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Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”
Universidade de São Paulo
Resistência de genótipos de citros a lagarta-minadora-dos-citros Phyllocnistis
citrella Stainton, 1856 (Lepidoptera: Gracillariidae)
Mônica Silva Santos
Piracicaba
2009
Tese apresentada
para obtenção de tulo de
Doutor em Ciências, Área de concentração:
Entomologia
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Mônica Silva Santos
Bióloga
Resistência de genótipos de citros a lagarta-minadora-dos-citros Phyllocnistis
citrella Stainton, 1856 (Lepidoptera: Gracillariidae)
Orientador:
Prof Dr. JOSÉ DJAIR VENDRAMIM
Piracicaba
2009
Tese apresentada para obtenção de título de
Entomologia
3
AGRADEÇO
A Deus, acima de tudo, pelo dom da vida, força e determinação.
DEDICO
À minha família,
Em especial à minha mãe Maria Hildete, minha madrinha Lícia Marina e minha
prima Cristina Lícia, pelo incetivo, apoio, carinho, dedicação e força com palavras
sábias mesmo estando distantes.
OFEREÇO
Ao meu futuro esposo Luciano César, pelo amor, compreensão, apoio,
companheirismo e, acima de tudo, paciência.
AGRADECIMENTO ESPECIAL
Ao Prof. Dr. José Djair Vendramim, pelas sugestões, apoio, dedicação, paciência na
orientação desta pesquisa, amizade e convivência.
4
5
AGRADECIMENTOS
A Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, ESALQ/USP, em especial ao
Departamento de Entomologia, Fitopatologia e Zoologia Agrícola, pela
oportunidade concedida para a realização do curso.
Aos demais professores do Programa de Pós-Graduação em Entomologia do
Departamento de Entomologia, Fitopastologia e Zoologia Agrícola, ESALQ/USP,
pelos conhecimentos transmitidos.
Ao CNPq, pela concessão da bolsa de estudo.
Ao Dr. André Luiz Lourenção, pesquisador do Centro de Fitossanidade do
Instituto Agronômico de Campinas (IAC), pela ajuda na seleção dos genótipos
testados e valiosas sugestões.
Ao Dr. Marcos A. Machado pesquisador do Centro APTA Citros Sylvio Moreira
(Cordeirópolis-SP), pela concessão das mudas dos diferentes genótipos de
citros.
A Drª. Mariângela Cristofani Yaly, pesquisadora do Centro APTA Citros Sylvio
Moreira, pela prestatividade, ajuda e valiosas sugestões.
Aos funcionários do Centro APTA Citros Sylvio Moreira, Benedito Vanderley da
Cunha, pelas dicas de adubação e manutenção das mudas e Osvaldo Betti, pela
enxertia dos genótipos utilizados na pesquisa.
Ao Prof. Dr. José Roberto Postali Parra, pela cessão de casa-de vegetação e
equipamentos do Laboratório de Biologia de Insetos para o desenvolvimento de
algumas fases do trabalho.
6
Aos funcionários do Departamento de Entomologia, Fitopastologia e Zoologia
Agrícola, ESALQ/USP, em especial, à Marta e Regina pelos auxílios prestados;
Aos funcionários de campo do setor de Entomologia José Carlos Rodrigues
Castilho, Horozino Rodrigues dos Santos e Vitor Celso da Silva, pela ajuda
sempre que necessário;
Ao meu amigo Paulo Bogorni, pelas idas e vindas ao IAC e pela grande ajuda.
À Adriana M. Nascimento, pelas dicas na criação e manutenção de Phyllocnistis
citrella;
Aos bolsistas de Iniciação Científica, Danila e Elton, pela colobaração na
execução de algumas fases desta pesquisa;
À Sheila Carvalho que, mesmo como estágiária voluntária, esteve sempre
presente colaborando com dedição na execução de alguns ensaios;
Aos meus amigos “resistentes” e “tolerantes” do laboratório Angelina, Ana Paula,
Eliane, Maria Auxiliadora, Cristina, Márcio, Gerane e Leandro, pela maravilhosa
convivência, em especial, Fátima, Marcos e Rafael pela ajuda constante, troca de
informações, palavras de conforto e incentivo e pela amizade. Galera!!! Com
todos vocês formamos uma equipe de peso.
Novamente ao meu amigo Rafael Major Pitta, pela grande ajuda na realização das
análises estátisticas;
À Gerane Celly, pela amizade e convivência nestes anos que moramos juntas;
À amiga Claudia Marinho, por ter sempre aquela palavra de conforto e incentivo;
7
Ao amigo Anderson Ferreira, pelo auxílio na condução de alguns experimentos;
A Patrícia Milano, pela confecção da ilustração científica presente neste trabalho;
A todos os amigos, cujos muitos nomes estão omitidos, por tornar a jornada do
doutorado mais leve e alegre;
A todos aqueles que direta ou indiretamente contribuíram para e realização deste
trabalho.
A todos vocês o meu
Muito Obrigada!!!
8
9
“O sucesso é o estado de espírito resultante da consciência que
você tem de haver se empenhado para ser o melhor que é capaz de
ser”.
Bernardinho
“Eu trabalhei tanto e tão bem quanto pude, e ninguém pode fazer
até o momento mais do que isso”.
Adaptado de Charles Darwin
10
11
SUMÁRIO
RESUMO........................................................................................................... 15
ABSTRACT........................................................................................................
17
1 INTRODUÇÃO............................................................................................... 25
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA........................................................................... 27
2.1 Aspectos da citricultura no Brasil................................................................ 27
2.1.1 Aspectos gerais sobre Citrus e gêneros afins..........................................
28
2.2 Considerações gerais sobre Phyllocnistis citrella........................................
31
2.2.1 Características bioecológicas................................................................... 31
2.2.2 Distribuição geográfica............................................................................. 34
2.2.3 Plantas hospedeiras................................................................................. 35
2.2.4 Sintomas de ataque e danos.................................................................... 35
2.2.5 Interação com o cancro cítrico................................................................. 36
2.2.6. Métodos de controle............................................................................... 38
2.2.6.1 Controle químico................................................................................... 38
2.2.6.2 Controle biológico.................................................................................. 39
2.2.6.3 Controle cultural.................................................................................... 42
2.2.6.4 Controle por Semioquímicos................................................................. 43
2.3 Resistência de citros a P. citrella.................................................................
45
3 MATERIAL E MÉTODOS............................................................................... 49
3.1 Criação de manutenção de P. citrella..........................................................
49
3.2 Genótipos de citros avaliados..................................................................... 51
3.3 Avaliação do tempo de exposição e do número de casais de P. citrella
por planta adequados para estudos de resistência...........................................
54
3.4 Screening para identificação dos genótipos resistentes a P. citrella...........
55
3.5 Não-preferência para oviposição de P. citrella nos genótipos
selecionados....................................................................................................
56
3.5.1 Não-preferência com chance de escolha.................................................
57
3.5.2 Não-preferência sem chance de escolha (confinamento)........................ 58
12
3.6 Efeito dos genótipos selecionados sobre a biologia de P. citrella...............
58
3.6.1 Avaliação do tamanho e peso pupal.........................................................
59
3.6.2 Avaliação da razão sexual e da longevidade dos adultos........................ 60
3.6.3 Avaliação da fecundidade e fertilidade..................................................... 61
3.6.4 Cálculo do Potencial Reprodutivo Corrigido............................................. 62
3.7 Avaliação da tolerância dos genótipos a P. citrella......................................
62
3.7.1 Teste preliminar com o genótipo padrão.................................................. 62
3.7.1.1 Avaliação do comprimento das folhas e dos ramos e largura das
folhas.................................................................................................................
63
3.7.1.2 Avaliação do número de larvas..............................................................
64
3.7.1.3 Avaliação do número de brotações novas.............................................
64
3.7.1.4 Avaliação dos pesos fresco e seco dos ramos......................................
64
3.7.1.5 Avaliação do dano nas folhas................................................................ 64
3.7.2 Bioensaio com os genótipos selecionados............................................... 65
3.8 Análise estatística........................................................................................ 67
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO......................................................................
69
4.1 Avaliação do tempo de exposição e do número de casais de P. citrella
por planta adequados para estudos de resistência...........................................
69
4.2 Screening para identificação dos genótipos resistentes a P. citrella
71
4.3Não- preferência para oviposição de P. citrella nos genótipos
selecionados......................................................................................................
77
4.3.1 Não-preferência com chance de escolha................................................. 77
4.3.2Não-preferência sem chance de escolha (confinamento)
(confinamento)...................................................................................................
78
4. 4 Efeito dos genótipos selecionados sobre a biologia de P. citrella..............
81
4.4.1 Duração e viabilidade da fase embrionária...............................................
81
4.4.2 Duração e viabilidade da fase larval......................................................... 82
4.4.3 Duração e viabilidade da fase pupal.........................................................
84
4.4.4 Duração e viabilidade da fase imatura......................................................
85
4.4.5 Avaliação do tamanho e peso pupal.........................................................
86
13
4.4.6 Avaliação da razão sexual e da longevidade dos adultos........................ 88
4.4.7 Fecundidade e fertilidade......................................................................... 91
4.4.8 Cálculo do Potencial Reprodutivo Corrigido (PRC).................................. 96
4.5 Avaliação da tolerância dos genótipos a P. citrella.....................................
97
4.5.1 Teste preliminar com o genótipo padrão.................................................. 97
4.5.1.1 Comprimento das folhas e dos ramos e largura das folhas.................. 97
4.5.1.2 Número de larvas.................................................................................. 97
4.5.1.3 Número de brotações novas..................................................................
98
4.5.1.4 Pesos fresco e seco dos ramos.............................................................
98
4.5.1.5 Avaliação do dano nas folhas................................................................ 100
4.5.2 Bioensaio com os genótipos selecionados............................................... 102
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................... 111
6 CONCLUSÕES.............................................................................................. 113
REFERÊNCIAS................................................................................................. 115
14
15
RESUMO
Resistência de genótipos de citros à lagarta-minadora-dos-citros Phyllocnistis citrella
STAINTON, 1856 (LEPIDOPTERA: GRACILLARIIDAE)
Avaliou-se o efeito de diferentes cultivares, híbridos e gêneros afins de Citrus
sobre o comportamento e biologia da lagarta minadora-dos-citros (LMC) Phyllocnistis
citrella e o efeito do inseto sobre alguns destes materiais com a finalidade de encontrar,
dentre os materiais testados, genótipos resistentes que afetem o comportamento de
alimentação e de oviposição, e/ou a biologia da LMC, assim como genótipos que sejam
menos danificados por P. citrella. Para a criação de manutenção de P. citrella, em
laboratório, utilizaram-se gaiolas e como planta hospedeira, mudas de limão ‘Cravo’
(Citrus limonia L. Osbeck). Inicialmente, foi feito o screening com 23 genótipos de citros
por meio da exposição de mudas destas plantas a adultos da praga. Como padrão
suscetível utilizou-se o limão ‘Rugoso’ (C. jambhiri). Com base no número de ovos e de
pupas encontrados em cada planta, cinco genótipos mostraram-se mais promissores:
tangerina Sunki’ (Citrus sunki Hort. ex. Tanaka), os bridos C x R
4
(C. sunki x Poncirus
trifoliata), C x R
315
(C. sunki x P. trifoliata ),
M x P
222
(C. sinensis x Tangor Murcott) e o
gênero afim Trifoliata Limeira (P. trifoliata ). A seguir, avaliou-se a preferência para
oviposição, o desenvolvimento e a reprodução dos insetos criados nestes seis
genótipos. No teste de preferência para oviposição com chance de escolha o híbrido C
x R
315
e o gênero afim Trifoliata Limeira foram os genótipos menos preferidos pela LMC,
enquanto no teste sem chance de escolha, o efeito dos genótipos foi menos evidente,
constatando-se diferença apenas entre os genótipos Trifoliata Limeira, o menos
ovipositado e o limão ‘Rugoso’, o mais ovipositado. Os diferentes genótipos de citros
não influenciaram a duração e a viabilidade das fases de ovo, larva e pupa de P.
citrella. Observou-se, contudo, influência dos genótipos no tamanho e peso de pupas,
destacando-se o híbrido C x R
4
como o menos adequado. Fêmeas provenientes de
lagartas criadas nos híbridos C x R
4
e C x R
315
foram as menos fecundas. No teste de
tolerância, concluiu-se que dano foliar foi o parâmetro que melhor discriminou os
genótipos em relação ao ataque de P. citrella, assim como, pesos fresco e seco não
foram parâmetros adequados para estudos de tolerância. Os genótipos Trifoliata
Limeira e o seu híbrido C x R
4
se comportaram como tolerantes à LMC, enquanto a
tangerina ‘Sunki’ e o limão ‘Rugoso’ foram suscetíveis.
Palavras-chave: Resistência; Citrus, Genótipos; Lagarta-minadora; Phyllocnistis citrella
16
17
ABSTRACT
Resistance of citrus genotypes to the Citrus leafminer Phyllocnistis citrella Stainton,
1856 (Lepidoptera: Gracillariidae)
The objective this study was to evaluate the effect of different cultivars, hybrids
and genera related to Citrus on behavior and biology of the citrus leafminer (CLM),
Phyllocnistis citrella. The effect of the host plant on feeding (nutritional) and oviposition
behavior, and/or the biology of CLM was assessed to find resistant or tolerant
genotypes.The insects were maintained in laboratory in cages. Lemon (Citrus limonia L.
Osbeck) ‘Cravo’ seedlings were used as host plant. Initially, 23 genotypes of citrus were
screened by exposing the seedlings of these plants to adults of this pest. The
susceptible lemon (C. jambhiri) Rugoso’ was used as control. Based on the number of
eggs and pupae obtained on each plant, five genotypes were selected as the most
promising: tangerina ‘Sunki’ (Citrus sunki Hort. ex. Tanaka), the hybrids C x R
4
(C. sunki
x Poncirus trifoliata), C x R
315
(C. sunki x P. trifoliata),
M x P
222
(C. sinensis x Tangor
Murcott) and P. trifoliata (Trifoliata Limeira). So, the oviposition preference, and the
development and reproduction of the insect were evaluated on these six genotypes. In
the free-choice oviposition preference test the hybrid C x R
315
and Trifoliata Limeira were
the least preferred by CLM. In the no-choice test, the effect of genotypes was less
evident occurring less oviposition in Trifoliata Limeira than in lemon ‘Rugoso’. The
different genotypes of citrus did not influence the duration and viability of egg, larval and
pupal stages of P. citrella. It was therefore observed that genotypes influenced size and
pupal weight, being the hybrid C x R
4
the least adequate. Females from larvae reared on
hibrids C x R
4
and C x R
315
oviposited the least numbers of eggs. In the tolerance test, it
was concluded that leaf damage was the better parameter for discriminating the
genotypes in relation to attack by P. citrella. The fresh and dry weight were not adequate
parameters for tolerance study. The genotypes Trifoliata Limeira and its hybrid C x R
4
were tolerants to CLM while tangerina ‘Sunki’ and the lemon ‘Rugoso’ were susceptible.
Keywords: Resistance; Citrus, Genotypes; Leafminer; Phyllocnistis citrella
18
19
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Gaiolas utilizadas para criação da lagarta-minadora em
laboratório. A: vista frontal. B: vista lateral da gaiola. Temp.:
25±1ºC; UR: 70±10% e fotofase: 14 horas................................. 51
Figura 2 - Vista geral da gaiola com o genótipo padrão em cada lado (A).
Detalhe de como foi feita a divisão da gaiola para montagem
de dois experimentos simultâneos (B)........................................ 55
Figura 3 -
Screening inicial para escolha dos genótipos mais
promissores. Distribuição dos genótipos nas gaiolas.................
56
Figura 4 -
Parte terminal do abdome de macho e fêmea de Phyllocnistis
citrella. (A e B) Detalhe da parte externa e interna do macho.
(C) Detalhe da parte externa da fêmea com faixa de escamas
pretas no pigídio.......................................................................... 57
Figura 5 - Gaiolas confeccionadas com recipiente plástico descartável
para obtenção de adultos virgens de Phyllocnistis citrella para
estudo de longevidade com e sem alimento. A: detalhe da
gaiola e B: vista geral da disposição das gaiolas........................
60
Figura 6 -
Gaiolas utilizadas nos testes de fecundidade de Phyllocnistis
citrella. A: detalhe da gaiola e B: Vista geral da disposição das
gaiolas com as repetições de cada genótipo.............................. 62
Figura 7 - Categorias de classificação para folhas de limão ‘Rugoso’ em
relação ao ataque de Phyllocnistis citrella: atacadas e não
enroladas (A), parcialmente enroladas (B) e enroladas (C)........
65
Figura 8 - Categorias de classificação para os genótipos de citros em
relação ao ataque de Phyllocnistis citrella: folhas trifoliolada
enrolada (A), parcialmente enrolada (B) e atacada e não
enrolada (C)................................................................................
66
20
Figura 9 -
Índice de resistência (IR) para oviposição de Phyllocnistis
citrella em diferentes genótipos de citros. Em cinza os menos
preferidos e em preto os neutros, de acordo com o intervalo
de classificação. A: Em relação ao número de ovos. B: Em
relação ao número de pupas. Temp.: 25±1ºC; UR: 70±10% e
fotofase: 14 horas......................................................................
76
Figura 10 -
Número médio de ovos de Phyllocnistis citrella em testes de
não-preferência para oviposição com chance de escolha em
diferentes genótipos de citros. Temp.: 25±1ºC; UR: 70±10% e
fotofase: 14 horas 78
Figura 11
Número médio de ovos de Phyllocnistis citrella em testes de
não-preferência para oviposição sem chance de escolha em
diferentes genótipos de citros. Temp.: 25±1ºC; UR: 70±10% e
fotofase: 14 horas......................................................................
81
Figura 12 - Larva morta, após o 13º dia de infestação, em folhas do
híbrido C x R
4
(A) e de Trifoliata Limeira (B)............................. 84
Figura 13 - Valores de fecundidade (a cada dois dias) de adultos de
Phyllocnistis citrella provenientes de lagartas alimentadas em
diferentes genótipos de citros. Temp.: 25±1ºC; UR: 70±10% e
fotofase: 14 horas......................................................................
95
Figura 14 - Gráfico com a distância de ligação dos grupos com a
utilização do método de aglomeração Plot of Linkage
Distances across Steps e medida de distância de
dissimilaridade euclidiana baseado nos parâmetros
quantitativos e qualitativos de diferentes genótipos de citros
sob infestação de Phyllocnistis citrella...................................... 108
Figura 15 - Fenograma baseado nos parâmetros quantitativos e
qualitativos de diferentes genótipos de citros sob infestação
de Phyllocnistis citrella com utilização do método de
aglomeração Unweighted pair-group average e medida de
distância de dissimilaridade euclidiana..................................... 109
21
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Genótipos avaliados para resistência à lagarta-minadora-
dos-citros (Phyllocnistis citrella)...........................................
53
Tabela 2 -
Número médio de ovos de Phyllocnistis citrella por planta
de limão ‘Rugoso’ com diferentes densidades de casais
por planta em diferentes períodos de exposição. Temp.:
25±1ºC; UR: 70±10% e fotofase: 14 horas..........................
70
Tabela 3 - Média, índice de resistência (média ± desvio padrão),
intervalo de classificação e a classificação dos genótipos
em relação ao número de ovos de Phyllocnistis citrella
nas brotações. Temp.: 25±1ºC; UR: 70±10% e fotofase:
14 horas............................................................................... 74
Tabela 4 - Média, índice de resistência (média ± desvio padrão),
intervalo de classificação e a classificação em relação ao
número de pupas de Phyllocnistis citrella nas brotações
de diferentes genótipos. Temp.: 25±1ºC; UR: 70±10% e
fotofase: 14 horas................................................................ 75
Tabela 5 - Médias ± erro padrão da duração (dias) e viabilidade (%)
da fase de ovo de Phyllocnistis citrella em diferentes
genótipos de citros. Temp.: 25±1ºC; UR: 70±10% e
fotofase: 14 horas................................................................
82
Tabela 6 - Médias ± erro padrão da duração (dias) e viabilidade (%)
da fase larval de Phyllocnistis citrella alimentada em
diferentes genótipos de citros. Temp.: 25±1ºC; UR:
70±10% e fotofase: 14 horas...............................................
83
Tabela 7 - Médias ± erro padrão da duração (dias) e viabilidade (%)
da fase de pupa de Phyllocnistis citrella proveniente de
lagartas alimentadas em diferentes genótipos de citros.
Temp.: 25±1ºC; UR: 70±10% e fotofase: 14 horas..............
85
22
Tabela 8 - Médias ± erro padrão da duração (dias) e viabilidade (%)
da fase imatura (ovo à emergência do adulto) de
Phyllocnistis citrella criada em diferentes genótipos de
citros. Temp.: 25±1ºC; UR: 70±10% e fotofase: 14
horas.................................................................................... 86
Tabela 9 - Médias ± erro padrão do tamanho e peso pupal de
Phyllocnistis citrella provenientes de lagartas criadas nos
diferentes genótipos de citros. Temp.: 25±1ºC; UR:
70±10% e fotofase: 14 horas...............................................
88
Tabela 10 - Médias ± erro padrão da longevidade de adultos (fêmeas
e machos) de Phyllocnistis citrella, mantidos com e sem
alimento provenientes de lagartas alimentadas em
diferentes genótipos de citros. Temp.: 25±1ºC; UR:
70±10% e fotofase: 14 horas............................................... 90
Tabela 11 - Médias ± erro padrão da fecundidade e fertilidade de
adultos de Phyllocnistis citrella provenientes de lagartas
alimentadas em diferentes genótipos de citros. Temp.:
25±1ºC; UR: 70±10% e fotofase: 14 horas.......................... 92
Tabela 12 - Médias ± erro padrão da fecundidade (dias) de adultos de
Phyllocnistis citrella provenientes de lagartas alimentadas
em diferentes genótipos de citros. Temp.: 21ºC; UR:
70±10% e fotofase: 14 horas...............................................
94
Tabela 13 -
Potencial Reprodutivo Corrigido (PRC) de Phyllocnistis
citrella, em diferentes genótipos de citros, para os
períodos de 60 dias. Temp.: 25±1ºC; UR: 70±10% e
fotofase: 14 horas................................................................
96
23
Tabela 14 - Média ± erro padrão do comprimento das folhas (CF), largura
das folhas (LF), crescimento dos ramos (CR), número de
larvas/planta, número de brotações novas por planta, e peso
fresco e peso seco dos ramos de limão Rugoso’ com diferentes
densidades de infestação de adultos de Phyllocnistis citrella.
Temp.: 25±1ºC; UR: 70±10% e fotofase: 14 horas........................
99
Tabela 15 - Média ± erro padrão das porcentagens de folhas enroladas (FE),
folhas parcialmente enroladas (FPE), folhas atacadas e não
enroladas (FANE) e dano total (DT= FE + FPE) em limão
‘Rugoso’ com diferentes densidades de infestação de adultos de
Phyllocnistis citrella. Temp.: 25±1ºC; UR: 70±10% e fotofase: 14
horas.............................................................................................. 101
Tabela 16 - Número médio ± erro padrão de brotações novas (BN) em
diferentes genótipos de citros sem e com infestação por
Phyllocnistis citrella e valores de (T) e (P) Temp.: 21ºC; UR:
70±10% e fotofase: 14 horas......................................................... 102
Tabela 17 - Média ± erro padrão de peso fresco (PF) dos diferentes
genótipos de citros sem e com infestação por Phyllocnistis
citrella e valores de (T) e (P) Temp.: 25±1ºC; UR: 70±10% e
fotofase: 14 horas..........................................................................
103
Tabela 18 - Média ± erro padrão de peso seco (PS) com e sem infestação
por Phyllocnistis citrella dos diferentes genótipos de citros e
valores de (T) e (P). Temp.: 25±1ºC; UR: 70±10% e fotofase: 14
horas..............................................................................................
104
Tabela 19 - Média ± erro padrão das porcentagens de folhas enroladas (FE),
folhas parcialmente enroladas (FPE) e folhas atacadas e não
enroladas (FANE) e dano total (DT = FE + FPE) nos diferentes
genótipos de citros com infestação de Phyllocnistis citrella.
Temp.: 25±1ºC; UR: 70±10% e fotofase: 14 horas........................
106
24
25
1 INTRODUÇÃO
Devido às melhores condições encontradas no Brasil do que nas próprias
regiões de origem para vegetar e produzir, as plantas cítricas se expandiram por todo o
país, tornando-se até supostamente “nativas” em certos lugares, como no estado do
Mato Grosso (DONADIO et al., 2005).
A citricultura constitui importante segmento na estrutura sócio-econômica do
Brasil, podendo ser caracterizada como uma das mais típicas atividades agro-industriais
do país. O Brasil assumiu nas últimas décadas a liderança mundial de produção de
laranjas, tendo produzido na safra 2007/08, aproximadamente 15,9 millhões de
toneladas seguido pelos EUA, com aproximadamente 9,2 milhões de toneladas
(Agrianual, 2009). No Brasil, o estado de o Paulo se destaca como o maior produtor
nacional, com aproximadamente 87,44% da produção total do país (Agrianual, 2009).
Entretanto, a citricultura paulista vem sendo constantemente ameaçada por
graves problemas fitossanitários. Entre as diversas pragas que atacam o citros,
destaca-se a lagarta-minadora-dos-citros (LMC), Phyllocnistis citrella, que ataca folhas
novas de citros, formando galerias no limbo e causando atrofiamento do tecido foliar.
Os danos diretos causados por esta praga são representados pela redução da
fotossíntese, queda prematura das folhas e redução no desenvolvimento de brotações
novas destas plantas, refletindo, conseqüentemente, no potencial de produção do
pomar (HEPPNER,1993; PRATES et al., 1996). Devido ao seu hábito minador, causa
também danos indiretos, pois os ferimentos abundantes produzidos pela LMC servem
de porta de entrada para microorganismos, como Xanthomonas axonopodis pv. citri
(Xac) e fungos saprófitas, como Alternaria spp. e Paecilomyces spp. (COOK, 1988).
A LMC apresenta diversos inimigos naturais, mas para supressão de suas
populações tem predominado a utilização de métodos de controle baseados em
defensivos químicos. Considerando os aspectos negativos deste tipo de controle,
uma preocupação por parte dos pesquisadores em descobrir outros métodos para
controlar esta praga, por exemplo, a utilização de inimigos naturais, como por exemplo,
o parasitóide importado Ageniaspis citricola Logvinovskaya, 1983 (PARRA et al., 2001).
Dentro da filosofia de manejo integrado, a resistência de plantas a insetos pode ser
26
uma opção complementar de controle e tem merecido atenção por parte dos
entomologistas.
Estudos envolvendo a busca de fatores de resistência em variedades de citros
têm sido desenvolvidos em outros países, como por exemplo, Índia, EUA, Espanha e
Argentina, os quais resultaram na identificação de fatores de resistência a esta praga
em algumas das variedades testadas (BATRA; SANDHU, 1983; PEÑA; DUCAN, 1993;
GARIJO; GARCIA, 1994; URRUTIA; MARÍ, 2002; GOANE et al., 2008). No Brasil, são
escassas as informações a respeito da resistência de citros a P. citrella. Levando em
consideração o papel econômico e social da cultura de citros, não somente no estado
de São Paulo, mas em todo o país, e o comportamento variável da lagarta-minadora em
relação às variedades de citros, é de suma importância determinar se ocorre resistência
varietal entre os genótipos existentes no Brasil. Assim, o presente estudo tem como
objetivo identificar genótipos de citros que afetem o comportamento de alimentação e
oviposição e a biologia da lagarta-minadora-dos-citros, bem como genótipos que sejam
menos danificados por P. citrella visando fornecer subsídios para o manejo integrado
dessa praga.
27
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 Aspectos da citricultura no Brasil
A citricultura brasileira pode ser caracterizada como uma das mais típicas
atividades agro-industriais, apoiada em demanda de produtos in natura, ou seja, frutas
frescas, e produtos processados, representados por suco concentrado, pectina e óleos
essenciais (INSTITUTO DE ECONOMIA AGRÍCOLA, 1997).
Entre os principais grupos de frutas no mundo, os citros ocupam o primeiro
lugar em volume de produção, com aproximadamente 105,4 milhões de toneladas
seguidos pelas culturas de banana, uva e maçã (FAO, 2008). Em 2007/08, o Brasil
produziu aproximadamente 15,9 milhões de toneladas de laranja mantendo a posição
de maior produtor e exportador de suco concentrado e congelado (SLCC), superando a
produção da Flórida (EUA), maior concorrente brasileiro no mercado de sucos de
laranja, em quantidade de frutas e suco concentrado. O volume produzido pela Flórida
na safra de laranja 2007/08 foi estimado em 9,2 milhões de toneladas, número abaixo
do esperado pelo setor (Agrianual, 2009).
São Paulo é o estado brasileiro com maior produção de laranja, com
aproximadamente 87,44% da produção total do país (Agrianual, 2009). Em 2008, a
produção de laranjas foi estimada em torno de 360 milhões de caixas de 40,8 Kg. Entre
os demais estados brasileiros produtores, destacam-se Bahia, Sergipe, Minas Gerais,
Paraná, Rio Grande do Sul, Pará e Santa Catarina (Agrianual, 2009).
De acordo com Souza (2001), além do suco e dos frutos in natura, são
comercializados subprodutos da laranja obtidos durante o processo de industrialização,
como farelo, células congeladas, óleos essenciais e líquidos aromáticos. Estes produtos
são usados como solvente industrial, componentes aromáticos, na obtenção de sabores
artificiais, na indústria farmacêutica e alimentícia e na fabricação de adesivos. Também
merecem destaque as propriedades medicinais dos citros, como combate ao escorbuto,
fornecimento de ácido ascórbico e outros complexos vitamínicos, inibição do
crescimento de células de câncer de mama e combate ao colesterol.
28
As empresas que atuam neste setor se caracterizam pelo bom nível tecnológico
empregado, tanto na produção quanto no processamento dos produtos, o que torna o
Brasil o maior produtor mundial de frutas cítricas e um dos países mais competitivos. Ao
longo da história, o parque industrial brasileiro vem mostrando declínio, principalmente
na produção do suco de laranja paulista.
A citricultura nacional tem se mostrado bastante vulnerável aos diversos
problemas fitossanitários que têm surgido ao longo da sua história e que são
responsáveis por grandes perdas para a cultura. Entre outros fatores, essa
vulnerabilidade pode estar associada a pouca diversidade de cultivares copa/porta-
enxerto e a ocorrência de, doenças e insetos-praga. P. citrella está entre os principais
responsáveis por esses problemas, pois além dos danos diretos, causa danos indiretos,
que os ferimentos produzidos pela LMC servem de porta de entrada para
microorganismos, principalmente a bactéria Xanthomonas axonopodis pv. citri (Xac)
que causa lesões típicas nas folhas afetando o desenvolvimento das plantas e
acarretando, conseqüentemente, perda de qualidade de frutos.
.
2.1.1 Aspectos gerais sobre Citrus e gêneros afins
O gênero Citrus pertence à família Rutaceae, subfamília Aurantioideae, tribo
Citreae e subtribo Citrinae e teria surgido no leste asiático em território que atualmente
pertence à Índia, China, Butão, Birmânia e Malásia. Da Ásia, foi levado para o norte da
África, e daí, para o Sul da Europa, de onde foi trazido para a América, antes de 1500
(SWINGLE; REECE,1967; HASSE, 1987).
Além de Citrus, as frutas citricas estão incluídas em outros gêneros como:
Severinia, Pleiospermium, Burkillanthus, Limnocitrus e Hesperetusa considerados os
mais primitivos; Citropsis e Atalantia, mais evoluídos que os anteriores, e Poncirus,
Fortunella, Microcitrus, Eremocitrus e Clymenia. Estes últimos, em conjunto com Citrus,
compõem o grupo das verdadeiras frutas cítricas, por possuírem frutos semelhantes à
laranja ou ao limão (SWINGLE; REECE,1967)
Os citros apresentam uma grande diversidade de espécies, variedades e
clones. Um dos sistemas de classificação mais utilizado, proposto por Swingle (1943),
29
reconhece 16 espécies de Citrus (ARAÚJO; ROQUE, 2005) e, entre elas, estão as
frutas cítricas que formam o grupo das laranjas doce (Citrus sinensis L. Osbeck),
tangerinas (C. reticulata Blanco, C. clementina hort. ex Tanaka, C. tangerina hort. ex
Tanaka) e limões (C. limon L. Burm. f.) (SWINGLE; REECE, 1967). Ainda reúne dois
gêneros com importância econômica: Fortunella cultivado em pequena escala e
Poncirus utilizado como porta-enxerto (DONADIO; STUCHI; CYRILLO, 1998).
As plantas cítricas produzem flores perfeitas e as espécies e gêneros
interpolinizam livremente. Esta grande afinidade entre espécies e gêneros permite que
eles se cruzem naturalmente, com obtenção de híbridos férteis e alguns de valor
comercial (CAMERON; SOOST, 1969; MOREIRA; PIO, 1991).
As plantas cítricas raramente são cultivadas no sistema de pé-franco” e o
método de propagação mais usual é a enxertia, ou seja, a união da variedade copa com
um porta-enxerto mais adaptado a condições adversas, resultando em tolerância a
estresses diversos, melhoria da qualidade dos frutos e aumento da produção
(GROSSER; GMITTER JUNIOR, 1990).
A variabilidade genética presente nesses gêneros é bastante expressiva,
podendo ser de grande utilidade particularmente em programas de melhoramento
genético. O melhoramento dos citros para variedades de porta-enxerto ou copa pode
ser realizado por seleção de genótipos superiores ou por cruzamentos controlados
(hibridização). A facilidade em formar híbridos entre os Citrus e gêneros relacionados
tem criado plantas com boas características para melhoramento. Vários estudos vêm
sendo realizados com a finalidade de produzir novas combinações de cultivares copa e
porta-enxertos, visando explorar, via cruzamentos, a variabilidade existente nas
diferentes espécies de citros (CRISTOFANI, 1997; SIVIERO, 2001; SORES FILHO et
al., 2003).
Apesar da facilidade de cruzamento, a obtenção de novas variedades de Citrus
tem sido prejudicada por uma série de fatores relacionados à biologia reprodutiva como:
ciclo longo, alta heterozigose, esterilidade de pólen e óvulo, sistemas de
incompatibilidade gametofítica, ocorrência de apomixia facultativa via embrionia nucelar
que resulta freqüentemente na ocorrência de sementes poliembrionias, e longa fase
juvenil, com período mínimo de cinco anos para o aparecimento das primeiras flores e
30
frutos (FROST; SOOST, 1968; AMARAL et al., 2001). Essas características limitaram o
impacto do melhoramento tradicional, por meio de cruzamentos controlados, no
lançamento de novas variedades de citros (GROSSER; GMITTER JUNIOR, 1990).
Outro fator que dificulta os trabalhos de melhoramento é o desconhecimento do modo
de herança das características desejadas (CRISTOFANI, 1997). Mutações espontâneas
são freqüentes em citros e tiveram um papel muito importante no seu processo
evolutivo (NYBOM; KOCH, 1965). Práticas como a enxertia e a estaquia, comumente
utilizadas na cultura, facilitaram a conservação e acumulação destas mutações, as
quais foram as principais responsáveis pelo desenvolvimento de grande parte da
variabilidade existente atualmente (DANTAS et al., 2001).
O melhoramento de citros tem como principais objetivos os relacionados à
resistência a fatores abióticos (baixas temperaturas, alta salinidade do solo, estresse
hídrico etc.) e bióticos (resistência a pragas e doenças). Características horticulturais
tais como: coloração de frutos, menor número de sementes e ampliação do período de
safra também são importantes nos programas de melhoramento. Algumas
características são influenciadas pelo porta-enxerto, destacando-se o porte da planta, a
precocidade da produção, a qualidade dos frutos, a tolerância a estresses e a tolerância
ou resistência a doenças (POMPEU JÚNIOR, 1991).
Em relação aos porta-enxertos, além do limão ‘Cravo’ (Citrus limonia Osbeck) e
da laranja ‘Azeda’ (C. aurantium L.), inclui-se Poncirus trifoliata , que tem sido explorado
em programas de melhoramento genético de citros em cruzamentos com diferentes
espécies de Citrus, resultando na obtenção de inúmeras variedades porta-enxertos,
entre as quais se encontram os citranges Carrizo’ e ‘Troyer’ [C. sinensis (L.) Osbeck x
P. trifoliata] e o citrumelo ‘Swingle’ (C. paradisi Macfad. x P. trifoliata ), de ampla
utilização comercial (SOOST; ROOSE, 1996).
O porta-enxerto predominante na citricultura brasileira, principalmente após a
entrada do vírus da tristeza dos citros (CTV) na década de 40, é o limão ‘Cravo’, devido
às suas características horticulturais muito favoráveis. É altamente tolerante à seca
devido ao sistema radicular vigoroso e profundo, além de ser tolerante ao CTV
(ROSSETTI, 1991), parcialmente tolerante à gomose de Phytophthora (AMORIM,
1997), embora suscetível ao declínio (POMPEU JÚNIOR, 2001). Entre os demais porta-
31
enxertos utilizados, citam-se a tangerina ‘Cleopatra’, P. trifoliata e o citrumelo Swingle’
(SALVA, 2001).
P. trifoliata é um dos porta-enxertos mais usados na citricultura mundial,
ocupando posição de destaque em alguns países como Japão, Austrália, Nova
Zelândia, Argentina, Uruguai e EUA. A preferência por esta espécie dá-se em função de
certas peculiaridades induzidas como as combinações copa/porta-enxerto de que
participa que resultam em porte anão, tolerância à gomose, tolerância ao vírus da
tristeza e a nematóides, produção de frutos de excelente qualidade, embora com média
produtividade e baixa tolerância à seca (CASTLE et al., 1989). No Brasil, P. trifoliata é
utilizado nas regiões de clima tropicais e temperados (FRANG et al, 1997). Na região
Sul do país, os porta-enxertos Trifoliata Limeira e limão ‘Cravo’ têm sido os mais
utilizados no Rio Grande do Sul, sendo importante à diversificação (OLIVEIRA et al.,
2005). Estima-se que 90% das mudas produzidas neste Estado estão enxertadas sobre
P. trifoliata (SCHÄFER; DORNELLES, 2000), principalmente por conferir tolerância ao
frio (HERRERO et al., 1996). Apesar de sua baixa tolerância à seca, é utilizado sem
irrigação com resultados satisfatórios (Citrolima, 2009). Segundo esta fonte, a
suscetibilidade à seca pode ser favorável por evitar brotações contínuas que atraem
mais pragas e são mais sujeitas a geadas, e por induzir safras mais tardias, além de
contribuir para a redução do tamanho da copa a níveis de manejo e colheita mais
fáceis.
2.2 Considerações gerais sobre Phyllocnistis citrella
2.2.1 Características bioecológicas
A lagarta-minadora-dos-citros P. citrella, também conhecida por minador-dos-
citros ou larva-minadora-asiática, é um microlepidóptero de hábito minador, pertencente
à família Gracillariidae e subfamília Phyllocnistinae (CÔNSOLI; ZUCCHI; LOPES,
1996). Em Lepidoptera, são encontrados organismos minadores em 34 famílias, com
maior número de espécies em Gracillariidae. Estes organismos caracterizam-se por
simultaneamente alimentar-se e habitar as folhas durante um ínstar larval ou um
32
período larval inteiro. Em todos os taxa de organismos minadores, apenas a larva se
alimenta dentro das minas (AUERBACH; CONNOR; MOPPER, 1995).
O adulto de P. citrella é uma mariposa pequena que apresenta
aproximadamente 4,0 mm de envergadura. Nas asas anteriores, observam-se escamas
de coloração branca a prata, brilhantes, plumosas, com pêlos escuros distribuídos
longitudinal e transversalmente. Estas são mais estreitas e apresentam uma mancha
preta na região apical, característica da espécie (HEPPNER, 1993; ALBA, 1996,
GALLO et al., 2002). Os adultos apresentam hábito noturno, período em que ocorre a
cópula e oviposição, sendo que a emergência destes ocorre ao amanhecer. A cópula
inicia-se num período de 9 a 72 h após sua emergência, com duração variável de 30
minutos a 9 horas (PANDEY; PANDEY, 1964; BATRA et al., 1988; KNAPP et al., 1994).
O dimorfismo sexual entre os adultos não é evidente (ALBA, 1996; JACAS;
GARRIDO, 1996), embora a parte terminal do abdome das fêmeas apresente duas
pequenas faixas escuras de escamas que se estendem do sétimo ao nono segmento
abdominal, podendo ser visualizadas lateralmente no lóbulo do ovipositor, com auxílio
de microscópio estereoscópico. A separação do sexo também pode ser efetuada na
fase de pupa, onde se observa que o último segmento abdominal das pupas fêmeas é
mais longo, em função da junção dos segmentos IX e X, além de apresentar duas
cerdas laterais. Nas pupas que originarão machos esse segmento é mais curto e
desprovido de cerdas (JACAS; GARRIDO, 1996). A separação dos sexos na fase
adulta é recomendada visando evitar o manuseio das frágeis pupas.
A oviposição é feita somente em folhas novas e preferencialmente na superfície
abaxial das folhas. Os ovos concentram-se (mais de 80%) nas porções mediana e
apical das folhas, principalmente na nervura principal (72,8%). Em casos de altas
infestações, é comum se encontrarem ovos nos dois lados do limbo foliar (CHAGAS;
PARRA, 2000).
Os ovos de P. citrella são de difícil visualização a olho nu, sendo convexos,
translúcidos e medindo aproximadamente 0,3 mm. Tornam-se mais visíveis próximos à
eclosão, quando assumem coloração amarelo-opaco (BATRA et al., 1988; GARIJO;
GARCIA, 1994; ALBA, 1996). O tempo de duração do estádio de ovo é de 2,1 dias, a
25ºC (CHAGAS; PARRA, 2000).
33
Após a eclosão, as lagartas penetram rapidamente no tecido foliar rompendo
células epidérmicas e alimentando-se dos líquidos celulares liberados, iniciando a
construção da mina na folha, onde permanecem por todo o desenvolvimento larval
(GARIJO; GARCIA, 1994; WILLINK; SALAS; COSTILLA, 1996). P. citrella, na fase
imatura, apresenta quatro ínstares, com duração de 1,5; 1,7; 1,6; 0,8 dia,
respectivamente, a 25ºC (CHAGAS; PARRA, 2000).
As minas da LMC apresentam formato peculiar de serpentina e coloração
prateada e causam a separação da epiderme e do parênquima, espaço que é ocupado
por ar e excrementos da larva, o que torna as folhas retorcidas no final do ataque sendo
normalmente localizadas na superfície abaxial da folha. Normalmente, apenas uma
lagarta se desenvolve por folha, podendo esse número aumentar para 2 ou 3 em altas
infestações. Embora P. citrella tenha preferência por folhas novas, as lagartas podem
se desenvolver no interior do pecíolo de brotações (SPONAGEL; DÍAZ, 1994) ou até
mesmo em frutos (SPONAGEL; DÍAZ, 1994; HEPPNER, 1995). O desenvolvimento
pupal ocorre dentro da mina, em uma célula pupal característica, localizada na margem
da folha, formada pelo enrolamento de sua borda, unida por fios de seda. As pupas são
obtectas, com formato alongado, de coloração marrom-clara, com um processo
pontiagudo na região anterior, utilizado, muito provavelmente, para o rompimento da
câmara pupal por ocasião da emergência dos adultos (HEPPNER, 1993).
De acordo com Chagas e Parra (2000), os estádios de desenvolvimento da
LMC são afetados pela temperatura. O tempo total de duração do ciclo varia entre 13 e
52 dias: a incubação leva entre 2 e 10 dias, a fase larval dura de 5 a 20 dias e a pupal
de 6 a 22 dias. O número de gerações por ano pode variar entre 4 e 13 (HEPPNER,
1993; GARIJO; GARCIA, 1994; WILLINK; SALAS; COSTILLA, 1996, HOY; NGUYEN,
1997). Em condições favoráveis, o ciclo total deste inseto pode variar de 14 a 18 dias
(SABINE, 1971). Batra et al. (1988) observaram grande intervalo na duração do ciclo da
LMC, entre 14,4 e 54,5 dias, quando criada sob condições médias de temperatura de
31,5º e 13,7ºC, respectivamente. Esta variação se deve à grande influência que os
fatores ambientais exercem sobre o desenvolvimento das larvas. Além dos fatores
abióticos, a fisiologia e/ou caracteres morfológicos das plantas e a espécie de citros na
34
qual o inseto se desenvolve podem afetar a duração do ciclo (ovo-adulto) (BATRA et
al., 1988; WILSON, 1991; GARIJO; GARCIA, 1994).
2.2.2 Distribuição geográfica
P. citrella foi descrita por Stainton, em 1856, a partir de espécimes coletados na
Índia. Apesar de existirem relatos na literatura que indiquem a ocorrência desta praga
no Irã e no Iraque desde os anos 500 a.C., este inseto é originário do sudeste da Ásia
(HEPPNER, 1993).
A LMC permaneceu sem expansão até 1986, restringindo-se aos países do
leste da África, Ásia, Austrália, China, Índia, Japão, Filipinas, Tailândia, Nova Guiné e
Ilhas do Pacífico, até Heppner (1993) registrá-la pela primeira vez em pomares de citros
da Flórida (EUA). A partir daí, essa praga foi se dispersando para vários estados
americanos (ARGOV E RÖSSLER, 1998), constituindo-se numa praga de importância
econômica, especialmente, quando infesta plantios novos em pleno desenvolvimento
vegetativo. Posteriormente, invadiu países do Mediterrâneo e da América Central como
México (LEGASPI et al., 2001) e Cuba (VAZQUEZ MORENO; PEREZ VICENTE, 1997).
Em 1995, a LMC foi detectada na Colômbia (GARRIDO, 1995), Equador,
Uruguai e Peru (SACARIAS; CANALES, 1999).
No Brasil, a LMC foi constatada pela primeira vez em março de 1996, na região
de Limeira, no sul do estado de São Paulo (FEICHTENBERGER; RAGA, 1996). No final
do mesmo ano, a praga foi encontrada no Piauí, no sul de Minas Gerais, a oeste do
Paraná e de Santa Catarina, no Rio Grande do Sul, Bahia, Goiás, estando atualmente
em todas as regiões citrícolas do país (CHIARADIA; MILANEZ, 1997; LOLATO;
MORAES, 1997; LOPES; PAMPLONA; TELES, 1997; LIMA; AGUIAR, 1997; MOREIRA;
MEDEIROS; DUARTE, 1997; SILVA et al., 1997; NASCIMENTO; VIDAL, 1998;
RODRIGUES et al, 1998; MORAES et al., 1999). Ao final de 1996, também foi
encontrada na Argentina e dispersou-se rapidamente por todo o país (SACARIAS;
CANALES, 1999).
Segundo Hoy e Nguyen (1997), os fatores que contribuíram para esta ampla e
rápida dispersão de P. citrella foram as altas taxas reprodutivas do inseto, com múltiplas
35
gerações por ano, o transporte de indivíduos das fases imaturas por mudas ou
folhagens infestadas, o aumento do transporte global via navios e aviões e a boa
capacidade de dispersão que os adultos parecem ter.
2.2.3 Plantas hospedeiras
P. citrella é comumente encontrada em plantas da família Rutaceae, sendo
atraída principalmente por plantas de gênero Citrus, atacando todas as espécies e
híbridos (HEPPNER, 1993; ARGOV; ROSSLER, 1996). Entretanto, também ocorre em
plantas de outros gêneros da mesma família, como Fortunella spp., Murraya sp.,
Poncirus sp. e Severiana sp., e outras plantas alternativas pertencentes às famílias
Oleaceae, Loranthaceae, Leguminosae e Lauraceae (HEPPNER, 1993; PRATES;
NAKANO; GRAVENA 1996; WILLINK; SALAS; COSTILLA, 1996). Apesar de ser
evidenciada a presença da LMC em várias espécies vegetais destas quatro últimas
famílias citadas, o desenvolvimento completo do inseto até seu estágio adulto não
ocorre nestes hospedeiros (CÔNSOLI et al., 2000).
2.2.4 Sintomas de ataque e danos
Embora P. citrella tenha preferência por folhas novas, registros dessa praga
atacando frutos e pecíolo das brotações, especialmente em variedades que apresentam
ramos mais tenros (SPONAGEL; DÍAZ, 1994; HEPPNER, 1995). Os danos causados à
planta dependem do nível de infestação da lagarta. Em situações de alta intensidade de
ataque, seguramente reflexos negativos no potencial produtivo do pomar
(HEPPNER, 1993; PRATES, NAKANO; GRAVENA, 1996).
A LMC alimenta-se do tecido paliçádico de folhas novas, formando galerias
(minas) entre a epiderme e o parênquima. As folhas infestadas enrolam-se e tornam-se
cloróticas ou até necróticas, reduzindo a sua capacidade fotossintética. Na planta,
ocorre queda prematura de folhas, redução no desenvolvimento de brotações novas,
assim como perdas na produtividade (PENA; DUNCAN; BROWNING, 1996; MORAES
et al., 1999; NASCIMENTO; SANTOS; CASSINO, 2000). Entretanto, os danos indiretos
36
são os mais preocupantes, pois os ferimentos abundantes produzidos pela lagarta
expõem o mesófilo foliar servindo de porta de entrada para microorganismos, como a
bactéria Xanthomonas axonopodis pv. citri e fungos saprófitas, como Alternaria spp. e
Paecilomyces spp. (COOK, 1988). Segundo Gravena (2005), estas lesões também
servem de abrigo para o ácaro-da-leprose.
2.2.5 Interação com o cancro cítrico
A citricultura já provocou vários impactos na economia brasileira, na maioria das
vezes, relacionados a doenças. Em 1957, a citricultura no Brasil teve uma perda
significativa com o surgimento do cancro cítrico, trazido do Japão para o estado de São
Paulo, onde 300 mil plantas foram erradicadas.
Esta doença, causada por X. axonopodis pv. citri (Xac), causa lesões necróticas
típicas nas folhas, galhos e frutos. Severas infecções nos citros causam desfolhação,
queda prematura de frutos, seca de ponteiros e declínio generalizado da planta. Em
adição à debilitação do citros e à perda de qualidade de frutos, a doença causa
restrições na comercialização nacional e internacional de mudas e frutos in natura para
regiões livres de patógenos. Essa doença conhecida mundialmente como Asiatic Citrus
Canker, tem grande potencial devastador para algumas espécies de citros, cultivadas
em áreas onde são registradas, simultaneamente, chuvas em abundância e
temperaturas elevadas (PRUVOST et al., 1997).
Na tentativa de conter e erradicar a doença do parque cítricola brasileiro, foi
criada a Campanha Nacional de Erradicação do Cancro Cítrico, utilizada até hoje pelo
estado de São Paulo. A campanha de erradicação em São Paulo, apesar de não
conseguir eliminar o cancro cítrico de seus pomares, permitiu durante várias décadas
um relativo controle da doença e impediu a sua introdução na área nobre da citricultura
paulista (FEICHTENBERGER; MÜLLER; GUIRADO, 1997).
Após o sinergismo da interação Xac e P. citrella, houve mudança no padrão de
distribuição do cancro e, provavelmente, esta mudança esteja relacionada com a
introdução, no país, em 1996, da LMC (LARANJEIRA et al., 2005), pois as injúrias
provocadas por esta praga constituem-se num fator de aumento na intensidade do
37
cancro cítrico (CHAGAS et al., 2001; COOK, 1988; GOTTWALD; GRAHAM;
SCHUBERT, 1997). Os ferimentos presentes nas plantas infestadas pelas lagartas
facilitam a propagação da doença, e o inóculo transportado por respingos de chuvas,
ventos e aerossóis tornou-se mais efetivo em infectar pomares localizados a distâncias
maiores da fonte de inóculo inicial, havendo uma alteração na metodologia de
erradicação do cancro cítrico no estado de São Paulo (BERGAMIN FILHO et al., 2001).
A LMC pode interagir com a Xac por dois caminhos: no primeiro, durante o
processo de alimentação e formação de galerias, o mesófilo da folha fica exposto e a
bactéria, quando em contato com a injúria da lagarta, penetra diretamente pelo
mesófilo, causando infecção na folha. No segundo caminho, a LMC pode entrar em
contato com a bactéria e a mesma ser transportada durante o processo de construção
da mina, disseminando-a por todo interior da galeria (GOTTWALD; GRAHAM, 1992;
GOTTWALD et al., 1993; GOTTWALD; GRAHAM; SCHUBERT, 1997).
Com o surgimento da LMC houve considerável aumento na severidade do
cancro cítrico e mudança do comportamento da doença em pomares do Paraná, Rio
Grande do Sul e São Paulo, assim como também na Flórida, EUA (GOTTWALD;
GRAHAM; SCHUBERT, 1997; RODRIGUES et al., 1998; BERGAMIN FILHO et al.,
2001).
Levantamentos realizados em pomares com Xac em outros países têm
demonstrado significativa associação entre injúrias de LMC e a incidência do cancro.
Folhas com galerias de LMC apresentam incidência e número de lesões de cancro
maiores do que em folhas livres de LMC (COOK, 1988; HEPPNER, 1993). As pústulas
de cancro cítrico desenvolvem-se, geralmente, somente em um dos lados da folha,
coincidindo com as minas da LMC. Na maioria das vezes, as lesões coincidentes
localizam-se na página inferior das folhas (COOK, 1988).
Segundo Venkateswarlu e Ramapandu (1992), amostragens em laranja doce
na Índia revelaram que 48,35% das folhas com danos de P. citrella apresentaram
também lesões do cancro cítrico. Por outro lado, apenas 3,18% das folhas sem danos
da LMC apresentavam lesões de cancro cítrico. Os autores também avaliaram o
número de lesões de cancro/folha e sua relação com a ocorrência do inseto. O número
38
médio de lesões de cancro foi de 3,9/folha, em folhas com danos do inseto, e de 1,36
para folhas livres de danos da praga.
Chagas et al. (2001) puderam observar que as fases imaturas da LMC foram
responsáveis pelo aumento do cancro cítrico, pois em plantas inoculadas contendo
lagartas de 2º e 3º ínstares ou pupas, ocorreram elevados percentuais de folhas
infectadas pela bactéria, da ordem de 94,3; 98,3 e 100%. Entretanto, indícios de
aquisição de Xac por adultos de P. citrella e, conseqüentemente, a transmissão da
bactéria por esta fase do inseto, não foi até o presente momento, constatada.
De acordo com o levantamento divulgado pelo Fundecitrus no ano de 2007, a
incidência de cancro cítrico nos pomares do parque cítricola foi de 0,1%, sendo o menor
número desde o ano de 2002, mas mesmo havendo esta diminuição no índice geral de
contaminação de cancro cítrico nos pomares, o levantamento apontou novos focos da
doença em duas regiões do estado de São Paulo (Fundecitrus, 2007). Desse modo, se
faz necessário o incremento de estudos em alternativas de controle da LMC e,
conseqüentemente, do cancro cítrico.
2.2.6. Métodos de controle
2.2.6.1 Controle químico
Na agricultura, um dos métodos de controle mais utilizados é o químico e em
pomares cítricos esse método de controle tem predominado como medida de supressão
populacional da LMC, principalmente através da utilização de compostos sintéticos
(KNAPP et al., 1994). Baseando-se em estudos realizados na Austrália,
recomendações de uso de dimetoato, diazinon e permetrina, entre outros, além do óleo
mineral.
Peña (1994) conseguiu reduções significativas da população de P. citrella por
períodos variáveis de 1 a 2 meses utilizando uma mistura de um produto fisiológico e
imidacloprid.
39
Prates; Nakano; Gravena (1996) recomendaram a utilização de imidacloprid,
abamectin e diflubenzuron aliados ao manejo da fertirrigação, a fim de se controlar o
período de brotação das plantas.
Raga et al. (1998), avaliando a ação de diversos ingredientes ativos em várias
concentrações, determinaram que acetamiprid e abamectin misturados com óleo
mineral apresentaram melhor eficiência até os 15 dias após a pulverização, enquanto o
óleo mineral aplicado isoladamente mostrou-se ineficiente.
Yamamoto; Roberto; Pria Jr. (2000) confirmaram a eficiência de acetamiprid e
imidacloprid no controle de P. citrella.
Gravena et al. (2000) obtiveram média de infestação de 12,9% com o uso de
imidacloprid, em aplicação sistêmica no tronco e 29,2% para pulverização foliar
convencional.
O uso de produtos químicos, em princípio, parece vantajoso, pois modifica
rapidamente, o nível populacional de um inseto-praga, reduzindo o dano num curto
espaço de tempo, mas, da mesma forma que modificam as populações das pragas,
também modificam as populações dos agentes naturais de controle, além do que a
solução obtida com o uso de inseticidas é temporária (BERTI FILHO, 1994). Além disso,
estudos têm mostrado que P. citrella tem desenvolvido um alto grau de resistência a
uma gama de inseticidas (VILLANUEVA-JIMÉNEZ; HOY, 1998).
Nos EUA, já foi discutida a possibilidade de ocorrência de desequilíbrios na
população de ácaros e cochonilhas, no caso de aplicações sucessivas de inseticidas de
amplo espectro para controle de P. citrella. Diante disto, foram propostas pesquisas
para a determinação do nível de dano econômico e integração de métodos de controle
químico e cultural, a fim de favorecer o controle biológico exercido por parasitóides
nativos e/ou exóticos, estes últimos introduzidos da Ásia e Austrália (LOURENÇÃO;
MÜLLER; PRATES, 1994).
2.2.6.2 Controle biológico
Os dados obtidos na literatura indicam que levantamentos sobre parasitóides e
predadores, como possíveis agentes de controle da LMC, foram realizados em quase
40
todos os países produtores de citros que tiveram pomares invadidos por este inseto-
praga.
Aproximadamente 80 parasitóides atacam a LMC em diferentes regiões do
mundo, além de predadores, como crisopídeos, antocorídeos, formigas, vespas,
aranhas entre outros (PARRA et al., 2005). No Brasil, é relatado também grande
número destes inimigos naturais atacando esta praga. Em estudos preliminares
realizados após a chegada de P. citrella ao país, foram apontados como parasitóides
larvais e/ou pupais da LMC os microhimenópteros Cirrospilus spp. (Eulophidae),
Pachyneuron sp. (Pteromalidae) e Telenomus sp. (Scelionidae) (PENTEADO-DIAS et
al., 1997), Elasmus sp. (Elasmidae), Eupelmus sp. (Eupelmidae), Conura sp.
(Chalcididae) e Horismenus spp. (Eulophidae) (COSTA et al., 1999; SÁ et al., 2000a),
além de Galeopsomyia fausta (Eulophidae) (SÁ et al., 2000a), um parasitóide nativo e
eficiente agente controlador da lagarta-minadora. Entre os predadores da LMC, citam-
se crisopídeos e aranhas (RIBEIRO, 2002).
O parasitóide Ageniaspis citricola (Encyrtidae) também tem sido encontrado
parasitando esta praga nos pomares citrícolas do estado de São Paulo. Após sua
introdução em Jaguariúna, em 1998, esse parasitóide tornou-se predominante,
representando 60,1% do total de parasitóides identificados, seguido por G. fausta com
38,3% (SÁ et al., 2000a). No entanto, a porcentagem de parasitismo destas duas
espécies é diferente em outras regiões de São Paulo, onde as condições climáticas são
semelhantes (Sá et al., 2000b).
Segundo Pomerinke; Stansly (1998), na Flórida, também ocorre a
predominância de A. citricola sobre os parasitóides nativos. Nestes países, o
parasitismo por esta espécie passou de 2 para 86% num período de 18 meses,
enquanto que o parasitismo pelos parasitóides nativos caiu de 30 para 2% no mesmo
período. A literatura mostra claramente a eficiência desta espécie, pois este parasitóide
de ovos e lagartas de ínstar de P. citrella é capaz de dispersar-se rapidamente
promovendo, na maioria das vezes, altas porcentagens de controle, motivo pelo qual
ele tem sido utilizado em programas de controle da LMC em vários países.
A atuação de predadores na mortalidade de P. citrella é menos estudada do
que a de parasitóides, no entanto, atenção crescente tem sido dada ao papel de
41
predadores generalistas como reguladores de insetos herbívoros em agroecossistemas
(AMALIN et al., 2002).
Browing e Peña (1995), estudando impactos de espécies nativas de inimigos
naturais da LMC em pomares cítricos na Flórida e Honduras, observaram que
Chrysoperla rufilabris (Chrysopidae), após três semanas de liberação, reduziu a
população de P. citrella e que Chrysopa bonensis (Chrysopidae), em seu estágio larval,
alimentou-se de 149 lagartas durante seu desenvolvimento. Os autores também
relataram a ação de formigas, aranhas, tripes e percevejos como predadores das
lagartas do minador. Entretanto, para o sucesso de programas de controle, sugerem
que o controle biológico por estes agentes seja incrementado através da conservação e
liberação suplementar, aumentando assim suas populações no campo para que sejam
considerados efetivos no controle natural da praga.
Amalin et al. (2001), na Flórida, observaram o comportamento de predação das
aranhas Chiracanthium inclusum (Clubionidae), Trachelas volutus (Corinnidae) e
Hibana velox (Anyphaenidae) sobre a LMC e verificaram que todas têm atividade
noturna e são capazes de localizar a presa por vibrações nas folhas decorrentes dos
movimentos de larvas e pré-pupas do minador. Os autores também constataram que as
duas primeiras espécies de aranhas conseguem completar seu desenvolvimento
alimentando-se unicamente de P. citrella.
No Brasil, Gravena (1996) cita como predadores presentes na fauna de citros, o
crisopídeo Chrysoperla externa, a formiga Solenopsis saevissima, as vespas
Brachygastra lecheguana, Protonectarina silvaire e Polybia spp. e as aranhas Oxyopes
salticus (Oxyopidae), Phydipus audax (Salticidae), Cheirachantium inclusum
(Miturgidae) e Misumenopis spp. (Thomisidae). Este mesmo autor (2001) observou que
a presença de formigas e vespas anulou a ação de A. citricola em áreas de vegetação
natural altamente diversificada, com porcentagem de predação de 62 e 68%,
respectivamente, em duas fazendas no estado de São Paulo.
Embora a ação de predadores seja importante no controle de P. citrella, tem
sido maior a utilização de parasitóides nativos ou introduzidos devido à facilidade de
criação dos mesmos em laboratório.
42
Embora o controle natural da LMC por algumas espécies de parasitóides e
predadores seja considerado alto, vale ressaltar a importância dos entomopatógenos
como potenciais agentes de controle. Apesar de poucos relatos na literatura sobre
esses agentes, a possibilidade do uso de entomopatógenos que tenham atividade
contra outros insetos é promissora. Campos; Sepúlveda; Tume (2007) avaliaram a
patogenicidade das bactérias Enterobacter cloacae, Serratia marcescens e
Pseudomonas mendocina associadas aos insetos-praga Anastrepha fraterculus,
Ceratitis capitata e Rhynchophorus palmarum, respectivamente, contra a LMC. Neste
estudo, P. mendocina induziu a maior mortalidade (66,7%), enquanto que as outras
provocaram 46,7% de mortalidade.
Apesar de sua importância, o controle biológico em muitas situações não é
suficiente para manter a praga em nível de equilíbrio, havendo necessidade de se
lançar mão de outros métodos que possam auxiliar no controle desta praga.
2.2.6.3 Controle cultural
Como medida de controle cultural para a LMC, a poda de brotações visando
uniformizar os fluxos de crescimento, redução na fertirrigação e níveis de irrigação no
verão e no outono quando ocorrem altas populações da praga é uma forma de
minimizar os danos (KNAPP et al., 1995). Entretanto, nas condições da Flórida, têm-se
encontrado dificuldades para implantação dessas medidas devido às grandes
tempestades que ocorrem na região.
Na China, décadas, foram adotadas práticas culturais para o minador com
grande eficácia: eliminação de brotações novas na primavera, verão e outono; coletas e
destruição das folhas caídas e fertilização e irrigação ótimas (ZHANG; O’LEARY;
QUARLES, 1994). Estes autores recomendam também estas práticas culturais para
plantações de citros nos EUA.
A poda em plantas de citros, caracterizada principalmente pela retirada de
ramos e brotos, é uma prática cultural realizada principalmente nos EUA e nos
principais países produtores de frutas cítricas para mesa (LEWIS; MCCARTY, 1973,
citados por CARVALHO et al., 2005).
43
No Brasil, é uma prática cultural de uso restrito e pouco freqüente. Seu uso
cresceu com o objetivo de auxiliar no arejamento dos pomares adensados e no controle
da Clorose Variegada dos Citros (CVC) (CARVALHO et al., 2005).
2.2.6.4 Controle por semioquímicos
A comunicação é parte integrante do comportamento animal, e diferentemente
dos outros animais que utilizam amplamente a visão e a audição, os insetos utilizam o
sistema olfativo, através de sinais químicos, como fonte primária de informação
(BENTO; PARRA-PEDRAZZOLI, 2006). Para os insetos, estes sinais são utilizados
para a localização de presas, defesa, seleção de plantas hospedeiras, escolha dos
locais para oviposição, corte e acasalamento (TEGONI; CAMPANACCI; CAMBILLAU,
2004).
Odores químicos denominados semioquímicos (“sinais químicos”) são
especialmente importantes tanto na comunicação interespecífica quanto na
intraespecífica. Esta última em particular, bem desenvolvida nos insetos, envolve o uso
de substâncias químicas denominadas feromônios (GULLAN; CRANSTON, 2008).
Os machos e fêmeas de insetos da mesma espécie comunicam-se com
freqüência por meio de feromônios sexuais (GULLAN; CRANSTON, 2008). Estudos de
comportamento de insetos visando à obtenção e síntese desses feromônios vêm
aumentando muito nos últimos anos principalmente entre os insetos da ordem
Lepidoptera e, mais freqüentemente, entre os microlepidópteros. O uso destes
feromônios tem se mostrado eficiente e promissor para o manejo de insetos-praga em
um grande número de culturas (VILELA, 1988; LIMA FILHO; RISCADO, 1988;
BOTELHO et al., 1993; ATTYGALLE et al. 1995; UNELIUS et al, 1996; LEAL et al 2001;
BENTO et al., 2001; ALI MAFI et al., 2005).
Estudos relacionados ao feromônio sexual da LMC têm sido relatados desde os
anos 80. Ando et al. (1985), no Japão, descobriram acidentalmente num ensaio de
seleção de atraentes para espécies de Gelechiidae, que o composto (Z,Z)-7,11-
hexadecadienal (Z7Z11-16Ald) poderia atrair essa praga. Desde então, este composto
vinha sendo sugerido erroneamente por diversos autores como atraente sexual da LMC
44
(UJIYE, 1990; YEN; CHANG, 1991). Somente no final da década de 80, Du et al. (1989)
demonstraram que esse composto tratava-se, na verdade, de um forte atraente sexual
para Phyllocnistis wampella Liu et Zeng, mostrando-se pouco atrativo para P. citrella.
Este composto foi testado em outras partes do mundo como China, Espanha, Flórida e
Itália, tendo sido verificado que, de fato, a substância não foi atrativa para P. citrella (DU
et al., 1989; JACAS; PENA, 2002; SANT’ANA et al., 2003).
No Brasil foi investigada a atração de machos da LMC ao composto (Z,Z)-7,11-
hexadecadienal e ao seu isômero (Z,E)-7,11- hexadecadienal em diferentes
quantidades: 1, 100 e 1000 mg/septo no estado de o Paulo e 100 mg/septo no Rio
Grande do Sul. Em o Paulo, o septo mais atraente foi o que continha 100 mg e o
composto (Z,Z)-7,11- hexadecadienal atraiu 3,23% em contraste com a testemunha
(96,77%) constituída por fêmeas virgens. No Rio Grande do Sul, os aldeídos (Z,Z) e
(Z,E)-7,11- hexadecadienal não deferiram entre si (10,86 e 8,23%), mas propiciaram
capturas significativamente maiores em relação à testemunha (0,63%) Para as duas
localidades, os pesquisadores consideraram baixa a atratividade dos isômeros.
(SANT’ANA et al., 2003).
Moreira; Steven Mcelfresh; Millar (2006), em estudos realizados nos EUA,
relataram que (7Z,11Z)-hexadecadienal é somente um componente do feromônio da
LMC e, isoladamente, não induz resposta do inseto. Entretanto, no mesmo estudo, foi
registrado pela primeira vez que um outro componente análogo ao primeiro, o (7Z,11Z,
13E)-hexadecatrienal, é essencial para atração dos insetos. Os autores sintetizaram
esterioisômeros dos dois compostos e alguns análogos e observaram que, em campo,
nenhum composto, isoladamente, foi atrativo para machos, mas a mistura dos dois foi
altamente atrativa. Relatam ainda que a adição do isômero (7Z,11Z, 13Z)-
hexadecatrienal causou a inibição do poder de atração dos dois componentes da
mistura.
Entre vários estudos voltados para o comportamento deste inseto realizados
por Parra-Pedrazzoli et al. (2006), foi observada a existência de um feromônio sexual
mediando o acasalamento de P. citrella, pois mais de 60% dos machos foram atraídos
para papel de filtro contendo o extrato natural do feromônio enquanto que 5% foram
atraídos para papel sem extrato (controle). Relatam ainda que a resposta dos machos
45
em relação ao feromônio sexual foi imediata e que, além da forte atração, os machos
permaneceram sobre o papel filtro contendo o feromônio sexual. Os resultados desta
pesquisa foram primordiais para a identificação e síntese do feromônio sexual da LMC.
Em estudo realizado para a identificação e síntese do feromônio sexual de P.
citrella, foi verificado que Z7Z11E13-16Ald e Z7Z11-16Ald são os componentes
principais do feromônio da LMC, pois a sua mistura, na proporção de 3:1, capturou um
grande número de machos da espécie, sendo este número dez vezes superior ao
número de machos capturados pelas próprias fêmeas virgens (PARRA-PEDRAZZOLI,
2006).
Lapointe et al. (2006) testaram os dois componentes citados anteriormente em
área experimental na Flórida e também obtiveram uma resposta significativa na captura
de machos da LMC. Além disso, testaram as alturas de captura de 0,7, 1,3 e 2,0 m não
obtendo diferença significativa entre os tratamentos em seis dias de avaliação. Assim,
comprova-se a eficiência desse feromônio, o qual poderá ser utilizado em pomares para
monitorar a população da LMC.
O componente 7Z, 11Z - 16Ald e compostos estruturalmente relacionados com
ele foram testados em diferentes misturas não sendo observado efeito sinérgico, porém
os derivados monoenil inibiram fortemente a atividade do componente dienil do
feromônio. Além disso, em experimentos conduzidos em campo, com o objetivo de
desenvolver um método de interrupção no acasalamento de LMC, não foi observada
captura de machos nos tratamentos utilizando recepiente de polietileno enquanto que o
tratamento controle capturou de 27-127 machos, porém não houve diferença
significativa com relação ao número de ovos e larvas nas brotações (ALI MAFI et al.,
2005).
2.3 Resistência de citros a P. citrella
Entre outros métodos que podem auxiliar no controle da LMC, cita-se o
emprego de plantas resistentes a insetos considerado o método ideal de controle pela
possibilidade de permitir a manutenção da praga em níveis inferiores ao de dano
econômico, sem causar prejuízos ao ambiente e sem custo adicional ao agricultor. Além
46
disso, devido sua compatibilidade com os demais métodos de controle, torna-se uma
técnica ideal para ser utilizada em qualquer programa de manejo de pragas (GALLO et
al., 2002).
Muitas são as variedades cítricas hospedeiras de P. citrella (HEPPNER, 1993)
entre as quais, algumas têm sido utilizadas para criação em laboratório, como: limão
‘Rugoso’ (Citrus jambhiri Lush) (ARGOV; RÖSSLER, 1998; SACARIAS; CANALES,
1999); limão [Citrus limon (L.) Osbeck], laranjas (Citrus sinensis Osbeck), citrumelo
‘Swingle’ (P. trifoliata x Citrus paradisi) e limas ácidas [C. latifolia e C. aurantiifolia]
(SMITH; HOY, 1995); limão ‘Volkameriano’ (Citrus volkameriana) e limão ‘Cravo’ [Citrus
limonia (L.) Osbeck] (ARGOV; RÖSSLER, 1998; CHAGAS; PARRA, 2000); tangerina
‘Cleópatra’ (Citrus reshni hort. Ex. Tanaka), trifoliata (P. trifoliata) (SACARIAS;
CANALES, 1999) entre outras.
Alguns estudos já foram feitos na tentativa de se encontrarem variedades
cítricas resistentes ao ataque da LMC por antibiose ou não-preferência para oviposição
(BATRA E SANDHU, 1983; BATRA et al., 1988; WILSON, 1991).
Em estudo para verificar a resistência em diferentes variedades de citros
verificou-se que a sobrevivência das larvas de P. citrella foi menor nas plantas de
citrange Troyer’ (Citrus sinensis x Poncirus trifoliata) (22,4%) do que no porta-enxerto
C. jambihiri ‘Jatti Khatti’ (67,2%). Os estágios larval e pupal tiveram duração maiores em
‘Troyer’ do que em ‘Jatti Khatti’, indicando resistência na primeira cultivar citada
(BATRA; SANDHU, 1983).
Foram realizadas avaliações na Índia com 80 genótipos de citros e destes
apenas o híbrido Rubidoux Califórnia e P. trifoliata (cv. Trifoliata Austrália) foram
classificadas como resistentes, pois não sofreram infestação. Dos restantes, 10
variedades foram classificados como altamente suscetíveis, 24 como suscetíveis, três
moderadamente resistentes e 41 moderadamente tolerantes à LMC (VERMA, 1989).
Wilson (1991) testou quatro variedades de citros, baseando-se na proporção de
folhas minadas pela LMC e constatou que o pomelo ‘Marsh Seedless’ (Citrus paradisi
Macfad.) teve maior dano na área foliar, tanto na superfície adaxial quanto na abaxial,
do que as demais plantas testadas: os limões ‘Lisboa’ e ‘Meyer’ [C. limon (L.) Burm. F.]
e pomelo ‘Wheeney (C. paradisi).
47
Testes realizados na Flórida por Peña e Ducan (1993) determinaram que o
citrumelo ‘Swingle’ foi classificado como resistente ao ataque da LMC, quando
comparado às outras 35 cultivares observadas.
Na Espanha, estudos neste sentido constataram que P. citrella atacou todas as
variedades cítricas, embora tenha se observado menor porcentagem de ataque em P.
trifoliata (GARIJO; GARCIA, 1994).
Padmanaban (1994), testando 31 variedades ou espécies de citros, em relação
ao ataque da lagarta-minadora, em dois anos consecutivos, constatou que, em ambos
os anos, todas as variedades testadas, com exceção de P. trifoliata apresentaram
infestação. No primeiro ano, a infestação média para as diferentes variedades ou
espécies de citros mostrou que duas espécies (Citrus taiwanica e P. trifoliata ) foram
menos suscetíveis (< 5%) enquanto que, dois híbridos (P. trifoliata x Citrus sinensis e
tangerina ‘Kinnowe cinco espécies (C. latipes, C. volkameriana, C. reshni, C. limon e
C. sinensis) foram suscetíveis (< 20%) à LMC. No segundo ano, o genótipo mais
suscetível foi o híbrido Dulcis Malta (73,34% de infestação) e o menos foi a tangerina
‘Kinnow’ (8,34%). Nos dois anos, Citrus karna e P. trifoliata (8,5 e 23,9% de infestação,
respectivamente) mostraram-se menos suscetíveis a esta praga.
Jacas et al. (1997) estudaram 11 espécies e 635 porta-enxertos de citros em
laboratório e em campo e constataram que quase todas as espécies testadas foram
suscetíveis à LMC. Das 11 espécies testadas em laboratório, somente duas (Murraya
koenigii e Glycosmis pentaphylla) mostraram efeitos antibióticos sobre as larvas de P.
citrella. Dos 635 porta-enxertos testados, nenhum mostrou resistência substancial à
LMC, embora cinco destes tenham escapado da infestação do inseto, devido ao modelo
especial de suas brotações. Embora não tenham encontrado resultados satisfatórios
neste estudo, os autores não descartaram a possibilidade de associação das
variedades promissoras com o controle biológico no combate a esta praga, o que
reduziria a utilização de produtos químicos.
Em estudos realizados em condições de semi-campo em cinco cultivares de
limas ácidas - lima ácida Kagzi’(C. aurantifolia), lima ácida Galego’, lima ‘Seedless’,
lima ‘Zumukhiya’, e lima ‘Addinimma’ -, Patel e Patel (2001) observaram diferenças no
desenvolvimento da LMC.
48
Díaz et al. (2006) avaliaram o comportamento populacional da LMC em viveiros
e observaram maior preferência pelo limão ‘Rugoso’ seguido pelo citrange ‘Carrizoe
uma menor pelo citrange ‘Troyer’.
Bernet et al. (2005) analisaram geneticamente uma progênie de citros derivada
do cruzamento de Citrus aurantium e P. trifoliata e detectaram dois locus de
características quantitativas (LCQ) para antibiose e seis para antixenose de uma
amostragem de 42 destas espécies. Descreveram que em P. trifoliata encontra-se um
importante gene para antibiose e um alelo associado com antixenose, além de um
marcador (TAA52) não agrupado para esta mesma característica. Para C. aurantium,
relatam a existência de um gene para antibiose e quatro para antixenose em relação à
LMC.
No Brasil, Milano (2002) observou o comportamento de oviposição em quatro
genótipos de citros: limão ‘Volkameriano’, P. trifoliata, citrange ‘Carrizo’ e citrumelo
‘Swingle’ com e sem chance de escolha e verificou que, em teste de livre escolha,
houve preferência de P. citrella pelo limão ‘Volkameriano’ em relação aos outros
genótipos, com média de 10,8 ovos por planta.
49
3 MATERIAL E MÉTODOS
A pesquisa foi realizada no laboratório de Resistência de Plantas a Insetos e
em casa-de-vegetação do Departamento de Entomologia, Fitopatologia e Zoologia
Agrícola da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Universidade de São
Paulo (USP), com a lagarta-minadora Phyllocnistis citrella Station, 1856 (Lepidoptera:
Gracillariidae) em 23 genótipos de citros.
3.1 Criação de manutenção de P. citrella
A criação da lagarta-minadora-dos-citros (LMC) foi estabelecida em laboratório
baseando-se na metodologia proposta por Chagas; Parra (2000). Para tal, foram
utilizadas gaiolas cúbicas de alumínio com 50 cm de aresta, com paredes superior,
posterior e laterais recobertas por tela branca anti-afídeo. Na parte frontal da gaiola,
confeccionada em acrílico, foi instalada uma “manga” feita de tecido voil, em uma
abertura circular de 20 cm de diâmetro para facilitar a liberação dos insetos e a retirada
de plantas do seu interior e duas portas de 30 x 50 cm para facilitar o manuseio das
grades de metal onde eram acondicionadas as plantas evitando assim, a fuga dos
adultos (Figura 1). As gaiolas foram dispostas em estantes de metal.
O hospedeiro da LMC utilizado na criação foi limão Cravo’ (Citrus limona L.
Osbeck) fornecidas pelo Centro APTA Citros Sylvio Moreira e pela Citrograf. As plantas
foram cultivadas em “tubetes” plásticos de 20 cm de altura por 1,5 cm de diâmetro em
substrato contendo vermiculita e composto vegetal (1:1) e utilizadas quando atingiam
25 a 30 cm de altura (Figura 1).
As plantas foram mantidas em bandejas de isopor com capacidade para 60
unidades sobre bancadas em casa-de-vegetação, onde sofreram podas a 1/3 do ápice,
e foram adubadas com Miracle-Gro (15-30-15 de NPK, contendo os micronutrientes
boro, cobre, ferro, manganês, molibdênio e zinco). Posteriormente, foram
acondicionadas em bandejas plásticas de 35 cm x 40 cm x 8 cm, contendo uma solução
nutritiva (2g de adubo/2 L de água) sobre bancadas de ferro em casa-de-vegetação por
cinco dias. Após este período, foram retiradas e mantidas em bandejas de isopor com
capacidade para 60 plantas sobre bancadas no mesmo local por 15 a 17 dias, quando
50
surgiram as primeiras brotações, as quais foram expostas à infestação por P. citrella,
nas gaiolas de postura.
As mudas de limão ‘Cravo’ foram expostas à infestação de P. citrella por dois
dias, liberando-se um casal do inseto para cada grupo de três plantas. A alimentação
dos insetos foi constituída de pequenos “filetes” de mel puro, distribuídos nas paredes
de acrílico das gaiolas. Após este período, as mudas foram vistoriadas para detectar a
presença dos ovos, visíveis somente através de um foco de luz. Uma vez constatada a
presença dos ovos nas mudas, estas foram transferidas para bandejas plásticas
contendo água e acondicionadas em prateleiras nas condições ambientais citadas
anteriormente para o desenvolvimento do inseto.
Ao 13° dia, dois dias antes da emergência, prevista com base em Chagas;
Parra (2000), as folhas contendo pupas da LMC foram cortadas e mantidas em
“câmaras de emergência”, formadas por recipientes plásticos de 18 cm x 30 cm x 6 cm,
forrados com papel filtro umedecido na base. As tampas dos recipientes eram providas
de três a quatro aberturas circulares de 2,5 cm de diâmetro, recobertos com tecido “voil
para permitir a aeração, evitar o excesso de umidade e impedir a fuga dos adultos. Para
alimentação dos adultos, foram colocadas gotículas de mel nas tampas dos recipientes.
As “câmaras de emergência” foram mantidas em câmaras climatizadas do tipo BOD,
em temperaturas variadas, para atender ao cronograma da criação. Os adultos foram
coletados das câmaras com o auxílio de tubos de vidro de 10 mm x 0,75 mm de
diâmetro, separados por sexo para posterior liberação nas gaiolas de teste.
51
Figura 1 - Gaiolas utilizadas para criação da lagarta-minadora em laboratório. A: vista frontal. B: vista
lateral da gaiola. Temp.: 25±1ºC; UR: 70±10% e fotofase: 14 horas
3.2 Genótipos de citros avaliados
Nessa etapa foram avaliados 23 genótipos (Tabela 1). As plantas dos genótipos
utilizados nos testes foram multiplicadas no Centro APTA Citros Sylvio Moreira/IAC.
Estas foram cultivadas em sacos plásticos pretos de 20 cm x 35 cm de altura por 20 cm
de diâmetro, com capacidade para 3,8 L, contendo substrato comercial constituído de
casca de pinus compostada e vermiculita com densidade de 500 kg m
-3
.
As mudas foram mantidas em casa-de-vegetação, onde sofreram podas a 1/3
do ápice, e fertirrigadas a fim de serem supridas nutricionalmente. Na fertirrigação, os
Tela anti
-
afídeo nas
paredes superior,
posterior e laterais da
gaiola
Porta frontal
B
Parede frontal de
acrílico
A
Tubetes
acomodados em
grades de metal e
bandejas plásticas
Manga de tecido voil
52
nutrientes foram aplicados em forma de solução nutritiva, com a seguinte composição
final em mg.L
-1
: Ca(NO
3
)
2
= 58,2; Fe = 10,8; K
2
SO
4
= 5,4; KNO
3
= 40; MAP = 10,8;
MgSO
4
= 16,4; (NH
4
)
+
(NO
3
)
-
= 1,4, ZnSO
4
= 2,73. A solução foi preparada com base na
formulação utilizada pelo Centro APTA Citros Sylvio Moreira. A fertirrigação era
aplicada duas vezes por semana (às segundas e quartas-feiras), empregando-se um
volume de 150 ml por planta (300 ml semanalmente). Uma vez por semana (às sextas-
feiras) aplicava-se a mesma quantidade (150 ml) de água por planta.
Para realização dos testes, os genótipos foram escolhidos de acordo com a
padronização das brotações, as quais foram inicialmente lavadas, em água corrente.
Quando necessário, utilizava-se água e detergente, a fim de eliminar ácaros e/ou
insetos (pulgões, moscas-brancas, entre outros) uma vez que, na presença destes
artrópodes, a fêmea da LMC não realiza postura. Após este procedimento, as plantas
com aproximadamente 50 cm de altura foram dispostas em gaiolas para posterior
infestação por P. citrella.
53
Tabela 1 - Genótipos avaliados para resistência à lagarta-minadora-dos-citros (Phyllocnistis citrella)
Grupo Gênero/espécie Nome comum
Citrus sinensis L. (Osbeck)
Laranja ‘Pêra’
C. sinensis L. (Osbeck) Laranja ‘Valência’
C. sinensis L. (Osbeck)
Laranja ‘Hamlin’
C. sinensis L. (Osbeck)
Lima ’Sorocaba’
Laranjas
Citrus aurantium L. (Osbeck)
Laranja ’Azeda São Paulo’
Toranja
Citrus grandis L. (Osbeck)
Toranja ’Ogamé’
Citrus reticulata Blanco
Tangerina ’Cravo’
C. reticulata Blanco
Tangerina ’Ponkan’
Tangerinas
Citrus sunki Hort. ex. Tanaka
Tangerina ’Sunki’
Citrus latifolia Tanaka
Lima ácida ’Tahiti’
Limas ácidas
Citrus limon (L.) Burm.
Lima ácida ’Siciliano’
Pomelo
Citrus paradisi Macf.
Pomelo ’Marsh Seedless’
C. sinensis x C. reticulata
Tangor ‘Murcott’
C. paradisi x P. trifoliata (L.) Raf.
Citrumelo ’Swingle’
C. sinensis x P. trifoliata
Citrange ’Troyer’
C. sunki x P. trifoliata
C x R
4
C. sunki x P. trifoliata
C x R
315
C. sinensis x Tangor Murcott
M x P
33
C. sinensis x Tangor Murcott
M x P
12
Híbridos
C. sinensis x Tangor Murcott
M x P
222
Poncirus trifoliata (L.) Raf.
Trifoliata Limeira
Fortunella sp.
Fortunella
Gêneros afins
Calamondin sp.
Calamondin
Testemunha
Citrus jambhiri Lush
Limão ‘Rugoso’
54
3.3. Avaliação do tempo de exposição e do número de casais de P. citrella por
planta adequados para estudos de resistência
Em razão da necessidade de padronizar as condições para realização dos
ensaios subseqüentes, foi feito um teste a fim de definir o tempo e número ideal de
casais por planta. Para realização deste bioensaio, utilizaram-se os tratamentos (nº de
casais/plantas) nas proporções de 2:1, 3:1 e 4:1 por três períodos (48, 72 e 96 horas).
O bioensaio foi realizado em gaiolas cúbicas de alumínio descritas no item 3.1
diferenciando apenas na altura (60 cm, nesse teste). No interior de cada gaiola foi
colocada uma folha de isopor, fitas adesivas e cola de isopor para vedar, de modo que
dividisse a gaiola em duas partes, impedindo a passagem dos insetos de um lado para
o outro e, possibilitando, assim a montagem de dois testes simultaneamente (Figura 2).
Em cada lado colocou-se uma planta de limão ‘Rugoso’ em brotação com 50 cm de
altura e foram liberados os números de casais por planta de acordo com os tratamentos
descritos anteriormente. Os insetos foram alimentados com “filetes” de mel distribuídos
de forma aleatória na porta das gaiolas.
Os ensaios foram conduzidos à temperatura de 25±1ºC, umidade relativa de
70±10% e fotofase de 14 horas sendo realizadas seis repetições para cada tratamento.
Após os períodos determinados, foi realizada a contagem do número de ovos do inseto
com o auxílio de um foco luminoso.
55
Figura 2 - Vista geral da gaiola com o genótipo padrão em cada lado (A). Detalhe de como foi feita a
divisão da gaiola para montagem de dois experimentos simultâneos (B)
3.4 Screening para identificação dos genótipos resistentes a P. citrella
Para a realização deste teste, as mudas dos 23 genótipos descritos (Tabela 1)
foram distribuídas em gaiolas (iguais às descritas no item 3.1) em laboratório à
temperatura de 25±1ºC, umidade relativa de 70±10% e fotofase de 14 horas.
Foram montados sete blocos contendo cinco gaiolas. Em quatro gaiolas foram
colocados cinco genótipos testes mais o genótipo padrão (limão ‘Rugoso’) por gaiola, e
em uma das gaiolas três genótipos testes mais o genótipo padrão (Figura 3). Estes
foram distribuídos nos blocos de forma aleatória e equidistantes entre si. Cada gaiola
constituiu uma repetição. No interior destas, foram liberados os adultos de P. citrella, na
proporção de três casais por planta. Para cada grupo de seis (cinco referentes aos
testes e um padrão) e quatro genótipos (três referentes aos testes e um padrão), foram
realizadas sete repetições.
Os adultos permaneceram na gaiola por 72 horas, período determinado
preliminarmente (item 3.3) como ideal para que ocorra a oviposição. Após este período,
os adultos foram retirados, os ovos contados e as plantas deixadas em laboratório para
eclosão das lagartas. As plantas foram vistoriadas a cada 48 horas para verificar se
B
A
Divisão da gaiola confeccionada
com folha de isopor.
56
havia pupas antes do 13º dia. Treze dias após a infestação, foi feita a contagem do
número de pupas em cada genótipo.
Para comparar os materiais, aplicou-se um Índice de Resistência (IR) adaptado
de SMITH; BRIM (1979), para todos os genótipos testados, levando-se em conta,
separadamente, o número de ovos e o número de pupas. O IR foi calculado pela
fórmula: IR = [(A B) / (A + B)] x 100, onde: A = número de ovos ou de pupas no
genótipo teste; B = número de ovos ou de pupas no genótipo padrão.
Desse modo, o índice, que varia de -100 (alta resistência) a +100 (alta
suscetibilidade), permite a comparação entre todos os genótipos testados, mesmo que
avaliados em grupos distintos.
Figura 3 - Screening inicial para escolha dos genótipos mais promissores. Distribuição dos genótipos nas
gaiolas
3.5 Não-preferência para oviposição de P. citrella nos genótipos selecionados
Visando avaliar a não-preferência de oviposição de P. citrella com chance de
escolha, foram utilizadas mudas dos cinco genótipos selecionados (com base nos
dados obtidos no item 3.4) como resistentes à praga: tangerina ‘Sunki’, os bridos de
Citrus C x R
4
; C x R
315,
M x P
222
e o gênero afim P. trifoliata (Trifoliata Limeira). Além
desses materiais, incluiu-se o limão ‘Rugoso’ como padrão de suscetibilidade para
57
condução dos testes de livre escolha e sem chance de escolha (confinamento), em
condições de laboratório.
3.5.1 Não-preferência com chance de escolha
Inicialmente, adultos recém-emergidos com 0 a 24 horas após a emergência
foram sexados para a formação de casais. A separação dos sexos de P. citrella foi
realizada pela observação do final do abdome das mariposas, em microscópio
estereoscópico, considerando que a fêmea possui dois “tufos” de escamas negras
laterais, no sétimo segmento abdominal, na região do pigídeo, característica ausente no
macho (Jacas; Garrido, 1996) (Figura 4).
Para obtenção das posturas, plantas de cada genótipo foram dispostas nas
gaiolas de forma aleatória e equidistantes entre si usando a densidade de três casais
de P. citrella por planta (conforme descrito no item 3.3), totalizando 18 casais, que
permaneceram nas gaiolas por 72 horas. Após este período, os adultos foram retirados
e os ovos contados com auxílio de foco luminoso e, quando necessário, sob
microscópio estereoscópico.
Os ensaios foram conduzidos à temperatura de 25±1ºC, umidade relativa de
70±10% e fotofase de 14 horas em sete repetições, onde cada repetição foi composta
pelos seis genótipos, incluindo a testemunha (padrão suscetível).
Figura 4 – Parte terminal do abdome de macho e fêmea de Phyllocnistis citrella. (A e B) Detalhe da parte
externa e interna do macho. (C) Detalhe da parte externa da fêmea com faixa de escamas
pretas no pigídio
58
3.5.2 Não-preferência sem chance de escolha (confinamento)
Para esse bioensaio, foram utilizadas gaiolas cúbicas iguais às descritas no
item 3.3, separadas por folha de isopor (Figura 2). Em cada lado colocou-se uma planta
de um dos genótipos em brotação com 50 cm de altura e foram liberados três casais
por planta. Os insetos permaneceram por 72 horas e foram alimentados com “filetes” de
mel distribuídos de forma aleatória na porta das gaiolas. Após este período, foi
realizada a contagem dos ovos do minador com o auxílio de um foco luminoso e,
quando necessário, sob microscópio estereoscópico.
Os ensaios foram conduzidos à temperatura de 25±1ºC, umidade relativa de
70±10% e fotofase de 14 horas, em blocos ao acaso sendo realizadas sete repetições
para cada tratamento.
3.6 Efeito dos genótipos selecionados sobre a biologia de P. citrella
Neste experimento objetivou-se avaliar o efeito dos seis genótipos selecionados
no item 3.4 sobre o ciclo biológico (ovo à morte do adulto) de P. citrella.
Para obtenção das posturas, três casais foram confinados em gaiolas
denominadas câmaras nupciais por 24 horas para adaptação e acasalamento. Estas
foram confeccionadas com recipiente plástico “PS(poli-estireno) com capacidade para
100 ml com tampas e forrados com disco de papel filtro umedecido. As tampas dos
recipientes eram providas de uma abertura circular de 0,75 mm de diâmetro no centro,
onde foi acoplado um tubo de vidro de 10 mm de altura x 0,75 mm de diâmetro (Figura
5). Para permitir a aeração, evitando assim o excesso de umidade, foram feitos furos
com alfinete entomológico em toda a superfície da tampa. Após este período
adaptativo, os adultos foram transferidos para as gaiolas de postura permanecendo por
48 horas, completando assim as 72 horas necessárias para obtenção de uma
quantidade adequada de ovos, conforme constatado no item 3.3. Após este período, os
adultos foram retirados e os ovos presentes nas folhas contados sob microscópio
estereoscópico.
59
Para este bioensaio, foi utilizado o número de ovos disponíveis nas folhas. Após
a contagem dos ovos, as plantas foram devolvidas as gaiolas devidamente limpas
evitando assim contato com insetos que porventura pudessem ter escapado. As plantas
foram observadas diariamente para saber o dia exato da emergência e mortalidade das
larvas, formação e mortalidade das pupas e emergência dos adultos.
O experimento foi realizado em delineamento em blocos ao acaso,
considerando os seis genótipos como tratamentos, sendo cada planta uma repetição,
totalizando cinco repetições com número variável de ovos por tratamento (cerca de 15 a
40 ovos/planta) dependendo do genótipo.
No 13º dia após infestação, as folhas contendo pupas da LMC foram cortadas e
transferidas para a câmara de emergência individual idêntica às utilizadas para
acasalamento dos casais (Figura 5 A) e mantidas no laboratório à temperatura de
25±1ºC, umidade relativa de 70±10% e fotofase de 14 horas até a emergência dos
adultos para realização do teste de longevidade. As plantas contendo insetos que ainda
não tinham se transformado em pupa foram recolocadas nas gaiolas de postura para
que o restante das larvas completasse essa fase.
Neste experimento foram avaliados os seguintes parâmetros: duração e
viabilidade das fases larval e pupal, peso e tamanho das pupas, longevidade de adultos
(macho e fêmea), fecundidade e razão sexual.
A mortalidade da fase de ovo-larva foi avaliada pela diferença entre o número
de pupas e a quantidade de ovos encontrados inicialmente nas folhas.
3.6.1 Avaliação do tamanho e peso pupal
O tamanho e o peso das pupas foram avaliados ao 1dia após a infestação.
Essa padronização foi adotada para se garantir que a grande maioria das larvas tinha
se transformado em pupa neste período, já que se tratava de diferentes genótipos. Para
a avaliação destes dois parâmetros, as plantas foram infestadas com três casais de
adultos da LMC por 72 horas em cinco repetições. Após este período, os adultos foram
retirados e as plantas permaneceram nas gaiolas até o 13º dia. Neste dia, as pupas
foram retiradas da câmara pupal (confeccionada nas folhas), pesadas e medidas. Para
60
a obtenção do peso médio, as pupas foram agrupadas em lotes e pesadas através de
uma balança analítica com precisão de 0,1 mg e o tamanho medido através de um
dispositivo digital de medição de cápsula cefálica (marca Wild modelo MMS 235,
acoplado ao microscópio).
3.6.2 Avaliação da razão sexual e da longevidade dos adultos
Para determinar o efeito dos genótipos sobre a longevidade dos adultos de P.
citrella, pupas oriundas de cada genótipo foram individualizadas em gaiolas iguais às
utilizadas anteriormente (item 3.6; Figura 5 A e B) com e sem alimento, sendo utilizadas
35 pupas para cada tratamento. Após a emergência dos insetos, foram feitas
observações diárias para saber o dia exato da emergência e morte dos mesmos. A
sexagem foi feita por ocasião da emergência dos adultos com auxílio de microscópio
estereoscópico.
Figura 5 - Gaiolas confeccionadas com recipiente plástico descartável para obtenção de adultos virgens
de Phyllocnistis citrella para estudo de longevidade com e sem alimento. A: detalhe da gaiola
e B: vista geral da disposição das gaiolas
A
B
61
3.6.3 Avaliação da fecundidade e fertilidade
Para avaliar o número de ovos dos indivíduos provenientes de cada genótipo,
plantas foram infestadas com três casais da LMC por 72 horas. Após este período, os
adultos foram retirados e as plantas permaneceram nas gaiolas até o 13º dia. Em
seguida, as folhas foram cortadas e transferidas para câmaras de emergência
devidamente etiquetadas. Estas câmaras eram vistoriadas diariamente e, assim que era
constatada a emergência dos adultos, estes eram sexados para formação de casais.
Para cada genótipo foram formados um total de 20 casais sendo distribuídos dois por
planta. Estes foram colocados em gaiolas confeccionadas com garrafas “PET” poli
(tereftalato de etileno) transparentes (Figura 6 A e B). Para tal, foram retirados os
fundos das garrafas para facilitar a adaptação em placas de Petri médias e feita uma
abertura na parte frontal da gaiola, a qual foi vedada com voil. Na boca da garrafa
também foi colocado voil preso com elástico. Dentro de cada garrafa foi colocado um
genótipo comum a todos, limão ‘Cravo’ (Citrus limonia L. Osbeck), preso em um suporte
constituído de um pote plástico descartável e areia lavada estéril. Nas paredes da
gaiola foram distribuídos pequenos “filetes” de mel puro para alimentação dos adultos.
Os “tubetes” eram substituídos a cada 48 horas, num total de 10 repetições. A cada
substituição, os ovos eram contados e no 5º dia uma nova contagem foi realizada para
a avaliação da fertilidade. Os ensaios foram conduzidos, à temperatura de 25±1ºC
umidade relativa de 70±10% e fotofase de 14 horas, em delineamento em blocos ao
acaso.
62
Figura 6 - Gaiolas utilizadas nos testes de fecundidade de Phyllocnistis citrella. A: detalhe da gaiola e B:
Vista geral da disposição das gaiolas com as repetições de cada genótipo
3.6.4 Cálculo do Potencial Reprodutivo Corrigido (PRC)
Para facilitar as conclusões referentes aos efeitos dos genótipos sobre o
desenvolvimento e reprodução do inseto, foi calculado o Potencial Reprodutivo
Corrigido (PRC) segundo Vendramim; Fancelli (1988).
De acordo com o PRC obtido, foi definido o impacto que cada genótipo causa
sobre o crescimento populacional desta praga, permitindo, desta forma identificar, o
grau de resistência de cada genótipo.
3.7 Avaliação da tolerância dos genótipos a P. citrella
3.7.1 Teste preliminar com o genótipo padrão
O objetivo deste teste preliminar foi o de determinar a densidade do inseto
(número de insetos/planta) capaz de provocar danos significativos à planta e a seleção
dos melhores parâmetros para avaliar tolerância de citros ao ataque da LMC em
laboratório. Para tanto, foram utilizadas plantas de limão ‘Rugoso’ com
A
B
63
aproximadamente 50 cm de altura apresentando brotações. Destas foram selecionados
quatro ramos com dimensões padronizadas, sendo os mesmos marcados em sua base
com marcador de tinta permanente de diferentes cores para avaliação dos diversos
parâmetros. As plantas foram individualizadas em gaiolas semelhantes às utilizadas nos
testes de preferência para oviposição em confinamento (item 3.3). Em cada lado da
gaiola, colocou-se uma planta, liberando-se no interior deste compartimento o inseto em
diferentes densidades (tratamentos): 0, 3, 6, 9 e 12 (casais/planta). Utilizou-se o
delineamento de blocos casualizados com quatro repetições. A parcela constou de uma
planta (infestada com ovos) mantida no interior da gaiola por 13 dias. Durante este
período, as plantas eram inspecionadas para avaliação do número de larvas,
comprimento e largura das folhas, pois estes eram mais bem caracterizados antes de
13º dia. Os ensaios foram conduzidos à temperatura de 25±1ºC, umidade relativa de
70±10% e fotofase de 14 horas.
Nesta etapa, foram avaliados os seguintes parâmetros: comprimento dos
ramos, comprimento e largura das folhas, número de folhas por ramo, número de larvas
nas folhas, danos nas folhas, brotações novas por planta e peso fresco e seco dos
ramos.
3.7.1.1 Avaliação do comprimento das folhas e dos ramos e largura das folhas
Para determinar a alteração de crescimento dos ramos, o comprimento destes,
foi medido no e no 13º dia com auxílio de uma régua de 40 cm, obtendo assim, as
medidas iniciais e finais. O mesmo procedimento foi adotado para obter o comprimento
e largura das folhas, modificando apenas o dia de avaliação final para o dia, pois a
partir do 9º dia as folhas iniciavam o processo de enrolamento o que poderia dificultar a
avaliação destes parâmetros.
64
3.7.1.2 Avaliação do número de larvas
No dia após infestação da LMC, foi computado o número de larvas nas
folhas, tanto na parte adaxial como na abaxial.
3.7.1.3 Avaliação do número de brotações novas
A contagem do número de brotações novas foi realizada em toda planta no 13º
dia.
3.7.1.4 Avaliação dos pesos fresco e seco dos ramos
Para esta avaliação, os ramos foram individualizados em envelopes de papel
devidamente etiquetados e utilizou-se uma balança analítica com precisão de 0,1 mg. A
pesagem foi feita imediatamente após o corte dos ramos para obtenção do peso fresco
de cada tratamento. Em seguida, estes foram colocados em estufa à 40ºC por 48 horas
e após este período cada ramo foi novamente pesado obtendo-se assim o peso seco.
3.7.1.5 Avaliação do dano nas folhas
Para definir o dano nas folhas estas foram avaliadas visualmente. Foi atribuída
às folhas atacadas a seguinte classificação: atacadas e não enroladas (ANE),
parcialmente enroladas (PE), enroladas (EN) (Figura 7).
65
Figura 7 - Categorias de classificação para folhas de limão ‘Rugoso’ em relação ao ataque de
Phyllocnistis citrella: atacadas e não enroladas (A), parcialmente enroladas (B) e enroladas
(C)
3.7.2 Bioensaio com os genótipos selecionados
Com base nos resultados do teste preliminar, foi determinado para o bioensaio
com os genótipos selecionados (item 3.4) o uso de seis casais/planta como o número
de insetos adequado para provocar dano significativo e 20 larvas por planta para
avaliação dos parâmetros nos genótipos testes.
Para tal, foram testados os genótipos: tangerina ‘Sunki’, os híbridos C x R
4
; C x
R
315,
M x P
222
e o gênero afim Trifoliata Limeira, incluindo-se ainda o limão ‘Rugoso’
como padrão de suscetibilidade. Cada genótipo foi individualizado em gaiolas, onde
foram liberados os casais de P. citrella para a oviposição. As plantas permaneceram
nas gaiolas por três dias, e após este período os insetos foram retirados. No 5
o
dia, as
larvas foram contadas, mantendo-se um total de 20 larvas por planta, sendo as
excedentes eliminadas com o auxílio de estilete confeccionado com alfinete
entomológico zero e bambu. As plantas foram acondicionadas novamente nas
gaiolas e retiradas no 13º dia para avaliação.
Apesar de apenas o parâmetro quantitativo, número de brotações novas e o
qualitativo, dano foliar, terem sido significativos entre os tratamentos no teste preliminar,
66
optou-se também por continuar a avaliar o peso fresco e seco, que se tratava de
genótipos diferentes. Para a avaliação destes parâmetros utilizou-se a mesma
metodologia do teste preliminar.
Considerando-se a diferença entre os genótipos principalmente em relação à
morfologia das folhas nos genótipos Trifoliata Limeira e seus híbridos C x R
4
e C x R
315
,
as quais são trifolioladas, utilizaram-se para estes genótipos as categorias de danos
para folhas enroladas (EN), parcialmente enroladas (PE), atacadas e não enroladas
(ANE) conforme ilustrado na Figura 8. Para a classificação do dano foliar nos genótipos
tangerina ‘Sunki’, e o híbrido M x P
222
,
contudo, manteve-se a mesma classificação
(Figura 7) adotada no teste preliminar com limão ‘Rugoso’, pois estes três materiais
possuem folhas unifoliadas e morfologicamente semelhantes.
Figura 8 - Categorias de classificação para os genótipos de citros em relação ao ataque de Phyllocnistis
citrella: folhas trifoliolada enrolada (A), parcialmente enrolada (B) e atacada e não enrolada
(C)
Sabendo-se que cada genótipo apresenta diferentes taxas de crescimento, para
fins de comparação foram utilizadas como padrão, plantas sem infestação dos
respectivos genótipos. O delineamento experimental utilizado foi de blocos ao acaso
com cinco repetições para cada tratamento, representando cada planta uma repetição.
67
3.8 Análise estatística
Os dados de todos os experimentos foram submetidos ao teste de Shapiro Wilk
para verificar se apresentavam distribuição normal. Quando isso ocorria, foram
utilizados testes paramétricos e quando os dados não apresentavam distribuição
normal, eles foram transformados a fim de normalizá-los e, em seguida, analisado por
meio de testes não paramétricos para contrastar diferenças entre os genótipos.
Para a realização das análises paramétricas e não paramétricas utilizou-se o
software estatístico R, e para a construção do fenograma visando o agrupamento dos
genótipos mais similares nos experimentos de tolerância utilizou-se o software
STATISTICA 6.0.
Com a finalidade de definir os genótipos mais promissores utilizou-se o Índice
de Resistência (IR) e o desvio padrão de cada genótipo para determinar o intervalo de
classificação (ICl) para as médias dos tratamentos (genótipos) pela fórmula:
( )
n
DP
xtICl
n 05,0;1
0
=
±=
α
, onde: t = valor de “t” tabelado; DP = Desvio padrão e
n
=
número de repetições. Com base nessa fórmula, os genótipos foram considerados
neutros quando os valores de IR estiveram dentro do intervalo de classificação, o-
preferidos (resistentes) quando estiveram abaixo desse intervalo e preferidos
(suscetíveis) quando estiveram acima deste. A partir desta avaliação foi possível
selecionar os genótipos mais promissores (resistentes).
Para o cálculo do Potencial Reprodutivo Corrigido (PRC) utilizou-se a fórmula:
PRC = (rs x A)
n
, onde: rs = razão sexual = de / (n° de + de ); A = número de
adultos aptos à reprodução; n = número de gerações que o inseto apresenta durante o
período para o qual está sendo determinado o PRC.
68
69
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 Avaliação do tempo de exposição e do número de casais de P. citrella por
planta adequados para estudos de resistência
Com base nos resultados obtidos (Tabela 2), verifica-se que não foi significativa
a interação entre os fatores número de casais de P. citrella e tempo de exposição (F=
1,28). Em relação ao número de casais/planta (com 50 a 70 cm de altura), constatou-se
que o número médio de ovos (considerando-se as três densidades de casais) foi menor
(3,05 ovos/planta) após 48 horas de exposição da planta aos insetos em comparação
com os tratamentos em que as plantas ficaram expostas por 72 horas (32,89
ovos/planta) e 96 horas (28,67 ovos/planta) (Tabela 2). Assim, considerando-se a baixa
oviposição verificada com 48 horas de exposição, pode-se inferir que este tempo não é
recomendado para realização de testes de oviposição em plantas com mais de 50 cm
de altura, pois nesse estágio de desenvolvimento, a área foliar é relativamente maior
requerendo, consequentemente, maior tempo para exploração do local adequado para
oviposição. A menor oviposição com 48 horas também pode estar relacionada com a
manipulação dos insetos para montagem das gaiolas, o que pode lhes causar estresse
o que poderia requerer um certo tempo para readaptação.
na comparação entre as densidades de adultos por planta, os valores
médios de número de ovos/planta (considerando-se os três tempos de exposição)
também diferiram entre si, constatando-se o menor valor (14,17 ovos por planta) na
menor densidade (2 casais/planta) em comparação com as duas maiores densidades
em que os valores foram de 25,78 ovos/planta (densidade de 3 casais/planta) e 24,67
ovos/planta (densidade 4 casais/planta) (Tabela 2).
Segundo Milano (2002), para plantas a partir de 60 cm de altura é necessário
um número maior do que 2 casais de P. citrella por planta para se obter um número
adequado de posturas, em razão da superfície foliar relativamente alta apresentada por
plantas com esse porte.
Embora em princípio se pudesse esperar um maior número de ovos quanto
maior o número de casais e maior o tempo de exposição isso não aconteceu na
70
comparação entre os dois maiores tempos e entre as duas maiores densidades. O não
aumento no número de ovos na maior densidade (4 casais/planta) em relação à
densidade intermediária provavelmente tenha sido devido à baixa variação entre essas
duas densidades. Provavelmente, o número de casais utilizado não tenha sido
suficientemente alto para que as folhas fossem totalmente utilizadas para a oviposição,
situação em que diferenças nos resultados poderiam ser observadas.
Greve; Redaelli (2005), comparando a distribuição da lagarta-minadora-dos-
citros (LMC) em pomares orgânico e convencional, não encontraram diferença no nível
populacional da praga entre os dois locais, atribuindo isso ao fato de que a população
da praga não tenha sido suficientemente alta para que o recurso (folhas) fosse utilizado
de forma homogênea.
Já Rao; Pathak; Shylesha (2002) relataram que a distribuição da LMC em
campo com baixas e altas densidades mostraram-se diferentes. É provável que, nesse
caso, a diferença tenha ocorrido devido ao fato de que, nos níveis populacionais
elevados, as folhas tenham sido totalmente utilizadas, não havendo possibilidade de
escolhas pelos melhores locais de oviposição.
Assim, baseando-se nos resultados para realização dos testes seguintes foi
utilizada a proporção de 3 casais/planta e o tempo de exposição de 72 horas.
Tabela 2 - Número médio de ovos de Phyllocnistis citrella por planta de limão Rugoso’ com diferentes
densidades de casais por planta em diferentes períodos de exposição. Temp.: 25±1ºC; UR:
70±10% e fotofase: 14 horas
Tempo (horas)
Nº de casais/planta 48 72 96 Média
2 0,50 19,83 22,17 14,17 b
3 5,83 37,50 34,00 25,78 a
4 2,83 41,33 29,83 24,67 a
Média 3,05 b 32,89 a 28,67 a ---------
*
Médias seguidas pela mesma letra na linha e na coluna não diferem significativamente entre si
pelo teste de Tukey (P 0,05)
.
71
4.2 Screening para identificação dos genótipos resistentes a P. citrella
Embora tenham sido observadas posturas nas brotações de todas as espécies
testadas, houve variação entre os genótipos em função dos valores do IR tanto em
relação ao número de ovos (Tabela 3 e Figura 9 A), como em relação ao número de
pupas (Tabela 4 e Figura 9 B).
Com base nos resultados referentes à oviposição de P. citrella nos 23 genótipos
testados e considerando os valores médios dos IRs obtidos, os genótipos tangerina
‘Sunki’, os híbridos C x R
4
, C x R
315
,
M x P
222
e Trifoliata Limeira, que tiveram IRs
negativos abaixo do intervalo de -32,3 a -66,2 (Tabela 3) podem ser considerados como
menos preferidos para oviposição.
Para os híbridos C x R
4
, C x R
315
e para Trifoliata Limeira, a não-preferência
pode estar relacionada ao tipo de folhas, que são trifolioladas com superfície foliar
relativamente estreita. Segundo Jacas et al. (1997), as espécies de Citrus apresentam
diferentes padrões de brotação durante o ano, o que, juntamente com algumas
diferenças interespecíficas no padrão foliar, pode afetar o uso do hospedeiro pela LMC.
Para os demais genótipos (tangerina ‘Sunki’ e o híbrido M x P
222
), apesar de
terem o mesmo formato de folhas, eles se diferenciam no tamanho de área foliar. Além
dessa diferença, é possível que a menor preferência por essas variedades esteja
relacionada a outros fatores morfológicos, sicos e químicos, os quais podem estar
atuando sobre o inseto interferindo na preferência para oviposição em alguns dos
genótipos.
Todos os demais materiais (laranjas ‘Pêra’, ‘Valência’, ‘Hamlin’, ‘Lima Sorocaba’
e ‘Azeda São Paulo’; toranja Ogamé’; tangerinas ‘Ponkan’ e ‘Cravo’; pomelo ‘Marsh
Seedless’; limas ácidas ‘Tahiti’ e ‘Siciliano’; os híbridos tangor ‘Murcott’, citrumelo
citrange ‘Troyer’, M x P
33
e
M x P
12
,
e
os gêneros afins Fortunella e Calamondin) foram
classificados como neutros quanto ao número de ovos, não se constatando, em relação
a esse parâmetro, nenhum genótipo suscetível (Tabela 3).
Dos genótipos classificados como neutros neste estudo, a laranja ‘Azeda São
Paulo’, testada na Espanha, em condições de laboratório, foi a terceira mais ovipositada
72
entre sete genótipos testados (URRUTIA; MARÍ, 2002). No presente estudo, esse
genótipo tendeu a ser um dos mais ovipositados dentro do grupo em que foi testado.
Em ensaios de campo no Rio Grande do Sul, em pomar orgânico, com o
objetivo de avaliar a dinâmica populacional da LMC, foi observado que no híbrido
tangor ’Murcott‘ foram registrados os menores números de minas/folha (1,5) e de
larvas/folha (0,85) em relação a Citrus deliciosa (cv. Montenegrina) (JESUS;
REDAELLI; DAL SOGLIO, 2008). No presente estudo, este mesmo genótipo foi o mais
ovipositado dentro do grupo no qual foi testado. Diante da diferença nos resultados
encontrados, vale ressaltar que para ensaios em campo só a presença de folhas jovens
nas plantas não é um fator determinante para a escolha do local de oviposição pela
LMC, que vários outros fatores como densidade populacional da praga, condições
climáticas e presença de inimigos naturais, entre outros, também interferem na
oviposição do inseto.
Em estudos realizados na Argentina, em condições de laboratório, com laranja
’Valência’, limão ‘Eureka’ e pomelo ‘Ducan’, em teste com e sem chance de escolha,
não foi encontrada diferença significativa entre a densidade de ovos colocados pela
LMC. Nos testes de campo, entretanto, com os mesmos genótipos, a LMC teve
preferência por plantas de limão (GOANE; VALLADARES; WILLINK, 2008).
No que se refere ao número de pupas, os genótipos menos preferidos pela
LMC também foram: tangerina ‘Sunki’, os híbridos C x R
4
, C x R
315
,
M x P
222
e Trifoliata
Limeira para os quais os valores de IR variaram de -29,5 a -68,3 (Tabela 4).
Os demais genótipos (laranjas ‘Pêra’, Valência’, ‘Hamlin’, Lima Sorocaba’ e
‘Azeda São Paulo’; toranja ‘Ogamé’; tangerinas ‘Ponkan’ e ‘Cravo’; pomelo ‘Marsh
Seedless’; limas ácidas ‘Tahiti e ‘Siciliano’; bridos tangor ‘Murcott’, citrumelo
‘Swingle’, citrange Troyer’, M x P
33
e
M x P
12
,
e
os gêneros afins Fortunella e
Calamondin) se comportaram como neutros em relação aos valores de IR (Tabela 4).
De modo análogo ao que tinha sido observado para o número de ovos, também nesse
caso, com base no IR, nenhum genótipo se comportou como suscetível a P. citrella.
Assim, de acordo com os resultados obtidos, observa-se que a tangerina
‘Sunki’; os híbridos C x R
4
, C x R
315
,
M x P
222
e Trifoliata Limeira comportaram-se como
menos preferidos tanto em relação ao número de ovos como em relação ao número de
73
pupas. Da mesma forma as laranjas Pêra’, ‘Valência’, Hamlim’, Lima Sorocaba’ e
‘Azeda São Paulo’; a toranja Ogamé’; as tangerinas Ponkan’ e Cravo’; o pomelo
‘Marsh Seedless’; as limas ácidas ‘Tahiti’ e ‘Siciliano’; os híbridos tangor ‘Murcott’,
citrumelo ‘Swingle’, citrange ‘Troyer’, M x P
33
e
M x P
12
, e
os neros afins Fortunella e
Calamondin comportaram-se
como neutros considerando-se os dois parâmetros de
avaliação (Tabelas 3 e 4).
Assim, de modo geral, constatou-se que, os 23 genótipos testados,
apresentaram o mesmo tipo de comportamento (resistente ou neutro) para os dois
parâmetros testados (Tabelas 3 e 4; Figura 9 A e B).
Em teste de laboratório, na Espanha, Jacas et al. (1997) observaram que, entre
12 genótipos testados, P. trifoliata e P. trifoliata var. monstrosa foram as que tiveram
menor área foliar consumida. No presente trabalho, entre os materiais avaliados, P.
trifoliata (Trifoliata Limeira) foi o que teve o menor IR, caracterizando-se assim como um
dos menos preferidos, tanto para número de ovos (-66,2) como para número de pupas
(-68,3), o que o torna um genótipo promissor para ser empregado como porta-enxerto
resistente à LMC no Brasil.
74
Tabela 3 - Média, índice de resistência (média ± desvio padrão), intervalo de classificação e a
classificação dos genótipos em relação ao número de ovos de Phyllocnistis citrella nas
brotações. Temp.: 25±1ºC; UR: 70±10% e fotofase: 14 horas
Genótipos Média (M)
IR
2
(
)
DPM ±
ICl
3
Cl
4
Padrão
1
54,6 --------- --------- -------
Tangerina ‘Ponkan 30,0 -36,9 ± 48,77 ± 48,73 N
Híbrido M x P
12
26,6 -31,6 ± 36,96 ± 36,93 N
Laranja ‘Hamlin’ 31,0 -29,1 ± 43,24 ± 43,20 N
Fortunella 35,0 -28,4 ± 50,80 ± 50,76 N
Laranja ‘Pêra’ 40,9 -13,1 ± 42,82 ± 42,79 N
Padrão
1
42,3 --------- --------- ------
Híbrido M x P
222
11,1 -62,4 ± 45,34 ± 45,30 R
Tangerina ‘Sunki 20,0 -32,3 ± 17,08 ± 17,07 R
Tangerina ‘Cravo’ 36,4 -19,2 ± 45,45 ± 45,41 N
Calamondin 39,6 -17,3 ± 42,60 ± 42,56 N
Laranja ‘Azeda São Paulo’ 36,9 -16,5± 54,71 ± 54,67 N
Padrão
1
38,4 --------- --------- -------
Trifoliata Limeira 6,1 -66,2 ± 20,08 ± 20,06 R
Híbrido C x R
4
9,1 -56,3 ± 32,44 ± 32,42 R
Híbrido C x R
315
11,4 -55,4 ±,46,00 ± 45,96 R
Híbrido citrange ’Troyer’ 20,9 -29,0 ± 46,54 ± 46,50 N
Híbrido citrumelo ‘Swingle’ 31,7 -25,0 ± 58,86 ± 58,81 N
Padrão
1
25,6 --------- --------- -------
Laranja ‘Lima Sorocaba’ 54,4 +20,3 ± 55,67 ± 55,63 N
Lima ácida ‘Siciliano’ 47,0 +19,6 ± 58,80 ± 58,75 N
Híbrido M x P
33
22,1 -16,9 ± 35,11 ± 35,08 N
Lima ácida ‘Tahiti’ 50,4 +13,0 ± 43,89 ± 45,85 N
Toranja ‘Ogamé’ 32,4 +2,2 ± 67,62 ± 57,01 N
Padrão
1
30,3 -------- ---------- ---------
Pomelo ‘Marsh seedles 20,6 -33,7± 35,18 ± 35,15 N
Laranja ‘Valência’ 41,6 +21,8 ± 22,31 ± 22,29 N
Híbrido tangor ‘Murcott’ 44,7 +10,1 ± 52,36 ± 52,32 N
1.
Limão ‘Rugoso’
2.
Índice de resistência
3.
Intervalo de classificação
4.
Classificação: R= resistente; N= neutro; S= suscetível.
75
Tabela 4 - Média, índice de resistência (média ± desvio padrão), intervalo de classificação e a
classificação em relação ao número de pupas de Phyllocnistis citrella nas brotações de
diferentes genótipos. Temp.: 25±1ºC; UR: 70±10% e fotofase: 14 horas
1.
Limão ‘Rugoso’
2.
Índice de resistência
3.
Intervalo de classificação
4.
Classificação: R= resistente; N= neutro; S= suscetível.
Genótipos Média (M)
IR
2
(
)
DPM ±
ICl
3
Cl
4
Padrão
1
47,7 --------- --------- ---------
Tangerina ‘Ponkan’ 20,7 -42,0 ± 44,55 ± 44,51 N
Fortunella 22,9 -35,0 ± 43,32 ± 43,28 N
Híbrido M x P
12
22,9 -32,2 ± 36,46 ± 36,43 N
Laranja ‘Hamlin’ 27,3 -30,8 ± 38,02 ± 37,99 N
Laranja ‘Pêra’ 32,4 -17,1 ± 43,10 ± 43,07 N
Padrão
1
31,1 --------- --------- ---------
Híbrido M x P
222
8,9 -60,4 ± 45,48 ± 45,45 R
Calamondin 29,9 -14,3 ± 42,39 ± 42,35 N
Tangerina ‘Sunki’ 15,9 -29,5 ± 18,19 ± 18,17 R
Tangerina ‘Cravo’ 24,1 -20,3 ± 45,19 ± 45,15 N
Laranja ‘Azeda São Paulo’ 33,9 -14,3 ± 45,74 ± 45,70 N
Padrão
1
34,6 --------- --------- ---------
Trifoliata Limeira 5,6 -68,3± 20,22 ± 20,20 R
Híbrido C x R
4
7,9 -58,3 ± 28,40 ± 28,38 R
Híbrido C x R
315
10,4 -55,5 ± 42,85 ± 42,81 R
Híbrido citrange ‘Troyer 18,0 -33,5 ± 44,60 ± 44,56 N
Híbrido citrumelo ‘Swingle’ 25,4 -30,9 ± 49,43 ± 49,39 N
Padrão
1
20,9 --------- --------- ---------
Híbrido M x P
33
16,6 -22,7 ± 30,31 ± 30,28 N
Laranja ‘Lima Sorocaba’ 35,4 +18,8 ± 49,37 ± 49,33 N
Lima ácida ‘Siciliano’ 42,1 +20,4 ± 58,00 ± 57,95 N
Toranja ‘Ogamé’ 29,9 +5,3 ± 60,91 ± 60,86 N
Lima ácida ‘Tahiti’ 38,6 +12,5 ± 42,83 ± 42,80 N
Padrão
1
27,7 -------- ---------- ----------
Pomelo ‘Marsh seedles’ 19,0 -33,1 ± 33,15 ± 33,12 N
Laranja ‘Valência’ 33,4 +17,0 ± 27,89 ± 27,86 N
Híbrido tangor ‘Murcott’ 36,4 +2,6 ± 51,24 ± 51,20 N
76
Figura 9 - Índice de resistência (IR) para oviposição de Phyllocnistis citrella em diferentes genótipos de
citros. Em cinza os menos preferidos e em preto os neutros, de acordo com o intervalo de
classificação. A: Em relação ao número de ovos. B: Em relação ao número de pupas. Temp.:
25±1ºC; UR: 70±10% e fotofase: 14 horas
-70.0
-60.0
-50.0
-40.0
-30.0
-20.0
-10.0
0.0
10.0
20.0
30.0
IR
L
a
r
a
n
j
a
'
P
ê
r
a
'
H
í
b
r
i
d
o
M
x
P
1
2
L
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r
a
n
j
a
'
H
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m
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i
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'
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u
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'
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k
i
'
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M
x
P
2
2
2
T
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'
C
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4
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o
C
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3
1
5
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'
T
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x
P
3
3
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c
i
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'
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b
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i
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o
T
a
n
g
o
r
'
M
u
r
c
o
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t
'
-70.0
-60.0
-50.0
-40.0
-30.0
-20.0
-10.0
0.0
10.0
20.0
30.0
IR
L
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r
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n
j
a
'
P
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'
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o
M
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P
1
2
L
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'
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M
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P
2
2
2
T
a
n
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e
r
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a
'
C
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'
C
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l
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m
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d
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b
r
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o
C
x
R
4
H
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b
r
i
d
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r
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l
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'
S
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n
g
l
e
'
H
í
b
r
i
d
o
C
x
R
3
1
5
T
r
i
f
o
l
i
a
t
a
L
i
m
e
i
r
a
H
ì
b
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a
'
T
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h
i
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'
H
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b
r
i
d
o
M
x
P
3
3
L
i
m
a
á
c
i
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a
'
S
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c
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l
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o
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L
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P
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e
d
l
e
s
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T
a
n
g
o
r
'
M
u
r
c
o
t
t
'
A
B
77
4.3 Não-preferência para oviposição de P. citrella nos genótipos selecionados
4.3.1 Não-preferência com chance de escolha
Com base nos resultados obtidos, foram constatadas diferenças significativas
entre os genótipos de citros em relação ao número de ovos no teste com chance de
escolha (F= 13,59; P=0,001). O hibrido C x R
315
e Trifoliata Limeira foram os genótipos
menos preferidos pela LMC com número médio de 17,86 e 18,43 ovos/planta,
respectivamente, valores significativamente menores que os registrados nos demais
materiais com exceção do híbrido C x R
4
(22,14 ovos/planta). A tangerina ‘Sunki’ (53,43
ovos/planta) foi intermediária no que se refere à oviposição pela LMC não diferindo do
híbrido C x R
4
e, tampouco, da testemunha limão Rugoso’ e do hibrido M x P
222
que
apresentaram, respectivamente, 85,43 e 91,29 ovos/planta e foram os materiais mais
preferidos para oviposição do inseto (Figura 10).
A escolha do hospedeiro pela fêmea pode acarretar implicações ecológicas e
evolucionárias para a progênie e a performance larval pode ser fortemente afetada por
essa escolha (THOMPSON, 1988). Essa pressão seletiva para que as fêmeas
coloquem seus ovos em hospedeiros com alta qualidade de recursos para alimentação
parece ser particularmente forte em insetos de hábito minador, pois muitos deles são
restritos a se alimentar nos locais de oviposição (PRINCE, 1997), como é o caso da
LMC. Desse modo, insetos que se alimentam de uma gama de espécies de plantas
tendem a mostrar preferência hierárquica, preferindo colocar seus ovos em hospedeiro
onde a adequação para sua prole seja maior (WEST; CUNNINGHAM, 2002). Isso pode
explicar a maior preferência da LMC pelo híbrido M x P
222
no teste
com chance de
escolha.
O hábito alimentar dos insetos fitófagos minadores requer uma maior superfície
para que eles possam se movimentar e se manter nutridos. Assim, sugere-se que a
maior preferência para oviposição nos genótipos limão ‘Rugoso’, M x P
222
e tangerina
‘Sunki’, deve-se ao fato de eles apresentarem folhas mais largas e, deste modo,
poderem oferecer melhores condições de sobrevivência para a progênie. os
genótipos C x R
4,
C x R
315
e Trifoliata Limeira possuem folhas trifolioladas, mais
78
estreitas, o que pode ter contribuído para a menor preferência para oviposição da LMC
nos referidos materiais.
Castro et al. (2002) relatam que os genótipos citranges ´Carrizo’ e ‘Troyer’
mostraram resistência a infestações de folhas jovens pela LMC. Embora estes materiais
não tenham sido testados nesta etapa dos testes, ambos apresentam arquitetura foliar
semelhante aos híbridos C x R
4,
C x R
315
e ao genótipo Trifoliata Limeira.
Figura 10 - Número dio de ovos de Phyllocnistis citrella em testes de não-preferência para oviposição
com chance de escolha em diferentes genótipos de citros. Temp.: 25±1ºC; UR: 70±10% e
fotofase: 14 horas
4.3.2 Não-preferência sem chance de escolha (confinamento)
no teste sem chance de escolha, o efeito dos genótipos foi bem menos
evidente, constatando-se diferença (F= 2,56; P=0,04) apenas entre os genótipos
Trifoliata Limeira, menos ovipositado, com 18,14 ovos/planta e o limão ‘Rugoso’, mais
ovipositado, com 35,71 ovos/planta, sendo que a postura nos outros quatro genótipos
0
20
40
60
80
100
b
ri
d
o
M
x
P222
Lim
ã
o
Rugoso
Ta
n
g
e
rina Sun
k
i
Híbrido C x R4
Tr
i
fo
l
iata Limeira
Híbrido C x R315
a
a
ab
c
bc
c
79
(variável de 21,71 a 28,86 ovos/planta) não diferiu dos valores registrados naqueles
materiais (Figura 11).
Díaz et al. (2006), em estudos de semi-campo (viveiro comercial) em Cuba,
também determinaram o efeito de genótipos de citros na postura da LMC. Neste
estudo, P. citrella mostrou maior preferência pelo limão Rugoso’. Esta referência
baseada em observações de semi-campo corroboram os resultados obtidos neste
trabalho, onde este genótipo, utilizado com padrão, foi o segundo mais preferido no
teste com chance e o mais preferido no teste sem chance de escolha.
Em estudo realizado por Radmann et al. (2002), em ambiente telado com os
porta-enxertos Trifoliata Limeira e limão ‘Cravo’, os autores observaram que Trifoliata
Limeira não apresentou qualquer tipo de lesão nas folhas enquanto que 86% das folhas
de limão ‘Cravo’ apresentavam sintomas do ataque da praga. Também nesse caso os
dados de literatura corroboram os obtidos na presente pesquisa uma vez que o
genótipo Trifoliata Limeira foi um dos menos ovipositados tanto no teste com chance
como no teste sem chance de escolha.
Estudos realizados sob condições de campo em outros países com outras
seleções de Trifoliata Limeira (BATRA et al., 1988; VERMA, 1989; BATRA et al., 1992;
JACAS et al., 1997; CAI,1999) também corroboram os dados obtidos neste estudo.
Embora ainda não se conheça o fator presente neste genótipo que leva a uma menor
oviposição pela LMC, é provável que a morfologia das folhas com menor área foliar
possa causar essa não-preferência, não se excluindo, no entanto, outros fatores de
resistência que possam estar ocorrendo conjuntamente.
Como o híbrido C x R
315
também foi menos preferido pela LMC no teste com
chance de escolha e tendeu a apresentar esse comportamento no teste em
confinamento, pode-se sugerir que Trifoliata Limeira possa estar transferindo
características genéticas que possam conferir fator de resistência à referida praga. Este
dado é de suma importância, pois servirá de base científica para elaboração de estudos
futuros para o uso de outros porta-enxertos com possíveis fatores de resistência à LMC
que limão Cravo’, o porta-enxerto mais utilizado no Brasil, apesar de ser vigoroso, é
suscetível a P. citrella, enquanto que Trifoliata Limeira, menos ovipositada no presente
trabalho, ainda tem a vantagem de apresentar resistência ao vírus da tristeza, à
80
gomose de Phytophthora e aos nematóides dos citros, além de ser tolerante a baixas
temperaturas e proporcionar melhor qualidade do fruto (FRANG et al., 1997), embora
tenha baixa tolerância à seca e média produtividade (CASTLE et al.; 1989).
Embora as superfícies foliares não tenham sido comparadas quanto ao número
de ovos, observa-se, visualmente, que os ovos foram colocados tanto na face abaxial
como na adaxial, mas com mais freqüência na abaxial. Estas observações estão de
acordo com os dados obtidos por Chagas; Parra (2000), os quais relatam que mais de
80% das posturas de P. citrella foram colocadas na superfície abaxial das folhas.
Verificaram ainda que a LMC tem preferência pelas porções mediana e apical das
folhas e pela nervura principal. Resultados semelhantes foram verificados por Greve;
Radaelli (2005). Em contrapartida, Vivas; López (1995) relatam que a LMC escolhe o
substrato a partir de uma determinada dimensão da folha, realizando postura
indistintamente tanto na face abaxial como na adaxial. Díaz et al. (2006) observaram
que as fêmeas podem ovipositar em ambas superfícies das folhas.
81
Figura 11- Número médio de ovos de Phyllocnistis citrella em testes de não-preferência para oviposição
sem chance de escolha em diferentes genótipos de citros. Temp.: 25±C; UR: 70±10% e
fotofase: 14 horas
4. 4 Efeito dos genótipos selecionados sobre a biologia de P. citrella
4.4.1 Duração e viabilidade da fase embrionária
Para o parâmetro duração da fase de ovo de P. citrella não foi encontrada
diferença significativa (F=1,17; P=0,35), com os valores médios nos diferentes
genótipos variando entre 4,2 e 4,5 dias (Tabela 5).
Os resultados do presente trabalho assemelham-se aos encontrados por Patel;
Patel (2001) que, avaliando o desenvolvimento da LMC em condições de semi-campo,
em cinco cultivares de limas ácidas, observaram a maior duração (dias) do estágio de
ovo em lima ‘Addinimma’ (3,98) e os menores valores em lima ácida ‘Kagzi’ (C.
aurantifolia) (3,18), lima ácida Galego (3,49), lima ‘Seedless’ (3,57) e lima ‘Zumukhiya’
(3,72).
B
0
10
20
30
40
50
Limão '
Rugoso'
H
íbr
i
do
M x
P
222
T
a
n
gerina 'Sunki'
H
íbr
i
do
C
x R
4
Híbrid
o
C
x
R315
T
rifoli
ata Limeira
a
ab
ab
ab ab
b
0
10
20
30
40
50
Limão '
Rugoso'
H
íbr
i
do
M x
P
222
T
a
n
gerina 'Sunki'
H
íbr
i
do
C
x R
4
Híbrid
o
C
x
R315
T
rifoli
ata Limeira
a
ab
ab
ab ab
b
82
Wilson (1991), analisando cinco cultivares de citros, em condições de campo,
encontrou para a fase de ovo duração variando de 2 a 4 dias.
Já trabalhando em condições de laboratório, Chagas; Parra (2000), observaram
um período de incubação menor (2,1 dias) à temperatura de 25ºC em plantas de limão
‘Cravo’.
Entretanto, Ba-Angood (1978), à temperatura de 25ºC, relatou período médio
de incubação de 7,5 dias, resultado bem superior aos obtidos nos outros trabalhos
citados. Ressalta-se que esse resultado foi obtido em um genótipo diferente dos
avaliados nos outros trabalhos, inclusive nos utilizados no presente estudo.
Também com relação à viabilidade da fase embrionária não houve diferença
significativa entre os seis genótipos avaliados (F=2,28; P=0,08). A viabilidade média
dos ovos variou entre 89,3 e 100% (Tabela 5). Os valores obtidos neste trabalho foram
semelhantes aos encontrados por Chagas; Parra (2000) que encontraram viabilidade
dos ovos em torno de 97,5%. Entretanto, foram encontrados em outros estudos valores
de viabilidade inferiores aos citados anteriormente, como os obtidos por Patel; Patel
(2001) (82 a 87%) e por Wilson (1991) (79,9%).
Tabela 5 - Médias ± erro padrão da duração (dias) e viabilidade (%) da fase de ovo de Phyllocnistis
citrella em diferentes genótipos de citros. Temp.: 25±1ºC; UR: 70±10% e fotofase: 14 horas
Genótipos Duração
(*)
Viabilidade
(*)
Trifoliata Limeira 4,5±0,19 a 97,0±1,84 a
Híbrido C x R
315
4,4±0,09 a 97,5±5,23 a
Híbrido M x P
222
4,4±0,16 a 89,3±2,40 a
Híbrido C x R
4
4,3±0,09 a 100,0±1,20 a
Tangerina ‘Sunki’ 4,3±0,07 a 98,8±0,00 a
Limão ‘Rugoso’ 4,2±0,06 a 98,2±1,11 a
CV (%) 6,14 5,90
* Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem entre si (P 0,05, teste de Tukey).
4.4.2 Duração e viabilidade da fase larval
Para a duração da fase larval da LMC, também não ocorreu diferença
significativa entre as médias (F=1,21; P=0,33), observando-se entre os valores variação
83
de 6,9 a 8,3 (Tabela 6). Os valores obtidos são um pouco inferiores aos observados por
Patel; Patel (2001), que encontraram valores de 8,65; 9,04; 9,30 dias para a fase larval
nas limas ‘Kagzi’, ‘Mexicana’ e ‘Seedless’, respectivamente. Neste mesmo estudo,
detectaram um alongamento da fase larval nas limas ‘Zumukhiya’ (10,07 dias) e
‘Addinimma’ (10,56 dias). A duração dessa fase, verificada por Wilson (1991), variou de
6 a 7 dias, enquanto nos ensaios realizados por Chagas; Parra (2000), a duração foi de
6,3 dias, valor menor do que os encontrados nos demais estudos.
No que diz respeito à viabilidade larval também não ocorreu diferença entre as
médias (F=0,91; P=0,49) com valores variáveis entre 84,0 e 98,5%. Em relação a este
parâmetro, os dados obtidos neste estudo foram semelhantes aos de Chagas; Parra
(2000) que obtiveram viabilidade de 97,4%, mas superiores aos obtidos por Patel; Patel
(2001) que registraram médias variando de 62,14 a 75,87% (Tabela 6).
Ainda em relação a este parâmetro, notou-se que em dois genótipos (C x R
4
e
Trifoliata Limeira) ocorreu mortalidade no 13º dia (Figura 12), período no qual as
lagartas em quase todos os genótipos tinham se transformado em pupas. Nos outros
genótipos avaliados a mortalidade ocorreu no início do desenvolvimento da fase. No
genótipo Trifoliata Limeira observou-se que este evento ocorreu com maior incidência
do que em C x R
4
. Embora tenha sido observada variação na época de ocorrência da
mortalidade larval, isto não foi suficiente para ter ocasionado efeito na viabilidade a
ponto de promover uma diferença significativa entre os genótipos.
Tabela 6- Médias ± erro padrão da duração (dias) e viabilidade (%) da fase larval de Phyllocnistis citrella
alimentada em diferentes genótipos de citros. Temp.: 25±1ºC; UR: 70±10% e fotofase: 14 horas
Genótipos Duração
(*)
Viabilidade
(*)
Híbrido C x R
4
8,3±0,40 a 92,0±4,19 a
Tangerina ‘Sunki’ 7,5±0,50 a 91,6±4,15 a
Híbrido C x R
315
7,3±0,30 a 90,1±9,57 a
Trifoliata Limeira 7,1±0,30 a 87,5±4,65 a
Limão ‘Rugoso’ 7,1±0,55 a 98,5±0,87 a
Híbrido M x P
222
6,9±0,55 a 84,0±3,02 a
CV (%) 13,56 12,65
*Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem entre si (P 0,05, teste de Tukey).
84
Figura 12 - Larva morta, após o 13º dia de infestação, em folhas do híbrido C x R
4
(A) e de Trifoliata
Limeira (B)
4.4.3 Duração e viabilidade da fase pupal
Também para a duração da fase de pupa não ocorreu diferença significativa
entre as médias (F=0,60; P=0,70), com valores variando entre 8,1 e 9,6 dias nos
diferentes genótipos (Tabela 7). Comparando-se com os dados na literatura, nota-se
uma semelhança com os obtidos por Patel; Patel (2001) que verificaram que para três
cultivares não houve diferença neste período com valores variando entre 8,00 e 8,47
dias. Estes autores observaram, no entanto, um período maior para as demais
cultivares (9,00 e 9,49 dias). Outros estudos observaram para a duração desta fase
uma variação de 6 a 8,1 dias (WILSON, 1991; CHAGAS; PARRA, 2000).
A viabilidade dessa fase também não apresentou diferença significativa
(F=0,88; P=0,51), com valores variando de 92,9 a 100% (Tabela 7). Confrontando-se
estes resultados com aqueles apresentados na literatura, constata-se que a viabilidade
desta fase assemelhou-se à obtida por Chagas; Parra (2000), onde as pupas tiveram
viabilidade de 97% em plantas de limão ‘Cravo’.
B A
85
Tabela 7 - Médias ± erro padrão da duração (dias) e viabilidade (%) da fase de pupa de Phyllocnistis
citrella proveniente de lagartas alimentadas em diferentes genótipos de citros. Temp.:
25±1ºC; UR: 70±10% e fotofase: 14 horas
Genótipos Duração
(*)
Viabilidade
(*)
Híbrido C x R
315
9,6±0,39 a 94,8±2,18 a
Trifoliata Limeira 9,1±0,84 a 97,0±3,00 a
Híbrido M x P
222
9,0±0,59 a 96,9±3,89 a
Tangerina ‘Sunki’ 8,9±0,72 a 96,3±2,99 a
Limão ‘Rugoso’ 8,8±0,87 a 100,0±0,00 a
Híbrido C x R
4
8,1±0,41 a 92,9±1,56 a
CV (%) 16,69 6,02
* Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem entre si (P 0,05, teste de Tukey).
4.4.4 Duração e viabilidade da fase imatura
Quanto à duração da fase imatura (ovo à emergência do adulto) novamente não
foi constatada diferença significativa (F=0,59; P=0,71), com medias variando de 20,0 a
21,4 dias (Tabela 8). Estes valores são superiores aos obtidos por Chagas; Parra
(2000) para a temperatura de 25ºC, que encontraram 16,49 dias para a duração dessa
fase.
Já no que se refere à viabilidade da fase imatura, ocorreu diferença significativa
entre as médias (F=2,30; P=0,08), com o menor valor (72,3%) registrado no híbrido M x
P
222
e o maior (96,8%) na testemunha limão ‘Rugoso’ (Tabela 8). Nos demais genótipos
os valores foram intermediários não diferindo entre si e tampouco dos valores extremos.
Os valores obtidos neste estudo estão próximos dos obtidos por Chagas; Parra (2000),
que encontraram 86,43% para a viabilidade dessa fase.
Embora no híbrido M x P
222
tenha ocorrido uma viabilidade total do ciclo inferior
à registrada no limão Rugoso’, isso não significa necessariamente que esteja
ocorrendo resistência naquele material, uma vez que esse menor valor pode estar
relacionado ao abortamento das folhas infestadas afetando indiretamente a viabilidade
do ciclo. Dessa forma, se este genótipo não apresentasse esse tipo de comportamento,
talvez a viabilidade sem o abortamento tivesse sido superior ao resultado encontrado.
Esta foi uma dificuldade encontrada para o estudo de desenvolvimento da praga neste
híbrido em condições de laboratório. Segundo Gallo et al. (2002), ataques de larvas
86
minadoras induzem produção e acúmulo de etileno, no tecido do pecíolo foliar,
induzindo à abscisão foliar.
Tabela 8 Médias ± erro padrão da duração (dias) e viabilidade (%) da fase imatura (ovo à emergência
do adulto) de Phyllocnistis citrella criada em diferentes genótipos de citros. Temp.: 25±1ºC;
UR: 70±10% e fotofase: 14 horas
Genótipos Duração
(*)
Viabilidade
(*)
Híbrido C x R
315
21,4±0,59 a 82,8±9,78 ab
Trifoliata Limeira 20,8±0,61 a 82,7±6,41 ab
Tangerina ‘Sunki’ 20,6±0,64 a 86,8±4,56 ab
Híbrido C x R
4
20,6±0,48 a 85,1±4,42 ab
Híbrido M x P
222
20,3±0,66 a 72,3±2,63 b
Limão ‘Rugoso’ 20,0±0,65 a 96,8±1,64 a
CV (%) 6,57 14,77
*
Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem entre si (P 0,05, teste de Tukey
).
Nas condições em que foram realizados os ensaios, estes parâmetros,
considerados como bons indicadores de resistência por antibiose e/ou antixenose
alimentar, não foram afetados (com exceção da viabilidade total) pelos genótipos em
que a LMC foi criada, o que sugere, com base apenas nesses dados, a não ocorrência
destes dois tipos de resistência à referida praga nos seis genótipos de citros testados.
Estudos com diferentes genótipos de citros para avaliação da resistência têm
sido relatados na Índia (Batra; Sandhu, 1983; Patel; Patel 2001), Austrália (Wilson,
1991), Espanha (Jacas et al., 1997) e Argentina (Goane et al., 2008). Wilson (1991) não
caracterizou nenhum tipo de resistência, porém como nos outros estudos demonstrou
diferença dentre os genótipos testados. Por outro lado, Goane et al. (2008) tentaram
caracterizar os possíveis tipos de resistência, mas não conseguiram obter diferença
entre três espécies de citros.
4.4.5 Tamanho e peso pupal
No que se refere ao tamanho de pupas, nota-se uma diferença altamente
significativa entre as médias (F=13,52; P=1,664
-8
) com valores médios variando de 1,7
a 2,4 mm (Tabela 9). Observa-se que o menor tamanho (1,7 mm) ocorreu para insetos
87
criados no híbrido C x R
4
, o qual diferiru dos valores obtidos em todos os demais
genótipos com exceção do híbrido C x R
315
onde se registrou o segundo menor valor
(1,9 mm). As pupas provenientes de lagartas criadas no limão Rugosoe em Trifoliata
Limeira apresentaram valores intermediários (2,0 e 2,1 mm, respectivamente), que
diferiram daqueles registrados no híbrido M x P
222
onde as pupas apresentaram 2,4
mm, valor superior a todos os genótipos com exceção de tangerina Sunki’ onde as
pupas mediram 2,2 mm. Verifica-se que o híbrido C x R
4
diferiu dos outros genótipos
inclusive de Trifoliata Limeira, do qual é originária (Tabela 9), o que pode ter ocorrido
devido à recombinação e ou segregação genética durante o processo de obtenção do
referido híbrido.
Os dados da atual pesquisa estão próximos dos observados por Jacas et al.
(1997) que testaram 11 variedades e espécies de citros e encontraram diferenças entre
os materiais com relação ao tamanho de pupa, constatando o menor tamanho
(2,05mm) em P. trifoliata e o maior (2,79 mm) em Balsamocitrus dawei. Vale ressaltar
que o híbrido de P. trifoliata (C x R
4
)
usado nesta pesquisa foi o que ocasionou o menor
tamanho pupal. Em outro estudo, utilizando laranja, limão e pomelo, foram encontrados
valores um pouco superiores para o tamanho pupal que variaram de 2,59 a 2,77 mm
(Goane et al., 2008).
Em relação ao parâmetro peso de pupa, também foi constatada diferença
significativa entre as médias (F=2,17; P=0,09), com valores variando de 0,1 a 0,4 mg
(Tabela 9). Novamente, o menor peso (0,1 mg) ocorreu para insetos criados no híbrido
C x R
4
, que, no caso desse parâmetro, diferiu apenas do valor registrado em tangerina
‘Sunki’, onde verificou-se o maior peso (0,4 mg). Nos demais genótipos as pupas
apresentaram pesos intermediários, variáveis entre 0,2 e 0,3 mg, que não diferiram
entre si e tampouco dos valores extremos (Tabela 9). Este parâmetro, embora pouco
utilizado nos estudos com a LMC, foi um dos poucos que evidenciaram o efeito dos
genótipos no desenvolvimento de P. citrella.
O fato de o menor tamanho e o menor peso pupal terem sido registrados no
genótipo C x R
4
sugere que este genótipo apresenta um ou mais fatores que estariam
agindo sobre a população larval da LMC, como, por exemplo, a qualidade nutricional ou
88
a presença de aleloquímicos que estariam propiciando defesa química da planta contra
a praga.
Tabela 9 - Médias ± erro padrão do tamanho e peso pupal de Phyllocnistis citrella provenientes de
lagartas criadas nos diferentes genótipos de citros. Temp.: 25±1ºC; UR: 70±10% e fotofase:
14 horas
*Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem entre si (P 0,05, teste de Tukey);
1.
Dados originais (transformados em
x
para análise estatística).
4.4.6 Razão sexual e longevidade dos adultos
Dados obtidos para a razão sexual de P. citrella mostraram que o houve
diferença significativa entre os genótipos (F=0,58; P=0,72) com médias variando de 0,4
a 0,5 (Tabela 10). Outros estudos realizados com a LMC encontraram razão sexual de
0,5 semelhante ao valor observado na presente pesquisa (RAGA et al., 1998; PARRA
et al., 2002). Goane et al. (2008), entretanto, encontraram uma razão sexual de 0,68 e
0,70 em limão, laranja, e pomelo, valores superiores aos encontrados por outros
autores e nesta pesquisa.
Para a longevidade de adultos com alimento observaram-se diferenças
significativas entre as médias apenas para fêmeas (F=6,33; P=5,84
-5
), verificando-se
que aquelas provenientes de limão ‘Rugoso’ viveram em média 25,5 dias, valor superior
aos encontrados nos demais genótipos para os quais as médias variaram entre 11,6 e
18,2 dias (Tabela 10). Para os machos alimentados, em que não ocorreram diferenças
significativas entre as médias (F=0,44; P=0,82) os valores variaram entre 14,7 e 18,0
dias (Tabela 10).
Os resultados obtidos nesta pesquisa foram superiores ao encontrados por
Chagas; Parra (2000). No referido estudo, os autores trabalhando também com insetos
Genótipos Tamanho
(mm)
(*,1)
Peso (mg)
(*,1)
Híbrido C x R
4
1,7±0,06 d 0,1±0,02 b
Híbrido C x R
315
1,9±0,07 cd 0,2±0,03 ab
Limão ‘Rugoso’ 2,0±0,02 bc 0,2±0,02 ab
Trifoliata Limeira 2,1±0,07 bc 0,2±0,02 ab
Tangerina ‘Sunki’ 2,2±0,09 ab 0,4±0,19 a
Híbrido M x P
222
2,4±0,05 a 0,3±0,04 ab
CV (%) 8,90 40,65
89
alimentados em diferentes temperaturas, encontraram para 25ºC, 12,43 dias para
fêmeas e 10,79 dias para machos. As diferenças encontradas podem ser atribuídas aos
diferentes genótipos dos quais estes adultos se originaram, que esse fator altera a
longevidade dos adultos como pode ser visto na presente pesquisa onde a variação de
longevidade das fêmeas em função do genótipo apresentou amplitude de cerca de 10
dias.
As fêmeas adultas que não receberam alimento também foram afetadas pelo
genótipo utilizado constatando-se, assim, diferença significativa entre as médias
(F=2,87; P=0,01). Para este parâmetro, os valores variaram de 2,2 a 3,1 dias (Tabela
10). Observa-se que os híbridos C x R
4
e M x P
222
apresentaram diferenças entre as
médias, sendo que fêmeas oriundas do primeiro genótipo foram menos longevas (2,2
dias) que as do segundo (3,1 dias).
Nos demais genótipos, incluindo a testemunha,
ocorreram valores intermediários que não difereriram entre si e tampouco dos valores
extremos (Tabela 10). Para os machos mantidos sem alimentação, novamente
verificou-se diferença significativa (F=3,50; P=0,005) com médias variando de 1,8 a 2,6
dias (Tabela 10). Notou-se que os machos provenientes da testemunha limão ‘Rugoso’
mantiveram-se vivos por 1,8 dias, em média, valor que diferiu daquele obtido para os
machos oriundos dos híbridos C x R
315
e M x P
222
(2,6 dias), que foram os mais
longevos, registrando-se nos demais genótipos valores intermediários que não diferiram
entre si (Tabela 10).
Comparando-se a longevidade das fêmeas sem alimento em relação as que
foram alimentadas observou-se uma diminuição que variou de 75,4 a 90,5%. Com
relação aos machos essa diminuição variou de 84,7 a 89,6%.
90
Tabela 10 - Médias ± erro padrão da razão sexual e longevidade de adultos (fêmeas e machos) de Phyllocnistis citrella, mantidos com e sem
alimento provenientes de lagartas alimentadas em diferentes genótipos de citros. Temp.: 25±1ºC; UR: 70±10% e fotofase: 14
horas
Longevidade (dias)
(*)
Fêmeas Machos
Genótipos
Razão
sexual
(*)
C/ alimento S/ alimento Comparativo
(%)
C/ alimento S/ alimento Comparativo
(%)
Híbrido C x R
4
0,4±0,04 a 14,5±1,26 b 2,2±0,21 b 84,8 14,7±2,50 a 2,1±0,14 ab 85,7
Híbrido C x R
315
0,5±0,06 a 16,5±2,18 b 2,5±0,18 ab 84,9 17,6±2,98 a 2,0,26 a 85,1
Híbrido M x P
222
0,5±0,06 a 15,9±2,13 b 3,1±0,11 a 80,8 18,0±1,70 a 2,6±0,18 a 85,6
Tangerina ‘Sunki’ 0,5±0,07 a 11,6±2,32 b 2,7±0,14 ab 75,4 17,8±2,94 a 2,3±0,14 ab 87,1
Limão ‘Rugoso’ 0,5±0,03 a 25,5±1,87 a 2,4±0,23 ab 90,5 16,9±2,49 a 1,0,15 b 89,6
Trifoliata Limeira 0,5±0,10 a 18,1±1,84 b 2,8±0,23 ab 84,7 14,9±0,89 a 2,3±0,18 ab 84,7
CV (%) 26,35 41,00 26,80 -------- 57,06 33,00 -------
* Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem entre si (P 0,05, teste de Tukey).
90
91
4.4.7 Fecundidade e fertilidade
Os valores correspondentes à fecundidade demonstraram diferenças
significativas (P=0,003) com variação nos valores médios de 92,1 a 153,0 ovos por
fêmea de
P. citrella
(Tabela 11). Os menores valores de fecundidade foram obtidos para
as fêmeas provenientes de lagartas criadas nos bridos C x R
4
e C x R
315
(92,1 e 94,6
ovos, respectivamente), diferindo, entretanto, apenas do valor registrado no limão
‘Rugoso’ (153,0 ovos). Nos demais genótipos os valores, variáveis entre 113,7 e 125,9
ovos, não diferiram entre si e tampouco dos valores extremos (Tabela 11). Os valores
de fecundidade da LMC obtidos neste trabalho, mesmo nos materiais menos
adequados ao desenvolvimento do inseto, são superiores aos encontrados por Chagas
(1999), que nas mesmas condições de temperatura e umidade, encontrou fecundidade
média de 62,47 ovos/fêmea. Todavia, esse menor valor para número de ovos foi
observado para limão ‘Cravo’, material não avaliado na presente pesquisa em relação a
este parâmetro. Entretanto, como esta cultivar de limão é suscetível à LMC, seria
esperado que a fecundidade dos insetos criados neste genótipo fosse elevada. Desde
modo, tais diferenças provavelmente sejam devidas a variações fisiológicas e genéticas
entre as duas populações de insetos estudados.
Os resultados encontrados nesta pesquisa são importantes em termos de
diminuição populacional da praga, pois nos híbridos C x R
4
e C x R
315
as fêmeas
apresentaram em média cerca de 40% menos ovos do que em limão ‘Rugoso’, utilizado
como padrão de suscetibilidade.
Também para o parâmetro fertilidade foi constatada diferença siginificativa entre
as médias (F=9,20; P=2,22
-06
) (Tabela 11). Observou-se que os ovos provenientes de
fêmeas criadas no híbrido
C x R
315
e em
Trifoliata Limeira foram menos férteis (94,0 e
96,0%, respectivamente), diferindo dos valores encontrados nos demais genótipos, com
exceção do dado obtido no híbrido C x R
4
(Tabela 11).
Diante dos resultados observados na avaliação da capacidade reprodutiva de
P. citrella
nos genótipos estudados, pode-se destacar o híbrido C x R
315
como aquele
que interferiu de forma mais significativa nos dois parâmetros avaliados, mostrando-se
92
como material promissor para utilização em programas de melhoramento de citros à
LMC.
Tabela 11 - Médias ± erro padrão da fecundidade e fertilidade de adultos de Phyllocnistis citrella
provenientes de lagartas alimentadas em diferentes genótipos de citros. Temp.: 25±C;
UR: 70±10% e fotofase: 14 horas
* Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem entre si (P 0,05,
teste de Kruskal Wallis);
1.
Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem entre si (P 0,05,
teste de Tukey).
As análises realizadas com os genótipos avaliando a fecundidade a cada dois
dias demonstraram diferenças significativas, com valores de P=3,458
-16
para limão
‘Rugoso’, P=5,563
-16
(híbrido M x P
222
), P=6,711
-12
(Tangerina ‘Sunki’), P=4,861
-09
(híbrido C x R
315
), P=3,064
-11
(híbrido C x R
4
) e P=6,038
-14
(Trifoliata Limeira). A
quantidade de ovos nestes genótipos ao longo do período de oviposição variou de 0,2 a
27,1 (ovos/cada dois dias) (Tabela 12). Observou-se que o pico de oviposição ocorreu
entre o e o 12º dia para todos os genótipos. A partir do 18º dia houve queda
significativa no número de ovos depositados pelas fêmeas de
P. citrella
em todos os
genótipos avaliados.
Uma análise mais detalhada por genótipo revela que, para as fêmeas
provenientes de lagartas alimentadas no limão ‘Rugoso’ e na tangerina Sunki’, o pico
de oviposição ocorreu no 4º e dias, períodos em que os valores diferiram dos
registrados a partir do 18º dia, havendo a partir desse dia uma tendência de decréscimo
na fecundidade até o final da avaliação (28º
dia
no limão ‘Rugoso’ e 26º
dia
em
tangerina ‘Sunki’) (Tabela 12; Figura 13).
Genótipos
Fecundidade
(*)
(ovos/fêmea)
Fertilidade
(1)
(%)
Híbrido C x R
4
92,1±10,20 b 98,0±0,62 ab
Híbrido C x R
315
94,6±12,31 b 94,0±1,08 b
Trifoliata Limeira 113,7± 5,30 ab 96,0 ±0,90 b
Tangerina ‘Sunki’ 116,5±10,77 ab 99,0±0,47 a
Híbrido M x P
222
125,9±11,02 ab 99,0±0,34 a
Limão ‘Rugoso’ 153,0±12,06 a 99,0±0,28 a
CV (%) ------ 2,21
93
Padrão de postura semelhante ocorreu com as fêmeas criadas nos híbridos M x
P
222
e C x R
315
, em que o maior valor de oviposição ocorreu no dia, o qual
apresentou diferença significativa dos valores obtidos a partir do 18º dia. no híbrido
C x R
4
, o maior valor ocorreu no dia, diferindo do dado obtido na primeira avaliação
(2 dias) e daqueles registrados a partir do 16º dia. Finalmente, em relação à Trifoliata
Limeira ocorreu um pico de oviposição entre o e o dia, sendo que os valores
obtidos nesse período diferiram daqueles constatados a partir do 18º dia (Tabela 12 e
Figura 13).
A oviposição até o 28º dia, entretanto, foi observada apenas para as fêmeas
provenientes de lagartas criadas no limão ‘Rugoso”. Para aquelas criadas no híbrido M
x P
222
, na tangerina Sunki’ e em Trifoliata Limeira, a postura ocorreu até o 26º dia,
enquanto que nos bridos C x R
315
e C x R
4
isso se deu até o 24º dia (Tabela 12 e
Figura 13).
Quanto à comparação entre os genótipos não se observou diferenças
significativas entre e o 2dias de observações (P=0,28; P=0,14; P=0,20; P=0,27;
P=0,10; P=0,29; P=0,12; P=0,70; P=0,57; P=0,93; P=0,90; P=0,76; P=0,06
respectivamente) com exceção do dia (P=0,02), em que o número de ovos (11,2
ovos) constatado para os adultos provenientes do híbrido C x R
4
foi menor que o
encontrado para adultos oriundo do limão ‘Rugoso’ (22,9 ovos), não diferindo dos dados
obtidos com os demais genótipos (Tabela 12 e Figura 13).
94
Tabela 12 - Médias ± erro padrão da fecundidade (dias) de adultos de Phyllocnistis citrella provenientes de lagartas alimentadas em diferentes
genótipos de citros. Temp.: 25±1ºC; UR: 70±10% e fotofase: 14 horas
Genótipos Período de
oviposição
(Dias)
Limão
‘Rugoso’
Híbrido
M x P
222
Tangerina
‘Sunki’
Híbrido
C x R
315
Híbrido
C x R
4
Trifoliata
Limeira
2 14,1±3,54abcdA 11,1±3,54abcdA 12,5±3,72abcA 9,2,91abcA 5,2±2,06bcdA 7,3±1,53abA
4 27,1±3,00aA 20,5±2,33aA 20,9±3,19aA 14,3±2,91abA 20,7±2,54aA 18,6±3,22aA
6 25,6±3,24aA 25,6±2,42aA 23,4±2,70aA 19,6±2,47aA 17,5±2,5abA 21,3±3,95aA
8 22,9±2,90abA 20,0±3,02abAB 13,4±2,22abAB 13,7±2,09abAB 11,1,40abB 18,4±2,65aAB
10 17,0±2,89abcA 14,5±0,91abcA 11,1,77abA 11,5±2,74abcA 11,3±2,10abcA 13,2±1,81abA
12 13,6±2,58 abcdA 13,4±1,94abcA 9,1,79 abcA 7,4±1,72abcA 8,0±1,44abcdA 11,7±1,37abA
14 11,2±1,72 abcdA 7,9±1,23abcdeA 9,8±1,89 abcA 6,2,11abcA 5,9±1,04abcdA 8,1,65abcA
16 8,8±1,08 abcdA 4,1,21bcdeA 5,8±1,63 abcA 4,1,65abcA 4,3±1,00bcdA 6,2±1,36abcA
18 4,7±1,08 bcdA 3,1,04bcdeA 3,1,38bcA 2,5±1,00 bcA 4,1,23bcdA 3,0,76 bcA
20 4,0±1,10cdA 3,0±0,73cdeA 2,6±1,05bcA 1,8±0,83 cA 1,9±0,80 cdA 2,9±1,09 bcA
22 1,4±0,52dA 0,8±0,42deA 1,0,77bcA 0,9±0,46 cA 0,8±0,33dA 1,1±0,48cA
24 0,7±0,33dA 0,3±0,21eA 0,6±0,43cA 0,0,46 cA 0,6±0,31dA 0,8±0,42cA
26 0,4±0,22dA 0,2±0,20eA 0,5±0,40cA ------------- ------------- 0,5±0,27cA
28 1,3±0,76dA ------------- ------------- ------------- ------------- -------------
* Médias seguidas pela mesma letra minúscula na coluna e maiúscula na linha não diferem entre si (P 0,05, teste de Kruskal Wallis).
---- Sem oviposição
94
95
Figura 13 – Valores de fecundidade (a cada dois dias) de adultos de Phyllocnistis citrella provenientes de
lagartas alimentadas em diferentes genótipos de citros. Temp.: 25±1ºC; UR: 70±10% e
fotofase: 14 horas
Dessa forma, analisando-se os parâmetros individualmente, constata-se que o
tamanho e o peso de pupas, a longevidade e a fecundidade dos adultos foram aqueles
que melhor caracterizaram a influencia dos genótipos sobre o desenvolvimento de
P.
citrella
. Assim, com base nesses resultados, pode-se inferir que os híbridos C x R
315
e C
x R
4
possuem fatores de resistência à LMC. Estes resultados são importantes para a
seleção de novos materiais que poderão ser utilizados em estudos de melhoramento.
Levando em consideração que esses híbridos são derivados do cruzamento de
C. sunki
x
P. trifoliata
e que este último genótipo, analisado geneticamente por Bernet et
al. (2005), apresentam um gene de resistência que causa antibiose, infere-se que esta
possível base genética de resistência encontrada em
P. trifoliata
possa ter sido
transmitida para seus híbridos no presente trabalho.
As variações encontradas entre os resultados da literatura e os obtidos em
relação aos genótipos estudados nesta pesquisa podem ser atribuídas a vários fatores
como diferenças varietais, diferenças nas metodologias e diferenças nas condições
0
3
6
9
12
15
18
21
24
27
2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28
Dias
Número de ovos
Limão 'Rugoso' Híbrido M x P222 Tangerina 'Sunki' Híbrido C x R315 brido C x R4 Trifoliata Limeira
96
ambientais nas quais as plantas foram testadas. Deve-se também levar em conta a
origem das populações de
P. citrella
utilizadas nos diferentes trabalhos, que pode ter
inferência nos resultados.
4.4.8 Cálculo do Potencial Reprodutivo Corrigido (PRC)
Mediante análises dos parâmetros duração e viabilidade de cada fase, período
de pré-oviposição, razão sexual e fecundidade dos adultos nos diferentes genótipos de
forma conjunta, através do PRC, registrou-se para o híbrido C x R
315
o menor valor para
este índice (Tabela 13) para 60 dias, o que permite concluir que, neste genótipo,
teoricamente ao longo do tempo, ocorrerá um menor incremento populacional da praga.
A seguir, em ordem crescente de PRC, situaram-se o híbrido C x R
4
, Trifoliata
Limeira (um dos progenitores deste híbrido), tangerina ‘Sunki’ e o híbrido M x P
222
. O
maior valor de PRC, como era esperado, ocorreu no limão ‘Rugoso’, genótipo que, na
presente pesquisa, foi utilizado como padrão de suscetibilidade à LMC. (Tabela 13).
Estes resultando vêm a confirmar as tendências observadas nas análises
individuais de alguns dos parâmetros estudados em que os genótipos considerados
menos adequado à LMC foram justamente os que propiciaram os menores valores de
PRC.
Tabela 13 - Potencial Reprodutivo Corrigido (PRC) de Phyllocnistis citrella, em diferentes genótipos de
citros, para os períodos de 60 dias. Temp.: 25±1ºC; UR: 70±10% e fotofase: 14 horas
PRC
Valor absoluto Valor relativo
Genótipos
60 dias 60 dias
Híbrido C x R
315
9.937 1
Híbrido C x R
4
11.067 1,1
Trifoliata Limeira
14.730 1,5
Tangerina ‘Sunki’
23.048 2,3
Híbrido M x P
222
26.698 2,7
Limão ‘Rugoso’
92.539 9,3
97
4.5 Avaliação da tolerância dos genótipos a
P. citrella
4.5.1 Teste preliminar com o genótipo padrão
Considerando-se os 9 parâmetros avaliados, constatou-se efeito da densidade
de insetos infestados (0, 3, 6, 9, 12 casais de
P. citrella
por planta de limão ‘Rugoso’)
apenas em relação aos parâmetros número de larvas/planta e número de brotações
novas entre os parâmetros quantitativos (Tabela 14) e dano nas folhas (parâmetro
qualitativo) nas quatro categorias avaliadas (folhas enroladas, folhas parcialmente
enroladas, folhas atacadas e não enroladas e dano total (Tabela 15) .
4.5.1.1 Comprimento das folhas e dos ramos e largura das folhas
Analisando-se os dados relativos à diferença no comprimento e na largura das
folhas considerando-se o valor inicial (obtido no dia da infestação) e o valor final (obtido
após 13 dias), constata-se que, embora as médias para as diferentes densidades
tenham variado de 3,2 a 4,4 cm (comprimento) e de 2,3 a 2,9 cm (largura), não ocorreu
diferença significativa entre as mesmas (F=0,52; P=0,724 e F=0,47; P=0,753,
respectivamente), indicando que nem mesmo a presença de 34,1 larvas de LMC/planta
(no tratamento com maior densidade de adultos) foi suficiente para alterar o
crescimento das folhas de limão ‘Rugoso’ (Tabela 14).
Também no que se refere ao crescimento dos ramos, embora com variação
entre os tratamentos de 8,5 a 10,9 cm (comparando-se o início e o término do
experimento), não ocorreu diferença significativa entre as médias (F=0,36; P=0,833),
indicando mais uma vez que o aumento do número de casais infestantes e,
consequentemente, do número de larvas atacando as folhas, não afetaram o
crescimento dos ramos de limão ‘Rugoso’ (Tabela 14).
4.5.1.2 Número de larvas
no que se refere ao número de larvas/planta, constatou-se diferença
significativa entre as médias (F=16,14; P=2,603
-05
), embora tal diferença somente tenha
ocorrido na comparação entre a menor (3 casais/planta) e a maior densidade (12
casais/planta), encontrando-se nesta última o maior valor médio de larvas/planta (34,1)
98
em contraste com o valor dio encontrado na menor densidade (12,8 larvas/planta).
Os valores de número de larvas/planta nas densidades 6 e 9 casais (18,9 e 27,7,
respectivamente) não diferiram entre si e nem do tratamento com 3 casais. Como era
esperado, não foram registradas larvas no tratamento testemunha, evidenciando a não
ocorrência de infestação acidental (Tabela 14).
4.5.1.3 Número de brotações novas
Também para os dados de número de brotações novas constatou-se diferença
significativa entre as médias (F=6,01; P=0,004), verificando-se que o número médio de
6,5 brotações novas/planta registrado nas densidades de 6, 9 e 12 casais/planta foi
significativamente superior que a observado no tratamento sem infestação (3,3
brotações novas/planta). na menor densidade de casais/planta, ocorreu um número
intermediário de brotações novas/planta (4,0) não diferindo dos demais tratamentos
(Tabela 14).
É possível que o maior número de brotações nos tratamentos com a presença
da praga seja uma forma de compensar o dano causado uma vez que, conforme Lara
(1991), a emissão de novos brotos é uma das formas de a planta tolerar o ataque de
determinada praga.
4.5.1.4 Pesos fresco e seco dos ramos
Finalmente, ainda em relação aos parâmetros quantitativos, analisando-se os
dados relacionados a peso fresco e peso seco dos ramos, verifica-se que, embora as
médias tenham variado de 1,9 a 3,1 g (peso fresco) e 0,3 a 0,6 g (peso seco), não
houve diferença significativa (F=1,07; P=0,405 e F=1,21; P=0,347 respectivamente),
nem entre as diferentes densidades e tampouco entre estas e a testemunha (Tabela
14), indicando que o número de casais não influenciou o desenvolvimento da planta.
99
Tabela 14 - Média ± erro padrão do comprimento das folhas (CF), largura das folhas (LF), crescimento dos ramos (CR), número de larvas/planta,
número de brotações novas por planta, e peso fresco e peso seco dos ramos de limão ‘Rugoso’ com diferentes densidades de
infestação de adultos de Phyllocnistis citrella. Temp.: 25±1ºC; UR: 70±10% e fotofase: 14 horas
*Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem entre si (P 0,05, teste de Tukey);
1
F = Final; I = Inicial;
2
Dados originais (transformados em
x
para análise estatística);
3
Dados originais (transformados em
5,0+x
para análise estatística).
Parâmetros Quantitativos
*
Peso dos ramos
Número de
casais/planta
CF (cm)
(2)
(F – I)
1
LF (cm)
(2)
(F – I)
1
CR (cm)
(2)
(F – I)
1
Nº de larvas/
planta
(3)
Nº de brotações
novas/planta
(2)
Fresco (g) Seco(g)
0 4,4±0,43 a 2,9±0,78 a 10,2,18 a 0,0±0,00 a 3,3±0,58 a 2,8±0,41 a 0,5±0,11 a
3 3,7±0,28 a 2,6±0,62 a 8,1,13 a 12,8±2,19 b 4,0±0,41 ab 2,2±0,65 a 0,3±0,09 a
6 3,2±0,20 a 2,3±0,34 a 9,1,52 a 18,9±4,59 ab 6,5±0,87 b 3,1±0,53 a 0,6±0,15 a
9 3,4±0,35 a 2,4±0,63 a 10,1,12 a 27,7±7,06 ab 6,5±0,96 b 1,9±0,37 a 0,4±0,10 a
12 3,6±0,39 a 2,5±0,72 a 9,4±1,81 a 34,1±6,37 c 6,5±0,87 b 2,3±0,17 a 0,5±0,06 a
CV (%)
20,85 11,32 33,02 25,19 29,17 19,23 24,84
99
99
100
4.5.1.5 Avaliação do dano nas folhas
Em relação ao parâmetro danos nas folhas, o qual foi dividido em quatro
categorias, observa-se que para a categoria folhas enroladas (FE) não houve efeito da
variação no número de casais de
P. citrella
, com valores variando de 15,2 a 46,2% de
folhas enroladas, embora se perceba uma tendência de aumento nesse número com o
aumento no número de casais infestantes. Constatou-se, por outro lado, que, com
exceção da menor densidade de insetos (3 casais/planta), onde apenas 15,2% das
folhas se encontravam enroladas, os valores obtidos para os demais tratamentos (32,5
a 46,2% de FE) diferiram significativamente da testemunha, onde, como era esperado,
não foram encontradas folhas enroladas (F=8,85 e P=0,001) (Tabela 15).
Quando analisadas as porcentagens de folhas parcialmente enroladas (FPE),
as médias, variando de 26,1 a 29,8%, novamente não diferiram em função da variação
do número de casais (Tabela 15), observando-se que, nesse caso, sequer houve
tendência de aumento desse percentual com o aumento da infestação inicial,
constatando-se, por outro lado, que todos os tratamentos diferiram da testemunha
(F=18,81 e P=0,001).
Para a categoria folhas atacadas e não enroladas (FANE), observa-se diferença
significativa com médias variando de 14,5 a 30,5% (F=4,32 e P=0,005). O valor do
tratamento com a menor densidade de casais infestantes foi superior ao valor zero
registrado na testemunha, demonstrando que esta característica ocorre somente em
menores infestações, e aumentando o número de casais (6, 9 e 12 casais/planta) esse
percentual diminui justamente em função do aumento na porcentagem de folhas
enroladas (Tabela 15).
Juntando-se as duas primeiras categorias de folhas atacadas (FE + FPE) pela
LMC, ou seja, considerando-se o dano total (DT), verifica-se que não houve diferença
entre os tratamentos com diferentes densidades iniciais de adultos, nos quais as
médias variaram entre 45,1 e 72,3% (F=45,39 e P=0,001). Observa-se, contudo, que
embora não tenha havido diferença significativa entre as médias, o valor de DT
registrado para 12 casais/planta tendeu a ser superior aos demais (especialmente em
comparação ao encontrado com 3 casais) (Tabela 15), o que tende a indicar que
quanto maior o número de casais maior é o dano.
101
Tabela 15 - Média ± erro padrão das porcentagens de folhas enroladas (FE), folhas parcialmente
enroladas (FPE), folhas atacadas e não enroladas (FANE) e dano total (DT= FE + FPE) em
limão ‘Rugoso’ com diferentes densidades de infestação de adultos de Phyllocnistis citrella.
Temp.: 25±1ºC; UR: 70±10% e fotofase: 14 horas
*Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem entre si (P 0,05, teste de Tukey);
1
Dados originais (transformados em
5,0+x
para análise estatística).
Baseando-se nos parâmetros onde ocorreu diferença significativa entre as
médias como número de larvas, número de brotações novas e as diferentes categorias
de folhas atacadas, e ainda considerando que baixas infestações da praga tendem a
causar pouco dano à cultura, e grandes populações podem provocar danos elevados,
podendo em ambas situações, segundo (Lara 1991), impossibilitar a discriminação
entre variedades quanto ao grau de resistência, principalmente em ensaios de
laboratórios, optou-se por usar a densidade de 6 casais (número intermediário entre as
densidades) para avaliar a tolerância dos genótipos de citros selecionados
anteriormente (item 3.4), evitando assim grande competição entre as larvas no caso de
utilização de um número maior de casais, ou a não diferenciação dos genótipos quanto
ao dano com o emprego de poucos casais.
Assim, os parâmetros selecionados para avaliar a tolerância dos genótipos
foram: número de brotações novas, pesos fresco e seco e dano nas folhas dividido em
quatro categorias (FE, FPE, FANE e DT). Embora os pesos fresco e seco não tenham
sido significativamente afetados pela variação nas densidades de insetos neste teste
preliminar, eles foram incluídos para utilização no experimento com os genótipos
selecionados devido à utilização de diferentes genótipos e, visando assim, melhor
estudar as características de cada um.
Parâmetros Qualitativos
*
Número
de
casais/planta
FE (%)
(1)
FPE (%)
(1)
FANE (%)
(1)
DT (%)
(1)
0 0,0±0,00 a 0,0±0,00 a 0,0±0,00 a 0,0±0,00 a
3 15,2± 2,42 ab 29,9± 3,15 b 30,5± 6,76 b 45,1± 2,39 b
6 32,5± 9,44 b 28,2± 2,20 b 14,5± 2,98 ab 60,6± 8,54 b
9 36,2±14,76 b 28,9±10,13 b 18,3± 6,72 ab 65,0±10,37 b
12 46,2± 7,51 b 26,1± 2,50 b 21,5±11,79 ab 72,3±8,90 b
CV (%) 35,07 21,65 46,70 15,04
102
Padronizou-se, por outro lado, a densidade de 20 larvas correspondendo
aproximadamente à média do número de larvas/planta (18,88) obtida no tratamento
com 6 casais/planta (Tabela 14), que foi justamente a densidade selecionada para
emprego no experimento de tolerância varietal.
4.5.2 Bioensaio com os genótipos selecionados
De acordo com os resultados obtidos para o número de brotações novas/planta,
observou-se diferença significativa entre as plantas infestadas por
P. citrella
em relação
às sem infestação apenas no híbrido C x R
315
em que o número de brotações novas na
presença da praga foi menor (2,4) do que nas plantas sem infestação (5,4
brotações/planta). Para os demais genótipos, o houve diferença significativa entre
plantas infestadas e não infestadas, com tendência de aumento no número de
brotações nas plantas infestadas de tangerina ‘Sunki’ e no híbrido C x R
4
e de
diminuição desse número em limão ‘Rugoso’, no híbrido M x P
222
e em Trifoliata Limeira
(Tabela 16).
Tabela 16 - Número médio
±
erro padrão de brotações novas (BN) em diferentes genótipos de citros sem
e com infestação por Phyllocnistis citrella e valores de (T) e (P) Temp.: 25±1ºC; UR: 70±10%
e fotofase: 14 horas
* Médias seguidas pela mesma letra na linha não diferem entre si (P 0,05, teste t);
NS
Não significativo;
* Significativo a 5% de probabilidade.
Para os dados obtidos para peso fresco não houve diferença significativa entre
as médias (considerando-se as parcelas infestadas e não infestadas), com valores
Nº de brotações novas/planta
*
Genótipos
Sem infestação
Com infestação
Teste ‘t’
Prob.
Limão ‘Rugoso’ 4,0±0,32 A 3,8±1,11 A 0,17
NS
(0,87)
Tangerina ‘Sunki 2,0,37 A 3,0±0,95 A 0,20
NS
(0,85)
Híbrido C x R
4
1,6±0,51 A 2,6±1,03 A 0,87
NS
(0,42)
Híbrido C x R
315
5,4±1,03 B 2,4±0,81 A 2,29 *(0,05)
Híbrido M x P
222
2,8±0,86 A 2,0,63 A 0,75
NS
(0,48)
Trifoliata Limeira 1,4±0,40 A 1,2±0,73 A 0,24
NS
(0,82)
103
variando de 0,7 a 2,0g e 0,9 a 2,5g respectivamente (Tabela 17). Com exceção da
tangerina ‘Sunki’, em que, nas plantas infestadas ocorreu tendência de aumento de
peso fresco em relação às não infestadas, nos demais genótipos ocorreu o inverso, ou
seja, a infestação por
P. citrella
tendeu a reduzir o peso fresco das plantas em valores
variáveis de 25% em Trifoliata Limeira a
9,1% no híbrido C x R
4
.
Tabela 17 Média
±
erro padrão de peso fresco (PF) dos diferentes genótipos de citros sem e com
infestação por Phyllocnistis citrella e valores de (T) e (P) Temp.: 25±1ºC; UR: 70±10% e
fotofase: 14 horas
* Médias seguidas pela mesma letra na linha não diferem entre si (P 0,05, teste t);
NS
Não significativo.
Também no que se refere ao peso seco, novamente não houve diferença
significativa na comparação entre plantas infestadas por
P. citrella
e plantas sem
infestação (Tabela 18), com valores médios variando de 0,1 a 0,4g e 0,2 a 0,5g,
respectivamente. Em relação a esse parâmetro, contudo, verificou-se tendência de
redução do peso seco das plantas infestadas (em comparação às não infestadas)
apenas para Trifoliata Limeira (40%) e seu híbrido C x R
315
(50%), enquanto que para
os demais genótipos as médias foram numericamente idênticas. Essa resposta
diferenciada da maioria dos genótipos na comparação entre os pesos fresco e seco
quando as plantas são submetidas ou o ao ataque da praga, provavelmente se deva
a maior ou menor retenção de água nas folhas nos diferentes genótipos.
Peso fresco (g)/planta*
Genótipos
Sem infestação
Com infestação
Teste ‘t’
Prob.
Híbrido C x R
315
0,9±0,18 A 0,7±0,13 A -1,01
NS
(0,34)
Híbrido C x R
4
1,1±0,23 A 1,0±0,15 A - 0,04
NS
(0,97)
Híbrido M x P
222
1,4±0,19 A 1,2±0,13 A - 0,56
NS
(0,59)
Trifoliata Limeira 1,6±0,27 A 1,2±0,33 A - 0,87
NS
(0,40)
Tangerina ‘Sunki’ 1,7±0,37 A 1,9±0,33 A 0,27
NS
(0,79)
Limão ‘Rugoso’ 2,5±0,22 A 2,0±0,44 A - 0,97
NS
(0,37)
104
Tabela 18Média
±
erro padrão de peso seco (PS) com e sem infestação por Phyllocnistis citrella dos
diferentes genótipos de citros e valores de (T) e (P). Temp.: 25±C; UR: 70±10% e fotofase:
14 horas
* Médias seguidas pela mesma letra na linha não diferem entre si (P 0,05, teste t);
NS
Não significativo.
Resistência do tipo tolerância é a capacidade de uma planta manter a aptidão,
em termos de crescimento ou produção, mesmo após intensa herbivoria, em relação a
outros hospedeiros suscetíveis (SADASIVAM; THAYUMANAVAN, 2003). Segundo
estes autores, a comparação de dano, a quantidade de plantas sobreviventes e a
produção de biomassa em parcelas infestadas e não infestadas das diferentes
cultivares também são fatores importantes para se determinar tolerância.
Em relação ao dano nas folhas, verificou-se para a categoria folhas enroladas
(FE), a ocorrência de diferença significativa entre as porcentagens médias dos
genótipos (F=3,48; P=0,016), constatando-se o menor valor em Trifoliata Limeira
(21,0%), diferindo da tangerina ‘Sunki e do limão Rugoso’, onde foram registrados
respectivamente 67,0% e 58,0% de folhas com enrolamento, enquanto nos demais
materiais os valores (variáveis entre 31,0 e 41,0%) foram intermediários não diferindo
dos extremos (Tabela 19). Observa-se que entre Trifoliata Limeira e seus híbridos (C x
R
4
e C x R
315
, com 31,0 e 39,0% de folhas enroladas, respectivamente),
não houve
diferença significativa entre as médias, o que sugere que aquele progenitor tenha
transmitido suas características de resistência aos seus descendentes.
Peso seco(g)/planta*
Genótipos
Sem infestação
Com infestação
Teste ‘t’
Prob.
Híbrido C x R
315
0,2±0,06 A 0,1±0,02 A - 0,89
NS
(0,41)
Híbrido M x P
222
0,2±0,04 A 0,2±0,03 A - 0,58
NS
(0,58)
Híbrido C x R
4
0,0,06 A 0,2±0,04 A - 0,09
NS
(0,93)
Tangerina ‘Sunki’ 0,3±0,07 A 0,3±0,04 A 0,80
NS
(0,45)
Trifoliata Limeira 0,5±0,13 A 0,3±0,09 A - 1,23
NS
(0,26)
Limão ‘Rugoso’ 0,4±0,06 A 0,4±0,07 A - 0,65
NS
(0,53)
105
na categoria folhas parcialmente enroladas (FPE), verifica-se que, embora
tenha ocorrido variação de 16,0 (híbrido M x P
222
) a 32,0% (híbrido C x R
315
), não houve
diferença significativa entre as médias dos genótipos (F=1,20; P=0,338) (Tabela 19).
Na categoria folhas atacadas e não enroladas (FANE), verifica-se diferença
significativa entre as médias (F=4,82; P=0,003) com o maior valor (44,0%) sendo
registrado em Trifoliata Limeira, o qual diferiu dos valores observados em tangerina
‘Sunki’ (10,0%), no híbrido M x P
222
(10,0%) e em limão ‘Rugoso’ (12,0%). Nos demais
genótipos, os valores obtidos (26,0 e 36,0%) foram intermediários não diferindo dos
extremos. Vale ressaltar que também em relação a esse parâmetro, não houve
diferença entre Trifoliata Limeira e seus híbridos C x R
315
e C x R
4.
Finalmente em relação ao parâmetro dano total (FE + FPE), observa-se
diferenças entre os genótipos com médias variando de 52,0 a 91,0% de folhas
danificadas pela LMC (F=4,61;P=0,004) (Tabela 19). Os resultados permitem destacar
o genótipo Trifoliata Limeira como aquele em que se registrou a menor porcentagem de
folhas danificadas (52,0%), o qual diferiu significativamente das médias constatadas em
tangerina ‘Sunki’ (91%) e no limão Rugoso’ (84,0%). Formando o segundo grupo de
genótipos menos danificados, incluem-se os híbridos C x R
4
(56,0%) e
M x P
222
(57,0%)
que não diferiram significativamente de Trifoliata Limeira, mas que apresentaram menor
dano que tangerina Sunki’ e limão ‘Rugoso’. O híbrido C x R
315
com 71,0% das folhas
danificadas comportou-se como intermediário não diferindo de nenhum dos demais
genótipos testados.
O método de estimativas qualitativas é o mais utilizado nos estudos para
determinar o dano em folhas e a porcentagem de área danificada pela LMC (KNAPP et
al., 1995; PENA, 1994; WILSON, 1991; JACA et al., 1997). Outras metodologias, como
análises de imagens, para prever a exatidão e a variabilidade das estimativas
qualitativas têm sido empregadas (SCHAFFER et al., 1997). Observa-se que no
presente estudo, o dano foliar foi o parâmetro que melhor discriminou os genótipos com
tolerância ao ataque da LMC.
Diante dos resultados observados para tolerância dos genótipos entre as
categorias selecionadas para este parâmetro, FPE parece não ser uma boa categoria
106
para avaliação de dano. FE, FANE e DT foram as categorias que melhor discriminaram
os genótipos em estudo.
Para o parâmetro qualitativo, dano foliar, o porta-enxerto Trifoliata Limeira
apresentou, em relação aos outros genótipos, menor porcentagem de FE, que este é
o principal sintoma do ataque da praga, pois este dano causado pelo inseto, entre
outros, reduz a capacidade fotossintética de seus hospedeiros (NASCIMENTO;
SANTOS; CASSINO, 2000). Observou-se ainda que este mesmo genótipo para a
categoria FANE foi menos danificado pela praga em relação aos outros, assim como
propiciou o menor valor para DT, o que indica tolerância deste material à LMC. O
mesmo padrão foi observado em seu híbrido C x R
4
podendo-se classificá-lo também
como tolerante ao ataque da LMC. O híbrido C x R
315
comportou-se como intermediário
com base nas categorias citadas anteriormente. Por outro lado, os genótipos limão
‘Rugoso’, híbrido M x P
222
e
tangerina ‘Sunki’ podem ser classificados como suscetíveis
ao ataque da praga.
Tabela 19 - Média ± erro padrão das porcentagens de folhas enroladas (FE), folhas parcialmente
enroladas (FPE) e folhas atacadas e não enroladas (FANE) e dano total (DT = FE + FPE)
nos diferentes genótipos de citros com infestação de Phyllocnistis citrella. Temp.: 25±1ºC;
UR: 70±10% e fotofase: 14 horas
*Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem significativamente entre si (P 0,05,
teste de Tukey;
1.
Dados originais (transformados em
5,0+x
para análise estatística).
Parâmetros qualitativos*
Genótipos
FE
(1)
(%)
FPE
(1)
(%)
FANE
(1)
(%)
DT
(1)
(%)
Trifoliata Limeira 21,0±6,96 b 31,0±6,60 a 44,0±5,34 a 52,4,06 c
Híbrido C x R
4
31,0±9,92 ab 25,0±6,12 a 36,0±6,78 ab 56,0±5,34 bc
Híbrido C x R
315
39,0±6,04 ab 32,0±3,74 a 26,0±8,72 ab 71,0±9,54 abc
Híbrido M x P
222
41,0±14,35ab 16,0±3,67 a 10,0±3,16 b 57,0±11,90 bc
Limão ‘Rugoso’ 58,0±3,74 a 26,0±6,20 a 12,0±3,74 b 84,0±4,00 ab
Tangerina ‘Sunki 67,0±3,74 a 24,0±5,79 a 10,0±4,18 b 91,0±4,00 a
CV (%)
27,92 25,87 37,34 12,70
107
Para melhor visualizar os resultados, os parâmetros utilizados na avaliação
deste ensaio com os genótipos selecionados foram agrupados em fenograma (Figura
15), que permite constatar uma nítida separação entre dois grupos. A altura euclidiana
utilizada para definir a formação dos grupos foi 15, pelo fato de que foi nesta distância
que houve uma maior diferenciação entre os grupos (Figura 14). A partir daí observou-
se a formação do primeiro grupo na distância euclidiana de 11,9 constituído por
tangerina Sunki’ e limão ‘Rugoso’, formando um agrupamento bem definido, pois se
agruparam na menor distância euclidiana quando se leva em conta o conjunto de
parâmetros avaliados. O segundo agrupamento formou-se com o porta-enxerto
Trifoliata Limeira e seu híbrido C x R
4
numa distância euclidiana de 14,9 mostrando
serem os genótipos mais similares neste grupo. Os bridos C x R
315
e
M x P
222
ficaram
separados evidenciando a disparidade de comportamento destes genótipos quando se
levam em conta todos os parâmetros avaliados.
Mediante os resultados encontrados no fenograma (Figura 15) e com base nas
análises individuais da maioria dos parâmetros obtidos, principalmente os relacionados
ao dano foliar, pode-se inferir que os genótipos Trifoliata Limeira e o seu híbrido C x R
4
se comportaram como os mais tolerantes a LMC. Por outro lado, o limão ‘Rugoso’ e a
tangerina ‘Sunki’ foram os genótipos menos tolerantes ou suscetíveis, confirmando as
tendências observadas em vários dos parâmetros avaliados.
108
Plot of Linkage Distances across Steps
Euclidean distances
0 1 2 3 4 5 6
Step
5
10
15
20
25
30
35
40
45
Linkage Distance
Linkage Distance
Figura 14 Gráfico com a distância de ligação dos grupos com a utilização do método de aglomeração
Plot of Linkage Distances across Steps e medida de distância de dissimilaridade euclidiana
baseado nos parâmetros quantitativos e qualitativos de diferentes genótipos de citros sob
infestação de Phyllocnistis citrella
109
Unweighted pair-group average
Euclidean distances
5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
Linkage Distance
T. Limeira
C x R4
C x R315
M x P222
T. Sunki
L. Rugoso
Figura 15 - Fenograma baseado nos parâmetros quantitativos e qualitativos de diferentes genótipos de
citros sob infestação de Phyllocnistis citrella com utilização do método de aglomeração
Unweighted pair-group average e medida de distância de dissimilaridade euclidiana
Não foram encontrados na literatura pesquisas que relatem níveis de tolerância
de genótipos de
Citrus
spp. ao ataque de pragas. Os estudos que relatam este tipo de
resistência para estes genótipos dizem respeito apenas ao ataque de patógenos, como,
por exemplo,
Phytophthora
nicotianae
(CARPENTER; FULL, 1962; CAMERON et al.,
1972; MEDINA FILHO et al., 2004). Nestes estudos, vários clones de
P. trifoliata
(L.)
Ralf constituíram excelentes fontes de tolerância a este patógeno. Tem sido divulgado
ainda que muitos dos híbridos de
P. trifoliata
expressaram em progênies clonais um alto
grau de tolerância (MEDINA FILHO et al., 2004).
As defesas apresentadas pelas plantas são consideradas fundamentais na
compreensão dos sistemas ecológicos, como o relacionamento entre estas e os
110
organismos a sua volta. Deste modo, o conhecimento destas interações torna-se uma
ferramenta importante para o manejo dos insetos minadores presentes nos cultivos
comerciais, principalmente neste momento em que se procura fazer um controle
racional dos insetos, utilizando o manejo integrado de pragas (MIP). Apesar da grande
importância de se ter conhecimento das relações entre insetos minadores e seus
hospedeiros, principalmente as envolvidas no processo de seleção e localização das
plantas hospedeiras, estudos sobre tolerância têm recebido pouca atenção em relação
aos que descrevem antixenose e antibiose como fonte de resistência para diferentes
culturas e pragas. Para genótipos de
Citrus
spp. e a LMC, isso não é diferente. Como
os insetos minadores são considerados altamente especializados, ou seja, são atraídos
para ovipositar ou alimentar em plantas específicas devido à textura, substâncias
odoríferas entre outras, uma necessidade de mais estudos neste sentido para
servirem como ferramenta para auxiliar o controle destes insetos-praga.
Diante da escassez de informações a respeito da resistência de citros a
P.
citrella
no Brasil e, levando em consideração o papel econômico e social desta cultura,
não somente no estado de São Paulo, mas em todo o país, as informações contidas
neste trabalho são importantes para futuras investigações que busquem determinar
resistência varietal entre os genótipos existentes no país, principalmente em estudos
que possam caracterizar germoplasma com base em estudos genéticos para obtenção
de cultivares com fator de resistência que possam ser utilizados no manejo integrado
dessa praga e, conseqüentemente, evitar a disseminação da bactéria XAC pv.
citri
,
responsável pelo cancro cítrico.
111
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A citricultura brasileira é de grande relevância para o agronegócio, mas a
competitividade na produção do país é influenciada por várias barreiras e desafios,
principalmente os relacionados a problemas fitossanitários, como a LMC,
Phyllocnistis
citrella
, considerada um fator limitante na produção desta cultura, exigindo uma
contante busca de conhecimentos científicos e tecnológicos. A utilização de plantas
resistentes poderá ser uma importante estratégia para auxíliar o controle da LMC, pois
tende a permitir a manutenção da praga em níveis inferiores ao de dano econômico,
sem causar prejuízos ao ambiente e sem custo adicional ao agricultor. Além disso,
torna-se uma técnica ideal para ser utilizada em qualquer programa de manejo devido
sua compatibilidade com os demais métodos de controle.
Diante disso, a partir dos resultados do
screening
inicial, pôde-se verificar que
alguns dos genótipos de citros podem interferir na população da LMC, sendo que estes
podem influenciar com maior ou menor intensidade a dinâmica populacional do inseto.
Dos 23 genótipos testados, cinco deles (tangerina ‘Sunki’, Trifoliata Limeira, os híbridos
C x R
4
,
C x R
315
e
M x P
222
) apresentaram menores valores para o IR (índice de
resistência) que foI avaliado com base no número de ovos e número de pupas de
P.
citrella
, resultantes dessa oviposiçao, o que permitiu que eles fossem considerados
promissores para estudos de resistência á LMC.
Entre estes cinco genótipos mais promissores, verificou-se nos testes de
preferência para oviposição com e sem chance de escolha que Trifoliata Limeira foi o
menos preferido pela LMC. No teste com chance de escolha, observou-se que seus
híbridos C x R
4
e
C x R
315
também foram menos ovipositados em relação ao híbrido M x
P
222
e ao limão ‘Rugoso’.
Mediante os dados sobre o efeito dos genótipos no desenvolvimento da LMC,
houve efeito apenas no tamanho e peso de pupa e na longevidade e fecundidade dos
adultos. Merece destaque, no entanto, os híbridos de
C. sunki
x
P. trifoliata
,
C x R
4
e
C
x R
315
, pois para ambas as fases estes mostraram características que podem afetar o
desenvolvimento da praga.
112
Por fim, destaca-se a importância de parâmetros que antecedem a produção
que possam caracterizar resistência do tipo tolerância, pois esta poderá ser o tipo mais
interessante de resistência para dar inicio ao demais estudos com o objetivo de
obtenção de variedades resistentes. No presente estudo, dano foliar foi o parâmetro
que melhor discrimina os genótipos em relação à tolerância ao ataque de
P. citrella
,
assim como, pesos fresco e seco foram menos parâmetros adequados. Os genótipos
mais tolerantes ao ataque da LMC foram Trifoliata Limeira e seu híbrido C x R
4
, pois
foram os que apresentaram o menor dano foliar entre os genótipos testados. O
conhecimento dos genótipos de citros com possíveis fontes de resistência irá fornecer
subsídios aos programas de melhoramento, possibilitando, deste modo, um controle
mais efetivo da LMC em condições de campo.
113
6 CONCLUSÕES
Entre os 23 genótipos de citros submetidos a adultos de
P. citrella
, a tangerina
‘Sunki’; os híbridos C x R
4
, C x R
315
,
M x P
222
e o gênero afim Trifoliata Limeira são os
que propiciam a menor oviposição e o menor número de pupas.
Entre os genótipos tangerina ‘Sunki’; os híbridos C x R
4
, C x R
315
,
M x P
222
e o gênero
afim Trifoliata Limeira, os menos preferidos para oviposição em condições de livre
escolha são Trifoliata Limeira e seu hibrido C x R
315
, sendo o híbrido M x P
222
o mais
preferido seguido pelo limão ‘Rugoso’;
Em condições de confinamento, entre estes cinco genótipos, Trifoliata Limeira é o
menos preferido para oviposição e o limão ‘Rugoso’ o mais preferido;
Tangerina ‘Sunki’; os híbridos C x R
4
, C x R
315
,
M x P
222
, o gênero afim Trifoliata
Limeira e o limão ‘Rugoso’ não afetam a duração e a viabilidade das fases de ovo,
lagarta e pupa de
P. citrella
;
Os híbridos C x R
4
e
C x R
315
reduzem o tamanho e o peso de pupas;
Fêmeas provenientes de lagartas criadas nos híbridos C x R
4
e C x R
315
foram as
menos fecundas;
O dano foliar é o parâmetro que melhor discrimina os genótipos em relação à
tolerância ao ataque de
P. citrella;
Pesos fresco e seco não são parâmetros adequados para estudos de tolerância de
citros a
P. citrella;
114
Entre os cinco genótipos testados, Trifoliata Limeira e o seu híbrido C x R
4
são os
mais tolerantes ao ataque de
P. citrella
e o limão ‘Rugoso’ e a tangerina ‘Sunki’ os
menos tolerantes.
115
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