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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E DO DESPORTO
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE TECNOLOGIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMO
PATRÍCIA VIEIRA TRINTA
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
ANÁLISE BIOCLIMÁTICA DO BAIRRO DO RENASCENÇA II
- SÃO LUÍS - MA:
realidade e perspectiva do conforto térmico em
espaços externos
NATAL-RN
2007
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PATRÍCIA VIEIRA TRINTA
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
ANÁLISE BIOCLIMÁTICA DO BAIRRO DO RENASCENÇA II
- SÃO LUÍS - MA:
realidade e perspectiva do conforto térmico em
espaços externos
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Arquitetura e Urbanismo da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte,
como um dos pré-requisitos para a obtenção do
título de mestre em arquitetura e urbanismo.
Orientadora: Dra. Virgínia Maria Dantas de Araújo
NATAL-RN
2007
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Aos meus pais, Elcy e Djalma e
às minhas irmãs, Valeska, Rosana e Jaqueline.
Razão de tudo...
AGRADECIMENTOS
À Deus, pelas bênçãos e oportunidades.
Aos meus pais, Djalma e Elcy, incansáveis admiradores e admirados, com quem
aprendi a vivenciar que a felicidade realmente está nas pequenas coisas e a
acreditar no futuro;
Às minhas irmãs Valeska, Rosana e Jaqueline por acreditarem em mim e serem tão
especiais.
Ao Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da Universidade
Federal do Rio Grande do Norte, que propiciou a aquisição de novos conhecimentos
e o desenvolvimento deste trabalho, em especial, aos professores pelo empenho na
transmissão de seus ensinamentos;
À Profa. Dra. Virgínia M. Dantas de Araújo, pela orientação, dedicação,
disponibilidade, compreensão, seriedade e apoio incondicional, sem sua ajuda não
teria completado esta caminhada.
Ao meu tio Dâmocles Trinta por todo o apoio recebido na cidade de Natal.
Aos amigos Maria Águeda P. C. Muniz, Renato Medeiros, Jairson Filho e Daniela
Gonçalves, uma das minhas maiores aquisições pessoais, ajuda nos momentos
decisivos e que com muito humor dividiram as angústias e alegrias deste processo;
Em especial à amiga Adriana Borba pelo incentivo e Patrícia Porto pelos momentos
de desabafo, apoio e companheirismo.
À amiga Cintia Morais, pela ajuda na conclusão e apoio pelo MSN e Lucilândria
Lopes que apesar de tudo ofereceu pronta ajuda.
Aos amigos que de alguma forma contribuíram para este trabalho e sabem disso.
Aos professores e funcionários do Programa de Pós-Graduação de Arquitetura e
Urbanismo e Departamento de Arquitetura e Urbanismo da UFRN, com seus
ensinamentos imprescindíveis para a vida acadêmica.
E à CAPES que financiou esta pesquisa, através da bolsa concedida.
Ao Afonso do Vale Monteiro, coordenador do cadastro técnico, na época, da
EMTHUB – Secretaria Municipal de Urbanismo e Habitação de São Luis-MA e a Lúcia
Moreira do Nascimento - Arquiteta e Urbanista do antigo IPLAN - Prefeitura de São
Luis, pelo fornecimento de mapas e fotos aéreas da área de estudo, fundamentais
pra elaboração deste trabalho.
Ao Professor Lutz Katzschner por sua pronta resposta em todos os e-mails e o
fornecimento do Aplicativo PET.
Ao professor Gunter de Azevedo Reschke, chefe do Laboratório de Meteorologia da
Universidade Estadual do Maranhão - LABMET-UEMA, pelo fornecimento dos dados
climáticos de São Luis-MA.
“Os grandes momentos da nossa vida chegam quando
juntamos a coragem de transformar nossas fraquezas no
melhor de nós mesmos.”
Friedrich Nietzsche
RESUMO
TRINTA, Patrícia Vieira (2007). “Análise bioclimática do bairro do Renascença II –
São Luis-MA: realidade e perspectiva do conforto térmico em espaços externos”.
197p. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal
do Rio Grande do Norte, Natal, 2007).
O presente trabalho parte das preocupações com as condições de conforto térmico dos espaços
externos em cidades de clima quente-úmido, entendendo que a qualidade de vida neste ambiente é
fruto do tipo de objeto urbano construído para a vivência humana em um meio ambiente com clima
e características morfológicas específicas. Apresenta-se como objeto de estudo a correlação entre o
microclima do Bairro do Renascença II em São Luis/MA, cidade de clima quente úmido frente às
mudanças nas características morfológicas urbana e o índice de satisfação de conforto térmico dos
usuários dos espaços externos do bairro em questão. Tem como objetivo geral diagnosticar a
maneira como as transformações ocasionadas pela urbanização influenciam o microclima do
Renascença II, identificando áreas críticas da área estudada, a fim de contribuir com
recomendações de uso e ocupação do solo baseadas em conceitos de arquitetura bioclimática e
fornecer subsídios a futuras decisões projetuais urbanas adequadas ao clima quente e úmido de São
Luis-MA. Apresenta-se como fundamentação teórica o clima urbano, seus conceitos, elementos
formadores e condicionantes. Em seguida, os condicionantes do conforto térmico e seus modelos de
predição de sensação de conforto térmico em espaços externos. Foram levantados os modelos
preditivos de conforto e estresse térmico como ferramenta junto à análise bioclimática. E
finalmente a utilização da análise bioclimática no diagnóstico do conforto térmico de áreas urbanas,
com sua eficácia na identificação de locais que necessitam de mudanças quanto ao conforto
ambiental, merecendo atenção ou até proteção; e suas estratégias na busca por cidades mais
adequadas ao seu meio natural, resultando no urbanismo bioclimático. A metodologia aplicada
baseou-se nos estudos de Katzschner (1997), complementados por Oliveira (1988) e Bustos Romero
(2001) que sugerem uma análise e avaliação de mapas de topografia, altura das edificações, uso do
solo, áreas verdes e tipo de cobertura do solo, para superposição e identificação de pontos para
medição; a partir daí uma análise quantitativa com aferição das variáveis ambientais (temperatura
e umidade do ar, a velocidade e a direção dos ventos) nos pontos escolhidos. Percebeu-se que o
bairro do Renascença II não possui áreas de permanência como praças e parques, as suas áreas
externas possuem pouca arborização e apresenta alto índice de impermeabilidade e alta densidade
construtiva. A maioria dos entrevistados disse estar confortável em uma faixa de temperatura do ar
entre 27,28º e 30,71ºC. É importante a elaboração de um plano diretor para o bairro, definindo de
estratégias para melhoria da qualidade de vida de seus habitantes.
Palavras-chaves – Conforto Térmico; Espaços Externos; Clima Quente-Úmido; Clima
Urbano; Análise Bioclimática e Urbanismo Bioclimático.
ABSTRACT
TRINTA, Patrícia Vieira (2007). “Bioclimatic Assessment of the Renascença II
Neighborhood in São Luis – Maranhão, Brazil: reality and perspective of thermal
comfort in outdoors”. 197p. Dissertation (Master Degree on Architecture and Unban
Planning of the Federal University of Rio Grande do Norte, Natal, 28.02.2007).
The present research concerns about outdoor’s thermal comfort conditions in hot-humid
climate cities, understanding that life quality is a result of the urban object’s type built
for the human being in an environment with specific climate and morphological
characteristics. It is presented as object of study the correlation between the
neighborhood Renascença II’s microclimate in São Luis /MA-Brazil, hot-humid climate city,
and its urban morphological changes. As well as the thermal comfort’s satisfaction level of
its outdoor users. The research has as general goal to diagnosis the way these
transformations caused by the urbanization influence the Renascença II’s microclimate,
identifying critical spots of the studied area, in order to contribute with land use
recommendations based on bioclimatic architecture concepts and supply bases to urban
design decisions adequate to the São Luis’ climate. It is presented as theoretical bases the
urban climate, its concepts and elements. After that, the thermal comfort conditioners
and its prediction models of thermal comfort sensation in outdoor are presented. The
predictive models are presented along with bioclimatic assessment methods. Finally the
use of bioclimatic assessment as an effective tool to identify places that need changes or
preservation in order to seek environment quality. The applied methodology was based on
the studies of Katzschner (1997), complemented by Oliveira’s (1988) and Bustos Romero’s
(2001) studies that suggest an analysis and evaluation of maps of topography, buildings’
floors, land use, green areas and land covering, in order to overlap their characteristics
and identify climate variable’s measurements points; then a quantitative analysis of the
climate variables (air temperature and humidity, wind speed and direction) of the chosen
points takes place. It was perceived that Renaissance II has no permanence areas as
squares or parks, its outdoor has little vegetation and presets high land impermeability and
built density levels. The majority of the people interviewed said that was comfortable in a
range of air temperature between 27,28ºC and 30,71ºC. The elaboration of a neighborhood
master plan is important, which defines strategies for improvement of the life quality of
its inhabitants.
Keywords - thermal comfort; outdoor; hot-humid climate; urban climate;
bioclimatic assessment and urbanism bioclimatic.
LISTA DE FIGURAS
p.
Figura 01 – Mapa de localização da Ilha de São Luis, Maranhão .............................. 24
Figura 02 – Fator de Visibilidade do Céu em recintos urbanos ................................ 33
Figura 03 – Esquema da transmissão, absorção e reflexão da radiação solar .............. 34
Figura 04 – Calor emitido para atmosfera de uma cidade ...................................... 34
Figura 05 – Configuração com diferença de altura no recinto urbano e
possível trajetória dos ventos ....................................................... 42
Figura 06 – Rugosidade e porosidade de uma trama urbana ................................... 43
Figura 07 – Tipos de pavimentação ................................................................. 45
Figura 08 – Troca de calor do corpo humano com o ambiente ................................ 48
Figura 09 – Condição comparativa apenas pela troca do índice clo .......................... 51
Figura 10 – Mapa de localização da cidade de São Luis - MA .................................. 61
Figura 11 – Mapa da ocupação da cidade até 1950 .............................................. 62
Figura 12 – Mapa de ocupação urbana da faixa litorânea após 1970 ........................ 63
Figura 13 – Mapa de localização da área de estudo ............................................. 65
Figura 14 – Mapa de situação da área de estudo ................................................. 67
Figura 15 – Casas térreas do Renascença II bloqueada pelos prédios ........................ 68
Figura 16 – Skyline do bairro do Renascença II ................................................... 68
Figura 17 – Foto de edifícios em construção no Renascença II ................................ 69
Figura 18 – Foto recente da paisagem do bairro do Renascença II ........................... 69
Figura 19 – Gráfico comparativo das normais climatológicas (1961-1990)
e as médias mensais da temperatura do ar em São Luis –
INPE (1992-2005) ....................................................................... 71
Figura 20 – Gráfico comparativo das médias máximas e médias mínimas
da temperatura do ar de São Luis – MA entre as normais
climatológicas (1961-1990) e INPE (1992-2005) ................................. 72
Figura 21 – Gráfico comparativo da umidade do ar em São Luis – MA entre
as normais climatológicas (1961-1990) e INPE (1992-2005) .................. 73
Figura 22 – Carta solar da cidade de São Luis – MA .............................................. 74
Figura 23 – Gráfico da pluviometria em São Luis – MA (2003-2006) ......................... 75
Figura 24 – Gráfico da velocidade dos ventos em São Luis – MA (2003-2006) ............. 75
Figura 25 – Gráfico da direção dos ventos de São Luis – MA (2003-2006) .................. 76
Figura 26 – Carta bioclimática com as normais da cidade de São Luis – MA ................ 78
Figura 27 – Carta bioclimática TRY da cidade de São Luis – MA ............................... 78
Figura 28 – Fluxograma da metodologia de Katzschner (1997) ............................... 86
Figura 29 – Base, fronteira e entorno .............................................................. 90
Figura 30 – Ficha bioclimática proposta por Bustos Romero (2001) ......................... 91
Figura 31 - Localização da estação metereológica do INPE-CPTEC ........................... 93
Figura 32 – Questionário aplicado para o índice de conforto da área ....................... 94
Figura 33 – Foto do termo-higro-anemômetro digital - MOD. THAL-300 .................... 95
Figura 34 – Corte na topografia e volumetria dos edifícios da fração de
estudo ................................................................................... 100
Figura 35 – Mapa de topografia .................................................................... 101
Figura 36 – Seção longitudinal da área com altura das edificações ........................ 102
Figura 37 – Fotos de baixa declividade na região leste da área de estudo ............... 103
Figura 38 – Mapa do uso e ocupação do solo .................................................... 104
Figura 39 – Convexidade ao centro da área de estudo ....................................... 105
Figura 40 – Mapa de uso do solo ................................................................... 106
Figura 41 – Mapa da altura das edificações ...................................................... 109
Figura 42 – Mapa do recobrimento do solo ...................................................... 112
Figura 43 – Mapa de áreas verdes ................................................................. 114
Figura 44 – Mapa das áreas identificadas pela metodologia aplicada ...................... 116
Figura 45 – Mapa de localização dos pontos de medição ..................................... 118
Figura 46 – Foto do Ponto 01 – Rua das Gaivotas ............................................... 120
Figura 47 – Ficha bioclimática - Ponto 01 – Rua das Gaivotas ............................... 121
Figura 48 – Foto do Ponto 02 – Rua dos Mandacarus .......................................... 122
Figura 49 – Ficha bioclimática - Ponto 02 – Rua dos Mandacarus ........................... 123
Figura 50 – Foto do Ponto 03 – Rua Miragem .................................................... 124
Figura 51 – Ficha bioclimática - Ponto 03 – Rua Miragem .................................... 125
Figura 52 – Foto do Ponto 04 – Avenida do Vale ............................................... 126
Figura 53 – Ficha bioclimática - Ponto 04 – Avenida do Vale ................................ 127
Figura 54 – Foto do Ponto 05 – Rua Jaracati .................................................... 128
Figura 55 – Ficha bioclimática - Ponto 05 – Rua Jaracati ..................................... 129
Figura 56 – Foto do Ponto 06 – Rua Júpiter ..................................................... 130
Figura 57 – Ficha bioclimática - Ponto 06 – Rua Júpiter ...................................... 131
Figura 58 – Gráfico do efeito de interação do período, dia e hora sobre
a temperatura do ar ................................................................. 139
Figura 59 – Gráfico do efeito de interação do período e hora sobre
a umidade relativa do ar ............................................................ 140
Figura 60 – Gráfico do efeito de interação do ponto sobre a temperatura
do ar ..................................................................................... 141
Figura 61 – Gráfico do efeito de interação do ponto sobre a velocidade
do ar ..................................................................................... 142
Figura 62 – Gráfico do efeito de interação da hora sobre a temperatura
do ar ..................................................................................... 142
Figura 63 – Gráfico do efeito de interação da hora sobre a umidade do ar .............. 143
Figura 64 – Gráfico do efeito de interação da hora sobre a velocidade do ar ........... 144
Figura 65 – Gráfico do efeito de interação do período e região sobre
a temperatura do ar ................................................................. 144
Figura 66 – Gráfico do efeito de interação do período e região sobre a
umidade relativa do ar .............................................................. 145
Figura 67 – Gráfico do efeito do período e região sobre a velocidade do ar ........... 146
Figura 68 – Gráfico do efeito de interação do ponto e direção dos ventos ............... 146
Figura 69 – Gráfico da caracterização do sexo dos usuários entrevistados ............... 147
Figura 70 – Gráfico da caracterização da faixa-etária dos usuários
entrevistados .......................................................................... 148
Figura 71 – Gráfico da caracterização do tipo físico dos usuários
entrevistado ........................................................................... 148
Figura 72 – Gráfico da caracterização da atividade física dos
usuários entrevistados .............................................................. 149
Figura 73 – Gráfico da caracterização da vestimenta (clo) dos
usuários entrevistados .............................................................. 149
Figura 74 – Gráfico da caracterização da sensação térmica dos usuários com
mais de 5 minutos no local ......................................................... 150
Figura 75 – Gráfico da caracterização da sensação térmica dos
usuários entrevistados .............................................................. 150
Figura 76 – Gráfico da caracterização da condição térmica dos
usuários entrevistados .............................................................. 151
Figura 77 – Gráfico da caracterização da necessidade de aquecer-se dos
usuários entrevistados .............................................................. 151
Figura 78 – Gráfico da caracterização da necessidade de refrescar-se dos
usuários entrevistados .............................................................. 152
Figura 79 – Mapa da análise dinâmica ............................................................ 156
Figura 80 – Caracterização do sexo dos usuários em conforto térmico ................... 158
Figura 81 – Caracterização do tipo físico dos usuários em conforto térmico ............ 158
Figura 82 – Caracterização da atividade física dos usuários em conforto
térmico ................................................................................. 159
Figura 83 – Caracterização da faixa etária dos usuários em conforto térmico .......... 159
LISTA DE QUADROS
p.
Quadro 01 – Elementos do clima a serem controlados .......................................... 77
Quadro 02 – Atributos bioclimatizantes da forma urbana – Oliveira, 1993 ................. 87
Quadro 03 – Quadro das especificações do termo-higro-anemômetro digital .............. 96
LISTA DE TABELAS
p.
Tabela 01 – Vestimenta e valor correspondente do clo ........................................ 51
Tabela 02 - Tipo de atividade e respectivo gasto em W/m² ................................... 52
Tabela 03 – Normais 1960-1990 de São Luis – MA................................................ 70
Tabela 04 – Comparação dos dados de temperatura do ar - Normais 1960-1990
e INPE de São Luis – MA ............................................................... 71
Tabela 05 – Regime pluviométrico de São Luis – MA 2003-2006 .............................. 75
Tabela 06 – Média aritmética da temperatura do ar por hora e por pontos (Ago) ...... 133
Tabela 07 – Média aritmética das umidades por hora e pontos (Ago) ...................... 134
Tabela 08 – Média aritmética da velocidade dos ventos (Ago) .............................. 134
Tabela 09 – Média aritmética da temperatura do ar por hora e por pontos (Mar) ...... 135
Tabela 10 – Média aritmética das umidades por hora e pontos (Mar)...................... 135
Tabela 11 – Média aritmética da velocidade dos ventos (Mar) .............................. 135
Tabela 12 – Faixa limite de sensação do conforto térmico .................................. 152
Tabela 13 – Índices de conforto térmico ......................................................... 153
Tabela 14 – Percentual de pessoas confortáveis por pontos ................................ 160
Tabela 15 – Valores estatísticos da temperatura do ar nos pontos
onde os usuários estavam em conforto térmico ............................... 161
Tabela 16 – Valores estatísticos da umidade do ar nos pontos onde
os usuários estavam em conforto térmico ...................................... 162
LISTA DE ABREVIATURAS
Av. Avenida
BNH Banco Nacional da Habitação
h Hora
L Leste
lat Latitude
long Longitude
N Norte
NE Nordeste
O Oeste
S Sul
SE Sudeste
ZR Zona Residencial
R. Rua
LISTA DE SIGLAS
ASHRAE
American Society of Heating, refrigeration and Air Conditioning
Engineers
Alumar Consórcio de Alumínio do Maranhão
CAPES Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
CVRD Companhia Vale do Rio Doce
ENCAC Encontro Nacional de Conforto no Ambiente Construído
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
INPE Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
LABCON-UFRN
Laboratório de Conforto da Universidade Federal do Rio Grande
do Norte
LABEEE-UFSC
Laboratório de Eficiência Energética em Edificações
da
Universidade Federal de Santa Catarina
LabGEO-UEMA
Laboratório de Geoprocessamento da Universidade Estadual do
Maranhão
LabMET–UEMA
Laboratório de Metereologia da Universidade Estadual do
Maranhão
MA Estado do Maranhão
OMM Organização Mundial de Metereologia
PDD Predict Percentage of Dissatisfied
PET Physiological Equivalent Temperature
PMV Predited Mean Vote
SEPLAN Secretaria Municipal de Planejamento de São Luis
SET Standard Effective Temperature
TRM Temperatura Radiante Média
TRY Temperature Reference Year
UFRN Universidade Federal do Rio Grande do Norte
UFSC Universidade Federal de Santa Catarina
LISTA DE UNIDADES
°C Graus Celsius
Clo Clothing
m Metro
Metro quadrado
m/s Metro por segundo
ppb Parte por bilhão
µm Micrometro
W/m² Watt por metro quadrado
% Percentual
Km Quilômetro
SUMÁRIO
p.
INTRODUÇÃO ........................................................ 18
CAPÍTULO 1
1 O CONFORTO TÉRMICO EM ESPAÇOS EXTERNOS ............. 29
1.1 O clima e a cidade .................................................. 29
1.1.1 Elementos climáticos ............................................... 32
1.1.2 Elementos da forma urbana ....................................... 40
1.2 Conforto térmico em espaços externos ........................ 46
1.2.1 Sistema de equilíbrio térmico humano .......................... 48
1.2.2 Condicionantes fisiológicos dos usuários dos ambientes
externos ............................................................... 49
1.2.3 Índices térmicos ..................................................... 53
1.3 A análise bioclimática como ferramenta para o
planejamento urbano ............................................. 55
CAPÍTULO 2
2 O BAIRRO RENASCENÇA II ......................................... 61
2.1 A cidade de São Luis - MA ......................................... 61
2.2 Localização e características da área de estudo ............. 65
2.3 O clima da cidade de São Luis – MA ............................ 70
CAPÍTULO 3
3 ANÁLISE BIOCLIMÁTICA EM ESPAÇOS EXTERNOS ............. 81
3.1 Métodos adotados .................................................. 82
3.2 Planejamento experimental para pesquisa em campo ..... 92
3.2.1 Períodos, horários e quantidade de pontos de medição ...... 92
3.2.2 Os instrumentos de medição ...................................... 95
3.3 Tratamento e Análise dos dados levantados .................. 96
3.4 Incertezas Experimentais ......................................... 97
CAPÍTULO 4
4 UM OLHAR BIOCLIMÁTICO SOBRE O BAIRRO ................... 99
4.1 Metodologias de Lutz Katzschner (1997) e Oliveira (1993) 99
4.1.1 Topografia ............................................................ 100
4.1.2 Uso e ocupação ...................................................... 105
4.1.3 Altura das edificações .............................................. 108
4.1.4 Recobrimento do solo ............................................... 111
4.1.5 Áreas verdes .......................................................... 113
4.2 Delimitação das áreas – cruzamento das análises ........... 115
4.2.1 Parâmetros para escolha dos pontos de medição .............. 117
4.3 Metodologia de Bustos Romero (2001) ......................... 119
4.3.1 Ponto 01 – Rua das Gaivotas ....................................... 119
4.3.2 Ponto 02 – Rua dos Mandacarus ................................... 122
4.3.3 Ponto 03 – Rua Miragem ............................................ 124
4.3.4 Ponto 04 – Avenida do Vale ........................................ 126
4.3.5 Ponto 05 – Rua Jaracati ............................................ 128
4.3.6 Ponto 06 – Rua Júpiter .............................................. 130
4.4 Análise estatística dos dados coletados ........................ 132
4.4.1 Formulação do banco de dados ................................... 132
4.4.2 Análise estatística – Etapa I ........................................ 136
4.4.3 Análise estatística – Etapa II ....................................... 147
4.4.4 Cálculo do índice de conforto para o Renascença II ........... 152
CAPÍTULO 5
5 DISCUSSÃO DOS DADOS ............................................ 155
5.1 Análise ambiental do bairro ...................................... 155
5.2 Perfil do usuário de ambientes externos ...................... 157
5.3 Cruzamento das informações .................................... 160
5.3.1 Parâmetros de conforto térmico para o Renascença II ........ 160
5.3.2 Diretrizes para área de estudo .................................... 162
CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................... 165
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................... 168
APÊNDICES ........................................................... 176
ANEXOS ............................................................... 191
Divisão de Serviços Técnicos
Catalogação da Publicação na Fonte. UFRN/Biblioteca Central Zila Mamede
Trinta, Patrícia Vieira.
Análise bioclimática do bairro do Renascença II – São Luis-MA: realidade e
perspectiva do conforto térmico em espaços externos / Patrícia Vieira Trinta.
– Natal, RN, 2007.
197 f. : il.
Orientadora: Virgínia Maria Dantas de Araújo.
Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
Centro de Tecnologia. Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e
Urbanismo.
1. Conforto térmico – Dissertação. 2. Espaços Externos – Dissertação. 3.
Análise bioclimática – Dissertação. 4. Arquitetura – Dissertação. I. Araújo,
Virgínia Maria Dantas de. II. Universidade do Rio Grande do Norte. III. Título.
RN/UF/BCZM CDU 73:697 (043.2)
INTRODUÇÃO
Análise Bioclimática do Bairro do Renascença II – São Luís-MA: realidade e perspectiva do conforto térmico em espaços externos
Introdução
19
O presente trabalho se insere na área de concentração Projeto,
Morfologia e Conforto no Ambiente Construído, o estudo engloba tanto a linha de
pesquisa Conforto Ambiental e Eficiência Energética como Projeto de edificações e
espaços urbanos do Programa de Pós-Graduação de Arquitetura e Urbanismo da
UFRN.
O assunto principal da pesquisa é a análise bioclimática urbana e o tema
sobre a relação entre as alterações urbanas, o microclima e o conforto térmico dos
usuários de espaços externos.
A pesquisa tem como objeto de estudo a correlação entre o microclima
(temperatura e umidade relativa do ar e velocidade e direção dos ventos) do bairro
do Renascença II em São Luís-MA, cidade de clima quente e úmido, e a forma
urbana existente no bairro (topografia, uso do solo, densidade construtiva, gabarito
das edificações, recobrimento do solo e áreas verdes); e conseqüentemente a
maneira como essa correlação vem influenciando o conforto térmico dos usuários
das áreas externas desse bairro.
O ambiente natural sofre modificações construtivas com a substituição
por novos materiais construtivos, com a modificação de seus padrões do uso do solo
e movimento do ar, a impermeabilização de seu solo e o aumento do fluxo de
lançamento de gases poluentes em sua atmosfera. Essas modificações influem
diretamente nas alterações microclimáticas do meio urbanizado quando comparado
aos microclimas de áreas rurais.
A acelerada expansão da urbanização das últimas décadas tem
impactado drasticamente a qualidade ambiental dos assentamentos urbanos
contemporâneos. Percebe-se que as cidades brasileiras crescem, expandem suas
fronteiras e população, podendo provocar degradações e impactos ambientais
como: alterações climáticas, poluição e baixa qualidade de vida urbana.
Oliveira (1988) diz que quanto maior a concentração de atividades
industriais, comerciais e de prestação de serviços, maior é a produção de calor e
poluentes atmosféricos, e conseqüentemente maiores as alterações climáticas,
inadequadas ao conforto térmico e salubridade.
Patricia Vieira Trinta PPGAU/UFRN
Análise Bioclimática do Bairro do Renascença II – São Luís-MA: realidade e perspectiva do conforto térmico em espaços externos
Introdução
20
Esse processo contínuo ocasiona impactos em vários níveis, deteriorando
o conforto térmico de seus usuários, a qualidade do ar, e a paisagem urbana. A
principal evidência das alterações climáticas provocadas está na elevação da
temperatura do ar, que vem sendo estudada pela bioclimatologia urbana.
Para Bustos Romero (2001) “os efeitos da urbanização são negativos” na
maioria dos assentamentos urbanos. A excessiva cobertura do solo, a concentração
da poluição, o aumento da temperatura do ar em razão de diversos motivos quanto
à diminuição da circulação dos ventos, a grande absorção de calor pela massa
construída e dos menores índices de evaporação afetam a saúde física e mental da
população.
Segundo Oliveira (1993), o desconforto no clima urbano, entendido como
o conjunto de diversas variações interagindo, incluindo a temperatura do ar, a
quantidade de vapor de água no ar, a velocidade do vento, a quantidade de
radiação solar e a quantidade de precipitação, encontrado nas cidades é resultante
do planejamento inadequado e/ou do descontrole do processo de desenvolvimento
urbano.
A maior parte dos habitantes de cidade vive em áreas urbanas.
Tornando-se fundamentais os estudos neste campo, que busquem um desenho
urbano adequado às peculiaridades do ambiente natural, a fim de se tirar proveito
social e econômico em harmonia com o meio ambiente e não com ações
impensadas que no futuro só trarão degradação e baixa qualidade de vida.
A sensação de conforto térmico dos usuários de uma edificação está
relacionada às condições estabelecidas pela interação entre a edificação e o
ambiente ao seu redor. Essa interação é, provavelmente, o critério mais
determinante do sucesso de um projeto e da valorização da qualidade dos
ambientes internos e externos.
O conforto térmico, além de estar ligado aos condicionantes
psicofisiológicos do indivíduo, depende diretamente dos condicionantes ambientais
dos espaços externos, os quais ocorrem de maneira dinâmica e complexa.
Patricia Vieira Trinta PPGAU/UFRN
Análise Bioclimática do Bairro do Renascença II – São Luís-MA: realidade e perspectiva do conforto térmico em espaços externos
Introdução
21
As cidades contemporâneas passam por problemas aparentemente
complexos. Em um período de estabelecimento de novos paradigmas criados para
assimilação de uma evolução tecnológica, material e social, o urbanismo necessita
de ações multidisciplinares para a solução destes.
Uma crescente consciência sobre a qualidade de vida nos centros
urbanos fortifica a cada dia a preocupação com um espaço construído em harmonia
com o meio ambiente, trazendo benefícios tanto sociais como econômicos para
sociedade.
Nos dias atuais, quando são inúmeras as preocupações com o meio
ambiente, com a qualidade de vida dos habitantes e com a conservação de energia
nas cidades, repensar tal assunto é refletir sobre o que pode ser feito para
minimizar ou até solucionar problemas encontrados nos ambientes urbanos.
Partindo dessas preocupações, entendendo que a qualidade de vida no
ambiente é fruto do tipo de objeto urbano construído para a vivência humana em
um meio ambiente com clima e características morfológicas específicas, assim
permitindo o controle do conforto ambiental, do consumo energético e dos
impactos ambientais causados por essas modificações.
O conhecimento detalhado e multidisciplinar do meio ambiente, suas
características climáticas e morfológicas se tornam necessários para melhorar a
qualidade de vida dos habitantes de uma fração urbana. Para Herzog (1995, p.2)
“os arquitetos e engenheiros devem executar seus projetos com conhecimento das
condições locais, recursos existentes e o critério principal que determina o uso das
formas renováveis de energia e materiais”.
Herzog (1995:03) diz ainda “que o papel da arquitetura como uma
profissão responsável tem uma ilimitada importância neste aspecto de ambiente
construído num enfoque responsável à natureza”. No futuro, os arquitetos devem
exercer uma influência muito mais decisiva na concepção e layout das estruturas
urbanas e edifícios, no uso de materiais e componentes, e assim no uso de energia
do que tinham no passado.
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Análise Bioclimática do Bairro do Renascença II – São Luís-MA: realidade e perspectiva do conforto térmico em espaços externos
Introdução
22
Segundo Brophy et al (2004) existem muito indicadores de
sustentabilidade que podem ajudar a avaliar a condição atual, e estratégias que
podem ser adotadas por uma comunidade para assegurar sua existência contínua e
seu desenvolvimento. Uma abordagem holística e interdisciplinar envolvendo
ciências natural e física e a humanidade é o modelo de análise mais compreensivo,
e as questões envolvidas nos planos de ação de desenvolvimento e implementação
para vida urbana sustentável são diversas e freqüentemente interdependentes.
O urbanismo bioclimático é um estudo detalhado do espaço construído e
de seus condicionantes morfológicos e climáticos. A análise bioclimática urbana
tem se mostrado apropriada nos estudos da relação entre meio construído e o
microclima. Podendo, assim, essa análise ser de grande utilidade, através de
recomendações para futuros projetos urbanísticos e para reabilitação de áreas
degradadas, auxiliando no planejamento urbano de áreas intra-urbanas que já
possuem climas diferenciados de áreas que ainda não sofrem influência das
construções, percebida pelo aumento de temperatura do ar, pela alta poluição do
ar e vários outros fatores.
A pesquisa estuda os microclimas decorrentes do uso e ocupação do solo
e o conforto ambiental dos usuários de espaços externos do bairro do Renascença II
e aponta quais as estratégias devem ser traçadas a partir dessa análise.
O intuito é identificar áreas críticas e sugerir recomendações de uso e
ocupação do solo seguindo estratégias bioclimáticas para clima quente-úmido. A
fim de servir de respaldo científico para futuras concepções de projetos para o
meio urbano e adequação dos instrumentos legislativos urbanísticos da cidade.
Dessa forma, o objetivo geral deste trabalho é diagnosticar de que
maneira a relação entre o microclima e a forma urbana resultante das alterações
morfológicas ocasionadas por uma acelerada urbanização vem acontecendo no
bairro do Renascença II; e conseqüentemente sua influência sobre o conforto
térmico dos usuários de espaços externos do bairro estudado.
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Análise Bioclimática do Bairro do Renascença II – São Luís-MA: realidade e perspectiva do conforto térmico em espaços externos
Introdução
23
Os objetivos específicos deste trabalho são:
Revisar o estado da arte sobre o ambiente urbano, seu clima
e sua forma; os condicionantes climáticos e psicofisiológicos
do conforto térmico de usuários de ambientes externos assim
como os modelos preditivos desse conforto térmico;
Caracterizar a forma urbana (topografia, uso do solo, gabarito
das edificações, áreas verdes e recobrimento do solo) do
bairro do Renascença II para identificar pontos para coleta de
dados climáticos e pessoais, necessários para a análise
baseada nos métodos adotados;
Coletar e analisar as variáveis climáticas (temperatura do ar,
umidade relativa do ar, velocidade e direção dos ventos) na
área; a fim de identificar as áreas prejudicadas em relação ao
clima e a forma urbana; e
Avaliar as condições da sensação de conforto térmico dos
usuários dos espaços externos do Renascença II.
O estudo da relação do espaço construído e as características do meio
natural têm grande importância na solução dos problemas encontrados nos
assentamento urbanos quanto ao desconforto térmico.
O bairro do Renascença II está localizado na cidade de São Luis (Figura
01). A Ilha de São Luis situa-se no Estado do Maranhão, na Região Nordeste, 02° 35’
lat(S) e 44° 14’ long(W), com altitude média de 24 m.
A cidade de São Luis, desde 1980, passa por um processo de
verticalização, sobretudo no bairro do Renascença II, isso se acentua na década de
1990 em virtude da demanda por prédios residenciais e de prestação de serviços,
em função do incremento de empresas de outros Estados no mercado imobiliário
local (CARVALHO apud ARAÚJO, 2001; SANT’ANNA NETO, 2002).
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Análise Bioclimática do Bairro do Renascença II – São Luís-MA: realidade e perspectiva do conforto térmico em espaços externos
Introdução
24
Figura 01 – Mapa de localização de São Luis, Maranhão
Fonte: Autora, 2006
A cidade de São Luís ainda passa por um intenso processo de
urbanização, os instrumentos urbanísticos e as legislações urbanísticas e ambiental,
muitas das vezes, são pressionados pela especulação imobiliária, o déficit
habitacional e pela necessidade de criação de empregos, que ajudam o poder
municipal a ceder às imposições que vão de encontro às necessidades ambientais,
trazendo não só prejuízo a natureza, mas também aos seus habitantes.
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Introdução
25
O estudo segue o método dedutivo, que usa a pesquisa bibliográfica na
busca por fundamentação teórico-metodológica a cerca da relação do meio
construído, o microclima e o conforto térmico de usuários de ambiente externo.
A metodologia aplicada baseia-se nos estudos de Katzschner (1997), que
é complementada com os estudos de Oliveira (1988) e Bustos Romero (2001), os
quais sugerem uma análise detalhada e avaliação de mapas de topografia, altura
das edificações, uso do solo, áreas verdes e tipo de cobertura do solo, para
superposição e identificação de pontos para medição; a partir daí uma análise
quantitativa com aferição das variáveis ambientais (temperatura e umidade do ar,
a velocidade e a direção dos ventos) nos pontos escolhidos.
Este trabalho procura, através da aplicação de metodologias de análise
bioclimática, oferecer subsídios às futuras intervenções que venham a controlar e
amenizar a expansão urbana e, conseqüentemente melhorar o microclima do bairro
do Renascença II em São Luis do Maranhão.
As hipóteses lançadas inicialmente é que existem, dentro do bairro do
Renascença II, áreas mais prejudicadas em relação ao clima do que outras áreas da
cidade e do seu entorno, resultado das transformações (na topografia, uso do solo,
altura das edificações, áreas verdes e recobrimento do solo) ocasionadas pela
urbanização. E que o conforto térmico dos usuários de ambientes externos de
cidades de clima quente-úmido encontra-se prejudicado por conta da forma urbana
da área de estudo.
Para a validação dessas hipóteses, aprofunda-se sobre métodos
estatísticos e teorias sobre avaliação do desempenho do conforto térmico em áreas
externas e desenho bioclimático adequado ao clima equatorial quente-úmido,
controle ambiental de espaços externos, assim como os benefícios para a
efetividade do planejamento urbano.
O trabalho estrutura-se da seguinte maneira:
O capítulo 1 é subdividido em três partes teóricas fundamentais para o
delineamento de todo o trabalho com o objetivo de elucidar de que maneira a
relação entre a forma urbana e o microclima afeta a sensação de conforto térmico
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Introdução
26
dos usuários de espaços externos do bairro do Renascença II, em São Luís/MA.
Primeiramente, se trata do clima urbano, seus conceitos, elementos formadores e
condicionantes, a fim de se obter um melhor entendimento acerca da relação
clima-cidade.
Em seguida, se apresenta os condicionantes do conforto térmico e seus
modelos de predição de sensação de conforto térmico em espaços externos. São
levantados os modelos preditivos de conforto e estresse térmico como ferramenta
junto à análise bioclimática.
A utilização da análise bioclimática no diagnóstico do conforto térmico
de áreas urbanas, com sua eficácia na identificação de locais que necessitam de
mudanças quanto ao conforto ambiental, merecendo atenção ou até proteção; e
suas estratégias na busca por cidades mais adequadas ao seu meio natural,
resultando no urbanismo bioclimático.
O Capítulo 2 apresenta a cidade de São Luis no Maranhão e sua formação
urbana. Assim como a área de estudo, o bairro do Renascença II, sua localização na
cidade para então descrever detalhadamente suas características morfológicas. Em
seguida são descritas as características climáticas da cidade baseadas nas Normais
Climáticas de 1961-1990 (INMET, 1992).
No capítulo 3, os procedimentos metodológicos são dispostos com o
intuito de descrever a forma de como o trabalho traça seus primeiros passos, desde
a escolha do assunto, tema e elaboração de seu problema de pesquisa, até o a
determinação de seus objetivos e ainda as estratégias traçadas para a elaboração
de seu referencial teórico, análise e tratamento dos dados coletados. Trata-se da
análise bioclimática urbana como uma pesquisa aplicada e objetiva, que gera
conhecimentos acerca da área de estudo dirigidos à solução de problemas
específicos encontrados.
No capítulo 4, para atingir os objetivos deste trabalho, trata-se da
análise qualitativa baseada em metodologia de Lutz Katzschner (1997)
complementado pelo método proposto por Oliveira (1988) e Bustos Romero (2001).
Após o levantamento de dados para a elaboração de mapas que traduziram as
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Análise Bioclimática do Bairro do Renascença II – São Luís-MA: realidade e perspectiva do conforto térmico em espaços externos
Introdução
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27
características morfológicas da área de estudo partiu-se para a etapa da análise
qualitativa desses mapas segundo o método proposto.
Os mapas são de topografia, de uso e ocupação do solo, da altura das
edificações, da cobertura do solo e das áreas verdes. Com os mapas elaborados a
partir de informações documentais e in loco sobrepõem-se as informações
morfológicas do espaço a fim de identificar áreas homogêneas, em seguida escolher
os pontos para as medições das variáveis climáticas e realizar futura comparação
entre as áreas.
Além da caracterização dos usuários do espaço externos do Renascença
II, o objetivo é definir os parâmetros de conforto térmico e determinar as
condições ambientais, nas quais a maioria das pessoas se sentiu termicamente
confortáveis.
O capítulo 5 compreende as discussões sobre os resultados. Neste
capítulo são discutidos os resultados das analises realizadas. O capítulo está divido
em três partes, uma análise dinâmica que divide o bairro em áreas com
características semelhantes e as classifica como áreas a serem melhoradas,
observadas e preservadas.
A segunda parte traz o perfil do usuário em conforto térmico dentro dos
espaços externos do bairro do Renascença II. A terceira parte desta discussão faz o
cruzamento dos dados climáticos e a sensação de conforto térmico dos usuários e,
ainda, sugestões para preservação do mesmo no bairro.
A discussão da problemática existente no bairro da Renascença II
apresentada neste trabalho é relacionada com a configuração do espaço urbano e a
sua resposta ao meio ambiente. A investigação do índice de conforto térmico dos
usuários de seu espaço externos se apresenta relevante na busca pela qualidade
urbana e para futuros estudos na cidade São Luis – Maranhão.
CAPÍTULO 1
Análise Bioclimática do Bairro do Renascença II – São Luis-MA: realidade e perspectiva do conforto térmico em espaços externos
Capítulo I: O conforto térmico em espaços externos
29
1 O CONFORTO TÉRMICO EM ESPAÇOS EXTERNOS
Este capítulo foi subdividido em três partes teóricas fundamentais para o
delineamento de todo o trabalho com o objetivo de elucidar de que maneira a
relação entre a forma urbana e o microclima afeta a sensação de conforto térmico
dos usuários de espaços externos do bairro do Renascença II em São Luís/MA.
Primeiramente, se tratou do clima urbano, seus conceitos, elementos formadores e
condicionantes, a fim de se obter um melhor entendimento acerca da relação
clima-cidade. Em seguida, se apresentou os condicionantes do conforto térmico e
seus modelos de predição de sensação de conforto térmico em espaços externos.
Foram levantados os modelos preditivos de conforto e estresse térmico como
ferramenta junto à análise bioclimática. Em seguida, se mostrou a utilização da
análise bioclimática no diagnóstico do conforto térmico de áreas urbanas, com sua
eficácia na identificação de locais que necessitam de mudanças quanto ao conforto
ambiental, merecendo atenção ou até proteção; e suas estratégias na busca por
cidades mais adequadas ao seu meio natural, resultando no urbanismo
bioclimático.
1.1 O clima e a cidade
Segundo Mascaró (2004) o clima urbano é compreendido como um
sistema que abrange o clima de um dado espaço terrestre e sua urbanização. Os
elementos climáticos que se manifestam com maior importância são a temperatura
do ar, a umidade do ar, as precipitações e os ventos. Dessa forma, o clima natural
é o resultado de dinâmicas dos elementos climáticos que não sofre modificações
pela urbanização.
A climatologia urbana, que estuda os efeitos da cidade sobre o clima
natural, já conta com registros científicos, datados de 1918, quando Luke Howard
publicou seu livro sobre o clima londrino. Contudo, somente nos últimos trinta
anos, tal temática tem se desenvolvido ativamente.
Conti (1993) apud Costa (2003a, p. 28) disse que a Organização
Metereológica Mundial (OMM), em 1959, definiu o clima como sendo o conjunto das
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Análise Bioclimática do Bairro do Renascença II – São Luis-MA: realidade e perspectiva do conforto térmico em espaços externos
Capítulo I: O conforto térmico em espaços externos
30
Patricia Vieira Trinta PPGAU/UFRN
condições atmosféricas caracterizado pelos estados e evolução do tempo no curso
de um período suficientemente longo em um domínio espacial determinado. Esse
conceito passa a ser mais difundido entre os pesquisadores na década de 70, do
século passado.
Tarifa e Armani ressaltaram que “no início dos anos 70, o princípio
norteador de pesquisas foi o conceito de ritmo. O clima foi considerado como uma
série de estados atmosféricos acima de um lugar em sua sucessão habitual e a
análise rítmica como um processo interativo entre a circulação atmosférica e os
elementos do clima, tratados em sua seqüência temporal”. Koenigsberger et al
(1977) conceituou o clima como sendo a integração no tempo dos estados físicos do
ambiente atmosférico em dado sítio.
O conceito de ritmo estabelece três regras básicas a respeito de como o
cada clima deve ser estudado, incluindo o de São Luis, MA, elas foram dispostas por
Tarifa e Armani (2001, p. 12):
a) ...o ritmo climático só poderá ser compreendido através da
representação concomitante dos elementos fundamentais do clima em
unidades de tempo cronológicas, pelo menos diárias,
b) Só a análise rítmica detalhada ao nível do tempo, revela a gênese dos
fenômenos climáticos pela interação dos elementos e fatores dentro de
uma realidade regional,
c) Na análise rítmica as expressões quantitativas dos elementos climáticos
estão insoluvelmente ligadas à gênese ou qualidade dos mesmos.
Assim, Tarifa e Azevedo (2001, p.29) definiram o clima da seguinte
maneira: “o(s) clima(s) é(são) uma composição da totalidade dos ritmos dos
estados da atmosfera sobre um lugar na superfície da Terra, para uma determinada
relação espaço-tempo.”
Na climatologia urbana, segundo Tarifa e Armani (2001, p. 13) a
mudança temática, passando da análise genética regional para o nível hierárquico
1
local (urbano), meso, topo ou microclimático, criou novas necessidades técnicas e
metodológicas.
1
[...] o macroclimático, que compreende a circulação zonal e regional; o mesoclimático, como o da circulação local (onde
se define o urbano), compreendendo o mesoclima e o topoclima; e o microclimático que abrange pequenas áreas bem
próximas à superfície, já no domínio do edifício e do jardim (ARAÚJO, 2004, p.12)
Análise Bioclimática do Bairro do Renascença II – São Luis-MA: realidade e perspectiva do conforto térmico em espaços externos
Capítulo I: O conforto térmico em espaços externos
31
A associação em os ritmos dos sistemas atmosféricos em relação às
influências decorrentes da orientação (topoclimas) ou da cobertura do solo
(microclimas). A comparação evolutiva (temporal) entre ambientes rural e urbano
permitiu evidenciar diferenças de comportamento no processo de aquecimento da
camada de ar próxima ao solo. (TARIFA E ARMANI, 2001, p. 14)
Tarifa e Armani (2001, p. 14) apontaram o trabalho intitulado “teoria e
clima urbano” publicado em 1976, pelo professor Carlos Monteiro, considerou o
Sistema de Clima Urbano (SCU) como sendo um sistema aberto, dinâmico, que
abrange o clima de um dado espaço terrestre e sua urbanização. Os subsistemas
são os canais de percepção: termodinâmico (conforto térmico), físico-químico
(qualidade do ar) e o impacto das precipitações.
Em 1982, Tarifa e Armani (2001, p. 17) apontaram que a hipótese central
a ser estudada era a relação entre os ritmos do tempo (cronológico e
meteorológico) e os ritmos urbanos decorrentes da urbanização-industrialização.
Costa (2003a) destacou que o “clima urbano é aquele resultante do crescimento e
adensamento da malha urbana que intensifica transformações no comportamento
climatológico e meteorológico da camada limite atmosférica”.
A seguir foi disposto sobre os elementos do clima, como: radiação solar;
temperatura do ar; umidade do ar; pressão atmosférica; velocidade e direção dos
ventos; e, precipitação. A análise inicial para o estudo de um clima urbano requer
observação tanto da topografia do sítio como dos modelos de morfologia urbana.
Dessa forma, serão analisados, a seguir os atributos ambientais
resultante da ocupação humana, tais como: uso da terra, padrões de edificação,
áreas verdes, áreas livres, morfologia e estrutura urbana, configuração vertical,
densidade demográfica e de construção.
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Análise Bioclimática do Bairro do Renascença II – São Luis-MA: realidade e perspectiva do conforto térmico em espaços externos
Capítulo I: O conforto térmico em espaços externos
32
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1.1.1 Elementos climáticos
Radiação solar
A radiação solar
2
é responsável pelo aquecimento das massas de ar, dos
mares e dos solos. Esse aquecimento acontece de forma heterogênea devido à
diferença de latitude, provocando pressões atmosféricas diferenciadas e
consequentemente a movimentação das massas de ar e de água.
Concomitantemente, a topografia protege ou expõe certo local à
captação de radiação solar, dependendo de sua declividade, orientação, exposição
ou elevação (altitude). A cobertura vegetal também exerce um trabalho
importantíssimo na absorção de radiação solar e proteção da superfície do solo.
A radiação de ondas curtas (radiação direta + radiação difusa) que
alcança a superfície da terra, parte dela é absorvida pela superfície e depois é
emitida para atmosfera como radiação de ondas longas (calor). Assim, a
temperatura do ar é principalmente aquecida pelo solo e não diretamente pelo sol.
As moléculas de ar da atmosfera dispersam ondas curtas e as luzes azuis
e violetas, por isso o céu é azul, o aumento de partículas de poeira na atmosfera
faz com que o ar se torne mais turvo e conseqüentemente a proporção da dispersão
de luz amarela e vermelha aumenta, tornando o céu branco. Isto é o que ocorre
nas cidades à medida que a quantidade de poluição é comumente maior.
A atmosfera urbana contém muita poluição constituída por partículas
sólidas, isso faz com que o calor fique retido na atmosfera, causando o efeito
estuda. Simultaneamente, a superfície urbana artificial muda significantemente o
balanço da radiação solar em comparação às áreas não urbanas.
O fenômeno conhecido e que contribui ainda mais na retenção de
radiação em áreas urbanas é a captura solar, que ocorre devido à formação dos
2
Radiação solar - A radiação solar é radiação eletromagnética emitida pelo sol. O espectro solar é divido em três regiões: a
ultravioleta (UV), urbanisticamente interessantes pelo seu valor na formação do cálcio e bactericida, a visível, iluminação, e
o infravermelho (IV), calor, sendo que mais da metade da radiação é infravermelha. Os raios solares são perpendiculares à
superfície terrestre, como ocorre pouca variação na intensidade dos raios solares ao longo da superfície da terra, adotou-se a
constante solar de 1.97 cal/cm²/min. A superfície terrestre recebe apenas parte da radiação emitida pelo sol, à medida que
atravessa a atmosfera ela é enfraquecida em decorrência dos fenômenos seletivos de reflexão, dispersão e absorção (GIVONI,
1981, p. 2).
Análise Bioclimática do Bairro do Renascença II – São Luis-MA: realidade e perspectiva do conforto térmico em espaços externos
Capítulo I: O conforto térmico em espaços externos
33
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canyons urbanos
3
. A radiação é capturada pelas superfícies que formam o canyon.
Isso cria mais oportunidades para absorção de radiação. A quantidade de radiação
solar recebida por um canyon urbano, como um todo, depende do fator de
visibilidade do céu
4
(Figura 02) e da orientação do canyon.
Figura 02 – Fator de Visibilidade do Céu em recintos urbanos
Fonte: Adaptado de Mascaró (2004, p. 55)
A substituição da forma original do meio ambiente por materiais de
características diferenciadas como o asfalto e concreto faz com que a radiação
solar seja absorvida por estes materiais e convertida em ondas de calor que ficarão
armazenadas, (o asfalto pode chegar a 46ºC em um dia de verão enquanto que a
grama não ultrapassa os 32ºC. A construção de prédios cria uma barreira para os
ventos não deixando que o calor seja dissipado.
No ambiente urbano, o balanço energético se modifica, os materiais
construtivos da superfície urbana tendem a absorver mais calor, dependendo de
sua condutividade térmica
5
, admitância térmica
6
, albedo (refletância à radiação
solar)
7
, calor específico do material,
8
etc. (Figura 03).
3
Canyos Urbanos - Elemento comum na estrutura urbana formado por ruas com filas de prédios altos em ambos os lados,
análogo a um canyon de um rio (WYPYCH, 2003).
4
Fator de visibilidade do céu (ψ) – É determinado pela relação entre a largura (L) e altura (H) dos recintos urbanos, ele
determina a taxa de resfriamento do local. Mascaró (2004, p. 56)
5
Condutividade térmica - Propriedade física de um material homogêneo e isótropo, no qual se verifica um fluxo de calor
constante, com densidade de 1 Watt por metro quadrado, quando submetido a um gradiente de temperatura uniforme de 1
Kelvin por metro² (ABNT, 2003).
6
Admitânica térmica - Taxa de fluxo de calor entre a superfície interna de um elemento ou componente construtivo e o ar,
por unidade de variação de temperatura (ABNT, 2003).
7
Albedo - Uma parte da radiação solar direta e difusa incidente é refletida na forma de ondas curtas. Essa radiação é
representada no balanço de radiação pelo coeficiente de reflexão, chamado de albedo da superfície (GALVANI, 2000).
8
Coeficiente específico - Quociente da capacidade térmica pela massa. (ABNT, 2003).
Análise Bioclimática do Bairro do Renascença II – São Luis-MA: realidade e perspectiva do conforto térmico em espaços externos
Capítulo I: O conforto térmico em espaços externos
34
Figura 03 – Esquema da transmissão, absorção e reflexão da radiação solar
Fonte: Adaptado de Givoni (1981, p. 183)
Ao longo do dia, o construído esfria mais lentamente do que a
atmosfera, esse calor somado ao calor ainda existente na atmosfera e ao calor
produzido pela ação humana ocasionam um acúmulo de energia (Figura 04). Assim,
a temperatura do ar é sempre maior no meio urbano do que em seus arredores,
esse fenômeno é chamado de Ilha de Calor Urbana.
Figura 04 – Calor emitido para atmosfera de uma cidade
Fonte: Adaptado de Wypych (2003)
Pereira, Angelocci e Sentelhas (2002) corroboram definindo a radiação
solar como a maior fonte de energia para a Terra, sendo também o principal
elemento meteorológico, pois ela desencadeia todo o processo que afeta os outros
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Capítulo I: O conforto térmico em espaços externos
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elementos meteorológicos, tais como: temperatura, pressão, vento, chuva
umidade, etc.
Temperatura do ar
A temperatura do ar
9
é o elemento climático e um dos efeitos mais
importantes da radiação, ela depende da variação temporal e espacial de outros
elementos e fatores climáticos, os quais também influem no balanço da radiação,
são eles: a latitude, a hora do dia e dia do ano, os quais determinam a altura do sol
e a intensidade e duração da radiação solar incidente; a cobertura de nuvens afeta
o fluxo tanto da radiação solar como da radiação terrestre e a natureza da
superfície que determina o albedo e a percentagem da radiação solar absorvida
usada para aquecimento do ar pelo calor sensível
10
e calor latente
11
.
O balanço de calor ocorre da seguinte maneira, como o solo esquenta
mais devagar que o ar, no início do dia, o ar é mais frio que o solo, para ocorrer o
balanço, o calor transfere-se do ar para o solo, pela noite, a transferência de calor
por convecção se inverte, as superfícies perdem calor para a atmosfera.
No meio urbano, onde há indústrias, transporte e condicionamento do
ar, a radiação solar não é a única grande fonte de energia recebida, o calor
antrópico
12
, dependendo do tamanho dos produtores de calor, a ação antrópica faz
com que essa energia chegue a ser quatro vezes maior que a energia recebida pelo
sol. Num ciclo anual, a intensidade da emissão do calor antropogênico influencia
diretamente a intensidade da ilha de calor urbana.
Outros fatores que também determinam a temperatura do ar são a
movimentação das massas de ar; o aquecimento diferencial da terra e da água, a
proximidade aos corpos de água; assim como as correntes oceânicas; a altitude
9
Temperatura é uma medida da energia cinética média das moléculas ou átomos individuais. A quantidade de calor
depende da massa do material e a temperatura não. Embora os conceitos de calor e temperatura sejam distintos, eles são
relacionados. A temperatura de uma parcela de ar pode mudar quando o ar ganha ou perde calor, mas isto não é sempre
necessário, pois pode haver também mudança de fase da água contida no ar ou mudança de volume da parcela de ar,
associada com o ganho ou perda de calor (GALVANI, 2000).
10
Calor sensível – é aquele transferido entre duas porções de matéria com diferenças de temperatura (SCHMID, 2006, p.
219).
11
Calor latente – é a porção de energia necessária para mudar o estado físico da matéria: ou seja, de mudar de estado
sólido, líquido ou gasoso (SCHMID, 2006, p. 219).
12
Calor antrópico – calor produzido em função das atividades humanas (aquecimentos e arrefecimentos de edifícios,
indústrias e transporte)
Análise Bioclimática do Bairro do Renascença II – São Luis-MA: realidade e perspectiva do conforto térmico em espaços externos
Capítulo I: O conforto térmico em espaços externos
36
local relativa ao mar, devido a sua pressão atmosférica, áreas com altitude maiores
tendem a ser mais frias que as áreas com altitudes menores. Há em média um
decréscimo de 0,6ºC a cada 100m de altitude, embora esse valor seja modificado
pela concentração de vapor de água na atmosfera e sua posição geográfica.
Movimento do ar
Em virtude do aquecimento solar diferenciado das massas terrestres
ocorrem diferenças de pressão atmosférica, essas diferenças encontram o
equilíbrio com o movimento das massas de ar – os ventos. Para a maioria dos
ventos, o sol é a força direcional, mas existem outras forças que também são
importantes.
Além da variação de pressão atmosférica, a velocidade do vento também
é resultado do atrito com a superfície. Considerando um mesmo gradiente de
pressão e duas superfícies; uma homogênea (floresta, por exemplo) e outra com
variações no perfil (rugosa) com atrito elevado, tem-se como resultado uma
velocidade do vento maior naquela superfície homogênea.
Isso implica que o aumento da rugosidade da superfície – prédios, casas,
indústrias, por exemplo, promovem uma diminuição da velocidade das massas de
ar, contribuindo para diminuir a dispersão de poluentes atmosféricos e dissipação
de calor por convecção.
Segundo Costa (2003a) em termos locais, “as correntes de ar sofrem
influência da topografia, das diferenças de temperatura do ar causadas pelos
diferentes índices de absorção de calor dos materiais de revestimentos do solo, das
construções e vegetação.” De todos os elementos climáticos, “as condições da
velocidade do vento são as mais modificadas pela urbanização, por sua vez é o que
mais pode ser controlado e modificado pelo desenho urbano”.
A velocidade das massas de ar é menor por causa da diversidade de
obstáculos e barreiras que encontram no meio urbano, sua velocidade média
sempre é menor que as zonas periféricas as cidade (HIGUEIRAS, 2006). Contudo,
essas modificações devem ser conhecidas e controladas para evitar que os efeitos
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Capítulo I: O conforto térmico em espaços externos
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dessas mudanças interfiram no conforto térmico de regiões com clima quente-
úmido.
Para Bittencourt e Cândido (2005) o conforto térmico nas construções em
clima quente-úmido depende do alto grau do movimento de ar e da prevenção de
ganhos de calor.
Umidade absoluta do ar
13
A umidade absoluta é a quantidade de vapor d’água existente numa
porção de atmosfera num determinado momento. Existe também o ponto de
saturação, que é a quantidade de vapor d’água suportável por essa mesma porção
de atmosfera. A umidade relativa do ar é a relação percentual entre a umidade
absoluta e o ponto de saturação.
Segundo Landsberg apud Lowry (1967) a cidade comparada ao campo
possuir 6% menos que a média anual de umidade relativa do ar, apesar de 10% mais
de precipitação. Isso acontece porque a cidade tem diferentes formas de evacuar a
precipitação. Ela é rapidamente removida da superfície impermeável das cidades
por escoadouros, calhas e esgotos. (LOWRY, 1967)
Em regiões de clima quente-úmido é importante ressaltar que a alta taxa
de umidade relativa do ar contribui muito para o desconforto térmico. Dessa forma
a redução da umidade relativa do ar nas áreas intra-urbanas pode ser considerada
um efeito positivo da urbanização.
A existência de água na atmosfera e suas mudanças de fase
desempenham papel importantíssimo em vários processos físicos naturais, como o
transporte e a distribuição de calor na atmosfera, a evaporação e
evapotranspiração, e absorção de diversos comprimentos de onda da radiação solar
e terrestre.
13
Umidade - É o termo geral usado para descrever a presença de vapor d’água no ar. Esse vapor de água do ar constitui a
umidade atmosférica, que pode ser absoluta ou relativa. A umidade absoluta é a quantidade de vapor de água existente
numa porção de atmosfera num determinado momento. Existe também o ponto de saturação, que é a quantidade de vapor
de água suportável por essa mesma porção de atmosfera. A umidade relativa do ar é a relação percentual entre a umidade
absoluta e o ponto de saturação.
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Capítulo I: O conforto térmico em espaços externos
38
Precipitação
A chuva ou precipitação pluvial, nas regiões tropicais, é a principal
forma pela qual a água retorna da atmosfera para a superfície terrestre após os
processos de evaporação e condensação, completando assim o ciclo hidrológico (a
circulação incessante da água entre seus reservatórios oceânico, terrestre e
atmosférico).
Geralmente, a precipitação e a formação de névoa, para algumas
cidades, são observadas em maior freqüência. Esses fenômenos são favorecidos
pela alta umidade do ar e pela presença de grande quantidade de poluição do ar
servindo como núcleo de condensação. A formação das nuvens é aumentada pela
convecção intensificada pela ilha de calor urbana, e a formação de nevoeiro, pela
baixa velocidade do vento ou a falta deste.
No entanto, toda cidade está localizada em certa topografia, latitude,
distância do mar, etc. e estas condições locais podem modificar as propriedades do
seu clima. E mais, a presença de grandes fábricas e indústrias pode favorecer
alguns processos, ex. emissão de poluição do ar, calor antropogênico ou grandes
quantidades de vapor de água do resfriamento de torres ou fábricas.
Topografia
A topografia compreende a declividade, a orientação à exposição de
radiação solar e a elevação das ondulações da superfície. Assim, pequenas
mudanças de elevação e de orientação podem produzir variações significativas em
lugares separados por pequenas distâncias, ou seja, vários microclimas. A forma da
superfície afeta particularmente o microclima, principalmente a velocidade e
direção dos fluxos de ar que podem ser desviados ou canalizados dependendo da
topografia (BUSTOS ROMERO, 1988).
Em grande escala, os acidentes do terreno criam barreiras ao movimento
de massas de ar, assim como afetam as condições de umidade do ar nos lados à
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Capítulo I: O conforto térmico em espaços externos
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barlavento e sotavento
14
das colinas e montanhas; e ainda a temperatura do ar em
diferentes alturas, pois a mesma diminui com a altitude. Dessa forma, os acidentes
do terreno controlam o fluxo e a distribuição da temperatura do ar (HOUGH, 1995).
A ventilação cruzada nos edifícios situados a sotavento de outros pode
ser maximizada se aqueles forem localizados a uma distância igual ou maior que 6
vezes a altura dos que estão a barlavento. Esta distância pode ser reduzida quando
as estruturas a barlavento possuem passagens de vento freqüentes, como nos
pilotis (VILLAS BOAS, 1985).
Em clima quente-úmido, as características da topografia exercem uma
grande influencia nas mudanças do microclima, sendo que a declividade,
orientação é a grande responsável pela exposição do local a radiação solar, e ela
que impõe barreiras à circulação dos ventos.
A orientação das ruas, de acordo com Givoni (1998) pode afetar o clima
urbano de várias maneiras, por meio das condições do vento na área urbana como
um todo, sol e sombra nas ruas e calçadas, exposição solar dos edifícios e potencial
de ventilação dos edifícios ao longo da rua.
Sua orientação Norte-Sul da rua pode resultar em uma orientação Leste-
Oeste dos edifícios ao longo e paralelo à mesma, o que irá causar uma exposição
solar desfavorável para estes edifícios. Em relação à ventilação, quando as ruas são
paralelas a direção do vento se cria uma passagem livre de obstáculos através do
qual os ventos predominantemente podem penetrar na área intra-urbana
15
.
O estudo da tipologia urbana feito por Oliveira (1988) estabelece os
atributos da forma urbana quanto ao sítio, que trata do relevo; e quanto à massa
edificada, ou tipologia urbana, onde elementos como formato, rugosidade,
porosidade, permeabilidade e vegetação são considerados como atributos
bioclimatizantes da forma. Esses atributos serão conhecidos a seguir.
14
Barlavento e Sotavento – A área pode apresentar dois comportamentos distintos: área à sotavento, com a velocidade do
ar reduzida, e área à barlavento, onde a velocidade é acentuada pela inexistência de barreiras ao vento (VILLAS BOAS,
1985).
15
Área intra-urbana - O modelo de Lowry (1964) apud Almeida (2003) organiza a economia do espaço intra-urbano em
atividades (população, empregos secundários e empregos terciários) e em usos do solo (residencial, serviços e industrial).
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Capítulo I: O conforto térmico em espaços externos
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1.1.2 Elementos da forma urbana
Uso do solo
É preciso esclarecer que o importante é o modelo de ocupação urbana,
sejam horizontal ou vertical, mas que seja adequado às condições de conforto
térmico de cada região (DUARTE, 2000).
De acordo com Scherer et al (s.d.) apud Costa (2003a) mudanças no uso
do solo não causam mudanças diretas nos elementos climáticos, mas
eventualmente instalam novos fatores que influenciam diretamente nessas
mudanças. Alguns exemplos são mudanças no tamanho e distribuição da
rugosidade, dos materiais de revestimento (com diferentes capacidades térmicas) e
na composição dos emissores de poluição do ar, com o aumento da frota de
veículos automotores.
Monteiro apud Araújo (2004) define a utilização da carta de uso do solo
como documento básico e imprescindível ao estudo do clima urbano. Para que esta
caracterização promova uma síntese de análise geográfica mais precisa deve ser
considerado o componente albedo através das cores e tonalidades das superfícies
construídas.
Tarifa e Azevedo (2001) revelaram que a realidade concreta e os espaços
físicos e sociais da Metrópole São Paulo são indissociáveis, e que compõem
dialeticamente uma totalidade espacial e temporal. Um dos controles climáticos
definidores dos espaços em seus estudos, portanto, é o uso do solo.
Densidade construída
Santana apud Duarte (2000) alerta que durante o dia, as temperaturas do
ar mais altas foram registradas em áreas com alto taxa de densidade construtiva.
Porém, ainda assim, os modelos mais utilizados para estudar os fenômenos
climáticos urbanos geralmente trabalham com os seguintes parâmetros: tamanho
da cidade, usando a população; o fator de visão do céu nos canyons urbanos e o
balanço de energia (DUARTE, 2003).
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Contudo, no ambiente urbano, nenhuma informação deve ser
desperdiçada, sejam os diferentes índices de densidade construída na cidade que
afetam os microclimas e, que pelo seu efeito cumulativo, determinam a
modificação do clima regional pela urbanização. Podendo substituir o parâmetro
densidade populacional ou índice de vegetação por habitante, usados em alguns
modelos para tratar os fenômenos climáticos urbanos, por densidade construída.
Ela apresenta uma relação causal mais forte, ao lado do alto índice de
radiação solar, para o superaquecimento urbano. É mais permanente e
relativamente fácil de ser quantificada (DUARTE e SERRA, 2003, p. 10). Ambas as
situações são encontradas no bairro do Renascença II, altamente verticalizado em
uma cidade de clima quente-úmido.
Gabarito das edificações
A crescente verticalização das cidades gera necessidade da criação de
novas configurações espaciais que atendam essa nova estrutura. Considerando que
a verticalização possui aspectos positivos e negativos em clima quente-úmido,
Costa (2003) apresenta pontos positivos da verticalização das construções: a
otimização do uso do solo, amenidade climáticas resultante da altura (para os
usuários de edifícios), a racionalização dos custos da habitação e nova infra-
estrutura; a minimização das distâncias percorridas, ocasionando a redução de
gases poluente na atmosfera, e a segurança.
Em clima quente-úmido, como é o caso do bairro do Renascença II, o
acréscimo da absorção de calor ocasionado pela densa massa construída e as
características físicas de seus materiais pode ocasiona efeitos negativos para o
conforto térmico de seus usuários.
A formação da Ilha de Calor Urbana é um dos efeitos da urbanização que
provoca a modificação no fluxo dos ventos, diminuindo a dissipação do calor por
remoção das massas de ar quente. Além disso, a sobrecarga das infraestruturas
básicas de abastecimento de água, esgoto e viária, com o aumentando do tráfego
de veículos automotores, piora as condições da qualidade do ar.
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Quando os edifícios altos são construídos entre os edifícios mais baixos
gera turbulência, melhorando a circulação das massas de ar na região e melhorando
as condições de conforto térmico dos espaços externos e internos em clima quente-
úmido (Figura 05).
Figura 05 – Configuração com diferença de altura no recinto urbano e possível
trajetória dos ventos
Fonte: Adaptado de Araújo (2004) e Bustos Romero (2001)
Duarte e Serra (2003) acreditam que a verticalização não seja um mal
em si, o problema é o desequilíbrio da densidade construída com a vegetação e os
corpos de água. Além dos casos quando a legislação municipal exige recuos que não
são suficientes para a circulação dos ventos, formando obstáculos para a
ventilação.
Rugosidade e porosidade
Para Landsberg (1981), “a rugosidade urbana, associada a grande
condutividade térmica dos materiais de construção, como o concreto, causam
efeitos complexos de reflexão da radiação solar”. As superfícies aquecidas,
influenciadas pelo ar, atuam como um sistema de aquecimento de grandes volumes
de ar. As edificações agem como obstáculo ao vento, modificando os fluxos
naturais e dificultando a dispersão do calor em climas já adversos como o quente-
úmido.
Para o clima quente-úmido, como o da cidade de São Luis, é apropriada
rugosidade alta ou muito alta – visando conforto térmico, qualidade do ar e
conservação de energia, para maior captação e difusão turbilhonar dos ventos e
brisas dentro da forma urbana (OLIVEIRA, 1993). A rugosidade é delineada pelas
saliências e reentrâncias apresentadas pela superfície da forma urbana –
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constituída de espaços e massa construída – que entram em contato direto com as
massas de ar (Figura 06).
Figura 06 – Rugosidade e porosidade de uma trama urbana
Fonte: Adaptado de Araújo (2004)
Segundo Oliveira (1993), a porosidade é um atributo da forma urbana
que determina uma maior ou menor penetração dos ventos na estrutura urbana, a
porosidade de uma fração urbana depende de 3 (três) aspectos: tipo de trama,
orientação da trama e o grau de continuidade da trama (FLORENSA apud OLIVEIRA,
1993).
A trama urbana aqui considerada é aquela formada pelos cheios e vazios,
ou seja, pela massa edificada e pelos espaços que a permeiam. Uma trama de vias
urbanas necessariamente não define esses espaços, principalmente quando o
desenho urbano – seguindo ditames da arquitetura moderna – não faz coincidir os
limites do edifício com os limites do lote início da rua.
Áreas verdes
A vegetação em áreas urbanas possui muitas funções, sendo fundamental
para atenuar problemas ambientais e sociais enfrentados pelos usuários de áreas
externas em cidade de clima quente-úmido.
Segundo Higueiras (2006) não é comum estudar a localização, as espécies
e os portes de árvores e vegetação para um estudo de planejamento urbano. No
entanto, estes são os elementos mais completos para adaptar e proteger os espaços
abertos, com o intuído de manter o equilíbrio do ecossistema urbano, favorecer a
composição atmosférica, a velocidade dos ventos e umidade ambiental.
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Segundo Koenigsberger et al (1977) a vegetação tem um efeito
moderador sobre o clima local em amenizar a temperatura do ar, aumentar a
umidade relativa do ar, absorver a radiação solar e controlar o movimento do ar.
Para Spirn (1995) apud Duarte (2000) o efeito climático de um parque
sombreado estende-se às ruas adjacentes, suas folhas filtram a poeira do ar e
executam a evapotranspiração.
Para Givoni (1991) apud Duarte (2000), a influência desses parques
urbanos e espaços abertos no clima urbano se estendem somente a uma curta
distância em ambientes densamente construídos, contudo afirma que essas áreas
proporcionam área de lazer e descanso com clima agradável para seus usuários.
Umas das funções mais importantes da arborização no meio ambiente
urbano de lugares com clima quente-úmido, como o de São Luis-MA é o
sombreamento, sua principal finalidade é amenizar as altas temperaturas do ar na
estação sem chuvas (MASCARÓ; MASCARÓ, 2002).
È importante o profundo conhecimento da vegetação adequada, em
climas como o de São Luis, onde nos seis primeiros meses do ano chove
intermitentemente, devem-se evitar problemas como o excesso de sombreamento
sobre as calçadas nessa época do ano, podendo ocorrer acúmulo de limo, tornando-
as insalubres e escorregadias.
Segundo Duarte (2000, p. 89) a maior contribuição da vegetação é
sombra, em um dia quente de verão a temperatura média das paredes sombreadas
por uma combinação de árvores e arbustos é reduzida de 13,5ºC a 15,5ºC e que
trepadeiras reduzem a temperatura superficial dos fechamentos em 10ºC a 12ºC.
Permeabilidade (recobrimento do solo)
Segundo Araújo (2004) a permeabilidade do solo constitui-se num dos
atributos morfológicos condicionantes do clima urbano e da melhoria das condições
microclimáticas dos diversos espaços que formam as cidades.
Para Vidal (1991) a permeabilidade está relacionada com a capacidade
que tem o solo de armazenar água e interfere diretamente na evaporação e no
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Capítulo I: O conforto térmico em espaços externos
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conteúdo de umidade na atmosfera, os quais funcionam como amenizadores da
temperatura do ar. Assim, considera-se fator importantíssimo a escolha do tipo de
recobrimento do solo em áreas de clima quente-úmido, onde está localizada a
cidade de São Luis-MA.
O revestimento do solo interfere nas condições climáticas locais. Os
materiais de revestimento, não só pavimentação das ruas, mas no nível das
edificações, alteram sobremaneira as condições de porosidade e,
conseqüentemente, de drenagem do solo, acarretando alterações na umidade do ar
e pluviosidade locais (Figura 07).
Figura 07 – Tipos de pavimentação
Fonte: Arquivo próprio
Os elementos naturais são os mais recomendados e que melhor
respondem ao equilíbrio dos espaços urbanos, pois tendem a moderar os extremos
de temperatura do ar e estabilizar as condições microclimáticas. A vegetação deve
substituir, quando possível, qualquer tipo de pavimentação, pois a temperatura de
uma superfície de grama em dias ensolarados no verão fica bastante reduzida em
relação à superfície construída. Bustos Romero (2001) afirma que as superfícies
gramadas devem substituir as pavimentadas para reduzir a absorção da radiação
solar e reflexão sobre as superfícies construídas, além de promover a
permeabilidade do solo.
Enfim, a explanação e discussão das variáveis climáticas e ambientais
apresentadas estabelecem o referencial teórico utilizado para aplicação e
utilização das metodologias propostas nesse estudo quando da caracterização da
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Capítulo I: O conforto térmico em espaços externos
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sensação de conforto térmico da área objeto de estudo – o bairro do Renascença II -
na cidade de São Luis - MA.
1.2 Conforto térmico em ambientes externos
O conforto térmico é objeto de uma busca incessante. Uma pessoa
qualquer, muitas vezes ao dia, abre e fecha botões da gola e das mangas,
que sobe e desce. Retira seu paletó e o veste novamente. Abre e fecha
janelas. Ajusta as persianas. Sai pelos corredores ora em busca de café
quente, ora de água gelada. Caminhando pela rua sob o sol escaldante,
prefere o lado sob o beiral ou ao longo de um muro alto. Já no frio do
inverno, deverá inverter tal escolha, e chegando em casa numa tarde fria,
procura uma xícara de chá. Troca-se e encontra no fundo da gaveta
aquelas meias de lã muito velhas – nesta hora, não há peça mais
importante no guarda-roupa. E no meio da noite, é comum que jogue longe
as cobertas da cama para, horas depois, amanhecer encolhido de frio. São
gestos irrefletidos que fazem parte da rotina das pessoas, independendo
de sua classe social ou atividade profissional. Embora tomem tempo, não
são gestos agendados, são feitos quase inconscientemente (SCHMID, 2006,
p. 219 e 220).
Segundo Mallick (1996), o estado de conforto depende de uma soma de
fatores alguns quantificados e outros não. Os fatores quantificados são os
relacionados com os fatores ambientais, tais como: temperatura, umidade, e
velocidade do ar, estes giram em torno da dependência de fatores fisiológicos e até
psicológicos.
O conceito de conforto térmico
16
da ASHRAE
17
Standard 55 (2001) mostra
claramente esse fenômeno, ou seja, o conforto térmico não depende só de
variáveis físicas e fisiológicas, nem todas as pessoas têm a mesma sensação térmica
quando ocupam o mesmo ambiente. Os condicionantes psicológicos agem sobre os
condicionantes fisiológicos. Mesmo em situações mais constantes haverá pessoas
insatisfeitas.
Ocorrem situações em que esse equilíbrio acontece, mas
psicologicamente a pessoa pode desencadear comportamentos que aumentem seus
batimentos cardíacos, dessa maneira o conforto térmico será alcançado de forma
diferenciada.
16
“Conforto Térmico é aquela condição de pensamento que expressa satisfação com o ambiente térmico” (ASHRAE Standard
55). Esta definição deixa aberto o significado de condição de pensamento ou satisfação, mas enfatiza corretamente que o
julgamento de conforto é um processo cognitivo que envolve vários inputs influenciados por processo físicos, fisiológicos e
outros (ASHRAE, 2001).
17
ASHRAE - American Society of Heating, Refrigeration and Air Consitioning Engineers.
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Capítulo I: O conforto térmico em espaços externos
47
O conforto térmico está diretamente relacionado à sensação de bem-
estar do homem. O organismo humano, devido a evolução ao longo de milhares de
anos, desenvolveu alguns mecanismos que permitem sua adaptação ao meio, a fim
de obter essa sensação.
Bartholomei (2003, p. 7) citou a obra de Walter Bernan publicada em
1945 sobre a criação e controle de ambientes climáticos artificiais como
contribuição para o desenvolvimento da humanidade, para a preservação da saúde
e para longevidade do ser humano.
Em cidades de clima quente-úmido, consideradas como áreas onde os
seres humanos utilizam mais os espaços externos e onde o conforto térmico tem
sido negligenciado, nas últimas décadas, esses espaços têm se tornado
crescentemente preocupação dos pesquisadores.
Os ambientes externos do clima quente-úmido precisam ser considerados
tão importantes como os ambientes internos na vida da população de uma cidade,
assim como para a economia local. Muitas cidades passaram por um rápido
crescimento urbano freqüentemente sem muita preocupação com o conforto
térmico dos usuários.
Em áreas urbanas de clima quente-úmido, as atividades dos pedestres
podem ser concentradas no entorno das construções, onde são protegidos contra a
radiação solar direta e ventilados pela canalização dos ventos ocasionada pelas
construções.
O conforto térmico em ambientes externos usa mais do que nunca o
sistema termoregulador humano para lidar com as diferenças em relação ao meio
interno, nos ambientes externos a variação destas variáveis são grandes, elas
dependem da mudança constante do clima e da complexa morfologia urbana da
área.
Quanto aos condicionantes físicos que influenciam o alcance do
equilíbrio térmico foram considerados a temperatura e a umidade do ar, os ventos
e a radiação solar, como os principais dentre muitas outras variáveis.
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Capítulo I: O conforto térmico em espaços externos
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1.2.1 Sistema de equilíbrio térmico humano
O sistema do corpo humano é um sistema termodinâmico que produz
calor e interage termicamente como meio ao seu redor. Quando o calor total
trocado pelo organismo é igual à zero, está em equilíbrio térmico, e a primeira
condição para se obter o conforto térmico.
No balanço térmico do corpo humano, o excedente do calor metabólico
produzido tem que ser dissipado para o meio a fim de se manter a temperatura
interna do corpo constante. Existem três mecanismos: radiação, convecção e
evaporação (Figura 08).
Figura 08 – Troca de calor do corpo humano com o ambiente
Fonte: Adaptado de Koenigsberger (1977)
A radiação é um processo pelo qual a energia radiante é transmitida de
uma superfície quente para outra fria por meio de ondas eletromagnéticas. Essas
Ondas ao atingirem a superfície fria se transforma em calor.
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Capítulo I: O conforto térmico em espaços externos
49
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A remoção do calor por convecção ocorre quando o ar ambiente possui
uma temperatura inferior à do corpo humano, o calor do corpo é transferido pelo
contato do ar frio ao seu redor.
Se as condições do ambiente não permitem que o corpo humano perca
calor por convecção ou radiação de forma suficiente a regular sua temperatura
interna, o organismo aumenta a atividade das glândulas sudoríparas e perde calor
pela evaporação do suor em contato com a pele.
1.2.2 Condicionantes fisiológicos dos usuários dos ambientes externos
A sensação de conforto térmico dos usuários não depende somente da
interação incessante térmica entre o corpo humano e o seu meio. Esse conforto
depende além dos condicionantes físicos: temperatura e umidade relativa do ar,
velocidade dos ventos, mas também de fatores fisiológicos como temporalidade
(aclimatação ao meio), hábitos alimentares, altura, pelo tipo da vestimenta, tipo
de atividade e até condições psicológicas
18
.
A variação na troca de calor para o alcance de equilíbrio térmico que
ocorrem e o tempo reduzido gasto nesses ambientes são uns dos responsáveis pela
diferenciação na avaliação da sensação do conforto térmico em áreas externas, os
outros são: os condicionantes físicos (variações climáticas); fisiológicos (o corpo
humano reage diferentemente em ambientes externos); e finalmente psicológicos
(cada pessoa percebe o ambiente externo a sua maneira).
Temporalidade
A temporalidade é tempo de exposição da pessoa sob certo ambiente.
Em países industrializados, as pessoas tendem a passar cerca de 90% do seu tempo
em ambientes internos, esses pequenos períodos gastos em ambientes externos
tendem a ser curtos para o alcance do conforto térmico devido aos condicionantes
fisiológicos e psicológicos, especialmente em períodos muito quente ou muito frio
(HÖPPE, 2002).
18
Variáveis ambientais e psicofisiológicos – Para o primeiro grupo, consideraram-se a temperatura do ar, a umidade
relativa, a temperatura radiante média e a velocidade do ar. Pra o segundo grupo, consideraram-se a atividade, o vestuário,
o sexo, a idade, o peso e temporalidade.
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Capítulo I: O conforto térmico em espaços externos
50
Na avaliação da sensação de conforto térmico é importante o
conhecimento das informações históricas sobre o usuário, isso torna possível
detalhar os efeitos na sensação térmica recente, se o usuário estava em ambiente
mais frio, quando chegar num ambiente mais quente, sentirá um prévio
desconforto. Se o usuário estava praticando uma atividade física está com o
metabolismo elevado, alterando assim o seu equilíbrio com o meio (HÖPPE, 2002).
No estudo de Ahmed (2003), para pessoas que gastam muito tempo em
ambientes externos, a temporalidade não ofereceu modificação na avaliação do
conforto térmico, pois: como observação geral, o efeito de temporalidade
(exemplo: duração de exposição a um particular ambiente) usuários mais exposto
entre as pessoas categorizadas “internos”, os quais gastam um tempo considerado
em espaços internos (exemplo: trabalhadores de escritórios), isso oposto aos
usuários “externos”, que gastam uma grande quantidade de tempo em espaços
externos (vendedores ambulantes).
Dessa forma, percebeu-se que a temporalidade importa mais quando o
usuários não estão aclimatado ao meio, pessoas que passam pouco tempo em
espaços externos, dificilmente alcançaram a condição de conforto térmico.
Em estudo realizado por Höppe (2002), as diferenças das estações
também foram fundamentais nas diferenças encontradas nos resultados e
preferências em espaços externos. Assim, a sugestão para estudos mais profundos
em áreas que possuem mais variação de estações.
Em climas quente-úmidos onde a amplitude térmica ao longo do ano é
pequena, esse fator deve ser desconsiderado para a aclimatação dos usuários de
acordo com as mudanças das estações.
Clo (Resistência térmica da vestimenta)
Segundo Ruas (1999) apud Bartholomei (2003, p. 13), a remoção do calor
do corpo é dificultada pela roupa, pois esta diminui as trocas térmicas por
convecção, condução e radiação formando obstáculo entre o ar e pele. Para cada
tipo de roupa existe um índice de resistência térmica (clo) (Tabela 01).
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Capítulo I: O conforto térmico em espaços externos
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Tabela 01 – Vestimenta e valor correspondente do clo
ESTIMENT
clo
ESTIMENT
clo
ESTIMENT
clo
Meia calça 0,013 Camiseta 0,900 Blusa fina 0,168
Meia fina 0,032 camisa m. curta 0,200 Blusa grossa 0,368
Meia grossa 0,039 camisa m. comprida 0,277 Jaqueta 0,490
Calcinha e sutiã 0,052 Camisa grossa m. curta 0,252 Calça fina 0,258
Cueca 0,052 Saia grossa 0,219 Calça média 0,323
Cuecão longo 0,187 Vestido leve 0,168 Calça grossa 0,439
Camiseta hering 0,058 Vestido grosso 0,632 Sapatos 0,039
Fonte: Adaptado de COSTA, 2003a.
Nas zonas de desconforto no verão, as pessoas podem se adaptar aos
altos níveis de umidade do ar por remover roupas ou reduzir seus níveis de
atividade. Alta temperatura do ar somada a altos níveis de umidade do ar tende a
baixar o índice de conforto térmico, porém as altas temperaturas do ar são
compensadas quando a umidade é moderada. Mais uma vez a troca de roupa e a
taxa metabólica influenciam (SPAGNOLO; DE DEAR, 2002) (Figura 09).
Figura 09 – Condição comparativa apenas pela troca do índice clo – Software
Analysis CST
Fonte: LABEEE/UFSC, 2006a
Nesses casos, é preciso destacar que a velocidade do ar sentida em
ambientes externos é substancialmente maior que em ambientes internos e isto
ajuda a evaporar a perda de calor em altas temperaturas do ar e altos níveis de
umidade do ar. Isto indica que os limites de conforto interno não são diretamente
transferidos para ambientes externos.
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Capítulo I: O conforto térmico em espaços externos
52
Atividade física
A atividade física expressa em watts e segundo Costa (2003a, p.45)
quanto maior a atividade física desenvolvida (mais dinâmica), maior será o calor
gerado pelo metabolismo (Tabela 02).
Tabela 02 – Tipo de atividade e respectivo gasto em W/m²
A
tividade W/m²
Sentado 58
Em pé parado 70
Andando devagar 190
Andando médio 240
Andando rápido 280
Correndo 340
Fonte: Elaboração a partir de COSTA, 2003a
A velocidade da atividade é fator que altera o nível de conforto: Parado
gasta-se 58 W/m²(dormindo), Ativo gasta-se 340 W/m² (correndo ou pedalando).
Esta variável não se confirma, pois o corpo humano não é estável. A pessoa gasta
mais ou menos energia de acordo com a atividade e se estiver em estado de mais
ou menos stress.
Metabolismo
Segundo Givoni (1981, p. 21) o metabolismo é o processo pelo qual a
comida se combina no corpo com oxigênio gerando energia. Sua taxa e proporcional
ao peso do corpo. O nível mantido em descanso e deitado se refere ao metabolismo
basal, o nível metabólico mais baixo ocorre quando se dorme.
A taxa metabólica aumenta quando estamos em atividade, o corpo
produz energia, por isso a produção excessiva de calor varia com a taxa de
metabolismo global e depende da atividade.
Sexo
O sexo do usuário de ambiente externo também é um condicionante, do
ponto de vista fisiológico, espera-se que as mulheres prefiram temperatura do ar
ligeiramente mais alta, devido a sua taxa metabólica por unidade de área sob as
condições basais serem mais baixa que a dos homens.
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Capítulo I: O conforto térmico em espaços externos
53
Peso e idade
Pessoas com peso acima do normal tendem a sentir mais calor, sua
atividade metabólica é maior, assim como os jovens. Além disso, a gordura
subcutânea é um excelente isolante térmico. Segundo Costa (2003a, p. 47)
acredita-se que os idosos prefiram ambientes mais quentes que os jovens, sua
atividade metabólica é menor e a produção de calor dos processos vegetativos
tende a cair ligeiramente com a idade.
Alliesthesia
O conceito da Alliesthesia é apresentado com o mecanismo psicológico
que explica as diferenças nas sensações entre as estações (verão e inverno), isso
também pode explicar as diferenças sentidas de pessoas que acabaram de sair de
ambiente com condições muito diferentes e ainda não se adaptaram ao meio.
Em cidades de clima quente-úmido os ambientes internos climatizados
comumente possuem temperatura do ar bem abaixo da temperatura do ar externa.
Dessa forma, se a pessoa estiver no frio e for para um ambiente mais quente, o
calor será prazeroso, mesmo que esse estímulo se transforme calor ao longo do
tempo. Essa variável foi apontada nos estudo de Spagnolo e de Dear (2002).
1.2.3 Índices térmicos
Há muito tempo já foi reconhecido que é impossível expressar as
respostas humanas ao ambiente térmico em função de um único fator ambiental
como temperatura e umidade do ar, velocidade do ar, etc. (GIVONI, 1981, p.75).
Dessa forma é necessário avaliar o efeito combinado dos fatores
ambientais sobre as respostas fisiológicas e sensoriais do corpo em um único
parâmetro, conhecido como índice térmico. Contudo, isso não é tão simples assim,
a grande preocupação é se os resultados realmente expressam essa combinação
complexa e imprevisível como o conforto térmico em espaços externos.
Em ambientes internos, os determinantes ambientais de conforto
térmico possuem pouca variação na troca de calor. Já em ambientes externos,
esses determinantes possuem um comportamento complexo, assim requerem-se
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Capítulo I: O conforto térmico em espaços externos
54
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modelos de estado não-constante para avaliação de conforto térmico, a utilização
de modelos de estado constante tende a sobreestimar o desconforto térmico
(Hoppe, 2002; Spagnolo, de Dear 2002).
Em estudos anteriores o modelo matemático Predicted Mean Vote (PMV)
de Fanger (1972), que se destaca como teórico e correlaciona sensação térmica
com a atividade metabólica do corpo humano. O modelo utiliza três requisitos de
conforto. Primeiro é que o corpo humano vive em constante equilíbrio térmico com
o ambiente. Segundo que a temperatura média da pele pode ser um indicativo de
conforto e, terceiro, que existe uma taxa preferencial de sudação para o conforto,
que é em função da taxa metabólica.
As publicações mais recentes sobre os modelos matemáticos de conforto
térmico tiveram como conseqüência novos modelos complementares aos existentes
e seus cálculos são mais aproximados e os resultados são mais concludentes.
Quando ocorre a comparação ao PMV e a sensação real do conforto térmico e a
sensação térmica obtida através de aplicação de questionários com os usuários
desses ambientes externos ou naturalmente ventilados ocorrem variações (Normas
ASHRAE Stantard 55, 2001).
Para Lois e Labaki (2001) as pesquisas sobre o conforto térmico em
ambientes externos são mais complexas, já que este tipo de ambiente lida com as
mais diversas variações.
No presente estudo foi adotado o índice térmico PET
19
, o mesmo
utilizado na metodologia de análise bioclimática proposta por Katzschner(1997).
Para Matzarakis; Mayer; Izimon (1999) é preferível usar o PET em detrimento de
índices térmicos como PMV, o índice gera resultados mais compreensíveis aos
planejadores urbanos não familiarizados com a terminologia humana-
biometereológica moderna. Os resultados do PET podem ser apresentados
graficamente ou por meio de mapas bioclimáticos.
Neste tipo de estudo existem diversos índices que são coletados e
utilizados para a avaliação do conforto térmico, por causa das diferenças
19
Physiological Equivalent Temperature (COSTA, 2003a, p.47).
Análise Bioclimática do Bairro do Renascença II – São Luis-MA: realidade e perspectiva do conforto térmico em espaços externos
Capítulo I: O conforto térmico em espaços externos
55
encontradas entre os ambientes externos e internos, alguns índices já possuem
calibrações para a avaliação final do conforto térmico em ambientes externos.
(DUARTE, 2000)
Segundo Höppe (2002) não existem índices aceitos internacionalmente
para modelos de estados não constantes como o de ambientes externos. Pode ser
observado também que um fato percebido na avaliação de conforto térmico de
ambientes externos no estudo de Spagnolo e de Dear (2002) foi o cálculo da
Temperatura Radiante Média (TRM).
Estudos levantados mostram que a avaliação de conforto térmico em
ambientes externos é mais complexa do que apenas modelar efeitos fisiológicos,
concluindo que as sensações térmicas diferem das previstas por padrões de
conforto em ambientes internos. Vários parâmetros influenciam o conforto térmico
nos ambientes e esses parâmetros se diferem entre os ambientes internos e
externos.
1.3 A análise bioclimática como ferramenta para o
planejamento urbano
A cidade é um grande modificador do clima, a atividade humana, o
grande número de veículos, indústrias, prédios, o asfalto das ruas e a diminuição
das áreas verdes criam mudanças muito profundas na atmosfera local, modificando
assim a temperatura do ar, absorção de radiação solar, direção e velocidade dos
ventos e o regime de chuvas da região.
Essas mudanças não trazem só impactos para o meio ambiente físico,
mas como também para o ser humano. O conforto térmico sentido pelo corpo
humano é diretamente afetado pelas variáveis ambientais e psicofisiológicas. O
corpo humano é uma máquina térmica que constantemente libera energia e sente
qualquer mudança nos fatores ambientais que interferem na taxa de perda de calor
do corpo, tais como a radiação solar, temperatura do ar, umidade relativa do ar e
velocidade do vento.
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Capítulo I: O conforto térmico em espaços externos
56
A degradação ambiental nas cidades é ocasionada principalmente pela
aceleração da urbanização, a qual toma uma configuração e dimensões
inimagináveis e, é reflexo das profundas alterações nos diversos campos
(tecnológico, econômico, social e político) que a estruturação do capitalismo
resulta.
Observa-se que as cidades brasileiras são nitidamente resultados das
tendências urbanísticas seguidas mundialmente desde o movimento modernista, na
maioria das vezes, construídas sem nenhuma preocupação em se adequar ao meio
natural, dessa forma, provocando sérios impactos ambientais e baixa qualidade de
vida nas cidades. Segundo Costa (2003b):
No final da década de 70, é facilmente percebida a emergente
implantação de loteamentos urbanos com infra-estrutura urbana que não
consideravam as características ambientais locais, seguindo padrões
internacionais. Essa padronização trouxe impactos ambientais profundos
para as cidades brasileiras, pois a prática de ocupação sem padrões
mínimos em respeito às características locais não se detiveram somente a
grandes centros urbanos, passando a ser visível também em outros centros
urbanos do Brasil.
O mesmo modelo urbanista fordista, que pode ser identificado na
maioria das cidades brasileiras, inclusive São Luis, causa o crescimento de uma
cidade completamente nova, sem nenhuma referência urbanística ou arquitetônica
com sua cultura, com novos padrões de ocupação como a verticalização e ainda
utilização de novos materiais construtivos em dissonância com o meio natural.
A cidade de São Luis começa a sair da estagnação econômica nos anos 70
do século passado. Sua economia volta a crescer em meados da década de 80, em
decorrência da instalação das indústrias de minério e alumínio na década anterior.
Isso ocasiona um alto crescimento populacional, a nova tipologia urbana ocorre
mais especificamente no bairro do Renascença II.
Esse foi o principal fator para a escolha do bairro como áreas de estudo.
A forma da sua ocupação urbana, alta concentração de prédios verticais. Problemas
quanto a enchentes e o perceptível aumento da temperatura do ar. A área possui
várias configurações urbanas, além da concentração de prédios, existe área
predominantemente térrea; ora áreas ventiladas ora pouco ventiladas.
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Capítulo I: O conforto térmico em espaços externos
57
É a partir desse modelo que são encontrados os fatores que se
relacionam diretamente com a redução do conforto térmico e as modificações no
microclima das cidades. Além da falta do aproveitamento dos recursos naturais e o
desrespeito com as características morfológicas da área.
O clima urbano sendo o resultado da interação dos elementos climáticos
com os novos padrões de ocupação da cidade, e faz-se imprescindível conhecer
mais profundamente como esses elementos afetam o microclima a fim de que se
possam amenizar seus efeitos negativos e incrementar os positivos. Tarifa e Armani
(2001) indicam três níveis de análise dos fenômenos climáticos urbanos:
1. o que engloba toda a mancha urbana contínua da metrópole;
2. o das unidades topoclimáticas, onde as diferenças estão associadas aos
padrões de uso do solo, bem como às diferenças constatadas na
concentração de poluentes atmosféricos;
3. o nível do habitar, do viver e do trabalhar, onde interessam os
ambientes microclimáticos, tanto internos às edificações, como externos a
elas, nas ruas, praças, etc.
Duarte (2000) entende que “a arquitetura e o urbanismo atuam nos
níveis 2 e 3, para o planejamento, o desenho urbano e o projeto de edifícios”.
Dessa forma, esses elementos, onde suas características são estudadas por estudos
de vários autores (OLIVEIRA, 1988, KATZSCHNER, 1997 e BUSTOS ROMERO, 2001),
cujas metodologias serão utilizadas no objeto de estudo e discussão no presente
trabalho.
Concomitantemente à crescente preocupação com os impactos
ambientais da urbanização, no final dos anos 70 surgem convenções para tratar
sobre o futuro do planeta. Na primeira década das convenções ocorreram
basicamente negociações e determinação das regras de implementação do
equilíbrio no meio ambiente. O desafio agora, no entanto, é aplicar essas regras e
mover a mudança climática ao centro da elaboração de normas e ação nacional
pela sociedade civil mundial e econômica.
Os processos prescritos na Convenção ECO’92 têm se desenvolvido
rapidamente desde que foi adotado em 1992 (DEPLEDGE & LAMB, 2004). Como
exemplo das discussões, muitos dos problemas listados e das soluções para o
equilíbrio do meio ambiente na Agenda 21 têm raízes em atividades locais, assim,
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Capítulo I: O conforto térmico em espaços externos
58
as autoridades locais e seus planos de governo são um fator-chave para fazer o
desenvolvimento sustentável acontecer.
Os processos em andamento mostram que a Agenda 21, além de ser um
instrumento de promoção do desenvolvimento sustentável, é também um poderoso
instrumento de gestão democrática das cidades e validação social das propostas do
Estatuto da Cidade e seus respectivos Planos Diretores.
O Estatuto da Cidade é uma lei que abre possibilidades para o
desenvolvimento de uma política urbana com a aplicação de instrumentos de
reforma urbana voltados a promover a inclusão social e territorial nas cidades
brasileiras, considerando os aspectos ambientais, sociais e políticos da cidade.
Com o crescimento desordenado das cidades, torna-se importante o
conhecimento dos elementos ambientais, a fim de que se possam traçar estratégias
bioclimáticas e efetuar estudos que sejam capazes de identificarem as soluções
mais adequadas a cada tipo de clima e que a aplicação desses estudos se reverta no
aperfeiçoamento e adaptação dos instrumentos de legislação de planejamento
urbano.
A busca pelo aumento da qualidade do ar nas cidades, do conforto
térmico dos ambientes externos inclui a regulamentação de planejamento a
construção, essa metodologia tem sido divulgada no Brasil pelo professor Lutz
Katzschner, da Universidade de Kassel na Alemanha (KATZSCHNER, 1997).
Para Katzschner (1997) os aspectos mais preocupantes e complexos são a
poluição do ar e o conforto térmico, ambos devem ser considerados no
planejamento. Os métodos de investigação buscam derivar classificações espaciais
de zonas climaticamente caracterizadas, as quais conduzem a propostas de
planejamento específicas.
Com a análise geográfica de mapas de atributos da forma urbana, parte-
se para o diagnóstico que é combinado com uma descrição quantitativa do mesmo,
através de medições in loco de clima urbano das variáveis ambientais, e análise
estatística, que gera um mapeamento de padrões climáticos que inclui todos os
fatores em um único sistema de classificação climática.
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Capítulo I: O conforto térmico em espaços externos
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59
O método é uma ferramenta para o controle da poluição do ar e do
conforto térmico, e é capaz de identificar áreas que devem ser protegidas ou
melhoradas; áreas importantes para o microclima urbano; e áreas que apresentam
más condições climáticas (ARAÚJO, 2004).
As áreas que devem ser protegidas ou melhoradas por razões
climatológicas em cidades de clima quente úmido são aquelas importantes para
ventilação, áreas de captação de massas de ar fresco e sistemas de circulação local
com ventos urbano-rural, áreas onde o vento regional penetra na cidade. Áreas que
têm condições climáticas negativas, com recomendações para melhoramentos em
cidade de clima quente úmido estabelecem regiões com baixa ventilação e alta
poluição do ar dentro de espaços densamente construídos, ou com ventilação
reduzida devido a diferentes efeitos de barreira, além de temperaturas do ar
extremas.
Os estudos desenvolvidos acerca do método proposto por Oliveira (1993)
servem como base para o desenho urbano e leva em consideração o controle desse
ambiente climático, redefinindo os atributos bioclimatizantes da forma urbana.
Para Bustos Romero (2001, p.28) a urbanização excessiva significa, em
muitas ocasiões, colocar em segundo plano as características do local, incluindo
nesse descaso o relevo e outras características morfológicas do sítio. O impacto
negativo ao qual a população é submetida quando o construído transforma-se em
indutor de alterações climáticas pode ser evitado com um desenho adequado. Aqui,
a arquitetura bioclimática, uma etapa atual do movimento climático-energético, é
uma forma de desenho lógico que reconhece a persistência do existente, é
culturalmente adequada ao lugar e aos materiais locais e utiliza a própria
concepção arquitetônica como mediadora entre o homem e o meio.
No próximo capítulo a área de estudo, o bairro do Renascença II, foi
caracterizado e contextualizado no presente trabalho de forma detalhada, sua
formação, morfologia urbana e localização na cidade de São Luis-MA, da qual foi
feito um pequeno histórico e onde foram apresentadas as características climáticas
da cidade.
CAPÍTULO 2
Análise Bioclimática do Bairro do Renascença II – São Luis-MA: realidade e perspectiva do conforto térmico em espaços externos
Capítulo II: O bairro do Renascença II - São Luis-MA
61
2 O BAIRRO RENASCENÇA II
2.1 A cidade de São Luis - MA
A Ilha de São Luis está situada ao norte do Maranhão, estado da região
Nordeste. A Grande São Luis, como é chamada, compreende os municípios de São
Luis (onde está localizado o bairro do Renascença II), São José de Ribamar, Paço
do Lumiar e Raposa. São Luís se localiza entre as coordenadas 02°28’12” e
02°48’09” latitude (S); e 44°10’18” e 44°30’37” longitude (W), a sede municipal
possui uma altitude média de 24m e a cidade ocupa a maior parte da ilha (Figura
10), 827 km², aproximadamente 57% do território da ilha, cuja área somada ao
território dos outros três municípios chega a 1.453,1 km² (IBGE, 2000). A cidade
possui 957.515 habitantes com densidade populacional de 1157 hab/km² (IBGE,
2007)
Figura 10 – Mapa de localização da cidade de São Luis - MA
Fonte: Elaboração própria a partir de mapas do IBGE (2000) e IPLAN (2001)
A primeira divisão administrativa da Ilha de São Luis ocorreu no ano
1952, com a criação do município de São José de Ribamar, posteriormente, em
1959 houve a criação do município de Paço do Lumiar e somente em 1997 a Raposa
foi elevada a município (IBGE, 2000).
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Capítulo II: O bairro do Renascença II - São Luis-MA
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São Luis é a capital do Estado, sua criação data de 1612, apesar disso, o
crescimento urbano da cidade caracteriza-se como lento e linear até a década de
1950. Nesta época, apenas 664 hectares eram ocupados pela área urbana dentre
um território total de 145.310 hectares (IBGE, 2000). Para se ter uma idéia dessa
época, a população atingia a marca de 70.731 habitantes, em uma área com
tipologia ainda colonial.
Essa lentidão deve-se também ao modelo de concentração do
desenvolvimento nacional nas regiões sul e sudeste do país no início do Século XX,
impedindo a renovação urbana da cidade em um momento de modernização devido
à estagnação econômica no final dos anos 20 com o declínio da produção industrial
têxtil do estado.
Sua ocupação urbana teve um caráter linear por restringir-se a apenas
dois núcleos urbanos, do centro administrativo e econômico da cidade à parte
industrial da Vila Anil, cuja ligação se dava por uma linha de trem elétrico. Essa
área é divisora de águas entre os Rios Anil e Bacanga como mostra a área amarela
da Figura 11 (FERREIRA apud ARAÚJO, 2001).
Figura 11 – Mapa da ocupação da cidade até 1950
Fonte: Elaboração própria a partir dos mapas do IPLAN (2001)
Na década de 30, a cidade sofre algumas inexpressivas alterações
urbanas, e somente em 1958 que surge o “Plano de Expansão da Cidade de São
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Capítulo II: O bairro do Renascença II - São Luis-MA
63
Luis” de Rui Mesquita, mesmo não sendo implantado, é o ponto de partida e
norteia o crescimento da cidade em busca da conquista territorial nas décadas
seguintes.
Dois fatores foram decisivos para a expansão urbana da cidade a partir
dos anos 60, a construção da barragem do Bacanga ao sul do centro; e em seguida,
com a euforia econômica dos anos 70, através de órgãos federais de planejamento
foi possível a construção da Ponte Governador José Sarney como mostra a Figura
12, a ponte deu acesso facilitado a faixa litorânea, antes chamada de Ponta do São
Francisco, hoje a ponte é mais conhecida como Ponte São Francisco.
A Ponte São Francisco facilitou a acelerada ocupação da cidade nova e
modernista. A elaboração do Plano Diretor de São Luis de 1977 pelo Escritório Wit-
Olaf Prochnik, Arquitetura e Planejamento S.L.C seguiu a lógica funcional do Plano
de Expansão de 1958, e regulamentou o espaço urbano. (BURNETT, 2002).
Figura 12 – Mapa de ocupação urbana da faixa litorânea após 1970
Fonte: Elaboração própria a partir dos mapas do IPLAN (2001)
Contudo, é necessário ressaltar que outros fatores contribuíram para o
crescimento territorial e demográfico da cidade; de um lado, a implantação de
projetos industriais, nos quais se destacam o Complexo Portuário – Industrial e
Ferroviário da Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) e do Consórcio Alumínio do
Maranhão (ALUMAR), que foram responsáveis pela grande atração populacional no
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Capítulo II: O bairro do Renascença II - São Luis-MA
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final da década de 1970, a população era de 263.595 habitante; e a rápida
acessibilidade e intenso fluxo de pessoal do interior do estado propiciado pelo
asfaltamento da BR-135, único acesso terrestre a Ilha de São Luís até os dias atuais.
Para abrigar essa nova população, o plano diretor de 1977 determinava a
ocupação do espaço urbano de São Luis com um número elevado de conjuntos
habitacionais, e isso só se concretizou com os subsídios do Banco Nacional da
Habitação (BNH) e com loteamentos, a exemplo o Bairro do Renascença II e Calhau.
Nos anos 80, com a aprovação de gabarito de 6 pavimentos no Plano
Diretor de São Luis de 1982, inicia-se a consolidação do novo perfil construtivo em
bairros de classe média com a construção de cerca de 20 edifícios, entre 3-6
pavimentos, sobretudo nos bairros de São Francisco, Ponta d’Areia e Renascença II.
Antes disso, sob a regulamentação do Plano Diretor de 1978, o município permitia a
verticalização dessas áreas em no máximo 5 pavimentos (PRADO, 2002).
São Luis foi o primeiro município a apresentar em sua legislação urbana
os principais instrumentos urbanos do Estatuto da Cidade no Plano Diretor de São
Luis de 1992, um dos principais objetivos da Lei de Zoneamento deste ano foi o
incentivo à ocupação dos vazios urbanos existentes na cidade.
Segundo Espírito Santo (2006):
Os índices urbanísticos distribuídos pelo território municipal seriam
responsáveis pelas densidades projetadas ao longo deste, que garantiriam
uma ocupação induzida nos vazios urbanos identificados. Estas densidades,
porém, quando comparadas às densidades atuais, revelam a grande
concentração construtiva apresentada apenas em alguns pontos da cidade –
em particular SOBRE áreas do Loteamento Boa Vista (Renascença II).
(ESPÍRITO SANTO, 2006, p. 80)
O incentivo a essa ocupação foi efetivado através dos índices
urbanísticos, que em vários trechos da área urbana tiveram, por exemplo, seu
gabarito ampliado de forma significativa (de seis para doze pavimentos), e que
reforçados pela implantação do solo criado
20
, possibilitou edifícios de até 15
andares, verticalizando vertiginosamente o bairro do Renascença II.
20
Solo criado - É a permissão onerosa do Poder Público ao empreendedor para fins de edificação em Área de Ocupação
Intensiva, utilizando-se de estoques construtivos públicos (REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL, 2003).
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Capítulo II: O bairro do Renascença II - São Luis-MA
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2.2 Localização e característica do bairro em estudo
A área de estudo é uma fração urbana de 56,5 hectares, ou seja, 565 mil
m² do Bairro do Renascença II, mais precisamente, Loteamento Boa Vista.
Compreende 29 quadras de tamanhos diversos. A área está localizada nas
coordenadas 2°29’55”,9 lat. (S) e 44°17’15”,9 long. (W). Ao norte tem limites com
os bairros Ponta do Farol e Ponta d’Areia, a leste também com a Ponta d’Areia, ao
sul com Renascença I e Santa Eulália, este último tem limite até a Oeste.
A fração urbana estudada era mangue, o qual circundava o já não
existente Igarapé da Jansen. O aterramento feito na década de 70 destruiu o
Igarapé a fim de ligar o bairro do São Francisco à Ponta d’Areia, facilitando ainda
mais o acesso a faixa litorânea. Desse aterramento originou-se a Lagoa da Jansen
como mostra a Figura 13, sua urbanização em 2001 passa a agregar valor ao bairro
do Renascença II. Segundo a Lei de Zoneamento, Uso e Ocupação do Solo de 1992,
a parte à oeste da área de estudo está localizada na ZR2
21
e a outra parte na
ZR9
22
, ambas as zonas permitem a construção de até 15 pavimentos (solo criado) e
alta densidade construtiva (Anexo A).
Figura 13 – Mapa de localização da área de estudo
Fonte: Elaboração própria a partir dos mapas da SEPLAN (2001)
21
ZR2 – Zona Residencial 2 (SÃO LUÍS, 1992).
22
ZR9 – Zona Residencial 9 (SÃO LUÍS, 1992).
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Capítulo II: O bairro do Renascença II - São Luis-MA
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66
Por conseguinte, a inauguração do Shopping Tropical, em 1986, mudou
os rumos urbanísticos da área, passa a influir no mercado imobiliário do bairro e
este passa a pressionar a mudança do gabarito de 5 para 10 pavimentos,
provocando a consolidação desse novo padrão residencial e valorizando o metro
quadrado do bairro.
Enquanto na década de 80, os lotes do bairro Renascença II eram
comprados por pessoas físicas, dentre estas, profissionais liberais interessados em
terrenos para a instalação de clínicas médicas e odontológicas, escritórios de
advocacia, depois da construção do pólo comercial Shopping Tropical Center.
Na década 90, o perfil desses compradores foi substituído por pessoas
jurídicas, representadas geralmente por construtoras e incorporadoras. Foi a partir
desse momento que se configurou de forma mais intensa o processo de
verticalização e as construções eram freqüentemente edifícios multifamiliares
(CARVALHO, 1995 apud ARAÚJO, 2001).
Além dos incentivos urbanísticos proposto pelo plano diretor de 1992,
segundo Burnett (2002) a construção do primeiro shopping center da cidade no
Bairro do Renascença II provoca a alta concentração de prédios na área. O fato
importante é que em apenas 20 anos o limite de gabarito permitido para
verticalização na cidade salta de 5 para 15 pavimentos.
[...] a implantação do primeiro shopping-center da cidade, no bairro do
Renascença II, cujo sucesso comercial provocaria a primeira concentração
residencial verticalizada e mudaria os rumos e os ritmos da urbanização
ludovicense. A partir da construção deste pólo comercial passa a existir
entre os agentes do mercado imobiliário uma convenção urbana quanto à
oportunidade e pertinência dos investimentos naquela área; as pressões
para mudar o gabarito das edificações não demoram a surgir para
consolidar um novo padrão residencial, os edifícios em altura, compatíveis
com o valorizado preço do metro quadrado de terreno.
O bairro do Renascença II é considerado uma área nobre e privilegiada,
por estar próximo às praias, relativamente perto do centro histórico-cultural, do
centro administrativo da cidade (Figura 14) e por possuir excelente infra-estrutura
urbana, com: escolas, mercados, shopping e outros empreendimentos.
A
nálise Bioclimática do Bairro do Renascença II
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A
nálise Bioclimática do Bairro do Renascença II
São Luis-MA: realidade e perspectiva do conforto térmico em espaços externos
Capítulo II – O bairro do Renascença II: São Luis-MA
68
O aumento na densidade construtiva implantada na malha urbana, quando
comparada à baixa densidade da ocupação anterior – caracterizada por unidades
residenciais térreas – compromete as condições ambientais do local e provoca a
ociosidade de alguns lotes entre altas torres, assim como as casas térreas, que
podem ser observadas na Figura 15.
Figura 15 – Casas térreas do Renascença II
Fonte: Arquivo próprio, 2004
A presença de lotes estreitos entre os prédios altos ocasiona uma
diminuição na velocidade da construção de novas construções verticais no início dos
anos 2000. Contudo, a urbanização da Lagoa da Jansen em 2001 e a excelente
infra-estrutura urbana do bairro fazem com que a paisagem do bairro continue a se
modificar, esse processo intenso pode ser constatado pela aglomeração de prédios
apresentada, a seguir, pela Figura 16.
Figura 16 – Skyline do bairro do Renascença II
Fonte: Arquivo próprio,2004
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Capítulo III: A análise bioclimática em espaços externos
69
Hoje, muitos desses lotes estão se condensando e dando lugar a novas
edificações verticais, esse crescimento volta a adquirir força nos últimos três anos,
a Figura 17 mostra vários prédios em construção.
Figura 17 – Foto de edifícios em construção no Renascença II
Fonte: Arquivo próprio, 2005
Essa mudança contínua na paisagem e uso do solo do bairro chama a
atenção quanto às modificações que o microclima da área pode estar sofrendo,
haja vista que o aumento da massa construída para aquecimentos pela radiação
solar e a crescente emissão de calor resultante da atividade antrópica sempre
ocorre em áreas altamente urbanizadas.
O bairro apresenta os mais diversos tipos de uso (residencial – unifamiliar
e multifamiliar, comercial, serviço e misto). Embora o uso residencial seja ainda o
mais freqüente, existem muitas escolas e universidades, a Figura 18, mostra o
Colégio/Universidade Dom Bosco em franco crescimento e expansão.
Figura 18 – Foto recente da paisagem do bairro do Renascença II
Fonte: Arquivo próprio, 2005
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Capítulo III: A análise bioclimática em espaços externos
70
Patricia Vieira Trinta PPGAU/UFRN
Dessa forma, as diferentes formas de ocupação do solo caracterizam
diferentes ambientes climáticos, definidos pelos materiais utilizados na construção
deste espaço, pela ausência de áreas verdes, pela concentração das edificações e,
também pela impermeabilização dos solos.
Em virtude desse expressivo crescimento demográfico, nos últimos 20
anos, os efeitos causados por estas modificações ainda são pouco conhecidos,
embora sejam percebidos na pele, sobretudo na temperatura do ar. A fração
urbana estudada continua a passar por processo de adensamento urbano, com o
contínuo surgimento de estruturas verticais que servem de obstáculo para a
ventilação, tornando necessário um estudo detalhado sobre sua morfologia urbana
e modificações climáticas, a fim de que a qualidade de vida do bairro seja
assegurada.
2.3 Clima da cidade de São Luis - MA
O clima de São Luis é do tipo AW, Tropical Úmido, segundo a
classificação de Köeppen apud Ayoade (1986). O clima da região também pode ser
caracterizado como Equatorial Quente-Úmido. Com base nos dados climáticos das
Normais 1960-1990
23
de São Luis (Tabela 03), as temperaturas médias do ar
oscilam entre 25,7ºC em fevereiro e julho e 27,0ºC em novembro. Na Tabela 03,
para a confirmação da característica úmida do clima, observa-se o comportamento
dos índices de umidade relativa do ar ao longo do ano, no mês de abril a média
alcança a marca de 90%, enquanto que mês de novembro, mês de poucas chuvas,
esse número baixa para 79%.
Tabela 03 – Normais 1960-1990 de São Luis – MA
NORMAIS DE SÃO LUIS - 1960-1990
VARIÁVEIS Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
TEMP MÉD. MÁX (°C) 30,00 29,40 29,40 29,60 30,10 30,40 30,20 30,70 31,00 31,20 31,40 31,10
TEMP MÉD. MIN (°C) 22,30 23,10 23,00 23,10 23,10 22,90 22,60 23,00 23,50 23,70 24,00 22,90
TEMP MÉD. (°C) 26,10 25,70 25,80 25,80 25,90 25,90 25,70 26,00 26,40 26,60 27,00 26,80
UMIDADE (%) 85,00 88,00 89,00 90,00 89,00 86,00 86,00 84,00 81,00 81,00 79,00 81,00
Fonte: INMET, 1992.
23
Normais Climáticas - são obtidas através do cálculo das médias de parâmetros meteorológicos, obedecendo critérios
recomendados pela Organização Meteorológica Mundial (OMM). Essas médias referem-se a períodos padronizados de 30
(trinta) anos, sucessivamente, de 1901 a 1930, 1931 a 1960 e 1961 a 1990 (INMET, 2006).
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Capítulo III: A análise bioclimática em espaços externos
71
A região está localizada dentro do chamado cinturão equatorial, o que
lhe confere temperaturas do ar com média anual – 26,1°C e com pequenas
amplitudes anuais (7,1°C), as maiores variações de temperatura do ar se dão ao
longo do dia com amplitude de 8,5°C (ESPÍRITO SANTO, 2006).
A Tabela 04 traz a comparação entre as médias anuais das Normais de
São Luis – 1960-1990 e as médias anuais dos dados climáticos obtidos no site do
INPE (2006), dados mais recentes. Contudo, é importante apontar que as duas
estações metereológicas comparadas nesta caracterização climática estão
localizadas em pontos distintos na cidade de São Luis, mesmo sendo áreas pouco
urbanizadas, essa distância pode gerar diferenças sem que haja modificações reais
nas modificações nas variáveis climáticas.
Tabela 04 – Comparação dos dados de temperatura do ar - Normais 1960-1990 e
INPE de São Luis – MA 1992 - 2005
M
É
DIAS ANUAIS DE TEMPRATURA DO AR (°C) E UMIDADE RELATIVA DO AR(%)
VARIÁVEL NORMAIS - 1960-90
1992-2005* DIFERENÇA
TEMP MÉD. (°C) 26,1 28,0 1,9
Fonte: INMET, 1992; INPE, 2006
A Figura 19 apresenta a elevação das médias da temperatura do ar em
São Luis, percebe-se uma uniformidade nessa variação com valor próximo ao visto
na tabela anterior.
25,5
27,5
29,5
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
C)
DIASMEN SAISDETEMPERATURADOAR
Normais 19601990 19922005
Figura 19 – Gráfico comparativo das normais climatológicas (1961-1990) e as
médias mensais da temperatura do ar em São Luis – INPE (1992-2005)
Fonte: INMET, 1992; INPE, 2006
A Figura 20, a seguir, apresenta o comportamento das médias máximas
da temperatura do ar ao longo dos meses entre o período de 1992-2005, assim
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Capítulo III: A análise bioclimática em espaços externos
72
como as médias mínimas ocorridas na região, mais uma vez, ambas comparadas
com as Normais de 1960-1990.
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
35
36
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
C)
TEMPER ATU RADOAREMOLUÍSMA
diadaMáx.19922005 diadaMáx.Normais196090 diadaMin.199
2
2005
diadaMin.Normais196 090 Máx.Adsoluta20 032005 Min.Absoluta20032005
Figura 20 – Gráfico comparativo das médias máximas e médias mínimas da
temperatura do ar de São Luis – MA entre as normais climatológicas (1961-1990)
e INPE (1992-2005)
Fonte: INMET, 1992; INPE, 2006
Observa-se que na Figura 20 as médias máximas não têm alteração
maior que 2°C no decorrer do ano, os valores mais elevados podem ser vistos no
segundo semestre, nos meses de setembro a dezembro; a mesma regularidade
ocorre com as mínimas, deve-se levar em consideração de que a diferença ocorrida
nas médias mínimas mais baixas ocorre no primeiro semestre, período do verão-
outono chuvoso.
A Figura 20 mostra ainda o comportamento das máximas absolutas
ocorridas entre os anos de 2003-2005, cuja suave diferença entre as máximas não
ultrapassa 1,5°C, o pico ocorre no mês de novembro com 35°C, já nas mínimas
absolutas é possível identificar a variação da temperatura do ar mínima absoluta de
2,5°C, no mês de julho chega a 20°C.
Essa oscilação térmica reduzida decorre da baixa posição latitudinal e
dos registros máximos de temperatura do ar antecederem o início das chuvas. A
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Capítulo III: A análise bioclimática em espaços externos
73
Figura 21 apresenta as médias da umidade relativa do ar ao longo dos meses e faz
ainda a comparação entre as Normais 1960-1990 e os dados mais atuais de São Luis.
Segundo Araújo (2002, p.70),
através dos deslocamentos da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT)
entende-se a dinâmica climática da região, essa depressão barométrica
posicionada no Hemisfério Norte, na altura do paralelo 5°N ao penetrar no
Maranhão no sentido nordeste-sudeste, adquire grande importância no
regime pluviométrico, a partir do verão e, principalmente, no outono,
quando ocorrem as chuvas mais abundantes e diárias.
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Jan Fev Mar Abr Mai Jun J ul Ago Set Out Nov De z
(%)
UMIDADERELATIVADOAR‐ OLUISMA
19922005 NORMAIS19601990
Figura 21 – Gráfico comparativo da umidade do ar em São Luis – MA entre as
normais climatológicas (1961-1990) e INPE (1992-2005)
Fonte: INMET, 1992; INPE, 2006
A Figura 22 traz a carta solar de São Luis, que permite conhecer
detalhadamente o movimento solar e torna possível o conhecimento sobre várias
estratégias a serem tomadas no planejamento de um sitio urbano. Aliás, os autores
destacam que a caracterização dos períodos climáticos de uma região é
fundamental no apoio nessa etapa de tomada de decisão.
A carta solar mostra a proximidade da cidade São Luis à Linha do
Equador, essa baixa latitude ocasiona altos índices de ganho de calor, porém, a
maritimidade torna o clima da região complexo em relação a variedade do ponto
de vista pluviométrico, porém regular em relação as diferenciações térmicas.
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Capítulo III: A análise bioclimática em espaços externos
74
Figura 22 – Carta solar da cidade de São Luis – MA
Fonte: LABEEE/UFSC, 2006b
O período chuvoso ocorre de janeiro a junho e o seco ocorre de julho a
dezembro (FERREIRA apud ARAÚJO, 2001), os meses em que mais chove são:
fevereiro, março, abril e os mais quentes e secos são: setembro, outubro e
novembro como pode ser observado na Tabela 05. A região apresenta precipitações
pluviométricas médias anuais de aproximadamente 2000mm (ESPÍRITO SANTO,
2006). A tabela a seguir mostra o regime pluviométrico da cidade de São Luis nos
últimos quatro anos e a totalidade a cada ano.
Tabela 05 – Regime pluviométrico de São Luis – MA 2003-2006*
REGIME PLUVIOM
É
TRICO DE SÃO LUIS
ANO Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez TOTAL
2003 263,80 434,30 396,50 286,25 151,50 176,75 33,75 30,50 20,50 2,25 6,50 56,00 1858,50
2004 376,30 321,75 208,75 325,00 214,75 117,25 194,25 65,50 6,50 2,00 2,50 0,25 1834,75
2005 78,75 198,80 245,00 237,30 242,50 236,30 124,00 5,50 1,00 3,25 1,25 130,30 1503,75
2006* 205,00 216,00 272,25 479,25 292,75 131,75 45,75 18,50 15,50 0,00 28,75 1705,50
Fonte: INPE, 2006.
Nota: * Dados climáticos obtidos até o dia 22.11.2006
A maior variabilidade, entretanto, ocorre por conta do regime
pluviométrico que apresenta grande irregularidade interanual, cerca de 90% dessa
chuva cai no primeiro semestre do ano, como mostra a Figura 23. Os meses de
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Capítulo III: A análise bioclimática em espaços externos
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excesso hídrico provocam alagamento na fração urbana de estudo. Nos meses de
outubro e novembro a chuva é praticamente inexistente.
0
50
100
150
200
250
300
350
400
450
500
Jan Fev Mar Abr Mai Jun J ul Ago Set Out Nov De z
(mm)
PLUVIOMETRIADESÃOLUIS‐ ANOS20032006*
2003 2004 2005 200 6
Figura 23 – Gráfico da pluviometria em São Luis – MA (2003-2006)
Fonte: INPE, 2006.
Por outro lado, a Figura 24 mostra que é nos meses de outubro e
novembro o período em que a velocidade média dos ventos alcançadas são altas,
chegando a 7m/s.
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
3,5
4
4,5
5
5,5
6
6,5
7
7,5
8
8,5
Jan Fev Mar Abr Mai J un Jul Ago Set Out Nov Dez
(mm)
VELOCIDAMÉDIADOSVENTOSDESÃOLUIS‐ AN OS 20032006*
2003 2004 2005 200 6
Figura 24 – Gráfico da velocidade dos ventos em São Luis – MA (2003-2006)
Fonte: INPE, 2006.
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Capítulo III: A análise bioclimática em espaços externos
76
É nesse mesmo período que a direção dos ventos permanece semelhante,
oscilando entre 40° e 70°, ou seja, ventos NE. Isto pode ser observado na região
escurecida do gráfico na Figura 25, onde ocorre a incidência dos ventos nordeste.
A época de maior variação na direção dos ventos ocorre entre os meses de abril e
junho.
Figura 25 – Gráfico da direção dos ventos de São Luis – MA (2003-2006)
Fonte: INPE, 2006.
É imprescindível na caracterização do clima urbano, a observação do
caminho do vento proveniente do mar (ventos alísios), um agente importante na
amenização climática, aumentando a perda de calor por evaporação.
Essa caracterização além de fundamental para tomada de decisão de
projeto é importante para se conhecer as condições de conforto de uma localidade.
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Capítulo III: A análise bioclimática em espaços externos
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Bustos Romero apud Costa (2003a) enfatiza que para o clima do tipo quente e
úmido, os elementos a serem controlados são temperatura do ar, ventos, umidade
do ar, radiação e precipitações como mostra o Quadro 01 a seguir.
Quadro 01 – Elementos do clima a serem controlados
ELEMENTOS DO CLIMA A SEREM CONTROLADOS
TEMPERATURA DO AR
Reduzindo a produção de calor e em razão da condução e da convecção
dos impactos externos
VENTOS Aumentando o movimento dos a
r
UMIDADE
Evitando a absorção e diminuir a pressão de vapor. Promovendo a
evaporação
RADIAÇÃO Reduzindo a absorção de radiação
PRECIPITAÇÕES Proteção máxima dos espaços públicos
Fonte: COSTA, 2003a.
Segundo a carta psicométrica (LABEEE, 2006b), considerando as normais
da cidade de São Luis, a situação de desconforto pode ser resolvida em sua maior
parte com o incremento da ventilação, no entanto, tem período em que para se
alcançar o conforto térmico é necessário o condicionamento do ar.
Estudos bioclimáticos de Lamberts (2004) pelo ano climático de
referência para São Luís apontam a ventilação natural como a principal estratégia
de conforto: como mostra o gráfico a seguir (Figura 26) das horas do ano, 1,4% é
zona de conforto
24
sem intervenção bioclimática, que estão localizados na zona 1
do gráfico e 98,5% são de desconforto por calor, desse percentual, que estão
distribuídos na zona 2, 82% destas podem ser resolvidas pelo incremento da
ventilação
25
, do restante de 16,5%, 10% por ar condicionado
26
, 1,1% por massa
térmica para resfriamento
27
, 1,7% por massa térmica para resfriamento e
ventilação, 3,4% por ventilação, massa térmica para resfriamento e resfriamento
evaporativo
28
e 0,1 por massa térmica para resfriamento e resfriamento
evaporativo.
24
Segundo Lamberts (2004, p.106) nas condições climáticas por esta zona haverá uma grande probabilidade de que as
pessoas se sintam em conforto térmico no ambiente.
25
Se a temperatura ultrapassar 29º C ou a umidade relativa for superior a 80%, a ventilação pode melhorar a sensação
térmica (LAMBERTS, 2004, p.106).
26
Em algumas regiões o clima pode ser muito severo, ultrapassando limites de temperatura e umidade relativa que tornam
possível a aplicação de alguns sistemas passivos para resfriamento (LAMBERTS, 2004, p.108).
27
O uso da inércia térmica de uma edificação diminui a amplitude da temperatura interior em relação a exterior, evitando
os picos (LAMBERTS, 2004, p.108).
28
A evaporação da água pode reduzir a temperatura e simultaneamente aumentar a umidade relativa de um ambiente.
(LAMBERTS, 2004, p.107)
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Capítulo III: A análise bioclimática em espaços externos
78
0
5
10
15
20
25
30
0
5
10
15
20
25
30
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
TBS[°C]
TBU[°C]
W[g/kg]
UFSC - ECV - LabEEE - NPC
ZONAS:
1
1. Conforto
2
2. Ventilacao
3
3. Resfriamento Evaporativo
4
4. Massa Térmica p/ Resfr.
5
5. Ar Condicionado
6
6. Umidificação
7
7. Massa Térmica/ Aquecimento Solar
8
8. Aquecimento Solar Passivo
9
9. Aquecimento Artificial
10
10.Ventilação/ Massa
11
11.Vent./ Massa/ Resf. Evap.
12
12.Massa/ Resf. Evap.
Figura 26 – Carta bioclimática com as normais da cidade de São Luis – MA
Fonte: LABEEE/UFSC, 2005
Tanto pelos dados climáticos das Normais de São Luis como pelos dados
do TRY (Temperature Reference Year) a implementação da ventilação a estratégia
eficiente para maior parte dos casos de desconforto térmico, como mostra a Figura
27.
Figura 27 – Carta bioclimática TRY da cidade de São Luis – MA
Fonte: Lamberts, 2004.
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Capítulo III: A análise bioclimática em espaços externos
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79
Após a apresentação das características morfológicas do Bairro do
Renascença II e o clima da cidade de São Luis, no próximo capítulo são dispostos os
procedimentos metodológicos utilizados na coleta e análise dos dados
CAPÍTULO 3
Análise Bioclimática do Bairro do Renascença II – São Luis-MA: realidade e perspectiva do conforto térmico em espaços externos
Capítulo III: A análise bioclimática em espaços externos
81
3 A ANÁLISE BIOCLIMÁTICA EM ESPAÇOS
EXTERNOS
Neste capítulo, os procedimentos metodológicos estão dispostos com o
intuito de descrever a forma de como o trabalho traçou seus primeiros passos,
desde a escolha do assunto, tema e elaboração de seu problema de pesquisa, até o
a determinação de seus objetivos e ainda as estratégias traçadas para a elaboração
de seu referencial teórico, análise e tratamento dos dados coletados.
A análise bioclimática urbana é o assunto da pesquisa e o tema é a
relação entre a forma urbana e o conforto térmico no Bairro do Renascença II em
São Luis - MA. Trata-se de uma pesquisa aplicada que objetiva gerar conhecimentos
acerca da área de estudo que visem ações que diminuam os problemas específicos
encontrados.
O método adotado é indutivo experimental (levantamento de campo de
variáveis micro-climáticas e respostas subjetivas) e dedutivo (simulação de modelos
preditivos). A pesquisa possui duas etapas consecutivas que podem ser claramente
bem definidas, a primeira é o estudo da relação da forma construída e as
modificações microclimáticas no ambiente externo do bairro e a segunda é a
avaliação do conforto térmico dos usuários desta área de estudo em decorrências
das modificações ocorridas.
O estudo segue o método dedutivo, este método usa a pesquisa
bibliográfica na busca de fundamentação teórico-metodológica a cerca da relação
do meio construído, o microclima e o conforto térmico de usuários de ambiente
externo. Para a sua efetivação foram utilizados livros, teses e dissertações,
periódicos, anais de congressos e homepages que tratam do assunto.
A pesquisa de caráter qualitativo é baseada no levantamento de mapas
que descrevem as características morfológicas da área de estudo e a elaboração de
fichas bioclimáticas que descrevem de forma completa o entorno, o piso e a
fachada de pontos pré-determinados pelos métodos de análise interpretativos
utilizados.
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Análise Bioclimática do Bairro do Renascença II – São Luis-MA: realidade e perspectiva do conforto térmico em espaços externos
Capítulo III: A análise bioclimática em espaços externos
82
A pesquisa de caráter quantitativo é baseada na exploração e
interpretação dos dados obtidos através das medições e questionários das variáveis
ambientais e dos parâmetros pessoais de conforto térmico.
Depois da pesquisa bibliográfica feita para o desenvolvimento da
fundamentação teórico-metodológica do estudo, é realizada a pesquisa documental
da base cartográfica existente do Bairro do Renascença II, que auxilia a sua
atualização através do levantamento in loco para então dar-se início a aplicação
dos métodos escolhidos, com a análise e interpretação dos mapas elaborados.
Os três métodos de análise adotados a seguir são: Katzschner (1997), que
foi complementada com os estudos de Oliveira (1988) e Bustos Romero (2001). Tais
métodos já foram aplicados em análises bioclimáticas anteriores, tais como: da
cidade de Natal-RN (ARAÚJO et al., 2000), o bairro de Petrópolis na cidade de
Natal-RN (COSTA, 2003a), praia da Pipa no Estado do Rio Grande do Norte (SENA et
al., 2003), no bairro de Ponta Negra em Natal-RN (TRINTA; CARMO FILHO;
GONÇALVES, 2005) e Teresina/PI (CASTELO BRANCO, 2001).
Desta forma, o trabalho realiza-se com base nas etapas que serão
tratadas nos subcapítulos seguintes.
3.1 Métodos adotados
O primeiro método aplicado foi o desenvolvido pelo professor Lutz
Katzschner da Universidade de Kassel na Alemanha (KATZSCHNER, 1997). Este
método norteia o estudo, por sua capacidade de identificar áreas a serem
protegidas e melhoradas, informação importante a ser estabelecida no
planejamento urbano.
As condições humano-metereológicas são indispensáveis à avaliação do
meio urbano. Os principais aspectos a serem observados no ambiente urbano são a
poluição do ar e o conforto térmico.
O planejamento urbano precisa de um mapa detalhado do clima para
que seja elaborada uma política de renovação das massas de ar. Para analisar a
qualidade do ar sugerem-se os seguintes critérios:
Correntes de ar para a troca das massas de ar (de fora para
dentro);
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Análise Bioclimática do Bairro do Renascença II – São Luis-MA: realidade e perspectiva do conforto térmico em espaços externos
Capítulo III: A análise bioclimática em espaços externos
83
A produção e o movimento descendente das massas de ar frio;
Sistemas locais de circulação (interno).
Para melhorar a qualidade térmica analisa-se a ilha de calor em conjunto
com a freqüência de calor ou frio. Os critérios de análise recomendados para a
análise da ilha de calor são:
Temperatura do ar, para a tensão frio e quente;
Variedade climática de 150,00m;
Variação diária da temperatura do ar.
Conforme os objetivos, os dados metereológicos e humano-
biometereológicos são transformados em critérios de planejamento. Velocidade e
padrões de vento, temperatura do ar, umidade e radiação têm que ser expressas
nesses critérios.
Os objetivos são:
Melhorar os sistemas de circulação local do ar (interno);
Aumentar a ventilação para melhoria da qualidade do ar ou
diminuir a ilha de calor (de fora pra dentro / renovação do
ar);
Reduzir a radiação de ondas longas para melhorar as condições
térmicas.
As metas estabelecidas através da conexão entre o planejamento e o
clima urbano são:
Redução da poluição do ar;
Desenvolvimento da vida urbana;
Melhorias na qualidade de vida no entorno das edificações.
Para alcançar essas metas, deve-se desenvolver a análise do clima
urbano para descrever as características climáticas e classificá-las. Para isso, faz-se
uma análise qualitativa dos mapas de topografia, uso do solo, altura das
edificações e vegetação. E incluir os fatores metereológicos, não apenas como
dados, mas como resultados de uma análise combinada do espaço urbano estudado.
O planejamento climático deve ser orientado de acordo com as seguintes
categorias:
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Capítulo III: A análise bioclimática em espaços externos
84
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Áreas com baixa ocupação urbana e precisam de planejamento
e definição de índices urbanísticos que objetivem a qualidade
térmica local;
Áreas consolidadas que possuem qualidade térmica e precisam
ser preservadas;
Áreas consolidadas que possuem baixa qualidade térmica e
precisam de melhoramentos.
Para elaboração dos mapas de topografia, áreas verdes, alturas das
edificações, uso do solo e recobrimento do solo, os quais são peças centrais para o
método descrito foram utilizadas fotos aéreas, material fotográfico, bases
cartográficas (IPLAN
29
, 2001; SEMTHURB
30
, 2001) e pesquisa de campo para
atualização das informações dos mapas.
A base cartográfica disponível possui informações quanto à topografia,
divisão de quadras e lotes, a partir da base foi elaborado o mapa de topografia,
para a confecção dos outros mapas, o de uso e ocupação do solo, de áreas verdes,
altura das edificações e tipo de recobrimento do solo foram utilizadas fotos aéreas
(SEMTHURB, 2001; GOOGLE, 2006) e levantamento in loco (Agosto, 2005)
É proposta a elaboração de 5 (cinco) mapas da área de estudo, um para
cada atributo da forma urbana a ser detalhado. Os mapas são divididos da maneira
que segue: Topografia (de 0-10m; 10,1-20m; 20,1-30m; 30,1-40m; 40,1-50m); Uso
do Solo (residencial, comercial, serviço, industrial, institucional, misto e terrenos
vazios); Altura das edificações (térreo, de 02-04 pavimentos, de 05-08 pavimentos,
09-12 pavimentos e +12 pavimentos); Áreas Verdes; e tipo de recobrimento do solo
(asfalto, área construída, terra batida e concreto).
Em cada um dos mapas realiza-se a análise qualitativa, verifica-se as
características morfológicas de cada mapa, a fim de identificar áreas com
características comuns e o que a área representa para o clima local, como ela se
apresenta na fração e qual a relação entre a situação encontrada e o clima.
Segundo Araújo (2004, p. 30) o método é uma ferramenta no controle da
poluição do ar e do conforto térmico. É capaz de identificar áreas consolidadas que
devem ser preservadas e melhoradas; áreas desocupadas que necessitam de
29
Instituto de Planejamento do Município de São Luis - MA
30
Secretaria Municipal de Terras, Habitação e Urbanismo da Prefeitura de São Luis – MA.
Análise Bioclimática do Bairro do Renascença II – São Luis-MA: realidade e perspectiva do conforto térmico em espaços externos
Capítulo III: A análise bioclimática em espaços externos
85
atenção e são importantes para o microclima urbano; e áreas que apresentam más
condições climáticas.
As áreas que devem ser protegidas e melhoradas por razões
climatológicas são aquelas importantes para ventilação, áreas com movimento de
descida das massas de ar frio, sistemas de circulação local como ventos urbano-
rural, áreas onde o vento regional penetra na cidade. São importantes para
produção de ar fresco e frio com as massas de ar influenciando a vizinhança ou
penetrando na cidade.
As áreas que possuem alta porcentagem de vegetação e com alta
produção de ar fresco são mais importantes para as condições de conforto térmico
e para o microclima urbano de regiões com a cidade de São Luis.
Em climas quente-úmidos, as áreas que têm condições climáticas
negativas e devem receber recomendações para melhoramentos são regiões com
baixa ventilação e alta poluição do ar e possuem altos índices de densidade
construtiva, ou com ventilação reduzida devido a diferentes efeitos de barreira,
além de temperaturas do ar extremas.
Esta descrição qualitativa dos atributos do clima urbano requer que
sejam traduzidos os dados meteorológicos em critérios de planejamento e
combiná-los também com os objetivos do planejamento.
A partir desta etapa então é estabelecida a análise quantitativa, através
das medições das variáveis climáticas e pessoais nos pontos determinados de
acordo com as áreas definidas que possuem características morfológicas comuns
para realização da análise estatística.
No método desenvolvido por Katzschner (1997) a avaliação das condições
bioclimáticas é feita pela aplicação de um índice de conforto térmico (PET e PMV).
A escola alemã adaptou o modelo de Fanger para condições exteriores, gerando um
modelo de balanço energético homem-ambiente que pode ser aplicado em recintos
urbanos. Por isso, a metodologia ainda propõe investigações in loco de sensações
humano-biometeorológicas. Apresenta-se um esquema simplificado dos
procedimentos requeridos na aplicação deste método (Figura 28).
Patricia Vieira Trinta PPGAU/UFRN
Análise Bioclimática do Bairro do Renascença II – São Luis-MA: realidade e perspectiva do conforto térmico em espaços externos
Capítulo III: A análise bioclimática em espaços externos
86
Figura 28 – Fluxograma da metodologia de Katzschner (1997)
Fonte: Katzschner (1997) adaptado por Costa (2003a)
Os outros dois métodos de análise, Oliveira (1985) e Bustos Romero
(2001), qualificam os atributos da forma urbana. Os métodos complementam a
metodologia proposta por Katzschner (1997) e completar a análise bioclimática
urbana proposta.
A segunda metodologia foi proposta por Oliveira (1988) que, em sua
dissertação de mestrado na UNB, propõe a minimização dos impactos ambientais e
do consumo energético através da disposição adequada dos atributos
bioclimatizantes da forma urbana. Na sistematização proposta à forma urbana –
objeto em questão – é subdividida em duas partes: sítio e massa edificada.
O sítio possui dois elementos a serem considerados: relevo e solo; a
massa edificada, cinco elementos: formato, rugosidade, porosidade, pisos/tetos e
vegetação. Ela define os atributos bioclimatizantes da forma urbana da seguinte
forma (Quadro 02)
Patricia Vieira Trinta PPGAU/UFRN
Análise Bioclimática do Bairro do Renascença II – São Luis-MA: realidade e perspectiva do conforto térmico em espaços externos
Capítulo III: A análise bioclimática em espaços externos
87
Quadro 02 – Atributos bioclimatizantes da forma urbana – Oliveira, 1993
FORMA
URBANA
SÍTIO
RELEVO
Declividade
Orientação
Conformação geométrica
Altura relativa
SOLO
Natureza
MASSA
EDIFICADA
FORMATO
Horizontalidade
Verticalidade
Densidade/ Ocupação do solo
Orientação ao sol
RUGOSIDADE
Diversidade de alturas
Fragmentação
POROSIDADE
Tipo de trama
Orientação aos ventos
Continuidade da trama
PERMEABILIDADE
Permeabilidade
VEGETAÇÃO
Á
reas verdes
Fonte: COSTA (2003a)
Quanto ao sítio urbano:
Relevo-declividade - A declividade determina maiores ou menores
trocas de calor com o ambiente climático. Quanto maior a
declividade, maior a superfície de contato com o meio,
relativamente à sua projeção em plano horizontal;
conseqüentemente, são maiores as trocas térmicas. Declividades
médias, altas e muito altas além de não favorecerem o conforto de
circulação em qualquer clima, conduzem a grandes consumos
energéticos nos deslocamentos urbanos. Para climas de muita
umidade e altos índices pluviométricos, declividade muito baixa
dificulta o escoamento das águas pluviais.
Relevo-orientação – Quanto mais próximo da perpendicular os raios
de sol atingem o solo, maior a captação de radiação solar pela
pendente. Quando o vento é a única alternativa para estabelecer
condições de conforto térmico mesmo ao ar livre e à sombra, há
que se compatibilizar o controle da radiação solar com a
necessidade de garantir ventilação e desse modo perder de calor
por convecção;
Relevo-conformação geométrica - Sítios côncavos que se
apresentam clima de extremos, onde ocorre maior duração tanto de
temperatura quanto de umidade; são propícios à formação de
nevoeiros. Já sítios convexos expõem mais o solo a trocas térmicas,
fazendo-o ganhar e/ou perder calor mais rapidamente, ideais para
clima quente-úmido;
Relevo-altura relativa - A altura relativa é a relação expressa pela
cota de altura que vai do fundo do vale ou crista da onda, até as
bordas da conformação geométrica, seja côncava ou convexa;
Solo-natureza - Albedo, inércia térmica, umidade, densidade e grau
de compacidade, são características higrotérmicas dos solos.
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Capítulo III: A análise bioclimática em espaços externos
88
Quanto a sua massa edificada:
Formato-horizontalidade - Formas mais compactas, como o círculo,
o quadrado, são mais conservadoras de energia, determinam uma
área central e cordões periféricos que apresentarão provavelmente
ambientes climáticos clássicos de uma “ilha de calor”. Formas
urbanas alongadas tentaculares e nucleadas oferecem maiores
possibilidades de trocas térmicas com o meio circundante,
recomendado para clima quente-úmdio.
Formato-verticalidade - Quanto maior a dimensão vertical da
estrutura urbana, maior a utilização de materiais de construção
como o concreto armado, o asfalto e o ferro, com mais energia
embutida. Maiores também as atividades antrópicas no seu meio.
Consequentemente, maior favorecimento ao aparecimento dos
fenômenos negativos da “ilha de calor”, apresentando áreas
centrais mais quentes ou mais frias do que a periferia, e uma maior
concentração de poluentes aéreos nas suas áreas centrais. Portanto,
precisa ser bem planejada.
Formato-densidade/ocupação do solo - Quanto maior a densidade
de construção e quanto maior a ocupação do solo, maiores as
atividades antrópicas, consequentemente, maior a captação e
difusão da radiação solar para o ambiente climático urbano e menor
ventilação.
Formato-orientação ao sol - O formato ao sol depende de dois
objetivos: um é o favorecimento do controle do sol para as
edificações, outro é o conforto de circulação urbana pelos pedestres
e pelos usuários dos veículos auto-motores;
Rugosidade-diversidade de alturas - A inércia, a diferença de
pressão e a fricção governam o movimento das massas de ar. A
fricção dos ventos com a forma urbana será mais ou menos
conseqüente dependendo do grau de rugosidade apresentada pela
forma urbana. As conseqüências podem ser: a ventilação dos seus
espaços e edificações, a retirada de poluentes aéreos e maiores
trocas térmicas entre o ar e a massa edificada. O grau de
rugosidade da forma urbana depende de três principais elementos:
da diversidade de alturas das edificações, do índice de
fragmentação das áreas construídas e do diferencial de alturas
encontradas.
Rugosidade-fragmentação - O grau de compacidade ou de
fragmentação da massa edificada da forma urbana é também um
atributo bioclimatizante;
Rugosidade-diferencial de alturas - As diferenças entre as alturas
da massa, de acordo com seu índice de repetição, também
caracterizam o tipo de rugosidade de uma forma urbana;
Porosidade-tipo de trama - A porosidade, atributo da forma urbana
que determina uma maior ou menor penetração dos ventos na
estrutura urbana. O tipo de trama determina uma maior ou menor
penetração dos ventos na estrutura urbana e, consequentemente,
maiores ou menores trocas térmicas entre os ventos e a massa
edificada; determina ainda maior ou menor retirada de poluentes
aéreos.
Porosidade-orientação aos ventos - Tramas orientadas na direção
dos ventos dominantes permitem mais a sua penetração e
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Análise Bioclimática do Bairro do Renascença II – São Luis-MA: realidade e perspectiva do conforto térmico em espaços externos
Capítulo III: A análise bioclimática em espaços externos
89
Patricia Vieira Trinta PPGAU/UFRN
canalização, com efeitos negativos e/ou positivos, segundo o tipo
de clima do sítio. Para clima quente úmido, a penetração dos ventos
na estrutura urbana aumenta as perdas por convecção, dessa forma,
as tramas devem ser orientadas para os ventos dominantes;
Porosidade-continuidade da trama - A trama urbana pode ser
contínua ou apresentar descontinuidades. Essas poderão afetar uma
parte maior ou menor da área urbana em questão, dependendo da
qualificação inicial do tipo de trama interrompida;
Pisos/tetos-permeabilidadde - A cidade é mais seca do que seu
entorno. Quanto mais impermeável à água é o solo, menores as
infiltrações e consequentemente, menor a evaporação. Solos
naturais compactados tornam-se também impermeáveis; solos
pavimentados, também impermeáveis; todos esses solos recolhem
as águas pluviais em telhados, calhas e tubulações e as conduzem
para fora da área urbana, em direção a rios e águas distantes.
Quanto menos evaporação, menor a possibilidade da estrutura
urbana perder calor por evaporação, favorecendo assim o aumento
das temperaturas.
Vegetação - áreas verdes – A partir do ponto de vista bioclimático,
a função das áreas verdes dentro da estrutura urbana é: ajudar no
controle das temperaturas urbanas; aumentar a umidificação do ar;
direcionar os ventos adequadamente; distribuir o brilho energético;
criar zonas abrigadas – mais frescas no verão e mais quentes no
inverno e captar a poluição aérea. A área de vegetação urbana
total, distribuída – sob a forma de parques, jardins em praças,
cinturões verdes e vegetação de rua ( separando vias e juntos a
passeio público ) – serve para evitar as continuidades muito extensas
do tecido urbano, diminuindo assim os efeitos negativos da “ilha de
calor”.
A metodologia descrita por Oliveira (1993) auxilia o planejador e o
projetista no processo decisório, pois, de certa forma, trata a questão morfológica
da fração urbana “seja para a concepção de uma cidade nova, seja simplesmente
para uma expansão urbana ou para uma intervenção com objetivo de renovação
urbana em áreas degradadas”.
O processo está dividido em duas partes: uma qualitativa, na qual cada
um dos itens acima mencionados é levado em consideração, e uma segunda,
quantitativa, que não foi aplicada nesta pesquisa, devido a problemas existentes de
inadequação de alguns critérios para a região onde se insere a área objeto de
estudo
31
.
O terceiro método que será utilizado na análise bioclimática do Bairro do
Renascença II em São Luis-MA é o proposto por Bustos Romero (2001). Este método
enfoca uma análise do “espaço público como uma unidade, na qual os elementos
31
Esta inadequação fora identificada em estudos anteriores quando da aplicação da referida metodologia para a cidade de
Natal/RN (ARAÚJO, 2004).
Análise Bioclimática do Bairro do Renascença II – São Luis-MA: realidade e perspectiva do conforto térmico em espaços externos
Capítulo III: A análise bioclimática em espaços externos
90
ambientais, climáticos, históricos, culturais e tecnológicos entram para ordenar o
espaço como estímulos dimensionais” (BUSTOS ROMERO, 2001, p. 143).
No planejamento do espaço público o ambiente e o espaço devem ser
considerados de maneira simultânea e caracterizados a partir dos seus
componentes espaciais: seu entorno, sua base e sua superfície fronteira.
Este método foi determinado a partir de uma ampla literatura, que trata
tanto do estudo do edifício como o urbano, através de comparação foram
selecionados os elementos que melhor caracterizam uma constante configuração do
espaço construído. A análise em questão é desenvolvida em três categorias básicas
que compõem o espaço construído, sendo elas: o entorno, a base e a superfície
fronteira.
Segundo Romero (2001, p. 11), “o entorno compreende o espaço urbano
mais imediato do espaço público em questão; a base corresponde ao espaço sobre a
qual se assenta o espaço público; a fronteira corresponde ao espaço que forma o
limite ou marco do espaço arquitetônico que nos interessa” (Figura 29).
Entorno Base Fronteira
Figura 29 – Base, fronteira e entorno
Fonte: BUSTOS ROMERO, 2001, p.154
Segundo Bustos Romero (2001) é importante, ainda, observar as inter-
relações sensoriais de cada um dos componentes espaciais com os ambientais, sob
a concepção bioclimática, visando o atendimento ao compromisso entre a
arquitetura, o lugar, a cultura e o bem-estar das pessoas.
Estas categorias são reunidas e subdivididas em elementos que os
caracterizam as categorias numa visão espacial e ambiental em uma ficha
bioclimática (Figura 30).
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Análise Bioclimática do Bairro do Renascença II – São Luis-MA: realidade e perspectiva do conforto térmico em espaços externos
Capítulo III: A análise bioclimática em espaços externos
91
ILUSTRAÇÕES
DIRETA-
DIFUSA-
REFLETIDA-
LUZ
LUMINÂNCIA-
VEGETAÇÃO-
FICHA BIOCLIM
Á
TICA DO ESPAÇO P
Ú
BLICO
PONTO
ESPACIAIS AMBIENTAIS
ENTORNO
ACESSOS
COR SOM
RADIAÇÃO
CLIMA
ALBEDO-
PERSONALIDADE ACÚSTICA-
SOM COR
ABERTURAS- DIREÇÃO DO FLUXO-
INCIDÊNCIA DA LUZ-
CONJUNTO DE CORES-
TONALIDADE-
MANCHAS DE LUZ-
ESTÉTICA DA LUZ-
CLIMA COR
ABSORÇÃO-
REFLEXÃO-
CLARIDADE-
SENSAÇÃO DE COR-
RESSONÂNCIA DO RECINTO-
SOMBRA ACÚSTICA-
VELOCIDADE DO VENTO-
TEMPERATURAS SUPERFICIAIS-
AMBIENTE SONORO-
VARIAÇÃO SAZONAL-
UMIDADE RELATIVA-
TEMPERATURA DO AR-
SOL-
VENTO-
SOM-
CONTINUIDADE DA MASSA-
CONDUÇÃO DOS VENTOS-
COMPONENTES E PROPRIEDADES FÍSICAS DOS MATERIAIS
ÁREA DA BASE-
PAVIMENTOS-
A FRONTEIRA
ÁGUA-
MOBILIÁRIO URBANO-
CONVEXIDADE- Inexistente -
ALTURA-
A BASE
QUALIDADE SUPERFICIA. DOS MATERIAIS- ÁREA TOTAL DA SUPERFÍCIE -
SOM
CONTINUIDADE DA SUPERFÍCIE-
TIPOLOGIA ARQUITETÔNICA-
TENSÃO-
DETALHES ARQUITETÔNICOS-
NÚMERO DE LADOS- MATIZES-
Figura 30 – Ficha bioclimática proposta por Bustos Romero (2001)
Fonte: BUSTOS ROMERO, 2001, p.158
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Capítulo III: A análise bioclimática em espaços externos
92
O entorno, a base e fronteira são subdivididas em três tipos de análise, a
espacial, a ambiental e as ilustrações. No entorno se observa os acessos à
iluminação e exposição solar; condições dos ventos; e as propriedades acústicas,
identidade acústica e fontes de som. Assim como a sensação da cor; a ressonância
do recinto e a sombra acústica; as radiações direta, difusa e refletida, a umidade
relativa do ar, temperatura do ar e velocidade do vento. A energia que atinge os
espaços construídos; A estética da luz – através do nível de luminância e
direcionamento da luz pode se criar ritmo, efeitos plásticos, contrastes, ênfases,
dentre outros.
Na base, identificam-se a área da base, os componentes e propriedades
físicas dos materiais dos pavimentos, da vegetação, da presença de água e do
mobiliário urbano. As temperaturas superficiais e o albedo; quanto ao som: o
ambiente sonoro; quanto à cor: a variação sazonal, o conjunto de cores e
tonalidade; quanto à luz: as manchas de luz e estética da luz.
Por último, na fronteira, identificam-se os elementos como convexidade,
continuidade da superfície, tipologia arquitetônica, aberturas, tensão (avanços e
recuo em relação ao alinhamento dominante), detalhes arquitetônicos (varandas,
galerias, como também o número de pavimentos), número de lados, e área total da
superfície. Nesse componente ainda pode ser incluído o trecho visível do céu. A
luminância, incidência da luz e direção do fluxo; quanto ao clima: absorção e
reflexão; quanto à cor: matizes e claridade; quanto ao som: personalidade
acústica; e finalmente a qualidade superficial dos materiais.
3.2 Planejamento experimental para pesquisa em campo
3.2.1 Períodos, horários e quantidade de pontos de medição
Neste estudo, onde a pesquisa documental serviu de base para
elaboração dos mapas que foram atualizados com levantamento in loco, contou
com a análise observacional e interpretativa para a escolha dos 6 (seis) pontos de
medição devido a quantidade de aparelho de medição e 1(um) ponto na estação
metereológica do CPTED-INPE em São Luis-MA, onde é estabelecida em área pouco
urbanizada, como pode ser vista na foto a seguir no ponto vermelho (Figura 31),
que é uma estação meteorológica a 62m de altitude, com longitude – 44,21º e
latitude -2,59º
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Análise Bioclimática do Bairro do Renascença II – São Luis-MA: realidade e perspectiva do conforto térmico em espaços externos
Capítulo III: A análise bioclimática em espaços externos
93
Figura 31 - Localização da estação metereológica do INPE-CPTEC
Fonte: GOOGLE, 2007
Tendo como universo de estudo o bairro do Renascença II e como
população as variáveis morfológicas (topografia, vegetação, uso do solo,
impermeabilização do solo e altura das edificações), climáticas (temperatura e
umidade relativa do ar, velocidade e direção dos ventos) e humano-
biometerológicas (sexo, idade, biótipo, dentre outros).
Para a escolha dos períodos e horários de medição foi feita a análise
estatística da base de dados climática de 10(dez) anos do Laboratório de
Geoprocessamento da UEMA – Universidade Estadual do Maranhão, a qual possui as
médias diárias de temperatura e umidade relativa do ar e velocidade dos ventos.
A escolha também contou com a análise estatística da base de dados do
CPTEC-INPE, disponível on-line. São dados de 3(três) em 3(três) horas de
temperatura e umidade relativa do ar, velocidade e direção dos ventos.
Simultaneamente, às medições climáticas foram aplicados os
questionários (Figura 32) para obter os índices de satisfação de conforto térmico
da área de estudo e preenchidas as fichas bioclimáticas já mencionadas neste item.
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Capítulo III: A análise bioclimática em espaços externos
94
PONTO: ___________________ HORA:_____________________
_
DATA:_____________________
MEDIÇÃO REALIZADA:
NA SOMBRA
NO SOL
CONDIÇÕES DE CÉU:
LIMPO
PARCIALMENTE ENCOBERTO
ENCOBERTO
Temperatura do ar (ºC)
Umidade relativa (%)
Velocidade dos ventos (m/s) Min.: Máx
Direção dos ventos (graus)
SEXO:
MASCULINO
FEMININO
FAIXA-ETÁRIA:
CRIANÇA
ADOLESCENTE
(18-24)
(25-34)
(35-44)
(45-54)
(55-64)
(> 65)
TIPO FÍSICO:
MAGRO(A)
NORMAL
ACIMA DO PESO
GORDO (A)
V
ESTIMENTA:
Suas roupas são?
Claras
Escuras
Short ou Saia curta
Jeans ou outra calça comprida ou saia comprida
Jaqueta
Camisa de manga comprida
Camisa de manga curta
Blusa fina
Sapatos ou tenis
Sandalhas ou chinelo
Meia Calça
Calcinha/Sutiã
Cueca
Camiseta
PRINCIPAL ATIVIDADE F
Í
SICA DOS
Ú
LTIMOS 30 MINUTOS:
SENTADO / RELAXADO
DE PÉ / PARADO
ATIVIDADE LEVE / ANDANDO
ATIVIDADE MÉDIA / ANDANDO RÁPIDO
ANDANDO COM PESO
CORRENDO
MUITO FRIO
FRIO
LEVEMENTE FRIO CONFORTÁVEL LEVEMENTE QUENTE
QUENTE
MUITO QUENTE
INDIQUE AS SENSAÇÕES T
É
RMICAS ASSOCIADAS A SUA RESPOSTA ANTERIOR:
VOCÊ ESTÁ NO MEIO EXTERNO HÁ MAIS DE 5 MINUTOS?:
SIM
NÃO
CONDIÇÃO TÉRMICA:
SUPORTÁVEL
ADEQUADA
INSUPORTÁVEL
TRANSPIRAÇÃO:
NÃO
POUCO
MUITO
NECESSIDADE DE REFRESCAR-SE:
NÃO
POUCO
MUITO
NECESSIDADE DE AQUECER-SE:
NÃO
POUCO
MUITO
PLANILHA DE MEDIÇÃO
VARIÁVEL MEDIDA
QUESTIONÁRIO
PARTE 1 - CARACTERIZAÇÃO DO ENTREVISTADO
PARTE 2 - SENSAÇÕES TÉRMICAS DO ENTREVISTADO
Da forma que você está vestido? Nneste momento, por favor marque a escala que indica como
VOCÊ se sente agora.
Figura 32 – Questionário aplicado para o índice de conforto da área
Fonte: Elaboração própria, 2004.
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Capítulo III: A análise bioclimática em espaços externos
95
A partir das normais climatológicas de São Luis – MA (INMET, 1992) foram
determinadas as estações seca e chuvosa da cidade e as características climáticas
para a comparação dos dados coletados nos pontos de medições e nos período
escolhidos.
A medição das variáveis foi dividida em duas baterias ocorridas nos dois
períodos climáticos característicos da região objeto de estudo.
A primeira foi em agosto de 2005, representando o período da estação
seca, compreendido entre os meses de julho a dezembro (entre os dias 16 e 20 de
agosto); a segunda ocorreu no mês de maio de 2006, representando o período da
estação chuvosa, compreendido de janeiro a junho (entre os dias de 11 a 15 de
março). No primeiro e segundo períodos de medição, as medidas foram tomadas às
6h, às 9h, às 12h, às 15h, às 18h e às 19h, equivalendo, aos horários registrados
pela estação do CPTEC-INPE.
3.2.2 Os instrumentos de medição
O instrumento utilizado nas duas baterias de medições móveis foi um
termo-higro-anemômetros digital de marca Themo (Figura 33), que permitiu medir
os valores das variáveis: temperatura e umidade relativa do ar, e velocidade dos
ventos. A direção dos ventos foi verificada com o auxílio de pequenas bússolas e
fitas plásticas presas às mesmas. As medições foram realizadas com os
equipamentos a uma altura de aproximadamente 1,20 m, sempre protegidos da
radiação solar direta – na sombra.
Figura 33 – Foto do termo-higro-anemômetro digital - MOD. THAL-300
Fonte: CESCON, 2005
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Capítulo III: A análise bioclimática em espaços externos
96
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A seguir estão descritas as unidades, escalas, resoluções e confiabilidade
do equipamento, fornecida pelo seu fabricante (Quadro 03).
Quadro 03 – Quadro das especificações do termo-higro-anemômetro digital
FUNÇÃO UNIDADE ESCALA RESOLUÇÃO
CONFIABILIDADE
Temperatura
0
C 0
0
C - 50
0
C 0.1
0
C
± 1
0
C
Umidade % 10% - 95% 0.1 %
± 4%
Veloc. Ventos m/s 0,4 a 30,0m/s
0.1m/s
± 3%
Fonte: CESCON, 2005
3.3 Tratamento e Análise dos dados levantados
Para o tratamento e análise dos dados levantados no trabalho de campo,
foi estabelecido um planejamento que consta de quatro etapas: montagem do
banco de dados; delimitação dos objetivos; a análise estatística, através da
caracterização dos ambientes de estudo e da comparação entre eles; e a discussão
dos resultados.
A formatação do banco de dados foi elaborada no aplicativo EXCEL onde
foram feitos os cálculos para subsidiar as análises estatísticas.
Um ambiente foi estudado de forma a caracterizar a área objeto de
estudo: os pontos analisados através do trabalho de campo, ou seja, das medições
móveis, pré-selecionados na aplicação das metodologias de análise bioclimáticas do
espaço urbano e a Plataforma de Coleta de Dados do CPTEC de São Luis. Tem-se
como primeiro objetivo caracterizar o espaço urbano do Renascença II pela
comparação dos dados de dois ambientes de estudo: Os pontos, através das médias
das variáveis obtidas nos pontos medidos - foram 6 medições por dia, durante 5
dias, em 2 períodos característicos do ano e em 6 pontos, totalizando 360 dados
para cada variável;
O segundo objetivo é caracterizar o bairro pela comparação dos dados de
dois ambientes de estudo acima descritos com os da estação do INPE, situada em
uma área distante aproximadamente 15 km do bairro. Foram obtidos os dados dos
mesmos 5 dias em que foi realizado o trabalho de campo no mês de fevereiro, e
durante 10 dias no mês de julho, por hora, totalizando 362 dados.
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Capítulo III: A análise bioclimática em espaços externos
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97
3.4 Incertezas Experimentais
Faz-se necessário colocar as limitações do método aplicado e
principalmente dos resultados gerados por este estudo que embora tenha aliado
três metodologias que se complementam e se inter-relacionam e sua coleta de
dados de campo com poucos instrumentos que dependem de cuidado e treinamento
do coletar, pré-requisitos para estudos em conforto ambiental urbano, só podem
ser aplicados para regiões de clima semelhante e sob as mesmas condições
experimentais. Além disso, vale salientar que a coleta dos dados, mesmo com esse
acompanhamento, não invalida a possibilidade de erro humano.
CAPÍTULO 4
Análise Bioclimática do Bairro do Renascença II – São Luis-MA: realidade e perspectiva do conforto térmico em espaços externos
Capítulo IV: O bairro do Renascença II: um olhar bioclimático
99
4 O BAIRRO DO RENASCENÇA II: UM OLHAR
BIOCLIMÁTICO
A crescente busca por alternativas que visam regenerar a qualidade de
vida no ambiente urbano tem resultado no aumento da quantidade de estudos
sobre o clima como ferramenta de planejamento urbano adequado ao lugar, tais
metodologias investigativas buscam descrever e analisar morfológica e
climaticamente áreas urbanas a fim de obter o melhor entendimento a respeito da
relação espaço-clima; e assim, elaborar propostas específicas, permitindo a
melhoria do conforto ambiental e da eficiência energética; e diminuindo os
impactos ambientais.
4.1 Metodologias de Lutz Katzschner (1997) e Oliveira (1993)
Como visto anteriormente a metodologia aplicada neste trabalho foi a do
Professor Lutz Kazschner (1997) complementada e ratificada por Oliveira (1988) e
Bustos Romero (2001). O levantamento de dados para a elaboração de mapas que
traduziram as características morfológicas da área de estudo serviu como base para
a etapa da análise qualitativa desses mapas. Os mapas foram os de topografia, de
uso e ocupação do solo, da altura das edificações, da cobertura do solo e das áreas
verdes.
Com os mapas elaborados a partir de informações documentais e in loco
sobrepõem-se as informações morfológicas do espaço para identificar áreas
homogêneas para que se possam escolher os pontos para as medições das variáveis
climáticas para futura comparação entre as áreas.
Vale lembrar que a segunda etapa de análise que estuda os atributos
bioclimatizantes do espaço segundo o método proposto por Oliveira (1993), será
feita de forma qualitativa, ainda que utilizem técnicas quantitativas em sua
originalidade, porém em estudo anteriores (Costa, 2003a; Araújo et al, 2004) foi
percebido que as técnicas quantitativas não são adequadas para clima quente
úmido.
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Capítulo IV: O bairro do Renascença II: um olhar bioclimático
100
4.1.1 Topografia
A área do Bairro do Renascença II localiza-se em uma área de vale, onde
antes existia uma extensa área de mangue que circundava o Igarapé da Jansen foi
transformado em uma laguna no ano de 1973 com aterramento feito para ligar o
bairro do São Francisco à Ponta d’Areia.
O bairro possui diversidade quanto a sua topografia, na área de estudo,
as cotas variam entre 10 e 40m, no entanto, essa diversidade que quase não é
percebida na área direita da Figura 34 não suporta o período de chuvas torrenciais
no primeiro semestre do ano. Segundo Espírito Santo (2006) a área em questão é
considerada área de risco por estar localizada em área de alagamento,
representando um grave problema para moradores da região no período chuvoso,
que vai de janeiro a junho.
Figura 34 – Corte na topografia e volumetria dos edifícios da fração de estudo
Fonte: Elaboração própria a partir de IPLAN (2001) e in loco (2005)
A topografia do bairro do Renascença II apresenta o relevo compreendido
em três faixas (Figura 36). A primeira, que ocupa uma grande parte da fração
urbana, à oeste do mapa, está entre 0 e 10m em relação ao nível do mar, também
a oeste e sul do mapa, encontra-se uma faixa ainda maior entre 10 e 20m. A
terceira faixa, que compreende uma pequena parcela e que está localizada mais ao
centro para noroeste do mapa está a uma altitude entre 20 a 30m e de 30 a 40m
bem a nordeste.
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Capítulo IV: O bairro do Renascença II: um olhar bioclimático
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Capítulo IV – O bairro do Renascença II: um olhar bioclimático
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Capítulo IV: O bairro do Renascença II: um olhar bioclimático
102
Como visto, a área sofre uma variação de 0 a 40 m de altura em relação
do mar, no entanto, na área mais a nordeste do mapa, encontra-se a maioria das
edificações verticalizadas, dessa forma, esse conjunto funciona como uma espécie
de obstáculo para a circulação dos ventos mais forte na região de cotas menos
elevadas.
A área mais alta do Renascença II fica na Rua Osires e entre a Avenida
dos Holandeses e as Ruas Júpiter e Minerva. A área mais baixa encontra-se na parte
oeste do bairro, entre a Lagoa da Jansen e a Rua dos Bicudos, no entanto, uma
pequena parte dessa área sofre certa variação; em uma distância de cerca de 300
metros, a altura varia em torno de 30 metros. Essa depressão possui seu ponto mais
elevado na direção nordeste, que é a direção dominante da ventilação de São Luis.
Como visto no Capítulo 2, durante a noite, os corpos de água, devido ao seu menor
calor específico comparado ao solo, exerce significativa influência no movimento
das massas de ar. Dessa forma, a Lagoa da Jansen exerce influências positivas
sobre a ventilação na área prejudicada (Figura 36).
Figura 36 – Seção longitudinal da área com altura das edificações
Fonte: Elaboração própria a partir de IPLAN (2001) e in loco (2005)
Ainda, pode-se observar na figura 36 como os ventos dominantes
encontram obstáculo para uma boa penetração na área mais baixa do loteamento.
Com o intuito de analisar mais a fundo a relação do espaço e seu entorno climático,
a seguir serão dispostas as categorias propostas o Oliveira (1985), quanto ao sítio e
quanto à tipologia urbana. Para Oliveira (1985),
o desconforto térmico de muitos sítios citadinos, o alto consumo
energético para climatização, os desequilíbrios climáticos das urbes e as
inversões térmicas têm a forma urbana – com seus atributos
bioclimatizantes – como um de seus fatores determinantes. Esse fator
determinante e as atividades antrópicas que se desenvolvem, introduzem
modificações no clima urbano que, comparado ao clima de seu entorno,
demonstra ser particularmente dele diferenciado (OLIVEIRA apud ARAÚJO,
2004).
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Capítulo IV: O bairro do Renascença II: um olhar bioclimático
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Relevo-declividade
Segundo Oliveira (1993) A declividade determina maiores ou menores
trocas de calor com o ambiente climático. Contudo, para climas de muita umidade
e altos índices pluviométricos, declividade muito baixa dificulta o escoamento das
águas pluviais.
O mapa de topografia do Renascença II (Figura 36, p.113) mostra uma
área localizada na região central ocorrem aclives que variam entre 18 e 25%, em
seguida, mais a nordeste, declive acentuado de até 25% também, ao longo da área
vão ocorrendo várias situações. Essas diferenças podem ocasionar comportamentos
variados em relação às trocas de calor (Figura 37).
Figura 37 – Fotos da baixa declividade na região leste da área de estudo
Fonte: Arquivo próprio, 2004
De acordo com Oliveira (1985), a declividade determina maiores ou
menores trocas de calor com o ambiente climático, o autor diz que quanto maior a
superfície de contato com o meio, maiores são as trocas de calor, quando
consideradas altas não favorecerem a circulação. Dessa forma a declividade
existente na área, podendo ser considerada entre média é parcialmente
recomendada para climas quente-úmidos. Nas áreas mais planas, o único problema
é o acúmulo das chuvas no primeiro semestre.
Relevo-orientação
A área de declividade, entre 7% e 10%, está situada a sudoeste e é
considerada baixa declividade, este tipo é ideal para climas quente-úmidos; no
entanto, o que ocorre é que essa característica não impede que o início da manhã
e da tarde a área sofra grande aquecimento e sua umidade seja
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Capítulo IV: O bairro do Renascença II: um olhar bioclimático
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predominantemente baixa, ocasionado pelo maior ganho de radiação térmica e
luminosa. Essa mesma área sofre com a baixa ventilação, porque na direção dos
ventos NE dominantes se localiza um grande aclive do terreno com altas
construções.
Na região mais a nordeste, onde ficam os declives mais acentuados estão
expostos ao sol da manhã, principalmente no solstício de inverno, apesar de não
ser ideal para climas quente-úmido, as condições de ventilação são excelentes,
aberto aos ventos fortes vindos predominantemente do NE, como pode ser visto na
Figura 38.
Figura 38 – Carta sola e orientação ao sol da área de estudo
Fonte: Elaboração própria a partir de SEPLAN (2001) e in loco (2004)
VENTO
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Relevo - conformação geométrica
Em relação a este atributo o bairro do Renascença II apresenta um sítio
predominantemente plano, porém convexo
32
na porção centro e nordeste do bairro
(Figura 39) onde se encontra um aclive com orientação nordeste.
Figura 39 – Convexidade ao centro da área de estudo
Fonte: Elaboração própria a partir de SEPLAN (2001) e in loco (2004)
Para Oliveira (1993), esse tipo de sítio expõe mais o solo a trocas
térmicas, fazendo-o ganhar e/ou perder calor mais rapidamente. Sendo ideal para
climas quente úmido como o da cidade de São Luis-MA, essa característica faz com
que o centro da área, onde possui a maior concentração de construções, perca
mais facilmente o calor por convecção.
Relevo-altura relativa
No bairro do Renascença II ocorrem várias situações quanto a altura
relativa, existe áreas com grande altura positiva, o ideal para o clima local e áreas
com baixa ou nenhuma altura positiva. Isso pode acarretar diversos
comportamentos térmicos no bairro.
Solo-Natureza
O bairro fica localizado em área que antes era mangue, seu terreno é
argiloso, eles possuem albedo médio ou baixo e menor incidência de radiação,
umidade alta com variações, inércia térmica relativamente alta em áreas
compactadas, isso torna o terreno recomendado para clima quente-úmido.
4.1.2 Uso e ocupação
O uso do solo é bastante diversificado no Renascença, possui os mais
diversos tipos de uso, em algumas áreas há concentrações de determinados usos
(Figura 40).
32
Convexo - curvo ou arredondado para a parte externa.
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107
No bairro do Renascença II foram levantados 250 lotes, destes 144 lotes
(57,6%) são de uso residencial, 58 (23,2%) de uso unifamiliar e 86 (34,4%) de uso
multifamiliar, com prédios que vão de 2 (dois) a mais de 12 (doze) pavimentos. O
uso residencial predomina ao longo da área.
As residências térreas ficam mais localizadas na região oeste do local de
estudo, a partir da Rua dos Bicudos, entre a Av. Colares Moreira e a rua
Mandacarus. A partir da Rua Mandacarus até a parte mais norte da área se
concentram prédios multifamiliares. Eles se concentram, também, ao lado leste da
Rua dos Bicudos, onde estão localizadas as Ruas Miragem e Osires.
A área já conta com (4,8%) 12 dos lotes com uso de serviço: o Medical
Center, edifícios de escritório autônomos, principalmente; (6,8%) 17 lotes com uso
comercial: com a predominância de edifício de lojas e restaurantes; (3,2%) 8 com
uso misto e 3,2% (8) institucional. Essa característica se torna positiva do ponto de
vista de que a diversidade de usos em áreas predominantemente residenciais traz
movimento de pedestres para região.
A diversidade de uso faz com que a dependência de veículos
automotores diminua por existir uma infra-estrutura de serviços e comércio
próximos. No entanto, o movimento de pedestres em áreas externas de clima
quente-úmido precisa possuir passeios sombreados de forma correta e acessíveis a
todos. O movimento de pedestres no meio urbano é fundamental tanto para
economia local como para a segurança da área.
Os usos comerciais e de serviços estão localizados ao longo da Av. do
Vale, nas ruas dos Bicudos, Junco, Queópes e na Av. Colares Moreira, avenida
importante na cidade, com alto trafego de veículos automotores.
A área não possui usos industriais, e como não há a predominância de
usos comerciais e de serviço, apenas 18,4%, espalhados pela área sul do bairro,
próximos à Av. Colares Moreira, não existe excesso de lançamento de gases
poluentes que possam causar consideráveis impactos ambientais, principalmente
térmico e na qualidade do ar.
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Formato-densidade/ocupação do solo
O bairro do Renascença a densidade de construção ainda é baixa,
representando 30% da ocupação do solo da área de estudo. Essa característica pode
ser percebida pela presença de vários lotes vazios. Porém, cerca de 40% das
edificações possuem de 2 a mais de 12 pavimentos. Segundo Oliveira (1993, p. 6) a
densidade de 20 à 39% é considerado baixa, essa taxa é recomendável para
assentamentos urbanos em clima quente-úmido. Oliveira diz ainda que quanto
maior densidade/ocupação do solo, maior reforço da ilha de calor.
Formato-orientação ao sol
Os lados menores dos lotes do Renascença II estão voltados para direção
norte-sul, dessa forma, segundo o atributo climatizante de Oliveira (1993), se
tratando de clima quente-úmido, o assentamento atende perfeitamente à esse
atributo. Além disso, a trama urbana está conformada de forma a captar os ventos
dominantes nordeste, o que é importante para a perda de calor das edificações
verticais por remoção de ar.
4.1.3 Altura das edificações
O bairro do Renascença II foi e continua tendo muito influência do
processo de verticalização. Dentre os lotes considerados na área de estudo, 104
(41,8%) possuem edificações verticais e esse índice está em rápido crescimento. O
bairro possui grande diversidade de alturas que apresenta edificações de 2 a 15
pavimentos (Figura 41).
As edificações térreas representam 35% (88 lotes) concentrados na parte
oeste do bairro e situados em cota reduzida e sofrendo com a barreira dos ventos
formada pelos prédios localizados em cotas mais elevadas.
As edificações de 2-4 pavimentos representam (5,2%) 13 lotes; as de 5-8
pavimentos somam (16%) 40 lotes; os prédios de 9-12 pavimentos ficam com
(13,2%) 33, e finalmente, as edificações com + 12 pavimentos são (7,2%) 18 lotes da
totalidade de edificações existentes no bairro.
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Oliveira (1985, p. 112) fala que “quanto maior o grau de concentração
de determinados elementos morfológicos, como por exemplo, edifícios altos, maior
serão a produção de calor e poluentes atmosféricos e maior quantidade de radiação
solar”.
Essas edificações estão concentradas mais ao norte e centro da área de
estudo. A circulação dos ventos ainda é privilegiada, pois a área conta ainda com
23,2% dos lotes existentes vazios.
Formato-horizontalidade
Segundo Oliveira (1993) as formas urbanas alongadas, tentaculares e
nucleadas oferecem maiores possibilidades de trocas térmicas com o meio
circundante, isso é recomendado para clima quente-úmido. O bairro do Renascença
II possui uma forma urbana pouco alongada, o que possibilita trocas térmicas com o
meio circundante.
Formato-verticalidade
Analisando o formato-verticalidade da área de estudo, identifica-se que
36,4% são edificações com 5 a +12 pavimentos. Isso indica uma alta verticalidade.
Segundo Oliveira (1993) quanto maior a dimensão vertical da estrutura urbana,
maior a utilização de materiais de construção como o concreto armado, o asfalto e
o ferro, com mais energia embutida. Maiores também as atividades antrópicas no
seu meio.
Dessa forma, como a cidade de São Luis encontra-se em uma latitude
baixa, onde os ganhos de calor são maiores nas coberturas e a região apresenta alto
índice de verticalidade esse atributo apresenta interferência sobre o microclima do
meio circundante atualmente.
Rugosidade-diversidade de alturas
O bairro do Renascença II, segundo a metodologia de Oliveira (1993)
possui diversidade média, sendo encontradas de 5-10 pavimentos na região. Essa
característica é favorável ao clima quente-úmido, pois essa diferença de alturas
ativa a movimentação devido à fricção das massas e ar com a forma urbana.
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Porosidade – tipo da trama:
Com base no breve estudo sobre a evolução urbana de São Luis no
capítulo 4, a fração urbana sofreu grande transformação nos últimos 20 anos,
contudo percebe-se que parte do traçado urbano da área respeita sua topografia.
Dessa forma, contudo o traçado ortogonal predomina na área. Felizmente, para o
clima quente e úmido, entre os tipos de trama mais adequados em termos
bioclimáticos, de acordo com metodologia utilizada, são as tramas tipo xadrez e
em tijolinho.
4.1.4 Recobrimento do solo
O bairro do Renascença II é praticamente todo recoberto por materiais
impermeáveis, na Figura 42, foi adotada a seguinte legenda, solo edificado, que é
impermeável, assim como o solo-concreto, o solo semi-permeável, solo descoberto
(permeável ou semi-permeável) e o solo asfalto, também impermeável.
Essa característica não é adequada ao clima quente-úmido. Uma vez que
esses tipos de materiais absorvem mais calor e impermeabilização excessiva da
área localizada a oeste traz transtornos como as enchentes que ocorrem
freqüentemente no primeiro semestre do ano devido as fortes chuvas, para piorar a
situação da área, ela está localizada em área de risco por área de vale, sua
topografia é pouco acidentada.
Pisos/tetos-permeabilidade
No Renascença II, todas as vias são pavimentadas com asfalto, a maioria
das calçadas são completamente impermeabilizadas com concreto, exceto o
canteiro da Avenida do Vale que é semi-permeável. Estas características segundo o
atributo proposto por Oliveira (1993) são desfavoráveis, pois quanto menos
evaporação, menor a possibilidade da estrutura urbana perder calor por este
fenômeno físico, o que favorece o aumento da temperatura do ar.
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4.1.5 Áreas verdes
No Renascença II, as diversas funções que a vegetação possui em áreas
urbanas são pouco aproveitadas, mesmo que as áreas verdes sejam fundamental
para atenuar problemas ambientais e sociais enfrentado pelos usuários de áreas
externas em cidade de clima quente-úmido, somente 5,3% da área que compõe a
área de estudo possui vegetação.
Nas ruas onde estão situadas as casas térreas podem se encontrar as
poucas árvores ou palmeiras que compõem esse 5,3% de área verde da região. Nas
áreas onde se concentram os edifícios inexiste a presença de árvores ou canteiros
verdes.
Dessa forma, os benefícios do sombreamento, umas das principais
funções da vegetação é tirado dos pedestres e veículos automotores. Na Av. do
Vale, onde pode ser percebida a canalização dos ventos dominantes, as árvores
existentes são ineficientes para o controle da massa de ar (Figura 43).
A característica preocupante é a ausência de praças na área de estudo.
Duarte (2000) aponta que o efeito climático de um parque sombreado estende-se
às ruas adjacentes, suas folhas filtram a poeira do ar e executam a
evapotranspiração.
Vegetação - áreas verdes
Percebe-se uma carência de arborização no Renascença II. Apenas a
Avenida do Vale possui o canteiro central pouco arborizado. A Avenida Colares
Moreira não possui arborização. O bairro está próximo a Lagoa da Jansen - Parque
Ambiental da cidade, porém a lagoa não está localizada na entrada dos ventos
predominantes. Como o bairro é notadamente residencial e ainda existem muitos
lotes com edificações térreas, existe arborização intra-lotes.
Para Oliveira (1993) a vegetação urbana distribuída sob a forma de
parques, jardins em praças, cinturões verdes e vegetação de rua serve para evitar
as continuidades muito extensas do tecido urbano, diminuindo assim os efeitos
negativos da “ilha de calor”.
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4.2 Delimitação das áreas – cruzamento das análises
Neste item foram caracterizados e cruzados os resultados das análises
anteriormente desenvolvidas. Para este cruzamento foram observadas as
características gerais de todo o bairro segundo os atributos bioclimatizantes da
forma urbana e, dessa forma a região foi dividida em 3 áreas distintas que possuem
características comuns e específicas (Figura 44):
A área 1 corresponde a área ser protegida, pois ainda não está
completamente consolidada e por isso ainda pode ser planejada de maneira
adequada ao clima quente-úmido. Essa região deverá permanecer permeável a
penetração dos ventos dominante nordeste para que permita a penetração para o
restante do bairro. Os recuos dos lotes desta área precisam ser bem estudados,
uma vez que a construção de edifícios multifamiliares com recuos reduzidos
formará barreira ao vento, prejudicando a ventilação no restante da área de estudo
os recuos mínimos precisam ser bem estudados. Apresenta topografia levemente
acidentada. A cobertura do solo desta região encontra muito permeável e não há
riscos quanto a enchentes.
A área 2 correspondente ao centro da fração urbana estudada e se
encontra na região mais acidentada da área. Ela requer mudanças, pois está quase
que completamente consolidada, com edifícios altos e com pequenos recuos. A
vegetação é praticamente inexiste. A circulação de ar é boa, mas há pouca
proteção contra a absorção da radiação solar que serve para melhorar as condições
térmicas da região.
A área 3 compreende a região mais prejudicada em termos de conforto
térmico, por estar localizada à sotavento, possuir baixa rugosidade e não possuir
arborização adequada ao clima quente-úmido. Outro agravante são as freqüentes
enchentes no período chuvoso, onde se tornam necessárias áreas permeáveis para o
escoamento das águas pluviais.
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Segundo os atributos da forma urbana os quais, em suas análises,
revelam os aspectos morfológicos em termos bioclimáticos, a área menos
desfavorável da forma urbana é a área 1, sendo esta a mais propícia à adequação
do bairro diante das perspectivas de mudança de uso do solo. A área 2, em
contrapartida, local onde está grande parte das edificações multifamiliares do
bairro cidade, requer atenção.
As áreas constatadas como desfavoráveis devem ser adequadas e/ou
modificadas, segundo recomendações do urbanismo bioclimático, por não
apresentarem coerência qualitativa com o ambiente local, sob o ponto de vista
bioclimático constatado nesta análise. Este fato não descarta a necessidade de
haver adequação da área 1 ao clima local, ou seja, embora apresente melhores
características bioclimáticas, necessita de planejamento, independentemente do
uso que possuir.
4.2.1 Parâmetros para escolha dos pontos de medição
Realizada parte da análise qualitativa do bairro do Renascença II, foram
identificados pontos para medições de variáveis ambientais – trabalho de campo -
que representassem as áreas identificadas com características específicas, segundo
aplicação das metodologias explicitadas.
A partir da constatação de três áreas específicas (Figura 45), foram
escolhidos 6 pontos dentro dessas áreas, dois em cada área. Os pontos foram
posicionados nos locais onde se constataram os atributos mais representativos de
cada área. Os pontos 1 e 2 situam-se na área 3, e respectivamente, na Rua das
Gaivotas e Rua dos Mandacarus. Os pontos 3 e 4, na área 2, situam-se Rua Miragem
e Avenida do Vale, respectivamente. E por último os pontos 5 e 6 na área 1,
localizados na Rua Jaracati e Rua Júpiter.
No próximo capítulo esses pontos foram caracterizados segundo a
metodologia proposta por Bustos Romero (2001), para que, em seguida, fossem
realizadas as medições das variáveis ambientais de seus usuários.
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Capítulo V: Análise qualitativa dos dados coletados
119
4.3 Metodologia de Bustos Romero (2001)
A terceira e última etapa da análise qualitativa baseia-se no método
proposto por Bustos Romero (2001), a análise é feita especificamente nos pontos
determinados na primeira etapa da análise. Os detalhes do piso, fachada e entorno
contribuirão para identificar outros atributos que influenciam nas mudanças
climáticas ocorridas pela urbanização. Portanto, observa-se até aqui as influências
do sítio e as variáveis climáticas, o construído e as variáveis climáticas e
composição da base, entorno e fachada com as variáveis climáticas.
Segundo Araújo (2004) a metodologia de Bustos Romero (2001) propõe a
caracterização dos espaços públicos utilizando fichas bioclimáticas que
esquematizam as variáveis ambientais analisadas, através, principalmente, das
observações do pesquisador. Utilizando o mesmo princípio dos espaços públicos, a
metodologia foi aplicada para caracterizar os pontos, de forma a identificar os
elementos do seu entorno, base e fronteira, para dar suporte aos resultados das
medições das variáveis ambientais realizadas nos mesmos.
As medidas das variáveis ambientais foram medidas em 7 pontos
distintos, 6 dentro do bairro de Renascença, e um na estação meteorológica fixa do
INPE, localizada em área pouco urbanizada em São Luis-MA.
4.3.1 Ponto 01 – Rua das Gaivotas
O ponto 01 está localizado na Rua das Gaivotas, região sul central da
área 3. A rua é relativamente larga, suas calçadas são estreitas e não possuem
continuidade, havendo pedaços inexistentes e quebrados. O ponto fica em uma
área pouquíssima acidentada, correndo o risco de alagamento em épocas de chuvas
fortes do primeiro semestre do ano.
Os recuos frontais são de 5 metros, na maioria das vezes. A rua que é
predominantemente residencial, com a presença de alguns usos comerciais, A
presença da Escola de Natação Viva Água ocasiona grande movimentação de
veículos automotores nos períodos de inícios e término de aulas.
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Capítulo V: Análise qualitativa dos dados coletados
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Os lotes têm tamanhos variados, pois existem lotes com residências
térreas e multifamiliares. Ainda existem terrenos vazios que pode ser utilizados
para construção de praças, equipamento urbano que inexiste na área.
Quase não há vegetação na área nos espaços externos, existe apenas
uma árvore, sob onde foi feita a medição climática. Porém nas áreas intra-lotes
frontais às residências ocorre uma predominância de verde (Figura 46).
Figura 46 – Foto do Ponto 01 – Rua das Gaivotas
Fonte: Arquivo próprio (2006)
Nas ruas relativamente largas, o revestimento asfáltico, sem vegetação
de sombreamento, essa área absorve excessivo calor que pouco é liberado, pois os
ventos são fracos nessa região, o ponto 01 fica à sotavento por causa dos edifícios
altos que está localizados na direção do vento dominante nordeste.
A área, dessa forma, está exposta à radiação direta e difusa, devido à
abertura do recinto e às cores claras dos muros, porém com albedo baixo do asfalto
das ruas; e exposta ao ruído do tráfego de pessoas e de veículos (Figura 47).
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Capítulo V: Análise qualitativa dos dados coletados
121
ILUSTRAÇÕES
DIRETA- Abundante
DIFUSA- Abundante pelo clima
REFLETIDA- Alta pelas cores
QUALIDADE SUPERFICIA. DOS MATERIAIS-
MateriaIs de grande inércia térmica
ÁREA TOTAL DA SUPERFÍCIE -
SOM
CONTINUIDADE DA SUPERFÍCIE-
Fragmentada
TIPOLOGIA ARQUITETÔNICA- Casas
térrea-arq. local e edificios contemp.
TENSÃO- poucos elementos, maioria
muros
DETALHES ARQUITETÔNICOS- Telhados
coloniais e cerâmicas
NÚMERO DE LADOS- 2 lados MATIZES- Brancos, azul, bege
A FRONTEIRA
ÁGUA- Inexistente
MOBILIÁRIO URBANO- Além de
postes de iluminação pública,
sinalização
CONVEXIDADE- Inexistente - área plana
ALTURA- 20m
A BASE
ABERTURAS- Vários vazios
SOL- Totalmente exposto ao sol
VENTO- Ventos fracos e sem
direção definida
SOM- Pouco ruído e médio-baixo
fluxo de veículos, presença de
barulho proveniente de obras
CONTINUIDADE DA MASSA- Entorno
fragmentado, espaço aberto
CONDUÇÃO DOS VENTOS- Variados,
ventos S, SE fracos, os mais fortes NE
COMPONENTES E PROPRIEDADES FÍSICAS DOS MATERIAIS
ÁREA DA BASE- Aproximadamente
1.200m². Largura da rua: 12m
PAVIMENTOS- Asfalto, concreto e
solo descoberto
CLARIDADE- Ambiente claro
SENSAÇÃO DE COR- Além do azul do
céu, cores frias, cinza, branco
RESSONÂNCIA DO RECINTO-
Probabilidade de alta ressonância
SOMBRA ACÚSTICA- Inexistente
VELOCIDADE DO VENTO- Baixa
TEMPERATURAS SUPERFICIAIS- Altas
AMBIENTE SONORO- Pouco ruidoso
VARIAÇÃO SAZONAL- Pouca variação, no
período seco menos verde
UMIDADE RELATIVA- Média
TEMPERATURA DO AR- Alta
DIREÇÃO DO FLUXO- Normal à fonte
INCIDÊNCIA DA LUZ- Direta
CONJUNTO DE CORES- escuras
TONALIDADE- cinzas
MANCHAS DE LUZ- Provenientes dos
poste e dos edicios no final da tarde
ESTICA DA LUZ- Pouca iluminação e
ineficiente
SOM
RADIAÇÃO
ALBEDO- Médio, devido ao asfalto
PERSONALIDADE ACÚSTICA-
Principalmente originadas em obras
próximas
SOM COR CLIMA COR
ABSORÇÃO- Grande capacidade de
absorção
REFLEXÃO- Alta - cores claras e tons de
cinza
CLIMA LUZ
LUMINÂNCIA- Alta, direta e difusa sobre as
fachadas
VEGETAÇÃO- Vegetação
praticamente inexistente
FICHA BIOCLIMÁTICA DO ESPAÇO PÚBLICO
PONTO 01 - RUA GAIVOTAS
ESPACIAIS AMBIENTAIS
ENTORNO
ACESSOS
COR
Figura 47 – Ficha bioclimática - Ponto 01 – Rua das Gaivotas
Fonte: Elaboração própria
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Capítulo V: Análise qualitativa dos dados coletados
122
4.3.2 Ponto 02 – Rua dos Mandacarus
Está localizado na Rua dos Mandacarus, na região norte central da área
3. A rua é estreita, assim como suas calçadas e não possuem continuidade. Em uma
parte da rua a topografia é pouco acidentada, ocorrendo um aclive à medida que
se segue a Rua dos Bicudos à direita. Os lotes têm tamanhos grandes, a
predominância de edifícios multifamiliares e a Creche-Escola Crescer. Existe um
lote pequeno vazio e um grande terreno vazio que contribui para a sensação de
abertura do ambiente. Não há presença de árvores nas calçadas nas imediações da
medição. A rua é revestida por asfalto, sem vegetação de sombreamento, essa área
absorve excessivo calor que pouco é liberado pelos ventos fracos, o ponto 02
também está à sotavento. O ponto 02 se difere do 01, pois possui mais
sombreamento dos edifícios altos, a exposição a radiação direta é menor que no
ponto 01, está exposta à radiação difusa, devido à abertura do recinto e às cores
claras dos muros, porém com albedo baixo do asfalto das ruas (Figuras 48 e 49).
Figura 48 – Foto do Ponto 02 – Rua dos Mandacarus
Fonte: Arquivo próprio (2006)
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Capítulo V: Análise qualitativa dos dados coletados
123
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ILUSTRAÇÕES
DIRETA- Abundante
DIFUSA- Abundante pelo clima
REFLETIDA- Alta pelas cores
QUALIDADE SUPERFICIA. DOS MATERIAIS-
MateriaIs de grande inércia térmica
ÁREA TOTAL DA SUPERFÍCIE -
SOM
CONTINUIDADE DA SUPERFÍCIE-
Fragmentada
TIPOLOGIA ARQUITETÔNICA- Casas
térrea-arq. local e edificios contemp.
TENSÃO- poucos elementos, maioria
muros
DETALHES ARQUITETÔNICOS-
Telhados coloniais e ceramicas
NÚMERO DE LADOS- 2 lados MATIZES- Brancos, azul, bege
A FRONTEIRA
ÁGUA- Inexistente
MOBILIÁRIO URBANO- Além de
postes de iluminação pública,
sinalização
CONVEXIDADE- Inexistente - área plana
ALTURA- 20m
A BASE
ABERTURAS- Vários vazios
SOL- Totalmente exposto ao sol,
com leve declividade à oeste
VENTO- Ventos fracos durante a
manhã e sem direção definida
SOM- Pouco ruído e médio-baixo
fluxo de veículos, presença de
barulho proveniente de obras
CONTINUIDADE DA MASSA- Entorno
fragmentado, espaço aberto
CONDUÇÃO DOS VENTOS- Variados,
ventos S, SE fracos, os mais fortes NE
COMPONENTES E PROPRIEDADES FÍSICAS DOS MATERIAIS
ÁREA DA BASE- Aproximadamente
1.200m². Largura da rua: 12m
PAVIMENTOS- Asfalto, concreto e
solo descoberto
CLARIDADE- Ambiente claro
SENSAÇÃO DE COR- Além do azul do
céu, cores frias, cinza, branco
RESSONÂNCIA DO RECINTO-
Probabilidade de alta ressonância
SOMBRA ACÚSTICA- Inexistente
VELOCIDADE DO VENTO- Baixa
TEMPERATURAS SUPERFICIAIS- Altas
AMBIENTE SONORO- Pouco ruidoso
VARIAÇÃO SAZONAL- Pouca variação, no
período seco menos verde
UMIDADE RELAT IVA- Média
TEMPERATURA DO AR- Alta
DIREÇÃO DO FLUXO- Normal à fonte
INCIDÊNCIA DA LUZ- Direta
CONJUNTO DE CORES- escuras
TONALIDADE- cinzas
MANCHAS DE LUZ- Provenientes dos
poste e dos edifícios no final da tarde
ESTÉTICA DA LUZ- Pouca iluminação e
ineficiente
RADIAÇÃO
CLIMA
ALBEDO- Médio, devido ao asfalto
PERSONALIDADE ACÚSTICA-
Principalmente originadas em obras
próximas
SOM COR CLIMA COR
ABSORÇÃO- Grande capacidade de
absorção
REFLEXÃO- Alta - cores claras e tons de
cinza
LUZ
LUMINÂNCIA- Alta, direta e difusa sobre
as fachadas
VEGETÃO- Vegetação
praticamente inexistente
FICHA BIOCLIM
Á
TICA DO ESPAÇO P
Ú
BLICO
PONTO 02 - RUA DOS MANDACARUS
ESPACIAIS AMBIENTAIS
ENTORNO
ACESSOS
COR SOM
Figura 49 – Ficha bioclimática - Ponto 02 – Rua dos Mandacarus
Fonte: Elaboração própria
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Capítulo V: Análise qualitativa dos dados coletados
124
4.3.3 Ponto 03 – Rua Miragem
O ponto 03 na área 2, quase na mesma altura do ponto 02, está
localizado na Rua Miragem que é completamente impermeável com pavimentação
asfáltica e calçadas em concreto. Assim como os outros pontos a presença de verde
é escassa. Mas, assim como o ponto 02, possui o sombreamento dos edifícios altos,
a exposição a radiação direta se torna menor nos horários da tarde. Contudo sua
condição térmica e de iluminação seria amenizado com a presença de árvores nas
calçadas. A rua é predominantemente ocupada por edifícios multifamiliares,
tornando-a em uma rua tranqüila e livre de ruídos e com densidade populacional
elevada. O espaço urbano é parcialmente aberto a radiação direta, no período da
tarde há a predominância de radiação difusa. A ventilação é caracterizada pelo
efeito de canalização por existir pouca porosidade na lateral leste que faz barreira
para os ventos dominantes NE (Figuras 50 e 51).
Figura 50 – Foto do Ponto 03 – Rua Miragem
Fonte: Arquivo próprio (2006)
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Capítulo V: Análise qualitativa dos dados coletados
125
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ILUSTRAÇÕES
DIRETA- Abundante
DIFUSA- Abundante pelo clima
REFLETIDA- Alta pelas cores
LUZ
LUMINÂNCIA- Alta, direta e difusa sobre
as fachadas
VEGETÃO- Vegetação
praticamente inexistente
FICHA BIOCLIM
Á
TICA DO ESPAÇO P
Ú
BLICO
PONTO 03 - RUA MIRAGEM
ESPACIAIS AMBIENTAIS
ENTORNO
ACESSOS
COR SOM
RADIAÇÃO
CLIMA
ALBEDO- Médio, devido ao asfalto
PERSONALIDADE ACÚSTICA-
Principalmente originadas em obras
próximas
SOM COR CLIMA COR
ABSORÇÃO- Grande capacidade de
absorção
REFLEXÃO- Alta - cores claras e tons de
cinza
DIREÇÃO DO FLUXO- Normal à fonte
INCIDÊNCIA DA LUZ- Direta
CONJUNTO DE CORES- escuras
TONALIDADE- cinzas
MANCHAS DE LUZ- Provenientes dos
poste e dos edifícios no final da tarde
ESTÉTICA DA LUZ- Pouca iluminação e
ineficiente
CLARIDADE- Ambiente claro
SENSAÇÃO DE COR- Além do azul do
céu, cores frias, cinza, branco
RESSONÂNCIA DO RECINTO-
Probabilidade de alta ressonância
SOMBRA ACÚSTICA- Inexistente
VELOCIDADE DO VENTO- Baixa
TEMPERATURAS SUPERFICIAIS- Altas
AMBIENTE SONORO- Pouco ruidoso
VARIAÇÃO SAZONAL- Pouca variação, no
período seco menos verde
UMIDADE RELAT IVA- Média
TEMPERATURA DO AR- Alta
SOL- Totalmente exposto ao sol
VENTO- Ventos fracos e sem
direção definida
SOM- Pouco ruído e médio-baixo
fluxo de veículos, presença de
barulho proveniente de obras
CONTINUIDADE DA MASSA- Entorno
fragmentado, espaço aberto
CONDUÇÃO DOS VENTOS- Variados,
ventos S, SE fracos, os mais fortes NE
COMPONENTES E PROPRIEDADES FÍSICAS DOS MATERIAIS
ÁREA DA BASE- Aproximadamente
1.200m². Largura da rua: 12m
PAVIMENTOS- Asfalto, concreto e
solo descoberto
A FRONTEIRA
ÁGUA- Inexistente
MOBILIÁRIO URBANO- Além de
postes de iluminação pública,
sinalização
CONVEXIDADE- Inexistente - área plana
ALTURA- 20m
A BASE
ABERTURAS- Vários vazios
QUALIDADE SUPERFICIA. DOS MATERIAIS-
MateriaIs de grande inércia térmica
ÁREA TOTAL DA SUPERFÍCIE -
SOM
CONTINUIDADE DA SUPERFÍCIE-
Fragmentada
TIPOLOGIA ARQUITETÔNICA- Casas
térrea-arq. local e edificios contemp.
TENSÃO- poucos elementos, maioria
muros
DETALHES ARQUITETÔNICOS-
Telhados coloniais e ceramicas
NÚMERO DE LADOS- 2 lados MATIZES- Brancos, azul, bege
Figura 51 – Ficha bioclimática - Ponto 03 – Rua Miragem
Fonte: Elaboração própria
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Capítulo V: Análise qualitativa dos dados coletados
126
4.3.4 Ponto 04 – Avenida do Vale
O ponto 04 localizado na área 02 é a Avenida do Vale, via de tráfego
relativamente intenso, pois funciona como ligação de duas vias principais da
cidade, a Avenida Colares Moreira com a Avenida dos Holandeses. Além disso, a
avenida possui a presença de uso diversificado, indo desde residencial
multifamiliar, edifícios de escritório e escolas. Seu revestimento é asfáltico, suas
calçadas são de concreto, a largura é boa, mas não possui continuidade o que é
prejudicial para a acessibilidade da área. Seu canteiro central possui algumas
árvores que não exercem a função de sombreamento do piso. A vegetação ainda
pode ser considerada escassa. A área é aberta para radiação direta e difusa. Ocorre
a canalização dos ventos dominantes nordeste devida a sua conformação
geográfica. (Figuras 52 e 53).
Figura 52 – Foto do Ponto 04 – Avenida do Vale
Fonte: Arquivo próprio (2006)
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Capítulo V: Análise qualitativa dos dados coletados
127
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ILUSTRAÇÕES
DIRETA- Abundante
DIFUSA- Abundante pelo clima
REFLETIDA- Alta pelas cores
LUZ
LUMINÂNCIA- Alta, direta e difusa sobre
as fachadas
VEGETÃO- Vegetação
praticamente inexistente
FICHA BIOCLIM
Á
TICA DO ESPAÇO P
Ú
BLICO
PONTO 04 - AVENIDA DO VALE
ESPACIAIS AMBIENTAIS
ENTORNO
ACESSOS
COR SOM
RADIAÇÃO
CLIMA
ALBEDO- Médio, devido ao asfalto
PERSONALIDADE ACÚSTICA-
Principalmente originadas em obras
próximas
SOM COR CLIMA COR
ABSORÇÃO- Grande capacidade de
absorção
REFLEXÃO- Alta - cores claras e tons de
cinza
DIREÇÃO DO FLUXO- Normal à fonte
INCIDÊNCIA DA LUZ- Direta
CONJUNTO DE CORES- escuras
TONALIDADE- cinzas
MANCHAS DE LUZ- Provenientes dos
poste e dos edifícios no final da tarde
ESTÉTICA DA LUZ- Pouca iluminação e
ineficiente
CLARIDADE- Ambiente claro
SENSAÇÃO DE COR- Além do azul do
céu, cores frias, cinza, branco
RESSONÂNCIA DO RECINTO-
Probabilidade de alta ressonância
SOMBRA ACÚSTICA- Inexistente
VELOCIDADE DO VENTO- Baixa
TEMPERATURAS SUPERFICIAIS- Altas
AMBIENTE SONORO- Pouco ruidoso
VARIAÇÃO SAZONAL- Pouca variação, no
período seco menos verde
UMIDADE RELAT IVA- Média
TEMPERATURA DO AR- Alta
SOL- Totalmente exposto ao sol
VENTO- Ventos fracos e sem
direção definida
SOM- Pouco ruído e médio-baixo
fluxo de veículos, presença de
barulho proveniente de obras
CONTINUIDADE DA MASSA- Entorno
fragmentado, espaço aberto
CONDUÇÃO DOS VENTOS- Variados,
ventos S, SE fracos, os mais fortes NE
COMPONENTES E PROPRIEDADES FÍSICAS DOS MATERIAIS
ÁREA DA BASE- Aproximadamente
1.200m². Largura da rua: 12m
PAVIMENTOS- Asfalto, concreto e
solo descoberto
A FRONTEIRA
ÁGUA- Inexistente
MOBILIÁRIO URBANO- Além de
postes de iluminação pública,
sinalização
CONVEXIDADE- Inexistente - área plana
ALTURA- 20m
A BASE
ABERTURAS- Vários vazios
QUALIDADE SUPERFICIA. DOS MATERIAIS-
MateriaIs de grande inércia térmica
ÁREA TOTAL DA SUPERFÍCIE -
SOM
CONTINUIDADE DA SUPERFÍCIE-
Fragmentada
TIPOLOGIA ARQUITETÔNICA- Casas
térrea-arq. local e edificios contemp.
TENSÃO- poucos elementos, maioria
muros
DETALHES ARQUITETÔNICOS-
Telhados coloniais e ceramicas
NÚMERO DE LADOS- 2 lados MATIZES- Brancos, azul, bege
Figura 53 – Ficha bioclimática - Ponto 04 – Avenida do Vale
Fonte: Elaboração própria
Análise Bioclimática do Bairro do Renascença II – São Luis-MA: realidade e perspectiva do conforto térmico em espaços externos
Capítulo V: Análise qualitativa dos dados coletados
128
4.3.5 Ponto 05 – Rua Jaracati
O ponto 05 localizado na área 1 na Rua Jaracati, via que quase não
possui tráfego, pois é predominantemente residencial, na sua esquina à esquerda
está localizada uma creche-escola que utiliza a Avenida do Vale como ponto de
parada. Seu revestimento é asfáltico, suas calçadas são em concreto, porém quase
inexistes (Figura 54) prejudicando a acessibilidade da área. Existem terrenos
vazios e abertos, mas que pouco contribuem para o ambiente, a vegetação é seca,
caracterizando abandono, sendo prejudicial também para a segurança da área. Não
arborização no ambiente externo, existe pouco cuidado com a paisagem local. A
área é completamente exposta aos ventos dominantes, a velocidade média dos
ventos é alta, o que favorece para o conforto térmico da área. A área é aberta para
radiação direta e difusa (Figura 55).
Figura 54 – Foto do Ponto 05 – Rua Jaracati
Fonte: Arquivo próprio (2006)
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Capítulo V: Análise qualitativa dos dados coletados
129
Patricia Vieira Trinta PPGAU/UFRN
ILUSTRAÇÕES
DIRETA- Abundante
DIFUSA- Abundante pelo clima
REFLETIDA- Alta pelas cores
QUALIDADE SUPERFICIA. DOS MATERIAIS-
MateriaIs de grande inércia térmica
ÁREA TOTAL DA SUPERFÍCIE -
SOM
CONTINUIDADE DA SUPERFÍCIE-
Fragmentada
TIPOLOGIA ARQUITETÔNICA- Casas
térrea-arq. local e edificios contemp.
TENSÃO- poucos elementos, maioria
muros
DETALHES ARQUITETÔNICOS-
Telhados coloniais e ceramicas
NÚMERO DE LADOS- 2 lados MATIZES- Brancos, azul, bege
A FRONTEIRA
ÁGUA- Inexistente
MOBILIÁRIO URBANO- Além de
postes de iluminação pública,
sinalização
CONVEXIDADE- Inexistente - área plana
ALTURA- 20m
A BASE
ABERTURAS- Vários vazios
SOL- Totalmente exposto ao sol
VENTO- Ventos fracos e sem
direção definida
SOM- Pouco ruído e médio-baixo
fluxo de veículos, presença de
barulho proveniente de obras
CONTINUIDADE DA MASSA- Entorno
fragmentado, espaço aberto
CONDUÇÃO DOS VENTOS- Variados,
ventos S, SE fracos, os mais fortes NE
COMPONENTES E PROPRIEDADES FÍSICAS DOS MATERIAIS
ÁREA DA BASE- Aproximadamente
1.200m². Largura da rua: 12m
PAVIMENTOS- Asfalto, concreto e
solo descoberto
CLARIDADE- Ambiente claro
SENSAÇÃO DE COR- Além do azul do
céu, cores frias, cinza, branco
RESSONÂNCIA DO RECINTO-
Probabilidade de alta ressonância
SOMBRA ACÚSTICA- Inexistente
VELOCIDADE DO VENTO- Baixa
TEMPERATURAS SUPERFICIAIS- Altas
AMBIENTE SONORO- Pouco ruidoso
VARIAÇÃO SAZONAL- Pouca variação, no
período seco menos verde
UMIDADE RELAT IVA- Média
TEMPERATURA DO AR- Alta
DIREÇÃO DO FLUXO- Normal à fonte
INCIDÊNCIA DA LUZ- Direta
CONJUNTO DE CORES- escuras
TONALIDADE- cinzas
MANCHAS DE LUZ- Provenientes dos
poste e dos edifícios no final da tarde
ESTÉTICA DA LUZ- Pouca iluminação e
ineficiente
RADIAÇÃO
CLIMA
ALBEDO- Médio, devido ao asfalto
PERSONALIDADE ACÚSTICA-
Principalmente originadas em obras
próximas
SOM COR CLIMA COR
ABSORÇÃO- Grande capacidade de
absorção
REFLEXÃO- Alta - cores claras e tons de
cinza
LUZ
LUMINÂNCIA- Alta, direta e difusa sobre
as fachadas
VEGETÃO- Vegetação
praticamente inexistente
FICHA BIOCLIM
Á
TICA DO ESPAÇO P
Ú
BLICO
PONTO 05 - RUA JARACATI
ESPACIAIS AMBIENTAIS
ENTORNO
ACESSOS
COR SOM
Figura 55 – Foto do Ponto 05 – Rua Jaracati
Fonte: Elaboração própria
Análise Bioclimática do Bairro do Renascença II – São Luis-MA: realidade e perspectiva do conforto térmico em espaços externos
Capítulo V: Análise qualitativa dos dados coletados
130
4.3.6 Ponto 06 – Rua Júpiter
O ponto 06 na área 1 está localizado na Rua Júpiter e foi escolhido
propositalmente por está localizado em uma área pouquíssima urbanizada do
bairro, essa área possui terrenos vazios com vegetação seca e completamente
aberta aos ventos dominante nordeste. Possui alta exposição à radiação direta
(Figura 56). O ponto apresentou temperaturas do ar altas e desconforto visual. Seu
revestimento é asfáltico com baixo albedo que serve para maior absorção de calor.
Não há presença de corpos de água, de sombreamento. Isso demonstra também
como a edificação se planejada e construída de forma adequada pode contribuir
para redução da temperatura em regiões de clima quente-úmido (Figura 57).
Figura 56 – Foto do Ponto 06 – Rua Júpiter
Fonte: Elaboração própria
Patricia Vieira Trinta PPGAU/UFRN
Análise Bioclimática do Bairro do Renascença II – São Luis-MA: realidade e perspectiva do conforto térmico em espaços externos
Capítulo V: Análise qualitativa dos dados coletados
131
FICHA BIOCLIM
Á
TICA DO ESPAÇO P
Ú
ILUSTRAÇÕES
DIRETA- Abundante
DIFUSA- Abundante pelo clima
REFLETIDA- Alta pelas cores
LUZ
LUMINÂNCIA- Alta, direta e difusa sobre
as fachadas
VEGETÃO- Vegetação
praticamente inexistente
BLICO
PONTO 06 - RUA JÚPITER
ESPACIAIS AMBIENTAIS
ENTORNO
ACESSOS
COR SOM
RADIAÇÃO
CLIMA
ALBEDO- Médio, devido ao asfalto
PERSONALIDADE ACÚSTICA-
Principalmente originadas em obras
próximas
SOM COR CLIMA COR
ABSORÇÃO- Grande capacidade de
absorção
REFLEXÃO- Alta - cores claras e tons de
cinza
DIREÇÃO DO FLUXO- Normal à fonte
INCIDÊNCIA DA LUZ- Direta
CONJUNTO DE CORES- escuras
TONALIDADE- cinzas
MANCHAS DE LUZ- Provenientes dos
poste e dos edifícios no final da tarde
ESTÉTICA DA LUZ- Pouca iluminação e
ineficiente
CLARIDADE- Ambiente claro
SENSAÇÃO DE COR- Além do azul do
céu, cores frias, cinza, branco
RESSONÂNCIA DO RECINTO-
Probabilidade de alta ressonância
SOMBRA ACÚSTICA- Inexistente
VELOCIDADE DO VENTO- Baixa
TEMPERATURAS SUPERFICIAIS- Altas
AMBIENTE SONORO- Pouco ruidoso
VARIAÇÃO SAZONAL- Pouca variação, no
período seco menos verde
UMIDADE RELAT IVA- Média
TEMPERATURA DO AR- Alta
SOL- Totalmente exposto ao sol
VENTO- Ventos fracos e sem
direção definida
SOM- Pouco ruído e médio-baixo
fluxo de veículos, presença de
barulho proveniente de obras
CONTINUIDADE DA MASSA- Entorno
fragmentado, espaço aberto
CONDUÇÃO DOS VENTOS- Variados,
ventos S, SE fracos, os mais fortes NE
COMPONENTES E PROPRIEDADES FÍSICAS DOS MATERIAIS
ÁREA DA BASE- Aproximadamente
1.200m². Largura da rua: 12m
PAVIMENTOS- Asfalto, concreto e
solo descoberto
A FRONTEIRA
ÁGUA- Inexistente
MOBILIÁRIO URBANO- Além de
postes de iluminação pública,
sinalização
CONVEXIDADE- Inexistente - área plana
ALTURA- 20m
A BASE
ABERTURAS- Vários vazios
QUALIDADE SUPERFICIA. DOS MATERIAIS-
MateriaIs de grande inércia térmica
ÁREA TOTAL DA SUPERFÍCIE -
SOM
CONTINUIDADE DA SUPERFÍCIE-
Fragmentada
TIPOLOGIA ARQUITETÔNICA- Casas
térrea-arq. local e edificios contemp.
TENSÃO- poucos elementos, maioria
muros
DETALHES ARQUITETÔNICOS-
Telhados coloniais e ceramicas
NÚMERO DE LADOS- 2 lados MATIZES- Brancos, azul, bege
Figura 57 – Ficha bioclimática - Ponto 06 – Rua Júpiter
Fonte: Elaboração própria
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Análise Bioclimática do Bairro do Renascença II – São Luis-MA: realidade e perspectiva do conforto térmico em espaços externos
Capítulo V: Analise estatística dos dados coletados
132
4.4 Análise estatística dos dados coletados
Após essa caracterização dos pontos de medição, foi realizada a análise
estatística dos dados coletados para a avaliação do microclima da área de estudo.
Para as medições das variáveis ambientais – temperatura e umidade do ar,
velocidade e direção dos ventos – foi estabelecido que, conforme Monteiro (1990c)
apud Araújo (2004), cada ponto expressa, no momento que foi registrado, o
comportamento da atmosfera naquele dado ponto:
Este encerra simultaneamente, em si mesmo, as componentes da
circulação atmosférica regional, aquelas advindas da resposta local, ao
mesmo tempo em que deve refletir algo do contexto meso-climático
definido pelas grandes linhas de topografia e, sobretudo: está intimamente
comprometido com as condições microclimáticas que a edificação urbana
propiciou em larga escala (MONTEIRO, 1990c, p. 69).
4.4.1 Formulação do banco de dados
As medições das variáveis ambientais foram estabelecidas em dois
períodos representativos do clima da cidade de São Luis: a primeira no período de
16-20 de Agosto (estação seca – de julho a dezembro) – e a segunda nos dias 11-15
de março (estação chuvosa – de janeiro a junho) (INMET, 1992).
Inicialmente foram gerados os bancos de dados, editados no aplicativo
Excel (2003), que subsidiaram as análises nas duas etapas. Para a formulação do
banco de dados da temperatura e umidade relativa do ar, velocidade e direção dos
ventos foi utilizada uma planilha de medição (Apêndice A). As medições in loco,
nos dois períodos aferidos, realizadas às 06h, 9h, 12h, 15h, 18h e 21h (Apêndice B).
E as respostas das entrevistas realizadas com os usuários dos espaços
externos obtidas com os questionários (Apêndice C) foram tabuladas e editadas
com códigos numéricos a fim de gerar o banco de dados dos questionários
(Apêndice D).
Para o tipo de vestimenta usado pelo entrevistado foi calculado um
índice de resistência a partir das combinações apresentadas. Já para o tipo de
atividade desenvolvida pelo entrevistado foi definida uma taxa metabólica
Patricia Vieira Trinta PPGAU/UFRN
Análise Bioclimática do Bairro do Renascença II – São Luis-MA: realidade e perspectiva do conforto térmico em espaços externos
Capítulo V: Analise estatística dos dados coletados
133
correspondente. Estes valores foram obtidos a partir do aplicativo Analysis CST
(LABEEE, 2006).
Foram calculados concomitantemente, o Voto Médio Estimado – PMV, a
Temperatura Efetiva Padrão – SET e Temperatura Fisiológica Equivalente – PET. Os
dois primeiros, no aplicativo Analysis CST e o último no aplicativo PET fornecido
pelo professor Lutz Katzschner.
Para a representação dessas medidas optou-se por trabalhar com a
média aritmética uma vez que se observou uma boa estatística de representação
central. Esta estatística foi utilizada para todas as variáveis. Foram calculadas as
médias aritméticas para cada variável ambiental, a saber, temperatura do ar,
umidade relativa do ar e velocidade dos ventos, a fim de comparar os dados de
hora e ponto. Em seguida, fez-se a média aritmética por pontos em todas as horas
e por hora em todos os pontos, encontrando também média geral da época
estudada. As médias de máximas e mínimas em cada ponto e em cada horário, e
dias, também foram trabalhadas.
Estação Seca
Os dados medidos na estação seca revelaram médias em cada ponto que
propiciam a comparação entre eles. Durante as medições foi detectada a presença
de chuviscos, e o céu encontrava-se ora sem nuvens ora nuvens esparsas.
As médias gerais das variáveis, para o mês de agosto foram: temperatura
do ar 29,9ºC, umidade relativa do ar 60,8%, velocidade dos ventos 1,3 m/s.
(Tabelas 06, 07 e 08).
Tabela 06 – Média aritmética da temperatura do ar (°C) por hora e por pontos (Ago)
HORA PONTO 1 PONTO 2 PONTO 3 PONTO 4 PONTO 5 PONTO 6 MÉDIA
06:00 27,6 27,46 26,7 26,82 26,5 26,4 26,9
09:00 31,1 31,5 31,3 30,64 30,0 32,8 31,2
12:00 33,7 33,0 32,0 32,6 32,1 32,2 32,6
15:00 31,4 30,6 30,7 30,9 31,0 33,6 31,4
18:00 29,2 29,0 28,7 28,9 28,4 29,5 29,0
21:00 28,4 28,0 28,2 28,7 27,6 28,2 28,2
MÉDIA 30,2 29,9 29,6 29,8 29,3 30,5 29,9
Fonte: Medição in loco, 16-20 de Agosto de 2005.
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Capítulo V: Analise estatística dos dados coletados
134
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Tabela 07 – Média aritmética da umidade relativa do ar (%)por hora e pontos (Ago)
HORA PONTO 1 PONTO 2 PONTO 3 PONTO 4 PONTO 5 PONTO 6 MÉDIA
06:00 69,7 69,76 71,7 72,44 73,6 76,1 72,2
09:00 56,2 52,1 54,1 56,72 58,4 53,9 55,2
12:00 50,9 50,8 51,7 53,5 53,4 51,7 52,0
15:00 56,2 57,2 55,2 54,8 55,1 48,7 54,5
18:00 64,5 64,4 63,3 63,3 64,5 62,1 63,7
21:00 64,7 68,5 66,8 66,5 69,0 66,9 67,1
MÉDIA 60,4 60,5 60,5 61,2 62,3 59,9 60,8
Fonte: Medição in loco, 16-20 de Agosto de 2005.
Tabela 08 – Média aritmética da velocidade dos ventos (m/s) (Ago)
HORA PONTO 1 PONTO 2 PONTO 3 PONTO 4 PONTO 5 PONTO 6 MÉDIA
06:00 0,5 0,56 0,8 1 2,2 0,8 1,0
09:00 1,4 1,1 0,8 1,15 2,6 0,9 1,3
12:000,91,61,91,42,01,1
15:001,02,31,81,82,01,6
18:000,81,21,31,42,21,0
21:000,81,11,30,81,81,4
MÉDIA 0,91,31,31,22,11,1
1,5
1,7
1,3
1,2
1,3
Fonte: Medição in loco, 16-20 de Agosto de 2005.
Para cada ponto, foi feita a média aritmética de 6 dados. A maior média
para a temperatura do ar foi no ponto 06, sendo de 30,5ºC, e a menor foi no ponto
05 de 29,3ºC. Em relação à umidade relativa do ar, a maior foi no ponto 05, 62,3%,
e a menor no ponto 6, 59,9%. A média da velocidade dos ventos nos pontos revelou
uma maior no ponto 05, de 2,10 m/s, e a menor no ponto 01, de 0,9 m/s.
Para cada hora também foi tirada a média aritmética de 6 dados. A
maior média de temperatura do ar foi às 12h (32,6º C), a menor foi às 6h (26,9ºC).
A menor média da umidade relativa do ar foi às 12h (52%) e maior foi as 6h (72,2%).
A maior média de velocidade dos ventos foi observada às 15h (1,7 m/s) a menor foi
às 6h (1 m/s).
As médias comprovam que a área 1, onde estão localizados os Pontos 01
e 02, possui a ventilação mais fraca do bairro, além de estar localizada em cota
mais baixa, existe a barreira de prédios na direção dos ventos predominantes NE.
Observa-se que no ponto 06, que está localizado na área 3, que foi
considerada área a ser protegida, possui a maior média de temperatura do ar. Essa
média pode ser explicada pelo ponto estar localizado em área diretamente aberta
a radiação, não possuir verde em seu entorno e ser revestido por asfalto.
Análise Bioclimática do Bairro do Renascença II – São Luis-MA: realidade e perspectiva do conforto térmico em espaços externos
Capítulo V: Analise estatística dos dados coletados
135
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Estação Chuvosa
Os dados medidos no mês de março, que corresponde à estação chuvosa,
nos dias 11, 12, 13, 14 e 15, revelaram médias em cada ponto que propiciam a
comparação entre eles. Durante as medições foi identificada a presença de chuva
em alguns dias. As médias gerais das variáveis, para o mês de março foi de:
temperatura do ar 28,4ºC, umidade relativa do ar 70%, velocidade dos ventos 1,0
m/s (Tabelas 09, 10 e 11).
Tabela 09 – Média aritmética da temperatura do ar (°C) por hora e por pontos (Mar)
HORA PONTO 1 PONTO 2 PONTO 3 PONTO 4 PONTO 5 PONTO 6 MÉDIA
06:00 26,1 25,92 25,2 25,34 25,3 25,2 25,5
09:00 28,3 28,4 28,2 27,78 27,8 27,7 28,0
12:00 31,5 31,1 30,7 31,0 30,4 30,7 30,9
15:00 29,9 29,3 29,3 29,7 29,6 31,6 29,9
18:00 29,2 29,0 28,3 28,4 27,9 29,1 28,6
21:00 27,8 27,5 27,8 28,0 27,3 27,8 27,7
MÉDIA 28,8 28,5 28,3 28,4 28,1 28,7 28,4
Fonte: Medição in loco, 11-15 de Março de 2006.
Tabela 10 – Média aritmética das umidades relativa do ar (%) por hora e pontos (Mar)
HORA PONTO 1 PONTO 2 PONTO 3 PONTO 4 PONTO 5 PONTO 6 MÉDIA
06:00 76,8 76,44 77,7 80,2 80,5 81,4 78,8
09:00 62,6 59,1 75,9 64,1 69,2 64,5 65,9
12:00 58,2 57,8 63,1 60,4 61,8 58,9 60,0
15:00 67,0 68,7 66,2 67,1 66,9 67,3 67,2
18:00 73,3 72,7 70,2 70,5 72,2 71,1 71,7
21:00 67,1 71,1 69,4 70,5 71,8 69,5 69,9
MÉDIA 67,5 67,7 70,4 68,8 70,4 68,8 68,9
Fonte: Medição in loco, 11-15 de Março de 2006.
Tabela 11 – Média aritmética da velocidade dos ventos (m/s) (Mar)
HORA PONTO 1 PONTO 2 PONTO 3 PONTO 4 PONTO 5 PONTO 6 MÉDIA
06:000,40,40,60,71,60,6
09:00 1,0 0,8 0,6 0,821 1,9 0,6 1,0
12:000,71,11,31,01,50,8
15:000,71,61,31,21,41,1
18:000,50,90,91,01,50,7
21:000,60,80,90,51,31,0
MÉDIA 0,70,90,90,91,50,8
0,7
1,1
1,2
0,9
0,8
1,0
Fonte: Medição in loco, 11-15 de Março de 2006.
Para cada ponto, foi feita a média aritmética de 6 dados, cada. A maior
média para a temperatura do ar foi no ponto 1, sendo de 28,8ºC, e a menor foi no
ponto 5 de 28,1ºC. Em relação à umidade relativa do ar, as maiores foram nos
ponto 3 e 5, 70,4%, e a menor no ponto 1, 67,5%. A média da velocidade dos ventos
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Capítulo V: Analise estatística dos dados coletados
136
nos pontos revelou uma maior no ponto 5, de 1,5 m/s, e a menor no ponto 1, de
0,7 m/s.
Para cada hora também foi tirada a média aritmética de 6 dados. A
maior média de temperatura do ar foi às 12h (30,9º C), a menor foi às 6h (25,5ºC).
A menor média da umidade relativa do ar foi às 9h (65,9%) e maior foi as 6h
(78,8%). A maior média de velocidade dos ventos foi observada às 15h (1,2 m/s) a
menor foi às 6h (0,7 m/s).
As médias obtidas na estação chuvosa confirmam que área a 1, por suas
características urbanas possui as piores condições climáticas, com a maior média
de temperatura do ar e a menor média da velocidade do ar. Enquanto que a área 3
possui menor média de temperatura do ar e maior média de velocidade do vento.
4.4.2 Análise estatística – Etapa I
Para se alcançar os objetivos propostos de fazer uma análise
bioclimática do Bairro do Renascença II, com vistas à mudança de uso do solo
vigente na área, como ferramenta para intervenções nestes espaços urbanos, foram
realizadas medições de variáveis ambientais que constam como parte quantitativa
do estudo, de acordo com metodologia proposta por Katzschner (1997).
Esta primeira etapa de análise estatística teve como objetivo identificar
o efeito dos fatores e suas interações nas respostas das variáveis de estudo
(ambientais). Para tal, foi utilizada a análise de variância uni e multivada. Os
objetivos fora atingidos quando da aplicação da estatística inferencial através da
técnica de teste de hipótese. Os objetivos foram transformados em hipóteses
científicas e estatísticas e testados com base na amostra pesquisada.
Identificação dos fatores
A descrição dos fatores ocorreu em função do planejamento do
levantamento dos dados, e foram definidos a priori como:
Fator 1 (F1) – Período de medição com 2 níveis, cada um
correspondente a uma medição (agosto/2005, março/2006);
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Capítulo V: Analise estatística dos dados coletados
137
Fator 2 (F2) – Ponto de medição com 6 níveis, no qual cada nível
corresponde a um ponto de medição, sendo 6 pontos dentro do bairro
de Renascença II;
Fator 3 (F3) – Dia de medição com 5 níveis: terça-feira, quarta-feira,
quinta-feira, sexta-feira e sábado;
Fator 4(F4) – Hora de medição com 6 níveis, sendo: 06, 09, 12, 15, 18
e, 21 horas;
Fator 5 (F5) – região onde foram medidas as variáveis, com 2 níveis:
R1 – região do bairro do Renascença II, R2 – Estação meteorológica do
INPE;
Modelo Estatístico
O modelo estatístico idealizado para representar a variabilidade dos
dados foi indicado pela CONSULEST – Consultoria de Estatística do Departamento de
Estatística da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Para a realização dos
cálculos para estimar os parâmetros e estatísticas do modelo foi utilizado o
software EXCEL (2003).
Na análise estatística procurou-se identificar quais fatores (F1, F2, F3,
F4 e F5) têm influência sobre as variáveis ambientais (V1, V2, V3, V4). Assumiu-se,
desta forma, (V1, V2, V3, V4) como variáveis aleatórias (respostas), representadas
neste trabalho por y, as quais são explicadas por F1, F2, F3, F4 e F5 e suas
interações. Portanto, se y varia em função de F1, F2, F3, F4 e F5 e suas interações,
considera-se que os fatores, isolados ou conjuntamente, têm efeito sobre as
respostas. Representando matematicamente o modelo estatístico descrito, tem-se
as seguintes expressões:
Y
ijkl
= f (F
1
, F
2
, F
3
, F
4,
F
5
e interações) + ε Eq. 1
Y
ijkl
=μ+F
1
+F
2
+F
3
+F
4
+F
1
F
2
+F
1
F
3
+F
1
F
4
+F
2
F
3
+F
2
F
4
+F
3
F
4
+F
1
F
2
F
3
+F
1
F
2
F
4
+F
2
F
3
F
4
+
F
1
F
3
F
4
+F
1
F
2
F
3
F
4
+ ε Eq. 2
Onde:
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Capítulo V: Analise estatística dos dados coletados
138
ε = erro aleatório
μ = média geral de cada variável
F
i
= efeito do fator i
F
1
F
2
F
3
F
4
= efeito de interação
Para que se possa aceitar ou rejeitar a suposição estabelecida,
levantam-se hipóteses que foram elaboradas de acordo com os objetivos da
pesquisa, a saber:
Hipótese H0 – Hipótese nula ou verdadeira (descrição da hipótese
científica): não existe efeito do fator Fi sobre a resposta Vi.
Hipótese HA – Hipótese alternativa: existe efeito do fator Fi sobre a
resposta Vi.
A hipótese estatística da descrição da hipótese científica é elaborada da
seguinte forma - para cada variável resposta:
H
0
: μ
1
= μ
2
= μ
3
= μ
4
H
A
: pelo menos um par μ
i
μ
j
, onde i j
Sendo:
μ
1
= média das variáveis no período;
μ
2
= média das variáveis no ponto;
μ
3
= média das variáveis no dia;
μ
4
= média das variáveis na hora.
Para estabelecer o teste das hipóteses H
0
, utilizou-se o teste estatístico
F – Fisher/Snedecor, no qual calcula-se a estatística F em função dos dados.
Compara-se o valor da estatística calculada com um valor da estatística F tabelada
para o nível de significância α calculado. Para testar H
0
acima, a regra é a
seguinte: se F calculado é maior que F tabelado, então rejeita-se H
0
e passa-se a
aceitar H
A.
As respostas obtidas representam as médias das variáveis ambientais nos seis
pontos, considerados todos os fatores acima descritos, isolados ou conjuntamente
(com e sem interações). O EXCEL foi utilizado para os cálculos e tabulação dos
dados.
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Capítulo V: Analise estatística dos dados coletados
139
Primeira hipótese: Efeito de interação do período, dia e hora sobre a
temperatura do ar
H01: Não existe efeito do período, dia e hora sobre a temperatura do ar.
HA1: Existe efeito do período, dia e hora sobre a temperatura do ar.
De acordo com a visualização dos resultados e os cálculos realizados com
os dados da temperatura do ar, verifica-se que a hipótese H01 foi rejeitada, ou
seja, existe efeito do período, dia e hora sobre a temperatura do ar. Essa
afirmação é dada para o nível de significância α < 0,01% (α=erro). A Figura 58
mostra que nem em todos os pontos no período de agosto obtém as maiores médias
da temperatura ar, às 06:00, 12:00, 15:00 e 18:00 horas nos pontos 03, 04 e 05
apresentaram maior média de temperatura do ar, isso pode ser explicado pela
baixa velocidade dos ventos nesse período no período de março.
Figura 58 – Gráfico do efeito de interação do período, dia e hora sobre a
temperatura do ar
Fonte: Medição in loco (2005 e 2006)
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Capítulo V: Analise estatística dos dados coletados
140
Segunda hipótese: Efeito de interação do período e hora sobre a
umidade relativa do ar
H01: Não existe efeito do período e hora sobre a umidade relativa do ar.
HA1: Existe efeito do período e hora sobre a umidade relativa do ar.
O comportamento das maiores médias de umidade relativa do ar são as
06:00 da manhã, porém as menores médias aparecem as 12:00. Esse
comportamento acontece nos dois períodos de medição. A média mínima ocorreu
no período seco, com 52%, as 12:00h. A maior média de umidade relativa do ar
ocorreu no período chuvoso as 06:00h com 78,84% (Figura 59).
72,21
55,24
52,00
54,53
63,70
67,06
78,84
65,92
60,01
67,20
71,68
69,91
25,00
35,00
45,00
55,00
65,00
75,00
85,00
06:00 09:00 12:00 15:00 18:00 21:00
UMI DADERELATIVA DO AR(%)
HORAS
Agosto Março
Figura 59 – Gráfico do efeito de interação do período e hora sobre a umidade
relativa do ar
Fonte: Medição in loco (2005 e 2006)
Terceira hipótese: Efeito de interação do ponto sobre a temperatura
do ar
H01: Não existe efeito do ponto sobre a temperatura do ar.
HA1: Existe efeito do ponto sobre a temperatura do ar.
Pela Figura 60, observam-se que as médias da temperatura do ar variam
com o ponto de medição, as maiores médias de temperatura do ar foram
observadas no ponto 06 (29ºC), apesar de estar localizado em área aberta ao ventos
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Capítulo V: Analise estatística dos dados coletados
141
e pouco urbanizada. Em seguida pelo ponto 01(29,7ºC) e 02 (29,4ºC). A menor foi
observada dentro do bairro do Renascença II foi no ponto 05 (28,7ºC).
29,7
29,4
29,0
29,2
28,7
29,9
27,0
27,5
28,0
28,5
29,0
29,5
30,0
30,5
123456
TEMPERATURA DOAR(° C)
PON TOS
Figura 60 – Gráfico do efeito de interação do ponto sobre a temperatura do ar
Fonte: Medição in loco (2005 e 2006)
Quarta hipótese: Efeito de interação do ponto sobre a velocidade do
ar
H01: Não existe efeito do ponto sobre a velocidade do ar.
HA1: Existe efeito do ponto sobre a velocidade do ar.
Excetuando o ponto 7-INPE, que está localizado em um ponto externo ao
bairro do Renascença II e que não sofre com efeitos de densa urbanização,
modificações nos padrões da velocidade e direção dos ventos, os demais pontos
apresentaram variação na velocidade do ar. Dessa forma, mais uma vez a HO1 foi
rejeitada. Contudo observou-se que nos pontos 02, 03, 04 obtiveram médias de
velocidade do ar iguais (1,1m/s). A maior média registrada foi no ponto 05 (1,8
m/s) e a menor foi no ponto 01 (0,8) (Figura 61).
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Capítulo V: Analise estatística dos dados coletados
142
0,8
1,1
1,1
1,1
1,8
0,9
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
123456
VELOCIDADEDOSVEN TOS(m/s)
PONTOS
Figura 61 – Gráfico do efeito de interação do ponto sobre a velocidade do ar
Fonte: Medição in loco (2005 e 2006)
Quinta hipótese: Efeito de interação da hora sobre a temperatura do
ar
H01: Não existe efeito da hora sobre a temperatura do ar.
HA1: Existe efeito da hora sobre a temperatura do ar.
Na Figura 62 observa-se a variação das médias de temperatura do ar ao
longo das horas, isso confirma que a H01 foi rejeitada. A hora que apresentou a
maior média foi 12:00h com 31,75ºC e a hora com menor média foi 06:00h.
26,20
29,63
31,75
30,65
28,80
27,95
25
26
27
28
29
30
31
32
33
06:00 09:00 12:00 15:00 18:00 21 :00
TEMPERATURA DOARC)
HORAS
Figura 62 – Gráfico do efeito de interação da hora sobre a temperatura do ar
Fonte: Medição in loco (2005 e 2006)
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Capítulo V: Analise estatística dos dados coletados
143
Sexta hipótese: Efeito de interação da hora sobre a umidade do ar
H01: Não existe efeito da hora sobre a umidade do ar.
HA1: Existe efeito da hora sobre a umidade do ar.
A umidade relativa do ar apresenta comportamento inverso ao da
temperatura do ar, com as maiores médias às 06:00h (75,53%) e as menores às
12:00h (56,01%) (Figura 63).
75,53
60,58
56,01
60,86
67,69
68,49
45
50
55
60
65
70
75
80
06:00 09:00 12:00 15:00 18:00 21:00
UMI DADERELATIVA DO AR(%)
HORAS
Figura 63 – Gráfico do efeito de interação da hora sobre a umidade do ar
Fonte: Medição in loco (2005 e 2006)
Sétima hipótese: Efeito de interação da hora sobre a velocidade do ar
H01: Não existe efeito da hora sobre a velocidade do ar.
HA1: Existe efeito da hora sobre a velocidade do ar.
As 15:00h observa-se a maior média da velocidade do ar no bairro do
Renascença II (1,49 m/s), as 06:00h é horário em que se registrou a menor média
(0,85m/s) (Figura 64). A hipótese H01 foi rejeitada. Ocorre grande variação na
velocidade do ar em função das horas.
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Capítulo V: Analise estatística dos dados coletados
144
0,85
1,15
1,27
1,49
1,10
1,01
0,6
0,8
1,0
1,2
1,4
1,6
1,8
06:00 09:00 12:00 15: 00 18:00 21: 00
VELOCIDADEDOAR(m/s)
HORAS
Figura 64 – Gráfico do efeito de interação da hora sobre a velocidade do ar
Fonte: Medição in loco (2005 e 2006)
Oitava hipótese: Efeito de interação do período e região sobre a
temperatura do ar
H01: Não existe efeito do ponto sobre a velocidade do ar.
HA1: Existe efeito do ponto sobre a velocidade do ar.
A Figura 65 mostra que houve variação da temperatura do ar em função
do período e da região de estudo. Observa-se uma diferença é de aproximadamente
1,5
o
C das médias de temperatura do ar do período 1 e de 1º C no período 2.
29,90
28,40
28,3
27,4
26,0
26,5
27,0
27,5
28,0
28,5
29,0
29,5
30,0
30,5
Agosto Março
TEMPERARATURA DOAR(°C)
RenascençaII INPE
Figura 65 – Gráfico do efeito de interação do período e região sobre a
temperatura do ar
Fonte: Medição in loco (2005 e 2006)
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Capítulo V: Analise estatística dos dados coletados
145
Nona hipótese: Efeito de interação do período e região sobre a
umidade relativa do ar
H01: Não existe efeito do ponto sobre a velocidade do ar.
HA1: Existe efeito do ponto sobre a velocidade do ar.
O período 2 – Março (chuvoso) apresenta a maior diferença entre as
regiões comparadas (14,9%), no período 1 (seco) essa diferença cai para 10,4%. A
região do INPE apresentou as maiores média da umidade relativa do ar (Figura 66).
.
62,2
63,6
72,6
78,5
55,0
60,0
65,0
70,0
75,0
80,0
85,0
Agosto Março
UMIDADERELATIVA DOAR(%)
RenascençaII INPE
Figura 66 – Gráfico do efeito de interação do período e região sobre a umidade
relativa do ar
Fonte: Medição in loco (2005 e 2006)
Décima hipótese: Efeito de interação do período e região sobre a
velocidade do ar
H01: Não existe efeito do período e da região sobre a temperatura do ar.
HA1: Existe efeito do período e da região sobre a temperatura do ar.
A Figura 67 mostra que a região do bairro estudado apresenta médias de
velocidade do vento bem abaixo das apresentadas pela região do INPE. Vale lembra
que mesmo que as medições dessas variáveis possam ter sido medidas em alturas
diferentes, mesmo que se uso o fator de correção, as médias observadas no INPE
são maiores.
Patricia Vieira Trinta PPGAU/UFRN
Análise Bioclimática do Bairro do Renascença II – São Luis-MA: realidade e perspectiva do conforto térmico em espaços externos
Capítulo V: Analise estatística dos dados coletados
146
1,3
1
7,7
5,9
0,0
1,0
2,0
3,0
4,0
5,0
6,0
7,0
8,0
9,0
Agosto Março
VELOCIDADEDO AR(m/s)
RenascençaII INPE
Figura 67 – Gráfico do efeito do período e região sobre a velocidade do ar
Fonte: Medição in loco (2005 e 2006)
Décima primeira hipótese: Efeito de interação do ponto sobre a
direção dos ventos
H01: Não existe efeito do ponto sobre a direção dos ventos.
HA1: Existe efeito do ponto sobre a direção dos ventos.
A Figura 68 mostra que todos os pontos, apesar de diferirem em relação
à direção dominante do INPE (70º), permaneceram com predominância nordeste.
Contudo, a H01 foi rejeitada, pois a variação da direção em função dos pontos.
Figura 68 – Gráfico do efeito de interação do ponto e direção dos ventos
Fonte: Medição in loco (2005 e 2006)
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Análise Bioclimática do Bairro do Renascença II – São Luis-MA: realidade e perspectiva do conforto térmico em espaços externos
Capítulo V: Analise estatística dos dados coletados
147
4.4.3 Análise estatística – Etapa II
A segunda etapa analítica entrevista os usuários dos espaços externos no
bairro do Renascença II. Os questionários foram elaborados com base em
Katzschner (1997) e Spagnolo e De Dear (2003).
O questionário, além da caracterização climática do ponto e da hora em
que foi realizada a entrevista, foi dividido em duas partes. A primeira caracterizou
o entrevistado: sexo, idade, tipo físico, vestimenta e atividade física nos últimos 30
minutos. A segunda parte investigou a sensação térmica do usuário: da sensação
térmica, a quanto tempo estava naquele ambiente, transpiração e necessidade de
se aquecer ou refrescar.
As entrevistas foram realizadas nos mesmos períodos de coleta das
variáveis climáticas, 16-20 de agosto de 2005 (período 1) e 11-15 de março de 2006
(período 2). Foram entrevistados 170 usuários, sendo 102 no período 1 e 68 no
período 2, distribuídos ao longo dos dias, horas e pontos de medição.
A maioria dos entrevistados era transeunte, os espaços externos do
bairro não possuem áreas em que o usuário possa permanecer como praças. Foram
escolhidos aleatoriamente e pedido permissão para fazer a entrevista.
Caracterização dos usuários entrevistados
Em relação ao sexo dos entrevistados observa-se que 48% (82 pessoas)
eram do sexo masculino e 52% (88 pessoas) eram do sexo feminino, tornando a
amostra bastante equilibrada (Figura 69).
SEXO
48%
52%
Homens Mulheres
Figura 69 – Gráfico da caracterização do sexo dos usuários entrevistados
Fonte: Questionários (2005 e 2006)
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Capítulo V: Analise estatística dos dados coletados
148
A Figura 70 apresenta a porcentagem quanto a faixa-etária dos
entrevistados, a maior parte dos usuários era 35-44 anos (23%), seguido pelos de
25-34 anos (17%) e 18-24 anos (14%).
FAIXA-ETÁRIA
11%
8%
14%
18%
22%
9%
12%
6%
Criança Adolescente 18-24 anos 25-34 anos
35-44 anos 45-54 anos 55-64 anos mais de 65 anos
Figura 70 – Gráfico da caracterização da faixa-etária dos usuários entrevistados
Fonte: Questionários (2005 e 2006)
A Figura 71 mostra que o tipo físico mais freqüente entre os entrevista
foi o de peso normal (32%), seguidos pelo acima do peso (27%), magros (26%) e por
últimos os muito acima do peso (15%)
TIPOSICO
26%
33%
27%
14%
Magro Normal Acima do peso Muito acima do peso
Figura 71 – Gráfico da caracterização do tipo físico dos usuários entrevistados
Fonte: Questionários (2005 e 2006)
A atividade física mais freqüente foi andando com (47%), seguida por em
pé (23%) e andando rápido (15%). As outras foram andando com peso (8%),
Correndo (5%) e sentado (2%) (Figura 72).
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Capítulo V: Analise estatística dos dados coletados
149
ATIVIDADE FÍSICA
2%
23%
47%
15%
8%
5%
Sentado Em Pé Andando
Andando rápido Andando com peso Correndo
Figura 72 – Gráfico da caracterização da atividade física dos usuários
entrevistados
Fonte: Questionários (2005 e 2006)
Entre os usuários entrevistados percebeu-se que a maioria usava roupas
leves de acordo com o clima quente-úmido, com o clo de 0,30 e 0,55, com 35% e
36% da amostra, respectivamente. As outras porcentagens foram os clo de 0,70
(17%) e 0,80 (12%) (Figura 73).
VESTIMENTA (clo)
35%
36%
17%
12%
0,30 0,55 0,70 0,80
Figura 73 – Gráfico da caracterização da vestimenta (clo) dos usuários
entrevistados
Fonte: Questionários (2005 e 2006)
A maioria dos entrevistados (77%) estava no local a mais de cinco
minutos, dentre estes, a maior parte estava em estado de desconforto térmico
(68%), tanto para o frio como para o calor (Figura 74). De todos os entrevistados
(170 pessoas) 59% estavam ao sol. A condição do céu estava entre limpo, encoberto
e parcialmente encoberto com 35%, 32% e 33%, respectivamente.
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Capítulo V: Analise estatística dos dados coletados
150
SENSAÇÃO TÉRMICA
USRIO COM + 5MIN. NO LOCAL
3%
2%
2%
32%
28%
22%
11%
Muito Frio Frio Leve Frio Conforto Leve Quente Quente Muito Quente
Figura 74 – Gráfico da caracterização da sensação térmica dos usuários com
mais de 5 minutos no local
Fonte: Questionários (2005 e 2006)
Sensação do conforto térmico
O conforto térmico foi a questão central do questionamento realizado
com os usuários. As respostas se apresentaram variadas. A Figura 75 ilustra de
forma completa as respostas encontradas quando ao conforto térmico. Mesmo a
cidade sendo de clima quente-úmido, ocorre respostas como muito frio (4%), frio
(3%) e levemente frio (4%). Porém, dentre estes entrevistas poucos sentiam a
necessidade de se aquecer e achavam a condição térmica aceitável. Dentre os 170
entrevistados, 31% estavam em condição de pleno conforto, os com sensação de
leve quente foram 28%, quente 19% e muito quente 11%.
SENSÃO TÉRMICA
4%
3%
4%
31%
28%
19%
11%
Muito Frio Frio Leve Frio Conf orto Leve Quente Quente Muito Quente
Figura 75 – Gráfico da caracterização da sensação térmica dos usuários
entrevistados
Fonte: Questionários (2005 e 2006)
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Capítulo V: Analise estatística dos dados coletados
151
Na Figura 76, observa-se que quase a maioria achou a condição térmica
do bairro inadequada, seguido por 29% dos que achavam a condição térmica
adequada e 22% insuportável.
CONDIÇÃO TÉRMICA
22%
29%
49%
Suportável Adequada Inadequada
Figura 76 – Gráfico da caracterização da condição térmica dos usuários
entrevistados
Fonte: Questionários (2005 e 2006)
Do total dos entrevistados quase ninguém teve a necessidade de
aquecer, apenas 4% das pessoas tiveram pouca necessidade de aquecer-se e
somente 1% da amostra apresentou muita necessidade de aquecer-se (Figura 77).
AQUECER-SE
95%
4%
1%
Não Pouco Muito
Figura 77 – Gráfico da caracterização da necessidade de aquecer-se dos usuários
entrevistados
Fonte: Questionários (2005 e 2006)
Quanto a necessidade de resfriar-se o comportamento foi da seguinte
maneira: 19% dos entrevistados não sentiram vontade de resfriar-se. Os que
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Capítulo V: Analise estatística dos dados coletados
152
sentiram pouca necessidade de resfria-se foi de 34% e os que precisavam muito de
resfria-se foi de 47%, parte considerável da amostra (Figura 78).
RESFRIAR-SE
19%
34%
47%
Não Pouco Muito
Figura 78 – Gráfico da caracterização da necessidade de refrescar-se dos
usuários entrevistados
Fonte: Questionários (2005 e 2006)
4.4.4 Cálculo do índice de conforto para o Renascença II
O objetivo de definição dos parâmetros de conforto térmico é
determinar as condições ambientais, nas quais a maioria das pessoas sente-se
confortável. Para tanto, encontram-se os valores de temperatura do ar e umidade
relativa do ar e velocidade dos ventos, nos quais as pessoas que responderam estar
em conforto térmico no momento da entrevista (Tabela 12).
Tabela 12 – Faixa limite de sensação do conforto térmico
VERI
Á
VEIS MIN. M
Á
X. M
É
DIA
TEMPERATURA DO AR (ºC) 25,2 29,9 27,55
UMIDADE RELATIVA DO AR (%) 52,8 81,3 67,05
VELOCIDADE DOS VENTOS (m/s) 0,3 5,3 2,8
SENSAÇÃO TÉRMICA - LIMITES CLIMÁTICOS
Fonte: Banco de dados, 2006.
Com o intuito de se verificar se algum índice de conforto exterior seria
recomendável para área de estudo, compararam-se os valores de conforto
encontrados acima com os valores médios dos índices calculados somente para os
usuários confortáveis (Tabela 13)
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Análise Bioclimática do Bairro do Renascença II – São Luis-MA: realidade e perspectiva do conforto térmico em espaços externos
Capítulo V: Analise estatística dos dados coletados
153
Tabela 13 – Índices de conforto térmico (°C)
VERI
Á
VEIS M
É
DI
A
SET 26,12
PET 26,80
ÍNDICES DE CONFORTO
Fonte: Banco de dados, 2006.
Comparando as médias, observa-se que ocorre uma diferença de quase
1ºC para a média limite de conforto térmico. Dependendo do usuário essa diferença
pode interferir nos resultados de pessoas confortáveis e não confortáveis.
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DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Análise Bioclimática do Bairro do Renascença II – São Luis-MA: realidade e perspectiva do conforto térmico em expaços externos
Capítulo V: Discussão dos resultados
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155
5 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Neste capítulo serão discutidos os resultados das análises realizadas. O
capítulo está divido em três partes, uma análise dinâmica que divide o bairro em
áreas com características semelhantes e as classifica como áreas a serem
melhoradas, observadas e preservadas. A segunda parte traz o perfil do usuário em
conforto térmico dentro dos espaços externos do bairro do Renascença II. A
terceira e última parte desta discussão faz o cruzamentos dos dados climáticos e a
sensação de conforto térmico dos usuários e, ainda, sugestões para preservação do
conforto térmico no bairro do Renascença II.
5.1 Análise dinâmica para o bairro do Renascença II
A partir da superposição de mapas de topografia, uso do solo, altura das
edificações, recobrimento dos solos e áreas verdes, elaborados durante a análise,
foi possível a identificação de áreas com semelhanças morfológicas baseada na
metodologia de Katzschner (1997). Dessa forma, confeccionou-se um mapa síntese
(Figura 80) com a delimitação de área com recomendações urbanas específicas.
Foram delimitadas três grandes áreas, classificadas em três tipos (Figura
79):
Áreas consolidada a serem melhoradas;
Áreas consolidadas a serem preservadas;
Áreas não consolidadas a serem planejadas.
As áreas que são importantes para o micro-clima urbano e as condições
de conforto térmico, e para o desenvolvimento de circulações térmicas locais são
os lotes vazios da área verde do mapa, área a ser protegida, localizada na entrada
dos ventos dominantes se faz necessário a proteção dessa área.
Análise Bioclimática do Bairro do Renascença II – São Luis-MA: realidade e perspectiva do conforto térmico em expaços externos
Capítulo V: Discussão dos resultados
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136
Análise Bioclimática do Bairro do Renascença II –
São Luis-MA: realidade e perspectiva do conforto térmico em espaços externos
156
Capítulo IV – O bairro do Renascença II: um olhar bioclimático
Análise Bioclimática do Bairro do Renascença II – São Luis-MA: realidade e perspectiva do conforto térmico em expaços externos
Capítulo V: Discussão dos resultados
157
As áreas que devem ser protegidas ou melhoradas por razões
climatológicas são aquelas importantes para ventilação, a área amarela do mapa
apresenta essas áreas, as ruas precisam de vegetação de grande porte que não
prejudica a ventilação. Os últimos lotes vazios dessa área precisam de grandes
recuos para que não prejudique a ventilação da região.
As áreas que têm condições climáticas negativas com recomendações
para melhoramentos estabelecem regiões com baixa ventilação dentro de espaços
densamente construídos, ou com ventilação reduzida devido a diferentes efeitos de
barreira, além de temperaturas do ar extremas.
Sugere-se que sejam plantadas e mantidas árvores de grande porte na
Avenida do Vale, além de contribuir para paisagem, melhorará consideravelmente
o conforto térmico do local. A Avenida possui um fluxo considerável entre os
corredores principais, Avenida Colares Moreira e Avenida dos Holandeses. A
vegetação construirá também com a absorção dos poluentes lançados na
atmosfera.
Quanto às coberturas dos solos, sugere-se que sejam substituídos por
materiais que atenuem a absorção de calor, assim como um cuidado maior com os
materiais que revestem as fronteiras, que são as fachadas dos edifícios.
Enfim, essas são algumas sugestões a respeito do conforto térmico. Uma
cidade, com a quantidade de estudo a respeito do Urbanismo Bioclimático tem a
disposição várias formas de possuir um ambiente confortável em relação a sua
temperatura do ar e possuir eficiência energética. Mais uma vez, boa parte dessas
medidas depende do poder público e da educação ambiental da cidade.
5.2 Perfil do usuário
Foi feita uma análise separadamente com os usuários que responderam
estar em conforto na hora da entrevista. Ao todos foram 51 pessoas do total de 170
entrevistados. Na amostra total, 48 pessoas estavam com a sensação de leve
quente e apenas 6 com leve frio. Estes foram desconsiderados nesta análise.
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Análise Bioclimática do Bairro do Renascença II – São Luis-MA: realidade e perspectiva do conforto térmico em expaços externos
Capítulo V: Discussão dos resultados
158
Observou-se que a maioria dos que estavam em estado de conforto eram
homens, sendo 59% (Figura 80). Quanto ao tipo físico 14% eram magros, 43%
apresentavam peso normal, 27% estavam acima do peso e 16% muito acima do
peso. Os magros e com peso normal tendem a sentir menos calor (Figura 81).
SEXO
59%
41%
Homens Mulheres
Figura 80 – Caracterização do sexo dos usuários em conforto térmico
Fonte: Questionários (2005 e 2006)
TIPOSICO
14%
43%
27%
16%
Magro Normal Acima do peso Muito acima do peso
Figura 81 – Caracterização do tipo físico dos usuários em conforto térmico
Fonte: Questionários (2005 e 2006)
Quanto a atividade física, 62% estavam andando normalmente, 24%
estavam em pé e em descanso e apenas 8% estavam andando rápido e 6% andando
com peso. Pode-se confirmar que a taxa de metabolismo é uma das maiores
responsáveis pela determinação da sensação de conforto térmico (Figura 82).
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Análise Bioclimática do Bairro do Renascença II – São Luis-MA: realidade e perspectiva do conforto térmico em expaços externos
Capítulo V: Discussão dos resultados
159
ATIVIDADE FÍSICA
24%
62%
8%
6%
Em Pé Andando Andando rápido Andando com peso
Figura 82 – Caracterização da atividade física dos usuários em conforto térmico
Fonte: Questionários (2005 e 2006)
As características da faixa etária se mantiveram equilibradas, a Figura
83 traz detalhadamente as porcentagens de cada grupo. É importante dizer que se
entende que os fatores atuam em conjunto na determinação da sensação de
conforto térmico.
FAIXA-ETÁRIA
10%
6%
10%
19%
21%
16%
8%
10%
Criança Adolescente 18-24 anos 25-34 anos
35-44 anos 45-54 anos 55-64 anos mais de 65 anos
Figura 83 – Caracterização da faixa etária dos usuários em conforto térmico
Fonte: Questionários (2005 e 2006)
A Tabela 14, a seguir, mostra que o ponto 05, onde foram identificadas
a menores médias de temperatura do ar, foi onde se encontraram a maioria dos
entrevistados em conforto térmico, 25,49% da amostra, seguido pelo ponto 04, com
19,61% e os pontos 02 e 03, ambos com 17,65%. Por fim, o ponto 01, localizado na
área que precisa de modificações quanto sua morfologia urbana obteve 15,69%. O
ponto 06 ficou apenas com 3,92%, a explicação mais provável é que no local foram
entrevistadas poucas pessoas.
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Análise Bioclimática do Bairro do Renascença II – São Luis-MA: realidade e perspectiva do conforto térmico em expaços externos
Capítulo V: Discussão dos resultados
160
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Tabela 14 – Percentual de pessoas confortáveis por pontos
Ponto
Pessoas
Confortaveis
%
1 8 15,69
2 9 17,65
3 9 17,65
4 10 19,61
5 13 25,49
62
Média 51 100,00
3,92
Fonte: Banco de dados, 2006.
5.3 Cruzamento das informações
5.3.1 Parâmetros de conforto térmico para o Renascença II
Em relação à adoção de parâmetros de conforto térmico para o bairro,
devem-se fazer inicialmente algumas considerações importantes, no que diz
respeito ao método adotado para preenchimento e análise dos questionários, que
influenciaram tanto no preenchimento dos dados quanto em sua análise:
A escala de sete pontos adotada (muito frio, frio, levemente
frio, confortável, levemente quente, quente e muito quente)
sugerida na metodologia adotada, se mostrou um pouco
confusa, a capacidade de percepção dos usuários em definir,
quente e levemente quente foi difícil ou demorado, por outro
lado foi positivo por poder identificar pessoas que estão
relativamente confortáveis, mesmo que não inteiramente.
Entrou-se um pouco de dificuldade na adoção da taxa de
metabolismo e a atividade física exercida pelo entrevistado,
para a simplificação, optou por dividir as atividades físicas em
seis níveis com as atividades do aplicativo Analysis CST. Para
as taxas metabólicas de 0,7 ou menor, adotou-se o valor 1
met.
Para simplificação do cálculo do SET, PMV e PPD, os valores
adotados para clo seguiram os padrões do aplicativo Analysis
CST.
Outro aspecto importante a ser ressaltado é que devido o tipo da
pesquisa ser incomum aos usuários, muitas vezes, percebeu-se a dificuldade para
Análise Bioclimática do Bairro do Renascença II – São Luis-MA: realidade e perspectiva do conforto térmico em expaços externos
Capítulo V: Discussão dos resultados
161
responder rapidamente ao questionário. O interessante foi o grande interesse em
respondê-lo.
A maior dificuldade do levantamento das variáveis climáticas foi o pouco
tempo gasto em cada ponto, cerca de 5 minutos, para não ultrapassar o intervalo
de 30 minutos em cada momentos de medição, além da pouca quantidade de
aparelhos para medição, apenas 1 (um) aparelho. Outro fator foi a dúvida quanto a
calibração do aparelho utilizado e a comparação feita com o ponto da estação
metereológica do INPE.
A temperatura média radiante foi considerada a mesma da temperatura
média do ar, primeiro por não possuir o aparelho de medição para este variável e
segundo pela dificuldade na medição constada nos últimos estudos realizados
(SPAGNOLO; DE DEAR, 2003)
O método de cruzamento de informações a seguir foi o mesmo adotado
por Costa (2003a). Cruzando as informações sobre das pessoas que responderam
estar confortáveis e das temperaturas do ar medidas no momento das entrevistas,
tem-se a média da temperatura do ar de 29ºC com um desvio padrão de 1,72, uma
mínima de 26,33ºC e máxima de 29,35ºC. Esses dados geram uma faixa limite de
conforto médio com uma temperatura do ar entre 27,28º e 30,71ºC. Os valores das
médias de temperatura do ar estão elevados, pois deste cálculo fora excluídas as
pessoas levemente confortáveis (Tabela 15).
Tabela 15 – Valores estatísticos da temperatura do ar nos pontos onde os
usuários estavam em conforto térmico
Ponto
Pessoas
Confortáveis
média
da
temp.
Desvio
padrão
temp.
mínima
(ºC)
temp.
máxima
(ºC)
Faixa limite
1 8 27,80 1,60 26,2 29,4 26,20 29,40
2 9 29,35 1,15 27,7 29,9 28,21 30,50
3 9 29,03 1,48 26,5 29,1 27,55 30,52
4 10 29,20 2,46 25,1 29,5 26,74 31,66
5 13 28,73 2,22 25,4 29,6 26,51 30,94
6 2 29,87 1,39 27,1 28,6 28,49 31,26
Média 51 29,00 1,72 26,33 29,35 27,28 30,71
Fonte: Medição in loco, 2005 e 2006.
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Capítulo V: Discussão dos resultados
162
O mesmo método foi aplicado para os dados da umidade relativa do ar e
forneceu resultados da faixa limite de conforto de 54,33 a 75,39% (Tabela 16).
Tabela 16 – Valores estatísticos da umidade do ar nos pontos onde os usuários
estavam em conforto térmico
Ponto
Pessoas
Confortáveis
média
da
umid.
Desvio
padrão
umid.
mínima (%)
umid.
máxima (%)
Faixa limite
1 8 63,94 11,96 52,8 76,7 51,98 75,90
2 9 64,06 13,58 54,5 81,3 50,48 77,64
3 9 65,44 7,45 57,6 72,5 57,98 72,89
4 10 65,01 10,33 59,5 79,5 54,68 75,34
5 13 66,37 11,39 57,5 80,1 54,98 77,75
6 2 64,34 8,48 72,9 81,3 55,86 72,82
Média 51 64,86 10,53 59,13 78,57 54,33 75,39
Fonte: Medição in loco, 2005 e 2006.
5.3.2 Diretrizes para área de estudo
Cada área analisada neste trabalho precisa ser tratada de forma a
resolver seus principais problemas com o objetivo de melhorar o uso e a ocupação
do solo existente e planejar as ocupações futuras com intuito de preservar ou
buscar o conforto térmico da área.
Primeiramente, percebeu-se que as áreas externas do bairro do
Renascença II possuem pouca ou nenhuma arborização. Dessa forma, a implantação
de arborização bem planejada e distribuída pelo bairro, dando prioridade a
vegetação que forneça sombra, mas que não impeça a circulação dos ventos e
prevendo um plano de manutenção para a área.
Outro fato que chamou a atenção foi que o bairro não possui áreas de
permanência como praças ou parques, os lotes que ainda se encontram vazios
podem abrigar um equipamento urbano tão importante para o lazer de seu usuários
e a preservação do conforto térmico.
O tratamento adequado para as áreas impermeáveis do bairro, revestir o
máximo possível o solo com grama, ou de outra espécie vegetal, deixando apenas
pavimentados os passeios dos pedestres, para minimizar o ganho de calor.
Estruturar e organizar propostas de manutenção e preservação destes ambientes.
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Capítulo V: Discussão dos resultados
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163
Às áreas em consolidação, propõe-se o incentivo a utilização de recuos
maiores entre as edificações que permitam a circulação ventos e a penetração de
luz natural.
Com base no referencial estudado, para clima quente-úmido, o ideal é
que a rugosidade da área seja incentivada a alcançada, a fim de que tenha uma
melhor circulação das massas de ar. Pois a alta densidade construtiva pode ser
aplicada, desde que planejada, para atender a demanda habitacional e causar o
mínimo impacto possível para área.
Mesmo a área de estudo já possuir um diversidade de usos em
comparação a outras áreas dentro da cidade, é bom que seja ainda mais
encorajado a redução do uso de automóveis.
E finalmente, é importante que seja revisada a lei de uso e ocupação do
solo de São Luís para que haja subsídios legais para a fiscalização e aprovação de
novos empreendimentos na área.
Ainda que boa parte do bairro do Renascença seja consolidada, o
desconforto térmico sentido por seus usuários ainda possui boas chances de ser
amenizado. Está nas mãos do poder público e na educação ambiental dos
habitantes do bairro.
A seguir, no próximo capítulo, serão apresentadas as considerações finais
deste trabalho.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Análise Bioclimática do Bairro do Renascença II – São Luis-MA: realidade e perspectiva do conforto térmico em espaços externos
Considerações finais
165
Patricia Vieira Trinta PPGAU/UFRN
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A discussão da problemática existente no bairro da Renascença II
apresentada neste trabalho está relacionada com a configuração do espaço urbano
e a sua relação com o meio ambiente original e quais as conseqüências sobre o
conforto térmico usuários de seu espaço aberto.
O estudo da climatologia urbana é de suma importância o entendimento
do clima urbano de São Luis-MA. A forma como microclima reage à inserção do
construído, seus impactos ambientais e sua influência na sensação de conforto
térmico dos habitantes, que se torna uma incansável busca do ser humano, esse
conforto térmico depende das variáveis climáticas e psicofisiológicas dos seus
usuários.
No desenvolvimento da investigação, a combinação da análise qualitativa
e quantitativa (aqui incluída a análise estatística) mostra-se bastante consistente e
apresenta resultados relevantes para subsidiar outros estudos. As metodologias
paralelas aplicadas para avaliação do espaço - Oliveira (1985) e Bustos Romero
(2001) - complementam o método de Katzschner (1997) com a identificação de
diferentes enfoques dos atributos da morfologia urbana.
A metodologia proposta por Katzschner (1997) atinge a etapa de
diretrizes e planejamento urbano, a partir da identificação das áreas que sob
conceitos bioclimático apresentam respostas significativas, sejam negativas ou
positivas. Esta etapa foi atingida nesta pesquisa e mostrou-se uma ferramenta
relevante para projetos de intervenções em áreas em acelerada urbanização.
Os resultados das análises identificam áreas com características
distintas, para as quais foram propostas diretrizes de ocupação, além disso, a
sensação de conforto térmico dos usuários dos espaços externos do Renascença foi
investigada, e constatou-se que a maioria deste está em situação de conforto,
mesmo a cidade possuindo temperaturas do ar relativamente elevadas, isso se
deve, talvez, a aclimatação de seu usuário ao meio em que vivem.
Análise Bioclimática do Bairro do Renascença II – São Luis-MA: realidade e perspectiva do conforto térmico em espaços externos
Considerações finais
166
Patricia Vieira Trinta PPGAU/UFRN
As diretrizes bioclimáticas apresentadas neste estudo servem como
ferramentas para futuras intervenções no Renascença II. O desenvolvimento de
possíveis trabalhos nesta linha de pesquisa, como o estudo de prescrições
urbanísticas que levem em considerações os conceitos bioclimáticos, são passíveis
de grande contribuição para o processo de mudança de uso e ocupação do solo e da
configuração urbana no bairro do Renascença II.
Conclui-se que o presente trabalho atinge seu objetivo de diagnosticar e
limitar faixas de conforto térmico usando como ferramenta a análise bioclimática
urbana, por meio da caracterização das modificações que a forma urbana insere
nas variáveis climáticas do bairro.
As hipóteses lançadas pelo trabalho foram aceitas, uma vez que existem
áreas mais prejudicadas que outras dentro da área de estudo em relação ao clima,
mesmo sendo imperceptível sem uma aferição com aparelhos específicos e que a
temperatura do ar do bairro do Renascença II é maior que a região da estação
metereológica do INPE.
Arquitetos e planejadores devem contribuir positivamente para o
aprimoramento da lei ao fornecer subsídios para a elaboração de critérios,
ferramentas de análise e metodologias de aferição e monitoração do crescimento
urbano que servirão de base para a necessária e urgente regulamentação do
Estatuto da Cidade sobre os Planos Diretores.
Este contexto urbano pode ser adequado aos aspectos ambientais
discorridos ao longo desta pesquisa, através de ferramentas que disciplinam o
espaço, como as prescrições urbanísticas. Um plano diretor específico por bairro
que apresentem características específicas, levando em consideração, além dos
projetos vigentes na área, as diretrizes bioclimáticas, buscando compilar
ambientalmente os aspectos fundamentais.
Considera-se imprescindível a efetivação de um estudo completo para o
bairro do Renascença II, contemplando conjuntamente todas as propostas vigentes,
de forma que a análise bioclimática desenvolvida nesta pesquisa contribua no
aspecto ambiental, inclusive na identificação de futuros trabalhos científicos a
Análise Bioclimática do Bairro do Renascença II – São Luis-MA: realidade e perspectiva do conforto térmico em espaços externos
Considerações finais
Patricia Vieira Trinta PPGAU/UFRN
167
serem desenvolvidos.
Outra recomendação é que as propostas deste trabalho seja objeto de
discussão pelos técnicos dos órgãos responsáveis pela elaboração e implementação
da legislação de uso e ocupação do solo, além da fiscalização de obras na cidade.
Os resultados obtidos com essa pesquisa reforçam a importância da
contribuição acadêmica na busca pelo conforto térmico de usuários de ambiente
externos em cidades de clima-úmido como é a cidade de São Luis. Este trabalho
sugere que este estudo, além de poder ser enfocado de outras formas, seria
importante que fosse aplicado em outros bairros, a fim de se conhecer o a
complexidade do comportamento dos microclimas da cidade.
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Análise Bioclimática do Bairro do Renascença II – São Luis-MA: realidade e perspectiva do conforto térmico em espaços externos
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APÊNDICES
Análise Bioclimática do Bairro do Renascença II – São Luis-MA: realidade e perspectiva do conforto térmico em espaços externos
Apêndices
Patricia Vieira Trinta PPGAU/UFRN
177
Apêndice A – Planilha de medição - variáveis climáticas
PONTO: 6 HORA:_____________________
_
DATA:20/08/05
MEDIÇÃO REALIZADA:
NA SOMBRA
NO SOL
CONDIÇÕES DE CÉU:
LIMPO
PARCIALMENTE ENCOBERTO
ENCOBERTO
Temperatura do ar (ºC)
Umidade relativa (%)
Velocidade dos ventos (m/s) Min.: Máx
Direção dos ventos (graus)
PONTO: 5 HORA:_____________________
_
DATA:20/08/05
MEDIÇÃO REALIZADA:
NA SOMBRA
NO SOL
CONDIÇÕES DE CÉU:
LIMPO
PARCIALMENTE ENCOBERTO
ENCOBERTO
Temperatura do ar (ºC)
Umidade relativa (%)
Velocidade dos ventos (m/s) Min.: Máx
Direção dos ventos (graus)
PONTO: 4 HORA:_____________________
_
DATA:20/08/05
MEDIÇÃO REALIZADA:
NA SOMBRA
NO SOL
CONDIÇÕES DE CÉU:
LIMPO
PARCIALMENTE ENCOBERTO
ENCOBERTO
Temperatura do ar (ºC)
Umidade relativa (%)
Velocidade dos ventos (m/s) Min.: Máx
Direção dos ventos (graus)
PONTO: 3 HORA:_____________________
_
DATA:20/08/05
MEDIÇÃO REALIZADA:
NA SOMBRA
NO SOL
CONDIÇÕES DE CÉU:
LIMPO
PARCIALMENTE ENCOBERTO
ENCOBERTO
Temperatura do ar (ºC)
Umidade relativa (%)
Velocidade dos ventos (m/s) Min.: Máx
Direção dos ventos (graus)
PONTO: 1 HORA:______________________
DATA:20/08/05
MEDIÇÃO REALIZADA:
NA SOMBRA
NO SOL
CONDIÇÕES DE CÉU:
LIMPO
PARCIALMENTE ENCOBERTO
ENCOBERTO
Temperatura do ar (ºC)
Umidade relativa (%)
Velocidade dos ventos (m/s) Min.: Máx
Direção dos ventos (graus)
PONTO: 2 HORA:______________________
DATA:20/08/05
MEDIÇÃO REALIZADA:
NA SOMBRA
NO SOL
CONDIÇÕES DE CÉU:
LIMPO
PARCIALMENTE ENCOBERTO ENCOBERTO
Temperatura do ar (ºC)
Umidade relativa (%)
Velocidade dos ventos (m/s) Min.: Máx
Direção dos ventos (graus)
VARIÁVEL MEDIDA
PLANILHA DE MEDIÇÃO
PLANILHA DE MEDIÇÃO
PLANILHA DE MEDIÇÃO
PLANILHA DE MEDIÇÃO
VARIÁVEL MEDIDA
VARIÁVEL MEDIDA
PLANILHA DE MEDIÇÃO - 21:00
VARIÁVEL MEDIDA
VARIÁVEL MEDIDA
PLANILHA DE MEDIÇÃO
VARIÁVEL MEDIDA
Análise Bioclimática do Bairro do Renascença II – São Luis-MA: realidade e perspectiva do conforto térmico em espaços externos
Apêndices
Patricia Vieira Trinta PPGAU/UFRN
178
Apêndice B – Banco de dados – variáveis climáticas
PONTO 1 16.08.05 17.08.05 18.08.05 19.08.05 20.08.05
06:00 28,2 29,1 26,6 27,1 26,9
09:00 31,8 31,9 30,9 30,9 30,2
12:00 34,4 31,6 34,9 34,1 33,6
15:00 30,8 32,4 31,5 31,3 31,1
18:00 29,7 28,2 29,4 29,7 29,1
21:00 28,2 28,0 28,9 28,8 28,1
PONTO 2 16.08.05 17.08.05 18.08.05 19.08.05 20.08.05
06:00 27,7 28,5 26,6 27,6 26,9
09:00 32,2 30,9 29,9 33,0 31,4
12:00 33,4 31,2 34,5 31,3 34,4
15:00 29,1 30,3 31,5 30,4 31,8
18:00 29,2 29,2 28,8 28,4 29,2
21:00 28,7 28,2 28,0 27,8 27,5
PONTO 3 16.08.05 17.08.05 18.08.05 19.08.05 20.08.05
06:00 27,3 27,5 26,0 26,6 26,1
09:00 32,0 29,5 31,6 31,7 31,9
12:00 29,7 31,6 36,1 32,7 29,7
15:00 31,1 31,2 31,4 29,8 29,8
18:00 29,8 28,5 28,1 28,7 28,6
21:00 28,1 28,3 28,6 28,0 27,9
PONTO 4 16.08.05 17.08.05 18.08.05 19.08.05 20.08.05
06:00 27,1 28,5 25,8 26,4 26,3
09:00 31,1 29,3 30,9 29,6 32,3
12:00 30,6 31,7 33,7 34,3 32,9
15:00 31,0 29,5 32,10 31,6 30,4
18:00 28,9 29,5 28,6 29,1 28,4
21:00 28,7 28,5 29,1 28,6 28,6
PONTO 5 16.08.05 17.08.05 18.08.05 19.08.05 20.08.05
06:00 27,1 27,6 26,0 25,8 26,1
09:00 28,8 28,6 32,2 30,9 29,7
12:00 29,8 31,1 33,0 34,2 32,3
15:00 31,1 28,3 32,2 32,1 31,5
18:00 27,9 27,5 28,7 29,1 28,9
21:00 27,4 27,5 27,6 27,6 27,9
PONTO 6 16.08.05 17.08.05 18.08.05 19.08.05 20.08.05
06:00 27,3 26,9 26,9 24,4 26,5
09:00 30,7 31,4 36,2 31,9 33,6
12:00 28,7 32,1 33,3 33,5 33,4
15:00 33,3 35,6 30,7 35,8 32,8
18:00 29,3 28,9 29,7 28,4 31,2
21:00 28,5 28,2 28,7 27,9 27,8
INPE 16.08.05 17.08.05 18.08.05 19.08.05 20.08.05
06:00 25,5 25,5 24 25 24,5
09:00 25,5 26 25 24 23
12:00 29 28 29 29,5 29,5
15:00 29,5 32,5 33 31,5 32,5
18:00 31,5 30,5 34,5 31,5 32
21:00 27 27 27,5 27 27
MEDIÇÕES DA TEMPERATURA DO AR
PERIODO 1 - AGOSTO/2005
ESTAÇÃO SECA
Análise Bioclimática do Bairro do Renascença II – São Luis-MA: realidade e perspectiva do conforto térmico em espaços externos
Apêndices
Patricia Vieira Trinta PPGAU/UFRN
179
PONTO 1 16.08.05 17.08.05 18.08.05 19.08.05 20.08.05
06:00 68,4 65,6 71,4 70,6 72,6
09:00 50,1 59,0 55,9 48,7 67,5
12:00 59,1 56,7 37,4 48,8 52,6
15:00 60,1 51,2 54,8 54,7 60,2
18:00 72,3 65,4 60,4 60,3 64,3
21:00 65,0 65,8 61,9 62,4 68,2
PONTO 2 16.08.05 17.08.05 18.08.05 19.08.05 20.08.05
06:00 69,0 65,1 72,6 69,1 73,0
09:00 45,4 56,4 54,5 47,2 57,0
12:00 56,6 60,5 37,1 52,1 47,7
15:00 63,2 57,5 50,1 54,7 60,7
18:00 64,2 66,4 62,6 64,7 64,1
21:00 66,4 67,7 68,4 69,4 70,8
PONTO 3 16.08.05 17.08.05 18.08.05 19.08.05 20.08.05
06:00 69,3 67,6 73,7 72,8 75,0
09:00 55,6 60,5 52,3 48,1 54,0
12:00 60,7 57,7 31,6 51,8 56,5
15:00 55,8 54,7 49,5 56,1 59,7
18:00 64,0 65,6 63,5 57,6 66,0
21:00 68,1 68,7 64,1 62,6 70,5
PONTO 4 16.08.05 17.08.05 18.08.05 19.08.05 20.08.05
06:00 69,5 67,5 76,6 74,4 74,2
09:00 57,7 56,7 51,6 64,5 53,1
12:00 63,1 62,4 36,6 50,2 55,2
15:00 57,4 59,5 51,30 49,2 56,8
18:00 62,2 62,5 62,6 64,1 65,1
21:00 67,5 64,5 65,5 66,8 68,1
PONTO 5 16.08.05 17.08.05 18.08.05 19.08.05 20.08.05
06:00 70,4 71,0 74,0 76,7 75,9
09:00 63,8 63,6 52,8 54,1 57,5
12:00 63,7 60,1 37,0 53,4 53
15:00 55,8 62,4 51,2 52,2 53,7
18:00 63,9 70,0 62,2 61,7 64,9
21:00 69,2 72,3 68,9 66,3 68,3
PONTO 6 16.08.05 17.08.05 18.08.05 19.08.05 20.08.05
06:00 67,9 77,1 70,9 86,8 77,7
09:00 63,4 56,3 47,5 51,7 50,6
12:00 67,8 50,6 43,2 48,3 48,6
15:00 50,1 43,0 56,4 39,0 54,9
18:00 72,3 64,7 59,6 60,7 53,0
21:00 64,9 68,2 65,3 64,9 71,2
INPE 16.08.05 17.08.05 18.08.05 19.08.05 20.08.05
06:00848583849
09:00828383869
12:00717369677
15:00705550625
18:00626440646
21:00807874767
MEDIÇÕES DA UMIDADE RELATICA DO AR
PERIODO 1 - AGOSTO/2005
ESTAÇÃO SECA
1
1
1
9
3
9
Análise Bioclimática do Bairro do Renascença II – São Luis-MA: realidade e perspectiva do conforto térmico em espaços externos
Apêndices
Patricia Vieira Trinta PPGAU/UFRN
180
PONTO 1 16.08.05 17.08.05 18.08.05 19.08.05 20.08.05
06:00 0,3 0,3 0,7 0,6 0,8
09:00 1,9 0,4 2,7 1,8 0,5
12:00 0,7 1,1 1,1 0,9 0,8
15:00 1,1 0,9 1,0 1,3 1,0
18:00 0,6 0,6 1,0 0,4 1,3
21:00 1,7 0,7 0,4 0,5 0,7
PONTO 2 16.08.05 17.08.05 18.08.05 19.08.05 20.08.05
06:00 0,7 0,6 0,7 0,4 0,5
09:00 0,7 0,6 3,3 0,3 0,9
12:00 2,3 1,3 1,7 2 0,6
15:00 4,3 2,0 2,3 2,1 0,8
18:00 1,5 0,8 1,5 1,1 1,2
21:00 1,1 0,7 0,9 0,6 2,5
PONTO 3 16.08.05 17.08.05 18.08.05 19.08.05 20.08.05
06:00 0,6 0,9 1,0 0,8 0,9
09:00 0,3 1,5 0,8 0,9 0,8
12:00 1,7 1,2 1,2 1,3 4,0
15:00 2,3 1,0 1,2 2,3 2,3
18:00 0,7 1,9 1,9 1,0 1,0
21:00 1,5 1,2 1,5 0,9 1,3
PONTO 4 16.08.05 17.08.05 18.08.05 19.08.05 20.08.05
06:00 2,6 0,6 0,5 0,8 0,7
09:00 0,6 2,4 0,9 1,4 0,6
12:00 0,7 1,2 1,8 2,2 1,2
15:00 1,6 2,3 0,8 2,3 1,8
18:00 0,5 0,9 1,7 0,9 2,9
21:00 0,9 1,0 0,5 0,8 0,7
PONTO 5 16.08.05 17.08.05 18.08.05 19.08.05 20.08.05
06:00 3,5 2,6 2,1 2,3 0,9
09:00 5,3 3,4 1,7 1,0 1,8
12:00 3,7 2,3 2,3 0,9 1,0
15:00 1,8 3,8 1,0 2,1 1,5
18:00 2,5 3,3 2,9 0,6 1,7
21:00 3,3 2,5 1,1 0,9 1,2
PONTO 6 16.08.05 17.08.05 18.08.05 19.08.05 20.08.05
06:00 1,2 0,7 0,9 0,9 0,3
09:00 0,5 1,3 0,8 1,0 0,9
12:00 1,0 1,5 0,9 1,2 0,8
15:00 2,5 1,3 1,8 1,2 1,2
18:00 0,9 1,5 0,7 0,8 1,0
21:00 1,4 1,1 1,0 0,9 2,4
INPE 16.08.05 17.08.05 18.08.05 19.08.05 20.08.05
06:00 5,7 5,4 4,5 5,5 4,4
09:00 7,6 6,8 8 5,8 0,7
12:00 12 12,6 11,9 11,2 8
15:00 10,9 10,1 9,8 6,5 6,1
18:00 11,8 7,8 6,2 6,2 9,5
21:00 7,6 8,2 6,5 7,7 6,9
MEDIÇÕES
DA
VELOCIDADE
DOS
VENTOS
PERIODO 1 - AGOSTO/2005
E
S
TA
Ç
Ã
O
S
E
C
A
Análise Bioclimática do Bairro do Renascença II – São Luis-MA: realidade e perspectiva do conforto térmico em espaços externos
Apêndices
Patricia Vieira Trinta PPGAU/UFRN
181
Ponto 1 16.08.05 17.08.05 18.08.05 19.08.05 20.08.05
06:00 180 180 55 135 90
09:00 135,0 45 140 90 45
12:00 180 80 225 225 135
15:00 45 90 135 180 90
18:00 315 90 45 90 90
21:00 60 60 180,0 45 90
Ponto 2 16.08.05 17.08.05 18.08.05 19.08.05 20.08.05
06:00 45,0 240 90,0 270,0 90,0
09:00 45,0 135,0 90,0 270,0 135,0
12:00 45,0 90,0 180,0 90,0 135,0
15:00 90,0 135,0 45,0 110,0 135,0
18:00 135,0 180,0 90,0 225,0 225
21:00 135,0 135,0 45,0 110,0 90,0
Ponto 3 16.08.05 17.08.05 18.08.05 19.08.05 20.08.05
06:00 155,0 225,0 225,0 225,0 225,0
09:00 135,0 180,0 45,0 180,0 180,0
12:00 315,0 315,0 45,0 180,0 0,0
15:00 45,0 315,0 315,0 20,0 0,0
18:00 90,0 135,0 0,0 270,0 0,0
21:00 180,0 0,0 180,0 0,0 0,0
Ponto 4 16.08.05 17.08.05 18.08.05 19.08.05 20.08.05
06:00 0,0 50,0 45,0 20,0 180,0
09:00 135,0 135,0 135,0 0,0 270,0
12:00 45,0 0,0 135,0 45,0 65,0
15:00 0,0 90,0 270,00 65,0 135,0
18:00 180,0 0,0 315,0 45,0 45,0
21:00 45,0 45,0 0,0 0,0 45,0
Ponto 5 16.08.05 17.08.05 18.08.05 19.08.05 20.08.05
06:00 135,0 90,0 100,0 90,0 90,0
09:00 45,0 110,0 90,0 105,0 90,0
12:00 135,0 90,0 45,0 45,0 65,0
15:00 90,0 90,0 0,0 315,0 45,0
18:00 90,0 45,0 135,0 65,0 90,0
21:00 90,0 60,0 90,0 60,0 45,0
Ponto 6 16.08.05 17.08.05 18.08.05 19.08.05 20.08.05
06:00 135 90 40 45 90
09:0090906018090
12:00 180 90 45 90 65
15:00 135 45 90 90 45
18:00 180 60 45 45 90
21:00 0 60 55 0 45
INPE 16.08.05 17.08.05 18.08.05 19.08.05 20.08.05
06:00708070607
09:00706070701
12:00809090901
15:00 70 110 120 70 140
18:00706019040
21:00405030202
0
50
00
0
0
MEDIÇÕES
DA
DIREÇÃO
DOS
VENTOS
PERIODO 1 - AGOSTO/2005
E
S
TA
Ç
Ã
O
S
E
C
A
Análise Bioclimática do Bairro do Renascença II – São Luis-MA: realidade e perspectiva do conforto térmico em espaços externos
Apêndices
Patricia Vieira Trinta PPGAU/UFRN
182
PONTO 1 11.03.06 12.03.06 13.03.06 14.03.06 15.03.06
06:00 26,2 25,6 26,3 26,0 26,2
09:00 28,3 27,7 28,9 28,2 28,2
12:00 34,3 32,3 33,8 26,5 30,8
15:00 32,5 32,7 26,5 27,4 30,6
18:00 30,2 28,2 28,5 28,1 30,9
21:00 28,1 28,0 28,7 26,9 27,5
PONTO 2 11.03.06 12.03.06 13.03.06 14.03.06 15.03.06
06:00 26,4 24,5 27,1 25,9 25,7
09:00 29,5 26,2 27,9 30,2 28,2
12:00 33,4 32,9 32,8 24,9 31,4
15:00 31,3 31,2 26,4 26,6 31,0
18:00 29,7 28,8 28,7 27,5 30,1
21:00 28,0 28,1 27,7 26,4 27,4
PONTO 3 11.03.06 12.03.06 13.03.06 14.03.06 15.03.06
06:00 25,4 24,2 26,5 24,9 24,8
09:00 29,0 25,6 29,1 29,1 28,3
12:00 30,9 32,9 34,9 26,3 28,7
15:00 32,4 31,8 26,6 26,3 29,6
18:00 29,8 27,7 27,6 27,3 29,1
21:00 28,4 28,2 28,3 26,5 27,4
PONTO 4 11.03.06 12.03.06 13.03.06 14.03.06 15.03.06
06:00 25,4 25,1 26,1 25,2 24,9
09:00 27,7 26,4 29,2 27,2 28,4
12:00 31,6 32,9 32,2 26,9 31,4
15:00 32,7 30,5 27,0 27,9 30,4
18:00 29,9 29,0 27,1 27,1 29,1
21:00 28,0 28,4 28,3 27,2 28,1
PONTO 5 11.03.06 12.03.06 13.03.06 14.03.06 15.03.06
06:00 25,4 24,9 26,5 24,4 25,2
09:00 27,4 25,6 30,3 28,3 27,2
12:00 30,9 31,9 31,7 27,2 30,4
15:00 32,4 29,6 27,1 27,8 31,0
18:00 28,3 27,4 27,8 27,1 29,1
21:00 27,7 27,9 27,4 26,5 27,2
PONTO 6 11.03.06 12.03.06 13.03.06 14.03.06 15.03.06
06:00 25,7 23,9 26,9 24,5 24,9
09:00 27,7 27,4 28,4 28,3 26,9
12:00 31,4 32,1 32,7 26,3 30,9
15:00 33,6 34,4 28,6 29,6 32,0
18:00 29,8 28,6 28,7 27,1 31,1
21:00 28,6 28,1 28,4 26,5 27,3
INPE 11.03.06 12.03.06 13.03.06 14.03.06 15.03.06
06:00 24,5 23,0 25,0 24,0 24,0
09:00 24,5 23,5 25,0 24,0 23,0
12:00 30,5 30,0 29,5 24,0 28,5
15:00 31,5 32,5 27,5 27,5 31,5
18:00 31,0 29,5 31,0 29,0 32,0
21:00 27,5 27,5 27,5 26,0 27,0
MEDIÇÕES DA TEMPERATURA DO AR
PERIODO 2 - MARÇO/2006
ESTAÇÃO CHUVOSA
Análise Bioclimática do Bairro do Renascença II – São Luis-MA: realidade e perspectiva do conforto térmico em espaços externos
Apêndices
Patricia Vieira Trinta PPGAU/UFRN
183
PONTO 1 11.03.06 12.03.06 13.03.06 14.03.06 15.03.06
06:00 76,7 76,7 80,1 76,7 73,6
09:00 59,4 65,7 65,1 52,8 70,1
12:00 59,1 53,5 48,3 71,2 58,7
15:00 53,2 47,6 94,8 76,2 63,2
18:00 74,3 69,4 81,3 68,3 73,3
21:00 64,0 62,8 67,0 71,7 70,1
PONTO 2 11.03.06 12.03.06 13.03.06 14.03.06 15.03.06
06:00 77,0 75,4 82,1 76,3 71,4
09:00 55,5 65,2 65,4 52,1 57,5
12:00 55,7 56,1 46,5 75,8 54,7
15:00 58,5 55,5 90,1 75,7 63,7
18:00 66,2 70,4 81,3 72,7 73,1
21:00 63,5 65,4 71,4 79,8 75,5
PONTO 3 11.03.06 12.03.06 13.03.06 14.03.06 15.03.06
06:00 76,7 76,7 83,0 78,6 73,6
09:00 77,8 75,7 75,6 74,8 75,5
12:00 62,6 58,4 55,2 75,7 63,6
15:00 53,1 52,7 89,5 77,1 58,8
18:00 62,0 64,6 83,6 65,6 75,0
21:00 67,3 66,3 68,7 72,5 72,1
PONTO 4 11.03.06 12.03.06 13.03.06 14.03.06 15.03.06
06:00 77,6 77,3 87,8 82,3 76,1
09:00 66,6 64,4 61,2 68,2 60,2
12:00 62,6 58,1 45,2 74,6 61,4
15:00 53,1 55,3 89,5 76,5 60,9
18:00 63,2 66,8 79,8 71,8 70,9
21:00 65,5 63,6 72,5 79,5 71,5
PONTO 5 11.03.06 12.03.06 13.03.06 14.03.06 15.03.06
06:00 80,1 80,8 82,4 82,3 76,7
09:00 74,5 72,4 62,3 68,1 68,7
12:00 61,6 58,1 54,0 76,0 59,3
15:00 51,1 57,6 91,2 77,4 57,1
18:00 65,2 72,3 81,9 68,9 72,9
21:00 67,6 71,6 72,1 76,4 71,3
PONTO 6 11.03.06 12.03.06 13.03.06 14.03.06 15.03.06
06:00 75,6 85,2 80,1 90,2 76,1
09:00 72,4 65,6 61,1 55,9 67,7
12:00 64,8 48,3 53,5 71,2 56,6
15:00 44,7 41,6 92,4 99,9 57,9
18:00 72,9 68,7 81,3 68,7 64,0
21:00 63,7 66,3 69,7 74,3 73,5
INPE 11.03.06 12.03.06 13.03.06 14.03.06 15.03.06
06:00899191898
09:00888891889
12:00686775887
15:00625390836
18:00646869727
21:00767577848
MEDIÇÕES DA UMIDADE RELATICA DO AR
PERIODO 2 - MARÇO/2006
ESTAÇÃO CHUVOSA
9
0
6
2
2
0
Análise Bioclimática do Bairro do Renascença II – São Luis-MA: realidade e perspectiva do conforto térmico em espaços externos
Apêndices
Patricia Vieira Trinta PPGAU/UFRN
184
PONTO 1 11.03.06 12.03.06 13.03.06 14.03.06 15.03.06
06:00 0,2 0,2 0,5 0,4 0,5
09:00 1,4 0,3 1,9 1,3 0,3
12:00 0,5 0,8 0,8 0,6 0,6
15:00 0,8 0,6 0,7 0,9 0,7
18:00 0,4 0,4 0,7 0,2 0,9
21:00 1,2 0,5 0,3 0,4 0,5
PONTO 2 11.03.06 12.03.06 13.03.06 14.03.06 15.03.06
06:00 0,5 0,4 0,5 0,2 0,3
09:00 0,5 0,4 2,3 0,2 0,6
12:00 1,7 0,9 1,2 1,4 0,4
15:00 3,1 1,4 1,6 1,5 0,6
18:00 1,1 0,6 1,1 0,8 0,8
21:00 0,8 0,5 0,6 0,4 1,7
PONTO 3 11.03.06 12.03.06 13.03.06 14.03.06 15.03.06
06:00 0,4 0,6 0,7 0,6 0,6
09:00 0,2 1,1 0,6 0,6 0,5
12:00 1,2 0,9 0,9 0,9 2,8
15:00 1,6 0,7 0,8 1,6 1,6
18:00 0,5 1,3 1,3 0,7 0,7
21:00 1,1 0,9 1,0 0,6 0,9
PONTO 4 11.03.06 12.03.06 13.03.06 14.03.06 15.03.06
06:00 1,8 0,4 0,3 0,5 0,5
09:00 0,4 1,7 0,6 1,0 0,4
12:00 0,5 0,8 1,3 1,5 0,8
15:00 1,1 1,6 0,6 1,6 1,3
18:00 0,4 0,6 1,2 0,6 2,0
21:00 0,6 0,7 0,4 0,6 0,5
PONTO 5 11.03.06 12.03.06 13.03.06 14.03.06 15.03.06
06:00 2,5 1,8 1,5 1,6 0,6
09:00 3,8 2,4 1,2 0,7 1,3
12:00 2,7 1,6 1,7 0,6 0,7
15:00 1,3 2,7 0,7 1,5 1,1
18:00 1,8 2,3 2,1 0,4 1,2
21:00 2,4 1,8 0,8 0,6 0,8
PONTO 6 11.03.06 12.03.06 13.03.06 14.03.06 15.03.06
06:00 0,9 0,5 0,6 0,6 0,2
09:00 0,3 0,9 0,5 0,7 0,6
12:00 0,7 1,1 0,6 0,9 0,6
15:00 1,8 0,9 1,3 0,8 0,8
18:00 0,7 1,0 0,5 0,5 0,7
21:00 1,0 0,8 0,7 0,6 1,7
INPE 11.03.06 12.03.06 13.03.06 14.03.06 15.03.06
06:00 3,6 2,7 2,8 3,6 3,8
09:00 3,8 3,8 3,1 2,2 2,2
12:00 8,7 6,5 5,4 6,4 5,1
15:00 8,1 7,6 1,7 8,4 4,8
18:00 11,6 10,3 10,5 9,1 8,5
21:00 9,3 7,4 8,9 3,8 3,9
MEDIÇÕES
DA
VELOCIDADE
DOS
VENTOS
PERIODO 2 - MARÇO/2006
E
S
TA
Ç
Ã
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C
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V
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A
Análise Bioclimática do Bairro do Renascença II – São Luis-MA: realidade e perspectiva do conforto térmico em espaços externos
Apêndices
Patricia Vieira Trinta PPGAU/UFRN
185
Ponto 1 11.03.06 12.03.06 13.03.06 14.03.06 15.03.06
06:00 180 180 55 135 90
09:00 135,0 45 140 90 45
12:00 180 80 225 225 135
15:00 45 110 135 180 90
18:00 315 90 45 90 90
21:00 65 180,0 90
Ponto 2 11.03.06 12.03.06 13.03.06 14.03.06 15.03.06
06:00 45,0 240 90,0 270,0 90,0
09:00 45,0 135,0 90,0 270,0 135,0
12:00 45,0 90,0 180,0 90,0 135,0
15:00 90,0 135,0 45,0 110,0 135,0
18:00 135,0 180,0 90,0 225,0 225
21:00 135,0 45,0 90,0
Ponto 3 11.03.06 12.03.06 13.03.06 14.03.06 15.03.06
06:00 155,0 225,0 225,0 225,0 225,0
09:00 135,0 180,0 45,0 180,0 180,0
12:00 315,0 315,0 45,0 180,0 0,0
15:00 45,0 315,0 315,0 20,0 0,0
18:00 90,0 135,0 0,0 270,0 0,0
21:00 180,0 180,0 0,0
Ponto 4 11.03.06 12.03.06 13.03.06 14.03.06 15.03.06
06:00 0,0 50,0 45,0 20,0 180,0
09:00 135,0 135,0 135,0 0,0 270,0
12:00 45,0 0,0 135,0 45,0 65,0
15:00 0,0 90,0 270,00 65,0 135,0
18:00 180,0 0,0 315,0 45,0 45,0
21:00 45,0 0,0 45,0
Ponto 5 11.03.06 12.03.06 13.03.06 14.03.06 15.03.06
06:00 135,0 90,0 100,0 90,0 90,0
09:00 45,0 110,0 90,0 105,0 90,0
12:00 135,0 90,0 45,0 45,0 65,0
15:00 90,0 90,0 0,0 315,0 45,0
18:00 90,0 45,0 135,0 65,0 90,0
21:00 90,0 90,0 45,0
Ponto 6 11.03.06 12.03.06 13.03.06 14.03.06 15.03.06
06:00 135 90 40 45 90
09:0090906018090
12:00 180 80 45 90 65
15:00 135 45 90 90 45
18:00 180 60 45 0 90
21:00 0 55 45
INPE 11.03.06 12.03.06 13.03.06 14.03.06 15.03.06
06:00708070607
09:00706070701
12:00809090901
15:00 70 110 120 70 140
18:00706019040
21:00405030202
0
50
00
0
0
MEDIÇÕES
DA
DIREÇÃO
DOS
VENTOS
PERIODO 2 - MARÇO/2006
E
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Análise Bioclimática do Bairro do Renascença II – São Luis-MA: realidade e perspectiva do conforto térmico em espaços externos
Apêndices
Patricia Vieira Trinta PPGAU/UFRN
186
Apêndice C – Questionário – variáveis pessoais
PONTO: ___________________ HORA:_____________________
_
DATA:_____________________
MEDIÇÃO REALIZADA:
NA SOMBRA
NO SOL
CONDIÇÕES DE CÉU:
LIMPO
PARCIALMENTE ENCOBERTO
ENCOBERTO
Temperatura do ar (ºC)
Umidade relativa (%)
Velocidade dos ventos (m/s) Min.: Máx
Direção dos ventos (graus)
SEXO:
MASCULINO
FEMININO
FAIXA-ETÁRIA:
CRIANÇA
ADOLESCENTE
(18-24)
(25-34)
(35-44)
(45-54)
(55-64)
(> 65)
TIPO FÍSICO:
MAGRO(A)
NORMAL
ACIMA DO PESO
GORDO (A)
VESTIMENTA:
Suas roupas são?
Claras
Escuras
Short ou Saia curta
Jeans ou outra calça comprida ou saia comprida
Jaqueta
Camisa de manga comprida
Camisa de manga curta
Blusa fina
Sapatos ou tenis
Sandalhas ou chinelo
Meia Calça
Calcinha/Sut
Cueca
Camiseta
PRINCIPAL ATIVIDADE FÍSICA DOS ÚLTIMOS 30 MINUTOS:
SENTADO / RELAXADO
DE PÉ / PARADO
ATIVIDADE LEVE / ANDANDO
ATIVIDADE MÉDIA / ANDANDO RÁPIDO
ANDANDO COM PESO
CORRENDO
MUITO FRIO
FRIO
LEVEMENTE FRIO CONFORTÁVEL LEVEMENTE QUENTE
QUENTE
MUITO QUENTE
INDIQUE AS SENSAÇÕES TÉRMICAS ASSOCIADAS A SUA RESPOSTA ANTERIOR:
VOCÊ ESTÁ NO MEIO EXTERNO HÁ MAIS DE 5 MINUTOS?:
SIM
NÃO
CONDIÇÃORMICA:
SUPORTÁVEL
ADEQUADA
INSUPORTÁVEL
TRANSPIRAÇÃO:
NÃO
POUCO
MUITO
NECESSIDADE DE REFRESCAR-SE:
NÃO
POUCO
MUITO
SOMBRA
NECESSIDADE DE AQUECER-SE:
NÃO
POUCO
MUITO
VENTO
Da forma que você está vestido? Nneste momento, por favor marque a escala que indica como
VOCÊ se sente agora.
PARTE 2 - SENSAÇÕES TÉRMICAS DO ENTREVISTADO
PLANILHA DE MEDIÇÃO
VARIÁVEL MEDIDA
QUESTIONÁRIO
PARTE 1 - CARACTERIZAÇÃO DO ENTREVISTADO
Análise Bioclimática do Bairro do Renascença II –
São Luis-MA: realidade e perspectiva do conforto térmico em espaços externos
187
Apêndices
Apêndice D – Banco de dados – variáveis pessoais
ID
COD DIA PNT HORA SOL CEU TMP UR VNT SEX IDA TFIS ATIV SENS TLOC CTER TRNS NE01 NE02 MET CLO SET PMV PPD PET
116.08106:001128,268,40,3M4224121210,70,5526,441,3457.4228,50
218.08106:002326,671,40,7M2112212120,580,30
320.08106:002126,972,60,8F5334122211,90,7027,221,3140,6026,47
416.08109:001334,950,11,9F5145133312,40,80
517.08109:001329,459,00,4M2334221211,90,7029,301.4850.0529,29
618.08109:002230,955,92,7F7225131210,70,80
719.08109:002130,948,71,8M3336133311,90,30
817.08112:002131,656,71,1M3335132311,90,55
918.08112:001334,937,41,1M4435232311,90,30
1016.08115:002230,860,11,1M4245132212,40,55
1117.08115:001332,451,20,9M7326131210,70,70
1219.08115:001334,154,71,3M4237232311,90,80
1320.08115:001131,160,21,0F3335232311,90,30
1416.08118:001229,772,30,6F5345112212,40,55
1517.08118:002328,265,40,6M5144123112,40,3026.201.76 65.1627,57
1618.08118:002329,460,41,0M3346133312,40,55
1719.08118:002231,360,30,4M5245132212,40,30
1817.08121:001328,065,80,7F4354123212,80,7029.012.4692.5627,29
1919.08121:002128,862,40,5M5345112312,40,80
2016.08206:001127,769,00,7M4234112111,90,7028.091.4950.5427,11
2117.08209:001330,956,40,6M6335132311,90,30
2218.08209:002329,954,53,3F7234122121,90,5527,251,5453,1526,86
2319.08209:001233,047,20,3M5326212310,70,70
2416.08212:001233,456,62,3F1166213313,40,80
2517.08212:002131,260,51,3F2235132211,90,55
2618.08212:001134,537,11,7M2426133310,70,30
2719.08212:002131,352,1 2F3165133313,40,55
2816.08215:002129,163,24,3F5334111121,90,7028,591,7363,2525,98
2917.08215:001230,357,52,0F4245231312,40,30
3018.08215:002331,550,12,3M5225133210,70,55
3119.08215:001130,454,72,1F1325131210,70,30
3216.08218:002329,264,21,5M6124122210,70,5525,610,6513,9127,25
3317.08218:001129,266,40,8F5145112312,40,55
3418.08218:002228,862,61,5M4455112312,80,70
BANCO DE DADOS - QUESTIONÁRIO DO PERÍODO INVERNO SECO - 16.8.2005 A 20.08.2005
Sol-1-sombra, 2-sol; Ceu-1-limpo, 2-parc.encoberto, 3-encoberto; Sex - M-masc., F-fem.; Ida-1-criança, 2-adolescente, 3-(18-24), 4-(25-34), 5-(35-44), 6-(45-54), 7-(55-64), 8-(+65); Tfis-1-magro, 2-normal, 3-acima do peso, 4-muito acima do peso;
Ativ-1-sentado, 2-de pé parado, 3-andando, 4-andando rápid, 5-andando com peso, 6-correndo; Sens-1-muito frio, 2-frio, 3-leve frio, 4-confor, 5-leve quente, 6-quente, 7-muito quente; Tloc-1-(+5min.), 2-(-5min.); Cter-1-Suportável, 2-Adequada, 3
-
Inadequada; Trans-1-Não, 2-pouco, 3-muito; Ne01(refres)-1-Não, 2-pouco, 3-muito;Ne02(Aquecer)-1-Não, 2-pouco, 3-muito
SENSAÇÃO TÉRMICACARACTERIZAÇÃOCLIMA
Análise Bioclimát
Apêndices
ica do Bairro do Renascença II – São Luis-MA: realidade e perspectiva do conforto térmico em espaços externos
Patricia Vieira Trinta PPGAU/UFRN
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Análise Bioclimática do Bairro do Renascença II –
São Luis-MA: realidade e perspectiva do conforto térmico em espaços externos
188
Apêndices
ID
COD DIA PNT HORA SOL CEU TMP UR VNT SEX IDA TFIS ATIV SENS TLOC CTER TRNS NE01 NE02 MET CLO SET PMV PPD PET
35 19.08 2 18:00 2 3 28,4 64,7 1,1 F 3 3 4 5 1 3 2 3 1 2,4 0,70
36 18.08 2 21:00 1 3 28,0 68,4 0,9 M 5 4 3 4 1 2 2 2 1 1,9 0,80 29,43 1,75 64,32 27,04
37 19.08 2 21:00 2 2 27,8 69,4 0,6 F 4 2 4 4 1 2 3 2 1 2,4 0,30 24,98 1,52 51,88 27,32
38 17.08 3 06:00 2 1 27,5 67,6 0,9 F 7 2 4 7 1 3 3 3 1 2,4 0,55
39 18.08 3 06:00 1 1 26,0 73,7 1,0 F 2 1 1 2 1 1 2 1 2 0,58 0,30
40 16.08 3 09:00 1 1 32,0 55,6 0,3 M 5 3 2 6 1 1 2 2 1 0,7 0,55
41 17.08 3 09:00 1 3 29,5 60,5 1,5 F 4 1 5 6 1 3 3 3 1 2,8 0,30
42 18.08 3 09:00 2 2 31,6 52,3 0,8 F 6 1 3 7 1 3 3 3 1 1,9 0,55
43 19.08 3 09:00 1 2 31,7 48,1 0,9 M 7 2 6 7 1 3 3 3 1 3,4 0,30
44 20.08 3 09:00 2 2 31,9 54,0 0,8 M 8 4 3 6 1 3 2 3 1 1,9 0,70
45 16.08 3 12:00 2 3 29,7 60,7 1,7 M 3 3 3 7 1 3 3 3 1 1,9 0,30
46 18.08 3 12:00 1 2 36,1 31,6 1,2 F 5 4 3 7 1 3 3 3 1 1,9 0,55
47 20.08 3 12:00 2 3 29,7 56,5 4,0 M 1 4 4 7 2 3 3 3 1 2,4 0,70
48 16.08 3 15:00 1 1 31,1 55,8 2,3 F 1 2 5 5 1 3 2 3 1 2,8 0,80
49 17.08 3 15:00 2 2 31,2 54,7 1,0 F 5 1 4 6 1 1 3 3 1 2,4 0,55
50 18.08 3 15:00 2 1 31,4 49,5 1,2 M 7 2 3 7 1 3 3 3 1 1,9 0,30
51 19.08 3 15:00 1 1 29,8 56,1 2,3 M 4 1 4 6 1 3 2 3 1 2,4 0,55
52 16.08 3 18:00 1 1 29,8 64,0 0,7 M 3 3 3 7 1 3 3 3 1 1,9 0,70
53 17.08 3 18:00 1 3 28,5 65,6 1,9 M 6 3 2 4 2 2 2 2 2 0,7 0,30 20,99 -0,85 20,23 26,51
54 18.08 3 18:00 2 2 28,1 63,5 1,9 F 5 2 2 4 1 2 2 1 1 0,7 0,55 24,06 0,13 5,37 26,24
55 19.08 3 18:00 1 2 28,7 57,6 1,0 F 8 2 5 4 2 2 2 1 1 2,8 0,55 26,64 2,24 86,33 27,37
56 19.08 3 21:00 2 3 28,0 62,6 0,9 M 3 1 4 4 2 2 2 2 1 2,4 0,70 28,91 2,04 78,53 27,04
57 17.08 4 06:00 1 3 28,5 67,5 0,6 M 4 4 5 7 2 3 3 3 1 2,8 0,80
58 19.08 4 06:00 1 1 26,4 74,4 0,8 F 7 2 2 3 2 2 2 1 1 0,7 0,30
59 16.08 4 09:00 2 2 31,1 57,7 0,6 F 6 3 3 5 2 1 2 3 1 1,9 0,55
60 17.08 4 09:00 2 1 29,3 56,7 2,4 F 1 1 3 7 1 3 3 3 1 1,9 0,30
61 18.08 4 09:00 1 3 30,9 51,6 0,9 F 4 4 3 5 1 3 1 3 1 1,9 0,30
62 19.08 4 09:00 1 3 29,6 64,5 1,4 M 5 3 4 5 1 1 2 2 1 2,4 0,55
63 20.08 4 09:00 2 2 32,3 53,1 0,6 F 6 4 3 6 1 1 1 2 1 1,9 0,30
64 16.08 4 12:00 2 1 30,6 63,1 0,7 M 2 2 3 7 1 3 3 3 1 1,9 0,55
65 18.08 4 12:00 2 1 33,7 36,6 1,8 F 8 1 5 7 1 3 2 3 1 2,8 0,70
66 19.08 4 12:00 2 1 34,3 50,2 2,2 F 3 4 6 6 1 3 2 3 1 3,4 0,80
67 20.08 4 12:00 1 3 32,9 55,2 1,2 F 5 2 3 6 1 1 1 2 1 1,9 0,30
68 16.08 4 15:00 1 2 31,0 57,4 1,6 M 7 2 3 5 1 3 2 3 1 1,9 0,55
69 17.08 4 15:00 2 1 29,5 59,5 2,3 M 4 3 3 4 1 2 2 2 1 1,9 0,70 28,45 1,7 61,83 27,2
CLIMA CARACTERIZAÇÃO SENSAÇÃO TÉRMICA
BANCO DE DADOS - QUESTIORIO DO PERÍODO INVERNO SECO - 16.8.2005 A 20.08.2005
Sol-1-sombra, 2-sol; Ceu-1-limpo, 2-parc.encoberto, 3-encoberto; Sex - M-masc., F-fem.; Ida-1-criança, 2-adolescente, 3-(18-24), 4-(25-34), 5-(35-44), 6-(45-54), 7-(55-64), 8-(+65); Tfis-1-magro, 2-normal, 3-acima do peso, 4-muito acima do peso;
Ativ-1-sentado, 2-de pé parado, 3-andando, 4-andando rápid, 5-andando com peso, 6-correndo; Sens-1-muito frio, 2-frio, 3-leve frio, 4-confor, 5-leve quente, 6-quente, 7-muito quente; Tloc-1-(+5min.), 2-(-5min.); Cter-1-Suportável, 2-Adequada, 3
-
Inadequada; Trans-1-Não, 2-pouco, 3-muito; Ne01(refres)-1-Não, 2-pouco, 3-muito;Ne02(Aquecer)-1-Não, 2-pouco, 3-muito
Análise Bioclimática do Bairro do Renascença II – São Luis-MA: realidade e perspectiva do conforto térmico em espaços externos
Apêndices
150
Patricia Vieira Trinta PPGAU/UFRN
ID
COD DIA PNT HORA SOL CEU TMP UR VNT SEX IDA TFIS ATIV SENS TLOC CTER TRNS NE01 NE02 MET CLO SET PMV PPD PET
70 18.08 4 15:00 1 1 32,10 51,30 0,8 M 1 2 3 6 1 3 2 3 1 1,9 0,80
71 19.08 4 15:00 2 1 31,6 49,2 2,3 M 4 3 3 5 1 3 2 3 1 1,9 0,30
72 16.08 4 18:00 1 2 28,9 62,2 0,5 M 5 1 3 5 1 3 2 3 1 1,9 0,55
73 19.08 4 18:00 2 3 29,1 64,1 0,9 F 6 4 3 4 1 2 1 1 1 1,9 0,30 27,64 1,59 56,03 27,74
74 20.08 4 18:00 2 3 28,4 65,1 2,9 M 2 3 3 4 2 1 2 2 1 1,9 0,30 23,56 0,91 22,32 25,69
75 16.08 4 21:00 2 3 28,7 67,5 0,9 F 8 4 3 4 1 2 1 1 1 1,9 0,55 28,2 1,58 55,02 27,47
76 17.08 4 21:00 1 2 28,5 64,5 1,0 F 3 2 3 4 2 1 1 1 1 1,9 0,30 23,51 0,9 22,08 27,24
77 19.08 4 21:00 2 1 28,6 66,8 0,8 M 6 1 3 4 2 2 1 2 1 1,9 0,30 26,38 1,33 21,76 27,54
78 16.08 5 06:00 1 2 27,1 70,4 3,5 F 5 1 2 2 2 1 2 1 1 0,7 0,55
79 18.08 5 06:00 1 3 26,0 74,0 2,1 F 8 2 2 1 1 1 2 1 1 0,7 0,30
80 19.08 5 06:00 1 2 25,8 76,7 2,3 F 3 1 2 1 2 1 1 1 1 0,7 0,55
81 16.08 5 09:00 1 2 28,8 63,8 5,3 M 4 3 3 4 2 2 1 2 1 1,9 0,30 23,47 0,89 21,84 25,51
82 17.08 5 09:00 1 2 28,6 63,6 3,4 M 5 3 3 4 1 2 3 2 1 1,9 0,70 27,49 1,49 50,16 25,88
83 19.08 5 09:00 2 1 30,9 54,1 1,0 F 1 2 3 6 1 3 2 2 1 1,9 0,55
84 20.08 5 09:00 2 1 29,7 57,5 1,8 M 1 2 3 4 2 2 1 1 1 1,9 0,70 28,38 1,69 61,11 27,4
85 16.08 5 12:00 1 3 29,8 63,7 3,7 F 5 1 3 4 2 1 1 3 1 1,9 0,80 27,3 1,15 32,94 26,68
86 17.08 5 12:00 2 2 31,1 60,1 2,3 M 7 4 3 5 1 1 2 3 1 1,9 0,55
87 18.08 5 12:00 1 1 33,0 37,0 2,3 F 4 2 3 6 2 3 1 3 1 1,9 0,30
88 19.08 5 12:00 2 2 34,2 53,4 0,9 F 4 2 3 6 1 3 2 3 1 1,9 0,55
89 20.08 5 12:00 2 2 32,3 53 1,0 F 6 1 3 7 1 3 2 3 1 1,9 0,30
90 17.08 5 15:00 2 3 28,3 62,4 3,8 F 7 3 3 5 1 3 2 3 1 1,9 0,30
91 18.08 5 15:00 1 3 32,2 51,2 1,0 M 8 1 3 6 1 3 2 3 1 1,9 0,55
92 19.08 5 15:00 1 1 32,1 52,2 2,1 M 3 1 3 6 1 3 1 3 1 1,9 0,30
93 16.08 5 18:00 2 2 27,9 63,9 2,5 F 5 2 3 4 1 1 1 2 1 1,9 0,30 21,8 0,53 10,79 25,76
94 18.08 5 18:00 2 1 28,7 62,2 2,9 M 1 4 3 4 1 1 1 2 1 1,9 0,30 23,42 0,89 21,61 26,15
95 19.08 5 18:00 2 3 29,1 61,7 0,6 F 3 3 3 5 1 1 2 3 1 1,9 0,30
96 20.08 5 18:00 2 3 28,9 64,9 1,7 M 5 4 3 5 1 3 2 3 1 1,9 0,55
97 16.08 5 21:00 1 2 27,4 69,2 3,3 M 4 2 3 4 1 2 1 1 1 1,9 0,30 22,06 0,56 11,61 25,05
98 18.08 6 06:00 1 2 26,9 70,9 0,9 F 7 1 1 3 2 2 2 1 2 0,58 0,55
99 16.08 6 09:00 1 1 30,7 63,4 0,5 M 2 2 3 5 1 3 2 3 1 1,9 0,30
100 17.08 6 12:00 2 2 32,1 50,6 1,5 F 5 2 3 6 1 3 2 3 1 1,9 0,30
101 16.08 6 18:00 2 3 29,3 72,3 0,9 F 4 1 3 5 1 3 3 3 1 1,9 0,30
102 18.08 6 18:00 1 2 29,7 59,6 0,7 M 1 2 3 6 1 3 3 2 1 1,9 0,55
Sol-1-sombra, 2-sol; Ceu-1-limpo, 2-parc.encoberto, 3-encoberto; Sex - M-masc., F-fem.; Ida-1-criança, 2-adolescente, 3-(18-24), 4-(25-34), 5-(35-44), 6-(45-54), 7-(55-64), 8-(+65); Tfis-1-magro, 2-normal, 3-acima do peso, 4-muito acima do peso;
Ativ-1-sentado, 2-de pé parado, 3-andando, 4-andando rápid, 5-andando com peso, 6-correndo; Sens-1-muito frio, 2-frio, 3-leve frio, 4-confor, 5-leve quente, 6-quente, 7-muito quente; Tloc-1-(+5min.), 2-(-5min.); Cter-1-Suportável, 2-Adequada, 3
-
Inadequada; Trans-1-Não, 2-pouco, 3-muito; Ne01(refres)-1-Não, 2-pouco, 3-muito;Ne02(Aquecer)-1-Não, 2-pouco, 3-muito
CLIMA CARACTERIZAÇÃO SENSAÇÃO TÉRMICA
BANCO DE DADOS - QUESTIORIO DO PERÍODO INVERNO SECO - 16.8.2005 A 20.08.2005
Análise Bioclimática do Bairro do Renascença II –
São Luis-MA: realidade e perspectiva do conforto térmico em espaços externos
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Apêndices
Análise Bioclimática do Bairro do Renascença II – São Luis-MA: realidade e perspectiva do conforto térmico em espaços externos
Apêndices
Patricia Vieira Trinta PPGAU/UFRN
151
ID
COD DIA PNT HORA SOL CEU TMP UR VNT SEX IDA TFIS ATIV SENS TLOC CTER TRNS NE01 NE02 MET CLO SET PMV PPD PET
103 11.03 1 06:00 1 2 26,2 76,7 0,2 M 5 3 3 4 1 2 1 1 1 1,9 0,55 26,32 1,18 34,41 27,31
104 11.03 1 12:00 1 3 34,3 59,1 0,5 M 3 1 6 7 2 3 2 3 1 3,4 0,30
105 11.03 1 15:00 2 3 32,5 53,2 0,8 M 7 1 5 7 1 3 3 3 1 2,8 0,30
106 12.03 1 09:00 2 1 27,7 65,7 0,3 M 5 3 4 5 1 3 1 3 1 2,4 0,55
107 12.03 1 12:00 2 2 32,3 53,5 0,8 F 7 2 6 7 1 3 1 2 1 3,4 0,70
108 12.03 1 21:00 1 3 28,0 62,8 0,5 F 4 1 4 7 1 1 3 2 1 2,4 0,80
109 13.03 1 12:00 2 3 33,8 48,3 0,8 M 3 4 2 6 2 3 3 2 1 0,7 0,30
110 13.03 1 15:00 1 3 26,5 94,8 0,7 F 6 3 6 5 1 3 3 3 1 3,4 0,55
111 14.03 1 09:00 1 1 28,2 52,8 1,3 M 8 2 2 4 2 2 2 1 1 0,7 0,30 20,33 -0,08 25,27 26,75
112 14.03 1 15:00 1 3 27,4 68,3 0,9 F 7 2 3 5 2 1 1 3 1 1,9 0,55
113 15.03 1 06:00 2 3 26,2 73,6 0,5 M 1 2 3 4 1 2 2 1 1 1,9 0,30 23,95 0,82 19,07 26,53
114 15.03 1 15:00 1 2 30,6 63,2 0,7 F 4 3 4 6 1 3 3 3 1 2,4 0,30
115 15.03 1 18:00 1 1 30,9 70,5 0,9 F 3 2 2 6 1 1 2 2 1 0,7 0,55
116 11.03 2 06:00 2 1 26,4 77,0 0,5 M 1 1 5 5 1 3 2 2 1 2,8 0,30
117 11.03 2 18:00 1 3 28,8 66,2 0,8 M 3 2 3 4 2 2 1 1 1 1,9 0,55 28,17 1,57 54,68 27,33
118 12.03 2 12:00 2 2 32,9 56,1 0,9 M 7 1 2 6 1 3 1 3 1 0,7 0,30
119 12.03 2 15:00 1 1 31,2 55,5 1,4 M 2 3 3 5 1 3 2 2 1 2,4 0,55
120 13.03 2 12:00 1 1 32,8 46,5 1,2 F 5 3 3 6 1 3 1 3 1 1,9 0,70
121 13.03 2 18:00 2 1 28,7 81,3 1,1 F 4 2 3 4 1 2 1 2 1 1,9 0,80 28,66 1,68 60,9 27,27
122 13.03 2 21:00 1 3 27,7 71,4 0,6 M 6 2 2 4 1 2 1 1 1 0,7 0,30 25,33 0,19 5,73 27,27
123 14.03 2 09:00 2 2 30,2 52,1 0,2 M 7 1 2 5 1 3 2 3 1 0,7 0,55
124 14.03 2 15:00 2 2 26,6 75,7 1,5 F 8 4 3 5 2 3 2 3 1 1,9 0,55
125 14.03 2 21:00 1 2 26,4 79,8 0,4 F 3 3 3 3 1 1 1 1 2 1,9 0,30
126 15.03 2 06:00 1 3 25,7 71,4 0,3 F 5 1 2 1 2 2 1 2 3 0,7 0,30
127 15.03 2 12:00 1 3 31,4 54,7 0,4 F 1 1 2 6 2 3 1 3 1 2,4 0,55
128 15.03 2 18:00 2 1 30,1 70,3 0,8 F 1 2 2 5 1 3 1 3 1 0,7 0,55
129 11.03 3 09:00 1 2 29,0 77,8 0,2 F 5 4 5 5 1 1 2 3 1 2,8 0,30
130 11.03 3 12:00 2 1 30,9 62,6 1,2 F 7 3 3 5 1 3 2 3 1 1,9 0,55
131 11.03 3 18:00 1 3 27,7 62,0 0,5 M 7 3 2 4 2 2 2 2 1 0,7 0,30 25,15 0,1 5,22 27,44
132 11.03 3 21:00 1 3 28,4 67,3 1,1 F 3 2 3 4 1 2 3 2 1 1,9 0,55 26,48 1,35 42,85 27,08
133 12.03 3 12:00 2 2 32,9 58,4 0,9 F 5 1 2 6 2 3 1 3 1 0,7 0,55
134 12.03 3 18:00 1 1 27,7 64,6 1,3 M 1 2 3 4 1 2 1 2 1 1,9 0,70 26,43 1,25 37,84 26,42
135 12.03 3 21:00 2 1 28,2 66,3 0,9 M 3 2 3 4 1 2 2 2 1 1,9 0,80 29,38 1,74 63,66 27,15
136 13.03 3 06:00 1 3 26,5 83,0 0,7 F 5 1 2 2 1 1 1 1 1 0,7 0,30
BANCO DE DADOS - QUESTIONÁRIO DO PERÍODO VERÃO CHUVOSO - 11.03.2006 A 15.03.2006
Sol-1-sombra, 2-sol; Ceu-1-limpo, 2-parc.encoberto, 3-encoberto; Sex - M-masc., F-fem.; Ida-1-criança, 2-adolescente, 3-(18-24), 4-(25-34), 5-(35-44), 6-(45-54), 7-(55-64), 8-(+65); Tfis-1-magro, 2-normal, 3-acima do peso, 4-muito acima do peso;
Ativ-1-sentado, 2-de parado, 3-andando, 4-andando rápid, 5-andando com peso, 6-correndo; Sens-1-muito frio, 2-frio, 3-leve frio, 4-confor, 5-leve quente, 6-quente, 7-muito quente; Tloc-1-(+5min.), 2-(-5min.); Cter-1-Suportável, 2-Adequada, 3
-
Inadequada; Trans-1-Não, 2-pouco, 3-muito; Ne01(refres)-1-Não, 2-pouco, 3-muito;Ne02(Aquecer)-1-Não, 2-pouco, 3-muito
SENSÃO TÉRMICACARACTERIZAÇÃOCLIMA
Análise Bioclimática do Bairro do Renascença II –
São Luis-MA: realidade e perspectiva do conforto térmico em espaços externos
Apêndices
190
ANEXOS
Análise Bioclimática do Bairro do Renascença II – São Luis-MA: realidade e perspectiva do conforto térmico em espaços externos
Anexos
192
Anexo A – Lei de zoneamento, parcelamento, uso e ocupação do solo de São
Luis - MA
LEI DE ZONEAMENTO, PARCELAMENTO, USO E OCUPAÇÃO DO SOLO
LEI 3.253, DE 29 DE DEZEMBRO DE 1992
DISPÕE SOBRE O ZONEAMENTO, PARCELAMENTO, USO E OCUPAÇÃO DO
SOLO URBANO E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS.
O PREFEITO DE SÃO LUIS, Capital do Estado do Maranhão
Faço saber a todos os seus habitantes que a Câmara Municipal de São Luis decreta
e eu sanciono a seguinte lei:
...
CAPÍTULO IV
USO E OCUPAÇÃO DAS ZONAS
...
Seção II
Zona Residencial 2 – ZR2
Art. 12 – Os usos permitidos e proibidos na Zona Residencial 2 estão definidos na
tabela anexa à presente Lei.
Art. 13 – Os lotes resultantes dos novos parcelamentos são fixados e disciplinados
pelas seguintes normas:
I – Área mínima do lote igual a 360,00 m
2
(trezentos e sessenta metros
quadrados);
II – Testada mínima do lote igual a 12,00 m (doze metros)
Art. 14 – Os novos parcelamentos nesta Zona deverão obedecer à tabela anexa à
presente Lei.
Patricia Vieira Trinta PPGAU/UFRN
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Anexos
193
Parágrafo Único – Os índices constantes na tabela referente ao artigo anterior não
excluem a obrigatoriedade dos artigos citados nas disposições sobre o parcelamento
do solo.
Art. 15 – As ocupações dos lotes pela edificação ficam disciplinadas pelas seguintes
normas:
I – Área Total Máxima de Edificação (ATME) igual a 210% (duzentos e
dez por cento) da área do terreno;
II – Área Livre Mínima do Lote (ALML) igual a 40% (quarenta por cento)
da área do terreno, exceto para a ZR2 – Ponta d’Areia, que é de 50% (cinqüenta por
cento);
III – Afastamento mínimo igual a 4,00 m (quatro metros) para edificações
de até 4 (quatro) pavimentos e igual a 6,00 m (seis metros) para as demais;
IV – Gabarito máximo permitido igual a 8 (oito) pavimentos.
...
Seção IX
Zona Residencial 9 – ZR9
Art. 40 – Os usos permitidos e proibidos na Zona Residencial 9 estão definidos na
tabela anexa à presente Lei.
Art. 41 – Os lotes resultantes dos novos parcelamentos são fixados e disciplinados
pelas seguintes normas:
I – Área mínima do lote igual a 450,00 m
2
(quatrocentos e cinqüenta
metros quadrados);
II – Testada mínima do lote igual a 15,00 m (quinze metros)
Art. 42 – Os novos parcelamentos nesta Zona deverão obedecer à tabela anexa à
presente Lei.
Patricia Vieira Trinta PPGAU/UFRN
Análise Bioclimática do Bairro do Renascença II – São Luis-MA: realidade e perspectiva do conforto térmico em espaços externos
Anexos
194
Parágrafo Único – Os índices constantes na tabela referente ao artigo anterior não
excluem a obrigatoriedade dos artigos citados nas disposições sobre o parcelamento
do solo.
Art. 43 – As ocupações dos lotes pela edificação ficam disciplinadas pelas seguintes
normas:
I – Área Total Máxima de Edificação (ATME) igual a 210% (duzentos e
dez por cento) da área do terreno;
II – Área Livre Mínima do Lote (ALML) igual a 40% (quarenta por cento)
da área do terreno, exceto para a ZR2 – Ponta d’Areia, que é de 50% (cinqüenta por
cento);
III – Afastamento mínimo igual a 4,00 m (quatro metros) para edificações
de até 4 (quatro) pavimentos e igual a 8,00 m (oito metros) para as demais;
IV – Gabarito máximo permitido igual a 10 (dez) pavimentos.
...
Seção XXVI
Corredores Primários - CP
Art. 125 – Os usos permitidos e proibidos na Zona Residencial 9 estão definidos na
tabela anexa à presente Lei.
Art. 126 – Os lotes resultantes dos novos parcelamentos são fixados e disciplinados
pelas seguintes normas:
I – Área mínima do lote igual a 800,00 m
2
(oitocentos metros quadrados);
II – Testada mínima do lote igual a 20,00 m (vinte metros)
Art. 127 – Os lotes atualmente existentes têm seus usos fixados de acordo com o
estabelecido neste Capítulo.
Art. 128 – As ocupações dos lotes pela edificação são disciplinadas pelas seguintes
normas:
Patricia Vieira Trinta PPGAU/UFRN
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Anexos
195
I – Área Total Máxima de Edificão (ATME) igual a 320% (trezentos e
vinte por cento) da área do terreno;
II – Área Livre Mínima do Lote (ALML) igual a 40% (quarenta por cento)
da área do terreno para edificações unifamiliares, e 30 (trinta por cento) para as
demais edificações;
III – Afastamento frontal mínimo das edificações igual a 30,00 m (trinta
metros), a partir do eixo da via, exceto para a Avenida dos Holandeses, com
afastamento mínimo de 20,00 m (Vinte metros);
IV – Gabarito máximo permitido igual a 12 (dez) pavimentos.
...
CAPÍTULO VI
DA PRESERVAÇÃO E FORMAÇÃO DE ÁREAS VERDES
Art. 192 – A fim de garantir ao Município a preservação do clima e das condições de
salubridade, ficam criadas as Zonas de Proteção Ambiental – ZPA, e as formadas
pelas áreas às margens dos rios, riachos, lagos, igarapés, lagoas, áreas inundáveis
pelas marés (abaixo da cota 5 do levantamento aerofotogramétrico) e outras áreas
específicas nas plantas de Zoneamento e Uso do Solo.
Art. 193 – Em toda a área do Município serão considerados como de Proteção
Ambiental os revestimento florísticos e as demais formas de vegetação natural
situados:
I – Ao longo dos cursos d’água, nas faixas mínimas fixadas neste Lei, e
decorrentes da aplicação do Código Florestal (Lei Federal n. 4.711, de 25 de
dezembro de 1965), ou as demais normas concernentes;
II – Em volta dos reservatórios d’água naturais ou artificiais;
III – Nos olhos d’água ou nas nascentes, seja qual for sua situação
hidrográfica;
Patricia Vieira Trinta PPGAU/UFRN
Análise Bioclimática do Bairro do Renascença II – São Luis-MA: realidade e perspectiva do conforto térmico em espaços externos
Anexos
196
IV – No entorno dos lagos, lagoas, rios, riachos e outras bacias
hidrográficas.
Art. 194 – Ficam definidas também as Zonas de Reserva Florestal – ZRF, da
preservação permanente das coberturas ou demais formas de vegetação original
destinadas a proteger sítios de beleza paisagística natural, ou formar baixas de
proteção entre áreas de utilização diversas, tais como proteção de mananciais,
reservatórios d’água, e outras áreas específicas nas plantas de Zoneamento e Uso
do Solo.
Art. 195 – Nas obras que alterem a formação natural dos morros e suas encostas,
dunas, colinas, grutas, lagos, açudes ou outros acidentes geográficos de importância
paisagística, é obrigatória a aprovação prévia dos projetos, cuja apreciação será
feita com anuência dos órgãos responsáveis pela política de meio ambiente.
Art. 196 – Para qualquer árvores ou grupo de árvores, situado em imóvel público ou
particular, poderá ser decretada a proibição de seu corte, quando motivada pela sua
locação, unidade, beleza, raridade, condição de porte e semente, ou quando em via
de extinção no território do Município.
§ 1º - Decretada a preservação, através de ato do Poder Executivo, caberá ao
proprietário ou responsável pelo imóvel velar pela incolumidade da(s) árvore(s) ou
plantação arbórea similar, bem como pela prática dos atos de conservação destas.
§ 2º - Será objeto de autuação e multa de até 10 (dez) UFM (Unidades Fiscais do
Município) o agente que causar destruição ou mutilação desnecessária à vegetação
a que se refere este artigo.
Art. 197 – As faixas de proteção são áreas implantadas entre zonas poluidoras e
zonas que não devem receber poluição, com o objetivo de garantir estas últimas
contra a poluição atmosférica, sob as mais variadas formas.
§ 1º - As faixas de que trata este artigo apresentarão, sobretudo, vegetação de
grande porte, seja existente ou a ser plantada com espécies nativas ou
ecologicamente adaptadas e recomendáveis.
Patricia Vieira Trinta PPGAU/UFRN
Análise Bioclimática do Bairro do Renascença II – São Luis-MA: realidade e perspectiva do conforto térmico em espaços externos
Anexos
Patricia Vieira Trinta PPGAU/UFRN
197
§ 2º - As áreas destinadas às faixas de proteção são declaradas não ocupáveis e
serão objeto de fixação de ato do Poder Executivo.
...
ANEXO II – TABELA 3
TABELA DE AFASTAMENTOS
ESTA TABELA FAZ REFERÊNCIA À LEI QUE DISPÕE SOBRE O ZONEAMENTO,
PARCELAMENTO, USO E OCUPAÇÃO DO SOLO URBANO E DÁ OUTRAS
PROVIDÊNCIAS.
AFASTAMENTO
NÚMERO DE PAVIMENTOS
1 2-3 4-5* 6-8** 9-12** 13-15**
LATERAL
PRINCIPAL (M)
1,50 2,50 3,50 5,00 7,00 10,00
LATERAL
SECUNDÁRIA
(m)
1,50 2,00 3,00 4,00 6,00 9,00
FUNDOS (m)
1,50 2,00 3,00 5,00 7,00 10,00
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