Download PDF
ads:
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL
INSTITUTO DE GERIATRIA E GERONTOLOGIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GERONTOLOGIA BIOMÉDICA
NÍVEL DE MESTRADO
A INFLUÊNCIA DA DOR CRÔNICA NA QUALIDADE DE VIDA DO IDOSO
MARTA LORENZINI
Porto Alegre, março de 2006.
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
2
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL
INSTITUTO DE GERIATRIA E GERONTOLOGIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GERONTOLOGIA BIOMÉDICA
NÍVEL DE MESTRADO
MARTA LORENZINI
A INFLUÊNCIA DA DOR CRÔNICA NA QUALIDADE DE VIDA DO IDOSO
Dissertação apresentada para o Instituto de Geriatria e
Gerontologia do Programa de Pós-Graduação em
Gerontologia Biomédica, como requisito para aquisição
do título de Mestre.
ORIENTADOR: JOSÉ ROBERTO GOLDIM
Março de 2006
ads:
3
Catalogação na Publicação
Lorenzini, Marta
A Influência da Dor Crônica na Qualidade de Vida do Idoso./ Marta Lorenzini;
orientador: José Roberto Goldim, - 2006.
Dissertação de Mestrado - Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul.
Instituto de Geriatria e Gerontologia. Programa de Pós-Graduação em
Gerontologia Biomédica. Porto Alegre, 2006.
1. Qualidade de Vida. 2. Idoso. 3. Dor Crônica. 4. Escala análogo Visual de Dor.
5. WHOQOL-bref.
4
AGRADECIMENTOS
Aos meus familiares por toda dedicação e carinho permanentes.
Ao meu esposo Felice pela compreensão, participação efetiva, pela força e
carinho dispensados.
Ao meu orientador Jo Roberto Goldim pela paciência, compreensão e
competência.
Aos amigos Lisiane Baldissera, Mônica Martins e Marijaine Mossi pelo grande
auxílio no desenvolvimento desta pesquisa.
5
SUMÁRIO
Resumo................................................................................................................... 6
Abstract.....................................................................................................................8
Apresentação..........................................................................................................10
Referencial Teórico................................................................................................ 11
Artigo Versão em Língua Portuguesa.................................................................... 23
Artigo Versão em Língua Inglesa........................................................................... 39
Referências Bibliográficas do Artigo.......................................................................54
Considerações Finais............................................................................................57
Referências Bibliográficas do Referencial Teórico................................................59
Anexos....................................................................................................................66
6
RESUMO
Introdução: O idoso com distúrbio doloroso crônico, pode sofrer alterações
importantes na sua qualidade de vida. A dor é um dos problemas mais
importantes, que dificultam consideravelmente a autonomia e a independência no
cotidiano dos idosos.
Objetivos: O objetivo deste estudo foi avaliar a influência da dor crônica na
qualidade de vida do idoso, observando suas repercussões em quatro domínios:
físico, psicológico, relações sociais e meio ambiente.
Métodos: Este foi um estudo transversal, com uma amostragem de
conveniência composta por 43 idosos, com idade igual ou superior a 60 anos de
idade, com diagnóstico clínico de dor crônica.
Foram utilizados o Instrumento de Avaliação de Qualidade de Vida da
Organização Mundial de Saúde, o WHOQOL-bref e a Escala Análogo Visual de
Dor.
Resultados: Dentre as alterações clínicas encontradas, verificamos: 41,1%
pacientes com artrose; 34,9% com distúrbios da coluna; 23,2% com tendinopatias;
2,3% com osteoporose e 2,3% com artrite reumatóide.
Na escala análogo visual de dor foi observado que ambos os sexos mostraram
um padrão de dor moderada.
Podemos observar que houve uma influência negativa da dor crônica na
qualidade de vida dos idosos no domínio físico no domínio das relações sociais
em relação aos voluntários–controle.
7
Discussão: A diminuição na qualidade de vida nos domínios físico e de relações
sociais dos idosos com dor crônica, pode afetar também a manutenção da
autonomia do idoso, na qual ele poderá deixar ou limitar o desempenho de suas
funções do cotidiano, tornando-se dependente dentro de um contexto social,
econômico e cultural.
Descritores: Qualidade de vida, idoso, dor crônica.
8
ABSTRACT
Introduction: Elderly people with chronic painful disorder may suffer major
changes in their quality of life. Pain is one of the most important problems that
considerably impair autonomy and independence in the everyday life of elderly
people.
The purpose of this study was to assess the influence of pain in the quality
of life of elderly people, observing its effects in four domains: physical,
psychological, social relations and environment.
Methods: This was a transversal research with a convenience sample
made up of 43 elderly individuals 60 years old or older, with chronic pain clinical
diagnosis.
The World Health Organization Quality of Life Assessment Instrument,
WHOQOL-bref, was used, as well as the Pain Visual Analogue Scale.
Results: Among the clinical alterations found, we verified: 41,1% patients with
arthrosis; 34.9% with back disorders; 23.2% with tendinopathies; 2.3% with
osteoporosis and 2.3% rheumatoid arthritis.
In the pain visual analogue scale it was observed that both sexes showed a
moderate pain pattern.
We could observe that there was negative influence of chronic pain in the
quality of life of elderly people in the physical domain and in the social relations
domain compared to the control volunteers.
Discussion: The reduction in the quality of life in the physical and social relations
domain in elderly people with chronic pain may also affect the maintenance of
9
autonomy of old people, in that they may stop or limit the performance of their
functions in everyday life, becoming dependant in a social, economical and cultural
context.
Key Words: Quality of life; elderly; chronic pain
10
APRESENTAÇÃO
Esta dissertação de mestrado aborda a questão da influência da dor crônica
na qualidade de vida do idoso. A sua estrutura é composta de um referencial
teórico, onde são apresentados os principais conceitos e os conhecimentos atuais
sobre o tema; um artigo, em versão língua portuguesa e inglesa, com os
resultados obtidos; as referências bibliográficas utilizadas no artigo, as
considerações finais, as referências bibliográficas do referencial teórico e os
anexos, que contêm o Termo de Consentimento, a Escala Análogo Visual de Dor,
a Ficha de Informações sobre o Respondente e o Questionário de Qualidade de
Vida.
11
REFERENCIAL TEÓRICO
A dor crônica acomete, em todo o mundo, cerca de cem milhões de
indivíduos. Aproximadamente quatorze por cento da dor crônica está relacionada
às articulações e ao sistema musculoesquelético. O distúrbio doloroso articular
resulta, usualmente, de processos inflamatórios e/ou degenerativos como, por
exemplo, a artrite e a osteoartrose; e o muscular pode desenvolver dores como a
síndrome da dor miofascial, a fibromialgia, as miosites, por exemplo. Nos Estados
Unidos, a artrite está entre as doenças crônicas mais freqüentes e tem como
resultado uma perda funcional significativa para a qualidade de vida dos idosos,
promovendo grande risco para incapacidades físicas, depressão e
institucionalização.
1,2,3,4,5,6,7,8,9,10,11,12,13,14,15
A dor é uma experiência desagradável, sensitiva e emocional, associada à
lesão real ou potencial dos tecidos, podendo ser aguda ou crônica. A dor aguda,
surge de forma súbita e tem como função alertar o indivíduo para o perigo de uma
lesão. A dor crônica, é considerada aquela com duração maior de três meses, ou
que ultrapassa o período usual de recuperação esperado para a causa
desencadeante da dor. Expressa-se através de numerosas afecções, geralmente,
acompanhada de alterações do sistema nervoso autônomo, produzindo
alterações, como: hipertensão arterial, taquicardia, sudorese, irritação química dos
tecidos, queimadura, estresse tecidual, espasmos de sculos lisos. Em algumas
situações, proporciona sofrimentos desnecessários e nocivos tanto ao estado
físico quanto ao emocional do indivíduo.
1,2,3,4,6
12
Uma quadro álgico pode tornar-se crônico pelos mais variados motivos,
mas certamente não apresenta uma função de alerta ou defesa. A dor crônica
merece maior atenção por parte dos profissionais da saúde, pois influencia
negativamente a qualidade de vida, limita a movimentação, a agilidade, a
atividade, a socialização, e o bem-estar das pessoas.
1,2,3,4,16,17,18
A dor é uma qualidade sensorial complexa e a não interrupção da
sensação dolorosa afeta aspectos físicos, mas também sofrimento, incapacidade,
depressão, desnutrição, distúrbio do sono, isolamento social, limitação nas
atividades de vida diárias, profissionais, familiares e de lazer.
2,6,19,10,21,22,23,24
A osteoartrose é o distúrbio doloroso mais comum no idoso. Os dados
obtidos no maior estudo sobre dor realizado, revelaram que exceto nas
articulações, a sensação dolorosa se reduz com o aumento da idade em todas as
localizações anatômicas. A diminuição da incidência de dor relacionada com a
idade pode ser devido a alterações nas vias neurais envolvidas na nocicepção ou
a diferenças na disposição psicológica de relatar a dor, podendo esta ficar
despercebida e ser inadequadamente avaliada e tratada.
7,25,26,27,28
A dor crônica no idoso é um problema relevante e de difícil controle, devido,
muitas vezes, à dificuldade de comunicação com o idoso e de sua compreensão
quanto à utilização adequada das medicações, provocando intoxicações. Além
disso, o idoso não julga adequadamente sua dor, provocando uma demanda maior
aos serviços de saúde.
29,30,31,32,33
Sabe-se que a qualidade de vida no idoso, pode sofrer alterações
importantes, quando acrescenta-se no cotidiano a dor. Pode ser considerada uma
13
das situações mais incômodas e desesperadoras que acometem o homem e é um
dos problemas mais importantes na vida dos idosos com dor.
1,2,3,4
O envelhecimento populacional é um fenômeno relativamente novo em todo
mundo. Segundo a Organização Mundial da Saúde, a expectativa de vida da
população mundial passará de 66 para 73 anos, em 2025. A população idosa irá,
duplicar-se entre 2025 e 2050 nos países desenvolvidos.
27
No Brasil, as perspectivas para o ano 2030 estão em torno de 25 milhões
de idosos. Este fato é observado no Rio Grande do Sul, local onde se verificam
melhores condições sociais, sanitárias, econômicas e culturais, razão para maior
expectativa de vida.
19,34,35
O envelhecimento populacional é fruto, principalmente, de diminuições
importantes dos coeficientes de mortalidade e das taxas de fecundidade e
natalidade. A queda da mortalidade em todas as faixas etárias levou, inicialmente,
o aumento da expectativa de vida ao nascer e, a seguir, da expectativa de vida
aos 60 anos. Isto foi secundado pela queda da fecundidade e natalidade,
ocasionando o aumento da proporção de indivíduos idosos. Esta situação
conhecida como “transição demográfica”, é acompanhada por mudança da morbi-
mortalidade, com aumento da incidência e prevalência de doenças crônicas e
queda das doenças infecciosas, levando a aumento do número de pessoas
incapacitadas, dependentes de cuidados de longa duração.
34,36
O processo de envelhecimento preocupa a humanidade desde o início da
civilização e vem preocupando na atualidade, devido ao aumento do número de
idosos em todo o mundo, o que exerceu pressão passiva sobre o desenvolvimento
de pesquisas nesse campo.
19,34
14
O envelhecimento pode ser conceituado como um processo dinâmico e
progressivo, no qual há modificações morfológicas, funcionais, bioquímicas e
psicológicas que determinam perda da capacidade de adaptação do indivíduo ao
meio ambiente, ocasionando maior vulnerabilidade e maior incidência de
processos patológicos que terminam por leva-lo à morte. O envelhecimento trás
consigo a perspectiva de morte. Mesmo com o aumento da sobrevida da
população humana, a vida é sempre um período finito. Esta finitude passa a ser
mais contundente com a chegada da velhice. A perda de amigos, familiares e de
pessoas de referência social reforça esta característica.
37
A promoção da boa qualidade de vida na idade madura excede, entretanto,
os limites da responsabilidade pessoal e deve ser vista como um empreendimento
de caráter sociocultural. Ou seja, uma velhice satisfatória não é um atributo do
indivíduo biológico, psicológico ou social, mas resulta da qualidade da interação
entre pessoas em mudança, vivendo numa sociedade em mudanças. Dessa forma
a qualidade de vida no idoso deve ser avaliada seguindo esta multiplicidade de
critérios e de indicadores. Porém, ainda não foi possível estabelecer com clareza o
grau de importância de cada um, suas inter-relações e a direção da causalidade
entre eles. O que se sabe é que as diferentes variáveis relacionadas à qualidade
de vida na velhice podem ter diferentes impactos sobre o bem-estar subjetivo.
38
Assim, viver cada vez mais tem implicações importantes para a qualidade
de vida; a longevidade pode ser um problema, com conseqüências sérias nas
diferentes dimensões da vida humana, física, psíquica e social. Esses anos vividos
a mais podem ser anos marcados por declínio funcional, doenças, perda de
autonomia, aumento da dependência, isolamento social e depressão. No entanto,
15
se os indivíduos envelhecerem, mantendo-se autônomos e independentes, a
sobrevida aumentada poderá ser plena de significado. A longevidade cada vez
maior do ser humano acarreta uma situação ambígua, vivenciada por muitas
pessoas, mesmo pelas ainda não-idosas: o desejo de viver cada vez mais e, ao
mesmo tempo, o temor de viver em meio a incapacidades e à dependência.
34,36,39
O desafio que se propõe aos indivíduos e às sociedades é almejar uma
sobrevida maior, com uma qualidade de vida cada vez melhor, para que os anos
vividos em idade avançada sejam plenos de significado e dignidade.
5
O estudo sobre as condições que permitem uma boa qualidade de vida na
velhice, reveste-se de grande importância científica e social, estimulando a
retomada das reflexões sobre diferentes questões éticas e morais que envolvem
os idosos.
37
A qualidade de vida na velhice tem sido, muitas vezes, associada a
questões de dependência-autonomia. As dependências observadas no idoso
resultam tanto das alterações biológicas (deficiências e incapacidades) como de
mudanças nas exigências sociais (desvantagens) e, freqüentemente, as últimas
parecem determinar as primeiras e podem ser descritos três tipos de dependência:
a estruturada, onde o significado do valor do ser humano é determinado, em
primeiro lugar, pela participação no processo produtivo (na velhice salienta-se a
dependência gerada pela perda do emprego); a dependência física, incapacidade
funcional individual para realizar atividades de vida diária; e a dependência
comportamental, com freqüência antecedida pela dependência física, é
socialmente induzida independentemente do nível de competência do idoso, o
meio espera incompetência.
40
16
A investigação sobre as condições que permitem uma boa qualidade de
vida na velhice, bem como, as variações que a idade comporta, revestem-se de
grande importância científica e social. Tentar responder à aparente contradição
que existe entre velhice e bem-estar, ou mesmo a associação entre velhice e
doença, poderá contribuir para a compreensão do envelhecimento, dos limites e
alcances do desenvolvimento humano. Além disso, possibilitará a criação de
alternativas de intervenção visando o bem-estar de pessoas idosas.
19
Alguns fatores são críticos à manutenção da integridade, da independência
e da autonomia de um indivíduo. Existem grandes diferenças individuais entre os
idosos, mais que em qualquer outro grupo etário; são diferenças em quase todos
os tipos de características, as físicas, mentais, psicológicas, condições de saúde e
sócio-econômicas, o que torna as conclusões a respeito da qualidade de vida
necessárias e altamente individualizadas. Muitos idosos podem permanecer
saudáveis e com habilidade funcional até anos tardios, mantendo estáveis suas
características físicas, mentais, de personalidade e sociais. Se hábitos e estilos
de vida saudáveis e na ausência de uma doença importante, haverá
adaptabilidade e reserva funcional suficiente para a maioria das atividades.
25
A preocupação especificamente com qualidade de vida na velhice ganhou
relevância nos últimos 30 anos. Isso se deu em função do crescimento do número
de idosos e da expansão da longevidade, que passou a ser compartilhada por um
número maior de indivíduos vivendo em diversas sociedades.
38
A expressão qualidade de vida foi mencionada pela primeira vez por Pigou
em 1920 ao escrever o livro “The Economics of Welfare” sobre economia e bem-
estar material, sendo novamente empregado em 1964, pelo presidente dos
17
Estados Unidos, Lyndon Johnson. O interesse em conceitos como “padrão de
vida” e “qualidade de vida” foi inicialmente partilhado por cientistas sociais,
filósofos e políticos. O crescente desenvolvimento tecnológico da medicina e
ciência afins trouxe como uma conseqüência negativa a sua progressiva
desumanização. A crítica da sociedade industrial fez com que a visão
unidimensional do ser humano fosse ampliada. Assim, a preocupação com o
conceito de “qualidade de vida” refere-se a um movimento dentro das ciências
humanas e biológicas no sentido de valorizar parâmetros mais amplos que o
controle de sintomas, a diminuição da mortalidade ou o aumento da expectativa de
vida.
34,41,42,43
Os significados atribuídos a uma boa qualidade de vida são muitos, sendo
difícil conseguir unanimidade de opiniões entre pessoas da mesma comunidade e
até mesmo de uma sociedade. Alguns elementos citados entre pessoas da
mesma comunidade e até mesmo de uma sociedade. Alguns elementos citados,
na maioria das opiniões incluem: segurança, felicidade, lazer, saúde, condição
financeira estável, família, amor e trabalho. Pesquisadores, construíram métodos
para estudar esses significados, encontrando um conjunto de elementos
relacionados ao termo “qualidade de vida”. Esses elementos incluem aspectos
culturais, históricos e de classes sociais; conjunto de condições materiais e não
materiais, diferenças por faixas etárias; condições de saúde das pessoas ou de
uma comunidade.
44
O Grupo Qualidade de Vida da Divisão de Saúde Mental da Organização
Mundial da Saúde definiu qualidade de vida como ”a percepção do indivíduo de
sua posição na vida no contexto da cultura e sistema de valores nos quais ele vive
18
e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações.”Conceito
centrado na avaliação subjetiva do indivíduo viver plenamente. Bullinger e cols.
(1993) consideram que o termo qualidade de vida é mais geral e inclui uma
variedade potencial maior de condições que podem afetar a percepção do
indivíduo, seus sentimentos e comportamentos relacionados com seu
funcionamento diário, incluindo, mas não se limitando, à sua condição de saúde e
às intervenções médicas.
42,45,46
Embora não haja um consenso a respeito do conceito qualidade de vida,
três aspectos fundamentais referentes a esse construto foram obtidos através de
um grupo de especialistas de diferentes culturas: subjetividade,
multidimensionalidade; presença de dimensões positivas (ex. mobilidade) e
negativas (ex. dor). O fenômeno qualidade de vida tem múltiplas dimensões,
como, por exemplo, a física, a psicológica e social, cada uma comportando vários
aspectos. Entre eles, a saúde percebida e a capacidade funcional o variáveis
importantes que devem ser avaliadas, assim como o bem-estar subjetivo, indicado
por satisfação.
25,47,48,49,50
Existem múltiplos instrumentos multidimensionais suficientemente sensíveis
para captar a variabilidade dos diferentes grupos de idosos e de sua qualidade de
vida. Esses devem considerar as dimensões que integram as aferições de saúde e
qualidade de vida. É importante que exista uma forma de avaliar a qualidade de
vida nos idosos com questões pertinentes a esta faixa etária, em virtude de seus
valores e experiências de vida, diferirem da dos mais jovens. Além disso, fatores
relacionados à idade afetam a saúde, dimensão importantíssima para a qualidade
de vida na velhice, e diversas situações sociais colocam obstáculos a uma vida de
19
melhor qualidade. Todos são fatores que aumentam a complexidade da
mensuração da qualidade de vida dos idosos.
47,51,52
Devido à importância do tema, tanto para a avaliação de resultados,
condutas, tratamentos e políticas, quanto para a avaliação de atendimentos e
serviços, vários conceitos e instrumentos, alguns gerais outros específicos,
para a sua avaliação. Poucos, porém, foram desenvolvidos tendo como alvo a
população idosa. A qualidade de vida em idosos e sua avaliação sofrem os efeitos
de numerosos fatores, entre eles os preconceitos dos profissionais e dos próprios
idosos em relação à velhice. O idoso deve ter participação ativa na avaliação do
que é melhor e mais significativo para ele, pois o padrão de qualidade de cada
vida é um fenômeno altamente pessoal. Esta é uma questão não apenas
metodológica, mas também ética.
47,53
A dor é por natureza subjetiva e, oferecer ao paciente, instrumentos
padronizados, que lhe possibilite expressar esta sensação de forma mais objetiva,
facilita a comunicação entre os profissionais e o paciente. Além disso, permite
comparações individuais e de grupos às diferentes abordagens terapêuticas.
54
Vários métodos têm sido utilizados para mensurar a percepção/sensação
de dor. Alguns consideram a dor como uma qualidade simples, unidimensional
que varia apenas em intensidade, mas outros métodos a consideram como uma
experiência multidimensional composta também por fatores afetivo-emocionais.
55
Os instrumentos unidimensionais são designados para quantificar apenas a
severidade ou intensidade de dor, e têm sido utilizados para obtenção de
informações rápidas, não invasivas e válidas sobre a dor.
55
20
As escalas de intensidade pertencem ao grupo de avaliação
unidimensional, por avaliar somente uma das dimensões da experiência dolorosa.
Dentre as escalas existentes, destaca-se a Escala Análogo Visual, elaborada por
Huskisson em 1983, que consiste de uma linha reta de dez centímetros de
comprimento, não numerada, com indicações de “sem dor“ e “pior dor imaginável“
nas extremidades. A Escala Análogo-Visual de Dor (EAV), que por suas limitações
é muitas vezes pouco utilizada e/ou compreendida, é um importante instrumento
na mensuração da dor crônica, pois ajuda o paciente a compreender melhor
quando e quais fatores influenciam a sua percepção da dor, levando-o, ainda, a
um maior comprometimento com as informações que fornece, uma vez que estas
serão sempre parâmetros para a avaliação da adequação do tratamento. O
instrumento a ser utilizado deve adequar-se ao nível de compreensão do paciente
e, através do uso repetido, tornar-se familiar a ele.
54,56,57,58
Devido à complexidade de avaliar a qualidade de vida, na última década
ocorreu uma proliferação de instrumentos avaliativos da qualidade de vida. A
Organização Mundial de Saúde constatando, a inexistência de um instrumento
que avaliasse qualidade de vida dentro de uma perspectiva transcultural
desenvolveu um instrumento com essas características o WHOQOL– 100. A
necessidade de instrumentos curtos que demandem pouco tempo para seu
preenchimento, mas com características psicométricas satisfatórias, fez com que o
Grupo de Qualidade de Vida da Organização Mundial da Saúde desenvolvesse
uma versão abreviada do WHOQOL–100 o WHOQOL ABREVIADO (WHOQOL-
bref). Este questionário consta de 26 questões, e é composto por quatro domínios:
o físico, o psicológico, relações sociais e meio-ambiente. Este instrumento é de
21
auto-avaliação e auto-explicativo. Além disso, alia um bom desempenho
psicométrico com praticidade de uso o que o coloca como uma alternativa útil para
ser usado em estudos que se propõe a avaliar qualidade de vida no
Brasil.
42,59,60,61,62
O WHOQOL-bref é dividido em quatro domínios. O Domínio Um é o Físico
caracterizado por: dor e desconforto; energia e fadiga; sono e repouso;
mobilidade; atividade da vida cotidiana, dependência de medicação ou de
tratamentos; capacidade de trabalho. O Domínio Dois é o Psicológico
caracterizado por: sentimentos positivos; pensar, aprender, memória e
concentração; auto-estima; imagem corporal e aparência; sentimentos negativos;
espiritualidade/ religião/ crenças pessoais. O Domínio Três é o das Relações
Sociais e se caracteriza por: relações pessoais; suporte (Apoio) social; atividade
sexual. O domínio Quatro é o do Meio Ambiente e se caracteriza por: segurança
física e proteção; ambiente no lar; recursos financeiros; cuidados de saúde e
sociais: disponibilidade e qualidade; oportunidades de adquirir novas informações
e habilidades; participação em, e oportunidades de recreação/lazer; ambiente
físico: (poluição/ruído/ trânsito/ clima); transporte.
42
Um desafio importante é estimar a influência da dor crônica na qualidade de
vida do idoso. Recentemente, uma maior preocupação com a qualidade de
vida e sua relação com a dor, pois, sabe-se que a freqüência de dor aumentou e
que afeta o indivíduo como um todo desde o aspecto físico até o emocional, não
se restringindo ao dano tecidual. Esses efeitos dependem de alguns fatores, como
tempo de duração, extensão, intensidade da dor. Dessa forma o indivíduo com dor
22
crônica deve ser tratado como um todo, e não apenas sua dor, para que este
possa manter ou restaurar sua qualidade de vida.
23
ARTIGO VERSÃO EM LÍNGUA PORTUGUESA
24
A INFLUÊNCIA DA DOR CRÔNICA NA QUALIDADE DE VIDA DO IDOSO.
INFLUENCE OF CHRONIC PAIN ON THE QUALITY OF LIFE IN ELDERLY
PEOPLE.
MARTA LORENZINI ; JOSÉ ROBERTO GOLDIM. ∗∗
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul.
Av. Ipiranga, 6681.
Serviço Ambulatorial de Fisioterapia do Hospital Mãe de Deus.
Marta Lorenzini. Rua Ramiro Barcelos, 1393/603. CEP: 90035-006, Porto Alegre
RS.
Dissertação de Mestrado, 2006. Instituto de Geriatria e Gerontologia do Hospital
São Lucas da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul.
RESUMO
INTRODUÇÃO
O idoso com distúrbio doloroso crônico, pode sofrer alterações importantes
na sua qualidade de vida. A dor é um dos problemas mais importantes, que
dificultam consideravelmente a autonomia e a independência no cotidiano dos
idosos.
O objetivo deste estudo foi avaliar a influência da dor crônica na qualidade
de vida do idoso, observando suas repercussões em quatro domínios: físico,
psicológico, relações sociais e meio ambiente.
25
MÉTODOS
Este foi um estudo transversal, com uma amostragem de conveniência
composta por 43 idosos, com diagnóstico clínico de dor crônica.
Foram utilizados o Instrumento de Avaliação de Qualidade de Vida da
Organização Mundial de Saúde, o WHOQOL-bref e a Escala Análogo Visual de
Dor.
RESULTADOS
Dentre as alterações clínicas encontradas, verificamos: 41,1% pacientes com
artrose; 34,9% com distúrbios da coluna; 23,2% com tendinopatias; 2,3% com
osteoporose e 2,3% com artrite reumatóide.
Na escala análogo visual de dor foi observado que ambos os sexos mostraram
um padrão de dor moderada.
Podemos observar que houve uma influência negativa da dor crônica na
qualidade de vida dos idosos no domínio físico no domínio das relações sociais
em relação aos voluntários–controle.
DISCUSSÃO E CONSIDERAÇÕES FINAIS
A diminuição na qualidade de vida nos domínios físico e de relações sociais
dos idosos com dor crônica, pode afetar também a manutenção da autonomia do
idoso, na qual ele poderá deixar ou limitar o desempenho de suas funções do
cotidiano, tornando-se dependente dentro de um contexto social, econômico e
cultural.
26
DESCRITORES
Qualidade de vida# Quality of Life #
Idoso# Elderly #
Dor Crônica# Chronic Pain #
INTRODUÇÃO
A dor crônica acomete, em todo o mundo, cerca de cem milhões de
indivíduos. Aproximadamente, quatorze por cento da dor crônica está relacionada
às articulações e ao sistema musculoesquelético. O distúrbio doloroso articular
resulta, usualmente, de processos inflamatórios e/ou degenerativos como, por
exemplo, a artrite e a osteoartrose; e o muscular pode desenvolver dores como a
síndrome da dor miofascial, a fibromialgia, as miosites, por exemplo. Nos Estados
Unidos, a artrite está entre as doenças crônicas mais freqüentes e tem como
resultado uma perda funcional significativa para a qualidade de vida dos idosos,
promovendo um grande risco para incapacidades físicas, depressão e
institucionalização.
11,19, 21, 22
A oasteoartrose é, na maioria das vezes, o distúrbio doloroso mais comum
no idoso. Os dados obtidos no maior estudo sobre dor já realizado, revelaram que,
exceto nas articulações, a sensação dolorosa se reduz com o aumento da idade
em todas as demais localizações anatômicas.
2,11
O envelhecimento populacional é um fenômeno relativamente novo em todo o
mundo. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, a expectativa de vida
da população mundial passará de 66 para 73 anos, em 2025. O número de
27
indivíduos idosos com idade igual ou superior a sessenta anos irá duplicar entre
2025 e 2050 nos países desenvolvidos.
23
No Brasil, as perspectivas para o ano 2030 estão em torno de 25 milhões
de idosos. Os dados preliminares do censo demográfico referem que cerca de
10 milhões de brasileiros com idade de igual ou superior a 65 anos. Este fato pode
ser observado, no Rio Grande do Sul, local onde se verificam melhores condições
sociais, sanitárias, econômicas e culturais, razão para maior expectativa de vida.
(9)
O estudo sobre as condições que permitem uma boa qualidade de vida na
velhice, reveste-se de grande importância científica e social, estimulando a
retomada das reflexões sobre diferentes questões éticas e morais que envolvem
os idosos.
12
A boa qualidade de vida auxilia a manutenção da autonomia do idoso. Uma
forma de quantificar a qualidade de vida é associá-la, ao grau de autonomia que o
idoso desempenha as suas funções no dia-a-dia, tornando-o independente dentro
de um contexto social, econômico e cultural.
16
A qualidade de vida na velhice não é um atributo do indivíduo biológico,
psicológico ou social, nem uma responsabilidade individual, mas sim, um produto
da interação entre as pessoas em mudança, vivendo numa sociedade em
mudança.
4,5
Responder a aparente contradição entre velhice e bem-estar, ou mesmo a
associação entre velhice e doença, poderá contribuir para a melhor compreensão
do envelhecimento e dos limites e alcances do desenvolvimento humano.
5,13
O grupo qualidade de vida da Divisão de Saúde Mental da Organização
Mundial da Saúde definiu qualidade de vida como ”a percepção do indivíduo de
28
sua posição na vida no contexto da cultura e sistema de valores nos quais ele vive
e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações.” Conceito
centrado na avaliação subjetiva do indivíduo viver plenamente. Bullinger e cols.
(1993) consideram que o termo qualidade de vida é mais geral e inclui uma
variedade potencial maior de condições que podem afetar a percepção do
indivíduo, seus sentimentos e comportamentos relacionados com seu
funcionamento diário, incluindo, mas não se limitando, à sua condição de saúde e
às intervenções médicas.
7, 20
O conceito de “boa qualidade”, por ser abstrato e ambíguo, admite múltiplos
significados, para diferentes pessoas, locais ou ocasiões. Essa multiplicidade de
significados, colocados de forma tão heterogênea, dificulta comparações.
18,20
Embora não haja um consenso a respeito do conceito qualidade de vida,
três aspectos fundamentais referentes a esse construto foram obtidos através de
um grupo de especialistas de diferentes culturas: subjetividade,
multidimensionalidade; presença de dimensões positivas (ex. mobilidade) e
negativas (ex. dor).
7
O fenômeno qualidade de vida tem múltiplas dimensões, como, por
exemplo, a física, a psicológica e a social, cada uma comportando vários
aspectos, mais recentemente foi incluída também a dimensão espiritual. A saúde
percebida e a capacidade funcional são variáveis importantes que devem ser
avaliadas, assim como o bem-estar subjetivo, indicado por satisfação.
1,15
Sabe-se que o idoso com distúrbio doloroso crônico, pode sofrer alterações
importantes na sua qualidade de vida. A dor é um dos problemas mais
importantes, que dificultam consideravelmente a autonomia e a independência no
29
cotidiano dos idosos. A dor pode ser considerada uma das situações mais
incômodas e desesperadoras que acometem o ser humano.
11,14,19,21
Um desafio importante é estimar o grau de influência da dor crônica na
qualidade de vida do idoso. Recentemente, uma maior preocupação com a
qualidade de vida e sua relação com a dor. Sabe-se que a sua ocorrência
aumentou e que ela afeta o indivíduo como um todo. A dor não provoca apenas
um dano tecidual, mas também tem repercussões no plano, físico, psicológico,
social e espiritual. Essas repercussões dependem de alguns fatores, tais como: o
tempo de duração, a extensão e a intensidade da dor. Dessa forma, deve-se tratar
o indivíduo como um todo, e não apenas a sua dor, para que este possa manter
ou restaurar a sua qualidade de vida.
8,14, 18
Mensurar um sintoma subjetivo, saber o quão intensa é a dor, não é uma
tarefa precisa. Os instrumentos para mensurar a dor podem ser uni ou
multidimensionais. Escalas de Intensidade pertencem ao primeiro grupo, por
avaliar somente uma das dimensões da experiência dolorosa.
Dentre as escalas
existentes, destaca-se a Escala Análogo Visual que consiste de uma linha reta de
dez centímetros de comprimento, não numerada, com indicações de “sem dor“ e
“pior dor imaginável“ nas extremidades. Os valores referidos na escala são de dor
leve variando de zero a três; dor moderada de quatro a seis e dor intensa de sete
a dez. Apesar de suas limitações e muitas vezes pouco utilizada e/ou pouco
compreendida, a Escala Análogo Visual de Dor (EAV) é um importante
instrumento na mensuração da dor crônica, pois ajuda o paciente a compreender
melhor quando e quais fatores influenciam a sua percepção da dor, levando-o,
ainda, a um maior comprometimento com as informações que fornece, uma vez
30
que estas serão sempre parâmetros para a avaliação da adequação do
tratamento.
17
Devido à complexidade para avaliar a qualidade de vida, ocorreu na última
década uma proliferação de instrumentos avaliativos da qualidade de vida. A
Organização Mundial de Saúde constatando, a inexistência de um instrumento
que avaliasse qualidade de vida dentro de uma perspectiva transcultural,
desenvolveu um instrumento com essas características o WHOQOL–100. A
necessidade de instrumentos curtos que demandem pouco tempo para seu
preenchimento, mas com características psicométricas satisfatórias, fez com que o
Grupo de Qualidade de Vida da Organização Mundial da Saúde desenvolvesse
uma versão abreviada do WHOQOL–100 o WHOQOL ABREVIADO (WHOQOL-
bref). Este questionário consta de 26 questões, e é composto por quatro domínios:
o físico, o psicológico, relações sociais e meio-ambiente. Este instrumento é de
auto-avaliação e auto-explicativo. Além disso, alia um bom desempenho
psicométrico com praticidade de uso o que o coloca como uma alternativa útil para
ser usado em estudos que se propõe a avaliar qualidade de vida no Brasil. Este
instrumento foi validado e adequado culturalmente ao Brasil.
5,6,19,24
O WHOQOL-bref é dividido em quatro domínios. O Domínio Um é o Físico
caracterizado por: dor e desconforto; energia e fadiga; sono e repouso;
mobilidade; atividade da vida cotidiana, dependência de medicação ou de
tratamentos; capacidade de trabalho. O Domínio Dois é o Psicológico
caracterizado por: sentimentos positivos; pensar, aprender, memória e
concentração; auto-estima; imagem corporal e aparência; sentimentos negativos;
espiritualidade/ religião/ crenças pessoais. O Domínio Três é o das Relações
31
Sociais e se caracteriza por: relações pessoais; suporte (Apoio) social; atividade
sexual. O domínio Quatro é o do Meio Ambiente e se caracteriza por: segurança
física e proteção; ambiente no lar; recursos financeiros; cuidados de saúde e
sociais: disponibilidade e qualidade; oportunidades de adquirir novas informações
e habilidades; participação em, e oportunidades de recreação/lazer; ambiente
físico: (poluição/ruído/ trânsito/ clima); transporte.
7
Suas questões são curtas e elaboradas em linguagem simples compatibilizam
com os quatro tipos de escala de avaliação estabelecidos (intensidade,
capacidade, freqüência e avaliação), com cinco níveis de respostas para cada
uma. Essas escalas de respostas compreendem a escala de intensidade (nada a
extremamente), capacidade (nada a completamente), freqüência (nunca a
sempre) e avaliação (muito insatisfeito a muito satisfeito, muito ruim a muito
bom).
1
Os dados obtidos por meio do WHOQOL-bref devem ser tratados em função
de cada domínio, pois neste instrumento não se pode utilizar um escore total de
qualidade de vida, que foi desenvolvido a partir da premissa de que qualidade
de vida é um constructo multidimensional, não cabendo a soma de itens referentes
a diferentes domínios.
1
O presente estudo se propõe a avaliar a influência e as repercussões físicas,
psicológicas, sociais e ambientais da dor crônica na qualidade de vida de
pacientes idosos.
32
MÉTODOS
Foi realizado um estudo transversal nos meses de fevereiro a junho de 2005,
com uma amostra de pacientes de um serviço de fisioterapia de um hospital de
Porto Alegre. Todos os pacientes da amostra tinham o diagnóstico clínico de dor
crônica e idade igual ou superior a 60 anos, segundo o Estatuto do Idoso Lei
N°8.213, de 24 de Julho de 1991.
A amostragem foi de conveniência e o cálculo do tamanho da amostra foi
realizado com base nos quatro domínios do instrumento WHOQOL, que foi
utilizado na coleta de dados, com um desvio de 10% em cada domínio. O tamanho
da amostra ficou estabelecido em 43 pacientes.
Não foram incluídos os pacientes com patologias que promovam mais
incapacidades que a dor crônica, tais como: pneumopatias severas, cardiopatias
severas, doença neurológica, doença oncológica e depressão.
Foram utilizados o Instrumento de Avaliação de Qualidade de Vida da
Organização Mundial de Saúde, o WHOQOL-bref, versão em português falado no
Brasil e a Escala Análogo Visual de Dor.
Os pacientes quando convidados a participar da pesquisa, foram informados
sobre os objetivos da mesma e da confidencialidade dos dados. Também foi
assinado o Termo de Consentimento aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa
do hospital estudado. Todos os pacientes responderam o WHOQOL-bref em
somente um encontro, referindo-se a situações ocorridas nas duas últimas
semanas.
33
Este instrumento, a princípio, é de auto-resposta. O entrevistador não
influenciou o participante na escolha da resposta. As questões ou o significado
destas, assim como a escala de respostas, não foram discutidas. No caso de
dúvida, o entrevistador apenas releu a questão de forma pausada para o paciente,
evitando dar sinônimos às palavras das perguntas. Foi enfatizada a importância da
interpretação da pergunta proposta, pelo paciente.
Os pacientes que se negaram a responder alguma questão, tiveram um código
próprio para estas. Ao rmino do questionário, foi verificado se o paciente não
deixara nenhuma questão sem resposta e se havia marcado somente uma
alternativa por questão.
A pontuação do questionário foi efetuada pelo programa estatístico Statistical
Package for the Social Sciences ( SPSS- Windows 11.5).
Os resultados deste estudo foram apresentados através da estatística
descritiva sob forma de média e desvio padrão. Para a comparação entre os
domínios e a média da normalidade, utilizou-se o Teste–t univariado. Para as
correlações foi utilizada a Correlação Linear de Pearson. O nível de significância
foi de P < 0,05.
RESULTADOS
A amostra foi composta por 43 pacientes sendo que destes 81,4% (35) eram
mulheres, com uma média de idade de 72 anos, com um desvio padrão de 7,36,
variando de 60 a 90 anos.
34
Dos entrevistados 48,8% (20) eram casados, 30,2% (13) eram viúvos, 13,9%
(6) eram separados e 9,3% (4) eram solteiros. Quanto ao nível educacional 37,2%
(16) freqüentaram o ensino fundamental, 34,9% (15) o ensino médio, 18,6% (8) o
ensino superior e 9,3% (4) freqüentaram a pós-graduação.
Como problemas de saúde atual as mais citadas foram: artrite ou reumatismo
em 48,8% (21) dos pacientes e 25,6% (11) pressão alta.
Dentre as alterações clínicas encontradas, observou-se a seguinte distribuição,
sendo que alguns pacientes apresentaram mais de uma co-morbidade: 19 (41,1%)
pacientes com artrose; 15 (34,9%) com distúrbios da coluna; 10 (23,2%)com
tendinopatias; 1 (2,3%) com osteoporose e 1 (2,3%) com artrite reumatóide.
Com o objetivo de avaliar a percepção subjetiva da saúde foi realizada a
seguinte pergunta “Como está sua saúde”. Os pacientes se classificaram da
seguinte maneira; nenhum a considerou muito fraca; 7,0% (3) fraca; 23,3% (10)
nem ruim nem boa; 53,5% (23) boa e 16,3% (7) muito boa.
Observou-se que Índice de Cronbach mostra valor elevado de 0,842 em todas
as questões do questionário, atestando a boa consistência interna do instrumento.
Na escala análogo visual as mulheres mostraram uma média de 3,48 com um
desvio padrão de 0,54; e homens uma média de 4,31 com um desvio padrão de
1,09. Foi observado que ambos os sexos mostraram um padrão de dor moderada.
Nesta amostra não se verificou uma diferença significativa entre nível
educacional e os domínios, também não foi observada diferença entre o nível
educacional e a representação de dor na escala análogo visual. Pode-se observar
que as mulheres apresentam um nível maior de satisfação no domínio três, das
relações sociais, do que os homens.
35
Não foi observada correlação entre a pergunta como você acha que está sua
saúde hoje e a referência dolorosa na escala análogo visual, mas correlacionou-se
com o domínio 1 (físico) de 0,53 (<0,01), no domínio 2 (psicológico) de 0,312
(<0,05) e no domínio 4 (meio ambiente) de 0,325 (<0,05) e nas perguntas gerais
de 0,743 (<0,01).
Observou-se uma fraca correlação entre a escala análogo visual de dor e o
domínio 1 (Físico) de -0,39 e entre o domínio 2 (psicológico) de – 0,38.
Na ausência de estudos populacionais que padronizem cada item do
WHOQOL-bref, os resultados obtidos neste estudo, foram comparados com os do
grupo de voluntários-controles, provenientes da pesquisa de validação do referido
questionário no Brasil, que apresentou poder amostral no processo de sua
validação.
(13)
Observou-se diferença significativa (p 0,001) na qual os voluntários-controles
(média de 16,61 e desvio padrão de 2,1) apresentaram uma melhor qualidade de
vida no Domínio 1( Físico) nos idosos (média de 13,65 e um desvio padrão de
2,41).
No Domínio 2 o foi verificada diferença significativa entre o grupo
voluntários-controle ( dia 15,58 e desvio padrão de 2,1) e os idosos (média
15,04 e desvio padrão de 2,32).
No Domínio 3 (relações sociais) observou-se diferença significativa (p 0,02)
na qual o grupo voluntários-controles (média 15,52 e desvio padrão de 2,6)
apresentaram melhor qualidade de vida em relação aos idosos (média 14, 39 e
desvio padrão de 3,15).
36
No Domínio 4 (meio ambiente) foi observada uma diferença significativa (p
0,001) na qual os idosos (média de 15,67 e desvio padrão de 1,81) apresentaram
melhor qualidade de vida no Domínio 4, do que os voluntários-controles (média de
14,04 e desvio padrão de 2,1).
DISCUSSÃO
As eventuais comparações mostradas no presente estudo objetivaram
investigar características físicas, psicológicas, sociais e ambientais, da influência
da dor crônica na qualidade de vida do idoso.
Assim como na literatura, podemos observar que, após a análise dos dados
desta pesquisa, a doença osteoarticular foi o fator que, mais freqüentemente,
causou dor nos idosos desta amostra.
2,11
Quanto à escala análogo visual de dor, provavelmente tenhamos observado
uma fraca correlação nos domínios físico e psicológico, e nenhuma correlação nos
domínios de relações sociais e meio ambiente, por ser instrumento avaliativo
unidimensional e verificar apenas a intensidade de dor. Neste estudo esta escala
foi utilizada por ser um instrumento de fácil e rápida compreensão com o intuito de
termos objetivamente a referência dolorosa, que foi considerada moderada.
1,3
O WHOQOL-bref apresentou boa consistência interna, nos valores observados
pelo coeficiente α de Cronbach em todas as questões do questionário.
7
A capacidade de diferenciar idosos de indivíduos-controle foi observado nos
domínios físicos de relações sociais e meio ambiente, não obtivemos significância
exceto no domínio psicológico. A não diferenciação por parte desse domínio pode
ser entendida por fatores referentes ao instrumento ou a amostra estudada. Por
37
outro lado, é possível que o aspecto psicológico não esteja ainda necessariamente
afetado pela condição da doença, quando comparado aos indivíduos-controle.
A qualidade de vida, no aspecto meio ambiente foi superior nos idosos do que
no grupo de voluntários-controle talvez devido aos critérios de inclusão utilizados.
Através da aplicação do WHOQOL-bref evidenciamos a influência negativa da
dor crônica na qualidade de vida no aspecto físico e nas relações sociais dos
idosos estudados. Observamos que nesta amostra, a dor se associa à fadiga, aos
distúrbios do sono, a dependência de tratamentos ou uso de medicações. Além
disso, minimiza a capacidade para o trabalho, para a realização das atividades de
vida diária, para a atividade sexual e se associam com a diminuição da rede de
apoio social.
10,11,21, 22
A diminuição na qualidade de vida nos domínios físico e de relações sociais
dos idosos com dor crônica, pode afetar também a manutenção da autonomia do
idoso, na qual ele poderá deixar ou limitar o desempenho de suas funções do
cotidiano, tornando-se dependente dentro de um contexto social, econômico e
cultural.
10,11,21,22
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Envelhecer bem depende do equilíbrio entre as limitações e as
potencialidades do indivíduo. A maioria das informações disponíveis sobre o idoso
tem por característica considerar primeiramente as perdas e limitações associadas
a este período de vida, e secundariamente ao potencial de desenvolvimento
inerente à maturidade.
Cabe salientar que nesta amostra foi observado um quadro de dor moderada
avaliada pela escala análogo visual de dor e, visualizado um panorama de
38
influências negativas na qualidade de vida desses idosos. Desse modo, apesar
de, algumas vezes, o idoso não saber expressar adequadamente sua dor, os
profissionais de saúde devem sempre estar atentos e utilizarem métodos
avaliativos que possam expressar a magnitude do quadro álgico. Assim, os idosos
poderão receber todo o suporte de saúde necessário.
A probabilidade de envelhecer com boa qualidade de vida aumenta em razão
da adequada atuação dos serviços de saúde. Para isso, faz-se necessário o
estudo constante, na área de qualidade de vida no idoso e nos fatores que
possam influenciá-la. Assim, será possível atuar preventivamente nas diversas
doenças para que os idosos tenham melhores condições de preveni-las, para que
continuem a ter autonomia no seu cotidiano.
Apesar de o WHOQOL-bref apresentar vocabulário simples e questões
estruturadas para facilidade de sua leitura mesmo por pessoas com nível
educacional baixo e com vocabulário restrito, é importante a existência de um
instrumento direcionado para a avaliação da qualidade de vida para contemplar a
população idosa, como o WHOQOL-OLD que está sendo desenvolvido. Isso
porque, os idosos diferem das outras faixas etárias por constituírem um grupo com
características particulares e, como tal, apresenta especificidades relevantes para
a qualidade de vida.
39
ARTIGO VERSÃO LÍNGUA INGLESA
40
INFLUENCE OF CHRONIC PAIN ON THE QUALITY OF LIFE OF ELDERLY
PEOPLE
MARTA LORENZINI
1
; JOSÉ ROBERTO GOLDIM
2
.
1, 2
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
Av Ipiranga, 6681.
Physiotherapy Clinical Service of Hospital Mãe de Deus.
Marta Lorenzini. Rua Ramiro Barcelos, 1393/603. CEP: 90035-006, Porto Alegre
RS.
Master's Dissertation, 2006. Geriatrics and Gerontology Institute of Hospital São
Lucas of Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul.
ABSTRACT
INTRODUCTION
Elderly people with chronic painful disorder may suffer major changes in
their quality of life. Pain is one of the most important problems that considerably
impair autonomy and independence in the everyday life of elderly people.
The purpose of this study was to assess the influence of pain in the quality
of life of elderly people, observing its effects in four domains: physical,
psychological, social relations and environment.
METHODS
This was a transversal research with a convenience sample made up of 43
elderly individuals 60 years old or older, with chronic pain clinical diagnosis.
The World Health Organization Quality of Life Assessment Instrument,
WHOQOL-bref, was used, as well as the Pain Visual Analogue Scale.
41
RESULTS
Among the clinical alterations found, we verified: 41,1% patients with arthrosis;
34.9% with back disorders; 23.2% with tendinopathies; 2.3% with osteoporosis and
2.3% rheumatoid arthritis.
In the pain visual analogue scale it was observed that both sexes showed a
moderate pain pattern.
We could observe that there was negative influence of chronic pain in the
quality of life of elderly people in the physical domain and in the social relations
domain compared to the control volunteers.
DISCUSSION AND FINAL CONSIDERATIONS
The reduction in the quality of life in the physical and social relations domain in
elderly people with chronic pain may also affect the maintenance of autonomy of
old people, in that they may stop or limit the performance of their functions in
everyday life, becoming dependant in a social, economical and cultural context.
KEY WORDS
Quality of Life #
Elderly #
Chronic Pain #
42
INTRODUCTION
Chronic pain seizes about a hundred million individuals all over the world.
Approximately fourteen per cent of chronic pain is associated to articulations and
the muscleskeletal system. The articular painful disorder usually results in
inflammatory and/or degenerative processes such as, for example, arthritis and
osteoarthrosis; and the muscle may develop pains such as the myofascial pain
syndrome, fibromyalgia, myositis, for instance. In the United States, arthritis is
among the most frequent chronic diseases and results in a significant functional
loss for the quality of life of elderly people, entailing considerable risk physical
impairment, depression and institutionalization.
11,19, 21, 22
Osteoarthrosis is the common painful disorder in elderly people. The
information obtained in the larges research ever conducted on pain has revealed
that, except on the articulations, the painful sensation is reduced with age increase
in all other anatomic locations.
2,11
Population ageing is a relatively new phenomenon all over the world. According
to information of the World Health Organization, the life expectancy of the world's
population will increase from 66 to 73 years in 2025. The number of elderly
individuals with age equal or higher than sixty will duplicate between 2025 and
2050 in developed countries.
23
In Brazil, the prospects for the year 2030 are about 25 million elderly people.
The preliminary data of the demographic census indicate that there are about 10
million Brazilians with ages equal to or higher than 64. This fact is observed in Rio
Grande do Sul, where there are better social, sanitary, economical and cultural
conditions, resulting in a higher life expectancy.
9
43
The study about the conditions that provide a better quality of life in old age
assumes great scientific and social importance, encouraging the resuming of
reflections on different ethical and moral questions that surround elderly people.
12
Good quality of life helps maintaining the autonomy of elderly people. A way
to assess quality of life is to associate it to the degree of autonomy of elderly
people in performing their daily functions, making them independent within a social,
economical and cultural context.
16
Quality of life in old age is not an attribute of biological, psychological or
social individuals, nor an individual responsibility, but a product of interaction
among changing people living in a changing society.
4,5
Explaining the apparent contradiction between old age and well being or
even the association between old age and disease, may contribute to a better
understanding of ageing and the limits and reaches of human development.
5,13
The quality of life group of the World Health Organization Mental Health
Division has defined quality of life as "individuals' perceptions of their position in life
in the context of the culture and value systems in which they live, and in relation to
their goals, expectations, standards, and concerns". Such concept is focused on
the subjective assessment of individuals living life to the full. In 1993, the
expression quality of life is taken more generally and includes a potentially greater
variety of conditions that may affect individuals' perceptions, their feelings and
behaviors associated to their daily functioning, including, but not limited to, their
health conditions and medical interventions.
7, 15
44
Since the concept of "good quality" is abstract and ambiguous, it takes on
multiple meaning for different people, places and occasions. This plurality of
meanings, attributed in such dissimilar ways, makes comparisons difficult.
18,20
Although there is not a consensus on the concept of quality of life, three
basic aspects regarding this construct were obtained by a group of specialists from
different cultures: subjectivity, multidimensionality; presence of positive (e.g.
mobility) and negative (e.g. pain) dimensions.
7
The quality of life phenomenon has multiple dimensions such as, for
instance, physical, psychological and social, each one encompassing various
aspects, the spiritual dimension having been recently added. The perceived health
and functional capacity are important variables that must be assessed, as well as
subjective well-being, which is indicated by satisfaction.
1,15
It is known that elderly people with chronic painful disorder may suffer
important changes in their quality of life. Pain is one of the most important
problems that considerably impair autonomy and independence in the everyday life
of elderly people. Pain can be considered one of the most uncomfortable and
despairing situations that afflict human beings.
11,14,19,21
An important challenge is to evaluate the degree of influence of chronic pain
in the quality of life of elderly people. Recently there has been a greater concern
with quality of life and its relationship with pain. It is known that its incidence has
increased and it affects the individual as a whole. Pain does not just cause tissue
damage, but also has physical, psychological, social and spiritual effects. These
repercussions depend on a number of factors such as: duration, extent and
intensity of the pain. Therefore, the treatment must focus on the individual as a
45
whole and not just on his or her pain, so he or she can maintain his or her quality of
life.
8,14, 18
Measuring a subjective symptom in order to assess the intensity of the pain
is not an accurate test. The instruments for measuring pain may be one or
multidimensional. Intensity scales belong in the first group, as they evaluate only
one dimension of the painful experience.
Among the existing scales, one that
stands out is the Visual Analogue Scale which consists of a 10cm unnumbered
straight line with "no pain" and "worst imaginable pain" signs at the extremities.
The amounts referred in the scale are slight pain varying from zero to three;
moderate pain from four to six and intense pain from seven to ten. In spite of being
limited and often little used and/or little understood, the Visual Analogue Scale
(VAS) for Pain is an important instrument in measuring chronic pain, as it helps the
patient to better understand when and which factors affect his/her perception of
pain, leading him/her to a greater commitment to the information provided, since
this will always serve as parameters for evaluation of the suitability of the
treatment.
17
Because of the complexity of evaluate quality of life, there was a
proliferation of instruments to assess quality of life in the last decade. The World
Health Organization realized there was no instrument to evaluate quality of life in a
transcultural perspective and developed and instrument with these features,
WHOQOL–100. The need for short instruments requiring little time for their
completion, but with adequate psychometric features, led the World Health
Organization Quality of Life Group to develop an abbreviated version of
WHOQOL–100 the WHOQOL (WHOQOL- bref). This questionnaire is made up of
46
26 questions and is divided in four domains: physical, psychological, social
relations and environment. This instrument is self-evaluating and self-explanatory.
Apart from that, it combines good psychometric performance with practicality,
which makes it a useful alternative to be employed in studies with the purpose of
evaluating quality of life in Brazil. This instrument was validated and culturally
adapted to Brazil.
5,6,19,24
WHOQOL-bref is divided in four domains. Domain One is Physical,
characterized by: pain and discomfort; energy and fatigue; sleep and rest; mobility.
everyday life activity; dependency on medication or treatment; capacity for work.
Domain Two is Psychological, characterized by: positive feelings; thinking,
learning, memory and concentration; self-esteem; body image and appearance;
negative feelings; spirituality/religion/personal beliefs. Domain Three is Social
Relations and is characterized by: personal relations; social support; sexual
activity. Domain Four is Environment and is characterized by: physical safety and
protection; home environment; financial resources; health and social care:
availability and quality; opportunity to acquire new information; participation in and
opportunities of recreation/leisure; physical environment
(pollution/noise/traffic/climate); transportation.
7
Its questions are short, written in a simple language and are compatible with the
four established evaluation scale types (intensity, capacity, frequency and
evaluation), with five answer levels for each. These answer scales include intensity
(none to extreme), capacity (none to full), frequency (never to always) and
evaluation (very unsatisfied to very satisfied, very bad to very good).
1
47
The data obtained by means of the WHOQOL-bref must be treated according to
each domain, since this instrument cannot give a global score for quality of life, as
it was developed based on the assumption that quality of life is a multidimensional
construct and the summation of items belonging to different domains is not
applicable.
1
The present study aims to evaluate the physical, psychological, social and
environmental influences and repercussions of chronic pain in the quality of life of
elderly patients.
METHODS
A transversal research was conducted from February to June 2005 with a
sample of patients in a physiotherapy service in a hospital in Porto Alegre. All
sample patients have clinical diagnosis of pain and 60 years old or older, pursuant
to the Elderly People Regulation, Law no. 8.213, dated July 24th 1991.
It was a convenience sample and the sample size calculation was made bases
on the four domains of the WHOQOL instrument, which was used in the data
collection, with a 10% deviation in each domain. The sample size was set to 43
patients.
The sample did not include patients with pathologies causing more impairments
than chronic pain, such as: severe pneumopathy, severe cardiopathy, neurologic
disease, oncologic disease and depression.
The World Health Organization Quality of Life Instrument, WHOQOL-bref
Portuguese version was used, as well as the Visual Analogue Scale for Pain.
When the patients were invited to take part in the research, they were informed
about its purpose and the confidentiality of the information. A Statement of Consent
48
was also signed and approved by the Research Ethics Committee of the studied
hospital. All patients answered the WHOQOL-bref in only one meeting, referring to
situations that took place in the two previous weeks.
This instrument is basically self-answering. The interviewer had no influence
whatsoever in the choice of answers. The questions, their meanings or the answer
scale were not discussed. In case there were any doubts, the interviewer only
reread the question slowly to the patient, avoiding giving synonyms for the words in
the questions. The importance of the patient's interpretation of the questions was
emphasized.
The patients who refused to answer some question were assigned a specific
code for the unanswered question. At the end of the questioning, it was verified
whether the patient left no question unanswered and whether he or she made only
one choice per question.
The points for the questionnaire were computed by the statistical program
Statistical Package for the Social Sciences (SPSS- Windows 11.5).
The results of these study were presented by means of descriptive statistics in
the form of average and standard deviation. In order to make comparisons among
the domains and the normality average, the univariate t-test was used. Pearson
Linear Correlation was used for the correlations. The significance level was P <
0.05.
RESULTS
The sample was made up of 43 patients, 81.4% (35) were women with an
average age of 72, standard deviation 7.36, varying from 60 to 90..
49
48.8% (20) of the interviewees were married, 30.2% (13) were widowers or
widows, 13.9% (6) were separated and 9.3% (4) were single. As for educational
background, 37.2% (16) attended elementary school, 34.9% (15) had high school,
18.6% (8) had higher learning and 9,3% (4) had postgraduate courses.
The most cited current diseases were: arthritis or rheumatism in 48.8% (21) of
the patients and 25.6% (11) with high pressure.
Among the clinical disorders found, the following distribution was verified, with
some patients showing more than one comorbidity: 19 (41.1%) with arthrosis; 15
(34.9%) with back disorders; 10 (23.2%) with tendinopathies; 1 (2.3%) with
osteoporosis and 1 (2.3%) with rheumatoid arthritis.
With the purpose of evaluating the patients' subjective perception of help, the
following question was asked: "How is your health?" The answers were distributed
as follows; no one considered it very weak, 7.0% (3) weak; 23.3% (10) neither
good nor bad;; 53.5% (23) good and 16.3% (7) very good.
When the aforementioned question was correlated with the WHOQOL-bref
domains, a moderate correlation (0,597) was observed with domain 1; and a
moderate correlation with general questions (0.747).
It was observed that the Cronbach index shows a high value of 0.842 in all
questions of the questionnaire, attesting to the instrument's good internal
consistency.
On the visual analogue scale the women showed an average of 3.48 with a
standard deviation of 0.54; and men had an average of 4.31 with standard
deviation of 1.09. It was observed that both sexes showed a moderate pain
pattern.
50
In this sample there was not a significant difference between educational level
and the domains, nor was any difference observed between educational level and
pain representation in the visual analogue scale. It can be noted that women
showed a higher level of satisfaction on domain three, social relations. than men.
No correlation was observed between the question "how do you think your
health is today" and the painful reference in the visual analogue scale, but there
was a correlation of 0.53 (<0.01) with domain 1 (physical), of 0.312 (0.05) on
domain 2 (psychological), of 0.325 (<0.05) on domain 4 (environment) and of
0.743 (<0.01) with the general questions.
A thin correlation was observed between the visual analogue scale of pain and
domain 1 (Physical) of –0.39 and domain 2 (psychological) of – 0.38.
In the absence of population studies to standardize each of the WHOQOL-bref
items, the results obtained in this study were compared with a group of control
volunteers
A significant difference was observed (p 0.001) in which the control
volunteers (average of 16.61 and standard deviation of 2.1) showed better quality
of life on domain 1 (Physical) in elderly people (average of 13.65 and standard
deviation of 2,41).
No significant difference was verified on Domain 2 between the control
volunteer group (average of 15.58 and standard deviation of 2.1) and the elderly
group (average of 15.04 and standard deviation of 2.32).
On Domain 3 (social relations) a significant difference was observed (p 0.02)
in which the control volunteer group (average 15.52 and standard deviation of 2.6)
51
showed better quality of life compared to the elderly group (average 14.39 and
standard deviation of 3.15).
On Domain 4 (environment) a significant difference was observed (p 0.001)
in which the elderly group (average of 15.67 and standard deviation of 1.81)
showed better quality of life on Domain 4, than the volunteer control group
(average of 14.04 and standard deviation of 2.1).
DISCUSSION
The comparisons shown in this study sought to investigate physical,
psychological, social and environmental characteristics in the influence of chronic
pain in the quality of life of elderly people.
Just like in the literature, we could observe, after analyzing the research data,
that osteoarticular disease was the factor that most often caused pain in the old
patients in this sample.
2,11
As for the visual analogue scale for pain, we probably observed a thin
correlation on the physical and psychological domain and no correlation in the
social relations and environment domain, since it is a one-dimensional assessment
instrument that only assesses pain intensity. In this study this scale was used for
being an easy and quickly understood instrument with the purpose of obtaining and
objective painful reference, which was considered moderate.
1
WHOQOL-bref showed good internal consistency on the values observed by
the α Cronbach coefficient in all questions of the questionnaire.
7
52
The ability to differentiate the elderly group from the control individuals was
observed in the physical, social relations and environment domains, no
significance having been obtained in the psychological domain. The non-
differentiation in this domain can be understood by factors associated to the
instrument or the sample being studied. On the other hand, it is possible that the
psychological aspect is not yet necessarily affected by the disease condition when
compared to the control individuals.
7
Quality of life in the environmental aspect was higher in elderly people than in
the control volunteer group, perhaps because of the inclusion criteria.
7
By using WHOQOL-bref we showed the negative influence of chronic pain in
the quality of live in the physical aspect and in the social relations of the elderly
people studied. We observed that, in this sample, pain is associated to fatigue,
sleep disorders and dependency on treatments or use of medication. Apart from
that, it minimizes the capacity for work, for performing daily life activities, sexual
activities and is associated to a reduction on the social support network.
10,11,21,22
The reduction of quality of life in the physical and social relations domain in
elderly people with chronic pain may also affect the autonomy maintenance in
elderly people, so that they may stop or limit the performance of their functions in
everyday life, becoming dependant within a social, economical and cultural
context.
10,11,21,22
FINAL CONSIDERATION
Ageing well depends on the balance between the individual's potential and
limitations. Most of the information available about elderly people is characterized
53
by considering primarily the losses and limitations associated to this period of life
and secondarily the development potential inherent to maturity.
It must be stressed that, in this sample, a moderate pain situation was observed
evaluated by the visual analogue scale for pain, foreseeing a scenario of negative
influences in the quality of life of these elderly people. Therefore, although at times
the elder does not know how to express his pain properly, the health professionals
must always remain attentive and use evaluation methods that may express the
magnitude of the situation. Then the elderly may receive all the necessary health
support.
The probability of getting old with good quality of life increases as a result of the
proper performance of health service. Therefore, constant study is necessary in the
area of quality of life of elderly people and the factors that may affect it. Therefore it
will be possible to act in a preventive way in various diseases so the elderly people
may have better conditions to prevent them in order to maintain their autonomy in
everyday life.
Although WHOQOL-bref has a simple vocabulary and questions structured so
as to make it easy for people with low educational level to read it and understand it,
it is important to have an instrument focused on the assessment of quality of life of
elderly people such as WHOQOL-OLD, which is being developed. That is because
elderly people are different from other age groups as they have their own particular
features which result in relevant specific characteristics regarding quality of life.
54
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS DO ARTIGO
1. Albuquerque S. Envelhecimento Ativo: desafio dos serviços de saúde para
melhoria da qualidade de vida dos idosos. Tese de Doutorado 2005; USP,
SP.
2. Bookwala J, Parmelee P. Effects of Pain on Functioning and Well-Being in
Older Adults with Osteoarthritis of the Knee. Phychology and Aging
2003;18(4): 844-50.
3. Brasil, Ministério da Saúde. Instituto Nacional do Câncer. Cuidados
Paliativos Oncológicos; Controle da dor. Rio de Janeiro: INCA; 2001.
4. Carneiro R, Falcone E. Um estudo das capacidades e deficiências em
habilidades sociais na terceira idade. Psicologia em estudo 2004; 9 (1):
119-26.
5. Fleck M, Chachamovich E, Trentini C. Projeto WHOQOL-OLD: método e
resultados de grupos focais no Brasil. Rev Saúde Publica 2003; 37(6): 793-
9.
6. Fleck M, Louzada S, Xavier M, Chachamovich E, Vieira G, Santos L, et al.
Aplicação da versão em português do instrumento WHOQOL-bref. Rev
Saúde Pública 2000; 34(2):178-83.
55
7. Fleck M. Versão em Potuguês dos Instrumentos de Avaliação de Qualidade
de Vida (WHOQOL) 1998. Disponível em: www.ufrgs.com.br/psiq/whoqol.html
(acessado 13.03.06).
8. Fortin M, Lapointe L, Hudon C, Vanesse A, Ntetu A, Maltais D.
Multimorbidity and quality of life in primary care: a systematic review. Health
and Quality of Life Outcomes 2004; 2 (51): 1-12.
9. Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2000). Disponível
em http://www.ibge.gov.br (acessado 13.03.06)
10. Gagliese L, Melzack R. Age-related differences in the qualities but not the
intensity of chronic pain. Pain 2003; 104: 597-08.
11. Gagliese L, Melzack R. Chronic pain in elderly people. Pain 1997; 70: 3-14.
12. Goldim J. Bioética e Envelhecimento. In: Freitas E, Py L, Néri A, Cançado
F, Gorzoni M, Rocha S. Tratato de Geriatria e Gerontologia. RJ:
Guanabara Koogan, 2002.
13. Hellström Y. Quality of life and symptoms among older people living at
home. Journal of advanced nursing 2004; 48 (6): 584-93.
14. Jakobsson U, Hallenberg, I. Pain and quality of life among older people with
rheumatoid arthritis and/or osteoathritis: a literature review. Journal of
Clinical Nursing 2002; 11: 430-43.
15. Jurado E, Figueroa, C. Consideraciones metodológicas para evaluar la
calidad de vida. Salud pública de México 2002; 44 (5): 449-63.
16.Hellström Y. Quality of life and symptoms among older people living at
home. Journal of advanced nursing 2004; 48 (6): 584-93.
56
17. Miceli, A. A dor crônica e a subjetividade em oncologia. Revista Brasileira
de Cancerologia 2002; 48 (3): 363-73.
18. Niv D, Kreitler S. Pain and quality of life. Pain 2001; 1(3): 150-61.
19. Saxena S, Carlson D, Billington R, Orley J. The who quality of life
assessment instrument (whoqol-bref): The importance of items for cross-
cultural research. Quality of life research 2001; 10:711-21.
20. Skevington, S. Advancing cross-cultural research on quality of life:
Observations drawn from the WHOQOL development. Quality of Life
Research 2002; 11: 135-44.
21. Skevington, S. Investigating the relationship between pain and discomfort
and quality of life, using the WHOQOL. Pain 1998; 76: 395-06.
22. Turk D, Okifuji A, Scharff L. Chronic Pain and depression: role of perceived
impact and perceived control in different age cohorts. Pain 1995; 61: 93-
101.
23. World Health Organization. Disponível em
http://who.int/ageing/events/idiop_rationale/em/index.html (acessado em
01.10.05)
24. World Health Organization. WHOQOL-bref: Introduction, Aministration,
scoring and Generic Version of the Assessement. Geneva, 1996.
57
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A dor é uma qualidade sensorial complexa e a não interrupção da sensação
dolorosa pode afetar o indivíduo em aspectos físicos, limitando suas atividades
de vida diária, profissionais, familiares e de lazer. Alem disso, pode gerar
sofrimento, isolamento social, desnutrição, entre outros.
A qualidade de vida do idoso pode sofrer alterações importantes, quando
acrescenta-se dor crônica ao seu cotidiano. O envelhecimento com qualidade
de vida depende do equilíbrio entre as limitações e potencialidades do
indivíduo. A probabilidade de envelhecer com boa qualidade de vida aumenta
em razão da adequada atuação dos serviços de saúde. Todavia, a dor crônica
no idoso é um problema relevante e de difícil controle, muitas vezes, pela
dificuldade de comunicação com o idoso e de sua compreensão quanto às
orientações do profissional da saúde.
Para evitar orientações mal interpretadas pelo idoso, a demanda
aumentada aos serviços de saúde por não conseguirem julgar adequadamente
sua dor, faz-se necessário o estudo constante, na área de qualidade de vida no
idoso e nos fatores que possam influenciá-la. Assim, será possível atuar
preventivamente nas diversas doenças para que o idoso tenha melhores
condições de preveni-las, para que continuem a ter autonomia no seu
cotidiano.
É importante a existência de um instrumento direcionado para a avaliação
da qualidade de vida que contemple a população idosa, como o WHOQOL-
OLD que está desenvolvimento. Isso porque, os idosos apresentam questões
58
pertinentes a sua faixa etária, em virtude de seus valores e experiências de
vida, apresentando especificidades relevantes para a qualidade de vida.
59
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. Gagliese L, Melzack, R. Age-related differences in the qualities but not the
intensity of chronic pain. Pain 2003; 104: 597-08.
2. Gagliese L, Melzack, R. Chronic pain in elderly people. Pain 1997; 70: 3-14.
3. Skevington S. Investigating the relationship between pain and discomfort
and quality of life, using the WHOQOL. Pain 1998; 76: 395-06.
4. Turk D, Okifuji A, Scharff L. Chronic Pain and depression: role of perceived
impact and perceived control in different age cohorts. Pain 1995; 61: 93-
101.
5. Blyth F, March L, Brnabic A, Cousins M. Chronic pain and frequent use of
health care. Pain 2004; 111: 150-61.
6. Jakobsson U, Hallenberg, I. Pain and quality of life among older people with
rheumatoid arthritis and/or osteoathritis: a literature review. Journal of
Clinical Nursing 2002; 11: 430-43.
7. Bookwala J, Parmelee P. Effects of Pain on Functioning and Well-Being in
Older Adults with Osteoarthritis of the Knee. Phychology and Aging 2003;
18(4): 844-50.
8. Fisher M, Snih S, Glenn O, Goodwin J. Positive Affect and disability Among
Older Mexican Americans with Arthritis. Arthritis & Rheumatism 2004; 51(1):
34-39.
9. Dominick K, Ahern F, Gold C, Heller D. Health-related quality of life among
older adults with arthritis. Health and Quality of Life 2004; 2 (5): 1-8.
60
10. Christian A, Thomas J, Nisenbaum M, Jeu L. Practical considerations in the
assessment and treatment of pain in adults with physical disabilities. Phys
Med Rehabil Clin N Am 2005; 16: 57-90.
11. Ashbum M, Staats P. Management of chronic pain. The Lancet 1999;
353(29): 1865-69.
12. Becker N, Thomsen A, Olsen A, Sjogren P, Bech P, Eriksen J. Pain
epidemiology and health related quality of life in chronic non-malignant pain
patients referred to a Danish multidisciplinary pain center. Pain 1997; 73:
393-400.
13. Lamé I, Madelon L, Vlaeyen J, Kleef M, Patijn J. European Journal of Pain
2005; 9:15-24.
14. Ahmed M, Matsumura B, Crisitan A. Aged-related changes in muscles and
joints. Phys Med Rehabil Clin N Am 2005; 16:19-39.
15. Molarius A, Janson S. Self-rated health, chronic disease, and symptoms
among middle-aged and elderly men and women. Journal of Clinical
Epidemiology 2002; 55: 364-70.
16. Gold D, Roberto K. Correlates and consequences of chronic pain in older
adults. Geriatric Nursing 2000; 5 (21): 270-73.
17. LeFort S, Gray-Donald K, Rowat K, Jeans M. Randomized controlled trial of
a community-based psychoeducation program for the self-management of
chronic pain. Pain 1998; 74: 297-306.
18. Edwards R, Fillingim R, Ness T. Aged-related differences in endogenous
pain modulation: a comparison of diffuse noxious inhibitory controls in
healthy older and younger adults. Pain 2003; 101: 155-165.
61
19. Trentini C, Qualidade de Vida em Idosos. Tese de Doutorado: UFRGS, RS;
2004.
20. Gámiz M ,Scamez J. Health-related quality of life in patients over sixty
years old with benign paroxysmal positional vertigo. Gerontology 2004;
50(2): 82-86.
21. Richter J, Scharz M, Eisemann M, Bauer B. Quality of life as an indicator for
successful geriatric in patient rehabilitation-a v study of the “vienna list”.
Arch Gerontol. Geriatr 2003; 37(3): 276.
22. Winn P, Dentino A . Effective pain management in the long-term care
setting. JAMDA September/October; 2004.
23. Elliott A, Smith B, Penny K, Smith W, Chambers W. The epidemiology of
chronic pain in the community. The Lancet 1999; 354(9): 1248-52.
24. Foley D, Israel S, Britz P, Walsh . Sleep disturbances and chronic disease in
older adults results of the 2003 National Sleep Foundation Sleep in America
Survey. Journal of Psychosomatic Research 2004; 26: 497-502.
25. Paschoal S. Qualidade de Vida. In:Freitas E, Py L, Neri A, Cançadop F,
Gorzoni M, Rocha S. Tratado de Geriatria e Gerontologia. Guanabara
Koogan, RJ; 2002.
26. Hopman-Rock M, Kraaimaat F, Bijlsama. Quality of life in elderly subjects
with pain in the hip or knee. Quality of Life Research 1997; 6: 67-76.
27. World Health Organization. Disponível em
http://who.int/ageing/events/idiop_rationale/em/index.html (acessado
01.10.05)
62
28. Helme R. Chronic pain management in older people. European Journal of
pain 2001; 5(A): 31-6.
29. Goldstein N, Morrison R. Treatment of pain in older patients. Critical
Reviews in Oncology/hematology 2005; 54: 157-64.
30. Closs S. Assessment of pain in older people the key to effective
management. Current Anaesthesia & Critical Care 2005; 16: 40-5.
31. Giordano S. Respect for equality and treatment of the elderly: Declarations
of Human Rights and Aged-Based Rationing. Cambridge Quarterly of
Healthcare Ethics 2005; 14(1): 83-92.
32. Siciliano P, Burrage R. Chronic pain in the elderly: a continuing education
program for certified nursing assistants. Geriatric Nursing 2005; 26(4): 253-
58.
33. Chodosh J, Solomon D, Roth C, Chang J, MacLean C, Ferrell B, et al. The
quality of medical care provided to vulnerable older patients with chronic
pain. JAGS 2004; 52:756-61.
34. Paschoal, S. Qualidade de vida do idoso: elaboração de um instrumento
que privilegia sua opinião. Dissertação de mestrado 2000; USP, São Paulo.
35. Kalache A, Veras R, Ramos L. O Envelhecimento da população Mundial.
Um desafio Novo. Rev Saúde Pública 1987; 21 (3): 200-10.
36. Reinhardt J, Boerner K, Benn D. Predicting individual change in support
over time among chronically impaired older adults. Psychology and Aging
2003; 18(4): 770-79.
37. Goldim J. Bioética e Envelhecimento. In: Freitas E, Py L, Néri A, Cançado
F, Gorzoni M, Rocha S. Tratato de Geriatria e Gerontologia. RJ:
63
Guanabara Koogan, 2002.
38. Neri A. E por falar em boa velhice. Campinas, SP: Papirus; 2000.
39. Rothermund K, Brandtstädter J. Psychology and Aging 2003; 18(4): 896-
905.
40. Sousa L, Galante H, Figueiredo D. Qualidade de vida e bem-estar dos
idosos: um estudo exploratório na população portuguesa. Rev Saúde
Pública 2003; 37(3): 364-71.
41. Schalock R. The concept of quality of life: what we know and do not know.
Journal of intellectual Disability Research 2004; 48(3): 203-16.
42. Fleck M. Versão em Potuguês dos Instrumentos de Avaliação de Qualidade
de Vida (WHOQOL) 1998. Disponível em:
www.ufrgs.com.br/psiq/whoqol.html (acessado 13.03.06).
43. Carr A, Higginson. Measuring quality of life: are quality of life measures
patient centred? BMJ 2001; 322: 1357-60.
44. Moraes M. Avaliação da eficácia de um programa de reabilitação como
modificador nos indicadores de dor e de qualidade de vida em pacientes
com lombalgia crônica inespecífica. Tese de doutorado. UNICAMP, SP;
2003.
45. Skevington, S. Advancing cross-cultural research on quality of life:
Observations drawn from the WHOQOL development. Quality of Life
Research 2002; 11: 135-44.
46. Saxena S, Orley J. Quality of life assessment: the World Health
Organization perspective. Eur Psychiatry 1997; 12(3): 263-66.
64
47. Fanciullo G; Jamison, R; Chawarski, M. Interactive computer meted for
rating quality of life: comparison of chronic pain patients and healthy
controls. Pain medicine 2001; 2 (4): 298-308.
48. Jurado E, Figueroa C. Consideraciones metodológicas para evaluar la
calidad de vida. Salud pública de México 2002; 44 (5): 449-63.
49. Mandzuk L, McMillan D. A concept analisis of quality of life. Journal of
orthopaedic nursing 2005; 9: 12-8.
50. Bergh I, Gunnarsson M, Allwood J, Odén A, Sjöström B, Steen B.
Descritpions of pain in elderly patients following orthopaedic surgery. Scand
J Caring Sci 2005; 19: 110-18.
51. Hyland M. A brief guide to the selection of quality of life instrument. Health
and quality of life outcomes 2003; 24 (1): 1-5.
52. Gummesson C, Atroshi I, Ekdahl C. Performance of health-satus scales
when used selectively or within multi-scale questionnaire. BMC Medical
Research Methodology 2003; 3(3): 1-5.
53. Niv D, Kreitler S. Pain and quality of life. Pain 2001; 1(3): 150-161.
54. Miceli, A. A dor crônica e a subjetividade em oncologia. Rev Brasileira de
Cancerologia 2002; 48 (3): 363-73.
55. Sousa F. Dor: o quinto sinal vital. Ver Latino-am Enfermagem 2002; 10(3):
446-7.
56. Dworkin R, Turk D, Farrar J, Haythornthwaite J, Jensen M, Katz N. Core
outcome measures for chronic pain clinical trials: IMMPACT
recommendations. Pain 2005; 113: 9-19.
65
57. King T. The definition and assessment of pain. American Colege of Nurse-
Midwives 2004; 49 (6): 471-2.
58. Lung F, Huang Y, Shu B, Lee F. Parenteral rearing style, premorbid
personality, mental health and quality of life in chronic regional pain: a
causal analysis. Comprehensive Psychiatric 2004; 45 (3): 206-12.
59. Fleck M, Chachamovich E, Trentini C. Projeto WHOQOL-OLD: método e
resultados de grupos focais no Brasil. Rev Saúde Pública 2003; 37 (6): 793-
9.
60. Fleck M, Louzada S, Xavier M, Chachamovich E, Vieira G, Santos L,et al.
Aplicação da versão em português do instrumento WHOQOL-bref. Rev
Saúde Pública 2000; 34 (2):178-83.
61. Fleck M, Louzada S, Xavier M, Chachamovich E, Vieira G, Santos L, et al.
Desenvolvimento da versão em português do instrumento de qualidade de
vida da OMS (WHOQOL-100). Rev Bras. Psiquiatr 1999; 21(1):19-28.
62. Saxena, S, Carlson D, Billington, R, Orley J. The who quality of life
assessment instrument (whoqol-bref): The importance of items for cross-
cultural research. Quality of life research 2001; 10:711-21.
66
ANEXO I
TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO
Este é um trabalho de pesquisa sobre o que os idosos com diagnóstico de
dor crônica, acham que está a sua vida nas últimas duas semanas. Para isso,
gostaria de contar com a sua colaboração durante alguns minutos para responder
a um questionário. Serão feitas várias perguntas sobre diferentes aspectos da sua
vida: sua saúde física, sua vida emocional, sua relação com os amigos e
familiares, seu meio-ambiente.
Gostaria de deixar claro que esta pesquisa é independente de seu
tratamento e em nada influenciará caso o(a) senhor(a) não estiver de acordo em
participar. Asseguramos que todas as informações prestadas pelo senhor(a) são
sigilosas e serão utilizadas somente para esta pesquisa. A divulgação das
informações será anônima e em conjunto com as respostas de um grupo de
pessoas.
Se o(a) senhor (a) tiver alguma pergunta a fazer antes de decidir, sinta-se a
vontade para faze-la.
Pesquisadora Marta Lorenzini telefone para contato 32302610 ou 81168714
Data: ...........................
Nome do entrevistado:..............................................................
Assinatura: .................................................
Nome do Pesquisador: ....................................................
Assinatura: .........................................
67
ANEXO II
ESCALA ANÁLOGO VISUAL DE DOR
SEM DOR PIOR DOR
MAGINÁVEL
68
ANEXO III
FICHA DE INFORMAÇÕES SOBRE O RESPONDENTE
SEXO Masculino (1)
Feminino (2)
IDADE (em anos completos) ___/___
DATA DE NASCIMENTO ____/____/____
d m a
NÍVEL EDUCACIONAL
Analfabeto (1)
I grau incompleto (2)
I grau completo (3)
II grau incompleto (4)
II grau completo (5)
III grau incompleto (6)
III grau completo (7)
Pós-Graduação incompleto (8)
Pós-Graduação completo (9)
ESTADO CIVIL
Solteiro (a) (1)
Casado (a) (2)
Vivendo como casado (a) (3)
Separado (a) (4)
Divorciado (a) (5)
Viúvo (a) (6)
COMO ESTÁ A SUA SAÚDE
muito ruim (1) fraca (2) nem ruim nem boa (3) boa (4) muito boa (5)
FORMA DE ADMINISTRAÇÃO DO QUESTIONÁRIO
Auto-administrado (1)
Assistido pelo entrevistador (2)
Administrado pelo entrevistador (3)
69
PROBLEMA DE SAÚDE ATUAL/CONDIÇÃO PRESENTE (marcar
somente uma, que é a mais relevante para a presente busca de um
serviço de saúde)
Nenhum problema 00
Problema de coração 01
Pressão alta 02
Artrite ou reumatismo 03
Câncer 04
Enfisema ou bronquite 05
Diabetes 06
Catarata 07
Derrame 08
Osso quebrado ou fraturado 09
Problema nervoso crônico
ou emocional 10
Problema crônico de pé
(joanete, unha encravada) 11
Hemorróidas ou sangramento
no ânus 12
Doença de Parkinson 13
Gravidez 14
Depressão 15
Doença de pele 16
Queimaduras 17
Problema de álcool ou drogas 18
Outros (especificar)...........
DIAGNÓSTICO (CID-10) (preenchido pelo entrevistador)
REGIME DE CUIDADOS DE SAÚDE
Sem tratamento (1)
Ambulatório (2)
Internação (3)
70
ANEXO IV
WHOQOL - ABREVIADO
Versão em Português
PROGRAMA DE SAÚDE MENTAL
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE
GENEBRA
Coordenação do GRUPO WHOQOL no Brasil
Dr. Marcelo Pio de Almeida Fleck
Professor Adjunto
Departamento de Psiquiatria e Medicina Legal
Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Porto Alegre – RS – Brasil
71
Instruções
Este questionário é sobre como você se sente a respeito de sua qualidade de vida,
saúde e outras áreas de sua vida. Por favor responda a todas as questões. Se
você não tem certeza sobre que resposta dar em uma questão, por favor, escolha
entre as alternativas a que lhe parece mais apropriada. Esta, muitas vezes, poderá ser
sua primeira escolha.
Por favor, tenha em mente seus valores, aspirações, prazeres e preocupações. Nós
estamos perguntando o que você acha de sua vida, tomando como como referência as
duas últimas semanas. Por exemplo, pensando nas últimas duas semanas, uma
questão poderia ser:
Nada
Muito
pouco
médio muito completamente
Você recebe dos
outros o apoio de
que necessita?
1 2 3 4 5
Você deve circular o número que melhor corresponde ao quanto você recebe dos
outros o apoio de que necessita nestas últimas duas semanas.
Portanto, você deve circular o número 4 se você recebeu "muito" apoio como abaixo.
nada
Muito
pouco
médio muito completamente
Você recebe dos outros o
apoio de que necessita?
1 2 3 4 5
Você deve circular o número 1 se você não recebeu "nada" de apoio.
Por favor, leia cada questão, veja o que você acha e circule no número e lhe parece a melhor
resposta.
muito
ruim
Ruim
nem ruim
nem boa
boa
muito
boa
1
Como você avaliaria sua
qualidade de vida?
1 2 3 4 5
Muito
insatisfeito
Insatisfeito
nem
satisfeito
nem
insatisfeito
satisfeito
muito
satisfeito
2
Quão
satisfeito(a)
você está
com a sua
saúde?
1 2 3 4 5
72
As questões seguintes são sobre o quanto você
tem sentido algumas coisas nas últimas duas semanas.
nada
muito
pouco
mais
ou
menos
bastante extremamente
3
Em que medida
você acha que
sua dor (física)
impede você de
fazer o que você
precisa?
1 2 3 4 5
4
O quanto vo
precisa de algum
tratamento
médico para levar
sua vida diária?
1 2 3 4 5
5
O quanto vo
aproveita a vida?
1 2 3 4 5
6
Em que medida
você acha que a
sua vida tem
sentido?
1 2 3 4 5
7
O quanto vo
consegue se
concentrar?
1 2 3 4 5
8
Quão seguro(a)
você se sente em
sua vida diária?
1 2 3 4 5
9
Quão saudável é
o seu ambiente
físico (clima,
barulho, poluição,
atrativos)?
1 2 3 4 5
73
As questões seguintes perguntam sobre quão completamente você tem sentido ou é
capaz de fazer certas coisas nestas últimas duas semanas.
nada
muito
pouco
médio muito completamente
10
Você tem energia
suficiente para seu dia
-a-
dia?
1 2 3 4 5
11
Você é capaz de
aceitar sua
aparência física?
1 2 3 4 5
12
Você tem dinheiro
suficiente para
satisfazer suas
necessidades?
1 2 3 4 5
13
Quão disponíveis
para você estão as
informações que
precisa no seu dia-
a-dia?
1 2 3 4 5
14
Em que medida
você tem
oportunidades de
atividade de lazer?
1 2 3 4 5
As questões seguintes perguntam sobre quão bem ou satisfeito você se sentiu a respeito
de vários aspectos de sua vida nas últimas duas semanas.
muito
ruim
ruim
nem ruim
nem bom
bom
muito
bom
15
Quão bem
você é capaz
de se
locomover?
1 2 3 4 5
muito
insatisfeito
Insatisfeito
nem
satisfeito
nem
insatisfeito
satisfeito
Muito
satisfeito
16
Quão
satisfeito(a)
você está
com o seu
sono?
1 2 3 4 5
17
Quão
satisfeito(a)
1 2 3 4 5
74
você está
com sua
capacidade
de
desempenhar
as atividades
do seu dia-a-
dia?
18
Quão
satisfeito(a)
você está
com sua
capacidade
para o
trabalho?
1 2 3 4 5
19
Quão
satisfeito(a)
você está
consigo
mesmo?
1 2 3 4 5
20
Quão
satisfeito(a)
você está
com suas
relações
pessoais
(amigos,
parentes,
conhecidos,
colegas)?
1 2 3 4 5
21
Quão
satisfeito(a)
você está
com sua vida
sexual?
1 2 3 4 5
22
Quão
satisfeito(a)
você está
com
o apoio que
você recebe
de seus
amigos?
1 2 3 4 5
23
Quão
satisfeito(a)
você está
com
as condições
do local onde
mora?
1 2 3 4 5
24
Quão
satisfeito(a)
você está
com o
seu acesso
aos serviços
1 2 3 4 5
75
de saúde?
25
Quão
satisfeito(a)
você está
com
o seu meio
de
transporte?
1 2 3 4 5
As questões seguintes referem-se a com que freqüência você sentiu ou experimentou
certas coisas nas últimas duas semanas.
Nunca
Algumas
vezes
freqüentemente
muito
freqüentemente
Sempre
26
Com que
freqüência
você tem
sentimentos
negativos
tais como
mau
humor,
desespero,
ansiedade,
depressão?
1 2 3 4 5
Alguém lhe ajudou a preencher este questionário?
..................................................................
Quanto tempo você levou para preencher este questionário?
..................................................
Você tem algum comentário sobre o questionário?
OBRIGADO PELA SUA COLABORAÇÃO
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo