distanciava-se tanto da notícia que não noticiou nem a proclamação da Independência.
O Diário circulou até 1878. O jornal de maior importância política deste período foi o
Revérbero Constitucional Fluminense, dirigido e escrito por Joaquim Gonçalves Ledo e
Januário da Cunha Barbosa. Durou de 15 de setembro de 1821 a 8 de outubro de 1822,
com 48 números regulares e três extras. Além dos artigos doutrinários, publicava
notícias dos jornais de Londres, Paris, Lisboa e transcrevia artigos do Correio
Brasiliense. Grande defensor das idéias de emancipação, o Reverbero foi porta- voz da
facção democrática das lojas maçônicas.
37
Ainda neste contexto, poderíamos citar a participação de peso que tiveram
outros portugueses na Imprensa, incluindo o próprio D. Pedro I
38
. A ampla e irrefutável
37
Para mais informações, cf. SODRÉ, Nelson Werneck. A história da Imprensa no Brasil. Rio de
Janeiro: Civilização Brasileira, 1966.
38
Dom Pedro I - Imperador do Brasil e Rei de Portugal - nasceu em Lisboa no dia 12 de Outubro de
1798. Herdeiro da coroa portuguesa em 1801, era filho de D. João VI e de D. Carlota Joaquina. Veio para
o Brasil quando contava apenas com 9 anos de idade. Em março de 1816, com a elevação de seu pai a rei
de Portugal, recebeu o título de príncipe real e herdeiro do trono em virtude da morte do irmão mais
velho, Antônio. No mesmo ano casou-se com Carolina Josefa Leopoldina, arquiduquesa da Áustria. A
família real retornou à Europa em 26 de abril de 1821, ficando D. Pedro como Príncipe Regente do Brasil.
A corte de Lisboa despachou então um decreto exigindo que o Príncipe retornasse a Portugal. Essa
decisão provocou um grande desagrado popular e D. Pedro resolveu permanecer no Brasil. Isso
desagradou às Cortes Portuguesas que, em vingança, suspenderam o pagamento de seus rendimentos.
Mesmo assim resistiu, naquele que ficou conhecido como o "Dia do Fico" (09/01/1822). Com a
popularidade cada vez mais em alta, quando ia de Santos para a capital paulista, recebeu uma
correspondência de Portugal, comunicando que fora rebaixado da condição de regente a mero delegado
das cortes de Lisboa. Revoltado, ali mesmo, em 7 de setembro de 1822, junto ao riacho do Ipiranga, o
herdeiro de D. João VI resolveu romper definitivamente contra a autoridade paterna e declarou a
independência do Império do Brasil, pondo fim aos últimos vínculos políticos entre Brasil e Portugal. De
volta ao Rio de Janeiro, foi proclamado, sagrado e coroado imperador e defensor perpétuo do Brasil.
Impulsivo e contraditório, logo abandonou as próprias idéias liberais, dissolveu a Assembléia
Constituinte, demitiu José Bonifácio e criou o Conselho de Estado que elaborou a Constituição (1824).
Em meio a dificuldades financeiras e várias e desgastantes rebeliões localizadas, instalou a Câmara e o
Senado vitalício (1826). Porém, um fato provocou desconforto geral e o seu declínio político no Brasil.
Com a morte de D. João VI, decidiu contrariar as restrições da constituição brasileira, que ele próprio
aprovara, e assumir como herdeiro do trono português, o poder em Lisboa como Pedro IV, 27º rei de
Portugal. Foi a Portugal e, constitucionalmente não podendo ficar com as duas coroas, instalou no trono a
filha primogênita, Maria da Glória - então com sete anos - como Maria II, e nomeou regente seu irmão,
Dom Miguel. Contudo, sua indecisão entre o Brasil e Portugal contribuiu para minar a popularidade e,
somando-se a isto o fracasso militar na Guerra da Cisplatina (1825-1827), os constantes atritos com a
Assembléia, o seu relacionamento extraconjugal (1822-1829) com Domitila de Castro Canto e Melo – a
quem fez viscondessa e depois marquesa de Santos –, o constante declínio de seu prestígio e a crise
provocada pela dissolução do gabinete, após quase nove anos como Imperador do Brasil, abdicou do
trono em favor de seu filho Pedro (1830) então com cinco anos de idade.Voltando a Portugal, com o título
de duque de Bragança, assumiu a liderança da luta para restituir à filha Maria da Glória o trono português,
que havia sido usurpado pelo irmão, Dom Miguel, travando uma guerra civil que durou mais de dois
anos. Inicialmente criou uma força expedicionária nos Açores (1832), invadiu Portugal, derrotou o irmão