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PASCALLE ESCÓSSIA DE AZEVÊDO
RENDIMENTO E QUALIDADE DE CENOURA ‘BRASÍLIA’ EM FUNÇÃO
DA PROCEDÊNCIA DAS SEMENTES
Mossoró
2009
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1
PASCALLE ESCÓSSIA DE AZEVÊDO
RENDIMENTO E QUALIDADE DE CENOURA ‘BRASÍLIA’ EM FUNÇÃO
DA PROCEDÊNCIA DAS SEMENTES
Dissertação apresentada a Universidade
Federal Rural do Semi-Árido
UFERSA. Departamento de Ciências
Vegetais para a obtenção do título de
Mestre em Fitotecnia.
ORIENTADOR:
Prof. D.Sc. LEILSON COSTA GRANGEIRO
Mossoró
2009
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2
Ficha catalográfica preparada pelo setor de classificação
e catalogação da Biblioteca “Orlando Teixeira” da
UFERSA
A994r Azevedo, Pascalle Escóssia de.
Rendimento e qualidade de cenoura ‘Brasília’ em função da
procedência das sementes / Pascalle Escóssia de Azevêdo. --
Mossoró, 2009.
45.: il.
Dissertação (Mestrado em Fitotecnia) Universidade
Federal Rural do Semi-Árido.
Orientador: Prof. D. Sc. Leilson Costa Grangeiro.
1.Daucus carota. 2.Produção de sementes. 3.Coloração
de raiz
. I.Título.
Bibliotecária: Keina Cristina Santos Sousa e Silva
CRB15 120
3
PASCALLE ESCÓSSIA DE AZEVÊDO
RENDIMENTO E QUALIDADE DE CENOURA ‘BRASÍLIA’ EM FUNÇÃO
DA PROCEDÊNCIA DAS SEMENTES
Dissertação apresentada a Universidade Federal
Rural do Semi-Árido UFERSA. Departamento
de Ciências Vegetais para a obtenção do título de
Mestre em Fitotecnia.
APROVADO em 19 / 02 / 2009
4
À Gideom e Pietra,
cujo incentivo e força tornaram possível
mais esse sonho, por isso essa vitória
também é de vocês.
Dedico
5
AGRADECIMENTOS
À Deus, por ter me dado forças para alcançar mais este objetivo em minha vida.
Á UFERSA e ao CNPq por proporcionarem a realização deste trabalho e pela
concessão da bolsa.
Ao Professor D.Sc Leílson, pela dedicação, paciência e ensinamentos durante
todo o período que trabalhamos juntos.
Aos professores, por todas as informações transmitidas.
À minha família, em especial a Pietra, minha filha amada, pelo
companheirismo e pelos sorrisos nos momentos mais difíceis.
Aos amigos... Seria impossível, citar todos... Muitos foram os que de uma
forma ou de outra contribuíram para a realização deste trabalho. Muito
obrigado a Saulo, Rafael, Mara, Maria, Rafaella e Welder.
Ao D.Sc Pahlevi pela ajuda em determinado período deste trabalho, e pela
disponibilidade sempre que precisei.
À minha turma do Mestrado, que vou lembrar com carinho, especialmente aos
amigos, Stênio, Maria Aparecida, Bráulio etc.
Aos funcionários, representados aqui por Seu Antonio, sempre dispostos a me
ajudar e ensinar nos momentos que precisei. Agradecer é pouco.
6
O sucesso não é o final, e o fracasso não é fatal:
o que conta é a coragem para seguir em frente.
Autor desconhecido
7
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS Pág.
LISTA DE TABELAS
RESUMO
ABSTRACT
1. INTRODUÇÃO 10
2. REVISÃO DE LITERATURA 12
3. MATERIAL E MÉTODOS 16
4. RESULTADO E DISCUSSÃO 23
5. CONCLUSÃO 37
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 38
8
RESUMO
AZEVÊDO, Pascalle Escóssia de. Rendimento e qualidade de cenoura ‘Brasília’
em função da procedência das sementes. 2009. 38p. Dissertação (Mestrado em
Agronomia/Fitotecnia) – Universidade Federal Rural do Semi-Árido. Mossoró.
Os experimentos foram desenvolvidos na horta experimental do Departamento de
Ciências Vegetais da Universidade Federal Rural do Semi-Árido, Mossoró-RN em
solo classificado como Argissolo Vermelho-Amarelo Eutrófico, no período de agosto a
novembro de 2007 e 2008, com o objetivo de avaliar o desempenho produtivo e a
qualidade das raízes de cenoura ‘Brasília’ em função da procedência das sementes. O
delineamento experimental utilizado foi em blocos casualizados completos contendo
oito tratamentos e quatro repetições. Os tratamentos foram constituídos pelas
procedências das sementes de cenoura ‘Brasília’ (Sementes de cenoura ‘Brasília’ das
empresas Sakata, Embrapa, Tecnoseed, Hortec, Feltrin, Agristar/TopSeed, Seminis e
Isla). As características avaliadas foram: massa seca da parte aérea e de raiz,
produtividade total, comercial e não comercial de raízes, coloração das raízes
(ângulo hue, croma e luminosidade), sólidos solúveis, acidez total e pH. As maiores
produtividades comerciais e massa seca de raiz foram obtidas em 2008 e oscilaram
respectivamente de 3,95 a 4,27 kg/m
2
, e de 10,85 a 12,35 g/planta. Os teores de sólidos
solúveis oscilaram entre 7,6 a 8,9%, representadas pelas empresas Feltrin e Seminis,
respectivamente. As cenouras das empresas Agristar/Topseed, Seminis e Isla
apresentaram uma coloração interna (xilema) mais alaranjada em relação as demais.
Palavras-chaves: Daucus carota L. Produção de sementes, coloração de raiz.
9
ABSTRACT
AZEVÊDO, Pascalle Escóssia de. Yield and quality of ‘Brasília’ carrot due to the
origin of its seeds. 2009. 37p. Dissertation (Master Degree in Agronomy/Fitotecny) –
Universidade Federal Rural do Semi-Árido. Mossoró.
The experiments were carried out at the experimental vegetable garden of the
Departament of Vegetable Sciences of the Universidade Federal Rural do Semi-Árido,
Mossoró-RN in soil classified as Euphoric Yellow-Red Agrissol, from August to
November of 2007 and 2008, objecting to evaluate the productive performance and
quality of the ‘Brasília’ carrots roots due to the origin of its seeds. The experimental
delineating used was in complete randomized blocks with eight treatments and four
replications. The treatments were contituted according to the origins of ‘Brasília’
carrots seeds (Seeds of ‘Brasília’ carrots of the enterprises: Sakata, Embrapa,
Tecnoseed, Hortec, Feltrin, Agristar/TopSeed, Seminis, and Isla). The evaluated
characteristics were: root and upper part dry matter, marketable and non-marketable
roots total yield, roots color (Hue angle, chroma, and luminosity) soluble solids, total
acidity, and pH. The highest marketable yields and root dry matter were obtained in
2008 and ranged respectively from 3,95 to 4,27 kg/m
2
, and 10,85 to 12,35 g/plant. The
soluble solid levels ranged between 7,6 and 8,9%, represented by the Feltrin and
Seminis enterprises, respectively. The carrots of the enterprises Agristar/Topseed,
Seminis, and Isla showed a deeper orange intern coloring (xylema) than the other ones.
Key words: Daucus carota, L. Seed Production, root color.
10
1 INTRODUÇÃO
A cenoura é uma das mais importante hortaliças de raiz comestível no Brasil,
sendo produzida anualmente cerca de 750 mil toneladas de cenoura, em uma área de 25
mil hectares, com valor da produção de aproximadamente 320 milhões de dólares,
equivalente a 6% do valor total da produção de hortaliças (EMBRAPA, 2008). Os
maiores produtores estão na região Sul, Sudeste e Nordeste destacando-se os
municípios de Carandaí, São Gotardo e Maria da(MG), Piedade, Ibiúna e Mogi das
Cruzes (SP), Ponta Grossa e Marilândia (PR), no NE destaca-se o município de Irecê
(BA).
O cultivo de cenoura no Brasil até o ano de 1980 era limitado pela doença
queima-das-folhas (Alternaria dauci), resultando em baixa produtividade e elevado
custo de produção, gerado por pesadas aplicações de agrotóxicos. Na ocasião, os
agrotóxicos e sementes eram importados, onerando os custos finais da produção e
como conseqüência, os baixos lucros não estimulavam os produtores a expandirem as
escassas áreas produtivas existentes no país. O lançamento da cultivar de cenoura
Brasília, pela Embrapa Hortaliça e ESALQ em 1981, mudou o agronegócio de cenoura
no país, impulsionou a produção interna e regularizou o abastecimento durante o ano,
pois tornou possível o cultivo em regiões antes não cultivada, como por exemplo o
Nordeste brasileiro e no verão nas demais regiões. É a principal cultivar de cenoura,
representando mais de 80% da área plantada (VILELA, 2004).
Para atender a essa produção, existe uma necessidade de aproximadamente 140
toneladas de sementes, que até então, era suprida inteiramente pela importação. A
produção de sementes de cenoura de cultivares desenvolvidas no Brasil está
concentrada na região sul do país, face a ocorrência de condições favoráveis no que se
refere a indução ao florescimento por baixas temperaturas e/ou fotoperíodo crescente.
Atualmente, grande parte das seleções da cv. Brasília disponíveis no mercado
está geneticamente descaracterizada, mostrando padrão varietal diferente do
11
originalmente descrito. Essa degeneração genética se deve, certamente, à falta de
manutenção dos estoques básicos de sementes adquiridos na Embrapa Hortaliças por
algumas empresas do setor sementeiro. Neste sentido, para atender as exigências do
mercado consumidor, o desenvolvimento de programas de seleção visando melhorar a
uniformidade dos atributos de qualidade da cv. Brasília constitui uma demanda
prioritária de pesquisa (ANDRADE et al. 2003)
O método de produção de sementes de cenoura adotado pela maioria das
empresas sementeiras brasileira é o chamado ‘semente-semente’, que consiste em
colher a semente no mesmo local da semeadura. Apesar das inúmeras vantagens como
redução do tempo e custo de produção, esse método é indicado quando se dispõe de
semente básica de elevado padrão de pureza varietal, que não será realizada
nenhuma seleção das raízes na produção de semente (VIGGIANO, 1990). Assim
sendo, dependendo do rigor da empresa com relação às práticas adotadas nos campos
de produção de semente e da qualidade das sementes básicas utilizadas na obtenção de
sementes comerciais, é possível que haja no mercado sementes de cenoura Brasília
com características diferentes da cultivar original quanto ao desempenho produtivo e
qualidade das raízes.
Neste contexto, o presente trabalho teve como objetivo, avaliar o desempenho
produtivo e a qualidade das raízes de cenoura ‘Brasília’ em função da procedência das
sementes.
12
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Cenoura ‘Brasília’
No inicio da década de 80 a Embrapa Hortaliça liberou a cultivar de cenoura
Brasília, desenvolvida para plantio durante o período de verão em algumas regiões do
Brasil. Esta cultivar, em decorrência de sua adaptação às condições brasileiras e alta
resistência à queima-das-folhas, rapidamente se expandiu por todo o país. A sua
utilização, durante os últimos vinte anos, propiciou, associada a outras técnicas de
produção, a elevação da produtividade de cenoura no Brasil aos níveis dos obtidos no
continente norte-americano e Oceania. Adicionalmente, ‘Brasília’ representa um novo
grupo de cultivares de cenoura, reconhecido internacionalmente, evidenciando a
importância do desenvolvimento de cultivares adaptada às condições tropicais, bem
como mostra o potencial do germoplasma nacional de cenoura para utilização em áreas
tropicais do mundo. (VIEIRA et al., 2000).
É uma cultivar de polinização aberta, selecionada a partir de uma população de
cenoura 'Nacional' (CNPH-CEN 1), coletada pelos pesquisadores da Embrapa
Hortaliça, em 1976, no município de Rio Grande, RS. O método de seleção utilizado
foi o de seleção recorrente, baseada no desempenho de progênies de meio-irmãos,
tendo sido completados quatro ciclos de seleção antes do seu lançamento. Como
características apresenta folhagem vigorosa, com coloração verde escura e porte médio
de 25 a 35 cm de altura. As raízes são cilíndricas, com coloração laranja-clara variável
e baixa incidência de ombro verde ou roxo. As dimensões médias das raízes variam de
15 a 20 cm de comprimento por 2 a 3 cm de diâmetro. O ciclo, da semeadura à
colheita, é de 85 a 100 dias. Apresenta resistência ao calor, boa resistência de campo a
Requeima de Alternaria (Alternaria dauci (Küehn) Groves & Skolko) e resistência ao
pendoamento nas semeaduras de outubro a fevereiro. A cultivar apresenta
produtividade média de 30 t ha
-1
(VIEIRA et al., 1983).
13
2.2 Produção de sementes de cenoura
A cenoura é uma hortaliça da família Apiaceae, do grupo das raízes tuberosas.
É uma espécie de clima ameno, cultivada na primavera, verão e no outono em
países de clima temperado e no inverno em países de clima sub-tropical. No Brasil,
após o advento de cultivares tolerantes ao calor é cultivada praticamente durante o ano
todo. Embora existam cultivares tolerantes ao calor, o cultivo em regiões com
temperaturas elevadas (>30ºC), reduz o ciclo vegetativo, produtividade e a qualidade
da raiz. A maioria das cultivares são bienais, ou seja, requerem um período de baixa
temperatura para passarem da fase vegetativa para a reprodutiva (FINGER et al.,
2005).
Para produzir sementes das principais cultivares nacionais de cenoura é
necessária a indução ao florescimento por baixas temperaturas ou fotoperíodo
crescente. A planta emite uma haste floral principal de até 1,5 m de altura, contendo no
ápice uma inflorescência central denominada primária ou de primeira ordem, que se
ramifica dando origem a umbelas secundárias, terciárias e quaternárias. O tamanho da
umbela decresce à medida que cresce o número de ordem, sendo que as quaternárias,
se existentes, normalmente produzem poucas sementes. As umbelas de diferentes
ordens têm florescimento, antese e maturação de sementes em épocas
cronologicamente diferentes, iniciando pela umbela primária, seguida pelas
secundárias e assim sucessivamente (RODO et al, 2001). Segundo Nascimento (1991),
as umbelas primárias, secundárias e terciárias contribuíram com 11,0%, 58,0% e
31,0%, respectivamente, da produção total de sementes da planta na cultivar Brasília.
Em geral, o florescimento de cenoura estende-se por cerca de 30-50 dias,
sendo que a abertura das flores de uma determinada ordem de umbela perdura por 7-10
dias. Dentro de uma flor, as anteras abrem-se por um período de 1-2 dias, sendo que o
estigma torna-se receptivo a partir do terceiro ou quarto dia. Os estigmas podem
14
permanecer receptivos por uma semana ou mais dependendo das condições locais
(NASCIMENTO et al. 2003). Tipicamente, a deiscência das anteras e a queda dos
estames acontecem antes que o estigma torne-se receptivo. Isto faz com que o
desenvolvimento floral seja protândrico e centrípetal, pois as flores que normalmente
abrem-se primeiro são aquelas localizadas na periferia da umbela.
Na cultivar Brasília, ainda ocorre grande diversidade genética; desta forma, os
padrões de qualidade das sementes parecem não estar ainda muito bem definidos,
havendo variação na qualidade das sementes em termos de germinação e vigor
(BITTENCOURT, 1991). Umbelas superiores apresentam sementes de maior tamanho,
sendo que a germinação e o vigor das sementes, também podem variar de acordo com
a ordem das umbelas. Trabalhos de pesquisa mostram que as sementes produzidas após
as umbelas secundárias são menores e apresentam diferentes níveis de maturação do
embrião e/ou maior percentagem de sementes sem embrião, sendo um dos principais
fatores responsáveis pela baixa germinação e conseqüentemente qualidade inferior
(BARBEDO et al., 2000).
Na produção de sementes de cenoura, pode ser empregados dois sistemas de
produção: semente-semente e o semente-raiz-semente. A escolha do sistema mais
adequado depende da finalidade das raízes, custo, tamanho de população. No sistema
semente-semente uma etapa, as mesmas o dispostas na própria área onde se
fará a colheita das sementes, em um único campo de produção. Tem como vantagens a
maior facilidade, o menor custo e a maior rapidez (menos de um ano) a produção de
sementes, porém é mais utilizado em regiões onde ocorrem temperaturas baixas
suficientes para ocorrer a vernalização natural das plantas (VIEIRA et al., 2007). É
também o mais utilizado pelas empresas para produção de sementes no Brasil.
O sistema semente-semente é utilizado predominantemente para a produção de
sementes fiscalizadas ou certificadas, pois não permite a seleção das cenouras, o que
ocorre no sistema semente-raiz-semente que é padrão para produção de sementes
genéticas e/ou básicas, pois permite seleção de cenouras. É também o sistema utilizado
15
no Brasil para a produção de sementes genéticas e básicas. Esse sistema consiste em
uma primeira fase de produção de raiz, e uma segunda fase de produção de sementes.
A primeira fase (vegetativa) não difere da produção comercial de cenouras, embora
alguns cuidados especiais devam ser tomados. As cenouras, após colheita são
selecionadas de acordo com o padrão da cultivar (observando o tamanho, forma e cor),
eliminando aquelas mal formadas, com defeitos graves e com sintomas de doenças.
Durante o armazenamento, inspeções periódicas são recomendadas, eliminando-se as
raízes doentes.
A vernalização (indução ao florescimento) das raízes pode ser natural (regiões
frias, como nos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul) ou artificial (regiões
quentes, como nos estados das regiões Sudeste, Centro Oeste e Nordeste), utilizando
câmaras frigoríficas. O binômio tempo-temperatura para vernalização irá depender da
cultivar. No sistema semente-raiz-semente, o tamanho das populações é menor em
decorrência do custo de produção e dificuldades no plantio das raízes, e, além disso, as
raízes transplantadas produzem plantas maiores o que requer maior espaço, e a semente
pode ser plantada em qualquer época do ano, embora a época de plantio irá influenciar
o tempo de armazenagem a frio das raízes após a colheita. As raízes são colhidas
quando estão além do estádio juvenil, mas antes de atingirem o tamanho máximo. Se
forem colhidas muito jovens, as raízes respondem pouco ao processo de vernalização,
além de apresentarem uma maior tendência à desidratação do que raízes mais
desenvolvidas.
A qualidade das sementes de cenoura depende grandemente de toda a história
de sua produção: escolha do terreno, preparação e fertilização do solo, semeadura,
condução da lavoura quanto a aspectos sanitários, condições meteorológicas durante a
formação da semente antes da colheita e durante essa operação, aeração, secagem,
manuseio e transporte, processamento, beneficiamento, armazenamento, etc. (McGEE,
1995).
16
3 MATERIAL E MÉTODOS
3.1 Caracterização da área experimental
Os experimentos foram desenvolvidos na horta experimental do Departamento
de Ciências Vegetais da Universidade Federal Rural do Semi-Árido, Mossoró-RN em
solo classificado como Argissolo Vermelho-Amarelo Eutrófico (EMBRAPA, 1999),
no período de agosto a novembro de 2007 e 2008.
O município de Mossoró está situado a 11’ de latitude S e 37º 20’ de
longitude WGr e uma altitude de 18 m. O clima da região, segundo a classificação
Köppen é ‘Bswh’, isto é, seco e muito quente, com duas estações climáticas: uma seca
que vai, geralmente, de junho a janeiro e uma chuvosa, de fevereiro a maio (CARMO
FILHO et al., 1991).
Dados meteorológicos da área coletados no período de condução dos
experimentos.
ANO 2007 ANO 2008
Mês Umidade
Temperatura
Precipitação
Umidade
Temperatura
Precipitação
AGO 55,77
27,66
0,12
60,78
26,93
0,5
SET 56,99
28,46
0
56,56
27,97
0,17
OUT 58,49
28,73
0
55,18
28,51
0
NOV 69,92
28,82
0
58,13
28,5
0
Das áreas experimentais foram retiradas amostras de solo, cuja análise química
revelaram os resultados apresentados na Tabela 1.
Tabela 1. Resultados das análises de solo das áreas experimentais, antes do cultivo da
cenoura. Mossoró, RN, 2008.
pH P K Ca Mg Na Al
Experimento
(água 1:2,5)
(mgdm
-3
) Cmol
c
dm
-3
2007 7,40 281,97 0,29 6,40 3,10 0,44 0,00
2008 7,30 204,42 0,20 4,40 2,50 0,23 0,00
17
3.2 Delineamento experimental
O delineamento experimental utilizado foi em blocos completos casualizados
com oito tratamentos e quatro repetições. Os tratamentos foram constituídos pelas
procedências das sementes de cenoura ‘Brasília’ (Sementes de cenoura ‘Brasília’ das
empresas Sakata, Embrapa, Tecnoseed, Hortec, Feltrin, Agristar/TopSeed, Seminis e
Isla). Cada unidade experimental tinha as dimensões de 1,2 x 1,8 m, contendo nove
fileiras longitudinais de plantas, no espaçamento de 0,20 x 0,10 m, totalizando 108
plantas, das quais 40 eram plantas úteis.
3.3 Características das sementes
As informações descritas na Tabela 2 foram transcritas das embalagens das
sementes de cada empresa.
Tabela 2. Características das sementes de cenoura ‘Brasília’, segundo informação das
empresas, contidas nas embalagens.
Empresa* Denominação
da cultivar
Número do
lote
Germinação
(%)
Pureza
física (%)
Sakata Brasília RL 43924 85 98,3
Agristar/TopSeed
Brasília Alta
Seleção
22912 86 100
EMBRAPA Brasília 60/05
Não informado na
embalagem
Feltrin Brasília Irecê 0007165442 83 98,4
Tecnoseed Brasília TE326MO-G 82 99,0
Isla
Brasília
calibrada
média
20242-NFA 71 99,9
Seminis Brasília 700936 85 99,0
Hortec Brasília 51171 83 99,8
*As sementes de cenoura das empresas relacionadas acima foram adquiridas no mercado local,
com exceção a da EMBRAPA, que foi doada pelo pesquisador Jairo Vidal Vieira (Embrapa
Hortaliça).
18
3.4 Implantação e condução dos experimentos
O preparo do solo constou de aração e gradagem, seguido do levantamento dos
canteiros e adubação orgânica com 20 t.ha
-1
Em seguida, os canteiros foram cobertos
com filme plástico por 50 dias, com a finalidade de solarizar e eliminar fitopatógenos,
principalmente nematóides.
Após a retirada do filme plástico foi realizada a adubação de plantio com base
na análise do solo e segundo recomendação de Cavalcanti (1998), sendo utilizados 30
kg ha
-1
de N, 60 kg ha
-1
de P
2
O
5
e 40 kg ha
-1
de K
2
O, nas formas de uréia, superfosfato
simples e cloreto de potássio respectivamente. Em cobertura utilizaram-se 40 kg ha
-1
de N e 30 kg ha
-1
de K
2
O, nas formas de uréia e cloreto de potássio, parcelados em
duas aplicações aos 25 e 45 dias após a semeadura. Semanalmente, após o desbaste até
duas semanas antes da colheita foi aplicado via foliar o fertilizante organomineral
contendo: 10% de N; 1% de P
2
O
5
; 1% de K
2
O; 1% de Ca; 0,5% de Mg; 3% de S; 0,5%
de B; 0,5% de Mn; 0,005% de Mo; 1,5% de Zn e 6% de carbono orgânico, na dose de
50 ml/20 L de água.
A semeadura foi realizada em covas com aproximadamente dois centímetros
de profundidade, colocando-se de três a quatro sementes por cova. Após 14 dias
realizou-se o desbaste, deixando uma planta por cova. A irrigação foi realizada
diariamente, através de microaspersores com vazão de 30 L/há
-1.
Como tratos culturais
foram realizadas quinzenalmente capinas manuais. A colheita foi realizada aos 85 e 78
dias após semeadura, respectivamente no primeiro e segundo experimentos.
3.5 Características avaliadas
Por ocasião da colheita foi coletada uma amostra de 30 plantas competitivas da
área útil da parcela, onde foram realizadas as seguintes avaliações:
19
-Massa seca da parte aérea e de raiz
Foram amostradas três plantas da área útil da parcela, separadas em parte aérea
e raízes, acondicionadas em sacos de papel e colocadas em estufa de circulação de ar
forçada, com temperatura regulada à 65º C, até atingir massa constante. Os resultados
foram expressos em g/planta.
- Classificação comercial
As raízes colhidas foram classificadas em três classes comerciais e outra não-
comercial, com base no comprimento e diâmetro das raízes, conforme proposto por
Lana e Vieira (2000) Os resultados foram expressos em porcentagem (Tabela 3).
Tabela 3. Classificação comercial de raiz de cenoura.
Classificação Comprimento da raiz (cm) Diâmetro da raiz (cm)
Pequena 5,0 – 12 > 1,0
Média 12 – 17 > 2,5
Longa 17 – 25 < 5,0
Não-comercial * Raízes que não se enquadraram na classificação
*Considerou-se também como raízes não-comerciais, as que apresentaram defeitos (rachaduras,
deformações e podridões).( Lana e Vieira, 2000)
- Produtividade comercial, não-comercial e total
Após a classificação das raízes foram pesadas separadamente as raízes
comerciais e não-comercial, a produtividade total foi obtida através da soma da raiz
comercial e raiz não-comercial. Posteriormente, realizou-se o cálculo das médias de
20
produtividade em 0,60 m
2
e, as estimativas de produtividade foram expressas em
kg/m
2
.
- Coloração das raízes
A coloração foi estimada utilizando-se de um colorímetro Minolta Croma
Meter CR 200b, calibrado em superfície de porcelana branca sob condições de
iluminação e expressa no módulo L, a* e b*. O croma [(a*.2 + b*.2)1/2] e Ângulo hue
[arco tangente (b*/a*)] foram posteriormente calculados (McGUIRE, 1992) (Figura 2).
Para as leituras foram amostradas três raízes, lavadas e cortadas transversalmente em
três pedaços dos quais foram feitas as leituras do terço médio , fazendo-se em seguida
leituras da parte interna (xilema) nas duas extremidades das raízes, para posterior
obtenção das médias.
90°
-b*
b*
-a*
a*
180°
270°
(a*,b*)
Hue
angle
Amarelo
Amarelo laranja
Laranja
Laranja avermelhado
Vermelho
Vermelho púrpura
Amarelo esverdeado
Verde amarelo
Verde amarelado
Verde
Verde azulado
Azul esverdeado
Azul
Púrpura avermelhado
Púrpura
Violeta
Azul purpúreo
21
Figura 2. Seqüência Hue e orientação do ângulo Hue no Diagrama CIELAB com a
seqüência das nuances de cores (VOSS, 1992).
-Sólidos solúveis
De cada parcela foram escolhidas ao acaso, três raízes das quais foi extraído o
suco em um processador doméstico. Em seguida duas a três gotas do sucoforam
colocadas em refratômetro digital modelo Atago PR-100 e o resultado foi expresso em
0
Brix.
- Acidez total
Foi determinado pelo método titulométrico. Para isto, pesou-se 10g de
amostras das raízes em Erlenmeyer de 125ml completando em seguida o volume com
água destilada até 50 ml, foi usado um potenciômetro e feita a leitura quando o
aparelho registrava 8,1 que é o ponto da virada da fenoalftaleína, (que nesse caso não
foi usada como indicador pela coloração da virada ser muito próximo da amostra), e
em seguida anotou-se o volume gasto da solução de NaOH 0,1N . Os cálculos foram
efetuados e os resultado expressos em % do ácido predominante que em cenoura é o
málico.
-Potencial hidrogeniônico (pH)
O pH foi determinado no suco, utilizando-se um potenciômetro digital,
calibrado com soluções tampão de pH 4,0 e 7,0.
22
3.6 Análises estatísticos
Os dados foram submetidos a análises de variâncias isoladas para cada
experimento, procedendo-se em seguida a análise conjunta dos experimentos. As
médias foram comparadas pelo teste de Scott-Knott, 5% de probabilidade com o
auxílio do programa SAEG. Para a diversidade genética foram realizadas análises de
variância univariada para todas as características avaliadas Posteriormente, realizou-se
a análise de variância multivariada e aplicação do critério de Wilks a 5% de
probabilidade. A partir da matriz com as médias de cada característica para cada
linhagem e da matriz de variância-covariância residual, foram calculadas as distâncias
generalizadas de Mahalanobis (D
2
ij
), conforme descrição de CRUZ et al. (2004).
Realizou-se o diagnóstico de multicolinearidade da matriz de correlação residual pelo
método de Montgomery e Peck (1981). A análise de agrupamento foi realizada com a
matriz de distâncias de Mahalanobis entre as linhagens, utilizando o método UPGMA.
Foi utilizado o critério de Singh, descrito por CRUZ et al. (2004), para identificar a
contribuição relativa de cada característica para a divergência genética. Todas as
análises foram processadas no programa GENES (CRUZ, 2008).
23
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Na Tabela 4 é apresentado o resumo da análise de variância conjunta dos dados
obtidos a partir dos tratamentos (procedência das sementes) e das épocas de realização
dos experimentos (anos de 2007 e 2008). Houve efeito significativo da interação
tratamento x épocas para as características massa seca de raiz (MSR), produtividade
comercial (PDC) e produtividade não comercial (PNDC). Os fatores isolados época e
tratamentos foram significativos para sólidos solúveis (SS), luminosidade (L) croma e
ângulo Hue. Para a massa seca da parte aérea (MSPA), produtividade total (PDT) e pH
apenas a época foi significativa. A acidez titúlavel não houve efeito significativo de
nenhum fator.
Tabela 4. Resumo da análise de variância conjunta, obtida a partir dos dados dos
experimentos conduzidos em 2007 e 2008. Mossoró, 2008.
QM
FV
MSR MSPA PDC PDNC PDT SS
Blocos(Época) 1,174 13,08 0,27 0,13 0,23 0,83
Época (E) 304,94* 110,78* 6,30 * 0,05 5,20 * 5,46 *
Tratamentos(T) 1,90 8,82 0,20 0,16 * 0,41 1,08 *
E x T 4,41 * 6,68 0,52 * 0,18 * 0,25 0,28
Erro 1,10 9,53 0,16 0,07 0,20 0,40
FV pH Acidez L Croma Hue
Blocos(Época) 0,18 0.0010 8,64 10,86 32,72
Época (E) 3,52 * 0.0012 29,23 * 703,64* 2646,20*
Tratamentos(T) 0,05 0.0010 15,79 * 79,27 * 42,26*
E x T 0,05 0.0005 7,71 21,59 22,59
Erro 0,15 0.0003 7,24 18,78 16,03
(*) Valores com asteriscos são significativos pelo teste F ao nível de 5% de significância.
MSR: massa seca de raiz (g/planta); MSPA: massa seca da parte aérea (g/planta); PDC:
produtividade comercial (kg/m
2
); PDNC: produtividade não comercial (kg/m
2
); PDT:
produtividade total (kg/m
2
); SS: Sólidos solúveis (%); pH: potencial hidrogeniônico; Acidez
total (% de ácido cítrico); L (luminosidade); Croma e ângulo Hue.
24
Para a produtividade comercial (PDC) e não comercial (PDNC) não houve
diferença significativa entre as procedências das sementes de cenoura Brasília no
experimento realizando em 2007. Em 2008, as sementes das empresas
Agristar/Topseed e Isla proporcionaram PDC inferiores às demais. Entre as épocas,
verificou-se que, com exceção da Isla as maiores produtividades foram obtidas em
2008 (Tabela 5). Para a PDNC, em 2008, a cenoura ‘Brasília’ da empresa Isla
apresentou maior PDNC que as demais. Entre as épocas de cultivos, com exceção da
semente da Tecnoseed e da Isla, a maior PDNC foi verificada em 2007 para as
sementes das demais empresas. A Tecnoseed não mostrou diferença significativa entre
as duas épocas de cultivo e a Isla, a PDNC em 2008 foi superior (Tabela 5).
Tabela 5. Produtividade comercial (PDC), não comercial (PDNC) e massa seca de raiz
(MSR) de cenoura, cv. Brasília, em função da procedência da semente e época de
condução do experimento. Mossoró, 2008.
PDC (kg/m
2
) PDNC (kg/m
2
) MSR (g/planta) Procedência da
Semente
2007 2008 2007 2008 2007 2008
Embrapa 3,37 Ab
(1)
4,16 Aa
0,70 Aa 0,45 Bb 6,61 Ab 10,91Aa
Hortec 3,30 Ab 4,27 Aa 0,68 Aa 0,19 Bb 5,06 Bb 8,69 Ba
Tecnoseed 3,31 Ab 4,07 Aa 0,50 Aa 0,49 Ba 5,52 Bb 9,66 Ba
Sakata 3,31 Ab 3,95 Aa 0,49 Aa 0,30 Bb 5,39 Bb 9,51 Ba
Feltrin 2,83 Ab 4,17 Aa 0,40 Aa 0,39 Bb 6,12 Ab 10,85 Aa
Agristar/Topseed 3,22 Ab 3,63 Ba 0,29 Aa 0,19 Bb 5,89 Bb 10,23 Ba
Seminis 3,32 Aa 3,84 Aa 0,20 Aa 0,24 Bb 5,81 Bb 9,84 Ba
Isla 3,56 Aa 3,13 Bb 0,32 Ab 0,88 Aa 6,70 Ab 12,35 Aa
Média 3,28 3,90 0,45 0,39 5,89 10,25
CV (%) 11,67 61,33 12,94
25
(1)
Médias seguidas de mesma letra maiúscula na coluna e de mesma letra minúscula na linha,
não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott, ao nível de 5% de probabilidade.
No experimento de 2007, embora não tenha ocorrido diferença significativa
entre os tratamentos, a PDC variou de 2,83 kg/m
2
(19,8 t/ha) para a ‘Brasília Irecê’
(Feltrin) a 3,56 kg/m
2
(24,9 t/ha) para a ‘Brasília calibrada média’ (Isla). Em 2008,
essa variação foi de 3,13 kg/m
2
(21,9 t/ha) para a ‘Brasília calibrada média’ (Isla) a
4,27 kg/m
2
(29,9 t/ha) para a ‘Brasília’ (Hortec). Com relação à produtividade total
(PDT), no cultivo de 2008 foi obtida uma PDT média de 4,29 kg/m
2
(30,0 t/ha),
superior a 3,72 kg/m
2
(26,0 t/ha) do cultivo de 2007 (Tabela 7).
Vale ressaltar que o solo do experimento de 2007 encontrava-se com
fertilidade muita alta em relação ao de 2008 (Tabela 1), e a adubação realizada, mesmo
sendo de acordo com a análise do solo e recomendação de Cavalcanti (1998), pode ter
prejudicado a absorção dos nutrientes pela planta e/ou causado o desbalanceamento
nutricional, embora, as plantas não tenham mostrado sintomas visíveis de falta ou
excesso de nutrientes.
O desempenho da cenoura Brasília, independentemente, da procedência das
sementes, pode ser considerado satisfatória nas condições em que foram conduzidos os
experimentos, considerando que em outros trabalhos conduzidos na região com a
mesma cultivar, a produtividade comercial foi de 25,28 t/ha (Oliveira et al., 2004) e
35,15 t/ha (Lopes et al., 2008).
Oliveira et al. (2008) avaliando genótipos de cenouras em diferentes ambientes
e espaçamentos no município de São José do Rio Pardo, dos quais Brasília’ das
empresas Isla, SVS e Sakata, verificaram que em média não houve diferença
significativa na produtividade comercial entre os materiais de cenoura ‘Brasília’ dentro
de cada ambiente avaliado. No entanto, quando a avaliação é feita entre os ambientes
observou-se uma variação na produtividade. Para os autores, a divergência de
produtividade entre os ambientes estar relacionada com as temperaturas ocorridas
durante a implementação dos experimentos. Nas semeaduras de outubro, durante todo
26
o desenvolvimento das plantas, as médias de temperaturas máximas foram próximas a
30ºC e, nas semeaduras de março, estas foram em torno de 25ºC. Segundo Vieira et al.
(1997), as temperaturas de 10 a 15ºC são ideais à formação de raízes de cenoura, mas,
cultivares que apresentam desenvolvimento de raiz satisfatório sob temperaturas de
18 a 25ºC e, temperaturas acima de 30ºC, reduzem o ciclo vegetativo das plantas e
afetam o desenvolvimento das raízes e a produtividade.
Nesse sentido, Cruz e Castoldi (1991), relatam que respostas diferenciadas
de genótipos de cenoura às variações ambientais e estas, dificultam a recomendação de
um ou mais cultivares para uma extensa faixa de ambientes, uma vez que essa
indicação é feita com base nas médias de suas produtividades em vários locais, sem
levar em consideração as situações específicas de cada região.
Em outra situação, Clemente et al. (2006) avaliaram diferentes populações e
cultivares de cenoura em cultivo orgânico, das quais cenoura Brasília das empresas
Horticeres, Hortec, Asgrow, Bionatur e da Embrapa-CNPH, verificaram que todas as
populações e cultivares tiveram bom desempenho comercial, no entanto, entre os
materiais de cenoura Brasília, as das empresas Asgrow (39,4 t/ha) e Embrapa-CNPH
(42,5 t/ha) foram as que apresentaram melhor desempenho produtivo, sendo que as
demais não diferiram estatisticamente.
Avaliando-se a produtividade classificada de raízes, observa-se que uma
predominância de raízes média (comprimento de 12 a 17 cm). No cultivo de 2007, as
porcentagens de raízes longas variaram 2,98 (Agristar/Topseed) a 11,20% (Sakata); as
médias de 36,01 (Seminis) a 55,38% (Tecnoseed); as curtas de 29,65 (Tecnoseed) a
54,74% (Semnis) e refugo de 4,33 (Hortec) a 21,0% (Isla). Já em 2008, as raízes
longas variaram de 5,7 (Seminis) a 24,1% (Feltrin); as médias de 47,1 (Embrapa) a
64,2% (Sakata); as raízes curtas de 8,7 (Isla) a 37,9% (Seminis) e refugo de 5,8
(Seminis) a 16,8% (Embrapa) (Tabela 6). Percebe-se, portanto, que em 2008, a
porcentagem de raízes longas e médias foram maiores, contribuindo assim para maior
produtividade comercial no mesmo período. Lopes et al. (2008) observaram também
27
uma predominância de raízes média (59,34%) para cenoura ‘Brasília’.
Outro fato importante é que, não existe um padrão de comportamento para a
classificação das raízes, tendo em vista que houve uma variação entre os materiais das
diferentes empresas, dentro e entre as épocas de condução dos experimentos, apesar de
todos serem cenoura ‘Brasília’. Provavelmente, isto acontece pelo fato de que na
produção de sementes essa característica não é utilizada como padrão para seleção das
raízes.
Para o consumo in natura, o mercado brasileiro tem preferência por raízes de
formato cilíndrico, com 15 a 22 cm de comprimento e 3 a 4 cm de diâmetro (média a
longa) (LANA e VIEIRA, 2000). Portanto, os valores obtidos no presente trabalho
para a cenoura Brasília’ das diferentes empresas estão dentro dos padrões de
comercialização de cenoura no Brasil.
Como pode ser observada na Tabela 5, a massa seca de raiz no cultivo de 2008
foi superior a 2007, independentemente da procedência da semente. Nos dois
experimentos, a cenoura ‘Brasília’ das empresas Embrapa, Feltrin e Isla apresentaram
as maiores MSR, e as demais não diferiram estatisticamente. Um dos aspectos
relevantes para este fato pode estar relacionado com o grau de maturação uniforme
entre as plantas, uma vez que todas os materiais foram plantados e colhidos ao mesmo
tempo. O trabalho de Schultz (1990) mostra que o teor de matéria seca aumenta com
grau de maturação da planta, isto explica, em parte, a pequena variabilidade entre os
materiais, dentro de cada época de cultivo, uma vez que todos os materiais testados
apresentavam aparentemente o mesmo grau de maturação.
Para a massa seca da parte aérea ( MSPA), houve apenas diferença
entre as épocas de cultivo, com maior MSPA obtida no experimento de 2008
(Tabela 8). Os valores obtidos neste experimento foram superiores aos
encontrados por Lopes et al. (2008) para as cultivares Brasília (5,33 g/planta),
Alvorada (5,25 g/planta) e Esplanada (5,37 g/planta).
28
Tabela 6. Produtividade classificada, valores expressos em porcentagem para cada tipo
de raiz, de cenoura cv. Brasília em função da procedência das sementes. Mossoró,
2008.
Classificação das raízes (%)
Longa Média Curta Refugo
Procedência da
Semente
2007
Embrapa 7,40 48,50 34,13 9,97
Hortec 6,39 36,38 52,90 4,33
Tecnoseed 4,25 55,38 29,65 10,71
Sakata 11,20 50,70 31,05 7,06
Feltrin 3,87 54,37 33,10 8,66
Agristar/Topseed 2,98 47,34 44.70 4,98
Seminis 3,03 36,01 54,74 6,22
Isla 10,56 36,02 32,43 21,00
Média 6,21 45,60 38,28 9,12
2008
Embrapa
17,0 47,1 19,1 16,8
Hortec
12,6 48,1 25,0 14,3
Tecnoseed
17,2 54,2 15,7 12,9
Sakata
14,2 64,2 9,4 12,3
Feltrin
24,1 50,1 17,7 8,0
Agristar/Topseed
12,3 62,2 17,3 8,2
Seminis
5,7 50,6 37,9 5,8
Isla
32,2 50,7 8,7 8,3
Média
16,91 53,40 18,85 10,82
29
Para os sólidos solúveis (SS), a cenoura Brasília da empresa Feltrin apresentou
valor inferior às demais, sendo que estas não diferiram entre si. Os resultados médios
obtidos variaram de 7,6
0
B a 8,9
0
B (Tabela 7). Em trabalhos realizados com cenoura na
região, Alves (2006), obteve valores de 10
0
B, 8,6
0
B e 9,4
0
B respectivamente, para as
cultivares Alvorada, Brasília e Esplanada. Barros Júnior et al. (2005) observaram
um comportamento decrescente desta variável em função do aumento das densidades
populacionais da cenoura ‘Brasília’ com variação de 7,9 a 7,4
o
Brix.
Com relação à época de cultivo, o experimento de 2007, proporcionou em
média teor de SS de 8,5
0
B, superior cerca de 7,9
0
B ao ano de 2008 (Tabela 8).
Aspecto importante, levantado por Silva (2002) é com relação ao efeito da temperatura
na qualidade. A mesma, tem uma grande influência na forma, composição química e
qualidade sensorial da cenoura. Hans et al. (1997), comprovou que a cenoura
crescendo entre 9 e 12° C apresenta maior conteúdo de frutose e glicose. É, portanto,
mais doce e mais ácida, crocante e suculenta do que aquelas crescidas entre 18 e 21 °C.
Porém, aquelas com crescimento de 18 e 21 °C tiveram maior conteúdo de α - e β-
caroteno, matéria seca, sacarose e escores altos em relação à cor e sabor após análise
sensorial do que as cultivadas entre 9 e 12 °C. Com isso podem ser demonstradas
diferenças significativas entre o perfil sensorial das cenouras crescidas em altas e
baixas temperaturas.
Carvalho et al. (2005) avaliando o teor de sólidos solúveis (SS) de diferentes
genótipos de cenoura em sistema de cultivo orgânico e convencional verificaram que o
teor médio de SS dos genótipos no sistema orgânico (7,5
0
B) foi superior ao cultivo
convencional (7,2
0
B). Entre os genótipos, independentemente, do sistema, ‘POP
0212246’ (8,1
0
B), ‘Kuronan’ (8,0
0
B) e ‘Carandaí’ (7,6
0
B) apresentaram os maiores
valores. A cenoura ‘Brasília RL’ (Sakata) e ‘Brasília Bionatur’ apresentaram valores
intermediários de 7,1
0
B e 7,0
0
B respectivamente.
30
Tabela 7. Sólidos solúveis (SS), Croma, ângulo Hue e Luminosidade (L) de cenoura
cv. Brasília, em função da procedência da semente. Mossoró, 2008.
Procedência da
Semente
SS
(
0
B)
Croma Hue (
0
) L
Embrapa 8,3 A
(1)
38,64 B 69,00 A 54,56 B
Hortec 8,0 A 36,87 B 71,31 A 55,13 B
Tecnoseed 8,1 A 36,00 B 72,00 A 56,06 B
Sakata 8,2 A 39,21 B 69,24 A 55,00 B
Feltrin 7,6 B 36,53 B 70,21 A 54,56 B
Agristar/Topseed 8,0 A 42,00 A 67,30 B 57,23 A
Seminis 8,9A 45,06 A 66,20 B 58,37 A
Isla 8,4 A 41,39 A 67,00 B 56,90 A
CV (%) 7,7 10,98 5,83 4,81
(
1)
Médias seguidas de mesma letra maiúscula na coluna não diferem entre si pelo teste de Scott-
Knott, ao nível de 5% de probabilidade.
O ângulo Hue foi maior para a cenoura Brasília das Empresas Tecnoseed
(72,0), Hortec (71,31), Feltrin (70,21), Sakata (69,24) e Embrapa (69,0), ou seja,
apresentaram coloração interna (xilema) de raiz mais amarela em relação as demais
(Figura 2). Já os valores de cromaticidade (croma) e de luminosidade (L) foram
menores para o primeiro grupo de materiais (maior valor ângulo Hue), reafirmando
que os mesmos apresentam uma coloração menos intensa, em relação aos que tiveram
valores de ângulo Hue menores (Tabela 7). Com relação á época de cultivo, o
experimento de 2008 proporcionou valores de ângulo Hue e croma superiores a 2007.
Não houve diferença significativa para a luminosidade (Tabela 8).
Embora, a diferença entre os grupos de materiais de cenoura Brasília com
relação aos valores de ângulo Hue tenha sido pequena, as cenouras das empresas
Agristar/Topseed, Seminis e Isla apresentaram uma coloração interna (xilema)
31
tendendo para o amarelo laranja (ângulo Hue menor), confirmado pelos maiores
valores de cromaticidade e luminosidade.
A coloração interna e externa da raiz de cenoura é uma característica
importante, e que devem ser utilizada nos programas de melhoramento de cenoura,
visando a criação de novas cultivares, pois tem uma relação direta com o teor de β-
caroteno, devido a sua grande importância para a saúde humana, como precursor da
vitamina A (VIEIRA e SILVA, 2008). Na produção de sementes, como a maioria das
empresas utilizam o método semente-semente, não é feita à seleção das raízes com
base na coloração interna (xilema), isto tem proporcionado uma desuniformidande no
padrão de qualidade de cenoura ‘Brasília’ no mercado.
Outro ponto importante, é que seleções com base na coloração externa da raiz
não podem ser utilizadas como padrão para estimar a coloração interna, tendo em vista
que as mesmas têm comportamento distinto, como mostra o trabalho realizado por
Vieira et al. (2006), onde verificaram que as médias para os valores de a* do floema e
a* do xilema foram distintas, indicando haver um gradiente de cor entre os dois
principais tecidos que compõem as raízes de cenoura. Uma vez que o conteúdo de
carotenóides totais é correlacionado positiva e diretamente com o valor de a*
(PEREIRA et al. 2000 a,b), o menor valor de a*x indica que o conteúdo de
carotenóides totais no xilema é inferior ao do floema. A cor das amostras foi
determinada utilizando-se colorímetro MINOLTA modelo CR 100, por leitura direta das
coordenadas L, a e b, descritas por Nobre (2005).A coordenada L mede a
luminosidade (cores escuras e claras, e variam de 100 (branco) a 0 (preto)), a
coordenada “a” mede a cromaticidade (cores esverdeada e avermelhada) e a
coordenada “b” mede a saturação (cores azulada e amarelada). -- A é a direção do
verde e +A é a direção do vermelho; -B é a direção do azul e +B é a direção do
amarelo. Do ponto de vista de qualidade, além da intensidade da cor, a uniformidade
da cor externa (floema) e interna (xilema) é desejável (SIMON e PETERSON, 1993).
32
Tabela 8. Massa seca da parte aérea (MSPA), produtividade total (PDT), sólidos
solúveis (SS), pH, Croma, ângulo Hue e luminosidade (L) de raízes de cenoura cv.
Brasília, em função da época da época de condução do experimento. Mossoró, 2008.
Época MSPA
(g/planta)
PDT
(kg/m
2
)
SS (
0
B)
pH Croma Hue(
0
) L
2007 10,64 B
(1)
3,72 B 8,50 A 6,47 A
36,14 B 62,22 B 56,65 A
2008 13,27 A 4,29 A 7,92 B 6,00 B 42, 77 A 75, 08 A 55,30 A
CV(%) 25,82 11,16 7,71 6,14 10,98 5,83 4,81
(1)
Médias seguidas de mesma letra maiúscula na coluna não diferem entre si pelo teste de Scott-
Knott, ao nível de 5% de probabilidade.
Em relação ao pH, houve diferença significativa entre as épocas de cultivo,
com maior valor no experimento de 2007. Apesar da diferença verificada entre as
épocas de cultivo, os valores se aproximaram dos observados por Barros Júnior et al
(2005) e Alves (2006), trabalhando com diferentes cultivares de cenoura, inclusive
‘Brasília’ na região de Mossoró.
33
Diversidade genética
10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Dissimilaridade (%)
Isla
Tecnoseed
Agristar/Topseed
Feltrin
Seminis
EMBRAPA
Hortec
Sakata
Figura. 3 Dendrograma entre oito populações de cenoura ‘Brasília’ oriundas de diferentes
empresas construído pelo UPGMA a partir das distancias generalizadas de Mahalanobis obtidas
em onze características avaliadas em 2007. Mossoró-RN, UFERSA, 2007. (Correlação
Cofenética = 0,74
**
, Distorção = 18,16%).
No primeiro ano a análise de agrupamento a partir das distancias
generalizadas de Mahalanobis proporcionou a formação de quatro grupos
(Figura 3). O primeiro formado pelas empresas Islã e Tecnossed. O segundo
pela empresa Agristar/Topseed; o terceiro, pelas empresas Feltrin, Seminis e
EMBRAPA. Por fim, o quarto grupo pelas empresas Sakata e Hortec.
34
0 20 40 60 80 100
Dissimilaridade (%)
Hortec
Seminis
EMBRAPA
Isla
Feltrin
Agristar/TopSeed
Tecnoseed
Sakata
Figura.4 Dendrograma entre oito populações de cenoura ‘Brasília’ oriundas de
diferentes empresas construído pelo UPGMA a partir das distancias
generalizadas de Mahalanobis obtidas em onze características avaliadas em
2007. Mossoró-RN, UFERSA, 2007. (Correlação Cofenética = 0,73
**
,
Distorção = 14,98%).
No ano 2, a análise de agrupamento propiciou três grupos de empresas.
O primeiro foi constituído apenas pela empresa Hortec. O segundo foi
composto pelas empresas EMBRAPA e Seminis, enquanto que o terceiro foi
composto pelas demais empresas (Figura 4).
35
Constatou-se, portanto, que o agrupamento foi extremamente diferente
nos dois anos de avaliação. Esse fato revela que o uso de caracteres
morfológicos em estudos de divergência genética podem levar a resultados
discrepantes. Um das razões é a presença da interação genótipos ambientes. A
interação genótipos por ambientes é o comportamento diferenciado dos
materiais ao longo dos diversos ambientes. Ela dificulta a seleção e, ou,
recomendação, pois o desempenho de um determinado material é função do
ambiente.
Na Tabela 9 se encontram as contribuições relativas de cada
característica para divergência genética. No ano de 2007, as características que
mais contribuíram foram Croma, Hue, L e produções comercial e não
comercial. No segundo ano, 2008, quase toda divergência esteve concentrada
nas características de produção com mais de 95%, com destaque para as
produções não comercial (47,54%) e comercial (35,51% ).
Pelos resultados do estudo de divergência genética, pode-se constatar
que as diferentes populações disponíveis para comercialização são divergentes,
em especial nas características de produção e coloração. Considerando que a
cultivar ‘Brasília’ é oriunda de uma população de ampla variabilidade genética
e que o método de seleção utilizado na obtenção dessa cultivar (seleção de
famílias de meio-irmãos) permite a conservação da variabilidade genética
dentro da cultivar. Considerando ainda que as empresas devem realizar seleção
durante o processo de obtenção das sementes e produção de raízes, era esperada
variabilidade entre as populações, indicando que as sementes comercializadas
no mercado, obviamente, não correspondem geneticamente à população
original. Todavia, deve ser enfatizado que, em todas as populações estudadas,
36
as propriedades que tornaram a cultivar Brasília um sucesso no agronegócio da
cenoura no Brasil foram observadas.
Tabela 9. Contribuição de cada característica para divergência genética entre
populações da Cultivar ‘Brasília’ avaliada em Mossoró-RN. Mossoró-RN,
UFERSA, 2007-2008.
S
j
(%) / Ano Características
2007 2008
Matéria seca da parte aérea 4,49 0,10
Matéria seca da raiz 4,39 0,16
Sólidos solúveis 0,02 0,29
pH 0,84 0,28
Produção comercial 1,73 35,51
Produção não comercial 13,66 47,54
Produção total 15,32 12,18
Acidez total titulável 1,67 0,22
L 16,43 0,43
Croma 21,34 1,92
Hue (
0
) 20,14 1,38
S
j
(%): contribuição, porcentagem, para a divergência total.
37
5 CONCLUSÕES
As maiores produtividades comerciais e massa seca de raiz foram obtidas em
2008 e oscilaram, respectivamente de 3,95 a 4,27 kg/m
2
, e de 10,85 a 12,35 g/planta.
Os teores de sólidos solúveis oscilaram entre 7,6
0
B a 8,9
0
B, representadas
pelas empresas Feltrin e Seminis, respectivamente.
As cenouras das empresas Agristar/Topseed, Seminis e Isla apresentaram uma
coloração interna (xilema) mais alaranjada em relação as demais.
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