Floriano (2005) em seu trabalho com idosos assistidos por uma equipe
de saúde da família observou que a população estudada por ele era composta por
57,3% de mulheres e que 90,2% dos indivíduos estavam na faixa etária de 60 a
79 anos. Também Paskulin e Vianna (2007), que estudaram o perfil
sociodemográfico e condições de saúde auto-referidas de idosos de Porto Alegre,
obtiveram que entre os idosos, 67,8% eram do sexo feminino, 84% encontravam-
se na faixa de 60 a 79 anos, indo de encontro com o nosso estudo.
Alguns estudos, porém, observam que em um intervalo de 25 anos −
1980 a 2005, o crescimento total da população foi de 55,3%; o referente a idosos
superou 126,3%. Destaca-se, nesses números, a faixa de idade com mais de 80
anos, que apresentou um crescimento de 246,0%, refletindo a ocorrência do que
se denomina transição demográfica acelerada (INOUYE et al., 2008; IBGE, 2000).
Fato este, não observado em nosso estudo onde a maioria estava na faixa etária
mais baixa.
No que se refere à escolaridade, vale observar que, em nosso estudo,
71,4% possuíam baixa escolaridade, ou seja, com até quatro anos de estudo.
Alguns estudos (FELICIANO et al., 2004; INOUYE et al., 2008) referem que os
homens tinham maior nível de instrução quando comparados com as mulheres,
ou seja, 30,1% possuíam de cinco a onze anos de estudos. Isto reflete a
organização social do começo do século que não facilitava o acesso à escola aos
mais pobres e às mulheres. Os valores da época não valorizavam a educação
escolar para as mulheres, que muitas vezes eram criadas para serem boas
esposas, mães e donas-de-casa.
Paskulin e Vianna (2007) em seus estudos observaram que 72,4%
possuíam apenas o primário completo. Os homens possuíam maior escolaridade
em relação às mulheres. Houve maior proporção de homens que mulheres,
principalmente na categoria ensino médio e superior. Em nosso estudo, o nível
superior foi reservado às mulheres.
Desta forma, compreende-se melhor as muitas iniciativas públicas e
ações não-governamentais se voltarem à alfabetização e educação continuada de
adultos e idosos, experiências que ilustram este tipo de iniciativa são os
programas denominados Universidade Aberta a Terceira Idade, Movimento de