Download PDF
ads:
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO
EM ENGENHARIA DE ENERGIA
DESENVOLVIMENTO DE UM MÉTODO PARA A
IMPLANTAÇÃO DE PROJETOS DE USO
RACIONAL DE ENERGIA EM ESCOLAS
AGROTÉCNICAS FEDERAIS
Max Wilson Oliveira
Itajubá, Maio de 2009.
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO
EM ENGENHARIA DA ENERGIA
DESENVOLVIMENTO DE UM MÉTODO PARA A
IMPLANTAÇÃO DE PROJETOS DE USO
RACIONAL DE ENERGIA EM ESCOLAS
AGROTÉCNICAS FEDERAIS
Dissertação submetida ao programa
de Pós-Graduação em Engenharia de
Energia como parte dos requisitos
para obtenção do Título de Mestre em
Engenharia de Energia.
Área de Concentração: Energia, Sociedade e Meio Ambiente
Orientador: Prof. Dr. Carlos Roberto Rocha
Maio de 2009.
Itajubá-MG.
ads:
BANCA EXAMINADORA
_______________________________________________________________
Prof. Dr. Carlos Roberto Rocha (Orientador)
UNIFEI
_______________________________________________________________
Prof. Dr. Edson da Costa Bortoni
UNIFEI
_______________________________________________________________
Prof. Dr. Agnelo Morotta Cassula
UNESP
_______________________________________________________________
Prof
a
. Dr
a
. Sandy Lia dos Santos
UNICAMP
Aos meus pais Vera e Mervyn e também à
minha avó Nina (in memórian) que sempre
apoiaram e incentivaram meus estudos.
DEDICO
AGRADECIMENTOS
Ao Prof. Dr. Carlos Roberto Rocha pelo incentivo e dedicação dispensada
durante todas as etapas de realização do Mestrado e principalmente por ter
acreditado em mim.
À Dr
a
Sandy Lia dos Santos pelo apoio, paciência e dedicação para a
finalização dessa Dissertação
Aos Professores Drs. Edson da Costa Bortoni, Erick Menezes de Azevedo, Luís
Augusto horta Nogueira e Jamil Haddad, pelas valiosas informações
transmitidas em suas aulas durante o curso de Uso Racional de Energia.
Ao Prof. Claudino Ortigara que com seus conhecimentos sobre Escolas
Agrotécnicas foi possível o levantamento de várias informações destas
Escolas.
À Dr
a
Liliam Vilela Andrade Pinto que com paciência, tanto me auxiliou com
suas sugestões para melhoria desta Dissertação.
Aos funcionários da Escola Agrotécnica Federal de Inconfidentes que
auxiliaram no levantamento de dados dos sistemas energéticos da Escola
Finalmente à minha esposa Silvana que sempre esteve ao meu lado
contribuindo como pôde para a realização deste trabalho.
SUMÁRIO
ÍNDICE DE FIGURAS ......................................................................................... i
ÍNDICE DE TABELAS .........................................................................................ii
LISTA DE ABREVIATURAS...............................................................................iii
LISTA DE SÍMBOLOS........................................................................................ v
RESUMO............................................................................................................vi
ABSTRACT .......................................................................................................vii
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................... 1
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA........................................................................... 3
2.1. Escolas Agrotécnicas Federais................................................................ 3
2.1.1. Organização Administrativa e Gestão das EAFs .............................. 3
2.1.2. Cursos Oferecidos pelas EAFs ......................................................... 6
2.1.3. Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia.................... 6
2.1.4. EAFs e o Consumo de Energia......................................................... 7
2.2. Fatores que Influenciam no Consumo de Energia................................. 10
2.3. Principais Sistemas Energéticos de uma EAF....................................... 13
2.3.1. Sistema de Iluminação.................................................................... 14
2.3.2. Sistema de Condicionamento de Ar................................................ 20
2.3.3. Sistema de Computadores.............................................................. 24
2.3.4. Sistema de Aquecimento de Água .................................................. 26
2.3.5. Sistema de Resfriamento................................................................ 29
2.3.6. Sistema de Motores (indução trifásicos) ......................................... 31
2.3.7. Sistema de Produção de Vapor ...................................................... 34
2.4. Conservação de Energia ....................................................................... 37
2.5. Comissão Interna de Conservação de Energia ..................................... 40
2.6. Empresas de Conservação de Energia ................................................. 43
2.7. Tarifação................................................................................................ 43
2.8. Softwares de Auxílio à Eficiência Energética......................................... 46
2.9. Projetos de Conservação de Energia .................................................... 49
3. METODOLOGIA........................................................................................... 52
3.1. Descrição das Etapas Desenvolvidas no Método.................................. 52
3.1.1. Motivação........................................................................................ 54
3.1.2. Criação da Comissão Interna de Conservação de Energia............. 54
3.1.3. Diagnóstico ..................................................................................... 55
3.1.4. Seleção das Oportunidades............................................................ 58
3.1.5. Projetos (MEC/SETEC)................................................................... 58
3.1.6. Implantação das Ações................................................................... 59
3.1.7. Avaliação dos Resultados............................................................... 59
3.1.8. Monitoramento do Consumo ........................................................... 59
4. RESULTADOS............................................................................................. 60
4.1. Estudo de Caso e Aplicação do Método Desenvolvido.......................... 60
4.1.1. Seleção do Campus para a Aplicação da Metodologia................... 60
4.1.2. Motivação........................................................................................ 62
4.1.3. Implantação da CICE ...................................................................... 63
4.1.4. Diagnóstico ..................................................................................... 63
5. DISCUSSÃO ................................................................................................ 73
6. CONCLUSÃO............................................................................................... 78
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................. 80
8. ANEXOS ...................................................................................................... 89
i
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 2.1 - Principais cargos de Direção de uma EAF..................................... 4
Figura 2.2 - Porcentagens dos gastos com energia elétrica nas EAFs em 2005
e 2006 ................................................................................................................ 9
Figura 2.3 - Curva de carga de um computador com e sem gerenciador........ 25
Figura 2.4 - Evolução dos motores elétricos.................................................... 32
Figura 2.5 - Balanço energético genérico de um sistema de vapor................. 36
Figura 2.6 - Etapas básicas de um projeto de conservação de energia.......... 49
Figura 3.1 - Etapas do Método criado para ser utilizado em Projetos de
Conservação de Energia.................................................................................. 53
Figura 4.1 - Consumo mensal de energia elétrica (Cemig) no IFET Sul de
Minas................................................................................................................ 61
Figura 4.2 - Custo individual do kWh nos campus do IFET Sul de Minas ....... 61
Figura 4.3 - Sede Central da EAFI .................................................................. 62
Figura 4.4 - Representação do consumo desagregado da EAFI..................... 65
Figura 4.5 - Índices das respostas dos Questionários I e II............................. 69
ii
ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 2.1 - Cursos oferecidos pelas EAFs....................................................... 6
Tabela 2.2 - Relação entre energia e orçamento nas EAFs em 2005 e 2006 ... 8
Tabela 2.3 - Eficiência luminosa e vida útil das lâmpadas............................... 17
Tabela 2.4 - Classificação das luminárias........................................................ 18
Tabela 2.5 - Rendimentos mínimos para motores ........................................... 34
Tabela 2.6 - Sub-grupos do grupo A................................................................ 44
Tabela 2.7 - Sub-grupos do grupo B................................................................ 45
Tabela 2.8 - Modalidades Tarifárias................................................................. 45
Tabela 3.1 - Softwares para a análise dos sistemas energéticos .................... 56
Tabela 4.1 - Consumo e custo de energia elétrica (Cemig) anual do IFET Sul
de Minas........................................................................................................... 60
Tabela 4.2 - Comparativo entre as faturas antes e após as alterações do
contrato tarifário ............................................................................................... 64
Tabela 4.3 - Dados do sistema de iluminação ................................................. 66
Tabela 4.4 - Dados para os cálculos do consumo dos chuveiros .................... 67
Tabela 4.5 - Dados comparativos das alternativas para aquecimento de água67
Tabela 4.6 - Dados do sistema de computadores............................................ 68
Tabela 4.7 - Dados do sistema de resfriamento .............................................. 68
Tabela 4.8 - Resultado das análises econômicas das propostas .................... 70
Tabela 4.9 - Resumo das propostas de redução dos gastos com energia ...... 71
Tabela 5.1 - Planilha para levantamento de dados dos Sistemas Energéticos 75
iii
LISTA DE ABREVIATURAS
ABESCO Associação Brasileira das Empresas de Serviço de Conservação
de Energia
Abilumi Associação Brasileira de Importadores de Produtos de Iluminação
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas
CEFET Centro Federal de Educação Tecnológica
CEMIG Centrais Elétricas de Minas Gerais
CICE Comissão interna de conservação de energia
CONPET Programa Nacional de Racionalização do Uso dos Derivados do
Petróleo e do Gás Natural
CUASO Cidade Universitária Armando de Sales Oliveira
DAP Diretor de administração e planejamento
DDE Diretor de desenvolvimento educacional
DG Diretor Geral
DOE Department of Energy
EAF Escola Agrotécnica Federal
ETF Escola Técnica Federal
ESCO Energy Services Company
FIESC Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina
HFP Horário fora de ponta
HP Horário de ponta
ICMS Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Produtos
IFET Instituto Federal de Educação, Ciências e Tecnologia
INMETRO Instituto nacional de metrologia, normalização e qualidade
industrial
IFET Instituto Federal de Educação, Ciências e Tecnologia
IPT Instituto de Pesquisas Tecnológicas do estado de São Paulo S.A.
IRC Índice de Reprodução de Cor
LED Light emitting diode
LCD Liquid crystal display
MEC Ministério da Educação e Cultura
NBR Normas Brasileiras
PCH Pequena Central Hidrelétrica
PROCEL Programa nacional de conservação de energia elétrica
SAGEE Sistema de Apoio a Gestão de Energia Elétrica
iv
SAFEE Simulador para Análise Financeira em Projetos de Eficiência
Energética
SETEC Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica
THS Tarifa Horo Sazonal
TIR Taxa interna de retorno
UFF Universidade Federal Fluminense
UNIFEI Universidade Federal de Itajubá
v
LISTA DE SÍMBOLOS
kWh Quilo watt Hora
tep Tonelada Equivalente de Petróleo
ºC Graus Celsius
CO
2
Gás Carbônico
W Watt
lm/W Lumens por watt
V Volt
kHz Quilo Hertz
TR Tonelada de Refrigeração
BTU British Thermal Unit
kW/TR Quilo Watt por Tonelada de Refrigeração
h Hora
mm Milímetro
cv Cavalo Vapor
rpm Rotações por Minuto
kV Quilo Volt
kW Quilo Watt
kW/TR Quilo Watt por Tonelada de Refrigeração
kWh/ano Quilo Watt Hora por Ano
Metro Quadrado
h/dia Horas por Dia
kWh/mes Quilo Watt Hora por Mês
" Polegadas
R$/ano Reais por Ano
R$/kWh Reais por Quilo Watt Hora
σ Desvio Padrão
vi
RESUMO
As Escolas Agrotécnicas Federais - EAFs estão distribuídas pela maioria dos
Estados brasileiros e oferecem uma vasta opção de cursos das mais variadas
áreas, possuindo como diferencial uma infraestrutura complexa que faz com
que o consumo energético seja grande e o custo deste é retirado do próprio
orçamento escolar. A metodologia deste trabalho baseou-se no
desenvolvimento de um método referente ao uso racional de energia para
aplicação em uma EAF. Foi realizado um estudo de caso com a aplicação do
método na EAF de Inconfidentes-MG. O primeiro resultado deste trabalho foi a
redução dos custos com as faturas de energia elétrica em até 35%, somente
com um melhor enquadramento tarifário e para o ano de 2009 priorizou-se a
troca do aquecimento de água, de elétrico para solar. Como autarquia, a
direção pode aplicar as verbas do orçamento nos setores mais convenientes à
Escola, assim, toda economia com os custos de energia poderão ser utilizados
em outras áreas da EAF. O método desenvolvido demonstrou ser uma
ferramenta muito útil na implantação de projetos de uso racional de energia em
uma EAF.
PALAVRAS-CHAVE: Escolas Agrotécnicas Federais, eficiência energética, uso
racional de energia, educação, estudo de caso, energia.
vii
ABSTRACT
The Federal Agrotechnical schools (EAFs), are spread by the majority of
Brazilian states and offer a wide choice of courses from different areas, as
having a differential complex infrastructure that makes the energy consumption
high and its cost is removed from the school budget. This study methodology
was based on the development of a method concerning the rational use of
energy for application in an EAF. This was a case study with the method
application in the EAF of Inconfidentes-MG. The first work result was the cost
reduction of the electricity bills up to 35%, only with a better pricing environment
and for the year of 2009 the exchange of the water heating, from electric to
solar was prioritized. As a municipality, the director may apply the budget funds
in the most convenient sectors to the School, thus, every economy with the
energy costs could be used in other areas of the EAF. The developed method
proved to be a useful tool in the implementation of projects for rational use of
energy in an EAF.
KEYWORDS: Federal Agrotechnical Schools, energy efficiency, rational use of
energy, education, study of case, energy.
1
1. INTRODUÇÃO
As Escolas Agrotécnicas Federais são autarquias mantidas pelo governo
federal com a finalidade de promover educação no ensino médio, profissional e
superior, geralmente localizadas no interior dos Estados, oferecem uma vasta
opção de cursos das mais variadas áreas, possuindo como diferencial:
estrutura para alojar e alimentar seus alunos; fazendas para ensino de
atividades agrícola e pecuária; instalações para processamento de insumo
agropecuário e produção agroindustrial que são utilizadas para fabricação de
produtos para consumo próprio, além de servirem como laboratórios para aulas
práticas. Tudo isto faz com que o consumo energético seja grande e o custo
deste é retirado do próprio orçamento escolar. Sendo assim, qualquer
economia nas contas de energia significa mais recursos para se aplicar em
outras áreas da instituição.
Como instituição pública da área de Educação, a EAF deve ofertar um
ensino de qualidade conectado aos acontecimentos mundiais e diante da
possibilidade de crise energética, um programa de uso racional de energia em
uma escola tem grande importância, uma vez que além da questão financeira,
também a educacional, pois a Escola é um local onde a energia deve ser
utilizada da melhor maneira possível, também onde pessoas esclarecidas
transmitam conhecimentos e bons exemplos aos alunos e à sociedade. Um
programa de eficiência energética atinge seus objetivos com equipamentos
eficientes e a conscientização dos usuários, reforçando assim que a Escola é o
local ideal para incutir no maior número de pessoas, informações que possam
mudar seus hábitos de desperdícios.
Um projeto de uso racional de energia objetiva economizar energia,
produzindo uma redução das despesas energéticas e da degradação
ambiental. A iniciativa para implantação desses projetos em uma EAF cabe à
Direção da instituição, que poderá ter uma visão apenas financeira, analisando
somente a viabilidade econômica, ou mais ampla, considerando também os
aspectos didáticos pedagógicos, pois esses projetos podem servir a um
contexto interdisciplinar na formação estudantil, envolvendo todo o corpo
docente e discente. Com a sua implantação haverá subsídios para os
2
professores de todas as áreas, através dos vários lculos envolvidos, das
demonstrações dos processos energéticos, dos benefícios ao homem e à
natureza. também o aspecto de cidadania, pois a atitude de preservar o
meio ambiente é considerada como tal, podendo ser trabalhada não com
alunos, mas inclusive com os servidores. Enfim, seria uma forma de educação
abrangente, num processo pedagógico participativo, envolvendo praticamente
toda comunidade escolar.
As EAFs anualmente entregam ao mercado milhares de profissionais
nas mais diversas áreas de atividades e se esses carregarem em sua bagagem
educacional, conhecimentos adquiridos com os projetos de uso racional de
energia implantados em suas escolas, poderão tornar-se irradiadores dessas
informações, nas fazendas ou empresas em que trabalharem, colaborando
para a sensibilização de um número maior de pessoas sobre a importância da
eficiência energética para ela, para o país e para o planeta.
Em face da necessidade de uma maior divulgação do uso racional de
energia em todos os setores da sociedade e sendo a Escola um centro
multiplicador de informações, este trabalho tem como objetivo básico o
desenvolvimento um método para a implantação de projetos de uso racional de
energia em Escolas Agrotécnicas Federais, complementando com a aplicação
deste método em uma EAF.
3
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1. Escolas Agrotécnicas Federais
As Escolas Agrotécnicas Federais - EAFs, segundo Ortigara (2008)
foram criadas para ofertar somente ensino agrícola. De acordo com
Ferreira (2002) o ensino agrícola no Brasil surgiu na época do império com a
Imperial Escola Agrícola da Bahia, seguindo-se a criação dos Liceus de
Agronomia e Veterinária, Escolas de Aprendizes e Artífices, posteriormente
Escolas Agrícolas, Patronatos Agrícolas dentre outras, até que em 1979
passaram a ser chamadas de Escolas Agrotécnicas Federais.
Durante muitos anos, o curso técnico em agropecuária era único e este
curso era baseado no Sistema de Ensino Escola-Fazenda, regido pelo lema
“aprender a fazer fazendo”. A fazenda da EAF é utilizada para produção
agropecuária e como principal laboratório de aplicação para as aulas técnicas.
Em praticamente todas as EAFs a fazenda é dividida em diversos projetos de
produção, procurando contemplar as principais áreas de produção do país.
Assim, na área zootécnica são desenvolvidos projetos de produção de
Avicultura, Suinocultura e Bovinocultura e na área agrícola são comuns os
projetos de Olericultura, Culturas Anuais e Culturas Perenes. Cada EAF
enfatizava as criações e culturas que são mais representativas da região onde
ela está inserida. Nesses projetos, as atividades práticas de produção são
desenvolvidas pelos alunos do curso técnico (ORTIGARA, 2008).
2.1.1. Organização Administrativa e Gestão das EAFs
Segundo Ortigara (2008) as EAFs são dirigidas por um Diretor Geral
(DG) e por dois Diretores; um de Desenvolvimento Educacional (DDE) e um de
Administração e Planejamento (DAP). O DG é o ordenador de despesas, que
serão realizadas através de processos planejados e administrados pelo DAP.
Cada diretoria possui várias coordenadorias e estas, possuem chefias,
divididas por setores. A Fig 2.1 apresenta um fluxograma com os principais
cargos de direção de uma EAF.
4
Figura 2.1 - Principais cargos de Direção de uma EAF
O Conselho Diretor é um órgão deliberativo e consultivo, de
assessoramento da Direção, tendo entre outras competências a de aprovar as
diretrizes e normas para execução da política educacional da Escola, bem
como emitir parecer sobre o relatório de gestão ao final de cada ano
(ORTIGARA, 2008).
Em 1993 com a Lei nº 8731 as EAFs foram transformadas em
Autarquias Educacionais, o que passou a conferir autonomia na gestão
administrativa, financeira, patrimonial didática e disciplinar. Como um órgão
federal, seus servidores devem obedecer a Lei 8.112/90 chamada de
Regime Jurídico Único dos Servidores Públicos e como sendo da área da
Educação as EAFs seguem a Lei de Diretrizes e Bases nº 9394/96.
As EAFs também devem seguir a lei federal 8666/93, que estabelece
normas gerais sobre licitações e contratos administrativos pertinentes a obras,
serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações e locações no âmbito
dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Por
esta Lei, as obras, serviços, compras, alienações, concessões, permissões e
locações da Administração Pública, quando contratadas com terceiros, serão
necessariamente precedidas de licitação. De acordo com Ortigara(2008) as
EAFs, na condição de Autarquias Federais estão totalmente subordinadas a
esta legislação e sua aplicação torna os processos burocráticos, lentos e nem
Conselho Diretor
Diretor-Geral
Depto de
Desenv. Educ
Depto de Adm.
e Planejamento
Coord. Geral
de Ensino
Coord. Geral
de Prod. e
Pesquisa
Coord. Geral de
Assist. ao
Educando
Coord. Geral de
Adm. e Finanças
Coord. Geral
de Rec.
Humanos
5
sempre asseguram a melhor aquisição ou contratação, no entanto, confere
lisura aos procedimentos de compras e contratações dos órgãos públicos,
assegura a imparcialidade do gestor e a livre concorrência entre os
fornecedores e prestadores de serviços.
Segundo Ortigara (2008) os recursos financeiros das EAFs podem vir
de:
- Orçamento anual: Dos recursos destinados a Educação Profissional, o MEC
define uma parcela que constituirá o orçamento geral de cada Escola. A
definição da parcela que será destinada a cada EAF segue critérios definidos
por indicadores de diferentes naturezas tais como, número de alunos, tipos dos
cursos, infraestrutura e suas condições entre outros.
- Projetos desenvolvidos pelos alunos do curso técnico em suas atividades
práticas. A produção resultante destas atividades é utilizada na alimentação
dos estudantes e o excedente comercializado. Esse excedente de produção,
somado a outras receitas decorrentes dos processos pedagógicos de pesquisa
e serviços prestados a comunidade, compõe o que é chamado de Receita
Própria. Estes recursos, no entanto, devem ser obrigatoriamente depositados
na conta do tesouro nacional, pois constituem arrecadação da união. Se na
matriz orçamentária da Escola estiver prevista dotação orçamentária para estas
receitas específicas, então elas poderão ser executadas, caso contrário esses
recursos financeiros farão parte da arrecadação do governo Federal, e a sua
destinação ocorrerá da mesma forma como ocorre a distribuição dos recursos
provenientes dos tributos pagos pelos contribuintes;
- Projetos enviados ao MEC, ou a outros órgãos do governo Federal, Estadual
e Municipal, ou instituições de fomento ao ensino, pesquisa e extensão,
visando a obtenção de recursos complementares ao seu orçamento. Estes
recursos, então, serão parte de um programa específico e a sua aplicação
ficará restrita ao que preconiza este programa.
6
2.1.2. Cursos Oferecidos pelas EAFs
As EAFs hoje ofertam uma vasta gama de Cursos Técnicos e
Superiores, formando profissionais para atuarem nos mais variados setores
(MEC, 2008). Na Tabela 2.1 são apresentados alguns destes cursos
Tabela 2.1 - Cursos oferecidos pelas EAFs
Agropecuária
Agricultura
Agroindústria
Agronegócio Agroecologia Administração
Agrimensura Cafeicultura Contabilidade
Desenvolvimento Social Enfermagem Etnodesenvolvimento
Gestão Ambiental Gestão de Negócios Informática
Irrigação e Drenagem Manejo Florestal Meio Ambiente
PROEJA Química Recursos Pesqueiros
Secretariado Silvicultura Segurança do Trabalho
Tecnologia em Alimentos
Turismo e Hospitalidade
Zootecnia
Fonte: MEC, (2008).
2.1.3. Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia
Em 29 de dezembro de 2008 o presidente Luís Inácio Lula da Silva
sancionou a Lei 11.892 publicada no diário oficial do dia 30 de dezembro do
mesmo ano, criando os Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia.
Foram criados 38 IFETs, distribuídos por todos os estados brasileiros.
O objetivo do Ministério da Educação e Cultura - MEC, com a criação
dos IFETs, é reorganizar as instituições federais de educação, para que estes
atuem de forma integrada regionalmente. Os Institutos passaram a ser
formados pelas Escolas Agrotécnicas Federais, Escolas Técnicas - ETF
vinculadas a Universidades e Centros Federais de Educação Tecnológica -
CEFET. De acordo com Lei 11.892/08, os IFETs são “instituições de educação
superior, básica e profissional, pluricurriculares e multicampi, especializadas na
oferta de educação profissional e tecnológica nas diferentes modalidades de
ensino, de natureza jurídica autárquica, detentoras de autonomia
administrativa, patrimonial, financeira, didático-pedagógica e disciplinar.”
Cada unidade de ensino que compõe a estrutura organizacional do IFET
passa automaticamente e sem nenhuma formalidade à categoria de campus da
nova instituição. Assim, por exemplo, o Instituto Federal do Rio Grande do Sul,
7
formado mediante integração do Centro Federal de Educação Tecnológica de
Bento Gonçalves, da Escola Técnica Federal de Canoas e da Escola
Agrotécnica Federal de Sertão, te os Campus de Bento Gonçalves, de
Canoas e de Sertão.
2.1.4. EAFs e o Consumo de Energia
De acordo com Ortigara (2008) a infraestrutura de uma EAF possui:
alojamentos de alunos; cozinhas; refeitório; fazenda para atividades agrícola e
pecuária; agroindústria; salas de aula e administrativas; quadras de esportes,
etc. Essa grande infraestrutura faz com que parte do orçamento seja gasto com
o pagamento das faturas de energia elétrica. A Tabela 2.2 apresenta uma
relação entre o gasto anual com energia elétrica e o orçamento nessas escolas
nos anos de 2005 e 2006. Pode-se notar que não uma uniformidade nos
gastos com as faturas de energia elétrica, existindo EAFs que gastam menos
de R$ 100.000,00 e outras que ultrapassam R$ 210.000,00.
8
Tabela 2.2 - Relação entre energia e orçamento nas EAFs em 2005 e 2006
2005 2006
EAF - Unidade
Energia elétrica
R$
Orçamento
R$
Energia elétrica
R$
Orçamento
R$
Alegre - ES 101.528,93 2.520.614,25 116.588,18 2.667.398,12
Alegrete - RS
95.049,00
1.921.035,83 115.844,52 2.188.908,08
Araguatins - TO 101.742,67 1.757.195,63 117.295,70 2.053.241,23
Barbacena - MG 101.336,11 2.381.010,62 169.713,09 2.595.325,62
Barreiros - PE 133.071,43 1.903.856,67
244.915,22
2.041.539,42
Belo Jardim - PE 108.951,08 1.688.457,70 173.085,91 2.131.423,97
Cáceres - MT 162.648,80 1.813.895,24 124.710,66 2.473.814,09
Castanhal - PA
216.413,21
2.106.589,21 219.700,99 2.282.534,88
Catu - BA 108.857,25 2.029.061,64 174.581,35 2.441.349,35
Colatina - ES 163.454,23 1.643.821,11
210.942,97
2.331.403,72
Concórdia - SC 207.962,11 3.156.800,36 206.252,98 2.275.890,85
Crato - CE 111.144,69 1.588.113,13 124.420,41 1.756.712,45
Iguatu - CE 128.338,29 1.810.653,01 156.028,12 2.289.827,42
Inconfidentes - MG 188.498,17 2.205.112,48
230.537,44
3.084.292,73
Machado - MG 135.413,88 2.148.686,12 167.590,78 2.696.220,24
Manaus - AM
57.505,32
1.687.162,59
356.238,68
2.123.356,46
Muzambinho - MG
16.460,28
2.774.211,72
75.236,84
3.343.465,59
Salinas - MG 133.702,03 2.236.728,84 178.545,37 2.283.158,76
Santa Teresa - ES 151.645,16 2.267.263,94 205.815,78 2.504.305,74
São Cristovão - SE 181.890,63 1.868.352,28 185.677,30 2.090.939,12
Evangelista -MG 155.137,58 2.194.208,52 204.233,50 2.468.216,23
São Luís - MA 100.703,18 1.768.925,01
93.769,92
2.284.265,30
Satuba - AL 144.779,57 2.002.399,95 159.940,81 2.203.599,02
Sertão - RS 180.855,67 2.338.301,39 204.859,31 2.656.064,61
Sousa - PB
96.153,11
1.521.250,30 102.107,58 1.637.451,27
Uberlândia - MG 110.261,48 2.128.043,20 160.136,51 2.272.196,39
Santo Antão - PE 118.070,66 1.576.435,92 206.072,15 1.825.019,85
Cachoeira - AM 124.052,15 1.364.448,76
98.920,85
1.499.071,32
Sombrio - RS 117.072,90 2.523.410,05 168.743,23 2.413.832,80
Ceres - GO 116.972,13 1.855.262,48 127.359,52 2.081.608,02
Colorado Oeste -
RO
127.954,96 1.644.767,95 127.200,17 1.973.813,10
Codó - MA
88.422,94
1.365.617,75 104.879,47 1.517.647,33
Guanambi - BA 176.298,76 1.807.563,51 156.077,35 2.077.803,24
Rio Sul - SC 147.420,34 2.506.506,88 175.802,14 2.134.014,57
Santa Inês - BA 113.183,15 1.547.708,44 142.254,14 1.722.933,78
Senhor Bonfim - BA
111.113,67 1.555.553,20 116.970,22 1.840.140,74
Fonte: MEC (2008)
9
O gasto com energia elétrica de todas as EAFs no ano de 2005 foi de
R$ 4.634.065,52 e em 2006 de R$ 5.903.049,16, sendo que estes valores
representam a soma do orçamento anual de duas a três escolas. O percentual
médio de gasto com energia elétrica em relação ao orçamento de cada EAF
nestes dois anos foi de 6,93% e o gasto médio com energia elétrica em 2005
foi de R$ 128.724,04 e em 2006 foi de R$ 163.973,59, enquanto a média de
orçamento de cada uma foi de R$ 2.229.521,82 em 2006.
A Fig. 2.2 apresenta as porcentagens dos gastos com energia elétrica
em relação ao orçamento de cada escola, nos anos de 2005 e 2006. Esses
gastos chegaram a representar até 16 % do orçamento escolar, como foi o
caso da EAF de Manaus em 2006, com um orçamento de R$ 2.123.356,46, as
contas de energia elétrica somaram R$ 356.238,68 ,
em contrapartida há a EAF
de Muzambinho que nesse mesmo ano gastou 2,25 % e 0,59 % em 2005, mas
essa escola é uma exceção, pois possui uma Pequena Central Hidrelétrica
(PCH), a qual produz grande parte da sua demanda de eletricidade.
Figura 2.2 - Porcentagens dos gastos com energia elétrica nas EAFs em 2005 e 2006
Em 1990 o governo demonstrava preocupação com o consumo
energético das instituições públicas, publicando o Decreto 99.656 que
estabelecia a necessidade da criação de um projeto de uso racional de energia
para as instituições federais que apresentassem consumo anual de energia
elétrica superior a 600.000 kWh (seiscentos mil Quilowatts Hora) ou consumo
10
anual de combustível superior a 15 tep's (quinze toneladas equivalentes de
petróleo)
Provavelmente uma EAF sozinha não atinja tais limites de consumo,
mas com a criação dos IFETs os campus poderão somar seus consumos e
automaticamente estarão enquadradas no decreto
.
2.2. Fatores que Influenciam no Consumo de Energia
A energia é um dos principais componentes do mundo moderno e
necessária para criar bens e fornecer serviços (HINRICHS & KLEINBACH,
2003) e de acordo com Goldemberg (1998) e Oliveira (2003) é essencial para o
desenvolvimento, estando presente em todos os setores da sociedade.
Segundo Lora & Teixeira (2006), esse desenvolvimento mais o crescimento da
população mundial estão diretamente relacionados ao aumento do consumo
energético mundial.
De acordo com Silva (2005) as fontes de produção de energia estão se
tornando escassas e cada vez mais distantes dos centros consumidores, o que
faz com que o combate ao desperdício seja uma tendência mundial. Este
combate ao desperdício energético possui dois importantes fatores, o
tecnológico e o humano. Um projeto de uso racional de energia deve englobar
os dois, pois de nada valerá equipamentos de alta tecnologia com grande
eficiência energética sendo utilizados por pessoas com hábitos de desperdícios
e despreparadas, isto pode anular todo o ganho com os novos equipamentos.
- O Fator Humano
O fator humano num projeto de eficiência energética é de muito
importante, juntamente com novas tecnologias e equipamentos mais eficientes.
É grande a dificuldade em se conseguir pessoas motivadas e capacitadas em
usar racionalmente a energia em uma instituição. Equipamentos consomem
energia elétrica, e pessoas não, mas o elas que controlam os equipamentos,
ou seja, gerenciar energia, essencialmente é gerenciar pessoas (ARAGÃO,
2005).
Mudanças de procedimentos, de bitos e de rotinas de trabalho, são
necessárias em um programa de gestão energética, porém essas mudanças
são obstáculos difíceis de serem superados, em virtude da resistência natural
11
que as coletividades oferecem a propostas desse tipo (ROCHA & MONTEIRO,
2005).
um ditado oriental que diz: iniciar novos hábitos é um dos desafios
mais complexos do homem. Sem a mudança interna dos indivíduos, não
como esperar uma inovação nos seus hábitos e costumes com relação ao meio
que o cerca. A mudança de comportamento do homem é essencial num projeto
de conservação de energia (SHAFA, 2003).
Para Kassick (2002), o sucesso de um programa de conservação de
energia está alicerçado na total participação dos diretores da instituição e dos
seus funcionários que terão que executar diversas ações e necessitam
internalizar novos hábitos de trabalho, visando sempre a conservação e o uso
racional de energia.
Treinamento e pessoal motivado é a base para qualquer projeto de
eficiência energética (ARAGÃO, 2005). Enfim todos devem estar integrados e
envolvidos, conscientes de que economizando energia estarão colaborando
não para a instituição, mas também ajudando a diminuir a degradação do
planeta.
Para Shafa (2003), a partir do momento em que o homem assumir o
compromisso de consumir apenas aquilo que satisfaça as suas necessidades
essenciais, a produção será orientada nesta direção, consequentemente o
convívio social será baseado no respeito à vida e à natureza.
Ainda segundo Shafa (2003), os currículos das universidades, deveriam
ser revisados, a fim de sensibilizar os acadêmicos em relação à conservação
de energia e dos recursos naturais, fazendo com que todas as disciplinas
venham a ser transversais à ética e a ecologia.
- O Fator Tecnológico.
De acordo com Westphal (1999) o avanço tecnológico dos
equipamentos energéticos é de grande relevância em programas de
conservação de energia.
Para Goldemberg (2000), muitos dos equipamentos e processos
utilizados nos setores de transporte, industrial e residencial foram
12
desenvolvidos numa época de energia abundante e barata, quando as
preocupações ambientais não haviam ou eram pouco compreendidas. Por isso
um grande potencial de economia de energia, seja para aumentar a
competitividade das empresas, seja para melhorar a imagem blica de
indústrias que deixaram de ser poluentes.
Em 1985 o governo brasileiro criou o PROCEL - Programa Nacional de
Conservação de Energia Elétrica, com o objetivo de promover a racionalização
da produção e do consumo de energia elétrica. Entre as metas estabelecidas
pelo PROCEL está a de aumentar a eficiência dos aparelhos elétricos
(PROCEL, 2008).
O CONPET - Programa Nacional da Racionalização do Uso dos
Derivados do Petróleo e do Gás Natural foi criado em 1991 pelo governo, com
o objetivo incentivar o uso eficiente destas fontes de energia não renováveis no
transporte, nas residências, no comércio, na indústria e na agropecuária
(CONPET, 2008).
Em 1993 o PROCEL criou um selo concedido anualmente aos
equipamentos que apresentam os melhores índices de eficiência energética
dentro de cada categoria. Este selo também objetiva estimular a fabricação e
comercialização de produtos mais eficientes (ELETROBRÁS/PROCEL, 2006).
De acordo com PROCEL (2008), hoje são muitos os aparelhos que
recebem este selo, entre eles: Condicionador de ar, lâmpadas incandescentes
e fluorescentes compactas, motor de alto rendimento e padrão e vários outros
equipamentos.
Em 2005 o CONPET cria um Selo com o objetivo de incentivar os
fabricantes e importadores de equipamentos domésticos a gás para buscar a
comercialização de produtos cada vez mais eficientes (CONPET, 2008).
Com a criação desses dois programas, o governo tenta incentivar a
modernização e aumento da eficiência das máquinas consumidoras de energia,
pois projetos de conservação de energia têm grande dependência do fator
tecnológico.
13
2.3. Principais Sistemas Energéticos de uma EAF
Segundo Schimidt (2004), os sistemas energéticos podem ter uma
melhoria no desempenho, aplicando tecnologias e práticas que estimulem a
eficiência energética no nível do consumidor final. Essa categoria inclui
praticamente todos os empregos de eletricidade e tecnologias caloríficas
existentes, tais como motores, iluminação, aquecimento, ventilação,
condicionamento de ar, entre outros. Também inclui tecnologias que propiciem
a conservação e o melhor uso da energia, tais como geradores de energia
solar e aparelhos de controle do consumo de energia.
De acordo com Campos (2004) há muitos equipamentos que ajudam no
controle do consumo de energia num prédio, tais como:
Sensor de presença: possui a função de ligar automaticamente a
iluminação quando alguém entrar num recinto e desligar quando se
retirar;
Interruptores horários: interrompe a corrente elétrica por um período de
tempo específico;
Limitadores de corrente: limitar a demanda máxima de um consumidor
através do uso de limitadores de corrente, colaborando para melhorar o
fator de carga;
Controladores cíclicos: controla o tempo em que um aparelho
permanece ligado, desligando-o em seguida e religando depois de um
período (pré-programado);
Termostato: controla o aparelho em que esta conectado, desligando ou
ligando-o, de acordo com os limites de temperatura estabelecidos;
Interruptores: a utilização de vários interruptores num circuito distribuirá
a carga, evitando que algumas fiquem ligadas sem necessidade;
Controlador de demanda: aparelho cuja função básica é monitorar e
limitar toda a demanda de um consumidor.
Cada sistema energético tem suas características próprias, que devem
ser estudadas em separado, para uma melhor identificação dos possíveis
potenciais de economia. A seguir são apresentadas as características dos
principais sistemas energéticos existentes nas EAFs.
14
2.3.1. Sistema de Iluminação
Para Silva et al. (2003), a iluminação o é apenas a eliminação da
escuridão, mas um elemento de conforto, segurança e fundamental para o
aumento de produtividade.
De acordo com Alvarez (1998) e Ghisi (1997), um sistema de iluminação
deve fornecer um mínimo necessário de luz, promovendo um ambiente visual
confortável, para que se realizem adequadamente as tarefas visuais
executadas no ambiente e segundo Rodrigues (2002) também exerce
influência sobre o emocional das pessoas.
Segundo Alvarez (1998), a análise do sistema de iluminação é
imprescindível para um diagnóstico energético, principalmente numa instituição
de ensino, onde a boa iluminação é primordial para uma aprendizagem
saudável.
De acordo com Haddad et al. (2007) é comum sistemas de iluminação
ineficientes no Brasil, sendo que este sistema chega a representar 23% do
consumo de eletricidade no setor residencial, 1% no industrial e 44% no
comercial e serviços públicos. Se houvesse a associação de equipamentos
eficientes e bons hábitos de uso, haveria uma economia substancial de
energia, principalmente no sistema de iluminação que tanto se desenvolveu,
com vários tipos de equipamentos para as mais variadas aplicações
(RODRIGUES, 2002).
A simples troca das lâmpadas incandescentes comuns, por
fluorescentes, gera uma boa economia para o consumidor. Hoje as lâmpadas
incandescentes representam mais de 80% das utilizadas no mundo, devido ao
seu custo ser bem menor, podendo chegar a um décimo do valor de uma
fluorescente. Outra grande diferença entre elas é a eficiência, enquanto 5% da
energia elétrica que uma lâmpada incandescente consome, vira luz e o
restante calor, aproximadamente 85% da eletricidade que chega à fluorescente
transforma-se em luminosidade, além de ter uma vida útil muito maior que a
incandescente (PROCEL, 2008).
De acordo com Ghisi (1997), a eficiência num sistema de iluminação
pode ser obtida com a minimização do tempo de utilização e/ou da potência
15
instalada. Com o aproveitamento da luz natural juntamente com sistemas de
controle da iluminação artificial, minimiza-se a variável tempo de uso, não
esquecendo que o usuário tem grande importância nesse processo, pois é ele
quem poderá apagar as lâmpadas inutilmente acesas. Para minimizar a
potência instalada, é necessária a utilização de componentes do sistema de
iluminação artificial, energeticamente eficientes, juntando-se uma manutenção
freqüente, ambientes com superfícies claras e um bom projeto luminotécnico.
Para Rodrigues (2002), um projeto eficiente de iluminação deve sempre
objetivar:
Boas condições de visibilidade e boa reprodução de cores:
O nível de iluminância deve ser de acordo com a utilização do ambiente.
Há normas técnicas de orientação de projetos (NBR 5413). As luminárias
devem ser bem distribuídas sobre o plano de trabalho. Deve-se evitar excesso
de luminosidade, pois isso pode acarretar mal estar ao olho humano,
dificultando a visão perfeita.
A cor que enxergamos nos objetos e ambientes dependem da luz que
chega até eles. Cada lâmpada possui um IRC (Índice de Reprodução de Cor),
que poderá ajudar na escolha destas para o ambiente.
Economia de energia:
A iluminação deve ser adequada e também eficiente, para que não haja
consumo exagerado de energia.
Facilidade e menores custos de manutenção:
O sistema utilizado deve ser de fácil manuseio e os custos com sua
manutenção não devem ser altos.
Combinar luz natural com artificial:
A contribuição da luz natural não pode ser excessiva, pois poderia
aumentar a carga rmica, tornando necessária a participação da climatização
artificial, que não é interessante para a economia de energia.
De acordo com Ghisi (1997), um sistema de iluminação eficiente vai
gerar menos calor, implicando numa carga menor para o sistema de ar
condicionado. Com isso, o potencial de economia aumenta consideravelmente.
16
O conhecimento de alguns conceitos muito utilizados nesta área é
imprescindível para melhor compreender um sistema de iluminação
(RODRIGUES, 2002).
Fluxo Luminoso É a potência emitida por uma fonte luminosa por
segundo, em todas as direções sob a forma de luz. Sua unidade é o lúmen.
Iluminância É o fluxo luminoso incidente por unidade de área
iluminada. Sua unidade é o lux.
Índice de Reprodução de Cor (IRC) Classifica a qualidade relativa de
reprodução de cor de uma fonte, quando comparada com uma fonte padrão de
referência da mesma temperatura de cor. É um número que pode variar de 0
a 100. Quanto maior o IRC, melhor será o equilíbrio entre as cores.
Eficiência Luminosa É a quantidade de luz que uma fonte luminosa
pode produzir por cada watt de potência consumida.
Luminância – É uma medida de luminosidade que um observador
percebe numa superfície. Sua unidade é o candela por metro quadrado.
NBR 5413 É uma norma da ABNT (Associação Brasileira de Normas
Técnicas) que fixa níveis de iluminação recomendados para diferentes tipos de
atividades, baseados numa iluminação constante e uniforme sobre um plano de
trabalho.
Ofuscamento - Efeito que o excesso de luz no campo de visão do olho
provoca, com sensação de desconforto e redução no desempenho visual.
Sensor de Presença Dispositivo que aciona a iluminação no local
onde for detectado a presença de um corpo. Estes dispositivos asseguram que
as luzes fiquem apagadas quando o ambiente estiver desocupado.
Sistema de Controle Fotoelétrico São sensores que identificam a
presença da luz natural, diminuindo ou até mesmo desligando a luz artificial
através de dimmers controlados automaticamente.
Vida Útil - Tempo em horas no qual 25 % do fluxo luminoso das
lâmpadas testadas foi depreciado.
Para Rodrigues (2002), eficiência de um sistema de iluminação artificial
esta basicamente ligada às características técnicas e ao rendimento de alguns
elementos dos quais destacam-se:
- Lâmpadas;
17
- Luminárias;
- Cores das superfícies internas;
- Utilização da luz natural.
Segundo Lamberts et al (2003), para manter uma boa iluminância é
necessário uma limpeza contínua nas lâmpadas e luminárias. Após o período
que define o fator de depreciação (aproximadamente 24 meses), pode ser
necessária a substituição de lâmpadas e reatores desgastados. Para
Yamachita et al. (2006) além de uma manutenção periódica do sistema de
iluminação, algumas outras ações são úteis para o seu bom funcionamento.
Limpeza periódica das superfícies (parede, teto, piso) das salas.
Pintar as superfícies com cores claras.
Evitar divisórias, ou rebaixá-las.
Usar Mobiliário claro, sem superfícies brilhantes.
Se o pé direito for alto, rebaixar as luminárias, evitando o ofuscamento.
Lâmpadas
De acordo com Rodrigues (2002), eficiência de um sistema de
iluminação artificial depende muito da eficiência luminosa das lâmpadas que a
compõem. Existem vários tipos de lâmpadas, cada qual com sua especificação.
A eficiência luminosa, a vida útil e as indicações de algumas lâmpadas são
apresentadas na Tab. 2.3.
Tabela 2.3 - Eficiência luminosa e vida útil das lâmpadas
TIPO INDICAÇÃO
Eficiência
(lm / W )
Vida Útil ( h )
Incandescente
Comum
Ambientes internos, onde é necessário
uma boa reprodução de cor.
8 a 18 1.000
Fluorescentes Escolas, escritórios, oficinas, hospitais. 56 a 75 7.500
Vapor de Mercúrio
Uso geral em grandes áreas, internas e
externas.
40 a 55 15.000
Vapor de Sódio Estacionamento, depósitos, fachadas 80 a 125 15.000
Vapor metálico
Piscinas cobertas, áreas desportivas,
fachadas.
68 a 100 2.000 a 10.000
Fonte: Manual de Administração de Energia. Iluminação. São Paulo 2001
18
Luminárias
São equipamentos onde as fontes luminosas (lâmpadas) acoplam e
modificam a distribuição espacial do fluxo luminoso produzido por elas. A
eficiência de uma luminária está na sua capacidade de otimizar o desempenho
de iluminação artificial. Uma parte da luz emitida pela lâmpada é absorvida na
luminária e restante é refletida. Isto depende do material empregado na sua
construção, da refletância da sua superfície, da sua forma e o seu estado de
conservação (RODRIGUES, 2002).
A luminária segundo Yamachita et al (2006) deve controlar, distribuir e
filtrar o fluxo luminoso emitido pelas lâmpadas, evitando-se assim, o
ofuscamento. Se o ambiente possuir um direito muito alto, pode-se rebaixar
as luminárias. A Tabela 2.4 apresenta uma classificação de luminárias, de
acordo com suas características.
Tabela 2.4 - Classificação das luminárias
Tipo
Características
Mais usadas com lâmpadas incandescentes comuns.
Baixo rendimento.
Embutidas
Apresentam problemas de superaquecimento.
Usadas com lâmpadas fluorescentes.
Possui mais elementos de controle de luz.
Rendimento moderado, dependendo dos elementos de controle.
Fechadas
Podem ser embutidas ou não.
Algumas possuem elementos de controle de luz.
Rendimento superior ao das fechadas.
Abertas
Podem ser fixadas sobre a superfície do teto ou suspensas.
Utilizadas com vários tipos de lâmpadas incandescentes.
Utilizadas para iluminação direcional do fluxo luminoso.
Spots
Podem ser fixados sobre a superfície ou embutidos.
Encontrados em vários tamanhos.
Usados com lâmpadas incandescentes comuns ou a vapor de sódio.
Podem ser fixados na superfície ou suspensos.
Projetores
Bom rendimento.
Fonte: Yamachita et al (2006)
19
Reatores
São dispositivos utilizados para a operação adequada das lâmpadas de
descarga, com a função de limitar a corrente e fornecer as condições
necessárias para a partida (SÃO PAULO, 2001).
Cada tipo de lâmpada necessita de um reator específico. Portanto a
escolha da lâmpada determinará os parâmetros do reator. A economia que um
reator pode produzir, não está no fato dele ter um custo inicial mais baixo e sim
na eficiência durante sua vida útil.
Os reatores encontrados no mercado hoje, são divididos em:
Eletromagnéticos
reatores de alto fator de potência
reatores de baixo fator de potência
reatores de partida rápida
reatores de partida convencional
Eletrônicos
Os reatores mais eficientes são os eletrônicos, pois apresentam
pequenas perdas, fator de potência em torno de 0,95, operando com
freqüências entre 20 a 100 kHz, faixas em que as lâmpadas maximizam sua
eficiência luminosa. Dentre suas vantagens, destacam-se:
Aumento da vida útil em até 50%, por operarem em altas freqüências;
Sem ruído, pois sua freqüência está acima da faixa de audição humana;
Reduz o aquecimento do ambiente, por possuírem menores perdas;
Economizam até 70% da energia consumida pelo reator.
Uma grande vantagem dos reatores eletrônicos é que eles permitem que
as lâmpadas fluorescentes operem com potências menores que as nominais.
Eles aumentam a eficiência das lâmpadas em 10%. Uma lâmpada de 40 W
com reator eletrônico consome 36 W, mas emite a mesma quantidade de luz
como se estivesse operando com 40 W e reator eletromagnético.
20
Os reatores eletrônicos podem chegar a economizar até 25% de energia
quando comparados com os convencionais.
Utilização da Luz Natural
A eficiência de um sistema energético está diretamente relacionada com
a potência instalada e o tempo de utilização e segundo Souza (2003), o tempo
de utilização dos potenciais energéticos de um sistema de iluminação pode ser
minimizado através de um maior aproveitamento da luz natural, associados
com sistemas de controle, que atuam sobre o sistema artificial, ligando ou
desligando de acordo com a iluminação natural.
Ghisi (1997) comenta que um alto potencial de economia de energia
pode ser alcançado se a iluminação natural for aproveitada como uma fonte de
luz para iluminar os ambientes internos. A maioria das edificações tem
capacidade de aproveitar melhor a luz natural, reduzindo o custo com o
sistema artificial de iluminação.
De acordo com Souza (2003) de 60% a 80% do gasto de energia com
iluminação poderia ser reduzido se houvesse uma associação adequada entre
luz natural e controles da iluminação artificial
2.3.2. Sistema de Condicionamento de Ar
O ar condicionado é um aparelho de condicionamento de ar para
controle de temperatura, umidade, pureza e distribuição, com objetivo de
proporcionar conforto aos ocupantes do recinto (VARGAS, 2006 e VILLANI,
2000).
Segundo Pirani et al. (2006), o ar condicionado é um dos maiores
responsáveis pelo aumento de consumo de energia elétrica em instalações
comerciais no verão. Ainda segundo o autor, o condicionamento de ar é
imprescindível em:
Ambientes de trabalho, visando aumento do conforto e da produtividade;
Ambientes de manufatura, onde é necessário controle da umidade,
temperatura e pureza do ar;
Locais onde se operem com inflamáveis ou produtos tóxicos;
Ambientes onde se processam materiais hidroscópicos;
21
Etapas de produção que exijam controle das reações químicas;
Laboratórios de controle e teste de materiais;
Operações de usinagem com tolerância mínima;
Ambientes onde é necessário eliminar a eletrostática para prevenir
incêndios e explosões.
De acordo com Stoecker (1985), o sistema de ar-condicionado pode ser
dividido em três partes principais, a primeira responsável pela produção de frio,
a segunda pela produção de calor e a última pelo condicionamento de ar e
segundo Villani (2000), cada parte do sistema tem basicamente as seguintes
funções:
Produção de frio: O fluido (líquido ou gás), chamado de refringente,
geralmente é resfriado em “chillers”, onde ocorre a retirada de calor do
refringente aquecido nas unidades de condicionamento, este calor é liberado à
atmosfera ou é transmitido para a água que será bombeada até as torres de
resfriamento, onde é liberado o calor para a atmosfera exterior.
Produção de calor: O fluido, geralmente água é aquecido em um aquecedor e
bombeado até as unidades de condicionamento, onde trocará calor com o ar
ambiente.
Condicionamento de ar: O sistema pode ter uma ou mais unidades de
condicionamento, sendo que neste subsistema o ar é retirado do ambiente
condicionado através de um ventilador. A caixa de mistura é responsável em
determinar a quantidade de ar a ser renovada e a quantidade a ser enviada ao
ambiente. O ar a ser condicionado é filtrado, logo em seguida é resfriado ou
aquecido, retornando então ao ambiente condicionado.
De acordo com Carlos Kayano, diretor de Thermoplan (Arcoweb, 2007),
empresa de projetos e consultoria, vários sistemas de condicionamento de
ar, com indicações específicas para cada um. Entre estes sistemas temos:
Aparelho de Janela
O sistema mais simples disponível no mercado é o chamado aparelho
de janela, que tem todos os seus componentes instalados num único volume.
Sua potência é medida pela unidade inglesa British Thermal Unit (BTU/hora).
Os modelos compactos encontrados atualmente nas lojas de eletrodomésticos
apresentam consumo de energia elétrica bastante inferior, em comparação
22
com as versões antigas. Porém, como trabalham com baixas capacidades,
seus níveis de perda são os maiores dentre todos os tipos. Em projetos que
empregam apenas duas ou três unidades, a diferença no consumo de energia
tem menor impacto, também relacionado ao número de horas de uso diário e
às temperaturas médias da região. De modo geral, é uma solução simples e
barata para situações em que um investimento maior não compensa ou quando
não é possível usar outro sistema.
Sistema tipo “Split”
A potência dos aparelhos do tipo “split” é medida em BTUs/hora ou por
tonelada de refrigeração (TR) - 1 TR equivale a 12 mil BTU/hora. A principal
característica desse sistema é a instalação das partes ruidosas do
equipamento em áreas externas, deixando apenas a unidade evaporadora no
interior dos ambientes, instalada no forro ou em paredes. E também a
possibilidade do controle individual nos compressores de alta eficiência.
O sistema “split” requer espaço para a instalação de equipamentos
internos e externos e infra-estrutura elétrica coerente com a potência das várias
máquinas, itens nem sempre disponíveis nas edificações.
Centrais de água gelada
As centrais de água gelada também evoluíram nos últimos anos. O
desenvolvimento de novos componentes, como os compressores rotativos,
levou a uma significativa redução no consumo de energia elétrica. Os
equipamentos disponíveis no mercado em 1990 tinham consumo médio de
1,2 kW/TR, dez anos depois, essa média estava em 0,55 kW/TR. Entre as
vantagens do sistema central está a concentração da grande carga elétrica
junto do “chiller”, o que dispensa tomadas especiais em outros pontos da
edificação.
O investimento inicial nesse sistema é mais alto, porém seu custo
operacional é o mais vantajoso. Uma desvantagem é o tamanho dos
equipamentos, devendo ser reservado um espaço para sua acomodação,
operação e manutenção; as máquinas e os tanques têm um peso que deve ser
considerado, pois é dado importante para o projeto estrutural da edificação.
23
Portanto, este sistema deve ser previsto na fase inicial do projeto
arquitetônico.
Costa et al. (2004) afirma que condicionadores de ar de alta eficiência
podem chegar a economizar até 40% no seu consumo energético. Isto se deve
principalmente à tecnologia dos compressores, que faz também que haja um
aumento da vida útil do aparelho. Porém, mesmo com esses fatores positivos,
os condicionadores de ar eficientes não são os mais vendidos, devido ao maior
custo destes em relação aos menos eficientes.
Segundo Magalhães (2001), para aproveitamento de todo o potencial e
para uma maior vida útil, o sistema de ar condicionado deve receber alguns
cuidados e ser corretamente operado, sendo necessário:
Manter o ambiente fechado, para não ocorrer entrada do ar externo;
Evitar a incidência de raios solares no ambiente climatizado, para não
aumentar a carga térmica do condicionador;
Evitar deixar o aparelho diretamente exposto aos raios solares;
Fazer a limpeza dos filtros e grelhas regularmente;
Manter a temperatura entre 22 º a 24 º C e a umidade relativa do ar
entre 50 e 60%;
Desligar o aparelho quando o ambiente não for utilizado;
Não operar as válvulas de bloqueio do sistema de água gelada em
posição parcialmente aberta;
Dimensionar corretamente o sistema de ar condicionado, com todas as
variáveis térmicas internas e externas;
Não desprezar na hora da compra, o custo de manutenção e o consumo
de energia;
Dar preferência ao sistema de volume ar variável, que otimiza a vazão
do ar condicionado evitando desperdício;
Utilizar volume de ar variável, de acordo com a necessidade de cada
ambiente e procurar atender vários ambientes com a mesma máquina;
Utilizar termostato setorizado por ambientes;
Empregar sistemas automatizados de controle;
Tratar quimicamente a água de refrigeração.
24
2.3.3. Sistema de Computadores
Nas duas últimas décadas o uso de microcomputadores aumentou
demais no mundo, impulsionado pela informatização dos processos
empresariais e a popularização do produto. Juntamente com os micros e
periféricos, o consumo de energia elétrica também aumentou.
Os americanos preocupados com o aumento do consumo de energia,
em 1992 lançaram por intermédio do U. S. Environmental Protection Agency
(Agencia Norte Americana de Proteção Ambiental) um programa de
conservação de energia chamado “Energy Star”, inicialmente direcionado para
computadores e monitores e hoje se estendeu para 50 categorias de
produtos dos mais diversos modelos.
O “Energy Star” para computadores incentiva os fabricantes de hardware
e sistemas operacionais a implantar tecnologias eficientes de gerenciamento
de energia em seus produtos, com isso os equipamentos passam economizar
energia quando não estiverem sendo usados, ficando inativos nestes períodos.
Uma vez aprovados pelo programa, tais equipamentos são autorizados a usar
o logotipo “Energy Star”, por meio do qual são reconhecidos pelos
consumidores como economizadores de energia.
Segundo Alvarez (1998), as diretrizes do programa reconhecem dois
tipos de operação: modo normal e modo de baixo consumo de energia.
Dependendo do hábito de uso, o consumo de energia elétrica pode ser
reduzido drasticamente com a substituição de equipamentos convencionais por
equipamentos eficientes (portadores do selo).
De acordo com Kassick (2002) a maioria dos computadores possui no
seu sistema operacional, um sistema de gerenciamento de energia, que
possibilita ao usuário reduzir o consumo de energia de qualquer periférico. A
ativação deste recurso pode ser feita pelo próprio usuário, seguindo a seguinte
seqüência: clicar em Iniciar, Configurações, Painel de Controle, Opções de
Energia. Nesta última janela é seguir as informações/opções constantes e
definir o intervalo de tempo para desligamento automático do monitor de deo
e/ou do(s) disco(s) rígido(s). Podem ocorrer variações nesta seqüência, em
25
função da versão/língua do sistema operacional, mas normalmente a ativação
deste recurso é de extrema simplicidade.
A Fig. 2.3 apresenta a curva de carga de um computador com o
gerenciador e sem o gerenciador.
0
20
40
60
80
100
120
08
:00
08:
15
08:30
0
8
:45
09
:00
09:
1
5
09:30
10
:00
10:15
10:30
10
:45
11:
0
0
11:15
11
:30
11:
45
12:00
Horas
W
Sem Gerenciador Com Gerenciador
Figura 2.3 - Curva de carga de um computador com e sem gerenciador
A área existente entre as duas curvas é o potencial de economia devido
ao uso do gerenciador. Pelo gráfico nota-se que mesmo com esse dispositivo,
ainda há consumo de energia. Portanto dependendo do tempo em que o
usuário ficar sem usar o computador, seria melhor desligá-lo, o que faque
não haja consumo de energia (AVAREZ, 1998).
O monitor é um dos componentes que mais consome energia em um
computador pessoal. Mesmo no modo standby, ele ainda consome de 15 a
20 W, mesmo desligado via software (onde o LED fica piscando) ele ainda
consome cerca de 5 W. Zero mesmo, desligando no botão. Os monitores
de LCD consomem menos energia que os convencionais. Pode-se encontrar
um monitor de LCD com um consumo de 22 W até 60 W. os convencionais
podem variar de 40 W até 160 W (EPA, 2007).
26
2.3.4. Sistema de Aquecimento de Água
De acordo com Ilha et al. (1996) a produção de água quente é um
processo de transferência de calor a partir de uma fonte energética para
obtenção do fluído a uma certa temperatura, podendo haver reservação do
volume a ser aquecido ou não.
Os sistemas de aquecimento de água não se limitam somente ao
aquecedor, eles também compõem-se das tubulações, dos registros, das
válvulas e dos acessórios. Para se determinar o tipo de sistema a ser
empregado, deve-se analisar além dos fatores econômicos, os sociais e
climáticos (TABORIANSKI & PRADO, 2003).
Segundo Ghisi & Gugel (2005), para a produção da água quente três
modalidades, as quais são expostas a seguir.
- Individual
: a produção de água quente se em um único aparelho ou no
máximo, em aparelhos do mesmo ambiente. Estes ficam localizados no próprio
local de uso, o que retira a necessidade de uma rede de tubulações. O
chuveiro elétrico e os aquecedores individuais a gás são exemplos deste
sistema, que possui um investimento inicial baixo, mas vale ressaltar que a
utilização de gás requer cuidados especiais na instalação e adequação dos
ambientes, bem como dispositivo para exaustão dos gases.
- Central Privado: neste sistema, a produção de água quente é para todos os
aparelhos de uma unidade. As fontes energéticas normalmente utilizadas o,
a eletricidade, óleo combustível, gás combustível, lenha ou ainda energia solar.
Os aparelhos de aquecimento para este sistema podem ser instantâneos ou de
passagem, onde a água vai sendo aquecida à medida que passa pelo aparelho
(sem reservação) ou de acumulação, onde a água é aquecida e reservada para
uso posterior. A distribuição da água se por ramais que a conduzem desde
o aparelho de aquecimento até os pontos de utilização. A escolha deste
sistema demanda um razoável investimento inicial e se houver vários pontos de
uso, um aquecedor de acumulação proporcionará maior conforto ao usuário.
- Central Coletivo: neste sistema, a produção de água quente é para todos os
parelhos ou unidades da edificação. O aparelho de aquecimento é
normalmente situado no térreo ou subsolo, para facilitar a manutenção e o
27
abastecimento de combustível. Muito utilizado em hotéis, motéis, hospitais,
clubes, indústrias, etc. O aquecimento da água é realizado em uma caldeira,
que pode apresentar dispositivos para a troca do energético alimentador
(sistema de backup); assim tem-se caldeira a gás e eletricidade num mesmo
aparelho, proporcionando a alternância da fonte de energia. Como nos
aquecedores de acumulação para central privada, o reservatório pode estar
situado junto ao gerador ou não, dependendo do espaço físico destinado ao
aparelho. O investimento inicial neste caso é maior que nos outros, mas é a
solução, quando não se deseja a instalação de aparelhos de aquecimento no
apartamento ou se dispõe de pouco espaço físico.
O equipamento para o aquecimento da água de banho mais utilizado no
Brasil é o chuveiro elétrico, tendo o aquecedor solar como concorrente para a
redução do consumo de energia elétrica (TABORIANSK & PRADO, 2003)
As características de cada sistema serão analisadas a seguir.
o Chuveiro Elétrico
No Brasil, o chuveiro elétrico que é um invento brasileiro, é muito
difundido e utilizado.
Ele é constituído de um pequeno aparelho revestido de
material metálico ou de plástico. Dentro se encontra uma resistência elétrica
que é ligada automaticamente pelo próximo fluxo de água. O usuário pode
alterar a temperatura do jato de água através de uma chave situada no topo do
chuveiro que, dependendo do modelo, possui várias posições, as quais
regulam a resistência do mesmo (TABORIANSKI & PRADO, 2003). O mercado
hoje, oferece equipamentos dos mais variados modelos e potências que vão de
3000 W a mais de 7000 W (INMETRO, 2008).
Segundo Woelz & Contini (1999) este equipamento transforma energia
elétrica em térmica e é considerado como forte fator de elevação do pico de
demanda, devido a sua alta potência, e seu maior uso coincidir com o horário
de ponta. As principais características deste aparelho são:
- baixo custo de aquisição;
- alta eficiência térmica;
- potência máxima limitada;
- proximidade do local de consumo, reduzindo perdas térmicas;
28
- Facilidade de instalação.
algumas maneiras para se economizar energia com chuveiros
elétricos (UFAM, 2007):
Em dias quentes, colocar o chuveiro na posição “verão”, com isso
uma economia de aproximadamente 30 % em relação ao consumo na
posição inverno;
Deixar o chuveiro ligado apenas o tempo necessário para o banho;
Não prolongar o tempo de banho;
Nunca reaproveitar as resistências queimadas, isso provoca um
aumento do consumo e diminui a segurança do aparelho;
Realizar a instalação conforme o manual de instruções.
o Aquecedor Solar
De acordo com Varella (2004) a comercialização dos coletores solares
no Brasil iniciou-se na década de 70, porém marcada por uma imagem
negativa, devido à utilização de processos inadequados de fabricação e
conhecimento técnico insuficiente. A partir da década de 90 o mercado
brasileiro foi crescendo, as indústrias de coletores se fortalecendo e se
profissionalizando, motivando o início do Programa Brasileiro de Etiquetagem –
PBE de coletores solares planos para aquecimento de água para o banho e
piscina. Mas que o deu um bom impulso ao mercado brasileiro de aquecimento
de água foram: a divulgação dos benefícios da energia solar; a isenção de
impostos obtidos pelo setor; o financiamento pela Caixa Econômica Federal e
por fim, o racionamento e as incertezas no fornecimento de energia elétrica.
Hoje, os aquecedores solares têm grande importância, não para os
consumidores, uma vez que podem economizar até 80% da energia necessária
para o aquecimento d’água, mas para o país também, pois com sua utilização
em aquecimento de água para banho, há sensível diminuição no uso de
chuveiros elétricos, principalmente no horário de pico (das 18 às 21h), evitando
o aumento da demanda de energia, consequentemente, reduzindo a
necessidade da construção de novas usinas geradoras (FIGUEIREDO et al.,
1995). Segundo Taborianski & Prado (2003), esses equipamentos podem
29
reduzir em até 60% a emissão de CO
2
e CH
4
, que seriam emitidos por
chuveiros elétricos ou a gás.
De acordo com Rosa & Junior (2006), os sistemas de aquecimento solar
de água são normalmente instalados nos telhados dos edifícios e seus
componentes básicos são:
Coletor solar - Equipamento encarregado de captar a energia solar e
converte-la em térmica. É uma caixa de metal, pintada de preto com a
parte superior fechada com vidro. Dentro passam tubos de cobre, onde
circula a água e no fundo do coletor existe uma camada isolante, para
dificultar as trocas de calor com o ambiente externo.
Reservatório de água quente (Boiler) - recipiente onde a água aquecida
é armazenada para ser consumida quando necessário. Fica num ponto
acima das placas do coletor.
Reservatório de água fria - Caixa d’água responsável pelo fornecimento
de água para ser aquecida. Deve ficar mais alta que o Boiler.
Tubos resistentes ao calor - A tubulação e conexões deve ser de
material resistentes ao calor. Geralmente são utilizados tubos de cobre.
Junto ao Boiler pode existir um sistema elétrico auxiliar, para
complementar o aquecimento da água em períodos de baixa insolação ou
excessivo consumo. A resistência elétrica que atua dentro do boiler é regulada
através de um termostato, que pode ser acionado manualmente, ou
automaticamente, para manter a temperatura da água na faixa desejada,
geralmente entre 50 e 60ºC (VARELLA, 2004).
Uma vez construído, dimensionado e instalado de forma adequada, o
coletor solar certamente produzirá economia e conforto (VARELLA, 2004). De
acordo com Mesquita (1999), a manutenção do sistema de aquecimento solar é
simples, mas o usuário deve inspecionar visualmente os coletores, no mínimo,
uma vez a cada três meses, certificando-se das condições de limpeza e
verificando a ocorrência de alterações na superfície do coletor solar.
2.3.5. Sistema de Resfriamento
Os equipamentos de resfriamento como freezers, geladeiras, apesar de
não possuírem grande potência, são equipamentos ligados o dia todo, num
30
funcionamento cíclico, em que parte do tempo funcionam a potência nominal e
a outra parte a parada do compressor.
dois programas governamentais que informam para o consumidor o
desempenho energético destes equipamentos, para que ele possa optar pelo
mais eficiente na hora da compra:
- Programa Brasileiro de Etiquetagem do INMETRO;
- Programa Selo PROCEL de Economia de Energia.
Segundo o PROCEL (2007) a evolução tecnológica dos refrigeradores fez
com que o consumo de energia diminuísse no decorrer do tempo.
O consumo de eletricidade destes aparelhos depende da temperatura
empregada, da capacidade de carga, do isolamento das portas e do
desempenho do compressor. O uso incorreto destes equipamentos também
interfere no seu consumo de energia. Algumas dicas:
O QUE DEVE SER EVITADO
Colocar este tipo de equipamento junto de fontes de calor (fornos, fogões),
nem em locais com incidência solar direta. Baixando a temperatura ao redor do
equipamento em C pode-se atingir uma economia de energia de
aproximadamente 30%.
Deixar que o gelo se acumule, pois dificulta a transferência de calor entre o
evaporador e o interior do frigorífico. O consumo pode aumentar em cerca de
30% se existir uma camada de gelo superior a 5 mm.
Colocar comida ainda quente no frigorífico.
O QUE DEVE SER FEITO
Assegurar a existência de espaço para circulação do ar na parte traseira do
frigorífico.
Limpar a grelha traseira do frigorífico pelo menos uma vez por ano. A
acumulação de pó e sujeira dificulta a troca de calor através do condensador.
Verificação regular do fechamento das portas. Esse procedimento pode ser
efetuado deixando uma folha de papel entre a borracha e a porta. Se a folha de
papel ficar solta, é porque a porta não fecha convenientemente.
Ajustar o regulador de temperatura interior de acordo com as necessidades;
31
Reduzir o tempo de abertura das portas ao necessário (20% do consumo
global dos equipamentos de frio são devidos às aberturas das portas). Esta
prática também reduz a acumulação de gelo.
Cobrir a comida confeccionada e acondicionar convenientemente os
alimentos em geral. Estas práticas evitam a proliferação de bactérias e odores,
evitando também a formação de gelo dentro do aparelho.
Segundo Rocha (2001) também as câmaras frias que são ambientes
projetados para armazenagem de grande quantidade de produtos a baixas
temperaturas, sendo necessários alguns cuidados para diminuir as perdas
energéticas tais como:
Não deixar a porta aberta por muito tempo ao entrar na câmara;
Certificar-se de que a luz interna se apague, quando não houver ninguém na
câmara;
Usar lâmpada fluorescente no interior, para não aquecer muito o ambiente;
Realizar a manutenção periódica da câmara para evitar perda de frio e
consequentemente de energia.
2.3.6. Sistema de Motores (indução trifásicos)
De acordo com Bortoni & Santos (2006), um motor elétrico é
basicamente um conversor eletromecânico que converte energia elétrica em
mecânica e quando realiza a função inversa, ou seja, energia mecânica sendo
convertida em elétrica, chama-se gerador. Estes equipamentos são
responsáveis pelo consumo de aproximadamente 24% da energia gerada no
Brasil.
O motor desde sua invenção se desenvolveu muito, sofrendo melhorias
que o deixaram mais compacto e mais eficiente. A Fig. 2.4 mostra a relação
massa/potência dos motores no decorrer do tempo.
32
Figura 2.4 - Evolução dos motores elétricos
Fonte (Bortoni & Santos, 2006)
Num motor elétrico muitas perdas ocorrem no seu interior durante seu
funcionamento, segundo Bortoni & Santos (2006) elas ocorrem por:
efeito joule no estator e no rotor, consequência da passagem de corrente
elétrica nos seus enrolamentos;
perdas por histerese no ferro, é devido à constante reorientação do campo
magnético sobre o pacote de aço-silício;
perdas de Foucault, decorrentes das correntes induzidas no interior do
material magnético, produzindo perdas por calor;
perdas por atrito e ventilação, conseqüência do atrito nos rolamentos e do
arrasto aerodinâmico.
A manutenção corretiva em motores quando realizada não deve
ultrapassar 60% do custo de um novo, devendo ser feita em oficina qualificada,
sendo que um bom reparo pode, em alguns casos, chegar a aumentar o
rendimento do motor. A limpeza e lubrificação também são muito importantes,
pois diminuem as perdas por atrito e ventilação (HADDAD et al, 1999).
De acordo com Júnior (2005) no recondicionamento de motores algumas
ações devem ser evitadas:
Aquecer em demasia o núcleo de ferro para retirada dos enrolamentos
defeituosos;
Rebobinar fora dos padrões originais de projeto do fabricante;
33
Reparos no rotor, assim como a usinagem do diâmetro externo.
Não há dúvidas que existe um bom potencial de conservação de energia
na indústria brasileira. Geller (2003) afirma que o Brasil obteve algum
sucesso em aumentar a eficiência no uso da eletricidade, porém muitas
indústrias ainda desperdiçam energia por causa de processos e equipamentos
ineficientes. Por exemplo, os motores usados no Brasil são ineficientes se
comparados aos padrões internacionais, assim como sobredimensionados e
mal operados em muitos casos (GARCIA,2003).
De acordo com Bortoni & Santos (2006), uma boa alternativa para
conservar energia em se tratando de motores, é o emprego de equipamentos
de alto rendimento, que podem reduzir em até 30% as perdas. Para optar por
um motor de alto rendimento é necessário a realização de um estudo de sua
viabilidade econômica, pois seu preço é maior do que os padronizados. A
Tab. 2.5 apresenta os rendimentos mínimos para motores de alto rendimento e
padronizados respectivamente, de acordo com a norma NBR 7094/2000.
34
Tabela 2.5 - Rendimentos mínimos para motores
Velocidade Síncrona (rpm)
3600 1800 1200 900
Rendimento Nominal (%)
Potência Nominal
(cv)
Alto Rendimento - Padronizado
1 80,0 - 70,0 80,0 - 71,0 77,9 - 69,0 74,0 - 65,5
1,5 83,0 - 75,7 81,1 - 72,7 82,5 - 73,2 75,5 - 67,7
2 83,2 - 79,0 83,0 - 75,0 82,9 - 73,0 82,5 - 74,7
3 85,0 - 78,0 84,5 - 78,0 84,0 - 76,6 83,5 - 78,0
5 86,5 - 83,0 87,5 - 83,0 86,7 - 80,0 85,2 - 79,0
7,5 87,5 - 84,0 89,4 - 85,0 88,6 - 82,0 86,9 - 77,0
10 87,5 - 83,0 90,0 - 86,0 89,0 - 81,0 87,5 - 81,4
15 89,5 - 82,0 91,7 - 85,0 90,2 - 87,1 91,2 - 97,3
20 90,2 - 85,0 91,8 - 87,0 91,0 - 97,0 91,0 - 85,0
25 91,0 - 87,0 92,5 - 87,0 92,2 - 89,2 92,0 - 88,8
30 91,7 - 88,7 92,2 - 89,1 93,0 - 90,2 92,3 - 88,0
40 92,0 - 88,8 92,7 - 90,4 93,3 - 90,6 93,0 - 90,0
50 91,8 - 89,3 93,0 - 91,1 93,5 - 90,0 93,3 - 90,6
60 91,7 - 88,7 93,4 - 90,0 93,6 - 88,0 93,1 - 88,0
75 92,4 - 89,0 93,9 - 89,0 93,8 - 90,0 93,7 - 91,0
100 93,1 - 90,0 94,3 - 91,9 94,2 - 90,0 94,3 - 92,0
125 93,0 - 90,0 94,4 - 91,8 94,5 - 92,0 94,7 - 92,6
150 93,0 - 90,0 95,0 - 92,0 94,7 - 91,0 94,9 - 92,0
200 94,7 - 90,0 95,0 - 93,0 95,3 - 93,7 95,2 - 94,0
250 95,0 - 92,5 95,5 - 93,0 95,2 - 94,0 94,9 - 93,9
Fonte: Bortoni & Santos (2006)
Segundo Schaeffer et al. (2005), outras medidas podem ser tomadas
para deixar mais eficientes o uso de motores, tais como o utilização de
conversores de freqüência e o correto dimensionamento destes equipamentos.
2.3.7. Sistema de Produção de Vapor
Segundo Rocha et al. (2005) um sistema de vapor, genericamente é
constituído das seguintes etapas: geração, distribuição, uso final e
recuperação. Em todas essas etapas componentes que, ou por manuseio
inadequado ou problemas técnicos produzem perdas que diminuem a eficiência
energética do sistema.
35
Geralmente a utilização do vapor segundo Altafini (2002) se para o
aquecimento e/ou para produção de trabalho mecânico. Em aquecimento ele
pode ser usado para esterilização, aquecimento de líquidos, curtimento de
couro, calandras, autoclaves e outras. Para a produção de trabalho mecânico
o vapor pode ser utilizado, entre outros, em motores e turbinas.
Para Martins & Nogueira (2006), a eficiência na utilização da energia
térmica traz a redução de custos e de desperdícios de energia e ainda
vantagens ao meio ambiente, com uma menor liberação de poluentes na
atmosfera.
Segundo Nogueira (2005), a eficiência de uma caldeira está diretamente
relacionada com a temperatura de saída dos gases de escape. A eficiência
será maior, quanto menor a temperatura destes gases, mas mais detalhes
que devem ser levados em consideração, como o alto teor de enxofre dos
óleos combustíveis, que delimita a saída dos gases em temperaturas maiores
que 180 ºC, para diminuir problemas de corrosão. A substituição das caldeiras
aquotubulares da década de 70, que já apresentam um razoável nível de
perdas e desperdícios de energia, por caldeiras mais modernas e a adoção de
um gerenciamento dos sistemas de vapor, também contribuirão para o
aumento da eficiência.
As perdas energéticas de um sistema de vapor de acordo com Rocha et
al (2005) podem ser minimizadas de diversas maneiras, sendo muito útil o
conhecimento deste sistema, com suas aplicações e perdas. A Fig. 2.5
demonstra um sistema de vapor com um balanço de energia típico.
36
η
global do sistema
=
56 a
75 %
1- Perdas pela chaminé = 18 a 22%
2- Perdas por radiação e convecção = 1 a 4%
3- Perdas nas descargas de fundo = 1 a 3 %
4- Saída de energia da caldeira = 71 a 80 %
Figura 2.5 - Balanço energético genérico de um sistema de vapor
Fonte: Rocha et al. (2005)
Segundo Rocha et al. (2005) várias oportunidades de minimização
das perdas energéticas em um sistema de vapor, e a identificação destas, é
primordial para sua eficientização.
Oportunidades na geração do vapor.
- Minimizar o excesso de ar.
- Instalar equipamentos de recuperação de calor.
- Limpar as superfícies de transferência de calor da caldeira.
- Recuperar a energia da descarga de fundo da caldeira.
Oportunidades na distribuição do vapor.
- Evitar vazamentos de vapor.
- Manter perfeito os isolamentos de tubulações, válvulas, conexões e tanques.
- Realizar a manutenção periódica dos purgadores de vapor.
- Usar turbinas de contrapressão, ao invés de válvulas redutoras de pressão.
Oportunidades na recuperação do vapor.
- Otimizar a recuperação de condensado.
- Usar o condensado de alta pressão para produzir vapor de baixa pressão.
100 %
Energia
Caldeira
1
2
3
4
Uso
Final
37
2.4. Conservação de Energia
O desenvolvimento além de novas tecnologias, conforto, bem estar, trás
também a degradação da natureza, com poluição das águas, atmosfera, solo e
desmatamento, sendo o sistema energético responsável por grande parte dos
impactos ambientais. Seus efeitos negativos podem ser a nível local, como a
inundação de grandes áreas para construção do reservatório de hidrelétrica,
regional, como a chuva ácida e até mesmo global, como a erosão da camada
de ozônio ou o efeito estufa (LORA & TEIXEIRA, 2006).
No dia dois de fevereiro de 2007 cientistas do Intergovernmental Panel
on Climate Change divulgaram em Paris o mais completo relatório
climatológico até então realizado. As previsões eram desanimadoras. De
acordo com este relatório, o homem alterou o clima, e suas crescentes
emissões de dióxido de carbono e outros gases provocará um perigoso
aumento da temperatura da Terra de até C ao findar do século XXI. Com
isso, geleiras se derreterão, o oceano subirá, cidades litorâneas serão
inundadas. Neste relatório os cientistas praticamente confirmam que as
mudanças climáticas do planeta são provocadas pelo homem. Em números
globais, nos cinco últimos anos, as emissões de CO
2
passaram de 6,4 bilhões
de toneladas para 7,2 bilhões, o que demonstra que a comunidade
internacional está longe de mudar seu comportamento. Jacques Chirac,
presidente da França em pronunciamento no mesmo dia da leitura do relatório
disse: “...é hora de uma revolução nos padrões de produção de energia”
(LEITE, 2007).
Segundo Jannuzzi & Swisher (1997) a energia existe em diversas
formas e pode se converter de uma para outra, porém a cada etapa de
conversão, há uma perda, e de acordo com Martins (1999), a eliminação
dessas perdas ou desperdícios nas várias etapas dos processos energéticos
pode ser resumida com:
Planejamento integrado dos recursos são práticas que auxiliam os gestores
de energia a avaliar os custos e benefícios sob as óticas da oferta (geração) e
demanda (consumidor final), de forma que a energia utilizada pelo sistema seja
a de menor custo financeiro e ambiental;
38
Eficiência na Geração, Transmissão e Distribuição são práticas e
tecnologias que estimulam a eficiência em todas as etapas em que a
eletricidade é gerada e entregue aos consumidores finais. Esta categoria inclui
co-geração e turbinas de queima de gás natural, além de outras tecnologias
capazes de disponibilizar maior quantidade de energia elétrica em plantas
existentes;
Gerenciamento pelo Lado da Demanda são práticas e políticas adotadas
pelos planejadores de energia, que encorajam os consumidores a usar a
energia de uma forma mais eficiente, além de permitir a administração da curva
de carga das concessionárias;
Eficiência no Uso Final são tecnologias e práticas que estimulam a
eficiência energética na etapa do consumidor final. Inclui praticamente todos os
empregos de eletricidade e tecnologias caloríficas, tais como motores,
iluminação, aquecimento, ventilação, condicionamento de ar, entre outros.
Inclui também tecnologias que proporcionem a conservação e o melhor uso da
energia, tais como geradores de energia solar e aparelhos de controle do
consumo de energia.
Vários termos o empregados para expressar conservação de energia,
entre eles encontramos: “Uso Racional de Energia”, “Uso Eficiente de Energia”,
“Eficientização do Uso de Energia” (WALTER 2000). As definições também
são variadas, de acordo com cada autor:
De acordo com Magalhães (2001), conservação de energia pode ser
entendida como uma melhor maneira de utilizá-la, não perdendo o
conforto proporcionado por ela, mas diminuindo o consumo e os custos,
mantendo-se a eficiência e a qualidade dos serviços.
Segundo Ribeiro (2002), a eficiência energética está ligada à busca de
estratégias políticas que minimizem o consumo energético, sem
sacrificar os principais objetivos, bem como a evolução da organização,
ou seja, sem reduzir a produção de bens e serviços, a evolução
tecnológica e da informação, o conforto e o bem estar, englobando
questões ambientais.
39
Para Schimidt (2004), eficiência energética é um conjunto de práticas e
políticas que reduzem os custos com energia e/ou aumentam a
quantidade de energia oferecida, sem alteração da geração.
Nogueira (2006) traduz “conservação de energia” como a necessidade
de se eliminar o desperdício, reduzindo os investimentos no setor, sem
afetar o fornecimento de energia e a qualidade de vida.
Para Nadel e Geller (2001), a eficiência no uso da eletricidade
proporciona vários benefícios como a redução dos custos, a redução da
probabilidade de falta da eletricidade, colabora para aumentar a
competitividade das empresas, reduz a necessidade de investimentos e
os impactos ambientais, enfim a redução do desperdício de energia é a
fonte de produção mais barata e limpa que existe, sem conflitos com o
meio ambiente.
Para Goldemberg e Villanueva (1998), o aumento da eficiência com que
a energia é utilizada, justifica-se não pelo meio ambiente que será menos
degradado, mas também financeiramente, pois investimentos nesta área, em
geral têm retorno praticamente certo.
Segundo Sola et al. (2005) o tema eficiência energética pode ser
abordado de várias maneiras, as quais destacam-se: legal, ambiental,
tecnológica e socioeconômica. Assim torna-se um tema multidisciplinar em
uma escola.
De acordo com Weigmam (2004), a economia de energia pode
acontecer através de medidas zeladoras, adequações em equipamentos e
processos, melhoria no desempenho de equipamentos e redução das perdas.
Os sistemas energéticos modernos são complexas redes
de exploração de recursos naturais, com sucessivos
processos de conversão e transporte de energia e um
elevado nível de perdas, cuja redução constitui uma fonte
virtual de energia, que deve ser mais bem explorada, com
vantagens econômicas e ambientais”(NOGUEIRA,2007).
Segundo Ribeiro (2005), em todas as etapas do processo de conversão
energética, a possibilidade de introduzir maior eficiência, desde a geração,
transmissão, distribuição até o uso final.
40
Muitos economistas têm uma linha de pensamento na qual a economia
de energia terá melhores resultados quando a energia for taxada em função
dos danos ambientais associados à geração e ao consumo, sendo necessária
a intervenção do Estado através de atuações regulatórias (YOSHINO, 2003).
Para Aragão (2005), a crise energética de 2001 mostrou a capacidade
dos brasileiros de reduzir o consumo de eletricidade sem interrupção de suas
atividades. Cada consumidor realizou uma gestão energética em suas casas,
comércios e indústrias, com o objetivo de atingir as metas estabelecidas pelo
racionamento. Hoje a implantação de um sistema de gestão energética indica a
preocupação da empresa em permanecer competitiva, atraindo a atenção de
novos investidores e valorizando-se. Para Russel (2005), empresas
comprometidas com qualidade e melhoria contínua seriam propícias a adoção
de um sistema de gestão energética, maximizando resultados e disseminando
conhecimentos aos funcionários sobre o uso de energia.
De acordo com Magalhães (2001), existem boas oportunidades de
redução de custos e de economia de energia através de um melhor
gerenciamento da instalação, utilização de equipamentos eficientes, utilização
de técnicas modernas de projeto e construção, alterações de algumas
características arquitetônicas, melhora nos hábitos dos usuários e alteração de
algumas rotinas de trabalho na instalação. As oportunidades de redução são
características de cada prédio e devem ser identificadas em um estudo
específico, com recomendação das ações a serem empreendidas após análise
de viabilidade técnico-econômica.
Segundo o PROCEL, as soluções mais aplicadas para a redução de
consumo de energia elétrica em prédios são interferências nos sistemas de
iluminação, ar condicionado, sistemas elétricos, sistemas de refrigeração e
bombeamento.
2.5. Comissão Interna de Conservação de Energia
De acordo com Magalhães (2001), um projeto com a finalidade de
reduzir os desperdícios em uma instituição, deve iniciar-se com a implantação
de uma Comissão Interna de Conservação de Energia, conhecida como CICE.
Essas comissões foram instituídas pelo governo federal em 1990 pelo Decreto
41
99.656 e têm a incumbência de propor, implantar e acompanhar as medidas de
conservação energética, podendo ser inseridas em qualquer instituição, seja
ela pública ou privada. Basicamente suas atribuições são:
Ajudar na definição da política do uso eficiente de energia na instituição;
Estabelecer metas e objetivos exeqüíveis, mensuráveis e administráveis;
Avaliar e elaborar diagnóstico da situação atual do consumo de energia
da empresa;
Sugerir medidas de uso eficiente de energia;
Difundir junto aos colaboradores a conscientização em relação à
economia de energia;
Mecanismos para acompanhamento da evolução do consumo mensal
de energia;
Gerenciar e monitorar as ações planejadas;
Promover campanhas coletivas, como concursos, palestras e caixas de
sugestões para o uso eficiente de energia;
Divulgar os resultados junto a todos os colaboradores da instituição.
O Decreto 99.656/90 em seu Art demonstra a preocupação do
governo com o consumo energético das instituições públicas:
Fica criada uma Comissão Interna de Conservação de
Energia (Cice), em cada estabelecimento pertencente a
órgão ou entidade da Administração Federal direta e
indireta, fundações, empresas públicas e sociedades de
economia mista controladas direta ou indiretamente pela
União, que apresente consumo anual de energia elétrica
superior a 600.000 kWh (seiscentos mil Quilowatts Hora)
ou consumo anual de combustível superior a 15 tep's
(quinze toneladas equivalentes de petróleo).”
Os integrantes de uma CICE segundo Silva (2005) devem ser
funcionários da instituição dos mais diversos níveis e setores, pois assim o
programa terá melhor representatividade, atingindo a todos os setores e
atividades desenvolvidas nas instalações. Magalhães (2001) sugere a seguinte
estrutura de uma CICE:
Presidente: de preferência, alguém com conhecimentos em conservação
de energia e esteja ligado à alta administração;
Vice-presidente;
42
Representante da CIPA;
Técnico de comunicação social;
Administrador;
Engenheiro.
De acordo com Silva (2005), várias etapas de um projeto de
conservação de energia podem ser realizadas com a contratação de uma ou
mais empresas, porém, caberá a CICE a responsabilidade de acompanhar,
analisar os resultados, controlar a implantação das ações propostas e divulgar
os resultados para a comunidade.
A Universidade Federal de Lavras possui um programa permanente de
conservação de energia cujos gestores são: reitor, vice-reitor e pró-reitor de
administração. Uma CICE foi instituída e seus membros têm um mandato com
duração de dois anos. Essa comissão é constituída por oito funcionários entre
professores e servidores. As diretrizes deste programa são:
- Conhecimento da potência instalada na universidade;
- Monitoramento setorizado;
- Acompanhamento mensal das contas de energia elétrica;
- Campanha de uso racional de energia elétrica;
- Estabelecimento de metas de consumo;
- Sugestões de normas para instalação de novos equipamentos, e uso da
carga atual.
A diretoria da usina hidrelétrica de ITAIPU em 1995 implantou uma CICE
para elaborar e atualizar os programas anuais de conservação de energia da
usina, seguindo o Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica
(Procel), da Eletrobrás, assim como com o Programa Uso Racional e Eficiente
da Energia Elétrica, da Administración Nacional de Electricidad. A CICE de
Itaipu possui funcionários da área técnica, administrativa e comunicação social,
sendo a coordenação realizada por um representante da área técnica.
A Universidade de Brasília no início de 2006 implantou uma comissão
para estudar, monitorar, analisar e desenvolver ações para atingir a meta de
redução em 20% o valor das contas de energia. Essa primeira comissão era
composta por: um administrativo, vigilante, engenheira eletricista, técnico
eletricista, o prefeito do campus e a editora de comunicação institucional.
43
2.6. Empresas de Conservação de Energia
De acordo com a ABESCO (2008) -Associação Brasileira das Empresas
de Serviço de Conservação de Energia, as ESCOs -Energy Services Company
são empresas de engenharia, que se especializaram em serviços de
conservação de energia e de água, promovendo a eficiência desses insumos
nas instalações de seus clientes.
Essas empresas utilizão-se principalmente de contratos de performance,
que é o meio legal para dar base as condições de desenvolvimento e
remuneração para a implantação das ações técnicas e economicamente
viáveis, através da divisão por um determinado tempo do montante de
economia obtida com a redução efetiva das contas de energia e água na planta
do cliente. Essas empresas têm a capacidade de:
- Identificar oportunidades de economia através de análises e medições;
- Estudar alternativas;
- Avaliar soluções técnicas, ambientais e financeiras;
- Desenvolver projetos;
- Gerenciar e implementar obras;
- Propor diretrizes econômicas e tarifárias;
- Assessoramento de contratação de financiamentos.
Um projeto de eficiência promovido por uma ESCO possui as seguintes
etapas:
- Diagnóstico energético;
- Assinatura do contrato de perfamance;
- Capitação de financiamento;
- Pesquisas de materiais e equipamentos;
- Implantação;
- Comissionamento;
- Medição e verificação para comprovar a redução do consumo de energia;
- Início do período de remuneração da ESCO.
2.7. Tarifação
De acordo com Haddad et al (2006), o sistema tarifário de energia
elétrica é um conjunto de normas e regulamentos com a finalidade de
44
estabelecer o valor monetário da eletricidade para os consumidores. A
compreensão da estrutura tarifária e dos cálculos envolvidos é um importante
parâmetro para a tomada de decisão em projetos de conservação de energia.
A fatura de energia elétrica contem uma síntese de como a energia foi utilizada
durante um mês, sendo necessário uma análise de no mínimo 12 meses, para
se ter um bom quadro de informações, essencial para o gerenciamento
energético de uma instalação.
Segundo Rocha & Monteiro (2005), vários fatores influenciam no custo
da energia elétrica para o consumidor, entre elas: equipamentos com suas
condições operacionais e a forma de contratação da energia.
De acordo com a Cemig (2008), o objetivo do sistema tarifário de energia
elétrica é estabelecer o preço da eletricidade para os diferentes tipos de
unidades consumidoras, que classificam-se em:
- Residencial
- Industrial
- Comercial
- Rural
- Poder Público
Os consumidores, além de unidades consumidoras, também são
divididos pelo nível de tensão em que são atendidos. Aqueles atendidos na
baixa tensão (127 V e 220 V) são classificados no grupo B e aqueles atendidos
na alta tensão (acima de 2,3 kV ) no grupo A.
Cada grupo é dividido em sub-grupos, de acordo com as Tabelas 2.6 e
2.7.
Tabela 2.6 - Sub-grupos do grupo A
Grupo A (Alta Tensão)
Sub-grupo Tensão
A1
230 kV ou mais;
A2
88 kV a 138 kV
A3
69 kV
A3a
69 kV
A4
2,3 kV a 25 kV
AS
Subterrâneo
45
Tabela 2.7 - Sub-grupos do grupo B
Grupo B (Baixa Tensão)
Sub-grupo Classes
B1
Residencial; residencial baixa renda
B2
Rural, cooperativa de eletrificação rural; irrigação
B3
Demais classes
B4
Iluminação pública
Para o grupo B a tarifa é monômia, isto é, são cobrados apenas pela
energia que consomem e para o grupo A a tarifa é binômia, ou seja, são
cobrados pela demanda e pela energia que consomem. Os consumidores
desse grupo podem enquadrar-se em três alternativas, que se encontram na
Tabela 2.8.
Tabela 2.8 - Modalidades Tarifárias
Modalidade Tarifária
Subgrupos Convencional Verde Azul
A1 (230 kV ou mais)
A2 (88 kV a 138 kV) Não se aplica Não se aplica Obrigatória
A3 (69 kV)
A3a (30 kV a 44 kV) Demanda Demanda Demanda
A4 (2,3 kV a 25 kV) contratada < 300 kW contratada > 300kW contratada > 300 kW
AS (Subterrâneo)
O faturamento vai variar conforme o grupo do consumidor. O ICMS
(Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Produtos) possui uma alíquota
com valores diferenciados em cada estado (CEMIG, 2008).
Faturamento Convencional
A instituição é cobrada pelo consumo de energia e pela maior demanda
registrada ou contratada, independente do horário do dia e do período do ano.
É adequada para instituições que utilizam processo contínuo de produção
ou prestação de serviço, sem possibilidade de modulação. Ou ainda para
aquela cuja maior demanda de energia elétrica está no horário de ponta.
46
Faturamento Horo Sazonal Verde
As tarifas de consumo em Horário de Ponta -HP e Horário Fora da Ponta
-HFP são diferenciadas, com uma tarifa única para a demanda de potência.
É indicado para instituições que podem reduzir o consumo de energia no
horário de ponta.
Faturamento Horo Sazonal Azul
As tarifas de consumo e de demanda de potência são diferenciadas na
ponta e fora da ponta.
É indicada para a instituição que possa diminuir, parcialmente, a
demanda de potência e o consumo de energia no horário de ponta.
Obs: Quando a demanda registrada ultrapassar em mais de 10% a
demanda contratada, haverá a cobrança de uma parcela de ultrapassagem,
sobre a demanda que ultrapassou os 10%, que é três vezes maior que a tarifa
normal.
De acordo com Shoeps (1994), para garantir despesas mínimas com as
faturas de energia elétrica é necessária uma escolha adequada das demandas
contratadas, que devem ser de acordo com as necessidades da instituição.
2.8. Softwares de Auxílio à Eficiência Energética
Existem diversos softwares que podem auxiliar num projeto de eficiência
energética, desde o diagnóstico de sistemas individuais, como a iluminação,
condicionamento de ar, até diagnósticos completos, com o estudo de todo o
sistema, incluindo a análise tarifária e financeira. Vários destes softwares são
disponibilizados gratuitamente em sites como o do PROCEL ou de
universidades, outros são comercializados também pela internet, e podem ser
adquiridos via compra online. Segue uma descrição de alguns destes
softwares.
Soft Lux
O software Soft lux foi desenvolvido pela empresa Itaim Iluminação, para
a realização de uma análise luminotécnica. Os cálculos são baseados no
Método das Cavidades Zonais e Método Ponto a Ponto Direto para áreas
47
retangulares, sendo seus resultados estimados de acordo com os dados
inseridos pelo usuário.
Este software é mais indicado para projetos simples e é de fácil uso. O
cálculo luminotécnico é feito em quatro passos:
1º Passo - Inserção das informações do ambiente:
2º Passo - Seleção da Luminária
3º Passo - Distribuição da Luminárias
4º Passo - Resultados
O Soft Lux pode ser adquirido gratuitamente no site da empresa Itaim
Iluminação - http://www.itaimiluminacao.com.br/novo/index_main.cfm?p=c ou
pelo site do PROCEL INFO, na área Simuladores.
Caldeira 5
Os cientistas do IPT -Instituto de Pesquisas Tecnológicas do estado de
São Paulo S.A. desenvolveram este software para auxiliar lculos relativos à
operação de geração de vapor através da queima de combustíveis líquidos,
sólidos, gasosos ou de suas misturas. Nesta versão, inclui a geração de vapor
através dos gases de exaustão de uma Turbina a Gás.
Este software não é gratuito e pode ser adquirido por reembolso postal
ou pela internet, através do site do IPT - http://www.ipt.br.
SAFEE
O SAFEE -Simulador para Análise Financeira em Projetos de Eficência
Energética é um software desenvolvido em 2004 pela PA CONSULTING
GROUP para o Centro Brasileiro de Informação em Eficiência Energética,
Procel-info. É um guia técnico interativo para cálculos financeiros, com
informações e procedimentos que ajuxiliarão no aprendizado do usuário sobre
o assunto e na determinação da viabilidade das ações de eficiência energéticas
sugeridas, após realizado o diagnóstico.
O SAFEE é um software em português, e pode ser acessado
gratuitamente pelo site: http://www.eletrobras.com/pci/guiafinanceiro.
Mark IV Plus
O Mark IV Plus é uma ferramenta em português de diagnóstico
energético desenvolvido para Windows, em Visual Basic 6, por uma equipe de
48
professores da UNIFEI Universidade Federal de Itajubá, em colaboração
conjunta com o PROCEL .
O software Mark IV Plus é de fácil aplicação, abrangendo vários
sistemas energéticos. O usuário fornecerá ao programa informações sobre
cada sistema, que serão analisadas, sendo emitido um relatório com a análise
do consumo e a verificação da viabilidade das medidas de conservação e uso
eficiente de energia a serem tomadas. O relatório contém as seguintes
informações:
Análises do sistema atual;
Problemas encontrados e melhorias possíveis;
Análise econômica do módulo;
Análise econômica final;
Método do valor presente;
Método do tempo de retorno;
Método da taxa Interna de retorno;
Conclusão.
O PROCEL disponibiliza gratuitamente o Software Mark IV Plus, pelo
seu site, www.procel.gov.br/procel/site/dowloads/index.asp, onde pode ser feito
o download do programa.
SAGEE
O SAGEE -Sistema de Apoio a Gestão de Energia Elétrica - é um
software desenvolvido para rodar em microcomputadores do tipo IBM PC,
rodando no Microsoft Windows 2000 ou XP. Realizando uma Avaliação da
Gestão da Eficiência Energética, permitindo ao usuário, uma visão global da
situação de sua instituição em relação à eficiência energética, envolvendo tanto
questões relativas à gestão, como questões relativas às condições específicas
de utilização de energia na instituição. A partir deste ponto, a direção poderá
definir e adotar as ações mais adequadas para melhoria de seu desempenho
em termos de eficiência energética. Não é muito aprofundado na parte de
insumos finais.
O software pode ser adquirido gratuitamente através da pagina do
PROCEL-INFO, http://www.eletrobras.com/pci/main.asp.
49
2.9. Projetos de Conservação de Energia
Um projeto de conservação de energia bem estruturado deve seguir
algumas etapas na seqüência certa para produzir os resultados esperados.
Segundo Nogueira (2006) um projeto deve identificar, quantificar, analisar e
propor alternativas para a redução do consumo energético. A Figura 2.6
apresenta as etapas básicas de um programa de uso racional de energia.
DIAGNÓSTICO
ENERGÉTICO
GESTÃO
ENERGÉTICA
PROGRAMA DE
USO
RACIONAL DE
ENERGIA
Figura 2.6 - Etapas básicas de um projeto de conservação de energia
Fonte: (Haddad, 2006)
Inúmeros projetos de conservação de energia foram e são realizados
por todo o mundo, cada qual segue um método específico.
Correa (1998) realizou um estudo de caso no Departamento de
Engenharia Química da UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina, o
qual foi dividido em quatro etapas:
Caracterização do consumo energético no Departamento de Química,
através do estudo das contas de energia de anos anteriores.
Caracterização dos hábitos de consumo dos freqüentadores do
departamento, através da análise de questionários aplicados a estes.
Realização de uma análise tarifária, para determinar o melhor
enquadramento tarifário junto à concessionária Centrais Elétricas de
Santa Catarina.
Com base nos resultados obtidos, delinear estratégias para diminuição
do consumo de energia elétrica, conforme as tecnologias disponíveis no
IDENTIFICAR
QUANTIFICAR
MODIFICAR
ACOMPANHAR
50
mercado brasileiro, juntamente com um estudo econômico para
determinar o melhor custo-benefício das mesmas.
Na mesma UFSC, Ghisi (1997) propôs um método para retrofit nos
sistemas de iluminação seguindo a seguinte sequencia:
Determinação dos usos finais;
Avaliação do atual sistema de iluminação artificial;
Avaliação da iluminação natural;
Elaboração de um novo projeto luminotécnico;
Análise da economia de energia elétrica com a nova iluminação;
Análise econômica dos investimentos.
Alvarez (1998) propôs uma metodologia para a determinação do
potencial de conservação de energia elétrica em instalações comerciais e de
ensino. Esta metodologia foi posta em prática no CUASO - Cidade Universitária
Armando de Salles Oliveira, o maior campus da Universidade de São Paulo.
Sua metodologia segue a seqüência:
Levantamento dos dados das contas de energia;
Levantamento de dados através de medições;
Levantamento de dados por inspeções;
Tratamento dos dados para obtenção de indicadores energéticos;
Análise dos dados;
Análise econômica;
Análise tarifária
Em Florianópolis, num edifício comercial chamado Condomínio FIESC,
Westphal (1999) realizou um estudo de melhoria da eficiência energética do
prédio, aplicando sequencia a seguir:
Análise das contas de energia elétrica dos últimos quatro anos.
Levantamento dos dados físicos da edificação.
Levantamento dos elétricos dos equipamentos.
Caracterização dos padrões de uso dos sistemas elétricos.
Modelagem da edificação no software VisualDOE.
Análise dos dados obtidos.
Propostas de melhoria na eficiência energética.
51
Simulação das propostas de eficiência no VisualDOE.
Análise econômica das melhores alternativas.
Segundo Ribeiro (2005), um diagnóstico energético deve seguir as
etapas:
Caracterização dos insumos energéticos utilizados na instalação;
Visitas aos locais para conhecimento das instalações e identificação dos
ambientes;
Levantamento dos dados operacionais, com instrumentos de medição;
Entrevista com funcionários e usuários para coletar informações sobre
aspectos operacionais e hábitos de uso;
Análise dos diversos dados da operação e consumo;
Cadastramento das amostras representativa das instalações e
equipamentos;
Levantamento das oportunidades de redução dos desperdícios
identificados;
Levantamento das oportunidades de redução de custos pelos aspectos
institucionais ainda não utilizados;
Na UFF - Universidade Federal Fluminense no Rio de Janeiro no ano de
2001 foi realizado um retrofit nos sistemas de iluminação de alguns
departamentos e segundo Tavares et al. (2004), foi seguida as seguintes
etapas:
Levantamento dos dados do projeto;
Levantamento dos dados de campo;
Levantamento das funcionalidades dos prédios, através de entrevistas
com o pessoal responsável pela operação e manutenção;
Levantamento dos dados do sistema de gerenciamento de energia;
Entrevistas com os usuários para coleta de dados dos hábitos de uso;
Medições de campo;
Tratamento dos dados obtidos;
Elaboração do cálculo de iluminação;
Elaboração do projeto de iluminação;
Avaliação técnica e econômica.
52
3. METODOLOGIA
A metodologia utilizada neste trabalho para desenvolvimento de um
método referente ao uso racional de energia para aplicação em EAFs e para
ser utilizado em Projetos de Conservação de Energia, baseou-se em:
Revisão Bibliográfica sobre métodos desenvolvidos por outros
autores, como Ghisi (1997), Alvarez (1998), Correa (1998),
Westphal (1999), Tavares et al. (2004) e Ribeiro (2005);
Análise dos livros “Conservação de Energia: Eficiência Energética
de Equipamentos e Instalações” (PROCEL / UNIFEI, 2006),
“Eficiência Energética: Teoria e Prática” (HADDAD J. et al.
2007);
Análise de informações adquiridas através de aulas de eficiência
energética na UNIFEI e entrevistas com administradores da EAF
de Inconfidentes-MG;
Estudo de caso e aplicação do Método desenvolvido em uma
EAF.
3.1. Descrição das Etapas Desenvolvidas no Método
O método foi dividido em etapas para melhor visualização, entendimento
e aplicação como mostra a Fig. 3.1. Estas etapas serão detalhadas a seguir.
53
Figura 3.1 - Etapas do Método criado para ser utilizado em Projetos de Conservação de
Energia
Seleção
Melhores
Oportunidades
Motivação
CICE
Diagnóstico
Projetos
Implantação
das
Ações
Avaliação
dos
Resultados
Monitoramento
do
Consumo
54
3.1.1. Motivação
A motivação foi colocada como a primeira etapa para o Projeto de Uso
Racional de Energia em uma EAF, pois o início de um bom trabalho está
baseado na motivação com a qual seus participantes desempenham suas
funções e também pela razão de existir uma despreocupação por parte de
servidores e alunos em economizar a energia consumida em uma Escola
Federal, pois esta, não será paga diretamente por eles. Existe ainda a
importância de uma escola em demonstrar bons exemplos de cidadania que
devem ser transmitidos aos alunos. Portanto um Projeto de Uso Racional de
Energia que necessita da colaboração de pessoas, impreterivelmente deverá
motivá-las, caso contrário estará fadado ao insucesso.
Em uma EAF vários fatores podem originar a “Motivação” para aplicação
deste Método, como por exemplo:
A redução de custos com as faturas de energia, propiciando a
aplicação desta economia em outros setores da escola.
A obrigação da aplicação de Decretos ou Leis Federais,
Estaduais ou Municipais;
O interesse natural dos envolvidos: alunos e funcionários.
3.1.2. Criação da Comissão Interna de Conservação de Energia
A criação da CICE é uma etapa importante de um Projeto de Uso
Racional de Energia em uma EAF, pois ela será a coordenadora do projeto,
além de estar amparada pelo Decreto 99.656/90.
A CICE deverá ser criada por uma portaria, na qual o Diretor nomeará os
integrantes da comissão, mostrando assim à comunidade escolar o apoio da
direção ao projeto.
As atribuições da CICE são basicamente:
Definir uma política para a utilização da energia na instituição;
Estabelecer metas e objetivos para o consumo energético;
Providenciar a realização de um diagnóstico energético;
Sugerir medidas de uso eficiente de energia;
55
Conscientizar a comunidade escolar das vantagens do uso racional de
energia;
Gerenciar e monitorar as ações planejadas;
Divulgar os resultados à comunidade escolar.
Os integrantes da comissão deverão ser servidores da EAF, ou mesmo
pessoas não vinculadas à Escola, mas que possua conhecimentos sobre os
sistemas energéticos que possam auxiliar a comissão.
Para uma melhor configuração, a CICE deve ter representantes de todas
as áreas da Escola, a fim de se ter uma interlocução global, com reuniões no
mínimo trimestrais. Interessante seria a participação do Diretor Geral,
juntamente com os coordenadores de Ensino, Produção e Pesquisa,
Administrativo e de Recursos Humanos. O professor de Física, o Chefe do
Setor de Acompanhamento de Projetos e Construção Civil e mais um outro
componente, servidor ou não, mas que possa auxiliar, completariam a
comissão.
3.1.3. Diagnóstico
O diagnóstico é a análise dos sistemas consumidores de energia da
instituição, objetivando detectar as possibilidades de economia. As próximas
etapas serão balizadas pelos resultados encontrados neste diagnóstico, que
deverá ser providenciado pela CICE, sendo que a possibilidade de ser
realizado por uma Empresa Especializada em Conservação de Energia
(ESCO) ou por membros da própria instituição que possuam conhecimentos
dos sistemas energéticos da escola.
O diagnóstico possui duas etapas.
A) Levantamento dos Dados
O levantamento de dados é a etapa inicial do diagnóstico, na qual todas
as informações que indicam e que influenciam no consumo de energia da
instituição deverão ser transcritos em fichas específicas para cada sistema
energético.
Os primeiros dados a serem levantados são as informações das faturas
de energia elétrica, sendo necessário um levantamento no mínimo 12 faturas
56
seqüenciais, para viabilizar uma boa análise histórica do consumo da
instituição, contribuindo para: detectar distorções e sazonalidades, estimar
tendências de consumo e demanda, detectar o melhor enquadramento tarifário.
As informações do sistema tarifário a serem levantadas estão as da TAB 8.1
(Ver Anexo A)
Após a coleta dos dados das faturas de energia, inicia-se o
levantamento das informações dos sistemas energéticos da EAF. É necessária
a visita em todas as dependências da escola, e dependendo do sistema
energético existente no local haverá uma tabela a ser preenchida.
- Sistema de Iluminação: Tab. 8.2 (Ver Anexo B).
- Sistema de Condicionamento de Ar: Tab 8.3 (Ver Anexo C).
- Sistema de Refrigeração: Tab 8.4 (Ver Anexo D).
- Sistema de Aquecimento de Vapor: Tab 8.5 (Ver Anexo E).
- Sistema de Motores de Indução: Tab 8.6 (Ver Anexo F).
- Sistema de Computadores: Tab 8.7 (Ver Anexo G).
- Sistema de Aquecimento de Água: Tab 8.8 (Ver Anexo H).
também o Questionário I (Ver anexo I) para os servidores da Escola
e o Questionário II (Ver anexo J) para os alunos.
B ) Análise dos Dados
A análise dos dados inicia-se com o cálculo do consumo desagregado
dos sistemas energéticos, assim poderá se determinar a porcentagem de
energia que cada sistema consumiu, com o objetivo de conhecer
detalhadamente o consumo total da instituição. Em seguida devem ser
analisados os sistemas energéticos individualmente, empregando para isto os
softwares apresentados na Tab. 3.1, finalizando com o software SAFEE, para a
análise econômica.
Tabela 3.1 - Softwares para a análise dos sistemas energéticos
Sistema Software
Iluminação Mark IV ou Soft Lux
Condicionamento de Ar Mark IV
Refrigeração Mark IV
Produção de Vapor Mark IV ou Caldeira 5
Motores Mark IV
57
Os sistemas de aquecimento de água e de computadores têm grande
representatividade no consumo energético de uma EAF, mas não foram
encontrados softwares para auxiliar no diagnóstico destes sistemas, daí a
necessidade da aplicação de equações. A Eq. 1 calculará a energia consumida
por um aparelho ou sistema elétrico em determinado intervalo de tempo.
tPE
=
(1)
onde
:
E = Energia consumida [kWh]
P = Potência consumida [kW]
t = tempo de uso [h]
Para a determinação do percentual de consumo que cada sistema
energético representou do total em um determinado período, aplica-se a Eq. 2.
T
S
C
C
=%
(2)
Onde:
% = Porcentagem do Sistema Energético
C
S
= Consumo do Sistema [kWh]
C
T
= Consumo Total [kWh]
A porcentagem de consumo de cada sistema pode ser calculada para o
período de um mês ou um ano.
Se após a análise de cada sistema, for detectada a necessidade de
troca dos equipamentos, o potencial de economia de energia poderá ser
calculado pela Equação 3.
58
NA
CCPC
=
(3)
onde:
PC
= Potencial de conservação [kWh]
C
A
= Consumo atual [kWh]
C
N
= Consumo com nova Potência [kWh]
Para a análise econômica é necessária uma pesquisa de mercado,
levantando os preços dos equipamentos e de serviços e em seguida lançando
as informações no software SAFEE.
3.1.4. Seleção das Oportunidades
A seleção das oportunidades é a etapa que priorizará as ações que
melhor se enquadrem às necessidades e disponibilidades financeiras da EAF,
no caso do diagnóstico apresentar mais de uma opção para conservação de
energia da escola.
As oportunidades de economia devem ser analisadas não somente no
aspecto financeiro, mas também na comodidade que proporcionarão aos
usuários e nos benefícios educacionais aos estudantes, pois as verbas para a
realização de uma ação recomendada pela CICE podem vir de projetos
enviados ao MEC e não apenas do orçamento anual da escola.
3.1.5. Projetos (MEC/SETEC)
Os projetos aqui referem-se àqueles que serão enviados ao MEC para a
obtenção de recursos financeiros para a aplicação das ações recomendadas
pela CICE. Esta etapa tem grande importância, pois é a partir de um bom
projeto com uma boa justificativa, que a perspectiva da escola conseguir
recursos junto ao governo ou a algum outro órgão aumenta.
A Fig. 8.1 (Ver Anexo K) apresenta o modelo de planilha para projetos a
serem enviados ao MEC. Atenção especial deve-se no campo 30 - Justificativa.
Neste item o projeto com o intuito de economizar energia em uma EAF, deve
estar embasado em:
- Economia financeira;
59
- Redução da degradação ambiental;
- Incentivo do governo à eficiência energética.
3.1.6. Implantação das Ações
A implantação das ações deve ser iniciada o mais rápido possível. Elas
devem ser colocadas em prática o logo sejam liberadas as verbas dos
projetos enviados ao MEC, apenas tomando-se cuidado com o calendário
escolar, pois algumas destas ações serão obras que possivelmente trarão
desconforto aos alunos e as atividades normais da escola.
O objetivo em se implantar as ações recomendadas pela CICE é de :
- Redução dos gastos com a energia;
- Melhorar o conforto da comunidade escolar;
- Colaborar com a redução ambiental.
É uma fase que poderá ser aproveitada didaticamente pelos professores
de diversas áreas do conhecimento como: sica, Matemática, História,
Português, Geografia, etc. A conscientização da comunidade escolar
certamente será uma das ações previstas pela CICE e nesta etapa ela poderá
ser implantada.
3.1.7. Avaliação dos Resultados
A avaliação dos resultados é uma etapa que esta logo em seguida a
implantação das ações, justamente para analisar se estas foram bem
sucedidas ou se serão necessárias novas intervenções. Esta avaliação será
feita com o levantamento dos novos consumos e comparando com os
consumos anteriores à aplicação das ações de eficiência.
3.1.8. Monitoramento do Consumo
O monitoramento do consumo inicia-se depois de terminada a
implantação das ações de economia de energia. Ele deve ser contínuo e
acompanhado pelo histórico de atividades extras da escola, relacionando-as
com o consumo, com o objetivo de detectar variações da rotina e no consumo
energético e assim auxiliar em novos diagnósticos. A Tab. 8.9 (Ver anexo L)
apresenta as informações necessárias para este monitoramento.
60
4. RESULTADOS
4.1. Estudo de Caso e Aplicação do Método Desenvolvido
4.1.1. Seleção do Campus para a Aplicação da Metodologia
Com a implantação do IFET Sul de Minas, constituído palas EAFs de
Muzambinho, Inconfidentes e Machado, esta nova instituição passou a se
enquadrar no Decreto 99.650/90, pois seu consumo de energia elétrica em
2008 foi superior a 600.000 kWh/ano como é apresentado na Tab. 4.1.
Tabela 4.1 - Consumo e custo de energia elétrica (Cemig) anual do IFET Sul de Minas
Campus
Consumo
kWh/ano
Custo anual
R$
Inconfidentes 501.310 212.000,00
Muzambinho * 58.930 41.000,00
Machado 528.048 158.000,00
Consumo Total Anual 1.088.228 411.000,00
Fonte: Faturas de energia elétrica
* O consumo do Campus de Muzambinho é referente a energia adquirida da
CEMIG, complementa-se a esta, a energia produzida por sua PCH.
Individualmente o campus de Muzambinho possui um gasto com energia
(CEMIG) diferenciado dos outros, pois além de contar com uma PCH que
produz grande parte da energia elétrica necessária para suas atividades,
também realizou alguns projetos de eficiência energética, como a alteração
do aquecimento da água dos chuveiros dos alunos, de elétrico para solar. Os
campus de Machado e Inconfidentes têm consumo parecido, não possuem
uma PCH e ainda o realizaram nenhum trabalho para redução deste. A Fig.
4.1 apresenta o consumo mensal de energia elétrica adquirida da CEMIG no
ano de 2008 no campi do IFET do Sul de Minas.
61
0
10.000
20.000
30.000
40.000
50.000
60.000
jan
/
0
8
f
e
v
/
0
8
ma
r
/08
abr/08
mai/
0
8
jun/08
jul/08
ago/08
s
e
t
/
0
8
o
u
t
/
0
8
nov/08
de
z
/
08
kWh
Inconfidentes Muzambinho Machado
Figura 4.1 - Consumo mensal de energia elétrica (Cemig) no IFET Sul de Minas
Apesar dos campus de Inconfidentes e Machado consumirem
aproximadamente as mesmas quantidades de kWh, o custo da energia na
primeira é maior, pois as faturas deste insumo em Inconfidentes são bem mais
altas, porque algumas unidades desta escola estão enquadradas na zona
urbana, enquanto a de Machado é totalmente classificada como rural. O custo
médio do kWh de cada uma é apresentado na Fig. 4.2.
Figura 4.2 - Custo individual do kWh nos campus do IFET Sul de Minas
Analisando as informações aqui apresentadas nota-se a necessidade de
um estudo mais detalhado do enquadramento tarifário dos Campus de
Muzambinho e Inconfidentes e para este último caberia também um projeto de
eficiência energética para a redução dos seus possíveis desperdícios.
0,00
0,10
0,20
0,30
0,40
0,50
0,60
0,70
0,80
Muzambinho
Machado
Inconfidentes
R $
62
Assim, ficou selecionado o campus ou EAF de Inconfidentes para a
aplicação da metodologia apresentada neste trabalho.
Esta escola fica na cidade de Inconfidentes, sul de Minas Gerais,
possuindo uma infra-estrutura com 31.000 de área construída num total de
254 hectares. O quadro de funcionários possui 81 técnicos administrativos, 63
professores e 73 servidores terceirizados. Anualmente em média 1000 alunos
estudam na escola, distribuídos entre os cursos de: agropecuária, agrimensura,
agroindústria, informática, gestão ambiental e PROEJA. O alojamento possui
aproximadamente 300 alunos e o refeitório serve em média 1200 refeições
diárias.
A Escola Agrotécnica Federal de Inconfidentes -EAFI- possui várias
unidades na cidade, sendo escolhida a sua sede central (Fig. 4.3) para o objeto
deste estudo, por ter o maior consumo de energia elétrica dentre as demais.
Nela se encontram: salas de aula, laboratórios de informática, salas da
administração, almoxarifado, cozinhas, refeitório, quadra de esportes e
dormitórios. Os prédios são antigos, e mesmo após várias reformas ainda
guardam a arquitetura original.
Figura 4.3 - Sede Central da EAFI
4.1.2. Motivação
A motivação inicial para tentar reduzir os custos energéticos da EAF de
Inconfidentes veio com estudos do autor, na Universidade Federal de Itajubá,
63
em um curso de uso racional de energia. Como trabalho de conclusão do
curso, foi realizado um pré-diagnóstico na escola e se detectou que havia
possibilidades de diminuição do consumo energético e uma melhor adequação
tarifária. Passando estas informações ao diretor, este se interessou com a
provável redução dos custos com as faturas de energia e tomou a primeira
providencia, que foi a implantação da CICE, com o objetivo de iniciar um
projeto de eficiência energética na escola.
4.1.3. Implantação da CICE
O Diretor Geral da EAF de Inconfidentes implantou pela portaria 305
de 29 de setembro de 2008, uma Comissão Interna de Conservação de
Energia. Os membros desta comissão abrangeram praticamente todos os
setores da escola e são citados abaixo.
• Chefe do Departamento de Administração e Planejamento
• Coordenador Geral de Ensino
• Chefe do setor de Acompanhamento de Projetos e Construção Civil
• Coordenador Geral de Assistência ao Educando
• Professor de Física
• Assistente Administrativo
De acordo com a portaria as atribuições desta comissão o
basicamente as mesmas constantes no item 3.1.2 na Metodologia.
4.1.4. Diagnóstico
A sede central da EAF de Inconfidentes é responsável pelo maior
consumo de energia elétrica da escola. O consumo médio nos meses letivos é
de aproximadamente 19.881 kWh, sendo registrada uma demanda média no
horário de ponta de 78 kW e 80 kW fora de ponta. Estando enquadrada na
tarifa horo-sazonal azul tem uma demanda contratada de 130 kW (HFP) e de
100 kW (HP).
A análise das faturas de energia foi realizada pela empresa
“ENGESAVE, Engenharia & Consultoria”, que constatou um incorreto
enquadramento tarifário. Com a adequação e a redução da demanda
contratada, seria possível uma economia de aproximadamente 25% das
64
despesas com estas faturas. O valor deste serviço, que foi de consultoria
estava dentro do limite dos contratos por dispensa de licitação e o retorno
financeiro seria de dois meses de economia.
No relatório da empresa, constavam além da explanação das atividades
realizadas e dos conceitos técnicos envolvidos, algumas alternativas para
redução dos custos com as faturas de energia elétrica, sendo apresentada a
CEMIG a seguinte proposta:
o Solicitação da migração imediata da THS azul para verde, redução da
demanda contratada para 110 kW por um prazo de 180 dias, e 90 kW
daí em diante, sendo que na fatura de fevereiro (consumo de janeiro) a
demanda será de 40 kW.
Com essa proposta a economia esperada será de R$ 33.535,78 no
primeiro ano e de R$ 35.416,00 no segundo. A Tab. 4.2 apresenta uma
comparação das primeiras faturas após a mudança de tarifação.
Tabela 4.2 - Comparativo entre as faturas antes e após as alterações do contrato tarifário
Data
(Referência)
Consum
o HP
[kWh]
Consumo
HFP
[kWh]
Demanda
Registrada
[kW]
Valor da
Fatura
R$
Atividades
Extras
Fev - 2008 656 5.576 24 (HFP) e 13 (HP) 9.201,56
Fev - 2009 656 8.446 26 4.181,37
Férias
Mar - 2008 2.378 14.678 78 (HFP) e 77 (HP) 11.515,22
Mar - 2009 2.050 13.038 74 7.098,57
Normal
Abr - 2008 3.116 16.892 82 (HFP) e 76 (HP) 12.151,83
Abr - 2009 3.526 18.860 75 10.310,66
Normal
Resultados e Alises do Consumo desagregado de Energia
Após o levantamento destas informações obtiveram-se os percentuais
aproximados de consumo de cada sistema energético, apresentados na Fig.
4.4. Este resultado foi obtido somando-se o consumo de cada equipamento de
cada sistema energético.
65
42%
25%
19%
8,0%
6%
Chuveiros
Computadores
Iluminação
Prod. Frio
Outros
Figura 4.4 - Representação do consumo desagregado da EAFI
Resultados e Alises dos Sistemas de Energia
Os sistemas de maior consumo de energia no EAF de Inconfidentes são
os de aquecimento de água, iluminação, computadores e a produção de frio,
que representam mais de 90% da energia consumida na sede central da
escola. Uma análise de cada um deles foi realizada com o objetivo detectar
possíveis pontos de desperdícios e apresentar soluções, possibilitando assim a
redução do consumo energético desses sistemas e economia financeira.
Resultados das Análises do Sistema de Iluminação
O sistema de iluminação da EAFI é basicamente constituído por
lâmpadas fluorescentes de 40 W com luminárias duplas de teto, mpadas
incandescentes de 200 W e mistas de 500 W. As salas de aula possuem
direito de 4 m e as da administração 2,90 m. A maioria das salas fica com as
lâmpadas acesas durante todo o expediente. As informações sobre este
sistema são apresentadas na Tab. 4.3.
66
Tabela 4.3 - Dados do sistema de iluminação
Lâmpadas
Potência
(W)
Quantidade
Unid.
Tempo
de uso
h/dia
Consumo
kWh/mês
374 4 1316
196 8 1380
Fluorescente 40
94 12 993
Incandescentes 200 13 12 936
Fluorescente
(Final de semana)
40 300 8 768
Mista 500 8 2 240
TOTAL
4391
Levantadas as informações do Sistema de Iluminação e realizados os
cálculos chegou-se ao valor de consumo de 4.391 kWh/mês, o que representou
aproximadamente 19% do total do mês de setembro de 2008.
Os dados do sistema de iluminação foram analisados pelo software
Mark IV e o Softlux. Após a análise foi detectada uma iluminação insuficiente
nas salas da Escola, sendo necessário um aumento do número de lâmpadas e
da carga total.
Resultados das Análises do Sistema de Chuveiros Elétricos
Na unidade central do Campus de Inconfidentes um chuveiro elétrico
em cada dormitório com uma potência média 4029 W (σ = 319,8 W). Não
existe horário nem tempo estipulado para o banho. Para a determinação do
tempo médio em que cada aluno gasta em um banho, alguns voluntários
fizeram esta medição durante duas semanas, sendo feita uma média desse
tempo, chegando num valor médio de 12 minutos (σ = 2,61 min). O
Questionário II auxiliou na determinação da média do número de banhos que
os alunos tomam por dia, entre segunda e sexta-feira e no final de semana,
chegando aos valores de 1,39 (σ = 0,57 banhos) e 1 (σ = 0,22 banhos),
respectivamente.
O consumo de energia dos chuveiros elétricos atingiu um valor de
9.693 kWh, num total de 22.796 kWh no mês de setembro de 2008, o que
representou aproximadamente 42% do consumo total da sede central da
67
escola. A Tab. 4.4 apresenta os dados utilizados para os cálculos do consumo
dos chuveiros elétricos na EAF de Inconfidentes.
Tabela 4.4 - Dados para os cálculos do consumo dos chuveiros
Banhos/dia
Potência
(kW)
Tempo do
banho (h)
Cons/dia
(kWh)
Cons/mês
(kWh)
seg à sex 424 4,029 0,2 341,65 7.502
sáb e dom
170 4,029 0,4 322,32 2.191
Total
9.693
Como alternativas para a redução do consumo de energia elétrica com o
banho dos alunos, foi proposto:
Troca do sistema atual por aquecimento solar, com um custo de
aproximadamente R$ 170.000,00;
Troca do sistema atual por boilers, com resistência elétrica de 6 kW,
para aquecer a água dos banhos em HFP, com um custo aproximado
de R$ 70.000,00;
• Transferência do horário dos banhos dos alunos para antes ou depois do HP.
A Tab. 4.5 apresenta alguns valores para comparação das alternativas
apresentadas.
Tabela 4.5 - Dados comparativos das alternativas para aquecimento de água
SISTEMA
Consumo
kWh/mês
Consumo
kWh/ano
Custo
R$/ano
Atual 9.693 106.623 102.300,00
Solar 1.938 21.318 3.290,00
Boilers 26.100 287.100 44.370,00
Banhos em HFP 9.693 106.623 16.480,00
Resultados das Análises do Sistema de Computadores
Com quatro laboratórios de informática, sendo dois com 20
computadores cada um, e os outros dois com 30 e as salas da administração
possuindo dois ou três equipamentos, assim a sede central da EAFI possui um
total de 180 computadores, dos quais, apenas 40 possuem monitores de LCD,
ficando o restante com os convencionais.
68
A potência dos computadores foi calculada utilizando um multímetro e a
análise foi feita com a aplicação das Eq. (1), (2) e (3) (Pag. 57 e 58) . Foram
examinados todos os aparelhos, chegando a uma potência média de 160 W
para aqueles com monitor convencional e 120 W para os que utilizam monitor
de LCD.
O tempo de utilização dos computadores foi levantado por entrevistas, e
os cálculos do consumo chegaram a um valor de 5.632 kWh, que representou
25% do consumo total do mês de setembro de 2008. As informações deste
sistema estão na Tab. 4.6.
Tabela 4.6 - Dados do sistema de computadores
Uma alternativa proposta foi a troca dos 140 monitores convencionais por LCD, para
esta troca
Resultados das Análises do Sistema de Resfriamento
O sistema de resfriamento da escola é composto por freezers,
bebedouros e uma câmara fria. A Tab. 4.7 apresenta as informações deste
sistema.
Tabela 4.7 - Dados do sistema de resfriamento
Equipamento Quantidade Consumo mensal (kWh)
Câmara Fria 1 363
Freezer 6 990
Bebedouro 11 175
Geladeira 3 210
Total
1738
O consumo de 1.738 kWh representou aproximadamente 8% da energia
consumida no mês de setembro de 2008.
Equipamento
c/ monitor
Quantidade
Potência
W
Horas de
uso/dia
Consumo
kWh/ano
Custo
R$/ano
Convencional 60 160 12 27.874 18.018,00
Convencional 80 160 8 24.780 4.213,00
LCD 40 120 8 9.284 8.228,00
Total 180 - - 61.938 30.459,00
69
Resultados das Análises do Nível de Comprometimento em Economizar
Os questionários I e II foram aplicados aos funcionários e alunos, com o
intuito de determinar qual o nível de conhecimento e de comprometimento de
cada um, a fim de economizar energia na escola.
A Fig. 4.5 apresenta os índices das respostas dos alunos e servidores
aos Questionários I e II.
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
A B C D
%
Servidores Alunos
Figura 4.5 - Índices das respostas dos Questionários I e II
Onde:
A - se preocupam em economizar energia na escola.
B - sabem que a economia conseguida pode ser aplicada na própria escola.
C - Sabem como economizar.
D - sabem das vantagens para a natureza quando se economiza energia.
Todos os servidores que trabalham no prédio central da EAF de
Inconfidentes foram entrevistados.
Resultados das Análises Econômicas
Com as análises dos sistemas energéticos da sede central da Escola
detectaram-se algumas possibilidades de redução do consumo de energia
elétrica nos sistemas de computadores e no aquecimento de água para banho.
Com relação ao sistema de iluminação, onde se detectou uma iluminação
insuficiente nas salas, fazendo-se necessário um aumento do número de
lâmpadas para resolver o problema e, consequentemente haverá um aumento
70
da carga total, o que proporcionaria um acréscimo no consumo e aumento do
investimento inicial, devido a estes aspéctos resolveu-se descartar esta ação.
Algumas propostas de ações para redução do consumo energético
foram analisadas pelo software SAFEE para determinar a viabilidade
econômica destas propostas. A definição das prioridades foi feita pela CICE
juntamente com a Coordenadoria Geral de Administração e Finanças da
escola. A Tab. 4.8 apresenta os resultados da análise econômica realizada
pelo software SAFEE.
Tabela 4.8 - Resultado das análises econômicas das propostas
Aquecedor
solar
Boilers Monitor
15”
Monitor 17”
Valor Presente Líquido R$ 739.383,34 R$ 362.705,00 R$ 134,00 R$ 16.711,00
Taxa Interna de Retorno 58% 83% 12% 7%
Retorno Simples (anos) 1,7 1,2 7,4 10,6
Considerando o Valor Presente Líquido como o valor dos fluxos
financeiros no decorrer de 20 anos (Vida útil dos equipamentos analisados),
trazidos para a data atual com uma taxa de juros de 12% ao ano, nota-se que
os VPLs dos monitores são muito baixos, assim como a Taxa Interna de
Retorno desses equipamentos que deveria ser maior que 12% (taxa mínima de
atratividade). Também o retorno dos investimentos nos monitores, levando-se
em consideração apenas o custo dos equipamentos e a economia esperada, é
muito alto, ou seja, 7,4 e 10,6 anos é tempo demasiado para um projeto de
eficiência energética.
Um resumo das propostas e das possíveis economias energéticas e
financeiras é apresentado na Tab. 4.9.
71
Tabela 4.9 - Resumo das propostas de redução dos gastos com energia
Sistema Proposta
Economia
kWh/ano
Economia
R$/ano
Custo
R$
Viabilidade
Chuveiros
1ª opção
Troca do
elétrico por
aquecimento
solar
77.550 99.010,00 170.000,00 Ótima
Chuveiros
2ª opção
Colocação de
Boilers com
resistência
elétrica para
aquecimento
da água em
HFP
Nenhuma* 57.930,00 70.000,00 Boa
Chuveiros
3ª opção
Mudança do
horário de
banho para
fora do HP
Nenhuma** 85.820,00 Nenhum Ruim
Computadores
4ª opção
Troca dos
monitores
convencionais
por LCD
15’= 14.961
17’= 11.960
15’= 6.578,00
17’= 5.260,00
15’=49.000,00
17’=56.000,00
Ruim
* Na implantação dos Boilers com resistência elétrica de 6 kW haverá um
aumento no consumo de energia (kWh), portanto sem economia, porém esta
energia será consumida no horário fora de ponta, com um custo de 0,17
R$/kWh que provocaria uma redução dos custos.
** A mudança de horário dos banhos não reduzirá o consumo de energia
(kWh), ela permanecerá a mesma.
A viabilidade das propostas foi analisada sob vários aspectos, assim
temos:
- 1ª opção: Ótima proposta sob o aspecto financeiro, com VPL, TIR e tempo de
retorno muito bons e ainda proporcionará uma grande economia de energia e
das verbas destinadas ao pagamento desta.
72
- 2ª opção: Ótima proposta sob o aspecto financeiro, com VPL, TIR e tempo de
retorno muito bons e ainda proporcionará grande economia das verbas
destinadas ao pagamento das faturas de energia, porém haverá um aumento
do consumo e da demanda de energia elétrica.
- opção: Esta proposta é ótima sob o aspecto financeiro, mas é
tecnicamente muito difícil de ser aplicada pela necessidade da mudança dos
horários de praticamente toda a comunidade escolar.
- opção: Proposta ruim sob o aspecto financeiro, com VPL e TIR muito
baixos e tempo de retorno alto, apesar de proporcionar redução do consumo e
das despesas com energia, porém em pequena escala.
73
5. DISCUSSÃO
A motivação para a implantação de um projeto de uso racional de
energia na EAF de Inconfidentes surgiu quando o autor, professor da Escola
participou de um curso de eficiência energética ministrado na Universidade
Federal de Itajubá. No trabalho final do curso, o mesmo fez uma análise do
consumo de energia no Campi do IFET Sul de Minas, detectando que o EAF de
Inconfidentes possuía boas possibilidades de redução dos desperdícios de
energia. Essas informações foram passadas ao Diretor da Escola que mostrou
interesse em reduzir os custos com as faturas de energia e resolveu implantar
a eficiência energética na Escola.
A idéia de um projeto de uso racional de energia numa escola teria um
maior embasamento se iniciasse pelos alunos e fosse tomando volume até
chegar à Direção. Um professor com conhecimentos na área poderia ministrar
um curso, mostrando aos discentes os benefícios da economia de energia e as
maneiras com as quais esta poderia ser atingida. Os próprios alunos criariam
uma campanha para redução dos desperdícios energéticos, auxiliados e
apoiados pela Direção. Essa campanha teria cerimônia de abertura, concursos
de slogans, de idéias, palestras, assim como na empresa Toshiba do Brasil
S.A., que segundo Haddad (2007) realizou em 2000 um projeto de eficiência
energética, baseado na mobilização de todos os funcionários, ou ainda como
no CEFET /SC que de acordo com Weigmann (2004) em 2001, após a
campanha obteve rapidamente bons resultados, com a mudança dos hábitos
de toda a comunidade escolar.
A CICE nomeada por portaria pelo DG abrangeu praticamente todos os
setores da Escola, no que concorda Júnior (2005), enfatizando a importância e
necessidade de uma equipe o mais heterogênea possível. Quanto ao apoio da
Direção, Magalhães (2001) apresentava uma configuração de CICE em que
na sua estrutura havia o apoio administrativo.
Após nomeada a CICE iniciou-se o diagnóstico energético, com a
análise das faturas de energia, como proposto por Júnior (2005) pois havia a
possibilidade de um melhor enquadramento tarifário, o que reduziria os custos
das faturas, porém não o consumo e essa economia seria empregada nas
74
possíveis ações propostas pela CICE, para reduzir ao máximo os desperdícios.
A análise do sistema tarifário poderia ser realizada pelo software Mark
IV, mas a CICE da EAF Inconfidentes passou essa tarefa para ENGESAVE,
Engenharia & Consultoria, por contrato de consultoria e como o valor do
serviço estava dentro dos valores de contrato por dispensa de licitação, assim
foi feito. O retorno do investimento na contratação da empresa ocorreu dois
meses após entrar em vigência o novo contrato com a CEMIG.
Importante também observar que a análise das atividades diárias da
instituição pode ajudar na configuração de um bom contrato de energia, pois
muitas vezes com a simples mudança do horário de algumas atividades, pode-
se reduzir a demanda registrada, consequentemente possibilitando a
contratação de uma demanda menor, em que concorda Alvarez (1998).
Após a realização das análises do sistema tarifário iniciou-se o
levantamento das informações dos sistemas energéticos. O primeiro objetivo
desta etapa foi determinar o consumo desagregado de energia da Escola, que
apresentou o sistema de chuveiro elétrico como grande “vilão”, seguido do
sistema de iluminação e computadores. O consumo desagregado calculado
não foi tão detalhado como preconizou Romero (1994), com vários itens como:
consumo por unidade de área; uso final; rendimentos; potências instaladas; etc.
Nesta pesquisa foi feita a determinação de um consumo detalhado por uso
final, que segundo Alvarez (1998) facilita nos lculos do potencial de
economia energética total da instituição.
Para o levantamento de informações foram necessárias visitas em todas
as salas da Escola, aplicando o Questionário I (Ver Anexo I) para os servidores
e o Questionário II (Ver Anexo J) para os alunos. De acordo com os sistemas
energéticos existentes na sala, uma planilha específica para aquele sistema foi
preenchida, assim se a sala possuísse mpadas e computadores, as planilhas
preenchidas foram aquelas referentes a estes sistemas. As potências dos
equipamentos que não possuíam indicação desta foram medidas utilizando um
Alicate Amperímetro AD9930.
A Tab. 5.1 apresenta um exemplo de uma planilha básica, na qual as
informações de cada sistema foram lançadas, para auxiliar na determinação do
75
consumo desagregado e segundo Ribeiro (2002), uma boa base de
informações contribui para se ter parâmetros para cálculos futuros.
Tabela 5.1 - Planilha para levantamento de dados dos Sistemas Energéticos
Nome do Sistema energético
Equipamento
Potência
(W)
Quantidade
(unid)
Tempo de Uso
(h/dia)
Consumo
(kWh/mês)
Total
O campo do consumo mensal foi calculado com a aplicação da Eq. 1,
onde uma atenção especial foi dada para os dias nos quais os equipamentos
foram utilizados, pois equipamentos como os computadores, utilizados de
segunda a sexta-feira e outros como os chuveiros elétricos utilizados a semana
toda, porém em menor quantidade no final de semana, em razão de que muitos
alunos voltam para suas casas.
Para os cálculos da porcentagem foi utilizado o consumo total, valor
encontrado na fatura de energia, juntando-se o consumo do HP com o HFP.
Realizados os cálculos das porcentagens, estas foram apresentadas em forma
de gráfico.
Calculado o consumo desagregado iniciou-se a análise individual de
cada sistema, procurando detectar as possibilidades de redução dos
desperdícios. O software Mark IV foi utilizado para análise dos sistemas de
Refrigeração e de Iluminação, este último também foi analisado pelo software
Soft Lux. Para os sistemas de Computadores e de Aquecimento de Água, não
foram encontrados softwares, sendo assim, o conhecimento do seu
funcionamento e dos equipamentos mais eficientes encontrados no mercado
foram necessários para a análise das possibilidades de redução do consumo
destes sistemas.
Em relação aos chuveiros elétricos, para a determinação do tempo
médio do banho dos alunos, além das respostas às perguntas 9 e 11 do
Questionário II, foram utilizados alguns alunos voluntários que mediram durante
duas semanas o tempo de banho de seus colegas. Para o lculo da
76
economia com a troca para aquecedor solar, foi considerado que 80% dos
banhos foram realizados no horário de ponta, onde o valor do kWh é de
R$ 1,68 enquanto o fora de ponta é de R$ 0,17.
Para a análise financeira realizada pelo software SAFEE, foi necessário
um levantamento no mercado de preços de serviços e equipamentos propostos
pelo diagnóstico.
No sistema de computadores detectou-se a possibilidade da troca dos
monitores convencionais por LCD, no entanto não apresentou viabilidade
econômica para a troca imediata, ficando estabelecido que essa troca será feita
gradativamente, com os monitores convencionais sendo trocados por LCD
quando findar sua vida útil ou por ocasião de sua quebra.
Quanto a questão do comprometimento em se economizar energia, de
acordo com as respostas dos questionários detectou-se que será necessário
esforço por parte da direção, para conscientizar a comunidade escolar da
importância da economia energética para escola, e como esta economia pode
ser alcançada. Notou-se que muitos dos alunos e servidores não se preocupam
em economizar, pois não vêem vantagem nisto e não sabem como fazê-lo.
Magalhães (2001) destaca que em projetos de eficiência energética, o
comprometimento das pessoas que utilizam a energia é indispensável para a
sua realização e Shafa (2005) enfatiza a responsabilidade do educador ao
trabalhar com seus alunos a conscientização sobre o uso racional de energia.
A metodologia desenvolvida não utilizou índices de referência, por
considerar que em uma EAF vários tipos de alunos como: internos, semi-
internos, externos, de cursos com grande consumo de energia ou com pouco
consumo de energia, de cursos diurnos ou noturnos. Assim não desprezando
os índices de referência que Alvarez (1998) propôs para instituições de ensino,
mas concordando com Nogueira (2006) em que se deve ter cuidado com
comparações entre consumos específicos de origens distintas.
O diagnóstico realizado cumpriu sua função, pois segundo Ribeiro
(2005) ele deve determinar as atuais condições energéticas, detectar os
problemas e propor soluções, etapas concluídas pelo diagnóstico realisado na
EAF de Inconfidentes.
77
Das possibilidades de redução do consumo propostas, a CICE priorizou
para o ano de 2009 a troca do aquecimento de água de banho dos alunos, de
elétrico para solar, projeto que a EAF de Muzambinho havia realizado nos
dormitórios dos seus alunos, conseguindo redução do consumo de energia da
Cemig em HP. Outra possibilidade era a mudança do horário do banho dos
alunos, que apesar de não produzir redução do consumo de energia, traria
grande economia financeira, porém essa ação foi descartada pela dificuldade
em se mudar os horários das aulas, o que acarretaria na alteração do horário
de trabalho dos servidores também.
Um projeto de aquecimento solar para os dormitórios dos alunos foi feito,
embasado nas informações do diagnóstico realizado na Escola, sendo dada
atenção especial para redução dos custos das faturas de energia elétrica e do
exemplo de combate a degradação ambiental que a Escola dará a seus alunos.
Este projeto foi enviado ao MEC e a Direção espera sua aprovação.
Os primeiros resultados deste trabalho estão aparecendo nas faturas
de energia elétrica, com uma economia financeira de R$ 12.803,71 em três
meses, referente ao novo contrato com a CEMIG. Essa economia poderá ser
utilizada na promoção de cursos de conscientização da comunidade escolar
sobre o uso racional de energia.
78
6. CONCLUSÃO
O uso racional de energia em uma EAF não corresponde apenas a
redução dos custos com as faturas energéticas. A implantação de um projeto
de eficiência energética no setor educacional deve ser considerada além das
questões financeiras, pois se bem trabalhado, o projeto poderá servir como um
laboratório para as diversas matérias ministradas na Escola.
Este trabalho apresentou uma metodologia para o desenvolvimento de
um método referente ao uso racional de energia em Escolas Agrotécnicas
Federais, perfeitamente aplicável em qualquer instituição de ensino com
algumas modificações. Alguns estudos sobre o uso racional de energia em
instituições de ensino serviram de base para esta metodologia, incorporando a
experiência de anos de docência em uma EAF e informações da área
administrativa destas escolas, foi possível apresentar detalhes importantes de
cada etapa do método proposto.
Pode-se dizer que: com grande infraestrutura, alto consumo de energia,
ausência de compromisso de seu servidor e de seus alunos com a
racionalização energética na instituição, mais a possibilidade das verbas
economizadas com energia poderem ser aplicadas na própria EAF, são
motivações suficientes para a implantação de um projeto de uso racional de
energia nestas Escolas. Porém nas pesquisas realizadas não foram
encontrados estudos específicos sobre a aplicação de metodologias de
eficiência energética em EAFs, expondo assim a importância deste estudo para
incentivar pesquisadores a desenvolverem mais trabalhos nestas escolas e
também os diretores a implantarem estes projetos, buscando no mínimo a
redução dos custos com as faturas de energia.
A metodologia está sendo implantada na EAF de Inconfidentes-MG e os
primeiros resultados mostraram ser uma ferramenta útil para balizar os pontos
primordiais a serem trabalhados pela Direção da Escola na busca da eficiência
energética. Por estar no início, espera-se ainda maior economia financeira e
uma maior participação da comunidade escolar com a divulgação dos
resultados.
79
Para a implantação do projeto de uso racional de energia na EAF de
Inconfidentes a motivação foi uma das etapas mais simples, pois o DG tão logo
obteve informações das possibilidades de redução dos custos com as faturas
de energia, nomeou uma CICE. Na etapa de levantamento de dados houve boa
colaboração dos servidores da Escola, porém na captação de informações de
outras EAFs, algumas dificuldades como a desconfiança dos seus servidores,
tiveram de ser ultrapassadas. Com a aplicação dos questionários foi possível
perceber que grande parte dos alunos e também dos servidores não se
preocupam em racionalizar energia na Escola, pois não serão eles os
pagadores desta energia, assim ficou evidente a urgência de uma campanha
para esclarecer toda a comunidade escolar sobre as vantagens e como se
podem reduzir os desperdícios de energia. As normas administrativas por
vezes retardaram os processos, como na contratação da empresa para
analisar as faturas de energia, que após algumas reuniões com o
procurador da Escola, foi contratada por serviço de consultoria com dispensa
de licitação.
O diagnóstico de energia da EAF de Inconfidentes foi realizado na sua
Sede Central, por ser a maior consumidora de energia elétrica. Com o melhor
enquadramento tarifário espera-se uma economia de aproximadamente
R$ 73.000,00 em dois anos, valor suficiente para custear a colocação de
Boilers nos dormitórios dos alunos.
Essa metodologia não apresentou um método nem uma análise de um
sistema de cogeração, que poderia ser implantado em algumas EAFs com
infraestrutura adequada, sendo recomendável este estudo para complementar
o trabalho aqui apresentado.
80
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABESCO. Associação Brasileira das Empresas de Serviço de Conservação de
Energia. http:// www.abesco.com.br/. (Acessado em 15/11/2007).
ALTAFINI, R. C. Apostila Sobre Caldeiras. Curso de Engenharia Mecânica da
Universidade de Caxias do Sul. Disciplina: Máquinas Térmicas. Caxias do Sul -
RS. 2002.
ALVAREZ, A. L. M. Uso Racional e Eficiente de Energia Elétrica: Metodologia
para a Determinação dos Potenciais de Conservação dos Usos Finais em
Instalações de Ensino e Similares. Dissertação de Mestrado. Departamento de
Engenharia de Energia e Automação Elétricas. Escola Politécnica da
Universidade de São Paulo. São Paulo, 1998.
ARAGÃO R. M. N. O Fator Humano e a Gestão Energética. Apresentação no
XII SIMPEP – Bauru, SP, Brasil, 07 a 09 de novembro de 2005.
ARCOWEB. http://www.arcoweb.com.br/. (Acessado em 13/03/2007)
BORTONI, E. C; SANTOS, A. H. M. Acionamentos com Motores de Indução
Trifásicos. In: MARQUES, M.; HADDAD, J.; MARTINS, A. R. S. Conservação
de Energia: eficiência energética de equipamentos e instalações. 3. ed. Itajubá,
MG: FUPAI, 2006. p. 397-435.
BRASIL. Lei 9.394 de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e
bases da educação nacional. Brasília, 1996.
BRASIL. Decreto 99.656 de 26 de outubro de 1990. Dispõe sobre a criação,
nos órgãos e entidades da Administração Federal direta e indireta, da
Comissão Interna de Conservação de Energia (CICE), nos casos que
menciona, e dá outras providências. Brasília, 1990
BRASIL. Lei 11.892 de 29 de dezembro de 2008. Institui a Rede Federal de
Educação Profissional, Científica e Tecnológica, cria os Institutos Federais de
Educação, Ciência e Tecnologia, e dá outras providências. Brasília, 2008.
81
CAMPOS, A. Gerenciamento Pelo Lado da Demanda: Um Estudo de Caso.
Dissertação (Mestrado). Programa Inter-unidades de Pós Graduação em
Energia. (Instituto de Eletrotécnica e Energia / Escola Politécnica / Instituto de
Física / Faculdade de Economia e Administração). Universidade de São Paulo.
São Paulo, 2004.
CEMIG. Centrais Elétricas de minas Gerais. Site, endereço:
http://www.cemig.com.br/ (Acessado em 24/05/2008)
CONPET. http://www.conpet.gov.br/ (Visitado em 26/10/2008)
CORREA, A. M. G. Conservação de Energia em Campi Universitários: Estudo
de Caso no Departamento de Engenharia Química da UFSC. 1998. 156 f.
Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) Centro Tecnológico,
Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 1998.
COSTA F. C.; GONSALVES A. C. L. C.; CARTAXO E. F.; GOMES H. M. O.;
NASCIMENTO N. C.; INUI R. C.; GUEDES R. A. M. BENCHAYA R. T.
Programa de Eficiência Energética Através da Troca de Condicionadores de Ar
no Setor Residencial de Manaus: Uma experiência Concreta. Artigo.
Universidade Federal do Amazonas. Manaus, 2004.
ELETROBRAS/PROCEL. Critérios para Concessão do Selo Procel de
Economia de Energia para Lâmpadas Fluorescentes Compactas com reator
Integrado. Departamento de Planejamento e Estudos de Conservação de
Energia. Rio de Janeiro,2006.
EPA. http://epa.gov/. (Acessado em 18/06/2007)
FERREIRA, E. R. A. O Ensino Técnico Profissional Agrícola de Nível Médio: O
Sistema Escola-Fazenda da COAGRI (1973-1986) à Lei de Diretrizes e Bases
da Educação (LDB 9.394/96). Tese de Doutorado em Educação. Universidade
do Estado de São Paulo. Araraquara-SP, 2002.
FIGUEIREDO, J. C. A.; CAMPOS J. M.; MACÊDO M. J.; FILARDI M. J. Energia
Solar para Aquecimento de Água: Instruções para Projetistas e Instaladores.
PROCEL, CEMIG, TSE Ltda. Belo Horizonte, 1995.
82
GARCIA, A.G.P., Impacto da Lei de Eficiência Energética para Motores
Elétricos no Potencial de Conservação de Energia na Indústria. Tese de
Doutorado. Universidade Federal do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 2003.
GELLER, H. S. et al. Policies for advancing energy efficiency and renewable
energy use in Brazil. Energy Policy. 2003. Disponível em:
http://www.sciencedirect.com.
GHISI, E. Desenvolvimento de uma Metodologia para Retrofit em Sistemas de
Iluminação: estudo de caso na Universidade Federal de Santa Catarina.
Florianópolis, 1997. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil). - Curso de
Pós-Graduação em Engenharia Civil, UFSC, 1997.
GHISI, E.; GUGEL E. C. Instalações Prediais de Água Quente. Disciplina–
Instalações I. Departamento de Engenharia Civil. Universidade Federal de
Santa Catarina. Florianópolis-SC, 2005.
GOLDEMBERG, J.; VILLANUEVA, L. D. Energia, Meio Ambiente e
Desenvolvimento. 1ª ed. Editora USP. São Paulo, 1998.
GOLDEMBERG, J. Energia e desenvolvimento. Estud. av. , São Paulo, v. 12,
n. 33, 1998 . Disponível em:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-
40141998000200002&lng=en&nrm=iso.
GOLDEMBERG, J. Pesquisa e desenvolvimento na área de energia. São Paulo
Perspec. São Paulo, v. 14, n. 3, 2000. Disponível em:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-
88392000000300014&lng=pt&nrm=iso. Pré-publicação.
HADDAD, J. at al. Análise do Reparo de Motores de indução Trifásicos. XV
Seminário Nacional de Produção e Transmissão de Energia Elétrica. Foz do
Iguaçu, 1999, Paraná.
HADDAD J.;RAMALHO P. H.; GUARDIA E. D. Tarifação de Energia Elétrica.
In: MARQUES, M.; HADDAD, J.; MARTINS, A. R. S. Conservação de Energia:
83
eficiência energética de equipamentos e instalações. 3. ed. Itajubá, MG:
FUPAI, 2006. p. 149-193.
HADDAD J. et al. Eficiência Energética: Teoria & Prática. Coord. HADDAD, J.;
MARQUES, M. C. S.; GUARDIA, E. C.. Fupai. Itajubá-MG,2007.
HINRICHS R. A.; KLEINBACH M. Energia e Meio Ambiente. Tradução Vichi F.
M. Mello L. F. São Paulo: Pioneira Thonson Learning. 2003.
ILHA, M.S.O.; GONÇALVES, M.O.; KAVASSAKI, Y. Sistemas prediais de água
quente. (Texto Técnico. Escola Politécnica da USP. Departamento de
Engenharia de Construção Civil). São Paulo, EPUSP, 1996.
INMETRO. End: http://www.inmetro.gov.br. (Acessado em 25/08/2008).
ITAIM Iluminação. End: http://www.itaimiluminacao.com.br/. (Acessado em
27/04/2007).
ITAIPU, Hidrelétrica. http://www.itaipu.gov.br/. (Acessado em 16/07/2008).
JANNUZZI, G.M.; SWISHER, J.N.P. Planejamento Integrado de Recursos
Energéticos - Meio Ambiente, Conservação de Energia e Fontes Renováveis.
Campinas. Editora Autores Associados, 1997.
KASSICK, E. V. VI Seminário de Eletrônica de Potência do Inep. Universidade
Federal de Santa Catarina. Florianópolis-SC, 2002.
LAMBERTS R.; ORDENES M.; FAGUNDES J. C. S. Retrofit do Sistema de
Iluminação Artificial na Biblioteca Central da UFSC. campus universitário-
Trindade. Santa Catarina, 2003.
LEITE, M. Cientistas Prevêem Futuro Sombrio Para a Terra. Jornal Folha de
São Paulo, 03-02-2007, Jornal Impresso. Caderno Especial. São Paulo, 2007.
LORA, E. E. S.; TEIXEIRA, F. N. Energia e Meio Ambiente. In: MARQUES, M.;
HADDAD, J.; MARTINS, A. R. S. Conservação de Energia: eficiência
energética de equipamentos e instalações. 3. ed. Itajubá, MG: FUPAI, 2006. p.
43-123.
84
MAGALHÃES, L C. Orientações Gerais para Conservação de Energia em
Prédios Públicos. Programa de Conservação de Energia Elétrica: PROCEL,
2001.
MARTINS, M.P.S. Inovação Tecnológica e Eficiência Energética. Monografia
de Pós Graduação em Energia Elétrica. Universidade Federal do Rio de
Janeiro. Rio de Janeiro-RJ, 1999.
MARTINS, A. S.; NOGUEIRA, F. J. H. Caldeiras e Fornos. In: Eletrobrás,
Procel et UNIFEI . Conservação de Energia : Eficiência Energética de
Equipamentos e Instalações. edição, Itajubá. Editora UNIFEI, 2006. p.349-
394.
MEC - Ministério da Educação e Cultura. End: http://portal.mec.gov.br/ .
(Acessado em 30/11/2008)
MESQUITA, L. C. S. Panorama atual da utilização de aquecimento solar. In:
Fontes Não-convencional de Energia: As tecnologias Solar, lica e de
Biomassa. 2ª ed, Florianópolis-SC: Ed da UFSC, 1999. p 29-44.
NADEL, S.; GELLER, H. S.. Smart Energy Policies: Saving Money and
Reducing Pollutant Emissions Through Greater Energy Efficiency. Washington,
D.C.: ACEEE, American Council for Energy-Efficient Economy, 2001.
NOGUEIRA, L. A. H.. Energia: Auditoria Energética. In: MARQUES, M.;
HADDAD, J.; MARTINS, A. R. S. Conservação de Energia: eficiência
energética de equipamentos e instalações. 3ª ed. Itajubá, MG: FUPAI, 2006. p.
129-146.
NOGUEIRA, L. A. H.. Uso racional: a fonte energética oculta. Estud. av.
[online]. 2007, vol.21, n.59 [cited 2009-04-21], pp. 91-105 . Available from:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-
40142007000100008&lng=en&nrm=iso>. ISSN 0103-4014. doi:
10.1590/S0103-40142007000100008.
OLIVEIRA, D. A. S.. Desenvolvimento, Energia e Sustentabilidade: Uma
Perspectiva do Relatório Brundtland. Dissertação para obtenção do Título de
85
Mestre de planejamento de Sistemas Energéticos. Faculdade de Engenharia
Mecânica. UNICAMP. Campinas, 2003.
ORTIGARA, C. Entrevista concedida pelo ex-diretor da EAF de Inconfidentes
(2003-2006), em 23/06/2008.
PIRANI, M. J; VENTURINI, O; SIMÕES, A. A.; ALMEIDA, M. S. V. Refrigeração
e Ar Condicionado. In: MARQUES, M.; HADDAD, J.; MARTINS, A. R. S.
Conservação de Energia: eficiência energética de equipamentos e instalações.
3. ed. Itajubá, MG: FUPAI, 2006. p. 293-347.
PROCEL Info. End: http://www.eletrobras.com/pci/main.asp ( Acessado em
02/2008)
PROCEL. Parâmetros para a Atualização e Ampliação do PROCEL
EDUCAÇÃO na Educação Básica. “PROCEL nas ESCOLAS”. São Paulo,
2005.
RIBEIRO, A.E.D. Uma Metodologia Alternativa de Avaliação Preliminar de
Consumo de Energia Elétrica Direcionada a Instituições de Ensino Superior.
Dissertação. Mestrado em Ciências em Planejamento Energético. Universidade
Federal do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro - RJ, 2002.
RIBEIRO, Z. B. Parâmetros para Análise de Projetos de Eficiência Energética
em Eletricidade. Dissertação. Mestrado em Energia. Instituto de Eletrotécnica e
Energia. Universidade de São Paulo. São Paulo, 2005.
ROCHA C. M. V. et al. Manual de Rede de Frio. ed. Ministério da Saúde.
Fundação Nacional da Saúde. Brasília, 2001.
ROCHA L.R.R.; MONTEIRO M.A.G. Guia Técnico: Gestão energética. Centrais
Elétricas Brasileiras, Fupai/Efficientia, 2005, Rio de Janeiro.
ROCHA C. R.; NOGUEIRA L. A. H.; NOGUEIRA, F. J. H. Eficiência Energética
no Uso de Vapor. Manual Prático. Eletrobrás/Procel, Fupai/Efficientia, 2005,
Rio de Janeiro.
RODRIGUES, P. Manual de Iluminação Eficiente, PROCEL, 2002.
86
ROMERO, M. A. Método de Avaliação de Potencial de Conservação de
Energia Elétrica em Campi Universitários.O Caso da Cidade universitária
Armando de Salles Oliveira. Tese de Doutorado em Estruturas Ambientais e
Urbanas. USP. 1994, São Paulo.
ROSA, A. C.. JÚNIOR A. S.. Energia Solar. Série de Cartilhas: Energias
Renováveis. Cerpch. Itajubá, 2006.
RUSSEL, C. A Self Test of Organization Aptitude for Managing Energy.2005.
SÃO PAULO. Manual de Administração de Energia. Iluminação. Secretaria de
Energia do Governo do Estado de São Paulo. São Paulo, 2001.
SILVA, A. V.; COELHO C. T.; SARDINHA A.; AMORIM M. A.; Metrologia para a
Vida. Sociedade Brasileira de Metrologia. Recife-PE. 2003.
SCHAEFFER, R. et al. Avaliação dos Índices de Eficiência Energética para
Motores Trifásicos de Indução. Relatório Final. Universidade Federal do Rio de
Janeiro. Rio de Janeiro, 2005.
SCHIMIDT, S. Desenvolvimento, Implantação e Avaliação de um Programa de
Gerenciamento Energético Municipal: O Caso de Santa Helena (PR).
Dissertação (Mestrado). Programa de Pós-Graduação em Engenharia de
Produção da Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2004.
SHAFA, M. Mudança de Comportamento, Elemento Essencial na Conservação
de Energia. . Programa de Pós-Graduação do Centro Federal de Educação
Tecnológica do Paraná, Curitiba, 2003.
SHOEPS, C. A. Conservação da Energia Elétrica na Indústria: Faça Você
Mesmo. Vol 1. Orientações Técnicas. CNI. DAMPI. ELETROBRAS/PROCEL.
Rio de Janeiro-RJ, 1994.
SILVA, J. P. J. Combate ao Desperdício de Energia. Dissertação. Engenharia
Elétrica. Universidade Federal de Juiz de Fora. Juiz de Fora-MG, 2005.
SOLA, A. V. H.; STADRER C. C.; SCANDELARI, L.; XAVIER, A. A. P.
Abordagem do Tema Eficiência Energética na Engenharia de Produção. I
87
Encontro Estadual de Engenharia da Produção e I Simpósio de Gestão
Industrial – Ponta Grossa-PR, 2005.
SOUZA, M. B. Potencialidade de Aproveitamento da Luz Natural Através da
Utilização de Sistemas Automáticos de Controle Para Economia de Energia
Elétrica. Tese de Doutorado. Engenharia de Produção. Universidade Federal
de Santa Catarina. Florianópolis-SC, 2003.
STOECKER, W. F.; JONES, J. W.. Refrigeração e Ar Condicionado. tradução
de JABARDO, J. M. S. McGraw-Hill do Brasil, 1985.
TABORIANSKI, V. M.; PRADO, R. T. A. Avaliação da Contribuição das
Tipologias de Aquecimento de Água Residencial Para a Variação dos Balanços
de Gases de Efeito Estufa na Atmosfera. Boletim Técnico da Escola Politécnica
da USP. São Paulo, 2003.
TAVARES, G.N.; DUAILIBE, P.R.M.M.; BRASIL, C.F.; LIMA,G.B.A..
Metodologia para Implantação de projeto de Eficiência Energética: estudo de
Caso numa Universidade Pública. Artigo, Universidade Federal Fluminense.
Rio de Janeiro, 2004.
UFAM. Universidade Federal do Amazonas.
http://cdeam.ufam.edu.br/eficiencia/eficiencia.php?page=dicas.php#1.
(Acessado em 14/03/2007)
VARELLA, F. K. O. M. Tecnologia Solar Residencial: Inserção de Aquecedores
Solares de Água no Distrito de Barão Geraldo - Campinas. Dissertação.
Mestrado em Planejamento de Sistemas energéticos. Universidade Estadual de
Campinas. Campinas-SP, 2004.
VARGAS, R. H. J. Análise do Potencial de Conservação de Energia Elétrica em
Hospitais Públicos de Pequeno Porte no Brasil: Sistema de Iluminação e Ar
Condicionado do Tipo Janela. Dissertação. Mestrado em Planejamento
Energético. Programa de Pós Graduação da Universidade do Rio de Janeiro.
Rio de Janeiro 2006.
88
VILLANI, E. Abordagem Híbrida para modelagem de Sistemas de Ar
Condicionado em Edifícios Inteligentes. Dissertação. Mestrado em Engenharia
Mecânica. USP. São Paulo, 2000.
WALTER, A. Conservação e Uso Racional de Energia-conceitos e Visões.
apostila da disciplina da Demanda e Conservação de Energéticos. Faculdade
de Engenharia Mecânica. UNICAMP, Campinas, 2000.
WEIGMANN, P. R. Metodologia para Eficiência Energética, Otimização do
Consumo e Combate ao Desperdício de Energia Através da Inserção da
Cultura Empreendedora e Fontes de Inovação Tecnológica. Dissertação.
Mestrado em Engenharia de Produção. Universidade Federal de Santa
Catarina. Florianópolis-SC, 2004.
WESTPHAL, F.S. Estudo da Eficiência energética de um Edifício Comercial:
Auditoria, Simulação Energética e Análise Econômica. Trabalho de Conclusão
de Curso. Engenharia Civil. UFSC. Florianópolis-SC,1999.
WOELZ, A. T.; CONTINI, J. A. Aquecedor Solar de Baixo Custo: Consumo de
Energia renovável em Aquecimento de Água. Congresso Meio Ambiente 1999.
São Paulo-SP, 1999.
YAMACHITA, R. A.; HADDAD, J.; DIAS, M.V.X. Iluminação. In: MARQUES, M.;
HADDAD, J.; MARTINS, A. R. S. Conservação de Energia: eficiência
energética de equipamentos e instalações. 3. ed. Itajubá, MG: FUPAI, 2006. p.
213-246.
YOSHINO, R.T. Barreiras ao Uso Racional de Energia em Micros Pequenas e
Médias Empresas. Dissertação. Mestrado Engenharia Mecânica. UNICAMP.
Campinas, 2003.
89
8. ANEXOS
Anexo A........................................................................................................... 90
Anexo B........................................................................................................... 91
Anexo C........................................................................................................... 92
Anexo D........................................................................................................... 93
Anexo E........................................................................................................... 94
Anexo F ........................................................................................................... 95
Anexo G........................................................................................................... 96
Anexo H........................................................................................................... 96
Anexo I ............................................................................................................ 97
Anexo J ........................................................................................................... 98
Anexo K........................................................................................................... 99
Anexo L ......................................................................................................... 100
90
Anexo A
Tabela 8.1 - Informações do Sistema de Tarifação
Tarifação
Modalidade Tarifária ( ) convencional ( ) HSA ( ) HSV
Período do ano ( )Seco ( )Úmido
Sub grupo de tensão: ________________
Consumo de energia ativa [kWh]: ________________
Demanda registrada e faturada [kW]:______________
Consumo de energia reativa [kVarh]:______________
Fator de carga:______________
Início do horário de ponta: _______________
Término do horário de ponta: _______________
Tarifas de Consumo [R$]: _______________
Tarifas de Demanda [R$]: _______________
ICMS: ________________
91
Anexo B
Tabela 8.2 - Informações sobre o sistema de iluminação
ILUMINAÇÃO
Identificação:
Ambiente:
Altura [m]
Largura [m]:
Distribuição das Luminárias ( ) Regular ( ) Irregular
Situação das Lâmpadas ( ) Limpas ( ) Sujas
Situação das Luminárias ( ) Limpa ( ) Sujas
Iluminação Natural ( ) Suficiente ( ) Moderada ( ) Tênue
( ) Ausente ( ) Intensa
Área [m²]:
Luminária possui Difusor ( ) Sim ( ) Não
Índice de Poeira ( ) Pequeno ( ) Médio ( ) Alto
Dias de Uso por Mês:
Início de Uso [hh/mm]:
Término de Uso [hh/mm]:
Intervalo sem Uso [h]:
Uso Durante a Limpeza ( ) Sim ( ) Não
Tipo de Luminária:
Tipo de Lâmpada:
Tipo de Reator ( ) Em Uso ( ) Desativado
Quant. De Luminárias:
Cor do Teto ( ) Escuro ( ) Médio ( ) Claro
Cor da Parede ( ) Escuro ( ) Médio ( ) Claro
Altura da Luminária ao Teto [m]:
92
Anexo C
Tabela 8.3 - Informações sobre o sistema de Condicionamento de Ar
AR CONDICIONADO
Identificação:
Finalidade: ( ) Conforto ( ) Hospital ( ) CPD
Área do Setor:
Temperatura Média do SetorC]:
Temperatura Externa [°C]:
Equipamento instalado:
Identificação:
Capacidade:
Unidade da Capacidade: ( ) BTU/h ( ) TR
Potência [kW]:
Utilização: ( ) Em Uso ( ) Parado
Horas por Dia [horas]:
Dias por Mês [dias]:
Temp. Ar Saída [°C]:
Temp. Ar Retorno [°C]:
Termostato: ( ) Regulado ( ) Não Regulado
Regulagem de Ventilação para Dias Frios: ( ) Existe ( ) Não Existe
Insolação: ( ) Sim ( ) Não
Procedência do Ar de Arrefecimento: ( ) Interna ( ) Externa
Condensador: ( ) Limpo ( ) Sujo
Evaporador: ( ) Limpo ( ) Sujo
Filtro: ( ) Limpo ( ) Sujo
Condensador:
( ) Limpo ( ) Sujo
( ) Nível Médio ( ) Nível Alto ( ) Crítico
Evaporador: ( ) Obstruído ( ) Livre
93
Anexo D
Tabela 8.4 - Informações sobre o sistema de Refrigeração
REFRIGERAÇÃO
Dados da Placa
Identificação:
Externa [°C]:
Região do País:
Câmara Fria
Identificação:
Volume [m³]:
Área [m²]:
Forçador de Ar: ( ) Existe ( ) Não existe
Potência dos Forçadores [kW]:
Vazão [m³/h]:
Qualidade: ( ) Bem armazenado ( ) Mal armazenado
Dados da Operação
Utilização: ( ) Em Uso ( ) Desativado
Horas por Dia [horas]:
Dias por Mês [dias]:
Temperatura Ideal para o produto [°C]:
Temperatura Média [°C]:
Termostato Interno: ( ) Existe ( ) Não existe
Isolamento e Vedação
Tipo:
Espessura [mm]:
Área Estimada dos Vãos [m²]:
Fechamento de Ilhas e Balcões:
Vedação das Portas: ( ) Boa ( ) Precária
Cortina de Ar: ( ) Boa ( ) Precária ( ) Não existe
Cortina de Borracha: ( ) Boa ( ) Precária ( ) Não existe
Iluminação Interna
Iluminação Interna:
( ) Não existe ( )Existe/Manual ( ) Existe/Automática
Tipo de Lâmpada:
Quantidade de Lâmpadas:
Potência da Lâmpada [W]:
Insolação
Localização: ( ) Local fresco
( ) Ventilado ( ) Quente ( ) Sob o sol
Orientação:
Área da Parede sob o Sol [m²]:
Cor da Parede: ( ) Clara ( ) média ( ) Escura
94
Anexo E
Tabela 8.5 - Informações do Sistema de Vapor
CALDEIRA
Dados da Placa
Identificação:
Tipo de Caldeira ( ) Aquotubular ( ) Flamotubular
Dispositivo de Queima: ( ) Rotativo ( ) Plano ( ) Inclinado ( ) Outro
Capacidade de Produção de Vapor [ton/h]:
Pressão Máxima Admissível [kgf/cm²]:
Acessórios da Caldeira
Isolamento Térmico: ( ) Bom ( ) Precário ( )razoável ( ) Ruim
Superaquecedor: ( ) Existe ( ) Não Existe
Economizador: ( ) Existe ( ) Não Existe
Pré-aquecedor de Ar: ( ) Existe ( ) Não Existe
Recuperação de Condensado: ( ) Existe ( ) Não Existe
Tratamento de Água: ( ) Existe ( ) Não Existe
Freqüência de Purga: ( ) Diária ( ) Semanal ( ) Mensal
Quantidade de Purgas:
Conformidade com NR13
Nível dos Operadores: ( ) Qualificados ( ) Não Qualificados
Rotina de Manutenção: ( ) Existe ( ) Não Existe
Inspeções Regulares: ( ) Existe ( ) Não Existe
Ano de Fabricação:
Combustível primário
Combustível:
Consumo Mensal [unid/mês]:
Custo [R$/unid]:
Dados de Operação
Temp. Ambiente [°C]:
Umidade do Ar [%]:
Temp. do Ar de Admissão [°C]:
Temp. da Água de Alimentação [°C]:
Temp. do Combustível [°C]:
Temp. do Vapor [°C]:
Pressão de Operação [kgf/cm²]:
Produção Média de Vapor [ton/h]:
Tempo médio de Operação [h/mês]:
Gases no Chaminé
Gás Monitorado: ( ) CO2 ( ) O2
Temp. na Chaminé [°C]:
Teor do Gás [%]:
Tiragem: ( ) Natural ( ) Forçada
95
Anexo F
Tabela 8.6 - Informações do Sistema de motores
MOTORES
Dados da Placa
Identificação:
Marca:
Tensão [V]: ( ) 127 ( ) 220 ( ) 380 ( ) 440
Corrente Nominal [A]:
Unidade da Potência: ( ) kW ( ) hp ( ) cv
Fases: ( ) Monofásico ( ) Trifásico
Rotação [rpm]:
Fator de Serviço [pu]:
Localização, Conservação e transmissão
Setor:
Estado do Motor: ( ) Boas Condições ( ) Condições Precárias
Estado da Conexão: ( ) Boas Condições ( ) Condições Precárias
Estado do Isolamento dos Cabos: ( ) Boas Condições ( ) Condições Precárias
Tipo de Transmissão:
Estado da Transmissão: ( ) Normal ( ) Danificada ( ) Desalinhada ( ) Precária
Curva de Rendimento X Carga
Rendimento a 100% de Carga [%]:
Rendimento a 75% de Carga [%]:
Rendimento a 50% de Carga [%]:
Curva de Fator de Potência X Carga
Fator de Potência a 100% de Carga:
Fator de Potência a 75% de Carga:
Fator de Potência a 50% de Carga:
Características da Carga
Tipo de Carga:
Tensão de Alimentação [V]:
Medida Escolhida: ( ) Rotação com Carga [rpm] ( ) Corrente na Fase[A]
Valor da Medição:
Operação
Regime de Funcionamento: ( ) Permanente ( ) Intermitente
Dias por Mês [dias]:
Fora de Ponta [h]:
Na Ponta [h]:
96
Anexo G
Tabela 8.7 - Informações do Sistema de Tarifação
Computadores
Sala:____________________
Nº de equipamentos: _______
Potência[W]: ______________
Período de utilização: Início Término
Manhã : _____h _____h
Tarde: _____h _____h
Noite: _____h _____h
Anexo H
Tabela 8.8 - Informações do Sistema de Aquecimento de Água
Aquecimento de Água
Chuveiros
Tensão [V]: ( ) 127 ( ) 220 ( ) ________
Corrente Nominal [A]:___________ Potência [W]:_____________
Tempo de Utilização [h]:
Quarto: ________
Estado do Chuveiro: ( ) Boas Condições ( ) Condições Precárias
Horário do Banho [h]:___________
97
Anexo I
Questionário - Servidor
1 - Você tem conhecimento de como economizar energia no seu ambiente de
trabalho?
( ) Sim ( ) Não
R:
2 - Você tem conhecimento das vantagens para a Escola em se economizar energia?
( ) Sim ( ) Não
R:
3 - Você tem conhecimento das vantagens para a Natureza em se economizar
energia?
( ) Sim ( ) Não
R:
4 - Você se esforça em economizar energia na Escola?
( ) Sempre ( ) As vezes ( ) Nunca
R:
5 - Seus hábitos de consumo são os mesmos no seu ambiente de trabalho e na sua
casa?
( ) Sim ( ) Não
R:
6 - Quanto tempo os aparelhos elétricos de sua sala ficam ligados por dia?
Computador: ____h Ar-Condicionado: ____h
Lâmpadas: ____h Outro-______________: ____h
98
Anexo J
Questionário do Aluno
1- Você tem conhecimento de como economizar energia na escola?
( ) Sim ( ) Não
R :
2- Você tem conhecimento das vantagens para a escola em se economizar energia?
( ) Sim ( ) Não
R :
3 - Na sua casa você se preocupa em economizar energia? Por quê?
( ) Sim ( ) Não
R :
4- Você tem conhecimento das vantagens para a escola em se economizar energia?
( ) Sim ( ) Não
R :
5- Na escola você se esforça em economizar energia? Por quê?
( ) Sim ( ) Não
R :
6- As lâmpadas de sua sala de aula ficam acesas por quanto tempo?
R :
7- As lâmpadas de seu quarto ficam acesas por quanto tempo?
R :
8- Na escola, quantos banhos você toma por dia de segunda a sexta-feira?
R :
9- Qual o tempo aproximado de seu banho de segunda a sexta-feira?
R :
10- Na escola, quantos banhos você toma por dia no final de semana?
R :
11- Qual o tempo aproximado de seu banho na escola, no final de semana?
R :
12- Qual o horário de seu banho na escola?
R :
99
Anexo K
MEC/SETEC
PLANO DE TRABALHO SIMPLIFICADO
CADASTRO DO ÓRGÃO OU ENTIDADE PROPONENTE
1. CNPJ 2. RAZÃO SOCIAL
3. ENDEREÇO
4. BAIRRO OU
DISTRITO
5. MUNICÍPIO
6. UF
7. CEP
8.
DDD
9.
TELEFONE
10. FAX
11. E-MAIL
12. CÓD UNID
GEST
13. CÓD GESTÃO
DIRIGENTE DO ÓRGÃO OU ENTIDADE PROPONENTE
14. CPF
15. NOME DO DIRIGENTE
16. ENDEREÇO
17. BAIRRO OU
DISTRITO
18. MUNICÍPIO
19. UF
20. CEP
21.
DDD
22.
TELEFONE
23. FAX
24. E-MAIL
25. N° CÉDULA IDENTIDADE
26. DATA DA EMISSÃO
27. ÓRGÃO
EXPEDITOR
28. MATRÍCULA
29. CARGO
30. JUSTIFICATIVA DA DESCENTRALIZAÇÃO DO CRÉDITO
31. DESCRIÇÃO DO PLANO DE APLICAÇÃO
32. PROGRAMA DE TRABALHO /
PTRES
33.
AÇÃ
O
34. DESCRIÇÃO DA AÇÃO
CONSTANTE DA LOA
35. NAT. DA
DESPESA
36. VALOR (EM R$ 1,00)
37. TOTAL
38. CRONOGRAMA DE REEMBOLSO (EM R$ 1,00)
39. N° DA PARCELA 40. AÇÃO
41. MÊS DA
LIBERAÇÃO
42. VALOR
43. PERÍODO DE
EXECUÇÃO
40. AUTENTIFICAÇÃO
Encaminhe-se a SETEC/MEC solicitando descentralização de crédito, conforme Portaria n° 213/2008.
LOCAL E DATA NOME E ASSINATURA DO DIRIGENTE OU
REPRESENTANTE LEGAL
41. ANÁLISE
APROVAR ( ) NÃO APROVAR ( )
LOCAL E DATA NOME E ASSINATURA DO ANALISTA
42. APROVAÇÃO
APROVO ( ) NÃO APROVO ( )
DATA:
NOME E ASSINATURA DO SECRETÁRIO DA SETEC
Figura 8.1 - Modelo de Planilha para Envio ao MEC
100
Anexo L
Tabela 8.9 - Ficha para monitoramento dos novos consumos
Data
(Referência)
Consumo
HP
[kWh]
Consumo
HFP
[kWh]
Demanda
Registrada
[kW]
Valor da
Fatura
R$
Atividades
Extras
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo