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JANAÍNA PATRÍCIA DOS SANTOS
RIQUEZA E DISTRIBUIÇÃO DE ESPÉCIES ÚTEIS
NO SEMI-ÁRIDO DO NORDESTE DO BRASIL
RECIFE
Pernambuco – Brasil
Fevereiro - 2006
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JANAÍNA PATRÍCIA DOS SANTOS
RIQUEZA E DISTRIBUIÇÃO DE ESPÉCIES ÚTEIS
NO SEMI-ÁRIDO DO NORDESTE DO BRASIL.
Dissertação apresentada à
Universidade Federal Rural de
Pernambuco, para obtenção do
título de Mestre em Ciências
Florestais, Área de Concentração:
Silvicultura.
ORIENTADOR:
PROF. DR. ULYSSES PAULINO DE ALBUQUERQUE
DEP. BIOLOGIA, ÁREA DE BOTÂNICA
CO-ORIENTADORA:
PROFA. DRª. ELCIDA DE LIMA ARAÚJO
DEP. BIOLOGIA, ÁREA DE BOTÂNICA
RECIFE
Pernambuco – Brasil
Fevereiro – 2006
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Ficha catalográfica
Setor de Processos Técnicos da Biblioteca Central – UFRPE
S237r Santos, Janaína Patrícia dos
Riqueza e distribuição de espécies úteis no semi-
árido do nordeste do Brasil / Janaína Patrícia dos
Santos – 2006.
69 f. : il.
Orientador: Ulysses Paulino de Albuquerque
Dissertação (Mestrado em Ciências Florestais) -
Universidade Federal Rural de Pernambuco. Depar-
tamento de Ciência Florestal.
Bibliografia.
CDD 333.72
1. Biodiversidade
2. Caatinga
3. Florestas secas
4. Semi-árido
5. Plantas úteis
I. Albuquerque, Ulysses Paulino
II. Título
JANAÍNA PATRÍCIA DOS SANTOS
RIQUEZA E DISTRIBUIÇÃO DE ESPÉCIES ÚTEIS
NO SEMI-ÁRIDO DO NORDESTE DO BRASIL
APROVADA em: 20/02/2006.
Banca Examinadora:
___________________________________________________
Profª Dra. Suzene Izídio da Silva
Titular / UFRPE
___________________________________________________
Profª Dra. Ana Lícia Patriota Feliciano
Titular / UFRPE
___________________________________________________
Profª Dra. Valdeline Atanazio da Silva
Titular / UFAL
Orientador:
___________________________________________________
Prof. Dr. Ulysses Paulino de Albuquerque
UFRPE
RECIFE
Pernambuco – Brasil
Fevereiro - 2006
E disse Deus: produza a terra erva verde,
erva que dê semente, árvore frutífera que
dê fruto segundo a sua espécie, cuja
semente está nela sobre a terra; e assim
foi. E a terra produziu erva, erva dando
semente conforme a sua espécie, e a
árvore frutífera, cuja semente está nela
conforme a sua espécie; e viu Deus que
era bom (Gênesis 1: 11-12.)
Dedico cada etapa deste trabalho e da
minha vida à minha mãe e amiga: Socorro
Souza.
AGRADECIMENTOS
À Deus pela eterna felicidade que é a minha vida.
À Coordenação do Programa de Pós-graduação em Ciências Florestais da
Universidade Federal Rural de Pernambuco por ter concedido a oportunidade
de desenvolver este trabalho.
À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)
pela concessão da bolsa de estudo.
Aos meus orientadores, Prof. Dr. Ulysses Paulino de Albuquerque e Profa. Drª.
Elcida de Lima Araújo, pelos ensinamentos.
Aos professores do mestrado em Ciências Florestais pela troca de
experiências.
Ao Prof. Dr. Mateus Rosa (Departamento de Solos - UFRPE) pela contribuição
valorosa.
Aos especialistas: Aristônio Magalhães Teles (UFMG), Cláudia Elena Carneiro
(UEFS), Cláudio Nicoletti Fraga (Jardim Botânico do Rio de Janeiro), Fábio
Augusto Vitta (UNICAMP), Germano Guarim Netto (UFMG), João Marcelo
Santos de Oliveira (UFRGS), José Iranildo Miranda de Melo (UFRPE), Letícia
Ribes de Lima (Jardim Botânico de São Paulo), Lia Monguilhott Bezerra (USP),
Lilian Auler Mentz (UFRGS), Marcelo Vianna Filho (Jardim Botânico do Rio de
Janeiro), Marcus A. Naduz Coelho (Jardim Botânico do Rio de Janeiro), Maria
Ana Farinaccio (USP), Maria Bernadete Costa e Silva (PNE/IPA), Michaele
Alvin Milward de Azevedo (Jardim Botânico do Rio de Janeiro), Neusa Taroda
Ranga (UNESP), Pedro Dias (USP), Sergio Romaniuc Neto (Intituto de
Botânica), Sigrid Luíza Jung – Mendaçolli (Instituto Agronômico – SP),
Veridiana Vizoni Scudeller (Centro Universitário Luterano de Manaus), Vinícius
Castro Souza (ESALQ/USP) que contribuíram com informações necessárias à
realização deste estudo.
Aos meus familiares, pela força e ao meu esposo pela compreensão.
Ao meu amigo Ulysses Paulino de Albuquerque, com quem tenho o privilégio
de trabalhar e a quem admiro muitíssimo.
Aos meus amigos do mestrado em Ciências Florestais e do Laboratório de
Etnobotânica Aplicada (LEA), UFRPE, pela amizade sincera, pelo
companheirismo, pela força e somatório de experiências.
Ao amigo Péricles por sempre ter acreditado em mim, a quem também dedico
este trabalho.
À todos que direta ou indiretamente vem contribuindo para a realização deste
trabalho e para o meu crescimento profissional e pessoal.
SUMÁRIO
LISTA DE TABELAS
LISTA DE FIGURAS
RESUMO
ABSTRACT
1. INTRODUÇÃO............................................................................................
. 1
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.................................................................... 3
2.1. Considerações gerais sobre a Caatinga..................................................... 3
2.2. Diversidade da Caatinga............................................................................. 8
2.3. Diversidade de plantas da Caatinga........................................................... 9
2.4. Potencial e uso das plantas da Caatinga....................................................10
2.5. Distribuição dos estudos florísticos e fitossociológicos da Caatinga......... 11
3. MATERIAL E MÉTODOS..............................................................................14
3.1. Base de dados e parâmetros analíticos......................................................14
3.2. Análise dos dados......... ...........................................................................19
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO....................................................................20
4.1. Riqueza e Distribuição................................................................................20
4.2. Riqueza de espécies úteis e Importância Relativa.................................. 38
4.3. Riqueza de espécies úteis e não úteis x Precipitação pluviométrica......... 57
4.4. Riqueza de espécies úteis e não úteis x Altitude........................................59
5. CONCLUSÕES..............................................................................................61
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................................62
LISTA DE TABELAS
Tabela 1.
Característica das áreas dos 20 levantamentos
fitossociológicos na Caatinga, no Nordeste do Brasil,
incluídos neste trabalho.
16
Tabela 2.
Critérios de amostragem e de inclusão dos 20
levantamentos fitossociológicos na Caatinga, no Nordeste
do Brasil, incluídos neste trabalho. DNS = diâmetro ao
nível do solo (cm).
17
Tabela 3.
Relação de especialistas que contribuíram com
informações e na atualização dos nomes científicos das
espécies.
18
Tabela 4.
Relação das famílias e espécies presentes nos 20
levantamentos fitossociológicos da Caatinga incluídos
neste trabalho.
21
Tabela 5.
Distribuição de cada espécie presente nos 20
levantamentos fitossociológicos de Caatinga incluídos
neste trabalho.
33
Tabela 6.
Tipos de usos das espécies presentes nos 20
levantamentos da Caatinga incluídos neste trabalho.
39
Tabela 7.
Riqueza de famílias presentes nos 20 levantamentos
incluídos neste trabalho.
54
LISTA DE FIGURAS
Figura 1.
Mapa dos Limites da Caatinga. Fonte: Fundação
Biodiversitas (2000).
4
Figura 2.
Mapa das áreas dos estados de Pernambuco, Piauí,
Sergipe, Ceará e Paraíba utilizadas neste estudo. Fonte:
Instituto de Planejamento de Pernambuco – CONDEPE
(2000).
15
Figura 3.
Riqueza de espécies das famílias botânicas mais
representativas em 20 levantamentos em área de Caatinga
no semi-árido do Nordeste do Brasil.
30
Figura 4.
Riqueza de espécies úteis por categoria de uso na
Caatinga no Nordeste do Brasil.
53
Figura 5.
Classes de Valor de Importância das espécies da Caatinga
no Nordeste do Brasil.
56
Figura 6.
Relação entre a precipitação das áreas de estudo e
riqueza de espécies úteis e não úteis.
57
Figura 7.
Riqueza de espécies úteis por categoria de precipitação.
58
Figura 8.
Relação entre a altitude das áreas de estudo e riqueza de
espécies úteis e não úteis.
59
Figura 9.
Riqueza de espécies úteis e não-úteis por categoria de
altitude.
60
SANTOS, JANAÍNA PATRÍCIA, Riqueza e distribuição de espécies úteis no
semi-árido do nordeste do Brasil. 2006. Orientador: Ulysses Paulino de
Albuquerque. Co-orientadora: Elcida de Lima Araújo.
RESUMO
O presente estudo visou avaliar a riqueza e a distribuição de plantas úteis no
semi-árido no nordeste do Brasil com base em 20 levantamentos
fitossociológicos na caatinga, compreendendo um intervalo de 36 anos.
Procurou-se, também, testar se gradientes pluviométricos e altitudinais são
preditores da riqueza dessas plantas. Foram encontradas 43 famílias, 130
gêneros e 225 espécies, destacando-se a família Euphorbiaceae (34) com
maior riqueza e o gênero Croton que contribuiu com 11 espécies. Com base
na classificação das espécies em relação à distribuição, verificou-se que quatro
espécies têm ampla distribuição, 33 intermediárias e 188 restritas. Do conjunto
de espécies compiladas, 122 foram consideradas úteis com base a consulta de
fontes bibliográficas. As categorias de uso que mais se destacaram foram
madeira para construção (86 espécies) e medicinal (80), sendo a maior
indicação de tipos de usos atribuída à Schinopsis brasiliensis Engl. Não houve
correlação significativa entre a pluviosidade e a riqueza de plantas úteis e não
úteis, mas relação significativa foi encontrada para a riqueza total, apesar de
haver um incremento não linear na riqueza de espécies ao longo do gradiente
pluviométrico. Do mesmo modo, não houve correlação significativa entre a
altitude com a riqueza total e a riqueza de plantas úteis, mas curiosamente
essa relação foi significativa para as plantas não úteis. Concluiu-se que, entre
outras coisas, a riqueza de espécies úteis da caatinga sugere ser uma função
da biodiversidade geral e não de fatores ecológicos diretos (pluviosidade e
altitude).
SANTOS, JANAÍNA PATRÍCIA, Richness and distribution of useful plants in
northeastern Brazil’s semi-arid. 2006. Orientador: Ulysses Paulino de
Albuquerque. Co-orientadora: Elcida de Lima Araújo.
ABSTRACT
This study aimed to assess the richness and distribution of useful plants in
northeastern Brazil’s semi-arid, based on 20 phytosociological surveys carried
out in the caatinga over a period of 36 years. Precipitation and altitude were
also analyzed as possible predictors of these plants’ richness. A total of 43
families, 130 genera, and 225 species were found. The family Euphorbiaceae
stood out with the greatest richness (34 species), as well as the genus Croton
(11). Based on the species’ classification in relation to their distribution, it was
verified that four species are widely distributed, 33 are intermediate, and 188
have a restricted distribution. From all of the species compiled, 122 were
considered useful based on the literature consulted. The use categories that
most stood out were: wood for construction (86 species) and medicinal (80),
and the plant with the most types of uses was Schinopsis brasiliensis Engl.
There was no significant correlation between precipitation and richness of
useful and non-useful plants; however, correlation was observed with total
richness, despite the existence of a nonlinear increment in species’ richness
along the precipitation gradient. Similarly, there was no significant correlation
between altitude and total and useful plant richness, yet intriguingly this
relationship was significant for the non-useful plants. The main conclusion was
that, among other things, the richness of useful plants in the caatinga seems to
be a function of general biodiversity and not of direct ecological factors
(precipitation and altitude).
1. INTRODUÇÃO
O Brasil possui vários tipos vegetacionais, abrigando uma grande
diversidade biológica, e isso o faz ser considerado como país da
megadiversidade (PRIMACK, 1995). Dentre os tipos vegetacionais
encontrados, destaca-se a Caatinga por ser considerado um bioma
exclusivamente brasileiro (RODAL e SAMPAIO, 2002; TABARELLI e SILVA,
2003). A Caatinga possui grande número de espécies endêmicas (MAIA, 2004)
e fortes variações na composição florística, revelando grande diversidade do
ponto de vista fisionômico (ANDRADE-LIMA, 1966; RODAL e SAMPAIO,
2002). Na região do nordeste brasileiro, na qual está localizada a Caatinga, tais
variações estão associadas a três tipos de gradientes: fisiográficos, climáticos e
antrópicos (ANDRADE-LIMA, 1981; SAMPAIO et al., 1994; SAMPAIO, 1995).
Os gradientes fisiográficos têm sido considerados preditores da
distribuição da diversidade (SCATENA, 2002). Gentry (1982) diz que a altitude,
a precipitação e o tipo de solo contribuem para a variação na riqueza de
espécies. Nem todos os gradientes influem nos organismos do mesmo modo.
Quando os organismos se encontram em um ambiente favorável, respondem
de maneira diferente aos fatores ambientais, quando comparados com os
organismos que enfrentam perturbações naturais ou situações adversas
(SCATENA , 2002).
Uma das situações adversas influenciadoras da distribuição das
espécies da Caatinga é o fator antrópico, em que, aproximadamente cerca de
meio milhão de hectares de Caatinga são desmatados anualmente
(CAMPELLO et al., 1999), com algumas espécies sendo comercializadas e
ameaçadas de extinção (IBAMA, 2004). Cerca de 30% dos produtos florestais
extraídos são utilizados como energéticos unicamente na forma de carvão e
lenha (CAMPELLO et al., 1999).
Algumas espécies são reconhecidas historicamente como fonte de renda
na região da Caatinga no semi-árido nordestino (ANDRADE, 2000) e utilizadas
por populações locais, olarias e siderúrgicas (WWF, 2004). Segundo
Albuquerque e Andrade (2002a), existe preferência de algumas comunidades
em utilizar os recursos silvestres arbóreos, percebendo-se uma dependência
direta de tais produtos florestais. Exploradas em moldes extrativistas, as áreas
de Caatinga chegam hoje à quase exaustão e os impactos são percebidos
através dos processos erosivos (BRASIL, 2004). Segundo Albuquerque e
Andrade (2002a), as atuais formas de uso e aproveitamento da terra na região
são extremamente precárias e não respeitam a complexidade e delicadeza da
Caatinga.
Além de serem fonte de renda (DRUMMOND et al., 2002), as árvores
também contribuem na permanência e manutenção da vida na região, sob
diversas formas indiretas, como na proteção e fertilidade do solo, na
conservação da água e do clima, além de terem grande importância cultural
(MAIA, 2004).
Vários estudos foram desenvolvidos na Caatinga, principalmente para as
espécies lenhosas (RODAL et al., 1998; LEMOS e RODAL, 2002; COSTA,
2003; SILVA et al., 2003; ALCOFORADO et al., 2003), mas poucos estudos
têm sido realizados para entender que fatores condicionam a ocorrência das
espécies, sua riqueza e o seu potencial econômico (RODAL e SAMPAIO,
2002). Considerando essa lacuna, este estudo pretende contribuir com uma
avaliação da riqueza e da distribuição de plantas úteis no semi-árido do
Nordeste do Brasil. Mais precisamente objetivou-se: analisar a riqueza de
plantas úteis ao longo de um gradiente pluviométrico e altitudinal; registrar o
potencial de plantas do semi-árido nordestino; verificar se a importância relativa
de uma espécie como planta útil é uma função de sua disponibilidade regional,
e testar se a riqueza de espécies úteis está relacionada à riqueza total de
espécies em uma área.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Considerando que o presente estudo envolve uma análise da riqueza de
plantas úteis da Caatinga, dividiu-se a fundamentação teórica em cinco partes:
Considerações gerais sobre a Caatinga, Diversidade da Caatinga, Diversidade
de plantas da Caatinga, Potencial de uso das plantas da Caatinga e
Distribuição dos estudos florísticos e fitossociológicos da Caatinga.
2.1. Considerações gerais sobre a Caatinga
A Região Nordeste inclui os Estados do Maranhão, Piauí, Ceará, Rio
Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia, ocupando
aproximadamente 1.561.177,8 km
2
, correspondendo a 18,26% da área total do
território brasileiro (IBGE, 1985). A maior parte do território é formada por um
extenso planalto antigo e aplainado pela erosão, sendo que mesmo em
decorrência das diferentes características que apresenta, pode ser classificado
de forma simplificada em quatro regiões: meio-norte, zona da mata, agreste e
sertão (MMA, 2004). A porção semi-árida do Nordeste compreende
aproximadamente uma área de 900.000 km
2
, quase toda no embasamento
cristalino e sob forte irregularidade climática (MMA, 2004).
Sendo considerado o único bioma exclusivamente brasileiro, a Caatinga
é formada por um mosaico de florestas secas e com vegetação arbustiva tendo
enclaves de florestas úmidas montanas e de cerrados (TABARELLI e SILVA,
2003). Apesar de estar localizada em área de clima semi-árido, a Caatinga
apresenta grande variedade de paisagens, riqueza e endemismo (IBAMA,
2004). Possui em torno de 70% do seu território natural, característica que a
colocou entre as 37 regiões naturais do planeta em estudos realizados pela
Conservation International (TABARELLI e SILVA, 2003).
Do ponto de vista ecológico, o semi-árido é caracterizado pelo domínio
das Caatingas (Figura 1), que é a formação mais representativa do Nordeste
brasileiro, chegando a atingir cerca de 935 mil km
2
, tendo como característica a
incidência direta de luz devido à mata aberta (GIULIETTI et al., 2000;
SUDENE, 2004; MAIA, 2004).
Figura 1 – Mapa dos Limites da Caatinga. Fonte: Fundação Biodiversitas
(2000).
N
Projeção Conforme de Lambert
Meridiano Central: -40
Latitude de referência: 0
Esferóide: Clark 1866
Paralelos Padrão: 0 -15
Limite Estadual
Hidrografia
Lagos
Limite do Bioma Caatinga
200
200
0
Km
Avaliação e Identificação de Ações Prioritárias para a Conservação, Utilização Sustentável
e Repartição de Benefícios da Biodiversidade do Bioma Caatinga
Universidade Federal de Pernambuco
Conservation International
Fundação Biodiversitas
Fundação de Apoio ao Desenvolvimento da Universidade Federal de Pernambuco
-46
-42
-38 -34
- 4
- 8
- 12
Edição: CDCB/F.Biodiversitas
Fonte: Mapa de Vegetação do Brasil, IBGE 1988
O nome Caatinga é oriundo do tupi e quer dizer “mata branca”, nome
que define bem o aspecto da vegetação na estação seca, mas vários são os
tipos de classificação adotados para caracterizar esse tipo de bioma, podendo
ser denominada como floresta estacional, quando se considera a durabilidade
do período de chuvas; floresta decidual ou caducifólia quando se leva em
consideração características fisiológicas das espécies; vegetação caducifólia
espinhosa, considerando além de fisiologia a morfologia das mesmas; savana
estépica, quando se observa a perda de folha como adaptação à deficiência
hídrica, todavia a nomenclatura mais conhecida e usual é simplesmente
Caatinga (ANDRADE, 2000).
A vegetação encontrada é xeromorfa, decídua, verde apenas nas
estações chuvosas, adaptadas a solos estéreis e se apresenta com árvores
baixas ou médias, arbustos, herbáceas anuais. As espécies encontram-se, por
muitas vezes, sem folhas, secas e com caules esbranquiçados; em geral têm
folhas pequenas, simples, e muitas adaptações como caducifolia, suculência,
acúleos e espinhos, presença de sistemas de raízes bem desenvolvidos etc.,
algumas destas adaptações ajudam na diminuição da evaporação (HUECK,
1972; FERRI, 1980; RODAL e SAMPAIO, 2002; VELOSO et al., 2002).
Do ponto de vista físico, a região semi-árida é caracterizada
especificamente pelo balanço hídrico negativo, resultante da irregularidade das
precipitações médias anuais que variam de 250 a 1000 mm, mas que
geralmente são iguais ou inferiores a 800 mm (HUECK, 1972; FERRI, 1980).
Possui duas estações bem delimitadas: uma seca e uma chuvosa, sendo a
estação seca a mais duradoura, podendo durar de 9 a 10 meses. Os totais de
chuvas variam muito na região de ano para ano e, aproximadamente, em
intervalos de dez a vinte anos esses valores caem a menos da metade da
média e essa condição chega a se prolongar, o que se caracteriza uma seca,
fenômeno comum na região (VELOSO et al., 2002). Segundo Nimer (1972), a
climatologia mostra-se uma das mais complexas do mundo, por sua
dependência da posição geográfica que ocupa.
De acordo com Veloso et al. (2002) o clima na Caatinga é semi-árido
fortemente sazonal, sendo classificado segundo Kooppen como Bsh. A
temperatura varia de 4ºC a 40ºC, possuindo diferenças diurnas e noturnas
(NIMER, 1972; PRADO, 2003). A natureza semi-árida desta área resulta
principalmente da predominância de massas de ar estáveis empurradas para o
sudeste pelos ventos Alísios, que tem sua origem por meio do anticlone do
Atlântico sul que não trazem umidade para a região (HUECK, 1972; PRADO,
2003). Além destes, recebe influência de três outros sistemas de circulação
atmosférica: a Massa Equatorial Continental (MEC), responsável pelas chuvas
de verão; a Convergência Intertropical Tropical (CIT), que provoca as chuvas
de verão-outono e a Frente Polar Atlântica (FPA) responsável pelas chuvas de
outono-inverno (NIMER, 1972).
Os rios encontrados na região são intermitentes, ocorrem apenas
durante o período de chuvas e logo desaparecem gradualmente durante a
estação seca (PRADO, 2003). Durante o período chuvoso, por meio de
diversos caminhos, tais rios percorrem extensas depressões entre os planaltos
quentes e secos e acabam chegando ao mar, ou direcionando-se às águas do
São Francisco e do Parnaíba (rios que cruzam a Caatinga) (WWF, 2004).
Durante esta fase terminal anual, os rios parecem receber um resíduo
alimentar de um lençol freático cheio. Uma inversão hidrológica ocorre tão logo
as chuvas cessem, sendo responsável pelo desaparecimento dos cursos de
água: os rios retroalimentam os lençóis freáticos e permanecem secos até a
próxima estação chuvosa. Das cabeceiras até as proximidades do mar, os rios
com nascente na região permanecem secos por cinco a sete meses no ano.
Apenas o canal principal do São Francisco mantém seu fluxo através dos
sertões, com águas trazidas de outras regiões climáticas e hídricas (PRADO,
2003; WWF, 2004). De acordo com Prado (2003), tanto as cheias quanto as
secas têm modelado a vida animal e vegetal particular das Caatingas.
Geologicamente, localiza-se principalmente em terrenos de depressão
sertaneja, sob o escudo cristalino de origem pré-cambriana, formado por
rochas metamorfisadas, encontrando-se presente rochas eruptivas graníticas e
granodioríticas, além de gnaises (FERNANDES, 2002). Tais formações
constituem um relevo ondulado e até mesmo montanhoso, onde o solo
encontrado, dependendo da localização, pode variar de fértil a pouco fértil e de
rasos, argilosos e pedregosos (cristalino) a arenosos e profundos (sedimentar)
(VELOSO et al., 2002). De acordo com Lemos e Rodal (2002), a porção
sedimentar é a mais rica em espécies que a porção cristalina. São encontrados
cerca de 40 tipos de solos diferentes (IBGE, 1985), destacando-se de acordo
com Cavedon (1986): Podzólico, Latossolos, Cambissolos, Brunos não
cálcicos, Vertissolos, Regossolos, Planossolos, Solonetz solodizados, Areias
quartzosas e Solos litólicos. Tais solos geralmente possuem um escoamento
superficial considerado intenso, sendo rasos e situados acima de lajedos
cristalinos. A origem geomorfológica e geológica das Caatingas têm resultado
em vários mosaicos de solos complexos com características variadas mesmo
dentro de pequenas distâncias (SAMPAIO, 1995).
Falar de Caatinga não é uma tarefa fácil, observam-se muitas variações
climáticas, geomorfológicas e florísticas que resultam em diferentes condições
para este tipo de bioma (TABARELLI e VICENTE, 2002). Hueck (1972)
classificou a caatinga em: caatinga propriamente dita, mata de galerias,
carnaubais, agrestes e outros tipos de matas secas, campos secos e campos
cerrados. Ferri (1980) diz que a Caatinga não é um tipo uniforme de vegetação,
classificando-a em agreste, carrasco, sertão e seridó. Veloso et al. (1991)
reconhece quatro tipos fisionômicos de Caatinga: a savana estépica florestada,
a arborizada, a parque e a savana estépica gramíneo-lenhosa. Posteriormente,
foi classificada de acordo com a EMBRAPA em hipoxerófila e hiperxerófila,
mas essa classificação em apenas duas classes não permite um maior
detalhamento dos diversos tipos de Caatinga (RODAL e SAMPAIO, 2002). O
trabalho considerado mais coerente para esse tipo de vegetação é o de
Andrade-Lima (1981) classificando a Caatinga em seis unidades, estas com
sub-unidades totalizando doze tipos, em sua classificação observou que dois
fatores devem ser levados em consideração: interação clima-solo e a carência
de informações referentes à relação entre vegetação e os fatores físicos,
(PRADO, 2003).
A Caatinga pode ser considerada a mais densamente povoada entre as
regiões semi-áridas, com uma população de aproximadamente 20 milhões de
pessoas e densidade demográfica de 22 habitantes por quilômetro quadrado
(MMA, 2004). Está sob forte pressão antrópica, resultado da histórica ocupação
territorial desde os tempos do Brasil colônia com a contribuição da extração
madeireira, da monocultura canavieira e da pecuária, onde se nota uma
evidente substituição das espécies vegetais nativas por cultivos e pastagens
(IBAMA, 2004), característica que o torna um bioma necessitado de ações de
conservação.
2.2. Diversidade da Caatinga
A Caatinga sempre foi considerada pobre em riqueza e diversidade, com
poucas espécies endêmicas e de baixo valor para fins de conservação.
Todavia as pesquisas desenvolvidas recentemente, têm demonstrado que esse
conceito, resultante de problemas de amostragem, de limitadas e baixas
informações, não condiz com a realidade. Na prática, vê-se um bioma rico em
endemismo, diversidade de tipos vegetacionais, variação na composição
florística, heterogeneidade e variação nos tipos de solo, além disso, a Caatinga
tem sofrido alterações drásticas, o que o torna um bioma necessitado de ações
de conservação (TABARELLI e VICENTE, 2002).
Apesar das evidências empíricas quanto aos padrões de distribuição e
abundância da Caatinga, o enfoque ecológico tem sido tratado a partir de
metodologias pouco consistentes cientificamente (SILVA et al., 2003). Segundo
Tabarelli et al. (2000), cerca de 41% da Caatinga ainda não foi amostrada e
80% da área já estudada está subamostrada, sendo as áreas menos
perturbadas, as com menor esforços de coleta.
Foram identificadas, até o momento na Caatinga, cerca de 932 espécies
de plantas vasculares (380 endêmicas) onde 20 gêneros são específicos dessa
região (GIULIETTI et al., 2002). Uma revisão realizada com 38 publicações na
Caatinga mostrou um total de 339 espécies lenhosas com 161 gêneros e 48
famílias, destacando-se as famílias Caesalpiniaceae, Mimosaceae,
Euphorbiaceae, Fabaceae e Cactaceae (RODAL et al., 1988). Os
levantamentos sobre a sua flora, têm revelado, que as espécies se concentram
onde as condições do ambiente tornam-se mais favoráveis, principalmente na
porção sedimentar e nas maiores altitudes (LEMOS e RODAL, 2002).
2.3. Diversidade de plantas da Caatinga
Apesar da região do semi-árido abrigar cerca de 19% das plantas
vasculares do planeta, a quantidade de informações sobre a riqueza,
endemismo, distribuição das espécies lenhosas na Caatinga, por exemplo,
ainda é considerada pequena (TABARELLI e VICENTE, 2002).
Alguns estudos têm revelado diferenças significativas na riqueza e
distribuição das espécies na Caatinga, com maior número de espécies no
tabuleiro arenoso (SILVA et al., 2003). Diversos fatores interferem na
distribuição e riqueza dessas espécies, como: fatores biogeoquímicos,
atividade madeireira, corte e queima para a prática da agropecuária, incêndios
e pastagem. Tais fatores propiciam a fragmentação e a destruição do bioma,
além do efeito de borda que reduz e isola as espécies; numa interação que
afeta os processos naturais, físicos e biológicos e tornam as espécies mais
suscetíveis levando-as a risco de extinção como é o caso de Schinopsis
brasiliensis Engl. (baraúna) e de Myracrodruon urundeuva (Engl.) Fr. All.
(aroeira) (TABARELLI et al., 2003; SAMPAIO, 2002; BRASIL, 2004).
De acordo com as informações encontradas, algumas espécies
destacam-se pela presença em diversos levantamentos como: Amburana
cearensis (Allemão) A. C. Sm. (imburana de cheiro), Caesalpinia pyramidalis
Tul (catingueira), Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan (angico),
Aspidosperma pyrifolium Mart. (pereiro), Cnidoscolus phyllacanthus (Mull. Arg.)
Pax & Hoffm. (faveleira), Bursera leptophloeos (Mart.) Gillet. (imburana),
Myracrodruon urundeuva (Engl.) Fr. All. (aroeira), Schinopsis brasiliensis Engl.
(baraúna), Tabebuia impetiginosa (Mart. ex DC.) Standl. (pau d’arco roxo),
várias espécies do gênero Croton (marmeleiros e velames) e Mimosa (juremas)
e algumas espécies perenifólias como o Ziziphus joazeiro Mart. (juazeiro) etc.
(SILVA et al., 2003). Muitas destas são consideradas endêmicas, ou seja,
espécies com distribuição restrita à Caatinga como é o caso de Caesalpinia
pyramidalis Tul. (catingueira) e de Senna rizzini H. S. Irwin & Barneby
(SAMAPIO, 2002; GIULIETTI et al., 2002).
2.4. Potencial de uso das plantas da Caatinga
Os seres humanos têm sempre utilizado espécies vegetais na sua
alimentação, a este uso tem sido acrescidos de diversos outros à medida que
se desenvolveu o conhecimento sobre o meio ambiente (SAMPAIO, 2002).
Segundo IBAMA (2005), no Brasil, a utilização dos recursos florestais tem
origem desde a colonização, com a criação de condições para a concentração
fundiária, sendo que, na região Nordeste essa utilização mantém-se presa
ainda à prática extrativista, seja pastoril, agrícola ou madeireira que, juntas, e
elaboradas de forma itinerante, incluindo desmatamento e queimadas, têm
levado a condições de degradação ambiental (BRASIL, 2004).
Atualmente, em alguns estados do Nordeste brasileiro, a cobertura
vegetal encontra-se reduzida a menos de 50% e uma das maiores
contribuições do extrativismo é a produção de combustível, onde mais de 30%
da matriz energética tem como base a lenha e a maioria da madeira e vem de
áreas sem planos de uso sustentável (MMA, 2004). O uso de lenha e do
carvão vegetal é considerado fonte energética barata para a população
sertaneja, tanto no setor industrial quanto no setor domiciliar, movimentando
cerca de R$ 65 milhões (IBGE, 1985; SAMPAIO, 2002; BRASIL, 2004).
Segundo Campello et al. (1999) o sistema de exploração não vem sendo capaz
de atender a demanda por produtos florestais, principalmente dos energéticos
sem por em risco o equilíbrio dos ecossistemas.
O Nordeste brasileiro é considerado uma das regiões mais populosas do
mundo, sendo essa alta densidade demográfica um dos fatores que podem
contribuir para a exploração, e é na Caatinga onde se concentra a população
mais pobre (BRASIL, 2004). Na região, o potencial das espécies lenhosas, está
muito além do fornecimento de produto energético na forma de carvão e lenha.
O sertanejo, mediante as adversidades climáticas da região, desenvolveu o
conhecimento de vários usos.
Além da utilização das espécies para combustível, como é o caso de
Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan (angico), de Caesalpinia pyramidalis
Tul. (catingueira) e de Aspidosperma pyrifolium Mart. (pereiro), na alimentação
utilizam-se espécies como Anacardium occidentale L. (caju); Croton
sonderianus Mull. Arg. (marmeleiro) e Myracrodruon urundeuva (Engl.) Fr. All.
(aroeira) são utilizadas na construção doméstica e rural com a produção de
móveis, estacas para cercas e moirões; Manihot glaziovii Mull. Arg. (maniçoba)
e Geoffroea spinosa Jacq. (mari) como forragem; Sideroxylon obtusifolium
(quixabeira) e Ziziphus joazeiro (juazeiro) como medicinais; Schinopsis
brasiliensis Engl. (baraúna), Spondias tuberosa Arruda (umbuzeiro) e Tabebuia
aurea (Silva Manso) Benth. & Hook. F. ex S. Moore (craibeira) para tecnologia;
Chorisia glaziovii (Kuntze) E. Santos (barriguda) e Senna spectabilis (DC.) H.
S. Irwin & Barneby (canafístula) na ornamentação (BRAGA, 1953; RIZZINI,
1976; CORRÊA, 1984a,b,c,d,e,f; ALBUQUERQUE e ANDRADE, 2002a;
ALBUQUERQUE e ANDRADE, 2002b; ALMEIDA e ALBUQUERQUE, 2002;
SILVA e ALBUQUERQUE, 2005; MAIA, 2004; LUCENA, 2005;
ALBUQUERQUE et al., 2005), além da Mimosa tenuiflora (Willd.) Poir. (jurema)
utilizada em cultos e rituais religiosos (MOTA e ALBUQUERQUE, 2002).
Os estudos etnobotânicos realizados em diversas regiões e etnias têm
revelado a utilização de espécies tanto cultivadas como nativas e endêmicas,
demonstrando diferentes padrões de uso e manejo vegetal relacionados à
cultura regional (ALBUQUERQUE e ANDRADE, 2002a; ALMEIDA e
ALBUQUERQUE, 2002). Algumas das espécies listadas possuem vários usos
tanto madeireiros, onde todo o vegetal é retirado, quanto não-madeireiros como
no caso da Myracrodruon urundeuva (Engl.) Fr. All. (aroeira), espécie
ameaçada de extinção, além de Schinopsis brasiliensis Engl. (baraúna) e
Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan (imburana-de-cheiro), dentre outras
encontradas nos mercados públicos e regularmente consumidas sob a forma
de cascas, raízes, folhas, frutos ou em preparos medicinais (SAMPAIO, 2002;
ALMEIDA e ALBUQUERQUE, 2002; FERRAZ, 2004, ALBUQUERQUE et al.,
2005).
2.5. Distribuição dos estudos na Caatinga
A necessidade de se conhecer a flora da região Nordeste, sua reserva
madeireira, bem como de outros produtos florestais surgiu a partir de órgãos
governamentais como a SUDENE (Superintendência de Desenvolvimento do
Nordeste), com o desenvolvimento de inventários florestais (FEITOZA, 2004).
Um dos primeiros inventários realizados foi desenvolvido por Tavares et al.
(1969a, 1969b; 1974a, 1974b) nos Estados do Ceará e Pernambuco, cujo
objetivo era a avaliação do potencial madeireiro das espécies da Caatinga.
Posteriormente, tais trabalhos passaram a ter um enfoque diferenciado
com caracterização dos padrões fisionômicos como o realizado por Lira (1979),
desenvolvendo estudos em quatro áreas em um continuum vegetacional nos
Cariris Velhos na Paraíba, objetivando determinar padrões de Caatinga
relacionados a variações pluviométricas; outros foram desenvolvidos com
enfoques florísticos e fitossociológicos (FONSECA, 1991; ARAÚJO et al., 1995;
GOMES, 1999; ALCOFORADO et al., 2003; PEREIRA et al., 2002; COSTA,
2003; NASCIMENTO et al., 2003; etc.); alguns na avaliação de variações de
abundância em populações (ANDRADE, 2000; FIGUEIREDO, 2000); outros em
estudos de sociabilidade das espécies (DRUMOND, et al., 1982); bem como
acerca da relação das comunidades locais com a vegetação (ALBUQUERQUE
e ANDRADE, 2002a,b). Quase todos os trabalhos se concentram no estrato
arbóreo, por constituírem a maior biomassa florestal, determinando em grande
parte sua estrutura e funcionamento (BERRY, 2002).
A maioria dos estudos revelam expressivas diferenças nas espécies
listadas e na freqüência e densidade das mesmas nos locais onde foram
desenvolvidos. Dos estudos levantados, até o momento, para o componente
lenhoso, desenvolvidos de 1969 a 2005, 10 foram realizados no Estado de
Pernambuco (ALBUQUERQUE et al, 2005; ANDRADE, 2000; ALCOFORADO-
FILHO et al., 2003; COSTA, 2003; NASCIMENTO et al., 2003; FIGUEIREDO,
2000; GOMES, 1999; ARAÚJO et al., 1995; DRUMOND et al., 1982; TAVARES
et al., 1969b), 1 na Paraíba (PEREIRA et al., 2002), 5 em Sergipe (FONSECA
1991abcde), 3 no Ceará (TAVARES et al., 1974a; TAVARES et al., 1974b;
TAVARES et al., 1969a) e 1 no Piauí (LEMOS e RODAL, 2002). As áreas
amostradas utilizadas nesses levantamentos variam de 0,1ha (GOMES, 1999)
a 5ha (TAVARES et al., 1974a; TAVARES et al., 1974b; TAVARES et al.,
1969a; TAVARES et al., 1969b) com altitude variando entre 183 m (TAVARES
et al., 1969a) a 835 m (GOMES, 1999), pluviosidade de 454 mm (DRUMOND
et al., 1982) a 1.160 mm (TAVARES et al., 1974b), variedade de solos, além da
quantidade de espécies lenhosas variando de 16 (TAVARES et al., 1974a) a 46
(LEMOS e RODAL, 2002) espécies. Segundo Alcoforado et al. (2003) tais
estudos têm sido bastante ampliados principalmente na depressão sertaneja
situada na zona fisiográfica do sertão.
3. MATERIAL E MÉTODOS
3.1. Base de dados e parâmetros analíticos
A análise das plantas úteis da Caatinga foi feita a partir da construção de
base de dados, obtida pela compilação dos trabalhos sobre fitossociologia. Na
amostra do banco de dados só foram considerados trabalhos desenvolvidos no
nordeste brasileiro. Para se construir o banco de dados, compararam-se os
levantamentos que foram inseridos de acordo com os seguintes critérios: (1) o
estudo deveria ter sido realizado em uma área limitada da caatinga, (2) teria
como critério espécies com DNS3cm, (3) os autores deveriam ter citado o
nome do herbário o qual estava depositado o material coletado e (4) no mínimo
80% do seu material deveria estar identificado no nível de espécie. Vinte
levantamentos foram encontrados na literatura obedecendo aos critérios
estabelecidos acima, sendo incluídos nas análises como levantamentos
independentes. Os levantamentos foram realizados em cinco Estados da
região Nordeste: Pernambuco, Piauí, Sergipe, Ceará e Paraíba (Figura 2).
Dos levantamentos extraíram-se informações como: local, Estado,
latitude, longitude, altitude, pluviosidade média anual, tipo de solo, área
amostrada (ha), tipo de amostragem, critério de amostragem, número de
espécies lenhosas (Tabelas 1 e 2) densidade relativa e número total de
indivíduos. As poucas informações (pluviosidade, altitude e tipo de solo) que
não foram fornecidas pelos autores foram resgatadas por intermédio de
consulta a especialistas e a órgãos especializados: IBGE (www.ibge.gov.br) e
IPA (www.ipa.br) a fim de uniformizar as informações.
Todos os nomes científicos, considerando-se que o intervalo de tempo
entre os levantamentos foi de 36 anos, foram atualizados por consultas a
especialistas (Tabela 3) e ao banco de dados especializados: Missouri
Botanical Garden's (www.mobot.org), The International Plant Names Index
(www.ipni.org) e Centro Nordestino de Informações sobre Plantas
(www.cnip.org.br). Todos os elementos do componente lenhoso, reconhecidos
em nível de espécie, foram organizados em um banco de dados. Classificou-
se a distribuição das espécies como ampla (alta incidência nas áreas I 80%),
intermediária (20% < I < 80%) ou restrita (baixa incidência nas áreas I 20%)
de acordo com o proposto por Scudeller et al. (2000).
Figura 2 – Mapa das áreas dos estados de Pernambuco, Piauí, Sergipe, Ceará
e Paraíba utilizadas neste estudo. Fonte: Instituto de Planejamento de
Pernambuco – CONDEPE (2000).
3.2. Análise dos dados
As espécies foram incluídas em 9 categorias de uso: medicinal,
combustível (carvão e lenha), alimentação humana, ornamentação, madeira
(construção), produção de taninos, apícolas, outros (fibras, gomas, látex, cera,
resina, veneno) e forragem a partir de dados de levantamento bibliográfico
(BRAGA, 1953; RIZZINI, 1976; CORRÊA, 1984a,b,c,d,e,f; ALBUQUERQUE e
ANDRADE, 2002a; ALBUQUERQUE e ANDRADE, 2002b; ALMEIDA e
ALBUQUERQUE, 2002; SILVA, 2002; MAIA, 2004; LUCENA, 2005;
ALBUQUERQUE et al., 2005).
Para se verificar a relação entre riqueza de espécies (úteis e não úteis)
pela altitude e pluviosidade foi utilizado o coeficiente de correlação de
Spearman (SOKAL e ROHLF, 1995). Consideraram-se quatro classes de
precipitação média anual: (1) 454 - 500 mm, (2) 511 - 574 mm, (3) 600 – 700
mm e (4) 818 – 1.160 mm. Por sua vez, considerou-se para a altitude três
classes: (1) 0 – 300 m, (2) 301 – 600 m, (3) 627 – 835 m. Empregou-se o Teste
G de Willams (SOKAL e ROHLF, 1995) para comparar a riqueza de espécies
por categoria de precipitação pluviométrica e altitude.
A relação entre a importância relativa de um táxon com a sua
disponibilidade local foi processada pela análise de correlação de Spearman
(SOKAL e ROHLF, 1995). Para cada espécie foram utilizados os parâmetros
fitossociológicos obtidos nos levantamentos. Para minimizar os efeitos do
tamanho da amostragem considerou-se apenas a densidade relativa de cada
espécie. Considerou-se como não-útil a planta para a qual não se dispõe
registro de sua utilidade direta para o ser humano.
A importância relativa foi calculada com base na adaptação da fórmula
de Bennett e Prance (2000):
IR = NU ,Onde
NP
IR= importância relativa de uma espécie.
NU = número de categorias de uso adquiridas por determinada espécie.
NP = número de categorias de usos totais atribuídos à espécie mais versátil.
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1. Riqueza e Distribuição
Foram contabilizadas 43 famílias, 133 gêneros e 225 espécies
considerando os 20 levantamentos fitossociológicos em áreas de Caatinga no
nordeste brasileiro (Tabela 4). Rodal et al. (1988), em estudo utilizando 38
publicações da Caatinga, registraram 48 famílias, 161 gêneros e 339 espécies.
A família mais representativa no presente estudo em número de
espécies foi Euphorbiaceae (34), seguida por Mimosaceae (31),
Caesalpiniaceae (25), Fabaceae (13), Myrtaceae (10), Boraginaceae (8);
Rubiaceae, Erythroxylaceae e Anacardiaceae, contribuindo com 7 espécies
cada uma, e Bignoniaceae com 6 espécies, representando estas famílias
aproximadamente 65% do total de espécies encontradas (Figura 3). As famílias
Euphorbiaceae, Mimosaceae e Caesalpiniaceae, são normalmente, as mais
importantes famílias registradas nos estudos no semi-árido do Brasil
(NASCIMENTO et al., 2003), sendo comumente referidas como as famílias
mais ricas na Caatinga (RODAL, 1992; FERRAZ et al., 1998; LEMOS e
RODAL, 2002). Usualmente a ocorrência de Myrtaceae e Rubiaceae tem sido
registrada em áreas de Caatinga de maior umidade (PEREIRA et al., 2002;
ALCOFORADO et al., 2003).
Cerca de 14 famílias foram representadas por uma única espécie, são
elas: Amaranthaceae, Asteraceae, Burseraceae, Cecropiaceae, Clusiaceae,
Convolvulaceae, Flacourtiaceae, Meliaceae, Moraceae, Oxalidaceae,
Polygonaceae, Sapotaceae, Tiliaceae e Ulmaceae. Entre os gêneros, os que
mais se destacaram foram: Croton (11), seguido por Mimosa (8), Erythroxylum
(7), Senna (7), Acacia (6), Caesalpinia (6), Cordia (6) e Cnidoscolus (5),
representando juntos 24,88% do total de espécies encontradas.
Registraram-se duas espécies da família Mimosaceae, que segundo
Lewis (1987) são características de cerrado: Parkia platycephala Benth. e
Plathymenia reticulata Benth. Tais espécies foram registradas no município de
Barbalha no Estado do Ceará (TAVARES et al., 1974b) e, segundo os autores,
a sua ocorrência não característica se dá em devido à proximidade com outras
formações encontradas limítofres à vegetação de Caatinga estudada.
FAMÍLIA ESPÉCIE TOTAL
ÁREAS
A1 A2 A3 A4 A5 A6 A7 A8 A9 A10 A11 A12 A13 A14 A15
Amaranthaceae
Gomphrena vaga Mart.
1
X
Anacardiaceae
Anacardium occidentale L.
1
X
Astronium fraxinifolium Schott ex Spreng.
1
X
Myracrodruon urundeuva (Engl.) Fr. All.
(= Astronium urundeuva (Allemão) Engl.)
17
XXXXXXXXXXXX
Schinopsis brasiliensis Engl.
13
XXX XX X X X X X
Schinopsis glabra (Engl.) Burkl. ex Mey.
1
X
Spondias cythera Tussac
1
Spondias tuberosa Arruda
10
XX X X X X X
Annonaceae
Annona vepretorum Mart.
4
XX
Ephedranthus pisocarpus R. E. Fr.
1
X
Oxandra reticulata Maas
1
X
Rollinia leptopetala R. E. Fr.
2
XX
Apocynaceae
Aspidosperma multiflorum A. DC.
1
X
Aspidosperma pyrifolium Mart.
17
XXX X XXXXX XXX
Asteraceae
Wedelia alagoensis Baker
1
X
Bignoniaceae
Adenocalymma involucratum (Bureau & K.
Schum.) L. Lohmann)
1
X
Arrabidaea dispar Bureau ex K. Schum.
1
X
Jacaranda caoba (Vell.) A. DC.
1
X
Mansoa hirsuta DC.
1
X
Tabebuia impetiginosa (Mart. ex DC.) Standl.
( = Tabebuia avellanedae Lorentz ex Griseb.)
6
XX X X
Tabebuia spongiosa Rizzini
2
XX
Bombacaceae
Ceiba glaziovii (Kuntze) K. Schum. 2
XX
Ceiba pentandra (L.) Gaertn.
2
X
Tabela 4. Relão das famílias e espécies presentes nos 20 levantamentos fitossociológicos da Caatinga incldos neste trabalho. A = Área de
e
das áreas ver Tabelas 1 e 2
ÁREAS
FAMÍLIA ESPÉCIE TOTAL
ÁREAS
A1 A2 A3 A4 A5 A6 A7 A8 A9 A10 A11 A12 A13 A14 A15
Bombacaceae
Pseudobombax marginatum (A. St. - Hil., Juss. &
Cambess.) A. Robyns)
1
X
Pseudobombax simplicifolium A. Robyns
5
XX
Boraginaceae
Auxemma oncocalyx (Allemão) Baill.
2
X
Cordia trichotoma (Vell.) Arráb. ex Steud.
3
XX
Cordia curassavica (Jacq.) Roem. & Schult.
1
X
Cordia globosa (Jacq.) Humb., Bompl. & Kunth
3
XX X
Cordia leucocephala Moric.
5
XXXXX
Cordia multispicata Cham.
1
X
Cordia rufescens A. DC.
1
X
Tournefortia rubicunda Salzm. ex DC.
3
XX X
Burseraceae
Commiphora leptophloeos (Mart.) J. B. Gillet (=
Bursera leptophloeos (Mart.) Gillet. )
15
XX XXX X X X X X
Caesalpiniaceae
Bauhinia acuruana Moric.
2
XX
Bauhinia cheilantha (Bong.) Steud.
14
XXX XXX X X X X X
Bauhinia forficata Link
1
X
Caesalpinia calycina Benth.
1
X
Caesalpinia ferrea Mart.
9
XX X X XXX
Caesalpinia gardneriana Benth.
1
X
Caesalpinia leiostachya (Benth.) Ducke
1
X
Caesalpinia microphylla Mart. ex G. Don
3
XXX
Caesalpinia pyramidalis Tul.
15
XXX XXX X X X X
Cenostigma gardnerianum Tul.
1
X
Chamaecrista eitenorum (H. S. Irwin & Barneby) H.
S. Irwin & Barneby)
1
X
Copaifera langsdorffii Desf.
1
X
Hymenaea aurea Y. T. Lee & Langenh.
1
X
Hymenaea courbaril L.
1
X
Hymenaea eriogyne Benth.
1
X
Hymenaea martiana Hayne
2
XX
Peltogyne pauciflora Benth.
1
X
Poeppigia procera C. Presl
2
XX
Senna acuruensis (Benth.) H. S. Irwin & Barneby
1
X
ÁREAS
FAMÍLIA ESPÉCIE TOTAL
ÁREAS
A1 A2 A3 A4 A5 A6 A7 A8 A9 A10 A11 A12 A13 A14 A15
Caesalpiniaceae
Senna bicapsularis
L. ( Roxb)
1
X
Senna cearensis
Afr. Fern.
1
X
Senna gardneri
(Benth.) H. S. Irwin & Barneby
1
X
Senna macranthera
(DC. ex Collad.) H. S. Irwin &
Barneby
(=
Cassia macranthera
DC. ex Collad.)
3
XXX
Senna rizzinii
H. S. Irwin & Barneby
1
X
Senna spectabilis
(DC.) H. S. Irwin & Barneby
3
XXX
Capparaceae
Capparis flexuosa
(L.) L.
8
XX X X X
Capparis hastata
L.
(=
Capparis cynophallophora
L.)
1
X
Capparis jacobinae
Moric. ex Eichler
6
XX XX X
Cecropiaceae
Cecropia pachystachya
Trecul
1
X
Celastraceae
Fraunhofera multiflora
Mart.
1
X
Maytenus rigida
Mart.
10
XXXXXX X
Clusiaceae
Clusia paralicola
G. Mariz
1
X
Cochlospermaceae
Cochlospermum insigne
A. St. - Hil.
3
XX
Cochlospermum vitifolium
(Willd.) Spreng.
1
Combretaceae
Buchenavia capitata
(Vahl) Eichler
1
X
Combretum leprosum
Mart.
1
Thiloa glaucocarpa
(Mart.) Eichler
2
XX
Convolvulaceae
Ipomoea carnea
Jacq.
1
X
Erythroxylaceae
Erythroxylum betulaceum
Mart.
1
X
Erythroxylum caatingae
Plowman
1
X
Erythroxylum maracasense
Plowman
1
X
Erythroxylum pauferrense
Plowman
1
X
Erythroxylum pungens
O. E. Schulz
2
XX
Erythroxylum revolutum
Mart.
3
XX
ÁREAS
FAMÍLIA ESPÉCIE TOTAL
ÁREAS
A1 A2 A3 A4 A5 A6 A7 A8 A9 A10 A11 A12 A13 A14 A15
Erythroxylaceae
Erythroxylum subrotundum A. St. - Hil.
1
X
Euphorbiaceae
Acallypha multicaulis Chodat & Hassl.
4
XXX X
Argythamnia gardneri Mull. Arg.
1
X
Cnidoscolus bahianus (Ule) Pax & K. Hoffm.
1
X
Cnidoscolus obtusifolius Pohl ex. Baill.
3
XX
Cnidoscolus quercifolius Pohl (=Cnidoscolus
phyllacanthus (Mull. Arg.) Pax & L. Hoffm. )
6
XX XX
Cnidoscolus urens (L.) Arthur
3
XXX
Cnidoscolus vitifolius (Mill.) Pohl
1
X
Croton adenodontus (Mull. Arg.) Mull. Arg.
2
XX
Croton argyrophylloides Mull. Arg.
1
X
Croton campestris A. St. - Hil.
1
X
Croton conduplicatus Kunth
2
XX
Croton jacobinensis Baill.
1
X
Croton micans Mull. Arg.
2
XX
Croton muscicarpa Mull. Arg.
1
X
Croton nepetaefolius Baill.
1
X
Croton rhamnifolius Willd.
3
XXX
Croton sonderianus Mull. Arg.
9
XXX X X X X X
Croton urticifolius Lam.
1
X
Euphorbia phosphorea Mart.
1
Jatropha mollissima (Pohl) Baill.
(=Jatropha pohliana Mull. Arg.)
16
XXXXXXXXXXX
Jatropha mutabilis Benth.
3
XX X
Jatropha ribifolia (Pohl) Baill.
1
X
Manihot caerulescens Pohl
1
X
Manihot dichotoma Ule.
4
XX
Manihot glaziovii Mull. Arg.
4
X X
Manihot palmata Mull. Arg.
1
X
Maprounea guianensis Aubl.
2
XX
Phyllanthus chacoensis Morong
1
X
Sapium glandulatum (Vell.) Pax
1
X
Sapium lanceolatum (Mull. Arg.) Huber
1
X
Sapium montevidense klotzsch ex Baill.
4
X
Sapium sceleratum Ridl.
1
X
ÁREAS
FAMÍLIA ESPÉCIE TOTAL
ÁREAS
A1 A2 A3 A4 A5 A6 A7 A8 A9 A10 A11 A12 A13 A14 A15
Euphorbiaceae
Sebastiania macrocarpa Mull. Arg.
1
Stillingia trapezoides Ule
1
X
Fabaceae
Amburana cearensis (Allemão) A.C. Sm.
4
XXXX
Bocoa mollis (Benth.) R.S. Cowan
2
XX
Bowdichia virgilioides Kunth
2
XX
Fabaceae
Cratylia mollis Mart. ex Benth.
1
X
Dalbergia cearensis Ducke.
3
X
Derris campestris (Mart. ex Benth.) N. F. Mattos
1
X
Erythrina velutina Willd.
1
X
Geoffroea spinosa Jacq.
(= Geoffroea striata ((Willd.) Morong.)
1
X
Luetzelburgia auriculata (Allemão) Ducke
1
Machaerium angustifolium Vogel
1
X
Platypodium elegans Vogel
1
X
Pterodon abruptus (Moric.) Benth.
1
X
Swartzia flaemingii Raddi
1
X
Flacourtiaceae
Xylosma ciliatifolium Eichl.
1
X
Malpighiaceae
Byrsonima crassifolia (L.) Kunth
2
X
Byrsonima gardneriana A. Juss.
2
XX
Heteropterys discolor A. Juss.
1
X
Peixotoa jussieuana Mart. ex A. Juss.
1
X
Ptilochaeta bahiensis Turcz.
2
XX
Malvaceae
Gaya aurea A. St. - Hil.
1
X
Pavonia glazioviana Gurke
1
X
Meliaceae
Cedrela odorata L.
1
X
Mimosaceae
Acacia bahiensis Benth.
1
X
Acacia farnesiana (L.) Willd.
1
X
Acacia glomerosa Benth.
4
XX X
Acacia langsdorfii Benth.
1
X
ÁREAS
FAMÍLIA ESPÉCIE TOTAL
ÁREAS
A1 A2 A3 A4 A5 A6 A7 A8 A9 A10 A11 A12 A13 A14 A15
Mimosaceae
Acacia paniculata Willd.
1
X
Acacia piauhiensis Benth.
2
XX
Albizia polyantha (A. Spreng.) G. P. Lewis
(= Pithecolobium multiflorum Chodat & Hassl.)
1
X
Albizia polycephala (Benth.) Killip ex Record
1
X
Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan
(= Anadenanthera macrocarpa (Benth.) Brenan,
Piptadenia macrocarpa Benth.
16
X X XXX X X X X X X
Chloroleucon foliolosum
(
Benth.
)
G.P. Lewis 1
X
Chloroleucon manguense (Jacq.) Britton & Rose
(= Pithecellobium parviflorum Pittier)
2
XX
Enterolobium contortisiliquum (Vell.) Morong
1
X
Inga bahiensis Benth.
1
X
Inga fagifolia G. Don
1
X
Inga vera Willd.
1
X
Mimosa arenosa (Willd.) Poir.
(= Mimosa malacocentra(Mart.) Benth.)
7
XX XX X X X
Mimosa bimucronata (DC.) Kuntze
1
X
Mimosa caesalpinifolia Benth.
2
X
Mimosa lepidophora Rizzini
1
X
Mimosa nigra Huber
5
XX
Mimosa ophthalmocentra Mart. ex Benth.
3
XX X
Mimosa pigra L.
1
X
Mimosa tenuiflora (Willd.) Poir.
(= Mimosa hostilis (Mart.) Benth.)
8
XX X X X X
Parapiptadenia zenthneri (Harms.) M. P. M. de
Lima & H. C. de Lima
(= Piptadenia zehntneri Harms)
7
XX XXX
Parkia platycephala Benth.
1
X
Piptadenia moniliformis Benth.
1
Piptadenia obliqua (Pers.) J. F. Macbr.
2
XX
Piptadenia stipulacea (Benth.) Ducke
6
XXX X X X
Piptadenia viridiflora (Kunth) Benth.
1
X
Pithecellobium diversifolium Benth.
4
XX
Plathymenia reticulata Benth.
1
X
ÁREAS
FAMÍLIA ESPÉCIE TOTAL
ÁREAS
A1 A2 A3 A4 A5 A6 A7 A8 A9 A10 A11 A12 A13 A14 A15
Moraceae
Brosimum gaudichaudii Trécul
1
X
Myrtaceae
Eugenia candolleana DC.
1
X
Eugenia flava O. Berg
1
X
Eugenia punicifolia (Kunth) DC.
1
X
Eugenia uvalha Cambess
2
XX
Myrcia retorta Cambess
1
X
Myrciaria ferruginea O. Berg
1
X
Psidium albidum Cambess
1
X
Psidium decussatum DC.
1
X
Myrtaceae
Psidium persoonii M. C. Vangl.
1
X
Psidium riparium Mart. ex DC.
1
X
Nyctaginaceae
Guapira laxa (Netto) Furlan.
4
XX X X
Guapira noxia (Netto) Lundell
2
XX
Pisonia tomentosa Casar.
3
XX
Olacaceae
Schoepfia brasiliensis A. DC.
1
X
Ximenia americana L.
6
XXXX
Ximenia coriacea Engl.
1
X
Oxalidaceae
Oxalis insipida A. St. - Hil.
1
X
Polygonaceae
Coccoloba mollis Casar
1
X
Rhamnaceae
Colubrina cordifolia Reissek
1
X
Rhamnidium molle Reissek
1
X
Ziziphus joazeiro Mart.
11
XXXX X X X X X
Ziziphus undulata Reissek
1
X
Rubiaceae
Alseis floribunda Schott
1
X
Chiococca alba (L.) Hitchc.
1
X
Coutarea hexandra (Jacq.) K. Schum.
4
XX X
Guettarda angelica Mart. ex Mull. Arg.
3
XX X
Guettarda sericea Mull. Arg.
1
X
ÁREAS
FAMÍLIA ESPÉCIE TOTAL
ÁREAS
A1 A2 A3 A4 A5 A6 A7 A8 A9 A10 A11 A12 A13 A14 A15
Rubiaceae
Randia nitida (Kunth) DC.
(= Randia armata (Sw.) DC.)
2
XX
Tocoyena formosa (Cham. & Schltdl.) K. Schum.
2
XX
Rutaceae
Balfourodendron molle (Miq.) Pirani
1
X
Pilocarpus jaborandi Holmes
1
X
Zanthoxylum hamadryadicum Pirani
1
X
Zanthoxylum rhoifolium Lam.
(= Fagara rhoifolia (Lam.) Engl.)
2
X X
Zanthoxylum stelligerum Turcz.
2
XX
Sapindaceae
Allophylus laevigatus Radlk.
1
X
Allophylus quercifolius Radlk.
6
XXXXX
Cardiospermum halicacabum L.
2
XX
Magonia pubescens A. St. - Hil.
(= Magonia glabrata A. St. - Hil.)
1
X
Paullinia pinnata L.
1
X
Sapotaceae
Sideroxylon obtusifolium (Humb. ex Roem. &
Schult.) T. D. Penn. (= Bumelia obtusifolia Humb.
ex Roem. & Schultz, Bumelia sartorum Mart.)
5
X
Simaroubaceae
Simaba cuneata A. St. - Hil. & Tul.
1
X
Simarouba versicolor A. St. - Hil.
1
X
Solanaceae
Capsicum parvifolium Sendtn.
1
X
Cestrum laevigatum Schltdl.
1
X
Sterculiaceae
Guazuma ulmifolia Lam.
1
X
Helicteres macropetala A. St. - Hil.
1
X
Helicteres muscosa Mart.
1
X
Helicteres velutina K. Schum.
1
X
Melochia tomentosa L.
3
XX X
Waltheria ferruginea A. St. Hilaire
1
X
ÁREAS
FAMÍLIA ESPÉCIE TOTAL
ÁREAS
A1 A2 A3 A4 A5 A6 A7 A8 A9 A10 A11 A12 A13 A14 A15
Tiliaceae
Luehea ochrophylla Mart.
1
X
Ulmaceae
Celtis membranacea (Wedd.) Miq.
1
X
Verbenaceae
Lantana caatinguensis Moldr.
1
X
Lantana camara L.
2
XX
Lantana spinosa L. ex Le Cointe
2
X
Lippia gracilis Schauer
1
X
Vochysiaceae
Callisthene major Mart.
1
X
Qualea grandiflora Mart.
1
X
ÁREAS
Figura 3. Riqueza de espécies das famílias botânicas mais
representativas em 20 levantamentos em área de Caatinga no semi-árido do
Nordeste do Brasil.
As espécies que se destacaram em maior número de áreas foram:
Myracrodruon urundeuva (Engl.) Fr. All. (17), Aspidosperma pyrifolium Mart.
(17), Jatropha mollissima (Pohl) Baill. (16), Anadenanthera colubrina (Vell.)
Brenan (16), Caesalpinia pyramidalis Tul (15), Commiphora leptohploeos
(Mart.) J. B. Gillet. (15), Bauhinia cheilantha (Bong.) Steud. (14), Schinopsis
brasiliensis Engl. (13), Ziziphus joazeiro Mart. (11), Maytenus rigida Mart. (10) e
Spondias tuberosa Arruda (10).
Myracrodruon urundeuva (Engl.) Fr. All., Aspidosperma pyrifolium Mart. e
Jatropha mollissima (Pohl) Baill. destacam-se por formar populações
amplamente distribuídas na vegetação de Caatinga (SAMPAIO, 1995) e
Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan e Schinopsis brasiliensis Engl. são as
espécies de grande porte mais comuns na vegetação caducifólia espinhosa no
semi-árido do nordeste brasileiro (ALCOFORADO et al., 2003).
Caesalpinia pyramidalis Tul é considerada uma espécie característica da
Caatinga, de alta densidade, ampla distribuição, florescendo duas vezes por
ano, uma no começo da estação chuvosa e na estação seca. (SAMPAIO,
1995). Andrade (2000) relata que Commiphora leptohploeos (Mart.) J. B. Gillet.
0 10203040
Bignonia
c
eae
Riqueza
Euphorbiaceae
Mimosaceae
Caesalpiniaceae
Fabaceae
Myrtaceae
Boraginaceae
Rubiaceae
Erythroxylaceae
Anacardiaceae
Bignoniaceae
e Bauhinia cheilantha (Bong.) Steud. ocorreram em pelo menos 75% dos
estudos já realizados na vegetação de Caatinga.
Com exceção da Aspidosperma pyrifolium Mart., Commiphora
leptoploeos (Mart.) J. B. Gillet., Maytenus rigida Mart e Ziziphus joazeiro Mart.
as demais espécies de destaque em maior número de áreas são pertencentes
às famílias mais representativas em número de espécies, reforçando o fato de
serem famílias de grande riqueza e boa distribuição.
Das 225 espécies registradas, quatro apresentam ampla incidência (I
80%): Myracrodruon urundeuva (Engl.) Fr. All. (85%) Aspidosperma pyrifolium
Mart. (85%), Jatropha molissima (Pohl) Baill. (80%) e Anadenanthera colubrina
(Vell.) Brenan (80%) (Tabela 5). Apesar de Myracrodruon urundeuva (Engl.) Fr.
All. ter obtido destaque quanto a sua distribuição, a espécie não apresenta
destaque quanto ao número de indivíduos nas áreas de estudo, ao contrário,
possui um dos menores índices quando comparado a outras espécies,
variando de 1 a 49 indivíduos. Myracrodruon urundeuva (Engl.) Fr. All. (aroeira)
é uma das várias espécies regularmente presentes e comercializadas em
mercados públicos sob diversas formas, de amplo uso popular e obtidas a
partir de uma prática extrativista amplamente disseminada na Caatinga
(ALBUQUERQUE e ANDRADE, 2002a; ALBUQUERQUE e ANDRADE, 2002b;
VIEIRA et al., 2002; ALBUQUERQUE et al., 2005) o que pode contribuir para a
extinção da espécie.
O IBAMA classifica Myracrodruon urundeuva (Engl.) Fr. All. como
“vulnerável”, estando inserida na lista vermelha da flora ameaçada de extinção
(MAIA, 2004). São incluídas nesta categoria, as espécies que obedecem aos
seguintes critérios estabelecidos pela IUCN (União Mundial para a Natureza):
espécies as quais a maioria ou todas as populações estejam decrescendo por
causa da exploração demasiada, extensa destruição de seu habitat ou outro
distúrbio ambiental; táxon que têm estado seriamente esgotado ou, cuja
segurança não está assegurada; além daqueles que estão abundantes, mas
estão sob ameaças de sérios fatores adversos por toda a sua abrangência
(MMA, 2005; IBAMA, 2005).
Com distribuição intermediária (20% < I < 80%), encontram-se 33
espécies, destacando-se: Commiphora leptophloeos (Mart.) J. B. Gillet. (75%),
Caesalpinia pyramidalis Tul (75%), Bauhinia cheilantha (Bong.) Steud. (70%),
Schinopsis brasiliensis Engl. (65%), Ziziphus joazeiro Mart. (55%), Spondias
tuberosa Arruda (50%), Maytenus rigida Mart. (50%), Croton sonderianus Mull.
Arg. (45%), Caesalpinia ferrea Mart. (45%) e Mimosa tenuiflora (Willd.) Poir.
(40%) (Tabela 5). Semelhante ao relatado para a Myracrodruon urundeuva
(Engl.) Fr. All., Schinopsis brasiliensis Engl. também pertence à lista vermelha
do IBAMA de espécies ameaçadas de extinção, classificada como vulnerável
(MMA, 2005; IBAMA, 2005) e apresentando baixo número de indivíduos nos
locais de estudo, sendo encontrado de 4 a 51 indivíduos.
A maioria das espécies encontradas são de distribuição restrita (I
20%), totalizando 188 espécies, destacando-se: Tournefortia rubicunda Salzm.
ex. DC. (15%), Senna spectabilis (DC.) H. S. Irwin & Barneby (15%), Senna
macranthera (DC. ex. Collad.) H. S. Irwin & Barneby (15%), Pisonia tomentosa
Casar. (15%) e Mimosa ophthalmocentra Mart. ex. Benth. (15) (Tabela 5). Esse
resultado reforça a grande heterogeneidade florística da Caatinga. Isso torna o
bioma ainda mais rico (SILVA et al., 2003), sendo que a alta diversidade e
heterogeneidade são essenciais para criar estabilidade às condições adversas
da região (MAIA, 2004).
ESPÉCIE OCORRÊNCIA
(%)
DISTRIBUIÇÃO
1 Acacia bahiensis 5
R
2 Acacia farnesiana 5
R
3 Acacia glomerosa 20
I
4 Acacia langsdorfii 5
R
5 Acacia paniculata 5
R
6 Acacia piauhiensis 10
R
7 Acallypha multicaulis 20
I
8 Adenocalymma involucratum 5
R
9 Albizia pol
y
antha 5
R
10 Albizia pol
y
cephala 5
R
11 Allophylus laevigatus 5
R
12 Allophylus quercifolius 30
I
13 Alseis floribunda 5
R
14 Amburana cearensis 20
I
15 Anacardium occidentale 5
R
16 Anadenanthera colubrina 80
A
17 Annona vepretorum 20
I
18 Argythamnia gardneri 5
R
19 Arrabidaea dispar 5
R
20 Aspidosperma multiflorum 5
R
21 Aspidosperma pyrifolium 85
A
22 Astronium fraxinifolium 5
R
23 Auxemma oncocalyx 10
R
24 Balfourodendron molle 5
R
25 Bauhinia acuruana 10
R
26 Bauhinia cheilantha 70
I
27 Bauhinia forficata 5
R
28 Bocoa mollis 10
R
29 Bowdichia virgilioides 10
R
30 Brosimum gaudichaudii 5
R
31 Buchenavia capitata 5
R
32 Byrsonima crassifolia 10
R
33 Byrsonima gardneriana 10
R
34 Caesalpinia calycina 5
R
35 Caesalpinia ferrea 45
I
36 Caesalpinia gardneriana 5
R
37 Caesalpinia leiostachya 5
R
38 Caesalpinia microphylla 15
R
39 Caesalpinia pyramidalis 75
I
40 Callisthene major 5
R
41 Capparis flexuosa 40
I
42 Capparis hastata 5
R
43 Capparis jacobinae 30
I
44 Capsicum parvifolium 5
R
45 Cardiospermum halicacabum 10
R
Tabela 5
. Distribuição de cada espécie presente nos 20 levantamentos
fitossociológicos de Caatinga incluídos neste trabalho. A = ampla, I =
intermediária e R = restrita
ESPÉCIE OCORRÊNCIA
(%)
DISTRIBUIÇÃO
46 Cecropia pachystachya 5
R
47 Cedrela odorata 5
R
48 Ceiba glaziovii 10
R
49 Ceiba pentandra 10
R
50 Celtis membranacea 5
R
51 Cenostigma gardnerianum 5
R
52 Cestrum laevigatum 5
R
53 Chamaecrista eitenorum 5
R
54 Chiococca alba 5
R
55 Chloroleucon foliolosum 5
R
56 Chloroleucon man
g
uense 10
R
57 Clusia paralicola 5
R
58 Cnidoscolus bahianus 5
R
59 Cnidoscolus obtusifolius 15
R
60 Cnidoscolus quercifolius 30
I
61 Cnidoscolus urens 15
R
62 Cnidoscolus vitifolius 5
R
63 Coccoloba mollis 5
R
64 Cochlospermum insigne 15
R
65 Cochlospermum vitifolium 5
R
66 Colubrina cordifolia 5
R
67 Combretum leprosum 5
R
68 Commiphora leptophloeos 75
I
69 Copaifera langsdorffii 5
R
70 Cordia trichotoma 15
R
71 Cordia curassavica 5
R
72 Cordia globosa 15
R
73 Cordia leucocephala 25
I
74 Cordia multispicata 5
R
75 Cordia rufescens 5
R
76 Coutarea hexandra 20
I
77 Cratylia mollis 5
R
78 Croton adenodontus 10
R
79 Croton argyrophylloides 5
R
80 Croton campestris 5
R
81 Croton conduplicatus 10
R
82 Croton jacobinensis 5
R
83 Croton micans 10
R
84 Croton muscicarpa 5
R
85 Croton nepetaefolius 5
R
86 Croton rhamnifolius 15
R
87 Croton sonderianus 45
I
88 Croton urticifolius 5
R
89 Dalbergia cearensis 15
R
90 Derris campestris 5
R
91 Enterolobium contortisiliquum 5
R
92 Ephedranthus pisocarpus 5
R
93 Erythrina velutina 5
R
94 Erythroxylum betulaceum 5
R
95 Erythroxylum caatingae 5
R
96 Erythroxylum maracasense 5
R
97 Erythroxylum pauferrense 5
R
98 Erythroxylum pungens 10
R
99 Erythroxylum revolutum 15
R
100 Erythroxylum subrotundum 5
R
101 Eugenia candolleana 5
R
102 Eugenia flava 5
R
103 Eugenia punicifolia 5
R
ESPÉCIE OCORRÊNCIA
(%)
DISTRIBUIÇÃO
105 Euphorbia phosphorea 5
R
106 Fraunhofera multiflora 5
R
107 Gaya aurea 5
R
108 Geoffroea spinosa 5
R
109 Gomphrena vaga 5
R
110 Guapira laxa 20
I
111 Guapira noxia 10
R
112 Guazuma ulmifolia 5
R
113 Guettarda angelica 15
R
114 Guettarda sericea 5
R
115 Helicteres macropetala 5
R
116 Helicteres muscosa 5
R
117 Helicteres velutina 5
R
118 Heteropterys discolor 5
R
119 Hymenaea aurea 5
R
120 Hymenaea courbaril 5
R
121 Hymenaea eriogyne 5
R
122 Hymenaea martiana 10
R
123 Inga bahiensis 5
R
124 Inga fagifolia 5
R
125 Inga vera 5
R
126 Ipomoea carnea 5
R
127 Jacaranda caoba 5
R
128 Jatropha mollissima 80
A
129 Jatropha mutabilis 15
R
130 Jatropha ribifolia 5
R
131 Lantana caatinguensis 5
R
132 Lantana camara 10
R
133 Lantana spinosa 10
R
134 Lippia gracilis 5
R
135 Luehea ochrophylla 5
R
136 Luetzelburgia auriculata 5
R
137 Machaerium angustifolium 5
R
138 Ma
g
onia pubescens 5
R
139 Manihot caerulescens 5
R
140 Manihot dichotoma 20
I
141 Manihot glaziovii 20
I
142 Manihot palmata 5
R
143 Mansoa hirsuta 5
R
144 Maprounea guianensis 10
R
145 Maytenus rigida 50
I
146 Melochia tomentosa 15
R
147 Mimosa arenosa 35
I
148 Mimosa bimucronata 5
R
149 Mimosa caesalpiniifolia 10
R
150 Mimosa lepidophora 5
R
151 Mimosa nigra 25
I
152 Mimosa ophthalmocentra 15
R
153 Mimosa pigra 5
R
154 Mimosa tenuiflora 40
I
155 M
y
racrodruon urundeuva 85
A
156 Myrcia retorta 5
R
157 Myrciaria ferruginea 5
R
158 Oxalis insipida 5
R
159 Oxandra reticulata 5
R
160 Parapiptadenia zenthneri 35
I
161 Parkia platycephala 5
R
162 Paullinia pinnata 5
R
ESPÉCIE OCORRÊNCIA
(%)
DISTRIBUIÇÃO
163 Pavonia glazioviana 5
R
164 Peixotoa jussieuana 5
R
165 Peltogyne pauciflora 5
R
166 Phyllanthus chacoensis 5
R
167 Pilocarpus jaborandi 5
R
168 Piptadenia moniliformis 5
R
169 Piptadenia obliqua 10
R
170 Piptadenia stipulacea 30
I
171 Piptadenia viridiflora 5
R
172 Pisonia tomentosa 15
R
173 Pithecellobium diversifolium 20
I
174 Plathymenia reticulata 5
R
175 Platypodium elegans 5
R
176 Poeppigia procera 10
R
177 Pseudobombax marginatum 5
R
178 Pseudobombax simplicifolium 25
I
179 Psidium albidum 5
R
180 Psidium decussatum 5
R
181 Psidium persoonii 5
R
182 Psidium riparium 5
R
183 Pterodon abruptus 5
R
184 Ptilochaeta bahiensis 10
R
185 Qualea grandiflora 5
R
186 Randia nitida 10
R
187 Rhamnidium molle 5
R
188 Rollinia leptopetala 10
R
189 Sapium glandulatum 5
R
190 Sapium lanceolatum 5
R
191 Sapium montevidense 20
I
192 Sapium sceleratum 5
R
193 Schinopsis brasiliensis 65
I
194 Schinopsis glabra 5
R
195 Schoepfia brasiliensis 5
R
196 Sebastiania macrocarpa 5
R
197 Senna acuruensis 5
R
198 Senna bicapsularis 5
R
199 Senna cearensis 5
R
200 Senna gardneri 5
R
201 Senna macranthera 15
R
202 Senna rizzinii 5
R
203 Senna spectabilis 15
R
204 Siderox
y
lon obtusifolium 25
I
205 Simaba cuneata 5
R
206 Simarouba versicolor 5
R
207 Spondias cythera 5
R
208 Spondias tuberosa 50
I
209 Stillingia trapezoides 5
R
210 Swartzia flaemingii 5
R
211 Tabebuia impeti
g
inosa 30
I
212 Tabebuia spongiosa 10
R
213 Thiloa glaucocarpa 10
R
214 Tocoyena formosa 10
R
215 Tournefortia rubicunda 15
R
216 Waltheria ferruginea 5
R
217 Wedelia alagoensis 5
R
218 Ximenia americana 30
I
219 Ximenia coriacea 5
R
220 Xylosma ciliatifolium 5
R
ESPÉCIE OCORRÊNCIA
(%)
DISTRIBUIÇÃO
221
Zanthoxylum hamadryadicum
5
R
222
Zanthox
y
lum rhoifolium
10
R
223
Zanthoxylum stelligerum
10
R
224
Ziziphus joazeiro
55
I
225
Ziziphus undulata
5
R
4.2. Riqueza de espécies úteis e Importância Relativa
A partir da inclusão das espécies em categorias utilitárias, 122 espécies
foram consideradas úteis, correspondendo a 54,22% do total de espécies
(Tabela 6). É possível que o número de espécies úteis seja ainda maior, uma
vez que os dados não foram obtidos a partir de estudos etnobotânicos em cada
uma das áreas, salvo o estudo realizado por Albuquerque et al. (2005).
Verificou-se, também, uma expressiva correlação entre a riqueza total com a
riqueza de espécies úteis (rs=0,50; p<0,05), ou seja, com o aumento da riqueza
total de espécies há também um incremento de plantas úteis. De acordo com
Salick et al. (1999) estudos mais detalhados devem ser desenvolvidos no
sentido de testar se, de fato, a biodiversidade de espécies úteis é uma função
da biodiversidade total. Segundo os autores, se a biodiversidade total e plantas
úteis estão correlacionadas, e as pessoas acham que a biodiversidade é
importante por causa do uso, recomenda-se dar mais atenção à conservação
desses recursos.
Em todos os níveis de distribuição encontraram-se espécies úteis: 100%
das espécies amplas, 87,87% das intermediárias e 66,91% das restritas,
evidenciando diferentes utilidades diretas e indiretas dos recursos florestais na
caatinga, visão esta que até um tempo atrás não existia (MAIA, 2004). É
importante observar o grande percentual de plantas úteis com distribuição
restrita, o que sugere a necessidade de estudos sistemáticos para identificar a
que pressões estão submetidas essas espécies, uma vez que, dado a
particularidade de sua distribuição, determinados tipos de uso podem afetar a
estrutura das populações.
FAMÍLIA ESPÉCIE NOME VULGAR
Amaranthaceae
Gomphrena vaga
Alento.
A
Anacardiaceae
Anacardium occidentale Caju, caju-roxo, acajaíba, acaju, acajuiba, caju-
banana, caju-da-praia, caju-manso, caju-
manteiga, cajueiro, manteiga, oacaju.
ABC - E-GH-
Astronium fraxinifolium Aroeira-do-campo, aroeira-do-carrasco, aroeira-
vermelha, chibata, chibatan, gonçalo-alves, sete-
cascas, ubata.
A- - -E--H-
Myracrodruon urundeuva
(= Astronium urundeuva )
Aroeira
ABC - EF - HI
Schinopsis brasiliensis Braúna, baraúna, braúna-do-sertão, braúna-
parda.
ABC DEFGHI
Schinopsis glabra
-
--- ------
Spondias cythera
Cajarana, acaíba, acajá, acajaíba, taperiba.
A-CDE--H-
Spondias tuberosa Umbu, ambu, imbu, imburana-da-cambão,
imbuzeiro, ombu, ombuzeiro, umbuzeiro.
ABC - E-G- I
Annonaceae
Annona vepretorum
-
--C-----I
Ephedranthus pisocarpus
-
--- ------
TIPOS DE USOS
Tabela 6. Tipos de usos das espécies presentes nos 20 levantamentos fitossociológicos da Caatinga incluídos neste trabalho. Categorias de
uso: A = medicinal, B = combustível (carvão e lenha), C = alimentação humana, D = ornamentação, E = madeira (construção), F = produção
de taninos, G = apícolas, H = outros (fibras, gomas, látex, cera, resina, veneno) e I = forragem. Fonte: BRAGA, 1960; RIZZINI, 1976;
CORRÊA, 1978; ALBUQUERQUE e ANDRADE, 2002, ALBUQUERQUE e ANDRADE, 2002; ALMEIDA e ALBUQUERQUE, 2002; SILVA E
ALBUQUERQUE, 2005; LUCENA, 2005; ALBUQUERQUE et al., 2005: MAIA, 2005)
FAMÍLIA ESPÉCIE NOME VULGAR
Annonaceae Oxandra reticulata
Atinha.
-- - ------
Rollinia leptopetala Araticum, ata-brava, atinha, banana-de-macaco,
bananinha, banana-de-macaco, bananinha-de-
quemquem, fruta-de-macaco, pereiro.
-- - ------
Apocynaceae
Aspidosperma multiflorum
-
-- - ------
Aspidosperma pyrifolium Pau-pereiro, pereiro, pereiro-branco, pereiro-de-
saia, pereiro-preto, pereiro-vermelho, peroba-
paulista, peroba-rosa, trevo.
ABC DE- -HI
Asteraceae
Wedelia alagoensis
-
-- - ------
Bignoniaceae
Adenocalymma involucratum -
-- - ------
Arrabidaea dispar
Cipó-camarão, malvisco.
-- -D-----
Jacaranda caroba Caroba-miúda, caroba-do-carrasco, carobinha do
campo, camboté.
AB-D----I
Mansoa hirsuta
Alho-branco, alho-bravo.
-- - ------
Tabebuia impetiginosa
(=Tabebuia avellanedae)
Cabroe, caixeta, ipe, ipe-cavata, ipe-comum, ipe-
contra-sarna, ipe-de-mata, ipe-de-empigem, ipe-
de-minas, ipe-preto, ipe-rosa, ipe-rosa-de-folha-
larga, ipe-rosado, ipe-roseo, ipe-roxo, ipe-roxo-de-
casca-lisa, ipe-roxo-da-mata, ipe-roxo-de-bola, ipe
-
roxo-do-grande, ipe-una, ipeuna, lapacho, lapacho
-
negro, pau-cachorro, pau-caixeta, pau-d'arco, pau
-
d'arco-roxo, pau-d'arco-rosa, pau-de-tamanco,
pau-de-viola, peuva, piuna, piuna-roxa, piuva,
piuva-preta, tabebuia, tabebuia-do-brejo,
tamanqueira.
A- - DEFG--
TIPOS DE USOS
FAMÍLIA ESPÉCIE NOME VULGAR
Bignoniaceae Tabebuia spongiosa
-
--- ------
Bombacaceae
Ceiba glaziovii Barriguda.
A- - D---H-
Ceiba pentandra
Barriguda-branca.
A-C -E--HI
Pseudobombax marginatum -
--- ------
Pseudobombax simplicifolium
Burucu, embirucu, imbirucu, imburucu.
--- -E----
Boraginaceae
Auxemma oncocalyx
Pau-branco.
AB - - EF - - I
Cordia trichotoma
Frei jorge
-BC -E-- -I
Cordia curassavida
Balieira, maria-preta, pimenteira.
A- - -E-- - I
Cordia globosa Maria preta
-B- -E-- --
Cordia leucocephala
Moleque-duro, moleque.
-BC -E-- --
Cordia multispicata
-
--- ------
Cordia rufescens
-
--- ------
Tournefortia rubicunda
-
--- ------
Burseraceae
Commiphora leptophloeos
(= Bursera leptophloeos )
Emburana, umburana, imburana-de-cambão.
ABC - E- - - I
Caesalpiniaceae
Bauhinia acuruana
-
--- ------
Bauhinia cheilantha Mororó,merosa, mororó-de-boi, mororó-de-sertão,
mororó-verdadeiro, pata-de-vaca.
ABC DE- - - I
Bauhinia forficata Capa-bode, mão-de-vaca, miroró, mororó, mororó
-
de-es
p
inho, unha-de-boi, unha-de-vaca.
AB - - E- G- I
Caesalpinia calycina
-
--- ------
Caesalpinia ferrea
Jucá, pau-ferro.
AB - DEF- - I
Caesalpinia gardneriana
Catingueira .
ABC DE- - - -
TIPOS DE USOS
FAMÍLIA ESPÉCIE NOME VULGAR
Caesalpiniaceae
Caesalpinia leiostachya Giuna, ibira-obi, imira-ita, juca, muira-ita, muira-
obi, muirapixuma, murure, pau-ferro, pau-ferro-da-
mata, pau-ferro-do-norte, pau-ferro-verdadeiro,
quebra-foice, quiriripiranga.
AB - - E- - - I
Caesalpinia microphylla Catinga-de-porco, catingueiro-das-folhas-miúdas,
catingueiro-de-porco, catingueiro-rasteira.
--- ------
Caesalpinia pyramidalis
Catingueira-rasteira, catingueira.
ABC - E-G- -
Cenostigma gardnerianum
-
--- ------
Chamaecrista eitenorum
-
--- ------
Copaifera langsdorffii Copaíba-vermelha, pau-óleo-de-copaíba, pau-
óleo-do-sertão.
--C-E--H-
Hymenaea aurea
-
--- ------
Hymenaea courbaril
Jatobá, jataí, jutaí.
ABC - E- -H-
Hymenaea eriogyne
Jatobá, jatobá-batinga.
--- ------
Hymenaea martiana
Jatobá, jatobá-de-casca-fina.
ABC - E- -H-
Peltogyne pauciflora
Buranhe, imburanhe, resineiro.
--- ------
Poeppigia procera
Lava-cabelo, sabonete, sussarana.
--- ------
Senna acuruensis Canela-de-velho.
--- ------
Senna bicapsularis
-
--- ------
Senna cearensis
-
--- ------
Senna gardneri -
--- ------
Senna macranthera
(= Cassia macranthera )
-
-B- D--- --
Senna rizzinii
-
--- ------
Senna spectabilis
Canafístula.
AB - D - - - - -
Capparaceae
Capparis flexuosa
Feijão-de-boi, feijão-bravo.
A-C -E-- - I
TIPOS DE USOS
FAMÍLIA ESPÉCIE NOME VULGAR
Capparaceae
Capparis hastata
(= Capparis cynophallophora )
Feijão-de-boi.
-BC -E---I
Capparis jacobinae
Icó, incó.
ABC -E----
Cecropiaceae
Cecropia pachystachya
-
--C-----I
Celastraceae
Fraunhofera multiflora
-
-- - ------
Maytenus rigida Bom-nome, bom homem, bonome, cabelo-de-
negro, casca-grossa, pau-de-colher.
AB - - E- - - -
Clusiaceae
Clusia paralicola
Gameleira.
-B- - --- --
Cochlospermaceae
Cochlospermum insigne
Pacoté.
A- - - -- -H-
Cochlospermum vitifolium
Algodão, algodão-bravo.
-B- D--- --
Combretaceae Buchenavia capitata
-
-- - ------
Combretum leprosum
Cipoaba, mofumbo, mufumbo.
AB - - - - - - -
Thiloa glaucocarpa
Supaúba.
-B- -E-- --
Convolvulaceae
Ipomoea carnea
-
-- - ------
Erythroxylaceae
Erythroxylum betulaceum
-
-- - ------
Erythroxylum caatingae
-
-- - ------
Erythroxylum maracasense
-
-- - ------
Erythroxylum pauferrense
-
-- - ------
Erythroxylum pungens
-
-- - ------
Erythroxylum revolutum
-
-- - ------
Erythroxylum subrotundum
-
-- - ------
Euphorbiaceae
Acallypha multicaulis
-
-- - ------
TIPOS DE USOS
FAMÍLIA ESPÉCIE NOME VULGAR
Euphorbiaceae
Argythamnia gardneri
-
-- - ------
Cnidoscolus bahianus
-
-- - ------
Cnidoscolus obtusifolius
-
-- - ------
Cnidoscolus quercifolius
(= Cnidoscolus phyllacanthus)
Favela, faveleira.
ABC - - - -HI
Cnidoscolus urens
Urtiga.
A- - - -- - - -
Cnidoscolus vitifolius
Urtigão.
A- - - -- - - -
Croton adenodontus
-
-- - ------
Croton argyrophylloides
Sacatinga, marmeleiro-branco.
A- - -E-- --
Croton campestris Velame, velame-do-campo, velame verdadeiro.
AB - - - -GHI
Croton conduplicatus
-
-- - ------
Croton jacobinensis
-
-- - ------
Croton micans
-
-- - ------
Croton muscicarpa
-
-- - ------
Croton nepetaefolius
-
-- - ------
Croton rhamnifolius
Velame, catinga-branca.
AB- -E---I
Croton sonderianus Marmeleiro, marmeleiro-branco, marmeleiro-preto.
AB - - E- - - -
Croton urticifolius
-
-- - ------
Euphorbia phosphorea Cumanan, cunana, mandacaru-de-leite, paqu-de-
leite.
A- - - -- -H-
Jatropha mollissima
(=Jatropha pohliana)
Pinhão-manso, pinhão-brabo.
AB - - E- - H-
Jatropha mutabilis
-
-- - ------
Jatropha ribifolia
-
-- - ------
Manihot caerulescens Mandioca-braba, mandioca-de-viado, maniçoba,
maniçoba, maniçoba-brava, maniçoba-de-veado,
maniçoba-von-gruna.
-- - ------
Manihot dichotoma
Maniçoba
-- - -E----
Manihot glaziovii
Maniçoba, maniçoba-do-ceará, maniva.
-- - -E--HI
TIPOS DE USOS
FAMÍLIA ESPÉCIE NOME VULGAR
Euphorbiaceae Manihot palmata
Amarelo, amargoso, bandeirinha, caboclo.
--C ----HI
Maprounea guianensis
-
-- - ------
Phyllanthus chacoensis
-
-- - ------
Sapium glandulatum
-
-- - ------
Sapium lanceolatum
-
-- - -E--H-
Sapium montevidense
-
-- - ------
Sapium sceleratum
Burra-leiteira.
-- - -E--H-
Sebastiania macrocarpa
Brandão, purga-de-leite.
A- - -E--H-
Stillingia trapezoides
-
-- - ------
Fabaceae
Amburana cearensis Amburana, amburana-de-cheiro, cerejeira,
cerejeira-rajada, cumare, cumaru, cumaru-das-
caatingas, cumaru-de-cheiro, cumaru-do ceará,
cumaru-do-nordeste, cumbaru, cumbaru-das-
caatingas, emburana, imburana, imburana-de-
cheiro, imburana-mansa, umburana, umburana-de
-
cheiro, umburana-macho.
ABC DE-GHI
Bocoa mollis
Brinquinho.
-- - ------
Bowdichia virgilioides
Sucupira, sucupirucu-parda.
A-C-E---I
Cratylia mollis
Camaratuba.
-- - ------
Dalbergia cearensis Jacarandá-cega-machado, jacarandá-violeta, pau-
violeta, violeta, violete.
-B- -E-- --
Derris campestris
-
-- - ------
Erythrina velutina Mulungu, bico-de-papagaio, canivete, eritrina-
molungu, suina.
A- CDEFGHI
Geoffroea spinosa
(= Geoffroea striata)
Mari, marizeira, umari, umarizeira.
A-C-----I
Luetzelburgia auriculata
-
-B- - ---HI
Machaerium angustifolium Espinheiro, jacaranda-bico-de-pato, piquia-pedra,
sete-capotes.
AB - DE- - H-
TIPOS DE USOS
FAMÍLIA ESPÉCIE NOME VULGAR
Fabaceae
Platypodium elegans Chorão, jacarandá-banana, jacarandá-branco,
jacarandazinho.
-- - -E----
Pterodon abruptus
-
-- - -----
-
Swartzia flaemingii Angelim-banana, jacarandá-banana, jacarandá-
branco-do-litoral,
j
acarandá-do-cam
p
o.
-- - -E----
Flacourtiaceae
Xylosma ciliatifolium
Espinho de judeu.
-- - ------
Malpighiaceae
Byrsonima crassifolia
Muricí.
A- C -EF- --
Byrsonima gardneriana
-
-- - ------
Heteropterys discolor
-
-- - ------
Peixotoa jussieuana
-
-- - ------
Ptilochaeta bahiensis
-
-- - ------
Malvaceae
Gaya aurea
-
-- - ------
Pavonia glazioviana
-
-- - ------
Meliaceae
Cedrela odorata Cedro, acuju, cedro-pardo, cedro-rosa, cedro-
vermelho.
A- - -E--H-
Mimosaceae
Acacia bahiensis Coração-de-mulato, espinheiro,
j
urema-branca.
-- - ------
Acacia farnesiana Arapiraca, aromita, corona christi, coronha,
espinheiro, espinilho, esponja, esponjinha,
vinhatico-de-espinho, jurema-branca.
AB - DEF - HI
Acacia glomerosa Brauna-mongo, espinheiro, espinheiro-preto,
mucitaiba-mongo.
-- - ------
Acacia langsdorfii
-
--- -----I
Acacia paniculata
Serra-goela, unha-de-gato.
AB-D----I
Acacia piauhiensis
Jurema-branca, calombi-branco.
-B- -E-- --
TIPOS DE USOS
FAMÍLIA ESPÉCIE NOME VULGAR
Mimosaceae
A
lbizia polyantha
(= Pithecolobium multiflorum )
Canafístula, muquem.
AB - - E- - HI
Anadenanthera colubrina
(= Anadenanthera macrocarpa,
Piptadenia macrocarpa )
Angico, angico-amarelo, angico-brabo, angico-
branco, angico-branco-liso, angico-bravo, angico-
cambuí, angico-castanho, angico-cedro, angico-
coco, angico-de-caroço, angico-de-casca, angico-
de-curtume, angico-do-banhado, angico-do-
campo, angico-do-mato, angico-dos-montes,
angico-escuro, angico-fava, angico-jacaré, angico-
liso, angico-mama-de-porco, angico-manso,
angico-preto, angico-preto-rajado, angico-rajado,
angico-rosa, angico-verdadeiro, angico-
vermelhos, aperta-ruão, arapiraca, brincos-de
sagui, brincos-de-saui, cambui, cambui-angico,
cambui-branco, cambui-ferro, cambui-vermelho,
cauvi, curupai, curupaiba, guarapiraca, guarucaia,
monjoleiro, parica.
AB - - EF - HI
Chloroleucon foliolosum
-
-- - ------
Chloroleucon manguense
(= Pithecellobium parviflorum)
Arapiraca.
-- - ------
Enterolobium contortisiliquum Orelha-de-macaco, orelha-de-negro, orelha-de-
preto, pacara, pau-de-sabão, tambare, tamboril,
tambori, tamboril-do-campo, tambure, timbaiba,
timbauba, timbauva, timbo, timbouva, timburi,
vinhatico-flor-de-algodão, ximbo.
A-C -E--H-
Inga bahiensis
Inga-cipó.
-B- -----I
Inga fagifolia
Inga
-B- -E---I
Inga vera
Guabé, guaginiquil.
ABC DE---I
TIPOS DE USOS
FAMÍLIA ESPÉCIE NOME VULGAR
Mimosaceae
Mimosa arenosa
(=
Mimosa
malacocentra
)
Avoador, calumbi, jurema, rompe-gibão, unha-de-
gato, rasga-beiço.
A- - -E-- --
Mimosa bimucronata
Espinheiro, espinheiro-de-cerca, espinheiro-de-
marica, silva.
-- - -E----
Mimosa caesal
p
iniifolia
Cebia, sabiá, sansão-do-cam
p
o, unha-de-
g
ato.
ABC DE-G-
I
Mimosa lepidophora
-
-- - ------
Mimosa nigra
-
AB - - E- - - I
Mimosa ophthalmocentra
-
-- - ------
Mimosa pigra
Juquirí, calumbí-d'água.
A- - - --- - I
Mimosa tenuiflora
(= Mimosa hostilis)
Jurema-preta, calumbi, espinheiro, jurema.
AB - - E-G- I
Parapiptadenia zenthneri
(= Piptadenia zehntneri
)
Angico-branco, angico-liso, angico, guanabira,
inhambira,angico-monjola.
-B- -E-- -I
Parkia platycephala
Badoqueiro, fava-de-boi, fava-de-bolota,faveira,
faveira-beloco, faveira-de-bolota, pracari, sabiu,
visgueiro.
-- - -E----
Piptadenia moniliformis
Angico-de-bezerro, jurema-preta, ramo-de-
bezerro.
-B -EF- -I
Piptadenia obliqua
-
-- - ------
Piptadenia stipulacea
Carcará, rasga-beiço, jurema-branca, calombi.
AB - - E- - - I
Piptadenia viridiflora
Icarape, soroca, surucucu.
-B- - --- -
Pithecellobium diversifolium
Espinheiro, carcarazeiro, jurema, hurema-branca.
A- - -E-- - I
Albizia polycephala
Bonome, camondongo, camunzé,cazeze.
ABC - E-G- I
Plathymenia reticulata
Acende-candeia, vinhatico, pericazinho.
-B- -E-- -I
Moraceae
Brosimum gaudichaudii
Conduru, inhare, mamica-de-cadela.
A-C -E-- --
Myrtaceae
Eugenia candolleana
-
-- - ------
Eugenia flava
-
-- - ------
TIPOS DE USOS
FAMÍLIA ESPÉCIE NOME VULGAR
Myrtaceae Eugenia punicifolia
-
-- - ------
Eugenia uvalha
Ubaia.
-BC -E---I
Myrcia retorta
-
-- - ------
Myrciaria ferruginea
-
-- - ------
Psidium albidum
Araçá-branco.
-BC - --G--
Psidium decussatum
-
-- - ------
Psidium persoonii
-
-- - ------
Psidium riparium
-
-- - ------
Nyctaginaceae
Guapira laxa
Piranha.
A- - -E-- --
Guapira noxia
-
-- - ------
Pisonia tomentosa
João-mole.
-B-DE---I
Olacaceae
Schoepfia brasiliensis
-
-- - ------
Ximenia americana
Ameixa.
ABC -E---I
Ximenia coriacea
Ameixa, ameixa-brava, ameixa-do-mato.
A-C -E---I
Oxalidaceae
Oxalis insipida
Chumbinho, cardo-santo.
--C------
Polygonaceae
Coccoloba mollis
Cabuçu.
A- C -E- - --
Rhamnaceae
Colubrina cordifolia
-
-- - ------
Rhamnidium molle
-
-- - ------
Ziziphus joazeiro Juá, enjuá, joa, joazeiro, juá-bravo, juá-de-boi, juá
-
espinho, juá-fruta, juá-mirim, juazeiro, loquia,
laranjeira-de-vaqueiro.
ABC DE-GHI
Ziziphus undulata
--C -----I
Rubiaceae
Alseis floribunda
-
-- - ------
TIPOS DE USOS
FAMÍLIA ESPÉCIE NOME VULGAR
Rubiaceae
Chiococca alba
Caninana, raiz preta, cainca.
A- - - -- - - -
Coutarea hexandra
Quina-quina.
A- - - -- - - -
Guettarda angelica
Angélica-brava.
AB - - E- - - -
Guettarda sericea
-
-- - ------
Randia nitida
(= Randia armata)
-
AB - DE- - - -
Tocoyena formosa Jenipapim.
-- - ------
Rutaceae
Balfourodendron molle Farinha-seca, farinha-seca-branca, gramixinga,
guarataia, guataia, guataio, guatambu, guatambu-
branco, guaximinga, marfim, mucambo, pau-
cetim, pau-chumbo, pau-liso, pau-marfim, pau-
pombo, pequia-branco, pequia-mamão, pequia-
mamona, pequia-marfim, pereiro-preto.
-B- -E-- --
Pilocarpus jaborandi
Jaborandi, jaborandi-da-folha-grande.
A- - - -- - - -
Zanthoxylum hamadryadicum
-
-- - ------
Zanthoxylum rhoifolium
(= Fagara rhoifolia)
-
AB - - E- - - -
Zanthoxylum stelligerum
-
-- - ------
Sapindaceae
Allophylus laevigatus
-
-- - ------
Allophylus quercifolius
-
-- - ------
Cardios
p
ermum halicacabum Rama, cora
ç
ão da índia, cama
p
um, balãozinho.
A-C D-----
Magonia pubescens
(= Magonia glabrata)
Tingui
A- - DE- -H-
Paullinia pinnata
Mata-fome.
A- - - -- -H-
TIPOS DE USOS
FAMÍLIA ESPÉCIE NOME VULGAR
Sapotaceae
Sideroxylon obtusifolium
(= Bumelia obtusifolia , Bumelia
sartorum )
Quixaba, coca, coronilha, macaranduba-da-praia,
miri, quixabeira, rompe-gibão, sacutiaba,
sapotiaba.
ABC -E----
Simaroubaceae
Simaba cuneata
-
-- - ------
Simarouba versicolor Caraíba, mata-cachorro, mata-menino,
paparauba, paraiba, pau-caixeta, pau-paraiba, pé-
de-perdiz, perdiz, pitombeira-de-marajo, simaruba
-
do-Brasil.
A-C -E--HI
Solanaceae
Capsicum parvifolium
Pimenta-de-passarinho, pimentinha.
-B- -E---I
Cestrum laevigatum
Dominguinha.
A- - D---H-
Sterculiaceae
Guazuma ulmifolia
Mutamba, embira, periquiteira.
A-C -E--HI
Helicteres macropetala
-
-- - ------
Helicteres muscosa
Saca-rolha.
-- - ------
Helicteres velutina
-
-- - ------
Melochia tomentosa
Vermelhinho, malva.
A- - - -- - - -
Waltheria ferruginea
-
-- - ------
Tiliaceae
Luehea ochrophylla
-
-- - ------
Ulmaceae
Celtis membranacea
-
-- - ------
Verbenaceae
Lantana camara Camara, camara-chumbinho, camara-de-cheiro,
camara-de-espinho, camara-miudo-de-espinho,
camara-verdadeiro, camara-vermelho, cambara,
cambara-de-duas-cores, cambara-de-folha-
grande, chumbinho, chumbinho-roxo.
AB - D - -GH-
TIPOS DE USOS
FAMÍLIA ESPÉCIE NOME VULGAR
Verbenaceae Lantana caatinguensis
-
--- ------
Lantana spinosa
-
--- ------
Lippia gracilis
-
--- ------
Vochysiaceae
Callisthene major Carvoeira, itapicuru, itapiuna, jacaré-mirim, pau-
terra-do-mato, tiriba.
-B- -E-- --
Qualea grandiflora
-
A- - -EF- --
TIPOS DE USOS
A categoria de uso que reuniu maior número de espécies foi madeira
para construção (70,49% das espécies encontradas). Durabilidade e
disponibilidade são as mais importantes características para uso de madeira
para construção e em geral a densidade da madeira é considerada uma
característica importante para a escolha de algumas espécies (LUCENA et al.,
2005). A segunda categoria mais importante é Medicinal em termos de riqueza
de espécies (65,57%). O uso de plantas medicinais é uma prática comum no
Brasil, a qual têm sido transmitida de geração em geração (SILVA et al., 2001)
e na Caatinga, a pobreza e as dificuldades encontradas em tentar usar os
serviços de saúde oficiais do governo contribuem para essa prática (LUCENA
et al., 2005). A terceira categoria mais importante é combustível (54,91%).
Tradicionalmente na caatinga a produção de lenha era um subproduto da
abertura de pastos, com o tempo tornou-se uma atividade independente para a
produção de combustível (SAMPAIO, 2002) (Figura 4). Espécies como
Myracrodruon urundeuva (Engl.) Fr. All. são utilizadas como combustível nas
atividades domésticas (LUCENA et al., 2005).
Figura 4. Riqueza de espécies úteis por Categoria de uso na Caatinga no
Nordeste do Brasil.
As famílias com maior número de espécies úteis foram: Mimosaceae
(24), Euphorbiaceae (15), Caesalpiniaceae (12) e Fabaceae (9) (Tabela 7), que
correspondem às famílias mais representativas, confirmando-se o registro do
uso dessas famílias por comunidades na Caatinga em levantamentos
etnobotânicos (ALMEIDA et al., 2005; ALBUQUERQUE e ANDRADE, 2002a).
0
20
40
60
80
100
Madeireiro
Medicinal
Combustível
Forragem
Alimentação
humana
Outros usos
Ornamentação
Apícolas
Produção de
taninos
Categorias de uso
Riqueza
FAMÍLIA Nº ESPÉCIES TOTAIS ÚTEIS NÃO ÚTEIS
Amaranthaceae 1 1 -
Anacardiaceae 7 6 1
Annonaceae 4 1 3
Apocynaceae 2 1 1
Asteraceae 1 - 1
Bignoniaceae 6 3 3
Bombacaceae 4 3 1
Boraginaceae 8 5 3
Burseraceae 1 1 -
Caesalpiniaceae 26 11 14
Capparaceae 3 3 -
Cecropiaceae 1 1 -
Celastraceae 2 1 1
Clusiaceae 1 1 -
Cochlospermaceae 2 2 -
Combretaceae 3 2 1
Convolvulaceae 1 - 1
Erythroxylaceae 7 - 7
Euphorbiaceae 34 15 19
Fabaceae 13 9 4
Flacourtiaceae 1 - 1
Malpighiaceae 5 1 4
Malvaceae 2 - 2
Meliaceae 1 1 -
Mimosaceae 31 24 7
Moraceae 1 1 -
Myrtaceae 10 2 8
Nyctaginaceae 3 2 1
Olacaceae 3 2 1
Oxalidaceae 1 1 -
Polygonaceae 1 1 -
Rhamnaceae 4 2 2
Rubiaceae 7 4 3
Rutaceae 5 3 2
Sapindaceae 5 3 2
Sapotaceae 1 1 -
Simaroubaceae 2 1 1
Solanaceae 2 2 -
Sterculiaceae 6 2 4
Tiliaceae 1 - 1
Ulmaceae 1 - 1
Verbenaceae 4 1 3
Vochysiaceae 2 2 -
Tabela 7
. Riqueza de famílias presentes nos 20
levantamentos de Caatinga, no Nordeste do Brasil, incluídos
neste trabalho
as famílias que obtiveram maior número de categorias de usos, são
também as mais representativas da Caatinga: Anacardiaceae (9), Fabaceae e
Rhamnaceae (8), Apocynaceae e Mimosaceae (7), Caesalpiniaceae (6) e
Euphorbiaceae contribuindo com 5 categorias, com a exceção de Rhamnaceae
e de Apocynaceae que se destacaram pela presença de Aspidosperma
pyrifolium Mart. e Ziziphus joazeiro Mart., respectivamente.
Os resultados indicam que, de modo geral, as plantas e famílias mais
importantes quanto à utilidade sejam as mais abundantes e/ou bem distribuídas
na Caatinga. Todavia, segundo Lucena (2005) nem sempre a espécie mais
importante quanto ao uso é a mais abundante. Os dados obtidos concordam
com o observado por Lucena (2005).
A espécie com maior número de usos foi Schinopsis brasiliensis Engl.
(9), que por sua vez apresentou maior Importância Relativa (IR=1), classificada
neste estudo como de distribuição intermediária. Seu nome (baraúna) indígena
já demonstra o antigo conhecimento dessa planta pelos habitantes do nordeste
(MAIA, 2004). Porém, Lucena (2005) relata que nem sempre o uso da
Schinopsis brasiliensis Engl. é real, mas sim cognitivo. Todavia, segundo
Portaria nº 37 de 03/04/1992 do IBAMA Schinopsis brasiliensis Engl. está em
perigo de extinção, sendo proibido seu corte (IBAMA, 2004). Além desta,
Ziziphus joazeiro Mart. (8), Erythrina velutina Willd. (8) e Amburana cearensis
(Allemão) A. C. Sm. (8) também se destacaram quanto aos seus usos.
Pode-se observar que a maioria da riqueza de espécies úteis se
concentra na classe de importância relativa 1 (0,1 – 0,3), seguida pela classe 2
(0,4 – 0,6) e classe 3 (0,7 – 1) (Figura 5).
Figura 5. Classes de Valor de Importância das Espécies da Caatinga no
Nordeste do Brasil.
Não houve correlação entre Importância Relativa das espécies com a
Freqüência Relativa (rs=0,15, p=0,16) e a Densidade Relativa (rs=0,10,
p=0,34). Ferraz (2004), relacionando os parâmetros de disponibilidade
(abundância, freqüência, dominância e índice de valor de importância) com o
valor de uso (outra medida da importância relativa) em região semi-árida,
também encontrou uma correlação nula, ou seja, não há correlação entre valor
de uso de uma espécie e a sua disponibilidade. Silva e Albuquerque (2005), em
estudos de plantas medicinais lenhosas da Caatinga encontraram, que a
importância relativa de uma espécie está negativamente correlacionada com a
densidade relativa e a freqüência relativa. Contrariamente é o que acontece em
florestas úmidas, como relatado por Cunha e Albuquerque (2005) que
demonstraram que as espécies com maior Freqüência Relativa são as de
maior Importância Relativa.
Fica evidente a importância de tais dados que servem de subsídios para
o manejo sustentável e a conservação desse bioma. Cada estudo, em cada
área em particular pode apresentar dados e resultados diferenciados, o que
levaria a planos de manejo e conservação também diferenciados.
0
20
40
60
80
0,1 - 0,3 0,4 - 0,6 0,7 - 1
Classes de Valor de Importância
Riqueza
Riqueza espécies úteis e não úteis x Precipitação pluviométrica
Não há correlação significativa entre a riqueza de espécies úteis e não
úteis e a precipitação pluviométrica média nas 20 áreas de estudo (rs= 0,28;
p>0,05; rs= 0,27; p> 0,05, respectivamente) (Figura 6).
Figura 6. Relação entre a precipitação das áreas de estudo e a riqueza de
espécies úteis e não úteis.
Todavia, uma expressiva correlação é observada quando se considera a
riqueza total de espécies (rs= 0,45; p< 0,05). Segundo Gentry (1982) a
precipitação mostra uma correlação positiva com a riqueza de espécies. Os
dados obtidos apóiam a argumentação desenvolvida por Gentry (1982) e
confirmada por Rodal (1984) ao defender que a disponibilidade hídrica é
condicionante da distribuição de espécies na Caatinga. O mesmo foi observado
por Shackleton (2000) ao estudar a savana no sul da África, observando um
incremento de espécies com o aumento da precipitação.
Adicionalmente, considerando as categorias de precipitação
pluviométrica, o número de espécies úteis variou de 39 a 64, o que representa
um significante incremento no número de espécies ao longo do gradiente
pluviométrico anual (G= 56,20; p< 0,0001) (Figura 7).
0
10
20
30
40
50
0 500 1000 1500
Precipitação (mm)
Riqueza
Não Úteis
Úteis
Total
Figura 7. Riqueza de espécies úteis por categoria de precipitação.
Tal incremento no número de espécies ao longo do gradiente
pluviométrico anual sugere que as variáveis riqueza de espécies úteis e
precipitação pluviométrica apresentam uma relação não linear.
0
50
100
150
454-
500
511-
574
600-
700
818-
1160
Categorias de
Precipitão(mm)
Riqueza
O ÚTEIS
ÚTEIS
4.4. Riqueza espécies úteis e não úteis x Altitude
A distribuição das espécies úteis e não úteis em relação a altitude é
expressa na Figura 8. Não há correlação significativa entre a riqueza total de
espécies (rs= 0,42; p>0,05) e de espécies úteis (rs= -0,03; p> 0,05) com a
altitude. Os resultados concordam com o observado por Salick et al. (1999) na
malásia que não encontraram diferenças significativas na riqueza de espécies
úteis com aumento da elevação. O contrario foi argumentado por Lemos e
Rodal (2002) na Caatinga ao referirem uma riqueza de espécies nas maiores
altitudes. No entanto, uma expressiva correlação foi encontrada com relação as
plantas não úteis (rs= 0,46; p< 0,05).
Figura 8. Relação entre a altitude das áreas de estudo e riqueza de espécies
úteis e não úteis.
O número de espécies consideradas úteis foi maior na categoria de altitude que variou
de 301-600 mm correspondendo a 106 espécies, sendo significativa a proporção entre
espécies úteis e não úteis por categoria de altitude (G= 15,85; p< 0,0001) (Figura 9).
0
10
20
30
40
50
0 500 1000
Altitude (m)
Riqueza
Não Úteis
Úteis
Total
Figura 9. Riqueza de espécies úteis e não-úteis por categoria de altitude.
0
50
100
150
200
0-300 301-600 627-835
Categorias de Altitude (m)
Riqueza
O ÚTEIS
ÚTEIS
5. CONCLUSÕES
A riqueza de plantas úteis na Caatinga não está relacionada com a
pluviosidade e a altitude, embora haja um incremento não linear de espécies ao
longo do gradiente pluviométrico.
A riqueza de espécies úteis da Caatinga indica ser uma função da
biodiversidade e não de fatores ecológicos diretos (pluviosidade e altitude).
De forma expressiva, as plantas da Caatinga são úteis no fornecimento
de madeira para diversas finalidades, tais como: combustível e construção.
A importância relativa de uma planta útil da Caatinga não é uma função
direta de sua disponibilidade.
A forte ligação de plantas úteis com a biodiversidade geral e o fato
dessas plantas terem usos que implicam em sua remoção do ambiente, indica
a necessidade de análise do uso e manejo sustentável, bem como, medidas de
conservação para o bioma como um todo, devido à sua heterogeneidade
florística.
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Disponível em: <www.wwf.org.Br>. Acesso em: 09 ago. 2004.
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