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LUCIANA DA SILVA CANÊZ
A família Parmeliaceae na localidade de
Fazenda da Estrela, município de Vacaria,
Rio Grande do Sul, Brasil
SÃO PAULO
2005
Dissertação apresentada ao Instituto de Botânica
da Secretaria do Meio Ambiente, como parte dos
requisitos exigi
dos para a obtenção do título de
MESTRE em BIODIVERSIDADE VEGETAL E
MEIO AMBIENTE, na Área de Concentração de
Plantas Avasculares e Fungos em Análises
Ambientais.
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1
LUCIANA DA SILVA CANÊZ
A família Parmeliaceae na localidade de
Fazenda da Estrela, município de Vacaria,
Rio Grande do Sul, Brasil
ORIENTADOR: DR. MARCELO PINTO MARCELLI
Dissertação apresentada ao Instituto de Botânica
da Secretaria do Meio Ambiente, como parte
dos
requisitos exigidos para a obtenção do título de
MESTRE em BIODIVERSIDADE VEGETAL E
MEIO AMBIENTE, na Área de Concentração de
Plantas Avasculares e Fungos em Análises
Ambientais.
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i
ii
AGRADECIMENTOS
iii
iv
v
SUMÁRIO
RESUMO
xiii
ABSTRACT
xiv
INTRODUÇÃO
01
C
ARACTERIZAÇÃO DA ÁRE
A DE ESTUDO
01
E
STUDOS FLORÍSTICOS E
TAXONÔMICOS DE LIQU
ENS NO SUL E SUDESTE
DO
B
RASIL
05
E
STUDOS DE
T
AXONOMIA DE
F
UNGOS
L
IQUENIZADOS NO
R
IO
G
RANDE DO
S
UL
06
A
FAMÍLIA
P
ARMELIACEAE
09
OBJETIVOS
16
MATERIAL E MÉTODOS 17
C
OLETA
17
H
ERBORIZAÇÃO
17
A
NÁLISE DOS ESPÉCIMES
EM LABORATÓRIO
18
E
LABORAÇÃO DAS DESCRI
ÇÕES DOS TÁXONS
19
I
DENTIFICAÇÃO DE COMP
OSTOS QUÍMICOS
DE IMPORTÂNCIA TAXON
ÔMICA
20
RESULTADOS E DISCUSSÃO
24
Chave para os gêneros de
Parmeliaceae
encontrados em Fazenda da Estrela
30
Bulbothrix
Hale
31
Chave de identificação para as espécies de
Bulbothrix
de Fazenda da Estrela
33
Bulbothrix megapotamica
Canêz & Marcelli,
ined.
33
Bulbothrix nigropunctata
Marcelli & Benatti,
ined.
35
Bulbothrix tabacina
(Montagne & Bosch) Hale
38
Canomaculina
Elix & Hale
38
Chave de identificação para as espécies de
Canomaculina
de Fazenda da
Estrela
39
Canomaculina
conferenda
(Hale) Elix
41
Canomaculina consors (Nylander) Elix & Hale
43
Canomaculina fumarprotocetrarica
(Marcelli & Hale) Elix
45
Canomaculina glabra
Canêz & Marcelli,
ined.
47
Canomaculina isousnica
Marcelli & Canêz,
ined.
48
Canomaculina leucosemo
theta
(Hue) Elix
50
Canomaculina lyngei
Marcelli & Canêz,
ined.
52
Canomaculina muelleri
(Vainio) Elix & Hale
54
Canomaculina pilosa
(Stizenberger) Elix & Hale
56
Canomaculina pseudosubcaperata
Marcelli & Canêz,
ined.
57
Canomaculina recipienda
(Nylan
der) Elix
59
Canomaculina stellensis
Canêz & Marcelli,
ined.
61
Canomaculina subsumpta
(Nylander) Elix
62
vi
Canoparmelia
Elix & Hale
66
Chave de identificação para as espécies de
Canoparmelia
de Fazenda da
Estrela
67
Canoparmelia carneopruinata
(Zahlbru
ckner) Elix & Hale
67
Canoparmelia caroliniana (Nylander) Elix & Hale
69
Canoparmelia consanguinea
Marcelli & Canêz,
ined.
71
Canoparmelia maculata
Canêz & Marcelli,
ined.
72
Canoparmelia roseoreagens
Marcelli & Canêz,
ined.
74
Canoparmelia sanguinea Marcelli & Benatti,
ined.
75
Canoparmelia subroseoreagens
Canêz & Marcelli,
ined.
78
Flavoparmelia Hale
79
Chave de identificação para as espécies de
Flavoparmelia
de Fazenda da
Estrela
80
Flavoparmelia exornata
(Zahlbruckner) Hale
80
Flavoparmelia pa
pillosa
(Gyelnik) Hale
82
Hypotrachyna
(Vainio) Hale
83
Chave de identificação para as espécies de
Hypotrachyna
de Fazenda da
Estrela
84
Hypotrachyna costaricensis
(Nylander) Hale
86
Hypotrachyna dentella (Hale & Kurokawa) Hale
88
Hypotrachyna endochl
ora (Leighton) Hale
90
Hypotrachyna imbricatula
(Zahlbruckner) Hale
92
Hypotrachyna livida
(Taylor) Hale
94
Hypotrachyna neodissecta
(Hale) Hale
97
Hypotrachyna osorioi
(Hale) Hale
98
Hypotrachyna peruviana
(Nylander) Hale
100
Hypotrachyna pluriformi
s (Nylander) Hale
101
Hypotrachyna polydactyla (Krog & Swinscow) Nash
103
Hypotrachyna rockii
(Zahlbruckner) Hale
106
Hypotrachyna steyermarkii
(Hale) Hale
108
Hypotrachyna verrucosissima
Marcelli & Canêz,
ined.
109
Myelochroa
(Asahina) Elix & Hale
111
Myelochroa supraflava
Canêz & Marcelli,
ined.
112
Parmelinella
Elix & Hale
113
Parmelinella wallichiana (Taylor) Elix & Hale
114
Parmelinopsis
Elix & Hale
116
Chave de identificação para as espécies de
Parmelinopsis
de Fazenda da
Estrela
117
Parmelinopsis minarum
(Vainio) Elix & Hale
117
Parmelinopsis spathulata
(Kurokawa) Hale
119
Parmotrema
Massalongo
121
Chave de identificação para as espécies de
Parmotrema
de Fazenda da Estrela
122
Parmotrema aberrans
(Vainio) Canêz & Marcelli,
comb
.
ined.
126
vii
Parmotrema
allardii
(Hale) Spielmann,
Canêz & Marcelli,
comb.nov.
129
Parmotrema
alidactylatum
Estrabou & Adler
131
Parmotrema argentinum
(Krempelhuber) Hale
132
Parmotrema catarinae
Hale
134
Parmotrema chinense
(Ösbeck) Hale & Ahti
135
Parmotrema
conformatum
(Vainio) Hale
137
Parmotrema crinitum
(Acharius) Choisy
139
Parmotrema eciliatum
(Nylander) Hale
141
Parmotrema fleigiae
Canêz & Marcelli,
ined.
144
Parmotrema hypomiltoides
(Vainio) Fleig
145
Parmotrema internexum
(Nylander) Fleig
147
P
armotrema ludibriosum
Marcelli & Canêz,
ined.
149
Parmotrema mantiqueirense
Hale
150
Parmotrema margaritatum
(Hue) Hale
152
Parmotrema melanothrix
(Montagne) Hale
154
Parmotrema mellissii
(C. W. Dodge) Hale
156
Parmotrema neomellissii
Marcelli & Canê
z,
ined.
158
Parmotrema peralbidum
(Hale) Hale
160
Parmotrema permutatum
(Stirton) Hale
162
Parmotrema pseudonilgherrense
(Asahina) Hale
163
Parmotrema rampoddense
(Nylander) Hale
166
Parmotrema rigidum
(Lynge) Hale
168
Parmotrema ruptum
(Lynge) Hale
ex
DePriest & B. Hale
170
Parmotrema sancti
-
angeli
(Lynge) Hale
172
Parmotrema soredioaliphaticum
Estrabou & Adler
174
Parmotrema sorediomaculiferum Marcelli & Canêz,
ined.
175
Parmotrema spinibarbe
(Kurokawa) Fleig
176
Parmotrema submellissii
Marcel
li & Canêz,
ined.
179
Parmotrema subrugatum (Krempelhuber) Hale
180
Parmotrema tinctorum
(Dèspréaux ex Nylander) Hale
183
Punctelia
Krog
185
Chave de identificação para as espécies de
Punctelia
de Fazenda da Estrela
186
Punctelia borreri
(Smith) Krog
187
Punctelia colombiana
Sérusiaux
189
Punctelia constantimontium
Sérusiaux
190
Punctelia fimbriata
Marcelli & Canêz,
ined.
192
Punctelia graminicola
(Bouly de Lesdain) Egan
194
Punctelia osorioi
Canêz & Marcelli,
ined.
197
Punctelia purpurascens
Mar
celli & Canêz,
ined.
198
Punctelia reddenda
(Stirton) Krog
200
Punctelia riograndensis
(Lynge) Krog
202
Punctelia subpraesignis
(Nylander) Krog
204
viii
Relicina (Hale & Kurokawa) Hale
206
Relicina abstrusa
(Vainio) Hale
207
Rimelia
Hale & A. Fletcher
210
Chave de identificação para as espécies de
Rimelia
de Fazenda da Estrela
211
Rimelia cetrata
(Acharius) Hale & Fletcher
212
Rimelia cilindrica
Marcelli & Canêz,
ined.
214
Rimelia commensurata
(Hale) Hale & Fletcher
216
Rimelia diffractaica
(Esslinger
) Hale & Fletcher
218
Rimelia divaricatica
Canêz, Spielmann & Marcelli,
ined.
220
Rimelia homotoma (Nylander) Hale & Fletcher
222
Rimelia norloreticulata
Marcelli & Canêz,
ined.
223
Rimelia pontagrossensis Eliasaro & Adler
225
Rimelia reticulata
(Tayl
or) Hale & Fletcher
226
Rimelia simulans
(Hale) Hale & Fletcher
228
Rimelia sorediostictica Canêz & Marcelli,
ined.
230
Rimelia succinreticulata
Eliasaro & Adler
232
Xanthoparmelia
(Vainio) Hale 233
Chave de identificação para as espécies de
Xanthopar
melia
de Fazenda da
Estrela
234
Xanthoparmelia catarinae
Hale
235
Xanthoparmelia conglomerata Canêz & Marcelli,
ined.
237
Xanthoparmelia conspersa
(Acharius) Hale
238
Xanthoparmelia hypopsila (Müller Argoviensis) Hale
240
Xanthoparmelia isidiascens
Ha
le
241
Xanthoparmelia microspora
(Müller Argoviensis) Hale
243
Xanthoparmelia neokalbii
Nash & Elix
244
Xanthoparmelia plittii
(Gyelnik) Hale
246
Xanthoparmelia subramigera
(Gyelnik) Hale
247
CONSIDERAÇÕES FINAIS
249
REFERÊNCIAS BIBLIOGR
ÁFICAS
268
A
NEXO 1
Modelo preenchido da planilha de descrição de espécimes de
Parmeliaceae
ANEXO 2
Modelo preenchido da planilha de registro do comportamento das
substâncias encontradas na Cromatografia em Camada Delgada
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Mapa 1. Reg
iões fisiográficas do Rio Grande do Sul.
01
Mapa 2. Localização do município de Vacaria
RS.
03
Mapa 3.
Município de Vacaria, em destaque a localidade de Fazenda da Estrela.
04
ix
Mapa 4. Localidades coletadas no Rio Grande do Sul por G. O. Malme
.
07
Mapa 5. Localidades do Rio Grande do Sul coletadas por H. Osorio e M. Fleig.
08
Figura 1.
Bulbothrix megapotamica
Canêz & Marcelli,
ined.
250
Figura 2. Bulbothrix nigropunctata
Marcelli & Benatti,
ined.
250
Figura 3.
Bulbothrix tabacina
(
Montagne & Bosch) Hale
250
Figura 4.
Canomaculina conferenda (Hale) Elix
250
Figura 5. Canomaculina consors (Nylander) Elix & Hale
250
Figura 6.
Canomaculina fumarprotocetrarica
(Marcelli & Hale) Elix
250
Figura 7.
Canomaculina glabra
Canêz & M
arcelli,
ined.
251
Figura 8.
Canomaculina isousnica
Marcelli & Canêz,
ined.
251
Figura 9. Canomaculina leucosemotheta
(Hue) Elix
251
Figura 10. Canomaculina lyngei
Marcelli & Canêz,
ined.
251
Figura 11.
Canomaculina muelleri
(Vainio) Elix & Hal
e
251
Figura 12.
Canomaculina pilosa
(Stizenberger) Elix & Hale
251
Figura 13.
Canomaculina pseudosubcaperata
Marcelli & Canêz,
ined.
252
Figura 14.
Canomaculina recipienda
(Nylander) Elix
252
Figura 15.
Canomaculina stellensis
Canêz & Marcelli,
ined.
252
Figura 16.
Canomaculina subsumpta
(Nylander) Elix
252
Figura 17.
Canoparmelia carneopruinata
(Zahlbruckner) Elix & Hale
252
Figura 18.
Canoparmelia caroliniana (Nylander) Elix & Hale
252
Figura 19.
Canoparmelia consanguinea
Marcelli
& Canêz,
ined.
253
Figura 20.
Canoparmelia maculata
Canêz & Marcelli,
ined.
253
Figura 21.
Canoparmelia roseoreagens
Marcelli & Canêz,
ined.
253
Figura 22.
Canoparmelia sanguinea Marcelli & Benatti,
ined.
253
Figura 23.
Canoparmelia subroseore
agens
Canêz & Marcelli,
ined.
253
Figura 24.
Flavoparmelia exornata
(Zahlbruckner) Hale
253
Figura 25.
Flavoparmelia papillosa
(Gyelnik) Hale
254
Figura 26.
Hypotrachyna costaricensis
(Nylander) Hale
254
Figura 27.
Hypotrachyna dentella (Hale &
Kurokawa) Hale
254
Figura 28.
Hypotrachyna endochlora (Leighton) Hale
254
Figura 29.
Hypotrachyna imbricatula
(Zahlbruckner) Hale
254
x
Figura 30.
Hypotrachyna livida
(Taylor) Hale
254
Figura 31.
Hypotrachyna neodissecta
(Hale) Hale
255
Figura 32.
Hypotrachyna osorioi
(Hale) Hale
255
Figura 33.
Hypotrachyna peruviana
(Nylander) Hale
255
Figura 34.
Hypotrachyna pluriformis
(Nylander) Hale
255
Figura 35.
Hypotrachyna polydactyla (Krog & Swinscow) Nash
255
Figura 36.
Hypotrachyna rock
ii
(Zahlbruckner) Hale
255
Figura 37.
Hypotrachyna steyermarkii
(Hale) Hale
256
Figura 38.
Hypotrachyna verrucosissima
Marcelli & Canêz,
ined.
256
Figura 39.
Myelochroa supraflava
Canêz & Marcelli,
ined.
256
Figura 40.
Parmelinella wallichiana
(Taylor) Elix & Hale
256
Figura 41.
Parmelinopsis minarum
(Vainio) Elix & Hale
256
Figura 42.
Parmelinopsis spathulata
(Kurokawa) Hale
256
Figura 43.
Parmotrema aberrans
(Vainio) Canêz & Marcelli,
comb
.
nov
.
257
Figura 44. Parmotrema
alidactyla
tum
Estrabou & Adler
257
Figura 45.
Parmotrema argentinum
(Krempelhuber) Hale
257
Figura 46.
Parmotrema catarinae
Hale
257
Figura 47.
Parmotrema chinense
(Ösbeck) Hale & Ahti
257
Figura 48.
Parmotrema conformatum
(Vainio) Hale
257
Figura 49.
Parmotrema crinitum
(Acharius) Choisy
258
Figura 50.
Parmotrema eciliatum
(Nylander) Hale
258
Figura 51.
Parmotrema fleigiae
Canêz & Marcelli,
ined.
258
Figura 52.
Parmotrema allardii
(Hale) Spielmann,
Canêz & Marcelli,
comb. nov.
258
Figura 53.
Parmotrema hypomiltoides
(Vainio) Fleig
258
Figura 54.
Parmotrema internexum
(Nylander) Fleig
258
Figura 55.
Parmotrema ludibriosum Marcelli & Canêz,
ined.
259
Figura 56.
Parmotrema mantiqueirense
Hale
259
Figura 57.
Parmotrema margaritatum
(Hue) Hale
259
Figura 58.
Parmotrema melanothrix (Montagne) Hale
259
Figura 59.
Parmotrema mellissii
(Dodge) Hale
259
Figura 60.
Parmotrema neomellissii
Marcelli & Canêz,
ined.
259
xi
Figura 61.
Parmotrema peralbidum
(Hale) Hale
260
Figura 62.
Parmotrema permutatum
(Stirton) Hale
260
Figura 63.
Parmotrema pseudonilgherrense
(Asahina) Hale
260
Figura 64.
Parmotrema rampoddense
(Nylander) Hale
260
Figura 65.
Parmotrema rigidum
(Lynge) Hale
260
Figura 66.
Parmotrema ruptum
(Lynge) Hale ex
DePriest & B. Hale
260
Figura 67.
Parmotrema sancti
-
angeli
(Lynge) Hale
261
Figura 68.
Parmotrema soredioaliphaticum
Estrabou & Adler
261
Figura 69. Parmotrema
sorediomaculiferum Marcelli & Canêz,
ined.
261
Figura 70.
Parmotrema spinibarbe
(
Kurokawa) Fleig
261
Figura 71.
Parmotrema submellissii
Marcelli & Canêz,
ined.
261
Figura 72.
Parmotrema subrugatum (Krempelhuber) Hale
261
Figura 73.
Parmotrema tinctorum
(Dèspréaux ex Nylander) Hale
262
Figura 74.
Punctelia borreri
(Smith) Krog
262
Figura 75. Punctelia colombiana
Sérusiaux
262
Figura 76.
Punctelia constantimontium
Sérusiaux
262
Figura 77.
Punctelia fimbriata
Marcelli & Canêz,
ined.
262
Figura 78.
Punctelia graminicola
(Bouly de Lesdain) Egan
262
Figura 79. Punct
elia osorioi
Canêz & Marcelli,
ined.
263
Figura 80.
Punctelia purpurascens
Marcelli & Canêz,
ined.
263
Figura 81.
Punctelia reddenda
(Stirton) Krog
263
Figura 82.
Punctelia riograndensis
(Lynge) Krog
263
Figura 83.
Punctelia subpraesignis
(Nyla
nder) Krog
263
Figura 84.
Relicina abstrusa
(Vainio) Hale
263
Figura 85.
Rimelia cetrata
(Acharius) Hale & Fletcher
264
Figura 86.
Rimelia cetrata
(Acharius) Hale & Fletcher
264
Figura 87.
Rimelia cilindrica
Marcelli & Canêz,
ined.
264
Figura 88.
Rimelia commensurata
(Hale) Hale & Fletcher
264
Figura 89. Rimelia diffractaica
(Esslinger) Hale & Fletcher
264
Figura 90.
Rimelia divaricatica
Canêz, Spielmann & Marcelli,
ined.
264
Figura 91.
Rimelia homotoma (Nylander) Hale & Fletcher
265
xii
Figura 92.
Rimelia norloreticulata
Marcelli & Canêz,
ined.
265
Figura 93.
Rimelia pontagrossensis Eliasaro & Adler
265
Figura 94.
Rimelia reticulata
(Taylor) Hale & Fletcher
265
Figura 95.
Rimelia simulans
(Hale) Hale & Fletcher
265
Figura 96.
Rimelia sorediostictica Canêz & Marcelli,
ined.
265
Figura 97.
Rimelia succinreticulata
Eliasaro & Adler
266
Figura 98.
Xanthoparmelia catarinae
Hale
266
Figura 99.
Xanthoparmelia conglomerata
Canêz & Marcelli,
ined.
266
Figura 100.
Xan
thoparmelia conspersa
(Acharius) Hale
266
Figura 101.
Xanthoparmelia hypopsila
(Müller Argoviensis) Hale
266
Figura 102.
Xanthoparmelia isidiascens
Hale
266
Figura 103.
Xanthoparmelia microspora
(Müller Argoviensis) Hale
267
Figura 104.
Xan
thoparmelia neokalbii
Nash & Elix
267
Figura 105.
Xanthoparmelia plittii
(Gyelnik) Hale
267
Figura 106.
Xanthoparmelia subramigera
(Gyelnik) Hale
267
LISTA DE TABELAS
Tabela 1.
Principais coletores de fungos liquenizados no Brasil.
05
Tabela 2. Alguns valores de Rf mencionados na literatura em comparação aos
valores encontrados durante o estudo, para o solvente C.
29
Tabela 3.
Características das espécies do grupo
Canomaculina subsumpta
.
65
Tabela 4. Comparação das espécies de
Canoparm
elia
encontradas em Vacaria
que apresentam medula de reação C+
vermelho.
77
xiii
RESUMO
Este trabalho é um levantamento das espécies de fungos liquenizados da família
Parmeliaceae
, que ocorrem na localidade de Fazenda da Estrela municipio de Vacaria, Rio
Grande do Sul, Brasil. São apresentadas chaves de identificação, descrições, comentários e
ilustrações para todos os táxons encontrados. Foram encontradas 105 espécies distribuídas em
13 gêneros. Dessas, 25 espécies são novas para a Ciência:
Bulbothrix meg
apotamica
Canêz &
Marcelli,
Canomaculina glabra Canêz & Marcelli, C. isousnica Marcelli & Canêz, C. lyngei
Marcelli & Canêz, C. pseudosubcaperata Marcelli & Canêz, C. stellensis Canêz & Marcelli,
Canoparmelia consanguinea Marcelli & Canêz, C. maculata Canêz & Marcelli,
C.
roseoreagens
Marcelli & Canêz, C.
subroseoreagens
Canêz & Marcelli,
Hypotrachyna
verrucosissima
Marcelli & Canêz, Myelochroa supraflava Canêz & Marcelli, Parmotrema
fleigiae
Canêz & Marcelli, P. ludibriosum Marcelli & Canêz, P. neomellissii Marcelli &
Canêz,
P.
sorediomaculiferum
Marcelli & Canêz,
P.
submellissii
Marcelli & Canêz,
Punctelia
fimbriata Marcelli & Canêz,
P.
osorioi
Canêz & Marcelli,
P
.
purpurascens
Marcelli & Canêz,
Rimelia cilindrica Marcelli & Canêz, R.
divaricatica
Canêz, Spielmann & Marcelli, R.
norloreticulata
Marcelli & Canêz, Rimelia sorediostictica Canêz & Marcelli e
Xanthoparmelia conglomerata Canêz & Marcelli. Além disso, Parmelinopsis spathulata
(Kurokawa) Hale e
Parmotrema pseudonilgherrense
(Asahina) Hale são citaç
ões novas para o
Continente Americano,
Xanthoparmelia isidiascens
Hale é mencionada pela primeira vez para
a América do Sul, Parmotrema allardii (Hale) Spielmann, Canêz & Marcelli, comb. nov., P.
alidactylatum
Estrabou & Adler, P. margaritatum (Hue) Hale, P. ruptum (Lynge) Hale ex
DePriest & B. Hale, P. soredioaliphaticum Estrabou & Adler, Punctelia colombiana
Sérusiaux e Xanthoparmelia neokalbii Nash & Elix são citações novas para o Brasil e
Bulbothrix nigropunctata Marcelli & Benatti,
ined.,
B. tabacina (Montagne & Bosch) Hale,
Canoparmelia sanguinea Marcelli & Benatti,
ined.,
Hypotrachyna neodissecta (Hale) Hale,
H. steyermarkii (Hale) Hale, Parmotrema argentinum (Krempelhuber) Hale, P. conformatum
(Vainio) Hale, Rimelia pontagrossensis Eliasaro & Adler e R. succinreticulata Eliasaro &
Adler
são mencionadas pela primeira vez para o estado do Rio Grande do Sul.
xiv
ABSTRACT
This study is a survey of the
Parmeliaceae
species (lichenized Ascomycota) occurring
in the place named Fazenda da Estrela, municipality of Vacaria, Rio Grande do Sul State,
Brazil. Keys, descriptions, comments and illustrations for all the one hundred and five
sampled species (in thirteen genera) are presented. Twenty five species are new to Science:
Bulbothrix megapotamica Canêz & Marc
elli,
Canomaculina glabra Canêz & Marcelli,
C.
isousnica
Marcelli & Canêz, C. lyngei Marcelli & Canêz, C. pseudosubcaperata Marcelli
& Canêz, C. stellensis Canêz & Marcelli, Canoparmelia consanguinea Marcelli & Canêz,
C.
maculata
Canêz & Marcelli, C.
roseo
reagens
Marcelli & Canêz, C. subroseoreagens
Canêz & Marcelli, Hypotrachyna verrucosissima Marcelli & Canêz, Myelochroa supraflava
Canêz & Marcelli, Parmotrema fleigiae Canêz & Marcelli, P. ludibriosum Marcelli & Canêz,
P. neomellissii Marcelli & Canêz, P. sorediomaculiferum Marcelli & Canêz, P.
submellissii
Marcelli & Canêz, Punctelia fimbriata Marcelli & Canêz, P. osorioi Canêz & Marcelli, P.
purpurascens
Marcelli & Canêz, Rimelia cilindrica Marcelli & Canêz, R.
divaricatica
Canêz,
Spielmann & Marcelli, R.
norloreticulata
Marcelli & Canêz, R. sorediostictica Canêz &
Marcelli and Xanthoparmelia conglomerata Canêz & Marcelli. Furthermore,
Parmelinopsis
spathulata
(Kurokawa) Hale and Parmotrema pseudonilgherrense (Asahina) Hale are new to
the American Contine
nt,
Xanthoparmelia isidiascens Hale is recorded for the first time to
South America, Parmotrema allardii (Hale) Spielmann, Canêz & Marcelli, comb. nov., P.
alidactylatum
Estrabou & Adler, P. margaritatum (Hue) Hale, P. ruptum (Lynge) Hale ex
DePriest & B.
Hale,
P. soredioaliphaticum Estrabou & Adler, Punctelia colombiana
Sérusiaux e Xanthoparmelia neokalbii Nash & Elix are new to Brazil and
Bulbothrix
nigropunctata
Marcelli & Benatti,
ined.,
B. tabacina (Montagne & Bosch) Hale,
Canoparmelia sanguinea
Marcel
li & Benatti,
ined.,
Hypotrachyna neodissecta (Hale) Hale,
H. steyermarkii (Hale) Hale, Parmotrema argentinum (Krempelhuber) Hale, P. conformatum
(Vainio) Hale, Rimelia pontagrossensis Eliasaro & Adler and R. succinreticulata Eliasaro &
Adler
are added to
the Rio Grande do Sul lichenized mycota.
1
INTRODUÇÃO
Caracterização da área de estudo
O Rio Grande do Sul é composto por 11 regiões fisiográficas: Litoral, Depressão
Central, Missões, Campanha, Serra do Sudeste, Encosta do Sudeste, Alto Uruguai, Camp
os de
Cima da Serra, Planalto Médio, Encosta Inferior do Nordeste e Encosta Superior do Nordeste
(Mapa 1) (Fortes, 1979).
Mapa 1
.
Regiões fisiográficas do Rio Grande do Sul.
2
A parte norte do Rio Grande do Sul (Campos de Cima da Serra) é constituída por
terrenos mais ou menos elevados. Este planalto é a ex
tremidade sul do planalto Meridional do
Brasil, que se estende desde o sul de Goiás até o Rio Grande do Sul. É uma área formada por
rochas sedimentares relativamente antigas, principalmente arenito, que estão cobertas por
espessas camadas de rochas vulcâni
cas, sobretudo o basalto (Moreira 1999).
Os campos do planalto ou Campos de Cima da Serra aparecem em solos relativamente
pobres, em comparação com os solos ricos de origem vulcânica do planalto Norte Rio-
grandense (Moreira 1999). Formam uma planície elevada de origem basáltica com inclinação
para oeste e altitudes que variam de 900 a 1.200 m (Prefeitura Municipal de Vacaria 2005).
Vacaria, junto com outros 14 municípios, se localiza na região dos Campos de Cima
da Serra, que estão situados no planalto (Mapa 2). É a região mais fria e úmida do estado e
sujeita a nevoeiros. A vegetação dominante é a de pinheiros (Araucaria angustifolia), que
recobre imensas porções da região e, ao longo dos rios, ocorrem matas de galeria (Fortes
1979, Moreira 1999).
Os solos de Vacaria são arenosos e, associados ao frio rigoroso do inverno,
contribuem para a ocorrência de vegetação rasteira (Moreira 1999).
Vacaria foi uma das primeiras terras cultivadas no Rio Grande do Sul, a partir de
1619, com a chegada dos jesuítas espanhó
is.
Baqueria de los Pinhales era a denominação das
terras dos Campos de Cima da Serra, utilizadas principalmente para criação de gado (Guia da
Serra Gaúcha 1998).
O município de Vacaria está localizado numa área de clima subtropical com
temperatura média anual de 15,6º C e a 962 m de altitude. Com uma população de
aproximadamente 60.000 habitantes o município tem a economia baseada na pecuária e no
cultivo de soja e maçã (Prefeitura municipal de Vacaria 2005).
A localidade de Fazenda da Estrela está situada ao norte do município de Vacaria
(Mapa 3), sendo o Distrito criado pela Lei 1.674 de 29 de outubro de 1996. Apresenta uma
área de 287,09 Km
2
, fazendo divisa com o município de Esmeralda pelo Rio Frade, com o
estado de Santa Catarina pelo Rio Pelotas e com o distrito de Coxilha Grande, no mesmo
município de Vacaria (Prefeitura Municipal de Vacaria 1996).
3
ESCALA
0
50
100
150km
LEGENDA
Porto Alegre
Município de Vacaria
PORTO ALEGRE
Vacaria
Alexandre Rauber - rauber@dhgeo.unisc.br
BRASIL
RS
SC
PR
SP
MS
RJ
ES
MG
BA
SE
AL
PA
PE
PB
CE
PI
MA
PA
AM
AC
RO
MT
GO
TO
DF
AP
RR
Rio Grande do Sul
Mapa 2.
Localização do município de Vacaria
RS.
4
Mapa 3.
Município de Vacaria, em destaque a localidade de Fazenda da Estrela.
5
E
STUDOS FLORÍSTICOS E
TAXONÔMICOS DE LIQU
ENS NO SUL E SUDESTE
DO
B
RASIL
Vários coletores importantes de material botânico estiveram no Brasil entre 1817 e
1903. C. F. P. Martius, J. B. R. Spix, J. I. Puiggari, E. A. Vainio, G. O. Malme e V. F.
Schiffner são os que se destacaram especialmente pela quantidade de liquens coletados.
Alguns, como Malme e Vainio, estudaram pessoalmente o material coletado em suas
expedições, porém boa quantidade foi enviada para taxonomistas como Müller Argoviensis,
Nylander, Krempelhuber e outros (Marcelli 1998a). A Tabela 1 mostra as áreas coletadas e o
período em que estiveram no Brasil.
Tabela 1. Principais coletores de fungos liquenizados no Brasil.
C
OLETORES
D
ATA
L
OCAIS COLETADOS
Q
UEM ESTUDOU O
MATERIAL
Martius &
Spix
1817
-
1820
RJ, SP, MG, BA e AM
Eschweiler
Blanchet
1828 e 1856
BA
Ule
1883
-
1912
Regiões sudeste
e central,
Amazônia e BA
Müller Argoviensis entre
outros
Gardner
1836
-
1841
RJ
Hooker & Wilson
Spruce
1849
-
1864
Amazônia, principalmente
Manaus
Müller Argoviensis,
Leighton
Glaziou
1861
-
1895
Arredores do Rio de Janeiro,
Serra dos Órgãos, MG, SP e GO
Nyla
nder, Krempelhuber e
Müller Argoviensis
Warming
1863
-
1866
MG (Lagoa Santa, Serra da
Piedade, Barbacena, Serra da
Mantiqueira) e RJ
Krempelhuber
Damázio
*
1870
-
1905
MG (principalmente nas regiões
montanhosas nos arredores do
Pico Itacolomi)
Zahlbruckner
Puiggari
1877
-
1896?
SP (Apiaí, Iporanga e Itapeva)
Müller Argoviensis
Vainio
1885
RJ, MG (principalmente Antônio
Carlos e Caraça)
Vainio
Malme
1892
-
1894 e
1901
-
1903
RJ, MG, RS, MT
Malme, Lynge, Redinger,
Motyka, Magnusson,
Santesson, etc...
Schiffne
r &
Wettstein
1901
SP (litoral, vale do Rio Paraíba do
Sul, arredores de São Paulo
-
Pico
do Jaraguá e Serra de
Paranapiacaba) e RJ (Itatiaia)
Zahlbruckner,
Motyka
* Dentre todos eles, Damázio foi o único brasileiro a coletar liquens neste período.
6
O primeiro trabalho efetivamente dedicado aos liquens do Brasil, escrito pelo próprio
coletor do material, foi a tese de doutorado de Edvard August Vainio, intitulada Étude sur la
classification naturelle et la morphologie des lichens du Brésil (Vainio 1890a/b). Nesse
trabalho, resultado de sua expedição em 1885, ele descreveu 516 espécies e subespécies, das
quais 240 eram novas para a Ciência.
O material de liquens do Brasil coletado nessas expedições (Tabela 1) foi estudado e
re
-estudado à medida que outros liquenólogos faziam revisões taxonômicas, como por
exemplo, Santesson (1943, 1952), Degelius (1974) e Hale (1975 a/b, 1976b).
No Brasil, após uma grande lacuna no estudo de taxonomia de fungos liquenizados, os
trabalhos com liquens feitos por brasileiros t
iveram início nas décadas de 1980 e 1990 com os
artigos de Fleig (1984), Marcelli (1987) e Eliasaro (1992).
Marcelli (1992) fez um estudo de ecologia dos liquens brasileiros, no qual consta uma
listagem com 296 espécies, anotações de sua distribuição pelos manguezais do sul e sudeste
do Brasil, mais um estudo detalhado da distribuição das espécies e grupos morfobiológicos no
manguezal do município de Itanhaém (SP), analisando as preferências por microclima,
substrato, lado e altura nos troncos dos mangues.
Posteriormente, seguiram-se os trabalhos de Osorio & Fleig (uma longa lista desde
1982, sozinhos ou em colaboração, vide Bibliografia), Eliasaro (1992, 2001), Marcelli
(1993a/b), Eliasaro & Fleig (1994), Eliasaro & Adler (1997, 1998, 2000, 2002), Eliasaro et al
.
(1998), Ribeiro (1998), Marcelli & Ribeiro (2002) e Eliasaro & Donha (2003).
E
STUDOS DE TAXONOMIA
DE FUNGOS LIQUENIZAD
OS NO
R
IO
G
RANDE DO
S
UL
Dos coletores citados na Tabela 1, apenas Malme visitou o estado do Rio Grande do
Sul, passando pelos se
guintes locais: Pelotas, Serra de Tapes, Cachoeira do Sul, Agudo, Santa
Maria, Cruz Alta e Ijuí (Baptista 1996). Malme não concentrou suas coletas nas áreas do
Planalto Rio
-
grandense, especificamente nos Campos de Cima da Serra (Mapa 4).
Baseados no material que Malme coletou nessas viagens, não só do Brasil, mas
também do Paraguai, Malme e outros publicaram uma importantíssima rie de trabalhos
(Marcelli
et al. 1998). Nesses trabalhos, Malme descreveu principalmente espécies de liquens
crostosos. Segundo Spielmann (2004), 240 espécies foram citadas por Malme para o Rio
Grande do Sul, 72 novas para a Ciência.
Alguns grupos coletados por Malme foram estudados por outros botânicos, em épocas
diferentes da primeira metade do século 20, como Santesson (1952), que publicou uma
7
monografia mundial sobre os liquens foliícolas, Motyka (1936, 1938) que fez uma revisão do
gênero
Usnea
, e Magnusson (1929), que estudou o gênero
Acarospora
.
Em 1973, o Dr. Héctor Osorio, do Uruguai, iniciou uma série de publicações intitul
ada
Contributions to the lichen flora of Brazil
, baseada principalmente em material do Rio Grande
do Sul (Osorio 1981, 1985, 1994, 1998; Osorio & Arbelo-Martins 1978; Osorio & Homrich
1978; Osorio et al. 1980, 1981, 1982, 1983, 1997; Osorio & Fleig 1982, 1984a/b, 1985,
1986a/b, 1987, 1988a/b, 1989a/b, 1990a/b/c, 1991, 1994).
Esses trabalhos, junto aos trabalhos
de Malme, Fleig (1984, 1985, 1988, 1990a/b, 1995), Fleig & Grüninger (2000a/b), tornaram o
Rio Grande do Sul o estado brasileiro mais bem conhecido
do ponto de vista liquenológico.
Juntos, esses autores citaram 558 espécies para o Rio Grande do Sul (Spielmann
2004). Os trabalhos de Osorio, Fleig e colaboradores, se detiveram especialmente na
publicação de listas de espécies para certos locais do Rio
Grande do Sul (Mapa 5).
No entanto, não só trabalhos de listas foram feitos no estado. Fleig et al. (1995)
fizeram um estudo da família
Cladoniaceae
e registraram 40 espécies em 4 gêneros, com duas
espécies novas para ciência e 15 novas ocorrências. O g
ênero
Pseudocyphellaria
também foi
Mapa 4
.
Localidades coletadas no Rio Grande do Sul por G. O. Malme.
8
estudado por Fleig (1999a), que citou oito espécies, das quais uma foi citação nova para o Rio
Grande do Sul e três novas citações para o Brasil.
Duas importantes revisões taxonômicas foram feitas no estado do Rio Grande do Sul.
A primeira por Eliasaro (1992), sobre o gênero Heterodermia. Neste trabalho, ela revisou a
maioria dos tipos, apresentou ilustrações, chaves, descrições e comentários para 20 espécies,
sendo uma espécie nova para ciência, duas novas ocorrências par
a o Brasil e três novas para o
estado. Esses dados foram publicados por Eliasaro & Fleig (1994).
A segunda revisão foi a tese de doutorado de Mariana Fleig (1997), sobre os gêneros
Parmotrema,
Rimelia
e
Rimeliella
. Fleig realizou coletas em todas as regiões fisiográficas do
Rio Grande do Sul, revisou os tipos das espécies e dos sinônimos mencionados, propôs novos
sinônimos e novas combinações, apresentou chaves, descrições detalhadas e comentários a
respeito das 56 espécies encontradas. Dessas, 19 eram citações novas para o Rio Grande do
Sul, 9 para o Brasil e 2 espécies novas (Parmotrema horridum e P. dactylosum, publicadas
em Fleig 1999b).
Mapa 5.
Localidades do Rio Grande do Sul coletadas por H. Osorio e M. Fleig.
Os pontos azuis representam os locais onde alguma espécie foi citada; os pontos
vermelhos representam as áreas para as quais existem listas de espécies
publicadas.
9
A
FAMÍLIA
P
ARMELIACEAE
De acordo com Calvelo (1998), a família
Parmeliaceae
é definida por ter
apotécios
com estrutura complexa, camada hialina abaixo do hipotécio, com entrelaçamento de hifas
conectivas que formam um excípulo meristemático cupuliforme; a ontogenia do apotécio é
caracterizada pela formação de excípulo cupuliforme, ascos amilóides do tipo
Lecanora
e
conídios formados em células conidiogênicas tipo baioneta (tipo V e VI senso Vobis 1980).
Mas este é o conceito de
Parmeliaceae
s.l.
(Kirk et al. 2001) e abrange diversos gêneros,
inclusive fruticosos, que são tratados por outros autores em outras famílias, como por
exemplo Poelt (1973) e Hale (1983).
Parmeliaceae
s. str. é representada por liquens que, segundo Fleig (1997), apresentam
estrutura heterômera, córtex superior e inferior, rizinas, cílios presentes ou ausentes,
clorofíceas como
fotobiontes, apotécios lecanorinos, ascosporos simples, hialinos e elipsóides,
picnídios imersos e conídios de diversas formas. Este é o conceito adotado neste trabalho.
Atualmente,
Parmeliaceae
s.l.
é representada por 2.138 espécies distribuídas em todo
mundo (Kirk et al. 2001), sendo também a família com maior diversidade e abundância no
Brasil (Marcelli 1998a). Considerando
Parmeliaceae
s. str., a literatura menciona 19 gêneros
e 275 espécies para o Brasil (Marcelli 2004), sendo que 142 delas foram mencionadas para
o Rio Grande do Sul (Spielmann 2004).
O gênero
Parmelia
foi criado por Acharius (1803), com uma circunscrição muito
ampla, que abarcou muitos liquens foliosos de apotécio lecanorino e que foram
posteriormente separados em diversos gêneros (
Hale 1987).
Um dos primeiros a tratar das Parmelia s.l. do Brasil foi Vainio (1890a), que
descreveu 38 espécies em três seções e cinco subseções, como ilustra o esquema abaixo.
Seção
Amphigymnia
Seção
Hypotrachyna
Seção
Xanthoparmelia
Subseção
Subglaucescens
Subseção
Subflavescens
Subseção
Irregulares
Subseção
Cyclocheila
Subseção Sublineares
10
As
Parmelia s.l. coletadas por Malme nas expedições Regnellianas foram enviadas a
B. Lynge, que publicou um estudo minucioso seguindo a classificação de Vainio (1890a) e
acrescentou mais duas seções: Bicornuta Lynge e
Everniiformes
Hue, além de propor o
gênero Pseudoparmelia
Lynge, definido por ter pseudocifelas na superfície inferior. Nesse
trabalho (Lynge 1914), Lynge identificou 110 táxons (61 novos para Ciência), além de dar
descrições minuciosas do material.
Posteriormente, M. E. Hale (1960) revisou as Parmelia s.l. estudadas por Lynge,
reexaminando 99 dos 110 táxons, e dando atenção especial à tipificação e aos componentes
químicos presentes em cada espécie.
O gênero
Parmelia
também foi estudado por Hale & Kurokawa (1964), que
reconheceram três subgêneros:
Parmelia
Ach., Amphigymnia (Vainio) Dodge e
Xanthoparmelia
(Vainio) Hale, sendo o subgênero
Parmelia
subdividido em seções,
subseções e séries, como mostra o esquema abaixo.
O subgênero Amphigymnia foi estudado em Hale (1965a) num dos trabalhos clássicos
em
Parmeliaceae
. Hale aceitou duas seções, Amphigymnia Vainio e
Subflavescentes
(Vainio)
Gyeln., com a subseção
Subflavescentes
série
Subflavescentes
e série
Emaculatae
Hale, e
subseção
Ornaticolae
Gyeln. com série
Subpallidae
Hale e série
Ornaticolae
Gyeln
.
Seção
Parmelia
Seção
Irregulares
Seção
Imbricaria
Seção
Cycloch
eila
Seção
Hypotrachyna
Subseção
Parmelia
Subseção
Simplices
Subseção
Imbricaria
Subseção
Bicornutae
Série
Bicornutae
Série
Relicinae
11
Hale & Wirth (1971) ele
varam
Parmelia
seção
Everniiformes
a
Parmelia
subgênero
Everniiformis
(Hue) Hale & Wirth, descrevendo mais seis espécies novas dentro deste
subgênero. Com essas mesmas espécies, Hale (1976a) criou o gênero
Everniastrum
,
incluindo
também uma espécie do Bras
il,
Parmelia pachyderma
Hue.
Nove anos depois de seu trabalho sobre
Parmelia
subgênero
Amphigymnia
, Hale
iniciou uma série de publicações, nas quais elevava várias categorias infragenéricas a gêneros,
propondo ainda novos gêneros baseados em seções e subseções do então grande gênero
Parmelia
.
O antigo gênero
Parmotrema
Massalongo foi reconhecido por Hale (1974a) e os
epítetos foram recombinados a partir do subgênero
Amphigymnia
e de
Parmelia
seção
Irregulares
. No mesmo ano, Hale (1974b) propôs o gênero
Hypotrachyna
(Vainio) Hale,
baseado em
Parmelia
subgênero
Parmelia
seção
Hypotrachyna
.
Nesse mesmo período, Hale (1974c) criou os neros
Bulbothrix
Hale, com 31
espécies, a partir de
Parmelia
subgênero
Parmelia
seção
Imbricaria
subseção
Bicornutae
; o
gênero
P
armelina
Hale, com 40 espécies, proposto a partir de
Parmelia
subgênero
Parmelia
seção
Imbricaria
; o gênero
Relicina
(Hale & Kurokawa) Hale, com 22 espécies, criado com
base em
Parmelia
subgênero
Parmelia
seção
Bicornutae
série
Relicinae
e o gênero
Xanthop
armelia
(Vainio) Hale, com 93 espécies, proposto a partir de
Parmelia
subgênero
Parmelia
seção Xanthoparmelia Vainio. Ainda, o antigo gênero Pseudoparmelia Lynge foi
reconhecido por Hale (1974d), com 57 espécies.
Hale praticamente dedicou o resto de sua vida científica ao estudo e delimitação
desses e outros novos gêneros criados a partir de Parmelia s.l., trabalhando principalmente
com materiais de herbários ou de coletas enviadas a ele, tendo acesso não a coleções dos
botânicos dos séculos 19 e 20
(Tab
ela 1), como também, aos tipos das espécies descritas a
partir de espécimes brasileiros.
A primeira monografia publicada foi a do gênero
Hypotrachyna
(Hale 1975a), com 77
espécies, seguindo-
se
Relicina
(Hale 1975b), com 24 espécies, das quais apenas três e
ram
conhecidas para o Brasil. Sucederam-se as monografias de
Parmelina
(Hale 1976b) com 47
espécies, de
Pseudoparmelia
(Hale 1976c), com 76 espécies e do gênero
Bulbothrix
(Hale
1976d), com 29 espécies.
Após o impacto das publicações de Hale, diversos autores iniciaram estudos em
Parmelia s
.l
. e muitos gêneros foram criados até o presente.
Cetrariastrum
Sipman foi descrito por Sipman (1980), similar a
Everniastrum
.
Culberson & Culberson (1981), rejeitaram
Everniastrum,
aceitaram apenas
Cetrariastrum
e,
com
base em
Parmelia
pachyderma
Hue, criaram o gênero
Concamerella
com apenas duas
12
espécies. Mais tarde, Sipman (1986) fez a diagnose latina, validando
Everniastrum
Hale ex
Sipman, reconhecendo
-
o como diferente de
Cetrariastrum
e recombinando diversos epítetos.
Krog (1982) propôs o gênero
Punctelia
baseado na presença de pseudocifelas na
superfície superior e conídios unciformes ou filiformes, com dois subgêneros,
Punctelia
e
Flavopunctelia
. Os epítetos foram recombinados de
Parmelia
subgênero
Parmelia
seção
Pa
rmelia
subseção
Simplices
Hale & Kurokawa. O subgênero Flavopunctelia foi elevado à
categoria de gênero (Hale 1984), não tendo representantes no Brasil.
O gênero Pseudoparmelia, monografado por Hale (1976c), foi dividido por Elix et al
.
(1986), com base em
Parmelia
subgênero
Parmelia
seção
Cyclocheila
(Vainio) Räs., em
3
gêneros:
Canoparmelia
Elix & Hale,
Paraparmelia
Elix & Johnson e
Relicinopsis
Elix &
Verdon, este último sem representantes no Brasil.
A partir deste mesmo grupo,
Parmelia
subgênero
Parmel
ia
seção
Cyclocheila
, Hale
(1986a) descreveu o gênero
Flavoparmelia
e, no mesmo ano, (Hale 1986c) descreveu o
gênero
Arctoparmelia
,
segregado do gênero
Xanthoparmelia.
Arctoparmelia
não é citado para
o Brasil (Marcelli 2004).
Cinco novos gêneros foram descritos por Elix & Hale (1987), a partir de
Parmelina
:
Canomaculina
Elix & Hale,
Myelochroa
(Asah.) Elix & Hale,
Parmelinella
Elix & Hale,
Parmelinopsis
Elix & Hale e
Parmotremopsis
Elix & Hale.
Depois de todas as segregações feitas em
Parmelia
s.l., o gênero
Parmelia
sensu
stricto
foi monografado por Hale (1987), ficando com apenas 38 espécies. De acordo com
esta nova conceituação, na América do Sul, o gênero é restrito a 4 espécies, que ocorrem
apenas na Argentina, Chile e Ilhas Malvinas.
Enquanto revisava o gênero Xanthoparmelia, Hale (1989a) segregou o gênero
Karoowia
e no mesmo ano (Hale 1989b) propôs o gênero
Psiloparmelia
, que não ocorre no
Brasil (Marcelli 2004).
O último trabalho de monografia de Hale foi sobre o gênero Xanthoparmelia (Hale
1990a), o maior de todos, com 406 espécies e, na época, apenas 16 espécies foram citadas
para o Brasil.
Com base em um grupo de espécies de
Parmotrema
que haviam sido recombinadas no
subgênero
Parmelia
seção
Irregulares
, Hale & Fletcher (1990) propuseram
o gênero
R
imelia
.
O gênero
Rimeliella
foi descrito por Kurokawa (1991a), que se baseou em
Parmelia
subgênero
Amphigymnia
seção
Subflavescentes
subseção
Ornaticolae
, série
Subpallidae
, de
Hale (1965a). Mais tarde, Elix (1997) considerou
Rimeliella
como sinônimo de
Ca
nomaculina.
13
Somente vinte e três anos após o reconhecimento do gênero
Pseudoparmelia, Elix &
Nash (1997) publicaram sua revisão. Nesta nova definição o gênero Pseudoparmelia, antes
com 76 espécies (senso Hale), passou a ter apenas 16 espécies.
Em 1993, de
pois de todas as segregações feitas do gênero
Parmelia
ao longo dos anos,
a família
Parmeliaceae
já estava mundialmente representada por 64 gêneros (Elix 1993),
crescendo depois ainda mais, para cerca de 83 gêneros (Kirk et al. 2001), dos quais 19 são
enco
ntrados no Brasil (Marcelli 2004).
Nos últimos anos, tem sido publicada uma grande quantidade de trabalhos que
incluem ou tratam exclusivamente da família
Parmeliaceae
, como por exemplo Kurokawa
(1993), Elix (1994a-k), Galloway (1985), Louwhoff & Elix (1998, 1999, 2002a/b), Kurokawa
& Lai (2001), Brodo et al. (2001), Moon et al. (2001) e Nash & Ryan et al. (2002), Nash
et
al
.
(2004), entre outros, que serão mencionados na discussão das espécies pertinentes.
Além desses, trabalhos baseados em biologia molecular e filogenia vem sendo
publicados e tendem a sinonimizar gêneros antes estabelecidos pela morfologia e química.
O gênero
Paraparmelia
foi monografado por Elix (2001), que recombinou algumas
espécies de
Canoparmelia,
Karoowia
e Xanthoparmelia sob este gênero. No entanto, Elix
(2003) colocou o gênero
Paraparmelia
como sinônimo de
Xanthoparmelia
e Blanco et al.
(2004), baseados na análise molecular dos gêneros com liquenana tipo-
Xanthoparmelia,
reforçaram a sinonímia proposta por Elix (2003).
Outro trabalho sinonimizando gêneros de
Parmeliaceae
foi o
de
Blanco
et al. (2005)
que sinonimizou Canomaculina,
Concamerella
e
Rimelia
sob
Parmotrema
.
No Brasil são conhecidos os seguintes gêneros:
Bulbothrix
Hale,
Canomaculina
Elix
& Hale,
Canoparmelia
Elix & Hale,
Concamerella
W. Culberson & C. Culberson,
Everniastrum
Hale ex Sipman,
Flavoparmelia
Hale, Hale,
Hypotrachyna
(Vainio) Hale,
Karoowia
Hale,
Myelochroa
(Asahina) Elix & Hale,
Parmelinella
Elix & Hale,
Parmelinopsis
Elix & Hale,
Parmotrema
Massalongo,
Parmo
tremopsis
Elix & Hale,
Paraparmelia
Elix & Johnston, Pseudoparmelia Lynge,
Punctelia
Krog,
Relicina
(Hale &
Kurokawa) Hale,
Rimelia
Hale & Fletcher e Xanthoparmelia (Vainio) Hale (Marcelli 2004).
Desses, apenas
Parmelinella
não é citado para o Rio Grande do Sul, e
Concamerella
é
conhecido apenas nesse estado (Spielmann 2004).
No país, o trabalho com
Parmeliaceae
é relativamente recente. A primeira publicação
foi a de Fleig (1985), que apresenta chave de identificação para 10 gêneros encontrados no
Rio Gran
de do Sul e registrou a ocorrência nova de duas espécies.
14
Oito anos depois, Marcelli (1993b) apresentou chaves de identificação de gêneros e
espécies, além de descrições detalhadas de espécies de
Parmelia s
.l.
ciliadas e de talo pequeno
dos cerrados. Nesse trabalho Marcelli estudou os gêneros
Bulbothrix,
Relicina, Myelochroa
,
Parmelinella,
Parmelinopsis
e
Hypotrachyna
, totalizando 30 espécies. Dessas, duas foram
novas para Ciência, uma combinação nova, uma citação nova para o Brasil e duas citações
novas pa
ra o Continente Americano.
Ribeiro (1998), apresentou sua dissertação de mestrado sobre as
Parmeliaceae
de
áreas montanhosas dos Estados de Minas Gerais, São Paulo e Rio Janeiro (principalmente
Serra da Mantiqueira e Serra do Caraça). O trabalho registrou a ocorrência de 132 espécies,
22 novas para a ciência.
No Rio Grande do Sul, novamente Fleig (1997), em sua tese de doutorado, fez uma
revisão florística e taxonômica dos gêneros
Parmotrema,
Rimelia
e
Rimeliella
, avaliando
espécimes de diversas localidades do estado e fornecendo boas descrições dos táxons
encontrados.
No estado do Paraná, Eliasaro (2001) estudou as
Parmeliaceae
do Segundo Planalto
em sua tese de doutorado. Foram encontradas 93 espécies, sendo 2 novas para a ciência, 3
citações novas para
o continente americano, 3 citações novas para o Brasil e 51 citações novas
para o estado do Paraná.
No município de Vacaria, no Rio Grande do Sul, não existem trabalhos de flora nem
listas de espécies. Em áreas de planalto do Rio Grande do Sul, próximas à Vacaria, são
conhecidos os trabalhos de Osorio (1985, 1994) e Osorio & Fleig (1986a/b, 1988a, 1989a),
publicados na forma de listas. Os espécimes citados nesses trabalhos estão depositados no
Herbário da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (ICN) e n
o herbário particular do Dr.
Héctor Osorio (Montevidéu, Uruguai).
Para Esmeralda, município vizinho a Vacaria, Fleig publicou dois trabalhos: no
primeiro (Fleig 1984) apresentou chaves para 27 gêneros de liquens crostosos, foliosos e
fruticosos, e no segundo (Fleig 1990a) citou 16 novas ocorrências para o Rio Grande do Sul e
uma nova ocorrência para o Brasil.
Comparada à grande diversidade de
Parmeliaceae
no Brasil, a quantidade de trabalhos
realizados ou em andamento é com certeza insuficiente para que toda a diversidade de fungos
liquenizados seja abordada.
15
Segundo Marcelli (1998b), 2.500 espécies de fungos liquenizados são citadas para o
Brasil para um número esperado de cerca de 4.000 a 5.000 táxons novos. Também os estudos
quantitativos de comunidades são praticamente inexistentes e não existem dados suficientes
para avaliações quantitativas seguras da biodiversidade liquênica brasileira (Marcelli 1996).
Fungos liquenizados têm desaparecido rapidamente de regiões de impacto ambiental e
a recuperação da comunidade é extremamente lenta devido à velocidade de crescimento do
talo liquênico. Com somente três pesquisadores taxonomistas contratados atualmente ativos, a
liquenologia no Brasil é pobre em termos de recursos humanos.
No estado atual do conhecimento, trabalhos de flora, com descrições e chaves
baseadas em material brasileiro, são extremamente importantes para que os fungos
liquenizados tenham sua distribuição conhecida e possam, futuramente, ser compreendidos
dentro de um contexto sistemático, ecol
ógico e biogeográfico.
16
OBJETIVOS
1. Efetuar um levantamento das espécies de
Parmeliaceae
de Fazenda
da Estrela, município de Vacaria
RS;
2. Produzir uma dissertação, no formato de flora, com chaves de
identificação para os gêneros e espécies, descrições técnicas
detalhadas e ilustrações para os táxons encontrados;
17
MATERIAL E MÉTODOS
C
OLETA
Foram realizadas excursões de coleta e observações a campo na área de estudo deste
trabalho, e obtidas amostras de espécies corticícolas, saxícolas e terrícolas de todos os locais
que compõem as várias fisionomias e formas de vegetação da região.
Devido ao fato dos liquens não serem sazonais, não houve necessidade de distribuir as
coletas ao longo das diferentes estações do ano. Desse modo, o número de excursõe
s de coleta
dependeu das novidades encontradas, sendo encerradas quando o esforço amostral deixou de
compensar os resultados obtidos nas expedições.
A coleta foi feita com auxílio de espátula ou faca fina e estreita quando sobre córtex, e
martelo e talhadeira quando sobre rocha, em deslocamentos ao acaso nas áreas que englobam
a localidade de Fazenda da Estrela, no município de Vacaria. Todos os pontos coletados
foram marcados com GPS (Global Position System) (Mapa 3).
Os espécimes foram coletados preferencialmente inteiros e tiveram anotados, para
cada exemplar, os dados de substrato, hábitat, forófito, cor e tipo de talo, e demais dados
comuns a amostras de herbário.
Cada exemplar foi colocado num saco de papel, e as coletas levadas ao laboratório,
onde fo
ram preparadas, analisadas e identificadas.
H
ERBORIZAÇÃO
Cada espécime recebeu um número de coletor e uma ficha para o acompanhamento
das atividades de identificação.
Em seguida, foram secos ao ar ou em estufa (50 C) quando estavam muito úmidos,
levados
ao freezer (-18 ºC) por pelo menos duas semanas e, depois, foram novamente secos
ao ar. Este procedimento foi adotado para evitar que ovos ou pequenos artrópodes
danificassem o material.
O excesso de substrato, bem como outras espécies menores acidentalmente coletadas
com o material, foram cuidadosamente retirados dos espécimes coletados.
18
Todo material foi entregue ao Herbário Maria Eneyda P. Kauffmann Fidalgo (SP), no
Instituto de Botânica, incluindo os holotipos das novas espécies, assim que as publicações a
eles referentes tenham sido encaminhadas para publicação.
A
NÁLISE DOS ESPÉCIMES
EM LABORATÓRIO
Morfologia externa e anatomia
Para as análises foram utilizados microscópio estereoscópico e microscópio óptico,
sendo os dados obtidos anotados em uma planilha que foi adaptada às características da
família
Parmeliaceae
, para a anotação da presença e variabilidades de estruturas de
importância na taxonômica (Anexo 1).
As medidas macro e microscópicas foram feitas com uso de um retículo acoplado às
oculares.
Foram feitas seções anatômicas à mão livre, com mina de barbear, dos talos e
apotécios. As medidas microscópicas foram tomadas sempre em solução aquosa.
As seguintes características foram avaliadas:
Talo
cor,
tamanho
Lobos
posição, adnação, super
fície, ramificação, ápice, margem
Lacínulas
presença e localização, forma, ápice, ramificação, tamanho
Cílios
presença, ramificação, número, localização, tamanho
Superfície superior do talo
Máculas
presença, distribuição, origina
Pseudocifelas
l
ocalização, forma, tamanho
Sorédios
forma, granulação, origem, distribuição
Isídios
tipo, tamanho, ramificação, posição, fixação, cor, ornamentação
Medula
cor, proporção das cores
Apotécios
forma, tamanho, posição, adnação, margem, anfitécio, disco
,
cobertura, perfuração
Ascosporos
forma, tamanho, epispório
Picnídios
posição, ostíolo
Conídios
forma, tamanho
Superfície inferior do talo
Margem
tamanho, brilho, cor, limite, relevo
19
Centro do talo
brilho, cor, relevo
Rizinas
ramificação, ta
manho, cor, distribuição, número
Esse procedimento possibilitou a descrição detalhada das estruturas e foi a base para a
elaboração das descrições dos táxons. A planilha facilitou a observação de padrões no
desenvolvimento de estruturas como sorédios, isídios, lóbulos, lacínulas e pseudocifelas, que
foram importantes para definir ou delimitar o conceito destas estruturas dentro de cada grupo.
E
LABORAÇÃO DAS DESCRI
ÇÕES DOS TÁXONS
De posse dos dados avaliados com a planilha (Anexo 1), foram montadas as des
crições
das espécies. Essas descrições foram baseadas em todos os espécimes estudados em cada
espécie, de modo que abarcam toda variação morfológica encontrada. Quando uma
característica foi encontrada em apenas um dos espécimes da espécie, este aspecto é
salientado na descrição ou nos comentários.
A definição dos termos utilizados nas descrições seguiu Büdel & Scheidegger (1996),
Malcolm & Galloway (1997) e Brodo
et al
.
(2001), exceto para os termos abaixo:
antleriforme
ramificado como um chifre de veado (do inglês
antler
, derivado
do latim:
ante
+
ocularis
);
dáctilo
estrutura isidióide de aparência inflada, muitas vezes de ápice
delicado mas de base mais sólida, com superfície opaca (sem
epicórtex
?) e preso ao talo por um feixe de hifas compactadas, que
continuam ligadas ao talo se o dáctilo for retirado. Não atua como
unidade de dispersão (Krog & Swinscow 1979);
filídio
pequena unidade de dispersão laminar, dorsiventral, cuja estrutura
anatômica se diferencia da do talo por não apresentar córtex
inferior
(Marcelli 2005);
grânulo
(1) qualquer pequena estrutura corticada de forma aproximadamente
esférica ou hemisférica (quando numa superfície); (2) nome dado ao
sorédio que se tornou total ou parcialmente corticado;
inchaço
qualquer elevação ou alargamento tido que pode ou não originar um
soral. Tal inchaço nunca se desenvolve em pústula verdadeira;
20
isídio achatado
isídio verdadeiro de forma achatada; não possui diferenciação
dorsiventral interna ou externa.
lóbulo
pequena unidade de dispersão laminar, dorsiventral, cuja estrutura
anatômica não se diferencia da do talo, apresentando inclusive córtex
inferior (Marcelli 2005);
pústula
inchação oca e delicada que aparece em pontos determinados do talo
de certas espécies; as pústulas parecem surgir pelo crescimento do
córtex, camada de algas e parte da medula, não acompanhado pela parte
inferior da medula; por serem ocas, elas são muito delicadas ao toque e
podem se desenvolver com a aparência de grânulos lisos, grânulos
cerebróides, rugas isoladas, rugas paralelas, ou pequenos dedos
verticais; podem permanecer intactas, romperem-se de vários modos
e/ou se desmancharem em sorédios e grânulos (Marcelli 2005).
IDENTIFICAÇÃO DE COMPOSTOS QUÍMICOS DE IM
PORTÂNCIA TAXONÔMICA
As espécies da família P
armeliaceae
normalmente produzem compostos orgânicos
secundários que se depositam na parede externa das hifas. Estes compostos variam de acordo
com a espécie ou com o grupo, sendo válidos, portanto, na taxonomia (Elix 1996a, Hale
1979).
Para a análise química de todas as amostras de liquens foram utilizados testes de
spot (teste de coloração), cromatografia em camada delgada (TLC) e fluorescência ao
ultravioleta (teste UV), seguindo a metodologia exposta em White & James (1985), Orange
et
al
.
(2001), Hüne
ck & Yoshimura (1996) e Bungartz (2001).
Testes de coloração ou de spot
A realização do teste de spot foi feita através do uso de reagentes classicamente
usados para este fim, ou seja, solução saturada de hidróxido de potássio (teste K), solução de
hipoclorito de sódio (água sanitária comercial, teste C) e solução alcoólica de
parafenilenodiamina (teste P).
21
Esse método consiste em aplicar uma gotícula do reagente, com auxílio de um capilar,
na superfície do talo ou na medula e anotar a alteração de cor ocorrida, que é indicadora da
presença de determinadas substâncias de importância taxonômica. As reações positivas são
indicadas com o sinal + seguidas da cor desenvolvida, e as reações negativas são indicadas
pelo sinal . Desse modo, uma notação do tipo K+ amarelo significa o desenvolvimento
de uma cor amarela após a aplicação do teste K.
Para os testes medulares, a medula foi exposta com uma lâmina de barbear,
removendo
-
se do talo o córtex superior e a camada de algas.
Teste UV
Também foi utilizado o teste de UV longo (comprimento de onda 366 nm), aplicando-
se, em câmara escura, luz ultravioleta em todos os espécimes estudados. Existem substâncias
liquênicas que fluorescem, emitindo luzes de diferentes cores, de acordo com sua estrutura.
Este
é um dos testes mais fáceis e rápidos para identificação dessa classe de substâncias.
Cromatografia em Camada Delgada (TLC)
Foram examinados com TLC pelo menos um espécime de cada táxon encontrado,
aumentando
-
se a amostragem quando se tratava de nova oco
rrência ou o espécime se desviava
demasiado das descrições encontradas para o táxon.
Um pequeno fragmento do espécime era retirado do talo e colocado num pequeno
frasco de vidro com tampa, cuidando-se para que não ocorresse contaminação com misturas e
subs
trato. Sobre esse fragmento eram adicionadas cerca de 3 gotas de acetona para extração
dos ácidos liquênicos.
As amostras foram corridas em dois sistemas de solventes, solvente A (tolueno,
dioxana e ácido acético, 180: 45: 5) e o solvente C (tolueno e ácido acético, 170: 30), com os
cuidados aconselhados por Bungartz (2001).
Para todas as placas foram utilizados como controle ácido norstíctico, tendo como
fonte Bulbothrix subcoronata (Müll. Arg.) Hale, e ácido úsnico, tendo como fonte
Usnea
antarctica
Du Ri
etz.
Foram utilizadas placas de cromatografia de vidro 20 20 cm com sílica-gel da Merck
(60F
254
).
22
Uma linha paralela à base da placa era traçada a 2,5 cm da base, e nela os extratos
eram colocados com um espaçamento de 0,8 cm, com auxílio de um capilar de vidro. Para
cada amostra, o número de coletor dos espécimes era anotado na própria placa.
Outra linha era traçada na placa a 2,5 cm do topo, e serviu como delimitação da subida
da frente do solvente.
Depois de preparadas, as placas eram levadas aas cubas com os solventes. Antes de
correr em solvente C as placas eram deixadas por 10 minutos em outra cuba com atmosfera
saturada de ácido acético para facilitar a subida do solvente.
As seguintes etapas (nesta ordem) foram seguidas para obtenção de cada pla
ca
preparada:
1. Terminada a corrida, as placas eram secas com secador de cabelo (ar frio) e
as manchas coloridas demarcadas;
2. Depois as placas eram borrifadas com água para que a presença de ácidos
graxos fosse reconhecida: eles eram marcados com um ponto no centro da
mancha;
3. As placas eram novamente secas com o secador (ar frio) para revelação das
manchas das substâncias, que também eram demarcadas;
4. As placas eram, então, levadas à câmara escura para exposição ao UV longo
(366 nm); as substâncias fluorescentes eram marcadas com um traço abaixo
da mancha;
5. A seguir, as placas eram submetidas ao UV curto (254 nm) e as manchas
marcadas com parênteses;
6. Depois, sob capela, as placas foram borrifadas com ácido sulfúrico a 20%
quando em solvente A e
a 10% quando em solvente C;
7. As substâncias eram, então, reveladas com o ar mais quente do secador de
cabelo (ca. 80 ºC); as cores reveladas eram demarcadas e anotadas.
8. Logo após, as placas voltavam ao UV longo e as substâncias fluorescentes
novas er
am marcadas com um traço cortado abaixo da mancha;
9. Finalmente, eram levadas ao UV curto e as manchas marcadas com um
parênteses cortado.
23
Após a etapa 7 as placas eram digitalizadas em escaner, para arquivo.
Todas as manchas de substâncias que apareceram em cada uma das amostras
cromatografadas foram acompanhados em cada uma das etapas descritas acima. Uma planilha
de dados foi desenvolvida para este fim (Anexo 2), sendo anotados dados como cor, presença
de halo ou rastro e fluorescência.
Com base nas a
notações feitas para cada substância, a interpretação dos dados era feita
com auxílio da bibliografia específica, Hüneck & Yoshimura (1996) e Orange
et al
. (2001).
24
RESULTADOS E DISCU
SSÃO
Os nomes das espécies novas descritas neste trabalho, bem como a nova
combinação mencionada, serão validamente publicadas em outro local, de modo que
esta publicação não deve ser considerada para efeitos taxonômicos. Elas são
apresentadas aqui para mera clareza de apresentação dos resultados e correta
organização d
o texto.
Sem dúvida, a família
Parmeliaceae
domina a paisagem liquênica na localidade de
Fazenda da Estrela. Durante o trabalho foram encontradas 105 espécies, distribuídas em 13
gêneros:
Bulbothrix
(3),
Canomaculina
(13),
Canoparmelia
(7),
Flavoparmeli
a (2),
Hypotrachyna
(13),
Myelochroa
(1),
Parmelinella
(1),
Parmelinopsis
(2),
Parmotrema
(31),
Punctelia
(10),
Relicina
(1),
Rimelia (12) e
Xanthoparmelia
(9).
R
ELAÇÃO DOS TÁXONS EN
CONTRADOS EM
F
AZENDA DA
E
STRELA
(em negrito as espécies novas)
1.
Bulbothr
ix megapotamica
Canêz & Marcelli,
ined
.
2.
Bulbothrix nigropunctata
Marcelli & Benatti,
ined
.
3.
Bulbothrix tabacina (Montagne & Bosch) Hale
4.
Canomaculina conferenda
(Hale) Elix
5.
Canomaculina consors (Nylander) Elix & Hale
6.
Canomaculina fumarprotocetrarica
(Marcel
li & Hale) Elix
7.
Canomaculina glabra
Canêz & Marcelli,
ined
.
8.
Canomaculina isousnica
Marcelli & Canêz,
ined
.
9.
Canomaculina leucosemotheta
(Hue) Elix
10.
Canomaculina lyngei
Marcelli & Canêz,
ined
.
11.
Canomaculina muelleri
(Vainio) Elix & Hale
12.
Canomaculina pilosa
(St
izenberger) Elix & Hale
13.
Canomaculina pseudosubcaperata
Marcelli & Canêz,
ined
.
25
14.
Canomaculina recipienda
(Nylander) Elix
15.
Canomaculina stellensis
Canêz & Marcelli,
ined
.
16.
Canomaculina subsumpta
(Nylander) Elix
17.
Canoparmelia carneopruinata
(Zahlbruckner) Elix &
Hale
18. Canoparmelia caroliniana (Nylander) Elix & Hale
19. Canoparmelia consanguinea
Marcelli & Canêz,
ined
.
20.
Canoparmelia maculata Canêz & Marcelli,
ined
.
21. Canoparmelia roseoreagens
Marcelli & Canêz,
ined
.
22. Canoparmelia sanguinea Marcelli & Benatti,
ined
.
23.
Canopar
melia subroseoreagens
Canêz & Marcelli,
ined
.
24.
Flavoparmelia exornata
(Zahlbruckner) Hale
25.
Flavoparmelia papillosa
(Gyelnik) Hale
26.
Hypotrachyna costaricensis
(Nylander) Hale
27.
Hypotrachyna dentella (Hale & Kurokawa) Hale
28.
Hypotrachyna endochlora
(Leighton) Hal
e
29.
Hypotrachyna imbricatula
(Zahlbruckner) Hale
30.
Hypotrachyna livida
(Taylor) Hale
31.
Hypotrachyna neodissecta
(Hale) Hale
32.
Hypotrachyna osorioi
(Hale) Hale
33.
Hypotrachyna peruviana
(Nylander) Hale
34.
Hypotrachyna pluriformis
(Nylander) Hale
35.
Hypotrachyna polydactyla
(Krog & Swinscow) Nash
36.
Hypotrachyna rockii
(Zahlbruckner) Hale
37.
Hypotrachyna steyermarkii
(Hale) Hale
38.
Hypotrachyna verrucosissima
Marcelli & Canêz,
ined
.
39.
Myelochroa supraflava
Canêz & Marcelli,
ined
.
40.
Parmelinella wallichiana (Taylor) Elix & Hale
41.
Parmelin
opsis minarum
(Vainio) Elix & Hale
42.
Parmelinopsis spathulata
(Kurokawa) Hale
26
43.
Parmotrema aberrans
(Vainio) Canêz & Marcelli,
comb
.
nov
.
44.
Parmotrema allardii
(Hale) Spielmann, Canêz & Marcelli,
comb. nov.
45. Parmotrema
alidactylatum
Estrabou & Adler
46.
Parmotrema ar
gentinum
(Krempelhuber) Hale
47.
Parmotrema catarinae
Hale
48.
Parmotrema chinense
(Ösbeck) Hale & Ahti
49.
Parmotrema conformatum
(Vainio) Hale
50.
Parmotrema crinitum
(Acharius) Choisy
51.
Parmotrema eciliatum
(Nylander) Hale
52.
Parmotrema fleigiae
Canêz & Marcelli,
ined
.
53.
Parm
otrema hypomiltoides (Vainio) Fleig
54.
Parmotrema internexum
(Nylander) Fleig
55. Parmotrema ludibriosum
Marcelli & Canêz,
ined
.
56.
Parmotrema mantiqueirense
Hale
57.
Parmotrema margaritatum
(Hue) Hale
58.
Parmotrema melanothrix (Montagne) Hale
59.
Parmotrema mellissii
(Dodge)
Hale
60.
Parmotrema neomellissii
Marcelli & Canêz,
ined
.
61.
Parmotrema peralbidum
(Hale) Hale
62.
Parmotrema permutatum
(Stirton) Hale
63.
Parmotrema pseudonilgherrense
(Asahina) Hale
64.
Parmotrema rampoddense
(Nylander) Hale
65.
Parmotrema rigidum
(Lynge) Hale
66.
Parmotrema ruptu
m
(Lynge) Hale ex
DePriest & B. Hale
67.
Parmotrema sancti
-
angeli
(Lynge) Hale
68.
Parmotrema soredioaliphaticum
Estrabou & Adler
69.
Parmotrema
sorediomaculiferum
Marcelli & Canêz,
ined
.
70.
Parmotrema spinibarbe
(Kurokawa) Fleig
71.
Parmotrema submellissii
Marcelli & Canêz,
ined
.
72.
Parmotrema subrugatum (Krempelhuber) Hale
73.
Parmotrema tinctorum
(Dèspréaux ex Nylander) Hale
74.
Punctelia borreri
(Smith) Krog
75. Punctelia colombiana
Sérusiaux
76.
Punctelia constantimontium
Sérusiaux
27
77.
Punctelia fimbriata
Marcelli & Canêz,
ined
.
78.
Punctelia gra
minicola
(Bouly de Lesdain) Egan
79.
Punctelia osorioi
Canêz & Marcelli,
ined
.
80.
Punctelia purpurascens
Marcelli & Canêz,
ined
.
81. Punctelia reddenda
(Stirton) Krog
82.
Punctelia riograndensis
(Lynge) Krog
83.
Punctelia subpraesignis
(Nylander) Krog
84.
Relicina abstrusa
(Vai
nio) Hale
85.
Rimelia cetrata
(Acharius) Hale & Fletcher
86.
Rimelia cilindrica
Marcelli & Canêz,
ined
.
87.
Rimelia commensurata
(Hale) Hale & Fletcher
88.
Rimelia diffractaica
(Esslinger) Hale & Fletcher
89.
Rimelia divaricatica
Canêz, Spielmann & Marcelli,
ined
.
90.
Rimelia ho
motoma (Nylander) Hale & Fletcher
91.
Rimelia norloreticulata
Marcelli & Canêz,
ined
.
92.
Rimelia pontagrossensis Eliasaro & Adler
93.
Rimelia reticulata
(Taylor) Hale & Fletcher
94.
Rimelia simulans
(Hale) Hale & Fletcher
95.
Rimelia sorediostictica
Canêz & Marcelli,
ined
.
96. R
imelia succinreticulata
Eliasaro & Adler
97.
Xanthoparmelia catarinae
Hale
98.
Xanthoparmelia conglomerata
Canêz & Marcelli,
ined
.
99. Xanthoparmelia conspersa
(Acharius) Hale
100. Xanthoparmelia hypopsila (Müller Argoviensis) Hale
101. Xanthoparmelia isidiascens
Hale
102.
Xanthopa
rmelia microspora
(Müller Argoviensis) Hale
103.
Xanthoparmelia neokalbii
Nash & Elix
104.
Xanthoparmelia plittii
(Gyelnik) Hale
105.
Xanthoparmelia subramigera
(Gyelnik) Hale
28
Conforme a relação acima, são descritas 25 espécies novas para a Ciência.
Parmelinopsis spat
hulata
e
Parmotrema pseudonilgherrense
são citações novas para o
Continente Americano.
Xanthoparmelia isidiascens
é citação nova para a América do Sul.
Parmotrema alidactylatum, P. allardii, P. margaritatum, P. ruptum, P.
soredioaliphaticum,
Punctelia colombiana e Xanthoparmelia neokalbii são citadas pela
primeira vez para o Brasil.
Nove espécies são acrescidas à lista de
Parmeliaceae
do Rio Grande do Sul:
Bulbothrix nigropunctata, B. tabacina, Canoparmelia sanguinea, Hypotrachyna neodissecta,
H. steyermark
ii,
Parmotrema argentinum, P. conformatum, Rimelia pontagrossensis e R.
succinreticulata
.
Para o Rio Grande do Sul são conhecidos 17 gêneros de
Parmeliaceae
e 142 espécies
foram mencionadas para o estado (Spielmann 2004). Desses gêneros, 13 foram encontrad
os
em Vacaria e o gênero
Parmelinella
foi encontrado pela primeira vez no estado.
O Rio Grande do Sul é o estado mais bem conhecido em termos liquenológicos, se
comparado aos demais estados brasileiros. No entanto o número de novidades taxonômicas
foi surpreendente, 39% das espécies são novas para a ciência ou são citações novas para o
Continente Americano, Brasil ou Rio Grande do Sul. Deste percentual de novidades
encontradas, 58% são espécies novas.
Mesmo dentro dos três maiores gêneros dentro de
Parmelia
ceae
, que haviam sido
estudados por Fleig (1997), o mero de novidades foi bastante significativo. Fleig citou 40
espécies de
Parmotrema
para o Rio Grande do Sul. Dessas, 17 foram coletadas em Vacaria e
as 14 restantes correspondem a novidades taxonômicas no gênero. Dados semelhantes
também foram encontrados nos gêneros
Rimelia
e
Rimeliella
(aqui tratado como
Canomaculina
).
Pela falta de descrições baseadas em material do Brasil e pela ausência de boas
coleções de fungos liquenizados corretamente identificados nos herbários brasileiros, a
determinação das espécies é dificultada. As descrições apresentadas em literatura são
geralmente superficiais e, conseqüentemente, são amplas e enquadram muitos táxons que têm
química semelhante e compartilham uns pouco
s caracteres diagnósticos mencionados.
Aconteceu que os espécimes coletados em Vacaria, quando detalhadamente estudados,
apresentaram variação significativa das características de valor taxonômico que têm sido
utilizadas na literatura liquenológica.
Em geral, pouca ou nenhuma atenção tem sido dada à ontogenia dos caracteres
morfológicos, principalmente de sorédios, isídios e pústulas. Este foi um excelente recurso
29
que permitiu diferenciar várias espécies próximas de hábito geral semelhante. Um bom
exemplo é a distinção que pôde ser realizada no grupo Canomaculina subsumpta (ver
Comentários sob esta espécie).
Juntando esses dados e considerações, é possível questionar o grande número de
sinônimos sob alguns táxons muito comuns em toda a literatura tropical, para os quais os
autores têm admitido grande variação de morfologia e dimensões. Talvez tais sinônimos
sejam nomes adequados dados a espécies bem definidas, e que mereceriam ser melhor
estudadas morfologicamente, principalmente em relação à ontogenia de sua
s estruturas.
Assim é necessário que os gêneros, ou grupos de espécies próximas, venham a ser
revisados com estudo detalhado dos tipos.
Do mesmo modo, a interpretação dos dados químicos das espécies também não é
baseada em dados de espécimes brasileiros, e muito menos em condições laboratoriais
normais do clima do sudeste do Brasil.
Durante a determinação das substâncias presentes na cromatografia, foi observado que
os valores de Rf fornecidos na literatura (principalmente Hüneck & Yoshimura 1996, Orange
et al. 2001) não eram compatíveis com os valores encontrados para as mesmas substâncias
(tabela 2). Nestes casos, as substâncias foram comparadas com espécimes corretamente
determinados.
Tabela 2. Alguns valores de Rf mencionados na literatura em
comparaçã
o aos valores encontrados durante o estudo, para o
solvente C.
SUBSTÂNCIA
literatura
encontrado
ácido caperático
6 12
ácido conorstíctico
3 3,5
ácido consalazínico
- 1
ácido divaricático
51 48
ácido fumarprotocetrárico
7 12
ácido leucotílico
37 52
á
cido protocetrárico
5 10
ácido secalônico A
28 31
ácido succinprotocetrárico 10 16
ácido
-
co
l
atólico
35 40
loxodina
36 39
norlobaridona 20 23
zeorina
43 55
30
A chave apresentada abaixo, para determinação dos gêneros de
Parmeliaceae
encontrados em Fazenda da Estrela, é baseada principalmente em características descritas em
literatura, porém restrita à variação morfológica encontrada nas espécies de Fazenda da
Estrela. Este critério foi adotado porque na localidade certos espécimes apresentaram
características sobrepostas de dois ou mais gêneros, como por exemplo,
Rimelia
com margem
nua e córtex rimoso um tanto indistinto, ou
Parmotrema
com máculas fortes e reticuladas na
superfície superior, e Canomaculina
com características intermediárias entre os outros dois.
O que ocorre é que existe, na literatura, uma grande incoerência na aplicação do
s
conceitos genéricos dentro desses grupos, e provavelmente espécies de um gênero vêm sendo
descritas dentro de outro, para não falar da possibilidade de sinonímia entre eles ou do
envolvimento de gêneros ainda não descritos.
Para estes casos, deve ser seguida na chave a característica diagnóstica mais
importante e mais comumente encontrada em talos do gênero.
C
HAVE PARA OS GÊNEROS
DE
P
ARMELIACEAE
ENCONTRADOS EM
F
AZENDA DA
E
STRELA
1a. Talo amarelo esverdeado, córtex com alta concentração de ácido úsnico .......................... 2
1b. Talo cinza ou cinza esverdeado, córtex sem ácido úsnico ou apenas traços (TLC) ........... 5
2a. Cílios presentes ................................................................................................................... 3
2b. Cílios ausentes ..................................................................................................................... 4
3a. Cílios de base bulbada .............................................................................................
Relicina
3b. Cílios não bulbados ...........................................................................................
Parmotrema
4a. Saxícola ou terrícola, ascosporos de 6 a 10
m de comprimento ...............
Xanthoparmelia
4b. Corticícola ou saxícola, ascosporos de 14 a 20
m de comprimento ............
Flavoparmelia
5a. Pseudocifelas presentes na superfície superior ......................................................
Punctelia
5b. Pseudocifelas ausentes da superfície inferior
...................................................................... 6
6a. Cílios presentes ................................................................................................................... 7
6b. Cílios ausentes ................................................................................................................... 13
31
7a. Cílios bulbados .....................................................................................................
Bulbothrix
7b. Cílios não bulbados ............................................................................................................. 8
8a. Cílios praticamente restritos às axilas dos lobos ................................................................. 9
8b. Cílios presentes em toda margem dos lobos ..................................................................... 10
9a. Medula totalmente branca ................................................................................
Parmelinella
9b. Medula pelo menos em parte amare
la ou laranja ..............................................
Myelochroa
10a. Lobos menores que 5 mm, margem rizinada ...............................................
Parmelinopsis
10b. Lobos maiores que 5 mm, margem rizinada ou nua ....................................................... 11
11a. Superfície superior maculada e rachada em padrão reticulado (rimosa) ................
Rimelia
11b. Superfície superior maculada ou não, contínua ou às vezes irregularmente rachada, não
rimosa ............................................................................................................................. 12
12a. Rizinas dimórficas (forma e/ou tamanho). ..................................................
Canomaculina
12b. Rizinas não dimórficas ...........
.........................................................................
Parmotrema
13a. Rizinas dicotomicamente ramificadas ..........................................................
Hypotrachyna
13b. Rizinas simples ou menos freqüentemente furcadas ...
.................................................... 14
14a. Estreita margem nua (< 5 mm), freqüentemente papilada ...........................
Canoparmelia
14b. Larga margem nua (> 5 mm), se menor, então nunca papilada ......................
Parmotrema
Bulbothrix Hale
Phytologia
28
: 480. 1974.
Tipo:
Bulbothrix bicornuta
(Lynge) Hale.
TALO
lobado ou laciniado, cinza ou cinza amarronzado; lacínias e lobos com
ramificações de dicotômicas a irregulares, contíguos, raramente sobrepostos, de adnatos a
elevados
, ápice redondo, superfície contínua, lisa ou rugosa;
lacínulas
ausentes;
máculas
presentes ou ausentes;
cílios
negros, bulbados, simples ou furcados, de freqüentes a contíguos,
presentes em toda a margem ou em axilas de crenas; lóbulos ou filídios presentes ou
32
ausentes.
PÚSTULAS
presentes ou ausentes.
SORAIS
presentes ou ausentes.
ISÍDIOS
presentes ou ausentes.
MEDULA
branca. SUPERFÍCIE INFERIOR negra ou de castanho
clara a escura; margem presente ou ausente; rizinas negras, bulbadas ou não, simples ou
ram
ificadas, poucas ou abundantes.
APOTÉCIOS
planos, sésseis ou subestipitados, laminais,
disco do apotécio de castanho escuro a castanho claro, não perfurado;
ascosporos
simples,
elipsóides ou bicornudos, 6,0 21,0
4,0 12,0
m.
PICNÍDIOS
laminais ou margina
is,
imersos; de ostíolo negro;
conídios
bifusiformes ou raramente baciliformes, 5,0 10,0
(
15,0)
1,0
m (Hale 1974c, 1976d; Elix 1993; Nash & Elix 2002c).
Comentários
Bulbothrix
foi descrito por Hale (1974c) com base em
Parmelia
subgênero
Parmelia
seção
Imbricaria
subseção
Bicornutae
(Lynge) Hale & Kurok., e foi caracterizado pelo talo
verde acinzentado ou verde esbranquiçado (atranorina no córtex) e por apresentar cílios
negros de base bulbada.
O gênero
Relicina
também apresenta cílios bulbados, mas apresenta uma cor amarela
esverdeada devido à produção de ácido úsnico no córtex superior, além de geralmente
apresentar talos maiores.
Bulbothrix
e
Relicina
, mesmo com morfologia semelhante,
apresentam requerimentos ecológicos diferentes e uma relação evoluti
va distante (Hale 1974c,
1975b, 1976d).
Cerca de 32 espécies foram combinadas em
Bulbothrix
quando o gênero foi proposto
por Hale (1974c). Hale (1976d) aceitou 29 espécies (13 para o Brasil) em sua revisão do
gênero, e atualmente são cerca de 37 espécies no mundo todo (Nash & Elix 2002c).
Marcelli (2004) citou 20 espécies de
Bulbothrix
para o Brasil, o que representa 62%
das espécies conhecidas, sendo de grande dispersão no país.
Contudo, no Rio Grande do Sul são conhecidas apenas 5 espécies:
Bulbothrix
ap
ophysata
(Hale & Kurok.)
Hale,
Bulbothrix goebelii (Zenker) Hale, Bulbothrix isidiza
(Nyl.) Hale, Bulbothrix subcoronata (Müll. Arg.) Hale e Bulbothrix suffixa (Stirt.)
Hale
(Spielmann 2004).
Em Fazenda da Estrela o nero é pouco representativo, sendo en
contrado
preferencialmente em áreas de vegetação ciliar, sobre ramos finos de arbustos ou arvoretas.
Apenas três espécies foram encontradas, uma delas é espécie nova para a Ciência
(B.
megapotamica
) e as duas outras são citações novas para o Rio Grande do
Sul:
B. tabacina
e
B.
nigropunctata
.
33
C
HAVE DE IDENTIFICAÇÃ
O PARA AS ESPÉCIES D
E B
ULBOTHRIX
DE
F
AZENDA DA
E
STRELA
1
a. Superfície inferior negra, isídios ausentes .................................................
B.
megapotamica
1b. Superfície inferior ca
stanha ou castanha escura, isídios presentes ..................................... 2
2a. Superfície superior com muitos pontos negros espalhados, isídios até 0,05 mm de altura
...................................................................................................................... B.
nigropunctata
2b. Superfície superior sem pontos negros, isídios com até 0,20 mm de altura .......
B. tabacina
Bulbothrix megapotamica
Canêz & Marcelli,
ined
.
Figura 1
TALO
cinza esbranquiçado, sublaciniado, 5,0 cm diâm.;
sublacínias
com
ramificações irregulares, 0,4 1,5 mm larg., adnatas, contíguas, ápice levemente truncado,
margem lisa, superfície contínua, lisa, levemente brilhosa;
lacínulas
ausentes;
máculas
ausentes;
pseudocifelas
ausentes;
cílios
negros, simples, 0,15 0,35
0,05 mm, bulbados,
bulbos 0,05 0,20 mm larg., abundantes, contíguos nas axilas, com espaço de um bulbo nas
laterais e quase ausentes nos ápices, muitas vezes com os ápices virados para baixo, quase
perpendiculares ao substrato.
PÚSTULAS
ausentes.
SORAIS
ausentes.
ISÍDIOS
ausentes.
MEDULA
branca, pigmento ausente. SUPERFÍCIE INFERIOR negra, lustrosa, levemente
rugosa;
margem ausente ou castanha escura, lustrosa, 0,45 0,75 mm larg., limite muito
atenuado, lisa
;
rizinas
negras, presentes até a margem, simples, de base não bulbada, 0,20
0,75
0,05 mm, muito densas e muitas vezes entrelaçadas no ápice, distribuídas
homogeneamente.
APOTÉCIOS
levemente côncavos, 0,5 3,0 mm diâm., adnatos, laminais,
margem irregularmente crenada e coronada ( bulbos de tamanho sub-regular, porém
irregularmente distribuídos nas crenas da margem), disco marrom, levemente côncavo, não
perfurado, anfitécio liso;
ascosporos
elipsóides, 13,7 17,5
(7,5 )
8,7 10,0
(
11,0)
m,
epispório
1,2
m.
PICNÍDIOS
laminais e submarginais, de ostíolo negro;
conídios
bifusiformes, 4,0 6,0 1,0
m.
Testes de coloração: córtex superior K+ amarelo, UV ; medula K+ amarelo
laranja
avermelhado, C
, KC , P+ amarelo, UV
.
34
Substâncias de importância taxonômica: traços de atranorina (cortical) e ácido norstíctico
(medular).
Material examinado: município de Vacaria, localidade de Fazenda da Estrela, campo,
28º04 58,9 S, 50º56 48,9 W, 850 m de altitude, em galho de arbusto, col. L.S. Canêz & A.A.
Spielmann
146, 23
-
II
-
2003.
Comentários
Bulbot
hrix megapotamica é distinta pela presença de ácido norstíctico na medula,
ausência de propágulos vegetativos, cílios abundantes e lado de baixo negro.
Esta espécie pode lembrar um talo reduzido de Bulbothrix subcoronata (Müll. Arg.)
Hale, que apresenta cílios restritos às axilas das crenas, anfitécio picnidiado, margem do
apotécio com bulbos altamente irregulares em tamanho e distribuição, a superfície inferior
castanha, com rizinas da mesma cor e esporos bem menores, com 7,0 11
5,0 6,0 m (Hale
1976d), embora Marcelli (1993b) tenha registrado esporos bem maiores, 12 18 7,0 8,0
m.
Uma espécie que, por causa da estrutura das chaves de identificação existentes, talvez
possa ser confundida é B. meizospora (Nyl.) Hale que, entretanto, é bem maior (lobos 3,0 6,0
mm larg.) e apresenta cílios pouco numerosos, sem ápice e apotécios ecoronados (Marcelli
1993b).
Bulbothrix megapotamica pode lembrar ainda Bulbothrix coronata (Fée) Hale, que
tem apotécios com margem não crenada e muito regularmente coronada ( bulbos regulares
em tamanho e distribuição), ácido girofórico na medula, superfície às vezes rugosa, rachada
nos lobos velhos, esporos de 7,0 9,0
5,0 7,0
m (Hale 1976d, Marcelli 1993b) e
Bulbothrix
sensibilis
(Stein. & Zahlbr.) Hale, que também tem a superfície inferior negra, mas os cílios
têm ápices curtos e apresenta ácido salazínico como componente medular.
O holotipo tem grande quantidade de cílios levemente virados para baixo, quase
perpendiculares ao substrato, uma característica normalmente de importância taxonômica no
gênero; entretanto, devido à escassez de material, não é possível afirmar que esta é uma
característica constante na espécie.
35
Bulbothrix nigropunctata
Marcelli & Benatti,
ined
.
Figura 2
Distribuição conhecida:
Brasil
SP, E
S (Marcelli & Benatti, comunicação pessoal).
TALO
cinza esbranquiçado,
lobado,
6,0 cm diâm.;
lobos
com ramificações
irregulares, 0,7 1,5 mm larg., adnatos, contíguos, ápice redondo, margem crenada, superfície
contínua, lisa, brilhosa, com muitos pontos negros distribuídos por toda superfície superior;
lacínulas
ausentes; máculas distintas, irregulares, presentes no ápice de alguns lobos;
pseudocifelas
ausentes;
cílios
negros, simples, bulbados, 0,10 0,30
0,05 mm, bulbos de
0,05 0,15 mm larg., de freqüentes a abundantes, presentes mais comumente nas axilas das
crenas e dos lobos.
PÚSTULAS
ausentes.
SORAIS
ausentes.
ISÍDIOS
de bases concolores
ao talo e ápices marrons fracos, granulares, simples, 0,05
0,05 mm, eretos, de firmes a
caducos, ápice eciliado, l
aminais.
MEDULA
branca, pigmento ausente.
SUPERFÍCIE
INFERIOR
castanha escura, lustrosa, levemente rugosa; margem castanha escura, lustrosa,
0,50 1,50 mm larg., limite atenuado, de lisa a papilada
;
rizinas
presentes até as margens,
negras ou marrom escuras próximo das margens, às vezes com os ápices esbranquiçados,
simples, base não bulbada, 0,15 0,50
0,05 mm larg., abundantes, distribuídas
homogeneamente.
APOTÉCIOS
ausentes.
PICNÍDIOS
ausentes.
Testes de coloração: córtex superior K+ amarelo; medula K+
amarelo
laranja
amarronzado, C
, KC , P+ amarelo, UV
.
Substâncias de importância taxonômica: traços de atranorina (cortical) e ácido norstíctico
(medular).
Material examinado: município de Vacaria, localidade de Fazenda da Estrela, mata ciliar,
28º03 46,8 S, 50º57 33,7 W, 876 m de altitude, em galho de Podocarpus lambertii em borda
de mata, col. L.S.
Canêz & A
.A.
Spielmann
1282, 10-I-2004.
Comentários
A espécie é caracterizada pela superfície inferior castanha escura, presença de ácido
norstíctico na medula e pela presença de pontos negros em toda a superfície superior. Estes
pontos negros lembram picnídios, porém, são ocos quando vistos ao microscópio em corte
anatômico e semelhantes aos cortes dos bulbos das rizinas sem, no entanto, apresentar
36
qualquer
sinal de ápice ciliar. O nome Bulbothrix nigropunctata é uma referência a estes
pontos negros.
Uma espécie morfologicamente próxima é Bulbothrix ventricosa (Hale & Kurok.)
Hale, que também possui ácido norstíctico e isídios cilíndricos. De acordo com Hale
(1976d),
B. ventricosa tem a superfície superior plana, brilhosa, fracamente maculada, margens dos
lobos crenadas e a superfície inferior negra. Swinscow & Krog (1988) também citaram esta
espécie para África. No entanto, nenhum desses autores fornece dados de medidas de
comprimento de cílios, isídios e rizinas.
Marcelli & Benatti (comunicação pessoal)
descrevem
B. nigropunctata com lobos de
1,0 3,0 ( 4,0) de largura, isídios 0,1 0,4 mm de comprimento, em sua maioria caducos,
superfície superior maculada, su
perfície inferior marrom escura, rizinas na base concolores ao
talo, de ápice branco, medindo 0,1 0,3 mm de comprimento e ácido norstíctico na medula,
que confere, portanto, com o material estudado aqui.
Esta espécie é nova citação para o estado do Rio Gra
nde do Sul.
Bulbothrix tabacina
(Montagne & Bosch) Hale
Phytologia
28
:
481. 1974.
Figura 3
Basiônimo:
Parmelia tabacina Montagne & Bosch, Sylloge generum specierumque
cryptogamarum, p. 498. 1856.
Tipo
:
Java,
Junghuhn
(L, lectotipo; P, isolectotipo).
Distribuição conhecida: Oceania (Hale 1976d, Elix 1994a), Ásia (Hale 1976d, Kurokawa
1993), África (Hale 1976d, Swinscow & Krog 1988), América do Norte (Hale 1976d); na
América do Sul é conhecida para a Venezuela (Hale 1976d) e Brasil
SP (Hale 1976d;
Osor
io 1989; Marcelli 1991, 1993b).
TALO
cinza esbranquiçado,
lobado,
6,5 cm diâm.;
lobos
com ramificações
irregulares, 0,9 3,0 mm larg., adnatos, contíguos, ápice redondo, margem levemente crenada,
superfície contínua, lisa;
lacínulas
ausentes;
máculas
fracas, puntiformes, laminais;
pseudocifelas ausentes
;
cílios
negros, simples, 0,10 0,25
0,05 mm, bulbados, bulbos 0,05
0,15 mm larg., abundantes, presentes nas axilas das crenas e dos lobos.
PÚSTULAS
ausentes.
SORAIS
ausentes
.
ISÍDIOS
com base concolor ao talo e ápice marrom escuro, cilíndrico-
37
granulares, simples, 0,05 0,20
0,05 mm, eretos, poucos procumbentes, de firmes a caducos,
ápice eciliado.
MEDULA
branca, pigmento ausente. SUPERFÍCIE INFERIOR castanha
com algumas partes negras, de lustrosa a opaca, r
ugosa;
margem castanha ou, menos
freqüentemente, com partes negras, lustrosa, 1,0 4,0 mm larg., limite atenuado, rugosa,
papilada ou venada
;
rizinas
concolores à superfície inferior (às vezes as rizinas próximas à
margem apresentam o ápice esbranquiçado), simples, 0,10 0,40
0,05 mm, base não
bulbada, abundantes, densas e cobrindo todo o córtex inferior em algumas partes.
APOTÉCIOS
ausentes.
PICNÍDIOS
ausentes.
Testes de coloração: córtex superior K+ amarelo; medula K+ amarelo
vermelho, C
,
KC
, P+ ama
relo, UV
.
Substâncias de importância taxonômica:
atranorina (cortical) e ácido salazínico (medular).
Material examinado: município de Vacaria, localidade de Fazenda da Estrela, vegetação
ciliar, 28º04 49,2 S, 50º56 36,9 W, 850 m de altitude, saxícola (basalto) na margem direita
da Cascata do Pito, parte do dia totalmente exposto ao sol, col. L.S. Canêz & A.A. Spielmann
1064, 10-I-
2004.
Comentários
Esta espécie é caracterizada pela presença de isídios, coloração castanha na maior
parte da superfície inferior e ácido salazínico na medula. Pode ser confundida com
Bulbothrix
isidiza
(Nyl.) Hale, que tem superfície inferior castanha clara.
O material confere bem com a descrição de Marcelli (1993b), exceto pela medida dos
isídios e disposição dos cílios. O material estudado por Marcelli apresenta isídios pequenos,
medindo <0,05 mm comprimento, que concorda com a descrição de Hale (1976d) e
Kurokawa & Lai (2001); o material do Rio Grande do Sul tem isídios de até 0,20 mm de
comprimento.
Quanto aos cílios, Marcelli (1993b) os descreveu como não contíguos, com espaço
interciliar irregular maior que um bulbo. Entretanto, no material examinado os cílios são
abundantes e o espaço interciliar é evidentemente menor que um bulbo.
As medidas da largura dos lobos apresentada
s por Hale (1976d) conferem com aquelas
que foram mencionadas por Kurokawa & Lai (2001), de 4,0 a 7,0 mm, maiores do que as que
constam na descrição de Marcelli (1993b), de 0,80 a 3,0 mm. Porém, esta pode ser uma
diferença relacionada à distribuição geográfica do material, que as medidas do material do
Brasil (deste trabalho e de Marcelli 1993b) são coerentes.
38
Bulbothrix tabacina foi descrita por Swinscow & Krog (1988) para a África com
isídios semiglobulares ou cilíndricos, misturados com filídios. Esta característica, no entanto,
não foi mencionada por Marcelli (1993b) nem por Hale (1976d) e, tampouco, foi vista no
material estudado neste trabalho.
Esta espécie é citada pela primeira vez para o Rio Grande do Sul.
Canomaculina
Elix & Hale
Mycotaxon
29
:
239. 1987.
sensu
Elix (1997), que inclui
Rimeliella
Kurokawa
Tipo:
Canomaculina pilosa
(Stizenb.) Elix & Hale.
TALO
cinza esbranquiçado ou cinza esverdeado, raramente verde amarelado, lobado
;
lobos
irregularmente ramificados, 1,0 15,0 mm larg., de contíguos a sobrepostos
lateralmente, de adnatos a elevados, ápice de redondo a sub-redondo, superfície contínua,
lisa, margem lisa, crenulada ou ondulada;
lacínulas
presentes ou ausentes;
máculas
distintas,
efiguradas ou puntiformes; cílios negros, simples ou furcados, abundantes, densos ou
esparsos.
PÚSTULAS
presentes ou ausentes.
SORAIS
presentes ou ausentes
.
ISÍDIOS
presentes ou ausentes.
MEDULA
branca. SUPERFÍCIE INFERIOR clara ou escura;
margem
presente ou ausente
;
rizinas
negras ou concolores com a superfície inferior, de
simples a esquarrosas, dimórficas em forma ou tamanho, abundantes ou freqüentes.
APOTÉCIOS
de planos a côncavos, de sésseis a subpedicelados, laminais, ocasionalmente
perfurados;
ascosporos
de elipsóides a ovais, 12,0 20,0
5,0 12,0
m.
PICNÍDIOS
laminais, imersos;
conídios
filiformes, 8,0
16,0
1,0 m. (Elix 1993, Elix & Hale 1987,
Hale 1976b, Ribeiro 1998).
Comentários
Canomaculina
é caracterizada pela superfície superior com máculas conspícuas e
efiguradas ou puntiformes, presença de cílios nas margens dos lobos, superfície inferior negra
ou castanha, margem totalmente rizinada ou com estreita margem nua e pela presença de
rizinas dimórficas.
É diferenciada de
Parmotrema
que apresenta ampla margem nua na superfície inferior,
cílios
presentes ou ausentes e rizinas mais freqüentemente simples, às vezes furcadas ou
esquarrosas, mas nunca dimórficas.
39
O gênero
Canomaculina
foi criado por Elix & Hale (1987), como um grupo segregado
do gênero
Parmelina
, e era caracterizado pela presença de cílios comumente furcados,
superfície superior com máculas efiguradas, superfície inferior negra, raramente castanha,
rizinas simples ou menos freqüentemente furcadas, com mistura de rizinas finas e grossas.
Dez anos depois, Elix (1997) colocou o gênero
Rimeliella
Kurok., que havia sido
segregado de
Parmotrema
(Kurokawa 1991a), como sinônimo de
Canomaculina
, sob a
alegação de que a diferença entre os gêneros estava apenas na largura dos lobos. Deste modo
a descrição de
Canomaculina
foi ampliada de modo a agregar as espécies antes em
Rimeliella
que, entre outras características, apresentam a superfície inferior castanha clara.
Feita essa sinonímia,
Canomaculina
ficou representada por 19 espécies (Elix & Hale
1987, Elix 1997).
Para o Brasil são conhecidas 78% dessas espécies, num número total de 15 espécies
(Marcelli 2004). No Rio Grande do Sul o gênero é abundante, sendo mencionadas 11 espécies
(Spielmann 2004).
Em Vacaria o gênero também foi bastante representativo, com 13 espécies. Dessas, 5
espécies são novas: C. glabra Canêz & Marcelli, C. isousnica Marcelli & Canêz, C. lyngei
Marcelli & Canêz, C.
pseudosubcaperata
Marcelli & Canêz e
C.
stellensis
Canêz & Marcelli.
Aqui as espécies foram tratadas como
Canomaculina
senso Elix (1997), apesar de
terem sido observadas tendências morfológicas distintas nos espécimes estudados. Os
espécimes com superfície inferior negra apresentam rizinas indistintamente dimórficas, sendo
observadas apenas rizinas de tamanhos diferentes (longas e curtas). Já os espécimes de
superfície inferior castanha apresentam rizinas dimórficas evidentes, as menores simples,
finas, geralmente torcidas ou curvadas para um dos lados e mais freqüentes, e as maiores
ramificadas, grossas e menos freqüentes, estando preferencialmente agrupadas.
C
HAVE DE IDENTIFICAÇÃ
O PARA AS ESPÉCIES D
E C
ANOMACULINA
DE
F
AZENDA DA
E
STRELA
1a. Sorédios e isídios ausentes .................................................................................................. 2
1b. Sorédios ou isídios presentes ..............................................................................................
4
2a. Medula C
, KC
..................................................................................................
C.
consors
2b. Medula K+ ou KC+ ............................................................................................................. 3
40
3a. Medula K+ amarelo
vermelho, KC
............................................
C.
pseudosubcaperata
3b. Medula K
, KC + rosado ................................................................................
C.
recipienda
4a. Sorédios ausentes, isídios presentes ................................................ C.
fumarprotocetrarica
4b. Sorédios presentes, isídios ausentes .................................................................................... 5
5a. Medula C
e KC
...................................................................................................
C.
pilosa
5b. Medula K+ ou KC+ ............................................................................................................. 6
6a. Medula K
, KC+ rosado .................................................................................
C.
conferenda
6b. Medula K+, KC
................................................................................................................. 7
7a. Medula K+ amarelo ou amarelo amarronzado .................................................................... 8
7b. Medula K+ amarelo
vermelho ....................................................................................... 9
8a. Medula K+ amarelo (substâncias do complexo stíctico) ....................................
C.
muelleri
8b. Medula K+ amarelo amarronzado (ácidos protocetrárico e fumarprotocetrárico) .
C.
lyngei
9a. So
rédios desenvolvidos na superfície inferior dos ápices dos lobos........
C.
leucosemotheta
9b. Sorédios desenvolvendo-
se na superfície superior e/ou na margem do lobos .................. 10
10a. Sorédios marginais originados da abertura da margem; ácido isoúsnico presente .............
........................................................................................................................... C.
isousnica
10b. Sorédios marginais, submarginais, laminais ou apicais, não originados da abertura
da
margem; ácido isoúsnico ausente ..................................................................................... 11
11a. Sorais arredondados ou formando crescentes, apicais ou subapicais, nunca laminais .........
........................................................................................................................... C.
stellensis
11b. Sorais lineares interrompidos, marginais ou submarginais passando a laminais ............ 12
12a. Superfície inferior de lisa a papilada, totalmen
te rizinada ............................
C.
subsumpta
12b. Superfície inferior totalmente lisa, com amplas áreas nuas .................................
C.
glabra
41
Canomaculina conferenda
(Hale) Elix
Mycotaxon
65
: 476. 1997.
Figura 4
Basiônimo:
Parmotrem
a conferendum
Hale,
Mycotaxon
5(2): 433. 1977.
Tipo:
Venezuela, Estado de Mérida, Norte de Mérida, El Vale, em rocha, 2.600 m de altitude,
II.1974,
Hale
43291 (US, holotipo).
Distribuição conhecida:
África (Winnem 1975),
América do Norte (Esslinger & Egan
1995);
na América do Sul é citada para Argentina (Hale 1977), Uruguai (Osorio 2003), Venezuela
(Hale 1977) e Brasil
PR (Eliasaro & Donha 2003), RS (Spielmann 2004), SC (Kurokawa
1991a).
TALO
cinza esbranquiçado,
lobado,
10
cm diâm.;
lobos
com ramificaç
ões irregulares,
1,7 10,0
mm larg., frouxamente adnatos, de contíguos a pouco sobrepostos lateralmente,
ápice redondo, margem de crenada a crenulada, elevada, superfície de contínua a pouco
irregularmente quebrada, de lisa a rugosa;
lacínulas
ausentes;
mác
ulas
distintas, de
puntiformes a finamente efiguradas, laminais;
pseudocifelas
ausentes;
cílios
negros, simples
ou mais raramente furcados ou cespitosos, 0,20 1,25
0,05 0,08 mm, de freqüentes a
abundantes, presentes em toda a margem.
PÚSTULAS
ausentes.
S
ORAIS
concolores ao talo,
em forma de crescente quando marginais e capitados ou capitados passando a extensivos
quando laminais; sorédios laminais, originados de inchaços que, ao se abrirem, formam
crateras ou rachaduras, os marginais são formados a partir
da abertura da margem, que origina
sorais em forma de crescentes ou sorais laminais capitados, subgranulares.
ISÍDIOS
ausentes.
MEDULA
branca, pigmento ausente. SUPERFÍCIE INFERIOR de creme a castanha clara,
lustrosa, muito venada e rugosa; margem concolor ao centro, totalmente rizinada, lustrosa,
papilada, venada, rugosa ou lisa
;
rizinas
de negras a castanhas escuras, simples, furcadas ou
irregulares, dimórficas, as menores são simples, muito emaranhadas e inclinadas, distribuídas
homogeneamente, as mais robustas são muitas vezes furcadas, com a base gradualmente
passando de creme a negra, distribuídas em pontos isolados, 0,20
2,50
<0,05
0,10 mm,
abundantes.
APOTÉCIOS
ausentes.
PICNÍDIOS
ausentes.
Testes de coloração: córtex superior K+ amarelo, UV ; medula K , C , KC+ lilás
rápido
vermelho, P
, UV
.
42
Substâncias de importância taxonômica: atranorina (cortical), norlobaridona e loxodina
(medulares).
Material examinado: município de Vacaria, localidade de Fazenda da Estrela, campo sujo,
28º04 15,9 S, 50º55 11 W, 850 m de altitude, em córtex de laranjeira em terreno
abandonado, col.
L.S.
Canêz & A
.A.
Spielmann
979, 12
-I-
2004.
Comentários
Canomaculina conferenda é caracterizada pela presença de sorédios, lado de baixo
claro e norlobaridona e loxodina como constituintes medulares. Morfologicamente é
semelhante a
C.
subsumpta
(Nyl.) Elix, que tem ácido salazínico na medula.
Quando M.E Hale fez a revisão de
Parmelia
subgênero
Amphigymnia
(Hale 1965a),
tratou
Parmelia subsumpta Nyl. como dois grupos de espécies com química distinta; um
grupo com ácido salazínico e outro com ácidos criptoclorofeico e protoliquesterínico, ambos
sorediados e com a superfície inferior castanha clara e rizinas dimórficas. O grupo com ácido
salazínico é atualmente considerado C. subsump
ta
(ver Comentários sob esta espécie e afins)
,
e o outro grupo foi descrito pelo próprio Hale (1977) como
Parmotrema
[
Canomaculina
]
conferendum
, com norlobaridona e loxodina na medula. Para aqueles espécimes com ácido
salazínico e norlobaridona, Hale (1977
) descreveu
Parmotrema reitzii
Hale, considerando que
poderia se tratar de um híbrido entre
P. subsumptum
e
P.
conferendum
.
Krog & Swinscow (1981) colocaram Parmotrema conferendum como sinônimo de
Parmelia subsumpta, assumindo que existiam apenas raças químicas dentro deste grupo de
espécies.
Mesmo sem ver o tipo, mas com base na descrição, Kurokawa (1991a) colocou este
táxon no gênero
Rimeliella
, assumindo Parmotrema reitzii Hale como sinônimo de
R.
conferenda
.
Tomando posição diferente, Fleig (1997), com base no estudo do tipo e na variação
química dos espécimes estudados do Rio Grande do Sul, colocou P. reitzii como sinônimo de
R.
subsumpta
.
Uma grande variação química é encontrada nos espécimes do Rio Grande do Sul
(Fleig 1997), onde existem desde espécimes com norlobaridona e loxodina até espécimes
com traços de ácido salazínico. No entanto, no espécime estudado neste trabalho, apenas
norlobaridona e loxodina foram constatadas na cromatografia.
43
Canomaculina consors
(Nylander) Elix & Hale
Mycotaxon
19
: 239. 1987.
Figura 5
Basiônimo:
Parmelia consors
Nylander,
Flora
68: 613. 1885.
Tipo:
Brasil, Minas Gerais,
Weddell (H
NYL 35277, lectotipo).
Distribuição conhecida: Oceania (Elix 1994b); na América do Sul é conhecida para a
Argentina (Osorio 1970b, 1976; Hale 1976b; Adler 1992), Paraguai (Hale 1976b), Uruguai
(Osorio 1970a/c, 1972; Hale 1976b), Brasil
MG (Hale 1976b, Ribeiro 1998), MT (Osorio
1992), PR (Osorio 1977b, Eliasaro & Adler 2000, Eliasaro & Donha 2003), RJ (Hale 1976b),
RS (Hale 1976b, Spi
elmann 2004), SC e SP (Hale 1976b).
TALO
cinza esbranquiçado, lobado,
16
cm diâm.;
lobos
com ramificações irregulares,
(1,0
) 1,5 5,0 mm larg., frouxamente adnatos, contíguos, às vezes com centro amontoado,
ápice redondo, pruinoso ou não, às vezes revoluto e então evidenciando a superfície inferior
escura, margem crenada, elevada, superfície contínua, lisa;
lacínulas
ausentes;
máculas
distintas, puntiformes, laminais;
pseudocifelas
ausentes;
cílios
negros ou mais raramente
castanhos escuros, simples, furcados, cespitosos ou irregulares, 0,25 2,40 (
3,00)
(0,05
)
0,08 0,10
mm, contíguos, presentes em toda a margem, os mais robustos principalmente nas
axilas dos lobos.
PÚSTULAS
ausentes.
SORAIS
ausentes.
ISÍDIOS
ausentes.
MEDULA
branca, pigmento ausente.
SUP
ERFÍCIE INFERIOR negra, lustrosa, levemente rugosa;
margem
de castanha escura a castanha clara, lustrosa, de ausente a 0,5 4,0 mm larg., limite
atenuado, lisa
;
rizinas
presentes até a margem, negras ou castanhas escuras em algumas
margens, simples, irregulares ou esquarrosas, indistintamente dimórficas, emaranhadas e
inclinadas nas áreas do centro do talo, 0,20 2,50
<0,05 0,10 mm, muito densas, distribuídas
homogeneamente.
APOTÉCIOS
cupuliformes ou às vezes côncavos, 2,0 7,0 mm diâm.,
estipe largo e curto, submarginais e mais raramente subapicais, margem lisa, às vezes
involuta, anfitécio maculado e raramente pruinoso, disco castanho claro, geralmente
perfurado;
ascosporos
elipsóides, 12,5 15,0
7,5 8,7
m,
epispório
1,0
m.
PICNÍDIOS
submarginais e subap
icais, de ostíolo negro;
conídios
filiformes, 10,0 13,7
1,0
m.
Testes de coloração:
córtex superior K+ amarelo, UV
; medula K
, C
, KC
, P
, UV
.
44
Substâncias de importância taxonômica: Atranorina e uma substância não identificada,
Rf
50 (solvente padrão C) em TLC, cuja mancha tem cor de vinho após o tratamento com
ácido sulfúrico 10%.
Material examinado: município de Vacaria, localidade de Fazenda da Estrela, campo de
pastagem, 28º03 57,3 S, 50º57 38,1 W, 905 m de altitude, em laje (arenito) no pátio da
casa
do Sr. Alcebides Teixeira, col. L.S. Canêz & A.A. Spielmann 067, 109, 01-
III
-2003; idem,
mata ciliar, 28º02 28,2 S, 50º56 59,7 W, 800 m de altitude, em córtex de árvore próximo à
Cascata do Oito, col. L.S. Canêz & A.A. Spielmann
1373
, 19-
VII
-2003; idem, campo,
28º01 58 S, 50º58 17,5 W, 900 m de altitude, em córtex de árvore próximo da estrada, col.
L.S. Canêz & A.A. Spielmann 444, 19-
VII
-2003; mata ciliar, 28º03 46,8 S, 50º57 33,7 W,
876 m de altitude, em tronco de árvore na beira da margem direita do
arroio, local sombreado,
col.
L.S. Canêz & A.A. Spielmann 848, 10-I-2004; idem, campo, 28º04 14,8 S, 50º59 28 W,
970 m de altitude, tronco de árvore na beira da estrada, col.
L.S.
Canêz & A
.A.
Spielmann
742
,
11
-I-2004; idem, campo sujo, 28º04 15,9 S, 50º55 11 W, 850 m de altitude, em córtex de
laranjeira em terreno abandonado, col. L.S.
Canêz & A
.A.
Spielmann
972, 12-I-2004.
Comentários
Esta espécie é caracterizada pela ausência de propágulos vegetativos e de substâncias
medulares. Morfologicamente é semelhante a Canomaculina pilosa (Stizenb.) Elix & Hale
que também não apresenta substâncias medulares, mas é sorediada.
A cromatografia do material, com exceção da substância não identificada, confere com
a química dada em Hale (1976b). Eliasaro (2001) encontrou ácidos alifáticos no material do
Paraná, não encontrados nos espécimes de Vacaria estudados aqui.
As partes velhas dos espécimes apresentam pequenos talos se desenvolvendo a partir
de lóbulos adventícios, que são muito pruinosos. A morfologia dos espécimes coletados é
bastante homogênea, no entanto, algumas medidas diferem um pouco da literatura. O tamanho
do talo, as medidas de largura dos lobos e o comprimento dos cílios são levemente maiores do
que aqueles apresentados em Hale (1976b) e Ribeiro (1998). Com as medidas dos esporos
acontece o contrário, o material estudado tem medidas menores do que aquela fornecidas pela
literatura: 14 16
(
19)
8 12
m (Hale 1976b, Eliasaro 2001).
45
Canomaculina fumarprotocetrarica
(Marcelli & Hale) Elix
Mycotaxon
65
:
477. 1997.
Figura 6
Basiônimo:
Parmelia fumarprotocetrarica
Marcelli & Hale,
Mycotaxon
25: 88. 1986.
Tipo:
Brasil, São Paulo, Itanhaém, em árvore no mangue próximo da ponte sobre o Rio
Itanhaém, Km 112 da BR 101,
Marcelli
08 (US, holotipo).
Distribuição
conhecida:
Brasil
BA (Hale 1986b), PR (Kurokawa 1991a), RS (Spielmann
2004), SC e SP (Hale 1986b).
TALO
acinzentado amarelado,
lobado,
7 cm diâm.;
lobos
com ramificações
irregulares, 1,5 2,0 mm larg., frouxamente adnato, contíguos, poucos sobrepostos
la
teralmente, ápice redondo, margem de ondulada a crenada ou lisa, elevada, superfície
contínua passando a irregularmente quebrada, lisa;
lacínulas
ausentes; máculas distintas, de
puntiformes a efiguradas, laminais;
pseudocifelas
ausentes;
cílios
negros, simples, 0,15
1,00
0,05 mm, poucos, distribuídos em toda a margem, exceto quando a margem é isidiada.
PÚSTULAS
ausentes.
SORAIS
ausentes.
ISÍDIOS
com base concolor ao talo, ápice marrom
ou raramente negro, cilíndricos ou quando marginais podem ser achatados, principalmente
coralóides, poucos ramificados ou simples, comumente sorediados, 0,10 0,50
0,05
0,15
mm, eretos, firmes, poucos com lios laterais, de laminais a marginais.
MEDULA
branca,
pigmento ausente. SUPERFÍCIE INFERIOR castanha ou castanha pálida, lustrosa, venada
ou fortemente rugosa; margem
castanha clara, lustrosa, 1,0
4,0 mm, papilada, lisa, venada ou
rugosa
;
rizinas
negras, simples e furcadas, dimórficas, as menores sempre simples, muitas
vezes recurvadas, distribuídas por todo o talo, as ma
iores muitas vezes ramificadas, agrupadas
em tufos nas áreas que se prendem ao substrato, 0,15 1,50 (
2,00)
<0,05
0,10 mm, de
abundantes a freqüentes.
APOTÉCIOS
ausentes.
PICNÍDIOS
submarginais e laminais, de
ostíolo negro;
conídios
baciliformes, 6,0 8,
7
1,0
m.
Testes de coloração: córtex superior K+ amarelo, UV ; medula K+ amarelo amarronzado
laranja amarronzado, C
, KC
, P+ laranja, UV
.
Substâncias de importância taxonômica: atranorina, ácido isoúsnico (corticais), ácidos
fumarprotocetrárico e pr
otocetrárico (medulares).
46
Material examinado: município de Vacaria, localidade de Fazenda da Estrela, campo,
28º02 44,6 S, 51º02 01,7 W, 860 m de altitude, em córtex de Araucaria angustifolia isolada
na margem esquerda do Rio Frade, col. L.S.
Canêz & A
.A.
Spielmann 690, 11
-I-2004.
Comentários
Canomaculina fumarprotocetrarica é diferenciada pela presença de isídios e ácidos
fumarprotocetrárico e protocetrárico na medula. Morfologicamente é semelhante a
Canomaculina haitiensis (Hale) Elix, que também é isidiada, mas apresenta norlobaridona e
loxodina na medula (K
, KC+ avermelhada).
Kurokawa (1991a) comenta que pela cor da superfície superior desta espécie é
possível que traços de ácido úsnico sejam encontrados, porém isto não foi descrito por Hale
(1986b). No material estudado também não foi encontrado ácido úsnico na cromatografia,
mas foi confirmada a presença de ácido isoúsnico, não mencionado por Fleig (1997) para os
espécimes do Rio Grande do Sul.
Houve oportunidade de cromatografar também material procedente da localidade tipo
(Marcelli 31948) e constatamos que esse material também não apresenta ácido isoúsnico no
córtex e possui apenas traços de atranorina, ácidos fumarprotocetrárico e protocetrárico.
A descrição da espécie feita por Hale (1986b) não menciona a presença de cílios nos
isídios. Os isídios do espécime Marcelli 31948 e o espécime estudado por Fleig (1997)
também são eciliados, mas o material de Vacaria tem isídios freqüentemente ciliados.
Em relação às diferenças morfológicas, Fleig (1997) comentou que a exsicata Marcelli
1684 (ICN 76511) tem isídios mais arredondados, mais curtos e mais ramificados em
comparação ao material coletado no Rio Grande do Sul.
O espécime estudado está incluído neste táxon devido à pobreza do material coletado,
que não permitiu avaliar a freqüência de espécimes com isídios ciliados e nem determinar a
presença de outras características constantes que sirvam de diagnose para uma nova espécie
ou de confirmar que se trata de uma variação morfológica aceitável entre populações de
latitudes diferentes.
47
Canomaculina glabra
Canêz & Marcelli,
ined
.
Figura 7
TALO
verde acinzentado,
lobado,
11 ( 30) cm diâm.;
lobos
com ramificações
irregulares, 1,5 3,5 mm larg., frouxo adnato, contíguos, ápice redondo, às vezes côncavos,
ma
rgem de lisa a crenada, pouco elevada, superfície contínua, irregularmente quebrada no
centro, lisa, rugosa ou foveolada;
lacínulas
ausentes; máculas muito distintas, efiguradas,
laminais, às vezes originando quebras;
pseudocifelas
ausentes;
cílios
negros, principalmente
simples, poucos furcados ou irregulares, 0,50 2,50
(0,05
) 0,08 0,10 mm, muito
abundantes, elevados, distribuídos em toda a margem, mas principalmente nas axilas lobos.
PÚSTULAS
ausentes.
SORAIS
de lineares interrompidos a lineares contínuos, marginais,
muitas vezes passando a laminais;
sorédios
formados a partir da desagregação do córtex,
marginais passando a densos e submarginais ou laminais, muitas vezes acompanhando as
rachaduras do talo, de subgranulares a granulares.
ISÍDIOS
ausentes.
MEDULA
branca,
pigmento ausente. SUPERFÍCIE INFERIOR castanha ou negra no centro, opaca, rugosa,
com muitas áreas nuas livres de rizinas; margem castanha, podendo ser branca ou variegada
de castanha e branca nos ápices dos lobos sorediados, com zona nua evidente, lustrosa, 1,5
4,0 mm, limite ausente, de lisa a levemente rugosa
;
rizinas
negras ou castanhas escuras ou
negras com ápice marrom, simples, furcadas ou irregulares, dimórficas, as menores torcidas,
0,15 0,45
<0,05
mm, as maiores (0,35 ) 0,75 2,00
0,05 0,10 mm, de poucas a
freqüentes, agrupadas e deixando grandes áreas da superfície inferior nua.
APOTÉCIOS
ausentes.
PICNÍDIOS
subapicais, escassos, de ostíolo negro;
conídios
filiformes,
11,0 13,0 (
15,0)
1,0
m.
Testes de coloração:
córtex supe
rior K+ amarelo, UV
; medula K+ amarelo
vermelho, C
,
KC
, P+ amarelo, UV
.
Substâncias de importância taxonômica: atranorina (cortical), ácidos salazínico e
consalazínico (medulares).
Material examinado: município de Vacaria, localidade de Fazenda da Estrela, campo de
pastagem, 28º03 57,3 S, 50º57 38,1 W, 905 m de altitude, em cerca de madeira da casa do
Sr. Alcebides Teixeira, col. L.S. Canêz & A.A. Spielmann
082a
, 01-
III
-2003; idem, col. L.S.
Canêz
123b
, 01-
III
-2003; idem, campo sujo, 28º03 46,8 S, 50º57 33,7 W, 876 m de altitude,
em rocha basáltica sob árvore isolada, col. L.S. Canêz & A.A. Spielmann 809a, 10-I-
2004;
48
idem, campo, 28º02 44,6 S, 51º02 01,7 W, 860 m de altitude, saxícola (basalto) na margem
esquerda do arroio sombreado por arbusto, col. L.S. Canêz & A.A. Spielmann 666, 11-I-
2004;
idem, campo sujo, 28º04 15,9 S, 50º57 11 W, 850 m de altitude, em córtex de árvore, col.
L.S. Canêz & A.A. Spielmann 947, 12-I-2004; idem, campo, 28º04 01,8 S, 50º57 45,4 W,
920 m de altitude, saxícola (basalto) sombreado por arbusto, col. L.S. Canêz & A.A.
Spielmann
876, 13
-I-
2004.
Comentários
Canomaculina glabra é caracterizada pelos sorais marginais passando a laminais,
superfície inferior lisa, em grande parte nua, exceto pelas rizinas dimórficas agrupadas em
tufos espalhados.
É semelhante a Canomaculina subsumpta (Nyl.) Elix e Canomaculina leucosemotheta
(Hue) Elix. A primeira tem sorais marginais passando a laminais, superfície inferior rugosa e
rizinas evidentemente dimórficas presentes até a margem; C. leucos
emotheta
tem sorais
lineares que se desenvolvem na superfície inferior, tornado os lobos involutos, rizinas
dimórficas e zona marginal nua evidente (ver Comentários sob estas espécies
).
A cor da superfície inferior pode variar de castanha a negra no centro e a superfície
superior pode variar desde lisa até rugosa ou foveolada. Parece que nos espécimes estudados
neste trabalho existe uma relação entre a cor da superfície inferior e o relevo da superfície
superior. Observou-se que espécimes com o centro da superfície inferior negro ou marrom
escuro apresentavam superfície superior lisa e os espécimes com superfície inferior clara
apresentavam superfície superior rugosa ou rugosa-foveolada. No entanto, a distribuição das
rizinas e dos sorais em todos os espécim
es é a mesma.
Por apresentar amplas áreas nuas na superfície inferior, o comentário a respeito do
material tipo de
Parmelia
hypotropa
var.
imperialis
dado em Fleig (1997), aproxima
C.
glabra
a este último táxon que, entretanto, é eciliado (Zahlbruckner 190
9).
Canomaculina isousnica
Marcelli & Canêz,
ined
.
Figura 8
TALO
acinzentado amarelado,
lobado,
10 cm diâm.;
lobos
com ramificações
irregulares, 1,2 4,0 mm larg., frouxamente adnatos, contíguos, ápice arredondado, margem
lisa, recortada ou levemente cre
nada, elevadas nos lobos sorediados, superfície irregularmente
rachada, lisa;
lacínulas
simples, 0,25 0,75
0,20 0,45 mm, marginais, de ápice redondo e
49
sempre sorediado, às vezes levemente involutos, às vezes variegada de castanho e branco na
margem infer
ior; máculas
distintas, efiguradas, laminais, às vezes originando quebras;
pseudocifelas
ausentes;
cílios
negros, menos freqüentemente castanhos escuros, simples,
menos comumente furcados, 0,50 2,50
0,05 0,08 mm, distribuídos por toda margem
naqueles lobos não sorediados, de poucos a raros, porém completamente ausente nos lobos
sorediados.
PÚSTULAS
ausentes.
SORAIS
capitados quando sobre as lacínulas e alongados
quando na margem dos lobos, às vezes passando a lineares interrompidos, marginais;
sorédios
originados pela abertura da margem, de farinosos a subgranulares, raramente
granulares.
ISÍDIOS
ausentes.
MEDULA
branca, pigmento ausente.
SUPERFÍCIE
INFERIOR
castanha clara, opaca, rugosa; margem concolor à superfície inferior, zona
marginal nua de 1,2 4,0
mm larg., raramente com rizinas até a borda, de opaca a lustrosa, lisa,
rugosa ou papilada
;
rizinas
negras, menos freqüentemente castanhas escuras, ou com a base
castanha escura e o ápice castanho claro, dimórficas, as menores simples, abundantes, 0,20
0,35
<0,05 mm, deixando algumas áreas nuas, às vezes presentes até a borda, as maiores
muitas vezes furcadas e com o ápice penicilado, 1,00 2,50
0,10 0,15 mm, agrupadas em
alguns pontos.
APOTÉCIOS
ausentes.
PICNÍDIOS
submarginais, laminais ou subapicais,
de ostíolo negro;
conídios
ausentes.
Testes de coloração: córtex superior K+ amarelo, UV ; medula K+ amarelo
vermelho,
C
, KC , P+ amarelo, UV
.
Substâncias de importância taxonômica: atranorina, ácidos úsnico e isoúsnico (corticais), e
ácidos salazínico e traços de consalazínico (medulares).
Material examinado: município de Vacaria, localidade de Fazenda da Estrela, campo sujo,
28º03 46,8 S, 50º57 33,7 W, 876 m de altitude, em rocha basáltica sob árvore isolada, col.
L.S.
Canêz & A
.A.
Spielmann
809b
, 1
0-I-2004.
Comentários
Esta espécie faz parte do grupo
Canomaculina subsumpta
, da qual é diferenciada pelos
sorais que nunca passam a laminais e pela superfície inferior, que não é totalmente rizinada; é
distinta de C. leucosemotheta (Hue) Elix, que tem os sorais se desenvolvendo na superfície
inferior; a textura da superfície inferior a diferencia de C. glabra Canêz & Marcelli, e é
distinta de C. stellensis Canêz & Marcelli, que apresenta rizinas indistintamente dimórficas e
não desenvolve lacínulas margina
is.
50
Assim,
Canomaculina
isousnica
é diferenciada das demais pela presença conjunta de
sorais capitados no ápice de lacínulas (além dos marginais) e originados pela abertura da
margem, a superfície inferior rugosa e as rizinas distribuídas por quase toda su
perfície
inferior, mas deixando algumas áreas nuas.
Ver também os Comentários em
Canomaculina subsumpta
.
Canomaculina leucosemotheta
(Hue) Elix
Mycotaxon
65
: 477. 1997.
Figura 9
Basiônimo:
Parmelia leucosemotheta Hue, Nouvelles Archives du Muséum Paris, sér. 4, 1:
192. 1899.
Tipo: México,
San Luis Potosí, Abrededores,
Maury
7650 (P, holotipo).
Distribuição conhecida: Ásia (Kurokawa & Lai 2001), África (Winnem 1975, Krog &
Swinscow 1981), América do Norte, América Central (Hale 1965a); na América do Sul é
conhecida para Argentina (Hale 1965a) e Brasil
MG (Hale 1965a), PR (Osorio 1977b) e SP
(Hale 1965a).
TALO
cinza esverdeado,
lobado,
17 cm diâm.;
lobos
com ramificações irregulares,
2,0 9,5
mm larg., frouxamente adnatos, contíguos, ápice redondo, margem d
e lisa a ondulada,
elevada, superfície de contínua a irregularmente quebrada, lisa;
lacínulas
ausentes;
máculas
distintas, de puntiformes a efiguradas, laminais, às vezes podendo originar quebras;
pseudocifelas
ausentes;
cílios
simples, raro furcados, 0,35 1,50
0,05 0,08 mm, poucos,
distribuídos em toda a margem.
PÚSTULAS
ausentes.
SORAIS
de lineares contínuos a
lineares interrompidos, que tornam as margens onduladas, marginais; sorédios originados do
córtex marginal que se torna erodido, desenvolvendo-
se
no subápice da superfície inferior,
tornando os lobos e as lacínulas curtas revolutas e dando a falsa impressão de que os sorédios
se desenvolvem na superfície superior, algumas partes podem formar crescentes que também
se desenvolvem na superfície inferior, de farinosos a subgranulares.
ISÍDIOS
ausentes.
MEDULA
branca, pigmento ausente.
SUPERFÍCIE INFERIOR
de castanha escura a negra,
levemente lustrosa, rugosa; margem castanha, estreita, freqüentemente branca, creme ou
variegada de castanha e branca no áp
ice de lacínulas muito curtas, lustrosa, de ausentes a 1,0
5,0 mm larg., de lisa a papilada
;
rizinas
negras, de simples a furcadas, dimórficas, as menores
51
homogeneamente distribuídas, 0,20 0,40
<0,05
0,05 mm, abundantes, as maiores
agrupadas em tufos em partes do talo, 1,00 2,00
0,08 0,10 mm, freqüentes.
APOTÉCIOS
ausentes.
PICNÍDIOS
laminais e submarginais, escassos, de ostíolo negro;
conídios
filiformes, 9,0
11,0 (
13,0)
1,0
m.
Testes de coloração: córtex superior K+ amarelo, UV ; medula K+ amarelo
vermelho,
C
, KC , P+ amarelo, UV
.
Substâncias de importância taxonômica: atranorina (corticais), ácidos salazínico e
consalazínico (medulares).
Material examinado: município de Vacaria, localidade de Fazenda da Estrela, campo,
28º01 58 S, 50º58 17,5 W, 900 m de altitude, em córtex de árvore próximo da estrada, col.
L.S. Canêz & A.A. Spielmann 380, 19-
VII
-2003; idem, campo de pastagem, 28º03 57,3 S,
50º57 38,1 W, 905 m de altitude, em cerca de madeira da casa do Sr. Alcebides Teixeira, col.
L.S. Canêz & A.A. Spielmann
082b
, 01-
III
-2003; idem, mata aberta, 28º04 16,6 S,
50º55 39,7 W, 930 m de altitude, em córtex de árvore em borda de mata, col. L.S. Canêz &
A.A. Spielmann 734, 12-I-2004; campo, 28º04 01,8 S, 50º57 45,4 W, 920 m de altitude, em
rocha basá
ltica em local ensolarado, col.
L.S.
Canêz & A
.A.
Spielmann
870, 871, 13
-I-2004.
Comentários
Esta espécie é caracterizada pelos sorais lineares desenvolvidos no ápice ou subápice
da superfície inferior do talo, rizinas dimórficas e de distribuição homogênea, mas deixando
uma zona marginal nua. Canomaculina leucosemotheta é semelhante a
C.
subsumpta
(Nyl.)
Kurok., que se
diferencia por ter sorais marginais passando a laminais e rizinas presentes até a
margem.
Segundo Hale (1965a), Parmelia leucosemotheta Hue é diferenciada de P. subsumpta
Nyl. por ter sorais marginais e superfície inferior negra. Porém P. subsumpta pode apresentar,
de vez em quando, a superfície inferior enegrecida e, nestes casos, pode ser diferenciada pela
margem papilada e estreita, que em
P.
leucosemotheta
é larga e lisa (sem papilas).
Estudando o material da África, Krog & Swinscow (1981) colocaram
Parmelia
leucosemotheta
como sinônimo de P. subsumpta. De acordo com esses autores, o tipo de
P.[
Canomaculina
] leucosemotheta apresenta superfície inferior com larga zona castanha,
enegrecida apenas na região central, rizinas indistintamente dimórficas, que podem ou o
estar presentes até a margem. Eles mencionaram que encontraram variação considerável na
cor da superfície inferior, na presença de papilas e na distribuição das rizinas, sendo um
52
mesmo talo papilado ou rizinado na margem, enquanto outros apresentavam zona marginal
nua. Por outro lado, espécimes coletados em rochas às vezes apresentavam as rizinas curtas
pouco desenvolvidas, porém,
sem correlação aparente com a cor da superfície inferior.
Por estas informações dadas por Krog & Swinscow (1981), nota-se uma variação
morfológica aparentemente semelhante com aquela encontrada em materiais do Rio Grande
do Sul, descrita por Fleig (1997) para
Rimeliella
[
Canomaculina
]
subsumpta
. Estes fatos
reforçam a idéia de que a cor da superfície inferior não é constante neste grupo (ver
comentários em
Canomaculina subsumpta
).
Quando Kurokawa (1991a) criou o gênero
Rimeliella,
Parmelia leucosemotheta
não
foi mencionada em sua chave para as espécies e nem consta como sinônimo das espécies
combinadas, talvez pelo fato do material tipo apresentar a superfície inferior negra no centro e
rizinas indistintamente dimórficas, como mencionado em Krog & Swinscow
(1981).
Em sua tese de doutorado, Fleig (1997), analisou os tipos dos sinônimos de
Parmelia
subsumpta
, e assim como Krog & Swinscow (1981), ela também considerou
P.
leucosemotheta
como sinônimo de P. subsumpta. Fleig descreveu o tipo de
P.
leucosemotheta
como semelhante a Parmelia hypotropa Nyl. var.
imperialis
Hue, com
zona marginal inferior sem rizinas, castanha, parte distal dos lobos mais côncava, lobos
subinteiros, talo mais oliváceo e sorais lineares. Porém, segundo Zahlbruckner (1909),
Parmelia hypo
tropa
var.
imperialis
não apresenta cílios na margem dos lobos.
Estudando atentamente os espécimes que possuem as características típicas
mencionadas para C. subsumpta e C. leucosemotheta, foi possível notar a ontogenia diferente
dos sorais, que em
C.
leu
cosemotheta
se desenvolvem a partir do ápice e do subápice inferior,
diferente de C. subsumpta. Utilizando-se dessa característica foi possível separar com
facilidade os espécimes de morfologia geral intermediária entre esses táxons, razão pela qual
é mant
ida a separação dessas espécies.
Canomaculina lyngei
Marcelli & Canêz,
ined
.
Figura 10
TALO
acinzentado,
lobado,
13 cm diâm.;
lobos
com ramificações irregulares a
subdicotômicas, 1,2 5,0 mm larg., adnatos, contíguos, ápice redondo, pruinoso, margem de
lisa a crenada, superfície contínua, às vezes passando a irregularmente quebrada no centro,
lisa;
lacínulas
ausentes;
máculas
de fracas a distintas, efiguradas, laminais;
pseudocifelas
53
ausentes;
cílios
negros, mais comumente simples, raros esquarrosos, 0,25 0,85
<0,05
0,05
mm, de poucos a abundantes, distribuídos principalmente em toda a margem.
PÚSTULAS
ausentes.
SORAIS
capitados, marginais e apicais; sorédios de subgranulares a
granulares, marginais ou no ápice dos lobos, originados do córtex superior erodido no ápice
de lacínulas curtas, que se confundem com recortes dos lobos e que podem tornar o ápice dos
lobos involutos; freqüentemente, nas partes velhas do talo, os sorédios podem tornar-
se
corticados.
ISÍDIOS
ausentes.
MEDULA
branca, pigmento ausente.
SUPERFÍCIE
INFERIOR
negra, lustrosa, de rugosa a papilada; margem de negra a castanha escura ou
variegada de castanha e branca abaixo das áreas sorediadas, lustrosa, 1,0 4,0 mm larg., limite
atenuado, de lisa a pouco papilada
;
rizinas
negras, simples, furcadas, esquarrosas e
irregulares, 0,20 1,50
0,05 0,10 mm, muito densas, espalhadas por todo o talo de maneira
quase homogênea.
APOTÉCIOS
de planos a côncavos ou cupuliformes, 1,4 6,0 mm diâm.,
adnatos, principalmente submarginais, margem lisa, anfitécio liso, rugoso e, pouco
freqüentemente maculado, discos castanhos, não perfurados;
ascosporos
elipsóides,
11,0 13,7
(6,0 ) 7,5 8,7
m,
epispório
<1,0
m.
PICNÍDIOS
submarginais, menos
freqüentemente laminais ou subapicais, de ostíolo negro;
conídios
filif
ormes,
10,0 11,0
1,0
m.
Testes de coloração: córtex superior K+ amarelo, UV ; medula K+ amarelo
marrom
avermelhado, C
, KC , P+ laranja, UV
.
Substâncias de importância taxonômica: atranorina, com ou sem ácido isoúsnico
(corticais), ácidos protocetrár
ico e fumarprotocetrárico (medulares).
Material examinado: município de Vacaria, localidade de Fazenda da Estrela, campo de
pastagem, 28º04 01,8 S, 50º57 45,4 W, 920 m de altitude, saxícola (basalto) sombreado por
arbusto, col.
L.S.
Canêz & A
.A.
Spielmann
873, 13-I-2004.
(SP).
Material adicional examinado: Minas Gerais, município de Catas Altas, Serra do Caraça,
parque natural do Caraça, nos arredores do hotel, 1350 m de altitude, sobre muro de pedras ao
lado do portão do pátio em frente ao hotel, col. M.P. Marcelli & C.H. Ribeiro 31948
(SP
264803), 09
-IX-
1997.
Comentários
A espécie é caracterizada pela presença de sorédios e ácidos protocetrárico e
fumarprotocetrárico na medula. Canomaculina fumarprotocetrarica (Marcelli & Hale) Elix
54
também tem ácidos fumarprotocetrárico e protocetrárico, mas apresenta isídios ao invés de
sorédios.
A presença de ácidos fumarprotocetrárico e protocetrárico é rara neste gênero Hale
(1986b), o que torna esta espécie facilmente identificável.
Canomaculina lyngei também foi coletada em Minas Gerais e mencionada em Ribeiro
(1998) como C. carassensis Marcelli & Ribeiro (nomem nudum). O espécime de Minas
Gerais apresenta a superfície superior rachada no centro, cílios menos freqüentes, levemente
menores, presentes principalmente nas axilas dos lobos, e rizinas menos homogêneas nas
áreas marginais.
Na cromatografia também foram encontradas diferenças entre os dois espécimes, o
material do Rio Grande do Sul apresenta ácido isoúsnico, que é completamente ausente na
amostra de Minas Gerai
s.
No entanto há uniformidade na maioria das características morfológicas, como a
origem e distribuição dos sorais, distribuição e tamanho de rizinas, localização e forma dos
apotécios, na forma e tamanho de esporos e conídios.
Canomaculina muelleri
(Vai
nio) Elix & Hale
Mycotaxon
19
: 240. 1987.
Figura 11
Basiônimo:
Parmelia muelleri Vainio, Acta Societatis pro Fauna et Flora Fennica 7(7): 49.
1890.
Tipo:
Brasil, Minas Gerais, Antônio Carlos (antigamente Sítio),
Vainio
948 (TUR V 2677,
lectotipo; BM, FH,
M, UPS, isolectotipos).
Distribuição conhecida: Ásia (Awasthi 1976), América do Norte (Hale 1976b); na América
do Sul é conhecida para Argentina, Peru, Venezuela (Hale 1976b) e Brasil
MG (Hale
1976b, Ribeiro 1998), MT (Osorio 1992), PR (Osorio 1977a, Eliasaro & Donha 2003) e RS
(Spielmann 2004).
TALO
verde acinzentado,
lobado,
15
cm diâm.;
lobos
com ramificações irregulares,
1,4 4,0 mm larg., adnatos, contíguos a levemente sobrepostos lateralmente, ápice redondo,
alguns involutos, às vezes com pruína, margem de lisa a crenada, superfície contínua, lisa;
lacínulas
ausentes;
máculas
distintas, puntiformes, laminais;
pseudocifelas
ausentes;
cílios
55
negros, de simples a furcados, (0,15 ) 0,25
1,00
0,05 0,10 mm, abundantes, distribuídos
em toda a margem.
PÚSTULAS
ausentes.
SORAIS
capitados, formando grandes massas nas
áreas mais velhas do talo, laminais;
sorédios
originados de inchaços do talo que se formam
com a desagregação do córtex, de farinosos a subgranulares.
ISÍDIOS
ausentes.
MEDULA
branca, pigmento aus
ente.
SUPERFÍCIE INFERIOR negra, lustrosa, rugosa; margem
castanha ou castanha olivácea, raramente negra, um pouco lustrosa, 0,5 2,0 ( 4,0) mm, limite
atenuado, de lisa a pouco papilada
;
rizinas
negras, de simples a furcadas, dimórficas, as
maiores geralmente com o ápice emaranhado, localizadas em regiões do centro, 0,25
1,75
<0,05
0,05 mm, presentes a a margem, abundantes ou muito densas,
homogeneamente distribuídas.
APOTÉCIOS
ausentes.
PICNÍDIOS
laminais, de ostíolo
negro, freqüentes, imaturos;
conídi
os
ausentes.
Testes de coloração: córtex superior K+ amarelo, UV
ou fraco amarelo em algumas partes
do talo; medula K+ amarelo, C
, KC
, P+ laranja, UV
.
Substâncias de importância taxonômica:
atranorina (cortical), ácidos stíctico, criptostíctico,
traços
de norstíctico e substâncias não identificadas (medulares).
Material examinado: município de Vacaria, localidade de Fazenda da Estrela, campo sujo,
28º04 15,9 S, 50º55 11 W, 850 m de altitude, em córtex de laranjeira em terreno
abandonado, col.
L.S.
Canêz, A
.A.
Spielmann
953, 967, 994, 12-I-2004.
Comentários
Esta espécie é caracterizada pelos sorais laminais capitados e pela presença de ácido
stíctico como componente medular (K+ amarelo, P+ laranja). Pode ser confundida com
Canomaculina pilosa (Stizenb.) Elix & Hale, que não possui substâncias medulares e é
relativamente maior.
A descrição do material coletado é semelhante à de Hale (1976b); no entanto, as
medidas do talo, largura dos lobos são maiores no material do Rio Grande do Sul, e conferem
com as me
didas dadas por Eliasaro (2001) para o material do Paraná.
Existe uma certa discordância entre os dados da literatura com relação aos
componentes químicos desta espécie. Hale (1976b) cita atranorina e ácido stíctico, afirmando
que o ácido
constíctico
pode estar presente ou ausente; no material do Paraná, Eliasaro &
Adler (2000) e Eliasaro (2001), não encontraram ácido norstíctico. No material estudado aqui,
foram encontrados apenas traços de ácido norstíctico e foi registrada a presença de ácido
criptostíct
ico, que ainda não havia sido mencionado na literatura.
56
Duas substâncias não identificadas apareceram nas placas de cromatografia, uma de Rf
46 e outra de Rf 52 no solvente C padrão, ambas de cor cinza inconspícua após a revelação
com ácido sulfúrico 10%,
ficando alaranjadas sob UV longo.
Em seu trabalho de
Parmelia
s.l., Awasthi (1976) descreveu
Parmelia
[
Canomaculina
]
muelleri
Vainio com superfície superior emaculada, pustulada passando a
pustulada sorediada e, com todas as reações medulares negativas; registrou apenas a presença
de atranorina no córtex. Comenta a semelhança com
Parmelia
[
Myelochroa
]
aurulenta Tuck
..
Talvez Awasthi estivesse se referindo a C. pilosa, que tem morfologia semelhante mas não
apresenta o complexo stíctico na medula, ou então, pelo fato de ter mencionado a ausência de
máculas, seu material pertencesse a outro gênero.
Canomaculina pilosa
(Stizenberger) Elix & Hale
Mycotaxon
19
: 239. 1987.
Figura 12
Basiônimo:
Parmelia pilosa
Stizenberger,
Bericht Über die Tätigkeit der St. Galli
schen
Naturwissenschaftlichen Gesellschaft
, 1888: 165. 1890.
Tipo:
Rhenoster River, Taaibosch Kranz Mountains, Orange Free State, Union of South
Africa,
Rehmann (ZT, lectotipo; H, isolectotipo).
Distribuição conhecida: África (Elix 1994b), África (Hale 1976b, Krog & Swinscow 1981);
na América do Sul é conhecida para Argentina (Osorio 1975b, Hale 1976b, Adler 1992),
Chile, Equador (Hale 1976b), Uruguai (Hale 1976b; Osorio 1995, 2003) e Brasil
PR
(Eliasaro & Donha 2003), SP (Osorio 1989) e RS (Spielmann 20
04).
TALO
acinzentado esverdeado,
lobado,
6,5 cm diâm.;
lobos
com ramificações
irregulares, 1,5 5,0 mm larg., de adnatos a frouxamente adnatos, contíguos, ápice redondo,
margem crenada, um pouco elevada, superfície contínua, lisa;
lacínulas
ausentes;
mácul
as
de
distintas a fracas, puntiformes, laminais;
pseudocifelas
ausentes;
cílios
negros, alguns com
brilho cobre K , simples, furcados, cespitosos, irregulares, 0,20 1,00
0,05 0,08 mm, de
abundantes a contíguos, distribuídos em toda a margem.
PÚSTULAS
au
sentes.
SORAIS
capitados, no ápice dos lobos, passando a subapicais ou laminais; sorédios originados de
pequenos inchaços que se desmancham, parte da medula e do córtex inferior são expostos por
cavidades que se formam quando os sorédios caem, de subgranulares a granulares.
ISÍDIOS
57
ausentes.
MEDULA
branca, pigmento ausente. SUPERFÍCIE INFERIOR negra, lustrosa,
levemente rugosa; margem castanha clara, lustrosa, rizinada, 0,75 4,00 mm larg., limite
atenuado, de lisa a papilada
;
rizinas
negras ou mais raramente castanhas escuras, simples ou
furcadas, com brilho cobre naquelas marginais, 0,25 1,20
<0,05
0,05 mm, muito densas e
dificultando a visualização da superfície inferior, emaranhadas no centro do talo, distribuídas
igualmente por quase toda superfície, presentes até a margem.
APOTÉCIOS
ausentes.
PICNÍDIOS
ausentes.
Testes de coloração: córtex superior K+ amarelo, UV
ou amarelo fraco em parte do talo;
medula K
, C
, KC
, P
, UV
.
Substâncias de importância taxonômica:
atranorina (cortical).
Material examinado: município de Vacaria, localidade de Fazenda da Estrela, campo sujo,
28º04 15,9 S, 50º55 11 W, 850 m de altitude, em córtex de laranjeira em terreno
abandonado, col.
L.S.
Canêz & A
.A.
Spielmann
1365, 12
-I-
2004.
Comentários
Canomaculina pilosa é facilmente diferenciada pela presença de sorédios e ausência
de substâncias na medula. Morfologicamente é semelhante a Canomaculina muelleri (Vainio)
Elix & Hale que tem ácido stíctico (medula K+ amarela) e lembra muito
Canomaculina
consors
(Nyl.) Elix & Hale, que é seu par não sorediado.
A descrição do espécime estudado confere bem com as descrições de Hale (1976b),
Krog & Swinscow (1981) e Eliasaro & Donha (2003); no entanto, todos esses autores
mencionaram a presença de ácidos alifáticos desconhecidos, que não foram encontrados no
material de Vacaria.
Canomaculina pseudosubcaperata
Marcelli & Canêz,
ined
.
Figura 13
TALO
acinzentado,
lobado,
15 cm diâm.;
lobos
com ramificações irregulares,
4,0 10,0 mm larg., frouxamente adnatos, contíguos, ápice redondo, margem crenada,
ondulada, às vezes elevada, superfície de contínua a irregularmente quebrada, de lisa a
levemente rugosa;
lacínulas
ausentes; máculas de distintas a fracas, puntiformes;
58
pseudocifelas
ausentes;
cílios
negros, simples, menos freqüentemente furcados ou
irregularmente ramificados, 0,15
2,50
0,05 0,10 mm, abundantes, distribuídos em toda a
margem.
PÚSTULAS
ausentes.
SORAIS
ausentes.
ISÍDIOS
ausentes.
MEDULA
branca,
pigmento ausente. SUPERFÍCIE INFERIOR variando de castanha clara a castanha escura,
raramente negra em alguns pontos do talo, um pouco lustrosa, levemente rugosa, raramente
lisa;
margem ausente, lustrosa, de lisa a levemente rugosa
;
rizinas
negras ou castanhas
escuras, dimórficas, a grande maioria simples, poucas furcadas ou irregulares, 0,25 1,50
<0,05 0,10
mm, abundantes ou muito densas, emaranhadas nos ápices, inclinadas,
distribuídas quase uniformemente por toda superfície, presentes até a margem.
APOTÉCIOS
cupuliformes, raramente côncavos, (2,0 ) 3,0 11,0 mm diâm., estipes largos e curtos,
submarginais, margem lisa, tornando-se involuta à medida que se desenvolve, anfitécio
maculado e levemente rugoso, disco castanho, perfurados;
ascosporos
elipsóides, 13,7 16,0
8,7 11,0
m,
epispório
1,0
m.
PICNÍDIOS
submarginais quando jovens e laminais nas
partes velhas, de ostíolo negro;
conídios
baciliformes 6,0
8,7
1,0
m.
Testes de coloração: córtex superior K+ amarelo, UV ; medula K+ amarelo
vermelho,
C
, KC , P+ amarelo, UV
.
Substâncias de importância taxonômica:
atran
orina (cortical), ácidos salazínico e
consalazínico (medulares).
Material examinado: município de Vacaria, localidade de Fazenda da Estrela, mata ciliar,
28º04 49,2 S, 50º56 36,9 W, 850 m de altitude, em córtex de árvore em local sombreado,
col.
L.S. Canêz & A.A. Spielmann 1061, 10-I-2004; idem, campo, 28º02 30,1 S,
50º56 56,1 W, 800 m de altitude, em lenha cortada em borda de mata, col. L.S. Canêz & A.A.
Spielmann
757
, 12-I-2004; idem, 28º04 01,8 S, 50º57 45,4 W, 920 m de altitude, córtex de
árvore isolada próximo ao arroio, col.
L.S.
Canêz & A
.A.
Spielmann 883, 13
-I-2004.
Comentários
Esta espécie é caracterizada pela ausência de propágulos vegetativos, conídios
baciliformes, presença de ácido salazínico na medula e ausência de ácido úsnico no córtex
superi
or. Morfologicamente, é semelhante a Canomaculina subsumpta (Nyl.) Elix e
Canomaculina subcaperata (Kremp.) Elix, ambas com ácido salazínico como componente
medular; porém,
C.
subsumpta
é sorediada.
C. subcaperata apresenta conídios filiformes com (7,5 ) 10 15 (
17)
m (Fleig 1997,
Eliasaro 2001) e pode ou não ter ácido úsnico no córtex (Kurokawa 1991a). Eliasaro (2001)
59
não citou a presença de ácido úsnico nos espécimes do Paraná, porém Fleig (1997) mencionou
que o ácido úsnico está comumente presente nos e
spécimes do Rio Grande do Sul.
Canomaculina uruguensis (Kremp.) Elix, com ácido salazínico e sem propágulos
vegetativos ausentes pode ser facilmente confundida com C. pseudosubcaperata, mas
C.
uruguensis
possui apotécios com margens ciliadas, os cílios marginais densos e os lobos
menores.
O gênero
Canomaculina
foi descrito por Elix & Hale (1987) como tendo conídios
filiformes que variam de 11 a 16 m de comprimento; porém, conídios baciliformes foram
mencionados por Adler & Elix (1987) para
Canomaculina
tandilensis
Adler & Elix. Na
verdade,
C. tandilensis apresenta uma grande variação nas medidas dos conídios,
5,0 11,0
m de comprimento, ou seja, de baciliformes a filiformes.
Canomaculina recipienda
(Nylander) Elix
Mycotaxon
65
: 477. 1997.
Figura 14
Ba
siônimo:
Parmelia recipienda
Nylander,
Flora
68: 609. 1885.
Tipo:
Brasil, sem coletor (H Nyl 35212, holotipo).
Distribuição conhecida:
Oceania (Kurokawa 1991a, Elix 1994k); na América do Sul é citada
para Argentina (Hale 1965a, Kurokawa 1991a), Paraguai,
Peru (Hale 1965a), Uruguai (Osorio
1980) e Brasil
MG (Hale 1965a, Kurokawa 1991a), PR (Kurokawa 1991a, Eliasaro 2001,
Eliasaro & Donha 2003), RJ (Kurokawa 1991a), RS (Spielmann 2004) e SP (Hale 1965a).
TALO
acinzentado,
lobado,
3,0 cm diâm.;
lobos
com ramificações irregulares, 0,9
3,5 mm larg., adnatos, contíguos ou levemente sobrepostos lateralmente, ápice redondo,
margem de lisa a levemente crenada, superfície contínua, lisa;
lacínulas
ausentes;
máculas
distintas ou fracas, de puntiformes a reticuladas, laminais;
pseudocifelas
ausentes;
cílios
negros, simples e mais raramente furcados ou esquarrosos, 0,25
0,90
0,05 mm, de
abundantes a contíguos, distribuídos em toda a margem.
PÚSTULAS
ausentes.
SORAIS
ausentes.
ISÍDIOS
ausentes.
MEDULA
branca, pigmento ausente.
SUPERFÍCIE
INFERIOR
negra, levemente lustrosa, de lisa a levemente rugosa; margem castanha, um
pouco lustrosa, rizinada, 1,2 2,5 mm, limite atenuado, lisa ou papilada
;
rizinas
negras ou
castanhas escuras em algumas margens, simples, poucas furcadas ou esquarrosas, 0,15
0,75
60
(
1,00)
<0,05 0,05 mm, abundantes, distribuídas homogeneamente, presentes até a
margem.
APOTÉCIOS
ausentes.
PICNÍDIOS
ausentes.
Testes de coloração: córtex superior K+ amarelo, UV ; medula K , C , KC+ avermelhado,
P
, UV
.
Su
bstâncias de importância taxonômica: atranorina (cortical), norlobaridona e loxodina
(medulares).
Material examinado: município de Vacaria, localidade de Fazenda da Estrela, campo de
pastagem, 28º03 57,3 S, 50º57 38,1 W, 905 m de altitude, em laje (arenito) no pátio da casa
do Sr. Alcebides Teixeira, col.
L.S.
Canêz & A
.A.
Spielmann
1372, 01-
III
-2003.
Comentários
A ausência de propágulos vegetativos e a presença de norlobaridona e loxodina (K
,
KC+ avermelhado) na medula caracterizam esta espécie.
Morfologi
camente é um tanto semelhante a Canomaculina subsumpta (Nyl.) Elix, que
apresenta sorédios e ácido salazínico, e C. subcaperata (Kremp.) Kurok., que apresenta ácido
salazínico na medula (K+ amarelo vermelho, KC
) em vez de norlobaridona e loxodina.
Hale
(1965a) afirmava existir em Parmelia subcaperata Kremp. a mesma variação
química que ele aceitava para Parmelia subsumpta Nyl., ou seja, parte dos indivíduos com
ácido salazínico (C. subcaperata) e outro grupo com ácidos criptoclorofeico e
protoliquesterín
ico (
C.
recipienda
) na medula.
Kurokawa (1969), entretanto, propôs que esses grupos são na realidade táxons
distintos, semelhantes apenas na morfologia. Ele retificou a informação dada por Hale
(1965a), mostrando a presença de norlobaridona e neoloxodina em quantidades maiores do
que o ácido criptoclorofeico nos espécimes de Parmelia recipienda Nyl.; e enfatizando que
P.
subcaperata
sempre produz ácido salazínico e atranorina.
Mais tarde, Hale (1974a) transferiu Parmelia recipienda e Parmelia subcaperata,
separadas, para o gênero
Parmotrema
A. Massal.
Quanto à morfologia e hábito dos espécimes do Rio Grande do Sul, Fleig (1997)
comentou que existe pouca variação nos indivíduos; mencionou apenas variação na cor do
talo, forma dos lobos e traços de ácido úsnico presentes ou ausentes. No espécime estudado
não constatamos a presença de traços de ácido úsnico, mas a morfologia confere bem com as
descrições de Kurokawa (1991a), Fleig (1997) e Eliasaro & Donha (2003).
61
Canomaculina stellensis Canêz & Marcelli,
ined
.
Figura 15
TALO
acinzentado
,
lobado,
11 cm diâm.;
lobos
com ramificações irregulares, 1,0
3,0
(
4,5)
mm larg., frouxamente adnatos, contíguos ou sobrepostos somente no centro do talo,
ápice redondo, margem lisa, às vezes elevada, superfície irregularmente quebrada, lisa;
lacínulas
ausentes; máculas distintas, efiguradas, laminais, às vezes originando quebras;
pseudocifelas
ausentes;
cílios
negros, simples, 0,05 0,75
<0,05
0,05 mm, poucos,
presentes mais freqüentemente nas margens jovens, distribuídos em toda a margem ou, em
algumas partes do talo, apenas nas axilas lobos.
PÚSTULAS
ausentes.
SORAIS
arredondados ou formando crescentes, apicais a subapicais; sorédios originados do córtex
erodido nos ápices, nunca nas margens laterais, às vezes nascem no ápice de lóbulos que
nascem nas margens laterais, farinosos, laminais.
ISÍDIOS
ausentes.
MEDULA
branca,
pigmento ausente. SUPERFÍCIE INFERIOR negra, lustrosa, leve ou distintamente rugosa;
margem
castanha, às vezes creme ou branca nos ápices sorediados, lustrosa, 1,0 4,5 mm
larg., limite atenuado ou nítido, lisa
;
rizinas
negras, às vezes com o ápice castanho escuro,
presentes até a margem ou, mais raramente, quase até a margem, simples e, menos
comumente, furcadas ou irregulares, indistintamente dimórficas, as maiores mais abundantes,
viradas para um lado e emaranhadas no ápice, 0,50 0,85
0,05 0,08 mm, as menores
freqüentes, 0,15 0,25
<0,05
mm.
APOTÉCIOS
ausentes.
PICNÍDIOS
ausentes.
Testes de coloração: córtex superior K+ amarelo, UV ; medula K+ amarelo
vermelho,
C
, KC , P+ amarelo, UV
.
Substâncias de importância taxonômica: atranorina (cortical), ácidos salazínico e
consalazínico (medulares).
Material examinado: município de Vacaria, localidade de Fazenda da Estrela, campo sujo,
28º04 15,9 S, 50º57 11 W, 850 m de altitude, em córtex de laranjeira em terreno
abandonado, col. L.S. Canêz & A.A.
Spielmann
959, 12
-I-2004; idem, em córtex de árvore em
campo com
Araucaria angustifolia
, col.
L.S.
Canêz & A
.A.
Spielmann
974, 12
-I-
2004.
Comentários
Esta espécie
faz parte do grupo
Canomaculina subsumpta
, que possui sorais apicais ou
subapicais que podem passar a laminais. Entretanto, em Canomaculina stellensis eles nunca
62
são originados das margens laterais, além do que as rizinas são apenas indistintamente
dimórficas, presentes até a margem ou deixam uma estreita margem nua.
A discussão das espécies do grupo Canomaculina subsumpta (Nyl.) Kurok. é
apresentada nos comentários de
C
. leucosemotheta
(Hue) Elix e C. subsumpta
.
O nome refere-
se à localidade de coleta do h
olotipo coletada: Fazenda da Estrela.
Canomaculina subsumpta
(Nylander) Elix
Mycotaxon
65
: 477. 1997.
Figura 16
Basiônimo:
Parmelia subsumpta
Nylander,
Flora
52: 117. 1869.
Tipo:
Brasil, Minas Gerais,
Glaziou
(H
NYL 35451, holotipo; US, isotipo).
Distr
ibuição conhecida: Oceania (Elix 1994k), Ásia (Kurokawa 1991a, Kurokawa & Lai
2001, Chen et al. 2003), África (Hale 1965a, Winnem 1975, Krog & Swinscow 1981),
América do Norte (Hale 1965a, Esslinger & Egan 1995); na América do Sul é conhecida para
Argentin
a (Hale 1965a, Kurokawa 1991a), Venezuela (Hale 1965a), Uruguai (Osorio 1975a)
e Brasil
MG (Hale 1965a, Kurokawa 1991a, Ribeiro 1998), MT (Osorio 1992), PR (Eliasaro
2001, Eliasaro & Donha 2003), RJ (Hale 1965a, Kurokawa 1991a), RS (Spielmann 2004) e
SP
(Hale 1965a).
TALO
acinzentado esverdeado,
lobado,
11 cm diâm.;
lobos
com ramificações
irregulares, 3,0 9,0 mm larg., frouxamente adnatos, contíguos, ápice redondo, margem
crenada, superfície contínua passando a irregularmente rachada, lisa;
lacínulas
aus
entes;
máculas
distintas, de puntiformes a efiguradas, laminais, às vezes originado quebras;
pseudocifelas
ausentes;
cílios
negros, simples, 0,30 1,50
0,05 mm, de poucos a freqüentes,
distribuídos em toda a margem.
PÚSTULAS
ausentes.
SORAIS
marginais a laminais e
poucos subapicais; os marginais inicialmente capitados, a maioria tornando-se lineares
interrompidos com o desenvolvimento, ou, quando laminais, sempre capitados;
sorédios
originados de inchaços na margem ou submargem superior, que se formam com
a
desagregação do córtex, os sorais mais velhos podem tornar as margens involutas e passarem
a submarginais e subapicais, subgranulares a granulares.
ISÍDIOS
ausentes.
MEDULA
branca, pigmento ausente. SUPERFÍCIE INFERIOR de castanha clara a creme, de opaca a
lustrosa, de rugosa a venada; margem ausente, lustrosa, de lisa a papilada
;
rizinas negras,
63
presentes a a margem, dimórficas, poucas castanhas escuras, de simples a furcadas, as
menores abundantes, torcidas, de distribuição homogênea, 0,10 0,25
<0,0
5 0,05 mm, as
maiores são agrupadas em tufos principalmente nas áreas que se prendem ao substrato, de
poucas a freqüentes, 0,25 0,85
0,05 0,10 mm.
APOTÉCIOS
ausentes.
PICNÍDIOS
ausentes.
Testes de coloração:
córtex superior K+ amarelo, UV
; medula K+ ama
relo
vermelho, C
,
KC
, P+ amarelo, UV
.
Substâncias de importância taxonômica:
atranorina (cortical) e ácido salazínico (medular).
Material examinado: município de Vacaria, localidade de Fazenda da Estrela, mata ciliar,
28º03 46,8 S, 50º57 33,7 W, 876 m de altitude, córtex de árvore em borda de mata, col. L.S.
Canêz & A.A. Spielmann 834, 10-I-2004; idem, 28º04 49,2 S, 50º56 36,9 W, 850 m de
altitude, em córtex de árvore no interior da mata, local iluminado próximo ao arroio, col. L.S.
Canêz & A
.A.
Spielma
nn
1075
, 10
-I-2004; idem, campo sujo, 28º04 15,9 S, 50º55 11 W, 850
m de altitude, em córtex de árvore em borda de mata, col. L.S. Canêz & A.A. Spielmann 980
,
12
-I-2004.
Comentários
Canomaculina subsumpta se caracteriza pela superfície inferior uniformemen
te
castanha, rizinas dimórficas e sorais de marginais a laminais, capitados ou tornando-
se
lineares interrompidos.
Esta espécie pode ser confundida com Canomaculina leucosemotheta (Hue) Elix, que
apresenta superfície inferior negra e sorais sempre marginai
s (Hale 1965a).
No entanto, na prática, as espécies não são facilmente separáveis, que a literatura
traz muitas informações conflitantes. Por exemplo, Louwhoff & Elix (1999) descreveram
C.
subsumpta
com sorais marginais, raro submarginais, superfície inferior de marrom a
enegrecida, zona marginal nua. Segundo Hale (1965a), essas são características de
C.
leucosemotheta
.
Assim, é possível que material visto por Louwhoff & Elix represente mais
de um táxon.
Krog & Swinscow (1981) tornaram as coisas ainda mais complicadas quando, além de
Parmelia leucosemotheta, colocaram
Parmotrema
[
Canomaculina
]
conferendum
Hale como
sinônimo de Parmelia subsumpta, alegando tratarem-se apenas de raças químicas (ver
comentários em
Canomaculina recipienda
).
64
C. subsumpta e C. leucosemotheta são separadas pelas mesmas características nos
trabalhos de Winnem (1975) e Kurokawa & Lai (2001): C. subsumpta com superfície inferior
clara e sorais de marginais a laminais e C. leucosemotheta com superfície inferior negra e
sorais princi
palmente marginais.
A descrição dada para o material do Paraná (Eliasaro 2001) confere com o material
aqui estudado. Porém, Fleig (1997) admitiu que
Rimeliella
[
Canomaculina
]
subsumpta
no Rio
Grande do Sul apresenta uma grande variação morfológica. Ela descreveu tanto sorais
marginais como laminais e superfície inferior que pode ser negra no centro. Um detalhe
interessante diz respeito à descrição das rizinas: torcidas e dispersas em quase toda
superfície, deixando algumas áreas nuas, às vezes zona marginal nua . Aqueles espécimes
com áreas nuas podem ser o que estamos tratando como um novo táxon:
Canomaculina
isousnica
Marcelli & Canêz (ver também os comentários em
Canomaculina leucosemotheta
).
O que se percebe, pelo trabalho de Fleig (1997) e pelo material aqui estudado, é que
existe uma grande variação morfológica que vai desde espécimes com sorais marginais e
laminais, com o lado de baixo negro, até espécimes com o lado de baixo castanho claro com
sorais exclusivamente marginais. Essa variação está associada à distribuição das rizinas,
homogêneas em alguns, e em outros com amplas áreas totalmente nuas.
Na verdade C. subsumpta e C. leucosemotheta constituem um complexo de espécies
que vêm sendo descritas pelos autores com as mais variadas misturas de caracteres de uma
espécie e outra. Assim, concluímos que a cor da superfície inferior é inconstante nas espécies,
mas as características de ontogenia e distribuição dos sorais, da superfície inferior e o padrão
das rizinas são constantes nos diferentes táxons.
um estudo do material tipo de C. subsumpta, C. leucosemotheta e os tipos das
espécies colocadas como sinônimos dessas duas, poderia elucidar toda esta variação. Talvez,
alguns desses nomes sejam realmente válidos e que precisariam ser ressuscitados , m
as
enquanto isto não é possível, achamos que as espécies precisam ser separadas para que outras
áreas da liquenologia não sejam prejudicadas e principalmente porque acreditamos que se
tratem mesmo de espécies distintas (Tabela 3).
Ver outros comentários em C. leucosemotheta e demais espécies constantes da
Tabela
2.
65
Tabela 3.
Características das espécies do grupo
Canomaculina subsumpta
.
Espécies
Sorais
Superfície
inferior
Margem
inferior
Rizinas
Substâncias encontradas
C
.
isousnica
capitados quando so
bre as lacínulas, alongado
quando nas margens, às vezes lineares
interrompidos, originados pela abertura da
margem
castanha, opaca e
rugosa
lisa, rugosa ou
papilada, nua ou
raramente
rizinada
dimórficas, em quase toda
superfície deixando raras
áreas nuas
atranorina, ácidos úsnico,
isoúsnico, salazínico e
traços de consalazínico
C.
leucosemotheta
lineares contínuos ou interrompidos, às vezes
formando crescentes, originados do córtex
marginal erodido desenvolvendo
-
se na
submargem inferior
castanha escura ou
negra, levemente
lustrosa, rugosa
lisa ou papilada,
estreita zona nua
dimórficas, distribuídas
por toda superfície
atranorina, ácidos
salazínico e consalazínico
C.
glabra
de lineares interrompidos a lineares contínuos,
marginais, muitas vezes passando a l
aminais,
originados a partir da desagregação do córtex
superior, muitas vezes acompanhando as
rachaduras do talo
castanha ou negra,
opaca, rugosa
lisa, nua
dimórficas, deixando
amplas áreas nuas
atranorina, ácidos
salazínico e consalazínico
C.
stellensis
arredondados ou formando crescentes, de
apicais a subapicais, originados do córtex
erodido dos ápices, nunca nas margens laterais,
às vezes nascendo no ápice de lóbulos que
nascem nas margens laterais
negra, lustrosa,
leve ou
distintamente
rugosa
lisa, ri
zinada ou
raramente com
zona estreita nua
indistintamente
dimórficas, distribuídas
em toda superfície
atranorina, ácidos
salazínico,consalazínico e
compostos não
identificados
C.
subsumpta
de marginais a laminais, poucos subapicais, os
marginais inicialme
nte capitados, tornando
-
se
lineares interrompido, quando laminais sempre
capitados, originados da desagregação do córtex
superior da margem ou submargem
castanha, de opaca
a lustrosa, de
rugosa a venada
de lisa a
papilada,
totalmente
rizinada
dimórficas, d
istribuídas
por toda superfície
atranorina e ácido
salazínico
65
66
Canoparmelia
Elix & Hale
Mycotaxon
27
: 277.1986.
Tipo:
Canoparmelia texana
(Tuckerman) Elix & Hale.
TALO
esbranquiçado ou esverdeado,
lobado;
lobos
irregularmente ramificados, 1,0
8,0 mm larg., de contíguos a sobrepostos lateralmente, adnatos, ápice de redondo a sub-
truncado, margem lisa, crenada ou crenulada, superfície contínua, lisa, foveolada ou rugosa,;
lacínulas
ausentes; máculas ausentes, fracas ou distintas, de puntiformes a irregular
es;
cílios
ausentes.
PÚSTULAS
presentes ou ausentes.
SORAIS
presentes ou ausentes
.
ISÍDIOS
presentes ou ausentes.
MEDULA
de branca a levemente amarelada.
SUPERFÍCIE
INFERIOR
de negra a raramente castanha; margem
presente
;
rizinas
negras ou
concoloridas, simples, freqüentes.
APOTÉCIOS
de planos a levemente côncavos, de sésseis
a subpedicelados, laminais, não perfurados;
ascosporos
elipsóides 7,0 20,0
4,0 9,0
m.
PICNÍDIOS
laminais, imersos;
conídios
bifusiformes ou raramente filiformes ou
baciliformes, 7,
0
10,0
m (Hale 1976c, Elix
et al
.
1986, Elix 1993, Ribeiro 1998, Brodo
et
al
.
2001).
Comentários
Canoparmelia
é caracterizada pela ausência de cílios nas margens dos lobos, presença
de atranorina no córtex superior (cinza a cinza esverdeado), rizinas simples, com uma zona
marginal ausente ou castanha, estreita e errizinada.
Este gênero é distinto de
Parmotrema
A. Massal. que apresenta talo freqüentemente
frouxo ou frouxo adnato, lobos mais largos e zona marginal inferior com ampla zona
errizinada.
O g
ênero
Canoparmelia
foi segregado de Pseudoparmelia (Hale 1976c) por Elix
et al
.
(1986) e 28 espécies foram combinadas. O número mais atual no mundo é de cerca de 45
espécies (Nash & Elix 2002e).
Para o Brasil são citadas 8 espécies (Marcelli 2004) e para o Rio Grande do Sul são
mencionadas todas elas, sendo que C. salacinifera (Hale) Elix & Hale é conhecida apenas
para o estado (Spielmann 2004).
Em Fazenda da Estrela foram encontradas 7 espécies de
Canoparmelia
e somente
duas,
C.
carneopruinata
(Zahlbr.) El
ix & Hale e
C.
caroliniana
(Nyl.) Elix & Hale, já haviam
sido citadas anteriormente para o estado. C. consanguinea Marcelli & Canêz, C. maculata
67
Canêz & Marcelli, C. roseoreagens Marcelli & Canêz e C. subroseoreagens Canêz &
Marcelli são novas para a Ciência e C. sanguinea Marcelli & Benatti (
ined
.) é nova citação
para o Rio Grande do Sul.
C
HAVE DE IDENTIFICAÇÃ
O PARA AS ESPÉCIES D
E C
ANOPARMELIA
DE
F
AZENDA DA
E
STRELA
1a. Talo pustulado
-sorediado ou isidiado-
sorediado ...............................................
C.
maculata
1b. Talo sorediado ou isidiado .................................................................................................. 2
2a. Talo sorediado ..................................................................................................................... 3
2b. Talo isidiado ........................................................................................................................
5
3a. Medula C ...............................................................................................
C.
carneopruinata
3a. Medula C+ rosa ................................................................................................................... 4
4a. Talo lobado, máculas conspícuas ...............................................................
C.
consanguinea
4b. Talo sublaciniado ou laciniado, máculas ausentes ou muito fracas ......
C.
subroseoreagens
5a. Medula C ......................................................................................................
C.
caroliniana
5b. Medula C+ rosa ................................................................................................................... 6
6a. Talo lobado, máculas conspícuas .....................................................................
C.
sanguinea
6b. Talo sublaciniado, máculas ausentes ou fracas ...........................................
C.
roseoreagens
Canoparmelia carneopruinata (Zahlbruckner) Elix & Hale
Mycotaxon
27
: 278. 1986.
Figura 17
Basiônimo:
Parmelia crozalsiana Zahlbruckner, Sitzungsberichte der Kaiserlichen Akademie
der Wissenschaft, Mathematisch
-
Naturwissenchaftliche Klasse
1(111): 419. 1902.
Tipo:
Brasil, Rio de Janeiro,
Höhnel
164 (W, lectotipo).
68
Distribuição conhecida:
Europa
, África, América do Norte e América Central (Hale 1976c);
na América do Sul é conhecida para Equador, Venezuela (Hale 1976c) e no Brasil
MG
(Ribeiro 1998), MS (Fleig & Riquelme 1991, Osorio 1992), PR (Osorio 1977b), RJ (Hale
1976c), RS (Spielmann 2004), SC (Hale 1976c) e SP (Hale 197
6c, Ribeiro 1998).
TALO
esbranquiçado, de
lobado a sublaciniado,
14 cm diâm.;
lobos
com ramificações
irregulares, 0,7 3,0 mm larg., adnatos, contíguos, amontoados no centro ou sobrepostos
lateralmente, ápice truncado, às vezes pruinoso e escurecido, margem de lisa a levemente
crenada, superfície contínua, raramente irregularmente quebrada, brilhosa, de lisa a foveolada
e/ou muito rugosa;
lacínulas
ausentes; máculas distintas, reticulares, mais comumente no
ápice dos lobos, menos evidentes quando laminais; p
seudocifelas
ausentes;
cílios
ausentes.
PÚSTULAS
ausentes.
SORAIS
capitados, laminais, menos comumente submarginais;
sorédios
originados de pequenos inchaços no talo que desagregam o córtex superior ou,
menos freqüentemente, surgem das rachaduras do talo, de subgranulares a farinosos.
ISÍDIOS
ausentes.
MEDULA
branca, pigmento ausente. SUPERFÍCIE INFERIOR negra,
lustrosa, raramente opaca, levemente rugosa; margem castanha, lustrosa, 0,5 2,5 mm larg.,
limite nítido, lisa e papilada
;
rizinas
negras, às vezes com o ápice branco, presentes quase a
até a margem (quando chegam até a margem podem simular cílios), simples, poucas furcadas,
0,15
1,00 (
2,50)
0,05 0,08 mm, de abundantes a freqüentes, distribuídas
homogeneamente.
APOTÉCIOS
ausentes.
PICNÍDIOS
submarginais, subapicais, escassos,
de ostíolo negro;
conídios
filiformes, 15 19
1,0
m.
Testes de coloração: córtex superior K+ amarelo, UV
ou UV+ fraco amarelo nas margens
dos lobos; medula K+ amarelo, C
, KC
, P+ laranja, UV
.
Substâncias de importância taxo
nômica:
atranorina (cortical), ácidos stíctico, constíctico,
criptostíctico e hipoconstíctico (medulares).
Material examinado: município de Vacaria, localidade de Fazenda da Estrela, campo de
pastagem, 28º03 57,3 S, 50º57 38,1 W, 905 m de altitude, laje (arenito) no pátio da casa do
Sr. Alcebides Teixeira, col. L.S. Canêz & A.A. Spielmann 107, 100, 01-
III
-2003; idem,
campo, 28º03 46,8 S, 50º56 33,7 W, 876 m de altitude, saxícola (basalto) sombreado por
uma árvore, col. L.S. Canêz & A.A. Spielmann 831, 10-I-2004; idem, 28º04 15,9 S,
50º55 11 W, 850 m de altitude, em córtex de laranjeira em terreno abandonado, col. L.S.
Canêz & A
.A.
Spielmann
957, 989
, 12
-I-
2004; idem, córtex de árvore em terreno abandonado,
col.
L.S. Canêz & A.A. Spielmann 948, 12-I-2004; idem, 28º04 01,8 S, 50º57 45,4 W, 920 m
69
de altitude, saxícola (basalto) em exposto ao sol na maior parte do dia, col.
L.S. Canêz & A.A.
Spielmann
861b, 13
-I-
2004.
Comentários
Canoparmelia carneopruinata é caracterizada pela superfície foveolada maculada-
retic
ulada, sorédios farinosos e pela presença do complexo stíctico com componente medular.
É muito semelhante morfológica e quimicamente a Canoparmelia crozalsiana (de Lesd.) Elix
& Hale.
Pela morfologia, a literatura separa facilmente C. carneopruinata de C.
crozalsiana
:
C. carneopruinata tem sorais orbiculares e lobos menores (1,0 1,2 mm de largura), enquanto
C. crozalsiana tem sorais lineares e lobos maiores (3,0 6,0 mm de largura) (Hale 1976b).
Essas mesmas características foram usadas por Ribeiro (1998) para separar as duas espécies.
Eliasaro (2001) encontrou no Paraná apenas C. crozalsiana, distinta pela química, sorais
lineares e lobos de 2,0
5,0 mm de largura.
No entanto, as características descritas por esses autores não parecem distintivas
quando aplicadas aos espécimes do Rio Grande do Sul. No material coletado em Vacaria,
houve uma grande variação na largura dos lobos, existindo indivíduos com lobos desde 0,7
até 3,0 mm de largura. Por essa razão, a origem e desenvolvimento dos sorais, uniforme em
tod
os os indivíduos, foi utilizada como base da identificação da espécie e confere com o que a
literatura descreve para
Canoparmelia carneopruinata
.
Canoparmelia caroliniana
(Nylander) Elix & Hale
Mycotaxon
27
: 278. 1986.
Figura 18
Basiônimo:
Parmelia caro
liniana
Nylander,
Flora
68: 614. 1885.
Tipo:
Estados Unidos, Carolina do Sul,
Ravenel
404 (H, lectotipo; FH
Tuck., isolectotipo).
Distribuição conhecida:
Europa
(Hale 1976c), África (Swinscow & Krog 1988), América do
Norte (Hale 1976c,
Esslinger & Egan 1995
), América Central; na América do Sul é conhecida
para Equador, Venezuela (Hale 1976c) e Brasil
RJ, SC (Hale 1976c), SP (Hale 1976c,
Pereira & Marcelli 1989, Osorio 1989), MG (Hale 1960, Ribeiro 1998), MS (Fleig &
Riquelme 1991), MT (Hale 1976c), PR (Eliasaro 2001) e RS (Spielmann 2004).
70
TALO
verde esbranquiçado,
lobado,
5,0 cm diâm.;
lobos
com ramificações
irregulares, 1,5 4,5 mm larg., adnatos, contíguos, ápice truncado, escurecido, margem
crenada, superfície de contínua a irregularmente quebrada, de rugosa a foveolada;
lacínulas
ausentes; máculas
distintas, reticulares, laminais,
pseudocifelas
ausentes;
cílios
ausentes.
PÚSTULAS
ausentes.
SORAIS
ausentes.
ISÍDIOS
com bases concolores ao talo e ápices
marrons, de granulares a cilíndricos, mais comumente simples, poucos ramificados, 0,05
0,25
0,05 0,08 mm, laminais, eretos, firmes, ápice eciliado.
MEDULA
branca, pigmento
ausente.
SUPERFÍCIE INFERIOR negra, lustrosa, de rugosa a levemente venada; margem
castanha
, opaca, 1,0
2,5
mm, limite atenuado ou nítido, levemente rugosa ou papilada
;
rizinas
brancas, cremes ou negras, simples, freqüentemente com o ápice penicilado,
0,20 0,60
<0,05
0,05 mm, freqüentes, distribuídas homogeneamente.
APOTÉCIOS
ausentes.
PICNÍDIOS
ausentes.
Testes de coloração: córtex superior K+ amarelo, UV ; medula K , C , KC+ rápido rosado,
P
ou fraco amarelo, UV
.
Substâncias de importância taxonômica: atranorina (cortical), ácidos perlatólico e
glomeliférico (medulares).
Material examinado: município de Vacaria, localidade de Fazenda da Estrela, campo,
28º01 58 S, 50º58 17,5 W, 900 m de altitude, 900 m de altitude, em galho de árvore caído no
chão próximo da estrada, col. L.S.
Canêz & A
.A.
Spielmann
388, 19
-
VII
-
2003.
Comentários
A presença de isídios, a superfície rugosa ou foveola
da, a forte maculação e a presença
de ácido perlatólico (KC+ rosa evanescente) caracterizam
Canoparmelia caroliniana
.
Canoparmelia caroliniana apresenta a medula formada por hifas frouxamente
entrelaçadas, que dificulta a visualização de reação positiva KC, já que a medula se colapsa
imediatamente com a aplicação do hidróxido de potássio ( K+ buraco ) e o córtex inferior é
evidenciado por transparência, mostrando uma reação negra . Se o teste não for feito
cuidadosamente, esta espécie pode ser confundida c
om
Canoparmelia cassa Marcelli &
Ribeiro, que é morfologicamente semelhante, mas tem medula KC , por apresentar apenas
atranorina e ácidos graxos não identificados (Marcelli & Ribeiro 2002).
O material estudado confere com a morfologia descrita por Hale (1976c), Ribeiro
(1998) e Eliasaro (2001). No entanto, discordância na literatura em relação à altura dos
isídios: Ribeiro (1998) valores de 0,1 0,5 mm de altura, e Hale (1976c) descreve isídios
71
extremamente longos, variando de 1,0 a 3,0 mm de altura, muito maiores que os encontrados
no material de Vacaria (0,05
0,25 mm de altura).
Canoparmelia consanguinea
Marcelli & Canêz,
ined
.
Figura 19
TALO
cinza esverdeado,
lobado,
8,5
cm diâm.;
lobos
com ramificações irregulares,
(0,8
) 1,6 3,0 mm larg., froux
amente adnatas, contíguas, levemente sobrepostas lateralmente,
ápice truncado, margem de lisa a crenada, levemente elevada, superfície de contínua a leve
irregularmente quebrada no centro, lisa, brilhosa;
lacínulas
ausentes; máculas fracas,
reticulares, presentes no ápice dos lobos;
pseudocifelas
ausentes;
cílios
ausentes.
PÚSTULAS
ausentes.
SORAIS
orbiculares, laminais e marginais; sorédios originados de
inchaços no talo que desagregam o córtex, muitas vezes corticados em um dos lados,
lembrando sorédios isidióides, granulares ou até formando grânulos.
ISÍDIOS
ausentes.
MEDULA
branca, pigmento ausente. SUPERFÍCIE INFERIOR negra, levemente lustrosa,
papilada, lisa em algumas partes; margem castanha, opaca e lustrosa, 0,9 2,5 mm larg.,
limite de atenuado a ní
tido, lisa ou papilada, raramente rugosa
;
rizinas
negras, algumas com o
ápice esbranquiçado, simples, presentes até a margem, 0,20 1,25
0,05 0,10 mm, de
abundantes a freqüentes, distribuídas por toda a superfície.
APOTÉCIO
plano, 2,7
mm
diâm., adnato, submarginal, margem lisa, sorediada, anfitécio sorediado, não perfurado;
ascosporos
elipsóides, 10,0 12,5
5,0 6,0
m,
epispório
1,0
m.
PICNÍDIOS
submarginais, ostíolo negro, imaturos;
conídios
ausentes.
Testes de coloração: córtex superior K+ amarelo, UV ; medula K
(leitoso), C+ rosa, KC+
rosa, P+ amarelo fraco, UV+ azul claro.
Substâncias de importância taxonômica: atranorina, cloroatranorina (corticais), ácido
divaricático e um grupo de substâncias não identificadas, responsáveis pela forte reação C+
rosa vivo, de perfil cromatográfico (TLC) semelhante às do complexo girofórico, mas que
deixam um rastro amarelo claro (verde oliva ao UV) desde o ponto de partida até a última
substância, Rf aproximado 51 em solvente padrão C (medulares).
72
Material examinad
o:
município de Vacaria, localidade de Fazenda da Estrela, campo,
28º04 01,8 S, 50º57 45,4 W, 920 m de altitude, rocha basáltica, col. L.S. Canêz & A.A.
Spielmann
892, 13
-I-
2003.
Comentários
Canoparmelia consanguinea é distinta das demais por apresentar talo lobado,
superfície maculada, sorais orbiculares, uma forte reação medular C+ rosa vivo, a presença de
cloroatranorina e ácido divaricático e grande parte da superfície inferior lisa.
Além dos sorais orbiculares marginais e laminais, C. consanguinea form
a
evidentemente sorédios muito granulares, que, não raro, apresentam
-
se corticados (grânulos).
A espécie é morfologicamente semelhante a Canoparmelia sanguinea Marcelli &
Benatti,
ined
., que é isidiada e apresenta ácido evérnico na medula (reação C+ vermelho). Daí
o nome do epíteto específico.
Canoparmelia subroseoreagens Canêz & Marcelli, também é uma espécie sorediada
C+, que se diferencia por apresentar talo sublaciniado ou laciniado, máculas muito
inconspícuas ou até ausentes em alguns lobos e superfície inferior distinta e uniformemente
papilada (ver Tabela
4).
Outra espécie parecida é Canoparmelia texana (Tuck.) Elix & Hale, que é sorediada e
apresenta apenas ácido divaricático (C , KC+ violáceo) na medula. No entanto C. texana
apresenta sorais orbicul
ares, que raramente tornam
-
se lineares.
A presença de ácido divaricático é também mencionada para
Canoparmelia
owariensis
(Asah.) Elix, citada para Austrália por Elix (1994c), que é pustulada-isidiada, às
vezes passando a sorediada, tem a parte inferior da medula algumas vezes amarelada e
apresenta traços de euplectina e de ácido nordivaricático.
Canoparmelia maculata
Canêz & Marcelli,
ined
.
Figura 20
TALO
verde acinzentado,
lobado,
5,0
cm diâm.;
lobos
com ramificações irregulares,
0,9 3,0 mm larg., adnatos, ápice truncado, margem de lisa a levemente crenada, superfície
contínua, irregularmente quebrada no centro, de lisa a levemente rugosa, brilhosa;
lacínulas
ausente; máculas
de fracas a distintas, lineares, presentes no ápice dos lobos, passando a
lam
inais;
pseudocifelas
ausentes;
cílios
ausentes.
PÚSTULAS
ausentes.
SORAIS
capitados,
laminais, raramente marginais; sorédios originados de isídios pustulares, de granulares a
73
farinosos.
ISÍDIOS
de concolores a escurecidos, granulares a cilíndricos, a maioria simples,
0,15 0,25 0,15
0,25 mm, eretos, firmes, eciliados, que desde jovens apresentam o córtex do
ápice erodido e fendido, a maioria deles ligeiramente inflada (pústulas ?) e dando origem a
sorédios e grânulos.
MEDULA
branca, pigmento ausente.
SUPER
FÍCIE INFERIOR negra,
levemente lustrosa, de lisa a rugosa; margem castanha escura ou castanha, opaca, 1,0 2,0
mm larg., limite atenuado, de rugosa a papilada;
rizinas
mais freqüentemente negras, poucas
esbranquiçadas ou apenas com o ápice esbranquiçado, simples, raramente furcadas, presentes
até a margem 0,30 0,90
<0,05
0,10 mm, freqüentes, distribuídas homogeneamente.
APOTÉCIOS
ausentes.
PICNÍDIOS
ausentes.
Testes de coloração: córtex superior K+ amarelo, UV
ou UV+ fraco amarelo nas
extremidades do ta
lo; medula K+ amarelo, C+ rosa, KC+ rosa, P+ amarelo, UV
.
Substâncias de importância taxonômica: atranorina (cortical), ácidos do complexo
girofórico (medulares).
Material examinado: município de Vacaria, localidade de Fazenda da Estrela, campo de
pastage
m, 28º03 57,3 S, 50º57 38,1 W, 905 m de altitude, em pneu no pátio da casa do Sr.
Alcebides Teixeira, col.
L.S. Canêz 1378, 01-
III
-2003.
Comentários
Canoparmelia maculata é caracterizada pelo talo lobado, máculas muito distintas nas
áreas distais dos lobos, presença de substâncias do complexo girofórico e superfície inferior
quase completamente lisa e pela presença de isídios (pústulas ?) de granulares a cilíndricos,
cujo ápice se fende desde cedo. A maioria desses isídios infla (principalmente o ápice) e s
e
desmancha em sorédios com a idade (ver Tabela 4).
Provavelmente é um par isidiado-sorediado de Canoparmelia subroseoreagens
Canêz
&
Marcelli (sorediada) e de
Canoparmelia roseoreagens
Marcelli & Canêz (isidiada).
A espécie australiana Canoparmelia owari
ensis
(Asah.) Elix é pustulada isidiada, com
isídios de cilíndricos a irregularmente inflados, às vezes passando a sorediados, possui parte
da medula amarelada (com euplectina) e produz ácido divaricático e traços de nordivaricático
(Elix 1994c).
Canoparm
elia raunkieri (Vainio) Elix & Hale é semelhante, mas, apesar de também
pustulada/sorediada, apresenta ácido norstíctico (medula K+ vermelha), com ou sem ácido
girofórico (Hale 1976c).
74
Canoparmelia pustulascens (Kurok.) Elix possui pústulas ou isídios rebentando em
sorédios, com lobos moderadamente imbricados, e apresenta ácidos sequicáico, traços de
homosequicáico e ácidos graxos, ou seja, possui testes medulares negativos (Elix 1994c).
Canoparmelia roseoreagens Marcelli & Canêz,
ined
.
Figura 21
TALO
ac
inzentado,
sublaciniado ou laciniado,
9,0
cm diâm.; sublacínias ou lacínias
com ramificações irregulares, 0,9
2,5
larg., adnatas, contíguas, ápice truncado, margem de
lisa a crenada, superfície contínua e levemente quebrada no centro do talo, lisa; lacínul
as
ausentes; máculas
ausentes ou fracas, reticulares, mais freqüentes no ápice dos lobos, às
vezes originando quebras discretas;
pseudocifelas ausentes
;
cílios
ausentes.
PÚSTULAS
ausentes.
SORAIS
ausentes.
ISÍDIOS
de bases concolores ao talo e ápices marro
ns,
cilíndricos, coralóides, ramificados e, menos freqüentemente simples, 0,10 0,45
0,05 mm,
eretos, firmes, laminais, ápice eciliado.
MEDULA
branca, pigmento ausente.
SUPERFÍCIE
INFERIOR
de negra a castanha escura, levemente lustrosa, rugosa; margem
cas
tanha,
lustrosa, 0,5 1,5 mm larg., limite atenuado, rugosa, raramente papilada
;
rizinas
brancas,
castanhas escuras ou raramente negras, de simples a furcadas, 0,25 0,50
0,05 0,08 mm, de
poucas a freqüentes, distribuídas quase uniformemente por toda super
fície.
APOTÉCIOS
ausentes.
PICNÍDIOS
ausentes.
Testes de coloração: córtex superior K+ amarelo, UV ; medula K , C+ rosa, KC+ rosa, P+
amarelo claro, UV
.
Substâncias de importância taxonômica: atranorina (cortical), ácidos do complexo
girofórico (medulares
).
Material examinado: município de Vacaria, localidade de Fazenda da Estrela, mata com
Araucaria angustifolia, 28º03 58,8 S, 50º57 34,1 W, 905 m de altitude, em córtex de árvore,
col.
L.S.
Canêz & A
.A.
Spielmann
096, 03
-
III
-
2003.
Comentários
A superfície
distintamente maculada, a presença de isídios, a superfície inferior rugosa
e a produção de substâncias do complexo girofórico (C+ rosa), caracterizam
Canoparmelia
75
roseoreagens
, que é provavelmente o par isidiado de Canoparmelia subroseoreagens Canêz
& Ma
rcelli, que é sorediada (ver Tabela 4).
Outra espécie com teste de
spot
e morfologia semelhante é Canoparmelia sanguinea
Marcelli & Benatti, que apresenta ácido evérnico (C+ rosa) e pode ser diferenciada por
apresentar lobos amontoados, margens laterais muitas vezes involutas, superfície foveolada e
máculas muito evidentes, presentes especialmente sobre as cristas interfoveolares, além da
superfície inferior freqüentemente lisa.
Canoparmelia sanguinea
Marcelli & Benatti,
ined
.
Figura 22
Distribuição conh
ecida:
Brasil
SP
(Marcelli & Benatti, comunicação pessoal).
TALO
cinza esverdeado, lobado,
8,5
cm diâm.;
lobos
com ramificações irregulares,
0,9 2,5 mm larg., frouxamente adnatos, sobrepostos lateralmente, amontoados ou contíguos,
ápice truncado, margem lisa, às vezes lateralmente involuta, superfície contínua ou
irregularmente rachada, brilhosa, lisa ou levemente foveolada;
lacínulas
ausentes;
máculas
muito distintas, de reticulares a efiguradas, presentes no ápice dos lobos, passando a laminais,
às vezes originando quebras muito discretas;
pseudocifelas
ausentes;
cílios
ausentes.
PÚSTULAS
ausentes.
SORAIS
ausentes
.
ISÍDIOS
com bases concolores ao talo, ápices
marrons claros, cilíndricos, simples ou ramificados, menos freqüentemente coralóides, 0,10
0,50
0,05 0,10 mm, eretos ou muito raramente procumbentes, firmes, ápice eciliado,
laminais.
MEDULA
branca, pigmento ausente. SUPERFÍCIE INFERIOR negra ou
castanha olivácea, levemente lustrosa, a maior parte lisa; margem castanha, lustrosa, 0,8
2,0
(
4,0)
mm
larg., limite atenuado, rugosa, raramente papilada
;
rizinas
creme, brancas,
castanhas claras ou castanhas escuras, simples, menos freqüentemente furcadas, às vezes
peniciladas, (0,10 ) 0,25 1,00
0,05 0,10 mm, de poucas a freqüentes, distribuídas por toda
superfície ou agrupadas em certas partes.
APOTÉCIOS
ausentes.
PICNÍDIOS
ausentes.
Testes de coloração: córtex superior K+ amarelo, UV ; medula K , C+ rosa, KC+ rosa, P+
amarelo claro, UV
.
Substâncias de importância taxonômica: atranorina, cloroatranorina (corticais), ácidos
divaricático, evérnico, nordivaricático (medulares).
76
Material examinado: município de Vacaria, localidade de Fazenda da Estrela, mata ciliar,
28º02 41 S, 50º56 52,3 W, 800 m de altitude, em córtex de árvore isolada em campo
próximo a margem direita do arroio, col. L.S. Canêz & A.A. Spielmann 793, 795, 798, 12-I-
2004.
Comentários
Canoparmelia sanguinea é diferenciada pela superfície maculada, lisa, isídios
cilíndricos, superfície inferior freqüentemente lisa e pela produção de ácidos evérnico (C+
rosa), divaricático e nordivaricático. Pode ser confundida com Canoparmelia roseoreagens
Marcelli & Canêz, que também isídios e reação medular C+ rosa, mas que é diferenciada pela
presença de ácidos do complexo girofórico. Além das diferenças q
uímicas,
C. roseoreagens
tem o talo sublaciniado ou laciniado, muito plano, superfície completamente lisa, máculas
fracas e superfície inferior rugosa ou papilada (ver Tabela 4).
Outra espécie isidiada com ácido divaricático é Canoparmelia concrescens (Va
in.)
Elix & Hale, que de acordo com Hale (1976c), tem a superfície plana, continua ou rachada
nos lobos velhos e produz ácido divaricático e associados, porém não possui cloroatranorina,
nem ácidos evérnico e nordivaricático
O material da Serra da Cantareira (São Paulo
SP), Marcelli 6028 e 6029 (SP),
apresenta o talo levemente mais plano que o material do Rio Grande do Sul, mas apresenta
isídios de tamanhos semelhantes e superfície inferior preferencialmente lisa, raramente rugosa
em algumas partes do talo.
Na cromatografia, a exsicata Canêz 795 apresentou, além das demais substâncias,
apenas traços do ácido nordivaricático e na exsicata Marcelli 6029 (SP 264935) não foi
encontrado ácido divaricático.
77
Tabela 4: Comparação das espécies de
Canoparme
lia
encontradas em Vacaria que apresentam medula de reação C+ vermelho.
Espécies
Superfície superior
Propágulos vegetativos
Máculas
Superfície
inferior
Substâncias encontradas
C.
sanguinea
rugosa ou foveolada
isídios simples a pouco
ramificados
muito
cons
pícuas
maior parte
lisa
atranorina, cloroatranorina, ácidos
evérnico, divaricático e
nordivaricático
C.
consanguinea
lisa
sorais
orbiculares, laminais e
marginais, originados de
inchaços com córtex erodido,
sorédios
muitas vezes
corticados em um dos lado
s,
lembrando sorédios isidióides,
granulares ou até formando
grânulos
conspícuas
maior parte
lisa
atranorina, cloroatranorina,
ácido divaricático e substâncias do
complexo girofórico.
C.
maculata
lisa ou
levemente rugosa
isídios sorediados
de fracas a
dis
tintas
lisa a rugosa
atranorina, ácidos do complexo
girofórico
C.
roseoreagens
lisa
isídios coralóides
inconspícuas
uniformemente
rugosa ou
papilada
atranorina, ácidos do complexo
girofórico
C.
subroseoreagens
lisa
sorais
orbiculares, mais
comumente lami
nais,
o
riginados da desagregação do
córtex, o que muitas vezes
deixa os sorédios corticados em
um dos lados, subgranulares
inconspícuas
uniformemente
papilada
atranorina, ácidos do complexo
girofórico
77
78
Canoparmelia subroseoreagens
Canêz & Marcelli,
ined
.
Figura 23
TALO
acinzentado,
sublaciniado ou laciniado,
6,0
cm diâm.; sublacínias ou lacínias
com ramificações irregulares, 0,5
2,5
mm larg., adnatos, contíguos, ápice truncado, margem
levemente crenada ou ondulada, plana, linha negra conspícua, superfície de contínua a muito
quebrada e até formando placas na região central do talo, lisa;
lacínulas
ausentes;
máculas
fracas, reticulares, presentes no ápice dos lobos;
pseudocifelas
ausentes;
cílios
ausentes.
PÚSTULAS
ausentes.
SORAIS
orbiculares, principalmente laminais, menos freqüentemente
marginais; sorédios
originados da desagregação do córtex, o que muitas vezes deixa os
sorédios corticados em um dos lados, subgranulares.
ISÍDIOS
ausentes.
MEDULA
branca,
pigmento ausente. SUPERFÍCIE INFERIOR negra, lustrosa, papilada; margem
castanha
escura, de opaca a lustrosa, 0,7 2,0 mm larg., limite atenuado, de lisa a papilada
;
rizinas
negras, menos comumente com o ápice esbranquiçado, simples, 0,20 0,85
0,05 mm, de
freqüentes a abundantes, distribuídas por toda s
uperfície.
APOTÉCIOS
ausentes.
PICNÍDIOS
ausentes.
Testes de coloração: córtex superior K+ amarelo, UV ; medula K , C+ rosa violáceo, KC+
rosa forte evanescente, P
, UV
.
Substâncias de importância taxonômica: atranorina (cortical), ácidos do complexo
gir
ofórico (medulares).
Material examinado: município de Vacaria, localidade de Fazenda da Estrela, mata de
Araucaria
angustifolia
, 28º03 58,8 S, 50º57 34,1 W, 905 m de altitude, córtex de árvore, col.
L.S.
Canêz & A
.A.
Spielmann 1374, 03
-
III
-2003.
Comentário
s
Esta espécie é caracterizada pela superfície lisa com máculas fracas e presentes no
ápice dos lobos, sorais orbiculares laminais, superfície inferior papilada e substâncias do
complexo girofórico (C+ rosa) presentes na medula.
É quimicamente idêntica e morfologicamente semelhante à espécie isidiada
Canoparmelia roseoreagens
Marcelli & Canêz, daí o nome da desta nova espécie.
Outra espécie sorediada de medula C+ é Canoparmelia consanguinea Marcelli &
Canêz, que apresenta química semelhante, porém com adição de cloroatranorina e ácido
79
divaricático, e pode ser facilmente reconhecida pelos lobos amontoados, máculas conspícuas e
superfície inferior predominantemente lisa (ver Tabela 4).
Flavoparmelia Hale
Mycotaxon
25
: 603. 1986.
Tipo:
Flavoparmelia caperata (L.) Hale.
TALO
amarelo esverdeado, lobado; lobos com ramificações dicotômicas a
irregulares, de contíguos a sobrepostos lateralmente, adnatos, ápice de redondo a subtruncado,
superfície contínua, de lisa a rugosa;
lacínulas
ausentes;
máculas
ausentes;
cílios
ausentes.
PÚSTULAS
presentes ou ausentes.
SORAIS
presentes ou ausentes.
MEDULA
branca,
raramente com parte pigmentada. SUPERFÍCIE INFERIOR negra; margem
presente,
castanha
;
rizinas
negras ou claras, simples, freqüentes.
APOTÉCIOS
de planos a côncavos,
sésseis,
disco do apotécio castanho, não perfurado;
ascosporos
simples, hialinos, elipsóides,
14,0 20,0
7,0 12,0
m.
PICNÍDIOS
laminais, imersos; de ostíolo negro, conídios
bifusiformes ou baciliformes 6,0
10,0
1,0
m (Hale 1976c, Elix 1993, Nash & El
ix 2002d).
Comentários
Flavoparmelia
é caracterizada pelo talo amarelo-esverdeado (ácido úsnico cortical),
lobos eciliados, superfície inferior negra, ascosporos grandes e por apresentar hábito
freqüentemente corticícola.
É diferenciada de
Xanthoparmelia
, que também é eciliada e apresenta ácido úsnico no
córtex superior, mas apresenta ascosporos menores, talo normalmente mais laciniado e hábito
terrícola ou saxícola (rochas ácidas).
Dezessete espécies foram combinadas em
Flavoparmelia
por Hale (1986a).
Atu
almente Nash & Elix (2002d) reconhecem cerca de 20 espécies para o mundo.
No Brasil somente 3 espécies foram citadas por Marcelli (2004).
F.
subamplexa
(Hale)
Hale, que era conhecida apenas para a África, foi recentemente citada para o Brasil por
Eliasaro
(2001).
No Rio Grande do Sul são conhecidas três espécies (Spielmann 2004), duas delas
também foram coletadas em Vacaria:
F.
exornata
(Zahlbr.)
Hale e
F.
papillosa (Gyeln.)
Hale.
80
C
HAVE DE IDENTIFICAÇÃ
O PARA AS ESPÉCIES D
E F
LAVOPARMELIA
DE
F
AZENDA DA
E
ST
RELA
1a. Isídios ausentes ................................................................................................... F.
exornata
1b. Isídios inflados presentes ................................................................................... F.
papillosa
Flavoparmelia exornata
(Zahlbruckner) Hale
Mycotaxon
25
(2): 604. 1986.
Figura 24
Basiônimo:
Parmelia caperata
var. exornata
Zahlbruckner,
Annalles Mycologici
10:379.1912.
Tipo: Uruguai, Cerillos Canelones,
Felippone
431 (W, lectotipo; G, isotip
o).
Distribuição conhecida: na América do Sul é conhecida para Argentina (Adler 1992), Chile
(Hale 1976c) e o Brasil
RS (Spielmann 2004) e PR (Eliasaro 2001, Eliasaro & Adler 2002).
TALO
amarelo esverdeado, lobado, 5 16 cm diâm.;
lobos
com ramificações
irregulares, 0,3 2,0 (
4,0)
mm larg., fortemente adnatos, contíguos, às vezes amontoados no
centro do talo ou com muitos lóbulos adventícios nas partes velhas, ápice redondo, margem
lisa, superfície superior contínua, muito rugosa, rugas principalmente lon
gitudinais, raramente
lisa, axilas dos lobos involutas;
lacínulas
ausentes; máculas ausentes ou fracas, efiguradas,
presentes mais freqüentemente no ápice dos lobos;
pseudocifelas
ausentes;
cílios
ausentes.
PÚSTULAS
ausentes.
SORAIS
ausentes
.
ISÍDIOS
ausen
tes.
MEDULA
branca, pigmento
ausente.
SUPERFÍCIE INFERIOR negra, lustrosa, rugosa ou papilada; margem
castanha
clara, às vezes negra nas margens laterais, lustrosa, 0,4 2,0 (
5,0)
mm larg., limite atenuado,
às vezes tido, lisa, papilada ou rugosa
;
rizina
s
negras, brancas, algumas marginas com
apenas o ápice esbranquiçado, simples, presentes até a margem nas partes escuras e deixando
uma zona nua nas margens claras, 0,15
0,25 (
0,50)
<0,05 0,05
mm, freqüentes ou poucas,
distribuídas quase igualmente em toda superfície.
APOTÉCIOS
côncavos ou levemente
planos, 1,0 5,0
mm diâm., subadnatos, laminais, margem lisa ou raro e levemente crenada, às
vezes um pouco involutas, anfitécio de liso a rugoso, às vezes levemente maculado, disco
castanho escuro, não perfur
ado;
ascosporos
elipsóides, 17,0 23,0 (
26,0)
7,5 12,5
m,
epispório
1,2 2,5
m.
PICNÍDIOS
submarginais ou raramente laminais, de ostíolo negro;
conídios
fracamente bifusiformes, 6,0 8,7 1,2
m.
81
Testes de coloração:
córtex superior K
, UV
; medula K+ a
marelo
marrom, C
, KC
, P+
amarelo forte, UV
.
Substâncias de importância taxonômica: ácido úsnico, com ou sem isoúsnico (corticais),
ácidos fumarprotocetrárico, protocetrárico e traços de substâncias do complexo
conformata
(medulares).
Material examin
ado:
município de Vacaria, localidade de Fazenda da Estrela, campo aberto,
28º04 58,9 S, 50º56 48,9 W, 850 m de altitude, em galho de arbusto, col. L.S. Canêz & A.A.
Spielmann
147, 23-
II
-2003; idem, mata ciliar, 28º02 44,6 S, 51º02 01,7 W, 860 m de
altitud
e, em ramo fino de arbusto na margem direita do Rio Frade, col. L.S. Canêz & A.A.
Spielmann
655, 656, 11-I-2004; idem, em córtex de árvore na margem do Rio Frade, L.S.
Canêz & A
.A.
Spielmann
698, 11-I-2004.
Comentários
Flavoparmelia exornata é caracterizada pela ausência de propágulos vegetativos,
ácidos fumarprotocetrárico e protocetrárico na medula e a superfície inferior negra. É muito
semelhante morfologicamente a Flavoparmelia rutidota (Hooker & Taylor) Hale, que
também não possui propágulos vegetativos, mas algumas vezes apresenta um pigmento
avermelhado K+ púrpura na medula, produz ácido protocetrárico e, às vezes, ácido caperático.
De um modo geral, a morfologia confere com a descrição de Eliasaro (2001) e difere
de Hale (1976c) apenas pela medida dos esporos (15 18
8 10 m), menores que os do
material aqui estudado.
Em relação à química, a literatura é unânime ao citar a presença de ácido
protocetrárico, mas há discordância em relação às outras substâncias produzidas. Hale (1976c)
encontrou substâncias do complexo
conformata
, além do ácido protocetrárico; Eliasaro &
Adler (2002) encontraram apenas ácido malonprotocetrárico associado ao ácido
protocetrárico. Os espécimes de Vacaria, apresentam ácido fumarprotocetrárico, além do
ácido protocetrárico e de substâncias do complexo
conformata
. Desse modo, a grande
maioria dos espécimes de Vacaria estão mais relacionados à química mencionada por Hale
(1976c), exceto pela exsicata Canêz 147 que não produz ácido isoúsnico nem as substâncias
do complexo
conformata
e apresenta apenas traços dos ácidos protocetrárico e
fumarprotocetrárico.
82
Flavoparmelia papillosa
(Gyelnik) Hale
Mycotaxon
25
(2): 605. 1986.
Figura 25
Basiônimo:
Parmelia papillosa Lynge
ex
Gyelnik, Annales Musei Nationalis Hungarici 29:
43. 1935.
Tipo:
Uruguai, La Paz, Canelones,
Felippone
752 (W, lectotipo).
Distribuição conhecida: Argentina (Adler 1992), Uruguai (Osorio 1967, Hale 1976c) e
Brasil
PR (Eliasaro 2001, Eliasaro & Adler 2002), SC (Hale 1976c) e RS (Spielmann 2004).
TALO
am
arelo esverdeado, de lobado a sublaciniado, 8 15 cm diâm.; lobos ou
sublacínias
com ramificações irregulares, 0,5 2,0 mm larg., fortemente adnatos,
freqüentemente contíguos, às vezes sobrepostos lateralmente ou amontoados no centro, ápice
redondo, margem lisa, raramente crenada, superfície superior contínua ou irregularmente
quebrada no centro, rugosa;
lacínulas
ausentes;
máculas
ausentes ou fracas, de reticuladas a
puntiformes, presentes no ápice dos lobos, nas cristas das rugosidades;
pseudocifelas
ausent
es;
cílios
ausentes.
PÚSTULAS
ausentes.
SORAIS
ausentes.
ISÍDIOS
concolores ao
talo, cilíndricos, inflados, simples, ramificados ou mais raramente coralóides, muito densos,
0,2
0,7( 1,0)
0,1 0,4 mm, eretos, firmes, ápice eciliado, laminais, não sorediados
.
MEDULA
branca, pigmento ausente. SUPERFÍCIE INFERIOR negra, lustrosa ou opaca,
de rugosa a papilada; margem castanha, lustrosa, 0,5 1,5 mm larg., limite nítido, lisa, rugosa
ou papilada
;
rizinas
negras, as marginais podem ser esbranquiçadas no ápice, sim
ples,
presentes até a margem, ou mais raramente, com margem muito estreita, 0,20 0,60 (
0,75)
0,05 mm, freqüentes, distribuídas homogeneamente.
APOTÉCIOS
de planos a levemente
côncavos, 1,0 4,0 mm diâm., adnatos, laminais, margem lisa, isidiada, anfitécio isidiado,
disco castanho escuro, não perfurado;
ascosporos
elipsóides, 14,0 16,0
(6,0 ) 8,5 10,0
m,
epispório
1,0
m.
PICNÍDIOS
no ápice dos isídios ou entre eles, raramente laminais, de
ostíolo negro;
conídios
fraco bifusiformes, 5,0
7,5 1,2
m.
Te
stes de coloração:
córtex superior K
, UV
; medula K+ amarelo
marrom, C
, KC
, P+
amarelo forte, UV
.
83
Substâncias de importância taxonômica: ácidos úsnico, com ou sem isoúsnico (corticais),
ácidos fumarprotocetrárico, protocetrárico e traços de substâncias do complexo
conformata
(medulares).
Material examinado: município de Vacaria, localidade de Fazenda da Estrela, campo,
28º04 58,9 S, 50º56 48,9 W, 850 m de altitude, saxícola próximo à Cascata do Pito, col. L.S.
Canêz & A.A. Spielmann 176, 191, 22-
II
-2003; idem, 28º03 57,3 S, 50º57 38,1 W, 905 m de
altitude, sobre matacão, col. L.S. Canêz & A.A. Spielmann 127, 1382, 02-
III
-2003; idem,
saxícola em campo roçado, col. L.S. Canêz & A.A. Spielmann 378, 20-
VII
-2003; idem, mata
ciliar, 28º02 44,6 S, 51º02 01,7 W, 860 m de altitude, saxícola na margem esquerda do Rio
Frade, col. L.S. Canêz & A.A. Spielmann 699, 11-I-2004; idem, em córtex de
Araucaria
angustifolia
isolada na margem esquerda do Rio Frade, col. L.S. Canêz & A.A. Spielmann
685, 11-I-
2004.
Comentári
os
Flavoparmelia papillosa é caracterizada pela química, superfície inferior negra e pela
presença de isídios cilíndricos ou inflados, que às vezes lembram pústulas, mas são
evidentemente sólidos. De acordo com Eliasaro & Adler (2002), é a forma isidiada
de
Flavoparmelia exornata
(Zahlbr.) Hale.
É semelhante a Flavoparmelia baltimorensis (Gyeln. & Fóriss) Hale, encontrada na
América do Norte, que tem ácidos protocetrárico e girofórico, pústulas isidióides ramificadas,
frágeis, quebrando apicalmente, mas n
ão formando sorédios.
Hale (1976c) mencionou que freqüentemente os isídios têm o ápice erodido, mas não
formam sorédios. Esta característica não foi mencionada por Eliasaro (2001) e também não
foi encontrada nos espécimes de Vacaria. Em relação às demais características e substâncias
presentes, o material estudado confere bem com as descrições.
Hypotrachyna
(Vainio) Hale
Phytologia
28
: 340. 1974.
Tipo:
Hypotrachyna brasiliana
(Nylander) Hale.
TALO
esbranquiçado,
cinza, esverdeado ou amarelo esverdeado,
laciniado;
lacínias
com ramificações dicotômicas ou irregulares, contíguas, sobrepostas lateralmente ou
imbricadas, de adnatas a pouco elevadas, ápice truncado, superfície contínua, de lisa a rugosa;
84
lacínulas
ausentes; máculas presentes ou ausentes;
cílio
s ausentes;
dáctilos
presentes ou
ausentes.
PÚSTULAS
presentes ou ausentes.
SORAIS
presentes ou ausentes
.
ISÍDIOS
presentes ou ausentes.
MEDULA
branca, raramente parte amarela ou laranja.
SUPERFÍCIE
INFERIOR
negra; margem presente ou ausente
;
rizinas
negra
s,
ramificadas
dicotomicamente, de poucas a abundantes.
APOTÉCIOS
de planos a côncavos, de sésseis a
subpedicelados, laminais ou submarginais, disco do apotécio castanho, bege ou esverdeado,
não perfurado;
ascosporos
simples, elipsóides, 12,0 18,0
8,0 12,0
m.
PICNÍDIOS
laminais ou marginais, de ostíolo negro, conídios baciliformes ou levemente bifusiformes,
5,0 8,0
1,0
m (Hale 1975a, Elix 1993, Nash
et al
. 2002).
Comentários
Este gênero é caracterizado pelo talo freqüentemente laciniado ou sublaciniado,
raramente lobado, pela ausência de cílios nas margens dos lobos e pela presença de rizinas
com ramificações dicotômicas.
Hypotrachyna
foi proposto por Hale (1974b) com base em
Parmelia
subgênero
Parmelia
seção
Hypotrachyna
(Hale & Kurokawa 1964) e foi descrito com 110 espécies
combinadas. Dessas, 77 foram citadas para América Tropical e 33 foram mencionadas para o
Brasil (Hale 1975a).
Um número mais atual de 165 espécies de
Hypotrachyna
no mundo foi dado por Nash
et al. (2002). Marcelli (2004) citou 53 espécies para o Brasil, e isso demonstra a grande
diversidade do gênero no país, que este número representa cerca de 68% das espécies
mencionadas para a América Tropical.
No Rio Grande do Sul são conhecidas 24 espécies (Spielmann 2004). Em Fazenda da
Est
rela o gênero foi bem representativo, com 13 espécies. Dessas, H. verrucosissima Marcelli
& Canêz é nova para a Ciência; H. neodissecta (Hale) Hale e H. steyermarkii (Hale) Hale são
citações novas para o estado.
C
HAVE DE IDENTIFICAÇÃ
O PARA AS ESPÉCIES D
E H
YPOTRACHYNA
DE
F
AZENDA DA
E
STRELA
1a. Dáctilos, sorédios ou isídios ausentes ................................................................................. 2
1b. Dáctilos, sorédios ou isídios presentes ................................................................................ 4
85
2a. Medula amarela clara .......................................................................................
H.
peruviana
2b. Medula branca ..................................................................................................................... 3
3a. Medula C+ rosa, K .......................................................................................
H.
pluriformis
3b. Medula C
, K+ rosa amarronzado ...................................................................................... 5
4a. Superfície superior lisa a muito levemente rugosa ..................................................
H.
livida
4b. Superfície superior muito rugosa e/ou verrucosa .....................................
H
.
verrucosissima
5a. Dáctilos presentes ................................................................................................................ 6
5b. Dáctilos ausentes ................................................................................................................. 7
6a. Dáctilos desenvolvidos a partir das partes jovens do talo, superfície superior lisa ................
.........................................................................................................................
H.
polydactyla
6b. Dáctilos desenvolvidos somente a partir das partes velhas, superfície superior muito
rugosa e verrucosa .....................................................................................
H. verrucosissima
7a. Sorédios pres
entes, isídios ausentes .................................................................................... 8
7b. Sorédios ausentes, isídios presentes .................................................................................... 9
8a. Medula branc
a .........................................................................................................
H.
rockii
8b. Medula amarela .............................................................................................. H.
endochlora
9a. Medul
a K+ amarelo .............................................................................................
H.
dentella
9b. Medula K ......................................................................................................................... 1
0
10a. Medula C .................................................................................................
H.
costaricensis
10b. Medula C+ rosa ou laranja .............................................................................................. 11
11a. Medula C+ rosa ............................................................................................
H.
neodissecta
11b. Medula C+ laranja ........................................................................................................... 12
12a. Isídios eciliados ...........................................................................................
H.
imbricatula
12b. Isídios pelo menos em parte ciliados .........................................................
H.
steyermar
kii
86
Hypotrachyna costaricensis
(Nylander) Hale
Smithsonian Contributions to Botany
25
: 29.
1975.
Figura 26
Basiônimo:
Parmelia costaricensis
Nylander,
Polakowsky
225: 1877.
Tipo:
Costa Rica, Angostura, col.
Polakowsky (H, lectotipo).
Distribuição conhec
ida:
Oceania (Elix 1994d, Louwhoff & Elix 2002a), Ásia (Divakar &
Upreti 2003), África (Swinscow & Krog 1988), América Central (Hale 1975a), América do
Norte (Hale 1975a,
Nash
et al.
2002
); na América do Sul é conhecida para Bolívia, Colômbia,
Peru, Venezuela (Hale 1975a) e Brasil
MG (Hale 1975a, Ribeiro 1998), PR (Eliasaro et al.
1998), RJ (Hale 1975a), RS (Spielmann 2004) e SP (Pereira & Marcelli 1989, Ribeiro 1998).
TALO
verde acinzentado, sublaciniado, 8,0 cm diâm.;
sublacínias
de ramificações
subdico
tômicas a irregulares, 1,5 4,0 mm larg., de frouxamente adnatas a elevadas, de
sobrepostas lateralmente a amontoadas, às vezes imbricadas, ápice redondo ou truncado,
densamente pruinoso em alguns pontos, margem de lisa a levemente crenada, superfície
super
ior contínua, rugosa, levemente brilhosa;
lacínulas
ausentes;
máculas
fracas,
puntiformes, submarginais;
pseudocifelas
ausentes;
cílios
ausentes.
PÚSTULAS
ausentes.
SORAIS
ausentes.
ISÍDIOS
de bases concolores ao talo e ápices marrons, cilíndricos, de
simp
les a pouco ramificados, 0,20 0,50
<0,05 0,20 mm, eretos, firmes, ápice eciliado,
laminais.
MEDULA
branca, pigmento ausente. SUPERFÍCIE INFERIOR negra, lustrosa,
rugosa;
margem castanha, levemente lustrosa, 0,80 1,50 larg., limite atenuado, menos
freqüen
temente nítido, de lisa a levemente rugosa
;
rizinas
negras, dicotômicas, menos
freqüentemente furcadas, 0,15 0,45 (
0,75)
0,05 mm, abundantes, muitas vezes com os
ápices emaranhados, projetadas horizontalmente para fora do talo em um espécime,
distribuíd
as homogeneamente.
APOTÉCIOS
ausentes.
PICNÍDIOS
ausentes.
Testes de coloração:
córtex superior K+ amarelo, UV
; medula K
, C
, KC
, P
, UV
.
Substâncias de importância taxonômica: atranorina (cortical), ácido protoliquesterínico
(medular).
Material examinado: município de Vacaria, localidade de Fazenda da Estrela, mata ciliar,
28º04 49,2 S, 50º56 36,9 W, 850 m de altitude, saxícola (basalto) próximo ao arroio, local
pouco sombreado, col. L.S. Canêz & A.A. Spielmann 1017, 1042, 10-I-2004; idem, sobre
87
rocha
(basalto) no interior de mata ciliar, local iluminado, junto com musgos, col. L.S. Canêz
& A
.A.
Spielmann
1070, 1071, 10-I-
2004.
Comentários
Hypotrachyna costaricensis é caracterizada pelo talo amontoado ou imbricado, pela
presença de isídios cilíndricos e pela ausência de substâncias na medula. Morfologicamente é
semelhante a Hypotrachyna imbricatula (Zahlbr.) Hale, que apresenta ácidos do complexo
barbático (C+ laranja) e
Hypotrachyna neodissecta
(Hale) Hale que apresenta ácido girofórico
(C+ rosa). Inclusive, estas espécies foram encontradas em hábitats semelhantes e até mesmo
crescendo entremeadas.
Os exemplares estudados conferem com as descrições apresentadas para a espécie.
Porém existem discordâncias a respeito das máculas de H. costaricensis
(Nyl.)
Hale: Hale
(1975a), Nash et al. (2002) e Elix (1994d) descreveram a superfície como fortemente
maculada, Eliasaro (2001) descreveu máculas de fracas a conspícuas, Ribeiro (1998)
descreveu máculas fracas e Swinscow & Krog (1988) mencionaram a superfície como não
maculada. Em relação às máculas, o material de Vacaria confere com a descrição do material
estudado por Ribeiro (1998).
A presença de rizinas projetadas horizontalmente para fora do talo é mencionada por
todos os autores consultados; no entanto, esta característica não é comum aos espécimes de
Fazenda da Estrela e foi vista apenas no espécime Canêz & Spielmann 1071.
A substância encontrada na medula dos espécimes estudados foi a mesma mencionada
por Ribeiro (1998): ácido protoliquesterínico. Hale (1975a), além da presença do
protoliquesterínico, também mencionou a possível presença de ácido caperático, Elix (1994d)
e Eliasaro et al. (1998) mencionaram a presença de ácidos graxos não identificados juntos ao
ácido protoliquesterínico. Uma produção química mais complexa foi descrita por Nash et al.
(2002) e Louwhoff & Elix (2002a), que não mencionaram ácido protoliquesterínico, e sim, a
presença de ácidos protoconstipático (maior), dehidroconstipático (menor),
protopraesorediósico (menor), constipático (menor) e praesorediósico (traços), além de ácidos
graxos desconhecidos e traços de um pigmento também desconhecido.
88
Hypotrachyna dentella
(Hale & Kurokawa) Hale
Smithsonian Contributions to Botany
25
: 33. 1975.
Figura 27
Basiônimo:
Parmelia dentella Hale & Kurokawa, Contributions from the United States
National Herbarium
36: 172. 1964.
Tipo
: Estados Unidos da América, Alabama, Clay Country, Cheaha State Park,
Mc
-
Cullough
570 (US, holotipo; TNS, isotipo).
Distribuição conhecida: América do Norte (Hale 1975a, Nash et al. 2002); na América do
Sul é conhecida para Venezuela (Hale 1975a) e Brasil
MG (Eliasaro & Adler 1997), PR
(Eliasaro
et al
.
1998), RJ (Hale 1975a), RS (Spielmann 2004) e SP (Pereira & Marcelli 1989).
TALO
acinzentado, laciniado, 7,0
cm
diâm.;
lacínias
com ramificações irregulares,
1,0 3,0 mm larg., adnatas na região distal, elevadas na região central, amontoadas, ápice
truncado, margem crenada, superfície superior contínua, lisa, levemente brilhosa;
lacínulas
ausentes; máculas
fracas, puntiformes, laminais;
pseudocifelas
ausentes;
cílios
ausentes.
PÚSTULAS
ausentes.
SORAIS
ausentes.
ISÍDIOS
de bases concolores ao talo, ápices
marrons, granulares, simples, 0,10 0,25 × <0,05 0,05 mm, eretos, firmes, ápice eciliado,
laminais, raramente marg
inais.
MEDULA
branca, pigmento ausente.
SUPERFÍCIE
INFERIOR
negra, levemente lustrosa, rugosa; margem castanha, lustrosa, 0,90 1,50 mm
larg., limite tido, de lisa a levemente rugosa
;
rizinas
negras, dicotômicas, menos
freqüentemente furcadas, 0,35 0,75
<0,05
0,05
mm, abundantes, distribuídas por toda a
superfície inferior.
APOTÉCIOS
ausentes.
PICNÍDIOS
ausentes.
Testes de coloração: córtex superior K+ amarelo, UV ; medula K+ amarelo
lentamente
amarronzado, C
, KC+ laranja, P+ laranja, UV+ amarelo.
Su
bstâncias de importância taxonômica: atranorina (cortical), ácidos equinocárpico,
conequinocárpico, traços de obtusático e 4
-O-
demetilbarbático (medulares).
Material examinado: município de Vacaria, localidade de Fazenda da Estrela, mata ciliar,
28º04 49,2 S, 50º56 36,9 W, 850 m de altitude, saxícola (basalto) no interior da mata, junto
com musgos, col.
L.S.
Canêz & A
.A.
Spielmann
1014, 10
-I-
2004.
89
Comentários
Esta espécie se caracteriza pelo talo delicado, não imbricado, com isídios simples, e
pela presença dos ácidos 4
-O-
demetilbarbático, obtusático, equinocárpico e conequinocárpico.
Na morfologia pode lembrar
H.
imbricatula
(Zahlbr.) Hale e
H.
costaricensis
(Nyl.) Hale, que
são diferenciadas pela química e por apresentarem talos mais robustos, freqüentemente com
lobos imbricados e levemente mais largos do que os de
H.
dentella.
O espécime de Vacaria confere com as descrições do talo de um modo geral, no
entanto, foram encontradas diferenças nas máculas, na ramificação dos isídios e nos
componentes químicos
referidos pela literatura.
A superfície superior foi descrita por Hale (1975a), Eliasaro et al. (1998) e Nash &
Elix (2002g) como evidentemente maculada. Os isídios também podem apresentar variação
de acordo com a descrição de cada autor: Eliasaro et al. (1998) e Hale (1975a) descreveram
isídios variando de simples a ramificados, e Nash et al. (2002) descreveram isídios variando
de simples a coralóides e às vezes passando a lobulados. O espécime de Vacaria tem máculas
indistintas e isídios exclusivamente
simples.
A literatura é unânime ao descrever a presença (maior ou menor) de seis substâncias:
atranorina, ácidos equinocárpico, barbático, 4-O-demetilbarbático, norobtusático, obtusático.
Além desses, Nash et al. (2002) mencionaram a presença de cloroatranorina, Eliasaro et al.
(1998) menciononaram a presença de cloroatranorina, ácidos úsnico, conequinocárpico e uma
substância desconhecida. No material de Fazenda da Estrela, foram encontrados atranorina,
ácido equinocárpico, apenas traços dos ácidos obtusático e 4-O-demetilbarbático, não foram
encontrados cloroatranorina, ácidos barbático e ácido norobtusático.
Mesmo com estas diferenças, não motivos para separar este espécime num novo
táxon, visto que o material estudado provavelmente estava sofrendo algum tipo de estresse
ambiental e trata
-
se de um indivíduo de pouco vigor. Outro fato, é que a literatura cita sempre
os mesmos ácidos, mas eles não são sempre mencionados na mesma proporção (maior ou
menor), sem falar na presença e ausência de outras substâ
ncias.
90
Hypotrachyna endochlora
(Leighton) Hale
Smithsonian Contributions to Botany
25
: 33. 1975.
Figura 28
Basiônimo:
Parmelia endochlora Leighton, The Lichen-Flora of Great Britain, Ireland and
the Channel Islands
140. 1871.
Tipo
:
Irlanda, Kerry,
Askew Wood,
Taylor
(BM, lectotipo).
Distribuição conhecida: Oceania (Louwhoff & Elix 2002a), Europa (Hale 1975a), Ásia
(Kurokawa & Lai 2001, Divakar & Upreti 2003), África (Krog & Swinscow 1979), América
do Norte, América Central (Hale 1975a); na América do Sul é conhecida para Argentina
(Adler & Elix 1992, Calvelo & Liberatore 2002), Colômbia, Uruguai, Venezuela (Hale
1975a) e Brasil
MG (Ribeiro 1998), PR (Eliasaro et al. 1998), RJ (Hale 1975a), RS
(Spielmann 2004) e SP (Pereira & Marcelli 1989, Ribeir
o 1998).
TALO
acinzentado, subl
aciniado,
8 19 cm diâm.;
sublacínias
com ramificações
dicotômicas, 1,0 4,0 mm larg., elevadas, de sobrepostas lateralmente a amontoadas, às vezes
revolutas, ápice redondo naquelas sorediadas, truncado naquelas esorediadas, margem de lisa
a irregular, superfície superior contínua, raramente quebrada, lisa, levemente brilhosa;
lacínulas
ausentes; máculas de ausentes a distintas, puntiformes, laminais;
pseudocifelas
ausentes;
cílios
ausentes.
PÚSTULAS
ausentes.
SORAIS
orbiculare
s, muitas vezes tornando
-
se confluentes e densos e, então, lineares interrompidos, variando de submarginais a
marginais, raramente laminais;
sorédios
escurecidos nas partes velhas, originados de
pequenas
pústulas
que rompem, farinosos nas partes jovens e granulares nas partes velhas.
ISÍDIOS
ausentes.
MEDULA
amarela clara, pigmento ausente. SUPERFÍCIE INFERIOR
negra, lustrosa, de lisa a levemente rugosa; margem de castanha clara a castanha, raramente
negra, lustrosa, 0,30 1,30
mm larg., às vezes ausentes, l
imite atenuado, lisa ou rugosa
;
rizinas
negras, a grande maioria com 2 ou 3 dicotomias, raramente furcadas ou simples, 0,30 1,25
<0,05 0,05
mm, freqüentes, às vezes abundantes no centro, distribuídas em toda superfície
inferior, presentes até a margem, muitas vezes, projetando-se horizontalmente nas margens.
APOTÉCIOS
côncavos, 2,0
7,0 mm diâm., adnatos, laminais e submarginais, margem lisa,
pustulada, sorediada (em um espécime é lacerada), anfitécio maculado e pustulado, sorediado,
não perfurados;
ascosp
oros
elipsóides, (14 ) 16 20
7 10
m,
epispório
1,0 2,0
m.
PICNÍDIOS
ausentes.
91
Testes de coloração: córtex superior K+ amarelo, UV ; medula K+ amarelo, C+ amarelo,
KC+ amarelo forte, P
, UV
.
Substâncias de importância taxonômica: atranorina (cortical), ácidos obtusático, barbático,
secalônicos A e C (medulares).
Material examinado: município de Vacaria, localidade de Fazenda da Estrela, mata ciliar,
28º02 30,1 S, 50º56 56,1 W, 800 m de altitude, em barranco na margem direita do arroio,
col.
L.S.
Canêz
& A
.A.
Spielmann
464, 19-
VII
-2003; idem, 28º02 41 S, 50º56 52,3 W, 800 m
de altitude, em árvore isolada no campo próximo da margem direita do rio, col. L.S. Canêz &
A.A. Spielmann 794, 12-I-2004; idem, campo sujo, 28º03 46,8 S, 50º57 33,7 W, 876 m de
altit
ude, em árvore isolada no campo, col.
L.S.
Canêz & A
.A.
Spielmann
808, 10
-I-
2004.
Comentários
Hypotrachyna endochlora é diferenciada pela superfície sorediada, medula totalmente
amarela e a presença de ácido obtusático e secalônico A e C. É um tanto semelhante a
Hypotrachyna peruviana (Nyl.) Hale, que apresenta medula amarela mais clara e não possui
propágulos vegetativos.
Os espécimes de Vacaria conferem com as descrições apresentadas na literatura. No
entanto, existe uma certa variação na cor da medula descrita pelos diferentes autores. De
amarela limão a verde limão (Louwhoff & Elix 2002a), amarela pálida (Kurokawa & Lai
2001, Ribeiro 1998), amarela ou rosa salmão (Krog & Swinscow 1979) e amarelo esverdeada
(Eliasaro
et al. 1998). Também, a medida dos esporos dos espécimes de Fazenda da Estrela é
discretamente menor do que as medidas dadas por Hale (1975a), de 18
22 9 14
m.
Segundo a bibliografia, esta espécie também varia na produção de substâncias
químicas; Hale (1975a) e Krog & Swinscow (1979) mencionaram atranorina, ácido barbático,
obtusático, secalônico, pigmentos desconhecidos e raramente equinocárpico; no entanto,
Adler & Elix (1992), além dessas substâncias também citaram a presença de cloroatranorina e
traços de ácido difractáico.
Eliasaro
et al. (1998) não mencionaram a presença de ácido
equinocárpico mas encontraram ácido evérnico (menor) e traços de ácido norobtusático.
Variação mais extrema das substâncias encontradas é mencionada por Louwhoff &
Elix (2002a), que, além de todas mencionadas por Hale (1975a) e Eliasaro et al. (1998),
mencionaram ainda a presença de traços de ácido girofórico, que não se reflete no teste de
spot
. Segundo descrição desses autores, esses espécimes podem raramente ser lobulados,
laciniados e os sorais podem expor o
córtex inferior ao caírem.
92
As substâncias encontradas nos espécimes de Fazenda da Estrela conferem com a
química dada por Hale (1975a), exceto pela ausência de pigmentos desconhecidos e de ácido
equinocárpico.
Hypotrachyna imbricatula
(Zahlbruckner) Hal
e
Smithsonian Contributions to Botany
25
: 41. 1975.
Figura 29
Basiônimo:
Parmelia imbricatula Zahlbruckner, Denkschrift Akademie der Wissenschaft in
Wien
.
Mathematisch
-
naturwissenschaftliche Klasse
83: 168.
1909.
Tipo
:
Brasil, São Paulo, Itapecerica,
Schi
ffner
(W, lectotipo; MICH, isotipo).
Distribuição conhecida: Oceania (Elix 1994d, Louwhoff & Elix 2002a), Ásia (Kurokawa &
Lai 2001, Chen & Xu et al. 2003, Divakar & Upreti 2003), América do Norte (Hale 1975a,
Nash et al. 2002), América Central (Hale 1975a); na América do Sul é conhecida para
Argentina (Calvelo & Liberatore 2002), Chile, Colômbia, Peru, Venezuela (Hale 1975a) e
Brasil
MG (Hale 1975a, Ribeiro 1998), PR (Eliasaro et al. 1998), RJ (Hale 1975a), RS
(Spielmann 2004), SC (Hale 1975a) e SP (Per
eira & Marcelli 1989, Ribeiro 1998).
TALO
verde acinzentado, sublaciniado, até 16 cm diâm.;
sub
lacínias
com
ramificações de subdicotômicas a irregulares, (0,6 ) 1,0 3,0 mm larg., de frouxamente
adnatas a levemente elevadas, imbricadas, ápice de truncado a redondo, a maioria pruinoso,
margem de lisa a crenada, de amarronzada a levemente amarronzada, superfície superior
contínua, lisa, brilhosa;
lacínulas
ausentes; máculas fracas, raramente distintas, puntiformes,
laminais;
pseudocifelas
ausentes;
cílios
aus
entes.
PÚSTULAS
ausentes.
SORAIS
ausentes.
ISÍDIOS
com bases concolores ao talo, ápices marrons, (um espécime com isídios totalmente
concolores ao talo), cilíndricos, granulares quando jovens, de simples a ramificados,
0,15 0,30
0,05 0,10 mm, eretos, raramente procumbentes (um espécime), firmes ou
caducos, ápice eciliado, mais comumente laminais, poucos marginais.
MEDULA
branca,
pigmento ausente. SUPERFÍCIE INFERIOR negra, de lustrosa a levemente lustrosa, de lisa
a levemente rugosa; margem castanha clara, menos freqüentemente castanha escura, lustrosa,
0,3 2,0 mm larg., limite de atenuado a nítido, lisa
;
rizinas
negras, dicotômicas, menos
freqüentemente furcadas ou simples, projetadas horizontalmente para fora do talo,
especialmente nas axilas dos lobos,
0,20 1,00
<0,05 0,05
mm, abundantes, emaranhadas no
93
ápice em algumas áreas, distribuídas por toda superfície, ou mais esparsas em certas partes da
superfície de alguns espécimes.
APOTÉCIOS
ausentes.
PICNÍDIOS
ausentes.
Testes de coloração: córtex superior K+ amarelo, UV ; medula K , C+ laranja, KC+ laranja
forte, P
, UV+ azul claro.
Substâncias de importância taxonômica: atranorina (cortical), ácidos barbático, 4-O-
demetilbarbático, obtusático, norobtusático (medulares).
Material examinado: município de Vacaria, localidade de Fazenda da Estrela, mata ciliar,
28º02 30,1 S, 50º56 56,1 W, 800 m de altitude, saxícola em barranco na margem direita do
arroio, col. L.S. Canêz & A.A. Spielmann 454, 461, 1004, 19-
VII
-2003; idem, saxícola no
interior da mata ciliar, col. L.S. Canêz & A.A. Spielmann 459, 19-
VII
-2003; idem, em córtex
de árvore no interior da mata ciliar, col. L.S. Canêz & A.A. Spielmann 462, 19-
VII
-
2003;
idem, 28º04 49,2 S, 50º56 36,9 W, 850 m de altitude, saxícola (basalto) próximo ao arroio,
local po
uco sombreado, col.
L.S.
Canêz & A
.A.
Spielmann
1013, 1016, 10
-I-2004.
Comentários
Hypotrachyna imbricatula é caracterizada pelo talo imbricado, principalmente no
centro, isídios cilíndricos e a presença de ácidos barbático, 4-O-demetilbarbático, obtusático,
norobtusático na medula (C+ laranja, KC+ laranja). É morfologicamente um tanto semelhante
a
Hypotrachyna costaricensis (Nyl.) Hale, que não apresenta substâncias medulares (testes
negativos) e Hypotrachyna neodissecta (Hale) Hale, que apresenta substâncias do complexo
girofórico (C+ rosa).
Outra espécie semelhante é Hypotrachyna steyermarkii (Hale) Hale, que apresenta as
mesmas substâncias medulares, porém possui os isídios freqüentemente ciliados (ver
Comentários em
H.
steyermarkii
).
Tanto Ribeiro (1998) quanto Eliasaro (2001) encontraram espécimes com e sem cílios
nos isídios e isídios procumbentes, e sugeriram que mais material fosse estudado para avaliar
a possibilidade dessa característica se tratar apenas de variação de uma única espécie.
Os isídios
de
H.
imbricatula
, segundo Hale (1975a), Elix (1994d), Nash
et al.
(2002) e
Louwhoff & Elix (2002a), às vezes podem passar a lobulados ou procumbentes. Nas
descrições feitas baseadas em material brasileiro (Ribeiro 1998, Eliasaro et al. 1998), essa
caract
erística não é mencionada. Nos exemplares de Vacaria, apenas um espécime apresenta
isídios raramente procumbentes, mas não formando lóbulos.
94
A presença de rizinas projetadas para fora da margem, vista nos espécimes de Vacaria,
também foi mencionada anteri
ormente por Eliasaro
et al
. (1998) e Louwhoff & Elix (2002a).
As substâncias químicas citadas para esta espécie são, freqüentemente, as mesmas em
toda literatura: atranorina, ácidos barbático, 4-O-demetilbarbático, obtusático e norobtusático
(Hale 1975a, E
lix 1994d, Nash
et al.
2002, Louwhoff & Elix 2002a e Chen & Xu
et al
.
2003).
No entanto, Eliasaro et al. (1998) mencionaram ainda traços dos ácidos
4-O-demetilisoobtusático, evérnico, isoobtusático e lecanórico. Nenhuma destas substâncias
foi encontrada no
s espécimes de Vacaria.
Hypotrachyna livida
(Taylor) Hale
Smithsonian Contributions to Botany
25
: 41. 1975.
Figura 30
Basiônimo:
Parmelia livida
Taylor,
Hooker Journal of Botany
6: 171. 1847.
Tipo
:
U.S.A.,
New Orleans, Louisiana, Hooker Herbarium (FH
TA
YL, lectotipo; BM, H,
isolectotipo).
Distribuição conhecida: Ásia (Divakar & Upreti 2003), América do Norte (
Nash
et al.
2002)
, América do Sul é conhecida para Argentina (Hale 1975a, Adler & Elix 1992, Adler
1992, Calvelo & Liberatore 2002), Uruguai (Hale 1975a, Osorio 1995), Venezuela (Hale
1975a) e Brasil
MG (Hale 1975a, Ribeiro 1998), MS (Fleig & Riquelme 1991), PR
(Eliasaro
et al
.
1998), RJ (Hale 1975a), RS (Spielmann 2004), SC e SP (Hale 1975a).
TALO
esbranquiçado,
laciniado,
9 14 cm
diâm.;
lacínias
com ramificações
dicotômicas anisotômicas ou isotômicas, 1,0 3,0 mm larg., adnatas, contínuas ou levemente
sobrepostas lateralmente, ápice truncado, margem lisa, superfície superior contínua, de lisa a
rugosa, brilhosa;
lacínulas
ausentes;
máculas
ausente
s;
pseudocifelas
ausentes;
cílios
ausentes.
PÚSTULAS
ausentes.
SORAIS
ausentes.
ISÍDIOS
ausentes.
MEDULA
branca,
pigmento ausente. SUPERFÍCIE INFERIOR negra, de lustrosa a opaca, rugosa, menos
freqüentemente lisa; margem castanha ou, menos comumente, castanha escura, de lustrosa a
levemente opaca, de ausente a 0,4 1,0 mm larg., limite atenuado ou nítido, lisa, raramente
rugosa
;
rizinas
negras, dicotômicas, menos freqüentemente furcadas ou simples, em muitos
talos são projetadas horizontalmente para fora do talo, 0,20 0,75 (
1,70)
<0,05 0,10 mm,
abundantes, às vezes freqüentes, formando grandes áreas com os ápices emaranhados,
95
distribuídas por toda superfície, presentes até a margem ou deixando estreita zona marginal
nua.
APOTÉCIOS
de côncavos a levemente planos, 1,3
8,0
mm diâm., adnatos, a grande
maioria submarginal, margem lisa, às vezes fendida e involuta, anfitécio liso, disco de
castanho a castanho esverdeado, não perfurados;
ascosporos
elipsóides, raramente
subglobosos, (7,5 ) 9,0 11,0
(4,0 ) 5,0 7,0
m,
epispório
<1,0
1,2
m.
PICNÍDIOS
submarginais, raramente presentes no anfitécio, de ostíolo negro;
conídios
bifusiformes,
5,0-6,0
1,0
m.
Testes de coloração: córtex superior K+ amarelo, UV
ou, às vezes, amarelo claro nas
extremidades dos lobos; medula K+ rosa fraco
lentamente amarronzado, C , KC , P
ou
fraco amarelo amarronzado, UV+ azul claro.
Substâncias de importância taxonômica: atranorina (cortical), substâncias dos complexos
livídico e colensóico (medulares).
Material examinado: município de Vacaria, localidade de Fazenda da Estrela, campo,
28º03 58,8 S, 50º57 34,1 W, 905 m de altitude, saxícola próximo ao solo, local sombreado,
col.
L.S. Canêz & A.A. Spielmann 129, 131, 03-
III
-2003; idem, 28º04 56 S, 50º58 32,6 W,
980 m de altitude, em moirão de cerca na beira da estrada, col. L.S. Canêz & A.A. Spielmann
503, 504, 19-
VII
-2003; idem, em galho de Araucaria angustifolia na beira da estrada, col.
L.S. Canêz & A.A. Spielmann 507, 19-
VII
-2003; idem, 28º02 36,9 S, 50º59 37,6 W, 950 m
de altitude, em galho caído no chão na beira da estrada, col. L.S. Canêz & A.A. Spielmann
371, 19-
VII
-2003; idem, 28º01 58 S, 50º58 17,5 W, 900 m de altitude, em córtex de árvore
em campo aberto próximo da estrada, col. L.S. Canêz & A.A. Spielmann 379, 382, 384, 386,
390, 19-
VII
-2003; idem, em galho de árvore em campo aberto próximo da estrada, col. L.S.
Canêz & A.A. Spielmann 399, 19-
VII
-2003; idem, mata ciliar, 28º03 46,8 S, 50º57 33,7 W,
876 m de altitude, em galho de Podocarpus lambertii em borda de mata, col. L.S. Canêz &
A.A. Spielmann 856, 10-I-2004; idem, campo, 28º02 30,1 S, 50º56 56,1 W, 800 m de
altitude, em taipa de pedras (basalto) na beira da estrada, col. L.S. Canêz & A.A. Spielmann
763, 766, 12-I-2004.
Comentários
Hypotrachyna livida é caracterizada pela ausência de propágulos vegetativos e pela
presença de substâncias do complexo livídico e do complexo colensóico, que mostram uma
reação medular K+ amarelo passando a lentamente rosa amarronzado. Morfologicamente é
semelhante a Hypotrachyna palmarum (Lynge) Hale, que produz ácido colensóico e
96
substâncias do complexo palmarum , desconhecido. Segundo Hale (1975a), as duas espécies
são muito relacionadas e somente um estudo minucioso determinaria se o complexo
palmarum
poderia delimitar melhor
essas espécie
s.
Estudando espécimes da Argentina, Adler & Elix (1992), também encontraram grande
variação morfológica e química nesta espécie, mencionando a possibilidade de que mais de
um táxon esteja envolvido.
Também nos testes de
spot
, a literatura menciona cores diferentes nas reações. Hale
(1975a) e Nash et al. (2002) citaram medula KC+ rosa; Adler & Elix (1992) K
ou K+
rosa
pálido púrpura e KC+ violeta púrpura; Eliasaro et al. (1998) indicaram medula K+ tornando-
se laranja fraco, C
ou C+ amarelo pálido, KC+ ros
a purpúreo evanescente.
Nos espécimes de Vacaria, a reação K resulta amarela passando muito lentamente a
rosa pálido amarronzado. A aplicação imediata do hipoclorito sobre o KOH (teste KC) apenas
acelera o resultado do teste K, e poderá ser interpretado, por alguns, como um teste KC
positivo. Se o teste KC for efetuado após o completo desenvolvimento da reação do teste K,
não haverá qualquer alteração de coloração (KC ). Dessa forma, de acordo com a paciência e
precisão do aplicador, um teste de
spot
semelhante a este poderia ser erroneamente
interpretado como K
(ou positivo amarelo ou outra cor) ou KC+ rosa, o que pode explicar a
grande disparidade de resultados apresentados na literatura.
Os espécimes coletados em Fazenda da Estrela apresentaram grande va
riação
morfológica, com espécimes de superfície lisa ou com superfície rugosa; espécimes com
lacínias contíguas, outros com partes mais ou menos sobrepostas; espécimes com as rizinas
projetadas para fora da margem do talo, outros com rizinas até a margem ou com estreita
margem nua. Entretanto, encontramos espécimes com características intermediárias a estas e
não houve variação nas medidas de esporos e conídios. Por isso e pela constatação da
presença dos complexos colensóico e livídico, estes espécimes estão sendo todos tratados
como
Hypotrachyna livida
.
As exsicatas Canêz & Spielmann 390 e 766 apresentaram perfis cromatográficos
diferentes: ambas apresentaram os complexos livídico e colensóico, porém 390 apresentou
também ácido salazínico, e 766 uma substância não identificada de cor amarela rosada após o
tratamento com ácido sulfúrico a 10% e de brilho verde amarelado no UV longo, com Rf 31
em solvente C.
97
Hypotrachyna neodissecta
(Hale) Hale
Smithsonian Contributions to Botany
25
: 49.
1975.
Figura 31
B
asiônimo:
Parmelia neodissecta
Hale,
Phytologia
22: 94. 1971.
Tipo
: Guiné, N´Zérékoré, 6 Km SE de Zouépo, Santesson 10597d (UPS, holotipo; US,
isotipo).
Distribuição conhecida: Índia (Hale 1975a, Divakar & Upreti 2003), África (Hale 1975a,
Krog & Swinscow 1979, Swinscow & Krog 1988), América do Norte (Nash et al. 2002); na
América do Sul é conhecida para Venezuela (Hale 1975a) e Brasil
PR (Eliasaro et al
.
1998).
TALO
verde acinzentado, sublaciniado, 10 cm diâm.;
sublací
nias
de ramificações
dicotômicas a irregulares, 0,9 2,0 mm larg., frouxamente adnatas, levemente imbricadas,
ápice redondo, margem de lisa a crenada, superfície superior contínua, lisa, brilhosa;
lacínulas
ausentes;
máculas
ausentes;
pseudocifelas
ausentes;
cílios
ausentes.
PÚSTULAS
ausente
s.
SORAIS
ausentes.
ISÍDIOS
de bases concolores ao talo, ápices marrons,
cilíndricos, mais freqüentemente simples, raramente ramificados, 0,05 0,35 (
0,45)
<0,05
0,05 mm, eretos, firmes, ápice eciliado, laminais, raramente marginais.
MEDULA
branca, pigmento ausente. SUPERFÍCIE INFERIOR negra, opaca, levemente rugosa;
margem
castanha, lustrosa, 0,5 1,5 mm larg., limite atenuado, lisa
;
rizinas
negras, simples,
freqüentemente dicotômicas, 0,30 0,90
<0,05 0,05 mm, freqüentes, distribuídas
homogeneamente.
AP
OTÉCIOS
ausentes.
PICNÍDIOS
ausentes.
Testes de coloração: córtex superior K+ amarelo, UV ; medula K , C+ rosa claro, KC+ rosa
forte, P
, UV
.
Substâncias de importância taxonômica: atranorina (cortical), ácidos girofórico,
5-O-
metilhiáscico, 3
-
metil
-2,4-O-
metilgirofórico e 4
-O-
metilgirofórico (medulares).
Material examinado: município de Vacaria, localidade de Fazenda da Estrela, mata ciliar,
28º02 30,1 S, 50º56 56,1 W, 800 m de altitude, sobre musgos em rocha no barranco na
margem direita do rio, col. L.S.
Canêz & A
.A.
Spielmann
1003, 19-
VII
-
2003.
98
Comentários
O talo levemente imbricado, isídios cilíndricos e a presença de substâncias do
complexo girofórico (C+ rosa), caracterizam Hypotrachyna neodissecta. É morfologicamente
semelhante a Hypotrachyna imb
ricatula
(Zahlbr.) Hale, que apresenta ácidos barbático, 4-O-
demetilbarbático, obtusático e norobtusático (C+ laranja) e Hypotrachyna costaricensis (Nyl.)
Hale, que não apresenta substâncias medulares (C
).
O espécime estudado aqui confere com as descrições de Hale (1975a), Eliasaro et al.
(1998),
Nash
et al.
(2002)
. Krog & Swinscow (1979) mencionaram
Parmelia
[
Hypotrachyna
]
neodissecta
com rizinas raramente crescendo fora das margens e cílios inconspícuos, que
talvez sejam as próprias rizinas fora da margem; também mencionadas nas descrições de
Eliasaro
et al. (1998) e Eliasaro (2001). A presença de rizinas crescendo fora das margens do
talo é aparentemente comum em espécies do gênero
Hypotrachyna
, mas não encontradas
neste espécime estudado.
Talos com parte das lacínias subcanaliculadas foram descritos para H. neodissecta por
Hale (1975a) e Nash et al. (2002) e não foram mencionados por Eliasaro et al. (1998). O
espécime de Vacaria foi coletado crescendo em parte sobre musgos e, nesta parte, as lacínias
são
canaliculadas.
Eliasaro
et al. (1998) citaram esta espécie pela primeira vez para o Brasil e aqui, ela é
mencionada pela primeira vez para o Rio Grande do Sul.
Hypotrachyna osorioi
(Hale) Hale
Smithsonian Contributions to Botany
25
: 51.
1975.
Figura 32
Basiônimo:
Parmelia osorioi
Hale,
Phytologia
28: 266. 1974.
Tipo
: Uruguai, Lavalleja, Abra de Cotto,
Osorio
6507 (MVM, holotipo; US, isotipo).
Distribuição conhecida: Conhecida apenas para América do Sul na Argentina (Calvelo &
Liberatore 2002), Uruguai
(Hale 1975a, Osorio 1995) e Brasil
RS (Spielmann 2004).
TALO
cinza esbranquiçado, laciniado, 9,0 cm diâm.;
lacínias
com ramificações
dicotômicas, 0,6 1,0 mm larg., frouxamente adnatas, contíguas nas margens e sobrepostas no
centro, ápice truncado, margem lisa, superfície superior contínua, lisa, brilhosa;
lacínulas
ausentes; máculas
ausentes;
pseudocifelas
ausentes;
cílios
ausentes.
PÚSTULAS
ausentes.
99
SORAIS
ausentes.
ISÍDIOS
com bases concolores ao talo, ápices marrons claros ou marrons
escuros, de granulares a cilíndricos, pustulóides, com ápice muito erodido, mas não se
desmanchando em sorédios, de ramificados a coralóides, menos freqüentemente simples,
0,15 0,30
0,10 0,15 mm, eretos, firmes, ápice eciliado, laminais.
MEDULA
branca,
pigmento ausente.
SUPERFÍCIE INFERIOR
negra, lustrosa, de rugosa a levemente venada;
margem
castanha, lustrosa, 0,30
0,75
mm larg., limite nítido, lisa
;
rizinas
negras, às vezes
com ápice castanho, dicotômicas ou furcadas, 0,35 0,60
<0,05 0,05 mm, muito densas e
amontoada
s no centro, distribuídas quase uniformemente por toda superfície.
APOTÉCIOS
raros, imaturos.
PICNÍDIOS
escassos, sobre os isídios, submarginais, de ostíolo negro;
conídios
indistintamente bifusiformes, 3,8 5,0 1,2
m.
Testes de coloração: córtex superior K+ amarelo, UV ; medula K , C+ rosa forte, KC+ rosa
forte, P
, UV
.
Substâncias de importância taxonômica: atranorina (cortical), ácidos girofórico,
5-O-
metilhiáscico, 4
-O-
metilgirofórico e 3
-
metil
-2,4-O-
metilgirofórico (medulares).
Material examinado: município de Vacaria, localidade de Fazenda da Estrela, campo,
28º02 44,6 S, 51º02 01,7 W, 860 m de altitude, saxícola (basalto) na beira da margem
esquerda do rio, sombreado por arbusto, col.
L.S.
Canêz & A
.A.
Spielmann
695, 11-I-2004.
Comentários
Hypotrac
hyna osorioi é facilmente reconhecida pelo isídios de ápice erodido, mas que
nunca formam sorédios, e pela presença de substâncias do complexo girofórico (C+ rosa).
Outra espécie isidiada com as mesmas substâncias químicas é
Hypotrachyna
neodissecta
(Hale) Hale, que tem o ápice dos lobos arredondados e os isídios são sempre
cilíndricos, nunca erumpentes.
H. osorioi lembra morfologicamente H. pluriformis (Nyl.) Hale, que não possui
isídios.
A espécie foi citada para localidade baixas do Rio Grande do Sul (
Os
orio & Homrich
1978; Fleig 1990b,1995). Este é o primeiro registro para áreas de maior altitude no estado
(860 m), nos Campos de Cima da Serra.
100
Hypotrachyna peruviana
(Nylander) Hale
Smithsonian Contributions to Botany
25
: 54. 1975.
Figura 33
Basiônimo
:
Parmelia peruviana
Nylander,
Journal of the Linnean Society of London
15: 228.
Tipo:
Peru, Tatanara, Lechler
2727 (H, lectotipo; BM, G, M, P, S, UPS, isolectotipo).
Distribuição conhecida: Oceania (Louwhoff & Elix 2002a); na América do Sul é conhecida
para a Argentina (Calvelo & Liberatore 2002), Peru (Hale 1975a) e Brasil
MG (Ribeiro
1998), RJ (Hale 1975a), RS (Spielmann 2004), SC
(Hale 1975a) e SP (Ribeiro 1998).
TALO
acinzentado, laciniado, 9,5 cm diâm.;
lacínias
com ramificações dicotômicas,
1,5 3,5
mm larg., elevadas, de amontoadas a contíguas, ápice truncado, margem de irregular a
levemente crenada, superfície superior contínua, lisa, brilhosa;
lacínulas
ausentes;
máculas
distintas, puntiformes, laminais;
pseudocifelas
ausentes;
cílios
ausentes. P
ÚSTULAS
ausentes.
SORAIS
ausentes.
ISÍDIOS
ausentes.
MEDULA
amarela inconspícua, pigmento
ausente.
SUPERFÍCIE INFERIOR negra, de lustrosa a levemente lustrosa, de lisa a rugosa;
margem
castanha, lustrosa, 0,3
1,0
mm larg, limite nítido, lisa
;
rizinas
negr
as, dicotômicas,
furcadas, menos freqüentemente simples, 0,35 0,75 (
1,00)
<0,05 0,05 mm, abundantes,
distribuídas por toda superfície, às vezes projetadas para fora da margem.
APOTÉCIOS
ausentes.
PICNÍDIOS
ausentes.
Testes de coloração: córtex superior K+ amarelo, UV ; medula K+ amarelo, C+ amarelo
claro, KC+ laranja claro, P
ou amarelo fraco, UV
.
Substâncias de importância taxonômica: atranorina (cortical), ácido obtusático, traços de
ácido 4
-O-
demetilbarbático (medulares).
Material examinado: município de Vacaria, localidade de Fazenda da Estrela, mata ciliar,
28º04 49,2 S, 50º56 36,9 W, 850 m de altitude, saxícola (basalto) no interior da mata, col.
L.S.
Canêz & A
.A.
Spielmann
1015, 10-I-2004.
Comentários
Hypotrachyna peruviana é caracterizada pela ausência de propágulos vegetativos,
medula amarela inconspícua e pela presença de ácido obtusático e traços de ácido 4-O-
demetilbarbático na medula. Pode lembrar Hypotrachyna endochlora (Leight.) Hale, que
101
apresenta química semelhante, mas é sorediada e a medula é mais evidentemente amarela.
Hypotrachyna chlorina (Müll. Arg.) Hale também apresenta medula amarela com ácidos
barbático e obtusático, mas é densamente lobulada, com lóbulos delicados, longos, simples ou
furcados (Hale 1975a).
O espécime coletado em Vacaria confere com a descrição dada por Hale (1975a); no
entanto, a cromatografia o demonstrou a presença esperada de ácidos secalônico e
barbático, mas apenas traços de ácido 4-O-demetilbarbático, ainda não mencionado para a
espécie.
Louwhoff & Elix (2002a) mencionaram que espécimes de H. peruviana de Papua
Nova Guiné ocasionalmente apresentam lóbulos longos e truncados, rizinas projetadas
horizontalmente para fora das margens e, além das substâncias citadas por Hale (1975a),
mencionaram também a presença de pigmentosina A (maior), ácido equinocárpico (menor) e
traços de ácido evérnico.
Hypotrachyna pluriformis
(Nylander) Hale
Smithsonian Contributions to Botany
25
: 54.
1975.
Figura 34
Basiônimo:
Parmelia pluriformis
Nylander,
Synopsis methodica li
chenum
I: 380. 1860.
Tipo
:
Brasil,
Weddel
(H, lectotipo; P, isolectotipo).
Distribuição conhecida: Ásia (Divakar & Upreti 2003), América do Norte (Hale 1975a); na
América do Sul é conhecida para Argentina (Hale 1975a, Adler & Elix 1992, Calvelo &
Liberato
re 2002), Uruguai (Hale 1975a) e Brasil
MG (Hale 1975a, Ribeiro 1998), PR
(Osorio 1977a, Eliasaro
et
al. 1998), RJ (Hale 1975a), RS (Spielmann 2004) e SP (Hale
1975a, Ribeiro 1998).
TALO
cinza esbranquiçado,
de
laciniado a sublaciniado, 4 10 cm diâm.;
la
cínias ou
sublacínias
com ramificações dicotômicas anisotômicas ou isotômicas, 0,5 1,5 (
2,0)
mm
larg., adnatas, elevadas ou revolutas, contíguas, às vezes sobrepostas lateralmente ou
amontoadas, ápice truncado, margem lisa, superfície superior contínua, raramente quebrada,
lisa, brilhosa;
lacínulas
ausentes;
máculas
ausentes;
pseudocifelas
ausentes;
cílios
ausentes.
PÚSTULAS
ausentes.
SORAIS
ausentes.
ISÍDIOS
ausentes.
MEDULA
branca, pigmento
ausente.
SUPERFÍCIE INFERIOR negra, lustrosa, rugosa; margem
de
castanha a castanha
102
clara, raramente creme, lustrosa, rizinada, 1,0 4,0 (
5,0)
mm, limite atenuado, lisa (um
espécime levemente rugoso)
;
rizinas
negras, muito dicotômicas, raramente furcadas, 0,10
0,40 (
0,50)
0,03 0,05 mm, muitas vezes torcidas, emaranhadas, presentes até a margem,
projetadas horizontalmente para fora do talo, muito densas, distribuídas por toda superfície.
APOTÉCIOS
de planos a côncavos, 1,3 6,0 (
9,0)
mm diâm., adnatos, laminais, menos
comumente submarginais, margem lisa, levemente crenada em um espécime, de fendida a
lacerada, levemente involuta, anfitécio liso, de levemente rugoso a rugoso, disco castanho
claro, não perfurados;
ascosporos
elipsóides, 11,0 15,0
(5,0 ) 6,0 9,0
m,
epispório
1,2
m.
PICNÍDIOS
laminais, em um espécime presente no anfitécio, de ostíolo negro;
conídios
bifusiformes, 4,0 5,0
<1,0 1,0
m.
Testes de coloração: córtex superior K+ amarelo, UV ; medula K , C+ rosa, KC+ rosa, P ,
UV
.
Substâncias de importância taxonômica: atranorina (cortical), ácidos girofóri
co,
5-O-
metilhiáscico, 4
-O-
metilgirofórico e 3
-
metil
-2,4-O-
metilgirofórico (medulares).
Material examinado: município de Vacaria, localidade de Fazenda da Estrela, campo,
28º01 58 S, 50º58 17,5 W, 900 m de altitude, em galho de árvore na beira da estrada,
col.
L.S. Canêz & A.A. Spielmann 397, 19-
VII
-2003; idem, mata ciliar, 28º03 46,8 S,
50º57 33,7 W, 876 m de altitude, em Podocarpus lambertii em borda de mata, col. L.S.
Canêz & A.A. Spielmann 825, 10-I-2004; idem, em galho de Podocarpus lambertii em borda
de mata, col. L.S. Canêz & A.A. Spielmann 1364, 10-I-2004; idem, 28º04 49,2 S,
50º56 36,9 W, 850 m de altitude, saxícola (basalto) na margem direita da Cascata do Pito,
parte do dia exposto ao sol, col. L.S. Canêz & A.A. Spielmann 1012, 10-I-2004; idem, ca
mpo,
28º02 30,1 S, 50º56 56,1 W, 800 m de altitude, em taipa de pedras (basalto) na beira da
estrada, col. L.S. Canêz & A.A. Spielmann 764, 769, 774, 12-I-2004; idem, taipa de rocha
(basalto) próximo da Cascata do Oito, parte do dia exposto ao sol, col. L.S. Canêz & A.A.
Spielmann
767, 12
-I-
2004.
Comentários
A espécie é caracterizada pela ausência de propágulos vegetativos, esporos grandes
(11 15
6 9 m) e substâncias do complexo girofórico (C+ rosa) como constituintes
medulares.
Os espécimes coletados apresentaram variação morfológica considerável em relação à
forma do talo, com indivíduos que variaram desde levemente elevados, até espécimes com
103
lobos bastante ascendentes ou revolutos. Para as demais características, muitas vezes, a
variação foi encontra
da num mesmo espécime.
Lacínias algumas vezes canaliculadas e a superfície inferior esparsamente rizinada
foram descritas por Hale (1975a). Nos espécimes de Vacaria, não foram observadas lacínias
canaliculadas e as rizinas são muito densas, amesmo dificultando a visualização do córtex
inferior, como mencionado por Ribeiro (1998) para os espécimes de Minas Gerais e São
Paulo.
As substâncias químicas encontradas em H. pluriformis fazem parte do complexo
girofórico. Hale (1975a) e Ribeiro (1998) citaram a atranorina e ácido girofórico; Adler &
Elix (1992) citaram, além dessas, cloroatranorina e ácido 5-O-metilhiáscico (menor); Eliasaro
et al
.
(1998) citaram, adicionalmente, a presença dos ácidos ovóico e lecanórico (traços).
As substâncias químicas encontradas nos espécimes de Vacaria conferem com o que
foi descrito por Adler & Elix (1992), acrescentando-se ainda, 4-O-metilgirofórico e 3-
metil
-
2,4-O-metilgirofórico, menos cloroatranorina. Das exsicatas cromatografadas, apenas Canêz
769 não apresentou ácido g
irofórico.
Hypotrachyna polydactyla
(Krog & Swinscow) Nash
The Bryologist
88
: 20. 1985.
Figura 35
Basiônimo:
Parmelia polydactyla Krog & Swinscow, Norwegian Journal of Botany 26: 34.
1979.
Tipo
: Kenia, Central Province, Kirinyaga District, Mt. Kenya, S side, near Castle Forest
Station, 0º23 S, 38º18 E, CK-12-58, 1900 m alt., Krog & Swinscow K 49/135 (O, holotipo;
BM, UPS, isotipos).
Sinônimo novo
:
Hypotrachyna kriegeri
Marcelli & Ribeiro,
Mitteilungen aus dem Institut für
Allgemeine Botanik Hamburg 30-31: 135. 2002. [Holotipo: Brasil, Minas Gerais, município
de Lima Duarte, Parque Estadual do Ibitipoca, campo rupestre atrás da mata ao lado do
alojamento de pesquisadores, sobre tronco de arvoreta morta, 23-
III
-1994, col. Ribeiro &
Marcelli
386 (SP !)].
104
D
istribuição conhecida:
África (Krog & Swinscow 1979, Swinscow & Krog 1988),
América
do Norte (Nash 1985); na América do Sul é conhecida para o Brasil
MG (Ribeiro 1998
como
H. kriegeri , Eliasaro et al. 1998), PR, RJ (Eliasaro et al. 1998) e RS
(Spielm
ann
2004).
TALO
cinza esbranquiçado,
subl
aciniado,
8 20 cm diâm.;
subl
acínias
com
ramificações dicotômicas, raramente irregulares, 0,8 2,0 mm larg., adnatas, contíguas,
raramente um pouco sobrepostas, ápice truncado, muitas vezes escurecidos, margem lisa, raro
levemente crenada, superfície superior contínua, de lisa a foveolada ou rugosa;
lacínulas
ausentes; máculas
ausentes;
pseudocifelas
ausentes;
cílios
ausentes.
SORAIS
ausentes
.
ISÍDIOS
ausentes.
DÁCTILOS
capitados, inflados, arredondados,
cerebróides
ou, raramente
cilíndricos, de ápice opaco, de simples a ramificados, raramente coralóides, que possuem
medula constituída por hifas frouxas em volta de um cordão central com hifas compactadas,
que permanece preso ao talo quando a estrutura é removida;
não
rebentam em sorédios,
(0,25
) 0,45 1,20
0,20 0,45 mm, laminais e marginais, originadas de rugas da superfície.
MEDULA
branca, pigmento ausente, às vezes pigmento laranja ou castanho claro K+ vinho
presente no interior das pústulas de alguns espécimes.
SU
PERFÍCIE SUPERIOR negra, de
lustrosa a opaca, rugosa; margem castanha, lustrosa, 0,35 1,00 (
1,50)
mm larg., limite
nítido, de lisa a papilada
;
rizinas
negras, dicotômicas, raramente furcadas ou simples, 0,15
0,55
<0,05 0,05 mm, abundantes, distribuídas quase uniformemente por toda superfície, às
vezes se projetando horizontalmente para fora do talo.
APOTÉCIOS
de planos a côncavos,
3,0 9,0 mm diâm., adnatos, laminais, raramente submarginais, margem de lisa a pustulada,
menos freqüentemente crenada, às vezes involuta e/ou fendida, anfitécio liso, menos
comumente rugoso ou pustulado, disco castanho escuro, brilhoso, de rugoso a liso, não
perfurados;
ascosporos
elipsóides, 9,0 12,0
5,0
7,5
m,
epispório
<1,0 1,0
m.
PICNÍDIOS
nas pústulas ou submarginais, de ostíolo negro;
conídios
indistintamente
bifusiformes, 5,0 6,0 1,0
m.
Testes de coloração: córtex superior K+ amarelo, UV ; medula K+ amarelo
marrom
avermelhado, C
, KC
, P+ fraco amarelo amarronzado, UV+ azul claro.
Substâncias de importância taxonô
mica:
atranorina (cortical), substâncias dos complexos
livídico e colensóico (medulares).
Material examinado: município de Vacaria, localidade de Fazenda da Estrela, campo de
pastagem, 28º03 57,3 S, 50º57 38,1 W, 905 m de altitude, saxícola em local exposto ao sol,
105
col.
L.S. Canêz & A.A. Spielmann 344, 346, 348, 351, 353, 354, 359, 20-
VII
-2003; idem,
campo, 28º02 44,6 S, 51º02 01,7 W, 860 m de altitude, em
Araucaria angustifolia
isolada na
margem esquerda do Rio Frade, col. L.S. Canêz & A.A. Spielmann
676, 11
-I-2004; idem,
sobre
Parmotrema
em basalto na margem direita do Rio Frade, col. L.S. Canêz & A.A.
Spielmann
1379
, 11-I-2004; idem, 28º04 01,8 S, 50º57 45,4 W, 920 m de altitude, saxícola
(basalto) sombreado por árvore, col.
L.S.
Canêz & A
.A.
Spielmann
864, 13-I-2004.
Comentários
Esta espécie é caracterizada por apresentar dáctilos: estruturas infladas no ápice, de
forma arredondada ou cerebróide e superfície opaca, que se prendem firmemente ao talo por
um feixe de hifas compactadas, e pela presença dos complexos livídico e colensóico na
medula.
Hypotrachyna polydactyla tem química semelhante a Hypotrachyna livida (Taylor)
Hale, que não apresenta dáctilos ou isídios, e morfologicamente é semelhante a
Hypotrachyna
dactylifera
(Vainio) Hale, que também apresenta os complexos livídico e colensóico na
medula, mas apresenta isídios de superfície brilhante e facilmente destacáveis (Krog &
Swinscow 1979).
Hypotrachyna pustulifera Hale também apresenta os complexos livídico e colensóico
como constituintes medulares, mas apresenta pústulas ou dáctilos que se abrem e
eventualmente formam sorédios granulares (Eliasaro et al
.
1998, Nash et al.
2002)
.
Na descrição da espécie
Parmelia
[
Hypotrachyna
]
polydactyla
, Krog & Swinscow
(1979) mencionaram que
Parmelia tiliaceae
va
r.
leucina
Müll. Arg., colocada como sinônimo
de
Hypotrachyna dactylifera por Hale (1975a), era possivelmente Hypotrachyna polydactyla
.
Posteriormente, Eliasaro (2001) estudou, além de espécimes do Paraná, espécimes estudados
por Hale, e constatou que algu
mas exsicatas identificadas por ele também eram representantes
de
Hypotrachyna polydactyla
.
Hypotrachyna kriegeri Marcelli & Ribeiro, foi descrita por Marcelli & Ribeiro (2002)
por apresentar isídios inflados e pela presença de ácido fumarprotocetrárico co
mo constituinte
medular. O holotipo desta espécie é um talo pequeno e aparentemente pouco desenvolvido,
mas apresenta isídios, que melhor seriam descritos como dáctilos, inflados e algumas vezes
cerebróides, porém, de tamanho reduzido (0,2 0,5 mm de altura) se comparados às medidas
do material de Vacaria. Conídios fraco-bifusiformes (não descritos por Marcelli & Ribeiro
2002), medindo 5,0 6,0
1,0 m foram encontrados no holotipo de
Hypotrachyna kriegeri
e,
conferem com as medidas dos espécimes estudados neste trabalho. A forma e as medidas dos
106
conídios de Hypotrachyna polydactyla ainda não haviam sido mencionada na literatura
disponível.
Exceto pela presença de zeorina, a cromatografia do holotipo de H. kriegeri
revelou
um perfil típico de
H.
polydactyla
,
e não a presença relatada de ácido fumarprotocetrárico.
Deste modo, pela semelhança morfológica e química, tratamos Hypotrachyna kriegeri
como sinônimo de
Hypotrachyna polydactyla
.
Hypotrachyna rockii (Zahlbruckner) Hale
Smithsonian Contributions to Bot
any
25
: 54. 1975.
Figura 36
Basiônimo:
Parmelia rockii
Zahlbruckner,
Annales Mycologici
10: 379. 1912.
Tipo
:
Hawaii, Kauai,
Rock
7 (W, lectotipo; US, isotipo).
Distribuição conhecida: Oceania (Louwhoff & Elix 2002a), África (Swinscow & Krog
1988), América do Norte (Hale 1975a, Nash et al. 2002), América Central (Hale 1975a); na
América do Sul é conhecida para a Argentina (Calvelo & Adler 2001), Chile, Colômbia, Peru,
Venezuela (Hale 1975a) e Brasil
MG (Hale 1975a) e RS (Spielmann 2004).
TALO
acinzentado,
de laciniado a sublaciniado, 7 13 cm diâm.; lacínias ou
sublacínias
com ramificações de dicotômicas a subdicotômicas, raramente irregulares, 0,5
2,0 (
3,0)
mm larg., de adnatas a frouxamente adnatas, de contínuas a sobrepostas
lateralmente, ápice truncado, pruinoso quando não apresenta sorédios, às vezes amarronzado,
margem lisa, às vezes elevada e ondulada, superfície superior contínua, levemente quebrada,
lisa, brilhosa;
lacínulas
ausentes;
máculas
distintas, puntiformes, raramente reticulares,
laminais;
pseudocifelas
ausentes;
cílios
ausentes.
PÚSTULAS
ausentes.
SORAIS
capitados,
raramente confluentes, submarginais, raramente laminais ou marginais;
sorédios
às vezes
escurecidos, originados de pequenos inchaços que quebram o córtex superior, subgranulares,
menos comumente granulares.
ISÍDIOS
ausentes.
MEDULA
branca, freqüentemente com
pigmento castanho K
abaixo dos sorédios. SUPERFÍCIE INFERIOR negra, de lustrosa a
levemente opaca, de lisa a levemente rugosa; margem de castanha a castanha clara, lustrosa,
0,5 2,0 mm larg., limite nítido, menos freqüentemente atenuado, lisa
;
rizinas negras,
dicotômicas, 0,25 1,00
<0,05 0,05 mm, abundantes, às vezes projetadas horizontalmente
para fora do talo, muito emaranhadas em pontos no centro do talo, distribuídas qu
ase
107
uniformemente por toda superfície.
APOTÉCIOS
ausentes.
PICNÍDIOS
submarginais e
laminais, de ostíolo negro;
conídios
indistintamente bifusiformes, 5,0
6,0 1,0
m.
Testes de coloração: córtex superior K+ amarelo, UV ; medula K , C+ rosa, KC+ rosa, P ,
UV
.
Substâncias de importância taxonômica: atranorina (cortical), ácidos evérnico e lecanórico
(medulares).
Material examinado: município de Vacaria, localidade de Fazenda da Estrela, campo sujo,
28º03 58,8 S, 50º57 34,1 W, 905 m de altitude, sobre rocha próximo ao solo, local
sombreado, col. L.S. Canêz & A.A. Spielmann 134, 03-
III
-2003; idem, mata ciliar,
28º03 46,8 S, 50º57 33,7 W, 876 m de altitude, corticícola em borda de mata, col. L.S. Canêz
& A.A. Spielmann 814, 10-I-2004; idem, em córtex de árvore isolada no campo, col. L.S.
Canêz & A.A. Spielmann 838, 10-I-2004; idem, campo, 28º04 01,8 S, 50º57 45,4 W, 920 m
de altitude, saxícola (basalto) sombreado por árvore, col. L.S. Canêz & A.A. Spielmann 880
;
865, 13
-I-
2004.
Comentários
Hypotrachyna rockii é uma espécie que faz parte do mesmo grupo morfológico de
Hypotrachyna laevigata, cujas espécies são diferenciadas principalmente pela química.
H.
rockii
é diferenciada por apresentar os ácidos evérnico e lecanórico na medula.
Morfologicamente,
H. rockii é muito semelhante a H. laevigata (Smith) Hale, também
com sorais apicais e superfície superior maculada; no entanto, as duas podem ser
diferenciadas pelo teste de spot: C+ laranja em H. laevigata (ácido barbático, 4-O-
demetilbarbático, obtusático e norobtu
sático) e C+ rosa em
H.
rockii
(Hale 1975a)
.
As outras espécies deste grupo são: Hypotrachyna oostingii (Dey) Hale, com ácido
girofórico e substâncias desconhecidas UV+, Hypotrachyna producta Hale, com sorais
subterminais, orbiculares e ácido anziaico, e Hypotrachyna thysanota (Kurok.) Hale, com
sorais coalescentes e ácidos equinocárpico, girofórico e microfilínico (Hale 1975a).
Os espécimes coletados em Vacaria não apresentaram variação morfológica
considerável. Apenas alguns indivíduos apresentaram os ápice dos lobos pruinosos e rizinas
projetadas para fora das margens, características que também foram descritas por Louwhoff &
Elix (2002) e Nash
et al.
(2002)
.
108
Exceto pela ausência de cloroatranorina, as substâncias encontradas nos espécimes de
Vacaria são as mesmas citadas por Hale (1975a), Swinscow & Krog (1988) e Nash et al.
(2002)
.
Hypotrachyna steyermarkii
(Hale) Hale
Smithsonian Contributions to Botany
25
: 65.
1975.
Figura 37
Basiônimo:
Parmelia steyermarkii
Hale,
Phytologia
28: 268. 1974b.
Tipo
:
Ve
nezuela, Amazonas, Sierra Parima,
Steyermarki
106123 (US, holotipo).
Distribuição conhecida:
Venezuela (Hale 1975a) e Brasil
MG e SP (Ribeiro 1998).
TALO
cinza esverdeado,
subla
ciniado,
7 cm diâm.;
sub
lacínias
de ramificações
dicotômicas a subdicotômicas, 0,6 0,9 (
2,0)
mm larg., frouxamente adnatas, de contíguas a
sobrepostas lateralmente, ápice redondo, margem crenada, levemente revoluto ou elevado,
superfície superior contínua, lisa, brilhosa;
lacínulas
ausentes;
máculas
fracas, puntiformes,
laminais;
pseudocifelas
ausentes;
cílios
ausentes.
PÚSTULAS
ausentes.
SORAIS
ausentes.
ISÍDIOS
de bases concolores ao talo e ápices marrons, cilíndricos, granulares quando jovens,
raramente achatados e parecendo lóbulos, de simples a ramificados, 0,10 0,20
0,05 0,10
mm, eretos, menos comumente procumbentes, firmes ou caducos, parte com ápice ciliado,
laminais, raramente marginais.
MEDULA
branca, pigmento ausente.
SUPERFÍCIE
INFERIOR
negra, levemente lustrosa, lisa; margem castanha, lustrosa, 0,4 1,0 mm larg.,
limi
te nítido, lisa
;
rizinas
negras, dicotômicas, menos freqüentemente furcadas, 0,25 0,90
<0,05 0,05
mm, abundantes, às vezes projetadas horizontalmente para fora do talo,
especialmente nas axilas das sublacínias menores, distribuídas homogeneamente.
APOTÉC
IOS
ausentes.
PICNÍDIOS
laminais, de ostíolo negro;
conídios
ausentes.
Testes de coloração: córtex superior K+ amarelo, UV ; medula K , C+ laranja claro, KC+
laranja, P
, UV+ azul.
Substâncias de importância taxonômica: atranorina (cortical), ácidos barbát
ico,
4-O-
demetilbarbático, obtusático, norobtusático (medulares).
109
Material examinado: município de Vacaria, localidade de Fazenda da Estrela, mata ciliar,
28º02 41 S, 50º56 54,3 W, 800 m de altitude, córtex de árvore isolada no campo próximo ao
rio, col.
L.S.
Canêz & A
.A.
Spielmann
788, 12-I-2004.
Comentários
Hypotrachyna steyermarkii é caracterizada pelo isídios ao menos em parte ciliados e
pela presença de ácidos barbático, 4-O-demetilbarbático, obtusático, norobtusático
(C+
laranja) como constituintes me
dulares.
É muito semelhante, tanto na morfologia quanto
na química, a Hypotrachyna imbricatula (Zahlbr.) Hale, que não apresenta isídios ciliados
nem procumbentes.
De acordo com Ribeiro (1998) e Eliasaro (2001), talvez H. steyermarkii seja sinônimo
de
H. i
mbricatula
(Zahlbr.) Hale (ver Comentários em H. imbricatula), mas o exemplar
coletado em Vacaria é pequeno, muito delicado e fino, com lobos estreitos, diferente dos talos
de
H.
imbricatula
coletados em área próxima, que são talos robustos, com lobos mais
largos e
isídios levemente maiores.
Hypotrachyna steyermarkii
é citação nova para o Rio Grande do Sul.
Hypotrachyna verrucosissima
Marcelli & Canêz,
ined
.
Figura 38
TALO
cinza esbranquiçado, sublaciniado, 35 cm diâm.;
sublacínias
de ramificações
subdi
cotômicas, 1,3 3,0 mm de largura, adnatas, de discretas a sobrepostas lateralmente a
pouco amontoadas em partes do talo, ápice truncado, margem lisa, superfície superior
contínua, muito verrucosa ou rugosa exceto por estreita zona marginal mais lisa, brilhosa nas
margens;
lacínulas
ausentes; máculas ausentes;
cílios
ausentes.
SORAIS ausentes
.
VERRUGAS
abundantes, conspícuas, sólidas e gidas, 0,35 0,75
0,15 0,25 mm,
originando
-se diretamente na lâmina ou sobre áreas convexas hemisféricas muito rígidas, q
ue
aparecem por contorção das lacínias; surgem como papilas próximas dos ápices, crescem até a
forma de verrugas de superfície irregular e se adensam até coalescerem, crescendo umas sobre
as outras, e apresentando seu desenvolvimento máximo apenas nas regiões do centro, onde
seu empilhamento (proliferação) lembra isídios grosseiros e altos, que nunca originam
sorédios. ISÍDIOS
com bases concolores ao talo, ápice marrom, de verruciformes quando
jovens, a irregularmente contorcidos quando velhos, constituídos pela proliferação das
verrugas, de simples a ramificados, mais freqüentemente laminais, 0,10 0,20
0,05
0,10mm,
110
eretos e raros procumbentes, firmes.
MEDULA
branca, pigmento ausente.
SUPERFÍCIE
INFERIOR
negra, levemente lustrosa, lisa; margem
castanha,
lustrosa, 0,4 1,0 mm, limite
nítido, lisa
;
rizinas
negras, predominantemente dicotômicas, mas algumas furcadas,
0,25 0,90
<0,05 0,05 mm, abundantes, distribuídas homogeneamente.
APOTÉCIOS
ausentes.
PICNÍDIOS
laminais, abundantes, de ostíolo negro
;
conídios
ausentes.
Testes de coloração: córtex superior K+ amarelo, UV ; medula K+ amarelo
marrom
avermelhado forte, C
, KC
, P+ amarelo claro, UV+ azul.
Substâncias de importância taxonômica: atranorina (cortical), substâncias dos complexos
livídico e colensóico e zeorina (medulares).
Material examinado: município de Vacaria, localidade de Fazenda da Estrela,
campo,
28º04 14,8 S, 50º59 28 W, 970 m de altitude, saxícola (basalto) próximo da estrada exposto
ao sol, col.
L.S.
Canêz & A
.A.
Spielmann
778, 11-I-2004.
Comentários
Hypotrachyna verrucosissima faz parte do grupo de espécies que apresentam isídios,
dáctilos ou estruturas dactilóides, e os complexos livídico e colensóico como constituintes
medulares.
Esta espécie é morfologicamente muito característica, não havendo outras muito
semelhantes. Ela é caracterizada pelo talo com córtex muito espesso, muito rígido, muito
rugoso e verrucoso, mesmo nas partes mais jovens, e pela presença de estruturas
verruciformes muito rígidas, que se adensam e proliferam (crescem verrugas sobre verrugas,
constituindo pilhas) ase assemelharem a grandes isídios de diâmetro irregular. Devido à
pequena velocidade de crescimento, essas estruturas isidióides rígidas, sólidas e permanentes
(não devem atuar normalmente como propágulos) ocorrem tardiamente, somente nas partes
mais velhas (centrais) do talo. Por essa razão, é possível que indivíduos jovens (pequenos)
apresentem apenas as papilas, rugas ou verrugas iniciais no talo, não chegando a desenvolver
os isídios .
Com constituintes medulares semelhantes, Hypotrachyna dactylifera (Vainio) Hale
apresenta grandes isídios dactiliformes, a grande maioria cilíndrica e facilmente destacável, e
Hypotrachyna polydactyla (Krog & Swinscow) Nash possui dáctilos de ápice inflado, em
fo
rma de grânulos lisos, crescentes ou cerebróides, com medula frouxa no ápice mas presos
ao talo por um feixe de hifas (ver Comentários sob esta espécie).
111
Myelochroa (Asahina) Elix & Hale
Mycotaxon
29
: 240. 1987.
Tipo:
Myelochroa aurulenta
(Tuckerman) Elix
& Hale.
TALO
cinza esbranquiçado ou esverdeado, lobado;
lobos
irregularmente ramificados,
1,0 4,0 mm larg., de contíguos a sobrepostos lateralmente, adnatos, ápice redondo, superfície
contínua, de lisa a rugosa, margem de lisa a ondulada;
lacínulas
ausent
es; máculas
ausentes
ou fracas, irregulares;
cílios
negros, simples, de raros a poucos.
PÚSTULAS
presentes ou
ausentes.
SORAIS
presentes ou ausentes
.
MEDULA
amarela ou com partes amarelas ou
alaranjadas.
SUPERFÍCIE INFERIOR negra; margem presente ou ausente
;
rizinas
negras,
de simples a esparsamente furcadas, de freqüentes a abundantes.
APOTÉCIOS
de planos a
côncavos, de sésseis a subpedicelados, laminais, não perfurados;
ascosporos
elipsóides,
8,0 14,0
5,0 8,0
m.
PICNÍDIOS
laminais, imersos;
conídios
bifusiformes ou
baciliformes, 4,0 7,0
1,0
m (Elix & Hale 1987, Ribeiro 1998).
Comentários
Este gênero é caracterizado pela medula total ou parcialmente amarela ou alaranjada
(ácido secalônico), o talo bastante plano e pela presença de cílios simples e curtos, esparsos
ou densos, mais comumente restritos às axilas de lobos.
As espécies de medula amarelada do gênero
Parmotrema
A. Massal. são facilmente
diferenciadas por apresentarem os lobos maiores e normalmente mais ascendentes, uma ampla
margem inferior nua (geralmente maior que 5 mm) e pelos cílios, que quando presentes, são
mais comumente distribuídos por toda margem dos lobos.
Myelochroa
foi proposto por Elix & Hale (1987) abrangendo um grupo de espécies do
gênero
Parmelina
(Hale 1974c, 1976b), que antigamente (Hale & Kurokawa 1964) eram
tratadas como
Parmelia
seção
Hypotrachyna
subseção
Myelochroa
.
O gênero foi proposto por Elix & Hale (1987) com 19 espécies.
Marcelli (2004) menciona três espécies para o Brasil: M. aurulenta (Tuck.) Elix &
Hale e M. subaurulenta (Nyl.) Elix & Hale e M. lindmanii (Lynge) Elix & Hale (como
Parmotrema
).
No Rio Grande do Sul são conhecidas M. aurulenta e M. lindmanii (Lynge) Elix &
Hale (Spielmann 2004), que foi recombinada em
Parmotrema
por Kurokawa & Arakawa
(1997).
112
Em
Fazenda da Estrela nenhuma das espécies mencionadas para o Brasil e Rio Grande
do Sul foi coletada, mas uma espécie nova foi encontrada: Myelochroa supraflava Canêz &
Marcelli.
Myelochroa supraflava
Canêz & Marcelli,
ined
.
Figura 39
TALO
cinza esbranquiçado, de lobado a sublaciniado, 9 cm diâm.; lobos ou
sublacínias
de ramificações dicotômicas a subdicotômicas, 0,5 3,0 mm larg., adnatos, de
contíguos a levemente sobrepostos, ápice amarronzado, redondo nos lobos mais largos e
truncado nos lobos mais estreitos, margem lisa, superfície superior contínua, lisa, brilhosa;
lacínulas
ausentes; máculas fracas, puntiformes, laminais;
cílios
negros, de simples a
raramente furcados, 0,10 0,25
0,05 mm, abundantes, freqüentemente nas axilas dos lobos,
mas em algumas áreas aparecendo em toda a margem.
PÚSTULAS
ausentes.
SORAIS
capitados, mais comumente submarginais, podendo ser marginais em alguns pontos; sorédios
originados de inchaços ou de pequenas pústulas, que vão tornando o córtex erodido e
desmanchando
-se em s
orédios
granulares e subgranulares que, quando caem, deixam uma
cratera marginada que expõe a medula colorida.
ISÍDIOS
ausentes.
MEDULA
amarela (3/4
superiores) e branca (1/4 inferior), pigmento ausente. SUPERFÍCIE INFERIOR negra,
lustrosa, rugosa;
margem
castanha escura, lustrosa, 0,3
1,5 mm, limite muito tênue, papilada
;
rizinas
negras, presentes até a margem, muitas vezes confundidas com as papilas marginais,
com ápice muito entrelaçado, especialmente naquelas do centro talo, de simples a raramente
furca
das, 0,25 0,90 mm, abundantes, às vezes muito densas em alguns pontos, mas
distribuídas quase uniformemente por toda superfície.
APOTÉCIOS
ausentes.
PICNÍDIOS
ausentes.
Testes de coloração:
córtex superior K+ amarelo, UV
ou amarelo fraco nas extremidades
de
alguns lobos; medula K+ amarelo queimado, C+ amarelo forte, KC
, P
, UV
.
Substâncias de importância taxonômica:
atranorina (cortical), zeorina, secalônico A e ácido
leucotílico (medulares).
Material examinado: município de Vacaria, localidade de Fazenda da Estrela, mata ciliar,
28º04 49,2 S, 50º56 36,9 W, 850 m de altitude, saxícola (basalto) próximo ao arroio, col.
L.S.
Canêz & A
.A.
Spielmann
1377, 10-I-2004.
113
Comentários
Em
Myelochroa supraflava
, as axilas são bem ovaladas que dão um aspecto recortado
-
rendado, semelhante aos talos de algumas formas de crescimento de Hypotrachyna livida
(Taylor) Hale. É caracterizada principalmente pela medula amarela com uma zona branca
muito estreita junto ao córtex inferior. O nome faz referência a esta característic
a da medula.
A espécie próxima é Myelochroa aurulenta (Tuck.) Elix & Hale, que também é
sorediada; no entanto, seu talo é verde acinzentado, os lobos são amontoados, a superfície é
distintamente maculada e com pruína no ápice de alguns lobos e a medula é
principalmente
branca, amarela ou alaranjada apenas abaixo e/ou nas áreas próximas aos sorais. Segundo
Hale (1976b), M. aurulenta tem lobos de sublineares a subirregulares, lobos sub-
redondos
(2
-
4 mm de largura), rizinas de simples a esparsamente furcadas
ou esquarrosas.
Hale (1976b) descreveu M. aurulenta com áreas rachadas que expõem a medula.
Myelochroa supraflava também apresenta estas áreas rachadas, porém, a medula é
uniformemente amarela em qualquer parte exposta.
A química encontrada em M. suprafla
va
é a mesma referida na bibliografia para
M.
aurulenta
, os resultados obtidos nas placas de cromatografia foram baseados nos
resultados apresentados na figura 7 de Hale (1976b), que mostra o perfil cromatográfico das
espécies de Parmelina s
.l.
Parmelin
ella
Elix & Hale
Mycotaxon
29
: 241. 1987.
Tipo: Parmelinella wallichiana
(Taylor) Elix & Hale.
TALO
cinza claro ou cinza amarronzado ou cinza amarelado, lobado;
lobos
com
ramificações de subdicotômicas a irregulares, de contíguos a sobrepostos lateralmente, de
adnatos a elevados, ápice redondo, margem de lisa a crenada, superfície de contínua a
irregularmente quebrada, de lisa a rugosa;
lacínulas
ausentes; máculas ausentes;
cílios
presentes, simples, poucos, restritos às axilas das lacínias; lóbulos, filídios e dáctilos
ausentes.
PÚSTULAS
ausentes.
SORAIS
ausentes.
ISÍDIOS
presentes ou ausentes.
MEDULA
branca. SUPERFÍCIE INFERIOR castanha ou escurecida; margem estreita
presente ou ausente
;
rizinas
negras ou concoloridas à superfície inferior, simples, de poucas a
freqüentes.
APOTÉCIOS
de planos a côncavos ou cupuliformes, sésseis, laminais, disco do
apotécio
castanho, não perfurado;
ascosporos
simples, elipsóides, 15,0 18,0
8,0 10,0
m.
114
PICNÍDIOS
laminais, imersos; de ostíolo negro, conídios baciliformes, 5,0 9,0
1,0
m
(Hale 1976b, Elix & Hale
1987).
Comentários
Parmelinella
é caracterizada pelos cílios pequenos e restritos às axilas dos lobos, as
rizinas simples e pela produção de ácido salazínico na medula (K+ amarelo
vermelho).
O gênero
Parmelinopsi
s é um tanto parecido, mas não produz ácido salazínico,
apresenta cílios distribuídos por toda margem dos lobos e as rizinas freqüentemente são
ramificadas.
Este gênero foi descrito por Elix & Hale (1987) com traços de ácido secalônico no
córtex superior, mas Eliasaro (2001) comentou não ter encontrado esta substância nos
espécimes do Paraná e sugeriu que esta característica o tem valor taxonômico na
diferenciação deste gênero. Nos espécimes de P. wallichiana (Taylor) Elix & Hale, a única
espécie encontrada em Vacaria, a presença de ácido secalônico também não foi revelada pela
cromatografia.
O gênero
Parmelinella
está representado por três espécies (Elix & Hale 1987); no
Brasil duas espécies são citadas: P. versiformis (Kremp.) Marcelli e P. wallichiana (
Marcelli
2004).
P. inexplicabilis foi descrita por Marcelli & Ribeiro (2002) com base em um espécime
de Minas Gerais.
Este gênero está sendo citado pela primeira vez para o estado do Rio Grande do Sul.
Parmelinella wallichiana (Taylor) Elix & Hale
Mycota
xon
29
: 242. 1987.
Figura 40
Basiônimo:
Parmelia wallichiana
Taylor,
Hooker Journal of Botany
, 6: 176.
1847.
Tipo:
Nepal,
Wallich
(FH
Tayl, lectotipo).
Distribuição conhecida: Ásia (Hale 1976b, Kurokawa & Lai 2001, Chen et al. 2003),
Oceania (Elix 1994e
, Louwhoff & Elix 2002a), África (Hale 1976b, Swinscow & Krog 1988);
na América do Sul é conhecida para o Brasil
PR (Eliasaro & Adler 2000).
TALO
acinzentado
,
lobado,
4,5
(
11,0)
cm diâm.;
lobos
de ramificações irregulares,
1,0 3,5 mm larg., adnatos, de contíguos a levemente sobrepostos lateralmente, ápice redondo,
115
margem de levemente crenada a crenada, superfície de contínua a leve irregularmente
quebrada nas partes velhas, lisa, brilhosa nas margens e opaca no centro;
lacínulas
ausentes;
máculas
ausent
es;
pseudocifelas
ausentes;
cílios
negros, simples, 0,05 0,15 (
0,25)
0,05
mm, de poucos a freqüentes, presentes apenas nas axilas dos lobos.
PÚSTULAS
ausentes.
SORAIS
ausentes.
ISÍDIOS
concolores ao talo e, menos freqüentemente, com os ápices
marrons, cilíndricos, principalmente simples, poucos ramificados, 0,05 0,25
0,05
0,08 mm,
eretos, firmes, ápice eciliado, laminais.
MEDULA
branca, pigmento ausente.
SUPERFÍCIE
INFERIOR
castanha, castanha escura ou negra, lustrosa, rugosa; margem ausente ou
castanh
a quando o lado de baixo é negro, lustrosa, rizinada até a margem, 0,7 3,0 mm larg.,
limite de atenuado a nítido, rugosa, papilada, venada e, mais raramente, lisa
;
rizinas
negras ou
concolores à superfície inferior, simples, 0,10 0,40
0,05 mm, abundantes, presentes até a
margem, distribuídas homogeneamente.
APOTÉCIOS
ainda imaturos, planos a levemente
côncavos, adnatos
, margem lisa;
ascosporos
ausentes.
PICNÍDIOS
de submarginais a
laminais, de ostíolo negro, raramente castanhos;
conídios
de fraco sublageniformes a fraco
bifusiformes, 5,0 1,0
m.
Testes de coloração: córtex superior K+ amarelo, UV ; medula K+ amarelo
vermelho,
C
, KC , P+ amarelo, UV
.
Substâncias de importância taxonômica: atranorina (cortical), ácidos salazínico e
consalazínico (medu
lares).
Material examinado: município de Vacaria, localidade de Fazenda da Estrela, campo de
pastagem, 28º03 57,3 S, 50º57 38,1 W, 905 m de altitude, em pneu no pátio da casa, col. L.S.
Canêz 091, 1376, 01-
III
-2003; idem, campo aberto, 28º01 58 S, 50º58 17,5 W, 900 m de
altitude, saxícola próximo da estrada, col. L.S.
Canêz & A
.A.
Spielmann
392, 19
-
VII
-
2003.
Comentários
Parmelinella wallichiana é caracterizada pela presença de ácido salazínico na medula,
isídios laminais, principalmente simples e superfície inferior negra. É semelhante a
Parmotremopsis antillensis
(Nyl.) Elix & Hale, que tem ácido norstíctico na medula e esporos
menores (7 8
5 6 m) se comparados aos esporos de P. wallichiana (14 18
8 10
m),
segundo os dados de Hale (1976b).
Na descrição de Parmotremopsis antillensis, Hale (1976b), menciona que a superfície
inferior pode ser negra ou castanha. Nas amostras Canêz 091 e Canêz 1376, coletadas sobre
pneu, a superfície inferior não é uniformemente castanha, apresentando freqüentemente partes
116
negras. No entanto, para todas as exsicatas, a cromatografia mostrou a presença de ácido
salazínico e não norstíctico, como seria esperado para
P.
antillensis
.
A largura dos lobos dos espécimes da região é menor do que as medidas fornecidas
por Hale (1976b) para o material da África e Ásia, que conferem com as medidas de Eliasaro
(2001) para o estado do Paraná. Estes autores dão medidas de 3 10 mm larg., enquanto as
exsicatas analisadas, apresentam 1,0 3,5 mm larg. Além disso, os espécimes brasileiros
descr
itos até agora não apresentam lóbulos, como mencionado por Hale (1976b).
Este gênero é nova citação para o estado do Rio Grande do Sul.
Parmelinopsis
Elix & Hale
Mycotaxon
29
: 242.
1987.
Tipo:
Parmelinopsis horrescens
(Taylor) Elix & Hale.
TALO
acinzenta
do ou amarronzado, lobado ou sublaciniado; lobos ou sub
lacínias
com ramificações subdicotômicas ou irregulares, 0,5 5,0 mm larg., de contíguos a raramente
sobrepostos lateralmente, adnatos, ápice de redondo a subtruncado, superfície contínua, de
lisa a rugosa, margem de lisa a crenada;
lacínulas
ausentes;
máculas
ausentes ou fracas, de
puntiformes a irregulares;
cílios
negros, simples ou raros irregularmente ramificados, de
freqüentes a abundantes.
PÚSTULAS
ausentes ou presentes.
SORAIS
presentes ou ausentes.
ISÍDIOS
presentes ou ausentes.
MEDULA
branca ou amarela. SUPERFÍCIE INFERIOR
de castanha a negra; margem presente ou ausente
;
rizinas
negras
, simples, furcadas ou
irregularmente ramificadas, de freqüentes a abundantes.
APOTÉCIOS
planos, de sésseis a
sub
pedicelados, laminais, não perfurados;
ascosporos
elipsóides, 12 18
8 12
m.
PICNÍDIOS
laminais, imersos;
conídios
bifusiformes ou baciliformes, 3,0 5,0
0,5 1,0
m
(Elix & Hale 1987, Elix 1993, Ribeiro 1998).
Comentários
Parmelinopsis
é caracterizado por apresentar cílios nas margens dos lobos e rizinas
freqüentemente ramificadas.
O gênero
Parmelinella
Elix & Hale é diferenciado de
Parmelinopsis
por apresentar
cílios apenas nas axilas dos lobos, pelas rizinas simples e por produzir ácido salazínico na
medula.
Este gênero, quando proposto por Elix & Hale (1987), estava representado por 18
espécies, e atualmente (Nash & Elix 2002f) são cerca de 25 espécies no mundo.
117
Oito espécies foram citadas para o Brasil (Marcelli 2004). Para o Rio Grande do Sul
são conhecidas 6 espécies, sendo Parmelinopsis cryptochlora (Vainio) Elix & Hale citada
apenas para este estado (Spielmann 2004).
Em Vacaria duas espécies foram encontradas: P. minarum (Vainio) Elix & Hale e
P.
spathulata
(Kurok.) Elix & Hale, que é nova citaçã
o para o Continente Americano.
C
HAVE DE IDENTIFICAÇÃ
O PARA AS ESPÉCIES D
E P
ARMELINOPSIS
DE
F
AZENDA DA
E
STRELA
1a. Isídios cilíndricos ...............................................................................................
P.
minarum
1b. Isídios
espatulados, às vezes formando lóbulos ..............................................
P.
spathulata
Parmelinopsis minarum (Vainio) Elix & Hale
Mycotaxon
29
: 243. 1987.
Figura 41
Basiônimo:
Parmelia minarum
Vainio,
Acta Societatis pro Fauna et Flora Fennica
7:48.1890.
Tipo:
Brasil, Minas Gerais, Sítio (Antônio Carlos), 1885,
Vainio
(TUR V 02689, holotipo;
BM, isotipo).
Distribuição conhecida: Oceania (Elix 1994f, Louwhoff & Elix 2002a), Ásia (Hale 1976b,
Kurokawa 1993, Kurokawa & Lai 2001, Chen et al. 2003
),
Europa (Hale 1976b), África
(Hale 1976b, Krog & Swinscow 1979), América do Norte (Hale 1976b, Esslinger & Egan
1995
); para a América do Sul é conhecida para o Uruguai (Osorio 1975a) e Brasil
MG (Hale
1976b, Marcelli 1993a, Ribeiro 1998), PR (Hale 1976
b, Eliasaro 2001), RS (Spielmann 2004)
e SP (Marcelli 1993b, Ribeiro 1998).
TALO
acinzentado amarronzado, lobado, 3,5 11,0 cm diâm.;
lobos
ramificações
dicotômicas a subdicotômicas, (0,3 ) 0,5 2,0 (
3,0)
mm larg., contíguos, raramente
sobrepostos lateralmente, frouxamente adnatos, ápice de redondo a truncado, margem de lisa
a levemente crenada, superfície contínua, lisa;
lacínulas
ausentes; máculas
ausentes ou muito
fracas, puntiformes, laminais;
cílios
negros, de simples a raramente furcados, 0,10 0,35
(
0,60)
0,05 mm, de freqüentes a contíguos, presentes em toda a margem ou, mais
118
freqüentemente, nas axilas, algumas vezes perpendiculares a superfície.
PÚSTULAS
ausentes.
SORAIS
ausentes
.
ISÍDIOS
de bases concolores ao talo, ápices marrons, de
simpl
es a freqüentemente coralóides, ou muito ramificados, às vezes formando estruturas
arbusculares, 0,10 0,50 (
0,75)
0,05 0,15 mm, eretos, firmes, mais comumente eciliado,
raramente ciliado na lateral, de laminais a raramente marginais.
MEDULA
branca, rara
mente
amarela palha ou rosada, pigmento ausente. SUPERFÍCIE INFERIOR negra, lustrosa,
rugosa;
margem castanha, lustrosa, 0,5 1,0 (
2,5)
mm, limite nítido, papilada, levemente
rugosa ou lisa
;
rizinas
negras, presentes até a margem, simples, raramente furcadas ou
dicotômicas, (0,15 ) 0,30 0,75 (
1,0)
0,05 0,10 mm comp., abundantes e muitas vezes
muito densas, distribuídas por toda superfície.
APOTÉCIOS
ausentes.
PICNÍDIOS
ausentes.
Testes de coloração: córtex superior K+ amarelo, UV
ou fraco amarelo nas ex
tremidades
dos lobos; medula K+ rosa, C+ rosa, KC+ rosa forte, P
, UV
.
Substâncias de importância taxonômica: atranorina, ácido girofórico, 5-O-
metilhiáscico,
traços de 4
-O-metilgirofórico.
Material examinado: município de Vacaria, localidade de Fazenda da Estrela, campo,
28º03 57,3 S, 50º57 38,1 W, 950 m de altitude, em cerca de madeira na casa do Sr.
Alcebides Teixeira, local ensolarado, col. L.S. Canêz & A.A. Spielmann 1375, 01-
III
-
2003;
idem, em pneu no pátio da casa, col. L.S. Canêz 102, 01-
III
-
2003;
idem, 28º04 56 S,
50º58 32,6 W, 980 m de altitude, em moirão de cerca na beira da estrada, col. L.S. Canêz &
A.A. Spielmann 502, 19-
VII
-2003; idem, mata ciliar, 28º04 49,2 S, 50º56 36,9 W, 850 m de
altitude, saxícola (basalto) na Cascata do Pito, col. L.S. Canêz & A.A. Spielmann 1023, 10-I-
2004; idem, saxícola (basalto) em barranco na beira da estrada, col. L.S. Canêz & A.A.
Spielmann
887
, 13
-I-2004; idem, 28º02 30,1 S, 50º56 56,1 W, 800 m de altitude, em taipa de
pedra (basalto) próximo da Cascata do Oito, col. L.S. Canêz & A.A. Spielmann
768
, 12-I-
2004; idem, campo, 28º02 30,1 S, 50º56 56,1 W, 800 m de altitude, em taipa de pedra
(basalto) próximo da Cascata do Oito, col.
L.S.
Canêz & A
.A.
Spielmann
773, 12
-I-
2004.
Comentários
Parmelinopsis minarum é caracterizada pelos cílios freqüentes, presentes em toda
margem do talo, isídios de simples a muito ramificados, rizinas principalmente simples, às
vezes dicotômicas ou furcadas.
119
Na morfologia geral, P. minarum é semelhante a Parmelinopsis horrescens
(Taylor)
Elix & Hale; porém, os isídios de
P.
minarum
são eciliados ou apresentam cílios inconspícuos
em algumas partes do talo, enquanto que P. horrescens apresenta isídios abundantemente
ciliados.
Na localidade de Fazenda da Estrela, os espécimes coletados apresentaram variação
morfológica; as exsicatas Canêz 102, 773 e 1023 apresentam cílios escassos, inclinados para
baixo, principalmente nas axilas dos lobos, muitas rizinas evidentemente dicotômicas e isídios
nunca ciliados. Nas demais exsicatas, os cílios são m
ais abundantes e paralelos à superfície do
talo e os isídios maiores, que podem formar estruturas muito ramificadas, semelhantes a
pequenos arbúsculos, além de possuírem rizinas predominantemente simples. A medula dos
espécimes também pode variar na cor, em Canêz 773 a medula é fraco amarelo palha e Canêz
102 apresenta medula rosada.
Talvez mais de uma espécie esteja sendo tratada aqui, mas muitas características são
sobrepostas nas exsicatas. É necessário que mais material seja estudado para que as
caracte
rísticas relevantes sejam mais bem definidas e conseqüentemente tornem possível a
compreensão da espécie.
Parmelinopsis spathulata
(Kurokawa) Hale
Mycotaxon
29
: 243. 1987.
Figura 42
Basiônimo:
Parmelia spathulata Kurokawa, Contributions from the United States National
Herbarium
36: 133. 1964.
Tipo:
Skeleton Gorge, Wynberg, Union of South Africa,
Almborn
305 (LD, holotipo; US,
isotipo).
Distribuição conhecida: África (Hale 1976b, Krog & Swinscow 1979, Swinscow & Krog
1988).
TALO
acinzentado, de lobado a s
ublaciniado,
12
cm diâm.;
lobos ou sublacínias
com
ramificações de irregulares a subdicotômicas, 0,5 2,5 mm larg., adnatos, contíguos nas
margens e imbricados no centro, ápice de redondo a truncado, margem de crenada a lisa,
superfície contínua, lisa;
lací
nulas
ausentes; máculas
ausentes;
pseudocifelas
ausentes;
cílios
negros, simples, poucos furcados, 0,30 0,75
0,05 mm, abundantes, distribuídos em toda a
120
margem.
SORAIS
ausentes.
PÚSTULAS
ausentes.
ISÍDIOS
de bases concolores ao talo,
ápice concolor ao talo ou levemente marrom, mais freqüentemente cilíndricos, poucos
inflados e/ou achatados (espatulados), aqueles marginais lembram lóbulos, de simples a
ramificados, 0,10 0,35
0,05 mm, eretos, menos comumente procumbentes, firmes, ápice
eciliado, laminais e marginais.
MEDULA
branca, pigmento ausente.
SUPERFÍCIE
INFERIOR
negra, lustrosa, rugosa; margem castanha, lustrosa, 0,3 1,5 mm larg., limite
nítido, lisa, papilada ou levemente rugosa
;
rizinas
negras, simples, irregulares ou furcadas,
(0,25
) 0,50 2,00
0,05 mm, as rizinas mais longas (no centro do talo) são esquarrosas e
tornam
-se muito entrelaçadas nos ápices, muito densas, distribuídas por toda a superfície,
quase até a margem.
APOTÉCIOS
ausentes.
PICNÍDIOS
ausentes.
Testes de coloração: córtex superior K+ amarelo, UV ; medula K , C+ rosa, KC+ rosa, P ,
UV
.
Substâncias de importância taxonômica: atranorina (cortical), 5-O-
metilhiáscico
, 4-O-
metilgirofórico, 3-
metil
-2,4-O-
metilgirofórico (medulares).
Material examinado: município de Vacaria, localidade de Fazenda da Estrela, mata aberta,
28º04 14 S, 50º57 45,3 W, 875 m de altitude, saxícola em trilha na mata em direção à
Cascata do Pito, col.
L.S.
Canêz & A
.A.
Spielmann
750, 13-I-2004.
Comentários
Parmelinopsis spathulata é caracterizada pela presença de isídios achatados, que
muitas vezes lembram lóbulos e a presença de substâncias do complexo girofórico (C+ rosa,
KC+ rosa). Parmelinopsis minarum (Vainio) Elix & Hale tem química semelhante, porém
seus isídios nunca são achatados e nem procumbentes.
O espécime estudado tem cílios abundantes, longos e às vezes virados para baixo,
quase perpendiculares ao talo; em apenas uma parte do talo, os cílios o completamente
ausentes. Neste espécime também, os isídios marginais são espatulados passando a lóbulos,
que muitas vezes, são rizinados e com superfície inferior escura.
Considerando a presença de rizinas bifurcadas ou esquarrosas, Krog & Swinscow
(1987), fizeram a combinação: Hypotrachyna spathulata (Kurok.) Krog & Swinscow. No
entanto, apesar das rizinas ramificadas, a presença de lios conspícuos distribuídos por toda
margem torna esta espécie caracteristicamente membro do gênero
Parmelinopsis
, proposto no
mesmo ano por Elix & Hale (1987).
121
Com base no material da África, Swinscow & Krog (1988), descrevera
m espécimes de
Hypotrachyna
[
Parmelinopsis
]
spathulata
com isídios curto-ciliados ou desenvolvendo-se em
filídios. Entretanto, no espécime de Vacaria não foram encontrado filídios, visto que, as
estruturas achatadas descritas apresentam córtex inferior evidente. Na descrição original de
Parmelinopsis spathulata, Hale & Kurokawa (1964), mencionam apenas a presença de
numerosos e pequenos lóbulos isidióides, ou lóbulos dorsiventrais, muitas vezes ramificados e
dilatados no ápice; a presença de filídios não é
mencionada.
Esta é a primeira citação da espécie para o Continente Americano.
Parmotrema
Massalongo
Atti del Reale Istituto Veneto di Scienze, lettere ed arti
, ser.
3, 5
: 248. 1860.
Tipo: Parmotrema perforatum
(Acharius) Massalongo.
TALO
cinza alumínio, esbranquiçado, cinza esverdeado ou amarelo esverdeado,
lobado
;
lobos
com ramificações de subdicotômicas a irregulares, 2,0 50,0 mm larg.,
contíguos, sobrepostos lateralmente ou amontoados, frouxamente adnatos, adnatos, elevados
ou revolutos, ápice redondo a sub-redondo, margem lisa, crenada, crenulada ou ondulada,
superfície contínua, lisa ou rugosa;
lacínulas
presentes ou ausentes; máculas ausentes, fracas
ou distintas, puntiformes, lineares ou irregulares;
cílios
ausentes ou negros, de ramificação
simples
ou irregularmente ramificados, de raros a contíguos.
PÚSTULAS
presentes ou
ausentes.
SORAIS
presentes ou ausentes.
ISÍDIOS
presentes ou ausentes.
MEDULA
branca
ou amarela ou salmão, ocre ou bicolorida. SUPERFÍCIE INFERIOR negra, raramente
castanha;
margem
presente
;
rizinas
negras
, simples ou irregularmente ramificadas, de poucas
a abundantes.
APOTÉCIOS
de côncavos a cupuliformes, sésseis ou pedicelados, laminais ou
submarginais, perfurados ou não;
ascosporos
elipsóides, 8,0
37,0
5,0 18,0
m.
PICNÍDIOS
laminais, imersos;
conídios
filiformes (8,0
20,0
1,0 m) ou sublageniformes
(3,0 10,0
1,0 m) ou baciliformes (4,0 8,0
1,0 m) (Hale 1974a, 1977; Fleig 1997; Elix
1994g; Ribeiro 1998).
Comentários
O gênero
Parmotrema
é caracterizado pelos lobos relativamente largos, de ápice
arredondado, margem inferior com uma ampla zona nua (geralmente maior que 5 mm) e pelas
rizinas mais comumente simples. É semelhante ao gênero
Rimelia
Hale & Fletcher, que
122
apresenta rizinas mais freqüentemente até a margem e possui a superfície superior maculada-
rachada, originado rachaduras.
Na verdade as característica diagnósticas de
Parmotrema
e
Rimelia
não estão bem
estabelecidas e, algumas espécies de
Parmotrema
encontradas em Vacaria apresentaram a
superfície superior maculada-reticulada e algumas espécies de
Rimelia
apresentaram a
margem inferior com uma zona nua. Mais estudos precisam ser feitos com estes gêneros para
que as diferenças realmente significativas sejam estabelecidas.
Depois de mais de cem anos após ter sido reconhecido por Massalongo,
Parmotrema
foi aceito por Hale (1974a), que combinou 123 espécies, principalmente as espécies de
Parmelia
subgênero Amphigymnia (Hale 1965a). Mais recentemente Nash & Elix (2002b)
mencionaram cerca de 300 espécies no mundo.
Este gênero é bastante abundante no Brasil e no Rio Grande do Sul, sendo conhecidas
94 espécies no país (Marcelli 2004) e 41 espécies mencionadas para o estado (Spielmann
2004).
Em Fazenda da Estrela foram encontradas 31 espécies.
Parmotrema
foi o gênero mais
abunda
nte no local e cerca de 46% das espécies citadas para o Rio Grande do Sul foram
recoletadas nesta área.
Parmotrema fleigiae Canêz & Marcelli, P.
ludibriosum
Marcelli & Canêz, P.
neomellissii
Marcelli & Canêz, P. sorediomaculiferum Marcelli & Canêz, P. s
ubmellissii
Marcelli são novas para a Ciência.
Parmotrema pseudonilgherrense (Asah.) Hale é citação nova para o Continente
Americano.
Parmotrema alidactylatum Estrabou & Adler, P. allardii (Hale) Spielmann, Canêz &
Marcelli,
com. nov., P. margaritatum (Hue) Hale, Parmotrema ruptum (Lynge) Hale
ex
DePriest & B. Hale,
P.
soredioaliphaticum
Estrabou & Adler são citações novas para o Brasil.
Parmotrema argentinum (Kremp.) Hale e P. conformatum (Vainio) Hale são citações
novas para o Rio Grande do Sul.
C
HAVE D
E IDENTIFICAÇÃO PARA AS ESPÉCIES DE
P
ARMOTREMA
DE
F
AZENDA DA
E
STRELA
1a. Córtex superior com ácido úsnico, talo amarelo esverdeado .............................................. 2
1b. Córtex superior sem ácido úsnico, talo de cinza esverdeado a cinza esbr
anquiçado ......... 3
123
2a. Medula K+ amarelo
marrom ..................................................................
P.
conformatum
2b. Medula K ..........................................................................................................
P.
aberrans
3a. Pústulas, dáctilos, sorédios ou isídios presentes ................................................................. 4
3b. Pústulas, dáctilos, sorédios e isídios ausentes ................................................................... 26
4a. Pústulas ou dáctilos presentes, sorédios e isídios ausentes ................................................. 5
4b. Pústulas e dáctilos ausentes (veja também 9b), sorédios ou isídios presentes .................... 6
5a. Pústulas presentes, dáctilo
s ausentes ....................................................................
P.
fleigiae
5b. Pústulas ausentes, dáctilos presentes ..........................................................
P.
alidactylatum
6a. Isídios (secundariamente sorediados ou nã
o) presentes, ..................................................... 7
6b. Apenas sorédios presentes (às vezes isidióides: empilham
-
se como se fossem isídios) ... 14
7a. Isídios tornando
-
se sorediados, medula UV+ verde piscina ............................................... 8
7b. Isídios nunca sorediados, medula UV
............................................................................. 11
8a. Medula C+ amarelo .............................................................................................................
9
8b. Medula C ......................................................................................................................... 10
9a. Isídios originados de grânulos, medula P+ amarelo ......................................
P.
submellissii
9b. Isídios originados de estruturas que lembram pústulas (inchaços), medula P
..................
......................................................................................................................... P.
neomellissii
10a
. Isídios formando arbúsculos com os ápices sorediados ......................................
P.
allardii
10b. Isídios não formando arbúsculos, sorediados ....................................................
P.
mellissii
11a. Medula C+ rosa forte ....................................................................................... P.
tinctorum
11b. Medula C ....................................................................................................................... 12
12a. Talo com cílios con
spícuos, isídios ciliados .....................................................
P.
crinitum
12b. Talo com cílios inconspícuos ou sem cílios .................................................................... 13
13a. Medula K+ amarelo amarronzado (ácido p
rotocetrárico) ............................
P.
peralbidum
124
13b. Medula K+ amarelo (ácido stíctico) .............................................................
P.
internexum
14a. Talo sem cílios ................................................................................................................ 15
14b. Talo com cílios ................................................................................................................ 16
15a. Substâncias do complexo stíctico presentes na medula ...............................
P.
ludibriosum
15b. Substâncias do complexo stíctico ausentes .....................................
P.
soredioaliphaticum
16a. Medula com duas cores, branca na parte superior e amarela clara na parte inferior,
pigmento laranja
ausente ..............................................................................
P.
permutatum
16b. Medula branca ou partes com pigmento laranja ............................................................. 17
17a. Medula K + amarelo
vermelho ................................................................................... 18
17b. Medula K+ amarelo ou K .............................................................................................. 20
18a. Cílios freqüentemente cespitosos, medula
UV+ amarelo alaranjado ............ P.
spinibarbe
18b. Cílios mais comumente simples, raramente furcados, medula UV .............................. 19
19a. Máculas distintas, reticulares ou efiguradas, cílios freqüentemente ascendentes .............
.......................................................................................................... P. sorediomaculiferum
19b. Máculas fracas, puntiformes, lios freqüentemente virados para baixo ..........................
.................................................................................................................... P.
margaritatum
20a. Medula K+ amarelo ......................................................................................................... 21
20b. Medula K ....................................................................................................................... 23
21a. Medula P .................................................................................................... P.
neomellissii
21b.
Medula P+ amarelo ou laranja ........................................................................................ 22
22a. Sorais no ápice de lacínulas muito curtas, medula P+ laranja, UV ................
P.
chinense
22b. Sorais submarginais, medula
P+ amarelo, UV+ verde piscina ....................
P.
submellissii
23a. Medula C+ rosa, medula UV ................................................................... P.
sancti
-
angeli
23b. Medula C
, medula UV+ verde piscina .......................................................................... 24
125
24a. Sorédios granulares, ainda jovens tornando-se isidióides, raramente ciliados .................
.................................................................................................................... P.
hypomiltoides
24b. Sorédios granulares, subgranulares ou farinosos, nunca se tornando isidióides, nunca
ciliados ............................................................................................................................. 25
25a. Talo com máculas conspícuas, sorédios lineares, submarginais, nunca laminais ............
........................................................................................................... P.
pseudonilgherrense
25b. Talo sem máculas ou máculas muito fracas, sorédios lineares interrompidos, freqüente-
mente formando crescentes subapicais e passando a laminais ..................
P.
rampoddense
26a. Reações medulares todas negativas (K
, C
, KC
, P
, UV
) ....................
P.
melanothrix
26a.
Pelo menos uma reação medular positiva ....................................................................... 27
27a. Medula C+ rosa ...............................................................................................
P.
catarinae
27b. Medula C
ou levemente amarelado ............................................................................... 28
28a. Medula K
, KC+ levemente rosado ou alaranjado, UV+ verde piscina ......................... 29
28b. Medula K+ amarelo ou amarelo para vermelho
, KC
, UV .......................................... 30
29a. Esporos maiores que 20 m, conídios unciformes ...................................... P.
subrugatum
29b. Esporos menores que 20 m, con
ídios de baciliformes a filiformes .............................. 28
28a. Talo lobado, com margens dissecadas, Apotécios de margem ciliada .........
P.
argentinum
28b. Talo principalmente laciniado. apotécios de margem eciliada ..........................
P.
rigidum
30a. Medula K+ amarelo .........................................................................................
P.
eciliatum
30b. Medula K+ amarelo
vermelho ................................................................................... 31
31a. Lobos de 1,5 a 5,0 mm de largura, máculas present
es ........................................
P.
ruptum
31b. Lobos de 2,5 a 15,0 mm de largura, máculas ausentes ..........................
P.
mantiqueirense
126
Parmotrema aberrans
(Vainio) Canêz & Marcelli,
comb
.
ined
.
Figura 43
Basiônimo:
Parmelia xanthina Müller Argoviensis f.
aberrans
Vainio, Acta Societatis pro
Fauna et Flora Fennica
7(1): 37. 1890.
Tipo:
Brasil, Minas Gerais, Antônio Carlos,
Vainio,
Lichenes brasiliensis exsiccati 664
(TUR
V nº 02758, holotipo).
Distribuição conhecida:
África ? (Krog
& Swinscow 1981, como
P
.
xanthinum
)
, América do
Norte (Hale 1965a, Nash & Elix 2002b), América Central (Hale 1965a, Feuerer 2005); na
América do Sul é conhecida para Peru (Hale 1965a) e
Brasil
MG (Hale 1965a, Krog &
Swinscow 1981), RJ
e SP (Hale 1965a).
TALO
amarelo esverdeado, lobado, 12
cm;
lobos
com ramificações irregulares,
1,5 5,0 mm larg., frouxamente adnatos, contíguos, ápice redondo, margem crenada, às vezes
com isídios curtos (denteada), delicadamente elevada, no centro com axilas involutas,
sup
erfície contínua, lisa;
lacínulas
ausentes; máculas fracas e localizadas em algumas áreas
distais;
pseudocifelas
ausentes;
cílios
negros, simples, menos freqüentemente furcados,
0,3 1,5
0,05 0,10 mm, abundantes, distribuídos em toda a margem.
PÚSTULAS
au
sentes.
SORAIS
ausentes.
ISÍDIOS
com bases concolores ao talo e ápices marrons, cilíndricos, de
simples a coralóides, 0,10 0,50
0,05 0,15 mm, eretos, firmes, ápice ciliado, laminais,
menos freqüentemente marginais.
MEDULA
branca, pigmento ausente.
SUPERF
ÍCIE
INFERIOR
negra, lustrosa, lisa; margem castanha, lustrosa, nua, 2,0
5,0
mm, limite nítido,
lisa
;
rizinas
negras, simples, menos freqüentemente furcadas ou irregulares, 0,35 1,0
<0,05 0,05
mm, de abundantes a freqüentes, homogeneamente distribuídas.
APOTÉCIOS
côncavos, 1,5 5,0 mm diâm., estipe curto, margem lisa, isidiada, às vezes involuta, anfitécio
isidiado, disco castanho escuro, não perfurados;
ascosporos
elipsóides, 13,8 16,5
7,5 10,0
m,
epispório
1,0
m.
PICNÍDIOS
submarginais, de ostíolo ne
gro;
conídios
de
baciliformes a filiformes, 7,5
10,0 ( 11,0) 1,0
m.
Testes de coloração: córtex superior K , UV ; medula K , C+ rosa fraco ou C , KC+ rosa,
P
, UV+ azul fraco.
Substâncias de importância taxonômica: ácido úsnico (cortical), ácido girofórico e ácido
graxo não identificado (medulares).
127
Material examinado: município de Vacaria, localidade de Fazenda da Estrela, campo,
28º02 44,6 S, 51º02 01,7 W, 860 m de altitude, sobre rocha basáltica na margem esquerda
do Rio Frade, exposto ao sol, col. L.S. Canêz & A.A. Spielmann
730
, 11-I-2004; idem,
saxícola (basalto) na margem direita do Rio Frade, local sombreado, col. L.S. Canêz & A.A.
Spielmann
682, 877, 11
-I-2004.
Comentários
Parmotrema aberrans é caracterizada pelo talo amarelo esverdeado (ácido ú
snico
cortical), pela presença de cílios na margem dos lobos, isídios cilíndricos, ciliados e pela
produção de ácido girofórico (C+ rosa e KC+ rosa) na medula.
Parmotrema xanthinum (Müll. Arg.) Hale também apresenta ácido úsnico no córtex e
isídios cilínd
ricos ciliados, mas é diferenciada por não produzir ácido girofórico (C
, KC
) na
medula (Hale 1965a, Nash & Elix 2002b).
Existe certa confusão na literatura sobre o verdadeiro nome a ser aplicado às espécies
isidiadas com ácido úsnico e medula KC+ rosa. Hale (1965a) descreveu Parmelia xanthina
(Müll. Arg.) Vainio com reações medulares C
e KC
, e colocou
Parmelia madagascariacea
(Hue) des Abbayes (medula C
e KC+ rosa) como sinônimo de P. xanthina; ele diferenciou
Parmelia aberrans (Vainio) des Abbayes pelas reações medulares positivas (C+ rosa e KC+
rosa).
Numa tentativa de esclarecer a química e a nomenclatura do complexo P. xanthina,
Almeda & Dey (1973) realizaram a cromatografia de dois grupos químicos distintos, um
grupo sem reações medulares e outro com reações positivas (C+ rosa e KC+ rosa).
Concordaram com Hale (1965a) e aceitaram o grupo com reações medulares negativas (sem
ácido girofórico) como
P.
xanthina.
De posse de uma coleção de espécimes que reagiam C+ rosa e KC+ rosa, e C
e KC+
rosa, Almeda & Dey (1973) estabeleceram, por cromatografia, que mesmo os exemplares C
eram portadores de ácido girofórico, e na realidade produziam uma reação C+ rosa muito
fraca que poderia passar despercebida. Desta maneira, mesmo não tendo cromatografado o
ti
po de P. madagascariacea, eles inferiram que a substância responsável pelas reações C
e
KC+ rosa, tratava-se de ácido girofórico e, assim, consideraram P. aberrans Hale como
sinônimo de
P.
madagascariacea
,
que era a combinação válida mais antiga.
Tempos depois, Krog & Swinscow (1981) cromatografaram o tipo de
Parmelia
madagascariacea
e mencionaram a presença de ácido aff. girofórico
(complexo girofórico),
mas não de ácido girofórico, que existe no tipo de P. aberrans. Porém, consideraram tanto
128
P.
aberran
s como P. madagascariacea como sinônimos de P. xanthina, e não atribuíram
valor taxonômico à ausência ou presença de ácido girofórico.
Quando Hale (1974a) reconheceu o gênero
Parmotrema
, ele fez apenas as
combinações
Parmotrema xanthinum (Müll. Arg.) Hale
e
Parmotrema madagascariaceum
(Hue) Hale.
B. Hale & DePriest (1999) colocaram Parmelia aberrans como sinônimo de
Parmotrema madagascariaceum
, adotando a sinonímia proposta anteriormente por Almeda &
Dey (1973).
Parmotrema aberrans foi reconhecida e citada para o Rio Grande do Sul por Fleig
(1990a), no município de Esmeralda, que faz divisa com Vacaria.
Em sua tese de doutorado, Fleig (1997) afirmou, em um breve comentário na revisão
bibliográfica, que os espécimes anteriormente identificados como P. aberr
ans
(Fleig 1990a),
eram na verdade P. xanthinum, voltando atrás no reconhecimento da espécie. Fleig atribuiu a
variação de cor no teste de spot (C
ou C+ rosa fraco) à incidência de chuvas antes ou durante
a coleta do material, o que poderia ter causado diminuição da concentração do ácido
girofórico. Considerou, assim, P. madagascariacea como sinônimo de P. xanthinum, no
mesmo senso de Krog & Swinscow (1981).
Assim, o nome Parmelia aberrans foi esquecido na literatura, por exemplo Fleig
(1997), Ribeiro (1998) e Eliasaro (2001) e os espécimes C+ rosa foram tratados muitas vezes
como
Parmotrema xanthinum (Müll. Arg.) Hale. Contudo
Parmelia
[
Parmotrema
]
aberrans
foi muito bem definida nas descrições ou comentários de Hale (1965a), Almeda & Dey (1973)
e Nash & E
lix (2002b).
Fleig (1990a) creditou a combinação de
Parmelia aberrans
a Hale (mencionando Hale
1965a); no entanto, nessa época Hale ainda não reconhecia
Parmotrema
e, portanto, a
combinação não foi efetuada nessa publicação. Na realidade, Hale jamais fez t
al combinação.
Recentemente, Nash & Elix (2002b) reconheceram e citaram Parmotrema aberrans
(Vainio) Abbayes para o Deserto de Sonora; porém, Abbayes fez a combinação de
Parmelia
xanthina
f.
aberrans
Vainio para Parmelia aberrans, e não para
Parmotrema
(des Abbayes
1959 apud Hale 1965a).
Por isso, em breve será apresentada a nova combinação: Parmotrema aberrans
(Vainio) Canêz & Marcelli.
As exsicatas Canêz & Spielmann 682 e 730 apresentam morfologia semelhante,
porém, Canêz & Spielmann 877 é bastante distinta das demais e não foi incluída na variação
morfológica descrita para este táxon.
129
Canêz & Spielmann 877 apresenta o talo com lobos mais amontoados, freqüentemente
com pruína nos lobos, cílios esparsos e poucos isídios ciliados, além de ter um perfil
cro
matográfico diferente das demais exsicatas do local. Esta exsicata provavelmente
representa de um táxon novo, que está sendo estudado com maior detalhe por P. Jungbluth
(comunicação pessoal), com material dos cerrados do estado de São Paulo.
Parmotrema a
llardii
(Hale) Spielmann,
Canêz & Marcelli,
comb. ined.
Figura 52
TALO
acinzentado, lobado, 16 cm diâm.;
lobos
com ramificações irregulares,
3,0 11,0 mm larg., frouxamente adnatos, contíguos, levemente amontoados no centro, ápice
redondo, margem de irregular a crenada, superfície contínua ou levemente quebrada, lisa;
lacínulas
ausentes; máculas fracas, efiguradas, laminais;
pseudocifelas
ausentes;
cílios
negros, freqüentemente com pigmento cobre K+ roxo, simples, 0,50 2,50
0,05 0,08
mm,
densos, distribuídos em toda a margem.
PÚSTULAS
ausentes.
SORAIS
ausentes.
ISÍDIOS
de bases concolores ao talo e ápice enegrecidos, granulares, cilíndricos ou, mais raramente,
achatados, coralóides ou muito ramificados, raramente simples, 0,20
0,50
0,05 0,30 mm,
f
reqüentemente formando estruturas arbusculares medindo 0,75 2,00
0,15
0,25 mm, eretas,
firmes, ápice ou lateral ciliados, laminais e marginais, totalmente corticadas e cilíndricas que
possuem uma base de comprimento variado (lembrando um pequeno tronco), que por vezes
podem lembrar lacínulas, e o ápice muito ramificado (lembrando pequena copa) que origina
estruturas isidiado-
sorediadas.
MEDULA
branca, pigmento laranja K
vinho localizado em
áreas adjacentes ao córtex inferior, raramente próximo a superfície superior.
SUPERFÍCIE
INFERIOR
negra, lustrosa, de lisa a rugosa; margem castanha, raramente negra, lustrosa,
nua, 2,0 6,0 mm larg., limite nítido, de lisa a levemente rugosa
;
rizinas
negras, simples,
raramente furcadas, 0,45 1,80
0,05 0,08 mm, freqüentes, distribuídas por toda superfície
ou agrupadas.
APOTÉCIOS
ausentes.
PICNÍDIOS
de marginais a submarginais, às vezes na
base dos cílios, de ostíolo negro;
conídios
baciliformes, 6,0 7,5 1,0
m.
Testes de coloração: córtex superior K+ amarelo, UV ; medula K , C , KC+ rosa sujo,
P+
fraco amarelado, UV+ verde piscina.
130
Substâncias de importância taxonômica: atranorina (cortical), ácidos
alectorônico,
-
colatólico, antraquinona desconhecida e traços de esquirina (medulares).
Material examinado: município de Vacaria, localidade de Fazenda da Estrela, mata ciliar,
28º04 49,2 S, 50º56 36,9 W, 850 m de altitude, corticícola no interior da mata perto do Rio
da Cascata do Pito, col. L.S. Canêz & A.A. Spielmann
1051
, 10-I-2004; idem, saxícola na
Cascata do Pito
, local exposto ao sol, col.
L.S.
Canêz & A
.A.
Spielmann
1057, 10
-I-
2004
Comentários
Parmotrema allardii é caracterizada pela presença de grandes estruturas isidióides
cilíndricas (até 2 mm de comprimento), na forma de pequenos arbustos (arbúsculos) muito
ramificados, que, quando marginais, tornam-se semelhante a lacínulas, porém cilíndricas,
muito isidiadas, comumente ciliadas, pelo pigmento laranja K+ vinho na medula e pela
produção de ácidos
alectorônico,
colatólico, uma antraquinona desconhecida e traços de
esquirina na medula.
É distinta de Parmotrema submellissii Marcelli & Canêz, que apresenta sorais
originados do córtex erodido da submargem e que forma isídios granulares nas partes mais
velhas a partir da superposição de grânulos (corticados) dos sorédios e apresenta reação
medular C+ e P+ amarelo.
Parmotrema neomellissii Marcelli & Canêz é diferenciada por apresentar sorédios
granulares que se originam de pústulas submarginais, que freqüentemente formam grânulos,
tornam
-se amontoados e formando isídios granulares ciliados que se espalham pela lâmina,
além da reação medular C+ amarelo e P
.
Parmotrema allardii foi descrita por Hale (1959) e foi tratada por muitos autores
como sinônimo de P. mellissii. No entanto, Parmotrema mellissii (Dodge) Hale foi descrita
com isídios verdadeiros e geralmente laminais que se desmancham em sorédios granulares, e
por esta característica é diferenciada de P.
allardii
, que freqüentemente forma isídios em
estruturas arbusculares.
Possivelmente
P. allardii tenha uma distribuição mais ampla e deve ter sido tratada
com
P. mellissii por outros autores, como por exemplo Louwhoff & Elix (1999), que
apresentaram uma foto de
P.
mellissii
de um espécime da Austrália, semelhante ao material de
Vacaria que aqui é tratado como
P.
allardii
.
131
Parmotrema alidactylatum
Estrabou & Adler
Mycotaxon
66
: 132. 1998.
Figura 44
Tipo:
Argentina, Córdoba, Departamento Sobremonte, Cerro Colorado, 30º08 S, 64º54 W,
em granito, março de 1995,
Estrabou
(BAFC 37877, holotipo; BM, CANB, H, O, S, TUR,
Estrabou Herbarium 648, isotipos).
Distribuição conhecida:
Argentina (Calvelo & Liberatore 2002).
TALO
cinza esbranquiçado, lobado, 11 cm diâm.;
lobos
com ramificações
subdicotômicas, 3,5 8,0 mm larg., adnatos, contíguos, levemente sobrepostos lat
eralmente,
ápice redondo, margem levemente ondulada, às vezes involuta, superfície contínua, quebrada
no centro, lisa, rugosa no centro;
lacínulas
ausentes; máculas ausentes;
pseudocifelas
ausentes;
cílios
ausentes.
PÚSTULAS
ausentes.
SORAIS
ausentes
. ISÍD
IOS
ausentes.
DÁCTILOS
aparecendo como pequenas papilas na região do centro, 0,1 0,3 mm diâm., bem
desenvolvidos nas submargens, muitas vezes tornando-as involutas, comumente com o ápice
erodido e com grânulos que, embora lembrem sorédios, são evidentemente corticados.
MEDULA
branca, pigmento ausente. SUPERFÍCIE INFERIOR negra, lustrosa, rugosa a
venada;
margem castanha, de opaca a lustrosa, 1,0 2,5 mm larg., limite atenuado, de venada
a rugosa
;
rizinas
negras, cremes em certas partes jovens do talo, simples, raramente furcadas,
0,35 0,45 (
0,75)
0,05 0,10 mm, freqüentes, homogeneamente distribuídas.
APOTÉCIOS
ausentes.
PICNÍDIOS
ausentes.
Testes de coloração: córtex superior K+ amarelo, UV ; medula K+ amarelo, C ,
KC+
laranja
rápido rosado (evanescente)
, P+ amarelo, UV
.
Substâncias de importância taxonômica: atranorina (cortical e medular), ácidos caperático
protoliquesterínico, praesorediósico, protopraesorediósico e ácidos graxos não identificados
(medulares).
Material examinado: município de Vacaria, localidade de Fazenda da Estrela, campo,
28º04 58,9 S, 50º56 48,9 W, 850 m de altitude, saxícola em campo próximo à Cascata do
Pito, col.
L.S.
Canêz & A
.A.
Spielmann
167, 22-
II
-2003.
132
Comentários
Esta espécie é caracterizada pela presença de dáctilos, que muitas vezes têm o ápice
erodido ou formando grânulos, ausência de cílios e presença de ácidos caperático,
protoliquesterínico, praesorediósico, protopraesorediósico e ácido graxos não identificados
como constituintes medulares.
O ápice dos dáctilos submarginais bem desenvolvidos, num primeiro exame, pode
parecer sorediado, mas as estruturas presentes são evidentemente corticadas e muito
compactadas, melhor definidas como grânulos.
O espécime de Fazenda da Estrela confere com a descrição da espécie dada por
Estrabou & Adler (1998), inclusive sendo semelhante à foto do tipo dada pelas autoras.
Parmotrema alidactylatum
é nova citação para o Brasil.
Parmotrema argentinum
(Krempelhuber) Hale
Phytologia
28(4)
: 334. 1974.
Figura 45
Basiônimo:
Parmelia argentin
a
Krempelhuber,
Flora
61: 476. 1878.
Tipo:
Argentina,
Lorentz & Hieronymus
(M, holotipo; BM, H, S, W, isotipos).
Distribuição conhecida: América do Norte; na América do Sul é conhecida para Argentina
(Hale 1965a, Calvelo & Liberatore 2002), Paraguai (Hale 1965a), Uruguai (Osorio 2004),
Venezuela (Hale 1965a, Feuerer 2005) e Brasil
MG e MT (Hale 1965a), PR (Osorio 1977
a/b) e SP (Marcelli 1991).
TALO
acinzentado, de laciniado a lobado, 5,5 cm diâm.; lacínias ou lobos com
ramificações irregulares, 0,5 3,0
mm larg., elevados, ápice redondo ou agudo, margem de lisa
a crenada, dissecada, superfície contínua, lisa;
lacínulas
ausentes; máculas de fracas a
distintas, mais evidentes no anfitécio e áreas adjacentes, de puntiformes a efiguradas,
laminais;
pseudocife
las
ausentes;
cílios
negros, simples, poucos furcados, 0,70 4,00
<0,05
0,05
mm, densos, distribuídos por toda a margem.
PÚSTULAS
ausentes. SORAIS
ausentes.
ISÍDIOS
ausentes.
MEDULA
branca, pigmento ausente. SUPERFÍCIE INFERIOR negra
em uma área pequena do centro, opaca, rugosa; margem branca, poucas vezes variegada de
negra e branca, levemente lustrosa, larga zona nua, ocupando quase toda a superfície inferior,
133
limite nítido, lisa
;
rizinas
negras, simples, 0,50 2,30
<0,05 0,05 mm, de poucas a raras,
agr
upadas.
APOTÉCIOS
planos, 5 10 mm diâm., estipe largo e curto, de submarginais a
laminais, margem denteada, ciliada, anfitécio maculado, rugoso, disco castanho escuro,
perfurados ou não perfurados;
ascosporos
elipsóides, 18,8 23,8
10,0 12,5
m,
epispório
1,8 2,5
m.
PICNÍDIOS
submarginais ou subapicais, de ostíolo negro;
conídios
filiformes,
10,0 13,8 1,0
m.
Testes de coloração: córtex superior K+ amarelo, UV ; medula K , C , KC+ rosa tornando-
se rapidamente laranja, P
, UV+ verde piscina.
Substâncias
de importância taxonômica: traços de atranorina (cortical), traços de ácidos
-
alectorônico e colatólico (medulares).
Material examinado: município de Vacaria, localidade de Fazenda da Estrela, mata ciliar,
28º02 44,6 S, 51º02 01,7 W, 860 m de altitude, em tronco de arvoreta na margem esquerda
do Rio Frade, col.
L.S.
Canêz & A
.A.
Spielmann
1314, 11-I-2004.
Comentários
Esta espécie é caracterizada pela ausência de propágulos vegetativos, margem de
dissecada a laciniada, larga margem inferior branca, pelos apotécios de margem ciliada,
esporos menores que 20 m de comprimento, conídios filiformes e por produzir ácidos
-
alectorônico e
colatólico na medula.
Parmotrema uberrimum (Hue) Hale é uma espécie africana semelhante a
P.
argentinum
por apresentar margem inferior branca e apotécios imperfurados de margem
ciliada, mas apresenta anfitécio muito rugoso e margem do apotécio denteado-lobulada (Krog
& Swinscow 1981).
Parmotrema rigidum (Lynge) Hale também produz ácidos alectorônico e
-colatólico na medula e não apresenta propágulos vegetativos, mas é diferenciada por
apresentar as margens dos lobos muito laciniadas e apotécios perfurados com margem
eciliada.
Parmotrema wainioi (A.L. Smith) Hale é semelhante por apresentar apotécios de
margem ciliada, ausência de propágulos vegetativos e por produzir alectorônico e
-colatólico na medula, mas é distinta por ter o talo mais lobado e pela margem inferior
castanha.
134
Outra espécie com ácidos alectorônico e colatólico na medula é Parmotrema
subrugatum
(Kremp.) Hale, que é distinta por apresentar conídios unciformes e esporos
maiores que 20
m de comprimento.
O espécime de Vacaria confere bem com a descrição dada por Hale (1965a).
Parmotrema argentinum
é nova citação para o Rio Grande do Sul.
Parmotrem
a catarinae
Hale
Mycotaxon
25
: 87. 1986.
Figura 46
Tipo:
Brasil, Santa Catarina, Santa Cecília, 9/VII/1962, Reitz & Klein
12975 (US, holotipo).
Distribuição conhecida:
Brasil
PR (Eliasaro & Donha 2003), RS (Spielmann 2004), SC
(Hale 1986b) e SP (Hale 1
986b, Ribeiro 1998).
TALO
cinza esverdeado,, lobado, 8 cm diâm.;
lobos
ramificações irregulares, (1,0
)
2,0
5,0 mm larg., frouxamente adnatos, sobrepostos lateralmente, ápice redondo, margem
lisa, elevada, superfície contínua, lisa;
lacínulas
ausentes;
mác
ulas
fracas, puntiformes, no
anfitécio ou em áreas adjacentes;
pseudocifelas
ausentes;
cílios
negros ou cobertos por
pigmento cor cobre K+ roxo, simples, raramente furcados, 1,50 4,50
0,05 mm, muito
densos, distribuídos por toda margem.
PÚSTULAS
ausentes.
SORAIS
ausentes.
ISÍDIOS
ausentes.
MEDULA
branca, pigmento ausente. SUPERFÍCIE INFERIOR negra, lustrosa,
lisa;
margem branca, levemente lustrosa, 6,0 18,0 mm larg., limite nítido, lisa
;
rizinas
negras, simples, 0,90 2,50 (
4,00)
0,05 0,10 ( 0,20) mm, poucas, agrupadas.
APOTÉCIOS
côncavos, 4,5 8,0
mm diâm., estipitados, submarginais, margem denteada,
ciliada, involuta, às vezes fendida, anfitécio maculado, rugoso, disco castanho, perfurados;
ascosporos
elipsóides, raramente oblongo-elipsóides, 19 24
11
14
m,
epispório
2,5
3,0
m.
PICNÍDIOS
submarginais ou laminais, de ostíolo negro;
conídios
baciliformes,
6,0 8,0 (
9,0)
1,0
m.
Testes de coloração: córtex superior K+ amarelo, UV ; medula K , C+ rosa, KC+ rosa
alaranjado (evanescente), P
, UV
.
Subs
tâncias de importância taxonômica:
atranorina (cortical) e ácido girofórico (medular).
135
Material examinado: município de Vacaria, localidade de Fazenda da Estrela, mata ciliar,
28º04 56 S, 50º58 32,6 W, 980 m de altitude, em galho de Araucaria angustifolia caído no
chão, col.
L.S.
Canêz & A
.A.
Spielmann
505, 10-I-2004.
Comentários
Parmotrema catarinae é caracterizada pela ausência de propágulos vegetativos, os
cílios longos e abundantes, parte deles K+ roxo, a margem inferior branca e a produção de
ácido gir
ofórico na medula (C+ rosa).
Morfologicamente é semelhante a Parmotrema melanothrix (Mont.) Hale, que produz
apenas ácidos graxos na medula (reações negativas) e é um pouco menos ciliada.
Outra espécie ciliada sem propágulos vegetativos é Parmotrema abnuens (Nyl.) Hale,
que produz ácido olivetórico (medula C+ laranja) e possui o talo mais aderido, lobos mais
alongados e menos ciliados (Fleig 1997).
O espécime de Vacaria confere com a descrição da espécie dada por Hale (1986b) e
Fleig (1997). No entanto, o comprimento dos esporos, embora confira com a medida
apresentada por Fleig, é levemente menor que a dada por Hale (24 a 28 m). Além disso,
possui conídios menores que os apresentados por ambos, que descreveram conídios de 8 a
12
m de comprimento.
Existe na literatura uma certa variação com relação à largura dos lobos desta espécie.
P. catarinae foi descrita por Hale (1986b) com lobos de 6 a 10 mm de largura, a mesma
medida apresentada por Fleig (1997); no entanto, lobos mais largos, de 10 a 30 mm, foram
de
scritos por Eliasaro & Donha (2003). As medidas encontradas no material de Vacaria foram
intermediárias (2,0 a 5,0 mm) e conferem melhor com as medidas apresentadas por Ribeiro
(1998) que descreveu largura de 1,0 a 4,0
mm.
Parmotrema chinense
(Ösbeck) Ha
le & Ahti
Taxon
35
: 133. 1986.
Figura 47
Basiônimo:
Lichen chinensis
Ösbeck
, Ostindisk Resa 221. 1757.
Tipo:
Espécime e pl. 20, fig. 39B,
Dillenius Historia Muscorum
147. 1741 (OXF, lectotipo).
136
Distribuição conhecida:
Oceania (Elix 1994g, Malcolm & Gallo
way 1997, Louwhoff & Elix
1999, Kantvilas et al. 2002), Europa (Hale 1965a), Ásia (Hale 1965a, Kurokawa 1991b,
Kurokawa & Lai 2001), África (Hale 1965a, Swinscow & Krog 1988), América do Norte
(Hale 1965a, Brodo et al. 2001, Nash & Elix 2002b), América Central (Hale 1965a); na
América do Sul é conhecida para Argentina (Adler 1992, Calvelo & Liberatore 2002), Chile
(Hale 1965a) e Brasil
MG (Ribeiro 1998), PR (Eliasaro 2001, 2004), RS (Spielmann 2004),
SC (Fleig 1997) e SP (Marcelli 1991).
TALO
esbranquiçad
o, lobado a sublaciniado, 4 cm diâm.;
lobos
ou sublacínias com
ramificações irregulares, 1,0 2,5 mm larg., adnatos, contíguos, freqüentemente lacinulado
eretos e ápice involuto, ápice redondo, margem lisa, superfície contínua, lisa;
lacínulas
simples, planas, curtas e apicalmente sorediadas;
máculas
ausentes;
pseudocifelas
ausentes;
cílios
negros, simples, (0,03 ) 0,05
2,00
0,05 mm, de abundantes a freqüentes, distribuídos
em toda a margem.
PÚSTULAS
ausentes.
SORAIS
capitados, presentes sempre no ápice da
s
lacínulas curtas que se tornam involutas;
sorédios
originados do córtex erodido,
subgranulares.
ISÍDIOS
ausentes.
MEDULA
branca, pigmento ausente.
SUPERFÍCIE
INFERIOR
negra, lustrosa, muito rugosa; margem castanha escura, lustrosa, rizinada,
raramente co
m estreita zona nua, 0,25 0,75
mm larg., limite atenuado, rugosa
;
rizinas negras,
simples, raramente irregulares, 0,40 2,00
<0,05 0,05 mm, freqüentes, homogeneamente
distribuídas.
APOTÉCIOS
ausentes.
PICNÍDIOS
ausentes.
Testes de coloração: córtex superior K+ amarelo, UV ; medula K+ amarelo, C , KC
,
P+
amarelo forte, UV
.
Substâncias de importância taxonômica: atranorina (cortical), ácidos stíctico, conorstíctico,
traços de criptostíctico, hipoconstíctico e hipostíctico (medulares).
Material examinado: município de Vacaria, localidade de Fazenda da Estrela, campo,
28º02 44,6 S, 51º02 01,7 W, 860 m de altitude, em galho fino de arbusto na margem direita
do Rio Frade, col.
L.S.
Canêz & A
.A.
Spielmann
1363, 11-I-2004.
Comentários
Esta espécie é caracterizada pela presença de sorais apicais que se desenvolvem no
ápice de lacínulas involutas e pela produção de substâncias do complexo stíctico na medula
(K+ amarelo).
137
Parmotrema bangii (Vainio) Hale também é uma espécie sorediada com complexo
stíctico na medula, mas é distinta pelos sorais originados da desintegração do córtex da
submargem, desenvolvendo amplas áreas pustuladas-
sorediadas (Hale 1965a, Sipman 2004).
O espécime de Vacaria apresenta lobos mais largos do que os descritos na literatura:
8 15 mm de largura (Hale 1965a), 6 15 mm de largura (Eliasaro 2001) e 4 8 mm de largura
(Fleig 1997).
A presença de lacínulas curtas não foi registrada para P. chinense (Hale 1986b,
Ribeiro 1998, Kurokawa & Lai 2001, Eliasaro 2001, Eliasaro & Donha 2003), porém, parte
dos espécimes de materiais provenientes do Rio Grande do Sul apresentou lobos estendidos
nas áreas distais e margens laterais com curtas lacínias sorediadas no ápice (Fleig 1997), a
mesma característica encontrada no espécime de Vacaria.
Nas demais características, o espécime confere com as descrições dadas por Hale
(1965a), Fleig (1997) e Eliasaro (2001).
Parmotrema conformatum
(Vainio) Hale
Phytologia
28(4)
: 337. 1974.
Figura 48
Basiônimo:
Parmelia conformata Vainio, Acta Societatis pro Fauna et Flora
Fennica
7(7):36. 1890.
Tipo:
Brasil, Minas Gerais, Sítio,
Vainio,
Lichenes brasiliensis exsiccati 650 (TUR V 2485,
lectotipo; FM, M, isolectotipo).
Distribuição conhecida: África, América do Norte, América Central (Hale 1965a); na
América do Sul é conhecida para a Venezuela (Vareschi 1962) e Brasil
MG (Hale 1965a) e
SP (Ribeiro 1998).
TALO
amarelo esverdeado, lobado, 10 cm diâm.;
lobos
com ramificações irregulares,
(0,9
) 2,0
6,0
mm larg., frouxamente adnatos, de contíguos a sobrepostos lateralmente, ápi
ce
redondo, levemente escurecido, margem lisa, axilas involutas nos lobos do centro, superfície
contínua, levemente rachada, lisa, opaca;
lacínulas
ausentes; máculas distintas, de
puntiformes a efiguradas, presentes nas áreas distais;
pseudocifelas
ausente
s;
cílios
muito
raros (vistos em uma axila), negros, simples, 0,15 0,25
0,05 mm.
PÚSTULAS
ausentes.
SORAIS
ausentes.
ISÍDIOS
de bases concolores ao talo, ápices marrons, abundantes,
138
cilíndricos, coralóides, ramificados ou simples, 0,15 0,65
0,05 0,10 mm, eretos, firmes ou
caducos, ápice eciliado, mais freqüentemente laminais, quando marginais são simples e
deixam a margem com aparência denteada.
MEDULA
branca, pigmento ausente.
SUPERFÍCIE INFERIOR negra, lustrosa, rugosa, venada, papilada; margem
castan
ha,
lustrosa, nua, 2,0 5,0 mm larg., limite nítido, de lisa a papilada
;
rizinas
negras, às vezes com
o ápice castanho naquelas das extremidades, simples, 0,15 0,50
0,05 mm, freqüentes,
distribuídas homogeneamente.
APOTÉCIOS
ausentes.
PICNÍDIOS
subapicais, escassos, de
ostíolo negro; conídios sublageniformes a fraco lageniformes, 4,0 7,5 1,2
m.
Testes de coloração: córtex superior K , UV ; medula K+ amarelo
marrom, C , KC
,
P+
laranja, UV
.
Substâncias de importância taxonômica: ácido úsnico (cortical), ácidos
fumarprotocetrárico, protocetrárico, malonprotocetrárico e substância não identificada de
Rf
34 em solvente C, formando uma mancha acinzentada após tratamento com ácido sulfúrico
10% e brilhando arroxeado sob UV longo
(medulares).
Material examin
ado:
município de Vacaria, localidade de Fazenda da Estrela, mata ciliar,
28º02 44,6 S, 51º02 01,7 W, 860 m de altitude, em Araucaria angustifolia isolada na
margem direita do Rio Frade, col.
L.S.
Canêz & A
.A.
Spielmann
726, 11-I-2004.
Comentários
Esta espécie é caracterizada pela presença de ácido úsnico no córtex superior, isídios
cilíndricos e pela produção de ácidos fumarprotocetrárico, protocetrárico e
malonprotocetrárico (K+ amarelo
amarronzado) como constituintes medulares.
Parmotrema flavescens (Kremp.) Hale também apresenta ácido úsnico no córtex,
isídios cilíndricos e cílios esparsos, mas é diferenciada por produzir ácido salazínico
(K+
amarelo
vermelho) como constituinte medular (Hale 1965a, Fleig 1997).
Parmotrema
aberrans
(Vainio) Canêz & M
arcelli é diferenciada por produzir ácido girofórico
na medula (K
, KC+ rosa) e pelos cílios conspícuos e densos.
A descrição dada por Hale (1965a) inclui a presença de cílios esparsos de até 1,0 mm
de comprimento; no entanto, Vainio (1890a) descreveu os cílios como sendo ausentes ou
poucos. O espécime de Vacaria se aproxima mais da descrição feita por Vainio, que o
espécime poderia ser facilmente considerado eciliado (uma axila com cílios) e os poucos
cílios alcançam até apenas 0,25 mm de comprimento.
139
A exsicata Marcelli, Gugliotta & Maziero 28949 (SP 264422), de procedência de
Campos do Jordão, no estado de São Paulo, também apresenta cílios raros (em apenas um
lobo). Mas em comparação com a exsicata de Vacaria, o material de Campos do Jordão tem
isídio
s esparsos, muitos caducos e a superfície superior emaculada.
A forma e tamanho dos conídios de
Parmotrema conformatum
é mencionada aqui pela
primeira vez e esta espécie também é nova c
itação para o Rio Grande do Sul.
Parmotrema crinitum
(Acharius) Choi
sy
Bulletin Mensuel de la Société Linnéene de Lyon
21
: 175.
1952.
Figura 49
Basiônimo:
Parmelia crinita
Acharius,
Synopsis Methodica Lichenum
196. 1814.
Tipo:
América do Norte,
Muhlenberg
(H, holotipo).
Distribuição conhecida:
Ilha Oceânica Gough Island
(Elix & Gremmen 2002), Oceania (Elix
1994g, Malcolm & Galloway 1997, Louwhoff & Elix 1999, Kantvilas et al. 2002), Europa
(Hale 1965a ), Ásia (Awasthi 1976, Kurokawa 1991b, Kurokawa & Lai 2001), África (Hale
1965a, Winnen 1975, Krog & Swinscow 1981), América do Norte (Hale 1965a, Brodo et al.
2001, Nash & Elix 2002b), América Central (Hale 1965a); na América do Sul é conhecida
para Argentina (Calvelo & Liberatore 2002), Chile, Colômbia (Hale 1965a), Uruguai (Osorio
1972), Venezuela (Hale 1965a) e Brasil
MG, MT (Lynge 1914), RJ (Ribeiro 1998), RS
(Spielmann 2004), SC (Fleig 1997) e SP (Nagaoka & Marcelli 1989, Marcelli 1991, Ribeiro
1998).
TALO
acinzentado,
lobado,
7,5 cm diâm.;
lobos
com ramificações irregulares,
1,5 5,0 mm larg., frouxamente adnatos, contíguos, ápice redondo, margem lisa, menos
freqüentemente irregular, levemente elevada, escurecida, axilas às vezes involutas, superfície
contínua, de lisa a levemente rugosa;
lacínulas
ausentes;
máculas
ausentes;
pseudocifelas
ausentes;
cílios
negros, simples, 0,25 0,75
0,05 mm, abundantes, distribuídos por toda a
margem.
PÚSTULAS
ausentes.
SORAIS
ausentes.
ISÍDIOS
de bases concolores ao talo,
ápices marrons, cilíndricos, de simples a ramificados, raramente coralóides, 0,15
0,35 (
0,75)
0,05 0,10 ( 0,15) mm, eretos, firmes, laminais, menos comumente marginais, com cílios
apicais ou laterais longos (ca. 2 vezes o comprimento dos isídios).
MEDULA
branca,
pigmento ausente.
SUPERFÍCIE INFERIOR
negra, lustrosa, de rugosa a levemente venada;
140
margem
castan
ha, lustrosa, nua, 1,5 3,0 mm larg., limite nítido, de lisa a rugosa
;
rizinas
negras, simples, menos freqüentemente furcadas ou irregulares, 0,30
1,00
0,05 mm, de
abundantes a freqüentes, emaranhadas nos ápices no centro do talo, distribuídas quase
unifo
rmemente pela superfície.
APOTÉCIOS
ausentes.
PICNÍDIOS
ausentes.
Testes de coloração: córtex superior K+ amarelo, UV ; medula K+ amarelo forte, C , KC
,
P+ laranja, UV
.
Substâncias de importância taxonômica:
atranorina (cortical), ácidos stíctico, cripto
stíctico,
conorstíctico, traços de hipostíctico e hipoconstíctico (medulares).
Material examinado: município de Vacaria, localidade de Fazenda da Estrela, campo,
28º02 30,1 S, 50º568 56,1 W, 800 m de altitude, taipa de pedras (basalto) na beira da
estrada,
col.
L.S.
Canêz & A
.A.
Spielmann
765, 12-I-2004.
Comentários
A presença de cílios conspícuos na margem dos lobos, isídios ciliados e a produção de
substâncias do complexo stíctico caracterizam
Parmotrema crinitum
.
Outra espécie isidiada e com o complexo stíctico é Parmotrema internexum (Nyl.)
Fleig, que tem o talo mais plano, cílios inconspícuos nas axilas dos lobos, isídios um pouco
menores (0,1
0,3 mm comp.) e nunca ciliados.
Parmotrema mellissii (Dodge) Hale tem isídios ciliados, mas que freqüentemente
tornam
-
se sorediados e produz de ácido
alectorônico (UV+ verde piscina) na medula.
O espécime de Vacaria confere, no geral, com as descrições da literatura. Porém, as
medidas de largura dos lobos e do comprimento dos cílios são menores do que aquelas
ci
tadas. Elix (1994g) e Nash & Elix (2002b) citaram lobos de 5 a 20 mm de largura e cílios de
0,5 a 3,0 mm de comprimento; Fleig (1997) e Kurokawa & Lai (2001) mencionaram
7 a 12
mm de largura para os lobos e os cílios com 1,0 a 2,5 mm de comprimento.
Para Krog & Swinscow (1981), uma grande variação morfológica dos propágulos
vegetativos é encontrada em regiões tropicais, fato não muito comum em regiões temperadas;
entretanto a literatura geral não partilha dessa mesma opinião, e a presença de isídios se
desm
anchando em sorédios foi mencionada apenas por Swinscow & Krog (1988) e Elix
(1994g), respectivamente para a África e Austrália. Esta característica não foi descrita por
Fleig (1997) para espécimes de outras localidades do Rio Grande do Sul e tampouco
obse
rvada no espécime de Vacaria.
141
Parmotrema eciliatum
(Nylander) Hale
Phytologia
28
: 336. 1974.
Figura 50
Basiônimo:
Parmelia crinita
Acharius var.
eciliata
Nylander, Flora 52. 291. 1869.
Tipo:
México, Orizaba,
Bourgeau
(H
Nyl. 35295, holotipo; P, isotipo).
Distribuição conhecida: Oceania (Elix 1994g), Ásia (Kurokawa 1991b, Kurokawa & Lai
2001, Feuerer 2005), África (Hale 1965a, Krog & Swinscow 1981, Swinscow & Krog 1988),
América do Norte, América Central (Hale 1965a, Feuerer 2005); na América do Sul é
co
nhecida para Argentina (Lynge 1914, Hale 1965a, Adler 1992, Calvelo & Liberatore 2002),
Uruguai (Osorio 1972) e Brasil
PR (Eliasaro & Donha 2003), RJ (Hale 1965a) e RS
(Spielmann 2004).
TALO
cinza esbranquiçado, lobado, 9 15 cm diâm.;
lobos
com ramificaç
ões
irregulares, 1,0 7,5 mm larg., frouxamente adnatos, de contíguos a amontoados, ápice
redondo, margem de lisa a crenada, em alguns talos levemente crenada, às vezes elevada,
superfície contínua, às vezes levemente rachada, lisa;
lacínulas
ausentes;
mácu
las
distintas,
puntiformes e/ou efiguradas, presentes só no anfitécio ou em áreas adjacentes;
pseudocifelas
ausentes;
cílios
negros, simples, furcados ou esquarrosos, 0,25 1,75
0,05 0,10 mm, densos
em alguns talos, freqüentes em outros, distribuídos por toda margem em alguns talos, em
outros, presentes nas crenas dos lobos.
PÚSTULAS
ausentes.
SORAIS
ausentes.
ISÍDIOS
ausentes.
MEDULA
branca, pigmento ausente. SUPERFÍCIE INFERIOR negra, lustrosa,
muito rugosa em alguns espécimes, e de rugosa a levemente papilada em outros; margem
castanha, podendo ser branca ou variegada de branca e negra abaixo dos apotécios, lustrosa,
nua, 0,8 5,0 mm larg., limite nítido, lisa, levemente rugosa ou venada
;
rizinas negras,
simples, esquarrosas ou furcadas, 0,25 2,25
0,05 0,10 mm, abundantes, distribuídas
homogeneamente.
APOTÉCIOS
côncavos, em alguns espécimes de planos a levemente
côncavos, 3,0 10,0 mm diâm., estipe curto e às vezes largo, sempre com rugas longitudinais,
submarginais ou laminais, margem lisa, às vezes levemente denteada, eciliada, às vezes
involuta, anfitécio maculado, rugoso, disco castanho, não perfurado ou perfurado em alguns
espécimes;
ascosporos
elipsóides, 26 31
14 18
m,
epispório
3,0 4,0
m.
PICNÍDIOS
de
submarginais a laminais, de ostíolo negro;
conídios
baciliformes, 5,0
7,5 1,0
m.
142
Testes de coloração: córtex superior K+ amarelo, UV ; medula K+ amarelo, C , KC
,
P+
laranja, UV
.
Substâncias de importância taxonômica:
atranorina (cortical), ácidos stíctico, criptostíctico,
conorstíctico, hipoco
nstíctico e traços de hipostíctico (medulares).
Material examinado: município de Vacaria, localidade de Fazenda da Estrela, campo de
pastagem, 28º03 57,3 S, 50º57 38,1 W, 905 m de altitude, em pneu no pátio da casa, col. L.S.
Canêz 099, 01-
III
-2003; idem, mata ciliar, 28º04 49,2 S, 50º56 36,9 W, 850 m de altitude,
saxícola (basalto) na margem direita da Cascata do Pito, col. L.S. Canêz & A.A. Spielmann
1047, 10-I-2004; idem, campo, 28º02 30,1 S, 50º56 56,1 W, 800 m de altitude, em taipa de
pedra (basalto) próximo à Cascata do Pito, parte do dia exposto ao sol, col. L.S. Canêz & A.A.
Spielmann
759
, 12
-I-2004; idem, mata ciliar, 28º03 46,8 S, 50º57 33,7 W, 876 m de altitude,
corticícola em borda de mata, col. L.S. Canêz & A.A. Spielmann 843, 10-I-2004; idem, e
m
galho caído no chão no interior de mata ciliar, col. L.S. Canêz & A.A. Spielmann 811, 10-I-
2004; idem, em Podocarpus lambertii em borda de mata, col. L.S. Canêz & A.A. Spielmann
823, 10-I-2004; idem, em ramo fino de Podocarpus lambertii na borda da mata, col. L.S.
Canêz & A.A. Spielmann 820, 1049, 10-I-2004; idem, em rocha basáltica próxima à borda da
mata, col.
L.S.
Canêz & A
.A.
Spielmann
842
, 10
-I-2004; idem, vegetação ciliar, 28º02 44,6 S,
51º02 01,7 W, 860 m de altitude, na base do tronco de arvoreta na margem esquerda do Rio
Frade, col. L.S. Canêz & A.A. Spielmann 678, 11-I-2004; idem, em córtex de arvoreta na
margem esquerda do Rio Frade, junto com
Canomaculina
, col. L.S. Canêz & A.A. Spielmann
709, 11-I-2004; idem, em galho fino de arbusto na margem esquerda do Rio Frade, col. L.S.
Canêz & A.A. Spielmann 711, 703, 11-I-2004; idem, em galho fino de arbusto na margem
direita do Rio Frade, col. L.S. Canêz & A.A. Spielmann 658, 663, 664, 667, 675, 689, 691,
701, 11-I-
2004.
Comentários
Parmotrema eciliatum é caracterizada pela ausência de propágulos vegetativos, pelos
cílios marginais e pela produção de substâncias do complexo stíctico (K+ amarelo) na
medula.
É um tanto semelhante a Parmotrema lobulatum Marcelli & Hale, que também o
apresenta propágulos vegetativos e produz substâncias do complexo stíctico, mas possui
lóbulos pequenos, procumbentes e subcanaliculados (Hale 1986b).
143
Esta espécie é amplamente distribuída, sendo encontrada em quase todos os
continentes e apresentando certas divergências na literatura. De um modo geral, a espécie é
caracterizada pelos lobos ciliados, ausência de propágulos vegetativos, apotécios
imperfurados e os esporos grandes (Hale 1965a, Elix 1994g, Krog & Swinscow 1981,
Swinscow & Krog 1988 e Fleig 1997).
Apesar dos esporos grandes serem característicos da espécie, medidas extremas foram
dadas por Elix (1994g) para espécimes da Austrália, com valores de 23 a 37 m de
comprimento, enquanto os maiores valores reportados por outros autores foram de 23 a 30
m
(Hale 1965a,
Krog & Swinscow 1981 e Fleig 1997).
divergência também nas descrições apresentadas para a margem dos lobos; Hale
(1965a) descreveu margem crenada, recortada-lobulada com lóbulos de até 3 mm de
comprimento e mais ou menos canaliculados. Esta característica foi mais discretamente
mencionada por Fleig (1997), que descreveu margem de crenada a sublaciniada para
espécimes do Rio Grande do Sul. Em Vacaria, alguns espécimes apresentaram lacínulas
curtas, planas e agudas de onde geralmente saiam cílios furcado
s.
Ainda com relação aos espécimes do Rio Grande do Sul, Fleig (1997) comentou a
variação de tamanho dos talos, a quantidade e localização dos apotécios e tamanho de
esporos, associando esta variação morfológica às diferenças de condições ambientais em
in
divíduos coletados em rocha ou córtex, em ramos, na sombra ou exposto ao sol, ou mesmo
de diferentes tipos de vegetação em diferentes regiões do estado.
Os espécimes de Vacaria também apresentaram grande variação morfológica:
indivíduos com muitos apotécios no talo, involutos, de margem lisa, anfitécio levemente
rugoso e estipe curto, como por exemplo Canêz & Spielmann 759; outro grupo de indivíduos
apresentou anfitécio e estipe rugoso, margem denteada, talo pouco ciliado, raros lios
ramificados, como Canêz & Spielmann 099; e outros indivíduos apresentaram o talo com
lacínulas muito curtas, planas e agudas, com os apotécios mais velhos perfurados, a maioria
de anfitécio e estipe extremamente rugosos, com rugas longitudinais, como Canêz &
Spielmann 823.
Apesar de toda esta variação, não houve relação entre o local coletado e a morfologia,
nem foi possível estabelecer esses padrões com base nas variações de tamanho de esporos e
conídios.
A exsicata Canêz & Spielmann 1047 apresentou esporos maiores e conídios menores
que as demais exsicatas, Canêz & Spielmann 842 e 1049 não apresentaram traços de
hipostíctico e a 1049 apresentou ainda uma substância não identificada de Rf 53 em solvente
144
C, que formou uma mancha castanha clara após tratamento com ácido sulfúrico a 10%,
tornando
-
se amarela alaranjada sob UV longo e UV curto.
Assim, os espécimes de Vacaria são tratados com Parmotrema eciliatum senso Fleig
(1997), admitindo toda variação morfológica descrita pela autora.
Parmotrema fleigiae
Canêz & Marcelli
,
ined
.
Figura 51
TALO
cinza esbranquiçado, lobado,
11
cm diâm.;
lobos
com ramificações irregulares,
1,0 6,0
mm larg., adnatos, de contíguos a sobrepostos lateralmente, amontoados no centro,
ápice redondo, muitas vezes pruinoso, margem de delicadamente ondulada a crenada,
levemente elevada, linha negra muito evidente, superfície de contínua a irregularmente
quebrada, lisa;
lacínulas
ausentes;
máculas
ausentes
;
pseudocifelas
ausentes;
cílios
negros,
simples, raramente furcados, levemente contorcidos, freqüentemente virados para baixo,
quase perpendiculares à superfície, 0,25 1,00
0,05 0,08 mm, de abundantes a freqüentes,
mais freqüentes nas axilas dos lobos, mas muitas vezes também presentes em toda a margem.
PÚSTULAS
arredondadas, aparecendo como inchaços, nas partes velhas do talo podem
adquirir a forma de estruturas capitadas a cerebróides, submarginais ou subapicais, muitas
vezes de córtex erodido, raramente rebentando mas nunca formando sorédios.
SORAIS
ausentes.
ISÍDIOS
ausentes.
MEDULA
branca, pigmento ausente.
SUPERFÍCIE
INFERIOR
negra, levemente lustrosa, rugosa; margem castanha avermelhada ou castanha,
lustrosa, nua, 0,6 2,0 mm larg., limite nítido, lisa
;
rizinas
negras, simples, raramente
furcadas, 0,20 1,00
0,05 0,08 mm, abundantes, distribuídas homogeneamente.
APOTÉCIOS
ausentes.
PICNÍDIOS
ausentes.
Testes de coloração: córtex superior K+ amarelo, UV ; medula K+ amarelo
vermelho,
C
, KC , P+ amarelo, UV
.
Substâncias de importância taxonômica: atranorina (cortical), ácidos salazínico e
cons
alazínico (medulares).
Material examinado: município de Vacaria, localidade de Fazenda da Estrela, campo,
28º02 44,6 S, 51º02 01,7 W, 860 m de altitude, sobre rocha basáltica na margem do Rio
145
Frade, col. L.S. Canêz & A.A. Spielmann 677, 693, 11-I-2004; idem, saxícola (basalto) na
margem esquerda do Rio Frade, sombreado por arbusto, col. L.S. Canêz & A.A. Spielmann
718a/b, 11
-I-2004.
Comentários
Parmotrema fleigiae é diferenciada pela presença de pústulas arredondadas ou
inchaços na submargem ou subápice dos lobos, que raramente rebentam e nunca originam
sorédios, margem com linha negra muito evidente, cílios comumente virados para baixo e
pela produção de ácidos salazínico e consalazínico na medula.
Morfologicamente é semelhante a Parmotrema margaritatum (Hue) Hale, que forma
sorais evidentes, orbiculares e submarginais, que se originam de inchaços semelhantes aos de
P.
fleigiae
, tem as margens um tanto elevadas e os cílios levemente eretos.
Parmotrema ruptum (Lynge) Hale
ex
DePriest & B. Hale tem hábito semelhante e
produz ácido salazínico e consalazínico, mas não forma sorais nem pústulas arredondadas,
além de ter a superfície evidentemente maculada.
Parmotrema hypomiltoides
(Vainio) Fleig
Os gêneros Parmotrema, Rimelia e Rimeliella (Lichenes
-
Ascomycotina,
Parmeliaceae) no Rio Grande do Sul, Brasil
,
p.
105. 1997.
Figura 53
Basiônimo:
Parmelia hypomiltoides Vainio, Acta Societatis pro Fauna et Flora Fennica
7:
35. 1890.
Tipo:
Brasil, Minas Gerais, Antônio Carlos,
Vainio,
Lichenes brasiliensis exsiccati
s.
n.
(TUR
V nº 2543, holotipo).
Distribuição conhecida: Oceania (Louwhoff & Elix 1999); na América do Sul é conhecida
para a Venezuela (Feuerer 2005) e Brasil
PE (Kurokawa & Moon 1998), MG (Hale 1965a),
RS (Spielmann 2004), SC (Fleig 1997) e SP (Hale 1965
a, Ribeiro 1998).
TALO
esbranquiçado,
lobado,
17 cm diâm.;
lobos
com ramificações irregulares,
2,0 5,0 mm larg., amontoados, ápice redondo, margem levemente crenada ou irregular,
superfície de contínua a levemente quebrada, lisa;
lacínulas
ausentes;
mácu
las
ausentes ou
fracas, puntiformes, laminais;
pseudocifelas
ausentes; cílios negros, simples, 0,50 3,00
0,05 0,08 mm, abundantes, ascendentes, distribuídos em toda margem.
PÚSTULAS
146
ausentes.
SORAIS
de capitados a lineares interrompidos, marginais passando a submarginais
ou laminais; sorédios originados das margens pela erosão do córtex, de granulares a
isidióides, sorédios isidióides raramente ciliados.
ISÍDIOS
ausentes.
MEDULA
branca,
pigmento cor-
de
-laranja K
vinho, localizado em áreas adjacentes ao córtex inferior, muitas
vezes presente em toda espessura da medula, ou, tornando-se amarelo quando próximo da
camada de algas. SUPERFÍCIE INFERIOR negra, lustrosa, de levemente rugosa a rugosa;
margem
castanha, 2,0 5,0 mm larg., limite nítido, de lisa a rugosa
;
rizinas
negras, simples,
raramente furcadas, 0,35 2,00
0,05 0,08 mm, de freqüentes a poucas, agrupadas.
APOTÉCIOS
ausentes.
PICNÍDIOS
raros, submarginais, de ostíolo negro;
conídios
baciliformes, 6,0 7,5
1,2
m.
Testes de coloração: córtex superior K+ amarelo, UV ; medula K
ou amarelo fraco, C ,
KC+ rosa sujo fraco, P
ou fraco amarelado, UV+ verde piscina.
Substâncias de importância taxonômica: atranorina (cortical), ácidos -
colatólico,
-
alectorônico, traços de esquirina e antraquinona desconhecida (medulares).
Material examinado: município de Vacaria, localidade de Fazenda da Estrela, campo sujo,
28º03 46,8 S, 50º57 33,7 W, 876 m de altitude, em árvore isolada no campo, col. L.S. Canêz
& A
.A.
Spielmann
805, 10-I-2004
Comentários
Parm
otrema hypomiltoides é caracterizada pelos sorédios granulares que
freqüentemente se tornam corticados, originando sorédios isidióides, pigmento laranja
K+
vinho na medula, margem ciliada e pela produção ácidos -
colatólico,
-
alectorônico,
traços de esqui
rina e antraquinona desconhecida na medula.
Parmotrema mellissii (Dodge) Hale também produz pigmento laranja na medula, mas
é distinta por apresentar isídios ciliados que comumente se tornam sorediados;
Parmotrema
rampoddense
também é sorediada, tem química semelhante, mas é diferenciada por formar
sorédios labriformes ou formando crescentes, mais finos e que nunca se tornam isidióides;
Parmotrema pseudonilgherrense (Asah.) Hale é diferenciada pela superfície evidentemente
maculada e sorédios lineares ou lineares interrompidos.
Outras espécies com ácido
alectorônico e
colatólico na medula são semelhantes a
P. hypomiltoides, mas diferenciadas principalmente pela formação dos propágulos
vegetativos.
Parmotrema submellissii Marcelli & Canêz desenvolve sorédios subgranulares
147
que passam a granulares e formam grânulos que dão origem a sorédios granulares, reação
medular C+ amarelo; Parmotrema neomellissii Marcelli & Canêz produz sorédios granulares
que se originam de pústulas submarginais, formando isídios granulares pela deposição de
grânulos e se espalhando por toda lâmina; Parmotrema allardii (Hale) Spielmann, Canêz &
Marcelli forma isídios muito longos e ramificados, formando estruturas em forma de
arbúsculos (até
2
mm de comprimento), ciliadas.
Comumente,
os pigmentos produzidos por este grupo de espécies com ácido
-alectorônico na medula são distintos. Em P. mellissii e P. rampoddense o pigmento
encontrado é rodoficina, enquanto P. hypomiltoides produz uma antraquinona desconhecida
(Hale 1965a).
O espécime de Vacaria confere com a descrição de Hale (1965a). Outros espécimes do
Rio Grande do Sul apresentaram pigmento laranja K+ púrpura (esquirina) nas áreas proximais
e pigmento laranja K+ vermelho (antraquinona) nas áreas distais (Fleig 1997), no entanto, no
espécime de Fazenda da Estrela, apesar da cromatografia revelar traços de esquirina, apenas
pigmento K+ vinho (vermelho) foi encontrado.
Parmotrema internexum
(Nylander) Fleig
Os gêneros Parmotrema, Rimelia e Rimeliella (Lichenes
-
Ascomycotina,
Parmeli
aceae) no Rio Grande do Sul, Brasil, p.
110. 1997.
Figura 54
Basiônimo:
Parmelia internexa
Nylander,
Flora
68(24): 609. 1885.
Tipo:
Brasil, São Paulo, Serra próxima a Santos, 1844,
Weddel, (H
Nyl. 35210, holotipo).
Distribuição conhecida: América do Norte (Hale 1979, Feuerer 2005); na América do Sul é
conhecida para o Brasil
MG (Ribeiro 1998), PR (Fleig 1997, Eliasaro 2001, Eliasaro &
Donha 2003), RS (Spielmann 2004), SC (Fleig 1997) e SP (Marcelli 1991, Fleig 1997).
TALO
cinza esverdeado,
lobado,
5 cm d
iâm.; lobos
com ramificações irregulares,
1,5 4,0 mm larg., adnatos, contíguos, ápice redondo, margem de lisa a crenada, elevada nas
laterais, superfície contínua, lisa;
lacínulas
ausentes;
máculas
ausentes;
pseudocifelas
ausentes;
cílios
negros, simples, virados para baixo, 0,10 0,50
0,05 mm, muito raros,
presentes nas axilas dos lobos, sendo mais bem visualizados pela superfície inferior.
PÚSTULAS
ausentes.
SORAIS
ausentes.
ISÍDIOS
totalmente concolores ao talo ou com os
148
ápices levemente marrons claros, cilíndricos, de simples a pouco ramificados, 0,10 0,30
0,05 mm, eretos, firmes, ápice eciliado, laminais, menos freqüentemente marginais.
MEDULA
branca, pigmento ausente. SUPERFÍCIE INFERIOR negra, lustrosa, levemente
rugosa;
margem castanha, lustrosa, nua, 1,0 1,5 mm larg., limite nítido, lisa, rugosa ou
venada
;
rizinas
negras, simples, raramente esquarrosas ou com o ápice furcado, 0,30 1,00
<0,05 0,05
mm, abundantes, distribuídas homogeneamente.
APOTÉCIOS
ausentes.
PICNÍDIOS
ausentes.
Testes de color
ação:
córtex superior K+ amarelo, UV ; medula K+ amarelo, C , KC+ rosa,
P+ laranja, UV
.
Substâncias de importância taxonômica: atranorina (cortical), ácidos stíctico e
hipoconstíctico, norlobaridona (medulares).
Material examinado: município de Vacaria, localidade de Fazenda da Estrela, mata ciliar,
28º03 46,8 S, 50º57 33,7 W, 876 m de altitude, em Podocarpus lambertii em borda de mata,
col.
L.S.
Canêz & A
.A.
Spielmann
852, 10
-I-
2004.
Comentários
Parmotrema internexum
é caracterizada pelos cílios esparsos
ou ausentes, pelos isídios
cilíndricos e por produzir substâncias do complexo stíctico na medula.
Parmotrema peralbidum (Hale) Hale é bastante semelhante, mas, além de produzir
ácido fumarprotocetrárico na medula, tem lobos mais largos (até 9 mm), amontoados no
centro e margens involutas.
A combinação deste epíteto no gênero
Parmotrema
deve ser atribuída a Fleig (1997),
que a fez em sua tese de doutorado e de acordo com as normas estabelecidas pelo Código
Internacional de Nomenclatura Botânica. Uma combinação supérflua foi feita um ano depois
por DePriest & B. Hale (1998).
O espécime de Vacaria confere com a descrição dada por Fleig (1997), porém o
material de Vacaria tem lobos mais estreitos, de 1,5 a 4,0
mm, enquanto Fleig descreveu lobos
de 6 a 15 mm. Lobos ainda mais largos foram descritos por Eliasaro & Donha (2003) com
medidas de 5 a 15 mm.
A combinação de substâncias do complexo stíctico com norlobaridona nos compostos
medulares desta espécie foram mencionados na literatura por Fleig (1997). O espécime de
Vacaria também produz norlobaridona na medula (facilmente percebida pela reação
KC+
rosa) e aqui está sendo tratada como
Parmotrema internexum
senso Fleig (1997).
149
A presença de norlobaridona foi mais bem observada na cromatografia feita em
solve
nte A, que tem valores de Rf bastante diferentes para a norlobaridona e o ácido stíctico.
Os valores dessas duas substâncias em solvente C são bastante próximos; muitas vezes a
norlobaridona pode passar despercebida e acaba sendo mascarada pelo ácido stíctico que
forma uma mancha amarela intensa após o tratamento com ácido sulfúrico a 10% em solvente
C. A norlobaridona em solvente C pode ser observada apenas no início do procedimento
cromatográfico, ao formar uma mancha típica de ácido graxo quando a água é colocada na
placa.
Parmotrema ludibriosum
Marcelli & Canêz,
ined
.
Figura 55
TALO
cinza esbranquiçado,
lobado,
6 cm diâm.;
lobos
com ramificações
subdicotômicas ou irregulares, 0,8 3,0 mm larg., adnatos, de contíguos a levemente
sobrepostos lateralmente, ápice redondo, margem de lisa a ondulada, superfície contínua,
rachada no centro, lisa, rugosa no centro;
lacínulas
ausentes;
máculas
ausentes;
pseudocifelas
ausentes;
cílios
ausentes.
PÚSTULAS
ausentes. SORAIS arredondados ou
capitados, submarginais, tornando as margens involutas; sorédios originados de inchaços ou
dáctilos, que muitas vezes se confundem com as rugas, granulares ou menos freqüentemente
subgranulares.
ISÍDIOS
ausentes.
MEDULA
branca, pigmento ausente.
SUPERFÍCIE
INFERIOR
negra, opaca, ru
gosa;
margem castanha, castanha escura em algumas partes,
levemente lustrosa, 1,5 2,5 mm larg., limite atenuado, lisa, menos freqüentemente rugosa
;
rizinas
negras, simples, raramente furcadas, 0,25 0,45
0,05 0,10 mm, freqüentes,
distribuídas quase uniformemente pela superfície.
APOTÉCIOS
ausentes.
PICNÍDIOS
subapicais, de ostíolo negro;
conídios
ausentes.
Testes de coloração: córtex superior K+ amarelo, UV ; medula K+ amarelo forte, C , KC+
laranja rapidamente tornando-
se rosado, P+ amarelo forte, UV
.
Substâncias de importância taxonômica: atranorina, ácido isoúsnico (corticais), ácidos
caperático, stíctico, criptostíctico, conorstíctico, traços de norstíctico, protopraesorediósico,
praesorediósico protoliquesterínico e ácidos graxos não identificados (m
edulares).
150
Material examinado: município de Vacaria, localidade de Fazenda da Estrela, campo de
pastagem, 28º03 57,3 S, 50º57 38,1 W, 905 m de altitude, saxícola em frente a casa do Sr.
Alcebides Teixeira, col.
L.S.
Canêz & A
.A.
Spielmann
361, 20-
II
-2003.
Comentários
Esta espécie é caracterizada pela presença de sorédios granulares originados de
dáctilos submarginais, margens eciliadas e pela produção de substâncias do complexo stíctico
junto com ácidos graxos na medula e pela produção de ácido isoúsnico n
o córtex.
Na morfologia, é extremamente parecida com Parmotrema soredioaliphaticum
Estrabou & Adler, que não produz substâncias do complexo stíctico.
Estrabou & Adler (1998) descreveram P. soredioaliphaticum com reação medular K
ou K+ amarelo e mencionaram a presença de atranorina (menor) na medula. Apesar de todos
os espécimes de P. soredioaliphaticum de Vacaria apresentarem reação K+ amarela na
medula, a presença de ácidos stíctico, criptostíctico, conorstíctico, traços de norstíctico foi
evidenciada
na cromatografia do espécime Canêz & Spielmann 361, mencionada aqui como
uma nova espécie,
P.
ludibriosum
.
Até agora, a presença de ácido stíctico no gênero
Parmotrema
havia sido mencionada
apenas para espécies ciliadas e com talo mais laciniado e frouxamente adnatos ou elevados,
como
Parmotrema eciliatum (Nyl.)
Hale,
P. chinense (Ösbeck) Hale e P. crinitum (Ach.)
Choisy. Esta é a primeira vez que os ácidos stíctico, criptostíctico, conorstíctico e traços de
norstíctico são citados para talos evidentement
e lobados, adnatos e com margem eciliada.
Parmotrema mantiqueirense Hale
Bibliotheca Lichenologica
38
: 113. 1990b.
Figura 56
Tipo:
Brasil, Minas Gerais, Serra da Mantiqueira, Pedra Redonda, 2000 m de altitude,
3/VII/1979, Kalb
s.n. (Kalb herbarium, holo
tipo; US, isotipo).
Distribuição conhecida:
Brasil
MG (Hale 1990b, Ribeiro 1998), PR (Fleig 1997; Eliasaro
2001, 2004) e RS (Spielmann 2004).
TALO
cinza alumínio ou cinza esbranquiçado, l
obado,
20 30 cm diâm.;
lobos
com
ramificações irregulares, 2,5 15,0 mm larg., frouxamente adnatos, amontoados, ápice
151
redondo, raramente pruinoso, margem de lisa a irregular, com linha negra evidente, superfície
de contínua a levemente quebrada, lisa;
lacínulas
ausentes;
máculas
ausentes ou muito
indistintas e presentes apenas em certas partes jovens;
pseudocifelas
ausentes;
cílios
negros,
furcados, simples ou irregulares, 0,50 2,25
0,05 0,10 mm, poucos, mais freqüentemente
distribuídos nas axilas dos lobos.
PÚSTULAS
ausentes.
SORAIS
ausentes.
ISÍDIOS
ausentes.
MEDULA
branca, pigmento ausente. SUPERFÍCIE INFERIOR negra, lustrosa,
de papilada a lisa; margem castanha, lustrosa, nua, 2,0 5,5 mm larg., limite nítido, de lisa a
papilada
;
rizinas
negras, simples, poucas furcadas, (0,25 ) 0,50 3,00
0,05 0,10
mm,
abundantes, distribuídas por quase toda superfície, com poucos pontos nus.
APOTÉCIOS
ausentes.
PICNÍDIOS
de submarginais a laminais, abundantes, de ostíolo negro;
conídios
de
baciliformes a filiformes, 7,5 10,0 1,2
m.
Testes de coloração: córtex superior K+ amarelo,
UV
; medula K+ amarelo
vermelho,
C
, KC , P+ amarelo, UV
.
Substâncias de importância taxonômica: atranorina (cortical), ácidos salazínico e
consalazínico (medulares).
Material examinado: município de Vacaria, localidade de Fazenda da Estrela, mata cili
ar,
28º04 49,2 S, 50º56 36,9 W, 850 m de altitude, saxícola (basalto) na margem esquerda do
arroio, sombreado por arbusto, col. L.S. Canêz & A.A. Spielmann 1078, 10-I-2004; idem,
28º02 44,6 S, 51º02 01,7 W, 860 m de altitude, saxícola (basalto) na margem esquerda do
Rio Frade, col.
L.S.
Canêz & A
.A.
Spielmann
732, 11-I-2004.
Comentários
Os lobos largos com até 15 mm de comprimento, superfície superior emaculada, lobos
amontoados, ciliados e a produção de ácido salazínico na medula caracterizam esta espécie.
Parmotrema mantiqueirense apresenta um talo bastante robusto, destacadamente
diferente de todas as espécies do gênero coletadas em Fazenda da Estrela.
Parmotrema eurysacum poderia lembrar P. mantiqueirense por ter a superfície
superior emaculada, porém é distintamente laciniada, com lacínias muitas vezes subpalmadas
e possui cílios longos com até 5 mm de comprimento (Hale 1965a).
Parmotrema permaculatum (Hale) Kurok. tem lobos largos de 8 10 mm de largura e
cílios com até 2 mm de comprimento, mas apresenta a superfície fortemente maculada
(Kurokawa 2001).
152
Outra espécie que também apresenta ácido salazínico na medula mas é facilmente
diferenciada pelo tamanho é Parmotrema ruptum (Lynge) Hale
ex
DePriest & Hale, que
também não possui propágulos vegetativos, mas tem lobos mais estreitos, com no máximo 6
mm de largura, cílios mais curtos (até 1 mm de comprimento) e máculas ausentes ou fracas.
Parmotrema expansum Hale também apresenta cílios simples ou furcados, mas sua
superfície é maculada-reticulada nas partes velhas, tem os lobos levemente mais estreitos
(6
10 mm de largura) e conídios de 6 a 7 m de comprimento (Hale 1977), enquanto os de
P.
mantiqueirense
medem de 9 a 12
m (Hale 1990b).
Parmotrema margaritatum
(Hue) Hale
Phytologia
28
(4)
: 337. 1974.
Figu
ra 57
Basiônimo:
Parmelia margaritata
Hue,
Nouvelles Archives du Muséum Paris
4(1):193. 1899.
Tipo: Estados Unidos, Ohio,
Sullivant
(P, lectotipo).
Distribuição conhecida: Ásia (Awasthi 1976), América do Norte (Hale 1965a, Feuerer
2005); na América do Sul
é conhecida para Venezuela (Feuerer 2005).
TALO
cinza esbranquiçado ou cinza alumínio,
lobado,
12 cm diâm.;
lobos
com ramificações
irregulares, 0,7 6,0 mm larg., adnatos, amontoados, ápice redondo, margem de irregular a
ondulada, lembrando lóbulos curtos, levemente elevada, com linha negra evidente, superfície
contínua, lisa;
lacínulas
ausentes;
máculas
fracas ou distintas, puntiformes, de laminais a
submarginais, mais freqüentemente nas partes jovens;
pseudocifelas
ausentes;
cílios
negros,
simples, raramente furcados, a grande maioria virada para baixo, contorcidos, eretos,
0,70 2,00
0,05 0,10 mm, muitos densos, distribuídos por toda margem.
PÚSTULAS
ausentes.
SORAIS
de orbiculares a capitados, às vezes em forma de crescentes indistintos,
submargin
ais ou apicais; sorédios originados de inchaços do talo que tornam o córtex
erodido, de farinosos a subgranulares.
ISÍDIOS
ausentes.
MEDULA
branca, pigmento
ausente.
SUPERFÍCIE INFERIOR negra, opaca, de lisa a rugosa; margem de castanha a
castanha avermelhada, lustrosa, nua, 1,6 4,0 mm larg., limite nítido, de lisa a levemente
rugosa
;
rizinas
negras, simples, raramente furcadas, 0,30
2,00
0,05 0,10 mm, abundantes,
distribuídas homogeneamente.
APOTÉCIOS
ausentes.
PICNÍDIOS
raros, submarginais, de
ostíolo negro;
conídios
ausentes.
153
Testes de coloração: córtex superior K+ amarelo, UV ; medula K+ amarelo
vermelho,
C
, KC , P+ amarelo, UV
.
Substâncias de importância taxonômica: atranorina (cortical), ácidos salazínico e
consalazínico (medulares).
Material ex
aminado:
município de Vacaria, localidade de Fazenda da Estrela, mata ciliar,
28º04 49,2 S, 50º56 36,9 W, 850 m de altitude, saxícola na beira da Cascata do Pito, local
iluminado, col.
L.S.
Canêz & A
.A.
Spielmann
1031, 10
-I-
2004.
Comentários
Parmotrema ma
rgaritatum
é caracterizada pela presença de sorais arredondados ou
capitados, às vezes em forma de crescentes, originados de inchaços das submargem ou
subápices dos lobos. Morfologicamente é semelhante a Parmotrema fleigiae Canêz &
Marcelli, que apresenta apenas inchaços nas submargens ou subápices dos lobos, que nunca
produzem sorédios.
Outra espécie sorediada com ácido salazínico na medula é Parmotrema stuppeum
(Taylor) Hale, que tem os lobos com margens ascendentes, sorais marginais lineares e cílios
mai
s longos, com 2 3 mm de comprimento, enquanto os P. margaritatum medem de
1,0 a 1,5
mm (Hale 1965a).
Para os espécimes da América do Norte, Hale (1965a) descreveu
P.
margaritatum
com
lobos de 7 10 mm de largura, lacínias medindo 1 2 mm, onde se localizam os sorais,
comparando
-a morfologicamente a Parmotrema arnoldii (DR.) Hale. A comparação inversa
foi feita por Brodo et al. (2001), também afirmando serem semelhantes na morfologia.
Entretanto, o material de Vacaria não apresenta lacínias evidentes, os sorais aparecendo com
mais freqüência no subápice dos recortes dos lobos, que, de acordo com o ponto de vista,
podem ser considerados com lóbulos ou lacínias curtas, mas um tanto diferentes daquelas da
foto apresentada por Hale (1965a).
Para Awasthi (1976), existe uma relação entre P. margaritatum e Parmotrema
(
Canomaculina
)
leucosemothetum
pelo padrão de maculação da superfície superior e pelas
áreas matizadas na margem inferior; ele afirmou que a presença de sorais em lacínulas eretas
e as máculas mais fracas são de grande importância na caracterização da espécie. Porém, a
presença de máculas não é mencionada por Hale (1965a) e observada apenas nas áreas distais
de alguns lobos do material de Vacaria.
154
Apesar do espécime de Fazenda da Estrela não conferir com as medidas dos lobos,
nem apresentar lacínias evidentes, típicas de P. margaritatum (Hale 1965a), o espécime será
mantido sob este nome por apresentar ácido salazínico, sorais localizados no subápice ou
submargem e margem muito recortada, lembrando sublacínias. Para elucidar estas diferenças
e delimitar melhor o xon, é necessário que o tipo seja visto e que mais espécimes sejam
estudados para estabelecer as variações morfológicas permitidas dentro desta espécie.
Parmotrema margaritatum
é nova citação para o
Brasil.
Parmotrema melanothrix
(Montagne) Hale
Phytologia
28 (4)
: 337. 1974.
Figura 58
Basiônimo:
Parmelia urceolata
var.
melanothrix
Montagne,
Ann
. Sci. Nat. Bot. ser.
2(2):
372. 1834.
Tipo:
Brasil,
Gaudichaud 89 bis (P, holotipo).
Distribuição conhe
cida:
Oceania (Feuerer 2005); na América do Sul é conhecida para o Peru
(Feuerer 2005), Venezuela (Vareschi 1962) e Brasil
MA (Hale 1965a), MG (Lynge 1914,
Hale 1965a, Ribeiro 1998), MT (Lynge 1914, Fleig 1997, Ribeiro 1998), PR (Hale 1965a;
Fleig 1997; Eliasaro 2001, 2004), RJ (Hale 1965a), RS (Spielmann 2004), SC (Fleig 1997) e
SP (Hale 1965a, Marcelli 1991, Ribeiro 1998).
TALO
cinza esverdeado,
lobado,
5 10 cm diâm.;
lobos
com ramificações irregulares
ou subdicotômicas, 1,5 5,0 mm larg., frouxamente adnatos, contíguos, ápice redondo,
margem de crenada até denteada, raramente crenulada, elevada, superfície contínua, lisa;
lacínulas
ausentes; máculas de fracas a distintas, puntiformes, mais evidentes nas áreas
próximas ao anfitécio;
pseudocifelas
ausentes
;
cílios
negros ou cobertos por pigmento cobre
K+ roxo, simples, muitas vezes ascendentes, 1,20 5,00
0,05 mm, de abundantes a densos,
distribuídos em toda a margem.
PÚSTULAS
ausentes.
SORAIS
ausentes.
ISÍDIOS
ausentes.
MEDULA
branca, pigmento ausente.
SU
PERFÍCIE INFERIOR negra, de lustrosa a opaca,
de venada a rugosa; margem castanha, marfim ou variegada de branca e negra, de levemente
lustrosa a lustrosa, larga zona nua, 2,5 10,0 mm larg., limite de nítido a atenuado
;
rizinas
negras, simples, 0,6
3,0
0,05 0,10 mm, de poucas a freqüentes, agrupadas.
APOTÉCIOS
côncavos, 1,0 10,0
mm diâm., estipitados, às vezes rugosos, submarginais, menos
155
freqüentemente laminais, margem crenada ou denteada, lisa em um espécime, ciliada, às
vezes fendida, anfitécio maculad
o, rugoso, disco castanho escuro, imperfurados, perfurado em
um espécime;
ascosporos
elipsóides, 18,0
23,0
10,0
13,0
m, e
pispório
1,8 2,5
m.
PICNÍDIOS
marginais, menos freqüentemente subapicais ou submarginais, de ostíolo negro;
conídios
baciliformes,
6,0
8,7 (
12,5)
<1,0
1,2
m.
Testes de coloração:
córtex superior K+ amarelo, UV
; medula K
, C
, KC
, P
, UV
.
Substâncias de importância taxonômica: atranorina, traços de ácido úsnico (corticais),
ácidos graxos não identificados (medulares).
Material e
xaminado:
município de Vacaria, localidade de Fazenda da Estrela, campo,
28º04 58,9 S, 50º56 48,9 W, 850 m de altitude, em ramo de arbusto em campo aberto, col.
L.S. Canêz & A.A. Spielmann 148, 23-
II
-2003; idem, vegetação ciliar, 28º02 30,1 S,
50º56 56,1 W, 800 m de altitude, em galho fino de arbusto na margem esquerda do arroio,
col.
L.S. Canêz & A.A. Spielmann 460, 19-
VII
-2003; idem, mata ciliar, 28º03 46,8 S,
50º57 33,7 W, 876 m de altitude, em galho de Podocarpus lambertii em borda de mata, col.
L.S. Canêz & A.A. Spielmann 1361, 10-I-2004; idem, em Podocarpus lambertii em borda de
mata, col. L.S. Canêz & A.A. Spielmann 830, 846, 10-I-2004; idem, 28º02 44,6 S,
51º02 01,7 W, 860 m de altitude, em galho fino de arbusto na margem direita do Rio Frade,
col.
L.S. Canêz & A.A. Spielmann 652, 660, 11-I-2004; idem, em córtex de arvoreta na
margem esquerda do Rio Frade, col. L.S.
canêz & A
.A.
Spielmann
705, 708, 11-I-
2004.
Comentários
Parmotrema melanothrix é caracterizada pela ausência de propágulos vegetativos,
margem dos lobos abundantemente ciliadas, levemente ascendentes e pela produção de ácidos
graxos (reações negativas) na medula.
É semelhante morfologicamente a Parmotrema catarinae Hale, que tem cílios um
pouco mais densos, margem inferior totalmente branc
a e produz ácido girofórico (C+ rosa) na
medula.
A presença de máculas foi descrita por Hale (1965a), máculas fracas ou ausentes
foram reportadas para o material do Rio Grande do Sul por Fleig (1997), Eliasaro & Donha
(2003) descreveram máculas em toda extensão do talo, e, espécimes com máculas ausentes
foram descritos por Eliasaro (2001). Nos espécimes do local as máculas são evidentes,
especialmente em áreas próximas ao anfitécio.
156
Em geral os espécimes de Vacaria conferem com as descrições de Hale (1965a) e
Fleig (1997) e não apresentaram variações morfológicas significativas. Apenas Canêz &
Spielmann 1361 tem apotécios ciliados, mas de margem lisa, talvez por serem ainda muito
jovens e com himênio imaturo.
A exsicata Canêz & Spielmann 460 apresentou conídios maiores que as demais
coletas, de (7,5 ) 9,0 12,5 m de comprimento e Canêz & Spielmann 846 apresentou
conídios menores, de 5 7,5 m de comprimento. Esporos menores, alcançando até 18,8
m
de comprimento foram encontrados em Canêz & Spielmann 652.
P
armotrema mellissii
(C. W. Dodge) Hale
Phytologia
28(4)
: 337. 1974.
Figura 59
Basiônimo:
Parmelia mellissii C. W. Dodge, Annals of the Missouri Botanical Garden 46:
134. 1959.
Tipo:
África, Santa Helena,
J.
C
.
Melliss
23 (K, holotipo; US isotipo).
Distribuição conhecida:
Oceania (Malcolm & Galloway 1997; Louwhoff & Elix 1998, 1999;
Kantvilas
et al. 2002), Ásia (Hale 1965a; Awasthi 1976; Kurokawa 1991b, 1993; Kurokawa
& Lai 2001; Louwhoff & Elix 2002b), África (Krog & Swinscow 1981, Swinscow & Krog
1988),
América do Norte (Hale 1965a, Nash & Elix 2002b), América Central (Hale 1959,
Hale 1965a); na América do Sul é conhecida para Colômbia (Hale 1965a), Venezuela (Hale
1959) e Brasil
MG (Hale 1965a, Ribeiro 1998), PR (Eliasaro 2001, 2004), RS (Spielmann
2004), SC (Fleig 1997) e SP (Pereira & Marcelli 1989, Ribeiro 1998).
TALO
cinza esbranquiçado,
lobado,
4,5 13,0 cm diâm.;
lobos
com ramificações
irregulares, 3,0 9,5 mm larg., frouxamente adnatos, de amontoados a contíguos, ápice
redondo, margem de ondulada a denteada, elevada e/ou ondulada, superfície contínua,
levemente quebrada nas partes velhas, lisa;
lacínulas
ausentes;
máculas
fracas, reticulares ou
efiguradas, laminais;
pseudocifelas
ausentes;
cílios
negros, simples, 0,75 2,30
<0,05 0,05
mm, simples, abundantes, distribuídos por toda margem.
PÚSTULAS
ausentes.
SORAIS
ausentes.
ISÍDIOS
concolores ao talo, cilíndricos ou granulares, coralóides ou
ramificados, menos freqüentemente simples, sorediados, desenvolvidos a partir de papilas que
mesmo jovens apresentam o ápice escurecido (cílio jovem?), 0,35
0,50
0,25 0,30 mm,
157
eretos, firmes, ápice ou lateral ciliados, de laminais a marginais, ou submarginais.
MEDULA
branca, pigmento laranja, amarelo ou amarronzado K
vinho presente.
SUPERFÍCIE
INFERIOR
negra, de lustrosa a opaca, lisa; margem castanha clara, menos freqüentemente
marfim ou branca, limite nítido, lisa
;
rizinas
negras, simples, 0,50 4,50
0,05 0,08 mm, de
poucas a freqüentes, agrupadas.
APOTÉCIOS
ausentes.
PICNÍDIOS
ausentes.
Testes de coloração: córtex superior K+ amarelo, UV ; medula K , C , KC+ rosáceo, P ,
UV+ verde piscina.
Substâncias de importância taxonômica: atranorina (cortical), ácidos
alectorônico,
-
colatólico e traços de esquirina (medulares).
Material examinado: município de Vacaria, localidade de Fazenda da Estrela, mata ciliar,
28º02 30,1 S, 50º58 58,1 W, 800 m de altitude, em tronco de árvore no interior da mata, col.
L.S. Canêz & A.A. Spielmann
473
, 19-
VII
-2003; idem, vegetação ciliar, 28º02 44,6 S,
51º02 01,7 W, 860 m de altitude, em galho fino de arbusto na margem direita do Rio Frade,
col.
L.S. Canêz & A.A. Spielmann
654
, 11-I-2004; idem, em córtex de arvoreta na margem
esquerda do Rio Frade, col. L.S. Canêz & A.A. Spielmann
717
, 11-I-2004; idem, campo sujo,
28º04 15,9 S, 50º57 11 W, 850 m de altitude, em moirão, col. L.S. Canêz & A.A. Spielmann
969, 12-I-2004; idem, em taipa de pedras, sombreado, col. L.S. Canêz & A.A. Spielmann 970,
12-I-2004.
Comentários
Esta espécie é caracterizada pela presença de isídios que se tornam s
orediados no ápice
ou se desmancham em sorédios, margem dos lobos e isídios ciliados, pela produção de ácidos
alectorônico,
colatólico e traços de esquirina na medula.
Outras espécies também apresentam ácido alectorônico na medula (UV+ verde
piscina
), como Parmotrema allardii (Hale) Spielmann, Canêz & Marcelli, que apresenta
isídios bem desenvolvido, muito ramificados, freqüentemente lembrando lacínulas, porém
cilíndricas, muito isidiada; Parmotrema submellissii Marcelli & Canêz apresenta sorédios
or
iginados do córtex erodido, subgranulares que passam a corticados (grânulos) e formam
isídios a partir da superposição desses grânulos, ciliados, reação medular C+ e P+ amarelo; e
Parmotrema neomellissi Marcelli & Canêz apresenta grânulos originados de pús
tulas
submarginais que dão origem a grandes massas de sorédios isidióides que se espalham pela
lâmina, freqüentemente ciliados, reação medular C+ amarelo e P
.
158
Na literatura,
Parmotrema mellissii vem sendo normalmente descrita abarcando uma
grande variação morfológica que refere-se a mais de um táxon (ver Comentários em
P.
allardii,
P. submellissii e P. neomellissii). Krog & Swinscow (1981) descreveram
P.
mellissii
com sorais marginais ou submarginais e com sorédios isidióides entremeados;
sorais marginais
que se tornam isidiados foram descritos por Awasthi (1976).
Isídios conspícuos, que passam a coralóides foram descritos por Louwhoff & Elix
(1999), mas a foto de P. mellissii apresentada neste mesmo trabalho, provavelmente ilustra
P.
allardii
, com isídios
longos e muito ramificados, ciliados.
Com relação aos espécimes do Brasil, Ribeiro (1998) descreveu isídios granulares,
soredióides, Fleig (1997) descreveu isídios granulares ou cilíndricos, muitas vezes grosseiros
granulares e Eliasaro (2001) descreveu isídios freqüentemente tornando-se granulosos e
sorediados.
P. mellissii foi descrita por Dodge (1959) com isídios nas rugas, muito frágeis,
rebentando em sorédios granulares. Aqui
P.
mellissii
é caracterizada senso Dodge, com isídios
verdadeiros e formando
sorédios naqueles mais velhos ou desenvolvidos.
Este mesmo conceito foi usado por Elix (1994g) para descrever os espécimes da
Austrália, com talo isidiado ou isidiado sorediado, eventualmente passando a granulares e
sorediados, identificados como
P.
melli
ssii
.
Parmotrema neomellissii
Marcelli & Canêz,
ined
.
Figura 60
TALO
cinza esbranquiçado,
lobado,
11
cm diâm.;
lobos
com ramificações irregulares,
1,5 5,0
mm larg., frouxamente adnatos, contíguos, amontoados no centro, ápice redondo,
levemente involutos margem de lisa a levemente crenada, superfície contínua, levemente
quebrada no centro, lisa;
lacínulas
ausentes; máculas fracas, puntiformes, presentes mais
freqüentemente nas áreas distais;
pseudocifelas
ausentes;
cílios
negros, com pigmento cobre
K+ roxo, simples, menos freqüentemente furcados ou irregulares,
0,50 2,50
0,05 mm,
abundantes, distribuídos em toda a margem.
PÚSTULAS
ausentes.
SORAIS
apicais ou
subapicais, passando laminais;
sorédios
originados de inchaços que rebentam em sorédios
granular
es ou formando grânulos, que por superposição formam isídios granulares.
ISÍDIOS
concolores ao talo, às vezes com o ápice marrom, granulares, menos freqüentemente
ramificados ou coralóides (deposição de grânulos), às vezes são pequenas papilas de onde
159
part
em longos cílios, 0,15 0,50
0,10 0,25 mm, eretos, firmes, ápice ciliado, subapicais,
laminais e menos freqüentemente marginais.
MEDULA
branca, pigmento laranja K
vinho
presente.
SUPERFÍCIE INFERIOR negra, levemente lustrosa, rugosa, lisa ou papilada;
ma
rgem
castanha escura, levemente lustrosa, nua ou raramente rizinada, 1,0 5,0 mm larg.,
limite atenuado, de rugosa a lisa, raramente papilada
;
rizinas
negras, às vezes com o ápice
castanho escuro, simples, 0,35 2,50
0,05 0,08 mm, freqüentes, um pouco agrupadas e
emaranhadas em alguns pontos.
APOTÉCIOS
ausentes.
PICNÍDIOS
submarginais, de
ostíolo negro;
conídios
baciliformes, 6,0 8,7 1,20
m.
Testes de coloração: córtex superior K+ amarelo, UV ; medula K , C+ amarelo, KC+
rosado, P
, UV+ verde piscina.
Substâncias de importância taxonômica: atranorina (cortical), ácidos
alectorônico,
-colatólico, traços de esquirina e antraquinona desconhecida, outras substâncias
desconhecidas (medulares).
Material examinado: município de Vacaria, localidade de Fazenda da Estrela, mata aberta,
28º04 16,6 S, 50º55 39,7 W, 930 m de altitude, corticícola em borda de mata, col. L.S. Canêz
& A
.A.
Spielmann
735, 12-I-2004.
Comentários
Parmotrema neomellissii é caracterizada pela presença de sorédios granulares que se
origina
m de pústulas submarginais, que muitas vezes formam grânulos (corticados) e que por
superposição formam isídios granulares, frágeis, ciliados, que se espalham pela lâmina, às
vezes isídios-soredióides originados diretamente de papilas de córtex erodido, pela reação
medular C+ amarela (substância desconhecida) e pela produção de ácidos
alectorônico,
-
colatólico, traços de esquirina e antraquinona desconhecida na medula.
Parmotrema mellissii (Dodge) Hale é diferenciada por apresentar isídios verdadeiros
que freqüentemente se desmancham em sorédios granulares, além de não apresentar reação C
na medula.
Outras espécies com química semelhante e produção de sorédios e isídios podem ser
confundidas com P. neomellissii
:
P. allardii (Hale) Spielmann, Canêz & Marcelli é
diferenciada por formar isídios muito grandes, formando arbúsculos e muitas vezes parecendo
lacínulas, porém cilíndricas, muito isidiadas e ciliadas e a medula C
;
P.
submellissii
Marcelli
& Canêz também tem reação medular C+ amarelo, mas forma sorédios originados do córtex
160
erodido, iniciando subgranulares, passando a granulares ou formando grânulos que por
deposição formam sorédios isidióides.
Parmotrema hypomiltoides
(Vainio) Fleig apresenta sorédios granulares que se tornam
isidióides e produz ác
ido
alectorônico e colatólico na medula, mas é diferenciada por
não apresentar reação C+ amarelo na medula, pelos sorédios mais delicados no início da
formação e por comumente formar isídios eciliados.
Parmotrema peralbidum
(Hale) Hale
Phytologia
28
:
338.
1974.
Figura 61
Basiônimo:
Parmelia peralbida Hale, Contributions from the United States National
Herbarium
36(5): 257. 1965.
Tipo:
Jamaica, 1884,
J.
Hart
124 (FH
Tuck., holotipo; K, isotipo).
Distribuição conhecida:
América do Norte (Hale 1965a),
América Central (Hale 1965a, Hale
1971b, Feuerer 2005); na América do Sul é conhecida para a Venezuela (Feuerer 2005) e
Brasil
RS (Spielmann 2004) e SP (Fleig 1997).
TALO
cinza esbranquiçado,
lobado,
18
cm diâm.;
lobos
com ramificações irregulares,
(1,0
) 1,7
9,0
mm larg., adnatos, de contíguos a sobrepostos lateralmente, amontoados no
centro, ápice redondo, amarronzados, margem lisa, superfície contínua, lisa;
lacínulas
ausentes;
máculas
distintas, laminais;
pseudocifelas
ausentes;
cílios
muito raros,
in
conspícuos, simples, alcançando até 0,1 mm comp., localizados em algumas axilas dos
lobos, melhor visualizados pela superfície inferior.
PÚSTULAS
ausentes. SORAIS
ausentes.
ISÍDIOS
de bases concolores ao talo, ápices marrons, totalmente concolores em um
es
pécime, de cilíndricos a granulares, simples, menos comumente ramificados, 0,05 0,20
0,05 0,08 mm, eretos, firmes, ápice eciliado, laminais, raramente marginais.
MEDULA
branca, pigmento ausente. SUPERFÍCIE INFERIOR negra, lustrosa, rugosa, papilada,
leve
mente venada em um espécime; margem castanha escura olivácea, lustrosa, nua,
2,0 4,0 mm larg., limite muito atenuado, liso, às vezes levemente rugosa
;
rizinas
negras,
freqüentemente brancas nas margens ou apenas com o ápice branco, simples, rarament
e
furcadas, 0,20 0,75
0,05 mm, de abundantes a freqüentes, distribuídas homogeneamente.
APOTÉCIOS
ausentes.
PICNÍDIOS
ausentes.
161
Testes de coloração: córtex superior K+ amarelo, UV ; medula K+ lentamente amarelo, C
ou amarelo fraco, KC+ rapidamente rosad
o, P+ laranja, UV
.
Substâncias de importância taxonômica: atranorina (cortical), ácido protocetrárico e traços
de substâncias não identificadas (medulares).
Material examinado: município de Vacaria, localidade de Fazenda da Estrela, mata ciliar,
28º04 49,2 S, 50º56 36,9 W, 850 m de altitude, saxícola (basalto) próximo ao arroio,
sombreado por arbusto, col. L.S. Canêz & A.A. Spielmann 1367, 1039, 10-I-2004; idem,
saxícola (basalto) próximo à Cascata do Pito, exposto ao sol, col. L.S. Canêz & A.A.
Spielmann
1054, 10-I-2004; idem, campo de pastagem, 28º04 01,8 S, 50º57 45,4 W, 920 m
de altitude, saxícola (basalto) sombreado por arbusto, col. L.S. Canêz & A.A. Spielmann 863,
13-I-2004.
Comentários
Parmotrema peralbidum é caracterizada pelos lobos largos, isídios cilíndricos, mais
freqüentemente simples, e pela produção de ácido protocetrárico na medula. Pode lembrar
Parmotrema internexum (Nyl.) Fleig, que tem o talo com lobos uniformemente contíguos,
margens levemente elevadas, lobos mais estreitos (até 4 mm de largura) e produz substâncias
do complexo stíctico na medula.
As medidas mencionadas por Hale (1965a) para a largura dos lobos (até 15 mm) são
maiores que as dos espécimes de Vacaria (até 9 mm). Também, Hale descreveu a espécie
como eciliada, mas no material de Fazenda da Estrela foram encontrados cílios muito raros,
geralmente em apenas uma ou duas axilas, porém encontrados em todos os espécimes.
Geralmente estes cílios raros são mais bem visualizados quando vistos pela superfície inferior.
Nas demais características, o material estudado confere com as descrições de Hale
(1965a) e Fleig (1997).
162
Parmotrema permutatum
(Stirton) Hale
Phytologia
28(4)
: 338. 1974.
Figura 62
Basiônimo:
Parmelia permutatum
Stirton,
Scottish Naturalist 4: 252. 1877
-78.
Tipo
:
Austrália, near Brisbane,
Bailey
s/n (BM, holotipo; GLAM, isotipo).
Distribuição conhecida: Oceania (Hale 1965a, Elix 1994g, Louwhoff & Elix 1999), Ásia
(Hale 1965a, Awasthi 1976, Kurokawa & Lai 2001), África (Hale 1965a, Winnen 1975, Krog
& Swinscow 1981, Swinscow & Krog 1988, Aptroot 1991), América Central (Hale 1965a);
na América do Sul é conhecido para PR (Fleig 1997, Eliasaro 2001, 2004) e RS (Spielmann
2004).
TALO
cinza esvredeado,
lobado,
10 cm diâm.;
lobos
com ramificações irregulares,
1,5 6,0
mm
larg., frouxamente adnatos, elevados, de contíguos a sobrepostos lateralmente,
ápice redondo, margem de crenada a ondulada devido aos sorédios, elevada, superfície
contínua, lisa ou levemente rugosa;
lacínulas
ausentes;
máculas
ausentes;
pseudocifelas
aus
entes;
cílios
negros, simples, raramente furcados, 0,12 3,50
0,05 0,10 mm, abundantes,
distribuídos por toda a margem, mas menos freqüentemente naquelas margens sorediadas.
PÚSTULAS
ausentes.
SORAIS
lineares interrompidos, marginais, muitas vezes ausentes nas
axilas dos lobos;
sorédios
originados da margem que se abre,
farinosos.
ISÍDIOS
ausentes.
MEDULA
branca na parte superior e amarela clara na parte inferior, proporção 1:1 em
espessura, pigmento ausente. SUPERFÍCIE INFERIOR negra, lustrosa, muito rugo
sa;
margem
castanha, lustrosa, nua, 2,0 6,0 mm larg., limite nítido, de lisa a rugosa
;
rizinas
negras, simples, raramente furcadas ou irregulares, 0,50
2,00
0,05 0,10 mm, abundantes,
distribuídas homogeneamente.
APOTÉCIOS
ausentes.
PICNÍDIOS
submarginais, raros, de
ostíolo negro;
conídios
baciliformes, 7,5 8,7 1,0
m.
Testes de coloração: córtex superior K+ amarelo, UV ; medula parte superior branca K ,
C+
rosa, KC+ rosa, P , UV
ou UV+ fraco verde piscina especialmente nos sorédios, parte
inferior amar
ela K+ amarela, C+ laranja fraco, KC+ laranja, P
, UV
.
Substâncias de importância taxonômica: atranorina, ácido isoúsnico (corticais), ácidos
secalônico C, girofórico e uma substância não identificada do complexo girofórico
(medulares).
163
Material examinado: município de Vacaria, localidade de Fazenda da Estrela, campo,
28º04 14 S, 50º57 45,3 W, 875 m de altitude, em árvore isolada no campo próximo da
margem direita do arroio, col.
L.S.
Canêz & A
.A.
Spielmann
867, 13
-I-
2004.
Comentários
Parmotrema permutat
um
é caracterizada pelos sorais lineares, pela metade inferior da
medula pigmentada de amarelo bem claro e pela produção de ácido girofórico (C+ rosa) na
medula.
Pelos sorais lineares e a presença de ácido girofórico, pode lembrar
Parmotrema
sancti
-
angeli
(Lynge) Hale, que apresenta a medula inteiramente branca (não produz ácido
secalônico).
O espécime de Vacaria confere com as descrições de Winnen (1975), Elix (1994g),
Fleig (1997) e Lowhoff & Elix (1999). Krog & Swinscow (1981) e Swinscow & Krog (1988)
de
screveram medula como totalmente amarela, e Eliasaro (2001) e Eliasaro & Donha (2003)
mencionaram que a medula pode ser totalmente amarela.
Parmotrema conjunctum Hale apresenta sorais lineares e medula totalmente amarela,
mas é diferenciada por produzir liquexantona (UV+ amarelo-alaranjado) na medula (Hale
1974e, Fleig 1997).
A forma e as medidas dos conídios de P. permutatum são mencionadas em literatura
apenas por Fleig (1997), que descreveu conídios de baciliformes a filiformes, com medidas de
8,5 13,5
m de comprimento. O espécime de Fazenda da Estrela apresenta conídios menores,
baciliformes de 7,5 8,7
m de comprimento.
Parmotrema pseudonilgherrense
(Asahina) Hale
Mycotaxon
1(2)
: 432. 1977.
Figura 63
Basiônimo:
Parmelia pseudonilgherrensis Asahina, Journal of Japanese Botany 29: 370.
1954.
Tipo:
Corea, Mt. Hokusui-Hakusan, Kankyo-Nando, 13/VIII/1936, U. Tsutani
(TNS,
lectotipo).
Distribuição conhecida: Oceania (Elix 1994g), Ásia (Hale 1965a, Awasthi 1976, Kurokawa
& Lai 2001) e África (Hale 1965a, Wi
nnen 1975, Krog & Swinscow 1981).
164
TALO
cinza esverdeado, levemente amarelado,
lobado,
15 cm diâm.;
lobos
com
ramificações irregulares, 2,0 10,0 mm larg., frouxamente adnatos, contíguos, ápice redondo,
margem crenada ou delicadamente ondulada, elevada, ascendentes no centro, superfície
contínua ou levemente quebrada, lisa;
lacínulas
ausentes;
máculas
distintas, efiguradas,
laminais;
pseudocifelas
ausentes;
cílios
negros, simples, 0,75 4,50
0,05 mm, abundantes,
distribuídos por toda a margem, porém, mais freqüentemente nas axilas dos lobos sorediados.
PÚSTULAS
ausentes. SORAIS
de
lineares interrompidos a contínuos nas partes centrais,
marginais, nunca formando crescentes; sorédios originados do córtex erodido da margem ou
submargem, farinosos, menos freqüentemente subgranulares.
ISÍDIOS
ausentes.
MEDULA
branca, pigmento amarelo forte ou raramente laranja próximo ao córtex inferior, K
vinho, às
vezes restrito a poucas áreas. SUPERFÍCIE INFERIOR negra, lustrosa, lisa; margem
castanha, branca ou variegada de branca e castanha sob os lobos sorediados, lustrosa, nua,
2,5 6,0 mm, limite nítido, lisa
;
rizinas
negras, simples, menos comumente furcadas ou
irregulares, (0,20 ) 0,75 2,00
0,05 0,08 mm, de abundantes a freqüentes, distribuídas
homogeneamente.
APOTÉCIOS
ausentes.
PICNÍDIOS
submarginais, escassos, de ostíolo
negro;
conídios
ausentes.
Testes de coloração: córtex superior K+ amarelo, UV ; medula K , C , KC+ rosado sujo,
P
, UV+ verde piscina.
Substâncias de importância taxonômica:
atranorina (cortical),
a
lectorônico,
-
colatólico,
traços de esquirina e substâncias não identificadas (medulares).
Material examinado: município de Vacaria, localidade de Fazenda da Estrela, mata ciliar,
28º04 49,2 S, 50º56 36,9 W, 850 m de altitude, corticícola próximo à Cascata do Pito, local
iluminado, col. L.S. Canêz & A.A. Spielmann 1362, 10-I-2004; idem, mata aberta,
28º04 14 S, 50º57 45,3 W, 875 m de altitude, saxícola na trilha na mata em direção à
Cascata do Pito, local sombreado e junto com musgos, col. L.S.
Canêz & A
.A.
Spielmann
752,
13-I-2004; idem, mata ciliar, 28º02 44,6 S, 51º02 01,7 W, 860 m de altitude, em córtex de
arvoreta na margem esquerda do Rio Frade, col.
L.S.
Canêz & A
.A.
Spielmann
700, 11-I-2004.
Comentários
Parmotrema pseudonilgherrense é caracterizada pela superfície com máculas muito
evidentes, efiguradas, sorais lineares, cílios abundantes e longos, e pela produção de ácidos
alectorônico,
colatólico associados a traços de esquirina na medula.
165
Pode lembrar Parmotrema rampoddense (Nyl.) Hale, que é sorediada e apresenta
química medular semelhante, mas apresenta a superfície emaculada, sorais que passam a
laminais, labriformes ou formando crescentes, cílios curtos, menos abundantes e, nos
espécimes de Vacaria, freqüentemente com pigmento vermelho escuro que reage K+ vinho.
Esta espécie foi colocada por Krog & Swinscow (1981) como sinônimo de
Parmotrema lobulascens (Stein.) Hale, que apresenta lóbulos, cílios esparsos de até 2 mm de
comprimento e produz ácido girofórico, além de
alectorônico,
co
latólico (Hale 1965a).
Krog & Swinscow alegaram não haver diferenças morfológicas suficientes e consideraram o
ácido girofórico como substância assessória. O mesmo conceito foi seguido por Kurokawa &
Lai (2001). Porém a presença de lóbulos não foi mencionada anteriormente nas descrições de
Parmelia pseudonilgherrensis
(Hale 1965a, Winnen 1975, Awasthi 1976).
Devido a essas variações químicas e morfológicas apresentadas na literatura, que
normalmente são consideradas suficientes para a separação de espécies, é bastante possível
que haja certa confusão envolvendo dois ou mais táxons distintos e, por essa razão, essa
sinonímia não é aceita aqui.
Os espécimes de Vacaria conferem com as descrições dadas por Hale (1965a), Winnen
(1975) e Awasthi (1976) para P. pse
udonilgherrense
, distintas das descrições apresentadas
para
P.
lobulascens
.
Parmotrema pseudonilgherrense
está sendo citada pela primeira vez para o Continente
Americano.
Parmotrema rampoddense
(Nylander) Hale
Phytologia
28(4)
: 338. 1974.
Figura 64
Basi
ônimo:
Parmelia rampoddensis Nylander, Acta Societatis Scietiarum Fennicae.
26(10):
7. 1900.
Tipo:
Ceilão, Ramboda,
Almquist (H
Nyl. nº 35555, holotipo; S, isotipo).
Distribuição conhecida: Oceania (Hale 1965a, Elix 1994g, Louwhoff & Elix 1999), Ásia
(Hale
1965a, Awasthi 1976, Kurokawa 1991b, Kurokawa & Lai 2001, Elix & Schumm 2001,
Louwhoff & Elix 2002b), África (Hale 1965a, Winnen 1975), América do Norte (Hale 1965a,
Brodo
et al. 2001), América Central (Hale 1965a); na América do Sul é conhecida para
166
Arge
ntina (Calvelo & Liberatore 2002), Bolívia, Colômbia (Hale 1965a) e Brasil
MG (Hale
1965a), PR (Eliasaro 2001, 2004), RS (Spielmann 2004) e SP (Ribeiro 1998).
TALO
cinza esbranquiçado, lobado
, 17
cm diâm.;
lobos
com ramificações irregulares,
2,5 5,0
mm larg., frouxamente adnatos, de contíguos a amontoados, ápice redondo, margem
lisa, raramente irregular, elevada, ascendente quando sorediada, superfície contínua, de lisa a
levemente rugosa;
lacínulas
ausentes; máculas ausentes;
pseudocifelas
ausentes;
cíli
os
negros, simples, raramente furcados, pigmento vermelho escuro K+ roxo presente em alguns
cílios, (0,20 ) 0,35
1,30
0,05 0,10 mm, de freqüentes a poucos, distribuídos por toda
margem, menos freqüentes nas áreas sorediadas.
PÚSTULAS
ausentes.
SORAIS
lab
riformes
ou formando crescentes quando laminais, em certos pontos são confluentes e tornam-
se
lineares interrompidos;
sorédios
originados do córtex erodido, que se formam ao longo da
margem ou submargem e depois avançam na lâmina, de granulares a subgranul
ares.
ISÍDIOS
ausentes.
MEDULA
branca, pigmento laranja K
vinho escasso, localizado sob alguns sorais
ou em certas áreas próximas ao córtex inferior. SUPERFÍCIE INFERIOR negra, lustrosa,
lisa;
margem castanha, branca, muitas vezes variegada de castanha e branca sob os lobos
sorediados, lustrosa, nua, 1,5 4,0 mm, limite nítido, lisa
;
rizinas
negras, simples, poucas
furcadas ou irregulares, 0,50 2,00
0,05 0,10 mm, de freqüentes a poucas, distribuídas
homogeneamente.
APOTÉCIOS
ausentes.
PICNÍDIOS
submarginais escassos, de ostíolo
negro;
conídios
ausentes.
Testes de coloração: córtex superior K+ amarelo, UV ; medula K , C , KC+ rosa sujo, P
,
UV+ verde piscina.
Substâncias de importância taxonômica:
atranorina (cortical),
alectorônico,
-
colatólico,
traços
de esquirina e substâncias não identificadas (medulares).
Material examinado: município de Vacaria, localidade de Fazenda da Estrela, mata ciliar,
28º02 44,6 S, 50º02 01,7 W, 860 m de altitude, em Araucaria angustifolia isolada na
margem esquerda do Rio Frade, col. L.S. Canêz & A.A. Spielmann
727
, 11-I-2004; idem,
campo, 28º04 01,8 S, 50º57 45,4 W, 920 m de altitude, sobre rocha basáltica em local
aberto, col. L.S. Canêz & A.A. Spielmann 875, 890, 13-I-2004; idem, saxícola (basalto)
sombreado por árvore, co
l.
L.S.
Canêz & A
.A.
Spielmann
874, 13-I-2004.
167
Comentários
Esta espécie é caracterizada pela presença de sorais labriformes ou formando
crescentes, que tornam o ápice dos lobos involutos, a superfície emaculada e pela produção de
ácidos
-
alectorônico,
colatólico associados a traços de esquirina na medula.
Parmotrema pseudonilgherrense (Asah.) Hale pode lembrar P. rampoddense por
apresentar sorédios e química medular semelhante, mas é distinta por ter lobos mais largos
(2,0 10,0
mm de largura), pela superfície superior fortemente maculada, sorais lineares,
marginais, cílios abundantes e longos (0,75
4,50 mm de comprimento).
Nos espécimes de P. rampoddense de Vacaria foram encontrados freqüentemente um
pigmento vermelho ferrugem K+ roxo, não visualizado nos espécimes de
P.
pseudonilgherrense
coletados no mesmo local. Este aspecto não é mencionado na literatura
e talvez seja uma característica a mais para diferenciar
P.
rampoddense
das demais espécies.
Parmotrema mellissii (Dodge) Hale e Parmotrema hypo
miltoides
(Vainio) Fleig
podem ser confundidas por apresentarem pigmento laranja na medula e pela química
produzida:
alectorônico e colatólico. Mas P. mellissii é distinta por apresentar isídios, a
maioria ciliada, que podem tornar
-
se sorediados com o
desenvolvimento, e
P.
hypomiltoides
é
diferenciada por apresentar sorédios granulares, que nas áreas mais velhas formam grânulos,
desenvolvendo sorédios isidióides, nunca ciliados. Ambas espécies têm pigmento laranja
K+
vinho evidente.
Em geral, as descrições apresentadas na literatura são uniformes, mas Louwhoff &
Elix (1999) descreveram P. rampoddense com margem ocasionalmente lobulada, cílios
longos (até 6 mm de comprimento) e sorais principalmente marginais; Kurokawa & Lai
(2001) descreveram a espécie também com cílios longos (até 6 mm de comprimento) e lobos
muito largos (10
20 mm de largura).
Os espécimes de Fazenda da estrela não apresentaram variação morfológica
significativas e conferem com as descrições de Hale (1965a), Elix (1994g) e Fleig (1997).
168
Parmotrema rigidum
(Lynge) Hale
Phytologia
28(4)
: 338. 1974.
Figura 65
Basiônimo:
Parmelia rigida Lynge,
Arkiv för Botanik
13(13): 50. 1914.
Tipo: Brasil, Rio Grande do Sul, Piratini, 17/XII/1892,
Malme
827b (S, holotipo).
Distribuição conhecida:América do Norte (Hale 1965a); na América do Sul é conhecida
para Argentina (Hale 1965a), Uruguai (Hale 1965a, Osorio 1972) e Brasil
RS (Spielmann
2004).
TALO
acinzentado, de sublaciniado a laciniado, 5 cm diâm.; sublacínias ou lacínias
com ramificações dicotômicas, às vezes irregulares, 1,4 4,5 mm larg., elevadas ou revolutas,
contíguas, ápice truncado, às vezes agudo, margem lisa, superfície contínua, lisa ou rugosa;
lacínulas
furcadas, dicotômicas ou simples, 0,7 3,0
0,4 0,9 mm, localizadas nas marg
ens
das sublacínias ou lacínias, de planas a subcanaliculadas, ápice truncado ou agudo;
máculas
distintas, puntiformes, distribuídas por todo talo ou mais evidentemente nas áreas próximas ao
anfitécio;
pseudocifelas
ausentes;
cílios
negros, simples ou raramente furcados, (0,50
)
1,00 4,50
0,05 0,10 mm, de freqüentes a abundantes, distribuídos por toda margem.
PÚSTULAS
ausentes. SORAIS
ausentes.
ISÍDIOS
ausentes.
MEDULA
branca, pigmento
ausente.
SUPERFÍCIE INFERIOR negra, opaca, de rugosa a levemente rugos
a;
margem
branca, opaca, 9 15 mm larg., limite nítido, lisa, venada ou levemente rugosa
;
rizinas
negras,
simples, (0,45 ) 1,20 2,50 (
4,50)
<0,05 0,10 mm, poucas, agrupadas.
APOTÉCIOS
de
côncavos a levemente planos, 2,0 15,0 mm diâm., estipitados, submarginais, laminais ou
subapicais, margem lisa, às vezes fendida, levemente involuta, anfitécio maculado, rugoso,
disco castanho, perfurados;
ascosporos
elipsóides, (15,0 ) 17,5 23,0
8,0 13,0
m,
epispório
1,2 2,0
m.
PICNÍDIOS
submarginais, menos freqüentemente laminais ou
subapicais, de ostíolo negro;
conídios
de baciliformes a filiformes, 7,0
12,5
(
14,0) 1,0
m.
Testes de coloração: córtex superior K+ amarelo, UV ; medula K , C , KC+ rosa passando
rapidamente a laranja, P, UV+ verde piscina.
Substância
s de importância taxonômica: atranorina (cortical), ácidos alectorônico e
traços de colatólico (medulares).
169
Material examinado: município de Vacaria, localidade de Fazenda da Estrela, campo com
árvores esparsas, 28º01 58 S, 50º58 17,5 W, 900 m de altitude, em galho de árvore na beira
da estrada, col. L.S. Canêz & A.A. Spielmann 391, 377, 19-
VII
-2003; idem, corticícola
próximo da estrada, col. L.S. Canêz & A.A. Spielmann 398, 19-
VII
-2003; idem, mata ciliar,
28º03 46,8 S, 50º57 33,7 W, 876 m de altitude,
corticícola em borda de mata, col.
L.S. Canêz
& A.A. Spielmann 853, 10-I-2004; idem, em Podocarpus lambertii em borda de mata, col.
L.S. Canêz & A.A. Spielmann 835, 10-I-2004; idem, 28º02 44,6 S, 51º02 01,7 W, 860 m de
altitude, em galho fino de arbusto na beira da margem esquerda do Rio Frade, col. L.S. Canêz
& A.A. Spielmann 720, 11-I-2004; idem, em tronco de arvoreta na beira da margem esquerda
do Rio Frade, col. L.S. Canêz & A.A. Spielmann 719, 11-I-2004; idem, campo, 28º02 30,1 S,
50º56 56,1 W, 800 m d
e altitude, em taipa de pedras (basalto) na margem da estrada, col.
L.S.
Canêz & A
.A.
Spielmann
761, 12-I-2004.
Comentários
Parmotrema rigidum é caracterizada pela ausência de propágulos vegetativos, pela
larga margem inferior branca, os conídios de baciliformes a filiformes, os esporos menores
que 23 m de comprimento e pela produção de ácido alectorônico e traços de ácido
-
colatólico na medula.
Difere de Parmotrema subrugatum (Kremp.) Hale, que apresenta também ácidos
-alectorônico e colatólico e não produz propágulos vegetativos, mas tem o talo mais
lobado, esporos maiores, de 22 a 36
m de comprimento e conídios unciformes.
Parmotrema wainioi (A.L. Sm.) Hale também é semelhante a P. rigidum, mas é
diferenciada pela margem inferior castanha, raramente branco matizada, cílios mais
conspícuos e apotécios de margem ciliada.
Parmelia rigida Lynge foi descrita com esporos de 17 a 24 m de comprimento
(Lynge 1914), no entanto outros espécimes, principalmente da América do Norte, foram
descritos com esporos menores, de 14 a 19 m de comprimento (Hale 1965a); porém,
espécimes de outros locais do Rio Grande do Sul foram descritos por Fleig (1997) com
medidas de (13
) 18
25 (
27)
m de comprimento, ou seja, com medidas extremas diferentes
daquelas de Lynge. Já
os espécimes de Vacaria apresentaram as medidas admitidas por Lynge
(1914) e Fleig (1997), mas não tão baixas como aquelas apresentadas por Hale (1965a).
Exceto pelo tamanho dos cílios dados por Fleig (1997), com cerca de 2 mm de
comprimento e menores que as medidas dos espécimes de Vacaria (até 4,5 mm de
170
comprimento), as demais características conferem com a descrição apresentada pela autora
para espécimes do Rio Grande do Sul.
As exsicatas Canêz & Spielmann 398 e 761 apresentaram conídios com medidas
ma
iores que as demais, atingindo até 14 ou 16 m de comprimento.
Parmotrema ruptum
(Lynge) Hale
ex
DePriest & B. Hale
Mycotaxon
67
: 204. 1998.
Figura 66
Basiônimo:
Parmelia rupta
Lynge,
Arkiv för Botanik
13(13): 40. 1914.
Tipo: Paraguai, Gran Chaco, Rio N
egro, 14/IX/1893,
Malme
(S, holotipo).
Distribuição conhecida:
Paraguai (Lynge 1914) e Uruguai (Osorio 1972).
TALO
cinza esbranquiçado, lobado,
12
cm diâm.;
lobos
com ramificações irregulares,
1,5 5,0
mm larg., frouxamente adnatos, amontoados, ápice redondo, raramente agudos
(como se fossem formar lóbulos), às vezes pruinosos, margem ondulada, às vezes involuta,
com linha negra muito evidente, superfície de contínua a levemente rachada, de lisa a
levemente rugosa no centro;
lacínulas
ausentes;
máculas
de fracas a distintas, efiguradas,
laminais;
pseudocifelas
ausentes;
cílios
negros, simples, comumente virados para baixo,
0,25 1,00
0,05 mm, poucos, distribuídos por toda a margem ou nas axilas lobos.
PÚSTULAS
ausentes.
SORAIS
ausentes.
ISÍDIOS
ausentes. M
EDULA
branca, pigmento
ausente.
SUPERFÍCIE INFERIOR negra, lustrosa, lisa; margem castanha escura, lustrosa,
nua, 1,5
3,0
mm larg., limite atenuado, lisa
;
rizinas
negras, simples, 0,25
1,00
0,05
0,10 mm, de poucas a freqüentes, distribuídas quase uniformemente por toda superfície, às
vezes agrupadas.
APOTÉCIOS
ausentes.
PICNÍDIOS
de submarginais a laminais, de
ostíolo negro;
conídios
filiformes, 10,0 12,5 1,0
m.
Testes de coloração: córtex superior K+ amarelo, UV ; medula K+ amarelo
vermelho,
C
, KC , P+ amarelo, UV
.
Substâncias de importância taxonômica: atranorina (cortical), ácidos salazínico e
consalazínico (medulares).
171
Material examinado: município de Vacaria, localidade de Fazenda da Estrela, mata ciliar,
28º04 49,2 S, 50º56 36,9 W, 850 m de altitude, sobre rocha basáltica em local exposto ao
sol, col.
L. S.
Canêz & A.
A.
Spielmann
1020, 1035, 1080
, 10
-I-
2004; idem, saxícola (basalto)
próximo ao arroio, sombreado por arbusto, col. L. S. Canêz & A. A. Spielmann 1021
,
10
-I-2004.
Comentários
Esta espécie é caracterizada pelos lobos amontoados, maculados, patentes, comumente
virados para baixo, propágulos vegetativos ausentes e pela produção de ácidos salazínico e
consalazínico (K+ amarelo
vermelho) na medula.
Parmotrema ruptum é uma espécie antiga descrita por Lynge (1914) e que foi
considerada como sinônimo de Parmotrema eurysacum por Fleig (1997). Porém,
P.
eurysacum
tem lobos muito largos, de 10 14 mm de largura, conspicuamente
denteado
-laciniados, superfície superior não maculada e cílios mais longos, de 1 a 4 mm de
comprimento (Hale 1965a), enquanto os cílios de P. ruptum medem no máximo 1 mm de
comprimento (Lynge 1914).
Outra espécie com ácido salazínico e sem propágulos vegetativos é
Parmotrema
expansum
Hale, que tem cílios curtos como os P. ruptum, mas os lobos com 6 a
10 mm de largura e superfície superior reticulada-
rimosa nas partes mais velhas (Hale 1977).
Duas outras espécies com ácido salazínico e sem propágulos vegetativos podem ainda
ser confundidas com P. ruptum
:
Parmotrema manti
queirense
Hale, que tem lobos largos de
10 20 mm de largura, cílios de 1 a 2 mm de comprimento e superfície superior emaculada
(Hale 1990b), e Parmotrema permaculatum (Hale) Kurok., que tem lobos com até 15 mm de
largura e superfície superior fortemente ma
culada (Kurokawa 2001).
Parmotrema ruptum
é nova citação para o Brasil.
Parmotrema sancti
-
angeli
(Lynge) Hale
Phytologia
28(4)
: 339. 1974.
Figura 67
Basiônimo:
Parmelia sancti
-
angeli
Lynge,
Arkiv för Botanik
13(13): 35. 1914.
Tipo:
Brasil, Rio Grande do Sul, colônia Santo Ângelo, perto de Cachoeira, 25/I/1983,
Malme
(S, holotipo; US, isotipo).
172
Distribuição conhecida: Oceania (Elix 1994g, Louwhoff & Elix 1999), Ásia (Hale 1965a,
Awasthi 1976, Kurokawa 1993, Kurokawa & Lai 2001, Elix & Schumm 2001), África
(Hale
1965a, Winnen 1975, Krog & Swinscow 1981, Swinscow & Krog 1988), América do
Norte (Hale 1965a), América Central (Hale 1965a); na América do Sul é conhecida para
Argentina (Hale 1965a, Calvelo & Liberatore 2002), Chile, Colômbia, Venezuela
(Hale
1965a) e Brasil
MG (Hale 1965a, Ribeiro 1998), PR (Fleig 1997, Eliasaro 2001,
2004), RS (Spielmann 2004), SC (Fleig 1997) e SP (Hale 1965a, Pereira & Marcelli 1989,
Ribeiro 1998).
TALO
acinzentado, lobado, 4,0 8,5 cm diâm.;
lobos
com ramificações irregulares,
2,5 8,0 mm larg., elevados; de contíguos a sobrepostos lateralmente, ápice redondo, margem
de ondulada a crenada, elevada, superfície contínua, raro levemente quebrada, lisa;
lacínulas
ausentes;
máculas
ausentes;
pseudocifelas
ausentes;
cílios
negros, simples, raramente
furcados, 1,5 5,0
<0,05 0,08 mm, de abundantes a freqüentes, distribuídos por toda a
margem.
PÚSTULAS
ausentes. SORAIS de lineares contínuos a lineares interrompidos,
marginais; sorédios
originados das margens, farinosos, raramente subg
ranulares.
ISÍDIOS
ausentes.
MEDULA
branca, pigmento ausente. SUPERFÍCIE SUPERIOR negra, de
lustrosa a opaca, de rugosa a levemente rugosa, raramente lisa; margem castanha, variegada
de castanha e branca ou marfim, lustrosa, nua, (1,2 ) 3,5
10,0
mm, limite atenuado ou nítido,
lisa, raramente venada ou rugosa
;
rizinas
negras, simples, 0,40 2,00
<0,05
0,10
mm, de
freqüentes a poucas, agrupadas.
APOTÉCIOS
ausentes.
PICNÍDIOS
submarginais, de
ostíolo negro;
conídios
sublageniformes, 2,5
5,0 1,0
m.
Testes
de coloração: córtex superior K+ amarelo, UV ; medula K , C+ rosa, KC+ rosa, P ,
UV
.
Substâncias de importância taxonômica:
atranorina (cortical), ácido girofórico (medular).
Material examinado: município de Vacaria, localidade de Fazenda da Estrela, campo de
pastagem, 28º03 57,3 S, 50º57 38,1 W, 905 m de altitude, em pneu no pátio da casa do Sr.
Alcebides Teixeira, col. L.S. Canêz & A.A. Spielmann 086, 01-
III
-2003; idem, mata com
araucária, 28º03 58,8 S, 50º57 34,1 W, 905 m de altitude, corticícola, col. L.S. Canêz & A.A.
Spielmann
529, 03-
III
-2003; idem, campo com árvores esparsas, 28º01 58 S, 50º58 17,5 W,
900 m de altitude, em galho fino de árvore na beira da estrada, col. L.S. Canêz & A.A.
Spielmann
383, 19
-
VII
-
2003.
173
Comentários
A presença de sorédios farinosos, lineares, medula totalmente branca, conídios
sublageniformes e a produção de ácido girofórico caracterizam esta espécie.
P. sancti-
angeli
pode ser confundida em campo com Parmotrema permutatum
(Stirt.)
Hale, que também produz sorais lineares e ácido girofórico, porém tem a medula
amarelada na metade inferior (produz ainda ácido secalônico).
Parmotrema indicum Hale também é uma espécie sorediada, ciliada e de medula
branca, mas é distinta de P. sancti-
angeli
por apresentar talo mais robusto, su
bcoriáceo,
sorédios granulares, que com o desenvolvimento passam a submarginais, conídios de
baciliformes a filiformes, além de produzir norlobaridona junto com ácido girofórico
(Hale
1977, Fleig 1997).
Os espécimes de Fazenda da Estrela conferem com a descrição apresentada por Fleig
(1997), porém apresentam conídios com medidas inferiores aos de Fleig, que descreveu
conídios de 6,5 a 7,0
m para espécimes de outras localidades do Rio Grande do Sul. Medidas
levemente maiores que essas foram mencionadas para espécimes da Austrália e África com
cerca de 6
8 (
10)
m de comprimento (Swinscow & Krog 1988, Elix 1994g).
Alguns autores não citaram a presença de pigmentos em P. sancti-
angeli
(Krog &
Swinscow 1981, Fleig 1997, Ribeiro 1998, Eliasaro 2001 e Eliasaro & Donha 2003), porém
Hale (1965a), Louwhoff & Elix (1999) e Kurokawa & Lai (2001) mencionaram a presença de
esquirina próxima ao córtex inferior em alguns espécimes. Nos espécimes de Vacaria também
não foi encontrada esquirina.
A exsicata Canêz 086 não apresentou conídios, mas a morfologia é muito semelhante
as demais exsicatas, por isso aqui identificada como
P.
sancti
-
angeli
.
Parmotrema soredioaliphaticum
Estrabou & Adler
Mycotaxon
66
: 134. 1998.
Figura 68
Tipo:
Argentina, Córdoba, Departamento Sobremonte, Cerro Colorado, 30º08 S, 64º54 W,
em rocha, novembro de 1996,
Estrabou
(BAFC 37878, holotipo; Estrabou Herbarium 1500,
isotipos).
Distribuição conhecida:
Argentina (Calvelo & Liberatore 2002).
174
TALO
cinza esbranquiçado,
lobado,
10 cm diâm.;
lobos
com ramificações
subdicotômicas, 1,5 4,5
mm
larg., adnatos, de sobrepostos lateralmente a contíguos, ápice
redondo, margem de lisa a ondulada, involuta próxima da axila, superfície contínua,
irregularmente quebrada no centro, lisa, levemente rugosa no centro;
lacínulas
ausentes;
máculas
ausentes;
pseudocifelas
ausentes;
cílios
ausentes.
PÚSTULAS
ausentes. SORAIS
arredondados quando submarginais, alongados quando laminais; sorédios originados de
pequenas pústulas ou dáctilos, granulares.
ISÍDIOS
ausentes.
MEDUL
A branca, pigmento
ausente.
SUPERFÍCIE INFERIOR negra, opaca, de venada a levemente venada; margem
castanha, de opaca a lustrosa, nua, 2,0
3,0 mm larg., limite atenuado, de venada a lisa
;
rizinas
negras, simples, 0,80
1,50
0,08 mm, freqüentes, distribuídas quase uniformemente pela
superfície.
APOTÉCIOS
ausentes.
PICNÍDIOS
submarginais, escassos, de ostíolo negro;
conídios
ausentes.
Testes de coloração: córtex superior K+ amarelo, UV ; medula K+ amarelo, C , KC
,
P+
amarelo, UV
.
Substâncias de importância taxonômica: atranorina (cortical e medular), ácidos caperático
protoliquesterínico, praesorediósico, protopraesorediósico e ácidos graxos não identificados
(medulares).
Material examinado: município de Vacaria, localidade de Fazenda da Estrela, campo,
28º
04 58,9 S, 50º56 48,9 W, 850 m de altitude, saxícola em campo próximo à Cascata do
Pito, col. L.S. Canêz & A.A. Spielmann
161
, 22-
II
-2003; idem, campo de pastagem,
28º03 57,3 S, 50º57 38,1 W, 905 m de altitude, saxícola em frente a casa do Sr. Alcebides
Te
ixeira, col.
L.S.
Canêz & A
.A.
Spielmann
342, 356a, 20-
II
-
2003.
Comentários
Parmotrema soredioaliphaticum é diferenciada pela presença de sorédios granulares
originados de pequenas pústulas ou dáctilos, cílios ausentes e pela produção de atranorina,
ácidos
caperático protoliquesterínico, praesorediósico, protopraesorediósico e ácido graxos
não identificados na medula.
Morfologicamente é semelhante a Parmotrema alidactylatum Estrabou & Adler, que
apresenta dáctilos que podem romper e formar grânulos muitas vezes compactados, que
podem lembrar sorédios, mas são evidentemente corticados e só visualizados nos dáctilos bem
desenvolvidos.
175
Parmotrema mordenii Hale também é sorediada e apresenta ácido caperático e
protoliquesterínico na medula, mas tem sorais marginais, de lineares a orbiculares, de grossos
a subpustulados (Hale 1971b).
Os espécimes de Vacaria conferem com a descrição original, e a foto do tipo
(Estrabou
& Adler 1998) é bastante semelhante ao material coletado no Rio Grande do Sul.
Parmotrema soredio
aliphaticum
é registrada pela primeira vez para o Brasil.
Parmotrema
sorediomaculiferum
Marcelli & Canêz,
ined
.
Figura 69
TALO
cinza alumínio, lobado,
até 20
cm diâm.;
lobos
com ramificações irregulares,
3,0 10,0
mm
larg., frouxamente adnatos, amontoados, contíguos em uma parte do talo, ápice
redondo, margem de crenada a irregular, elevada, superfície contínua, levemente quebrada,
lisa, raramente com lóbulos adventícios nas partes velhas;
lacínulas
ausentes;
máculas
distintas, fortes, reticulares ou efiguradas, laminais;
pseudocifelas
ausentes;
cílios
negros,
simples, muitos ascendentes, 0,40 3,00 (
4,00)
0,08 0,10 mm, freqüentes, em toda a
margem.
PÚSTULAS
ausentes.
SORAIS
orbiculares, submarginais, podendo formar
crescentes indistintos; sorédios originados de inchaços, que se formam com a erosão do
córtex, granulares e muitas vezes formando grânulos.
ISÍDIOS
ausentes.
MEDULA
branca,
pigmento ausente. SUPERFÍCIE INFERIOR negra, lustrosa, lisa; margem
castanha,
lustrosa, 2,0 6,0 (
8,0)
mm larg., limite atenuado, lisa, raramente papilada
;
rizinas
negras,
simples, raramente furcadas, 0,35 3,00
0,08 0,10 mm, abundantes, distribuídas quase
uniformemente por toda superfície, deixando algumas áreas nuas em um espécime.
APOTÉCIOS
ausentes.
PICNÍDIOS
ausentes.
Testes de coloração: córtex superior K+ amarelo, UV ; medula K+ amarelo
vermelho,
C
, KC , P+ amarelo, UV
.
Substâncias de importância taxonômica: atranorina (cortical), ácidos salazínico e
consalazínico (medulares).
Material examinado: município de Vacaria, localidade de Fazenda da Estrela, mata ciliar,
28º04 49,2 S, 50º56 36,9 W, 850 m de altitude, sobre rocha basáltica em local ensolarado,
col.
L.S. Canêz & A.A. Spielmann 1033, 1036, 1066, 10-I-2004; idem, 28º02 44,6 S,
176
51º02 01,7 W, 860 m de altitude, saxícola (basalto) na margem esquerda do Rio Frade,
sombreado por arbusto, col.
L.S.
Canêz & A
.A.
Spielmann
731, 11
-I-
2004.
Comentários
Esta espécie é caracterizada pelos lobos largos, sorediados, pela superfície superior
fortemente maculada e pela presença de ácido salazínico (K+ amarelo
vermelho) como
constituinte medular.
Difere de Parmotrema margaritatum (Hue) Hale, que tem lobos mais estreitos
(0,7 4,0
mm), máculas fracas e mais freqüentes apenas nas partes jovens e cílios geralmente
virados para
baixo.
O tamanho do talo e a largura dos lobos pode lembrar P. cristiferum (Taylor) Hale,
que segundo Hale (1965a) tem sorais marginais, muitas vezes lineares, cílios ausentes,
escassos segundo Sipman (2004), e superfície superior emaculada.
Parmotrema st
uppeum
(Taylor) Hale também apresenta lobos largos com 10 a 15 mm
de largura (Hale 1965a), mas tem a superfície superior emaculada e sorais no ápice de lacínias
(Sipman 2004).
Parmotrema spinibarbe
(Kurokawa) Fleig
Os gêneros Parmotrema, Rimelia e Rimeli
ella (Lichenes
-
Ascomycotina,
Parmeliaceae) no Rio Grande do Sul, Brasil
. p. 150.
1997.
Figura 70
Basiônimo:
Parmelia spinibarbis Kurokawa, Bulletin of the National Science Museum Tokyo
17(4): 299. 1974.
Tipo:
Brasil, Rio de Janeiro, Petrópolis, 810 m de altitude, S. Kurokawa 8348 (TNS,
holotipo).
Distribuição conhecida:
Brasil
PR (Kurokawa 1974, Fleig 1997), RJ (Kurokawa 1974), RS
(Spielmann 2004), SC (Fleig 1997) e SP (Fleig 1997, Ribeiro 1998).
TALO
cinza esverdeado, lobado, 20 cm;
lobos
com ramificações irregulares,
3,0 9,0 mm larg., frouxamente adnatos, contíguos, sobrepostos lateralmente e amontoados no
centro, ápice redondo, margem crenada, levemente elevada, ondulada nas sorediadas, às vezes
côncava, superfície contínua ou irregularmente rachada, lisa ou levemente rugosa;
lacínulas
177
ausentes; máculas
de fracas a distintas, puntiformes, reticuladas ou efiguradas, laminais;
pseudocifelas
ausentes;
cílios
negros, cespitosos (grossos e curtos), furcados, irregulares ou
simples (finos e longos), 0,25 1,50
0,05 0,10 mm, muito densos, distribuídos por toda
margem ou apenas nas axilas dos lobos sorediados.
PÚSTULAS
ausentes. SORAIS
confluem e tornam-
se
lineares interrompidos, capitados quando laminais, submarginais e
laminais; sorédios
originados de inchaços submarginais que se formam pela desagregação do
córtex erodido, granulares.
ISÍDIOS
ausentes.
MEDULA
branca, pigmento ausente.
SUPERFÍCIE INFERIOR negra, lustrosa, lisa ou rugosa; margem castanha, lustrosa, 2,0
6,0 mm, limite nítido, de lisa a levemente rugosa ou papilada
;
rizinas
negras, simples,
raramente furcadas, 0,30 1,50
0,05 0,08 mm, abundantes, distribuídas homogeneamente.
APOTÉCIOS
levemente côncavos, 2,5 3,0 mm diâm., adnatos, submarginais, margem lisa,
sorediada, anfitécio sorediado, disco castanho, perfurados ou não perfurados;
ascosporos
elipsóides, (12 ) 13,8 15,0
(7,5 ) 8,8 10,0
m,
epispório
1,0
m.
PICNÍDIOS
submarginais, de ostíolo negro;
conídios
de baciliformes a filiformes, 7,5 11,0
1,0
m.
Testes de coloração: córtex superior K+ amarelo, UV ; medula K+ amarelo
vermelho,
C
, KC
, P+ amarelo, UV+ amarelo alaranjado.
Substâncias de importância taxonômica: atranorina (cortical), ácidos salazínico e
consalazínico, liquexantona (medulares).
Material examinado: município de Vacaria, localidade de Fazenda da Estrela, campo de
pastagem, 28º03 57,3 S, 50º57 38,1 , 905 m de altitude, em cerca de madeira da casa do
Sr.
Alcebides Teixeira, local iluminado, col. L.S. Canêz
123c
, 01-I-2003; idem, mata ciliar,
28º04 49,2 S, 50º56 36,9 W, 850 m de altitude, saxícola (basalto) próximo ao arroio,
sombreado por arbusto, col. L.S. Canêz & A.A. Spielmann 1050, 10-I-2004; idem, campo de
pastagem, 28º02 30,1 S, 50º56 56,1 W, 800 m de altitude, saxícola (basalto) sombreado por
arbusto, junto com
Reli
cina
, col.
L.S.
Canêz & A
.A.
Spielmann 755
, 12
-I-
2004; idem, em taipa
de pedras (basalto) na beira da estrada, col. L.S. Canêz & A. A. Spielmann 756, 12-I-
2004;
idem, campo de pastagem, 28º04 01,8 S, 50º57 45,4 W, 920 m de altitude, em rocha
basáltica em local aberto, col. L.S. Canêz & A.A. Spielmann 860, 893, 13-I-2004; idem,
saxícola (basalto) sombreado por arbusto, col. L.S. Canêz & A.A. Spielmann 859, 862, 891,
13-I-2004.
178
Comentários
Parmotrema spinibarbe
é caracterizada pela presença de sorais subma
rginais passando
a laminais, lineares interrompidos ou capitados, margem com cílios freqüentemente
cespitosos e pela produção de ácido salazínico, consalazínico (K+ amarelo
vermelho) e
liquexantona (UV+ amarelo alaranjado) na medula.
É semelhante a
Rimel
ia pontagrossensis Eliasaro & Adler, que também é sorediada e
produz ácidos salazínico e consalazínico e liquexantona na medula; porém, o espécime de
R.
pontagrossensis
de Vacaria é diferenciado por apresentar o talo com lobos contíguos,
sorais originados da margem que se abre, lineares interrompidos e caducos, evidenciando o
córtex inferior através da fina camada da medula.
Parmotrema spinibarbe foi combinada por Elix (1997) em Canomaculina spinibarbis
(Kurok.) Elix no mesmo trabalho em que o autor sinonim
izou
Rimeliella
Kurok. sob
Canomaculina
Elix & Hale. A circunscrição do gênero
Canomaculina
foi aumentada,
englobando também espécies com a superfície inferior clara e com rizinas dimórficas, além de
outras característica. No entanto, quando Parmelia spini
barbis
Kurok. foi descrita por
Kurokawa (1974), a presença de rizinas dimórficas não foi mencionada.
Nos espécimes de Fazenda da estrela também não foi observada a presença de rizinas
dimórficas, e por isso a espécie é mantida aqui no gênero
Parmotrema
.
A
combinação desta espécie no gênero
Parmotrema
deve ser creditada a Fleig (1997)
em sua tese de doutorado; uma combinação supérflua foi feita por DePriest & B. Hale (1998),
mas que também considerou P.
spinibarbe
não pertencente ao gênero
Canomaculina
.
O material de Fazenda da Estrela confere com as descrições de Kurokawa (1974) e
Fleig (1997), exceto por um aspecto: Fleig mencionou sorédios às vezes coalescentes ou
isidióides, não vistos nos espécimes estudados.
A variação morfológica encontrada nos espécimes de Vacaria não foi significativa,
apenas a exsicata Canêz & Spielmann 1050 não apresenta sorais lineares interrompidos, e sim
alongados, e com máculas reticuladas-efiguradas mais evidentes. Canêz & Spielmann 893
apresenta lobos mais largos (até 19 mm de largura) e superfície inferior muito papilada quase
até a margem.
179
Parmotrema submellissii
Marcelli & Canêz,
ined
.
Figura 71
TALO
cinza esbranquiçado,
lobado,
10
cm diâm.;
lobos
com ramificações irregulares,
2,0
7,0 (
10,0)
mm
larg., frouxamente adnatos, de amontoados a contíguos, ápice redondo,
margem de crenada a irregular, superfície contínua, levemente rachada, lisa;
lacínulas
ausentes; máculas
ausentes;
pseudocifelas
ausentes;
cílios
negros, às vezes cobertos por
pigmento cobre K+ roxo, simples, 0,50 3,00
0,05 0,08 mm, abundantes, ascendentes ou
patentes, distribuídos por toda a margem.
PÚSTULAS
ausentes. SORAIS
lineares
interrompidos ou alongados, submarginais; sorédios originados do córtex erodido, iniciando
subgranulares, passando a granulares, ou formando grânulos que se tornam isidiados, com
longos cílios.
ISÍDIOS
concolores ao talo, às vezes com o ápice marrom, granulares,
coralóides, raramente simples ou ramificados, 0,05 0,15
0,08 0,10 mm, eretos, firmes,
ápice ciliado ou não, de marginais a laminais.
MEDULA
branca, pigmento K
não visto.
SUPERFÍCIE INFERIOR negra, lustrosa, de lisa a levemente rugosa; margem
castanha
escura, lustrosa, 1,5 4,0 mm, limite nítido, de lisa a levemente papilada
;
rizinas negras,
simples, poucas furcadas, 0,35
1,75
0,05 0,08 mm, freqüentes, distribuídas quase
uniformemente pela superfície.
APOTÉCIOS
ausentes.
PICNÍDIOS
ausentes.
Testes de coloração: córtex superior K+ amarelo, UV ; medula K , C+ amarelo forte, KC+
rosa tornando
-
se rapidamente laranja, P+ amar
elo, UV+ verde piscina.
Substâncias de importância taxonômica: atranorina (cortical), ácidos
alectorônico,
-
colatólico, esquirina, substâncias e ácidos graxos não identificados (medulares).
Material examinado: município de Vacaria, localidade de Fazenda da Estrela, campo,
28º04 01,8 S, 50º57 45,4 W, 920 m de altitude, saxícola em barranco na beira da estrada,
sombreado por gramíneas, col.
L.S.
Canêz & A
.A.
Spielmann
894a, 13-I-2004.
Comentários
Parmotrema submellissii é caracterizada pela formação de sorédios granulares que se
originam do córtex erodido da submargem e comumente formam grânulos que dão origem a
isídios, ciliados, pelas reações C+ e P+ amarelo (substância desconhecida) e pela produção de
ácidos
alectorônico,
colatólico e esquirina.
180
Difere de Parmotrema neomellissii Marcelli & Canêz, que apresenta sorédios
granulares originados de pústulas na submargem dos lobos, formando isídios granulares que
se espalham pela lâmina. Apesar de P. neomellissii e P. submellissii apresentarem ambas a
re
ação medular C+ amarelo, o perfil cromatográfico das duas foi bastante distinto, e
P.
submellissii
ainda apresenta reação P+ amarelo na medula.
Pela formação de sorédios isidióides e pela produção de ácidos
alectorônico,
colatólico na medula, Parmotrema hypomiltoides (Vainio) Fleig pode ser confundida com
P.
submellissi
. No entanto, P. hypomiltoides apresenta sorédios isidióides comumente
eciliados e medula C
e P
.
Parmotrema submellissii pode ser confundida com Parmotrema mellissii (Dodge)
Hale ou com Parmotrema allardii (Hale) Spielmann, Canêz & Marcelli. Mas P. mellissii
forma isídios verdadeiros, ciliados, que se posteriormente se desmancham em sorédios
granulares e P.
allardii
forma isídios muito grandes, ciliados, muito ramificados que f
ormam
arbúsculos e freqüentemente lembram lacínulas, porém cilíndricas.
Parmotrema subrugatum
(Krempelhuber) Hale
Phytologia
28(4)
: 339. 1974.
Figura 72
Basiônimo:
Parmelia subrugata
Krempelhuber,
Verh
.
Zool
.
Bot
.
Gesell
.
Wien
.
18: 320. 1868.
Tipo:
Bras
il, Minas Gerais, Serra dos Órgãos,
Helmreichen
s.n. (M, holotipo; US, isotipo).
Distribuição conhecida: Oceania (Hale 1965a, Elix 1994g, Louwhoff & Elix 1999), Ásia
(Hale 1965a, Kurokawa & Lai 2001), África, América do Norte, América Central (Hale
1965a)
; na América do Sul é conhecida para Argentina (Hale 1965a, Calvelo & Liberatore
2002), Uruguai (Osorio 1972) e Brasil
MG (Hale 1965a, Fleig 1997, Ribeiro 1998), PR
(Osorio 1977b, Eliasaro 2001, 2004), RJ (Hale 1965a), RS (Spielmann 2004) e SP (Ribeiro
1
998).
TALO
cinza esbranquiçado,
lobado,
3 7 cm diâm.;
lobos
com ramificações
irregulares, 1,5 4,0 mm larg., elevados, de contíguos a sobrepostos lateralmente, ápice
redondo, margem crenada ou lacinulada, às vezes com lacínulas muito curtas tornando a
marge
m denteada, superfície contínua, levemente rugosa;
lacínulas
simples ou furcadas,
ápice truncado ou agudo, 0,4 1,0 (
1,4)
0,2 0,6 mm, planas ou subcanaliculadas,
181
localizadas nas margens lobos; máculas ausentes;
pseudocifelas
ausentes;
cílios
negros,
simp
les, raramente furcados ou irregulares, 0,40
1,50 (
2,50)
0,05
0,10 mm, de abundantes
a poucos, distribuídos em toda a margem.
PÚSTULAS
ausentes. SORAIS
ausentes.
ISÍDIOS
ausentes.
MEDULA
branca, pigmento ausente. SUPERFÍCIE INFERIOR negra,
lustrosa ou opaca, rugosa; margem branca, menos freqüentemente castanha ou variegada de
negra e branca, lustrosa, larga zona nua, 2,0 8,5 mm larg., limite nítido, de rugosa a lisa
;
rizinas
negras, simples, raramente furcadas, 0,25 1,30 (
1,70)
<0,05 0,10 mm, freqüent
es,
distribuídas homogeneamente ou agrupadas.
APOTÉCIOS
urceolados, 1,5 4,5 (
7,0)
mm
diâm., estipitado, submarginais, margem crenada ou lacinulada, raramente lisa, anfitécio
rugoso, às vezes maculado, disco castanho escuro, não perfurados, raramente perfu
rados;
ascosporos
elipsóides, 22,5 36,0
(10 ) 15 21
m,
epispório
(1,8 ) 2,5 4,5
m.
PICNÍDIOS
submarginais, poucos laminais, de ostíolo negro;
conídios
unciformes, 4,0
7,5
1,2
m.
Testes de coloração: córtex superior K+ amarelo, UV ; medula K , C , KC+ rosa
tornando
-
se rapidamente laranja, P , UV+ verde piscina.
Substâncias de importância taxonômica:
atranorina (cortical),
alectorônico,
colatólico
e traços de esquirina (medulares).
Material examinado: município de Vacaria, localidade de Fazenda da Estrela, campo com
árvores esparsas, 28º01 58 S, 50º58 17,5 W, 900 m de altitude, em galho fino de árvore na
beira da estrada, col. L.S. Canêz & A.A. Spielmann 395c, 400, 19-
VII
-2003; idem, mata
aberta, 28º02 36,9 S, 50º59 37,6 W, 950 m de altitude, em árvore na beira da estrada, col.
L.S. Canêz & A.A. Spielmann 369, 19-
VII
-2003; idem, mata ciliar, 28º02 44,6 S,
51º02 01,7 W, 860 m de altitude, em galho fino de arbusto na margem direita do Rio Frade,
col.
L.S.
Canêz & A
.A.
Spielmann
662, 11
-I-
2004.
Comentár
ios
Parmotrema subrugatum
é caracterizada pela ausência de propágulos vegetativos, pela
margem lacinulada, esporos grandes (>22 m), conídios unciformes e pela produção de
ácidos
alectorônico e
colatólico (medula UV+).
Morfologicamente é semelhante a Parmotrema wainioi (A.L. Smith) Hale, que
também não apresenta propágulos vegetativos e produz ácidos alectorônico e
colatólico
na medula, mas é distinta pelos lobos crenados, superfície inferior castanha, as lacínulas
182
planas, quando presentes, os esporos menores que 25 m e por apresentar conídios
baciliformes.
Este grupo de espécies sem propágulos vegetativos e ácidos alectorônico e
-colatólico na medula é bastante complexo e a literatura bastante divergente quanto às
características. Hale (1965a) descreveu P. subrugatum com lacínulas canaliculadas, cílios
com até 3 mm de comprimento, medula branca com pigmento laranja junto ao córtex inferior,
margem inferior castanha ou variegada de branco e castanha ou negra, esporos de 26 34
m
de comprimento.
Os espécimes da Nova Guiné foram descritos com margem crenada passando a
lobulada
-laciniada, medula com pigmento laranja próximo ao córtex inferior, ascosporos de
21 30 m de comprimento, mas os conídios baciliformes de 4 a 6 m de comprimento
(Louwhoff
& Elix 1999).
Os espécimes do Paraná não apresentaram lacínulas nem pigmento laranja na medula,
apresentaram margem dos lobos inteiras ou dissecadas, cílios de até 5 mm de comprimento,
margem inferior castanha ou branca e conídios de cilíndricos a sublageniformes, retos ou
pouco curvados (Eliasaro 2001).
Para o Rio Grande do Sul, Fleig (1997) descreveu margem subondulada, de inteira a
sublaciniada, lacínulas de 1 a 2 ( 5) mm de comprimento, subdicotômicas ou digitadas,
diversas vezes dividas, subcanaliculadas, pigmento laranja na medula, margem inferior de
castanha clara a branca marfim ou branco-matizada, conídios unciformes de 5 8 (
9)
m de
comprimento.
Os espécimes de Vacaria conferem com a descrição de Fleig (1997), porém,
apresentam lacínulas levemente mais curtas e, apesar da cromatografia evidenciar traços de
esquirina, não foi encontrado o pigmento laranja em nenhum espécime. A exsicata Canêz &
Spielmann 662 apresenta esporos menores, de até 28 (
30)
m de comprimento e a exsicata
Canêz & Spielmann 369 apresenta o talo mais lobado e com lacínulas menos desenvolvidas.
Mas todas essas variações foram abarcadas pela descrição de Fleig.
183
Parmotrema tinctorum
(Dèspréaux ex Nylander) Hale
Phytologia
28(4)
: 339. 1974.
Figura 73
Basiônimo:
Parmeli
a tinctorum
Dèspréaux
ex
Nylander,
Flora
55: 547. 1872.
Tipo:
Ilhas Canárias,
Dèspréaux
s.n. (H, holotipo).
Distribuição conhecida: Oceania (Hale 1965a, Elix 1994g, Malcolm & Galloway 1997,
Louwhoff & Elix 1999), Ásia (Hale 1965a; Awasthi 1976; Kurokawa 1991b, 1993; Kurokawa
& Lai 2001; Louwhoff & Elix 2000, 2002b), África (Hale 1965a, Winnen 1975, Krog &
Swinscow 1981, Swinscow & Krog 1988), América do Norte (Hale 1965a,
Brodo
et
al
. 2001), América Central (Hale 1965a); na América do Sul é conhecida para
Argentina (Hale 1965a, Calvelo & Liberatore 2002), Colômbia (Hale 1965a), Paraguai
(Lynge 1914, Hale 1965a), Peru (Hale 1965a), Uruguai (Osorio 1972), Venezuela
(Vareschi
1962, Hale 1965a) e Brasil
MG (Lynge 1914, Hale 1965a, Fleig 1997, Ribeiro
1998), MT (Lynge 1914, Hale 1965a, Fleig 1997), MS (Fleig & Riquelme 1991), PA (Brako
et al. 1985), PR (Eliasaro 2001, 2004), RJ (Lynge 1914, Hale 1965a, Fleig 1997), RS
(Spielmann 2004), SC (Fleig 1997) e SP (Hale 1965a, Nagaoka & Marcelli 1989, Pereira &
Marcell
i 1989, Ribeiro 1998)
TALO
cinza esverdeado,
lobado,
26 (
60)
cm diâm.;
lobos
com ramificações
irregulares, (4,0
) 7,0
20,0
mm larg., frouxamente adnatos, contíguos, levemente amontoados
no centro, ápice redondo, às vezes involutos, margem de lisa a ondulada, superfície contínua,
levemente rachada no centro, lisa;
lacínulas
ausentes; máculas ausentes;
pseudocifelas
ausentes;
cílios
ausentes.
PÚSTULAS
ausentes. SORAIS
ausentes.
ISÍDIOS
com base
concolor ao talo, ápice marrom claro, de granulares a cilíndricos (soredióides em um
espécime), de simples a ramificados, 0,10 0,50
0,05 0,10 mm, eretos, firmes, ápice
eciliado, laminais, muitas vezes marginais dando aparência denteada à margem, se
desenvolvendo na margem de rachaduras e nas cristas dos lobos.
MEDULA
branca, pigmento
ausente.
SUPERFÍCIE INFERIOR negra, lustrosa, lisa, rugosa ou papilada; margem
castanha clara, lustrosa, nua, 4,0
14,0
mm larg., limite atenuado, de lisa a rugosa
;
rizinas
negras, castanhas quando próximas à margem, simples, 0,25 1,00
0
,05 0,10
mm, poucas,
agrupadas.
APOTÉCIOS
ausentes.
PICNÍDIOS
ausentes.
184
Testes de coloração: córtex superior K+ amarelo, UV+; medula K , C+ rosa, KC+ rosa
(evanescente), P
, UV
.
Substâncias de importância taxonômica:
atranorina (cortical), ácido lecanóri
co (medular).
Material examinado: município de Vacaria, localidade de Fazenda da Estrela, campo,
28º02 30,1 S, 50º56 56,1 W, 800m de altitude, taipa de pedras (basalto) na beira da estrada,
col.
L.S. Canêz & A.A. Spielmann 770, 12-I-2004; idem, mata ciliar, 28º02 41 S,
50º56 52,3 W, 800m de altitude, em árvore isolada no campo próximo ao Rio da Cascata do
Oito, col. L.S. Canêz & A.A. Spielmann
777
, 12-I-2004; idem, campo de pastagem,
28º04 01,8 S, 50º57 45,4 W, 920 m de altitude, saxícola (basalto), col. L.S. Canêz & A.A.
Spielmann
895, 13
-I-
2004.
Comentários
Parmotrema tinctorum é caracterizada pela presença de isídios granulares a
cilíndricos, ausência de cílios e pela presença de ácido lecanórico (C+ rosa) na medula.
Talvez os talos menores de P. tincto
rum
possam ser confundidos com os talos maiores
de
P. peralbidum (Hale) Hale, que apresenta isídios cilíndricos, mas é diferenciada por ter os
lobos mais estreitos (até 9 mm de largura) e produz ácido protocetrárico e associados (K+) na
medula.
Esta espécie é amplamente distribuída no mundo e apresenta grande variação
morfológica, especialmente com relação às características dos isídios.
Os isídios podem variar de simples a ramificados, laminais e eventualmente marginais,
grossos ou irregularmente inflados, raramente com lóbulos dispersos pela lâmina
(Elix
1994g); isídios achatados em alguns casos (Awasthi 1976); simples ou ramificados,
finos e cilíndricos, grossos ou irregularmente inflados, às vezes com lóbulos esparsos ou
desmanchando
-
se em sorédios gra
nulares (Krog & Swinscow 1981).
Na descrição de Hale (1965a) e Winnen (1975), os isídios de P. tinctorum são
cilíndricos ou papilado-granulares, simples, raramente coralóides e diferentes de
P.
pseudotinctorum
(des Abb.) Hale, que apresenta isídios infla
dos.
P. pseudotinctorum foi
considerada sinônimo de
P.
tinctorum
por Krog & Swinscow (1981).
De acordo com Lowhoff & Elix (1999), ocasionalmente P. tinctorum pode apresentar
a superfície superior verde amarelada, que os autores atribuíram a uma resposta a
mbiental que
resulta na produção de ácido úsnico no córtex.
185
Nos espécimes do Brasil, também foram descritos isídios formando sorédios,
mencionados por Ribeiro (1998) para espécimes de Minas Gerais e São Paulo e por Eliasaro
(2001) para espécimes do Paraná
.
No Rio Grande do Sul, Fleig (1997) observou parte do material com isídios granulares
ou grosseiros, ou grânulos originados de papilas, às vezes com isídios robustos e inflados,
esparsos na zona central. A espécie não foi freqüente em Vacaria e a variação morfológica
também não foi considerável, apenas Canêz & Spielmann 770 apresenta parte do talo com
isídios sorediados.
Punctelia
Krog
Nordic Journal of Botany
2
: 290. 1982
.
Tipo:
Punctelia borreri
(Smith) Krog.
TALO
verde ou verde acinzentado, lobado
;
lo
bos
com ramificações de dicotômicas a
irregulares, 2,0 15,0 mm larg., de contíguos a sobrepostos lateralmente, adnatos, ápice de
redondo a sub-redondo, margem de lisa a crenada, superfície contínua, lisa, rugosa ou
foveolada;
lacínulas
presentes ou ausente
s; máculas
ausentes, raramente fracas, puntiformes,
lineares ou irregulares;
pseudocifelas
presentes; filídios presentes ou ausentes;
cílios
ausentes.
PÚSTULAS
presentes ou ausentes. SORAIS presentes ou ausentes
.
ISÍDIOS
presentes ou ausentes.
MEDULA
branc
a.
SUPERFÍCIE INFERIOR branca, castanha ou
negra;
margem presente ou ausente
;
rizinas
brancas, castanhas ou negras, de simples a
irregularmente ramificadas, de freqüentes a abundantes.
APOTÉCIOS
de planos a
côncavos,
de adnatos a pedicelados, laminais ou submarginais, perfurados ou não;
ascosporos
de
elipsóides a ovais, 10,0 30,0
6,0 18,0
m.
PICNÍDIOS
laminais, imersos;
conídios
filiformes (7,0 20,0
1,0 m) ou unciformes (3,0 7,0
1,0 m) (Krog 1982, Elix 1993,
Ribeiro 1998).
Comentários
Este gênero é facilmente reconhecido pelo talo verde ou verde acinzentado (atranorina
no córtex), ausência de cílios e pela presença de pseudocifelas brancas na superfície superior.
Punctelia
foi proposto por Krog (1982) com 22 espécies recombinadas a partir de
Parmel
ia
subgênero
Parmelia
seção
Parmelia
subseção
Simplices
(Hale & Kurokawa 1964).
Os dados mais recentes apontam cerca de 30 espécies pertencentes a este gênero
(Egan &
Aptroot 2004
).
186
No Brasil são conhecidas 16 espécies de
Punctelia
(Marcelli 2004) e 13 são citadas
para o Rio Grande do Sul (Spielmann 2004).
Em Fazenda da Estrela foram encontradas 10 espécies. Punctelia fimbriata Marcelli &
Canêz,
P. osorioi Canêz & Marcelli e P. purpurascens Marcelli & Canêz são espécies novas
para a Ciência e
P.
colombiana
Sérus. é primeira citação para o Brasil.
C
HAVE DE IDENTIFICAÇÃ
O PARA AS ESPÉCIES D
E P
UNCTELIA
DE
F
AZENDA DA
E
STRELA
(ver definições morfológicas em
Elaboração das Descrições dos Táxons)
1a. Talo com isídios, filídios, sorédios, lóbulos ou lacínulas .................................................... 2
1b. Talo sem isídios, filídios, sorédios, lóbulos e lacínulas ...................................................... 7
2a. Talo com lóbulos ou lacínulas, superfície inferior castanha .........................
P.
graminicola
2b. Talo sem lóbulos e lacínulas, superfície inferior negra ....................................................... 3
3a. Isídios cilíndricos ou achatados, sorédios e filídios ausentes ........................
P.
colombiana
3b. Isídios
ausentes, filídios ou sorédios presentes ................................................................... 4
4a. Sorédios presentes, filídios ausentes ................................................................................... 5
4b. Sorédios au
sentes, filídios presentes ................................................................................... 6
5a. Medula C+ rosa, KC+ rosa .................................................................................... P.
borreri
5b. Medula C
, KC
................................................................................................
P.
reddenda
6a. Filídios principalmente ao longo das margens, atribuindo-lhe um aspecto fimbriado ..........
.............................................................................................................................. P.
fimbriata
6b. Filídios distribuídos por todo talo, lembrando lóbulos ........................
P.
constantimontium
7a. Superfície inferior negra ...................................................................................................... 8
7b. Superfície inferior castanha ................................................................................................. 9
8a. Medula C+ rosa, KC + rosa ........................................................................ P.
subpraesignis
8b. Medula C
, KC
ou KC+ rosa fraco em algumas partes do talo ...............
P.
riograndensis
187
9a. Medula C+ rosa, KC+ rosa ............................................................................ P.
graminicola
9b. Medula C
, KC
............................................................................................................... 10
10a. Medula branca com pigmento amarelo K+ lilás .......................................
P.
purpurascens
10b. Medula branca, pigmento ausente .......................................................................
P.
osorioi
Punctelia borreri
(Smith) Krog
Nordic Journal of Botany
2
: 291. 1982.
Figura 74
Basiônimo:
Lichen borreri
Smith,
Smith & Sowerby,
English Botany
25: tab. 1780 (1807).
Tipo
:
Inglaterra, Sussex,
Borrer
(BM, holotipo).
Distribuição conhecida: Oceania (Galloway & Elix 1983, Elix 1994h, Malcolm &
Galloway
1997), Europa (Hale 1965b), Ásia (Kurokawa & Lai 2001), África (Krog &
Swinscow 1977, Swinscow & Krog 1988), América do Norte (Culberson 1962, Esslinger &
Egan 1995, Egan & Aptroot 2004); na América do Sul é conhecida para Argentina (Ferraro
1986, Calvelo & Liberatore 2002), Brasil
MG (Ribeiro 1998), PR (Eliasaro 2001), RS
(Spielmann 2004) e SP (Ribeiro 1998).
TALO
verde,
lobado,
4 9
cm;
lobos
com ramificações irregulares, 0,8 2,4 (
4,0)
mm
larg., adnatos, contíguos, elevados, ápice redondo, margem crenada, às vezes lisa (um
espécime), levemente elevada, comumente pruinosa, superfície superior contínua, rachada no
centro do talo, lisa, opaca;
lacínulas
ausentes;
máculas
ausentes;
pseudocifelas
brancas,
variando de planas a marginadas, de arredondadas a elípticas, 0,05 0,20 ( 0,50) diâm., mais
comumente submarginais, as laminais densamente sorediadas;
cílios
ausentes.
PÚSTULAS
ausentes.
SORAIS
de lineares contínuos a lineares interrompidos, laminais e marginais,
nascendo nas pseudocifelas;
sorédios
originados das pseudocifelas que se formam farinosos,
passando a granulares e até isidióides.
ISÍDIOS
ausentes.
MEDULA
branca, pigmento
ausente.
SUPERFÍCIE INFERIOR negra, opaca, lisa, levemente rugosa ou papilada (um
espécime);
margem castanha, um pouco opaca, nua, 0,7 2,5 mm, limite nítido, em grande
parte lisa, levemente papilada (um talo)
;
rizinas
negras, as submarginais muitas vezes com o
ápice creme ou branco, simples, 0,15 0,60
<0,05 0,05 mm, freqüentes, distribuídas
homogeneamente.
APOTÉCIOS
ausentes.
PICNÍDIOS
ausentes.
188
Testes de coloração: córtex superior K+ amarelo, UV ; medula K , C+ rosa, KC+ rosa, P ,
UV
.
Substâncias de importância taxonômica: atranorina (cortical), substância do complexo
girofórico Rf 25 em solvente C (medular).
Material examinado: município de Vacaria, localidade de Fazenda da Estrela, campo su
jo,
28º04 15,9 S, 50º57 11 W, 850 m de altitude, em córtex de laranjeira em campo com
Araucaria angustifolia
, col.
L.S.
Canêz & A
.A.
Spielmann
964b, 1281, 1370, 1380, 12
-I-2004.
Comentários
Esta espécie é caracterizada pela presença de sorédios, muitas vezes isidióides,
nascendo das pseudocifelas, a superfície inferior negra e a presença de substância do
complexo girofórico na medula (C+ rosa).
Punctelia subrudecta (Nyl.) Krog também é sorediada, mas apresenta a superfície
inferior castanha clara e ácido lecanórico na medula (C+ rosa). Punctelia perreticulata (Räs.)
Krog apresenta sorédios originando-se das pseudocifelas, mas também originados da margem
e muitas vezes em forma de crescente, além da superfície inferior castanha clara (Egan &
Aptroot 2004).
Outra espécie sorediada que também apresenta a superfície inferior negra e ácido
girofórico na medula é Punctelia stictica (Del. ex Duby) Krog, mas que apresenta as margens
superiores do talo evidentemente marrons, pseudocifelas principalmente lineares e conídios
filiformes (Calvelo & Adler 1999, Aptroot 2003).
Punctelia borreri
, foi descrita por Culberson (1962) com a superfície inferior clara. As
espécies com superfície inferior negra foram tratadas como Parmelia pseudoborreri Asahina;
no entanto, mesmo com a diferença de cor da superfície inferior, P. pseudoborreri
foi
colocada como sinônimo de
Parmelia
[
Punctelia
]
borreri
por Hale (1965b).
Os conídios de P. borreri são unciformes segundo Krog (1982), Elix (1994h) e
Ribeiro (1998); no entanto parece freqüente a ausência de conídios nesta espécie, pois
Galloway & Elix (1983), Ferraro (1986) e Egan & Aptroot (2004), não mencionaram a forma
e o tamanho dos conídios. Longán et al. (2000) citaram conídios filiformes curtos
(5,0 6,0
m de comprimento). No material de Vacaria também não foram encontrados
conídios.
Nos espécimes de Fazenda da Estrela não foi encontrado ácido girofórico, apenas uma
das substâncias de seu complexo. Swinscow & Krog (1988) mencionaram ácido girofórico e
189
substâncias associadas desconhecidas. O ácido girofórico é mencionado para esta espécie
(Elix 1994h, Ribeiro 1998), além de cloroatranorina, orcinol lecanorato (Galloway & Elix
1983, Elix 1994h, Egan & Aptroot 2004). No entanto, Ferraro (1986) mencionou atranorina e
ácido lecanórico; química semelhante havia sido mencionada apenas em trabalhos anteriores,
como Hale (1965b) e Culberson (1962), quando as espécies ainda eram referidas como
Parmelia
.
Punctelia colombiana
Sérusiaux
Nordic Journal of Botany
4
: 717.
1984.
Figura 75
Tipo:
Co
lômbia,
Archer
1380 (S, holotipo).
Distribuição conhecida: Argentina (Adler 1989, Calvelo & Liberatore 2002) e Colômbia
(Sérusiaux 1984).
TALO
verde acinzentado, lobado, 5 8 cm diâm.;
lobos
com ramificações irregulares,
1,7 6,0 mm larg., de adnatos a elevados, contíguos, ápice redondo, margem crenada,
superfície superior contínua ou levemente quebrada no centro, lisa, raramente rugosa;
lacínulas
ausentes; máculas ausentes;
pseudocifelas
brancas, puntiformes, raramente
elípticas, freqüentemente marginada, 0,1 0,3 mm diâm., presentes nas partes distais,
originando isídios nas regiões do centro;
cílios
ausentes.
PÚSTULAS
ausentes.
SORAIS
ausentes.
ISÍDIOS
com bases concolores ao talo, ápices marrons, coralóides, 0,15 0,35
0,20 0,50 mm, eretos, caducos, ápice eciliado, marginais, tanto nos lobos como nas
pseudocifelas.
MEDULA
branca, pigmento ausente. SUPERFÍCIE INFERIOR negra,
levemente lustrosa, lisa; margem castanha escura, lustrosa, nua, 0,9 2,5 mm larg., limite
nítido, de lisa a levemente rugosa ou papila
da
;
rizinas
negras, menos comumente com o ápice
branco, simples, 0,15 0,70 (
1,5)
0,05 mm, freqüentes, distribuídas homogeneamente.
APOTÉCIOS
ausentes.
PICNÍDIOS
ausentes.
Testes de coloração: córtex superior K+ amarelo, UV ; medula K , C+ rosa, KC+ rosa, P ,
UV
.
Substâncias de importância taxonômica: traços de atranorina (cortical), uma substância do
complexo girofórico Rf 25 em solvente C (medular).
190
Material examinado: município de Vacaria, localidade de Fazenda da Estrela, vegetação
ciliar, 28º02 30,1 S, 50º56 56,1 W, 800 m de altitude, em ramo de arbusto na margem
esquerda do arroio, L.S.Canêz & A.A.
Spielmann
463b
, 19-
VII
-2003; idem, campo,
28º03 57,3 S, 50º57 38,1 W, 905 m de altitude, sobre laje de arenito no pátio da casa do
Sr.
Alcibides Teixeira, col. L.S. Canêz & A.A. Spielmann 083a, 01-
III
-2003; idem, campo,
28º04 15,9 S, 50º57 11 W, 900 m de altitude, sobre córtex de laranjeira em campo com
Araucaria angustifolia
, col.
L.S.
Canêz & A
.A.
Spielmann
964a, 12
-I-
2004.
Comentários
Esta espécie é caracterizada pela presença de isídios coralóides, muitas vezes
achatados, lembrando filídios, medula com substância do complexo girofórico (C+ rosa) e
superfície inferior negra.
Morfológica e quimicamente é semelhante a Punctelia constantimontium Sérus.
Punct
elia colombiana é diferenciada de P. constantimontium por apresentar conídios
filiformes (Sérusiaux 1984). Nos espécimes de Vacaria não foram encontrados picnídios, mas
a diferença nos propágulos vegetativos é evidente: P. constantimontium forma isídios ra
ros,
predominando no talo os filídios verdadeiros, sem córtex inferior; P. colombiana apresenta
isídios verdadeiros, coralóides e, quando achatados, não possuem diferenciação dorsiventral
das faces.
Outra espécie com superfície inferior negra e conídios filiformes é Punctelia stictica
(Del.
ex
Duby) Krog, mas que forma sorédios que originam estruturas isidióides (Adler
1996).
Os talos de Punctelia rudecta (Ach.) Krog também podem lembrar P. colombiana,
mas possuem superfície inferior clara.
Punctelia colomb
iana
está sendo citada pela primeira vez para o Brasil.
Punctelia constantimontium
Sérusiaux
Nordic Journal of Botany
3(4)
: 517.
1983.
Figura 76
Tipo:
Zimbabwe, Inyanga, Little Connemara, 2300m, épiphyte, Bamps, Symoens & Vanden
Berghen
204 (LG, holotip
o).
191
Distribuição conhecida: África do Sul (Swinscow & Krog 1988); na América do Sul é
conhecida para Argentina (Sérusiaux 1983, Calvelo & Liberatore 2002), Uruguai (Osorio
1970a/c, 1995, 2003; Sérusiaux 1983) e Brasil
MS (Osorio 1992), MT, SC (Sérusiaux
1983), PR (Eliasaro 2001) e RS (Spielmann, 2004).
TALO
verde ou cinza esverdeado, lobado, 15 cm diâm.;
lobos
com ramificações
irregulares, (1,0 ) 1,5 4,5 mm de largura, de adnatos a pouco elevados, contíguos, ápice
redondo, margem crenada, raramente crenulada ou lisa, superfície contínua, de lisa a
levemente rugosa;
lóbulos
ou filídios com ramificações de simples a irregulares, 0,20
0,75
0,15 0,45 mm, com ou sem córtex inferior, localizados em todo o talo, planos,
prostrados ou ascendentes, ápice de truncado a redondo, às vezes originando-se das margens
das pseudocifelas;
máculas
ausentes;
pseudocifelas
brancas, puntiformes, menos
freqüentemente elípticas, planas, menos comumente marginadas, 0,05 0,25 mm de diâmetro,
distribuídas por todo talo;
cílios
ause
ntes.
PÚSTULAS
ausentes.
SORAIS
ausentes
.
ISÍDIOS
concolores, simples, 0,10 0,15
0,10 0,20 mm, procumbentes, raramente eretos,
firmes, laminais e marginais.
MEDULA
branca, pigmento ausente.
SUPERFÍCIE
INFERIOR
negra, lustrosa, lisa; margem castanha clara, marfim ou branca, lustrosa, nua,
(0,35
) 0,50 1,75 mm larg., limite nítido, raramente tênue, lisa, papilada ou levemente
rugosa
;
rizinas
negras, brancas na margem ou negras com ápice branco, simples, 0,25
0,80
(
0,95)
mm comp., de freqüentes a abundantes, distribuídas uniformemente por quase toda
superfície.
APOTÉCIOS
ausentes.
PICNÍDIOS
submarginais, ostíolo negro, 0,05 0,10 mm
de diâmetro;
conídios
unciformes, 5,0 7,0
1,0
m.
Testes de coloração: córtex superior K+ amarelo, UV ; medula K , C+ rosa, KC+ rosa, P ,
UV
.
Substâncias de importância taxonômica: atranorina (cortical), ácido girofórico, ácidos
graxos não identificados e uma substância do complexo girofórico de Rf 25 em solvente C
(medulares).
Material examinado: município de Vacaria, localidade de Fazenda da Estrela, campo de
pastagem, 28º03 57,3 S, 50º57 38,1 W, 905 m de altitude, em cerca de madeira na casa do
Sr. Teixeira, local ensolarado, col. L.S.Canêz 101, 01-
III
-2003; idem, mata ciliar,
28º04 49,2 S, 50º56 36,9 W, 850 m de altitude, saxícola (basalto) na margem direita da
Cascata do Pito, parte do dia exposto ao sol, col. L.S. Canêz & A.A. Spielmann 1038, 10-I-
2004.
192
Comentários
Punctelia constantimontium é caracterizada pela presença de lóbulos ou filídios em
toda superfície do talo, conídios unciformes, ácido girofórico na medula (C+ rosa) e
superfície inferior negra.
Punctelia colombiana
Sérus. também tem a superfície inferior negra e ácido girofórico
na medula, mas tem isídios cilíndricos ou achatados e conídios filiformes.
As esquâmulas achatadas (filídios ?), descritas para a espécie, possuem córtex
inferior frágil, que muitas vezes se desintegra expondo a medula, mas nunca formando
sorédios. As populações de P. constantimontium da América do Sul apresentam conídios
tipicamente unciformes, esquâmulas com tendência a serem eretas e de córtex inferior
freqüentemente erodido (Sérusiaux 1983).
Parmelia squamuligera Sant. (nomen nudum) é mencionada em trabalhos para o Rio
Grande do Sul por Osorio (1970a/b) e Osorio & Fleig (1982), mas na
verdade estes espécimes
provavelmente referem-se a Punctelia constantimontium. Segundo Sérusiaux (1983),
P.
squamuligera
foi um nome de herbário usado por Santesson para populações provenientes
da América do Sul.
Os espécimes de Vacaria conferem com a descrição de Sérusiaux (1983) e têm
características semelhantes ao material sul americano comentado por ele. Também, as
exsicatas apresentaram partes do talo que variaram de lobulada
-
filidiada a isidiada; entretanto,
em Canêz & Spielmann 1038, a grande maioria das estruturas se caracterizam evidentemente
como lóbulos por apresentarem córtex inferior; porém, em outras partes do mesmo talo,
aparecem filídios, sem córtex inferior. em Canêz 101, as estruturas mais abundantes são
isídios achatados, que no início do desenvolvimento podem parecer sorédios, mas são
evidentemente corticados. Mais material precisaria ser estudado para estabelecer o possível
significado dessas variações.
Punctelia fimbriata
Marcelli & Canêz,
ined
.
Figura 77
TALO
verde acinzentado, lo
bado,
10
cm diâm.;
lobos
com ramificações irregulares,
1,0 5,0 mm larg., adnatos, contíguos, ápice redondo, algumas vezes pruinoso, margem de
crenada a crenulada, com aspecto fimbriado, elevada, superfície superior contínua, lisa;
lacínulas
ausentes;
mácul
as
de fracas a distintas, punctiformes, laminais;
pseudocifelas
193
brancas,
arredondadas
, raramente elípticas, planas, menos freqüentemente marginada,
0,05 0,12 ( 0,20) mm diâm., localizadas mais freqüentemente nas partes distais, tornando-
se
muito filidiadas nas áreas centrais.
PÚSTULAS
ausentes.
SORAIS
ausentes.
ISÍDIOS
ausentes.
FILÍDIOS
simples, irregulares e coralóides, eretos, 0,2 0,5
0,2 0,4 mm, ápice
redondo e levemente recortado, distribuídos nas margens dos lobos e nas margens das
pseudocifelas, os mais velhos podem tornar-se corticados (lóbulos) da base em direção ao
ápice.
MEDULA
branca, pigmento ausente. SUPERFÍCIE INFERIOR negra, de lustrosa a
opaca, de lisa a levemente papilada; margem de bege a raramente branca, lustrosa, nua,
0,8 1,5 mm larg., limite atenuado, lisa
;
rizinas
negras, muitas vezes com o ápice branco,
simples, 0,25 0,80
<0,05 0,05 mm, freqüentes, distribuídas homogeneamente.
APOTÉCIOS
ausentes.
PICNÍDIOS
ausentes.
Testes de coloração: córtex superior K+ amarelo, UV ; medula K , C+ rosa, KC + rosa, P ,
UV
.
Substâncias de importância taxonômica: traços de atranorina (cortical), ácido girofórico
(medular).
Material examinado: município de Vacaria, localidade de Fazenda da Estrela, campo,
28º04 15,9 S, 50º55 11 W, 850 m de altitude, sobre córtex de laranjeira em terreno
abandonado, col.
L.S.
Canêz & A
.A.
Spielmann
977, 12
-I-
2004.
Comentários
Punctelia fimbriata é caracterizada pelos filídios marginais muito delicados, que o
um aspecto fimbriado às margens (muitas vezes esses filídios são contíguos lembrando uma
franja que contorna os lobos), superfície inferior negra e a presença de ácido girofórico
(C+
rosa) na medula. O nome da espécie faz referência a essa característica dos filídios.
Esta espécie é bastante distinta de todas as outras que possuem ácido girofórico na
medula e superfície inferior negra.
P.
colombiana
tem isídios coralóides,
P.
constantimontium
Sérus. tem filídios distribuídos por todo talo, lembrando pequenos lóbulos, exceto pela
ausência de córtex inferior e P.
stictica
(Del.
ex
Duby) Krog tem sorédios isidióides.
194
Punctelia graminicola
(Bouly de Lesdain) Egan
The Bryologist
106(2)
: 315. 2003.
Figura 78
Basiônimo:
Parmelia graminicola Bouly de Lesdain, Revue Bryologique et Lichénologique
12: 59. 1942.
Tipo
:
United States, New México, Chimayo Dam, 1.900m, 18-
VII
-
1935,
Arsène
22533
(ASU, lectotipo)
Arsène
22535 (ASU, sintipo).
Distribuição conhecida: África (Swinscow & Krog 1988), América do Norte (Esslinger &
Egan 1995, Egan & Aptroot 2004), América Central (Swinscow & Krog 1988); na América
do Sul é conhecida para Argentina (Adler 1989, Calvelo & Liberatore 2002) e Brasil
MG
(Ribeiro 1998), PR (Eliasaro 2001), RS (Spielmann 2004) e SP (Ribeiro 1998).
TALO
verde ou verde acinzentado, lobado, 16 cm diâm.;
lobos
irregulares,
1,0 4,0 mm larg., de sobrepostos lateralmente a contíguos, de adnatos a elevados, ápice
redondo, margem de crenada a lisa, às vezes com aparência crenulada devido aos lóbulos
jovens, superfície de contínua a raro irregularmente rachada, de rugosa a levemente
foveolada;
lacínulas
ausentes ou presentes, densas, às vezes indistintas, de simples a
dicotômicas, 0,20 0,80 (
1,50)
0,15 0,40 ( 0,60) mm, nascendo das margens ou das
pseudocifelas, localizadas no centro do talo, planas, ascendent
es, ápice de redondo a truncado;
pseudocifelas
brancas, de puntiformes a raramente elípticas, de planas a marginadas,
raramente com medula elevada, 0,05 0,20 ( 0,30) mm, distribuídas por todo o talo,
freqüentemente também nos lóbulos, muitas vezes originando rachaduras sobre as rugas das
partes velhas;
máculas
ausentes
;
pústulas
ausentes;
cílios
ausentes.
SORAIS
ausentes.
ISÍDIOS
ausentes.
MEDULA
branca, pigmento ausente. SUPERFÍCIE INFERIOR de
castanha clara a marfim, de opaca a levemente lustrosa, lisa; m
argem
concolor ao centro,
lustrosa, raramente opaca, nua, (<0,25 ) 0,50 1,50 (
2,00)
mm, limite atenuado, de lisa a
menos freqüentemente papilada
;
rizinas
de
concoloridas a brancas, simples, <0,20 0,70
0,05 (
0,10)
mm, de abundantes a freqüentes, às vezes densas, distribuídas quase
uniformemente por toda superfície.
APOTÉCIOS
côncavos, 0,50
5,50 (
8,00)
mm diâm.,
adnatos, laminais, raramente submarginais, margem lisa, fendida, anfitécio pseudocifelado,
raramente rugoso, disco de castanho a castanho claro, imperfurados;
ascosporos
elipsóides,
11,0 15,0
(6,0 ) 7,0 10,0
m,
epispório
1,20
m.
PICNÍDIOS
de laminais a
195
submarginais, muitas vezes nas lacínulas, de ostíolo negro;
conídios
unciformes, 4,0
6,0
(
7,0) 1,0
m.
Testes de coloração: córtex superior K+ amarelo, UV ; medula K , C+ rosa forte, KC+ rosa
forte, P
, UV
.
Substâncias de importância taxonômica:
atranorina (cortical), ácido lecanórico (medular).
Material examinado:
município de Vacaria, localidade de Fazenda da Estrela, campo aberto,
28º01 58 S, 50º58 17,5 W, 900 m de altitude, saxícola na beira da estrada, col. L.S. Canêz &
A.A.
Spielmann
430
, 19
-
VII
-
2003; idem, em galho fino de árvore na beira da estrada, col.
L.S.
Canêz & A.A. Spielmann
395b
, 19-
VII
-2003; idem, córtex de árvore na beira da estrada, col.
L.S. Canêz & A.A. Spielmann
402b, 440, 448
, 19-
VII
-2003; idem, campo de pastagem,
28º03 57,3 S, 50º57 38,1 W, 905 m de altitude, em cerca de madeira da casa do Sr. Teixeira,
local iluminado, col. L.S. Canêz & A.A. Spielmann 108, 01-
III
-
2003;
idem, col. L.S. Canêz
084, 085
, 01
-
III
-
2003; mata com Araucaria angustifolia
, 28º03 58,8 S, 50º57 34,1 W, 905 m
de altitude, sobre córtex de árvore, col. L.S. Canêz & A.A. Spielmann 150, 151, 03-
III
-
2003;
idem, campo com Araucaria angustifolia, 28º04 56 S, 50º58 32,6 W, 980 m de altitude,
córtex de árvore na beira da estrada, col. L.S. Canêz & A.A. Spielmann 527, 19-
VII
-
2003;
idem, em campo de pastagem, 28º04 01,8 S, 50º57 45,4 W, 920 m de altitude, rocha
basáltica exposta ao sol parte do dia, col. L.S. Canêz & A.A. Spielmann 861a, 886, 13-I-
2004;
idem, campo, 28º02 44,6 S, 51º02 01,7 W, 860 m de altitude, galho fino de arbusto na
margem direita do Rio Frade, col.
L.S.
Canêz & A
.A.
Spielmann
1246, 11-I-2004.
Comentários
Punctelia graminicola é caracterizada pelas lacínulas freqüentes, conídios unciformes,
superfície inferior castanha e ausência de sorédios e isídios. Punctelia hypoleucites (Nyl.)
Krog apresenta as mesmas características, porém tem conídios filiformes.
As projeções marginais encontradas nessa espécie têm sido genericamente chamadas
de lóbulos ou filídios na literatura. Porém, elas são sempre corticadas na superfície inferior,
têm sempre a forma de fita e são mais adequadamente tratadas como lacínulas. No comentário
abaixo os termos utilizados
pelos diversos autores são mantidos, entre aspas.
Outra espécie com lóbulos de esquamiformes a isidiados
é Punctelia bolliana
(Müll.
Arg.) Krog, que apresenta a superfície inferior castanha e conídios unciformes, mas
não produz ácido lecanórico (C
) (Wil
helm & Ladd 1992).
196
Durante muito tempo Punctelia semansiana (W.Culb. & C. Culb.) Krog foi tratada
como
P. hypoleucites. Culberson & Culberson (1980), analisando coleções herbário,
perceberam um dimorfismo de conídios em P. hypoleucites, havendo espécimes c
onídios
unciformes e outros com conídios filiformes. Aqueles espécimes com conídios unciformes
foram designados com
Parmelia
[
Punctelia
]
semansiana
W.Culb. & C. Culb.
No entanto, mais recentemente, Egan (2003) descobriu o tipo de
Parmelia
graminicola
B. de Lesd. e percebeu que conferia com a descrição de P. semansiana. Então,
propôs a nova combinação, Punctelia graminicola (B. de Lesd.) Egan, colocando
P.
semansiana
em sua sinonímia.
As descrições apresentadas na literatura para P. graminicola variam quanto à ausência
ou presença de lóbulos . São completamente ausentes na descrição dada por Swinscow &
Krog (1988), ausentes ou presentes de acordo com Egan & Aptroot (2004), e sempre
presentes
nas descrições de por Ribeiro (1998) e Eliasaro (2001).
Nos espécimes de Vacaria encontrou-se toda esta variação: indivíduos totalmente
lacinulados
, indivíduos completamente sem lacínulas e indivíduos intermediários, com apenas
parte do talo lacinulada ou com lacínulas pouco desenvolvidas.
Além da variação na presença de lacínulas, outras variações foram observadas: em
Canêz & Spielmann 402b, 395b e 527 as pseudocifelas são mais tênues e menos freqüentes;
Canêz 150 é a única que apresenta o lado de baixo com centro levemente rugoso; Canêz &
Spielmann 527 apresenta os lobos bem mais estreitos, chegando a sublaciniados, e neste caso,
as lacínulas são indistintas ou muito jovens; Canêz & Spielmann 395b apresenta disco do
apotécio mais claro; Canêz & Spielmann 430 e Canêz 084 têm as pseudocifelas mais
comumente nas partes jovens, talvez pelo fato dos lóbulos serem extremamente abundantes e
distribuídos por quase todo talo; nessas duas coletas também, as pseudocifelas são ausentes
nos lóbulos; e Canêz 084 apresenta lacínulas muito eretas. Porém não houve variação na
forma e no t
amanho dos esporos e conídios.
A exsicata Canêz & Spielmann 151, apesar das reações C+ rosa e KC+ rosa na
medula, não mostrou nenhuma substância em nenhum dos sistemas de solvente usados
(A e C) para cromatografia.
197
Punctelia osorioi Canêz & Marcelli
,
ined
.
Figura 79
TALO
de
cinza a cinza esverdeado, lobado, 13 cm diâm.;
lobos
com ramificações
irregulares, 0,9 4,0 (
4,5)
mm de largura, de adnatos a frouxo adnatos, de contíguos a
levemente sobrepostos lateralmente, ápice redondo, margem de lisa a crenada, superfície
contínua, de rugosa a levemente foveolada;
lacínulas
ausentes;
máculas
ausentes;
pseudocifelas
brancas, mais freqüentemente planas, às vezes marginadas, puntiformes,
raramente elipsóides, 0,05 0,15 ( 0,30) mm diâm., às vezes originando rachaduras no centro
do talo, distribuídas por todo talo, cristas das rugosidades ou nas áreas planas;
cílios
ausentes.
PÚSTULAS
ausentes.
SORAIS
ausentes
.
ISÍDIOS
ausentes.
MEDULA
branca, pigmento
ausente.
SUPERFÍCIE INFERIOR castanha clara ou branca em alguns pontos, levemente
lustrosa, de lisa a rugosa; margem concolor ao centro, lustrosa, nua ou com estreita margem
sem rizinas, <0,10 0,60 (
1,00)
mm, limite atenuado ou ausente, lisa, raramente rugosa ou
papilada
;
rizinas
concoloridas à superfície inferior, brancas ou raramente escurecidas,
simples, (0,15 ) 0,25 0,95 (
1,50)
0,05 mm, abundantes, distribuídas homogeneamente.
APOTÉCIOS
côncavos, 2,0 8,0 mm diâm., adnatos, raramente pedicelados, laminais,
raramente submarginais, margem lisa, anfitécio pseudocifelado e levemente rugoso, disco
ocre, imperfurados;
ascosporos
elipsóides, (10 ) 12 17,5 (
24)
7
10
(
12)
m,
epispório
1,2 (
2,0)
m.
PICNÍDIOS
de submarginais a marginais, de ostíolo negro;
conídios
unciformes, (3,8
) 5,0
6,0 1,0
m.
Testes de colo
ração:
córtex superior K+ amarelo, UV
; medula K
, C
, KC
, P
, UV
.
Substâncias de importância taxonômica: traços de atranorina (cortical), ácido caperático
(medular).
Material examinado: município de Vacaria, localidade de Fazenda da Estrela, campo com
árvores esparsas, 28º01 58 S, 50º58 17,5 W, 900 m de altitude, em galho de árvore na beira
da estrada, col. L.S.Canêz & A.A.
Spielmann
424, 19-
VII
-2003; idem, córtex de árvore
próximo da estrada, col. L.S.Canêz & A.A.
Spielmann
393
, 19-
VII
-2003; idem, campo,
28º02 44,6 S, 51º02 01,7 W, 860 m de altitude, em galho de arbusto na margem direita do
Rio Frade, junto com musgos e pteridófitas, col. L.S. Canêz & A.A. Spielmann
665
, 11-I-
2004; idem, mata aberta, 28º04 16,6 S, 50º55 39,7 W, 930 m de altitude, corticícola em
borda de mata, col.
L.S.
Canêz & A
.A.
Spielmann
737, 12-I-2004.
198
Comentários
Punctelia osorioi é caracterizada pela ausência de propágulos vegetativos, superfície
inferior castanha, conídios unciformes e por produzir ácido caperático (C ). É semelhan
te
morfologicamente a Punctelia purpurascens Marcelli & Canêz, que apresenta um pigmento
não identificado, de cor amarelada, que reage K+ roxo ou lilás; além disso, P. purpurascens
tem o talo muito foveolado, pseudocifelas sempre nas cristas das fóveas, muitas elípticas,
bastante conspícuas à vista desarmada, apotécios grandes, fendidos e com disco castanho
escuro.
Punctelia bolliana
(Müll. Arg.) Krog também tem superfície inferior castanha e ácidos
graxos na medula (C ), mas apresenta filídios densos (Hale 1965b, Krog 1982,
Brodo
et
al
.
2001).
Wilhelm & Ladd (1992), afirmam que as coleções de Midwestern, nos Estados
Unidos, não apresentam lóbulos; no entanto, P. bolliana é originalmente descrita com lóbulos
por Müller Argoviensis (1877).
Outra espécie com superfície inferior clara e propágulos vegetativos ausentes, é
Punctelia nebulata Elix & Johnst., que apresenta conídios filiformes (9 11 m) (Elix &
Johnston 1988).
Os espécimes de Vacaria não apresentam variações morfológicas significativas,
apenas Canêz
& Spielmann 737 tem conídios menores que as demais, de 3,7 5,0
m.
Punctelia purpurascens
Marcelli & Canêz,
ined
.
Figura 80
TALO
verde ou verde acinzentado,
lobado,
10 15 cm diâm.;
lobos
com ramificações
irregulares, 0,7 2,0 (
3,0)
mm larg., de frouxamente adnatos a adnatos, sobrepostos
lateralmente e amontoados no centro, raramente contíguos, ápice redondo, margem crenada,
raramente lisa, superfície superior contínua, de foveolada a rugosa;
lacínulas
ausentes;
máculas
ausentes;
pseudocifelas
conspícuas,
brancas, marginadas, menos comumente planas,
puntiformes, 0,05 0,15 mm diâm., ou elípticas, até 0,3 mm comp., distribuídas por toda
superfície, sempre nas cristas das fóveas ou rugas, originam rachaduras no centro do talo;
cílios
ausentes.
PÚSTULAS
ausente
s.
SORAIS
ausentes.
MEDULA
branca, pigmento
amarelado K
lilás fraco ou pigmento laranja claro K+ roxo, aparecendo como manchas
199
localizadas mais freqüentemente nas áreas distais dos lobos.
SUPERFÍCIE INFERIOR
bege
ou castanha clara, levemente lustrosa, lisa, raro levemente rugosa; margem concolor ao talo
ou levemente mais escurecida, lustrosa, nua, 0,2 1,0 mm larg., lisa
;
rizinas
concoloridas à
superfície, menos freqüentemente escurecidas, simples, raramente peniciladas, 0,15 1,00
<0,05 0,05
mm, abundantes, distribuídas homogeneamente.
APOTÉCIOS
de planos a
levemente côncavos,
2,0 10,0
mm diâm., adnatos, laminais, margem lisa, lacerada nos mais
velhos, anfitécio pseudocifelado, disco castanho escuro, não perfurados;
ascosporos
elipsóides, 12,5 17,0
7,5 10,0
m,
epispório
1,2
m.
PICNÍDIOS
submarginais ou
laminais, de ostíolo negro;
conídios
unciformes, 4,0 6,0
m.
Testes de coloração: córtex superior K+ amarelo, UV ; medula branca K , C , KC , P
ou
fraco amarelo, UV
; medula colorida K+ lilás fraca ou ro
xa.
Substâncias de importância taxonômica: traços de atranorina (cortical), ácido caperático,
esquirina (medulares).
Material examinado: município de Vacaria, localidade de Fazenda da Estrela, vegetação
ciliar, 28º02 44,6 S, 51º02 01,7 W, 860 m de altitude, em galho de arvoreta na margem em
campo na margem direita do Rio Frade, col. L.S. Canêz & A.A. Spielmann 1247, 11-I-
2004;
idem, campo, 28º04 01,8 S, 50º57 45,4 W, 920 m de altitude, sobre basalto em local aberto,
col.
L.S.
Canêz & A
.A.
Spielmann
869, 13
-I-
2004.
Material adicional examinado: Rio Grande do Sul, município de Herveiras, 29º25 51,9 S,
52º40 17,4 W, 570 m de altitude, em base de arbusto no barranco da estrada, col. A.A.
Spielmann, L
.S. Canêz & C.
Trentin
1007, 24-I-2004.
Comentários
Esta espécie é caracterizada pela ausência de propágulos vegetativos, pseudocifelas
conspícuas à vista desarmada, medula com pigmento amarelo ou alaranjado K+ lilás ou roxo
e conídios unciformes.
Morfologicamente é semelhante a Punctelia osorioi Canêz & Marcelli, que tem o talo
mais rugoso, menos foveolado, pseudocifelas mais freqüentemente puntiformes, planas e
muito inconspícuas à vista desarmada, localizadas tanto nas cristas quanto nas partes lisas,
disco do apotécio ocre claro e não apresenta pigmento na medula.
200
Punctelia bolliana (Müll. Arg.) Krog também pode lembrar P. purpurascens por
apresentar superfície inferior clara e conídios unciformes, no entanto é densamente lobulada e
não apresenta pigmento na medula.
A presença de pigmento na medula ainda não havia sido referida para o gênero
Punctelia
. Nesta espécie trata-se provavelmente de esquirina, não evidenciada na
cromatografia destes espécimes, apenas em espécimes de outras localidades do Rio Grande do
Sul. Nas coletas de Vacaria o pigmento pode estar disperso pelo talo, sendo visualizado por
uma cor amarela inconspícua que reage K+ lilás; quando em maior concentração, o pigmento
é visto como uma mancha laranja que reage K+ roxo. O nome do epíteto específico faz
referência a esta característica peculiar.
Pu
nctelia reddenda
(Stirton) Krog
Nordic Journal of Botany
2
: 291. 1982.
Figura 81
Basiônimo:
Parmelia reddenda
Stirton,
Scottish Naturalist
4: 298. 1877
-78.
Tipo:
Escócia, near of New Galloway,
M.
Andrew
(BM, holotipo).
Distribuição conhecida: Europa (Culberson 1962, Krog 1970), África (Krog & Swinscow
1977, Swinscow & Krog 1988), América do Norte (Esslinger & Egan 1995); na América do
Sul é conhecida para o Brasil
MG (Ribeiro 1998), RS (Spielmann 2004).
TALO
verde, lobado,
15
cm diâm.;
lobos
com ramificações irregulares, 2,0 5,0
mm
larg., de elevados a adnatos, contíguos, ápice redondo, margem de crenada a crenulada,
superfície superior contínua, rugosa;
lacínulas
ausentes; máculas ausentes;
pseudocifelas
brancas, planas, puntiformes, estreladas nas partes distais, 0,05 0,20 mm diâm., distribuídas
por todo talo, muito sorediadas-isidiadas aquelas do centro;
cílios
ausentes.
PÚSTULAS
ausentes.
SORAIS
de capitados a lineares interrompidos, raramente lineares contínuos,
laminais e marginais; sorédios originados das pseudocifelas e das margens, de granulares a
isidióides, muitas vezes corticados, semelhantes a lóbulos levemente ascendentes.
ISÍDIOS
ausentes.
MEDULA
branca, pigmento ausente. SUPERFÍCIE INFERIOR negra, levemente
lustrosa, rugosa; margem
castanha
, raramente negra, lustrosa, nua, 1,0 2,0 mm, limite nítido,
de lisa a levemente rugosa
;
rizinas
negras, com ápice branco naquelas marginais, simples,
0,20 0,50 (
0,75)
0,05 mm, freqüentes, distribuídas homogeneamente.
APOTÉCIOS
201
ausentes.
PICNÍDIOS
submarginais, de ostíolo negro, 0,05 0,10 mm diâm.;
conídios
unciformes, 5,0 7,0 1,0
m.
Testes de coloração:
córtex superior K+ amarelo, UV
; medula K
, C
, KC
, P
, UV
.
Substâncias de importância taxonômica: atranorina (cortical), ácidos protopraesorediósi
co,
praesorediósico, protoliquesterínico e ácidos graxos não identificados (medulares).
Material examinado: município de Vacaria, localidade de Fazenda da Estrela, vegetação
ciliar, 28º02 30,1 S, 50º56 56,1 W, 800 m de altitude, em galho de arvoreta na mar
gem
esquerda do arroio, col. L.S.Canêz & A.A.
Spielmann
463a, 19-
VII
-2003; idem, campo,
28º04 56 S, 50º58 32,6 W, 980 m de altitude, em galho de árvore na beira da estrada, col.
L.S.
Canêz & A
.A.
Spielmann
528, 19-
VII
-2003.
Comentários
Punctelia reddenda se caracteriza pelos sorédios granulares, muitas vezes isidióides,
conídios unciformes, esporos menores que 20 m, superfície inferior negra e ácidos graxos
(C
) como constituintes medulares.
Morfologicamente é semelhante a Punctelia borreri (Sm.) Krog, que também é
sorediada e apresenta a superfície inferior negra, mas produz ácido girofórico (C+ rosa) na
medula e os sorédios nunca chegam a isidióides (Hale 1965b).
Esta espécie também pode ser confundida com
Punctelia stictica
(Del.
ex
Duby) Krog,
que tem pseudocifelas distintamente marginadas, conídios filiformes, superfície inferior
castanha e produz ácido girofórico (C+ rosa).
Punctelia appalachensis (W. Culb.) Krog, tem a superfície inferior negra, ácidos
graxos como constituintes medulares, mas apresenta isídios coralóides ou esquamiformes,
nunca sorédios (Krog & Swinscow 1977, Krog 1982, Swinscow & Krog 1988, Calvelo &
Adler 1999).
Os espécimes de Vacaria conferem com as descrições de Krog & Swinscow (1977).
202
Punctelia riograndensis
(Lynge) Krog
Nordic Journal of Botany
2
: 291.
1982.
Figura 82
Basiônimo:
Parmelia riograndensis Lynge,
Arkiv För Botanik
(13)13: 26. 1914.
Tipo:
Brasil, Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 25
-IX-1892,
Malme
461 (S, lectotipo).
Distribuição conhecida: África (Sérusiaux 1983); na América do Sul é conhecida para
Argentina (Sérusiaux 1983, Ferraro 1986, Calvelo & Liberatore 2002), Uruguai
(Sérusiaux
1983) e Brasil
MG, SP (Ribeiro 1998), PR (Eliasaro 2001) e RS (Spielmann
2004).
TALO
cinza ou cinza esverdeado, lobado, 10
cm
diâm.;
lobos
com ramificações
irregulares, (0,9 ) 1,5 3,0 (
4,0)
mm de largura, de sobrepostos a contíguos, de adnatos a
pouco elevados, ápice redondo, margem lisa, superfície contínua, de lisa a rugosa, menos
comumente foveolada;
lóbulos
ausentes;
máculas
ausentes;
pseudocifelas
brancas,
puntiformes, raramente elípticas, planas ou marginadas, 0,05
0,35 mm diâm., distribuídas por
todo talo, presentes mais freqüentemente nas cristas das rugas ou das fóveas;
cílios
ausentes.
PÚSTULAS
ausentes.
SORAIS
ausentes
.
ISÍDIOS
ausentes.
MEDULA
branca, pigmento
ausente.
SUPERFÍCIE INFERIOR negra, de lustrosa a opaca, de lisa a levemente rugosa;
margem
de castanha a castanha clara, de lustrosa a opaca, nua, 0,05 0,50 mm larg., limite de
nítido a atenuado, lisa, raramente rugosa ou papilada
;
rizinas
brancas nas margens, pretas no
centro, muitas vezes com o ápice branco, simples, 0,15 0,35 (
0,45)
< 0,05 0,05 mm,
freqüentes, distribuídas homogeneamente.
APOTÉCIOS
côncavos, às vezes passando a
planos, (1,2 ) 2,0 6,0 (
9,0)
mm de diâmetro, adnatos, raramente pedicelados, laminais,
menos freqüentemente submarginais, margem lisa, raramente rugosa, anfitécio
pseudocifelado, rugoso, às vezes com aspecto pruinoso, disco castanho claro, imperfurados;
ascosporos
elipsóides, 20 24 (
25)
(11 ) 12 16 (
17)
m,
epispório
1,0 2,0 (
3,0)
m.
PICNÍDIOS
de submarginais a laminais, ostíolo negro, < 0,05 0,10 mm diâm.;
conídios
unciformes, 5,0
6,0 (
9,0) 1,0
m.
Testes de coloração: córtex superior K+ amarelo, UV ; medula K , C
ou C+ rosa fraco,
KC
ou KC+ rosa fraco, P
, UV
.
203
Substâncias de importância taxonômica: atranorina (cortical), ácidos protoliquesterínico e
praesorediósico (medulares).
Material examinado:
município de Vacaria, localidade de Fazenda da Estrela, campo aberto,
28º0
4 58,9 S, 50º56 48,9 W, 850 m de altitude, ramo de árvore, col. L.S. Canêz & A.A.
Spielmann
144
, 23-
II
-2003; idem, campo de pastagem, 28º03 57,3 S, 50º57 38,1 W, 905 m
de altitude, em laje no pátio da casa do Sr. Teixeira, col. L.S. Canêz
104
, 01-
III
-
2003;
idem,
campo, 28º01 58 S, 50º58 17,5 W, 900 m de altitude, em galho fino de árvore na beira da
estrada, col. L.S. Canêz & A.A. Spielmann 427, 19-
VII
-2003; idem, campo sujo,
28º03 46,8 S, 50º57 33,7 W, 876 m de altitude, em galho de Podocarpus lambertii em
borda
de mata ciliar, col. L.S. Canêz & A.A. Spielmann 839, 10-I-2004; idem, vegetação ciliar,
28º02 44,6 S, 51º02 01,7 W, 860 m de altitude, em galho fino de arbusto na margem direita
do Rio Frade, col.
L.S.
Canêz & A
.A.
Spielmann
673, 11-I-2004.
Comentá
rios
Punctelia riograndensis é caracterizada pela ausência de propágulos vegetativos,
medula C
ou C+ rosa fraco, superfície inferior negra, esporos grandes (20 25
12 17
m) e
conídios unciformes.
Morfologicamente é semelhante a Punctelia subpraesignis (Nyl.) Krog, que também
não apresenta propágulos vegetativos, tem a superfície inferior negra e conídios unciformes,
mas tem esporos menores (<20
m) e ácido girofórico na medula (C+ rosa).
Em espécimes sem apotécio, a separação entre as duas espécies, P. r
iograndensis
e
P.
subpraesignis
, é feita facilmente através de teste de spot. P. subpraesignis reagirá C+ rosa
conspícuo em qualquer parte do talo que for testada; enquanto em P. riograndensis a reação é
C+ rosa fraco (inconspícuos) que pode ser observada em algumas partes do talo somente, às
vezes necessitando ser repetida para que a reação seja visualizada.
Se apenas a reação negativa do C for observada, P. riograndensis pode ser confundida
com
Punctelia borrerina (Nyl.) Krog, que possui esporos menores que 20 m, ou, com
Punctelia negata
(Nyl.) Krog, que tem conídios filiformes.
Punctelia riograndensis foi descrita por Ferraro (1986) com conídios unciformes,
ácido girofórico (C+ rosa) e superfície inferior castanha. Aparentemente a descrição dada por
Ferr
aro se refere a
Punctelia graminicola
(de Lesd.) Egan, no entanto, as medidas dos esporos
fornecidas (> 20
m) são maiores do que as esperadas para
P.
graminicola.
Os espécimes de Vacaria apresentam morfologia semelhante e conferem com as
descrições dadas por Sérusiaux (1983), Ribeiro (1998) e Eliasaro (2001), porém, ao contrário
204
da literatura, não foram encontrados traços de ácido girofórico na cromatografia, embora sua
presença tenha sido notada nos testes de spot.
Punctelia subpraesignis (Nylander) Krog
Nordic Journal of Botany
2
: 291.
1982.
Figura 83
Basiônimo:
Parmelia subpraesignis
Nylander,
Les Lichenes des Environs de Paris
: 36. 1896.
Tipo:
Argentina, F. Kurtz, misit Stizenb. maio 1894 (H
NYL 35066, holotipo).
Distribuição conhecida:
África (Kro
g & Swinscow 1977, Swinscow & Krog 1988), América
do Norte (Culberson 1962, Wilhelm & Ladd 1992, Esslinger & Egan 1995); na América do
Sul é conhecida para Argentina (Culberson 1962, Calvelo & Liberatore 2002) e Brasil
PR
(Eliasaro 2001) e RS (Ferraro 19
86, Spielmann 2004).
TALO
verde, lobado,
19
cm diâm.;
lobos
com ramificações irregulares, 2,0 5,0
mm
larg., frouxamente adnatos, sobrepostos nas margens e amontoados no centro, ápice redondo,
muitas vezes pruinoso, margem de lisa a crenada, superfície contínua, foveolada;
lacínulas
ausentes;
máculas
ausentes;
pseudocifelas
brancas, planas, menos freqüentemente
marginadas, de elíptica a arredondadas, 0,05 0,15 mm diâm., distribuídas por toda superfície,
mais freqüentemente nas partes elevadas;
cílios
ausente
s.
PÚSTULAS
ausentes.
SORAIS
ausentes.
ISÍDIOS
ausentes.
MEDULA
branca, pigmento ausente.
SUPERFÍCIE
INFERIOR
negra, opaca, lisa; margem de castanha clara a bege, de opaca a lustrosa, nua,
0,9 3,0 mm larg., limite de atenuado a nítido, lisa, levemente rugosa ou papilada
;
rizinas
de
castanhas escuras a castanhas, às vezes com ápice esbranquiçado, simples, 0,20 1,00
0,05 mm, freqüentes, agrupadas e um pouco mais freqüentes nas margens.
APOTÉCIOS
côncavos, 3,0 6,0 mm diâm., adnatos, laminais, margem lisa, anfitécio pseudocifelado, não
perfurados;
ascosporos
ausentes.
PICNÍDIOS
submarginais, de ostíolo negro;
conídios
unciformes, 5,0 6,0
1,0
m.
Testes de coloração: córtex superior K+ amarelo, UV ; medula K , C+ rosa, KC+ rosa, P ,
UV
.
205
Substâncias de importância taxonômica: traços de atranorina (cortical), ácido girofórico e
uma substância assessória (medulares).
Material examinado: município de Vacaria, localidade de Fazenda da Estrela, campo sujo,
28º04 15,9 S, 50º57 11 W, 850 m de altitude, em córtex de laranjeira em terreno
abandonado, col.
L.S.
Canêz & A
.A.
Spielmann
945, 12
-I-
2004.
Comentários
Esta espécie se caracteriza pela ausência de propágulos vegetativos, ácido girofórico
como constituinte medular (C+ rosa), superfície inferior negra, esporos menores que 20 m e
conídios unciformes.
Punctelia subpraesignis é semelhante a Punctelia riograndensis (Lynge) Hale, que
apresenta apenas traços de ácido girofórico na medula (C
ou C+ rosa fraco) e esporos
maiores que 20
m (ver Comentários sob esta espé
cie).
Outras espécies com superfície inferior negra e propágulos vegetativos ausentes
podem ser confundidas com P. subpraesignis, como por exemplo, P. negata (Nyl.) Krog
(medula C ), que tem conídios filiformes e esporos maiores que 20
m,
Punctelia borr
erina
(Nyl.) Krog, que não apresenta ácido girofórico na medula (C ) e Punctelia jujensis Adler
(medula C+ rosa), que tem conídios filiformes de 9 15
m (Krog 1982, Adler 1989).
Baseado em material da Argentina, Ferraro (1986), descreveu P. subpraesignis
com
esporos globosos (13 14 × 7 10 µm) e medula C+ rosa ou C , ou seja, a mesma química
esperada em P.
riograndensis
.
A presença de lóbulos pequenos foi descrita para P. subpraesignis por Culberson
(1962). A descrição de na realidade Culberson abarca dois táxons diferentes, um sem filídios,
lóbulos, sorédios ou isídios e refere-se mesmo a P. subpraesignis, e outro, lobulado que foi,
mais tarde, descrito como
Punctelia constantimontium
(Sérusiaux 1983).
O espécime de Vacaria confere com as descrições de Krog & Swinscow (1977) e
Eliasaro (2001).
206
Relicina
(Hale & Kurokawa) Hale
Phytologia
28
: 484. 1974.
Tipo:
Relicina relicinula
(Müller Argoviensis) Hale.
TALO
amarelado, laciniado ou sublaciniado; lacínias ou sublacínias com
ramificações dicotômicas ou irregulares, contíguas, adnatas ou levemente elevadas, ápice de
truncado a subtruncado, superfície de contínua a quebrada, de lisa a rugosa;
lacínulas
ausentes
; máculas presentes ou ausentes;
cílios
negros, bulbados, simples, de densos a
abundantes, em toda a margem;
SORAIS
ausentes.
ISÍDIOS
presentes ou ausentes.
MEDULA
branca.
SUPERFÍCIE INFERIOR
de castanha escura a negra;
margem
presente
ou ausente
;
rizinas
negras, simples ou irregularmente ramificadas, de freqüentes a
abundantes.
APOTÉCIOS
de
planos
a côncavos, sésseis, laminais ou submarginais,
coronados ou não, disco do apotécio castanho, não perfurado;
ascosporos
hialinos, simples,
de elipsóides a bicornudos, 6,0 8,0
3,0 5,0
m.
PICNÍDIOS
laminais, emersos nos
apotécios ou imersos no talo; de ostíolo negro, conídios bifusiformes, 6,0 10,0
1,0
m
(Hale 1974c, 1975b; Elix
1993).
Comentários
O talo amarelo esverdeado, devido à presença de ácido isoúsnico no córtex, e os cílios
negros bulbados distribuídos nas margens dos lobos caracterizam
Relicina
.
O gênero
Bulbothrix
Hale também apresenta cílios bulbados nas margens dos lobos,
mas é facilmente reconhecido por produzir atranorina no córtex superior (talo cinza a verde
acinzentado).
Relicina
foi proposto por Hale (1974c) com 22 espécies combinadas. Hale (1975b)
descreveu 24 espécies em sua monografia do gênero, e outras 47 espécies foram descritas por
Elix (1996b).
No Brasil este gênero não é diversificado; são citadas apenas seis espécies (Marcelli
2004), e para o Rio Grande do Sul são conhecidas somente duas espécies: R. abstrusa
(Vainio) Hale e R.
subabstrusa
(Gyeln.) Hale (Spielmann 2004).
Em Fazenda da Estrela apenas
R. abstrusa
foi coletada.
207
Relicina abstrusa
(Vainio) Hale
Phytologia
28
: 484. 1974.
Figura 84
Basiônimo:
Parmelia abstrusa
Vainio,
Acta Societatis pro Fauna et Flora Fennica
7(1):
64.
1890.
Tipo:
Brasil, Minas Gerais, Caraça,
Vainio
1347 (não 1346) (TUR, lectotipo; UPS,
isolectotipo).
Distribuição conhecida: Oceania (Elix 1994i, 1996b), Ásia (Elix 1996b, Kurokawa & Lai
2001),
África (Elix 1996b), América do Norte (Hale 1975b), América Central (Elix 1996b);
na América do Sul é conhecida para Argentina (Osorio 1969, Elix 1996b), Colômbia (Hale
1975b, Elix 1996b), Guiana, Paraguai (Elix 1996b), Venezuela (Hale 1975b, Elix 1996b),
Uruguai (Elix 1996b) e Brasil
BA (Marcelli 1993b), ES (Elix 1996b), GO (Marcelli 1993b),
MG (Osorio 1973, Hale 1975b, Marcelli 1993, Elix 1996b), MS (Marcelli 1993), MT
(Marcelli 1993b, Elix 1996b), RJ (Hale 1975b, Elix 1996b), PR (Eliasaro 2001), RS
(Sp
ielmann 2004), SP (Marcelli 1993b, Elix 1996b) e TO (Eliasaro & Adler 1997).
TALO
amarelado, de laciniado a sublaciniado,
(3,5
) 15,0
cm;
lacínias ou
sublacínias
de ramificações subdicotômicas a irregulares, 0,60 1,80 mm larg., adnatos,
contíguos ou sobrepostos lateralmente no centro do talo, ápice truncado, margem lisa,
superfície superior contínua, às vezes irregularmente quebrada, lisa, às vezes rugosa;
lacínulas
ausentes; máculas fracas, puntiformes, laminais;
pseudocifelas
ausentes;
cílios
negros, simples, 0,15 0,35
0,05 mm, bulbados, bulbos 0,08 0,15 mm larg. contíguos,
presentes em toda a margem.
PÚSTULAS
ausentes.
SORAIS
ausentes.
ISÍDIOS
de bases
concolores ao talo, com ápice marrom, cilíndricos, de simples a raramente ramificados,
0,10 0,40
0,05 0,15 mm, eretos, de firmes a caducos, ápice eciliado, laminais.
MEDULA
branca, pigmento ausente. SUPERFÍCIE INFERIOR negra, lustrosa, de papilada a lisa;
margem
ausente ou raramente presente, castanha muito escura, limite muito atenuado
;
rizinas
negra
s, menos freqüentemente castanhas escuras, de simples a raramente furcadas,
0,15 1,20 (
2,00)
0,05 0,08 mm, muito densas, distribuídas homogeneamente.
APOTÉCIOS
ausentes.
PICNÍDIOS
raros, laminais, de ostíolo negro;
conídios
fraco
bifusiformes, 5,0 7,5 1,2
m.
208
Testes de coloração: córtex superior K , UV ; medula K+ amarelo
laranja, C , KC , P+
laranja, UV .
Substâncias de importância taxonômica: ácidos úsnico e isoúsnico (corticais), norstíctico,
hipoconstíctico, conorstíctico e traços de ácido cript
ostíctico (medulares).
Material examinado: município de Vacaria, localidade de Fazenda da Estrela, campo,
28º04 01,8 S, 50º57 45,4 W, 920 m de altitude, sobre rocha basáltica em local pouco
sombreado, col. L.S. Canêz & A.A. Spielmann 881, 13-I-2004; idem, campo de pastagem,
28º02 30,1 S, 50º56 56,1 W, 800 m de altitude, sobre Parmotrema spinibarbe em basalto
sombreado por arbusto, col.
L.S.
Canêz & A
.A.
Spielmann
1368, 12
-I-
2004.
Comentários
A presença de isídios cilíndricos, superfície inferior negra e ácido norstíctico na
medula caracterizam
Relicina abstrusa
.
Com relação às espécies semelhantes a Relicina abstrusa, Hale (1975b) faz
comentários a respeito da espécie próxima, Relicina sydneyensis (Gyeln.) Hale, que apresenta
ácido stíctico na medula, lobos de 0,8 1,5 cm de largura e superfície inferior castanha ou
castanha escura.
Relicina amphithrix Hale, também lembra R. abstrusa, mas de acordo com Elix
(1996b),
R. amphithrix tem isídios de cilíndricos a achatados e lobulados, procumbentes,
produzindo ácidos equinocárpico, conequinocárpico e traços de girofórico. Outra espécie
muito semelhante é
Relicina subnigra
Elix & Johnst., que tem rizinas densas, longas, furcadas
ou dicotomicamente ramificadas.
Na área de estudo, os espécimes têm a mesma morfologia, porém existe diferença de
tamanho do talo, largura dos lobos e na superfície superior. Na exsicata Canêz 881 o talo tem
15 cm de diâmetro, com lobos de 0,9 1,8 mm de largura e superfície superior passando a
irregularmente quebrada e rugosa em direção ao centro do talo; a exsicata Canêz 1368 tem o
talo com 3,5 cm de diâmetro, lobos menores, 0,6 1,0 mm de largura e superfície
uniformemente contínua e lisa.
Relicina abstrusa, segundo Elix (1996b), é provavelmente a espécie do gênero com a
maior distribuição geográfica conhecida, e devido a isso, o autor assumiu uma grande
variação morfológica, principalmente na forma do talo e largura dos lobos. Segundo o próprio
Elix, isto é devido à variação climática de cada região geográfica. No entanto, é difícil achar
209
uma
explicação para esta variação das coletas de Vacaria, quando os espécimes são da mesma
área geográfica, coletados a poucos quilômetros de distância um do outro.
O tamanho do talo e a medida de largura dos lobos dada por Fleig (1985), Eliasaro
(2001) e Hale (1975b) conferem com as medidas de Canêz 1368 (talo menor). a descrição
de Elix (1996b) abarcou toda a variação de tamanho observada aqui, de acordo com o autor,
os lobos medem de 0,5
2,0 mm de largura.
Parece que a variação das características de
Rel
icina abstrusa vai além da forma do
talo e da largura dos lobos; existem também variações nas substâncias químicas encontradas
pelos diferentes autores.
De acordo com Hale (1975b), R. abstrusa apresenta ácidos úsnico e norstíctico, com
ou sem ácido salazínico, raramente com ácido difractáico e traços de ácido barbático e
4-O-demetilbarbático. Elix (1994i) descreve apenas a presença dos ácidos úsnico, norstíctico,
conorstíctico e traços de hiposalazínico; posteriormente, Elix (1996b), além dessas
substância
s mencionadas por ele em 1994 para o material da Austrália, acrescentou ainda a
presença de traços de atranorina.
Para os espécimes brasileiros, Marcelli (1993b) mencionou a presença de ácidos
úsnico, norstíctico e com ou sem salazínico; Eliasaro (2001) mencionou esta mesma química
para os espécimes do Paraná, porém não encontrou traços de salazínico.
A cromatografia também não foi uniforme nas duas coletas de Vacaria. O espécime de
talo maior, Canêz 881, apresentou ácidos úsnico, norstíctico, hipoconstíctico e conorstíctico.
o espécime menor, Canêz 1368, além desses ácidos identificados em Canêz 881,
apresentou ainda ácido isoúsnico e traços de ácido criptostíctico. Ambos espécimes
apresentaram uma substância não identificada de mancha rosada, brilho branco azulado sob
UV longo e de Rf 55 após tratamento com ácido sulfúrico a 10% em solvente padrão C.
A constatação da presença de ácido isoúsnico no córtex, ácido hipoconstíctico e traços
de criptostíctico na medula desses espécimes ainda o tinha sido descrita em nenhuma da
literatura consultada para esta espécie.
Por todos os comentários encontrados na literatura e pelas diferenças encontradas em
nossos espécimes, é possível que estes materiais tratem de mais de uma espécie. No entanto,
devido à escassez de material para mais comparações, os dois espécimes são incluídos na
mesma espécie:
Relicina abstrusa
.
210
Rimelia
Hale & A. Fletcher
The Bryologist
93
: 23.
1990.
Tipo:
Rimelia cetrata
(Acharius) Hale & A. Fletcher.
TALO
acinzentado ou esbranquiçado, raro cinza esverdeado, de lobado a laciniado;
lobos ou lacínias com ramificações irregulares, 3,0 20,0 mm largura, contíguos, sobrepostos
lateralmente ou amontoados, frouxamente adnatos, elevados ou revolutos, ápice redondo ou
subtruncado, superfície rachada-reticulada, de lisa a rugosa, margem lisa, crenada ou
irregular;
lacínulas
presentes ou ausentes; máculas distintas, reticulares;
cílios
negros,
simples ou irregularmente ramificados, de poucos a abundantes.
PÚSTULAS
ausentes.
SORAIS
presentes ou ausentes.
ISÍDIOS
presentes ou ausentes.
MEDULA
branca.
SUPERFÍCIE INFERIOR
negra;
margem
presente ou ausente
;
rizinas
negras, de simples a
esquarrosas, de freqüentes a abundantes.
APOTÉCIOS
planos, côncavos ou cupuliformes, de
adnatos a pedicelados, laminais ou submarginais, perfurados ou não;
ascosporos
elipsóides,
10,0 18,0
6,0 11,0
m.
PICNÍDIOS
laminais, imersos;
conídios
de filiformes a
baciliformes, 9,0 16,0 1,0 1,5
m (
Hale & Fletcher 1990,
Fleig 1997,
Ribeiro 1998).
Comentários
O gênero
Rimelia
é caracterizado pela presença de cílios esparsos ou freqüentes nas
margens dos lobos, superfície superior com máculas reticuladas evidentes que originam
rachaduras em padrão rimoso.
O gênero
Parmotrema
é semelhante e diferenciado principalmente pela ampla margem
inferior nua e pela superfície superior emaculada ou com máculas que, teoricamente, não
originam rachaduras.
Este gênero foi criado por Hale & Fletcher (1990), com 12 espécies combinadas e
baseado principalmente em
Parmelia
seção
Hypotrachyna
*
Irregulares
(Vainio 1890a). No
Brasil, Marcelli (2004) cita 10 espécies de
Rimelia
, e para o Rio Grande do Sul são
conhecidas 8 espécies (Spielmann 2004).
Em Fazenda da Estrela foram encontradas 12 espécies de
Rimelia
, dessas R. cilindrica
Marcelli & Canêz, R.
divaricatica
Canêz, Spielmann & Marcelli, R. norloreticulata Marcelli
& Canêz e R.
sorediostictica
Canêz & Marcelli são novas para a Ciência; R. pontagrossensis
Eliasaro & Adler e
R.
succinreticulata Eliasaro & Adler são citações novas para o estado.
De todas as espécies citadas para o Brasil, apenas R. subisidiosa (Müll. Arg.) Hale &
Fletcher não foi encontrada em Vacaria.
211
C
HAVE DE IDENTIFICAÇÃ
O PARA AS ESPÉCIES D
E R
IMELIA
DE
F
AZENDA DA
E
STRELA
1a. Sorédios ausentes ................................................................................................................ 2
1b. Sorédios presentes ............................................................................................................... 3
2a. Medula K+ amarelo
vermelho, KC ................................................................
R.
cetrata
2b. Medula K
, KC+ rosa ......................................................................................
R.
homotoma
3a. Medula K ........................................................................................................................... 4
3b. Medula K+ amarelo amarronzado ou K+ amarelo
vermelho ......................................... 7
4a. Medula KC+ rosa ...................................................................................... R.
commensurata
4b. Medula KC
........................................................................................................................ 5
5a. Medula UV+ amarelo alaranjado ................................................................... R.
diffractaica
5b. Medula UV
............................................................................................ ......
R
.
simulans
7a. Medula K+ amarelo amarronzado ...........................................................
R.
succinreticulata
7b. Medula K+ amarelo
vermelho ....................................................................................... 8
8a. Medula UV+ amarelo alaranjado ............................................................ R.
pontagrossensis
8b. Medula UV
........................................................................................................................ 9
9a. Lacínulas presentes com margem inferior variegada ........................................................ 10
9b. Lacínulas presentes ou ausentes e, se presentes, nunca com margem inferior variegada
............................................................................................................................................. 12
10a. La
cínulas planas ou subcanaliculadas e freqüentemente cilíndricas ............. R.
cilindrica
10b. Lacínulas planas ou subcanaliculadas, nunca cilíndricas ................................................ 11
11a. Ácido divaricático presente, ácidos do comple
xo stíctico ausentes ............
R.
divaricatica
11b. Ácido divaricático ausente, ácidos do complexo stíctico presentes ........
R.
sorediostictica
212
12a. Norlobaridona e loxodina presentes .......................................................
R.
norlore
ticulata
12b. Norlobaridona e loxodina ausentes ................................................................. R.
reticulata
Rimelia cetrata
(Acharius) Hale & Fletcher
The Bryologist
93
(1): 26. 1990.
Figuras 85 e 86
Basiônimo:
Parmelia cetrata
Achari
us,
Synopsis Methodica Lichenum 198. 1814.
Tipo:
Estados Unidos da América, Pennsylvania,
Muhlenberg
s/nº (H ACH, lectotipo; UPS,
isolectotipo).
Distribuição conhecida: Oceania (Elix 1994j, Galloway 1995, Malcolm & Galloway 1997,
Louwhoff & Elix 1999), Ásia (Awasthi 1976, Kurokawa & Lai 2001), África (Krog &
Swinscow 1981, Swinscow & Krog 1988, Hale & Fletcher 1990, Aptroot 1991), América do
Norte (Hale & Fletcher 1990, Esslinger & Egan 1995, Brodo
et al
.
2001, Nash & Elix 2002a);
na América do Sul é conhecida para Argentina (Osorio 1976, Hale & Fletcher 1990, Adler
1992, Calvelo & Liberatore 2002), Paraguai (Lynge 1914), Uruguai (Osorio 1972, 1995,
2003) e Brasil
MG (Lynge 1914, Hale & Fletcher 1990, Ribeiro 1998), MT (Lynge 1914),
PR (Osorio 1977a/b, Fleig 1997, Eliasaro 2001), RJ (Hale & Fletcher 1990), RS (Spielmann
2004), SC (Osorio 1997, Fleig 1997) e SP (Ribeiro 1998).
TALO
acinzentado,
lobado ou laciniado, 12 cm diâm.; lobos ou lacínias com
ramificações dicotômicas, subdicotômicas ou irregulares, 0,4 4,0 mm larg., frouxamente
adnatos ou elevados, contíguos, sobrepostos lateralmente ou amontoados, ápice redondo nos
lobos, truncado ou agudo nas lacínias, às vezes pruinoso, margem lisa ou raramente crenada,
elevada evidenciando a superfície inferior negra, superfície rachada-reticulada, lisa;
lacínulas
ausentes; máculas
distintas, reticulares, laminais ou marginais, originando quebras evidentes;
pseudocifelas
ausentes;
cílios
negros, simples, poucos levemente esquarrosos, 0,20 1,40
(
2,00)
0,05 mm, de abundantes a freqüentes, poucas vezes contíguos, distribuídos em toda
a margem.
PÚSTULAS
ausentes.
SORAIS
ausentes.
ISÍDIOS
ausentes.
MEDULA
branca,
pigmento ausente. SUPERFÍCIE INFERIOR negra, lustrosa, lisa ou levemente rugosa;
margem
castanha ou castanha escura, muitas vezes negras nas lacínias, lustrosa, rizinada,
1,0 4,0 mm larg., limite atenuado, lisa, raramente um pouco papilada
;
rizinas
negras, a
grande maioria simples, poucas esquarrosas ou furcadas, presentes até a margem, (0,35
)
213
0,50 2,50
0,05 mm, de abundantes a muito densas, distribuídas homogeneamente.
APOTÉCIOS
de levemente
côncavos a côncavos ou cupuliformes, 2,0
12,0 mm diâm., largo
estipitados, laminais e submarginais, margem lisa, às vezes involuta, anfitécio liso, maculado
e raramente um pouco pruinoso, disco castanho claro, a maioria perfurados, não perfurados
apenas quando jovens;
ascosporos
elipsóides, 11,0 16,0
7,5 10,0
m,
epispório
1,0
m.
PICNÍDIOS
subapicais, laminais ou submarginais, de ostíolo negro;
conídios
filiformes,
12,5
16,0 ( 20,0) 1,0
m.
Testes de coloração: córtex superior K+ amarelo, UV ; medula K+ amarelo
vermelho,
C
, KC , P+ amarelo, UV
.
Substâncias de importância taxonômica: atranorina (cortical), ácidos salazínico e
consalazínico (medulares).
Material e
xaminado:
município de Vacaria, localidade de Fazenda da Estrela, mata com
Araucaria angustifolia
, 28º03 58,8 S, 50º57 34,1 W, 905 m de altitude, córtex de árvore, col.
L.S. Canêz & A.A. Spielmann 111, 1383, 03-
III
-2003; idem, mata aberta, 28º02 36,9 S,
50º59 37,6 W, 950 m de altitude, em galho caído no chão na beira da estrada, col. L.S. Canêz
& A.A. Spielmann 370, 372, 19-
VII
-2003; idem, campo, 28º04 56 S, 50º58 32,6 W, 980 m
de altitude, em córtex de Araucaria angustifolia, col. L. S. Canêz & A .A. Spielmann 509
,
19
-
VII
-2003; idem, 28º01 58 S, 50º58 17,5 W, 900 m de altitude, em galho de árvore na
beira da estrada, L.S. Canêz & A.A. Spielmann 376, 396, 439, 19-
VII
-2003; idem, em córtex
de árvore próxima da estrada, col. L.S. Canêz & A.A. Spielmann 374, 381, 394, 19-
VII
-
2003;
idem, campo sujo, 28º03 57,3 S, 50º57 38,1 W, 905 m de altitude, em moirão próximo ao
açude na propriedade do Sr. Alcebides Teixeira, col. L. S. Canêz & A. A. Spielmann 389
,
20
-
VII
-2003; idem, mata ciliar, 28º03 46,8 S, 50º57 33,7 W, 876 m de altitude, em córtex de
Podocarpus lambertii em borda de mata, col. L.S. Canêz & A.A. Spielmann 807, 818, 826,
888, 10-I-2004; idem, em galho caído no chão no interior da mata, col. L.S. Canêz & A.A.
Spielmann
837,
10-I-2004; idem, em córtex de árvore em borda de mata, col. L.S. Canêz &
A.A. Spielmann 827, 10-I-2004; idem, 28º04 49,2 S, 50º56 36,9 W, 850 m de altitude, em
córtex de árvore, local sombreado, col. L.S. Canêz & A.A. Spielmann
1055
, 10-I-2004; idem,
28º02 44,6 S, 51º02 01,7 W, 860 m de altitude, em galho fino de arbusto na margem direita
do Rio Frade, col. L.S. Canêz & A.A. Spielmann 696, 11-I-2004; idem, campo, 28º02 30,1 S,
50º56 56,1 W, 800 m de altitude, em taipa de rochas (basalto) na beira da estrada, col. L.S.
Canêz & A.A. Spi
elmann
760, 12-I-2004; idem, em lenha cortada em borda de mata, col. L.S.
Canêz & A
.A.
Spielmann
762, 12-I-2004.
214
Comentários
Rimelia cetrata se caracteriza pela ausência de propágulos vegetativos e pela presença
de ácidos salazínico e consalazínico (K+ ama
relo
vermelho) como constituintes medulares.
Morfologicamente, é semelhante a Rimelia homotoma (Nyl.) Hale & Fletcher e
Rimelia macrocarpa (Pers.) Hale & Fletcher, que também não apresentam propágulos
vegetativos; no entanto, R. homotoma apresenta norlobaridona e loxodina na medula (KC+
avermelhado) e
R.
macrocarpa
não possui substâncias medulares (KC
).
Esta espécie é amplamente distribuída e apresenta grande diversidade morfológica
(Krog & Swinscow 1981, Ribeiro 1998, Louwhoff & Elix 1999, Kurokawa & Lai 2001,
Eliasaro 2001), com espécimes que podem variar de laciniados a lobados, rizinas crescendo
até a margem ou com margem nua e com todas as combinações intermediárias dessas
características.
Toda esta variação é encontrada também em espécimes do Brasil. Fleig (1997), numa
tentativa de esclarecer esta morfologia variada encontrada em espécimes do Rio Grande do
Sul, separou três tipos morfológicos: A
forma típica com lobos estendidos e lacínias no
centro, B
forma laciniada e C
forma adpressa, não laciniada. Ela analisou as medidas de
esporos em espécimes selecionados dos três tipos morfológicos e concluiu que o tamanho dos
esporos variam tanto quanto os demais caracteres vegetativos; descartou também a
possibilidade de variação ambiental, que isoladamente ou combinados, não foram
constantes nas formas morfológicas.
Nos espécimes do Paraná, nos locais ensolarados os espécimes apresentaram córtex
mais grosso e maculação mais tênue, os espécimes que se desenvolviam em local sombreado
tinham o padrão d
e maculação típico do gênero (Eliasaro 2001).
Os espécimes de Vacaria também apresentaram grande variação morfológica e
também não foram observadas relações entre o hábitat e os tipos morfológicos.
Rimelia cilindrica
Marcelli & Canêz,
ined
.
Figura 87
T
ALO
esbranquiçado, lobado ou sublaciniado, 5,0 cm diâm.;
lobos
ou sublacínias
com ramificações irregulares, 1,5 3,0 mm larg., frouxamente adnatos, contíguos, ápice
redondo, margem lisa e lacinulada, superfície superior reticulada-rachada, lisa, pruinosa nu
m
espécime; lacínulas
simples, comumente com margem inferior nua, 0,15 0,35
0,25
0,35
215
mm, localizadas nas margens, planas, ápice truncado e marrom, sorediado, muitas lacínulas
são longas (0,50 1,70
0,15 0,35 mm), com um ápice que passa de subcanaliculado a
canaliculado
-fechado, tornando-se cilíndricas e sólidas pela união das margens laterais;
máculas
distintas, reticulares, laminais, originado quebras;
pseudocifelas
ausentes;
cílios
negros, simples, raramente pouco esquarrosos, 0,45 1,30
0,05 mm, freqüentes, distribuídos
por toda margem ou, em alguns pontos, apenas nas axilas dos lobos.
PÚSTULAS
ausentes.
SORAIS
capitados, no ápice das lacínulas; sorédios originados do córtex que se torna
erodido, subgranulares.
ISÍDIOS
ausentes.
MEDULA
branca, pigmento ausente.
SUPERFÍCIE INFERIOR negra, lustrosa, de lisa a levemente rugosa ou papilada; margem
castanha, lustrosa, 1,0 2,5 mm larg., limite nítido, lisa
;
rizinas
negras, simples, menos
freqüentemente furcadas, nua ou pouco rizinada, 0,25 1,50
0,05 mm, f
reqüentes,
distribuídas homogeneamente.
APOTÉCIOS
ausentes.
PICNÍDIOS
escassos, submarginais,
de ostíolo negro;
conídios
filiformes, (8,5
) 10,0 12,5 1,2
m.
Testes de coloração: córtex superior K+ amarelo, UV ; medula K+ amarelo
vermelho,
C
, KC
, P+
amarelo, UV
.
Substâncias de importância taxonômica: atranorina (cortical), ácidos salazínico,
consalazínico, e ácido graxo não identificado (provavelmente caperático) (medulares).
Material examinado: município de Vacaria, localidade de Fazenda da Estrela, mata ciliar,
28º03 46,8 S, 50º57 33,7 W, 876 m de altitude, em ramo fino de Podocarpus lambertii em
borda de mata, col.
L.S.
Canêz & A
.A.
Spielmann
822
, 10
-I-2004; idem, campo, 28º02 44,6 S,
51º02 01,7 W, 860 m de altitude, em ramo fino de arbusto na margem direita do Rio Frade,
col.
L.S.
Canêz & A
.A.
Spielmann
674, 11
-I-
2004.
Comentários
Esta espécie é caracterizada pelos sorais capitados no ápice de lacínulas que se tornam
cilíndrica e revestidas de córtex superior, geralmente com a superfície inferior variegada
negra e branca, e ácido salazínico (K+ amarelo
vermelho) como constituinte medular.
Outras espécies sorediadas e com ácido salazínico encontradas em Vacaria, são
diferenciadas principalmente pela química: Rimelia divaricatica Canêz & Marcelli produz
ácido divaricático,
Rimelia norloreticulata
Marcelli & Canêz produz norlobaridona e loxodina
e
Rimelia sorediostictica
Canêz & Marcelli produz ácido stíctico.
216
Parmelia
[
Rimelia
]
clavulifera
, diferenciada pelas lacínulas planas cujo lado de baixo
é
variegado de branco e negro, foi tratada, junto com uma extensa lista de sinônimos, como
sinônimo de Rimelia reticulata (Taylor) Hale & Fletcher (Hale & Fletcher 1990) e a
combinação em
Rimelia
foi feita por Kurokawa (1991b). Logo em seguida, a espécie foi
explicitamente diferenciada de R. reticulata pelas lacínulas curtas apicalmente sorediadas de
superfície inferior variegada branca e preta e pela produção de ácidos graxos e girofórico
como assessórios (Moon
et al
. 2001).
Rimelia commensurata
(Hale) Hal
e & Fletcher
The Bryologist
93
: 27.
1990.
Figura 88
Basiônimo:
Parmelia commensurata
Hale,
Phytologia
22(1): 31. 1971a.
Tipo:
México, Veracruz, 9 Km E of the Jalapa on highway 140, 1240 m de altitude, em
Acacia,
Hale 19405, 13
-I-
1960 (US, holotipo; TNS, U
PS, isotipos).
Distribuição conhecida: África (Hale & Fletcher 1990), América do Norte (Hale 1971a,
Dey 1974, Hale & Fletcher 1990, Esslinger & Egan 1995), América Central (Hale 1971a); na
América do Sul é conhecida para Colômbia (Hale 1971a), Venezuela (Feuerer 2005) e Brasil
PR (Fleig 1997, Eliasaro 2001), RS (Spielmann 2004) e SC (Fleig 1997).
TALO
acinzentado, lobado a sublaciniado, 7 13 cm diâm.; lobos ou sublacínias com
ramificações subdicotômicas ou irregulares, 0,7 3,0 mm larg., frouxamente adna
tos,
contíguos, ápice redondo nos lobos e truncados nas sublacínias, às vezes com pruína, às vezes
involuto, margem lisa, superfície reticulada, lisa;
lacínulas
presentes apenas no centro do talo,
nas partes velhas, às vezes digitiformes, ascendentes, subcanaliculadas pela presença de
sorédios; máculas
distintas, reticulares, laminais e marginais, originando quebras delicadas;
pseudocifelas
ausentes;
cílios
negros, simples, 0,20 0,70
0,05 mm, poucos, a grande
maioria distribuída apenas nas margens das partes jovens.
PÚSTULAS
ausentes.
SORAIS
capitados, apenas nos subápices das lacínulas;
sorédios
originados do córtex erodido, de
subgranulares a farinosos.
ISÍDIOS
ausentes.
MEDULA
branca, pigmento ausente.
SUPERFÍCIE INFERIOR negra, lustrosa, lisa ou levemente rugosa; margem de castanha a
castanha escura, lustrosa, rizinada, 0,5 3,0 mm larg., limite atenuado ou nítido, liso ou
levemente rugoso
;
rizinas
negras, presentes até a margem, simples, inclinadas, às vezes com
217
os ápices emaranhados, de tamanhos indistintamente diferentes em alguns locais, 0,20 1,25
0,05 ( 0,10) mm, abundantes, distribuídas homogeneamente.
APOTÉCIO
côncavo, 3,0
mm
diâm., adnato, laminal, margem lisa, sorediada, anfitécio sorediado, eciliado, não perfurado
(jovem);
ascosporos
ausentes.
PICNÍDIOS
submarginais ou subapicais, de ostíolo negro;
conídios
baciliformes, 6,0 8,0 1,0
m.
Testes de coloração: córtex superior K+ amarelo, UV ; medula K , C , KC+ rosa, P , UV
ou UV + amarelo fraco em alguns sorais.
Substâncias de importância taxo
nômica:
atranorina e traços de ácido úsnico (corticais),
norlobaridona e loxodina (medulares).
Material examinado: município de Vacaria, localidade de Fazenda da Estrela, campo,
28º01 58 S, 50º58 17,5 W, 900 m de altitude, em galho fino de árvore na beira da estrada,
col.
L.S. Canêz & A.A. Spielmann 395a, 19-
VII
-2003; idem, campo, 28º01 58 S,
50º58 17,5 W, 900 m de altitude, em galho de árvore na beira da estrada, col. L.S. Canêz &
A.A. Spielmann 477, 19-
VII
-2003; idem, mata ciliar, 28º03 46,8 S, 50º57 33,7 W, 876 m de
altitude, em galho de Podocarpus lambertii em borda de mata, col. L.S. Canêz & A.A.
Spielmann
849, 10-I-2004; idem, campo sujo, 28º04 15,9 S, 50º55 11 W, 850 m de altitude,
corticícola (laranjeira) em terreno abandonado, col. L.S. Canêz & A.A. Spielmann
971
, 12-I-
2004.
Comentários
Rimelia commensurata é distinta pela presença de sorais e por produzir norlobaridona
e loxodina na medula (K
, KC+ rosado).
É quimicamente diferenciada de Rimelia reticulata (Taylor) Hale & Fletcher, que
produz ácido salazínico (K+ amarelo
vermelho) e de Rimelia simulans (Hale) Hale &
Fletcher, que produz ácido caperático (K
, KC
).
A presença de populações que produzem apenas norlobaridona e loxodina e outras
com norlobaridona, loxodina e ácido salazínico foi repor
tada por Hale & Fletcher (1990). Nos
espécimes de Vacaria, encontramos espécimes com as duas variações químicas; aqueles com
norlobaridona, loxodina e ácido salazínico são aqui descritos como uma nova espécie:
Rimelia
norloreticulata
Marcelli & Canêz.
Adic
ionalmente,
R. commensurata apresenta conídios baciliformes (6,0 8,0
m
comp.) e
R.
norloreticulata
apresenta conídios maiores, de baciliformes a filiformes (8,7
10,0
m).
218
Nos espécimes do Rio Grande do Sul ainda não havia sido constatada a presença de
áci
do salazínico juntamente com norlobaridona e loxodina (Fleig 1997). Eliasaro (2001)
também não encontrou ácido salazínico nos espécimes do Segundo Planalto do estado do
Paraná, mas sugeriu sua presença no Primeiro Planalto, provavelmente exemplares de
Rime
lia
norloreticulata
.
A exsicata Canêz & Spielmann 971 apresentou traços de ácido úsnico e Canêz &
Spielmann 477 tem o talo muito laciniado e as lacínias ascendentes, lembrando os talos de
R.
cilindrica
e R. clavulifera, mas as superfícies inferiores das lacínias não são variegadas, e
sim uniformemente negras.
Rimelia diffractaica
(Esslinger) Hale & Fletcher
The Bryologist
93(1)
: 27.
1990.
Figura 89
Basiônimo:
Parmelia diffractaica
Esslinger,
The Bryologist
75(1): 80. 1972.
Tipo:
Estados Unidos da América, Tennessee, Overton Country, Cliff Springs,
Phillips
308
(US, holotipo; DUKE, isotipo).
Sinônimo novo: Rimelia luminosa Marcelli, Mitteilungen aus dem Institut für Allgemeine
Botanik Hamburg 30-31: 152. 2002. [Holotipo: Brasil, Minas Gerais, município de Catas
Altas, Serra do Caraça, Parque Natural do Caraça, trilha para Cascatona, sobre tronco de
árvore na mata úmida, 1330 m alt., 11-IX-1997, col.
Marcelli
& Ribeiro 32020 (SP !,
holotipo; B, isotipo)].
Distribuição conhecida: América do Norte (Esslinger 1972, Esslinger & Egan 1995); na
América do Sul é conhecida apenas para o Brasil
MG (Marcelli & Ribeiro 2002), RS
(Spielmann 2004) e SC (Fleig 1997).
TALO
acinzentado, lobado, 10 22 cm diâm.;
lobos
com ramificações irregulares,
2,0 3,0 mm larg., frouxamente adnatos, contíguos, ápice redondo, elevado, margem de lisa a
levemente crenulada, muitas vezes elevada, superfície delicadamente rachada-reticulada, lisa,
opaca, quando sorediadas são involutas;
lacínulas
ausentes;
máculas
distintas, reticulares,
lam
inais e marginais, originando quebras;
pseudocifelas
ausentes;
cílios
negros, simples,
furcados ou cespitosos, e então comumente com uma ou duas ramificações voltadas para
219
baixo, e as restantes para cima, 0,50 2,00
0,05 0,10 mm, de freqüentes a abundante
s,
distribuídos em toda a margem, exceto nas áreas sorediadas.
PÚSTULAS
ausentes.
SORAIS
arredondados passando a lineares interrompidos, raramente em forma de crescentes,
submarginais, a minoria marginal ou no ápice dos lobos, o que torna as margens involu
tas;
sorédios
originados do córtex erodido muito próximo da margem, dando a impressão que são
marginais, subgranulares, às vezes escurecidos nas áreas mais velhas do talo.
ISÍDIOS
ausentes.
MEDULA
branca, pigmento ausente. SUPERFÍCIE INFERIOR negra, de
lus
trosa a opaca, lisa; margem castanha, lustrosa, zona nua larga ou estreita, 1,5 5,0
mm
larg., limite nítido, lisa
;
rizinas
negras, simples e menos freqüentemente irregulares ou
furcadas, 0,25 2,50
0,05 0,10 mm, de abundantes a freqüentes, distribuídas por todo talo,
mas deixando algumas áreas da margem nuas.
APOTÉCIOS
ausentes.
PICNÍDIOS
submarginais, de ostíolo marrom escuro ou negro;
conídios
ausentes.
Testes de coloração: córtex superior K+ amarelo, UV ; medula K
ou amarelo fraco
evanescente, C
, KC
,
P
, UV+ amarelo alaranjado.
Substâncias de importância taxonômica: atranorina (cortical), ácido difractáico e
liquexantona (medulares).
Material examinado: município de Vacaria, localidade de Fazenda da Estrela, campo,
28º03 58,8 S, 50º57 34,1 W, 905 m de altitude, em rocha próximo ao solo em local
iluminado, col. L.S. Canêz & A.A. Spielmann 130, 03-
III
-2003; idem, mata aberta,
28º04 16,6 S, 50º55 39,7 W, 930 m de altitude, em córtex de árvore em borda de mata, col.
L.S. Canêz & A.A. Spielmann 739, 1366, 12-I-2004; idem, mata ciliar, 28º02 41 S,
50º56 52,3 W, 800 m de altitude, em córtex de árvore isolada em campo próximo ao rio da
Cascata do Oito, margem direita, col.
L.S.
Canêz & A
.A.
Spielmann
783, 12-I-2004.
Comentários
Rimelia diffractaica é caracteriza pela presença de sorais e de ácido difractáico
associado a liquexantona (UV+ amarelo alaranjado) na medula.
Morfologicamente pode lembrar Parmotrema spinibarbe (Kurok.) Fleig, que também
apresenta liquexantona medular, mas produz ácido salazínico e os sorais freqüentemente
chegam a submarginais, subapicais ou laminais.
Os espécimes de Vacaria conferem bem com a descrição da espécie dada por Esslinger
(1972). Fleig (1997) descreveu os espécimes do Rio Grande do Sul
com sorédios expandidos
220
pela lâmina pela formação de pústulas sorediosas , que não foram vistas nos espécimes de
Fazenda da Estrela.
Rimelia luminosa foi descrita por Marcelli & Ribeiro (2002), diferenciada pela
formação de sorédios e pela produção de liquexantona e ácido colatólico na medula; no
entanto, a cromatografia do tipo mostrou a presença de ácido difractáico ao invés de
-colatólico. Também a morfologia do tipo é semelhante aquela descrita para R. diffractaica,
por isso considerada como sinônimo.
Rimelia divaricatica
Canêz, Spielman
n & Marcelli,
ined
.
Figura 90
TALO
acinzentado,
lobado,
18 cm diâm.;
lobos
com ramificações irregulares,
1,5 6,0 mm larg., frouxamente adnatos, contíguos a levemente sobrepostos lateralmente,
ápice de redondo a truncado, margem de denteada a curto lacinulada, elevada ou ascendente,
superfície superior rachada-reticulada, lisa;
lacínulas
simples, marginais, 0,25
050
0,15
0,25 mm, freqüentemente com a superfície inferior variegada branca e preta, presentes no
centro do talo; máculas distintas, reticulares, laminais, podendo originar quebras;
pseudocifelas
ausentes;
cílios
negros, simples, 0,20 0,70
0,05 mm, freqüentes, distribuídos
por toda a margem naqueles lobos não sorediados, mais comumente nas margens jovens,
raramente presentes na região central.
PÚSTULAS
ausentes. SORAIS capitados passando a
contíguos, que dão um aspecto linear interrompido, submarginais (às vezes dando impressão
de serem marginais) e no ápice das lacínulas;
sorédios
originados do córtex erodido, de
subgranulares a granulares
.
ISÍDIOS
ausentes.
MEDULA
branca, pigmento ausente.
SUPERFÍCIE INFERIOR negra, lustrosa, de lisa a levemente rugosa; margem de castanha
a castanha escura, lustrosa, rizinada, raramente com estreita margem nua, 1,0 2,5 mm, limite
atenuado, de lisa a papila
da
;
rizinas
negras, simples, menos comumente esquarrosas ou
furcadas, 0,35 1,25
0,05 mm, muito densas, distribuídas homogeneamente.
APOTÉCIOS
ausentes.
PICNÍDIOS
submarginais, de ostíolo negro;
conídios
filiformes, 10,0
15,0
(
17,5)
1,0
m.
Testes de c
oloração:
córtex superior K+ amarelo, UV ; medula K+ amarelo
vermelho,
C
, KC , P+ amarelo, UV
.
221
Substâncias de importância taxonômica: atranorina (cortical), ácidos salazínico,
consalazínico, divaricático, caperático e um ácido graxo não identificado (
medulares).
Material examinado: município de Vacaria, localidade de Fazenda da Estrela, campo,
28º02 30,1 S, 50º56 56,1 W, 800 m de altitude, Saxícola (basalto) em taipa de pedras
próxima à Cascata do Oito, exposta ao sol parte do dia, col. L.S.
Canêz & A
.A.
Spielmann
758,
12-I-2004.
Comentários
A presença de sorédios, superfície inferior freqüentemente com margem rizinada e a
produção de ácido salazínico, consalazínico junto com ácido divaricático caracterizam
Rimelia divaricatica
.
É quimicamente diferenciada de R. reticulata (Taylor) Hale & Fletcher, que produz
somente ácido salazínico e consalazínico, R. norloreticulata Marcelli & Canêz, que produz
norlobaridona e loxodina, além do salazínico e consalazínico, e de Rimelia sorediostictica
Canêz & Marcelli,
que produz ácido stíctico junto com salazínico e consalazínico.
É possível observar algumas diferenças morfológicas neste grupo de
Rimelia
que
produz substâncias associadas com o ácido salazínico e consalazínico.
Rimelia reticulata tem o talo mais plano, lobos amontoados no centro e lacínulas
curtas, não muito freqüentes, margem inferior totalmente rizinada. R. divaricatica tem lobos
contíguos nas áreas distais, lacínulas apenas no centro do talo, abundantes, elevadas e que, a
vista desarmada, dão a impressão de lobos com margem ondulada, margem inferior rizinada
ou raramente com estreita margem nua. R. norloreticulata tem lobos amontoados, lacínulas
muito curtas que deixam a margem com aspecto denteado, margem inferior rizinada.
R.
sorediostictica
apresenta os lobos contíguos nas áreas distais, amontoados no centro,
lacínulas comumente com margem inferior variegada de preto e branco e lobos com margem
inferior mais freqüentemente nua.
Uma espécie do Hawaii, Rimelia albinata Moon, Kurokawa & Kashiwadani foi
descrita com sorédios, lobos lacíniados-denteados e superfície inferior branca matizada, além
de produzir traços de ácido lobárico (medula UV+ azul) juntamente com ácido salazínico
(Moon
et al. 2001). A foto do holotipo de R. albinata é morfologicamente semelhante a
R..
divaricatica
que apresenta ácido divaricático ao invés de ácido lobárico.
222
Rimelia homotoma
(Nylander) Hale & Fletcher
The Bryologist
93
(1): 28.
1990.
Figura 91
Basiônimo:
Parmelia homotoma
Nylander, Flora
68: 613. 1885.
Tipo:
Brasil, Rio
de Janeiro,
Weddell
s/nº (H
Nyl, holotipo).
Distribuição conhecida: Argentina (Fleig 1997) e Brasil
MG (Hale & Fletcher 1990, Fleig
1997), PR (Eliasaro 2001), RJ (Hale & Fletcher 1990), RS (Spielmann 2004), SC e SP (Fleig
1997).
TALO
esbranquiçado ou a
cinzentado,
de laciniado a lobado, 7,5 9,0 cm diâm.;
lacínias ou lobos ramificações subdicotômicas ou irregulares, 0,5 2,2 ( 4,0) mm larg.,
frouxamente adnatos, raramente elevado, contíguos, raramente amontoados ou sobrepostos
lateralmente, ápice redondo nos lobos, truncado ou agudo nas lacínias, às vezes com pruina,
margem lisa ou recortada, menos comumente crenada, superfície rachada-reticulada, lisa a
levemente rugosa;
lacínulas
ausentes; máculas distintas, reticulares, laminais e marginais,
originando quebras delicadas;
pseudocifelas
ausentes;
cílios
negros, simples, raramente
pouco esquarrosos, 0,15 0,75
<0,05 0,05 mm, abundantes, pouco freqüentes ou poucos,
distribuídos em toda a margem.
PÚSTULAS
ausentes.
SORAIS
ausentes.
ISÍDIOS
ausentes.
MEDULA
branca, pigmento ausente. SUPERFÍCIE INFERIOR negra, lustrosa, de lisa a
levemente rugosa ou papilada; margem castanha, castanha escura ou negra, lustrosa, 0,5 5,0
mm larg., limite muito atenuado, lisa, raramente papilada
;
rizinas
negras, a maioria simples,
poucas esquarrosas ou furcadas, às vezes torcidas e entrelaçadas nos ápices, presentes até a
margem, 0,20 1,50
0,05
mm, muito densas, distribuídas homogeneamente.
APOTÉCIOS
cupuliformes, 1,50 10,0 mm diâm., largo estipitados, laminais ou submarginais, margem lisa,
anfitécio liso, maculado, disco castanho, perfurados;
ascosporos
elipsóides, 12,5
16,0
(
17,5)
7,5 10,0
m,
epispório
1,0
m.
PICNÍDIOS
de submarginais a laminais, de ostíolo
negro ou raramente marrom, algumas vezes com pruína ao red
or;
conídios
de filiformes a
baciliformes, 7,5 12,5 1,0
m.
Testes de coloração:
córtex superior K+ amarelo, UV
; medula K
, C
, KC+ rosa, P
, UV
.
Substâncias de importância taxonômica: atranorina (cortical), norlobaridona e loxodina
(medulares).
223
Materi
al examinado: município de Vacaria, localidade de Fazenda da Estrela, campo,
28º04 58,9 S, 50º56 49,9 W, 850 m de altitude, em galho de arbusto em local iluminado, col.
L.S. Canêz & A.A. Spielmann 145, 23-
II
-2003; idem, 28º01 58 S, 50º58 17,5 W, 900 m de
altitude, em córtex de árvore em local iluminado próximo da estrada, col. L.S. Canêz & A.A.
Spielmann
375, 19-
VII
-2003; idem, mata ciliar, 28º03 46,8 S, 50º57 33,7 W, 876 m de
altitude, em córtex de Podocarpus lambertii em borda de mata, col. L.S. Canêz & A.A.
Spielmann
840, 10-I-2004; idem, campo sujo, 28º04 15,9 S, 50º55 11 W, 850 m de altitude,
em córtex de laranjeira em terreno abandonado, col. L.S. Canêz & A.A. Spielmann 975, 12-I-
2004.
Comentários
Rimelia homotoma
é caracterizada ausência de propágul
os vegetativos e pela produção
de norlobaridona e loxodina (medula KC+ rosa). Morfologicamente é semelhante a
Rimelia
macrocarpa
(Pers.) Hale & Fletcher, que apresenta ácido caperático na medula (KC
).
Em alguns espécimes do Paraná (Eliasaro 2001) foi dete
ctado também ácido salazínico
na cromatografia.
Os espécimes de Fazenda da Estrela conferem com a descrição de Fleig (1997), mas
Canêz & Spielmann 975 apresentou esporos levemente menores que as demais exsicatas
(12,5 14
7,5 8,7 m) e com rizinas curtas entremeadas com outras longas, muitas torcidas
e entrelaçadas, além de larga margem castanha.
Rimelia norloreticulata
Marcelli & Canêz,
ined
.
Figura 92
TALO
acinzentado,
lobado,
até
9 cm diâm.;
lobos
com ramificações irregulares,
1,5 5,0 mm larg., de frouxamente adnatos a adnatos, ápice redondo, margem de lisa a
denteada, de elevadas a ascendentes, superfície superior reticulada-rachada, lisa;
lacínulas
na
grande maioria curtas (parecendo pequenos dentes), simples ou furcadas, planas, 0,3 1,0
0,2 0,3 mm, ápice agudo, às vezes revoluto, margem inferior castanha ou negra, nunca
variegada, localizadas na margem;
máculas
distintas, reticulares, laminais, originando
quebras;
pseudocifelas
ausentes;
cílios
negros, simples, 0,40 0,80
0,05 mm, freqüentes
nas
áreas não sorediadas das margens, poucos nas áreas sorediadas, distribuídos por toda a
margem.
PÚSTULAS
ausentes. SORAIS capitados, raramente formando áreas extensivas
224
com aspecto linear interrompido, a maioria em forma de crescente (em um espécime),
marginais ou no ápice de lacínulas, passando a laminais;
sorédios
originados do córtex
superior erodido, de subgranulares a granulares.
ISÍDIOS
ausentes.
MEDULA
branca,
pigmento ausente. SUPERFÍCIE INFERIOR negra, lustrosa, de lisa a levemente rugosa;
marge
m de castanha a castanha escura, lustrosa, rizinada, 1,0 4,0
mm, limite muito atenuado,
de lisa a papilada
;
rizinas
negras, simples, menos comumente esquarrosas ou furcadas, 0,20
1,75 (
2,25)
0,05 0,10 (
0,15)
mm, muito densas, distribuídas homogeneament
e.
APOTÉCIO
muito imaturo, laminal, margem sorediada, anfitécio sorediado;
ascosporos
ausentes.
PICNÍDIOS
escassos, submarginais e subapicais, de ostíolo negro;
conídios
de
baciliformes a filiformes, 8,7 10,0
1,0
m.
Testes de coloração: córtex superior K+ amarelo, UV ; medula K+ amarela
vermelha,
C
, KC , P+ amarelo, UV
.
Substâncias de importância taxonômica: atranorina (cortical), ácidos salazínico (maior) e
consalazínico (traços), norlobaridona e loxodina (medulares).
Material examinado: município de Vacaria, localidade de Fazenda da Estrela, campo,
28º01 58 S, 50º58 17,5 W, 900 m de altitude, em galho de árvore na beira da estrada, col.
L.S. Canêz & A.A. Spielmann 401, 19-
VII
-2003; idem, campo sujo, 28º04 15,9 S,
50º57 11 W, 850 m de altitude, saxícola em local ensolarado, col. L.S. Canêz & A.A.
Spielmann
950, 12
-I-
2004.
Comentários
Rimelia norloreticulata
é caracterizada pela presença de sorais, a maioria capitada mas
podendo formar áreas extensivas, e pela presença de norlobaridona e loxodina junto com
ácido salazínico.
É semelhante a outras espécies com ácido salazínico, como R.
reticulata que apresenta
somente ácidos salazínico e consalazínico, R. divaricatica Canêz, Spielmann & Marcelli, que
apresenta ácido divaricático, R. sorediostictica Canêz & Marcelli, que apresenta ácido stíctico
e
R. cilindrica (Räsän.) Kurok., que apresenta ácido graxo e forma freqüentemente lacínulas
cilíndricas (ver Comentários em
Rimelia divaricatica
).
Apresenta também morfologia semelhante a Rimelia commensurata (Hale) Hale &
Fletcher, que apresenta conídios menores, de 6,0 a 8,0 m, e não produz ácido salazínico (ver
Comentários em
R.
commensurata
).
225
Rimelia pontagrossensis
Eliasaro & Adler
Mycotaxon
66(1)
: 127. 1998.
Figura 93
Tipo:
Brasil, Paraná, Ponta Grossa, Buraco do Padre, corticícola, 27/I/1996, S. Eliasaro 1621
(UPCB, holotipo; BAFC, CANB, isotipos).
Distribuição conhecida:
Brasil
PR (Eliasaro & Adler 1998).
TALO
acinzentado ou cinza esverdeado,
lobado,
12 cm;
lobos
com ramificações
irregulares, 1,5 4,0 (
7,0)
mm larg., frouxamente adnatos, contíguos, ápice redondo, margem
levemente crenulada, elevada, tornando os lobos côncavos nos ápices e evidenciando a
superfície inferior enegrecida, reticulada, lisa;
lacínulas
ausentes;
máculas
distintas,
reticulares ou efiguradas, laminais, originam quebras discretas;
pseudocifelas
ausentes;
pústulas
ausentes;
cílios
negros, principalmente simples, poucos furcados ou cespitosos,
levemente ascendentes, 0,25 1,30
0,05 mm, densos, distribuídos em toda a margem.
SORAIS
subcapitados, algumas vezes passando a lineares interrompidos nas áreas do centro
do talo, submarginais;
sorédios
originados de pequenos inchaços submarginais, muito
granulares, caducos, quando caem deixam a parte do córtex inferior negro transparecer
atrav
és da fina camada da medula que fica exposta.
ISÍDIOS
ausentes.
MEDULA
branca,
pigmento ausente. SUPERFÍCIE INFERIOR negra, lustrosa, rugosa, papilada ou lisa;
margem
de negra a castanha, lustrosa, com larga zona nua, 1,0 3,0 (
5,0)
mm, limite
atenuado ou nítido, de lisa a rugosa
;
rizinas
negras, mais freqüentemente simples, poucas
furcadas, 0,25 1,00
0,05 (
0,08)
mm, abundantes, muito densas em alguns pontos,
distribuídas quase uniformemente na superfície.
APOTÉCIOS
ausentes.
PICNÍDIOS
ausentes.
Testes de coloração: córtex superior K +amarelo, UV ; medula K+ amarelo
vermelho,
C
, KC
, P+ amarelo, UV+ amarelo alaranjado.
Substâncias de importância taxonômica: Atranorina (cortical), ácidos salazínico e
consalazínico, liquexantona e talvez traços de norst
íctico (medulares).
Material examinado: município de Vacaria, localidade de Fazenda da Estrela, mata aberta,
28º04 16,6 S, 50º55 39,7 W, 930 m de altitude, em córtex de árvore na borda da mata, col.
L.S.
Canêz & A
.A.
Spielmann
736, 12-I-2004.
226
Comentários
Esta espécie se caracteriza pela presença de sorais na maioria marginais e pela
produção de liquexantona (UV+ amarelo alaranjado) associada a ácidos salazínico e
consalazínico.
Rimelia diffractaica (Essl.) Hale & Fletcher e R. bonplandi Mata também produzem
liquexantona na medula, mas R. diffractaica produz ácido difractáico e R. bonplandi produz
norlobaridona, além de ser isidiada (Mata
-
Garcia 1994).
Morfologicamente,
R. pontagrossensis é muito semelhante a Parmotrema spinibarbe
(Kurok.) Fleig, que também é sorediada e produz ácido salazínico e liquexantona na medula.
Nos espécimes de Vacaria, os talos de P. spinibarbe são mais amontoados e os sorédios mais
grosseiros, podendo até chegar na submargem ou lâmina e nunca são caducos. O espécime de
R. pontagross
ensis
estudado tem talo com lobos muito contíguos, sorédios granulares,
caducos, que quando caem evidenciam o córtex inferior através da medula fina.
O espécime de Fazenda da Estrela confere parcialmente com a descrição dada por
Eliasaro & Adler (1998), diferindo pelos sorédios caducos, as rizinas menores e no padrão de
ramificação dos cílios. Também a foto do holotipo é um tanto diferente da exsicata de
Vacaria, com lobos mais amontoados.
Rimelia pontagrossensis
é nova citação para o estado do Rio Grande d
o Sul.
Rimelia reticulata
(Taylor) Hale & Fletcher
The Bryologist
93(1)
: 28. 1990.
Figura 94
Basiônimo:
Parmelia reticulata Taylor in Mack.,
Flora Hibernica
.
148. 1836.
Tipo:
Reino Unido, Ireland, Kerry, Dunkerron,
Taylor
s/n (FH Tayl., lectotipo; BM,
i
solectotipo).
Distribuição conhecida: Oceania (Elix 1994j, Galloway 1995, Malcolm & Galloway 1997,
Louwhoff & Elix 1999), Europa (Hale & Fletcher 1990), Ásia (Awasthi 1976, Kurokawa
1993, Kurokawa & Lai 2001), África (Swinscow & Krog 1988), América do Norte (Esslinger
& Egan 1995, Brodo et al. 2001, Nash & Elix 2002a); na América do Sul é conhecida para
Argentina (Calvelo & Liberatore 2002), Equador (Feuerer 2005), Uruguai (Hale & Fletcher
1990), Venezuela (Feuerer 2005) e Brasil
MG (Fleig 1997, Ribeiro 1998), PR (Fleig 1997,
227
Eliasaro 2004), RJ, SC (Fleig 1997), RS (Spielmann 2004) e SP (Pereira & Marcelli 1989,
Nagaoka & Marcelli 1989, Ribeiro 1998).
TALO
esbranquiçado,
de
lobado a laciniado,
até
11 cm diâm.; lobos ou lacínias com
ramificações de irregulares a subdicotômicas, 1,0 4,0 mm larg., frouxamente adnatos,
contíguos, ápice redondo, margem de crenada a crenulada, superfície reticulada-rachada, lisa;
lacínulas
ausentes ou presentes somente nas partes sorediadas, simples, planas ou menos
freqüentemen
te canaliculadas, 0,25 0,75
0,15 0,45, margem inferior negra, não variegada;
máculas
distintas, reticulares, laminais, originando quebras;
pseudocifelas
ausentes;
cílios
negros, simples, raramente esquarrosos, 0,50 1,50
0,05 mm, abundantes, distribuídos por
toda margem e em alguns pontos presentes nas axilas dos lobos.
PÚSTULAS
ausentes.
SORAIS
capitados, no ápice de lacínias; sorédios originados do córtex erodido, farinosos,
subgranulares ou granulares.
ISÍDIOS
ausentes.
MEDULA
branca, pigmento ause
nte.
SUPERFÍCIE INFERIOR negra, lustrosa, de lisa a levemente rugosa ou papilada; margem
de
castanha a castanha escura, lustrosa, rizinada, 1,0 2,5 mm larg., limite atenuado, de lisa a
papilada
;
rizinas
negras, simples, menos comumente esquarrosas ou furcadas, 0,20 1,50
0,05 mm, muito densas, distribuídas homogeneamente.
APOTÉCIOS
ausentes.
PICNÍDIOS
ausentes.
Testes de coloração: córtex superior K+ amarelo, UV ; medula K+ amarelo
vermelho,
C
, KC , P+ amarelo, UV
.
Substâncias de importância taxonômic
a:
atranorina (cortical), ácidos salazínico e
consalazínico (medulares).
Material examinado: município de Vacaria, localidade de Fazenda da Estrela, campo,
28º04 02,9 S, 50º57 36,3 W, 920 m de altitude, saxícola em barranco na beira da estrada,
col.
L.S. Canêz & A.A. Spielmann 088, 121, 23-
II
-2003; idem, 28º02 30,1 S, 50º56 56,1 W,
800 m de altitude, em taipa de rochas (basalto) na beira da estrada próximo à Cascata do Oito,
col.
L.S.
Canêz & A
.A.
Spielmann
775, 12
-I-
2004.
Comentários
Rimelia reticulata é caracterizada pela presença de sorédios e pela produção de ácido
salazínico na medula. Morfologicamente é semelhante a Rimelia simulans (Hale) Hale &
Fletcher, que produz ácido caperático na medula.
228
Os espécimes de Vacaria apresentaram variação morfológica especialmente em
relação ao padrão dos lobos: lobado ou laciniado, com ou sem lacínulas. No entanto, naqueles
espécimes que apresentaram lacínulas, nenhuma apresentou superfície inferior variegada.
Esta variação foi encontrada anteriormente em espécimes de outras localidades do Rio
Grande do Sul, e é semelhante àquela encontrada em Rimelia cetrata
(Ach.)
Hale & Fletcher
(Fleig 1997). O mesmo não pode ser dito a respeito dos espécimes do Paraná (Eliasaro 2001),
onde os espécimes tiveram a morfologia constan
te.
O tipo de
Parmelia
[
Rimelia
]
reticulata
foi visto por Fleig (1997) e assim descrito:
sorais submarginais que iniciam como rugas e formam sorédios grosseiros, os quais podem
avançar na lâmina ; no entanto, essas estruturas o foram mencionadas em nenh
uma
descrição feita a partir de material brasileiro. Também não foram vistas nos espécimes de
Vacaria, que têm sorais submarginais, mas não originados de rugas e nunca avançando na
lâmina.
Rimelia simulans
(Hale) Hale & Fletcher
The Bryologist
93
(1): 29.
1990.
Figura 95
Basiônimo:
Parmelia simulans
Hale,
Phytologia
22(1): 32. 1971.
Tipo:
Brasil, Minas Gerais, Antônio Carlos (Sítio),
Vainio
,
Lichenes brasiliensis exsiccati
918 (TUR
V, lectotipo; M, isolectotipo).
Distribuição conhecida: África (Hale 1971a, Krog & Swinscow 1981), América do Norte
(Hale 1971a, Nash & Elix 2002a), América Central (Hale 1971a); na América do Sul é
conhecida para Venezuela (Feuerer 2005) e Brasil
MG (Hale 1971a, Hale & Fletcher 1990,
Ribeiro 1998), PR (Eliasaro 2004), RS (Spielmann 2004), SC (Fleig 1997) e SP (Ribeiro
1998).
TALO
esbranquiçado,
lobado e laciniado no centro,
8 13
cm diâm.;
lobos ou lacínias
com ramificações subdicotômicas ou irregulares, (0,7 ) 1,0 3,5 ( 5,0) mm larg., frouxamente
adnatos, de contíguos a levemente sobrepostos lateralmente, ápice redondo nos lobos e
truncado nas lacínias, revoluto, elevado nas lacínias do centro do talo, que podem se tornar
subcanaliculadas, margem lisa e mais raramente crenada, pouco elevada, superfície rachada-
reticulada, lisa
;
lacínulas
ausentes;
máculas
distintas, reticulares, laminais e marginais,
229
originando quebras;
pseudocifelas
ausentes;
cílios
negros, simples, raramente esquarrosos,
0,30 1,50 (
2,50)
<0,05 0,05 mm, abundantes, distribuídos em toda a margem, exceto nas
partes sorediadas.
PÚSTULAS
ausentes.
SORAIS
arredondados, presentes no ápice dos
lobos ou das lacínias passando a subapicais;
sorédios
originados do córtex erodido, e
tornando os lobos laciniados à medida que vão se desenvolvendo, de farinosos a
subgranul
ares.
ISÍDIOS
ausentes.
MEDULA
branca, pigmento ausente.
SUPERFÍCIE
INFERIOR
negra, lustrosa, às vezes opaca em algumas partes, de lisa a levemente rugosa;
margem
de castanha escura a castanha clara, lustrosa, rizinada, (0,7 ) 1,0 5,0 mm larg.,
limite atenuado, lisa
;
rizinas
negras, simples, raramente esquarrosas ou furcadas, presentes
até a margem, 0,75
2,50
<0,05 0,07 mm, abundantes, distribuídas homogeneamente.
APOTÉCIOS
ausentes.
PICNÍDIOS
submarginais ou subapicais, de ostíolo negro ou
raramente marr
om;
conídios
de filiformes a baciliformes, (8,7 ) 10,0 11,0 (
13,0)
1,0
1,2
m.
Testes de coloração:
córtex superior K+ amarelo, UV
; medula K
, C
, KC
, P
, UV
.
Substâncias de importância taxonômica:
atranorina (cortical) e ácido caperático (medular).
Material examinado: município de Vacaria, localidade de Fazenda da Estrela, campo de
pastagem, 28º04 02,9 S, 50º57 36,3 W, 920 m de altitude, em rocha em barranco na beira da
estrada, col. L.S. Canêz & A.A. Spielmann 149, 23-
II
-2003; idem, mata ciliar, 28º02 30,1 S,
50º56 56,1 W, 800 m de altitude, em ramo fino de arbusto na margem esquerda do arroio,
col.
L.S. Canêz & A.A. Spielmann 475, 19-
VII
-2003; idem, campo, 28º04 56 S,
50º58 32,6 W, 980 m de altitude, em córtex de Araucaria angustifolia, col. L.S. Canêz &
A.A. Spielmann 506, 19-
VII
-2003; idem, mata ciliar, 28º02 44,6 S, 51º02 01,7 W, 860 m de
altitude, em córtex de arvoreta na beira da margem esquerda do Rio Frade, col. L.S. Canêz &
A.A.
Spielmann
713, 11-I-2004.
Comentários
Rimelia simulans se caracteriza pela produção de ácido caperático (reações negativas)
na medula e pelos sorais no ápice ou subápice de lobos ou lacínias.
Rimelia reticulata (Taylor) Hale & Fletcher também apresenta sorais na maioria
apicais e subapicais, mas produz ácido salazínico na medula (K+ amarelo
vermelho,) e
Rimelia commensurata (Hale) Hale & Fletcher, que também é sorediada, apresenta
norlobaridona e loxodina na medula (K
, KC+ rosa).
230
Os espécimes do Deserto de Sonora foram descritos por Nash & Elix (2002a) com
conídios
sublageniformes (4
6
m); os espécimes de Vacaria apresentam conídios muito
maiores, de baciliformes a filiformes, e o material norte-americano pode tratar-se de uma
espécie diferente.
Dados das medidas de conídios não são mencionados na literatura pertinente; porém,
embora Hale (1971a) também não tenha mencionado a forma e o tamanho dos conídios ao
criar
Parmelia
[
Rimelia
]
simulans
, ele o fez baseado em Parmelia macrocarpoides var.
subcomparata
Vainio (Vainio 1890a), um xon brasileiro descrito a partir de um espécime
procedente de Antonio Carlos [Sítio], em Minas Gerais. Isso leva a crer que o material do Rio
Grande do Sul seja realmente
R.
simulans
.
Os espécimes de Fazenda da Estrela têm morfologia semelhante e conferem com as
descrições de Fleig (1997)
, Ribeiro (1998) e Eliasaro (2001).
Rimelia sorediostictica
Canêz & Marcelli,
ined
.
Figura 96
TALO
acinzentado,
de
lobado a sublaciniado, 5 cm diâm.; lobos ou
sub
lacínias
com
ramificações de irregulares a subdicotômicas, 1,5 3,0 mm larg., elevados, amontoados, ápice
redondo, elevado, margem de lacinulada a lisa, superfície superior reticulada-rachada, lisa;
lacínulas
simples, planas, 0,40 1,50
0,15 0,50 mm, ápice truncado ou agudo, comumente
com margem inferior variegada de branca e negra, localizadas nas margens;
máculas
distintas, reticulares, laminais, originando quebras;
pseudocifelas
ausentes;
cílios
negros,
simples, 0,20 0,75
0,05 mm, poucos, distribuídos por toda margem.
PÚSTULAS
ausentes.
SORAIS
capitados, submarginais ou no ápice das lacínula
s; sorédios
originados do córtex
superior erodido, de subgranulares a granulares, aqueles capitados podem desenvolver-se e
formar áreas de sorais extensivos ou contíguos, que dão a impressão de serem lineares
interrompidos.
ISÍDIOS
ausentes.
MEDULA
branca, pigmento ausente.
SUPERFÍCIE
INFERIOR
negra, de lustrosa a opaca, rugosa, menos comumente lisa ou papilada; margem
castanha, menos freqüentemente castanha-avermelhada ou negra, lustrosa, nua, raramente
rizinada, 0,5 3,0 mm larg., limite de nítido a atenuado, lisa, raramente papilada
;
rizinas
negras, simples, menos freqüentemente furcadas ou esquarrosas, 0,25 1,50
0,05
mm,
abundantes, emaranhadas em algumas partes do talo, distribuídas quase uniformemente por
231
toda superfície.
APOTÉCIOS
ausentes.
PICNÍD
IOS
raros, submarginais, de ostíolo negro;
conídios
filiformes, 7,0 12,5 1,2
m.
Testes de coloração: córtex superior K+ amarelo, UV ; medula K+ amarelo
vermelho,
C
, KC , P+ amarelo, UV
.
Substâncias de importância taxonômica: atranorina (cortical), ácidos salazínico,
consalazínico (traços), stíctico, norstíctico, criptostíctico (traços), caperático e ácidos graxos
não identificados (medulares).
Material examinado: município de Vacaria, localidade de Fazenda da Estrela, campo de
pastagem, 28º03 57,3 S, 50º57 38,1 W, 905 m de altitude, em cerca de madeira na casa do
Sr. Alcebides Teixeira, col. L.S. Canêz & A.A. Spielmann
123a
, 01-
III
-2003; idem, em pneu
no pátio da casa do Sr. Alcebides Teixeira, col.
L.S. Canêz 081, 01-I-
2003.
Comentários
Rimelia sored
iostictica
é caracterizada pela presença pelos sorais capitados, muitas
vezes no ápice de lacínulas e pela produção de substâncias do complexo stíctico junto com
ácido salazínico na medula.
Morfologicamente lembra Rimelia divaricatica Canêz, Spielmann & Marcelli, que
produz ácido divaricático associado ao ácido salazínico, e tem lacínulas com margem inferior
freqüentemente variegada branca e preta, margem inferior dos lobos rizinada ou raramente
com margem estreita (ver Comentários em
R.
divaricatica
).
Nest
e grupo das espécies sorediadas, com ácido salazínico e com diferentes
substâncias associadas, existe uma sutil diferença nas medidas dos conídios que variam de
baciliformes a filiformes. R. sorediostictica tem conídios de 7,0 12,0 m de comprimento,
R. no
rloreticulata
Marcelli & Canêz conídios de 8,7 10,0 m e R. divaricatica de 10 15
(
17)
m.
A presença de substâncias do complexo stíctico não é comum neste gênero.
Rimelia
stictica
Louwhoff & Elix apresenta ácidos stíctico, menegazziaico, criptostíctico,
constíctico
entre outras substâncias deste complexo (Louwhoff & Elix 1998); porém, não é sorediada
nem produz ácido salazínico associado ao complexo stíctico.
232
Rimelia succinreticulata
Eliasaro & Adler
Mycotaxon
63(2)
: 50. 1997.
Figura 97
Tipo: Brasil,
Paraná, Jaraguariaiva, Parque Estadual do Cerrado, 24º08 S, 49º44 W,
corticícola, 16/IV/1994,
S.
Eliasaro
1268 (UPCB, holotipo; BAFC, isotipo).
Distribuição conhecida:
Brasil
PR (Eliasaro & Adler 1997).
TALO
acinzentado, lobado,
17,5
cm diâm.;
lobos
com ramificações de
subdicotômicas a irregulares, 0,6 2,5 mm larg., frouxamente adnatos, contíguos, amontoados
no centro, ápice redondo, margem lisa, recortada e elevada no centro, escurecida, pruinosa
naqueles lobos sem sorédios, superfície de reticulada a irregularmente quebrada, de lisa a
levemente rugosa;
lacínulas
ausentes; máculas distintas, reticulares, laminais e marginais,
originando quebras;
pseudocifelas
ausentes;
pústulas
ausentes;
cílios
negros, simples, 0,20
0,75 (
1,70)
0,05 mm, de poucos a raros, mais comumente nas axilas dos lobos, em alguns
pontos aparecendo em toda a margem.
SORAIS
capitados, presentes no ápice dos lobos ou no
subápice que tornam as margens levemente onduladas;
sorédios
de granulares até
subgranulares.
ISÍDIOS
ausentes.
MED
ULA
branca, pigmento ausente.
SUPERFÍCIE
INFERIOR
negra, levemente lustrosa, de rugosa a lisa; margem castanha, lustrosa, com
larga zona nua, 1,5 2,5
mm larg., limite atenuado, lisa ou levemente papilada,
rizinas negras,
simples, poucas esquarrosas, 0,45 2,00
0,05 0,10 mm, abundantes ou muito densas, às
vezes inclinadas para um dos lados, distribuídas quase uniformemente pela superfície,
agrupadas em alguns pontos.
APOTÉCIOS
ausentes.
PICNÍDIOS
submarginais e laminais,
escassos, de ostíolo negro;
conídio
s
ausentes.
Testes de coloração: córtex superior K+ amarelo, UV ; medula K+ amarelo amarronzado,
C+ lento fraco amarelo, KC
, P+ laranja ou vermelho tijolo, UV
.
Substâncias de importância taxonômica: atranorina (corticais), ácidos succinprotocetrárico
e fumarprotocetrárico (medulares).
Material examinado: município de Vacaria, localidade de Fazenda da Estrela, campo sujo,
28º03 46,8 S, 50º57 33,7 W, 876 m de altitude, em rocha na sombra de uma árvore, col. L.S.
Canêz & A
.A.
Spielmann
803, 10-I-2004.
233
Coment
ários
Esta espécie é caracterizada pela presença de sorais capitados no ápice dos lobos e
pela produção de ácidos succinprotocetrárico e fumarprotocetrárico (K+ amarelo
amarronzado).
Rimelia succinreticulata é muito distinta no gênero
Rimelia
pelas substân
cias
medulares que produz. O espécime de Vacaria confere bem com a descrição da espécie
(Eliasaro & Adler 1997), exceto pela ausência de traços de ácido protocetrárico no espécime
do Rio Grande do Sul.
De um modo geral, a superfície inferior lembra o nero
Parmotrema
A. Massal.,
especialmente pela ampla margem nua, mas a superfície superior é delicadamente maculada-
reticulada e lembra a superfície superior de Rimelia pontagrossensis Eliasaro & Adler e
Rimelia diffractaica
(Essl.) Hale & Fletcher.
Esta espé
cie é nova citação para o Rio Grande do Sul.
Xanthoparmelia
(Vainio) Hale
Phytologia
28
: 485. 1974.
Tipo:
Xanthoparmelia conspersa
(Acharius) Hale.
TALO
amarelo esverdeado, laciniado a sublobado; lacínias ou sublobos com
ramificações dicotômicas ou irreg
ulares, de contíguas a sobrepostas lateralmente, de adnatas a
elevadas, ápice de sub-redondo a subtruncado, superfície de contínua a quebrada, de lisa a
rugosa;
lacínulas
presentes ou ausentes; máculas presentes ou ausentes;
cílios
ausentes;
lóbulos, filídios e dáctilos presentes ou ausentes.
SORAIS
presentes ou ausentes.
ISÍDIOS
presentes ou ausentes.
MEDULA
branca ou salmão. SUPERFÍCIE INFERIOR castanha
clara, castanha escura ou negra; rizinas negras ou castanhas, simples, raramente furcadas, de
freqüente
s a abundantes.
APOTÉCIOS
planos a cupuliformes, sésseis, laminais, disco do
apotécio castanho, não perfurado;
ascosporos
simples, elipsóides, 6,0 10,0
4,0 6,0
m.
PICNÍDIOS
laminais, imersos, de ostíolo negro, conídios bifusiformes, 5,0 7,0
1,0
m
(Ha
le 1974
c, 1990a
;
Elix 1993, Nash
et al
.
1995).
234
Comentários
Xanthoparmelia
é caracterizada pela presença de ácido úsnico no córtex superior,
ausência de cílios, rizinas mais freqüentemente simples, esporos pequenos (até 13 m de
comprimento) e de hábito terrícola ou sobre rochas ácidas.
Flavoparmelia
também é eciliada e produz ácido úsnico na superfície superior, mas é
diferenciada pelos esporos maiores (até 20 m de comprimento), o talo normalmente maior e
menos laciniado e também é normalmente encontrada
como epífita.
O gênero Xanthoparmelia foi proposto por Hale (1974c) com base
Parmelia
seção
Xanthoparmelia
Vainio e 93 espécies foram combinadas. Hale (1990a) descreveu outras 406
espécies de muitos países do mundo e, recentemente, Nash & Elix (2004) mencionaram 600
espécies para o mundo.
Na América do Sul são cerca de 77 espécies (Nash
et al
.
1995).
Para o Brasil, Hale (1990a) citou 16 espécies e Marcelli (2004) mencionou 35
espécies, um número que representa apenas cerca de 6 % do número total de espécies
conhecidas no mundo, porém 45% das espécies já citadas para América do Sul.
Para o Rio Grande do Sul 20 espécies já foram citadas (Spielmann 2004), ou seja, 57%
das espécies citadas para o Brasil.
Em Vacaria, o gênero
Xanthoparmelia
está representado por 9 espécies, sendo X.
conglomerata Canêz & Marcelli nova para a Ciência, X. isidiascens Hale citação nova para a
América do Sul e
X.
neokalbii
citação nova o Brasil.
Para comentários e discussões morfológicas e químicas dos táxons encontrados em
Vacaria ver
Hale (1990a) e Nash et al
.
(1995).
C
HAVE DE IDENTIFICAÇÃ
O PARA AS ESPÉCIES D
E X
ANTHOPARMELIA
DE
F
AZENDA DA
E
STRELA
1a. Sorédios e isídios ausentes ................................................................................ X.
hypopsila
1b. Sorédios
ou isídios presentes .............................................................................................. 2
2a. Sorédios presentes, isídios ausentes ............................................................... X.
microspora
2b. Sorédios ause
ntes, isídios presentes .................................................................................... 3
235
3a. Medula K+ amarelo
vermelho ...............................................................
X. conglomerata
3b. Medula K+ amarelo ou amare
lo amarronzado .................................................................... 4
4a. Medula K+ amarelo amarronzado ................................................................
X.
subramigera
4b. Medula K+ amarelo ............................................................................................................ 5
5a. Superfície inferior castanha ................................................................................................. 6
5b. Superfície inferior negra ..................................................................................................... 7
6a. Rizinas agrupadas; ácido norstíctico presente, ácido hipoconstíctico ausente .........
X.
plittii
6b. Rizinas uniformemente distribuídas, ácido norstíctico ausente, ácido hipoconstíctico pre-
sente ................................................................................................................... X.
neokalbii
7a. Lobos ou sublacínias sobrepostos apenas lateralmente, não involutos e com ápice redo
ndo
............................................................................................................................
X.
conspersa
7b. Lacínias imbricadas e amontoadas, de ápice truncado ou redondo .................................... 8
8a. Ápi
ces das lacínias arredondados; ácido hipostíctico presente .......................
X.
isidiascens
8b. Ápices das lacínias truncados; ácido hipostíctico ausente ................................
X.
catarinae
Xanthoparmelia catarinae Hale
Mycotaxon
34
:543.
1989.
Figura 98
Tipo:
Brasil, Santa Catarina, Florianópolis-
estreito,
Poeschmann-
Hájková
in Vezda,
Lichenes
selecti exsiccati
761 (US, holotipo).
Distribuição conhecida:
Brasil BA, SC (Hale 1989c, 1990a) e RS (Spielmann 2004).
TALO
amarelo esverdeado,
laciniado,
4,0 13,0 cm diâm.;
lacínias
ramificações
subdicotômicas ou irregulares, involutas, (0,3 ) 0,7 2,0 mm larg., frouxamente adnatas,
imbricadas ou amontoadas, ápice truncado, escurecido, margem lisa, superfície superior
contínua, lisa, brilhosa;
lac
ínulas
ausentes; máculas ausentes;
pseudocifelas
ausentes;
cílios
ausentes.
PÚSTULAS
ausentes.
SORAIS
ausentes.
ISÍDIOS
de base concolor ao talo e
236
ápice marrom, na maioria cilíndricos, raro levemente inflados, simples ou menos comumente
ramificados, 0,10 0,35
0,05 0,20 mm, eretos, firmes, ápice eciliado, laminais, raramente
marginais.
MEDULA
branca com partes salmão claro nas áreas mais jovens, pigmento
ausente.
SUPERFÍCIE INFERIOR negra, opaca, de lisa a levemente rugosa; margem
castanha escura ou raramente negra em alguns pontos, lustrosa, nua, 0,50 1,50 mm, limite
muito atenuado, lisa
;
rizinas
negras, simples, raramente furcadas, 0,25 0,50 mm larg.,
poucas, distribuídas homogeneamente.
APOTÉCIOS
côncavos, 2,5
5,0
mm diâm., adnatos,
laminais, margem lisa, anfitécio isidiado, disco castanho escuro, não perfurados;
ascosporos
ausentes.
PICNÍDIOS
escassos, laminais e submarginais, de ostíolo negro;
conídios
bifusiformes, 5,0 6,0 1,0
m.
Testes de coloração: córtex superior K , UV
ou fraco amarelo em alguns pontos do talo;
medula K+ amarelo
lentamente laranja, C
, KC , P+ laranja, UV
.
Substâncias de importância taxonômica:
ácido úsnico (cortical), ácidos norstíctico, stíctico,
criptostíctico e conorstíctico (medulares).
Material examinado: município de Vacaria, localidade de Fazenda da Estrela, campo,
28º02 44,6 S, 51º02 01,7 W, 860 m de altitude, em basalto junto com musgos em local
ensolarado na margem direita do Rio Frade, col. L.S. Canêz & A.A. Spielmann 659, 686, 716
,
11
-I-2004.
Comentários
Xanthopar
melia catarinae é caracterizada pelos lobos involutos, isídios laminais,
ácidos norstíctico, stíctico, criptostíctico e norstíctico e superfície inferior negra.
Em Vacaria, Xanthoparmelia conspersa (Ach.) Hale e Xanthoparmelia isidiascens
Hale também são isidiadas, produzem substâncias do complexo stíctico e têm a superfície
inferior negra, mas não têm os lobos involutos e X. isidiascens produz adicionalmente ácido
hipostíctico.
237
Xanthoparmelia conglomerata
Canêz & Marcelli,
ined
.
Figura 99
TALO
amare
lo esverdeado, de sublaciniado a lobado, 8,0 13,0
cm;
sublacínias ou
lobos
com ramificações subdicotômicas ou irregulares, 0,7 3,0 mm larg., frouxamente
adnatos, variando de contíguos, sobrepostos lateralmente, amontoados ou imbricados no
mesmo talo, ápice de redondo a truncado, escurecidos, margem lisa, raramente crenada,
superfície superior contínua, raramente rachada na região central, lisa, raro levemente rugosa,
brilhosa nas partes jovens;
lacínulas
ausentes;
máculas
ausentes;
pseudocifelas
ausentes;
c
ílios
ausentes.
PÚSTULAS
ausentes.
SORAIS
ausentes.
ISÍDIOS
concolores ao talo, às
vezes com ápice marrom, globosos, inflados, alguns cerebróides, captados, juntando-se em
aglomerados maiores espalhados pelo talo, simples, ramificados ou coralóides,
0,10 0,35
0,10 0,25 mm, eretos, firmes, ápice eciliado, laminais, raramente marginais
(num dos espécimes).
MEDULA
branca, pigmento ausente. SUPERFÍCIE INFERIOR
negra, opaca, lisa; margem castanha escura, lustrosa, 2,0 5,0 (
7,0)
mm larg., limite
atenuado, lisa, raro levemente rugosa em um talo
;
rizinas
negras ou concolores a margem,
simples, 0,25 0,75
0,05 0,15 mm, poucas, agrupadas.
APOTÉCIOS
de côncavos a
levemente planos, 0,75 1,50 mm diâm., adnatos, laminais, margem pouco isidiada, anfitécio
liso ou raramente isidiado, disco castanho escuro, não perfurados;
ascosporos
ausentes.
PICNÍDIOS
laminais e submarginais, de ostíolo negro;
conídios
bifusiformes, 5,0 7,5
1,0
m.
Testes de coloração: córtex superior K , UV ; medula K+ amarelo
vermelho, C , KC
,
P+
amarelo, UV
ou amarelo fraco.
Substâncias de importância taxonômica: ácido úsnico (cortical), ácidos salazínico e traços
de consalazínico (medulares).
Material examinado: município de Vacaria, localidade de Fazenda da Estrela, campo,
28º02 44,6 S, 51º02 01,7 W, 860 m de altitude, em basalto em local ensolarado na margem
do Rio Frade, col.
L.S.
Canêz & A
.A.
Spielmann
692a/b, 11
-I-2004.
Comentários
Esta espécie é caracterizada pelos isídios aglomerados, produção de ácido salazínico
(K+ amarelo
vermelho) e
superfície inferior negra.
238
Xanthoparmelia conglomerata é facilmente reconhecida pelos isídios globosos que
passam a aglomerados até formar áreas extensas com isídios conglomerados ou, mais
raramente, com estruturas cerebróides. Às vezes, os isídios jovens podem parecer sorédios
granulares, mas num exame mais apurado é possível perceber que se tratam mesmo de isídios
granulares, totalmente corticados.
Em Vacaria, foi a única espécie com isídios, ácido salazínico e superfície inferior
negra.
Xanthoparmelia
antleriformes (Elix) Elix & Johnst. difere por ter a superfície inferior
castanha escura, isídios ramificados, coralóides e antleriformes, além de produzir traços de
norstíctico junto com salazínico e consalazínico. Xanthoparmelia pustulata (Gyeln.) Hale tem
a superfície inferior negra e isídios globosos que se rompem formando massas pustuladas-
isidiadas, além de produzir substâncias do complexo stíctico na medula.
Xanthoparmelia glomerulata Krog & Swinscow produz substâncias do complexo
stíctico, os isídios são obcônicos e rebentam em grânulos corticados, além de ter a superfície
inferior castanha (Krog & Swinscow 1987).
Xanthoparmelia conspersa
(Acharius) Hale
Phytologia
28
: 485. 1974.
Figura 100
Basiônimo:
Lichen conspersus
Acharius,
Lichenographiae S
uecicae Prodromus 118. 1798.
Tipo:
Suécia s.c. (H
Ach, lectotipo; BM
Ach, isolectotipo).
Distribuição conhecida: Europa (Hale 1990a, Giordani et al. 2002), Ásia (Hale 1990a,
Kurokawa 1991b), América do Norte (Hale 1990a, Esslinger & Egan 1995, Brodo
et al
. 2001,
Nash & Elix 2004), América Central (Hale 1990a); na América do Sul é conhecida para
Argentina (Calvelo & Liberatore 2002), Chile, Peru (Hale 1990a, Nash et al. 1995), Uruguai
(Nash
et al. 1995), Venezuela (Hale 1990a, Nash et al. 1995) e Brasil
MG (Lynge 1914,
Nash
et al
.
1995), RS (Spielmann 2004) e SC (Nash et al
.
1995).
TALO
amarelo esverdeado, sublaciniado ou lobado em um espécime, 8,5 15
cm
diâm.;
sublacínias
ou lobos de ramificações irregulares, (0,5 ) 0,7 2,5 mm larg., adnatas,
sobrepostas
lateralmente, ápice redondo, escurecido, margem de lisa a crenada, superfície
superior contínua, levemente rachada em um espécime, lisa, brilhosa tornando-se opaca em
direção ao centro, axilas involutas em um espécime;
lacínulas
ausentes;
máculas
ausentes;
239
pseudocifelas
ausentes;
cílios
ausentes.
PÚSTULAS
ausentes.
SORAIS
ausentes.
ISÍDIOS
inicialmente granulares escurecidos e se tornando cilíndricos com o ápice marrom mais claro,
ou, totalmente concolores ao talo em alguns espécimes, a grande maioria simples, poucos
ramificados, 0,10 0,35
0,05 0,15 mm, eretos, firmes, ápice eciliado, laminais.
MEDULA
branca, salmão claro nas áreas distais de alguns lobos, que geralmente são escurecidos,
pigmento ausente. SUPERFÍCIE INFERIOR negra, de lustrosa a opaca, a maioria lisa,
levemente rugosa em alguns espécimes;
margem
de castanha a castanha escura, lustrosa, 1,0
4,0
mm larg., limite atenuado, raramente com estreita zona marginal nua, lisa, e alguns
espécimes com partes venadas, papiladas ou levemente rugosas;
riz
inas
concoloridas à
superfície inferior, aquelas marginais podem apresentar os ápices esbranquiçados, a grande
maioria simples, poucas peniciladas, muitas vezes presentes até a margem, 0,20 0,75
0,05
0,10 mm, freqüentes, poucas em um espécime, distribuídas homogeneamente.
APOTÉCIOS
ausentes.
PICNÍDIOS
ausentes.
Testes de coloração: córtex superior K , UV ; medula K+ amarelo
laranja fraco, C
(leitoso), KC
, P+ laranja forte, UV
ou fraco amarelo nas extremidades de em alguns lobos.
Substâncias de importância taxonômica: ácido úsnico, com ou sem isoúsnico (corticais),
ácidos norstíctico, stíctico, criptostíctico, conorstíctico, com ou sem hipostíctico (medulares).
Material examinado: município de Vacaria, localidade de Fazenda da Estrela, campo de
pastage
m, 28º03 57,3 S, 50º57 38,1 W, 905 m de altitude, saxícola em campo recém roçado,
col.
L.S. Canêz & A.A. Spielmann 345, 349, 350, 355, 20-
VII
-2003; idem, mata ciliar,
28º02 41 S, 50º56 52,3 W, 800 m de altitude, sobre basalto exposto ao sol na margem
esque
rda do arroio, col.
L.S.
Canêz & A
.A.
Spielmann
780, 12-I-2004.
Comentários
Xanthoparmelia conspersa é caracterizada pelos isídios que iniciam como grânulos
escuros que tornam-se cilíndricos, pela produção de substâncias do complexo stíctico na
medula e a
superfície inferior negra.
Outras espécies coletadas em Vacaria, como Xanthoparmelia catarinae Hale e
Xanthoparmelia isidiascens Hale, também apresentaram complexo stíctico na medula e
superfície inferior negra; no entanto, X. catarinae apresenta os lobos
caracteristicamente
involutos e
X.
isidiascens
apresenta lobos mais estreitos (0,7
1,6 mm) e produz também ácido
hipostíctico.
240
Canêz 780 apresentou química diferente na cromatografia, possui, além dos demais
componentes, ácido isoúsnico e ácido hipostíctico, aproximando-o de X. isidiascens, mas no
hábito é semelhante às demais coletas de X. conspersa
da área.
Xanthoparmelia hypopsila
(Müller Argoviensis) Hale
Phytologia
28
: 488. 1974c.
Figura 101
Basiônimo:
Parmelia hypopsila Müller Argoviensis,
Licheno
logische Beiträge XXVI. Flora
70: 317. 1887.
Tipo:
Uruguai,
Arechavaleta
12 (G, lectotipo).
Distribuição conhecida: África (Hale 1990a, Nash et al. 1995); na América do Sul é
conhecida para Argentina (Hale 1990a, Adler 1992, Nash et al. 1995, Calvelo & Lib
eratore
2002), Chile, Paraguai (Hale 1990a, Nash
et al
.
1995), Peru (Nash
et al
.
1995), Uruguai (Hale
1990a, Nash et al. 1995), Brasil
GO (Nash et al. 1995), SC (Hale 1990a, Nash et al. 1995),
RS (Spielmann 2004) e PR (Eliasaro 2001, 2004, Eliasaro & Adl
er 2002).
TALO
amarelo esverdeado, lobado, 5,0 10 cm diâm.;
lobos
com ramificações
subdicotômicas, 0,5 2,0 (
3,0)
mm larg., adnatos, de contíguos a sobrepostos lateralmente,
ápice de redondo a truncado, margem lisa, superfície superior contínua, às vezes q
uebrada nas
partes velhas, lisa, raramente rugosa;
lacínulas
ausentes;
máculas
ausentes ou muito fracas,
puntiformes, laminais;
pseudocifelas
ausentes;
cílios
ausentes.
PÚSTULAS
ausentes.
SORAIS
ausentes.
ISÍDIOS
ausentes.
MEDULA
branca, pigmento ausente.
SUPERFÍCIE
INFERIOR
negra, opaca, às vezes lustrosa, de lisa a rugosa; margem castanha escura,
lustrosa, (0,5 ) 1,0 2,0 (
3,0)
mm larg., limite muito atenuado, lisa, rugosa ou papilada
;
rizinas
concolores à superfície inferior, simples, 0,15
1,00
0,05 0,
15
mm, de poucas a
freqüentes, distribuídas homogeneamente.
APOTÉCIOS
de planos a levemente côncavos,
2,50 5,50 mm diâm., adnato, laminais e submarginais, margem lisa, anfitécio liso, disco
castanho escuro, não perfurados;
ascosporos
elipsóides, 8,7 11,0
3,7 5,0
m,
epispório
1,0
m.
PICNÍDIOS
presentes em todo o talo, de ostíolo negro;
conídios
bifusiformes, 5,0
6,0 1,2
m.
241
Testes de coloração: córtex superior K , UV ; medula K+ amarelo, C , KC , P+ amarelo
forte, UV
ou amarelo fraco em algumas partes
dos lobos.
Substâncias de importância taxonômica:
ácido úsnico (cortical), ácidos norstíctico, stíctico,
criptostíctico, conorstíctico e substâncias não identificadas (medulares).
Material examinado: município de Vacaria, localidade de Fazenda da Estrela, campo,
28º02 44,6 S, 51º02 01,7 W, 860 m de altitude, sobre rocha basáltica, col. L.S. Canêz & A.A.
Spielmann
697
, 11-I-2004; idem, mata ciliar, 28º02 41 S, 50º56 W, 800 m de altitude, sobre
rocha basáltica na margem esquerda do arroio, local aberto, col.
L.S.
Canêz & A
.A.
Spielmann
789, 12-I-
2004.
Comentários
Dentre as espécies coletadas em Vacaria, Xanthoparmelia hypopsila é facilmente
diferenciada por apresentar esta combinação de características: ausência de propágulos
vegetativos, produção de substâncias do complexo stíctico na medula e superfície inferior
negra.
Na cromatografia, os espécimes apresentaram uma mancha alaranjada de Rf 49 em
solvente C após tratamento com ácido sulfúrico 10%; Canêz & Spielmann 697 apresentou
ainda outra mancha alaranjada de Rf 30 em solvente C após tratamento com ácido sulfúrico
10%.
Xanthoparmelia isidiascens Hale
Mycotaxon
20
: 73. 1984.
Figura 102
Tipo:
Alabama, Randolph, near Blake s Ferry,
McVaugh
4588 (US, holotipo).
Distribuição conhecida:
América do Norte (Hale 1990a, Esslinger & Egan 1995).
TALO
amarelo esverdeado, de sublaciniado a laciniado, 13 cm diâm; sublacínias ou
lacínias
com ramificações subdicotômicas, 0,70 1,60 mm larg., frouxamente adnatas,
amontoadas e imbricadas, ápice redondo, poucos sub-
redondos,
escurecidos, margem lisa,
superfície superior contínua, lisa, brilhosa;
lacínulas
ausentes;
máculas
ausentes;
pseudocifelas
ausentes;
cílios
ausentes.
PÚSTULAS
ausentes.
SORAIS
ausentes.
ISÍDIOS
242
base concolor ao talo e ápice marrom, cilíndricos, raros lev
emente inflados, simples ou menos
freqüentemente ramificados, 0,15 0,40
0,08 0,15 mm, eretos, firmes, ápice eciliado,
laminais, raramente marginais.
MEDULA
branca, salmão clara em algumas partes, pigmento
ausente.
SUPERFÍCIE INFERIOR negra, opaca, lisa, raro levemente rugosa; margem
castanha escura, lustrosa, 0,75 1,50 mm, limite muito atenuado, lisa;
rizinas
negras, simples,
poucas furcadas, 0,15 0,75
0,05 0,15 mm, poucas, distribuídas homogeneamente.
APOTÉCIOS
de planos a levemente côncavos, 2,0 5,0 mm diâm., adnatos, laminais,
margem lisa, isidiada, levemente involutas, anfitécio isidiado, disco castanho escuro, não
perfurados;
ascosporos
elipsóides, 7,5 8,7
3,7 5,0
m,
epispório
1,0
m.
PICNÍDIOS
escassos, laminais e submarginais, de ostíolo negro;
conídios
bifusiformes, 6,0 7,5 1,0
m.
Testes de coloração: córtex superior K , UV
ou amarelo fraco no ápice dos lobos jovens;
medula K+ amarelo
lentamente laranja, C
(leitoso), KC , P+ laranja forte, UV
.
Substâncias de importância taxonômica:
ácid
o úsnico (cortical), ácidos norstíctico, stíctico,
criptostíctico, conorstíctico e hipostíctico (medulares).
Material examinado: município de Vacaria, localidade de Fazenda da Estrela, mata ciliar,
28º04 49,2 S, 50º56 36,9 W, 850 m de altitude, sobre rocha basáltica em local exposto ao
sol, col.
L.S.
Canêz & A
.A.
Spielmann
1059, 10-I-2004.
Comentários
Xanthoparmelia isidiascens é diferenciada pela presença de isídios, produção de
substâncias do complexo stíctico, incluindo o ácido hipostíctico, e pela superfície inferior
negra.
Uma espécie semelhante coletada em Vacaria é Xanthoparmelia catarinae Hale, que
se diferencia por ter o talo mais laciniado e lacínias menos imbricadas com ápice truncado,
além de não produzir ácido hipostíctico.
O espécime estudado apresentou uma substância não identificada de mancha
alaranjada e Rf 45 em solvente C após tratamento com ácido sulfúrico 10%, provavelmente a
mesma substância verificada em Xanthoparmelia hypopsila (Müll. Arg.) Hale nas exsicatas
Canêz & Spielmann 697, 789.
Esta espécie é citação nova para a América do Sul.
243
Xanthoparmelia microspora
(Müller Argoviensis) Hale
Phytologia
28
: 488. 1974.
Figura 103
Basiônimo:
Parmelia microspora
Müller Argoviensis,
Revue Mycologique
1: 170. 1879.
Tipo:
Colômbia, Gauduas, per
to de Bogotá,
André
576 (G, lectotipo; BM, isolectotipo).
Distribuição conhecida: Gough Island (Ilha Oceânica) (Hale 1990a); na América do Sul é
conhecida para Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Peru, Venezuela, (Hale 1990a,
Nash et al. 1995), Uruguai (Nash et al. 1995) e Brasil
ES, RJ (Nash et al. 1995) e RS
(Spielmann 2004).
TALO
amarelo esverdeado, lobado, 7,5 16,0 cm diâm.;
lobos
com ramificações
irregulares, 0,8 4,0 mm larg., de frouxamente adnatos a adnatos, sobrepostos lateralmente e
me
nos freqüentemente imbricados, amontoados ou contíguos, ápice redondo, escurecidos,
margem lisa, superfície superior contínua, lisa ou levemente rugosa nas partes velhas, às
vezes brilhosa;
lacínulas
ausentes;
máculas
ausentes ou muito fracas, efiguradas,
marginais;
pseudocifelas
ausentes;
cílios
ausentes.
PÚSTULAS
ausentes.
SORAIS
escuros, capitados
ou orbiculares podendo passar a lineares interrompidos, marginais e submarginais, poucos
apicais, às vezes passando a laminais; sorédios originados de inchaços do talo que se formam
com a erosão do córtex, granulares e constituindo uma massa aglomerada nas áreas onde são
mais densos.
ISÍDIOS
ausentes.
MEDULA
branca com partes salmão, pigmento ausente.
SUPERFÍCIE INFERIOR negra, opaca, lisa ou levemente rugosa; m
argem
castanha,
lustrosa, 1,5 10,0 mm larg., limite atenuado, liso, levemente rugoso ou venado
;
rizinas
negras, simples, 0,25
1,00
0,05 0,15 mm, poucas, agrupadas, mais freqüentes nas áreas
marginais.
APOTÉCIOS
de côncavos a levemente planos, 1,0 3,0
mm
diâm., adnatos,
laminais ou submarginais, margem lisa ou raramente crenada, levemente involutas, às vezes
sorediadas, anfitécio sorediado ou não, não perfurados;
ascosporos
elipsóides,
10,0
5,0
6,0
m,
epispório
<1,0
m.
PICNÍDIOS
submarginais e laminais, de ostíolo
negro;
conídios
de bifusiformes a sublageniformes, 5,0
7,5 1,0
m.
Testes de coloração: córtex superior K , UV
ou amarelo fraco nas extremidades dos lobos;
medula K+ amarelo
vermelho, C , KC , P+ amarelo forte, UV
ou amarelo fraco nas
ex
tremidades dos lobos.
244
Substâncias de importância taxonômica: ácido úsnico, com ou sem ácido isoúsnico
(corticais), ácidos salazínico, consalazínico e traços de 4
-O-metilhiáscico (medulares).
Material examinado: município de Vacaria, localidade de Fazenda da Estrela, vegetação
ciliar, 28º02 44,6 S, 51º02 01,7 W, 860 m de altitude, rocha basáltica em campo aberto na
margem do Rio Frade, col. L.S. Canêz & A.A. Spielmann 722, 723, 724, 1381, 11-I-
2004;
idem, em rocha basáltica dentro do Rio Frade, col. L.S. Canêz & A.A. Spielmann
670
, 11-I-
2004.
Comentários
Xanthoparmelia microspora é facilmente diferenciada das demais espécies coletadas
em Vacaria por ser a única espécie sorediada, com ácido salazínico e consalazínico como
constituintes medulares e por ter a su
perfície inferior negra.
O perfil cromatográfico dos espécimes foi idêntico, exceto pela exsicata Canêz e
Spielmann 724 que apresentou ácido isoúsnico.
Xanthoparmelia neokalbii
Nash & Elix
Bibliotheca Lichenologica
56
: 80. 1995.
Figura 104
Tipo:
Urugua
i, Lavalleja, Cerro Arequita, 10 Km NNW of Minas near Route 40, 55º18 W,
34º20 S, c. 150 m, on acidic rock, T.D. Nash 28396, 13.VI.1989 (ASU, holotipo; ANUC,
BAFC, US, isotipos).
Distribuição conhecida:
Uruguai (Nash
et al
.
1995).
TALO
amarelo esverdeado, lobado, 8,5 cm diâm;
lobos
com ramificações de
subdicotômicas a irregulares, involutos no centro do talo, 0,50 2,00 mm larg., adnatos,
sobrepostos lateralmente, no centro amontoados ou imbricados, ápice redondo, margem lisa,
superfície superior contínua, lisa, brilhosa nas partes jovens;
lacínulas
ausentes;
máculas
ausentes;
pseudocifelas
ausentes;
cílios
ausentes.
PÚSTULAS
ausentes.
SORAIS
ausentes
.
ISÍDIOS
com base concolor ao talo e ápice marrom, cilíndricos, simples, poucos ramificados,
0,10 0,75
0,08 0,15 mm, eretos, firmes, ápice eciliado, laminais, raramente marginais (um
dos espécimes).
MEDULA
branca, salmão clara em algumas partes, pigmento ausente.
245
SUPERFÍCIE INFERIOR castanha, lustrosa ou opaca, lisa e levemente rugosa (um dos
espécimes);
margem castanha acinzentada, lustrosa, 0,5 3,0 mm, limite atenuado ou ausente,
estreita zona marginal nua, liso e raramente pouco rugoso em um dos talos
;
rizinas
a grande
maioria concolores à superfície inferior, em um espécime os ápices são enegrecidos,
rarame
nte são totalmente negras, simples, 0,25 0,75
0,05 0,15 mm, poucas, distribuídas
homogeneamente.
APOTÉCIOS
ausentes.
PICNÍDIOS
laminais, de ostíolo negro;
conídios
de baciliformes a fraco sublageniformes, 5,0
6,0 1,0
m.
Testes de coloração: córtex superior K , UV
ou amarelo fraco nas extremidades dos lobos;
medula K amarelo
laranja, C
(leitoso), KC
, P+ laranja, UV
ou amarelo fraco.
Substâncias de importância taxonômica: ácido úsnico (cortical), ácidos hipostíctico,
stíctico, criptostíctico, conorstíctico e constíctico; mais protocetrárico num espécime
(medulares).
Material examinado: município de Vacaria, localidade de Fazenda da Estrela, campo,
28º03 57,3 S, 50º57 38,1 W, 905 m de altitude, em matacão em local aberto, col. L.S. Canêz
& A.A. Spiel
mann
118, 02-
III
-2003; idem, saxícola em campo recém roçado, col. L.S. Canêz
& A
.A.
Spielmann
343, 20-
VII
-2003.
Comentários
Xanthoparmelia neokalbii é distinta pela presença de isídios cilíndricos, produção de
substâncias do complexo stíctico, incluindo ácido hipostíctico, e superfície inferior castanha.
Difere de Xanthoparmelia plittii (Gyel.) Hale por não produzir ácido norstíctico e sim,
ácido hipostíctico (Nash et al. 1995). Nos espécimes de Vacaria, X. plittii apresenta lobos
mais contíguos, não amontoados no centro e isídios levemente menores (0,10 0,50
0,05
0,10 mm).
A exsicata Canêz & Spielmann 343 apresentou ácido protocetrárico na medula, mas é
de morfologia semelhante a Canêz & Spielmann 118.
Esta espécie é nova citação para o Brasil.
246
Xanth
oparmelia plittii
(Gyelnik) Hale
Phytologia
28
: 488. 1974.
Figura 105
Basiônimo:
Parmelia plittii Gyelnik, Fedde Repertorium Specierum Novarum Regni
Vegetatilis
29: 287. 1931.
Tipo:
Estados Unidos da América, Maryland, Baltimore, Liberty Road at Gwynna Fa
lls,
Plitt
P-
5 (BP, lectotipo; US, isolectotipo).
Distribuição conhecida: Europa (Giordani et al. 2002), África (Hale 1990a), América do
Norte (Hale 1964, 1990a; Esslinger & Egan 1995; Brodo et al. 2001; Nash & Elix 2004),
América Central (Hale 1990a); na América do Sul é conhecido para Argentina (Nash et al.
1995, Calvelo & Liberatore 2002), Cuba (Hale 1990a), Colômbia, Venezuela (Hale 1990a,
Nash et al. 1995), Paraguai (Hale 1990a), Uruguai (Hale 1990a, Nash et al. 1995),
Brasil
- BA, MG, PB, PE (Nash
et
al. 1995), PR (Eliasaro 2001, 2004, Eliasaro & Adler
2002), RJ (Nash
et al
.
1995), RS (Spielmann 2004), SC e SP (Nash
et al
.
1995).
TALO
amarelo esverdeado, lobado, 9,0 cm diâm.;
lobos
de irregulares a
subdicotômicos, involutos, 0,70 1,50 (
2,00)
mm larg., adnatos, amontoados, imbricados,
sobrepostos lateralmente nas margens, ápice redondo, margem lisa, superfície superior
contínua, lisa, brilhosa;
lacínulas
ausentes; máculas ausentes;
cílios
ausentes.
PÚSTULAS
ausentes.
SORAIS
ausentes.
ISÍDIOS
concolores ao talo e ápice marrom, cilíndricos,
simples, poucos ramificados, 0,10 0,50
0,05 0,10 mm, eretos, firmes, ápice eciliado,
laminais, raramente marginais.
MEDULA
branca, salmão clara em algumas partes do talo,
pigmento ausente. SUPERFÍCIE INFERIOR uniformemente castanha, opaca, levemente
rugosa;
margem castanha acinzentada, lustrosa, 0,90
2,0
mm larg., limite praticamente
ausente, de lisa a levemente rugosa, estreita zona marginal nua
;
rizinas
concolores à
superfície inferior, muitas vezes com o ápice enegrecido, simples, presentes quase até a
margem e mais raramente até a borda, 0,30 0,60
0,05 0,15 mm, poucas, agrupadas.
APOTÉCIOS
ausentes.
PICNÍDIOS
ausentes.
Testes de coloração: córtex superior K , UV ; medula K+ amarelo
laranja, C
(leitoso),
KC ,
P+ laranja, UV
ou amarelo fraco em algumas partes do talo.
247
Substâncias de importância taxonômica:
ácido úsnico (cortical), ácidos norstíctico, stíctico,
criptostíctico, conorstíctico e constíctico
(medulares).
Material examinado: município de Vacaria, localidade de Fazenda da Estrela, campo,
28º03 57,3 S, 50º57 38,1 W, 905 m de altitude, saxícola em campo recém roçado, col. L.S.
Canêz & A
.A.
Spielmann
347, 20-
VII
-2003.
Comentários
Os lobos contíguos, levemente sobrepostos lateralmente, a presença de isídio
s
cilíndricos, a produção de ácidos norstíctico, stíctico, criptostíctico, conorstíctico e
constíctico, além da superfície inferior castanha, diferenciam Xanthoparmelia plittii das
demais espécies coletadas em Vacaria.
Pode ser confundida com
Xanthoparmeli
a neokalbii Nash & Elix, que também é
isidiada e tem a superfície inferior castanha, mas produz ácido hipostíctico ao invés de ácido
norstíctico e possui os lobos mais amontoados e isídios levemente maiores
(0,25 0,75 0,05 0,15
mm).
Xanthoparmelia subramigera
(Gyelnik) Hale
Phytologia
28
: 489. 1974.
Figura 106
Basiônimo:
Parmelia subramigera Gyelnik, Fedde Repertorium Specierum Novarum Regni
Vegetatilis
29: 281. 1931.
Tipo:
Estados Unidos da América, Hawaii, Rainbow Fall,
Faurie
856 (BP, lectotipo; BM,
PC, isolectotipo).
Distribuição conhecida: Ásia (Hale 1990a, Louwhoff & Elix 2000), África (Nash & Elix
1987, Hale 1990a), América do Norte (Hale 1964, 1990a; Brodo et al. 2001; Nash & Elix
2004), América Central (Hale 1990a); na América do Sul é conhecida para Chile (Nash et al.
1995), Colômbia, Cuba (Hale 1990a), Equador, Uruguai (Nash et al. 1995), Venezuela (Hale
1990a, Nash
et al
.
1995), e Brasil
RS (Spielmann 2004).
TALO
amarelo esverdeado, lobado, 6,0 cm diâm.;
lobos
com ram
ificações
irregulares, elevados, 1,0 4,5 mm larg., frouxamente adnatos, sobrepostos lateralmente, ápice
redondo, escurecidos, margem geralmente crenada, às vezes lisa, superfície superior contínua,
248
lisa, rugosa em um espécime, brilhosa;
lacínulas
ausentes; máculas fracas, puntiformes,
laminais;
pseudocifelas
ausentes;
cílios
ausentes.
PÚSTULAS
ausentes.
SORAIS
ausentes.
ISÍDIOS
com base concolor ao talo e ápice marrom, cilíndricos e granulares, simples, poucos
ramificados ou coralóides, 0,10 0,20 0,05 0,1
0 mm, eretos, firmes, ápice eciliado, laminais.
MEDULA
branca, pigmento ausente. SUPERFÍCIE INFERIOR castanha ou castanha
escura em algumas partes, opaca, lisa; margem ausente, com zona marginal nua, levemente
opaca, lisa
;
rizinas
concoloridas à superfície inferior ou ligeiramente mais escurecidas,
simples, 0,20 0,75
0,05 0,10 mm, poucas, agrupadas, deixando grandes áreas totalmente
nuas.
APOTÉCIOS
ausentes.
PICNÍDIOS
ausentes.
Testes de coloração: córtex superior K , UV
ou amarelo fraco nas partes jovens do talo;
medula K+ amarelo amarronzado, C
, KC
, P+ amarelo
rápido laranja forte, UV
.
Substâncias de importância taxonômica: ácido úsnico (cortical), ácidos
succinprotocetrárico e protocetrárico (medulares).
Material examinado: município de Vacaria, localidade de Fazenda da Estrela, campo,
28º02 44,6 S, 51º02 01,7 W, 860 m de altitude, em basalto junto em local ensolarado na
margem esquerda do Rio Frade, col. L.S.
Canêz & A
.A.
Spielmann
669, 681, 11-I-
2004.
Comentários
Xanthoparmelia subramigera é diferenciada de todas as outras espécies coletadas em
Vacaria por apresentar ácidos succinprotocetrárico e protocetrárico como componentes
medulares, além de apresentar isídios cilíndricos e superfície inferior castanha.
Os espécimes conferem com as descrições de Hale (1990a) e Nash et al. (1995),
porém não foi detectada a presença esperada de ácido physodálico e ainda verificou-se a
presença de ácido protocetrárico ao invés de fumarprotocetrárico.
249
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Durante a realização deste trabalho
foram encontradas 105 espécies distribuídas em 13
gêneros.
Foram encontrados 25 táxons novos para a Ciência, 2 citações novas para o Continente
Americano, 1 citação nova para a América do Sul. Para o Brasil foram encontradas 6 novas
ocorrências e 9 ocor
rências novas para o Rio Grande do Sul.
Estes dados podem ser considerados surpreendentes se for admitido que o estado do
Rio Grande do Sul é o que apresenta o maior conhecimento liquenológico entre todos os
outros do país.
Se os resultados encontrados em Vacaria forem proporcionalmente iguais em outros
municípios do Rio Grande do Sul e do Brasil, então, é possível que a estimativa de espécies
esperadas para o Brasil, dada por Marcelli (1998b), seja muito inferior ao que realmente será
encontrado.
A necessidade de bibliografia esclarecedora com bons comentários a respeito dos
táxons e mesmo com dúvidas levantadas e a existência de boas coleções herborizadas
facilitaria o trabalho de identificação e taxonomia. Na verdade, estes são os quesitos
necessários para expandir o conhecimento liquenológico no país e no mundo. É um trabalho
que precisa ser desenvolvido para sanar as lacunas, resolver problemas e se chegar a uma
compreensão real das circunscrições tanto dos gêneros como das espécies de
Parmeliaceae
.
250
Figuras 1 6. 1. Bulbothrix megapotamica (Canêz & Spielmann 146). 2.
Bulbothrix
nigropunctata
(Canêz & Spielmann 1282). 3. Bulbothrix tabacina (Canêz & Spielmann 1064)
.
4. Canomaculina conferenda (Canêz & Spielmann 979).
5.
Canomacu
lina consors (Canêz
&
Spielmann 1373). 6. Canomaculina fumarprotocetrarica (Canêz & Spielmann 690
).
Barra =
1
cm, exceto onde anotado.
2
1
3
4
5
6
0,5
cm
0,5
cm
251
Figuras
7 12. 7. Canomaculina glabra (Canêz & Spielmann 876). 8. Canomaculina isousnica
(Canêz & Spielmann 809b). 9. Canomaculina leucosemotheta (Canêz & Spielmann 734).
10. Canomaculina lyngei (Canêz & Spielmann 873). 11.
Canomaculina
muelleri
(Canêz
&
Spielmann 953
). 12.
Canomaculina
pilosa
(Canêz
& Spielmann 1365
).
Barra = 1 cm.
7
8
9
10
11
12
252
Figuras
13 18.
13. Canomaculina pseudo
subcaperata
(Canêz & Spielmann 757).
14. Canomaculina recipienda (Canêz & Spielmann 1372). 15. Canomaculina stellensis
(Canêz &
Spielmann 974). 16. Canomaculina subsumpta (Canêz & Spielmann 834). 17.
Cano
parmelia
ca
r
neopruinata
(Canêz & Spielmann 100). 18. Canoparmelia caroliniana
(Canêz & Spielmann
388).
Barra = 1 cm.
13
14
15
16
17
18
253
Figuras 19 24. 19. Canoparmelia consanguinea (Canêz & Spielmann 892). 20.
Canoparmelia
maculata
(Canêz
1378)
. 21.
Canoparmelia
roseoreagens
(Canêz & Spielmann 096).
22. Canoparmelia sanguinea (Canêz & Spielmann 793). 23. Canoparmelia sub
roseoreagens
(Canêz & Spielmann 1374). 24. Flavoparmelia exornata (Canêz & Spielmann 656).
Barra =
1
cm.
19
20
21
22
23
24
254
Fi
guras 25 30.
25. Flavoparmelia papillosa (Canêz & Spielmann 378). 26.
Hypotrachyna
costaricensis
(Canêz & Spielmann 1017). 27.
Hypotrachyna dentella
(Canêz & Spielmann 1014).
28. Hypotrachyna endochlora (Canêz & Spielmann 464).
29
. Hypotrachyna imbricatula (Canêz
& Spielmann 461
). 30.
Hypotrachyna livida
(Canêz
& Spielmann 131
).
Barra = 1 cm.
25
26
27
28
30
29
255
Figuras 31
36. 31. Hypotrachyna neodissecta (Canêz & Spielmann 1003). 32.
Hypotrachyna
osorioi
(Canêz & Spielmann 695). 33. Hypotrachyna peru
viana
(Canêz & Spielmann 1015)
.
34. Hypotrachyna pluriformis (Canêz & Spielmann 767).
35.
Hypotrachyna polydactyla
(Canêz
& Spielmann 359)
. 36.
Hypotrachyna rockii
(Canêz & Spielmann 865).
Barra = 1 cm.
31
32
33
34
35
36
256
37
39
40
41
42
Figuras 37
42. 37. Hypotrachyna steyermarkii (Canêz & Spielmann 788). 38.
Hypotrachyna
verrucosissima (Canêz & Spielmann 778). 39. Myelochroa supraflava
(Canêz & Spielmann
1377). 40.
Parmelinella wallichiana (Canêz & Spielmann 392). 41. Parmelinopsis minarum
(Canêz & Spielmann 768). 42. Parmelinopsis sp
athulata
(Canêz & Spielmann 750).
Barra = 1 cm.
38
257
46
Figuras 43 48.
43. Parmotrema aberr
ans
(Canêz & Spielmann 730). 44.
Parmotrema
alidactylatum
(Canêz & Spielmann 167). 45. Parmotrema argentinum (Canêz & Spiel
mann
1314)
. 46.
Parmotrema catarinae
(Canêz & Spielmann 505)
. 47.
Parmotrema chinense
(Canêz &
Spielmann 1363)
.
48.
Parmotrema conformatum
(Canêz & Spielmann 726).
Barra = 1 cm, exceto
onde anotado.
43
44
45
47
48
258
Figuras 49 54.
49. Parmotrema crinit
um
(Canêz & Spielmann 765). 50. Parmotrema eciliatum
(Canêz & Spielmann 842). 51. Parmotrema fleigiae (Canêz & Spielmann
718a
). 52.
Parmotrema
allardii
(Canêz & Spielmann 1051). 53. Parmotrema hypomiltoides (Canêz & Spielmann 805).
54.
Parmotrema internexu
m
(Canêz
& Spielmann 852
).
Barra = 1 cm.
49
51
53
54
259
60
55
57
58
59
Figuras 55
60. 55. Parmotrema ludibriosum (Canêz & Spielmann 361). 56.
Parmotrema
mantiqueirense
(Canêz & Spielmann 732). 57. Parmotrema margaritatum
(Canêz & Spielmann
1031). 58. Parmotrema melanothrix (Canêz & Spielmann 708). 59. Parmotrema mellissii (Canêz
& Spielmann 970
).
6
0.
Parmotrema neomellissii
(Canêz
& Spielmann 735
).
Barra = 1
cm, exceto
onde anotado.
260
Figuras 61
66. 62. Parmotrema peralbidum (Canêz & Spielmann 863). 62.
Parmotrema
permutatum
(Canêz & Spielmann 867). 63. Parmotrema pseudonilgherrense
(Canêz &
Spielmann 752). 64. Parmotrema rampoddense (Canêz & Spielmann 890). 65.
Parmotrema
rigidum
(Canêz & Spielmann 761). 66. Parmotrema ruptum (Canêz & Spielmann 1021
).
Barra = 1 cm.
61
62
63
64
65
66
261
Figuras 67 72.
67. Parmotrema sancti-
angeli
(Canêz & Spielmann 383). 68.
Parmotrema
soredioaliphaticum
(Canêz & Spielmann 342). 69. Parmotrema sorediomaculiferum
(Canêz &
Spielmann 1036). 70.
Parmotrema
spinibarbe (Canêz & Spielmann 756). 71.
Parmotrema
submellissii
(Canêz & Spielmann 894a). 72. Parmotrema subrugatum (Canêz & Spielmann 369).
Barra = 1 cm.
67
69
70
71
72
68
262
Figuras 73 78.
73. Parmotrema tinctorum (Canêz & Spielmann 777). 74.
Puncte
lia borreri
(Canêz & Spielmann 96
4b)
. 75. Punctelia colombiana (Canêz & Spielmann 083a).
76.
Punctelia
constantimontium
(Canêz & Spielmann 1038)
.
77.
Punctelia fimbriata
(Canêz & Spielmann 977)
.
78.
Punctelia graminicola
(Canêz & Spielmann 861
a)
.
Barra =
1 cm.
73
74
75
76
77
78
263
81
79
80
82
83
84
Figuras 79 84.
79.
Punctel
ia osorioi (Canêz & Spielmann 665). 80. Punctelia purpurascens
(Canêz & Spielmann 869). 81. Punctelia reddenda (Canêz & Spielmann 528). 82.
Punctelia
riograndensis
(Canêz & Spielmann 673). 83. Punctelia subpraesignis (Canêz & Spielmann 945).
84.
Relicina abstrusa
(Canêz & Spielmann 881)
.
Barra = 1 cm.
264
90
Figuras 85 90.
85. Rimelia cetrata (Canêz & Spielmann
372)
. 86. Rimelia cetrata
(Canêz &
Spielmann 389). 87.
Rimelia cilin
drica
(Canêz & Spielmann 674). 88. Rimelia commensurata
(Canêz & Spielmann 477). 89. Rimelia diffractaica (Canêz & Spielmann 130). 90.
Rimelia
divaricatica
(Canêz & Spielmann 758).
Barra = 1 cm, exceto onde anotado.
85
86
88
89
87
0,5
cm
265
91
Figuras
91 96. 91. Rimelia homotoma (Canêz & Spielmann 840). 92. Rimelia norloreticulata
(Canêz & Spielmann 950). 93. Rimelia pontagrossensis (Canêz & Spielmann 736). 94.
Rimelia
reticulata
(Canêz & Spielmann 121). 95. Rimelia simulans (Canêz & Spielmann 149)
.
96.
Rimelia soredi
o
stictica
(Canêz 123a).
Barra = 1 cm.
93
94
95
96
92
266
Figuras 97 102.
97. Rimelia succin
reticulata
(Canêz & Spielmann 803). 98.
Xanthoparmelia
catarinae
(Canêz & Spielmann 659). 99. Xanthoparmelia conglomerata (
Canêz & Spielmann
692a)
. 100. Xanthoparmelia conspersa (Canêz & Spielmann 349). 101.
Xanthoparmelia
hypopsila
(Canêz & Spielmann 789). 102. Xanthoparmelia isidiascens
(Canêz & Spielmann
1059).
Barra = 1 cm.
97
99
100
101
98
267
104
106
103
105
Figuras 103 10
6. 103. Xanthoparmelia microspora (Canêz & Spielmann
722
).
104. Xanthoparmelia neokalbii (Canêz & Spielmann 118).
105
. Xanthoparmelia plittii
(Canêz &
Spielmann 347
). 106. Xanthoparmelia subramigera (Canêz & Spielmann 681).
Barra = 1 cm,
exceto onde anotado.
268
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285
Anexo 1
Modelo preenchido da planilha de
descrição de espécimes de Parmeliaceae
286
287
288
289
290
291
292
293
294
295
296
Anexo 2
Modelo preenchido da planilha
de registro do comportamento das
substâncias encontradas na
Cromatografia em Camada Delgada
297
298
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