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Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Ciências Sociais
Faculdade de Administração e Finanças
Carlos Renato Fontes Trisciuzzi
A Auditoria Interna como ferramenta de melhoria dos
controles internos de uma organização: Estudo de caso em
uma empresa do segmento industrial do Rio de Janeiro
Rio de Janeiro
2009
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Carlos Renato Fontes Trisciuzzi
A Auditoria Interna como ferramenta de melhoria dos controles internos
de uma organização: Estudo de caso em uma empresa do segmento
industrial do Rio de Janeiro
Dissertação apresentada, como requisito parcial
para obtenção do título de Mestre, ao Programa
de Pós-Graduação em Ciências Contábeis, da
Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Área
de Concentração: Controle de Gestão.
Orientador: Prof. L.D. Julio Sergio S. Cardozo
Rio de Janeiro
2009
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CATALOGAÇÃO NA FONTE
UERJ/FAF/BIBLIOTECA MCC
Autorizo, apenas para fins acadêmicos e científicos, a reprodução total
ou parcial desta dissertação.
________________________________________ ____________
Assinatura Data
T837a Trisciuzzi, Carlos Renato Fontes.
A Auditoria Interna como ferramenta de melhoria dos controles
internos de uma organização: Estudo de caso em uma empresa do
segmento industrial do Rio de Janeiro / Carlos Renato Fontes
Trisciuzzi – 2009.
196 f.
Orientador: Julio Sergio S. Cardozo.
Dissertação (Mestrado) – Universidade do Estado do
Rio de Janeiro, Faculdade de Administração e Finanças.
Bibliografia: f.157-164
1. Auditoria Interna. I. Cardozo, Julio Sergio S.. II.
Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Faculdade de
Administração e Finanças. III. Título
CDU 657.635
Carlos Renato Fontes Trisciuzzi
A Auditoria Interna como ferramenta de melhoria dos controles internos
de uma organização: Estudo de caso em uma empresa do segmento
industrial do Rio de Janeiro
Dissertação apresentada, como requisito parcial
para obtenção do título de Mestre, ao Programa
de Pós-Graduação em Ciências Contábeis da
Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Área
de Concentração: Controle de Gestão.
Aprovado em ________________________________________________
Banca Examinadora:_____________________________________________
_______________________________________
Prof. L.D. Julio Sergio S. Cardozo (Orientador)
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
_______________________________________
Prof. Dr. Francisco José dos Santos Alves
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
_______________________________________
Prof. Dr. Ricardo Bezerra Cavalcanti Vieira
Universidade Federal Fluminense
Rio de Janeiro
2009
DEDICATÓRIA
A minha amada esposa Margareth que sempre está ao meu lado com seu
amor e apoio incondicional em busca de meus sonhos.
AGRADECIMENTOS
Aos meus filhos Caroline e Marcel e a minha irmã Adriane que são
pessoas especiais e essenciais para minha vida.
Aos meus pais Leonardo e Mariza (in memorian) pelo amor e carinho
dispensado durante minha formação e pela exemplar educação que pude
desfrutar, e hoje se refletem no ser humano que sou.
Ao professor Frederico Antonio Azevedo de Carvalho pelas
extraordinárias aulas ministradas e pela ajuda no pensamento científico e
metodológico.
A Banca Examinadora por sua disponibilidade, sua dedicação, suas
críticas e seus elogios ao trabalho apresentado.
Aos meus chefes Agílio Macedo e Daniel Quintal, que me
proporcionaram a oportunidade e o apoio para cursar este mestrado.
Aos meus gurus profissionais que me ensinaram o que sei sobre esta
matéria: Marcelo Cavalcanti, Marcelo Seixas; Jorge Salomão; Oswaldo Basile;
Roberto Furuta; Nelson Navarro e Rafael Del Rio, o meu muito obrigado.
A turma do mestrado que me ajudou a chegar ao final dessa
caminhada, com incentivos, força e principalmente transmitido conhecimento
para que a cada aula pudéssemos superar novos desafios, são eles: Aline
Moura; Anderson Fraga; Antonio Castanheiro; Claudia Felix; Eliane Cortes;
Evandro Porto; Heliton Ribeiro; Melissa Moraes; Maurício Junior; Roberto
Vieira; Robson Oliveira e Vânia Carvalho.
Aos meus colegas de trabalho Flávio, Leonardo e Claudia que me
apoiaram e suportaram minha ausência durante esta fase.
Aos meus amigos e a minha família que são pessoas especiais para
minha vida. E a Deus, que me deu saúde, força, e perseverança nos dias sem
inspiração de minha vida.
Estar no Poder é como ser uma dama. Se tiver que
lembrar às pessoas que você é, você não é.
Margaret Thatcher
RESUMO
TRISCIUZZI, Carlos Renato Fontes. A Auditoria Interna como ferramenta de
melhoria dos controles internos de uma organização: Estudo de caso em uma
empresa do segmento industrial do Rio de Janeiro, Brasil, 2009. 198f. Dissertação
(Mestrado em Ciências Contábeis) Faculdade de Administração e Finanças,
Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2009.
A alteração no sistema de controles internos da empresa estudada teve como
marco principal a mudança do foco no trabalho da auditoria interna, que começou a
desempenhar suas atividades de forma estruturada e seguindo uma metodologia
específica; além, de perseguir um objetivo estratégico da organização. A auditoria
interna, antes do processo de certificação do sistema de controles internos exigido
pela seção 404 da SOX, era apenas um instrumento de detecção de erros e
compliance fiscal, que baseava seus trabalhos somente em fatos passados, com a
constatação de deficiências de controles. Todavia, sem assessorar a alta a
administração da empresa na resolução das deficiências, objetivando a
implementação das melhorias dos controles internos. Com a necessidade de
certificação da eficácia dos controles internos, a partir do ano de 2005, o foco dos
trabalhos de auditoria interna foi direcionado para lograr melhorias nos métodos de
controle, gestão de riscos, prevenção de fraudes e erros, nos processos
operacionais, contábeis e financeiros da organização. O objetivo dessa pesquisa foi,
por meio de estudo de caso único, mensurar os principais procedimentos realizados
para a implantação do sistema de controles internos da empresa estudada, incluindo
a metodologia adotada, o modelo escolhido, o processo de controle estabelecido, a
identificação e avaliação dos principais riscos e controles, bem como a forma de
seleção, avaliação e teste dos controles internos existentes. Buscou-se coletar
dados preconizados pela literatura de autores renomados e analisar as diversas
bibliografias, com o objetivo de comparar com a pesquisa que foi realizada nos
documentos fornecidos pela empresa analisada. Este estudo levantou pontos
importantes sobre o processo de gestão da empresa e da forma como se utilizou da
auditoria interna como ferramenta para a melhoria de seus controles internos.
Destacam-se a geração de valor empresarial que um bom ambiente de controle
interno traz e os motivos que levam uma organização a implementar uma área de
auditoria interna, com especial atenção ao foco de assessoramento e consultoria,
alinhado as práticas internacionais de auditoria interna. Entretanto, apesar de
observar melhorias na atuação da auditoria interna da organização, constata-se a
necessidade de alinhamento de algumas práticas internacionais, ainda não
implementadas. Descobriu-se, também, que a auditoria interna, com o devido
emporwerment da alta administração, e utilizando-se das técnicas atuais e
internacionais, aumentam a confiabilidade do sistema de controles internos e com
isso geram valor às suas organizações. Nesta pesquisa pôde-se constatar a
utilização da auditoria interna como ferramenta de gestão de recursos
organizacionais, ocasionando melhorias no sistema de controles internos da
empresa, e ficando constatada, por meio de auditoria executada por firma
independente, a irrefutável melhoria dos controles internos da organização
estudada.
Palavras - chave: Auditoria Interna. Controle Interno. Estudo de Caso.
ABSTRACT
The change in the internal control system in the company studied has initiated
with the modification of the audit scope from the internal audit department, which
started to perform their activities in a more structured way and following a specific
methodology, in addition, to pursue strategic objectives of the organization. Before
the certification of the internal controls system required by Section 404 of SOX, the
internal audit was viewed as a tool to detect mistakes and to attend tax compliance,
based only on past events and pointing out the deficiencies in the controls, but
without advising the senior management and board of directors on what to do to
improve the internal control environment. The need for certification of the
effectiveness of internal control in 2005 changed the focus of the internal audit works,
which was now directed to achieve improvement in the methods of control, risk
management, prevention of fraud and mistakes in the operation, accounting and
financial process of the organization. The aim of this study was, through a study of a
case, to measure the main procedures performed for the deployment of the internal
control system of the company object of this study, including the methodology, the
model chosen, the process of control established, the identification and assessment
of key risks and controls, and how to select, evaluate and test internal controls. We
tried to collect data from renowned author of specific literature and analyze the
various bibliographies, in order to compare with the research that was carried out in
the documents provided by the studied company. This study raised important points
about the management process in the company and how internal audit is used as a
tool for the improvement of their internal controls. It is to add value for the business
that companies seek for a good internal control environment and that provides the
reason to lead an organization to implement an internal audit department, with
particular attention to the outbreak of advice and consultancy, international practices
aligned internal audit. However, we observed several improvements in the
performance of internal audit department in the organization there is still a need to
align with some international practices, which it will be implemented. It was also
found that the internal audit department with proper empowerment from senior
management, and using the current and international techniques, increased the
reliability of the internal controls system and thereby add value to their organization.
In this research it was noted the use of the internal audit department as a
management tool for better use of resources, for improvement in the internal controls
system, and the irrefutable improvement in the internal control environment of the
organization studied, which could be noted by the external audit performed by an
independent firm.
Key-Words: Internal Audit. Internal Control. Case Study.
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 – Como a fraude foi descoberta? ..........................................................
22
Quadro 2 – Comparação dos conceitos de controles internos dos modelos
COBIT, SAC, COSO, CoCo e SAS55/78 ...........................................
55
Quadro 3 – Comparação Auditor Externo x Audito
r Interno ..................................
80
Quadro 4 –
Resultado da Avaliação PECI para o Caso Estudado ........................
145
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Governança, Controles, Gestão e Recursos da Empresa ...................
37
Figura 2 – Inter-relacionamento dos componentes do COSO ..............................
47
Figura 3 – Esquema de Percepção da Estrutura de Controles Internos ..............
60
Figura 4 – O Auditor Interno e o Sistema de Controles Internos ..........................
63
Figura 5 – Composição da Lei Sarbanes-Oxley ...................................................
71
Figura 6 – De PPF para IPPF ...............................................................................
106
Figura 7 – IPPF – International Professional Practices Framework .....................
106
Figura 8 – Definição do IIA sobre Auditoria Interna ..............................................
109
Figura 9 – Código de Ética do IIA .........................................................................
109
LISTA DE ABREVIATURA OU SIGLAS
AAA American Accounting Association
AAC Auto-Avaliação de Controles
AICPA American Institute of Certified Public Accountants
AUDIBRA Instituto dos Auditores Internos do Brasil
BACEN Banco Central do Brasil
CEO Chief Executive Officer
CFO Chief Financial Officer
CFC Conselho Federal de Contabilidade
CGU Controladoria Geral da União
COBIT Control Objectives for Information and Related Technology
CoCo Criteria of Control Committee
COSO Committee of Sponsoring Organizations of the Treadway Commission
CSA Control Self Assessment
CVM Comissão de Valores Mobiliários
FEI Financial Executives International
GAO General Accounting Office
IBGC Instituto Brasileiro de Governança Corporativa
IIA The Institute of Internal Auditors
IMA Institute of Management Accountants
INTOSAI International Organization of Supreme Audit Institutions
IPPF International Professional Practices Framework
NYSE New York Securities Exchange
PCAOB Public Company Accounting Oversight Board
PPF Professional Practices Framework
SAC Systems Audit and Controls
SAS Statements on Auditing Standards
SEC Securities and Exchange Commission
SFCI Secretaria Federal de Controle Interno
SOX Sarbanes-Oxley Act.
SUSEP Superintendência de Seguros Privados
TCU Tribunal de Contas da União
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................
...
15
1.1 Caracterização do problema ....................................................................
...
18
1.2 Objetivo da pesquisa .................................................................................
..
20
1.3 Questões a serem investigadas .................................................................
20
1.4 Relevância da pesquisa .............................................................................
..
20
1.4.1 Pessoal ..........................................................................................................
21
1.4.2 Profissional ...................................................................................................
..
21
1.4.3 Acadêmico .....................................................................................................
21
1.4.4 Social .............................................................................................................
22
1.5 Delimitação da pesquisa .............................................................................
23
1.6 Organização do estudo ...............................................................................
23
2 REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................
25
2.1 Controle interno ...........................................................................................
25
2.1.1 Definição ........................................................................................................
26
2.1.2 Objetivo e finalidade ......................................................................................
.
28
2.1.3 Categorias de controles .................................................................................
30
2.1.4 Natureza dos controles ..................................................................................
31
2.1.5 Princípios do controle interno ......................................................................
...
33
2.1.6 Importância do controle ...............................................................................
...
35
2.1.7 Modelos .......................................................................................................
...
40
2.1.7.1 COSO ..........................................................................................................
...
41
2.1.7.2 COBIT ............................................................................................................
48
2.1.7.3 CoCo ...........................................................................................................
...
49
2.1.7.4 SAC .............................................................................................................
...
52
2.1.7.5
SAS 55/78 ......................................................................................................
54
2.1.8 Responsabilidade ..........................................................................................
.
56
2.1.9 Avaliação do controle interno ......................................................................
...
58
2.1.9.1 Auto-avaliação de controles ........................................................................
...
64
2.1.10
Controle interno e a SOX ............................................................................
...
70
2.1.11
Limitações dos controles internos ...............................................................
...
74
2.2 Auditoria ......................................................................................................
77
2.2.1 Definição de auditoria interna .......................................................................
86
2.2.2 Objetivos e finalidade da auditoria interna ...................................................
88
2.2.3 Tipos de auditoria interna .............................................................................
90
2.2.3.1 Auditoria contábil/financeira .........................................................................
90
2.2.3.2 Auditoria operacional ....................................................................................
92
2.2.3.3 Auditoria de gestão .......................................................................................
94
2.2.3.4 Auditoria tributária ........................................................................................
96
2.2.3.5 Auditoria de sistemas/TI ...............................................................................
97
2.2.3.6 Auditorias especiais e outros tipos de auditorias .........................................
98
2.2.4 Normas brasileiras para o exercício da atividade de auditor interno ............
100
2.2.5 Padrões internacionais para o exercício da atividade de auditor interno .....
104
2.2.5.1 Definição .......................................................................................................
108
2.2.5.2 Código de ética .............................................................................................
109
2.2.5.3 Padrões internacionais .................................................................................
113
2.2.5.4 Posicionamento ............................................................................................
120
2.2.5.5 Orientações para as práticas ........................................................................
121
2.2.5.6 Guias para as práticas ..................................................................................
121
3 METODOLOGIA ..........................................................................................
123
3.1 Método de pesquisa ...................................................................................
123
3.2 Seleção da amostra ....................................................................................
128
3.3 Coleta dos dados ........................................................................................
129
3.4 Análise dos dados ......................................................................................
130
3.5 Limitação da pesquisa ...............................................................................
131
4 RESULTADO DO ESTUDO DE CASO .......................................................
132
4.1 Caracterização da empresa estudada ......................................................
132
4.2 Situação inicial da empresa ......................................................................
133
4.3 Desenvolvimento das ações .....................................................................
136
4.4 Situação atual e mensuração da melhoria ...............................................
142
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .........................................................................
146
5.1 Geração de valor empresarial....................................................................
146
5.2 Porque uma organização deve ter auditoria interna .............................. 150
5.3 Conclusão do estudo .................................................................................
155
REFERÊNCIA
BIBLIOGRÁFICA
...............................................................
157
ANEXO A
– Instrumento de avaliação e validação das bases de
controles internos ...................................................................
165
ANEXO
B
– Resumo das principais cláusulas de interesse para os
Auditores Internos: Seção 302 e 404 da SOX .......................
167
ANEXO C
– Normas brasileiras de contabilidade - NBC T 12 ...................
170
ANEXO D
– Padrões internacionais de auditoria Interna do IIA ................
176
ANEXO E
Relação das orientações para a prática do IIA ......................
194
ANEXO F
Relacionamento das categorias das atividades de
controle
com os componentes do COSO ............................................
196
15
1. INTRODUÇÃO
Permitam-me adicionar apenas que, nesta Arte, como em outras,
e haverá sempre, independente do que já tiver sido feito, algo novo a
expressar, algo novo a descrever.
Walter Besant.
Desde o início das transações comerciais, fizeram-se necessárias as
atividades de controle e supervisão sobre os negócios, como pode ser observado
quando (2004, p.173), relata que Luca Pacioli usando de aforismo, ensina que
aquele que negocia sem conhecer como vai o seu negócio, a riqueza voar de
suas mãos como se moscas fossem, ou seja, perde o que investe. O frei evoca o
ditado para sugerir que, por meio da escrita contábil, tudo se controla, sendo esta a
forma correta de poder dominar as transações ocorridas.
Na evolução das organizações e seus relacionamentos, seja com o indivíduo,
cliente ou acionista, ou com a coletividade, empresas ou nações, as atividades se
diversificaram, ramificaram e ampliaram, sendo cada vez mais necessárias as
atividades de fiscalização e suporte à gestão.
Rezende e Favero (2004, p.1) relatam que uma urgente necessidade de
um maior controle interno dentro das organizações, a fim de salvaguardar os
interesses da empresa, a confiabilidade nos relatórios contábeis, financeiros e
operacionais dentro dos procedimentos estabelecidos pela empresa.
Os casos de demonstrações contábeis fraudulentas, tão comuns na última
década em escala mundial, têm chamado a atenção sobre a adequação do controle
interno das organizações. Uma vez que os escândalos em nível mundial da última
década, entre os quais, os da Parmalat e da Enron, têm demonstrado a ineficiência
dos controles internos e externos e clamado por incremento das exigências de
melhorias, em relação aos controles internos das empresas em relação aos
controles externos. (IMONIANA e NOHARA, 2004, p.1)
Mesmo após o advento da criação da Lei Sarbanes-Oxley em 2002,
estabelecida em decorrência aos escândalos ocorridos no mercado financeiro dos
Estados Unidos da América, obrigando a criação de novos mecanismos de controles
para reaver a credibilidade dos investidores. Esses mecanismos vieram para
fortalecer as regras de governança corporativa, principalmente para melhorar a
16
transparência dos mecanismos de gestão, com a divulgação das informações das
organizações.
Após o desenvolvimento de metodologias para melhorar os controles internos
das organizações, em específico, a criação da certificação do sistema de controles
internos, requerida como compliance [conformidade] para as empresas que
cotizavam em bolsa de valores americana. Percebe-se a preocupação com os
controles internos e com a criação de mecanismos e ferramentas para avaliá-los e
supervisioná-los.
Ao passo que a contabilidade tem em vista informações internas da
organização (financeiras, orçamentárias e patrimoniais), a accountability [prestação
de contas], está atenta aos resultados externos, preocupando-se em atender o
público leigo. (CASTRO, 2008, p. 281)
É importante ressaltar o conceito de accountability, como um dos fatores-
chave para o governo e direção das organizações. Neste sentido, convém recordar
que um eficiente sistema de controle interno pode proporcionar um importante fator
de tranqüilidade, em relação a responsabilidade dos diretivos, proprietários,
acionistas e terceiros interessados.
Todavia, um ambiente com controles internos inadequados contribui de
maneira substancial para a existência de fraudes e essas aumentam os riscos
organizacionais. Várias agências internacionais têm apontado os controles internos
como um meio imperativo para a melhora da confiabilidade dos indicadores
financeiros. (IMONIANA e NOHARA, 2004, p.1)
Neste sentido, pode-se traçar uma similitude entre a necessidade do controle
na atualidade e a do Renascimento, onde insiste o frei, que para negócios à parte,
existe necessidade de controles especiais, presentes e constantes, devendo-se ter
tantos deles quantos necessários, com a manutenção de contas próprias para os
casos de gestão indireta, ou seja, os que resultam em delegações de poderes. (SÁ,
2004, p.174)
O controle segundo Campiglia e Campiglia (1993, p. 11) pode ser visto,
também, como uma maneira de garantir a continuidade da empresa, mantendo a
entidade em um rumo pré-estabelecido, em uma perspectiva de gestão, deve ser
entendido como o conjunto de informações e de ações cujo objetivo é manter o
curso das operações dentro de um rumo desejado.
17
Entretanto, a segunda edição da pesquisa “In the dark”, realizada em
dezembro de 2006 pela empresa de consultoria e auditoria Deloitte Touche
Tohmatsu, demonstra, todavia, que até os dias de hoje, a gestão adequada dos
riscos não-financeiros como uma preocupação crescente, segundo os executivos
participantes. Conforme a pesquisa, os riscos não-financeiros precisam ser
identificados com rapidez, precisão e confiabilidade, devido ao alto impacto que
podem ocasionar aos negócios. O estudo contou com 175 executivos de todo o
mundo e setores econômicos de empresas com faturamento entre US$ 500 milhões
e US$ 10 bilhões.
Outro aspecto importante é observar os vários subsistemas que compõem a
empresa, sendo vital a existência de uma correlação entre eles, de maneira a atingir
o objetivo da empresa. Verifica-se, então, a necessidade de um processo de gestão
que considere esses aspectos para que os subsistemas da empresa trabalhem
juntos, de modo a aumentarem sua eficiência e alcançarem melhores resultados do
que se trabalhassem separadamente. (BEUREN; RAUPP; MARTINS, 2006, p.121)
Com a crescente ênfase dada às questões de controle empresarial, mas,
especificamente, o controle sobre a gestão das organizações, salientando-se
principalmente, cada vez mais, os benefícios potenciais que podem advir do
estabelecimento de ferramentas de gestão, principalmente as de função
independente e objetiva, como por exemplo, a auditoria interna.
A auditoria interna é o órgão responsável pela supervisão dos controles
empresariais. Seus membros têm que ser independentes e com grande
conhecimento em sua área de atuação. Os deveres e os procedimentos devem estar
documentados nas organizações para que seus membros tenham acesso e
liberdade para relatar seus pontos de vista e recomendações para os executivos de
alto escalão, que são quem decide o futuro da organização. Vislumbra-se que as
atividades da auditoria interna, mais que um mecanismo de controle, ou também,
como um pré-requisito para uma boa implantação de um código de governança
corporativa, proporciona um rumo em suas atividades com a possibilidade de
priorização de ações e suporte para a gestão, na direção da boa governança e da
gestão de riscos da organização.
Todas as informações que tramitam pela auditoria interna têm a importância
de ser trabalhada, analisada e moldada para posterior apreciação do executivo
máximo de uma organização ou do conselho de administração de uma sociedade,
18
logo, podendo, de imediato, trazer impactos nas decisões estratégicas, tática e/ou
operacionais das organizações.
Logo, uma das formas que se observa para manter um bom nível de
governança de uma organização são a implementação, o desenvolvimento e o
funcionamento da auditoria interna.
Esta pesquisa o objetiva definir o papel da auditoria interna e nem esgotar
a discussão sobre a necessidade dos controles internos e da auditoria nas
organizações, mas leva-se a uma reflexão sobre o tema.
Uma vez que boa parte dos sistemas internos de controle está voltada ao
sistema contábil-financeiro e cabe à governança da organização, usando tal sistema,
proporcionar a necessária evidenciação das informações e resultados exigidos pelos
acionistas. Além de promover a integração de todos os controles internos com o
sistema contábil-financeiro, criando dentro da organização, uma estrutura de
controle interno forte, completa e perpétua.
Enfatiza-se que o resultado deste estudo contribui para que demais
organizações, possam utilizar o estudo de forma comparativa e avaliar os benefícios
de se utilizar a auditoria interna como ferramenta de gestão na melhoria dos
controles internos de sua organização, com base em subsídios teóricos e empíricos.
Tendo em vista os aspectos acima mencionados, esta pesquisa busca discutir
aspectos conceituais sobre Controle Interno e Auditoria Interna, bem como analisar
o impacto no processo de implantação de uma área de auditoria interna, no tocante
ao controle interno, em uma empresa de médio porte industrial organizada como
uma sociedade por ações de capital fechado localizada no Rio de Janeiro.
1.1. Caracterização do problema
Segundo Rezende e Favero (2004, p.4) toda empresa é criada com objetivo
de gerar lucros e, para que tenha um correto sistema contábil, necessitade um
controle mais efetivo no que diz respeito à informação gerencial. O Controle Interno
fará este trabalho, ou seja, estará monitorando as operações da empresa a fim de
que as informações sejam geradas com confiabilidade.
19
Infelizmente a informação contábil apresentada pela grande maioria das
empresas brasileiras está direcionada unicamente para atendimento das exigências
fiscais (usuário alvo-governo). Desta forma, percebe-se que a maioria dos
profissionais é aparentemente míope no que diz respeito à informação gerencial.
(FAVERO et al, 1995, p. 14)
Vale dizer que uma estreita relação entre o sucesso na função de
gerenciamento das operações e dos destinos da empresa e o grau de confiabilidade
dos seus controles e das informações disponíveis aos seus níveis gerenciais.
(ANDRADE, 1999, p.45)
O conselho de administração e/ou o cargo máximo na hierarquia das
organizações são detentores dos poderes de governança, logo, constitui a
autoridade máxima no gerenciamento dos riscos dos negócios, e a eles é atribuída à
responsabilidade pelo seu monitoramento, bem como pelas ações a serem adotadas
contra os mesmos, ou seja, a implantação do sistema de controle interno.
O controle interno é uma ferramenta de suma importância [...] e tem o objetivo
de proteger os bens de prejuízos decorrentes de fraudes ou erros involuntários;
assegurar a validade e integridade dos dados contábeis utilizados pela gerência na
tomada de decisões; promover a eficiência operacional da empresa dentro das
normas estabelecidas. (REZENDE e FAVERO, 2004, p.1)
Supõe-se que a auditoria interna, utilizando-se de suas funções
características, com independência, pode exercer um papel importante na melhoria
dos controles internos de uma organização, uma vez que se observa que as
responsabilidades da auditoria interna permeiam a supervisão do processo de
controle de interno na gestão da organização, a facilitação da comunicação entre os
auditores independentes da empresa com a alta administração, o gerenciamento
dos riscos corporativos, compliance [conformidade] com leis e regulamentos,
prevenção e apuração de fraudes entre outras atividades.
Logo, entende-se que a área de auditoria interna de uma organização, no
exercício das suas funções e responsabilidades possa melhorar e manter o controle
interno das organizações.
20
1.2. Objetivo da pesquisa
O propósito desta pesquisa é obter e analisar dados primários e secundários
que permitam verificar a melhoria dos controles internos da empresa estudada por
meio da implantação, ou existência, de uma área de Auditoria Interna, focalizando
nos resultados das ações por ela realizada.
1.3. Questões a serem investigadas
Nesta pesquisa são consideradas as questões relativas à contribuição da
auditoria interna na gestão de recursos organizacionais. Para isso se fez necessário
conceituar controle interno e auditoria interna; Determinar a inter-relação do controle
interno com a auditoria interna; Investigar a importância e o valor do controle interno;
Investigar a importância e o impacto das ações da auditoria interna nas instâncias
estratégicas e executivas de uma organização; Identificar as contribuições que
possam ser oferecidas pela auditoria interna às instâncias estratégicas e executivas
de uma organização bem como para sua governança e a melhoria dos controles
internos.
1.4. Relevância da pesquisa
THEOPHILO (1998) ressalta que a pesquisa contábil deve ser incentivada e
dirigida para conhecer-se melhor as necessidades de informações dos usuários, o
comportamento dos mercados; enfim, os diversos fenômenos que permeiam seus
objetivos, através da utilização de estudos empíricos. Neste sentido observa-se a
importância que esta pesquisa traz ao conhecimento da comunidade militante do
controle interno nas organizações, bem como a evidenciação empírica dos
benefícios que uma Área de Auditoria Interna pode trazer a uma organização.
21
A relevância desta pesquisa pode ser determinada pelo aspecto pessoal,
profissional, acadêmico e social.
1.4.1 Pessoal
No campo pessoal esta pesquisa busca minimizar as angustia de seu
pesquisador quanto ao tema, uma vez que as visões e entendimentos por parte do
pesquisador, referentes à auditoria interna vão além de simples compliance” com
leis, normas e regulamentos, sejam eles internos ou externos a Organização. Assim,
os vislumbra diante da possibilidade de utilizá-lo como ferramenta para melhorar o
controle interno nas organizações em geral.
Em uma pesquisa faz-se importante definir o posicionamento ético do
pesquisador ao projeto, logo pode-se citar Vázquez (1999) que explicita: “O valor
ético como teoria está naquilo que explica, e não no fato de prescrever ou
recomendar com vistas à ação em situações concretas”.
1.4.2 Profissional
Esta pesquisa pretende agregar valor aos profissionais de auditoria interna,
controle interno, contabilidade e administradores no que tange ao conhecimento do
papel de uma Área de Auditoria Interna nas organizações e a influência deste ao
processo de controle interno e de gestão de recursos organizacionais.
1.4.3 Acadêmico
Esta pesquisa visa contribuir com o meio acadêmico por ser um tema
moderno, e que não se m conhecimento da existência de muitas obras
referenciadas da teoria e a prática da auditoria interna no Brasil. Não obstante o
22
processo de controle interno também é um tema importante na administração das
organizações, fazendo-se necessário, maiores pesquisas científicas. Portanto crê-se
ser importante esta pesquisa para o meio acadêmico, entretanto não se pretende
esgotar a busca científica com esta pesquisa.
1.4.4 Social
Vislumbra-se a importância desta pesquisa para a sociedade, uma vez que
responde as indagações aos gestores e executivos (leiam-se os administradores e
profissionais das organizações) sobre a importância da auditoria interna; e, sendo
mais abrangente pode-se dizer que a sociedade como um todo, se beneficia com a
melhoria do processo de controle interno nas organizações, visto que nos dias de
hoje, por meio delas é que se distribuem as riquezas e os bens para a própria
sociedade.
Outro fator importante é a avaliação e a manutenção dos controles internos,
uma vez que esses controles servem para prevenir ou detectar, na maioria das
vezes, as causas das fraudes ocorridas nas organizações, conforme mostra estudo
realizado pela firma de auditoria KMPG (2003) onde demonstra, percentualmente,
por quais maneiras as fraudes foram descobertas.
Quadro 1 – Como a fraude foi descoberta? *
Controles internos 51
Auditoria interna 34
Informação de terceiros 29
Informação de funcionários 22
Investigação particular 22
Denúncia anônima 13
Coincidência 8
Outros 3
Auditoria Externa 2
* permitiu múltiplas respostas
Fonte: GUSMÃO. (2003, p.51)
23
Gusmão (2003, p.50) ainda ressalta que 76% das 1.000 empresas
pesquisadas afirmaram que foram vítimas desses fraudadores. E apenas 11%
delas tentaram recuperar o dinheiro perdido, tamanha a sofisticação alcançada por
“profissionais” brasileiros envolvidos neste tipo de crime.
1.5 Delimitação da pesquisa
Esta pesquisa restringe-se ao estudo do papel da auditoria interna para a
melhoria dos controles internos de uma organização do segmento industrial do
estado do Rio de Janeiro.
1.6 Organização do estudo
Esta dissertação consiste de cinco capítulos, organizados da seguinte
maneira:
CAPÍTULO 1 INTRODUÇÃO buscou-se introduzir o assunto central da
pesquisa, delineando a proposta estudada, os objetivos da pesquisa, a importância
do tema, a metodologia utilizada e a limitação da pesquisa.
CAPÍTULO 2 REFERENCIAL TEÓRICO descreve o assunto a ser
pesquisado, o controle interno nas organizações, com suas definições, tipologias,
modelos e importância. Buscou-se, também, descrever a evolução histórica da
auditoria interna nas organizações, bem como sua conceituação, principais tipos de
auditorias utilizadas dentro das organizações, suas funções, responsabilidades e
seus respectivos objetivos, além da referência das principais práticas internacionais.
CAPÍTULO 3 METODOLOGIA explicita a metodologia aplicada na
pesquisa, descrevendo o tipo de pesquisa característico, seu embasamento teórico,
e os motivos encontrados para escolher uma empresa do segmento industrial do Rio
de Janeiro como unidade de análise e o procedimento de coleta e análise dos
dados.
24
CAPÍTULO 4 RESULTADO DA PESQUISA o quarto capítulo inicia com a
apresentada as informações que caracterizam a empresa objeto desta pesquisa,
quanto a suas atividades, tamanho e desempenho. Nela é constatada a estrutura de
controles internos antes do início do projeto de melhorias (situação inicial). Seguiu-
se com a evidenciação e relato dos resultados alcançados com esta pesquisa de
campo quanto à melhoria do controle interno da organização, utilizando como
ferramenta de gestão, a área de auditoria interna (situação atual) e sua comparação
com a literatura.
CAPÍTULO 5 CONCLUSÃO neste capítulo, constituído pela conclusão do
autor e suas considerações finais, respondem-se as questões que foram levantadas
e apresentam-se, de forma sucinta, algumas sugestões para novas pesquisas sobre
o tema em estudo.
25
2. REFERENCIAL TEÓRICO
Um importante elemento de controle interno nas organizações é a
formação moral e técnica das pessoas, em compromisso com a
honestidade, o trabalho, a ordem, a justiça e a verdade. Porém, não
implantar controles internos adequados faz a administração
conivente com as consequências.
Paulo Migliavacca
2.1 Controle interno
Em um breve estudo sobre o surgimento do controle interno, pode-se citar
que a palavra controle apareceu por volta de 1600, como significado de cópia de
uma relação de contas, um paralelo ao seu original. Deriva do Latim contrarotulus,
que significa cópia do registro dos dados. Atualmente vários conceitos sobre o
que seja o controle interno nas organizações. (MIGLIAVACCA, 2004, p.17) [grifo do
autor]
Observa-se o conceito de controle interno utilizado, em 1949, por Thurston
(1949, p. 8), onde referia-se aos métodos e às medidas adotados dentro da
organização para salvaguardar o caixa e demais ativos da companhia, bem como
para verificar a fidedignidade dos registros.
Segundo Guimarães (2001), em seu artigo publicado na Revista Brasileira de
Contabilidade, o surgimento do controle interno é proveniente da necessidade de
cobrir as fragilidades mais comuns no dia-a-dia das organizações.
Esta pesquisa o irá se aprofundar no estudo da origem ou história do
controle interno, porque a definição, o objetivo e a finalidade de controle interno é o
que realmente interessa a este estudo. Foram citadas estas referências, para inserir
o conteúdo do referencial teórico no tempo, apresentando o estado temporal de sua
existência e prática.
26
2.1.1 Definição
Definir controle interno pode-se tornar uma tarefa difícil e extensiva, visto que
existem diversas definições de controle interno nos dias de hoje, pois se trata de um
assunto abrangente e diferenciado dentro de cada organização.
Recordemos a Instrução Normativa 16, de 20 de dezembro de 1991, do
Antigo Departamento de Tesouro Nacional, onde define controle interno como
sendo:
O conjunto de atividades, planos, métodos e procedimentos interligados utilizado
como vistas a assegurar que o objetivo dos órgãos e entidades da administração
pública sejam alçados, de forma confiável e concreta, evidenciando eventuais
desvios ao longo da gestão, até a consecução dos objetivos fixados pelo Poder
Público.
Almeida (2003, p. 63; 1996, p.50), diferenciadamente, relata que o controle
interno representa em uma organização o conjunto de procedimentos, métodos ou
rotinas com os objetivos de proteger os ativos, produzir dados contábeis confiáveis e
ajudar a administração na condução ordenada dos negócios da empresa.
Na mesma linha de pensamento, Migliavacca (2004, p.17) relata que o
controle interno define-se como o planejamento organizacional e todos os métodos e
procedimentos adotados dentro de uma empresa, a fim de salvaguardar seus ativos,
verificar a adequação e o suporte dos dados contábeis, promover a eficiência
operacional e encorajar a aderência às políticas definidas pela direção.
Franco e Marra (2001, p. 267) entendem como controle interno todos os
instrumentos contábeis da organização destinados à vigilância, e fiscalização, que
permitam prever, observar, dirigir ou governar os acontecimentos que se verificam
dentro da empresa e que produzam reflexos em seu patrimônio.
Em uma visão mais relacionada a pessoas e atos, Mautz (1987, p.163) diz
que o controle interno é a expressão usada para descrever todas as várias medidas
tomadas pelos titulares e gerentes de organizações empresariais para dirigir e
controlar os empregados.
Neste contexto, D´Avila e Oliveira (2002, p.39) consideram que o controle
interno é um processo executado por pessoas: logo, o comportamento humano e a
27
cultura interna de cada organização, é que vão permear as principais características
do controle interno.
O Conselho Federal de Contabilidade CFC em suas Normas Brasileiras de
Contabilidade Técnica NBT T 11, item 11.2.5.1, página 4, aprovada pela
Resolução CFC N.820/97, de 17 de dezembro de 1997, define controle interno como
um conjunto de variáveis e compreende: (...) “o plano de organização e o conjunto
integrado de método e procedimentos adotados pela entidade na proteção do seu
patrimônio, promoção da confiabilidade e tempestividade dos seus registros e
demonstrações contábeis, e da sua eficiência operacional”.
Na mesma linha, o Comitê de Procedimentos de Auditoria do American
Institute of Certified Public Accountants AICPA [Instituto americano de auditores
independentes] define controle interno como “o plano de organização e conjunto
coordenado dos métodos e medidas, adotados pela empresa, para proteger seu
patrimônio, verificar a exatidão e a fidedignidade de seus dados contábeis, promover
a eficiência operacional e encorajar a adesão à política traçada pela administração”.
Para o Institut Français des Experts Comptables [Instituto francês de
auditores independentes] (apud 1993, p.110), o controle interno é formado pelo
plano de organização e de todos os métodos e procedimentos adotados
internamente pela empresa para proteger seus ativos, controlar a validade dos
dados financeiros pela Contabilidade, ampliar a eficácia e assegurar a boa aplicação
das instruções da direção.
Reding et al (2007, p.5-8) menciona que o Committee of Sponsoring
Organizations of the Treadway Commission COSO, emitiu em 1992, um relatório
denominado Internal Control Integrated Framework [Controle Interno Estrutura
Integrada], onde define controle interno como um processo, efetuado pelo conselho
de administração, gerentes e outros funcionários, com o intuito de garantir razoável
certeza do cumprimento dos objetivos organizacionais.
No mesmo sentido o Institute of Internal Auditors IIA [instituto dos auditores
internos] define controle interno como qualquer ação executada pela administração,
pelo conselho de administração e outros para gerenciar os riscos e aumentar a
probabilidade de que os objetivos e metas estabelecida sejam alcançados. A
administração desenvolve planos, organiza e dirige a execução de ações suficientes
para proporcionar razoável certeza do cumprimento de objetivos e metas. (COSO,
1994, p.106; REDING et al, 2007, p.5-26; AUDIBRA, 2006, p.18)
28
Imoniana e Nohara (2004, p.1) relatam que a variedade de definições do
controle interno possuem um traço marcante em comum: tratam-no como um
processo que visa a criação de condições propícias ao cumprimento dos objetivos
da empresa. Esse processo, ininterrupto e abrangente, inclui todas as mediadas e
práticas, imprescindíveis para a redução dos riscos inerentes aos negócios.
Finalizando o conjunto de definições, e colocando todas dentro de uma
perspectiva, Attie (1998, p. 117), menciona que o conceito, a interpretação e a
importância do controle interno envolvem imensa gama de procedimentos e práticas
que, em conjunto, possibilitam a consecução de determinado fim, ou seja, controlar.
Observam-se diversas definições, entretanto corrobora-se que são todas
convergentes, com pequenas peculiaridades ou tendências de seus órgãos
criadores, podendo ser diferenciados pelos objetivos e finalidades.
2.1.2 Objetivo e finalidade
Segundo Franco (1992, p. 208) os objetivos primordiais dos controles internos
podem ser assim definidos: fornecer à contabilidade dados corretos e conferir a
exatidão da escrituração; evitar alcances, desperdícios, erros e, se ocorridos,
identificá-los.
Esses objetivos podem ser aplicados no sistema contábil e financeiro, e
instituídos em outras áreas da empresa, como a administração, produção,
manutenção e expedição. Outros objetivos podem ser levantados, mas todos eles
podem ser resumidos num só: proteger o patrimônio da empresa (FRANCO, 1992, p.
209).
Para Attie (1998, p. 117), em regra geral, o controle interno tem quatro
objetivos básicos: a) a salvaguarda dos interesses da empresa; b) precisão e a
confiabilidade dos informes e relatórios contábeis, financeiros e operacionais; c) o
estímulo à eficiência operacional; d) aderência às políticas existentes.
Quanto a finalidades dos controles internos, Rezende e Favero (2004, p.3)
definem que os controles internos têm como finalidade fornecer à contabilidade
dados corretos, objetivando a escrituração exata dos fatos ocorridos, e que sejam
evitados desperdícios e erros. E ressaltam que, é importante também, que estes
29
controles tenham alcance suficiente para detectar qualquer irregularidade quando
esta ocorrer.
Conforme citado em sua definição, o IIA define como objetivo e finalidade
do controle interno a execução de ações suficientes para proporcionar razoável
certeza do cumprimento de objetivos e metas da organização. (COSO, 1994, p.106;
REDING et al, 2007, p.5-26; AUDIBRA, 2006, p.18)
Reding et al (2007, p.5-8) menciona que o COSO tem como propósito
assegurar a consecução dos seguintes objetivos:
a) Eficácia e eficiência das operações;
b) Confiabilidade e integridade das informações financeiras e gerenciais;
c) Aderência às leis e regulamentos aplicáveis.
no âmbito público, as diretrizes, os princípios, os conceitos e as normas
técnicas relativas às ações de controle aplicáveis ao Serviço Público Federal foram
aprovadas pela Instrução Normativa 01, de 6 de abril de 2001, da Secretaria
Federal de Controle Interno SFCI, vinculada a Controladoria Geral da União -
CGU. Que em seu Anexo, p.7, Capítulo I, Seção I, item 3, define como finalidades
do Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Federal:
a) Avaliar o cumprimento das metas previstas no Plano Plurianual, a
execução dos programas de governo e dos orçamentos da União;
b) Comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e à
eficiência da gestão orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos
e entidades da Administração Pública Federal, bem como da aplicação
de recursos públicos por entidades de direito privado;
c) Exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem
como dos direitos e haveres da União;
d) Apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional.
Cook e Winkle (1983, p.134) dizem que “tanto a administração como os
auditores devem estar cientes da relação existente entre o custo de procedimentos
de controle interno e os benefícios que se espera deles, ao projetarem o sistema ou
qualquer reestruturação do mesmo.
30
Além dos objetivos e finalidades dos controles, podem-se dividir os controles
internos em categorias e natureza.
2.1.3 Categorias de controles
Conforme Almeida (1996, p. 50), os controles internos se dividem em duas
categorias: controles administrativos e controles contábeis.
Nesta mesma linha, o AICPA, por meio do Statement on Auditing Standard -
SAS n.01, define que controles internos, em seu sentido amplo, incluem os controles
que podem ser caracterizados como administrativos ou contábeis.
Controles administrativos: “são os procedimentos e os métodos que dizem
respeito às operações de uma empresa e às suas políticas, diretrizes e relatórios;
relacionam-se apenas indiretamente com as demonstrações financeiras” (COOK e
WINKLE, p. 132).
Na mesma linha (1998, p.106) define os controles administrativos como
sendo os concernentes basicamente à eficiência operacional e à vigilância gerencial,
e que só indiretamente são referidos nos registros contábeis.
o AICPA, por meio do SAS n.01, define que os controles internos
administrativos incluem, mas não se limitam, ao planejamento organizacional,
procedimentos e registros que se referem ao processo de decisão ligado à
autorização de transações pela administração. Essa autorização sendo uma função
gerencial associada diretamente à responsabilidade de atingir os objetivos da
organização, e sendo o ponto inicial para estabelecer controles contábeis sobre as
transações.
Entretanto, Ribeiro (2008, p.41) define que o objetivo geral dos controles
internos administrativos é evitar a ocorrência de impropriedades e irregularidades,
por meio dos princípios e instrumentos próprios de controle.
Controles contábeis: “São procedimentos e plano de organização pertinentes
à salvaguarda do ativo da empresa e garantia de que as contas e os relatórios
financeiros são merecedores de confiança” (COOK e WINKLE, p. 132).
31
Seguindo também a mesma linha, (1998, p.106) define os controles
contábeis, como aqueles que se relacionam diretamente com o patrimônio e com os
registros e demonstrações contábeis que eles dizem ser demonstrações financeiras.
Já o AICPA, por meio do SAS n.01, define que os controles internos contábeis
são compostos pelo plano organizacional, procedimentos e registros que se referem
à salvaguarda dos ativos e a veracidade dos registros financeiros, e
consequentemente, são desenhados para prover certo nível de certeza de que:
a) As transações contábeis sejam executadas de acordo com as
autorizações da administração;
b) As transações sejam registradas a fim de: 1) permitir a preparação de
relatórios financeiros em conformidade aos princípios contábeis
geralmente aceitos ou outros critérios aplicáveis a esses relatórios, e 2)
manter controles sobre ativos da empresa;
c) O acesso aos ativos da empresa seja permitido com a autorização
da administração;
d) Os registros contábeis dos ativos sejam comparados com sua
existência física em intervalos razoáveis e que ações apropriadas
sejam tomadas a respeito de eventuais diferenças.
Além da categoria dos controles, outro fator importante a ser estudado e
avaliado é quanto a natureza dos controles internos, pois estes se alinham com o
objetivo e a finalidade deles.
2.1.4 Natureza dos controles
O sistema de controle interno de uma empresa visa sempre possibilitar a
prevenção e detecção de erros e fraudes que tragam prejuízos ou afetem a
qualidade da informação fornecida para que a administração tome decisões. Dessa
forma, os controles internos mantidos podem ser: controles detectivos ou controles
preventivos. (CRC-SP, 1998, p.131)
32
Migliavacca (2004, p.49) comenta que na aplicação prática dos controles
internos, a administração [entende-se toda a organização] deve:
a) Fundamentar sua decisão nos fatores básicos de gestão (utilidade,
praticidade e economia)
b) Escolher o tipo de controle mais adequado;
c) Ter os elementos do sistema devidamente coordenador e;
d) Utilizar as demonstrações financeiras e relatórios gerenciais como um
elemento básico para usas análises de anormalidade e tendência.
E classifica os controles em duas categorias [entende-se para este estudo
como naturezas]:
1) Controles de Prevenção ou Preventivos aqueles cujo objetivo é
prevenir ocorrências antes do fato, e seus efeitos desagradáveis.
[grifo do autor]
2) Controles de Detecção ou Detectivos aqueles cujo objetivo é
detectar as ocorrências, após o fato. [grifo do autor] (MIGLIAVACCA,
2004, p.49)
Migliavacca (2004, p.50) ainda explica os tipos elencados:
Controles de Prevenção: São aqueles destinados a impedir erros ou
anormalidades durante o processamento. Controles preventivos são mais
eficientes e menos caros do que os detectivos. Quando inseridos dentro de um
sistema, os controles preventivos evitam que erros ocorram, evitando também os
custos de corrigi-los. [grifo do autor]
Controles de Detecção: São aqueles controles destinados a detectar erros e
anormalidades que ocorreram durante o processamento de dados. Controles
detectivos são mais caros que os preventivos, mas também são essenciais. [grifo
do autor]
Além das citadas categorias de controles quanto a sua natureza, Reding et
al (2007, p.5-26) complementa com mais duas categorias, são elas: 1) Controles
Diretivos e 2) Controles Corretivos. Assim definidos:
33
Controles Diretivos: Como o nome sugere, é um controle que orientação
explícita sobre que ações têm de ser feita para causar ou favorecer a ocorrência de
um evento desejável.
Controles Corretivos: São aqueles controles destinados a detectar
omissões, lacunas e erros, corrigindo, assim, tais desvios. [grifo nosso]
MOSCOVE (2002) define os controles em três tipos:
a) Controles preventivos: São controles criados e implementados para
evitar a ocorrência de algum problema potencial. Podemos identificar
entre estes procedimentos: a segregação de funções e a restrição de
acesso a ativos; análises, conferências e autorizações prévias; e
consistências de dados em tempo real;
b) Controles detectivos: São controles concebidos para identificar se a
eficiência operacional e a adesão às diretrizes gerenciais prescritas
estão sendo alcançadas. São exemplos deste tipo de controle:
relatórios de exceção (estoques que ultrapassam o nível ximo e
mínimo, clientes em atraso, entre milhares de outros); análise de
desvios orçamentários e os indicadores de desempenho; os inventários
físicos, etc.;
c) Controles corretivos: Conjunto de ações que devem ser tomadas para
remediar situações apresentadas pelos controles detectivos.
Independente da natureza e categorias dos controles internos, os mesmo
devem levar em consideração quando de sua implantação, os respectivos princípios
que os norteiam.
2.1.5 Princípios do controle interno
Os princípios do controle interno representam o conjunto de regras, diretrizes
e sistemas, que visam ao atendimento de objetivos específicos, que para Peter e
Machado (2003, p.25) são:
34
a) Relação custo/benefício: consiste na minimização da probabilidade de
falhas/desvios quanto ao atendimento dos objetivos e metas. Este
conceito reconhece que o custo de um controle não deve exceder aos
benefícios que possa proporcionar;
b) Qualificação adequada, treinamento e rodízio de funcionários: a
eficácia dos controles internos está diretamente relacionada com a
competência e integridade do pessoal. Assim, é imprescindível que
haja uma política de pessoal que contemple;
c) Delegação de poderes e determinação de responsabilidades: visam
assegurar maior rapidez e objetividade às decisões, fazendo-se
necessário um regimento/estatuto e organograma adequado, onde a
definição de autoridade e conseqüentes responsabilidades sejam
claras e satisfaçam plenamente às necessidades da organização; e
manuais de rotinas/procedimentos claramente determinados, que
considerem as funções de todos os setores do órgão/entidade;
d) Segregação de funções: a estrutura de um controle interno deve prever
a separação entre as funções de autorização ou aprovação de
operações e a execução, controle e contabilização das mesmas, de tal
forma que nenhuma pessoa detenha competências e atribuições em
desacordo com este princípio;
e) Instruções devidamente formalizadas: para atingir um grau de
segurança adequado é indispensável que as ações, procedimentos e
instruções sejam disciplinados e formalizados através de instrumentos
eficazes, ou seja, claros e objetivos e emitidos por autoridade
competente;
f) Controles sobre as transações: é imprescindível estabelecer o
acompanhamento dos fatos contábeis, financeiros e operacionais,
objetivando que sejam efetuados mediante atos legítimos, relacionados
com a finalidade do órgão/entidade e autorizados por quem de direito;
g) Aderência às diretrizes e normas legais: é necessária a existência, no
órgão/entidade, de sistemas estabelecidos para determinar e assegurar
a observância das diretrizes, planos, normas, leis, regulamentos e
procedimentos administrativos internos.
35
Diante destes princípios expostos, Oliveira e Linhares (2006, p.3) concluem
que através dos princípios de controle interno, se estabelecem as diretrizes a serem
tomadas pela administração da empresa, no tocante ao seu adequado
funcionamento, com a separação de atribuições específicas para cada funcionário, a
fim de se evitar possíveis erros ou fraudes.
Independente da definição e categorização dos princípios de controle interno,
ressalta Migliavacca (2004, p.19), que um sistema satisfatório de controles internos
deve incluir:
Um planejamento organizacional que permita uma apropriada
segregação de funções e responsabilidades.
Um sistema de autorizações, arquivamento e de relatórios, que permita
um bom controle contábil sobre ativos, obrigações, receitas e
despesas.
Adequados controles físicos sobre os ativos.
Procedimentos adequados e por escrito, a serem seguidos no exercício
das funções de cada departamento.
2.1.6 Importância do controle
O controle tem significado e relevância somente quando é concebido para
garantir o cumprimento de um objetivo definido, quer seja administrativo ou
gerencial. (ATTIE, 1998, p. 111)
Neste sentido, o COSO (1992) ressalta que os objetivos são um pré-requisito
para o controle interno.
Para Oliveira e Linhares (2006, p.3) um dos aspectos importantes no uso dos
controles internos pelas organizações é o de prover os acionistas com a razoável
segurança de que a condução dos negócios está adequadamente controlada.
Também neste sentido, o posicionamento do IIA (2009) menciona que um
sistema forte de controle interno é essencial para o eficaz gerenciamento de uma
empresa.
Migliavacca (2004, p.20) ressalta ainda que o controle interno é importante
nas atividades das organizações porque contribui para: a salvaguarda dos seus
36
ativos; o desenvolvimento de seus negócios, e consequentemente; o resultado de
suas operações, adicionando valor à entidade.
De acordo com esses entendimentos, observa-se que desde a primeira
definição de controle interno estabelecida nos Estados Unidos da América - EUA
pelo AICPA, em 1949, e as modificações incluídas no SAS n.55 de 1988, o conceito
de controle interno não sofreu alterações relevantes.
Entretanto, quando a National Commission on Fraudulent Financial Reporting,
conhecida como Treadway Commission, estabelecida em 1985 como uma das
múltiplas respostas aos desdobramentos do caso Watergate nos EUA, emitiu o
documento denominado Informe COSO, no qual participaram em seu
desenvolvimento, representantes de organizações profissionais de contadores, de
executivos de finanças e de auditores internos. Foi, então, ressurgida a atenção para
a melhoria dos controles internos e da governança, derivada da pressão blica,
para um melhor gerenciamento dos recursos públicos ou privados em qualquer tipo
de organização, isto antes dos escândalos, crises financeiras, ou fraudes
acontecidas durante as últimas décadas.
Logo, a importância no processo de controle interno nas organizações
engloba ações tomadas pela Administração e pelo conselho de administração, para
incrementar a gestão de riscos e aumentar a probabilidade de que os objetivos e
metas definidos sejam atingidos. A Administração estabelece planos e propõe
processos que proporcionem segurança razoável para que objetivos e metas sejam
atingidos e que o ambiente de controle seja adequado. (COSO, 1994, p.106)
Como já foi exposto, governar é não gerir recursos, mas também controlar.
Essa ação fica evidente quando visualizamos o esquema da figura 1, gina 37. A
ausência ou deficiência desse controle implica em elevada vulnerabilidade das
empresas à gestão incompetente ou predatória dos recursos nelas investidos, com
conseqüências adversas aos interesses de quase todos os seus participantes
relevantes, em especial, os acionistas.
Mas, os controles não existem apenas por causa da necessidade de
governar. Os controles internos existem para influenciar o comportamento das
pessoas e dirigi-las para o cumprimento dos objetivos das empresas.
A função de controlar é vital para governar uma organização, pois se trata da
única forma pela qual ela pode aferir o desempenho da empresa e, por extensão,
dos gestores.
37
Figura 1 – Governança, Controles, Gestão e Recursos da Empresa.
Segundo Attie (1992, p.200), é “impossível conceber uma empresa que não
disponha de controles que possam garantir a continuidade do fluxo de operações e
informações propostas”.
Nesse sentido, pode-se citar que todos os participantes de uma empresa
precisam de controles, do mais alto ao mais baixo vel hierárquico. No nível mais
alto da hierarquia, são fixados objetivos e metas dos resultados que devem ser
atingidos pelos altos administradores, que em uma empresa compreendem o
presidente e seu diretores, composta por executivos especializados em funções
determinadas, tais como: marketing, produção, vendas, finanças, etc.
As metas gerais da empresa o decompostas especificadamente para cada
área funcional, que, por sua vez, distribuem para cada departamento, divisão, seção,
etc., sendo estipuladas por diferentes unidades de medida, cujos métodos, que
serão usados para medir seu alcance, devem ser fixados previamente. Assim, de
baixo para cima, funcionam os controles, agregando o desempenho em divisões,
departamentos, diretorias e, finalmente, no grande agregado que representa a
empresa em seu todo.
Neste sentido, os controles envolvem toda a organização e visam verificar se
cada área, cada indivíduo, cada fator de produção está colaborando para a
consecução das metas organizacionais. Os controles exercem também uma
segunda função, que fica clara quando se atenta para eventos do ambiente interno
ou externo que podem impactar negativamente os resultados de uma empresa e, em
casos extremos, causar uma solução de continuidade. Estes são os riscos
corporativos ou organizacionais.
38
Como foi citada, a governança deve assegurar a continuidade da
organização, que pode estar ameaçada por diversos riscos, desde os estratégicos,
como de mudanças drásticas do mercado e das preferências dos clientes, até os
riscos ambientais, tais como: vendavais, terremotos, inundações, raios, etc., que
podem ter um potencial desastroso aos resultados empresariais e chegar a ameaçar
sua continuidade e até mesmo a sua existência.
Ficou evidente que as deficiências de controle foram a origem de todas as
grandes crises corporativas, o que colocou em evidência a total alienação dos riscos
que permeavam estas organizações e suas profundas carências de governança.
Os riscos o inevitáveis na gestão dos recursos para a busca de resultados
e, portanto, este sistema de controle de riscos deverá também abranger a própria
análise de desempenho, no que tange à geração dos resultados esperados. Esta é
a fisionomia dos modernos sistemas de controle interno: eles abrangem a
mensuração dos resultados da empresa e, concomitantemente, fazem a avaliação
da gestão dos riscos, nos quais a empresa incorreu durante a produção desses
resultados.
Shleifer & Vishny (1997) distinguem os mecanismos do poder de governança,
que objetivam induzir o correto alinhamento do comportamento dos executivos com
os objetivos dos proprietários, e mecanismos do poder de controlar, que permitem
aos Conselhos, a instalação e a correta operação dos sistemas internos de controle.
A importância da qualidade da informação reside no fato de que os
instrumentos de poder utilizados pelos Conselhos dependem, primordialmente, da
capacidade de julgamento proporcionada pela arquitetura dos controles da empresa.
Este conjunto de controles e incentivos, todavia, deve ser desenhado dentro de um
ambiente de riscos. Dentre estes, deve-se atentar ao agenciamento, de modo a
evitar a infecção de tais controles pela manipulação deliberada, ou mesmo,
incompetente das informações, pois como observaram Jensen & Meckling, (1976),
“business risks are also risks of poor management” [riscos do negócio são também
os riscos de má gestão – nossa tradução].
A evidência de que os mecanismos de controle são indispensáveis para uma
governança eficaz está na menção de Kaplan e Norton (2001) em uma reportagem
de capa da revista Fortune (1999), sobre casos de fracasso de conhecidos Chief
Executive Officers - CEOs. Para o especialista, a ênfase na Estratégia e na Visão
39
davam origem à crença enganosa de que a estratégia certa era a condição
necessária e suficiente ao sucesso.
Kaplan e Norton (2001) mencionaram uma pesquisa realizada entre 275
gestores de portifólio de investimentos, mostrando que a capacidade de executar a
estratégia é mais importante do que sua qualidade em si. No entanto, em princípios
da década de 1980, um estudo entre consultores gerenciais revelou que a taxa de
fracasso na implementação das estratégias formuladas era de cerca de 90%, por
causa da carência de controles.
Definitivamente, uma atribuição essencial da governança é fazer que haja um
sistema eficaz e eficiente de controle dentro de uma empresa e que este assegure
um fluxo de informações que lhe permita verificar se a empresa está atendendo às
expectativas de seus proprietários e ou acionistas.
Assim, jamais um Administrador ou um Conselho de Administração pode
esquivar-se de culpa por eventuais perdas que esse patrimônio venha a sofrer em
função da inexistência de controles adequados, alegando ser da competência da
administração a criação e manutenção desses controles.
Dessa necessidade de controle, surge uma situação paradoxal, sempre que
os controles que tiverem a função de monitorar a gestão dos recursos empresariais,
estejam sob o domínio dos próprios gestores, como acontece na grande maioria das
organizações, com a possível e suficiente exceção da área de auditoria interna.
Relembrando que os controles internos constituem um processo conduzido
pelo Conselho, pela Diretoria Executiva, pelos diversos níveis gerenciais e demais
funcionários, de modo a proporcionar uma razoável segurança para a realização dos
objetivos de um negócio. Tendo como propósito assegurar a consecução dos
seguintes objetivos (COSO, 1994, p.13):
a) Eficácia e eficiência das operações;
b) Confiabilidade e integridade das informações financeiras e gerenciais;
c) Aderência às leis e regulamentos aplicáveis.
Para Reding et al (2007) O controle interno deve ainda apresentar os
seguintes atributos:
a) ser aplicado no estabelecimento das estratégias;
40
b) ser aplicado em todas as unidades e níveis organizacionais;
c) ser concebido de maneira a identificar eventos que possam afetar a
entidade e gerenciar os riscos, conforme o apetite de riscos da
empresa;
d) ser completo, isto é, abranger todos os aspectos das atividades da
organização;
e) ser oportuno, ou seja, deve possuir a eficácia necessária para emitir os
sinais de alerta necessários, para que os gestores tomem ações
corretivas ou preventivas;
f) ser independente, visto que a função de avaliar a eficácia do sistema
de controle interno deve estar separada da formulação e da execução
do mesmo. A qualidade e adequação dos controles internos devem ser
avaliadas de forma isenta e independente.
A necessidade de controle existe não apenas para apurar se as metas foram
atingidas, mas também fornecer as relações de causa e efeito do desempenho
apresentado e sua conexão com os riscos assumidos.
Vislumbra-se, assim, a importância do controle interno para a eficiência e
eficácia das atividades dentro da organização, auxiliando os administradores no
desempenho de suas atribuições, fornecendo-lhes análises, avaliações e
informações relativas às atividades operacionais e administrativas. (REZENDE e
FAVERO, 2004, p.11)
Comprovada a importância dos controles internos de uma organização, temos
que verificar a existência de modelos de controles internos existentes e aceitos, para
poder enquadrar o caso a ser estudado e o utilizar para medir a sua melhoria dentro
da organização analisada.
2.1.7 Modelos
Existem diversos modelos de controles internos aceitos internacionalmente,
que a partir da divulgação do informe COSO, foram publicados, dentre eles pode-se
41
destacar; além do COSO (EUA), os seguintes: CoCo (Canadá), Cadbury (Reino
Unido), Vienot (França), Peters (Holanda) y King (África do Sul).
Observa-se nítida inter-relação entre os diversos modelos, que muitas vezes,
se completam ou utilizam aspectos de modelos anteriores incorporados a sua
estrutura. (COCURULLO, 2004, p.82)
Entretanto, Cocurullo (2004, p.82) ressalta que existem sistemas que se
destinam à alta administração (COSO e CoCo), aos usuários e auditoria de sistemas
(COBIT), aos auditores internos (SAC) e aos auditores externos (SAS 55/78).
A comparação dessas estruturas e conceitos de controles internos pode ser
observada na tabela 2 na página 50.
Segundo Gaitán (2006) os modelos COSO y CoCo em nosso continente
[americano] são os de maior aplicação.
Ainda segundo Gaitán (2006), o Modelo COSO, tanto por sua definição de
controle que propõe, como a estrutura de controle que descreve, impulsiona uma
nova cultura administrativa em todo tipo de organização, que se utiliza para diversas
definições e modelos de controle a nível internacional. E, relata que, na essência,
todos os modelos a agora conhecidos, perseguem os mesmos propósitos e as
diferentes definições, ainda que não sejam idênticas, mostram muita similaridade.
Pelo comentado anteriormente e por ser o modelo de maior adoção aos dias
de hoje, nesta pesquisa toma-se como referência a definição e modelo que
estabelece o informe COSO como padrão a ser seguido como modelo.
2.1.7.1 COSO
O COSO (Committee of Sponsoring Organizations of the Treadway
Commission) é uma entidade sem fins lucrativos, dedicada à melhoria dos relatórios
financeiros através da ética, efetividade dos controles internos e governança
corporativa.
Seu primeiro objeto de estudo, que segundo Cocurullo (2004, p.68), depois
de mais de três anos de estudo, e literalmente milhares de horas de pesquisa,
discussão com líderes de corporações, legisladores e reguladores, auditores,
42
acadêmicos, diretores estrangeiros, advogados e consultores, foram os controles
internos. [grifo nosso]
Em setembro de 1992 publicaram o trabalho Internal Control Integrated
Framework [Controles Internos Estrutura Integrada] com o objetivo de auxiliar as
entidades empresariais e demais organizações a avaliar e aprimorar seus sistemas
de controles internos. Esta publicação (chamada de COSO I) tornou-se referência
mundial para o estudo e a aplicação dos controles internos. E, conforme Cocurullo
(2004, p.67), tornou-se precursor de todos os demais sistemas.
O modelo do COSO (Controles Internos Estrutura Integrada) representa um
marco na evolução de como avaliar a efetividade de controles internos relacionados
não a relatórios financeiros, mas a operações gerais de negócio. De relevante
interesse para qualquer envolvido no gerenciamento de uma entidade, deveria ser,
igualmente, de valor e uso para os auditores independentes, pois é um meio de
cumprir suas responsabilidades no caso do relatório de controles internos ou de
fazer sugestões de melhoria nas operações de um cliente. (COCURULLO, 2004,
p.69)
Este Comitê trabalha com independência, em relação a suas entidades
patrocinadoras. Seus integrantes são representantes da indústria, dos contadores,
das empresas de investimento, auditores internos e da NYSE. O primeiro presidente
foi James C. Tradeway, de onde originou o nome “Tradeway Commission”.
(OLIVEIRA e LINHARES, 2006, p.11)
Para os integrantes do COSO [AICPA; AAA; FEI; IIA; IMA], o ponto de partida
de sua importância é a definição de controle interno, entendendo-o como um
processo, desenvolvido para garantir, com razoável certeza, que sejam atingidos os
objetivos da empresa, que são estruturados nos seguintes objetivos relacionados em
três categorias:
a) Eficácia e eficiência das operações (objetivos de desempenho ou
estratégia): esta categoria está relacionada com os objetivos sicos da
entidade, inclusive com os objetivos e metas de desempenho e
rentabilidade, bem como da segurança e qualidade dos ativos;
b) Confiabilidade e integridade das informações financeiras e gerenciais
(objetivos de informação): todas as transações devem ser registradas,
todos os registros devem refletir transações reais, consignadas pelos
valores e enquadramentos corretos;
43
c) Aderência às leis e regulamentos aplicáveis (objetivos de conformidade)
com leis e normativos aplicáveis à entidade e sua área de atuação.
Primeiro, como um processo, controles internos o um meio para se chegar
ao fim, não o fim por si só. Segundo, controles internos são afetados por pessoas.
Terceiro, controles internos podem prover garantia razoável, mas o uma garantia
[total]. E, finalmente, são engrenados a alcançar objetivos em uma ou mais
categorias sobrepostas. Vão bem além de relatórios financeiros para incluir todos os
controles que ajudam a gerência a tocar o negocio. (COCURULLO, 2004, p.70)
A estrutura recomendada pelo COSO desmembra os controles internos em
cinco componentes inter-relacionados. Como pode ser observado na figura 2
Componentes do COSO, página 47. E são estes: [grifo nosso]
a) Ambiente de controle: é a consciência que a entidade possui sobre
controle interno. O ambiente de controle é efetivo, quando as pessoas
da entidade sabem de suas responsabilidades, o limite de suas
autoridades e possuem o comprometimento de fazerem suas
atribuições de maneira correta. A alta administração deve deixar claro
para seus comandados quais são as políticas, código de ética e código
de conduta a serem adotados.
Cocurullo (2004, p.71) enfatiza que o Ambiente de controle define o tom de
uma organização e o modo como opera. Como tal, é a base para todos os outros
componentes de controles internos, fornecendo disciplina e estrutura. Organizações
com ambientes de controle efetivos fixam um positivo tom no topo, contratam,
mantendo pessoas competentes; adotam integridade e consciência de controle.
Formalizam e comunicam claramente as políticas e procedimentos, resultando em
valores compartilhados e trabalho de equipe.
O ambiente de controle é influenciado pela historia e cultura de uma entidade
e reciprocamente influencia a consciência de controle de seu pessoal. Os fatores
que compõem o ambiente de controle incluem a integridade, valores éticos e
competência das pessoas na organização; a maneira pela qual a gerencia delega
autoridades e responsabilidades e o modo como organiza e desenvolve seus
44
recursos humanos e a atenção e direção provida pelo conselho de administração.
(COCURULLO, 2004, p.71)
Estas diretrizes e características deveriam estar presentes em companhias
pequenas e médias, embora possam ser mais percebidas e aparentes nas ações e
atitudes do proprietário ou do presidente da empresa em lugar de documentos
formais e procedimentos escritos.
b) Avaliação de riscos: A existência de objetivos e metas é condição
fundamental para a existência dos controles internos. Depois de
estabelecidos os objetivos, devem-se identificar os riscos que
ameaçam o seu cumprimento e tomar as ações necessárias para o
gerenciamento dos riscos identificados;
Para Cocurullo (2004, p.71), a Avaliação de risco é o processo pelo qual cada
gerência decide como se tratará os riscos que representam ameaças a seus
objetivos. Este exercício requer identificação de riscos e análise da probabilidade de
ocorrência relevante. Como não nenhum modo prático para eliminar todo o risco,
a gerência tem que decidir quanto risco está disposta a tolerar e determinar como
esses níveis de tolerância serão mantidos.
Todas as entidades encontram risco dentro e fora de suas organizações.
Devido ao fato de que as condições econômicas da indústria, reguladoras e
operacionais, continuarão mudando, as organizações precisam de mecanismos para
identificar e lidar com riscos que são o resultado de tais mudanças. Porém, para este
processo funcionar deve ser precedido pela determinação de objetivos que orientem
a entidade numa certa direção ou meta. (COCURULLO, 2004, p.72)
Em organizações menores, a avaliação de risco é geralmente menos formal e
estruturada, mas não menos importante. Organizações menores deveriam ter
objetivos claros, pom estes podem ser mais implícitos e estar revelados pelas
ações do que por documentos ou declarações. No caso de entidades menores, os
responsáveis das organizações podem confiar mais no contato pessoal e na
interação direta. Todavia, a avaliação de risco é um componente no sistema de
controle interno vital tanto para entidades pequenas como grandes.
45
c) Atividade de controle: Atividades executadas de maneira adequada,
que permitem a redução ou administração dos riscos identificados
anteriormente. Podem ser atividades de controle e desempenho e
devem ser transmitidas a todos os integrantes da entidade;
Segundo Cocurullo (2004, p.72), os Controles das atividades são as políticas
e procedimentos colocados em prática para assegurar que as diretrizes da gerência
estão sendo levadas a risca. Tais atividades estão distribuídas por toda a
organização, em todos os níveis e em todas as funções, e incluem uma gama de
atividades diversas como aprovações, autorizações, verificações, reconciliações,
revisões de desempenho operacional, segurança de ativos e segregação de
funções. Porém, ela repousa solidamente nas pessoas, porque são estas que levam
a cabo as atividades.
Repetidamente, estas atividades são menos formais ou estruturadas em
organizações menores, que em alguns casos pode não haver nenhuma necessidade
de certas atividades devido ao envolvimento direto do dono ou do presidente.
Todavia, as atividades que suportam estas informações, tem que existir, para prover
um sistema de checagem e conferências para que o sistema de controles internos
seja efetivo.
d) Informação e Comunicação: suporte aos controles internos,
transmitindo diretrizes do nível da administração para os funcionários
ou vice-versa em um formato e uma estrutura de tempo que lhes
permitem executar suas atividades de controle com eficácia;
Cocurullo (2004, p.72-73) comenta que a Informação e Comunicação são
sistemas para capturar e comunicar informações relevantes no momento certo. São
um componente essencial para o processo de controles internos. Estes sistemas
são indispensáveis para tocar um negócio, porque produzem relatórios que contém
informações operacionais, financeiras e de compliance. Contém dados gerados
internamente e informações sobre eventos externos, desenvolvimentos e condições
necessárias para decisões.
Deve-se, também, considerar canais claros e abertos de comunicação que
permitam a informação fluir por uma organização. Estes canais têm que reforçar a
46
mensagem a todo o pessoal de que responsabilidades de controles internos são
prioridade e devem ser levadas a serio. Além disso, estes canais de comunicação
deveriam tornar claro o papel de cada individuo no sistema de controles internos,
bem como proporcionar uma compreensão de como essas atividades se relacionam
com o trabalho de outros na organização. Estes sistemas têm que prover meios para
mover as informações importantes ao topo da organização e para receber inputs
(entrada de informações) de fontes externas. (COCURULLO, 2004, p.73)
Organizações menores podem ter uma vantagem com este componente,
porque existe uma maior oportunidade para comunicação interpessoal, entre os
colaboradores e a gerência. Todavia os sistemas de comunicação possam ser mais
simples em uma organização pequena, não são menos significativos.
e) Monitoramento: É a avaliação e apreciação dos controles internos ao
longo do tempo, sendo o melhor indicador para saber se os controles
internos estão sendo efetivos ou não. O monitoramento é feito tanto
através do acompanhamento contínuo das atividades quanto por
avaliações pontuais, como é o caso da auto-avaliação, revisões
eventuais e auditoria interna.
Para Cocurullo (2004, p.73), o Monitoramento é o passo rápido e a velocidade
de mudança. Requer avaliação de todos os sistemas - e particular mente, sistemas
de controles internos - para assegurar que estão funcionando como planejado. Tais
monitoramentos podem ser realizados de dois modos: durante o processo, que
ocorre nas operações normais, e avaliações em separado pela gerência, sempre
com a ajuda da função de auditoria interna. O grau de monitoramento durante o
processo diminui a necessidade de avaliações em separado. Quando são
descobertas deficiências em controles internos, essas devem ser informadas
imediatamente aos escalões mais altos da organização, incluindo a gerência e, para
assuntos muito relevantes, o conselho de administração, e ações apropriadas para
remediar o problema devem ser empreendidas. Embora a gerência deva obter
contribuição de terceiros, tal como auditores externos, terceiros não são parte do
sistema de controles internos. [grifo nosso]
47
Assim como no componente de informação e comunicação, o monitoramente
em organizações menores pode ser uma vantagem, pois há uma maior relação entre
os colaboradores e as instâncias de gestão e decisão.
Estes componentes são unidos de maneira que cada gerência opera seu
negócio e é integrante do processo de gerenciamento. Cada um, é ligado e inter-
relacionado com os demais, não de modo linear ou em serie, mas como um
processo multidirecional e interativo. (COCURULLO, 2004, p.70)
Os componentes que compreendem o processo de controles internos se
aplicam a todas as entidades. Companhias de pequeno e dio portes podem
implementá-Ios diferentemente de companhias de grande porte, mas os princípios
aplicáveis são os mesmos. (COCURULLO, 2004, p.70)
Figura 2 – Inter-relacionamento dos Componentes do COSO
Fonte: Reding (2007, p. 5-9)
Cocurullo (2004, p.67) ainda cita que os deveres dos analistas financeiros e
contábeis, auditores internos, conselho de administração e partes externas estão
nele incluídos.
48
2.1.7.2 COBIT
O COBTI Control Objectives For Information And Relates Technology
[Objetivos de Controles Relacionados a Tecnologia da Informação] foi desenvolvido
pelo The Information Systems Audit and Control Foundation- ISACF, fundação para
prover informações sobre sistemas de auditoria e controle. O sistema COBIT tem
como característica a incorporação do conceito de controle interno desenvolvido a
partir do sistema COSO, aplicando-o na área de Sistemas e Tecnologia da
Informação. (BARBOSA et al, 1999, p.12)
Para Cocurullo (2004, p.79), atualmente existem duas classes bem definidas
de modelos de controle: A primeira, voltada para os negócios (tendo como exemplo
COSO e CoCo), e a segunda, direcionada para TI (SAC - Systems Audit and Control
(Sistema de Auditoria e Controles). O COBIT procura preencher a lacuna existente
entre os dois modelos, visualizando a TI e sua relação com os objetivos de
negócios.
O sistema de controle do COBIT permite o acompanhamento e benchmarking
das práticas de controle e segurança nos ambientes de TI, assegura aos usuários
destes ambientes a existência de controles, inclusive tornando-os responsáveis
como partes destes controles, alem de auxiliar o trabalho dos auditores de sistemas.
(COCURULLO, 2004, p.79)
A Tecnologia é considerada em seu sentido amplo, abrangendo hardware,
sistemas operacionais, redes, dados e as próprias pessoas. Destaque-se que como
Dados estão incluídos não apenas textos, números e datas, mas também objetos,
gráficos e sons. Em relação aos aspectos pessoais tem-se: as habilidades e
conhecimentos para planejamento, organização, aquisição, entrega, suporte e
monitoramento de sistemas de informações e seus serviços.
O COBIT permite a partir das informações obtidas através de entrevistas, e
considerando o conhecimento acumulado em estudos anteriores, o levantamento de
um diagnóstico preliminar dos processos de informática agrupados nos 4 domínios
(Planejamento e organização, Aquisição e implementação, Entrega e operação e
Monitoramento), identificar o grau de importância dos riscos nos negócios.
(COCURULLO, 2004, p.80)
49
2.1.7.3 CoCo
O CoCo - Criteria of Control Committee [Comitê para desenvolvimento de
Critérios de Controle] criado pelo CICA - Canadian Institute of Chartered
Accountants [Instituto Canadense Contadores Certificados] o CoCo visa a auxiliar a
Alta Administração das organizações a implementar e avaliar um ambiente de
controle, de modo atingir seus objetivos operacionais e estratégicos. (BARBOSA et
al, 1999, p.29)
Princípios da avaliação do ambiente de controle:
a) É de responsabilidade do Presidente (CEO);
b) É baseada nos critérios de controle do Sistema CoCo;
c) O foco da avaliação são os objetivos da organização e os riscos a eles
relacionados;
d) Tem como perspectiva a organização como um todo;
e) A avaliação deve ter a perspectiva das pessoas da organização, sendo
uma auto-avaliação;
f) É conduzida para pessoas com a capacidade necessária;
g) Fornece relatório dos resultados obtidos para o Conselho de
Administração;
h) É um processo contínuo, sendo revisado para conhecer o valor
agregado à organização, e como esta mudou em função do mesmo e,
também, como a organização pode ser melhorada.
Conforme a visão do CICA, a controle envolve resultados, sistemas,
processos, planejamento, aprendizado contínuo, acompanhamento através de
indicadores de performance e cultura organizacional, os quais devem atuar de
maneira conjunta, possibilitando as pessoas atingir os objetivos da organização.
Dessa forma, o foco da avaliação é a empresa como um todo, seus objetivos e
riscos que podem dificultar ou impedir sua realização. Ao se enfatizar a participação
das pessoas, há uma valorização do elemento humano e dos valores éticos e
50
culturais a ele relacionados. O controle torna-se um conceito mais amplo que
apenas o cuidado com as demonstrações financeiras, compliance e segurança de
ativos. (COCURULLO, 2004, p.76)
O fato da avaliação do ambiente de controle ter como foco a organização
como um todo faz com que:
a) Devam ser compreendidas as interações dinâmicas entre os diversos
elementos da mesma;
b) Sejam avaliados os processos de tomada de decisões da alta
administração que afetam o Sistema de Controle (avaliar processos, a
forma como se da o planejamento e valores éticos e não as decisões
em si);
c) Devam ser coletadas informações ao longo de toda a organização, não
só da Alta administração;
d) Não sejam duplicados ou substituídos elementos de controle tais como
auditoria externa e auditoria interna. Ao contrario, se busque
compreender seu impacto sobre a organização, as formas de melhorá-
las e de se obter informações a partir das mesmas. (COCURULLO,
2004, p.76-77)
A avaliação do ambiente de controle deve ser realizada pela própria
organização, sem que profissionais externos a empresa consignem opinião
independente. O presidente - CEO deve designar um grupo de pessoas com a
capacidade técnica e experiência adequadas para realizá-la. O conhecimento da
organização, de controle e técnicas para a condução de entrevistas e sessões de
auto-avaliação (CSA - Control Self Assessment) o fundamentais. (COCURULLO,
2004, p.77)
Logo, se tratando de um processo de auto-avaliação, tem ainda a função e
característica de criar um maior compromisso por parte dos funcionários com os
resultados obtidos e as medidas a serem adotadas, pois estes participaram do
processo de análise da situação e avaliação do ambiente de controle.
Entretanto, quem decide se o controle é satisfatório, é o presidente da
organização, o qual reporta ao conselho de administração, ou aos donos/superiores,
51
suas conclusões a respeito da avaliação do ambiente de controle realizada e indica
os planos de ação a serem seguidos para se aperfeiçoar o Ambiente de Controle.
Cocurullo (2004, p.77) salienta que, além do processo de auto-avaliação, a
avaliação pode ser utilizada para que as pessoas compreendam conceitos como
controle, objetivos da organização e gerenciamento de riscos, de modo a exercer
suas funções com maior autonomia, podendo ser útil para se avaliar apenas um
processo, um grupo de trabalho ou um departamento.
Sistema utilizado: O conceito básico por trás desse sistema é o de que para
realizar qualquer tarefa uma pessoa deve compreender seu propósito (o objetivo a
ser atingido) e possuir capacidade necessária (informação, recursos e habilidade).
Além disso, a pessoa necessitará de um senso de comprometimento para realizar
bem a tarefa ao longo do tempo, devendo monitorar sua performance e o ambiente
externo para que possa aprender como melhor realizá-la e que mudanças devem
ser feitas. Isso vale para um individuo ou um grupo de trabalho. (COCURULLO,
2004, p.77) [ grifo do autor]
Como pode ser observado o público-alvo desse modelo é a alta administração
da organização, principalmente o executivo máximo (presidente) e os órgãos
superiores de controle (conselho de administração e comitê de auditoria). Todavia, o
conhecimento desse sistema pode ser utilizado para outros grupos dentro da
organização que pretendem avaliar a eficiência dos controles ou sejam responsáveis
por sua execução como gerentes, funcionários, auditores internos, auditores
externos e consultores.
Cocurullo (2004, p.78) ressalta que o modelo do CoCo, foi desenvolvido tendo
como objetivo principal sua aplicação no setor privado, de forma que deverão ser
feitas adaptações para adequá-lo a instituições publicas. E, informa que os critérios
de controle do CoCo, são formados pelos seguintes grupos:
Propósitos: indicam a direção a ser seguida pela organização.
Objetivos, Visão, Missão e Estratégia.
Riscos e Oportunidades.
Políticas.
Planejamento.
Metas e Indicadores de Performance.
52
Comprometimento: fornece a identidade e os valores da organização.
Valores éticos, incluindo integridade.
Política de recursos humanos.
Autoridade e responsabilidade.
Confiança mútua.
Capacidade: diz respeito a competência da organização.
Conhecimento, habilidade e ferramentas de gestão.
Processos de comunicação.
Informação.
Coordenação.
Atividades de Controle.
Monitoramento e aprendizado: fornecem um quadro evolutivo da organização.
Monitoramento dos ambientes interno e externo.
Monitoramento de performance.
Questões desafiadoras.
Reavaliação das necessidades e dos sistemas de informação.
Procedimentos de Follow-up [acompanhamento].
Avaliação de efetividade do Controle.
2.1.7.4 SAC
Desenvolvido pela Internal Auditors Research Foundation IARF, fundação
de pesquisa dos auditores internos filiada ao IIA, em 1991 e revisado em 1994, tem
o objetivo de criar um sistema de controles internos voltados para a Tecnologia da
Informação capaz de auxiliar os auditores internos na realização de suas atribuições.
53
O sistema SAC define um Sistema de Controles Internos como processos,
funções, atividades e pessoas que, em conjunto, devem assegurar o alcance dos
objetivos e metas fixados. O material enfatiza a importância dos sistemas de
informação em relação ao Sistema de controles internos. Este auxilia na avaliação
dos riscos, da relação custo x beneficio, alem de ressaltar o fato de que os controles
internos devem ser inseridos durante as fases de projeto e Implementação de
sistemas e não quando estes já estejam em operação. (BARBOSA et al, 1999, p.26)
Riscos e Objetivos de Controle: são descritos como riscos erros, as fraudes,
as interrupções nos negócios e o uso ineficiente ou ineficaz dos recursos. Para
reduzir estes riscos e assegurar a integridade, segurança e situação de compliance
das informações existem os Objetivos de Controle, como segue:
a) A integridade da informação é assegurada através de controles na
entrada, processamento, saída e avaliação de qualidade dos softwares.
b) Segurança diz respeito a controle de dados, físico [e lógico], controles
para a segurança dos programas.
c) Compliance é assegurada através de controles que propiciem a
concordância com regulamentos e legislação, padrões de contabilidade
e de auditoria, procedimentos e políticas internas.
Segundo Cocurullo (2004, p.81), este modelo atribui como responsabilidade
do auditor interno assegurar a adequabilidade do sistema de controles internos, a
veracidade dos dados e o uso eficiente dos recursos da organização. Deve ainda
prevenir e detectar fraudes, além de coordenar atividades junto a auditores externos.
E complementa que a integração entre as habilidades de auditoria e de informática e
um entendimento dos impactos da tecnologia da informação no processo de
auditoria o necessários ao auditor interno. Os profissionais realizarão auditorias
financeiras, operacionais e de sistemas de informação.
54
2.1.7.5 SAS 55/78
SAS 55/78 é a designação de dois documentos desenvolvidos pelo AICPA. O
primeiro (SAS 55) refere-se a estrutura de controle interno para uma auditoria de
demonstrações financeiras e o segundo (SAS 78) refere-se também a este tema,
substituindo a definição de controles internos do primeiro relatório pelas definições
do sistema COSO. Seu público-alvo é constituído por auditores externos.
(BARBOSA et al, 1999, p.27)
O SAS 78 utiliza as definições do COSO, porém realiza uma adaptação,
colocando o objetivo de veracidade das demonstrações financeiras em primeiro
lugar. O Controle interno é visto como um processo no qual participam o Conselho
de Administração, a diretoria, gerentes e demais funcionários, no intuito de
assegurar, com um nível considerável de segurança, no alcance dos seguintes
objetivos:
a) Veracidade das demonstrações financeiras;
b) Eficiência e eficácia das operações;
c) Compliance com normas e legislação.
Apesar de conter os objetivos, operacional e de compliance, nas suas
definições de controle interno, SAS 78 assim como SAS 55, tem como foco o exame
da veracidade das demonstrações financeiras de uma organização. (COCURULLO,
2004, p.82)
Como o parecer dos auditores externos diz respeito às demonstrações
financeiras que cobrem determinado período de tempo, estes devem estar
observando os controles que afetam a captura e processamento das informações
financeiras ao longo de todo este período. Alem disso, devem comunicar as
deficiências de controles internos encontradas durante o desenvolvimento de seus
trabalhos, assim como, sempre que possível, buscar oportunidades para melhorar
os controles internos dos aspectos contábeis das empresas.
Observando a quadro 2 na página 55, que compara os modelos dos sistemas
COBIT, SAC, COSO, CoCo e SAS55/78, pode-se observar que em conjunto, estes
55
sistemas acabam por contemplar todos os interessados. O mesmo ocorre quando se
analisa o foco metodológico. (COCURULLO, 2004, p.82)
Quadro 2 - Comparação dos conceitos de controles internos dos modelos
COBIT, SAC, COSO, CoCo e SAS55/78.
COBIT
SAC
COSO
CoCo
SAS55/78
Público Principal Administradores,
usuários,
auditores de
sistemas
Auditores
Internos
Administração Administração Auditores
Externos
Visão dos
Controles
Internos
Um conjunto de
processos,
incluindo
políticas,
procedimentos,
praticas e
estruturas
organizacionais
Um conjunto de
processos,
subsistemas e
pessoas
Processos Processos Processos
Objetivos
Organizacionais
dos Controles
Internos
Efetividade e
eficiência das
operações;
confidencialidade;
integridade e
disponibilidade
das informações;
confiabilidade dos
relatórios
financeiros;
compliance com
leis e
regulamento
Efetividade e
eficiência das
operações;
confiabilidade
dos relatórios
financeiros;
compliance
com leis e
regulamento
Efetividade e
eficiência das
operações;
confiabilidade
dos relatórios
financeiros;
compliance
com leis e
regulamento
Efetividade e
eficiência das
operações;
confiabilidade
dos relatórios
financeiros;
compliance
com leis e
regulamento
Confiabilidade
dos relatórios
financeiros;
efetividade e
eficiência das
operações;
compliance
com leis e
regulamento
Componentes ou
Setores
Setores:
Planejamento e
organização;
aquisição e
implementação;
distribuição e
suporte;
monitoramento
Componentes:
ambiente de
controle;
procedimentos
de sistemas de
controle
manuais e
automatizados
Componentes:
ambiente de
controle; risk
management;
atividades de
controle;
monitoramento
Componentes:
Propósito,
Compromisso,
capacidade e
monitoramento
e aprendizado
Componentes:
ambiente
Foco Tecnologia da
Informação
Tecnologia da
Informação
Toda a
organização
Objetivos da
organização e
riscos
gerenciais
Declarações
Financeiras
Avaliação da
Efetividade dos
Controles
Para um período
de tempo
Para um
período de
tempo
Em um ponto
no tempo
Em um ponto
no tempo
Para um
período de
tempo
Responsabilidade
pelo Sistema de
Controles
Administração Administração Administração Administração Administração
Fonte: COCURULLO, 2004, p.83
56
2.1.8 Responsabilidade
É de vital importância esclarecer a responsabilidade sobre os controles
internos de uma organização. Neste contexto, Rezende e Favero (2004, p.10)
questionam: Quem é o responsável pelos controles internos? Os auditores internos?
Errado. E, esclarecem respondendo que todos são responsáveis pelo correto
funcionamento do Controle Interno.
Para Cook e Winkle (1983, p.133), a fim de cumprir o objetivo das
demonstrações financeiras de fornecer aos usuários informações que os ajudem em
suas decisões econômicas, a administração tem a responsabilidade de projetar e
manter um sistema de controle interno capaz de produzir demonstrações financeiras
fidedignas.
Ao auditor interno cabe a função de avaliar se o sistema de controle interno
está funcionando como estabelecido e, se ele não existir, de propor o
estabelecimento do mesmo, ou melhorar a sua qualidade. (REZENDE e FAVERO,
2004, p.10)
No mesmo sentido, cabe ressaltar que a auditoria interna deve apoiar a
implementação dos controles internos da organização.
Em conformidade com o mencionado anteriormente, o CFC, em sua NBC T
11 (1997 p.5), define que o sistema contábil e de controle interno é de
responsabilidade da administração da entidade, porém o auditor deve efetuar
sugestões objetivas para o seu aprimoramento, decorrentes de constatações feitas
no decorrer do seu trabalho.
O Código das melhores práticas de governança corporativa (2004) do Instituto
Brasileiro de Governança Corporativa – IBGC comenta sobre controle interno no seu
terceiro capítulo, item 3.6, onde regula que o principal executivo da companhia é
responsável pela criação de sistemas de controle interno, e que se organizem e
monitorem um fluxo de informações corretas sobre a sociedade.
Pode-se congregar as citações sobre a responsabilidade sobre os controles
internos de uma organização, utilizando-se da afirmativa de Andrade (1999, p.112),
onde relata que o estabelecimento do sistema de controles internos é uma
responsabilidade específica e indeclinável do corpo diretivo da empresa. Essa
57
responsabilidade, inclui não o monitoramento permanente de sua observância,
em todos os níveis da empresa, como também a manutenção, atualização ou
adaptações que vierem a se fazer necessárias ao longo do tempo.
Na mesma linha, Cocurullo (2004, p.79) afirma que as políticas, processos,
procedimentos e a própria estrutura organizacional devem ser desenvolvidos de
modo a se obter razoável nível de segurança quanto ao alcance dos objetivos dos
negócios, a detecção de eventos indesejados e sua correção. Por visar o alcance
dos objetivos dos negócios, a responsabilidade pelo sucesso dos sistemas de
controle é da alta administração, a qual deve torná-los efetivos.
Nos órgãos públicos, a implantação de sistemas adequados de informação,
controle, avaliação e elaboração de relatórios torna mais fácil o cumprimento da
obrigação de prestar contas. Os administradores têm a responsabilidade de zelar
para que os relatórios financeiros e outras informações sejam corretos e suficientes,
tanto na forma como no conteúdo. (INTOSAI, 2005, p.41)
Entretanto, ressalta Cruz e Glock (2007, p.118) que se tratando de órgão
público, não se pode perder de vista o que reza o inciso do art.74 da Constituição
Federal, que diz: os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhecimento
de qualquer irregularidade ou ilegalidade, dela darão ciência ao Tribunal de Contas
da União, sob pena de responsabilidade solidária.
Assim, não existe a figura do responsável pelo controle interno, pois todos
são responsáveis, cada um em relação a sua área de atuação. (CRUZ e GLOCK,
2007, p.26)
Todavia, Cocurullo (2004, p.79) destaca que, conforme o relatório do COSO,
o importante é que todos os participantes no processo de controles internos
entendam seus papeis e responsabilidades. Embora todos na organização tenham
um pouco de responsabilidade por controles internos, é a gerência e o CEO, em
particular, que tem a responsabilidade primária pelo sistema de controles internos.
58
2.1.9 Avaliação do controle interno
Oliveira e Linhares (2006, p.3) ressaltam para que a administração disponha
de um bom sistema de controle interno é necessário: um ambiente de controle e
postura exemplar da alta direção, processos de avaliação de riscos, atividades de
controle, processos de informação e comunicação e um monitoramento de funções e
processos.
Almeida (1996, p.50) comenta que se devem executar os seguintes passos na
avaliação do controle interno: levantar o atual sistema de controle interno, verificar
se o sistema levantado é o que realmente está sendo seguido na prática, avaliar a
possibilidade do sistema revelar de imediato, erros e irregularidades e determinar
tipos e volumes de procedimentos de auditoria com as devidas recomendações.
Andrade (1999, p.113) relata que dentre os vários métodos utilizados para
a avaliação desses controles, destacam-se:
a) A aplicação de questionários dirigidos;
b) A montagem de tabelas de controle;
c) A fluxogramação dos trajetos operacionais e dos trâmites
administrativos;
d) O acompanhamento das operações, transações e decisões, através
dos registros gerenciais e contábeis instituídos;
e) O teste direto dos procedimentos em vigor;
f) As análises e avaliações de desempenho, em relação aos parâmetros,
orçamentos e planos estabelecidos.
Andrade (1999, p.113) ainda complementa que cada um desses todos
apresenta vantagens e desvantagens, dependendo dos objetivos que a empresa
deseja atingir através dos controles estabelecidos.
Em relação ao COSO, Cocurullo (2004, p.70-71) comenta que o sistema [de
controles internos] cobrindo uma ou mais das três áreas abrangentes - operações,
relatórios financeiros e compliance pode ser julgado efetivo quando o conselho de
administração e a gerência de uma entidade tiverem garantia razoável de que:
59
a) Eles entendem em que extensão os objetivos operacionais estão sendo
atingidos;
b) Relatórios financeiros que estão sendo preparados são confiáveis;
c) Leis e regulamentações aplicáveis estão sendo observadas.
O processo permite que a administração e a gerência examinem uma, duas
ou as três áreas, dependendo do seu foco. Ainda que controles internos seja um
processo contínuo, julgamentos relativos à efetividade acontecem num determinado
ponto temporal e são subjetivos. Para concluir se um sistema é efetivo, todos os
cinco componentes devem estar presentes na avaliação. (COCURULLO, 2004, p.71)
Um modelo de avaliação de controles internos foi testado por Imoniana e
Nohara (2004), apresentada no congresso da ANPAD, Enanpad 2004, com o
objetivo de pesquisar o liame entre a teoria, ou o construto em nível conceitual que
permeia os ambientes dos controles internos e as suas variáveis pertinentes
utilizadas para o controle interno das empresas, e a percepção de sua eficácia em
nível operacional a sua validade de medida. Ou seja, detectaram a percepção da
validade discriminante da estrutura dos controles internos.
Imoniana e Nohara (2004, p.1) relata que os casos de relatórios financeiros
fraudulentos chamam a atenção e implicam em duas perguntas igualmente
importantes: (1) adequação dos instrumentos de controle interno; e (2) a correta
implementação dos procedimentos de controle nas empresas. Cada item exige
respostas diferenciadas. Caso os controles internos sejam considerados
inadequados, obviamente, detectaria-se a exigência de nova regulamentação ou de
modificação dos procedimentos utilizados, quanto ao segundo item exigir-se-iam
outras medidas.
O questionário aplicado por Imoniana e Nohara (2004, p.8) abarcou o
agrupamento Ambiente de Controle (ABMCO) com 13 itens. Procedimentos de
Controle (PROCM) com 19 itens e Sistema de Informação e Comunicação
(SIFCO) com 13 itens. Que eles relatam serem as três dimensões base dos
controles internos. [grifo do autor]
Imoniana e Nohara (2004, p.8) dividiram o atributo da pesquisa (controle
interno) em 3 dimensões (Ambiente de Controle, Procedimento de Controle e
Sistema de Informação e Comunicação) distintas, onde procurou criar itens
60
relacionados a cada dimensão como mostra a Figura 3 - Esquema de PECI
(Percepção da Estrutura de Controles Internos) abaixo.
Figura 3 - Esquema de PECI (Percepção da Estrutura de Controles Internos).
Fonte: Imoniana e Nohara (2004, p.8)
A criação dos itens do questionário, que somam 45, foram elaborados em
função das definições operacionais de um construto, baseado em revisão da
literatura sobre controles internos, levando em consideração o modelo COSO. O
questionário completo encontra-se no Anexo A desta pesquisa.
Imoniana e Nohara (2004, p.12) confirmam que foi comprovada a primeira
suposição do estudo de que as três bases de controles internos dimensões do
ambiente de controle, procedimento de controles e sistema de informações e
comunicação avaliam bem a estrutura de controle interno, porque os instrumentos
que os compõem apresentam homogeneidade em relação à sua concepção. E
complementam que a análise das dimensões apresentadas no estudo indica que
correlação estreita entre as variáveis, confirmando a segunda suposição: as três
61
bases de controles internos se correlacionam significativamente, atestando a ligação
entre o construto (nível conceitual) e as medidas (nível operacional). O que depõe a
favor da a percepção sobre a sua adequação.
Todavia pode-se avaliar o controle interno detalhadamente em suas
atividades de em si, um a um, utilizando métricas e conceito pré-determinados.
Essas escalas podem variar de organização para organização.
Exemplifica-se abaixo o Modelo da Deloitte Touche Tohmatsu (2003) para
ilustrar uma apropriada forma de avaliação de controle interno; onde o detalhadas
a seguir, características de quatro estágios (não-confiável, insuficiente, confiável e
excelente) de um modelo de confiabilidade dos controles internos, baseada na
extensão da documentação, consciência e monitoramento: [grifo nosso]
a) Não Confiável.
Características: Controle, políticas e procedimentos relacionados o
foram adotados nem documentados; não um processo de criação
para a divulgação; os empregados não têm consciência de suas
responsabilidades sobre as atividades de controle; a eficácia operativa
das atividades de controle não é avaliada em uma base regular; as
deficiências dos controles não são identificadas.
Implicações: documentação insuficiente para suportar a certificação e
a garantia da administração; nível de esforço para documentar, testar e
corrigir controles é significativo;
b) Insuficiente.
Características: Controles, políticas e procedimentos relacionados
foram adotados, mas não estão completamente documentados; um
processo de criação para a divulgação, mas não está totalmente
documentado; é possível que os empregados não tenham consciência
de suas responsabilidades sobre as atividades de controle; a eficácia
operacional das atividades de controle não é adequadamente avaliada
em uma base regular e o processo não está totalmente documentado;
é possível identificar as deficiências dos controles, mas elas não são
prontamente corrigidas.
62
Implicações: documentação insuficiente para suportar a certificação e
a garantia da administração; o nível de esforço para documentar, testar
e corrigir controles é significativo;
c) Confiável.
Características: Controles, políticas e procedimentos relacionados
foram adotados e estão completamente documentados; um
processo de criação para a divulgação que está documentado de forma
apropriada; os empregados têm consciência de suas responsabilidades
sobre as atividades de controle; a eficácia operacional das atividades
de controle é avaliada em uma base periódica e o processo está
documentado de forma apropriada; as deficiências de controle são
identificadas e oportunamente corrigidas.
Implicações: documentação suficiente para suportar a certificação e a
garantia da administração; o nível de esforço para documentar, testar e
corrigir controles pode ser significativo dependendo das circunstâncias
da empresa;
d) Excelente.
Características: Apresenta todas as características do modelo
confiável; existe um programa de gerenciamento de riscos e controles,
de modo que os controles e procedimentos são documentados e
continuamente reavaliados para refletir um processo maior ou
mudanças organizacionais; utiliza um processo de auto-avaliação para
avaliar o desenho e a eficácia dos controles; a tecnologia é avançada
para documentar processos, objetivos de controle, atividades,
identificar falhas e avaliar a eficácia dos controles.
Implicações: Implicações do modelo confiável; tomada de decisão
aperfeiçoada em virtude de informações pontuais e de alta qualidade;
utilização eficiente dos recursos internos; monitoramento em tempo
real.
No tocante à tarefa de estabelecimento e manutenção do sistema de
controles internos, se observa que via de regra, a empresa, por não contar com um
63
departamento específico com essa finalidade, utiliza as informações obtidas pelas
funções de controle de transações e operações, para manter-se informada quanto a
existência de erros ou outras situações que caracterizam inexistências, fraqueza ou
desobediência dos controles internos. (ANDRADE, 1999, p.112)
Uma dessas funções é a auditoria interna que agindo de maneira
independente dos responsáveis executivos pelas tarefas, examina e avalia de
maneira contínua a estrutura, organização, adequação, qualidade e observância dos
controles internos. (ANDRADE, 1999, p.113)
Baseado na figura 4 O Auditor Interno e o Sistema de Controles Internos,
página 63, Rezende e Favero (2004, p.3) concluem que um auditor interno tem
como objetivo avaliar os controles internos contábeis para constatar a fidedignidade
nos demonstrativos apresentados e verificar a eficiência das operações da empresa.
O auditor interno serve como um revisor do trabalho do controller, uma vez que
detecta falhas no sistema de controle interno da empresa e sugere melhorias.
Figura 4 – O Auditor Interno e o Sistema de Controles Internos
Fonte: Colella, Victor: Auditoria Controle Interno e Estoques. São Paulo: Saraiva, 1979, p.175.
64
2.1.9.1 Auto-avaliação de controles
O Control Self-Assessment CSA [Auto-Avaliação de Controles AAC]
consiste na metodologia iniciada na empresa petrolífera GULF Canadá em 1987,
para atender a um decreto local, sendo inicialmente utilizada por Auditores Internos
que necessitavam de novas abordagens no exame da efetividade dos controles
internos. (FEBRABAN, 2004, p.5).
Na visão do IIA, a Auto-Avaliação de Controle - AAC é um processo através
do qual a eficácia do controle interno é verificada e avaliada. O objetivo é
proporcionar razoável certeza de que todos os objetivos de negócio serão
cumpridos. (AUDIBRA, 2006, p.17)
Já Correia et al (1999, p.47) apresenta o CSA como um sistema utilizado para
avaliar o alcance dos objetivos empresariais estabelecidos e os riscos envolvidos
neste processo, alem de avaliar a efetividade dos controles internos estabelecidos
para minimizar esses riscos.
Atualmente, a metodologia de auto-avaliação mais utilizada por Instituições
Financeiras é o CSA. (FEBRABAN, 2004, p.4)
O CSA consiste em reunir a administração e o pessoal de uma determinada
unidade de negócio, juntamente com facilitadores especializados, eventualmente os
auditores internos ou externos, para entrevistas e discussões sobre assuntos ou
processos específicos de sua área de atuação, com a finalidade de produzir uma
auto-avaliação dos controles internos relacionados com aquela unidade e
desenvolver planos de ação para mitigar as deficiências encontradas durante este
processo.
Esse processo busca identificar numa estrutura de controle, as fraquezas e os
obstáculos que impactam o desenvolvimento dos trabalhos para alcançar os
objetivos determinados. (COCURULLO, 2004, p.169)
Logo, trata-se de metodologia utilizada para avaliação e revisão dos principais
objetivos dos negócios da organização, dos riscos envolvidos na busca por atingir
esses objetivos e dos controles internos projetados para administrar esses riscos,
avaliando a sua eficácia. O método pode ser utilizado para avaliar aspectos relativos
65
a controles, processos, riscos e cumprimento de objetivos, por meio de reuniões,
questionários ou auto-análise gerencial, devendo ser consideradas, além da cultura
de controle da organização, as seguintes questões para escolha da forma de
implementação: (FEBRABAN, 2004, p.5).
Escopo – área, região, nível de detalhe, grupo de trabalho, etc.
Finalidade dos resultados do trabalho (auditoria, auto-avaliação, etc.).
Ferramentas e técnicas a serem utilizadas para a documentação do
trabalho.
Quem dirige o processo? Auditoria Interna ou Gerência Operacional?
As reuniões ocorrem com a participação do gestor do processo, seus
principais colaboradores, clientes e fornecedores. Esses encontros são facilitados
por um especialista no método de CSA. No final são elaboradas cartas de avaliação
do assunto discutido, onde o gestor define se o risco é aceitável ou não, sendo
necessária à proposição de algum plano de ação para solução dos problemas
identificados. (FEBRABAN, 2004, p.5).
Os questionários de auto-análise são elaborados objetivando avaliar as
estruturas de controle, sendo respondidos pelos próprios gestores, de forma a
permitir a identificação da existência ou aderência de controles adequados. Desta
forma, o gestor consegue avaliar se seu processo está ou não aderente às melhores
práticas de controle. (FEBRABAN, 2004, p.5).
Observa-se que esta forma de avaliação de controles é utilizada e útil, uma
vez que o gestor do processo participa do processo de avaliação. Entretanto, surge
o empecilho da independência do avaliador neste processo.
O grupo de estudos da FEBRABAN (2004, p.6) ressalta diversos pontos fortes
e benefícios e também pontos fracos e deficiências do método de auto-avaliação de
controles.
Pontos Fortes / Benefícios:
Evita surpresas, pois garante a identificação e administração de riscos.
Melhora a confiabilidade da informação gerencial.
Diminui retrabalho decorrente de erros.
Dissemina a cultura de controle de riscos.
66
Padroniza metodologia de identificação e avaliação de riscos na
organização.
Centraliza informações a respeito dos riscos relevantes.
Subsidia implementação de políticas corporativas de mitigação de
riscos.
Facilita o conhecimento do negócio e suas vulnerabilidades.
Identifica atividades críticas com controles frágeis ou inexistentes.
Subsidia priorização de investimentos.
Prioriza área de riscos para desenvolvimento de medidas adequadas
de controles.
Mantém a alta hierarquia informada sobre as formas de execução do
trabalho.
Consiste eficiência como método para se obter informações em uma
base ampla.
Permite resultados resumidos e consolidados, pois a informação está
em bases sólidas.
Gera mais qualidade na descrição dos riscos.
Torna-se válido para empresas que atuam em setores altamente
regulamentados.
Possibilita a visão geral do processo analisado, por meio da
estruturação das idéias, sem perda de informações relevantes.
Estabelece planos de ação com responsabilidades e prazos definidos.
Permite maior participação em grupo, de forma não defensiva.
Promove gestão participativa e melhor conhecimento de suas funções,
para os funcionários envolvidos no processo.
Flexibiliza a adaptação às diversas áreas de negócios.
Pontos Fracos / Deficiências:
Pode gerar perguntas de difícil compreensão.
Depende do comprometimento dos gestores e equipe envolvida no
processo avaliado.
67
Pode afetar a qualidade final dos resultados, dependendo da
quantidade total de respostas, tempo e atenção dedicadas pelo
entrevistado.
Pode consumir muito tempo para elaborar questionários ou preparar
reuniões.
Gera possibilidade de desatualização, devido a mudanças no ambiente
ou processos.
Pode resultar em eventual visão parcial do processo, dependendo da
sua execução.
Não garante que todos os riscos relevantes tenham sido identificados.
Pressupõe que o corpo gerencial esteja apto a definir claramente os
objetivos, identificar e avaliar os riscos.
Pode gerar dependência de resultados, de acordo com o processo de
cultura de riscos e controles da organização.
Acarreta em investimento de tempo para aplicação do método.
Pode envolver alto custo de implementação, dependendo da forma de
aplicação.
Não prevê a captura de registro de ganhos com os resultados dos
trabalhos.
Pode acarretar em utilização inadequada do método para aplicação de
sanções aos funcionários participantes.
Já Cocurullo (2004, p.169) relaciona os seguintes objetivos do CSA:
a) Reduzir ou eliminar controles caros e ineficientes, criando soluções
alternativas;
b) Definir as áreas de risco, desenvolvendo medidas de controle
adequadas;
c) Avaliar os padrões de controle existentes;
d) Enfatizar a responsabilidade da administração por desenvolver e
monitorar efetivamente os sistemas de controles internos;
e) Comunicar os resultados para que se possa ter melhor compreensão
dos riscos e controles das áreas em foco, bem como dos planos de
ação a serem implementados.
68
Entretanto Correia et al (1999, p.53) destaca alguns elementos essenciais
para uma adequada implementação do CSA. Como segue: [grifo do autor]
1) Seleção dos facilitadores:
a) Selecionar a pessoa adequada para atuar como facilitador do processo
de implementação CSA e um fator decisivo de sucesso. Não se deve forçar o papel
para qualquer um. Antes de considerar as habilidades dos pretendentes e
necessário identificar como elas se relacionam em trabalhos de grupo. Nem todos
têm habilidade ou desejo de trabalhar com grupos. A prioridade é identificar alguém
que goste de trabalhar com pessoas;
b) Facilitador é o condutor do processo por isso devem exibir habilidades
no trato com pessoas e uma compreensão clara da organização. O facilitador deve
estabelecer um bom nível de sinergia e de confiança, encorajar a participação,
assegurar o domínio do grupo e não o individual, valorizar as informag6es e os
participantes e ser um ouvinte crítico. Os processos de CSA que obtiverem sucesso
contaram com facilitadores qualificados e uma participação efetiva do grupo;
c) Facilitador tem que estar preparado para convencer os participantes da
necessidade e dos benefícios do CSA.
2) Planejamento inicial
a) A implementação de CSA não é um processo simples. Requer muito
planejamento, estruturação, diálogo, documentação e acompanhamento. Tudo tem
que ser analisado de forma a minimizar os imprevistos que possam ocorrer.
3) Expectativas sobre o processo
a) A administração e os auditores geralmente esperam grandes
resultados dos processos de CSA, como um método que ira revolucionar a empresa
e possibilitar mudanças. Infelizmente, tal ansiedade pode conduzir a metas
inatingíveis para um projeto inicial, que é extenso e complicado, levando ao
fracasso;
b) Os peritos recomendam aplicar o processo de CSA em projetos
menores e menos complexos, e, a medida que a empresa for adquirindo
experiência, ampliar o âmbito do trabalho. Pode-se começar com projetos menores,
aprender com eles e se existirem mudanças a serem feitas, é mais fácil adotá-las em
69
projetos menores. O risco de um resultado insatisfatório em um projeto inicial de
CSA é significativamente reduzido começando-se por projetos menores.
4) Apoio da Administração
a) Se não existir apoio da alta administração da empresa, o processo de
CSA esta sentenciado ao fracasso antes de ser lançado. A busca de apoio tem que
se estender a todos os níveis da organização, desde o principal executivo a o
funcionário menos graduado;
b) Antes de iniciar um processo de CSA em uma unidade, este terá que
ser vendido para todo o pessoal envolvido, pois eles representam um papel vital na
identificação dos problemas e na elaboração das soluções que o o resultado do
processo de CSA;
c) Os envolvidos, sejam administradores ou não, são os divulgadores dos
sucessos e dos fracassos do programa. Se tiverem clara compreensão do que é
CSA, de que terão melhor visão dos riscos envolvidos e de que existe a
probabilidade desse processo auxiliar no alcance dos objetivos, certamente suas
chances de sucesso se multiplicarão.
5) Enfoque adotado no processo
a) Tipicamente, as pessoas são treinadas para enxergar apenas os
controles financeiros e operacionais, coisas concretas e facilmente mensuráveis.
Mas, para sucesso com CSA, todos os envolvidos devem abrir seus horizontes e
olhar para controles menos concretos e menos mensuráveis, tais como ética e
comunicação.
Conclui-se com este estudo, que a metodologia do CSA permite que os
diversos riscos associados às atividades desenvolvidas por uma organização, sejam
devidamente identificados, administrados e mitigados, principalmente por meio de
reuniões estruturadas e a utilização dos questionários aos gestores. (FEBRABAN,
2004, p.7)
A questão crítica para o sucesso do CSA é o aculturamento sobre os riscos e
controles de suas atividades pelos gestores dos processos e por todos os
funcionários da organização, de forma que o reporte e identificação dos riscos não
estejam associados a punições, mas enfatizando a melhoria dos processos e
conseqüentemente dos resultados da organização. Outra questão importante para o
bom êxito do CSA é a escolha do facilitador e a definição clara do objetivo que se
70
quer atingir com o processo. O facilitador deve ter habilidade para conduzir o
processo, encorajando a participação de todos os envolvidos. (FEBRABAN, 2004,
p.7)
Em referência ao estudo de avaliação dos controles internos, Migliavacca
(2004, p.127), relata a existência de dois enfoques de controle e que podem ser
exercido de duas maneiras: o controle imposto ou o autocontrole.
O controle imposto é o mais tradicional: medirá resultados com padrões
impostos, o pessoal responsável tomará as ações corretivas devidas e se certificará
que elas funcionam realmente. Mas esta visão de controle tem um rio defeito: ele
ocorre após o evento e não antes. MIGLIAVACCA (2004, p.127)
Migliavacca (2004, p.127) também ressalta a importância para uma visão
moderna, que evita o negativo e enfatiza o positivo, é o autocontrole. Este visa mais
ao processo de administração e a função em questão, e tenta melhorar o processo
de gerência em vez de corrigir desvios individuais. Programas de administração por
objetivos, se devidamente executados, são bons exemplos desta visão.
Cocurullo (2004, p.169) conclui que a grande diferença entre os métodos de
auditoria usuais e o CSA é que o segundo baseia-se diretamente no conhecimento
daqueles que vivem o processo no dia-a-dia, deixando de lado a documentação
extensa, o acumulo de evidências, a busca de evidências e provas, revisões e
execução de numerosos tipos de analises.
E, ressalta que, o CSA não substitui o trabalho da auditoria interna. Ele
permite que os auditores internos identifiquem de uma maneira mais rápida os
chamados controles flexíveis como a ética, comunicação, clima organizacional, que
anteriormente pareciam impossíveis de diagnosticar. (COCURULLO, 2004, p.169)
2.1.10 Controle interno e a SOX
Em resposta as fraudes corporativas do culo XX (Enron, WorldCom, entre
outros), surge em julho de 2002 nos Estados Unidos da América a Lei Sarbanes-
Oxley (SOX), formulada por dois congressistas americanos Paul S. Sarbanes e
Michael G. Oxley, enfatizando o papel fundamental dos controles internos e fazendo
71
com que boas práticas de governança corporativa se transformassem em exigência
legal.
Entende-se por fraude o ato que é caracterizado como o resultado de
irregularidades e atos ilegais praticados contra a empresa, com manifesta intenção
de seu autor. O termo fraude aplica-se, portanto, a atos voluntários de: Omissão e
manipulação de documentos, informações, valores e bens; e Adulteração de
documentos, registros, demonstrações contábeis e informações. (ANDRADE, 1999,
p.131)
Em recente estudo sobre a referida lei, Deloitte Touche Tohmatsu (2004, p.2)
relata que: “Alguns observadores descreveram a Lei Sarbanes-Oxley como a peça
mais significativa da legislação comercial nos últimos cinqüenta anos nos EUA”, ou
seja, desde a legislação de 1934, que criou a SEC.
Sua composição pode ser observada na figura 5, página 71.
A SEC reconhece que as regras aplicáveis aos participantes do mercado fora
dos EUA devem ser implementadas de forma razoável e comedida a fim de
estimular sólidas bases de governança corporativa e não regras meramente
burocráticas e desinteressadas para com a evolução dos mercados financeiros
internacionais. (OLIVEIRA e LINHARES, 2006, p.7)
Figura 5 – Composição da Lei Sarbanes-Oxley
Fonte: Trisciuzzi (2007, p.9).
72
Grande parte das discussões em torno da Lei Sarbanes-Oxley concentra-se
nas seções 302, 404 e 906, que tratam especificamente das responsabilidades
dos diretores executivos e financeiros para com a fidelidade dos números nas
demonstrações financeiras, avaliações dos controles e procedimentos internos para
a emissão dos relatórios financeiros e das multas e penalidades aplicadas àqueles
que cometerem fraude. (OLIVEIRA e LINHARES, 2006, p.6)
A lei afeta todas as empresas-americanas e estrangeiras que possuem títulos
e ações listados em bolsas americanas. A lei recomenda e, portanto, não obriga que
o “framework” (estrutura) de controles internos a ser utilizado pelas empresas seja
baseado no The Committee of Sponsoring Organizations of the Tradeway
Commission – COSO.
Esta metodologia de controles internos e gerenciamento de riscos foi adotada
pelo Public Company Accounting Oversight Board - PCAOB, que é o órgão criado
pela SOX, com supervisão da SEC, para fiscalizar e regulamentar as atividades das
empresas de auditoria das empresas de capital aberto com títulos negociados nas
bolsas de valores americanas.
Pode-se dizer que as metodologias propostas pelo COSO tornaram-se uma
grande referência para mapeamento e avaliação dos controles internos das
empresas que querem se certificar como aderentes aos requisitos da SOX.
OLIVEIRA e LINHARES (2006, p.7) comentam que dentre as várias
estruturas de controle interno atualmente existentes, destaca-se o COSO por ser o
mais usado e recomendado pelas companhias em fase de implantação da lei
Sarbanes-Oxley.
A SOX não ordena qualquer mudança com relação à responsabilidade pela
detecção de fraudes. A nova legislação pode ajudar os auditores a elevar o nível de
seu trabalho, obrigando a administração a melhorar seus controles internos
agravando as conseqüências para atitudes antiéticas ou ilegais. Mas nem esta nova
lei, nem as mudanças nos regulamentos de auditoria mudaram, efetivamente, o
escopo das cartas de conforto apresentadas aos investidores, para atestarem à
inexistência de fraudes (McCARTHY, 2003).
Segundo Peters, a lei define em relação ao controle interno e à
responsabilidade pela qualidade de informações públicas:
73
a SOX exige que os principais executivos da empresa confiram os relatório
periódicos entregues à SEC, garantindo assim que esses não contenham
informações falsas ou omissões, representando a real situação financeira da
companhia; no caso de divulgação de informações errôneas ou inexatas, são
impostas penalidades. PETERS (2004, p.39)
Peters (2004, p.39) conclui: “Em outras palavras, os referidos administradores
não poderão alegar ignorância a respeito de erros e fraudes em relatórios de sua
responsabilidade”.
Abaixo estão descritos, sinteticamente, as partes mais significativas da lei que
tenham relação com os controles internos.
A seção 302 - Intitulada “Corporate Responsibility for Financial Reports”
também conhecida por “certificações”, a seção 302 determina que o diretor
executivo (CEO Chief Executive Officer executivo principal da empresa) e o
diretor financeiro (CFO Chief Financial Officer principal executivo financeiro da
empresa) devem declarar pessoalmente, que são responsáveis pelos controles e
procedimentos de divulgação. (grifo nosso)
As regras desta seção exigem dos altos executivos uma certificação
atestando que, com relação aos relatórios trimestrais e anuais das demonstrações
financeiras:
a) Foi executada uma minuciosa revisão dos relatórios;
b) Estes estão livres de declarações falsas;
c) As demonstrações financeiras apresentam de forma autêntica as
condições financeiras e o resultado das operações da companhia;
d) Executaram a avaliação do desenho e da eficácia dos controles
internos;
e) São responsáveis pelos procedimentos de divulgação;
f) Divulgaram ao seu comitê de auditoria e aos auditores independentes
todas as deficiências materiais e os atos de fraude envolvendo
funcionários da administração ou outros funcionários que
desempenham papeis significativos nos controles internos da
companhia;
g) Indicaram no arquivamento junto a SEC todas as alterações
significativas efetuadas nos controles.
74
A seção 404 - Intitulada de “Management Assessment of Internal Controls”
determina uma avaliação anual dos controles e procedimentos internos das
organizações para a emissão de relatórios financeiros. (grifo nosso)
Assim como na seção 302, esta exige que o CEO e CFO avaliem e atestem
periodicamente a eficácias dos controles.
Além disso, o auditor independente da companhia deve emitir um relatório
distinto que ateste a participação da administração nos estudos e certificação da
eficiência dos controles internos e dos procedimentos executados para a emissão
dos relatórios financeiros.
Dentre os relatórios emitidos pela a administração, deverá ser criado um
relatório de controles internos, que afirmará:
a) A responsabilidade da administração no estabelecimento e
manutenção dos controles e procedimentos internos para a emissão
dos relatórios financeiros;
b) A avaliação acerca da eficácia dos controles e procedimentos internos
para a emissão dos relatórios financeiros;
c) Que o auditor independente da companhia atestou e reportou a
avaliação feita pela administração sobre a eficácia dos controles
internos e procedimentos para a emissão dos relatórios.
Para que o programa de controle interno implementado nas organizações se
encaixe perfeitamente nas exigências impostas pela lei Sarbanes-Oxley, é
recomendável o conhecimento e cumprimento de todas as seções da lei, bem como
a sua aplicabilidade e a seleção de uma apropriada estrutura de controle interno.
2.1.11 Limitações dos controles internos
Cocurullo (2004, p.74) relata que o relatório do COSO traz uma advertência
contra a promoção de controles internos como panacéia para todos os problemas de
negócio - ou seja, a noção de que controles internos efetivos significam que a
entidade alcançara seus objetivos operacionais, financeiros e de compliance.
75
Em um capitulo dedicado somente a uma discussão das limitações de
controles internos, o COSO explica que qualquer controle interno, não importa qual,
seja bem projetado e operado, pode prover razoável garantia à gerência e ao
conselho de administração, com relação aos objetivos de uma entidade. As
limitações inerentes a todos os sistemas de controles internos afetam a
probabilidade de realização. Uma das razões pode ser simples erro humano ou
julgamento errôneo. Além de que controles internos podem ser enganados através
de fraude bem planejada (em geral praticada na forma de conluio).
D´Avila e Oliveira (2002, p .35) comentam que os controles internos têm sido
vistos por algumas pessoas como um conjunto de procedimentos que irão assegurar
que a empresa tenha êxito, [...]. Desse ponto de vista os controles internos são
vistos como a cura para todas as enfermidades a que uma empresa pode estar
sujeita. Essa visão é equivocada.
E, ressaltam que, dois conceitos devem ser reconhecidos para se considerar
as limitações dos controles internos de uma organização:
1) Controles internos, até mesmo os mais efetivos, funcionam em
diferentes níveis em relação a diferentes objetivos. Para os objetivos
relativos à eficiência e eficácia das operações da empresa, ou seja,
alcance de sua missão fundamental, objetivos de lucratividade e outros
similares, os controles internos podem assegurar que a gerencia esteja
ciente da evolução dos negócios da empresa ou da falta dessa
evolução. Entretanto, os controles internos não podem assegurar que
os objetivos serão atingidos.
2) Controles internos não podem fornecer garantia total de que as quatro
categorias de objetivos serão atingidos.
O primeiro conceito descrito anteriormente assume que existem certos
eventos ou condições que estão simplesmente fora do controle da gerência. O
segundo conceito diz respeito à realidade de que nenhum sistema de controles
internos irá sempre efetuar o que é esperado dele. O que pode ser esperado de um
sistema de controles internos é que a segurança razoável seja obtida. (D´AVILA E
OLIVEIRA, 2002, p .35)
D´Avila e Oliveira (2002, p .36) explicam que a expressão segurança razoável
não pressupõe que os sistemas de controle interno irão falhar freqüentemente, mas
76
sim, que se assuma o fato de que, como o processo é exercido por pessoas, este
não é infalível. A expressão se impõe como necessária para não se criar a falsa
impressão de que existe segurança absoluta. E, na opinião dos autores, os fatores
que impedem um sistema de controles internos de oferecer segurança a absoluta
são: Julgamento; Colapsos; intenção da gerência; Conluio; Custo versus
beneficio.
Entretanto, observa-se que mesmo após a implementação dos controles
internos de uma organização, e como os mesmos não serem sempre e ininterruptos
seguros, faz-se necessário revisões constantes e supervisão; logo, esta pesquisa
fará um estudo das atribuições, funções e responsabilidades da área de auditoria
interna para encontrar tal suporte nas literaturas para a função de promotora e
guardião dos controles internos e no caso estudado.
77
2.2 Auditoria
Os Padrões Internacionais (IPPF) servem como um benchmark e
fundamentos do desempenho dos serviços de auditoria interna e são
parte de uma estrutura consistente que fornece um “mapa do
caminho” para o profissionalismo da auditoria interna através do
mundo.
Allan Goldstein, CIA, CFSA
Presidente do Professional Standards Committee - IIA
A palavra auditoria tem sua origem no latim, provem de auditore”, que
significa ouvir.
Na compreensão atual do termo, segundo Ferreira (1999), auditoria é o
exame analítico e pericial que segue o desenvolvimento das operações contábeis,
desde o início até o balanço.
Auditoria
1
consiste em um exame cuidadoso, sistemático e independente, cujo
objetivo seja averiguar se as atividades desenvolvidas em determinada empresa ou
setor estão de acordo com as disposições planejadas e/ou estabelecidas
previamente, se estas foram implementadas com eficácia e se estão adequadas (em
conformidade) à consecução dos objetivos.
Entretanto, segundo Guevara Grateron (1999, p. 34), a função de auditoria
iniciou-se na dinastia Ciao, na China, por volta de 2000 a.C., quando eram auditados
os registros do imperador chinês. No entanto, arqueólogos encontraram indícios de
que esta atividade já era desempenhada nas civilizações da Mesopotâmia.
Sullivan (1985, p. 9) comenta que já existiam auditores na Babilônia, em 4000
a.C..
Todavia Sawyer explica que há fortes evidências da presença consistente da
auditoria na Roma antiga:
A Roma antiga usava a ‘audição das contas’. Um funcionário comparava os
seus registros com os de outro. Esta verificação verbal destinava-se a evitar
que os funcionários encarregados do dinheiro cometessem atos
fraudulentos. Na verdade, a tarefa de ‘ouvir’ as contas deu origem ao termo
‘audit’ do latim ‘auditus’ (escutar). SAWYER (1981, p. 4)
1
WIKIPÉDIA. Enciclopédia. Disponível em: <http://www.wikipedia.com>. Acesso em 20 jan. 2007.
78
Fridori (2001, p. 11) destaca que a partir do texto de Sawyer evidencia-se a
preocupação preponderante da auditoria com as fraudes.
Já Belucio (1988, p. 18) afirma que a origem da auditoria, como função
voltada para o exame da correção dos livros contábeis, teve início por volta de 1314,
quando foi criado o cargo de auditor do tesouro nas Ilhas Britânicas, com o objetivo
de proceder a exames nas contas públicas.
As atividades da auditoria não apresentam uma data específica e precisa de
seu início. Entretanto, a palavra auditoria torna-se efetiva segundo Araújo (1998),
que relata em seu artigo que o termo auditor surgiu em fins do século XIII, na
Inglaterra, quando Eduardo I, em 1285, mencionou o termo auditor, dizendo que, se
as contas, por ele examinadas, não refletissem a realidade dos fatos, seu
testemunho seria motivo de punição.
Em 1890, foi então criado o AICPA, ocasião em que o conceito de auditoria
estava desenvolvido, e assim incluído no Manual de Auditoria de George Soule, um
dos primeiros livros norte-americanos sobre auditoria, citado por Guevara Grateron
(1999, p. 36), onde citava a seguinte instrução: “O auditor não deveria certificar as
declarações de contas como corretas a não ser que tenha investigado seus suportes
desde sua fonte até a declaração final.”
No século XIX, em decorrência de inúmeros processos de falências, é quando
de pode observar o surgimento da auditoria de uma forma estrutura e
regulamentada. Neste contexto, contadores, em especial da Inglaterra e dos
Estados Unidos da América, se organizaram para desenvolver técnicas para o
exame das demonstrações financeiras das organizações empresariais, visando
proteger o capital dos investidores.
Após a crise econômica de 1929, foi criado um grupo de trabalho que reuniu o
Instituto de Contadores Americanos e a Bolsa de Nova Iorque. Esse grupo
estabeleceu a primeira lista que deveria ser seguida pelas empresas cujas ações
fossem cotadas em Bolsa. A partir desse momento, tornou-se obrigatória a auditoria
contábil nessas empresas. (FRIDORI, 2001, p.13)
Entretanto, quando as empresas surgiram, eram administradas pelos
proprietários, que podiam exercer de forma eficiente todas as atividades da empresa
que eram centralizadas em um local. Com o crescimento e abertura de filiais em
diversos locais o administrador já não dispunha da facilidade de estar tudo em um só
79
local e, apesar disso, queria possuir o controle de todas as atividades, porém
percebeu a dificuldade de executar o acompanhamento como antes.
O administrador precisava de instrumentos que pudesse utilizar para auxiliar
em seu trabalho. Foi então que a contabilidade, leia-se Ciências Contábeis, ganhou
a merecida importância e tornou-se fundamental para a atividade desenvolvida,
oferecendo, através de relatórios, uma visão global da empresa, proporcionando
para a administração a possibilidade de acompanhamento dos resultados
alcançados nas decisões tomadas.
Logo os administradores passaram a utilizar esses relatórios para verificar se
foram bem ou mal sucedidos em suas atividades. Surgindo assim uma forte
demanda por auditoria, que é seu propósito gerar confiabilidade das informações
divulgadas, seja para os públicos internos ou externos à empresa. Neste sentido,
Franco e Marra afirmam:
O fim principal da auditoria é a confirmação dos registros contábeis e
consequentemente as demonstrações contábeis. Na consecução de seus objetivos
ela contribui para confirmar os próprios fins da Contabilidade, pois avalia a
adequação dos registros, dando à administração, ao fisco e aos proprietários e
financiadores do patrimônio a convicção de que as demonstrações contábeis
refletem, ou não, a situação do patrimônio em determinada data e suas variações
em certo período. (FRANCO e MARRA, 2001, p.28)
Entretanto, necessitam, a partir desse momento, da confirmação de que os
controles internos e as rotinas estabelecidas estavam sendo cumpridos e fazendo
com que as informações contábeis fossem geradas com a garantia de estar
espelhando a real situação econômica e financeira da organização.
A auditoria interna neste momento é concebida, toma forma embrionária
como uma atividade necessária à organização e desenvolve-se a fim de seguir a
gerência ativa, concedendo-lhe alternativas, como ferramenta de trabalho, de
controle, assessoria e administração. (ATTIE, 1992, p.26)
Como se sabe, a auditoria interna foi concebida em virtude de a auditoria
externa ter por objetivo, unicamente, a emissão de um parecer acerca da
fidedignidade das demonstrações contábeis das empresas. Estas, por sua vez,
mergulhadas num processo de crescimento, necessitavam de detalhes a respeito de
controles e políticas internas.
Para Fama e Jensen (1983), os instrumentos organizacionais tradicionais
para fazer verificações à governança são os órgãos de auditoria, interna e externa.
80
A auditoria é função organizacional de revisão, avaliação e emissão de
opinião quanto ao ciclo administrativo (planejamento/execução/controle) em todos os
momentos e ou ambientes das entidades. Sua atuação visa verificar e ou constatar a
qualidade dos processos e resultados organizacionais praticados e seus reflexos
nos horizontes presente/passado e presente/futuro. (GIL, 1999, p.13)
No estudo da auditoria observam-se inúmeras vertentes, entretanto existe
uma divisão clássica estabelecida informalmente em: auditoria externa ou
independente e auditoria interna.
As atividades das duas auditorias - a interna e a externa - podem se sobrepor
em alguns pontos, como exemplo, revisar se os controles contábeis são adequados.
Mas, as diferenças entre as duas são maiores do que as similaridades, porque os
seus objetivos são diferentes, como pode ser observado no quadro 3, página 80.
(MIGLIAVACCA, 2004, p.47)
Quadro 3 – Comparação Auditor Externo x Auditor Interno.
O auditor externo
O auditor interno
É independente É um empregado da Companhia
Serve a terceiros que precisam de informações
financeiras confiáveis.
Serve a administração da companhia.
Revisa 0 balanço e a demonstração de resultados.
Revisa as operações e os controles internos para
determinar a abrangência de seus trabalhos e a
confiabilidade das informações financeiras.
Revisa todas as operações e controles da empresa
para a maior eficiência, eficácia, e economia de
recursos.
Revisa os registros contábeis que suportam os
relat6rios financeiros uma vez ao ano.
Revisa todas as atividades da empresa a,
continuamente.
Tem responsabilidade acidental com a prevenção e
detecção de fraudes, mas tem responsabilidade direta
sobre elas se os demonstrativos financeiros sofrem
efeito material significativo.
Tem o objetivo direto de prevenir e detectar fraudes de
qualquer forma ou efeito, sobre as atividades
auditadas.
Tem 0 seu escopo mais dirigido ao
passado
, ao
hist6rico e analise das transações ocorridas no
exercício findo.
Tem a preocupação de assessorar a administração
sobre as melhorias operacionais que causam efeito
futuro.
Fonte: MIGLIAVACCA, 2004, p.48
Apesar de serem diferentes, os objetivos de ambas as auditorias são
igualmente essenciais, necessários e significativos para o mundo dos negócios. São
duas atividades diferentes que se complementam e devem trabalhar em harmonia
81
para a melhor produtividade dos processos e transações dos negócios.
(MIGLIAVACCA, 2004, p.48)
Neste contexto, Cocurullo (2002, p.158) define a auditoria externa como
sendo: “A auditoria externa ou independente é aquela realizada por profissional
liberal, auditor independente, sem vínculo de emprego com a entidade auditada, que
poderá ser contratado para a auditoria permanente ou eventual”.
A auditoria independente aparece mencionada no inciso 3, do art.177 da Lei
das S.A. (1976), onde se estabelece que “demonstrações financeiras das
companhias abertas observarão, ainda, as normas expedidas pela Comissão de
Valores Mobiliários e serão obrigatoriamente auditadas por auditores independentes
registrados na mesma comissão”.
O Banco Central do Brasil BACEN, por meio da resolução 2.267/96
Reitera a obrigatoriedade de Auditoria Independente para instituições financeiras e
demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil, Fundos de
Investimentos Regulamentados pelo BACEN e Administradoras de Consórcio.
Na mesma linha a Superintendência de Seguros Privados – SUSEP, por meio
da Circular nº10/92 Art. estabelece Auditoria Independente para as Sociedades
Seguradoras, Sociedade de Capitalização e Entidades Abertas de Previdência
Privada.
Independente de suas exigências, o produto final de uma auditoria
independente é a apresentação do parecer do auditor, em relatórios que poderão ser
subdivididos em: de forma longa, de controles internos, sobre revisão limitada e
especial. (FRANCO e MARRA, 2001, p.210)
A resolução n°820 do Conselho Federal de Contabilidade CFC (NBC T 11),
de 1997, classifica a opinião dos auditores em função do tipo de parecer
apresentado, como sendo:
a) Parecer-Padrão (Limpo ou sem Ressalva);
b) Parecer com Ressalva (Qualificado);
c) Parecer Adverso; e
d) Parecer com Abstenção de Opinião.
Já a instrução n°308 da Comissão de Valores Mobiliários – CVM (1999)
dispõe sobre o registro e o exercício dessa atividade no âmbito do mercado de
82
capitais. Este documento define deveres e responsabilidades dos administradores
das entidades auditadas, bem como o relacionamento com os auditores
independentes.
Logo, percebe-se que o campo de atuação dos auditores externos em uma
organização, não se limita a auditoria das demonstrações contábeis, apesar de ser
este o foco principal de sua atuação.
Rossetti e Andrade comentam que:
As responsabilidades essenciais da Auditoria Independente concentram-se na
análise das demonstrações contábeis das empresas, verificando, de um lado, se
elas estão conformes com as normas exigidas no país e com as internacionais, para
as empresas que emitiram títulos em mercados financeiros externos; de outro lado,
se elas refletem corretamente a realidade da empresa, quanto a resultados e a
variações patrimoniais. Essas atribuições são do interesse dos proprietários, do
conselho de administração e de seu comitê de auditoria. São também do interesse
dos analistas e dos investidores do mercado de capitais. (ROSSETTI e ANDRADE,
2006, p.266)
Todavia, Drucker (2001, p.81) comenta a necessidade, no contexto dos EUA,
da auditoria empresarial, que em sua opinião deverá ser realizada por uma
instituição especializada independente. Destaca o trabalho que algumas empresas
de consultoria em administração e das grandes firmas de auditoria que, no entanto
são apenas ad hoc e solicitados habitualmente quando a empresa já está em
dificuldades.
Entretanto, para o bom desempenho da Auditoria Independente, tanto para a
segurança dos administradores, quanto para a confiança dos investidores, três
aspectos são de alta relevância: 1) A independência em relação à empresa e a
ausência de conflitos de interesse; 2) A rotatividade; e 3) A competência técnica e a
atualização. (ROSSETTI e ANDRADE, 2006, p.269)
Essa definição permite observar a preocupação dos autores com a questão
da independência da auditoria externa frente às organizações auditadas.
No Brasil e no mundo, a elevada incidência de casos envolvendo a atuação
dos auditores externos demonstra que nem sempre os trabalhos e relatórios de risco
das auditorias externas estão desvinculados dos interesses dos administradores,
mesmo quando isso pode levar a uma destruição da reputação e da própria
auditoria, como aconteceu com a Arthur Andersen Auditores Independentes.
83
Ainda o decorreu o tempo necessário para se obter a comprovação
empírica da eficácia das iniciativas recentes voltadas à regulamentação do
relacionamento das empresas de auditoria e consultoria com as organizações.
Todavia Cardozo (2006, p. 5-7) comenta que o desafio é contínuo, em busca
da credibilidade, e se revela com um foco permanente em equilíbrio de interesses,
qualidade apropriada e independência inequívoca. E, ressalta que os auditores
devem continuar fazendo a modificação operacional necessária para reconstruir a
confiança do mercado, clientes, mídia e reguladores e recomenda escutar as vozes
do mercado e melhorar a comunicação, para melhor entender o que o mercado
deseja que o auditor faça e divulgar melhor o papel do auditor.
Por outro lado, em todo o mundo, a auditoria interna é realizada nos mais
diversos setores e dentro de organizações cujo porte, finalidade e estrutura variam.
Além disso, as leis e os costumes dos vários países diferem uns para os outros,
podendo afetar o exercício da auditoria interna em cada setor.
Os profissionais que exercem essa atividade são importantes para a
administração, exercendo um trabalho mais abrangente, pois fazendo parte da
própria empresa, os exames podem ser efetuados com maior profundidade. Os
auditores internos conhecem o negócio da empresa, sendo assim o processo pode
ser avaliado por completo, pois, além da verificação contábil, pode-se avaliar os
procedimentos operacionais e observar o cumprimento da utilização dos controles
internos por parte dos gestores dos processos.
Neste sentido, Franco e Marra (1995, p.175), relatam que a auditoria interna é
aquela exercida por funcionário da própria empresa, em caráter permanente. Apesar
de seu vínculo à empresa, o auditor interno deve exercer sua função com absoluta
independência profissional, preenchendo todas as condições necessárias ao auditor
externo, mas também exigindo da empresa o cumprimento daquelas que lhe cabem.
Ele deve exercer sua função com total obediência às normas de auditoria e o vínculo
de emprego não lhe deve tirar a independência profissional, pois sua subordinação à
administração da empresa deve ser apenas sob o aspecto funcional.
Essa tarefa, de análise detalhada de políticas e procedimentos internos,
coube à auditoria interna. Sendo que seu enfoque se voltou, em algumas empresas,
muito mais para uma atitude policial, ou seja, verificar a existência de
irregularidades, fraudes, desvios e apontar os infratores para uma possível punição.
84
Esse estigma de policial, de descoberta de fraudes, irregularidades, erros e
desvios, enraizaram-se de tal forma nos trabalhos do auditor interno que em pleno
século XXI, ainda se encontram vestígios dessa concepção antiga da auditoria
interna.
Aos novos propósitos e conceitos incorporados pela auditoria interna, nem
sempre bem divulgados, constituem a moderna concepção de seus trabalhos. “A
nova auditoria interna está concebida para o exercício de uma atividade de
assessoramento a alta administração da empresa (...)”. (ARAÚJO, 1998).
Diante das atribuições expostas aos auditores, observa-se a importância e a
responsabilidade que assume a auditoria no atual contexto das organizações. Attie
(1998, p.31) cita quatro princípios que devem ser observados na consecução dos
trabalhos de auditoria, são eles: Independência; Integridade; Eficiência e
Confidencialidade. [grifo nosso]
Percebe-se nas literaturas existentes que os membros da administração
demonstram cada vez maior aceitação da auditoria interna como um meio de obter
análises, avaliações, recomendações, assessoria e informações objetivas sobre os
controles e o desempenho da organização.
A auditoria interna é, portanto, um órgão dentro da estrutura organizacional
cuja função é verificar de forma sistemática o sistema de controle interno e garantir
de forma objetiva e independente para o conselho de administração ou comitê de
auditoria, que os processos existentes para mitigar os riscos da organização sejam
adequados e efetivos, do ponto de vista de sua identificação, administração e
informação, de tal forma que os riscos residuais sejam conhecidos e aceitáveis sob
a ótica do interesse dos acionistas e/ou proprietários.
Os trabalhos de auditoria interna estão regulamentados, no âmbito da
profissão contábil no Brasil pelas normas técnicas NBC T 12 aprovada pela
Resolução 986 (CFC, 2003), e norma profissional NBC P 3 aprovada pela
Resolução 781 de (CFC, 1995). [grifo nosso]
Não obstante a profissão contábil, existem auditorias especializadas inerentes
a outras profissões que podem ser exercidas por outros profissionais, pode-se citar:
a) Auditorias médicas ou hospitalares (medicina e outras profissões
correlatas da saúde);
85
b) Auditorias de qualidade e de processos operacionais (administração e
engenharia);
c) Auditorias ambientais (engenharia, biologia, química e outras
profissões correlatas dependendo da atividade da organização);
d) Auditorias educacionais ou sociais (administração, pedagogia,
sociologia e outras profissões correlatas);
e) Auditorias de sistemas informatizados (engenheiros de sistemas,
tecnólogos de processamento de dados, informáticos e contadores);
f) Auditoria de gestão e operacional (administradores, economistas e
contadores).
A justaposição dos diversos ramos de conhecimento em alguns tipos de
auditoria é própria das atuais exigências da nossa sociedade, caracterizada por
rápidas mudanças, onde as novas tecnologias surgem mais rapidamente do que as
profissões e a regulamentação.
As funções e atividades da auditoria poderão contar com a colaboração de
outros profissionais, especialmente quando se tratar de trabalhos em áreas que
requerem especializações e que não podem ser realizadas pelo contador. Devido à
complexidade e inúmeros conhecimentos que se fazem necessários na função é
conveniente dividir-se a auditoria em áreas especializadas tais como: fiscal, sistemas
informáticos, operacional, etc ou por área de negócio.
Cardozo (2006, p.16) ressalta que os auditores precisam desenvolver talento
e expertise para prover serviços de inquestionável qualidade.
Portanto, a estruturação de uma equipe multidisciplinar devidamente
capacitada é condição primordial para a eficiência e eficácia dos trabalhos de
auditoria, uma vez que as avaliações dependem de uma correta análise da situação
sobre diferentes temas.
Assim, no conceito geral de auditoria, as vertentes chaves para suas
atividades são sistematização, objetividade e independência. As duas primeiras
qualidades são obtidas por uma auditoria por meio de seus próprios esforços,
dominando e aplicando com disciplina e competência a metodologia bastante
especializada própria dessa área.
No entanto, a independência não depende apenas da auditoria, mas, da
particular forma da estrutura organizacional em que vai estar inserida. Se ficar
86
subordinada diretamente aos executivos que realizam a gestão da empresa, essa
independência poderá ficar prejudicada. A solução estrutural usual, em uma
empresa, por exemplo, é fazê-la vincular-se e reportar-se diretamente ao conselho
de administração ou ao comitê de auditoria.
Ressalta Migliavacca (2004, p.47), que a função da auditoria interna deve se
reportar ao mais alto nível possível da empresa a fim de preservar sua autonomia e
independência de julgamento. Mas, mesmo se reportando ao topo da hierarquia, o
auditor não deve jamais esquecer que exerce uma função de staff, e não
operacional, de linha. Ele não tem nenhuma responsabilidade ou autoridade
operacional. Não tem nenhum direito de dar ordens, tampouco tem poderes para
exigir do pessoal operacional que suas recomendações sejam seguidas.
Se em uma empresa não existir uma auditoria interna ou que não seja
vinculada ao conselho de administração ou ao comitê de auditoria, a solução para
conseguir avaliações isentas será buscar uma auditoria externa que, sendo uma
organização totalmente independente e voltada a cultivar uma reputação de
competência e objetividade no mundo empresarial, poderá oferecer as informações
desejadas com a necessária desvinculação quanto aos interesses dos gestores.
Entretanto será aprofundado o estudo da auditoria interna, que é o foco
essencial esta pesquisa.
2.2.1 Definição de auditoria interna
Tal e como definir controle interno pode ser uma tarefa difícil, o mesmo ocorre
com a auditoria interna, visto a existência de diversas definições e aplicabilidade da
auditoria interna nos dias de hoje, pois se trata de um assunto abrangente e
diversificado dentro das organizações.
Entretanto pode-se citar Franco e Marra que definem que:
A auditoria interna é aquela exercida por funcionário da própria empresa, em caráter
permanente. Apesar de seu vínculo à empresa, o auditor interno deve exercer sua
função com absoluta independência profissional, preenchendo todas as condições
necessárias ao auditor externo, mas também exigindo da empresa o cumprimento
daquelas que lhe cabem. Ele deve exercer sua função com total obediência às
normas de auditoria e o vínculo de emprego não lhe deve tirar a independência
87
profissional, pois sua subordinação à administração da empresa deve ser apenas
sob o aspecto funcional. (FRANCO e MARRA, 1995, p.175)
para Migliavacca (2004, p.46), a auditoria interna eficaz é um controle
organizacional que pode assegurar à administração que os objetivos genéricos de
controle interno estejam sendo alcançados.
Segundo Paula (1999, p.32), pode-se definir auditoria interna como sendo
uma atividade de avaliação independente, que, atuando em parceria com
administradores e especialistas, deverá avaliar a eficiência e a eficácia dos sistemas
de controle de toda a entidade, agindo proativamente, zelando pela observância às
políticas traçadas e provocando melhorias, fornecendo subsídios aos proprietários e
administradores para a tomada de decisão, visando ao cumprimento da missão da
entidade.
Para o BACEN (2008, p.5), a auditoria interna é definida como uma atividade
de assessoramento à Administração, voltada para a avaliação e a adequação dos
sistemas de controle interno, em relação às atribuições e aos planos, metas,
objetivos e políticas definidos para o Banco Central.
O The Institute of Internal Auditors IIA, instituto com representatividade
global de auditores internos, sediado nos Estados Unidos da América, define que:
Auditoria interna é uma atividade independente e objetiva que presta serviços de
avaliação (assurance) e consultoria e tem como objetivo adicionar valor e melhorar
as operações de uma organização. A auditoria auxilia a organização a alcançar
seus objetivos através de uma abordagem sistemática e disciplinada para a
avaliação e melhoria da eficácia dos processos de gestão de riscos, de controle e
governança corporativa. (AUDIBRA, 2006, p.25).
a definição do CFC para a auditoria interna na área contábil está descrita
na NBC T 12 transcrita a seguir:
A Auditoria Interna compreende os exames, análises, avaliações, levantamentos e
comprovações, metodologicamente estruturados para a avaliação da integridade,
adequação, eficácia, eficiência e economicidade dos processos, dos sistemas de
informações e de controles internos integrados ao ambiente e de gerenciamento de
riscos, com vistas a assistir à administração da entidade no cumprimento de seus
objetivos.
Cruz e Glock (2007, p.86) definem que auditoria interna compreende
examinar os procedimentos adotados para medir e avaliar a eficiência e a eficácia
dos procedimentos de controle interno adotados nos Órgãos setoriais da
Administração.
88
Observa-se que as diversas definições citadas convergem para uma atuação
objetiva e de adicionar valor as organizações. Seja por meio de avaliação,
assessoria ou consultoria interna. Entanto pode ser diferenciadas pelos objetivos e
finalidades e sua tipologia.
2.2.2 Objetivos e finalidade da auditoria interna
Para o IIA (1999) a auditoria interna objetiva prestar serviços de avaliação e
consultoria e tem como objetivo adicionar valor e melhorar as operações de uma
organização.
Paula (1998 e 1999, p.45) define como os objetivos da auditoria interna:
a) avaliar se os objetivos operacionais e de negócios estão sendo
atingidos;
b) avaliar se os meios utilizados para o cumprimento dos objetivos são os
mais adequados e eficientes, em relação aos custos envolvidos, aos
prazos estabelecidos e aos benefícios obtidos;
c) acompanhar e avaliar providências e soluções adotadas em relação às
recomendações e sugestões apresentadas nos relatórios de Auditoria;
d) sugerir medidas para a melhoria e o aprimoramento do desempenho
operacional da organização;
e) recomendar controles que possibilitem informar à direção sobre os
riscos que podem influir no resultado da empresa;
f) evidenciar oportunidades a serem exploradas.
Cruz e Glock (2007, p.86) comentam que o objetivo e a finalidade da auditoria
interna é exercer uma avaliação independente da adequação e eficácia do sistema
de controle interno adotados da organização, traduzindo-se em serviço de apoio à
administração, ou seja, passa a ser um elemento de controle que mede e avalia os
demais controles.
Entretanto, para Aoki e Sakurai (1989, p.43), o objetivo da auditoria interna é
assistir aos membros da organização no cumprimento efetivo de suas
89
responsabilidades. O objetivo da auditoria interna inclui promover um efetivo controle
a um custo razoável.
Migliavacca (2004, p.46), relata que a auditoria interna, em suas normas
deve atender aos seguintes objetivos:
a) Avaliação de controles operacionais e financeiros, e controle eficiente a
custo compatível (beneficio maior que o custo);
b) Integração adequada com a auditoria externa;
c) Verificação do cumprimento das políticas e recomendações a
administração da empresa;
d) Salvaguarda de ativos, impedimento ou detecção de fraude, roubo ou
uso indiscriminado de recursos da empresa;
e) Avaliação da exatidão, confiabilidade e integridade dos dados
administrativos desenvolvidos dentro da organização;
f) Avaliação da qualidade do desempenho administrativo, incluindo
eficiência e economia da administração na utilização de recursos e
eficiência em atingir os objetivos propostos;
g) Recomendações de aperfeiçoamentos operacionais.
Cocurullo (2004, p.148) que em um conceito mais atual, a auditoria seja
interna (revisão feita par funcionários da própria empresa ou terceirizada) seja
externa (revisão feita para assegurar que as demonstrações contábeis representam
em todos os aspectos relevantes a posição patrimonial e financeira da empresa),
deve agregar valor aos acionistas e a sociedade, garantindo a qualidade das
informações para a tomada de decisão.
Na mesma linha evolutiva, para Migliavacca (2004, p.47) a auditoria interna
moderna tem evoluído para o conceito de management oriented, onde ela tem uma
maior participação de assessorar a administração na gestão da empresa.
As atribuições da auditoria interna na área contábil estão caracterizadas na
NBC T 12 que define a atividade de auditoria interna está estruturada em
procedimentos, com enfoque técnico, objetivo sistemático e disciplinado, e tem por
finalidade agregar valor ao resultado da organização, apresentando subsídios para o
aperfeiçoamento dos processos, da gestão e dos controles internos, por meio da
recomendação de soluções para as não-conformidades apontadas nos relatórios.
90
Estas conceituações extremamente amplas colocam a auditoria interna como
órgão de assessoria especializada da alta administração das organizações,
auxiliando-a nas tarefas de monitoramento do cumprimento de objetivos e leis.
Como órgão de assessoria especializada deve atuar de acordo com métodos e
técnicas especializadas e de modo sistemático, expressando como resultado de seu
trabalho pareceres ou recomendações, embasadas em metodologia cientifica.
Entretanto, quanto a finalidade da auditoria interna no âmbito do serviço
público federal, estas estão descritas pela Secretaria Federal de Controle Interno -
SFTC na Instrução Normativa 01, de 06 de abril de 2001. Que em seu anexo
único, página 31, item 4, descreve que a finalidade básica da auditoria é comprovar
a legalidade e legitimidade dos atos e fatos administrativos e avaliar os resultados
alcançados, quanto aos aspectos de eficiência, eficácia e economicidade da gestão
orçamentária, financeira, patrimonial, operacional, contábil e finalística das unidades
e das entidades da administração pública, em todas as suas esferas de governo e
níveis de poder, bem como a aplicação de recursos públicos por entidades de direito
privado, quando legalmente autorizadas nesse sentido.
Todavia, seja na área blica ou privada, é recomendável ressaltar que para
melhor desempenhar o seu papel o auditor deve abster-se de realizar quaisquer
tarefas operacionais, tais como: registros contábeis, atividades operacionais e etc.
2.2.3 Tipos de auditoria interna
Os serviços de auditoria interna podem ser subdivididos em relação as suas
tipologias, entretanto esta tipologia pode ser usada sem rigidez e sem prejuízo do
benefício de seu trabalho, não sendo uma regra, apenas um balizador.
2.2.3.1 Auditoria contábil/financeira
Vidal (2004, p.39) define que a auditoria contábil é focada nos registros
efetuados nas demonstrações financeiras, destina-se ao exame e à avaliação de
91
seus componentes, considerando sua adequação bem como a aplicação dos
princípios fundamentais de contabilidade.
Para definir auditoria contábil, resumem-se aqui as idéias de Almeida (1996,
p.20), onde esta é a técnica contábil que - através de procedimentos específicos que
lhe são peculiares, aplicados no exame de registros e documentos, inspeções, e na
obtenção de informações e confirmações, relacionados com o controle do patrimônio
de uma entidade - objetiva obter elementos de convicção que permitam julgar se os
registros contábeis foram efetuados de acordo com princípios fundamentais e
normas de Contabilidade e se as demonstrações contábeis deles decorrentes
refletem adequadamente a situação econômico-financeira do patrimônio, os
resultados do período administrativo examinado e as demais situações nelas
demonstradas.
Cocurullo (2004, p.147) considera que com isto o se está afirmando que a
ação da auditoria se limita aquilo que está registrado nos livros, pois ela poderá
também apurar o que foi omitido nos registros. A auditoria contábil se vale, assim, de
todos os meios de prova ao seu alcance, para apurar a veracidade dos registros,
mesmo que tenha de recorrer a provas extra-contábeis ou mesmo fora da empresa
auditada.
Segundo Jund (2001, p.92), a auditoria contábil está direcionada a auditoria
das demonstrações contábeis e se destina ao exame e avaliação dos componentes
dessas demonstrações, no que diz respeito à adequação dos registros e
procedimentos contábeis, sistemática dos controles internos, observância de
normas, regulamentos e padrões aplicáveis, bem como a aplicação de Postulados,
Princípios e Convenções Contábeis.
Jund (2001, p.92) ainda descreve que a auditoria contábil, atualmente,
depende muito da auditoria de sistemas informatizados, pois cada vez mais, os
sistemas de controles contábeis estão sendo construídos em software (antigamente
muitos procedimentos de controle contábil eram efetuados manualmente).
no âmbito serviço público federal, a CGU/SFCI por meio da IN 01/2001,
em seu Anexo, p.32, Capítulo IV, item 5, subitem III classifica como:
Auditoria Contábil: compreende o exame dos registros e documentos e na
coleta de informações e confirmações, mediante procedimentos específicos,
pertinentes ao controle do patrimônio de uma unidade, entidade ou projeto.
Objetivam obter elementos comprobatórios suficientes que permitam opinar se os
92
registros contábeis foram efetuados de acordo com os princípios fundamentais de
contabilidade e se as demonstrações deles originárias refletem, adequadamente, em
seus aspectos mais relevantes, a situação econômico-financeira do patrimônio, os
resultados do período administrativo examinado e as demais situações nelas
demonstradas. Tem por objeto, também, verificar a efetividade e a aplicação de
recursos externos, oriundos de agentes financeiros e organismos internacionais, por
unidades ou entidades públicas executoras de projetos celebrados com aqueles
organismos com vistas a emitir opinião sobre a adequação e fidedignidade das
demonstrações financeiras.
2.2.3.2 Auditoria operacional
Vidal (2004, p.40) define que a auditoria operacional destina-se a determinar
se as operações da empresa auditada estão transcorrendo de forma adequada.
Para Gil (1999, p.21), a auditoria operacional é aquela cujos procedimentos e
recomendações atacam causas e conseqüências de uma situação ou ambiente
estático ou predefinido e que não foi alcançado ou cumprido, ou seja, com base no
binômio passado/presente.
Oliveira (1995) enquadra como auditoria operacional o conceito adotado pelo
General Accounting Office GAO /USA, descrito por: As auditorias de economia e
eficácia objetivam, entre outros propósitos, determinar: (1) se a entidade adquire,
protege, emprega seus recursos (como pessoas, bens e espaços físico) de maneira
econômica e eficiente: (2) as causas de ineficiência ou de práticas antieconômicas; e
(3) se a entidade tem cumprido as leis e regulamentos aplicáveis de economia e
eficiência.
Segundo Jund (2001, p.94), o objetivo geral da auditoria operacional é
assessorar a administração no desempenho efetivo de suas funções e
responsabilidades, avaliando se a organização, departamento, atividades, sistemas,
funções, operações e programas auditados estão atingindo os objetivos
organizacionais e gerenciais com a eficiência, eficácia e economia a chamada
auditoria dos 3 E's), na obtenção e utilização dos recursos (financeiros, materiais,
93
humanos e tecnológicos), bem como em observância as leis e regulamentos
aplicáveis e com a devida segurança.
Esse objetivo geral pode ser desdobrado em diversos outros objetivos
específicos, dentro do mesmo escopo, como por exemplo:
a) Avaliação dos controles gerenciais internos a sua adequação e
eficiência;
b) Identificação de falhas e irregularidades no ciclo operacional;
c) Avaliação do desempenho do setor auditado e do seu ciclo
operacional;
d) Aderência das ações operacionais, administrativas, as políticas, planos
e diretrizes;
e) Verificação das causas de ineficiência ou desperdícios. (JUND 2001,
p.94)
Todavia, Polimeni afirma que:
A Auditoria Operacional é um conjunto de técnicas e procedimentos empregados
para se realizar uma ampla e construtiva revisão da estrutura organizacional e seus
componentes. Compreende um exame analítico das atividades do negócio,
destinado a determinar sua adequação para alcançar as políticas e os objetivos
gerenciais e para estabelecer o grau de adesão ao sistema estabelecido.
[...] os auditores internos passaram a ter um enfoque de auditoria operacional
durante suas programações, em decorrência das necessidades manifestadas pelo
usuário. A maioria das organizações dos tempos atuais, preocupadas com os
aspectos relacionados com a redução de custos e busca da competitividade, passou
a exigir de seus auditores uma contribuição muito maior do que o mero exercício de
fiscalização e policiamento das atividades rotineiras. (POLIMENI, 1988, p. 6)
no âmbito serviço público federal, a CGU/SFCI por meio da IN 01/2001,
em seu Anexo, p.32, Capítulo IV, item 5, subitem IV, classifica como:
Auditoria operacional: consiste em avaliar as ações gerenciais e os
procedimentos relacionados ao processo operacional, ou parte dele, das unidades
ou entidades da administração pública federal, programas de governo, projetos,
atividades, ou segmentos destes, com a finalidade de emitir uma opinião sobre a
gestão quanto aos aspectos da eficiência, eficácia e economicidade, procurando
auxiliar a administração na gerência e nos resultados, por meio de recomendações,
que visem aprimorar os procedimentos, melhorar os controles e aumentar a
94
responsabilidade gerencial. Este tipo de procedimento auditorial, consiste numa
atividade de assessoramento ao gestor público, com vistas a aprimorar as práticas
dos atos e fatos administrativos, sendo desenvolvida de forma tempestiva no
contexto do setor público, atuando sobre a gestão, seus programas governamentais
e sistemas informatizados.
2.2.3.3 Auditoria de gestão
Auditoria de gestão. Gil (1999, p.21) define: “cujos pontos de controle são
discutidos no presente, para vigorar no futuro, tais como novos enfoques,
tecnologias ou maneiras de operacionalização a serem praticados e portanto, com
base no binômio presente/futuro”;
Em seu livro, Carvalho (2007, p. 102) enfatiza que a auditoria de gestão
destaca a eficiência, eficácia e efetividade do trabalho dos administradores.
Já Cocurullo (2004, p.165), define a auditoria de gestão como a que cumpre o
exame e a avaliação sobre sistemas políticos, critérios e procedimentos utilizados
pela empresa na sua área de planejamento estratégico, tático e, principalmente, no
processo decisório. E tem o objetivo de assessorar a Administração quanto:
a) A adequação, eficácia e eficiência do desempenho da empresa no
tocante as suas funções de planejamento e tático;
b) Ao atingimento dos resultados em relação aos objetivos e planos
estabelecidos e as alternativas disponíveis;
c) A qualidade e viabilidade dos planos, orçamentos e das políticas e
diretrizes com alcance a todos os níveis gerenciais;
d) Ao estudo de alternativas estratégicas e táticas;
e) Aos estudos de reestruturação global da empresa.
Gil (1999) menciona que, de modo geral, se compararmos a auditoria
operacional com a de gestão, a primeira trabalha com foco no ambiente das
operações do dia-a-dia da companhia (num horizonte temporal do passado e do
95
presente), a segunda, privilegia a gestão estratégica da companhia (num
horizonte temporal do presente e do futuro).
Segundo Guevara Grateron (1999, p. 51),
A auditoria de gestão é uma técnica ou atividade nova que presta consultoria aos
mais altos estratos de uma organização, seja de caráter blico ou privado.
Atualmente, o ritmo de mudanças tem sido acelerado e contínuo, o que exige das
organizações ajustes nas estratégias para enfrentar o desconhecido e garantir o
alcance de suas metas e objetivos. Esse ritmo e a velocidade destas mudanças
variam de um setor para outro, dependendo de inúmeras condicionantes internas e
externas. A auditoria de gestão objetiva melhorar a capacidade da organização para
reagir com sucesso às mudanças, partindo da equipe diretiva, e procura auxiliar a
Diretoria na avaliação interna da organização e de seus executivos.
A auditoria de gestão procura mostrar os pontos fracos e fortes da organização,
estabelecendo as recomendações necessárias para melhorar o processo de tomada
de decisões. Procura avaliar, baseada nos critérios ou parâmetros de eficiência,
efetividade e economia, o processo de tomada de decisões e seu efeito no
atingimento das metas e objetivos da organização.
De acordo com Zucchi (1992, p. 111),
A função da Auditoria Interna é bastante ampla, não existindo praticamente limites
ao seu campo de atuação.[...] A análise da gestão empresarial é um serviço de
apoio à alta administração, e nesse caso a Auditoria Interna estará atuando, mais do
que nunca, como um órgão de assessoria.
A auditoria de gestão, de acordo com Guevara Grateron (1999) e Zucchi
(1992), é aquela que mais se aproxima das atividades desenvolvidas pela
consultoria e pela assessoria. Verifica-se que as definições explicitam os termos:
“prestar consultoria” e “atuar como órgão de assessoria”.
no âmbito serviço público federal, a CGU/SFCI por meio da IN 01/2001,
em seu Anexo, p.32, Capítulo IV, item 5, subitem I e II, classifica como:
Auditoria de avaliação da gestão: esse tipo de auditoria objetiva emitir opinião
com vistas a certificar a regularidade das contas, verificar a execução de contratos,
acordos, convênios ou ajustes, a probidade na aplicação dos dinheiros públicos e na
guarda ou administração de valores e outros bens da União ou a ela confiados,
compreendendo, entre outros, os seguintes aspectos: exame das peças que
instruem os processos de tomada ou prestação de contas; exame da documentação
comprobatória dos atos e fatos administrativos; verificação da eficiência dos
sistemas de controles administrativo e contábil; verificação do cumprimento da
96
legislação pertinente; e avaliação dos resultados operacionais e da execução dos
programas de governo quanto à economicidade, eficiência e eficácia dos mesmos.
Auditoria de acompanhamento da gestão: realizada ao longo dos processos
de gestão, com o objetivo de se atuar em tempo real sobre os atos efetivos e os
efeitos potenciais positivos e negativos de uma unidade ou entidade federal,
evidenciando melhorias e economias existentes no processo ou prevenindo gargalos
ao desempenho da sua missão institucional.
Entretanto, para a INTOSAI (2005, p.48), que no Brasil se assemelha aos
Tribunais de Contas, a auditoria operacional ou de gestão preocupa-se em verificar
a economia, a eficiência e a eficácia, e tem por objetivo determinar:
a) Se a administração desempenhou suas atividades com economia, de
acordo com princípios, práticas e políticas administrativas corretas;
b) Se os recursos humanos, financeiros e de qualquer outra natureza são
utilizados com eficiência, incluindo o exame dos sistemas de
informação, dos procedimentos de mensuração e controle do
desempenho e as providências adotadas pelas entidades auditadas
para sanar as deficiências detectadas;
c) A eficácia do desempenho das entidades auditadas em relação ao
alcance de seus objetivos e avaliar os resultados alcançados em
relação àqueles pretendidos.
2.2.3.4 Auditoria tributária
Jund (2001, p.93) descreve que a auditoria tributaria objetiva o exame e a
avaliação do planejamento tributário e a eficiência e eficácia dos procedimentos e
controles adotados para a operação, pagamento e recuperação de impostos, taxas e
quaisquer outros ônus de natureza fisco-tributário que incidam nas operações, bens
e documentos da empresa.
Vidal (2004, p.40) comenta em seu livro a mesma definição para a auditoria
tributária, onde objetiva o exame e a avaliação do planejamento tributário e a
97
eficácia dos procedimentos e controles adotados para operação, pagamento e
recuperação de impostos, tributos, taxas e qualquer outro ônus de natureza fisco-
tributária, que incidam nas operações, nos bens e documentos da empresa.
Ressalta Cocurullo (2004, p.165), que atualmente, os procedimentos de
auditoria tributária devem estar intimamente vinculados com os procedimentos de
auditoria de sistemas da informação, pois, na maioria das vezes, estes sistemas têm
a função de controlar as operações tributárias das empresas.
Vale ressaltar também uma maior vinculação neste sentido, visto o advento
da nota fiscal eletrônica em alguns estados e municípios do Brasil, em operação,
e a implementação de sistemas integrados (ERP).
2.2.3.5 Auditoria de sistemas/TI
Jund (2001, p.94) afirma que a auditoria de sistemas informatizados
compreende o exame e avaliação dos processos de planejamento, desenvolvimento,
teste e sistemas aplicativos. Visa, também, exame e avaliação das estruturas lógica,
física, ambiental, organizacional, de controle, segurança e proteção de determinados
ativos, sistemas aplicativos, software e, das informações, com o propósito de
assegurar a qualidade dos controles internos sistêmicos e de sua observância em
todos os níveis gerenciais.
Para Vidal (2004, p.41), a auditoria de Informática ou de Tecnologia da
Informação compreendem o exame e a avaliação dos processos de planejamento,
desenvolvimento, teste e implementação dos sistemas informatizados da empresa.
Piattini e Del Peso (2006, p.179), definem que a auditoria de informática é
o processo de recolher, agrupar e avaliar evidências para determinar se um sistema
informatizado salvaguarda os ativos, mantém a integridade dos dados, direciona de
forma eficaz os fins da organização e utiliza com eficiência os recursos. E, ressalvam
que, as principais áreas auditáveis são: Física; Gestão; Direção; Utilização;
Desenvolvimento; Manutenção; Banco de Dados; Suporte; Qualidade; Segurança;
Redes; Aplicação; Simuladores e Ambiente jurídico. Todas voltadas a um ambiente
de informática.
98
Cocurullo (2004, p.165) comenta que a auditoria de sistemas informatizados
deve prover informação a administração ou a outros auditores, sobre:
a) Adequação, eficácia, eficiência e desempenho dos sistemas e
respectivos procedimentos de segurança;
b) Custos relativos e economia no uso dos investimentos efetuados em
processamentos de dados;
c) Segurança física: tudo que diz respeito a hardware, por exemplo:
sistema de alimentação elétrica, no-break, ambiente refrigerado, entre
outros;
d) Segurança lógica: tudo que diz respeito a software, por exemplo: log de
transações, trilha de auditoria, proteção dos dados em arquivos,
sistemas de senhas de acesso, entre outros.
no âmbito serviço público federal, a CGU/SFCI por meio da IN 01/2001,
em seu Anexo, p.32, Capítulo IV, item 5, subitem IV, classifica como a auditoria de
informática ou sistemas informatizados como auditoria operacional.
2.2.3.6 Auditorias especiais e outros tipos de auditoria.
Segundo Vidal (2004, p.41), trata-se de trabalhos especiais de auditoria, não-
compreendidos na programação dos projetos previstos pela área, oriundos de
solicitações dos membros do conselho administrativo e fiscal ou das diretorias da
empresa. Incluem-se nesta modalidade de auditoria:
a) Os exames de fraudes e irregularidades;
b) A desmobilização, aquisição, fusão, cisão e/ou incorporação de
empresas;
c) Testes sobre contratos especiais de grande vulto, em relação ao
negócio da empresa.
Todavia, Fridori (2001, p.15) observa que é fundamental avaliar as
dificuldades da incorporação de novas atribuições aos auditores internos. Devem ser
99
analisados fatores que poderiam tornar impactar este desempenho, como o perfil do
auditor interno e o posicionamento da auditoria interna na estrutura.
no âmbito serviço público federal, a CGU/SFCI por meio da IN 01/2001,
em seu Anexo, p.32, Capítulo IV, item 5, subitem V, classifica como:
Auditoria Especial: objetiva o exame de fatos ou situações consideradas
relevantes, de natureza incomum ou extraordinária, sendo realizadas para atender
determinação expressa de autoridade competente. Classificam-se nesse tipo os
demais trabalhos de auditoria não inseridos em outras classes de atividades.
Como exemplo de auditoria especial, pode-se ilustrar a auditoria ambiental
que apresenta grande procura e preocupação por parte das organizações.
Cocurullo (2004, p.162) define auditoria ambiental como o instrumento de
política ambiental que consiste na avaliação, documentação e sistematização das
instalações e das práticas operacionais e de manutenção de uma atividade
poluidora, com o objetivo de verificar a obediência aos padrões de controle e
qualidade ambiental; os riscos de poluição acidental e a eficiência das respectivas
medidas preventivas; o desempenho dos gerentes e operários nas ações referentes
ao controle ambiental; e a pertinência dos programas de gestão ambiental interna ao
empreendimento.
Outro exemplo de auditoria especial que se pode citar é a auditoria de
regularidade (INTOSAI, 2005, p.48), que tem por objetivo:
a) Certificar que as entidades responsáveis cumpriram sua obrigação de
prestar contas, o que inclui o exame e a avaliação dos registros
financeiros e a emissão de parecer sobre as demonstrações contábeis;
b) Emitir parecer sobre as contas do governo;
c) Auditar os sistemas e as operações financeiras, incluindo o exame da
observância às disposições legais e regulamentares aplicáveis;
d) Auditar o sistema de controle interno e as funções da auditoria interna;
e) Verificar a probidade e a adequação das decisões administrativas
adotadas pela entidade auditada;
f) Informar sobre quaisquer outros assuntos, decorrentes ou relacionados
com a auditoria, que considere necessário revelar.
100
Pode haver, na prática, uma superposição entre os tipos de auditorias e sua
classificação, nesse caso, a classificação da auditoria depende de seu objetivo
principal.
Não obstante as definições de auditoria interna e as suas tipologias, com seus
objetivos e finalidades, é primordial que os profissionais de auditoria interna
verifiquem as leis e regulamentos específicos que sua organização tem que cumprir.
Os auditores internos não podem deixar de observar, principalmente, as
legislações pertinentes e as normativas para a consecução de suas atividades.
2.2.4 Normas brasileiras para o exercício da atividade de auditor interno
No Brasil, o CFC por meio da norma técnica NBC T 12 - Da Auditoria Interna,
aprovada pela Resolução 986 (CFC, 2003) e pela NBC P 3 - Normas Profissionais
do Auditor Interno, aprovada pela Resolução 781 de (CFC, 1995), normatizou a
execução da auditoria interna contábil para os seus representantes associados, os
contadores. Cabe ressaltar que esta prerrogativa é somente para execução de
trabalhos de auditoria interna contábil. Não se aplicando esta exclusividade aos
trabalhos de auditoria operacional e outras.
Mesmo considerando aprovar a NBC T 12 Da Auditoria Interna, e
ressalvando o regime de franca, real e aberta cooperação com BACEN, CVM,
IBRACON, INSS, o Ministério da Educação e do Desporto, SFC, SRF, STN e a
SUSEP, o CFC evidencia dentro de suas normas o compartilhamento da profissão
de auditor interno, uma vez que descreve como risco de auditoria interna “a
extensão da responsabilidade do auditor interno no uso dos trabalhos de
especialistas”, no mesmo trabalho ou serviço. E, no que tange a utilização de
processamento eletrônico de dados pela entidade requer que exista, na equipe da
Auditoria Interna, profissional com conhecimento suficiente sobre a tecnologia da
informação e os sistemas de informação utilizados.
A NBC T 12 (CFC, 2003) considera em seu conteúdo, aspectos como:
conceituação e objetivos da auditoria interna; papéis de trabalho; normas de
execução dos trabalhos, tais como o planejamento; riscos; procedimentos;
amostragem; processamento eletrônico de dados e normas relativas ao relatório da
101
auditoria interna. Para uma maior comodidade e consulta, e devido a sua relevância
no estudo, relacionamos no ANEXO C desta pesquisa a NBC T 12 Da Auditoria
Interna, aprovada pelo CFC.
a NBC P 3 (CFC, 1995) considera alguns aspectos a serem observados
quando da consecução do exercício da atividade de auditor interno, por parte dos
contabilistas. São elas:
a) Competência Técnico-Profissional: O Contador, na função de auditor
interno, deve manter o seu nível de competência profissional pelo
conhecimento atualizado das Normas Brasileiras de Contabilidade, das
técnicas contábeis, especialmente na área de auditoria, da legislação
inerente à profissão, dos conceitos e técnicas administrativas e da
legislação aplicável à Entidade;
b) Autonomia Profissional: O auditor interno o obstante sua posição
funcional deve preservar sua autonomia profissional;
c) Responsabilidade na Execução dos Trabalhos: Cabe também ao
auditor interno, quando solicitado, prestar assessoria ao Conselho
Fiscal ou órgãos equivalentes;
d) Relacionamento com Profissionais de Outras Áreas: O auditor interno
pode realizar trabalhos de forma compartilhada com profissionais de
outras áreas, situação em que a equipe fará a divisão de tarefas,
segundo a habilitação técnica e legal dos seus participantes;
e) SIGILO: O auditor interno deve respeitar o sigilo relativamente às
informações obtidas durante o seu trabalho, não as divulgando para
terceiros, sob nenhuma circunstância, sem autorização expressa da
Entidade em que atua. Mesmo após de terminado o vínculo
empregatício ou contratual;
f) Cooperação com o Auditor Independente: O auditor interno, quando
previamente estabelecido com a administração da entidade em que
atua, e no âmbito de planejamento conjunto do trabalho a realizar, deve
apresentar os seus papéis de trabalho ao auditor independente e
entregar-lhe cópias, quando este entender necessário.
102
para as instituições cujo funcionamento dependa de autorização do
BACEN, a Resolução .2554 de 24 de setembro de 1998 determinou que devam
implementar controles internos voltados para as atividades por elas desenvolvidas,
seus sistemas de informações financeiras, operacionais e gerenciais e o
cumprimento das normas legais e regulamentares a elas aplicáveis. Os controles
internos, independentemente do porte da instituição, devem ser efetivos e
consistentes com a natureza, complexidade e risco das operações por ela
realizadas.
Observa-se que o BACEN não determina o modelo de controle interno a
seguir, mas, percebe-se claramente, pelo objetivo declarado na resolução, a
vertente ao COSO.
A Resolução torna obrigatória a existência da atividade de auditoria interna a
ser desempenhada por órgão próprio ou terceirizada, sempre subordinada ao
conselho de administração ou na falta deste à diretoria da entidade. Como
resultados dos trabalhos de auditoria devem ser apresentados no mínimo
semestralmente relatórios contendo conclusões sobre os exames efetuados,
recomendações para melhoria dos controles acompanhados de cronograma de
implantação, e manifestação dos responsáveis pela manutenção dos controles.
Entretanto, em seu site, o BACEN (2008, p.6) divulga que as auditorias
internas realizadas internamente no Banco Central observam as Normas Brasileiras
para o Exercício da Auditoria Interna, divulgadas pelo AUDIBRA, por guardarem,
intencionalmente, similaridade com os padrões internacionalmente aceitos, editados
pelo IIA e por representarem, no Brasil, o principal referencial técnico para a ação da
Auditoria Interna.
a Superintendência de Seguros Privados SUSEP, por meio da circular
n.249 de 20 de fevereiro de 2004, com texto de mesmo conteúdo do BACEN que
regulamentou a existência obrigatória de sistemas de controles internos para as
sociedades seguradoras, de capitalização e de previdência complementar, também
não determinada o modelo de controle interno a seguir.
Já no âmbito público, a regulamentação da auditoria interna relativas ao
Serviço Público Federal foi aprovada pela CGU/SFCI, por meio da IN nº 01/2001,
citada anteriormente. E, nos estados e municípios, bem como a empresas de
economia mistas ou entidades, possuem diretrizes próprias, entretanto, na maioria
dos casos, seguem os regulamentos aqui descritos.
103
No Brasil, existe um Instituto que trabalha em prol dos profissionais de
auditoria interna e em defesa da atividade de auditoria interna, entretanto a
filiação/associação é voluntária e optativa.
O Instituto dos Auditores Internos do Brasil AUDIBRA, fundado em 20 de
novembro 1960, é uma entidade civil, sem fins lucrativos, de pessoas físicas
atuando em atividades de auditoria interna em qualquer modalidade.
O AUDIBRA defende que a auditoria interna pela sua abrangência de
atuação, é uma atividade multidisciplinar que compreende várias formações
profissionais.
Desde 1998, o AUDIBRA, é filiado ao The Institute of Internal Auditors - IIA,
Instituto Internacional a partir de 2002, e desde o ano de 2000, vem estreitando e
ampliando esse relacionamento extremamente necessário à comunidade de
auditoria interna e controle no Brasil. Como resultado, desde 2000 são aplicados no
Brasil os exames para as certificações CIA - Certifield Internal Auditor e CCSA -
Certification in Control Self-Assessment.
O AUDIBRA promove desde 1976 o Congresso Brasileiro de Auditoria Interna
- CONBRAI que em 2009 estaem sua 31ª edição. Desde 1991, em convênio com
Universidades, promove também cursos de Pós-graduação em Auditoria Interna e
Atividades relacionadas.
O AUDIBRA desde 2004 adotou os padrões internacionais para o exercício
profissional da atividade de auditoria interna do IIA e as traduziu em 2006.
Todavia, decorrente da multidisciplinaridade da atividade de auditoria interna,
essas atividades devem ser reguladas no âmbito de suas respectivas categorias
profissionais no Brasil.
Sem consenso entra as entidades, institutos, associações e profissionais
liberais, e, após décadas de conflitos para enquadrá-la em padrões, profissões,
categorias, foi desenvolvida pelo IIA, os padrões internacionais para o exercício da
profissão de auditor interno, válido para todas as profissões e classes, ramos de
negócio/segmento e origem (pública ou privada).
104
2.2.5 Padrões internacionais para o exercício da atividade de auditor interno
Pode-se começar este tópico explicando o que é o IIA The Institute of
Internal Auditors. Foi fundado em 1941 na cidade de Nova Iorque nos Estados
Unidos da América. Este Instituto congrega mais de 150.000 auditores internos ao
redor do globo terrestre e está presente em 160 países, sendo 98 institutos afiliados.
O Brasil tem um instituto afiliado ao IIA, que é o AUDIBRA.
O IIA é uma entidade internacional dedicada ao desenvolvimento profissional
contínuo do auditor interno e na defesa da atividade de auditoria interna. Este
instituto se declara o líder na representação de auditores internos, com autoridade
reconhecida em mais de 100 países, e o principal educador de auditoria interna.
Mesmo não estando o exercício da atividade da auditoria interna regulado
internacionalmente, o IIA, proporciona um guia integral para a profissão mediante
seu IPPF International Professional Practices Framework, que é um marco para a
prática da profissão e estabelece uma doutrina na profissão de auditoria interna.
O cumprimento dos Padrões e do Código de Ética é obrigatório para todos os
associados do IIA e para os Auditores Internos Certificados (Certified Internal
Auditors - CIAs). O IIA também oferece guias sobre avaliação, manutenção e
melhora da qualidade dentro das atividades de auditoria interna.
Em referência aos padrões internacionais para o exercício da atividade de
auditor interno, em junho de 1999 o conselho de administração do IIA votou e
aprovou uma nova definição para auditoria interna e um novo conjunto de padrões,
denominado Professional Pratices Framework - PPF, traduzida em 2006 pelo
AUDIBRA como Práticas para o Exercício Profissional da Auditoria Interna
Estrutura Geral.
A votação e homologação dessas Práticas basearam-se nas recomendações
da equipe de trabalho de orientação do IIA (Guidance Task Force), um comitê
especial do IIA encarregado de examinar a adequação das normas e orientações
atuais para a prática da auditoria interna internacional.
A equipe de trabalho concluiu que existia uma defasagem significativa entre
aos padrões disponíveis e as práticas correntes e que uma nova estrutura seria
105
necessária para levar a profissão de auditor interno ao Século XXI. Para atingir este
objetivo, o Instituto elaborou as PPF.
O conjunto dos padrões foi traduzido pelo AUDIBRA em 2006. Estes padrões
tornaram-se obrigatórios a partir de 01 de janeiro de 2004. Entretanto, estes padrões
receberam atualizações em 2008, que passaram a ser válidas a partir de 01 de
janeiro de 2009.
Antigamente, os padrões internacionais para o exercício profissional da
auditoria interna, eram divididos em três categorias de orientação: “Normas para o
Exercício Profissional da Auditoria Interna; Código de Ética e Orientações para as
Práticas da Auditoria Interna”, que inclui a Natureza da Orientação e Comentários
Gerais. Estas orientações foram estabelecidas para as atividades de: Avaliação e de
Consultoria. (AUDIBRA, 2006, p.1)
O propósito das IPPF é:
a) Estabelecer princípios básicos que representam a prática da auditoria
interna na forma em que esta deveria ser;
b) Fornecer um modelo para a execução e promoção de um amplo leque
de atividades de auditoria interna que representem valor agregado;
c) Servir de base para a avaliação da auditoria interna;
d) Incentivar a melhoria dos processos e operações da organização.
As alterações nos elementos que compõe os padrões internacionais para o
exercício da atividade de auditoria interna, emanadas pelo IIA, podem ser vistas na
figura 6 – De PPF para IPPF, página 106.
Hoje chamada de IPPF, Authoritative Guidance, tem em sua composição seis
categorias, reunidas em dois grupos:
a) Guia Mandatório; e
b) Guia Recomendado.
106
Figura 6 – De PPF para IPPF.
ELEMENTS
Definition
Code of Ethics
International Standards
Practice Advisories
Development and
Practice Aids
Practice Guides
Position Papers
Practice Advisories
International Standards
Code of Ethics
Definition
ELEMENTS
PPF
IPPF
REMOVED
ADDED
No change
No change
Some changes
Some changes
Fonte: VINCENTI, 2008, p.4
O Guia Mandatório contempla a Definição, o Código de Ética e os Padrões
Internacionais. O Guia Recomendado contempla Posicionamento, Guias para a
Prática, Orientações para as Práticas. Como ilustrado na figura 7, página 107.
O processo de melhoria do IPPF é baseado no aumento da transparência e
na definição de ciclos para revisão. A revisão para o IPPF foi determinada a cada
três anos. Embora as orientações enunciadas na IPPF não vão, necessariamente,
alterar a cada três anos. O IIA está empenhado em assegurar que o IPPF seja
completamente revisto, e que as eventuais alterações, se necessário, serão feitas.
(IIA, 2009)
Figura 7 - IPPF – International Professional Practices Framework
Fonte: IPPF – Authoritative Guidance (2009)
107
Para maior entendimento da profissão e suas práticas, iremos explicar mais
detalhadamente abaixo cada uma dos elementos do IPPF.
Entretanto, o IIA ressalta que os auditores públicos devem cumprir com as
normas governamentais específicas de seu país. Por exemplo: nos EUA as
auditorias governamentais devem realizar-se em cumprimento das Normas de
Auditoria do GAO (o Livro Amarelo); os auditores do governo do Reino Unido devem
cumprir as Normas de Auditoria Interna estabelecidas pelo Tesouro do Reino; e no
Canadá, os auditores governamentais devem desempenhar-se seguindo o Manual
de Auditoria Integral que estabelece a Oficina do Auditor General. (IIA, 2009)
Por demais, muitos grupos de auditoria dos setores públicos, principalmente
os oriundos dos Tribunais de Contas, são membros da INTOSAI, pela qual devem
seguir as normas de auditoria promulgadas por essa entidade.
Todavia, observa-se uma convergência dessas normas.
O IIA entende que em todo o mundo, a auditoria interna é desenvolvida em
diversos ambientes organizacionais, os quais variam quanto a objetivos, tamanho e
estrutura. Por outro lado, a legislação e costumes nos diversos países variam e
estas diferenças podem afetar a prática da auditoria interna em cada ambiente.
A implantação do IPPF, entretanto, será dirigida ao ambiente no qual a
atividade da auditoria interna desenvolve as responsabilidades que lhes são
atribuídas. Nenhuma informação contida no IPPF pode ser interpretada de maneira
que venha a causar conflitos com leis e regulamentos. (VINCENTI, 2008)
Não diferente do IIA, várias organizações profissionais oferecem programas
de certificação aos seus associados e representantes. O programa de Auditor
Interno Certificado (Certified Internal Auditor® - CIA) emitido pelo IIA é a única
certificação de aceitação mundial para os auditores internos e foi convertido em uma
forma pelas quais as pessoas demonstram suas competências e profissionalismo no
campo da auditoria interna. (TRISCIUZZI, 2008, p.6)
O Exame CIA teve início em agosto de 1974 e hoje mais de 67 mil auditores
em todo o mundo obtiveram a designação de CIA. Os exames de certificação
estão em português para o CIA desde 2001, e com material de estudos também em
português. (TRISCIUZZI, 2008, p.3 e 11)
O IIA também oferece vários programas de certificação de especializações,
como o Certificado em Auto-Avaliação de Controles (CCSA, em inglês), o Certificado
108
de Profissional de Auditoria Governamental (CGAP), e o Certificado de Auditor de
Serviços Financeiros (CFSA). (TRISCIUZZI, 2008, p.9)
Por outro lado, a Associação de Auditoria e Controle de Sistemas de
Informação (ISACA) oferece o Certificado de Auditor de Sistemas Informáticos
(CISA); a Associação de Examinadores de Fraude Certificados oferece o Certificado
de Examinador de Fraude (CFE), e o Conselho de Certificações de Auditor de Meio
Ambiente, de Saúde e Segurança (BEAC) oferece o Certificado de Auditoria
Ambiental Professional (CPEA).
Todavia, o desenvolvimento e a publicação dos padrões internacionais é um
processo contínuo. O Comitê de Práticas de Auditoria Interna do IIA realiza uma
extensiva consulta e análise antes da publicação dos Padrões. Isto inclui a
solicitação de comentários da parte do público de todas as partes do mundo, através
de um processo de apresentação de versão preliminar [consulta pública]. Todas as
versões preliminares são colocadas no site da Web do IIA e são distribuídas a todas
as unidades afiliadas do IIA. (AUDIBRA, 2006, p.4)
2.2.5.1 Definição
A definição de auditoria interna do IIA citada no início deste capítulo pode
ser também comprovada na figura 8, página 110, onde demonstra a definição
original em inglês de auditoria interna defendida pelo IIA, com sua declaração de
propósito fundamental, a natureza e o alcance da auditoria interna.
A definição traduzida e defendida pelo AUDIBRA de Auditoria Interna é:
“Auditoria interna é uma atividade independente e objetiva que presta serviços de
avaliação (assurance) e de consultoria e tem como objetivo adicionar valor e
melhorar as operações de uma organização. A auditoria auxilia a organização a
alcançar seus objetivos adotando uma abordagem sistemática e disciplinada para a
avaliação e melhoria da eficácia dos processos de gestão de riscos, de controle e de
governança corporativa.” (AUDIBRA, 2006)
109
Figura 8 - Definição do IIA sobre Auditoria Interna.
Fonte: IPPF – Authoritative Guidance (2009)
2.2.5.2 Código de ética
O IIA e o AUDIBRA revelam que o propósito do Código de Ética é promover
uma cultura ética na profissão de Auditoria Interna. Nele encontra-se a declaração
de princípios e expectativas que regem a conduta das pessoas e das organizações
na tarefa de levar a cabo a auditoria interna, bem como a descrição de
requerimentos mínimos a respeito da conduta e ainda as expectativas de conduta
mais do que atividades específicas. (AUDIBRA, 2006, p.27) [grifo do autor]
Figura 9 - Código de Ética do IIA
Fonte: IPPF – Authoritative Guidance (2009)
110
Um digo de ética é necessário e apropriado para a profissão de auditoria
interna, alicerçada como está na confiança depositada em sua avaliação objetiva,
relacionada a gestão de riscos, controle e governança corporativa. O Código de
Ética do IIA vai além da definição de auditoria interna ao adicionar dois componentes
essenciais:
1. Princípios relevantes para a profissão e a prática da auditoria interna;
2. Regras de Conduta que descrevem padrões de comportamento
esperado dos auditores internos. Estas regras representam uma ajuda
na interpretação dos princípios em aplicações práticas e têm o objetivo
de orientar a conduta ética dos auditores internos. (AUDIBRA, 2006,
p.27) [grifo do autor]
O Código de Ética juntamente com a Estrutura de Práticas Profissionais e
outros relevantes pronunciamentos do IIA proporcionam orientação aos auditores
internos sobre como “servir aos outros”. “Auditores Internos” refere-se aos membros
do IIA/AUDIBRA, profissionais certificados ou candidatos à Certificação profissional
e aqueles que prestam serviços de auditoria interna conforme a definição de
auditoria interna. (AUDIBRA, 2006, p.27)
O IIA e o AUDIBRA (2002; 2006) define, também, a aplicabilidade e as
exigências de conformidade ao seu código de ética, quando define que “este Código
de Ética se aplica tanto a entidades como a indivíduos que prestam serviços de
auditoria interna.”
E, ressalta, que para os membros do IIA/AUDIBRA e candidatos à
Certificação ou profissionais certificados, as violações do Código de Ética serão
avaliadas e gerenciadas de acordo com os estatutos e as Políticas Administrativas
do IIA/AUDIBRA. O fato de que uma conduta em particular não seja mencionada nas
Regras de Conduta não evita que esta seja considerada como inaceitável ou fora
dos padrões de credibilidade e, portanto, o membro, auditor certificado ou candidato
à Certificação pode estar sujeito a uma ação disciplinar. (AUDIBRA, 2006, p.28)
Os auditores Internos devem aplicar e defender os seguintes princípios:
111
a) Integridade - A integridade dos auditores internos estabelece
confiança e assim, fornece a base para a confiabilidade atribuída a
seus julgamentos.
b) Objetividade - Auditores internos demonstram o mais alto grau de
objetividade profissional na coleta, avaliação, comunicação de
informações sobre a atividade ou processo objeto de exame. Auditores
internos, na formulação de julgamentos, fornecem uma avaliação
equilibrada de todas as circunstâncias relevantes e o são
influenciados de forma indevida pelos seus próprios interesses ou de
outros.
c) Confidencialidade - Os auditores internos respeitam o valor e a
propriedade das informações a que têm acesso e não as divulgam sem
a autorização apropriada a não ser em caso de obrigação legal ou
profissional de assim procederem.
d) Competência - Auditores internos aplicam o conhecimento,
habilidades e experiência necessárias na execução de serviços de
auditoria interna. (AUDIBRA, 2006, p.28-29) [grifo nosso]
Estes quatros princípios o balizadores para as regras de condutas que os
auditores internos afiliados ao IIA e ao AUDIBRA devem seguir no exercício e na
consecução de sua profissão. São elas:
1. Integridade. Auditores Internos:
1.1. Devem executar seus trabalhos com honestidade, diligência e
responsabilidade.
1.2. Devem observar a lei e divulgar informações exigidas pela lei e a
profissão.
1.3. Não devem, de forma consciente, fazer parte de qualquer atividade ilegal
ou se envolver em atos que resultem em descrédito para a profissão de
auditor interno ou para a organização.
1.4. Devem respeitar e contribuir para os legítimos e éticos objetivos da
organização.
2. Objetividade. Auditores internos:
112
2.1. Não devem participar de qualquer atividade ou relacionamento que possa
prejudicar ou que, presumivelmente, prejudicaria sua avaliação
imparcial. Esta participação inclui aquelas atividades ou relacionamentos
que podem configurar conflitos com os interesses da organização.
2.2. Não devem aceitar qualquer coisa que possa prejudicar ou que,
presumivelmente, prejudicaria seu julgamento profissional.
2.3. Devem divulgar todos os fatos materiais de seu conhecimento que, caso
não sejam divulgados, podem distorcer o relatório apresentado sobre as
atividades objeto da revisão.
3. Confidencialidade. Auditores internos:
3.1. Devem ser prudentes no uso e proteção das informações obtidas no
desempenho de suas funções.
3.2. Não devem utilizar informações para qualquer vantagem pessoal ou de
qualquer outra maneira contrária à lei ou que resulte em detrimento dos
legítimos e éticos objetivos da organização.
4. Competência. Auditores internos:
4.1. Devem executar somente aqueles serviços para os quais possuam o
conhecimento, habilidades e experiência necessárias.
4.2. Devem executar os serviços de auditoria interna em conformidade com
as Normas Internacionais para a Prática Profissional da Auditoria
Interna.
4.3. Devem melhorar de forma contínua o seu conhecimento técnico e a
eficácia e qualidade de seus serviços. (AUDIBRA, 2006, p.29-30)
2.2.5.3 Padrões internacionais
Os Padrões [Standards] são orientados com o princípio de proporcionar uma
estrutura geral para a realização e promoção da auditoria interna.
113
Os Padrões internacionais de auditoria interna emanadas pelo IIA se dividem
em: Normas de Atributos e Normas de Desempenho. Todavia, fazem parte de suas
composições as interpretações e o glossário.
São requerimentos de cumprimento obrigatório que consistem em:
Declarações dos requerimentos básicos para a prática profissional de auditoria
interna e para a avaliação da eficácia de seu desempenho; De aplicação
internacional a nível individual e organizacional; e Estão focados em princípios que
proporcionam uma abordagem para levar a cabo e promover a auditoria interna.
Inclui Normas sobre atributo, desempenho e implementação; e Interpretações que
esclarecem termos dos conceitos incluídos nas declarações. (VINCENTI, 2008, p.6)
As Normas de Atributos tratam das características de organizações e
indivíduos que realizam atividades de auditoria interna e estão subdivididas em:
1000 – Propósito, Autoridade e Responsabilidade: O propósito, a autoridade e
a responsabilidade da atividade de auditoria interna devem ser
formalmente definidos em um regulamento ou estatuto (charter),
consistente com as Normas e aprovado pelo Conselho de
Administração.
1100 Independência e Objetividade: A atividade de auditoria interna deve
ser independente e os auditores internos devem ser objetivos na
execução de seu trabalho.
1110 Independência Organizacional: O diretor executivo de auditoria deve
estar subordinado a um nível dentro da organização, que permita à
atividade de auditoria interna cumprir suas responsabilidades.
1120 Objetividade individual: Os auditores internos devem adotar uma
atitude imparcial e isenta e evitar conflitos de interesses
1130 Prejuízos à Independência ou Objetividade: Caso a independência ou
a objetividade sejam prejudicadas de fato ou na aparência, os detalhes
de tal prejuízo devem ser informados às partes apropriadas. A natureza
da comunicação dependerá do prejuízo.
1200 – Proficiência e Zelo Profissional Devido: Os trabalhos de auditoria
devem ser realizados com a proficiência e o zelo profissional devidos.
114
1210 – Proficiência: Os auditores internos devem possuir conhecimentos,
habilidades e outras competências necessárias ao desempenho de
suas responsabilidades individuais. A atividade de auditoria interna, de
forma coletiva, deve possuir ou obter o conhecimento, habilidades e
outras competências necessárias desempenhar suas
responsabilidades.
1220 Zelo Profissional Devido: Os auditores internos devem aplicar o zelo e
a habilidade esperados de um profissional razoavelmente prudente e
competente. Zelo profissional devido não implica infalibilidade.
1230 Desenvolvimento Profissional Contínuo: Os auditores internos devem
aprimorar seus conhecimentos, habilidades e outras competências
através do desenvolvimento profissional contínuo.
1300 – Programa de Garantia da Qualidade e Melhoria: O diretor executivo de
auditoria deve desenvolver e manter um programa de garantia da
qualidade e de melhoria que inclua todos os aspectos da atividade de
auditoria interna e monitore de forma contínua sua eficácia. Este
programa inclui avaliações periódicas, internas e externas da qualidade
e a monitoração interna contínua. Cada parte do programa deve ser
planejada para auxiliar a atividade de auditoria interna a adicionar valor
e melhorar as operações da organização, bem como proporcionar
razoável certeza de que a atividade de auditoria interna está em
conformidade com as Normas e o Código de Ética.
1310 – Avaliações do Programa de Qualidade: A atividade da auditoria interna
deve adotar um processo para monitorar e avaliar a eficácia geral do
programa de qualidade. O processo deve incluir tanto avaliações
internas como externas.
1311 Avaliações Internas; As avaliações internas devem incluir: Revisões
contínuas do desempenho da atividade de auditoria interna; e Revisões
periódicas realizadas através de auto–avaliação ou por outras pessoas
da organização, com conhecimento das práticas e Normas de auditoria
interna.
1312 Avaliações Externas: Avaliações externas devem ser conduzidas pelo
menos uma vez a cada cinco anos por um revisor ou equipe de revisão
qualificada e independente, e externa à organização. A potencial
115
necessidade de avaliações mais freqüentes, bem como as
qualificações e a independência do revisor ou da equipe de revisão,
incluindo potenciais conflitos de interesse, devem ser revisados pelo
DEA com o Conselho de Administração. Tais revisões devem também
levar em conta o tamanho, complexidade e o setor de negócio da
organização em relação à experiência do revisor e da equipe de
revisão.
1320 Comunicação sobre o Programa de Qualidade: O diretor executivo de
auditoria deve informar ao Conselho os resultados de avaliações
externas.
1330 Uso da expressão “Realizado em Conformidade com as Normas”:
Recomenda-se que os auditores internos divulguem que suas
atividades são “conduzidas em conformidade com as Normas
Internacionais para o Exercício Profissional da Auditoria Interna”.
Entretanto, estes somente podem utilizar essa declaração apenas
quando avaliações do programa de melhoria da qualidade demonstrem
que a atividade de auditoria interna está em conformidade com as
Normas.
1340 Comunicação de Não Conformidade: Embora a atividade de auditoria
interna deva manter total conformidade com as Normas e, os auditores
internos, com o Código de Ética, pode haver situações em que a total
conformidade não seja adotada. Quando a falta de conformidade afetar
o escopo geral ou a operação da atividade de auditoria interna, o fato
deve comunicado à alta administração e ao Conselho.
As Normas de Desempenho descrevem a natureza das atividades da
auditoria interna e apresentam critérios de qualidade contra os quais o desempenho
desses serviços é avaliado, e estão subdivididas em:
2000 – Gestão da Atividade de Auditoria Interna: O diretor executivo de
auditoria deve gerenciar de forma eficaz, a atividade de auditoria
interna para assegurar que esta adicione valor à organização.
2010 Planejamento O diretor executivo de auditoria deve desenvolver
planos de auditoria com base em análise de riscos para definir as
116
prioridades da atividade de auditoria interna, de forma consistente com
as metas da organização.
2020 – Comunicação e Aprovação: O diretor executivo de auditoria deve
comunicar à alta administração e ao Conselho para revisão e
aprovação, os planos de atividades da auditoria e necessidades de
recursos, incluindo mudanças temporárias significativas. Deve também
comunicar o impacto de limitações de recursos.
2030 Gestão de Recursos: O diretor executivo de auditoria deve assegurar
que os recursos de auditoria interna sejam apropriados, suficientes e
efetivamente utilizados para cumprimento do plano aprovado.
2040 Políticas e Procedimentos: O diretor executivo de auditoria deve
estabelecer políticas e procedimentos para orientar a atividade de
auditoria interna.
2050 Coordenação: O diretor executivo de auditoria deve compartilhar
informações e coordenar atividades com outros prestadores internos e
externos de serviços relevantes de auditoria e de serviços de
consultoria para assegurar apropriada cobertura e minimizar a
duplicação de esforços.
2060 – Comunicação com o Conselho e a Alta Administração: O diretor
executivo de auditoria deve apresentar relatórios periódicos ao
Conselho e à alta administração sobre o propósito, autoridade,
responsabilidade e desempenho em relação a seus planos. Tais
relatórios devem também incluir a exposição a riscos significativos e
matérias sobre controle, governança corporativa e outras matérias
necessárias ou solicitadas pelo Conselho ou pela alta administração.
2100 Natureza do trabalho: A atividade de auditoria interna deve avaliar e
contribuir para a melhoria dos processos de gestão de riscos, de
controle e de governança corporativa aplicando uma abordagem
sistemática de disciplinada.
2110 – Gestão de riscos: A atividade de auditoria interna deve assistir à
organização através da identificação e avaliação de exposições
significativas a riscos e da contribuição para a melhoria dos sistemas
de gestão de riscos e de controle.
117
2120 Controle: A atividade de auditoria interna deve auxiliar a organização
na manutenção de controles eficazes, avaliando sua eficácia e
eficiência e promovendo contínuas melhorias.
2130 Governança Corporativa: A atividade de auditoria interna deve avaliar
e fazer recomendações apropriadas para a melhoria do processo de
governança corporativa no cumprimento dos seguintes objetivos:
Promoção da ética e valores apropriados dentro da organização.
Assegurar a gestão do desempenho eficaz da organização e a
responsabilidade pela prestação de contas. Comunicar, de forma
eficaz, às área apropriadas da organização, as informações
relacionadas a risco e controle. Coordenar de forma eficaz as
atividades e comunicar a informação entre o conselho, os auditores
externos e internos e administração.
2200 Planejamento dos Trabalhos de Auditoria: Os auditores internos
devem desenvolver e registrar um plano para cada trabalho de
auditoria, incluindo o escopo, objetivos, prazo e alocação de recursos.
2201 Considerações de Planejamento: Ao planejar o trabalho de auditoria,
os auditores internos devem considerar: Os objetivos da atividade
objeto da revisão e os meios pelos quais controla seu desempenho. Os
riscos significativos para a atividade, seus objetivos, recursos e
operações e os meios pelo qual o impacto potencial de risco é mantido
a um nível aceitável. A adequação e eficácia dos sistemas da gestão
de risco e de controle da atividade comparados a uma estruturação de
controle pertinente ou modelo. As oportunidades para fazer melhorias
significativas na gestão de risco e nos sistemas de controle da
atividade.
2210 – Objetivos do Trabalho de Auditoria: Devem ser estabelecidos objetivos
para cada trabalho de auditoria
2220 Escopo do Trabalho de auditoria: O escopo estabelecido deve ser
suficiente para cumprir os objetivos do trabalho de auditoria.
2230 – Alocação de Recursos ao Trabalho de Auditoria: Os auditores internos
devem determinar os recursos apropriados para alcançar os objetivos
do trabalho de auditoria. A formação da equipe deve ser baseada na
118
avaliação da natureza e da complexidade de cada trabalho de
auditoria, das limitações de tempo e de recursos disponíveis.
2240 – Programa de Trabalho de Auditoria: Os auditores internos devem
desenvolver programas de trabalho que alcancem os objetivos do
trabalho. Estes programas de trabalho devem ser registrados.
2300 – Execução do Trabalho de Auditoria: Os auditores internos devem
identificar, analisar, avaliar e registrar informações suficientes para
alcançar os objetivos do trabalho de auditoria.
2310 Coleta de informações: Os auditores internos devem coletar
informações suficientes, confiáveis, relevantes e úteis para o alcance
dos objetivos do trabalho de auditoria.
2320 Análise e Avaliação: Os auditores internos devem fundamentar as
conclusões e resultados dos trabalhos de auditoria em análises e
avaliações apropriadas.
2330 Registro das Informações: Os auditores internos devem registrar
informações relevantes que dêem suporte às conclusões e resultados
do trabalho de auditoria.
2340 Supervisão do Trabalho de Auditoria: Os trabalhos de auditorias
devem ser supervisionados de forma apropriada para assegurar que os
objetivos sejam atingidos, a qualidade assegurada, e que o pessoal de
auditoria se desenvolva.
2400 Comunicação de Resultados: Os auditores internos devem comunicar
os resultados dos trabalhos de auditorias.
2410 Critérios para a Comunicação: As comunicações devem incluir os
objetivos e o escopo do trabalho de auditoria bem como as conclusões
e recomendações aplicáveis e os planos de ação.
2420 Qualidade das Comunicações: As comunicações devem ser precisas,
objetivas, claras, concisas, construtivas, completas e oportunas.
2421 Erros e Omissões: Caso uma comunicação final contenha um erro ou
omissão significativa, o diretor executivo de auditoria deve comunicar a
informação corrigida a todas as partes interessadas que receberam a
comunicação original.
2430 Divulgação de Não Conformidade com as Normas: Quando a não-
conformidade com as Normas tiver impacto em um trabalho de
119
auditoria específico, a comunicação dos resultados deve informar: A(s)
Norma(s) cuja conformidade total não foi cumprida, A(s) razão(ões)
para a não-conformidade, e Impacto da não-conformidade sobre o
trabalho de auditoria.
2440 Divulgação de Resultados: O diretor executivo de auditoria deve
comunicar os resultados às pessoas apropriadas.
2500 Monitoração dos Resultados do Trabalho de Auditoria: O diretor
executivo de auditoria deve estabelecer e manter um sistema para
monitorar a disposição dos resultados de auditoria comunicados à
administração.
2600 Resolução da Aceitação de Riscos pela Administração: Quando o
diretor executivo de auditoria acreditar que a alta administração
assumiu um nível de risco residual considerado inaceitável para a
organização, este deve revisar o assunto com a alta administração.
Caso a decisão relativa ao risco residual não seja resolvida, o diretor
executivo de auditoria e a alta administração devem apresentar a
matéria ao Conselho para resolução.
As Interpretações dos Padrões internacionais e das normas de atributo e
desempenho esclarecem os termos, conceitos ou diretrizes. É necessário considerar
tanto as declarações e as suas interpretações para compreender e aplicar os
padrões corretamente. Os Padrões utilizam termos que têm significados específicos,
e por isso são incluídos no Glossário. (IIA, 2009)
as Normas de Implementação explicam em “como fazer” ou “agir” para
implementar as determinações das Normas de Atributos e Normas de Desempenho.
E está subdividido de acordo com os tipos de atividade de execução: Avaliação (A) e
de Consultoria (C). Enquanto as Normas de Atributos e de Desempenho aplicam-se
a todos os serviços de auditoria interna, as Normas de Implantação aplicam-se a
tipos específicos de trabalhos de auditoria.
Os serviços de avaliação (assurance) compreendem uma avaliação
objetiva da evidência por parte do auditor interno com o objetivo de apresentar uma
opinião ou conclusões independentes sobre um processo ou outra matéria correlata.
A natureza e o escopo do trabalho de avaliação são determinados pelo auditor
interno. Normalmente, três partes participam dos serviços de avaliação: (1) a pessoa
120
ou grupo diretamente responsável pelo processo, sistema ou outro assunto correlato
o proprietário do processo, (2) a pessoa ou grupo que faz a avaliação o auditor
interno, e (3) a pessoa ou grupo que faz uso da avaliação o usuário. (AUDIBRA,
2006, p.3) [grifo nosso]
Os serviços de consultoria são aqueles relacionados a assessoria e,
normalmente, o prestados por solicitação específica de um cliente de auditoria. A
natureza e o escopo dos trabalhos de consultoria estão sujeitos a um acordo mútuo
com o cliente do trabalho. Os serviços de consultoria, normalmente, compreendem
dois participantes: (1) a pessoa ou grupo que oferece a consultoria –o auditor
interno, e (2) a pessoa ou grupo que necessita e recebe a consultoria –o cliente do
trabalho. Ao realizar serviços de consultoria o auditor interno deve manter a
objetividade e não assumir responsabilidades gerenciais. (AUDIBRA, 2006, p.3)
[grifo nosso]
Os Padrões internacionais [Standards] de auditoria interna emanadas pelo
IIA, completas e em seu idioma original (inglês), estão disponíveis no ANEXO D
deste estudo, inclusive com as interpretações das normas e as normas de
implantação e um glossário de termos.
2.2.5.4 Posicionamento
O Posicionamento representa a declaração da opinião do IIA para auxiliar
uma ampla gama de partes interessadas, inclusive aqueles que o pertencem à
profissão de auditoria interna, a compreender os problemas significativos
relacionados com governança, riscos e controles, estabelecendo papéis, limites e
responsabilidades da auditoria interna no que dizem respeito a uma questão
específica.
Foram adicionados dois posicionamentos no IPPF:
a) O papel da auditoria interna com relação à gestão de riscos para toda a
empresa;
b) O papel da auditoria interna na obtenção de recursos para a função de
auditoria interna.
121
2.2.5.5 Orientações para as práticas
Tratam de temas de enfoque, metodologia e considerações, mas não trata
dos processos e dos procedimentos de maneira minuciosa. É um guia conciso e
pontual para auxiliar aos auditores internos na aplicação do Código de Ética e dos
Padrões, além de promover as boas práticas. Inclui práticas relacionadas com
problemas de âmbito internacional, do país ou específicos por setor, e ainda de tipos
específicos de trabalhos, problemas legais e regulamentares.
No processo de revisão e atualização, válidos a partir de janeiro de 2009, as
Orientações para as práticas foram reduzidas em escopo para incluir apenas a
metodologia e a abordagem para a execução da Definição de auditoria interna, o
Código de Ética e os Padrões Internacionais.
Houve uma limpeza significativa para reduzir a quantidade de Orientações
para a prática, de 83 para 42. Estas estão relacionadas no Anexo E desta pesquisa.
As demais orientações contidas nas antigas normas, com conteúdo que aborda
técnicas ou instrumentos foi deslocado para o componente: Guias para as práticas.
2.2.5.6 Guias para as práticas
São guias práticos e detalhados que fornecem orientações para realizar as
atividades de auditoria interna. Inclui procedimentos e processos detalhados, como
por exemplo: ferramentas e técnicas, programas e enfoques passo a passo,
inclusive com exemplos de trabalhos realizados e relatórios. Como exemplos podem
relacionar os 11 GTAG´s (Guias de Auditoria de Tecnologia) do IIA abaixo:
1. Controles de tecnologia da informação.
2. Controles de gestão de parches e mudanças críticas para o êxito da
organização.
3. Auditoria contínua: Consequências para a segurança, a supervisão e a
avaliação de riscos.
122
4. Gestão da auditoria de TI.
5. Gestão e auditoria de riscos de privacidade.
6. Gestão e auditoria de pontos vulneráveis de tecnologia da informação.
7. Terceirização da tecnologia da informação.
8. Auditoria de controles de aplicação.
9. Gestão de senhas e acessos.
10. Gestão da continuidade do negócio.
11. Desenvolver um plano de auditoria de TI.
Outro exemplo é a Guia para a avaliação de riscos de TI (GAIT, em inglês)
que contempla uma metodologia de determinação do alcance baseado em um
enfoque de riscos de cima para baixo, além da avaliação de deficiências de
controles gerais de TI, onde ajuda a avaliar as deficiências dos controles gerais de
TI identificadas e ajuda a identificar os aspectos críticos dos processos de TI
Além de diversos outros materiais disponíveis em seu site para ajudar os
auditores internos a desenvolverem suas atividades e competências.
123
3. METODOLOGIA
Controlar, além de ser responsabilidade do administrador, é a base
da Sociedade do Conhecimento. (2007)
Marcos Peters
3.1 Método de pesquisa
Hegenberg (1976, p. 116) conceitua método como uma forma de selecionar
técnicas e de avaliar alternativas para a ação científica. Enquanto as técnicas
utilizadas por um cientista são decorrentes de suas decisões, o modo pelo qual tais
decisões são tomadas depende de suas regras de decisão. Métodos são regras de
escolha; técnicas são as próprias escolhas.
Método é um caminho, uma forma, uma lógica de pensamento. Basicamente,
três grandes métodos: (a) hipotético-dedutivo; (b) fenomenológico; (c) dialético.
[...] Outros, como a grounded-theory, a etnografia, a análise de conteúdo, a técnica
Delphi, o método comparativo, o sistêmico, aqueles que se utilizam de técnicas
estatísticas descritivas ou inferenciais e tantos outros. (VERGARA, 2004, p.12)
Segundo Collis e Hussey (2005, p.61) metodologia “refere-se á maneira
global de tratar o processo de pesquisa, da base teórica aa coleta e análise de
dados”.
De acordo com Bastos et al. (1995, p. 4), o elemento sico de uma boa
metodologia consiste em um plano detalhado de como alcançar os objetivos,
respondendo à questão proposta. A boa metodologia é a apropriada à solução do
problema e aos objetivos do estudo.
Entretanto Collis e Hussey (2005, p.23) definem que as pesquisas podem ser
classificadas de acordo com:
Objetivo da pesquisa – os motivos para realizar a pesquisa;
O processo da pesquisas a forma como o pesquisador coletará e
analisará os dados obtidos;
A lógica da pesquisa – se a pesquisa será desenvolvida do geral para o
específico ou vice-versa;
124
O resultado da pesquisa se a pesquisa tenta resolver um
determinado problema ou fazer uma contribuição geral para o
conhecimento.
A abordagem geral desta pesquisa é caracterizada como um paradigma
fenomenológico, pois dados qualitativos o produzidos, sendo utilizadas pequenas
amostras e que pode ser generalizada de um cenário para outro. Sendo sua
localização natural e interessada pela geração de teorias. (COLLIS e HUSSEY,
2007, p.61).
O paradigma, segundo Thomas Kuhn apud Ferreira (1999), são as
“designações referentes às realizações científicas que geram modelos que, por
período mais ou menos longo e de modo mais ou menos explícito, orientam o
desenvolvimento posterior das pesquisas exclusivamente na busca da solução para
os problemas por elas suscitados”.
É sabido que toda e qualquer classificação se faz mediante algum critério.
Com relação às pesquisas, é usual a classificação com base em seus objetivos
gerais. Assim, é possível classificar as pesquisas em três grandes grupos:
exploratórias, descritivas e explicativas. (GIL, 1991, p.45)
A metodologia utilizada nesta pesquisa, segundo Gil (1991, p.45) e COSTA
(1993, p.146), pode ser classificada como “exploratória, porque têm como objetivo
proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais
explícito ou a constituir hipóteses. Pode-se dizer que estas pesquisas têm como
objetivo o aprimoramento de idéias ou a descoberta de intuições”.
Esse tipo de pesquisa, se distingue por sua flexibilidade e versatilidade com
respeito aos todos, [...] quase nunca envolvem questionários estruturados,
grandes amostras e planos de amostragem por probabilidade. (MALHOTRA, 2006,
p. 100)
Segundo Gil (1991, p. 45) “embora o planejamento da pesquisa exploratória
seja bastante flexível, na maioria dos casos assume a forma de pesquisa
bibliográfica ou de estudo de caso”. Assim foi caracterizada como bibliográfica
porque a fundamentação teórica será a base para apresentar os conceitos contidos
na pesquisa sobre dados bibliográficos publicados no Brasil e no exterior.
Na mesma linha, Silva (2003, p.60) ressalta que “a pesquisa bibliográfica é
um excelente meio de formação científica quando realizada independentemente ou
125
como parte da pesquisa empírica” e que segundo Vergara (2004, p.48) “fornece
instrumental analítico para qualquer outro tipo de pesquisa, mas pode esgotar-se em
si mesma”.
Segundo Marconi e Lakatos (1996, p. 66), a pesquisa bibliográfica abrange a
bibliografia tornada pública em relação ao tema de estudo, desde publicações
avulsas, boletins, jornais, revistas, livros, pesquisas, monografias, teses, material
cartográfico, etc., até meios de comunicação orais, com a finalidade de colocar o
pesquisador em contato direto com o assunto.
Entretanto pode ser classificada também como uma pesquisa descritiva,
Collis e Hussey (2005, p. 24) ratificam dizendo que “é a pesquisa que descreve o
comportamento dos fenômenos. É usada para identificar e obter informações sobre
as características de um determinado problema ou questão”.
Para Marconi e Lakatos (2006, p.20), “A pesquisa descritiva ‘delineia o que é’
e aborda também quatro aspectos: descrição, registro, análise e interpretação de
fenômenos atuais, objetivando o seu funcionamento presente”.
Em uma pesquisa descritiva, o paradigma fenomenológico (Colli e Hussey,
2005, p.63) sugere que é possível descrever fenômenos ocorridos em uma
população (por exemplo, uma organização) a partir de dados qualitativos empíricos
levantados junto a uma entidade concreta.
Nesta pesquisa trabalhou-se com a coleta de dados obtidos em fontes
primárias e secundárias (COOPER e SCHINDLER, 2003, p. 223). Assim, as fontes
compreenderam: Relatórios Anuais da Administração, Informes financeiros [20-F]
arquivados na SEC e outros documentos internos e externos da organização, leis,
regulamentações e dados governamentais; bem como, livros, manuais, artigos de
revistas, periódicos de pesquisa científica, dissertações, jornais, sites e outros
materiais acessíveis ao público com a finalidade de estruturá-los, analisá-los e
interpretá-los.
Sendo essa pesquisa classificada também como documental, pois foram
analisados documentos internos e externos da organização, entretanto os objetivos
da pesquisa documental geralmente são mais específicos que as bibliográficas,
porque quase sempre visam à obtenção de dados em resposta a determinado
problema. (GIL, 1991, p.83) [grifo nosso]
Quanto à lógica e o desenvolvimento da pesquisa foi utilizado nesta pesquisa
o método dedutivo, que segundo Silva (2003, p.40) “transforma enunciados
126
universais em particulares. O ponto de partida é a premissa antecedente, que tem
valor universal e o ponto de chegada é o conseqüente (premissa particular)”. Esta
pesquisa assemelha-se a essa concepção, porque analisou a amplitude das
fundamentações teóricas, considerando as particularidades inerentes ao estudo do
caso em questão. (SILVA, 2003, p.153)
Fundamentando-se no objetivo geral do estudo, decidiu-se pelo método do
estudo de caso, o qual a metodologia permite a aplicação de diferentes técnicas de
coleta e análise de dados, nos quais se inclui a análise documentária, entrevistas e
observação (COLLIS e HUSSEY, 2005, p. 73). [grifo nosso]
O método do caso, de acordo com Maximiano (1987, p. 20), pode registrar a
história de uma empresa ao longo de certo período, restringindo-se a descrever uma
trajetória ou segmento histórico, para que o leitor faça a análise a seu critério.
para Triviños (1987, p.133) o estudo de caso é considerado um dos tipos
de pesquisa qualitativa mais relevante.
Yin (1990, p. 23) conceitua estudo de caso como uma pesquisa empírica de
um fenômeno contemporâneo no seu contexto real e acrescenta que o estudo de
caso permite captar as mais gerais e significativas características dos eventos da
vida real, tais como seus processos organizacionais e de gestão, as mudanças em
seu meio ambiente e o grau de maturidade do setor em que operam. Os estudos de
caso o destinados principalmente a responder a questões do tipo Como e Por
que, lidando tanto com documentos como com entrevistas e observações.
Cooper e Schindler (2003, p.130) definem os estudos de caso, onde colocam
mais ênfase em uma análise contextual completa de poucos fatos ou condições e
suas inter-relações. Embora as hipóteses sejam freqüentemente usadas, basear-se
apenas em dados qualitativos torna o suporte ou a rejeição mais difícil. Uma ênfase
em detalhes fornece informações valiosas para a solução de problemas, avaliação e
estratégia. Esse detalhe é obtido de fontes múltiplas de informação.
E segundo Collis e Hussey (2005, p. 73), os estudos de caso descritivos
procuram descrever exatamente situações e práticas correntes, e destacam que é
um exame extensivo de único exemplo de um fenômeno de interesse e é também
um exemplo de uma metodologia fenomenológica.
Levando-se em consideração a heterogeneidade dos tipos de auditoria
interna existentes nas organizações nacionais, a complexidade dos sistemas de
controles internos nas organizações e o alcance pretendido, consequentemente a
127
pesquisa foi desenvolvida no estudo de uma única organização, atuante no
segmento industrial, situada na região metropolitana do Rio de Janeiro.
A caracterização desta pesquisa também pode ser realizada pelo resultado da
pesquisa, uma vez que pode ser classificado como uma pesquisa básica, que
segundo Collis e Hussey (2007, p.27) “ocorre quando uma pesquisa está sendo
conduzida basicamente para aumentar nosso entendimento de questões gerais”.
Complementam ainda, que a “pesquisa básica é considerada a forma mais
acadêmica de pesquisa, visto que o principal objetivo é fazer uma contribuição para
o conhecimento, em geral para o bem comum, em vez de resolver um problema
específico para uma organização”.
Assim, de forma explícita em relação ao assunto, e tendo em vista o objetivo,
o processo, a lógica e o resultado da pesquisa, foi realizada uma revisão da
literatura pertinente ao tema. Na escolha do tema, considerou-se importante levantar
uma discussão sobre o controle de gestão das organizações, para analisar a
possibilidade de utilização de uma ferramenta de gestão, a auditoria interna, como
premissa para impulsionar e realizar a melhoria dos controles internos em uma
organização específica. Sendo que o marco normativo aplicável a essa ferramenta
de gestão não preconiza sua relação, única, exclusiva e direta com o fenômeno
estudado.
Diante das questões de melhoria dos controles internos em uma organização
específica, foram levantados dados junto às bibliografias sobre o processo e o
sistema de controle interno em organizações, publicados no Brasil e no exterior, e
sobre a ferramenta de gestão em questão. Sendo a opção de estudo um caso
específico, foi selecionada para estudo a documentação pública disponível para
análise e também dados internos da organização, de caráter aberto e confidenciais.
Entretanto, para uma maior garantia (confiabilidade e validade) comprobatória
dos resultados desta pesquisa, realizou-se uma avaliação do controle interno da
organização estudada por meio da vinculação da realidade encontrada em seus
sistemas de controles internos, a estrutura, objetivo e finalidades da auditoria interna
e o referencial teórico levantado, utilizando o modelo do COSO, recomendado pela
SOX e o modelo de Imoniana e Nohara (2004).
A pesquisa foi realizada ao final do segundo semestre de 2008 e início de
2009, posteriormente ao fenômeno analisado, sendo esta investigação ex post facto,
128
que segundo Vergara (2004, p.48) refere-se a um fato ocorrido, onde o
pesquisador não pode controlar ou manipular as variáveis.
Desta forma, considerando o objetivo estabelecido no estudo, esta pesquisa
apresentou documentos que corroboraram a suposição inicial e as análises dos
dados permitiu as inferências sobre os benefícios da constituição de uma área de
auditoria interna em uma organização para melhoria de seu sistema de controles
internos do caso estudado.
3.2 Seleção da amostra
A pesquisa qualitativa caracteriza-se por ser não-estruturada, de natureza
exploratória e baseada em pequenas amostras com o objetivo de prover percepções
e compreensão do problema. (MALHOTRA, 2006, p. 66).
Esta pesquisa contempla um estudo de caso único com a finalidade de
conhecer com profundidade o processo de melhoria dos controles internos da
organização, e como a auditoria interna da organização estudada está envolvida
neste processo.
Segundo Gil (1999, p.73), o estudo de caso permite o exame profundo de um
ou de poucos objetos, fornecendo então conhecimentos amplos e detalhados sobre
ele.
Por motivos de conveniência, para desenvolver o estudo de caso único foi
escolhida uma empresa do segmento industrial da cidade do Rio de Janeiro onde o
pesquisador obtivesse fácil e rápido acesso aos dados, porque dessa forma pode-se
chegar a uma maior profundidade nos temas. Esta é precisamente a idéia que
sustenta as amostras por conveniência. Em geral, este é o tipo de amostra utilizado
em estudos de casos. (SUDMAN, 1998, p. 348; CORRAR e THEÓPHILO et al, 2004,
p.44).
Corrobora Vergara (2004, p.50-51), quando afirma a possibilidade de
utilização de amostra o probabilística destacando aquelas selecionadas por
acessibilidade e por tipicidade. E, define a amostra por acessibilidade como “longe
de qualquer procedimento estatístico, seleciona elementos pela facilidade de acesso
a eles”.
129
No entanto, por se tratar de um estudo de caso, alguns cuidados adicionais
tiveram que ser adotados nesse processo, a fim de ratificar a escolha feita, sem
comprometer a validade da pesquisa.
O caso estudado se encaixa perfeitamente no cenário a ser analisado, uma
vez que possuía em 2005 mais de 300 debilidades de controles internos. em
2006, sob avaliação da SOX, esse número declinou para 86 debilidades de
controles, sendo 3 deficiências relevantes em seu sistema de controles internos,
inclusive publicadas no formulário 20-F de sua controladora (Informe financeiro e
operacional anual arquivado na SEC).
Em seu encerramento contábil de 2007, após as mudanças efetuadas, seu
sistema de controles internos passou a estar em compliance com a seção 404 da
SOX e emitiu a certificação “limpa” (sem ressalvas ou deficiências de controles)
sobre o sistema de controles internos sobre o reporte financeiro requerido pela
seção 404 da SOX.
3.3 Coleta dos dados
Os dados necessários para o desenvolvimento dessa pesquisa foram obtidos
a partir de duas fontes distintas:
Fontes primárias, que englobaram o estudo de caso realizado. Foram obtidos
de documentos públicos, na internet ou em jornais, ou em arquivos junto aos órgãos
fiscalizadores (CVM e SEC). E, oriundos de documentos internos cedidos pela da
organização, circulares internas, jornal interno, atas de reunião, e-mail, relatório da
auditoria interna, etc. Os dados documentais primários obtidos junto à organização
estudada foram realizados de forma aberta e evolutiva, partindo de um ponto inicial,
que foi a implantação da área de auditoria interna da organização e do relatório da
administração e das demonstrações financeiras de 2004 (ano de implantação da
“nova” auditoria interna na organização); e coletando informações dos anos
posteriores, sem limites, delimitações ou barreiras a fatos novos ou descobertas.
Fontes secundárias, que consistiram do levantamento bibliográfico realizado,
que foi a base teórica para a pesquisa, abrangendo os conceitos de controle interno,
com seus objetivos, finalidades, importância, modelos e responsabilidades; Bem
130
como a evolução histórica da Auditoria, a definição de auditoria interna com seus
objetivos e finalidades, a categorização dos tipos existentes e possíveis de auditoria
vinculados a uma organização, e ainda a regulamentação do exercício da profissão
do auditor interno, brasileira e internacional. Os dados bibliográficos foram coletados
de forma organizada e previamente planejada.
As pesquisas, bibliográfica e documental, justificam-se à medida que
contribuirão para o levantamento das possíveis convergências e divergências entre
a teoria e a implementação real no caso estudado.
Resumindo, o pesquisador teve amplo acesso aos dados da empresa. Foram
consultados materiais de divulgação (folders e propagandas em geral), dados
financeiros e operacionais, o site da empresa e outros relatórios impressos e
eletrônicos, além de visitas às três principais instalações da empresa. O prazo e o
acesso aos dados foram suficientes para embasar esta pesquisa.
3.4 Análises dos dados
Para que a estratégia da escolha do estudo de caso obtenha os resultados
necessários existe a necessidade de se utilizar um instrumento orientador e
regulador; este instrumento é chamado de protocolo. Segundo Martins (2006, p.74)
“o protocolo constitui-se em um forte elemento para mostrar a confiabilidade de uma
pesquisa”, isto é, garantir que os passos utilizados em uma investigação possam ser
reaplicados em outro estudo de caso em condições semelhantes ao primeiro.
Neste trabalho foram analisadas as etapas do processo de implantação de
um adequado sistema de controles internos de uma organização, seguindo as
exigências da Lei SOX e do PCAOB, além da literatura nacional e internacional
sobre o tema.
Além da análise referenciada acima, foi realizada outra avaliação do sistema
de controle interno da organização, por meio do modelo de Imoniana e Nohara
(2004) referente à avaliação do ambiente de controle interno, descrito no capítulo 2
desta pesquisa e seu questionário está disponível no ANEXO A deste estudo.
Segundo os dados obtidos nos documentos disponibilizados pela empresa
estudada, desde a implantação da área de auditoria interna em 2004, foi construída
131
pela empresa, uma estrutura de controles internos segundo as recomendações dos
modelos COSO e COBIT, que foi estudada e avaliada.
Entretanto, a operacionalização de variáveis é essencial para o entendimento
da metodologia e dos resultados da pesquisa. Logo, é necessário definir
operacionalmente as variáveis utilizadas.
Quanto às palavras e suas definições utilizadas, elas tiveram por base os
conceitos detalhados no Capítulo 2 – Referencial Teórico deste estudo.
Quanto às variáveis, estão definidas e elencadas abaixo:
a) Se houve melhorias nos controles internos da organização;
b) Se a auditoria interna atuou como ferramenta de gestão para melhoria
dos controles internos.
Todavia, Collis e Hussey (2007, p.261) ressaltam que seja qual for o método
adotado para análise dos dados, independente do quanto são bons os sistemas e
procedimentos que você adotar, a qualidade de sua análise dependerá da qualidade
dos dados coletados e de suas interpretações.
3.5 Limitação do método de pesquisa
O método documental possui limitações na medida em que a pesquisa pode
sofrer a subjetividade da interpretação do pesquisador sobre os textos analisados.
Além das limitações referidas anteriormente, cabe acrescentar a dificuldade
em termos de subsídios bibliográficos para embasamento da pesquisa,
especialmente no que tange ao funcionamento dos departamentos de auditoria
interna das organizações.
E, por se tratar de uma pesquisa qualitativa exploratória, o estudo apresenta
restrições inerentes a esse tipo de metodologia, uma vez que não permite efetuar
generalizações estatísticas, ou seja, as conclusões a que se chega não servem para
fazer inferências sobre o universo; (GIL, 1987, p. 60)
132
4. RESULTADOS
Auditar é uma função essencial para a fidúcia das relações
empresariais. (2007)
Marcos Peters
4.1. Caracterização da empresa estudada
A empresa estudada é uma sociedade por ações de capital fechado,
controlada por um grupo estrangeiro, através de uma empresa holding, sediada nas
Ilhas Cayman, e suas principais atividades são o desenvolvimento, a fabricação e a
comercialização de cabos de energia com condutores de cobre e alumínio, isolados
ou não, cabos para telecomunicações e fios esmaltados. Atua no mercado nacional
cerca de 60 anos e emprega aproximadamente 1.000 funcionários. O
faturamento bruto anual gira em torno de 700 a 900 milhões de reais.
A empresa opera atualmente com duas unidades de produção no Brasil,
localizadas na cidade do Rio de Janeiro (cabos de energia para baixa, dia e alta
tensão, com isolação extrudada e cabos metálicos de telecomunicações) e na
cidade de Americana (fios esmaltados e cabos de energia para baixa tensão). A
empresa possui mais duas unidades localizadas em Joinville, no Estado de Santa
Catarina e em São Carlos, no Estado de São Paulo, que operam como depósito. A
sede corporativa está localizada no Rio de Janeiro.
Em 1997, a empresa teve o seu controle adquirido por um grupo chileno
renomado em seu país. Em 30 de setembro de 2008, o controle foi novamente
vendido, agora para um grupo francês.
133
4.2 Situação inicial
O grupo controlador chileno tinha títulos negociados na NYSE, e, com o
advento da Lei SOX, a empresa precisava da certificação de controles internos, uma
das exigências da referida lei, mais por força da obrigatoriedade de consolidação
das demonstrações contábeis de todas as empresas que formam o grupo. As
demonstrações assim consolidadas são evidenciadas no formulário 20-F na SEC.
Tanto as demonstrações contábeis consolidados quanto as informações constantes
do formulário 20-F, necessariamente, são auditadas por auditores independentes.
Logo, era preciso estruturar um bom sistema de controles internos, para
depois avaliá-los, sob a forma de certificação, observando a eficácia do sistema de
controles internos sobre o reporte financeiro exigidos pela SOX, conforme
necessidade exposta em carta recebida do acionista controlador em 2004.
Diante desta situação inicial, a alta administração da empresa deu início às
ações necessárias para a consecução deste objetivo, agora, estratégico.
A ação inicial foi reativar a auditoria interna da organização em 2004, pois ela
havia sido desativada e extinta em meados de 2001, ou seja, havia três anos sem
um departamento de auditoria interna para apoiar e/ou implementar as normas de
controles internos. Para este fim, foi recrutado no quadro de colaboradores efetivos,
um gerente de auditoria interna, oriundo da área de O&M (Organização e Métodos),
vinculada a área de operações e tecnologia da informação, que exercia função,
parecida ou semelhante, vislumbrada pela administração da empresa para adequar-
se às exigências da SOX, conforme documentos do departamento de recursos
humanos da empresa a que se teve acesso.
Entretanto, após o segundo ano de trabalho da auditoria interna, foi então
solicitada uma revisão, de uma empresa de consultoria independente, sobre o
sistema de controle interno da organização e o processo de controle interno
estabelecido. (Informação obtida conforme proposta e contrato assinados entre as
partes)
134
Attie (1987, p.232) corrobora esta linha de ação tendo-se em vista a filosofia
do estudo do controle interno, o seu levantamento e registro são inevitáveis para que
se possa conhecer sua intensidade e suas ineficiências.
Nesse ínterim, ocorreu a implantação, em julho de 2005, do sistema ERP -
Enterprise Resources Planning na empresa, sistema integrado de informações,
denominado SAP R/3, fornecido pela empresa de software alemã SAP.
Padovese (2004, p.68) define sistema ERP como sistemas de informações
gerenciais, que tem como objetivo fundamental a integração, consolidação e
aglutinação de todas as informações necessárias para a gestão da empresa.
Todavia, mesmo antes de este trabalho ser desenvolvido, a auditoria interna
da empresa, havia levantado mais de 300 pontos de deficiências e/ou
necessidades de melhorias de controles internos, sobre os 80 processos
organizacionais identificados para espelhar a operação da empresa e o seu sistema
de controles internos, conforme relatório de auditoria interna de 2006, denominado
de “Relatório de Brechas”. [grifo nosso]
O trabalho resultante da empresa de consultoria, que era a avaliação dos 80
processos operacionais existentes para espelhar as operações da organização e o
devido suporte aos processos de elaboração dos reportes financeiros exigidos pela
SOX, foi interrompido devido ao fato que vários (100% da amostra inicial) dos
processos documentados e seus respectivos controles não condiziam com a
realidade praticada na Empresa. (conforme relatório parcial emitido pelos auditores
independentes, em finais de 2006)
Verifica-se, em alguns casos, a associação entre a possibilidade de
ocorrência de falhas de controle e a importância dada à auditoria interna de uma
organização. De acordo com Nardelli:
Infelizmente e apesar de todos os controles estabelecidos para vigiar
permanentemente e repetidamente a efetividade dos sistemas operacionais, sempre
se produzem, devido a processos patológicos da organização, distorções na
informação prestada. Para evitar esses problemas, a direção superior recorre à
Auditoria Interna, que auxilia a corrigir essas distorções. [...] A auditoria interna é o
elemento que conjuga e harmoniza o bom funcionamento de todos os meios de
controle dos quais se vale a administração superior para a obtenção de seus
objetivos. (NARDELLI, 1988, p.253)
Diante destas questões, a auditoria interna do grupo controlador esteve na
empresa, durante um mês, em visita realizada em março de 2007, para avaliar o
135
trabalho realizado pela administração e pela auditoria interna, e recomendar
melhorias no processo de controle interno estabelecido pela organização,
constatado em e-mails fornecidos e relatório de visita às filiais da controladora.
Todavia, o Relatório anual da Administração de 2004 não divulgava nada
sobre os controles internos da organização. Já os de 2005 e 2006 mencionavam que
o aperfeiçoamento e a revisão do ambiente de controles internos estavam em
andamento; entretanto, a certificação dos controles internos, para fins da SOX,
incluídas no informe 20-F, arquivado na SEC, e elaborada em abril de 2007,
referente ao encerramento do exercício e o balanço de 31 de dezembro de 2006, foi
elaborada com 3 ressalvas quanto ao sistema de controles internos da empresa.
São elas:
1) A existência de uma grande quantidade de lançamentos contábeis
manuais nos distintos processos, o que aumenta a possibilidade de que
se produzam erros nos demonstrativos contábeis e que estes erros não
sejam detectados ou corrigidos.
2) Debilidades no processo de aquisição e pagamento, relacionado com a
possibilidade de registrar um documento de fornecedores em
duplicidade ou de anular pagamentos realizados aos fornecedores, o
que possibilita a existência de registros e pagamentos duplicados.
3) Inadequada segregação de função observada na atribuição de usuários
de distintos processos comerciais, o que aumenta a possibilidade de
transações não autorizadas.
Observa-se que antes das exigências da seção 404 da SOX, a administração
havia tomado a decisão de acabar com a auditoria interna da empresa, por ser
apenas um instrumento de detecção de erros e compliance fiscal, conforme análise
feita nos relatórios de auditoria interna. E o modelo de controle interno anteriormente
adotado estabelecia que os gestores das áreas fossem os responsáveis pelo
sistema de controles internos da empresa e que esse seria auditado pelos auditores
independentes em conjunto com a auditoria das demonstrações contábeis de final
de exercício social.
136
4.3 Desenvolvimento das ações
Em função do contexto abordado, as mudanças da empresa na forma como
foi estabelecido o sistema de controles internos e o papel da auditoria interna eram
iminentes. E, foi consagrado com a contratação de um novo gerente de auditoria
interna, experiente nas exigências da SOX e práticas internacionais de auditoria
interna, uma vez que era certificado internacionalmente pelo IIA e oriundo de uma
empresa em compliance com a SOX, e com a troca do controller da empresa pelo
antigo gerente de auditoria interna, conforme documento obtido no departamento de
recursos humanos da empresa.
Demonstrando, assim, a preocupação, por parte da alta administração da
empresa com o sistema de controles internos. Além da ação acima descrita, a alta
administração também encetou diversas outras ações para melhorar o sistema de
controles internos da organização, dentre elas, destacam-se: [grifo nosso]
a) Melhorias no Sistema Integrado SAP R/3 versão 4.7, com a
contratação de consultoria especializada para implementar os pontos
de controle e melhorias apontadas e sob responsabilidade da
auditoria interna; (documento de contratação, ata do conselho de
administração e documentos internos);
b) Criação do código de ética da empresa, com leitura e ciência de todos
os empregados, além de fixação de quadro nos controles de ponto
(marcador de jornada de trabalho) com o código, por solicitação da
auditoria interna; (documento arquivado no departamento de recursos
humanos e constatação física);
c) Criação do canal de denúncias da empresa, com direção de correio
eletrônico próprio e acesso exclusivo pelo gerente de auditoria interna,
também com fixação de quadro nos controles de ponto sobre o canal.
Criado por solicitação da auditoria interna; (documento interno e
constatação física e eletrônica);
d) Reuniões mensais de resultado com toda a estrutura gerencial, onde
se discutiam metas e eventuais desvios dos principais indicadores das
137
áreas da empresa, inclusive com a participação da auditoria interna
(correios eletrônicos);
e) Reunião mensal de Suplly & Demand, entre as áreas de Vendas,
Compras, Logística e Produção; para discutir as previsões de vendas,
necessidades de materiais, ordem de produção, indicadores de
produção e qualidade e eventuais desvios, inclusive com a participação
da auditoria interna (correios eletrônicos);
f) Implementação do projeto de melhorias dos controles internos (Projeto
SOX 2007), onde participavam todos os gestores da organização, onde
se rediscutiu todos os processos da empresa, analisaram-se riscos
envolvidos e definiu-se a estrutura de controle necessária a ser
implementada nos processos da organização, sob responsabilidade
da auditoria interna; (correios eletrônicos, atas de reuniões e ata de
reunião do conselho de administração);
g) Divulgação no jornal interno da empresa de assuntos relacionados ao
sistema de controle interno, tais como: objetivos do controle interno,
ética, segurança da informação, entre outros, por solicitação da
auditoria interna; (correios eletrônicos e Documentos internos);
h) Treinamento realizado pelo gerente de auditoria interna da empresa
sobre controles internos, destacando-se “o que é” e “a importância”,
para todos os diretores, gerentes, encarregados e supervisores de
áreas, por solicitação da auditoria interna; (documento arquivado no
departamento de recursos humanos);
i) Além de treinamento e capacitação da mão de obra técnica/operacional
e corpo gerencial em uma razão de 25 horas anuais por empregado;
(documento arquivado no departamento de recursos humanos);
j) Práticas de remuneração variável atrelada aos resultados da empresa
(PLR) para todos os empregados, com a criação de indicador atrelado
à meta de atingimento da certificação dos controles internos e a
quantidade de pontos de controles falhos ou não implementados,
elaborado por solicitação da auditoria interna; (correio eletrônico e
documento arquivado no departamento de recursos humanos);
k) Prática de avaliação do Corpo Gerencial: Criação do sistema de gestão
por desempenho (SGD) aplicada a toda sua estrutura de comando,
138
visando o aperfeiçoamento das competências gerenciais e a busca da
excelência nos resultados. Atrelado 40% da meta ao atingimento da
certificação dos controles internos eficaz perante SOX. (documento
arquivado no departamento de recursos humanos);
l) Criação ou atualização da documentação das Políticas da organização,
com obtenção de aprovação pela Direção, elaboradas e revisadas
pela auditoria interna. (documentos internos e ata de reunião com
aprovação das políticas).
Para melhor entendimento das ações de melhoria no processo de
estruturação do sistema de controles internos da organização, além das citadas
ações elencadas acima, pode-se destacar com mais detalhes o Projeto SOX 2007.
Este Projeto, conforme observado na apresentação ao conselho de administração
da empresa, consistia em criar um framework [estrutura] de controles internos onde
pudesse comprovar para uma auditoria independente, que o sistema de controle
interno da organização era eficaz, perante a lei SOX. Com os objetivos de:
Certificar:
a) A exatidão dos Reportes Financeiros e da informação que os suportam;
b) Que se estabeleça e ponha em funcionamento procedimentos Internos
de controle na elaboração de seus Reportes Financeiros e que possa
demonstrá-lo ante uma auditoria;
c) Que os processos de controle interno estabelecidos garantam a
transparência da organização;
d) Que toda a informação utilizada esteja disponível e adequadamente
documentada.
Para isso, a auditoria interna da empresa em conjunto com a auditoria
corporativa da controladora definiu que o modelo de controle interno adotado seria o
do COSO e do COBIT. Informação esta, obtida nos registros de reunião de
apresentação do Projeto, realizada pelas auditorias internas para todos os gestores
da organização.
O Projeto SOX 2007 consistiu em estabelecer uma política de controle interno
que contemplasse os objetivos do COSO e do COBIT e seus componentes.
139
Documentaram-se também as ferramentas tecnológicas utilizadas e as
responsabilidades dos membros da organização.
Conforme Attie (1987, p.232), só pode-se avaliar o controle interno após
conhecê-lo.
Neste sentido, o Projeto SOX 2007 contemplou as seguintes ações
(informações obtidas e corroboradas em diversos documentos internos da empresa):
[grifo nosso]
a) Cálculo da relevância nos saldos das demonstrações contábeis de
2006 para selecionar as contas relevantes a ser selecionadas,
efetuado pela auditoria interna;
b) Avaliação dos riscos de cada conta contábil, inerentes e potencial,
qualitativamente, com o possível impacto que estes poderiam causar
nas demonstrações contábeis no geral, efetuada pela auditoria
interna e validada pelo CFO;
c) Mapeamento dos processos organizacionais e vinculação às contas
contábeis. Criação do Mapa de processos da organização e definição
dos processos críticos com base na relevância dos saldos e variações,
efetuado pela auditoria interna;
d) Reunião com os auditores independentes para analisar as fases do
plano e verificar a sua conformidade com a SOX, ação solicitada e
realizada pela auditoria interna com anuência do CEO e CFO;
e) Documentação pelos auditores internos dos processos
organizacionais e revelação dos controles atuais, utilizando-se modelo
desenvolvido internamente pela auditoria interna da empresa, que
contemplava: Fluxograma, Narrativa do processo, Matriz de Risco-
Controle. Priorizou-se a documentação dos principais Ciclos de
Negócio, identificando-se os controles capazes de mitigar os riscos
relacionados aos erros potenciais de cada conta contábil relacionada
aos processos, observando-se o atendimento dos principais aspectos
do Audit Standard – AS no. 2, 3 e 5 do PCAOB;
f) Realização do walk-through (validação do processo) pela auditoria
interna, para determinar se o que foi descrito na documentação
coincide com o efetivamente realizado pelas pessoas e atividades;
140
g) Criação do dicionário de risco da empresa pela auditoria interna;
h) Criação do dicionário de controles da empresa pela auditoria interna;
i) Comunicação das deficiências encontradas e negociação dos planos
de ação (implementação ou melhoria de controle) pela auditoria
interna com aos gestores e alta administração;
j) Realização de follow up (acompanhamento) das ações de melhoria
pela auditoria interna;
k) Atualização da documentação pela auditoria interna;
l) Identificação pela auditoria interna dos owners (donos dos processos)
e transferência da responsabilidade aos gestores sobre a
documentação e atualização dos processos e políticas da empresa;
m) Definição pela auditoria interna dos controles internos e localidades
que foram avaliadas;
n) Definição pela auditoria interna do plano de testes, isto é, testes
aplicados nas atividades de controle para ser avaliado o grau de
eficácia dos mesmos;
o) Criação pela auditoria interna dos todos utilizados para testar a
eficiência operacional destas atividades de controle;
p) Realização de avaliação dos controles gerais de TI, utilizando-se o
modelo COBIT. Para este item, foi contratada a pedido da auditoria
interna, uma consultoria especializada externa;
q) Realização pela auditoria interna dos testes das atividades de
controle nos processos operacionais e financeiros;
r) Realização pela auditoria interna da avaliação do ambiente geral de
controle;
s) Novamente relatou-se as deficiências encontradas e negociação dos
planos de ação (implementação ou melhoria de controle) pela
auditoria interna aos gestores e alta administração;
t) Novamente realizou-se follow up (acompanhamento) das ações de
melhoria pela auditoria interna;
u) Auditoria interna solicitou e constatou atualização da documentação
definitiva dos processos organizacionais;
v) Foram auditados por uma auditoria independente contratada
diretamente pelo acionista controlador;
141
w) Emissão da certificação anual sobre o sistema de controle interno pelo
gerente de auditoria interna e pelos CEO e CFO.
As etapas acima podem ser corroboradas no estudo de Oliveira e Linhares
(2006, p.12-14) onde estudam a implantação de controle interno adequado às
exigências da Lei Sarbanes-Oxley em empresas brasileiras e descrevem os passos
a serem seguidos para atingir os objetivos da referida lei.
A implantação de soluções para as deficiências encontradas foi acompanhada
de perto pelos usuários-chave do controle e pela equipe de auditoria interna,
documentando-se os testes executados. Além de reporte mensal à diretoria da
empresa. Estas informações foram obtidas em documentos internos da área de
tecnologia da informação e da área de auditoria interna.
A metodologia utilizada pela auditoria interna da empresa elencou os
controles internos como manuais ou automáticos, e podendo ser do tipo preventivo
ou detectivo. (documento obtido na área de auditoria interna).
Entendia-se como controle preventivo aqueles procedimentos dentro do
sistema de controle interno que são usualmente aplicados a cada transação durante
o fluxo normal das operações, para prevenir que não se materializem os riscos para
os quais foram desenhados.
Entendia-se como controle detectivo aquelas políticas e procedimentos dentro
do sistema de controle interno que são usados para detectar e corrigir erros que
podem ocorrer no fluxo normal das operações. Geralmente se aplicam sobre um
grupo de transação.
O dicionário de controles internos da empresa categorizava 32 atividades de
controles. As categorias das atividades de controle se relacionam diretamente com
os componentes do COSO. (Documento obtido na área de auditoria interna e
disponível no ANEXO F deste estudo)
O trabalhado foi executado com os controles considerados “chaves” pela
organização e pela auditoria interna, onde após a seleção, foram relatados os
procedimentos de controle que cumpriam com o objetivo do mesmo. Foi levada em
consideração a segregação de função, a periodicidade dos controles, o responsável
de cada controle e identificado a documentação de respaldo e evidência da atividade
do controle, em conformidade com os AS no. 2 e 5 do PCAOB.
142
Para avaliar estes controles foi desenvolvido também um dicionário de riscos
da empresa, para padronizar a linguagem e seus significados, bem como para
divulgar o conceito de risco dentro da empresa. E para cada risco identificado nos
processos organizacionais, foram observados a existência de controles e seus erros
potenciais sempre em conformidade com os AS no. 2 e 5 do PCAOB.
Todo o trabalho desenvolvido pela auditoria interna foi documentado
utilizando-se um sistema de informação, desenvolvido internamente, em Microsoft
Office Access. Este serviu como um depósito de todas as informações e atividades
relacionadas com os controles internos.
A auditoria interna realiza o monitoramento e a avaliação de todo o sistema
de controles internos e de sua estrutura, anualmente, para resguardar a
continuidade da empresa.
4.4 Situação atual e mensuração da melhoria
A situação atual do sistema de controles internos, após a implantação da
nova auditoria interna e de um modelo estruturado de implantação e gerenciamento
dos controles internos, pode-se comprovar com base no Relatório da Administração
de 2007 e na Cópia das Certificações SOX, além da opinião dos auditores
independentes, que o sistema de controle interno da empresa, em 31 de dezembro
de 2007, apresentava-se eficaz.
Destacam-se, como uma das formas de comprovação da melhoria do sistema
de controle interno da empresa as informações contidas no Relatório da
Administração de 2007, publicado no jornal Valor em abril de 2008:
a) Quanto à possibilidade de referenciar, não diretamente, mas na
conseqüência da melhoria do sistema de controle interno da
organização, com a redução de falhas e erros nos processos
organizacionais; aumento da eficiência e eficácia das operações
(objetivo do COSO); melhoria da confiabilidade e integridade das
informações financeiras e gerenciais (objetivo do COSO); aderência às
143
leis e regulamentos aplicáveis (objetivo do COSO), perfazendo a
melhoria no desempenho da empresa:
Em 2007 a Companhia comemorou 60 anos de existência em uma conjuntura
favorável da economia brasileira [...]. “Neste cenário a empresa com seu amplo
portfólio de fios e cabos, se posicionou como um dos principais fornecedores e
apresentou um crescimento de 15,8% nos volumes faturados e adicionou valor para
os acionistas através de um retorno sobre capital empregado de 11,2%.
O ano de 2007 foi bastante positivo para a empresa, a receita líquida totalizou R$
663,9 milhões representando uma evolução de 9,6% em relação a 2006, e o
crescimento em toneladas de metal contido foi de 15,8%. [...]. Como conseqüência
do exposto, o lucro líquido atingiu R$ 31,0 milhões contra R$ 28,3 milhões do ano
anterior. (RELATÓRIO DA ADMINISTRAÇÃO, 2007)
b) Quanto à melhoria dos Controles Internos da organização:
A [Empresa] efetuou uma ampla revisão do seu ambiente de controles internos com
objetivo de garantir a integridade de todos seus processos, o que permitiu que sua
controladora fosse certificada pela Seção 404 da Lei Sarbanes-Oxley. (RELATÓRIO
DA ADMINISTRAÇÃO, 2007)
Outra forma de comprovação da melhoria do sistema de controle interno da
organização é a redução do número de deficiências e inexistências de controles
internos na empresa, da ordem de mais de 300 ao final de 2006 para menos de 30
ao final de 2007, sendo todas elas de categoria de baixo impacto e baixa relevância.
Observadas pelo relatório de auditoria interna da empresa e no relatório de
comentário sobre o sistema de controles internos emitidos pelos auditores
independentes, ao final do exercício social de 2007.
Ressalta Attie (1987, p.232) que: “ainda que o controle interno em estudo seja
bom, é inadmissível que não possa ser alterado para melhor, mesmo que a
alteração seja pequena e que o todo não precise ser reformulado”.
Observa-se que o processo de definição de quais pontos de controles
necessitavam ser melhorados e implementados, foram definidos, defendidos e
fomentados pela auditoria interna da empresa, fazendo-se valer como uma
ferramenta de gestão para ajudar a organização a atingir seus objetivos. (Observado
em documentos internos e ata do conselho de administração)
144
Também obtivemos acesso a cópia da carta “Certificações SOX” onde a
auditoria interna e os administradores da empresa emitem opinião sobre a eficácia
do sistema de controle interno sobre o reporte financeiro de 31 de dezembro de
2007, em conformidade com a exigência da seção 404 da SOX.
Observa-se que neste item, a auditoria interna, foi utilizada como uma
ferramenta de suporte para embasar a opinião da alta administração da empresa.
Como comprovação final, destaca-se, o 20-F de 2006 e 2007 da controladora
arquivados na SEC, com a opinião do CEO e CFO do grupo controlador e a opinião
também dos auditores independentes, em que destaca em 2006 as 3 deficiências
materiais de controle e em 2007 a certificação sem ressalvas ao sistema de controle
interno da Controlada e da Controladora, avalizadas pela certificação do auditor
independente da Controladora. Demonstrando assim, a melhoria irrefutável dos
controles internos da empresa estudada.
Entretanto, para aumentar a validade e confiabilidade deste estudo de caso,
foi também realizada uma avaliação do sistema de controle interno baseado nos
estudos de IMONIANA e NOHARA (2004), descrito no capítulo 2 deste estudo, em
que estabelecem um modelo testado e validado para avaliar o sistema de controles
internos de uma organização.
Onde o objetivo do modelo consiste em verificar a adequação do sistema de
controle interno e a validação dos instrumentos de controle interno das empresas. A
validade das ferramentas utilizadas nas três dimensões de controles internos do
COSO avaliadas no estudo referenciado são: o ambiente de controle (ABMCO), os
procedimentos de controle e o monitoramento (PROCM) e sistemas de informação e
comunicação (SIFCO).
O estudo ressalva que “resta verificar a implementação adequada ou eficiente
dos controles internos que não foram objeto de estudo do presente trabalho”.
Esta foi a aplicação realizada na empresa estudada, uma vez que o
instrumento foi validado no estudo referenciado. Logo, apresentamos na tabela 4 na
página 146, o resultado da avaliação realizada nesta ferramenta e utilizando os
critérios de avaliação descritos no capítulo 2 deste estudo (Não Confiável;
Insuficiente; Confiável; Excelente).
145
Quadro 4 - Resultado da Avaliação PECI para o Caso Estudado
Componente
do COSO
Descrição - PECI Resultado da Avaliação
AMBCO 1. Conscientização de todos os envolvidos Excelente
AMBCO 2. Ênfase dada pela alta administração; Excelente
AMBCO 3. Divisão de responsabilidade Confiável
AMBCO 4. Compromisso de todos com o controle; Confiável
AMBCO 5. Enfoque da direção à organização Confiável
AMBCO 6. Compromisso da administração com o controle Excelente
PMCMO 1. Monitoramento dos controles Confiável
PMCMO 2. Segregação de funções Confiável
PMCMO 3. Alçadas Confiável
PMCMO 4. Autorizações Excelente
PMCMO 5. Conciliação Excelente
PMCMO 6. Revisão de desempenho Confiável
PMCMO 7. Salvaguarda física Confiável
PMCMO 8. Normatização Confiável
SINFCO 1. Divulgação de normas Confiável
SINFCO 2. Fluxos de informações Confiável
SINFCO 3. Sistemas internos de comunicação Excelente
SINFCO 4. Informações sobre plano de controle Confiável
SINFCO 5. Informações sobre ambiente de controle Confiável
SINFCO 6. Informações sobre riscos Confiável
SINFCO 7. Identificação das informações Confiável
SINFCO 8. Relevância e confiabilidade das informações Excelente
Fonte: o autor
146
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Podemos conceber o comportamento ético em diversos níveis que
poderão se integrar na tentativa da busca de um comportamento
íntegro, não em uma forma individual, como também perante a
sociedade a que pertence. Comportamento ético não é mercadoria
para ser negociada; é CARATER, é ter INTEGRIDADE. (2008)
Leonardo Trisciuzzi, professor e sociólogo
O presente estudo descreveu o controle interno para uma organização
específica, destacando e focalizando a ação dos auditores internos com relação à
melhoria do processo de controle e gestão de recursos organizacionais. As
considerações finais deste estudo estão apresentadas em três picos: dois deles,
comprovados na empresa analisada, porém com a tentativa de considerar citações e
argumentos que valham para utilização em outras organizações, e um último tópico,
a conclusão, com a opinião e considerações do autor deste estudo diante dos fatos
e documentos encontrados na empresa sob o tema referenciado.
5.1 Geração de valor empresarial
A geração de valor a uma empresa, na opinião deste pesquisador, nasce
baseada da constatação de seu valor intrínseco percebido ou em uma avaliação
realizada para tal fim ou ainda na realização deste investimento.
No caso estudado observou-se que os resultados da empresa demonstraram
melhoras significativas nos anos analisados, entretanto, não se pode direcionar este
fato, única e exclusivamente, ao sistema de controle interno, mas pode-se direcionar
como uma conseqüência da performance da empresa. Que obteve substancial
melhora, com o fim dos erros, desvios, multas, irregularidades, retrabalhos e
dispêndio de tempo desnecessário que a oneravam na tarefa de corrigir ao curso
normal e natural de seus processos organizacionais.
Para isso, ressalta-se que o controle é uma forma de prover ações para
corrigir e ajustar problemas tanto de execução, como de planejamento das ações
realizadas pela entidade. (BEUREN, RAUPP, MARTINS, 2006)
147
Na mesma linha, Atkinson et al. (2000, p. 581) define que o controle é o
conjunto de métodos e ferramentas que os membros da empresa usam para mantê-
la na trajetória para alcançar seus objetivos.
Neste contexto, podem-se vincular os resultados atingidos, e a geração de
valor, na empresa estudada, após a melhoria no sistema de controles internos da
organização, uma vez que atingiu os objetivos de controles preconizados no COSO
(eficácia e eficiência das operações; confiabilidade e integridade das informações
financeiras e gerenciais; e conformidade às leis e regulamentos aplicáveis).
Corroborando que o sistema de controle interno compreende um conjunto
complexo de métodos, mecanismos de monitoramento, sistemáticos de revisão,
sistemas informatizados e critérios para que a gerência possa utilizar na avaliação
da consecução dos objetivos empresariais, bem como na produção de dados
financeiros e contábeis confiáveis, destinados aos acionistas, aos potenciais
compradores da empresa ou mesmo a comunidade como um todo (stakeholders).
(IMONIANA e NOHARA, 2004, p.2)
Acredita-se que os resultados de uma organização, e sua respectiva geração
de valor, são baseados na tomada de decisão sob seu processo de gestão.
Neste sentido, Mosimann e Fisch (1999, p. 36) afirmam que cada área da
empresa tem um processo de gestão, também denominado processo decisório, pois
é em cada etapa desse processo que as decisões são tomadas.E definem três
etapas para que esse processo aconteça: planejamento, execução e controle.
O planejamento encaminha para a execução, a execução é analisada pelo
controle, e o controle faz a realimentação do sistema para um novo planejamento ou
execução. Mosimann e Fisch (1999, p. 115) explicitam que não faz sentido planejar
se o que foi planejado não se constituir em uma diretriz para a execução, e da
mesma forma, não se deve planejar sem haver controle dos desvios em relação ao
planejado e as causas desses desvios, e conseqüentemente tomada de ações
corretivas.
A principal função do controle, para Gomes e Salas (1999, p. 22), é assegurar
que as atividades de uma empresa se realizem de forma desejada pelos membros
da organização e contribuam para a manutenção e melhoria da posição competitiva
e a consecução das estratégias, planos, programas e operações.
Caracterizou-se, o processo de gestão como sendo um conjunto de três
etapas diferentes, em que o controle se configura como uma delas. Segundo
148
Mosimann e Fisch (1999, p. 115), não como dissociar o controle das demais
fases do processo de gestão, razão pela qual podem-se considerar as demais fases,
juntamente com o controle, como um grande sistema de controle interno de uma
organização.
Nessa concepção, o controle está relacionado a uma idéia macro, formando
um papel importante na administração dos negócios. Gomes e Salas (1999, p. 24-
25) mencionam que, em uma ampla perspectiva, considerando também o contexto
em que ocorrem as atividades e, em particular, os aspectos ligados à estratégia,
estrutura organizacional, comportamento individual, cultura organizacional e o
contexto social e competitivo. Eles não se preocupam apenas com os aspectos
financeiros, mas também com aspectos relacionados à motivação e ao
aperfeiçoamento do processo empresarial, em todos os níveis da organização.
E nos dias de hoje o controle interno, de acordo com Oliveira (1994, p. 102),
não pode mais ser visto como algo disciplinador da atuação dos executivos e demais
funcionários. Os controles internos passam a existir como algo importante para a
obtenção de resultados e não, como comum nas empresas tradicionais, meros
instrumentos de cerceamento das decisões gerenciais, numa tentativa, na maioria
das vezes infrutífera, de controlar a desonestidade de certos funcionários.
O controle interno é um instrumento indispensável para o desenvolvimento de
qualquer tipo de entidade. (REZENDE e FAVERO, 2004, p.11)
Além disso, é necessário fazer revisões constantes para se ter a certeza de
que o pessoal cumpre suas funções conforme exige o sistema de controle interno. O
envolvimento da alta administração, como de todos os funcionários, será primordial
para o cumprimento dos objetivos estabelecidos no processo. (REZENDE e
FAVERO, 2004, p.11)
Os postulados básicos de auditoria estipulam que: a existência de um sistema
de controle interno adequado reduz ao mínimo o risco de erros e irregularidades.
(INTOSAI, 2005, p.46)
Logo, implementando um sistema de controle interno eficaz e o mantendo
dentro de certa vigilância e assessoramento, vislumbra-se uma gestão controlada e
sem desvios de seus objetivos.
E diante do caso estudado pode-se afirmar que as melhorias dos controles
internos nas organizações geram valor para seus stakeholders (acionista,
149
empregados, fornecedores, etc), principalmente quando se trabalha de forma
ordenada e baseada em metodologias testadas e aceitas.
Para confirmar tal posicionamento pode-se citar:
Apesar do trabalho, instalar controles internos vale a pena, que traz redução de
custos e aumento da eficiência, afirma Dias Melo, do Itaú, concorda. Segundo ele, o
banco é considerado o mais eficiente entre as instituições financeiras brasileiras
devido a sua estrutura de controles internos instalados e sua boa conduta de
governança corporativa. (VAMPEL, 2004, p.28)
Sendo o sistema de controle um dos pilares da governança corporativa, pode-
se corroborar que na mesma linha de opinião, o relato de Silva e Zotes (2004, p.25)
onde afirmam que investidores institucionais pagariam de 18% a 28% a mais por
empresas com boas práticas de governança, de acordo com o país [Brasil = 23%].
Observou-se no caso estudado que a venda do controle acionário, por
conseqüência, direta ou não, implicou, favoravelmente, na melhoria dos controles
interno da empresa, resultou em ltiplo de 9,5x da geração de fluxo de caixa da
empresa, calculado com os dados de fechamento de 31 de dezembro de 2007. Este
múltiplo da transação é maior que os 8,4x da média aritmética das operações
similares ocorridas em 2006 e 2007 para este segmento. Demonstrando, assim, uma
clara valorização da empresa.
Cabe ressaltar que alegar a necessidade da existência de um controle,
porque um manual assim o diz, ou baseado no que benchmarking nacional ou
internacional, sem atentar para a necessidade de atingimento das metas
corporativas é, no mínimo, não agregar valor aos acionistas da companhia.
(COCURULLO, 2004, p.74)
Por conseguinte, os controles internos devem ser vistos dentro do contexto de
uma relação custo x benefício, onde o que um controle interno pode oferecer, de
forma que entidades o sejam levadas a adquirir ou implementar sistemas de
controle excessivos e caros que resultem em benefícios inexpressivos ou até mesmo
gerem improdutividade. Um equilíbrio deve ser buscado em qualquer sugestão de
implementação de um ou mais controles internos. [grifo nosso]
150
5.2 Porque uma organização deve ter auditoria interna
Attie (1987, p.35) afirma que a auditoria interna, como um controle gerencial
que funciona medindo e avaliando a eficiência dos outros controles existentes,
permite fornecer assistência e aconselhamento a todos os níveis da empresa, o que
é praticado por intermédio de recomendações e sugestões.
Todavia, Belucio (1988, p. 82 - 85) afirma que a principal imagem atribuída à
auditoria interna e aos auditores internos é a imagem da fiscalização. Essa imagem
está vinculada a vários aspectos do seu papel: denúncia, acusação, delação, etc.
A auditoria interna examina o que as pessoas estão fazendo, como estão
fazendo e por que estão fazendo. A partir desse ponto é que se fazem as avaliações
da adequação dessas decisões e/ou procedimentos às regras e às políticas da
organização. Portanto, para as pessoas, esse procedimento tem um caráter
fiscalizatório. A possibilidade de examinar e avaliar as atividades de outras áreas por
pessoas que detêm o poder de denúncia tem, obviamente, uma característica de
fiscalização que fica impregnada à imagem do auditor interno. (FRIDORI, 2001,
p.33)
De acordo com Belucio (1988, p.71), a alta administração a como um
órgão necessário. A institucionalização do papel é um fato consumado. um
pressuposto de que qualquer organização de determinado porte para cima deve
contar com um departamento de Auditoria Interna e isso freqüentemente ocorre.
A auditoria interna já faz parte de modelos organizacionais consagrados,
atuando como órgão de controle. Portanto, nesses modelos, a auditoria interna é
vista como necessária, na medida em que é parte do modelo. E essa visão, essa
aceitação do papel não é exclusiva da alta administração, mas se estende por todo o
ambiente, incluindo veis de alta e média gerência, atingindo até certos níveis de
chefia. (BELUCIO, 1988, p. 71)
Entretanto, para Migliavacca (2004, p.49) no Brasil, a formação especifica da
auditoria interna ainda está engatinhando, sendo geralmente formada por auditores
externos provenientes das “Big Five" (as cinco maiores empresas de auditoria). As
empresas multinacionais mantêm na maioria das vezes um departamento de
151
auditoria interna bem estruturado e eficaz. E, suas filiais no Brasil são
periodicamente auditadas.
Departamentos de auditoria interna bem estruturados são uma característica
de grandes empresas e de economias pujantes. Em programas de redução de
custos e reestruturação, geralmente o departamento de auditoria interna é um dos
alvos visados para redução de pessoal, porém ela é sem dúvida um forte elemento
para um bom controle interno. (MIGLIAVACCA, 2004, p.49)
No entendimento de Silva (1993, p. 60), a auditoria interna é responsável por
avaliar a adequação, eficiência e eficácia dos sistemas de controle interno e a
qualidade do desempenho das áreas. Fica patente, portanto, o papel relevante da
auditoria interna na assessoria à administração em relação à sua responsabilidade
quanto ao sistema de controle interno.
O autor considera ainda que a auditoria interna sirva não apenas como um
controle organizacional, mas, como um elo entre os níveis responsáveis pelo
estabelecimento de políticas e os níveis operacionais. (SILVA, 1993, p. 60)
A auditoria interna promove melhoramentos na eficiência operacional pelo
exame e avaliação de: políticas e planos; registros e procedimentos; desempenho.
A auditoria interna garante o funcionamento adequado dos controles, inclusive pela
recomendação de medidas corretivas, verificando o grau de: fidedignidade dos
dados; proteção dos bens da empresa; conformidade com diretrizes, planos e
procedimentos. (SILVA, 1993, p. 60)
Paula (1998, p. 75-81) comenta que a auditoria interna reafirma sua
importância quando presta assessoria à alta administração, por meio de informações
que permitam uma visão do que se passa na entidade, e quando recomendam
alternativas visando a redirecionar, se necessário, a ação empresarial.
No entanto, Paula (1998, p. 22) aponta dificuldades no posicionamento da
auditoria interna:
a) Os conceitos e objetivos da auditoria interna não são perfeitamente
compreendidos por muitos gestores;
b) Os sistemas de gerenciamento tradicionais adiam a detecção de
problemas até que auditores possam examinar os produtos acabados;
c) A alguns auditores falta o perfil emocional apropriado, o treinamento
adequado e uma visão sistêmica que os suportem em sua atuação
152
como consultores e não apenas como verificadores do cumprimento de
normas e identificadores de falhas;
d) Muitos auditados continuam sentindo-se vigiados e pouco
assessorados, o que é compreensível, “considerando-se a forma de
atuação de alguns auditores: arrogante e inacessível”.
Belucio (1988, p. 37) admite que a proposta da auditoria interna de atuar
como assessoria da administração encontra algumas dificuldades:
a) A primeira dificuldade para atingir essa proposta está localizada na
origem e no próprio desenvolvimento da função de auditoria, que
sempre esteve em oposição aos administradores, denunciando seus
erros;
b) A segunda dificuldade está na determinação dos auditores internos de
manterem um posicionamento independente em relação aos
administradores a quem querem assessorar. Para assessorar, o auditor
interno deveria estabelecer alianças, o que prejudicaria sua
independência. A independência, segundo a visão tradicional, permite
ao auditor interno exercer um julgamento imparcial, essencial à
realização de uma boa auditoria;
c) A terceira dificuldade está na natureza clássica do trabalho de auditoria
quando confrontado com os valores cultivados pelas organizações. Faz
parte da essência da auditoria a avaliação de fatos passados, e os
administradores estão, normalmente, mais preocupados com o futuro.
Existe, portanto, um conflito cultural básico entre a formação tradicional
do auditor interno e a formação do administrador, o que torna ainda
mais difícil a operacionalização da auditoria de gestão.
É a auditoria interna a pedra angular de uma forte governança corporativa, a
auditoria interna encurta a distância entre a gestão de uma organização e seu
comitê de direção. Avalia o ambiente ético e a eficácia e eficiência das operações, e
também serve como uma rede de segurança para a organização cumprir normas,
regulamentos e as melhores práticas empresariais em geral. (IIA, 2006)
153
Uma auditoria interna dedicada, independente e eficaz ajuda tanto à gestão
quanto aos órgãos superiores de supervisão a cumprir suas responsabilidades,
fornecendo uma abordagem sistemática e disciplinada para avaliar a eficácia do
desenho e implementação do sistema de controle interno e os processos de gestão
de riscos. A avaliação objetiva do controle interno e dos processos de gestão de
riscos por parte da auditoria interna proporciona aos gestores e outras partes
interessadas uma avaliação independente e uma razoável certeza de que os riscos
da organização tenham sido adequadamente mitigados.
Uma vez que os auditores internos são especialistas na compreensão dos
riscos da organização e dos seus controles internos disponíveis para mitigar esses
riscos, ajudam os gestores a compreender estas questões e apresentam
recomendações para melhorá-la.
Consequentemente, as organizações que não têm uma função de auditoria
interna estão se privando dos benefícios valiosos que proporcionam os auditores
internos. Além disso, correm riscos de confiar na gerência, que pode não estar na
melhor posição/situação para oferecer opiniões e pareceres confiáveis,
independentes e objetivos sobre os controles internos.
Uma das principais lições aprendidas com o colapso financeiro e a falência
de muitas organizações é que contar com governança, gestão de riscos e controle
interno de boa qualidade são elementos essenciais para o sucesso e continuidade
das organizações. Dada a sua perspectiva única e objetiva, o seu profundo
conhecimento da organização e a aplicação de princípios sólidos de auditoria e
consultoria/assessoramento, uma auditoria interna independente que funcione
adequadamente e com recursos suficientes está bem posicionada para dar um
valioso apoio e garantia para a organização e seus órgãos de supervisão. (IIA,
2006)
Finalizando, o estudo de Paula (1998 e 1999, p.40), lista as principais
considerações porque a auditoria interna é importante em uma organização:
a) Leva ao conhecimento da alta administração o retrato fiel do
desempenho da empresa, seus problemas, os pontos críticos e as
necessidades de providências, sugerindo soluções;
b) Mostra os desvios organizacionais no processo decisório e no
planejamento;
154
c) Apresenta sugestões para a melhoria dos controles implantados ou em
estudos de viabilização;
d) Recomenda redução de custos, eliminação de desperdícios, melhoria
da qualidade e aumento da produtividade;
e) Coordena o relacionamento com os órgãos de controle governamental;
f) Avalia, de forma independente, as atividades desenvolvidas pelos
diversos órgãos da companhia;
g) Ajuda a administração na busca de eficiência e do melhor desempenho
nas funções operacionais e na gestão dos negócios da companhia;
h) Atesta a integridade e a fidedignidade dos dados contábeis e das
informações gerenciais que irão subsidiar as tomadas de decisão dos
dirigentes;
i) Serve de olhos e ouvidos de seus dirigentes;
j) Colabora com o fortalecimento dos controles internos e ajuda a agregar
valor aos produtos.
Conclui Attie (1987, p.221), que pela simples observação e funções da
auditoria interna mencionados, verifica-se o importante papel por ela desempenhado
em termos do exame, fortalecimento e constante melhoria do controle interno.
Cocurullo (2004, p.70) ressalta que como as necessidades de controle interno
de organizações são diferentes e dependem do tamanho, filosofia da gerência,
indústria, e cultura, dois empreendimentos jamais terão sistemas de controle
idênticos.
E pode-se acrescentar que departamentos de auditoria interna também não
serão idênticos, dependendo assim de análise da organização para o
dimensionamento e implementação da auditoria interna.
155
5.3 Conclusões do estudo
Desse estudo surgem bases em que se podem assentar novos estudos de
aprofundamento do tema. São apresentadas, a seguir, as conclusões e, para tanto,
deve-se resgatar às variáveis do problema que originou este trabalho e, estão
definidas e elencadas abaixo:
a) Se houve melhorias nos controles internos da organização no período
analisado;
b) Se a auditoria interna contribuiu para melhoria dos controles internos,
como ferramenta de gestão.
Buscou-se comprovar por meio de pesquisa documental as variáveis acima
definidas e pode-se corroborar que estas são verdadeiras no caso estudado.
As conclusões, porém, devem ser vistas à luz das limitações deste trabalho,
entre as quais se destaca o fato de não serem conclusões generalizáveis
estatisticamente.
Baseado nas provas documentais analisadas, e, respaldado no referencial
teórico selecionado, observa-se que o controle interno da empresa obteve uma
significante melhoria após a implementação da Área de auditoria interna na empresa
estudada. Que implementou, promoveu e apoiou entre outras ações, um projeto de
estruturação de controles, baseados no modelo do COSO.
A melhoria dos controles internos foi, inclusive, atestada por empresa de
auditoria independente, em ambos os momentos utilizados para comparação.
Neste contexto, os objetivos preconizados no modelo implementado foram
alcançados na empresa estudada, como o aumento da eficiência e eficácia das
operações; melhoria da confiabilidade e integridade das informações financeiras e
gerenciais; conformidade às leis e regulamentos aplicáveis.
Pode-se inferir uma vinculação dos resultados atingidos e a geração de valor
na empresa estudada após a melhoria no sistema de controles internos da
organização.
156
Complementarmente, ressalte-se, necessária a implementação dos pontos de
controles levantados pela área de auditoria interna da empresa, ainda não
implementados, onde demonstram oportunidades de melhorias com a inclusão de
controles ainda faltantes e melhorias na eficiência ou eficácia dos processos
operacionais com automatizações de controles.
Não obstante, observam-se oportunidades de melhoria no tipo de trabalho
desenvolvido pela auditoria interna da organização quando comparada com as
práticas internacionais emanadas do IIA, bem como a designação de recursos que
possam melhorar a eficiência da referida área, como por exemplo: um sistema
automatizado para a gestão da auditoria interna, mão-de-obra especializada em
tecnologia da informação, criação do comitê de auditoria e etc.
Por outro lado, faz-se necessário a continuidade das atividades de
monitoramento do controle interno da empresa para que possa sedimentar a cultura
de controle nos colaboradores e nos respectivos processos organizacionais.
Devido à importância de maior controle e por haver grande volume de
recursos e pessoas envolvidas, sugere-se realizar novas pesquisas para ajudar a
desenvolver e implementar novas técnicas de avaliação da auditoria e de controles,
bem como estudar como a auditoria interna mantém sua independência e
objetividade exercendo serviços de consultoria e assessoramento, e ainda sobre
modelos e ferramentas de monitoramento das atividades de controles internos das
organizações.
157
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ANEXO A – Tabela com os itens do instrumento de avaliação e validação das bases
de controles internos: Ambiente de controle (AMBCO), procedimento de controle e
monitoramento (PROCM) e sistema de informação e comunicação (SIFCO).
ITENS DOS
INSTRUMENTOS
COMPONENTE
1 Controles contábeis, Controles econômicos, Controles administrativos, Controles
patrimoniais, Controles jurídicos, Controles financeiros e Controles externos
AMBCO
2 Quando existe uma atmosfera que contribui para um controle efetivo e uma
consciência de controle por parte do pessoal nas organizações. Essa atmosfera e a
consciência são o que chamamos de ambiente de controle
AMBCO
3 A ênfase que a alta direção dá ao controle interno, à organização e à estrutura da
empresa geralmente não está relacionada ao ambiente de controle
AMBCO
8 As deficiências relevantes nos controles internos não devem ser relatadas à alta
administração e ao conselho de administração
AMBCO
11 Compromisso da administração com o controle AMBCO
12 Compromisso de todos com o controle AMBCO
14 Conscientização AMBCO
17 Ênfase dada pela alta administração AMBCO
18 Enfoque da direção à organização AMBCO
33 Não cabe à Alta Administração da Instituição Financeira deixar claro aos seus
comandados quais são as políticas, procedimentos, código de ética e código de
conduta a serem adotados.
AMBCO
41 Nem todos os níveis do pessoal em uma organização bancária necessitam
compreender seu papel no processo de controles internos e estar inteiramente
engajados no processo
AMBCO
43 A competência técnica e o compromisso ético não têm relação com a efetividade
dos controles internos
AMBCO
45 O exemplo “vem de cima”: quem dá o tom de controle da entidade são seus
principais administradores
AMBCO
4 A alta gestão deve ter a responsabilidade de executar as estratégias aprovadas
pelo conselho de administração; ajustando as políticas internas quando necessárias
para fomentar o monitoramento e a eficácia do sistema de controles internos
PROCM
5 A alta administração deve monitorar continuamente a eficácia total dos controles
internos do banco, a fim de auxiliar no atingimento dos objetivos da organização. O
monitoramento dos riscos-chave deve ser parte das operações diárias do banco e
deve incluir avaliações independentes, de acordo com o caso
PROCM
6 Faz parte do ambiente de controle: o monitoramento dos controles; segregação de
funções; política de alçadas; autorizações; divulgação de normas e fluxo de
informações
PROCM
9 Alçada PROCM
10 Autorização PROCM
13 Conciliação PROCM
15 Divisão de responsabilidade PROCM
24 Monitoramento dos controles PROCM
25 Normatização PROCM
27 Revisão de desempenho PROCM
166
28 Segregação de funções PROCM
29 Segurança física PROCM
31 Em toda e qualquer instituição financeira deve existir obrigatoriamente normas
internas
PROCM
32 Todos os funcionários devem saber o que deve ser feito e como deve ser feito, para
atingir os objetivos, metas e políticas traçados pela alta administração, em relação à
sua função
PROCM
34 A não existência de um acompanhamento periódico, por parte do gestor, dos
controles existentes na instituição financeira, afeta o controle interno
PROCM
38 Não cabe ao gestor verificar a exatidão dos cálculos, validação de fórmulas e
verificar documentação comprobatória
PROCM
39 É de suma importância a existência de uma política bem definida de alçadas dentro
da instituição financeira
PROCM
40 Não cabe ao gestor efetuar a monitorização das atividades de controles PROCM
44 Informações sobre planos, ambiente de controle, riscos, atividades de controle e
desempenho não devem, de maneira nenhuma, ser transmitidas a toda entidade
PROCM
7 A alta administração deve assegurar-se de que existem dados financeiros,
operacionais e de compliance internos adequados e detalhados
SIFCO
16 Divulgação de normas SIFCO
19 Fluxo de informações SIFCO
20 Identificação das informações SIFCO
21 Informações sobre ambiente de controle SIFCO
22 Informações sobre plano de controle SIFCO
23 Informações sobre riscos SIFCO
26 Relevância e confiabilidade das informações SIFCO
30 Sistemas internos de comunicação SIFCO
35 O gestor deve assegurar a existência de dados financeiros, operacionais e de
compliance internos adequados e detalhados, assim como informação do mercado
externo, sobre os eventos e as circunstâncias que são relevantes ao processo de
tomada de decisão
SIFCO
36 A informação, para tomada de decisão, deve ser confiável, oportuna, acessível, e
disponibilizada em um formato consistente
SIFCO
37 O gestor não tem que receber relatórios/informações do sistema de Controles
Internos e compliance
SIFCO
42 A Alta Administração deve estabelecer canais efetivos de comunicação para
assegurar-se de que toda a equipe de funcionários esteja inteiramente ciente das
políticas e dos procedimentos que afetam seus deveres e responsabilidades
SIFCO
167
ANEXO B Resumo das principais cláusulas de interesse para os Auditores
Internos. Entendimentos da Seção 302 e 404 da Lei Sarbarnes-Oxley pelo Instituto
Português de Auditores Internos - IPAI.
Sec.302. Responsabilidade da sociedade pelas demonstrações financeiras
No período de 30 dias após a publicação da lei, a SEC, por regulamento,
exigirá que o principal executivo ou executivos e o principal responsável ou
responsáveis financeiros, ou pessoas que desempenhem funções idênticas de cada
sociedade que emite os relatórios periódicos ao abrigo da secção 13 (a) ou 15 (d) da
Securities Exchange Act of 1934, certifiquem em cada relatório anual ou trimestral
arquivado ou submetido ao abrigo de qualquer secção de tal Lei, que:
Ter o gestor que subscreveu o relatório efectuado uma análise ao
mesmo;
Baseado no seu conhecimento, o relatório não contém qualquer
declaração falsa de um facto material ou que é omisso na declaração
de um facto material necessário à elaboração da declaração, para que,
face às circunstâncias em que tais declarações foram prestadas, não
seja enganadora.
Baseado no seu conhecimento, as demonstrações financeiras, e outra
informação financeira incluída no relatório, apresentam em todos os
aspectos materiais, e de forma clara, a condição financeira e os
resultados das operações da Emissora, à data, e pelos períodos
referidos no relatório.
Os gestores que subscrevem: (A) o responsáveis pelo
estabelecimento e eficácia dos controlos internos; (B) implementaram
tais controlos de forma a garantir que a informação material relativa à
Emissora e às suas subsidiárias consolidadas, é dada a conhecer aos
mesmos gestores por outros elementos da organização,
particularmente durante o período em que os relatórios periódicos o
emitidos; (C) avaliaram a eficácia dos controlos internos da Emissora
num período que se circunscreve a 90 dias antes da emissão do
168
relatório; e (D) apresentaram no relatório as suas conclusões acerca da
eficácia dos seus controlos internos com base numa avaliação feita
relativa a essa data;
Os gestores subscritores divulgaram aos auditores da Emissora e ao
comité de auditoria do Conselho de Administração (ou às pessoas que
desempenham funções equivalentes): (A) todas as deficiências
significativas na concepção ou operação dos controlos internos os
quais poderiam adversamente afectar a capacidade da Emissora de
registar, processar, resumir, e relatar dados financeiros, e que
identificaram perante os auditores internos da Emissora quaisquer
fragilidades materiais nos controlos internos; e (B) quaisquer fraudes,
de materialidade ou não, envolvendo a gestão ou outros empregados
que desempenhem uma parte activa nos controlos internos da
Emissora; e
Os gestores subscritores indicaram no relatório se ou não se
verificaram modificações importantes nos controlos internos ou noutros
factores que pudessem significativamente afectar os controlos internos
subsequentes à data da sua avaliação, incluindo quaisquer acções
correctivas relativas a deficiências significativas e fragilidades
materiais.
Nada nesta secção deverá ser interpretado ou aplicado de qualquer forma
que possa permitir a qualquer Emissora minimizar a força legal da declaração, por
uma Emissora que tenha reincorporado ou estado envolvido em qualquer outra
transacção da qual resultou numa transferência de domicílio da organização ou dos
escritórios da Emissora do interior dos Estados Unidos para o exterior do país.
Sec.404 – Avaliação dos controlos internos feita pela gestão
Diz respeito às normas que a SEC deverá emitir exigindo que cada relatório
anual ao abrigo da secção 13(a) ou 15(d) da Securities Exchange Act de 1934
contenha um relatório sobre os controlos, os quais: (1) indicarão a responsabilidade
da gestão de estabelecer e manter uma estrutura adequada de controlos internos e
procedimentos com vista à emissão das demonstrações financeiras; e (2) conter
169
uma avaliação, à data do termos do mais recente ano fiscal, da Emissora, da
eficácia da estrutura dos controlos internos e procedimentos da Emissora para a
emissão dos relatórios financeiros.
Relativamente à avaliação dos controlos internos exigida nesta secção, cada
empresa de auditoria registada que prepare ou emita o relatório de auditoria para a
Emissora atestará, e divulgará, a avaliação feita pela gestão da Emissora. Tal
confirmação será feita de acordo com as normas de certificação emitidas ou
adoptadas pelo Conselho [PCAOB]. Qualquer certificação do género não será
objecto de um trabalho em separado.
170
ANEXO C – NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE - NBC T 12 – DA
AUDITORIA INTERNA
12.1 – CONCEITUAÇÃO E DISPOSIÇÕES GERAIS
12.1.1 – Conceituação e Objetivos da Auditoria Interna
12.1.1.1 Esta norma trata da atividade e dos procedimentos de
Auditoria Interna Contábil, doravante denominada
Auditoria Interna.
12.1.1.2 – A Auditoria Interna é exercida nas pessoas jurídicas de
direito público, interno ou externo, e de direito privado.
12.1.1.3 A Auditoria Interna compreende os exames, análises,
avaliações, levantamentos e comprovações,
metodologicamente estruturados para a avaliação da
integridade, adequação, eficácia, eficiência e
economicidade dos processos, dos sistemas de
informações e de controles internos integrados ao
ambiente, e de gerenciamento de riscos, com vistas a
assistir à administração da entidade no cumprimento de
seus objetivos.
12.1.1.4 A atividade da Auditoria Interna está estruturada em
procedimentos, com enfoque técnico, objetivo,
sistemático e disciplinado, e tem por finalidade agregar
valor ao resultado da organização, apresentando
subsídios para o aperfeiçoamento dos processos, da
gestão e dos controles internos, por meio da
recomendação de soluções para as o-conformidades
apontadas nos relatórios.
12.1.2 – Papéis de Trabalho
12.1.2.1 – A Auditoria Interna deve ser documentada por meio de
papéis de trabalho, elaborados em meio físico ou
eletrônico, que devem ser organizados e arquivados de
forma sistemática e racional.
12.1.2.2 – Os papéis de trabalho constituem documentos e registros
dos fatos, informações e provas, obtido no curso da
auditoria, a fim de evidenciar os exames realizados e dar
suporte à sua opinião, críticas, sugestões e
recomendações.
12.1.2.3 Os papéis de trabalho devem ter abrangência e grau de
detalhe suficientes para propiciarem a compreensão do
planejamento, da natureza, da oportunidade e da
171
extensão dos procedimentos de Auditoria Interna
aplicados, bem como do julgamento exercido e do
suporte das conclusões alcançadas.
12.1.2.4 Análises, demonstrações ou quaisquer outros
documentos devem ter sua integridade verificada sempre
que forem anexados aos papéis de trabalho.
12.1.3 – Fraude e Erro
12.1.3.1 A Auditoria Interna deve assessorar a administração da
entidade no trabalho de prevenção de fraudes e erros,
obrigando-se a informá-la, sempre por escrito, de maneira
reservada, sobre quaisquer indícios ou confirmações de
irregularidades detectadas no decorrer de seu trabalho.
12.1.3.2 O termo “fraude” aplica-se a ato intencional de omissão
e/ou manipulação de transações e operações,
adulteração de documentos, registros, relatórios,
informações e demonstrações contábeis, tanto em termos
físicos quanto monetários.
12.1.3.3 O termo “erro” aplica-se a ato não-intencional de
omissão, desatenção, desconhecimento ou
interpretação de fatos na elaboração de registros,
informações e demonstrações contábeis, bem como de
transações e operações da entidade, tanto em termos
físicos quanto monetários.
12.2 – NORMAS DE EXECUÇÃO DOS TRABALHOS
12.2.1 – Planejamento da Auditoria Interna
12.2.1.1 O planejamento do trabalho da Auditoria Interna
compreende os exames preliminares das áreas,
atividades, produtos e processos, para definir a amplitude
e a época do trabalho a ser realizado, de acordo com as
diretrizes estabelecidas pela administração da entidade.
12.2.1.2 – O planejamento deve considerar os fatores relevantes na
execução dos trabalhos, especialmente os seguintes:
a) o conhecimento detalhado da política e dos
instrumentos de gestão de riscos da entidade;
b) o conhecimento detalhado das atividades operacionais
e dos sistemas contábil e de controles internos e seu
grau de confiabilidade da entidade;
172
c) a natureza, a oportunidade e a extensão dos
procedimentos de auditoria interna a serem aplicados,
alinhados com a política de gestão de riscos da
entidade;
d) a existência de entidades associadas, filiais e partes
relacionadas que estejam no âmbito dos trabalhos da
Auditoria Interna;
e) o uso do trabalho de especialistas;
f) os riscos de auditoria, quer pelo volume ou pela
complexidade das transações e operações;
g) o conhecimento do resultado e das providências
tomadas em relação a trabalhos anteriores,
semelhantes ou relacionados;
h) as orientações e as expectativas externadas pela
administração aos auditores internos; e
i) o conhecimento da missão e objetivos estratégicos da
entidade.
12.2.1.3 O planejamento deve ser documentado e os programas
de trabalho formalmente preparados, detalhando-se o que
for necessário à compreensão dos procedimentos que
serão aplicados, em termos de natureza, oportunidade,
extensão, equipe técnica e uso de especialistas.
12.2.1.4 Os programas de trabalho devem ser estruturados de
forma a servir como guia e meio de controle de execução
do trabalho, devendo ser revisados e atualizados sempre
que as circunstâncias o exigirem.
12.2.2 – Riscos da Auditoria Interna
12.2.2.1 – A análise dos riscos da Auditoria Interna deve ser feita na
fase de planejamento dos trabalhos; estão relacionados à
possibilidade de não se atingir, de forma satisfatória, o
objetivo dos trabalhos. Nesse sentido, devem ser
considerados, principalmente, os seguintes aspectos:
a) a verificação e a comunicação de eventuais limitações
ao alcance dos procedimentos da Auditoria Interna, a
serem aplicados, considerando o volume ou a
complexidade das transações e das operações;
b) a extensão da responsabilidade do auditor interno no
uso dos trabalhos de especialistas.
12.2.3 – Procedimentos da Auditoria Interna
12.2.3.1 Os procedimentos da Auditoria Interna constituem
exames e investigações, incluindo testes de observância
e testes substantivos, que permitem ao auditor interno
173
obter subsídios suficientes para fundamentar suas
conclusões e recomendações à administração da
entidade.
12.2.3.2 Os testes de observância visam à obtenção de razoável
segurança de que os controles internos estabelecidos
pela administração estão em efetivo funcionamento,
inclusive quanto ao seu cumprimento pelos funcionários e
administradores da entidade. Na sua aplicação, devem
ser considerados os seguintes procedimentos:
a) inspeção verificação de registros, documentos e
ativos tangíveis;
b) observação acompanhamento de processo ou
procedimento quando de sua execução; e
c) investigação e confirmação obtenção de informações
perante pessoas físicas ou jurídicas conhecedoras das
transações e das operações, dentro ou fora da
entidade.
12.2.3.3 Os testes substantivos visam à obtenção de evidência
quanto à suficiência, exatidão e validade dos dados
produzidos pelos sistemas de informação da entidade.
12.2.3.4 As informações que fundamentam os resultados da
Auditoria Interna são denominadas de “evidências”, que
devem ser suficientes, fidedignas, relevantes e úteis, de
modo a fornecer base sólida para as conclusões e
recomendações à administração da entidade.
12.2.3.5 O processo de obtenção e avaliação das informações
compreende:
I a obtenção de informações sobre os assuntos
relacionados aos objetivos e ao alcance da Auditoria
Interna, devendo ser observado que:
a) a informação suficiente é aquela que é factual e
convincente, de tal forma que uma pessoa
prudente e informada possa entendê-la da mesma
forma que o auditor interno;
b) a informação adequada é aquela que, sendo
confiável, propicia a melhor evidência alcançável,
por meio do uso apropriado das técnicas de
Auditoria Interna;
174
c) a informação relevante é a que suporte às
conclusões e às recomendações da Auditoria
Interna;
d) a informação útil é a que auxilia a entidade a atingir
suas metas.
II – a avaliação da efetividade das informações obtidas,
mediante a aplicação de procedimentos da Auditoria
Interna, incluindo testes substantivos, se as
circunstâncias assim o exigirem.
12.2.3.6 O processo deve ser supervisionado para alcançar
razoável segurança de que o objetivo do trabalho da
Auditoria Interna está sendo atingido.
12.2.3.7 Devem ser adotados procedimentos adequados para
assegurar que as contingências ativas e passivas
relevantes - decorrentes de processos judiciais e
extrajudiciais, reivindicações e reclamações, bem como
de lançamentos de tributos e de contribuições em disputa,
- foram identificadas e são do conhecimento da
administração da entidade.
12.2.3.8 No trabalho da Auditoria Interna, quando aplicável, deve
ser examinada a observância dos Princípios
Fundamentais de Contabilidade, das Normas Brasileiras
de Contabilidade e da legislação tributária, trabalhista e
societária, bem como o cumprimento das normas
reguladoras a que estiver sujeita a entidade.
12.2.4 – Amostragem
12.2.4.1 Ao determinar a extensão de um teste de auditoria ou um
método de seleção de itens a serem testados, podem
ser empregadas técnicas de amostragem.
12.2.4.2 Ao usar método de amostragem, estatística ou não, deve
ser projetada e selecionada uma amostra que possa
proporcionar evidência de auditoria suficiente e
apropriada.
12.2.4 Processamento Eletrônico de Dados – PED
12.2.5.1 A utilização de processamento eletrônico de dados pela
entidade requer que exista, na equipe da Auditoria
Interna, profissional com conhecimento suficiente sobre a
tecnologia da informação e os sistemas de informação
utilizados.
175
12.2.4.2 – O uso de técnicas de Auditoria Interna, que demandem o
emprego de recursos tecnológicos de processamento de
informações, requer que exista na equipe da Auditoria
Interna profissional com conhecimento suficiente de forma
a implementar os próprios procedimentos ou, se for o
caso, orientar, supervisionar e revisar os trabalhos de
especialistas.
12.3 – NORMAS RELATIVAS AO RELATÓRIO DA AUDITORIA INTERNA
12.3.1 O relatório é o documento pelo qual a Auditoria Interna apresenta o
resultado dos seus trabalhos, devendo ser redigido com objetividade
e imparcialidade, de forma a expressar, claramente, suas
conclusões, recomendações e providências a serem tomadas pela
administração da entidade.
12.3.2 O relatório da Auditoria Interna deve abordar, no mínimo, os
seguintes aspectos:
a) o objetivo e a extensão dos trabalhos;
b) a metodologia adotada;
c) os principais procedimentos de auditoria aplicados e sua
extensão;
d) eventuais limitações ao alcance dos procedimentos de auditoria;
e) a descrição dos fatos constatados e as evidências encontradas;
f) os riscos associados aos fatos constatados; e
g) as conclusões e as recomendações resultantes dos fatos
constatados.
12.3.3 O relatório da Auditoria Interna deve ser apresentado a quem tenha
solicitado o trabalho ou a quem este autorizar, devendo ser
preservada a confidencialidade do seu conteúdo.
12.3.4 A Auditoria Interna deve avaliar a necessidade de emissão de
relatório parcial, na hipótese de constatar impropriedades
/irregularidades/ ilegalidades que necessitem providências imediatas
da administração da entidade, e que não possam aguardar o final
dos exames, considerando o disposto no item 12.1.3.1.
176
ANEXO D PADRÕES INTERNACIONAIS DE AUDITORIA INTERNA DO IIA.
IPPF - INTERNATIONAL PROFESSIONAL PRACTICE FRAMEWORKS
INTERNATIONAL STANDANRS © 2009 The Institute of Internal Auditors
Attribute Standards
1000 – Purpose, Authority, and Responsibility
The purpose, authority, and responsibility of the internal audit activity must be
formally defined in an internal audit charter, consistent with the Definition of Internal
Auditing, the Code of Ethics, and the Standards. The chief audit executive must
periodically review the internal audit charter and present it to senior management and
the board for approval.
Interpretation:
The internal audit charter is a formal document that defines the internal audit
activity's purpose, authority, and responsibility. The internal audit charter establishes
the internal audit activity's position within the organization; authorizes access to
records, personnel, and physical properties relevant to the performance of
engagements; and defines the scope of internal audit activities. Final approval of the
internal audit charter resides with the board.
1000.A1 The nature of assurance services provided to the
organization must be defined in the internal audit charter. If assurances are to
be provided to parties outside the organization, the nature of these
assurances must also be defined in the internal audit charter.
1000.C1 The nature of consulting services must be defined in the
internal audit charter.
1010 Recognition of the Definition of Internal Auditing, the Code of
Ethics, and the Standards in the Internal Audit Charter
The mandatory nature of the Definition of Internal Auditing, the Code of Ethics,
and the Standards must be recognized in the internal audit charter. The chief audit
executive should discuss the Definition of Internal Auditing, the Code of Ethics, and
the Standards with senior management and the board.
1100 – Independence and Objectivity
The internal audit activity must be independent, and internal auditors must be
objective in performing their work.
Interpretation:
Independence is the freedom from conditions that threaten the ability of the
internal audit activity or the chief audit executive to carry out internal audit
responsibilities in an unbiased manner. To achieve the degree of independence
necessary to effectively carry out the responsibilities of the internal audit activity, the
chief audit executive has direct and unrestricted access to senior management and
the board. This can be achieved through a dual-reporting relationship. Threats to
177
independence must be managed at the individual auditor, engagement, functional,
and organizational levels.
Objectivity is an unbiased mental attitude that allows internal auditors to
perform engagements in such a manner that they believe in their work product and
that no quality compromises are made. Objectivity requires that internal auditors do
not subordinate their judgment on audit matters to others. Threats to objectivity must
be managed at the individual auditor, engagement, functional, and organizational
levels.
1110 – Organizational Independence
The chief audit executive must report to a level within the organization that
allows the internal audit activity to fulfill its responsibilities. The chief audit executive
must confirm to the board, at least annually, the organizational independence of the
internal audit activity.
1110.A1 The internal audit activity must be free from interference in
determining the scope of internal auditing, performing work, and
communicating results.
1111 – Direct Interaction with the Board
The chief audit executive must communicate and interact directly with the
board.
1120 – Individual Objectivity
Internal auditors must have an impartial, unbiased attitude and avoid any
conflict of interest.
Interpretation:
Conflict of interest is a situation in which an internal auditor, who is in a
position of trust, has a competing professional or personal interest. Such competing
interests can make it difficult to fulfill his or her duties impartially. A conflict of interest
exists even if no unethical or improper act results. A conflict of interest can create an
appearance of impropriety that can undermine confidence in the internal auditor, the
internal audit activity, and the profession. A conflict of interest could impair an
individual's ability to perform his or her duties and responsibilities objectively.
1130 – Impairment to Independence or Objectivity
If independence or objectivity is impaired in fact or appearance, the details of
the impairment must be disclosed to appropriate parties. The nature of the
disclosure will depend upon the impairment.
Interpretation:
Impairment to organizational independence and individual objectivity may
include, but is not limited to, personal conflict of interest, scope limitations,
restrictions on access to records, personnel, and properties, and resource limitations,
such as funding.
The determination of appropriate parties to which the details of an impairment
to independence or objectivity must be disclosed is dependent upon the expectations
178
of the internal audit activity’s and the chief audit executive’s responsibilities to senior
management and the board as described in the internal audit charter, as well as the
nature of the impairment.
1130.A1 Internal auditors must refrain from assessing specific
operations for which they were previously responsible. Objectivity is presumed
to be impaired if an internal auditor provides assurance services for an activity
for which the internal auditor had responsibility within the previous year.
1130.A2 Assurance engagements for functions over which the chief
audit executive has responsibility must be overseen by a party outside the
internal audit activity.
1130.C1 Internal auditors may provide consulting services relating to
operations for which they had previous responsibilities.
1130.C2 If internal auditors have potential impairments to
independence or objectivity relating to proposed consulting services,
disclosure must be made to the engagement client prior to accepting the
engagement.
1200 – Proficiency and Due Professional Care
Engagements must be performed with proficiency and due professional care.
1210 – Proficiency
Internal auditors must possess the knowledge, skills, and other competencies
needed to perform their individual responsibilities. The internal audit activity
collectively must possess or obtain the knowledge, skills, and other competencies
needed to perform its responsibilities.
Interpretation:
Knowledge, skills, and other competencies is a collective term that refers to
the professional proficiency required of internal auditors to effectively carry out their
professional responsibilities. Internal auditors are encouraged to demonstrate their
proficiency by obtaining appropriate professional certifications and qualifications,
such as the Certified Internal Auditor designation and other designations offered by
The Institute of Internal Auditors and other appropriate professional organizations.
1210.A1 The chief audit executive must obtain competent advice and
assistance if the internal auditors lack the knowledge, skills, or other
competencies needed to perform all or part of the engagement.
1210.A2 Internal auditors must have sufficient knowledge to evaluate
the risk of fraud and the manner in which it is managed by the organization, but
are not expected to have the expertise of a person whose primary responsibility
is detecting and investigating fraud.
1210.A3 Internal auditors must have sufficient knowledge of key
information technology risks and controls and available technology-based audit
techniques to perform their assigned work. However, not all internal auditors
179
are expected to have the expertise of an internal auditor whose primary
responsibility is information technology auditing.
1210.C1 The chief audit executive must decline the consulting
engagement or obtain competent advice and assistance if the internal auditors
lack the knowledge, skills, or other competencies needed to perform all or part
of the engagement.
1220 – Due Professional Care
Internal auditors must apply the care and skill expected of a reasonably
prudent and competent internal auditor. Due professional care does not imply
infallibility.
1220.A1 Internal auditors must exercise due professional care by
considering the:
Extent of work needed to achieve the engagement’s
objectives;
Relative complexity, materiality, or significance of matters
to which assurance procedures are applied;
Adequacy and effectiveness of governance, risk
management, and control processes;
Probability of significant errors, fraud, or noncompliance;
and
Cost of assurance in relation to potential benefits.
1220.A2 In exercising due professional care internal auditors must
consider the use of technology-based audit and other data analysis
techniques.
1220.A3 Internal auditors must be alert to the significant risks that
might affect objectives, operations, or resources. However, assurance
procedures alone, even when performed with due professional care, do not
guarantee that all significant risks will be identified.
1220.C1 Internal auditors must exercise due professional care during
a consulting engagement by considering the:
Needs and expectations of clients, including the nature,
timing, and communication of engagement results;
Relative complexity and extent of work needed to achieve
the engagement’s objectives; and
Cost of the consulting engagement in relation to potential
benefits.
1230 – Continuing Professional Development
Internal auditors must enhance their knowledge, skills, and other
competencies through continuing professional development.
1300 – Quality Assurance and Improvement Program
180
The chief audit executive must develop and maintain a quality assurance and
improvement program that covers all aspects of the internal audit activity.
Interpretation:
A quality assurance and improvement program is designed to enable an
evaluation of the internal audit activity’s conformance with the Definition of Internal
Auditing and the Standards and an evaluation of whether internal auditors apply the
Code of Ethics. The program also assesses the efficiency and effectiveness of the
internal audit activity and identifies opportunities for improvement.
1310 Requirements of the Quality Assurance and Improvement
Program
The quality assurance and improvement program must include both internal
and external assessments.
1311 – Internal Assessments
Internal assessments must include:
Ongoing monitoring of the performance of the internal audit
activity; and
Periodic reviews performed through self-assessment or by other
persons within the organization with sufficient knowledge of internal audit
practices.
Interpretation:
Ongoing monitoring is an integral part of the day-to-day supervision, review,
and measurement of the internal audit activity. Ongoing monitoring is incorporated
into the routine policies and practices used to manage the internal audit activity and
uses processes, tools, and information considered necessary to evaluate
conformance with the Definition of Internal Auditing, the Code of Ethics, and the
Standards.
Periodic reviews are assessments conducted to evaluate conformance with
the Definition of Internal Auditing, the Code of Ethics, and the Standards.
Sufficient knowledge of internal audit practices requires at least an
understanding of all elements of the International Professional Practices Framework.
1312 – External Assessments
External assessments must be conducted at least once every five years by a
qualified, independent reviewer or review team from outside the organization. The
chief audit executive must discuss with the board:
The need for more frequent external assessments; and
The qualifications and independence of the external reviewer or
review team, including any potential conflict of interest.
Interpretation:
A qualified reviewer or review team consists of individuals who are competent
in the professional practice of internal auditing and the external assessment process.
181
The evaluation of the competency of the reviewer and review team is a judgment that
considers the professional internal audit experience and professional credentials of
the individuals selected to perform the review. The evaluation of qualifications also
considers the size and complexity of the organizations that the reviewers have been
associated with in relation to the organization for which the internal audit activity is
being assessed, as well as the need for particular sector, industry, or technical
knowledge.
An independent reviewer or review team means not having either a real or an
apparent conflict of interest and not being a part of, or under the control of, the
organization to which the internal audit activity belongs.
1320 – Reporting on the Quality Assurance and Improvement Program
The chief audit executive must communicate the results of the quality
assurance and improvement program to senior management and the board.
Interpretation:
The form, content, and frequency of communicating the results of the quality
assurance and improvement program is established through discussions with senior
management and the board and considers the responsibilities of the internal audit
activity and chief audit executive as contained in the internal audit charter. To
demonstrate conformance with the Definition of Internal Auditing, the Code of Ethics,
and the Standards, the results of external and periodic internal assessments are
communicated upon completion of such assessments and the results of ongoing
monitoring are communicated at least annually. The results include the reviewer’s or
review team’s assessment with respect to the degree of conformance.
1321 Use of “Conforms with the International Standards for the
Professional Practice of Internal Auditing
The chief audit executive may state that the internal audit activity conforms
with the International Standards for the Professional Practice of Internal Auditing only
if the results of the quality assurance and improvement program support this
statement.
1322 – Disclosure of Nonconformance
When nonconformance with the Definition of Internal Auditing, the Code of
Ethics, or the Standards impacts the overall scope or operation of the internal audit
activity, the chief audit executive must disclose the nonconformance and the impact
to senior management and the board.
Performance Standards
2000 – Managing the Internal Audit Activity
The chief audit executive must effectively manage the internal audit activity to
ensure it adds value to the organization.
Interpretation:
The internal audit activity is effectively managed when:
182
The results of the internal audit activity’s work achieve the
purpose and responsibility included in the internal audit charter;
The internal audit activity conforms with the Definition of Internal
Auditing and the Standards; and
The individuals who are part of the internal audit activity
demonstrate conformance with the Code of Ethics and the Standards.
2010 – Planning
The chief audit executive must establish risk-based plans to determine the
priorities of the internal audit activity, consistent with the organization’s goals.
Interpretation:
The chief audit executive is responsible for developing a risk-based plan. The
chief audit executive takes into account the organization’s risk management
framework, including using risk appetite levels set by management for the different
activities or parts of the organization. If a framework does not exist, the chief audit
executive uses his/her own judgment of risks after consultation with senior
management and the board.
2010.A1 The internal audit activity’s plan of engagements must be
based on a documented risk assessment, undertaken at least annually. The
input of senior management and the board must be considered in this
process.
2010.C1 The chief audit executive should consider accepting
proposed consulting engagements based on the engagement’s potential to
improve management of risks, add value, and improve the organization’s
operations. Accepted engagements must be included in the plan.
2020 – Communication and Approval
The chief audit executive must communicate the internal audit activity’s plans
and resource requirements, including significant interim changes, to senior
management and the board for review and approval. The chief audit executive must
also communicate the impact of resource limitations.
2030 – Resource Management
The chief audit executive must ensure that internal audit resources are
appropriate, sufficient, and effectively deployed to achieve the approved plan.
Interpretation:
Appropriate refers to the mix of knowledge, skills, and other competencies
needed to perform the plan. Sufficient refers to the quantity of resources needed to
accomplish the plan. Resources are effectively deployed when they are used in a
way that optimizes the achievement of the approved plan.
2040 – Policies and Procedures
The chief audit executive must establish policies and procedures to guide the
internal audit activity.
Interpretation:
183
The form and content of policies and procedures are dependent upon the size
and structure of the internal audit activity and the complexity of its work.
2050 – Coordination
The chief audit executive should share information and coordinate activities
with other internal and external providers of assurance and consulting services to
ensure proper coverage and minimize duplication of efforts.
2060 – Reporting to Senior Management and the Board
The chief audit executive must report periodically to senior management and
the board on the internal audit activity’s purpose, authority, responsibility, and
performance relative to its plan. Reporting must also include significant risk
exposures and control issues, including fraud risks, governance issues, and other
matters needed or requested by senior management and the board.
Interpretation:
The frequency and content of reporting are determined in discussion with
senior management and the board and depend on the importance of the information
to be communicated and the urgency of the related actions to be taken by senior
management or the board.
2100 – Nature of Work
The internal audit activity must evaluate and contribute to the improvement of
governance, risk management, and control processes using a systematic and
disciplined approach.
2110 – Governance
The internal audit activity must assess and make appropriate
recommendations for improving the governance process in its accomplishment of the
following objectives:
Promoting appropriate ethics and values within the organization;
Ensuring effective organizational performance management and
accountability;
Communicating risk and control information to appropriate areas
of the organization; and
Coordinating the activities of and communicating information
among the board, external and internal auditors, and management.
2110.A1 The internal audit activity must evaluate the design,
implementation, and effectiveness of the organization’s ethics-related
objectives, programs, and activities.
2110.A2 The internal audit activity must assess whether the
information technology governance of the organization sustains and supports
the organization’s strategies and objectives.
2110.C1 Consulting engagement objectives must be consistent with
the overall values and goals of the organization.
184
2120 – Risk Management
The internal audit activity must evaluate the effectiveness and contribute to the
improvement of risk management processes.
2120 - Risk Management
Interpretation:
Determining whether risk management processes are effective is a judgment
resulting from the internal auditor’s assessment that:
Organizational objectives support and align with the
organization’s mission;
Significant risks are identified and assessed;
Appropriate risk responses are selected that align risks with the
organization’s risk appetite; and
Relevant risk information is captured and communicated in a
timely manner across the organization, enabling staff, management, and the
board to carry out their responsibilities.
Risk management processes are monitored through ongoing management
activities, separate evaluations, or both.
2120.A1 The internal audit activity must evaluate risk exposures
relating to the organization’s governance, operations, and information systems
regarding the:
Reliability and integrity of financial and operational
information.
Effectiveness and efficiency of operations.
Safeguarding of assets; and
Compliance with laws, regulations, and contracts.
2120.A2 The internal audit activity must evaluate the potential for the
occurrence of fraud and how the organization manages fraud risk.
2120.C1 During consulting engagements, internal auditors must
address risk consistent with the engagement’s objectives and be alert to the
existence of other significant risks.
2120.C2 Internal auditors must incorporate knowledge of risks gained
from consulting engagements into their evaluation of the organization’s risk
management processes.
2120.C3 When assisting management in establishing or improving
risk management processes, internal auditors must refrain from assuming any
management responsibility by actually managing risks.
2130 – Control
The internal audit activity must assist the organization in maintaining effective
controls by evaluating their effectiveness and efficiency and by promoting continuous
improvement.
185
2130.A1 The internal audit activity must evaluate the adequacy and
effectiveness of controls in responding to risks within the organization’s
governance, operations, and information systems regarding the:
Reliability and integrity of financial and operational
information;
Effectiveness and efficiency of operations;
Safeguarding of assets; and
Compliance with laws, regulations, and contracts.
2130.A2 Internal auditors should ascertain the extent to which
operating and program goals and objectives have been established and
conform to those of the organization.
2130.A3 Internal auditors should review operations and programs to
ascertain the extent to which results are consistent with established goals and
objectives to determine whether operations and programs are being
implemented or performed as intended.
2130.C1 During consulting engagements, internal auditors must
address controls consistent with the engagement’s objectives and be alert to
significant control issues.
2130.C2 – Internal auditors must incorporate knowledge of controls
gained from consulting engagements into evaluation of the organization’s
control processes.
2200 – Engagement Planning
Internal auditors must develop and document a plan for each engagement,
including the engagement’s objectives, scope, timing, and resource allocations.
2201 – Planning Considerations
In planning the engagement, internal auditors must consider:
The objectives of the activity being reviewed and the means by
which the activity controls its performance;
The significant risks to the activity, its objectives, resources, and
operations and the means by which the potential impact of risk is kept to
an acceptable level;
The adequacy and effectiveness of the activity’s risk
management and control processes compared to a relevant control
framework or model; and
The opportunities for making significant improvements to the
activity’s risk management and control processes.
2201.A1 When planning an engagement for parties outside the
organization, internal auditors must establish a written understanding with
them about objectives, scope, respective responsibilities, and other
expectations, including restrictions on distribution of the results of the
engagement and access to engagement records.
186
2201.C1 Internal auditors must establish an understanding with
consulting engagement clients about objectives, scope, respective
responsibilities, and other client expectations. For significant engagements,
this understanding must be documented.
2210 – Engagement Objectives
Objectives must be established for each engagement.
2210.A1 Internal auditors must conduct a preliminary assessment of
the risks relevant to the activity under review. Engagement objectives must
reflect the results of this assessment.
2210.A2 Internal auditors must consider the probability of significant
errors, fraud, noncompliance, and other exposures when developing the
engagement objectives.
2210.A3 Adequate criteria are needed to evaluate controls. Internal
auditors must ascertain the extent to which management has established
adequate criteria to determine whether objectives and goals have been
accomplished. If adequate, internal auditors must use such criteria in their
evaluation. If inadequate, internal auditors must work with management to
develop appropriate evaluation criteria.
2210.C1 Consulting engagement objectives must address
governance, risk management, and control processes to the extent agreed
upon with the client.
2220 – Engagement Scope
The established scope must be sufficient to satisfy the objectives of the
engagement.
2220.A1 The scope of the engagement must include consideration of
relevant systems, records, personnel, and physical properties, including those
under the control of third parties.
2220.A2 If significant consulting opportunities arise during an
assurance engagement, a specific written understanding as to the objectives,
scope, respective responsibilities, and other expectations should be reached
and the results of the consulting engagement communicated in accordance
with consulting standards.
2220.C1 In performing consulting engagements, internal auditors
must ensure that the scope of the engagement is sufficient to address the
agreed-upon objectives. If internal auditors develop reservations about the
scope during the engagement, these reservations must be discussed with the
client to determine whether to continue with the engagement.
2230 – Engagement Resource Allocation
187
Internal auditors must determine appropriate and sufficient resources to
achieve engagement objectives based on an evaluation of the nature and complexity
of each engagement, time constraints, and available resources.
2240 – Engagement Work Program
Internal auditors must develop and document work programs that achieve the
engagement objectives.
2240.A1 Work programs must include the procedures for identifying,
analyzing, evaluating, and documenting information during the engagement.
The work program must be approved prior to its implementation, and any
adjustments approved promptly.
2240.C1 Work programs for consulting engagements may vary in
form and content depending upon the nature of the engagement.
2300 – Performing the Engagement
Internal auditors must identify, analyze, evaluate, and document sufficient
information to achieve the engagement’s objectives.
2310 – Identifying Information
Internal auditors must identify sufficient, reliable, relevant, and useful
information to achieve the engagement’s objectives.
Interpretation:
Sufficient information is factual, adequate, and convincing so that a prudent,
informed person would reach the same conclusions as the auditor. Reliable
information is the best attainable information through the use of appropriate
engagement techniques. Relevant information supports engagement observations
and recommendations and is consistent with the objectives for the engagement.
Useful information helps the organization meet its goals.
2320 – Analysis and Evaluation
Internal auditors must base conclusions and engagement results on
appropriate analyses and evaluations.
2330 – Documenting Information
Internal auditors must document relevant information to support the
conclusions and engagement results.
2330.A1 The chief audit executive must control access to
engagement records. The chief audit executive must obtain the approval of
senior management and/or legal counsel prior to releasing such records to
external parties, as appropriate.
2330.A2 The chief audit executive must develop retention
requirements for engagement records, regardless of the medium in which
each record is stored. These retention requirements must be consistent with
the organization’s guidelines and any pertinent regulatory or other
requirements.
188
2330.C1 The chief audit executive must develop policies governing
the custody and retention of consulting engagement records, as well as their
release to internal and external parties. These policies must be consistent with
the organization’s guidelines and any pertinent regulatory or other
requirements.
2340 – Engagement Supervision
Engagements must be properly supervised to ensure objectives are achieved,
quality is assured, and staff is developed.
Interpretation:
The extent of supervision required will depend on the proficiency and
experience of internal auditors and the complexity of the engagement. The chief audit
executive has overall responsibility for supervising the engagement, whether
performed by or for the internal audit activity, but may designate appropriately
experienced members of the internal audit activity to perform the review. Appropriate
evidence of supervision is documented and retained.
2400 – Communicating Results
Internal auditors must communicate the engagement results.
2410 – Criteria for Communicating
Communications must include the engagement’s objectives and scope as well
as applicable conclusions, recommendations, and action plans.
2410.A1 Final communication of engagement results must, where
appropriate, contain internal auditors’ overall opinion and/or conclusions.
2410.A2 Internal auditors are encouraged to acknowledge
satisfactory performance in engagement communications.
2410.A3 When releasing engagement results to parties outside the
organization, the communication must include limitations on distribution and
use of the results.
2410.C1 Communication of the progress and results of consulting
engagements will vary in form and content depending upon the nature of the
engagement and the needs of the client.
2420 – Quality of Communications
Communications must be accurate, objective, clear, concise, constructive,
complete, and timely.
Interpretation:
Accurate communications are free from errors and distortions and are faithful
to the underlying facts. Objective communications are fair, impartial, and unbiased
and are the result of a fair-minded and balanced assessment of all relevant facts and
circumstances. Clear communications are easily understood and logical, avoiding
unnecessary technical language and providing all significant and relevant
189
information. Concise communications are to the point and avoid unnecessary
elaboration, superfluous detail, redundancy, and wordiness. Constructive
communications are helpful to the engagement client and the organization and lead
to improvements where needed. Complete communications lack nothing that is
essential to the target audience and include all significant and relevant information
and observations to support recommendations and conclusions. Timely
communications are opportune and expedient, depending on the significance of the
issue, allowing management to take appropriate corrective action.
2421 – Errors and Omissions
If a final communication contains a significant error or omission, the chief audit
executive must communicate corrected information to all parties who received the
original communication.
2430 Use of “Conducted in Conformance with the International
Standards for the Professional Practice of Internal Auditing
Internal auditors may report that their engagements are “conducted in
conformance with the International Standards for the Professional Practice of Internal
Auditing”, only if the results of the quality assurance and improvement program
support the statement.
2431 – Engagement Disclosure of Nonconformance
When nonconformance with the Definition of Internal Auditing, the Code of
Ethics or the Standards impacts a specific engagement, communication of the results
must disclose the:
Principle or rule of conduct of the Code of Ethics or Standard(s)
with which full conformance was not achieved;
Reason(s) for nonconformance; and
Impact of nonconformance on the engagement and the
communicated engagement results.
2440 – Disseminating Results
The chief audit executive must communicate results to the appropriate parties.
Interpretation:
The chief audit executive or designee reviews and approves the final
engagement communication before issuance and decides to whom and how it will be
disseminated.
2440.A1 The chief audit executive is responsible for communicating
the final results to parties who can ensure that the results are given due
consideration.
2440.A2 If not otherwise mandated by legal, statutory, or regulatory
requirements, prior to releasing results to parties outside the organization the
chief audit executive must:
Assess the potential risk to the organization;
190
Consult with senior management and/or legal counsel as
appropriate; and
Control dissemination by restricting the use of the results.
2440.C1 The chief audit executive is responsible for communicating
the final results of consulting engagements to clients.
2440.C2 During consulting engagements, governance, risk
management, and control issues may be identified. Whenever these issues
are significant to the organization, they must be communicated to senior
management and the board.
2500 – Monitoring Progress
The chief audit executive must establish and maintain a system to monitor the
disposition of results communicated to management.
2500.A1 The chief audit executive must establish a follow-up process
to monitor and ensure that management actions have been effectively
implemented or that senior management has accepted the risk of not taking
action.
2500.C1 The internal audit activity must monitor the disposition of
results of consulting engagements to the extent agreed upon with the client.
2600 – Resolution of Senior Management’s Acceptance of Risks
When the chief audit executive believes that senior management has
accepted a level of residual risk that may be unacceptable to the organization, the
chief audit executive must discuss the matter with senior management. If the
decision regarding residual risk is not resolved, the chief audit executive must report
the matter to the board for resolution.
Glossary
Add Value
Value is provided by improving opportunities to achieve organizational
objectives, identifying operational improvement, and/or reducing risk exposure
through both assurance and consulting services.
Adequate Control
Present if management has planned and organized (designed) in a manner
that provides reasonable assurance that the organization’s risks have been managed
effectively and that the organization’s goals and objectives will be achieved efficiently
and economically.
Assurance Services
An objective examination of evidence for the purpose of providing an
independent assessment on governance, risk management, and control processes
for the organization. Examples may include financial, performance, compliance,
system security, and due diligence engagements.
Board
A board is an organization’s governing body, such as a board of directors,
supervisory board, head of an agency or legislative body, board of governors or
191
trustees of a nonprofit organization, or any other designated body of the organization,
including the audit committee to whom the chief audit executive may functionally
report.
Charter
The internal audit charter is a formal document that defines the internal audit
activity’s purpose, authority, and responsibility. The internal audit charter establishes
the internal audit activity’s position within the organization; authorizes access to
records, personnel, and physical properties relevant to the performance of
engagements; and defines the scope of internal audit activities.
Chief Audit Executive
Chief audit executive is a senior position within the organization responsible
for internal audit activities. Normally, this would be the internal audit director. In the
case where internal audit activities are obtained from external service providers, the
chief audit executive is the person responsible for overseeing the service contract
and the overall quality assurance of these activities, reporting to senior management
and the board regarding internal audit activities, and follow-up of engagement results.
The term also includes titles such as general auditor, head of internal audit, chief
internal auditor, and inspector general.
Code of Ethics
The Code of Ethics of The Institute of Internal Auditors (IIA) are Principles
relevant to the profession and practice of internal auditing, and Rules of Conduct that
describe behavior expected of internal auditors. The Code of Ethics applies to both
parties and entities that provide internal audit services. The purpose of the Code of
Ethics is to promote an ethical culture in the global profession of internal auditing.
Compliance
Adherence to policies, plans, procedures, laws, regulations, contracts, or other
requirements.
Conflict of Interest
Any relationship that is, or appears to be, not in the best interest of the
organization. A conflict of interest would prejudice an individual’s ability to perform his
or her duties and responsibilities objectively.
Consulting Services
Advisory and related client service activities, the nature and scope of which
are agreed with the client, are intended to add value and improve an organization’s
governance, risk management, and control processes without the internal auditor
assuming management responsibility. Examples include counsel, advice, facilitation,
and training.
Control
Any action taken by management, the board, and other parties to manage risk
and increase the likelihood that established objectives and goals will be achieved.
Management plans, organizes, and directs the performance of sufficient actions to
provide reasonable assurance that objectives and goals will be achieved.
Control Environment
The attitude and actions of the board and management regarding the
significance of control within the organization. The control environment provides the
discipline and structure for the achievement of the primary objectives of the system of
internal control. The control environment includes the following elements:
Integrity and ethical values.
Management’s philosophy and operating style.
192
Organizational structure.
Assignment of authority and responsibility.
Human resource policies and practices.
Competence of personnel.
Control Processes
The policies, procedures, and activities that are part of a control framework,
designed to ensure that risks are contained within the risk tolerances established by
the risk management process.
Engagement
A specific internal audit assignment, task, or review activity, such as an
internal audit, control self-assessment review, fraud examination, or consultancy. An
engagement may include multiple tasks or activities designed to accomplish a
specific set of related objectives.
Engagement Objectives
Broad statements developed by internal auditors that define intended
engagement accomplishments.
Engagement Work Program
A document that lists the procedures to be followed during an engagement,
designed to achieve the engagement plan.
External Service Provider
A person or firm outside of the organization that has special knowledge, skill,
and experience in a particular discipline.
Fraud
Any illegal act characterized by deceit, concealment, or violation of trust.
These acts are not dependent upon the threat of violence or physical force. Frauds
are perpetrated by parties and organizations to obtain money, property, or services;
to avoid payment or loss of services; or to secure personal or business advantage.
Governance
The combination of processes and structures implemented by the board to
inform, direct, manage, and monitor the activities of the organization toward the
achievement of its objectives.
Impairment
Impairment to organizational independence and individual objectivity may
include personal conflict of interest, scope limitations, restrictions on access to
records, personnel, and properties, and resource limitations (funding).
Independence
The freedom from conditions that threaten objectivity or the appearance of
objectivity. Such threats to objectivity must be managed at the individual auditor,
engagement, functional, and organizational levels.
Information Technology Controls
Controls that support business management and governance as well as
provide general and technical controls over information technology infrastructures
such as applications, information, infrastructure, and people.
Information Technology Governance
Consists of the leadership, organizational structures, and processes that
ensure that the enterprise’s information technology sustains and supports the
organization’s strategies and objectives.
Internal Audit Activity
193
A department, division, team of consultants, or other practitioner(s) that
provides independent, objective assurance and consulting services designed to add
value and improve an organization’s operations. The internal audit activity helps an
organization accomplish its objectives by bringing a systematic, disciplined approach
to evaluate and improve the effectiveness of governance, risk management and
control processes.
International Professional Practices Framework
The conceptual framework that organizes the authoritative guidance
promulgated by The IIA. Authoritative Guidance is comprised of two categories (1)
mandatory and (2) strongly recommended.
Must
The Standards use the word “must” to specify an unconditional requirement.
Objectivity
An unbiased mental attitude that allows internal auditors to perform
engagements in such a manner that they have an honest belief in their work product
and that no significant quality compromises are made. Objectivity requires internal
auditors not to subordinate their judgment on audit matters to others.
Residual Risk
The risk remaining after management takes action to reduce the impact and
likelihood of an adverse event, including control activities in responding to a risk.
Risk
The possibility of an event occurring that will have an impact on the
achievement of objectives. Risk is measured in terms of impact and likelihood.
Risk Appetite
The level of risk that an organization is willing to accept.
Risk Management
A process to identify, assess, manage, and control potential events or
situations to provide reasonable assurance regarding the achievement of the
organization’s objectives.
Should
The Standards use the word “should” where conformance is expected unless,
when applying professional judgment, circumstances justify deviation.
Significance
The relative importance of a matter within the context in which it is being
considered, including quantitative and qualitative factors, such as magnitude, nature,
effect, relevance, and impact. Professional judgment assists internal auditors when
evaluating the significance of matters within the context of the relevant objectives.
Standard
A professional pronouncement promulgated by the Internal Audit Standards
Board that delineates the requirements for performing a broad range of internal audit
activities, and for evaluating internal audit performance.
Technology-based Audit Techniques
Any automated audit tool, such as generalized audit software, test data
generators, computerized audit programs, specialized audit utilities, and computer-
assisted audit techniques (CAATs).
Suggestions and comments regarding the Standards can be sent to:
The Institute of Internal Auditors
247 Maitland Avenue, Altamonte Springs, FL 32701-4201, USA
E-mail:
[email protected] - Web: www.theiia.org
194
ANEXO E – RELAÇÃO DAS ORIENTAÇÕES PARA A PRÁTICA DE AUDITORIA
INTERNA DO IIA.
1000-1: Estatuto de Auditoria Interna
1110-1: Independência da organização
1111-1: Interação do Conselho
1120-1: Objetividade individual
1130-1: Impedimentos à independência ou objetividade
1130.A1-1: Avaliação das operações sobre as quais os auditores internos são previamente
responsáveis
1130.A2-1: Responsabilidades da auditoria interna sobre outras funções (que não sejam de auditoria)
1200-1: Perícia e zelo profissional
1210-1: Perícia
1210.A1-1: Obtenção de serviços para respaldar ou complementar a atividade de auditoria interna
1220-1: Zelo profissional
1230-1: Desenvolvimento profissional contínuo
1300-1: Programa de segurança e melhora da qualidade
1310-1: Requisitos do programa de segurança e melhora da qualidade
1311-1: Avaliações internas
1312-1: Avaliações externas
1312-2: Avaliação externa: auto-avaliação com validação independente
1321-1: Utlização do “Cumprimento das Normas Internacionais para o Exercício Profissional da
Auditoria Interna”
2010-1: Vínculo do plano de auditoria interna com o risco e as exposições
2020-1: Comunicação e aprovação
2030-1: Administração de recursos
2040-1: Políticas e procedimentos
2050-1: Coordenação
2060-1: Preparaçaõ de informes para o Conselho de Administração e Alta Direção
2120-1: Avaliação da idoneidade dos procesos de gestão de riscos
2130-1: Avaliação da idoneidade dos processos de controle
195
2130.A1-1: Integridade e confiabilidade da informação
2130.A1-2: Avaliação do enfoque de privacidade de uma organização
2200-1: Planejamento do trabalho
2210-1: Objetivos do trabalho
2210.A1-1: Avaliação de riscos no planejamento do trabalho
2230-1: Designação de recursos do trabalho
2240-1: Programa de trabalho
2330-1: Documentação da informação
2330.A1-1: Controel de registros do trabalho
2330.A2-1: Guarda dos registros
2340-1: Supervisão do trabalho
2410-1: Criterios de comunicação
2420-1: Qualidade da comunicação
2440-1: Divulgação de resultados
2500-1: Acompanhamento do progresso
2500.A1-1: Processo de acompanhamento
196
ANEXO F Relacionamento das categorias das atividades de controle com os
componentes do COSO:
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo