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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO
PUC / SP
Eloiza Ceresso de Andrade
Análise de Unidades de Ensino de Inglês como L2 com Ênfase nos
Aspectos Orais
MESTRADO EM LINGUÍSTICA APLICADA E ESTUDOS DA
LINGUAGEM
São Paulo
2009
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Eloiza Ceresso de Andrade
Análise de Unidades de Ensino de Inglês como L2 com Ênfase nos
Aspectos Orais
Dissertação apresentada à Banca Examinadora
da Pontifícia Universidade Católica de São
Paulo, como exigência parcial para obtenção
do título de MESTRE em Lingüística Aplicada
e Estudos da Linguagem, sob a orientação da
Profa. Dra. Sandra Madureira.
São Paulo
2009
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Banca Examinadora
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“Talvez não tenhamos conseguido fazer o melhor. Mas lutamos
para que o melhor fosse feito. Não somos o que deveríamos
ser, não somos o que iremos ser, mas graças a Deus não
somos o que éramos.”
Martin Luther King
AGRADECIMENTOS
Primeiramente, a Deus, fonte de toda a força e persistência.
À Profa. Dra. Sandra Madureira, pelo incentivo e colaboração constante no decorrer
da orientação deste trabalho.
À minha filha Nikoli Andrade pela ajuda constante e pela paciência com que
acompanhou todas as etapas deste trabalho.
À professora Dra. Maria Aparecida Caltabiano e professor mestre Sergio Mauad,
pelas sugestões no exame de qualificação desta dissertação.
Aos professores doutores da Banca Examinadora, por procederem à análise deste
trabalho de pesquisa.
Aos meus pais Francisco Severo e Iraci Ceresso por tudo que tenho e que sou.
Pelos ensinamentos como ser humano, por acreditarem nos meus sonhos, por
serem meus melhores amigos e companheiros.
Aos meus irmãos e familiares, pelo apoio em todos os momentos da minha vida.
Aos meus amigos de trabalho da EE. Prof. Raul Poletto e em especial à Marisa Dias,
Eliana Rulli, Flávia da Silva, Maria do Carmo e Elza Dias, pela cooperação e
incentivo constantes.
Aos meus amigos de trabalho da EMEF Oliveira Vianna e em especial ao David
Bispo, AndJanuário, Anália Angélica e Elias, pela amizade e disponibilidade em
ajudar.
Aos meus alunos, crianças e adultos, que, indiretamente, sempre me incentivaram a
trilhar o caminho do conhecimento e compartilhá-lo com todos.
Aos colegas do LAEL e do LIAAC, pela ótima convivência, e pela troca de idéias e
em especial à Andrezza Simonini.
RESUMO
Esta dissertação de mestrado, inserida em uma abordagem qualitativa, fundamenta-
se em aspectos teóricos sobre ensino/ aprendizagem de inglês como L2, tem como
objetivo investigar a implementação de uma proposta de ensino que embora
trabalhe todas as habilidades (ler, escrever, falar e ouvir) integradamente, confere
ênfase às habilidades orais. Para atender a esse objetivo, iniciou-se com a
investigação das necessidades dos alunos acerca do uso da língua inglesa no
contexto social, e prosseguiu-se com a identificação dos mecanismos que
beneficiassem o desenvolvimento do ensino/aprendizagem de L2. O cenário da
pesquisa foi uma Escola Estadual. Os sujeitos de pesquisa eram alunos entre doze
e treze anos que cursavam a série do Ensino Fundamental II. Os dados foram
analisados a partir de registros de 10 sessões. Como subsídio teórico recorreu-se à
análise das necessidades, à reflexão na ação, às variáveis introduzidas por Krashen
(1985) e à pesquisa sobre o ensino da produção e percepção de fala em L2. Foram
importantes instrumentos de coletas de dados as entrevistas à comunidade escolar
e a aplicação de questionários para o levantamento das necessidades dos alunos. A
análise foi efetuada em três etapas: 1) compreensão leitora e vocabulário; 2)
percepção e 3) compreensão e produção oral. Na primeira etapa, compreensão
leitora e vocabulário, analisou-se a habilidade do aluno para a compreensão geral do
texto, levando em consideração seu conhecimento de mundo e da língua materna.
Na segunda etapa, percepção, desenvolveu-se a escuta qualificada, para que os
alunos percebessem os detalhes fonéticos relevantes para a aquisição das
distinções da língua inglesa. Na terceira etapa, compreensão e produção oral, foram
trabalhadas a compreensão oral para tornar possível o envolvimento dos alunos no
contexto de interação social. Os resultados da pesquisa mostraram que este estudo
serviu para desencadear uma reflexão acerca do ensino/aprendizagem da
habilidade oral em inglês como L2, e para perceber que o recurso à análise de
necessidades dos alunos e a prática reflexiva das ações foram insumos importantes,
pois facilitaram o processo de aprendizagem de língua inglesa.
Palavras-chave: Compreensão oral; Produção oral; Aquisição de L2 e Reflexão.
ABSTRACT
This study, developed under a qualitative approach, is grounded in theoretical
aspects of the teaching/learning of English as L2. It aims at investigating the
implementation of a teaching proposal which uses the four abilities (reading, writing,
speaking and listening) integratively. In order to meet this goal, students’ needs
analysis concerning the use of English in the social context was conducted ,
followed by the identification of the mechanisms used during the application of the
units which proved to foster the development of L2 teaching and learning. The
research was done in a state school, and the subjects were middle-school 6-graders
in the twelve to thirteen age bracket. The data under analysis originated from 10
sessions as far as the theoretical background is concerned, needs analysis,
reflection on action, the variables introduced by Krashen (1985) and the research on
the teaching of speech production and perception in L2 were taken into account. The
interviews in the community, the needs analysis questionnaire and the teaching units
were important tools used in data collection. The teaching units were divided into 3
stages: 1) reading comprehension and vocabulary; 2) recognition; 3) listening
comprehension and oral production. In the first stage, it was analyzed the ability of
the student to interpret the text, considering his/her knowledge of the world and the
mother tongue. In the second stage, recognition/perception, qualitative listening was
developed, in order for the students to perceive the phonetically relevant detail in the
acquisition of segmental distinctions in English. In the third stage, comprehension
and oral production, oral comprehension was dealt so as to promote students’
involvement in social interaction. Krashen’s Theory of Second Language Acquisition
was also very important in data analysis once, while discussing the acquisition-
learning process in L2, this author emphasizes the importance of affective variables
in this process. Research results demonstrated that this study helped to promote a
reflection about the learning and teaching of oral skills in English in an L2 context. It
also raised awareness to the fact that the use of students’ needs analysis, coupled
with reflexive practice on the part of both student and teacher, can provide valuable
input, as they facilitate the learning process in English.
Key words: Oral comprehension; Oral production; Acquisition of L2 and Reflection.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
01
CAPÍTULO 1 – ENSINO/APRENDIZAGEM DE INGLÊS COMO L2
1.1. Aspectos de Natureza Sociointeracionais no Ensino/aprendizagem 04
no Contexto de L2
1.2. Métodos de Ensino/Aprendizagem de L2 e a Abordagem
Comunicativa 06
1.3. Trabalho com a Compreensão Oral e a Produção Oral no
Ensino/Aprendizagem de L2 11
1.4. Relação entre Produção e Percepção de Fala e Conceitos
sobre Aprendizagem da Fala 14
1.4.1 Aspectos Segmentais e Suprassegmentais (Prosódicos)
da Fala Contínua 15
CAPÍTULO 2 – CONTEXTO DE L2: REFLEXÕES E ABORDAGENS
2.1. Aquisição e Aprendizagem de L2 e a Reflexão de krashen 19
2.2. Análise de Necessidades 24
2.3. Reflexão na Ação de Ensinar e de Aprender 27
2.3.1. Reflexão “na” e
“sobre” a ação 29
CAPÍTULO 3 – METODOLOGIA DE PESQUISA
3.1. Escolha da Metodologia de Pesquisa 33
3.2. Local de Estudo e História da Unidade Escolar 34
3.3. Apresentação e Descrição dos Participantes 35
3.4. Os Procedimentos de Coleta e de Análise dos Dados 36
3.5. Material 37
CAPÍTULO 4 – ANÁLISE DOS DADOS
43
CONSIDERAÇÕES FINAIS
113
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
116
APÊNDICE
APÊNDICE A
Autorização 123
ANEXOS
ANEXO 1
Questionários 124
ANEXO 2
Entrevistas 126
ANEXO 3
Unidades de Ensino 128
RELAÇÃO DE FIGURAS
FIGURAS (CAP. 3)
PÁGS.
FIGURA 1:
Forma de onda, contorno da freqüência
fundamental e segmentação do enunciado “Yes, I want a roast
beef on rye”
53
FIGURA 2:
Forma de onda, contorno da freqüência
fundamental no padrão da modalidade interrogativa de “Large
or Small”
54
FIGURA 3:
Forma de onda, contorno entoacional de “Small
please”
55
FIGURA 4:
Forma de onda, contorno da freqüência
fundamental no padrão da modalidade interrogativa de
“Anything else I can get you?”
56
FIGURA 5:
Forma de onda, contorno de f0 de “Have you had
a chance to look over my report yet?”
67
FIGURA 6:
Forma de onda, contorno de f0 de “Uh huh. As a
matter of fact, I did”
68
FIGURA 7:
Forma de onda, contorno de freqüência
fundamental no padrão entoacional da modalidade
interrogativa de “What do you think?”
69
FIGURA 8:
Forma de onda, contorno entoacional de “You did
a super job. The sales figures were really helpful”
70
FIGURA 9:
Forma de onda, contorno da freqüência
fundamental no padrão da modalidade interrogativa de “Are
you ready to order?”
80
FIGURA 10:
Forma de onda, contorno de f0 de “Not quit. I
need a few more minutes”
81
FIGURA 11:
Forma de onda, contorno de f0 de “Okay. I’ll
come back in a few minutes”
82
FIGURA 12:
Forma de onda, contorno da freqüência
fundamental de “What can I get you?”
83
FIGURA 13:
Forma de onda, contorno de f0 de “The steak
dinner”.
84
FIGURA 14:
Forma de onda, contorno de f0 de “How do you
want your steak?”
85
FIGURA 15:
Forma de onda, contorno de f0 de “Medium,
please. A baked potato with sour cream and chives. And salad
with French dressing”
86
FIGURA 16:
Forma de onda, contorno de f0 de “Thank you
87
FIGURA 17:
Forma de onda, contorno de f0 de “What city,
please?”
95
FIGURA 18:
Forma de onda, contorno de f0 de “West Los
Angeles”
96
FIGURA 19:
Forma de onda, contorno de f0 de “I’d like the
97
number of Jim Morris. M-O-R-R-I-S”
FIGURA 20:
Forma de onda, contorno de f0 de “How’s your
steak?”
103
FIGURA 21:
Forma de onda, contorno de f0 de “Super.
How’s yours?”
104
FIGURA 22:
Forma de onda, contorno de f0 de “Great.
Could you pass the salt, please?”
105
FIGURA 23:
Forma de onda, contorno de f0 de “Uh. Huh.
How about some dessert?”
106
FIGURA 24:
Forma de onda, contorno de f0 de “That sounds
great”
107
GRÁFICO
GRÁFICO (CAP. 3)
PÁG.
GRÁFICO 1 –
Notas de 0 a 10 de acordo com o interesse
do aluno
46
RELAÇÃO DE QUADROS
QUADROS (CAP 2) PÁG.
QUADRO 1 –
Faixa etária
44
QUADRO 2 –
Motivação para estudar inglês
45
Símbolos do Alfabeto Fonético Internacional
1
As consoantes
b bee, cab
p pen, lip
d dog, bad
t too, cat
g game, bag
k cat, pack
v voice, love
f fall, life
ð then, mother
θ thin, path
z zoo, does
s so, kiss
ʒ measure, beige
she, fish
h he, ahead
t cheese, watch
dʒ joy, age
m man, seem
n no, son
ŋ singer, ring
l look, full
r red, car
w wet, always
j yet, you
1
Conforme descrito por Underhill (1994) em seu quadro fonêmico.
As vogais
I it, fit
i: key, feet
Ț put, foot
u: hoot, mood
e debt, bed
Ə alive, climate
Ǭ: her, early
Ǥ: bore, talk
æ hat, bad
Ȝ hut, mud
a: heart, far
Ǣ hot, pot
IƏ clear, beard
eǺ date, eight
UƏ sure, poor
ǤǺ boy, poison
ƏU so, pole
eƏ parent, care
a
I
ice, fire
ǡ
U out, hour
1
A aprendizagem de L2 (Segunda Língua) é fundamental para a inserção do
indivíduo no mundo globalizado. Os termos em inglês usados na internet,
aparelhagens eletrônicas, games, músicas, filmes, “gírias”, grifes e muitos outros
compõem o cotidiano das pessoas de todas as faixas etárias.
O presente estudo tem como objetivo investigar a implementação de uma
proposta de ensino que trabalhe todas as habilidades (ler, escrever, falar e ouvir)
integradamente, com ênfase na compreensão e na produção oral e que se norteie
pelo conhecimento lingüístico construído. Também, busca investigar um modelo de
unidade de ensino apropriado e motivador que trabalhe a escuta qualificada para
levar o aluno a distinguir diferenças entre a escrita e a pronúncia, e que favoreça o
desenvolvimento da habilidade oral. Pretende-se com isto melhorar o engajamento
discursivo do aluno para seu uso no contexto social imediato.
Esta pesquisa tem como pressuposto que práticas educativas diversificadas
são capazes de sensibilizar e promover conhecimentos básicos sobre a L2 que
capacitem os alunos holisticamente e parte da hipótese de que refletir sobre as
diferenças sistêmicas entre fala e escrita auxilia o aluno a desenvolver as
habilidades de compreensão e produção oral.
A motivação para a realização desta dissertação derivou do trabalho que
realizo em uma Escola Estadual de Ensino Fundamental II. O ensino de Inglês nas
Escolas Estaduais é regido pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) que
são documentos elaborados pelo Ministério da Educação e do Desporto com a
intenção de ampliar e aprofundar um debate educacional que envolva toda a
comunidade escolar. Ele surgiu devido à necessidade de construir referências
nacionais comuns ao processo educativo em todas as regiões brasileiras. Sua
intenção é provocar reflexão e discussões a respeito da prática pedagógica.
No que diz respeito ao ensino-aprendizagem de L2, os Parâmetros foram
elaborados pelo MEC com o objetivo de direcionar o ensino de língua estrangeira no
Ensino Fundamental de forma a atender as necessidades da sociedade atual,
procurando respeitar diversidades regionais, culturais, políticas existente no país.
Esses documentos proporcionam diretrizes para a formação de aprendizes crítico-
reflexivos, fundamentam-se em conhecimentos socialmente elaborados e
reconhecidos como necessários ao exercício da cidadania e a construção de uma
identidade nacional e pessoal do aluno. (PCNs-LE, 1998).
2
Com relação às abordagens, elas estão alicerçadas em princípios de natureza
variada e constituem a base do desenvolvimento de uma metodologia de ensino que
envolve como ensinar determinados conteúdos englobando os seguintes aspectos:
- sociointeracional, em relação aos participantes e no contexto de sala de
aula;
- cognitivo, em relação a como o conhecimento lingüístico é construído por
meio do envolvimento na negociação do significado e pré-conhecimentos que o
aprendiz traz;
- afetivo, tendo em vista a experiência de vir a se constituir como ser
discursivo em uma Língua Estrangeira;
- pedagógico, em relação ao fato de que o uso da linguagem é parte central
do que o aluno tem que aprender.
Duas questões ancoram os parâmetros de LE (Língua Estrangeira): uma
visão sociointeracionista
1
da linguagem e da aprendizagem. O primeiro enfoque diz
respeito à envolvimento do aprendiz no discurso, o segundo se refere à visão
sociointeracional da aprendizagem e é compreendida como uma forma de estar no
mundo, na instituição, na cultura e na história. (op. cit.).
Ao tomar como base a visão sociointeracionista, a linguagem é compreendida
como prática social, pois, a partir dela, o aprendiz pode “compreender e expressar
opiniões, valores, sentimentos, informações, oralmente e por escrito” (PCNs-LE,
1998). Também, segundo os PCNs-LE (op. cit.), os professores de L2 que orientam
sua prática pela busca de um método ideal, pronto e definido para aplicação, diante
dos inúmeros métodos que são propostos para o ensino/aprendizagem de L2
passam a descartar um em função do outro.
O ensino da L2 deveria ser priorizado nas escolas públicas, pois é
ferramenta primordial e inclusiva no mercado de trabalho e lazer. Cabe ao educador
de LE propiciar momentos favoráveis de ensino que possibilitem ao aprendiz se
utilizar da L2.
A aquisição de uma L2 passa pelo envolvimento do aluno com os processos
sociais de criar significados. Sob uma abordagem sociointeracional, o
1
Visão sociointeracional também é referida na literatura como histórico-social ou sociocultural.
3
ensino/aprendizagem se pelo conhecimento lingüístico e no conjunto de relações
interacionais entre o eu, o outro e o mundo, onde todos têm responsabilidades e
contribuições. O conhecimento lingüístico é primeiramente adquirido na língua
materna e auxilia a aprendizagem da L2, do mesmo modo a aprendizagem da L2
também propicia a ampliação dos conhecimentos sobre a língua materna.
Alguns fatores facilitadores da aquisição de L2 estão relacionados a ações
motivacionais e a identificação das necessidades do aluno antes de iniciar um curso.
Rocha (1980) argumenta que tanto os sociólogos quanto os educadores aceitam o
conceito de necessidade como a falta de algo, o que constitui uma das principais
forças motivadoras para o estudo. Quanto à reflexão, Schön (1992) sublinha em sua
interpretação a reflexão como uma forma de compreensão e reconstrução das
ações.
Nesta dissertação, o recurso à análise de necessidades, à reflexão sobre
as ações e recursos de tecnologia de fala conjugados, guiaram o estabelecimento
das prioridades de ensino, o desenvolvimento de estratégias de trabalho e os meios
para implementá-las.
O primeiro e o segundo capítulo desta dissertação abordam os fundamentos
teóricos que nortearam o desenvolvimento da pesquisa. Neles são consideradas
variáveis implicadas no contexto de ensino de L2.
O terceiro capítulo compreende os materiais utilizados, os procedimentos
metodológicos empregados e explicita o contexto da pesquisa.
No quarto capítulo, são apresentados e analisados os dados referentes ao
desempenho dos alunos em relação às unidades de ensino trabalhadas. Segue-se a
essa análise, a discussão dos resultados obtidos permeada pela reflexão sobre as
ações conduzidas pelo professor/pesquisador.
4
1.1. Aspectos de Natureza Sociointeracionais no Ensino Aprendizagem no
Contexto de L2
O uso da linguagem (verbal e visual) é influenciado pelo aspecto
sociointeracional. Todo significado é construído pelos participantes do discurso e
todo encontro interacional é marcado pelo mundo social que o envolve: pela
situação, pela cultura e história, não ocorrendo em um vácuo social. Ao se
envolverem em uma interação tanto escrita quanto oral, as pessoas o fazem para
agir no mundo social em um determinado momento e espaço, em relação a quem se
dirige ou a quem se dirigiu a elas. As marcas que definem a identidade social podem
ser avaliadas na análise de como as pessoas podem agir no discurso ou como os
outros podem agir em relação a elas nas várias interações orais ou escritas das
quais participam. O exercício do poder no discurso e o da resistência a ele é típico
dos encontros interacionais que acontecem no dia-a-dia. Os projetos políticos, as
crenças são os valores dos participantes do discurso e são inerentes aos processos
de uso da linguagem.
Vygostky (1934), um dos representantes do sócio-interacionismo, destaca que
o ensino-aprendizagem deve ser tratado em sua complexidade total, de forma
holística, sendo a aprendizagem significativa o objeto privilegiado de investigação.
Para Williams e Burden (1997), o sócio-interacionismo se apóia na abordagem
psicológica. As crianças se constituem em um mundo social; assim, o aprendizado
ocorre na interação com as outras pessoas e o justamente por intermédio dessas
interações que os indivíduos constroem sentido de mundo.
Na visão cio-interacionista de ensino-aprendizagem, o foco da interação na
sala de aula deslocou-se para a construção conjunta do conhecimento por professor
e alunos, em lugar da predominância do foco ora no professor, ora no aluno. A
aprendizagem, sob o viés behaviorista, objetivava investigar a efetividade das ações
do professor na aprendizagem do aluno. Na concepção cognitivista, o foco de
investigação passa a ser os processos de construção do conhecimento do aluno.
Com o deslocamento do foco para a interação entre o professor e os alunos,
aprender passa a significar, segundo Vygotsky (1934), “estar no mundo com alguém
é uma forma de co-participação social, em um contexto histórico, cultural e
institucional” (PCN-LE, 1998:57). Abordando o processo de ensino-aprendizagem de
Língua Estrangeira, Ellis (1994:184) destaca que:
5
Quando uma língua é ensinada, é importante levar em conta o contexto
cultural, o conhecimento de mundo e as exigências prévias dos alunos,
de modo que eles sejam utilizados como meios enriquecedores na
aprendizagem e, em um processo a ser construído, negociado, adaptado
por eles em conjunto com os colegas e com o professor.
Para que o processo de construção de significados de natureza
sociointeracional seja possível, as pessoas utilizam três tipos de conhecimento:
conhecimento de mundo, conhecimento sistêmico e conhecimento da organização
de textos. Conforme PCNs-LE (1998), no ensino da produção oral e da escrita é
particularmente importante fazer com que o aprendiz se dê conta desses três tipos
de conhecimento. Eles compõem a competência comunicativa do aluno e o prepara
para o engajamento discursivo, como também, na construção do significado. Além
disso, ao escrever e ao falar, o aluno precisa perceber o ato interacional envolvido
na escrita e na fala, pois quem usa a linguagem o faz em relação a alguém, com um
propósito determinado etc., ou seja, para agir no mundo social.
O conhecimento de mundo se refere ao conhecimento prévio que as pessoas
têm sobre as coisas do mundo. Esse conhecimento varia de pessoa para pessoa,
pois reflete as experiências que tiveram os livros que leram e as pessoas com quem
conviveram.
O conhecimento sistêmico abrange diversos níveis de organização lingüística
que as pessoas têm: conhecimentos léxico-semânticos, (organização lingüística em
relação às palavras de que a língua dispõe e às redes de significado das quais
essas palavras participam) morfológicos (estudo do aspecto formal da palavra),
sintáticos (trata da função e disposição das palavras na oração e da disposição das
orações no discurso) e fonético/fonológicos (ciência dos sons de uma língua: estuda
sua duração, intensidade, timbre e tonalidade/estudo dos sons da linguagem). Ele
possibilita o acesso a escolhas gramaticais adequadas quando se produz um
enunciado.
Além do conhecimento de mundo e do conhecimento sistêmico, o qual se
refere ao processo de construção de significado de natureza sociointeracional, é
importante considerar, também, o conhecimento da organização textual, o qual diz
respeito a rotinas interacionais, ou seja, as convenções sobre a organização da
informação em textos orais e escritos que as pessoas usam ao se envolverem na
6
negociação do significado. As pessoas as usam para organizar a informação em
textos orais e escritos.
No que diz respeito à projeção dos conhecimentos na construção do
significado, são os conhecimentos de mundo, sistêmicos, e de organização textual
que os falantes e escritores utilizam para atingirem suas propostas comunicativas.
Além disso, os ouvintes e leitores projetam esses conhecimentos na construção do
significado. O processo de construção de significado resulta do modo como as
pessoas realizam a linguagem no uso e é essencialmente determinado pelo
momento que vivem e os espaços em que atuam. Assim, os significados não estão
nos textos; o construídos pelos participantes do mundo social: escritores, leitores,
ouvintes e falantes. O’Malley e Chamot (1990) explicam que, durante o processo de
compreensão, ocorrem análises complexas e estratégicas de processamento que
auxiliam na detecção ou inferência de significados, além de estabelecer uma relação
entre a informação e o conhecimento existente.
Com relação às atividades de compreensão leitora, sugerem-se três fases:
pré-leitura, leitura e pós-leitura. Na primeira fase, ocorre a sensibilização do aluno a
partir da atividade de seu conhecimento de mundo, da organização textual, e da
identificação do texto. Na segunda fase, conforme PCN-LE (1998), os aprendizes
precisam projetar o seu conhecimento de mundo e a organização textual nos
elementos sistêmicos do texto. Nessa fase, as estratégias de inferência são postas
em prática a fim de evitar que o aluno se prenda à necessidade de conhecer todos
os itens lexicais. É importante que se faça distinção entre informações centrais e
detalhes, conforme os níveis de compreensão previamente estabelecidos. Na última
fase, a pós-leitura, os alunos avaliam de forma crítica as idéias do autor.
Obviamente, durante todo o processo de leitura, pensa-se e reflete-se sobre o texto.
Segundo Grabe (1991), a conexão entre conhecimento de vocabulário e
compreensão leitora é vista como uma correlação positiva, pois o leitor que possuir
um vocabulário maior compreenderá melhor o texto.
1.2. Métodos de Ensino/Aprendizagem de L2 e a Abordagem Comunicativa
No fim da década de 80, questionou-se a natureza prescritiva dos métodos e
o fato desses não levarem em conta o contexto da aprendizagem. A partir dessa
década, prefere-se falar em abordagens em vez de métodos, por situar em um nível
7
mais conceptual e permitir maior flexibilidade nas suas realizações. Não mais se
acata imposições feitas por diferentes métodos, pensa-se mais em uma variedade
de opções pedagógicas derivadas de concepções teóricas específicas da linguagem
e da aprendizagem de línguas.
No cenário do ensino aprendizagem de línguas muitos foram os métodos
propostos. Os que se desenvolveram até aproximadamente a década de 40 tinham
como principal objetivo o ensino de vocabulário. Ao longo do século XX, alguns
métodos de ensino incluíram a pronúncia entre seus objetivos instrucionais (Abreu,
1997). Nesses métodos diferentes escopos são apresentados, por exemplo, O
Método da Gramática e Tradução (AGT) consiste no ensino da segunda língua pela
primeira. Toda informação necessária para construir uma frase, entender um texto
ou apreciar um autor, é dada por meio de explicação na língua materna do aluno. Os
três passos essenciais para a aprendizagem da língua: a) memorização prévia de
uma lista de palavras; b) conhecimento das regras necessárias para juntar essas
palavras e frases; c) exercícios de tradução e versão.
Nos finais do século XIX, o Método Direto, impulsionado pela necessidade do
ensino das habilidades orais, tem como objetivo a comunicação na língua alvo e
defende que o aprendiz deve associar os significados diretamente com a Língua
Estrangeira, sem interferência da língua materna.
O Método da Leitura expande-se pelas escolas secundárias dos Estados
Unidos na década de 1930 e seu objetivo é desenvolver a habilidade de leitura. A
gramática restringe-se ao necessário para a compreensão da leitura, enfatizando os
aspectos morfo-fonológicos e construções sintáticas comuns.
Na década de 40, 50 e 60 o Método Áudio-Língual difundido nos Estados
Unidos surge como reação à abordagem de leitura e à falta de ênfase nas
habilidades orais. Esse todo defende a postulação de que a aprendizagem se
realiza por meio da formação de hábitos e condicionamento (estímulo e resposta).
São caracterizados pelo uso da imitação e memorização por intermédio de
exercícios de repetição. O todo Resposta Física Total surge entre 1970 e 1980
consiste na aprendizagem da habilidade auditiva antes da fala. Segundo Asher
8
(1977) precursor do Método, a comunicação deveria ser inteligível
2
para o falante
nativo.
A abordagem Community Language Learning (CLL), tem suas origens na
abordagem humanística de ensino-aprendizagem centrada no aluno de Carl Rogers
(1951). No método (CLL), várias técnicas e ferramentas são centrais para o ensino
de pronúncia. O gravador, umas das ferramentas para gravar as emissões dos
alunos na CLL, proporciona um distanciamento do que foi dito, possibilitando que o
aluno focasse a atenção em sua própria pronúncia, comparando-a com a do
professor. O professor no papel de computador humano, que poderia ser ligado ou
desligado conforme desejo do aluno, não oferecia correção de pronúncia, ficando a
critério do estudante a seleção do que praticar e o quanto praticar para atingir uma
pronúncia mais próxima da língua alvo. Desta forma, como no Método Direto, a
pronúncia na CLL deveria ser ensinada por meio da intuição e imitação; o que
aprender e o quanto a ser aprendido eram controlados pelo estudante e o pelo
professor ou livro.
A Abordagem Comunicativa, que vem dominando o ensino de línguas desde
os anos 80, passa a enfatizar a comunicação, que para ser eficaz, requer uma
pronúncia inteligível, de modo que o ouvinte seja capaz de aprender a mensagem tal
como pretendida pelo falante, sendo essa, ao mesmo tempo, aceitável socialmente.
Como não foram desenvolvidas estratégias para um ensino de pronúncia dentro
dessa abordagem, os professores que a adotam empregam as técnicas
tradicionalmente utilizadas para lidar com questões de pronúncia no ensino de
línguas, tais como: ouvir e imitar, treino fonético, pares mínimos, tongue twisters, que
constituem na pronúncia de sons de relativa dificuldade numa seqüência servindo
apenas para treino articulatório.
Canale & Swain (1980), discorrem sobre os princípios que apontam para o
desenvolvimento de uma abordagem comunicativa para um programa geral de
ensino de L2.
2
Inteligibilidade segundo Kenworthy (1987) consiste em ser compreendido por um ouvinte em um
dado momento e em uma dada situação, sem esforço por parte dele, sendo que o grau de
inteligibilidade da pronúncia do falante é dado pelo número de palavras identificadas pelo ouvinte. Se
sons são substituídos e o ouvinte não conseguiu entender a fala, kenworthy considera que ela não é
inteligível.
9
1. A competência comunicativa é composta minimamente de competência
gramatical, competência sociolingüística e competência estratégica. Não
nenhuma evidência de a competência gramatical seja mais importante para a
comunicação bem sucedida do que a competência sociolingüística ou a
competência estratégica. A primeira meta da abordagem comunicativa deve
facilitar a integração desses tipos de conhecimento. Esse resultado não virá com
maior ênfase em uma ou outra forma de competência no programa de L2.
2. Uma abordagem comunicativa deve estar baseada nas necessidades de
comunicação do aprendiz e deve responder a elas. Essas necessidades devem
ser especificadas no que se refere à competência gramatical, competência
sociolingüística e competência estratégica.
3. É que o aprendiz de L2 tenha a oportunidade de participar de situações
comunicativas com falantes competentes. A exposição a situações reais de
comunicação vai torná-lo mais confiante.
4. Nos primeiros estágios da aprendizagem de L2, deve-se fazer uso dos aspectos
da competência comunicativa desenvolvida pelo aprendiz quanto da aquisição
da L1 que são comuns à L2. É importante que certas características do código
gramatical sejam apresentadas e praticadas em um contexto mais universal
(situações que envolvem solicitações, pedidos, saudações, cumprimentos, etc.).
5. Um programa de ensino comunicativo de L2 deve oferecer aos aprendizes
informação e prática para que identifiquem suas necessidades de comunicação
na L2. Além disso, deve ensinar os aspectos culturais da L2, pois o
conhecimento sociocultural do grupo permite que o aprendiz tenha condições de
fazer interferências sobre os significados sociais ou valores dos enunciados.
Conforme Canale & Swain (op. cit.), a razão para se propor a abordagem
comunicativa de modo funcional e organizado no ensino/aprendizagem de L2 é a
motivação do aprendiz, que tal motivação visa atender suas necessidades
comunicativas. Por outro lado para que o professor consiga motivar seu aluno é
10
necessário que ele tenha os conhecimentos necessários sobre a abordagem com a
qual está trabalhando.
De acordo com Thompson (1996), lingüistas aplicados e professores
consideram a abordagem comunicativa a mais eficaz para o ensino de línguas. No
entanto, em relação aos princípios que a regem, há algumas considerações
equivocadas que ainda permanecem entre os professores. Em seguida, o autor
apresenta quatro delas:
. Não ensinar gramática, . Ensinar somente a língua oral, . Pair-work
3
como
role-play
4
e . Maior nível de proficiência por parte do professor.
A primeira consideração, Não ensinar gramática, segundo o autor, é a mais
persistente e perigosa das concepções equivocadas. A razão de sua existência
deve-se ao fato de vários lingüistas aplicados terem argumentado que o ensino
explícito da gramática deveria ser evitado.
Segunda consideração, Ensinar somente a língua oral, existe um consenso
de que a palavra comunicação remete à comunicação oral. Talvez seja essa a razão
para a concepção equivocada de que a abordagem comunicativa visa somente a
linguagem oral. É verdade que muitos aprendizes têm como objetivo dominar a
língua inglesa para se comunicarem oralmente em países estrangeiros e para
dialogarem com visitantes de outros países, tanto no trabalho como na vida social.
A terceira Pair-work como role-play, na abordagem comunicativa, o aprendiz
deve ter a oportunidade de aprender a fazer escolhas. Muitas vezes, quando o pair-
work é usado, eles simplesmente reproduzem o que está no livro. Não escolhas
quando o pair-work é confundido com o role-play. Mesmo quando o pair-work é
efetivamente usado, muitas vezes não existe a presença do par mais competente.
3
Pair-work é desenvolvido por pares de alunos interagindo com maior liberdade. Geralmente é o
professor que determina o tema da discussão.
4
Role-play é um modo de representar novas situações. No ensino de línguas, ele é caracterizado
pela representação de um diálogo com alunos assumindo as personagens e precedendo a leitura em
voz alta.
11
O quarto, Maior nível de proficiência por parte do professor, o professor deve
ouvir os aprendizes e interagir com eles do jeito mais natural possível. Assim, um
professor não-nativo deve apresentar um nível de proficiência na língua, compatível
ao do falante nativo. Daí, então, surge a idéia equivocada de que o falante nativo é o
professor ideal.
1.3. Trabalho com a Compreensão Oral e a Produção Oral no
Ensino/Aprendizagem de L2.
Dentro da abordagem comunicativa para Crystal (1994), o termo
compreensão indica “a capacidade de entender e interpretar a língua falada”. Rost
(2002:88) define como “um processo cognitivo e complexo que permite uma pessoa
entender a linguagem oral”. Segundo Widdowson (1991) compreender oralmente é
uma atividade que permite reconhecer quais funções as frases têm numa interação,
qual força comunicativa elas assumem enquanto amostras de uso.
No que se refere à compreensão, conforme PCNs-LE (1998), o processo da
compreensão escrita e oral envolve fatores relativos ao processamento da
informação, cognitivos e sociais. O fator que se refere ao processamento da
informação diz respeito à atenção, à percepção, e decodificação de sons e letras, à
segmentação morfológica e sintática, à atribuição do significado ao nível léxico-
semântico, e à integração de uma informação a outra. Os fatores cognitivos
envolvem a contribuição do leitor/ouvinte, a construção do significado (a formulação
de hipótese sobre os significados possíveis com base no seu pré-conhecimento de
mundo) e de organização textual e os fatores sociais, que englobam a
interação/falante e escritor/ouvinte localizada na história, na instituição e na cultura.
Isso significa dizer que compreender envolve a percepção da relação interacional
entre quem fala, o que, para quem, por que, quando e onde.
Anderson e Lynch (1988), e PCN-LE (1998), em uniformidade com os
conceitos explicam que, embora os dois processos de compreensão oral e escrita se
assemelhem, o indivíduo faz uso de seu conhecimento sistêmico, de natureza
fonética-fonológica, durante o processo de compreensão oral. Em textos orais, os
ouvintes partem da percepção de um sinal acústico da fala para chegar ao
significado. Ainda sob a concepção de Anderson e Lynch (1988), a compreensão
oral demanda um processo de interpretação por meio do qual o aluno relaciona as
12
informações que ouve com aquilo que sabe sobre o assunto. Esse processo
complexo, o qual vai além da recepção de informações lingüísticas e repetições
mecânicas, implica numa interação entre o conhecimento sistêmico e o de mundo,
apropriados pelo aluno e articulados ao contexto.
Shrum & Glisan (1999), afirmam que o processo de compreensão oral
envolve as competências sociocultural, estratégica, discursiva e gramatical. A
competência sociocultural constitui-se o grau de familiaridade com o contexto
sociocultural de onde a mensagem é emitida. A estratégica implica na habilidade
de inferir os significados das palavras ouvidas, não familiares, e a utilizar estratégias
para compensar a lacuna do conhecimento. A discursiva envolve a habilidade do
ouvinte em utilizar um esquema de coesão, para ligar os significados das sentenças
e reconhecer a coerência utilizada para manter a unidade da mensagem proferida. A
gramatical engloba os componentes relacionados aos elementos fonético-
fonológicos, sintáticos, semânticos e estrutura textual.
Para Anderson e Lynch (1988), a compreensão oral, também, fundamenta-se
em dois processamentos denominados bottom-up (ascendente) e top-down
(descendente). O processamento bottom-up consiste numa interação complexa
entre os conhecimentos sistêmicos e esquemáticos (conhecimento prévio sobre o
assunto e conhecimento de mundo) possuídos pelo ouvinte, juntamente com as
informações relativas ao contexto em questão. Segundo Kato (1999), o
processamento top-down envolve conhecimento de mundo ou prévio sobre o
assunto das mensagens. Dessa forma, os conhecimentos esquemáticos, sistêmicos
e o contexto, se articulam durante a compreensão e ocorrem de maneira semelhante
ao de compreensão escrita.
Na visão de Richards (1990), o processo top-down, fica armazenado na
memória de longo termo de “esquemas” ou “scripts” e se constrõem de acordo com
a vivência sociocultural de cada indivíduo. Então, os ouvintes, ao ouvirem os
enunciados, eles realizam operações mentais considerando qual o contexto da
história, quem são as personagens envolvidas e quando acontece. De acordo com
os detalhes ouvidos, predições são feitas e confirmadas. Na concepção do autor, a
compreensão se torna impossível sem o processamento top-down.
13
O processamento botom-up pode envolver os seguintes itens:
- identificar itens lexicais familiares;
- segmentar a fluidez do discurso em partes, por exemplo,
Iofferedyoufriendship, compõe–se de quatro palavras (I offered you friendship),
- usar pistas fonológicas para identificar informações nos enunciados;
- usar pistas gramaticais para organizar as informações dos enunciados.
Segue também alguns exemplos que auxiliam a compreensão do
processamento top-down segundo autor Richards:
- considerar a interação num evento particular, como um conto, piada, oração,
etc.;
- considerar lugares pessoas, coisas e categorias;
- antecipar resultados;
- Inferir a respeito de um tópico do discurso;
- Inferir a respeito da seqüência dos eventos;
- inferir sobre os detalhes implícitos.
Rost (2002) recomenda que, os ouvintes efetivos precisem ater-se à
mensagem, organizá-la, e guardá-la na memória. Pois, o processo de compreensão
oral envolve uma espécie de atenção consciente aos sons para que haja construção
de significado. Scarcella (1992) também pontua que a compreensão oral não se
limita a percepção de sons, mas abrange a compreensão de significados. O’Malley e
Chamot (1990) acrescentam que, durante o processo de compreensão, ocorrem
análises complexas e estratégicas de processamento que auxiliam na detecção ou
inferência de significados, além de estabelecer uma relação entre a informação e o
conhecimento existente. Os autores ainda compartilham da idéia de que o ouvinte
de língua estrangeira vale-se de estratégias múltiplas, que vão desde pistas
contextuais até o conhecimento existente, para construir o significado.
Com relação aos propósitos incluídos na compreensão oral em Língua
Estrangeira, segundo Richards (1989), variam de acordo com a necessidade do
ouvinte de envolver-se em uma interação social (conversar), ou de obter
informações (assistir uma palestra, por exemplo), por prazer (ouvir radio, assistir
14
televisão) ou por outro motivo qualquer. Nota-se, portanto, que diferentes
necessidades em situações comunicativas na vida das pessoas.
A questão da produção, de acordo com os PCNs-LE (1998), envolve jogo
interacional e construção de significados. E, se de um lado do jogo interacional de
construir significado estão as habilidades comunicativas de compreensão escrita e
oral, do outro estão as habilidades de produção escrita e oral. As pessoas se
envolvem nesse jogo com a intenção de agir no mundo social em relação aos seus
interlocutores.
Para isso, elas levam em conta para quem, por que, onde e quando estão
escrevendo e falando. Contudo, distinções significativas devem se considerar entre
a produção escrita e a oral: o nível de planejamento e de envolvimento como
interlocutor que a tarefa de produzir acarreta. A escrita tende a exigir mais
planejamento do que a produção oral. O escritor necessita planejar mais seu texto,
prevendo as dificuldades possíveis na construção do significado por não poder
interromper o escritor e pedir esclarecimento sobre seu texto.
No que diz respeito à outra diferença, na produção oral, a tendência é
proporcionar maior envolvimento com o interlocutor, devido à manipulação de gestos
e de traços de sua identidade social por parte dos participantes do diálogo. Porém, a
produção de textos tanto orais quanto escritos acarreta o uso de conhecimento de
mundo, da organização da informação em tipos de textos e de elementos
sistêmicos, estes já explicados anteriormente.
1.4. Relação entre Produção e Percepção e Conceitos sobre a Aprendizagem
da Fala.
Segundo Crystal (1994), a percepção da fala refere-se ao processo de
recepção e decodificação do sinal acústico e exige que o ouvinte leve em conta as
pistas acústicas presentes nesse sinal e o conhecimento dos padrões de sons da
língua, a fim de interpretar o que ouve. E conforme o mesmo autor (op. cit.), a
produção se refere ao processo de planejar e executar o ato da fala. Para Levelt
(1978) a percepção da fala compreende um processo que envolve a segmentação
perceptiva das unidades lingüísticas.
De acordo com o Modelo de Aprendizagem da Fala de Flege (1999), os
mecanismos de aprendizagem da fala permanecem intactos durante toda a vida dos
15
indivíduos, ainda que eles possam deixar de alcançar uma produção parecida com a
de um falante nativo devido a mudanças relacionadas à idade e à maneira como o
sistema fonético de primeira língua age reciprocamente com o da segunda.
Conforme Jamieson (1995), a capacidade para aprender novos contrastes da
L2 na idade adulta é mais difícil. Porém, o treinamento com técnicas adequadas e
atividades apropriadas, facilita a percepção de novos contrastes na L2, e é mais
eficaz quando as tarefas o conduzidas, levando-se em conta o seguinte: 1) foco
na atenção do ouvinte sobre como os padrões acústicos são mapeados em
categorias fonêmicas em L2; 2) fornecimento de feedback imediato; e 3) exposições
dos sujeitos a atividades que envolvam variações lingüísticas.
Sobre a habilidade de aprendizes de L2 adultos produzir sons novos e
parecidos com os da sua L1, Flege (1986) diz que a fala não se torna imutável nem
se cristaliza em algum ponto no desenvolvimento do indivíduo nem com sua
maturidade. Conforme o autor (op. cit.), os adultos mantêm a capacidade de
aprendizagem de novos sons em L2, e de modificar sua produção de sons da L1.
Conforme Flege (1995), os defensores da Hipótese do Período Crítico não
conseguem identificar quais aspectos permitem às crianças aprenderem a pronúncia
da L1 com acuidade e que parecem ser reduzidos ou até mesmo perdidos após o
período crítico.
1.4.1. Aspectos Segmentais e Suprassegmentais (Prosódicos) da Fala
Contínua
Na cadeia da fala, são observados fenômenos que ocorrem intra ou inter
palavras dentro da frase. De acordo com Underhill (1994), as palavras sofrem
algumas modificações quando estão inseridas na cadeia da fala e estas
modificações são razoavelmente sistemáticas. Segundo Celce-Murcia et al. (1996),
a principal função na maioria dos ajustes articulatórios é promover a regularidade do
ritmo do inglês. O conhecimento desses aspectos pode ajudar os alunos a
pronunciar enunciados em inglês de forma mais natural e, sobretudo, ampliar sua
capacidade de compreensão oral da L2. De acordo com Roach (1991), os alunos
devem estar claramente conscientes dos problemas que irão enfrentar ao ouvir uma
fala encadeada.
16
Um dos processos que ocasionam mudanças na fala encadeada refere-se ao
fenômeno da assimilação, que, conforme Roach (1992) é o que acontece quando
um som é influenciado por um de seus vizinhos. Por exemplo, a palavra this tem o
som de /s/ no final, se for pronunciada isoladamente. Mas, se for seguida de // em
uma palavra como shoe, em uma fala contínua, esse som, normalmente, por causa
da assimilação, passa para //, resultando numa pronúncia /ði Ǣp/. Esse é um
exemplo de assimilação regressiva, pois um som é influenciado pelo que o sucede.
A assimilação também pode ser progressiva, quando um som é influenciado por
aquele que o precede. A progressiva é exemplificada em inglês pelo plural formado
com “s”, pronunciado com um /z/ depois de uma consoante vozeada (por exemplo,
dogs), mas com um /s/ depois de uma consoante não vozeada (por exemplo, cats).
Conforme Clark and Yallop (1995), o termo assimilação diz respeito às
conseqüências de efeitos coarticulatórios. A coarticulação é uma característica
essencial da fala e implica em co-produção de elementos fônicos. No tocante à
assimilação, segundo Roach (2001) classificam-se em três tipos principais:
- Assimilação de voz. Neste tipo de assimilação um segmento sonoro torna-se
surdo em conseqüência de seu vizinho e, alternativamente, um segmento surdo
torna-se sonoro. Exemplo: a palavra have é pronunciada com [f], pela assimilação
da fricativa sonora seguida de uma consoante surda.
- Assimilação de lugar. Este se refere a mudanças no ponto de articulação de um
segmento. Numa fala rápida as palavras ratbag ou oatmeal são pronunciadas com
[p] ao invés de [t] devido à assimilação de uma plosiva alveolar para uma bilabial.
- Assimilação de modo. Este tipo de assimilação trata-se da alteração do modo de
articulação de um som da fala que o torna mais parecido ao som vizinho. Exemplo:
Indian pronunciado como Injun, onde a plosiva [d] e aproximante [j] desaparecem
para formar uma africada.
Para o autor o primeiro interesse no fenômeno articulatório é encontrar um
modo de explicar como o cérebro e o sistema nervoso central controla os músculos
que movem os articuladores. Segundo, verificar por meios de estudos
17
experimentais, que a coarticulação tem efeitos que se estendem por mais de um
segmento. Terceiro, a coarticulação é algo que pode ser explicado em termos
físicos.
Laver (1994) argumenta que a coarticulação é um fenômeno adaptativo no
qual ocorre a influência do contexto fonético sobre a co-produção de sons.
Um som sem um mínimo de duração não pode ser audível. Para manter a
duração do som durante uma ou várias unidades de tempo é preciso que a
musculatura implicada no processo suporte a tensão necessária. O mecanismo
vocal necessita então de reunir duas condições. A primeira, ser capaz de manter e
agüentar a posição e tensão durante algum tempo. A segunda, possuir a
flexibilidade suficiente para alterar a posição rapidamente, nas mudanças de altura
ou intensidade.
Conforme Kent e Read (1992) a duração (tempo de produção) de um
segmento tende a tornar-se mais curta quando mais elementos são adicionados à
cadeia da fala. Lehiste (1976) fala da duração intrínseca de uma vogal, as vogais
baixas têm tendência a serem mais longas do que as vogais altas porque requerem
esforço biomecânico de movimentos da mandíbula.
Como as vogais, as consoantes podem ser mais curtas ou mais longas,
embora em alguns casos, tanto uma, quanto a outra, pode haver diferenças no
modo de articulação. Entre os aspectos inerentes à produção da fala, devem-se
mencionar fenômenos típicos da fala encadeada. Conforme Levelt (1998), as
palavras o justapostas na fala encadeada ou a produção é afetada pelo contexto
fonético. Para exemplificar, o autor cita o r, no inglês britânico, quando não é
pronunciado aparece em posição final de sílaba, como na palavra car [kǡ]. No
entanto, quando um falante britânico pronuncia The car is runing sem a clitização do
is, a seqüência The car torna-se ressilabada como [k
h
ǡ riz]. O /r/ de coda da sílaba
car torna-se o ataque da sílaba is e passa a ser pronunciado.
Outro exemplo de processo de redução ocorre na fala encadeada por parte
dos falantes, as palavras não-acentuadas, as chamadas palavras gramaticais ou de
função (artigos, pronomes, preposições e verbos auxiliares) juntam-se às palavras
de classe aberta ou de conteúdo (substantivos, verbos, adjetivos e advérbios) que
as precedem ou que as seguem.
18
Outro fenômeno prosódico refere-se à entoação. Segundo Cristal (1985) a
entoação é um termo se refere ao uso distintivo de padrões de pitch, ou melodia. A
entoação indica as modalidades, atitudes e emoções do falante.
Para Roach (2001), a entoação é um componente essencial do discurso. É
usada para se comunicar e para interagir com os ouvintes. No ato da fala devem ser
indicados os tipos de informações e suas estruturações, e ao mesmo tempo, manter
a atenção do ouvinte e a participação deles na troca de informações. A interação
comunicativa seria muito mais difícil sem a entoação.
Os padrões mais comuns de contorno de entoação do inglês o: o padrão
descendente que demonstra a certeza do falante e corresponde à sentença
declarativa e o padrão ascendente que demonstra incerteza e corresponde a
sentenças interrogativas totais (sim,não).
Para Levelt (1998) uma frase entoacional pelo menos um acento de pitch.
O termo pitch refere-se ao nível de altura dos sons produzidos na fala. O correlato
fisiológico do “pitch” é a vibração das pregas vocais. A taxa de vibração (o número
de vezes que as cordas abrem e fecham completamente num dado período de
tempo) tem como o correlato acústico a freqüência fundamental ou F0 que é medida
em hertz (Hz). A média da freqüência fundamental para homens é aproximadamente
120 Hz, para mulheres 225Hz e para crianças 265 Hz (CRUTTENDEN,1997:3).
Enquanto a freqüência fundamental envolve medida acústica do que é
produzido fisiologicamente pelos falantes, pitch refere-se à sensação auditiva, ou
seja, a percepção de tom alto ou baixo. Roach (2001), a sensação auditiva que
correspondente à freqüência fundamental de um som periódico, varia entre alto e
baixo e influencia a percepção de pitch incluindo loudness e length. os sons
vozeados têm uma forma de onda repetitiva e por isso, podem ser percebido com
pitch. Uma das funções de pitch é marcar a proeminência frasal. Isto é, quando uma
sílaba ou palavra é percebida como “enfatizada”, é a altura ou mudança no pitch o
principal responsável.
Loudness corresponde à sensação auditiva da quantidade de energia sonora.
Seu correlato acústico é a intensidade, uma característica física do som relacionada
à quantidade de energia presente na produção de um som. Este traço acústico,
medido em decibéis (dB) correlaciona-se com a amplitude de vibração das cordas
vocais que resulta das variações e pressão do ar vindo dos pulmões. Conforme
Clark and Yallop (1995), é possível distinguir três dimensões auditivas ou
19
parâmetros da produção fisiológica da voz: loudness, pitch, e uma qualidade de som
que é algumas vezes chamada de ‘timbre’. Normalmente há alguma interação entre
os três. Para os autores (op.cit.), a percepção da sonoridade (loudness) está
relacionada à pressão subglotal.
Do ponto de vista perceptivo, qualquer unidade da fala pode destacar-se das
demais, ou seja, adquirir maior proeminência por meio de pitch, loudness ou duração
ou por combinações desses aspectos.
De acordo com Celce-Murcia et alii (1996), o ensino da proeminência e da
entoação devem estar presentes no ensino/aprendizagem de línguas, pois certos
padrões entoacionais podem conduzir o aluno a uma comunicação inadequada. As
autoras fazem um resumo de regras para realização de proeminências.
- as palavras de conteúdo, aquelas que carregam significado e informação em um
enunciado, tendem a receber acento de pitch. As chamadas palavras funcionais ou
gramaticais também recebem tal acento, dependendo do (acento de pitch);
- nas palavras de mais de uma sílaba, a proeminência frasal recai sobre a sílaba
acentuada lexicalmente (o acento da palavra);
- informações novas geralmente são elementos proeminentes;
- as palavras podem receber o acento enfático conforme a vontade do falante.
A relevância dos processos de redução e proeminência, apontada na
literatura, aqui resenhada, motivou a priorização nesta dissertação desses aspectos
na formulação das atividades das unidades de ensino.
2.1. Aquisição e Aprendizagem no contexto de L2 e a Reflexão de Krashen
A conceituação dos termos aquisição e aprendizagem desperta muita
controvérsia entre os pesquisadores. Sobre “aprendizado de língua” o primeiro
conceito se refere ao desenvolvimento de habilidade funcional de interagir com
estrangeiros, entendendo e falando sua língua. O outro é o de receber informações
à respeito da língua, transformá-las em conhecimento por meio do esforço
intelectual e acumular este conhecimento pelo exercício da memória. A forma tem
importância igual ou maior do que a comunicação.
20
A aquisição é um termo empregado por Ellis (1994) para se referir ao
processo de assimilação natural, intuitivo, subconsciente que é fruto de interação em
situações reais de convívio humano da qual o aprendiz participa como sujeito ativo.
“Uma abordagem inspirada em aquisição valoriza o ato comunicativo e desenvolve a
autoconfiança do aprendiz” (Op. cit.).
De maneira análoga a Ellis (1994), Krashen (1985) considera que a aquisição
de L2 se por intermédio de um processo subconsciente, similar à forma como as
crianças desenvolvem a habilidade na primeira língua. Krashen considera que,
normalmente, as pessoas não estão conscientes do fato de que estão adquirindo
uma segunda língua, mas estão conscientes de que a estão usando para se
comunicarem, ou seja, não se preocupam com o emprego das regras gramaticais e
embora saibam que estão certas ou erradas não se sabem que regras foram
violadas.
Para Krashen (op. cit.), a aquisição é muito importante, porque somente se
ocorrer a aquisição, haverá a comunicação natural e fluente. A aprendizagem não se
transforma necessariamente em aquisição, isto se confirma pelo fato de que muitos
falantes são fluentes sem nunca terem aprendido regras, ao passo que outros
sabem regras, mas não conseguem aplicá-las quando o foco da atenção está no
que querem dizer e não em como vão dizê-lo.
Considera-se a reflexão de Krashen (1985) sobre a questão da aquisição de
L2 pertinente, pois aborda aspectos relativos à exposição a L2 intermediada ou não
por instrução formal e os fatores que influenciam o desempenho lingüístico dos
aprendizes.
Na reflexão sobre a aquisição de L2 as hipóteses da Ordem Natural, do
Monitor, do Insumo (Input) e do Filtro Afetivo revestem-se de importância.
Segundo Hipótese de Ordem Natural Krashen, Dulay & Burt (1975), e Brown
(1973) a aquisição de estruturas gramaticais ocorre em uma ordem previsível,
independente da primeira língua do falante. Algumas estruturas gramaticais tendem
a ser adquiridas cedo, outras mais tarde, indiferentemente da língua nativa do
falante. No entanto, isso não quer dizer, de acordo com Krashen (1985), que a
gramática deve ser adquirida nesta ordem natural de aquisição. Krashen (op. cit.)
rejeita utilizar-se a seqüência gramatical quando o objetivo é aquisição de L2.
Segundo a Hipótese do Monitor, a língua que se adquiriu
subconscientemente é responsável por “iniciar nossa sentenças na L2 e pela
21
fluência nessa L2.” A língua que se aprendeu conscientemente funciona como editor
quando focalizamos a forma e sabemos a regra. Esse editor consciente se chama
monitor. O uso excelente do monitor permite a utilização da competência aprendida
como suplemento à adquirida. Para que um falante possa usar as regras
conscientemente, são necessárias três condições.
1. Tempo- para que um falante possa pensar o que falará e usar efetivamente as
regras, precisa dispor do tempo necessário para isso, entretanto, o excesso de uso
de regras na conversação pode levar à confusão, a um estilo hesitante de falar e à
desatenção em relação àquilo que o seu interlocutor es falando, por isso esta
hipótese está mais ligada à aprendizagem da língua e não à aquisição.
2. Enfoque na forma - Não apenas o tempo é necessário para o falante usar o
Monitor; é também necessário o enfoque na forma, ou pensar sobre a correção. O
falante preocupa-se mais com a forma como vai transmitir a mensagem do que com
a própria mensagem.
3. Saber as regras - para que o falante possa usar o Monitor é necessário que ele
conheça as regras gramaticais, pois a correção poderá se efetuar se o falante
puder distinguir a forma correta da não correta.
Segundo Krashen (1985) existem três tipos básicos de usuários do monitor
aos quais ele denomina de: a) Monitor Over-user; b) Monitor Under-user e c) Optimal
Monitor user.
O primeiro tipo (Monitor over-user) refere-se às pessoas que usam o monitor o
tempo todo e constantemente examinam a sua produção com seu conhecimento
consciente da segunda língua. Este usuário, normalmente, possui fala hesitante e
preocupa-se demais em corrigir-se, assim, não consegue falar fluentemente.
Segundo tipo (Monitor under-user) refere-se às pessoas que não aprenderam
sobre a língua ou, se aprenderam, preferem não usar o seu conhecimento
consciente sobre ela. Essas pessoas, normalmente, "sentem" se a sua produção
está ou não correta, possuem fluência, pois adquiriram a segunda língua e não
estão preocupadas se a sua produção está formalmente correta.
22
O terceiro tipo (Optimal Monitor user) refere-se às pessoas que usam o
Monitor de forma apropriada e quando não interfere na comunicação. Optimal users
não usam o Monitor quando este irá interferir na sua produção. Krashen (op. cit.)
afirma que Optimal users usa a competência aprendida como um complemento à
competência adquirida.
A Hipótese do Monitor determina a relação entre a aquisição e aprendizagem.
Os esforços espontâneos e criativos de comunicação que decorre da capacidade
natural de assimilar línguas são disciplinados pelo conhecimento consciente das
regras gramaticais dessa língua e suas exceções. São vários os efeitos desse
monitoramento sobre pessoas com diferentes características de personalidade.
Pessoas com tendência à introversão, à falta de autoconfiança, ou ao
perfeccionismo, poderão desenvolver um bloqueio que compromete a
espontaneidade devido à consciência da alta probabilidade de cometerem erros. Já
as pessoas com propensão a extroversão, pouco benefício teda aprendizagem,
uma vez que a função de monitoramento quase não opera, pois está submetida a
uma personalidade que se manifesta sem maior precaução.
A Hipótese do Input na concepção de Krashen (1985), a aquisição da
linguagem dá-se por meio de um processo entendido como “input + l”. Isso quer
dizer que a língua a qual o aprendiz está exposto deve estar um pouco acima do
nível de competência lingüística que ele possui, de modo que ele possa
compreender quase totalmente o input recebido e sentir-se desafiado a continuar
progredindo. Para o autor o discurso somente irá emergir por meio de output quando
o aprendiz tiver exposto a input lingüístico suficiente. A aquisição acontecerá em
ambientes onde a ansiedade for baixa e o comportamento defensivo estiver ausente.
O pesquisador não crê que somente uma alta freqüência de exposição a certas
estruturas fará com que elas sejam adquiridas mais rapidamente. Segundo ele, o
aluno adquirirá o que estiver no ponto certo de seu desenvolvimento
maturacional, não importando a freqüência com que ele é exposto, e nem o grau de
dificuldade envolvido. Assim, as estruturas que esteja além de seu desenvolvimento
serão apenas memorizadas, sem, contudo, serem integradas, o que significa uma
não capacidade desse aluno de usá-las efetivamente. (op. cit.).
A Hipótese do Filtro Afetivo está relacionada com o papel que os fatores
como motivação, ansiedade e autoconfiança, desempenham no processo de
aquisição de uma língua. Essas variáveis afetivas foram correlacionadas à aquisição
23
mais do que à aprendizagem, por intermédio de testes comunicativos que mexem
mais com o sistema adquirido do que com o aprendido. A hipótese se baseia na
observação de que indivíduos com atitudes positivas em relação à L2 aprenderão
com mais facilidade, pois tendem a buscar mais input e, por apresentarem um filtro
afetivo mais baixo, o input recebido penetrará naquela parte do cérebro que é
responsável pela aquisição da linguagem.
A motivação é um sentimento essencialmente estimulado pelo professor na
situação de aprendizagem Começa a ocorrer quando o professor fecha a porta,
cumprimenta seus alunos com um sorriso acolhedor e caloroso, e passa a interagir
com os alunos fazendo comentários ou perguntas que expressam interesses
pessoais.
Gardner (1990), como outros pesquisadores, também acreditam na
importância do papel do professor na motivação dos alunos e diz que a motivação é
uma questão de atitude do professor. O comportamento do próprio professor pode
influenciar de modo positivo ou negativo no desejo e na disposição do aprendiz para
aprender e continuar aprendendo a língua. Com relação ao aluno, segundo
Zimmerman (1986), todos os alunos são capazes de aprender e podem auto-regular
a sua motivação e aprendizagem, sempre que decidirem aprender.
Cabe ainda considerar que o professor pode mudar as atitudes dos alunos,
redirecionarem expectativas e substanciar ou alterar preconceitos desses no que diz
respeito ao estudo da língua. Brown (1997) chama atenção dos professores quanto
à urgência de perceber que todos possuem atitudes positivas e negativas e que as
atitudes negativas podem ser transformadas pela exposição à realidade que
normalmente surgem de estereótipos falsos. Desse modo a ansiedade negativa
pode ser transformada em ansiedade positiva.
No tocante a ansiedade Scovel (1969) distingue dois tipos: a ansiedade
debilitante, que impede o aprendiz de se desempenhar de acordo com a sua
capacidade, e a ansiedade facilitadora, que seria “uma energia positiva que motiva
os aprendizes”. Um elevado grau de proficiência e autoconfiança tem tendência a
possuir um maior grau de ansiedade facilitadora, enquanto que aprendizes com
baixo nível de proficiência e autoconfiança estão propensos a um maior grau de
ansiedade debilitante. A motivação em aprender também está ligada às
necessidades dos aprendizes. Nesse sentido, a análise das necessidades, que será
considerada a seguir, é importante de se refletir no contexto de L2.
24
2.2. Análise das Necessidades
O ensino da L2 baseado nos resultados da análise da necessidade
proporciona ao aluno uma aprendizagem mais eficaz. Para Wilkins (1976) o primeiro
passo na construção de qualquer programa de ensino de línguas ou curso é definir
objetivos. Sempre que possível estes deverão ser baseados em uma análise das
necessidades dos aprendizes no que se refere ao tipo de comunicação em que os
mesmos se envolverão.
Conforme Chaudron (1990) a análise das necessidades é uma base
sistemática para decisões sobre como influenciar o desempenho do aprendiz,
identificar a lacuna entre a situação atual e a situação desejada e focar os recursos
para sua implementação. Richards (1996) ao se referir sobre análise das
necessidades menciona a necessidade de coletar e interpretar dados sobre os
aprendizes e o contexto institucional em que eles aprendem.
A respeito das necessidades dos aprendizes, Robinson (1991) argumenta que
as necessidades são estabelecidas por um grupo particular de estudantes que serão
influenciadas por preconcepções ideológicas da análise. Robinson (op.cit.) aponta
cinco questões a serem consideradas na AN: os objetivos (exigências de trabalho ou
de estudo dos aprendizes); o que a sociedade considera necessário a ser aprendido
de um programa de línguas; o que os aprendizes precisam fazer para realmente
adquirir a língua; os desejos dos alunos, além do trabalho, ou estudo; e as lacunas
existentes (o que os alunos não sabem e não são capazes de fazer em inglês).
Quanto ao processo da análise das necessidades, existem etapas que devem
ser consideradas no planejamento do curso. Jordan (1997) propõe 10 passos
utilizados antes e depois do processo da análise das necessidades:
1. Propósito da análise;
2. Delimitar a população de aprendizes;
3. Decidir pela (s) abordagem (ns);
4. Levantar as restrições e limitações;
5. Selecionar os métodos de coleta de dados;
6. Coletar os dados;
7. Análise e interpretação dos resultados;
8. Determinar os objetivos;
25
9. Decisões de implementações (ex.: decidir pelo syllabos
5
, conteúdo,
materiais, métodos, etc)
10. Avaliar os procedimentos e resultados.
Após ter planejado a análise das necessidades, define-se critérios para a
análise. Dudley-Evans e ST John (2002) fornecem um esquema para análise das
necessidades:
a) Informações pessoais sobre os aprendizes: as tarefas e atividades
para a qual os aprendizes estão/estarão usando o inglês análise da
situação alvo e os objetivos.
b) Informações pessoais sobre os aprendizes: fatores que podem afetar a
forma como eles aprendem tais como experiências de aprendizagem
prévias, informações culturais, razões e expectativas para freqüentar o
curso, atitudes em relação ao inglês - desejos, meios, necessidades
subjetivas.
c) Informações da língua inglesa sobre os aprendizes: quais são suas
habilidades atuais e uso da língua?
d) As lacunas apresentadas pelos aprendizes.
e) Informações sobre a aprendizagem da língua: maneiras efetivas de
aprender as habilidades e a língua.
f) Informações de comunicação profissional: conhecimento de como a
língua e as habilidades são usadas na situação alvo análise
lingüística, análise do discurso, análise do gênero.
g) Informações sobre o que se pretende com o curso.
h) Informações sobre o meio em que o curso acontecerá a análise do
meio.
Hutchinson e Waters (1987) também apresentam diretrizes para direcionar a
análise das necessidades da aprendizagem:
5
Syllabus refere-se ao planejamento das aulas, incluindo os conteúdos, as estratégias entre outros
aspectos.
26
Por que os aprendizes estão fazendo este curso?
• É compulsório ou opcional?
• Há uma necessidade aparente para fazê-lo?
• Há status, dinheiro, promoção envolvida?
• O que os aprendizes acham que alcançarão?
Quais são suas atitudes em relação ao curso? Eles querem melhorar o
inglês ou são resistentes?
Como os alunos aprendem?
• Quais são suas experiências de aprendizagem?
• Quais são seus conceitos de ensinar e aprender?
• Que metodologia vai satisfazê-los?
• Que tipos de técnicas são mais prováveis de serem inadequadas?
• Quais são os recursos disponíveis?
• Número e competência profissional dos professores;
• Atitude dos professores no curso;
• Conhecimento dos professores e atitudes a um conteúdo específico;
• Materiais;
• Auxílio;
• Oportunidades para atividade extraclasse;
Quem são os aprendizes?
• Idade, sexo, nacionalidade;
• O que eles já sabem sobre o inglês?
• Que conhecimento específico eles têm?
• Quais são seus interesses?
• Quais são os seus históricos sócio-culturais?
• A que estilos de ensino eles estão acostumados?
Quais são suas atitudes em relação ao inglês, ou à cultura dos povos
falantes do inglês no mundo?
27
Richards (1990) discorre que a análise das necessidades é também de
fundamental importância nos cursos de EGP.
Em inglês, dois termos empregados quando se considera a realidade do
aprendiz, EGP (English for General Purposes) e ESP (English for Specific
Purposes). Entende-se por inglês para fins específicos (ESP), conhecido como
inglês instrumental no Brasil, os cursos destinados às áreas de business, turismo,
informática, medicina, entre outras áreas e fins gerais (EGP) sem uma situação alvo
definida.
Em suma, ao definir “necessidades” do aprendiz não convém limitar-se
apenas a considerações de comportamento lingüístico esperado ao fim da
aprendizagem, mas devem-se levar em conta as suas carências enquanto aprendiz
e os seus desejos enquanto ser humano complexo. A reflexão na ação de ensinar e
de aprender, também, é um elemento necessário à prática pedagógica.
2.3. Reflexão na Ação de Ensinar e de Aprender
Deve-se considerar, que, se os significados o construídos pelos
participantes do mundo social, o ato reflexivo também pode fazer parte deste
processo. Pois, para a construção do significado o indivíduo necessita refletir sobre
seus atos. Zeichner (1993) aponta que os termos reflexão e ensino reflexivo
tornaram-se um slogan da reforma do ensino por todo o mundo, mas não
consenso quanto ao uso dos termos. De acordo com Kohan (2003:234)
O ato de refletir ocorre a partir da atenção que se doa àquilo que provoca a
reflexão, o que esvinculado a atenção, uma vez que aquilo que provoca o
pensamento é que chama a atenção de quem aprende.
Na concepção de Dewey (1979:104), a função do pensamento reflexivo “é
transformar uma situação de obscuridade, dúvida, conflito, numa situação clara,
coerente, assentada e harmoniosa”.
Perrenoud (2002), diferenciando o refletir de pensar, afirma que o pensar é
uma atividade permanente e espontânea do ser humano. A prática reflexiva
normalmente é instigada pelo aparecimento de um problema e requer certo método.
O pensamento acompanha a ação; a reflexão pode interrompê-la, precedê-la, segui-
28
la, suspendê-la, ratificando a importância sobre a prática para todos, na profissão,
no esporte, nas artes, nos relacionamentos. Atribuir um papel essencial aos
mecanismos de negociação de significados por parte dos professores e de alunos
pressupõe o desenvolvimento reflexivo dos participantes.
Em relação ao ensino/aprendizagem de língua, deve-se ressaltar que o uso
da reflexão na tarefa de ensinar é importante, principalmente, no que diz respeito à
conscientização dos processos lingüísticos. Cada língua apresenta características
particulares. No processo de aquisição de L2, verifica-se comumente interferência
da língua materna. No caso de aquisição de L2, contexto de relevância para esta
pesquisa, um som da L2, embora diferenciado, pode ser assimilado a um som da L1
e causar dificuldades (Flege, 1995). Quando /i/ e /Ǻ/ do inglês são assimilados a /i/
do português, ou /ȅ / a /t/, /f/ ou /s/, por exemplo, dificuldades são geradas por causa
da interferência da língua materna, não tem consciência sobre as diferenças
existentes entre a L1 e L2. Levá-los a perceber a diferença e a refletir sobre elas
pode facilitar a aprendizagem.
Na opinião de Celani (2006:228), um professor reflexivo é:
‘Um ser humano independente’, com sólida base na sua disciplina, (a língua
que ensina), mas com estilo característico de pensar (visão de como o
desenvolvimento de um processo reflexivo, contínuo, comprometido com a
realidade do mundo e não com a mera transmissão de conhecimento)
por meio da prática reflexiva o professor poderá alcançar o domínio da
complexidade e da imprevisibilidade, que encontrará no mundo, na escola, na sala
de aula (Op. cit.).
Como visto a reflexão por parte do professor como também do aluno pode
levar a busca de solução para as dúvidas, para as incertezas, a criar hipóteses, a se
perceberem como partícipe do processo de construção do conhecimento. Quanto ao
aluno, ele passa a externalizar sem medo o que lhe vem à mente, e em sala de aula
pode se tornar capaz de romper com uma forma de discurso de mão única, que
advém somente do professor. Sendo assim, os alunos poderão ver o mundo e se
perceberem com outros olhos, com uma nova identidade. E o professor em se tornar
um profissional melhor.
29
2.3.1 Reflexão “na” e “sobre” a ação
Gomes (1992:106), na discussão sobre os tipos de reflexão apontados por
Schön (1992), acentua que quando o professor reflete na e sobre a ação, ele
converte-se num investigador, pesquisador crítico, na sala de aula, o professor não
fica restrito a imposições de natureza metodológica, teórica e as prescrições
curriculares ou pelo esquema preestabelecido no manual escolar.
Para o autor, é necessário ensinar os alunos a lidarem com situações de
incerteza por meio de atividades que possibilitem a arte de programar, improvisar,
de estruturar um problema, enfim, ensinar. Schön (op. cit.) acentua as seguintes
ações:
- Conhecer na ação, é o conhecimento que os professores demonstram na
execução da ação, ou seja, é o componente que orienta o saber fazer. É o
conhecimento tácito.
- Reflexão na ação que ocorre quando o professor reflete no decurso da própria
ação e reformula o que está fazendo, enquanto está realizando a ação, ajustando-
se, assim, às situações novas que vão surgindo.
- Reflexão sobre a ação é o momento de reflexão pós-aula. Nesse momento, o
professor pensa no que aconteceu e no que observou, no significado que atribuiu às
ações realizadas em sala de aula. Gómez (1992:105) discorre que “a reflexão
sobre a ação analisa o conhecimento e a reflexão na ação em relação a uma
situação problemática em contexto particular”.
- Reflexão sobre a reflexão na ação também pode ser definida como meta
reflexão, pois é o momento que leva o professor a desenvolver novos raciocínios,
novas formas de pensar, compreender, agir e buscar soluções para os problemas.
Ao produzir comentários sobre o processo de reflexão Schön (1992:83)
acrescenta uma outra possibilidade de reflexão: a reflexão-sobre-a-ação, descrita no
trecho a seguir:
30
É possível olhar retrospectivamente e refletir sobre a reflexão-na-ação.
Após a aula, o professor pode pensar no que aconteceu no que observou,
no significado que lhe deu e na eventual adoção de outros sentidos. Refletir
sobre a reflexão-na-ação é uma ação, uma observação e uma descrição,
que exige o uso de palavras.
No que diz respeito à questão do educador e pesquisador crítico de línguas,
(materna e estrangeira), a procura de potenciais de emancipação tem levado esses
educadores a se engajarem em projetos políticos que visem promover mudanças
nas escolas públicas (cf. Pennycook, 1994; Celani, 2006; Rajagopalan, 2003; Moita
Lopes, 2003; entre outros). Conforme Pennycook (1994), o educador e pesquisador
crítico têm proclamado que o ensino de inglês deve servir, de fato, aos interesses
dos próprios alunos, capacitando-os para ler, falar e escrever criticamente. O ensino
crítico de inglês deve trazer à tona a contra palavra dos alunos, isto é, suas próprias
vozes, que, na maioria das vezes, são ocultadas pelo professor na sala de aula.
Em sala de aula, o ensino crítico de inglês não deve envolver somente meras
técnicas instrumentais, habilidades e objetivos. Deve-se se levar em conta
identidades e subjetividades dos educandos. As questões de poder, discriminação e
opressão também devem fazer parte do discurso. Nesse mesmo conceito, o lingüista
crítico Rajagopalan (2003:28) discorre que, “ao educador crítico cabe a tarefa de
estimular a visão crítica dos alunos, de implantar uma postura crítica, de constantes
questionamentos das certezas que, com o passar do tempo, adquirem a aura da
‘intocabilidade’ dos dogmas”.
No que se refere à reflexão crítica, convém mencionar a importância na
formação de professores crítico-reflexivos. Na visão de Fullan e Hargreaves (2000),
o conceito de profissional reflexivo popularizou-se em educação como uma
possibilidade de conduzir a formação de professores para além do foco de
treinamento, mas para um processo educativo e reflexivo que possa unir a reflexão à
prática docente.
Schön (1992) e Kemmis (1987) direcionam seus trabalhos rumo ao estudo da
formação de professores crítico-reflexivos. Com base na perspectiva crítica, os
autores explicam que o conceito de reflexão envolve colocar o professor no exame
crítico dos valores que embasam sua ação e do contexto de que faz parte, para
entender a ideologia que sua prática docente serve. Kemmis (op. cit.), ainda,
31
salienta que falar em reflexão crítica envolve a compreensão do contexto histórico,
político e social em que a prática se dá, ou seja, é importante compreender o papel
da instituição e de uma relação com a sociedade.
Schön (2000:33) salienta que “a função da reflexão-na-ação e sobre-a-ação é
critica, pois questiona a estrutura de pressupostos do ato de conhecer-na-ação”. Ao
pensar criticamente sobre como lidar com determinada situação o professor pode,
durante o processo, reestruturar as estratégias de ação, as compreensões dos
fenômenos ou as formas de conceber os problemas.
Fullan e Hargrives (2000) argumentam que o conceito de profissional reflexivo
popularizou-se em educação como uma possibilidade de conduzir a formação de
professores para além do foco de treinamento, mas para um processo educativo e
reflexivo que possa unir a reflexão à prática docente. O profissional que lida com
estudantes precisa ter consciência de que existem várias mentes que fazem uso da
cognição de forma diferenciada e agem de modo não semelhante das outras
pessoas. Portanto, aprendem de maneiras diferenciadas. Sendo assim, é
aconselhável ao professor fazer uso do pensamento reflexivo para saber o porquê
da dificuldade de aprendizagem que o aluno possa ter durante seu percurso escolar.
Fazem-se necessárias a aplicação de atividades diferenciadas e a introdução de
maneiras diversificadas de proposição das atividades e para que isso aconteça, o
profissional da educação precisa estar muito bem preparado profissionalmente para
conduzir no ambiente escolar ato instrucional por meio da ação e reflexão.
Zeichner (1993) diferencia os processos reflexão-na-ação e sobre-a-ação
afirmando que a reflexão-na-ação refere-se aos processos de pensamento que se
realizam no decorrer da ação, quando os professores têm necessidade de
reenquadrar uma situação problemática à luz de informação obtida a partir da ação,
desenvolvendo, assim, experiências para conseguir respostas mais adequadas.
Segundo o autor, nesse caso, a reflexão serviria para reformular as ações dos
professores no decurso profissional. Por outro lado, a reflexão-sobre-a-ação refere-
se ao processo de pensamento que ocorre após uma situação problemática e recai
sobre as reflexões-na-ação produzidas pelo professor.
Alguns pesquisadores têm discutido as ações que o conceito de reflexão
crítica envolve. Por exemplo, Smyth (1992), com base em Freire (1987) aponta as
ações descrever, confrontar e reconstruir como envolvidas nesse processo. O
descrever e o informar são a base de sustentação da argumentação, que acontece
32
por meio do confrontar. Ao informar, o professor tenta situar suas ações no mundo, a
partir do descrever. Ao confrontar, o professor lança um olhar crítico para sua prática
com o objetivo de avaliar sua eficácia em preparar o aluno para atuar no mundo.
Como resultado, o reconstruir envolve as reflexões feitas durante essas ões
(descrever, informar e confrontar) e não somente no conteúdo enfocado, sempre
com base nos contextos particulares em que se situam. Segundo Paulo Freire (op.
cit.), confrontar significa problematizar a prática pedagógica por intermédio de
perguntas que levem às causas sociais daquela prática.
Contudo, acredita-se que o ato reflexivo sobre a ação de
ensino/aprendizagem proporciona perspectivas diferenciadas de tomada de
decisões de acordo com as necessidades dos aprendizes. Seja na situação de
obscuridade para a claridade proferida por Dewey (1979), no surgimento de um
problema para interrompê-la na concepção de Perrenoud (2002), ou na negociação
de significado por parte de professores e de alunos conforme Celani (2006). A
reflexão, sob qualquer ponto de vista, resultará na solução do problema em questão.
Os métodos e abordagens referentes ao contexto de ensino/aprendizagem
podem ser vistos como orientações para que o professor comece a refletir sobre os
processos nela envolvidos, possibilitando sua própria visão informada pela prática
diária. O professor por intermédio de suas experiências anteriores saberá que
método se identifica melhor e o mais adequado a sua realidade. O importante é
estar disposto a uma reflexividade sobre a complexidade da sala de aula, no caso,
sala de aula de L2.
33
O objetivo deste capítulo é descrever a metodologia da pesquisa. Serão
descritos a escolha da metodologia de pesquisa, o local de estudo e histórico da
unidade escolar, a apresentação e descrição dos participantes, e os procedimentos
de coleta e de análise dos dados.
3.1. Escolha da Metodologia de Pesquisa
A proposta deste trabalho é norteada por resultados de pesquisas sobre
aquisição de L2 por abordagem reflexiva e apoiada em análise das necessidades.
Segundo Kohan (2003), a reflexão pode levar o aluno a buscar solução para suas
dúvidas, para suas incertezas, a criar hipóteses, a se perceber como partícipe do
seu processo de construção do conhecimento. A análise da necessidade é uma
etapa inicial e obrigatória, que precede a elaboração de um curso. Segundo Wilkins
(1976), o primeiro passo na construção de qualquer programa de ensino de línguas
ou curso é definir os objetivos. Sempre que possível estes deverão ser baseados em
uma análise das necessidades dos aprendizes no que se refere ao tipo de
comunicação em que os mesmos se envolverão.
O ângulo de abordagem desta pesquisa é social, pois conforme Barkhuizen
(2000), aprendizagem de língua está inserida no contexto social que consiste em um
número de influência de fatores sociais. No que diz respeito ao tipo de modelo de
investigação, o projeto assume um modelo pautado em pesquisa qualitativa
seguindo o pressuposto de que há uma relação dinâmica, uma interdependência
entre o mundo real, o objeto da pesquisa é a subjetividade do sujeito. O sujeito é
considerado como parte integrante do processo de conhecimento.
Segundo Denzin e Lincoln (1998), a pesquisa qualitativa caracteriza-se pela
ênfase no processo e no significado, em vez de enfatizar a quantidade ou a
freqüência. Assinalam que toda a pesquisa é interpretativa, pois se baseia em um
conjunto de crenças sobre o mundo e no modo como essas crenças devem ser
interpretadas e estudadas. Trabalha com hábitos, atitudes, representações e
opiniões. Aprofunda-se na complexidade dos fatos, dos processos particulares
específicos a atuação de indivíduos e grupos no contexto. As características
existentes na pesquisa de base qualitativa, são consideradas subsídios importantes
para uma compreensão mais segura e profunda do fenômeno estudado.
34
3. 2. Local de Estudo e Histórico da Unidade Escolar
Este estudo foi desenvolvido em uma Escola Estadual no Bairro Jardim
Ângela em São Paulo. A Escola Estadual de Primeiro Grau José Raul Poletto,
vinculada a Diretoria de Ensino Sul II, iniciou seu trabalho com a denominação
Escola Estadual Coimbra II, conforme Decreto Lei 33244 de 09/05/91, na Rua
Barroso do Amaral s/n. Em março de 2002, sofreu mais uma alteração em sua
denominação passando a Escola Estadual José Poletto.
A construção da unidade foi realizada em caráter emergencial, com estruturas
e acabamentos de madeira, executando um projeto que compreendia 5 salas de
aula e 2 banheiros, em um terreno emprestado pela Escola Municipal Oliveira
Vianna.
Toda essa urgência se deu devido ao crescimento da demanda nas vagas
das séries iniciais, e após uma reivindicação da comunidade junto à Secretaria
Estadual de Educação com passeata e faixas expondo o problema.
A organização inicial compreendeu 10 classes do Ensino Fundamental I,
sendo 5 no período matutino e 5 no período vespertino. A escola iniciou suas
atividades com 402 alunos matriculados, diretora, 10 professoras e uma servente
(cedida de outra unidade escolar), que preparava a merenda e cuidava da limpeza.
Mesmo com tantas dificuldades e improvisos a escola caminhava tranquilamente
com a colaboração das mães e dos alunos que eram extremamente prestativos.
Em agosto de 1995 a escola mudou-se para o prédio definitivo construído na
mesma rua número 665, Jd. Planalto. O prédio é composto de dois andares
totalizando 12 salas de aula, um laboratório de ciências e um pequeno depósito. Em
frente a esse prédio existe uma área térrea com ampla cozinha, refeitório, 2 salas de
apoio, 6 banheiros femininos, 6 masculinos, 2 banheiros separados e equipados
com chuveiro. Do lado direito do prédio, construiu-se outra ala térrea com secretaria,
sala de direção, sala de coordenação, sala dos professores, sala de vídeo, sala de
informática e depósito perfazendo um formato quadrado com um jardim de inverno
no centro. Como o terreno é declinado para o fundo, na parte considerada subsolo
construiu-se as dependências do caseiro e vestiários em um pavimento inferior à
quadra de esportes.
No início do ano de 1996 a escola ofereceu mais de 1000 vagas em diversas
séries e turnos. Todas foram preenchidas e abriu-se lista de espera em caso de
35
desistências. Com o aumento da demanda surgiram os problemas de indisciplina,
conflitos entre os pais. Alguns exigiam respeito com o ambiente escolar, e outros
pouco se importavam com as atitudes inadequadas.
Para conseguir uma melhor interação e respeito entre todos, pensou-se em
realizar uma missa no pátio da escola, na segunda semana de maio, em
comemoração ao Dia das Mães, forma inicial de sensibilização e de aproximação
afetiva com aqueles que o se sentiam como parte integrante da escola. Foram
organizadas atividades de coral, leituras e cantos, todas desenvolvidas por alunos
devidamente orientados e motivados por seus professores. Houve o envolvimento
de todos. Em pouco tempo as agressões diminuíram e a amizade entre alunos e
alunos e professores se multiplicou.
Hoje a escola tem 1510 alunos matriculados, divididos em 13 salas de Ensino
Fundamental I, 11 salas de Ensino Fundamental II e 13 salas de Ensino Médio.
Conta com um grupo de professores, coordenadores, direção, secretária, auxiliar
administrativo, caseiro, merendeiras e mais 10 contratados temporários para os
serviços diversos.
3. 3. Os Procedimentos de Coleta e de Análise dos Dados
O primeiro passo do procedimento de coleta e de análise dos dados realizou-
se por meio de entrevistas junto à comunidade escolar (pais, alunos, professores,
auxiliar administrativo) e consulta ao registro histórico da Unidade Escolar. A Partir
dos resultados efetuou-se a construção e aplicação de um questionário (ANEXO 1)
que funcionou como um auto-relato no qual os informantes dizem o que fazem e o
que pensam fazer no futuro. E foi utilizado com o objetivo de verificar quais
habilidades seriam mais importantes para os aprendizes.
O segundo passo foi à aplicação de um questionário composto de 10
perguntas. Sendo a primeira parte voltada para algumas questões pessoais (nome,
idade, sexo e se trabalha fora). A segunda parte diz respeito ao meio de contato com
o inglês, utilidade e importância na sua vida profissional/pessoal e quais assuntos
mais lhes interessam no seu dia-a-dia. Na terceira parte questão 8, o aluno deu nota
de 0 a 10 de acordo com o interesse dele em questões referentes aos conteúdos a
serem trabalhados em sala de aula. A questão 9 era relacionada a questão 8 pedia
ao aluno para mencionar 3 questões que causavam mais dificuldades para
36
aprender. A questão 10 dizia para apontar, se quisesse outra atividade que não tinha
sido mencionada acima.
Após a coleta dos dados elaborou-se um gráfico com a tabulação dos
resultados obtidos para melhor visualização das respostas referentes à questão 8.
Após a tabulação originou-se a idéia de se desenvolver uma atividade programada
relativa ao interesse demonstrado pelos alunos no teste diagnóstico. Essa atividade
consistiu em convidar uma senhora Canadense falante nativa do inglês para
conversar com os alunos a respeito da sua cultura tais como, (tipos de alimentação,
modo de viver, educação, história entre outros). O convite foi um dos procedimentos
de motivação, a visita incentivou os alunos a participar dos estudos de inglês.
Após a visita, formulou-se um convite aos alunos da sexta série para
engajarem em uma atividade programada extraclasse na qual seriam desenvolvidas
unidades de ensino que embora trabalhassem as quatro habilidades (ler, escrever,
falar e ouvir) privilegiaram as habilidades orais. Voluntariam-se para participar dessa
atividade programada três alunos cujo perfil é descrito a seguir no item 4.
3. 4. Apresentação e Descrição dos Participantes.
Participaram deste estudo três alunos I, K e G da série da Escola Estadual
Raul Poletto que se voluntariaram a participar da pesquisa pela motivação e
interesse as aulas de inglês e pela visita de uma falante nativa Canadense, religiosa,
que mora no Bairro Jardim Ângela onde ministra cursos de extensão para a
comunidade carente e a Professora pesquisadora. Optou-se em denominar os
alunos I, K e G e a falante nativa de A que são as iniciais de seus nomes para
preservar a identidade deles. I: I é uma garota de 12 anos, extrovertida, com poucas
dificuldades em aprender inglês. Segundo ela, só havia aprendido a língua em
escola pública no ano anterior quando cursou a 5° s érie. K: K 13 anos, muito falante,
agradece por tê-lo incluído no projeto. Escolheu como profissão ensinar inglês. G: G
12 anos, demonstra muito interesse em aprender o idioma e pretende morar nos
Estados Unidos um dia porque têm parentes lá. Os interesses dos alunos e suas
experiências foram levantados em entrevistas e questionário no início do curso.
37
3.5. Material
As unidades de ensino foram elaboradas, segundo um formato elaborado por
Sandra Madureira, a partir de diálogo por falantes nativos com a intenção de que os
aprendizes pudessem se familiarizar com a pronúncia da língua inglesa e perceber
suas especificidades e, posteriormente, compreender e se expressar oralmente em
L2.
A seguir apresento os diálogos em inglês informal correspondentes às
unidades 4, 7, 12, 13 e 14 retiradas do livro “Listen & Say It Right In English!” de
autoria de Nina Weinstein nos quais foram elaborados os textos e os exercícios para
análise.
UNIDADE 1
LUNCH
Ready to order?
Yes. I want a roast beef on rye.
Anything to drink?
A glass of milk, please.
Large or Small?
Small, please.
Anything else I can get you?
No thanks. Just the check.
Okay. Thank you.
Thank you.
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UNIDADE 2
GIVING A COMPLIMENT
At work
Have you had a chance to look over my report yet?
Uh huh. As a matter of fact, I did.
What do you think?
You did a super job. The sales figures were really helpful.
Thanks.
UNIDADE 3
DINNER
Can I get you a drink?
Please. I think I’ll have a Bloody Mary.
Are you ready to order?
Not quite. I need a few more minutes.
Okay. I’ll come back in a few minutes.
What can I get you?
The steak dinner.
How do you want your steak?
Medium, please. A baked potato with sour cream and chives. And salad
with French dressing.
Thank you.
UNIDADE 4
TELEPHONE
Information
What city, please?
West Los Angeles.
Yes?
I’d like the number of Jim Morris. M-O-R-R-I-S.
Just a moment. 379-2113.
UNIDADE 5
39
CONVERSATION DURING A MEAL
How’s your steak?
Super. How’s yours?
Great. Could you pass the salt, please?
Uh huh. How about some dessert?
Oh, no thanks. I’m stuffed.
How about an after-dinner drink?
That sounds great.
Well, ready to go?
Yeah. Thanks so much for the great dinner.
I enjoyed it too. Let´s do it again sometime.
A seguir apresento as atividades que constituíram as unidades de ensino. São
elas:
- Leitura silenciosa de um parágrafo elaborado a partir de um diálogo gravado por
falantes nativos do inglês;
- Verificação de conhecimento sobre o vocabulário desse parágrafo;
- Escrita em português sobre o conteúdo desse parágrafo;
- Exercício com vocabulário do parágrafo;
- Escuta do diálogo;
- Escuta do diálogo acompanhado com versão escrita na qual constavam lacunas
que deveriam ser preenchidas com as palavras ouvidas;
- Exercícios para desenvolver a escuta (escutar cada enunciado e apontar as
palavras ou expressões que chamam a atenção pela especificidade da pronúncia) e
- Exercícios de produção oral (repetição dos enunciados a partir das gravações e
dramatizações).
40
Ilustração de uma das unidades de ensino, as demais se encontram no
(ANEXO 3).
UNIDADE 1
1 – Leia atentamente o seguinte parágrafo.
LUNCH
José was in a restaurant to have lunch. He asked the waiter for roast beef on
rye. The waiter asked him if he’d like anything to drink. José asked a small glass of
milk and the check.
2 – Responda as questões abaixo:
a) Quais palavras do texto você conhece?
b) Escreva o que você entendeu sobre o texto.
3 – Relacione as colunas de palavras:
a) restaurant ( ) pão de centeio
b) lunch ( ) copo de leite
c) roast beef ( ) restaurante
d) glass of milk ( ) a conta
e) the check ( ) garcon
f) waiter ( ) rosbife
g) rye ( ) almoço
4 – Escute atentamente o diálogo.
a) Qual a situação descrita no diálogo?
b) Quem são os participantes nesse diálogo?
41
5 – Escute o diálogo e complete com as palavras que estão faltando.
1- Ready to ___________?
2- Yes. I ______________a roast beef on rye.
3- ______________to drink?
4- A _________________of milk, please.
5- Large or__________________?
6- Small,_________________.
7- Anything ______________ I can get you?
8- No ______________. Just the check.
9- Okay. Thank_______________.
10- __________________you.
6 – Sublinhe as palavras mais proeminentes.
1- Ready to order?
2- Yes. I want a roast beef on rye.
3- Anything to drink?
4- A glass of milk, please.
5- Large or Small?
42
6- Small, please.
7- Anything else I can get you?
8- No thanks. Just the check.
9- Okay. Thank you.
10- Thank you.
7 Escute e preste atenção em cada enunciado. Aponte as palavras ou
expressões que chamam a atenção pela especificidade da pronúncia.
1- Ready to order?
2- Yes. I want a roast beef on rye.
3- Anything to drink?
4- A glass of milk, please.
5- Large or Small?
6- Small, please.
7- Anything else I can get you?
8- No thanks. Just the check.
9- Okay. Thank you.
10- Thank you.
43
Para a análise de dados essas questões foram agrupadas em: compreensão
leitora e vocabulário, compreensão oral e percepção. As questões 1, 2 a e b e 3 são
referentes à compreensão leitora e vocabulário. A questão 4 diz respeito à
compreensão oral e as questões 5, 6 e 7 à percepção.
Não serão analisadas nesta dissertação as atividades de produção oral que
compreenderam repetição de enunciados a partir de gravações e dramatizações.
FLUXOGRAMA DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS NO DECORRER DO
PROJETO
Verificação dos dados obtidos
Convite a freira Canadense para conversar com os
alunos
Desenvolvimento das unidades de ensino
conforme interesses demonstrados pelos
alunos no teste diagnóstico
Aplicação das unidades de ensino
Análise dos resultados da
aplicação das unidades
Questionário final de
avaliação discente
Pesquisa sobre o perfil da comunidade escolar
(entrevistas)
Construção e aplicação de testes diagnósticos para
saber o perfil dos alunos
44
Este capítulo apresenta a análise dos dados da pesquisa. Na primeira parte
procedeu-se à análise dos dados do questionário inicial aplicado a um grupo de três
alunos. No segundo momento procede-se a análise das unidades divididas em três
grupos. A primeira diz respeito à compreensão leitora e vocabulário do texto escrito,
a segunda, compreensão oral e a terceira percepção e produção oral.
1. O Questionário Inicial
O questionário de interesses e necessidades teve como objetivo colher
informações sobre a preferência dos alunos com relação à aprendizagem da língua
inglesa, além de traçar um perfil do grupo. Foram pesquisados 60 meninos e 65
meninas. A faixa etária variou entre 12 e 14 anos, sendo predominante a idade de
12 anos. A maioria gosta ou acha importante e/ou se interessa por Inglês, e/ou
considera útil em sua vida pessoal. Os assuntos de interesses no dia-a-dia variam
entre, jogar futebol, ouvir música, conversar, assistir TV, usar o vídeo game e
computador, sendo que grande parte dos alunos preferem ouvir música. Nas aulas,
muitos deles gostam de falar em inglês, mas não se sentem à vontade porque
receiam as críticas dos colegas.
Quadro 1- Faixa etária
Idade Números de alunos Percentual (%)
12 anos 68 54,4
13 anos 52 41,6
14 anos 05 4
Total 125 100
Apurou-se também que a maioria dos alunos se interessa em estudar
inglês por motivos profissionais. Os demais alegaram motivos pessoais como para
conversar com estrangeiros, por gostar do idioma ou achar importante saber se
comunicar em inglês por ser a língua mais falada no mundo.
45
Quadro 2 – Motivo para estudar inglês
Motivo Números de alunos Percentual (%)
Profissional 52 41,6
Pessoal 46 36,8
Outro 27 21,6
Total 125 100
No exercício 8 do teste diagnóstico para descobrir o real interesse dos alunos
em relação ao estudo da L2, percebeu-se a preferência às habilidades de
compreensão e expressão oral conforme demonstrado (torres mais altas, questões 3
e 4) no gráfico abaixo.
1) leitura de textos em inglês;
2) escrita de textos em inglês;
3) compreensão oral (entender o que se fala);
4) expressão oral (falar) em inglês;
5) gramática da língua inglesa;
6) tradução de textos em inglês;
7) vocabulário;
8) diálogos com expressões orais do dia-a-dia;
9) atividades em língua inglesa na sala de informática;
10) atividades em língua inglesa na sala de vídeo;
11) músicas em inglês;
12) atividades com livro didático;
13) jogos em inglês;
14) correspondências em inglês viam e-mail. O gráfico a seguir demonstra as notas
de 0 a 10 de acordo com a preferência do aluno as atividades de maior interesse.
46
Gráfico 1 – Notas de 0 a 10 de acordo com o interesse do aluno
Com relação à aula ministrada por uma Canadense, falante nativa do inglês,
despertou à vontade e curiosidade do aprendiz de se comunicar em inglês. Bem
como, levou a acionar, na memória do aluno os esquemas armazenados de long
term. A memória de long term é definida como uma memória permanente. Ela
contém todas as informações que as pessoas necessitam para resolver atividades
cotidianas, que não desaparecem ou que desaparecem depois de muitos anos.
Segundo Kato (1999), a memória organizada tem a possibilidade de automodificar-
se à medida que aumenta ou se altera o nosso conhecimento de mundo.
Das atividades mencionadas na questão 8 do questionário, foi pedido para o
aluno mencionar três que lhes causavam mais dificuldades começando pela mais
difícil. O aluno K respondeu: Leitura em Inglês, correspondências em inglês via e-
mail e jogos em inglês. I apontou como difíceis atividades em língua inglesa na sala
de vídeo, jogos em inglês e correspondência em inglês via e-mail. G argumentou
que expressão oral (falar) em inglês e diálogos com expressões orais do dia-a-dia
são as mais difíceis para ela.
Em seguida, foram montadas 05 unidades de exercícios de inglês nas quais
se utilizou como suporte o livro “Listen & Say It Right in English!” cujos falantes são
nativos da modalidade de língua norte-americana. Os módulos montados foram:
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14
10
9
8
7
6
5
4
3
2
1
0
47
Lunch
Giving a compliment
Dinner
Telephone
Conversation during a meal
2. Análises das Unidades de Ensino
Nesta parte da pesquisa serão analisados os resultados das aplicações das
cinco unidades de ensino. Como mencionado na metodologia, as unidades
compreenderam exercícios de compreensão leitora e vocabulário, compreensão
oral, percepção e produção oral. A seguir, serão apresentadas as unidades de
ensino trabalhadas com os alunos e a análise do desempenho deles nessas
unidades.
UNIDADE 1
Compreensão leitora e vocabulário.
Exercício 1. Leia atentamente o seguinte parágrafo.
Lunch
José was in a restaurant to have lunch. He asked the waiter for roast beef on
rye. The waiter asked him if he’d like to have anything to drink. José asked for a
small glass of milk and the check.
48
Exercício 2
Responda as questões abaixo:
Respostas
G: lunch, was, in, a, restaurant, rye,
the, and, roast beef, waiter, serve,
milk, asked, he, small, glass, check,
have , on.
K: was, in, a, restaurant, to, have
lunch, he, the, asked, waiter, serve,
roast beef, on, rye, would like,
anything, drink, small, glass of milk,
check, dinner.
a) Quais palavras do texto você
conhece?
I: conhece todas as palavras do
texto.
G:
José pediu para o garçom trazer o
rosbife no pão de centeio
e o garçom
perguntou a ele o que queria beber.
José respondeu: um pequeno copo
de leite.
K: José vai a um restaurante para
almoçar. Ele pediu para o garçom
para que sirva rosbife no o de
centeio. O garçom perguntou se
gostaria de beber algo. José pediu
um pequeno copo de leite e a conta.
b) Escreva o que você entendeu
sobre o texto
I: José foi a um restaurante almoçar,
e pediu rosbife com pão de centeio e
um copo de leite, depois a conta
para o garçom.
49
Exercício 3
Relacione as colunas de palavras
Respostas
a) restaurant ( ) pão de centeio
b) lunch ( ) copo de leite
c) roast beef ( ) restaurante
d) glass of milk ( ) a conta
e) the check ( ) garcon
f) waiter ( ) rosbife
g) rye ( ) almoço
G, K e I responderam corretamente.
O objetivo das atividades acima apresentadas foi introduzir o vocabulário que
havia sido trabalhado na parte de compreensão oral. Após a leitura do texto Lunch,
criado a partir de um diálogo, os alunos G, I e K conseguiram entender a idéia
principal contida no texto. Foram orientados a utilizar pistas contextuais, ou seja,
usar estratégias de inferência para encontrar informações implícitas ou explícitas no
texto, e também, foi enfatizado que é importante eles aprenderem que não é
necessário conhecer todos os itens lexicais para ler, bem como, foi apontado a
relevância de se observar as estratégias de integração de uma informação à outra, e
o estabelecimento dos elos coesivos. Os alunos acionaram o conhecimento de
mundo deles e fazendo isso, eles criaram hipóteses sobre o contexto com base em
seu pré-conhecimento. Por exemplo, na observação do título do texto Lunch
(almoço), o aluno soube que o assunto do texto era relacionado à comida. A palavra
restaurant também deu pistas de que o texto conteria palavras como “garçom”,
“comida” e “bebida”. Assim, interpretam o texto com base no que sabem sobre o
contexto de “restaurante”.
50
Compreensão oral
Lunch
- Ready to order?
- Yes. I want a roast beef on rye.
- Anything to drink?
- A glass of milk, please.
- Large or small?
- Small, please.
- Anything else I can get you?
- No thanks. Just the check.
- Okay. Thank you.
- Thank you.
Exercício 4
Escute atentamente o diálogo.
Respostas
G: José estava num restaurante e
pediu ao garçom que trouxesse
rosbife no pão de centeio e
perguntou a ele o que queria beber e
ele disse um pequeno copo de leite.
K: Um homem foi ao restaurante
almoçar, ele pediu rosbife e depois
pediu um pequeno copo de leite e a
conta.
a) Qual a situação descrita?
I: Um homem vai ao restaurante e
pedi almoço para o garçom.
51
b) Quem são os participantes nesse
diálogo?
G, K e I responderam Garçom e o
José
Os três alunos identificaram o contexto situacional do diálogo. Os alunos G e I
apresentaram mais detalhes ao descrevê-lo. O aluno K conseguiu apontar os
principais elementos do diálogo: “restaurante, almoço, rosbife, pequeno copo de leite
e conta”.
Percepção
O exercício apresentado na primeira atividade é importante, na medida em
que o aluno tem a oportunidade de trabalhar o vocabulário e a compreensão do
texto. Além disso, é importante fazer com que o aprendiz, mesmo no início do
estudo, esteja atento às diferenças entre ortografia e pronúncia. Os exercícios que
se seguem cumprem a função de trabalhar com os aspectos perceptivos.
Nesta sessão serão analisadas as questões 5, 6 e 7 que envolvem: “Escutar e
completar com palavras que estão faltando”; “Sublinhar palavras proeminentes” e
“Apontar palavras ou expressões que chamam a atenção pela especificidade da
pronúncia”. Nas questões do exercício 5, serão lançadas somente as respostas que
diferenciam das repostas do texto original.
Exercício 5
Escute o diálogo e complete com as
palavras que estão faltando
Respostas
G: hare
K: wother
Ready to order?
I: Want
Após ouvir o diálogo, o aluno K ao completar os espaços com palavras que
estavam faltando, respondeu wother ao invés de order. A aluna I, entretanto, utilizou
52
a palavra want que embora não tenha semelhança fonética com a forma sonora de
order, remete ao sentido da situação. A aluna G escreveu hore ao ouvir order, ela
percebeu o som de or [r] e utilizou o “h”, por conhecer palavras em que o grafema
“h” não apresenta correspondente sonoro.
G: and
K: anathin
Anything to drink?
I: anything
Na resposta à questão Anything to drink? a aluna G utilizou uma palavra cujos
sons iniciais coincidem com o som da palavra do diálogo e que poderia ser utilizada
em correspondente ao contexto enunciativo em língua portuguesa “e para beber o
que quer?” e K e I aproximaram-se da grafia correta da palavra.
G: on
K: the
Anything else I can get you?
I: aseng
Os alunos G e K não conseguiram identificar a palavra e a aluna I guiou-se
pelas características fonéticas sem, contudo, conseguir identificar o sentido da
palavra.
Exercício 6
Sublinhe as palavras mais
proeminentes
Respostas
Yes, I want a roast beef on rye.
G, K e I grifaram yes e rye
53
FIGURA 1: Forma da onda, contorno da freqüência fundamental e segmentação do
enunciado Yes, I want a roast beef on rye.
Os alunos G, K e I grifaram como sendo as mais proeminentes as palavras
inicial yes e final rye. Perceptivamente, as palavras de conteúdo são mais salientes:
yes, want, roast, beef e rye. Verifica-se auditivamente maior variação de pitch e
alongamento em yes, roast e rye. A inspeção do traçado de f0 e da duração das
palavras corrobora com essa percepção.
G: or small
K: Large
Large or small?
I: small
54
FIGURA 2: Forma de onda, contorno da freqüência fundamental no padrão da
modalidade interrogativa de Large or small?
Nesta questão Large or small? somente o aluno K percebeu a proeminência
na palavra inicial large. Os alunos G e I assinalaram como proeminente a palavra
small. No traçado de F0, nota-se um movimento ascendente e descendente em
large e descendente em small. As duas palavras são proeminentes e o padrão
entoacional utilizado enfatiza o contraste: um tom alto em large e baixo em small por
ocorrer antes de fronteira final de enunciado, small apresenta-se mais alongado do
que large.
Esse tipo de exercício permitiu dar consciência aos alunos da importância da
entoação para diferenciar sentidos.
G: small
K: please
Small, please.
I: small
55
FIGURA 3: Forma de onda, contorno entoacional de Small please.
Na questão Small please, os alunos K e I perceberam a proeminência na
primeira palavra da frase que apresenta valores de F0 mais elevados do que as
demais, portanto pitch
6
mais alto. A aluna G percebeu a proeminência na palavra
final please.
G: else I can get you?
K: get you?
Anything else I can get you?
I: get you?
6
Pitch é a sensação auditiva que permite a classificação de um som como sendo alto (agudo) ou
baixo (grave).
56
FIGURA 4: Forma de onda, contorno da freqüência fundamental no padrão da
modalidade interrogative de Anything else I can get you?
Os alunos K e I grifaram nas palavras finais da frase, em get you, exatamente
onde ocorre a ascendência do contorno entoacional, a aluna G grifou em else I
can get. A palavra else encontra-se alongada e em I variação de pitch.
Entretanto, a produção de can não apresenta alongada e o pitch não varia, ou seja,
não está proeminente.
Exercício 7
Escute e preste atenção em cada
enunciado. Aponte as palavras ou
expressões que chamam a atenção
pela especificidade da pronúncia.
Respostas
G: ouve ore
K: ouve orer
Ready to order?
I: ouve orer
57
As respostas dos alunos indicam que eles tentaram reproduzir o que ouviram.
O falante nativo produziu um flape na posição de ataque (elemento consonantal que
inicia a sílaba) na segunda sílaba da palavra order. A posterior confrontação com a
escrita da palavra, levou os alunos a se conscientizarem das diferenças entre escrita
e fala e dos processos de co-produção dos segmentos, isto é, coarticulação.
Hardcastle e Hewlett (1999) referem-se ao fato de que um segmento fonológico não
se realiza da mesma maneira nos variados contextos fonéticos, sendo suas
características modificadas em decorrência das características na sua vizinhança.
G: ouve I and roast beef on rye e
observa que na pronúncia o sai o
artigo a entre want e roast
K: observa a juntura da frase I want
a roast beef on rye.
Yes, I want a roast beef on rye.
I: diz que a palavra no diálogo want
ficou totalmente diferente e emendou
com a palavra beef on rye
A questão Yes, I want a roast beef on rye, os alunos notaram um processo de
clitização. Esse processo faz com que as palavras gramaticais não-acentuadas
liguem-se às palavras de conteúdo à sua esquerda ou à direita, formando as
palavras fonológicas (Levelt, 1998).
G: observa no diálogo a junção das
palavras anything drink
K: th não tem som de s e sim de t
Anything to drink?
I: não fala to
58
A partir das respostas dos alunos, refletiu-se sobre os processos de juntura
entre palavras, reduções e semelhanças entre sons da língua inglesa e portuguesa.
Conforme comentado anteriormente, é comum que palavras não-acentuadas, as
chamadas palavras de função ou gramaticais como os verbos auxiliares, pronomes,
preposições e artigos, unirem-se às palavras de classe de conteúdo tais como os
adjetivos, verbos, substantivos e advérbios que vêm antes ou depois delas. Na
língua portuguesa, também ocorre a junção de palavras e co-produção de sons na
fala contínua, e que dependendo da região, ou de outros fatores sociolingüísticos, há
mais produtividade de ocorrência de processos de redução. Um exemplo disso são
os falantes de algumas regiões do Sul de Minas Gerais, cujas palavras pronunciadas
numa frase o reduzidas tornando sua compreensão, às vezes, um pouco difícil
para falantes de outro Estado. Para alguns falantes, a palavra “massa de tomate” é
pronunciada mastumati” e a frase “vou tomar o ônibus” é pronunciada tuma
ônbus”. Nota-se que as explicações desses exemplos são importantes para os
aprendizes de L2, pois, eles perceberam que as variações no ato da fala não
ocorrem somente na língua inglesa, mas em sua própria língua, e, em outras línguas
em uso no mundo.
G: não fala of
K: não fala of e milk, não sai a
consoante final k
A glass of milk, please.
I: emenda a palavra glass com of
Mais uma vez, desenvolveu-se a escuta dos alunos. Além de perceberem
diferenças na saliência acústica, notaram as junturas realizadas pelos falantes. O
fato de consoantes plosivas (como o /k/) não ocorrerem em posição de coda silábica
em português, faz com que na pronúncia de palavras terminadas em sons plosivos
haja o acréscimo de uma vogal de apoio (anterior alta).
59
G: não pronuncia corretamente o
small e sim sma sem o som de l no
final
K: parece ragismol
Large or small?
I: na palavra large não sai o som do l
Na questão Large or small as alunas G e I perceberam que o falante nativo
não pronunciou o som consonântico final conforme esperavam. A variante de /l/ em
posição de coda silábica em inglês é lateral velar sonora. Nessa posição, sob
interferência do português, é comum ocorrer a produção de uma semivogal velar
sonora.
G: não pronuncia I e nem o you
K: junta tudo
Anything else I can get you?
I: não fala you
Na questão Anything else I can get you? G disse que o pronuncia /l/ e nem
you. I também não percebeu a pronúncia de you. Como dois alunos apontaram não
terem percebido os pronomes pessoais, e um deles salientou a juntura entre
palavras, refletiu-se sobre a redução dos sons, a proeminência das palavras de
conteúdo e as junturas entre I can e get you.
60
G: não pronuncia the
K: chik de check em lugar de just the
check
No thanks. Just the check
I: não encontrou nenhuma
especificidade nesta questão
A aluna G disse que o falante nativo do inglês no diálogo não pronuncia a
palavra the da frase just the check. Foi explicado para a aluna que às palavras
funcionais tais como, verbos auxiliares, preposições, pronomes e artigos é atribuída
menos proeminência do que às palavras de conteúdo, como os substantivos, verbos
principais, adjetivos e advérbios. Como são proeminentes tornam-se mais fáceis de
serem percebidas.
G: fala tão rápido que o som de
thank you sai think you com i
Okay. Thank you.
K e I não encontraram nenhuma
especificidade nesta questão
G: Thank tem o som de thank com a
Thank you.
K e I: Junta tudo saindo o som de
tankyou
As observações dos alunos refletem dificuldades em relação à percepção da
fricativa interdental surda. A percepção de uma vogal anterior na palavra just
explica-se por interferência do português. O aluno K fez corresponder uma variante
do inglês americano (vogal central alta) à vogal anterior alta do português e a não
61
percepção da sonoridade da consoante inicial de just pela influência do contexto
não-vozeado e a qualidade das vogais.
UNIDADE 2
Compreensão leitora e vocabulário.
Exercício 1. Leia atentamente o seguinte parágrafo
GIVING A COMPLIMENT
At work
Carlos was complimented by his boss because he did a super job. His boss
looked over his report and said that the sales figures were really helpful. Carlos
expressed gratitude.
Exercício 2
Responde as questões abaixo:
Respostas
G: and, a, because, complimented,
gratitude, he.
K: Carlos, was, complimented,
super, looked, express, gratitude,
sales, and, the, job.
a) Quais palavras do texto você
conhece?
I: compliment, work, looked, sales,
gratitude, express, job, and, was, his.
62
G: Eu entendi que Carlos estava
sendo elogiado por causa do seu
relatório no seu trabalho.
K: Eu entendi que Carlos fez boas
vendas e foi elogiado por seu chefe.
b) Escreva o que você entendeu
sobre o texto.
I: Eu entendi que Carlos estava
sendo elogiado por seu patrão por
causa das suas vendas no trabalho.
Ele demonstrou gratidão.
Exercício 3 Respostas
Relacione as colunas de
palavras
a) look over ( ) elogio
b) report ( ) de fato,
realmente
c) as a matter of fact ( ) relatório
d) compliment ( ) examinar
superficialmente
e) express gratitude ( ) trabalho
f) job ( ) expressar
gratidão
G, K e I responderam corretamente.
Nas questões referentes aos exercícios 1, 2 a e b e 3, percebe-se que os
alunos conseguiram de modo satisfatório acertar todas as atividades propostas
envolvendo leitura, compreensão e conhecimento do vocabulário. Isto se deu devido
ao processo de interação entre o leitor e o escritor. Segundo Grabe (1991) as
abordagens interativas podem ser entendidas por meio de duas concepções
diferentes. A relação com a interação geral que ocorre entre o leitor e o texto, e a
construção de informação pelo leitor da informação contida no texto a partir do
63
próprio texto ou do conhecimento prévio que o aprendiz tem disponível. Neste
modelo teórico, a informação ocorre tanto do leitor para o texto como do texto para o
leitor ocasionando um processo perceptivo, cognitivo e social. Esse processo
também é chamado de modelo sócio-interacional por se caracterizar com uma
concepção de significados na interação, uma visão dialógica do significado. É
construído na interação leitor e escritor através do texto. No que diz respeito à
compreensão, Moita Lopes (1996) discorre que as estruturas cognitivas
armazenadas em unidades de informação na memória de longo prazo (MLP)
constituem o pré-conhecimento empregado no ato da compreensão.
Compreensão oral
GIVING A COMPLIMENT
At work
- Have you had a chance to look over my report yet?
- Uh huh. As a matter of fact, I did.
- What do you think?
- You did a super job. The sales figures were really helpful.
- Thanks.
Exercício 4
Escute atentamente o diálogo.
Respostas
G: Carlos está sendo elogiado pelo
relatório que ele fez ao seu chefe.
K: Carlos fez um bom trabalho, por
isso ele foi elogiado por seu chefe
a) Qual a situação descrita?
I: A situação descrita no diálogo é
que o patrão elogiou seu empregado
pelas suas vendas.
64
Exercício 4 Resposta
b) Quem são os participantes nesse
diálogo?
G, K responderam Carlos e o Chefe,
e I respondeu Carlos e o patrão.
Nestas atividades de compreensão oral, os alunos K, G e I conseguiram
responder todas as questões. Fizeram uso de pistas contextuais, possibilitando-os a
estabelecer relações entre duas ou mais proposições, bem como, selecionaram e
priorizaram informações que possibilitaram a identificação de itens lexicais e idéias
principais. Isso confirma a teoria de Rost (1990), na qual afirma que um ouvinte pode
compensar lapsos de atenção e a inabilidade de interpretar vários segmentos,
valendo-se de estratégias que dizem respeito a implicações contextuais e a seleção
e priorização de inferências.
Percepção
Exercício 5
Escute o diálogo e complete com as
palavras que estão faltando.
Respostas
G: respondeu o primeiro gap
Have
K: também respondeu o primeiro
gap Have
Have you had a chance to look over
my report yet?
I: não respondeu
65
Os alunos G e K não conseguiram identificar o som da palavra had que
preenchia o segundo gap. É possível isso ter ocorrido pela falta de conhecimento
desta estrutura gramatical e por não ter percebido a redução do {d} final e a fusão do
a de had com o artigo a antes de chance no diálogo pelo falante nativo.
G: respondeu corretamente
K: your
What do you think?
I: respondeu corretamente
Todos os alunos acertaram o you que completa o gap. O aluno K percebeu
your em vez de you. Observa-se, também, nessa resposta, a falta de conhecimento
do aluno sobre a estrutura gramatical (pronome possessivo em vez de pronome
pessoal).
G: respondeu corretamente no
primeiro gap. No segundo respondeu
was.
K: respondeu corretamente no
primeiro gap. No segundo respondeu
a.
You did a super job. The sales
figures were really helpful
I: respondeu corretamente.
66
Os alunos G e K responderam corretamente o primeiro gap, porém no
segundo não conseguiram perceber o som de were na frase. A aluna G demonstrou
ter compreendido que se tratava de um verbo past tense de be. Contudo, não notou
que a frase se encontra no plural sendo adequado o uso de were e não was. O
aluno K não percebeu o verbo devido à juntura das palavras figures, were e really,
apenas percebendo um som de a entre as palavras really e helpful. Salientou-se na
reflexão sobre as respostas, a não proeminência do were e a qualidade da vogal que
ocorre nessa palavra.
Exercício 6
Sublinhe as palavras mais
proeminentes
Respostas
G: Have e chance.
K: Have e yet
Have you had a chance to look over
my report yet?
I: Have, chance e report
67
FIGURA: 5 Forma de onda, contorno de f0 de Have you had a chance to look over
my report yet?
Na questão Have you had a chance to look over my report yet? a palavra had
é a mais proeminente, os alunos G, K e I responderam have/have e yet/have,
chance e report. Nenhum deles respondeu que a palavra had era a mais
proeminente. No contorno da freqüência fundamental (f0) observa-se uma elevação
em had e um declínio gradual até a palavra my. Na palavra report, verifica-se uma
elevação e uma descida e um movimento ascendente no final da frase na palavra
yet. O padrão ascendente corresponde a sentenças interrogativas e demonstra
incerteza, como podemos observar nas sentenças. Segundo Celce-Murcia et. Alii
(1996) é difícil para o aprendiz de inglês imitar o contorno entoacional dessa
pergunta. Se ele puder visualisar o contorno e a proeminência com apoio visual, os
resultados poderão ser melhores.
G: As a matter
K: Uh huh e I did
Uh Huh. As a matter of fact, I did.
I: Uh huh, As a matter e I did
68
FIGURA 6: Forma de onda, contorno de f0 de Uh huh. As a matter of fact, I did.
A questão Uh huh. As a matter of fact, I did. As palavras mais proeminentes
na frase são: huh, matter e fact. Os alunos G, K e I responderam as a matter/uh huh
e I did/ uh huh, as matter e I did. Nota-se que os alunos perceberam quase todas as
palavras proeminentes da frase.
G: What
K: think
What do you think?
I: you think
69
FIGURA 7: Forma de onda, contorno de freqüência fundamental no padrão
entoacional da modalidade interrogativa de What do you think?
Na questão What do you think? a palavra mais proeminente é think, mas what
também é saliente. Os alunos K e I grifaram corretamente a palavra proeminente e a
aluna G percebeu a saliência de what. Segundo Celce-Murcia et. Alii (1996) é
comum que os alunos façam associação de perguntas com padrão ascendente, mas
sabe-se que as perguntas iniciadas por pronomes interrogativos (WH questions)
são geralmente caracterizadas por entoação descendente.
G e K: super job
You did a super job. The sales
figures were really helpful.
I: super job e helpful
70
FIGURA 8: Forma de onda, contorno entoacional de You did a super job. The sales
figures were really helpful.
Na questão You did a super job. The sales figures were really helpful. Os
alunos G e K responderam super job e I respondeu super job e helpful. Percebe-se
que na primeira frase todos os alunos assinalaram a palavra super como
proeminente. No entanto, na segunda frase da sentença, os alunos não identificaram
a proeminência de really. Nota-se que really na fala encadeada se junta a helpful.
Talvez isto tenha dificultado ao aluno perceber que really é mais proeminente.
71
Exercício 7
Escute e preste atenção em cada
enunciado. Aponte as palavras ou
expressões que chamam a atenção
pela especificidade da pronúncia.
Respostas
G: Ele não pronuncia a palavra you.
Ele também pula a palavra a.
K: Não fala you
Have you had a chance to look over
my report yet?
I: Não fala you
Os alunos G, K e I mencionaram em resposta à questão Have you a chance
to look over my report yet? a ausência da palavra you entre have e had na pronúncia
do falante nativo. Nesta mesma questão, a aluna G notou que não foi pronunciado o
/a/ entre had e chance. Na verdade o que aconteceu foi um processo fonético-
fonológico, que se refere à juntura externa entre had e a na qual ocorreu a
transformação do segmento /d/ de had no flap [r], pelo fato de estar entre vogais
(had a — ha[r]a). Esse processo geralmente é denominado de flapping, e ocorre não
apenas na juntura entre palavras, mas dentro de palavras (litter — li[r]er). Observou-
se também emprego da vogal média central (schwa) em you.
G: Ele coloca o a e a palavra é u
K: matter. Parece que no lugar dos
dois t tem o som de r
Uh huh. As a matter of fact, I did.
I: Ele não fala of
72
Na questão Uh huh. As a matter of fact, I did a aluna G percebe que o falante
nativo pronuncia a ao invés de u em Uh huh. O que a aluna percebeu foi a
articulação de /Ȝ/ e não /a/, com vistas a isto, foi explicado que o /u/ de algumas
palavras em inglês têm o som de /Ȝ/ como em but e que alguns aprendizes trocam
por /au/ como, por exemplo, em pronunciation por causa do verbo to pronounce. O
aluno K percebeu que os dois /tt/ de matter foi trocado por /r/ na pronúncia. Ocorreu
exatamente o que o aluno notou, houve a juntura interna dos segmentos /tt/ de
matter gerando o som de /r/ (ma[r]er). Este processo é denominado flapping
explicado. Na mesma questão a aluna I não percebeu /of/ na frase. O que ocorreu
foi a juntura entre matter of e fact gerando o som de ['mærəfækt], esta junção
causou a modificação e a redução da preposição, uma palavra curta e não
acentuada.
G: Ele não pronuncia do you, ele
fala think
K: What do you, som de wariothank
What do you think?
I: ele emenda as palavras What e
think
Na questão What do you think? G diz que o falante nativo não pronuncia Do
you, e fala think devido à redução que ocorre nessas palavras. Levelt (1998) refere-
se à aplicação por parte do falante do processo de redução entre palavras quando,
na fala encadeada umas juntam-se às outras. O aluno K reproduziu o som de What
do you think como /wariothank/. Ele percebeu exatamente a juntura entre palavras e
sua influência na articulação dos sons. A aluna I não notou o som de you na frase,
mas percebeu a juntura das palavras what com think.
73
G: Ele fala dere e não Did e junta
thesales
K: sales, ele fala seiles
You did a super job. The sales
figures were really helpful.
I: sales ele fala seius, e em vez dele
falar did ele fala der
A aluna G percebeu dere no lugar de did a e a juntura de the sales na
pronúncia do falante nativo. Ela observou /r/ ao invés de /d/ porque no inglês
americano, /t/ e /d/ em posição átona torna-se um flap [Ȏ] quando se encontra em
situações entre vogais na fala encadeada ou corrente. Quanto a juntura das palavras
the sales, não houve fenômenos de assimilação, apenas, a juntura de palavras,
processo comum na fala corrente. O aluno K destacou a pronúncia de sales. Apesar
de apontar corretamente o ditongo, não percebeu a inexistência de vogal entre a
consoante lateral velar sonora e a fricativa alveolar sonora. A aluna I pode ter
percebido a velarização da lateral e fez corresponder a lateral velar sonora à
semivogal velar sonora que ocorre em português em posição de coda silábica como
variante posicional de /l/.
UNIDADE 3
Compreensão leitora e vocabulário
Exercício 1. Leia atentamente o seguinte parágrafo.
74
DINNER
João went to a restaurant in order to have dinner and the waiter asked him if
he’d like something to drink. Then the waiter asked him if he was ready to order.
João told the waiter that he would need a few minutes to think about it. The waiter
came back after a few minutes. João asked a medium steak, a baked potato with
sour cream and chives and salad with French dressing.
Exercício 2
Respostas
G: dinner, in, a, and, the, restaurant,
waiter, asked, he, minutes
K: não respondeu
a) Quais palavras do texto você
conhece?
I: quase todas, menos chives, sour,
dressing e back
75
Exercício 2
Respostas
G: Eu entendi que João foi ao
restaurante para jantar e o garçon
perguntou a ele o que queria comer
e ele disse que iria pensar e depois
chamou ele e pediu a comida.
K: João foi a um restaurante para
jantar e o garçon perguntou se ele
gostaria de algo. Então o garçon
perguntou se ele estava pronto para
pedir. João pediu para o garçom se
ele poderia esperar alguns minutos
para pensar. O garçom volta alguns
minutos depois. João pediu para ter
um steak médio, uma batata assada
com um creme amargo e cebolinhas.
E salada com tempero Francês
b) Escreva o que você entendeu
sobre o texto
I: João foi ao restaurante jantar e
depois de alguns minutos ele pediu a
comida
Exercício 3 Respostas
Relacione as colunas de palavras
a)I ( ) voltar
b) You ( ) Precisar
c) to be ( ) oferecer
d) to have ( ) querer
e) to need ( ) você
f) to want ( ) eu
g) to get ( ) ser, estar
h) to come back ( ) ter
G, K e I responderam corretamente.
76
Nas atividades sobre a compreensão leitora e vocabulário, os alunos
conseguiram atingir os objetivos esperados. Eles aprenderam exercícios de leitura
com base na estratégia de Prediction. Prediction significa o ato de predizer ou
inferir e é uma habilidade sica para a prática de todas as estratégias de leitura e
processamento de texto de modo geral. Ao desempenharem as tarefas, os alunos
fizeram suposições, houve envolvimentos que foram rejeitadas, ou confirmadas, à
medida que se processava a leitura e se fazia uso do conhecimento de mundo. Com
base no nível léxico-semântico
7
, os aprendizes inferiram o significado da palavra
waiter acionado pelo contexto imediato deles formado pelas palavras drink,
restaurante e dinner; com base no contexto lingüístico (um grupo de pistas que
auxiliaram os alunos a descobrir se a palavra é substantivo, adjetivo ou verbo), os
alunos perceberam que, por exemplo, a palavra medium é um adjetivo, o que indica
que a palavra steak seja um substantivo, pois foi explicado a eles que na língua
inglesa, normalmente, o adjetivo vem antes do substantivo, ao contrário da língua
portuguesa, geralmente, o substantivo vem antes do adjetivo e; com base no
conhecimento sobre a estrutura do texto (o título, subtítulo, a divisão de texto em
parágrafos, travessão que indica diálogo etc.), auxiliaram os aprendizes na predição
do conteúdo do texto.
Compreensão Oral
DINNER
- Are you ready to order?
- Not quite. I need a few more minutes.
- Okay. I’ll come back in a few minutes.
- What can I get you?
- The steak dinner.
- How do you want your steak?
- Medium, please. A baked potato with sour cream and chives, and salad with French
dressing.
- Thank you.
7
Nível léxico-semântico, conforme PCNs (1998) se refere à organização lingüística em relação às
palavras de que uma língua dispõe como também em relação às redes de significado das quais
essas palavras participam.
77
Exercício 4 Respostas
G: Que João foi ao restaurante para
jantar e o garçom perguntou se ele
iria fazer o pedido e ele disse que
precisaria de alguns minutos.
K: O homem no restaurante para
jantar pediu salada, batata assada e
cebolinhas com tempero Francês.
Escute atentamente o diálogo.
a) Qual a situação descrita?
I: João queria jantar pediu algo para
beber e depois de alguns minutos
ele pediu a comida.
b) Quem são os participantes nesse
diálogo?
G, K e I responderam João e o
Garçom
Nas questões a e b, todos conseguiram inferir a situação descrita no texto
Dinner, bem como, saber quem são os participantes do diálogo.
Percepção
Exercício 5
Escute o diálogo e complete com
palavras que estão faltando.
Respostas
G: hare
K: want
Are you ready to order?
I: rader
78
Na questão Are you ready to order? a aluna G respondeu hare no lugar de
ready. Nota-se que ela confundiu o som de /r/ inicial da palavra ready com /h/ inicial
da palavra hare, e também, o /d/ final da palavra ready com o /r/ final da palavra
hare. Em inglês oposição distintiva entre /Ȏ/ e /h/, por exemplo, hat (chapéu) e rat
(rato). Em português há oposição distintiva entre /Ȏ/ (caro) e /R/ (carro). Entre os
vários alofones de /R/ estão: [x], [X], [r], [R], [h] e [Ƕ]. Estes dois últimos são
variantes regionais, empregados por falantes de regiões como o Nordeste. Com
relação à troca do /d/ por /r/, da palavra ready para a palavra hare é possível que a
aluna tenha percebido que o /d/ em algumas situações da fala corrente em inglês
torna-se um flap [Ȏ]. Isso ocorre normalmente no inglês Americano em posição
átona. Por exemplo: meadow (o /d/ entre vogais), hide up (o /d/ entre vogais na fala
conectada), birdie (o /d/ entre /r/ e uma vogal). O aluno k trocou o ready por want. É
provável que ele tenha confundido esta palavra com outra existente no texto. Ainda
em relação a esta questão, a aluna I fez a troca da palavra ready por rader. É
provável que ela tenha se guiado pela forma sonora, porém, não soube descrever
ortograficamente a palavra.
G: get e need
K: cry e need
Not quite. I need a few more
minutes.
I: quant e need
Ao completar os gaps, os alunos K e I utilizaram palavras que se iniciam com
o som de /k/, cry e quant. Tais opções demonstram que a estratégia usada pelos
alunos foi a utilização de pistas fonéticas sem a preocupação com o sentido ou a
estrutura gramatical da frase. O aluno K tentou utilizar uma palavra conhecida que
apresenta semelhança fonética com quite. Percebe-se que, ainda assim, a
semelhança fonética entre cry e quite limita-se a dois sons das palavras. A aluna G
ao usar get no lugar de quite apenas, acionou no repertório lexical uma palavra que
se repete por duas vezes ao longo do diálogo.
79
G: on
K: respondeu corretamente
What can I get you?
I: respondeu corretamente
Na questão What can I get you? o falante nativo mantém a juntura externa
dos segmentos [n] e [I] em can e I .
G: bacon, os outros gaps estão
corretos
K: respondeu corretamente
Medium, please. A baked potato
with sour cream and chives. And
salad with French dressing.
I: respondeu corretamente
Na frase A baked potato with sour cream and chives, a aluna G teria que
completar com potato o gap, no entanto, confundiu a ordem das palavras
escrevendo o termo anterior. Ela representou graficamente o som inicial da baked
foneticamente semelhante ao som inicial da palavra bacon deduzindo como on o
restante da palavra. É possível que a aluna não tenha percebido o ed final da
palavra baked porque, normalmente, após o grafema /k/ o ed é pronunciado como /t/
/bact/ por falantes nativos. Mas devido à juntura externa do segmento /t/ com /p/ de
potato, houve uma coarticulação entre os segmentos tornando-a imperceptível para
a aluna.
80
Exercício 6
Sublinhe as palavras mais
proeminentes
Respostas grifadas
G e K: order
Are you ready to order?
I: ready e order
FIGURA 9: Forma de onda, contorno da freqüência fundamental no padrão da
modalidade interrogativa de Are you ready to order?
Na frase Are you ready to order? Os alunos G e K assinalaram order e I ready
e order. A mais proeminente é a palavra order. Underhill (1994) e Celce-Murcia et alii
(1996) afirmam que numa unidade estoacional, várias palavras podem ser
acentuadas, mas uma delas se destaca, a que é mais proeminente.
81
G: not quite
K: quite
Not quite. I need a few more
minutes.
I: quite
FIGURA 10: Forma de onda, contorno de f0 de Not quite. I need a few more minutes.
Na questão acima, pode-se observar na frase Not quite. I need a few more
minutes que proeminência recai sobre a palavra not e need. Os alunos G, K e I
responderam respectivamente not quite, quite e quite. Assinalam Celce-Murcia et alii
(1996) que as palavras interrogativas, os pronomes demonstrativos, os pronomes
possessivos, os advérbios e a partícula not geralmente são acentuados, em virtude
de seu valor semântico e sintático.
G: I’ll come back
K: back
Okay. I’ll come back in a few
minutes.
I: Okay e back
82
FIGURA: 11 Forma de onda, contorno de f0 de Okay. I’ll come back in a few
minutes.
Na questão Okay. I’ll come back in a few minutes, o aluno G respondeu I’ll
come back. K respondeu back e I respondeu Okay e back. No contorno entoacional,
observa-se inflexão de f0 em okay e come. Percebe-se que os aprendizes
conseguiram notar a proeminência das palavras. Conforme Celce-Murcia et alii
(1996) as palavras de conteúdo como verbo principal, carregam a proeminência.
G: What can I get
K: I get
What can I get you?
I: can e get
83
FIGURA 12: Forma de onda e contorno da freqüência fundamental de What can I get
you?
Na questão What can I get you? São proeminentes as palavras What e get.
Todos os alunos conseguiram perceber as palavras proeminentes.
G: steak dinner
K: dinner
The steak dinner.
I: steak dinner
84
FIGURA: 13 Forma de onda e contorno de f0 de The steak dinner.
Na questão The steak dinner, os alunos G e I responderam steak dinner e K
respondeu dinner. A palavra mais proeminente é steak. Segundo Underhill (1994) as
palavras de conteúdo, aquelas que carregam significado e informação em um
enunciado, tendem a ser acentuadas e conforme o autor, acento e proeminência têm
papéis diferentes, mas na fala encadeada o acento está subordinado à
proeminência.
G: How e steak
K: steak
How do you want your steak?
I: How, want e steak
85
FIGURA 14: Forma de onda e contorno de f0 de How do you want your steak?
A questão How do you want your steak? G, K e I assinalaram,
respectivamente, como proeminentes How e steak, steak e how, want e steak. Os
alunos perceberam, corretamente, que you e your não eram proeminentes.
G: Medium, A baked potato, chive
s e French
K: Medium, A baked e chives
Medium, please. A baked potato
with sour cream and chives. And
salad with French dressing.
I: please, sour, chives e dressing
86
FIGURA 15: Forma de onda e contorno de f0 de Medium, please. A baked potato
with sour cream and chives. And salad with French dressing.
Na questão Medium, please. A baked potato with sour cream and chives. And
salad with French dressing. Na primeira frase da sentença, de acordo com o
contorno entoacional, consta medium como mais proeminente e na segunda frase as
mais proeminentes são: A baked e salad. Os alunos G, K e I responderam: medium,
A baked potato, chives e French/Medium, A baked e chives/Please, sour, chives e
dressing. Conforme Kenworth (1987) não seria suficiente dizer ao aprendiz de LE
que é necessário dar ênfase às palavras mais importantes, uma vez que todas elas
parecem importantes.
G: Thank
K: Thank
10- Thank you.
I: you
87
FIGURA 16: Forma de onda e contorno de f0 de Thank you.
Na questão Thank you, somente G e K perceberam a proeminência em
Thank.
Exercício 7
Escute e preste atenção em cada
enunciado. Aponte as palavras ou
expressões que chamam a atenção
pela especificidade da pronúncia.
Respostas
G: Ele não pronuncia I e nem a
K: Nao sai I
Can I get you a drink?
I: emenda can com I e get com you
88
Na questão acima, os alunos G e K não percebem a pronúncia de I na frase.
O que ocorreu foi a junção de can + I formando uma palavra fonológica [kænai].
a aluna I notou a junção das palavras can + I e get + you. A junção externa de /t/
de get e /y/ de you alterou o som da fala tornando-o mais parecido ao som vizinho.
Por exemplo: get you [getju]. É curioso porque mesmo havendo as alterações
dos sons na fala corrente a aluna percebeu as junções.
G: Ele não pronuncia ready
K: Junta auritoorer
Are you ready to order?
I: não respondeu
A aluna G responde que o falante nativo não pronuncia ready e o aluno K diz
que o falante junta auritoorer. Os alunos perceberam as junturas que ocorreram na
fala entre are you e ready to order.
G: Ele não pronuncia few
K: Parece que não tem ponto final
Not quite. I need a few more
minutes.
I: O I da palavra quite tem o som de
a e ele emenda more com minutes
Na questão Not quite. I need a few more minutes a aluna G disse que o
falante não pronuncia a palavra few. Esta palavra é pronunciada, o que aconteceu
foi a junção da frase I need a few more minutes [ani:roufiumǤrminit] tornando
imperceptível a palavra few para a aluna. O aluno K afirma “parece que não tem
ponto final” entre quite e I. Na verdade o aluno percebe a junção da frase como um
todo, sem pausa entre a primeira e segunda frase. A aluna I percebe a pronuncia da
vogal i da palavra quite como a, o que realmente ocorreu.
89
G: Parece que ele fala comback
K: okei oquilbeknafilmitchi
Okay. I’ll come back in a few
minutes.
I: Na palavra I’ll sai com som de ó
A aluna G diz que o falante nativo o pronuncia come back e sim /comback/.
O aluno K percebeu a junção de I’ll come back in a few minutes e reproduziu
aproximadamente o que o falante nativo pronunciou, e a aluna I tentou apenas
reproduzir o som.
G: Ele não pronuncia o you
K: Junta tudo
What can I get you?
I: Ele não fala you
Na frase What can I get you? os alunos G e I notaram a redução de you na
pronúncia do falante nativo. Neste caso ocorreu a juntura externa de /t/ na palavra
get com /y/ de you modificando-as para [gεta] tornando imperceptível para elas o
segmento you. De fato, you apresenta redução por ser um pronome pessoal. A
redução não ocorreria em frases onde houvesse acento contrastivo (“It was YOU
and not him”) ou estivesse em foco Who did that? It was YOU.
G: Ele nao pronuncia the e dinner
ele fala tinner
K: não respondeu
The steak dinner.
I: Ele nao falou the
90
A aluna G diz que o falante nativo não pronuncia the e troca a palavra dinner
por tinner. Neste caso, realmente, houve a redução de the e a co-produção entre a
consoante final de steak e a inicial de dinner.
G: Ele não fala you
K: o do tem som de ri
How do you want your steak?
I: Ele não fala o do e emenda want
com your
Os alunos G e I argumentaram que o falante nativo o pronuncia you. O
aluno K percebeu a pronuncia de /ri/ no lugar de /do/. Segundo Cristófaro-Silva
(2005), isto acontece no contexto fonético em que a vogal anterior ao [t] ou [d] é
tônica (ou acentuada) e a vogal seguinte é átona (ou não acentuada). Em relação à
produção do falante nativo, o contexto desencadeou o processo flapping ou tapping
foi a seqüência entre uma palavra de conteúdo (how) acentuado, seguida de uma
palavra gramatical (do), não acentuada, o que deu origem a uma única palavra
fonológica [hauȎiw
Ȝ
nt]. De fato, you apresenta redução por ser um pronome pessoal.
A redução não ocorreria em frases onde houvesse acento contrastivo (“It was
YOU and not him”) ou estivesse em foco (Who did that? It was YOU).
G: Ele fala mirum. Ele putichero e
corta o d de Baked e o with não
aparece. And ele também não fala e
o with não sai o salad ele fala sal
K: Medium please o som é de Milian
plis
Medium, please. A baked potato
with sour cream and chives. And
salad with French dressing.
I: o fala potato e emenda and
com chives e também with com
French e dressing
91
As respostas dos alunos indicam dificuldades em relação à percepção das
variantes alofônicas do /d/ e /t/ nas palavras medium, potato, baked, salad e and.
Também apareceu dificuldades em relação a juntura entre palavras.
UNIDADE 4
Compreensão leitora e vocabulário
Exercício 1. Leia atentamente o seguinte parágrafo.
TELEPHONE
Information
Maria called the telephone operator because she wanted Jim Morris’ phone
number. The telephone operator asked which city it was. Maria answered that the
city was Los Angeles.
Exercício 2
Respostas
G: Telephone, information, called,
the, operator, because, she, number,
wanted, city, that, was e answered
K: called, the, telephone, operator,
because, she, wanted, phone,
number, asked, which, city, it, was,
answered e that
a) Quais palavras do texto você
conhece?
I: called, the, telephone, operator,
because, she, wanted e phone
92
G: Eu entendi que Maria ligou para a
telefonista porque queria o número
de Jim Morris e a telefonista
perguntou a cidade e Maria
respondeu Los Angeles
K: Maria ligou para a telefonista
porque queria o número de Jim
Morris. A telefonista perguntou que
cidade era. Maria respondeu que a
cidade era Los Angeles
b) Escreva o que você entendeu
sobre o texto
I: Maria ligou para a telefonista
porque ela queria saber o número de
telefone de Jim Morris. A telefonista
perguntou a cidade ela respondeu
que era Los Angeles
Exercício 3
Relacione as colunas de palavras
Respostas
a)city ( ) responder
b) number ( ) informação
c) telephone operator ( ) telefonar
d) information ( ) telefonista
e) to call ( ) cidade
f) to ask ( ) número
g) to answer ( ) perguntou
G e I responderam corretamente
K: errou as questões a e g
Nestas atividades os alunos conseguiram ler, obtiveram compreensão geral e
também fizeram uso de pistas tais como: as palavras cognatas e repetidas, isso
facilitou a compreensão do texto Telephone. A leitura é feita rapidamente pelo leitor
com o objetivo de descobrir o que o texto tem de essencial para satisfazer a
curiosidade ou necessidade. Foi explicado aos alunos que para atingir esse objetivo,
93
eles devem apoiar-se em palavras cognatas e palavras repetidas. Por exemplo:
telephone, number, moment e city têm formas e significados semelhantes em
português tanto na forma como no significado. As palavras cognatas são também
palavras que têm em comum a mesma raiz tornando-se fácil a identificação formal
quanto semântica. Os alunos também foram alertados sobre a existência de falsos
cognatos. Foi explicado que as palavras repetidas são geralmente de conteúdo
como, substantivos, verbos, adjetivos, cognatos ou não, repetidos no texto, por
exemplo, a palavra telephone operator facilitando a compreensão.
Compreensão Oral
TELEPHONE
Information
- What city, please?
- West Los Angeles.
- Yes?
- I’d like the number of Jim Morris. M-O-R-R-I-S.
- Just a moment. 379-2113.
Exercício 4 Respostas
G: Eu entendi que Maria
K: Maria liga para a telefonista
porque quer saber um mero de
telefone de Jim Morris
Escute atentamente o diálogo.
a) Qual a situação descrita?
I: Maria ligou para a telefonista
perguntando o número de Jim Morris
94
b) Quem são os participantes nesse
diálogo?
G, K e I responderam Maria e a
telefonista
No exercício 4 a e b, todos conseguiram acertar quem são os participantes do
discurso e também a situação descrita no diálogo. A palavra Telephone seguida de
information serviu para os alunos estruturarem conceitos sobre os enunciados. As
palavras city, Los Angeles, number e just a moment serviram como auxílio nas
predições e verificação de proposições no discurso.
Percepção
Exercício 5
Escute o diálogo e complete com
palavras que estão faltando.
Respostas
I’d like the number of Jim Morris.
M-O-R-R-I-S.
G, K e I responderam I
Na questão I’d like the number of Jim Morris. M-O-R-R-I-S nenhum dos três
alunos perceberam a abreviação do would na frase. Percebe-se que eles não
possuem o conhecimento deste verbo auxiliar (conditional tense) e como no diálogo
ocorre juntura entre [d] e [l], eles teriam que inferir o uso desta condicional no
diálogo em inglês pelo conhecimento da estrutura gramatical que possuem sobre a
língua materna. Pois em português fala-se Eu gostaria que me informassem o
número de telefone de Jim Morris. Portanto, pela falta de conhecimento desta
estrutura gramatical em inglês, os alunos não fizeram a inferência para o inglês.
95
Exercício 6
Sublinhe as palavras mais
proeminentes
Respostas
grifadas
G: What city
K: please
What city, please?
I: What e please
FIGURA:17 Forma de onda e contorno de f0 de What city, please?
As alunas G e I responderam como mais proeminente as palavras what city e
K respondeu please. No contorno da freqüência fundamental (f0) pode-se observar
um pico de f0 na palavra city e inflexão ascendente/descendente. Também ocorre
inflexão ascendente no núcleo vocálico da palavra please. Os alunos acertaram
quando grifaram city ou please como sendo proeminentes.
96
G: West Los
K: West
West Los Angeles.
I: West
FIGURA: 18 Forma de onda e contorno de f0 de West Los Angeles.
O aluno G, percebeu a proeminência na palavra West Los e K e I perceberam
na palavra West. Todos acertaram, pois no contorno da freqüência fundamental (f0)
esta palavra possui o pico mais alto.
4- I’d like the number of Jim Morris.
M-O-R-R-I-S.
G K e I responderam I’d like e M-O-
R-R-I-S
97
FIGURA 19: Forma de onda e contorno de f0 de I’d like the number of Jim Morris.
M-O-R-R-I-S.
Como se pode observar no espectrograma o contorno da freqüência
fundamental (f0) no início da frase o pico mais alto se encontra nas palavras I’d like
e na palavra que se encontra após a pausa, no segmento M de M-o-r-r-i-s. Nota-se
que todos perceberam a proeminência das palavras nas sentenças.
Exercício 7
Escute e preste atenção em cada
enunciado. Aponte as palavras ou
expressões que chamam a atenção
pela especificidade da pronúncia.
Respostas
G: Ele fala siri please
K: city sai com som de ciri
What city, please?
I: Na palavra city o t fica com som
de r
98
G: Ele emenda o t com os e ele não
pronuncia o L porque tem o som de
S
K: Entendi westonsangeles
West Los Angeles.
I: Ele emenda Westlos
Na questão What city, please? G, K e I disseram que o falante nativo fala /siri/
no lugar de city. Os alunos perceberam, portanto, a utilização do flape. Na questão
West Los Angeles, G disse que emenda o /t/ de city com os de Los e não pronunciou
o l. K entendeu /westonsangeles/ e I disse que emenda formando a palavra westlos
Os alunos perceberam fenômenos de co-produção de segmentos em juntura
externa.
UNIDADE 5
Compreensão leitora e vocabulário
Exercício 1. Leia atentamente o seguinte parágrafo.
CONVERSATION DURING A MEAL
Two friends were talking during meal about their steaks. One of them asked to
pass the salt. The other commented about some dessert. Finally, one of them
thanked for the great dinner and suggested do it again sometime.
99
Exercício 2
Respostas
G: two, friends, meal, one, of, asked,
to, the, salt, dessert e commented
K: two, friends, one, talking, during,
a, meal, asked, salt, great, dinner,
about, and e finally
a) Quais palavras do texto você
conhece?
I: two, one, and, steak, friends,
meal, salt, sometime e again.
Exercício 2
Respostas
G:
Eu entendi que dois amigos
estavam conversando durante uma
refeição, e depois que acabaram
disseram que iriam fazer isso
novamente
K:
Dois amigos o almoçar e
conversam durante a refeição.
Depois agradeceu
b) Escreva o que você entendeu
sobre o texto
I: Dois amigos estavam conversando
sobre o bife durante a refeição
100
Exercício 3
Relacione as colunas de palavras
Respostas
a) friends ( ) bife
b) sometime ( ) sal
c) to sugest ( ) amigos
d) steak ( ) sugerir
e) salt ( ) algumas
vezes
f) to enjoy ( ) apreciar
g) again ( ) novamente
G e I responderam corretamente
K: errou as questões a e g
As atividades foram direcionadas aos alunos com a intenção de que eles
consigam ler, compreender e reconhecer o vocabulário. Com base nas respostas
dos alunos percebe-se que eles conseguiram inferir de forma satisfatória o conteúdo
do texto Giving a compliment, apenas o aluno K errou duas questões referentes a
vocabulário, porém conseguiu deduzir algumas palavras contidas no texto, bem
como entender o assunto
Nesta atividade foram priorizadas estratégias de aprendizagem não do
conteúdo, mas, também, de promover nos aprendizes a consciência dos processos
pelos quais se aprende. Segundo Zimmerman (1986), um estudante é auto-regulado
quando é capaz de ser ativo e responsável pelo seu próprio processo de
aprendizagem. Deste modo foi explicado aos alunos para analisarem o título do
texto, transformando-os em perguntas para fazer inferências sobre o seu conteúdo,
antes de começar a ler. Por exemplo: Título do texto em questão é Conversation
during a meal. Perguntas: Quando os autores do diálogo estavam conversando?
Resposta: Durante a refeição. Subentende que o assunto do texto é sobre o que?
Respostas: Refeição. Vocês imaginam que a conversa seja sobre o que?
Respostas: Sobre o que irão comer. A capacidade de leitura compreende um
conjunto de habilidades que envolvem a capacidade do leitor criar suas próprias
estratégias de compreensão ajustando-as às peculiaridades do texto, construindo
significado, realizando inferências e localizando informações relevantes. Quanto ao
ensino do léxico é um pouco difícil para os professores e essa dificuldade vem da
101
própria natureza do léxico devido ao enorme número de palavras existentes. No que
diz respeito ao fator dimensão, o falante não nativo tem a sua disposição uma
grande quantidade de vocábulos, mas domina pequena parte dele impossibilitando-
os de suprir suas necessidades comunicativas, por outro lado, convém ao professor
oferecer aos alunos uma seleção de itens lexicais que lhes permitam alcançar os
objetivos comunicativos. Com vistas a isso, foi introduzido nas unidades de ensino
um repertório de itens lexicais que faziam parte do dia-a-dia deles que
estabeleceram relações de significado entre as palavras de sua língua materna e
língua meta.
Compreensão Oral
CONVERSATION DURING A MEAL
- How’s your steak?
- Super. How’s yours?
- Great. Could you pass the salt, please?
- Uh huh. How about some dessert?
- Oh, no thanks. I’m stuffed.
- Well, ready to go?
- Yeah. Thanks so much for the great dinner.
- I enjoyed it too. Let´s do it again sometime.
Exercício 4 Respostas
G:
Que os dois amigos estavam
conversando durante a refeição
K: Dois amigos vão almoçar
Escute atentamente o diálogo.
a) Qual a situação descrita?
I: Dois amigos fazendo uma refeição
102
b) Quem são os participantes nesse
diálogo?
G, K e I responderam os dois amigos
Nas atividades a e b do exercício 4 os alunos apropriaram-se do vocabulário
contido no diálogo, isso fez com que trouxesse à tona o conhecimento de mundo
facilitando a compreensão oral do texto.
Percepção
Exercício 5
Escute o diálogo e complete com
palavras que estão faltando
Respostas
G: super e was
K: respondeu corretamente
Super. How’s yours?
I: respondeu corretamente
Na questão Super. How’s yours? a aluna G ao completar com was no lugar de
yours o último gap, fez associação dos sons percebendo apenas parte das palavras
que foneticamente são semelhantes (yours e was).
G: cout
K: sure
Great. Could you pass the salt,
please?
I: queck
A aluna G completou com cout, K completou com sure e I com quick os gaps,
o correto seria could. O aluno K apenas acionou um léxico armazenado em seu
repertório de palavras.
103
G: salt
K: son
That sounds great.
I: wants
A aluna I respondeu com wants uma palavra completamente fora de contexto
e da semelhança fonética.
Exercício 6
Sublinhe as palavras mais
proeminentes
Respostas grifadas
How’s your steak?
G, K e I: steak
FIGURA: 20 Forma de onda e contorno de f0 de How’s your steak?
104
Nesta questão How’s your steak, os alunos G, K e I perceberam a
proeminência da palavra steak, nota-se no contorno entoacional o pico de f0 e a
inflexão ascendente em steak.
Super. How’s yours?
G, K e I responderam super
FIGURA: 21 Forma de onda e contorno de f0 de Super. How’s yours?
Nesta questão, os alunos G, K e I acertaram ao grifar super como mais
proeminente na frase. Se observarmos o contorno de f0 nota-se que a palavra yours
ocorre elevação de f0 e o padrão de inflexão ascendente.
G: Great. Could
K: pass
Great. Could you pass the salt,
please?
I: Great e please
105
FIGURA: 22 Forma de onda e contorno de f0 de Great. Could you pass the salt,
please?
O contorno de f0 mostra picos de f0 em great e pass e padrões de inflexão
ascendente nessas palavras. Esses “pitch accents” levaram à percepção de
proeminências em great e pass. Por outro lado, a percepção de alongamento em
please pode ter influenciado o julgamento realizado pela aluna I.
G: Uh huh. How
K: huh e dessert
Uh huh. How about some dessert?
I: Uh huh e dessert
106
FIGURA: 23 Forma de onda e contorno de f0 de Uh. Huh. How about some dessert?
Nesta questão os alunos G, K e I acertaram ao grifar huh e how como
proeminentes. Corretamente, também notaram as proeminências em dessert e how.
G: That e great
K: That e great
That sounds great.
I: great
107
FIGURA: 24 Forma de onda e contorno de f0 de That sounds great.
Nesta questão os alunos G, K e I acertaram todas as palavras proeminentes
com exceção de I que não percebeu a proeminência da primeira palavra da frase
that.
Exercício 7
Escute e preste atenção em cada
enunciado. Aponte as palavras ou
expressões que chamam a atenção
pela especificidade da pronúncia.
Respostas
108
G: Ele fala diferente e o i mais longo
K: não fala ‘s de How’s
How’s your steak?
I: Ele não fala o y de your
G: Ele não pronuncia o you
K: Junta pass the salt
Great. Could you pass the salt,
please?
I: Ele não fala pass
G: Ele fala som e é some
K: pronuncia dezart ao invés de
dessert
Huh. How about some dessert?
I: Ele emenda as palavras how e
some
G: Ele junta I’m
K: stoffet ao invés de stuffed
Oh, no thanks. I’m stuffed.
I: não respondeu
109
G: Ele não pronuncia an
. Ele não
fala after e sim af
K: quase não fala after
How about an after-dinner drink?
I: Ele não fala an
G: Ele não fala sounds
K: Sai som de sad son grit
That sounds great.
I: o som da palavra sounds não sai
G: Ele não fala to
K: rerigo
Well, ready to go?
I: Ele não fala o to
G: Ele não fala for
K:
Yeah. Thanks so much for the great
dinner.
I: Ele emenda as palavras thanks
much
110
G: Ele não fala do
K: nao sai ed da palavra enjoyed e
não sai again
I enjoyed it too. Let´s do it again
sometime.
I: Ele não fala o tôo e fala bem forte
sometime
As respostas referentes ao exercício 7 revelam as dificuldades dos alunos em
relação às formas reduzidas, às junturas entre palavras, à pronúncia de palavras
não proeminentes e a pronúncia do sufixo -ed. O sufixo -ed em inglês é pronunciado
[t] depois de consoantes surdas, [d] depois de consoantes sonoras e [id] depois de
verbos terminados em t e d.
A seguir será considerado o questionário final aplicado aos alunos e a análise
das respostas deles.
Questionário final
O questionário final foi aplicado com a intenção de conhecer os conceitos dos
alunos participantes da pesquisa em relação à progressão da aprendizagem. Ele
consistia de perguntas referentes à: 1) Avaliação das unidades; 2) Demonstração
afirmativa ou negativa sobre sentimentos de confiança e motivação com as unidades
de ensino; 3) Análise das atividades aplicadas em sala de aula referentes à
leitura/produção e compreensão oral; 4) A preferência para realização das unidades
de inglês em grupos, em pares ou individualmente; e 5) Comentários sobre o que
percebeu de evolução na aprendizagem de inglês. O modelo do questionário se
encontra no (ANEXO1).
Na resposta à primeira pergunta sobre avaliação das unidades, a aluna G
achou muito interessante as unidades de ensino porque a cada aula melhorava o
seu conhecimento e tirava dúvidas sobre a língua inglesa. O aluno K também achou
muito interessante porque melhorou a pronúncia, compreensão oral e escrita
também. A aluna I respondeu que as aulas eram interessantes porque aprendeu
muitas coisas.
111
Na resposta à segunda pergunta, a qual investigava a motivação dos alunos,
G, K e I confirmaram que se sentiram confiantes e motivados com as unidades de
ensino. A aluna G porque aprendeu com mais facilidade e a motivou a se aprofundar
nos estudos de inglês. O aluno K respondeu que antes de entrar no projeto não
sabia nem a metade do que sabia naquele momento. E a aluna I também
demonstrou confiança e motivação com as atividades porque gosta muito de inglês.
A terceira pergunta referia-se à análise das atividades de leitura/produção e
compreensão oral. Os alunos G, K e I responderam muito bom para todos os itens.
A quarta pergunta referia-se à preferência em realizar as atividades das
unidades de inglês numerando de 1 (favorita) a 4 (o que menos gostou), os alunos
G, K e I preferiram trabalhar em pares e manifestaram que não se sentiam
confortáveis em trabalhar em grupos grandes.
A quinta e última pergunta sobre o que os alunos perceberam quanto à
evolução na aprendizagem de inglês, G respondeu que naquele momento sabia falar
várias palavras e que havia melhorado bastante o inglês. O aluno K respondeu que
antes não sabia direito a pronúncia das palavras em inglês e tinha dificuldade com a
forma escrita, a compreensão e produção oral e relatou também que percebeu que a
escrita é muito diferente da fala e que na fala ocorrem junções de palavras. A aluna I
respondeu que antes de começar o projeto não gostava muito da língua inglesa,
mas quando iniciou o projeto ficou interessada e começou a aprender.
Os resultados da explanação dos alunos sobre o questionário final
demonstraram que eles evoluíram na aprendizagem de língua inglesa. Confirmando
a Hipótese do filtro afetivo de Krashen (1985), manter os alunos motivados,
confiantes e com baixa ansiedade, a tendência ao sucesso no processo de
aquisição de L2 é inevitável. Quanto à habilidade de leitura/produção e
compreensão oral, a interação eficiente entre os conhecimentos sistêmicos, de
mundo e organização textual construíram a competência comunicativa dos alunos e
os prepararam para o engajamento discursivo e na construção do significado. As
respostas dos alunos referentes à última questão revelaram que a análise de
necessidades foi importante para encontrar maneiras de motivar e influenciar
positivamente o desempenho do aprendiz.
112
Em suma, foi possível perceber, por intermédio da análise dos dados, a
predominância de aspectos positivos no processo de ensino/aprendizagem de inglês
como L2 intermediadas por práticas reflexivas e análise de necessidades.
113
Este trabalho investigou a implementação de uma proposta de ensino que
atendesse às expectativas de um grupo de alunos do Ensino Fundamental II. Para
atender a esse objetivo, iniciou-se com a investigação das necessidades dos alunos
acerca do uso da língua inglesa no contexto social e, prosseguiu-se com a
identificação dos mecanismos que poderiam ser usados durante a aplicação das
unidades que beneficiassem o desenvolvimento do ensino/aprendizagem de L2.
As respostas dos alunos ao questionário de levantamento de necessidades
indicaram que houve a preferência pelas habilidades de compreensão e produção
oral, praticamente inexplorada na aula de inglês ministrada a esses alunos, pois o
conteúdo programático enfatizava compreensão leitora e escrita. Como na língua
inglesa a correspondência entre a escrita e a pronúncia das palavras não é
transparente, os aprendizes que lidam apenas com a forma escrita das palavras,
têm dificuldade de identificar a forma sonora do vocabulário que adquiriram.
Aprendizes brasileiros de língua inglesa podem conhecer, por exemplo, o significado
de pen, mas por interferência da sua língua materna apresentam dificuldades de
identificar à forma oral da palavra devido à presença de aspiração da plosiva e da
articulação da consoante nasal que segue a vogal não nasalizada no inglês.
As unidades de ensino desta dissertação foram criadas com base em um
formato elaborado por Sandra Madureira a partir de diálogo em inglês informal
obtidos do livro Listen & Say It Right in English! Com base no diálogo, foram
elaborados os parágrafos e questões para os alunos responderem e,
posteriormente, serem analisadas. Todo o conteúdo das unidades continha palavras
utilizadas no dia-a-dia, tais como: lunch, restaurant, dinner, etc. As questões
compreendiam em apontar quais palavras do texto o aluno conhecia, o que o aluno
entendia sobre o texto e quais palavras se relacionavam. Esses exercícios foram
introduzidos com a intenção de preparar o aprendiz para a habilidade oral. Como os
alunos tinham contato com a forma escrita do inglês e a correspondência entre
forma escrita e oral não é transparente, passar para a forma oral diretamente,
poderia causar ansiedade e bloquear a aprendizagem. Os alunos com baixa
ansiedade têm tendência ao sucesso no processo de aquisição de L2 e como eles
se apresentaram com um baixo filtro afetivo (autoconfiança, baixa ansiedade),
absorveram insumo (input) facilmente.
As aplicações das atividades iniciaram-se com: 1) a prática da leitura
silenciosa; 2) exercício de compreensão de texto. Esses exercícios proporcionaram
114
aos alunos reconhecer a finalidade do texto, inferir o sentido de palavras a partir do
contexto, conhecer o vocabulário e elaborar hipóteses sobre o conteúdo do texto
com base em conhecimentos prévios e em pistas contextuais.
As atividades que sucederam a compreensão textual envolveram as
habilidades de escuta e escrita, também com a intenção de preparar o aprendiz para
a compreensão e produção oral. Dois exercícios fizeram parte dessa atividade: 1)
identificar a situação descrita no contexto e 2) apontar os participantes do diálogo.
Ao refletir sobre as questões, os alunos usaram as pistas contextuais. Essa
estratégia os levou a fazer ligações entre duas ou mais proposições no diálogo, tais
como, selecionar e priorizar informações, identificar os itens lexicais familiares, os
participantes e as idéias principais; reconhecer tempos verbais; expandir o
conhecimento a cerca de conectivos para manutenção de coerência e coesão do
texto e perceber o caráter informal do diálogo. Portanto, os alunos foram
estimulados a utilizar tanto processos bottom-up como top-down.
Os exercícios de percepção compreenderam três atividades: 1) escutar o
diálogo para completar com palavras as lacunas introduzidas em uma transcrição
ortográfica do diálogo; 2) escutar a gravação e sublinhar as palavras mais
proeminentes em uma transcrição ortográfica do diálogo sem lacunas; 3) escutar
cada um dos enunciados e apontar as palavras ou expressões que chamavam a
atenção pela especificidade da pronúncia. Nesses exercícios, os alunos foram
preparados para desenvolver uma escuta qualificada.
Ao completarem as lacunas com palavras na primeira atividade e verificarem
seus acertos e erros, os alunos se apropriaram dos elementos lexicais da língua
inglesa e aprenderam a utilizá-los de acordo com o contexto dos enunciados.
Para realizarem a segunda atividade, que consistia em sublinhar as palavras
mais proeminentes, os alunos foram instruídos a prestar atenção na melodia da fala
“entoação”, bem como na proeminência das palavras dentro da frase. Este
procedimento de acordo com a hipótese do input lingüístico a qual prevê que o
aprendiz progride numa ordem natural porque recebe o input na L2 que está um
pouco além do seu estágio atual de competência lingüística. Ao serem instruídos
eles perceberam que as palavras de conteúdo são proeminentes, portanto recebem
acento e carregam informação relevante.
A terceira atividade, ainda referente à percepção, consistia em apontar as
palavras ou expressões que chamavam a atenção pela especificidade da pronúncia.
115
Os alunos ouviram o diálogo diversas vezes e foram alertados a prestar atenção às
diferenças existentes entre a oralidade e a escrita. A escuta do diálogo foi feita por
intermédio dos recursos existentes no programa Praat, o que possibilitou selecionar
trechos dos arquivos sonoros que causariam dificuldades de percepção para os
alunos. Os recursos facilitaram a percepção do detalhe fonético relevantes para a
aquisição das distinções fonológicas da língua inglesa. O procedimento de chamar
atenção dos alunos para as diferenças entre fala e escrita foi fundamental para
sensibilizar o aprendiz a prestar atenção em pistas acústicas importantes para a
compreensão oral, pois sempre as pistas contextuais (top-down) são suficientes.
Nesse exercício, também, refletiu-se sobre os processos de juntura entre palavras,
reduções, semelhanças entre sons da língua inglesa e portuguesa e fenômenos de
assimilação.
Concluiu-se que a presente pesquisa serviu para desencadear uma reflexão
acerca do ensino/aprendizagem da habilidade oral em inglês como L2 levando em
consideração a importância da formação lingüística do professor de línguas. Além
disso, a análise de necessidade dos alunos, a prática reflexiva das ações tanto do
aluno quanto do professor foram insumos importantes para facilitar a aprendizagem.
Todas as estratégias e procedimentos abordados nesta pesquisa e usados durante
o processo de aprendizagem fizeram com que os alunos participantes deste projeto
evoluíssem no processo de aprendizagem do inglês.
116
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ZEICHNER, K. A. A formação reflexiva de professores: Idéias e práticas, Lisboa:
Educa, 1993.
ZIMMERMAN, B. J.; MARTINEZ-PONS, M. Development of a structured interview for
assessing student use of self-regulated learning strategies. American Educational
Research Journal, v. 23, p. 614-628, 1986.
123
APÊNDICE A – Autorização
Autorização
Eu,_________________________________________, autorizo meu/minha filho(a):
____________________________________________Aluno da 6ª série _______,
a participar do Projeto A Compreensão e Prodão Oral em Ings: Uma
proposta de Ensino para Alunos de Escolas da Rede Pública”.
Pesquisadora responsável pelo Projeto: Eloiza Ceresso de Andrade, aluna do
Mestrado de Lingüística Aplicada e Estudos da Linguagem Pontifícia Universidade
Católica de São Paulo.
São Paulo, ____/_____/2006.
______________________
Assinatura do Responsável
124
ANEXO 1 - Questionários
Nome completo:__________________________________________________
Série: ____________________Idade:__________________Sexo: ( ) M ( ) F
Trabalha fora? ( ) Sim ( ) Não
Responda as seguintes questões:
1. Você faz ou fez algum curso de inglês fora da escola? Sim ( ) Não ( )
2. Se você freqüenta curso de inglês fora da escola, assinale o nível em que você
se encontra? ( ) básico; ( ) intermediário ( ) avançado
3. Você gosta de aprender inglês? Sim ( ) Não ( )
4. Você acha importante aprender inglês? Sim ( ) Não ( )
Por quê__________________________________________________________
5. Você acha que o inglês será útil na sua vida profissional? Sim ( ) Não ( )
6. Você acha que o inglês será útil na sua vida pessoal, por exemplo, para se
comunicar com estrangeiros.
Sim ( ) Não ( )
7. Quais são os assuntos pelos quais você mais se interessa no dia-a-dia?
_________________________________________________________________
8. Dê nota de 0 a 10 de acordo com o seu interesse em:
1. ( ) leitura de textos em inglês;
2. ( ) escrita de textos em inglês;
3. ( ) compreensão oral ( entender o que se fala);
4. ( ) expressão oral ( falar) em inglês;
5. ( ) gramática da língua inglesa;
6. ( ) tradução de textos em inglês;
7. ( ) vocabulário;
8. ( ) diálogos com expressões orais do dia-a-dia.
9. ( ) atividades em língua inglesa na sala de informática;
10.( ) atividades em língua inglesa na sala de vídeo;
11.( ) músicas em inglês;
12.( ) atividades com livro didático;
13.( ) jogos em inglês;
14.( ) correspondências em inglês via e-mail.
9. Das atividades mencionadas na questão 8 deste questionário, mencione três
que lhe causa mais dificuldades. Comece pela mais difícil.
_________________________________________________________________
10.Se você quiser apontar uma outra atividade que não foi mencionada acima,
utilize o espaço abaixo.
125
Nome:
Idade: ( ) masculino ( ) feminino
Professora:
Série: Data:
Responda todas as questões cuidadosamente
1 Avalie as unidades de ensino de inglês acompanhadas de gravações de
dlogos com falantes nativos do ings e atividades de leitura, produção e
compreeno oral.
( ) muito interessantes
( ) interessantes
( ) como sempre
( ) pouco interessante
( ) nada interessante
Por quê?
2 Vo se sente mais confiante e motivado com essas unidades?
( ) sim ( ) não
Por quê?
3 Alise as atividades feitas em sala de aula
Leitura/Produção e Compreensão Oral
a) Lunch ( ) muito bom ( ) bom ( ) regular ( ) insatisfario
b) Giving a compliment( ) muito bom( ) bom( ) regular ( ) insatisfario
c) Dinner ( ) muito bom ( ) bom ( ) regular ( ) insatisfatório
d) Breakfast ( ) muito bom ( ) bom ( ) regular ( ) insatisfario
e) Conversation during a meal( ) muito bom ( ) bom ( ) regular
( ) insatisfatório
4 Numere as oões abaixo de 1 (sua favorita) a 4 (o que você menos gostou).
Ao realizar as unidades de inglês, vo se sentiu mais confortável em trabalhar:
( ) em grupos grandes
( ) em grupos pequenos
( ) em pares
( ) individualmente
5 Comente o que você percebeu de evolução na aprendizagem de inglês desde
o início do projeto até agora.
126
ANEXO 2 -
Entrevista à professora Canadense A.
Alunos de Escola Estadual
Kaio: How are you?
Ingrid: What’s your name?
Kimberlys: Como e quando a senhora aprendeu a falar a língua portuguesa?
Demorou muito para aprender?
Kimberlys: Lá no Canadá, no século X, habitavam várias tribos de índios
aborígenes eles ainda existem?
Wesley: Qual é a principal economia do Canadá?
Haline: Eu gostaria de saber quantos anos a senhora tem?
Kalynka: A senhora gostaria de voltar a morar no Canadá?
Dayana: A senhora tem família no Canadá?
Ricardo: Qual o transporte mais usado no Canadá?
Jéssica: A senhora gosta de morar mais aqui no Brasil ou prefere morar em seu
país?
Elisangela: Quais são os países que a senhora conhece?
Josiane: Quais são as comidas típicas do Canadá e quais a senhora mais gosta?
Fábio: Como é o clima do seu país de origem?
Edmundo: Como a senhora se sente trabalhando aqui no Brasil?
Dayane: Além do trabalho que a senhora faz aqui no Brasil, gostaria de fazer outro
tipo de trabalho?
Gabriela: Como a senhora se sente dando aulas para as crianças e adolescentes
do nosso bairro?
Dayana: No Canadá é falado mais que um idioma? Qual é o mais falado?
Viviam: O que a senhora pensa a respeito dos homens que governam o Brasil?
Yrespamela: Qual é o esporte mais praticado no Canadá?
Kaio: O que fez a senhora decidir vir ao Brasil para lecionar?
Kaio: Neva muito no Canadá?
Milena: Como é o estudo no Canadá, quantas horas os alunos ficam na escola?
Geni: No Canadá existe muita mistura de etnias iguais ao Brasil?
127
Entrevista à professora Canadense A
Alunos de Escola Municipal
Raysa: How are you?
David: What’s your name?
Wellington : Como o povo vive no Canadá?
Ezequias:Como é o Canadá? Faz muito frio?Faz muito calor?
Cristine:Em que época? Quais são as comidas típicas de lá?
Luana Priscila: Gostaria de saber como são os alunos de lá? São estudiosos?
Todos vão a faculdade quando terminam o ensino médio?
Carla: Lá no Canadá tem mistura de etnia igual aqui no Brasil?
Mariana:Lá neva? E quando faz calor? Tem praias?
Raysa: Quais são lugares que a senhora mais gosta no Canadá?
Luana Carla: O que a motivou vir ao Brasil e quais são lugares que a senhora
visitou aqui no Brasil e mais gostou?
Ana: No Canadá o curso superior é de graça?
Lucineide: Tem muita violência no Canadá?
Raysa: Quando a senhora veio para cá e como se sente morando aqui? Lá no
Canadá tem shopping? As roupas e sapatos são caros?
Lucineide:Qual cidade a senhora morava lá?
Amanda: Eu gostaria de saber a idade da senhora?
Ana Carolina: Quais os pontos turísticos mais importantes do Canadá?
Luana: No Canadá ainda existem povos aborígenes (tribo indígenas) como os
hurões?
Luana Carla: Quando a resolveu ser Freira e por quê?
Carla: Quantas línguas a senhora e a população Canadense falam?
Luana: Quantos países a senhora visitou e quais são eles?
Carla: Que cidade a senhora nasceu?
Lucineide: A senhora sente saudades da sua cidade?
Amanda: Qual a última vez que foi visitá-la?
Amanda: Qual é o esporte preferido do povo Canadense?
128
ANEXO 3 – Unidades de Ensino
Nome:
Número: série:
Data:
1 – Leia atentamente o seguinte parágrafo.
LUNCH
José was in a restaurant to have lunch. He asked the waiter for roast beef on
rye. The waiter asked him if he’d like anything to drink. José asked a small glass of
milk and the check.
2 – Responda as questões abaixo:
a) Quais palavras do texto você conhece?
b) Escreva o que você entendeu sobre o texto.
3 – Relacione as colunas de palavras:
a) restaurant ( ) pão de centeio
b) lunch ( ) copo de leite
c) roast beef ( ) restaurante
d) glass of milk ( ) a conta
e) the check ( ) garcon
f) waiter ( ) rosbife
g) rye ( ) almoço
4 – Escute atentamente o diálogo.
a) Qual a situação descrita no diálogo?
b) Quem são os participantes nesse diálogo?
5 – Escute o diálogo e complete com as palavras que estão faltando.
1- Ready to_________?
2- Yes. I _________a roast beef on rye.
129
3- ___________to drink?
4- A _________of milk, please.
5- Large or __________l?
6- Small,___________.
7- Anything _________I can get you?
8- No__________. Just the check.
9- Okay. Thank________.
10- __________you.
6 – Sublinhe as palavras mais proeminentes.
1- Ready to order?
2- Yes. I want a roast beef on rye.
3- Anything to drink?
4- A glass of milk, please.
5- Large or Small?
6- Small, please.
7- Anything else I can get you?
8- No thanks. Just the check.
9- Okay. Thank you.
10- Thank you.
7 – Escuta e preste atenção em cada enunciado. Apontem as palavras ou
expressões que chamam a atenção pela especificidade da pronúncia.
1- Ready to order?
2- Yes. I want a roast beef on rye.
3- Anything to drink?
4- A glass of milk, please.
130
5- Large or Small?
6- Small, please.
7- Anything else I can get you?
8- No thanks. Just the check.
9- Okay. Thank you.
10- Thank you.
131
Nome:
Número: série:
Data:
1 – Leia atentamente o seguinte parágrafo.
GIVING A COMPLIMENT
At work
Carlos was complimented by his boss because he did a super job. His boss
looked over his report and said that the sales figures were really helpful. Carlos
expressed gratitude.
2 – Responda as questões abaixo:
a) Quais palavras do texto você conhece?
b) Escreva o que você entendeu sobre o texto.
3 – Relacione as colunas de palavras:
a) look over ( ) elogio
b) report ( ) de fato, realmente
c) as a matter of fact ( ) relatório
d) compliment ( ) examinar superficialmente
e) express gratitude ( ) trabalho
f) work ( ) expressar gratidão
4 – Escute atentamente o diálogo.
a) Qual a situação descrita no diálogo?
b) Quem são os participantes nesse diálogo?
5 – Escute o diálogo e complete com as palavras que estão faltando.
1- _________you _________a chance to look over my report yet?
2- Uh huh. As a matter of fact, I__________.
3- What do __________ think?
4- You did a ___________ job. The sales figures ________ really helpful.
5- Thanks.
132
6 – Sublinhe as palavras mais proeminentes.
1- Have you had a chance to look over my report yet?
2- Uh huh. As a matter of fact, I did.
3- What do you think?
4- You did a super job. The sales figures were really helpful.
5- Thanks.
7 – Escuta e preste atenção em cada enunciado. Apontem as palavras ou
expressões que chamam a atenção pela especificidade da pronúncia.
1- Have you had a chance to look over my report yet?
2- Uh huh. As a matter of fact, I did.
3- What do you think?
4- You did a super job. The sales figures were really helpful.
5- Thanks.
133
Nome:
Número: série:
Data:
1 – Leia atentamente o seguinte parágrafo.
DINNER
João was in a restaurant to have dinner and the waiter asked him if he’d like
anything to drink. He saw that he’d like to have a Bloody Mary. Then the waiter asked
him if he was ready to order. João said to the waiter that he would need a few
minutes to think. The waiter came back after a few minutes. João asked to have a
medium steak, a baked potato with sour cream and chives. And salad with French
dressing.
2 – Responda as questões abaixo:
a) Quais palavras do texto você conhece?
b) Escreva o que você entendeu sobre o texto.
3 – Relacione as colunas de palavras:
a) I ( ) voltar
b) You ( ) precisar
c) to be ( ) oferecer
d) to have ( ) querer
e) to need ( ) você
f) to want ( ) eu
g) to get ( ) ser, estar
h) to come back ( ) ter
4 – Escute atentamente o diálogo.
b) Qual a situação descrita no diálogo?
c) Quem são os participantes nesse diálogo?
5 – Escute o diálogo e complete com as palavras que estão faltando.
1- _________I ________you a drink?
2- Please. I think I’ll _________a Bloody Mary.
3- Are you ______to order?
134
4- Not_______. I ________a few more minutes.
5- Okay. I’ll _________back in a few minutes.
6- What _________I get you?
7- The steak__________.
8- How do you ___________your steak?
9- Medium, please. A baked __________with sour cream and_________. And _____
with French dressing.
10- Thank__________.
6 – Sublinhe as palavras mais proeminentes.
1- Can I get you a drink?
2- Please. I think I’ll have a Bloody Mary.
3- Are you ready to order?
4- Not quite. I need a few more minutes.
5- Okay. I’ll come back in a few minutes.
6- What can I get you?
7- The steak dinner.
8- How do you want your steak?
9- Medium, please. A baked potato with sour cream and chives. And salad
with French dressing.
10- Thank you.
7 – Escuta e preste atenção em cada enunciado. Apontem as palavras ou
expressões que chamam a atenção pela especificidade da pronúncia.
1- Can I get you a drink?
2- Please. I think I’ll have a Bloody Mary.
3- Are you ready to order?
135
4- Not quite. I need a few more minutes.
5- Okay. I’ll come back in a few minutes.
6- What can I get you?
7- The steak dinner.
8- How do you want your steak?
9- Medium, please. A baked potato with sour cream and chives. And salad
with French dressing.
136
Nome:
Número: série:
Data:
1 – Leia atentamente o seguinte parágrafo.
TELEPHONE
Information
Maria called the telephone operator because she wanted Jim Morris’ phone
number. The telephone operator asked which city it was. Maria answered that the
city was Los Angeles.
2 – Responda as questões abaixo:
a) Quais palavras do texto você conhece?
b) Escreva o que você entendeu sobre o texto.
3 – Relacione as colunas de palavras:
a) city ( ) responder
b) number ( ) informação
c) telephone operator ( ) telefonar
d) information ( ) telefonista
e) to call ( ) cidade
f) to ask ( ) número
g) to answer ( ) perguntar
4 – Escute atentamente o diálogo.
d) Qual a situação descrita no diálogo?
e) Quem são os participantes nesse diálogo?
5 – Escute o diálogo e complete com as palavras que estão faltando.
1- ________ city, please?
2- West_____________.
137
3- Yes?
4- __________ like the ___________of Jim Morris. M-O-R-R-I-S.
5- Just a ___________ . 379-2113.
6 – Sublinhe as palavras mais proeminentes.
1- What city, please?
2- West Los Angeles.
3- Yes?
4- I’d like the number of Jim Morris. M-O-R-R-I-S.
5- Just a moment. 379-2113.
7 – Escuta e preste atenção em cada enunciado. Apontem as palavras ou
expressões que chamam a atenção pela especificidade da pronúncia.
1- What city, please?
2- West Los Angeles.
3- Yes?
4- I’d like the number of Jim Morris. M-O-R-R-I-S.
5- Just a moment. 379-2113.
138
Nome:
Número: série:
Data:
CONVERSATION DURING A MEAL
1 – Leia atentamente o seguinte parágrafo.
Two friends were talking during a meal about their steaks. One of them asked
to pass the salt. The other commented about some dessert and an after-dinner drink.
Finally, one of them thanks for the great dinner and suggested do it again sometime.
2 – Responda as questões abaixo:
a) Quais palavras do texto você conhece?
b) Escreva o que você entendeu sobre o texto.
3 – Relacione as colunas de palavras:
a) friends ( ) bife
b) sometime ( ) sal
c) to suggest ( ) amigos
d) to drink ( ) beber
e) steak ( ) sugerir
f) salt ( ) algumas vezes
g) to enjoy ( ) apreciar
h) again ( ) novamente
4 – Escute atentamente o diálogo.
f) Qual a situação descrita no diálogo?
g) Quem são os participantes nesse diálogo?
5 – Escute o diálogo e complete com as palavras que estão faltando.
1- How’s your__________?
2-__________. How’s___________?
3- Great. ___________you pass the salt, please?
139
4- Uh huh. How about ___________dessert?
5- Oh, no thanks. I’m___________.
6- __________about an after-dinner________?
7- That __________great.
8- Well, ready to__________?
9- Yeah. ___________so much for the __________dinner.
10- I _____________it too. Let´s do it __________sometime.
6 – Sublinha as palavras mais proeminentes.
1- How’s your steak?
2- Super. How’s yours?
3- Great. Could you pass the salt, please?
4- Uh huh. How about some dessert?
5- Oh, no thanks. I’m stuffed.
6- How about an after-dinner drink?
7- That sounds great.
8- Well, ready to go?
9- Yeah. Thanks so much for the great dinner.
10- I enjoyed it too. Let´s do it again sometime.
7 – Escuta e preste atenção em cada enunciado. Apontem as palavras ou
expressões que chamam a atenção pela especificidade da pronúncia.
1- How’s your steak?
2- Super. How’s yours?
3- Great. Could you pass the salt, please?
4- Uh huh. How about some dessert?
140
5- Oh, no thanks. I’m stuffed.
6- How about an after-dinner drink?
7- That sounds great.
8- Well, ready to go?
9- Yeah. Thanks so much for the great dinner.
10- I enjoyed it too. Let´s do it again sometime.
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