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Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Construção Civil da Universidade
Federal de Minas Gerais, como requisito parcial à
obtenção do título de Mestre em Construção Civil.
Área de concentração: Materiais de Construção Civil.
Linha de pesquisa: Materiais Cimentícios.
Orientador: Prof. Dr. Adriano de Paula e Silva.
Co-Orientador: Prof. Dr. José Márcio Fonseca Calixto
Belo Horizonte
Escola de Engenharia da UFMG
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Ana Paula Veloso Valente
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Construção Civil da Universidade
Federal de Minas Gerais, como requisito parcial à
obtenção do título de Mestre em Construção Civil.
Comissão Examinadora:
_________________________________
Prof. Dr. Adriano de Paula e Silva
DEMC / UFMG – (Orientador)
_________________________________
Prof. Dr. José Márcio Fonseca Calixto
DEES / UFMG – (Co-Orientador)
_________________________________
Prof
a
. Dra. Maria Teresa Paulino Aguilar
DEMC / UFMG
_________________________________
Prof. Dr. Ney Amorim Silva
DEES / UFMG
Belo Horizonte, 19 de dezembro de 2008.
Dedico este trabalho a minha
querida família: Marcelo meu
companheiro e amigo e as minhas filhas
Mariana e Gabriela.
Dedico a Ana Paula, Mariana e Gabriela, motivo
de minha inspiração, amor e felicidade para
a vida.
AGRADECIMENTOS
A Deus pela força e superação durante o desenvolvimento deste trabalho, me
guiando e iluminando em mais esta etapa da minha vida.
Ao meu marido Marcelo, pelo carinho, apoio e presença em todos os momentos.
As minhas filhas Mariana e Gabriela, que são a minha alegria.
A minha família, especialmente aos meus pais, Graça e Paulo e aos meus irmãos,
André, Polyana e Eliana, por sempre acreditarem na minha capacidade.
Ao professor e orientador Adriano de Paula e Silva, pela orientação, amizade e
confiança demonstrada na realização deste trabalho.
Ao professor e co-orientador José Márcio Fonseca Calixto, pelo incentivo na
execução deste trabalho.
Aos colegas do curso de mestrado que estiveram ao meu lado durante esta
caminhada.
A todos os professores do Departamento de Materiais da Escola de Engenharia da
Universidade Federal de Minas Gerais pela dedicação.
As funcionárias Ivonete e Isa do Departamento de Materiais da Escola de
Engenharia da Universidade Federal de Minas Gerais.
A todos os amigos da DENGEP/TJMG em especial a Beatriz, Belmiro, Miguel,
Antonio Ribeiro, Lilian, Viviane, José Agostinho, Márcio e Elidia pela confiança e
torcida durante todo o período do mestrado.
RESUMO
A recuperação de edificações por problemas patológicos engloba inicialmente um
minucioso estudo que atua no sentido de auxiliar na escolha do tipo de tratamento
mais adequado. Este estudo deve levar em conta além de questões técnicas
também a relação custo/benefício que este tratamento trará para a edificação.
Outro fator importante que deve ser observado em recuperação/ reforço das
edificações é um acompanhamento pós recuperação, pois é através deste
acompanhamento que pode ser verificado a eficácia do tratamento. Nesta etapa
pode ser confirmada a eficiência ou descartado caso haja ineficiência dos
tratamentos para problemas patológicos futuros de mesma natureza, evitando
assim gastos desnecessários. Com o objetivo de analisar a pós-recuperação,
buscou-se no universo de edificações de um órgão público do estado de Minas
Gerais/Brasil aqueles que haviam passado por algum tipo de recuperação/reforço.
Inicialmente verificaram-se as patologias mais recorrentes e que tinham como
causas trincas por recalques de fundação, movimentação higroscópica e infiltração
e os seus respectivos tratamentos utilizados no reparo destas edificações. A partir
destas informações definiram-se as edificações e patologias que seriam objeto de
estudo. Os estudos de casos foram baseados em 8 (oito) edificações divididas em 7
(sete) cidades diferentes no estado de Minas Gerais/Brasil. Todas as edificações
escolhidas passaram por um processo de recuperação e/ou reforço pelo menos
3 (três) anos. O trabalho mostra através das vistorias realizadas nestas edificações
quais os processos adotados foram eficientes, tendo como foco a análise dos
tratamentos adotados inicialmente, verificando se houve recorrência das patologias
devido a problemas de tratamento. Finalmente no caso do retorno dos problemas
patológicos são propostos novos tratamentos.
Palavras chave: Patologia, tratamento e recuperação.
ABSTRACT
The rehabilitation/repair process of buildings, due to its pathological problems,
initially calls for a detailed study in order to aid in the choice of the most suitable
treatment. This study must also go beyond technical matters and also consider the
cost-effectiveness of this treatment for the edification. Another important factor
which must be taken into account concerning recuperation and reinforcement of
edifications is the post-recuperation follow-up, for is through this support which one
is able to verify the efficiency of the treatment. In this stage one may also confirm
the efficiency or rejects in case the treatment is believed to have been inefficient for
pathological problems of the same nature, therefore avoiding unnecessary
expenses. Having in mind the goal of post-recuperation analysis, we sought after a
public organization in the edification market in the state of Minas Gerais, Brazil
which had previously undergone some type of recuperation or reinforcement.
Initially, the most recurrent pathologies and methods of treatment were examined.
Upon obtaining this information, the proper edifications and pathologies were
defined for the object of this study. Moreover, the case studies were based on 8
(eight) edifications in 7 (seven) different cities throughout the state of Minas Gerais,
Brazil. All chosen edifications went through a recuperation and/or reinforcement
process in the last 3 years. Therefore, this paper will demonstrate, through visits
taken place in these edifications, if the aforementioned adopted methods were
efficient; while emphasizing the analysis of the initial therapeutic measures and
verifying the possible reoccurrence of the pathologies due to treatment problems.
Finally, in the event of the return of pathological problems, new therapeutic
measures will be proposed.
Key-words: Pathology, treatment and rehabilitation/repair.
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS ......................................................................................... XIII
LISTA DE TABELAS ........................................................................................ XVIII
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ............................................................ XIX
1 – INTRODUÇÃO ............................................................................................ 20
1.1 – Justificativa da Pesquisa .................................................................. 21
1.2 – Objetivos ............................................................................................ 22
1.2.1 – Objetivo Geral .......................................................................... 22
1.2.2 – Objetivos Específicos ............................................................... 22
1.3 – Desenvolvimento do Trabalho ......................................................... 22
2 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ....................................................................... 24
2.1 – Patologias das Construções ............................................................ 24
2.2 – Recalques de Fundações ................................................................. 28
2.3 – Sobrecarga em Alvenaria ................................................................. 37
2.4 – Movimentação Higroscópica ............................................................ 45
2.5 – Infiltração ........................................................................................... 49
2.6 – Processos de Recuperação .............................................................. 56
3 – MATERIAIS E MÉTODOS ........................................................................... 66
3.1 – Materiais ............................................................................................ 66
3.1.1 – Definição do prazo de análise pós-tratamento.......................... 66
3.2 – Métodos ............................................................................................. 69
3.2.1 – Determinação das edificações e patologias estudadas ............ 69
4 – RESULTADOS E DISCUSSÕES.................................................................. 76
4.1 – Edificações estudadas com suas patologias e tratamentos .......... 76
4.1.1 – Bambuí .................................................................................... 76
4.1.2 – Congonhas .............................................................................. 86
4.1.3 – Contagem ................................................................................ 95
4.1.4 – Corinto ..................................................................................... 98
4.1.5 – Luz .......................................................................................... 109
4.1.6 – Timóteo – Edificação 1 ............................................................ 113
4.1.7 – Timóteo – Edificação 2 ............................................................ 125
4.1.8 – Sabará ..................................................................................... 129
4.2 – Análise das Edificações após Tratamento....................................... 135
4.2.1 – Bambuí .................................................................................... 140
4.2.2 – Congonhas .............................................................................. 144
4.2.3 – Contagem ................................................................................ 147
4.2.4 – Corinto ..................................................................................... 150
4.2.5 – Luz .......................................................................................... 153
4.2.6 – Timóteo – Edificação 1 ............................................................ 157
4.2.7 – Timóteo – Edificação 2 ............................................................ 162
4.2.8 – Sabará ..................................................................................... 164
5 – ANÁLISE DOS RESULTADOS.................................................................... 166
6 – CONCLUSÕES ........................................................................................... 173
7 – SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ........................................... 175
8 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................ 176
ANEXO A – RELATÓRIO DE SONDAGEM EM CORINTO .............................. 181
ANEXO B – PROJETO PADRÃO PARA COSTURA DE TRINCAS ................. 188
ANEXO C – FICHA DE ANÁLISE PÓS-RECUPERAÇÃO ................................ 190
xiii
LISTA DE FIGURAS
Figura 2.1 Etapas na Solução de um Processo Patológico (adaptado de
CÁNOVAS, 1988)........................................................................... 26
Figura 2.2 – Lei da evolução de custos, lei de SITTER (1984)............................ 27
Figura 2.3 Fluxograma das etapas de projeto e possíveis causas de
patologias em fundações (adaptado de MILITITSKY et al., 2005) ....... 29
Figura 2.4 Prováveis diagramas de esforços e fissuras em estruturas de
concreto por recalques de fundações de pilares internos (adaptado
de MAÑÁ, 1978 apud MILITITSKY et al., 2005) .................................... 32
Figura 2.5 Fissuras típicas causadas por recalques de fundações de pilares
internos (URIEL ORTIZ, 1984 apud MILITITSKY et al., 2005) ............... 33
Figura 2.6 Prováveis diagramas de esforços e fissuras em estruturas de
concreto por recalques de fundações de pilares nas extremidades
(adaptado de MAÑÁ, 1978 apud MILITITSKY et al., 2005) ............ 33
Figura 2.7 Esquematização das fissuras típicas causadas por recalques de
fundações de pilar de canto (URIEL ORTIZ, 1983 apud
MILITITSKY et al., 2005) ................................................................ 34
Figura 2.8 Deformação côncava de parede portante e seus efeitos
(MILITITSKY et al., 2005)............................................................... 34
Figura 2.9 Deformação cônvexa de parede portante e seus efeitos
(MILITITSKY et al., 2005)............................................................... 35
Figura 2.10 Resultados da capacidade de deformação provocada por
tensões de tração (LORDSLEEM JÚNIOR e FRANCO, 1998) ............. 40
Figura 2.11 Resultados da capacidade de deformação provocada por
tensões de cisalhamento (LORDSLEEM JÚNIOR e FRANCO, 1998) .. 41
Figura 2.12 Fissuração típica da alvenaria causada por sobrecarga vertical
(THOMAZ, 1989)............................................................................ 44
Figura 2.13 Trincas horizontais na alvenaria causada por sobrecarga
(THOMAZ, 1989)............................................................................ 44
Figura 2.14 Ruptura localizada da alvenaria sob o ponto de aplicação da
carga e propagação de fissuras a partir desse ponto (THOMAZ,
1989).............................................................................................. 45
Figura 2.15 Trincas horizontais na alvenaria provenientes da expansão dos
tijolos (THOMAZ, 1989).................................................................. 48
xiv
Figura 2.16 – Trincas nas peças estruturais (THOMAZ, 1989) ........................... 48
Figura 2.17 – Destacamentos entre argamassa e componentes de alvenaria ... 49
Figura 2.18 Exemplo de manchas na estrutura, devido problemas de
impermeabilização ......................................................................... 51
Figura 2.19 – Exemplo de manchas, infiltração, mofo e bolor ............................ 52
Figura 2.20 – Exemplo de oxidação da armadura, devido a problemas de
umidade ........................................................................................ 52
Figura 2.21 – Detalhe de eflorescência “estalactite” na estrutura ....................... 53
Figura 2.22 – Detalhe de criptoflorescência ....................................................... 53
Figura 2.23 Detalhe de desplacamento da estrutura devido a ação da
umidade ......................................................................................... 54
Figura 2.24 – Árvore de detecção da patologia (PIANCASTELLI, 2003) ............ 56
Figura 2.25 Medidas possíveis com relação ás enfermidades
(PIANCASTELLI, 2003).................................................................. 57
Figura 2.26 Formas de terapia para o tratamento de patologias (adaptado de
MELHADO, 1994) .......................................................................... 59
Figura 2.27 Origem dos problemas patológicos com relação ás etapas de
produção e uso de obras civis (HELENE e FIGUEIREDO, 2003) .. 60
Figura 2.28 Principais problemas patológicos quanto a sua origem (FIGUEIREDO
e O’REILLY, 2003) ........................................................................ 61
Figura 2.29 Principais incidências dos patológicos (FIGUEIREDO e O’REILLY,
2003) ............................................................................................. 61
Figura 2.30 Principais etapas para a seleção de materiais e/ou sistemas
(HELENE e RINCÓN, 2003) .......................................................... 65
Figura 3.1 – Incidência de defeitos nas Paredes (BERNARDES et al., 1998)..... 67
Figura 3.2 Incidência de defeitos nas Impermeabilizações (BERNARDES et al.,
1998).............................................................................................. 67
Figura 3.3 Incidência percentual do total de defeitos ao longo de 5 anos
(BERNARDES et al., 1998) ............................................................ 68
Figura 3.4 Levantamento dos sintomas de maior incidência observados nos
prédios estudados por ASSUNÇÃO (2005) e VALENTE (2005) .... 73
Figura 3.5 Levantamento das causas de maior incidência observadas nos
prédios estudados por ASSUNÇÃO (2005) e VALENTE (2005)..... 73
Figura 3.6 Levantamento dos sintomas de maior incidência observados nos
prédios estudados por VALENTE (2005) ....................................... 74
Figura 3.7 Levantamento das causas de maior incidência observadas nos
prédios estudados por VALENTE (2005) ....................................... 75
xv
Figura 4.1 – Mapa de localização da cidade de Bambuí (MG) ........................... 76
Figura 4.2 – Detalhe da fachada e da planta de cobertura ................................. 78
Figura 4.3 – Planta do 1º pavimento e suas patologias ...................................... 79
Figura 4.4 – Planta do 2º pavimento e suas patologias ...................................... 80
Figura 4.5 – Pintura soltando do teto em Bambuí (MG) – 2º pavimento ............. 81
Figura 4.6 – Infiltração com mofo no teto da edificação – 1º pavimento (Anexo) .... 82
Figura 4.7 – Infiltração na base das edificações ................................................ 82
Figura 4.8 – Desplacamento da argamassa de revestimento ............................. 83
Figura 4.9 – Mapa de localização da cidade de Congonhas (MG) ..................... 86
Figura 4.10 – Planta do 1º pavimento e suas patologias .................................... 87
Figura 4.11 – Planta do subsolo e Fachada ....................................................... 88
Figura 4.12 – Abertura realizada no abrigo, mostrando sinal de vazamento ...... 89
Figura 4.13 Pintura soltando na parede de uma das salas, localizada abaixo
do reservatório .............................................................................. 90
Figura 4.14 Pintura soltando na parede da lateral direita, localizadas abaixo
do reservatório .............................................................................. 91
Figura 4.15 – Vista da cobertura central da edificação ....................................... 91
Figura 4.16 – Expansão da argamassa pelo aumento da umidade .................... 92
Figura 4.17 – Expansão da argamassa pelo aumento da umidade .................... 92
Figura 4.18 – Beiral curto sobre o pátio central .................................................. 93
Figura 4.19 – Aplicação de emulsão na ligação do rufo com reservatório superior .. 94
Figura 4.20 – Aplicação de emulsão na ligação do rufo com reservatório superior .. 94
Figura 4.21 – Mapa de localização da cidade de Contagem (MG) ..................... 95
Figura 4.22 – Patologias no 2º e 3º níveis ......................................................... 96
Figura 4.23 – Detalhe da junta de dilatação ....................................................... 97
Figura 4.24 – Mapa de localização da cidade de Corinto (MG) .......................... 98
Figura 4.25 – Fachada e Implantação ................................................................ 99
Figura 4.26 – Planta do 1º pavimento e suas patologias .................................... 100
Figura 4.27 – Planta do 2º pavimento e suas patologias .................................... 101
Figura 4.28 – Infiltração no teto do 2º pavimento ............................................... 103
Figura 4.29 – Mapeamento do reforço da fundação ........................................... 104
Figura 4.30 – Execução do tubulão para reforço ................................................ 107
Figura 4.31 – Situação do reboco da fachada antes do tratamento ................... 108
Figura 4.32 – Mapa de localização da cidade de Luz (MG) ............................... 109
Figura 4.33 – Planta do 1º pavimento e suas patologias .................................... 110
Figura 4.34 – Planta do 2º pavimento e suas patologias .................................... 111
Figura 4.35 – Localização da cidade de Timóteo (MG) ...................................... 113
xvi
Figura 4.36 – Fachada e Detalhe da cobertura da escada ................................. 114
Figura 4.37 – Corte e patologias ........................................................................ 115
Figura 4.38 – Planta do subsolo e suas patologias ............................................ 116
Figura 4.39 – Planta do 1º e 2º pavimentos e suas patologias ........................... 117
Figura 4.40 – Infiltração na parede do hall do subsolo ....................................... 118
Figura 4.41 – Detalhe das trincas na platibanda ................................................ 119
Figura 4.42 – Imprimação e aplicação de manta asfáltica .................................. 122
Figura 4.43 – Planta da edificação e suas patologias ........................................ 126
Figura 4.44 – Infiltração na base da casa .......................................................... 127
Figura 4.45 – Mapa de localização da cidade de Sabará (MG) .......................... 129
Figura 4.46 – Planta do subsolo e suas patologias............................................. 130
Figura 4.47 – Planta do 1º pavimento e suas patologias..................................... 131
Figura 4.48 – Mapeamento dos tubulões para reforço........................................ 133
Figura 4.49 – Teto do 2º pavimento sem infiltração ........................................... 140
Figura 4.50 – Teto e parede do 1º pavimento (anexo) sem infiltração ............... 141
Figura 4.51 – Base da edificação sem infiltração ............................................... 141
Figura 4.52 – Base da edificação sem infiltração ............................................... 142
Figura 4.53 – Parede sem patologias ................................................................ 142
Figura 4.54 – Parede sem patologia ...................................................................143
Figura 4.55 – Parede e teto sem infiltrações .......................................................144
Figura 4.56 – Fechamento com venezianas no lanternim. ................................. 145
Figura 4.57 – Infiltração na parede da lateral esquerda ..................................... 145
Figura 4.58 – Rufo soltando da platibanda ......................................................... 146
Figura 4.59 – Trinca inclinada no 2º pavimento ................................................. 147
Figura 4.60 – Trinca inclinada no 2º pavimento ................................................. 148
Figura 4.61 – Vista externa da trinca inclinada do 2º pavimento ........................ 148
Figura 4.62 – Local de tratamento das trincas de recalque de fundação ........... 149
Figura 4.63 – Corredor onde ocorreu reforço de fundação ................................ 150
Figura 4.64 – Trinca de reboco em uma sala do 1º pavimento .......................... 151
Figura 4.65 – Teto do 2º pavimento sem infiltração ........................................... 151
Figura 4.66 – Fachada dos fundos após tratamento .......................................... 152
Figura 4.67 – Trinca sobre porta na ligação entre anexo e edificação principal . 153
Figura 4.68 Trinca e infiltração nos sanitários do pavimento na ligação
entre anexo e edificação principal ................................................. 153
Figura 4.69 Trinca nos sanitários do pavimento na ligação entre anexo e
edificação principal......................................................................... 154
Figura 4.70 – Trinca na ligação entre anexo e edificação principal .................... 154
xvii
Figura 4.71 Infiltração devido ao recalque de fundação na ligação entre
anexo e edificação principal .......................................................... 155
Figura 4.72 – Trinca na fachada - ligação entre anexo e edificação principal .... 155
Figura 4.73 – Parede do subsolo com sinais de infiltração ................................ 157
Figura 4.74 – Parede do subsolo com sinais de infiltração ................................ 157
Figura 4.75 – Teto do subsolo sob jardim impermeabilizado ............................. 158
Figura 4.76 – Teto do subsolo sob jardim impermeabilizado ............................. 158
Figura 4.77 – Teto do anexo sem infiltração ...................................................... 159
Figura 4.78 – Telhado do Anexo ........................................................................ 159
Figura 4.79 – Platibanda da escada central tratada ........................................... 160
Figura 4.80 – Base da casa com alguns pontos de infiltração ............................ 162
Figura 4.81 – Base da casa com alguns pontos de infiltração ............................ 163
Figura 4.82 – Entrada da edificação sem apresentação de patologias .............. 164
Figura 4.83 – Detalhe da edificação sem apresentação de patologias ............... 164
Figura 4.84 – Lateral direita da edificação sem apresentação de patologias ..... 165
Figura 5.1 – Grau de satisfação dos tratamentos ............................................... 168
xviii
LISTA DE TABELAS
Tabela 2.1 Distribuição percentual em função das causas que produziram os
defeitos nas construções de concreto (adaptado CÁNOVAS,
1988).............................................................................................. 25
Tabela 2.2 Valores limites para rotações relativas (distorções angulares - β),
em prédios estruturados e com paredes portantes armadas
(MILITITSKY et al., 2005)................................................................... 31
Tabela 2.3 – Valores limites da razão entre /L para o início de fissuras
visíveis, em prédios com paredes portantes não armadas
(MILITITSKY et al., 2005)................................................................... 31
Tabela 2.4 Materiais empregados nos sistemas de recuperação
(LORDSLEEM JÚNIOR e FRANCO, 1998) .......................................... 40
Tabela 2.5 - Contração de argamassas e concretos em função do teor de
umidade (adaptado de Building Research Station apud THOMAZ,
1989).............................................................................................. 47
Tabela 2.6 - Propriedades higrotérmicas de alguns materiais de construção
(THOMAZ, 1989)............................................................................ 47
Tabela 2.7 – Correspondência entre as causas dos fenômenos patológicos nas
construções e as fases do processo de construção (%) (RIPPER
e COSTA, 1998)............................................................................. 60
Tabela 3.1 Levantamento dos sintomas e causas observados por
ASSUNÇÃO (2005) ....................................................................... 71
Tabela 3.2 Levantamento dos sintomas e causas observados por VALENTE
(2005) ............................................................................................ 72
Tabela 3.3 – Cidades e patologias estudadas ................................................... 75
Tabela 5.1 – Grau de satisfação dos tratamentos .............................................. 167
xix
L
L
L
I
I
I
S
S
S
T
T
T
A
A
A
D
D
D
E
E
E
A
A
A
B
B
B
R
R
R
E
E
E
V
V
V
I
I
I
A
A
A
T
T
T
U
U
U
R
R
R
A
A
A
S
S
S
E
E
E
S
S
S
I
I
I
G
G
G
L
L
L
A
A
A
S
S
S
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas
ALMG – Assembléia Legislativa de Minas Gerais.
CEOP – Centro Operacional.
COPASA - Companhia de Saneamento de Minas Gerais.
IBAPE-SP - Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia de São
Paulo.
TJMG – Tribunal de Justiça de Minas Gerais.
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
1. INTRODUÇÃO
A construção civil é formada por vários agentes que são os profissionais e que
estão constantemente interagindo, juntamente com uma gama de materiais e
produtos que vem surgindo e incorporam diferentes padrões de qualidade da
construção. Entendem–se como agentes desde os responsáveis pelo planejamento
do empreendimento, os projetistas, os fabricantes de materiais de construção, os
executores das obras, os usuários, e até os responsáveis pela manutenção das
edificações, ao longo da sua fase de uso.
Observa–se ainda que existe uma complexidade crescente nas construções, e que
juntamente com a falta de sistematização do conhecimento, com a velocidade
exigida ao processo construtivo, com as novas definições arquitetônicas, bem como
a aplicação de novos materiais, são alguns dos fatores que atuam como
causadores de não qualidade nas construções.
Assim, as questões relacionadas com problemas patológicos estão intimamente
vinculadas à qualidade das construções. E apesar dos avanços constantes na
engenharia, os problemas patológicos não vêm diminuindo na mesma proporção.
Os problemas patológicos em edificações são fenômenos tão antigos quanto às
próprias edificações. Os primeiros relatos surgiram na Mesopotâmia, quatro mil
anos, com o Código de Hamurabi, que já assinalava cinco regras para prevenir
defeitos nos edifícios, sendo então o primeiro tratado conhecido sobre o assunto.
As Patologias das Construções podem ser entendidas como a parte da engenharia
que estuda os sintomas, mecanismos, as causas e as origens dos defeitos ou
falhas das construções civis, ou seja, é o estudo das partes que compõem o
diagnóstico do problema.
A realidade da construção civil no Brasil mostra um grande o número de edificações
com patologias. Estas patologias são devidas, na maioria das vezes, a uma
combinação de fatores correlatos, tendo como origem deficiências nas etapas de
planejamento, projeto, execução, uso e manutenção dos edifícios. Por outro lado, é
pequeno o número de resultados relativos à verificação do comportamento e
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
desempenho dos diversos elementos das construções reforçados ou recuperados
pelos vários processos existentes.
Conforme definição do Conselho Técnico em Engenharia de Avaliações da
Sociedade Americana de Engenheiros Civis (1999), as falhas apresentadas nas
edificações são definidas como uma diferença inaceitável entre o desempenho
observado e o esperado durante o desenvolvimento de um projeto.
As falhas citadas englobam, além do colapso estrutural, problemas como a
deformação excessiva, deterioração prematura de materiais, vazamentos em
telhados e fachadas e inadequado sistema de controle do ambiente interno. A
relação entre expectativas e desempenhos ajuda a explicar um grande número de
reclamações advindas de clientes insatisfeitos. As falhas são resultados de vários
fatores inter relacionados, que envolvem problemas técnicos e de desempenho dos
materiais.
Com o intuito de sanar as patologias fazem–se uso dos tratamentos, que estudam
as correções e as soluções dos problemas patológicos, inclusive aqueles devidos
ao envelhecimento natural.
1.1. Justificativa da Pesquisa
O TJMG (Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais) possui um grande número
de edificações no estado de MG, e algumas destas edificações passaram por
algum tipo de reparo ao longo dos anos. Após a realização destes reparos não foi
feita uma análise do desempenho das terapias adotadas. Assim, este trabalho
apresenta como proposta, a verificação do desempenho das medidas terapêuticas
adotadas nestas edificações, visando com isto além de dar uma contribuição
para ciência, reduzir retrabalho e custos quando da utilização de medidas
terapêuticas inadequadas.
Para que seja possível verificar os procedimentos adotados para uma medida
terapêutica é necessário seguir uma série de verificações, sendo que estas
verificações contribuem para a avaliação dos tratamentos verificando se os
mesmos foram satisfatórios ou insatisfatórios.
No caso da medida terapêutica adotada ser satisfatória basta apenas registrar o
caso para que o mesmo sirva como referência. Mas se o processo terapêutico for
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
insatisfatório é necessário que se reinicie o tratamento a partir da etapa de
diagnóstico.
A análise de comportamento das edificações que passaram por tratamento de
recuperação das patologias irá contribuir para a criação de metodologias
adequadas, evitando com isto processos de recuperação ineficientes.
É importante que após a recuperação seja efetuado o acompanhamento do
comportamento das correções realizadas nas edificações. Com esta análise será
possível a verificação dos tratamentos menos recomendados, evitando com isto
utilizar tratamentos inadequados e consequentemente reduzir custos e retrabalho.
1.2. Objetivos
Os objetivos desta dissertação são:
1.2.1. Objetivo geral
Análise da eficácia das medidas terapêuticas utilizadas em edificações que
passaram por processo de recuperação e/ou reforço pelo menos 3 anos no
TJMG.
1.2.2. Objetivos específicos
a) Verificar o comportamento das edificações, que serão objeto de estudo, após
tratamento dos problemas patológicos;
b) Fazer analogia dos resultados da adoção de processos semelhantes de
tratamentos para edificações que possuem mesmo sintoma, mas origens
patológicas diferentes;
c) Verificação da especificação padrão utilizada para costura de trincas.
1.3. Desenvolvimento do Trabalho
Dentro do contexto descrito acima, este trabalho está estruturado da seguinte
forma:
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
No Capítulo 1 Introdução, apresenta-se a justificativa da pesquisa e os objetivos
geral e específicos.
No Capítulo 2 – Revisão bibliográfica, apresenta–se uma revisão da literatura
referente às patologias que serão objeto de estudo desta dissertação, tais como:
Patologias das construções, Recalques de Fundação, Sobrecarga em Alvenaria,
Movimentação Higroscópica, Infiltração e Processos de Recuperação.
No Capítulo 3 – Materiais e Métodos, apresenta os materiais e as metodologias que
foram utilizadas no desenvolvimento deste trabalho.
No Capítulo 4 – Resultados e Discussões, é apresentado o levantamento das
patologias bem como as edificações que serão estudadas, com as respectivas
técnicas de recuperação utilizadas. Apresenta também o estudo pós recuperação,
destas edificações. Faz-se ao final deste capítulo uma análise dos resultados
obtidos.
No Capítulo 5 – Conclusões, faz–se uma análise geral do que foi apresentado neste
trabalho.
No Capítulo 6 Sugestões, é apresentado algumas sugestões para novos
trabalhos.
No Capítulo 7 Referências Bibliográficas, apresenta–se as Referências
Bibliográficas utilizadas no trabalho.
Nos Anexos, apresenta–se a sondagem executada para o reforço estrutural da
edificação de Corinto, o projeto padrão para costura de trincas e a ficha utilizada
nas vistorias pós-recuperação.
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Para apoiar o objetivo proposto a revisão bibliográfica está dividida nos seguintes
tópicos: patologias das construções, recalques de fundações, sobrecarga em
alvenaria, movimentação higroscópica, infiltração e processos de recuperação.
2.1. Patologias das Construções
De uma maneira geral, nas construções, em maior ou menor grau, parte das
edificações não tem apresentado desempenho satisfatório. Em geral a preocupação
está focada nos problemas relacionados com a falta de segurança estrutural, mas
isto vem mudando e a preocupação é com o desempenho como um todo das
edificações. Assim, as terapias para tratamento dos problemas patológicos também
devem ser entendidas de uma forma mais global e não de forma pontual.
O primeiro procedimento a ser realizado para que o tratamento das patologias seja
eficiente é uma análise detalhada das falhas apresentadas. Essa análise deve ser
efetuada através de vistoria e perícia técnica na edificação a ser tratada, onde são
identificadas as causas dos problemas patológicos.
SOUZA e RIPPER (1998) enfatizam que a busca de soluções e o estabelecimento
dos métodos a serem adotados para recuperar ou reforçar uma estrutura de
concreto poderão ser bem sucedidos, se forem cuidadosamente estudadas e
analisadas, em conjunto, com as condições físicas, químicas, ambientais e
mecânicas às quais a estrutura está submetida, com as causas da sua deterioração
(que podem ser múltiplas) e com os seus efeitos (sintomas patológicos).
Uma das principais patologias existentes são as fissuras, conforme destacado por
PFEFFERMANN (1968) apud LORDSLEEM JÚNIOR E FRANCO (1998). De
acordo com estes autores, as fissuras movimentam–se ao longo do tempo, em
virtude das variações térmicas e higroscópicas da alvenaria e do próprio
revestimento e a capacidade de deformação é sem dúvida a propriedade mais
solicitada dos sistemas de recuperação.
A Tabela 2.1 mostra os resultados de um estudo apresentado por CÁNOVAS
(1988), porém realizado por JEAN BLEVOT (1974), sobre os fatores causadores de
patologias em estruturas de concreto armado. Estes resultados foram obtidos
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
através de uma análise dos documentos de 2.979 sinistros existentes nos arquivos
do Bureau Securitas e Socotex.
Tabela 2.1 – Distribuição percentual em função das causas que produziram os defeitos nas
construções de concreto (adaptado de CÁNOVAS, 1988).
Tipo de problema (%)
Erros de concepção 3,5
Erros nas hipóteses de cálculo, erros materiais e ausência de estudos 8,5
Disposições defeituosas em certos elementos ou na transmissão de esforços 2,5
Falhas resultantes de deformações excessivas 19,7
Falhas resultantes dos efeitos de variações dimensionais (térmica) 43,7
Defeitos de execução 16,5
Fenômenos químicos 4,0
Causas diversas 1,6
Para dar início a uma terapia adequada, segundo CÁNOVAS (1988), é preciso
seguir os seguintes procedimentos:
a) Inspeção para mapeamento dos sintomas
O procedimento começa com a inspeção, onde se busca identificar os sintomas das
patologias existentes na estrutura, elaborando um mapeamento dos sintomas
realizado por um exame visual da estrutura.
b) Recolhimento de dados e informações
Este procedimento em geral vem complementar os dados obtidos na inspeção e
auxiliam na quantificação dos danos (medidas geométricas, evolução no tempo,
bem como no conhecimento das condições prévias aos danos da edificação,
avaliação da resistência do concreto).
c) Conhecer o histórico da estrutura
Este histórico é parte fundamental na escolha da terapia e sua análise deve levar
em consideração a data da construção, o responsável pela construção, o projeto
executivo para revisão e análise, o conhecimento dos materiais utilizados (cimento,
areia, aço, aditivo, relação água/cimento) e detalhes sobre o uso da estrutura
(sobrecargas, ações acidentais, etc.).
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
d) Realização de análises e ensaios
Em muitos casos o levantamento histórico e a inspeção não são suficientes, sendo
necessário realizar análises e ensaios que permitam clarificar os sintomas,
mecanismos e causas das patologias da estrutura.
CÁNOVAS (1988) sugere ainda o organograma, mostrado na Figura 2.1, de
atividades a serem realizadas na solução de um processo patológico.
Figura 2.1 – Etapas na solução de um processo patológico (adaptado de CÁNOVAS, 1988).
Através destes procedimentos chega–se ao ponto fundamental dos danos,
avaliando se a necessidade é de reparo ou reforço. Esta decisão será baseada na
importância dos danos, progressão ou estabilização da estrutura, além de fatores
econômicos. É neste ponto que se escolhe a terapia a ser utilizada com a escolha
dos materiais e da técnica de correção a ser empregada.
De acordo com PEÑA e HELENE (2005), nos últimos 20 anos, tanto no Brasil como
em muitos outros países a sociedade e a engenharia tem percebido que as
estruturas de concreto não são eternas, como um dia se acreditou. A interação com
o meio ambiente ao longo da extensa etapa de uso e operação das edificações
ocasiona sua deterioração, fato que vem preocupando o meio técnico tanto no
âmbito internacional como no nacional.
ENFERMIDADE
SINTOMATOLOGIA
ESTUDO DO
ENFERMO
DIAGNÓSTICO
PROGNÓSTICO
PESSIMISTA
Amputação
Demolição/morte
OTIMISTA
TERAPÊUTICA
Cicatrização
Restauração
Reparação
Reforço
Histórico
Análise química
Análise tensional
Análise ultra-sônica
Análise esclerométrica
Provas de carga
Deformações
Mudanças de coloração
Fissuras, trincas
Desagregações
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
A relação dos altos custos associado às intervenções corretivas foi apresentado por
SITTER, na década de 80, através da Figura 2.2 da evolução de custos.
Manutenção Preventiva
Execão
Projeto
Manutenção
Corretiva
Custo Relativo
5 25 1251
Tempo
Figura 2.2 – Lei da evolução de custos, lei de SITTER (CEB–RILEM, 1984).
Fazendo a análise da Figura 2.2 para as etapas de projeto, execução, manutenção
preventiva e manutenção corretiva têm–se que:
a) Projeto
Medida tomada com o objetivo de aumentar a proteção e a durabilidade da
estrutura, como por exemplo, aumentar o cobrimento da armadura, reduzir a
relação água/cimento, etc., corresponde ao número do eixo Custo Relativo da
Figura 2.2.
b) Execução
Medida extra projeto, tomada durante a execução da obra, implica em um custo
cinco vezes maior ao custo que teria sido acarretado se esta medida tivesse sido
tomada durante o desenvolvimento do projeto, para obter o mesmo grau de
proteção e durabilidade;
c) Manutenção preventiva
Medida tomada com intuito de garantir a integridade e o bom funcionamento da
edificação, durante o período de uso e manutenção da estrutura. Pode ser
associado a um custo vinte e cinco vezes maior que aquele necessário se a
decisão de obter certo grau de proteção e durabilidade tivesse sido tomada no
projeto.
5
0
5
1
5
2
5
3
Custo Relativo
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
d) Manutenção corretiva
Correspondem aos trabalhos de diagnóstico, prognóstico, reparo e proteção das
estruturas que apresentam manifestações patológicas. A esta atividade pode
associar um custo de cento e vinte e cinco vezes superior ao custo das medidas
que poderiam ter sido tomadas durante o desenvolvimento do projeto.
Conforme BAKER (1976) é um erro muito comum referir aos materiais como bons
ou ruins, duráveis ou não duráveis e resistentes ou não resistentes, como se essas
propriedades fossem inerentes aos materiais. A durabilidade dos materiais está
relacionada ás condições de aplicação e exposição.
2.2. Recalques de Fundações
Esta é uma das causas mais freqüentes de aparecimento de fissuras nas
estruturas. Os recalques podem ser provocados por diferentes causas tais como:
Erros de projeto ou de execução das fundações;
Ampliações e modificações não previstas no projeto original;
Alteração no uso da edificação;
Deformação excessiva do solo de fundação, não considerada no projeto por
desconhecimento ou informação errônea de suas características;
Deformação excessiva localizada do solo pela aparição de alterações não
previstas (inundação, vibração, etc.);
Fundações sobre escavação mal coberta, aterros mal executados,
alterações do terreno desconhecidas, etc.;
Fundação de uma mesma estrutura sobre diferentes tipos de solo e/ ou
utilização de diferentes sistemas de fundação ou diferentes níveis da
fundação;
Alterações de uso de terrenos vizinhos;
Existência de solos expansivos;
Execução de grandes escavações próxima à construção;
Oscilações não previstas do nível de água;
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Ação de animais ou do homem resultando em escavações indevidas.
Conforme destacado por MILITITSKY et al. (2005) o comportamento das fundações
ao longo dos anos pode ser afetado por inúmeros fatores, iniciando por aqueles
decorrentes do projeto propriamente dito, que envolve o conhecimento do solo,
passando pelos procedimentos construtivos e finalizando por efeitos de
acontecimentos pós–implantação, incluindo sua possível degradação.
Figura 2.3 – Fluxograma das etapas de projeto e possíveis causas
de patologias em fundações (adaptado de MILITITSKY et al., 2005).
No caso dos projetos, quando os recalques diferenciais puderem ser previstos e
quantificados, as solicitações geradas na estrutura em conseqüência de sua
existência devem ser avaliadas e os elementos convenientemente dimensionados.
Considerando–se ainda que a estrutura seja projetada sem considerar tal
mecanismo de interação, o projeto das fundações não deve desprezá–lo, ou seja,
sua rigidez deve ser projetada de modo a reduzir os recalques diferenciais, sem
Capacidade de carga
Conceitos básicos da
mecânica dos solos
Recalques: efeitos e
valores admissíveis
Patologia de
fundações
Investigação do
subsolo
Execução
Análise e
projeto
Eventos
pós-conclusão
Tipo de fundação:
Superficiais e profundas
Alteração de uso e
carregamento;
Movimento de massa:
Fatores externos;
Vibrações e choques;
Degradação
Ausência
Falha ou insuficiência
Interpretação inadequada
Comportamento do solo;
Interação solo x estrutura;
Análise e cálculo;
Especificações construtivas
Capacidade de carga
Conceitos básicos da
mecânica dos solos
Recalques: efeitos e
valores admissíveis
Patologia de
fundações
Investigação do
subsolo
Execução
Análise e
projeto
Eventos
pós-conclusão
Tipo de fundação:
Superficiais e profundas
Alteração de uso e
carregamento;
Movimento de massa:
Fatores externos;
Vibrações e choques;
Degradação
Ausência
Falha ou insuficiência
Interpretação inadequada
Comportamento do solo;
Interação solo x estrutura;
Análise e cálculo;
Especificações construtivas
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elevar seus custos. Esta interação realmente distribui os esforços nos apoios e
tende a uniformizar os recalques a depender da rigidez relativa e é possível propor
dimensões que aperfeiçoem o projeto de fundações.
Tanto na etapa de projeto, quanto na fase de construção faz–se uma análise do
recalque admissível para a referida estrutura. Na elaboração do projeto o
cálculo/estimativa do recalque de fundação é avaliado verificando o seu valor com o
comportamento desejado para a estrutura.
Para o controle de recalque durante a construção deve ser observada a ocorrência
de efeitos adversos externos. O estabelecimento de recalques admissíveis indica
ordem de grandeza de valores nos quais os problemas usualmente acontecem, e
desta forma estes não podem ser usados de forma rigorosa ou como limite único.
Em construções uniformemente carregadas os fatores que podem levar a
ocorrência de recalques diferenciados são:
Recalques em edificações onde fundações assentadas sobre corte e
aterro, o que geram trincas de cisalhamento nas alvenarias;
Recalques diferenciados entre edifícios de tamanhos diferentes e neste
caso há uma interferência no bulbo de tensões;
Recalques diferenciados devido à falta de homogeneidade do solo e o
provocado pelo rebaixamento do lençol freático;
A utilização de diferentes sistemas de fundação em uma mesma edificação,
gera recalques diferenciados entre os sistemas.
Além disso, existem os recalques de fundação ocasionados por carregamentos
desbalanceados.
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Nas Tabelas 2.2 e 2.3 são apresentadas as regras empíricas dos recalques
admissíveis que foram coletadas de dados e casos entre 1955 e 1975. De acordo
com MILITITSKY et al. (2005), estas informações devem ser utilizadas com cautela,
devido às mudanças de padrões construtivos ocorridas desde a época em que os
dados foram coletados.
Tabela 2.2 – Valores limites para rotações relativas (distorções angulares)
β
, em prédios
estruturados e com paredes portantes armadas (MILITITSKY et al., 2005).
Skempton e
MacDonald (1956)
Meyerhof
(1956)
Polshin e
Tokar (1957)
Bjerrum
(1963)
Dano estrutural 1/150 1/250 1/200 1/150
Rachaduras em
Paredes e divisórias
1/300 (mas 1/500
recomendado)
1/500 1/500 1/500
Tabela 2.3 – Valores limites da razão entre
L
para o início de fissuras visíveis, em prédios
com paredes portantes não armadas (MILITITSKY et al., 2005).
Meyerhof
(1956)
Polshin e Tokar
(1957)
Burland e Wroth
(1975)
Deformada
côncava
1/2.500
;3<
L
1/3.500 a 1/2.500
;5>
L
1/2.000 a 1/1.500
1/2.500 para
1=
L
1/1.250 para 5=
L
Deformada
convexa
1/5.000 para 1=
L
1/2.500 para 5=
L
Para a relação apresentada na Tabela 2.3, L refere ao comprimento do vão e H
refere à altura da parede.
O sintoma apresentado nos problemas patológicos provenientes de recalques de
fundação conforme relatado anteriormente são as fissuras. Conforme MILITITSKY
et al. (2005), toda vez que a resistência dos componentes da edificação ou conexão
entre elementos for superada pelas tensões geradas por movimento, ocorrem às
fissuras. Estas fissuras podem ser classificadas em:
a) Sem risco algum, apresentando apenas problemas de natureza estética;
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b) Com danos que comprometem o uso e funcionalidade do prédio;
c) Com danos estruturais.
As Figuras 2.4, 2.5, 26 e 2.7 apresentadas a seguir mostram os padrões que as
fissuras geralmente apresentam quando ocorre o movimento das fundações.
Quando da ocorrência do recalque central, ou seja, recalque nos pilares internos
tem–se o diagrama de esforços e a conformação de danos conforme apresentado
nas Figuras 2.4 e 2.5.
Momentos
Diagramas de esforços
Lesões provocadas por esforço de flexão.
Danos
Lesões provocadas por esforço de cisalhamento.
Cortantes
Figura 2.4 – Prováveis diagramas de esforços e fissuras em estruturas de concreto por
recalques de fundações de pilares internos (Recalque Central) (adaptado de MAÑÁ, 1978
apud MILITITSKY et al., 2005).
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Figura 2.5 – Fissuras típicas causadas por recalques de
fundações de pilares internos (URIEL ORTIZ, 1984 apud MILITITSKY et al., 2005).
No caso da ocorrência na extremidade da edificação, ou seja, deslocamento dos
pilares externos tem–se o diagrama de esforços e a conformação de danos
conforme apresentado nas Figuras 2.6 e 2.7.
Momentos
Cortantes
Lesões provocadas por esforços de cisalhamento.
Figura 2.6 – Prováveis diagramas de esforços e fissuras em estruturas de concreto por
recalques de fundações de pilares nas extremidades (adaptado de MAÑÁ, 1978 apud
MILITITSKY et al., 2005).
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Deslocamento
Fissura
Figura 2.7 – Esquematização das fissuras típicas causadas por
recalques de fundações, pilar de canto (URIEL ORTIZ, 1983 apud MILITITSKY et al., 2005).
No caso de paredes portantes não armadas, a configuração das fissuras pode ser
observada nas Figuras 2.8 e 2.9. Estas podem se apresentar em conformação
côncava ou convexa, conforme os limites de deformação entre
L
, apresentado na
Tabela 2.3.
Figura 2.8 – Deformação côncava de parede portante e seus efeitos (URIEL ORTIZ, 1983
apud MILITITSKY et al., 2005).
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Figura 2.9 – Deformação cônvexa de parede portante e seus efeitos (URIEL ORTIZ, 1983
apud MILITITSKY et al., 2005).
Segundo THOMAZ (1989), em relação ao conhecimento do solo, deve ser feito uma
análise em relação à capacidade de carga e deformabilidade dos solos, observando
os seguintes fatores:
a) Tipo e estado de solo (areia nos vários estados de compacidade ou argila nos
vários estados de consistência);
b) Disposição do lençol freático;
c) Intensidade da carga, tipo de fundação (direta ou profunda) e cota de apoio da
fundação;
d) Dimensões e formato da placa carregada (placas quadradas, retangulares,
circulares);
e) Interferência de fundações vizinhas.
THOMAZ (1989), também afirma que sob efeito de cargas externas, todos os solos,
em maior ou menor proporção se deformam. Caso estas deformações sejam
diferenciadas ao longo do plano das fundações, surgirão tensões de grande
intensidade na estrutura podendo ocorrer às trincas.
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No geral, conforme THOMAZ (1989), o comportamento dos diferentes tipos de solo
obedece a seguinte regra:
a) Argila dura ou areia compacta recalques ocorrem por deformações através de
mudança de forma, função da carga atuante e do módulo de deformação do solo.
b) Solos fofos e moles recalques são devido à redução de volume, visto que a
água presente no bulbo de tensões das fundações tende a percolar para as regiões
sujeitas a pressões menores.
De acordo com THOMAZ (1989), o estudo apresentado por MACLEOD E ABU–EL–
MAGD (1980) em que se analisam as tensões e deformações em edificações
conclui–se que:
O uso de armadura na alvenaria pode melhorar seu comportamento em
relação às tensões de tração e cisalhamento;
O comportamento do edifício se torna mais flexível e com melhor
absorção das tensões provocadas pelos recalques mediante o aumento do
seu comprimento;
Adoção de aberturas de grandes dimensões (
h
h
w
>0,4 ou
b
b
w
>0,4)
diminui a rigidez da obra, tornando–a mais suscetível às tensões de
cisalhamento que ocorrem ao redor das aberturas;
Em paredes com altura “h” e comprimento b” entre contraventamentos,
providos com janelas de altura “hw” e comprimento “bw”, relações
h
h
w
>0,4
ou
b
b
w
>0,4 farão com que os trechos de alvenaria sobre as aberturas
comportem–se como vigas, predominando as tensões de tração no centro
das aberturas e as tensões de cisalhamento nas proximidades dos apoios;
A falta de homogeneidade do solo ao longo de edifícios muito extensos, com
carregamento uniformemente distribuído é provavelmente o fator mais
importante na ocorrência de recalques diferenciados que provocarão a
fissuração das paredes;
Para essa configuração de abertura, em edifícios uniformemente carregados
apoiados sobre solos homogêneos, as tensões máximas ocorrerão nas
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vigas superiores, nas extremidades da obra (região onde aparecem os
maiores esforços cortantes); se o edifício apresentar um carregamento
maior na sua região central, as tensões máximas ocorrerão nas vigas
centrais.
As características apresentadas nas fissuras provenientes de recalques
diferenciados geralmente têm a conformação inclinada e possuem a presença de
esmagamentos localizados em forma de escamas; além disso, no caso de
recalques mais acentuados observa–se variação na abertura da fissura.
Outras variáveis como a geometria das edificações e/ou do componente, tamanho e
localização de aberturas, grau de enrijecimento da construção (uso de cintamento,
vergas e contra–vergas), juntas nas edificações, dentre outras podem provocar
fissuras com outros tipos de conformação, que são variações das trincas inclinadas
provocadas por recalques diferenciais.
2.3. Sobrecarga em Alvenaria
Nas construções brasileiras a alvenaria possui um lugar de destaque, visto que a
mesma está presente em praticamente todas as edificações. Além de sua
importância no cenário construtivo é importante salientar que elas interferem e
sofrem interferência direta ou indiretamente no desempenho satisfatório de uma
edificação. Muitos dos problemas patológicos nas alvenarias podem ser evitados
com a utilização de materiais, técnicas, procedimentos e normas adequadas.
Algumas das causas da sobrecarga em alvenaria é a movimentação da edificação,
que pode ocorrer através de acomodação, esmagamento ou flambagem.
Os estudos sobre as alvenarias foram evoluindo, tanto no seu processo de
fabricação que se tornou mais industrializado, quanto no seu processo construtivo.
Mas segundo OLIVEIRA (2001) ao lado da evolução das técnicas de projeto e de
execução de obras, surgiram problemas de falhas nas construções, onde
empenho de pesquisadores do mundo todo para estudar formas adequadas de
execução, reparo e reforço.
Segundo THOMAZ (1989), são as alvenarias que mais passam por processos de
recuperação nas obras sejam por aspectos estéticos, psicológicos ou de
desempenho.
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A importância de se estudar as trincas em alvenarias deve–se pelo fato de que as
alvenarias são os materiais de construção mais importantes na construção civil do
Brasil, apesar do concreto ter maior destaque, conforme descrito por MEDEIROS e
FRANCO (1999).
Para MEDEIROS e FRANCO (1999) fissuras e trincas originam–se devido ao
mecanismo inerente que os materiais possuem de aliviar as tensões que lhe são
impostas. Além de provocar desconforto psicológico para o usuário, as fissuras e
trincas podem provocar a perda de estanqueidade da parede e conseqüente
degradação com o passar do tempo.
As trincas das alvenarias m sua origem interna ou externa, sendo que as fissuras
com origem externa ocorrem devido à ação de choques e cargas suspensas,
cargas transmitidas pelos elementos estruturais ou deslocamentos transferidos à
parede pelo seu suporte. Ainda as de origem externas são devidas principalmente à
incompatibilidade entre a estrutura de concreto armado e a alvenaria, sendo que o
agente causador são movimentos diferenciais entre os elementos de concreto
armado e as alvenarias. as manifestações de origem interna são provocadas
principalmente pela ação da temperatura e umidade. Mudanças na quantidade de
umidade e na temperatura das paredes e da estrutura, provocam movimentações
de contração e expansão que podem causar fissuras e trincas.
O impacto destes movimentos está ligado principalmente às propriedades dos
materiais (retração na secagem, dilatação térmica, etc.) e componentes
empregados e das variações das condições de umidade e temperatura.
As questões relacionadas ao desempenho não se referem apenas a questões de
estabilidade da alvenaria, mas tamm está intimamente ligado ao fato da mesma
permitir a penetração da água de chuva promovendo a deterioração da edificação.
No estudo efetuado por LORDSLEEM JÚNIOR e FRANCO (1998) em que se avalia
a capacidade de deformação dos sistemas de recuperação nas fissuras de
alvenaria, estes concluíram que não são raros os casos de reincidência destas
patologias e que os mesmos poderiam ter sido evitados, se os sistemas
empregados na recuperação tivessem sido prévia e adequadamente avaliados.
Além disso, deve–se tratar a recuperação das fissuras com a visão de conjunto,
enfocando desde os aspectos relacionados com o projeto, a execução e o controle
até a avaliação de desempenho das suas propriedades.
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Ainda de acordo com estes autores muitas formas de manifestação de fissuras
na alvenaria não sendo possível recomendar uma metodologia geral de
recuperação que seja adequada para todos os casos. Assim, necessidade de
elaboração de projetos de recuperação específicos para cada problema, devendo
ser feita à análise para cada obra em específico.
LORDSLEEM JÚNIOR e FRANCO (1998) elaboraram um experimento utilizando
bloco de concreto celular autoclavado, aplicando diversos materiais no sistema de
recuperação. Na Tabela 2.4, uma representação esquemática do experimento
informando os materiais empregados.
Conforme apresentado nas Figuras 2.10 e 2.11, o sistema de recuperação “D” (Ver
Tabela 2.4) apresentou o melhor resultado, com a maior capacidade de deformação
provocada por tensões de tração e também na capacidade de deformação
provocada por tensões de cisalhamento. É importante ressaltar que estes sistemas
(A, B, C, D e E) apresentaram maior capacidade de deformação provocada por
tensões de tração e também na capacidade de deformação provocada por tensões
de cisalhamento quando comparado com revestimentos de gesso e argamassa
industrializada.
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Tabela 2.4 – Materiais empregados nos sistemas de recuperação (LORDSLEEM JÚNIOR e
FRANCO, 1998).
Capacidade de deformação provocada por tensões de
tração
0 0,5 1 1,5 2 2,5 3
Gesso
Argamassa
A
B
C
D
E
Sistemas de recuperação
Deformões (mm)
Figura 2.10 – Resultados da capacidade de deformação provocada
por tensões de tração (adaptado de LORDSLEEM JÚNIOR e FRANCO, 1998).
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Capacidade de deformação provocada por tensões de
cisalhamento
0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4
Gesso
Argamassa
A
B
C
D
E
Sistemas de recuperação
Deformações (mm)
Figura 2.11 – Resultados da capacidade de deformação provocada
por tensões de cisalhamento (adaptado de LORDSLEEM JÚNIOR e FRANCO, 1998).
No estudo das fissuras apresentadas nas alvenarias é importante salientar que
uma diferença de comportamento entre tijolos e argamassas de assentamento e
isto pode levar as solicitações de flexão nos tijolos, podendo surgir às fissuras.
Segundo THOMAZ (1989), como a argamassa de assentamento apresenta
deformação mais acentuada que os tijolos, esta introduz tensões de tração nas
duas direções do plano horizontal, o que também pode levar a fissuras verticais nas
alvenarias. Os fatores que intervêm na fissuração e na resistência de uma parede a
esforços de compressão são: resistência mecânica dos componentes de alvenaria
e da argamassa de assentamento, módulos de deformação longitudinal e
transversal dos componentes de alvenaria e da argamassa, rugosidade superficial e
porosidade dos componentes de alvenaria, poder de aderência, retenção de água,
elasticidade e retração da argamassa, espessura, regularidade e tipo de junta de
assentamento e esbeltez da parede produzida.
Em estudo efetuado por FRANCO et al. (1994) citado por LORDSLEEM JÚNIOR e
FRANCO (1998) concluem–se que para a maioria dos casos as fissuras
consideradas prejudiciais não são as que se relacionam com a estabilidade da
alvenaria ou a um estado limite de fissuração, mas sim as que permitem a
penetração de água através das juntas ou ainda, as fissuras que, pelas suas
características, trazem prejuízos aos requisitos advindos das exigências dos
usuários de ordem psicossocial (estética, temor pela segurança, etc.).
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no estudo realizado por SAHLIN (1971), a resistência das paredes em alvenaria
de tijolo cerâmico ficará compreendida entre 25% e 50% da resistência do
revestimento da alvenaria, sendo os 25% para uma argamassa fraca e 50% para
argamassa de alta resistência. Ainda de acordo com este estudo, a cada aumento
de 3,0 mm na espessura da argamassa uma redução de 15% na resistência do
conjunto alvenaria–revestimento.
Para determinação da correlação entre a resistência dos componentes de
alvenaria, da argamassa de assentamento e da parede acabada podem–se adotar
as Equações empíricas a seguir:
(
)
(
)
cacbcpa
fff 048,08115,01 ++=
(Equação 2.1 – Fórmula de Haller)
Sendo:
=
cpa
f Resistência à compressão da parede (kgf/cm
2
);
=
cb
f
Resistência à compressão do bloco (kgf/cm
2
);
=
ca
f Resistência à compressão da argamassa (kgf/cm
2
);
3
2
)(45,0
cbcacpa
fff = (Equação 2.2: Fórmula de Hermann)
( )
cacb
cacb
cbcpa
ff
ff
ff
+
+
+=
3,0
1,0
133,0 (Equação 2.3: Fórmula de Onisczyk)
Alguns pesquisadores consideram que as fórmulas empíricas superestimam a
resistência à compressão das paredes, a fórmula semi–empírica que leva em
conta a esbeltez da parede há uma compatibilidade entre os valores estimados e os
obtidos em ensaios.
=
3
_
40
1'20,0
t
h
f
cpa
m
f
(Equação 2.4)
Sendo:
=
_
cpa
f Tensão admissível da parede comprimida;
=
h Altura da parede;
=
t
Espessura da parede;
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=
m
f ' Resistência média à compressão de no mínimo cinco prismas constituídos
por dois blocos, assentados com a argamassa a empregada na obra; em função da
relação entre a altura (h) e a largura (d) dos prismas e o valor de
m
f ' deve ser
multiplicado pelas seguintes constantes:
0,86 para
5,1=
d
h
;
1,00 para
0,2=
d
h
;
1,20 para
0,3=
d
h
;
1,30 para
0,4=
d
h
;
1,37 para
0,5=
d
h
.
O coeficiente de segurança adotado é
5
=
γ
para determinar a tensão admissível da
alvenaria submetida à compressão axial.
Segundo THOMAZ (1989), através de estudos realizados por PFEFFERMANN,
quando se introduz uma taxa de armadura mínima (0,2%) na alvenaria, não um
aumento significativo na resistência à compressão, mas uma melhora quanto à
fissuração, normalmente provocada por atuação de cargas excêntricas, ocorrências
de recalques diferenciados ou concentração de tensões.
As configurações picas de fissuras em alvenaria, devidas a sobrecargas são as
trincas verticais, provenientes da deformação transversal da argamassa sob a ação
das tensões de compressão ou de flexão local dos componentes de alvenaria e
trincas horizontais provenientes da ruptura por compressão dos componentes de
alvenaria ou da própria argamassa de assentamento ou por solicitação de flexo–
compressão da parede.
No caso de deformação transversal da argamassa devido a tensões de compressão
ou de flexão local dos componentes de alvenaria observam–se trincas com a
conformação, conforme apresentado na Figura 2.12.
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Figura 2.12 – Fissuração típica da alvenaria causada por sobrecarga vertical (adaptado de
THOMAZ, 1989).
No caso de ruptura por compressão dos componentes de alvenaria ou da
argamassa de assentamento as trincas apresentam a conformação observada na
Figura 2.13.
Figura 2.13 – Trincas horizontais na alvenaria causada por sobrecarga (adaptado de
THOMAZ, 1989).
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No caso de sobrecargas localizadas pode ocorrer a conformação, apresentada na
Figura 2.14.
Figura 2.14 – Ruptura localizada da alvenaria sob o ponto de aplicação da carga e
propagação de fissuras a partir desse ponto (adaptado de THOMAZ, 1989).
2.4. Movimentação Higroscópica
A movimentação higroscópica é um fenômeno que tem origem no deslocamento da
água, ou da umidade no interior dos materiais e pode ser resultante de diversos
mecanismos de transporte e está intimamente ligada a problemas em alvenarias.
Conforme POLISSENI (1985) e SELMO (1989) apud GARCIA (2003) por ser o
material que recobre a superfície das paredes, o revestimento, de um modo geral, é
o primeiro elemento da edificação a sofrer a ação de agentes agressivos de origem
natural ou oriunda da própria utilização do edifício, tais como:
Movimentação higroscópica do revestimento;
Movimentação térmica do revestimento;
Movimentação higroscópica da base;
Movimentação térmica da base;
Incidência de chuvas e ventos e insolação às superfícies.
Uma boa parte dos materiais utilizados na construção civil realiza troca de umidade
com o meio ambiente em que se encontram. O aumento do teor de umidade produz
uma expansão do material enquanto que a diminuição desse teor provoca uma
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retração. Assim, temos que as formas de acesso da umidade nos materiais de
construção são:
Umidade resultante da produção dos componentes;
Umidade proveniente da execução da obra;
Umidade do ar ou proveniente de fenômenos meteorológicos;
Umidade do solo.
As patologias decorrentes de movimentação higroscópica geralmente estão ligadas
a problemas de infiltração, ou seja, seu sintoma mais acentuado acontece em
regiões onde ocorre acúmulo de água. A variação de umidade apresenta como
sintomas mais típicos as fissuras e o desplacamento da argamassa de revestimento
dos panos de alvenaria, bem como de elementos estruturais como vigas e pilares.
Em estudo realizado por VALENTE (2005) alguns exemplos de causa dessa
patologia como:
A utilização de solo estabilizado (solo–cimento ou solo–cal), assim como de
saibro, na fabricação de argamassa de revestimento provocando a formação
de fissuras, visto que estes materiais apresentam grandes variações
volumétricas na presença de umidade;
Em muros, peitoris e platibandas, que não estejam protegidos por rufos e
chapins, onde a argamassa do topo absorve a água movimentando–se
diferencialmente em relação ao resto da peça, provocando o seu
destacamento;
Nas fachadas dos edifícios, peitoris e saliências, que têm por função
interromper fluxo de água que possa escorrer pela parede, devem ser bem
projetados, pois caso contrário podem causar problemas em regiões
localizadas na fachada;
As chuvas provocam o umedecimento em alvenarias de blocos que por sua
vez pode ocasionar microfissuras, devido à brusca variação de umidade.
Conforme apresentado por THOMAZ (1989), a quantidade de água absorvida por
um material de construção depende da porosidade e da capilaridade, sendo a
capilaridade o fator mais importante visto que na secagem de materiais porosos é a
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capilaridade que provoca o surgimento de forças de sucção que conduzem a água
até a superfície onde ela será evaporada.
As variações de teor de umidade dos materiais pode ser irreversível ou reversível.
As irreversíveis são as que acontecem logo após a fabricação do material, as
reversíveis ocorrem por variação do teor de umidade do material ficando delimitada
a certo intervalo.
Na Tabela 2.5 têm–se os valores das contrações reversíveis e irreversíveis de
alguns materiais utilizados na construção.
Tabela 2.5 – Contração de argamassas e concretos em função do teor de umidade
(adaptado de Building Research Station apud THOMAZ, 1989).
Material Contração irreversível
(%)
Contração
reversível (%)
Argamassa 0,07 0,03
Concreto 0,05 0,03
Concreto celular (cura ao ar) 0,30 0,10
Concreto celular (cura em autoclave) 0,08 0,05
A Tabela 2.6 apresenta as propriedades higrotérmicas de alguns materiais
utilizados na construção.
Tabela 2.6 – Propriedades higrotérmicas de alguns materiais de construção (adaptado de
BRE apud THOMAZ, 1989).
Movimentação devido à umidade (%) Material Coeficiente de
dilatação térmica
linear (
o
C.10
–6
)
Reversível Irreversível
(+) expansão
(–) contração
Módulo de
deformação
(kN/mm
2
)
Compostos à base de cimento
Argamassa 10 – 13 0,02 – 0,06 0,04 – 0,10 (–) 20 – 35
Concreto
(seixo rolado)
12 – 14 0,02 – 0,06 0,03 – 0,08 (–) 15 – 36
Concreto (brita) 10 – 13 0,03 – 0,10 0,03 – 0,08 (–) 15 – 36
Concreto celular 8 0,02 – 0,03 0,07 – 0,09 (–) 1,4 – 3,2
Cimento com fibra
de vidro
7 – 12 0,15 – 0,25 0,07 (–) 20 – 34
Cimento amianto 8 – 12 0,10 – 0,25 0,08 (–) 14 – 26
Tijolos ou blocos vazados
Concreto 6 – 12 0,02 – 0,04 0,02 – 0,06 (–) 10 – 25
Concreto celular 8 0,02 – 0,03 0,05 – 0,09 (–) 3 – 8
Sílico–calcário 8 – 14 0,01 – 0,05 0,01 – 0,064 (–) 14 – 18
Barro cozido 5 – 8 0,02 0,02 – 0,07 (+) 4 – 26
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As trincas oriundas de movimentação higroscópica apresentam a configuração para
as alvenarias e para as peças estruturais, conforme apresentado nas Figuras 2.15 e
2.16.
Figura 2.15 – Trincas horizontais na alvenaria provenientes da expansão dos tijolos
(adaptado de THOMAZ, 1989).
Figura 2.16 – Trincas nas peças estruturais (adaptado de THOMAZ, 1989).
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Estas movimentações também podem originar destacamento entre componentes
de alvenaria e argamassa de assentamento, conforme apresentado na Figura 2.17.
Figura 2.17 – Destacamentos - argamassa e componentes de alvenaria (THOMAZ, 1989).
Podem surgir também trincas na base da alvenaria, devido a problemas de
umidade do solo em decorrência da falta de impermeabilização do cintamento ou
mesma de uma impermeabilização mal executada e também no topo de muros,
peitoris e platibandas sem a devida proteção de rufos e chapins. Segundo THOMAZ
(1989), geralmente estas trincas vem acompanhadas de eflorescência, que é o
acúmulo de sais solúveis existentes na argamassa que juntamente com água
afloram até superfície.
A eflorescência só aparece se houver alguma infiltração ou umidade no local, pois é
a água que carrega os sais até a superfície formando uma camada espessa,
normalmente dura e de cor esbranquiçada. A melhor forma de se evitar essa
patologia é isolar os pontos de infiltração, respeitar os tempos de cura na execução
de cada etapa da obra e impermeabilizar a alvenaria.
2.5. Infiltração
Um dos grandes problemas relacionados a patologias decorrentes de
impermeabilização está ligado a problemas principalmente a falhas de execução e
de manutenção.
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
De acordo com PIRONDI (1988) embora a água seja o mais puro e imprescindível
componente para a vida, são igualmente conhecidos os inconvenientes que ela
causa nas construções humanas.
A fim de proteger as edificações desse efeito agressivo buscaram–se várias formas
para torna-lás mais estanques aos efeitos da água, especialmente as de
subpressão e as de percolação intermitentes.
No Brasil as primeiras impermeabilizões utilizavam óleo de baleia na mistura das
argamassas para o assentamento de tijolos e revestimentos das paredes das obras
que necessitavam desta proteção. Mas a impermeabilização entendida como item
da construção, ganhou especial impulso no Brasil durante as obras do Metrô da
cidade de São Paulo, que se iniciaram em 1968.
É de grande importância adotar sistemas de impermeabilização adequados para
evitar o aparecimento de patologias ligadas à impermeabilização. Isto porque a
água tem uma grande agressividade, principalmente à água de chuva que possui
muitos elementos agressivos tais como óxidos, fuligem dentre outros.
À medida que as edificações vão envelhecendo a resistência das mesmas quanto à
penetração de água, seja de chuva, ou não, vai diminuindo, principalmente quando
não são utilizados processos de impermeabilização adequados.
Conforme CHE (1986) apud PIRONDI (1988) tem–se que a impermeabilização é
dentro da construção civil um serviço especializado, visto que se trata de um setor
que exige uma razoável experiência, no qual os detalhes assumem um papel
importante e onde a mínima falha, mesmo que localizada, pode comprometer todo
o serviço.
A preocupação com a impermeabilização de uma edificação deve ser iniciada
juntamente com o projeto arquitetônico. Isto porque a água penetra por três
caminhos que são: trincas e rachaduras, pelos poros do material e por falhas no
material como brocas e ninhos de concretagem. Um projeto adequado fará a
compatibilização do material adequado com a estrutura a ser impermeabilizada,
bem como um maior cuidado no traço e na execução do concreto e da argamassa
de revestimento que contribuem para a melhoria da impermeabilização.
CUNHA e NEUMANN (1979) classificam as impermeabilizações em duas formas
principais:
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De acordo com a atuação da água sobre o elemento de construção, que
leva em consideração a proteção contra água de percolação (coberturas e
fachadas), água de pressão (subsolo e caixa d’água) e umidade por
capilaridade (elementos de construção em contato com bases alagadas ou
úmidas);
De acordo com o comportamento físico do elemento de construção, que
leva em consideração as impermeabilizações de elementos de construção
onde normalmente se prevê a ocorrência de trincas (locais onde
alterações dimensionais, como balanços, etc.) e de elementos de
construção não sujeitos a fissuração e trincas.
A falta de impermeabilização ou sua execução de forma inadequada provoca o
aparecimento de patologias que podem comprometer a durabilidade das
edificações, diminuindo assim sua vida útil, podendo a longo prazo provocar o seu
colapso. Além disso, as manifestações patológicas comprometem a saúde,
segurança do usuário e a estética do imóvel.
Conforme relatado por VERÇOZA (1985) apud LIMA et al. (1998) as patologias
ocasionadas pela penetração de água nas edificações são:
Manchas: A água ao atravessar uma barreira, como por exemplo, uma
alvenaria, fica aderente, resultando daí uma mancha;
Figura 2.18 – Exemplo de manchas na estrutura, devido problemas de impermeabilização.
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Infiltração: Quando a quantidade de água é maior ela pode pingar, ou até
fluir resultando em uma infiltração;
Mofo e bolor: É a ocorrência de fungos vegetais aderentes à alvenaria,
escurecendo sua superfície e desagregando–a;
Figura 2.19 – Exemplo de manchas, infiltração, mofo e bolor.
Ferrugem: Oxidação do ferro ou do aço, oxidação esta favorecida pela ação
da umidade;
Figura 2.20 – Exemplo de oxidação da armadura, devido a problemas de umidade.
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Eflorescência: Formações salinas nas superfícies das paredes, trazidas de
seu interior pela umidade. Apresenta–se com aspecto esbranquiçado à
superfície da pintura ou reboco;
Figura 2.21 – Detalhe de eflorescência “estalactite” na estrutura.
Criptoflorescência: Formação de cristais no interior da parede ou estrutura
pela ação de sais. Causam rachaduras e até a queda da parede;
Figura 2.22 – Detalhe de criptoflorescência.
Gelividade: Ação da água depositada nos poros e canais capilares dos
materiais que ao se congelar podem causar a desagregação dos mesmos
devido ao seu aumento de volume;
Deterioração: Degradação do reboco e/ou estrutura quando exposta à ação
da umidade.
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Figura 2.23 – Detalhe de desplacamento da estrutura devido à ação da umidade.
No estudo realizado por GONÇALVES et al. (2005) levantaram–se as
características que o revestimento de impermeabilização deve possuir:
Ser capaz de se opor à passagem de água do exterior para a camada
subjacente, para dar satisfação à exigência de estanqueidade à água, a
principal exigência de aptidão ao uso dos revestimentos de
impermeabilização;
O revestimento deve possuir um aspecto razoável;
Não conter componentes solúveis na água capazes de causar manchas nos
edifícios com os quais possa entrar em contacto;
A necessária resistência mecânica;
Resistir sem deterioração às rajadas de vento de maior intensidade, bem
como ao efeito de fadiga nos materiais causados pelos ventos de velocidade
menos intensa.
Em relação às exigências relativas à conservação das suas qualidades, os
materiais utilizados nos revestimentos de impermeabilização devem ser
compatíveis entre si, com todo sistema de impermeabilização e com os materiais de
uso corrente na construção com os quais a impermeabilizão poderá estar em
contacto direta ou indiretamente, por intermédio de produtos dissolvidos e
transportados pela água.
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Os movimentos do suporte e as solicitações mecânicas (estáticas e dinâmicas)
podem influenciar o desempenho do revestimento de impermeabilização podendo
alterar as suas qualidades. Assim, de acordo com as características de qualidade
apresentadas tem–se que o revestimento de impermeabilização deve conservar
sua qualidade de forma satisfatória durante um período suficiente, pelo menos igual
a 10 anos, para os revestimentos de impermeabilização auto–protegidos ou com
uma proteção ligeira, e ter uma vida útil superior a esta para os revestimentos com
proteção pesada.
Para que todo o sistema funcione adequadamente é importante projetar sistemas
de impermeabilização compatíveis com o local a ser tratado, visto que o número de
materiais existentes é diversificado, então somente conhecendo as características e
o campo de aplicação do local a ser tratado, com uma seleção adequada do
sistema é que conduzirá a um bom desempenho do sistema que integram.
No caso de aplicação de reimpermeabilização, conforme USSAN (1997), este
processo é muito parecido ao de uma impermeabilização executada pela primeira
vez. A reimpermeabilização deve ser baseada em um tripé: testes, diagnóstico do
problema e solução. Esta deve ser adequada para devida correção e ser eficiente,
no sentido de não se realizar os mesmos erros que originaram os problemas. Na
vistoria deve ser feito uma análise dos pontos de vazamento tais como: verificação
da instalação hidráulica, observar a existência de postes, piscinas e floreiras,
observar a existência de desnível entre as partes internas e externas das portas e
também colher informações para saber como ocorre à infiltração, se depender da
chuva deve–se verificar a sua direção e intensidade.
A coleta de dados é o primeiro passo de um roteiro, para a obtenção de soluções
eficientes, ou seja, a execução dos testes de estanqueidade, para diagnosticar o
problema e então adotar a solução mais correta. Com a execução dos testes deve–
se traçar um plano de trabalho, que vise causar o menor transtorno e perturbação
possível ao usuário. A última etapa compreende a execução dos serviços.
No estudo realizado por USSAN (1997), os sistemas a serem utilizados na
reimpermeabilização podem ser divididos em rígido e flexível. O sistema rígido
compreende o uso dos seguintes materiais: concreto impermeável, argamassa
impermeável, cimentos especiais (aqueles fabricados por cristalização e, ou
tamponamento de superfícies) e argamassa especial (vem com os componentes
balanceados da fábrica). O sistema flexível incorpora as membranas (asfálticas
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com ou sem armadura ou com elastômeros em solução) e as mantas (asfálticas
com armadura, PVC, EPDM e Butyl).
2.6. Processos de Recuperação
O aparecimento de problemas patológicos nas edificações implica na existência de
falhas que podem ser decorrentes de projeto e/ou execução e/ou manutenção.
Dentre estas etapas construtivas falhas devido à utilização de materiais
inadequados bem como mão de obra desqualificada.
Após o surgimento das falhas inicia–se uma nova etapa que é o projeto com sua
devida especificação técnica para recuperação da edificação. O projeto de
recuperação deve citar todos os reparos a serem executados, explicando cada
etapa executiva do mesmo. A próxima etapa deve apresentar todos os materiais e
equipamentos a serem utilizados.
Para adotar medidas terapêuticas adequadas deve–se ter o conhecimento da
patologia através de seu diagnóstico, detectando assim, os sintomas, os
mecanismos, as causas e as origens, conforme demonstrado na Figura 2.24.
Figura 2.24 – Árvore de detecção da patologia (adaptado de PIANCASTELLI, 2003).
SINTOMAS
(manifestações detectáveis)
MECANISMOS
(processos de surgimento)
CAUSAS
(agentes desencadeadores)
ORIGENS
(etapas da predisposição)
PATOLOGIA
ENFERMIDADE
DIAGNÓSTICO
SINTOMAS
(manifestações detectáveis)
MECANISMOS
(processos de surgimento)
CAUSAS
(agentes desencadeadores)
ORIGENS
(etapas da predisposição)
PATOLOGIA
ENFERMIDADE
DIAGNÓSTICO
PATOLOGIA
ENFERMIDADE
DIAGNÓSTICO
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Para PIANCASTELLI (2003), os tratamentos nas edificações que necessitam de
recuperação e/ou reparo devem ser tratados adequadamente para que não ocorra
a perda da estrutura, conforme Figura 2.25.
TERAPIA
(Reparo, Recuperação ou Reforço)
ENFERMIDADES
PROFILAXIA
TERAPIA
(Reparo, Recuperação ou Reforço)
ENFERMIDADES
PROFILAXIA
TERAPIA
(Reparo, Recuperação ou Reforço)
ENFERMIDADES
PROFILAXIA
Figura 2.25 – Medidas possíveis com relação às enfermidades (PIANCASTELLI, 2003).
De acordo com RIPPER & COSTA (1998), a necessidade de recuperar ou reforçar
uma estrutura deriva, na grande maioria dos casos, do fraco desempenho da
mesma, comparativamente às expectativas para as quais foi concebida.
Segundo HELENE & FIGUEIREDO (2003), “Para obter êxito nas medidas
terapêuticas de correção, reparo, reforço ou proteção, é necessário que não apenas
o estudo precedente, o diagnóstico da questão, tenha sido bem conduzido, mas
principalmente que se conheçam muito bem as vantagens e desvantagens dos
materiais, sistemas e cada um dos procedimentos de recuperação de estruturas de
concreto, pois para cada situação particular existe uma melhor alternativa de
intervenção”.
Para que seja feita a adoção da medida terapêutica correta é necessário seguir
uma série de procedimentos, conforme LICHTENSTEIN (1986):
a) Vistoria no local
Esta etapa engloba várias fases que são a vistoria propriamente dita realizada
através de instrumentos (ponteiro, talhadeira, furadeira, gabaritos tipo fissurômetro,
EPI’s, etc.), a fase de anamnese (entrevistas e análises com intenção de ser um
ponto inicial no diagnóstico da patologia), a fase de exames complementares e a
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fase de pesquisa. À medida que não se consegue diagnosticar vai sendo
necessário utilizar outras fases.
b) Diagnóstico
Busca–se a determinação dos mecanismos de ocorrência, com suas causas e
origens.
c) Prognóstico
Estudam–se as alternativas de intervenção, definindo assim a conduta a ser
adotada.
d) Definição da conduta
Pode–se optar pela morte da estrutura, que é sua “amputação” ou demolição ou a
opção pode ser pela intervenção e adoção de terapia que pode ser reparo,
recuperação, reforço, restrição de uso ou proteção;
e) Execução
f) Avaliação
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g) Registro do caso
No tratamento das patologias é necessária que sejam seguidos, além dos
procedimentos descritos anteriormente, uma integração entre os agentes
envolvidos, de forma que não ocorram novos problemas patológicos, conforme
Figura 2.26.
DIAGNÓSTICO
DO PROBLEMA
ELABORAÇÃO
DO PROJETO
DE RECUPERAÇÃO
DEFINIÇÃO
DOS SERVIÇOS
ESTUDO DOS MATERIAIS
A SEREM
UTILIZADOS
PLANEJAMENTO
PARA EXECUÇÃO
DA OBRA
VERIFICAÇÃO
DA EFICÁCIA
DA RECUPERAÇÃO
DIAGNÓSTICO
DO PROBLEMA
ELABORAÇÃO
DO PROJETO
DE RECUPERAÇÃO
DEFINIÇÃO
DOS SERVIÇOS
ESTUDO DOS MATERIAIS
A SEREM
UTILIZADOS
PLANEJAMENTO
PARA EXECU
ÇÃO
DA OBRA
VERIFICAÇÃO
DA EFICÁCIA
DA RECUPERAÇÃO
(a) Medida terapêutica sem integração durante o processo de
tratamento
(b) Medida terapêutica com integração durante o processo de
tratamento
DIAGNÓSTICO
DO PROBLEMA
ELABORAÇÃO
DO PROJETO
DE RECUPERAÇÃO
DEFINIÇÃO
DOS SERVIÇOS
ESTUDO DOS MATERIAIS
A SEREM
UTILIZADOS
PLANEJAMENTO
PARA EXECUÇÃO
DA OBRA
VERIFICAÇÃO
DA EFICÁCIA
DA RECUPERAÇÃO
DIAGNÓSTICO
DO PROBLEMA
ELABORAÇÃO
DO PROJETO
DE RECUPERAÇÃO
DEFINIÇÃO
DOS SERVIÇOS
ESTUDO DOS MATERIAIS
A SEREM
UTILIZADOS
PLANEJAMENTO
PARA EXECU
ÇÃO
DA OBRA
VERIFICAÇÃO
DA EFICÁCIA
DA RECUPERAÇÃO
(a) Medida terapêutica sem integração durante o processo de
tratamento
DIAGNÓSTICO
DO PROBLEMA
ELABORAÇÃO
DO PROJETO
DE RECUPERAÇÃO
DEFINIÇÃO
DOS SERVIÇOS
ESTUDO DOS MATERIAIS
A SEREM
UTILIZADOS
PLANEJAMENTO
PARA EXECUÇÃO
DA OBRA
VERIFICAÇÃO
DA EFICÁCIA
DA RECUPERAÇÃO
DIAGNÓSTICO
DO PROBLEMA
ELABORAÇÃO
DO PROJETO
DE RECUPERAÇÃO
DEFINIÇÃO
DOS SERVIÇOS
ESTUDO DOS MATERIAIS
A SEREM
UTILIZADOS
PLANEJAMENTO
PARA EXECU
ÇÃO
DA OBRA
VERIFICAÇÃO
DA EFICÁCIA
DA RECUPERAÇÃO
DIAGNÓSTICO
DO PROBLEMA
ELABORAÇÃO
DO PROJETO
DE RECUPERAÇÃO
DEFINIÇÃO
DOS SERVIÇOS
ESTUDO DOS MATERIAIS
A SEREM
UTILIZADOS
PLANEJAMENTO
PARA EXECUÇÃO
DA OBRA
VERIFICAÇÃO
DA EFICÁCIA
DA RECUPERAÇÃO
DIAGNÓSTICO
DO PROBLEMA
ELABORAÇÃO
DO PROJETO
DE RECUPERAÇÃO
DEFINIÇÃO
DOS SERVIÇOS
ESTUDO DOS MATERIAIS
A SEREM
UTILIZADOS
PLANEJAMENTO
PARA EXECUÇÃO
DA OBRA
VERIFICAÇÃO
DA EFICÁCIA
DA RECUPERAÇÃO
DIAGNÓSTICO
DO PROBLEMA
ELABORAÇÃO
DO PROJETO
DE RECUPERAÇÃO
DEFINIÇÃO
DOS SERVIÇOS
ESTUDO DOS MATERIAIS
A SEREM
UTILIZADOS
PLANEJAMENTO
PARA EXECUÇÃO
DA OBRA
VERIFICAÇÃO
DA EFICÁCIA
DA RECUPERAÇÃO
DIAGNÓSTICO
DO PROBLEMA
ELABORAÇÃO
DO PROJETO
DE RECUPERAÇÃO
DEFINIÇÃO
DOS SERVIÇOS
ESTUDO DOS MATERIAIS
A SEREM
UTILIZADOS
PLANEJAMENTO
PARA EXECU
ÇÃO
DA OBRA
VERIFICAÇÃO
DA EFICÁCIA
DA RECUPERAÇÃO
DIAGNÓSTICO
DO PROBLEMA
ELABORAÇÃO
DO PROJETO
DE RECUPERAÇÃO
DEFINIÇÃO
DOS SERVIÇOS
ESTUDO DOS MATERIAIS
A SEREM
UTILIZADOS
PLANEJAMENTO
PARA EXECU
ÇÃO
DA OBRA
VERIFICAÇÃO
DA EFICÁCIA
DA RECUPERAÇÃO
(a) Medida terapêutica sem integração durante o processo de
tratamento
(b) Medida terapêutica com integração durante o processo de
tratamento
Figura 2.26 – Formas de terapia para o tratamento de patologias (adaptado de MELHADO,
1994).
Assim, o processo de tratamento e vistoria de edificações tem que atuar de forma a
fazer com que este processo ocorra de maneira integrada entre os envolvidos no
tratamento, ou seja, devem programar um tratamento de forma coordenada entre
todos.
Na Tabela 2.7, apresentada no estudo de RIPPER & COSTA (1998), faz-se uma
comparação entre as causas dos fenômenos patológicos e as fases do processo de
construção, verificam-se que grande parte das patologias, tem sua origem na fase
de concepção e projeto.
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
Tabela 2.7 – Correspondência entre as causas dos fenômenos patológicos nas construções
e as fases do processo de construção (%) (RIPPER & COSTA, 1998).
Fonte de pesquisa Concepção
e projeto
Materiais Execução Utilização e
Manutenção
Outros
Espanha 41 13 31 11 4
Bélgica 49 15 22 9 5
Reino Unido 49 11 29 10 1
Alemanha 37 14 30 11 8
Dinamarca 36 25 22 9 8
Romênia 37 22 19 11 11
C.E.B Boletim 157 (82) 50 40 10
Building Research
Establishment (U.K, 76)
50 10 30 10
D. Plum & J. Hayes (Edinburgh,
83)
46 11 33 10
Cóias e Cachadinha (Lisboa,
1983)
12 81 7
Jean Blévot (PARIS, 1974) 35 58 7
J. Loss (U.S.A, 87) 62 32 6
J. Hauser (U.S.A, 79) 36 10 44 5 5
Faculdade de Eng. da Fund.
Armando Álvares Penteado
(SP, 89)
18 6 52 14 10
P. Aranha, D. Molin
(IBRACON, 94)
30 5 39 26
E.N.R. (U.S.A, 79) 10 10 65 15
L.E.M.I.T. (CARACAS, 75) 20 43 23 14
T. Ripper (LISBOA, 97) 36 17 32 9 6
Por meio do estudo de HELENE & FIGUEIREDO (2003), tem–se também que as
manifestações patológicas possuem origem na maior parte das vezes nas fases de
projeto, planejamento e execução, conforme apresentado na Figura 2.27.
Origem dos Problemas Patológicos
4%
10%
18%
28%
40%
Planejamento
Uso
Materiais
Execução
Projeto
Figura 2.27 – Origem dos problemas patológicos com relação às etapas de produção e uso
das obras civis (adaptado de HELENE & FIGUEIREDO, (2003).
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
No estudo realizado por CARMONA & MAREGA (1988) e apresentado por
FIGUEIREDO & O’REILLY (2003), observa–se que a maior parte das origens de
patologias encontra–se na execução, conforme Figura 2.28.
Origem das patologias
Execução
52%
Projeto
18%
Utilização
13%
Connitos
1%
Conservação
3%
Fortuitas
6%
Materiais
7%
Figura 2.28 – Principais problemas patológicos quanto sua origem (adaptado de CARMONA
& MAREGA, 1988 apud FIGUEIREDO & O’REILLY, 2003).
A Figura 2.29 mostra através do estudo de CARMONA & MAREGA (1988) e
apresentado por FIGUEIREDO & O’REILLY (2003) que a maior incidência dos
problemas patológicos das edificações são as fissuras.
Incidências
8 8
12
13
31
49
52
0
10
20
30
40
50
60
Mudança de
utilizão
Colapso
Unidade
Deslocamentos
Corrosão
Defeitos
executivos
Fissuras
%
Figura 2.29 – Principais incidências dos patológicos (adaptado de CARMONA & MAREGA,
1988 apud FIGUEIREDO & O’REILLY, 2003).
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
A durabilidade das edificações está ligada à qualidade, mas mesmo com todo
avanço tecnológico dos últimos anos não tem havido uma redução dos problemas
patológicos.
De acordo com FIGUEIREDO & O’REILLY (2003) o ambiente hoje em dia é mais
agressivo que o de décadas atrás, além disso, o aperfeiçoamento de técnicas de
dimensionamento mais avançadas e, portanto, mais econômicas, também
interferem negativamente na durabilidade das edificações. Assim, FIGUEIREDO E
O’REILLY (2003) concluem ainda que as estruturas de concreto armado
contemporâneas estejam cada vez mais vulneráveis ao aparecimento precoce de
manifestações patológicas.
No caso da especificação dos materiais a serem utilizados no reparo é importante
que a mesma descreva as características e propriedades básicas que o mesmo
deve possuir. É importante que seja dada estas instruções devido ao grande
número de materiais que existem atualmente no mercado.
De acordo com HELENE e RINCÓN (2003) o número de materiais disponíveis nos
processos de recuperação é muito grande e constantemente são desenvolvidos e
lançados novos produtos em um mercado francamente em expansão que, segundo
MAILVAGANAM (1991), nos últimos 20 anos cresceu nos Estados Unidos, a uma
taxa de 30 a 50% maior que o crescimento da Construção Civil nesse mesmo
período.
HELENE (1992) classifica os materiais de reparo em 3 grupos: argamassas
cimentícias, argamassas modificadas com polímeros e argamassas com base
resina. O número de materiais disponíveis é muito grande e permanentemente são
desenvolvidos e lançados novos produtos.
Não existe ainda uma terminologia normalizada ou adotada pelo setor, de tal modo
que a identificação imediata da natureza e características principais de um produto
possa ser feita a partir de seu nome comercial.
Assim foi proposta uma classificação e organização dos produtos destinados à
proteção, reparo e reforço de estruturas como: concreto de cimento Portland,
argamassas poliméricas e argamassas orgânicas.
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
Na classificação apresentada por HELENE e RINCÓN (2003) tem–se que os
materiais a serem utilizados para reparo são:
Concreto de cimento Portland: material tradicionalmente usado em reparos
e reforços. Na grande maioria dos casos requer um traço especialmente
formulado que altere para melhor algumas de suas características naturais,
como resistências iniciais, ausência de retração por secagem, baixa
permeabilidade e outras propriedades obtidas com o emprego de aditivos e
adições;
Argamassas poliméricas: argamassas à base de cimento portland
modificadas com polímeros, com agregados de graduação adequada;
Aditivos: formulados para melhorar algumas propriedades dos concretos e
das argamassas tanto no estado fresco quanto no endurecido;
Grautes base cimento: material fluido e auto–adensável no estado recém–
misturado, formulado para preencher cavidades e subsequentemente
tornar–se aderente, resistente e sem retração no estado endurecido;
Argamassas e grautes orgânicos: formulados com resinas orgânicas cuja
aglomeração e resistência do conjunto são obtidas pelas reações de
polimerização e endurecimento dos componentes das resinas, em ausência
de água;
Revestimentos monolíticos e sistemas de polímeros reforçados com fibras
PRF: materiais compósitos de fibras inorgânicas em matriz de resinas
orgânicas;
Barras de material composto reforçadas com fibras de FRP: são fibras
banhadas por uma matriz polimérica, que pode ser de resina de poliéster,
“vinylester” ou epóxicas dependendo da forma que se queira dar;
Silicatação: silicatação da superfície de concreto é uma série de
procedimentos similares que visam tamponar os poros superficiais e
endurecer as superfícies de concreto ou argamassa;
Óleos: óleos de soja, peroba e certos ácidos como o linóico e oléico, que
têm consistência oleosa e podem ser usados para impermeabilização e
proteção da superfície de concreto;
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
Vernizes e hidrofugantes de superfície: são pinturas aplicadas à superfície
da estrutura de concreto destinadas a protegê–las e impermeabilizá–las,
sem alterar substancialmente seu aspecto;
Tintas orgânicas: são dispersões de pigmentos em aglutinantes que, quando
aplicadas em finas camadas sobre uma superfície, sofrem um processo de
secagem ou cura formando um filme impermeável;
Pinturas betuminosas e de alcatrão de hulha base epóxi: são aplicadas em
duas ou mais demãos, sendo que a primeira demão serve para dar
aderência ao substrato;
Selantes: são materiais utilizados nas juntas de movimentação das
estruturas de concreto, com objetivo de impedir a passagem de líquidos,
gases, vapor ou partículas sólidas para o interior da estrutura;
Adesivos e primers: utilizados como ponte de aderência entre dois outros
materiais. Promovem melhoria da aderência entre os diversos materiais;
Produtos para ancoragem e emendas de barras de aço: são em geral de
base polimérica, podendo ser misturados in loco ou na forma de cartuchos
prontos;
Concretos e argamassas de pega / endurecimento rápido;
Tijolos anticorrosivos: dão proteção contra ataque químico severo;
Argamassas de enxofre: são úteis para proteção contra ácidos oxidantes.
Como é grande a diversidade de materiais que podem ser utilizados em reforço
e/ou recuperação de edificações é necessário que para obter uma análise
adequada do tipo de material a ser adotado deve ser seguido à seqüência
apresentada na Figura 2.30.
Mas, além da importância de escolher o material adequado para cada tipo de
reparo a mão de obra também é um fator importante para que o processo de
recuperação da edificação atinja o desempenho especificado no projeto.
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
Processo de seleção de
Materiais / Sistemas
Determinar os
objetivos de projeto
Condições de
aplicação
Condições de serviço
Causas da
deterioração
Requisitos do
proprietário
Determinar as propriedades para
atingir os objetivos de projeto
Identificar os materiais e sistemas
que produzirão as
propriedades requeridas
Selecionar os materiais/sistemas que
proporcionem um equilíbrio ótimo
entre comportamento,riscos e custos
Seleção do material/sistema
de acordo com os danos
Processo de seleção de
Materiais / Sistemas
Determinar os
objetivos de projeto
Condições de
aplicação
Condições de serviço
Causas da
deterioração
Requisitos do
proprietário
Determinar as propriedades para
atingir os objetivos de projeto
Identificar os materiais e sistemas
que produzirão as
propriedades requeridas
Selecionar os materiais/sistemas que
proporcionem um equilíbrio ótimo
entre comportamento,riscos e custos
Seleção do material/sistema
de acordo com os danos
Figura 2.30 – Principais etapas para a seleção de materiais e/ou sistemas (adaptado
HELENE e RINCÓN, 2003).
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
3. MATERIAIS E MÉTODOS
A verificação da necessidade de recuperação e/ou reforço em edificações foi
realizada através de análises que englobam questões relativas ao custo de se fazer
tal processo, bem como a rapidez necessária à liberação da edificação. Outro ponto
que geralmente é levada em conta diz respeito a questões de utilização de
tratamentos convencionais neste processo, pela facilidade de mão de obra para
execução deste tipo de tratamento.
3.1. Materiais
A metodologia da presente pesquisa escolheu caracterizar as patologias de
edificações do TJMG, observando as de maior incidência, com as causas e
sintomas que as originaram, bem como as medidas terapêuticas adotadas para as
mesmas. Assim, neste Capítulo foram definidas as edificações objeto de estudo
que passaram por tratamento há pelo menos 3 (três) anos, sendo que neste
período será avaliada a eficácia da terapia adotada.
3.1.1. Definição do prazo de análise pós - tratamento
Para definição do período de três anos baseou-se em um estudo de BERNARDES
et al. (1998), que avaliou os oito principais grupos de defeitos: hidráulica, paredes,
impermeabilização, esquadrias de alumínio, esquadrias de madeira, azulejos, piso
cerâmica e elétrica, concluindo que: O tempo mínimo necessário ao aparecimento
de possível retorno de problemas patológicos decorrentes de uma solução
inadequada para a recuperação deve ser para um período completo de cinco anos,
não apenas por tratar de um período de garantia legal, mas também porque é neste
período em que a incidência de defeitos é mais baixa”.
Apesar da consideração do tempo nimo de cinco anos para análise de defeitos,
os estudos de caso a serem conduzidos serão em edificações que tiveram sua
recuperação efetuada pelo menos três anos. A escolha por este período deve–
se ao fato de que as edificações que serão objetos de estudos de casos já são de
conhecimento da autora e a mesma vem acompanhando a reforma e o
desempenho destas edificações neste período. Também ao observar a Figura 3.1
apresentada por BERNARDES et al. (1998) temos que para o grupo de defeito
analisado, as incidências de defeitos sempre começam a cair a partir do terceiro
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
ano, conforme observado na figura relativa à porcentagem de incidências, que é
acumulativa.
Paredes
0
10
20
30
40
50
1 2 3 4 5
Anos
%
% de incidência de patologia nas paredes
0
20
40
60
80
100
1 2 3 4 5
Anos
%
Figura 3.1 – Incidência de defeitos nas Paredes (adaptado de BERNARDES et al., 1998).
Na parte esquerda da Figura 3.1 apresenta-se a incidência das patologias ano a
ano, já na parte direita desta mesma figura apresenta a incidência de forma
acumulativa.
BERNARDES et al. (1998) afirmam que independente da idade da obra,
percentualmente a distribuição dos defeitos parece convergir, indicando que os
defeitos podem variar quanto ao número de incidências, mas a sua distribuição é
semelhante.
% de incidência de patologias de
Impermeabilização
0
20
40
60
1 2 3 4 5
Anos
%
Figura 3.2 – Incidência de defeitos nas Impermeabilizações (adaptado de BERNARDES et
al., 1998).
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
Na Figura 3.2 de BERNARDES et al. (1998), observa–se que os defeitos de
impermeabilização nos dois primeiros anos apresentam uma queda gradual, para
voltar a crescer do segundo para o terceiro ano. As patologias decorrentes de
problemas de impermeabilização continuam a apresentar alta incidência de não–
conformidade após os cinco anos de estudo. Nesta Figura as incidências também
apresentam porcentagem acumulativa ao longo dos anos.
Através da análise de incidência dos oito principais grupos de defeitos realizados
por BERNARDES et al. (1998), chegou–se a Figura 3.3.
Incidência dos defeitos nos grupos estudados
0
20
40
60
80
100
1 2 3 4 5
Anos
% de incidência
Figura 3.3 – Incidência percentual do total de defeitos ao longo de 5 anos (adaptado de
BERNARDES et al. (1998).
Verifica–se pela Figura 3.3, que a partir do terceiro ano já ocorreu mais de 80% dos
defeitos construtivos.
O SindusCon–SP chegou a resultados semelhantes ao apresentado por
BERNARDES et al. O levantamento realizado pelo SindusCon–SP foi baseado nas
chamadas de assistência técnica recebidas por 12 construtoras totalizando 78
empreendimentos com idades entre zero e cinco anos, conforme publicado na
Revista Construção Mercado n
o
72 de julho de 2007. Neste caso, as solicitações de
maior incidência estavam relacionadas a problemas hidráulicos, revestimento
interno e esquadrias/vidros.
Outro ponto que pode ser observado é que as patologias apresentadas nas
edificações estudadas que passam por medidas corretivas obedecem a certa
padronização. Consequentemente as medidas corretivas adotadas acabam
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
acompanhando também uma padronização, que não significa eficiência no
tratamento.
Com isto, a análise das medidas terapêuticas após 3 (três) anos de tratamento vem
ratificar ou alterar de forma sistemática os tratamentos adotados nas patologias
encontradas nas edificações do TJMG.
3.2. Métodos
3.2.1. Determinação das edificações e patologias estudadas
Para avaliação do processo terapêutico implementado e para definição das
edificações estudadas, será apresentado um quadro contendo a situação em que
as edificações estavam antes de passar pelo processo de recuperação e/ ou
reforço, informando o tratamento realizado e fazendo uma análise da situação atual.
Para tanto foram coletadas informações, in loco, das obras submetidas a processos
de recuperação, analisando a reincidência ou não de patologias.
Tanto na vistoria realizada para definição do tratamento quanto à vistoria realizada
após o tratamento foi a de Nível 1, de acordo com a classificação da Norma de
Inspeção Predial do IBAPE-SP (2001). Este classifica as vistorias da seguinte
forma:
Nível 1: vistoria para a identificação das anomalias aparentes;
Nível 2: vistoria para a identificação de anomalias aparentes, com o auxílio de
equipamentos, elaborada por profissionais de diversas especialidades;
Nível 3: vistoria para a identificação de anomalias aparentes e das ocultas
constatáveis, com o auxílio de equipamentos, incluindo testes e ensaios locais e/ou
laboratoriais específicos, elaborada por profissionais de diversas especialidades.
No caso da definição das edificações a serem estudados os requisitos
considerados foram:
a) Sintomas observados com as respectivas causas de maior incidência, sendo que
as edificações devem ter passado por um processo de reforço e/ou recuperação
a pelo menos três anos;
b) Verificação da origem das patologias, relacionadas com seus defeitos.
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
Para seleção das edificações, foram utilizadas edificações do TJMG levantadas na
dissertação de Mestrado de ASSUNÇÃO (2005) e nas edificações levantadas na
monografia de Especialização de VALENTE (2005).
ASSUNÇÃO (2005) citou vinte e sete edificações do TJMG que foram alvo de
reformas relacionadas com reparo, reforço ou recuperação situadas nas seguintes
cidades: Abre Campo, Belo Horizonte (Prédio da CEOP), Entre Rios de Minas,
Manhuaçu, Mercês, Ponte Nova, Prados, Raul Soares, Tombos, Ipanema, Jacinto,
Luz, Matozinhos, Manhumirim, Sacramento, Bueno Brandão, Carmo do Rio
Paranaíba, Cássia, Cataguases, Congonhas, Corinto, Sabará, Açucena, Alto Rio
Doce, Bonfim, Guapé, Piranga.
Destas vinte e sete edificações apresentadas foram escolhidas seis, estudadas pelo
mesmo: Sacramento, Belo Horizonte (Prédio da CEOP), Congonhas, Sabará,
Cataguases e Açucena.
VALENTE (2005) citou vinte e quatro edificações, apresentando a origem de suas
patologias: Além Paraíba, Araguari, Bambuí, Barbacena, Bicas, Brasília de Minas,
Buenópolis, Congonhas, Contagem, Corinto, Coronel Fabriciano, Elói Mendes,
Entre Rios de Minas, Inhapim, Ituiutaba, Itumirim, Juiz de Fora, Paraguaçu, Poços
de Caldas, Presidente Olegário, Santo Antônio do Monte, Tarumirim, Timóteo
Fórum, Timóteo Casa. Foi apresentado estudo de caso para todas as cidades,
descrevendo os sintomas e as medidas terapêuticas adotadas.
Assim, as Tabelas 3.1 e 3.2, sintetizam as edificações estudadas por ASSUNÇÃO
(2005) e VALENTE (2005) respectivamente, com os sintomas e causas
observadas.
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
Tabela 3.1 – Levantamento dos sintomas e causas
observadas por ASSUNÇÃO (2005).
Sintomas observados:
Trincas
Cidades (MG)
Alvenaria Estrutura
Causas Observadas
Data da
Reforma
Abre Campo
Sobrecarga em estruturas de
concreto
1998
Açucena
Deformação excessiva
(princípio de ruína)
2002
Alto Rio Doce
Deformação excessiva
(princípio de ruína)
2003
Belo Horizonte
Sobrecarga em estruturas de
concreto
1993
Bonfim
Deformação excessiva
(princípio de ruína)
1999
Bueno Brandão
Recalques de fundação 1999
Carmo do
Paranaíba
Recalques de fundação 2000
Cássia Recalques de fundação 2000
Cataguases Recalques de fundação 1999
Congonhas Recalques de fundação 1998
Corinto Recalques de fundação 2003
Entre Rios de
Minas
Sobrecarga em alvenarias 2004
Guapé
Deformação excessiva
(princípio de ruína)
1998
Ipanema Deformação excessiva 1998
Jacinto Deformação excessiva 1999
Luz Deformação excessiva 2002
Matozinhos Deformação excessiva 2003
Manhuaçu Sobrecarga em alvenarias 2001
Manhumirim Deformação excessiva 2000
Mercês Sobrecarga em alvenarias 2002
Piranga Fissuras, por flexão nas lajes 2005
Ponte Nova Sobrecarga em alvenarias 2002
Prados Sobrecarga em alvenarias 2001
Raul Soares Sobrecarga em alvenarias 2001
Sacramento Deformação excessiva 1997
Sabará Recalques de fundação 1995
Tombos Sobrecarga em alvenarias 2002
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
Tabela 3.2 – Levantamento dos sintomas e causas
observadas por VALENTE (2005).
Sintomas Observados
Cidades (MG)
Alvenaria Estrutura
Causas Observadas
Data da
Reforma
Além Paraíba
Mov. higroscópica,
impermeabilização
2003
Araguari
Mov. higroscópica,
impermeabilização, recalque
-
Bambuí
Mov. higroscópica e térmica,
impermeabilização,
sobrecargas e
deformabilidade
2004
Barbacena
Deformabilidade da estrutura,
Mov. Higroscópica
2004
Bicas
Mov. higroscópica e térmica,
impermeabilização,
sobrecarga
-
Brasília de
Minas
Mov. higroscópica, recalque
de fundação
2005
Buenópolis
Mov. higroscópica,
impermeabilização
2003
Congonhas
Mov. higroscópica,
impermeabilização, recalque
1998
Contagem Sobrecarga 2004
Corinto
Mov. higroscópica,
impermeabilização, recalque
2003
Coronel
Fabriciano
Mov. higroscópica,
impermeabilização, recalque,
deformabilidade
2003
Elói Mendes
Problema de vedação de
esquadrias
2004
Entre Rio de
Minas
Deformabilidade da estrutura 2004
Inhapim Movimentação higroscópica 2004
Ituiutaba
Mov. higroscópica,
sobrecarga na alvenaria
-
Itumirim
Mov. higroscópica, recalque
de fundação
2005
Juiz de Fora Sobrecarga na alvenaria -
Paraguaçu Movimentação higroscópica 2006
Poços de
Caldas
Sobrecarga 2001
Presidente
Olegário
Mov. higroscópica,
impermeabilização, recalque,
sobrecargas
-
Santo Antônio
do Monte
Mov. higroscópica, recalque,
sobrecargas
2005
Tarumirim
Mov. higroscópica,
impermeabilização
2007
Timóteo –
Fórum
Mov. higroscópica e térmica,
impermeabilização,
sobrecarga
2005
Timóteo –
Casa
Mov. higroscópica,
impermeabilização,
sobrecarga
2005
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
Através dos estudos apresentados nas Tabelas 3.1 e 3.2, observa-se na Figura 3.4
que o sintoma de maior incidência está relacionado a trincas em alvenaria.
83
40
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
%
Trincas nas
alvenarias
Trincas nas
estruturas
Sintomas
Sintomas de maior incidência
Figura 3.4 – Levantamento dos sintomas de maior incidência observados nos prédios
(levantamento de ASSUNÇÃO, 2005 e VALENTE, 2005).
em relação às causas de maior incidência, verifica-se na Figura 3.5 que são:
sobrecarga em alvenarias e recalque.
77
66
45
18
9
9
0
20
40
60
80
100
%
Sobrecargas
alvenaria
Recalque
Deformação
Princípio de ruína
Sobrecarga
estrutura
Fissura por flexão
lajes
Causas
Figura 3.5 – Levantamento das causas de maior incidência observadas nos prédios
(levantamento de ASSUNÇÃO, 2005 e VALENTE, 2005).
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
Os autores fizeram abordagens diferentes em seus trabalhos, enquanto
ASSUNÇÃO (2005) realizou uma análise do comportamento estrutural das
edificações, VALENTE (2005) fez uma abordagem mais geral das patologias
apontando tanto os problemas relacionados a questões estruturais quanto a
problemas de impermeabilização e movimentação higroscópica.
A partir dos dados obtidos destes trabalhos, definiu-se que o estudo englobará as
trincas devido a problemas de recalques de fundação, que são uma das causas de
maior incidência nas edificações.
O levantamento de VALENTE (2005) e apresentado nas Figuras 3.6 e 3.7 mostram
incidência de patologias relacionadas à impermeabilização. Em virtude disso,
também serão analisadas situações relacionadas às movimentações higroscópicas
e a problemas de impermeabilização.
88
76
20
0
20
40
60
80
100
%
Trincas
Infiltrações
Outros
Sintomas
Figura 3.6 – Levantamento dos sintomas de maior incidência observados nos prédios
(levantamento de VALENTE, 2005).
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
79
50
38
38
17
13
4 4
0
20
40
60
80
100
%
Mov. Higroscópica
Infiltração
Recalque
Sobrecargas
Deformabilidade
Mov. Térmica
Vedação
Retração
Causas
Figura 3.7 – Levantamento das causas de maior incidência observadas nos prédios
(levantamento de VALENTE, 2005).
Na análise apresentada neste capítulo, tem-se que as causas mais freqüentes das
patologias encontradas são: movimentações higroscópicas, recalques de fundações
e problemas relacionados à impermeabilização. Os demais sintomas não serão
considerados neste estudo.
Na Tabela 3.3, apresentam-se as cidades escolhidas, com as respectivas
patologias estudadas.
Tabela 3.3 – Cidades e Patologias estudadas.
Patologia
Cidades (MG)
Recalques de
Fundação
Movimentação
higroscópica
Infiltração
Bambuí
Congonhas
Contagem
Corinto
Luz
Sabará
Timóteo –
Edificação1
Timóteo –
Edificação2
Para estas edificações verificou a recorrência das patologias. No caso do retorno
analisou-se a extensão do problema. Para este relatório foi elaborado um registro
fotográfico das edificações, bem como uma ficha para entrevista junto aos
administradores destes prédios e verificado o estado de manutenção dos mesmos.
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Os resultados são apresentados em duas etapas. Na primeira etapa serão
apresentadas as edificações com suas patologias e detalhando o tratamento
efetuado. Em seguida será apresentada uma análise das medidas terapêuticas,
verificando a eficácia da mesma, após o período definido de três anos. Esta análise
decorrido o período estipulado consiste em vistorias nas edificações escolhidas,
verificando se o tratamento proposto foi satisfatório ou insatisfatório. No caso do
retorno das patologias será analisado se isso ocorreu devido às falhas nas medidas
terapêuticas ou devido ao surgimento de outras origens.
4.1. Edificações estudadas com patologias e tratamentos
4.1.1. Bambuí
a) Caracterização
Cidade localizada no estado de Minas Gerais, com temperatura média de 20,7
o
C e
índice médio pluviométrico anual de 1.426,3mm (Figura 4.1).
Figura 4.1 – Mapa de localização da cidade de Bambuí (www.almg.gov.br, 2008).
b) Descrição das patologias
A edificação em estudo nesta cidade foi construída na década de 60, sendo que a
última reforma aconteceu em 2004. A arquitetura e as patologias presentes na
edificação e que foram objeto de recuperação são as constantes nas Figuras 4.2,
4.3 e 4.4.
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
Para definição do tratamento que seria adotado, fez-se primeiramente uma vistoria
da edificação no ano de 2003. Através deste estudo iniciou-se o desenvolvimento
dos projetos e uma análise do tratamento que seria adotado na edificação de forma
a sanar os problemas que são descritos abaixo. Conforme relatado anteriormente a
inspeção realizada foi de forma visual, Nível 1 de acordo com a classificação do
IBAPE-SP (2001), não sendo utilizado para tal nenhum ensaio, equipamento ou
mesmo análise dos materiais que apresentavam problema. Nesta edificação foram
realizadas duas vistorias no prazo de 2 meses, devido às dúvidas geradas no
desenvolvimento do projeto e na definição do tratamento utilizado.
O projeto arquitetônico é padrão, denominado Padrão 3 colunas, sendo que foram
construídos dois (2) anexos neste projeto (Figura 4.2). Como não havia projeto
estrutural dos anexos, foi realizada vistoria in loco da estrutura destes. Esta
inspeção foi necessária devido ao redimensionamento da cobertura que seria
instalada, bem como para estabelecer a ligação entre as estruturas dos anexos.
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
78
Figura 4.2 – Detalhe da fachada e da planta de cobertura.
Cobertura
Original - Projeto Padrão
Cobertura
Original - Projeto Padrão
Cobertura
Anexo 1
Cobertura
Anexo 1
Cobertura
Anexo 2
Cobertura
Anexo 2
Figura 4.2 – Detalhe da fachada e da planta de cobertura.
Cobertura
Original - Projeto Padrão
Cobertura
Original - Projeto Padrão
Cobertura
Anexo 1
Cobertura
Anexo 1
Cobertura
Anexo 2
Cobertura
Anexo 2
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
79
Figura 4.3 – Planta do 1º pavimento e suas patologias.
Infiltração no chapéu
do muro
Infiltração no chapéu
do muro
Movimentação higroscópica
Movimentação higroscópica
Movimentação
higroscópica
Movimentação
higroscópica
Infiltração no chapéu
do muro
Infiltração no chapéu
do muro
Movimentação
higroscópica
Movimentação
higroscópica
Movimentação
higroscópica
Movimentação
higroscópica
Infiltração no teto
do anexo
Infiltração no teto
do anexo
Figura 4.3 – Planta do 1º pavimento e suas patologias.
Infiltração no chapéu
do muro
Infiltração no chapéu
do muro
Movimentação higroscópica
Movimentação higroscópica
Movimentação
higroscópica
Movimentação
higroscópica
Infiltração no chapéu
do muro
Infiltração no chapéu
do muro
Movimentação
higroscópica
Movimentação
higroscópica
Movimentação
higroscópica
Movimentação
higroscópica
Infiltração no teto
do anexo
Infiltração no teto
do anexo
Infiltração no teto
Infiltração no teto
Figura 4.4 – Planta do 2º pavimento e suas patologias.
Infiltração no teto
Infiltração no teto
Figura 4.4 – Planta do 2º pavimento e suas patologias.
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
b.1) Infiltração
Nas vistorias realizadas antes do tratamento, constatou-se que o mecanismo que
gerou as infiltrações no teto foi à penetração de água presente na face superior da
laje de cobertura, conforme observado nas Figuras 4.5 e 4.6. Os problemas foram
verificados tanto no 2º pavimento da edificação principal quanto no teto do Anexo 1.
Os agentes causadores das infiltrações foram os entupimentos das calhas da
estrutura do telhado da edificação, devido à falta de limpeza e manutenção,
associado à existência de telhas e engradamento quebrados e apodrecidos. No
Anexo 1 também foi detectado problema na ligação entre lajes. A construção do
anexo ocorreu em partes e a ligação das estruturas não ocorreu de forma
adequada. Havia uma laje onde a infiltração era muito intensa, então se optou pela
demolição da mesma, para execução de ligação adequada.
A origem dos problemas de infiltração tem relação a erro de uso, devido à falta de
manutenção periódica. Há também problemas de execução, devido à falha na
ligação entre as estruturas do anexo.
Figura 4.5 – Pintura soltando do teto em Bambuí – 2º pavimento.
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
Figura 4.6 – Infiltração com mofo no teto da edificação – 1º pavimento (Anexo 1).
Em relação às infiltrações existentes na base das edificações, apresentadas pela
Figura 4.7, acredita-se que as mesmas ocorreram devido à falta de
impermeabilização na meso-estrutura (ligação entre a fundação e a estrutura da
edificação). Por tratar de edificações antigas, não dispomos de dados para verificar
tais fatos.
Um fator que pode ter agravado a infiltração externa na base das edificações foi o
fato dos prédios apresentarem passeios de contorno com inclinação no sentido das
alvenarias, o que provoca empoçamento nas mesmas e consequentemente a
patologia de infiltração.
Figura 4.7 – Infiltração na base das edificações.
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
b.2) Movimentação higroscópica
O agente causador desta patologia foi à utilização de materiais inadequados como
o saibro na composição da argamassa de revestimento.
A origem deste problema foi um erro de especificação e de execução, que o
saibro foi utilizado na confecção da argamassa de assentamento e revestimento. O
saibro é uma argila mineral que foi muito utilizado na confecção de argamassas.
Deve haver um estudo de dosagem de argamassa quando da adição de saibro na
mesma. Caso não haja este estudo pode ocorrer o aparecimento de patologias,
conforme Figura 4.8.
Figura 4.8 – Desplacamento da argamassa de revestimento.
c) Medidas terapêuticas
c.1) Infiltração
Quando da execução do tratamento para correção dos problemas descritos
anteriormente, obedeceu à seqüência executiva abaixo:
Demolição e retirada
No caso das infiltrações existentes nas coberturas (pavimento e prédio Anexo 1
e 2), primeiramente foram retiradas as telhas de fibrocimento, as cumeeiras, o
engradamento e as calhas do telhado.
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
O reboco do teto também foi demolido devido aos problemas ocasionados pela
infiltração, que causou estufamento e desplacamento do mesmo.
Fez-se também a demolição da argamassa de revestimento da platibanda de
contorno do edifício, interna e externamente.
Todos os pontos de infiltração existentes na edificação foram demolidos.
Uma das lajes do Anexo 1 foi demolida devido aos grandes problemas de infiltração
causados principalmente por falhas de ligação no prédio.
Também o passeio externo que contornava a edificação foi demolido, uma vez que
acumulava água.
Estrutura da Cobertura
No caso da cobertura o engradamento do telhado foi totalmente refeito obedecendo
às inclinações previamente existentes. Concluído o engradamento passou-se à
colocação de telhas e cumeeiras novas. Um tratamento à base de vermiculita
(isolação térmica) também foi feito na face superior da laje de cobertura destas
edificações.
Calhas em chapa galvanizada com espessura (#23) foram instaladas no contorno
de todas as edificações, apoiadas em berços com caimentos adequados para evitar
empoçamentos de água na calha. Em seguida procedeu-se às instalações dos
rufos e contra-rufos, também em chapa galvanizada com espessura (#24). Para
fixação dos rufos foi executado primeiramente um rasgo na alvenaria, onde tarugos
de madeira foram chumbados. Os rufos foram presos a estes tarugos através de
parafusos zincados e buchas do tipo S6. Na região de encontro dos rufos, foi
utilizada uma emenda por traspasse com comprimento mínimo de 5 cm. Os contra-
rufos foram instalados seguindo estes mesmos procedimentos.
Para proteção da platibanda instalou-se chapins pré-moldados.
Estrutura
A laje do Anexo 1, após a demolição foi refeita, utilizando sistema pré-moldado.
Para a ligação estrutural foi deixado um espaço de 2,0 cm entre as estruturas,
sendo que este espaço foi preenchido com mástique. Após a aplicação do mástique
a vedação foi concluída com a instalação de um perfil metálico. Também a nova
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
cobertura foi concebida de forma a não canalizar a captação de água para os
pontos críticos, como as juntas.
Revestimentos
Todo o revestimento nos locais que apresentavam pontos de infiltração tais como,
platibanda e teto do Pavimento e Anexos foram refeitos e após, concluídos e
curados recebeu a aplicação de líquido selador e posteriormente a pintura acrílica.
Aplicação de manta asfáltica
Para a sala onde funciona o arquivo e depósito (Anexo 2) foi efetuado a aplicação
de manta asfáltica para a impermeabilização.
Passeio externo
Foi construído um novo passeio contornando a edificação. O mesmo foi executado
tendo a sua inclinação no sentido oposto à edificação, com esta mudança não
haverá empoçamento de água na edificação.
c.2) Movimentação higroscópica
Para o tratamento da Movimentação Higroscópica seguiu-se a seguinte seqüência
executiva:
Demolição dos revestimentos
Primeiramente foi feita a retirada do reboco até o tijolo das alvenarias destas
edificações nos locais, onde o reboco se apresentava estufado ou solto, devido a
problemas de movimentação higroscópica.
Este tratamento foi executado interna e externamente em todas as alvenarias com
esta patologia.
Revestimentos
Neste caso, as alvenarias foram revestidas com chapisco e reboco, executados
através de argamassa industrializada, própria para cada etapa do revestimento.
Concluído o revestimento e sua cura foi feita a pintura, empregando-se líquido
selador e tinta látex acrílica.
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
4.1.2. Congonhas
a) Caracterização
Cidade localizada no estado de Minas Gerais, com temperatura média de 20,9
o
C e
índice médio pluviométrico anual de 967,00mm (Figura 4.9).
Figura 4.9 – Mapa de localização da cidade de Congonhas (www.almg.gov.br, 2008).
b) Descrição das patologias
Esta edificação foi construída na década de 90, sendo que a última reforma
aconteceu em 1998. A arquitetura e as patologias presentes na edificação e que
foram objeto de recuperação são as constantes nas Figuras 4.10 e 4.11.
Foi realizada uma vistoria no ano de 2004 para averiguação dos sintomas
relacionados à infiltração nesta edificação. Observou-se que a maior parte das
patologias de infiltração está localizada na região onde está concentrado o
reservatório superior, localizado na entrada da edificação.
A inspeção executada foi visual, sendo que foi aberto um buraco no abrigo da caixa
d’água para analisar se o vazamento era proveniente da mesma, conforme Figura
4.12.
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
86
Figura 4.10 – Planta do 1º pavimento e suas patologias.
Reservatório
Superior
Reservatório
Superior
Cobertura
central
Cobertura
central
Infiltração no teto
e na parede
Infiltração no teto
e na parede
Infiltração nas
fachadas
Infiltração nas
fachadas
Infiltração nas
paredes
Infiltração nas
paredes
Figura 4.10 – Planta do 1º pavimento e suas patologias.
Reservatório
Superior
Reservatório
Superior
Cobertura
central
Cobertura
central
Infiltração no teto
e na parede
Infiltração no teto
e na parede
Infiltração nas
fachadas
Infiltração nas
fachadas
Infiltração nas
paredes
Infiltração nas
paredes
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
87
Figura 4.11 – Planta do subsolo e FachadaFigura 4.11 – Planta do subsolo e Fachada
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
Figura 4.12 – Abertura realizada no abrigo, mostrando sinal de vazamento.
Pela vistoria, foi estabelecida uma relação entre os problemas atuais de infiltração e
o acidente ocasionado no ano de 1998, três anos após sua construção e que
provocou uma grande movimentação da edificação. No ano de 1998 ocorreu o
rompimento de uma adutora da COPASA, o que provocou o fenômeno chamado
“pipping”. Este acidente fez com que toda edificação, sofresse uma grande
movimentação.
Após o tratamento, ocorreram ainda movimentações no terreno que provocaram o
surgimento de trincas em alguns pontos localizados da edificação. Os pontos de
maior incidência de trincas são também onde há maior problema de infiltração.
Outro fator responsável pelas infiltrações é o fato da platibanda que contorna a
edificação ser em concreto não tendo como fixar o rufo na platibanda. O mesmo
problema ocorre no abrigo do reservatório superior. também um desnível,
próximo ao reservatório superior, entre a alvenaria da platibanda e a edificação, o
que acaba provocando empoçamento de água nesta região e consequentemente
traz como sintoma os problemas de infiltração.
b.1) Infiltração
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
Assim, o sintoma encontrado nesta edificação foi o descolamento da pintura na face
inferior da laje de cobertura bem como na porção superior das paredes internas e
externas.
A origem neste caso foi em parte pelo excesso de águas pluviais lançadas pelo
telhado central, localizado no hall da edificação, sobre as demais coberturas da
edificação. Isto contribui para um acúmulo de água nestas coberturas, que as
descidas (calhas e tubos) de águas pluviais não foram dimensionadas para receber
esta quantidade de água adicional.
Então um dos agentes causadores das infiltrações foi à incapacidade dos telhados
laterais absorverem as águas pluviais lançadas pela parte central do telhado,
associado à ausência de limpeza e manutenções preventivas das calhas e descidas
de água fazendo com que ocorra o entupimento das mesmas.
Outro agente causador está relacionado também a um erro de projeto, onde não
detalhamento de como será feita a fixação dos rufos na platibanda em concreto,
bem como no abrigo do reservatório superior que também é em concreto. Ainda,
existe o problema, não foi observado no projeto, da diferença de nível entre a
edificação e a alvenaria da platibanda, próximo ao reservatório superior.
E por último, as fissuras decorrentes ainda da acomodação da edificação
favorecem a penetração de água e também contribuem para a incidência de
infiltração, como apresentado nas Figuras 4.13 e 4.14.
No caso desta edificação, as origens dos problemas de infiltração foram devido às
falhas de projeto, de manutenção e acidente estrutural.
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
Figura 4.13 – Pintura soltando na parede de uma das salas, localizadas abaixo do
reservatório.
Figura 4.14 – Pintura soltando na parede da lateral direita,
localizada abaixo do reservatório.
A cobertura que faz o fechamento do pátio central, conforme Figura 4.15, não
possuía nenhum fechamento lateral na época da vistoria, sendo que as chuvas
fazem com que haja constantemente umidade nas paredes desta região. Este fator
ajuda na expansão da argamassa, e consequentemente causa o estufamento do
reboco e seu desplacamento na região da cobertura central, conforme apresentado
nas Figuras 4.16 e 4.17.
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
Figura 4.15 – Vista da cobertura central da edificação.
Figura 4.16 – Expansão da argamassa pelo aumento da umidade
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
Figura 4.17 – Expansão da argamassa pelo aumento da umidade
c) Medidas terapêuticas
c.1) Infiltração
A descrição das medidas terapêuticas será dividida em partes, pois neste caso
mais de um agente causador desta patologia.
Para as infiltrações decorrentes do beiral curto da cobertura do pátio central da
edificação, foram instaladas venezianas que bloqueiam a água decorrente de chuva
e ao mesmo tempo mantém a ventilação da edificação (Figura 4.18).
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
Figura 4.18 – Beiral curto sobre o pátio central.
Foi efetuada também uma revisão geral no telhado, calhas e descidas de água
pluvial.
No caso das patologias decorrentes de problemas de infiltração, causado pelo
desnível entre a alvenaria e a platibanda a solução foi relativamente simples. Como
este desnível era pequeno, foi estabelecido um traço de argamassa de 1:4 e o
mesmo aplicado. A aplicação da argamassa foi em forma de meia-cana, para que
não ocorresse o empoçamento da água.
Nos problemas decorrentes da falta de fixação dos rufos na platibanda procedeu-se
a retirada dos rufos, colocando em seguida um mastique e reinstalando os
mesmos. Assim, o “mastique” atua no sentido de vedar a entrada de água entre a
platibanda de concreto e o rufo. No abrigo do reservatório superior também estava
soltando a ligação do rufo com o abrigo. Neste caso adotou-se a aplicação de uma
emulsão que ao mesmo tempo em que impermeabiliza, faz a vedação entre o rufo e
o abrigo, conforme Figuras 4.19 e 4.20.
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
Figura 4.19 – Aplicação de emulsão na ligação do rufo com reservatório superior
Figura 4.20 – Aplicação de emulsão na ligação do rufo com reservatório superior
Para o reservatório superior o tratamento efetuado, além do fechamento com a
selagem das trincas, foi aplicado sobre a cobertura uma manta em alumínio
aluminizada, sobre o reservatório e nos locais onde não telhado. Esta região é
justamente na entrada da edificação, e onde se concentra a maior quantidade de
trincas. Antes do tratamento as trincas foram costuradas, conforme PDR-Trincas.
Após sanar os problemas de infiltração, houve demolição do reboco com os
problemas patológicos, sendo refeito este reboco. Com sua cura foi executada a
aplicação de nova pintura nos locais que receberam tratamento.
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
4.1.3. Contagem
a) Caracterização
Cidade localizada no estado de Minas Gerais, com temperatura média de 21,1
o
C e
índice médio pluviométrico anual de 1491,3mm (Figura 4.21).
Figura 4.21 – Mapa de localização da cidade de Contagem (www.almg.gov.br, 2008)
b) Descrição das patologias
Esta edificação foi construída na década de 70, sendo que a reforma para
tratamento desta patologia aconteceu em 2004. A edificação estudada com os
problemas patológicos detectados na reforma é a apresentada na Figura 4.22.
b.1) Recalques de fundações
A patologia foi detectada quando da construção de um anexo nesta edificação.
Apenas no trecho apresentado na Figura 4.22 é que se percebe uma maior
movimentação e consequentemente uma maior quantidade de trincas. Analisando o
projeto estrutural verifica-se que a edificação foi dividida em 3 (três) trechos, com
juntas de concretagem, sendo que no terceiro trecho da junta apresentada na
Figura 4.23 é que se concentram algumas trincas.
As trincas concentravam-se nos e níveis deste trecho, nas alvenarias
apontadas na Figura 4.22.
Contagem
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
96
Trincas na alvenaria
Trincas na alvenaria
Figura 4.22 – Patologias no 2º e 3º níveis.
SECRETARIA 2ª VARA CRIMINAL
VAZIO
VAZIOVAZIOVAZIOVAZIO
VARANDA
HALL
VAZIOVAZIO
I.S.
I.S.
PROCURADORES
ESTAGIARIOS
I.S.
I.S.
VAZIO
ESTOQUE
CIRCULAÇÃO 3º NÍVEL
CIRCULAÇÃO 4o NÍVEL
I.S.
I.S.
PÁTIO DESCOBERTO
COBERTURA DO ANEXO
SERVICO
SOCIAL
PSICOLOGIA
PSICOLOGIA
RECEPÇÃO
ADMINST.
ADMINST.
4ª VARA CIVEL
SECRETARIA
CURADORIA
SECRETARIA
9 ª PROMOTORIA
PROTOCOLO
RECEPÇÃO
PROMOTORIA
PÚBLICO
MINISTÉRIO
2ª VARA DA FAZENDA
GABINETE JUIZ
2ª VARA DA FAZENDA
SECRETARIA
RECEPÇÃO
DE JUSTIÇA
OFICIAL
I.S.
CONTADORIA
2ª VARA DA FAZENDA
DISTRIBUIDOR
MANDADOS
CENTRAL DE
I.S.I.S.
SECRETARIA 1ª VARA CRIMINAL
GABINETE
DO JUIZ
SECRETARIA 6ª VARA CIVEL
SECRETARIA 4ª VARA CIVEL
I.S.
I.S. I.S.
ATENDIMENTO
RECEPÇÃO
DO JUIZ
GABINETE
MINISTÉRIO
PÚBLICO
PROMOTORIAPROMOTORIA
PÚBLICO
MINISTÉRIO
I.S.
GABINTE DO JUIZ
2ª VARA CRIMINAL
I.S.I.S. OAB
5ª VARA CIVEL
VAZIOVAZIO
HALL
VARANDA
VAZIO
VAZIO
I.S. I.S.
VAZIO
I.S.
I.S.
GABINETE JUIZ
EXECUÇÕES
GABINETE JUIZ
5ª VARA CIVEL
SECRETARIA
JUIZ
GABINETE
I.S. I.S.
JUIZ
GABINETE
RECEPÇÃO/
TELEFONISTA
3ª VARA CRIMINAL
SECRETARIA
I.S.
2ª VARA CRIMINAL
SECRETARIA
SECRETARIA
1ª VARA CRIMINAL
GABINTE DO JUIZ
1ª VARA CRIMINAL
XEROX DEP. I.S.
PLANTA 5º NÍVEL
CRIMINAIS
PLANTA 3º E 4º NÍVEIS
ESCALA 1/100
PLANTA DO 1º E 2º NÍVEL
ESCALA 1/100
TELEFONISTA
GABINETE JUIZ / AUDIÊNCIA
BANCO DO BRASIL
GUARDA
RÉU
I.S.
COPA
I.S.
JUIZ/AUDIÊNCIA
3ª VARA FAMÍLIA
I.S.
CENTRAL
GUIAS
RECEPÇÃO
AUDIÊNCIA
GABINETE JUIZ /
I.S.
SECRETARIA 2 ª VARA CÍVEL
TESOUREIRO / CONTADOR
RECEPÇÃO
CENTRAL DE CADASTRO
JUIZES
COOPERADORES
SECRETARIA 1º VARA FAZENDA PÚBLICA
I.S.
I.S.
I.S.
I.S.
GABINETE JUIZ / AUDIÊNCIA
I.S. I.S. I.S. I.S.
SECRETARIA
1ª VARA CÍVEL
EXECUÇÕES CRIMINAIS
SECRETARIA
DEFENSORIA
PÚBLICA
I.S. I.S.
PÚBLICA
DEFENSORIA
PROTOCOLO
1º VARA PÚBLICA
GABINETE JUIZ / AUDIÊNCIA
PROTOCOLO
1º NÍVEL
1º NÍVEL
2º NÍVEL
2º NÍVEL
LEGENDA :
SALÃO DO JURI
PRINCIPAL
ACESSO
ANEXO JARDIM
I.S.
Trincas na alvenaria
Trincas na alvenaria
Figura 4.22 – Patologias no 2º e 3º níveis.
SECRETARIA 2ª VARA CRIMINAL
VAZIO
VAZIOVAZIOVAZIOVAZIO
VARANDA
HALL
VAZIOVAZIO
I.S.
I.S.
PROCURADORES
ESTAGIARIOS
I.S.
I.S.
VAZIO
ESTOQUE
CIRCULAÇÃO 3º NÍVEL
CIRCULAÇÃO 4o NÍVEL
I.S.
I.S.
PÁTIO DESCOBERTO
COBERTURA DO ANEXO
SERVICO
SOCIAL
PSICOLOGIA
PSICOLOGIA
RECEPÇÃO
ADMINST.
ADMINST.
4ª VARA CIVEL
SECRETARIA
CURADORIA
SECRETARIA
9 ª PROMOTORIA
PROTOCOLO
RECEPÇÃO
PROMOTORIA
PÚBLICO
MINISTÉRIO
2ª VARA DA FAZENDA
GABINETE JUIZ
2ª VARA DA FAZENDA
SECRETARIA
RECEPÇÃO
DE JUSTIÇA
OFICIAL
I.S.
CONTADORIA
2ª VARA DA FAZENDA
DISTRIBUIDOR
MANDADOS
CENTRAL DE
I.S.I.S.
SECRETARIA 1ª VARA CRIMINAL
GABINETE
DO JUIZ
SECRETARIA 6ª VARA CIVEL
SECRETARIA 4ª VARA CIVEL
I.S.
I.S. I.S.
ATENDIMENTO
RECEPÇÃO
DO JUIZ
GABINETE
MINISTÉRIO
PÚBLICO
PROMOTORIAPROMOTORIA
PÚBLICO
MINISTÉRIO
I.S.
GABINTE DO JUIZ
2ª VARA CRIMINAL
I.S.I.S. OAB
5ª VARA CIVEL
VAZIOVAZIO
HALL
VARANDA
VAZIO
VAZIO
I.S. I.S.
VAZIO
I.S.
I.S.
GABINETE JUIZ
EXECUÇÕES
GABINETE JUIZ
5ª VARA CIVEL
SECRETARIA
JUIZ
GABINETE
I.S. I.S.
JUIZ
GABINETE
RECEPÇÃO/
TELEFONISTA
3ª VARA CRIMINAL
SECRETARIA
I.S.
2ª VARA CRIMINAL
SECRETARIA
SECRETARIA
1ª VARA CRIMINAL
GABINTE DO JUIZ
1ª VARA CRIMINAL
XEROX DEP. I.S.
PLANTA 5º NÍVEL
CRIMINAIS
PLANTA 3º E 4º NÍVEIS
ESCALA 1/100
PLANTA DO 1º E 2º NÍVEL
ESCALA 1/100
TELEFONISTA
GABINETE JUIZ / AUDIÊNCIA
BANCO DO BRASIL
GUARDA
RÉU
I.S.
COPA
I.S.
JUIZ/AUDIÊNCIA
3ª VARA FAMÍLIA
I.S.
CENTRAL
GUIAS
RECEPÇÃO
AUDIÊNCIA
GABINETE JUIZ /
I.S.
SECRETARIA 2 ª VARA CÍVEL
TESOUREIRO / CONTADOR
RECEPÇÃO
CENTRAL DE CADASTRO
JUIZES
COOPERADORES
SECRETARIA 1º VARA FAZENDA PÚBLICA
I.S.
I.S.
I.S.
I.S.
GABINETE JUIZ / AUDIÊNCIA
I.S. I.S. I.S. I.S.
SECRETARIA
1ª VARA CÍVEL
EXECUÇÕES CRIMINAIS
SECRETARIA
DEFENSORIA
PÚBLICA
I.S. I.S.
PÚBLICA
DEFENSORIA
PROTOCOLO
1º VARA PÚBLICA
GABINETE JUIZ / AUDIÊNCIA
PROTOCOLO
1º NÍVEL
1º NÍVEL
2º NÍVEL
2º NÍVEL
LEGENDA :
SALÃO DO JURI
PRINCIPAL
ACESSO
ANEXO JARDIM
I.S.
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
Figura 4.23 – Detalhe da junta de dilatação
c) Medidas terapêuticas
c.1) Recalques de fundações
Quando do término da construção do Anexo, ao lado do trecho que apresentava as
trincas, iniciou-se o tratamento das mesmas, através de costura das trincas,
conforme PDR-Trincas, apresentado no Anexo B.
O processo de costura consta da demolição do reboco (e retirada dos azulejos), em
uma faixa de 60 cm de largura no entorno de cada trinca. Primeiramente retiraram-
se os tijolos trincados a cada quatro fiadas e novos tijolos foram assentados com
argamassa de cimento, cal e areia lavada no traço 1:2:9. Barras de aço com
diâmetro 6,3 mm foram então colocadas a cada duas fiadas, fixando-as com
argamassa de cimento e areia, traço 1:2. Em seguida efetuou-se, sobre uma tela de
estuque, o chapisco.
Após a cura procedeu-se a aplicação de líquido selador e posteriormente a pintura
acrílica. Para as instalações sanitárias os azulejos foram reassentados.
Não foi efetuado nenhum reforço estrutural por acreditar que a movimentação
havia sido concluída.
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
4.1.4. Corinto
a) Caracterização
Cidade localizada no estado de Minas Gerais, com temperatura média de 18,1
o
C e
índice médio pluviométrico anual de 1.404,0 mm (Figura 4.24).
Figura 4.24 – Mapa de localização da cidade de Corinto (www.almg.gov.br, 2008)
b) Descrição das patologias
No caso desta edificação, sua construção data da década de 60, sendo que a
última reforma aconteceu em 2003. O projeto arquitetônico é apresentado na Figura
4.25 e os problemas detectados nesta reforma são os citados abaixo e apresentado
nas Figuras 4.26 e 4.27. Esta edificação tem como projeto arquitetônico o padrão 3
colunas, mesmo projeto utilizado em Bambuí.
b.1) Recalque de fundação
Trata-se de edificação de dois pavimentos, conforme projeto apresentado na Figura
4.25. Este projeto arquitetônico foi usado como padrão em outras localidades do
estado, tais como na cidade de Bambuí e não apresentaram problemas
semelhantes.
O sintoma principal desta edificação foi o surgimento de inúmeras trincas em toda a
edificação, com predominância na região demarcada na Figura 4.26.
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
Figura 4.25 – Fachada e Implantação.Figura 4.25 – Fachada e Implantação.
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
100
Figura 4.26 – Planta do 1º pavimento e suas patologias.
Trinca na alvenaria
Trinca na alvenaria
Movimentação higroscópica
Movimentação higroscópica
Figura 4.26 – Planta do 1º pavimento e suas patologias.
Trinca na alvenaria
Trinca na alvenaria
Trinca na alvenaria
Trinca na alvenaria
Movimentação higroscópica
Movimentação higroscópica
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
101
Figura 4.27 – Planta do 2º pavimento e suas patologias.
Trinca na alvenaria
Trinca na alvenaria
Infiltração no teto
Infiltração no teto
Figura 4.27 – Planta do 2º pavimento e suas patologias.
Trinca na alvenaria
Trinca na alvenaria
Infiltração no teto
Infiltração no teto
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
102
A razão do surgimento destas trincas foi o aparecimento de deformações
diferenciadas do solo ao longo do plano das fundações, conforme apresentado na
sondagem, Anexo A, onde se mostra que o solo sob a edificação é mole. Assim o
recalque ocorrido foi basicamente proveniente da sua redução de volume, uma vez
que a água presente no bulbo de tensões das fundações percolou para regiões
sujeita as pressões menores. Este fenômeno de mudança de volume do solo por
percolação de água é denominado consolidação”. No caso de solos argilosos,
menos permeáveis, este processo de consolidação ocorre de maneira lenta, ao
longo de vários anos.
Assim, a causa desta patologia foi à consolidação do solo de fundação da
edificação. Como o terreno é argiloso, o processo de consolidação é lento e
diferenciado gerando com o passar do tempo recalques. Estes recalques, por sua
vez, provocaram as trincas.
A origem deste problema está relacionada basicamente a um erro de projeto, já que
as fundações deveriam ter sido projetadas para ultrapassar a camada de argila
existente no terreno.
b.2) Infiltração
Nas vistorias realizadas antes do tratamento, constatou-se que o mecanismo que
gerou as infiltrações no teto foi à penetração de água presente na face superior da
laje de cobertura.
Os agentes causadores das infiltrações foram os entupimentos das calhas da
estrutura do telhado da edificação, devido à falta de limpeza e manutenção,
associado à existência de telhas e engradamento quebrados e apodrecidos.
Neste caso a origem do problema está relacionada um erro de uso, devido à
falta de manutenção periódica (Figura 4.28).
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
103
Figura 4.28 – Infiltração no teto do 2º pavimento
b.3) Movimentação higroscópica
O agente causador desta patologia foi à utilização de materiais inadequados como
o saibro na composição da argamassa de revestimento.
A origem deste problema foi um erro de especificação e de execução, já que saibro
foi utilizado na confecção da argamassa de assentamento e revestimento e a
adição desta argila mineral exige que seja efetuada uma dosagem experimental
para a argamassa.
c) Medidas terapêuticas
c.1) Recalque de fundação
Para definição da seqüência executiva a ser implementada, foi providenciado
inicialmente à sondagem do terreno e um mapeamento das trincas da edificação.
Com este mapeamento fez-se uma marcação dos locais onde seria implantado o
reforço de fundação, conforme apresentado na Figura 4.29, para o tratamento desta
patologia.
Ainda é importante ressaltar que esta edificação é de alvenaria autoportante, ou
seja, não vigas e nem pilares. Ela foi executada em parede dupla com tijolos
maciços deitados.
Na Figura 4.29 apresentamos o mapeamento do reforço de fundação que foi
executada nesta edificação.
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
104
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
105
Vistoria inicial
Através da vistoria identificou-se serem as fundações existentes constituídas de
vigas baldrame (seção 1,5m x 0,50m), feitas com pedra de mão abaixo das
alvenarias, situadas em cotas variáveis (terreno tem um pequeno desnível),
estando apoiadas em uma argila siltosa mole. Trata-se, portanto, de uma fundação
direta.
Com base nesta vistoria e considerando-se as trincas existentes fez-se então uma
investigação geotécnica do terreno para determinar o tipo de solo. A análise do
terreno indica que edificação estava apoiada sobre uma camada de argila siltosa
mole, de aproximadamente 3,5 m de profundidade, conforme mostra o relatório de
sondagem apresentado no Anexo A. Esta camada de argila tem capacidade
insuficiente para resistir ao carregamento aplicado. Assim sendo, decidiu-se por
reforçar as fundações utilizando-se tubulões, com 4,0 metros em média de
profundidade, apoiados sobre a camada de silte argiloso (solo residual).
Movimento de terra - Escavação
Antes do reforço das vigas baldrame, foram executados todos os escoramentos
necessários, no primeiro e no segundo pavimento, em todas as faces do elemento
estrutural ou de vedação, procurando aliviar ao máximo o carregamento sobre a
fundação que se pretendia reforçar.
Com o intuito de se avaliar o estado real das vigas baldrame bem como do solo em
que se apoiavam, valas foram abertas nos pisos do primeiro pavimento, em várias
salas, determinando as características do solo “in situ”. Estas valas foram abertas
antes de se iniciar o reforço, e foram criadas porque os furos de sondagem se
localizaram fora do edifício e o período de tempo entre a vistoria e a execução do
reparo é bastante longo.
Durante a investigação, caso ocorresse instabilidade do terreno estava previsto
um encamisamento da fundação de reforço. A execução dos trabalhos de
escavações foi feita obedecendo a todas as prescrições das normas concernentes
ao assunto.
Execução dos tubulões
O reforço das fundações existentes foi constituído de tubulões, localizados
conforme mostra a Figura 4.29. Os tubulões foram escavados manualmente e
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
106
apresentavam diâmetro do fuste de 60 cm, diâmetro da base de 120 cm e
comprimento total de aproximadamente 4,0 m. Antes de iniciar a concretagem de
cada tubulão foi feita a conferência de sua cota de arrasamento, do seu prumo
(centro do fuste coincidindo com o centro da base) e de sua locação. Uma limpeza
da base do tubulão também foi realizada.
Na concretagem dos tubulões, foi utilizado concreto com resistência característica à
compressão (fck) de 9,0 MPa. Na fabricação do concreto utilizou-se 30% de pedra
de mão. A porcentagem de pedra de mão foi separada antes da concretagem,
sendo que o seu lançamento foi feito em conjunto com o concreto, de forma que a
distribuição das pedras ocorresse de forma homogênea.
O concreto, preparado na obra, teve dosagem experimental (racional) na forma
preconizada pela NBR 6118/1980, utilizando os materiais disponíveis na região. A
dosagem foi elaborada por laboratório especializado. Durante a execução, corpos
de prova foram extraídos para se verificar a resistência característica do concreto
executado.
Após a concretagem dos tubulões, executou-se reaterro compactado nos locais de
reforço da fundação (no cachimbo aberto para execução de cada tubulão), bem
como nos locais de inspeção.
Tratamento das trincas
O tratamento das trincas ocasionadas pelos recalques da fundação foi feito, 60 dias
após a execução do reforço da fundação. Julgou-se que este seria o prazo de
tempo necessário para a acomodação da estrutura recém reforçada. No processo
de tratamento foram seguidos os procedimentos citados anteriormente na Costura
de Trincas para a edificação de Contagem e ilustrado pelo projeto padrão que se
encontra no Anexo B.
Revestimentos
Neste caso, as alvenarias foram revestidas com chapisco e reboco, executados
através de argamassa industrializada, própria para cada etapa do revestimento.
Concluído o revestimento e sua cura foi feita a pintura, empregando-se líquido
selador e tinta acrílica.
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
107
Figura 4.30 – Execução do tubulão para reforço.
c.2) Infiltração
Para tratamento dos problemas de infiltração, foi efetuada a seqüência executiva
descrita abaixo:
Demolição e retirada
No caso das infiltrações existentes nas coberturas (2º pavimento), primeiramente
foram retiradas as telhas de fibrocimento, as cumeeiras, o engradamento e as
calhas do telhado.
Executamos a demolição do reboco do teto, devido aos problemas ocasionados
pela infiltração, que causou estufamento e desplacamento do reboco do teto.
Em seguida fez-se a demolição da argamassa de revestimento da platibanda de
contorno do edifício, interna e externamente.
Estrutura da Cobertura
No caso da cobertura o engradamento do telhado foi totalmente refeito obedecendo
às inclinações previamente existentes. Concluído o engradamento passou-se à
colocação de telhas e cumeeiras novas. Um tratamento à base de vermiculita
(isolação térmica) também foi feito na face superior da laje de cobertura destas
edificações.
Calhas em chapa galvanizada com espessura (#23) foram instaladas no contorno
de todas as edificações, apoiadas em berços com caimentos adequados para evitar
empoçamentos de água na calha. Em seguida procedeu-se às instalações dos
rufos e contra-rufos, também em chapa galvanizada com espessura (#24). Para
fixação dos rufos foi executado primeiramente um rasgo na alvenaria, onde tarugos
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
108
de madeira foram chumbados. Os rufos foram presos a estes tarugos através de
parafusos zincados e buchas do tipo S6. Na região de encontro dos rufos, foi
utilizada uma emenda por traspasse com comprimento mínimo de 5 cm. Os contra-
rufos foram instalados seguindo estes mesmos procedimentos.
Para proteção da platibanda instalou-se chapins pré-moldados.
Revestimentos
Todo o revestimento nos locais que apresentavam pontos de infiltração tais como,
platibanda e teto do 2º Pavimento foram refeito e após, concluído e curado recebeu
a aplicação de líquido selador e posteriormente a pintura acrílica.
c.3) Movimentação higroscópica
Para o tratamento da Movimentação Higroscópica seguiu-se a seguinte seqüência
executiva:
Demolição dos revestimentos
Primeiramente foi feita a retirada do reboco até o tijolo das alvenarias destas
edificações nos locais, onde o reboco se apresentava estufado ou solto, devido a
problemas de movimentação higroscópica.
Revestimentos
Neste caso, as alvenarias foram revestidas com chapisco e reboco, executados
através de argamassa industrializada, própria para cada etapa do revestimento.
Concluído o revestimento e sua cura foi feita a pintura, empregando-se líquido
selador e tinta acrílica.
Figura 4.31 – Situação do reboco da fachada antes do tratamento
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
109
4.1.5. Luz
a) Caracterização
Cidade localizada no estado de Minas Gerais, com temperatura média de 22,1
o
C e
índice médio pluviométrico anual de 1.415,7mm (Figura 4.32).
Figura 4.32 – Mapa de localização da cidade de Luz (www.almg.gov.br, 2008)
b) Descrição das patologias
A edificação, objeto de estudo, foi construída na década de 70, sendo que a
reforma com ampliação aconteceu em 2002, mas devido aos problemas
ocasionados nesta reforma a construtora foi obrigada a realizar reparos no ano de
2003. A edificação estudada com os problemas detectados nesta reforma são os
citados abaixo e apresentado nas Figuras 4.33 e 4.34.
b.1) Recalque de fundação e Infiltração
Esta edificação passou por uma reforma e construção de um anexo no ano de
2002. Para a construção foi executada uma junta de dilatação entre a construção
existente e o anexo. Mesmo adotando os procedimentos para ligação entre as duas
edificações, ocorreu o recalque de fundação, ocasionando trincas no anexo e no
prédio principal.
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
110
Figura 4.33 – Planta do 1º pavimento e suas patologias.
Recalque de fundação
Recalque de fundação
Anexo
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
111
Figura 4.34 – Planta do 2º pavimento e suas patologias.
Anexo
Recalque de fundação e
Infiltração
Recalque de fundação e
Infiltração
Anexo
Recalque de fundação e
Infiltração
Recalque de fundação e
Infiltração
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
112
As trincas, bem como os problemas de infiltração decorrentes da mesma ocorreram
poucos meses após a conclusão da obra. Na documentação da obra consta a
notificação do TJMG junto à empresa responsável pela obra, para que a mesma
providenciasse o reparo. Este reparo compreendia o tratamento das trincas, bem
como a instalação de um rufo na ligação entre os prédios e consequentemente a
troca de revestimento e nova pintura.
c) Medidas terapêuticas
c.1) Recalque de fundação
Costura das trincas
As trincas em suas alvenarias e na ligação entre os dois prédios passaram pelo
processo de costura, visto que as mesmas foram consideradas mortas (passivas).
Estas trincas foram tratadas usando procedimentos rígidos, através do método de
costura das trincas, conforme relatado no tratamento da edificação de Contagem e
apresentado no Anexo B e que não permitem a movimentação.
Instalação de rufos
Para correção dos problemas de infiltração originados pelo recalque de fundação,
tendo como foco a ligação entre os dois prédios, principalmente na cobertura,
optou-se pela instalação de sistema de vedação na cobertura. Assim, foram
instalados rufos em chapa galvanizada #24. Para fixação dos rufos foi executado
primeiramente um rasgo na alvenaria, onde tarugos de madeira foram chumbados.
Os rufos foram presos a estes tarugos através de parafusos zincados e buchas do
tipo S6. Na região de encontro dos rufos, foi utilizada uma emenda por traspasse
com comprimento mínimo de 5 cm.
Revestimento
Na região danificada, todo reboco foi trocado e após sua cura a pintura utilizando
tinta acrílica foi refeita.
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
113
4.1.6. Timóteo – Edificação 1
a) Caracterização
Cidade localizada no estado de Minas Gerais, com temperatura média de 23,5
o
C e
índice médio pluviométrico anual de 1374,00mm (Figura 4.35).
Figura 4.35 – Localização da cidade de Timóteo (www.almg.gov.br, 2008)
b) Descrição das patologias
Esta edificação foi construída na década de 80, sendo que a última reforma para
tratamento das patologias relatadas abaixo aconteceu em 2005. A edificação
estudada é a apresentada nas Figuras 4.36 e 4.37, sendo que os problemas
detectados nesta reforma são os citados abaixo e apresentado nas Figuras 4.38 e
4.39.
b.1) Infiltração
Trata-se de um imóvel constituído de subsolo e mais dois pavimentos. As
infiltrações encontradas estão nas paredes, nas lajes de piso e cobertura do
subsolo, bem como no teto no Anexo (Praça) e na cobertura da escada central,
conforme apresentado nas Figuras 4.38 e 4.39.
Por se tratar de uma edificação construída pela Prefeitura, não foi possível
obtermos uma cronologia da época da construção, pois não diários de obras e
nem os projetos executivos da época. Não sabemos também se durante a
construção foram realizados testes de estanqueidade.
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114
Figura 4.36 – Fachada e Detalhe da Cobertura da escada.
Movimentação
higroscópica
(platibanda)
Movimentação
higroscópica
(platibanda)
Figura 4.36 – Fachada e Detalhe da Cobertura da escada.
Movimentação
higroscópica
(platibanda)
Movimentação
higroscópica
(platibanda)
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115
Figura 4.37 – Corte e patologias.
Subsolo
1º Pavimento
2º Pavimento
Clarabóia
Infiltração
Infiltração
Subsolo
1º Pavimento
2º Pavimento
Clarabóia
Subsolo
1º Pavimento
2º Pavimento
Clarabóia
Infiltração
Infiltração
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116
Figura 4.38 – Planta do subsolo e suas patologias.
Infiltração no
teto (jardim)
Infiltração no
teto (jardim)
Infiltração no
teto (clarabóia)
Infiltração no
teto (clarabóia)
Infiltração no
piso
Infiltração no
piso
Infiltração na
parede
Infiltração na
parede
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117
Figura 4.39 – Planta do 1º e 2º Pavimentos e suas patologias.
Claraboia e jardim
Jardim
Infiltração no
teto
Infiltração no
teto
Movimentação
higroscópica
(platibanda)
Movimentação
higroscópica
(platibanda)
1º Pavimento
2º Pavimento
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118
Apesar da carência de dados para analisar a edificação, entendeu-se que a origem
do problema estava no projeto, pela falta/insuficiente sistemas de drenagem e de
impermeabilização.
O piso do subsolo apresenta afloramento de água, que faz com que o mesmo
apresente manchas generalizadas, bem como problemas nas alvenarias devido à
pressão da água por capilaridade e pela falta de drenagem nas paredes do subsolo,
conforme Figura 4.40.
Figura 4.40 – Infiltração na parede do hall do subsolo.
Também sob o teto do subsolo, nas partes onde o mesmo possui um jardim e uma
clarabóia vários pontos de infiltração. A ala dos banheiros do subsolo, conforme
apresentado na Figura 4.38, há manchas de infiltração em todo teto.
no teto do salão do Júri (subsolo), além dos problemas de infiltração causados
pelo jardim, o maior problema vem da clarabóia. A mesma tem uma estrutura de
ferro, sendo que a fixação da mesma não permite a movimentação dos vidros. Isto
faz com que os mesmos permaneçam sempre trincados, sendo um ponto de
infiltração constante. No ano de 2003 foi executada uma calha em concreto
contornando esta clarabóia com o intuito de evitar o empoçamento da água e
consequentemente a infiltração no teto do salão do júri. Na vistoria para reforma
que ocorreu no ano de 2005, pode-se perceber que a calha não sanou os
problemas. A inclinação com que à mesma foi construída fez com que
continuássemos a ter empoçamento de água em vários pontos, além disso, não foi
efetuada a troca da estrutura da clarabóia.
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
119
Outro agente causador das patologias nesta edificação é o piso do tipo calçada
portuguesa no pavimento. Este tipo de piso permite a permeabilidade da água,
fazendo com que a mesma percole para o subsolo e provoque os problemas de
impermeabilização na parede do mesmo.
b.2) Movimentação higroscópica
O desencadeador deste processo é a percolação de água em todo o contorno da
platibanda. A argamassa de revestimento é constituída de um material poroso, que
ao trocar umidade com o meio expande e contrai, gerando as trincas em sua
superfície.
Pela análise do mecanismo causador dos problemas, chega-se à conclusão de que
o agente do problema patológico é a falta de chapim e rufo no topo da platibanda,
que direciona a água diretamente para a platibanda da escada central. Além disso,
o topo da platibanda apresenta inclinação em direção à parte onde o revestimento é
pintura, sendo que se a inclinação tivesse sentido contrário, a mesma iria em
direção ao revestimento de pastilhas. A Figura 4.41 mostra o detalhe da
movimentação higroscópica, inclusive com as trincas apresentadas no
revestimento.
Figura 4.41 – Detalhe das trincas na platibanda.
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
120
Para estas patologias, entende-se que a origem do problema está na deficiência de
projeto e também de falhas executivas.
c) Medidas terapêuticas
c.1) Infiltração
A seqüência executiva realizada para o tratamento desta patologia está descrito
abaixo:
c.1.1) Infiltrações nas paredes e na laje de piso do subsolo
Os procedimentos de reparo constaram da demolição e remoção da camada de
reboco, eliminação das trincas existentes nas alvenarias, aplicação de uma camada
de impermeabilizão seguida de revestimento e pintura. Os detalhes de cada um
destes procedimentos são os seguintes:
Demolições e retiradas
Foi executada a demolição do reboco até no tijolo, das paredes internas e externas
da edificação, onde o mesmo apresentava-se com infiltração, solto ou estufado. O
rodapé existente em marmorite (h= 7 cm) foi também retirado nos locais, onde o
mesmo estava se soltando no subsolo. O reboco das muretas externas que
contornam os jardins foi também demolido.
Impermeabilizações das alvenarias, muretas e muro de arrimo
Antes da aplicação da camada de impermeabilização, as superfícies a serem
revestidas foram levemente apicoadas e se apresentavam ásperas, isentas de
partículas soltas e materiais estranhos. Os cantos também foram arredondados em
formato de meia-cana.
Após a demolição do revestimento, nos locais indicados, foi feita a aplicação de um
impermeabilizante para concretos e argamassas com 3 demãos com um consumo
de 3,0Kg/m
2
. As superfícies tratadas não podiam apresentar trincas; nos locais
onde elas existiam, sendo então tratadas antes da impermeabilização.
Depois de realizada a aplicação do impermeabilizante, aplicou-se um chapisco de
cimento e areia, com um traço indicado pelo fabricante do sistema
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
121
impermeabilizante. Este revestimento foi aplicado em duas camadas de 1 (um) cm
de espessura, perfazendo um total de 2 cm.
Este procedimento de impermeabilização foi feito até uma altura de 1,5 metros
acima do nível do piso inferior no lado interno dos muros de arrimo e nos lados
internos das paredes do subsolo em contato com o solo. Nos muros de arrimo
externos, nas paredes externas e nas muretas o procedimento foi executado em
toda extensão destes elementos.
Eliminação de trincas
Nos locais onde existiam trincas, elas foram tratadas, obedecendo aos
procedimentos descritos para o tratamento de costuras de trincas seguindo o
Padrão PDR-Trincas que se encontra no Anexo B.
Revestimentos
Antes de serem revestidas, as superfícies foram limpas com vassoura e aspergiu-
se água sobre a base sem que houvesse saturação. Os revestimentos internos e
externos consistiram primeiramente de chapisco, aplicado conforme descrito
anteriormente. Três dias após a aplicação do chapisco, as superfícies foram
rebocadas, utilizando-se argamassa de cimento, plastificante, areia lavada fina e cal
hidratada, no traço 1:2:8, em volume. Após a cura do reboco, aplicou-se um líquido
selador nos locais onde havia sido realizada a recomposição do reboco.
Seguindo as recomendações do fabricante não foi feita aplicação de emassamento
nas paredes que receberam tratamento de impermeabilização. Sendo assim, após
a aplicação do líquido selador foi feita a pintura utilizando-se tinta PVA nas paredes
internas e tinta acrílica nas paredes externas. Nas paredes externas utilizou-se tinta
acrílica, pois a mesma possui maior resistência à água, à alcalinidade e às
intempéries.
c.1.2) Infiltrações na laje de cobertura do subsolo
Demolições e retiradas
Externamente removeu-se o jardim que se encontrava sobre a laje de cobertura do
subsolo e do salão do júri. Também se procedeu à demolição do reboco da calha
que faz o contorno da clarabóia, localizada no mesmo jardim. Do lado interno foi
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
122
feita a retirada do forro de gesso nos sanitários e do forro de acrílico no salão do
júri, que apresentava infiltrações no teto do subsolo.
Após a retirada do jardim e antes de proceder à impermeabilização, foi executada
uma camada impermeabilizante, com 10 cm de espessura, de concreto com
resistência à compressão de 10 MPa. Esta camada foi estendida, sarrafeada,
desempenada e nivelada, sobre toda a área onde seria novamente replantado o
jardim.
Antes de iniciar a impermeabilização, foi feita uma limpeza na superfície a ser
impermeabilizada, retirando-se todas as partículas soltas. Com o objetivo de corrigir
as irregularidades que pudessem prejudicar o sistema impermeabilizante, foi
executada, em seguida, uma camada de regularização, com 2 cm de espessura e
caimento de 1% em direção aos ralos e condutores de água, em argamassa de
cimento e areia com traço de 1:3.
Em seguida iniciou-se o processo de imprimação através da aplicação de um
primer sobre o substrato seco. Após a secagem do primer, fez-se a aplicação do
sistema impermeabilizante, que consistiu de mantas asfálticas de 4 mm de
espessura e proteção ante-raiz. A aplicação das mantas foi realizada com o auxílio
do maçarico, direcionando-se a chama para aquecer a parte inferior da bobina e a
parte superior da superfície imprimada. À medida que se derretia o asfalto da
bobina, o aplicador ia desenrolando a mesma tomando os devidos cuidados para
uma boa aderência final.
Figura 4.42 – Imprimação e aplicação da manta asfáltica.
A sobreposição entre as mantas foi de 10 cm, e foi executada derretendo-se a
extremidade da manta superior com uma colher de pedreiro aquecida formando um
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
123
chanfro e selando junto à manta inferior. Nas extremidades da laje, a manta foi
aplicada até uma altura de 20 cm acima da face superior da laje sendo então
embutida nas muretas de contorno fazendo o arremate da impermeabilização.
Impermeabilização da calha de contorno da clarabóia
A impermeabilização da calha consistiu da aplicação de uma massa betuminosa,
formando uma camada plástica, impermeável e de grande resistência química.
Antes de se executar essa camada de massa, aplicou-se sobre a superfície da
calha uma pintura primária diluída com 20% de água. Seguiu-se então a colagem
da massa em 3 camadas (com espessura de 2 mm por camada), uma após a
secagem da anterior, sobre a qual foi colocada uma camada de argamassa
antiácida para proteção. Esta camada de argamassa foi pintada com tinta
impermeável e elástica a base de resinas acrílicas emulsionadas. Esta tinta tem
como função formar uma membrana impermeável e de alta aderência, visando
impedir a passagem de umidade, bem como o surgimento de manchas e bolores.
Também devido a sua elasticidade, a tinta é capaz de acompanhar o movimento
dos substratos, evitando o aparecimento de fissuras.
Revestimentos
Do lado externo, o revestimento consistiu de chapisco seguido de reboco, aplicação
de um líquido selador e pintura, com tinta acrílica nas muretas do jardim.
Internamente, novas placas de gesso suspensas fixas foram recolocadas nos locais
de onde haviam sido retiradas, bem como as placas de acrílico. Para se evitar
trincas nestas placas de gesso, juntas de dilatação foram colocadas no encontro
das placas de gesso com as alvenarias de contorno, sendo que o espaçamento
entre elas foi de 3 cm. As placas de gesso foram então emassadas e
posteriormente pintadas com tinta PVA.
Replantio do gramado
O gramado foi replantado tomando-se o cuidado de não utilizar plantas com raízes
profundas de modo a evitar danos na manta asfáltica de impermeabilização.
c.1.2) Infiltrações na laje de cobertura do Anexo
Para as infiltrações provenientes desta patologia foi realizada a substituição das
calhas em chapa metálicas no entorno da cobertura. A forma como a calha havia
sido assentada provocava o empoçamento em vários pontos do telhado.
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
124
Demolições e retiradas
Foi executada a retirada da calha que não tinha sido assentada sobre berço com
inclinação adequada.
Também foi demolido todo o reboco que se encontrava soltando ou estufado.
Substituição de calha
Instalação de nova calha sobre berço com inclinação adequada de forma a evitar
empoçamentos.
Revestimentos
Aplicação de novo revestimento de reboco no teto danificado. Após a cura deste
reboco, aplicou-se líquido selador e posteriormente pintura com tinta látex PVA.
c.2) Movimentação higroscópica
Demolição dos revestimentos
Fez-se a demolição do reboco até no tijolo da platibanda da edificação, onde este
reboco apresentava-se com sinais de movimentação higroscópica.
Instalação dos rufos e contra-rufos na platibanda
Rufos, contra-rufos e chapins foram instalados seguindo os mesmos procedimentos
adotados para as edificações de Bambuí e Corinto.
Revestimentos
O revestimento da platibanda consistiu de chapisco e reboco, executados com os
mesmos procedimentos citados anteriormente. Na composição do chapisco foi
adicionado um adesivo para proporcionar uma maior resistência ao desgaste
mecânico, aumentar sua impermeabilidade bem como evitar a retração da
argamassa. Concluído o revestimento e sua cura foi feita a pintura da platibanda,
empregando-se líquido selador seguido de tinta acrílica.
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
125
4.1.7. Timóteo – Edificação 2
Esta edificação e os seus problemas patológicos foram detectados na vistoria
ocorrida em 2005 e estão apresentados na Figura 4.43.
a) Descrição das patologias
A edificação foi construída na década de 60, sendo que a última reforma aconteceu
em 2005. Os problemas detectados e tratados nesta reforma são os citados a
seguir.
a.1) Infiltração
A infiltração encontra-se em todo o contorno externo da edificação. A origem das
infiltrações deve-se à existência de um beiral do telhado de pequena dimensão que
quando da ocorrência de chuvas, permitia que a mesma caísse no passeio e ali
ficasse retida, principalmente junto às paredes externas, conforme apresentado na
Figura 4.44.
a.2) Movimentação higroscópica
Nesta edificação, observa-se como sintoma o aparecimento de microfissuras (como
um mapa) na argamassa de revestimento das alvenarias juntamente com o
desplacamento desta argamassa principalmente nas fachadas.
O mecanismo desencadeador deste processo é devido a movimentações
higroscópicas diferenciadas entre os elementos da alvenaria e da argamassa de
revestimento provocada pelos sucessivos ciclos de molhagem e secagem.
Assim, a causa desta patologia é a intensa variação de umidade nos materiais
constituintes da alvenaria e de seu revestimento associada às deformações
diferenciadas destes materiais na presença e na ausência de umidade.
Neste caso, uma das origens do problema foi erro de execução na operação de
umedecimento da alvenaria durante o assentamento da argamassa de
revestimento. Ao executar o umedecimento da alvenaria, o excesso de água
provoca um desequilíbrio que ocasiona a expansão do material de revestimento.
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
126
Figura 4.43 – Planta da edificação e suas patologias.
Movimentação higroscópica
Movimentação higroscópica
Infiltração
Infiltração
Infiltração
Infiltração
Movimentação higroscópica
Movimentação higroscópica
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
127
Figura 4.44 – Infiltração na base da casa
b) Medidas terapêuticas
b.1) Infiltração e Movimentação Higroscópica
Os procedimentos de reparo constaram da demolição e remoção da camada de
reboco, impermeabilização das alvenarias, seguida de revestimento e pintura. Os
detalhes de cada um destes procedimentos estão apresentados nos parágrafos a
seguir.
Demolição dos revestimentos
Foi executada a demolição do reboco até no tijolo das paredes internas e externas
da edificação, onde o mesmo apresentava-se com infiltração, solto ou estufado.
Impermeabilização das alvenarias
Antes da aplicação do novo revestimento efetuou-se a limpeza da base. A
impermeabilização das alvenarias consistiu na aplicação de um hidrofugante
adicionado à argamassa de revestimento (chapisco). O hidrofugante utilizado tinha
consistência líquida e característica de tornar a argamassa impermeável, através de
uma reação coloido-química. Essa reação produz um efeito repulsivo à água e,
portanto estanque às infiltrações d’água.
Este hidrofugante também tem como características aumentar a resistência quanto
ao desgaste mecânico e evitar a retração da argamassa.
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
128
Revestimentos internos
Após 3 dias da aplicação do chapisco com hidrofugante, aplicou-se o reboco,
utilizando argamassa industrializada. Com a secagem completa do reboco, aplicou-
se o quido selador e depois a pintura, utilizando-se tinta PVA para as paredes
internas e tinta acrílica para as externas.
Passeio de contorno
O passeio de contorno da edificação não foi refeito, mas sua largura foi aumentada
para melhorar a acessibilidade na edificação.
Neste alargamento foi utilizado um concreto magro com f
ck
=10,0MPa. Após a cura
foi executado sobre esta base um piso cimentado desempenado.
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
129
4.1.8. Sabará
a) Caracterização
Cidade localizada no estado de Minas Gerais, com temperatura média de 21,1
o
C e
índice médio pluviométrico anual de 1.491,30mm (Figura 4.45).
Figura 4.45 – Mapa de localização da cidade de Sabará (www.almg.gov.br, 2008)
b) Descrição das patologias
A edificação estudada foi construída na primeira metade do Século XX, sendo que
a última reforma aconteceu em 1992. A edificação juntamente com seus problemas
patológicos é apresentada nas Figuras 4.46 e 4.47.
b.1) Recalque de fundação
Trata-se de uma edificação constituída de alvenarias em paredes maciças duplas,
apoiadas em fundação direta de pedras argamassadas. Segundo ASSUNÇÃO
(2005), no início da década de 90, começou a aparecer trincas generalizadas em
quase todas as paredes internas e externas desta edificação. Foi então contratada
uma consultoria que após análise concluiu que “... as fundações diretas estavam
apoiadas em camadas de argila de baixa consistência, o que originou acentuados
recalques apresentados nas trincas das alvenarias. não tendo maiores estragos
devido à robustez das obras antigas".
Com esta análise da consultoria, iniciaram-se o levantamento e cadastramento das
trincas, inspeção das redes de esgoto e água pluvial e sondagem geotécnica.
Congonhas
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
130
Figura 4.46 – Planta do subsolo e suas patologias.
Recalque de fundação
(parte mais crítica)
Recalque de fundação
(parte mais crítica)
Recalque de fundação
(parte mais crítica)
Recalque de fundação
(parte mais crítica)
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
131
Figura 4.47 – Planta do 1º pavimento e suas patologias.
Recalque de fundação
Recalque de fundação
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
132
Figura 4.48 – Mapeamento dos tubulões para reforço
Reforço Tubulão
Figura 4.48 – Mapeamento dos tubulões para reforço
Reforço Tubulão
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
133
No monitoramento das trincas observou-se que dos oito pontos onde estava sendo
feita a análise, seis tiveram aumento da sua abertura. Um dos pontos reduziu o
tamanho da abertura e o outro teve seu tamanho inalterado.
A sondagem geotécnica mostrou que a fundação foi assentada em camada com
capacidade de carga relativamente suficiente, porém sobre camada de argila de
consistência de média a mole.
c) Medidas terapêuticas
c.1) Recalques de fundação
Relatório da consultoria
Através do relatório apresentado pela consultoria e com a sondagem geotécnica foi
proposta a execução de tubulões no prédio.
Foram executados ao todo 63 tubulões, conforme apresentado na Figura 4.48.
Movimento de terra - Escavação
Antes do reforço das vigas baldrame, foram executados todos os escoramentos
necessários, no subsolo e no primeiro pavimento, em todas as faces do elemento
estrutural ou de vedação, procurando aliviar ao máximo o carregamento sobre a
fundação que se pretendia reforçar.
Com o intuito de se avaliar o estado real das vigas baldrame bem como do solo em
que se apoiavam, valas foram abertas nos pisos, em várias salas, determinando as
características do solo “in situ”.
Durante a investigação, caso ocorresse instabilidade do terreno estava previsto
um encamisamento da fundação de reforço. Toda execução dos trabalhos de
escavações foi feita obedecendo às prescrições das normas concernentes ao
assunto.
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
134
Execução dos tubulões
O reforço das fundações ocorreu através de tubulões, localizados conforme Figura
4.48. Os tubulões foram escavados manualmente com diâmetro do fuste de 60 a 90
cm, diâmetro da base de 100 a180cm e com profundidade variando de 6 a 8m. A
taxa de pressão no terreno σ
s
ficou na ordem de 0,25 MPA.
Na concretagem dos tubulões, foi utilizado concreto com resistência característica à
compressão (fck) de 9,0 MPa, sendo que no metro final do tubulão foi utilizado
fck=13,5MPa. Em parte dos tubulões utilizou-se 30% de pedra de mão e em outra
parte foi utilizado 20% de pedra de mão. A porcentagem de pedra de mão foi
separada antes da concretagem, sendo que o seu lançamento foi feito em conjunto
com o concreto, de forma que a distribuição das pedras ocorresse de maneira
homogênea.
O concreto, preparado na obra, teve dosagem experimental (racional) na forma
preconizada pela NBR 6118/1980, utilizando os materiais disponíveis na região. A
dosagem foi elaborada por laboratório especializado. Durante a execução, corpos
de prova foram extraídos para se verificar a resistência característica do concreto
executado.
Após a concretagem dos tubulões, executou-se reaterro compactado nos locais de
reforço da fundação (no cachimbo aberto para execução de cada tubulão), bem
como nos locais de inspeção.
Reforço da estrutura
As paredes internas foram reforçadas com pilares armados com 10.0mm com
estribos de Ø 5.0mm espaçados a cada 15 cm.
Tratamento das trincas
O tratamento das trincas ocasionadas pelos recalques da fundação foi feito 60 dias
após a execução do reforço da fundação. Julgou-se que este seria o prazo de
tempo necessário para a acomodação da estrutura recém reforçada. No processo
de tratamento foram seguidos os procedimentos citados anteriormente na costura
de trincas de acordo com o Padrão PDR-Trincas, que se encontra no Anexo B.
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
135
Revestimentos de parede
Após tratamento, as alvenarias foram revestidas com chapisco e reboco,
executados através de argamassa industrializada, própria para cada etapa do
revestimento. Concluído o revestimento e sua cura foi feita a pintura, empregando-
se líquido selador e tinta acrílica.
Revestimento de piso
O piso na região mais crítica de recalque cedeu, tendo que ser novamente
executado.
Procedeu-se a demolição do piso nos locais onde o mesmo apresentou problema.
Fez-se então um enchimento utilizando concreto magro com f
ck
=10,0 MPa, de
forma a nivelar os pisos.
Após a cura deste enchimento aplicou-se o piso em ladrilho hidráulico assentado
com argamassa de traço 1:3.
4.2. Análise das Edificações após tratamento
Descreveremos o estado atual das edificações que receberam os tratamentos
descritos no Item 4.1. Para esta análise foram realizadas vistorias nas edificações
no período de 04 a 12 de agosto de 2008.
Conforme estabelecido na metodologia deste trabalho, foi feita vistoria nas
edificações para levantamento da situação atual das edificações.
Foi realizada entrevista com os funcionários das edificações, que avaliaram a
situação do mesmo após o reparo (reforço e/ou recuperação). Algumas das
perguntas realizadas foram as descritas abaixo:
Foram tomadas as medidas necessárias quanto à manutenção?
O funcionário se recorda de algum fato que pode estar ligado ao aparecimento do
problema?
Ocorrem episódios de aumento ou diminuição do problema?
Como eram as condições climáticas quando o problema foi notado?
Depois da reforma houve reincidência destes problemas patológicos?
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
136
Foram também analisados dados relativos às edificações estudadas que pudessem
trazer alguma informação acerca do retorno da patologia, tais como:
Diário de obra;
Informação sobre a realização de ensaios nos materiais;
Cronograma físico financeiro previsto e executado.
Além destas questões levantadas também foram observados alguns pontos que
influenciam diretamente o desempenho de uma edificação.
Um primeiro ponto diz respeito às falhas de projetos, pois quando da elaboração
destes, deve ser observado os detalhes e as medidas construtivas que assegurem
a vida útil pretendida, analisando para isso as condições ambientais.
De acordo com CUNHA & LIMA (1998), a vida útil de uma estrutura pode ser
dividida em duas fases:
Fase de início da deterioração: nesta fase não sinais de enfraquecimento da
estrutura, mas algumas barreiras protetoras são quebradas pelo meio agressivo,
podendo ocorrer carbonatação ou penetração de cloretos e acumulação de
sulfatos, processo às vezes acelerado pela alternância entre molhamento e
secagem do concreto;
Fase de propagação da deterioração: nesta fase ocorre a corrosão das
armaduras e a deterioração progride com rapidez até extinguir a vida útil da
estrutura.
A outra questão está relacionada com o tratamento que as edificações recebem ao
término de sua construção ou mesmo após a conclusão de uma obra de reparo. A
manutenção de uma edificação é o conjunto de atividades necessárias à garantia
do seu desempenho satisfatório ao longo do tempo. Para que um sistema de
manutenção funcione é preciso que haja além de um plano de controle de
manutenções a co-participação dos usuários da edificação.
Na vistoria observou-se que após o reparo dos prédios estudados que passou por
algum tipo de tratamento, a manutenção varia de mediana a boa. Este fato pode
diretamente atuar na melhoria da edificação, pois garante ou restabelece as
condições necessárias para que a edificação desempenhe de maneira eficaz as
funções para as quais ela foi concebida.
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
137
Pode-se observar que mesmo não havendo uma programação efetiva do tipo de
manutenção a ser realizada nas edificações, pelos relatos dos funcionários
observa-se que os mesmos atuam estabelecendo tanto manutenções preventivas
quanto corretivas.
Fazendo uma análise geral das patologias temos que:
a) Recalque de Fundação
De uma maneira geral, após vistoria, observou-se que os sintomas desta patologia
apresentaram reincidência em algumas edificações, apontando, portanto que a
eficiência do tratamento não atingiu em 100% todas as edificações.
No caso de recalque de fundação não foi observada outra origem das patologias, a
não ser as relatadas anteriormente. Nos locais onde houve retorno destas
patologias o que pode ser notado inicialmente é que aparentemente a extensão do
problema é menor do que quando foi iniciado o tratamento.
Nos casos das edificações situadas nas cidades de Contagem, Corinto e Sabará,
as causas relacionadas aos problemas de recalque de fundação tiveram a sua
origem na etapa de projeto, visto que os recalques de fundação ocorreram devido
ao fato de suas fundações estarem apoiadas em solos que não apresentavam
capacidade de suporte.
Assim, esta falha se deu na etapa de concepção do projeto, por não haver ou por
não ser uma prática comum os métodos de investigação do solo. Também não é
rara a ocorrência de interpretação incorreta dos dados gerados pela sondagem, o
que pode levar a utilização de uma fundação que não seja conveniente ou o
assentamento da fundação em terrenos de capacidade resistente inferior à
necessária, ou com deformabilidade incompatível com a rigidez da superestrutura,
gerando recalques de apoio e a partir destes quadros de fissuras.
É muito comum também a utilização de fundações com comprimento insuficiente.
No caso de Luz, que era uma obra de ampliação, na ligação entre as duas
edificações não foram tomados cuidados necessários, gerando o aparecimento de
trincas entre a construção nova e a antiga. Enquanto a fundação da estrutura
existente não sofre mais recalque, a fundação da nova edificação ainda vai recalcar
por um período.
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
138
Assim, o sintoma trinca de alvenarias que tem como agente causador recalque de
fundação obteve tratamento inadequado em algumas edificações. Isto ocorreu
porque o mapeamento das fissuras em alguns locais foi feito de maneira incorreta.
Para todas as edificações o tratamento das trincas oriundas de recalque de
fundações foi feito utilizando um método rígido, independente da trinca ser do tipo
ativa ou passiva.
Assim, ocorreu o retorno das trincas, nas edificações onde as mesmas eram ativas,
como na cidade de Luz. Já nas edificações de Contagem, Corinto e Sabará, após o
reforço de fundações e com a estabilização das mesmas procedeu-se a costura das
trincas. Como nestas edificações as mesmas eram passivas todo tratamento
funcionou.
É importante não apenas o reforço da estrutura, mas também a identificação
correta do tipo de fissura apresentada, para depois determinarmos o tratamento
que será executado. Caso haja uma falha na identificação da classificação da
trinca, pode ocasionar uma falha na medida terapêutica adotada, conforme relatado
anteriormente.
No caso de fissuras ativas, de acordo com SOUZA & RIPPER (1998), é preciso
primeiro eliminar a causa que gerou a trinca, que no caso de recalque é o reforço
da fundação. O fechamento da trinca ativa no sentido de promover o monolitismo,
faz com que haja a reabertura da mesma. Neste caso o tratamento deve ser
executado com material elástico e não resistente.
Nas edificações onde as trincas eram ativas não poderia ser usado um sistema
rígido, mas sim um sistema flexível.
b) Movimentação Higroscópica
Em relação aos problemas que tinham como agente causador à movimentação
higroscópica, verificou-se que em todas as edificações onde a mesma ocorreu o
tratamento utilizado foi eficaz. Na vistoria realizada não pode ser observado
nenhum problema de retorno desta patologia.
Também nesta vistoria não pode ser constatado outra origem das patologias.
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
139
c) Infiltração
O tratamento desta patologia apresentou resultados satisfatórios em grande parte
das edificações estudadas, sendo que o retorno da patologia não pode ser
percebido na maioria das edificações.
Na vistoria não pode ser constatado outra origem das patologias, a não ser em
alguns casos relatados anteriormente. Tamm neste caso, nos locais onde
houve retorno das patologias o que pode ser observado inicialmente é que
aparentemente a extensão do problema é menor do que quando foi iniciado o
tratamento.
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
140
4.2.1. Bambuí
Conforme relatado anteriormente, os procedimentos para analisar as medidas
terapêuticas adotadas compreenderam uma vistoria técnica na edificação, que
englobou além da inspeção visual uma entrevista com funcionários da edificação.
No caso da edificação de Bambuí a vistoria foi realizada no dia 06/08/08 e pode-se
verificar que todas as patologias apresentadas foram sanadas, não apresentando
retorno dos problemas após 4 (quatro) anos de reparo (reforço e/ou recuperação).
Assim, para a avaliação do processo de recuperação adotado pode-se observar:
a) Análise da medida terapêutica
a.1) Infiltração
As infiltrações que ocorriam nos tetos do 2º pavimento e anexo não são mais
verificadas, após a substituição de todo telhado e de novo procedimento para
ligação da estrutura. Também a aplicação de impermeabilização através de manta
asfáltica mostrou-se eficaz nas lajes de cobertura (Anexo 2), não sendo verificado
nenhum problema de infiltração.
Não foi verificada infiltração na base da edificação interna e nem externamente,
após a execução dos novos passeios com o caimento no sentido contrário da
alvenaria.
Figura 4.49 – Teto do 2º pavimento sem infiltração.
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
141
Figura 4.50 – Teto e parede do 1º pavimento (anexo) sem infiltração.
Figura 4.51 – Base da edificação sem infiltração.
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
142
a.2) Movimentação higroscópica
Nos locais onde anteriormente apresentavam estas patologias não são mais
verificadas estes sintomas internamente e nem externamente.
Figura 4.52 – Base da edificação sem infiltração.
Figura 4.53 – Parede sem patologias.
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
143
Figura 4.54 – Parede sem patologia.
Este tratamento mostrou-se eficaz, pois em nenhum ponto da edificação percebem-
se problemas relacionados à movimentação higroscópica.
a.3) Outras considerações
Após a vistoria pode-se constatar que os tratamentos de recuperação da referida
edificação foram eficientes, sendo que a mesma não apresenta nenhum dos
problemas relatados anteriormente. Pode-se também verificar que não mal uso
da edificação e que a manutenção pode ser classificada como boa.
Analisando o diário de obras, observa-se que não relato de nenhum
acontecimento que pudesse prejudicar o tratamento, durante a fase de intervenção.
Todos os produtos especificados, bem como os procedimentos definidos foram
efetivamente utilizados. O cronograma físico-financeiro previsto e o que foi
efetivamente executado obedeceram ao prazo e custo estabelecido.
Em relação aos ensaios dos materiais, foi executada a dosagem experimental para
os traços de concreto e argamassa, conforme relatórios na pasta da obra.
Na entrevista realizada com os funcionários que são responsáveis pela
administração da edificação os mesmos informaram que após o tratamento não foi
verificado nenhum dos problemas relatados e que todas as expectativas foram
atendidas.
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
144
4.2.2. Congonhas
Em vistoria realizada nesta cidade no dia 04/08/08 pode-se verificar que as
patologias decorrentes de infiltração foram sanadas, apesar de ainda haver
movimentação da estrutura, o que influencia neste problema patológico. Ratificando
a conclusão de ASSUNÇÃO (2005) pode ser observado que mesmo com a
recuperação para as patologias decorrentes do acidente que causou o recalque de
fundação ainda são verificadas trincas em vários pontos da edificação.
a) Análise da medida terapêutica
a.1) Infiltração
O tratamento aplicado em toda edificação foi eficiente, visto que não pode ser
observadas infiltrações nas salas, como apresentado na Figura 4.55.
Figura 4.55 – Parede e teto sem infiltrações.
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
145
Figura 4.56 – Fechamento com venezianas no lanternim.
Também o fechamento do lanternim do pátio central mostrou-se eficiente, uma vez
que reduziu a incidência de chuvas e consequentemente dos problemas
relacionados à infiltração.
Nos problemas de infiltração que tinham como agente causador a fixação dos rufos,
devido às dificuldades de ligação do mesmo na platibanda em concreto, pode-se
observar que em apenas um trecho da edificação ainda vem apresentando
problemas de infiltração. Este trecho ainda está com problemas de fixação dos
rufos, conforme apresentado nas Figuras 4.57 e 4.58.
Figura 4.57 – Infiltração na parede da lateral esquerda.
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
146
Figura 4.58 – Rufo soltando da platibanda.
a.2) Correção da medida terapêutica
Como o tratamento descrito mostrou eficácia em grande parte da edificação,
apresentando apenas em um ponto localizado reincidência de infiltração, sugere-se
aplicar o mesmo tratamento. Assim, deve ser executado a retirada do rufo no trecho
onde o mesmo está descolando e aplicar novamente o mástique para impedir a
penetração da água entre a platibanda e a cobertura.
a.3) Outras considerações
Após a vistoria pode-se constatar que os tratamentos de recuperação da referida
edificação foram eficientes em parte da edificação. Pode-se também verificar que
não há mau uso da edificação e que há uma boa manutenção na mesma.
O diário de obras não relata nenhum problema grave, durante o período da reforma,
sendo que o cronograma físico-financeiro previsto e o que foi efetivamente
executado obedeceram ao prazo estabelecido. Na especificação e durante a fase
de execução da obra não houve ensaios dos materiais empregados no tratamento.
Foi solicitado e especificado o uso de materiais que apresentassem qualidade e
desempenho satisfatório, sendo atendidos os itens, conforme pasta da obra.
Na entrevista realizada com o funcionário responsável pela administração da
edificação o mesmo informou que após o tratamento não foi verificado nenhum dos
problemas relatados, mas que no período de chuvas é comum aparecer problemas
relacionados à infiltração em outros pontos da edificação que não receberam
tratamento.
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
147
4.2.3. Contagem
Em vistoria realizada nesta edificação no dia 04/08/08 pode-se verificar que
trincas apenas no pavimento desta edificação. Além disso, este sintoma
encontra-se em um trecho diferente de quando foi feita a vistoria para tratamento do
problema.
O local onde consta a trinca internamente é na parede lateral esquerda do
pavimento, conforme apresentado no detalhe do projeto arquitetônico Figura 4.22.
Antes do tratamento a trinca aparecia nos dois pavimentos nas paredes
demarcadas e apresentadas no Item 4.1.
É importante ressaltar que nesta edificação ocorreram modificações na utilização
de espaços. O projeto inicial previa o funcionamento de uma Central de
Abastecimento, mas que acabou abrigando o Fórum. Como este imóvel foi doado
ao TJMG, não há muitos dados acerca da construção deste prédio. Temos o projeto
estrutural que apresenta a fundação da edificação, como sendo direta.
a) Análise da medida terapêutica adotada
a.1) Recalque de fundação
Figura 4.59 – Trinca inclinada no 2º pavimento.
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
148
Figura 4.60 – Trinca inclinada no 2º pavimento.
Figura 4.61 – Vista externa da trinca inclinada do 2º pavimento.
Para a patologia que tinha sua origem no recalque de fundação, após reparo o seu
desempenho foi satisfatório.
a.2) Outras considerações
Apesar de observamos trincas nas Figuras 4.59, 4.60 e 4.61 após o tratamento,
pode-se constatar que a recuperação da edificação foi eficiente. Isto ocorre porque
as causas que originaram estas trincas são diferentes das relacionadas no Item 4.1.
A causa dos sintomas (trincas) verificadas na vistoria em agosto de 2008 foi devido
Estrutura
Alvenaria
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
149
ao fechamento com alvenaria de trechos da edificação, sendo que não foi efetuada
a ligação adequada entre alvenaria e estrutura.
Quando do fechamento destes vãos não foi previsto um encunhamento entre a
estrutura existente e a alvenaria nova. O ideal seria a colocação de um sistema de
encunhamento com poliuretano (sistema flexível). Além disso, deveríamos ter
instalado telas do tipo pinteiro dos dois lados da alvenaria na ligação
alvenaria/estrutura, trespassanndo pelo menos 15cm de cada lado. Após tomar
estas providências seria aplicado o chapisco e o reboco e após a sua cura
aplicaríamos o sistema de pintura convencional.
O diário de obras não relata nenhum problema grave, durante o período do reparo,
sendo que o cronograma físico-financeiro previsto e o que foi efetivamente
executado obedeceram ao prazo previamente estabelecido.
Em entrevista realizada com os funcionários que são responsáveis pela
administração da edificação os mesmos não souberam fornecer as informações
necessárias por serem novos no cargo.
Figura 4.62 – Local de tratamento das trincas de recalque de fundação.
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
150
4.2.4. Corinto
Em vistoria realizada nesta edificação no dia 05/08/08 pode-se verificar que as
patologias decorrentes dos problemas relatados no Item 4.1 não estão presentes
nesta edificação.
a) Análise da medida terapêutica adotada
a.1) Recalque de fundação
Figura 4.63 – Corredor onde ocorreu reforço de fundação.
Nas paredes do corredor apresentado na Figura 4.63, é que ocorreu o reforço de
fundação, conforme relatado no Item 4.1. Após este reforço e com o tratamento
aplicado nas trincas existentes não houve mais retorno de patologia. Apenas na
sala da entrada da edificação é que apresenta em uma de suas paredes trinca,
conforme apresentado na Figura 4.64. Pela vistoria realizada acredita-se que trata
apenas de trinca do próprio reboco.
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
151
Figura 4.64 – Trinca de reboco em uma sala do 1º pavimento.
a.2) Infiltração
O tratamento desta patologia mostrou-se eficiente, visto que não há sinais de
infiltração no teto da edificação após cinco (5) anos de término do tratamento.
Figura 4.65 – Teto do 2º pavimento sem infiltração.
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
152
a.3) Movimentação higroscópica
A troca do revestimento do reboco da fachada mostrou-se eficaz, visto que houve a
eliminação do agente causador da patologia que era o saibro na composição da
argamassa de revestimento. Após o período de cinco (5) anos a fachada que
recebeu tratamento não apresenta sinais de movimentação higroscópica.
Figura 4.66 – Fachada dos fundos após tratamento.
a.4) Outras considerações
Na vistoria pode-se constatar que os tratamentos de recuperação da referida
edificação foram eficientes, não sendo verificado retorno das patologias.
Na análise realizada no diário de obras não foi observado nenhum relato de
problema, ocorrido durante o período da reforma, sendo que o cronograma físico-
financeiro previsto e o que foi efetivamente executado não obedeceram ao prazo
previamente estabelecido, devido a problemas construtivos.
Ocorreram ensaios nos materiais, como concreto e aço, sendo que o resultado
obtido estava de acordo com as especificações do projeto.
Na entrevista realizada com a funcionária responsável pela administração da
edificação à mesma informou que após o tratamento não foi verificado nenhum dos
problemas relatados.
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
153
4.2.5. Luz
a) Análise da medida terapêutica adotada
a.1) Recalque de fundação
Pelas Figuras apresentadas abaixo, observa-se que o tratamento efetuado para
correção das trincas originadas pelo recalque de fundação não obteve êxito. A
Figura 4.67 apresenta uma trinca acima da porta no 1º pavimento que faz a ligação
entre a edificação existente e o anexo. Esta mesma conformação de trinca aparece
também no 2º pavimento.
Figura 4.67 – Trinca sobre a porta na ligação entre anexo e edificação principal
Figura 4.68 – Trinca e infiltração nos sanitários do 2º pavimento na ligação entre anexo e
edificação principal.
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
154
Conforme observada na Figura 4.68, as trincas decorrentes do recalque de
fundação, juntamente com um sistema ineficaz de vedação na cobertura,
principalmente na ligação entre os dois prédios, fez com que culminasse nos
problemas de infiltração apresentados na Figura 4.68.
A Figura 4.69 apresenta trinca no sanitário do pavimento que fica ao lado da
ligação entre os dois prédios.
Figura 4.69 – Trinca nos sanitários do 2º pavimento na ligação entre anexo e edificação
principal
Figura 4.70 – Trinca na ligação entre anexo e edificação principal
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
155
Figura 4.71 – Infiltração devido ao recalque de fundação na ligação entre anexo e edificação
principal
As Figuras 4.70 e 4.71 apresentam as trincas decorrentes do recalque de fundação
entre as duas edificações, bem como as infiltrações agravadas pelo recalque de
fundação.
Figura 4.72 – Trinca na fachada - ligação entre anexo e edificação principal
Na Figura 4.72 podemos observar na fachada lateral esquerda a trinca entre a
edificação existente e o anexo. Através desta Figura, podemos observar que não foi
executada junta externa.
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
156
a.2) Outras considerações
Após a vistoria pode-se constatar que os tratamentos de recuperação da referida
edificação não foram eficientes.
Como não foi implantado junta de dilatação, conforme verificado na Figura 4.24, e
não relatórios da condição de estabilidade da estrutura, sugere-se fazer um
acompanhamento das trincas por um período de pelo menos 2(dois) anos. Através
deste acompanhamento poderemos verificar se a movimentação do anexo ainda
está ocorrendo. Somente após a constatação da estabilização da estrutura é que
será executado o tratamento das trincas.
Para o tratamento imediato das trincas deve ser utilizado um sistema flexível, pois
se houver ainda algum tipo de movimentação o mesmo será absorvido.
Também deverá ser substituído o sistema de vedação da cobertura, implantando
um tipo de rufo/chapim. Esta peça servirá como condutor da água proveniente da
edificação existente e ao mesmo tempo protegerá a platibanda do anexo e a junta
de ligação entre os dois prédios. Esta peça será construída em chapa galvanizada
com espessura #24 e terá o desenvolvimento necessário para que não haja pontos
de infiltração. Para fixação do mesmo deve ser executado um rasgo na alvenaria,
onde tarugos de madeira serão chumbados, para prender os rufos através de
parafusos zincados e buchas do tipo S6. Na região de encontro das peças de
rufo/chapim, haverá uma emenda por traspasse com comprimento mínimo de 5 cm.
Com estes tratamentos concluídos será realizada a demolição de todo reboco,
inclusive azulejos que apresenta problemas de estufamento devido à infiltração.
Executaremos então um novo reboco e após a cura dos mesmos será aplicado o
líquido selador e a tinta PVA. Serão assentados azulejos nos locais danificados.
Na análise realizada no diário de obras não foi observado nenhum relato de
problema ocorrido durante o período da reforma, mas há uma notificação para novo
tratamento, devido surgimento de novas patologias, poucos meses após a entrega
da obra.
Em relação ao cronograma físico-financeiro previsto e o que foi efetivamente
executado observa-se que não houve mudanças.
Na entrevista realizada com o funcionário responsável pela administração da
edificação o mesmo informou que após o tratamento foi verificado problemas de
trincas e também de infiltração. Estes problemas se agravam no período de chuvas.
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
157
4.2.6. Timóteo – Edificação 1
a) Análise da medida terapêutica adotada
a.1) Infiltração
a.1.1) Infiltrações nas paredes e na laje de piso do subsolo
Após os tratamentos é possível verificar infiltrações nas paredes e no piso do
subsolo, conforme apresentado nas Figuras 4.73 e 4.74.
Figura 4.73 – Parede do subsolo com sinais de infiltração
Figura 4.74 – Parede do subsolo com sinais de infiltração
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
158
a.1.2) Infiltrações na laje de cobertura do subsolo
O tratamento para infiltração no teto do subsolo obteve sucesso, visto que não pôde
ser constatado pontos de vazamento no teto deste pavimento.
Figura 4.75 – Teto do subsolo sob jardim impermeabilizado
Figura 4.76 – Teto do subsolo sob jardim impermeabilizado
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
159
a.1.3) Infiltrações na laje de cobertura do Anexo
Na Figura 4.77, verifica-se que os problemas relacionados no teto do Anexo foram
sanados, visto que não se percebe pontos de vazamento no teto deste pavimento.
Figura 4.77 – Teto do anexo sem infiltração
Figura 4.78 – Telhado do Anexo
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
160
a.2) Movimentação higroscópica
A demolição de todo reboco na platibanda da escada central foi suficiente para o
tratamento da movimentação higroscópica, conforme verificado na Figura 4.79. Na
época da vistoria (agosto de 2008) estava sendo realizada uma obra de fechamento
da platibanda com outro sistema de cobertura. Antes o fechamento do telhado era
feito através de placas de acrílico, sendo que em época de chuva de vento as
mesmas eram arrancadas. Assim, na época da vistoria estava sendo executado um
telhado que fechava a platibanda, mas pela foto percebe-se que o problema
relacionado à movimentação higroscópica foi sanado.
Figura 4.79 – Platibanda da escada central tratada.
a.3) Outras considerações
Após a vistoria pode-se constatar que os tratamentos de recuperação da referida
edificação foram parcialmente eficiente.
Como a obra foi executada por outro órgão não registros da época da
construção. Assim, não temos informações a respeito do diário de obras,
cronograma físico-financeiro, sobre a realização de ensaios, dentre outros itens.
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
161
Na entrevista realizada com o funcionário responsável pela administração da
edificação o mesmo informou que após o tratamento foi verificado problemas de
infiltração, e os mesmos se agravam no período de chuvas.
Devido aos problemas relacionados nesta edificação e após a realização de
tratamentos sem resultados muito efetivos, entende-se que para solucionar o
problema será necessário à adoção de medidas mais eficientes.
Como afloramento de água no piso do subsolo o que vem provocando manchas
no mesmo, bem como a constante infiltração na parede do subsolo, seria
necessário o rebaixamento do lençol freático ou a adoção de um sistema de
drenagem. No caso do sistema de drenagem seria necessária escavação de valas
no piso do subsolo, de forma a propiciar a condução desta água. Já o rebaixamento
do lençol freático pode ser feito através do bombeamento desta água responsável
pelos problemas relacionados à infiltração nesta edificação.
Um outro fator que também contribuiria para amenizar os problemas decorrentes da
infiltração seria a troca de parte do piso em calçada portuguesa no pavimento.
Este piso permite a passagem da água, e a mesma é direcionada para as paredes
do subsolo. Com a troca do piso em um trecho e posterior captação do restante da
água de chuva da calçada portuguesa amenizariam as patologias descritas nas
paredes e piso do subsolo.
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
162
4.2.7. Timóteo – Edificação 2
a) Análise da medida terapêutica adotada
a.1) Infiltração
Figura 4.80 – Base da casa com alguns pontos de infiltração
Na Figura 4.80, constata-se que há pontos de infiltração na base da edificação após
o tratamento. Este fato se deve pelo fato de termos tratado a patologia sem tratar o
agente causador da mesma. Para evitar o retorno da patologia teríamos de ter
aumentado o beiral da cobertura e demolido o passeio de contorno alterando o
caimento do mesmo. O passeio de contorno foi ampliado, sem ter sua inclinação
alterada, fato este que contribuiu para o retorno da patologia. O caimento do
passeio em direção à edificação faz com que haja retenção da água.
a.2) Movimentação higroscópica
Mesmo após o tratamento, observa-se na Figura 4.81, que em alguns pontos
mapeamento da fachada, através da fissuração do reboco.
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
163
Figura 4.81 – Base da casa com alguns pontos de infiltração
a.3) Outras considerações
Após a vistoria pode-se constatar que os tratamentos de recuperação da referida
edificação não foram eficientes. Conforme relatado, seria necessário a execução de
novo passeio de contorno, com inclinação em sentido contrário à edificação, bem
como a construção de um beiral maior, evitando assim respingos de chuvas.
Nesta edificação também não diário de obras nem qualquer informação que
possa dar algum indício dos problemas patológicos verificados.
Na entrevista realizada com o funcionário responsável pela administração desta
edificação o mesmo informou que após o tratamento não foi verificado nenhum
problema na edificação. Mas como pode ser observado pelas fotos os problemas
relacionados à infiltração e movimentação higroscópica são recorrentes.
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
164
4.2.8. Sabará
a) Análise da medida terapêutica adotada
a.1) Recalque de fundação
Após tratamento executado para reforço de fundações não houve retorno das
patologias, conforme Figuras 4.82, 4.83 e 4.84.
Figura 4.82 – Entrada da edificação sem apresentação de patologias.
Figura 4.83 – Detalhe da edificação sem apresentação de patologias.
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
165
Figura 4.84 – Lateral direita da edificação sem apresentação de patologias.
Somente após o reforço da fundação e posterior estabilização da estrutura,
procedeu-se a costura das trincas, não havendo retorno destes sintomas.
a.2) Outras considerações
Após a vistoria pode-se constatar que os tratamentos de recuperação da referida
edificação mostrou-se eficiente.
Como se trata de uma obra do início do início do Século XX, não dados da
construção da mesma. Os únicos relatos são referentes ao reforço de fundação
executado no ano de 1992.
Na entrevista realizada com o funcionário responsável pela administração da
edificação o mesmo informou que após o tratamento não foi verificado problemas
relacionado a trincas.
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
166
5. ANÁLISE DOS RESULTADOS
Através do desenvolvimento deste trabalho pode-se verificar a eficácia de algumas
medidas terapêuticas para o tratamento de patologias como recalques de
fundações, movimentações higroscópicas e infiltrações.
Os resultados apresentados para as patologias estudadas foram satisfatórios para
os tratamentos de infiltrações, movimentações higroscópicas e recalques de
fundações em algumas edificações, mas não foi obtido o mesmo êxito em todos
locais tratados.
Observa-se que o período de 3 (três) anos é suficiente para análise de
manifestação de patologias, visto que nas edificações estudas o retorno das
patologias pós-tratamento ocorreu em um período inferior a este.
No caso de edificações públicas um fator adicional às dificuldades nas vistorias
reallizadas para as obras que são os prazos relativos aos processos licitatórios. Da
fase de vistoria realizada na edificação com patologias, até o início da obra um
intervalo de pelo menos 1 (um) ano, devido ao processo licitatório. Com isto a
vistoria é realizada de forma a danificar o mínimo possível a edificação. Caso seja
constatado que os procedimentos foram insuficientes pode ser solicitado que a
empresa vencedora da licitação providencie novos laudos de vistoria, tendo o
acompanhamento do engenheiro responsável pela obra. O processo licitatório é
acelerado nos casos de emergencias estruturais que podem ocasionar, por
exemplo, a ruptura da edificação.
No caso de recalques de fundações, as dificuldades para tratamento devem-se aos
problemas de detecção das origens que levaram à patologia que podem ser muitas:
Incapacidade do solo de suporte da edificação projetada;
Recalque diferencial, neste caso pode haver relação com o substrato do solo,
devendo ser analisado estudos geotécnicos;
Recalque provocado por construções vizinhas;
Acidentes estruturais, tais como eventuais vazamentos inesperados em
tubulações de água de tubulações prediais ou de redes de abastecimento públicas.
também os vazamentos devido a deficiências de impermeabilidade em
reservatórios;
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
167
Deslocamentos de talude de terra, causadas por escavações vizinhas, seja de
origem de implantação de novas edificações ou de implantação de serviços em vias
públicas;
Variação da posição do lençol freático.
Para cada origem o tratamento apresenta alguma variável, daí a necessidade de
termos um acompanhamento eficaz da edificação durante um período.
Um outro complicador é o fato de que ao se tratar os sintomas do recalque de
fundação, que são as trincas, não se está obedecendo a um prazo razoável para
acomodação da estrutura. locais em que houve a eficácia no tratamento do
recalque de fundação, mas para o tratamento da trinca deveria ter sido esperado a
acomodação da estrutura após o reforço. Na ausência desta espera apareceram as
trincas de reboco.
Pelo número de edificações deste órgão não se consegue fazer um
acompanhamento destas, através de vistorias periódicas. Isto faz com que não haja
medições das trincas das edificações durante um período para verificar se as
mesmas são ativas ou passivas. Esta análise contribuiria muito para a definição do
tipo de recuperação.
Conforme análise das medidas terapêuticas adotadas nas principais patologias
encontradas no TJMG, observou-se um desempenho satisfatório em 60% dos
tratamentos de infiltração, sendo que para movimentação higroscópica e recalque
de fundação obteve-se 75% de desempenho satisfatório.
Tabela 5.1 – Grau de satisfação dos tratamentos.
Tratamento
Cidades (MG)
Recalques de
Fundação
Movimentação
higroscópica
Infiltração
Bambuí Satisfatório Satisfatório
Congonhas Satisfatório
Contagem Satisfatório
Corinto Satisfatório Satisfatório Satisfatório
Luz Insatisfatório
Sabará Satisfatório
Timóteo –
Edificação1
Satisfatório Insatisfatório
Timóteo –
Edificação2
Insatisfatório Insatisfatório
Como a amostragem apresentada é pequena ela não tem grande
representatividade, mas pode ser um caminho na análise dos tratamentos
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
168
patológicos, além de ser um ponto inicial para criação de um banco de dados sobre
tratamentos.
R ecalque d e F und ação - 4
Ed if icaçõ es
Sat isfat ório
Insatisfat ório
M oviment açã o Hig r o s p i ca - 4
Edi f icaçõ es
Sat isfat ório
Insatisf at ório
Inf i lt r ação - 5
Ed if icaçõ es
Sat isfat ório
Insatisfat ório
Figura 5.1 – Grau de satisfação dos tratamentos.
Nos locais onde ocorreu retorno do problema alguns fatores que podem ser
relatados, tais como:
Luz o retorno das trincas provenientes do recalque de fundação, juntamente
com o agravamento das infiltrações ocorreu devido às falhas tanto na construção
do anexo quanto no reparo. Quando da construção não foi previsto junta estrutural
suficiente e como a ampliação foi executada posteriormente ocorreu recalque
diferencial entre as fundações. Na execução do reparo foi efetuado apenas o
fechamento das trincas, considerando que as mesmas eram passivas.
os problemas de infiltrações existentes, somente serão sanados com o
tratamento eficaz das trincas, uma vez que estas são as regiões de entrada da
água.
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
169
Assim, devem-se mapear as trincas e acompanhar as mesmas, verificando o
estado em que se encontram e classificando-as em ativas ou passivas. Quando
houver estabilidade da edificação, deve-se proceder ao grampeamento das trincas.
Para conter as infiltrações, deve ser colocada na ligação entre as duas edificações
uma estrutura rufo-chapim. Após estes tratamentos deve-se proceder à demolição
do reboco nos locais com infiltração, refazendo-se o mesmo. Após sua cura deve-
se aplicar líquido selador e executar pintura.
Congonhas – o surgimento de infiltração em um ponto localizado nesta edificação
sugere que o problema foi na execução da recuperação neste trecho, onde a
ligação entre o rufo e a platibanda está soltando.
Como o tratamento mostrou-se eficaz nos outros pontos da edificação, devemos
refazer apenas o trecho em que ocorreu retorno do problema, retirando o rufo e
aplicando o mástique novamente no reassentamento do rufo.
Timóteo Edificação 1 nesta edificação o retorno está nas patologias
provenientes de infiltração nas paredes e na laje de piso do subsolo. Quando foi
estudado o tratamento para recuperação, observou-se que a causa principal desta
patologia está no nível do lençol freático. O tratamento deveria ter previsto o
rebaixamento do mesmo para interrupção do afloramento da água por capilaridade
no piso e paredes do subsolo. Também o fato do piso do pavimento ser em
calçada portuguesa, contribui para a infiltração nas paredes do subsolo.
Na definição dos tratamentos utilizados para reparo em 2005 foi descartado o
rebaixamento do lençol freático e a troca do piso do pavimento devido ao alto
custo destes tratamentos. Adotaram-se então medidas que pudessem amenizar o
problema. Os outros tratamentos utilizados mostraram eficácia.
Timóteo Edificação 2 também nesta edificação não houve eficácia total dos
tratamentos, apesar de ter-se observado as causas que contribuíam para a mesma
na vistoria para tratamento. No tratamento deveria ter sido executada uma
ampliação do beiral e também o passeio de contorno deveria ser maior e com uma
inclinação para fora da edificação, evitando com isto o empoçamento de água junto
à parede da fachada. Estas medidas não foram realizadas, pois o custo era alto e
trata-se de uma edificação que não pertence ao TJMG.
É importante relatar que algumas das edificações estudadas possuem projeto
arquitetônico padrão e suas patologias se repetem principalmente as relacionadas à
infiltração e movimentação higroscópica.
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
170
Na análise dos resultados é importante ressaltar que há fatores externos que
devem ser considerados, conforme descrito por LICHTENSTEIN (1986):
Graus de incerteza sobre os efeitos: Toda alternativa de intervenção tem
associado um grau de incerteza quanto a seus efeitos. Daí a importância na
retroalimentação dos sistemas utilizados, o que propicia uma base mais segura de
decisão pela conduta mais adequada em cada nova situação.
Analisando esta afirmativa de LICHTENSTEIN (1986), percebe-se que o
desenvolvimento de trabalhos que avaliem o grau de satisfação dos tratamentos
contribuirá para a formação de um banco de dados.
Relação custo/benefício: Independente da origem do problema patológico o
custo para corrigir a falha é sempre maior do que seria o custo de uma construção
que tivesse desempenho satisfatório.
Alguns tratamentos não foram utilizados, devido ao alto custo que o mesmo
representava. Como não havia risco estrutural, optou-se apenas por medidas
paliativas, de forma a melhorar a estética da edificação. Esta análise deve ser feita
em todos os tratamentos de reforço e/ou recuperação de edificações.
Disponibilidade de tecnologia para execução dos serviços: Neste item
devem ser verificados os recursos tecnológicos, a técnica requerida dos
responsáveis pela execução e os materiais e equipamentos necessários.
Na definição das tecnologias adotadas para o tratamento é importante aliar
custo x benefícios, bem como escolher os materiais e a mão de obra adequada
para aplicá-lo.
Outras considerações que também podem ser observadas neste trabalho são:
Para proceder à recuperação e/ou reforço de uma edificação é
imprescindível que ocorram estudos e planejamentos cuidadosos e detalhados.
Somente a partir destes estudos consegue-se definir e estabelecer uma
metodologia correta de tratamento de reforço ou recuperação;
Deve-se fazer um balanceamento entre a real necessidade de tratamento
através dos estudos, aliado a viabilidade técnica, mas não se esquecendo do custo
que acarretará a intervenção;
Como o custo de reforço e/ou recuperação de uma estrutura é alto é
necessário que seja feita a análise de custo x benefício. Em algumas edificações
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
171
como as da cidade de Timóteo observou-se que o custo para o tratamento era
muito alto, sendo então feita a opção de adotar medidas paliativas que ajudariam a
minimizar os efeitos provocados por infiltrações constantes na edificação;
A relação custo/benefício deve avaliar também as causas provenientes de
uma intervenção. No caso de rebaixamento de lençol freático dependendo do tipo
de fundação das construções vizinhas pode acarretar danos estruturais graves com
recalques de fundações e fissuras nas estruturas. Para reduzir estes efeitos nas
fundações vizinhas podem ser instalados poços de recarregamento artesiano junto
a essas fundações com o objetivo de manter as pressões neutras próximas das
originais;
No caso da tecnologia adotada para tratamento, onde as patologias
possuem causas mais comuns adotam-se tratamentos corriqueiros pela facilidade
de se obter mão de obra, principalmente nas cidades onde os recursos são mais
escassos;
Mais uma vez observamos a importância de projetos bem elaborados,
compatibilizados e estudados por equipes multidisciplinares de forma a minimizar
os problemas que venham a ocorrer nas obras. Os projetos devem englobar todos
os estudos necessários ao bom desempenho da edificação;
Além da compatibilização dos projetos é de fundamental importância que a
manutenção nas edificações seja constante, para acompanhamento do
comportamento destas. Assim, fica mais fácil detectar os agentes patológicos e
conseqüentemente estabelecer seu tratamento, além de evitar algumas patologias;
Realização de acompanhamento constante dos problemas ocasionados nas
obras de construção, relatando todas as ocorrências no diário de obras;
Um dos passos primordiais para definir o tratamento das patologias
provenientes de recalques de fundações é a realização de estudos geotécnicos
para a caracterização do solo. Em algumas das edificações apresentadas como
estudo de caso não foram realizadas esta inspeção na época do desenvolvimento
do projeto e da construção, visto que trata de construções antigas e este
procedimento não era rotineiro. Este fato contribuiu para o surgimento de patologias
em várias edificações. Com a divulgação dos problemas ocasionados pela não
caracterização do solo fez com que houvesse uma maior freqüência de sondagem
nas edificações;
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
172
A importância fundamental de acompanhamento mais eficaz das patologias
antes do tratamento contribui muito para o sucesso do mesmo. Assim, no caso de
recalques de fundações é importante que haja monitoramento das trincas e este
dependendo do caso pode ser realizado com equipamento topográfico de precisão
que avalia a evolução do recalque com o tempo ou estágios de carregamento.
Além destas medidas é importante medir a velocidade de ocorrência destes
recalques.
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
173
6. CONCLUSÕES
Através deste trabalho conclui-se que:
1) Fazendo uma análise das medidas terapêuticas adotadas nas edificações
estudadas conclui-se que houve eficácia em 75% dos tratamentos para recalque de
fundação e movimentação higroscópica. No caso das patologias decorrentes de
infiltração a eficácia foi de 60%;
2) Nas edificações onde ocorreram os tratamentos e o resultado obtido foi
satisfatório verifica-se que a situação é adequada para funcionamento das
atividades a que se destinam. Para as edificações, cujo tratamento das patologias
não foi eficaz para recalque de fundação observa-se que o retorno das mesmas
causa transtorno no comportamento da edificação. no caso dos tratamentos
ineficazes de movimentação higroscópica e infiltração o incomodo causado é
menor;
3) A adoção de metodologias de tratamento sempre deve vir acompanhada de uma
análise da: origem, a causa e os sintomas da patologia. O uso de processos
semelhantes sem verificar o foco do problema pode levar a ineficácia do
tratamento;
4) O período de 3 anos permitiu que detectasse a eficácia dos tratamentos de
reforço e/ou recuperação. Neste intervalo pode ser constatada a resposta do
tratamento adotado;
5) A importância de estudos pós-recuperação é a contribuição para novos
tratamentos de problemas patológicos relacionados a recalques de fundações,
movimentações higroscópicas e infiltrações, uma vez que permite a
retroalimentação destes tratamentos. Assim, quando for realizado algum reparo
e/ou reforço de fundação serão verificados os tratamentos já efetuados e sua
eficácia;
6) É importante a divulgação do resultado dos tratamentos adotados, divulgando os
sucessos e insucessos para montar uma estatística nacional, bem como para
conscientizar o meio profissional da adoção de medidas corretivas adequadas;
7) O projeto padrão adotado para costura das trincas deve ser alterado, visto que
ele serve apenas para trincas passivas. Deve-se optar por um sistema flexível com
a aplicação do mástique, sendo aplicada por cima uma tela de vidro, aplicando
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
174
posteriormente o revestimento e pintura. Este sistema acompanha a movimentação
das micro-fissuras e evita infiltração de água;
8) O tratamento das fissuras utilizando sistema flexível pode ser feito mesmo nos
locais em que ainda não ocorreu o reforço da fundação, visto que com o selamento
dos pontos de infiltração há uma preservação da edificação. As fissuras permitem a
passagem de água que além de provocar manchas, eflorescências, bolhas e
saponificação da pintura, possibilitam também a proliferação de bolores e outros
fungos;
9) O sistema flexível de grampeamento das trincas ajudaria na durabilidade da
edificação, visto que as fissuras se movimentam ao longo do tempo, em virtude das
variações térmicas e higroscópicas da alvenaria e do próprio revestimento, da
deformação lenta da estrutura de concreto;
10) A adoção de uma metodologia de tratamento de trincas é difícil, primeiro pela
dificuldade de detecção dos agentes causadores. Outro obstáculo é que ao se
adotar um tratamento ele faz uso de diversos materiais. As características
individuais dos materiais são conhecidas, mas a junção entre os diversos materiais
de recuperação e/ou reforço junto aos materiais de convencionais de construção
podem gerar novas patologias;
11) Treinamento dos administradores das edificações para que os mesmos possam
auxiliar no tratamento e acompanhamento das patologias.
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
175
7. SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS
Após a conclusão deste trabalho é apresentado as seguintes sugestões:
1) Criação de um banco de dados onde serão armazenadas as patologias diversas
com os tratamentos utilizados, bem como a caracterização das condições que se
encontram as edificações que passaram por processo de tratamento;
2) Incentivo a novos estudos que tenham como objetivo o acompanhamento pós
recuperação.
3) Através deste banco de dados pode ser gerada uma classificação de tratamentos
que estão apresentando resultados mais eficazes e os que não estão com bom
desempenho. Assim, as pesquisas por materiais de construção, ou por materiais e
tratamentos a serem utilizados na recuperação e/ou reforço de estruturas podem
ser guiadas através deste banco de dados que servirá como referencial. As
pesquisas serão focadas nas falhas apresentadas pelos tratamentos deste banco
de dados.
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
176
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Informação e documentação - referências - elaboração. Rio de Janeiro, 2000.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT) NBR 6024:
Numeração progressiva das seções de um documento. Rio de Janeiro, 1989.
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Sumário. Rio de Janeiro, 1989.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT) NBR 6028:
Resumos. Rio de Janeiro, 1986.
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Apresentação de citações em documentos. Rio de Janeiro, 1992.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT) NBR 13528:
Revestimento de paredes e tetos de argamassas inorgânicas determinação da
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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT) NBR 13749:
Revestimento de paredes e tetos de argamassas inorgânicas especificação. Rio
de Janeiro, 1996b.
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Programa de Pós-graduação em Construção Civil
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Programa de Pós-graduação em Construção Civil
180
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Three case studies, 2003. Disponível em:< http://www.icjonline.com/>. Acesso em:
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concreto. São Paulo, editora Pini, 1998.
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IPT/EPUSP/Editora Pini, 1989.
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edificações dos fóruns de Minas Gerais. Monografia de Especialização,
Departamento de Materiais de Construção, Universidade Federal de Minas Gerais,
2005.
VANNI, C. Análise de falhas aplicada à compatibilização de projetos na construção
de edifícios. Universidade Federal de Minas Gerais, 1999.
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
181
ANEXO A
RESULTADO DA SONDAGEM REALIZADA EM
CORINTO
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
182
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
183
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
184
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
185
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
186
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
1
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
188
ANEXO B
PROJETO PADRÃO DE COSTURA DE TRINCAS
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
189
Assentar tela de
estuque ao longo
da faixa de 60cm.
Faixa de
reboco a ser
demolido.
Retirar o tijolo trincado a cada 4 fiadas.
Assentar novo tijolo maciço com argamassa de
cimento e areia.
Assentar
ferro com diâmetro
de 6.3 a cada 2 fiadas,
perpendicular ao sentido da
trinca. Deve ser fixado com
argamassa de cimento e areia
(traço 1:2)
Ø
ØØ
Ø
6.3 – 60cm
DETALHE DE COSTURA DAS TRINCAS (TÍPICO)
(LADOS – INTERNO E EXTERNO)
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
190
ANEXO C
FICHA DE ANÁLISE PÓS-RECUPERAÇÃO
Programa de Pós-graduação em Construção Civil
191
ANÁLISE PÓS - RECUPERAÇÃO
FICHA – PADRÃO DOS DADOS OBTIDOS EM CAMPO
COMARCA:
IDADE DA EDIFICAÇÃO:
DATA DO REFORÇO/ RECUPERAÇÃO:
DATA DA VISTORIA (PÓS-RECUPERAÇÃO):
FUNCIONÁRIO DA EDIFICAÇÃO:
DADOS DO DIAGNÓSTICO APÓS A RECUPERAÇÃO E/OU REFORÇO
ESTRUTURAL
1) HÁ PROBLEMAS DE DEFORMAÇÃO?
( ) SIM ( ) NÃO
2) HÁ FISSURAS?
( ) SIM ( ) NÃO
3) HÁ RECALQUES DE FUNDAÇÃO?
( ) SIM ( ) NÃO
4) HÁ MAU USO DA ESTRUTURA?
( ) SIM ( ) NÃO
IMPERMEABILIZAÇÃO
1) HÁ PROBLEMAS DE IMPERMEABILIZAÇÃO NA COBERTURA?
( ) SIM ( ) NÃO
2) HÁ PROBLEMAS DE IMPERMEABILIZAÇÃO NA BASE DA EDIFICAÇÃO?
( ) SIM ( ) NÃO
3) HÁ PROBLEMAS RELACIONADOS A MOVIMENTAÇÃO HIGROSCÓPICA?
( ) SIM ( ) NÃO
OUTROS COMENTÁRIOS
1) APÓS A INTERVENÇÃO COMO PODE SER AVALIADA A MANUTENÇÃO DA
EDIFICAÇÃO?
( ) BOA ( ) REGULAR ( ) PÉSSIMA
2) HÁ ALGUM PERÍODO DO ANO QUE O PROBLEMA FICA MAIS EVIDENTE? QUAL?
3) DESCRIÇÃO DE OUTROS PROBLEMAS VERIFICADOS IN LOCO.
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