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Lohr, 2006; Cia, Pereira, Del Prette & Del Prette, 2006); a percepção dos filhos e/ou dos
próprios pais sobre os estilos parentais (Costa et al., 2000; Carvalho & Gomide, 2005;
Weber, Prado, et al., 2004); as estratégias educativas conforme o nível socioeconômico da
família (Bem & Wagner, 2006); o abuso físico nas práticas educativas (Cecconello, Antoni &
Koller, 2003; Weber, Viezzer & Brandenburg, 2004); as práticas educativas e doenças
crônicas dos filhos (Picanço, 2006; Piccinini, Castro, Alvarenga, Vargas & Oliveira, 2003); a
relação entre as relações conjugais e parentais (Oliveira et al., 2002; Braz, Dessen & Silva,
2005) e a transmissão intergeracional (Benincá & Gomes, 1998; Oliveira et al., 2002; Dias &
Lopes, 2003; Vitali, 2004, Weber, Selig, Bernardi & Salvador, 2006).
Pode-se constatar que os estudos nacionais na área das práticas educativas parentais
enfocam suas interrelações com outras temáticas como, crenças, metas de socialização,
habilidades sociais parentais, bem como, as conseqüências dos estilos parentais e práticas
utilizadas pelos pais sobre os filhos, tema que têm sido foco de inúmeras pesquisas sobre as
quais serão discorridas ao longo do texto. Contudo, entre os estudos nacionais citados, apenas
os últimos investigaram transmissão intergeracional dos estilos parentais (Benincá & Gomes,
1998; Oliveira et al., 2002; Dias & Lopes, 2003; Vitali, 2004, Weber et al., 2006).
De acordo com Gomide (2004) as práticas educativas negativas (monitoria
negativa, disciplina relaxada, punição inconsistente, abuso físico e negligência) estão
correlacionadas ao desenvolvimento do comportamento anti-social. Oliveira et al.(2002)
observaram que filhos de mães autoritárias em geral, apresentam comportamentos de
externalização, ou seja, agressão verbal ou física, destruição de objetos, mentira, assim como
comportamentos de internalização que incluem: retração social, depressão, ansiedade. Filhos
de pais autoritários também foram descritos como tendo tendência para um desempenho
escolar moderado, sem problemas de comportamento; porém com pouca habilidade social,
baixa auto-estima e alto índice de depressão (Lamborn, 1991; Cohen & Rice, 1997; Darling,
1999).
A negligência também está correlacionada à deficits comportamentais. Estudos
indicam que filhos de pais negligentes possuem baixo rendimento escolar, sintomas
depressivos e baixa auto-estima (Radziszewska, Richardson, Dent & Flay, 1996; Darling,
1999). Além disso, Weber, Biscaia et al. (2002) observaram que estas crianças possuem
maior índice de estresse.
Entretanto, estilos parentais adequados, como é o caso do autoritativo estão
associados a aspectos positivos: competência social, assertividade, comportamento
independente de crianças (Baumrind, 1966); melhor desempenho no estudo (Steinberg,