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MARILENE SANTOS DE LIMA
RENDIMENTOS DO MILHO EM RESPOSTA AOS CONTROLES
DE PLANTAS DANINHAS E DA LAGARTA-DO-CARTUCHO
MOSSORÓ-RN
2007
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13
MARILENE SANTOS DE LIMA
RENDIMENTOS DO MILHO EM RESPOSTA AOS CONTROLES DE
PLANTAS DANINHAS E DA LAGARTA-DO-CARTUCHO
Dissertação apresentada à Universidade
Federal Rural do Semi-árido, como parte
das exigências para a obtenção do título de
Mestre em Agronomia: Fitotecnia, área de
concentração: Agricultura Tropical.
ORIENTADOR: Prof. Dr. Sc. PAULO SÉRGIO LIMA E SILVA
MOSSORÓ-RN
2007
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14
Ficha catalográfica preparada pelo setor de classificação e
catalogação da Biblioteca “Orlando Teixeira” da UFERSA
L732r Lima, Marilene Santos de.
Rendimentos do milho em resposta aos controles de
planta daninha e da lagarta-do-cartucho/Marilene Santos de
Lima - Mossoró: 2007.
53f.
Dissertação (Mestrado em Fitotecnia) Universidade
Federal Rural do Semi-Árido.
Área de Concentração: Agricultura tropical.
Orientador: Prof. Dr. Sc. Paulo Sérgio Lima e Silva.
Co-Orientadores: Prof. Dra. Sc. Kathia Maria Barbosa e
Silva e Prof. Dr. Sc. Francisco Cláudio Lopes de Freitas.
1. Zea Mays L. 2. Spodoptera frugiperda 3. Azadirachta
indica. 4. interação plantas daninhas-
pragas I. Título.
CDD: 633.15
Bibliotecária: Keina Cristina Santos Sousa
CRB/4 1254
15
MARILENE SANTOS DE LIMA
RENDIMENTOS DO MILHO EM RESPOSTA AOS CONTROLES DE
PLANTAS DANINHAS E DA LAGARTA-DO-CARTUCHO
Dissertação apresentada à Universidade
Federal Rural do Semi-árido, como parte
das exigências para a obtenção do título de
Mestre em Agronomia: Fitotecnia, área de
concentração: Agricultura Tropical.
APROVADA EM: 15/02/2007
___________________________________ ______________________________________
Profª. Dra. Sc. Kathia Maria Barbosa e Silva Prof. Dr. Sc. Francisco Cláudio Lopes de Freitas
UERN – Mossoró – RN UFERSA – Mossoró – RN
Conselheira Conselheiro
___________________________________
Prof. Dr. Sc. Paulo Sérgio Lima e Silva
UFERSA - Mossoró – RN
Orientador
16
Ao meu pai, Luiz Pereira de Lima (in memoriam),
pelo grande amor, carinho e dedicação. Neste dia, a
lágrima que teima em cair é a expressão da minha
gratidão e da saudade do seu carinho. Sua garra e seu
exemplo terão a continuidade na concretização e no
brilho do meu ideal. E por todo o tempo que ainda
viver, perpetuarei sua memória, pois uma árvore
morre, mas deixa em seus frutos a semente de sua
vida. Estarás sempre comigo.
DEDICO
Aos meus irmãos e sobrinhos, representados
por Elivelton de Souza Lima, pelo amor,
carinho e por fazerem parte da minha vida,
tornando-a mais leve e feliz. Amo vocês.
OFEREÇO
17
AGRADECIMENTOS
A Deus, por ter me dado a vida, sabedoria, paciência e por todas as outras coisas que
bondosamente tem me oferecido, principalmente pela realização desse trabalho;
Aos meus pais, Luiz Pereira de Lima (in memoriam) e Maria Santos de Lima, que me
deram à vida e me ensinaram a vivê-la com dignidade;
Aos meus irmãos, pelo apoio, encorajamento e por tantas vezes terem suportado minha
ausência para que eu pudesse concluir esse trabalho. Essa vitória também é de vocês;
A minha ‘amiga-mãe’, Maria Diná, pelo carinho e apoio, mesmo não estando por perto.
A minha ‘família’ e amigos de Fortaleza-CE, Soraia Maria Andrade Maia, Igor Maia,
Moville Maia, Mariana Maia, Silvio Luis e Valquiria, pelo acolhimento, amizade sincera e
agradável convivência.
Ao meu orientador, Prof. Dr. Sc. Paulo Sérgio Lima e Silva, pela orientação, amizade,
compreensão e, sobretudo pelos conhecimentos transmitidos e por mostrar-me que faz do ensino
não uma profissão, mas um sacerdócio. Seu exemplo de profissionalismo e integridade será
sempre grande fonte de referência para minha vida profissional. Obrigada;
À banca examinadora, Profª Kathia Maria Basbosa e Silva e Prof. Francisco Cláudio
Lopes de Freitas pelo apoio e valiosas sugestões.
À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), pela
concessão da bolsa de estudo;
Ao corpo docente da Universidade Federal Rural do Semi-árido (UFERSA),
representado pelo professor Francisco Bezerra Neto, pelos conhecimentos transmitidos no
decorrer do curso.
Aos amigos do peito, Sebastião Elviro de Araújo Neto e Regina Lúcia Ferreira, pela
amizade sincera, incentivo e apoio durante todo o curso. Mais que professores e amigos, vocês
foram irmãos com quem participei minhas lutas e hoje compartilho essa vitória. Muito obrigada
por me fazerem amadurecer com consciência crítica e desejo de conhecimento.
Ao professor Odaci Fernandes de Oliveira, pela identificação botânica do material de
estudo e valiosos conhecimentos transmitidos;
18
Aos funcionários do Projeto Milho da UFERSA, Francisco Valentin de Souza, José
Laércio Bezerra de Medeiros e Luiz Raimundo de Souza, pela contribuição na coleta dos dados e
por tornar agradável o meu ambiente de trabalho na realização desse estudo.
Ao casal Jailene Soares e Jonas Ferreira pela amizade e por estarem sempre próximos,
apesar da distância.
Aos colegas e amigos do mestrado representados por Renata Damasceno, Jailma Suerda,
Lindomar Maria da Silveira, Elizângela Cabral e Edna Lúcia, pela amizade, companheirismo,
acolhimento e incentivo constante e por tornar os meus dias mais fáceis e melhor, durante os dois
anos que passamos juntos. Quinteto maravilha, obrigada;
E a todos que direta e indiretamente contribuíram para a realização deste trabalho, meus
sinceros agradecimentos e reconhecimento.
19
“Uma descoberta, seja feita por um menino
na escola ou por um cientista trabalhando na
fronteira do conhecimento, é em sua essência
uma questão de reorganizar ou transformar
evidências, de tal forma que se possa ir além
delas assim reorganizadas, rumo a novas
percepções”.
Jerone Bruner
20
BIOGRAFIA
MARILENE SANTOS DE LIMA, filha de Luiz Pereira de Lima e Maria Santos de Lima, nasceu
no dia 26 de julho de 1977, na cidade de Pauní, Estado do Amazonas. Concluiu o ensino
fundamental na escola Estadual Dr. Carlos Vasconcelos, em 1995 e ensino médio no Colégio
Estadual Barão do Rio Branco, em 1997. Ingressou no curso de graduação em Engenharia
Agronômica na Universidade Federal do Acre (UFAC), em março de 2000, obtendo o título de
Engenheira Agrônoma em fevereiro de 2005, na cidade de Rio Branco-AC. Ingressou no Curso
de Pós-graduação em Fitotecnia, na Universidade Federal Rural do Semi-árido (UFERSA), em
março de 2005, obtendo o título de Mestre em Ciências, em fevereiro de 2007, na cidade de
Mossoró-RN.
21
RESUMO
LIMA, Marilene Santos de. Rendimentos do milho em resposta aos controles de plantas
daninhas e da lagarta-do-cartucho. Mossoró, UFERSA, 2007. 53f. Dissertação (Mestrado em
Agronomia: Fitotecnia) - Universidade Federal Rural do Semi-árido (UFERSA), Mossoró, 2007.
Professor Orientador: Dr.Sc. Paulo Sérgio Lima e Silva. Conselheiros: Professora Drª.Sc. Kathia
Maria Barbosa e Silva e Professor Dr.Sc. Francisco Cláudio Lopes de Freitas.
As plantas daninhas e a lagarta-do-cartucho podem causar perdas consideráveis no rendimento do
milho. O objetivo deste trabalho foi avaliar os rendimentos de espigas verdes e de grãos de milho
em resposta aos controles de plantas daninhas e da lagarta-do-cartucho. Utilizou-se o
delineamento de blocos completos casualizados com parcelas subdivididas e cinco repetições. A
cultivar AG 1051 foi cultivada sem e com controle de plantas daninhas (efeito com capinas,
realizadas aos 20 e 40 dias após o plantio). Para avaliar o controle da praga (aplicado às
subparcelas) foram feitas pulverizações com: água (testemunha); deltamethrin (5 g do ingrediente
ativo ha
-1
); óleo de nim, obtido comercialmente, à base de 0,5% (diluição em água); e extrato
foliar de nim, a 5%. Cada produto foi pulverizado três vezes, no intervalo de sete dias, a partir do
sétimo dia após o plantio, à base de 150 L ha
-1
. O rendimento de milho verde, rendimento de
grão, e a maioria das outras características avaliadas foram reduzidas devido à falta do controle
de plantas daninhas (27 espécies predominante). Nas parcelas capinadas, o controle da praga não
influenciou os rendimentos de milho verde e o rendimento de grãos, com exceção da massa de
espigas despalhadas comercializáveis, que foi reduzida quando a lagarta não foi controlada. Sem
o controle de plantas daninhas, a pulverizações com extrato de nim e deltamethrin forneceram os
maiores rendimentos em todas as características avaliadoras do milho verde, exceto para massa
de espiga despalhada comercializável. Os melhores resultados para o rendimento de grãos foram
obtidos com deltamethrin e extrato de nim, respectivamente.
Palavras-chave: Zea mays L., Spodoptera frugiperda, Azadirachta indica, interação planta
daninha-praga.
22
ABSTRACT
LIMA, Marilene Santos de. Corn yield as a response to weed and fall armyworm control.
Mossoró, UFERSA, 2007. 53f. Thesis (MSc in Agronomy: Plant Science) - Universidade Federal
Rural do Semi-árido (UFERSA), Mossoró, 2007. Professor Orientador: Dr.Sc. Paulo Sérgio Lima
e Silva. Conselheiros: Professora Dr.Sc. Kathia Maria Barbosa e Silva e Professor Dr.Sc.
Francisco Cláudio Lopes de Freitas.
Weeds and the fall armyworm can cause considerable corn yield losses. This study aimed to
evaluate green ear yield and corn grain yield as a response to weed and fall armyworm control. A
completely randomized block design with split-plots and five replicates was used. Corn cultivar
AG 1051 was grown without weed control or with hoeings performed at 20 and 40 days after
planting. Control of the pest (applied to the subplots) was performed with sprays of: water
(control); deltamethrin (5 g active ingredient ha
-1
); neem oil, at 0.5% (diluted in water); and neem
leaf extract at 5%. Each product was sprayed three times, at seven-day intervals, starting on day 7
after planting, using 150 L ha
-1
. Green ear yield, grain yield, and most other characteristics
evaluated were reduced due to the lack of weed control (27 predominant species). Pest control in
the weeded plots did not influence green ear yield and grain yield, with the exception of green
mass of marketable husked ears, which was reduced when the caterpillar was not controled.
Without weed control, the extracts or deltamethrin sprays provided the highest yields in terms of
characteristics used to evaluate green corn, except for husked ear mass. The best results for grain
yield were obtained with deltamethrin and neem extract, respectively.
Keywords: Zea mays, Spodoptera frugiperda, Azadirachta indica, weed-pest interaction.
23
LISTA DE TABELAS
Página
TABELA 1 Plantas daninhas identificadas no experimento...........................................
28
TABELA 2
Massas fresca e seca das plantas daninhas ocorrentes em parcelas de
milho, por ocasião da colheita dos grãos, em resposta aos controles de
plantas daninhas e da lagarta-do-cartucho...................................................
29
TABELA 3
Percentagem de plantas de milho danificadas e notas de dano planta
-1
de
milho, provocado pelo ataque da lagarta-do-cartucho, aos 20 dias após o
plantio..........................................................................................................
29
TABELA 4
Massas fresca e seca da parte aérea da planta de milho em respostas aos
controles de plantas daninhas e da lagarta-do-cartucho..............................
30
TABELA 5
Massas fresca e seca da raiz da planta de milho em resposta aos controles
de plantas daninhas e da lagarta-do-cartucho..............................................
31
TABELA 6
Comprimento e diâmetro dos entrenós de plantas de milho em resposta
controles de plantas daninhas e da lagarta-do-cartucho..............................
32
TABELA 7
Altura da planta e altura da inserção da espiga das plantas de milho em
resposta aos controles de plantas daninhas e da lagarta-do-cartucho..........
32
TABELA 8
Área das folhas de plantas de milho obtidas no cultivo de milho em
resposta aos controles de plantas daninhas e da lagarta-do-cartucho..........
33
TABELA 9
Comprimento da folha e largura da folha das plantas de milho em
resposta aos controles de plantas daninhas e da lagarta-do-cartucho..........
34
24
TABELA 10
Rendimento de espigas verdes em respostas aos controles de plantas
daninhas e da lagarta-do-cartucho...............................................................
35
TABELA 11
Massas fresca e seca das palhas da espiga de milho em resposta aos
controles de plantas daninhas e da lagarta-do-cartucho..............................
36
TABELA 12
Massas fresca e seca do sabugo do milho em resposta aos controles de
plantas daninhas e da lagarta-do-cartucho...................................................
36
TABELA 13
Rendimento de grãos do milho e características de seus componentes em
resposta aos controles de plantas daninhas e da lagarta-do-cartucho..........
38
25
LISTA DE TABELAS DO APÊNDICE
Página
TABELA 1A
Resumo da análise de variância das massas fresca e seca das plantas
daninhas e massas fresca e seca da parte aérea das plantas de milho em
resposta aos controles de plantas daninhas e da lagarta-do-cartucho.
Mossoró-RN, 2006......................................................................................
50
TABELA 2A
Resumo da análise de variância das massas fresca e seca da raiz e das
palhas das espigas das plantas de milho em resposta aos controles de
plantas daninhas e da lagarta-do-cartucho. Mossoró-RN, 2006..................
50
TABELA 3A
Resumo da análise de variância das massas fresca e seca do sabugo,
alturas da planta e da inserção da espiga do milho em resposta aos
controles de plantas daninhas e da lagarta-do-cartucho. Mossoró-RN,
2006.............................................................................................................
51
TABELA 4A
Resumo da análise de variância para comprimento e diâmetro do entrenó,
comprimento da folha, largura da folha e área foliar das plantas das
plantas de milho em resposta aos controles de plantas daninhas e da
lagarta-do-cartucho. Mossoró-RN, 2006.....................................................
51
TABELA 5A
Resumo da análise de variância para percentagem de plantas danificadas
e nota de danos da lagarta-do-cartucho em resposta aos controles da
lagarta-do-cartucho. Mossoró-RN, 2006.....................................................
51
TABELA 6A
Resumo da análise de variância para rendimento de grãos, número de
grãos, peso de 100 grãos em gramas, número de fileiras de grãos,
diâmetro e comprimento da espiga em resposta aos controles de plantas
daninhas e da lagarta-do-cartucho. Mossoró-RN, 2006..............................
52
26
TABELA 7A
Resumo da análise de variância para número total de espigas verdes,
número de espigas empalhadas comercializáveis, número de espigas
despalhadas e número de espigas despalhadas comercializáveis em
resposta aos controles de plantas daninhas e da lagarta-do-cartucho.
Mossoró-RN, 2006......................................................................................
52
TABELA 8A
Resumo da análise de variância para massa total de espigas verdes, massa
de espigas empalhadas comercializáveis,
massa de espigas despalhadas e
massa de espigas despalhadas comercializáveis
em resposta aos controles
de plantas daninhas e da lagarta-do-cartucho. Mossoró-RN, 2006..............
53
27
SUMÁRIO
Página
1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................... 15
2 REFERENCIAL TEÓRICO............................................................................................... 17
2.1 Importância sócio-econômica do milho.......................................................................... 17
2.2 Plantas daninhas e rendimento do milho.........................................................................
18
2.3 Spodoptera frugiperda (Lepidóptera: Noctuidae) (J. E. Smith, 1797)............................
18
2.3.1 Biologia e hábitos......................................................................................................
18
2.3.2 Danos ao milho..........................................................................................................
19
2.4 Controle da praga.............................................................................................................
19
2.4.1 Controle químico....................................................................................................... 20
2.4.2 Controle Botânico..................................................................................................... 20
3 MATERIAL E MÉTODOS.................................................................................................
22
3.1 Localização, clima e solo.................................................................................................
22
3.2 Delineamento experimental e tratamentos...................................................................... 22
3.3 Condução do experimento...............................................................................................
23
3.3.1 Preparo do solo, semeadura e desbaste......................................................................
23
3.4 Características avaliadas..................................................................................................
24
3.4.1 Característica das plantas daninhas........................................................................... 24
3.4.2 Danos causados pela lagarta-do-cartucho................................................................. 24
3.4.3 Rendimento de milho verde e outras características..................................................
24
3.4.4 Rendimento de grãos e componentes desse rendimento............................................
25
3.5 Análise estatística dos dados............................................................................................
26
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO......................................................................................... 27
4.1 Características das plantas daninhas............................................................................... 27
4.2 Danos causados pela lagarta-do-cartucho....................................................................... 29
4.3 Produção das massas fresca e seca da planta de milho....................................................
30
4.4 Comprimento e diâmetro do entrenó...............................................................................
31
4.5 Alturas de planta e de inserção da espiga........................................................................
32
4.6 Características foliares.....................................................................................................
33
28
4.7 Rendimento de espigas verdes........................................................................................ 34
4.8 Rendimento de grãos e seus componentes.......................................................................
35
5 CONCLUSÕES.................................................................................................................... 41
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................................. 42
APÊNDICE...............................................................................................................................
49
1 INTRODUÇÃO
O milho (Zea mays L.) é uma das culturas mais importantes da região Nordeste do
Brasil, sendo explorada visando às alimentações humana (espigas verdes e grãos) e animal
(forragem e grãos). Essa região produz, anualmente, mais de três milhões de toneladas de grãos
de milho. A produção interna ainda não satisfaz à demanda da região em razão do crescimento
significativo da suinocultura e avicultura, onde o milho entra como componente básico na
formulação de rações (CARVALHO et al., 2000).
No Rio grande do Norte, o milho é cultivado em todos os Municípios para obtenção de
espigas verdes, grãos secos e forragem (SILVA et al., 2001). Nesse Estado, os rendimentos
desses produtos ainda são baixos em razão de vários problemas, dentre os quais se incluem
controles inadequados das plantas daninhas e das pragas. Ainda é muito freqüente se relegar esses
controles, deixando-os na dependência da disponibilidade de mão-de-obra.
A competição das plantas daninhas com a cultura pode determinar perdas da ordem de
13% e, em casos nos quais não tenha sido feito nenhum controle, essa redução pode atingir 85%
da produção potencial (KARAM & MELHORANÇA, 2002), variando em função da espécie, tipo
de solo, condições climáticas, bem como do espaçamento, estádio fenológico da cultura e do
período em que acontece à convivência das plantas daninhas com a cultura (KARAM &
MELHORANÇA, 2002). O controle das plantas daninhas na cultura do milho tem sido feito
principalmente por meio de métodos manuais, mecânicos e, predominantemente, pelo método
químico, com a aplicação de herbicidas (SEVERINO et al., 2005), todos eles apresentando
vantagens e desvantagens. No Nordeste o controle de plantas daninhas é feito em geral com
capinas ou com herbicidas.
A alta incidência de pragas também é um fator que pode inviabilizar a cultura em
determinadas situações. Dentre as pragas mais importantes no milho destaca-se a lagarta-do-
cartucho, Spodoptera frugiperda, que em condições climáticas favoráveis aumenta sua população
ocasionando sérios prejuízos à cultura. O controle dessa praga normalmente é feito com
inseticidas químicos, porém o uso indiscriminado e incorreto desses produtos resulta numa série
de desvantagens para o agricultor, incluindo surgimento de populações resistentes, eliminação de
insetos benéficos e a perda da eficácia do inseticida mediante a seleção de população resistente a
esses compostos químicos (GUEDES & FRAGOSO, 1999). Atualmente, o uso de produtos
16
químicos vem sendo recomendado, associado com táticas e estratégias que possibilitam uma
redução da população da praga (BOIÇA JUNIOR et al., 2001). Dessa forma, medidas de controle
que causem menor impacto ambiental são de primordial importância. Dentre essas medidas,
Moreira et al. (2006), ressalta a utilização de inseticidas botânicos extraído de diversos órgãos
das plantas.
Os princípios ativos desses inseticidas são compostos resultantes de substâncias
secundárias da planta sendo acumulados em pequenas proporções nos tecidos vegetais
(VENDRAMIM, 2004). Tais substâncias podem ser úteis para síntese de pesticidas mais
eficientes, menos tóxicos e menos persistentes no meio ambiente (SAITO & LUCHINI, 1998).
Em geral, as pesquisas sobre os referidos problemas os consideram de forma individual,
isto é, abordam somente o controle de plantas daninhas ou apenas o controle de pragas. Contudo,
relatos que mostram a interação entre plantas daninhas e pragas nos campos de produção
(TINDALL et al., 2005). A presença de plantas daninhas pode ter efeito positivo e negativo na
população da praga (ANDOW, 1991). Vários fatores podem causar essas interações. De acordo
com Tindall et al. (2005), as plantas daninhas servem como fonte de alimento para os inimigos
naturais da praga e criam um ecossistema diverso com mais insetos benéficos para suprimir a
população da praga. Adicionalmente, as plantas daninhas competem com o milho por água, luz e
nutrientes e foi observado que a gravidade dos ataques da lagarta-do-cartucho e de outras pragas
do milho depende do estado nutricional da cultura. Além disso, algumas espécies de plantas
daninhas podem funcionar como hospedeiras de insetos-pragas, agentes causadores de doenças e
nematóides (FANCELLI & DOURADO-NETO, 2000).
O objetivo deste trabalho foi avaliar os rendimentos de espigas verdes e de grãos de
milho em resposta aos controles de plantas daninhas e da lagarta-do-cartucho.
17
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 Importância sócio-econômica do milho
A importância sócio-econômica do milho é caracterizada pelas diversas formas de sua
utilização, que vai desde a alimentação animal até a indústria de alta tecnologia. Na realidade, o
uso do milho em grão na alimentação animal representa a maior parte do consumo desse cereal,
isto é, cerca de 70% no mundo. Nos Estados Unidos, cerca de 50% é destinado a esse fim,
enquanto que no Brasil varia de 60 a 80%, dependendo da fonte da estimativa e do ano
(DUARTE, 2006). Apesar de não ter uma participação muito grande dos grãos de milho
diretamente na alimentação humana, os derivados de milho, constituem fator importante na
alimentação de pessoas com baixa renda. Em algumas situações, o milho constitui a base diária
da alimentação, como ocorre com a população mexicana, que tem no milho o ingrediente básico
para sua culinária.
No Brasil, o milho é explorado na maioria das propriedades agrícolas, desde a pequena
propriedade rural, onde é produzido com baixa tecnologia em caráter de subsistência, tornando-se
alimento básico da população, até em grandes áreas, com emprego de alta tecnologia e com
elevada produtividade, sendo matéria prima destinada para a agroindústria (SILOTO, 2002). A
produção mundial obtida no ano agrícola de 2005 foi em torno de 694.575.552 milhões de
toneladas (FAO, 2006). A produção brasileira está em torno de 41,5 milhões de toneladas, das
quais 31,7 milhões (76%) são de safra e 9,8 milhões são de safra. Em média são plantados
12,8 milhões de hectares, sendo 9,5 milhões (74%) de 1ª safra e 3,3 milhões de 2ª safra. Portanto,
o rendimento médio é de 3.242 kg ha
-1
(CONAB, 2006). A região Nordeste contribui com a
produção de 2,9 milhões de toneladas (7%) em 2,7 milhões (21,0%) de hectares (CONAB, 2006).
No Estado do Rio grande do Norte, a cultura é explorada visando-se a produção de
espigas verdes e de grãos. O milho-verde é um produto bastante apreciado pelos nordestinos,
sendo utilizado, inclusive, em pratos típicos da região (GOMES, 2005). Nesse Estado a cultura
ocupa, em média, 65,2 mil hectares de área plantada, com produção em torno de 47,6 mil
toneladas e rendimento médio de 641 kg ha
-1
(CONAB, 2006).
18
2.2 Plantas daninhas e rendimento do milho
A interferência exercida pelas plantas daninhas sobre o milho reduz praticamente todas
as características da planta, incluindo diâmetro do colmo, comprimento da folha, número de
grãos por espiga, número de fileira de grãos espiga
-1
, peso de 100 grãos e diâmetros do sabugo e
da espiga (Gomes, 2005) e o tamanho da espiga (ROSSI et al., 1996). Em conseqüência são
reduzidos os rendimentos de espigas verdes (Silva et al. 2004a; Gomes, 2005) e de grãos (ROSSI
et al., 1996; MEROTTO JR et al., 2001; SKORA NETO, 2003; GOMES 2005). Essas reduções
dependem de rios fatores, incluindo espécie, tipo de solo, das condições climáticas
predominantes no período, bem como da densidade de plantio, da cultivar, do estádio fenológico
da cultura e do período em que acontece à convivência das plantas daninhas com a cultura
(FANCELLI & DOURADO NETO, 2000).
2.3 Spodoptera frugiperda (Lepidoptera: Noctuidae) (J. E. Smith, 1797)
2.3.1 Biologia e hábitos
A lagarta-do-cartucho, Spodoptera frugiperda (Lepidóptera: Noctuidae) (J. E. Smith,
1797) foi reconhecida pela primeira vez em 1797, na Geórgia (EUA). Essa praga possui ampla
distribuição geográfica, ocorrendo desde a região central dos EUA até a Argentina e em algumas
ilhas a oeste da Índia (POLANCZYK, 2004). S. frugiperda é um inseto de metamorfose completa
e os adultos são de hábito noturno. As fêmeas adultas ovipositam nas folhas e podem colocar de
1000 a 2000 ovos (VALICENTE & CRUZ, 1991). A eclosão das lagartas ocorre em três dias.
Elas passam a alimentar-se das folhas novas do milho, ficando localizadas e protegidas no
interior das folhas centrais conhecidas como “cartucho”. A duração do período larval varia de 15
a 20 dias e, quando completamente desenvolvida, a lagarta mede em torno de 40 mm de
comprimento (CRUZ, 1995). Devido ao canibalismo é comum encontrar-se apenas uma lagarta
bem desenvolvida no interior do “cartucho”. Entretanto, pode-se encontrar ainda nesse local,
outras lagartas de instares mais novos, separados por lâminas de folhas (CRUZ, 1995;
POLANCZYK, 2004). Quando completamente desenvolvida, a lagarta sai do cartucho e penetra
19
no solo, onde se transforma em pupa com aproximadamente 15 mm de comprimento e coloração
marrom avermelhada. A fase tem duração média de 11 dias (VALICENTE & CRUZ, 1991).
2.3.2 Danos ao milho
S. frugiperda, é considerada a principal praga da cultura do milho, no Brasil. As plantas
de milho são susceptíveis em praticamente todas as fases de desenvolvimento, ficando
prejudicadas pela destruição do “cartucho”, com redução da área fotossintética e
comprometimento do rendimento de grãos (SILOTO, 2002). A praga pode atacar ainda a base da
espiga, destruindo grãos e favorecendo o ataque de microorganismos (CRUZ et al., 1999). O
ataque ocorre desde a emergência até o pendoamento e espigamento da planta. As perdas devido
ao ataque da lagarta-do-cartucho podem reduzir o rendimento de grãos em até 34% (CRUZ et al.,
2002; FIGUEREIDO et al., 2005). As perdas estimadas, no Brasil, em função da infestação desta
praga, chegam a U$ 400 milhões anualmente (FIGUEIREDO et al., 2005). O estádio mais
susceptível à lagarta-do-cartucho é de 8 a 10 folhas, ou seja, em torno de 40 dias após o plantio,
com redução no rendimento de grãos de 18,7% (CRUZ & TURPIN, 1982).
2.4 Controle da praga
A lagarta-do-cartucho é praga de difícil controle devido à sua ampla gama de
hospedeiros e sua grande capacidade de dispersão durante o período de cultivo (POLANCZYK,
2004). Entre as dificuldades de controle deste inseto, destaca-se a localização da lagarta dentro do
cartucho e a decisão de controle baseado no sintoma externo de folhas perfuradas, sem
comprovar a presença do inseto no interior do cartucho (GALLO, et al., 2002; COOPLANTIO,
2006).
20
2.4.1 Controle químico
O controle químico tem sido o mais utilizado no controle de S. frugiperda. Vinte e nove
ingredientes ativos estão registrados para o controle químico de S. frugiperda (GALLO et al.,
2002). O piretróide deltamethrin foi muito usado no passado e permanece como um dos
principais inseticidas disponíveis no controle de insetos-praga do milho (BADJI et al., 2004). Em
1998, foram gastos no Brasil cerca de U$ 60 milhões em inseticidas na cultura do milho, sendo
que o controle de S. frugiperda é responsável por 40% deste valor (OMOTO et al., 2000). Além
disso, existem relatos de evolução da resistência dessa praga aos inseticidas utilizados (DIEZ-
RODRIGUES & OMOTO, 2001; FIGUEIREDO et al., 2005), mostrando que esse método de
controle tem sérias limitações práticas. Dessa forma, o uso de produtos químicos vem sendo
recomendado associado a táticas e estratégias que possibilitem uma redução na população de
pragas, causando menor dano ao ecossistema (BOIÇA JUNIOR et al., 2001)
2.4.2 Controle Botânico
Os compostos com ação inseticida obtidos de plantas são denominados inseticidas
botânicos (MOREIRA et al., 2006). A utilização de plantas com atividade inseticida não é uma
técnica recente, pois seu uso era bastante comum nos países tropicais antes do advento dos
inseticidas sintéticos (ROEL et al., 2000). Na Índia, cerca de 4.000 anos, já se fazia uso de
inseticidas botânicos no controle de pragas. Na China, 3.200 anos, inseticidas derivados de
plantas eram usados para o controle de pragas de grãos armazenados. No século XVI, os
europeus faziam uso de diversas plantas para o controle de pragas (MOREIRA et al., 2006).
Na ultimas décadas, com o aumento de problemas de resistência de insetos a inseticidas
organo-sintéticos e problemas advindos do uso indiscriminado desses inseticidas sobre inimigos
naturais, ambientes e humanos (Makanjuola, 1989; Guedes & Fragoso, 1999; Diez-Rodrigues,
2001; Moreira et al, 2006), aumentou o interesse no mundo inteiro pelos inseticidas botânicos.
Nesse sentido, o maior destaque é dado a plantas da família Meliaceae, que se desenvolvem nas
regiões tropicais e subtropicais de diversos continentes (Schmutterer, 1990; Viana & Prates,
2003; Moreira et al., 2006), principalmente a nim, Azadirachta indica, que tem seu efeito
21
comprovado sobre mais de 400 espécies de pragas (MARTINEZ, 2002). Essa planta, de origem
Asiática, é considerada a planta inseticida mais importante do mundo (BRUNHETOTTO &
VENDRAMIM, 2001). Ela possui ação repelente, antialimentar reguladora de crescimento e
inseticida, além de acaricida, fungicida e nematicida (MARTINEZ, 2002; MOREIRA et al.,
2006).
O óleo de nim controla insetos devido a uma série de ingredientes com características
pesticidas. Os principais ingredientes pertencem a uma classe de produtos naturais conhecidos
como triterpenos. A azadiractina, salanina, meliantriol e a nimbina são os mais conhecidos, sendo
a azadiractina um dos primeiros princípios ativos isolados da nim. Atribui-se ao azadiractina
cerca de 90% dos efeitos causados nos insetos (GARCIA, 2000). A quantidade desse composto
presente na semente, flores e folha de nim podem variar consideravelmente devido a fatores
ambiental e genético (SCHMUTTERER, 1990).
Uma revisão sobre os efeitos tóxicos do nim nos insetos foi descrita por Modue e Nisbet
(2000), sendo os lepidópteros mais sensíveis às substâncias derivadas do nim (SCHMUTTERER,
1990; MARTINEZ, 2001). Esse efeito foi demonstrado principalmente em laboratório
(MARTINEZ, 2000; SIMMONDS, 2000). Martinez e Van Emden (2001) relataram que mistura
0,01; 0,05; 0,1 e 1,0 ppm de azadiractina na dieta artificial da lagarta causaram redução na
alimentação, mortalidade de larvas e pupa, além de anomalias dos adultos emergidos.
Maredia et al. (1992) avaliaram o efeito do (5 e 10 g) e o óleo das sementes (1 mL)
de nim misturado em cada kilograma de dietas utilizadas para alimentar seis pragas do milho. O
e o óleo da semente reduziram a sobrevivência e o desenvolvimento de Helicoverpa zea, S.
frugiperda, Diatraea saccharalis e D. grandiosella. Viana e Prates (2003) utilizaram folhas de
milho tratadas com extrato de nim na alimentação de S. frugiperda. O extrato aquoso das folhas
retardou o desenvolvimento e causou mortalidade (13 a 94%) nas lagartas.
Os resultados encontrados por Prates et al. (2003) mostraram que a mistura do extrato
aquoso das folhas na dieta (concentração 10,0 mg mL
-1
) causou 100% de mortalidade na larvas
de S. frugiperda, confirmando sua utilização como fonte potencial de inseticida natural no
controle dessa praga no milho. No entanto, vale ressaltar que os estudos para avaliação do uso de
plantas com potencial inseticida são poucos, e restritos à condição de laboratório, sendo
necessários mais estudos para poder se determinar com maior segurança quais as doses e
freqüência de aplicação (MARTINEZ, 2000).
22
3 MATERIAL E MÉTODOS
3.1 Localização, clima e solo
O estudo foi realizado no período de agosto a dezembro de 2005, na Fazenda Experimental
“Rafael Fernandes” da Universidade Federal Rural do Semi-árido, localizada no distrito de
Alagoinha, distante a 20 km da sede do município de Mossoró-RN (latitude 11' S, longitude
37° 20' W e altitude de 18 m). O solo da área experimental, de acordo com o Sistema Brasileiro
de Classificação de Solos (EMBRAPA, 1999) é um “Argissolo Vermelho-Amarelo Eutrófico” e
um Ferric Lixisol, de acordo com o Soil Map of the World (FAO, 1988). A análise de uma
amostra do solo indicado: pH (H
2
O) = 7.2; Ca = 5.2; Mg = 1.5; K = 0.33; Na = 0.18; Al = 0.00;
H + Al = 0.49; CEC = 3.02; e t = 2.53 cmol dm
-3
; m = 0.00%, V = 83.8%; P = 2.0 mg dm
-3
; C =
0.48%; matéria orgânica = 1.14 g kg
-1
. Outros detalhes do solo experimental são apresentados
por Mota (2004). A região possui temperatura do ar média mínima entre 32,1 e 34,5 °C, sendo
junho e julho os meses mais frios, e a precipitação média anual está em torno de 825 mm
(CARMO FILHO & OLIVEIRA, 1989). A insolação cresce de março a outubro, com média de
241,7 h, a umidade relativa do ar máxima atinge 78% no mês de abril e a mínima 60%, no mês
de setembro (CHAGAS, 1997). O experimento foi irrigado por aspersão, com as parcelas
experimentais dispostas paralelamente à linha de aspersores. As irrigações foram iniciadas após
o plantio e suspensas três dias antes da colheita do milho seco. O turno de rega foi de dois dias
com três aplicações semanais.
3.2 Delineamento experimental e tratamentos
Utilizou-se o delineamento de blocos completos casualizados com parcelas subdivididas
e cinco repetições. Cada subparcela foi constituída por seis fileiras com 6,0 m de comprimento
cada. Como área útil, considerou-se a ocupada pelas duas fileiras centrais, das quais foram
eliminadas as plantas de uma cova em cada extremidade. A cultivar AG 1051 foi submetida aos
seguintes tratamentos: a) controle de plantas daninhas (aplicado às parcelas): sem e com capinas
(realizadas aos 20 e 40 dias após o plantio); b) controle da lagarta-do-cartucho (aplicado às
23
subparcelas) com pulverizações de: água (testemunha); deltamethrin [Decis
®
25CE, 5 g do
ingrediente ativo ha
-1
]; óleo de nim à base de 0,5% (com diluição em água) e extrato foliar de nim
à base de 5%. O óleo foi obtido comercialmente e, para obtenção do extrato foliar, folhas adultas
foram colhidas de plantas de nim com idade de 8 anos, cultivadas no campus da Universidade
Federal Rural do Semi-árido. As folhas foram colocadas para secar ao ar livre e à sombra por 10
dias, moídas e colocadas em água destilada na proporção de 1:10 (p/v) durante 24 horas. A
suspensão foi coada em um tecido fino (vual) para obtenção do extrato. Cada produto foi
pulverizado três vezes, no intervalo de sete dias, a partir do sétimo dia após o plantio, à base de
150 L ha
-1
, usando-se pulverizador costal.
3.3 Condução do experimento
3.3.1 Preparo do solo, semeadura e desbaste
O solo foi preparado com duas gradagens e recebeu como adubação de plantio, 30 kg de
N, 60 kg de P
2
O
5
e 30 kg de K
2
0, por ha. O restante do N foi aplicado em duas parcelas iguais,
como adubação de cobertura, aos 21 e 41 dias após o plantio. Como fontes de N, P
2
0
5
e K
2
0
foram aplicados sulfato de amônio, superfosfato simples e cloreto de potássio, respectivamente.
O plantio do milho foi realizado manualmente em 23.08.05, com quatro sementes por cova. Entre
fileiras usou-se o espaçamento de 1,0 m, ficando as covas de uma mesma fileira espaçadas por
0,40 m. Aos 20 dias após o plantio realizou-se um desbaste, deixando-se em cada cova as duas
plantas mais vigorosas. Portanto, após o desbaste, o experimento ficou com uma densidade
populacional programada de 50 mil plantas ha
-1
.
24
3.4 Características avaliadas
3.4.1 Características das plantas daninhas
A avaliação de plantas daninhas foi feita por meio da identificação botânica e das
massas fresca e seca das espécies infestantes, em amostragem de 0,25 m
-2
(0,50 x 0,50 m), na área
útil (entre as duas fileiras centrais) de todas as subparcelas do experimento, aos 20 e 40 dias após
o plantio e por ocasião da colheita do milho, quando os grãos apresentavam umidade em torno de
20%.
3.4.2 Danos causados pela lagarta-do-cartucho
Das plantas eliminadas no desbaste, 10 foram levadas ao laboratório e submetidas às
seguintes avaliações: determinação da área foliar, visando-se estimar as perdas provocadas pela
lagarta-do-cartucho; quantificação de danos às plantas causados pela praga; e determinação da
percentagem de plantas atacadas pela lagarta. Os danos foram quantificados utilizando-se a
seguinte escala de notas, baseada em observações visuais (na planta toda) (LARA, 1984): 0 =
sem danos; 1 = folhas “raspadas”; 2 = folhas furadas; 3 = folhas com lesões; 4 = lesões no
“cartucho” e 5 = “cartucho” destruído.
3.4.3 Rendimento de milho verde e outras características
Das duas fileiras úteis de cada subparcela, uma foi utilizada ao acaso para avaliação do
rendimento de espigas verdes e a outra usada para avaliação do rendimento de grãos. O milho
verde foi colhido quando os grãos apresentaram teor de umidade entre 70 e 80%, aos 74, 76, 78 e
81 dias após o plantio. Avaliaram os número e massa total de espigas verdes empalhadas e
número e massa de espigas empalhadas e despalhadas, comercializáveis. Como espigas
empalhadas comercializáveis foram consideradas aquelas com comprimento igual ou superior a
22 cm e sem manchas ou indícios evidentes do ataque de doenças e pragas. Como espigas
25
despalhadas comercializáveis foram consideradas aquelas com comprimento igual ou superior a
17 cm e com granação e sanidade adequada à comercialização.
Após a colheita do milho verde, duas plantas foram tomadas ao acaso para a realização
das seguintes avaliações: dimensões e área foliares, comprimento e diâmetro dos entrenós e
massas da parte aérea e do sistema radicular. A área foliar foi avaliada através do integrador
automático de área foliar LI 3100. O comprimento e a largura das folhas e o comprimento dos
entrenós foram medidos com régua. O diâmetro de entrenós foi obtido com paquímetro digital. A
parte aérea e o sistema radicular foram pesados em seguida triturados em forrageira. Uma
amostra de aproximadamente 500 g desses materiais foi colocada em estufa com circulação
forçada de ar, regulada à temperatura de 75
o
C até atingir peso constante , para estimação das
massas secas.
3.4.4 Rendimento de grãos e componentes desse rendimento
A colheita de milho seco foi realizada aos 117 dias após o plantio, quando os grãos
apresentavam teor de umidade em torno de 20%. O rendimento de grãos foi corrigido para um
teor de umidade de 15,5% através da fórmula: P
15,5
= (P
c
x U)/(100 U
p
), onde P
15,5
= peso
corrigido para 15% de umidade, U = umidade estimada, em porcentagem., Pc = peso observado e
Up = umidade padrão (15,5%).
A partir das espigas maduras da área útil de cada subparcela foram avaliados o número
de espigas ha
-1
(com base nas espigas colhidas nas plantas úteis), o número de grãos espiga
-1
(em
quinze espigas), peso de 100 grãos (em cinco amostras de 100 grãos), número de fileiras de grãos
espigas
-1
, massas fresca e seca das palhas (em quinze espigas) e massas fresca e seca do sabugo
(em cinco espigas).
As alturas da planta e de inserção da espiga foram medidas nas 26 plantas na área útil de
cada subparcela após a colheita do milho maduro. A altura da planta foi medida em apenas três
repetições, devido ao tombamento das plantas em algumas subparcelas de duas repetições,
causado pelas plantas daninhas. Como altura da planta, tomou-se a distância do nível do solo ao
ponto de inserção da lâmina foliar mais alta. Como altura da inserção da espiga considerou-se a
distância do nível do solo à base da espiga mais elevada.
26
3.5 Análise estatística dos dados
Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste
Tukey a 5% de probabilidade, utilizando-se o programa estatístico SISVAR desenvolvido pela
Universidade Federal de Lavras (FERREIRA, 2003). Os dados de notas e contagens foram
transformados em (x + 0,5)
1/2
, antes da análise estatística para ajuste à distribuição normal.
27
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
As análises de variância dos dados das características avaliadas estão apresentadas nas
Tabelas do Apêndice. De modo geral, a precisão experimental, avaliada pelo coeficiente de
variação experimental (CV) foi considerada boa, com valores, na maioria das vezes, inferiores a
22%.
4.1 Características das plantas daninhas
Vinte e sete espécies de plantas daninhas foram identificadas na área experimental
(Tabela 1). As gramineas, convolvuláceas e as rubiáceas foram as espécies mais freqüentes. Esse
número é maior que o observado por outros autores, em estudos similares realizados na área
(GOMES, 2005). O menor número de espécies de plantas daninhas foi atribuído por esse autor ao
cultivo intensivo (dois cultivos por ano, envolvendo gradagens e adubações) com milho na área
experimental por mais de dez anos, prevalecendo às espécies mais competitivas e adaptadas ao
sistema de manejo. No presente caso, a área em que foi realizado o experimento estava em
repouso havia pelo menos cinco anos. A composição e a densidade de espécies de plantas
daninhas variam muito e estão estreitamente associadas à história de cultivo da área (BUHLER,
1999). A massa da parte aérea das plantas daninhas, bem como a densidade e a diversidade
dessas plantas são menores nos cultivos convencionais (preparo do solo e altas doses de produtos
químicos), intermediárias nos sistemas de cultivo mínimo e maiores nos sistemas orgânicos
(MENALLED et al., 2001).
28
Tabela 1 - Plantas daninhas identificadas no experimento. Mossoró-RN, 2006.
Nome botânico Família Nome botânico Família
Alternanthera tenella Colla Amaranthaceae Ipomoea asarifolia (Desr. Roem. et
Schult.)
Convolvulaceae
Amaranthus viridis L. Amaranthaceae Ipomoea bahiensis Willd. ex
Roem.et Shult.
Convolvulaceae
Blainvillea latifolia (L. f.) DC. Compositae Macroptilum lathyroides (L.) Urban
Legum. Faboideae
Boerhavi difusa L. Nyctaginaceae Merremia aegyptia (L.) Urban Convolvulaceae
Cenchrus echinatus L. Gramineae Panicum maximum Jacq. Gramineae
Commelina benghalensis L. Commelinaceae Richardia grandiflora (Cham. et
Schlecht.) Steud.
Rubiaceae
Crotalaria retusa L. Legum.
Faboideae
Schrankia leptocarpa DC. Leg. Mimosoideae
Croton lobatus L. Euphorbiaceae Senna obtusifolia (L.) Irwin et
Barneby
Leg.
Caesalpinioideae
Cucumis anguria L. Cucurbitaceae Sida spinosa L. Malvaceae
Cyperus rotundus L. Cyperaceae Spermacoce vertillata L. [=Borreria
verticillata (L.) G. F. W. Meyer]
Rubiaceae
Dactyloctenium aegyptium
(L.) Beauv.
Gramineae Turnera ulmifolia L. Turneraceae
Digitaria sanguinalis (L.) Scop. Gramineae Trianthema portulacastrum L. Aizoaceae
Eragrostis ciliaris (L.) R. Br. Gramineae Waltheria indica L. Sterculiaceae
Euphorbia hirta L. Euphorbiaceae
O controle da S. Frugiperda não influenciou as massas fresca e seca de plantas daninhas
(Tabela 2). Parcelas capinadas e não capinadas não diferiram quanto à biomassa fresca, mas as
capinas determinaram menor massa seca. Diferentes espécies de plantas daninhas ocorrem em
diferentes parcelas (Silva et al., 2004b), isto é, a distribuição das espécies de plantas daninhas não
é uniforme na área experimental. Espécies diferentes de plantas daninhas devem conter teores de
umidade diferentes em seus tecidos. Tudo isso pode contribuir para explicar o efeito diferenciado
das capinas sobre as massas fresca e seca. Aliás, isso pode explicar também os valores um tanto
elevado para o CV, observados para essas características.
29
Tabela 2 - Massas fresca e seca das plantas daninhas ocorrentes em parcelas de milho, por
ocasião da colheita dos grãos, em resposta aos controles de plantas daninhas e da lagarta-do-
cartucho¹. Mossoró-RN, 2006.
Controle de plantas daninhas (capina aos
20 e aos 40 dias após o plantio)
Controle de plantas daninhas (capina aos 20 e
aos 40 dias após o plantio)
Com Sem Médias Com Sem Médias
Controle da lagarta-
do-cartucho
(produtos aplicados)
Massa fresca (g m
-2
) Massa seca (g m
-2
)
Água 1062,4 1652,6 1357,5 a 168,4 302,2 235,3 a
Deltamethrin 1865,2 1464,0 1664,6 a 251,6 287,6 269,6 a
Extrato de nim 1561,4 2051,2 1806,3 a 265,6 335,8 300,7 a
Óleo de nim 1180,2 1591,4 1385,8 a 224,6 288,6 256,6 a
Médias 1417,3 A
1689,8 A - 227,6 B 303,6 A -
CVa (%) 35,6 31,6
CVb (%) 33,3 34,0
¹ Médias seguidas pela mesma letra maiúscula, na linha, e minúscula, na coluna, não diferem entre si, a 5% de probabilidade, pelo teste de Tukey
4. 2 Danos causados pela lagarta-do-cartucho
As parcelas que não receberam inseticidas foram as que apresentaram maior proporção de
plantas atacadas pela lagarta-do-cartucho (Tabela 3). Além disso, tais plantas foram as que mais
danos sofreram com o ataque da referida praga (Tabela 3). Os inseticidas botânicos não diferiram
do inseticida químico quanto às duas características.
Tabela 3 - Percentagem de plantas de milho danificadas e notas de dano planta
-1
de milho,
provocado pelo ataque da lagarta-do-cartucho, aos 20 dias após o plantio¹. Mossoró-RN, 2006.
Controle da lagarta-
do-cartucho
(produtos aplicados)
Percentagem de plantas
danificadas (%)
Nota de danos (sem
transformação)
Notas de danos (dados
transformados)
80 b 1,8 b 1,5 b
51 a 0,8 a 1,2 a
56 a 1,1 a 1,3 ab
Água
Deltamethrin
Extrato de nim
Óleo de nim 65 ab 1,2 a 1,3 ab
CV a (%) 26,5 24,2 9,9
CV b (%) 24,3 35,0 13,4
¹ Médias seguidas pela mesma letra, na coluna, não diferem entre si, a 5% de probabilidade, pelo teste de Tukey
30
4.3 Produção das massas fresca e seca da planta de milho
O controle de S. Frugiperda dependeu do controle de plantas daninhas, no que se refere
à massa fresca da parte aérea do milho (Tabela 4). Nas parcelas capinadas, o deltamethrin
propiciou plantas com maior massa fresca, embora não tenha diferido dos inseticidas botânicos.
As parcelas capinadas apresentaram plantas com maior massa fresca do que as parcelas não-
capinadas. No que se refere à massa seca não houve interação controle da lagarta x controle das
plantas daninhas (Tabela 4). As ausências do controle da praga e do controle de plantas daninhas
determinaram plantas de milho com menor crescimento.
Tabela 4 - Massas fresca e seca da parte aérea da planta de milho em respostas aos controles de
plantas daninhas e da lagarta-do-cartucho¹. Mossoró-RN, 2006.
Controle de plantas daninhas (capina aos
20 e aos 40 dias após o plantio)
Controle de plantas daninhas (capina aos 20 e
aos 40 dias após o plantio)
Com Sem Médias Com Sem Médias
Controle da lagarta-
do-cartucho
(produtos aplicados)
Massa fresca (g planta
-1
) Massa seca (g planta
-1
)
Água 355,2 A a 263,5 B a 309,4 97,4 71,0 84,2 a
Deltamethrin 476,7 A b 291,2 B a 384,0 135,3 77,2 106,2 b
Extrato de nim 408,0 A ab 350,0 A a 379,0 125,9 94,4 110,1 b
Óleo de nim 419,5 A ab 324,7 B a 372,1 124,8 89,5 107,1 b
Médias 414,9 307,4 - 120,8 A 83,0 B -
CVa (%) 18,2 37,4
CVb (%) 13,8 16,8
¹ Médias seguidas pela mesma letra maiúscula, na linha, e minúscula, na coluna, não diferem entre si, a 5% de probabilidade, pelo teste de Tukey
Não houve efeito do controle da praga no peso da massa fresca do sistema radicular do
milho, mas o controle das plantas daninhas determinou plantas com sistema radicular mais
pesado (Tabela 5). Na massa seca das raízes, o efeito do controle da praga dependeu do controle
de plantas daninhas. Quando as plantas daninhas foram controladas, o controle da praga com
água (testemunha) reduziu a massa seca do sistema radicular do milho, mas nas parcelas sem
controle das plantas daninhas, não houve diferença entre os métodos de controles da lagarta,
quanto à massa seca do sistema radicular do milho (Tabela 5).
31
Tabela 5 - Massas fresca e seca da raiz da planta de milho em resposta aos controles de plantas
daninhas e da lagarta-do-cartucho¹. Mossoró-RN, 2006.
Controle de plantas daninhas (capina aos
20 e aos 40 dias após o plantio)
Controle de plantas daninhas (capina aos 20 e
aos 40 dias após o plantio)
Com Sem Médias Com Sem Médias
Controle da lagarta-
do-cartucho
(produtos aplicados)
Massa fresca da raiz (g planta
-1
) Massa seca da raiz (g planta
-1
)
Água 39,4 35,4 37,4 a 13,6 A a 13,3 A a 13,4
Deltamethrin 64,8 39,0 51,9 a 24,4 A ab
14,9 B a 19,6
Extrato de nim 56,1 45,6 50,8 a 26,0 A b 18,0 A a 22,0
Óleo de nim 56,7 48,6 52,7 a 22,9 A ab 18,0 A a 20,4
Médias 54,3 A 42,2 B - 21,7 16,0 -
CVa (%) 25,5 43,8
CVb (%) 30,4 37,2
¹ Médias seguidas pela mesma letra maiúscula, na linha, e minúscula, na coluna, não diferem entre si, a 5% de probabilidade, pelo teste de Tukey
4.4 Comprimento e diâmetro do entrenó
Não houve efeitos do controle de plantas daninhas (CPD) nem do controle da lagarta-
do-cartucho (CLC) sobre o comprimento médio do entrenó (Tabela 6), o que concorda com
outros autores (GOMES 2005). No diâmetro do entrenó houve efeito dos dois tipos de
tratamentos, mas tais efeitos foram independentes (Tabela 6). As plantas das parcelas capinadas
apresentaram o entrenó médio com maior diâmetro, discordando dos resultados encontrados por
Gomes (2005). No que se refere ao controle da lagarta-do-cartucho, o tratamento com óleo de
nim na concentração de 0,5% foi o que determinou maior diâmetro do entrenó, não diferindo dos
tratamentos com deltametrhin e extrato de nim. Não foram encontrados na literatura consulta,
trabalhos relatando a influência do controle da lagarta-do-cartucho no comprimento e diâmetro
do entrenó.
32
Tabela 6 - Comprimento e diâmetro dos entrenós de plantas de milho em resposta controles de
plantas daninhas e da lagarta-do-cartucho¹. Mossoró-RN, 2006.
Controle de plantas daninhas (capina aos
20 e aos 40 dias após o plantio)
Controle de plantas daninhas (capina aos 20 e
aos 40 dias após o plantio)
Com Sem Médias Com Sem Médias
Controle da lagarta-
do-cartucho
(produtos aplicados)
Comprimento do entrenó (cm planta
-1
) Diâmetro do entrenó (cm planta
-1
)
Água 14,0 13,7 13,9 a 1,5 1,3 1,4 a
Deltamethrin 13,5 14,4 14,0 a 1,7 1,4 1,5 ab
Extrato de nim 13,5 14,9 14,2 a 1,6 1,4 1,5 ab
Óleo de nim 13,7 14,6 14,1 a 1,7 1,4 1,6 b
Médias 13,7 A 14,4 A - 1,6 A 1,4 B -
CVa (%) 8,4 6,8
CVb (%) 9,5 9,9
¹ Médias seguidas pela mesma letra maiúscula, na linha, e minúscula, na coluna, não diferem entre si, a 5% de probabilidade, pelo teste de Tukey
4.5 Alturas da planta e da inserção da espiga
Não houve efeito do controle de plantas daninhas e da lagarta-do-cartucho sobre a altura
da planta bem como sobre a altura da inserção da espiga (Tabela 7). Os resultados encontrados
nesse experimento concordam com os resultados encontrados por Gomes (2005) e discordam
com os encontrados por Rossi et al. (1996) que verificaram redução na altura da inserção da
espiga devido à presença de plantas daninhas.
Tabela 7 - Altura da planta e altura da inserção da espiga das plantas de milho em resposta aos
controles de plantas daninhas e da lagarta-do-cartucho¹. Mossoró-RN, 2006.
Controle de plantas daninhas (capina aos
20 e aos 40 dias após o plantio)
Controle de plantas daninhas (capina aos 20 e
aos 40 dias após o plantio)
Com Sem Médias Com Sem Médias
Controle da lagarta-
do-cartucho
(produtos aplicados)
Altura da planta (cm planta
-1
) Altura da inserção da espiga (cm planta
-1
)
Água 185,3 165,7 175,5 a 107,3 101,8 104,6 a
Deltamethrin 186,6 168,3 177,5 a 103,5 104,8 104,2 a
Extrato de nim 185,9 166,3 176,2 a 105,4 104,3 104,9 a
Óleo de nim 186,8 174,4 180,5 a 103,8 102,4 103,2 a
Médias 186,2 A 168,7 A 105,0 A 103,4 A -
CVa (%) 7,8 9,9
CVb (%) 5,6 7,4
¹ Médias seguidas pela mesma letra maiúscula, na linha, e minúscula, na coluna, não diferem entre si, a 5% de probabilidade, pelo teste de Tukey
33
4.6 Características foliares
Plantas tratadas com óleo de nim apresentram maior área foliar não diferindo dos
tratametos com deltamethrin e extrato de nim. A presença de plantas daninhas nas parcelas,
também, reduziu a área foliar média das plantas de milho (Tabela 8). Redução na área foliar do
milho, devido a presença de plantas daninhas também foi observado por outros autores (SILVA
et al., 2004a; GOMES, 2005).
Tabela 8 - Área das folhas de plantas de milho obtidas no cultivo de milho em resposta aos
controles de plantas daninhas e da lagarta-do-cartucho¹. Mossoró-RN, 2006.
Controle de plantas daninhas (capina aos 20 e aos 40 dias após o plantio)
Com Sem Médias
Controle da lagarta-do-
cartucho
(produtos aplicados)
Área foliar (cm planta
-1
)
Água 4658,3 2799,0 3728,6 a
Deltamethrin 5250,7 3628,4 4439,5 ab
Extrato de nim 4760,7 3377,8 4069,3 ab
Óleo de nim 5286,4 3717,2 4501,8 b
Médias 4989,0 A 3380,6 B -
CVa (%) 10,2
CVb (%) 14,0
¹ Médias seguidas pela mesma letra maiúscula, na linha, e minúscula, na coluna, não diferem entre si, a 5% de probabilidade, pelo teste de Tukey
O controle de plantas daninhas influenciou de modo semelhante o comprimento e a
largura da folha (Tabela 9). Os resultados obtidos nesse estudo, quanto ao comprimento médio
das folhas, concordam com os encontrados por Gomes (2005) e discordam do referido autor
quanto a largura média das folhas. Quanto ao controle da lagarta-do- cartucho, apenas à largura
da folha foi afetada (Tabela 9). Maior largura de folha foi observado, no tratamento com óleo de
nim, que diferiu da testemunha, porém não diferiu dos demais tratamentos.
34
Tabela 9 - Comprimento da folha e largura da folha das plantas de milho em resposta aos
controles de plantas daninhas e da lagarta-do-cartucho¹. Mossoró-RN, 2006.
Controle de plantas daninhas (capina aos
20 e aos 40 dias após o plantio)
Controle de plantas daninhas (capina aos 20 e
aos 40 dias após o plantio)
Com Sem Médias Com Sem Médias
Controle da lagarta-
do-cartucho
(produtos aplicados)
Comprimento da folha (cm planta
-1
) Largura da folha (cm planta
-1
)
Água 79,8 69,0 74,4 a 8,3 7,0 7,6 a
Deltamethrin 81,1 74,3 77,7 a 8,9 7,6 8,2 ab
Extrato de nim 80,8 72,9 76,9 a 8,6 7,8 8,2 ab
Óleo de nim 82,2 70,9 77,2 a 8,9 8,0 8,5 b
Médias 81,0 A 71,9 B - 8,7 A 7,6 B -
CVa (%) 5,0 5,2
CVb (%) 5,6 7,9
¹ Médias seguidas pela mesma letra maiúscula, na linha, e minúscula, na coluna, não diferem entre si, a 5% de probabilidade, pelo teste de Tukey
4.7 Rendimento de espigas verdes
Os efeitos dos dois grupos de tratamentos foram semelhantes em todas as características
avaliadoras para o rendimento de espigas verdes (Tabela 10). Nas características avaliadas,
excetuando a massa de espigas verdes despalhadas comercializáveis, não houve diferenças entre
tratamentos de controle da lagarta, quando as parcelas foram capinadas. Quando as parcelas não
foram capinadas, as plantas que receberam pulverização de água produziram menos. Em alguns
casos, elas não diferiram das parcelas em que as plantas receberam pulverização com o óleo da
nim. Na maioria dos casos, parcelas capinadas produziram mais que parcelas não capinadas, em
todos os tratamentos de controle da lagarta. Para a massa de espigas verdes despalhadas
comercializáveis, o extrato da nim propiciou o melhor resultado, com e sem capina. A
pulverização com deltamethrim também propiciou bons resultados, nessa característica, nas
parcelas capinadas, apresentado efeito equivalente ao extrato foliar de nim. A presença de
plantas daninhas reduziu todas as caracteristicas avaliadoras no rendimento de milho verde
(Tabela 10). Outros autores (Silva et al., 2004a; Gomes, 2005) também verificaram redução no
rendimento de milho verde em conseqüência da competição do milho com plantas daninhas.
35
Tabela 10 - Rendimento de espigas verdes em respostas aos controles de plantas daninhas e da
lagarta-do-cartucho¹. Mossoró-RN, 2003.
Controle de plantas daninhas (capina aos 20 e
aos 40 dias após o plantio)
Controle de plantas daninhas (capina aos 20
e aos 40 dias após o plantio)
Com Sem dias
Com Sem Médias
Controle da
lagarta-do-
cartucho
(produtos
aplicados)
Número total de espigas verdes (kg ha
-1
)
Massa total de espigas verdes (kg ha
-1
)
Água 51871,2 A a 37661,2 B a 44766,2
15359,1 A a 7558,6 B a 11458,8
Deltamethrin 51270,8 A a 49563,8 A b 50417,3
17422,4 A a 11542,2 B b 14482,3
Extrato de nim 49993,0 A a 49214,8 A b 49603,9
16771,6 A a 12237,3 B b 14504,4
Óleo de nim 51175,4 A a 38489,0 B b 44832,2
16311,2 A a 10144,2 B ab 13227,7
Médias 51077,6 43732,2 -
16466,1
10370,6 -
CVa (%) 10,78 9,32
CVb (%) 10,94 13,63
Número de espigas verdes empalhadas
comercializáveis (kg ha
-1
)
Massa de espigas verdes empalhadas
comercializáveis (kg ha
-1
)
Água 45024,4 A a
22016,0 B a 33520,2
14554,2 A a 5663,8 B a 10109,0
Deltamethrin 46898,2 A a 34778,6 B b 40838,2
16954,1 A a 9778,3 B b 13366,2
Extrato de nim 46550,0 A a 39377,8 A b 42963,9
16332,5 A a 11148,2 B b 13740,3
Óleo de nim 47004,4 A a 32040,6 B ab 39522,5
15863,1 A a 7607,5 B ab
11735,3
Médias 46369,2 32053,1 -
15926,0 8549,4 -
CVa (%) 10,7 17,5
CVb (%) 14,9 17,6
Número de espigas verdes despalhadas
comercializáveis (kg ha
-1
)
Massa de espigas verdes despalhadas
comercializáveis (kg ha
-1
)
Água 37725,6 A a 15173,0 B a 26449,3
8200,0 A a 3301,5 B a 5750,8
Deltamethrin 41020,9 A a 22610,0 B b 31815,8
9782,3 A b 4429,1 B ab 7105,7
Extrato de nim 41166,6 A a 26463,2 B b 33814,9
8998,2 A b 5396,4 B b 7193,3
Óleo de nim 41078,0 A a 20701,6 B ab 30889,8
8906,7 A ab 3397,6 B a 6152,1
Médias 40247,7 21237,1 -
8971,8 4131,1 -
CVa (%) 13,6 12,0
CVb (%) 13,3 11,0
¹ Médias seguidas pela mesma letra maiúscula, na linha, e minúscula, na coluna, não diferem entre si, a 5% de probabilidade, pelo teste de Tukey
4.8 Rendimento de grãos e seus componentes
Não houve efeito da interação controles de plantas daninhas x controles da lagarta-do-
cartucho nas massas fresca e seca da palha da espiga (Tabela 11). Nas duas características, as
capinas e a pulverização com extrato de nim propiciou os melhores resultados. Nada foi
encontrado na literatura consultada no que se refere aos efeitos dos tratamentos estudados no
presente trabalho sobre essas características.
36
Tabela 11 - Massas fresca e seca das palhas da espiga de milho em resposta aos controles de
plantas daninhas e da lagarta-do-cartucho¹. Mossoró-RN, 2006.
Controle de plantas daninhas (capina aos
20 e aos 40 dias após o plantio)
Controle de plantas daninhas (capina aos 20 e
aos 40 dias após o plantio)
Com Sem Médias Com Sem Médias
Controle da lagarta-
do-cartucho
(produtos aplicados)
Massa fresca da palha (kg ha
-1
) Massa seca da palha (kg ha
-1
)
Água 1028,6 657,3 842,9 ab 927,2 593,8 760,5 ab
Deltamethrin 1125,3 721,4 923,4 ab 1016,6 651,1 833,9 ab
Extrato de nim 1213,4 692,2 952,8 b 1093,3 626,1 859,7 b
Óleo de nim 990,4 481,0 735,7 a 889,8 434,0 661,9 a
Médias 1089,4 A 638,0 B - 981,7 A 576,2 B -
CVa (%) 19,1 19,7
CVb (%) 19,9 20,0
¹ Médias seguidas pela mesma letra maiúscula, na linha, e minúscula, na coluna, não diferem entre si, a 5% de probabilidade, pelo teste de Tukey
Parcelas capinadas produziram sabugos com maiores massas fresca e seca, que parcelas
não-capinadas. Não houve diferenças significativas entre tratamentos aplicados no controle da
lagarta-do-cartucho no que se refere a essas características (Tabela 12).
Tabela 12 - Massas fresca e seca do sabugo do milho em resposta aos controles de plantas
daninhas e da lagarta-do-cartucho¹. Mossoró-RN, 2006.
Controle de plantas daninhas (capina aos
20 e aos 40 dias após o plantio)
Controle de plantas daninhas (capina aos 20 e
aos 40 dias após o plantio)
Com Sem Médias Com Sem Médias
Controle da lagarta-
do-cartucho
(produtos aplicados)
Massa fresca do sabugo (kg ha
-1
) Massa seca do sabugo (kg ha
-1
)
Água 2096,7 1145,3 1621,0 a 1889,2 1044,9 1467,0 a
Deltamethrin 2002,1 1081,3 1541,8 a 1788,5 985,4 1387,0 a
Extrato de nim 2314,7 1288,9 1801,8 a 2086,3 1175,0 1630,6 a
Óleo de nim 1990,4 1062,0 1526,2 a 1792,5 968,1 1380,3 a
Médias 2100,9 A 1144,4 B - 1889,1 A 1043,4 B
-
CVa (%) 21,1 22,1
CVb (%) 21,9 21,3
¹ Médias seguidas pela mesma letra maiúscula, na linha, e minúscula, na coluna, não diferem entre si, a 5% de probabilidade, pelo teste de Tukey
Houve efeito do controle de plantas daninhas (CPD) sobre o rendimento de grãos e seus
componentes (número de grãos espiga
-1
e peso de 100 grãos) e sobre características da espiga
(número de fileiras de grãos, comprimento e diâmetro) (Tabela 13). O efeito do controle da
lagarta (CL) ocorreu apenas no rendimento de grãos e comprimento da espiga e a interação CPD
x CL existiu apenas no rendimento de grãos e comprimento da espiga (Tabela 13). Como
aconteceu com a maioria das características avaliadoras do rendimento de milho verde, somente
houve efeito do controle da praga nas parcelas não-capinadas. O uso do deltramethrin propiciou o
maior rendimento de grãos e as diferenças de rendimento entre tratamentos de controle da praga
37
resultaram de diferenças no número de espigas ha
-1
(estimado com base no rendimento de espigas
verdes), desde que os outros dois componentes do rendimento não foram influenciados pelas
pulverizações. Quanto ao controle das plantas daninhas, a redução do rendimento de grãos foi
devida à redução nos três componentes do rendimento.
A redução do rendimento de grãos do milho, devido à presença de plantas daninhas, é
atribuída à competição da cultura com plantas daninhas por nutrientes, água e luz (FANCELLI &
DOURADO NETO, 2000). A concorrência das plantas daninhas em nutrientes é um fator que
reduz a produção, simplesmente pelo fato de que elas diminuem as quantidades disponíveis para
as plantas de milho (ALCÂNTARA, 1980). A remoção de nutrientes pelas plantas daninhas tem
um impacto sobre a disponibilidade de nutrientes para a cultura, afetando, dessa maneira o
acumulo de matéria seca (Screenivas & Satyanarayana, 1996), conforme verificado neste
trabalho (Tabela 4). Os sintomas de deficiência de nitrogênio se desenvolvem mais cedo em
milho infestado com plantas daninhas do que em milho conservado livre do mato-competição
(RAJCAN & SWANTON, 2001). Reduções na produção de milho são menores sob altas doses
de nitrogênio do que sob baixas dosagens. Tollenaar et al. (1997) verificaram que, sob condições
limitadas de nitrogênio, a produção de milho foi reduzida devido às plantas daninhas em 47%.
Sob altos níveis de N a redução foi apenas de 14%. Mas outros fatores devem estar envolvidos
na redução do rendimento de grãos do milho, devido à competição com plantas daninhas.
38
Tabela 13 - Rendimento de grãos do milho e características de seus componentes em resposta
aos controles de plantas daninhas e da lagarta-do-cartucho¹. Mossoró-RN, 2003.
Controle de plantas daninhas (capina aos 20
e aos 40 dias após o plantio)
Controle de plantas daninhas (capina aos 20
e aos 40 dias após o plantio)
Com Sem Médias
Com Sem Médias
Controle da lagarta-
do-cartucho
(produtos aplicados)
Rendimento de grãos (kg ha
-1
)
Número de grãos espiga
-1
Água 8702,0 A a 3204,0 B a 5953,0
507,0 298,8 402,9 a
Deltamethrin 8953,8 A a 5540,6 B b 7247,2
545,0 352,8 448,9 a
Extrato de nim 9986,8 A a 3510,4 B a 6748,6
541,6 371,4 456,5 a
Óleo de nim 9180,2 A a 4003,6 B ab 6591,9
503,8 361,0 432,4 a
MÉDIAS 9205,7 4064,6 -
524,3 A 346,0 B -
CVa (%) 15,1 21,0
CVb (%) 13,9 16,6
Peso de 100 grãos (g)
Número de fileiras de grãos espiga
-1
Água 37,2 22,2 29,7 a
15,4 13,8 14,6 a
Deltamethrin 35,0 26,0 30,5 a
15,2 14,2 14,7 a
Extrato de nim 37,6 23,2 30,4 a
15,4 14,2 14,8 a
Óleo de nim 36,0 22,8 29,4 a
15,2 14,0 14,6 a
MÉDIAS 36,4 A 23,5 B -
15,3 A 14,0 B -
CVa (%) 15,9 6,1
CVb (%) 11,8 5,6
Diâmetro da espiga (cm)
Comprimento da espiga (cm)
Água 51,4 40,0 45,70 a
15,8 A a 11,2 B a 13,5
Deltamethrin 51,0 44,0 47,50 a
15,6 A a 14,0 B b 14,8
Extrato de nim 52,6 43,6 48,10 a
16,4 A a 12,4 B ab 14,4
Óleo de nim 51,2 41,4 46,30 a
16,0 A a 12,0 B a 14,0
MÉDIAS 51,5 A 42,2 B -
15,95 12,40 -
CVa (%) 11,1 9,9
CVb (%) 6,5 7,8
¹ Médias seguidas pela mesma letra maiúscula, na linha, e minúscula, na coluna, não diferem entre si, a 5% de probabilidade, pelo teste de Tukey
Thomas & Allison (1975) verificaram que o sistema radicular do milho tornou-se menos
desenvolvido em presença de plantas daninhas. Assim, um menor sistema radicular é menos
eficiente em absorver nutrientes. No presente trabalho, as plantas daninhas reduziram o sistema
radicular das plantas de milho (Tabela 5), o que sugere que a redução em outras características
como área foliar (Tabela 8) e matéria seca da planta (Tabela 4) possam também estar associadas
à redução do sistema radicular.
Quando infestada por plantas invasoras, a cultura do milho desenvolve sintomas de
estresse mais cedo devido à falta de água, do que quando o milho é cultivado livre de mato
(YOUNG et al., 1984; TOLLENAAR et al., 1997). Todavia, destaca-se que não tem diferença
entre conteúdo de água no solo em milho com e sem plantas daninhas (YOUNG et al., 1984;
TOLLENAAR et al., 1997). Thomas & Allison (1975) verificaram que o conteúdo de água em
parcelas de milho infestado com plantas daninhas foi maior do que em parcelas sem plantas
39
daninhas. Em presença de plantas daninhas, o desenvolvimento de sintomas de estresse hídrico
pode não ser causado por indisponibilidade de água, mas por uma habilidade reduzida do sistema
radicular em absorver água. Outra possibilidade é que as raízes das plantas daninhas contenham
exudados tóxicos que podem inibir o desenvolvimento das raízes em milho (RAJCAN &
SWANTON, 2001).
Quanto à competição por luz, dois componentes estão envolvidos: a quantidade e
qualidade da luz. O componente quantitativo determina a atividade fotossintética, enquanto a
qualidade da luz influência a morfologia da planta. Uma importante característica em milho é
que a maior parte da luz é interceptada pelas folhas jovens e mais eficientes, localizadas acima
da espiga; menos de 10% da densidade do fluxo de fótons (DFF) alcança as folhas abaixo de 1
m. Por outro lado, a maior parte das plantas daninhas desenvolve-se abaixo de 1 m. O milho é
considerado um ótimo competidor com plantas de menor porte, assim, a competição entre milho
e plantas daninhas pela DFF incidente é relativamente pequena. No entanto, nas fases iniciais de
seu desenvolvimento, o milho, não apresenta adequada cobertura do solo, nessa fase, as espécies
daninhas que se desenvolvem entre as fileiras do milho recebem radiação e crescem com maior
facilidade (SILVA et al., 2004c). Existem também casos de competição de algumas espécies de
plantas daninhas com o milho, principalmente por luz, nos estádios mais avançado de
crescimento da cultura, como é o caso da Jitirana (Merremia aegyptia (L.) Urban). Essa espécie
forrageira, quando adulta, produz muitas ramas “trepadeiras”, predominando sobre a cultura,
provocando sombreamento e acamamento da planta de milho, conforme observado nesse
trabalho. Em campos de milho livre de plantas daninhas, as folhas acima da espiga favorecem o
sombreamento das folhas inferiores, e também mais velhas. Conseqüentemente, a taxa
fotossintética delas é menor do que as taxas observadas nas folhas superiores. As baixas
produções de milho, devidas à competição com plantas daninhas pela DFF não podem ser
explicadas por taxas reduzidas de fotossíntese em folhas que são sombreadas por plantas
daninhas. A competição exercida por plantas daninhas, podem também reduzir o índice de área
foliar (IAF) das espécies cultivadas e afetar diretamente a produção. O índice de área foliar
define a habilidade da planta em interceptar o DFF incidente e é um fator importante que
determina a matéria seca acumulada. Tem sido verificado (Tollenaar et al., 1994) que a alta
competição de plantas daninhas reduziu o IAF em milho e o estádio de florescimento em 15%.
Assim, a perda de produção de grãos, resultante da competição por luz, é melhor explicada pela
40
redução do IAF do que pela menor taxa fotossintética em folhas sombreadas (RAJCAN &
SWANTON, 2001). Realmente, a competição das plantas daninhas com a cultura do milho
reduziu área foliar do milho conforme verificado nesse trabalho (Tabela 8).
Plantas que crescem debaixo ou dentro do dossel de outras culturas não somente estão
expostas a uma quantidade reduzida de DFF, mas também elas recebem uma qualidade de luz
diferente daquelas recebidas pelas que crescem a pleno sol. A luz no interior da copa é rica em
radiação distante-vermelho, DV (730 a 740 nm). Isto é causado pela seletiva absorção da luz
vermelha, V (660-670 nm) pelos pigmentos fotossintéticos e reflexão da luz DV pelas folhas
verdes. Isto faz com que a relação distante-vermelho/vermelho (VD/V) seja maior na porção
inferior do que na porção superior da copa. A razão VD/V desempenha um papel importante na
indução de muitas mudanças morfológicas na arquitetura da planta (alongamento do caule,
dominância apical, redução da ramificação, folhas mais finas, distribuição da área foliar, etc.)
(SALISBURY & ROSS, 1991). Conseqüentemente, plantas que se desenvolvem em luz rica com
radiação DV tendem a ter arquitetura diferente daquelas plantas que crescem em completa luz do
sol. Plantas sombreadas tendem a alocar mais área foliar na porção superior da copa onde mais
luz está disponível, enquanto plantas cultivadas em completa luz do sol têm uma distribuição de
área foliar mais piramidal, que limita o sombreamento das folhas inferiores pelas superiores. A
competição por água, nutriente e luz é difícil de ser separadas, já que esses recursos estão
interligados, pois a deficiência em um deles afeta a capacidade competitiva das espécies
cultivadas pelos demais (SILVA et al., 2004c).
Em muitas características, o controle da praga somente ocorreu em parcelas não-
capinadas. Isto é, nessas características houve efeito da interação controle de plantas daninhas x
controle da praga. Possivelmente, as plantas daninhas podem servir de abrigo para a praga
principalmente nas parcelas não-capinadas. De acordo com Tindall et al. (2005), aumento na
densidade de planta daninha leva ao aumento na população da praga, e conseqüentemente maior
danos à cultura. Alternativamente, os danos das pragas e patógeno reduzem o vigor da cultura,
tornando-a mais suscetível à infestação da erva daninha (NORRIS & KOGAN, 2000). As pragas
devem ter efeito negativo também nas parcelas capinadas especialmente em grandes infestações.
No presente trabalho essa diferença de infestação pela praga não foi avaliada. A falta de controle
da praga reduziu algumas características e isso deve ter sido devido a dois fatores: Maior
proporção de plantas atacadas e maiores danos a essas plantas.
41
5. CONCLUSÕES
a) A falta de controle das plantas daninhas (27 espécies predominantes) reduziram os
rendimentos de espigas verdes e de grãos e a maioria das outras características avaliadas;
b) A lagarta-do-cartucho afetou mais as plantas de milho na ausência do controle de plantas
daninhas;
c) Na ausência de capinas, freqüentemente, a pulverização com água foi equivalente à
pulverização com óleo de nim. Os tratamentos com extrato de nim e com deltamethrin foram
equivalentes e propiciaram os maiores rendimentos de espigas verdes. O controle da lagarta-do-
cartucho com deltamethrin propiciou o melhor rendimento de grãos.
42
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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49
Apêndice
50
APÊNDICE – ANÁLISES DE VARIÂNCIA
Tabela 1A - Resumo da análise de variância das massas fresca e seca das plantas daninhas e
massas fresca e seca da parte aérea das plantas de milho em resposta aos controles de plantas
daninhas e da lagarta-do-cartucho. Mossoró-RN, 2006.
Quadrados médios
Fonte de variação Graus de
liberdade
Biomassa fresca
das plantas
daninhas (g m
-2
)
Biomassa seca das
plantas daninhas
(g m
-2
)
Biomassa fresca
da parte aérea do
milho (g planta
-1
)
Biomassa seca da
parte aérea do
milho (g planta
-1
)
Blocos 4 339945,5
ns
6414,2
ns
16919,9
ns
1691,8
ns
Capina (C) 1 742562,5
ns
57760,0* 115562,5 ** 14304,3 *
Resíduo (a) 4 306322,3 7052,9 4338,4 1451,7
Produtos (P) 3 475967,8
ns
7490,3
ns
12139,5 ** 1419,2 **
Interação C x P 3 517718,3
ns
4265,4
ns
7454,1 ** 487,5
ns
Resíduo (b) 24 267161,7 165,1 2495,4 293,0
ns: Não-significativo a 5% de probabilidade pelo Teste F
* e **: Significativos a 5% e 1% de probabilidade pelo Teste F, respectivamente.
Tabela 2A - Resumo da análise de variância das massas fresca e seca da raiz e das palhas das
espigas das plantas de milho em resposta aos controles de plantas daninhas e da lagarta-do-
cartucho. Mossoró-RN, 2006.
Quadrados médios
Fonte de variação
Graus de
liberdade
Biomassa fresca
da raiz (g planta
1
)
Biomassa seca da
raiz (g planta
-1
)
Biomassa fresca
das palhas da
espiga (kg ha
-1
)
Biomassa seca das
palhas das espigas
(kg ha
-1
)
Blocos 4 438,2
ns
63,0
ns
70652,1
ns
59608,6
ns
Capina (C) 1 1464,0 * 320,2
ns
2038043,1 ** 1644444,4 **
Resíduo (a) 4 151,7 68,5 27291,1 23527,1
Produtos (P) 3 522,4
ns
141,2
ns
94387,1 * 78574,5 *
Interação C x P 3 227,2
ns
41,8
ns
14097,7
ns
10949,6
ns
Resíduo (b) 24 215,5 49,4 29506,3 24298,6
ns: Não-significativo a 5% de probabilidade pelo Teste F
* : Significativos a 5% de probabilidade pelo Teste F
51
Tabela 3A - Resumo da análise de variância das massas fresca e seca do sabugo, alturas da planta
e da inserção da espiga do milho em resposta aos controles de plantas daninhas e da lagarta-do-
cartucho. Mossoró-RN, 2006.
Quadrados médios
Fonte de variação
Graus de
liberdade
Biomassa fresca do
sabugo (kg ha
-1
)
Biomassa seca do
sabugo (kg ha
-1
)
Altura da planta
(cm planta
-1
)
Altura da inserção
(cm)
Blocos 4 104671,8
ns
81078,5
ns
110,5
ns
245,0
ns
Capina (C) 1 9150912,1 ** 7153302,7 ** 1836,5
ns
24,8
ns
Resíduo (a) 4 117527,4 104645,7 191,1 107,0
Produtos (P) 3 159910,0
ns
135661,1
ns
30,8
ns
5,2
ns
Interação C x P 3 5741,4
ns
5471,2
ns
18,2
ns
20,5
ns
Resíduo (b) 24 126013,2 97731,6 97,3 60,0
ns: Não-significativo a 5% de probabilidade pelo Teste F
**: Significativos a 1% de probabilidade pelo Teste F, respectivamente.
Tabela 4A - Resumo da análise de variância para comprimento e diâmetro do entrenó,
comprimento da folha, largura da folha e área foliar das plantas das plantas de milho em resposta
aos controles de plantas daninhas e da lagarta-do-cartucho. Mossoró-RN, 2006.
Quadrados médios
Fonte de variação Graus de
liberdade
Comprimento
do entrenó (cm)
Diâmetro do
entrenó (cm)
Comprimento
da folha (cm)
Largura da
folha (cm)
Área foliar (cm)
Blocos 4 2,66
ns
0,010
ns
25,83
ns
0,64
ns
828392,3
ns
Capina (C) 1 5,08
ns
0,401 ** 811,77 ** 11,25 ** 25870052,4 **
Resíduo (a) 4 1,38 0,010 14,32 0,18 183513,3
Produtos (P) 3 0,17
ns
0,067 * 21,47
ns
1,27 * 1289391,0 *
Interação C x P 3 1,38
ns
0,003
ns
10,38
ns
0,03
ns
96278,7
ns
Resíduo (b) 23 1,79 0,021 18,07 0,41 345010,3
ns: Não-significativo a 5% de probabilidade pelo Teste F
* e **: Significativos a 5% e 1% de probabilidade pelo Teste F, respectivamente.
Tabela 5A - Resumo da análise de variância para percentagem de plantas danificadas e nota de
danos da lagarta-do-cartucho em resposta aos controles da lagarta-do-cartucho. Mossoró-RN,
2006.
Quadrados médios
Fonte de variação Graus de
liberdade
Percentagem de plantas
danificadas
Nota de danos (dados
transformados)
Nota de danos (dados
sem transformação)
Blocos 4 721,25* 0,06 * 0,37 *
Tratamentos (P) 7 912,86 ** 0,08 ** 0,58 **
Resíduo 27 244,11 0,01 0,11
ns: Não-significativo a 5% de probabilidade pelo Teste F
* e **: Significativos a 5% e 1% de probabilidade pelo Teste F, respectivamente.
52
Tabela 6A - Resumo da análise de variância para rendimento de grãos, número de grãos, peso de
100 grãos em gramas, número de fileiras de grãos, diâmetro e comprimento da espiga em
resposta aos controles de plantas daninhas e da lagarta-do-cartucho. Mossoró-RN, 2006.
ns: Não-significativo a 5% de probabilidade pelo Teste F
* e **: Significativos a 5% e 1% de probabilidade pelo Teste F, respectivamente.
Tabela 7A - Resumo da análise de variância para número total de espigas verdes, número de
espigas empalhadas comercializáveis, número de espigas despalhadas e número de espigas
despalhadas comercializáveis em resposta aos controles de plantas daninhas e da lagarta-do-
cartucho. Mossoró-RN, 2006.
Quadrados médios
Fonte de
variação
Graus de
liberdade
Número total de
espigas verdes ha
-1
Número de espigas
empalhadas
comercializáveis ha
-1
Número de espigas
despalhadas
comercializáveis ha
-1
Blocos 4 14553960,0
ns
30417255,5
ns
52006023,2
ns
Capina (C) 1 539453525,6 ** 2049507190,0 ** 3614029120,0 **
Resíduo (a) 4 26134518,6 17739814,0 17492806,0
Produtos (P) 3 105249707,0 * 164047583,2 ** 96816260,6 **
Interação C x P 3 109008114,5 * 109861464,2 * 27769888,2
ns
Resíduo (b) 24 26914474,3 34231952,1 16649330,6
ns: Não-significativo a 5% de probabilidade pelo Teste F
* e **: Significativos a 5% e 1% de probabilidade pelo Teste F, respectivamente.
Quadrados médios
Fonte de
variação
Graus de
liberdade
Rendimento de
grãos ha
-1
Número de
grãos espiga
-1
Peso de 100
grãos (g)
Número de
fileiras de
grãos espiga
-1
Diâmetro
da espiga
(cm)
Comprimento
da espiga
(cm)
Blocos 4 1745461,3
ns
2150,5
ns
19,6
ns
0,78
ns
6,5
ns
1,03
ns
Capina (C) 1 264303951,0 ** 318087,2 ** 1664,1 ** 15,62 ** 864,9 ** 126,02 **
Resíduo (a) 4 1009175,5 8331,4 22,7 0,81 27,0 1,96
Produtos (P) 3 2848917,6 * 5641,7
ns
2,9
ns
0,09
ns
12,0
ns
3,09
ns
Interação C x P 3 4081085,3 ** 2010,9
ns
18,3
ns
0,15
ns
8,4
ns
4,42 *
Resíduo (b) 24 849755,5 5216,4 12,5 0,66 9,3 1,21
53
Tabela 8A - Resumo da análise de variância para massa total de espigas verdes, massa de espigas
empalhadas comercializáveis, massa de espigas despalhadas e massa de espigas despalhadas
comercializáveis em resposta aos controles de plantas daninhas e da lagarta-do-cartucho.
Mossoró-RN, 2006
Quadrados médios
Fonte de
variação
Graus de
liberdade
Massa total de
espigas verdes (kg ha
-1
)
Massa de espigas
empalhadas
comercializáveis (kg
ha
-1
)
Massa de espigas
despalhadas
comercializáveis (kg
ha
-1
)
Blocos 4 4157249,5
ns
12286181,4
ns
2972555,1
ns
Capina (C) 1 371548093,8 ** 544133718,8 ** 234321005,7 **
Resíduo (a) 4 1563790,0 4605138,9 612857,0
Produtos (P) 3 20625198,0 ** 27717243,4 ** 5082830,5 **
Interação C x P 3 4496242,9
ns
6592089,9
ns
1873010,5 *
Resíduo (b) 24 3344829,0 4659814,2 524291,4
ns: Não-significativo a 5% de probabilidade pelo Teste F
**: Significativos a 1% de probabilidade pelo Teste F, respectivamente.
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