a presença de certos verbos inergativos na IL. As pesquisadoras mostram que, em
sentenças com VTs, estes verbos juntamente com o OBJ predicam alguma informação
sobre o SUJ. Dessa forma, não é de se esperar que um SUJ, nesse tipo de sentença,
representa a informação nova no contexto, contrariando a função discursiva do FOC
apresentacional.
Com relação às ILs com verbos inergativos, L&RH sugerem que o V e o NP
posposto são “mutuamente previsíveis”, ou seja, nessas construções, o V descreve uma
atividade característica típica da entidade predicada. Assim, sustentam que os verbos
inergativos impõem restrições de seleção rigorosas sobre seus argumentos para que os
primeiros sejam compatíveis com sua função discursiva, isto é, sejam informacionalmente
leves no contexto.
Além disso, para as autoras, é suficiente que o PP LOC seja um SUJ em algum
ponto da derivação. No entanto, contestam o fato de que o NP pós-verbal deve ser
considerado um OBJ em estrutura-D. Com a postulação da PISH, tal argumento perde sua
força, já que a hipótese sugere que todo SUJ é gerado dentro de VP. Assim, assumem que
o NP posposto é gerado como SUJ e, posteriormente, move-se para uma posição mais à
direita adjungida a VP, uma posição de FOC. Embora estejam cientes de que, nessa
posição, o NP não recebe Caso, afirmam que não há evidências convincentes para
considerar o NP invertido um OBJ.
Finalmente, na terceira seção, vimos que as ILs são construções completamente
diferentes da topicalização de PPs, ainda que ambas construções apresentem a mesma
restrição discursiva de que o PP representa a informação pressuposta no contexto. Como
nas análises anteriores, Kempchinsky (2001, 2002) assume a Hipótese do Foco
Apresentacional para o SUJ na IL.
Sob uma perspectiva minimalista, a autora argumenta que o PP LOC só pode estar
em posição pré-verbal quando o DP e o PP estiverem no mesmo domínio mínimo de
atração de T para checar o EPP, respeitando, assim, as condições de localidade. Isto é
exatamente o que explica a restrição para VTs na construção. Tal restrição existe porque
um VT deve projetar um VP mais alto, a projeção vP. Desse modo, o SUJ DP sempre está
mais perto de T que o PP, não permitindo, portanto, que este satisfaça o EPP. No caso de
verbos inergativos, propõe que esses verbos não projetam o verbo light (vP), o que
permitiria sua ocorrência na IL.
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