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Universidade Federal da Paraíba
Centro de Tecnologia
curso de pós-graduação em engenharia urban
a
- mestrado
-
ARQUIBANCADAS TEMPORÁRIAS UTILIZADAS EM
EVENTOS URBANOS: ANÁLISE DE PROJETOS
por
Valkisfran Lira de Brito
Dissertação de Mestrado apresentada à Universidade Federal da Paraíba
para obtenção do grau de Mestre
João Pessoa - Paraíba setembro - 2005
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Universidade Federal da Paraíba
Centro de Tecnologia
curso de pós-graduação em engenharia urban
a
- mestrado
-
ARQUIBANCADAS TEMPORÁRIAS UTILIZADAS EM
EVENTOS URBANOS: ANÁLISE DE PROJETOS
Dissertação submetida ao Programa de Pós-
Graduação em Engenharia Urbana da
Universidade Federal da Paraíba como parte
dos requisitos necessários para a obtenção do
título de Mestre
Valkisfran Lira de Brito
ORIENTADOR: Prof. PhD Roberto Leal Pimentel
João Pessoa - Paraíba setembro – 2005
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B862a Brito, Valkisfran Lira
Arquibancadas temporárias
utilizadas em eventos urbanos: análise
de projetos / Valkisfran Lira de Brito.
João Pessoa, 2005.
102 p.
Orientador: Roberto Leal Pimentel.
Dissertação (mestrado) – UFPB/CT
1. Arquibancadas temporárias -
Eventos Urbanos 2. Estruturas
tubulares 3. Sistemas estruturais
4. Vibrações.
UFPB/BC CDU: 624.078.4 (043)
2. ed.
"ARQUIBANCADAS TEMPORÁRIAS UTILIZADAS EM EVENTOS URBANOS:
ANÁLISE DE PROJETOS"
Por
Valkisfran Lira de Brito
Dissertação aprovada em 30 de setembro de 2005
Período Letivo: 2005.2
~
cfo ~.
Prof. Dr. BE ARDOHOROWITZ- UFPE
xaminadorExterno
A f}\
Prof. Dr. ANGELO VIEIRA MENDONÇA - UFPB
Examinador Interno
João Pessoa-PB
2005
.
Dedico.
A minha mãe Valquíria Rocha Lira
Braga e a minha avó Maria do
Livramento Rocha.
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A Deus, pelo discernimento na escolha do curso e por todos os momentos
vividos.
A minha mãe Valquíria e ao meu padrasto Carneiro Braga, pelos incentivos,
apoios, contribuições, ensinamentos e paciência de cada dia.
Ao meu avô Geraldo Lira e minha avó Maria do Livramento Rocha, pela
transmissão das experiências acumuladas ao longo de suas vidas.
Ao meu pai Francisco de Assis e meus irmãos Virgílio, Lucas, Júlia e João
Victor, pelo exemplo de superação que tem me conduzido, e a todos os demais familiares e
amigos.
Ao Professor Roberto Leal Pimentel pela sugestão, orientação, dedicação e
revisão deste trabalho.
Aos professores do curso de Pós-Graduação em Engenharia Urbana, na pessoa
do Professor e Coordenador Celso A. G. Santos e aos colegas de estudo pela amizade e apoio
nas horas de estudos e incentivo nas horas de desânimo.
A secretária do curso, Marluce Pereira, pelas informações e atendimentos
prestados.
A CAPES pelo apoio financeiro concedido.
A Estaf Equipamentos pelo fornecimento de peças, espaço, mão-de-obra e
material, sem os quais seria impossível a realização deste trabalho.
Enfim, a todos que contribuíram direta ou indiretamente na realização deste
trabalho.
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Lista de Figuras.................................................................................................................. viii
Lista de Tabelas................................................................................................................. xii
Lista de Abreviaturas e Siglas........................................................................................... xiv
Lista de Símbolos.............................................................................................................. xv
Resumo.............................................................................................................................. xvi
Abstract.............................................................................................................................. xvii
Capítulo 1 - Introdução..................................................................................................... 1
1.1. Escopo do trabalho ...............................................................................................
4
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica....................................................................................
6
Capítulo 3 – Arquibancadas Temporárias no Meio Urbano..............................................
10
3.1. Aspectos gerais ..................................................................................................... 12
3.2. Componentes......................................................................................................... 13
3.2.1 Guarda-corpo............................................................................................. 14
3.2.2 Assentos..................................................................................................... 14
3.2.3 Cavalos....................................................................................................... 16
3.2.4 Quadros...................................................................................................... 16
vi
3.2.5 Contraventamento...................................................................................... 17
3.2.6 Barras verticais e horizontais..................................................................... 18
3.2.7 Apoios........................................................................................................ 19
3.2.8 Conexões.................................................................................................... 20
3.3. Sistemas estruturais .............................................................................................. 22
3.3.1 Arquibancadas BS e AR............................................................................. 22
3.3.2 Arquibancada BB....................................................................................... 24
3.3.3 Arquibancada MC...................................................................................... 26
3.3.4 Arquibancada ATIM.................................................................................. 27
3.3.5 Modelos de arquibancadas para ambientes internos.................................. 29
3.4. Aspectos Normativos e Legais.............................................................................. 30
3.4.1 Corpo de Bombeiros.................................................................................. 31
3.4.2 CREA......................................................................................................... 32
3.4.3 Prefeitura Municipal................................................................................... 32
3.4.4 Avaliação dos procedimentos de fiscalização............................................ 32
Capítulo 4 – Procedimentos de Medição e Processamento de Dados............................... 34
4.1. Obtenção de dados e componentes para investigação.......................................... 35
4.2. Aspectos referentes aos equipamentos utilizados................................................ 35
4.3. Aspectos referentes aos softwares utilizados...................................................... 36
4.3.1. ANSYS.................................................................................................... 36
4.3.2. Software do analisador de espectro......................................................... 38
4.4. Investigações realizadas nos tubos....................................................................... 38
4.5. Investigações realizadas nas conexões................................................................. 39
4.5.1. Determinação do tamanho da amostra..................................................... 41
4.4. Investigações realizadas nos tablados.................................................................. 43
vii
4.5. Investigações dos protótipos................................................................................ 44
Capítulo 5 – Resultados e Discussões.............................................................................. 47
5.1. Determinação das propriedades dos tubos........................................................... 47
5.2. Determinação das propriedades das conexões do tipo braçadeiras...................... 52
5.2.1. Braçadeira fixa.......................................................................................... 54
5.2.2. Braçadeira móvel...................................................................................... 58
5.3. Determinação das propriedades dos tablados....................................................... 63
5.4. Investigação de Módulos de Arquibancada.......................................................... 69
5.4.1. Módulo 1.................................................................................................. 71
5.4.2. Módulo 2.................................................................................................. 75
5.4.3. Módulo 3.................................................................................................. 77
5.4.4. Módulo 4.................................................................................................. 81
5.4.5. Módulo 5.................................................................................................. 84
5.5. Discussão sobre as investigações ........................................................................ 87
Capítulo 6: Conclusões..................................................................................................... 88
6.1 – Sugestões para novos trabalhos......................................................................... 90
Referências....................................................................................................................... 92
ANEXO - A ..................................................................................................................... 99
viii
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FIGURA 3.1: – Estrutura de arquibancada após colapso........................................ 11
FIGURA 3.2: – Estrutura de arquibancada lotada.................................................. 12
FIGURA 3.3: – Estrutura de arquibancada com assentos individuais.................... 13
FIGURA 3.4: – Guarda-corpo................................................................................ 14
FIGURA 3.5: – Arquibancada com tablado de compensado................................. 15
FIGURA 3.6: – Tablado de madeira....................................................................... 15
FIGURA 3.7: – Arquibancada com cadeira............................................................ 15
FIGURA 3.8: – Exemplos de cavalo...................................................................... 16
FIGURA 3.9: – Exemplo de quadro em arquibancada.......................................... 16
FIGURA 3.10: – Disposição dos quadros em arquibancada.................................. 17
FIGURA 3.11: – Barras para contraventamento cruzadas entre si........................ 17
FIGURA 3.12: – Disposição de barras para contraventamento............................ 18
FIGURA 3.13: – Exemplo de barras verticais e barra horizontal unindo-as.......... 18
FIGURA 3.14: – Modelos de apoio simplificado................................................... 19
FIGURA 3.15: – Modelos de apoio utilizados em arquibancada........................... 19
FIGURA 3.16: – Esquema simplificado do apoio de extremidade....................... 20
FIGURA 3.17: – Modelos de conexões comumente encontradas na região........... 20
FIGURA 3.18: – Modelos de conexões do tipo rótulas de múltipla ligação.......... 21
FIGURA 3.19: – Modelo de conexão tipo luva...................................................... 21
FIGURA 3.20: – Modelos de braçadeiras............................................................... 21
FIGURA 3.12: – Arquibancada BS em processo de montagem............................ 22
FIGURA 3.13: – Arquibancada BS montada........................................................ 23
FIGURA 3.14: - Vista da estrutura AR.................................................................. 23
FIGURA 3.15: – Trecho em curvatura da estrutura AR........................................ 23
ix
FIGURA 3.16: - Detalhe do encaixe do tablado................................................... 24
FIGURA 3.17: - Sistema estrutural das arquibancadas BS e AR.......................... 24
FIGURA 3.18: – Arquibancada BB...................................................................... 25
FIGURA 3.19: – Barras transversais unindo os cavalos....................................... 25
FIGURA 3.20: – Arquibancada BB durante a montagem.................................... 26
FIGURA 3.21: – Modelo esquemático do sistema estrutural – BB..................... 26
FIGURA 3.22: – Arquibancada MC..................................................................... 27
FIGURA 3.23: – Modelo esquemático do sistema estrutural – MC....................... 27
FIGURA 3.24: – Arquibancada ATIM................................................................... 28
FIGURA 3.24: – Modelo Esquemático da arquibancada ATIM............................ 28
FIGURA 3.25: – Disposição modular da arquibancada ATIM.............................. 29
FIGURA 3.26: – Arquibancada para interiores ................................................... 29
FIGURA 3.27: – Exemplos de modelos para arquibancadas de interiores ........... 30
FIGURA 4.1: – Acelerômetro (a), amplificador (b)............................................... 36
FIGURA 4.2: – Tela do analisador de espectro SIGNAL CALC ACE.................. 38
FIGURA 4.3: – (a) Estrutura suspensa por borrachas. (b) Equipamentos de
medição com estrutura suspensa.............................................................................
40
FIGURA 4.4: –Tablado ensaiado............................................................................ 44
FIGURA 4.5: – Içamento do protótipo para colocação das ligas............................ 45
FIGURA 4.6: – Protótipo e equipamentos montados............................................. 45
FIGURA 5.1: - Gráfico da aceleração e espectro de resposta medida para tubo
isolado (75cm) ......................................................................................................
50
FIGURA 5.2: – Tubos de 150cm de comprimento............................................... 51
FIGURA 5.4: - Gráfico da aceleração e espectro de resposta medida para tubo
isolado (150 cm)......................................................................................................
52
FIGURA 5.5: – Esquema de medições realizadas................................................ 53
FIGURA 5.6:
- (a) Gráfico da aceleração (b) Espectro de resposta da aceleração..
54
FIGURA 5.7:
- (a) Gráfico da aceleração (b) Espectro de resposta da aceleração..
54
FIGURA 5.8:
- (a) Gráfico da aceleração (b) Espectro de resposta da aceleração..
55
FIGURA 5.9:
- (a) Gráfico da aceleração (b) Espectro de resposta da aceleração..
55
FIGURA 5.10:
- (a) Gráfico da aceleração (b) Espectro de resposta da aceleração..
58
FIGURA 5.11:
- (a) Gráfico da aceleração (b) Espectro de resposta da aceleração..
59
FIGURA 5.12:
- (a) Gráfico da aceleração (b) Espectro de resposta da aceleração..
59
x
FIGURA 5.13:
- (a) Gráfico da aceleração (b) Espectro de resposta da aceleração..
59
FIGURA 5.14:
- (a) Gráfico da aceleração (b) Espectro de resposta da aceleração..
62
FIGURA 5.15:
- (a) Gráfico da aceleração (b) Espectro de resposta da aceleração
(c) Esquema de posicionamento adotado para o teste.................................................
64
FIGURA 5.16:
- (a) Gráfico da aceleração (b) Espectro de resposta da aceleração
(c) Esquema de posicionamento adotado para o teste.................................................
64
FIGURA 5.17:
- (a) Gráfico da aceleração (b) Espectro de resposta da aceleração
(c) Esquema de posicionamento adotado para o teste.................................................
65
FIGURA 5.18:
- (a) Gráfico da aceleração (b) Espectro de resposta da aceleração
(c) Esquema de posicionamento adotado para o teste.................................................
65
FIGURA 5.19:
- (a) Gráfico da aceleração (b) Espectro de resposta da aceleração
(c) Esquema de posicionamento adotado para o teste.................................................
66
FIGURA 5.20:
- (a) Gráfico da aceleração (b) Espectro de resposta da aceleração
(c) Esquema de posicionamento adotado para o teste.................................................
66
FIGURA 5.21:
- (a) Gráfico da aceleração (b) Espectro de resposta da aceleração
(c) Esquema de posicionamento adotado para o teste..................................................
67
FIGURA 5.22 – Modelos experimentais testados................................................... 67
FIGURA 5.23 – Modos de vibração do modelo III do tablado.............................. 68
FIGURA 5.24 – Pontos de solda no cavalo............................................................ 70
FIGURA 5.25 – Croqui do módulo de arquibancada (medidas em cm) com
indicação dos pontos de medição............................................................................
71
FIGURA 5.26 – Estrutura do módulo 1.................................................................. 72
FIGURA 5.27 –
(a) Gráfico da aceleração (b) Espectro de resposta da aceleração.......
72
FIGURA 5.28 –
(a) Gráfico da aceleração (b) Espectro de resposta da aceleração.......
73
FIGURA 5.29 –
(a) Gráfico da aceleração (b) Espectro de resposta da aceleração.......
73
FIGURA 5.30 – Modos de vibração para o modelo 1 flexível alterado................. 74
FIGURA 5.31 – Estrutura do módulo 2.................................................................. 75
FIGURA 5.32 –
(a) Gráfico da aceleração (b) Espectro de resposta da aceleração.......
76
FIGURA 5.33 –
(a) Gráfico da aceleração (b) Espectro de resposta da aceleração.......
76
FIGURA 5.34 –
(a) Gráfico da aceleração (b) Espectro de resposta da aceleração.......
76
FIGURA 5.35 – Modos de vibração para o modelo 2 flexível alterado................. 77
FIGURA 5.36.– Estrutura do módulo 3.................................................................. 78
FIGURA 5.37 –
(a) Gráfico da aceleração (b) Espectro de resposta da aceleração.......
78
FIGURA 5.38 –
(a) Gráfico da aceleração (b) Espectro de resposta da aceleração.......
78
xi
FIGURA 5.39 –
(a) Gráfico da aceleração (b) Espectro de resposta da aceleração.......
79
FIGURA 5.40 – Modos de vibração para o modelo 3 flexível alterado................. 79
FIGURA 5.41 – Estrutura do módulo fictício........................................................ 80
FIGURA 5.42 – Modos de vibração do módulo fictício......................................... 81
FIGURA 5.43 – Estrutura do módulo 4.................................................................. 81
FIGURA 5.44 –
(a) Gráfico da aceleração (b) Espectro de resposta da aceleração.......
82
FIGURA 5.45 –
(a) Gráfico da aceleração (b) Espectro de resposta da aceleração.......
82
FIGURA 5.46 –
(a) Gráfico da aceleração (b) Espectro de resposta da aceleração.......
82
FIGURA 5.47 – Modos de vibração para o modelo 4 flexível alterado................. 83
FIGURA 5.48 – Estrutura do módulo 5.................................................................. 84
FIGURA 5.49 –
(a) Gráfico da aceleração (b) Espectro de resposta da aceleração.......
85
FIGURA 5.50 –
(a) Gráfico da aceleração (b) Espectro de resposta da aceleração.......
85
FIGURA 5.51 –
(a) Gráfico da aceleração (b) Espectro de resposta da aceleração.......
85
FIGURA 5.52 – Modos de vibração para o modelo 5 flexível alterado................. 86
FIGURA 5.53 – Modos de vibração do módulo 5 rígido simplificado.................. 87
FIGURA A.1 –
Orientação dos elementos com BEAM4................................................
99
FIGURA A.2 – Mola-Amortecedor COMBIN14................................................... 101
FIGURA A.3 – Massa Estrutural MASS21............................................................ 101
xii
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TABELA 3.1 - Casos de colapso de arquibancadas temporárias reportados......... 11
TABELA 5.1 – Aferições realizadas com tubos de 75cm...................................... 49
TABELA 5.2 – Módulos Elásticos dos tubos de 75 cm......................................... 50
TABELA 5.3 - Aferições realizadas com tubos de 150 cm................................... 51
TABELA 5.4 – Módulos Elásticos dos tubos de 150 cm....................................... 52
TABELA 5.5 - Medições com variação das freqüências (em Hz) referentes aos
apertos dados no protótipo com conexão fixa........................................................
56
TABELA 5.6 - Correção da variação das freqüências (em Hz) referentes aos
apertos dados no protótipo com conexão fixa........................................................
57
TABELA 5.7 - Variação das freqüências experimentais em relação às numéricas
para protótipo com tubos com 150cm de comprimento.........................................
58
TABELA 5.8 - Medições com variação das freqüências (em Hz) referentes aos
apertos dados no protótipo com conexão móvel....................................................
60
TABELA 5.9 - Correção da variação das freqüências (em Hz) referentes aos
apertos dados no protótipo com conexão móvel....................................................
61
TABELA 5.10 - Variação das freqüências experimentais em relação às
numéricas para o protótipo com 45° entre tubos....................................................
62
TABELA 5.11 - Variação das freqüências experimentais em relação às
numéricas para o protótipo com 150cm de comprimento.......................................
63
TABELA 5.12 - Variação das freqüências experimentais em relação às
numéricas para o tablado........................................................................................
68
TABELA 5.13 - Média dos dados obtidos dos tubos ensaiados............................. 69
TABELA 5.14 – Valores de freqüência obtidos para módulo de arquibancada
com duas barras horizontais..................................................................................
75
TABELA 5.15 – Valores de freqüência obtidos para módulo de arquibancada
com três barras horizontais.....................................................................................
77
TABELA 5.16 - Valores de freqüência obtidos para módulo de arquibancada
com três barras horizontais e uma diagonal............................................................
80
xiii
TABELA 5.17 - Valores de freqüência obtidos para módulo de arquibancada
com duas barras horizontais....................................................................................
80
TABELA 5.18 – Valores de freqüência obtidos para módulo de arquibancada
com três barras horizontais.....................................................................................
84
TABELA 5.19 - Valores de freqüência obtidos nos modelos 2 e 4......................
84
TABELA 5.20 - Valores de freqüência obtidos para módulo de arquibancada
com todas as barras...............................................................................................
86
TABELA 5.21 - Valores de freqüência obtidos para módulo de arquibancada
com três barras horizontais e a barra de contraventamento..................................
86
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ACEL - Acelerômetro
BR - Brasil
BS - British Standards
CEB - Comite Euro-Internacional du Beton
CONFEA - Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia
CREA - Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia
EXCIT - Excitação
EUA - Estados Unidos da América
MEF - Método dos Elementos Finitos
TMD - Turned-mass-dampers
xv
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- média aritmética da amostra
2/
α
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- valor crítico
µ
- média populacional
σ
- valor de erro da distribuição
S
- desvio padrão da amostra
t
- valor crítico da distribuição t Student
f
- freqüência
E - módulo de elasticidade longitudinal
Err
- margem de erro populacional
n
- tamanho da amostra
UX - Constante de mola referente ao deslocamento na direção do eixo x
UY - Constante de mola referente ao deslocamento na direção do eixo y
UZ - Constante de mola referente ao deslocamento na direção do eixo z
ROTX - Constante de mola referente à rotação em torno do eixo x
ROTY - Constante de mola referente à rotação em torno do eixo y
ROTZ - Constante de mola referente à rotação em torno do eixo z
xvi
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e
s
s
u
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m
m
o
o
Neste trabalho, é feita uma avaliação acerca de estruturas de arquibancadas temporárias
utilizadas em eventos urbanos. Alguns modelos destes tipos de estruturas, bem como de seus
elementos e sistemas estruturais, são apresentados. Também são abordados aspectos relativos
ao processo adotado por órgãos públicos na fiscalização deste tipo de estrutura. As análises se
concentraram nos aspectos dinâmicos da estrutura, motivado por evidências de colapsos
devido a cargas induzidas por usuários e relacionados a problemas de vibração. Inspeções
foram realizadas em estruturas montadas e testes modais foram realizados em protótipos,
sendo os resultados correlacionados às respostas de modelos numéricos. Os estudos
inicialmente se concentraram nos elementos que compõem a estrutura, a saber: tubos;
conexões do tipo braçadeiras (modelos fixa e móvel); tablado e pórtico de sustentação dos
tablados (cavalo). Foram também investigados módulos de arquibancada compostas por estes
elementos, permitindo o desenvolvimento de modelos numéricos calibrados
experimentalmente para representar adequadamente o comportamento de tais módulos frente
a solicitações dinâmicas. Nas conclusões são apontadas falhas no sistema de fiscalização e
evidências da necessidade de modelos numéricos refinados para o projeto destas estruturas
sob ação dinâmica. Os modelos aqui desenvolvidos são sugeridos como uma das alternativas
para modelagem de problemas referentes a ações dinâmicas.
Palavras-chave: arquibancadas temporárias, eventos urbanos, sistemas estruturais, vibrações.
xvii
A
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b
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In this work, an investigation is carried out concerning temporary grandstands
employed in urban events. Some grandstand models are presented, including their
components and structural systems. Aspects regarding the procedure adopted by public
agencies in the inspection of this type of structure are also presented. The analyses were
focused on the dynamics of the structure, motivated by evidence of cases of collapse due to
user-induced loads which were related to vibration problems. Inspections were conducted in
mounted structures and modal tests were carried out in prototypes. The results were correlated
to those obtained from numerical models being developed. The studies were initially focused
on components of the structure: bars; connections (couplers, being either of right-angle or
swivel type); seats and frame (horse). Modules of temporary grandstands composed of these
components were investigated, allowing the development of experimentally calibrated
numerical models to represent adequately the behavior of such modules in terms of a dynamic
analysis. The conclusions identified drawbacks in the system of inspection and need of
refined numerical models for the dynamic design of these structures. The numerical models
being developed may be taken as a starting point for this task.
Keywords: temporary grandstands, urban events, structural systems, vibrations.
1. INTRODUÇÃO
1
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ç
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As arquibancadas são estruturas tipicamente de uso público, idealizadas
principalmente para competições esportivas, espetáculos e eventos de lazer. As primeiras
utilizações deste tipo de estrutura datam do século V A.C, nos eventos públicos da Grécia
antiga, já com registros de desabamento deste tipo de estrutura (Piqué, 1997).
As arquibancadas podem ser divididas em dois grupos básicos, com base no
período de utilização da estrutura em um mesmo espaço, a saber: arquibancadas permanentes,
fixadas em um mesmo espaço durante sua vida útil; e arquibancadas temporárias, fixadas em
um espaço por curto período de tempo, geralmente até o fim da realização de determinado
evento.
No grupo das arquibancadas permanentes, destacam-se as arquibancadas de
estádios de futebol, geralmente construídas em concreto estrutural e com grandes vãos.
Apesar do aspecto robusto deste tipo de estrutura, algumas apresentam vibrações excessivas
quando sujeitas a ação das torcidas (Neto e Soeiro, 1992), gerando desconforto aos
espectadores e também potencial redução da vida útil da estrutura, já que podem vir a
apresentar níveis de fissuração acima dos preconizados pelas normas (Rodrigues, 2003 e
TECPONT, 2005).
Estas vibrações excessivas ocorrem quando freqüência natural da estrutura se
aproxima ou coincide com freqüência da excitação provocada pelos espectadores, fenômeno
1. INTRODUÇÃO
2
conhecido como ressonância. O elevado nível de cargas rítmicas por vezes aplicadas exige
que tais estruturas sejam projetadas de modo a evitar o efeito de ressonância. Devido aos
grandes vãos e reduzido número de apoios, os problemas de vibração neste tipo de estrutura
ocorrem principalmente na direção vertical.
Um caso relatado de vibração excessiva foi o do estádio Cícero Pompeu de
Toledo, conhecido popularmente como Morumbi (São Paulo), onde se fez necessário inserir
elementos dissipadores de energia na estrutura (Juliani e Becocci, 1998). Entretanto, apesar
dos problemas de vibração existentes, dificilmente estruturas deste tipo chegam a ruir pelo
efeito dinâmico provocado pelo público. No entanto, pode ocorrer o rompimento de
componentes não estruturais ligados à estrutura (tais como o alambrado) pela ação de
movimentações provocadas pelos espectadores (AN, 2005).
As arquibancadas temporárias, objeto de estudo desta dissertação, são
estruturas de múltipla reutilização, freqüentemente inseridas no meio urbano e usadas em
eventos de esporte e de lazer para população. De aparência mais leve, estas estruturas são
compostas por elementos de barras e conectores, sendo as ligações entre os mesmos
realizados “in loco” durante a montagem. As barras de arquibancadas são usualmente seções
tubulares de aço, nas quais são fixados cadeiras ou tablados, estes últimos geralmente de
madeira, dispostos em módulos com níveis em forma de escada, que servem de assento ao
público. Tais arquibancadas possuem número expressivo de apoios, fazendo com que
praticamente não existam problemas de vibrações na direção vertical.
A crescente demanda de público tem levado a um conseqüente aumento de
tamanho das estruturas utilizadas, de forma a ampliar a capacidade de público. Outro aspecto
importante diz respeito ao crescente número de competições esportivas, espetáculos e
carnavais fora de época (conhecidas popularmente como micaretas), gerando um crescente
aumento na utilização destas estruturas.
No Brasil, a presença deste tipo de estrutura é mais freqüente no litoral, onde a
concentração demográfica e a disponibilidade de praias proporcionam condições propícias
para a realização destes eventos. O número de eventos, principalmente os de praia,
apresentam uma maior freqüência no período do verão, com o aumento do número de
competições de vôlei e futebol de praia, além de espetáculos e atividades de lazer. Nos
espaços urbanos que não possuem praias, este tipo de estrutura vem sendo utilizado
principalmente para a realização de competições tais como “bicicross”, “motocross”, rodeios,
entre outros eventos esportivos.
1. INTRODUÇÃO
3
Vários aspectos relativos à segurança e ao conforto destas estruturas vêm
sendo questionados em anos recentes, principalmente por ter havido um número crescente de
acidentes relatados com este tipo de estrutura. Em todo o mundo, em especial no continente
europeu, a arquibancada temporária de aço vem sendo objeto de estudos, especialmente pelo
fato do comportamento frente às solicitações atuantes ser pouco conhecido, além da
diversificação e complexidade dos sistemas estruturais existentes.
Um caso freqüentemente relatado de colapso foi o ocorrido em outubro de
1994 no Reino Unido, onde 40 pessoas foram gravemente feridas durante um show de rock no
bairro de Earls Court, em Londres. (SCOSS, 2005). Casos como este impulsionaram as
pesquisas com estas estruturas na Europa nos últimos anos. No Brasil, vários casos de
acidentes vêm sendo relatados recentemente, inclusive com relatos de vítimas graves.
Sabe-se que a característica de múltipla reutilização deste tipo de estrutura a
difere das estruturas comuns da Engenharia Civil, requerendo que elas sejam projetadas de
modo a evitar o desgaste do processo de transporte, montagem e desmontagem, além das
exposições às intempéries a que ficam sujeitas. Por outro lado, existem diversos tipos de
sistemas estruturais, conexões, encaixes e apoios usualmente utilizados, que apresentam
diferentes materiais, espessuras e diâmetros, fazendo que os estudos sejam realizados de
forma individualizada, ou seja, caso a caso.
Outro fator que se deve levar em consideração, quando da análise do
funcionamento estrutural destas estruturas, diz respeito a potenciais efeitos de vibrações
excessivas a que as arquibancadas podem estar sujeitas durante a realização dos eventos.
Diversos estudos sobre a intensidade das cargas rítmicas em estruturas similares (ginásios,
pisos de academia de ginástica) podem ser encontrados na literatura, onde chama-se atenção
ao fato da possibilidade de haver comprometimento estrutural caso os efeitos dinâmicos não
sejam considerados.
O estudo de arquibancadas, do ponto de vista dinâmico, é complexo em virtude
de possuir diversos componentes ligados por conexões e encaixes, além dos diversos tipos de
materiais que são comumente empregados. Outro aspecto a considerar é a interação do
público com a estrutura, que pode afetar o comportamento dinâmico, tanto no sentido de
aumentar como diminuir os níveis de vibrações resultantes (Rodrigues e Almeida, 2003).
Nesta dissertação, estuda-se o comportamento das estruturas de arquibancadas
temporárias utilizadas em eventos urbanos, do ponto de vista do seu funcionamento e
1. INTRODUÇÃO
4
adequação para a finalidade a que se destinam. São apresentados aspectos ligados ao uso
destas construções bem como de componentes estruturais. É também objeto de análise o
processo de fiscalização deste tipo de estrutura por parte dos diversos órgãos competentes.
Em mais detalhes, os objetivos específicos desta dissertação são:
Analisar aspectos relativos à utilização deste tipo de estrutura no meio
urbano, no que diz respeito à análise dos critérios adotados na inspeção destas estruturas pelos
órgãos competentes, à freqüência de utilização e as características dos acidentes publicados ou
relatados;
Realizar um levantamento dos diferentes sistemas estruturais
empregados no projeto de arquibancadas temporárias, apresentando modelos mais utilizados
na região;
Identificar problemas de projeto relativos ao comportamento dinâmico
da estrutura;
Investigar detalhes de projeto, tais como conexões, assentos e sistema
de contraventamento.
Para atingir os objetivos, foram realizados levantamentos para identificar
problemas na inspeção, utilização e projeto das arquibancadas, ensaios em elementos e
módulos de casos de estudo selecionados, além da modelagem computacional de seus
protótipos para melhor compreensão do funcionamento destas estruturas.
1.1 Escopo do trabalho
Inicialmente, uma revisão bibliográfica é apresentada no Capítulo 2, contendo
uma análise dos principais estudos e pesquisas sobre arquibancadas temporárias e
carregamentos nelas atuantes. No Capítulo 3 é feita uma análise dos aspectos gerais das
arquibancadas temporárias, os problemas e características específicas relativas à inserção
deste tipo de estrutura no meio urbano, incluindo aspectos legais e normativos, com a
apresentação dos diversos órgãos que atuam na fiscalização destas estruturas. É também
apresentado um levantamento sobre os vários tipos de sistemas estruturais existentes para
arquibancadas temporárias, suas conexões e sistemas de contraventamento. Na seqüência tem-
se o Capítulo 4, onde são abordados procedimentos adotados para o desenvolvimento dos
1. INTRODUÇÃO
5
ensaios e modelagem computacional. Os resultados são apresentados no Capítulo 5, onde são
abordadas investigações acerca das barras, conexões e tablados utilizados na estrutura de
arquibancada estudada. Ainda neste capítulo são apresentados resultados obtidos a partir de
ensaios e modelagem realizada em protótipo de um módulo de arquibancada de empresa da
região. Finalizando, tem-se o Capítulo 6 com as considerações finais, conclusões e sugestões
para futuros trabalhos, seguido das Referências Bibliográficas utilizadas.
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
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As arquibancadas temporárias metálicas fazem parte de um grupo genérico de
estruturas conhecidas como espaciais, para as quais Makowski (1987) propôs uma subdivisão
em três grupos específicos: estruturas em cabo, estruturas laminares e estruturas reticuladas,
estas últimas as mais utilizadas e nas quais as arquibancadas temporárias estão inseridas.
Makowski (1984) também apontou alguns aspectos vantajosos das estruturas
espaciais:
- as estruturas espaciais possuem usualmente peso próprio reduzido e grande
rigidez, sendo uma solução viável para cobrir grandes áreas livres, tais como: ginásios
esportivos, hangares, pavilhões de exposição, etc;
- devido ao seu comportamento tridimensional e alto grau de hiperasticidade,
apresentam boa redistribuição de esforços;
- por serem constituídas de elementos com peso próprio reduzido, são
facilmente transportadas; a fabricação é simples, apresentando grande repetitividade de
elementos, o que resulta na redução de custos;
- as estruturas espaciais propiciam grande liberdade aos arquitetos, permitindo
que esses projetem grandes vãos, atendendo à necessidade de espaço e ainda tirem partido
arquitetônico da estrutura, conferindo-lhes estética e funcionalidade.
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
7
Dentre as publicações que versam sobre estruturas de arquibancadas
temporárias, têm-se dois aspectos a ressaltar: o primeiro relativo ao comportamento da
estrutura perante as cargas estáticas atuantes, o segundo relacionado à adequação do projeto
às solicitações dinâmicas a que estão submetidas (Marinho et al., 2003). Neste trabalho é dado
enfoque ao segundo aspecto mencionado.
Vários trabalhos de pesquisa foram realizados visando entender as
características dinâmicas dessas estruturas. Os estudos iniciais referem-se a arquibancadas
fixas de concreto armado, servindo como base para comparativa para as temporárias
metálicas. Pode-se mencionar, dentre outros, os de Eibl e Rosch (1990); Battista e Magluta
(1993), ou ainda D’Ambra et al. (1994).
Finizola et al. (2002) trabalhou com um protótipo simples formado por quadros
encaixados (ex. estrutura de andaime). No referido artigo, constatou-se que a conexão
estudada não poderia ser representada por ligações rígidas nos seus diversos graus de
liberdade, determinando-se constantes de molas com valores distintos para cada grau de
liberdade, de forma a representá-la em modelos numéricos. Os valores das freqüências
naturais do modelo numérico da estrutura estudada, considerando as ligações como rígidas,
apresentou diferenças superiores a 15% em relação aos valores das freqüências naturais
medidas.
Publicações conhecidas sobre estruturas de aço para construções metálicas
residenciais e industriais (Salmon & Johnson, 1995 e Hayward & Weare, 1989) abordam
apenas ligações específicas destes tipos de construções. Nesta linha encontram-se ainda
publicações sobre conexões flexíveis (Albermani, et al, 1994; Chan e Ho, 1994; Raftoyia,
2005; Sophianopouslos, 2003 e Zhu, et al, 1995), no entanto trabalhos sobre ligações flexíveis
específicas para arquibancadas temporárias são escassos.
As cargas dinâmicas atuantes nas arquibancadas estão matematicamente
descritas, por exemplo, em Ji e Ellis (1999). Neste mesmo ano, Alves et al. (1999) estudou as
respostas dinâmicas aos movimentos humanos. Em 1987, nos estudos apresentados por
Bachmann e Amman (1987), já constavam valores de freqüências provenientes de excitações
produzidas pelas atividades de pular na direção vertical, com freqüências de 1.8 Hz a 3.4 Hz,
enquanto que Bachmann et al. (1995) avaliou as atividades de movimento rítmico na direção
lateral como tendo freqüências típicas entre 0.4 Hz e 0.7 Hz. Battista et al. (1991) e Prato e
Larson (1992) também apresentaram valores para cargas de impacto, freqüências
fundamentais das arquibancadas e excitação em função do tempo, respectivamente. Outro
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
8
trabalho que enfocou a ação do público em arquibancadas temporárias foi o de Ellis et al.
(1994).
Recentemente Sachse et al. (2004) realizaram estudos paramétricos das
propriedades modais para sistema de dois graus de liberdades, utilizando a interação público-
estrutura como sistema dinâmico. Rodrigues e Almeida (2003) determinaram parâmetros que
caracterizaram as variações temporais e espaciais das cargas dinâmicas produzidas pela ação
das torcidas nos estádios de futebol conhecidos popularmente como Morumbi, Maracanã,
Ibirapuera e do Castelão, utilizando modelos estatísticos e análise numérica em elementos
finitos.
Modelagens via método dos elementos finitos de arquibancadas já vêm sendo
utilizadas por diversos autores. D’ambra et al. (1994), utilizaram o software ANSYS para a
análise numérica em elementos finitos da estrutura das arquibancadas de concreto do estádio
de Huracán (Corrientes – Argentina), Marinho (2002) utilizou o mesmo software para a
realização de estudos de otimização num caso real de arquibancada. Já Vendrame e
Gonçalves (2002) realizaram estudos para investigar um tipo de conexão de estruturas
espaciais, simulando o comportamento do sistema de ligação de forma simplificada. O estudo
foi motivado pelo crescente aumento do uso, bem como os relatos de problemas, deste tipo de
estrutura.
Em anos recentes, aumentou o número de publicações técnicas com relatos de
problemas de vibrações em arquibancadas. Vibrações induzidas por espectadores foram
abordadas por Kasperski (1996), onde o autor sugere um sistema ótimo de amortecimento
baseado em absorsores passivos de massa sintonizada (‘TMD - tuned-mass-dampers’)
associada a freqüências naturais mínimas de 3.5 Hz para a estrutura. Este sistema de
absorsores passivos foi utilizado de forma inovadora no Brasil no estádio do Morumbi,
solucionando problemas de vibrações excessivas produzidas pela ação da torcida, como
abordado por Juliani e Becocci (1998).
Já Littler (1996) apresentou abrangente trabalho sobre medições de respostas
dinâmicas em 40 (quarenta) arquibancadas metálicas desmontáveis, nas quais as freqüências
naturais dessas arquibancadas vazias estavam contidas em uma faixa de 1.8 a 6.0 Hz na
direção lateral (‘sway direction’), estando porém a grande maioria entre 3.0 e 5.0 Hz.
Concluiu-se que somente 40% das arquibancadas pesquisadas apresentaram freqüência
fundamental lateral abaixo de 4 Hz e em apenas um caso a arquibancada apresentou
freqüência natural vertical abaixo de 9 Hz.
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
9
Ainda sobre este artigo de Littler, outra constatação importante é que
diferentes tipos de eventos produzem carregamentos significativamente diferentes, citando
como exemplo os espetáculos de música (tais como rock e pop) em comparação aos eventos
esportivos. Já Ji e Ellis (1994) abordaram a interação entre as pessoas e a estrutura, utilizando
um sistema de dois graus de liberdade, um para estrutura e outra para as pessoas, para
mostrar, de forma simplificada, a presença de mecanismo de controle passivo quando as
pessoas estão paradas.
Várias orientações de projeto vêm sendo propostas, como em Ji e Ellis (1994),
onde é sugerida uma faixa crítica de freqüência natural para a estrutura com grupo de pessoas
na ordem de 1.5 Hz a 3.5 Hz; Já em Ellis et al. (1994) uma freqüência mínima vertical de 8.4
Hz (3 x 2.8 Hz, referente à faixa até o terceiro harmônico) para arquibancadas foi sugerida
necessária ao projeto. Há também um estudo de Ellis et al. (1994), onde foi mencionado que
para cargas horizontais as freqüências fundamentais, tanto na direção lateral (‘sway’) quanto
na de frente-para-trás (‘front-to-back’), devem estar acima da freqüência máxima de dança.
Ji e Ellis (1999) avaliaram o carregamento dinâmico produzido por
espectadores em estruturas de estádios esportivos usados para espetáculos musicais no Reino
Unido, onde foi mencionado que às medidas realizadas em campo, devem ser adicionados
análises e modelos em elementos finitos. Outro fator a ser salientado neste artigo foi a citação
do trabalho de Ji e Ellis (1997), sobre o uso do contraventamento para aumentar a rigidez de
estruturas planas e, por conseguinte, aumentar a freqüência natural da estrutura. Estes autores
propuseram inclusive um roteiro básico de como dispor as barras de contraventamento de
modo a maximizar a rigidez. Este roteiro foi expandido e aplicado por Marinho et al. (2003),
que obteve bons resultados em modelos tridimensionais de arquibancadas temporárias.
Em função do grande número de estudos sobre carregamentos atuantes nas
arquibancadas, algumas publicações de orientação e advertência começaram a ser publicadas,
inclusive sugerindo alterações de normas (Institution of Structural Engineers, 2001 e 2002).
Contudo, investigações acerca do papel desempenhado por seus elementos, tais como tablado
e conexões e seu efeito no comportamento dinâmico da estrutura global ainda são escassos.
3. ARQUIBANCADAS TEMPORÁRIAS NO MEIO URBANO
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As arquibancadas são inseridas no meio urbano e, em muitos casos, geram uma
problemática no entorno de sua localização, já que a instalação é seguida da realização de
eventos por vezes geradores de ruídos sonoros, demanda de acesso ao local, entre outros.
Contudo, questões relacionadas ao conforto e segurança dos espectadores também devem ser
consideradas.
Chama a atenção o número crescente de acidentes com arquibancadas
temporárias que vêm sendo reportados nos últimos anos, possivelmente em virtude do
aumento no uso deste tipo de estrutura para a realização de eventos. Vale salientar que em
muitos casos, há vítimas fatais e/ou pessoas gravemente feridas.
Dentre os diversos acidentes que têm sido reportados, destaca-se o ocorrido no
jogo entre Bastia e Olympique na Córsega, em maio de 1992, com 19 mortos e mais de 1900
feridos. Uma das principais causas mencionadas foi o número insuficiente de barras de
contraventamento.
Na figura 3.1 é apresentada a arquibancada temporária metálica do referido
jogo logo após sua ruína. Esta situação mostra como um colapso de uma arquibancada pode
ser nocivo para o público e fez com que as arquibancadas temporárias tivessem seu uso
oficialmente proibido em jogos, durante alguns anos posteriores (Diário do Passado, 1992).
3. ARQUIBANCADAS TEMPORÁRIAS NO MEIO URBANO
11
Figura 3.1– Estrutura de arquibancada após colapso.
Na tabela 3.1 são apresentados alguns casos de acidentes em arquibancadas
temporárias registrados na imprensa e em artigos técnicos, com a apresentação do local, tipo
de evento, relatos de ocorrências e o número de acidentados.
Tabela 3.1 - Casos de colapso de arquibancadas temporárias reportados
LOCAL E ANO TIPO DE EVENTO RELATOS ACIDENTADOS
Rússia, 1982 Jogo de futebol
Aconteceu durante a
comemoração de um gol
69 mortos e 100 feridos
Líbia, 1988 Jogo de futebol - Em torno de 100 mortes
França, 1992
Jogo entre Bastia e
Olympique
Barras de
contraventamento
insuficientes
19 mortos e mais de 1900
feridos
Reino Unido, 1994
Show de rock em Earls
Court
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40 pessoas gravemente
feridas
Grajaú - BR, 1995 _ _ 50 pessoas feridas
Santa Catarina - BR,
1996
Copa de Supercross
Encontrados materiais em
péssimas condições
104 feridos, 23 em estado
grave
São Paulo - BR, 2002 Rodeio
Superlotação e balanços
excessivos
Pelo menos 75 feridos
EUA, 2004 Festival cristão
Percepção de vibração
excessiva nos assentos
21 pessoas feridas
Equador, 2004 Rodeio --- Em torno de 150 feridos
Reino Unido, 2004 Festival cristão
Percepção de vibração
excessiva
Cerca de 30 feridos
Rio Grande do Sul - BR,
2004
Automobilismo --- Cerca de 80 feridos
São Paulo - BR, 2005 Show --- 38 feridos
Minas Gerais - BR, 2005 Rodeio --- 123 feridos
Mato Grosso – BR, 2005 Show ---
Cerca de 600 feridos,
sendo 50 em estado grave
Para entender-se melhor os aspectos ligados ao conforto e segurança devem-se
conhecer os elementos que fazem parte da composição das arquibancadas temporárias, além
12
3. ARQUIBANCADAS TEMPORÁRIAS NO MEIO URBANO
dos sistemas estruturais comumente utilizados e do processo de fiscalização destas estruturas.
Estes aspectos são a seguir explorados.
3.1 Aspectos gerais
As estruturas de arquibancadas temporárias apresentam um grande número de
barras verticais, que são ligadas aos apoios, ao contrário das arquibancadas de concreto
armado, que apresentam número reduzido de pilares. O grande número de apoios verticais
garante a este tipo de estrutura grande rigidez na direção vertical frente às solicitações a que
estão sujeitas.
Algumas visitas técnicas realizadas em estruturas montadas na região e em
empresa montadora revelaram grande variabilidade de sistemas estruturais, materiais, tipos de
conexões e apoios. No que diz respeito ao cálculo da estrutura, não se confirmou a
consideração dos efeitos dinâmicos no dimensionamento dos elementos estruturais.
Arquibancadas são projetadas para acomodar de 2 a 3 pessoas por metro
quadrado (NPCI, 1992), segundo normas estaduais do corpo de bombeiros, podendo variar
em função do tipo de assento e evento a que se destina. No entanto, a falta de controle efetivo
no evento faz com que o número de espectadores supere o número máximo especificado para
a mesma. A figura 3.2 mostra uma arquibancada temporária lotada durante a realização de
uma competição esportiva em praia da região. Notam-se pessoas amontoadas e outras
tentando se deslocar no meio do público, além das pessoas que estão em pé.
Figura 3.2– Estrutura de arquibancada lotada.
3. ARQUIBANCADAS TEMPORÁRIAS NO MEIO URBANO
13
A situação de desconforto poderia ser evitada utilizando-se modelos de
arquibancadas mais modernos, que permitam livre fluxo de pessoas entre espaços de assentos,
como o modelo apresentado na figura 3.3, cujos assentos são feitos de cadeiras de plástico
fixadas no tablado, delimitando os espaços a serem ocupados pelos espectadores. Estes
modelos apresentam um custo maior e menor capacidade de público, além dos custos com
manutenção serem mais elevados, motivos estes que possivelmente tem desestimulando o uso
corrente de tais modelos na região.
Figura 3.3– Estrutura de arquibancada com assentos individuais.
Além dos problemas relativos ao conforto, a segurança que estas estruturas
oferecem ao público é muitas vezes discutível. Esse problema é potencializado devido à
esbeltez das peças, diversificação do uso da estrutura (shows, jogos, etc.) e a alteração ao
longo das décadas do comportamento do público, tornando muito variável a excitação a que
são submetidas tais estruturas, sugerindo com isso uma revisão e atualização dos critérios de
projeto (à luz das novas solicitações atuantes). Outro problema que cabe especial atenção está
associado ao desgaste e danos causados aos elementos da estrutura durante seu transporte,
montagem e desmontagem.
3.2 - Componentes
A arquibancada temporária pode ser formada por diversos elementos, de
acordo com a necessidade e o tipo de evento. No entanto, alguns elementos são comuns na
composição, dentre estes: guarda-corpo; tablados (assentos); cavalos (pórticos); quadros;
barras de contraventamento; barras horizontais e verticais, apoios e conexões.
3. ARQUIBANCADAS TEMPORÁRIAS NO MEIO URBANO
14
3.2.1 - Guarda-corpo
O guarda-corpo tem a função de proteger os espectadores contra possíveis
quedas. Algumas normas orientam quanto a sua adequação à segurança do público, como por
exemplo os códigos estaduais de incêndios do Corpo de Bombeiros. Dentre as orientações,
destacam-se a disposição dos vazios, que devem possuir aberturas com dimensão máxima de
forma a impossibilitar a queda de crianças do alto da arquibancada. Outro aspecto a ser
observado é a de não existir saliências que machuquem ou prendam as vestimentas,
dificultando ou impedindo a saída do público em momento de pânico.
A figura 3.4 mostra um exemplo de guarda-corpo utilizado em arquibancadas
da região. Nota-se a formação treliçada constituída de diagonais, montantes e por banzos
paralelos.
Figura 3.4 – Guarda-corpo.
3.2.2 - Assentos
Os tablados são o tipo mais usual de assento adotado na região, sendo
compostos por pranchas de madeira com molduras em aço. Tais pranchas são geralmente
formadas por compensado. Existem modelos de assentos que utilizam cadeiras de plástico,
proporcionando mais conforto e um controle de público mais eficientes do que os tablados.
Os tablados têm função estrutural básica de receber o carregamento dos
indivíduos e transmiti-los para os cavalos, que por sua vez os transmitem para as barras
verticais, que estão conectadas aos apoios.
3. ARQUIBANCADAS TEMPORÁRIAS NO MEIO URBANO
15
A figura 3.5 mostra um exemplo típico de assento no formato de tablado
utilizado em arquibancadas da região.
Figura 3.5 – Arquibancada com tablado de compensado.
O tablado apresentado na figura 3.5 é constituído de compensado com bordas
metálicas, sendo o encaixe realizado de forma a que não se desprenda da estrutura que o
apóia. Outros modelos, no entanto, são constituídos de tábuas de madeira compacta, como o
modelo apresentado na figura 3.6.
Figura 3.6– Tablado de madeira.
Existem ainda outros formatos de assentos tais como cadeiras plásticas, que
proporcionam um conforto maior para o público, como apresentado na figura 3.7.
Figura 3.7– Arquibancada com cadeira.
3. ARQUIBANCADAS TEMPORÁRIAS NO MEIO URBANO
16
3.2.3 - Cavalos
Os cavalos são elementos em forma triangular, de tal forma a gerar um formato
de escada à estrutura. Possuem função essencial na estrutura na medida em que são
responsáveis pela transmissão dos esforços dos tablados (ou assentos) às colunas verticais
ligadas aos apoios.
Na figura 3.8 é possível identificar dois exemplos de cavalo em arquibancadas
montadas. Nota-se uma diferença nas disposições das barras que constituem os modelos
apresentados, principalmente no que se refere à disposição e número de barras diagonais
utilizadas em suas composições.
Figura 3.8– Exemplos de cavalo.
3.2.4 - Quadros
Os quadros são elementos formados por barras soldadas que compõem uma
única peça, como mostrado na figura 3.9. Estes elementos têm a função principal de aumentar
a rigidez das arquibancadas, proporcionando distribuição de esforços.
Figura 3.9 – Exemplo quadro em arquibancada.
3. ARQUIBANCADAS TEMPORÁRIAS NO MEIO URBANO
17
Estes quadros são posicionados de forma intercalada na arquibancada, de
acordo com os módulos que as compõem. São elementos que formam as torres da
arquibancada. Na figura 3.10 são apresentados alguns exemplos de disposição de quadros em
arquibancada montada na região. As setas indicam a localização dos quadros.
Figura 3.10– Disposição dos quadros em arquibancada.
3.2.5 - Contraventamento
Outro elemento que tem a função de aumentar a rigidez lateral da estrutura e
reduzir o comprimento de flambagem, assegurando estabilidade, é a barra de
contraventamento. São aplicadas de forma a proporcionar um melhor travamento da estrutura
nas direções frontal e lateral. Apresentam possibilidade de posicionamento geralmente
flexível, ao contrário dos quadros. Seu posicionamento deve ser bem observado, já que uma
má distribuição poderia proporcionar deslocamentos excessivos e instabilidade nas direções
supracitadas.
Na figura 3.11, um sistema utilizado como contraventamento, composto por
barras diagonais posicionadas de tal forma a se cruzarem é apresentado. Outros sistemas
estruturais possuem barras de contraventamento que não se cruzam entre si.
Figura 3.11 – Barras para contraventamento cruzadas entre si.
3. ARQUIBANCADAS TEMPORÁRIAS NO MEIO URBANO
18
Na figura 3.12 é apresentado um exemplo de disposição de barras para
contraventamento numa estrutura de arquibancada. As setas indicam a localização do
contraventamento utilizado em alguns modelos destas estruturas na região.
Figura 3.12 – Disposição de barras para contraventamento.
3.2.6 - Barras verticais e horizontais.
As barras verticais são formadas, geralmente, por tubos que ligam os apoios
aos cavalos e servem para transmitir carregamentos verticais dos cavalos para os apoios. Na
figura 3.13 são apresentadas duas barras verticais ligadas por uma barra horizontal. Estas
barras horizontais têm a função de unir as barras verticais, proporcionando uma redistribuição
de esforços devido a possíveis recalques diferenciais dos apoios.
Figura 3.13 – Exemplo de barras verticais e barra horizontal unindo-as.
3. ARQUIBANCADAS TEMPORÁRIAS NO MEIO URBANO
19
3.2.7 - Apoios
Os apoios são elementos formados por chapa e segmentos de tubo, com a
função de transmitir os diversos esforços da estrutura para o solo. Existem diversos modelos
de apoios que são posicionados, em alguns casos, sobre tábuas de madeira. Abaixo são
apresentados alguns modelos de apoio (Figura 3.14).
Figura 3.14 – Modelos simplificados de apoio (Fonte: ESTAF, 2004).
Na figura 3.15 são apresentados alguns dos principais apoios encontrados em
estruturas de arquibancadas temporárias da região. Algumas destas estruturas podem possuir
apoios diferentes, de forma a se adaptar a eventuais irregularidades no terreno.
Figura 3.15– Modelos de apoio utilizados em arquibancada.
Nos apoios geralmente encontra-se um nó de união entre barras horizontais e a
barra vertical, podendo resultar em uma excentricidade entre este nó e o apoio (Figura 3.16).
Isto possibilita o surgimento de esforços usualmente não considerados no dimensionamento
das barras (flexão e torção). Estes esforços extras podem aumentar em função de
irregularidades do solo.
3. ARQUIBANCADAS TEMPORÁRIAS NO MEIO URBANO
20
Figura 3.16 –Esquema simplificado do apoio de extremidade.
3.2.7 - Conexões
Outro elemento importante e objeto específico de estudo neste trabalho são as
conexões. Estas são elementos que unem as barras que constituem a estrutura. Na figura 3.17
são apresentados alguns modelos encontrados em estruturas de arquibancadas temporárias da
região.
Figura 3.17 – Modelos de conexões comumente encontradas na região.
Além dos modelos de conexões encontrados em arquibancadas na região,
outros modelos mais complexos e menos usuais são utilizados em estruturas de arquibancada
temporária em outros países, como apresentado na figura a seguir (Figura 3.18), sendo
composto por rótulas que permitem ligações em várias direções.
3. ARQUIBANCADAS TEMPORÁRIAS NO MEIO URBANO
21
Figura 3.18 – Modelos de conexões do tipo rótulas de múltipla ligação.
Na figura acima é apresentado um modelo de rótulas tridimensionais de uma
estrutura de arquibancada temporária instalada no Castelo de Edinburgh, na Escócia.
Alguns tipos de conexões utilizadas em estruturas tubulares são indicadas
apenas para unir tubos em linha reta, ponta a ponta (Figura 3.19).
Figura 3.19 – Modelo de conexão tipo luva (Fonte: ESTAF, 2004).
O tipo de conexão que terá maior enfoque nesta dissertação será a braçadeira
metálica, usualmente encontrada em dois modelos: fixa e móvel (Figura 3.20). O modelo de
braçadeira fixa permite a união de tubos apenas em ângulo de 90°; a móvel, por sua vez,
permite variação de ângulos entre os tubos conectados.
Figura 3.20– Modelos de braçadeiras.
3. ARQUIBANCADAS TEMPORÁRIAS NO MEIO URBANO
22
3.3 - Sistemas estruturais
Existem diversos tipos de sistemas estruturais utilizados em arquibancadas
temporárias. Alguns dos modelos existentes na região são apresentados a seguir. Os dados
destas estruturas foram obtidos a partir de inspeções realizadas, verificando-se diferenças
marcantes em seus sistemas estruturais, principalmente no que diz respeito ao
contraventamento, apoios e tablados.
3.3.1 - Arquibancadas BS e AR
As arquibancadas aqui identificadas como BS e AR foram inspecionadas
durante eventos esportivo e cultural na região (Marinho, 2002), sendo que ambas apresentam
o mesmo padrão de sistema estrutural.
Estas arquibancadas são formadas por quadros tridimensionais cujas barras
apresentam seção transversal e comprimentos padronizados, apresentam sistema modular,
com ampla gama de possibilidades de adaptações para tipos de eventos e condições diversas
de terreno, alterando a altura e extensão de acordo com o número de usuários. A estrutura é
formada basicamente por peças típicas de estruturas de andaime, cuja conexão é feita apenas
por encaixes, facilitando o processo de montagem e desmontagem da mesma.
Nas figuras 3.21 e 3.22 são apresentadas duas arquibancadas em processo de
montagem na praia de Tambaú em João Pessoa, sendo ambas montadas para a realização de
um mesmo evento esportivo. Nota-se a disposição em segmento modular com 15 e 13
módulos, respectivamente.
Figura 3.21 – Arquibancada BS em processo de montagem.
3. ARQUIBANCADAS TEMPORÁRIAS NO MEIO URBANO
23
Figura 3.22 – Arquibancada BS montada.
Cada estrutura é composta de 12 fileiras de tablados. Este tipo de estrutura
permite ainda que estas arquibancadas isoladas sejam unidas por segmentos de tablados de
comprimentos variados, formando uma única estrutura com formato de arena, como nas
figura 3.23.
Figura 3.23 - Vista da estrutura AR.
Figura 3.24 – Trecho em curvatura da estrutura AR.
O módulo padrão desta estrutura apresenta barras metálicas de comprimentos
variáveis e tablado de assento em madeira, com comprimentos de 2.30 m. Os tablados estão
apoiados sobre três cavalos, tendo cada cavalo capacidade de fileiras de tablados variando de
3. ARQUIBANCADAS TEMPORÁRIAS NO MEIO URBANO
24
3 a 5, com 40 cm de altura cada, além do tablado utilizado para circulação na parte inferior. A
capacidade gira em torno de 4 a 5 indivíduos por assento, totalizando um número máximo de
60 indivíduos por módulo.
A união do tablado com o cavalo é realizada através de encaixe simples,
conforme apresentado na figura 3.25.
Figura 3.25 - Detalhe do encaixe do tablado.
Na figura 3.26 são apresentados esquemas simplificados das disposições das
barras destas estruturas, em vista lateral e de fundo.
Figura 3.26- Sistema estrutural das arquibancadas BS e AR .
3.3.2 - Arquibancada BB
A arquibancada aqui identificada como BB foi inspecionada durante a
realização de evento esportivo realizado na praia de Tambaú, João Pessoa, vide figura 3.27
(Finizola, 2001). A figura 3.27 apresenta a arquibancada BB em uso.
3. ARQUIBANCADAS TEMPORÁRIAS NO MEIO URBANO
25
Figura 3.27 – Arquibancada BB.
Esta arquibancada é formada por vários módulos de barras de seção transversal
e comprimentos variáveis, apresentando um sistema estrutural formado de barras horizontais e
verticais, sendo que estas últimas apresentam saliência para possibilitar encaixes com as
horizontais. Estes encaixes são efetivados por meio de pinos metálicos.
O sistema estrutural funciona de forma similar ao anteriormente apresentado,
distinguindo-se em especial no sistema de encaixe das barras e dos tablados.
Figura 3.28 – Barras transversais unindo os cavalos.
A estrutura que apóia as pranchas de madeira do tablado apresenta um sistema
de encaixe pontual no cavalo, sendo os mesmos unidos por barras longitudinais localizadas na
parte inferior e frontal de cada degrau, ligando a parte superior dos cavalos, como indicado na
figura 3.28. Estas barras longitudinais tendem a evitar que o tablado participe de
redistribuição de esforços.
3. ARQUIBANCADAS TEMPORÁRIAS NO MEIO URBANO
26
Na figura 3.29 é apresentada vista da arquibancada durante o processo de
montagem. Nota-se as diversas barras longitudinais que ligam os cavalos.
Figura 3.29 – Arquibancada BB durante a montagem.
Um esquema estrutural simplificado da arquibancada BB é apresentado na
figura 3.30, onde chama a atenção o número de barras longitudinais (dispostas ao longo da
arquibancada), o sistema de contraventamento, colocado a cada segmento de quatro módulos,
e as barras diagonais dos cavalos.
Figura 3.30– Modelo esquemático do sistema estrutural – BB.
3.3.3 - Arquibancada MC
A arquibancada aqui identificada como MC foi inspecionada durante a
realização do carnaval fora de época (Micaroa), realizado em João Pessoa, Paraíba. A
3. ARQUIBANCADAS TEMPORÁRIAS NO MEIO URBANO
27
estrutura metálica tubular é formada por quadros tridimensionais. A estrutura encontrava-se
apoiada no pavimento e na calçada das vias urbanas do local do evento. A estrutura pode ser
visualizada a seguir, e através dos esquemas subseqüentes.
Figura 3.31 – Arquibancada MC.
A estrutura apresenta 13 módulos com 12 tablados, sendo 10 de assento e 1 de
circulação, comportando aproximadamente 520 pessoas, segundo dados fornecidos pela
empresa responsável pela montagem. A estrutura foi apoiada no solo com o auxílio de
pequenas placas simplesmente dispostas.
Figura 3.32 – Modelo esquemático do sistema estrutural – MC.
Nota-se a presença de cavalos de 3 degraus e o contraventamento em X nos
quadros maiores, além das disposições das barras de contraventamento vistas de fundo.
3.3.4 - Arquibancada ATIM
A arquibancada aqui identificada como ATIM é uma estrutura tubular de
arquibancada temporária, inspecionada durante a realização do evento VERÃO TIM,
realizado na praia de Tambaú, João Pessoa.
3. ARQUIBANCADAS TEMPORÁRIAS NO MEIO URBANO
28
Figura 3.33 – Arquibancada ATIM.
A estrutura é metálica, formada por quadros treliçados, cujas barras
apresentam seção transversal e comprimentos variáveis. O sistema de sustentação da
arquibancada é o apoio direto no solo, formado por uma chapa metálica sobre uma base de
madeira. É composta por 10 módulos, compreendendo um total de 36.7 metros de extensão
por 5.85 metros de altura. Cada módulo possui tablados com 60cm de largura e comprimentos
de 2.35m e 1.20m. A capacidade total estimada da estrutura é de 660 ocupantes, considerando
a largura ocupada por cada indivíduo como sendo de 55cm.
Na figura 3.34 é apresentado o modelo esquemático do sistema estrutural
adotado, nas vistas lateral e frontal.
Figura 3.34– Modelo esquemático da arquibancada ATIM.
Na figura 3.35 é apresentada uma visão em perspectiva da disposição modular
da arquibancada ATIM, constituída por três módulos em sua composição.
3. ARQUIBANCADAS TEMPORÁRIAS NO MEIO URBANO
29
Figura 3.35– Disposição modular da arquibancada ATIM.
A empresa responsável por esta estrutura deu suporte para obtenção de
diversos dados que são apresentados nesta dissertação. Desta forma, alguns aspectos
relacionados com o modelo aqui apresentado serão melhor detalhados nos capítulos seguintes,
que terão como base este modelo de arquibancada.
3.3.5 - Modelos de arquibancadas para ambientes
Alguns modelos de arquibancadas são fabricados para ambientes internos.
Algumas destas arquibancadas são encontradas em aço, com acabamento em epóxi e
revestimento em madeira-de-lei (Vide figura 3.36).
Figura 3.36– Arquibancada para interiores (Fonte: TUPÃ, 2004).
Na figura 3.37 estão apresentados esquemas simplificados de modelos
estruturais de arquibancadas temporárias utilizadas em ambientes internos, comercialmente
disponíveis.
3. ARQUIBANCADAS TEMPORÁRIAS NO MEIO URBANO
30
Figura 3.37– Exemplos de modelos para arquibancadas de interiores (Fonte: TUPÃ, 2004).
(medidas em mm)
3.4 Aspectos normativos e legais
Uma vez inseridas na malha urbana, as estruturas de arquibancadas
temporárias ficam sujeitas a fiscalizações de órgãos e entidades ligadas, direta ou
indiretamente, à Administração Pública. Estes órgãos fiscalizadores (CREA, Corpo de
Bombeiros e Prefeitura Municipal) executam uma importante função, na medida em que são
os responsáveis pela segurança da população que utiliza estas estruturas.
Cabe ressaltar uma situação de falha no procedimento de fiscalização de
arquibancadas temporárias, como o ocorrido na praia da Enseada (São Francisco do Sul –
SC), em janeiro de 1996, onde, durante uma competição de supercross, várias pessoas ficaram
gravemente feridas (Vide tabela 3.1). As arquibancadas foram montadas com a autorização da
Prefeitura Municipal, porém sem nenhuma fiscalização do Corpo de Bombeiros. Depois do
acidente, em vistoria realizada pela polícia técnica no local, foi constatada a utilização de
materiais em péssimas condições (AN, 2004).
As competências destes órgãos e entidades, bem como de seus agentes, devem
estar expressamente determinadas em leis para que os mesmos possam atuar, ficando estes
limitados ao vínculo legal que as mesmas determinam (ROSA, 2003).
3. ARQUIBANCADAS TEMPORÁRIAS NO MEIO URBANO
31
As entidades são responsáveis pela emissão de licenças e alvarás e devem
apresentar funções distintas e harmônicas entre si, sendo algumas destas funções e forma de
atuação retratadas abaixo.
3.4.1 - Corpo de Bombeiros
A fiscalização realizada pelo Corpo de Bombeiros geralmente é restrita à
solicitação por parte do interessado, uma vez que o contingente do batalhão não permite a
fiscalização contínua em todo o município. Vale lembrar que o Corpo de Bombeiros é um
órgão estadual, podendo cada estado editar leis e decretos que regulem distintamente estas
atribuições, sendo as atividades aqui relacionadas restritas ao órgão do estado da Paraíba.
O Corpo de Bombeiros utiliza um sistema de medição do nível de segurança
exigida em função do número de pessoas a que se destinam os eventos e edificações. No caso
das estruturas de arquibancadas, a fiscalização é realizada observando-se os locais de acesso e
evacuação, e os locais onde existem escritórios, devendo neste caso, haver extintores de
incêndio no local durante a realização dos eventos. Outro ponto observado é o parapeito, que
deve ser fechado e sem saliências que venham a prender uma peça de roupa no caso de
evacuação, além da observação do tipo de solo e apoio da estrutura, devendo o mesmo
apresentar uma base intermediária de madeira adequada, entre a estrutura e o solo, quando o
solo for composto de areia ou outro material que permita afundamento.
Na Norma que trata da Proteção e Combate a Incêndio, em seu capítulo XIII –
“Dos Estabelecimentos e Edificações de Reunião de Público”, no art. 102, (NPCI, 1992) são
enumerados estabelecimentos e edificações de reuniões de público. Este artigo não absorve
expressamente as estruturas de arquibancadas temporárias, no entanto, permite, no item
XII,
que outros tipos de estruturas similares sejam consideradas de reuniões de público. Vale
ressaltar que o não tratamento expresso deste tipo de estrutura em normas permite que a
mesma não absorva no seu escopo considerações específicas sobre as arquibancadas
temporárias, contribuindo para a ocorrência de falhas no processo de fiscalização. Estas falhas
são melhor entendidas se forem comparados os procedimentos adotados em estádios de
futebol com os de estruturas de arquibancadas temporárias, havendo muito mais rigor nos
primeiros, particularmente no que diz respeito ao controle do número de espectadores.
3. ARQUIBANCADAS TEMPORÁRIAS NO MEIO URBANO
32
3.4.2 - CREA
A fiscalização do exercício profissional é regida pela lei federal 5.194 de
dezembro de 1996, onde, em seu artigo 24, dispõe expressamente o CONFEA e o CREA
como órgãos responsáveis pela fiscalização e verificação do mesmo.
Ao contrário do que pode-se pensar rotineiramente, o CREA e o CONFEA não
são órgãos responsáveis pela fiscalização das estruturas, e sim dos responsáveis pelo projeto e
montagem das mesmas. Esta verificação da existência de responsável técnico habilitado deixa
o mesmo responsável por quaisquer sanções que por ventura vierem a ocorrer em função do
exercício de sua profissão.
Cabe salientar que o CREA pode realizar outros tipos de fiscalizações e
inspeções que não fujam de sua atuação legal, utilizando-se para isso do seu quadro de
técnicos, desde que estas inspeções tenham real necessidade e sejam previamente solicitadas
pelos interessados, geralmente na realização de grandes eventos populares (carnavais fora de
época).
3.4.3 - Prefeitura Municipal
A Prefeitura Municipal é o órgão responsável pela emissão de licenças de
instalação e de funcionamento, que só deve ser emitida quando previamente autorizada pelo
Corpo de Bombeiros e pelo CREA.
A lei complementar nº 07 de 1995, que trata do código de posturas do
município de João Pessoa, no seu TÍTULO III - “Do Bem Estar Público”, não contemplou as
estruturas de arquibancadas temporárias. Algumas estruturas citadas no respectivo código,
como as estruturas de palanques e os teatros de arena, podem estar sendo utilizadas por
similaridade para abranger a fiscalização deste tipo de estrutura, que apresentam funções e
periodicidades de instalação específicas.
3.4.4 – Avaliação dos procedimentos de fiscalização
Um dos principais problemas encontrados com relação a fiscalização das
estruturas de arquibancadas temporárias diz respeito ao período determinado em lei para que o
3. ARQUIBANCADAS TEMPORÁRIAS NO MEIO URBANO
33
responsável pela mesma venha responder à intimação feita pelo órgão fiscalizador. O período
determinado em leis e normas dos órgãos, geralmente de quinze dias, muitas vezes, torna
inviável a aplicação de multas e penalidades aos responsáveis por estes tipos de estruturas, já
que, na maioria das vezes, os eventos são realizados em finais de semana, sendo o processo de
montagem e desmontagem da estrutura realizado em um curto período de tempo.
Outro problema comum neste sistema de fiscalização diz respeito à emissão de
atos pelo poder público, sem que os demais órgãos participantes do sistema de fiscalização (A
exemplo do CREA e Corpo de Bombeiros) tenham emitido suas respectivas autorizações,
quebrando o funcionamento do sistema de fiscalização e abrindo possibilidades de problemas
com as estruturas em função da falta de fiscalização por parte de algum órgão.
4. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
34
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Os procedimentos adotados para as medições e processamento de dados
realizados são abordados neste capítulo. Ainda serão apresentadas algumas características de
softwares e equipamentos utilizados na aquisição de dados.
De forma geral, foram adotados procedimentos de correlação entre resultados
experimentais e resultados de modelos numéricos elaborados em elementos finitos.
Os dados experimentais foram obtidos através de ensaios modais realizados em
estruturas suspensas, realizando-se excitações na forma de impacto, sendo as respostas
captadas e processadas. Os sinais de resposta em aceleração no domínio do tempo foram
convertidos para o domínio da freqüência por um analisador de espectro (Vide item 4.6), logo
após a aquisição. Os picos de resposta neste domínio indicam possíveis freqüências naturais
da estrutura, que estão associados a respectivos modos de vibração.
Já os resultados numéricos foram obtidos através de análises modais em
elementos finitos, utilizando o software ANSYS (ANSYS, 1998) (Ver item 4.7). Estas
análises possibilitaram a extração dos modos de vibração da estrutura com suas respectivas
freqüências naturais de vibração. O módulo de pós-processamento do software permite
visualizar a forma do modo de vibração ou gerar um vídeo de animação do mesmo.
4. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
35
A correlação é feita através do ajuste das freqüências naturais numéricas com
as experimentais, avaliando se o formato do modo obtido numericamente é consistente com as
medições. Alguns parâmetros são variados de modo a ajustar os valores de freqüência,
observando o aspecto do respectivo modo.
Para a realização destas correlações, uma seqüência lógica de investigação dos
elementos da estrutura foi adotada, na medida em que iam sendo eliminadas incertezas ou
parâmetros das estruturas investigadas. A seguir são seqüenciadas as etapas das investigações
realizadas e, na seqüência, são tratados as questões técnicas e os materiais e equipamentos
empregados.
4.1 – Obtenção de dados e componentes para investigação
Antes de iniciar as investigações nos elementos de arquibancada, foram
realizadas coletas de dados de inspeções já realizadas em outras fontes (Marinho, 2000 e
Finizola, 2001). De forma complementar, foram realizadas inspeções em arquibancadas
instaladas na região (Brito e Pimentel, 2004).
Foi também realizada uma visita técnica a uma empresa montadora de
arquibancadas temporárias (a ESTAF), de onde foram obtidas informações de projetos do
acervo técnico da empresa e empréstimo de componentes estruturais de arquibancada, a saber:
tablado, tubos e conexões. Estes dados e os componentes estruturais foram utilizados como
ponto de partida para as análises realizadas.
4.2 – Aspectos referentes aos equipamentos utilizados
Alguns equipamentos e aplicativos foram utilizados na coleta de dados e
modelagem numérica. Dentre os equipamentos utilizados estão:
a) computador PC Notebook (Laptop) com ‘slot’ tipo PCMCIA;
b) cabos coaxiais e conexões;
c) acelerômetro B&K 4370 (com sensibilidade de 9,8 pC/m/s²) e Endevco
7754A (com sensibilidade de 1 V/g);
4. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
36
d) amplificador de carga, modelo B&K 2635, para o acelerômetro da
B&K;
e) analisador de espectro SIGNAL CALC ACE acoplado ao PC (Vide
item 4.3);
f) condicionador de sinal Endevco, modelo 4416B, para o acelerômetro
Endevco.
Foram utilizados dois modelos de acelerômetros, um da B&K e outro da
ENDEVCO. Na figura 4.1 são mostrados alguns dos equipamentos utilizados na aquisição
dos dados dos ensaios (imagens em escala desproporcional), incluindo o acelerômetro da
B&K.
(a) (b)
Figura 4.1 – Acelerômetro (a), amplificador (b).
Após a instalação dos equipamentos, foram realizados ensaios preliminares
para definir os parâmetros de aquisição dos dados. Estes parâmetros variam em função das
freqüências naturais da estrutura.
4.3 – Aspectos referentes aos softwares utilizados nas análises
4.3.1 – Análise numérica
O programa de elementos finitos ANSYS foi utilizado na modelagem
computacional das estruturas inspecionadas. Artigos publicados na literatura sobre tais
estruturas também foram utilizados como referência para a modelagem da estrutura, conforme
visto no capítulo 2. Foram escolhidos na biblioteca do Ansys, o elemento de viga (Beam 4)
para a estrutura metálica de sustentação, o elemento de massa concentrada (Mass 21) e o
4. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
37
elemento de mola que representassem as conexões (Combim 14). Detalhes destes elementos
são apresentados no Anexo I.
O ANSYS é um dos softwares de elementos finitos que pode ser utilizado nas
mais diversas classes de problemas de engenharia (ANSYS, 1998). Há sete tipos de análises
estruturais disponíveis no ANSYS, que utiliza o Método de Elementos Finitos para
processamento de análises. No Método de Elementos Finitos (MEF) as incógnitas básicas
(graus de liberdade nodais) em uma análise de estruturas são em geral os deslocamentos e
rotações. Outras grandezas, como deformações, tensões e força de reação, são obtidas a partir
dos deslocamentos nodais. Este método foi adotado em virtude da indisponibilidade de
soluções analíticas.
A idéia básica do MEF consiste em utilizar como incógnitas campos nodais de
um número finito de pontos previamente escolhidos, denominados de nós. Neste caso o
domínio de integração é subdividido em uma série de regiões, ou elementos finitos,
interconectadas entre si através de um número discreto de pontos nodais. Para cada região (ou
elemento) é estabelecido um comportamento local aproximado, de tal forma que as incógnitas
do problema em qualquer ponto do elemento podem ser definidas em função das mesmas
incógnitas nos pontos nodais do elemento. Em seguida, chega-se a um sistema de equações,
cuja solução permite conhecer os valores das incógnitas nos pontos nodais. Finalmente, a
partir desses valores, podem-se calcular outros resultados intermediários (Bathe, 1982).
Para a análise de uma estrutura, o ANSYS divide o procedimento em três
etapas básicas do MEF. Na primeira etapa, “Preprocessor”, é feita a modelagem da estrutura,
a definição do tipo de elemento estrutural (viga, barras, placas, etc.), das propriedades do
elemento e do tipo de material relacionado ao mesmo. Ainda nessa etapa, são numerados os
nós e as barras. Na segunda etapa, “Solution”, é feita a definição dos tipos de forças atuantes
na estrutura e suas condições de apoio e do tipo de análise escolhido, seguindo-se a solução
propriamente dita. Feita a análise da estrutura, inicia-se a terceira etapa, “Postprocessor”, em
que é feita a apresentação dos resultados da análise da etapa anterior.
Dentre as análises que podem ser realizadas no ANSYS, a análise modal é a
que foi utilizada neste trabalho, já que se deseja explorar as características dinâmicas da
estrutura: freqüências naturais e modos de vibração.
4. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
38
As freqüências naturais e os modos de vibração são parâmetros importantes no
projeto de uma estrutura para condições de carregamento dinâmico. No trabalho utilizou-se o
método de extração de propriedades modais ‘subspace’, disponível no ANSYS.
4.3.2 – Análise experimental
O software do analisador de espectro SIGNAL CALC ACE foi utilizado
durante a aquisição dos dados dos ensaios. Parâmetros de aquisição, como duração de sinal,
intervalo de amostragem e faixa de freqüência, são definidos e inseridos no aplicativo de
forma a se ter resultados na faixa de freqüência esperada. Para determinar os parâmetros, são
feitos ensaios anteriormente às medições definitivas.
Na figura 4.2 é apresentado o ambiente gráfico do software, onde são
apresentados os gráficos de resposta para os ensaios. Os dados foram exportados para o
formato ‘txt’ e implementados em planilhas eletrônicas.
Figura 4.2 – Tela do analisador de espectro SIGNAL CALC ACE.
4.4 – Investigações realizadas nos tubos
Uma informação necessária para elaboração de um modelo numérico é o valor
das propriedades mecânicas do material utilizado. Desta forma foram realizados ensaios com
tubos utilizados em arquibancada com intuito de determinar o módulo de elasticidade do
material.
Iniciaram-se as investigações determinando-se dimensões e massa específica
dos tubos. Foram utilizados paquímetro e balança de precisão nestas medições. Os tubos são
4. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
39
metálicos com seções transversais circulares vazadas, apresentando 75cm e 150cm de
comprimento, sendo investigados quatro tubos com 75cm e dois com 150cm de comprimento.
Posteriormente a estas medições foram realizados ensaios modais de forma a
obter-se as freqüências naturais dos tubos. Para realização destes ensaios foram aplicadas
excitações na direção perpendicular ao eixo do tubo, localizadas a
1
/
3
do comprimento, a partir
da extremidade, com níveis de intensidade aproximadamente iguais, sendo as respostas
medidas por sensor (acelerômetro) posicionado na respectiva direção da excitação.
Em seguida foram elaborados modelos numéricos dos tubos investigados para
posterior correlação com os dados obtidos nos ensaios modais. Esta correlação foi realizada
com o intuito de obter-se o valor exato do módulo de elasticidade do material utilizado nos
tubos, sendo este a única variável (incógnita) da referida correlação. Com a finalização desta
etapa da investigação foram identificadas as propriedades físicas e geométricas dos tubos
utilizados na estrutura investigada.
4.5 – Investigações realizadas nas conexões
Outro elemento investigado foi a conexão tipo braçadeira metálica, elemento
utilizado na união de tubos metálicos e encontrado em alguns modelos de arquibancadas.
Existem dois tipos diferentes de braçadeiras usualmente utilizadas na montagem destas
estruturas: a braçadeira móvel e a braçadeira fixa. Estas braçadeiras são fabricadas com aço,
de acordo com informações da empresa fornecedora (ESTAF, 2004).
Vale salientar que, devido a existência de dois tipos de conexão, foram
realizadas duas montagens, uma para cada tipo de conexão, ambas possuindo tubos de
comprimentos similares e inicialmente montados na empresa fornecedora. Estas medições e
análises foram realizadas no Laboratório de Análise Estrutural da Universidade Federal da
Paraíba.
Procedeu-se inicialmente à determinação das massas destas braçadeiras. Em
seguida, além das dimensões entre eixos dos tubos e da distância média entre a extremidade
dos tubos conectados pelas mesmas e o centro geométrico da braçadeira. Após as medições
necessárias, realizou-se a montagem de uma pequena estrutura para cada tipo de conexão,
formada por dois tubos unidos por meio de braçadeira em suas extremidades, formando um
4. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
40
ângulo de 90° entre os tubos, vide figura 4.3. Estes ensaios têm o intuito de identificar o
comportamento das conexões na estrutura.
Cada estrutura de teste foi montada utilizando-se um pequeno pórtico metálico
para suspendê-la através de ligas elásticas, como mostra a figura 4.3. Este tipo de montagem
foi utilizado para reduzir a influência de variáveis que poderiam “dificultar” a análise dos
dados obtidos, neste caso, evitando a inclusão de sistema de apoio da estrutura como variável
no modelo.
Figura 4.3 – (a) Estrutura suspensa por borrachas. (b) Equipamentos de medição com estrutura suspensa.
Para a realização dos ensaios modais foram aplicadas excitações nas direções
lateral (no plano da estrutura) e vertical, com níveis de intensidades aproximadamente iguais,
sendo as respostas da estrutura medidas por acelerômetro (Vide seção 4.2) posicionado na
respectiva direção da excitação. Para se ter uma noção da forma dos modos de vibração, foi
necessário a realização de diversos ensaios numa mesma estrutura, com vários pontos de
medição, de maneira a indicar possíveis formas de modos de vibração.
A partir dos resultados iniciais, onde constatou-se a variação na rigidez da
conexão com a variação do aperto realizado na braçadeira, procedeu-se a análise da mesma
estrutura para apertos diferentes. Realizou-se um cálculo estatístico para determinar o número
de amostras que pudesse dar uma confiabilidade de 95% em relação aos valores obtidos para
as freqüências naturais devido à variação nos apertos, sendo tais apertos realizados por
indivíduos distintos, a cada montagem. Os procedimentos estatísticos adotados estão
apresentados no item 4.5.1.
Após as análises com tubos de 75cm, foram realizadas novas análises, em
protótipo semelhante formado por tubos de 1.50m de comprimento, com intuito apenas de
4. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
41
corroborar os dados obtidos e cálculos realizados, e minimizar possíveis dúvidas que
pudessem surgir acerca dos procedimentos e investigações adotados.
De posse das propriedades físicas e geométricas das barras e dos ensaios
modais das estruturas de conexões, modelos numéricos foram elaborados. A conexão foi
representada por elementos de mola e de massa concentrada, unindo os tubos. A massa
concentrada foi posicionada no centro geométrico da conexão, ou seja, no centro do eixo de
ligação dos tubos, estes separados na direção vertical em 6.6cm, conforme medição realizada.
Foram inseridas em cada modelo seis molas, uma para cada grau de liberdade, totalizando
dois conjuntos de seis molas referentes aos dois tipos de conexões investigadas.
A correlação numérica, neste caso, foi realizada para determinar os valores das
constantes de mola que representam as conexões, procurando aproximar resultados numéricos
dos experimentais. Para orientar a determinação de valores para as constantes de mola, foi
realizada uma inspeção visual nas conexões, observando seu comportamento para cada grau
de liberdade, procedimento este similar ao adotado por Finizola (2001). Verificou-se que em
função da simetria da estrutura as constantes UX e UY, assim como ROTX e ROTY,
apresentam valores iguais, reduzindo o problema para 4 incógnitas. O valor de cada incógnita
foi variado no modelo, observando-se a sensibilidade de cada modo na respectiva variação.
Este procedimento foi repetido até a convergência dos dados experimentais com os resultados
numéricos do modelo, no que diz respeito aos valores da freqüência e forma dos modos.
Uma outra verificação se fez necessária em relação à conexão móvel, já que a
mesma possibilita variação angular no processo de montagem das estruturas, por meio de
rotação dos tubos em torno de eixo perpendicular ao plano de montagem. Como os protótipos
anteriormente analisados foram todos montados com tubos dispostos de tal forma a apresentar
angulação de 90° entre eles, foram então realizados ensaios com outra disposição, a fim de
analisar o comportamento do novo protótipo com as constantes de mola já obtidas. Desta
forma, foi realizada uma montagem de estrutura com os tubos dispostos de tal forma a
apresentar angulação de 45° entre eles.
Estas constantes de mola, uma vez determinadas, puderam ser introduzidas em
modelos completos de estruturas tubulares que utilizam esta conexão, para investigação do
comportamento em serviço destas estruturas enquanto em fase elástica. Uma comparação com
resultados de outros tipos de conexões normalmente utilizadas em montagens de estruturas
tubulares foi também realizada.
4. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
42
4.5.1 – Determinação do tamanho da amostra
Para determinação do tamanho da amostra, utilizou-se uma amostra inicial de 5
ensaios, determinando-se a média dos valores referentes às primeiras freqüências naturais.
Quando trabalha-se com pequenas amostras (aqui considerada amostras com
quantidade menores ou iguais a 30, ou seja, n ≤ 30) e quando pretende-se construir um
intervalo de confiança mas não conhece-se a média populacional
µ
, é possível utilizar a
distribuição t de Student, conforme abordado por Triola (1999). Para esta distribuição, se um
conjunto de amostras segue uma distribuição essencialmente normal, então a distribuição
n
s
x
t
µ
= é essencialmente uma distribuição t de Student para todas as amostras de tamanho
n, onde
x é a média da amostra e é o desvio padrão da amostra. s
Uma tabela relaciona valores da distribuição t juntamente com áreas denotadas
por
α
. Obtêm-se valores de
t
α/2
na tabela localizando o número adequado de graus de
liberdade da amostra (dado por n-1) na coluna à esquerda e percorrendo a linha
correspondente até atingir o número diretamente abaixo do valor aplicável (bilateral) de
α.
Para que a distribuição t de Student seja aplicável, a distribuição da população
básica deve ser essencialmente normal; não precisa ser exatamente normal, mas se tem apenas
uma moda e basicamente simétrica, são obtidos bons resultados em geral.
Ainda segundo Triola (1999), algumas propriedades importantes da
distribuição t de Student são apresentadas a seguir:
1. A distribuição t
de Student é diferente, conforme o tamanho da amostra;
2. A distribuição t de Student tem a mesma forma geral simétrica (forma de
sino) que a distribuição normal, mas reflete a maior variabilidade (com
distribuições mais amplas) que é esperada em pequenas amostras;
3. A distribuição t
de Student tem média t = 0 (tal como a distribuição normal
padronizada, com média z = 0);
4. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
43
4. O desvio-padrão da distribuição t de Student varia com o tamanho da
amostra, mas é superior a 1 (ao contrário da distribuição normal
padronizada, em que
σ
= 1);
5. Na medida em que aumenta o tamanho n da amostra, a distribuição t de
Student se aproxima mais e mais da distribuição normal padronizada. Para
valores n > 30, as diferenças são tão pequenas que pode-se utilizar os
valores críticos z em lugar de elaborar uma tabela muito maior de valores
críticos t.
Desta forma, pode-se estabelecer um resumo das condições que indicam o uso
de uma distribuição t em lugar da distribuição normal padronizada:
1. O tamanho da amostra é pequeno (n 30);
2.
σ
é desconhecido; e
3. O conjunto de amostra original tem distribuição essencialmente normal.
Como a distribuição da população original em geral é desconhecida, ela é
estimada de forma a construir um histograma de dados amostrais. Sendo assim, pode-se
determinar valores da margem de erro (Err) ao estimar
µ
onde se aplica uma distribuição t:
n
s
tErr
.
2/
α
= , onde t tem n-1 graus de liberdade.
2/
α
Pode-se utilizar essa margem de erro para construir intervalos de confiança.
ErrxErrx +<<
µ
Utilizando-se da amostra inicial de 5 ensaios, foi determinado a média da
referida amostra, e com o auxílio da tabela da distribuição t de Student com distribuição
bilateral, determinou-se o tamanho da amostra, com posterior verificação de comportamento
normal que este tipo de distribuição exige.
4.4 – Investigações nos tablados
Outro elemento utilizado em arquibancadas e que foi objeto de investigação é
o tablado. Os tablados possuem comportamento complexo em virtude da forma e composição
dos materiais empregados na confecção dos mesmos.
4. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
44
Os ensaios foram realizados com a suspensão do tablado através de ligas que
foram colocadas ao longo de uma de suas cantoneiras, de forma a suspender por dois pontos,
conforme apresentado na figura 4.4 (seta dupla).
Os posicionamentos da excitação e do acelerômetro serão apresentados no
capítulo 5, sendo tais pontos de excitação determinados através de simulação prévia do
comportamento do tablado em elementos finitos. O tablado foi modelado suspenso, ou seja,
sem vínculo de apoio.
Figura 4.4 –Tablado ensaiado.
Foram elaborados vários modelos numéricos que pudessem representar de
forma simples e realista o comportamento do tablado. O modelo final foi selecionado em
função da melhor aproximação entre valores experimentais e numéricos. Para tanto, foi
necessário a inclusão de constantes de mola no tablado, de forma a representar o
comportamento das ligações soldadas no mesmo. A prancha de madeira compensada existente
foi considerada como massa e distribuída ao longo de pontos localizados no eixo central do
tablado. Maiores detalhes sobre o tablado são apresentados no capítulo seguinte.
4.5 – Investigações dos protótipos
Após a investigação dos principais elementos que constituem o modelo de
arquibancada estudado, partiu-se para investigação em um protótipo de arquibancada. Este
protótipo foi montado na empresa responsável pela estrutura (ESTAF), utilizando
equipamentos e mão-de-obra qualificada da própria empresa.
Procurou-se construir um protótipo pequeno e simples, isto porque o mesmo
seria suspenso por ligas de borracha, mas que fosse representativo de um modelo de
arquibancada.
4. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
45
A estrutura foi suspensa com o auxílio de tubos e só depois de totalmente içada
foi amarrada a um andaime de sustentação por intermédio das ligas. Na figura 4.5 é
apresentado o processo de içamento do protótipo para a amarração do mesmo com as ligas de
borracha .
Figura 4.5 – Içamento do protótipo para colocação das ligas.
Após a preparação do protótipo, procedeu-se à instalação dos equipamentos de
medição (acelerômetro, cabos, nobreak, laptop, etc). O operador do sistema de aquisição ficou
posicionado próximo ao acelerômetro, em virtude do comprimento do cabo conector, sendo a
excitação aplicada por outra pessoa do outro lado da estrutura.
Na figura 4.6 a seguir, é apresentado uma vista frontal do protótipo já
montado, com indicação dos posicionamentos dos quatro pontos de amarração das ligas de
borracha, além do posicionamento do operador em relação à estrutura e do acelerômetro na
estrutura. Junto ao operador ficaram os demais equipamentos de medição. Nota-se uma
grande quantidade de ligas nos pontos de apoio para suspender a estrutura.
Figura 4.6 – Protótipo e equipamentos montados.
4. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
46
Foram realizados diversos ensaios com a mesma estrutura do protótipo, através
da retirada e colocação de elementos, tais como tablados, barras de ligação e
contraventamento (aqui considerado como barra diagonal). Para cada ensaio foram realizados
nove ensaios, sendo três para cada direção dos eixos ortogonais, além de outros dois ensaios
extras em pontos variados. Os pontos de excitação se concentraram no cavalo oposto ao qual
o acelerômetro foi fixado.
Os modelos numéricos dos módulos de arquibancada foram elaborados a partir
dos resultados das investigações anteriormente realizadas com os tubos, conexões e tablados.
Foram desenvolvidos cinco modelos numéricos referentes aos ensaios realizados. Com a
modelagem deste protótipo puderam-se realizar simulações e investigações com relação à
remoção de elementos da composição, possibilitando responder questões quanto ao
funcionamento desta estrutura a partir do comportamento dos seus elementos.
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES
47
C
C
A
A
P
P
Í
Í
T
T
U
U
L
L
O
O
5
5
R
R
e
e
s
s
u
u
l
l
t
t
a
a
d
d
o
o
s
s
e
e
D
D
i
i
s
s
c
c
u
u
s
s
s
s
õ
õ
e
e
s
s
Neste capítulo são apresentados resultados das investigações realizadas com
tubos, conexões e tablado, bem como as investigações com módulo de arquibancada.
Inicialmente serão apresentados os resultados com os tubos, depois as conexões, em seguida
os resultados dos tablados e por último os módulos de arquibancadas.
Estas investigações produziram uma grande quantidade de gráficos da
aceleração no domínio do tempo, com seus respectivos espectros de respostas, inviabilizando
a apresentação de todos. Desta forma, procurou-se selecionar os principais gráficos que
pudessem representar o comportamento geral da estrutura quanto aos efeitos dinâmicos,
principal objetivo dos testes modais. Vale salientar que a possível omissão de alguns gráficos
não prejudica os resultados como todo, uma vez que muitos destes apresentam
comportamentos similares.
5.1 – Determinação das propriedades dos tubos
Os tubos investigados são compostos de aço galvanizado com costura,
diâmetro nominal de 1 ½” e diâmetro externo de 48.25mm, com espessura mínima da parede
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES
48
de 3.05mm. Estes tubos são geralmente utilizados em escoramentos de pequeno a grande
porte, andaimes simples e para manutenção industrial. No entanto, alguns sistemas estruturais
de arquibancadas metálicas também utilizam este material.
Incertezas com relação aos valores das dimensões, massa específica e módulo
de elasticidade destes tubos poderiam comprometer as investigações a que este trabalho se
propunha. Sendo assim, foram realizadas aferições nos tubos de forma a verificar as reais
propriedades físicas e geométricas. Foram investigados tubos com dois comprimentos
padrões, a saber: 75cm e 150cm.
As dimensões medidas nos tubos de 75cm de comprimento são apresentadas na
tabela 5.1. Ainda nesta tabela são apresentados valores médios de comprimento, espessura,
diâmetro, volume e massa específica dos tubos, além da massa das conexões utilizadas
posteriormente em testes com tais tubos. Estas propriedades foram utilizadas para elaboração
dos modelos numéricos.
Os resultados das medições mostraram variações acima de 10% entre as
médias das espessuras medidas de cada tubo, além da existência de espessura média
(2.86mm) abaixo do valor mínimo especificado (3.05mm) (ESTAF, Acervo Técnico). Os
valores da massa específica máxima e mínima dos tubos variaram em até 4.5% em relação à
média. Se for tomado como base o valor de referência de 7850kg/m
3
para aços estruturais
(Bellei, 2000), os valores medidos apresentam uma variação de até 6.9%.
A partir dos resultados apresentados, optou-se pela distinção entre os tubos
para a realização das modelagens numéricas, ou seja, optou-se pela modelagem de cada tubo
com suas respectivas propriedades investigadas, obtendo-se módulos elásticos também
distintos para cada tubo, ao invés da modelagem dos tubos com valores médios gerais, obtidas
com médias aritméticas, conforme constam na tabela 5.1.
Outra propriedade necessária como dado de entrada para a realização da
modelagem numérica é o coeficiente de Poisson. Contudo, testes nos modelos estudados
indicaram efeito desprezível quando da sua variação, no que se refere aos primeiros modos de
vibração, adotando-se, desta forma, o valor de referência de 0.3, usualmente indicado ao aço
estrutural A-36 (Bellei, 2000).
Os resultados das análises numéricas realizadas com tubos de 75cm, de forma
isolada, são apresentados na figura 5.1
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES
49
Tabela 5.1 – Aferições realizadas com tubos de 75cm.
TUBOS UTILIZADOS NA MONTAGEM DA ESTRUTURA COM CONEXÃO FIXA
TUBOS
ESPESSURA
1ª med. (mm)
ESPESSURA
2ª med. (mm)
ESPESSURA
3ª med. (mm)
ESPESSURA
4ª med. (mm)
DIÂMETRO
(mm)
DADOS
1
3.25 3.25 3.60 3.25 48.50
MASSA VOLUME
Compr.
3.45 3.40 3.30 3.60 48.50
2.655kg 3.63E-04m³
75.1cm
3.40 3.45 3.50 3.50 48.60
ESP. MÉDIA MASSA ESPEC.
Média
3.37 3.37 3.47 3.45 48.53
3.41mm 7308.44kg/m³
2
2.90 2.75 3.10 2.85 48.25
MASSA VOLUME
Compr.:
2.85 2.80 2.85 2.85 49.00
2.330kg 3.09E-04m³
75.2cm
2.80 2.95 2.85 2.80 48.30
ESP. MÉDIA MASSA ESPEC.
Média
2.85 2.83 2.93 2.83 48.52
2.86mm 7546.79kg/m³
Média parcial
Espessura: 3.14 Diâmetro: 48.53
Massa: 2.493kg
Massa conexão
1.125kg
TUBOS UTILIZADOS NA MONTAGEM DA ESTRUTURA COM CONEXÃO MÓVEL
TUBOS
ESPESSURA
1ª med. (mm)
ESPESSURA
2ª med. (mm)
ESPESSURA
3ª med. (mm)
ESPESSURA
4ª med. (mm)
DIÂMETRO
(mm)
DADOS
3
3.35 3.25 3.30 3.20 48.20
MASSA VOLUME
Compr.
3.30 3.35 3.45 3.40 48.70
2.720kg 3.56E-04m³
75.5cm
3.40 3.25 3.20 3.55 48.30
ESP. MÉDIA MASSA ESPEC.
Média
3.35 3.28 3.32 3.38 48.40
3.33mm 7633.75kg/m³
4
3.35 3.50 3.30 3.25 48.85
MASSA VOLUME
Compr.
3.30 3.55 3.25 3.35 48.65
2.745kg 3.61E-04m³
75.7cm
3.35 3.30 3.25 3.45 48.55
ESP. MÉDIA MASSA ESPEC.
Média
3.33 3.45 3.27 3.35 48.68
3.35mm 7600.36kg/m³
Média parcial
Espessura: 3.34mm Diâmetro: 48.54
Massa: 2.73kg
Massa conexão 1.24kg
RESUMO DOS DADOS DOS ELEMENTOS UTILIZADOS NAS MONTAGENS
Comprimento médio 75.38cm
Espessura média 3.24mm
Diâmetro médio 48.53mm
Volume médio 3.47E-04m³
Massa Específica Média 7522.34kg/m
3
Os parâmetros de aquisição adotados foram: 0.64 s de duração de sinal,
intervalo de amostragem de 3.125*10
-4
s e faixa de freqüência até 1250 Hz, com resolução de
1.56 Hz.
Na figura 5.1 está apresentado o gráfico da aceleração medida
experimentalmente e seu respectivo espectro de resposta, onde se observa o pico
correspondente à freqüência fundamental da estrutura. A excitação foi aplicada no ponto
central do tubo 1. Nos demais tubos, gráficos similares aos apresentados na referida figura
foram obtidos, ocorrendo apenas variações em escala decimal dos valores medidos.
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES
50
Aceleração Medida
-0.8
-0.6
-0.4
-0.2
0
0.2
0.4
0.6
0.8
0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6
Tempo (s)
Amplitude Relativa
Espectro da Aceleração
0
0.0005
0.001
0.0015
200 300 400 500 600 700 800
Frequência (Hz)
Amplitude Relativa
Figura 5.1 – Gráfico da aceleração e espectro de resposta medida para tubo isolado (75cm).
A partir dos resultados das aferições e dos testes modais realizados, foram
elaborados os modelos numéricos dos tubos. A discretização (divisão do modelo em
segmentos menores que forma a malha de elementos e nós) adotada foi obtida a partir do
refinamento de um modelo inicial até que os valores das freqüências naturais obtidas em
análises modais não variassem após três casas decimais. O resultado da discretização gerou
uma malha com 15 nós e 16 elementos de 5cm de comprimento. Estes modelos possibilitaram
a correlação com os dados experimentais de forma a obter os módulos elásticos dos tubos
investigados.
Na tabela 5.2 a seguir apresentam-se valores dos módulos elásticos resultantes
da correlação entre resultados numéricos e experimentais para cada tubo analisado
isoladamente. Nota-se uma variação mais expressiva entre os valores dos dois primeiros tubos
(tubo 1 e tubo 2, utilizados posteriormente em ensaio com conexão fixa) com relação aos
valores dos dois últimos (tubo 3 e tubo 4, utilizados posteriormente em ensaio com conexão
móvel), possivelmente em decorrência da discrepância existente nas espessuras e massas
específicas, resultantes do processo de fabricação e da composição da liga metálica utilizada
nos tubos.
Tabela 5.2 – Módulos de Elasticidade dos tubos de 75 cm.
Tubo Módulo de Elasticidade
1 186.27 Gpa
2 189.44 Gpa
3 198.23 Gpa
4 197.27 Gpa
Os valores apresentados na tabela acima são inferiores aos apresentados na
norma NBR-8800 (1986), porem apresentam a mesma magnitude de valores dos
obtidos por Finizola et al (2002).
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES
51
Em seqüência, foram investigados tubos de 150cm para ratificar os valores
encontrados.
Na figura 5.2 abaixo são apresentados os tubos de 150 cm investigados,
identificados por sua aparência externa.
Figura 5.2 – Tubos de 150cm de comprimento
De forma similar ao realizado com as inspeções dos tubos de 75 cm, os dados
aferidos com os tubos de 150cm de comprimento são apresentados na tabela 5.3, onde são
apresentados também valores médios de diâmetro e massa dos tubos, além dos valores de
massa das conexões que foram utilizadas em teste posterior com estes tubos.
Tabela 5.3 - Aferições realizadas com tubos de 150 cm.
TUBOS ESPESSURAS DIÂMETRO DADOS
1 3.00mm 48.50mm
MASSA VOLUME
2.95mm 48.35mm 4.835kg 6.65E-04m³
150.5cm 3.38mm 48.25mm
E - MÉDIO MASSA ESPECÍFICA
Média 3.11mm 48.37mm 3.11mm 7269.156kg/m³
2 3.30mm 48.70mm
MASSA VOLUME
3.25mm 48.25mm 5.165kg 7.08E-04m³
150.5cm 3.35mm 49.05mm
E - MÉDIO MASSA ESPECÍFICA
Média 3.30mm 48.67mm 3.30mm 7296.812kg/m³
Média total 48.52mm 5.000kg
Massa da conexão 1.125 kg - Fixa 1.240 kg – Móvel
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES
52
Nos valores apresentados na tabela, pode-se observar dimensões de espessura e
diâmetro externo similares aos apresentados na tabela 5.1, referentes ao tubo de 75cm. Já os
valores da massa específica apresentada acima estão inferiores ao valor mínimo encontrado na
referida tabela (Tabela 5.1). Se compararmos ao valor de referência do aço, os valores
apresentam uma variação de até 7.4%, um acréscimo de meio por cento à variação
apresentada para os resultados dos tubos com 75cm.
Na figura 5.3 é apresentado resultado de teste modal com o tubo 1. O tubo 2,
de mesma dimensão, apresenta resultados similares aos apresentados abaixo.
Espectro da Acelerão
0
0.0005
0.001
0.0015
0.002
0.0025
0.003
300 310 320 330 340 350 360 370 380 390 400
Frequencia Medida (Hz)
Am plitude Relativa
Aceleração Medida
-2.50E-01
-2.00E-01
-1.50E-01
-1.00E-01
-5.00E-02
0.00E+00
5.00E-02
1.00E-01
1.50E-01
2.00E-01
2.50E-01
0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6
Tempo (s)
Amplitude Relativa
Figura 5.3 - Gráfico da aceleração e espectro de resposta medida para tubo isolado (150 cm).
Na tabela 5.4 a seguir apresentam-se valores dos módulos de elasticidade
resultantes da correlação entre resultados numéricos e experimentais para cada tubo de 150cm
analisado.
Comparando-se os resultados da tabela 5.4 e 5.2 (referente aos tubos de 75
cm), pode-se notar que os valores dos resultados apresentados nas referidas tabelas
apresentam variação de até 7.3%.
Tabela 5.4 – Módulos Elásticos dos tubos de 150 cm.
Tubos Módulos Elásticos
1 188.8GPa
2 183.8GPa
5.2 – Determinação das propriedades das conexões do tipo braçadeiras
Braçadeiras são usualmente utilizadas na montagem de arquibancadas
temporárias instaladas para a realização de eventos populares, sendo formadas por dois
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES
53
modelos, a saber: fixa e móvel. Foram realizados testes com os dois modelos de braçadeiras,
sendo realizadas oito medições para cada braçadeira. Este número foi calculado utilizando-se
a distribuição “t-Student” para pequenas amostras. As amostras utilizadas foram: 81.25;
81.25; 84.375; 87; 75; 81.25; 79.687; 78.125, onde se determinou uma média de 80.992 e um
desvio padrão de 3.656. Estas amostras se referem às freqüências naturais em Hz extraídas do
primeiro modo das análises realizadas.
O número de medições encontrado e adotado nas investigações confere aos
resultados obtidos pelos apertos dados em cada braçadeira uma confiabilidade de 95%,
conforme discutido no capítulo 4. Serão apresentados alguns gráficos resultantes destes testes
para cada protótipo.
Os parâmetros de aquisição adotados para a realização dos testes modais
foram: 0.64 s de duração de sinal, intervalo de amostragem de 3.125*10
-4
s e faixa de
freqüência até 1250 Hz, com resolução de 1.56 Hz.
Na figura 5.4 são apresentados os esquemas de ensaio adotados nos testes
modais realizados, com a localização da excitação e do acelerômetro para cada teste. Os
posicionamentos adotados são na extremidade da barra, a
1
/
3
, no meio ou a
1
/
4
do
comprimento da barra. A direção vertical é a direção para fora do plano da estrutura,
apresentado nos esquemas, enquanto a direção horizontal é a direção referente aos eixos do
plano.
(a) – Direção vertical (b) – Direção horizontal
Figura 5.4 – Esquema de medições realizadas.
Foram realizados 12 testes para cada aperto dado na braçadeira, sendo 4 na
direção vertical e 8 na direção horizontal. Tomando-se as oito medições realizadas em cada
braçadeira e os dois tipos de braçadeiras utilizadas nos ensaios, têm-se um total de 192 testes
realizados com as conexões.
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES
54
5.2.1 – Braçadeira fixa
Nos testes com a braçadeira fixa, foi montado um protótipo formado por dois
tubos de 75cm de comprimento cada, com ângulo reto e unidos pela braçadeira.
Na figura 5.5 a seguir são apresentados gráfico de aceleração medida
experimentalmente no protótipo estudado e o espectro de resposta obtido deste sinal. Este
sinal foi obtido posicionando-se o acelerômetro e a excitação na extremidade de uma única
barra, sendo tal acelerômetro, bem como a excitação, posicionada da direção vertical, ou seja,
perpendicular ao plano formado pelos tubos da estrutura montada.
Aceleração Medida
-1
-0.8
-0.
-0.
-0.2
0
0.2
0.4
0.6
0.8
1
0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6
Tempo (s)
Amplitude Relativa
Espectro da Aceleração
0
0.01
0.02
0.03
0.04
0.05
0.06
0.07
0.08
0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500
Frequência (Hz)
Magnitude Relativa
6
4
Figura 5.5 – (a) Gráfico da aceleração (b) Espectro de resposta da aceleração
Já na figura na figura 5.6 é apresentado gráfico da aceleração e espectro de
resposta para acelerômetro e excitação posicionados na direção horizontal, ou seja, paralelo
ao plano formado pelos tubos.
Aceleração Medida
-0.
-0.4
-0.3
-0.2
-0.1
0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6
Tempo (s)
Amplitude Relativa
Espectro da Aceleração
0
0.02
0.04
0.06
0.08
0.1
0.12
0.14
0.16
0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500
Frequência (Hz)
Magnitude Relativa
5
Figura 5.6 – (a) Gráfico da aceleração (b) Espectro de resposta da aceleração
Posteriormente às medições realizadas com tubos de 75cm de comprimento,
foram realizados testes com as mesmas conexões, porém utilizando-se tubos de 150cm de
comprimento.
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES
55
Na figura 5.7 mostra-se um sinal típico de aceleração para conexão fixa no
protótipo de tubos mais longos, com excitação e acelerômetro posicionados na direção
vertical, sendo que o acelerômetro foi posicionado na extremidade de um tubo e a excitação
foi aplicada no meio do outro tubo.
Aceleração Medida
-0.4
-0.3
-0.2
-0.1
0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6
Tempo (s)
Amplitude Relativa
Espectro da Aceleração
0
0.02
0.04
0.06
0.08
0.1
0.12
0 50 100 150 200 250 300 350
Frequência (Hz)
Magnitude Relativa
Figura 5.7 – (a) Gráfico da aceleração (b) Espectro de resposta da aceleração
Na figura 5.8 é apresentado um sinal típico de aceleração, com o respectivo
espectro de resposta, para excitação e acelerômetro posicionados na direção horizontal, sendo
que o acelerômetro foi posicionado no meio do tubo e a excitação foi aplicada na extremidade
do outro tubo, perpendicularmente ao seu eixo axial.
Aceleração Medida
-0.
-0.
-0.2
0
0.2
0.4
0.6
0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6
Tempo (s)
Amplitude Relativa
Espectro da Aceleração
0
0.02
0.04
0.06
0.08
0.1
0.12
0 50 100 150 200 250 300 350
Frequência (Hz)
Magnitude Relativa
4
6
Figura 5.8 – (a) Gráfico da aceleração (b) Espectro de resposta da aceleração
Pela dificuldade de investigação dos modos e suas respectivas freqüências
medidas, experimentalmente não foi possível utilizar mais de três modos de vibração na
correlação entre resultados numéricos e experimentais. No entanto, para resolução de
problemas relativos a vibrações excessivas em estruturas correntes, os primeiros modos são
suficientes para indicação de soluções, como utilizado em Finizola et al (2002). Os resultados
das freqüências são apresentados para os três primeiros modos de vibração, sendo validados
com a tabela 5.7.
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES
56
O conjunto de valores de freqüências naturais identificadas a partir dos sinais
de aceleração medidos na estrutura formada com tubos de 75cm de comprimento são
apresentados na tabela 5.5, além disso, são apresentados na mesma os valores obtidos
numericamente através das análises modais realizadas.
As constantes de mola relativas aos deslocamentos na direção X, Y e Z são
representados respectivamente por UX, UY e UZ, já as constantes de mola relativas às
rotações em torno dos eixos X, Y e Z são representadas respectivamente por ROTX, ROTY e
ROTZ. Os eixos X e Y formam o plano da estrutura, estando o eixo Z perpendicular a este
plano. As molas mais relevantes no comportamento das conexões são as perpendiculares ao
plano da estrutura, no caso, as que apresentam as constantes ROTZ. Os valores das
freqüências numéricas na tabela são referentes à resposta do modelo numérico com os valores
das constantes de mola a seguir:
UX = 6.50E+06 N/m ROTX = 1.00E+08 Nm/rad
UY = 6.50E+06 N/m ROTY = 1.00E+08 Nm/rad
UZ = 3.50E+06 N/m ROTZ = 1.00E+05 Nm/rad
Tabela 5.5 - Medições com variação das freqüências (em Hz)
referentes aos apertos dados no protótipo com conexão fixa
PRIMEIRA MEDIÇÃO QUINTA MEDIÇÃO
Modos
Freqüências
experimentais
Freqüências
numéricas
Variação
Modos
Freqüências
experimentais
Freqüências
numéricas
Variação
1 81.25 82.29 -1.28%
1 75.78 82.29 -8.58%
2 321.00 324.13 -0.98%
2 327.34 324.13 0.98%
3 342.05 350.53 -2.48%
3 348.83 350.53 -0.49%
SEGUNDA MEDIÇÃO SEXTA MEDIÇÃO
Modos
Freqüências
experimentais
Freqüências
numéricas
Variação
Modos
Freqüências
experimentais
Freqüências
numéricas
Variação
1 82.03 82.29 -0.31%
1 80.08 82.29 -2.76%
2 332.81 324.13 2.61%
2 335.42 324.13 3.36%
3 348.44 350.53 -0.60%
3 350.00 350.53 -0.15%
TERCEIRA MEDIÇÃO SÉTIMA MEDIÇÃO
Modos
Freqüências
experimentais
Freqüências
numéricas
Variação
Modos
Freqüências
experimentais
Freqüências
numéricas
Variação
1 83.98 82.29 2.02%
1 78.91 82.29 -4.28%
2 339.58 324.13 4.55%
2 332.42 324.13 2.49%
3 350.00 350.53 -0.15%
3 349.61 350.53 -0.26%
QUARTA MEDIÇÃO OITAVA MEDIÇÃO
Modos
Freqüências
experimentais
Freqüências
numéricas
Variação
Modos
Freqüências
experimentais
Freqüências
numéricas
Variação
1 87.89 82.29 6.38%
1 78.91 82.29 -4.28%
2 340.23 324.13 4.73%
2 332.81 324.13 2.61%
3 353.91 350.53 0.95%
3 350.78 350.53 0.07%
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES
57
Os valores de freqüência numéricas apresentadas na tabela são referentes à
resposta do modelo numérico para valores de constantes de mola, também apresentadas na
tabela. Estas constantes de mola foram obtidas a partir de calibração do modelo numérico aos
valores experimentais obtidos com o aperto dado na braçadeira pelo funcionário da empresa.
Os valores numéricos são apresentados sem variação e servem para medir a
discrepância entre valores de freqüências numéricas e valores das freqüências experimentais
apresentados, referentes aos diversos apertos realizados nas conexões por pessoas diferentes.
A variação entre os valores experimentais e numéricos é apresentada na tabela em
percentagem. A tabela que relaciona a distribuição t Student, discutida no capítulo 4, com as
margens de erro com as quais se pretende trabalhar, faz referência a valores de 1%, 2%, 5%,
10%, 20% e 50% de erro. Dentre os valores citados foi adotado 5%, por parecer o mais
razoável em virtude de imprecisões nos parâmetros de aquisição.
Os valores percentuais que ficaram acima da faixa de erro trabalhada (5%)
estão apresentados em negrito e foram re-analisados de tal forma a apresentar variação abaixo
dos 5%. Na tabela 5.6 são apresentados os valores corrigidos de freqüências numéricas com a
alteração da constante de mola ROTZ do modelo numérico, constante esta mais sensível a
alterações. Os valores das freqüências numéricas na tabela são referentes à resposta do
modelo numérico com os valores das constantes de mola a seguir:
UX = 6.50E+06 N/m ROTX = 1.00E+08 Nm/rad
UY = 6.50E+06 N/m ROTY = 1.00E+08 Nm/rad, e os valores de
UZ = 3.50E+06 N/m ROTZ = 1.50E+05 Nm/rad, para quarta medição e
UZ = 3.50E+06 N/m ROTZ = 7.50E+04 Nm/rad, para quinta medição.
Tabela 5.6 - Correção da variação das freqüências (em Hz)
referentes aos apertos dados no protótipo com conexão fixa
QUARTA MEDIÇÃO QUINTA MEDIÇÃO
Modos
Freqüências
experimentais
Freqüências
numéricas
Variação
Modos
Freqüências
experimentais
Freqüências
numéricas
Variação
1 87.89 87.76 0.15%
1 75.78 77.71 -2.55%
2 340.23 324.13 4.73%
2 327.34 324.13 0.98%
3 353.91 350.59 0.94%
3 348.83 350.47 -0.47%
Os resultados da variação de freqüências obtidas com protótipo composto de
tubos de 150cm de comprimento são apresentados na tabela 5.7. Foram utilizadas constantes
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES
58
de mola obtidas das correlações com o protótipo com tubos de 75cm de comprimento, com
aperto dado pelo funcionário da empresa montadora (vide valores utilizados na tabela 5.5),
anteriormente comentada. Os valores das freqüências são distintos dos apresentados pelo
protótipo com tubos de 75cm em virtude do prolongamento dos tubos, que proporcionam
acréscimo de massa ao modelo, entre outras contribuições, devendo-se analisar como outra
estrutura.
Tabela 5.7 - Variação das freqüências experimentais em relação às numéricas para protótipo com tubos
com 150cm de comprimento
Modos de Vibração Freq. Experimentais (Hz) Freq. Numéricas (Hz) Variação
1 21.88 22.26 -1.74%
2 90.63 92.66 -2.24%
3 95.31 97.63 -2.43%
4 112.50 114.20 -1.51%
5 126.56 / 129.69 125.42 2.11%
6 275.00 280.79 -2.11%
7 279.69 289.16 -3.39%
A correlação apresentada na tabela 5.7 foi satisfatória, corroborando os valores
de constantes de mola obtidos no 1º ensaio, onde utilizou-se tubos com 75cm de
comprimento.
5.2.2 – Braçadeira móvel
Assim como na conexão fixa, na figura 5.9 é apresentado sinal típico de
aceleração para conexão móvel, com seu respectivo espectro de resposta. A excitação e o
acelerômetro foram posicionados na extremidade do mesmo tubo, sendo direcionados
perpendicularmente ao plano dos tubos da estrutura.
Aceleração Medida
-0.8
-0.6
-0.4
-0.2
0
0.2
0.4
0.6
0.8
0.0 0.1 2 0.3 0.4 0.5 0.6
Tempo (s)
Amplitude Relativa
Espectro da Aceleração
0
0.005
0.01
0.015
0.02
0.025
0.03
0.035
0.04
0.045
0.05
0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500
Frequência (Hz)
Magnitude Relativa
0.
Figura 5.9 – (a) Gráfico da aceleração (b) Espectro de resposta da aceleração
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES
59
Na figura 5.10 é apresentado sinal típico similar ao anterior, com excitação
direcionada no plano da estrutura.
Aceleração Medida
-0.5
-0.4
-0.3
-0.2
-0.1
0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7
Tempo (s)
Amplitude Relativa
Espectro da Aceleração
0
0.005
0.01
0.015
0.02
0.025
0.03
0.035
0.04
0.045
0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500
Frequência (Hz)
Magnitude Relativa
Figura 5.10 – (a) Gráfico da aceleração (b) Espectro de resposta da aceleração
Com as conexões flexíveis também foram realizadas investigações utilizando-
se tubos de 150cm de comprimento para ratificar os resultados.
Aceleração Medida
-5.00E-01
-4.00E-01
-3.00E-01
-2.00E-0
-1.00E-01
0.00E+00
1.00E-01
2.00E-01
3.00E-01
4.00E-01
5.00E-01
0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6
Tempo (s)
Amplitude Relativa
Espectro da Aceleração
0
0.01
0.02
0.03
0.04
0.05
0.06
0.07
0.08
0 50 100 150 200 250 300 350
Frequência (Hz)
Magnitude Relativa
1
Figura 5.11 – (a) Gráfico da aceleração (b) Espectro de resposta da aceleração
Na figura 5.11 é apresentado o sinal de aceleração para conexão flexível,
utilizando dois tubos de 150cm, com excitação e acelerômetro posicionados na direção
vertical, sendo os mesmos posicionados na extremidade de um dos tubos. Já na figura 5.12 é
apresentado a mesma situação, diferindo apenas na orientação da excitação e do acelerômetro,
que neste caso referem-se à direção horizontal.
Aceleração Medida
-2.00E+00
-1.50E+00
-1.00E+00
-5.00E-01
0.00E+00
5.00E-01
1.00E+00
1.50E+00
0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6
Tempo (s)
Amplitude Relativa
Espectro da Aceleração
0
0.02
0.04
0.06
0.08
0.1
0.12
0.14
0.16
0.18
0.2
0 50 100 150 200 250 300 350
Frequência (Hz)
Magnitude Relativa
Figura 5.12 – (a) Gráfico da aceleração (b) Espectro de resposta da aceleração
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES
60
Da mesma forma que na conexão fixa, os valores das freqüências numéricas
apresentadas na tabela a seguir são referentes à resposta do modelo numérico para os valores
das constantes de mola abaixo. Os valores numéricos são fixos, variando os valores das
freqüências experimentais, referentes aos apertos realizados por pessoas distintas.
Os valores das freqüências numéricas na tabela são referentes à resposta do
modelo numérico com os valores das constantes de mola a seguir:
UX = 5.00E+06 N/m ROTX = 1.00E+08 Nm/rad
UY = 5.00E+06 N/m ROTY = 1.00E+08 Nm/rad
UZ = 1.16E+06 N/m ROTZ = 1.35E+04 Nm/rad
Tabela 5.8 - Medições com variação das freqüências (em Hz)
referentes aos apertos dados no protótipo com conexão móvel
PRIMEIRA MEDIÇÃO QUINTA MEDIÇÃO
Modos
Freqüências
experimentais
Freqüências
numéricas
Variação
Modos
Freqüências
experimentais
Freqüências
numéricas
Variação
1 43.23 43.12 0.27%
1 44.14 43.12 2.32%
2 208.98 208.71 0.13%
2 217.19 208.71 3.90%
3 242.97 305.78 -25.85%
3 230.86 305.78 -32.45%
SEGUNDA MEDIÇÃO SEXTA MEDIÇÃO
Modos
Freqüências
experimentais
Freqüências
numéricas
Variação
Modos
Freqüências
experimentais
Freqüências
numéricas
Variação
1 43.75 43.12 1.45%
1 45.70 43.12 5.66%
2 223.44 208.71 6.59%
2 225.00 208.71 7.24%
3 236.33 305.78 -29.39%
3 233.59 305.78 -30.90%
TERCEIRA MEDIÇÃO SÉTIMA MEDIÇÃO
Modos
Freqüências
experimentais
Freqüências
numéricas
Variação
Modos
Freqüências
experimentais
Freqüências
numéricas
Variação
1 41.80 43.12 -3.15%
1 40.63 43.12 -6.13%
2 206.25 208.71 -1.19%
2 215.63 208.71 3.21%
3 226.95 305.78 -34.73%
3 271.09 305.78 -12.79%
QUARTA MEDIÇÃO OITAVA MEDIÇÃO
Modos
Freqüências
experimentais
Freqüências
numéricas
Variação
Modos
Freqüências
experimentais
Freqüências
numéricas
Variação
1 44.92 43.12 4.02%
1 40.23 43.12 -7.16%
2 221.09 208.71 5.60%
2 194.92 208.71 -7.07%
3 229.69 305.78 -33.13%
3 225.00 305.78 -35.90%
O comportamento da conexão móvel mostrou-se bem irregular, se comparado
ao comportamento da conexão fixa, impossibilitando desta forma a fixação do percentual de
5% para as freqüências dos três primeiros modos de vibrações. Na tentativa de fixação do
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES
61
referido percentual para os dois primeiros modos, foram variados os valores de constantes,
neste caso das constantes UZ e o ROTZ. Os resultados obtidos com estas variações são
apresentados na tabela 5.9.
Os valores das freqüências numéricas abaixo são referentes à resposta do
modelo numérico com os valores das constantes de mola a seguir:
UX = 5.00E+06 N/m ROTX = 1.00E+08 Nm/rad
UY = 5.00E+06 N/m ROTY = 1.00E+08 Nm/rad; os valores de
UZ = 1.30E+06 N/m e ROTZ = 1.35E+04 Nm/rad, para a segunda e a quarta medições;
UZ = 1.30E+06 N/m e ROTZ = 1.50E+04 Nm/rad, para a sexta medição;
UZ = 1.16E+06 N/m e ROTZ = 1.20E+04 Nm/rad, para a sétima medição e
UZ = 1.10E+06 N/m e ROTZ, 1.20E+04 Nm/rad, para a oitava medição.
Tabela 5.9 - Correção da variação das freqüências (em Hz)
referentes aos apertos dados no protótipo com conexão móvel
SEGUNDA MEDIÇÃO SEXTA MEDIÇÃO
Modos
Freqüências
experimentais
Freqüências
numéricas
Variação
Modos
Freqüências
experimentais
Freqüências
numéricas
Variação
1 43.75 43.11 1.47%
1 45.70 45.00 1.54%
2 223.44 218.34 2.28%
2 225.00 219.29 2.54%
3 236.33 304.37 -28.79%
3 233.59 305.79 -30.91%
QUARTA MEDIÇÃO
Modos
Freqüências
experimentais
Freqüências
numéricas
Variação
1 44.92 43.11 4.04%
2 221.09 218.34 1.25%
3 229.69 304.37 -32.51%
SÉTIMA MEDIÇÃO
OITAVA MEDIÇÃO
Modos
Freqüências
experimentais
Freqüências
numéricas
Variação
Modos
Freqüências
experimentais
Freqüências
numéricas
Variação
1 40.63 41.08 -1.11%
1 40.23 41.08 -2.09%
2 215.63 208.71 3.21%
2 194.92 203.88 -4.60%
3 271.09 305.76 -12.79%
3 225.00 305.76 -35.89%
Em outra investigação realizada montou-se o protótipo com conexão móvel e
tubos de 75cm de comprimento formando um ângulo de aproximadamente 45° entre os
mesmos, com intuito de verificar o funcionamento das constantes de mola encontradas
utilizando uma montagem de barras com conexão móvel possuindo ângulo diferente de 90°.
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES
62
Espectro da Aceleração
0
0.002
0.004
0.006
0.008
0.01
0.012
0.014
0 50 100 150 200 250 300 350
Frequência (Hz)
Magnitude Relativa
Aceleração Medida
-0.
-0.2
-0.
0
0.1
0.2
0.3
0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7
Tempo (s)
Amplitude Relativa
Na figura a seguir (Figura 5.13) é apresentado sinal de resposta da aceleração
para o caso estudado, com seu respectivo espectro de resposta no domínio da freqüência.
Neste teste foi realizado um único ensaio na direção vertical (perpendicular ao plano das
barras) com acelerômetro posicionado na extremidade do tubo e a excitação realizada a ¼ do
comprimento do tubo.
1
3
Figura 5.13 – (a) Gráfico da aceleração (b) Espectro de resposta da aceleração
Na tabela a seguir (tabela 5.10) apresenta-se resultados experimentais obtidos
através de espectro de freqüência (Ver figura 5.13), além dos valores de freqüências obtidas
no modelo numérico e a variação percentual entre elas.
Tabela 5.10 - Variação das freqüências experimentais em relação às numéricas para o protótipo com 45°
entre tubos
Modos de Vibração Freq. Experimentais (Hz) Freq. Numéricas (Hz) Variação
1 37.5 36.29
3.23%
2 123.438 207.09
-67.77%
3 - 289.11
-
4 304.69 / 306.25 341.73
-11.87%
5 390.63 392.59
-0.50%
6 454.69 / 456.25 455.98
-0.11%
7 - 475.63
3.23%
Os resultados da variação de freqüências obtidas com protótipo composto de
tubos de 150cm de comprimento para conexão flexível são apresentados na tabela 5.11.
Foram utilizadas constantes de mola obtidas a partir da estrutura formada por tubos de 75cm
de comprimento, com aperto na braçadeira dado pelo funcionário da empresa. Nota-se uma
certa variabilidade nos valores percentuais de variação apresentados, se comparados com a
tabela 5.7. Esta variabilidade acontece principalmente pela pequena faixa de comportamento
linear da conexão.
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES
63
Tabela 5.11 - Variação das freqüências experimentais em relação às numéricas para o protótipo com
150cm de comprimento
Modos de Vibração Freq. Experimentais (Hz) Freq. Numéricas (Hz) Variação
1 14.06 13.72 2.42%
2 87.50 89.06 -1.78%
3 90.63 / 92.19 97.15
-6.28%
4 104.69 105.27 -0.55%
5 110.94 / 112.500 112.84 -1.00%
6 190.63 / 195.19 222.46
-15.32%
7 307.81 271.32
11.85%
5.3 – Determinação das propriedades dos tablados
Dois modelos de tablado são adotados pela empresa montadora (ESTAF),
sendo investigado o de menor comprimento. Este possui 117cm de comprimento por 61cm de
largura. Cada tablado é constituído por dois perfis do tipo “U” enrijecido, unidos
transversalmente por cantoneiras de abas iguais que servem de apoio para um compensado de
madeira, conforme figura 5.14 a seguir. Este compensado de madeira é fixado nas cantoneiras
por meio de oito pregos entortados, inseridos através do compensado e das cantoneiras.
Figura 5.14 – Esquema de composição do tablado
O tablado, pela sua estrutura e composição, é um elemento bem complexo e
que exige atenção com relação aos dados coletados. Sendo assim foram realizadas
investigações de forma a mapear possíveis modos de vibrações, tomando como base um
modelo numérico pré-elaborado. Foi utilizada uma estrutura de andaime para suspender o
mesmo através de ligas em dois pontos.
Os parâmetros de aquisição adotados foram: 1.0235s de duração de sinal,
intervalo de amostragem de 5*10
-4
s e faixa de freqüência até 781.25Hz, com 0.977Hz
resolução. Vale salientar que a forma com que o tablado é encaixado no cavalo pode alterar o
funcionamento estrutural da arquibancada, inclusive podendo vir a contribuir de forma
significativa para a rigidez da estrutura .
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES
64
A seguir são apresentados figuras com gráficos de aceleração e espectro de
resposta para cada teste, além dos esquemas de localização da excitação (EXCIT) e do
acelerômetro (ACEL) de cada teste realizado. Os pontos de localização da excitação e do
acelerômetro estão destacados em vermelho, sendo que as figuras com setas indicam
posicionamento horizontal (no plano) e sem setas na direção vertical (fora do plano). A
escolha dos pontos foi baseada na forma dos modos de vibração de interesse, observados no
modelo numérico.
Na figura 5.15 são apresentadas as respostas do teste realizado na vertical, com
excitação na extremidade de um perfil e o acelerômetro na outra extremidade do mesmo
perfil.
Aceleração Medida
-0.4
-0.3
-0.2
-0.1
0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1.0
Tempo (s)
Amplitude Relativa
Espectro da Aceleração
0
0.0005
0.001
0.0015
0.002
0.0025
0 50 100 150 200 250 300
Frequência (Hz)
Magnitude Relativa
Figura 5.15 - (a) Gráfico da aceleração (b) Espectro de resposta da aceleração
(c) Esquema de posicionamento adotado para o teste
Já na figura 5.16 a seguir o teste foi realizado com excitação a 1/3 do
comprimento da extremidade de um perfil e acelerômetro a 1/3 do comprimento da
extremidade do outro perfil.
Figura 5.16 - (a) Gráfico da aceleração (b) Espectro de resposta da aceleração
(c) Esquema de posicionamento adotado para o teste
Aceleração Medida
-0.4
-0.3
-0.2
-0.1
0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1.0
Tempo (s)
Amplitude Relativa
Espectro da Aceleração
0
0.0005
0.001
0.0015
0.002
0.0025
0.003
0.0035
0 50 100 150 200 250 300
Frequência (Hz)
Magnitude Relativa
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES
65
Ainda na direção vertical foi realizado um outro teste, agora com o
acelerômetro e a excitação na extremidade de um dos perfis, como apresentado na figura 5.17.
Figura 5.17 - (a) Gráfico da aceleração (b) Espectro de resposta da aceleração
Aceleração Medida
-1.5
-1
-0.5
0
0.5
1
1.5
0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1.0
Tempo (s)
Amplitude Relativa
Espectro da Aceleração
0
0.002
0.004
0.006
0.008
0.01
0.012
0.014
0.016
0 50 100 150 200 250 300
Frequência (Hz)
Magnitude Relativa
(c) Esquema de posicionamento adotado para o teste
Agora na direção horizontal, foi realizado um teste posicionando o
acelerômetro e a excitação em uma das cantoneiras, conforme figura 5.18.
2
Figura 5.18 - (a) Gráfico da aceleração (b) Espectro de resposta da aceleração
Aceleração Medida
-0.8
-0.6
-0.4
-0.2
0
0.2
0.4
0.6
0.8
0.0 0.1 0. 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1.0
Tempo (s)
Amplitude Relativa
Espectro da Aceleração
0
0.002
0.004
0.006
0.008
0.01
0.012
0 50 100 150 200 250 300
Frequência (Hz)
Magnitude Relativa
(c) Esquema de posicionamento adotado para o teste
Na figura 5.19 a seguir é apresentado o teste realizado na horizontal com
excitação aplicada na extremidade de uma cantoneira de borda, próxima à extremidade do
perfil, e o acelerômetro na extremidade oposta do tablado, ou seja, próximo à outra
extremidade do referido perfil.
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES
66
2
Figura 5.19 - (a) Gráfico da aceleração (b) Espectro de resposta da aceleração
Aceleração Medida
-0.2
-0.15
-0.1
-0.05
0
0.05
0.1
0.15
0.2
0.0 0.1 0. 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1.0
Tempo (s)
Amplitude Relativa
Espectro da Aceleração
0
0.0002
0.0004
0.0006
0.0008
0.001
0.0012
0.0014
0.0016
0 50 100 150 200 250 300
Frequência (Hz)
Magnitude Relativa
(c) Esquema de posicionamento adotado para o teste
Já na figura 5.20 é apresentado o teste realizado de forma similar ao
anteriormente apresentado, com excitação aplicada na extremidade de uma cantoneira de
borda, próxima à extremidade do perfil, o acelerômetro na extremidade oposta do tablado.
Figura 5.20 - (a) Gráfico da aceleração (b) Espectro de resposta da aceleração
Aceleração Medida
-0.25
-0.20
-0.15
-0.10
-0.05
0.00
0.05
0.10
0.15
0.20
0.25
0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1.0
Tempo (s)
Amplitude Relativa
Espectro da Aceleração
0
0.0002
0.0004
0.0006
0.0008
0.001
0.0012
0 50 100 150 200 250 300
Frequência (Hz)
Magnitude Relativa
(c) Esquema de posicionamento adotado para o teste
Um último teste foi realizado, agora procurando explorar as duas direções. Foi
aplicada excitação na direção horizontal, na extremidade de um perfil, com o acelerômetro
posicionado na direção vertical, a 1/3 da outra extremidade do mesmo perfil, conforme figura
5.21.
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES
67
0
Figura 5.21 - (a) Gráfico da aceleração (b) Espectro de resposta da aceleração
Aceleração Medida
-3.00E-01
-2.00E-01
-1.00E-01
0.00E+00
1.00E-01
2.00E-01
3.00E-01
0.0 .1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1.0
Tempo (s)
Amplitude Relativa
Espectro da Aceleração
0
0.0002
0.0004
0.0006
0.0008
0.001
0.0012
0.0014
0.0016
0 50 100 150 200 250 300
Frequência (Hz)
Magnitude Relativa
(c) Esquema de posicionamento adotado para o teste
Com os resultados experimentais dos testes modais realizados e com os dados
de propriedades do aço obtido nas investigações dos tubos, determinou-se a massa do
compensado e elaborou-se o modelo numérico para a estrutura testada.
Foram elaborados diversos modelos que pudessem representar de forma
simples e precisa o comportamento do tablado. Na figura 5.22 são apresentados alguns
modelos utilizados nesta representação. O modelo I é formado por quatro barras, o II por duas
barras e uma placa e o III por 8 barras. Os modelos I e III tiveram massas pontuais inseridas
para representar o compensado e o modelo II teve massa específica calibrada para tal
representação.
(a) modelo I (b) modelo II (c) modelo III
Figura 5.22 – Modelos experimentais testados
O modelo que melhor representou o comportamento do tablado para os
primeiros modos de vibração foi o modelo III adotado na modelagem, constituído por barras
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES
68
transversais que unem os perfis, com massa concentrada nos pontos centrais destas, que
representam o efeito do compensado de madeira. Foram utilizadas as seguintes constantes de
mola para união das barras transversais com perfis U de borda:
UX= 1*10
8
N/m ROTX= 5*10
2
Nm/rad
UY= 1*10
8
N/m ROTY= 5*10
2
Nm/rad
UZ= 1*10
8
N/m ROTZ= 5*10
2
Nm/rad
Os valores representados por UX, UY e UZ, são referentes às constantes de
mola de deslocamentos e os representados por ROTX, ROTY e ROTZ são referentes às
constantes de mola de rotação.
Com a elaboração deste modelo, foram extraídos resultados que estão
apresentados na tabela 5.12.
Tabela 5.12 - Variação das freqüências experimentais em relação às numéricas para o tablado
Modos de Vibração Freq. Experimentais (Hz) Freq. Numéricas (Hz) Variação
1 13.7 13.9 -1.46 %
2 16.6 16.6 0.00 %
3 74.22 79.4 / 79.5 -6.98 %
As formas dos modos de vibração podem ser vistas na figura 5.23. A
deformada do modelo esta apresentada em linhas cinzas e a indeformada nas linhas pretas. O
primeiro e o terceiro modo apresentam deslocamento no plano e o segundo fora do plano.
(a) 1º modo (b) 2ºmodo (c) 3º modo
Figura 5.23 – Modos de vibração do modelo III do tablado
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES
69
5.4 – Investigação de Módulos de Arquibancada
Foram realizados testes modais em módulo de arquibancada na sede da
empresa montadora. O objetivo dos testes foi o de investigar o comportamento do módulo,
para posterior correlação com modelos numéricos, onde as conexões e o tablado também
foram modelados. Os resultados permitiram identificar os efeitos do tablado e das barras de
contraventamento no módulo, estas últimas ligadas ao módulo pelas conexões.
As investigações iniciaram-se com medições de espessura e diâmetro dos tubos
do módulo. Os valores obtidos estão em acordo com os medidos anteriormente nos testes com
tubos isolados, e estão apresentados na tabela 5.13; onde são apresentados também os valores
da massa específica, resultantes das medidas geométricas e de massa, e do módulo elástico,
resultante dos testes modais com tubos isolados.
Tabela 5.13 - Média dos dados obtidos dos tubos ensaiados
Diâmetro Externo 48.5 mm
Espessura 3.2 mm
Área 4.6E-4
Momento de Inércia 1.2E-7 m
4
Massa Específica 7442.5 kg/m³
Módulo Elástico 190.7 GPa
Notou-se, no entanto, que a massa correspondente dos elementos identificados
como cavalos (vide item 3.2.3) no modelo numérico eram inferiores aos valores de massa
obtidos através das medições realizadas na empresa. Esta variação pode estar relacionada a
segmentos de tubos encaixados no interior de outros com diâmetro superior, impedindo a
visualização e computação dos mesmos. Buscou-se então ajustar a espessura e massa
específica de modo a fazer convergir os valores.
O ajuste de apenas um destes parâmetros citados, mantido o outro com seu
valor determinado, resultou em valores acima dos encontrados nas medições realizadas, e
também acima de valores de referência conhecidos na literatura. Desta forma procurou-se
ajustar ambos os parâmetros, utilizando-se a média dos dois valores máximos das massas
específicas obtidos nas investigações dos tubos e calculando uma área fictícia da seção
transversal do tubo, conforme mostrado a seguir:
25
10969.4
7617.05615.7
37.29
m
L
M
A
×=
×
=
×
=
δ
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES
70
onde A é a área da seção transversal fictícia do tubo, L é o comprimento total médio dos tubos
no cavalo,
δ
a massa específica do material e M a massa total média do cavalo, descontadas as
massas concentradas referentes a pequenas peças soldadas e inseridas no modelo
computacional da estrutura. Com o valor da área da seção transversal do tubo, obteve-se uma
espessura equivalente de 3.28mm para o mesmo.
No desenvolvimento dos testes experimentais, foram estabelecidas cinco
situações básicas a partir de um módulo padrão inicial, ou seja, para cada situação proposta
montou-se um módulo de arquibancada a partir deste módulo padrão, com a colocação e
retirada de barras e tablados do mesmo, sendo cada situação detalhada adiante. Para cada
módulo estudado foi elaborado seu respectivo modelo numérico.
A complexidade destes protótipos está presente na união das barras que
compõe os cavalos, nos tablados e nos encaixes deste com os cavalos. Tais barras são unidas
por soldagem e possivelmente não apresentam rigidez suficiente para que estas ligações
possam ser consideradas rígidas (Ver figura 5.24). A partir desta premissa, foram inseridas
constantes de mola nos pontos de solda do modelo, de tal forma a representar o
comportamento destas uniões. Estas constantes foram inseridas utilizando elemento de mola
adimensional do Ansys Combin14 (Ver Anexo I), com a criação de dois nós de mesma
coordenada, unidos por seis molas, sendo uma para cada grau de liberdade. Os resultados de
cada uma das cinco situações propostas são comparadas com os resultados dos respectivos
modelos onde tais uniões são consideradas rígidas.
Figura 5.24 – Pontos de solda no cavalo
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES
71
Cada módulo foi excitado nas direções lateral, frontal e vertical, sendo
executados três testes por cada direção analisada, num total de 9 testes por modelo, além de
testes extras de cunho comprovativo. Na figura a seguir é apresentado esquema simplificado
do módulo de arquibancada sem tablado, com indicação das dimensões e pontos onde foram
aplicadas as excitações e/ou medidas as respostas.
Na maior parte dos ensaios, o acelerômetro foi posicionado no ponto 1 em um
cavalo e as excitações aplicadas nos pontos 2, 4 e 6 no outro cavalo, sendo tais pontos
coincidentes, em vista lateral, aos pontos 1, 3 e 5 apresentados na figura 5.25,
respectivamente. Os ensaios extras realizados utilizaram outros pontos também especificados,
de forma a corroborar os dados dos sinais medidos ou evidenciar possíveis erros de medição.
Figura 5.25 – Croqui do módulo de arquibancada (medidas em cm) com indicação dos pontos de medição
Os parâmetros de aquisição adotados para a realização dos testes modais dos
módulos de arquibancadas foram: 1.0235 s de duração de sinal, intervalo de amostragem de
5*10
-4
s e faixa de freqüência até 781.25 Hz, com resolução em freqüência de 0.977 Hz.
A seguir são apresentados os resultados destas investigações. Inicialmente
serão tratados os módulos sem tablados (modelos 1, 2 e 3) e em seguida os módulos com
tablados (modelos 4 e 5).
5.4.1 – Módulo 1
Dentre os módulos investigados, este é o mais simples, por ser composto
apenas de dois cavalos e duas barras horizontais ligando os mesmos, conforme a figura 5.26.
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES
72
Com esta composição de barras, a estrutura apresentada possui um total de quatro conexões
do tipo braçadeira fixa. A direção vertical refere-se ao eixo Y, lateral ao eixo Z e a frontal ao
eixo X, pertencentes ao sistema de coordenadas globais.
Figura 5.26 - Estrutura do módulo 1
Com este módulo padrão pôde-se determinar as constantes de mola das soldas
dos cavalos, sendo estas as únicas incógnitas existentes no modelo elaborado.
Nas figuras abaixo são apresentados alguns gráficos típicos das respostas
obtidas com as investigações experimentais, sendo a aceleração medida representada nas
figuras pela letra “a” e os espectros de freqüência resultantes da resposta da aceleração
medida representadas nas figuras pela letra “b”.
Estes resultados foram selecionados dentre as diversas medições realizadas em
cada direção, apresentando-se na figura 5.27 gráficos de resposta referente à direção lateral,
na figura 5.28 gráficos de resposta referente à direção frontal e na figura 5.29 gráficos de
resposta referente à direção vertical.
-0.8
-0.6
-0.4
-0.2
0.0
0.2
0.4
0.6
0.8
0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1.0
Tempo (s)
Amplitude Relativa
0
0.02
0.04
0.06
0.08
0.1
0.12
0.14
0 1020304050607080
Frequência (Hz)
Magnitude Relativa
Aceleração Medida Espectro da Aceleração
Figura 5.27 – (a) Gráfico da aceleração (b) Espectro de resposta da aceleração
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES
73
Aceleração Medida
-0.5
-0.4
-0.3
-0.2
-0.1
0.0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1.0
Tempo (s)
Amplitude Relativa
Espectro da Aceleração
0
0.002
0.004
0.006
0.008
0.01
0.012
0.014
0.016
0 1020304050607080
Frequência (Hz)
Magnitude Relativa
Figura 5.28 – (a) Gráfico da aceleração (b) Espectro de resposta da aceleração
-0.6
-0.4
-0.2
0.0
0.2
0.4
0.6
0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1.0
Tempo (s)
Amplitude Relativa
0
0.005
0.01
0.015
0.02
0.025
0.03
0.035
0 1020304050607080
Frequência (Hz)
Magnitude Relativa
Aceleração Medida Espectro da Aceleração
Figura 5.29 – (a) Gráfico da aceleração (b) Espectro de resposta da aceleração
Os picos, nos espectros de respostas experimentais, estão relacionados às
freqüências naturais da estrutura, já que a excitação é uma carga de impacto.
A partir dos resultados experimentais, o modelo numérico foi elaborado,
resultando numa composição de 1086 nós e 1324 elementos, estes últimos de comprimento
máximo de 2.5 cm. A discretização é feita de forma automática pelo software utilizado, de
forma que os elementos não ultrapassem o valor máximo estipulado, o que resultou em
elementos com comprimento variando de 2.3 a 2.5 cm. O modelo discretizado apresentou
cerca de 48 elementos por barra. Utilizou-se ainda 14 tipos de elementos, 21 constantes reais e
2 tipos de materiais diferentes, que representassem as propriedades do tubo e do cavalo de
forma distintas.
Para representar os pontos de solda do cavalo e as conexões foram introduzidas
molas no modelo. Os valores das constantes de mola utilizadas para representar as conexões
foram permutados, com relação aos valores anteriormente apresentados (Tabela 5.5), em
função da mudança do sistema global de posicionamento da estrutura, ficando assim
distribuídos:
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES
74
UX= 3.5*10
6
N/m ROTX= 1*10
5
Nm/rad
UY= 6.5*10
6
N/m ROTY= 1*10
8
Nm/rad
UZ= 6.5*10
6
N/m ROTZ= 1*10
8
Nm/rad
Já os valores das constantes de mola para os pontos de solda do cavalo foram
determinados a partir da calibração destas constantes no modelo, variando-se as rotações e
adotando-se os deslocamentos como sendo rígidos. Os resultados obtidos foram:
UX= 1*10
8
N/m ROTX= 2.3*10
4
Nm/rad
UY= 1*10
8
N/m ROTY= 2.3*10
4
Nm/rad
UZ= 1*10
8
N/m ROTZ= 2.3*10
4
Nm/rad
UX, UY e UZ, representam os valores das constantes de mola referentes aos
deslocamentos na direção do respectivo eixo e ROTX, ROTY e ROTZ as constantes de mola
referentes às rotações em torno do respectivo eixo, num total de seis graus de liberdade. Estes
valores de constantes também serão utilizados nos modelos posteriores.
Na figura 5.30 são apresentados os modos resultantes da análise modal do
modelo numérico investigado, com a deformada do modelo apresentada em linhas azuis e a
indeformada nas linhas pretas. Nota-se uma deformação das barras horizontais que ligam os
cavalos no primeiro e quarto modos apresentados, que apresentam predominância de
deslocamentos na direção lateral.
(a) Primeiro modo de vibração (b) Segundo modo de vibração
f
1
=11.2 Hz f
2
=11.6 Hz
(c) Terceiro modo de vibração (d) Quarto modo de vibração
f3=15.1 Hz f4=21.1 Hz
Figura 5.30 - Modos de vibração para o modelo 1 flexível alterado
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES
75
Na tabela 5.14 são apresentados os valores de freqüências naturais obtidas
através das análises experimentais e numéricas, sendo as numéricas determinadas com:
conexões rígidas; estrutura flexível sem constantes de mola que representem as soldas do
cavalo (modelo flexível original); e estrutura flexível com constantes de mola no cavalo
(modelo flexível alterado). A estrutura flexível citada é aquela na qual constantes de mola são
introduzidas para representar as conexões. Desta forma pode-se comparar a evolução do
modelo numérico com a implantação de molas com determinadas constantes nos pontos de
conexões e soldas.
Tabela 5.14 - Valores de freqüência obtidos para módulo de arquibancada com duas barras horizontais
Freqüências numéricas (Hz)
Freqüência
experimental (Hz)
Modelo rígido Modelo flexível original Modelo flexível alterado
11.7 13.9 12.6
11.2 / 11.6
15.6 15.4 14.4
15.1
22.5 20.9 19.9 / 23.9
21.1
Os valores de resposta dos dois primeiros modos, referentes ao modelo flexível
alterado, estão sendo apresentados em conjunto de dois valores em função dos valores
adotados para os parâmetros de aquisição dos sinais experimentais (Resolução de freqüência
de 0.977 Hz), que impossibilitaram a identificação destes dois modos.
5.4.2 Módulo 2
Este módulo distingue-se do anterior apenas pelo acréscimo de uma barra
horizontal na parte superior do cavalo (Vide figura 5.31), totalizando um conjunto de dois
cavalos e três barras horizontais.
Figura 5.31 – Estrutura do módulo 2
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES
76
Com esta composição de barras e cavalos, a estrutura terá um total de seis
conexões do tipo braçadeira fixa. Com este módulo é possível ter uma noção do efeito
proporcionado pelo acréscimo da barra horizontal superior.
Nas figuras a seguir são apresentados alguns dos gráficos típicos obtidos dos
testes no módulo supracitado. Assim como anteriormente apresentado, a resposta na direção
lateral é representada na figura 5.32, a resposta na direção frontal representada na figura 5.33
e a resposta na direção vertical representada na figura 5.34.
Aceleração Medida
-0.8
-0.6
-0.4
-0.2
0.0
0.2
0.4
0.6
0.8
1.0
0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1.0
Tempo (s)
Amplitude Relativa
Espectro da Aceleração
0
0.002
0.004
0.006
0.008
0.01
0.012
0.014
0.016
0.018
0.02
0 1020304050607080
Frequência (Hz)
Magnitude Relativa
Figura 5.32 – (a) Gráfico da aceleração (b) Espectro de resposta da aceleração
-0.5
-0.4
-0.3
-0.2
-0.1
0.0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1.0
Tempo (s)
Amplitude Relativa
0
0.001
0.002
0.003
0.004
0.005
0.006
0.007
0.008
0.009
0 1020304050607080
Frequência (Hz)
Magnitude Relativa
Aceleração Medida Espectro da Aceleração
Figura 5.33 – (a) Gráfico da aceleração (b) Espectro de resposta da aceleração
-0.5
-0.4
-0.3
-0.2
-0.1
0.0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1.0
Tempo (s)
Amplitude Relativa
0
0.005
0.01
0.015
0.02
0.025
0 1020304050607080
Frequência (Hz)
Magnitude Relativa
Aceleração Medida Espectro da Aceleração
Figura 5.34 – (a) Gráfico da aceleração (b) Espectro de resposta da aceleração
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES
77
Com a elaboração do modelo e realização da análise modal, obteve-se os
modos de vibração apresentados na figura 5.35. O modelo foi elaborado de forma similar ao
apresentado anteriormente, estipulando-se o valor do comprimento máximo do elemento, que
resultou em 1086 nós e 1326 elementos.
(a) Primeiro modo (b) Segundo modo (c) Terceiro modo
f
1
=14.3 Hz f
2
=15.9 Hz f
3
=28.1 Hz
Figura 5.35 - Modos de vibração para o modelo 2 flexível alterado
Pode-se notar a presença de deslocamentos nas direções lateral, frontal e
vertical no primeiro modo de vibração, inclusive com presença de deformação nas barras
horizontais. Já no segundo modo, nota-se acentuada deformação lateral e vertical, enquanto
no terceiro modo é predominante o movimento lateral com a deformação das barras dos
cavalos, que por sua vez provocam deformação nas barras horizontais que ligam os mesmos.
Na tabela 5.15 são apresentados os valores das freqüências naturais obtidas
através das análises. As constantes de mola adotadas foram as mesmas do estudo anterior.
Tabela 5.15 - Valores de freqüência obtidos para módulo de arquibancada com três barras horizontais
Freqüências numéricas (Hz)
Freqüência
experimental (Hz)
Modelo rígido Modelo flexível original Modelo flexível alterado
13.7
20.6 19.2 14.3
16.6
21.9 21.4 15.9
29.3
35.3 31.8 28.1
5.4.3 Módulo 3
O módulo 3 é constituído basicamente pelos mesmos elementos que compõem
o módulo 2, diferenciando apenas pelo acréscimo da barra diagonal de contraventamento,
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES
78
como mostra a figura 5.36. Com este módulo pode-se averiguar a influência da barra de
contraventamento diagonal.
Figura 5.36 – Estrutura do módulo 3
Cabe ressaltar que a presença das três barras horizontais podem gerar uma
rigidez lateral de forma a ocultar a real contribuição que a barra diagonal poderia
proporcionar ao módulo estudado, especialmente pelo fato das conexões não trabalharem
como rótulas. Desta forma, outro modelo numérico, agora sem a presença da barra horizontal
que liga os cavalos na extremidade superior, foi também concebido, sendo seus resultados
apresentados mais adiante.
Alguns sinais típicos de resposta das investigações experimentais são
apresentados a seguir.
Aceleração Medida
-1
-0.8
-0.6
-0.4
-0.2
0
0.2
0.4
0.6
0.8
1
0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1.0
Tempo (s)
Amplitude Relativa
0
0.003
0.006
0.009
0.012
0.015
0 1020304050607080
Frequência (Hz)
Magnitude Re la tiva
Espectro da Aceleração
Figura 5.37 - (a) Gráfico da aceleração (b) Espectro de resposta da aceleração
-1
-0.8
-0.6
-0.4
-0.2
0
0.2
0.4
0.6
0.8
1
0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1.0
Tempo (s)
Amplitude Relativa
0
0.002
0.004
0.006
0.008
0.01
0.012
0.014
0.016
0.018
0.02
0 1020304050607080
Frequência (Hz)
Magnitude Re la tiva
Aceleração Medida
Espectro da Aceleração
Figura 5.38 – (a) Gráfico da aceleração (b) Espectro de resposta da aceleração
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES
79
Aceleração Medida
-0.8
-0.6
-0.4
-0.2
0.0
0.2
0.4
0.6
0.8
0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1.0
Tempo (s)
Amplitude Relativa
Espectro da Aceleração
0
0.005
0.01
0.015
0.02
0.025
0.03
0 1020304050607080
Frequência (Hz)
Magnitude Re la tiva
Figura 5.39 – (a) Gráfico da aceleração (b) Espectro de resposta da aceleração
O modelo numérico foi elaborado com 1274 nós e 1523 elementos. A seguir
são apresentados os três primeiros modos de vibração resultantes das análises modais,
utilizando-se o modelo numérico flexível alterado. Para as conexões utilizadas na barra de
contraventamento os valores das constantes de mola foram corrigidos em função da
inclinação, resultando nos seguintes valores:
UX= 6.5*10
6
N/m ROTX= 1*10
8
Nm/rad
UY= 6.5*10
6
N/m ROTY= 7.6*10
7
Nm/rad
UZ= 2.7*10
6
N/m ROTZ= 7.6*10
7
Nm/rad
Na figura 5.40, nota-se, de forma geral, que estes modos são similares aos
apresentados anteriormente no modelo 2. É possível notar também a deformação lateral
predominante dos cavalos no terceiro modo de vibração, o que proporcionou também a
deformação das barras horizontais que ligam os mesmos. Os dois primeiros modos
apresentam uma composição de deslocamentos, sendo o primeiro modo formado por uma
composição de deslocamentos laterais com deslocamentos frontais e o segundo modo por uma
composição de deslocamentos laterais com verticais.
(a) Primeiro modo (b) Segundo modo (c) Terceiro modo
f
1
=15.8 Hz f
2
=16.6 Hz f
3
=29.2 Hz
Figura 5.40 - Modos de vibração para o modelo 3 flexível alterado
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES
80
Na tabela 5.16 são apresentados os valores das freqüências obtidas com as
investigações experimentais e numéricas, nos modelos estudados. Fazendo relação com o
modelo anteriormente estudado, nota-se que o valor do segundo modo permaneceu inalterado.
Tabela 5.16 - Valores de freqüência obtidos para módulo de arquibancada com três barras horizontais e
uma diagonal
Freqüências numéricas (Hz)
Freqüência
experimental (Hz)
Modelo rígido Modelo flexível original Modelo flexível alterado
14.6
21.0 19.7 15.8
16.6
22.1 22.2 16.6
30.2
36.5 35.3 29.2
Um outro modelo numérico foi elaborado a partir da idealização de um módulo
fictício similar ao módulo 3, diferenciando apenas pela retirada da barra horizontal superior,
conforme figura 5.41. Os resultados deste modelo serão comparados com os valores
numéricos obtidos no processamento do modelo 1, de forma a verificar a efetiva contribuição
da barra diagonal de contraventamento.
Figura 5.41 – Estrutura do módulo fictício (modelo 3 modificado)
Os valores das freqüências resultantes da análise modal realizada são
apresentados na tabela 5.17. Também são apresentados os valores das freqüências dos
modelos 1 e 2 para realização de comparações e posterior análise dos resultados.
Tabela 5.17 - Valores de freqüência obtidos para módulo de arquibancada com duas barras horizontais
Freqüências numéricas (Hz)
Modelo 1 Modelo 2 Modelo 3 modificado
11.2 -
13.4
11.6 14.3
15.1
15.1 15.9
16.1
21.1 28.1
35.3
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES
81
Na figura 5.42 são apresentados os quatro primeiros modos de vibração do
modelo numérico sugerido para investigação da barra de contraventamento diagonal.
(a) Primeiro modo de vibração (b) Segundo modo de vibração
f
1
= 13.4 Hz f
2
= 15.1 Hz
(c) Terceiro modo de vibração (d) Quarto modo de vibração
f
3
= 16.1 Hz f
4
= 35.3 Hz
Figura 5.42 – Modos de vibração do módulo fictício (modelo 3 modificado)
Em seguida são apresentados os módulos 4 e 5, que apresentam tablados na
composição estrutural. Vale salientar que tablado é um elemento de composição e estrutura
complexas.
5.4.4 Módulo 4
O módulo 4 é constituído por três tablados, três barras horizontais e dois
cavalos, como apresentado na figura 5.43. Através deste módulo pode-se verificar o efeito da
implantação do tablado na estrutura, já que este módulo distingue-se do módulo 2 apenas pelo
acréscimo dos tablados.
Figura 5.43 – Estrutura do módulo 4
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES
82
A seguir são apresentados alguns sinais típicos obtidos com as investigações
experimentais. Nota-se a predominância de picos acentuados na faixa de 0 a 40Hz, faixa esta
que engloba os três primeiros modos de vibração identificados.
Os resultados apresentados a seguir foram selecionados dentre as diversas
medições realizadas em cada direção. Na figura 5.44 são apresentados gráficos de resposta
referente à direção lateral, na figura 5.45, gráficos de resposta referente à direção frontal e na
figura 5.46, gráficos de resposta referente à direção vertical.
Aceleração Medida
-2.0
-1.5
-1.0
-0.5
0.0
0.5
1.0
1.5
2.0
0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1.0
Tempo (s)
Amplitude Relativa
Espectro da Aceleração
0
0.001
0.002
0.003
0.004
0.005
0.006
0.007
0.008
0.009
0 1020304050607080
Frequência (Hz)
Magnitude Re la tiva
Figura 5.44 – (a) Gráfico da aceleração (b) Espectro de resposta da aceleração
Aceleração Medida
-0.4
-0.3
-0.2
-0.1
0.0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1.0
Tempo (s)
Amplitude Relativa
Espectro da Aceleração
0
0.0005
0.001
0.0015
0.002
0.0025
0.003
0.0035
0.004
0.0045
0 1020304050607080
Frequência (Hz)
Magnitude Re la tiva
Figura 5.45 – (a) Gráfico da aceleração (b) Espectro de resposta da aceleração
-0.4
-0.3
-0.2
-0.1
0.0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1.0
Tempo (s)
Amplitude Relativa
0
0.001
0.002
0.003
0.004
0.005
0.006
0.007
0 1020304050607080
Frequência (Hz)
Magnitude Re la tiva
Aceleração Medida Espectro da Aceleração
Figura 5.46 – (a) Gráfico da aceleração (b) Espectro de resposta da aceleração
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES
83
Os tablados foram inicialmente testados e modelados separadamente (item
5.3), sendo os valores das constantes de molas obtidos utilizados neste modelo. Para a fixação
do tablado nos cavalos foram introduzidas constantes de molas que foram calibradas de forma
a correlacionar os resultados do modelo numérico com os resultados experimentais, tomando
como base a observação visual dos encaixes de tablado existentes no módulo. Os valores de
constantes resultantes são apresentados a seguir:
UX= 1*10
7
N/m ROTX= 4.7*10
4
Nm/rad
UY= 1*10
8
N/m ROTY= 1.0*10
8
Nm/rad
UZ= 1*10
7
N/m ROTZ= 4.7*10
4
Nm/rad
O sentido do eixo X diz respeito à direção frontal, o sentido do eixo Y diz
respeito à direção vertical e o sentido do eixo Z diz respeito à direção lateral (vide figura
5.26). Na figura 5.47 são apresentados os três primeiros modos de vibração, extraídos dos
resultados da análise modal do modelo numérico proposto.
(a) Primeiro modo (b) Segundo modo (c) Terceiro modo
f
1
=14.0 Hz f
2
=19.5 Hz f
3
=30.8 Hz
Figura 5.47 - Modos de vibração para o modelo 4 flexível alterado
Na tabela 5.18 são apresentados os valores das freqüências naturais obtidas
com análises experimentais e numéricas, determinadas com estrutura rígida, estrutura flexível
sem constantes de mola que representem as soldas do cavalo (modelo flexível original) e
estrutura flexível com constantes de mola no cavalo (modelo flexível alterado). Observa-se a
variação dos valores das freqüências numéricas entre o modelo rígido e os modelos flexíveis.
Cabe observar que para o modelo rígido, os únicos pontos flexíveis são os relativos ao modelo
do tablado discutidos no item 5.3.
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES
84
Tabela 5.18 - Valores de freqüência obtidos para módulo de arquibancada com três barras horizontais
Freqüências numéricas (Hz)
Freqüência
experimental (Hz)
Modelo rígido Modelo flexível original Modelo flexível alterado
15.6
28.4 17.5 14.0
19.5
41.3 18.5 19.5
29.3
48.2 30.0 30.8
Na tabela 5.19 os resultados do modelo 2 são comparados com os obtidos no
modelo 4. Esta comparação permite verificar o efeito do tablado no modelo.
Tabela 5.19 - Valores de freqüência obtidos nos modelos 2 e 4
Modelo 2 Modelo 4
14.3 14.0
15.9 19.5
28.1 30.8
Apesar dos valores apresentados serem próximos, a forma dos modos se altera.
5.4.5 Módulo 5
O módulo 5 é o mais completo dos módulos estudados nesta dissertação, sendo
constituído basicamente pelos mesmos elementos que constituem o módulo 4 anteriormente
apresentado, diferenciando pelo acréscimo da barra diagonal de contraventamento, conforme
figura 5.48.
Figura 5.48 – Estrutura do módulo 5
Com este módulo pode-se corroborar o valor das constantes de mola utilizadas
na fixação do tablado nos cavalos, além da influência da barra de contraventamento diagonal
no módulo investigado.
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES
85
A seguir são apresentados os gráficos resultantes das investigações
experimentais, seguindo a sistemática já adotada (Figura 5.49 – direção lateral, figura 5.50 –
direção frontal e 5.51 – direção vertical).
Aceleração Medida
-1.5
-1.0
-0.5
0.0
0.5
1.0
1.5
0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1.0
Tempo (s)
Amplitude Relativa
Espectro da Aceleração
0
0.001
0.002
0.003
0.004
0.005
0.006
0.007
0.008
0 1020304050607080
Frequência (Hz)
Magnitude Relativa
Figura 5.49 – (a) Gráfico da aceleração (b) Espectro de resposta da aceleração
-0.8
-0.6
-0.4
-0.2
0.0
0.2
0.4
0.6
0.8
0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1.0
Tempo (s)
Amplitude Relativa
0
0.001
0.002
0.003
0.004
0.005
0.006
0.007
0.008
0.009
0 1020304050607080
Frequência (Hz)
Magnitude Re la tiva
Aceleração Medida Espectro da Aceleração
Figura 5.50 – (a) Gráfico da aceleração (b) Espectro de resposta da aceleração
-0.4
-0.3
-0.2
-0.1
0.0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1.0
Tempo (s)
Amplitude Relativa
0
0.001
0.002
0.003
0.004
0.005
0.006
0.007
0.008
0 1020304050607080
Frequência (Hz)
Magnitude Re la tiva
Aceleração Medida Espectro da Aceleração
Figura 5.51 – (a) Gráfico da aceleração (b) Espectro de resposta da aceleração
Na figura 5.52 são apresentados os três primeiros modos resultantes da análise
modal do modelo proposto. Este modelo utilizou as mesmas constantes de mola utilizadas no
modelo 4.
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES
86
(a) Primeiro modo (b) Segundo modo (c) Terceiro modo
f
1
=15.6 Hz f
2
=19.8 Hz f
3
=33.0 Hz
Figura 5.52 - Modos de vibração para o modelo 5 flexível alterado
Na tabela 5.20 são apresentados os valores das freqüências experimentais e
numéricas resultantes do estudo do módulo. Constata-se novamente a grande variação dos
valores das freqüências numéricas entre o modelo rígido e os modelos flexíveis.
Outra observação feita é que a utilização de valores das constantes utilizadas
no modelo anterior não produziram discrepâncias, fazendo com que os valores obtidos no
modelo flexível alterado também ficassem dentro da faixa dos 5% adotada para correlação
entre os resultados experimentais e numéricos. Isto confirma os resultados dos valores de
constantes de mola encontrados.
Tabela 5.20 - Valores de freqüência obtidos para módulo de arquibancada com todas as barras
Freqüências numéricas (Hz)
Freqüência
experimental (Hz)
Modelo rígido Modelo flexível original Modelo flexível alterado
15.6
28.4 16.7 15.6
20.5
41.4 19.4 19.8
33.2
52.8 29.8 33.0
Dois outros modelos numéricos foram elaborados utilizando-se quatro pontos
de massa concentrada para representar os tablados, sendo um modelo rígido e outro flexível
alterado. Estes modelos representam de forma simplificada a estrutura e possivelmente seriam
utilizados no projeto estático destas estruturas. Os resultados destes modelos são apresentados
na tabela 5.21.
Tabela 5.21 - Valores de freqüência obtidos para módulo de arquibancada com três barras horizontais e a
barra de contraventamento
Freqüências numéricas do modelo 5 simplificado
(Hz)
Modelo rígido Modelo flexível alterado
15.6
11.9
18.9
14.1
24.2
18.1
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES
87
Os modos dos dois modelos elaborados apresentam comportamentos similares,
sendo apresentados na figura 5.53 os três primeiros modos de vibração do modelo numérico
rígido.
(a) Primeiro modo de vibração (b) Segundo modo de vibração (c) Terceiro modo de vibração
f
1
= 15.6 Hz f
2
= 18.9 Hz f
2
= 24.2 Hz
Figura 5.53 – Modos de vibração do módulo 5 rígido simplificado
O valor do primeiro modo dos modelos 5 simplificado rígido e 5 experimental
são iguais, camuflando o efeito do tablado na estrutura.
5.5 – Discussão sobre as investigações
Os resultados indicaram a necessidade de constantes de mola não apenas nos
pontos de colocação das braçadeiras, mas também nos pontos de solda, principalmente para os
modos onde as barras trabalham à flexão, possibilitaram a calibração de forma satisfatória.
Comparando-se o módulo fictício (módulo 3 alterado) com o módulo 1, que
diferem apenas pela presença da barra de diagonal de contraventamento, nota-se uma
alteração significativa da forma dos modos e nos valores das freqüências, que chegou a sofrer
alterações em mais de 23%, mostrando que a barra com as conexões dá contraventamento.
Com os modelos desenvolvidos a partir do módulo 5, pôde-se constatar a
efetiva contribuição do tablado para a rigidez da estrutura, devendo o mesmo ser considerado
quanto aos efeitos dinâmicos. Ao comparar-se as freqüências experimentais com as do
modelo rígido, observa-se que os resultados do modelo rígidos mascaram os efeitos do
tablado, ao enrijecer a braçadeira e considerar o tablado apenas como massa.
Os resultados obtidos com o modelo 5 validam os procedimentos adotados
para elaboração do modelo numérico da estrutura.
6. CONCLUSÕES
88
C
C
A
A
P
P
Í
Í
T
T
U
U
L
L
O
O
6
6
C
C
o
o
n
n
c
c
l
l
u
u
s
s
õ
õ
e
e
s
s
O elevado nível de cargas rítmicas, muitas vezes com freqüências da excitação
na faixa das freqüências naturais da estrutura, exige que estruturas de arquibancadas
temporárias sejam projetadas de modo a evitar o efeito de ressonância dinâmica. Isso significa
que deve-se considerar restrição relativa às freqüências fundamentais naturais da estrutura que
devem estar fora da faixa das freqüências solicitantes.
Diversos acidentes vêm sendo reportados com o uso de estruturas de
arquibancadas temporárias, em sua maioria estruturas utilizadas em eventos de caráter festivo,
tais como shows, rodeios e festivais, entre outros. O estudo destas estruturas beneficia
diretamente a comunidade, já que o projeto envolve a análise de estruturas tipicamente de uso
público, que vem apresentando problemas, colocando a confiabilidade destas estruturas em
dúvida.
Através de inspeções realizadas foram apresentados alguns sistemas estruturais
usualmente encontrados na região, que possuem diversificação de apoios, tablados e conexões
utilizados. Nesta diversidade de estruturas utilizadas chama-se a atenção aos sistemas de
contraventamento adotados (barras diagonais de contraventamento), uma vez que os mesmos
apresentam indícios de quantificação e distribuição empíricos.
Com esta diversidade de modelos de elementos que podem ser utilizados na
montagem nestas estruturas de arquibancada e com o aumento do uso no meio urbano, o
6. CONCLUSÕES
89
sistema de fiscalização destas estruturas deve ser eficiente e coordenado de forma a evitar
falhas. No entanto, há indícios de falhas nas fiscalizações destas estruturas, principalmente no
que diz respeito à falha do sistema de fiscalização por parte de órgãos municipais, que por
vezes emitem licença sem a prévia autorização dos demais órgãos competentes. Esta falha é
percebida nos relatos reportados de algumas estruturas de arquibancadas temporárias que
foram ao colapso.
Em se tratando da região de estudo, um problema corriqueiro diz respeito à
duração efêmera deste tipo de estrutura, que impossibilita muitas vezes a efetivação de multa
a infratores. Esta falha está ligada a outras, que de forma genérica são geradas pela falta de
especificação deste tipo de estrutura nos códigos, leis e normas que regem as atribuições dos
órgãos que compõem o sistema de fiscalização.
As medições realizadas com os tubos investigados mostraram a existência de
espessura inferior às especificações. Também acerca das investigações com os tubos foram
encontradas variações significativas de valores de módulos de elasticidade do material
empregado na composição destes tubos.
Outro elemento objeto de investigação foram conexões do tipo braçadeira, que
são usualmente encontradas em dois tipos (fixa e móvel). A braçadeira do tipo fixa apresentou
um comportamento mais uniforme e aparentemente menos incerto do que a braçadeira móvel.
Foram determinadas as constantes de mola que representam tais conexões em modelos
numéricos. Os valores obtidos com a conexão fixa foram:
UX = 6.50E+06 N/m ROTX = 1.00E+08 Nm/rad
UY = 6.50E+06 N/m ROTY = 1.00E+08 Nm/rad
UZ = 3.50E+06 N/m ROTZ = 1.00E+05 Nm/rad
O tablado investigado apresentou comportamento complexo em função de sua
composição e modelo, com vários pontos de solda e prancha de compensado fixada de forma
a não proporcionar uma união rígida.
Com a investigação dos componentes acima citados foi possível elaborar um
modelo numérico de um módulo de arquibancada onde se ratificaram os resultados das
investigações, além de verificar o comportamento dos modelos com a retirada do tablado e/ou
barra de contraventamento. Os resultados foram bastante satisfatórios, indicando que os
tablados contribuem na rigidez da estrutura, em especial para modos com deslocamentos
laterais.
6. CONCLUSÕES
90
Com relação aos modelos 1 e o modelo elaborado a partir de módulo fictício
(Item 5.3.3), a colocação da barra diagonal de contraventamento possibilitou um aumento de
15% no valor da freqüência do primeiro modo numérico (o modelo do módulo fictício
apresenta valores apenas numéricos), porém com alteração na forma do mesmo. Já nos
modelos com tablados (modelos 4 e 5) a colocação da barra de contraventamento não gerou
acréscimo à freqüência do primeiro modo experimental, alterando apenas 5% no segundo
modo e 12% na freqüência do terceiro modo. Com relação à colocação do tablado na estrutura
houve um acréscimo de até 20% no valor da freqüência dos primeiros modos experimentais.
A comparação das respostas de freqüências naturais experimentais em relação
aos valores obtidos do modelo numérico rígido apresentou diferenças de até 50%. Esta
variação indica que o estudo mais detalhado destas estruturas se faz necessário para a
elaboração de projetos comerciais, em especial no que se refere aos efeitos dinâmicos a que
estão sujeitas.
Os resultados obtidos neste trabalho pode ser tomados como referência para a
modelagem numérica deste tipo de estrutura.
6.1 – Sugestões para novos trabalhos
Vários problemas vêm sendo relatados com estruturas de arquibancadas
temporárias e poucos são os trabalhos desenvolvidos sobre os elementos que as compõem.
Desta forma diversos trabalhos podem ser realizados sobre estes tipos de estruturas.
A potencial falha de determinado sistema de fiscalização pode por em risco o
público que usufrui deste tipo de estrutura. Desta forma, se faz necessário um estudo de
aprimoramento das normas e leis que delegam as atribuições e especificam as peculiaridades
deste tipo de estrutura.
No que se refere aos elementos de composição de uma estrutura de
arquibancada, estudos que investiguem o comportamento e projeto dos apoios poderiam
complementar os aqui realizados.
Já no que se refere aos sistemas estruturais, um estudo detalhado destes,
abordando as disposições e quantificação de barras de contraventamento, e com o
aprimoramento e sugestões de uso possibilitariam um melhor embasamento sobre os modelos
6. CONCLUSÕES
91
existentes por parte das empresas montadoras e profissionais da área, principalmente no que
se refere aos efeitos dinâmicos a que estão sujeitos.
O estudo de outros tipos de conexões também se faz necessário uma vez que os
resultados apresentados mostraram variação significativa entre os tipos estudados.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
92
R
R
e
e
f
f
e
e
r
r
ê
ê
n
n
c
c
i
i
a
a
s
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B
B
i
i
b
b
l
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ANEXO - A
99
A
A
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A
A
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E
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1. Beam 4 – elemento de barra (viga)
BEAM4 é um elemento 3D uniaxial que apresenta tensão, compressão, torsão,
e flexão. O elemento tem seis graus de liberdade em cada nó: translações nodais nos eixos x, y
e z e rotações nodais em torno dos eixos x, y e z (Ver figura 1).
Figura A.1 – Orientação dos elementos com BEAM4 (Adaptado do Manual do Ansys (1998))
ANEXO - A
100
A geometria, as posições nodais e os sistemas coordenados para este elemento
são mostrados na figura A.1. O elemento é definido por dois ou três nós, pela área de seção
transversal, por dois momentos de inércia da área (IZZ e IYY), por duas espessuras (TKY e
TKZ), por um ângulo de orientação (θ) sobre o eixo x do elemento (eixo de coordenada
local), pelo momento de inércia à torção (IXX) e pelas propriedades dos materiais. Se IXX
não for especificado nem for igual a 0, é suposto igual ao momento polar da inércia
(IYY+IZZ). IXX deve ser positivo e geralmente menor que o momento polar da inércia. Uma
massa adicional por unidade de comprimento pode ser inserida com o valor de ADDMAS.
O eixo x do elemento é orientado do nó I para o nó J. Para a opção de
orientação com dois nós, a orientação do eixo y do elemento é calculada automaticamente
para estar paralela ao plano x-y global (θ = 0°). As diversas orientações são mostradas na
figura 1. Para o caso onde o comprimento do elemento está paralelo ao eixo global de Z (ou
dentro de uma inclinação de 0,01 % dela), o eixo central do elemento y está paralelamente
orientado ao eixo global de Y (como mostrado). Para o controle do usuário sobra a orientação
do elemento no eixo x local (eixo do elemento), pode-se usar o ângulo (THETA) ou a terceira
opção do nó.
A viga não deve ter comprimento ou área igual a zero. A viga pode ter
qualquer forma de seção transversal para a qual podem ser computados os momentos de
inércia.
2. Combin 14 – elemento de mola-amortecimento
COMBIN14 é um elemento de mola que permite ainda a inserção de
amortecimento. Tem a potencialidade de aplicações em uma, duas ou três dimensões.
O elemento não tem nenhuma massa. As massas podem ser adicionadas
usando o elemento de massa apropriado (veja MASS21 ). A mola ou a constante de
amortecimento pode ser removida do elemento.
ANEXO - A
101
Figura A.2 - Mola-Amortecedor COMBIN14 (Adaptado do Manual do Ansys (1998))
A geometria, as posições do nó, e o sistema coordenado para este elemento são
mostrados na figura 2. O elemento é definido dois nós, uma constante da mola (k) e
coeficientes de amortecimento (cv1 e cv2). A constante longitudinal da mola deve ter
unidades de Força/Comprimento, as unidades do coeficiente de amortecimento são dadas por
Força*Tempo/Comprimento. A constante de mola à torção e o coeficiente de amortecimento
têm unidades de Força*Comprimento/Radianos e Força*Comprimento*Tempo/Radianos,
respectivamente. Vale observar, no entanto, que o amortecimento não é utilizado em análises
modais.
3. Mass 21 – elemento de massa adimensional
MASS21 é um elemento de massa pontual (adimensional) que tem até seis
graus de liberdade: translações no eixo x, y e z e rotações nodais x, y e z. Uma massa e inércia
giratória diferenciada podem ser atribuídas a cada sentido da coordenada local.
Figura A.3 - Massa Estrutural MASS21 (Adaptado do Manual do Ansys (1998))
ANEXO - A
102
O elemento de massa é definido por um único nó, como componentes de massa
concentrados (Força*Tempo
2
/comprimento) nos sentidos da coordenada do elemento, e por
inércias giratórias (Força*Comprimento*Tempo
2
) sobre os eixos de coordenada dos
elementos. O sistema de coordenada do elemento pode estar inicialmente paralelo ao sistema
de coordenada cartesiana global ou ao sistema coordenadas nodais. Existem opções
disponíveis para excluir os efeitos giratórios sobre a inércia e para reduzir o elemento a uma
potencialidade bidimensional.
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