi possível
identificar no momento do ensaio
Coeficiente Variação 19,80%
60
Tabela 4. 5 - Resultados das resistências das paredinhas (Traço1:2:9, espessura 1,5 cm)
Figura 4. 7 –Resultados das resistências das paredinhas (Traço1:2:9, espessura 1,5 cm)
1ª Fissura
no Bloco
Fissura no
revestimento
Ident.
Esp.
parede
(cm)
Traço
(Vol.)
Carga
Máx.
(kgf)
Carga (kgf)
Local Região Carga (kgf)
Local
Observações
PP06 12 1 : 1 :6 13.583 6.000
PP07 12 1 : 1 :6 11.862 11.000 Inferior Destacamento do revestimento
PP08 12 1 : 1 :6 9.912 6.000 septos superior
6.800
Após um grande estalo ocorreu
uma queda acentuada no gráfico
(ANEXO I)
PP09 12 1 : 1 :6 16.806 7.800 septos superior
PP10 12 1 : 1 :6 10.473 8.5000 septos superior
PP11 12 1 : 1 :6 12.424 11.000 septos superior
PP12 12 1 : 1 :6 11.007 10.000 inferior
PP13 12 1 : 1 :6 12.060
PP14 12 1 : 1 :6 16.565 12.800 septos superior
PP15 12 1 : 1 :6 14.184 6.000 superior
PP16 12 1 : 1 :6 12.166 11.000 superior
PP17 12 1 : 1 :6 11.212 7.000 septos superior
PP24 12 1 : 1 :6 18.240 7.500 septos superior
PP25 12 1 : 1 :6 12.675 6.278
PP26 12 1 : 1 :6 12.399 11.000 septos superior
Carga Média 13.038
Desvio Padrão 2436,85
Os itens vazios na tabela indicam que o evento em questão não foi possível identificar no
momento do ensaio
Coeficiente de Variação 18,69%
61
Tabela 4. 6 - Resultados das resistências das paredinhas (Traço1:0,5:4,5, espessura 3,0 cm)
Figura 4. 8 –Resultados das resistências das paredinhas (Traço1:0,5:4,5, espessura 3,0 cm)
1ª Fissura no Bloco
Fissura no
Revestimento
Ident.
Esp.
parede
(cm)
Traço
(Vol.)
Carga
Máx.
(kN)
Carga
(kN)
Local Região
Carga
(kN)
Local
Observações
PP60 15 1 : 0,5 : 4,5 21.498 13.000 septos inferior 19.000
a parede rompeu todas as fiadas
PP61 15 1 : 0,5 : 4,5 28.933 17.000 septos superior
o revestimento mostrou-se
integro ate o momento da ruptura
PP80 15 1 : 0,5 : 4,5 31.509 11.000 septos superior
26.700
com 19.500 inicio do
fissuramento na região superior
PP81 15 1 : 0,5 : 4,5 26.749 6.000 septos superior
23.700
o revestimento mostrou-se
integro ate o momento da ruptura
PP82 15 1 : 0,5 : 4,5 24.180 14.000 septos superior
23.000
o revestimento mostrou-se
integro ate o momento da ruptura
PP83 15 1 : 0,5 : 4,5 29.403 18.400 septos superior
23.400
PP84 15 1 : 0,5 : 4,5 32.989 19.000 septos superior
32.400
PP86 15 1 : 0,5 : 4,5 27.837 20.000 septos superior
com 22.000 fissurou entre a 1° e
a 2° fiada
PP91 15 1 : 0,5 : 4,5 22.226 21.000 septos superior
19.900
levou chuva
PP92 15 1 : 0,5 : 4,5 23.657 23.000 septos superior
19.700
ocorreu o cisalhamento do
revestimento e fissurou a
alvenaria longitudinalmente
PP93 15 1 : 0,5 : 4,5 29.466 27.000 septos superior
28.900
o destacamento ocorreu na
região inferior
PP104 15 1 : 0,5 : 4,5 16.152 15.000 septos superior
levou chuva
Carga Média 26.217
Desvio Padrão 4268,32
Os itens vazios na tabela indicam que o evento em questão não foi possível identificar no
momento do ensaio
Coeficiente de Variação 16,28%
62
Tabela 4. 7 - Resultados das resistências das paredinhas (Traço1:1:6, espessura 3,0 cm)
Figura 4. 9 –Resultados das resistências das paredinhas (Traço1:1:6, espessura 3,0 cm)
1ª Fissura no Bloco
Fissura no
Revestimento
Ident.
Esp.
parede
(cm)
Traço
(Vol.)
Carga
Máx.
(kN)
Carga
(kN)
Local Região
Carga
(kN)
Local
Observações
PP43 15 1 : 1 : 6 23.117 23.000 superior
PP44 15 1 : 1 : 6 23.261 20.000 septos superior
PP45 15 1 : 1 : 6 16.212 13.000 septos superior
15.000 rev./bl.
PP46 15 1 : 1 : 6 17.265 17.000 rev./bl.
rompeu as duas fiadas do topo
PP47 15 1 : 1 : 6 120.460
PP48 15 1 : 1 : 6 22.837 13.000 septos superior
7.000 rev./bl.
PP49 15 1 : 1 : 6 8.577
PP50 15 1 : 1 : 6 15.876 14.200 superior
12.000 rev./bl.
o fissura do revestimento iniciou-se na
região inferior
PP51 15 1 : 1 : 6 18.042 14.000 rev./bl.
o Fissura do revestimento iniciou-se na
região inferior
PP56 15 1 : 1 : 6 22.392 20.000 inferior
rompeu na região superior e inferior e
fissura do revestimento
PP57 15 1 : 1 : 6 16.276 12.000 septos superior
com fissura do revestimento de parte do
revestimento
PP59 15 1 : 1 : 6 16.049 11.000 superior
7.900 rev./bl.
Fissura no revestimento na região
superior
PP62 15 1 : 1 : 6 18.915 3.000 superior
19.000
PP63 15 1 : 1 : 6 18.290 9.000 septos superior
12.000 o correu ruptura localizada em um bloco
Carga Média 17.678
Desvio Padrão 4132,87
Os itens vazios na tabela indicam que o evento em questão não foi possível identificar no
momento do ensaio
Coeficiente de Variação 23,38%
63
Tabela 4. 8 - Resultados das resistências das paredinhas (Traço1:2:9, espessura 1,5 cm,
reforçada)
Figura 4. 10 - Resultados das resistências das paredinhas (Traço1:2:9, espessura 1,5 cm,
reforçada)
1ª Fissura no Bloco
Fissura no
revestimento
dent.
Esp.
parede
(cm)
Traço
(Vol.)
Carga
Máx. (kN)
Carga
(kN)
Local Região
Carga
(kN)
Local
Observações
PP108
18 1: 2 : 9 33.000 26.500 septos superior rev./bl.
Rompeu as 2 fiadas superiores de
modo cisalhante.
PP109
18 1: 2 : 9 30.587 17.000 septos superior 31.000 rev./bl. revestimento destacou do bloco
PP41 18 1: 2 : 9 29.473 25.500 septos superior 29.000
rev.novo/
rev.antigo
Rompeu as 3 fiadas superior, o
revestimento fissurou cisalhando,
o revestimento novo destacou do
antigo.
PP36 18 1: 2 : 9 28.155 18.000 septos superior 18.000 rev./bl.
ficou exposta a chuva/o
revestimento destacou do bloco.
PP37 18 1: 2 : 9 26.746 22.000 septos superior 18.000 rev./bl.
com 26.000 fis. o bloco/ ficou
exposta a chuva/o revestimento
destacou do bloco
PP38 18 1: 2 : 9 26.314 septos superior 25.600
rev.novo/
rev.antigo
ficou exposta a chuva/o
revestimento novo não destacou
do antigo
PP55 18 1: 2 : 9 33.304 33.000 septos superior 27.000 rev./bl.
o revestimento novo não destacou
do antigo
PP107
18 1: 2 : 9 40.452 39.700 septos superior
com aprox. 30.000 surgiu uma
fissura longitudinal no rev./com
40.100 fissura.o bl./o rev. novo
não destacou do antigo.
PP39 18 1: 2 : 9 28.343 5.000 septos superior 27.500
rev.novo/
rev.antigo
destacou o bl./rev. Quando atingiu
o valor máximo da carga de
ruptura.
PP40 18 1: 2 : 9 31.926 17.300 septos superior rev./bl.
com 25.000 fis. no meio do bloco
1°/2° fiada e com 31.600 fis. 2°/3°
fiada.
PP77 18 1: 2 : 9 35.000 24.700 septos superior 21.000 rev./bl.
o revestimento novo não destacou
do antigo/o gancho abriu
PP78 18 1: 2 : 9 25.823 septos superior 25.000 rev./bl.
o revestimento novo não destacou
do antigo.
PP79 18 1: 2 : 9 40.088 30.000 septos superior
o revestimento novo não destacou
do antigo.
PP89 18 1: 2 : 9 35.216 32.000 septos superior 30.000 rev./bl.
o revestimento novo não destacou
do antigo.
PP90 18 1: 2 : 9 37.074 24.000 septos superior
o revestimento novo não destacou
do antigo.
Carga Média 32.100
Desvio Padrão 4774,38
Os itens vazios na tabela indicam que o evento em questão não foi possível identificar no
momento do ensaio
Coeficiente de Variação 14,87%
64
Tabela 4. 9 - Resultados das resistências das paredinhas (Traço1:1:6, espessura 3,0 cm,
reforçada)
1ª Fissura no Bloco Destacamento
Ident.
Esp.
parede
(cm)
Traço
(Vol.)
Carga
Máx.
(kN)
Carga
(kN)
Local Região
Carga
(kN)
Local
Observações
PP94 21 1 : 1 : 6 39.661 25.980 septos superior
36.100 rev./bl.
O conector abriu apos rompimento
quando a carga baixou para 17.000
PP114 21 1 : 1 : 6 45.901 35.740 septos superior
33.700
O conector abriu no momento que
rompeu
PP95 21 1 : 1 : 6 31.191 14.000 septos superior
19.700 rev./bl.
O conector abriu apos rompimento
quando a carga baixou para 12.800
PP96 21 1 : 1 : 6 32.919 27.800 septos superior
31.100 rev./bl.
Carga concentrada em um dos
lados da paredinha,
desnivelamento
PP119 21 1 : 1 : 6 41.396 27.300 septos superior
28.000 rev./bl.
com 39.300 a fissura passou para
a 2° e 3° fiada
PP120 21 1 : 1 : 6 48.654 33.400 septos superior
34.000 rev./bl.
O conector abriu no momento da
ruptura
PP115 21 1 : 1 : 6 44.696
a fissura que surgiu foi na
argamassa 36.000, até o momento
do rompimento não surgiu fissuras
nos blocos
PP116 21 1 : 1 : 6 45.053 23.000 septos superior
18.300 rev./bl.
o conector abriu no momento do
rompimento
PP117 21 1 : 1 : 6 47.827 34.800 septos superior
40.900 rev./bl.
com 46.300 a fis.passou para o 2°
bloco , com 46.900 iniciou-se o
destacamento do revestimento.
Novo do antigo
PP118 21 1 : 1 : 6 38.919 26.400
parede
externa superior
23.600 rev./bl.
com a carga de 293.00 a fissura
passou para o séptico
PP05 21 1 : 1 : 6 34.636 23.600
séptico
+
par.exte
rna superior
18.200 rev./bl.
PP110 21 1 : 1 : 6 49.654 22.200 septos superior
17.900 rev./bl.
Carga Média 41.709
Desvio Padrão 6299,058
Os itens vazios na tabela indicam que o evento em questão não foi possível identificar
no momento do ensaio
Coeficiente de Variação 15,10%
Figura 4. 11 - Resultados das resistências das paredinhas (Traço1:1:6, espessura 3,0 cm,
reforçada)
65
Tabela 4. 10 - Resultados das resistências das paredinhas (Traço1:2:9, espessura 3,0 cm,
reforçada)
1ª Fissura no Bloco
Fissura no
Revestimento Ident.
Esp.
Parede
(cm)
Traço
(Vol.)
Carga
Máx(kN)
Carga(kN)
Local Região Carga(kN)
Local
Observações
PP121
21 1 : 2 : 9 38.018 35.700 septos
superior 25.936
rev.novo/
rev.antigo
o revestimento novo
destacou do antigo / o
conector abriu
PP122
21 1 : 2 : 9 37.032 31.500 septos
superior 26.500
-
com 34.900 fissurou entre
bl./rev. / o conecto abriu .
PP123
21 1 : 2 : 9 34.046 33.000 septos
- 20.000
rev.novo/
rev.antigo
o revestimento novo
destacou-se do antigo.
Possível causa :esta
parede foi pintada antes de
receber a tela por engano/
não foi possível ver se o
conector abriu .
PP124
21 1 : 2 : 9 42.286 - - - 36.000
rev.novo/
rev.antigo
não mostrou fissura ate o
momento da ruptura que foi
brusca/ o rev. Só destacou
do bloco no momento da
ruptura/ o revestimento
novo destacou do antigo,
possível causa :esta
parede foi pintada antes de
receber a tela por engano/
não foi possível ver se o
conector abriu
PP100
21 1 : 2 : 9 38.915 32.000 septos
superior 24.000 rev./bl.
o conector começou a abrir
após a ruptura quando a
carga chegou a 7.816
PP101
21 1 : 2 : 9 35.208 17.000 15.000 rev./bl.
o revestimento novo
destacou do antigo. Foi
possível ver que o conecto
abriu
PP102
21 1 : 2 : 9 36.544 22.000 10.000 bl./rev.
o revestimento novo
destacou do antigo, foi
possível ver que o conector
abriu
PP87 21 1 : 2 : 9 43.972 31.000 septos
superior 25.500 -
o conecto abriu.
PP88 21 1 : 2 : 9 38.951 25.000 septos
superior 18.000 rev./bl.
não foi possível ver se o
conecto abriu.
PP111
21 1 : 2 : 9 43.046 24.000 septos
superior 20.000 rev./bl.
com 41.100 iniciou o
destacamento do
revestimento antigo do
novo / o conector abriu
depois de rompido com a
carga de 12.200
PP112
21 1 : 2 : 9 24.011 18.800 septos
superior 16.700
rev.novo/
rev.antigo
Apos ruptura o gancho
começou a abrir o conecto
com 20.000
PP99 21 1 : 2 : 9 36.311 20.000 septos
superior 20.000 rev./bl.
32.000 o revestimento
novo se destacou do
antigo/ depois de rompida
com 6.700
PP125
21 1 : 2 : 9 32.534 22.000 septos
superior 16.900
PP126
21 1 : 2 : 9 32.774 21.800 septos
superior 18.392 o conector abriu ao romper
PP127
21 1 : 2 : 9 37.466 22.900 septos
superior 17.000
Carga Média 36.741
Desvio Padrão 4927,78
Os itens vazios na tabela indicam que o evento em questão não foi possível identificar
no momento do ensaio
Coeficiente de Variação 13,41%
66
Figura 4. 12 - Resultados das resistências das paredinhas (Traço1:2:9, espessura 3,0 cm,
reforçada)
67
CAPÍTULO 5
ANÁLISE DOS RESULTADOS
5.1 ANÁLISE DOS RESULTADOS DOS ENSAIOS
A ruptura da maioria das paredinhas se deu no septo dos blocos na região superior,
próximo do ponto de aplicação da carga, fissurando na interface revestimento/chapisco.
Este comportamento é justificado pela deformação da argamassa de assentamento, que por
estar confinada entre os blocos estão sujeitas à ação da compressão tri-axial, gerando assim
tensões de tração nos blocos, no plano horizontal. Assim, no momento em que o valor da
tensão ultrapassa a resistência à tração do bloco, o mesmo fissura, transmitindo esse
esforço para o revestimento que tende a fissurar ou destacar se não houver aderência
satisfatória, antes da estrutura se romper.
Dos resultados obtidos nos experimentos apresentados, no capítulo anterior, foi
possível identificar influências que são empregadas a seguir.
A modelagem através do método dos elementos finitos captou numericamente este
fato.
5.1.1 INFLUÊNCIA DO CHAPISCO
Através dos ensaios realizados, pode-se fazer uma análise do comportamento das
paredinhas sem revestimento e apenas chapiscadas, no traço 1:3 (cimento: areia), no que
diz respeito à influência da resistência à compressão centrada das paredinhas.
Fazendo uma análise comparativa em relação à resistência média das paredinhas,
foi possível observar um considerável aumento, da ordem de 50,8%, entre a alvenaria de
blocos cerâmicos chapiscada e a nua, sem chapisco. O gráfico da figura 4.1 mostra a
relação existente.
68
Influência do chapisco
0
20
40
60
80
100
s/revestimento Chapiscado
Carga de ruptura (KN)
Figura 5.1 – Influência do chapisco
5.1.2 INFLUÊNCIA DO TRAÇO
Com os ensaios realizados, pode ser observado o comportamento das paredinhas
quanto à influência do traço da argamassa (mista de cimento, cal e areia) de revestimento
na resistência à compressão centrada.
Foi efetuada uma análise comparativa entre as resistências médias nos traços 1:2:9
(fraco), 1:1:6 (médio) e 1:0,5:4,5 (forte), onde os revestimento de todas as paredinhas
tinham espessura de 3 cm, de cada lado. Foi possível observar que ocorreu um discreto
aumento, da ordem de 7,5%, entre a argamassa de traço fraco para a argamassa de traço
médio, e um considerável aumento, da ordem de 55,8%, entre a argamassa de traço forte
quando comparado com a argamassa de traço médio.
O gráfico da figura 4.2 apresenta o comportamento das cargas médias de ruptura
das paredinhas revestidas com argamassa com os diferentes traços.
Influência do traço
0
50
100
150
200
250
300
1:2:9 1:1:6 1:1/2:4,5
Carga de ruptura (KN)
Figura 5.2 – Influência do traço
69
5.1.3 INFLUÊNCIA DA ESPESSURA DO REVESTIMENTO
Fazendo uma análise comparativa da resistência média em função da espessura das
paredinhas revestidas no traço 1:2:9, nas espessuras 1,5 cm e 3,0 cm, pode ser observado
que a resistência cresceu na medida que a espessura aumentou, isso pode ser visto no
gráfico da figura 5.3, que expressa as influências da espessura e do revestimento.
Foi possível observar que ocorreu um aumento, da ordem de 29%, entre a espessura
de 1,5 cm e a de 3,0 cm, ambas na argamassa no traço médio.
Influência da espessura e revestimento
124
126
128
130
132
134
136
138
140
142
esp. 1,5 cm esp. 3,0 cm
Carga de ruptura (KN)
Figura 5.3 – Influência da espessura do revestimento
5.1.4 INFLUÊNCIA DO ADESIVO DE MASSA
Foi possível observar um pequeno aumento de 7,81%, Porém deve ser considerado
que no revestimento médio da argamassa com aditivo, a espessura foi de 3,5 cm. Isso pode
ter interferido no resultado, este comportamento pode ser observado pelo gráfico das
cargas média de ruptura das paredinhas com aditivo e sem aditivo.
Figura 5.4 – Influência do aditivo no revestimento
70
5.1.5 INFLUÊNCIA DO REFORÇO COM TELA
O reforço com a malha teve o objetivo de verificar a contribuição na resistência à
compressão da argamassa armada, no sentido de gerar dados para estudos posteriores
acerca de reforços destinados à recuperação das estruturas em alvenaria resistente.
Foi efetuada análise comparativa da influência do traço na resistência média das
paredinhas com reforço, considerando a espessura 3,0 cm, nos seguintes traços 1:2:9
(fraco) e 1:1:6 (médio). Foi possível observar um aumento na resistência da ordem de
13,5% da argamassa no traço forte sobre o fraco. No gráfico da figura 4.5, pode ser
identificado esse aumento.
Influência do reforço com traço
340
360
380
400
420
440
1:2:9 1:1:6
Carga de ruptura (KN)
Figura 5.5 – Influência do revestimento com reforço nos traços 1:2:9 e 1:1:6, com
espessura de 3,0 cm.
5.1.6 INFLUÊNCIA DO REFORÇO COM TELA COM ESPESSURAS DOS
REVESTIMENTOS 1,5 E 3,0 cm
Fazendo uma análise comparativa da influência da espessura do
revestimento na resistência média das paredinhas com traço 1:2:9, foi possível observar
que ocorreu um aumento na resistência de 14,39%, o que pode ser observado no gráfico da
figura 4.6.
71
Figura 5.6 – Influência do reforço nas da paredinhas com espessura
do revestimento 1,5 cm e 3,0 cm, no traço 1:2:9
5.2 AS FIGURAS A SEGUIR MOSTRAM AS FORMAS DE RUPTURA QUE
OCORRERAM EM CADA TIPO DE PAREDINHAS.
5.2 .1 PAREDINHA SEM REVESTIMENTO
a)
b)
Figura 5. 7 - Forma de ruptura das paredinhas sem revestimento
Todas as paredinhas não revestidas romperam bruscamente. As duas primeiras
fiadas da região superior romperam de forma explosiva, tendo o restante da parede se
desfeito. Foi possível observar as fissuras que surgiram acompanhando as juntas verticais,
partindo do centro da região superior da paredinha.
Influência da espessura no reforço
280
300
320
340
360
380
esp.1,5cm esp.3,0cm
Carga de ruptura (KN)
72
5.2.2 PAREDINHA CHAPISCADA
a)
b)
c)
Figura 5.8 - Forma de ruptura das paredinhas chapiscadas
As rupturas das paredinhas chapiscadas também ocorreram bruscamente nas duas
primeiras fiadas da região superior da paredinha. Esse comportamento foi verificado em
cerca de 85% dos casos. Ocorreu também em algumas paredinhas a ruptura nas fiadas
centrais e ruptura localizada, como mostra na figura 4.8.
5.2.3 PAREDINHA COM REVESTIMENTO NO TRAÇO 1:1:6 E ESPESSURA 3,0
cm
a)
b)
c)
d)
Figura 5.9 -Forma de ruptura das paredinhas revestidas, com espessura de 3,0 cm
73
Nas paredinhas revestidas com traço 1:1:6 e espessura de revestimento 3,0 cm, a
ruptura ocorreu nas duas primeiras fiadas na região superior com descolamento parcial do
revestimento, provável problema da aderência.
5.2.4 PAREDINHA COM REVESTIMENTO NO TRAÇO 1:2:9 ESPESSURA 1,5 cm
a)
b)
c) d)
Figura 5.10 -Forma de ruptura das paredinhas revestidas com espessura 1,5 cm
Nas paredinhas revestidas com traço 1:2:9 e espessura de revestimento 1,5 cm a
ruptura foi semelhante. Das paredinhas revestidas com traço de 1:1:6 com 3,0 cm. A
ruptura ocorreu nas duas primeiras fiadas na região superior.
74
5.2.5 PAREDINHAS COM REVESTIMENTO NO TRAÇO 1:2:9 E ESPESSURA 3,0
cm
a)
b)
Figura 5. 11 - Forma de ruptura das paredinhas revestidas, com espessura de 3,0 cm
Nas paredinhas revestidas com traço 1:2:9 e espessura de revestimento 3,0 cm a
ruptura ocorreu nas duas primeiras fiadas na região superior com descolamento parcial do
revestimento em alguns casos.
5.2.6 PAREDINHA COM REVESTIMENTO NO TRAÇO 1:0,5:4,5 E ESPESSURA
3,0 cm
a)
b)
Figura 5. 12 -Forma de ruptura das paredinhas revestidas, com espessura de 3,0 cm
Nas paredinhas revestidas com traço 1:0,5:4,5 e espessura de revestimento 3,0 cm a
ruptura ocorreu nas duas primeiras fiadas na região superior. Em alguns casos ocorreu
descolamento parcial do revestimento.
75
5.2.7 PAREDINHA COM REVESTIMENTO NO TRAÇO 1:2:9 E ESPESSURA 3,0
cm COM REFORÇO
a)
b)
c)
Figura 5.13 -Forma de ruptura das paredinhas revestidas com espessura de 21 cm
As paredes com espessura de 15 cm depois de receberem o reforço ficaram com 21
cm, pois receberam mais 3,0 cm de revestimento de cada lado.
Algumas paredinhas revestidas com traço 1:2:9 e espessura de revestimento 3,0 cm,
a ruptura se deu forma cisalhante, com descolamento parcial do revestimento devido ao
esforço localizado do conector.
5.2.8 PAREDINHA COM REVESTIMENTO NO TRAÇO 1:1:6 E ESPESSURA 3,0
cm
a)
b)
Figura 5.14 -Forma de ruptura das paredinhas com espessura de 21cm
76
Algumas paredinhas revestidas com traço 1:1:6 e espessura de revestimento 3,0cm
a ruptura de forma cisalhante de cima ate embaixo.
5.2.9 PAREDINHA COM REVESTIMENTO NO TRAÇO 1:2:9 ESPESSURA DE
1,5 cm COM REFORÇO
a)
b)
c)
Figura 4.15 -Forma de ruptura dos paredinha com espessura de 18cm
As paredes com espessura de 12 cm, depois de receber o reforço ficaram com 18
cm, pois receberam mais 3,0 cm de revestimento de cada lado.
A região e ruptura especialmente com nas paredinhas de espessura de 18 cm, se deu
na região superior, se deu nos septo dos blocos, com destacamento parcial do revestimento
no local da ruptura.
5.3 GRÁFICOS CARGA X DEFORMAÇÃO
5.3.1 PAREDINHA SEM REVESTIMENTO
-2000
-1000
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
8000
-5 0 5 10 15 20 25 30
Deslocamento - LVDT (mm)
Carga (kgf)
PP140
PP141
PP142
PP143
PP146
PP147
PP148
PP149
PP150
PP151
PP152
PP153
PP154
Figura 5.16 – Paredinhas sem revestimento
77
5.3.2 PAREDINHA CHAPISCADA
-4000
-2000
0
2000
4000
6000
8000
10000
12000
14000
-5 0 5 10 15 20 25 30 35 40
Deslocamento - LVDT(mm)
Carga (kgf)
PP01
PP02
PP04
PP130
PP131
PP132
PP133
PP134
PP135
PP136
PP137
PP138
PP139
Figura 5.17 – Paredinhas chapiscadas
5.3.3 PAREDINHA REVESTIDA TRAÇO 1:1:6-ESPESSURA 3,0 cm
-5000
0
5000
10000
15000
20000
25000
30000
-2 0 2 4 6 8 10 12 14 16
Deslocamento - LVDT(mm)
Carga (kgf)
PP52
PP53
PP54
PP64
PP65
PP66
PP68
PP69
PP70
PP71
PP72
PP73
PP75
PP76
Figura 5.18 – Paredinhas com traço 1:1:6 e espessura de 3,0 cm
78
5.3.4 PAREDINHA REVESTIDA TRAÇO 1:2:9 E ESPESSURA 1,5 cm
-5000
0
5000
10000
15000
20000
25000
30000
35000
40000
45000
-2 0 2 4 6 8 10 12 14 16
Deslocamento - LVDT (mm)
Carga (kgf)
PP36
PP37
PP38
PP39
PP40
PP41
PP55
PP78
PP79
PP89
PP90
PP107
PP109
Figura 5.19 – Paredinhas com traço 1:2:9 e espessura de 1,5 cm
5.3.5 PAREDINHA REVESTIDA TRAÇO 1:2:9 E ESPESSURA 3,0 cm
-5000
0
5000
10000
15000
20000
-2 0 2 4 6 8 10 12 14
Deslocamento - LVDT (mm)
Carga (kgf)
PP18
PP19
PP20
PP21
PP22
PP23
PP28
PP29
PP31
PP32
PP33
PP34
PP35
Figura 5.20 – Paredinhas com revestimento traço 1:2:9 e espessura de 3,0 cm
79
5.3.6 PAREDINHA REVESTIDA TRAÇO 1:0,5:4,5 E ESPESSURA 3,0 cm
-5000
0
5000
10000
15000
20000
25000
30000
35000
-2 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
Deslocamento - LVDT (mm)
Carga (kgf)
PP60
PP61
PP80
PP81
PP82
PP83
PP84
PP86
PP91
PP92
PP93
PP104
Figura 5.21 – Paredinhas com revestimento no traço 1:0,5:4,5 e espessura de 3,0 cm
5.3.7 PAREDINHA REVESTIDA TRAÇO 1:2:9 E ESPESSURA 3,0 cm COM
ADITIVO
-5000
0
5000
10000
15000
20000
25000
0 2 4 6 8 10 12 14 16
Deslocamento - LVDT (mm)
Carga (kgf)
PP43
PP44
PP45
PP46
PP47
PP48
PP49
PP50
PP51
PP56
PP57
PP59
PP62
PP63
Figura 5.22 – Paredinhas com traço 1:2:9 e espessura de 3,0 cm com aditivo
Analisando os gráficos, foi possível observar, que ocorreu um considerado
acréscimo na resistência das paredinhas, tanto com o aumento na dosagem do traço quanto
da espessura do revestimento, porém a ruptura continua sendo brusca.
80
5.3.8 PAREDINHA REVESTIDA TRAÇO 1:1:6 E ESPESSURA 3,0 cm
REFORÇADA
-10000
0
10000
20000
30000
40000
50000
60000
-2 0 2 4 6 8 10 12 14
Deslocamento - LVDT(mm)
Carga (kgf)
PP05
PP94
PP95
PP96
PP110
PP114
PP115
PP116
PP117
PP118
PP119
PP120
Figura 5.23 – Paredinhas com traço 1:1:6 e espessura de 3,0 cm, reforçada
5.3.9 PAREDINHA REVESTIDA TRAÇO 1:2:9 E ESPESSURA 1,5 cm
REFORÇADA
-5000
0
5000
10000
15000
20000
-4 -2 0 2 4 6 8 10 12 14
Deslocamento - LVDT(mm)
Carga (kgf)
PP06
PP07
PP08
PP09
PP10
PP11
PP12
PP13
PP14
PP15
PP16
PP17
PP24
PP25
PP26
Figura 5.24 – Paredinhas com traço 1:2:9 e espessura de 1,5 cm, reforçada
81
5.3.10 PAREDINHA REVESTIDA TRAÇO 1:2:9 E ESPESSURA 3,0 cm
REFORÇADA
-5000
0
5000
10000
15000
20000
25000
30000
35000
40000
45000
50000
-2 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18
Deslocamento - LVDT(mm)
Carga (kgf)
PP87
PP88
PP99
PP100
PP101
PP102
PP111
PP112
PP121
PP122
PP123
PP124
PP125
PP126
PP127
Figura 5.25 – Paredinhas com traço 1:2:9 e espessura de 3,0cm, reforçada
Analisando o comportamento dos gráficos das paredinhas reforçadas foi possível
observar que a colocação das telas travadas com conectores conferiu ao sistema uma
mudança significativa na forma de ruptura, possibilitando a redistribuição dos esforços e
deformações entre elementos da estrutura.
82
CAPÍTULO 6
CONSIDERAÇÕES FINAIS
6.1 CONCLUSÕES
O revestimento como foi visto nesta dissertação, além da finalidade básica de
proteger fisicamente as estruturas, também agrega resistência e rigidez às paredinhas, tanto
com o aumento da dosagem do traço quando da espessura da capa de cobrimento. No
entanto, a forma de ruptura não muda, continua sendo brusca.
combinando as propriedades do revestimento com a armadura, além das
qualidades citadas anteriormente as telas travadas com conectores confere ao sistema uma
mudança significativa na forma de ruptura, possibilitando a redistribuição dos esforços e
deformações.
A ruptura das paredinhas sem revestimento e das paredinhas apenas chapiscadas
ocorreram de foram brusca, o que já era de se esperar por ser essa uma das características
de paredes em alvenaria cerâmica, confeccionadas com blocos vazados de vedação,
assentados com os furos na horizontal.
As paredinhas sem revestimento “desmontaram após a ruptura, diferentemente
das paredinhas com revestimento que apresentaram um outro tipo de ruptura porém brusca,
sendo identificado o surgimento de fissuras nos septos, o mesmo ocorrendo nas paredes
externas dos blocos. Foi possível ver o encaminhamento das fissuras no rejunte, tanto
horizontal quanto vertical, indicativo do local que a argamassa romperia. .
Cerca de 85% das paredinhas chapiscadas romperam nas duas primeiras fiadas
superior, enquanto que as 15% paredinhas restante romperam no meio, porém bruscamente
.
Na paredinhas revestidas, a ruptura ocorreu no séptico dos blocos na região
superior, região próxima da aplicação de carga , sendo posteriormente acompanhadas de
fissuras na interface revestimento/chapisco. Este comportamento é justificado pela
deformação da argamassa de assentamento, que por estar confinada entre os blocos estão
sujeitas a ação de compressão tri-axial, gerando, assim, tensões de tração nos blocos no
plano horizontal. No momento em que o valor da tensão ultrapassa a resistência à tração do
83
bloco, ocorre à fissura transmitindo esse esforço para o revestimento que tende a fissurar
ou destacar se houver problema de aderência, antes da estrutura se romper.
Durante os ensaios das paredinhas revestidas ocorreram descolamentos parciais do
revestimento. É provável que o descolamento esteja relacionado à instabilidade interna dos
componentes e materiais envolvidos, o que faz com que perto da ruína o material passe a
apresentar fissuras e sofrer descolamento, perdendo a sua capacidade resistente.
Foi possível ouvir durante os ensaios das paredinhas, revestidas estalos quando
estavam próximas da ruptura, devidos possivelmente aos rompimentos progressivos dos
septos.
Foi visível, durante os ensaios e depois efetuada a comprovação, comparando os
resultados das resistências, que a argamassa influenciou consideravelmente na resistência à
compressão das paredinhas, Tanto com o aumento da espessura da capa de revestimento
quanto com o enriquecimento do traço.
Foi observado que o uso de telas soldadas torna as paredinhas mais resistentes. A
parte mais frágil da paredinha continuou sendo os septos. Quando se aplicou o reforço, os
septos continuaram a romper de mesma maneira mais isso passou a ocorrer quando o
revestimento estava esgotando a sua capacidade resistente e isso passou a ocorrer depois
de um aumento considerável da resistência .
Nas paredinhas reforçadas com malha de aço, os conectores utilizados para fixá-las
nas paredes com espessura de 18 cm, em sua quase totalidade abriu no momento do
rompimento em cerca de 90% dos casos. as paredes com espessuras totais de 21cm,
independente do traço, abriram em cerca de 40% dos casos. Ocorreu é que a tensão de
tração gerada no momento de aplicação do carregamento foi superior ao suportado pelo
conectores.
A máquina de ensaio utilizada, com controle de deslocamentos possibilitou
identificar o comportamento pós-fissura e pós-ruptura dos espécimes ensaiados, assim foi
possível identificar nos gráficos carga x deslocamento típicos de cada família que as
paredinhas sem revestimento e apenas chapisdas apresentaram uma forma brusca de
ruptura, identificado no gráfico com um pico de retorno, acusado no LVDT. Já as
paredinhas com revestimento simples apresentavam ruptura com pouca ductilidade,
perdendo resistência progressiva, mostrada no gráfico no ramo descendente. Já as
paredinhas com revestimento reforçado com tela foi possível perceber uma perda de
resistência progressiva mas, com uma tendência de recuperação parcial de resistência,
mostrada através de curvas de histerese ao longo da curva pós-ruptura.
84
Os resultados dos ensaios de resistência a compressão das várias famílias de
paredinhas, quase todas constituída de 15 espécimes, mostraram resultados bastante
homogêneos. A grande maioria apresentou coeficiente de variação inferior a 15%. Apenas
as paredinhas no traço 1:1:6 na espessura 1,5 cm, ficou com o coeficiente de variação
18,69%; pode ter ocorrido em alguns casos que a paredinha se apresentou um pouco fora
de prumo, cerca de 1mm aproximadamente e um discreto desnivelamento. Esse fato pode
ter contribuído nos resultados de algumas paredinhas e esse mesmo problema pode
também ter influenciado o resultado das paredinhas com revestimento de traço 1:1:6 com
espessura de 3,0cm, ficando com o coeficiente de variação igual a 19,80%.
os resultados dos demais ensaios não tiveram variação substancial, mostrando
homogeneidade dos resultados.
A maioria das paredinhas revestidas tombou depois de rompidas; as reforçadas
permaneceram em pé, favorecida pela grande espessura.
6.2 SUGESTÕES PARA FUTUROS TRABALHOS
- Verificar o desempenho da argamassa no traço 1:0,5:4,5, com espessura de 3,0cm, em
paredes reforçadas;
- Completar a série com espessuras iguais, com e sem reforço;
- Ensaiar à compressão centradas, as paredes em tamanho real para permitir a análise
comparativa entre os resultados das paredes, paredinhas e prismas.
- Efetuar um estudo similar ao desenvolvido neste trabalho com a utilização de blocos de
concreto.
- Ensaiar paredinhas com argamassa projetada e determinar a correlação com as paredinhas
com argamassa executada manualmente, se há aumento na resistência.
85
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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alvenaria estrutural ensaio à compressão simples. Rio de Janeiro,1985.
______. MB-3459: Blocos vazados de concreto simples para alvenarias Determinação da
absorção de água, do teor de umidade e de área líquida. Rio de Janeiro, 1991.
______. NBR 5738: Moldagem e cura de corpo-de-prova cilíndricos ou prismáticos de
concreto. Rio de Janeiro, 1994.
______. NBR 5739: Ensaio de compressão de corpo-de-prova cilíndricos. Rio de Janeiro,
2007.
______. NBR 6460: Tijolo maciço cerâmico para alvenaria Verificação da resistência à
compressão. Rio de Janeiro, 1983.
______. NBR 6461: Blocos cerâmicos para alvenaria Verificação da resistência à
compressão. Rio de Janeiro, 1983.
______. NBR 6467: Agregados determinação do inchamento de agregado miúdo
Métodos de ensaio. Rio de Janeiro, 1987.
______. NBR 7171: Blocos Cerâmicos para alvenaria. Rio de Janeiro, 1992.
______. NBR 7175: Cal hidratada para alvenaria – Requisitos. Rio de Janeiro, 2003.
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resistência à compressão. Rio de Janeiro, 1992.
______. NBR 7200: Execução de revestimento de paredes e tetos de argamassa inorgânica.
Rio de Janeiro, 1998.
______. NBR 7215: Cimento Portland – Determinação da resistência à compressão. Rio de
Janeiro, 1996.
______. NBR 7217: Agregados Determinação da composição granulométrica. Rio de
Janeiro, 1987.
______. NBR 7222: Argamassa e concreto Determinação da resistência à tração por
compressão diametral de corpos-de-prova cilíndrico. Rio de Janeiro, 1994.
______. NBR 7251: Agregado em estado solto Determinação da massa unitária. Rio de
Janeiro, 1982.
______. NBR 8042: Blocos cerâmicos para alvenaria – Formas e dimensões. Rio de
Janeiro, 1992.
86
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90
VILATÓ, R. Ramirez. A Capacidade resistente da alvenaria estrutural não armada. São
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A -
1
ANEXO A -
ENSAIOS TESTE DE PAREDES DE ALVENARIA
SUBMETIDA À COMPRESSÃO CENTRADA
Foram realizados três ensaios teste. Nesta rie de ensaios, as paredes foram
submetidas à compressão centrada.
As paredes ensaiadas foram executadas nas seguintes situações : 2 paredes nuas
PP42 e PP sem número e 1 paredes revestida com argamassa 1:2:9, espessura 3,0cm (
PP27) todas executadas da forma descrita no item 5 desta dissertação.
As paredes foram ensaiadas em um pórtico de reação, com capacidade de 150T,
os ensaios em algumas situações tiveram sua velocidade controlada. O objetivo
principal destes ensaios foi verificar o rtico e observar o comportamento e a forma de
ruptura. Todas as paredes foram ensaiadas após 28 dias de confeccionadas.
Resultados obtidos
a) Paredes PP42 sem revestimento: realizado no dia 17/08/2006, tinha como
objetivo principal a verificação do pórtico de reação. A ruptura ocorreu na
região superior da parede mais precisamente nos sépticos da e fiadas, com
a carga máxima de 7.654 kgf e deslocamento máximo 12,2 mm, a ruptura foi
brusca.
Neste teste foi observado que deveriam ser corrigido no pórtico, parâmetros
como: prumo, nível, alinhamento, aumento de seu curso, substituição da viga de
reação e colocação de travas de segurança.
A -
2
Figura A-1 – Vista frontal da parede
Figura A-2 – Vista lateral da parede
Figura A-3 – Parede após ruptura
A -
3
Figura A-4 – Vista do pórtico de reação por inteiro
b) A paredes PP27 revestida com argamassa 1:2:9, espessura 3,0cm: realizado no
dia 23/01/2007, tinha como objetivo principal a verificação do pórtico de reação.
Este ensaio teve que ser interrompido.
Neste teste foi utilizada uma borracha de neoprene para corrigir possível
irregularidade no capeamento, mas o que o ocorreu de fato foi um agravante no
problema de capeamento, pois a borracha gerou uma força cisalhante nos blocos
extremos da região superior da parede rompendo-os precipitadamente.
Figura A-5 – Parede PP42 no momento do ensaio teste
A -
4
Figura A-6 – Fissuras localizadas na região superior da parede
e vista da borracha de neoprene
c) A paredes PP27 revestida com argamassa 1:2:9, espessura 3,0cm, que foi
ensaiada no dia 06/02/2007 foi aproveitada para este ensaio. A fiada da região
superior da parede mais precisamente a fiada foi retirada e a parede novamente
prepara para ser ensaiada. Desta vez para corrigir possível irregularidade no
capeamento foi utilizado peça de madeira compensado, nas dimensões 0,6 x 0,15
que se mostrou mais apropriado.
Neste ensaio foi verificado que as paredes deveriam ser capeadas também na região
inferior pois esta região mostrou-se no momento do ensaio uma região critica.
A ruptura ocorreu na região superior da parede, mas precisamente na e fiadas,
com a carga máxima de 23.509 kgf e deslocamento máximo 13,1 mm, a ruptura foi
brusca.
Figura A-7- Vista da parede PP 27
A -
5
Figura A-8 – Vista lateral da parede PP27
Figura A-9 – A parede tombou no final do ensaio
devido à falta de capeamento
Figura A-10 – Estado da parede após ruptura
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