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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
FACULDADE DE MEDICINA VETERINÁRIA E ZOOTECNIA
TAXAS DE OVULAÇÃO E PRENHEZ EM NOVILHAS NELORE CÍCLICAS
APÓS UTILIZAÇÃO DE PROTOCOLOS PARA INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL
EM TEMPO FIXO (IATF), COM DIFERENTES CONCENTRAÇÕES DE
PROGESTERONA, ASSOCIADAS OU NÃO A APLICAÇÃO DE eCG
MARCELO FIGUEIRA PEGORER
Botucatu – SP
2009
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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
FACULDADE DE MEDICINA VETERINÁRIA E ZOOTECNIA
TAXAS DE OVULAÇÃO E PRENHEZ EM NOVILHAS NELORE CÍCLICAS
APÓS UTILIZAÇÃO DE PROTOCOLOS PARA INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL
EM TEMPO FIXO (IATF), COM DIFERENTES CONCENTRAÇÕES DE
PROGESTERONA, ASSOCIADAS OU NÃO A APLICAÇÃO DE eCG
MARCELO FIGUEIRA PEGORER
Tese apresentada junto ao Programa
de Pós-Graduação em Medicina
Veterinária para obtenção do tulo de
Doutor.
Orientador: Prof.Dr. Ciro Moraes Barros
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FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA SEÇÃO TÉCNICA DE AQUISIÇÃO E TRATAMENTO
DA INFORMAÇÃO
DIVISÃO TÉCNICA DE BIBLIOTECA E DOCUMENTAÇÃO - CAMPUS DE BOTUCATU - UNESP
BIBLIOTECÁRIA RESPONSÁVEL: Selma Maria de Jesus
Pegorer, Marcelo Figueira.
Taxas de ovulação e prenhez em novilhas Nelore cíclicas após utilização de
protocolos para inseminação artificial em tempo fixo (IATF), com diferentes
concentrações de progesterona, associados ou não a aplicação de eCG /
Marcelo Figueira Pegorer. – Botucatu [s.n.], 2009.
Tese (doutorado) –
Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Medicina
Veterinária e Zootecnia, Botucatu, 2009.
Orientador: Ciro Moraes Barros
Assunto CAPES: 50501054
1. Bovino - Reprodução - Estudos experimentais 2. Ovulação 3. Inse-
minação artificial 4. Obstetrícia veterinária
CDD 636.20824
Palavras-chave: IATF; eCG; Inseminação artificial; Novilhas Nelore;
Progesterona
Nome do Autor: Marcelo Figueira Pegorer
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4
Título: TAXAS DE OVULAÇÃO E PRENHEZ EM NOVILHAS NELORE
CÍCLICAS APÓS UTILIZAÇÃO DE PROTOCOLOS PARA INSEMINAÇÃO
ARTIFICIAL EM TEMPO FIXO (IATF), COM DIFERENTES
CONCENTRAÇÕES DE PROGESTERONA, ASSOCIADAS OU NÃO A
APLICAÇÃO DE eCG
COMISSÃO EXAMINADORA
Prof. Dr. Ciro Moraes Barros
Presidente e Orientador
Departamento de Farmacologia
IBB – UNESP - Botucatu
Prof. Dr. Sony Dimas Bicudo
Membro
Departamento de Reprodução Animal e Radiologia Veterinária
FMVZ – UNESP - Botucatu
Prof. Dr. Marcelo Marcondes Seneda
Membro
Departamento de Reprodução Animal
UEL – Londrina
Prof. Dr. Pietro Sampaio Baruselli
Membro
Departamento de Reprodução Animal
FMVZ – USP – São Paulo
Prof. Dr. Roberto Sartori Filho
Membro
Departamento de Produção Animal
ESALQ – USP - Piracicaba
Data da Defesa: 27 de Abril de 2009.
iv
5
Dedico este trabalho...
A minha esposa ANDREIA e ao meu filho MATHEUS,
pela força e compreensão nos momentos mais difíceis.
v
6
Agradeço...
Especialmente ao meu orientador, Professor Dr. Ciro Moraes Barros, pelos
valiosos ensinamentos.
Aos meus pais Neide e José, que me ensinaram a acreditar e sempre seguir
lutando, e aos meus irmãos Marinho, Luciana e Eliziel.
À Professora Dra. Luzia Trinca pela paciência e colaboração nas análises
estatísticas.
À Professora Dra. Eunice Oba, pela colaboração nas dosagens plasmáticas
de progesterona.
Aos meus amigos: Paulo Fernandes, Renato Simões, Thais Naban, Vinicius
Pinheiro, Eduardo, Fernanda, Cínthia, Carolina.
Agradeço, especialmente, aos amigos Ronaldo Ereno e Rafael Satrapa pelo
auxílio no desenvolvimento dos experimentos;
Aos professores do Departamento de Reprodução Animal da FMVZ -
UNESP - Botucatu, pelos ensinamentos e pela amizade criada durante a
minha formação.
Aos funcionários do Departamento de Reprodução Animal da FMVZ e do
Departamento de Farmacologia (Instituto de Biociências - UNESP -
Botucatu).
Aos proprietários das fazendas Cristal, Estância Rosalito, Sr. Rosário
Pegorer, e Fazenda Pontal, Sr. Pedro Pegorer, por ceder suas instalações e
animais.
Aos funcionários das fazendas onde os experimentos foram realizados, que
colaboraram direta ou indiretamente para obtenção dos dados.
A empresa Biogenesis-Bagó, pelos produtos hormonais cedidos para a
realização dos experimentos e seu representante o Sr. Reuel Gonçalves.
MUITO OBRIGADO!
vi
7
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Peso (média ± EPM) de novilhas Nelore, ao início (D0) e ao
final do experimento (D12), tratadas com dispositivos
intravaginais contendo 0,558g (grupo 0,5G) ou 1g (grupo
1G) de progesterona e suas associações com PGF2α
(grupos 0,5G/PGF e 1G/PGF) submetidas a exames diários
de ultrassonografia transretal..................................................
40
Tabela 2 -
Efeito do nível de progesterona do
dispositivo intravaginal
(0,558g ou 1g) e da PGF2α
e crescimento folicular em novilhas Nelores tratadas para
sincronização da ovulação.......................................................
41
Tabela 3 -
Taxas de sincronização do folículo dominante (animais com
folículos >5mm no D9/ total de animais tratados), ovulação
e prenhez em novilhas Nelores sincronizadas com
diferentes níveis de progesterona, associadas (0,5G/PGF;
1G/PGF) ou não (0,5G; 1G) à PGF2α no dia da inserção do
dispositivo intravaginal...........................................................
44
Tabela 4 -
Taxa de sincronização do folículo dominante (folículos >
5mm no D9/ total de animais tratados), diâmetro folicular
(média ± EPM) no D9 e taxas ovulação e prenhez, em
novilhas Nelores cíclicas sincronizadas com dispositivos
intravaginais contendo 0,558g (grupo 0,5G) ou 1g (grupo
1G) de progestrona e com PGF2α no D0, associadas
(0,5G/PGF/eCG; 1G/PGF/eCG) ou não (0,5G/PGF;
1G/PGF) a 300 UI de eCG na retirada do dispositivo (D8)....
46
Tabela 5 -
Concentração plasmática de progesterona (média
±
EPM) no
início (D0) e no dia da retirada do dispositivo intravaginal
(D8) em novilhas Nelores cíclicas tratadas com dispositivo
intravaginal contend
o 0,558 (grupo 0,5G) ou 1 g (grupo 1G)
de P4 associados à PGF2 no D0...........................................
50
vii
8
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Protocolo para pré-sincronização (D -17 a D -5) e
sincronização (D 0 a D 12) do ciclo estral de novilhas
Nelores cíclicas utilizando dispositivo intravaginal
contendo 1 ou 0,558 g de progesterona, associadas ou
não a aplicação de 150µg de PGF2α no D0. O
crescimento folicular foi acompanhamento por meio de
exames de ultrassonografia realizados diariamente entre
os dias 0 e 8, e a cada 12 horas entre os dias 9 e 12.........
33
Figura 2 -
Protocolo para sincronização da ovulação de novilhas
Nelores cíclicas utilizando dispositivos intravaginais
contendo 1 (grupo 1G) ou 0,558g (grupo 0,5G) de
progesterona, associadas (grupos 1G/PGF e 0,5G/PGF)
ou não a PGF2α no início do tratamento (D0).....................
36
Figura 3 -
Concentração plasmática de progesterona em novilhas
Nelores tratadas com dispositivo intravaginal contendo
0,558g (grupo 0,5G) ou 1g de P4 (grupo 1G) associadas
(0,5G/PGF; 1G/PGF) ou não à PGF2α no
D0.........................................................................................
42
Figura 4 -
Níveis plasmáticos de progesterona em novilhas Nelores
tratadas com dispositivo intravaginal contendo 0,558 g
(grupo 0,5G) ou 1 g (grupo 1G) de P4.................................
43
Figura 5 -
Níveis plasmáticos de progesterona em novilhas Nelores
tratadas (com PGF) ou não (sem PGF) com 150 µg de
PGF2α (d-cloprostenol) no D0.............................................
43
Figura 6 -
Probabilidades de ovulação e de prenhez em novilhas
Nelores clicas de acordo com o diâmetro do folículo
dominante, determinadas no dia 9 do protocolo de
sincronização da ovulação, utilizando benzoato de
estradiol (2mg, IM) e dispositivo intravaginal de
progesterona durante 9 dias, 150 µg de d-croplostenol no
dia da retirada do dispositivo e benzoato de estradiol vinte
e quatro horas mais tarde (n = 143).....................................
47
viii
9
Figura 7 -
Taxas de ovulação e de prenhez em novilhas Nelores
cíclicas de acordo com o diâmetro do folículo dominante,
determinadas no dia 9 do protocolo de sincronização da
ovulação, utilizando benzoato de estradiol (2mg, IM) e
dispositivo intravaginal de progesterona durante 9 dias,
150 µg de d-
croplostenol no dia da retirada do dispositivo
e benzoato de estradiol (1 mg, IM) vinte e quatro horas
mais tarde (n = 143).............................................................
48
Figura 8 -
Percentagem de novilhas Nelores tratadas com dispositivo
intravaginal contendo 0,558g (n = 67) ou 1g (n = 76) de P4
que apresentaram no dia 9 do protocolo de sincronização
do estro, diâmetros de 5 a 7; 7,1 a 8,5; 8,6 a 10 e >10 mm.
49
ix
10
LISTA DE ABREVIATURAS
IATF Inseminação artificial em tempo fixo
eCG Gonadotrofina coriônica eqüina
P4 progesterona
E
2
estradiol
BE benzoato de estradiol
PGF2α prostaglandina F2α
D dia
LH hormônio luteinizante
IA inseminação artificial
GnRH Hormônio liberador de gonadotrofinas
FSH Hormônio folículo estimulante
IGF-1 fator de crescimento ligado à insulina
bST somatotropina
CL corpo lúteo
E2 estradiol
LHR receptor de LH
ECP cipionato de estradiol
PEPE P4-BE-PGF2α-BE
g grama
mL miliLitro
0,5G tratamento com dispositivo intravaginal com 0,558 g de P4
1G tratamento com dispositivo intravaginal com 1g de P4
SG colheita de sangue
US exame ultrassonográfico
x
11
IM intramuscular
Kg quilograma
mg miligrama
MHz megaHertz
EPM erro padrão da média
FD diâmetro do folículo dominante
ng nanograma
CIDR dispositivo intravaginal liberador de progestrona
TRIU B dispositivo intravaginal liberador de progestrona
Cronipres
®
dispositivo intravaginal liberador de progestrona
xi
12
SUMÁRIO
Página
RESUMO...............................................................................................
13
ABSTRACT............................................................................................. 15
1 INTRODUÇÃO................................................................................... 17
2 REVISÃO DA LITERATURA............................................................. 19
2.1
Dinâmica folicular......................................................................
19
2.2
Sincronização do estro e ovulação............................................
23
2.2.1
GnRH.............................................................................. 24
2.2.2
Progesterona e estradiol................................................. 25
2.2.3
Gonadotrofina coriônica equina (eCG)............................ 27
3
4
5
OBJETIVOS........................................................................................
HIPÓTESES A SEREM TESTADAS.................................................
MATERIAL E MÉTODOS....................................................................
29
30
31
5.1 Experimento 1............................................................................. 31
5.2 Experimento 2............................................................................. 35
5.3 Experimento 3............................................................................. 38
6 RESULTADOS.......................................................................................
40
7 DISCUSSÃO......................................................................................... 51
8
9
CONCLUSÕES......................................................................................
COMENTÁRIOS FINAIS.......................................................................
56
57
10 REFERÊNCIAS..................................................................................... 58
TRABALHO CIENTÍFICO.....................................................................
69
xii
13
PEGORER, M.F. Taxas de ovulação e prenhez em novilhas Nelore cíclicas
após utilização de protocolos para inseminação artificial em tempo fixo
(IATF), com diferentes concentrações de progesterona, associadas ou
não a aplicação de eCG. Botucatu, 2009. 89p. Tese (Doutorado) Faculdade
de Medicina Veterinária e Zootecnia, Campus de Botucatu, Universidade
Estadual Paulista.
RESUMO
Alguns estudos indicam que altos níveis de progesterona (P4) plasmática
diminuem a pulsatilidade de LH e, conseqüentemente, o crescimento folicular.
Isto pode diminuir a eficiência de protocolos para inseminação artificial em
tempo fixo (IATF) que se baseiam na utilização de dispositivos intravaginais
contendo P4. Objetiva-se com o presente trabalho avaliar a influência de
diferentes concentrações de P4, associadas ou não à aplicação de eCG, nas
taxas de ovulação e prenhez de novilhas da raça Nelore submetidas a
protocolos para IATF. No experimento (exp.) 1, novilhas Nelore (n=15), cíclicas
e pré-sincronizadas com tratamento hormonal, foram distribuídas
aleatoriamente em quatro grupos experimentais. No dia da inserção do
dispositivo intravaginal (D0) todos os animais receberam 2 mg de benzoato de
estradiol (BE) e um dispositivo intravaginal contendo 0,558g de P4 (Triu B
®
,
grupo 0,5G, n = 4) ou 1g de P4 (Cronipress
®
, grupo 1G, n = 4), ou 0,558g de
P4 e PGF2α (150 µg d-cloprostenol, grupo 0,5G/PGF , n = 4) ou 1 g de P4 e
PGF2α (grupo 1G/PGF, n = 3). Oito dias mais tarde (D8) administrou-se PGF2α
em todos os animais e o dispositivo foi removido. Vinte e quatro horas após a
remoção do dispositivo intravaginal, as novilhas foram tratadas com BE (1 mg,
IM). Entre os dias D0 e D12 foram realizados, diariamente, exames
ultrassonográficos dos ovários e mensurado o diâmetro folicular. Foram
colhidas amostras de sangue para dosagem da P4 nos dias 0,1,2,4,8 e 10. No
exp. 2, novilhas cíclicas da raça Nelore (n=292) foram tratadas com os mesmos
protocolos do primeiro experimento. Entretanto, 30 a 36h após a aplicação do
BE todos animais foram submetidos a IATF (D10). Em uma amostragem de
novilhas de cada grupo os ovários foram examinados, por meio de
ultrassonografia, nos dias 9 e 12, para determinar a taxa de ovulação após
cada tratamento. No exp. 3, novilhas Nelore cíclicas (n=459) receberam os
tratamentos descritos para os grupos 0,5G/PGF e 1G/PGF, associados à
administração de 300 UI de eCG (grupos 0,5G/PGF/eCG e 1G/PGF/eCG) no
momento da retirada do dispositivo (D8). Foram realizadas, em alguns animais
de cada grupo, colheitas de sangue para dosagem da P4 plasmática (D8), e
exames ultrassonográficos dos ovários para determinação do diâmetro do
folículo dominante no D9 e taxa de ovulação no D12. Para comparação dos
níveis plasmáticos de P4 foi utilizada a análise de variância para medidas
repetidas e as variáveis binomiais (taxa de ovulação e prenhez) foram
analisadas por meio de regressão logística. No exp.1, as concentrações
plasmáticas de progesterona foram maiores nos animais que receberam o
dispositivo contendo 1 g de P4 do que aqueles que receberam o dispositivo
contendo 0,558g de P4; e menores nas novilhas que receberam PGF2
α no D0.
14
Tanto no segundo quanto no terceiro experimentos, não houve diferença
significativa nas taxas de ovulação (65 a 77%) e prenhez (exp. 2: 26 a 33%;
exp.3: 39 a 43%) nas novilhas dos diversos grupos experimentais. No terceiro
experimento os animais tratados com dispositivos contendo menores
concentrações de P4 apresentaram maior diâmetro do folículo dominante
(10,3±0,2 vs 9,3±0,2 mm; P<0,01) no D9. Conclui-se que a redução da
concentração de P4 no dispositivo intravaginal (1,0 vs 0,558g) ou a
administração de PGF2α no início dos tratamentos, diminuem as
concentrações plasmáticas de P4 entre os dia 1 e 8 dos protocolos de IATF.
Entretanto, embora a utilização de dispositivos intravaginais contendo menos
progesterona tenha contribuído para o aumento do folículo dominante no D9,
não alterou significativamente as taxas de ovulação e de prenhez das novilhas
Nelore. Além disso, a associação de eCG aos protocolos de IATF não
aumentou significativamente o crescimento folicular e as taxas de ovulação e
prenhez dos animais.
Palavras-chave: IATF, progesterona, novilhas Nelore, inseminação artificial,
eCG
15
PEGORER, M.F. Ovulation and pregnancy rates in cyclic Nellore heifers
after fixed-time artificial insemination protocols (FTAI) using different
concentration of progesterone, associated or not with eCG. Botucatu,
2009. 89p. Tese (Doutorado) Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia,
Campus de Botucatu, Universidade Estadual Paulista.
ABSTRACT
Previous reports indicate that high concentration of plasmatic progesterone (P4)
decreases LH pulse frequency, and consequently follicular growth. This may
reduce the efficiency of fixed-time artificial insemination (FTAI) protocols that
utilize P4 in Bos indicus heifers. The objective of the present work was to
evaluate the influence of different P4 concentrations associated or not with eCG
in the ovulation and pregnancy rates of Nellore heifers submitted to hormonal
protocols for FTAI. In experiment (exp.) 1, heifers (n=15) pre-synchronized with
a hormonal treatment were randomly allocated in four experimental groups. At
the time of intravaginal device insertion (D0) all animals received 2 mg of
estradiol benzoate (EB) and an intravaginal progesterone-releasing device
containing 0.558g of P4 (TRIU
®
, group 0.5G, n=4) or 1g of P4 (Cronipress
®
,
group 1G, n = 4), or 0.558g of P4 and PGF2α (150 µg d-cloprostenol, group
TRIU/PGF, n = 4), or 1g of P4 and PGF2α (group 1G/PGF, n = 3). Eight days
later (D8), PGF2α (150 µg d-cloprostenol) was administered to all heifers, the
P4 source was removed. Twenty four hours after removing the intravaginal
device, the heifers were treated with EB (1 mg, i.m.). Ovarian ultrasonographic
examinations were performed daily, from the day D0 to D12 to measure follicles
diameter. Blood samples were collected during the days 0, 1, 2, 4, 8 and 10 to
evaluate plasma P4 concentration. In exp. 2, cyclic Nellore heifers (n=292) were
treated with the same protocols as in the exp. 1. However, 30 to 36 h later all
animals were fixed-time inseminated on D10. In exp. 3, heifers (n=459)
received the treatments described to groups 0.5G/PGF and 1G/PGF associated
with 300 IU of eCG (i.m., groups 0.5G/PGF/eCG and 1G/PGF/eCG) at the time
of intravaginal device removal (D8). In a subset of heifers from each group
blood samples were collected on D8 and ovarian ultrasonography was
performed to determine the diameter of the dominant follicle on D9 (exp.3) and
the ovulation rate on D12 (exp. 2 and 3). The analysis of variance to repeated
measurements was used to compare progesterone levels, and the binary
variables (ovulation and pregnancy rates) were analyzed by logistic regression.
In exp. 1 P4 concentrations were higher in animals that had received the device
content 1g of P4 than in those that had received the device content 0.558g of
P4, and lower in heifers that had received PGF2α on D0. In both exp. 2 and 3
there was no difference on ovulation (65 to 77%) and pregnancy (exp. 2: 26 to
33%; exp.3: 39 to 43%) rates among the several groups. In exp. 3, the animals
which received the devices with a lower concentration of P4 had a larger
diameter of the dominant follicle (10.3±0.2 vs 9.3±0.2 mm; P<0.01) on D9. It is
concluded that reduction of P4 concentration in the intravaginal device (1.0 to
0.558g) or the administration of PGF2α at the beginning of the treatments
16
decrease blood concentrations of P4 between days 1 and 8 of the FTAI
protocols. However, although the use of intravaginal devices with 0.558g of P4
contributed to increase the dominant follicle diameter on D9, there was no
significant increase on ovulation and pregnancy rates. Additionally, the
association of eCG to FTAI protocols did not improve follicular growth or
ovulation and pregnancy rates.
Key-words: FTAI, progesterone, Nellore heifers, artificial insemination, eCG
17
1- INTRODUÇÃO
A maioria dos rebanhos bovinos está localizada em regiões tropicais
e subtropicais do planeta, onde ocorrem altos índices pluviométricos e altas
temperaturas. Nestas regiões predominam os animais Bos indicus, devido a
sua conhecida rusticidade, alta resistência aos ectoparasitas e grande
capacidade de adaptação a ambientes adversos.
É consenso entre a comunidade científica e os criadores que a
técnica de inseminação artificial (IA) é uma importante ferramenta para acelerar
a evolução genética dos rebanhos. Um dos maiores entraves para o amplo uso
desta biotécnica é a detecção do estro (cio), por requerer tempo e pessoal
adequadamente treinado. Em fêmeas bovinas a curta duração (em torno de 11
horas) associada à incidência de estro noturno (PINHEIRO et al., 1998),
dificulta a detecção do mesmo e prejudica a implantação de programas
convencionais de IA (BARROS et al., 1995, PINHEIRO et al., 1998, MIZUTA,
2003).
A partir do conhecimento detalhado da dinâmica folicular (PIERSON
& GINTHER, 1988; SAVIO et al., 1988; SIROIS & FORTUNE, 1988) tornou-se
possível o desenvolvimento de tratamentos hormonais capazes de regular o
crescimento folicular e o momento da ovulação, viabilizando a inseminação
artificial em tempo fixo (IATF, ou seja, IA com tempo pré-determinado, sem a
necessidade de observar cio) em taurinos (TWAGIRAMUNGU et al., 1992a,b;
THATCHER et al., 1993; PURSLEY et al., 1994) e zebuínos (BARROS et al.,
1998; FERNANDES et al., 2001).
Existem diversos protocolos hormonais que resultam taxas de
prenhez em vacas ao redor de 50 a 60% (BARUSELLI et al., 2004; CUTAIA et
al., 2003). No entanto, os resultados obtidos em novilhas zebuínas são
menores, de 15 a 47% (MARQUES et al, 2005; PERES 2008, DIAS 2007).
Uma possível explicação refere-se às altas taxas plasmáticas de progesterona
nos programas que utilizam dispositivos intravaginais de
progesterona/progestágenos, causando retroalimentação negativa na
18
hipotálamo e consequentemente menor pulsatilidade do hormônio luteinizante
(LH; BERGFELD et al., 1995; BURKE et al., 1996, CALLEJAS et al., 2006).
Como conseqüência desse processo ocorre menor crescimento do folículo
dominante e menores taxas de ovulação e prenhez. Recentemente, Carvalho
et al. (2008) demonstraram que a utilização de PGF2α no D0 (dia da inserção
do dispositivo intravaginal de progesterona) em protocolo de IATF, reduz os
níveis circulantes de progesterona (5,2 ± 0,1 vs 3,3 ± 0,0 ng/mL; P<0,05),
levando a um maior crescimento do folículo dominante (0,9 vs 1,2 mm/dia) e
maiores taxas de ovulação (52,7 vs 79,4%).
Outro fármaco, a gonadotrofina coriônica equina (eCG), vem sendo
bastante utilizado em protocolos de IATF, em vacas recém paridas, com o
objetivo de melhorar o crescimento e a maturidade folicular. Sua atividade
semelhante ao FSH e LH pode estimular o crescimento do folículo e/ou facilitar
a ovulação (CAVALIERI et al., 1997). Em recente estudo sua utilização
promoveu aumento nas taxas de prenhez das vacas em anestro pós-parto com
baixa condição corporal (CUTAIA et al., 2003; BARUSELLI et al., 2004).
Desta forma, a utilização de dispositivos intravaginais com menores
quantidades de progesterona (P4), ou ainda, qualquer mecanismo que possa
reduzir os níveis circulantes de progesterona, como a utilização de PGF2α no
início do protocolo hormonal em novilhas cíclicas, e/ou o uso da eCG, poderiam
melhorar o desenvolvimento folicular resultando em maiores taxas de ovulação
e prenhez.
19
2 - REVISÃO DE LITERATURA
2.1 DINÂMICA FOLICULAR
O período entre dois estros consecutivos é denominado ciclo
estral. Com o advento da avaliação da atividade ovariana através de
ultrassonografia transretal, foi possível observar padrões de crescimento e
regressão de folículos antrais em forma de ondas durante o ciclo estral bovino
(SAVIO et al., 1988). O crescimento folicular em padrão de ondas ocorre em
todos os estágios da vida de uma fêmea, no período anterior à puberdade
(ADAMS et al., 1992) durante a gestação (GINTHER et al., 1996) e no pósparto
(MURPHY et al., 1990; SAVIO et al., 1990).
O ciclo estral é regulado por mecanismos endócrinos e
neuroendócrinos envolvendo principalmente os hormônios hipotalâmicos
(GnRH), hipofisários (LH e FSH) e gonadais (estradiol, progesterona e inibina;
HAFEZ, 1993).
O GnRH é um decapeptídio sintetizado por células
neuroendócrinas na área pré-óptica do hipotálamo e após ser liberado na forma
de pulsos (CLARKE et al., 1988) atinge a adenohipófise através do sistema
porta-hipotalâmico-hipofisário, onde determina a secreção das gonadotrofinas
(LH e FSH). Essas gonadotrofinas são liberadas de maneira pulsátil na
circulação sistêmica e atuam nas gônadas regulando a gametogênese e a
secreção dos hormônios esteróides (STANISLAUS et al., 1998).
A emergência da onda folicular é caracterizada por um
crescimento sincrônico de mais de 20 pequenos folículos com diâmetro a partir
de 2 mm (CARVALHO et al., 2008; ERENO, 2008; GINTHER et al., 1989,
ALVAREZ et al., 2000). O número de folículos recrutados em novilhas zebuínas
geralmente é maior que nas taurinas (CARVALHO et al., 2008; ALVAREZ et
al., 2000). GONG et al.(1996) acreditam que o número de folículos que
emergem numa onda de crescimento está diretamente relacionado aos níveis
circulantes de IGF-1, e que vacas tratadas com hormônio do crescimento
[somatotropina (bST)] podem aumentar o número de folículos recrutados. Além
disso, existem indicações (ALVAREZ et al., 2000) que os animais Bos indicus
20
apresentam níveis circulantes mais elevados de IGF-1. Desta forma, foi
sugerido que os maiores níveis de IGF-1 plasmáticos encontrados nestes
animais, seria uma das razões para a grande atividade folicular durante a
emergência da onda (CARVALHO et al., 2008).
Cada onda folicular é precedida por um aumento nas
concentrações circulantes de FSH (ADAMS et al., 1992). Após a emergência
da onda, enquanto os folículos continuam a crescer, os níveis de FSH vão
declinando até atingirem níveis basais (GINTHER et al., 1997). Essa queda nas
concentrações de FSH se pela ação do estradiol (E2) e da inibina
secretados pelos folículos em crescimento (GINTHER et al., 1996).
Aproximadamente 2,5 a 3,0 dias após a emergência folicular,
quando o maior folículo atinge o diâmetro de 6,2 a 8,4 mm para Bos indicus
(SARTORELLI et al., 2005; CASTILHO et al., 2007; GIMENES et al., 2008) e
cerca de 8,5 mm para Bos taurus (GINTHER et al., 1996) ocorre o evento
denominado de desvio folicular (GINTHER et al., 2001a). Desta forma, um
folículo continua a crescer e se torna dominante, enquanto os demais folículos,
denominados subordinados, sofrem regressão (MAPLETOFT et al., 2000).
Os mecanismos envolvidos no processo de desvio folicular são
complexos e não compreendidos completamente. Sabe-se que neste momento
as concentrações de FSH encontram-se em níveis basais (GINTHER et al.,
1997). Fatores intrafoliculares também são candidatos a ativação deste
processo, tais como sistema IGF, esteróides, os peptídeos ativina A e inibina A,
receptores para gonadotrofinas entre outros (ARMSTRONG & WEBB, 1997;
BERISHA et al., 2003, FORTUNE et al., 2004, IRELAND, 2004).
A expressão do LHR (receptor do hormônio luteinizante), em
novilhas da raça Holandesa, foi detectado nas células da granulosa de folículos
8 mm (BAO et al. 1997; BEG et al. 2001), cerca de 8 horas antes do desvio
folicular (BEG et al. 2001), o que levou Beg et al. (2001) e Ginther et al.
(2001b), a sugerir que o início da expressão do LHR nas lulas da granulosa
seria a causa para a seleção e consequentemente para a aquisição da
dominância folicular. Entretanto, Fortune et al. (2001), utilizando hibridização in
situ, e Ereno (2008) utilizando RT-PCR, não detectaram a expressão do LHR
no futuro folículo dominante, imediatamente antes da seleção folicular.
Recentemente, Nogueira et al. (2007) e Ereno (2008), verificaram que a
21
expressão do LHR em células da granulosa de fêmeas da raça Nelore ocorre
entre 7 e 8 mm de diâmetro folicular. Portanto, estes últimos achados não
corroboram a hipótese de que expressão de LHR em células da granulosa
ocorre antes da divergência folicular.
Está bem documentado que o estrógeno endógeno produzido
pelos folículos ovarianos acentua a amplitude dos pulsos de LH durante a fase
folicular do ciclo estral, através do aumento de receptores do hormônio
liberador de LH na pituitária anterior e do conseqüente aumento da capacidade
estrogênica dos folículos pré-ovulatórios (STUMPF et al., 1989). Esse
mecanismo de retroalimentação positiva entre o E2 e o LH é crítico no
processo de maturação final do folículo ovulatório, induzindo o comportamento
estral e a ovulação (FIKE et al, 1997).
No início da fase de recrutamento folicular, os dois maiores
folículos apresentam uma taxa de crescimento semelhante, mas após o desvio
folicular, o folículo subordinado tem sua taxa de crescimento reduzida
(GINTHER et al., 2001b; 2003; ERENO, 2008). Em vacas holandesas a taxa de
crescimento do FD variou de 1,5 a 2,1 mm/dia antes do desvio (KULIK et al.,
1999; GINTHER et al., 1997; GINTHER et al., 2001b) enquanto nas nelores
variou de 0,9 a 1,4 mm/dia (CASTILHO et al., 2007; SARTORELLI et al., 2005).
Na presença de um corpo lúteo funcional e de níveis de P4 acima
de 1 ng/mL, esse primeiro FD não é capaz de induzir o pico de LH, e nem
provocar comportamento de estro e ovulação (FORTUNE, 1993). Segundo
Roberson et al. (1989), na presença de altas concentrações plasmáticas de
progesterona (acima de 5 ng/mL) decréscimo na freqüência de pulsos de
LH. Desta forma, o folículo dominante acaba sofrendo atresia e não ovula. A
presença do CL caracteriza a fase lútea do ciclo estral. Nesta fase, o CL produz
P4 em quantidades crescentes do quarto ao décimo dia do ciclo estral e a
secreção se mantém estável aque ocorra a luteólise, entre o 15° e o 20° dia
(HAFEZ, 1993). O LH secretado pela adeno-hipófise é regulado pela P4 e E2
ovarianos. Durante a fase lútea do ciclo estral, ambos os hormônios inibem a
secreção de LH por retro-alimentação negativa sobre o eixo hipotalâmico-
hipofisário (CLARKE, 1988).
Após a luteólise a concentração plasmática de P4 regride a valores
abaixo de 1 ng/mL, permitindo um aumento na freqüência dos pulsos de LH
22
(WILTBANK et al., 2002). O aumento na freqüência dos pulsos de LH estimula
a maturação do folículo dominante que passa a secretar quantidades
crescentes de E2 (FORTUNE et al., 2001). O E2, na ausência de P4, estimula
a síntese de receptores de GnRH na hipófise tornando-a mais sensível ao
GnRH ao mesmo tempo que aumenta a frequência e amplitude dos pulsos de
GnRH (HANSEL & CONVEY, 1983) e estimula a síntese de gonadotrofinas,
resultando no pico de LH (HURNIK, 1987) e consequente ovulação do folículo
dominante (MUKASA-MUGERWA, 1989).
Existem vários trabalhos sobre a dinâmica folicular em zebuínos
(FIGUEIREDO et al., 1997; GAMBINI et al., 1998; ALVAREZ et al., 2000;
SARTORELLI et al., 2005; CASTILHO et al., 2007; GIMENES et al., 2008)
demonstrando que as características de crescimento folicular e dominância são
similares aqueles dos taurinos exceto que os zebuínos aparentam ter um
menor diâmetro máximo do FD (10-12 mm) e do CL (17-21 mm; FIGUEIREDO
et al., 1997; SARTORELLI et al., 2005; CASTILHO et al., 2007; GIMENES et
al., 2008) do que as raças européias (14-20 mm e 20-30 mm, para e CL
respectivamente; KASTELIC et al., 1990; BO et al., 1993).
Carvalho et al. (2008), utilizando animais sincronizados com
dispositivo intravaginal, constataram que o diâmetro máximo do FD foi menor
em novilhas B. indicus quando comparadas às B. taurus (9,0,5 mm vs
11,6±0,5mm), assim como a taxa de crescimento do folículo dominante nas
novilhas zebuínas foram menores do que aqueles encontrados nas raças
européias (0,9±0,1mm/dia vs 1,1±0,1 mm/dia, respectivamente). Por isso,
concluíram que o menor tamanho do FD está diretamente relacionado à sua
menor taxa de crescimento.
Aquisição de capacidade ovulatória
Sartori et al. (2001) observaram que após a administração de 40
mg de LH, nenhuma vaca da raça Holandesa com folículo de 7,0 (0/9) ou 8,5
mm (0/9) ovulou, comparadas com 80% (8/10) de ovulações em vacas com
folículos de 10 mm. Portanto, a capacidade ovulatória em Bos taurus foi
verificada em folículos a partir de 10 mm de diâmetro, ou seja, um dia após o
desvio folicular.
23
Gimenes et al. (2008), realizaram um experimento com novilhas
Nelore, Gir e cruzadas (Nelore x Gir) a fim de verificar o diâmetro nos quais os
folículos adquirem capacidade ovulatória. As fêmeas tratadas com 25 mg de
LH quando o folículo dominante atingiu diâmetro entre 7,0 e 8,4 mm; 8,5 e 10,0
mm e acima de 10,0 mm, apresentaram taxas ovulatórias de 33, 80 e 90%,
respectivamente. De forma similar, em vacas da raça Nelore, a administração
de LH induziu ovulação em 90% dos animais com folículos entre 9 e 10 mm e
20% nas vacas com folículos entre 7,5 e 8 mm de diâmetro (SIMÕES et al.,
2009). Esses dados são sugestivos de que a capacidade ovulatória em Bos
indicus é adquirida com diâmetros inferiores aos observados em Bos taurus.
Embora um aumento na expressão do LHR das células da granulosa seja
necessário para a aquisição de dominância folicular, somente esse aumento
parece não ser suficiente para a instalação plena da capacidade ovulatória. Tal
mecanismo, ainda não elucidado, parece ser decorrente de um aumento, ainda
maior, na quantidade de LHR, associada às alterações nas vias de sinalização
intracelular que o LHR possui na fase pós-divergência.
2.2. SINCRONIZAÇÃO DO ESTRO E OVULAÇÃO
O principal mecanismo de regulação do ciclo estral é a regressão
do CL, que normalmente ocorre nas fêmeas bovinas ao redor do dia 16 a 18 do
ciclo. Assim sendo, o CL é um fator chave em vários processos reprodutivos,
tais como a ovulação e a duração do ciclo estral (MILVAE et al., 1996). As
formas de controle do ciclo estral em bovinos estão baseadas na extensão ou
redução da fase luteínica, utilizando progestágenos ou prostaglandinas, e na
alteração da onda folicular, utilizando E2 ou GnRH (BURKE et al., 1996).
A PGF2α é o tratamento mais comum utilizado para sincronização
do cio em bovinos (revisado por ODDE, 1990). No entanto, a PGF2α não induz
a luteólise durante os primeiros 5 ou 6 dias após o estro (MOMONT & SEGUIN,
1984). Além disso, a manifestação do cio pode se estender por um período de
até 6 dias, sendo influenciada pela capacidade de resposta do CL à droga
(MOMONT & SEGUIN, 1984) e pela fase do desenvolvimento da onda folicular
(KASTELIC & GINTHER, 1991).
24
Embora da administração de PGF2α resulte boas taxas de
manifestação do estro nas fêmeas B. taurus (70-90%; GALINA & ARTHUR,
1990), os resultados em B. indicus têm sido bastante variáveis. Pinheiro et al.
(1998) observaram manifestação de estro abaixo de 50%, mesmo na presença
de CL funcional, quando administraram PGF2α em vacas nelores, com
resultado bastante semelhante ao observado por Gambini et al. (1998), em
vacas da raça Gir. A combinação de fatores, baixa e variável resposta do estro,
mais a alta incidência de anestro dos animais mantidos em pastagens tropicais,
explicam a baixa eficiência dos programas de sincronização do cio utilizando
somente a PGF2α (CAVALIERI et al., 1997; PINHEIRO et al., 1998).
Uma forma bastante eficiente, mas pouco utilizada de sincronizar
a onda folicular consiste na ablação mecânica de folículos maiores de 5 mm de
diâmetro, através da aspiração folicular guiada por ultrassom, resultando uma
nova onda em torno de 1,9 ± 0,1 dias após o procedimento (BURATINI et al.,
2000). No entanto, este procedimento se torna dispendioso pela necessidade
de um aparelho de ultrassom e fica impraticável quando se trabalha com um
grande número de animais. Desta forma a estratégia mais viável para
sincronização de nova onda folicular refere-se à utilização de hormônios, como
o GnRH ou o E2 associado à P4.
2.2.1 GnRH
O tratamento com GnRH induz a ovulação do folículo dominante,
através da liberação hipofisária do LH. Em torno de 2 horas após sua
administração, ocorre pico de LH e 24 a 32 horas é induzida a ovulação do FD,
iniciando uma nova onda cerca de 2 dias após a aplicação (PURSLEY et al.,
1995).
Vários protocolos foram propostos para sincronização do cio
utilizando-se a combinação de GnRH e PGF2α (PURSLEY et al., 1997). Um
destes tratamentos ficou conhecido como Ovsynch (PURSLEY et al., 1995) e
consiste na aplicação de GnRH, sete dias após PGF2α e uma segunda
aplicação de GnRH cerca de 48 horas após a PGF2α com a IATF 16 horas
mais tarde. No entanto, a capacidade do GnRH em iniciar uma nova onda
25
folicular é limitada em vacas (66%; GEARY et al., 2000) e principalmente em
novilhas (56%; PURSLEY et al, 1995). A falha em induzir ovulação na primeira
aplicação de GnRH, resulta em baixa taxa de sincronização da onda folicular, o
que comprometeria as taxas de concepção (PERRY et al., 2004). Infelizmente,
as novilhas inseminadas após sincronização do estro, utilizando protocolo
Ovsynch, apresentam taxas de concepção abaixo do ideal tanto para B. taurus
(38,9%; revisado por DAY, 2005), quanto para B. indicus (21 e 43%; revisado
por BO et al., 2003). Dados da literatura sugerem que novilhas apresentam
menor resposta ovulatória à primeira aplicação de GnRH, por possuírem maior
proporção de 3 ondas de crescimento folicular, resultando menores taxas de
sincronização da onda (PURSLEY et al., 1995). Além disso, o diâmetro do
folículo no momento da aplicação do GnRH influencia diretamente sua
capacidade ovulatória (MARTINEZ et al., 1999; SARTORI et al., 2001), uma
vez que a expressão de receptores de LH nas células da granulosa ocorre
após o desvio folicular, em torno de 2,5 dias após a emergência da onda,
quando o folículo atinge cerca de 8,5 mm de diâmetro (XU et al., 1995;
GIMENES et al., 2008).
Outro fator limitante destes protocolos é a incidência de estro
antes da IATF, que pode ocorrer devido a não sincronização ao primeiro GnRH
(WILLIAMS et al., 2002; ROY et al., 1999). Williams et al. (2002) relataram que
a inseminação das novilhas que mostraram estro antes da segunda injeção de
GnRH, apresentaram um aumento nas taxas de prenhez de 42,4 para 57,5%.
Uma alternativa bastante interessante para evitar ovulações antecipadas é a
utilização de um dispositivo de P4 durante o protocolo.
2.2.2 PROGESTERONA E ESTRADIOL
As tentativas iniciais em sincronizar o cio em bovinos utilizando
progestágenos baseavam-se no conhecimento de que a P4 previne a
ocorrência de cio e ovulação (CHRISTIAN et al., 1948).
Estudos realizados para avaliar diferentes protocolos à base de
progestágenos/progesterona mostraram que tratamentos longos para
regressão espontânea do CL (
14 d) foram eficientes em sincronizar o estro.
No entanto, a utilização da progestrona por período maiores que 13 dias levam
26
à formação de folículos dominantes de maior tamanho (persistentes; CUSTER
et al., 1994; KINDER et al., 1996) e de reduzida fertilidade. A baixa fertilidade é
atribuída à maturação espontânea do oócito (quebra da vesícula germinativa e
expansão do cumulus) presente no folículo persistente (REVAH & BUTLER,
1996).
Tratamentos que induzem à regressão do folículo persistente e
levam à emergência de uma nova onda de crescimento folicular melhoraram as
taxas de prenhez em programas de IA (MCDOWELL et al., 1998).
Inicialmente, o E2 foi utilizado em conjunto com a P4 com o intuito
de induzir luteólise (WILTBANK et al., 1961). Durante a década de 1990,
observou-se que os tratamentos com E2 inibiam o crescimento do folículo
antral (BO et al., 1991). A administração de 5 mg de 17β estradiol em
associação com implantes de P4 sincronizam a emergência de uma nova onda
de crescimento folicular, em média, cerca de 4,3 ± 0,2 dias mais tarde (BO et
al., 1995). Outros estudos avaliaram o efeito de diferentes ésteres de E2 na
indução da emergência da onda folicular. O uso do valerato de E2 (VE;
MAPLETOFT et al., 1999) ou do cipionato de E2 (ECP; THUNDATHIL et al.,
1998) provoca a regressão folicular, mas a emergência da onda acontece de
forma menos previsível, devido sua longa meia-vida, do que a determinada por
fármacos de ação mais curta, como o 17β-estradiol (BÓ et al., 1995) e o
benzoato de estradiol (BE; CACCIA & BÓ, 1998). O BE, aplicado por via
intramuscular em combinação com 50mg de P4 resultou na emergência de
nova onda folicular em 4,1 ± 0,1 dias, com variação de 3,5 a 5 dias (MORENO
et al., 2001).
Nos últimos anos tornaram-se disponíveis na América do Sul
vários dispositivos intravaginais que liberam P4 (CIDR
, DIB
, PRID
,
Cronipress
, Primer
). O uso destes dispositivos intravaginais liberadores de
P4 associados à administração de BE é um dos tratamentos mais utilizados
para a IATF de vacas (MACMILLAN & BURKE, 1996; BO et al., 2002, 2003). O
tratamento mais conhecido consiste na administração de BE (2,0 mg, via IM)
no momento da inserção do dispositivo (Dia 0), aplicação de PGF2α no dia da
remoção do dispositivo (Dia 8) e 1,0 mg de BE (via IM) 24 horas mais tarde. A
IATF é realizada 30 a 36 horas após a última aplicação de BE. Portanto, neste
27
protocolo são utilizados os seguintes hormônios: progesterona-estrógeno-
prostaglandina-estrógeno (protocolo PEPE; revisado por BARROS & ERENO,
2004). No entanto a utilização deste protocolo em novilhas Nelore, não
apresenta bons resultados (BARUSELLI et. al., 2001).
Alguns estudos demonstram que altas concentrações de P4
circulantes diminuem a pulsatilidade do LH (BERGFELD et al., 1995; BURKE et
al., 1996; CALEJAS et al., 2006), reduzem o crescimento do folículo dominante
e a eficiência dos protocolos baseados na utilização da P4 (BARUSELLI et al
2001). Colazo et al. (2008) realizaram um experimento para averiguar a
resposta do GnRH em induzir a liberação de LH sob altos níveis de P4, tanto
em novilhas, quanto em vacas. Os autores observaram que níveis elevados de
P4 plasmática reduzem a liberação de LH pela hipófise após a administração
de GnRH tanto em novilhas quanto em vacas, de forma linear, não observando
diferenças entre as duas categorias.
Mantovani et al. (2004) relataram que a utilização da PGF2α no
quinto dia, durante o tratamento com dispositivos contendo P4, em novilhas
mestiças, foi efetiva em reduzir os níveis plasmáticos de P4, aumentar o
crescimento do folículo dominante e a taxa de ovulação. Carvalho et al (2008)
utilizaram o mesmo tratamento e observaram uma melhora nas taxas de
ovulação no grupo que recebeu PGF2α em relação ao controle [79,4% (27/34)
vs 52,7% (19/36)]. No entanto, Marques et al. (2005) testaram a eficácia da
aplicação da PGF2α no dia da inserção do progestágeno em relação às taxas
de prenhez em novilhas Nelore, ciclando ou pré-púberes, e não observaram
diferenças [com PGF2α: 25,8% (50/194) vs sem PGF2α: 24,7% (49/198)].
2.2.3 GONADOTROFINA CORIÔNICA EQUINA (eCG)
Outro fármaco que poderia contribuir para aumentar o
crescimento final do folículo pré ovulatório seria a gonadotrofina coriônica
equina (eCG). A eCG é uma gonadotrofina glicoprotéica produzida pela
placenta de equinos durante a gestação (COMBARNOUS, 1992). Quando
administrada em outras espécies a eCG se liga aos receptores de FSH e de
LH, sendo a única gonadotrofina capaz de se ligar simultaneamente a esses
28
dois receptores, exceto nos equinos (MURPHY & MARTINUK, 1991). Na égua
o eCG estimula a formação das glândulas luteais acessórias para auxiliarem na
manutenção da gestação (Ginther, 1996). Nos bovinos essa gonadotrofina
apresenta longo tempo de ação, variando de 50 a 100 horas, devido à
proporção de ácido siálico (10 a 15%) presente na sua molécula (SCHAMS et
al., 1978).
Filho et al. (2004), utilizando vacas lactantes em anestro,
verificaram que o uso da eCG em protocolos de IATF, após a retirada do
implante auricular de progestágeno, não induziu aumento no diâmetro ximo
do folículo ovulatório (eCG: 13,0±0,6 vs não eCG: 12,8±0,8 mm), embora
apresentassem aumento nas taxas de ovulação [eCG: 71% (19/26) vs o
eCG: 50% (14/24); p<0,05]. Mesmo assim, outros trabalhos indicam que a
adição de eCG (400 UI, IM) ao protocolo PEPE aumentou a taxa de prenhez
em zebuínos [38,9% (42/108) vs 54,7% (58/106), P<0,05; BARUSELLI et al.,
2003] ou mestiços [indicus x taurus; 46,8% (44/96) vs 59,1% (58/98), P<0,05;
CUTAIA et al., 2003] principalmente se os animais se encontrarem em anestro
pós-parto e com baixo escore corporal ( 2, em uma escala de 0 a 5, revisado
por BARUSELLI et al., 2004). Marques et al. (2003) reportaram que vacas
tratadas com eCG no dia da remoção do dispositivo de P4, apresentaram uma
melhora nos níveis circulantes de P4 12 dias após o fim do tratamento (8,6±0,9
vs 4,5±0,7 ng/ml), o que poderia favorecer a manutenção da gestação.
Da mesma forma, novilhas nelores sincronizadas com o protocolo
PEPE, associado ao eCG (400 UI, IM) apresentaram uma melhora nas taxas
de prenhez [com eCG: 34,9% (68/195) vs sem eCG: 15,7% (31/197), P<0,05;
MARQUES et al., 2005].
O presente estudo tem como objetivo avaliar os efeitos do tratamento
com diferentes níveis de progesterona plasmática no desenvolvimento folicular,
nas taxas de ovulação e prenhez, utilizando no protocolo de sincronização do
estro dispositivos intravaginais contendo 0,558 ou 1 g de progesterona
associadas ou não á PGF2α ao início do tratamento. Além disso, determinar se
a aplicação de 300 UI de eCG na retirada do dispositivo pode resultar em maior
crescimento folicular e maiores taxas de ovulação e prenhez, apesar dos
resultados não apresentarem ainda taxas satisfatórias.
29
3 – OBJETIVOS
Objetiva-se com o presente trabalho determinar se:
1) A utilização de dispositivos intravaginais contendo 0,558g de P4
e/ou a aplicação da PGF2α no dia da inserção de dispositivo
intravaginal no protocolo de sincronização do estro levam à
redução dos níveis plasmáticos de progesterona durante o
período de tratamento;
2) A redução dos níveis plasmáticos de P4 resulta em aumento do
diâmetro do folículo dominante no dia 9 do protocolo de
sincronização do estro;
3) O aumento do diâmetro do folículo dominante no D9 do protocolo
de IATF resulta em maiores taxas de ovulação e prenhez.
4) A utilização do eCG aumenta o tamanho do folículo dominante,
aumentando as taxas de ovulação e prenhez.
30
4 – HIPÓTESES A SEREM TESTADAS
A utilização de dispositivo intravaginal contendo 0,558 g de P4 em
comparação a dispositivo contendo 1 g de P4, resulta em
menores níveis plasmáticos de P4 e contribui para o aumento do
diâmetro do folículo dominante e maiores taxas de ovulação e
prenhez.
A administração de eCG no momento da retirada do dispositivo
intravaginal favorece o aumento do diâmetro do folículo
dominante e resulta em maiores taxas de ovulação e prenhez.
31
5 - MATERIAL E MÉTODOS
5.1 – EXPERIMENTO 1
5.1.1 – Localização e animais
O experimento foi conduzido na Estância Rosalito (latitude 22° 55´
S e longitude 49°40´O), localizada no município de Santa Cruz do Rio Pardo,
estado de São Paulo, durante o mês de março de 2006.
Inicialmente, foram utilizadas novilhas (n = 20) da raça Nelore,
com 2 a 3 anos de idade, pesando 296,9 ± 3,6 kg (média ± EPM), com
condição corporal de 2,8 ± 0,02 [média ± EPM; variando de 1 a 5 (LOWMAN
1976)], mantidas em pastagens de Brachiaria brizantha e suplementadas com
sal mineral e água a vontade. Os animais foram pesados individualmente no
começo (D -17) e no final (D12) do experimento, sempre no início do período
da manhã.
5.1.2 – Grupos Experimentais
Novilhas da raça Nelore (n = 20), com presença de corpo lúteo ao
exame ultrassonográfico, foram psincronizadas, utilizando-se um dispositivo
intravaginal contendo 1 g de progesterona (D -17) durante 9 dias (Cronipres
®
,
Biogenesis-Bagó, Buenos Aires, Argentina). No dia da retirada do dispositivo (D
-9) os animais receberam 150 µg de d-cloprostenol (Croniben
®
, Biogenesis,
Buenos Aires, Argentina, via IM) e vinte e quatro horas depois (D -8) 1 mg de
benzoato de estradiol (BE, Bioestrogen, Biogenesis-Bagó, Buenos Aires,
Argentina, via IM). Os animais foram avaliados de 60 a 72 horas após a
aplicação do BE para determinar a ovulação (Figura 1).
32
Em cinco animais os tratamentos não foram efetivos em
sincronizar a onda de crescimento folicular (folículos menores que 5 mm no D8)
sendo descartados na sequencia do experimento.
As novilhas que apresentaram ovulação (constatada pelo exame
ultrassonográfico; n = 15) foram distribuídas aleatoriamente em quatro grupos
experimentais.
Os animais dos grupos 0,5G (n = 4) e 1G (n = 4) receberam no D0
um dispositivo contendo 0,558g (TRIU-B
®
, Biogenesis-Bagó, Buenos Aires,
Argentina, via intravaginal) ou 1g de P4 (CRONIPRES
®
, Biogenesis-Bagó,
Buenos Aires, Argentina, via intravaginal) e também 2 mg de benzoato de
estradiol (BE, Bioestrogen
®
, Biogenesis-Bagó, Buenos Aires, Argentina, via IM).
Os animais dos grupos 0,5G/PGF (n = 4) e 1G/PGF (n = 3) receberam o
mesmo tratamento dos grupos 0,5G e 1G, mais 75 µg de d-cloprostenol
(Croniben®, Biogenesis-Bagó, Buenos Aires, Argentina, via IM) no dia da
inserção do dispositivo intravaginal (D0).
5.1.3 Ultrassonografia e Dinâmica Folicular
Todos os animais foram monitorados diariamente do dia da
inserção do dispositivo intravaginal (D0) até 48 horas após sua retirada (D8)
por ultrassonografia (Aloka SSD 900, transdutor de 9 MHz) transretal,
realizadas pelo mesmo operador. Nos dias D11 e D12 os exames foram
realizados a cada 12 horas.
O transdutor de ultrassom foi movimentado sobre a superfície dos
ovários e, quando necessário, a imagem do monitor foi “congelada” para
mensuração do tamanho dos folículos ( 2mm). Duas imagens diferentes de
cada folículo foram obtidas e mensuradas. Quando se observou acentuada
diferença entre as mensurações, obteve-se uma terceira imagem para
confirmar o tamanho correto do folículo. Após cada exame, foram desenhados
diagramas da posição dos folículos em relação a outras estruturas ovarianas,
de forma a permitir a identificação de cada folículo durante dias sucessivos.
O momento do início da onda de crescimento folicular foi
determinado pelo aparecimento de um grupo de folículos maiores de 2 mm. A
taxa de crescimento (mm/dia) foi calculada pela diferença entre o diâmetro
33
mínimo e o diâmetro ximo, dividida pelo período de crescimento
(FIGUEIREDO et al., 1997; CARVALHO et al., 2008).
Considerou-se como o momento da ovulação a média entre a última vez que o
folículo ovulatório foi visto e a primeira ocasião em que o mesmo não foi
detectado no monitor do ultrassom.
Figura 1. Protocolo para pré-sincronização (D -17 a D -5) e sincronização (D 0
a D 12) do ciclo estral de novilhas Nelores cíclicas utilizando dispositivo
intravaginal contendo 1 ou 0,558 g de progesterona, associadas ou não a
aplicação de 150µg de PGF2α no D0. O crescimento folicular foi
acompanhamento por meio de exames de ultrassonografia realizados
diariamente entre os dias 0 e 8, e a cada 12 horas entre os dias 9 e 12.
5.1.3 – Coleta de sangue e radioimunoensaio da progesterona
Foram realizadas coletas de sangue através de venopunção da
veia coccígea em tubos heparinizados (BD Vacutainer
®
, New Jersey, USA; 10
mL) nos dias 0, 1, 2, 4, 8 e 10 do tratamento (Figura 1). Após a colheita as
amostras foram mantidas em recipientes com gelo por no máximo 5 horas. As
amostras foram centrifugadas a 1600 xg por 20 minutos e armazenadas a -
20°C, para posterior dosagem de progesterona. As concentrações plasmáticas
de P4 foram determinadas, em um único ensaio, com “Kit” da DSL
Progesterona (DSL 32400, Diagnostic Systems Laboratories, Inc., Webster,
Texas, USA). O coeficiente de variação intraensaio foi de 1,49%.
D
-
9
D
-
8
D0
D8
D9
D10
D1
2
US diariamente
US
US
US
BE
PGF
2
α
αα
α
BE
BE
PGF
2
α
αα
α
Progesterona Progesterona
D
-
17
BE
US 12/12 hs
D11
D
-
5
D
1
D
2
D
4
SG SG SG
US
exame ultrassonografico
SG – colheita de sangue
BE – benzoato de estradiol
34
5.1.4 – Análise estatística
As variáveis peso dos animais ao início e ao final do experimento,
início da onda de crescimento folicular, número de folículos recrutados,
diâmetro folicular no D8 e D9, diâmetro máximo do folículo dominante e taxa de
crescimento do folículo dominante foram comparadas por análise de variância
através do programa PROC GLM (SAS 9.1, 2002). Para análise dos níveis
plasmáticos de progesterona foi utilizada a análise de variância para medidas
repetidas, através do programa PROC GENMOD do SAS 9.1 (2002),
verificando efeito principal da aplicação de PGF2α no D0, uso de dispositivos
intravaginais com diferentes concentrações de P4 (0,558 vs 1g), tempo e suas
interações.
35
5.2 - EXPERIMENTO 2
5.2.1 Localização e animais
O experimento foi conduzido na Fazenda Cristal (latitude 22°31’
S; longitude 50°04’ O), localizada no município de Campos Novos Paulista,
estado de São Paulo, e na Fazenda Pontal (latitude 14°27’ S; Longitude 51°43’
O), localizada no município de Nova Xavantina, estado de Mato Grosso,
durante os meses de novembro e dezembro de 2006. Foram utilizadas novilhas
(n = 292) da raça Nelore, com dois a três anos de idade, pesando entre 270 e
430 kg, com condição corporal de 2,8 ± 0,02 (média ± EPM; variando de 1 a 5;
Lowman et al., 1976), mantidas em pastagens de Brachiaria brizantha ou
Brachiaria decumbens, suplementadas com sal mineral e água a vontade.
5.2.2. Grupos experimentais
Os animais foram previamente submetidos a dois exames
ultrassonográficos dos ovários, com 10 dias de intervalo, a fim de determinar a
presença de CL. Somente as novilhas com CL em pelo menos uma das
ultrassonografias foram utilizadas no experimento. Estas novilhas foram
distribuídas ao acaso em quatro grupos experimentais contendo 1g (grupo 1G)
ou 0,558g (grupo 0,5G) de P
4
, associadas (com PGF) ou não (sem PGF) à
aplicação de PGF2α no dia da inserção do dispositivo intravaginal (D0).
No momento da introdução do dispositivo foi determinada a
condição corporal de todos os animais e 22 animais foram pesados.
As novilhas dos Grupos 0,5G (n = 76) e 1G (n = 70) receberam
um dispositivo intravaginal contendo progesterona (Triu B
®
; Biogenesis-Bagó,
Buenos Aires, Argentina, 0,558g P4 ou Cronipres
®
; Biogenesis-Bagó, Buenos
Aires, Argentina, 1g P4) no D0, respectivamente e benzoato de estradiol
(Bioestrogen
®
, Biogenesis-Bagó, Buenos Aires, Argentina, 2mg, via IM). Nove
36
dias mais tarde (D8) foi administrada 150µg de d-cloprostenol (Croniben
®
,
Biogenesis-Bagó, Buenos Aires, Argentina, via IM), e o dispositivo intravaginal
foi removido. Vinte e quatro horas após a remoção do dispositivo as novilhas
foram tratadas com BE (1,0 mg, via IM) e 30-36 h depois os animais foram
inseminados artificialmente (IATF) sem observação de cio (Figura 2).
US: exame ultra-sonográfico dos ovários
OV: ovulação
Figura 2. Protocolo para sincronização da ovulação de novilhas Nelores cíclicas
utilizando dispositivos intravaginais contendo 1 (grupo 1G) ou 0,558g (grupo
0,5G) de progesterona, associadas (grupos 1G/PGF e 0,5G/PGF) ou o a
PGF2α no início do tratamento (D0)
Os animais dos grupos 0,5G/PGF (n = 75) e 1G/PGF (n = 71)
foram tratados de forma similar aos grupos 0,5G e 1G, respectivamente, exceto
que receberam 2 doses de PGF2α (150µg d-cloprostenol; via IM; no D0 e D8).
5.2.3 – Touros e inseminadores
Foram utilizadas doses de sêmen comerciais de 12 touros,
previamente analisadas e aprovadas quanto às características de motilidade e
vigor. As doses de sêmen utilizadas foram distribuídas proporcionalmente entre
os grupos tratados.
A maioria das inseminações foi realizada por um único
inseminador experiente, as demais foram realizadas por outros dois
1 ou 0,558g P4
BE IATF
D-10
D0
D8
D9 D10
D12
US
US
US
OV BE
PGF2
α
αα
α
PGF2
α
αα
α
US
37
inseminadores, também bastante experientes, distribuídas proporcionalmente
entre os grupos.
5.2.4 – Ultrassonografia
Após a última aplicação de BE (D 9) foi realizado o exame
ultrassonográfico (Aloka SSD 500, transdutor de 5,0 MHz) em
aproximadamente metade dos animais de cada grupo [0,5G (n = 28); 1G (n =
35); 0,5G/PGF (n = 34); 1G/PGF (n = 31)] para identificação do FD. As novilhas
que não apresentaram folículos maiores que 5 mm no dia da ultrassonografia
(D9) foram considerados como não sincronizados. Portanto, a taxa de
sincronização foi determinada pela razão entre o número de animais com FD
no D9 maiores que 5 mm e o total de animais tratados.
No décimo segundo dia, 72 horas após a aplicação da segunda
dose do BE, foi realizado novo exame ultrassonográfico para determinar a taxa
de ovulação dos folículos detectados no D9.
O Diagnóstico de gestação foi realizado por exame
ultrassonografico cerca de 35 dias após a IATF.
5.2.5 – Análise Estatística
As variáveis taxas de sincronização do folículo dominante,
ovulação e prenhez foram analisadas por regressão logística, através do
programa PROC GENMOD (SAS 9.1, 2002). Para as análises de taxas de
prenhez foram consideradas no modelo o efeito do tipo de dispositivo
intravaginal, aplicação ou não da PGF no D0, fazenda, inseminador, touro,
ECC e interações.
38
5.3 – EXPERIMENTO 3
5.3.1 – Animais e localização
O experimento 3 foi conduzido durante a estação reprodutiva de
novembro 2007 a maio de 2008, nas mesmas fazendas do experimento 2.
Foram utilizadas novilhas Nelores (n = 459), com idade entre 2 e 3 anos e
condição corporal de 2,8 ± 0,01 [média ± EPM; escore de condição corporal
variando de 1 a 5 (Lowman et al., 1976)].
5.3.2 Grupos experimentais
As novilhas foram distribuídas ao acaso em quatro grupos
experimentais. Dois grupos idênticos aos do experimento 2 [grupos 0,5G/PGF
(n=109) e 1G/PGF (n=119)] e dois novos grupos (0,5G/PGF/eCG e
1G/PGF/eCG) semelhantes aos primeiros, exceto que os animais receberam
300 UI de eCG (Novormon, Shering-Plough, New Jersey, USA; via IM) no
momento da retirada do dispositivo intravaginal (D8).
5.3.3 – Colheita de sangue e radioimunoensaio de P4
Foram selecionados aleatoriamente alguns animais de cada
grupo [0,5G/PGF (n = 38); 1G/PGF (n = 47); 0,5G/PGF/eCG (n = 39) e
1G/PGF/eCG (n = 43)] para colheita das amostras. Após a colheita, as
amostras (10 mL) foram imediatamente centrifugadas a 1600 xg por 20 minutos
e o plasma obtido armazenado a –20
o
C, até o momento da análise por meio de
técnica de radioimunoensaio. As concentrações plasmáticas de progesterona
foram determinadas de acordo com a técnica de radioimunoensaio descrita por
Knickerbocker et al. (1986), modificadas por Carriere e Lee (1994). Os
coeficientes de variação intra e interensaios foram de 4,56% e 11,48%,
respectivamente.
39
5.3.4 – Ultrassonografia
Os exames ultrassonográficos dos animais foram realizados de
forma semelhante ao segundo experimento. Além disso, no momento da
aplicação do BE (D9) foram realizadas medidas do diâmetro do folículo
dominante de um grupo de novilhas [0,5G/PGF (n= 48); 1G/PGF (n = 41);
0,5G/PGF/eCG (n = 51); 1G/PGF/eCG (n = 55)].
O diagnóstico de gestação foi realizado por exame de
ultrassonografia cerca de 35 dias após a IATF.
5.3.5 – Touros e inseminadores
Foram utilizadas doses de sêmen comerciais previamente
analisadas quanto às características de motilidade e vigor, de oito touros,
sendo seis da raça Nelore e dois Brangus. As doses de sêmen foram
distribuídas proporcionalmente entre os grupos tratados.
Todas as inseminações foram realizadas por um único
inseminador experiente.
5.3.6 – Análise estatística
As variáveis taxas de sincronização do folículo dominante,
ovulação e prenhez foram analisadas por regressão logística, através do
programa PROC GENMOD do SAS 9.1 (2002). Para as análises de taxas de
ovulação e prenhez foram considerados no modelo o efeito da quantidade de
progestrona no dispositivo intravaginal, utilização de 300UI de eCG no dia 8 do
protocolo, fazenda, touro, ECC e suas interações.
As medidas do diâmetro folicular no D9 e concentração
plasmática de P4 no D0 e D8 foram comparadas por análise de variância
através do programa PROC-GLM do SAS 9.1 (2002).
40
6 – RESULTADOS
6.1 – Experimento 1
Em todos os grupos houve uma significativa perda de peso das
novilhas ao final do experimento, devido principalmente ao manejo intenso a
que foram submetidas (tabela 1).
Não houve diferença significativa no intervalo entre a inserção do
dispositivo intravaginal de P4 (D0) e a emergência da nova onda de
crescimento folicular, assim como o número de folículos recrutados (>2 mm)
entre os grupos 0,5G e 1G, com ou sem PGF2α (tabela 2).
Tabela 1. Peso (média ± EPM) de novilhas Nelore, ao início (D0) e ao final do
experimento (D12), tratadas com dispositivos intravaginais contendo 0,558g
(grupo 0,5G) ou 1g (grupo 1G) de progesterona e suas associações com
PGF2α (grupos 0,5G/PGF e 1G/PGF) submetidas a exames diários de
ultrassonografia transretal.
Peso (kg)
Tratamentos N inicial final Valor de P
0,5G 4 307 ± 12,5 288 ± 10,9 0,001
1G 4 342 ± 21,9 329 ± 24,8 0,01
0,5G/PGF 4 325 ± 10,2 311 ± 11,7 0,009
1G/PGF 3 318 ± 6,5 307 ± 10,1 0,03
As novilhas do grupo 0,5G apresentaram taxa de ovulação de
50% (n=4/8), e não diferiram daquelas do grupo1G, que apresentaram taxa de
ovulação de 43% (n=3/7). Os animais que não receberam a PGF2α no D0
apresentaram maiores taxas de ovulação (63%; n=5/8) do que aqueles que
receberam a PGF2α no início do tratamento (22%; n=2/7).
41
Tabela 2. Efeito do nível de progesterona do dispositivo intravaginal (0,558g ou
1g) e da PGF2α nos parâmetros de recrutamento e crescimento folicular em
novilhas Nelores tratadas para sincronização da ovulação.
Não houve diferença significativa P>0,1
N folículos recrutados: número de folículos recrutados
FD: diâmetro do folículo dominante
No início do experimento (D0) os níveis circulantes de P4 o
foram significativamente diferentes, variando de 5,8 a 7,5 ng/ml. Cerca de 24
horas após a inserção do dispositivo houve uma elevação nos veis
plasmáticos P4 em todos os grupos. No D1 o grupo 0,5G/PGF apresentou o
menor valor de progesterona e foi significativamente menor que os outros
grupos (P = 0,01). Nos dias D2 e D4 não houve diferença significativa entre os
tratamentos (P = 0,06 e 0,07, respectivamente), mas no dia da retirada do
dispositivo intravaginal (D8) os níveis circulantes de P4 foram maiores nos
animais do grupo 1G (P = 0,004). No D10 não houve diferença entre os
tratamentos (P = 0,07).
grupos Tratamento Inicio da
onda
N folículos
recrutados
FD
no D8
FD
no D9
máximo
do FD
Taxa de
crescimento
(dias) (> 2 mm) (mm) (mm) (mm) (mm/dia)
0,5G
Sem PGF
(n = 4)
2,8±0,1 32,0±1,3 7,0±0,4 7,9±0,5 8,5±0,2 0,78±0,06
Com PGF
(n = 4)
3,0±0,0 25,0±2,3 6,6±0,5 7,0±0,5 8,1±0,2 0,69±0,06
1G
Sem PGF
(n = 4)
3,2±0,2 21,5±2,6 6,8±1,3 7,0±0,1 8,1±1,1 0,56±0,29
Com PGF
(n = 3)
2,3±0,5 22,0±2,1 6,7±0,6 8,0±1,5 8,4±0,3 0,64±0,10
EFEITOS PRINCIPAIS
0,5G (n = 8) 2,7±0,2 28,3±2,1 6,8±0,3 7,5±0,4 8,5±0,2 0,7±0,05
1G (n = 7) 2,9±0,3 21,7±1,8 6,8±0,7 7,5±0,8 8,2±10,2 0,62±0,09
Sem PGF (n = 8) 2,9±0,1 26,8±2,4 6,9±0,6 7,5±0,5 8,3±0,5 0,63±0,06
Com PGF (n = 7) 2,7±0,3 23,4±1,8 6,7±0,3 7,5±0,6 8,3±0,5 0,7±0,05
42
Levando-se em consideração o período de efeito dos tratamentos
(D1 a D8), de modo geral, os níveis circulantes de progesterona foram mais
altos para os animais do grupo 1G e mais baixos para aqueles do grupo
0,5G/PGF. Os animais dos demais tratamentos (0,5G; 1G/PGF) apresentaram
níveis circulantes de P4 intermediários (Figura 3).
Figura 3. Concentração plasmática de progesterona em novilhas Nelores
tratadas com dispositivo intravaginal contendo 0,558g (grupo 0,5G) ou 1g de
P4 (grupo 1G) associadas (0,5G/PGF; 1G/PGF) ou não à PGF2α no D0.
Comparando o efeito principal de dispositivo (0,558g vs 1g), os
níveis plasmáticos de P4 nos dias D1, D4, D8 e D10 foram maiores nas
novilhas do grupo 1G, do que naquelas do grupo 0,5G (Figura 4). Da mesma
forma os animais tratados com PGF2α no D0 apresentaram menores níveis
circulantes de P4 nos dias D1, D2 e D8 (Figura 5).
0
5
10
15
20
25
D0 D1
D2
D4
D8
D10
Dias após o início do tratamento
progesterona (ng/mL)
0,5G (n=4)
1G (n=4)
0,5G/PGF (n=4)
1G/PGF (n=3)
43
Figura 4. Níveis plasmáticos de progesterona em novilhas Nelores tratadas
com dispositivo intravaginal contendo 0,558 g (grupo 0,5G) ou 1 g (grupo 1G)
de P4.
0
5
10
15
20
25
D0 D1 D2 D4 D8 D10
Dias após o início dos tratamentos
progesterona (ng/ml)
sem PGF (n=8)
com PGF (n=7)
Figura 5. Níveis plasmáticos de progesterona em novilhas Nelores tratadas
(com PGF) ou não (sem PGF) com 150 µg de PGF2α (d-cloprostenol) no D0.
*
*
*
*
Diferença significativa, P<0,05
*
*
*
*
Diferença significativa, P<0,05
44
6.2 – Experimento 2
Os resultados apresentados entre as duas Fazendas onde foram
realizados os experimentos não foram significativamente diferentes (P = 0,26).
Não houve efeito significativo de touros (P = 0,91) e inseminadores (P = 0,86)
dentro de cada fazenda. Assim sendo, os resultados obtidos nas duas
fazendas foram agrupados.
Os tratamentos foram efetivos em sincronizar o ciclo estral dos
animais, originando taxas de ovulações superiores a 65%.
A utilização da PGF2α no início do protocolo (D0) não interferiu
nas taxas de ovulação ou prenhez em relação aos animais dos grupos sem
PGF2α (P = 0,74; Tabela 3)
Tabela 3. Taxas de sincronização do folículo dominante (animais com folículos
> 5mm no D9/ total de animais tratados), ovulação e prenhez em novilhas
Nelores sincronizadas com diferentes níveis de progesterona, associadas
(0,5G/PGF; 1G/PGF) ou não (0,5G; 1G) à PGF2α no dia da inserção do
dispositivo intravaginal.
*não houve diferença significativa entre os grupos (P > 0,05)
Tratamentos
SINCRONIZAÇÃO
DA ONDA (%)
OVULAÇÃO (%)
PRENHEZ (%)
0,5G
28/25 (89,3) 28/19 (67,8) 76/23 (30,2)
1G
35/33 (94,3) 35/27 (77,1) 70/18 (25,7)
0,5G/PGF
34/34 (100) 34/26 (76,5) 75/25 (33,3)
1G/PGF
31/26 (83,9) 31/20 (64,5) 71/20 (28,2)
Efeitos principais
0,5G
62/59 (95,2) 62/45 (72,6) 151/48 (31,8)
1G
66/59 (89,4) 66/47 (71,2) 141/38 (26,9)
Com PGF 65/60 (92,3) 65/46 (70,7) 146/45 (30,8)
Sem PGF
63/58 (92,1) 63/46 (73) 146/41 (28)
45
6.3 – Experimento 3
As taxas prenhez apresentadas nas fazendas onde foram
realizados os experimentos não foram significativamente diferentes (P = 0,69).
Do mesmo modo, não houve efeito significativo de touros (P > 0,3).
Todos os tratamentos foram eficientes em sincronizar o
crescimento folicular, resultando em taxas de ovulação de 60 a 70% (tabela 4).
A utilização de dispositivos intravaginais contendo menores níveis
de P4 (0,558g) resultou no D9 em folículos dominantes de maior diâmetro (P <
0,01). No entanto, a utilização de dispositivo intravaginal contendo 0,558 g não
afetou significativamente as taxas de ovulação (P = 0,42) e de prenhez (P =
0,45; Tabela 4).
O emprego da eCG no momento da retirada do dispositivo não
influenciou o tamanho do folículo dominante no D9 (P = 0,78), assim como as
taxas de ovulação (P = 0,79) ou prenhez (P = 0,49; Tabela 4).
46
Tabela 4. Taxa de sincronização do folículo dominante (folículos > 5mm no D9/
total de animais tratados), diâmetro folicular (média ± EPM) no D9 e taxas
ovulação e prenhez, em novilhas Nelores cíclicas sincronizadas com
dispositivos intravaginais contendo 0,558g (grupo 0,5G) ou 1g (grupo 1G) de
progestrona e com PGF2α no D0, associadas (0,5G/PGF/eCG; 1G/PGF/eCG)
ou não (0,5G/PGF; 1G/PGF) a 300 UI de eCG na retirada do dispositivo (D8).
*Diferença significativa entre os diâmetros foliculares dos grupos 0,5G e 1G (P<0,01)
FD: diâmetro do folículo dominante
As taxas de ovulação e prenhez aumentaram, de acordo com o
aumento do folículo dominante no D9 (Figura 6; P<0,01) do protocolo de
sincronização do ciclo estral.
TRATAMENTOS SINCRONIZAÇÃO
DA ONDA (%)
FD ± EPM no D9
OVULAÇÃO (%) PRENHEZ (%)
0,5G/PGF
38/34 (89,5) 10,3 ± 0,35 mm
(n = 48)
38/27 (71) 109/42 (38,5)
1G/PGF
47/37 (78,7) 9,3 ± 0,34 mm
(n = 50)
47/30 (63,8) 119/47 (39,5)
0,5G/PGF/eCG
39/38 (97,4) 10,2 ± 0,29 mm
(n = 51)
39/30 (76,9) 115/50 (43,4)
1G/PGF/eCG
43/40 (93) 9,4 ± 0,29 mm
(n = 55)
43/28 (65,1) 116/46 (39,6)
EFEITOS PRINCIPAIS
0,5G 77/72 (93,5) 10,3 ± 0,22* mm
(n = 99)
77/57 (74) 224/92 (41)
1G 90/77 (85,5) 9,3 ± 0,21* mm
(n = 105)
90/58 (64,4) 235/93 (39,5)
0 UI eCG 85/71 (83,5) 9,8 ± 0,24 mm
(n = 98)
85/57 (67) 228/89 (39)
300 UI eCG 82/78 (95,1) 9,7 ± 0,2 mm
(n = 106)
82/58 (70,7) 231/96 (41,5)
47
0
20
40
60
80
100
2 4 6 8 10 12 14 16
Tamanho do folículo dominante (mm)
probabilidade de ovulão e
prenhez (%)
ovulação
prenhez
Figura 6. Probabilidades de ovulação e de prenhez em novilhas Nelores
cíclicas de acordo com o diâmetro do folículo dominante, determinadas no dia 9
do protocolo de sincronização da ovulação, utilizando benzoato de estradiol
(2mg, IM) e dispositivo intravaginal de progesterona durante 9 dias, 150 µg de
d-croplostenol no dia da retirada do dispositivo e benzoato de estradiol vinte e
quatro horas mais tarde (n = 143).
As taxas de ovulação aumentaram significativamente em folículos
maiores de 7,1 mm (mensurados no D9; Figura 7). No entanto, as taxas de
prenhez foram significativamente maiores quando os folículos se encontravam
maiores que 8,6 mm, no D9. Folículos com diâmetros menores que 7 mm
(mensurados no D9) apresentaram taxas de prenhez ao redor de 13% (Figura
7).
48
Figura 7. Taxas de ovulação e de prenhez em novilhas Nelores cíclicas de
acordo com o diâmetro do folículo dominante, determinadas no dia 9 do
protocolo de sincronização da ovulação, utilizando benzoato de estradiol (2mg,
IM) e dispositivo intravaginal de progesterona durante 9 dias, 150 µg de d-
croplostenol no dia da retirada do dispositivo e benzoato de estradiol (1 mg,
IM) vinte e quatro horas mais tarde (n = 143).
Embora não haja diferença significativa, 21% (16/76) dos animais
tratados com dispositivo intravaginal contendo 1 g de P4 apresentaram
diâmetro folicular entre 5 a 7 mm (mensurado no D9) contra apenas 9% (6/67)
dos animais tratados com dispositivos contendo 0,558 g de P4 (Figura 8). Além
disso, 45% (30/67) dos animais tratados com dispositivo intravaginal contendo
0,558g de P4, apresentaram no D9 do protocolo de sincronização do estro
folículos com diâmetro maiores que 10 mm. Nos animais do grupo tratado com
dispositivo intravaginal contendo 1 g de P4, 36% (27/76) apresentaram (no D9)
folículos maiores de 10 mm (Figura 8).
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
5 - 7 (n=22)
7,1 - 8,5 (n=20) 8,6 - 10 (n=45) >10 (n=57)
Diâmetro do folículo no dia 9 (mm
)
T
axas de ovulação e prenhe
z (%)
ovulação
prenhez
a
a
a
b
c
cd
d
d
Letras diferentes indicam diferença significativa, P<0,05
49
9
13
33
45
21
14
29
36
0
10
20
30
40
50
5 - 7 (n=22) 7,1 - 8,5 (n=20) 8,6 - 10 (n=44) > 10 (n=57)
Tamanho do folículo dominante no D9 (mm)
Percentagens de animais (%)
TRIU
CRON
Figura 8. Percentagem de novilhas Nelores tratadas com dispositivo
intravaginal contendo 0,558g (n = 67) ou 1g (n = 76) de P4 que apresentaram
no dia 9 do protocolo de sincronização do estro, diâmetros de 5 a 7; 7,1 a 8,5;
8,6 a 10 e >10 mm.
No terceiro experimento, os animais tratados com dispositivo
intravaginal contendo 0,558 ou 1 g de P4 apresentaram concentrações
plasmáticas de progesterona semelhantes tanto no D0 (P = 0,94) quanto no D8
(P = 0,69; Tabela 5).
50
Tabela 5. Concentração plasmática de progesterona (média
±
EPM) no início
(D0) e no dia da retirada do dispositivo intravaginal (D8) em novilhas Nelores
cíclicas tratadas com dispositivo intravaginal contendo 0,558 (grupo 0,5G) ou 1
g (grupo 1G) de P4 associados à PGF2 no D0.
Progesterona plasmática (ng/mL)
Grupo D0 D8
0,5G 3,92 ± 0,54
(n = 24)
4,39 ± 0,35
(n = 43)
1G 3,86 ± 0,47
(n = 30)
4,58 ± 0,30
(n = 54)
51
7 – DISCUSSÃO
No presente estudo a utilização de dispositivos intravaginais
contendo diferentes níveis de progesterona (0,558g vs 1,0g) e a aplicação da
PGF2α no início do protocolo (D0) alteraram os níveis circulantes de
progesterona (exp.1). Porém, estes tratamentos, assim como a utilização de
300 UI de eCG no momento da retirada do dispositivo intravaginal não
alteraram significativamente as taxas de sincronização do ciclo estral, ovulação
e prenhez, contrariando a hipótese inicial deste trabalho. Por outro lado, a
utilização de dispositivos contendo menores concentrações de progesterona
(0,5 grama) promoveu aumento significativo do diâmetro do folículo dominante
no D9 do protocolo de IATF (exp. 3).
Embora os níveis de P4 tenham variado conforme as
concentrações de P4 dos dispositivos ou ainda à aplicação ou não de PGF2α
no início do protocolo de sincronização do estro, o tamanho dos folículos
dominantes no D8 e D9 não se alterou de forma significativa. Estes resultados
estão em desacordos com outros trabalhos, que indicam uma relação inversa
entre os níveis circulantes de P4 e o tamanho do folículo dominante
(CALLEJAS et al., 2006; CARVALHO et al., 2008; PERES 2008). O
crescimento do folículo dominante (0,56 a 0,78 mm/dia) foi menor do que o
relatado por outros autores (0,9 a 1,4 mm/dia; SARTORELLI et al. 2005;
CASTILHO et al., 2007; ERENO, 2008). É possível que o estresse induzido
pelo intenso manejo e indicado pela significativa perda de peso dos animais,
tenha influenciado negativamente a pulsatilidade do LH, reduzindo o
crescimento dos folículos dominantes e, portanto, prejudicando um possível
efeito positivo da redução dos níveis de progesterona no desenvolvimento
folicular.
Tanto no segundo quanto no terceiro experimentos, a utilização
de dispositivos com diferentes doses de progesterona não influenciou de modo
significativo às taxas de ovulação ou prenhez. Resultados semelhantes foram
observados por Peres (2008) em novilhas tratadas com dispositivos
intravaginais de 1° ou 3° uso (CIDR
). No entanto, Dias (2007), do mesmo
52
grupo de pesquisa, ao comparar as taxas de prenhez em novilhas cíclicas
tratadas com dispositivos intravaginais de 1°, 2° ou 3° uso (CIDR
) observou
melhora significativa dos resultados. As taxas de prenhez observadas por
Peres (2008), assim como as do presente estudo, foram mais altas que as
relatadas por Dias (2007), o que pode ter minimizado um possível efeito
positivo do uso de dispositivos contendo menos progesterona.
É interessante notar no presente estudo que, no experimento 2,
as taxas de ovulação e prenhez foram mais baixas do que no experimento 3 e
o uso do dispositivo contendo menos progesterona aumentou, embora não
significativamente, as taxas de prenhez. No entanto, no ano seguinte, quando
houve uma melhora geral nas taxas de prenhez (exp. 3), este efeito não foi
detectado. Embora os dois experimentos tenham sido realizados em condições
semelhantes (fazenda, manejo dos animais, inseminadores, condição corporal)
é possível que a condição de maturidade sexual tenha sido diferente. O
experimento 2 foi realizado no início da estação de monta (novembro e
dezembro), enquanto que o terceiro experimento se estendeu de novembro a
maio. Byerley et al. (1987) relataram que novilhas cobertas no primeiro cio
após a puberdade apresentaram menores taxas de concepção quando
comparadas com aquelas cobertas ao terceiro cio. Segundo estes autores a
fertilidade de novilhas cíclicas tende a aumentar conforme o número de ciclos
estrais que elas apresentam quando colocadas em reprodução. Foi relatado
que o tamanho e peso do útero, cérvix e vagina aumentam rapidamente após a
puberdade e que tal fato pode estar ligado à estimulação exercida pelo
aumento nas concentrações de estradiol e progesterona durante a fase s-
púbere, sendo um importante indicador de maturidade sexual (HONARAMOOZ
et al., 2004; DESJARDINS & HAFS, 1969). Além disso, novilhas cíclicas (com
presença de corpo lúteo) apresentaram maior diâmetro uterino em relação ás
novilhas pré-púberes (Sá FILHO et al., 2008, comunicação pessoal).
No primeiro experimento a aplicação de PGF2α reduziu os níveis
circulantes de progesterona nos dias 1, 2 e 8 após o início dos tratamentos.
Estes resultados eram esperados, devido ao efeito luteolítico da PGF2α, e
foram semelhantes aos observados por CARVALHO et al. (2008) nos dias 3, 6
53
e 8 após a utilização do agente luteolítico, em protocolo hormonal semelhante
ao do presente trabalho.
A utilização da PGF2α no início do protocolo PEPE não resultou
em aumento significativo nas taxas de ovulação e prenhez corroborando os
resultados apresentados por Marques et al. (2005), em novilhas da raça Nelore
tratadas com protocolos similares aos dos experimentos 2 e 3. Por outro lado,
Carvalho et al. (2008), ao utilizarem novilhas cíclicas e pré-sincronizadas
observaram que os animais tratados com PGF2α apresentaram aumento no
tamanho dos folículos dominantes nos dias 8 e 9 e maiores taxas de
ovulações.
É interessante notar que a principal diferença entre os
experimentos acima citados é que Carvalho et al. (2008) utilizaram novilhas
pré-sincronizadas enquanto que nos outros trabalhos as novilhas se
encontravam em dias aleatórios do ciclo estral. A resposta à aplicação da
PGF2α em dia aleatórios do ciclo pode ser bastante variável. Vacas no início
do ciclo (1° ao 5° dia) apresentam pouca ou nenhuma resposta à PGF2α e
seus análogos (LAUDERDALE, 1972), mas a regressão do corpo lúteo pode
ser de até 100% quando a PGF2α é aplicada no dia 7 do protocolo Ovsynch
em vacas leiteiras (VASCONCELOS et al., 2000) ou em vacas Nelore
sincronizadas com benzoato de estadiol e progesterona (LOSI et al., 2004).
Para evitar a fase refratária do corpo lúteo, Peres (2008) adiou a aplicação da
PGF2α para o dia 7 do protocolo PEPE em vacas solteiras e observou melhora
significativa no tamanho do folículo ovulatório no D11 (11,54±0,21 vs
10,84±0,21 mm) e nas taxas de prenhez (52 vs 36,4%). Portanto, a variação da
resposta à aplicação da PGF2α pode explicar, ao menos em parte, os
resultados acima.
A relação positiva entre o diâmetro folicular e a taxa de ovulação
é bastante conhecida e foi descrita por diversos autores, em novilhas
Nelores (GIMENES et al., 2008; CARVALHO et al, 2008; CASTILHO et al.,
2007). No presente estudo observou-se correlação entre o tamanho do folículo
e as taxas de ovulação e de prenhez, corroborando com os resultados da
literatura. No entanto, a ovulação de folículos com até 8 mm de diâmetro
(mensurados no D9), resultaram em baixas taxas de prenhez (ao redor de
54
14%). Uma possível explicação para este resultado seria a ocorrência de
luteólise prematura (BRIDGES et al., 2004). Pequenos folículos tendem a
formar CL pequenos com baixa capacidade de produzir progesterona, sendo
incapazes de bloquear a produção de PGF2α pelo endométrio
(VASCONCELOS et al., 2001). Por outro lado, Peres (2008) observou que
novilhas que ovularam folículos menores que 10 mm (mensurados no dia da
IATF) e manifestaram cio, apresentaram maior taxa de concepção quando
comparadas àquelas que não demonstraram estro. Este resultado indica que a
capacidade desses folículos em produzir estradiol também pode ser um fator
importante em estimar a fertilidade subseqüente (MUSSARD et al., 2002). Em
protocolos de IATF a indução de ovulação de folículos imaturos é indesejada,
uma vez que alterações no ambiente uterino, causadas pela baixa exposição
ao estradiol pré-ovulatório, podem ser responsáveis por menores taxas de
concepção (PERRY et al., 2007).
Existem trabalhos (PEREZ 2008; BARUSELLI et al., 2004) que
relatam um efeito positivo da gonadotrofina coriônica eqüina (eCG) em
aumentar o tamanho folículo ovulatório, melhorando as taxas de ovulação e
prenhez. A capacidade da eCG em se ligar a receptores de LH e FSH pode ser
o mecanismo responsável pelo aumento do diâmetro folicular e da taxa de
sincronização (MURPHY et al., 1991). No presente estudo a aplicação de 300
UI de eCG não influenciou significativamente as taxas de prenhez (39,0 vs
41,5%), contrastando com os dados de Marques et al. (2005), que avaliaram o
efeito da administração de PGF2α no D0 e da eCG no momento da retirada do
dispositivo intravaginal de P4 (CIDR
®
, D8) em novilhas Nelore. Os animais que
receberam eCG (400 UI, IM) apresentaram maiores taxas de prenhez (15,7 vs
34,9%). O efeito positivo do eCG, no estudo realizado por Marques et al.
(2005), pode ter sido favorecido pelas baixas taxas de prenhez observadas nos
animais do grupo controle (15,7%). Da mesma forma, Peres (2008) trabalhando
com elevado número de novilhas Nelore (n = 1153) observou significativo
aumento na taxa de prenhez dos animais tratados com eCG (47%) quando
comparados a aqueles que receberam esta gonadotrofina (41,3%).
No presente estudo não foi observado aumento significativo no
tamanho do folículo dominante. Um dos fatores que pode ter contribuído para
este resultado foi o curto espaço de tempo entre a aplicação da eCG (D8) e a
55
mensuração do folículo dominante (D9). Por outro lado, não houve aumento
significativo nas taxas de ovulação ou prenhez nos animais que receberam a
eCG, corroborando com os resultados de diâmetro folicular.
Em suma, a maioria dos resultados apontam para um efeito
benéfico da eCG que poderia ser mais ou menos acentuada a depender da
condição corporal e/ou maturidade sexual das novilhas ao início do tratamento,
porém não observados neste trabalho.
56
8 - CONCLUSÕES
1) Tanto o uso de dispositivos intravaginais contendo menores
quantidades de progesterona como a utilização da PGF2α no início do
tratamento de animais que apresentavam corpos lúteos funcionais foram
efetivas em reduzir os níveis plasmáticos de progesterona a partir do D1 até o
D8 do tratamento de sincronização do ciclo estral.
2) Embora a utilização de dispositivo intravaginal com menor nível
de progesterona (0,558g) tenha propiciado aumento do diâmetro do folículo
dominante no D9, não induziu incremento significativo nas taxas de ovulação e
prenhez.
3) Houve correlação positiva entre o diâmetro folicular e as taxas
de ovulação e de prenhez.
4) A utilização da eCG não foi efetiva em aumentar as taxas de
ovulação e de prenhez, contrariando a hipótese inicial deste trabalho.
57
9 – COMENTÁRIOS FINAIS
O grau de desenvolvimento do aparelho reprodutivo pode ter uma
importante influência na resposta aos protocolos de IATF, o que explicaria, pelo
menos em parte, a variação dos resultados observados na literatura em
novilhas Nelores.
Além das modificações nos tratamentos hormonais tradicionais,
os parâmetros utilizados para selecionar os animais que iniciarão a atividade
reprodutiva, tais como seleção genética para fertilidade, adequada nutrição e
desenvolvimento corporal, tamanho de cérvix e útero, entre outros, devem ser
levadas em consideração na implementação de programas de IATF em
novilhas Nelores.
Mais estudos são necessários para entender as particularidades
da fisiologia reprodutiva das novilhas Nelores, a fim de aprimorar os protocolos
de IATF e melhorar as taxas de prenhez.
58
10 – REFERÊNCIAS
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68
Trabalho científico escrito de acordo com as normas da revista
Theriogenology
, exceto pela posição das tabelas e figuras.
69
Taxas de ovulação e prenhez em novilhas nelores cíclicas após utilização de protocolos
para inseminação artificial em tempo fixo (IATF), com diferentes concentrações de
progesterona, associadas ou não à aplicação de eCG.
Marcelo F. Pegorer
1
; Ronaldo L. Ereno
1
; Rafael A. Satrapa
2
;
Luzia A. Trinca
3
; Ciro M. Barros
2a
Depto. de Reprodução Animal – FMVZ
1
, Depto. de Farmacologia
2
,Depto. De
Bioestatística
3
- IB-UNESP, Botucatu-SP.
a
Corresponding author: Ciro M. Barros; fax: +55 14 3815-3744; e-mail:
70
Abstract 1
Previous reports indicate that high concentration of serum progesterone (P4) decreases LH 2
pulse frequency, and consequently follicular growth. This may reduce the efficiency of fixed-3
time artificial insemination (FTAI) protocols that utilize P4 in Bos indicus heifers. The 4
objective of the present work was to evaluate the influence of different P4 concentrations 5
associated or not with eCG in the ovulation and pregnancy rates of Nellore heifers submitted 6
to hormonal protocols for FTAI. In experiment (exp.) 1, heifers (n=15) pre-synchronized 7
with a hormonal treatment were randomly allocated in four experimental groups. At the time 8
of intravaginal device insertion (Day 0 = D0) all animals received 2 mg of estradiol benzoate 9
(EB) and a intravaginal progesterone-releasing device containing 0.558g of P4 (Triu®, group 10
0.5G, n=4) or 1g of P4 (Cronipres®, group 1G, n = 4), or 0.558g of P4 and PGF2α (150 µg 11
d-cloprostenol, group 0.5G/PGF, n = 4), or 1g of P4 and PGF2α (group 1G/PGF, n = 3). 12
Eight days later (D8), PGF2α (150 µg d-cloprostenol) was administered to all heifers, the P4 13
source was removed. Twenty four hours after removing the intravaginal device, the heifers 14
were treated with EB (1 mg, i.m.). Blood samples were collected during the days 0, 1, 2, 4, 8 15
and 10 to evaluate plasma P4 concentration. In exp. 2, cyclic Nellore heifers (n=292) were 16
treated with the same protocols as in the exp. 1. However, 30 to 36 h later all animals were 17
fixed-time inseminated on D10. In exp. 3, heifers (n = 459) received the treatments described 18
to groups 0.5G/PGF and 1G/PGF associated with 300 UI of eCG (i.m., groups 19
0.5G/PGF/eCG and 1G/PGF/eCG) at the time of intravaginal device removal (D8). In a 20
subset of heifers from each group blood samples were collected on D8 and ovarian 21
ultrasonography was performed to determine the diameter of the dominant follicle on D9 22
(exp.3) and the ovulation rate on D12 (exp. 2 and 3). The analysis of variance to repeated 23
measurements was used to compare P4 levels, and the binary variables (ovulation and 24
pregnancy rates) were analyzed by logistic regression. In exp. 1, P4 concentrations were 25
higher in animals that had received the device content 1g of P4 than in those that had 26
received the device content 0.558g of P4, and lower in heifers that had received PGF2α on 27
D0. In both exp. 2 and 3 there was no difference on ovulation (65 to 77%) and pregnancy 28
(exp.2: 26 to 33%; exp.3: 39 to 43%) rates among the several groups. In exp. 3, the animals 29
which received the devices with a lower concentration of P4 had a larger diameter of the 30
dominant follicle (10.3±0.2 vs 9.3±0.2 mm; P<0.01) on D9. It is concluded that reduction of 31
P4 concentration in the intravaginal device (1.0 to 0.558g) or the administration of PGF2α at 32
the beginning of the treatments decrease blood concentrations of P4 between days 1 and 8 of 33
the IATF protocols. However, although the use of intravaginal devices with lower P4 34
contributed to increase the dominant follicle diameter on D9, there was no significant 35
increase on ovulation and pregnancy rates. Additionally, the association of eCG to FTAI 36
protocols did not improve follicular growth or ovulation and pregnancy rates. 37
38
39
Key-words: FTAI, progesterone, Nellore heifers, artificial insemination, eCG 40
41
42
43
44
45
46
47
48
71
1. Introdução 49
Dentre as biotécnicas utilizadas na reprodução animal a inseminação artificial 50
continua a ser uma das mais importantes para acelerar a evolução genética dos rebanhos [1]. 51
Um dos maiores entraves para a incorporação desta técnica pelos criadores consiste na 52
observação do cio, que requer tempo e mão de obra especializada. Além disso, nas fêmeas 53
zebuínas, a curta duração do estro (em torno de 11 horas) [2] e a incidência de cios noturnos 54
[3] dificultam ainda mais a detecção e prejudicam a implantação de programas convencionais 55
de inseminação artificial [4,5]. A partir do conhecimento detalhado da dinâmica folicular 56
[6,7,8] tornou-se possível o desenvolvimento de tratamentos hormonais capazes de regular o 57
crescimento folicular e o momento da ovulação, viabilizando a inseminação artificial em 58
tempo fixo (IATF, ou seja, IA com tempo pré-determinado, sem a necessidade de observar 59
cio) em taurinos [9,10,11] e zebuínos [12,13]. 60
Existem diversos protocolos hormonais para inseminação em tempo fixo (IATF) que 61
originam taxas de prenhez ao redor de 50 a 60% em vacas zebuínas [4,14,15]. No entanto os 62
resultados em novilhas zebuínas (Bos indicus) são em torno de 15 a 30%; [16,17]. 63
Recentemente Carvalho et al. [18] demonstraram que a utilização de PGF2α no D0 (dia da 64
inserção do dispositivo intravaginal de progesterona) em protocolo de IATF, reduziu os 65
níveis circulantes de progesterona (5,2 ± 0,1 vs 3,3 ± 0,0 ng/mL; P<0,05), levando a um 66
maior crescimento do folículo dominante (1,2 mm/dia vs 0,9 mm/dia) e melhores taxas de 67
ovulações (79,4% vs 52,7%; P<0,05). 68
Alguns autores [19,20,21] relatam que a elevação dos níveis plasmáticos de 69
progesterona causam uma retroalimentação negativa no hipotálamo resultando em menor 70
pulsatilidade do hormônio luteinizante (LH). Desta forma ocorreria menor crescimento do 71
folículo dominante, que por sua vez não teria tamanho suficiente para ovular durante o pico 72
de LH, resultando em menores taxas de prenhez. Assim sendo, a utilização de dispositivos 73
intravaginais contendo menores concentrações de progesterona (0,558g), ou ainda, qualquer 74
72
mecanismo que possa reduzir os níveis circulantes de P4, como a utilização de PGF2α no 75
início do protocolo hormonal, em novilhas cíclicas, poderia resultar em melhores taxas de 76
ovulação e prenhez. 77
Outra forma para aumentar o crescimento e maturidade final do folículo dominante, 78
seria pela utilização da gonadotrofina coriônica equina (eCG). Sua atividade semelhante ao 79
FSH e ao LH pode estimular o crescimento folicular e/ou facilitar a ovulação [22] 80
promovendo aumento na taxa de prenhez das vacas em anestro pós-parto com baixa condição 81
corporal [15,23]. 82
Objetiva-se com o presente trabalho determinar se a redução dos níveis de 83
progesterona plasmática em protocolos de IATF contribui para aumentar as taxas de ovulação 84
e prenhez em novilhas cíclicas da raça nelore tratadas com dispositivos intravaginais 85
contendo progesterona. Além disso, determinar se a utilização da eCG contribui com o 86
aumento do tamanho do folículo dominante, melhorando as taxas de ovulação e prenhez. 87
88
2. Material e Método 89
2.1. Experimento 1 90
2.1.1. Localização e animais 91
O experimento foi conduzido na Estância Rosalito (latitude 22°55´S e longitude 92
49°40´O), localizada no município de Santa Cruz do Rio Pardo, estado de São Paulo, durante 93
o mês de março de 2006. 94
Foram utilizadas novilhas (n = 15) da raça Nelore, com dois a três anos de idade, 95
pesando 296,9 ± 3,6 kg (média ± EPM), com condição corporal de 2,81 ± 0,02 (média ± 96
EPM em uma escala de 1 a 5 [24]), mantidas em pastagens de B. brizantha e suplementadas 97
com sal mineral e água a vontade. Os animais foram pesados individualmente no começo (D 98
-17) e no final (D12) do experimento, sempre no início do período da manhã. 99
100
73
101
2.1.2. Grupos Experimentais 102
Novilhas da raça Nelore (n=15), com presença de corpo lúteo ao exame 103
ultrassonográfico, foram previamente sincronizadas utilizando-se um dispositivo intravaginal 104
contendo 1 grama de progesterona (D -17) durante 9 dias (Cronipres
®
, Biogenesis-Bagó, 105
Buenos Aires, Argentina) mais 2 mg de benzoato de estradiol (BE, Bioestrogen, Biogenesis-106
Bagó, Buenos Aires, Argentina, via IM) no início do tratamento (D0). No dia da retirada do 107
dispositivo (D -9) os animais receberam 150 µg de d-cloprostenol (Croniben®, Biogenesis, 108
Buenos Aires, Argentina, via IM) e vinte e quatro horas depois (D -8) 1 mg de benzoato de 109
estradiol (BE). Os animais foram avaliados de 60 a 72 horas após a aplicação do BE para 110
determinar a ovulação. 111
As novilhas que apresentaram ovulação (constatada pelo exame ultrassonográfico; 112
n=15) foram distribuídas aleatoriamente em quatro grupos experimentais. Os animais dos 113
grupos 0,5G e 1G receberam, respectivamente, um dispositivo contendo 0,558g e 1g de P4 e 114
2 mg de benzoato de estradiol. Os animais dos grupos 0,5G/PGF e 1G/PGF receberam os 115
mesmos tratamentos, mais 150 µg de d-cloprostenol (Croniben®, Biogenesis-Bagó, Buenos 116
Aires, Argentina, via IM) no dia da inserção do dispositivo intravaginal (D0). 117
118
2.1.3 Coleta de sangue e radioimunoensaio da progesterona 119
Foram realizadas colheitas de sangue através da punção da veia coccígea em tubos 120
heparinizados (BD Vacutainer
®
, New Jersey, USA; 10 ml) nos dias 0, 1, 2, 4, 8 e 10 do 121
tratamento (Figura 1). Após a colheita as amostras foram mantidas em recipientes com gelo 122
por no máximo 5 horas. As amostras foram centrifugadas a 1600 xg por 20 minutos e 123
armazenadas a -20°C, para posterior dosagem da progesterona. As concentrações plasmáticas 124
de progesterona foram determinadas, em um único ensaio, com “Kit” de Progesterona da 125
74
DSL (32400, Diagnostic Systems Laboratories, Inc., Webster, Texas, USA). O coeficiente de 126
variação intra-ensaio foi de 1,49%. 127
2.2 Experimento 2 128
2.2.1. Localização e animais 129
O experimento foi conduzido na Fazenda Cristal (latitude 22°31’ S; longitude 130
50°04’O), localizada no município de Campos Novos Paulista, estado de São Paulo, e na 131
Fazenda Pontal (latitude 14°27’ S; Longitude 51°43’ O), localizada no município de Nova 132
Xavantina, estado de Mato Grosso, durante os meses de novembro e dezembro de 2006. 133
Foram utilizadas novilhas (n = 292) da raça Nelore, com dois a três anos de idade, pesando 134
entre 270 e 430 kg, com condição corporal de 2,81 ± 0,02 (média ± EPM em uma escala de 1 135
a 5 [24]), mantidas em pastagens de B. brizantha ou B. decumbens, suplementadas com sal 136
mineral e água a vontade. 137
138
2.2.2. Grupos experimentais 139
Os animais foram previamente submetidos a dois exames ultrassonográficos dos 140
ovários, com 10 dias de intervalo, a fim de determinar a presença de corpo lúteo. Somente as 141
novilhas com CL em pelo menos uma das ultrassonografias foram utilizadas no experimento. 142
Estas novilhas foram distribuídas ao acaso em quatro grupos experimentais. As novilhas dos 143
Grupos 0,5G (n = 76) e 1G (n = 70) receberam, respectivamente, um dispositivo intravaginal 144
contendo 0,558 g (Triu B
®
; Biogenesis-Bagó, Buenos Aires, Argentina) ou 1 g (Cronipres
®
; 145
Biogenesis-Bagó, Buenos Aires, Argentina) de progestrona no D0, e benzoato de estradiol 146
(Bioestrogen
®
, Biogenesis-Bagó, Buenos Aires, Argentina, 2mg, via IM). Nove dias mais 147
tarde (D8) foi administrada 150µg de d-cloprostenol (Croniben
®
, Biogenesis-Bagó, Buenos 148
Aires, Argentina, via IM), e o dispositivo intravaginal foi removido. Vinte e quatro horas 149
após a remoção do dispositivo as novilhas foram tratadas com BE (1,0 mg, via IM) e 30-36 h 150
depois os animais foram inseminados artificialmente sem observação de cio (IATF). 151
75
Os animais dos grupos 0,5G/PGF (n = 75) e CRON/PGF (n = 71) foram tratados de 152
forma similar aos grupos 0,5G e 1G, respectivamente, exceto que receberam 2 doses de 153
PGF2α (75µg d-cloprostenol; via IM; no D0 e D8). 154
No momento da introdução do dispositivo foi determinada a condição corporal de 155
todos os animais, de acordo com os mesmos critérios utilizados no primeiro experimento. 156
157
2.2.3. Touros e inseminadores 158
Foram utilizadas doses de sêmen comerciais de 12 touros, previamente analisados 159
quanto às características de motilidade e vigor [26]. As doses de sêmen utilizadas foram 160
distribuídas proporcionalmente entre os grupos tratados. 161
A maioria das inseminações foi realizada por um único inseminador experiente, as 162
demais foram realizadas por outros dois inseminadores, também experientes, distribuídos 163
proporcionalmente entre os grupos. 164
165
2.2.5. Ultrassonografia 166
Após a última aplicação de BE (D-9) foram realizados exames ultrassonográficos 167
(Aloka SSD 500, transdutor de 5,0 MHz) em aproximadamente metade dos animais de cada 168
grupo [0,5G(n = 28); 1G (n = 35); 0,5/PGF (n = 34); 1G/PGF (n = 31)] para identificação do 169
folículo dominante (FD). As novilhas que não apresentaram folículos maiores que 5 mm no 170
dia da ultrassonografia (D9) foram consideradas como não sincronizadas. Portanto, a taxa de 171
sincronização foi determinada pela razão entre o número de animais com FD no D9 maiores 172
que 5 mm e o total de animais tratados. 173
No décimo segundo dia, 72 horas após a aplicação da segunda dose do BE, foi 174
realizado novo exame ultrassonográfico para determinar a taxa de ovulação dos folículos 175
detectados no D9. 176
76
Cerca de 35 dias após a IATF foram realizados o diagnóstico de gestação, por exame 177
ultrassonográfico. 178
179
2.3 Experimento 3 180
2.3.1. Animais e localização 181
O experimento 3 foi conduzido durante a estação reprodutiva de novembro 2007 a 182
maio de 2008, nas mesmas fazendas do experimento 2. Foram utilizadas novilhas Nelores (n 183
= 459), com idade entre 2 e 3 anos e condição corporal de 2,8 ± 0,01 (média ± EPM, em uma 184
escala variando de 1 a 5 [24]). 185
186
2.3.2. Grupos experimentais 187
As novilhas foram distribuídas ao acaso em quatro grupos experimentais. Dois grupos 188
idênticos aos do experimento 2 (grupos 0,5G/PGF e 1G/PGF) e dois novos grupos 189
(0,5G/PGF/eCG e 1G/PGF/eCG) semelhante aos primeiros, exceto que os animais receberam 190
300 UI de eCG (Novormon, Shering-Plough, New Jersey, USA; via IM) no momento da 191
retirada do dispositivo intravaginal (D8). 192
193
2.3.3. Colheita de sangue e radioimunoensaio de progesterona 194
Foram selecionados aleatoriamente alguns animais de cada grupo [0,5G/PGF (n = 195
38); 1G/PGF (n = 47); 0,5G/PGF/eCG (n = 39) e 1G/PGF/eCG (n = 43)] para colheita das 196
amostras. Após a colheita, as amostras (10 ml) foram imediatamente centrifugadas a 1600 xg 197
por 20 minutos e o plasma obtido armazenado a –20
o
C, até o momento da análise por meio 198
de técnica de radioimunoensaio. As concentrações plasmáticas de progesterona foram 199
determinadas de acordo com a técnica de radioimunoensaio descrita por Knickerbocker et al. 200
[27], modificadas por Carriere e Lee [28]. Os coeficientes de variação intra e inter ensaios 201
foram de 4,56% e 11,48%, respectivamente. 202
77
203
2.3.4. Ultrassonografia 204
Os exames ultrassonográficos dos animais foram realizados de forma semelhante ao 205
segundo experimento. Além disso, no momento da aplicação do BE (D9) foram realizadas 206
mensurações do diâmetro do folículo dominante em um grupo de novilhas [0,5G/PGF (n= 207
48); 1G/PGF (n = 41); 0,5G/PGF/eCG (n = 51); 1G/PGF/eCG (n = 55)]. 208
O diagnóstico de gestação foi realizado cerca de 30 dias após a IATF, por exame 209
ultrassonográfico. 210
211
2.3.5. Touros e inseminadores 212
Foram utilizadas doses de sêmen comerciais de 8 touros, sendo seis da raça Nelore e 213
dois Brangus, previamente analisadas quanto às características de motilidade e vigor [26]. As 214
doses de sêmen foram distribuídas proporcionalmente entre os grupos tratados. 215
Todas as inseminações foram realizadas por um único inseminador experiente. 216
217
2.4. Análise estatística 218
Para análise dos níveis plasmáticos de progesterona do experimento 1 foi utilizada a 219
análise de variância para medidas repetidas, através do programa PROC GENMOD do SAS 220
[25], verificando efeito principal da aplicação de PGF2α no D0, uso de diferentes 221
dispositivos intravaginais com diferentes concentrações de progesterona (0,558 vs 1 grama de 222
P4), tempo e suas interações. 223
As variáveis taxas de sincronização do folículo dominante, ovulação e prenhez, do 224
segundo e terceiro experimentos, foram analisadas por regressão logística, através do 225
programa PROC GENMOD do SAS [25]. Para as análises de taxas de prenhez foram 226
consideradas no modelo o efeito do tipo de dispositivo intravaginal, aplicação ou não da PGF 227
no D0, fazenda, inseminador (exp. 2), touro, condição corporal e interações. As medidas do 228
78
diâmetro folicular no D9 e nível plasmático de progesterona no D0 e D8 foram analisados 229
por análise de variância através do programa PROC-GLM do SAS [25]. 230
231
3. Resultados 232
3.1. Experimento 1 233
No início do experimento (D0) os níveis circulantes de progesterona não foram 234
significativamente diferentes, variando de 5,8 a 7,5 ng/mL. De maneira geral os níveis 235
circulantes de progesterona durante o período foram mais altos para os animais do grupo 1G 236
e mais baixos para aqueles do grupo 0,5G/PGF. Os animais dos demais tratamentos (grupos 237
0,5G e 1G/PGF) apresentaram níveis circulantes de P4 intermediários (Figura 1). 238
239
240
Figura 1. Níveis plasmáticos de progesterona em novilhas Nelores tratadas com dispositivos 241
intravaginais contendo 0,558g (grupo 0,5G) ou 1 g de progesterona (grupo 1G) associadas 242
(0,5G/PGF; 1G/PGF) ou não à PGF2α no D0. 243
244
245
246
247
248
0
5
10
15
20
25
D0
D1
D2
D4 D8
D10
Dias após o início do tratamento
progesterona (ng/mL)
0,5G (n=4)
1G (n=4)
0,5G/PGF (n=4)
1G/PGF (n=3)
79
3.2. Experimento 2 249
Não houve efeito significativo de fazendas (P = 0,26), touros (P = 0,91) e 250
inseminadores (P = 0,86). Assim sendo os resultados obtidos nas duas fazendas foram 251
agrupados. 252
Os tratamentos foram efetivos em sincronizar o ciclo estral dos animais, originando 253
taxas de ovulações superiores a 65%. A utilização de dispositivos intravaginais contendo 254
0,5G de P4 não resultou em melhores taxas de prenhez, (P = 0,67; Tabela 1). 255
256
Tabela 1. Taxas de sincronização do folículo dominante (folículos >5 mm no D9/total de 257
animais tratados), ovulação e prenhez em novilhas Nelores sincronizadas com dispositivos 258
intravaginais contendo 0,558 g (grupo 0,5G) ou 1 g de P4 (grupo 1G) e associadas à 75 µg de 259
PGF2α no dia da inserção do dispositivo intravaginal (grupos 0,5G/PGF; 1G/PGF). 260
*não houve diferença significativa entre os grupos (P > 0,05)
261
262
A utilização da PGF2α no início do protocolo (D0) não interferiu nas taxas de 263
ovulação ou prenhez (P = 0,74). 264
265
266
267
Tratamentos
SINCRONIZAÇÃO DA
ONDA (%)
OVULAÇÃO (%)
PRENHEZ (%)
0,5G
28/25 (89,3) 28/19 (67,8) 76/23 (30,2)
1G
35/33 (94,3) 35/27 (77,1) 70/18 (25,7)
0,5G/PGF
34/34 (100) 34/26 (76,5) 75/25 (33,3)
1G/PGF
31/26 (83,9) 31/20 (64,5) 71/20 (28,2)
Efeitos principais
0,5G
62/59 (95,2) 62/45 (72,6) 151/48 (31,8)
CRON
66/59 (89,4) 66/47 (71,2) 141/38 (26,9)
Com PGF 65/60 (92,3) 65/46 (70,7) 146/45 (30,8)
Sem PGF
63/58 (92,1) 63/46 (73,0) 146/41 (28,0)
80
3.3. Experimento 3 268
Não houve efeito significativo de fazendas (P = 0,69), touros (P > 0,3) e 269
inseminadores (P = 0,4). Assim sendo os resultados obtidos nas duas fazendas foram 270
agrupados. 271
A utilização de dispositivos intravaginais contendo 0,558 g de P4 (grupo 0,5G) 272
resultou no D9 em folículos dominantes de maior diâmetro (P < 0,01). No entanto, não afetou 273
significativamente as taxas de ovulação (P = 0,42) e de prenhez (P = 0,45; Tabela 2). 274
O emprego da eCG no momento da retirada do dispositivo não influenciou o tamanho 275
do folículo dominante no D9 (P = 0,78), assim como as taxas de ovulação (P = 0,79) ou 276
prenhez (P = 0,49). 277
278
279
280
281
282
283
284
285
286
287
288
289
290
291
292
81
Tabela 2. Taxa de sincronização do folículo dominante (folículos >5mm no D9/total de 293
animais tratados), diâmetro folicular ( FD; média ± EPM) no D9 e taxas ovulação e 294
prenhez em novilhas Nelores sincronizadas com dispositivos intravaginais contendo 0,558g 295
ou 1 g de P4 mais a PGF2α no D0 (grupos 0,5G/PGF e 1G/PGF), associadas a 300 UI de 296
eCG (TRIU/PGF/eCG; CRON/PGF/eCG) na retirada do dispositivo (D8). 297
298
299
*Diferença significativa entre os diâmetros foliculares dos grupos 0,5G e 1G (P<0,01)
300
FD: diâmetro do folículo dominante.
301
302
Os animais tratados com os dispositivos intravaginais contendo 0,558g e 1g de P4 303
apresentaram concentrações plasmáticas de P4 semelhantes tanto no D0 (P = 0,94) quanto no 304
D8 (Tabela 3). 305
306
TRATAMENTOS SINCRONIZAÇÃO DA
ONDA (%)
FD ± EPM no D9
OVULAÇÃO (%) PRENHEZ (%)
0,5G/PGF
38/34 (89,5) 10,3 ± 0,35 mm
(n = 48)
38/27 (71) 109/42 (38,5)
1G/PGF
47/37 (78,7) 9,3 ± 0,34 mm
(n = 50)
47/30 (63,8) 119/47 (39,5)
0,5G/PGF/eCG
39/38 (97,4) 10,2 ± 0,29 mm
(n = 51)
39/30 (76,9) 115/50 (43,4)
1G/PGF/ECG
43/40 (93) 9,4 ± 0,29 mm
(n = 55)
43/28 (65,1) 116/46 (39,6)
EFEITOS PRINCIPAIS
0,5G 77/72 (93,5) 10,3 ± 0,22* mm
(n = 99)
77/57 (74) 224/92 (41)
1G 90/77 (85,5) 9,3 ± 0,21* mm
(n = 105)
90/58 (64,4) 235/93 (39,5)
0 UI ECG 85/71 (83,5) 9,8 ± 0,24 mm
(n = 98)
85/57 (67) 228/89 (39)
300 UI eCG 82/78 (95,1) 9,7 ± 0,2 mm
(n = 106)
82/58 (70,7) 231/96 (41,5)
82
Tabela 3. Nível plasmático de progesterona (média
±
EPM) no início (D0) e no dia da retirada 307
do dispositivo intravaginal (D8) em novilhas Nelores cíclicas tratadas com 0,558 g (grupo 308
0,5G) ou 1g (grupo 1G) de P4 associados à PGF2 no D0. 309
P4 - D0 (ng/mL) P4 – D8 (ng/mL)
0,5G 3,92 ± 0,54
(n = 24)
4,39 ± 0,35
(n = 43)
1G 3,86 ± 0,47
(n = 30)
4,58 ± 0,30
(n = 54)
310
311
4. Discussão 312
No presente estudo a utilização de dispositivos intravaginais contendo diferentes 313
níveis de progesterona (0,558g vs 1,0g) e a aplicação da PGF2α no início do protocolo (D0) 314
alteraram os níveis circulantes de progesterona (exp.1). Porém, estes tratamentos, assim 315
como a utilização de 300 UI de eCG no momento da retirada do dispositivo intravaginal não 316
alteraram significativamente as taxas de sincronização do ciclo estral, ovulação e prenhez, 317
contrariando a hipótese inicial deste trabalho. Por outro lado, a utilização de dispositivos 318
contendo 0,558g de P4 promoveu aumento significativo do diâmetro do folículo dominante 319
no D9 do protocolo de IATF (exp. 3). 320
Tanto no segundo quanto no terceiro experimentos, a utilização de dispositivos com 321
diferentes doses de progesterona não influenciou de modo significativo as taxas de ovulação 322
ou prenhez. Resultados semelhantes foram observados por Peres [29] em novilhas tratadas 323
com dispositivos intravaginais de 1° ou 3° uso (CIDR
). No entanto, Dias [30], do mesmo 324
grupo de pesquisa, ao comparar as taxas de prenhez em novilhas cíclicas tratadas com 325
dispositivos intravaginais de 1°, 2° ou 3° uso (CIDR
) observou melhora significativa dos 326
resultados. As taxas de prenhez observadas por Peres [29], assim como as do presente estudo, 327
foram mais altas que as relatadas por Dias [30], o que pode ter minimizado um possível 328
efeito positivo do uso de dispositivos contendo menos progesterona. 329
83
É interessante notar no presente estudo que, no experimento 2, as taxas de ovulação e 330
prenhez foram mais baixas do que no experimento 3 e o uso do dispositivo contendo 0,558g 331
de progesterona aumentou, embora não significativamente, as taxas de prenhez. No entanto, 332
no ano seguinte, quando houve uma melhora geral nas taxas de prenhez (exp. 3), este efeito 333
não foi detectado. Embora os dois experimentos tenham sido realizados em condições 334
semelhantes (fazenda, manejo dos animais, inseminadores, condição corporal) é possível que 335
a condição de maturidade sexual tenha sido diferente. O experimento 2 foi realizado no início 336
da estação de monta (novembro e dezembro), enquanto que o terceiro experimento se 337
estendeu de novembro a maio. Byerley et al. [31] relataram que novilhas cobertas no 338
primeiro cio após a puberdade apresentaram menores taxas de concepção quando comparadas 339
com aquelas cobertas ao terceiro cio. Segundo estes autores a fertilidade de novilhas cíclicas 340
tende a aumentar conforme o número de ciclos estrais que elas apresentam quando colocadas 341
em reprodução. 342
No primeiro experimento a aplicação de PGF2α reduziu os níveis circulantes de 343
progesterona nos dias 1, 2 e 8 após o início dos tratamentos. Estes resultados eram esperados, 344
devido ao efeito luteolítico da PGF2α, e foram semelhantes aos observados por Carvalho et 345
al. [18] nos dias 3, 6 e 8 após a utilização do agente luteolítico, em protocolo hormonal 346
semelhante ao do presente trabalho. 347
A utilização da PGF2α no início do protocolo PEPE não resultou em aumento 348
significativo nas taxas de ovulação e prenhez corroborando os resultados apresentados por 349
Marques et al. [16], em novilhas da raça Nelore tratadas com protocolos similares aos dos 350
experimentos 2 e 3. Por outro lado, Carvalho et al. [18], ao utilizarem novilhas cíclicas e pré-351
sincronizadas observaram que os animais tratados com PGF2α apresentaram aumento no 352
tamanho dos folículos dominantes nos dias 8 e 9 e maiores taxas de ovulações. 353
É interessante notar que a principal diferença entre os experimentos acima citados é 354
que Carvalho et al. [18] utilizaram novilhas pré-sincronizadas enquanto que nos outros 355
84
trabalhos as novilhas se encontravam em dias aleatórios do ciclo estral. A resposta à 356
aplicação da PGF2α em dia aleatórios do ciclo pode ser bastante variável. Vacas no início do 357
ciclo (1° ao 5° dia) apresentam pouca ou nenhuma resposta à PGF2α e seus análogos [32], 358
mas a regressão do corpo lúteo pode ser de até 100% quando a PGF2α é aplicada no dia 7 do 359
protocolo Ovsynch em vacas leiteiras [33] ou em vacas Nelore sincronizadas com benzoato 360
de estadiol e progesterona [34]. Para evitar a fase refratária do corpo lúteo, Peres [29] adiou a 361
aplicação da PGF2α para o dia 7 do protocolo PEPE em vacas solteiras e observou melhora 362
significativa no tamanho do folículo ovulatório no D11 (11,54±0,21 vs 10,84±0,21 mm) e nas 363
taxas de prenhez (52 vs 36,4%). Portanto, a variação da resposta à aplicação da PGF2α pode 364
explicar, ao menos em parte, os resultados acima. 365
Alguns trabalhos relatam efeito positivo da gonadotrofina coriônica eqüina (eCG) no 366
tamanho do folículo pré-ovulatório, melhorando as taxas de ovulação e prenhez [29,15]. A 367
capacidade da eCG em se ligar a receptores de LH e FSH pode ser o mecanismo responsável 368
pelo aumento do diâmetro folicular e da taxa de sincronização [35]. No presente estudo a 369
aplicação de 300 UI de eCG não influenciou significativamente as taxas de prenhez (39,0 vs 370
41,5%), contrastando com os dados de Marques et al. [16], que avaliaram o efeito da 371
administração de PGF2α no D0 e da eCG no momento da retirada do dispositivo intravaginal 372
de P4 (CIDR
®
, D8) em novilhas Nelore. Os animais que receberam eCG (400 UI, IM) 373
apresentaram maiores taxas de prenhez (15,7 vs 34,9%). O efeito positivo do eCG, no estudo 374
realizado por Marques et al. [16], pode ter sido favorecido pelas baixas taxas de prenhez 375
observadas nos animais do grupo controle (15,7%). Entretanto, Peres [29] trabalhando com 376
elevado número de novilhas Nelore (n = 1153) observou significativo aumento na taxa de 377
prenhez dos animais tratados com eCG (47%) quando comparados a aqueles que não 378
receberam esta gonadotrofina (41,3%). Em suma, a maioria dos resultados apontam para um 379
efeito benéfico da eCG que poderia ser mais ou menos acentuado a depender da condição 380
85
corporal e/ou maturidade sexual das novilhas ao início do tratamento, porém não observado 381
neste trabalho. 382
Desta forma pode-se concluir que a aplicação de PGF2α ao início do protocolo de 383
IATF, assim como o uso de dispositivo intravaginal contendo 0,558g de progesterona resulta 384
em menores níveis plasmáticos de P4, durante o período de tratamento, em novilhas pré-385
sincronizadas. O uso de dispositivos intravaginais contendo 0,558g de P4 foram efetivos em 386
aumentar o diâmetro do folículo pré-ovulatório no D9, mas não resultaram em maiores taxas 387
de ovulação ou de prenhez. A utilização da eCG não foi efetiva em aumentar o diâmetro do 388
folículo dominante (no D9) e melhorar as taxas de ovulação ou de prenhez, contrariando a 389
hipótese inicial do trabalho. 390
391
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