rebanhos, rebanhos que são sonhos, pensamentos, sonhos que são postos muito em realidades
ou pelo menos tentados a existir, sentir, viver. Outros, ficam apenas no imaginário, de forma
que dá um colorido no real. Esta, foi uma das características que mais me chamou a atenção, a
sensibilidade que eles demonstram em viver, em apreciar o que a vida nos proporciona, no que
está ao seu redor. Tudo ou quase tudo era percebido, nada passava despercebido e logo tudo era
esquecido, ficando registrado de múltiplas formas. Em relação esses registros e expressões de
múltiplas formas, dedico uma seção, mais adiante, só para descrever todas elas.
Diante do que observei, posso dizer que sentir não é o mesmo que tocar; olhar não é
o mesmo que ver; ouvir não é o mesmo que escutar. De acordo com o dicionário da língua
portuguesa Aurélio (1993), ver significa: conhecer, examinar, investigar, perceber, sentir. Já
olhar significa fitar os olhos. Laplantine (2004), descreve o significado de ver e olhar de forma
contrária. Olhar, nos mostra detalhes do nosso cotidiano e torna familiar o que era estranho
inicialmente. É com ele que captamos os mais minuciosos detalhes das coisas e
acontecimentos, como, os ruídos, os gestos das pessoas, o silêncio, os suspiros. Mas, o que
estou querendo dizer, é que realmente existe uma diferença qualitativa entre essas palavras.
Para mim, o que significa realmente cada uma não é o que importa e sim saber sentir e perceber
as coisas de forma mais sensível, de forma que realmente consiga perceber, ser sensível ao que
esta ao seu redor. Assim, que pode observar na forma de sentir e viver de Joana e Alexandre.
Inspirada pela criatividade dos meus sujeitos, que está presente em quase tudo
realizado por eles, trago a escrita de Rubem Alves (2005), tirada do seu livro Educação dos
sentidos, também repleta de criatividade, fala que poesia, música, pintura, escultura, dança,
teatro, culinária, são artes que são inventadas para que o corpo encontre felicidade, ainda que,
como comenta Guimarães Rosa (in ALVES, idem) em breves momentos de distração. Dedico
este item, aqui presente, para falar da sensibilidade dos sentidos, da utilização do corpo e do
movimento para estarem aprendendo e sentindo o seu mundo externo. Pegando carona de
Guimarães Rosa nas linhas supracitadas, digo que é muito próximo ao comportamento dos
meus sujeitos da pesquisa, seus momentos de construção são momentos de muito prazer e