conceito, as emissoras de televisão que, em geral, detêm um poder político-
econômico diante da sociedade da qual fazem parte, servem como instrumento de
manipulação de políticos e/ou magnatas das mídias, fato esse que ameaça a
democracia da informação e afeta diretamente o nível da programação. Nesse
sentido, as emissoras são empresas de comunicação de massa e, para tal,
necessitam fechar os orçamentos com lucros, de preferência, altíssimos. Essa
constatação interfere de forma contundente na imposição dos patrocinadores diante
das emissoras que anunciam seus produtos, com fortes exigências, como,
principalmente, altos índices de IBOPE, em detrimento de um maior retorno de
capital.
“No lugar de definições normativas, arrolamos uma lista incompleta de
desenvolvimentos recentes que apareceram nos últimos vinte anos. Entre
eles, satélites de comunicação, televisão em cores, a cabo e com
videocassete, registro magnético de imagens, câmeras de vídeo, videofone,
som estereofônico, tecnologia a laser, fotocopiadoras, impressoras
eletrônicas de alta velocidade, máquinas de registro e de treinamento,
microfilmes com acesso eletrônico, impressão remota, computadores com
processamento paralelo, bancos de dados. Todas essas novas mídias se
relacionam entre si e com os meios mais antigos, como a imprensa, o rádio,
o cinema, a televisão, o telefone, o telex, o radar etc. Cada vez mais, eles
se unem em um sistema universal (ENZENSBERGER, 2003:11,12).
Nesse sentido, com a convergência dos meios, realizadores e produtores,
atentos e motivados pelas novas técnicas e linguagens, passaram a criar, utilizando
diferentes possibilidades. Dessa forma, consolida-se maior abertura ao surgimento
de formatos menos estanques, possibilitando interessantes confluências entre os
meios artísticos e comunicacionais.
É interessante notar que a televisão e o cinema são meios similares de
comunicação, pois ambos se caracterizam pela audiovisualidade. Entretanto,
guardam consigo particularidades que os definem como tal. Segue-se uma sucinta
análise a respeito das semelhanças e diferenças entre as duas mídias, levando em
conta o poder do Estado, o tipo de programação adaptado a certas restrições, o
sistema de luz e o trabalho dos câmeras, sempre considerando as semelhanças e
diferenças entre cinema e TV.