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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA (UFBA)
FACULDADE DE EDUCAÇÃO (FACED)
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
MANOEL ANTONIO OLIVEIRA ARAÚJO
AVALIAÇÃO CURRICULAR:
UM ESTUDO DO CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS NA UNIVERSIDADE
ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA (UESB)
Salvador – BA
2009
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MANOEL ANTONIO OLIVEIRA ARAÚJO
AVALIAÇÃO CURRICULAR:
UM ESTUDO DO CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS NA UNIVERSIDADE
ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA (UESB)
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em
Mestrado e Doutorado da Faculdade de Educação da
Universidade Federal da Bahia (UFBA) como requisito parcial
para a obtenção do título de Mestre em Educação.
Área de concentração: Políticas Públicas e Gestão da
Educação
Orientador: Professor Doutor José Wellington Marinho de
Aragão
Co-orientador: Professora Doutora Ana Elizabeth Alves
Salvador – BA
2009
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Confecção da Ficha Catalográfica: Elinei Carvalho Santana – CRB 5/1026
A69a Araújo, Manoel Antonio Oliveira.
Avaliação curricular: um estudo do curso de Ciências
Contábeis na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia
(UESB) / Manoel Antonio Oliveira Araújo, 2009.
187f. : il.
Orientador: José Wellington Marinho de Aragão.
Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal da Bahia,
Programa de Pós-graduação em Mestrado e Doutorado da
Faculdade de Educação, Salvador, 2009.
Referências: f. 111-114.
1. Currículos – Ensino Superior – Avaliação. 2. Curso de
Ciências Contábeis (UESB) – Avaliação curricular. I. Aragão,
José Wellington Marinho de. II. Universidade Federal da Bahia,
Faculdade de Educação, Programa de Pós-graduação em
Mestrado e Doutorado. III. T.
CDD: 632.954
MANOEL ANTONIO OLIVEIRA ARAÚJO
AVALIAÇÃO CURRICULAR:
UM ESTUDO DO CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS NA UNIVERSIDADE
ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA (UESB)
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Mestrado e Doutorado
da Faculdade de Educação da Universidade Federal da Bahia (UFBA) como
requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Educação.
Aprovada em 08 de abril de 2009.
Banca Examinadora
José Wellington Aragão – orientador ______________________________________
Doutor em Educação pela Universidade Federal da Bahia
Universidade Federal da Bahia
Ana Elizabeth Alves – co-orientadora _____________________________________
Doutora em Educação pela Universidade Federal da Bahia
Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia
Reginaldo de Souza Silva ______________________________________________
Doutor em Educação pela Unicamp
Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia
José Mário Aleluia Oliveira______________________________________________
Doutor em Educação pela Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP
Universidade Federal de Sergipe
Dedico este presente trabalho à inteligência suprema, causa primeira de todas as
coisas e aos meus valorosos pais.
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus que nos acompanha os passos e nos ilumina
o entendimento nessa caminhada ascensional que é a vida. Agradeço também ao
meu pai Deusdete e minha mãe Creuza que realizaram renúncias, firmes comigo em
momentos difíceis em que passamos para poder concretizar esse curso em nossas
vidas e, fazermos uso dele para vivermos melhor. Aos meus irmãos José Roberto e
Paulo que sinto que também acreditam em mim. Ao meu sobrinho Daniel. Aos meus
tios Nizomar, Manoel Marques, Neci, Gilson, Maria José, Daniel, Joanita, Anísio,
Hermínio, Neusa Oliveira, Neusa Rocha, Ninfa, Maria Rocha, Nilza, Ivanise e
Fátima. Aos queridos primos Rosane, Rodrigo, Daniela, Rafaela, Glauber, Giovana,
Márcio, Taís, Daiane, Júnior, Neuzimar. Em especial à minha querida avó Otília que
lá da zona rural de Ituaçu pede a Deus, sempre, em meu favor.
Agradeço aos meus amigos Alexssandro Campanha, Márcia Mineiro, Weber
Ferraz, Marcelo Prado, Mário Augusto, Abmael Farias, Manoelito Rodrigues, Luana
Andres, Marisângela Amaral, Rosângela Amaral, Márcio Farias, Edinalva Aguiar,
Claire Barreto, Gerson Ferraz, Alan Kardec Lessa, Keka, Eliane Pedreira, Clédson,
Cristina Vilemovic, Madson Cruz, Jorge Fernandes, meus colegas de primário e
Ensino fundamental, em Ituaçu, Adriana Pessoa, Cida Novaes e Valdeni que sei que
sempre torcem por mim.
Agradeço também aos meus professores, Robinson Tenório, Roseli Sá, Dora
Leal, Nídia e Roberto Sidnei. Em especial, agradeço ao meu orientador professor
Wellington Aragão que me acolheu mesmo com a minha incipiência em
conhecimentos no campo da educação e sou grato também à minha co-orientadora,
professora Ana Elizabeth, que tanto na graduação em Ciências Contábeis como no
mestrado tem me acompanhado os passos na trajetória acadêmica ascensional.
Agradeço aos professores Reginaldo de Souza Silva, José Mário Aleluia Oliveira,
Crispiniano Oliveira e Cléverson Silva por terem aceitado, gentilmente, participar da
banca examinadora deste presente trabalho.
Agradeço, enfim, a todos que direta ou indiretamente contribuíram para que
esse curso de mestrado acontecesse.
[...] Direis ouvir estrelas, certo perdeste o senso e eu vos direi, no entanto que para
ouví-las muita vez desperto e abro a janela pálido de espanto.
Olavo Bilac
ARAÚJO, Manoel Antonio Oliveira. Avaliação Curricular: um estudo do curso de
ciências contábeis na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB). 187 f. Il.
2009. Dissertação (Mestrado) – Faculdade de Educação, Universidade Federal da
Bahia, Salvador, 2009.
RESUMO
Este trabalho tem como objetivo estudar o curso de Ciências Contábeis da UESB
comparando a estrutura curricular de 1999 com a de 2007. Os estudos aqui
apresentados primam pela construção de três pressupostos: o que se pode ter de
concepção de currículo, de forma genérica; elaboração de estrutura lógica de
conhecimento capaz de apontar um currículo para as Ciências Contábeis; e, por fim,
trabalhar de forma a comparar as últimas duas estruturas curriculares do curso
utilizando de pesquisa empírica junto a docentes, graduandos e funcionário
envolvidos no curso estudado. O entrelaçamento entre as Ciências da Educação e a
Contabilidade acontece nesse estudo por meio do aspecto da avaliação do curso e
do estudo de ordem curricular. A Contabilidade surge no panorama das ciências
como aquela que se debruça sobre o patrimônio com o fito de estudá-lo e, assim,
fornecer as informações que os usuários necessitam para poderem tomar decisões
coerentes junto às entidades de natureza econômico-administrativas. As Ciências da
Educação se fazem presentes no estudo com o seu campo específico de currículo.
Os estudos curriculares têm a função de organizar idéias de forma a construir uma
estrutura de temáticas que precisam estar alinhadas de forma a capacitar o
graduando do conhecimento necessário para a melhoria da sua empregabilidade,
(influências de ordem econômica na educação) da sua apreensão da realidade
científica em suas mudanças constantes. Por fim, são apresentadas propostas para
o curso de Ciências Contábeis. Os resultados a que se chegou estão ligados ao fato
de que a estrutura curricular de 2007 vem inovando com disciplinas mais vinculadas
à realidade social e econômica vigente. Por quase unanimidade entre as pessoas
consultadas ficou claro que o currículo de 2007 atende melhor aos anseios da
comunidade acadêmico-contábil.
Palavras-chave: Avaliação. Currículo. Curso de Ciências Contábeis.
ARAÚJO, Manoel Antonio Oliveira. Avaliation Curricular: a study of the course of
acauntant in UESB. 187 f. Il. 2009. Dissertação (Mestrado) – Faculdade de
Educação, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2009.
ABSTRACT
This work has as objective studies the course of Accounting Sciences of UESB
comparing the structure curricular of 1999 with the one of 2007. The studies here
presented excel for the construction of three presupposed: the one that one can have
of curriculum conception, in a generic way; elaboration of logical structure of
knowledge capable to point a curriculum for the Accounting Sciences; and, finally, to
work from way to compare the last two structures curriculars of the course close to
using of empiric research educational, students and employee involved in the studied
course. The interlacement between the Sciences of the Education and the
Accounting happens in that study through the aspect of the evaluation of the course
and of the study of order curricular. The Accounting appears in the panorama of the
sciences as that that leans over on the patrimony with the aim of studying him/it and,
like this, to supply the information that the users need for us to make coherent
decisions close to the economical-administrative nature entities. The Sciences of the
Education are made presents in the study with his/her specific field of curriculum.
The studies curriculars have the function of organizing form ideas to build a structure
of themes. These need to be aligned in way to qualify him graduating of the
necessary knowledge for the improvement of his/her functions, (influences of
economical order in the education) of his/her apprehension of the scientific reality in
their constant changes. Finally, they are presented proposed for the course of
Accounting Sciences. The results the one that she arrived is linked to the fact that
the structure curricular of 2007 is innovating with disciplines more linked to the social
and economical reality effective. For almost unanimity among the people consulted of
course the curriculum of 2007 assists better to the academic-accounting community's
longings.
Keywords: Evaluation. Curriculum. Course of Accounting Sciences.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO................................................................................................................................... 10
1.1 CONTEXTO DA PESQUISA....................................................................................................... 14
1.2 ASPECTOS EPISTEMOLÓGICOS DAS CIÊNCIAS CONTÁBEIS............................................ 18
1.3 ASPECTOS METODOLÓGICOS DA PESQUISA...................................................................... 23
1.3.1 Metodologia Aplicada........................................................................................................ 27
2 CURRÍCULO: CONCEITOS E HISTÓRIA ........................................................................................ 32
2.1 O CURRÍCULO E AS INFLUÊNCIAS ECONÔMICAS NA EDUCAÇÃO ................................... 41
2.2 CONCEPÇÃO DE CURRÍCULO E CULTURA REGIONAL....................................................... 55
3 CURRÍCULO PARA AS CIÊNCIAS CONTÁBEIS............................................................................ 59
3.1 TRAJETÓRIA DAS CIÊNCIAS CONTÁBEIS NO BRASIL......................................................... 63
3.2 HISTÓRICO DO CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS NA UESB............................................. 68
4 ANALOGIA ENTRE AS ESTRUTURAS CURRICULARES: 1999-2007.......................................... 79
4.1 AS DISCIPLINAS SEQUENCIADAS NO CURRÍCULO............................................................. 81
4.2 A REESTRUTURAÇÃO CURRICULAR..................................................................................... 85
4.3 CARACTERÍSTICAS DO CURRÍCULO REESTRUTURADO.................................................... 87
4.4 COMENTÁRIOS ACERCA DAS DISCIPLINAS OPTATIVAS DO CURRÍCULO....................... 97
4.5 A PRÁXIS CONTÁBIL ................................................................................................................ 98
5 CONCLUSÃO .................................................................................................................................. 106
REFERÊNCIAS................................................................................................................................... 111
APÊNDICES........................................................................................................................................ 115
APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO AOS EGRESSOS..................................................................... 115
APÊNDICE B – ROTEIRO DE ENTREVISTA AOS DOCENTES.................................................. 118
APÊNDICE C – ROTEIRO DE ENTREVISTA AOS GRADUANDOS............................................ 120
APÊNDICE D – ROTEIRO DE ENTREVISTA APLICADO A FUNCIONÁRIO TÉCNICO
ADMINISTRATIVO.......................................................................................................................... 122
APÊNDICE E – MAPA CONCEITUAL DA CONTABILIDADE SEGUNDO HILÁRIO FRANCO .... 123
APÊNDICE F – MAPA CONCEITUAL DA PESQUISA .................................................................. 124
ANEXOS ............................................................................................................................................. 125
ANEXO A – RESOLUÇÃO 10 DO CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO DE 16 DE
DEZEMBRO DE 2004..................................................................................................................... 125
ANEXO B – CURRÍCULO DE 1999................................................................................................ 129
ANEXO C – CURRÍCULO DE 2007 ............................................................................................... 139
ANEXO D – ESTUDO COMPARADO DAS ALTERAÇÕES REALIZADAS NA MATRIZ
CURRICULAR DE 1999 ................................................................................................................. 149
ANEXO E – REGULAMENTO DAS ATIVIDADES COMPLEMENTARES DO CURSO DE
CIÊNCIAS CONTÁBEIS ................................................................................................................. 154
ANEXO F – REGULAMENTO DE TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO - TCC................. 162
ANEXO G – MANUAL DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO DO CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS
........................................................................................................................................................ 166
ANEXO H – QUADRO DE BENNO SANDER................................................................................ 175
ANEXO I – ESTRUTURAS CURRICULARES DE OUTRAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO
SUPERIOR ..................................................................................................................................... 176
10
1 INTRODUÇÃO
Este trabalho tem o propósito de estudar o curso de Ciências Contábeis na
Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), em Vitória da Conquista,
levando em consideração as categorias de avaliação educacional e o currículo deste
curso em trabalho de comparação das duas últimas estruturas curriculares, ou seja,
o currículo de 1999 com o de 2007.
Trata-se de pesquisa em que um bacharel em Ciências Contábeis adentra o
âmbito das Ciências da Educação com a intenção de entender os mecanismos
destas ciências para assim esclarecer questões presentes no curso de Contabilidade
nesta instituição para apontar sugestões para a comunidade acadêmico-contábil na
UESB. As Ciências Contábeis tem carências de estudos de natureza didática,
curricular e no campo da avaliação da aprendizagem. O estudo comparativo dos
currículos surge com a proposição de apontar causas e conseqüências das escolhas
da comunidade acadêmico-contábil pelos componentes curriculares presentes
nesses planos de estudo
1
. A questão didática ganha espaço para a discussão por
advir dos comentários que os entrevistados registraram em suas falas. Os aspectos
em torno da avaliação da educação tomam corpo por terem um estreito
relacionamento com a didática e o currículo. Assim, didática, currículo e avaliação se
entrecruzam neste estudo para promover o esclarecimento no quotidiano do curso
de Ciências Contábeis.
A tarefa de justificar a escolha desta temática para estudo está vinculada a um
conjunto de dificuldades enfrentadas durante todo o processo de revisão do novo
currículo do curso e também em função da relevância do presente trabalho para uma
área de conhecimento que muito carece do pensar pedagógico. A Contabilidade não
pode ficar alheia aos avanços da ciência pedagógica. Assim, o esforço para integrar
essas duas áreas do conhecimento tem importância considerável. A temática
currículo, para as Ciências Contábeis, tem o objetivo de trabalhar a interação entre
os temários implícitos neste plano de estudos para que o profissional da
1
Este termo é utilizado como sinônimo de currículo (COUTO, 1968).
11
Contabilidade promova a sociedade para níveis mais elevados de humanidade
através das rotinas do quotidiano da profissão contábil.
A coleta de dados, neste trabalho, está associada à fundamentação teórica em
torno do objeto de estudo que é o curso de Ciências Contábeis. Dessa forma, os
comentários das pessoas entrevistadas e dos questionários aplicados se
entrecruzam com os esclarecimentos que as referências teóricas bibliográficas,
eletrônicas e as demais referências concedem. É válido frisar que as pessoas
entrevistadas estão referenciadas através de nomes fictícios para evitar
constrangimentos e preservar a privacidade individual e profissional.
A fundamentação teórica tem uma construção encadeada que se refere ao
currículo em seus aspectos genéricos, no primeiro capítulo, ou seja, a conceituação
de currículo encontrada nas referências teóricas é contrastada com os conceitos
advindos da coleta de dados junto aos docentes e discentes, partindo de seus
conceitos mais simples avançando para os mais complexos. No segundo capítulo, o
estudo curricular voltado à Ciência Contábil é descortinado através dos estudos
teóricos comentados em relação íntima com as idéias encontradas junto aos teóricos
estudados. Encontra-se, neste segundo capítulo, proposta de construção para
currículo no campo específico das Ciências Contábeis e é neste ponto em que
aspectos de natureza econômica se apresentam na construção do currículo e
também as influências da cultura regional na estrutura curricular do curso. Por fim, o
terceiro capítulo traz consigo o trabalho de comparação entre as duas últimas
estruturas curriculares à luz dos conceitos colhidos no trabalho empírico com os
fundamentos teóricos, esclarecendo acerca da coerência de tais comentários e
posicionamentos ante as estruturas curriculares estudadas.
Diante da questão que envolve o que pesquisar, surge a necessidade de
verificar os seguintes aspectos: acadêmico-contábeis em sua generalidade e
curricular-contábil em sua especificidade. Existem inúmeros questionamentos
necessitados de esclarecimento, porém, têm-se um conjunto de limitações, de várias
ordens, que nos determina a necessidade de delimitação da problemática estudada
para que esta seja exeqüível e tenha consigo um recorte coerente com as
possibilidades de pesquisa no momento em questão.
Para atender às buscas científicas de respostas ante a grandiosidade do
conhecimento formulou-se a seguinte pergunta: “Quais as diferenças encontradas
12
na estrutura curricular de 1999 em comparação com a que lhe sucede - o
currículo de 2007 - no entendimento das pessoas que vivenciaram ou estejam
ainda estudando estes currículos no curso de Ciências Contábeis da UESB?”.
Para tratar dessa problemática as subáreas das Ciências da Educação que são
currículo e avaliação estão situadas na condição de categorias de pesquisa.
Fundindo a avaliação com os estudos em currículo constrói-se a expressão
“avaliação curricular” que funciona como palavras estratégicas a serem tratadas
nesta pesquisa.
O termo avaliação tem como acepção mais aceitável a mensuração de
rendimento e se aplica tanto a programas e projetos educacionais como a turma de
alunos ou ao discente individualmente. A necessidade de se avaliar o currículo
surge com a possibilidade de repensar caminhos trilhados e repensar os próximos
passos no que tange ao aprendizado junto à prática docente.
Nos últimos tempos, os processos de avaliação têm evoluído. Esses avanços
surgem com o intuito de acompanhar a educação nos dias atuais em que vários
fatores acabaram sendo incluídos entre os que influenciam o quotidiano da
educação. Exemplo se tem com o advento da Ciência da Informação que funciona
como um dos fatores que atua de forma a dinamizar a realidade da educação no
campo da didática, do currículo e acabam exigindo da avaliação educacional
mecanismos novos para a mensuração do aprendizado agora dotado de mais
dinamicidade. A avaliação, a didática e o currículo se entrecruzam promovendo uma
interação que acaba por constituir as ciências da educação em sua complexidade e
abrangência.
A avaliação não pode funcionar como sansão, penalidade. Esta técnica
pedagógica precisa ser empregada como alavanca propulsora do progresso. É
assim que Cipriano Luckesi (1994) se posiciona ante o desafio da avaliação do
aprendizado.
O Estado se interessa pela avaliação da educação. Prova disso está nos
programas que o Ministério da Educação (MEC) tem desenvolvido nas últimas três
décadas a exemplo do PAIUB, do Provão e mais recentemente o ENADE. Esses
programas apresentam propostas voltadas para a avaliação da educação superior.
13
A matemática juntamente com a Estatística oferecem mecanismos que
favorecem a mensuração quantitativa no campo da avaliação educacional. Mas, não
somente de quantificações se constrói a avaliação da educação e os procedimentos
de ordem qualitativa também adentram à avaliação para fazer o levantamento
conceitual necessário. A isso comenta Demo (2005):
Toda avaliação qualitativa supõe no avaliador qualidade
metodológica. Isto significa de partida que não faz nenhum sentido
desprezar o lado da quantidade, desde que bem feito. Só tem a
ganhar a avaliação que souber se cercar inteligentemente de base
empírica, mesmo porque qualidade não é a contradição lógica da
quantidade, mas a face contrária da mesma moeda. Qualidade e
quantidade são, pois, pólos contrários – como quer a dialética -, não
extremos contraditórios, que apenas se excluem.
Não sendo contraditórias, podem se fazer presentes num mesmo trabalho
científico. Esses aspectos que envolvem a abordagem são tratados com maior
ênfase no tópico da Metodologia aplicada da pesquisa.
Avaliação curricular abarca duas subáreas das Ciências da Educação. Para a
consecução desta pesquisa ouviram-se docentes, discentes e funcionário da
instituição vinculados ao curso de Ciências Contábeis. Ouvindo essas pessoas vem
a ser possível mensurar se os últimos dois currículos têm alcançado níveis de
satisfação adequados ou não.
Neste trabalho, os elementos de ordem conceitual suplantam os de ordem
quantitativa. Dado a isso se justifica a afirmação de que se trata de abordagem
qualitativa em hegemonia.
As duas categorias estudadas neste trabalho dissertativo em sendo avaliação e
currículo, as pessoas consultadas bem como os autores referenciados são
organizados de forma a tratarem dessas categorias e promoverem a interação entre
elas de forma que a problemática a que se debruça essa pesquisa venha a ser
esclarecida a contento.
14
1.1 CONTEXTO DA PESQUISA
A Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia está situada na Mesoregião
Centro Sul da Bahia, como a denominação da instituição já deixa a menção. Tem
três campi instalados em Vitória da Conquista, Jequié e Itapetinga. Esta região da
Bahia é caracterizada pelos seus planaltos e também pelas áreas de baixa altitude
em que se encontra a flora característica da caatinga. Abrange mais de 20
municípios e conta com uma população de, aproximadamente, um milhão de
habitantes (MINEIRO, 2005, p. 27). Vitória da Conquista fica assentada num planalto
que leva o seu nome: Planalto da Conquista. Tem 308.204 habitantes (dados de
2007 – fonte IBGE) e é um centro urbano que exerce influência sobre toda a região
Sudoeste e também sobre o norte do Estado de Minas Gerais. As pessoas que
acorrem a esta cidade o fazem por conta do seu comércio forte, da sua estrutura de
atendimento à saúde, por ser um importante entroncamento rodoviário e, por fim, por
ser um pólo educacional de destaque na Bahia. O Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística, informa que
A abertura da Faculdade de Formação de Professores, em 1969, respondeu
à demanda regional por profissionais melhor formados para o exercício do
magistério. A partir da década de 90, a Universidade Estadual do Sudoeste
da Bahia multiplicou o número de cursos oferecidos. Também nessa
década, surgiram três instituições privadas de ensino superior.
A esse respeito também opina Mineiro (2005, p. 28):
Nos últimos cinco anos, Vitória da Conquista vem se fortalecendo como pólo
educacional, com uma crescente oferta de cursos superiores, faculdades,
cursinhos, colégios e escolas particulares, que contam com um corpo
docente e diretivo cada vez mais especializado e que fazem uso das mais
modernas técnicas de gestão no sentido da busca da excelência na
educação.
Nas últimas duas citações fica claro que a educação vem sendo elemento
propulsor do crescimento regional. O curso de Ciências Contábeis da UESB atende
15
a estudantes de várias cidades da Bahia e de outros estados da federação. Existem
alunos advindos, atualmente, de Barra do Choça, Boa Nova, Bom Jesus da Lapa,
Brumado, Caetité, Canarana, Encruzilhada, Feira de Santana, Guanambi, Irecê,
Itambé, itapetinga, Ituaçu, Jussiape, Livramento de Nossa Senhora, Macarani,
Macaúbas, Planalto, Poções, Rio de Contas, Salvador, Sebastião Laranjeiras,
Tanhaçu, Vitória da Conquista e de outros Estados como São Paulo e Minas Gerais.
O curso de Ciências Contábeis funciona no campus de Vitória da Conquista.
No ano de 2006, um grupo de pessoas da cidade de Itapetinga, inclusive
autoridades, enviou abaixo-assinado solicitando que o curso fosse instalado naquele
campus. Montou-se um processo e este acabou não sendo deferido dado o
investimento extremamente elevado em professores
2
e também por conta de uma
demanda ainda tímida de absorção desses profissionais naquela micro-região.
No que tange ao curso de Contabilidade no campus de Vitória da Conquista, é
importante registrar que nesses últimos tempos, o contato dos docentes da área
departamental de Ciências Contábeis do DCSA com o campo do currículo tem sido
constante. Esse contato contribuiu para reforçar o interesse da Área Departamental
de Ciências Contábeis em pesquisar questões ligadas à pedagogia.
Gamboa (1995) lembra que “a experiência vivenciada pelo pesquisador e a
relevância do tema o coloca em uma relação íntima com o mundo que é o objeto de
investigação”. Ou seja, a importância do assunto estudado é construída pela
profundidade que tenhamos da temática e pelas necessidades profissionais e
regionais. Ante esses estudos, percebeu-se que existem demandas internas ao
contexto municipal, regional, nacional e também internacional que precisam ser
atendidas no curso de Ciências Contábeis. O estudioso do currículo necessita estar
conectado com o mundo ao qual constitui o seu objeto de estudo e o mundo
geográfico-histórico em que este currículo será trabalhado.
A Mesorregião Centro Sul da Bahia exerce influência de ordem curricular no
curso de Ciências Contábeis por trazer à tona a necessidade de alocar determinadas
disciplinas no rol das obrigatórias, atendendo demandas não apenas regionais, mas
também demandas do Brasil e também do exterior. A maioria dos graduandos, nas
2
As áreas de conhecimento já existentes naquele campus não são ligadas à Contabilidade
diretamente, o que implicaria na contratação de um número grande de professores para iniciar o
curso. Isso foi um dos empecilhos à implantação do curso em Itapetinga no registro dos pareceristas
do processo.
16
entrevistas aplicadas nesta pesquisa, entende que a disciplina Contabilidade
Avançada conecta o currículo de 2007 com a realidade internacional da
Contabilidade. Outro exemplo significativo e diferente é a disciplina Contabilidade da
Agropecuária que na atual estrutura curricular está no conjunto das disciplinas
obrigatórias do curso atendendo a uma demanda regional muito acentuada. Outros
dois exemplos são possíveis de se observar nas disciplinas Contabilidade Comercial
e Contabilidade de Prestação de Serviços que são disciplinas que atendem a duas
vocações municipais que é o comércio e a prestação de serviços, entre estes, o
serviço de contabilidade. Existem duas outras disciplinas que estão vinculadas a
setores da economia desta região da Bahia que ainda não mostraram a sua força,
mas estão presentes no quotidiano regional. Essas disciplinas são: Contabilidade
Industrial e Contabilidade Hospitalar. Ambas estão no quadro das disciplinas
optativas do curso, no currículo de 2007.
As influências regionais no currículo do curso de Ciências Contábeis existem
em função de fenômenos que extrapolam a economia regional do Sudoeste baiano.
A educação e a economia interagem intensamente. Alves (2005) defende o
argumento que enfatiza essas influências, quando explica a estreita relação entre a
organização do processo de trabalho e a qualificação dos trabalhadores como
elementos-chave inseparáveis.
Diante do exposto, é compreensível a influência da cultura e da economia
regional na educação, numa perspectiva macroeconômica e macro educacional.
Sendo assim, o currículo não poderia deixar de ter consigo disciplinas outras que
tenham vínculo com a realidade contábil nacional. Dessa forma, a Comissão de
Reestruturação Curricular juntamente com o Colegiado do Curso e a Área
Departamental de Ciências Contábeis do DCSA inseriram disciplinas que atendem a
este imperativo. Exemplo disso são as disciplinas Tópicos Contemporâneos em
Contabilidade, Contabilidade Avançada e Controladoria.
No currículo em que a regionalidade se manifesta, o autor abaixo citado
defende que a
[...] reflexão sobre educação e cultura tem mostrado que o empreendimento
educativo tem como responsabilidade transmitir e perpetuar a experiência
humana considerada como cultura. Nesse sentido, pode-se dizer que “a
cultura é o conteúdo substancial da educação, sua fonte e sua justificação
17
última”. [...] Mas reciprocamente, dir-se-á [...] que a educação “realiza a
cultura”. (MOREIRA, 1997, p. 36).
Dessa forma, o currículo há que ter relação com a experiência cultural regional.
Na região Sudoeste existem elementos de ordem cultural que não podem ser
desconsiderados. O autor supracitado informa que a cultura é o conteúdo
substancial da educação, sua fonte e sua justificação última. Assim, currículo que
não expresse a cultura local estará dissociado do conteúdo substancial que tem
poder de perpetuar a experiência humana. A educação realiza a cultura e com essa
afirmação é possível perceber que cultura é uma das mais, senão a mais relevante
das instâncias que influenciam a educação. A temática cultura tem exercido “grande
fascínio sobre pesquisadoras e pesquisadores sociais” (COSTA, 2005, p. 37). As
culturas são caracterizadas como sendo um campo de estudos que sempre
apresentam novas nuances ante os estudiosos que delas se ocupam. A cultura
permeia a vida das pessoas em seu quotidiano, ou seja, está presente no senso
comum. Segundo Boaventura de Souza Santos (2006 p. 88-89) [...] “A ciência pós-
moderna procura reabilitar o senso comum por reconhecer nessa forma de
conhecimento algumas virtualidades para enriquecer a nossa relação com o mundo”.
A cultura regional, adequadamente atendida, estará funcionando como uma ponte
do conhecimento científico com o conhecimento popular, ou seja, o senso comum. O
currículo adequado será o que conseguir promover a ligação entre as teorias
científicas vigentes e as necessidades reais da comunidade acadêmica para viverem
na sociedade atual.
Benno Sander (1981, p. 93) também se pronuncia a esse respeito quando
informa que cultura, psicologia, economia e pedagogia constituem o agregado
científico que mais delineia o conceito do que é educação. Dessa forma, a
regionalidade no campo da cultura do sudoeste baiano se antepõe diante do
currículo exercendo sua influência, o que não implica em esquecer as influências de
amplitude nacional ou até internacional na formação do contador na atualidade.
18
1.2 ASPECTOS EPISTEMOLÓGICOS DAS CIÊNCIAS CONTÁBEIS
A Contabilidade no Brasil tem consigo o dilema epistemológico de ser para uns
uma ciência constituída, segundo a Escola Italiana de Contabilidade e, para outros
teóricos, apenas um aparato técnico que a sociedade, por muito necessitar, faz uso,
o que constitui a posição epistemológica Anglo-Saxônica. Antônio Lopes de Sá
(1995, p. 190) tem escolas de Contabilidade como Correntes de pensamento sobre
a doutrina ou teoria da Contabilidade. A caracterização das doutrinas é feita de
acordo com os objetos e fins a que se atribuem à Contabilidade [...]. A existência de
escolas contábeis é um indício de horizonte, de fato, científico para a Contabilidade.
A “Escola Italiana” que é muito influente no gênero de denominação “Escola
Européia” tem posição epistemológica mais ampla. Já a “Escola Anglo-saxônica de
Contabilidade” também denominada de “Escola Americana” que ainda pode ser
tratada por escola pragmática tem posição de pensamento voltada mais para
aspectos tecnicistas da Contabilidade.
Há quem afirme, epistemologicamente, que o objeto de estudo da
Contabilidade seja o patrimônio. Este é o conjunto de Bens, direitos e obrigações.
Bens é tudo o que a entidade
3
detém posse e propriedade. Direitos é tudo o que é
de propriedade da entidade, mas não detém posse. Obrigações é o que a entidade
detém posse e não propriedade. (SÁ, 1995). Existem pensadores no âmbito contábil
que questionam o patrimônio como objeto desta ciência uma vez que o mesmo é
tripartido e essa característica acaba minando um dos principais pressupostos para
caracterização de um objeto de estudo. (KUHN, 1996). Com a ausência da unidade
como característica o patrimônio teria dificuldade de se sustentar como um objeto
consistente de estudo. Sendo assim, defendem que o verdadeiro objeto de estudo
da Contabilidade seria a “informação contábil”. Ter a informação contábil como
objeto de estudo não diminui a ciência, mas lhe dá clareza epistemológica e unidade
de estudo. Os estudiosos que defendem a Contabilidade como ciência entendem
3
Entidade em Contabilidade é todo “núcleo” capaz de manipular recursos econômicos (e
organizacionais) e que tenda a adicionar valor (ou utilidade, em sentido amplo) aos recursos
manipulados (IUDÍCIBUS, 1995, p. 262). Antonio Lopes de Sá define Entidade como um aspecto da
classificação das aziendas e que apresenta as que possuem seu patrimônio aplicado apenas na
satisfação das necessidades humanas sem fins lucrativos, onde se por ventura existe lucro, é para
obtenção de meios e não de fins lucrativos, onde se por ventura existe fins. O mesmo que azienda,
segundo certos autores.
19
que esta conta com uma práxis que integra teoria praticada e prática teorizada.
Entendem também que as crises epistemológicas existem para a consolidação deste
ramo do conhecimento em consonância com o avanço das tecnologias contábeis no
que tange à sua práxis. Os que defendem a Contabilidade como técnica têm consigo
que esta não percorre a trajetória em que a ciência normal a qual precisa,
periodicamente, entrar em crise para romper paradigmas vigentes e se transformar
em ciência nova para logo depois se tornar ciência normal novamente, como
assevera Thomas Kuhn (1996). É notório observar que em ser ciência implica em
ser repensada, em ser reconstruída a cada circunstância em que seus paradigmas
sejam questionados. Em sendo técnica significa que acontece apenas a repetição do
mecanismo técnico da escrituração, da demonstração contábil, da auditoria e da
análise de balanços. A Contabilidade na condição de técnica, somente, não se
repensaria e só reproduziria a orientação do que fazer. Essa reprodução da
atividade tecnicista é produto do fato das técnicas terem um fim em si mesmas.
Adotar esse posicionamento diante da Contabilidade constitui um processo de
castração de possibilidade de ação dos profissionais contábeis.
Nos Estados Unidos, a feição técnica da Contabilidade nos moldes do
pragmatismo da sua escola faz com que o status de ciência não seja concedido nem
à Contabilidade, nem à Economia nem à Administração. Essas áreas do
conhecimento integram o que eles denominam “business”, ou seja, negócios. A
Escola Italiana defende o status de ciência para a Contabilidade ao passo que a
Escola Estadunidense defende a condição de técnica para essa área do
conhecimento (IUDÍCIBUS, 1994). Sendo a epistemologia
4
o ramo da filosofia que
estuda a ciência é ela que faz o levantamento dos argumentos para conceder ou
não condição de ciência para determinadas áreas do conhecimento. No que tange à
Contabilidade, essa questão ainda vai precisar de tempo para que se chegue num
consenso epistemológico.
Partindo para uma concepção de currículo, construída a partir das escolas de
Contabilidade, entre os docentes entrevistados, destacou-se um dos professores
(professor Pereira
) com uma concepção distinta da dos demais. Este docente
entende que a Escola Anglo-saxônica de se fazer Contabilidade seja a mais
4
Segundo a dicionarista Ruth Rocha epistemologia é um substantivo feminino que trata do “estudo dos limites
do conhecimento e dos mistérios que o tornam válido”(p. 241).
20
adequada á atualidade. Ele afirma “defender que os conteúdos das disciplinas
devem estar voltados objetivamente para a vivência profissional do contador”. Assim,
os cursos de Contabilidade não teriam disciplinas que tratem da iniciação científica
em seus currículos. Teriam apenas as disciplina que tratam das aplicações das
técnicas contábeis, ou seja, Escrituração, Demonstração Contábil, Auditoria e
Análise de Balanços. (FRANCO, 1989).
Ter consigo o entendimento de que a Contabilidade seja uma ciência ou não,
faz diferença na hora de se conceber o currículo do curso. Em vários pontos o
professor Pereira manifestou a intenção de simplificação do currículo. Essa
simplificação vai desde a diminuição do tempo mínimo para integralização do
currículo, de cinco para quatro anos, até a ressalva quanto à existência de
disciplinas que tratam da pesquisa científica em Contabilidade. São palavras desse
professor entrevistado: “A graduação precisa ser o mais objetiva possível, é o que eu
defendo” e “Chamo atenção para as disciplinas Métodos e Técnicas de Pesquisa,
Pesquisa Científica em Contabilidade e Trabalho de Conclusão de Curso. Essas
disciplinas, com o devido perdão aos pedagogos, deveriam estar concentradas em
apenas uma com carga horária de 60 horas” e ainda “Ressalvo apenas o fato de que
há disciplinas que tratam de temáticas com carga horária exagerada para a
importância do assunto. Diante desse fato, o professor Pereira ainda argumenta:
Chamo atenção para as disciplinas Métodos e Técnicas de Pesquisa, Pesquisa
Científica em Contabilidade e Trabalho de Conclusão de Curso [...]” e continua
“Apenas uma disciplina já bastaria para o nosso futuro profissional, só se justificaria
essas disciplinas se tivéssemos o objetivo de formar pesquisadores”. O professor
Pereira defende que o currículo deve estar voltado para o aparato técnico que existe
na Contabilidade sem enfocar tanto questões de ordem epistemológico-contábil. No
entanto, outros, defendem a permanência de concepção de ciência para a
Contabilidade com a continuidade no currículo de disciplinas que trabalhem a
iniciação científica como forma de oportunizar ao discente pensar a ciência contábil.
Outro ponto a ser evidenciado é que as Contabilidades Aplicadas não deveriam ser
tão enfatizadas como têm sido. Tendo uma boa base de conhecimento em
Contabilidade Geral, ou seja, um bom arcabouço intelectual, as contabilidades
aplicadas se tornam dispensáveis”. É o ponto de vista desse professor.
21
Urge acrescentar na formação dos professores de Contabilidade estudos em
torno de currículo e didática para que as Ciências da Educação venham a irrigar o
quotidiano dos cursos de Ciências Contábeis em nosso país. A esse respeito,
argumenta Marion (1998, p. 33):
Com a criação, em 1902, da “Escola de Comércio Álvares Penteado”, em
São Paulo, observamos a adoção da Escola Européia de Contabilidade,
basicamente a italiana e a alemã. Com a inauguração da Faculdade de
Economia e Administração da USP (1946) e com o advento das
multinacionais anglo-americanas (e consequentemente, da auditoria
originária dos países-sede), a Escola Contábil Americana começou a
infiltrar-se em nosso país. Esta escola, todavia, começou a exercer uma
influência significativa no ensino da Contabilidade no Brasil a partir do
lançamento do livro de Contabilidade Introdutória, no início da década de
70, por uma equipe de professores da FEA-USP.
Por essa escola a Contabilidade se reduz a uma técnica. Observe o que afirma
Iudícibus (1994, p. 33), um dos defensores dessa escola no Brasil:
Predomina nos textos americanos, a preocupação com o usuário da
informação contábil. A Contabilidade é sempre utilizada e apresentada
como algo útil para a tomada de decisões. A teoria contábil americana não
deseja, de partida, endeusar demasiadamente a importância da
Contabilidade no contexto do conhecimento humano, mas lenta e
seguramente, por meio da solidez dos argumentos apresentados e dos
exemplos, o leitor acaba percebendo a verdadeira e efetiva importância
desta disciplina, no contexto administrativo.
O fato de a Escola Americana não contar com o contador como um
profissional pensante, mas apenas o executor das determinações de ordem técnica
e legalista, impede que pessoas dotadas de objetividade discutam a economia com
racionalidade. Essa racionalidade a contabilidade concede a quem faz uso dela para
gerir o patrimônio.
Os professores consultados na coleta de dados defendem uma concepção
mais voltada para a Contabilidade como ciência. Para apresentar essas idéias foram
destacados comentários de alguns professores a esse respeito:
Professor Miranda
:
22
As mudanças têm tentado adequar as faculdades a uma prática mecanicista como
uma tentativa de adequar o aluno ao mercado em detrimento de fazer com que ele
pense a Contabilidade e a função desta ciência. Temos visto, por exemplo, a
diminuição no número de anos na formação do aluno de cinco para quatro anos em
muitas instituições de ensino superior com o simples intuito de inseri-lo no mercado
de trabalho. Essa é uma das mudanças que tem aparecido com maior força. Cito
também algumas disciplinas que são colocadas em destaque por serem mais
visadas pelo mercado de trabalho, por serem também mais mecânicas e por
trazerem retorno financeiro.
Professor Almeida:
Existem duas vertentes: a primeira diz respeito àquele conjunto de disciplinas que
são formuladas de forma a fazer com que o aluno apreenda determinado
conhecimento que acaba sendo dissolvido por esse conjunto de disciplinas; mas é
necessário frisar que currículo não é simplesmente o que a instituição de ensino
propõe e o conceito de currículo é muito mais amplo e mais abrangente. Envolve
aspectos ligados à prática de trabalho, a experiência de vida desse aluno. Não
podemos pensar que o profissional da Contabilidade seja um profissional apenas
técnico, pois ele também é uma pessoa, um ser humano e vai se relacionar com
pessoas e precisa estar preparado pra esse tipo de coisa.
Esses dois professores têm concepções de currículo em que a Contabilidade
extrapola a técnica e toma feição de ciência. O simples enfoque de ordem
econômica no currículo não basta, é o que afirma o professor Miranda quando
enfatiza que “As mudanças têm tentado adequar as faculdades a uma prática
mecanicista como uma tentativa de adequar o aluno ao mercado em detrimento de
fazer com que ele pense a Contabilidade e a função desta ciência”. Com isso, é
possível perceber a concepção de ciência presente. O professor Almeida também
apresenta pontos em sua argumentação que tem a ver com uma concepção de
currículo em Contabilidade contando com essa área de conhecimentos em condição
de ciência. Um dos pontos é o seguinte: “Não podemos pensar que o profissional da
23
Contabilidade seja um profissional apenas com base na técnica”. Com esse
argumento fica bem clara a concepção de ciência que esse professor defende para
a Contabilidade. Essa concepção tem a ver com o posicionamento das escolas
européias de Contabilidade.
1.3 ASPECTOS METODOLÓGICOS DA PESQUISA
O entendimento acerca do que se trata uma dissertação foi se apresentando
gradativamente. O conceito que mais chamou a atenção, nas consultas de ordem
metodológica, foi justamente o que está transcrito abaixo e define dissertação como:
Documento que representa o resultado de um trabalho experimental ou
exposição de um estudo científico retrospectivo, de tema único e bem
delimitado em sua extensão, com o objetivo de reunir, analisar e interpretar
informações. Deve evidenciar o conhecimento de literatura existente sobre o
assunto e a capacidade de sistematização do candidato. É feito sob a
orientação de um orientador (doutor), visando à obtenção do título de
mestre. (BOAVENTURA, 2007, p. 23).
Nesse conceito é possível evidenciar elementos que são indispensáveis a um
trabalho dissertativo como, por exemplo: “objetivo de reunir, analisar e interpretar
informações” e dada a “capacidade de sistematização” para o discente culminar com
a “obtenção do título de mestre”. Assim, esse trabalho dissertativo foi o produto de
observações, reflexões em torno da leitura dos diversos autores, devidamente
referenciados e da coleta de dados realizada para se chegar às conclusões a que
estas puderam nos levar a construir. O professor Roberto Sidnei lecionando a
disciplina Abordagens e Técnicas de Pesquisa informou que a grande questão que
envolve um trabalho dessa natureza é a capacidade de “costurar as informações de
24
forma apreciável e científica
5
”. Foi o que se tentou realizar nessa dissertação que
estuda o curso de Ciências Contábeis no que tange à avaliação curricular.
A pesquisadora Bernardete Gatti (2006, p. 26) conceitua pesquisa como sendo
simples busca de informações, localização de textos, eventos, fatos, dados, locais e,
assim, percebe-se que a pesquisa funciona como a organização primeira que abre
estradas novas no âmbito do conhecimento. A pesquisa sendo vista de um pólo a
outro acaba gerando ambigüidades visto que muitas significações são possíveis.
Num entendimento acadêmico, a pesquisa toma acepção mais consistente e
rigorosa uma vez que faz uso de estrutura metodológica para se corporificar. Para
considerar um estudo como pesquisa científica, a autora defende níveis de
consideração e critérios vinculados a esses tais níveis. Alerta que
[...] o uso do termo “pesquisa”, também nos meios acadêmicos, é feito com
subentendidos repletos de equívocos e conivências. O que realmente pode
ser considerado como pesquisa? Esta não é uma questão de fácil resposta
(GATTI, 2006, 26).
Existe a necessidade de se separar a pesquisa comum da pesquisa científica
já que nesta há a necessidade de construção de conhecimento inovador como
condição de existência da pesquisa científica. A autora continua e
[...] Propõe que essa discriminação pode ser feita em dois níveis. O primeiro
nível exigiria o preenchimento de três condições: a produção de
conhecimento novo, procedimento de investigação rigoroso e a
comunicação/discussão dos resultados (GATTI, 2006, 26).
O rigor nos procedimentos de pesquisa constitui uma das características mais
marcantes da ciência como categoria de conhecimento. O resultado novo necessita
de divulgação já que isolado não fará sentido, não terá eco. A autora enfatiza que
[...] Mais três critérios acrescidos a estes configurariam um segundo nível:
introdução de uma dimensão de crítica e reflexão sobre as fontes, métodos
e modos de trabalho; sistematização de coleta de dados; presença de
5
Anotações de sala de aula junto à disciplina Abordagens e técnicas de pesquisa em Educação-
ATPE.
25
interpretações com base em teorias reconhecidas e atuais contribuindo para
a elaboração de uma problemática (GATTI, 2006, 26).
A problemática será apontada a partir da reflexão crítica que precisa estar
presente no quotidiano da ciência. A sistematização da coleta de dados terá
importância para que se insira lógica às partes do processo que compõe essa
importante etapa da pesquisa e, por fim, a fundamentação do trabalho científico
deve ser calcada em teorias atualizadas, relevantes e dotadas de respaldo social.
Com isso será evitado o que a autora apresenta adiante quando informa que
[...] em instituições universitárias, se encontram pesquisas que chama “do
nível mínimo“, ou seja, que preenchem somente as três primeiras
condições. Os critérios enunciados envolvem vários problemas, mas criam
uma perspectiva que tira a banalização do emprego da palavra pesquisa.
(GATTI, 2006, p. 26-27).
Diante do exposto, é possível perceber que o fazer pesquisa envolve uma
costura de informações para constituir um tecido coeso e com uma arrumação
lógica, rigorosa e consistente.
A autora defende a necessidade de integração entre abordagens qualitativas e
quantitativas no sentido de alcançar resultados melhores na pesquisa em educação
e também ter condição de fazer uso adequado de ferramental tanto qualitativo
quanto quantitativo. Quanto ao uso de uma ou outra abordagem, é importante frisar
que o trabalho de interpretação requer esforço e esmero do pesquisador no intuito
de desenvolver reflexão que venha a dar sentido ao experimento para, a partir daí,
talhar a teoria. É necessário lembrar que tanto a abordagem qualitativa como a
quantitativa descortinam o que antes era obscuro por meio da racionalidade. A
Educação vem trilhando caminhos em que a interação entre pessoas, conceitos e
ambiências tem uma força destacada e, assim, culturas diversas e eventos
trabalham em conjunto com pessoas com o objetivo de firmar valores novos e
melhores à Ciência da Educação. A autora enfatiza a necessidade de estudos mais
fundamentados para se poder firmar a Educação em sua abrangência e
profundidade devidas (GATTI, 2006). Assim, não apenas citar os autores, como
costumeiramente já se faz, mas tê-los em visão crítica para que se possam fazer
debates ricos e vinculados ao crescimento da Ciência da Educação.
26
Em se tratando de pesquisa em ciências sociais, vale citar Santos (2006), no
seu livro “Um discurso sobre as ciências” em que afirma, de forma genérica pelos
capítulos que o compõe, que a trajetória do conhecimento científico nos últimos
séculos conta com a contribuição de pensadores precursores como Galileu Galilei e
Nicolau Copérnico e informa, ainda, que estes geraram sistemas lógicos de
interpretação da realidade que acabaram influenciando a produção científica que os
sucedeu e, ainda, influencia a ciência dos nossos dias.
No que diz respeito ao método, Edgar Morin (2003) defende que este é algo
dinâmico, vivo, é uma estrutura em constante metamorfose, avanço, reinvenção.
Morin afirma que toda descoberta real determina um método novo. Assevera que o
método deve ser dotado de uma estrutura plástica que ganha o contorno necessário
ao trabalho científico singular. O método só poderá nascer durante a pesquisa.
Dessa maneira, o método emergirá durante o processo, em meio à experiência.
Torna-se, dessa forma, ilógico ter consigo uma metodologia antecedendo a idéia
norteadora de um projeto de pesquisa.
No entendimento de Immanuel Kant (1995, p. 42), a essência é inatingível e
que se vive de aparências. A ciência vem a ser a aparência que pelo rigor do
método adequado, mais se aproximaria dessa dita essência. É lógico que a teoria
ganha vida quando sofre a intervenção do sujeito e é esta mesma intervenção que
concede ao método a devida relevância. Assim, teoria e método se completam. O
método há de considerar o erro o qual os autores identificam como sendo a
precariedade do pensar ou a falta de fundamento do conhecer. No uso do método o
erro desenvolve importante papel e enfatizam que o maior erro seria subestimar o
problema do erro (MORIN, 2003). Em sendo o método algo que ajuda-nos a
conhecer e é também conhecimento (MORIN, 2003) entende-se que este é
composto de duas faces que se entrecruzam e são solidárias. Sabe-se, também,
que a experiência tem relação íntima com o método e ambos se entrecruzam com a
intenção de melhoramento constante. A explicação em torno do método é
apresentada de forma profunda e abrangente desse mecanismo tão relevante ao se
construir ciência.
Os pressupostos teórico-metodológico apresentados por esses autores
ajudaram a construir essa pesquisa.
27
1.3.1 Metodologia Aplicada
Para a consecução deste trabalho dissertativo, buscou-se abordagem
qualitativa no sentido de alcançar o objeto de estudo em suas necessidades e,
pesquisa explicativa no que tange aos objetivos. Uma vez que se trata de estudo do
curso que já gerou, ao longo do tempo, documentos diversos. Adotou-se o
procedimento técnico da consulta bibliográfica. Graduandos, graduados, docentes e
funcionário foram consultados para que opinem acerca das mudanças inseridas no
último currículo do curso. Nesse trabalho de comparação, faz-se uso de entrevista
semi-estruturada, questionário e também o registro de memória. Com essa estrutura
de ordem metodológica criou-se o desejo de aclarar a visão acerca da realidade
acadêmico-contábil nessa instituição.
A abordagem qualitativa se justifica por conta da ênfase maior que esta exerce
sobre a abordagem quantitativa que também está presente neste trabalho. Pedro
Demo, em seu livro intitulado “Avaliação Qualitativa” informa que o qualitativo
precisa do quantitativo para se posicionar no âmbito científico e a recíproca também
é verdadeira:
Toda avaliação qualitativa supõe no avaliador qualidade metodológica. Isto
significa de partida que não faz sentido desprezar o lado da quantidade,
desde que bem feito. Só tem a ganhar a avaliação qualitativa que souber se
cercar inteligentemente de base empírica, mesmo porque qualidade não é a
contradição lógica da quantidade, mas a face contrária da mesma moeda.
Qualidade e quantidade são, pois, pólos contrários – como quer a dialética –
não extremos contraditórios, que apenas se excluem (DEMO, 2005, p. 35).
Assim, qualidade e quantidade se complementam e constroem juntas o
trabalho de pesquisa científica. Ao contrário do que muitos pensam não se excluem,
mas antes se complementam. Trata-se de pesquisa de cunho explicativo no que
tange aos objetivos elencados. Dessa forma, a intenção maior é justamente explicar,
aclarar o entendimento dos interessados no curso de Contabilidade acerca dos seus
últimos currículos e o caminho percorrido para se chegar ao objetivo estabelecido.
Esses interessados podem ser os docentes, os discentes atuais, os egressos ou
28
qualquer membro da comunidade contábil do Sudoeste da Bahia, atendidos por
essa instituição.
Quanto aos procedimentos técnicos de pesquisa, escolheu-se a consulta
bibliográfica, o registro de memória, o questionário e a entrevista semi-estruturada. A
consulta bibliográfica fez-se necessária por conta dos documentos que serão
estudados, a saber: as matrizes curriculares de 1999 e de 2007, as resoluções que
norteiam a graduação em Ciências Contábeis, o manual de Estágio Supervisionado,
os regimentos de Atividades Complementares e de Trabalho de Conclusão de
Curso, entre outros mais. O registro de memória foi utilizado na transcrição das
entrevistas com os professores da Área Departamental de Ciências Contábeis e dos
graduandos. Os cinco professores entrevistados fazem parte de um grupo de treze
membros. A formação inicial desses professores é o bacharelado em Contabilidade.
Todos cursaram especialização latu sensu. Dentre estes professores, três são
mestres pela Fundação Visconde de Cairu na área das Ciências Contábeis e os
outros dois são mestrandos em universidades de renome no Brasil, a saber: a
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC) e a Universidade Federal da
Bahia (UFBA). Com os graduandos também foram aplicadas entrevistas semi-
estruturadas. Aos egressos foi aplicado questionário contendo questões de
relevância para o objeto de estudo escolhido.
Em entrevistas semi-estruturadas aplicadas na primeira quinzena de outubro
de 2008, os docentes da Área Departamental de Ciências Contábeis do DCSA
manifestaram seus pontos de vista a respeito dos dois últimos currículos do curso.
Fez-se uso de nomes fictícios, neste trabalho, para os cinco docentes entrevistados,
pois assim eles tiveram condições de ficar mais à vontade para expressarem os
seus pontos de vista. Foram escolhidos cinco professores que estiveram atuantes
durante o processo de reestruturação curricular. Estes docentes têm em comum o
comprometimento com a instituição. Prova disso é que todas as questões
elaboradas receberam resposta coerente, pois já faziam parte das reflexões destes
docentes em sua prática de ensino e vivência acadêmica. Assim, justifica-se a
escolha destes cinco professores, a saber: Almeida, Gimenez, Marconi, Miranda e
Pereira
6
(pseudônimos). No corpo do texto aconteceram 23 (vinte e três) citações
6
Estes nomes fictícios estão sublinhados no decorrer do texto. Para a devida distinção entre os
autores do referencial teórico e estes da coleta de dados usou-se de fonte 12, em itálico encostadas
29
usando as respostas do professor Pereira. Aconteceu o mesmo número de citações
com o professor Almeida. Foram 21 (vinte e uma) as citações envolvendo os pontos
de vista do professor Marconi, 20 (vinte) para o professor Miranda e 15 para o
professor Gimenez.
As falas dos professores entrevistados foram intercaladas com o referencial
teórico. Trata-se de atitude desafiadora para a construção do presente texto.
Quando os entrevistados tratavam de assunto semelhante ao pesquisado junto aos
autores referenciados se fazia a devida menção. Dessa forma, cruzaram-se as
questões teóricas pesquisadas com as informações que emergiram das entrevistas
junto aos docentes.
Vale mencionar o comentário do professor Marconi acerca da constância em
tratar de questões de ordem pedagógica no curso de Ciências Contábeis. Suas
palavras são as seguintes quando perguntado se conhecia estudos amplos em
currículo aplicados à Contabilidade:
Amplos não. Na verdade, os primeiros contatos que tive com currículo foram,
justamente, quando iniciamos os trabalhos de reformulação curricular da estrutura
de 1999. Participamos de eventos que o Conselho Federal de Contabilidade
ofereceu para professores de Contabilidade. A partir daí, com muita dificuldade, é
que passamos a compreender um pouquinho de currículo (Professor Marconi
).
Sendo assim, é possível perceber que aspectos de ordem pedagógica não são
tratados com a constância que deveria e esse argumento fortalece a necessidade
deste presente estudo do curso.
Foram tabulados os questionários em que dez discentes egressos do curso
manifestaram as suas posições ideológicas em relação ao currículo de 1999.
Desejou-se que o número de egressos consultados fosse maior, mas este grupo de
pessoas constitui o que mais se tem dificuldades para se contactar. Foi utilizado o
recurso do correio eletrônico para o envio dos questionários. Foram enviados
na margem esquerda, com espaço entre linhas, mas sem recuo, para diferenciar das citações de
autores (prof. Nívea)
30
cinqüenta questionários e retornaram apenas dez, perfazendo um percentual de
20% (vinte por cento) do total enviado.
Entre os graduandos foram entrevistados nove discentes que estão cursando,
ainda, o currículo de 1999 e quarenta e quatro graduandos que estão cursando a
estrutura curricular de 2007. A coleta de dados aconteceu no dia 14 de outubro de
2008. Foi aplicado o roteiro com perguntas na turma do então IX semestre do curso
que estuda o currículo de 1999 e na turma do IV semestre que cursa o currículo de
2007. O quantitativo de alunos consultados perfaz um percentual de 22% (vinte e
dois por cento) do número total de discentes do curso.
No que se trata dos docentes entrevistados, o professor Pereira é o que mais
destoa em relação aos demais no assunto escola contábil. Este professor defende a
Escola pragmática, Anglo-saxônica e os demais defendem escola mais científica
vinculada aos parâmetros das escolas européias de Contabilidade, em especial a
Italiana. Todos esses professores mantiveram, nos últimos anos, ação marcante no
processo de reformulação curricular, trata-se de pessoas realmente comprometidas
com a instituição em que lecionam e estes docentes trazem consigo projeto pessoal
de transformação em professores-contadores (LAFIN, 2005). Dado a estas
qualidades é que foram escolhidos para a aplicação da entrevista. Os professores
Almeida, Miranda, Marconi e Gimenez trazem consigo pontos de vista semelhante
em muitos dos assuntos trabalhados na entrevista. O professor Miranda
se mostrou
a vontade com o temário pedagógico apresentado. O professor Almeida
tem
desenvoltura no que tange à estrutura administrativa da instituição e como se
processa o trâmite burocrático nesta. O professor Marconi deu contribuição
importante para que possamos entender os regulamentos em torno das Atividades
Complementares e Estágio Supervisionado. E, por fim, o professor Gimenez, que
concedeu uma entrevista em que é possível verificar a profundidade das suas
reflexões em torno do curso que, ao longo dos anos, tem se dedicado com esmero à
formação de bacharéis em Contabilidade. O funcionário técnico-administrativo
entrevistado tem consigo larga experiência no trato com as rotinas do colegiado, é
fato evidenciado através da entrevista concedida. Os graduandos e graduados
também trouxeram suas contribuições de relevância.
Quanto aos graduandos, o que se pôde perceber é que se trata de pessoas
que se tem fácil acesso para coletar dados, por estarem em sala de aula. O
31
problema é que estes, por ainda estarem cursando os currículos de 1999 e 2007,
não dispõem de uma visão panorâmica, de totalidade acerca destes planos de
estudo. Outro problema é que os que cursam a estrutura curricular de 1999
desconhecem o currículo de 2007 e os que cursam o currículo de 2007
desconhecem o currículo de 1999. Isso se deve ao tímido envolvimento dos
discentes do curso de Contabilidade com o quotidiano acadêmico. Recentemente,
tem se procurando envolver os alunos do curso delegando responsabilidades aos
representantes discentes em cada turma. Os discentes ainda em curso, apesar de
não terem estudos aprofundados em ambos os currículos, defendem que a estrutura
curricular de 2007 está mais coadunada com a realidade acadêmico-contábil
profissional da região. E que a disciplina de Contabilidade Avançada contribui para
isso, pois é através dela que se inserem novas temáticas necessárias à atualização
dos conhecimentos dessa ciência. Exemplo disso é que a Lei que rege as
Sociedades por Ações no Brasil que mudou recentemente. Antes essas ações eram
regulamentadas pela Lei 6.404 de 12 de dezembro de 1976. Agora está em vigor a
Lei 11.638 de 6 de setembro de 2007. Essa questão já integra o rol de assuntos na
ementa dessa disciplina.
Também foram buscados os egressos do curso para opinarem acerca do
currículo cursado. Eis ai o grupo de pessoas mais difícil de se contactar. Muitos
estão morando em outras cidades, outros muito atarefados e sem tempo para
marcarem horário e local para uma coleta de dados mais esmerada. Enfim, muitas
foram as dificuldades, mas conseguiu-se um bom número de egressos que
concederam dados bem homogêneos e, assim, dispensou-se a busca por um
número maior de ex-alunos.
Como defende Edgar Morin (2003) todo metodologia adotada tende a querer
abandonar o trabalho e no final do processo o método adotado está arruinado. Será
necessário trilhar por outros caminhos metodológicos para se chegar à meta
estabelecida. Os procedimentos adotados e os instrumentos de coleta de dados
foram importantes para a caminhada executada neste trabalho de pesquisa. Como
se trata de trabalho experimental (BOAVENTURA, 2007) a construção dessa
dissertação muito agregou em conhecimento e experiência junto á pesquisa
científica.
32
2 CURRÍCULO: CONCEITOS E HISTÓRIA
Currículo é um terreno de debates. O questionamento é constante nesse
campo de estudos de ordem pedagógica em que os temários da educação formal de
concretizam. Para corroborar essas afirmações, Couto (1968, p. 1) apresenta
currículo da seguinte forma:
Conceituamos currículo como a totalidade das experiências da criança na
escola, dirigidas para os fins da educação. É o inteiro programa de vida de
cada aluno. E, segundo sua significação literal, currículo é, de fato,
“caminhada”, “corrida”, “jornada” e traz a idéia de continuidade e seqüência.
Nessa caminhada, nessa corrida, nessa jornada nos envolvemos e crescemos
no campo da instrução, da emoção, da convivência. Adiante, a autora faz a conexão
entre o currículo e a cultura dos povos:
O currículo reflete a cultura de um povo. Seu modo de pensar, de sentir e de
agir. E a cultura não é estática. Na atualidade, esse dinamismo se torna
mais intenso, ainda, tais as mudanças bruscas que se operam na vida das
famílias e das comunidades, decorrentes da facilidade de mobilização
social, dos novos inventos que interferem nos estilos tradicionais de vida, da
variedade de novas estruturas sociais, dos modernos processos de
comunicação entre pessoas e grupos profissionais, de recreação, familiares
e habitacionais (Couto, 1968, p. 22).
A autora associa o currículo com a necessidade de vivência familiar e social, o
que confirma a fala do professor Almeida que se expressa com palavras
semelhantes em sua entrevista. Literalmente o professor se posiciona da seguinte
forma:
Existem duas vertentes: a primeira diz respeito àquele conjunto de disciplinas que
são formuladas de forma a fazer com que o aluno apreenda determinado
conhecimento que acaba sendo dissolvido por esse conjunto de disciplinas; mas é
necessário frisar que currículo não é simplesmente o que a instituição de ensino
33
propõe e o conceito de currículo é muito mais amplo e mais abrangente. Envolve
aspectos ligados à prática do trabalho, a experiência de vida desse aluno. Não
podemos pensar que o profissional da contabilidade seja um profissional apenas
técnico, pois ele também é uma pessoa, um ser humano e vai se relacionar com
pessoas e precisa estar preparado pra esse tipo de situação.
O professor Almeida enfatiza a interação social como fator de grande
relevância na vivência do profissional da Contabilidade. Isso amplia o conceito de
currículo.
A evolução que a sociedade vivencia promove mudanças na estrutura dos
currículos vigentes nas instituições de ensino. Assim, percebe-se que os conceitos
de currículo tendem a se modificarem para alcançar as mudanças que a família e a
sociedade vivenciam. O tempo e o espaço também são fatores que interferem no
currículo uma vez que ele é o resultado da cultura de cada povo e esta cultura está
associada a aspectos de ordem geográfico-históricos de cada sociedade.
Segundo Costa (2005), em seu artigo intitulado “Currículo e política cultural”, o
currículo é conceituado da seguinte forma:
O currículo e seus componentes se constituem um conjunto articulado e
normatizado de saberes, regidos por uma determinada ordem, estabelecida
em uma arena em que estão em luta visões de mundo e onde se produzem,
elegem e transmitem representações, narrativas, significados sobre as
coisas e seres do mundo (COSTA, 2005, 50).
O homem também desempenha nesse conceito de currículo papel importante
quando realiza o trabalho de codificação, ordenação e articulação de saberes para
estabelecer no tempo e no espaço a visão de mundo que no entendimento das
pessoas envolvidas deve ser eleita, escolhida tal visão como preponderante. As
coisas e os seres do mundo se mostrarão ante um ângulo específico, previamente
planejado, articulado. Mais adiante a autora continua e afirma que
O currículo escolar é um lugar de circulação das narrativas, mas, sobretudo
é um lugar privilegiado dos processos de subjetivação, da socialização
dirigida, controlada. É em grande parte à escola que tem sido atribuída a
34
competência para concretizar um projeto de indivíduo para um projeto de
sociedade. Mesmo as narrativas que se intitulam “emancipatórias” anunciam
a centralidade da escola na tarefa de produzir subjetividades adequadas ao
que tais projetos consideram desejável, o que evidencia uma forma muito
peculiar de emancipação. Seria mais ou menos o mesmo que falar em
“emancipação dirigida” [...]. (COSTA, 2005, p. 51).
As narrativas, como afirma a autora, circulam em meio ao currículo que ela
descreve como sendo um lugar privilegiado. Nesse lugar privilegiado, que muitos
teóricos dizem ser a escola, acontece a alquimia da transformação do indivíduo que
atuará na sociedade transformando-a também (LUCKESI, 1994).
Em sendo a Contabilidade uma ciência Social Aplicada os conceitos que
trabalham a interação entre a sociedade e o currículo tendem a ser mais bem
aceitos. Esse caráter social está muito concentrado na idéia de patrimônio que é
constituído de bens, direitos e obrigações. Estes dois últimos elementos se ordenam
da seguinte forma: só tem direitos quem tem em quem confiar e somente tem
obrigações quem é depositário da confiança de terceiros. Isso acaba gerando uma
rede social patrimonial que caracteriza a Contabilidade como uma ciência social
aplicada de fato.
Ainda no trabalho de conceituação, vale lembrar que em se tratando de
currículo e sociedades, vale apresentar que nos Estados Unidos, a origem dos
estudos em currículo, segundo Moreira (2002, p. 9), aconteceu da seguinte forma:
Mesmo antes de se constituir em objeto de estudo de uma especialização
do conhecimento pedagógico, o currículo sempre foi alvo da atenção de
todos os que buscavam entender e organizar o processo educativo escolar.
No entanto, foi somente no final do século XIX e no início deste
7
, nos
Estados Unidos, que um significativo número de educadores começou a
tratar mais sistematicamente de problemas e questões curriculares, dando
início a uma série de estudos e iniciativas que, em curto espaço de tempo,
configuraram o surgimento de um novo campo.
Assim, percebe-se que o estudo aprofundado sobre currículo é recente e que
nos Estados Unidos é que se tem dado maior ênfase a essa temática nas últimas
quatro décadas do século XX. No entanto, o currículo como temática pedagógica se
tornou central em quase todos os países do mundo ocidental.
7
O autor se refere ao século XX.
35
Voltando ao trabalho de conceituação de currículo apresenta-se o pensamento
de Candau (1997), informando que existe uma questão controversa em torno da
conceituação de currículo em relação à didática. Estes campos do conhecimento são
espécies que tem como gênero a Pedagogia. Currículo e didática se entrecruzam no
dia-a-dia da educação. Os curriculistas, ou seja, os estudiosos de currículo
defendem que didática constitui elemento interno do currículo, em outras palavras,
currículo abarcaria didática em seu corpo teórico. Já os estudiosos da didática
defendem o contrário, ou seja, que currículo é interno à didática. A didática se
apresenta como a maneira mais adequada de trabalhar esses assuntos, de forma a
promover a apreensão do conhecimento. Diante do exposto, é possível perceber
que há uma interação significativa entre currículo e didática. Se os estudiosos de
uma ou de outra subárea pedagógica tem razão, não vem ao caso saber, o
importante a frisar é que ambas as áreas do conhecimento pedagógico concorrem
para a construção das Ciências da Educação. Assim, um conceito de currículo
aceitável deverá manter fronteiras definidas com o conceito de didática ao mesmo
tempo em que aconteça a devida interação com essa área de conhecimento
pedagógico.
Concentra-se no currículo o chamamento ao estudo das prioridades de
instrução frente à infinidade de elementos constituintes do conhecimento, em sua
totalidade. Trata-se de trabalho árduo que tem como finalidade situar no tempo e no
espaço um esquema sistemático de temáticas propostas a um grupo de pessoas
que tem anseios de ordem econômica, pedagógica, política e cultural que são as
instâncias de relevância que Benno Sander (1984, p. 93) informa que influenciam a
educação no seu campo de gestão educacional. É necessário não se esquecer que
toda uma rede de ordem administrativa será criada e exigirá manutenção adequada
para que esse currículo atinja os seus fins. Pessoas e elementos de natureza
material estarão envolvidos no trabalho de execução do currículo. Um curso superior
pode funcionar adequadamente a depender da estrutura curricular que adote, dos
procedimentos didáticos escolhidos e da constante avaliação trabalhada como
“promotora do saber” (LUCKESI, 1994). Vai também depender do bom senso de
seus construtores no que diz respeito à capacidade de articular saberes e aportá-los
numa estrutura inteligente e funcional. Não existe currículo perfeito, existe sim,
36
currículo primoroso, esmerado, eficaz e eficiente na tarefa a que se propõe. Para
isso necessitará de cuidados no campo da gestão da educação.
Berticelli (2005, p. 163) numa perspectiva filosófica, informa que [...] Em Platão
e Aristóteles, currículo era o termo que utilizavam quando queriam referir-se aos
temas ensinados. Com o passar do tempo, o conceito de currículo acabou tomando
abrangência que extrapola o conteúdo programático apenas. Para esse autor, o
conceito de currículo acaba assumindo um caráter discursivo que é o resultado das
intenções das pessoas a ele vinculadas. Expressa-se da seguinte forma:
Partindo do pressuposto de que currículo é construção, subentende-se que
as várias formas que assume obedecem a discursividades diferentes, em
que habitam filosofias resultantes das intencionalidades que o produzem,
nos diversos tempos e nos mais diferentes lugares. Tempo e lugar ou, se se
quiser, tempo e espaço diferentes produzem discursividades diferentes e,
portanto, modos diferentes de entender e de produzir curricula (os
currículos) (BERTICELLI, 2005, p. 160).
Em Berticelli é possível observar uma conceituação que expressa todo o
caráter político que o currículo pode trazer consigo. Essas intencionalidades são
produzidas pelos agentes, pelos indivíduos que estão envolvidos na aplicação e
reestruturação periódica desses currículos. Continuando, o autor complementa:
Currículo é lugar de representação simbólica, transgressão, jogo de poder
multicultural, lugar de escolhas, inclusões e exclusões, produto de uma
lógica explícita muitas vezes e, outras, resultado de uma “lógica
clandestina”, que nem sempre é a expressão da vontade de um sujeito, mas
imposição do próprio ato discursivo. (BERTICELLI, 2005, p. 160).
Com base na citação acima é possível perceber a complexidade da temática
currículo. Uma vez que esta temática é produto de discursos diversos. A
intencionalidade se apresenta como um dos fundamentos importantes da construção
de um currículo. Dessa forma, a subjetividade ganha força na conceituação desse
autor que continua e informa que
O termo “currículo” deriva do verbo latino currere (correr). Há os
substantivos cursos (carreira, corrida) curriculun que, por ser neutro, tem o
plural curricula. significa “carreira”, em forma figurada. Daí derivam
expressões como cursos forensis: carreira do foro, cursus honorum: carreira
das honras, das dignidades funcionais públicas, sucessiva e
37
progressivamente ocupadas (Enciclopédia Mirador Internacional). O termo
cursus passa a ser utilizado, como variedade semântica a partir dos séculos
XIV e XV, nas línguas como o português, o francês, o inglês e outras, como
linguagem universitária. A palavra curriculum é de uso mais tardio, nessas
línguas. Em 1682 já se utilizava em inglês, a palavra curricle, com o sentido
de “cursinho”. Nesta mesma língua, se utiliza, a partir de 1824, a palavra
curriculun com o sentido de um curso de aperfeiçoamento ou estudos
universitários, traduzido, também, pela palavra course. Somente no século
XX a palavra curriculum migra da Inglaterra para os Estados Unidos sendo
empregada no sentido de curriculun vitae. O aperfeiçoamento da palavra,
no Brasil, se dá por volta de 1940. (BERTICELLI, 2005, p. 160).
Mais adiante, o autor informa que a Enciclopédia Mirador tem consigo um
conceito de currículo que é o seguinte:
Currículo, do ponto de vista pedagógico, é um conjunto estruturado de
disciplinas e atividades, organizado com o objetivo de possibilitar seja
alcançada certa meta, proposta e fixada em função de um planejamento
educativo. Em perspectiva mais reduzida, indica a adequada estruturação
dos conhecimentos que integram determinado domínio do saber, de modo a
facilitar seu aprendizado em tempo certo e nível eficaz (BERTICELLI, 2005,
p. 162).
De Platão e Aristóteles para os nossos tempos o conceito de currículo evoluiu e
a Enciclopédia Mirador apresenta uma conceituação aceitável para o complexo
termo currículo. Trata-se de conceito enxuto que tem consigo aspectos importantes
do currículo que se destacam como “disciplinas”, “atividades”, “meta a ser
alcançada”, “adequada estruturação”, “tempo certo” e “nível eficaz”. Nos dias atuais,
currículo se apresenta como um termo que expressa o conjunto de temáticas a
serem trabalhadas por determinado tempo, em localidade definida, para pessoas
que necessitam tratar desses assuntos. Todos esses termos integrados faz surgir
conceito que a teoria do currículo aceita sem grandes restrições. Berticelli (2005, p.
164-165) defende também que
[...] O currículo é, antes, “[...] um terreno de produção e de política cultural,
no qual os materiais existentes funcionam como matéria-prima de criação,
recriação e, sobretudo, de contestação e transgressão”. “Recriação” e
“transgressão” são os termos que põem de manifesto a dinâmica curricular.
Rompe-se assim, o sentido monolítico em que tantas vezes se enredam
professores, diretores e supervisores, na prática escolar. Uma concepção
dinâmica de currículo só pode ser construída quando se pensam,
conjuntamente, currículo e sociedade.
38
Dessa forma, retorna-se a questão que envolve currículo e cultura. Estando a
sociedade como um dos elementos, senão o elemento delineador do currículo a
cultura dessa sociedade haverá de ser confirmada através desse plano curricular. E
Berticelli (2005, p. 165), ainda acrescenta:
Currículo se caracteriza como programa de formação, global, com coerência
didática e distribuições no tempo, de forma seqüencial, com situações e
atividades ordenadas (BERTICELLI, 2005, p. 162).
Nas palavras do autor se nota a presença de um encadeamento lógico no
currículo quando ele usa o termo “atividades ordenadas”. Eis ai um conceito enxuto
de currículo.
Em sentido ainda mais lato, podem-se entender como currículo os
conteúdos não expressos, mas latentes da socialização escolar, “[...] o
conjunto de competências ou de disposições que se adquire na escola por
experiência, impregnação, familiarização ou inculcação difusas, ou seja,
tudo aquilo que os autores anglófonos designam, às vezes, pelo termo
“currículo oculto”, em contraste com aquilo que se adquire através de
procedimentos pedagógicos explícitos ou intencionais” [...] (BERTICELLI,
2005, p. 162).
Com essa citação rica em elementos de importância para a conceituação do
que é um currículo é possível reflexão mais acurada. Quando o autor apresenta que,
em sentido mais amplo, currículo se reporta a saberes, conteúdos, competências,
símbolos e valores, fica clara a complexidade da temática.
Para desenvolver este capítulo inseriram-se, inicialmente, informações
advindas da coleta de dados junto aos docentes entrevistados acerca da sua
concepção de currículo para, logo após, desenvolver a devida teorização do que
constitui currículo nas referências consultadas. Os professores opinaram acerca das
estruturas curriculares sendo que o professor Marconi evidenciou o fato de estar se
sentindo em meio a um desabafo. Esse professor comentou que “têm sido poucas
as oportunidades para se pensar, refletir e dialogar acerca do currículo e de outras
questões de relevância do Curso de Ciências Contábeis”. É necessário informar que
esse professor tem razão. Os membros do colegiado do curso e da área
departamental não têm como hábito a reflexão conjunta acerca desses temas.
39
Quando esses professores entrevistados são perguntados se concordam que
currículo seja a escolha de assuntos a serem tratados em dado tempo e espaço para
determinadas pessoas os docentes opinaram que aceitam em parte essa concepção
“singela” de currículo. Ainda tratando da conceituação do currículo o professor
Gimenez aproveitou para chamar atenção para a interdisciplinaridade
8
como sendo
um ponto importante nos currículos e que tem a função de conectar pessoas e
assuntos no tempo e no espaço. Esse professor defende que a conceituação do
currículo necessita da interdisciplinaridade para se concretizar. Entende-se por
interdisciplinaridade a correlação entre disciplinas constantes num currículo. O
dicionário Aurélio tem a partícula inter como “posição intermediária”, “reciprocidade”:
intercostal; interação (FERREIRA, 1999). Do ponto de vista pedagógico, Ângela
Franco (1997, p. 45) entende a interdisciplinaridade como uma forma de permitir ao
aluno visão global da realidade. Mais adiante em seu livro, a autora informa que
Interdisciplinaridade – modo de pesquisar a realidade em todas as suas
relações e interconexões, através de um método de investigação conjunta,
onde o conhecimento nasça integradamente – não seja apenas justaposto
mecanicamente, depois de gerado fragmentariamente (FRANCO, 1997, p.
46).
Ainda no trabalho de conceituação do currículo chama-se atenção para a
interdisciplinaridade, apontada pelo professor acima citado. Informa que este
elemento do campo da educação tem o papel, de conectar os saberes anteriormente
fragmentados para facilitar a apreensão do conhecimento. Do ponto de vista desse
professor trata-se “de questão fundamental num curso de Ciências Contábeis
(Marconi).
Já o professor Almeida defende que em um primeiro momento esta dita
singela concepção de currículo” seja aceitável, mas não se podem desmerecer
outros fatores que contribuem na execução de um currículo que são a família e a
sociedade.
O professor Marconi entende que a questão que trata de currículo como
estrutura que conecta pessoas e assuntos em dado espaço e tempo acaba por
8
Interdisciplinaridade acaba sendo interferência que uma área do conhecimento exerce sobre outra.
Acontece também esse processo entre as disciplinas de um mesmo curso.
40
limitar o que de fato seja um currículo quando se leva em consideração as
formações específicas necessárias a cada graduando. Tem-se por currículo o
conjunto de procedimentos pedagógicos que torna possível aprendizado
seqüenciado, lógico, edificante. Nessa perspectiva, o currículo precisa estar
integrado à cultura vigente e os estudiosos do currículo devem estar atentos quanto
à adequação deste à realidade de vida das pessoas que vão vivenciá-lo, afinal de
contas, educação realiza a cultura dos povos, das comunidades (MOREIRA, 1997,
p. 36).
Ainda no trabalho de conceituação do currículo não é possível excluir estudos
em torno do currículo oculto
9
. A respeito desse assunto, os docentes teceram seus
comentários. O professor Almeida entende que “currículo não é simplesmente o que
a instituição de ensino propõe e que o conceito de currículo é muito mais amplo e
abrangente”. Dessa forma, esse professor informa que o currículo abarca a prática
profissional e também a experiência de vida na família e na sociedade. Sendo o
profissional da contabilidade um ser social, o currículo haverá de integrar a vida
acadêmica aos outros ambientes em que esse profissional venha a ser chamado a
atuar.
O professor Miranda em se tratando da concepção abrangente de currículo
informa que existe um currículo que não está presente nas letras do projeto
pedagógico, concordando com Forquin em citação de Berticelli (2005, p. 165), mas
que extrapola essas letras explícitas. Esse aspecto do currículo tem a denominação
de currículo oculto
10
entre os estudiosos dessa área do conhecimento pedagógico.
Moreira (1997, p. 14) conceitua o currículo oculto da seguinte forma:
O conceito de currículo oculto aponta para o fato de que o “aprendizado
incidental” durante um curso pode contribuir mais para a socialização do
estudante do que o conteúdo ensinado nesse curso. Ainda que acentuando
em suas primeiras teorizações, o papel reprodutor da escola e do currículo,
a idéia de currículo oculto vem a ampliar-se e passa a significar não só o
terreno por excelência de controle social, mas também o espaço no qual se
travam lutas ideológicas e políticas.
9
O professor José Mário Aleluia Oliveira, membro da banca examinadora deste trabalho enfatiza que
“muitos dos processos de currículo oculto não são evidentes para os discentes e docentes”.
10
Trata-se de um currículo que não está escrito. Pode-se dizer que são as entrelinhas do currículo.
Essas entrelinhas são ditas pelos docentes e lidas pelos discentes e vice-versa. Também é possível
observar esse espírito crítico e lógico presente nas técnicas, instrumentos e tecnologias empregadas
no quotidiano do curso.
41
O currículo oculto tem a função de extrapolar as singelas linhas do
planejamento pedagógico. Isso permite que o discente recrie a sua construção
educacional e se posicione singularmente na realidade social e também profissional.
Moreira (1997, p. 14) continua:
Em outras palavras, a visão reducionista da escola e do currículo como
instrumentos utilizados para manutenção dos privilégios de classe e grupos
dominantes acaba por ser substituída por uma perspectiva mais complexa,
na qual contradições, conflitos e resistências vêm a desempenhar papel de
relevo.
Essa complexidade que o currículo oculto traz consigo constitui ponto de
tamanha importância para que o discente possa realizar a interiorização dos
conhecimentos que manteve contato durante o curso. Essas ditas contradições,
conflitos e resistências são abordados nas entrelinhas do currículo, ou seja, no
currículo oculto.
2.1 O CURRÍCULO E AS INFLUÊNCIAS ECONÔMICAS NA EDUCAÇÃO
Pensar currículo de forma abrangente requer o entendimento de que o
conhecimento em sua totalidade é por demais grandioso e, isso, faz com que, diante
da limitação de tempo e da necessidade de resultados não muito demorados, seja
organizada uma seqüência de assuntos em ordem de prioridades, em determinada
área do conhecimento.
Cursando a disciplina Administração da Educação, na FACED-UFBA, levantou-
se na classe a seguinte questão: “As pessoas que buscam a escola formal têm, em
princípio, apenas objetivos de ordem econômica”? Essa inquirição gerou um debate
acalorado. Alguns defendiam que não, outros defendiam que sim. Em suma, os
currículos dos cursos de graduação trazem consigo organização de temáticas que
atendem a anseios de ordem econômica, cultural, social, dentre outros objetivos.
42
Para esclarecer essa questão, Benno Sander (1982, p. 93)
11
propõe um quadro
sugestivo em que o aspecto econômico figura entre o cultural, o psicológico e o
pedagógico para a construção do que chamam Ciências da Educação.
Em ver o panorama que o mundo do conhecimento nos descortina Moreira
nos concede reflexões que nos ajuda a localizar valores, na atualidade conturbada
em que vivemos:
Final de Século – muitas as perplexidades, as incertezas, os desafios.
Novas tecnologias revolucionam a comunicação, difundem a informação,
modificam o processo de trabalho. O mundo se torna uma província global,
uma fábrica global, um shopping center global (IANNI, 1995). Nesse mesmo
mundo, agravam-se as desigualdades sociais, persistem a pobreza e a
miséria, aumenta o desemprego, degrada-se o meio ambiente, acentuam-se
os problemas demográficos, reacendem-se preconceitos. Muitos são os
que, diante de tais contrastes, abrigam-se na apatia, no individualismo, no
conformismo, no consumismo. Muitos são, também, os que não cruzam os
braços e em diferentes momentos e movimentos, lutando contra a exclusão,
renovam a esperança e teimam em inventar novas saídas. (MOREIRA,
2005, p. 11-12).
É importante, registrar o conceito de mercado de trabalho que é um dos
fatores que influencia economicamente as rotinas do curso de Ciências Contábeis
nessa instituição. O professor Soares (2008, p. 23) conceitua mercado de trabalho
no mundo capitalista como um:
[...] espaço em que o comprador da força de trabalho encontra a mercadoria
fundamental para o modo de produção capitalista. Só que encontra a classe
ofertante da força de trabalho em condições de desvantagem, uma vez que
esta, embora “livre”, encontra-se obrigada a vender a sua força de trabalho
se quiser sobreviver. O modo de produção capitalista também é responsável
pela produção de um excedente de trabalhadores, os quais vão pressionar,
para baixo, os salários, aumentando a extração de mais-valia, o lucro do
capitalista.
Poderíamos inferir desse conceito a estreita relação entre o mundo do trabalho
e a realidade de um curso. Um aspecto importante a ser ressaltado é a vida do aluno
trabalhador. Por exemplo, os alunos do curso de Ciências Contábeis, em geral, são
pressionados pelo mercado de trabalho a aumentar cada vez mais a mais-valia das
empresas em que são empregados. Cumprem, geralmente, a carga horária diária de
11
Ver ANEXO H: Quadro de Benno Sander.
43
oitos horas constante na Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT). Chegam na sala
de aula com o resto das energias para uma jornada de quatro horas-aula.
No que tange ao curso de Contabilidade ser um curso noturno e os discentes
terem a necessidade de conviver com uma dupla jornada – trabalho e estudo –
Cleide Lugarini de Andrade e Marília Pontes Sposito (1986, P. 4) esclarecem que
Trazendo, ao entrar na faculdade, todas as dificuldades que envolvem a
difícil articulação da condição de trabalhador e estudante, este aluno, na
maioria das vezes, encontra instituições despreparadas para enfrentar essa
nova situação.
A condição de trabalhador e estudante é desfavorável por um lado e favorável
por outro. Isso se explica por que o discente tem como ponto desfavorável o fato de
não dispor do devido tempo para desenvolver as atividades pertinentes ao ensino.
Por outro lado, ele leva consigo experiência de vida, caso o seu trabalho tenha
relação com o curso superior que esteja cursando. As autoras têm razão, levando-se
em conta a média do rendimento desses discentes, pois esta nem sempre é
favorável.
A relação desse estudante com o ensino formal é bastante conflituosa, pois
se realizou sob a égide de uma escolarização que reproduziu, ao longo dos
anos as desigualdades sociais originadas nas diferentes esferas de
organização de vida coletiva. Desfavorecidos por uma escola que acentuou
as diferenças de classe (ao invés de lutar por relativizá-las), esses alunos
acabam por encontrar um ensino superior que reforça essa estratificação
social, outorgando-lhes apenas um certificado de conclusão de curso que
traduz de modo meramente formal a sua habilitação. Na realidade, esse
aluno do curso noturno, que reúne a condição de trabalhador e estudante,
pouco cresceu intelectualmente e mal adquiriu formação profissional
(ANDRADE; SPOSITO, 1986, p. 4).
Quando afirmam que a escolarização noturna reproduz a estrutura social
vigente as autoras estão informando que, no campo da Filosofia da Educação,
entendem que a teoria reprodutora é que vige no sistema educacional analisado
(SAVIANI, 2007). Assim, continuam o seu registro crítico acerca dos cursos noturnos
e esclarecem que
44
A medida em que se procura enfrentar, com seriedade, a tarefa de formação
deste aluno no ensino superior, alguns problemas cruciais emergem dessa
atividade acadêmica. Em primeiro lugar, surgem as dificuldades relativas ao
conhecimento real do aluno que freqüenta os cursos, sua trajetória, seu
universo existencial, suas expectativas e aspirações. Pouco se conhece
sobre esse aluno e nossos trabalhos tendem a se desenvolver nos moldes
tradicionais. Assim, os impasses que aparecem ao longo do curso podem
ser identificados pela observação de vários sintomas facilmente
perceptíveis: as dificuldades de linguagem oral e escrita, a aversão de
pensamento mais abstrato que possa captar os pressupostos do
conhecimento teórico, o desinteresse pela atividade acadêmica, o ritualismo
na execução da programação, o baixo “rendimento escolar”, etc.
(ANDRADE; SPOSITO, 1986, p. 4).
Esta citação traz consigo informações preciosas para que docentes, discentes,
gestores educacionais possam refletir sobre a situação do discente que busca um
curso noturno por não terem condições de estudar durante o dia. As autoras são
enfáticas quando apresentam os sintomas que se mostram no discente que vivencia
essa situação. O que é mais preocupante é quando a resultante desses problemas
apresentados aponta o baixo rendimento escolar.
Essas informações em torno da questão econômica influenciadora da
educação permeiam todos os níveis de escolarização. Com mais intensidade é
possível perceber essa influência nos cursos do ensino superior. No curso de
Ciências Contábeis a influência é marcante. Dalila Oliveira (2002) desenvolve
estudos nesse campo com riqueza de dados o que ajuda a entender o porquê dessa
influência tão marcante. Os seus estudos são desenvolvidos para o ensino público
em geral e cabe aqui a devida contextualização no ensino superior que constitui o
presente objeto de estudo dessa dissertação.
Para tratar da influência de aspectos econômicos na educação, Oliveira (2002,
126) informa que na década de 1990 foi um período em que reformas significativas
aconteceram na educação brasileira. Logo depois apresenta a idéia em que a
educação teria um caráter de produção vinculada à estrutura dos mercados de
trabalho. Assim, a educação estaria em dependência dos requisitos da economia,
numa perspectiva neoliberal. A esse respeito a autora expressa-se da seguinte
forma:
Para analisar o papel da educação no contexto atual é fundamental
compreendê-la como uma das condições gerais de produção, indispensável,
45
portanto, para a plena realização da produção capitalista no atual estágio de
desenvolvimento (OLIVEIRA, 2002, p.126).
A educação permeia vários setores da atividade humana e é perfeitamente
inteligível que a economia influencie e seja influenciada por ela. É compreensível
que os aspectos de influência de ordem econômica estejam presentes no quotidiano
educacional, o que não é concebível é que seja o único parâmetro uma vez que
existem outras áreas do conhecimento que se fazem presentes junto às ciências da
educação. As reformas, desencadeadas a partir do período supracitado, tem forte
ligação com o processo de modernização do Estado brasileiro, por influências
internas e externas. Dentro desse acontecimento surge a estratégia administrativa
da descentralização e da municipalização. Ambas se vêem em processo de
intensificação e é interessante não confundi-las uma vez que se trata de estratégias
distintas na ambiência da administração da educação.
É citado o fato de que as transformações, no campo da educação no Brasil,
nas últimas três décadas, têm trabalhado aspectos que Oliveira enfatiza que “As
reformas sociais no Estado brasileiro hoje e, em especial, no setor educacional
aliam-se às demandas de maior acesso e ás questões de ineficiência produtiva do
sistema” (OLIVEIRA, 2002, p. 127) e isso repercute na qualidade da educação
oferecida pelo Estado uma vez que ficará refém dos números nas estatísticas
estatais e da educação que prepara o trabalhador para o serviço técnico, desprovido
das reflexões mais profundas no campo da ciência.
A autora informa que o pensamento Weberiano muito influencia na estrutura
burocrática em que a educação brasileira tem se assentado e, por vários motivos
entrou em crise. Necessário foi repensar um conjunto de fatores que influencia a
educação em seus vários níveis de ação. Assim, na década de 1990, pensadores da
educação e burocratas instalados nos cargos políticos e/ou técnicos no Ministério da
Educação começaram tratando de “[...] um contexto de reformas cujo objetivo
principal era a modernização do Estado brasileiro e sua adequação ás exigências da
economia mundial (OLIVEIRA, 2002, 126).” Com esse movimento, objetiva-se atingir
as tendências advindas da crise ideológico-educacional que estava a exercer forte
influência na realidade da educação em todo o mundo.
46
A descentralização não era desconhecida, enquanto dinâmica de trabalho. No
entanto, era necessária uma nova roupagem para que ela pudesse adaptar-se à
realidade burocrática repensada, dada a crise weberiana. A isso se manifesta a
autora:
A descentralização que se apresenta como estratégia administrativa das
reformas dos anos 90 traz como principal eixo a flexibilização e
desregulamentação da gestão pública, com a justificativa de busca de
melhoria no atendimento ao cidadão / contribuinte, reduzindo mediações
(OLIVEIRA, 2002, p.127).
A proposta acima, de descentralização, inicia-se meio que confundida com o
processo de municipalização. Este, enquanto estratégia administrativa justifica-se
em função da proximidade física em que o cidadão tem para com o serviço:
educação. Mas é necessário frisar que descentralização não é sinônimo de
democratização na educação e que esta é o resultado de conquistas que exigem
enfrentamentos complexos com o poder estabelecido e aquela é apenas uma
estratégia administrativa.
As pressões sociais exigem providências e o governo de então inicia um
conjunto de ações:
As reformas sociais no Estado brasileiro hoje e, em especial, no setor
educacional aliam-se às demandas de maior acesso e às questões de
ineficiência produtiva do sistema. Dessa maneira, têm conduzido mudanças
nos aspectos gerenciais das políticas públicas, recomendando a adoção de
critérios de racionalidade administrativa como meio de resolução dos
problemas (OLIVEIRA, 2002, p. 127).
Com isso, os recursos e a infra-estrutura instalada passaram a atender as
prioridades racionalmente definidas. Com isso, os mais carentes passaram a ter
direito a uma fatia maior do bolo. Em séculos de indiferença para com as
necessidades dos mais pobres, a administração estatal, na América Latina, volta-se
para estes com programas sociais diversos. A união entre as esferas de poder, ou
seja, União, Estados e Municípios, é apontada pela autora como elemento
imprescindível a essas conquistas a atingir.
47
Um dos acontecimentos que marca a nova estrutura administrativa que então
surgia desponta com a Constituição de 5 de outubro de 1988, a isso a autora se
manifesta:
Em relação às políticas educacionais, é importante salientar que a
Constituição Federal de 1988, ao incorporar a gestão democrática do ensino
público, não só trouxe como prerrogativa a descentralização do mesmo,
como apontou novas formas de organização e administração da escola e do
sistema. A tentativa de municipalização do ensino fundamental a que se
assiste no Brasil, em alguns estados mais que em outros, a partir de 1997,
com a criação do FUNDEF, reflete bem essa tendência (OLIVEIRA, 2002, p.
129).
O que é possível observar é que têm acontecido ações significativas no âmbito
da educação no Brasil e um dos reflexos disso é o aumento no oferecimento de
vagas. Mas, ainda é pouco. É necessário oferecer qualidade na educação pública.
Ajustes nas leis não vão promover a transformação que se necessita. Existe um
jargão político popular que informa que “quando se quer deixar algo como está, cria-
se uma lei e quando se quer promover transformação devida, insere-se recursos no
orçamento”. Partindo por esse raciocínio, entende-se que há uma necessidade de se
investir mais na educação nesse país, principalmente nas classes iniciais de
aprendizado. No fragmento acima é possível observar que a inserção da gestão
democrática da educação junto à constituição é um passo decisivo na união de
esforços no sentido de fazer a educação pública e de qualidade acontecer neste
país.
A influência da questão econômica na educação é inegável. Esta é uma das
áreas de conhecimento que contribui para o contorno que as ciências da educação
adquirem no conjunto de suas ações. Dessa forma, Dalila Oliveira se posiciona com
as seguintes palavras:
As reformas educacionais, portanto, constituíram-se de orientações
administrativas cujo referencial será a lógica da economia privada. Na
gestão da educação pública, os modelos fundamentados, na flexibilidade
administrativa podem ser percebidos na desregulamentação de serviços e
na descentralização dos recursos, para os quais a escola é fortalecida como
núcleo do sistema. São modelos alicerçados na busca de melhoria da
qualidade na educação, entendida como um objetivo mensurável e
quantificável em termos estatísticos, que poderá ser alcançada a partir de
48
inovações incrementais na organização e na gestão do trabalho na escola
(OLIVEIRA, 2002, p. 130).
Fazendo uso de terminologia específica Oliveira distingue organização da
escola e organização do trabalho na escola e isso faz com que uma instituição
educacional não seja confundida com uma organização empresarial comum. A
Economia na condição de ciência influencia a organização escolar, porém, não a
determina. Existem variados fatores que acorrem para a equação educativa. Cabe
ao gestor escolar identificar essas correntes influentes nessa realidade e tomar
decisões fundamentadas não apenas na economia, mas em outras áreas do
conhecimento que interagem no ambiente escolar.
Enquanto as empresas trabalham com matérias-primas, materiais diretos,
mercadorias, a escola trabalha com o ser humano no que há de mais sublime que é
o conjunto de idealizações que deseja concretizar. Quando a autora coloca no tópico
a expressão “[...] do abandono da técnica à assimilação da política” (OLIVEIRA,
2002, p. 134) é possível perceber a inserção de elementos de humanização no trato
com a organização escolar, ou seja, educacional. Partindo daí, propõe uma nova
terminologia em que se substituem os termos “administração” e “escolar” por
“gestão” e “educacional”. Informa que essa nova terminologia tem em gestão uma
acepção mais ampla que o termo administração pode conceder, o que faz com que a
escola se liberte das orientações empresariais simplesmente e o termo educacional
venha expandir a vivência instrutiva que está para além da escola e que acaba
abarcando a sociedade em sua expressão política e polítizante. A seguinte citação
reflete esse conjunto de mudanças:
Tais manifestações tiveram como eixo as mudanças na gestão e na
organização da educação e a valorização do magistério como profissão.
Nesse contexto é que o termo “gestão democrática da educação” emerge
significando a defesa de mecanismos mais coletivos e participativos de
planejamento e administração escolar. A gestão democrática da educação
passa a representar a luta pelo reconhecimento da escola como espaço de
política e trabalho. Onde diferentes interesses podem se confrontar e, ao
mesmo tempo, dialogar em busca de conquistas maiores. A defesa da
autonomia, entendida como o espaço de explicitação da política, da
possibilidade da própria escola refletir sobre si mesma e adequar-se à
realidade local, como exercício de autodeterminação, vai resultar na busca
de novas formas de gestão escolar. (OLIVEIRA, 2002, p. 141).
49
No parágrafo destacado do texto, é possível perceber que Oliveira defende a
politização da educação. Assim, é possível fazer um paralelo entre o elemento
humano, presente na realidade educacional, e a educação como sendo o curso do
rio a seguir, com suas entrâncias, mais profundo aqui, mais largo ali, com
corredeiras mais violentas acolá... A educação tem no aspecto político a condição de
dar voz a quem quer falar e ouvidos a quem quer ouvir e revezar os papéis para se
chegar a uma síntese dialética.
Em continuidade a esta questão de ordem econômica e suas interferências na
educação Silva (1999, P. 75), no seu artigo intitulado Educação trabalho e currículo
na era do pós-trabalho e da pós-política assevera que
A solução neoliberal consiste em radicalizar os nexos entre a educação e
suas funções puramente econômicas. Num cenário político em que os
interesses das grandes corporações são declaradamente prioritários, a
educação deve, reconhecidamente, estar voltada para esses interesses. A
educação é redefinida como uma mercadoria cuja produção deve atender
às precisas especificações de seu usuário final: a empresa capitalista.
Nessa perspectiva, não se problematizam nem a natureza do trabalho
capitalista, nem a concepção de educação daí derivada. Dada a proclamada
inevitabilidade da organização da produção é, na verdade, essa própria
organização que se torna inquestionável(1999, P. 75).
O neoliberalismo reduz a educação. O que pode contar com as fronteiras do
humano acaba tendo que se contentar com os limites do mercadológico,
simplesmente. Os donos do capital ditam regras que satisfazem a sua fome de gerar
lucros, ou seja, retorno do seu investimento no empreendimento.
Adiante, Silva (1999, p. 76-77) relata que na concepção construída no
fundamento da análise crítica será possível a interação entre as exigências que o
aspecto econômico faz no íntimo da educação, na atualidade. Um currículo há de
surgir desse entrosamento. O autor se expressa da seguinte forma:
Um corolário dessa ênfase na dimensão econômica da educação adotada
pela teorização crítica sobre os nexos entre educação e trabalho é a adoção
de um modelo implícito de conhecimento e currículo exclusivamente
cognitivista, realista e racionalista. Na análise crítica, o trabalho capitalista é
alienado, fragmentado, parcelado. A educação capitalista, de forma
correspondente, espelha essas características, facilitando, assim, a
transição de uma esfera para a outra. A análise crítica contrapõe a essa
situação uma educação que permitiria não apenas a formação de um
50
trabalhador “integral”, “polivalente”, em termos de capacidades e habilidades
técnicas, mas também de um trabalhador que tivesse uma visão abrangente
e crítica sobre a organização capitalista do trabalho e da sociedade. O
modelo de trabalhador da teorização crítica sobre educação e trabalho é um
trabalhador “completo” e lúcido. O modelo correspondente de currículo
consiste num currículo que seja capaz de transmitir o conhecimento e as
informações necessárias para a produção desse tipo de trabalhador
“integral”, crítico, politizado. Nessa perspectiva, a politização torna-se uma
questão simplesmente cognitiva. Não há lugar, aqui para bloqueios,
ambigüidade, indeterminação, contradição. Uma pedagogia crítica do
trabalho, na presente conjuntura, continuar fundamentando o seu programa
pedagógico e curricular numa tal noção de subjetividade baseada numa
filosofia da consciência. Nesse modelo, a pedagogia e o currículo resumem-
se a uma simples questão de transmissão e aquisição do conhecimento
“correto”.
Ante as tamanhas pressões que o sistema capitalista exerce sobre a educação
acaba por tornar difícil estabelecer o modelo ideal de educação e,
conseqüentemente, de currículo. Na proposição de educação que o neoliberalismo
apresenta é possível se ver uma linha de montagem no currículo que podemos
chamar de capitalista. Ante essa situação, inquirições surgem e Silva (1999, p. 80)
as apresenta no seguinte formato:
[...] Agora, na era do novo capitalismo, no qual a retórica neoliberal
proclama que a escola deve ser capitalista, qual deve ser a tarefa de uma
nova sociologia da educação? Correspondentemente, qual pedagogia e
qual currículo – qual conhecimento – deveriam ser construídos em oposição
a isso?
A interrogação que finaliza a citação traz consigo uma semântica densa e
carregada. O capitalismo tem as suas incertezas e estas interrogações geram toda
uma tensão sobre os fatores que constituem o aspecto econômico na educação.
Em resposta ao questionamento acima, o autor elucida que:
A questão central para as estratégias culturais do novo capitalismo consiste
em produzir um tipo de pessoa que seja compatível com seus valores e
objetivos. Ao novo capitalismo corresponde uma nova identidade, uma nova
subjetividade. Os meios pedagógicos do novo capitalismo (em todas as
suas formas) estão ativamente, agitadamente, envolvidos num processo de
interpelação, de mobilização do eu. Sua descrição do trabalhador ideal,
daquele trabalhador apropriado às novas condições da produção, não teria
nenhuma importância, nenhum efeito, se não se dirigissem imperativamente
ao sujeito que querem transformar, dizendo: “você é isso” ou, mais
precisamente, “você deve ser isso”. Um exemplo disso é dado pela ênfase
que se dá ao conceito de “empregabilidade”. (GENTILI, 1998; TADDEI,
51
1998) O conceito de “empregabilidade” desloca a responsabilidade do
desemprego da estrutura social e econômica para a pessoa que busca
trabalho. “Seu emprego depende unicamente de suas qualificações”, isto é,
de seu grau de “empregabilidade”. Mais do que uma simples noção,
“empregabilidade” é uma forma de transformação da subjetividade, da
identidade. O discurso da “empregabilidade” não se limita a descrever em
que consiste a empregabilidade. Ele se dirige à pessoa, dizendo: “você é
um ser empregável”, “você deve ser um ser empregável”. Como todo
processo de interpelação, ele será eficaz se a própria pessoa se tornar
capaz de dizer: “sim, eu sou um ser empregável”. Uma pedagogia crítica do
trabalho e da educação que leve em consideração os obscuros e confusos
processos pelos quais se formam a subjetividade e a identidade deveria
colocar-se como questão central não “qual conhecimento?”, mas “como?”.
Como somos interpelados, subjetivados, formados. (SILVA, 1999, p. 80-81).
O termo empregabilidade que é aplicado às pessoas precisa ser aplicado às
sociedades. Existe responsabilidade na formação profissional que cabe ao indivíduo,
à família e também à sociedade. Dirigir todo e qualquer compromisso de formação
ao indivíduo compromete a harmonia social. Na citação acima, o autor evidencia a
importância de um aspecto que envolve a integração entre conhecimento e poder e
se pronuncia da seguinte forma: Uma outra implicação da ênfase economicista da
teorização crítica sobre o trabalho é que ela tem deixado de discutir dimensões
importantes da conexão entre conhecimento e poder. A ausência de discussões
dessa natureza tem criado dificuldades no entendimento do papel da educação junto
aos valores do capital. E isso gera o que o autor chama de caráter autoritário,
totalitário:
Uma característica central das transformações envolvidas no novo
capitalismo é seu caráter claramente totalitário. Anteriormente, havia uma
separação entre a lógica que regia a esfera política, a esfera social, a esfera
educacional. De certa forma, estas últimas constituíam uma espécie de
proteção contra os efeitos perversos da lógica da organização econômica. A
lógica da organização econômica era necessária para uma produção e
distribuição eficazes, mas ela era vista como claramente inadequada para
ser aplicada àquelas outras esferas (SILVA, 1999, p. 81-82).
É lamentável assistir a essa miscelânea de valores que acaba confundindo as
pessoas. Deve-se primar por esforços no sentido de conceder o devido valor a cada
esfera influenciadora da educação.
Na transformação cultural envolvida no triunfo do mercado e das políticas
neoliberais, a lógica econômica torna-se envolvente, abrangente,
52
totalizante. Não se trata apenas da previsão marxiana de que, no
capitalismo tudo se torna crescentemente mercantilizado. A lógica
econômica, empresarial, capitalista torna-se uma verdadeira e completa
visão de mundo. Não se trata apenas de que tudo vira mercadoria: nós
devemos pensar, sempre, em termos de mercadoria (SILVA, 1999, p. 81-
82).
O grande problema nesse caso vem a ser o fato de se colocar a esfera
econômica numa condição que extrapole a sua valoração devida na ambiência da
educação. A visão neoliberal trabalha no sentido de concretizar esse feito.
Se o trabalho de uma pedagogia crítica deve ser, entre outras coisas, o de
desenvolver uma visão de mundo que vislumbre formas de vida que não se
limitem àquelas ditadas pela lógica da mercadoria, qual seria, então, nesse
contexto totalitário, o conhecimento envolvido no desenvolvimento de visões
alternativas de organização da vida? (SILVA, 1999, p. 81-82).
A organização da vida fica circunscrita à ordenação de mundo limitada pela
lógica da mercadoria. Essa é a triste realidade que a educação nos parâmetros do
neoliberalismo nos apresenta.
Para a construção de um conceito abrangente de currículo faz-se necessário
compreender que a formação generalista era comum entre sábios da Antiguidade.
Em se estando na contemporaneidade dos tempos o que se busca é a formação
especializada. Esta formação confere a capacidade de empregabilidade tão
chamativa em nossos dias. A formação generalista é necessária para que o
acadêmico se localize ante o conhecimento científico em sua grandeza. Assim, o
currículo se conecta a realidade da vida e constrói para si o conceito abrangente que
se apresenta como o conjunto de assuntos organizados de forma a atingir o objetivo
neste momento histórico da educação que é a formação especializada com sua
inserção econômica, cultural e social sem se esquecer da formação generalista que
não deixou de ser necessária.
Para a formação profissional, necessária em nossos dias, a educação fará uso
do que tem em mãos. O professor Tenório (2003, p. 20) em seu livro “Computadores
de papel” assevera que:
53
É na escola, para a maioria, que se dá a única chance de aquisição do
conhecimento acumulado, da ciência e da tecnologia. Isto se reveste da
maior importância se considerarmos que a tecnologia informática é o mais
poderoso instrumento tecnológico já desenvolvido pelo homem, com alto
poder de transformação, produção e dominação; além disso, tal tecnologia
pode constituir-se em poderosa ferramenta para veicular o conhecimento
significativo e ainda propiciar novos e eficientes métodos e técnicas
pedagógicas.
Os estudos em currículo necessitam estar coadunados com os avanços da
ciência em sua totalidade. O meio tecnológico, como afirma o autor, funciona como
ferramental pedagógico. Os currículos estarão munidos de saberes usando das
possibilidades de apreensão do conhecimento disponíveis em nossos dias atuais. A
didática e o currículo tendem a absorver em si as ferramentas que a ciência da
informação disponibiliza. Assim, será possível fazer mais em menos tempo,
aprender mais em menos tempo e com maior profundidade.
Silva (1989, p. 6), em seu artigo “influências teóricas no ensino e currículo no
Brasil” informa que é necessário remontar às origens européias da escola para
entender o ensino e o currículo no Brasil no século XX. Ao remontar essas origens
será necessário fazer um exame acerca das correntes de pensamento, em especial
o Iluminismo. A burguesia nascente na Europa no começo da modernidade dos
tempos necessitava ler e escrever em sua língua nacional e não no latim que era a
língua oficial da época. Para isso, a autora aponta três ordens de fatos que
influenciam a educação burguesa de então: a descoberta da imprensa, a reforma
protestante e o desenvolvimento do liberalismo econômico. A imprensa torna
possível o acesso a livros, a reforma protestante defende a leitura da bíblia o que faz
com que a alfabetização se torne uma realidade na Europa de então e, o liberalismo
econômico faz com que o europeu interaja com questões de ordem política,
econômicas e sociais. A autora se posiciona ante essas mudanças da seguinte
forma:
As condições sociais, econômicas e culturais do iluminismo racionalista –
cujos movimentos político-filosóficos foram forjados nas tendências
individualistas, idealistas e naturalistas do renascimento, exaltados pela
reforma luterana, pelo racionalismo cartesiano e pelo empirismo de Bacon –
originaram a escola primária comum e lhe condicionaram o currículo.
Determinou-se, então, que era fundamental a formação a aquisição das
técnicas básicas de ler e escrever, associadas à necessidade do cálculo
elementar. A ampliação desse currículo original ocorreu em função da
54
necessidade ideológica do liberalismo, de fazer com que todos
conseguissem, de modo geral, situar-se em relação ao conjunto dos fatores
naturais e sócio-políticos. (SILVA, 1989, p. 6).
O currículo, nesse caso, surgiu da necessidade burguesa de entrar em mais
apurado contato com os entes que alimentavam a relação mercantilista. As
necessidades de se ler e escrever eram urgentes para a prática dos atos de compra
e venda bem como para a vivência social-religiosa que adotava a bíblia como a
expressão da verdade espiritual de forma escrita. O currículo construído nesse
momento da história da humanidade é singelo e conta com a praticidade que o
liberalismo econômico impunha.
Nos últimos dois séculos, a expansão da oferta de vagas escolares e a busca
por melhor qualidade do ensino nas instituições acabaram gerando proposições de
diferentes quadros curriculares e formas de organização do trabalho na escola para
diferentes clientelas (SILVA, 1989, p. 6). Nesse contexto, não apenas a burguesia irá
influenciar na formação dos currículos como também o proletariado. O fator
econômico terá, nesse contexto, um papel de relevância nas mudanças que o
currículo sofreu. Apegar-se ao fator econômico para explicar as transformações na
escola e no currículo funciona como uma forma de simplificação, uma vez que houve
mudanças de atitude, de conhecimento e ideológicas (SILVA, 1989, p. 6).
A informação que Libâneo apregoa é que a idéia de currículo surge com a
Reforma Protestante de Calvino. Este, imbuído de organizar estudos, em torno da
recentemente traduzida Bíblia judaico-cristã. Assim, montou seqüência em que os
assuntos mais relevantes, em sua ótica, foram priorizados. Sendo a universidade
uma instituição de mil anos, é possível afirmar que o currículo nesse último milênio
tem avançado em suas conceituações juntamente com essa entidade milenar.
Inicialmente de forma tácita e depois do culo XVII de forma contornada, delineada
como afirma Libâneo. Numa referência histórica, tem-se o seguinte:
Há menções do aparecimento do termo currículo em 1633 para caracterizar
um plano completo de estudos para a formação de pregadores da reforma
calvinista escocesa. (PEDRA, 1997). Teria nascido daí a idéia de currículo
de um curso, de seqüência de um curso para sistematizar processos de
instrução. No linguajar comum foi esta idéia que ficou – o programa e o
conteúdo das disciplinas de um curso. Entretanto, desde o início deste
século observa-se nas definições de currículo uma posição quase unânime
55
de que o termo refere-se aos critérios de seleção do que se deve ensinar e
aos modos de ensinar. (LIBÂNEO, 1998, p. 56).
A idéia de currículo vem sendo repensada desde então e, dessa forma,
recebendo a contribuição de vários estudiosos do assunto. Sendo o currículo, em
poucas palavras, a seqüência de assuntos organizados de forma a atender as
prioridades em processo de internalização de conhecimento.
A isso se manifesta o professor Miranda quando argumenta que
As mudanças têm tentado adequar as faculdades a uma prática mecanicista como
uma tentativa de adequar o aluno ao mercado em detrimento de fazer com que ele
pense a Contabilidade e a função desta ciência. Temos visto, por exemplo, a
diminuição no número de anos na formação do aluno de cinco para quatro anos em
muitas instituições de ensino superior com o simples intuito de inseri-lo no mercado
de trabalho. Essa é uma das mudanças que tem aparecido com maior força. Cito
também algumas disciplinas que são colocadas em destaque por serem mais
visadas pelo mercado de trabalho, por serem também mais mecânicas e por
trazerem retorno financeiro.
A conclusão a que se chega é que nem tudo pode ser mercantilizado.
2.2 CONCEPÇÃO DE CURRÍCULO E CULTURA REGIONAL
No que se trata da questão da regionalidade, Marcos Lafin (2005) comenta que
a cultura é a confirmação do gênero humano em sua construção histórica. Como
construção histórica se entende a cultura. A educação confirma a cultura, segundo
Libâneo (1995). Lafin (2005, p. 64) defende cultura da seguinte forma:
56
A cultura do gênero humano é constituída pelas diferentes relações
construídas entre o homem e o outro homem, entre a singularidade e a
coletividade do gênero. A cultura é, portanto, resultante das relações e
situações que se humanizam na relação própria de significados temporais
para os sujeitos, dado o contexto no qual se incluem.
A questão da regionalidade está ligada intimamente ao aspecto cultural que o
professor Gimenez defende que se faça presente no currículo. Assim, aspectos
vinculados à região de Vitória da Conquista devem ser levados em conta. Em
histórico constante no sitio do IBGE encontra-se as seguintes informações:
A vinda dos colonizadores portugueses e mestiços à região de Vitória da
Conquista está ligada à exploração de metais preciosos, principalmente
ouro, e à política de ocupação do território. Um dos responsáveis pelo
desbravamento do Sertão da Ressaca
12
foi o bandeirante João Gonçalves
da Costa, português nascido na cidade de Chaves, provavelmente em 1720.
Ele ficou conhecido como um conquistador violento e dizimador de aldeias
indígenas.
Na história de Vitória da Conquista, existem informações que se reportam ao
lamentável incidente da matança dos nativos da região. Mais adiante, consultando a
mesma fonte:
Em 1920, Conquista já era considerada uma cidade grande. Dezesseis
distritos foram integrados à sede. O comércio se destacou, principalmente
na venda de produtos agrícolas e pecuários, não só para a população local,
mas para os moradores de outros municípios. Em troca, os conquistenses
compravam dos tropeiros, tecidos, perfumes e novidades vindas da Europa.
A localização geográfica é favorável ao comércio e Conquista tornou-se
conhecida em outras regiões do Estado. (IBGE).
Esses acontecimentos históricos repercutem até os nossos dias e refletem na
construção do currículo do curso de Contabilidade que sofre forte influência de
aspectos de ordem cultural e econômica. A disciplina Contabilidade da Agropecuária
e Contabilidade Comercial acabam se mostrando como dois exemplos fortes da
presença regional no currículo de Ciências Contábeis.
12
O nome Sertão da Ressaca pode ser derivado tanto do fenômeno de invasão das águas dos rios
sobre o sertão, semelhante ao fenômeno marinho, como da palavra ressaço, que corresponde à
funda baía de mato baixo circundada por serras (nota do autor).
57
Voltando aos aspectos históricos da região, consta que o comércio também é
reforçado pela abertura da BR-116 que transforma o município de Vitória da
Conquista em um importante entrocamento rodoviário. A esse respeito consta na
citação abaixo:
a abertura da Rio-Bahia (Avenida Presidente Dutra) também impulsionou o
crescimento da cidade. A obra foi inaugurada pelo presidente João Goulart,
em 1963, reforçando a posição de Vitória da Conquista no cenário regional.
Com as duas rodovias-avenidas
13
, Conquista recebeu um novo contingente
humano formado por baianos, mineiros, paulistas e nordestinos de diversos
estados, especialmente sergipanos e pernambucanos (IBGE).
Essa tendência ao comércio se mantém até os nossos dias, o que acaba
reforçando a permanência da disciplina de Contabilidade Comercial no currículo do
curso.
No que tange à disciplina Contabilidade Agropecuária, alguns dados históricos
reforçam a sua presença no currículo do curso atendendo a questões de ordem
regional quando apresenta os seguintes acontecimentos:
Em 1972, Vitória da Conquista foi contemplada pelo Plano de Renovação e
Revigoramento da Cafeicultura, do Governo do General Médici. O objetivo
do plano era ampliar a área semeada de café, produto bastante valorizado
nesse período. Foram oferecidos subsídios aos interessados em abrir
cafezais. Isso fez com que muita gente passasse a cultivar café nos
municípios de Vitória da Conquista, Planalto, Poções e no recém-criado
Barra do Choça, entre outros. (IBGE).
A contabilidade aplicada à cultura do café tem um papel importante junto à
economia regional. Atualmente a cultura cafeeira ainda produz números
significativos na economia regional. Contabilidade Agropecuária foi inserida como
disciplina do rol das obrigatórias em substituição à antiga disciplina de Contabilidade
Rural que era uma das optativas no currículo de 1999.
Outro ponto no currículo do curso que não pode deixar de ser tratado es
ligado á disciplina Contabilidade Industrial. A isso, a citação abaixo apresenta as
seguintes informações:
13
O autor refere-se à rodovia que liga o município de Vitória da Conquista a Bom Jesus da Lapa
(nota do autor).
58
Paralelamente à expansão da lavoura cafeeira, um pólo industrial passou a
se formar em Vitória da Conquista, com a criação do Centro Industrial dos
Ymborés. A partir dos anos 1990, os setores de cerâmica, mármore, óleo
vegetal, produtos de limpeza e estofados entram em plena expansão. As
micro-indústrias, instaladas por todo o Município, geram trabalho e renda.
Estas indústrias produzem de alimentos a cofres de segurança, passando
por velas, embalagens e movelaria, além de um pequeno setor de
confecções (IBGE).
Mesmo com vocação voltada para a indústria, esta ainda não se desenvolveu a
contento e a permanência da disciplina aplicada de Contabilidade Industrial ficou
comprometida. No entendimento da comissão de reestruturação curricular e nas
apreciações posteriores da proposta de currículo decidiu-se que a disciplina deveria
se posicionar entre as disciplinas optativas do curso. O que de fato aconteceu no
currículo de 2007.
Os professores entrevistados defendem uma concepção de currículo em que a
regionalidade se faça presente, mas não se esquecendo da formação do profissional
que necessite buscar os grandes centros urbanos para exercer a sua profissão.
Defendem também que a reflexão acerca do currículo seja trabalhada
constantemente como forma de melhorá-lo sempre. O professor Gimenez defende
reflexão em torno da questão da regionalidade admitindo que as escolas tradicionais
de Contabilidade no Brasil ainda exercem grande influência na formação dos
currículos das instituições mais recentes no interior do país. Ele se expressa com as
seguintes palavras:
Acho extremamente importante, embora eu não tenha uma visão de qual currículo
seria adequado, acho que depende de questões regionais e da formação do
professor. Entendo que o currículo ideal seria aquele que atende às questões
regionais. No currículo da UESB se buscou a regionalidade, mas ainda muito se está
atrelado ao currículo das escolas tradicionais.
Esse professor entende como escolas tradicionais as faculdades de
Contabilidade com sede nos grandes centros urbanos do país, a saber, São Paulo,
Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, dentre outras mais. Essas escolas
divulgam seus procedimentos no trato com o currículo e isso acaba influenciando os
cursos de Contabilidade no interior do país.
59
3 CURRÍCULO PARA AS CIÊNCIAS CONTÁBEIS
No campo genérico das Ciências Sociais Aplicadas e em específico das
Ciências Contábeis a construção de um currículo coerente solicita que se apresente
o conceito de práxis contábil. Assim, a prática fundamentada na teoria e a teoria
sustentada pela vivência prática constituirão a pedra fundamental da estrutura
curricular a ser colocada em vigor. (MOTTA, 1986).
Em função dos fatores constituintes do processo de globalização que estão
intimamente ligados à realidade contábil, o currículo, nessa área do conhecimento,
sofre influência das seguintes agências sociais: Estado e suas determinações de
ordem tributária e dos capitais abertos; os clientes das empresas, as próprias
empresas e, por fim, a mídia que tem exercido impressionante poder sobre as
coletividades. (SROUR, 2000).
O currículo em Ciências Contábeis precisa estar em consonância com as
técnicas contábeis apontadas pelo professor Hilário Franco em seu livro Estrutura
Análise e Interpretação de Balanços. Esse autor apresenta essas técnicas num
quadro por ele denominado sinótico
14
(FRANCO, 1989, p. 23). Nesse quadro,
encontram-se as técnicas seguintes: Escrituração que nada mais é do que o registro
analítico dos fenômenos de natureza patrimonial; Demonstração Contábil que é a
exposição sintética dos fenômenos registrados pela técnica anterior; Auditoria que
faz levantamento por amostragem para verificar a fidedignidade dos registros e das
demonstrações contábeis; Análise de Balanços que é a técnica que disseca,
compara e interpreta as demonstrações contábeis.
O currículo contábil, assim, haverá de estar permeado de práxis e técnica
contábil. A primeira promove a interação entre prática e teoria e a segunda constitui
os meios através dos quais a Ciência Contábil atinge a sua finalidade que é a
construção da clareza, que torna possível aos usuários dessa ciência enxergar a
realidade patrimonial para tomar decisões coerentes.
14
Ver APÊNDICE E: Mapa Conceitual da Contabilidade.
60
A matéria Contabilidade tem consigo divisões e subdivisões que integram um
corpo de disciplinas. Esse conjunto diverge nos currículos encontrados nas
instituições de ensino superior pelo país a fora (ANEXO I). Isso se deve pelo fato de
que as várias faculdades divergem no que tange às escolas contábeis contempladas
em seus currículos. A faculdade que adotar uma estrutura curricular voltada ao
pragmatismo estadunidense primará pelo ensino mais voltado para as técnicas
contábeis
15
. A faculdade que adotar as escolas européias vão primar por uma
abordagem mais científica. A seguir, segue a apresentação de características
encontradas nos currículos de importantes faculdades de Contabilidade do país.
- No currículo do curso de Ciências Contábeis da Universidade de São Paulo,
por exemplo, a disciplina Estágio Supervisionado consta no quadro de disciplinas
optativas e o currículo é dividido em três níveis, a saber: nível básico, intermediário e
o avançado.
- Na Universidade Federal de Minas Gerais o currículo é constituído de
disciplinas da matéria contabilidade sem a estrutura de níveis que o currículo da
USP, acima mencionado, adota.
- Na Universidade Nacional de Brasília (UNB), a estrutura curricular tem
arrumação semelhante à que se adotou aqui na UESB. Vale ressaltar que a UNB e a
USP são universidades brasileiras que mantém programas de pós-graduação strictu-
sensu em nível de mestrado e doutorado.
- A Universidade Federal da Bahia (UFBA) mantém programa de mestrado
recentemente implantado e conta com uma estrutura curricular sem muitas
diferenças para com o currículo atual da UESB.
- A Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), em Ilhéus, na Bahia, tem
uma estrutura curricular que difere da estrutura da UESB no quesito período mínimo
de integralização. Na UESC o curso conta com quatro anos como período mínimo
para que o discente o conclua enquanto que na UESB o período mínimo é de cinco
anos.
Sendo a Contabilidade uma ciência social aplicada, é natural que conste no
currículo do curso disciplinas como Filosofia, Sociologia, Ética, Ciência Política, entre
15
Segundo Hilário Franco (2000) essas técnicas são Escrituração, Demonstração Contábil, Auditoria
e Análise de Balanços.
61
outras. Nos currículos do curso de Ciências Contábeis na UESB em sua trajetória,
até então, não consta a disciplina Ciência Política. Esta disciplina tem importância à
medida que o contador atua em municípios, órgãos públicos entre outros setores em
que a Contabilidade pública se faz presente. É necessário não esquecer que o trato
político é importante em qualquer setor de atividade humana.
Os currículos de Contabilidade são apoiados por áreas outras do conhecimento
como Matemática, Metodologia da Pesquisa Científica, Sociologia, Filosofia,
Economia, Direito, Administração, Estudo de línguas, Estatística dentre outras áreas
a depender da instituição (CARNEIRO, 2008).
Em suma, os currículos dos cursos de Contabilidade das instituições de ensino
superior do Brasil têm semelhanças e dessemelhanças. As semelhanças superam
as dessemelhanças e estas concedem aos currículos suas especificidades e
atendem suas vocações regionais nesse país continental que é o Brasil. Carneiro
aponta algumas considerações que a Resolução 10 de 16 de dezembro de 2004
considera:
A proposta de Conteúdo de Formação Básica foi desenvolvida com base no
disposto na Resolução CNR/CES número 10/04, de 16/12/04, e o seu
conteúdo é composto pelas seguintes disciplinas: Matemática, Métodos
Quantitativos Aplicados; Matemática Financeira; Comunicação Empresarial;
Economia; Administração; Instituições de Direito Público e Privado; Direito
Comercial e Legislação Societária; Direito Trabalhista e Legislação Social;
Direito e Legislação Tributária; Ética e Legislação Profissional; Filosofia da
Ciência; Metodologia do Trabalho Científico; Psicologia Organizacional e
Tecnologia da Informação. (CARNEIRO, 2008, p. 16).
A matéria Contabilidade no que tange às semelhanças conta com disciplinas
entrelaçadas às técnicas contábeis apontadas no quadro sinótico proposto pelo
professor Hilário Franco (1989, p. 23) que são: Escrituração, ou seja, registro
analítico dos fenômenos que ferem o patrimônio; Demonstração Contábil, exposição
sintética dos fenômenos registrados; Auditoria, confirmação, por amostragem, da
fidedignidade dos registros e demonstrações e, por fim, Análise de Balanços que é
uma técnica em que se disseca, compara e interpreta as demonstrações contábeis.
Assim, os ramos específicos da Contabilidade se fazem presentes advindos das
técnicas acima apresentadas. Exemplo: Contabilidade Comercial, Contabilidade de
62
Custos, Contabilidade da Agropecuária, Contabilidade Pública, Controladoria, entre
outros ramos mais.
Partindo para os dados advindos das entrevistas junto aos professores, estes
desconhecem estudos amplos sobre currículo na área das Ciências Contábeis. O
professor Pereira menciona os estudos do professor Eliseu Martins e Sérgio de
Iudícibus, na Universidade de São Paulo (USP) realizados em 1983, em que se
buscaram denominadores comuns para os currículos em Contabilidade. O próprio
professor Pereira admite que passados vinte e cinco anos esses estudos já se
encontram desatualizados. Em suas palavras o professor enfatiza;
Os professores Eliseu Martins e Sérgio de Iudícibus, em 1983, construíram uma
proposta de currículo para as Ciências Contábeis. Entendo que na atualidade já
exista a necessidade de uma reformulação dada a velocidade em que o
conhecimento tem avançado. Os avanços não apenas tem sido de ordem
tecnológicos como também sociais (professor Pereira).
Assim, a menção do professor Pereira ao trabalho que trata de questões de
ordem pedagógica voltada para a Contabilidade chama atenção para se frisar que
em 2008 a Fundação Brasileira de Contabilidade publicou um livro com o título
“Proposta Nacional de conteúdo para o curso de graduação em ciências contábeis”
sob a coordenação de Juarez Domingues Carneiro. Esse livro apresenta um
conjunto de elementos importantes para um projeto pedagógico de curso de
Contabilidade. Trata-se de contribuição ainda tímida no campo pedagógico voltado à
Contabilidade, mas percebe-se que esforços estão sendo reunidos para a melhoria
do ensino dessa dita ciência.
O professor Marconi informa que os seus primeiros contatos com currículos
aconteceram quando dos trabalhos de reformulação curricular, com base na
estrutura de 1999, para a construção do atual currículo do curso. Para esse trabalho,
ele informa que realizou pesquisa na internet e viajou para participar de eventos
tratando da temática de currículo. Informa também que a partir desses contatos é
que esse tema passou a fazer parte das suas reflexões com mais intensidade.
63
Os trabalhos de reformulação curricular acabaram envolvendo a comunidade
acadêmico-contábil de tal forma que a temática currículo passou a fazer parte das
reflexões de todos.
Os currículos em Ciências Contábeis estão em descompasso para com a
realidade dessa ciência. É o que quatro entre os cinco professores defendem.
Alguns argumentam o fato de que existe a necessidade de vivência acadêmica com
a prática profissional (professor MARCONI). A necessidade de atualização imediata
ante a nova Lei das Sociedades Anônimas (professor Gimenez). A existência de
disciplinas de contabilidade aplicada
16
em excesso (professor Pereira). Atenção
exacerbada à vivência profissional de forma mecanicista em detrimento da vivência
acadêmica reflexiva, científica (professor Miranda). E, por fim, um dos professores
concorda que o atual currículo reflete a realidade da ciência e, até, enfatiza a
importância da Resolução 10 de 16 de dezembro de 2004 do Conselho Nacional de
Educação (CNE) – ANEXO A.
3.1 TRAJETÓRIA DAS CIÊNCIAS CONTÁBEIS NO BRASIL
As necessidades atendidas pela Contabilidade na sociedade atual surgem nos
primeiros tempos da organização social humana. O homem que precisava acumular
pertences o fazia através de registros rudimentares que, com o tempo, foi evoluindo.
Iudícibus, em seu livro Teoria da Contabilidade apresenta as seguintes informações:
Não é descabido afirmar-se que a noção de conta e, portanto, de
Contabilidade seja, talvez, tão antiga quanto a origem do homo sapiens.
Alguns historiadores fazem remontar os primeiros sinais objetivos da
existência de contas aproximadamente a 4.000 anos a.C., entretanto, antes
disto, o homem primitivo ao inventariar o número de instrumentos de caça e
pesca disponíveis , ao contar seus rebanhos, ao contar suas ânforas de
bebidas, já estava praticando uma forma rudimentar de Contabilidade. Na
invenção da escrita, a representação dos números normalmente tem sido
uma precedência histórica. Logo, é possível localizar os primeiros exemplos
16
Entende-se por contabilidade aplicada a contabilidade geral vivenciada em setores específicos da
economia. Exemplo: contabilidade industrial, contabilidade comercial.
64
completos de Contabilidade, seguramente no quarto milênio antes de Cristo,
entre a civilização sumério-babilônica. Mas é possível que algumas formas
rudimentares de contagem de bens tenham sido realizadas bem antes disto,
talvez por volta do sexto milênio antes de Cristo. É claro que a
Contabilidade teve evolução relativamente lenta até o aparecimento da
moeda. Na época da troca pura e simples de mercadorias, os negociantes
anotavam as obrigações, os direitos e os bens perante terceiros, porém,
obviamente, tratava-se de um mero elenco de inventário
17
físico, sem
avaliação monetária. (IUDÍCIBUS, 1994, p. 28).
Os caminhos percorridos pela Contabilidade atravessaram as idades da
história da humanidade. O patrimônio surge como uma necessidade humana logo
nos primeiros tempos da organização da família, da sociedade. A Contabilidade,
com sua origem vinculada à história da Humanidade se apresentará na jovem nação
brasileira com o intuito de controlar os ganhos da atividade extrativista do pau-brasil,
da atividade agrícola da cana-de-açúcar, da indústria aurífera, da cafeicultura e
chega ao momento atual em que a indústria e a prestação de serviços ganham força
no país. Para tratar da Contabilidade no Brasil, Schmidt (2006, p. 148) tece algumas
considerações importantes:
Uma das primeiras manifestações contábeis brasileiras ocorreu em 1808, no
reinado de D. João VI, através da publicação de um alvará obrigando os
contadores gerais da Real Fazenda a aplicarem o método das partidas
dobradas na escrituração mercantil.
O método das partidas dobradas consiste em fazer lançamento a débito e a
crédito em igual valor. Através desse método é possível a montagem de
demonstrações contábeis em formato equacional, ou seja, em que os dois membros
da equação tenham o mesmo valor numérico, ou seja, ativo
18
seja igual a passivo
19
.
Numa transcrição literal, Sá (1995, p. 345) informa que o método das partidas
dobradas é a partida onde um débito é sempre correspondido por um crédito. A
coroa portuguesa entendia que o patrimônio da nação pertencia à família real, o que
dá origem ao patrimonialismo que no Brasil é um ponto nevrálgico para se entender
a história econômica do país.
17
Inventário é a verificação da existência de um componente patrimonial. (SÁ, 1995, p. 269).
18
Ativo é o fundo de valores que representa os investimentos ou aplicações do patrimônio ou do
capital das empresas (SÁ, 1995, p. 33).
19
Passivo é a parte do balanço que representa as fontes ou proveniências dos valores que se acham
espelhados no ativo (SÁ, 1995, p. 347).
65
Num Estado patrimonial como o de Portugal, o rei estava acima de todos os
súditos e a economia era empreendida como empreendimento pessoal, com
os servidores mantidos sob a tutela patriarcal. Com a atividade comercial e
marítima substituindo cada vez mais a atividade agrícola, surge um tipo de
burguesia desvinculada da terra e concentram-se nas mãos do príncipe as
operações mercantis. (MENDONÇA, 2000, p. 39).
A estada da família real portuguesa no Brasil em função do expansionismo
francês de Napoleão Bonaparte, na Europa, elevou o Brasil da condição de simples
colônia para vice-reinado de Portugal. O então príncipe regente D. João VI inicia um
conjunto de obras e cria instituições que tornarão a cidade do Rio de Janeiro uma
capital de fato. O exemplo do decreto que obriga os guarda-livros
20
a usarem as
partidas dobradas constitui interferência estatal na atividade contábil. A isso,
manifesta-se Schmidt informando que a legislação atual faz o que D. João fazia
através de decretos. Assim, se expressa o autor:
Apesar de não existir uma escola de pensamento contábil genuinamente
brasileira, existem muitas contribuições teóricas e práticas no Brasil. Além
disso, existe uma influência permanente da legislação, desde o início, no
desenvolvimento da contabilidade (SCHMIDT, 2006, p. 148).
O Brasil sempre se espelhou em escolas estrangeiras de Contabilidade.
Inicialmente, as escolas européias exerceram grande influência, mas logo depois, no
início do século XX a Escola Americana, também denominada pragmática passa a
exercer influência marcante. A educação superior, no Brasil, tem uma história
recente. A primeira instituição de ensino superior brasileira fora criada com o único
fito de conceder título honoris causa ao rei da Bélgica que pelos primeiros anos do
século passado estava em visita ao nosso país. Esta instituição teve seguimento
décadas depois no que hoje é a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
(Anotações de sala de aula – disciplina Administração da Educação). A esse
respeito, o professor José Wellington Marinho de Aragão comenta em seu artigo que
tem como título “Gestão da Educação e práxis Pedagógica”: alguns explicados ou
falta deles nestas últimas cinco décadas de políticas educativas no Brasil que a
20
Guarda-livros era o termo utilizado para designar o que hoje se denomina contador.
66
universidade brasileira tem uma história bem recente. Literalmente, nos informa da
seguinte maneira:
Vamos a um outro tipo de explicado, agora sobre a universidade brasileira.
Como vocês sabem, entre nós essa instituição originária do século XIII, foi
implantada muito tardiamente, lá pelos idos de 1934/35. no Brasil, a sua
origem está associada com a pressão externa e de alguns setores
tupiniquins, para a concessão do título de doutor honoris causa ao rei da
Bélgica, em 1935. e assim fundou-se a Universidade do Distrito Federal (no
Rio de Janeiro). Contudo, como resultado desse fato não tivemos a sorte,
enquanto Nação, povo e sociedade, para o nascimento de fato de uma
universidade inteira, completa e socialmente compromissa da com o
crescimento econômico e desenvolvimento social do país, no sentido
histórico-sociológico de preocupação com a construção/formação dos
quadros superiores dirigentes nas ciências, nas artes, nos diversos ofícios,
na organização transparente da burocracia estatal dos serviços públicos e
na consolidação da convivência democrática, científica, fincada no trinômio:
ensino, pesquisa e extensão. (ARAGÃO, 2007, p. 199).
A FEA-USP, a partir da década de 1940 toma a frente no ensino e na pesquisa
em Contabilidade no Brasil, defendendo a escola pragmática, ou seja, a Americana.
Segundo Iudícibus, a Escola de Comércio Álvares Penteado foi a pioneira no
ensino da Contabilidade no Brasil e a isso ele se expressa da seguinte maneira:
[...] a primeira escola especializada no ensino da Contabilidade foi a Escola
de Comércio Álvares Penteado, criada em 1902. Produziu alguns
professores excelentes, como Francisco D’Áuria, Frederico Hermann Júnior,
Coriolano Martins (este mais especializado em Matemática Financeira) e
muitos outros. Entretanto, foi com a fundação da Faculdade de Ciências
Econômicas e Administrativas da USP em 1946, e com a instalação do
curso de Ciências Contábeis e Atuariais, que o Brasil ganhou o primeiro
núcleo efetivo, embora modesto, de pesquisa contábil nos moldes norte-
americanos, isto é, com professores dedicando-se em tempo integral ao
ensino e à pesquisa, produzindo artigos de maior conteúdo científico e
escrevendo teses acadêmicas de alto valor. Diga-se de passagem que os
professores egressos da Escola Álvares Penteado constituíram, pelo menos
em parte o núcleo inicial da nova Faculdade de Ciências Econômicas e
Administrativas, na parte de Contabilidade e atuária. O próprio professor
D’Áuria e outros da Álvares Penteado deixaram vestígios de seu
conhecimento e de sua personalidade na nova escola, dando possibilidade
para que novos talentos surgissem (IUDÍCIBUS, 1994, p. 34-35).
O trato educacional no campo das Ciências Contábeis inicia-se com as escolas
de comércio. A Fundação Álvares Penteado no início do século XX passa a oferecer
cursos regulares em que as técnicas comerciais são trabalhadas em meio a
67
orientações de ordem econômico-administrativo-contábil. Nesse ambiente é que
surgem os rudimentos do que hoje se tem como curso superior em Ciências
Contábeis.
O lançamento histórico do livro “Contabilidade Introdutória” (1995) pela FEA-
USP, na pessoa do professor Sérgio de Iudícibus constitui verdadeiro marco que
estabelece hegemonia da Escola Anglo-saxônica de Contabilidade sobre a Escola
Italiana, ou seja, européia até então muito influente. Este livro, em sua edição de
1971, prefaciada por José da Costa Boucinhas, informa que
Trata-se de um livro de Contabilidade Introdutória e, como o título indica,
destina-se à iniciação dos que pretendem seguir a carreira de contador ou,
então, haurir conhecimentos que facilitem a sua tarefa no campo da
economia ou da administração, permitindo-lhes conhecer a mecânica das
operações das entidades públicas e privadas. (IUDÍCIBUS, 1995, p. 19).
Este livro é adotado pela maioria das instituições de ensino superior que
mantém graduação em Contabilidade no Brasil. Trata-se de compêndio em que a
Contabilidade é apresentada em sua feição elementar.
É válido registrar que com o processo de democratização do país se
intensificando, nas últimas décadas, a necessidade de profissionais da área contábil
se torna maior. A Contabilidade no Brasil ainda não se mostrou como uma área do
conhecimento que cumpre o seu papel, exemplo disso são os escândalos de
corrupção que a mídia veicula constantemente. A Contabilidade tem a função de
proteger as pessoas que detém patrimônio para que estas possam fazer uso do
patrimônio que detenham para viver com qualidade, quando se diz pessoas se está
referindo a pessoas físicas ou jurídicas, empresas ou o Estado. Os contadores
precisam escrever uma história mais favorável à categoria profissional que
pertencem e alcançar a credibilidade que a profissão já desfruta em países como a
França, a Inglaterra, a Alemanha, os Estados Unidos, dentre outros mais.
68
3.2 HISTÓRICO DO CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS NA UESB
Implantado no ano de 1993, o Curso de Ciências Contábeis iniciou as suas
atividades contando com turmas de quarenta alunos que ingressariam no primeiro
semestre de cada ano letivo. Era um curso desejado pela comunidade do sudoeste
baiano dado a sua alta capacidade de empregabilidade (IUDÍCIBUS, 1995). A
primeira turma concluiu o curso no ano de 1997 sendo que ainda não havia se
concretizado o reconhecimento deste junto ao Conselho Estadual de Educação do
Estado da Bahia. Com a conclusão da terceira turma no ano de 1999, aconteceu o
reconhecimento, junto ao Conselho, e os concluintes receberam seus diplomas
assim como os demais, já formados.
O perfil do profissional da Contabilidade, que concluiu o curso com o primeiro
currículo, conta com uma formação contábil genérica que não apontava aparato
técnico em nenhuma das especialidades da Ciência Contábil.
A comunidade no entorno da UESB contava com contabilistas com formação
de Ensino Médio, ou seja, técnicos em contabilidade, que desempenhavam o
trabalho contábil. Entre estes, havia os que empreendiam no campo da
contabilidade, ou seja, eram empresários, mantinham escritórios e prestavam
serviços de escrituração fiscal
21
, em larga escala e, contábil mais raramente,
salientando que as exposições sintéticas
22
eram a conseqüência desses registros.
O professor Sérgio de Iudícibus (1995, p. 27) comenta acerca do mercado de
trabalho do contador da seguinte forma:
Pode-se afirmar, sem receio de se incorrer em erro, que o mercado de
trabalho para o Contador de alto nível, hoje, no Brasil, é, em média, um dos
melhores dentre os de profissionais liberais, no sentido financeiro,
principalmente.
21
Escrituração fiscal, segundo o professor Antonio Lopes de Sá (1995, p. 194) é o “registro dos fatos
que interessam á Fiscalização Tributária.”
22
Exposições sintéticas são tidas por sinônimo de demonstrações contábeis.
69
Essa afirmativa já conta os seus quatorze anos, ou seja, desde a edição do
livro Contabilidade Introdutória, em 1995. Nos dias atuais, a empregabilidade do
profissional da Contabilidade continua em ascensão, uma vez que o processo de
democratização que o país vivencia acaba por exigir mais profissionais dessa área
do conhecimento (SCHMIDT, 2006). Mais adiante, o autor acrescenta que
Nem sempre foi assim, mas em virtude de várias fontes de pressão que
obrigam as empresas a aperfeiçoarem cada vez mais seu processo de
controle e planejamento, o papel do contador de nível universitário está
realmente assumindo o vulto que naturalmente lhe deveria ser reservado
numa entidade. Esse papel traz em si, além das capacitações técnicas e
profissionais inerentes, alta dose de ética, de prudência, de zelo, de
severidade de costumes e de integridade (IUDÍCIBUS, 1995, p. 27).
O profissional contador necessita assumir o posto que o processo democrático,
em avanço no Brasil, tem condições de lhe conceder. Quanto mais uma nação se
democratiza mais necessitará de contadores para promover a clareza das suas
contas públicas de forma íntegra como assevera o autor acima. Tendo o contador
uma formação que vai além da compreensão técnica e abarca o entendimento de
ciência, este pode não apenas oferecer serviços de escrituração e demonstrações
contábeis como de auditoria, de perícia contábil, de análise de balanços e atuarem
em áreas de conhecimento contábil como Contabilidade de Custos, Contabilidade
Agrícola, Contabilidade Pública, dentre outros demais ramos.
Iudícibus (1995, p. 21) aponta, também, o campo de atuação da Contabilidade
como bastante amplo e se posiciona da seguinte forma:
A Contabilidade, na condição de metodologia especialmente concebida para
captar, registrar, acumular, resumir e interpretar os fenômenos que afetam
as situações patrimoniais, financeiras e econômicas de qualquer ente, seja
este pessoa física, entidade de finalidades não lucrativas, empresa, ou
mesmo pessoa de Direito Público, tais como: Estado, Município, União,
Autarquia etc., tem um campo de atuação circunscrito às entidades
supramencionadas, o que equivale a dizer, muito amplo.
O campo de atuação do profissional contador é imenso e tende a se expandir
dado o processo de democratização crescente a que o país vem se submetendo nos
70
últimos vinte anos. Quanto mais democrática a nação, mais necessário se faz o
contador junto às instituições que precisam de clareza e lisura em suas contas.
O curso de Ciências Contábeis na UESB tem seu alunado constituído,
basicamente, de pessoas que trabalham durante o dia e estudam à noite. Assim, os
estudantes têm um conjunto de limitações no que tange à vivência acadêmica. Por
outro lado eles trazem consigo as experiências enriquecedoras vividas nos
ambientes em que desenvolvem suas atividades profissionais.
Nos últimos quinze anos, o curso tem vivenciado experiências interessantes no
campo das Ciências da Educação. Em julho de 2007 teve a sua terceira estrutura
curricular aprovada pelo Conselho Estadual de Educação. Esta estrutura conta com
um número maior de disciplinas da área de Contabilidade. Dessa forma, traz a
vanguarda do conhecimento dessa ciência, na atualidade. Montando um rol dos
componentes curriculares mais expressivos é possível informar que esta nova
estrutura curricular conta com o Estágio Supervisionado repensado, com Trabalho
de Conclusão de Curso estruturado adequadamente para que o estudante
desenvolva produção científica na universidade, disciplina de Laboratório Contábil e
também Atividades Complementares. O curso tem seguido uma trajetória que o leva
a oferecer, a cada ano, profissionais que tenham consigo uma formação mais
aprimorada levando em consideração as vivências que o discente experiencia na
instituição de ensino. O esforço, no entanto, dos pares que interagem para essa
melhoria há de ser intenso por conta de se poderem atingir níveis mais elevados de
produtividade no campo do ensino, da pesquisa e da extensão.
É interessante frisar que, nos últimos anos, tem acontecido uma mobilização
intensa para melhorar o curso de Ciências Contábeis na instituição. Esse esforço
advém de alunos, professores e outros pares na comunidade acadêmica ou exterior
a esta. Assim, têm acontecido eventos de extensão, os professores têm saído para
capacitação em nível strictu sensu, dentre outras ações mais. Os membros da
comunidade acadêmico-contábil têm se mobilizado para a construção de uma
realidade melhorada no quotidiano do curso. É necessário acreditar e empreender
esforços para que a realidade de trabalho e de aprendizado aconteça. Quanto ao
envolvimento com a política acadêmica Demo (2005, p. 10) informa que
71
Politicamente pobre é a pessoa ou grupo que vive a condição de massa de
manobra, de objeto de dominação e manipulação, de instrumento a serviço
dos outros. Isso ocorre na esfera do poder, em que o pobre aparece como
matéria de dominação, na senzala da vida, coibido em sua
autodeterminação. Uma face aguda dessa pobreza é a falta de consciência
dela mesma, porque uma das condições fundamentais de superação é
tomar consciência dela e partir para um projeto de autopromoção. A
pobreza política extrema é aquela percebida como condição histórica
natural e normal, na qual a manipulação não somente é despercebida, mas
até mesmo desejada, porque incorporada ao ritmo da vida tido como
normal.
A vivacidade política é elemento de tamanha importância para o crescimento
do curso de Ciências Contábeis. Nos últimos anos tem sido possível perceber uma
maior participação dos discentes no processo de gestão democrática da educação.
Os membros da academia, no campo específico da Contabilidade, precisam reunir
esforços para construir um corpo docente e discente mais críticos ante a realidade
econômico-social da atualidade. O desenvolvimento da consciência da realidade
junto às ciências sociais aplicadas depende da contribuição da Contabilidade como
campo específico do conhecimento. Com essa consciência desenvolvida será
possível abandonar a condição de pobreza político-acadêmica em uma das suas
faces agudas como afirma acima o autor.
Com a participação mais efetiva dos discentes, será possível lembrar que
segundo Mendonça (2000, p. 84), numa perspectiva histórica afirma que
O processo de redemocratização gradual e controlada que o país
experimentou, na passagem do regime militar para o regime civil, entre o fim
dos anos setenta e início dos anos oitenta, e o processo de organização
política no campo educacional marcado pela luta sindical e pela atividade de
reformulação de políticas educacionais do Estado, contribuíram para a
implantação desse ambiente próprio à descentralização e à democratização
da gestão escolar.
Ou seja, a maior participação discente confirma que o processo de
democratização da sociedade brasileira também passa pela academia. A
descentralização e a democratização da educação são movimentos mais que
sociais, são humanísticos. Uma das primeiras ações do regime militar instalado em
1964 foi acabar com a Contadoria Nacional (SCHMIDT, 2006) por entender que este
órgão atrapalharia os planos de ordem político-ditatorial. Com o fim do regime de
ditadura militar, em 1989, com a eleição de Fernando Collor de Melo, regime esse
72
que por vinte anos comandou o país, no século XX, com suas perseguições políticas
e seus desmandos administrativos, o profissional da Contabilidade ganhou força
para mostrar o seu verdadeiro valor, o qual somente pode ser conferido a esse
profissional em Estado democrático de fato. A vivência política na academia com o
fito de democratizá-la constitui elemento de tamanha relevância para o crescimento
do curso.
Partindo para questões de ordem administrativas, o Curso de Ciências
Contábeis é atendido por quatro departamentos na instituição, a saber:
Departamento de Ciências Sociais Aplicadas (DCSA) com as áreas de
conhecimento de Ciências Contábeis, de Administração, de Economia e de Direito; o
Departamento de Ciências Exatas (DCE) com as áreas de conhecimento de
Matemática, de Informática e de Estatística; o Departamento de Filosofia e Ciências
Humanas (DFCH) com as áreas de Filosofia, Sociologia, Psicologia e Metodologia; o
Departamento de Estudos Lingüísticos e Literários (DELL) com a área de
conhecimento de Português e, por fim, o Departamento de História com a área de
conhecimento que trata da história econômica.
No que tange aos aspectos de ordem didática, no curso de Ciências Contábeis,
é importante frisar que os docentes entrevistados para a construção deste trabalho,
em sua maioria, são egressos do próprio Curso de Ciências Contábeis dessa
instituição. O fato de se contar com professores bacharéis que se formaram para
exercer a profissão como profissionais liberais e não para a docência superior, cria
um conjunto de contratempos no trato didático. Martins (1990, p. 57) informa que
A palavra didática, a princípio, significou a ciência e a arte de ensinar. O
termo foi utilizado, pela primeira vez, em 1629 quando Ratke escreveu os
principais aforismos didáticos. Entretanto, foi Comenius em 1657, quem
definiu a didática como “arte de ensinar”, em sua obra didática magna.
A dificuldade dos professores de Contabilidade em aplicar a arte de ensinar
está ligada ao fato de que a sua formação não os preparou adequadamente para o
magistério superior. A título de sugestão, a universidade, nesse caso, deveria
contratar os professores bacharéis e submetê-los a curso que enfatize a pedagogia
com destaque para as práticas didáticas necessárias à docência no curso de
Ciências Contábeis, ou apenas contratar professores mestres ou doutores. Nos
73
processos seletivos, junto às unidades departamentais, os pontos para a prova
escrita e a prova didática (aula pública) não contam com elementos de natureza
pedagógica, mas apenas voltados à área de conhecimento específico, ou seja,
Contabilidade. Assim, iludem-se aqueles que pensam que os conteúdos das
Ciências da Educação podem ficar excluídos de tal processo seletivo. A
problemática surgirá quando os discentes começarem a questionar a falta de esmero
no trato didático e nos mecanismos didáticos e de avaliação empregados pelos
docentes.
Cabe, nesse caso, uma crítica às universidades baianas que ainda não se
atentaram para essa questão. É estranho que instituição voltada à educação não
tenha capacidade de alocar os profissionais da educação em funções que concretize
um projeto educacional mais consolidado com o avanço tecnológico nessa área do
conhecimento e distribua critérios mais coerentes para toda a instituição
23
. “A
formação profissional é um processo pedagógico, intencional e organizado de
preparação teórico-científica e técnica do professor para dirigir competentemente o
processo de ensino” (LIBÂNEO, 1994, p. 27). Sendo assim, o professor não pode
ser aquele indivíduo que apenas detém conhecimentos em Contabilidade. Os
conhecimentos junto à “arte de ensinar” (CANDAU, 1997) também se fazem
necessários. Para Martins (1990, p. 36), “o educador não pode limitar-se a ser mero
transmissor de conhecimentos [...] o educador deve irradiar entusiasmo, vibrando
com a ação educativa [...]”. A escolha do profissional de Contabilidade em trabalhar
como professor deve estar ligada a esse entusiasmo que o autor aponta para que o
seu trabalho flua adequadamente em sala de aula.
Para Damis (2000, p. 11), o “como ensinar” do ponto de vista da relação
sociedade-educação se mostra da seguinte forma:
Segundo esta abordagem, a prática pedagógica que ocorre no interior da
sala de aula, entre o professor e o aluno, para a transmissão-assimilação de
um saber científico, através de determinados meios e procedimentos, não é
neutra. Isto porque, uma forma de ensinar, além da atividade planejada de
um professor para transmitir direta ou indiretamente um saber, utilizando-se
de procedimentos e recursos específicos, e além da atividade de um aluno
para assimilar, memorizar descobrir e produzir um novo saber, expressa
uma forma de educação específica do homem, seu desenvolvimento e sua
23
Evidência constatada junto ao Consepe-UESB em sucessivas reuniões na condição de
conselheiro.
74
adaptação para a vida em sociedade. Não possuindo um fim em si mesma,
a forma de ensinar possui determinada formação social como seu ponto de
partida e de chegada.
Então a educação, assim como a didática, não pode ter um fim em si mesma,
como afirma a autora. A relação entre a educação e a sociedade é um ponto forte e
o trabalho do professor em sala de aula haverá de considerar as entrelinhas do
conhecimento para uma boa interação com o alunado. Para isso, a título de
sugestão, os profissionais com formação em Pedagogia tem condições de entrever
necessidades e capacitar os professores que lecionarão nos demais cursos.
Munidos dos conhecimentos da “forma de ensinar” como a autora assevera, a ação
educativa dos “professores contadores” (LAFIN, 2005) trará benefícios para a
sociedade em que o indivíduo está inserido. Os departamentos, que são os setores
da instituição em que os docentes estão lotados precisam realizar capacitações
constantes tratando das temáticas de currículo, didática e avaliação, o que não tem
acontecido nos últimos anos. Esses três temas interagem constantemente no
quotidiano da academia.
Contando com os dados coletados através de entrevistas aplicadas aos
docentes do curso, levantou-se que estes docentes pesquisados contam entre sete
e vinte e cinco anos de experiência com a docência superior. Entendem que a
formação inicial de bacharel em Ciências Contábeis não lhes capacitou
adequadamente junto às técnicas didático-pedagógicas necessárias ao exercício do
magistério em Contabilidade. Exemplo disso é o professor Marconi
, ele informa que
a busca pelos instrumentos didáticos entre os docentes de Contabilidade acontece
de forma individual, ou seja, ele elucida que sempre buscou esse instrumental
sozinho, através dos seus estudos. A unidade departamental a que este professor
está vinculado não tem proporcionado a capacitação didático-pedagógica que ele
necessita o que acaba dificultando a escolha da política pedagógica no colegiado do
curso em que venha a lecionar. O interessante seria envidar esforços conjuntos para
se prepararem ante os desafios didáticos que essa área do conhecimento solicita.
Literalmente, ele se expressa da seguinte forma:
Sendo a minha formação em Ciências Contábeis sei que há uma dificuldade muito
grande com as práticas pedagógicas, pois carecemos de treinamento. Na verdade o
75
que existe é uma procura individual por parte de cada professor para conhecer e/ou
aprimorar essas questões (professor Marconi).
Já o professor Almeida, no que tange à sua formação para o magistério
superior se expressa da seguinte forma abaixo:
A importância da minha formação inicial é apenas no que tange ao conteúdo. Do
ponto de vista da prática pedagógica o curso de Ciências Contábeis não prepara
para a vivência no magistério superior. Assim, não posso afirmar que a minha
formação inicial me ajudou na prática pedagógica, pois o curso de Contabilidade
está voltado a questões técnicas e práticas.
Dessa forma, registra-se o desabafo do docente e sua carência em vivências
que podem enriquecer a sua prática de ensino na sala de aula. O professor Miranda
também se manifesta quando afirma que entende que a sua formação primeira em
Contabilidade lhe concedeu o conhecimento da matéria, mas a questão didática ele
teve que buscar em outras formações. Quando perguntado acerca de Qual a
importância da sua formação inicial na prática pedagógica que aplica, ele responde
que “É importante para eu poder conhecer qual a melhor mecânica para trabalhar
determinados conteúdos. Olhando para uma visão conteudista”(Professor Miranda
).
Por ter concretizado busca dessa natureza, esse docente conta com expressiva
aceitação junto ao alunado, dado o seu primor didático. Na citação, o professor se
queixa da insuficiente formação para o magistério superior. A conclusão é que não
basta ser bacharel em Ciências Contábeis, é necessário ter vivenciado curso para
formação de professor de Contabilidade ou também inserção de disciplinas dessa
natureza no currículo da graduação para, assim, o profissional contador desenvolver
familiaridade com essas temáticas.
Em se tratando do caráter conteudista a que se podem vincular os currículos,
ou seja, sobre a seleção do conteúdo programático, Marina Couto (1968, p. 45-46)
apresenta cinco critérios: Significação, utilidade, maturidade, interesse e
autenticidade: através do critério da significação o estudioso do currículo se
perguntará se o assunto tem importância de fato para figurar no currículo, através
76
desse critério é possível perceber se uma disciplina deve ficar entre as optativas ou
entre as disciplinas obrigatórias do curso; pelo critério da utilidade, o currículo é
mensurado em sua praticidade, em sua aplicação na vida do discente, no
desenvolvimento de habilidades que este precisará na sua vida profissional; o
critério da maturidade levanta o questionamento sobre determinados conteúdos em
relação ao momento intelectual, moral, emocional do discente, certos conteúdos já
foram apreendidos e outros estão para além da realidade que o currículo vai
contemplar; através do critério do interesse, será possível mensurar se o conteúdo
desperta a atenção do educando para que este possa oferecer seus melhores
esforços (COUTO, 1968, p. 45); e, por fim, o critério da autenticidade que questiona
se as referências a que o assunto está associado são confiáveis ou não. É sabido
que não apenas conteúdo compõe um currículo e esta mesma autora defende que
um programa de ensino, ou seja, um currículo deve ser composto de introdução e
afirmação de objetivos, conteúdo de matéria, sugestões de atividades e recursos e,
ainda, por fim, avaliação de aprendizagem. (COUTO, 1968, p. 8).
O professor Gimenez informa que a sua primeira formação foi de grande
relevância e acrescenta: “Minha primeira graduação tem grande importância, pois foi
através dela que eu adquiri a base na minha formação na área de Contabilidade”, e
continua: “Outros conhecimentos foram adquiridos no mestrado, nas leituras, em
seminários que participei... palestras e encontros realizados”. É possível perceber
com os relatos acima mencionados, que o bacharelado em Ciências Contábeis não
prepara o profissional para a docência superior. Os professores precisam buscar por
si mesmos ou aguardar cursar especialização latu sensu ou strictu sensu para ter
contato com a disciplina Metodologia do Ensino Superior. Nos créditos constantes
dos programas desses cursos se encontra esta disciplina. É válido ressaltar que
grandes universidades federais só aceitam professores com doutorado, o que não é
o caso da UESB em que a presença de professores auxiliares é marcante ainda. A
dificuldade no quotidiano em sala de aula é um dos pontos mais enfatizados pelos
egressos na coleta de dados desta pesquisa. Quando graduandos sempre
procuravam o colegiado para se queixar da falta de prática de ensino adequada nos
professores do curso.
Um outro professor (Pereira) atribui um caráter de temporalidade, ou seja,
experiência com a docência, para o aprimoramento da capacidade didática do
77
docente. Dessa forma, acredita ele que por algum tempo, em média dez anos, o
professor estará na “condição de contador-professor” (LAFIN, 2005) e, após esse
período de experiência ele adentra ao nível de professor-contador. Então, no
período em que o professor está na fase de contador-professor, os alunos
funcionam como as suas cobaias. Esta é realmente uma situação desconfortável.
Literalmente, o professor Pereira defende:
Entendo que a vida acadêmica tem certa distância da vida prática. Mais ou menos
no décimo ano de docência é que se pode afirmar ser um professor, de verdade, ou
se o perfil está bem delineado no que se espera de um professor.
Ainda levando em consideração o critério da temporalidade, o professor Pereira
também comenta o currículo nessa perspectiva. Como currículo e didática se
relacionam intimamente, vale a menção dos comentários do professor quando
apresenta o argumento de que os currículos têm uma tendência de se apresentarem
numa forma temporalizada. O problema nesse caso é que “as pessoas se apegam a
eles de tal forma que terão tamanhas dificuldades ante a necessidade de inserção
de conhecimentos novos na estrutura curricular” (professor Pereira). Esse mesmo
professor argumenta que a formação do indivíduo como cidadão é o grande mote do
currículo, pois torna as pessoas responsáveis perante a sua comunidade, perante a
sua nação. Interpretando a citação acima é possível perceber que a preocupação
com a formação profissional não basta e que a formação cidadã, geral, é de
fundamental importância. Mais adiante, esse professor, acrescenta que, enquanto a
vida acadêmica promove o conhecimento, a vida profissional se apresenta repleta de
rotinas. O trabalho realizado por um bom currículo tende a construir a ponte entre o
conhecimento científico e a rotina profissional. Assim, a rotina profissional será
repensada constantemente e criará ciência e esta influenciará a construção de
currículos cada vez melhores. Fazendo uso de uma didática primorosa bem alinhada
com um currículo coerente o resultado do trabalho de instrução será satisfatório. A
cronologia constitui um dos critérios a serem usados no aprimoramento didático e
curricular de um curso. No entanto não pode assumir o posto de único critério a ser
levado em consideração.
78
O professor Pereira defende o tempo de docência para a formação do
professor-contador, porém o professor Marcos Lafin (2005), da Universidade Federal
de Santa Catarina, em seu livro intitulado “De contador a professor” informa no
âmago do seu livro que existem diferenças marcantes entre o contador-professor e o
professor-contador. O primeiro tem dificuldades tamanhas em trabalhar a
metodologia do ensino superior e o segundo é o que se preparou, de fato, para a
tarefa docente. É interessante que exista nos cursos de Contabilidade professores-
contadores para que estes façam a ponte entre as Ciências Contábeis e as Ciências
da Educação. Assim, contar com o professor-contador no âmbito da instituição de
ensino superior constitui o ideal a ser alcançado por toda a comunidade acadêmico-
contábil. Lafin (2005, p. 155) continua e enfatiza que
A preocupação com uma formação pedagógica levou alguns professores
aos cursos de licenciatura e especializações, além de diversos cursos e
oficinas de curta duração, tais como de didática, oratória metodologia do
ensino. [...] Diversas disciplinas constantes dos programas de pós-
graduação em nível de mestrado também parecem desempenhar papel
importante na formação pedagógica do professor.
Lafin acaba confirmando na citação acima o que os docentes apresentaram em
suas falas nas entrevistas. Existe uma necessidade de transformação do contador-
professor em professor-contador e para isso os cursos de especialização latu ou
strictu sensu desempenham um papel importante por terem consigo a disciplina de
metodologia do ensino superior.
79
4 ANALOGIA ENTRE AS ESTRUTURAS CURRICULARES: 1999-2007
Neste capítulo, encontram-se textos escritos a partir da coleta de dados
realizada no mês de outubro de 2008. Esses dados foram extraídos de entrevistas
semi-estruturadas aplicadas aos docentes, discentes graduandos, servidor técnico
administrativo e de questionário aplicado aos egressos do curso. O objetivo deste
capítulo é elucidar aspectos de avaliação no campo do currículo na visão das
pessoas consultadas para a construção científica desta pesquisa. Os textos estão
arrumados por assuntos tratados nos instrumentos de coleta de dados (APÊNDICES
A, B, C e D).
A estrutura curricular de 1999 sucedeu a de 1993, que deu início ao curso.
Nesta estrutura de 1999 eliminaram-se as disciplinas Educação Física I, II e III,
Estudos de Problemas Brasileiros I e II (EPB), Comunicação nas Organizações,
Técnicas Comerciais e Direito Agrário. Outras disciplinas foram renomeadas, outras
mais foram deslocadas do quadro de disciplinas obrigatórias para o das optativas.
Os egressos que responderam o questionário (Apêndice A) informam que o
currículo de 1999 constitui uma organização de temáticas de boa qualidade. Esse
currículo garantiu para eles a empregabilidade em percentual significativo. Esses ex-
alunos pesquisados responderam ao questionário via correio eletrônico em sua
maioria. Um pequeno número destes respondeu diretamente no formulário impresso.
Todos estes contadores cursaram a estrutura curricular de 1999, sendo que em sua
maioria a amostra contou com alunos da turma de 2003.1 que se formaram no
semestre 2007.2. Quando perguntados, como avaliam o currículo cursado, opinaram
em quase sua totalidade que os componentes curriculares, vivenciados em seu
conjunto, têm boa qualidade. Dessa forma, é possível perceber que a estrutura
curricular de 1999 tem conceito de bom currículo junto à metade dos alunos que
responderam o questionário.
Resposta semelhante à anterior foi coletada junto a esses discentes a respeito
da influência do currículo na sua formação profissional. A empregabilidade também
foi tratada e a resposta da maioria deles é que o currículo de 1999 exerceu salutar
influência na sua capacidade profissional de aproveitar as oportunidades de trabalho
80
que surgiam. Um dado importante é que a maioria dos alunos egressos do curso se
encontra empregada e, em sua quase totalidade, no meio contábil-empresarial. Essa
informação é oriunda das reuniões do colegiado em que se mantém o contato com
professores e alunos que comentam a esse respeito, uma pesquisa mais
aprofundada com os egressos se faz necessária para a devida comprovação
empírica.
No questionário e nas entrevistas, os docentes e discentes consultados
trataram, em sua maioria, de questões pertinentes às disciplinas do DCSA, em
especial, as que constituem a matéria Contabilidade. No entanto outras disciplinas
vinculadas às demais áreas do conhecimento foram mencionadas, como
Administração e Ciências Exatas, como apresentadas a seguir:
- Análise Quantitativa e Processo Decisório (AQPD) recebeu o percentual de
setenta por cento de conceito ruim quando a pergunta foi quanto à sua permanência
no décimo período do curso. Esta é uma disciplina da área departamental de
Administração. Ter disciplina de outra área de conhecimento na conclusão do curso
não é recomendável já que traz dificuldades para o colegiado que precisará estar
oferecendo essa disciplina em todos os semestres uma vez que sempre se tem
alunos concluindo o curso. Para os alunos causa estranheza estar concluindo um
curso de Ciências Contábeis com disciplina que não seja da sua área específica e,
de fato, causa estranheza a todos no curso. No currículo de 2007, essa disciplina
passou a integrar o quadro das disciplinas optativas do curso. A ementa dessa
disciplina é a seguinte:
Introdução às decisões administrativas. Elementos de decisão aplicados à
Administração, baseados hardware e software. Problemas simples e
complexos de distribuição. Métodos de Solução de Problemas simples e
complexos de distribuição. Métodos de Solução de Problemas (MASP e
outros). Base estatística de processo decisório. Teoria dos jogos,
simulações e MAP. (ANEXO B).
- A comissão de reformulação curricular que montou a estrutura de 1999
entendeu que colocando a disciplina Matemática Comercial e Financeira como pré-
requisito para Estatística funcionaria como um reforço na base dos conhecimentos
matemáticos. Assim, os alunos teriam melhores condições de se instruírem com a
primeira disciplina para depois cursar a segunda com mais clareza. Assim, a maioria
81
dos egressos opinou como aceitável essa seqüência. É importante ressaltar que na
nova estrutura curricular esse pré-requisito foi excluído.
4.1 AS DISCIPLINAS SEQUENCIADAS NO CURRÍCULO
Uma das características mais marcantes do currículo de 1999 é a existência de
muitas disciplinas casadas
24
, ou seja, disciplinas em seqüência. Exemplos:
Contabilidade Comercial I
Contabilidade Comercial II
Contabilidade de Custos I
Contabilidade de Custos II
Estrutura e Análise das Organizações Contábeis I
Estrutura e Análise das Organizações Contábeis II
Estrutura e Análise de Balanço I
Estrutura e Análise de Balanço II
Contabilidade Tributária I
Contabilidade Tributária II
Auditoria I
Auditoria II
Estágio Supervisionado I
Estágio Supervisionado II
Quadro 1 – Disciplinas casadas.
Fonte: Projeto pedagógico, Estrutura curricular de 1999. (ANEXO B).
Dessa forma, “o currículo de 1999 tem nessas disciplinas em seqüência sua
característica mais marcante” (Professor Almeida
). Tais disciplinas são todas
vinculadas entre si através de pré-requisitos, ou seja, a disciplina primeira em
relação à segunda. No que tange às disciplinas casadas (I e II como apresentadas
no Quadro I), os egressos do curso opinaram que são aceitáveis através de um
percentual considerável (60%), ou seja, a maioria dos egressos consultados não
entende como um critério ruim para um currículo de Ciências Contábeis, mas não
24
Este termo “disciplinas casadas” é utilizado neste trabalho com o significado de disciplinas
seqüenciadas, ou seja, disciplina I e disciplina II, Contabilidade de Custos I e II, Auditoria I e II... Esta
é uma característica marcante do currículo de 1999 (nota do autor).
82
defendem como uma característica que contribua muito para a conceituação do
currículo como excelente. Assim, não se incomodam com a arrumação das
disciplinas em seqüência mas também não defendem que continue como está. Outro
grupo significativo (30%) entende como um critério ruim do currículo de 1999, ou
melhor, defendem a estrutura em que as disciplinas se apresentam no currículo de
2007 (mais independentes, descasadas, sem seqüência I e II). E apenas 10%
opinaram que esse critério constitui um ponto de excelência na estrutura curricular
de 1999. A mudança, no que se refere à organização das disciplinas apresentadas
no quadro I aconteceu à revelia dos alunos atualmente egressos do curso de
Ciências Contábeis. A estrutura de 2007 traz uma arrumação mais interessante por
ter tornado as disciplinas independentes.
O professor Almeida aponta a existência de várias disciplinas casadas a
exemplo de Contabilidade de Custos I e II, Auditoria I e II, dentre outras disciplinas.
A isso, os graduandos entendem que o descasamento das disciplinas operou
mudança para melhor no currículo. Dessa forma o currículo ficará mais bem
trabalhado no colegiado que faz a previsão de disciplinas e nos departamentos que
as oferece e indica os professores para as mesmas. Outro aspecto é que os
professores não mais precisarão ficar presos à seqüência de disciplinas. Os
graduandos se mostraram favoráveis à estrutura de 2007 no que se trata de
descasar as disciplinas. Disciplinas soltas se têm mais mobilidade no currículo para
os departamentos e colegiados organizarem o oferecimento de disciplinas e
professores.
É válido ressaltar que a quase totalidade dos graduandos concorda com a
existência de duas disciplinas de Contabilidade Introdutória. Muitos dos discentes
chegam à instituição sem conhecimentos mais aprofundados acerca dessa área de
conhecimento. Uma iniciação mais cuidadosa ajudará na fixação de conceitos mais
coerentes. A maioria dos alunos egressos (80%)
25
tem como ruim a existência de
apenas uma disciplina de Contabilidade Geral. O restante deles aponta como
coerente o fato de se ter apenas uma disciplina de 60 horas para essa área das
Ciências Contábeis. Assim, graduandos e graduados concordam com o que foi feito
na estrutura curricular de 2007.
25
Foram entrevistados 12 alunos egressos do curso.
83
Esta questão das disciplinas casadas constitui ponto em que as futuras
comissões de reestruturação curricular ainda terão que discutir em suas pautas.
Trata-se de assunto polêmico no currículo dos cursos de Ciências Contábeis. Uma
das dificuldades que esta estrutura com disciplinas casadas apresenta é o fato de
um mesmo professor se sentir na tarefa de abraçar as duas disciplinas o que acaba
levantando questionamentos dos alunos junto ao colegiado. Professores que tem
consigo um trato didático mais apurado são bem recebidos pelos alunos e os que
não tem acabarão experienciando dificuldades em trabalhar duas disciplinas
seguidas. A esse respeito opina o professor Almeida quando perguntado acerca dos
pontos mais interessantes, na sua visão, da atual estrutura curricular. A resposta foi
que “A quase eliminação das disciplinas casadas”. Sendo assim, esse ponto é de se
pensar que já fazia parte das reflexões do professor anteriormente á reformulação
curricular.
É válido ressaltar que a Área Departamental de Ciências Contábeis não tem
levado em consideração a desvinculação das disciplinas e tem indicado os mesmos
professores para as disciplinas que tenham semelhanças com as antigas em ordem
seqüenciadas do currículo anterior. Exemplo disso está acontecendo com as
disciplinas Contabilidade de Custos e Análise de Custos (anteriormente
Contabilidade de Custos I e II) e Estudos das Demonstrações Contábeis e Análise
de Balanços (antigas Análise de Balanços I e II) que estão sendo trabalhadas pelos
mesmos docentes
26
. Essas disciplinas sofreram alterações em suas ementas e a
orientação do teórico Pedro Demo (2005) é que os professores revezem entre si
para conceder aos discentes a possibilidade de comparar os encaminhamentos
teóricos de cada docente e tirar as suas conclusões acerca dos assuntos tratados,
mas não é o que vem acontecendo.
Ainda acerca das disciplinas em seqüência (casadas) outros docentes
opinaram da seguinte forma:
- O professor Marconi, quando perguntado sobre o fato de se ter disciplinas
soltas em contraposição com a estrutura curricular anterior que tinha muitas
disciplinas casadas (disciplinas I e II), se é bom para o curso ou não, o professor
respondeu o seguinte:
26
Informação obtida em consulta aos horários do colegiado do curso nos semestres 2008.1 e 2009.1.
84
Entendo que seja uma evolução, pois deixa o currículo menos amarrado. Isso
possibilita se trabalhar a disciplina em sua totalidade. Nas disciplinas casadas se
tinha uma ação muito intensa de apenas um professor que exigia a continuidade do
seu pensamento na disciplina seguinte. Quando acontecia de outro professor
trabalhar a disciplina seguinte ocorria de não haver um posicionamento conjunto
acerca da melhor orientação na disciplina (professor Marconi).
- O professor Almeida quando inquirido acerca da mesma pergunta acima, ele
se posiciona informando que a independência das disciplinas constante no currículo
de 2007 “Constitui algo bom para o curso. O currículo que temos não é perfeito, mas
essa mudança era necessária”.
- O professor Pereira defende que “É bom para o curso. Quanto mais se
destravar o currículo mais se estará criando possibilidades de o aluno fazer o seu
curso com maior facilidade”.
- Já o professor Miranda tem ponto de vista distinto dos professores
anteriormente citados. Posiciona-se com o seguinte argumento:
Depende. Quando as disciplinas casadas são trabalhadas em conjunto pelos
professores elas se tornam interessantes. Nesse caso um professor dá seqüência à
disciplina do outro já que se trata de conteúdos extensos. Em contrapartida quando
as disciplinas não têm essa seqüência corre-se o risco de o trabalho de um
professor não contemplar o trabalho do outro. O fato de o outro currículo ter mais
pré-requisitos força um pouco mais o direcionamento lógico do curso (professor
Miranda).
- O professor Gimenez aponta a inserção das disciplinas de Contabilidade
Tributária I e II no currículo de 1999 como sendo um grande avanço para aquele
momento do curso;
O professor Marconi
tem como questão que salta aos olhos, nesse currículo, a
existência da disciplina Estrutura e Análise das Organizações Contábeis I e II e,
85
informa que esta disciplina, praticamente, inexiste nos currículos das universidades
brasileiras. A exclusão delas era muito necessária. Sendo assim, percebe-se que
alguns pontos chamativos são positivos e outros não.
É possível observar que existem prós e contras a respeito da existência das
disciplinas em seqüência no currículo do curso de Ciências Contábeis.
4.2 A REESTRUTURAÇÃO CURRICULAR
A questão que envolve as disciplinas casadas no currículo de 1999 é apenas
uma entre outras mais observadas que apontavam a obsolescência do currículo em
vigor. No ano de 2005, a necessidade de se construir novo currículo se intensificou
ante alguns fenômenos observáveis pelos membros envolvidos no curso. Teorizando
esta questão, Couto (1968) informa que “a baixa freqüência, o índice elevado de
reprovações, evasão escolar, desinteresse dos candidatos em estudar esse
currículo” (p. 22-23) são pontos-chave para se perceber que o currículo está ficando
obsoleto. No curso de Ciências Contábeis, a partir do ano de 2004, tornou-se visível
a necessidade de mudanças no currículo e a coordenação do colegiado concretizou
esses fatos constituindo comissão para reestruturação curricular no ano seguinte. O
Ministério da Educação e Cultura (MEC) baixou a Resolução 10 de dezembro de
2004 e isso acabou reforçando a necessidade de reformular o currículo do curso de
Ciências Contábeis na instituição.
Uma vez que o colegiado
27
do curso de Ciências Contábeis da UESB constituiu
Comissão de Reestruturação Curricular
28
esta iniciou os seus estudos observando a
pertinência ou não da permanência
29
de determinados componentes curriculares,
27
Sob a coordenação do professor Alexssandro Campanha Rocha.
28
Esta comissão fora, inicialmente, constituída pelos professores Márcia Mineiro de Oliveira, Antônio
dos Santos, Luciano Moura Costa Doria e Manoel Antonio Oliveira Araújo (nota do autor).
29
Contabilidade Industrial, Estrutura e Análise das Organizações Contábeis I e II, Contabilidade
Comercial II.
86
bem como a inserção
30
de outros mais. Os trabalhos continuaram e ao final de três
meses de esforços a comissão apresentou ao colegiado do curso uma proposta de
reformulação curricular. Esta proposta tinha os seguintes pontos chamativos:
diminuição de pré-requisitos; diminuição drástica do número de disciplinas casadas
(disciplinas I e II); inserção de atividades complementares ao curso; adição de
Trabalho de Conclusão de Curso (monografia); inclusão de novas disciplinas como
Contabilidade Avançada, Laboratório Contábil, Auditoria Governamental, Auditoria
Empresarial, Pesquisa Científica em Contabilidade, Estudo das Demonstrações
Contábeis.
O colegiado do curso recepcionando a proposta encaminhou para a Área
Departamental de Ciências Contábeis, no DCSA,
31
.
Em retorno ao colegiado
32
do curso, a proposta foi reanalisada. O professor
Almeida se pronuncia acerca do currículo de 2007 comentando sobre a adequação
dos últimos dois currículos do curso (1999 e 2007) à realidade profissional do
contador em nosso município? E por quê?
Com toda certeza é o de 2007. Primeiro por que foi uma discussão muito mais
coletiva. Segundo porque entendo que todo curso tem que envolver aspectos
técnicos e também tem que acompanhar aquilo que a comunidade acadêmica
defende que esteja no currículo. E foi o que aconteceu. Na construção do currículo
de 2007 houve essa consulta junto aos alunos e professores. Houve divulgação e
publicidade no sentido de coletar sugestões e críticas. A matriz curricular de 2007
veio atender a todas essas expectativas (professor Almeida).
30
Contabilidade Avançada, Laboratório Contábil, Contabilidade Introdutória II, Trabalho de Conclusão
de Curso.
31
Sob a coordenação do professor Mário Augusto Carvalho Viana que em reuniões sucessivas os 13
professores da Área de conhecimento contábil adequaram a proposta inicial tanto à legislação vigente
quanto às exigências pedagógicas expedidas pelo Ministério da Educação e Conselho Estadual de
Educação.
32
Em retorno ao colegiado, contou-se com a assessoria da secretária do colegiado, Vanêide Rocha
Dias Ribeiro, que muito colaborou com o professor Alexssandro para que fosse enviada a proposta de
Matriz Curricular para a Câmara de Graduação do Consepe. A Câmara deixou aos cuidados do
professor Marcos Salviano, do campus de Jequié para que este conferisse parecer ao processo. Em
sendo favorável, no dia 5 de julho de 2007 foi baixada portaria pela reitoria da instituição e publicada
no Diário Oficial do Estado da Bahia a aprovação do novo currículo do Curso de Ciências Contábeis.
O Conselho Estadual de Educação conferiu renovação do reconhecimento do curso para mais sete
anos a vigorar a partir da publicação da portaria específica.
87
O trabalho realizado para a consecução do currículo de 2007 contou com a
contribuição expressiva de vários professores, alunos e funcionários para que se
concretizasse.
4.3 CARACTERÍSTICAS DO CURRÍCULO REESTRUTURADO
O período letivo de 2007 iniciou-se contando com um currículo reestruturado.
Nesta nova matriz curricular tem-se um conjunto de inovações. Entre essas
mudanças algumas ganham destaque:
- Inserção de Atividades Complementares que segundo o artigo primeiro do
Regulamento das Atividades Complementares constitui inovação importante para a
graduação em Contabilidade na instituição:
Art. 1º As Atividades Complementares tem por finalidade complementar a
formação acadêmica do aluno do Curso de Ciências Contábeis ampliando
seu conhecimento teórico-prático e propiciando a ele condições de realizar,
concomitantemente às disciplinas da grade curricular, atividades autônomas
e flexíveis centradas em temáticas contábeis e afins, que contribuam para a
formação pessoal, social e profissional do futuro bacharel em Ciências
Contábeis. (ANEXO E).
- Inclusão do Trabalho de Conclusão de Curso que no seu regulamento é
conceituado como
Art. 1º - O Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) constitui-se num
componente curricular do Curso de Ciências Contábeis onde serão
desenvolvidas atividades de cunho científico que deverá culminar com a
produção de um trabalho de natureza científica, a saber, a elaboração de
trabalho monográfico – MONOGRAFIA. (ANEXO F).
88
- O Estágio Supervisionado fora reestruturado e diminuiu a sua carga horária
de 240 horas para 150 e é definido em seu regulamento como
Art. 1º - O Estágio Curricular é um procedimento didático-pedagógico
constituído por trabalhos práticos supervisionados, fora do ambiente
acadêmico, sendo uma atividade obrigatória, integrante do Curso de
Ciências Contábeis e desenvolvido em colaboração com empresas,
instituições de pesquisa e desenvolvimento tecnológico, cooperativas e
profissionais liberais, de caráter público ou privado, sob condições
programadas previamente, com a orientação de um docente e a supervisão
de um profissional contábil habilitado mediante aceite da coordenação, sem
assumir um caráter de especialização. (ANEXO G).
- As disciplinas em seqüência dupla foram descasadas (exceção de
Contabilidade Introdutória)
Tabela 1 – Disciplinas em seqüência dupla
I SEMESTRE
DEPARTA
MENTO
DISCIPLINA CH CREDITOS PRÉ-REQUISITO
DCSA Contabilidade Introdutória I 60 (4.0.0) 4
II SEMESTRE
DEPARTA
MENTO
DISCIPLINA CH CREDITOS PRÉ-REQUISITO
DCSA Contabilidade Introdutória II 60 (4.0.0) 4 Contabilidade Introdutória I
Fonte: ANEXO D.
- Adicionaram-se disciplinas novas. A saber:
Tabela 2 – Disciplinas novas
DEPARTA
MENTO
DISCIPLINA CH CREDITOS PRÉ-REQUISITO
DCSA Contabilidade Introdutória I 60 (4.0.0) 4
DCSA Contabilidade Introdutória II 60 (4.0.0) 4 Contabilidade Introdutória I
DCSA Estudo das Demonstrações Contábeis 60 (2.1.0) 3 Contabilidade Introdutória
II
DCSA Análise de Custos 60 (2.1.0) 3 Contabilidade de Custos
DCSA Contabilidade de Prestação de Serviços 60 (4.0.0) 4 Contabilidade Introdutória
II
DCSA Planejamento Contábil Tributário 60 (4.0.0) 4 Contabilidade Tributária
DCSA Pesquisa Científica em Contabilidade 60 (4.0.0) 4 Métodos e Técnicas de
Pesquisa e Teoria da
Contabilidade
DCSA Auditoria Empresarial 60 (2.1.0) 3 Auditoria Geral
DCSA Contabilidade Avançada 60 (4.0.0) 4 Análise de Balanço
DCSA Trabalho de Conclusão de Curso – TCC 60 (4.0.0) 4 Pesquisa Científica em
Contabilidade
DCSA Perícia Contábil e Arbitragem 60 (2.1.0) 3 Auditoria Empresarial
89
DCSA Auditoria Governamental 60 (2.1.0) 3 Contabilidade
Governamental e Auditoria
Geral
DCSA Laboratório Contábil 60 (0.2.0) 2 Perícia Contábil e
Arbitragem
DCSA Tópicos Contemporâneos em
Contabilidade
60 (4.0.0) 4 Teoria da Contabilidade
DCSA Contabilidade Ambiental 60 (4.0.0) 4 Contabilidade Introdutória II
DCSA Contabilidade Social 60 (4.0.0) 4 Contabilidade Introdutória II
DCSA Contabilidade do Terceiro Setor 60 (4.0.0) 4 Contabilidade Introdutória II
DCSA Contabilidade Internacional e Comércio
Exterior
60 (4.0.0) 4 Contabilidade Introdutória II
DCSA Controladoria Governamental 60 (4.0.0) 4 Contabilidade
Governamental
DCSA Empreendedorismo 60 (4.0.0) 4 Introdução a Administração
DCSA Administração Estratégica 60 (4.0.0) 4 Introdução a Administração
DH Estado Moderno e Capitalismo 60 (4.0.0) 4 Sociologia
Fonte: ANEXO D.
- Tornou obrigatórias disciplinas antes optativas e o inverso também foi
realizado e aumentou de duas para quatro o número de disciplinas optativas a
serem obrigatoriamente cursadas pelo graduando num rol de treze disciplinas
propostas, anteriormente eram onze. Exemplo de disciplina que se tornou obrigatória
é Contabilidade Agropecuária e o inverso aconteceu com as disciplinas Análise
Quantitativa e Processo Decisório (AQPD), Contabilidade Industrial e Contabilidade
Bancária, esta passou a se denominar Contabilidade de Instituições Financeiras;
- Exclusão de disciplinas do currículo como Contabilidade Comercial II,
Estrutura e Análise das Organizações Contábeis (EAOC) I e II, Metodologia da
Pesquisa Científica (MPC), Organização Sistemas e Métodos (OSM), Contabilidade
Nacional, Contabilidade dos Transportes, Contabilidade da Pecuária, Contabilidade
de Seguros e Sistemas de Informações Gerenciais;
- Mudança na denominação de disciplinas com alterações mínimas em sua
ementa ou nenhuma alteração. Foi o que aconteceu com as disciplinas abaixo
relacionadas:
CURRÍCULO 1999 CURRÍCULO 2007
Introdução à Sociologia Introdução à Sociologia
Introdução à Filosofia Introdução à Filosofia
Legislação e Ética Profissional
Ética Geral e Profissional
Contabilidade Geral
Contabilidade Introdutória I
Português Instrumental Português Instrumental
Matemática IV Matemática
Instituições do Direito Público e Privado –
IDPP
Instituições do Direito Público e Privado – IDPP
Introdução à Economia Introdução a Economia
90
CURRÍCULO 1999
CURRÍCULO 2007
--
Contabilidade Introdutória II
Introdução a Administração Introdução à Administração
Contabilidade Comercial I
Contabilidade Comercial
Matemática Comercial e Financeira Matemática Comercial e Financeira
Direito Comercial
Direito Empresarial
Teoria Econômica Teoria Econômica
Contabilidade Comercial II
Psicologia Aplicada a Contabilidade Psicologia Aplicada a Contabilidade
Contabilidade de Custos I
Contabilidade de Custos
Direito Administrativo Direito Administrativo
Tópicos de Informática Aplicada à
Contabilidade
Tópicos de Informática
Estatística Aplicada Estatística Aplicada
Direito Tributário Direito Tributário
Contabilidade de Custos II
Análise de Custos
Contabilidade Pública
Contabilidade Governamental
Orçamento Público Orçamento Público
- Contabilidade de Prestação de Serviços
Contabilidade Industrial Contabilidade Industrial
Metodologia da Pesquisa Científica – MPC
-
Auditoria I
Auditoria Geral
Métodos e Técnicas de Pesquisa – MTP Métodos e Técnicas de Pesquisa – MTP
Estrutura e Análise de Balanço I
Estudo das Demonstrações Contábeis
Contabilidade Tributária I
Contabilidade Tributária
Administração de Materiais Administração de Materiais
Análise de Balanços II
Análise de Balanços
Legislação Social e Direito do Trabalho –
LSDT
Legislação Social e Direito do Trabalho – LSDT
Estágio Supervisionado I e II
Estágio Supervisionado
Estrutura e Análise das Organizações
Contábeis I
-
Contabilidade Tributária II
Planejamento Contábil Tributário
Elaboração e Análise de Projetos Elaboração e Análise de Projetos
Controladoria Controladoria
Teoria da Contabilidade Teoria da Contabilidade
Estrutura e Análise das Organizações
Contábeis II
-
Organização, Sistemas e Métodos
-
- Laboratório Contábil
- Tópicos Contemporâneos em Contabilidade
- Contabilidade Ambiental
- Contabilidade Social
Contabilidade das Fundações
Contabilidade do Terceiro Setor
Auditoria II
-
Orçamento Empresarial Orçamento Empresarial
Comércio Exterior
Contabilidade Internacional e Comércio
Exterior
Contabilidade Bancária e Financeira
Contabilidade de Instituições Financeiras
Análise Quantitativa e Processo Decisório Análise Quantitativa e Processo Decisório –
AQPD
Perícia Contábil
Perícia Contábil e Arbitragem
Contabilidade da Construção Civil
-
Contabilidade da Pecuária
-
Contabilidade das Cooperativas Contabilidade das Cooperativas
Contabilidade Nacional
-
91
CURRÍCULO 1999
CURRÍCULO 2007
Contabilidade de Seguros
-
Contabilidade dos Transportes
-
- Auditoria Governamental
- Auditoria Empresarial
- Controladoria Governamental
Contabilidade Rural
Contabilidade Agropecuária
Sistema de Informações Gerenciais
-
- Empreendedorismo
- Administração Estratégica
- Estado Moderno e Capitalismo
Contabilidade Hospitalar
-
Quadro 2 – Equivalências de disciplinas 1999-2007.
Fonte: ANEXOS B e D.
LEGENDA:
Disciplinas que mudaram de nome com leves ou nenhuma alteração na ementa estão em
negrito.
Está em branco os espaços correspondentes ás disciplinas que existiam no currículo de 1999
deixaram de existir no currículo de 2007 ou o contrário.
- Aumento da carga horária do curso de 3.000 para 3.180 horas;
A maioria dos professores defende que A estrutura de 2007 tem de mais
chamativo que se pode notar é a adição de novas disciplinas. Constitui, assim, o seu
ponto que mais se destaca. O professor Almeida chama a atenção para o fato de
que se descasou a quase totalidade das disciplinas do curso. O professor Pereira e
o professor Gimenez têm pontos de vista opostos já que o primeiro lamenta o fato de
se ter três disciplinas voltadas para a pesquisa científica (Métodos e Técnicas de
Pesquisa, Pesquisa Científica em Contabilidade e Trabalho de Conclusão de Curso)
e continua seu argumento afirmando que em apenas uma disciplina de 60 horas se
atenderia esse curso que “não tem perfil para formar pesquisadores e sim
executores das técnicas contábeis”; já o professor Gimenez
se apresentou satisfeito
por ter disciplinas dessa natureza no currículo e afirma que “o bacharel em
contabilidade precisa pensar” e que esses componentes curriculares o ajudam nisso.
Metodologia da Pesquisa Científica e Métodos e Técnicas de Pesquisa passaram
pelo crivo dos alunos egressos com percentuais de trinta por cento para o critério de
excelência no que tange à sua existência no curso. Sessenta por cento as tem como
componentes curriculares em conceito apenas aceitável. É válido mencionar que na
nova matriz curricular foi mantida apenas a disciplina Métodos e Técnicas de
Pesquisa.
92
O professor Miranda tem consigo que a estrutura curricular de 1999 conta com
o critério de pré-requisitos com mais intensidade do que a de 2007. Para ele, esse
critério constrói um encadeamento lógico que tem sua importância no trabalho de
apreensão do conhecimento contábil. Os demais professores não apontaram
vantagens da estrutura curricular de 1999 sobre a de 2007.
Em se tratando das vantagens da estrutura de 2007 sobre a de 1999, os
docentes apontaram que as novas disciplinas são o carro-chefe dessas mudanças.
O professor Marconi tem o currículo de 2007 como “uma adaptação à realidade
local”, uma vez que nesse currículo se tem nítida a preocupação com a
regionalidade e, também, aponta que nesse atual currículo se tem um número maior
de disciplinas da área das Ciências Contábeis o que não foi motivo para se deixar de
atender as outras áreas do conhecimento, que dão sustentação genérica à formação
do contador. Como exemplo é possível citar as Ciências Jurídicas, Econômicas, da
Administração, Exatas, da Informação... O professor Gimenez reitera que a inclusão
da disciplina Trabalho de Conclusão de Curso figura como a grande vantagem da
atual matriz curricular sobre a de 1999.
Quanto às vantagens da estrutura de 2007 sobre a de 1999 o professor Pereira
se mostra enfático em afirmar que elas não existem e critica a presença de
disciplinas de Contabilidade Aplicada. No que se trata desse assunto, Sá (1995, p.
99), em seu Dicionário de Contabilidade informa que:
Aplicação dos princípios científicos da Contabilidade a um tipo de atividade
aziendal. A Contabilidade aplicada é o estudo particularizado da
Contabilidade aos patrimônios das empresas e entidades, cada uma de per
si. Quando se estuda a contabilidade aplicada de uma empresa, tem-se em
mente os temas seguintes: caracterização da empresa face à Contabilidade.
Formação do capital da empresa, os custos e as receitas na empresa em
estudo, a escrituração dos fatos da gestão, o levantamento dos resultados e
do balanço, o fechamento das contas, os casos particulares nas empresas
relativamente à ciência e à técnica contábil.
Disciplinas como Contabilidade Rural, Contabilidade Comercial, Contabilidade
Industrial, Contabilidade do Terceiro Setor... São exemplos de Contabilidade
Aplicada, ou seja, aplicada a um ramo específico da economia. Os egressos foram
perguntados se a disciplina Contabilidade Rural deveria figurar como obrigatória e
eles apresentaram um quadro com percentuais em que se percebe um empate. As
93
três categorias (excelente, bom e ruim) foram escolhidas em percentuais
praticamente iguais. A disciplina de Contabilidade Rural ganhou a denominação de
Contabilidade da Agropecuária no currículo de 2007. O argumento utilizado pelos
membros das comissões responsáveis pelos trabalhos de reformulação curricular é
que esta disciplina atende ao critério da regionalidade. A região Sudoeste da Bahia
tem a atividade da agropecuária como uma das molas-mestras da sua economia.
Assim, se justifica a migração dessa disciplina para o rol das obrigatórias.
Mostraram-se contrários a que a disciplina Contabilidade Industrial permaneça entre
as disciplinas obrigatórias do curso. O currículo de 2007 colocou essa disciplina em
meio às optativas. Isso se deve ao fato de que os representantes da comunidade
acadêmico-contábil entender que a atividade industrial ainda seja incipiente em
nossa região. Na estrutura curricular de 1999 tem duas disciplinas de Contabilidade
Comercial. Os egressos opinaram que essa disposição era ruim (60%). Na matriz
curricular seguinte se tem apenas uma disciplina com carga horária de 60 horas. As
disciplinas de Estrutura e Análise das Organizações Contábeis I e II receberam a
avaliação como desnecessárias por setenta por cento dos egressos. Professores e
alunos já vinham questionando a permanência dessas disciplinas no currículo. Na
atual estrutura elas foram excluídas. Partes de suas ementas passaram a constituir a
ementa da disciplina Contabilidade da Prestação de Serviços.
Para a consecução do atual currículo foram estudadas as estruturas
curriculares de instituições de renome no Brasil como USP, UNB, UFRJ, UFBA,
UFPB, FGV, UNEB, dentre outras mais. Buscou-se também a legislação vigente no
Brasil para a graduação em Ciências Contábeis que conta com a LDB de 1996 e a
Resolução 10 de 16 de dezembro de 2004. (ANEXO A).
No trabalho de comparação entre os fluxogramas curriculares os discentes que
adentraram a instituição a partir de 1999 constituem fonte importante de pesquisa de
ordem empírica assim como docentes da área departamental de Ciências Contábeis
do DCSA. Dessa forma, a comparação concederá a possibilidade de análise das
estruturas curriculares para a interpretação de questões de relevância na realidade
acadêmico-contábil curricular do curso de Ciências Contábeis na atualidade, nessa
instituição de ensino superior.
Na opinião dos docentes e discentes consultados, em sua maioria, o resultado
dessas mudanças redundou na construção de um currículo mais coadunado com a
94
realidade da educação no campo específico das Ciências Contábeis. Prova disso
são os depoimentos a seguir:
Entendo que o de 2007 seja o mais coerente, pois este nos trouxe algumas
novidades, tirou alguns vícios que já existiam de currículos anteriores. Entre as
novidades, pode-se citar o aprofundamento da disciplina de Custos com a inserção
da disciplina Análise de Custos, com a inclusão das disciplinas Planejamento
Tributário, Contabilidade da Prestação de Serviços. Enfim, assuntos que não eram
tratados na disciplina primeira poderão ser estudados na segunda disciplina
(PROFESSOR GIMENEZ).
O currículo de 1999 teve sua parcela de contribuição e se adequava à realidade da
instituição no período de 1999 a 2004. Quando houve a publicação da resolução
CNE/CES 10, de 16 de dezembro de 2004 o curso precisou se adequar às diretrizes
nacionais principalmente no que tange às Atividades Complementares que ainda
não faziam parte do currículo. (FUNCIONÁRIO TÉCNICO-ADMINISTRATIVO).
O currículo de 2007 está um pouco mais voltado para a realidade. Talvez por conta
do tempo ou por conta das mudanças que aconteceram, o currículo de 1999 já se
encontrava um pouco defasado. Nesse período, a Contabilidade como uma ciência
social sofreu uma série de mudanças em áreas como a contabilidade social e a
ambiental que passaram a integrar o novo currículo. (PROFESSOR MIRANDA
).
Entendo que cada currículo representa um momento do curso diante do mercado. O
currículo de 1999 possuía algumas disciplinas que apresentava um descompasso
maior com relação ao mercado. Isso era notado junto às últimas turmas que se
formaram. O currículo de 2007 está mais adaptado à realidade do nosso município.
Este currículo não tem condições de atender a todas as demandas e por isso a
quantidade de disciplinas optativas foi ampliada e melhor distribuída para que fosse
possível se fazer ajustes. Uma reivindicação dos alunos é que se construa a
estrutura que torne possível o oferecimento de um leque maior de disciplinas
optativas. (Professor Marconi
).
É importante frisar que um professor discorda de todos os docentes
anteriormente citados, quando argumenta que
95
Nenhum deles. Ambos os currículos têm um problema sério que é a sua
integralização em cinco anos. Isso gera um desestímulo nos alunos. Entendo que
cada currículo atende o seu tempo. Não existem vantagens em nenhum. (Professor
Pereira).
Faz-se necessário mencionar que constituem apontamentos de grande
importância para este trabalho de pesquisa os pontos de vista dos docentes. Estes
estiveram envolvidos no trabalho de reformulação do currículo do curso. É notório
perceber que eles têm em determinados pontos do discurso de cada um, idéias que
divergem. Dado o processo democrático em que a reformulação transcorreu. É
válido admitir que o atual currículo seja o produto do consenso, ou seja, a vontade
da maioria concretizada.
Defendem as mudanças ocorridas no currículo de 2007 o quádruplo dos
graduandos que gostaria que continuassem como estava o currículo de 1999, ou
seja, defende as mudanças um número significativo de discentes. Entre os egressos
é possível perceber a defesa da maioria das mudanças ocorridas.
Para os egressos consultados acontece um empate quando a questão é o
período de integralização do curso. O fato de se ter o período de integralização em
cinco anos é por não se ter o sábado como dia letivo obrigatório. Os egressos
sabem disso. Assim surge a polêmica, pois se deseja os quatro anos para se
integralizar o curso, mas não se aceita o fato de contar com aulas no sábado. Os
demais professores têm a matriz curricular de 2007 com amplas vantagens sobre a
anterior. O professor Almeida informa que a reformulação do atual currículo contou
com a participação de professores, alunos e com uma ampla divulgação na
instituição e na comunidade. Tudo isso só vem reforçar a interação dessa estrutura
com a realidade contábil vigente.
Os egressos do curso teceram considerações acerca de determinadas
disciplinas do currículo de 1999. Essas disciplinas são estratégicas no currículo por
versarem sobre temáticas importantes nas rotinas da profissão de contador. Os
posicionamentos dos egressos estão associados com as mudanças ocorridas na
96
reestruturação curricular. Assim, seguem os posicionamentos com os comentários
pertinentes:
- Auditoria I e II, assim se apresenta essa área do conhecimento contábil no
currículo de 1999. Ao responder o questionário, os egressos se mostraram
favoráveis a que assim continuasse em um percentual de quarenta por cento. Outros
trinta por cento apontou que estava bom dessa maneira e o restante opinou que
estava ruim a forma em que as duas disciplinas se apresentavam no currículo.
Sendo assim, as mudanças eram necessárias e na estrutura de 2007 se conta com
três disciplinas, a saber: Auditoria Geral, Auditoria Governamental e Auditoria
Empresarial.
- Com um percentual de sessenta por cento dos egressos consultados,
recebeu o conceito de bom no que tange à permanência de duas disciplinas de
orçamento. Vale informar que as disciplinas Orçamento Empresarial e Orçamento
Público foram mantidas na nova estrutura Curricular.
- Teoria da Contabilidade é ministrada no décimo período da estrutura
curricular de 1999. A quase totalidade dos alunos opinou como ruim esse fato. Com
a reformulação, essa disciplina passou a constar no sétimo semestre do curso. O
argumento utilizado para essa localização é que para se cursar essa disciplina é
necessário já ter consigo conhecimentos sobre contabilidade o que não acontece
com os alunos dos primeiros semestres.
Todas essas informações que os alunos egressos do curso concederam
constituem informação preciosa mesmo sabendo que estes, quando graduandos, se
esquivaram de trabalhar com afinco nos estudos de reestruturação curricular.
Consultas necessárias para a comissão foram realizadas através de enquetes
33
do
colegiado.
33
Exemplo de enquete aplicada aconteceu quando se tornou necessário saber dos graduandos
acerca da exclusão da disciplina Contabilidade Comercial II do currículo de 2007.
97
4.4 COMENTÁRIOS ACERCA DAS DISCIPLINAS OPTATIVAS DO CURRÍCULO
Quando perguntados acerca do que mais lhes chamavam a atenção na
estrutura curricular de 1999 os professores apresentaram percepções diversas:
- O professor Miranda se viu chamado à atenção pelas disciplinas optativas
que existem no currículo e nunca são oferecidas em sua totalidade e as poucas
oferecidas ganhavam dos alunos a denominação de “obrigativas” e, com isso, os
alunos egressos concordam com o professor Miranda e opinam que as duas únicas
disciplinas optativas a serem cursadas obrigatoriamente, no currículo de 1999, se
revelaram ante eles como um número insuficiente de disciplinas dessa natureza e,
eles desejavam muito mais componentes curriculares optativos para que eles
mesmos possam fazer o direcionamento escolhido para a sua formação e pontuando
que entendem este como um aspecto ruim no currículo cursado por eles. Esta
também constitui solicitação dos graduandos. Em consulta a estes, constatou-se que
aprovam o novo currículo de 2007. Este currículo traz um número maior de
disciplinas. Em quadro constante do roteiro de entrevista dos graduandos é possível
fazer uma comparação mais detalhada.
CURRÍCULO - 1999 CURRÍCULO 2007
- Obrigatoriamente cursar duas disciplinas - Obrigatoriamente cursar quatro disciplinas
- Quadro de onze disciplinas optativas - Quadro de doze disciplinas optativas
Quadro 3 – Quadro comparativo quantidade de disciplinas optativas obrigativas entre os currículos de
1999 e 2007. (ANEO D).
Fonte: Elaboração própria.
O que é necessário destacar é que os docentes deverão estar preparados para
trabalhar essas temáticas com afinco.
- O professor Almeida se pronuncia com as seguintes palavras:
O aumento foi positivo. Primeiro porque houve uma modificação nas optativas.
Segundo, porque a partir do momento em que eu amplio o leque de opções eu
posso conceder, ao aluno, a faculdade de escolher as disciplinas que queira cursar
98
e, acabar por montar o curso dele. Seria interessante que tivesse mais disciplinas
optativas, isso seria o ideal.
Exemplo disso é que alunos que tem vocação para a área de Contabilidade
Pública buscariam disciplinas voltadas para esta área específica e os que
desejassem aprofundamento na área empresarial buscariam disciplinas na área
empresarial. É interessante frisar, o que constitui uma crítica, que o curso precisa
proporcionar essas opções aos alunos e acabar com o que eles dizem que em vez
de “optativa” a disciplina é “obrigativa”, pois em vez de atender às solicitações deles
acabam atendendo decisões do colegiado ou disponibilidades de horário de
professores. Outro aspecto é a limitação de salas de aula que impede que se
tenham turmas com um número menor de alunos.
Esse termo “obrigativa” é usado de forma pejorativa, pois é através dele que se
impõe aos alunos disciplinas que eles cursam sem terem tido a possibilidade de
escolher por ela. Em parte, os graduandos têm se mostrado silenciosos no que
tange à vivência político-acadêmica. Nesses últimos quatro anos os discentes têm
sido chamados de forma mais firme a defender o que desejam no curso. Isso evitará
a existência das ditas disciplinas optativas obrigativas.
4.5 A PRÁXIS CONTÁBIL
A temática anteriormente tratada que envolve a Contabilidade Aplicada tem
relação com as possibilidades que as Atividades Complementares podem oferecer.
Estas passaram a integrar o currículo do curso na última reformulação curricular e foi
estabelecida uma carga horária de 150 horas
34
. Através das atividades
complementares os graduandos poderão buscar os conhecimentos na
especificidade desejada no campo de trabalho em que a Contabilidade estiver sendo
aplicada. Os graduandos se mostraram favoráveis em sua quase totalidade à
34
Ver barema.
99
inserção das atividades complementares. Ao perguntar os professores a respeito
dessa questão eles opinaram o seguinte:
- O professor Marconi lamenta o fato de se estar obrigando os alunos do curso
ao cumprimento da carga horária das Atividades Complementares, mas relata que
muitos são “os alunos que não tinham compromisso em estar realizando essas
atividades como participação em eventos como congressos, cursos, seminários [...]”;
- O professor Pereira argumenta que essas atividades devem estar voltadas
para a formação profissional, pois, assim, o discente vai observar se o que está
aprendendo na academia tem ligação com as rotinas da profissão;
- O professor Almeida acredita que as atividades Complementares têm a
finalidade de colocar o discente em contato com outros ambientes além da sala de
aula;
- O professor Miranda faz a colocação de que o discente:
Precisa extrapolar as portas da universidade e conhecer outras instituições de
ensino, outras realidades e criar a sua própria teia de relacionamento com outros
estudantes, outros professores e trazer para cá coisas novas que estejam surgindo.
Assim, é possível observar a boa aceitação das Atividades Complementares no
currículo do curso de Ciências Contábeis. Essas atividades estão ligadas à prática
da Contabilidade em muitas das ações que o discente pode realizar e isso faz com
que o discente tenha condições de comparar estas vivências com as orientações
teóricas recebidas na sala de aula.
Os graduandos consultados solicitam a chamada vivência prática para que se
faça mais presente no quotidiano do curso. O que querem dizer com isso é que os
estudos em sala de aula versem sobre as rotinas profissionais. Diante disso surge
um panorama em que a idéia de práxis se apresenta. O entendimento acerca do
termo “Práxis” pode ser construído a partir de “ação-reflexão-ação”. Assim, a ação
inicial vem a ser submetida a uma interação intelectiva, ou seja, reflexão que
promoverá uma ação melhorada.
100
O pensar, assim como o fazer ciência, há de estar integrado à práxis para
poder, dessa forma, distinguir o que vem a ser científico do que é, simplesmente,
técnica. Outro entendimento do termo práxis é que vem a ser a teoria praticada e a
prática pensada. Dessa forma, haverá uma conexão entre teoria e prática de tal
forma que será inadmissível trabalhar com as mesmas de forma isolada.
Adolfo Sanchez Vazquez (1998, p. 52) tem práxis como “a atividade material do
homem que transforma o mundo material e social para fazer um mundo humano”.
Nesse mundo, a ciência atua como instrumento, já que é um dos tipos de
conhecimento, que impulsiona o progresso da humanidade. Uma das características
do homem que o distingue dos demais seres na natureza é o fato de que ele adapta
as condições naturais a si enquanto que os demais seres adaptam-se às condições
ambientais que se apresentam ao seu entorno. O homem é chamado, no concerto
da vida social, a promover uma transformação que melhora as condições de vida. O
grande desafio, na atualidade, é, justamente, construir uma práxis científica que
integre as necessidades humanas à ordem ecológica e à ética vigentes.
Práxis é um momento de criação e, nesse tempo o sujeito se transforma e
modifica o ambiente em que vive. Essa transformação o direciona à autonomia uma
vez que o processo científico há de ser emancipatório.
A práxis pedagógica é espécie que tem como gênero a práxis científica. A
primeira pode ser entendida como uma habilidade entre as essenciais para o ser
humano. O homem educado constrói conduta coerente diante das circunstâncias
que vão surgindo no quotidiano do indivíduo e este vai experienciando uma relação
com a sociedade de forma edificante e promotora da justiça social. A práxis
pedagógica extrapola a prática pedagógica e também a teoria pedagógica. Assenta-
se na interação dessas duas instâncias para construir um saber científico inovador,
coerente, enfim, concatenado com o processo de humanização planetária tão
necessário.
A práxis contábil trata da teoria integrada com a prática. Teorizar e não aplicar
nas rotinas da profissão levará à alienação científica. Alienar-se significa estar à
margem das tecnologias modernas de se fazer e pensar a Ciência Contábil. A
interação entre as práxis pedagógica e a contábil tem um papel decisivo neste
presente trabalho. Assim, o anseio dos graduandos quando solicitam vivência prática
há de ser expressa da seguinte forma, como sugestão, quando perguntados: O que
101
falta no curso de Ciências Contábeis da UESB? Falta uma práxis que integre as
rotinas profissionais com os estudos teóricos em sala de aula através de pesquisa e
extensão, é uma resposta possível.
Em parte, as Atividades Complementares já cumprem essa tarefa, pelos
graduandos solicitada. No novo currículo as Atividades Complementares são
apresentadas como componente curricular que tem por “finalidade complementar a
formação acadêmica do aluno do Curso de Ciências Contábeis ampliando seu
conhecimento teórico-prático” (ANEXO E). Assim, é possível perceber a relação
existente entre as Atividades Complementares e a preocupação em integrar a teoria
com a prática contábil.
Os próprios graduandos afirmam que as Atividades Complementares são bem
vindas justamente por realizar esse intercâmbio entre teoria e prática. Esse
posicionamento fica evidente nas entrevistas que eles próprios responderam.
Voltando aos docentes consultados sobre as Atividades Complementares, o
professor Almeida, em sua entrevista, afirma que:
A importância está em colocar o aluno em contato com outros ambientes que não
apenas o acadêmico-contábil. Estando as Atividades Complementares no currículo,
elas exigem do alunado que estes se façam presentes em cursos, congressos...
Caso os nossos alunos tivessem um interesse natural por outras atividades que
complementassem sua formação não seriam necessárias as atividades
complementares. Como os nossos alunos apenas têm se envolvido com o ensino e
tem se esquecido da extensão e da pesquisa as Atividades Complementares se
fazem necessárias.
A intenção com a inserção das Atividades Complementares no currículo do
curso é atender à práxis contábil-pedagógica e equacionar o que os discentes tanto
solicitam quando se expressam acerca da necessidade de vivência prática.
Assim, ele justifica a importância desse novo componente curricular do curso
de Ciências Contábeis. Os demais professores também se mostraram favoráveis à
existência das Atividades Complementares no curso.
102
Partindo para outra parte do currículo, foi formulada pergunta acerca do
Estágio Supervisionado que foi reformulado na nova estrutura curricular. Na
estrutura de 1999 existiam duas disciplinas, a saber: Estágio Supervisionado I e
Estágio Supervisionado II. A primeira disciplina tinha carga horária de 60 horas e a
segunda de 180 horas. Com a reformulação, manteve-se apenas uma disciplina com
carga horária de 150 horas.
Chamados a comentar a esse respeito, os docentes teceram as seguintes
opiniões:
- O professor Miranda tem a disciplina de estágio como “um divisor de águas
35
no curso, para os alunos” e ainda pontua que é nessa disciplina que o discente
verifica se esta é, de fato, a sua vocação profissional;
- “O próprio estágio já vale como uma experiência por inteiro” é o que afirma o
professor Almeida que, também, enfatiza que a reformulação foi interessante “por
dispensar minúcias do relatório de estágio e já colocar o discente em campo”;
- O professor Gimenez conta como relevante a interação entre as disciplinas
Estágio Supervisionado e Trabalho de Conclusão de Curso que a nova matriz
curricular proporciona, pois na estrutura de 1999 o discente cumpria a carga horária
do estágio e só depois confeccionava o relatório, o que fazia de forma muito
precária;
- O professor Marconi
tem a disciplina de estágio como uma das mais
importantes disciplinas do curso e destaca que “ela possibilita ao aluno vivenciar por
um período o quotidiano de uma empresa de Contabilidade”;
- O professor Pereira
faz um desabafo quando apresenta um dos problemas
que mais dificulta o andamento dessa disciplina que é a interação difícil entre
universidade-aluno-empresa, esta relação precisa ser revista e isso implica trabalhar
com cuidado a ementa da disciplina: “As empresas sempre querem camuflar a sua
realidade aos estagiários e, para isso, os colocam em atividades que os subordinam
a uma visão bem pouco clara da realidade contábil.”
Com as citações acima é possível observar que desafios existem no trato com
esse componente curricular. O Estágio Supervisionado constitui, em verdade,
35
Há um questionamento nesse aspecto: para o estágio supervisionado vir a ser um divisor de águas
por que ele está no final do curso?
103
elemento indispensável ao currículo do curso. A sua reestruturação foi de
fundamental importância para adequá-lo em um currículo que agora conta com a
disciplina Trabalho de Conclusão de Curso.
Ao referirem-se à disciplina de Estágio Supervisionado I e II os egressos
opinaram como relativamente agregadora de conhecimento. A disposição das
cargas horárias das disciplinas teve boa aceitação representada por um percentual
de sessenta por cento. Outra parte (30%) dos ex-alunos se posicionou desfavorável
a essa disposição desses elementos curriculares. Com a reformulação curricular, as
duas disciplinas que somavam 240 horas cederam lugar para apenas uma de 150
horas. Com essa questão se levanta o aspecto que trata da dicotomia teoria versus
prática contábil. A isso se manifesta Motta no que tange à autonomia enfatizando
que:
Autonomia é a única alternativa revolucionária e desenvolve-se
necessariamente no âmbito da prática e da teoria. Teoria e prática
necessitam-se de modo inevitável. Não se pode falar de fatos novos na
prática, desacompanhados de fatos novos na teoria. Assim, a prática
autônoma exige uma teoria autonomista e esta a alimentação constante da
prática [...]. (1986, p. 27).
Quanto aos egressos terem cursado a disciplina Estágio Supervisionado
contou com um percentual de oitenta por cento que a tem como uma boa
experiência a ser vivida no curso. Nenhum dos alunos egressos apontou como ruim
a sua vivência nessa disciplina. Muitos professores têm o estágio como o “divisor de
águas” do curso, pois é nele que o discente tem contato com a vivência profissional.
Nessa disciplina, os alunos “se colocam em campo”, é o dizer de outro professor do
curso.
Quando perguntados acerca da importância do Estágio supervisionado, os
graduandos responderam que se trata de componente curricular essencial.
Descartaram o termo integrante e acessório. Assim, afirmam que o Estágio
Supervisionado não pode faltar em currículo de curso de Ciências Contábeis.
Outro ponto de relevância no campo didático do curso é levantado pelos
graduandos quando estes tratam da expectativa, ante experiências práticas, no
decorrer do curso. A inserção da disciplina Laboratório Contábil surge com o
104
propósito de atender os graduandos nesta antiga solicitação. Os docentes se
posicionam de maneira semelhante quando perguntados se a disciplina Laboratório
Contábil tem o objetivo de trazer à tona a tão cobrada pelos alunos, vivência prática.
Sendo assim, essa questão de praticidade está adequadamente tratada?
Respondem que
Não se sabe ainda. Isso só será de nosso conhecimento quando a disciplina for,
realmente, trabalhada. O que se sabe é que sempre que se implanta algo novo
como é o caso da disciplina de Laboratório Contábil é natural surgirem problemas,
mas também vantagens. Diante dessa situação, o interessante é ter persistência, ter
alguém que esteja disposto a trabalhar a disciplina com esmero. Esta disciplina tem
tudo para dar certo, resta saber se ela será adequadamente trabalhada e se teremos
o suporte da universidade, se teremos programas contábeis de qualidade, enfim,
uma série de fatores implica para o sucesso ou o insucesso dessa disciplina.
Somente o tempo para nos informar. (MIRANDA).
O interessante da disciplina de Laboratório Contábil é que ela coloca o aluno em
contato direto com a prática contábil. Mas é importante ressaltar que a prática que
aqui se tem não é a prática que se tem lá fora. Não deixa de ser um benefício, pois o
aluno mantém contato com guias. Livros, fazendo análise de relatórios, dentre outras
atividades mais e, isso é muito interessante. Agora prática de verdade só mesmo na
disciplina de Estágio Supervisionado. Outro ponto interessante é que o aluno tem
contato com o software contábil o que vai facilitar, quando se for trabalhar num
escritório de contabilidade, já levar consigo essa experiência. Uma dificuldade que
se tem aqui é a montagem da infra-estrutura necessária pra se oferecer a disciplina
como se deve. Assim, afirmo que a questão da prática contábil no curso ainda não
está atendida totalmente. (ALMEIDA).
Trata-se de uma pergunta difícil de ser respondida, pois a disciplina ainda não foi
oferecida. Existe uma expectativa muito grande dos alunos acerca da maneira como
ela será oferecida, dos equipamentos que serão utilizados para o seu oferecimento,
da qualidade dos programas contábeis, da maneira como o professor vai trabalhar a
disciplina, enfim, da questão didática como a disciplina irá acontecer. A expectativa é
muito grande e juntando Laboratório com o Estágio Supervisionado se terá uma
realidade muito próxima do mercado para o aluno. (MARCONI).
105
Quando a disciplina Laboratório Contábil estiver sendo trabalhada será
possível realizar a devida verificação acerca do nível de praticidade a que os
discentes tanto solicitam esteja sendo oferecido.
A trajetória que o curso de Ciências Contábeis vem desenhando precisa ser
associada com a preocupação constante com os mecanismos que as ciências da
Educação disponibilizam. Avaliação, currículo e didática se interagem
constantemente e necessita ser levados em conta, com o esmero devido, para o
curso atingir o nível de excelência que a comunidade acadêmico-contábil deseja.
106
5 CONCLUSÃO
Os relatórios constantes neste trabalho trazem consigo os pontos de vista de
docentes, discentes e funcionário. Com exceção dos graduandos, as demais
pessoas consultadas têm em comum o fato de terem experienciado o currículo de
1999 em sua inteireza e isso os capacita a tecerem valiosos comentários acerca da
eficácia e da eficiência que este currículo traz consigo. A partir desses comentários
foi possível lançar luzes sobre a estrutura curricular que sucedeu a de 1999, ou seja,
o currículo de 2007. Os professores entrevistados apresentaram opiniões distintas
acerca de várias questões pertinentes ao presente objeto de estudo. No roteiro de
entrevista tratou-se de critérios norteadores do currículo de 1999 em relação aos
critérios adotados para dar contorno ao currículo de 2007. O estágio supervisionado,
as Atividades Complementares, as novas disciplinas, as disciplinas excluídas, a
seqüência dos componentes curriculares, dentre outras questões apresentadas
contribuíram para que fosse possível realizar a sondagem que constitui um dos
importantes elementos desta pesquisa.
Os egressos versaram acerca da coerência no que tange à existência de
determinados componentes curriculares na estrutura cursada e também sobre o
alcance de certas metas previamente estabelecidas no currículo que eles
vivenciaram.
A importância de se desenvolver trabalho de pesquisa dessa natureza está na
possibilidade de aclarar questões de ordem pedagógica do curso de Ciências
Contábeis da instituição. Especificamente, questões que envolvem a temática
currículo. Os discentes, os docentes e a funcionária consultados concederam
diferentes visões que contribuíram para que se possa enxergar com mais exatidão
aspectos presentes no curso pesquisado.
O currículo de 2007 traz consigo vantagens sobre o currículo de 1999. É a
conclusão primeira a que se chegou. Mas, teve um dos discentes que não apontou
vantagens neste último currículo (Professor Pereira
), o que é muito natural de
acontecer.
107
Nos últimos oito anos ocorreram mudanças diversas de ordem social,
econômica, política e nessas mudanças as necessidades das pessoas no campo da
educação também mudaram. O curso deixou de ter sua proposta de trabalho
fechada numa sala de aula e passou a adotar proposição que busca a comunidade
para vivenciar o quotidiano do conhecimento aplicado. Para isso, reformulou o
Estágio Supervisionado, inseriu Atividades Complementares e Trabalho de
Conclusão de Curso. Dessa forma, criou a oportunidade de conexão com um fazer
acadêmico mais amadurecido e coadunado com a atualidade da busca do saber
contábil.
A experiência de se desenvolver pesquisa nesse campo específico é, por
demais, engrandecedora. Estar em contato com pessoas que tem as suas histórias
de vida entrelaçadas com o fazer pedagógico, que promovem crescimento comum,
social é muito edificante. A trajetória trilhada nesses últimos dois anos foi de
crescimento doloroso, pois muitas das constatações alcançadas fazem perceber a
incipiência do conhecimento de muitos dos que estão presentes nesse labor
pedagógico-contábil.
Com esse estudo foi possível compreender, com maior profundidade, muitas
das inquietações de discentes e docentes que mostravam a ponta do iceberg nas
tumultuadas reuniões no convívio acadêmico. Tanto as Ciências da Educação como
as Ciências Contábeis são questionadas em sua condição de ciência no campo da
epistemologia. Ambas são tidas por pré-paradigmáticas. Falta a estas ciências o
consenso no que tange aos seus paradigmas. Os docentes e os egressos
consultados têm consigo a experiência de anos seguidos em contato com as duas
áreas do conhecimento, ou seja, Educação e Contabilidade. Esse contato tem lhes
proporcionado reflexões diversas e os têm capacitado de construírem consigo uma
visão do que lhes foi solicitado nos instrumentos de coleta de dados.
Nas entrevistas foi possível que cada pessoa consultada mostrasse com maior
nitidez suas posições filosóficas ante o currículo do curso. Para a maioria, a escola
pragmática, tecnicista não deve ser mais contemplada na proposta de currículo
excluindo disciplinas voltadas à concepção de ciência para a Contabilidade. As
ciências Contábeis precisam ser desenvolvidas em seus aspectos de ciência de fato.
Em pensar, o trabalho de iniciação científica passa a ter fundamental importância e
essa deve ser uma bandeira a se defender. O contador precisa ser protagonista do
108
seu papel na sociedade e para isso é necessário pensar a Ciência Contábil. Foi esse
o posicionamento que a maioria dos consultados adotou.
Outro ponto de relevância é a questão que envolve o currículo oculto que
integra a realidade educacional dos discentes. está nas entrelinhas do progresso
intelectual destes e dos docentes envolvidos no laboratório de experiências do
aprendizado que se faz real na sala de aula. O currículo oculto desempenha papel
de grande relevância quando preenche as lacunas deixadas entre os componentes
curriculares.
Os aspectos de ordem econômica no curso são passíveis de menção uma vez
que os discentes e docentes são escalados para um ofício que muito a sociedade
necessita que é a prestação do serviço contábil. O trabalho contábil é demandado
com alta freqüência por uma sociedade que aspira cada vez mais por democracia. A
clareza nas contas públicas também são um dos requisitos da profissão. Ante essa
realidade, o contador detém de boa capacidade de barganha se comparado a outros
profissionais. É complicado para a instituição de ensino lidar com discentes que no
seu primeiro semestre já estão empregados e com remuneração considerável e, que
se abstraem da necessidade de vivência político-acadêmica mais comprometida na
instituição. Esses discentes vivem mais intensamente a realidade da empresa a que
estão ligados por um vínculo empregatício do que à universidade em que se tem um
vínculo educacional e ainda, exige que a instituição desenvolva currículo totalmente
voltado para as técnicas que são empregadas no seu quotidiano de trabalho
remunerado.
É preciso deixar bem claro que a questão econômica constitui um dos pontos
importantes da proposta pedagógica de um curso de Ciências Contábeis, mas não
pode ser a única questão a influenciar a construção do currículo.
Em meio a tantas dificuldades as boas idéias sempre surgem para iluminar a
realidade da vida de todos. A educação desempenha papel importante no cenário da
vida cultural das pessoas e das comunidades. A educação e a cultura têm um laço
forte e se retro-alimentam. Sendo assim, Cultura, Economia, Pedagogia e Política
trabalham para constituir as Ciências da Educação, segundo Benno Sander (1984).
A educação moraliza o homem e a Contabilidade participa do processo de
promoção humana, a partir do momento em que aclara as idéias em torno do
109
patrimônio, objeto desta ciência. Existe uma necessidade imperiosa de se divulgar,
ou seja, popularizar a Ciência Contábil para que as pessoas sejam capazes de fazer
uso do patrimônio e não o contrário que é, justamente, ser usado por ele. No ser
objeto do patrimônio o homem acabará se tornando avarento ou perdulário. O
primeiro condicionamento é característico de quem valoriza para mais o patrimônio
que detém. No segundo o homem acabará por não conceder valor ao patrimônio o
que lhe será uma problemática na vida. Nem perdularidade, nem avareza, mas a
devida valoração do patrimônio de forma a atender as necessidades humanas
adequadamente. Há uma necessidade de se trabalhar a autonomia no indivíduo
para que ele perceba a imperiosa necessidade de sendo senhor de si avançar no
bom uso dos bens, direitos e obrigações que constituem o seu patrimônio.
Concluindo, é possível evidenciar que o currículo nas Ciências Contábeis tem
influência marcante dos seus docentes. Estes encontraram espírito político-
acadêmico no discente tomado de timidez ante os desafios que se apresentam no
quotidiano de uma instituição de ensino superior. Esta afirmação se sustenta no fato
de que o trabalho de reformulação curricular iniciado no ano de 2005 não ter
contado com efetiva representação discente, mesmo com convocatórias constantes
a estes dirigidas. Quando necessária se fazia a consulta, gerava-se enquetes e os
seus resultados eram adicionados no trabalho de reformulação curricular.
É válido registrar que os docentes se queixam da ausência de capacitações
periódicas nas unidades departamentais em que estão lotados o que faz com que
eles tenham que realizar uma busca solitária da aprendizagem no campo da didática
de ensino e da avaliação da aprendizagem. Isso acarreta maior dificuldade na
transição de contador-professor para professor-contador.
Torna-se necessário registrar neste trabalho a necessidade de se poder contar
com professores-contadores para que o curso de Ciências Contábeis tenha
condições reais de cumprir a sua meta acadêmica como um curso que agrega
vivência e colabora coerentemente para a formação de profissionais responsáveis
com a sociedade em que vivem.
Unindo as considerações traçadas por docentes e discentes e funcionário é
possível observar que ambos atribuem conceito de aceitável ao currículo de 1999.
No entanto, estas pessoas consultadas apresentam os seus anseios de mudanças.
110
Essas desejadas mudanças foram relativamente atendidas na matriz curricular
seguinte, ou seja, a de 2007.
Este estudo sobre o curso de Ciências Contábeis não esgota a necessidade de
se lançar luzes sobre o currículo e a didática aplicados nesse curso. As Ciências da
Educação muito pode conceder ao quotidiano dos cursos de Ciências Contábeis
espalhados por esse vasto país. Trata-se este estudo de uma singela contribuição
para esse campo ainda tão pouco explorado em pesquisas científicas. Eis a
contribuição que nos foi possível construir.
Em ter buscado Bilac para construir a epígrafe deste trabalho o objetivo foi,
justamente, revelar que o pesquisador se sentiu pálido de espanto ante a
contemplação da grandiosidade do conhecimento. Parecia que, de fato, a Via-Láctea
se abria ante os olhos que descobria valores novos e neste instante o sentimento
que se faz presente é o que acompanha as pessoas que estão em processo
edificante de descoberta do conhecimento científico.
111
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115
APÊNDICES
APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO AOS EGRESSOS
Universidade Federal da Bahia - FACED
Programa de Mestrado em Educação
Mestrando: Manoel Antonio Oliveira Araújo
Questionário de pesquisa aplicado aos egressos do curso de Ciências Contábeis
Pergunta genérica: Como você avalia...
1. O currículo (a grade curricular, o fluxograma) que você cursou?
a. ( ) excelente
b. ( ) bom
c. ( ) ruim
2. A influência do currículo na sua formação profissional?
a. ( ) excelente
b. ( ) bom
c. ( ) ruim
3. A influência do currículo de 1999, para a sua empregabilidade?
a. ( ) excelente
b. ( ) bom
c. ( ) ruim
4. A existência de disciplinas casadas (disciplinas I e II, exemplo: Contabilidade de
Custos I e II)?
a. ( ) excelente
b. ( ) bom
c. ( ) ruim
5. A existência de apenas uma disciplina de 60 horas para Contabilidade Geral?
a. ( ) excelente
b. ( ) bom
c. ( ) ruim
6. A existência de Estágio supervisionado em duas disciplinas, sendo a primeira de
60 horas e a segunda de 180 horas?
a. ( ) excelente
b. ( ) bom
116
c. ( ) ruim
7. Que a disciplina de Contabilidade Rural conste como optativa?
a. ( ) excelente
b. ( ) bom
c. ( ) ruim
8. Que a disciplina Contabilidade Industrial conste como obrigatória?
a. ( ) excelente
b. ( ) bom
c. ( ) ruim
9. A existência de duas disciplinas de Contabilidade Comercial no quadro das
disciplinas obrigatórias?
a. ( ) excelente
b. ( ) bom
c. ( ) ruim
10. Existência de duas disciplinas de EAOC (Estrutura e Análise das Organizações
Contábeis I e II)?
a. ( ) excelente
b. ( ) bom
c. ( ) ruim
11. Existência de duas disciplinas de Auditoria (Auditoria I e II)?
a. ( ) excelente
b. ( ) bom
c. ( ) ruim
12. A existência de duas disciplinas de Orçamento (Orçamento Público e Orçamento
Empresarial)?
a. ( ) excelente
b. ( ) bom
c. ( ) ruim
13. A sua experiência na confecção de relatório de estágio?
a. ( ) excelente
b. ( ) bom
c. ( ) ruim
14. A existência de MPC ( Metodologia da Pesquisa Científica) no quadro das
disciplinas obrigatórias do curso?
a. ( ) excelente
b. ( ) bom
c. ( ) ruim
117
15. A existência de MTP (Métodos e Técnicas de Pesquisa) como disciplina
obrigatória?
a. ( ) excelente
b. ( ) bom
c. ( ) ruim
16. O fato de estar como optativa a disciplina Sistemas de Informações Gerenciais?
a. ( ) excelente
b. ( ) bom
c. ( ) ruim
17. Que a disciplina Teoria da Contabilidade esteja no décimo semestre?
18. O fato de ter apenas duas disciplinas optativas a cursar?
a. ( ) excelente
b. ( ) bom
c. ( ) ruim
19. Ter AQPD (Análise Quantitativa e Processo Decisório) no último semestre do
curso?
a. ( ) excelente
b. ( ) bom
c. ( ) ruim
20. Ter Matemática Comercial e Financeira como pré-requisito de Estatística?
a. ( ) excelente
b. ( ) bom
c. ( ) ruim
21. Ter a disciplina Análise de Balanços sucedendo Auditoria I?
a. ( ) excelente
b. ( ) bom
c. ( ) ruim
Suas considerações...
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____________________________________________________________________
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APÊNDICE B – ROTEIRO DE ENTREVISTA AOS DOCENTES
Universidade Federal da Bahia - FACED
Programa de Mestrado em Educação
Mestrando: Manoel Antonio Oliveira Araújo
Entrevista semi-estruturada
Público alvo: docentes do Curso de Ciências Contábeis da UESB
Questões:
Temática primeira: Os entrevistados.
1. Qual é a sua formação inicial?
2. Em qual instituição se graduou e em que ano?
3. Possui outras formações (graduação, pós-graduação)?
4. Há quanto tempo trabalha como professor em curso superior?
5. Tem o hábito de participar de congressos relativos à Contabilidade ou à Educação
em geral?
6. Qual a importância da sua formação inicial na sua prática pedagógica?
Temática segunda: concepção geral de currículo.
7. Qual é a sua concepção de currículo?
8. Concorda que seja currículo a escolha de assuntos a serem tratados em dado tempo
e espaço para determinadas pessoas?
Temática terceira: Currículo nas Ciências Contábeis.
9. Conhece estudos amplos em currículo aplicados à Contabilidade?
10. As mudanças curriculares na área das Ciências Contábeis têm estado em compasso
com a realidade da profissão?
11. Qual dos currículos (1999 ou 2007) você entende como mais coerente à realidade
profissional do contador em nosso município? E por quê?
12. Quais os pontos chamativos da estrutura curricular de 1999 no seu entendimento?
13. Quais os pontos mais interessantes, na sua visão, da atual estrutura curricular?
14. Quais as vantagens da estrutura curricular de 1999 em relação à de 2007?
15. Quais as vantagens da estrutura curricular de 2007 em relação à de 1999?
16. Qual a importância da inclusão das Atividades Complementares no currículo do
curso?
17. O estágio Supervisionado foi reformulado, qual a importância disso?
119
18. A inserção das disciplinas Pesquisa Científica em Contabilidade e Trabalho de
Conclusão de Curso tende a causar quais transformações no curso?
19. Houve aumento no número de disciplinas optativas, qual a sua opinião a esse
respeito?
20. O fato de se ter disciplinas soltas em contraposição com a estrutura curricular
anterior que tinha muitas disciplinas casadas (disciplinas I e II) é bom para o curso
ou não?
21. O curso teve aumento de carga horária de 3.000 para 3.180 horas para serem
cursadas em cinco anos. Isso é bom ou ruim?
22. A disciplina Contabilidade da Agropecuária agora faz parte do quadro de disciplinas
obrigatórias, o que você pensa sobre essa mudança?
23. Foi importante para o curso a inserção da disciplina Contabilidade Avançada? Caso
a resposta seja positiva, por quê?
24. A disciplina Laboratório Contábil tem o objetivo de trazer à tona a tão cobrada, pelos
alunos, vivência prática. Sendo assim, essa questão de praticidade está
adequadamente tratada?
25. A técnica contábil auditoria que contava com apenas duas disciplinas de 60 horas
cada (Auditoria I e II) agora conta com três (Auditoria Contábil, Auditoria
Governamental e Auditoria Empresarial). Como você analisa essas mudanças?
26. Nessa nova estrutura curricular a disciplina Análise de Balanços sucede auditoria
contábil, uma vez que só se analisa balanços já auditados, o que não acontecia na
estrutura de 1999. Pode essa mudança ser contada como uma boa idéia?
27. Os regulamentos de Atividades Complementares de Estágio Supervisionado e de
Trabalho de Conclusão de Curso atendem ao que são chamados na atual estrutura
curricular?
28. A matéria Contabilidade teve um aumento de quatro disciplinas o que equivale a
15% do número de disciplinas do currículo de 1999. Antes, a Área Departamental de
Ciências Contábeis do Departamento de Ciências Sociais Aplicadas trabalhava com
26 disciplinas (52% do número de disciplinas do currículo de 1999) para o curso de
Contabilidade e atualmente são 30 (61% do número de disciplinas do currículo de
2007). Em suma, como valorar essas mudanças?
29. Suas considerações finais.
120
APÊNDICE C – ROTEIRO DE ENTREVISTA AOS GRADUANDOS
Universidade Federal da Bahia - FACED
Programa de Mestrado em Educação
Mestrando: Manoel Antonio Oliveira Araújo
Entrevista semi-estruturada
Público alvo: discentes egressos do Curso de Ciências Contábeis da UESB
Questões:
30. Você está cursando a estrutura curricular de 1999 ou 2007?
________________________________________________________________
31. O que mais deixa a desejar na estrutura curricular que você está cursando?
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
Julga como positiva a inserção de Atividades Complementares e de Trabalho de
Conclusão de Curso no currículo de 2007?
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
32. Quanto às disciplinas optativas, qual a sua análise acerca do quadro abaixo?
Qual atende melhor as expectativas do graduando?
Currículo - 1999 Currículo - 2007
Obrigatoriamente cursar duas disciplinas Obrigatoriamente cursar quatro disciplinas
Quadro de onze disciplinas optativas Quadro de doze disciplinas optativas
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
33. Entende o estágio supervisionado como essencial, integrante ou acessório à
formação do profissional da Contabilidade?
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
121
34. A estrutura curricular de 2007 descasou as disciplinas, com exceção de
Contabilidade Introdutória, essa questão pode ser contada como um aspecto
positivo ou não?
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
35. Em sua opinião, qual currículo está mais vinculado à realidade científica
contábil, 1999 ou 2007? Por quê?
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
36. Entende como necessária a disciplina Contabilidade Avançada entre as
obrigatórias do curso? Por quê?
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
37. O que você entende como adequado, uma (1999) ou duas (2007) disciplinas
de Contabilidade Introdutória?
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
38. Suas considerações finais:
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
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________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
122
APÊNDICE D – ROTEIRO DE ENTREVISTA APLICADO A FUNCIONÁRIO
TÉCNICO ADMINISTRATIVO
Universidade Federal da Bahia
Faculdade de Educação – FACED
Curso de Mestrado em Educação
Mestrando: Manoel Antonio Oliveira Araújo
Entrevistada: Vanêide Ribeiro
Roteiro de entrevista
Questões
1. Como classificar o curso de Ciências Contábeis da UESB frente aos demais
cursos da instituição?
2. No que tange à operacionalização, qual é o currículo que mais tranquilamente
se adequa á realidade da instituição?
3. O colegiado do curso está preparado para trabalhar as mudanças ocorridas
na nova estrutura curricular?
4. As Atividades Complementares tende a tornar mais complexo o trabalho no
colegiado?
5. Como ficam as questões em que envolvem os pedidos de dispensa de pré-
requisitos na nova estrutura curricular?
6. Como ficará a interação entre secretaria do colegiado do curso e Secretaria
Geral de Cursos na operacionalização do novo currículo?
7. Você experienciou o currículo de 1993, 1999 e está trabalhando com o de
2007. a pergunta é a seguinte: houve melhoras?
123
APÊNDICE E – MAPA CONCEITUAL DA CONTABILIDADE SEGUNDO HILÁRIO
FRANCO
A Contabilidade á a
ciência que estuda e
controla o patrimônio com o
fim de oferecer informações
sobre sua composição e
suas variações.
ESCRITURAÇÃO
Registro
dos
fatos
DEMONSTRAÇÕES
CONTÁBEIS
Estática patrimonial
Balanço Patrimonial
Inventários
Dinâmica patrimonial
Demonstração do Resultado do
exercício
Demonstração dos Lucros ou
Prejuízos Acumulados
Demonstração de Origens e
Aplicações de Recursos
Demonstração das Mutações do
Patrimônio Líquido
Balanço de Mutações
Patrimoniais
AUDITORIA
Confirmação dos registros e
demonstrações contábeis
ANÁLISE
DE
BALANÇOS
1
2 Análise
3 Comparações
Coeficientes
Quocientes
Índices
Objeto:
Patrimônio
Finalidade: assegurar o
controle do patrimônio e
fornecer informações
sobre sua composição e
suas variações
técnica
técnica
técnica
técnica
124
APÊNDICE F – MAPA CONCEITUAL DA PESQUISA
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA – UFBA - FACULDADE DE EDUCAÇÃO – FACED
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO - PROJETO DE PESQUISA – MAPA CONCEITUAL – MANOEL ANTONIO OLIVEIRA ARAÚJO
OBJETO DE ESTUDO: AVALIAÇÃO CURRICULAR: UM ESTUDO DO CURSO DE CIÊNCIAS
CONTÁBEIS DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA
METODOLOGIA
REFERENCIAL TEÓRICO:
Iudícibus, Oliveira, Moreira, Silva, Kelly, Triviños, Demo, Boaventura,
Sander,Saviani e outros...
PROBLEMA: Quais as diferenças encontradas na estrutura curricular de 1999 em comparação com a
estrutura curricular que lhe sucede, 2007, no entendimento das pessoas que as experienciam no
curso de Ciências Contábeis da UESB?”“.
?
TIPOLOGIA DE PESQUISA
Objetivo geral:
Realizar estudo comparativo entre as estruturas curriculares de 1999 com
a de 2007
Objetivos específicos:
1. Estudar currículo em seus aspectos genéricos;
2. Apreciar currículo aplicável às Ciências Contábeis;
3. Semelhanças e dessemelhanças entre as estruturas curriculares de 2007
para com a de 1999
Capítulos:
CURRÍCULO E SEUS CONCEITOS
CURRÍCULO PARA AS CIÊNCIAS CONTÁBEIS
ANALOGIA ENTRE ESTRUTURAS CURRICULARES: 2007-1999.
QUANTO À
ABORDAGEM:
QUALITATIVA
QUANTO AOS
OBJETIVOS:
PESQUISA
EXPLICATIVA
QUANTO AOS
PROCEDIMENTOS
t: CONSULTA
BIBLIOGRÁFICA,
REGISTRO DE
MEMÓRIA,
QUESTIONÁRIO
E ENTREVISTA
SEMI-
ESTRUTURADA
125
ANEXOS
ANEXO A – RESOLUÇÃO 10 DO CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO DE 16
DE DEZEMBRO DE 2004
RESOLUÇÃO CNE Nº 10/04
DE 16 DE DEZEMBRO DE 2004
INSTITUI AS DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS DO CURSO DE
GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS, BACHARELADO, E DÁ OUTRAS
PROVIDÊNCIAS
O Presidente da Câmara de Educação Superior do Conselho Nacional de Educação,
no uso de suas atribuições, conferidas pelo art. 9º, § 2º, alínea "c", da Lei 4.024, de
20 de dezembro de 1961, com a redação dada pela Lei 9.131, de 25 de novembro
de 1995, e tendo em vista as diretrizes e os princípios fixados pelos Pareceres
CNE/CES 776, de 3/12/97, CNE/CES 583, de 4/4/2001, CNE/CES 67, de 11/3/2003,
bem como o Parecer CNE/CES 289, de 6/11/2003, alterado pelo Parecer CNE/CES
269, de 16/09/2004, todos homologados pelo Ministro da Educação,
RESOLVE:
Art. 1º - A presente Resolução institui Diretrizes Curriculares Nacionais para o curso
de graduação em Ciências Contábeis, bacharelado, a serem observadas pelas
Instituições de Educação Superior.
Art. 2º - As Instituições de Educação Superior deverão estabelecer a organização
curricular para cursos de Ciências Contábeis por meio de Projeto Pedagógico, com
descrição dos seguintes aspectos:
I - perfil profissional esperado para o formando, em termos de competências e
habilidades;
II - componentes curriculares integrantes;
III - sistemas de avaliação do estudante e do curso;
IV - estágio curricular supervisionado;
V - atividades complementares;
VI - monografia, projeto de iniciação científica ou projeto de atividade - como
Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) - como componente opcional da instituição;
VII - regime acadêmico de oferta;
VIII - outros aspectos que tornem consistente o referido Projeto.
§ 1º - O Projeto Pedagógico, além da clara concepção do curso de graduação em
Ciências Contábeis, com suas peculiaridades, seu currículo pleno e
operacionalização, abrangerá, sem prejuízo de outros, os seguintes elementos
estruturais:
I - objetivos gerais, contextualizados em relação às suas inserções institucional,
política, geográfica e social;
II - condições objetivas de oferta e a vocação do curso;
III - cargas horárias das atividades didáticas e para integralização do curso;
IV - formas de realização da interdisciplinaridade;
V - modos de integração entre teoria e prática;
VI - formas de avaliação do ensino e da aprendizagem;
126
VII - modos da integração entre graduação e pós-graduação, quando houver;
VIII - incentivo à pesquisa, como necessário prolongamento da atividade de ensino e
como instrumento para a iniciação científica;
IX - concepção e composição das atividades de estágio curricular supervisionado,
suas diferentes formas e condições de realização, observado o respectivo
regulamento;
X - concepção e composição das atividades complementares;
XI - inclusão opcional de trabalho de conclusão de curso (TCC).
§ 2º - Projetos Pedagógicos para cursos de graduação em Ciências Contábeis
poderão admitir Linhas de Formação Específicas nas diversas áreas da
Contabilidade, para melhor atender às demandas institucionais e sociais.
§ 3º - Com base no princípio de educação continuada, as IES poderão incluir no
Projeto Pedagógico do curso, a oferta de cursos de pós-graduação lato sensu, nas
respectivas Linhas de Formação e modalidades, de acordo com as efetivas
demandas do desempenho profissional.
Art. 3º - O curso de graduação em Ciências Contábeis deve ensejar condições para
que o futuro contador seja capacitado a:(1)
I - compreender as questões científicas, técnicas, sociais, econômicas e financeiras,
em âmbito nacional e internacional e nos diferentes modelos de organização;
II - apresentar pleno domínio das responsabilidades funcionais envolvendo
apurações, auditorias, perícias, arbitragens, noções de atividades atuariais e de
quantificações de informações financeiras, patrimoniais e governamentais, com a
plena utilização de inovações tecnológicas;
III - revelar capacidade crítico-analítica de avaliação, quanto às implicações
organizacionais com o advento da tecnologia da informação.
Art. 4º - O curso de graduação em Ciências Contábeis deve possibilitar formação
profissional que revele, pelo menos, as seguintes competências e habilidades:
I - utilizar adequadamente a terminologia e a linguagem das Ciências Contábeis e
Atuariais;
II - demonstrar visão sistêmica e interdisciplinar da atividade contábil;
III - elaborar pareceres e relatórios que contribuam para o desempenho eficiente e
eficaz de seus usuários, quaisquer que sejam os modelos organizacionais;
IV - aplicar adequadamente a legislação inerente às funções contábeis;
V - desenvolver, com motivação e através de permanente articulação, a liderança
entre equipes multidisciplinares para a captação de insumos necessários aos
controles técnicos, à geração e disseminação de informações contábeis, com
reconhecido nível de precisão;
VI - exercer suas responsabilidades com o expressivo domínio das funções
contábeis, incluindo noções de atividades atuariais e de quantificações de
informações financeiras, patrimoniais e governamentais, que viabilizem aos agentes
econômicos e aos administradores de qualquer segmento produtivo ou institucional
o pleno cumprimento de seus encargos quanto ao gerenciamento, aos controles e à
prestação de contas de sua gestão perante a sociedade, gerando também
informações para a tomada de decisão, organização de atitudes e construção de
valores orientados para a cidadania;
VII - desenvolver, analisar e implantar sistemas de informação contábil e de controle
gerencial, revelando capacidade crítico analítica para avaliar as implicações
organizacionais com a tecnologia da informação;
127
VIII - exercer com ética e proficiência as atribuições e prerrogativas que lhe são
prescritas através da legislação específica, revelando domínios adequados aos
diferentes modelos organizacionais.
Art. 5º - Os cursos de graduação em Ciências Contábeis, bacharelado, deverão
contemplar, em seus projetos pedagógicos e em sua organização curricular,
conteúdos que revelem conhecimento do cenário econômico e financeiro, nacional e
internacional, de forma a proporcionar a harmonização das normas e padrões
internacionais de contabilidade, em conformidade com a formação exigida pela
Organização Mundial do Comércio e pelas peculiaridades das organizações
governamentais, observado o perfil definido para o formando e que atendam aos
seguintes campos interligados de formação:
I - conteúdos de Formação Básica: estudos relacionados com outras áreas do
conhecimento, sobretudo Administração, Economia, Direito, Métodos Quantitativos,
Matemática e Estatística;
II - conteúdos de Formação Profissional: estudos específicos atinentes às Teorias da
Contabilidade, incluindo as noções das atividades atuariais e de quantificações de
informações financeiras, patrimoniais, governamentais e não-governamentais, de
auditorias, perícias, arbitragens e controladoria, com suas aplicações peculiares ao
setor público e privado;
III - conteúdos de Formação Teórico-Prática: Estágio Curricular Supervisionado,
Atividades Complementares, Estudos Independentes, Conteúdos Optativos, Prática
em Laboratório de Informática utilizando softwares atualizados para Contabilidade.
Art. 6º - A organização curricular do curso de graduação em Ciências Contábeis
estabelecerá, expressamente, as condições para a sua efetiva conclusão e
integralização curricular, de acordo com os seguintes regimes acadêmicos que as
Instituições de Ensino Superior adotarem: regime seriado anual; regime seriado
semestral; sistema de créditos com matrícula por disciplina ou por módulos
acadêmicos, com a adoção de pré-requisitos, atendido o disposto nesta Resolução.
Art. 7º - O Estágio Curricular Supervisionado é um componente curricular
direcionado para a consolidação dos desempenhos profissionais desejados,
inerentes ao perfil do formando, devendo cada instituição, por seus Colegiados
Superiores Acadêmicos, aprovar o correspondente regulamento, com suas
diferentes modalidades de operacionalização.
§ 1º - O estágio de que trata este artigo poderá ser realizado na própria instituição de
ensino, mediante laboratórios que congreguem as diversas ordens práticas
correspondentes aos diferentes pensamentos das Ciências Contábeis e desde que
sejam estruturados e operacionalizados de acordo com regulamentação própria,
aprovada pelo conselho superior acadêmico competente, na instituição.
§ 2º - As atividades de estágio poderão ser reprogramadas e reorientadas de acordo
com os resultados teórico-práticos gradualmente revelados pelo aluno, até que os
responsáveis pelo estágio curricular possam considerá-lo concluído, resguardando,
como padrão de qualidade, os domínios indispensáveis ao exercício da profissão.
§ 3º - Optando a instituição por incluir no currículo do curso de graduação em
Ciências Contábeis o Estágio Supervisionado de que trata este artigo, deverá emitir
regulamentação própria, aprovada pelo seu Conselho Superior Acadêmico,
contendo, obrigatoriamente, critérios, procedimentos e mecanismos de avaliação,
observado o disposto no parágrafo precedente.
Art. 8º - As Atividades Complementares são componentes curriculares que
possibilitam o reconhecimento, por avaliação, de habilidades, conhecimentos e
competências do aluno, inclusive adquiridas fora do ambiente escolar, abrangendo a
128
prática de estudos e atividades independentes, transversais, opcionais, de
interdisciplinaridade, especialmente nas relações com o mundo do trabalho e com as
ações de extensão junto à comunidade.
Parágrafo único. As Atividades Complementares devem constituir-se de
componentes curriculares enriquecedores e implementadores do próprio perfil do
formando, sem que se confundam com estágio curricular supervisionado.
Art. 9º - O Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) é um componente curricular
opcional da instituição que, se o adotar, poderá ser desenvolvido nas modalidades
de monografia, projeto de iniciação científica ou projetos de atividades centrados em
áreas teórico-práticas e de formação profissional relacionadas com o curso.
Parágrafo único. Optando a Instituição por incluir Trabalho de Conclusão de Curso -
TCC, nas modalidades referidas no caput deste artigo, deverá emitir regulamentação
própria, aprovada pelo seu Conselho Superior Acadêmico, contendo,
obrigatoriamente, critérios, procedimentos e mecanismos de avaliação, além das
diretrizes técnicas relacionadas à sua elaboração.
Art. 10 - A duração e a carga horária dos cursos de graduação, bacharelados, serão
estabelecidas em Resolução da Câmara de Educação Superior.
Art. 11 - As Diretrizes Curriculares Nacionais desta Resolução deverão ser
implantadas pelas Instituições de Educação Superior, obrigatoriamente, no prazo
máximo de dois anos, aos alunos ingressantes, a partir da publicação desta.
Parágrafo único. As IES poderão optar pela aplicação das Diretrizes Curriculares
Nacionais aos demais alunos do período ou ano subseqüente à publicação desta.
Art. 12 - Esta Resolução entrará em vigor na data de sua publicação, revogando-se
a Resolução CNE/CES nº 6, de 10 de março de 2004, e demais disposições em
contrário.
EDSON DE OLIVEIRA NUNES
Publicada no Diário Oficial da União de 28.12.2004.
129
ANEXO B – CURRÍCULO DE 1999
Distribuição das disciplinas obrigatórias por semestre e departamento
O Curso de Ciências Contábeis da Universidade Estadual do Sudoeste da
Bahia possui a seguinte matriz curricular aprovada no ano de 1999 e que entrou em
funcionamento a partir de 1997. Esta grade curricular que se apresenta a seguir é a
atualmente adotada no curso e sobre a qual se deseja realizar alterações.
INFORMAÇÕES IMPORTANTES A SEREM PRESTADAS (CURRÍCULO
PLENO):
- TOTAL DE CRÉDITOS: 174 créditos;
- CARGA HORÁRIA TOTAL: 3.000 horas;
- INTEGRALIZAÇÃO MÍNIMA: 10 semestres;
- INTEGRALIZAÇÃO MÉDIA: 12 semestres;
- INTEGRALIZAÇÃO MÁXIMA: 16 semestres.
I SEMESTRE
CÓDIGO DISCIPLINA CH CREDITOS PRÉ-REQUISITO
DFCH 002 Introdução à Sociologia 60 4 -
DFCH 001 Introdução à Filosofia 60 4 -
CSA 128 Legislação e Ética Profissional 30 2 -
CSA 448 Contabilidade Geral 60 4 -
ELL 001 Português Instrumental 75 3 -
TOTAL 285 17
II SEMESTRE
CÓDIGO DISCIPLINA CH CREDITOS PRÉ-REQUISITO
CE 008 Matemática IV 60 3 -
CSA 117
Instituições do Direito Público e Privado –
IDPP
60 4
Introdução a Sociologia e
Introdução a Filosofia
CSA 001 Introdução à Economia 60 4 -
CSA 100 Introdução a Administração 60 4 -
CSA 139 Contabilidade Comercial I 60 4 Contabilidade Geral
TOTAL 300 19
III SEMESTRE
CÓDIGO DISCIPLINA CH CREDITOS PRÉ-REQUISITO
CE 105 Matemática Comercial e Financeira 60 3 Matemática IV
CSA 302 Direito Comercial 60 4 IDPP
CSA 129 Teoria Econômica 60 4 Introdução a Economia
CSA 140 Contabilidade Comercial II 60 4 Contabilidade Comercial II
FCH 156 Psicologia Aplicada a Contabilidade 60 4 -
TOTAL 300 19
IV SEMESTRE
CÓDIGO DISCIPLINA CH CREDITOS PRÉ-REQUISITO
CSA 234 Contabilidade de Custos I 60 4 Contabilidade Comercial II
CSA 326 Direito Administrativo 60 4 IDPP
CSA 343 Orçamento Público 60 4 Contabilidade Geral
CSA 341 Contabilidade Bancária e Financeira 60 4 Contabilidade Geral
CE 325
Tópicos de Informática Aplicada à
Contabilidade
60 2 -
TOTAL 300 18
130
V SEMESTRE
CÓDIGO DISCIPLINA CH CREDITOS PRÉ-REQUISITO
CE 004 Estatística Aplicada 60 3
Matemática Comercial e
Financeira
CSA 122 Direito Tributário 60 4 IDPP
CSA 235 Contabilidade de Custos II 60 3 Contabilidade de Custos I
CSA 318 Contabilidade Pública 60 4 Orçamento Público
CSA 342 Contabilidade Industrial 60 4 Contabilidade de Custos I
TOTAL 300 18
VI SEMESTRE
CÓDIGO DISCIPLINA CH CREDITOS PRÉ-REQUISITO
FCH 010 Metodologia da Pesquisa Científica 60 4 -
CSA 010 Estrutura e Análise de Balanço I 60 3
Contabilidade de Custos II
e Contabilidade Industrial
CSA 232 Contabilidade Tributária I 60 4
Contabilidade de Custos II,
Contabilidade Indústria, e
Direito Tributário
CSA 313 Administração de Materiais 60 4 Introdução a Administração
CSA 017
Estrutura e Análise das Organizações
Contábeis I
60 4
Contabilidade de Custos II
e Contabilidade Industrial
TOTAL 300 19
VII SEMESTRE
CÓDIGO DISCIPLINA CH CREDITOS PRÉ-REQUISITO
FCH 009 Métodos e Técnicas de Pesquisa 60 2
Metodologia da Pesquisa
Científica
CSA 011 Estrutura e Análise de Balanço II 60 3
Estrutura e Análise de
Balanços I
CSA 233 Contabilidade Tributária II 60 4 Contabilidade Tributária I
CSA 018
Estrutura e Análise das Organizações
Contábeis II
60 4
Estrutura e Análise das
Organizações Contábeis I
TOTAL 240 13
VIII SEMESTRE
CÓDIGO DISCIPLINA CH CREDITOS PRÉ-REQUISITO
CSA 123 Legislação Social e Direito do Trabalho 60 4 IDPP
CSA 451 Organização, Sistemas e Métodos 60 4 -
CSA 137 Auditoria I 60 4
Contabilidade Tributária II,
Est. e Análise de Balanços
II e Est. e Análise das Org.
Contábeis II
CSA 231 Controladoria 60 4
Contabilidade Tributária II,
Estrutura e Análise de
Balanços II e Estrutura e
Análise das Organizações
Contábeis II
Optativa 60 4 -
TOTAL 300 20
IX SEMESTRE
CÓDIGO DISCIPLINA CH CREDITOS PRÉ-REQUISITO
CSA 228 Estágio Supervisionado I 60 3 Auditoria I
CSA 304 Elaboração e Análise de Projetos 60 3
Métodos e Técnicas de
Pesquisa
CSA 138 Auditoria II 60 3 Auditoria I
CSA 340 Orçamento Empresarial 60 4 Introdução a Administração
131
Optativa 60 4 -
TOTAL 300 17
X SEMESTRE
CÓDIGO DISCIPLINA CH CREDITOS PRÉ-REQUISITO
CSA 229 Estágio Supervisionado II 180 4
Estágio Supervisionado I,
Controladoria, Auditoria II
CSA 245 Teoria da Contabilidade 75 5 -
CSA 310 Análise Quantitativa e Processo Decisório 60 2 Auditoria II
CSA 346 Perícia Contábil 60 3 Auditoria II
TOTAL 375 14
Disciplinas optativas
São disciplinas optativas do Curso de Ciências Contábeis:
DICIPLINAS OPTATIVAS
CÓDIGO DISCIPLINA CH
CREDITO
S
PRÉ-REQUISITO
CSA 418 Contabilidade da Construção Civil 60 4
Contabilidade Comercial II
e Contabilidade Industrial
CSA 419 Contabilidade da Pecuária 60 4 -
CSA 430 Contabilidade das Cooperativas 60 4 Contabilidade Comercial II
CSA 441 Contabilidade Nacional 60 4 Contabilidade Pública
CSA 442 Contabilidade de Seguros 60 4 Contabilidade Comercial II
CSA 443 Contabilidade dos Transportes 60 4 Contabilidade Comercial II
CSA 444 Contabilidade das Fundações 60 4 Contabilidade Comercial II
CSA 471 Comércio Exterior 60 4 -
CSA 473 Contabilidade Rural 60 4 -
CSA 474 Sistema de Informações Gerenciais 60 4 -
CSA 472 Contabilidade Hospitalar 60 4 -
EMENTAS DAS DISCIPLINAS DO CURRÍCULO 1999
I SEMESTRE
INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA
Ementa: A sociologia como ciência. Paradigmas sociológicos. Estrutura social.
Estrutura de classes e estratificação social. Mudança social.
INTRODUÇÃO À FILOSOFIA
Ementa: Filosofia, lógica, epistemologia e métodos, nos diversos períodos da
História da Filosofia. Filosofia clássica: os pré-socráticos, os sofistas, Sócrates,
Platão e Aristóteles. Filosofia Medieval: São Tomás de Aquino. Filosofia
Moderna: Racionalismo, Empirismo, Idealismo e Materialismo histórico e
dialético. Filosofia contemporânea: Fenomenologia, Existencialismo e
Estruturalismo.
CONTABILIDADE GERAL
Ementa: Evolução e importância da Contabilidade no mundo moderno.
Conceitos fundamentais da Contabilidade: bens, direitos, obrigações, ativo,
passivo, despesa, receita, inventários, fatos contábeis administrativos,
132
escrituração e lançamentos. Métodos de contabilidade das escolas italiana e
americana: análise comparativa.
PORTUGUÊS INSTRUMENTAL
Ementa: Interpretação de textos científicos: idéia principal, secundária e
circunstância; seqüência, hierarquização e relacionamento das idéias; fato
hipótese, inferência, opinião; argumento, conclusão, síntese. Expressão escrita:
seleção, organização e integração de idéias; estruturação de períodos,
parágrafos e textos; esquema, resumo, descrição, narração, dissertação; uso
dos processos de coordenação e subordinação; propriedade de linguagem e de
vocabulário; correção de linguagem.
LEGISLAÇÃO E ÉTICA PROFISSIONAL
Ementa: Introdução: Ética. O que é Ética? Ética Moral. Relações de Direito e
Deveres face a Constituição. Objeto prescrito na forma da Lei. Atos: Nulo e
Anulável. Código de Ética Profissional. Resoluções do Conselho Federal de
Contabilidade. Normas do IBRACON. Responsabilidade e Co-responsabilidade.
Atributos desejáveis e necessários para o Profissional.
II SEMESTRE
INTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO
Ementa: Conceitos básicos de administração. Esquema de classificação das
atividades administrativas. Funções de administração geral e de administração
específica.
INSTITUIÇÕES DO DIREITO PÚBLICO E PRIVADO
Ementa: Teoria geral do Direito: conceito de Direito e norma jurídica; sujeitos do
Direito, fatos e atos jurídicos; ordenamento jurídico; fontes do Direito;
hermenêutica e aplicação do Direito; enciclopédia jurídica. Instituições de
Direito Público: Estado; direitos e garantias institucionais; o tratamento
constitucional da ordem econômica; sistema tributário; atos e contratos
administrativos. Instituições de Direito Privado: Direito das obrigações; direitos
reais; direitos das sucessões; atos de comércio; comerciantes; sociedade
comercial; título de crédito; falência e concordata.
CONTABILIDADE COMERCIAL I
A empresa comercial, conceito, funções e classificação. Plano de contas.
Operações sobre mercadoria e serviço. Contabilização do ICMS. Escrituração
dos livros fiscais. Registro e avaliação dos estoques. Correção monetária.
Depreciação. Amortização. Reavaliação.
INTRODUÇÃO À ECONOMIA
Ementa: Abordagem marxista e marginalista da natureza e métodos da
Economia. Teorias do valor. Fatores de produção. Sistemas econômicos.
Medição do processo econômico. Determinação de preço e estrutura de
mercado. Desenvolvimento econômico.
MATEMÁTICA IV
Conjuntos numéricos. Operações com expressões. Algébricas. Equação do 1º
e 2º grau. Sistema de equações. Inequação. Logaritmo. Progressões. Funções
elementares. Limites. Derivadas.
III SEMESTRE
PSICOLOGIA APLICADA À CONTABILIDADE
Ementa: Psicologia Geral e Aplicada: Conceitos e aplicações. Conceito de
sistema. Organização como sistema aberto. O indivíduo na organização:
133
personalidade, frustração, conflitos sócio-psicológicos. Seleção e treinamento.
Comunicação. Avaliação de desempenho. Motivação na empresa. Poder e
autoridade. O homem na era tecnológica: automação e burocracia. Engenharia
humana. Publicidade e psicologia do consumidor.
DIREITO COMERCIAL
Ementa: Introdução ao Direito Comercial. Proteção do consumidor. Sociedades
Comerciais. Títulos de créditos. Falência e Concordata. Contratos comerciais.
CONTABILIDADE COMERCIAL II
Ementa: Empresa com filiais. Compatibilização, balancete de verificação.
Apuração de exercício. Demonstrações contábeis. Balanço consolidado. A
contabilidade comercial e a informática. Monografia de uma empresa comercial.
TEORIA ECONÔMICA
Ementa: Teorias: Clássica, Keynesiana e Monetarista. Agregados
macroeconômicos. Renda nacional, emprego e crescimento econômico.
Políticas monetárias e fiscal. Comércio internacional.
MATEMÁTICA COMERCIAL E FINANCEIRA
Ementa: Regra de sociedade. Juros simples. Desconto simples. Equivalência
de capitais. Juros compostos. Tipos de taxa. Desconto composto. Rendas:
antecipadas, imediatas e diferidas. Amortização. Depreciação. Inflação.
Correção monetária.
IV SEMESTRE
TÓPICOS DE INFORMÁTICA APLICADOS À CONTABILIDADE
Ementa: O computador na Sociedade, nas Instituições e no uso Pessoal.
Fundamentos de Hardware (equipamentos). Principais unidades funcionais dos
computadores. Fundamentos de Software (programas). Principais Software
Básicos. Principais Software Aplicativos. Estudo de um Processador de Texto.
Estudo de uma Planilha Eletrônica.
DIREITO ADMINISTRATIVO
Ementa: Apresentação do Direito Administrativo. Pessoas Jurídicas de Direito
Público: Administração Direta e Indireta: Estrutura e Atividades. Atos
Administrativos. Licitação Lei 8.666/93. Lei 4.320/64 e Decreto-lei 200/67,
Institutos normatizadores da Organização Financeira e Administração
Financeira e Administração do Estado.
CONTABILIDADE DE CUSTOS I
Ementa: Natureza da Contabilidade de Custos e Conceitos Básicos. Sistema de
Custeamento por Processo. Sistema de Custeamento por Ordem de Produção.
Custeio dos Produtos conjuntos e de Subprodutos. Métodos de Custeio.
Aspectos Técnicos e Práticos de Sistema de Custos.
CONTABILIDADE BANCÁRIA E FINANCEIRA
Ementa: Estrutura do Sistema Financeiro. Estudo Analítico das Instituições
Financeiras: Conselho Monetário Nacional, Banco Central, Comissão de
Valores Mobiliários, Bancos de Investimentos, Bancos Comerciais. Plano de
Contas Padrão. Análise e Contabilização das Principais Operações Ativas e
Passivas. Apuração de Resultados. Relação Administrativa e Contábil entre
Matriz e Filiais. Noções Elementares de Custo Bancário.
ORÇAMENTO PÚBLICO
Ementa: Fundamentação teórica do processo de orçamento: conceito e
evolução. Matéria Constitucional: Plano Plurianual, Lei de diretrizes
134
orçamentárias e orçamento anual. Princípios orçamentários. Fases do
orçamento. Complexo financeiro-orçamentário. Execução orçamentária.
V SEMESTRE
ESTATÍSTICA APLICADA
Ementa: Natureza da Estatística. Séries Estatísticas. Distribuição de
Freqüência. Apresentação Gráfica e Tabular. Medidas de dispersão. Medidas
de tendência central. Noções de probabilidade. Teoria da Amostragem.
Assimetria e Curtose. Números índices. Deflação de dados. Ajustamento.
Análise de séries temporais.
DIREITO TRIBUTÁRIO
Ementa: Estudo do Direito Tributário: o objeto, as espécies tributárias, o
sistema tributário nacional. A discriminação constitucional das rendas. Os
impostos sobre a exportação e a importação. Os impostos sobre o patrimônio e
a renda. Os impostos sobre a produção e a circulação. O processo tributário.
CONTABILIDADE DE CUSTOS II
Ementa: Contabilidade de Custos por Processo. Orçamento Flexível. Sistema
de Custo Estimado. Custo Padrão. PRT-CPM. Custeamento pelo Sistema ABC.
Análise e Controle, Custos de Distribuição do Lucro Bruto, de Equilíbrio, do
Lucro volume do Custo Diferencial e Comparativo. Relatórios.
CONTABILIDADE INDUSTRIAL
Ementa: A Empresa, Investimentos e Financiamentos na Indústria. Ciclos
Operacionais. Crédito Industrial e Comercial. Plano, fundações e fluxograma
das contas. Instalações e Imobilizações. Fabricação das contas Integrais
(Patrimoniais) e diferenciais (Resultados). Balanço.
CONTABILIDADE PÚBLICA
Contabilidade pública e o campo de sua atuação. Organização administrativa e
contábil da União dos Estados e Municípios. Orçamento. Receita pública.
Despesas públicas. Patrimônio público. Inventário. Licitações. Depósitos Planos
de contas. Classificação. Lançamento. Balanço financeiro. Balanço Patrimonial
e orçamentário do exercício. Prestação de contas do poder legislativo. A
contabilidade pública e a informática.
VI SEMESTRE
METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA
Ementa: Questões gerais de lógica e epistemologia. Principais métodos do
conhecimento. O processo de pesquisa. Instrumentos de pesquisa.
ESTRUTURA E ANÁLISE DAS ORGANIZAÇÕES CONTÁBEIS I
Ementa: Fundamentação teórica sobre o conhecimento e a organização
contábil. Princípios Fundamentais de Contabilidade na organização contábil.
Sistemas de Informação Contábil: seus objetivos e seu papel como fonte de
informações dentro de uma organização empresarial. Aspectos operacionais,
administrativos, financeiros, econômicos e patrimoniais de um sistema de
informação contábil. Interações do sistema de informação contábil com os
demais sistemas de uma entidade. A organização contábil e sua adequação à
legislação e regulamentações vigentes no Brasil. Serviços especializados em
Contabilidade.
CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA I
Ementa: A contabilidade tributária e o campo de atuação. A importância da
escrituração comercial e fiscal. Planejamento Tributário. Impostos Diretos.
135
Impostos Indiretos e Contribuições no âmbito Federal, Estadual e Municipal. A
Contabilidade Tributária e a Informática.
ESTRUTURA E ANÁLISE DE BALANÇO I
Ementa: Conceitos de circulante. Longo prazo, permanente, resultados de
exercícios futuros e patrimônio liquido. Contas de resultados. Valorização e
desvalorização. Classificação e reclassificação. Materialidade das contas. Os
índices. Tipos de análises: vertical, por índices e por quocientes. Análise
comparativa.
ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS
Ementa: Estudo de aspectos e instrumentos relacionados com problemas de
compra guarda e distribuição de material nas organizações públicas e privadas.
VII SEMESTRE
MÉTODOS E TÉCNICAS DE PESQUISA
O processo de investigação científica: elaboração de projeto de pesquisa;
quadro de referência teórico; coleta de dados; registro e sistematização de
dados; relatório final.
ESTRUTURA E ANÁLISE DAS ORGANIZAÇÕES CONTÁBEIS II
O Comportamento do profissional de Contabilidade e sua atuação no mercado
empresarial. A organização contábil como empresa e prestadora de serviços. A
organização contábil como empresa: estrutura, rotinas de trabalho e sistema de
informação. A utilidade das informações e dos serviços contábeis no processo
de tomadas de decisão. A organização contábil e a gestão empresarial.
Pesquisa diagnostica em Contabilidade.
CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA II
Imposto sobre a Renda das Pessoas Jurídicas e Pessoas Físicas. Contribuição
Social sobre o Lucro das Pessoas Jurídicas. A Legislação da obrigatoriedade e
da Isenção. Incentivos Fiscais. Períodos de Apuração. Formas de Pagamento.
Formulários e anexos. A Informação dos Procedimentos.
ESTRUTURA E ANÁLISE DE BALANÇO II
Ementa: A contabilidade voltada ao aspecto gerencial. Estrutura, análise e
interpretação de balanços. Procedimentos anteriores à análise. Resultados
obtidos após comparação com entidades de mesmo setor de atuação.
Aspectos financeiros e econômicos. Análise por grupo empresarial.
VIII SEMESTRE
ORGANIZAÇÃO, SISTEMAS E MÉTODOS
Ementa: Conceitos, fundamentos, objetivos e importância da Organização,
Sistemas e Métodos. Sistemas e métodos administrativos. Processo de
organização e reorganização administrativa. Análise de estrutura organizacional
e administrativa. Elaboração de manuais e regulamentos. Métodos de trabalho.
Distribuição, seqüência e ambiente de trabalho. Fluxogramação e formulários.
Estudos de novas tendências de organização do trabalho.
LEGISLAÇÃO SOCIAL E DIREITO DO TRABALHO
Ementa: Origem e evolução da legislação social. Relação de emprego e
contrato individual de trabalho. Jornada de trabalho. Repouso remunerado.
Salário e remuneração. Rescisão do contrato de trabalho e suas
conseqüências. Estabilidade. Lei do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço.
Acidentes de trabalho. Legislação previdenciária. Administração da Previdência
Social. Organização Sindical.
136
AUDITORIA I
Ementa: Desenvolver conceitos básicos sobre auditoria, atentando para a
natureza e utilidade da contabilidade e avaliação de suas limitações e
deficiências. Conhecimentos de técnicas básicas de verificação, especialmente
suas possibilidades de aplicação e utilidade. Finalidades da auditoria.
CONTROLADORIA
Ementa: Sistemas de Controle. Acompanhamento ou manutenção. Controle
econômico e financeiro. Controle operacional. Controle Orçamentário.
Informações Contábeis para decisões especiais: o controller em face da
descontinuidade. Qualidade tecnológica e administração da produção.
Optativa I
IX SEMESTRE
ESTÁGIO SUPERVISIONADO I
Planejamento Organizacional. Fluxo de documentação, organograma,
formulários e manual de procedimentos da entidade.
ELABORAÇÃO E ANÁLISE DE PROJETOS
Ementa: Técnicas de elaboração e análise de projetos. Projeto econômico e
projeto administrativo: diferença. Elaboração de projeto administrativo para
criação de um negocio pessoal.
AUDITORIA II
Ementa: Atribuições e responsabilidades do auditor. Desempenho, normas,
métodos e fases da auditoria. Classificação. Auditoria interna e externa.
Auditoria de balanços. Processo executivo. Planejamento. Procedimento
interno. Programa de auditoria. Relatórios e pareceres.
ORÇAMENTO EMPRESARIAL
Ementa: Orçamento Empresarial - Conceito e finalidade. As Técnicas para
elaboração de um orçamento. Estimativas e Previsões. As etapas pré-
orçamentárias. Comissão Orçamentária. Parâmetros para um bom Orçamento.
Elementos de Custos, Despesas e Receitas. Centros de Custo e Centros de
Produção. Unidades Geradoras de Receitas, Custos e Despesas. Unidades
Administrativas. Orçamento Geral e Orçamentos Específicos. Orçamento de
Caixa. Orçamento de Vendas. Orçamento de Contas a Receber. Orçamento de
Despesas. Orçamento de Custos Fixos. Orçamento de Custos Variáveis.
Orçamento d me Compras e Consumo de Matérias Primas. Fatores
Comparativos. Balanço Financeiro Projetado. Controle Orçamentário e
Reajustamento.
Optativa II
X SEMESTRE
ESTÁGIO SUPERVISIONADO II
Ementa: Exercício profissional supervisionado, precedido de planejamento, a
ser praticado em empresa previamente habilitada ou em formação. Aplicação e
desenvolvimento dos conhecimentos adquiridos durante o Curso. Elaboração
do relatório de atividades desenvolvidas.
ANÁLISE QUANTITATIVA E PROCESSO DECISÓRIO
Ementa: Introdução às decisões administrativas. Elementos de decisão
aplicados à Administração, baseados hardware e software. Problemas simples
e complexos de distribuição. Métodos de Solução de Problemas simples e
complexos de distribuição. Métodos de Solução de Problemas (MASP e
137
outros). Base estatística de processo decisório. Teoria dos jogos, simulações e
MAP.
PERÍCIA CONTÁBIL
Ementa: A Perícia como prova judicial. O Perito como auxiliar da Justiça. O
Perito-Contador e o Assistente Técnico e seus campos de atividade. A inserção
da Perícia no Código do Processo Civil e na Legislação Pertinente. Formulação
de Quesitos, Laudo, Prazos e Documentação para suporte das perícias.
Honorários. Ética profissional.
TEORIA DA CONTABILIDADE
Ementa: Objetivos e metodologia em Contabilidade. As diversas abordagens.
Postulados, Princípios e Convenções Contábeis. Evidenciação. O núcleo
Fundamental da Teoria Contábil. Ativos e Passivos - Mensuração. Ganhos,
Perdas, Receitas e Despesas. O Patrimônio Líquido. Considerações sobre os
grupos do Balanço. A Correção Monetária e as Variações de Preços. Ativos e
Passivos Monetários. Influência das Variações do Poder Aquisitivo da Moeda.
Avaliação das Disposições da Lei das Sociedades Anônimas.
OPTATIVAS
CONTABILIDADE DA CONSTRUÇÃO CIVIL
Ementa: Organização, Legislação e estrutura do plano de contas. Implantação
de plano de contas. Padrão, Elaboração das demonstrativas contábeis.
Controles internos.
CONTABILIDADE DA PECUÁRIA
Ementa: Atividade de pecuária. Funções e classificações. Formação e
manutenção dos estoques. Patrimônio da empresa com atividade pecuária.
Investimento e origens. Custos, ingressos e resultado. Orçamento de instalação
e orçamento de exercício. Plano de Contas. Escrituração. Resultado. Balanços.
CONTABILIDADE DAS COOPERATIVAS
Ementa: Conceito de cooperativas. Tipos de cooperativas. Finalidades,
Legislação. Estrutura Organogênica. O plano de contas. Relatórios contábeis.
Controles internos.
CONTABILIDADE NACIONAL
Ementa: Conceituação de agregados. Sistemas contábeis. As contas nacionais.
Modelos de insumo produto. Preços constantes. Produto mal. Balanço de
pagamentos.
CONTABILIDADE DE SEGUROS
Ementa: O Sistema Monetário. O Ministério da Indústria e Comércio. A
Legislação. O IRB. A SUSEP. Formas de seguro. Cosseguro. Retrocessão.
Limites técnicos e de operações.
CONTABILIDADE DOS TRANSPORTES
Ementa: Noções gerais sobre transportes. A contabilidade de transportes e o
seu campo de atuação. Patrimônios das empresas de transportes. Plano de
contas. Escrituração. Balancete de verificação. Encerramento das contas. O
balanço consolidado. Demais demonstrações contábeis. A informática e a
contabilidade de transportes.
CONTABILIDADE DAS FUNDAÇÕES
Ementa: Estrutura e Legislação; Plano de contas. Implantação do plano de
contas. Papéis de controle e demonstrativos contábeis. Órgãos e
competências.
138
COMÉRCIO EXTERIOR
Ementa: Objetivos. A Legislação Específica - Regulamento Aduaneiro.
Procedimentos na Importação e Exportação. O despacho Aduaneiro.
Funcionamento de SISCOMEX. Impostos incidentes. Contratação e Liquidação
de Contratos de Câmbio. Incentivos. Relacionamento com a Secretaria da
Receita Federal. Atos Complementares.
CONTABILIDADE HOSPITALAR
Ementa: Organização e Contabilidade Hospitalar. Plano de Contas e Legislação
específica sobre Hospitais. Livros de escrituração e Legais. Documentos.
Registros de revelação Contábil, de gestão. Apuração de Custos. Apuração de
Resultados e encerramento de exercício. Balanços. Relatórios.
CONTABILIDADE RURAL
Ementa: A empresa Agrícola, função, classificação e contabilidade. Patrimônio.
Fontes de Financiamento e Custos. Orçamento. Plano de Contas.
Lançamentos. Exploração pecuária e agro-industrial. Despesas e o custo
industrial. Resultado Agrícola e Mercantil. Balanço Patrimonial.
SISTEMA DE INFORMAÇÕES GERENCIAIS
Ementa: A empresa como sistema. Sistemas e subsistemas modelos. Tipos e
meios de informação. Planejamento do sistema de informação empresarial.
Implantação do sistema de informação. Controle e avaliação do desempenho
do sistema de informações. Programação linear como instrumento de
planejamento e informação gerencial.
139
ANEXO C – CURRÍCULO DE 2007
DISTRIBUIÇÃO DAS DISCIPLINAS POR SEMESTRE E DEPARTAMENTO
Informações importantes a serem prestadas (currículo pleno):
- TOTAL DE CRÉDITOS: 178 créditos;
- CARGA HORÁRIA TOTAL: 3.180 horas (sendo 150h de Atividades
Complementares)
- INTEGRALIZAÇÃO MÍNIMA: 10 semestres;
- INTEGRALIZAÇÃO MÉDIA: 12 semestres;
- INTEGRALIZAÇÃO MÁXIMA: 16 semestres;
- CREDITAÇÃO MÍNIMA: 6 créditos;
- CREDITAÇÃO MÁXIMA: 32 créditos.
OBSERVAÇÃO: Não foram colocadas os códigos das disciplinas em
função das alterações feitas na nomenclatura de algumas, alteração de
ementas e inclusão de outras disciplinas.
MATRIZ CURRICULAR DO CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS DE 2007
I SEMESTRE
DEPARTA
MENTO
DISCIPLINA CH CREDITOS PRÉ-REQUISITO
DFCH Introdução à Filosofia 60 (4.0.0) 4
DFCH Introdução à Sociologia 60 (4.0.0) 4
DCSA Contabilidade Introdutória I 60 (4.0.0) 4
DCSA Ética Geral e Profissional 45 (3.0.0) 3
DELL Português Instrumental 75 (1.2.0) 3
TOTAL 300 18
II SEMESTRE
DEPARTA
MENTO
DISCIPLINA CH CREDITOS PRÉ-REQUISITO
DCE Matemática 60 (2.1.0) 3
DCE Tópicos de Informática 60 (0.2.0) 2
DCSA Contabilidade Introdutória II 60 (4.0.0) 4 Contabilidade
Introdutória I
DCSA Introdução à Administração 60 (4.0.0) 4
DCSA Instituições do Direito Público e Privado –
IDPP
60 (4.0.0) 4 Sociologia e Filosofia
TOTAL 300 17
III SEMESTRE
DEPARTA
MENTO
DISCIPLINA CH CREDITOS PRÉ-REQUISITO
DCE Matemática Comercial e Financeira 60 (2.1.0) 3 Matemática
DFCH Psicologia Aplicada a Contabilidade 60 (4.0.0) 4
DCSA Contabilidade Comercial 60 (4.0.0) 4 Contabilidade
Introdutória II
DCSA Introdução a Economia 60 (4.0.0) 4
DCSA Direito Empresarial 60 (4.0.0) 4 IDPP
140
TOTAL 300 19
IV SEMESTRE
DEPARTA
MENTO
DISCIPLINA CH CREDITOS PRÉ-REQUISITO
DFCH Métodos e Técnicas de Pesquisa – MTP 60 (0.2.0) 2
DCSA Contabilidade de Custos 60 (4.0.0) 4 Contabilidade
Introdutória II
DCSA Estudo das Demonstrações Contábeis 60 (2.1.0) 3 Contabilidade
Introdutória II
DCSA Teoria Econômica 60 (4.0.0) 4 Introdução a Economia
DCSA Direito Administrativo 60 (4.0.0) 4 IDPP
TOTAL 300 17
V SEMESTRE
DEPARTA
MENTO
DISCIPLINA CH CREDITOS PRÉ-REQUISITO
DCE Estatística Aplicada 60 (2.1.0) 3 Matemática
DCSA Análise de Custos 60 (2.1.0) 3 Contabilidade de Custos
DCSA Contabilidade de Prestação de Serviços 60 (4.0.0) 4 Contabilidade
Introdutória II
DCSA Orçamento Público 60 (4.0.0) 4 Direito Administrativo
DCSA Direito Tributário 60 (4.0.0) 4 IDPP
TOTAL 300 18
VI SEMESTRE
DEPARTA
MENTO
DISCIPLINA CH CREDITOS PRÉ-REQUISITO
DCSA Contabilidade Governamental 60 (4.0.0) 4 Contabilidade
Introdutória II e
Orçamento Público
DCSA Contabilidade Tributária 60 (4.0.0) 4 Contabilidade
Introdutória II e Direito
Tributário
DCSA Auditoria Geral 60 (4.0.0) 4 Estudo das
Demonstrações
Contábeis
DCSA Administração de Materiais 60 (4.0.0) 4 Introdução a
Administração
DCSA Legislação Social e Direito do Trabalho –
LSDT
60 (4.0.0) 4 IDPP
TOTAL 300 20
VII SEMESTRE
DEPARTA
MENTO
DISCIPLINA CH CREDITOS PRÉ-REQUISITO
DCSA Teoria da Contabilidade 60 (4.0.0) 4 Estudo das
Demonstrações
Contábeis
DCSA Planejamento Contábil Tributário 60 (4.0.0) 4 Contabilidade Tributária
DCSA Análise de Balanços 60 (2.1.0) 3 Auditoria Geral
DCSA Contabilidade Agropecuária 60 (4.0.0) 4 Contabilidade
Introdutória II
DCSA Orçamento Empresarial 60 (4.0.0) 4 Contabilidade
Introdutória II e
Introdução a
Administração
TOTAL 300 19
141
VIII SEMESTRE
DEPARTA
MENTO
DISCIPLINA CH CREDITOS PRÉ-REQUISITO
DCSA Pesquisa Científica em Contabilidade 60 (4.0.0) 4 Métodos e Técnicas de
Pesquisa e Teoria da
Contabilidade
DCSA Controladoria 60 (4.0.0) 4 Análise de Balanços
DCSA Auditoria Empresarial 60 (2.1.0) 3 Auditoria Geral
DCSA Contabilidade Avançada 60 (4.0.0) 4 Análise de Balanço
DCSA Elaboração e Análise de Projetos 60 (2.1.0) 3 Teoria Econômica,
Métodos e Técnicas de
Pesquisa e Análise de
Balanços.
TOTAL 300 18
IX SEMESTRE
DEPARTA
MENTO
DISCIPLINA CH CREDITOS PRÉ-REQUISITO
DCSA Trabalho de Conclusão de Curso – TCC 60 (4.0.0) 4 Pesquisa Científica em
Contabilidade
DCSA Perícia Contábil e Arbitragem 60 (2.1.0) 3 Auditoria Empresarial
DCSA Auditoria Governamental 60 (2.1.0) 3 Contabilidade
Governamental e
Auditoria Geral
Optativa I 60 (4.0.0) 4
Optativa II 60 (4.0.0) 4
TOTAL 300 18
X SEMESTRE
DEPARTA
MENTO
DISCIPLINA CH CREDITOS PRÉ-REQUISITO
DCSA Estágio Supervisionado 150 (1.0.3) 4 Trabalho de Conclusão
de Curso
DCSA Laboratório Contábil 60 (0.2.0) 2 Perícia Contábil e
Arbitragem
Optativa III 60 (4.0.0) 4
Optativa IV 60 (4.0.0) 4
TOTAL 330 14
Disciplinas optativas
DICIPLINAS OPTATIVAS
DEPARTA
MENTO
DISCIPLINA CH CREDITOS PRÉ-REQUISITO
DCSA Tópicos Contemporâneos em
Contabilidade
60 (4.0.0) 4 Teoria da Contabilidade
DCSA Contabilidade Ambiental 60 (4.0.0) 4 Contabilidade
Introdutória II
DCSA Contabilidade Social 60 (4.0.0) 4 Contabilidade
Introdutória II
DCSA Contabilidade do Terceiro Setor 60 (4.0.0) 4 Contabilidade
Introdutória II
DCSA Contabilidade Internacional e Comércio
Exterior
60 (4.0.0) 4 Contabilidade
Introdutória II
DCSA Contabilidade de Instituições Financeiras 60 (4.0.0) 4 Contabilidade
142
Introdutória II
DCSA Contabilidade Industrial 60 (4.0.0) 4 Contabilidade de Custos
DCSA Contabilidade das Cooperativas 60 (4.0.0) 4 Contabilidade
Introdutória II
DCSA Controladoria Governamental 60 (4.0.0) 4 Contabilidade
Governamental
DCSA Empreendedorismo 60 (4.0.0) 4 Introdução a
Administração
DCSA Administração Estratégica 60 (4.0.0) 4 Introdução a
Administração
DCSA
A
nálise Quantitativa e Processo Decisório
– AQPD
60 (4.0.0) 4 Introdução a
Administração
DH Estado Moderno e Capitalismo 60 (4.0.0) 4 Sociologia
EMENTÁRIO DO CURRÍCULO 2007
I SEMESTRE
INTRODUÇÃO À FILOSOFIA
Ementa: Filosofia, lógica, epistemologia e métodos, nos diversos períodos da
história da Filosofia. Filosofia clássica: os pré-socráticos, os sofistas, Sócrates,
Platão e Aristóteles. Filosofia Medieval: São Tomás de Aquino. Filosofia
Moderna: Racionalismo, Empirismo, Idealismo e Materialismo histórico e
dialético. Filosofia contemporânea: Fenomenologia, Existencialismo e
Estruturalismo.
INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA
Ementa: A sociologia como ciência. Paradigmas sociológicos. Estrutura social.
Estrutura de classes e estratificação social. Mudança social.
CONTABILIDADE INTRODUTÓRIA I
Ementa: Evolução e importância da Contabilidade no mundo moderno. Conceitos
fundamentais da Contabilidade: bens, direitos, obrigações, ativo, passivo,
despesa, receita, inventários, fatos contábeis administrativos, escrituração e
lançamentos. Noções de débito e crédito. Métodos de contabilidade das escolas
italiana e americana.
ÉTICA GERAL E PROFISSIONAL
Ementa: Ética. Moral. Dever. Consciência. Responsabilidade. Inteligência
emocional. Conduta do profissional de contabilidade. Código de Ética Profissional
do Contabilista.
PORTUGUES INSTRUMENTAL:
Ementa: Interpretação de textos científicos: idéia principal, secundária e
circunstância; seqüência, hierarquização e relacionamento das idéias; fato
hipótese, inferência, opinião; argumento, conclusão, síntese. Expressão escrita:
seleção, organização e integração de idéias; estruturação de períodos,
parágrafos e textos; esquema, resumo, descrição, narração, dissertação; uso dos
processos de coordenação e subordinação; propriedade de linguagem e de
vocabulário; correção de linguagem.
II SEMESTRE
MATEMÁTICA
143
Ementa: Conjuntos numéricos. Operações com expressões algébricas. Equação
do 1º e 2º graus. Sistema de equações. Inequação. Logaritmo. Progressões.
Funções elementares. Limites. Derivadas.
TÓPICOS DE INFORMÁTICA
Ementa: Fundamentos de Hardware (equipamentos). Principais unidades
funcionais dos computadores. Fundamentos de Software (programas). Principais
Softwares Básicos. Principais Softwares Aplicativos. Estudo de Sistemas
Operacionais. Uso de aplicativos (editor de texto, planilhas eletrônicas, banco de
dados e gráficos).
CONTABILIDADE INTRODUTÓRIA II
Ementa: Apresentação das técnicas contábeis. Balancete de verificação. Balanço
Patrimonial. Apuração de Resultados. Estudo da natureza dos componentes e
variações patrimoniais. Correção monetária. Depreciação. Amortização.
Exaustão. Reavaliação. Provisões.
INTRODUÇÃO A ADMINISTRAÇÃO
Ementa: Conceitos básicos de administração. Esquema de classificação das
atividades administrativas. Funções de administração geral e de administração
específica.
INSTITUIÇÕES DE DIREITO PÚBLICO E PRIVADO – IDPP
Ementa: Teoria geral do Direito: conceito de Direito e norma jurídica; sujeitos do
Direito, fatos e atos jurídicos; ordenamento jurídico; fontes do Direito;
hermenêutica e aplicação do Direito; Enciclopédia jurídica. Instituições de Direito
Público. Instituições de Direito Privado.
III SEMESTRE
MATEMÁTICA COMERCIAL E FINANCEIRA
Ementa: Regra de sociedade. Juros simples. Desconto simples. Equivalência de
capitais. Juros compostos. Tipos de taxa. Desconto composto. Rendas:
antecipadas, imediatas e diferidas. Amortização. Depreciação. Inflação. Correção
monetária.
PSICOLOGIA APLICADA A CONTABILIDADE
Ementa: Psicologia Geral e Aplicada: Conceitos e aplicações. Conceito de
sistema. Organização como sistema aberto. O indivíduo na organização:
personalidade, frustração, conflitos sócio-psicológicos. Seleção e treinamento.
Comunicação. Avaliação de desempenho. Motivação na empresa. Poder e
autoridade. O homem na era tecnológica: automação e burocracia. Engenharia
humana. Publicidade e psicologia do consumidor.
CONTABILIDADE COMERCIAL
Ementa: A empresa comercial, conceito, funções e classificação. Constituição de
empresas. Plano de contas de sociedades empresárias. Operações com
mercadorias. Operações financeiras atinentes à atividade comercial. Obrigações
tributárias comerciais. Registro e avaliação dos estoques. Demonstrações
contábeis.
INTRODUÇÃO A ECONOMIA
Ementa: Abordagem marxista e marginalista da natureza e métodos da
Economia. Teorias do valor. Fatores de produção. Sistemas econômicos.
Medição do processo econômico. Determinação de preço e estrutura de
mercado. Desenvolvimento econômico.
DIREITO EMPRESARIAL
144
Ementa: Introdução ao Direito Empresarial. Sociedades empresárias. Títulos de
créditos. Falência e recuperação judicial de créditos. Contratos comerciais.
Proteção do consumidor.
IV SEMESTRE
METODOS E TÉCNICAS DE PESQUISA – MTP
Ementa: Lógica e epistemologia. Principais métodos do conhecimento. Processo
e instrumentos de pesquisa. Tipologia do trabalho científico: artigo, resumo,
resenha, ensaio, monografia, dissertação, tese e etc.
CONTABILIDADE DE CUSTOS
Ementa: Introdução: princípios básicos de custos, terminologia, sistemas de
custos. Natureza da Contabilidade de Custos e Conceitos Básicos. Classificação
dos custos. Materiais diretos. Mão-de-obra direta. Custos Indiretos de
Fabricação. Métodos de Custeio e apropriação. Contabilização.
ESTUDO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Ementa: Conceitos de circulante, longo prazo, permanente, resultados de
exercícios futuros e patrimônio liquido. Contas de resultados. Demonstrações
Contábeis segundo a Lei das Sociedades Anônimas. Fluxos de Caixa.
TEORIA ECONÔMICA
Ementa: Teoria Clássica, Teoria Keynesiana e Teoria Monetarista. Teoria do
consumidor e da firma. Agregados macroeconômicos. Renda nacional, emprego
e crescimento econômico. Políticas monetárias e fiscal. Comércio internacional.
DIREITO ADMINISTRATIVO
Ementa: Apresentação do Direito Administrativo. Pessoas Jurídicas de Direito
Público: Administração Direta e Indireta: Estrutura e Atividades. Atos
Administrativos. Licitação. Constituição Federal e legislação pertinente. Institutos
normatizadores da Organização Financeira e Administração Financeira e
Administração do Estado.
V SEMESTRE
ESTATÍSTICA APLICADA
Ementa: Natureza da Estatística. Séries Estatísticas. Distribuição de Freqüência.
Apresentação Gráfica e Tabular. Medidas de dispersão. Medidas de tendência
central. Noções de probabilidade. Teoria da Amostragem. Assimetria e Curtose.
Números índices. Deflação de dados. Ajustamento. Análise de séries temporais.
ANÁLISE DE CUSTOS
Ementa: Custos para decisão. Ponto de equilíbrio. Custos por Processo.
Orçamento Flexível. Formação de preço de venda. Preço de transferência.
Sistema de acumulação de custos. Margem de contribuição. Relação custo x
volume x lucro. Análise e Controle. Relatórios gerenciais de custos.
CONTABILIDADE DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS
Ementa: Fundamentos da contabilidade aplicada aos prestadores de serviços:
hospitais, construção civil, empresas contábeis e etc. Aspectos financeiros,
patrimoniais e econômicos da contabilidade aplicada à prestação de serviços.
Considerações gerais sobre a Contabilidade de Prestação de Serviços.
ORÇAMENTO PÚBLICO
Ementa: Estrutura político-administrativa brasileira. Serviço público.
Fundamentação teórica do processo de orçamento: conceito e evolução histórica.
Plano Plurianual. Lei de Diretrizes Orçamentárias. Orçamento Anual. Princípios
orçamentários. Ciclo orçamentário. Créditos orçamentários e adicionais. Receita
145
e despesa Pública: conceito, classificação e estágios. Licitação. Lei de
Responsabilidade Fiscal.
DIREITO TRIBUTÁRIO
Ementa: Sistema Tributário Nacional. Normas e princípios tributários à luz da
Constituição Federal e do Código Tributário Nacional. Espécies tributárias.
Noções de processo tributário.
VI SEMESTRE
CONTABILIDADE GOVERNAMENTAL
Ementa: Campo de sua atuação e objeto. Patrimônio Público. Sistemas de
Escrituração. Planos de contas. Classificação. Lançamento. Balanço
Orçamentário. Balanço Financeiro. Balanço Patrimonial. Variações Patrimoniais.
Contabilização. Prestação de contas. A contabilidade pública e a informática.
CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA
Ementa: Campo de atuação. A importância da escrituração comercial e fiscal.
Tributos e Contribuições Sociais em âmbito Federal, Estadual e Municipal.
Contabilização de impostos e acréscimos legais. A Contabilidade Tributária e a
Informática.
AUDITORIA GERAL
Ementa: Campo de atuação e marco legal da Auditoria. Classificações,
princípios, normas e técnicas de auditoria. Controles internos. Planejamento,
execução e avaliação dos trabalhos. Papeis de Trabalho. Pareceres e relatórios
de auditoria. Atribuições e responsabilidades do auditor. Auditoria interna e
externa.
ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS
Ementa: Objetivos e funções de Administração de Materiais. Organização.
Responsabilidade e inter-relacionamento em outras áreas. As compras e o
mercado fornecedor. Funções e responsabilidades das compras. O controle de
estoques. Política de gestão de estoque. Sistemas de estocagem. Distribuição
física e transporte. Avaliação de desempenho da Administração de Materiais.
Logística e gerenciamento de cadeia de suprimentos.
LEGISLAÇÃO SOCIAL E DIREITO DO TRABALHO – LSDT
Ementa: Origem e evolução da legislação social. Relação de emprego e contrato
individual de trabalho. Jornada de trabalho. Repouso remunerado. Salário e
remuneração. Rescisão do contrato de trabalho e suas conseqüências.
Estabilidade. Lei do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço. Acidentes de
trabalho. Legislação previdenciária. Administração da Previdência Social.
Organização Sindical.
VII SEMESTRE
TEORIA DA CONTABILIDADE
Ementa: Contabilidade como ciência. Pensamento contábil e história da
Contabilidade. Postulados, Princípios e Convenções Contábeis. Evidenciação. O
núcleo Fundamental da Teoria Contábil. Ativos e Passivos. Mensuração. Ganhos,
Perdas, Receitas e Despesas. O Patrimônio Líquido. Considerações sobre os
grupos do Balanço. Ativos e Passivos Monetários. Lei das Sociedades Anônimas.
PLANEJAMENTO CONTÁBIL TRIBUTÁRIO
Ementa: Estudo comparado dos tributos federais, estaduais e municipais.
Recursos fiscais. Programação fiscal-financeira. Instrumentos de políticas fiscal e
econômico-financeira. Imposto sobre a Renda das Pessoas Jurídicas e Pessoas
146
Físicas. Contribuição Social sobre o Lucro das Pessoas Jurídicas. Incentivos
Fiscais. Períodos de Apuração.
ANÁLISE DE BALANÇOS
Ementa: Análise das demonstrações contábeis. Técnicas de análise. Diagnóstico
e relatórios conclusivos. Análises comparativas. Aplicação de indicadores
econômico-financeiros. Alavancagem operacional e financeira. Estudo
aprofundado dos processos de análise. Análise por grupo empresarial.
CONTABILIDADE AGROPECUÁRIA
Ementa: A empresa agropecuária e agroindustrial. Organização, planos de
contas e contabilização de eventos especiais. Encargos fiscais. Demonstrações
contábeis específicas.
ORÇAMENTO EMPRESARIAL
Ementa: Conceito e finalidade. Técnicas para elaboração de um orçamento.
Estimativas e Previsões. As etapas pré-orçamentárias. Comissão Orçamentária.
Parâmetros para um bom orçamento. Unidades geradoras de custos, despesas e
receitas. Tipos de orçamento. Fatores comparativos. Balanço Financeiro
Projetado. Controle Orçamentário e Reajustamento.
VIII SEMESTRE
PESQUISA CIENTÍFICA EM CONTABILIDADE
Ementa: O processo de investigação científica. Formulação de problema,
objetivos e hipóteses. Referencial teórico em contabilidade. Elaboração de
projeto de pesquisa.
CONTROLADORIA
Ementa: A função da Controladoria. Sistemas de Controle. Métodos de controle e
decisão. Contabilidade no contexto do processo decisório. Técnicas de
controladoria. Relatórios gerenciais. Acompanhamento ou manutenção. Controle
econômico, financeiro, operacional e orçamentário. O controller em face da
descontinuidade. Qualidade tecnológica e administração da produção.
AUDITORIA EMPRESARIAL
Ementa: Auditoria aplicada ao âmbito empresarial. Aspectos relacionados às
exigências normativas. Elaboração de relatórios. Auditoria de disponibilidades e
aplicações financeiras. Procedimentos operacionais. Compras. Contas a pagar e
estoques. Vendas. Contas a receber. Ativo permanente. Exigibilidades.
Financiamentos a longo prazo. Receitas. Despesas. Patrimônio líquido.
CONTABILIDADE AVANÇADA
Sistemas de Informações Contábeis. Métodos de avaliação de investimentos:
custo de aquisição e equivalência patrimonial. Ágio e deságio na aquisição de
investimentos. Consolidação de Balanços. Fusão, incorporação e cisão de
empresas. A Correção Monetária e as Variações de Preços. Valor Adicionado.
ELABORAÇÃO E ANÁLISE DE PROJETOS
Ementa: Técnicas de elaboração e análise de projetos. Projeto econômico e
projeto administrativo: diferença. Elaboração de projeto administrativo para
criação de um negocio pessoal.
IX SEMESTRE
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
Ementa: Desenvolvimento de trabalho científico em Contabilidade.
PERICIA CONTÁBIL E ARBITRAGEM
147
Ementa: Perícia como prova judicial. O Perito como auxiliar da Justiça. O Perito-
Contador e o Assistente Técnico e seus campos de atividade. A inserção da
Perícia no Código do Processo Civil e na Legislação Pertinente. Formulação de
quesitos, laudos, prazos e documentação para suporte das perícias. Honorários.
Técnicas e processos de arbitragem.
AUDITORIA GOVERNAMENTAL
Ementa: Auditoria aplicada ao âmbito público. Aspectos relacionados às
exigências normativas. Elaboração de relatórios públicos de auditoria. Auditoria
de Balanços Públicos. Ativo Financeiro e Ativo Permanente. Passivo Financeiro e
Passivo Permanente.
Optativa I
Optativa II
X SEMESTRE
ESTÁGIO SUPERVISIONADO
Ementa: Exercício profissional supervisionado precedido de plano de estágio a
ser praticado em empresa previamente habilitada. Aplicação e desenvolvimento
dos conhecimentos adquiridos durante o curso. Elaboração do relatório de
atividades desenvolvidas.
LABORATÓRIO CONTÁBIL
Ementa: Rotinas de trabalho em contabilidade. Estudo de softwares contábeis.
Sistemas de informações em contabilidade. Simulação das operações e registros
contábeis. Levantamento das Demonstrações Contábeis.
Optativa III
Optativa IV
Ementas das disciplinas optativas
TÓPICOS CONTEMPORÂNEOS EM CONTABILIDADE
Ementa: Estudo e discussão de assuntos relevantes e emergentes em Ciências
Contábeis.
CONTABILIDADE AMBIENTAL
Ementa: Fundamentos da Contabilidade Ambiental. Aspectos financeiros,
patrimoniais e econômicos da Contabilidade Ambiental. Considerações gerais
sobre a Contabilidade Ambiental. Contabilização.
CONTABILIDADE SOCIAL
Ementa: Fundamentos da Contabilidade Social. Aspectos financeiros,
patrimoniais e econômicos da Contabilidade Social. Considerações gerais sobre
a Contabilidade Social. Contas Públicas. Finanças Públicas. Contabilização.
CONTABILIDADE DO TERCEIRO SETOR
Ementa: Fundamentos da Contabilidade do Terceiro Setor. Aspectos financeiros,
patrimoniais e econômicos da contabilidade aplicada ao Terceiro Setor.
Considerações gerais sobre a Contabilidade do Terceiro Setor. Contabilização.
CONTABILIDADE INTERNACIONAL E COMERCIO EXTERIOR
Ementa: Fundamentos da Contabilidade Internacional e do Comércio Exterior.
Aspectos financeiros, patrimoniais e econômicos da Contabilidade Internacional e
do Comércio Exterior. Considerações gerais sobre a Contabilidade Internacional
e Comércio Exterior. Institutos internacionais de Contabilidade. Contabilização.
CONTABILIDADE DE INTITUIÇÕES FINANCEIRAS
148
Ementa: Fundamentos da Contabilidade de Instituições Financeiras. Aspectos
financeiros, patrimoniais e econômicos da contabilidade aplicada às instituições
financeiras. Considerações gerais sobre a Contabilidade de Instituições
Financeiras. Contabilização.
CONTABILIDADE INDUSTRIAL
Ementa: Fundamentos da Contabilidade Industrial. Aspectos financeiros,
patrimoniais e econômicos da contabilidade aplicada às indústrias.
Considerações gerais sobre a Contabilidade Industrial. Contabilização.
CONTABILIDADE DAS COOPERATIVAS
Ementa: Fundamentos da contabilidade aplicada às cooperativas. Aspectos
financeiros, patrimoniais e econômicos da contabilidade aplicada às
cooperativas. Considerações gerais sobre a Contabilidade das Cooperativas.
Contabilização.
CONTROLADORIA GOVERNAMENTAL
Ementa: Fundamentos da Controladoria governamental. Aspectos financeiros,
patrimoniais e econômicos da Controladoria Governamental. Considerações
gerais sobre a Controladoria Governamental.
EMPREENDEDORISMO
Ementa: Fundamentos do empreendedorismo. Considerações gerais sobre
Empreendedorismo. Administração de negócios.
ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGICA
Ementa: Introdução ao planejamento estratégico. O processo da administração
estratégica. A definição de missão, negócio, filosofia e objetivos. Formulação e
implantação de estratégias. Administração estratégica e responsabilidade social
e ambiental. Fundamentações operacionais para a administração estratégica: os
orçamentos financeiro, de marketing e de materiais.
ANÁLISE QUANTITATIVA E PROCESSO DECISÓRIO
Ementa: Introdução às decisões administrativas. Elementos de decisão aplicados
à Administração, baseados hardware e software. Problemas simples e complexos
de distribuição. Métodos de Solução de Problemas simples e complexos de
distribuição. Métodos de Solução de Problemas (MASP e outros). Base
estatística de processo decisório. Teoria dos jogos, simulações e MAP.
ESTADO MODERNO E CAPITALISMO
Ementa: Análise das relações existentes entre o processo de constituição do
Estado Moderno e a dinâmica do capitalismo em escala mundial: territorialidade,
soberania e expansão capitalista. Estado. Nação. Nacionalismo e a constituição
da cidadania. Sistema mundial de Estados. Ciclos de hegemonia. As relações
centro-periferia. O Estado-Nação no contexto da globalização.
149
ANEXO D – ESTUDO COMPARADO DAS ALTERAÇÕES REALIZADAS NA
MATRIZ CURRICULAR DE 1999
Disciplinas da matriz curricular de 1999
I SEMESTRE
INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA
O que aconteceu: permaneceu da mesma forma (nome e ementa).
INTRODUÇÃO A FILOSOFIA
O que aconteceu: permaneceu da mesma forma (nome e ementa).
CONTABILIDADE GERAL
O que aconteceu: recebeu o nome de CONTABILIDADE
INTRODUTÓRIA I.
PORTUGUÊS INSTRUMENTAL
O que aconteceu: permaneceu da mesma forma (nome e ementa).
LEGISLAÇÃO E ÉTICA PROFISSIONAL
O que aconteceu: recebeu o nome de ÉTICA GERAL E
PROFISSIONAL e recebeu alterações em sua ementa. Sua carga
horária foi aumentada de 30h para 45h.
II SEMESTRE
INTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO
O que aconteceu: permaneceu da mesma forma (nome e ementa).
INSTITUIÇÕES DE DIREITO PÚBLICO E PRIVADO
O que aconteceu: recebeu alterações em sua ementa.
CONTABILIDADE COMERCIAL I
O que aconteceu: recebeu o nome de CONTABILIDADE COMERCIAL,
recebeu alterações em sua ementa e foi deslocada para o III semestre.
INTRODUÇÃO A ECONOMIA
O que aconteceu: permaneceu da mesma forma (nome e ementa)
sendo apenas deslocada para o III semestre.
MATEMÁTICA IV
O que aconteceu: recebeu o nome de MATEMÁTICA.
III SEMESTRE
PSICOLOGIA APLICADA A CONTABILIDADE
O que aconteceu: permaneceu da mesma forma (nome e ementa).
DIREITO COMERCIAL
O que aconteceu: recebeu o nome de DIREITO EMPRESARIAL e
recebeu alterações em sua ementa.
CONTABILIDADE COMERCIAL II
O que aconteceu: foi eliminada da estrutura curricular.
TEORIA ECONOMICA
O que aconteceu: permaneceu da mesma forma (nome e ementa)
sendo apenas deslocada para o IV semestre.
MATEMÁTICA COMERCIAL E FINANCEIRA
O que aconteceu: permaneceu da mesma forma (nome e ementa).
IV SEMESTRE
150
TÓPICOS DE INFORMÁTICA APLICADA A CONTABILIDADE
O que aconteceu: recebeu o nome de TÓPICOS DE INFORMÁTICA,
recebeu alterações em sua ementa e foi antecipada para o II semestre.
DIREITO ADMINISTRATIVO
O que aconteceu: recebeu alterações em sua ementa.
CONTABILIDADE DE CUSTOS I
O que aconteceu: recebeu o nome de CONTABILIDADE DE CUSTOS
e recebeu alterações em sua ementa.
CONTABILIDADE BANCÁRIA E FINANCEIRA
O que aconteceu: tornou-se optativa, recebeu o nome de
CONTABILIDADE DE INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS e recebeu
alterações em sua ementa.
ORÇAMENTO PÚBLICO
O que aconteceu: recebeu alterações em sua ementa e foi deslocada
para o V semestre.
V SEMESTRE
ESTATÍSTICA APLICADA
O que aconteceu: permaneceu da mesma forma (nome e ementa).
DIREITO TRIBUTÁRIO
Ementa: recebeu alterações em sua ementa.
CONTABILIDADE DE CUSTOS II
O que aconteceu: recebeu o nome de ANÁLISE DE CUSTOS e
recebeu alterações em sua ementa.
CONTABILIDADE INDUSTRIAL
O que aconteceu: tornou-se optativa e recebeu alterações em sua
ementa.
CONTABILIDADE PÚBLICA
O que aconteceu: recebeu o nome de CONTABILIDADE
GOVERNAMENTAL, recebeu alterações em sua ementa e foi
deslocada para o VI semestre.
VI SEMESTRE
METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA
O que aconteceu: foi eliminada da estrutura curricular e teve parte de
sua ementa absorvida em METODOS E TÉCNICAS DE PESQUISA.
ESTRUTURA E ANÁLISE DAS ORGANIZAÇÕES CONTÁBEIS I
O que aconteceu: foi eliminada da estrutura curricular.
CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA I
O que aconteceu: recebeu o nome de CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA
e recebeu alterações em sua ementa.
ESTRUTURA E ANÁLISE DE BALANÇOS I
O que aconteceu: teve parte de sua ementa aproveitada em ESTUDO
DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS e ANÁLISE DE BALANÇOS.
ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS
O que aconteceu: recebeu alterações em sua ementa.
VII SEMESTRE
METODOS E TÉCNICAS DE PESQUISA
O que aconteceu: recebeu algumas alterações em sua ementa e foi
antecipada para o IV semestre.
ESTRUTURA E ANÁLISE DAS ORGANIZAÇÕES CONTÁBEIS II
O que aconteceu: foi eliminada da estrutura curricular.
151
CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA II
O que aconteceu: foi eliminada da estrutura curricular e teve parte de
sua ementa aproveitada em PLANEJAMENTO CONTÁBIL
TRIBUTÁRIO.
ESTRUTURA E ANÁLISE DE BALANÇOS II
O que aconteceu: recebeu o nome de ANÁLISE DE BALANÇOS e
recebeu alterações em sua ementa.
VIII SEMESTRE
ORGANIZAÇÃO, SISTEMAS E MÉTODOS
O que aconteceu: foi eliminada da estrutura curricular.
LEGILSLAÇÃO SOCIAL E DIREITO DO TRABALHO
O que aconteceu: permaneceu da mesma forma (nome e ementa) e foi
antecipada para o VI semestre.
AUDITORIA I
O que aconteceu: recebeu o nome de AUDITORIA GERAL, recebeu
alterações em sua ementa e foi antecipada para o VI semestre.
CONTROLADORIA
O que aconteceu: recebeu alterações em sua ementa.
IX SEMESTRE
ESTÁGIO SUPERVISIONADO I
O que aconteceu: foi eliminada da estrutura curricular.
ELABORAÇÃO E ANÁLISE DE PROJETOS
O que aconteceu: permaneceu da mesma forma (nome e ementa)
sendo antecipada para o VIII semestre.
AUDITORIA II
O que aconteceu: teve parte de sua ementa aproveitada em
AUDITORIA EMPRESARIAL e foi antecipada para o VIII semestre.
ORÇAMENTO EMPRESARIAL
Ementa: recebeu alterações em sua ementa e foi antecipada para o VII
semestre.
X SEMESTRE
ESTÁGIO SUPERVISIONADO II
O que aconteceu: recebeu o nome de ESTÁGIO SUPERVISIONADO e
recebeu alterações em sua ementa. Sua carga horária foi reduzida de
180h para 150hsendo complementada por LABORATÓRIO
CONTÁBIL.
ANÁLISE QUANTITATIVA E PROCESSO DECISÓRIO
O que aconteceu: tornou-se optativa.
PERÍCIA CONTÁBIL
O que aconteceu: recebeu o nome de PERICIA CONTÁBIL E
ARBITRAGEM, recebeu alterações em sua ementa e foi antecipada
para o IX semestre.
TEORIA DA CONTABILIDADE
O que aconteceu: recebeu alterações em sua ementa e foi antecipada
para o VII semestre.
OPTATIVAS
CONTABILIDADE DA CONSTRUÇÃO CIVIL
O que aconteceu: foi eliminada da estrutura sendo absorvida por
CONTABILIDADE DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS (obrigatória).
CONTABILIDADE DA PECUARIA
152
O que aconteceu: foi eliminada da estrutura sendo absorvida por
CONTABILIDADE AGROPECUÁRIA (obrigatória).
CONTABILIDADE DAS COOPERATIVAS
O que aconteceu: permaneceu como optativa.
CONTABILIDADE NACIONAL
O que aconteceu: teve a sua abordagem absorvida por
CONTABILIDADE SOCIAL.
CONTABILIDADE DE SEGUROS
O que aconteceu: foi eliminada da estrutura.
CONTABILIDADE DE TRANSPORTES
O que aconteceu: foi eliminada da estrutura.
CONTABILIDADE DAS FUNDAÇÕES
O que aconteceu: foi eliminada da estrutura sendo sua abordagem
absorvida por CONTABILIDADE DO TERCEIRO SETOR.
COMERCIO EXTERIOR
O que aconteceu: recebeu o nome de CONTABILIDADE
INTERNACIONAL E COMÉRCIO EXTERIOR.
CONTABILIDADE HOSPITALAR
O que aconteceu: foi eliminada da estrutura sendo sua abordagem
absorvida por CONTABILIDADE DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS.
CONTABILIDADE RURAL
O que aconteceu: foi eliminada da estrutura sendo sua abordagem
absorvida por CONTABILIDADE AGROPECUÁRIA.
SISTEMAS DE INFORMAÇÕES GERENCIAIS
O que aconteceu: foi eliminada da estrutura.
As novas disciplinas que foram adicionadas a matriz curricular
CONTABILIDADE INTRODUTÓRIA II
ESTUDO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
CONTABILIDADE DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS
PLANEJAMENTO CONTÁBIL TRIBUTÁRIO
CONTABILIDADE AGROPECUÁRIA
PESQUISA CIENTÍFICA EM CONTABILIDADE
AUDITORIA EMPRESARIAL
CONTABILIDADE AVANÇADA
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – TCC
AUDITORIA GOVERNAMENTAL
LABORATÓRIO CONTÁBIL
TÓPICOS CONTEMPORÂNEOS EM CONTABILIDADE (optativa)
CONTABILIDADE AMBIENTAL (optativa)
CONTABILIDADE SOCIAL (optativa)
CONTABILIDADE DO TERCEIRO SETOR (optativa)
CONTABILIDADE INTERNACIONAL E COMERCIO EXTERIOR
(optativa)
CONTROLADORIA GOVERNAMENTAL (optativa)
EMPREENDEDORISMO (optativa)
ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGICA (optativa)
ESTADO MODERNO E CAPITALISMO (optativa)
153
OBSERVAÇÃO: foi incluída na nova matriz curricular a prática de
ATIVIDADES COMPLEMENTARES com carga horária de 150 horas
distribuídas do I ao IX semestre.
154
ANEXO E – REGULAMENTO DAS ATIVIDADES COMPLEMENTARES DO CURSO
DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS
CAPÍTULO I
DOS OBJETIVOS E DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 1º As Atividades Complementares tem por finalidade complementar a formação
acadêmica do aluno do Curso de Ciências Contábeis ampliando seu conhecimento
teórico-prático e propiciando a ele condições de realizar, concomitantemente às
disciplinas da grade curricular, atividades autônomas e flexíveis centradas em
temáticas contábeis e afins, que contribuam para a formação pessoal, social e
profissional do futuro bacharel em Ciências Contábeis.
Art. 2º A prática das Atividades Complementares é obrigatória para os alunos do
Curso de Ciências Contábeis que ingressarem na UESB, através de vestibular ou
transferência interna, externa ou ex-ofício, dentro da nova matriz curricular aprovada
pelo CONSEPE para o ano de 2007.1.
§ 1º Inexiste a dispensa para a prática de Atividades Complementares sob quaisquer
condições.
§ 2º Fica estabelecida carga horária mínima de 150h (Cento e cinqüenta horas) para
as Atividades Complementares relacionadas ao Curso de Ciências Contábeis
devendo o aluno cumpri-la integralmente até o término do IX semestre ou
equivalente.
§ 3º O aluno que não comprovar o cumprimento da carga horária estabelecida para
Atividades Complementares não estará apto à colação de grau, mesmo que tenha
obtido aprovação em todas as disciplinas de sua grade curricular devendo o aluno
permanecer na instituição o tempo necessário para integralização da carga horária
das Atividades Complementares.
155
§ 4º Não serão aceitos, para efeito de aproveitamento de carga horária como
Atividade Complementar, qualquer atividade ou evento promovido pela Coordenação
do Curso de Ciências Contábeis quando os mesmos se realizarem no horário normal
de funcionamento do curso.
§ 5º Visitas técnicas somente serão aceitas para efeito de Atividades
Complementares desde que realizadas em horário não compatível com o horário
normal de aulas em que o aluno esteja matriculado e desde que apresentadas ao
colegiado por meio de declaração do professor responsável.
§ 6º O registro acadêmico das Atividades Complementares será realizado de acordo
com o quadro (barema) constante do Anexo I a este regulamento e obedecerá a
procedimentos fixados pela Coordenação do Curso em consonância com a
Secretaria Geral de Cursos.
§ 7º Para o registro acadêmico, somente serão aceitos certificados ou declarações
que comprovem a participação do aluno em atividade complementar quando dos
mesmos constarem o nome da instituição ou professor responsável, nome do aluno,
nome do evento ou atividade, data e carga horária, todos devidamente assinados
pelo coordenador do evento e pelo discente.
§ 8º Deverá o aluno por ocasião da entrega do certificado ou declaração, apresentar
via original do documento e entregar cópia ao colegiado que se encarregará de
verificar a autenticidade e proceder a protocolização e autenticação dos mesmos
mantendo controle individual de cada aluno através de pasta destinada a este fim.
§ 9º Junto a cada certificado ou declaração, deverá o aluno anexar o Relatório de
Atividade Complementar conforme modelo constante do Anexo II a este
regulamento, onde deverá escrever, de forma resumida, os principais pontos
abordados no evento ou atividade.
§ 10 Caberá ao Colegiado do Curso de Ciências Contábeis o arquivamento e a
guarda de todo o material comprobatório das Atividades Complementares constante
das pastas dos alunos do curso apresentadas durante a vida acadêmica de cada um
156
deles, devendo este arquivamento e guarda permanecer sob a responsabilidade do
Colegiado até 02 (dois) anos após a colação de grau de cada aluno,
individualmente. Decorrido este prazo, poderá o Colegiado do Curso proceder a
entrega ao discente ou a sua incineração, após tornar público o fato.
CAPÍTULO II
DAS ATIVIDADES COMPLEMENTARES
Art. 3º São Consideradas Atividades Complementares, distribuídas nas categorias
de Ensino, Pesquisa e Extensão:
I – Ensino:
a. Cursar disciplina que não seja do Curso de Ciências Contábeis durante
o período de integralização do mesmo;
b. Exercer monitoria em disciplinas do Curso de Ciências Contábeis;
c. Participar de grupos de estudos devidamente registrados na instituição
e com a orientação de um professor;
d. Assistir a defesas de dissertações, teses e trabalhos de conclusão de
curso em que o aluno é matriculado ou em áreas afins.
II – Pesquisa:
a. Participar de pesquisa ou de assistência à pesquisa orientada por
docente;
b. Participar como bolsista de iniciação científica de projeto de pesquisa
devidamente registrado na instituição;
c. Participar de pesquisa institucional em decorrência de convênios da
instituição de ensino;
d. Publicação de trabalho científico na área de contabilidade em
periódicos;
e. Participar de concurso de produção científica sobre temas relacionados
a contabilidade;
III – Extensão:
a. Participação em eventos relacionados à Contabilidade ou área afim, a
saber, cursos, palestras, seminários, congressos, jornadas e
157
conferências, como palestrante, ouvinte, monitor ou como membro de
comissão organizadora;
b. Participar de visitas técnicas com indicação e aprovação do professor
da disciplina relacionada;
c. Participar como membro do Diretório Central dos Estudantes – DCE,
Centro Acadêmico do Curso de Ciências Contábeis e Empresa Junior
do Curso de Ciências Contábeis;
d. Participar de estágios não curriculares relacionados ao Curso de
Ciências Contábeis acompanhados por professor do curso e com no
mínimo de 3 (três) meses;
e. Prestar serviços a comunidade universitária e não universitária por
hora trabalhada em caráter de serviço social.
Parágrafo único – Entende-se como área afim ao Curso de Ciências Contábeis, para
efeito de aproveitamento de carga horária de Atividade Complementar, os eventos,
palestras, seminários, congressos e demais atividades relacionadas aos cursos de
Administração, Economia, Direito e Informática. Em caso de dúvida quanto a
afinidade ou em caso de recurso do discente que teve seu certificado ou declaração
recusado pela coordenação do curso, caberá a plenária do Colegiado do Curso,
decidir quanto ao aproveitamento ou não da atividade apresentada pelo discente.
Art. 4º À Coordenação do Curso compete avaliar os estudos ou atividades realizadas
pelo aluno, enquadrá-las no quadro constante do Anexo I a este regulamento e
encaminhar à Secretaria Geral de Cursos ou a Gerência Acadêmica da instituição os
comprovantes necessários ao registro acadêmico.
Parágrafo único. Poderá a Coordenação do Curso, montar uma Comissão
Permanente de Atividades Complementares – CPAC, composta por no máximo 3
(três) professores do curso e com mandato de um ano, renovável por mais um, para
auxiliar a coordenação no processo de análise e encaminhamentos das atividades
complementares.
158
CAPÍTULO III
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 5º Todas as Atividades Complementares à carga horária da estrutura curricular
do Curso de Ciências Contábeis realizadas a partir do ingresso do discente na
Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia são válidas desde que atendidas as
disposições deste Regulamento.
Parágrafo Único. Quando o aluno ingressar através de transferência interna, externa
ou ex-ofício, é possível aproveitar as Atividades Complementares desenvolvidas no
curso ou na instituição de origem, cabendo à Coordenação do Curso avaliar a
pertinência ou não da atividade e atribuir-lhe carga horária.
Art. 6º Este Regulamento só pode ser alterado mediante voto da maioria simples dos
membros do Colegiado do Curso de Ciências Contábeis.
Art. 7º Compete à Coordenação do Curso de Ciências Contábeis dirimir dúvidas
referentes à interpretação destas normas, bem como suprir as suas lacunas,
expedindo os atos complementares que se fizerem necessários.
Art. 8º Estas normas entram em vigor na data de sua aprovação pelo Conselho
Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão – CONSEPE
159
Barema
CARGA HORÁRIA
ATIVIDADE POR
ATIVIDADE
MÁXIMA
COMPROVAÇÃO
DOCUMENTAL
I – ENSINO
Cursar disciplina que não
seja do Curso de Ciências
Contábeis durante o
período de integralização
do mesmo;
15h
60h
Certificado ou histórico
escolar
Exercer monitoria em
disciplinas do Curso de
Ciências Contábeis;
30h 60h Relatório ou declaração
do professor orientador
Participar de grupos de
estudos devidamente
registrados na instituição e
com a orientação de um
professor;
5h
30h
Relatório ou declaração
do professor orientador
Assistir a defesas de
dissertações, teses e
trabalhos de conclusão de
curso em que o aluno é
matriculado ou em áreas
afins.
2h
4h
Declaração de
participação
II – PESQUISA
Participar de pesquisa ou
de assistência à pesquisa
orientada por docente;
5h 20h Declaração do professor
orientador
Participar como bolsista de
iniciação científica de
projeto de pesquisa
devidamente registrado na
instituição;
30h
30h
Declaração do professor
orientador
Participar de pesquisa
institucional em
decorrência de convênios
da instituição de ensino;
10h 10h Declaração do professor
orientador
Publicação de trabalho
científico na área de
contabilidade em
periódicos;
20h 100h Trabalho científico
publicado
Participar de concurso de
produção científica sobre
temas relacionados à
contabilidade;
10h 30h Trabalho científico e
comprovação de inscrição
em concurso
III – EXTENSÃO
Participação em eventos
relacionados à
Contabilidade ou área afim,
5h
50h
Certificado
160
a saber, cursos, palestras,
seminários, congressos,
jornadas e conferências,
como palestrante, ouvinte,
monitor ou como membro
de comissão organizadora;
Participar de visitas
técnicas com indicação e
aprovação do professor da
disciplina relacionada;
2h
10h
Declaração do professor
Participar como membro do
Diretório Central dos
Estudantes – DCE, Centro
Acadêmico do Curso de
Ciências Contábeis e
Empresa Junior do Curso
de Ciências Contábeis;
10h
30h
Declaração do órgão
competente da instituição
ou ata de posse
Participar de estágios não
curriculares relacionados
ao Curso de Ciências
Contábeis acompanhados
por professor do curso e
com no mínimo de 3 (três)
meses;
15h
30h
Declaração do professor
Prestar serviços a
comunidade universitária e
não universitária por hora
trabalhada em caráter de
serviço social.
1h 30h Declaração de
participação
161
RELATÓRIO DE ATIVIDADE COMPLEMENTAR
A
luno (a):
Semestre:
Matrícula: Telefone(s):
E-mails:
Categoria da Atividade Complementar:
Identificação da Atividade Complementar:
Local e Data: Carga
Horária:
______________________________ ________________________________
Assinatura do aluno Assinatura Colegiado
5
10
15
20
Incluída _________/________/__________
____________________________________
Visto
Excluída _________/________/__________
____________________________________
Visto
162
ANEXO F – REGULAMENTO DE TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO - TCC
REGULAMENTO DE TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
DO CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS
CAPÍTULO I
DOS OBJETIVOS E DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 1º - O Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) constitui-se num componente
curricular do Curso de Ciências Contábeis onde serão desenvolvidas atividades de
cunho científico que deverá culminar com a produção de um trabalho de natureza
científica, a saber, a elaboração de trabalho monográfico – MONOGRAFIA.
§ 1º – O Trabalho de Conclusão de Curso constitui um dos requisitos básicos para a
conclusão do curso e obtenção do título de Bacharel em Ciências Contábeis, não
sendo dispensada, sob qualquer hipótese, a realização do mesmo.
§ 2º - Caberá ao professor da disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso dirimir
todas as dúvidas referentes à interpretação das normas constantes deste regulamento,
bem como suprir as suas lacunas, expedindo os atos complementares que se fizerem
necessários desde que devidamente comunicada a Coordenação do Curso.
Art. 2º - Serão consideradas como normas para a formatação do Trabalho de
Conclusão de Curso do discente do curso de Ciências Contábeis aquelas normas
constantes do Manual de Trabalho de Conclusão de Curso a ser aprovado pelo
CONSEPE, elaborado a partir das normas expedidas pela Associação Brasileira de
Normas Técnicas – ABNT e em conformidade com as orientações dadas pelo professor
da disciplina.
§ 1º - Caberá ao professor da disciplina de TCC juntamente com a Coordenação do
Curso, elaborar e revisar periodicamente o Manual de Trabalho de Conclusão de
Curso, que deverá ser entregue aos alunos no início do semestre em que a disciplina
163
for oferecida devendo nele conter todas as regras e exigências para a elaboração e
formatação do trabalho de conclusão, respeitado o constante no caput deste artigo.
Art. 3º - O Trabalho de Conclusão de Curso terá como pré-requisitos as seguintes
disciplinas: Métodos e Técnicas de Pesquisa e Pesquisa Científica em Contabilidade.
Art. 4º - Ao iniciar a disciplina de TCC, o discente já deverá estar com seu projeto de
pesquisa concluído e aprovado por ocasião da disciplina Pesquisa Científica em
Contabilidade.
Art. 5º - Aprovado na disciplina Pesquisa Científica em Contabilidade, estará o aluno
apto a fazer a disciplina Trabalho de Conclusão de Curso que terá como objetivo
principal a elaboração e conclusão de trabalho monográfico.
CAPÍTULO I
DOS PRAZOS E DA BANCA EXAMINADORA
Art. 6º - O prazo final para a entrega do Trabalho de Conclusão de Curso será definido
pelo professor da disciplina conforme cronograma por ele elaborado e apresentado a
Coordenação do Curso.
§ 1º - O aluno que não cumprir o prazo fixado pelo professor não receberá a nota
referente a III unidade, sendo sua média geral obtida pela soma das notas referentes
as outras duas unidades e dividida por 3 (três), tendo direito a prova final.
§ 2º - Entende-se como prova final para esta disciplina, o prolongamento do prazo para
entrega do trabalho de conclusão de curso até a data agendada pelo professor
conforme calendário acadêmico da instituição e observadas as normas para prova final.
Art. 7º - Cada aluno, individualmente, deverá indicar o nome de um professor da área
de contabilidade, a depender da temática do seu projeto de pesquisa, para ser seu
orientador durante a elaboração do trabalho de conclusão de curso. Este nome deverá
ser informado no início do semestre em que a disciplina de TCC for oferecida através
do termo de compromisso constante do projeto de pesquisa.
164
Art. 8º – Havendo plágio ou cópia na elaboração do Trabalho de Conclusão de Curso,
deverá o professor de a disciplina formalizar documento, por escrito, à Coordenação do
Colegiado informando sobre o plágio descoberto e indicando o nome do aluno para
seja anexada a sua pasta cópia da advertência formalizada pelo colegiado ou
professor.
§ 1º - O aluno que for pego utilizando desta prática ilegal, desde que provado o plágio
por parte do professor, será o aluno reprovado na disciplina, não tendo direito a prova
final nos termos do § 2º do art. 6º e sujeito às penas da lei.
Art. 9º - O Trabalho de Conclusão de Curso deverá, inicialmente, ser entregue ao
professor da disciplina em três vias, encadernado em espiral e distribuídos da seguinte
maneira: uma para o professor da disciplina, a outra para o professor orientador e a
terceira a um professor convidado a fazer parte da banca examinadora.
Parágrafo único – Após a apresentação do trabalho e se aprovado pela banca
examinadora, deverá o discente proceder aos ajustes e considerações apontados pela
banca, cabendo a ele entregar ao Colegiado do Curso, no prazo de 15 (quinze) dias
após a apresentação, outras duas cópias do trabalho agora ajustado e encadernado
em capa dura. Caberá ao Colegiado do Curso arquivar uma via e encaminhar a outra
para a Biblioteca Central da UESB desde que respeitadas as normas de catalogação
da Biblioteca.
Art. 10 – A banca examinadora será composta por três professores, sendo eles, o
professor da disciplina, o professor orientador (presidente da banca) e um professor
convidado.
Art. 11 – O Trabalho de Conclusão de Curso deverá ser apresentado pelo aluno em dia
e hora agendado pelo professor da disciplina em consonância com o professor
orientador e a Coordenação do Curso.
§ 1º - O prazo máximo para apresentação será de 20 a 25 minutos.
165
§ 2º - A reserva de equipamentos áudios-visuais não será de responsabilidade do
professor da disciplina, cabendo ao aluno providenciar a reserva dos mesmos mediante
solicitação de memorando junto ao professor da disciplina e sua respectiva entrega no
setor competente da universidade.
§ 3º - O não agendamento de equipamentos, por falta de solicitação do aluno ou por
indisponibilidade junto ao setor competente, não dá o direito ao aluno de adiar ou
cancelar a sua apresentação devendo, para isso, ter um plano auxiliar que supra tal
ausência de material.
§ 4º - Uma vez apresentado o trabalho monográfico, terá a banca examinadora o prazo
de 24 (vinte e quatro) horas para divulgar o resultado, as orientações que se fizerem
necessárias e a ata de apresentação, todos por escrito, conforme modelos a serem
elaborados pelo professor da disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso.
Art. 12º Estas normas entram em vigor na data de sua aprovação pelo Conselho
Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão (CONSEPE).
166
ANEXO G – MANUAL DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO DO CURSO DE CIÊNCIAS
CONTÁBEIS
CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 1º - O Estágio Curricular é um procedimento didático-pedagógico constituído
por trabalhos práticos supervisionados, fora do ambiente acadêmico, sendo uma
atividade obrigatória, integrante do Curso de Ciências Contábeis e desenvolvido em
colaboração com empresas, instituições de pesquisa e desenvolvimento tecnológico,
cooperativas e profissionais liberais, de caráter público ou privado, sob condições
programadas previamente, com a orientação de um docente e a supervisão de um
profissional contábil habilitado mediante aceite da coordenação, sem assumir um
caráter de especialização.
§ 1º - O Estágio compreende atividades de aprendizagem social, profissional e
cultural proporcionadas ao estudante pela participação em situações reais de vida e
trabalho de seu meio, ou seja, é uma complementação do ensino.
§ 2º - A realização do estágio curricular obrigatório, por parte do estudante, não
implicará em vínculo empregatício de qualquer natureza, em nenhum momento.
§ 3º - As atividades de estágio podem ser desenvolvidas em qualquer área da
Ciência Contábil, devendo ser o mais abrangente possível, em cada área do
conhecimento escolhida.
§ 4º - Tratando-se de uma disciplina obrigatória do currículo do Curso de
Ciências Contábeis, o Estágio Curricular Supervisionado está vinculado ao
Coordenador de Estágios e esta por sua vez à Coordenação do Colegiado do Curso de
Ciências Contábeis.
§ 5º O aluno deve estar atento para que as atividades do estágio sejam
compatíveis com o contexto básico de sua futura profissão.
CAPÍTULO II
DOS OBJETIVOS DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO
Art. 2º - O Estágio Curricular visa proporcionar uma complementação do
processo ensino-aprendizagem, constituindo-se em um instrumento de integração
Escola/Empresa, sob a forma de treinamento prático, aperfeiçoamento técnico-
científico, cultural e de relacionamento humano.
§ 1º - Para a Universidade, o estágio tem como objetivo oferecer subsídios à
revisão de currículos, adequação de programas e atualização de metodologias de
ensino, de modo a permitir a Universidade uma postura realista quanto à sua
contribuição ao desenvolvimento regional e nacional, além de permitir melhores
condições de avaliar o profissional em formação.
§ 2º - Para o aluno, o estágio oferece possibilidade de uma visão prática do
funcionamento de uma empresa ou instituição de pesquisa e ao mesmo tempo leva a
familiarizar-se com o ambiente de trabalho. Possibilita também condições de
treinamento específico pela aplicação, aprimoramento e complementação dos
conhecimentos adquiridos, indicando caminhos para a identificação de preferências
para campos de atividades profissionais além de atuar como instrumento de iniciação
científica à pesquisa e ao ensino.
167
§ 3º - Para a Empresa/Instituição, o estágio enseja a redução do período de
adaptação do profissional aos seus quadros, facilitando o recrutamento de técnicos
com perfil adequado aos seus interesses, além de estimular a criação de canais de
cooperação com a Universidade na solução de problemas de interesse mútuo,
participando assim de maneira direta e eficaz na formação de profissionais de nível
superior, contribuindo para melhorar a adequação da teoria/prática.
CAPÍTULO III
DAS INFORMAÇÕES SOBRE O ESTÁGIO CURRICULAR
Art. 3º O Estágio Supervisionado poderá ser realizado nas seguintes áreas de
estudo, a escolha do aluno do Curso de Ciências Contábeis:
I. Contabilidade Geral;
II. Contabilidade Comercial;
III. Contabilidade Tributária;
IV. Contabilidade Governamental;
V. Contabilidade Bancária;
VI. Contabilidade de Custos;
VII. Auditoria;
VIII. Perícia;
IX. Contabilidade de Cooperativas;
X. outras disciplinas relacionadas.
Parágrafo único: Em caso de não ser observado as regras definidas neste
manual, o aluno será reprovado na disciplina de estágio supervisionado;
SEÇÃO I
DA HABILITAÇÃO PARA A REALIZAÇÃO DO ESTÁGIO
Art. 4º - São condições básicas para realização do Estágio Curricular
Supervisionado:
I. estar matriculado no 10º semestre do curso de Ciências Contábeis, ou
equivalente, com todas as disciplinas anteriores cursadas não sendo
permitido quebras de pré-requisitos;
II. ter sido identificado como habilitado pela Coordenação do Estágio;
III. preenchimento de ficha de inscrição no ato da matrícula;
IV. retirar cópia deste manual no ato da matrícula.
SEÇÃO II
DOS DOCUMENTOS NECESSÁRIOS E DA CARGA HORARIA
Art. 5º - São documento necessários ao estágio:
I. Convênio da Universidade/Empresa (Anexo VII);
II. Termo de Compromisso.
Art. 6º - O Estágio Supervisionado terá uma carga horária total de 150 horas.
Para efeito de cumprimento de carga horária serão consideradas no máximo 4 (quatro)
horas diárias de atividades. Os casos especiais serão analisados pela comissão de
estágio ou seu coordenador.
168
SEÇÃO III
DAS ÁREAS E LOCAIS DE ESTÁGIO
Art. 7º - As atividades de estágio poderão ser desenvolvidas em qualquer área
de conhecimento da Ciência Contábil, com maior abrangência possível em cada área.
§ 1º - São considerados campos de estágio as empresas públicas, privadas,
autarquias, cooperativas e de economia mista que desenvolvam atividades afins à
Ciência Contábil e que disponham de profissionais contábeis interessados na área
objeto do estágio, para fins de supervisão.
§ 2º As áreas e locais são de livre escolha do aluno, sendo submetidos
obrigatoriamente à apreciação da coordenação, que poderá aprová-los ou não.
§ 3º Todos os locais selecionados deverão ser cadastrados na coordenação de
estágios, bem como os respectivos supervisores indicados pela instituição ou empresa.
SEÇÃO IV
DA SELEÇÃO DOS CANDIDATOS
Art. 8º - A seleção dos candidatos e a definição dos locais de estágio
fundamentar-se-á na preferência dos mesmos e nas exigências da entidade
mantenedora do estágio e os critérios estabelecidos pela Coordenação do Curso de
Ciências Contábeis.
§ 1º - Para realizar a seleção dos candidatos, a Coordenação de Estágios se
baseará nos critérios:
I. relação fornecida pelo Colegiado do Curso de Ciências Contábeis,
dos alunos aptos a realizar o estágio, em época anterior à matrícula;
II. submeter-se a aceite junto a Coordenação de estágios.
§ 2º - Divulgado o resultado da seleção pela Coordenação de Estágio, não
caberá nenhum recurso a esta seleção por parte dos candidatos.
SEÇÃO V
DO SUPERVISOR DE ESTÁGIO
Art. 9º - A figura do supervisor é de fundamental importância para o sucesso do
estágio, visto que por meio deste o aluno tentará superar as deficiências e as
inseguranças que ainda o acompanham. É sob orientação do supervisor que o
estagiário desenvolverá as suas atividades diárias com o objetivo de cumprir o plano de
trabalho previamente elaborado pela entidade concedente do estágio em comum
acordo com a Coordenação de Estágios. O supervisor obrigatoriamente deverá ser um
profissional contábil habilitado e ser devidamente cadastrado na Coordenação de
Estágio.
169
CAPÍTULO IV
DO DESENVOLVIMENTO DO ESTÁGIO CURRICULAR
Art. 10 - Uma vez decidido o local do estágio e definido o respectivo supervisor,
o estagiário deverá seguir os seguintes procedimentos:
I – Apresentar-se no Campo de Estágio;
II – Entregar ao seu supervisor os seguintes documentos:
a) carta de apresentação, para a Empresa (ANEXO I);
b) ficha de cadastro de estágio (ANEXO II);
c) carta para o Supervisor, esclarecendo os procedimentos do Estágio
Curricular (Anexo I e Plano de Estágio);
d) ficha do plano de estágio (ANEXO V), sendo uma para a empresa e a
outra encaminhada para a Coordenação de Estágio;
e) ficha de freqüência do estágio (ANEXO III), deverá ser preenchida
diariamente e entregue à Coordenação após o aluno completar o Estágio;
f) ficha de avaliação (ANEXO IV), sendo uma para o supervisor e outra
encaminhada para a Coordenação no final das atividades.
CAPÍTULO V
DO PLANO DE ESTÁGIO
Art. 11 – O plano de estágio é um documento formal elaborado pelo
estagiário, em conjunto com o supervisor, no qual devem ficar evidenciados os
objetivos a serem alcançados, a área de atuação e a discriminação das atividades a
serem desenvolvidas. O plano de estágio tem como finalidade orientar o estagiário no
desenvolvimento de seu trabalho, bem como servir de instrumento para o
acompanhamento, controle e avaliação de desempenho do estagiário(a) tanto pela
instituição/empresa, quanto pelo supervisor e pela coordenação de estágio. O plano de
estágio deverá ser elaborado de acordo com o modelo em anexo (ANEXO V).
Parágrafo único - Deverão ser enviadas, pelo estagiário, duas vias deste
plano à Coordenação de Estágio, em até 10 dias após o início do estágio, devidamente
assinado pelo supervisor.
CAPÍTULO VI
DO INÍCIO DO ESTÁGIO
Art. 12 - O aluno deverá apresentar-se ao seu supervisor na
empresa/instituição onde será desenvolvido o estágio, na data estabelecida
anteriormente, sob pena de perder a vaga. Após o término da vigência do termo de
compromisso (ANEXO VI), que estará de acordo com o Plano de Estágio, o estagiário
não poderá continuar desenvolvendo atividades na empresa/instituição, a menos que a
Coordenação de Estágio elabore novo termo de compromisso, pois isto implica infração
às leis trabalhistas.
170
CAPÍTULO VII
DA FICHA DE AVALIAÇÃO E DA AVALIAÇÃO DO ESTÁGIO PELO SUPERVISOR
Art. 13 - A Ficha de Avaliação deverá ser preenchida pelo supervisor, sendo
que uma via permanecerá em seu poder e a outra deverá ser remetida para a
Colegiado do Curso de Ciências Contábeis da Universidade Estadual do Sudoeste da
Bahia situada à Estrada do Bem Querer, km 4, Caixa Postal 96, Campus de Vitória da
Conquista - Bahia, CEP:45.000-000. Fone: (077) 3424-8669, com o resultado final da
avaliação, no término do estágio, observando os prazos previamente estabelecidos
pela coordenação e de acordo com o Calendário Escolar da Universidade Estadual do
Sudoeste da Bahia.
CAPÍTULO VIII
DAS ATRIBUIÇÕES DO ESTAGIÁRIO
Art. 14 – São atribuições do estagiário:
I - Antes e durante o estágio:
a) Ter pleno conhecimento de todas as normas contidas neste Manual antes
de iniciar as atividades do estágio.
b) Contatar o orientador antes de iniciar o estágio.
c) Informar à Coordenação endereço, telefone, conta de correio eletrônico e
apresentar Termo de compromisso.
d) Elaborar em conjunto com seu supervisor o Plano de Estágio, sendo que
uma via deverá ser remetida à Coordenação de Estágios, no prazo
máximo de 10(dez) dias após o início do estágio
II - Após o estágio:
a) Contactar o orientador imediatamente após a finalização do Estágio.
b) Apresentar-se junto a Coordenação de Estágio com as fichas de
freqüências.
c) Elaborar o relatório final de acordo com o roteiro para elaboração do
Relatório do Estágio e o Guia para Redação Técnico-Científica e
Normatização Bibliográfica.
d) Entregar três vias do relatório (encadernado em espiral) à Coordenação
de Estágio devidamente corrigido pelo orientador, no prazo máximo de 20
(vinte) dias após a conclusão do estágio e no mínimo 10 (dez) dias antes
da data estipulada para a Defesa do Relatório.
e) Informar à Coordenação de Estágio, por meio de ofício do orientador, os
membros da Banca e a data da Defesa do Relatório, dentro do prazo
previsto pela Coordenação.
III - Após a defesa do relatório do Estágio Curricular:
a) Para as correções sugeridas pela Banca Examinadora o estagiário terá
um prazo de 10(dez) dias, a partir da data de defesa, para entregar o
relatório definitivo. O estagiário que não cumprir com estes prazos estará
obrigado a solicitar através de requerimento, devidamente justificado,
junto ao Departamento para nova apresentação do seu relatório.
b) O aluno deverá entregar duas cópias do relatório corrigido e
encadernado (brochura) na Coordenação de Estágio e Biblioteca Central.
171
c) A cópia definitiva deverá ser encaminhada com um documento do
orientador atestando que as correções sugeridas foram efetuadas.
CAPÍTULO IX
DAS ATRIBUIÇÕES DA COORDENAÇÃO DO ESTÁGIO E DO ORIENTADOR
Art. 15 – São atribuições da coordenação do estágio:
a) Informar ao orientador o nome do supervisor do estagiário, sob sua
orientação.
b) Publicar a lista dos orientadores com os respectivos orientados em cada
semestre.
Art. 16 – São atribuições do orientador:
a) Aprovar o Plano de Estágio elaborado pelo supervisor em conjunto com o
estagiário. Este estará disponível, na Coordenação de Estágio, até a
segunda semana de estágio.
b) Contactar o supervisor por telefone e fazer as devidas apresentações.
c) Orientar o estagiário durante a realização do estágio, podendo utilizar a
conta de correio eletrônico do aluno para facilitar a comunicação.
d) Orientar o estagiário na confecção do relatório final e observar o
cumprimento do prazo de 20(vinte) dias após o término do estágio para a
entrega do mesmo junto à Coordenação de Estágio.
e) Na orientação do relatório final do Estágio Curricular Supervisionado
seguir as recomendações apresentadas no item 6 deste manual.
f) Informar à Coordenação de Estágios possíveis irregularidades no
decorrer do Estágio Curricular Supervisionado.
g) Informar à Coordenação de Estágio caso não possa orientar o aluno, no
período estabelecido, à tempo para que seja tomada as devidas
providências.
h) Assinar o Relatório Final, atestando que o mesmo foi corrigido seguindo
as sugestões da Banca Examinadora, que deverá ser entregue 10 dias
após a defesa do mesmo.
CAPÍTULO X
DO RELATÓRIO FINAL DE ESTÁGIO CURRICULAR
Art. 17 - O relatório final do estágio é um instrumento destinado ao registro do
desenvolvimento do plano de estágio e de seus desdobramentos, devendo conter a
descrição das atividades realizadas, sua discussão, conclusões e, se necessário
recomendações.
§ 1º - Um relatório compõe-se de três partes: pré-textual, textual e pós-
textual, sendo que a pré-textual é constituída pela capa, folha de rosto, agradecimentos,
sumário, seguindo as recomendações da ABNT.
§ - A parte Textual engloba a introdução e os relatos das atividades que
devem seguir as sugestões abaixo:
I - Parte Textual
a – Introdução: a introdução apresenta uma idéia global da área de
trabalho, do campo de estágio, os objetivos do mesmo e da importância
172
do assunto. Informações sobre pressupostos necessários ao
entendimento do assunto aparecem igualmente nessa parte.
b - Relatos das Atividades: o desenvolvimento é o corpo do relatório, a
parte essencial do trabalho, constituindo na fundamentação lógica do
enfoque dado aos assuntos. Nele deve aparecer as atividades
desenvolvidas, as discussões e sugestões.
c - Atividades desenvolvidas: aparece discriminado o elenco de
atividades programadas e executadas, com seus respectivos
resultados. Podem ser documentadas e ilustradas com tabelas e/ou
figuras, recursos estes que permitem uma imediata visão do conjunto do
que for escrito. Uma forma de sistematizar o relatório pode ser a partir
de registros diários das atividades desenvolvidas, preparando um
esquema do que foi executado e os resultados do trabalho, facilitando
assim a filtração das informações e o alcance da importância dos fatos,
bem como suas inter-relações. Após, deve-se redigir um esboço
observando a lógica na composição, a cronologia, a unidade e
consistência do seu conteúdo, a pertinência e a profundidade das
afirmações. O material produzido deve ser submetido a uma rigorosa
revisão de conteúdo e forma, a fim de eliminar informações
inconvenientes ou acrescentar outras que forem de interesse, corrigir
erros de grafia e estruturação de frases. Recomenda-se que o relatório
das atividades de estágio seja feito logo após execução de cada
atividade, com revisão de literatura, se possível diariamente, de modo
que ao final do período de estágio, não haja acúmulo de matéria a
relatar, podendo assim o estagiário concentrar-se nas tarefas de revisão
e composição final do relatório.
d – Discussão: As experiências vividas deverão ser interpretadas,
analisadas criticamente e comparadas com outros autores, buscando
explicações próprias para as divergências encontradas. As conclusões
deverão estar baseadas em fatos apresentados no relatório. A
discussão poderá ou não ser feita em conjunto com a descrição das
atividades desenvolvidas.
e – Sugestões: Constitui-se em alternativas de soluções para os
problemas de ordem geral que foram explorados no decorrer do
relatório.
II - Parte Pós-Textual
a - Conclusão final: É resultante da análise crítica, pessoal, do trabalho
executado e de sua validade e oportunidade para a formação
profissional.
b - Referências Bibliográficas: A apresentação das referências
bibliográficas deverá seguir as normas contidas no manual da ABNT.
173
4
22
×
+
×
=
MBENS
MF
CAPÍTULO XI
DA DEFESA DO RELATÓRIO
Art. 18 - A defesa do relatório final do Estágio Curricular é pública e realizada
perante uma banca examinadora composta por três membros, indicados pela
Coordenação de Estágios, preferencialmente da área de concentração do estágio.
Art. 19 - O calendário de defesa dos relatórios será definido pela
Coordenação de Estágios, obedecendo ao calendário acadêmico da UESB, aprovado
pelo CONSEPE, sendo considerado passível de segunda chamada o estagiário que
não defender o seu relatório dentro do período estipulado.
Art. 20 - A data da defesa é estabelecida pela Coordenação de Estágio.
Art. 21 - A defesa do Relatório Final do Estágio constará de dois momentos,
a saber:
I - Primeiro Momento: O aluno terá um tempo de 20 minutos para:
apresentação do campo de estágio; relato crítico das atividades
desenvolvidas e relato das dificuldades encontradas e das deficiências
teóricas e práticas levadas para o campo de estágio. A Coordenação de
Estágio pode disponibilizar apenas retro projetor e data-show, ficando a
cargo do estagiário outros meios que julgar necessários.
II - Segundo Momento: Argüição realizada pelos membros da Banca
Examinadora.
CAPÍTULO XII
DA AVALIAÇÃO DO ESTÁGIO CURRICULAR
Art. 22 - A avaliação é a verificação do desempenho, rendimento,
aproveitamento e atitudes do estagiário, traduzidos em notas.
§ 1º - Será aprovado o estagiário que obtiver média final igual ou superior a
7,0 (sete) e freqüência igual ou superior a 75%. A média final deverá resultar de, no
mínimo 04(quatro) notas, sendo estas atribuídas pelo supervisor do estágio e pela
Banca Examinadora e calculada pela seguinte fórmula:
Onde:
MF = Média Final
NS = Nota do Supervisor
MBE = Média das notas da Banca Examinadora.
Art. 23 - Será considerado de Segunda Chamada o estagiário que:
a) não entregar nem defender o relatório nos prazos estipulados pela
Coordenação;
b) tendo cumprido no mínimo 75% (setenta e cinco por cento) da freqüência,
obtiver média final entre 5,00 (cinco) e 6,99 (seis vírgula noventa e nove).
Art. 24 - Será considerado Reprovado o estagiário que:
a) cumprir menos de 75% (setenta e cinco por cento) de freqüência.
b) obtiver média final igual ou inferior a 4,99 (quatro vírgula noventa e nove),
devendo matricular-se no nono semestre, no ano subseqüente, e realizar
novo Estágio Curricular Supervisionado.
174
Art. 25 - O supervisor avaliará o estagiário mediante nove itens, que
abrangem aspectos profissionais e comportamentais.
§ 1º - Os aspectos profissionais abrangem o nível de conhecimento
demonstrado pelo estagiário durante o desenvolvimento das atividades programadas
no plano de estágio, a qualidade do trabalho e o volume de atividades cumpridas, a
capacidade de sugerir, projetar ou executar modificações no campo de estágio e
disposição demonstrada para aprender.
§ 2º Os aspectos comportamentais abrangem o cumprimento do horário
estipulado; a observância das normas e regulamentos internos da empresa/ instituição;
e a descrição quanto ao sigilo das atividades a ele confiadas pelo supervisor;
disposição para integrar, cooperando com os colegas nas atividades solicitadas; a
capacidade de cuidar e responder pelas atribuições materiais, equipamentos e bens
que lhe são confiados pelo supervisor. Dentre os aspectos comportamentais a atuação
ético profissional e moral é de fundamental importância.
§ 3º Cada item da ficha de avaliação do estágio pelo supervisor (ANEXO III)
tem o valor máximo de 1,0 (um vírgula zero) ponto, com exceção do item ética
profissional que vale 2,0 (dois vírgula zero) pontos. A somatória da pontuação dos itens
terá valor máximo de 10,0 (dez vírgula zero) pontos.
Art. 26 - A Banca Examinadora atribuirá individualmente as notas em Ficha
de Avaliação própria, fornecida pela Coordenação de Estágios, em que serão
considerados os seguintes aspectos:
I. Apresentação: relatório dentro dos padrões exigidos pelo roteiro de
orientação para elaboração do mesmo (1,0 ponto).
II. Redação: clareza, objetividade e correção de linguagem (1,0 ponto).
III. Tratamento dos temas: utilização de termos técnicos adequados (1,0
ponto).
IV. Discussão e Análise dos temas: interpretação e análise crítica dos
resultados obtidos na realização do estágio (2,0 pontos).
V. Conclusão: as conclusões foram baseadas em fatos apresentados no
relatório (1,0 ponto).
VI. Segurança: na apresentação do relatório e ao responder as
perguntas da Banca Examinadora (1,0 ponto).
VII. Coerência: as atividades descritas no relatório de acordo com a
defesa (1,0 ponto).
VIII. Objetividade: relato de forma clara e objetiva das atividades
desenvolvidas (1,0 ponto).
IX. Postura: apresentação adequada durante a defesa (1,0 ponto).
§ 1º - Imediatamente após a defesa do relatório, a Banca Examinadora
encaminhará a avaliação final à Coordenação de Estágio, que a remeterá a
Coordenação do Curso.
§ 2º A aprovação final estará condicionada por meio da entrega da versão
final corrigida, juntamente com um ofício do orientador, à Coordenação de Estágio.
175
ANEXO H – QUADRO DE BENNO SANDER
PARADIGMA MULTIDENSIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DA EDUCAÇÃO
36
36
Quadro extraído do livro “Consenso e conflito” da autoria do carioca Benno Sander
Dimensão Substantiva Dimensão instrumental
Cultural Pedagógica
Dimensão (Relevância) (Eficácia)
Intrínseca
Dimensão
Extrínseca Política Econômica
(Efetividade) (Eficiência)
Administração
da Educação
176
ANEXO I – ESTRUTURAS CURRICULARES DE OUTRAS INSTITUIÇÕES DE
ENSINO SUPERIOR
Currículo de Ciências Contábeis da UFRGS
Currículo CIÊNCIAS CONTÁBEIS - NOTURNO
Créditos Obrigatórios: 162
Créditos Eletivos: 24
Créditos Complementares: 6
Semestre selecionado: 2008/1
Etapa 1
Código Disciplina/Pré-Requisito
Carga
Horária
Crédito Caráter
MAT01110
ÁLGEBRA LINEAR E GEOMETRIA ANALÍTICA
60 4 Obrigatória
ECO03002
CONTABILIDADE INTRODUTÓRIA
60 4 Obrigatória
ADM01101
INTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO
60 4 Obrigatória
LET01430
LÍNGUA PORTUGUESA C
60 4 Obrigatória
MAT01031
MATEMÁTICA FINANCEIRA - A
60 4 Obrigatória
Etapa 2
Código Disciplina/Pré-Requisito
Carga
Horária
Crédito Caráter
ADM01117
ANÁLISE ADMINISTRATIVA
INTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO
60 4 Obrigatória
MAT01109
CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL
60 4 Obrigatória
ECO03003
CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA
CONTABILIDADE INTRODUTÓRIA
60 4 Obrigatória
DIR02204
INSTITUIÇÕES DE DIREITO
60 4 Obrigatória
ECO02206
TEORIA ECONÔMICA
60 4 Obrigatória
Etapa 3
Código Disciplina/Pré-Requisito
Carga
Horária
Crédito Caráter
ECO02207
ANÁLISE MICROECONÔMICA I
TEORIA ECONÔMICA
e CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL
60 4 Obrigatória
ECO03004
CONTABILIDADE SOCIETÁRIA I
CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA
60 4 Obrigatória
DIR02260
DIREITO COMERCIAL
INSTITUIÇÕES DE DIREITO
60 4 Obrigatória
MAT02214
ESTATÍSTICA GERAL I
ÁLGEBRA LINEAR E GEOMETRIA ANALÍTICA
60 4 Obrigatória
ADM01136
ORGANIZAÇÃO DA PRODUÇÃO
ANÁLISE ADMINISTRATIVA
60 4 Obrigatória
Etapa 4
Código Disciplina/Pré-Requisito
Carga
Horária
Crédito Caráter
ECO02273
ANÁLISE MACROECONÔMICA
ANÁLISE MICROECONÔMICA I
60 4 Obrigatória
ECO03307
CONTABILIDADE DE CUSTOS I
ORGANIZAÇÃO DA PRODUÇÃO
e CONTABILIDADE SOCIETÁRIA I
60 4 Obrigatória
177
ECO03009
CONTABILIDADE GOVERNAMENTAL I
CONTABILIDADE SOCIETÁRIA I
60 4 Obrigatória
ECO03007
CONTABILIDADE SOCIETÁRIA II
CONTABILIDADE SOCIETÁRIA I
60 4 Obrigatória
DIR04401
DIREITO E LEGISLAÇÃO SOCIAL
60 4 Obrigatória
Etapa 5
Código Disciplina/Pré-Requisito
Carga
Horária
Crédito Caráter
ECO03010
ANÁLISE DE DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
CONTABILIDADE SOCIETÁRIA II
60 4 Obrigatória
ECO03308
CONTABILIDADE DE CUSTOS II
CONTABILIDADE DE CUSTOS I
60 4 Obrigatória
ECO03012
CONTABILIDADE GOVERNAMENTAL II
CONTABILIDADE GOVERNAMENTAL I
60 4 Obrigatória
ECO03027
CONTABILIDADE INTERNACIONAL
CONTABILIDADE SOCIETÁRIA II
60 4 Obrigatória
DIR04418
DIREITO TRIBUTÁRIO I - A
INSTITUIÇÕES DE DIREITO
60 4 Obrigatória
Etapa 6
Código Disciplina/Pré-Requisito
Carga
Horária
Crédito Caráter
ADM01129
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
INTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO
e CONTABILIDADE SOCIETÁRIA II
e MATEMÁTICA FINANCEIRA - A
60 4 Obrigatória
ECO03309
ANÁLISE DE CUSTOS
CONTABILIDADE DE CUSTOS II
60 4 Obrigatória
ECO03018
ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO
ANÁLISE DE DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
60 4 Obrigatória
ECO03030
MÉTODO DE ESTUDO E PESQUISA EM CONTABILIDADE
CONTABILIDADE INTERNACIONAL
e Créditos Obrigatórios: 100
60 4 Obrigatória
ECO03025
SISTEMA DE INFORMAÇÕES GERENCIAIS I
CONTABILIDADE DE CUSTOS II
60 4 Obrigatória
Etapa 7
Código Disciplina/Pré-Requisito
Carga
Horária
Crédito Caráter
ECO03311
AUDITORIA I
CONTABILIDADE DE CUSTOS II
e SISTEMA DE INFORMAÇÕES GERENCIAIS I
60 4 Obrigatória
ECO03028
CONTABILIDADE E PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO I
DIREITO TRIBUTÁRIO I - A
e CONTABILIDADE SOCIETÁRIA II
60 4 Obrigatória
ECO03006
ÉTICA E LEGISLAÇÃO PROFISSIONAL - COA
CONTABILIDADE SOCIETÁRIA I
e INSTITUIÇÕES DE DIREITO
30 2 Obrigatória
ECO03031
PLANEJAMENTO CONTÁBIL I
ANÁLISE DE CUSTOS
60 4 Obrigatória
ECO03026
SISTEMA DE INFORMAÇÕES GERENCIAIS II
SISTEMA DE INFORMAÇÕES GERENCIAIS I
60 4 Obrigatória
ECO03013
TÓPICOS CONTEMPORÂNEOS DE CONTABILIDADE
ANÁLISE DE DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
60 4 Obrigatória
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO I - COA
MÉTODO DE ESTUDO E PESQUISA EM CONTABILIDADE
60 0 Obrigatória
Etapa 8
Código Disciplina/Pré-Requisito
Carga
Horária
Crédito Caráter
ECO03015
AUDITORIA E PERÍCIA CONTÁBIL APLICADA
AUDITORIA I
60 4 Obrigatória
ECO03029
CONTABILIDADE E PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO II
CONTABILIDADE E PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO I
60 4 Obrigatória
ECO03017
CONTROLADORIA
TÓPICOS CONTEMPORÂNEOS DE CONTABILIDADE
60 4 Obrigatória
178
ECO03032
PLANEJAMENTO CONTÁBIL II
PLANEJAMENTO CONTÁBIL I
60 4 Obrigatória
ECO03011
TEORIA DA CONTABILIDADE
ANÁLISE DE CUSTOS
60 4 Obrigatória
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO II - COA
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO I - COA
60 0 Obrigatória
Eletiva/Facultativa
Código Disciplina/Pré-Requisito
Carga
Horária
Crédito Caráter
ADM01131
ADMINISTRAÇÃO DE CARTEIRA DE INVESTIMENTOS
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
e CONTABILIDADE DE CUSTOS II
60 4 Eletiva
ADM01138
ADMINISTRAÇÃO DE PROJETOS
Créditos Obrigatórios: 140
30 2 Eletiva
ECO02208
ANÁLISE MICROECONÔMICA II
ANÁLISE MICROECONÔMICA I
60 4 Eletiva
ECO03034
AUDITORIA DE SISTEMAS
SISTEMA DE INFORMAÇÕES GERENCIAIS II
e AUDITORIA I
60 4 Eletiva
ECO03035
AUDITORIA GOVERNAMENTAL
CONTABILIDADE GOVERNAMENTAL II
e AUDITORIA I
60 4 Eletiva
INF01119
COMPUTADOR E SISTEMAS DE INFORMAÇÃO
60 4 Eletiva
ECO03033
CONTABILIDADE AMBIENTAL E SOCIAL
CONTABILIDADE SOCIETÁRIA I
e CONTABILIDADE DE CUSTOS I
60 4 Eletiva
ECO03001
CONTABILIDADE DE SEGURO PRIVADO
DIREITO COMERCIAL
e CONTABILIDADE GOVERNAMENTAL I
60 4 Eletiva
ECO02215
CONTABILIDADE SOCIAL
TEORIA ECONÔMICA
e CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA
60 4 Eletiva
DIR04419
DIREITO TRIBUTÁRIO II - A
DIREITO TRIBUTÁRIO I - A
60 4 Eletiva
ECO02209
ECONOMIA BRASILEIRA
TEORIA ECONÔMICA
e Créditos Obrigatórios: 100
60 4 Eletiva
ECO02289
ECONOMIA E MEIO AMBIENTE
Créditos Obrigatórios: 100
ou TEORIA ECONÔMICA
60 4 Eletiva
ADM01004
GESTÃO AMBIENTAL NA EMPRESA
ANÁLISE ADMINISTRATIVA
30 2 Eletiva
ADM01171
GESTÃO DE TESOURARIA
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
60 4 Eletiva
ADM01141
INTRODUÇÃO AO MARKETING
ANÁLISE MICROECONÔMICA II
e ESTATÍSTICA GERAL I
60 4 Eletiva
DIR02261
LEGISLAÇÃO DE SEGUROS
DIREITO COMERCIAL
60 4 Eletiva
ECO02231
MOEDA E BANCOS I
ANÁLISE MICROECONÔMICA I
60 4 Eletiva
ADM01113
ORÇAMENTO PÚBLICO - A
CONTABILIDADE GOVERNAMENTAL II
60 4 Eletiva
ADM01137
PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO
ORGANIZAÇÃO DA PRODUÇÃO
e ESTATÍSTICA GERAL I
60 4 Eletiva
ADM01110
PSICOLOGIA APLICADA À ADMINISTRAÇÃO
INTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO
60 4 Eletiva
HUM04411
SOCIOLOGIA GERAL
60 4 Eletiva
ECO03005
TÉCNICA COMERCIAL - A
CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA
e DIREITO COMERCIAL
30 2 Eletiva
ECO03016
TÓPICOS CONTEMPORÂNEOS DE AUDITORIA
AUDITORIA I
60 4 Eletiva
Liberações
179
Liberada Liberadora(s)
ADM01138 ADMINISTRAÇÃO DE PROJETOS CONTABILIDADE FINANCEIRA I
ADM01129 ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
ADMINISTRACAO FINAN E ORC
ou ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA DE CURTO PRAZO
e ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA DE LONGO PRAZO
MAT01110 ÁLGEBRA LINEAR E GEOMETRIA ANALÍTICA
ÁLGEBRA LINEAR I
e GEOMETRIA ANALÍTICA
ou GEOMETRIA ANALIT E CALCULO
ECO03010 ANÁLISE DE DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS ANÁLISE DE BALANÇOS II
ECO02207 ANÁLISE MICROECONÔMICA I MICROECONOMIA
ECO02208 ANÁLISE MICROECONÔMICA II MICROECONOMIA
ECO03015 AUDITORIA E PERÍCIA CONTÁBIL APLICADA AUDITORIA E PERÍCIA CONTÁBIL
MAT01109 CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL
CÁLCULO I-B
ou GEOMETRIA ANALIT E CALCULO
ou CALCULO E ALGEBRA MATRICIAL
ou GEOMETRIA ANALITICA-A
e ALGEBRA LINEAR
ou CALCULO-A
ou CÁLCULO I
INF01119 COMPUTADOR E SISTEMAS DE INFORMAÇÃO COMP E SIST DE INFORMACOES
ECO03001 CONTABILIDADE DE SEGURO PRIVADO CONTABILIDADE DE SEGUROS
ECO03028
CONTABILIDADE E PLANEJAMENTO
TRIBUTÁRIO I
AUDITORIA FISCAL I
ECO03029
CONTABILIDADE E PLANEJAMENTO
TRIBUTÁRIO II
AUDITORIA FISCAL II
ECO03009 CONTABILIDADE GOVERNAMENTAL I CONTABILIDADE PÚBLICA I-A
ECO03012 CONTABILIDADE GOVERNAMENTAL II CONTABILIDADE PÚBLICA II-A
ECO03003 CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA METODOLOGIA DA CONTABILIDADE
ECO03027 CONTABILIDADE INTERNACIONAL ESTRUTURAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
ECO03002 CONTABILIDADE INTRODUTÓRIA
INTRODUÇÃO À TEORIA DA CONTABILIDADE
ou INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE
ECO03004 CONTABILIDADE SOCIETÁRIA I CONTABILIDADE FINANCEIRA I
ECO03007 CONTABILIDADE SOCIETÁRIA II CONTABILIDADE FINANCEIRA II
DIR02260 DIREITO COMERCIAL
INSTITUIÇÕES DE DIREITO PRIVADO E LEGISLAÇÃO
COMERCIAL
ou DIREITO COMERCIAL I (COMERCIANTE)
e DIREITO COMERCIAL II (SOCIEDADES)
DIR04401 DIREITO E LEGISLAÇÃO SOCIAL
DIREITO DO TRABALHO I
e DIREITO DO TRABALHO II
DIR04418 DIREITO TRIBUTÁRIO I - A
INSTITUIÇÕES DE DIREITO PÚBLICO E LEGISLAÇÃO
TRIBUTÁRIA
ou DIREITO TRIBUTARIO
ou DIREITO TRIBUTÁRIO I - DIR
DIR04419 DIREITO TRIBUTÁRIO II - A
DIREITO TRIBUTARIO
ou DIREITO TRIBUTÁRIO I I - DIR
MAT02214 ESTATÍSTICA GERAL I
ESTATÍSTICA PARA CIÊNCIAS CONTÁBEIS
ou ESTATÍSTICA GERAL II
ou MÉTODOS ESTATÍSTICOS
ou ESTATISTICA GERAL
e ESTATÍSTICA ECONÔMICA
ou PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
ou ESTATÍSTICA I
e ESTATÍSTICA II
180
ECO03006 ÉTICA E LEGISLAÇÃO PROFISSIONAL - COA TÉCNICA COMERCIAL
DIR02204 INSTITUIÇÕES DE DIREITO
INTRODUÇÃO À CIÊNCIA DO DIREITO I
e INTRODUÇÃO À CIÊNCIA DO DIREITO II
ECO03018 LABORATÓRIO CONTÁBIL APLICADO
INTRODUÇÃO À TEORIA DA CONTABILIDADE
e METODOLOGIA DA CONTABILIDADE
LET01430 LÍNGUA PORTUGUESA C
COMUNICAÇÃO EM LÍNGUA PORTUGUESA I
ou LÍNGUA PORTUGUESA - B
ou PORTUGUÊS INSTRUMENTAL
ou LÍNGUA PORTUGUESA I A
ou LINGUA PORTUGUESA
MAT01031 MATEMÁTICA FINANCEIRA - A
MATEMÁTICA FINANCEIRA
ou MATEMÁTICA FINANCEIRA I
ECO03030
MÉTODO DE ESTUDO E PESQUISA EM
CONTABILIDADE
METODOLOGIA CIENTÍFICA
ADM01113 ORÇAMENTO PÚBLICO - A
CONTABILIDADE PÚBLICA I-A
e CONTABILIDADE PÚBLICA II-A
ADM01136 ORGANIZAÇÃO DA PRODUÇÃO ADMINISTRACAO DA PRODUCAO I
ECO03031 PLANEJAMENTO CONTÁBIL I CONTABILIDADE GERENCIAL
ECO03032 PLANEJAMENTO CONTÁBIL II CONTABILIDADE ORÇAMENTÁRIA
ADM01110 PSICOLOGIA APLICADA À ADMINISTRAÇÃO
PSICOLOGIA DO TRABALHO I
e PSICOLOGIA DO TRABALHO II
e PSICOLOGIA DO TRABALHO III
ECO03025 SISTEMA DE INFORMAÇÕES GERENCIAIS I
INTRODUÇÃO À INFORMÁTICA
ou COMPUTACAO BASICA - FORTRAN - CPD
ECO03026 SISTEMA DE INFORMAÇÕES GERENCIAIS II ORGANIZAÇÃO DE SISTEMAS CONTÁBEIS
HUM04411 SOCIOLOGIA GERAL
SOCIOLOGIA DO DIREITO
ou INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA
e INTRODUÇÃO ÀS CIÊNCIAS SOCIAIS
ECO03005 TÉCNICA COMERCIAL - A TÉCNICA COMERCIAL
ECO02206 TEORIA ECONÔMICA
INTRODUÇÃO À TEORIA ECONÔMICA
ou ECONOMIA I-O
ou ECONOMIA PARA COMUNICAÇÃO
ou ECONOMIA A
ou INTRODUCAO A ECONOMIA I
ou INTRODUÇÃO A ECONOMIA
181
Currículo de Ciências Contábeis da UFMG
Estrutura Curricular do Curso de Ciências Contábeis da UFMG
Legenda
Carga horária
P
E
R
Í
O
D
O
Código Disciplina
C
R
É
D
I
T
O
S
TO
T
CH
T
CH
P
Pré-
requisito
s
1
00
00
CIC010
Introdução à
Contabilidade
4 60 60 0
NEO
B
DCP02
3
Estado Moderno e
Capitalismo
4 60 60 0
NEO
B
MAT02
0
Matemática A 4 60 60 0
NEO
B
1o
SOA04
8
Fundamentos De
Análise Sociológica
4 60 60 0
NEO
B
CIC011
Contabilidade Básica 4 60 60 0
CIC010
NEO
B
CIC013
Processos Eletrônicos
Aplicados Em
Contabilidade
4 60 30 30
NEO
B
DIC101
Instituições De Direito
Privado I
4 60 60 0
NEO
B
ECN10
1
Economia A I 4 60 60 0
NEO
B
2o
EST004
Estatística B I 4 60 60 0
MAT020
NEO
B
CAD10
3
Administração TGA 4 60 60 0
SOA048
NEO
B
CIC002
Contabilidade
Comercial
4 60 60 0
CIC011
NEO
B
DIC102
Instituições De Direito
Privado II
4 60 60 0
DIC101
NEO
B
DIT102
Legislação Social 4 60 60 0
NEO
B
3o
LET200
Oficina de Língua
Portuguesa A
4 60 30 30
NEO
B
4o
CIC014
Teoria Contábil 4 60 60 0
CIC011
NEO
182
B
CIC015
Método De Estudos E
Pesquisa Em
Contabilidade
4 60 60 0
NEO
B
CIC033
Ética Geral E
Profissional
2 30 30 0
NEO
B
CIC034
Fundamentos De
Comércio
4 60 60 0
NEO
B
CIC131
Matemática Comercial
E Financeira
4 60 60 0
MAT020
NEO
B
DIP123
Instituições De Direito
Público A
2 30 30 0
NEO
B
CAD17
0
Análise De Sistemas
Administrativos
4 60 60 0
NEO
B
CIC017
Contabilidade Superior 4 60 60 0
CIC002
NEO
B
CIC025
Laboratório Contábil 4 60 30 30
CIC002
NEO
B
CIC035
Contabilidade De
Conglomerados
Econômicos
4 60 60 0
NEO
B
5o
DIP007
Direito Tributário 4 60 60 0
DIP123
NEO
B
CIC003
Contabilidade Fiscal E
Tributária I
4 60 60 0
DIP007
NEO
B
CIC005
Contabilidade Das
Instituições
Financeiras
4 60 60 0
NEO
B
CIC016
Análise Das
Demonstrações
Contábeis I
4 60 60 0
CIC035
NEO
B
CIC019
Contabilidade De
Custos I
4 60 60 0
CIC017
NEO
B
6o
CIC036
Sistemas De
Informações
Contábeis A
4 60 60 0
CAD170
NEO
B
CAD11
0
Administração
Financeira e
Orçamento
4 60 60 0
CIC016
NEO
B
CIC004
Contabilidade Fiscal E
Tributária II
4 60 60 0
CIC003
NEO
B
CIC007
Auditoria I 4 60 60 0
CIC036
NEO
B
CIC020
Contabilidade De
Custos II
4 60 60 0
CIC019
NEO
B
7o
ECN18
Economia A II 4 60 60 0
ECN101
NEO
183
0
B
CIC008
Auditoria II 4 60 60 0
NEO
B
CIC021
Análises Das
Demonstrações
Contábeis II
4 60 60 0
CAD110
NEO
B
CIC037
Perícia Contábil 2 30 30 0
CIC007
NEO
B
CIC123
Orçamento
Empresarial
4 60 60 0
CIC020
NEO
B
ECN12
0
Finanças Públicas 4 60 60 0
ECN180
NEO
B
8o
Carga de optativa 2
NEO
P
CIC009
Contabilidade
Gerencial
4 60 60 0
CIC123
NEO
B
CIC038
Orçamento E
Contabilidade Das
Instituições Públicas I
4 60 60 0
ECN120
NEO
B
9o
CIC041
Estágio
Supervisionado Em
Ciências
Contábeis/Monografia
4 60 0 60
NEO
B
CIC039
Orçamento E
Contabilidade Das
Instituições Públicas II
4 60 60 0
CIC038
NEO
B
CIC040
Sistemas De
Informações
Contábeis B
4 60 60 0
CIC009
NEO
B
10
o
Carga de optativa 6
NEO
P
CAD00
3
Administração De
Material
4 60 60 0
NEO
P
CAD12
2
Mercado De Capitais 4 60 60 0
NEO
P
CAD16
3
Administração De
Recursos Humanos
4 60 60 0
CAD103
NEO
P
CIC023
Contabilidade
Agropecuária
4 60 60 0
CIC020
NEO
P
CIC026
Tópicos Em
Contabilidade A
2 30 30 0
NEO
P
CIC032
Tópicos Em
Contabilidade B
4 60 60 0
NEO
P
D
I
S
C
I
P
L
I
N
A
S
O
P
T
A
T
I
V
A
S
CIC042
Contabilidade Como
Instrumento De
Gestão
2 30 30 0
NEO
P
184
CIC043
Contabilidade Das
Profissões Liberais
3 45 45 0
NEO
P
ECN18
3
Microeconomia I 4 60 60 0
ECN180,
MAT104
NEO
P
EFI601
Educação Física A 2 30 18 12
NEO
P
EFI602
Educação Física B 2 30 12 18
NEO
P
FIL028
Introdução Á Filosofia
: Ética
4 60 60 0
NEO
P
FIL029
Introdução à Filosofia:
Filosofia da Ciência e
Epistemologia
4 60 60 0
NEO
P
ICB001
Bases Ecológicas
Para O
Desenvolvimento
Sustentável
2 30 30 0
NEO
P
MAT10
4
Matemática II 6 90 90 0
MAT020
NEO
P
185
Universidade São Paulo – Faculdade Economia, Administração e Ciências Contábeis
Primeiro Semestre de 2008
Curso: 12033 Bacharelado em Ciências Contábeis Habilitação: 1 (diurno) - 4 (noturno)
Código: 120330001081 (diurno) - 120330004081 (noturno)
Duração Ideal: 08 semestres
Mínima: 08 semestres
Máxima: 14 semestres
Disciplinas Obrigatórias – Seqüência Aconselhada
CRÉDITOS
DISCIPLINAS REQUISITO
AULA TRAB. TOTAL
C/H
SEM.
SEM.
IDEAL
EAC0106 Contabilidade Introdutória - 8 8 120 1
EAD0610 Fundamentos de Administração - 4 4 60 1
EAE0110 Introdução à Economia I p/ não Economistas - 4 4 60 1
MAT0103 Complementos de Matemática para Contabilidade e Administração - 4 4 60 1
20 20 300
DFD0123 Instituições de Direito - 4 4 60 2
EAC0217 Matemática Financeira - 4 4 60 2
EAC0480 Contabilidade Intermediária I EAC0106 4 4 60 2
EAE0111 Introdução à Economia II p/ não Economistas EAE0110 4 4 60 2
MAE0116 Noções de Estatística - 4 4 60 2
20 20 300
DTB0331 Legislação Social - 4 4 60 3
EAC0481 Contabilidade Intermediária II EAC0480 4 4 60 3
FLC0472 Português Instrumental - 4 4 60 3
MAE0126 Noções de Estatística II MAE0116 4 4 60 3
PST0391 Liderança e Comportamento Humano - 4 4 60 3
20 20 300
DCO0471 Direito Empresarial - 4 4 60 4
EAC0206 Contabilidade de Custos EAC0480 4 4 60 4
EAC0308 Contabilidade e Legislação Tributária - 4 4 60 4
EAC0328 Contabilidade Avançada EAC0481 4 4 60 4
EAC0442 Sistemas de Informações Contábeis EAC0480 4 4 60 4
20 20 300
EAC0314 Análise de Custos EAC0206 4 4 60 5
EAC0202 Análise das Demonstrações Contábeis EAC0328 4 4 60 5
EAC0451 Teoria da Contabilidade EAC0481 4 4 60 5
EAD0521 Comportamento Organizacional PST0391 4 4 60 5
Disciplina Optativa - 2 2 30 5
Disciplina Optativa - 2 2 30 5
20 20 300
EAC0518 Tópicos de Contabilidade Internacional EAC0451 4 4 60 6
EAC0420 Mercado Financeiro EAC0217 4 4 60 6
EAC0511 Administração Financeira EAC0202 4 4 60 6
EAC0497 Metodologia do Trabalho Científico - 2 2 30 6
Disciplina Optativa - 2 2 30 6
Disciplina Optativa - 2 2 30 6
Disciplina Optativa - 2 2 30 6
20 20 300
EAC0401 Auditoria e Perícia EAC0442 4 4 60 7
186
CRÉDITOS
DISCIPLINAS REQUISITO
AULA TRAB. TOTAL
C/H
SEM.
SEM.
IDEAL
EAC0453 Contabilidade Governamental EAC0480 4 4 60 7
EAD0672 Laboratório de Gestão Empresarial I EAD0610 2 2 30 7
EAD0676 Gestão Estratégica dos Negócios I EAD0610 2 2 30 7
EAC0506 Trabalho de Conclusão de Curso I EAC0497 2 10 12 330 7
Disciplina Optativa - 2 2 30 7
Disciplina Optativa - 2 2 30 7
Disciplina Optativa - 2 2 30 7
20 10 30 600
EAC0512 Controladoria EAC0314 4 4 60 8
EAD0673 Laboratório de Gestão Empresarial II EAD0672 2 2 30 8
EAD0677 Gestão Estratégica dos Negócios II EAD0676 2 2 30 8
EAC0510 Ética Geral e Profissional - 2 2 30 8
EAC0507 Trabalho de Conclusão de Curso II EAC0506 2 10 12 330 8
Disciplina Optativa - 2 2 30 8
Disciplina Optativa - 2 2 30 8
Disciplina Optativa - 2 2 30 8
Disciplina Optativa - 2 2 30 8
20 10 30 600
Disciplinas Optativas EAC
CRÉDITOS
DISCIPLINAS REQUISITO
AULA TRAB. TOTAL
C/H
SEM.
SEM.
IDEAL
EAC0513 Microinformática I - 2 2 30 4º em diante
EAC0517 Contabilidade Rural EAC0328 2 2 30 5º em diante
EAC0530 Gestão e Planejamento Tributário EAC0308 2 2 30 5º em diante
EAC0521 Auditoria de Sistemas de Informação EAC0442 2 2 30 5º em diante
EAC0514 Microinformática II EAC0513 2 2 30 5º em diante
EAC0536 Estágio Supervisionado I - 2 2 30 5º em diante
EAC0516 Planej. Estratégico e Orçamento Empresarial EAC0314 2 2 30 6º em diante
EAC0540 Gestão Estratégica de Custos EAC0314 2 2 30 6º em diante
EAC0515 Contabilometria MAE0126 2 2 30 6º em diante
EAC0532 Noções de Atuária para Contadores MAE0126 2 2 30 6º em diante
EAC0528 Teoria das Restrições e a Contab. de Ganhos EAC0328 2 2 30 6º em diante
EAC0524 Sistemas de Informações Empresariais EAC0442 2 2 30 6º em diante
EAC0533 Contabilidade do Terceiro Setor EAC0328 2 2 30 6º em diante
EAC0537 Estágio Supervisionado II - 2 2 30 6º em diante
EAC0519 Sist. de Inf. p/Gestão Econ. de Empresas EAC0314 2 2 30 7º em diante
EAC0522 Gestão Internacional e Negócios no Brasil EAC0420 2 2 30 7º em diante
EAC0523 Contabilidade de Instituições Financeiras EAC0420 2 2 30 7º em diante
EAC0543 Contabilidade Internacional Avançada EAC0518 2 2 30 7º em diante
EAC0520 Controladoria em Logística EAC0314 2 2 30 7º em diante
EAC0529 Tópicos de Contabilidade Gerencial EAC0314 2 2 30 7º em diante
EAC0538 Atividades Complementares I - 2 2 30 7º em diante
EAC0541 Estágio Supervisionado III - 2 2 30 7º em diante
EAC0525 Tópicos de Análise de Projetos EAD0676 2 2 30
EAC0534 Controladoria na Gestão Pública EAC0453 2 2 30
EAC0526 Estratégia Financeira EAC0511 2 2 30
EAC0531 Metodologia e Relatórios de Auditoria EAC0401 2 2 30
EAC0535 Governança Corporativa EAD0521 2 2 30
187
CRÉDITOS
DISCIPLINAS REQUISITO
AULA TRAB. TOTAL
C/H
SEM.
SEM.
IDEAL
EAC0539 Atividades Complementares II EAC0538 2 2 30
EAC0542 Estágio Supervisionado IV - 2 2 30
Observações:
As disciplinas optativas externas poderão ser cursadas em qualquer unidade da USP, ou fora da USP se
aprovados pela coordenação EAC.
Disciplinas Obrigatórias - Aula: 2040 horas
Disciplinas Obrigatórias - Trabalho: 600 horas
Disciplinas Optativas Livres: 360 horas
Total: 3000 horas
Livros Grátis
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