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fêmeas foram observadas perseguindo e expulsando outras da área da planta hospedeira
(Tyler
et al
., 1994).
Parides ascanius, a borboleta da praia, foi a primeira espécie de inseto brasileiro a
entrar na lista de espécies ameaçadas de extinção no Brasil. Endêmica do Rio de Janeiro,
ela ocorre em pequenas manchas de vegetação brejosa ou pantanosa entre Atafona (São
João da Barra) e Itaguaí (Rio de Janeiro), e tem como única planta hospedeira
Aristolochia
macroura
(Aristolochiaceae), conhecida como jarrinha (Otero, 1984; Otero & Brown Jr.,
1986; Otero & Marigo, 1990). Seu adulto, nectívoro, tem como flor favorita
Lantana
camara (Verbenaceae) (Otero & Marigo, 1990). Sua lagarta armazena substâncias tóxicas
das folhas ou galhos de A. macroura, passando para os adultos, tornando-se impalatável
para alguns predadores (Otero, 1984; Otero & Brown Jr. 1986; Brown Jr., 1992). O adulto
voa praticamente o ano todo, podendo ter diapausa, na fase de crisálida, durante o inverno
(Otero, 1984). O hábito monófago da lagarta torna esta espécie ainda mais suscetível à
extinção, uma vez que depende da aptidão de
A. macroura
para manter populações viáveis.
A distribuição de Parides ascanius provavelmente sempre foi restrita e pontual.
Ocorre em partes alagadas da planície costeira do estado, especialmente com vegetação
arbustiva ao longo de vales de rios de baixada,
mas
pode ser encontrada até 30km da costa.
Seu habitat ocorre em manchas descontínuas dependendo de combinações estreitamente
definidas de clima, solo, drenagem, estrutura luminosa da vegetação e presença de certas
espécies de plantas. P. ascanius tem distribuição agregada no espaço; quando uma
população está pres
ente, em certas épocas do ano podem ser avistados até 50 indivíduos em
uma manhã. Portanto, é improvável que populações importantes dessa espécie de borboleta,
bem aparente no tamanho e coloração, ainda sejam desconhecidas em regiões acessíveis e