[...] ninguém poderá negar haver sido o Centro Literário uma das mais importantes
sociedades culturais do Ceará, pela tenacidade com que enfrentou as dificuldades de
um meio nem sempre favorável a tais cometimentos, logrando uma existência bem
mais longa que a da maioria dos grêmios de seu tempo, pelos nomes que congregou,
alguns de projeção nacional. (AZEVEDO, 1976, p. 179)
Fundada em 1894, a ACADEMIA CEARENSE, depois designada Academia Cearense
de Letras, sobrevive até nossos dias como a mais antiga academia literária do país. Nos
primórdios de sua existência, a entidade abrangia outras áreas além das letras, como as
ciências, a arte e a educação. O órgão na imprensa era a Revista da Academia Cearense que
se manteve em circulação de 1896 a 1914, com 19 números nos quais eram publicados
artigos sobre os mais variados temas. Os primeiros presidentes foram Guilherme Studart,
Tomás Pompeu e Pedro de Queirós.
O segundo momento da história da Academia aconteceu durante o governo de
Justiniano de Serpa (década de 1920), quando houve uma reorganização da entidade que
passou a ser denominada Academia Cearense de Letras, que então se voltaria somente para a
literatura. O número de sócios foi elevado para 40 com um patrono para cada cadeira. O
presidente dessa nova fase foi Tomás Pompeu. Eis então o nome dos sócios com suas
respectivas cadeiras: 1- Guilherme Studart, 2- Justiniano de Serpa, 3- Tomás Pompeu, 4-
Antônio Augusto de Vasconcelos, 5- Padre João A. da Frota, 6- Antônio Sales, 7- Pápi
Júnior, 8- Alf. Castro, 9- Rodolfo Teófilo, 10- Tomás Pompeu Sobrinho, 11- Adonias Lima,
12- Antonino Fontenele, 13- Júlio Maciel, 14- Alba Valdez, 15- Moreira de Azevedo, 16-
Carlos Câmara, 17- Padre Antônio Tomás, 18- Sales Campos, 19- Leiria de Andrade, 20-
Otávio Lôbo, 21- Cruz Filho, 22- Cursino Belém, 23- Antônio Teodorico da Costa, 24-
Soares Bulcão, 25- Matos Peixoto, 26- Jorge de Sousa, 27- Beni Carvalho, 28- José Lino da
Justa, 29- Fernandes Távora, 30- Álvaro Alencar, 31- Francisco Prado, 32- Júlio Ibiapina, 33-
Ferreira dos Santos, 34- Andrade Furtado, 35- Raimundo de Arruda, 36- José Sombra, 37-
Raimundo Ribeiro, 38- Antônio Drumond, 39- Quintino Cunha, 40- Leonardo Mota.
Neste segundo momento a Academia entraria em crise: com o falecimento de
Justiniano de Serpa, em 1923, no mesmo ano, assumiu o Governo do Estado do Ceará José
Carlos de Matos Peixoto, reorganizando, em 1930, a entidade.
Ainda no ano de 1930, foi criada a agremiação Academia de Letras do Ceará da qual
faziam parte nomes como Henriqueta Galeno, filha de Juvenal Galeno e Perboyre e Silva;
mais tarde, em 1951, as duas agremiações fundiram-se na Academia Cearense de Letras, sob
a direção de Dolor Barreira. O órgão de circulação na imprensa é a Revista da Academia
Cearense de Letras, que é continuação da revista da Academia Cearense.