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Universidade Federal de Ouro Preto
Programa de Pós-Graduação Engenharia Ambiental
Mestrado em Engenharia Ambiental
Fernanda Fernandes Heleno
DESENVOLVIMENTO, OTIMIZAÇÃO E VALIDAÇÃO DE METODOLOGIAS
ANALÍTICAS (HS-GC-FID, HS-GC-MS E HS-SPME-GC-MS) PARA
DETERMINAÇÃO DE BTEX EM MATRIZES AQUOSAS AMBIENTAIS
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação
em Engenharia Ambiental, Universidade Federal de Ouro
Preto, como parte dos requisitos necessários para a
obtenção do título: “Mestre em Engenharia Ambiental
Área de Concentração: Saneamento Ambiental”
Orientador: Prof. Dr. Maurício Xavier Coutrim
Ouro Preto, MG
2009
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Catalogação:
H366d Heleno, Fernanda Fernandes.
Desenvolvimento, otimização e validação de metodologias analíticas
(HS-GC-FID, HS-GC-MS e HS-SPME-GC-MS) para determinação de BTEX
em matrizes aquosas ambientais [manuscrito] / Fernanda Fernandes Heleno. -
2009.
xiv, 94f. : il., color; tabs.
Orientador: Prof. Dr. Maurício Xavier Coutrim.
Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal de Ouro Preto.
Instituto de Ciências Exatas e Biológicas. Mestrado em Engenharia
Ambiental.
Área de concentração: Saneamento Ambiental.
1. Água - Análise -Teses. 2. Hidrodestilação e microextração em fase lida
(SPME) - Teses. 3. Compostos orgânicos voláteis (BTEX) - Teses. 4. Análise
de headspace - Teses. I. Universidade Federal de Ouro Preto. II. Título.
CDU: 628.16
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iii
Dedico este trabalho a
minha mãe, “Ireny”.
Que saudade...
iv
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus por sempre estar comigo em todos os momentos. Sem Ele não seria
possível completar esta importante etapa na vida.
Ao meu pai José Moreira Heleno e meus irmãos Dedeu, Ninha e Naldo pelo amor,
compreensão e força.
Ao Rodrigo, pelo apoio, paciência e pelo amor que tem me dedicado.
Ao professor Maurício por sua orientação essencial para o desenvolvimento desta
dissertação e pela oportunidade que me deu para que eu pudesse realizar este mestrado.
Ao professor Robson por estar sempre disposto a contribuir com sua experiência e por
ter ajudado enormemente em momentos difíceis do trabalho.
A todos os professores que transmitiram seus conhecimentos e que foram fundamentais
à minha formação.
À Eneida, Fernanda, Renata e ao Bruno pelo auxílio na conclusão dos experimentos e
pela amizade.
Aos meus amigos da pós-graduação, em especial: Aniel, Carlúcio, Júlio, Claudia, Davi,
Gustavo, Sueli, Patrícia, Flaviane e Miriany.
Aos membros da banca examinadora, pelo enriquecimento e pela avaliação na
dissertação.
Muito obrigada!
v
SUMÁRIO
Página
Lista de Figuras ............................................................................................................... vii
Lista de Tabelas ................................................................................................................ ix
Lista de Notações .............................................................................................................. xi
Resumo ...........................................................................................................................xiii
Abstract .......................................................................................................................... xiv
1. Introdução .................................................................................................................. 1
2. Revisão Bibliográfica ................................................................................................. 3
2.1. Considerações Gerais ......................................................................................... 3
2.2. BTEX ................................................................................................................. 5
2.2.1. Características dos BTEX ........................................................................... 6
2.2.2. Efeitos Tóxicos dos BTEX .......................................................................... 8
2.3. Técnicas de Extração .......................................................................................... 9
2.3.1. Headspace (HS) ........................................................................................ 10
2.3.2. Microextração em Fase Sólida (SPME) ..................................................... 17
2.4. Cromatografia Gasosa (GC).............................................................................. 21
2.4.1. Cromatografia Gasosa com Detecção por Ionização em Chama ................ 22
2.4.2. Cromatografia Gasosa com Detecção por Espectrometria de Massas ......... 23
2.5. Otimização dos Parâmetros Experimentais ....................................................... 24
2.6. Validação de Métodos Analíticos ..................................................................... 25
2.6.1. Seletividade .............................................................................................. 27
2.6.2. Linearidade ............................................................................................... 27
2.6.3. Detectabilidade ......................................................................................... 27
2.6.4. Precisão .................................................................................................... 28
2.6.5. Exatidão.................................................................................................... 28
2.6.6. Robustez ................................................................................................... 28
3. Materiais e Métodos ................................................................................................. 30
3.1. Materiais e Equipamentos ................................................................................. 30
3.2. Reagentes ......................................................................................................... 31
3.3. Limpeza dos Materiais ...................................................................................... 31
3.4. Purificação do Benzeno .................................................................................... 32
vi
3.5. Padrões e Soluções ........................................................................................... 32
3.6. Amostragem e Pontos de Coleta ....................................................................... 32
3.7. Descarte dos Resíduos ...................................................................................... 34
3.8. Condições Cromatográficas .............................................................................. 34
3.9. Extração ........................................................................................................... 35
3.9.1. Metodologia HS-GC-FID .......................................................................... 36
3.9.2. Metodologia HS-GC-MS ........................................................................... 36
3.9.3. Metodologia HS-SPME-GC-MS ................................................................ 36
4. Resultados e Discussão ............................................................................................ 38
4.1. Determinação das Condições Cromatográficas ................................................. 38
4.2. Seleção dos Parâmetros para Desenvolvimento dos Métodos ............................ 40
4.2.1. Modo de Extração ..................................................................................... 40
4.2.2. Recobrimento das Fibras ........................................................................... 41
4.2.3. Agitação ................................................................................................... 42
4.2.4. Tempo ...................................................................................................... 42
4.2.5. Temperatura.............................................................................................. 42
4.2.6. Salinidade ................................................................................................. 43
4.2.7. Fração de Fase .......................................................................................... 43
4.3. Otimização Multivariada das Metodologias ...................................................... 43
4.3.1. Planejamento Fatorial para as Metodologias HS-GC-FID e HS-GC-MS .... 44
4.3.2. Planejamento Fatorial para a Metodologia HS-SPME-GC-MS ................... 51
4.4. Validação das Metodologias ............................................................................. 62
4.4.1. Seletividade .............................................................................................. 62
4.4.2. Linearidade ............................................................................................... 63
4.4.3. Detectabilidade ......................................................................................... 69
4.4.4. Precisão .................................................................................................... 71
4.4.5. Exatidão.................................................................................................... 72
4.4.6. Robustez ................................................................................................... 74
4.5. Quantificação de BTEX em amostras de águas dos poços de abastecimento e
reservatórios da UFOP e do Ribeirão Tripuí. ................................................................ 83
5. Conclusões ............................................................................................................... 85
6. Referencias Bibliográficas ........................................................................................ 86
vii
LISTA DE FIGURAS
Página
Figura 2.1 - Distribuição da água no planeta ..........................................................................3
Figura 2.2 - Estrutura dos compostos BTEX .........................................................................6
Figura 2.3 - Fases do frasco de headspace ........................................................................ 10
Figura 2.4 - Dispositivo de SPME .................................................................................... 17
Figura 2.5 - Principais modos de extração em SPME: (a) extração direta e (b) extração via
headspace ............................................................................................................... .........19
Figura 3.1 - Imagem de satélite do campus da UFOP e parte da cidade de Ouro Preto, com
os pontos de coleta georeferenciados, gerada pelo programa Google Earth
®
......................33
Figura 4.1 - Cromatograma padrão GC-FID para uma solução com concentração em
BTEX de 100µg/L ........................................................................................................... 38
Figura 4.2 - Cromatograma padrão GC-MS para uma solução com concentração em BTEX
de 50µg/L ........................................................................................................................ 39
Figura 4.3 - Comparação da eficiência de extração dos compostos BTEX de duas amostras
fortificadas analisadas nas mesmas condições cromatográficas, utilizando duas diferentes
fibras de SPME ................................................................................................................ 41
Figura 4.4 - Diagrama de pareto para benzeno (HS) ......................................................... 48
Figura 4.5 - Diagrama de pareto para tolueno (HS) ........................................................... 48
Figura 4.6 - Diagrama de pareto para etilbenzeno (HS) .................................................... 48
Figura 4.7 - Diagrama de pareto para m,p-xilenos (HS) .................................................... 49
Figura 4.8 - Diagrama de pareto para o-xileno (HS) ......................................................... 49
Figura 4.9 - Superfície de resposta para o benzeno (HS) ................................................... 49
Figura 4.10 - Superfície de resposta para o tolueno (HS) .................................................. 50
Figura 4.11 - Superfície de resposta para o etilbenzeno (HS) ............................................ 50
Figura 4.12 - Superfície de resposta para o m,p-xilenos (HS) ........................................... 50
Figura 4.13 - Superfície de resposta para o o-xileno (HS) ................................................. 51
Figura 4.14 - Diagrama de pareto para benzeno (SPME) .................................................. 58
Figura 4.15 - Diagrama de pareto para tolueno (SPME).................................................... 58
Figura 4.16 - Diagrama de pareto para etilbenzeno (SPME) ............................................. 58
Figura 4.17 - Diagrama de pareto para m,p-xilenos (SPME) ............................................. 59
Figura 4.18 - Diagrama de pareto para o-xileno (SPME) .................................................. 59
viii
Figura 4.19 - Superfície de resposta para o benzeno (SPME) ............................................ 59
Figura 4.20 - Superfície de resposta para o tolueno (SPME) ............................................. 60
Figura 4.21 - Superfície de resposta para o etilbenzeno (SPME) ....................................... 60
Figura 4.22 - Superfície de resposta para o m,p-xilenos (SPME) ...................................... 60
Figura 4.23 - Superfície de resposta para o o-xileno (SPME) ............................................ 61
Figura 4.24 - Cromatograma GC-FID para a matriz isenta de BTEX ................................ 63
Figura 4.25 - Cromatograma GC-FID para a matriz fortificada em 100µg/L de BTEX ..... 63
Figura 4.26 - Curvas analíticas dos BTEX para a metodologia HS-GC-FID ..................... 65
Figura 4.27 - Curvas analíticas dos BTEX para a metodologia HS-GC-MS ...................... 66
Figura 4.28 - Curvas analíticas dos BTEX para a metodologia HS-SPME-GC-MS ........... 68
Figura 4.29 - Diagrama de pareto para o benzeno (HS-GC-FID) ...................................... 78
Figura 4.30 - Diagrama de pareto para o tolueno (HS-GC-FID) ....................................... 78
Figura 4.31 - Diagrama de pareto para o etilbenzeno (HS-GC-FID) ................................. 79
Figura 4.32 - Diagrama de pareto para o m,p-xileno (HS-GC-FID) .................................. 79
Figura 4.33 - Diagrama de pareto para o o-xileno (HS-GC-FID) ...................................... 79
Figura 4.34 - Diagrama de pareto para o benzeno (HS-GC-MS) ....................................... 80
Figura 4.35 - Diagrama de pareto para o tolueno (HS-GC-MS) ......................................... 80
Figura 4.36 - Diagrama de pareto para o etilbenzeno (HS-GC-MS) ................................... 80
Figura 4.37 - Diagrama de pareto para o m,p-xileno (HS-GC-MS).................................... 81
Figura 4.38 - Diagrama de pareto para o o-xileno (HS-GC-MS) ....................................... 81
Figura 4.39 - Diagrama de pareto para o benzeno (HS-SPME-GC-MS) ............................ 81
Figura 4.40 - Diagrama de pareto para o tolueno (HS-SPME-GC-MS) .............................. 82
Figura 4.41 - Diagrama de pareto para o etilbenzeno (HS-SPME-GC-MS) ....................... 82
Figura 4.42 - Diagrama de pareto para o m,p-xileno (HS-SPME-GC-MS) ........................ 82
Figura 4.43 - Diagrama de pareto para o o-xileno (HS-SPME-GC-MS) ............................ 83
ix
LISTA DE TABELAS
Página
Tabela 2.1 - Níveis de máximo de concentrações de BTEX em água .................................. 5
Tabela 2.2 - Compilação de pesquisas relacionadas com o monitoramento de BTEX em
água ................................................................................................................................ 11
Tabela 2.3 - Seleção do modo de extração em SPME ....................................................... 20
Tabela 2.4 - Fibras disponíveis comercialmente para SPME ............................................. 21
Tabela 2.5 - Parâmetros de validação do INMETRO e ANVISA ...................................... 26
Tabela 3.1 - Identificação dos pontos amostrais................................................................ 34
Tabela 3.2 - Íons característicos dos BTEX ...................................................................... 36
Tabela 4.1 - Tempos de retenção médios para os compostos BTEX no GC-FID ............... 39
Tabela 4.2 - Tempos de retenção médios para os compostos BTEX no GC-MS ................ 40
Tabela 4.3 - Matriz para o planejamento fatorial com cinco fatores e dois níveis (2
4-0
) ..... 45
Tabela 4.4 - Estimativa dos efeitos e nível de significância para os valores estudados ...... 47
Tabela 4.5 - Matriz para o planejamento fatorial fracionário com cinco fatores em dois
níveis (2
6-1
) ...................................................................................................................... 52
Tabela 4.6 - Estimativa dos efeitos e nível de significância para os valores estudados ...... 56
Tabela 4.7 - Parâmetros das equações de regressão linear das curvas analíticas dos BTEX
(y = ax + b) para a metodologia HS-GC-FID .................................................................... 65
Tabela 4.8 - Parâmetros das equações de regressão linear das curvas analíticas dos
BTEX (y = ax + b) para a metodologia HS-GC-MS .......................................................... 67
Tabela 4.9 - Parâmetros das equações de regressão linear das curvas analíticas dos BTEX
(y = ax + b) para a metodologia HS-SPME-GC-MS .......................................................... 68
Tabela 4.10 - Limites de detecção (LOD) e quantificação (LOQ) dos BTEX para a
metodologia HS-GC-FID ................................................................................................. 69
Tabela 4.11 - Limites de detecção (LOD) e quantificação (LOQ) dos BTEX para a
metodologia HS-GC-MS .................................................................................................. 70
Tabela 4.12 - Limites de detecção (LOD) e quantificação (LOQ) dos BTEX para a
metodologia HS-SPME-GC-MS ....................................................................................... 70
Tabela 4.13 - Valores de precisão obtidos para os BTEX para a metodologia HS-GC-FID71
Tabela 4.14 - Valores de precisão obtidos para os BTEX para a metodologia
x
HS-GC-MS....................................................................................................................... 72
Tabela 4.15 - Valores de precisão obtidos para os BTEX para a metodologia
HS-SPME-GC-MS ........................................................................................................... 72
Tabela 4.16 - Valores de exatidão obtidos para os BTEX para a metodologia
HS-GC-FID ..................................................................................................................... 73
Tabela 4.17 - Valores de exatidão obtidos para os BTEX para a metodologia
HS-GC-MS....................................................................................................................... 73
Tabela 4.18 - Valores de exatidão obtidos para os BTEX para a metodologia
HS-SPME-GC-MS ........................................................................................................... 73
Tabela 4.19 - Matriz para o teste de robustez (HS-GC-FID) ............................................. 75
Tabela 4.20 - Matriz para o teste de robustez (HS-GC-MS) .............................................. 76
Tabela 4.21 - Matriz para o teste de robustez (HS-SPME-GC-MS) ................................... 77
Tabela 4.22 - Concentração de BTEX nas amostras de águas coletadas nos poços de
abastecimento e reservatórios da UFOP e na superfície do Ribeirão Tripuí ...................... 84
xi
LISTA DE NOTAÇÕES
ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária
ASE Accelerated Solvent Extraction (extração acelerada com solventes)
BTEX Benzeno, tolueno, etilbenzeno e xilenos
CAR/PDMS Carboxen com polidimetilsiloxano
CEx Capillary extraction (extração capilar)
CLSA Closed-loop-stripping analysis
CW/DVB Carbowax com divinilbenzeno
CW/TPR Carbowax com templated resin
DAI Direct aqueous injection (injeção direta)
DEP Departament of Environment Protection (Departamento de Proteção
Ambiental)
DHS Dynamic headspace (headspace dinâmico)
DVB/CAR/PDMS Divinilbenzeno com carboxen e polidimetilsiloxano
EI Electrons impact (impacto de elétrons)
EPA Environmental Protection Agency (Agência de Proteção Ambiental
dos Estados Unidos)
FID Flame ionization detector (detector por ionização de chama)
GC Gas chromatography (cromatografia gasosa)
HF-LPME Hollow-fiber liquid phase microextraction (microextração em fase
líquida com fibra oca)
HPLC High performance liquid chromatography (cromatografia líquida de
alta eficiência)
HS Headspace
IARC International Agency for Research on Cancer (Agência
Internacional para Pesquisa em Câncer)
IMS Ion mobility spectrometry
INCAT Inside needle capillary adsorption trap
INMETRO Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade
Industrial
LLE Liquid-liquid extraction (extração líquido-líquido)
LOD Limit of dedetection (limite de detecção)
xii
LOQ Limit of quantitation (limite de quantificação)
MCC Multi-capillary columns
ME Membrane extraction (extração por membrana)
MS Mass spectrometry (espectrometria de massas)
OSFME Organic solvent film microextraction
OSHA Occupational Safety and Health Administration
PA Poliacrilato
PDMS Polidimetilsiloxano
PDMS/DVB Polidimetilsiloxano com divinilbenzeno
pH Potencial hidrogeniônico
PI Padrão interno
PID Photoionization Detector (detector de fotoionização)
PT Purge and trap
PTV Programmable temperature vaporizer
SDME Single-drop microextraction
SFE Supercritical fluid extraction (extração com fluido supercrítico)
SIM Selected ion monitoring (monitoramento de íon selecionado)
SPDE Solid-phase dynamic extraction
SPE Solid-phase extraction (extração em fase sólida)
SPMCE Solid-phase microcolumn extraction
SPME Solid-phase microextraction (microextração em fase sólida)
USEPA United Stats Environmental Protection Agency (Agência de
Proteção Ambiental dos Estados Unidos)
UV Ultravioleta
VMP Valores máximos permitidos
VOC Volatile organic compound (composto orgânico volátil)
xiii
RESUMO
A presença de benzeno, tolueno, etilbenzeno e xilenos (BTEX) em água potável, devido
à toxicidade, é permitida em baixa concentração (5µg/L para benzeno). Nesse
trabalho foram otimizadas e validadas três metodologias analíticas para a determinação
de BTEX em água: duas utilizando headspace estático (HS-GC-FID e HS-GC-MS) e
uma microextração em fase sólida (HS-SPME-GC-MS). As condições analíticas foram
otimizadas através de planejamento fatorial. Os métodos estudados apresentaram boa
seletividade, precisão e linearidade. As melhores recuperações foram obtidas por HS-
SPME-GC-MS (entre 97,9% e 104,3%), enquanto que a metodologia por HS-GC-MS
apresentou os menores limites de detecção (entre 2,3ng/L para benzeno e 7,1ng/L para
o-xileno).
Palavras Chaves: SPME; headspace; BTEX.
xiv
ABSTRACT
The presence of benzene, toluene, ethylbenzene and xylenes (BTEX) in drinking water
is allowed only in low concentration (5µg.L
-1
for benzene) due to high toxicity. In this
work three analytical methodologies for the determination of BTEX in water were
optimized and validated: two using static headspace (HS-GC-FID and HS-GC-MS) and
one using solid phase microextraction (HS-SPME-GC-MS). The analytical conditions
were optimized by factorial design. The methods showed good selectivity, precision and
linearity. The best recoveries were obtained by HS-SPME-GC-MS (between 97.9% and
104.3%) while the methodology by HS-GC-MS showed the lower limits of detection
(between 2.3ng.L
-1
for benzene and 7.1ng.L
-1
for o-xylene).
Key words: SPME; headspace; BTEX
1
1. Introdução
As preocupações suscitadas com a realidade dos recursos hídricos, isto é, as águas
destinadas a usos, têm induzido, em todo o mundo, a uma série de medidas governamentais
e sociais, objetivando viabilizar a continuidade das diversas atividades públicas e privadas
que têm como foco as águas doces, em particular, aquelas que incidem diretamente sobre a
qualidade de vida da população (Machado 2003).
Os problemas ambientais referentes à preservação das águas superficiais e subterrâneas
têm-se agravado muito nas últimas décadas, principalmente, em razão do crescimento
populacional e do conseqüente aumento da atividade industrial (Tiburtius et al. 2004).
Entre os principais contaminantes das águas estão os compostos aromáticos,
especialmente os hidrocarbonetos monoaromáticos denominados BTEX (benzeno, tolueno,
etilbenzeno e xilenos). A presença destes compostos na natureza causa impacto ambiental
devido ao potencial dos mesmos em causar danos aos seres vivos (Gusmão 2005).
A cromatografia gasosa (GC) é a técnica mais adequada para a análise de compostos
orgânicos, principalmente os mais voláteis, sendo utilizada na análise desses compostos
nas mais variadas matrizes. O método de análise por GC, para BTEX, utilizando detector
de ionização em chama (FID) ou de espectrometria de massas (MS), é a escolha ideal
(Harrison 1996).
É comum não se analisar quimicamente matrizes na forma bruta, pois elas costumam
ter e gerar interferências que são incompatíveis com os equipamentos analíticos. Uma
alternativa viável para contornar tais problemas é o emprego de procedimentos de preparo
da amostra, com os quais se procura isolar e, concomitantemente, concentrar as espécies de
interesse a níveis adequados e obter um nível de limpeza da amostra que não comprometa
a sua análise química. Desta forma, o preparo também inclui a sua adequação com a
técnica analítica que fornecerá os dados químicos (Bortoluzzi 2007).
A técnica de extração ou preparo de amostras conhecida como headspace estático é
usada para análise de orgânicos voláteis e semi-voláteis em amostras sólidas, líquidas e
gasosas. É uma técnica relativamente simples e de fácil aplicação.
A microextração em fase sólida é uma técnica de extração e pré-concentração pida,
simples e que dispensa o uso de solventes extratores e manipulação excessiva de amostra.
Esta técnica foi descrita por (Arthur e Pawliszyn 1990) no inicio da década de 90 e tem
2
sido extensivamente estudada e aplicada em diversas matrizes como alternativa às
metodologias tradicionais (Augusto e Valente 2002).
Esse trabalho teve como objetivo principal desenvolver três metodologias para
determinação dos compostos BTEX em matrizes aquosas por meio da otimização dos
parâmetros experimentais empregando-se técnicas de planejamento multivariado: 1)
extração por headspace estático, separação por cromatografia gasosa e detecção por
ionização em chama (HS-GC-FID), 2) extração por headspace estático, separação por
cromatografia gasosa e detecção por espectrometria de massas (HS-GC-MS), 3) extração
por headspace estático acoplado à microextração em fase sólida, separação por
cromatografia gasosa e detecção por espectrometria de massas (HS-SPME-GC-MS).
Os objetivos secundários foram:
Validação das três metodologias propostas otimizadas.
Realização de um estudo comparativo entre as metodologias otimizadas.
Quantificação dos BTEX em amostras de águas superficiais e de abastecimento
utilizando a metodologia mais adequada.
3
2. Revisão Bibliográfica
2.1. Considerações Gerais
A água é um recurso natural indispensável à sobrevivência do homem e demais seres
vivos no planeta. É uma substância fundamental para os ecossistemas da natureza, solvente
universal e importante para a absorção de nutrientes do solo pelas plantas, e sua elevada
tensão superficial possibilita a formação de franja capilar no solo, além de imprescindível
às formações hídricas atmosféricas, influenciando o clima das regiões; no ser humano é
responsável por aproximadamente ¾ de sua constituição. Infelizmente, este recurso natural
encontra-se cada vez mais limitado e exaurido pelas ações impactantes do homem nas
bacias hidrográficas, degradando a sua qualidade e prejudicando os ecossistemas (Paz
1996).
A água ocupa 71% da superfície do planeta, 97,3% deste total se constituem águas
salgadas, 2,07% são águas doces em geleiras e calotas polares (água em estado sólido) e
apenas 0,63% restam de água doce não totalmente aproveitado por questões de
inviabilidade técnica, econômica e financeira e de sustentabilidade ambiental (Maia Neto
1997) (Figura 2.1).
Salgada
97,30%
Doce
(Geleira)
2,07%
Doce
0,63%
Figura 2.1 – Distribuição da água no planeta.
Águas superficiais podem ser facilmente contaminadas por poluentes orgânicos
oriundos de diversas fontes tais como, vazamentos de solventes e combustíveis, acidentes
com produtos químicos industriais, despejos de efluentes industriais, uso indiscriminado de
Água
71%
Terras
Emersas
29%
4
pesticidas e herbicidas, sedimentação da emissão atmosférica proveniente da queima
incompleta de combustíveis automotivos e industriais, dentre outras fontes.
Com o crescente aumento do custo do tratamento de águas superficiais, a água
subterrânea vem se tornando a alternativa mais viável para uso humano. O uso deste tipo
de recurso hídrico está associado ao avanço tecnológico para sua exploração a grandes
profundidades e à qualidade, pois onde a intervenção humana não tenha causado nenhum
tipo de poluição sua pureza em termos bacteriológicos é de 99,99 % (Reimers e Anderson
1983). No entanto, a qualidade das águas subterrâneas vem sendo comprometida devido,
entre outros fatores, à crescente contaminação por vazamentos de gasolina em postos de
combustíveis.
A presença de compostos orgânicos voláteis (VOC), como benzeno, tolueno,
etilbenzeno e xilenos, conhecidos pela sigla BTEX, está comumente associada a
deposições atmosféricas, vazamentos de petróleo e alguns de seus derivados e efluentes
químicos industriais e representa um risco à saúde humana e animal, uma vez que são
altamente tóxicos. A exposição humana a estes compostos pode levar ao desenvolvimento
de problemas de saúde, desde irritação de olhos, mucosas e pele, passando por
enfraquecimento do sistema nervoso central, depressão da medula óssea, até o
desenvolvimento de câncer, no caso do benzeno, um composto classificado pela
Organização Mundial de Saúde como potente agente carcinogênico. Apesar dos efeitos
terem ligação direta com a quantidade e o tempo de exposição, estes são mais
pronunciados quando essas substâncias são ingeridas (Nogueira 2006).
No Brasil, o Ministério da Saúde, através da Portaria 518/04 (Brasil 2004), determina
que os valores máximos permitidos VMP, para benzeno, tolueno, etilbenzeno e xilenos
em água para consumo humano são de 5, 170, 200 e 300µg/L, respectivamente (Tabela
2.1).
Emissões ambientais de BTEX são predominantemente antropogênicas. As principais
fontes incluem indústria química, usando como solvente; refinarias, como combustíveis e
óleo combustível para a indústria, residência e transporte; a produção e uso de tintas e
colas; e por fim a emissão da produção de coque (Harrison 1996). A USEPA constatou em
seu relatório sobre a emissão de compostos perigosos de coquerias a importância da
presença de BTEX em diversas etapas de funcionamento dessas indústrias (USEPA 2001).
5
Tabela 2.1 – Níveis de máximo de concentrações de BTEX em água.
Contaminante
Níveis Máximos de Concentração
(µ
µµ
µg/L)
Padrão para
consumo
humano
(Ministério da
Saúde)
Padrão para
água classe 1 e
2 (CONAMA)
Padrão para
água classe 3
(CONAMA)
Benzeno 5 5 5
Tolueno 170 2 -
Etilbenzeno 200 90 -
Xilenos 300 300 -
As emissões atmosféricas de BTEX provenientes de veículos acontecem através dos
motores, pela queima incompleta dos combustíveis e, adicionalmente, como produtos da
dealquilação termolítica de compostos monocromáticos de maior peso molecular. Outra
fonte associada com o uso de veículos a motor inclui o reabastecimento de veículos (Baird
2002). Durante o reabastecimento, o vapor dos combustíveis pode ser liberado através do
sistema de respiros dos tanques de armazenagem e também pela bomba de abastecimento.
2.2. BTEX
O anel benzênico é a estrutura fundamental dos derivados do benzeno (tolueno,
etilbenzeno e xilenos), que possuem o hidrogênio do anel do benzeno substituído por
grupos metil (-CH
3
) ou etil (-CH
2
-CH
3
). A Figura 2.2 apresenta o anel benzênico e suas
variações estruturais feitas pela substituição do hidrogênio do anel pelo grupo metil ou etil.
6
Figura 2.2 – Estrutura dos compostos BTEX.
2.2.1. Características dos BTEX
O benzeno é uma das substâncias químicas que causou grande impacto, principalmente
na indústria química, desde a sua descoberta, em 1825 por Faraday, que o isolou de gás de
iluminação. A importância do benzeno se deve às suas ótimas propriedades como solvente,
altamente solúvel em solventes orgânicos graxos e escassamente solúvel em água. É um
líquido incolor, altamente inflamável, com odor aromático característico, extremamente
volátil à temperatura ambiente (Badger 1969).
O benzeno foi sintetizado pela primeira vez, em 1834 por Mitscherlich a partir do ácido
benzóico; em 1845 foi isolado de carvão mineral (processo descoberto por Mansfield) e na
segunda metade do século XIX começou a ser produzido em escala industrial e utilizado
como matéria prima na produção de tecidos impermeabilizantes e de diversos produtos de
borracha (Badger 1969), (Locatelli et al. 1995), (Bartolucci et al. 1995). Com a utilização
crescente do benzeno em escala industrial elevou-se a sua concentração ambiental e
começaram as notícias dos primeiros casos de intoxicação em indivíduos expostos
profissionalmente ao benzeno. Em 1897 houve quatro casos fatais de benzolismo crônico
descritos na literatura e, em 1916, ocorreram numerosos casos de pancitopenia e anemia
aplástica em mulheres jovens que trabalhavam em uma indústria de pneus de bicicleta, na
Suíça (Bartolucci et al. 1995).
7
Quando o benzeno é descartado em água, ocorre uma rápida volatilização. O tempo de
meia-vida estimado para a volatilização do benzeno em um rio modelo de um metro de
profundidade com fluxo de 1,00m/s e velocidade de vento de cerca de 3,00m/s é de 2,70
horas, a 20
°
C. O benzeno não se deposita significativamente em sedimentos, não é
bioconcentrado em organismos marinhos e nem hidrolisado. O benzeno apresenta tempo
de meia vida de dezessete dias devido à fotodegradação que contribui para a sua remoção
em águas frias, com baixos nutrientes ou outras condições menos propensas à degradação
microbiana. Também foi testado que o tempo de degradação de benzeno em um rio
aeróbico é de dezesseis dias (Aires et al. 1999).
O tolueno é obtido principalmente do tar oil (óleo de alcatrão). Muito superficialmente
solúvel em água e miscível em álcool, clorofórmio, éter, acetona, ácido acético glacial e
dissulfeto de carbono (Budavari 1989). De cheiro doce, pungente, parecido com benzeno.
A concentração limite na água, a partir da qual se detecta odor, é de 0,024-0,170mg/L e
para gosto é de 0,040-0,120mg/L (WHO 1996).
Quando o tolueno é liberado em água superficial (meia-vida de 5 horas a 25°C, que
aumenta com a profundidade da coluna d’água), é rapidamente volatilizado para o ar
(meia-vida de 13 horas a um dia). No ar é degradado rapidamente. No solo o tolueno é
biodegradado depois de 20 dias (63-86%). A remoção por degradação biológica da água
superficial é menos eficiente (WHO 1996).
O etilbenzeno é um quido transparente, inflamável, praticamente insolúvel em água.
Miscível em solventes orgânicos usuais (Budavari 1989). Seu limite de concentração em
água para alterar as propriedades organolépticas são 0,002-0,130mg/L (odor) e 0,072-
0,200mg/L (sabor). A biodegradação em solo ocorre em condições aeróbias (meia-vida de
24,2 dias). Em água, pode ser biodegradado também em condições aeróbias (WHO 1996).
O xileno é uma mistura comercial de três isômeros orto, meta e para-xileno, onde o
isômero meta predomina, e foi isolado pela primeira vez do destilado cru da madeira.
Praticamente insolúvel em água, porém miscível em álcool absoluto, éter e muitos outros
líquidos orgânicos (Budavari 1989).
O xileno altera as propriedades organolépticas da água em concentrações de 0,02-
1,80mg/L (odor) e 0,30-1,00mg/L (sabor). Devido sua volatilidade, o xileno é emitido
freqüentemente no ar (meia-vida de alguns dias), inclusive se lançado em água superficial.
Podem ser degradados em água subterrânea, em condições aeróbias, já em condições
anaeróbias a biotransformação não é esperada (WHO 1996).
8
2.2.2. Efeitos Tóxicos dos BTEX
O benzeno está na lista de substâncias perigosas por ser regulamentado pela
Occupational Safety and Health Administration (OSHA) e citado pelo Departament of
Environment Protection (DEP), Environmental Protection Agency (EPA), entre outros. O
benzeno consta da lista especial de substâncias danosas à saúde por ser carcinogênico,
substância capaz de induzir ncer em conseqüência de exposição aguda ou crônica (tal
como leucemia) (Aires et al. 1999).
Quanto ao risco à saúde, os efeitos de curta duração, agudos, podem ocorrer
imediatamente ou pouco tempo após a exposição ao benzeno provocando sintomas, tais
como: tonteiras, delírios, dores de cabeça, vômitos, convulsões, coma ou morte súbita
proveniente de batimentos cardíacos irregulares que podem advir se a dose de benzeno for
elevada; risco de câncer, tal como leucemia. Quanto ao risco na reprodução, existem
evidências limitadas de que o benzeno seja teratogênico em animais (logo, até que testes
comprobatórios sejam realizados, deve-se tratá-lo como um possível teratogênico em
humanos). Outros efeitos, tais como a exposição prolongada, podem causar ressecamento e
escamamento da pele. A exposição repetida pode causar danos a alguns órgãos produtores
de sangue, gerando uma condição denominada anemia apática, que pode levar à morte
(Mendes 1993).
Para exposição aguda ao tolueno, os efeitos predominantes são: enfraquecimento do
sistema nervoso central e irritação das mucosas. Fadiga e sonolência são efeitos mais
sensíveis. Em exposição prolongada os efeitos são praticamente os mesmos (WHO 1996).
A Agência Internacional para Pesquisa em Câncer (IARC - International Agency for
Research on Cancer) concluiu que não evidências para carcinogenicidade de tolueno
em animais e humanos, classificando-o no Grupo 3 (WHO 1996).
Em humanos, o tolueno é provavelmente absorvido completamente pelo trato
gastrointestinal depois de assimilação oral. O composto é rapidamente distribuído em
animais e ocorre pelo tecido adiposo de modo semelhante à administração por inalação e
oral. Em seguida, o composto é preferencialmente encontrado no tecido adiposo, seguindo
pelas glândulas adrenais, rins, fígado e cérebro. Tolueno é rapidamente convertido no
fígado, o qual é posteriormente conjugado e eliminado na urina (WHO 1996).
O etilbenzeno causa irritação nos olhos, mucosas e peles e em altas concentrações é
narcótico (Budavari 1989). Na sua forma líquida, é facilmente absorvido por humanos pela
9
pele e trato intestinal. Tanto distribuição quanto excreção são rápidas. Depósitos de
etilbenzeno em tecido adiposo têm sido relatados, e o composto pode ultrapassar a barreira
placentária. Após biotransformado no organismo, é excretado na urina, dentro de 24 horas.
Não há evidências que etilbenzeno seja cancerígeno em humanos (WHO 1996).
A toxicidade do xileno é semelhante ao tolueno, porém seus vapores são mais irritantes
(Morita e Assunção 1972). Depois de pequeno tempo de exposição (6hora/dia;
5dias/semana) são afetadas as reações, coordenação motora e equilíbrio. Narcótico em
altas concentrações. Sua toxicidade crônica ainda não es muito bem definida, porém
sabe-se que é muito menos tóxico que benzeno. Não há dados suficientes de toxicidade por
ingestão. Em humanos, após inalação, 60-65% do xileno é absorvido. Outra importante via
de entrada é a pele. Sua distribuição é rápida e pode ultrapassar a barreira placentária. É
armazenado no tecido adiposo, onde uma grande parte é convertida e excretada na urina.
Não há evidências de carcinogenicidade para xilenos (WHO 1996).
2.3. Técnicas de Extração
O objetivo de se realizar o preparo de amostras é promover a transferência dos analitos
de interesse da matriz para um meio adequado, de modo que se possa introduzi-los no
instrumento analítico sem causar danos ao mesmo. Algumas das características desejáveis
para uma técnica de extração ideal é que ela seja barata, eficiente, simples e rápida.
Infelizmente, ainda não é possível reunir todas essas características em uma única técnica,
portanto o desenvolvimento de novas tecnologias tem atraído considerável interesse nos
dias atuais.
Desde que estudos comprovaram a existência de risco à saúde humana causada pelos
BTEX, métodos analíticos mais práticos, rápidos, seguros e de menor custo vêm sendo
desenvolvidos para determinação destes compostos em água.
Os métodos de preparo de amostras tradicionais como extração líquido-líquido (LLE),
extração com fluido supercrítico (SFE), extração com Soxhlet, extração em fase sólida
(SPE), extração acelerada com solventes (ASE) são trabalhosos e utilizam grande
quantidade de solventes (Silva 2005b).
A microextração em fase sólida (SPME) e headspace (HS) são uma opção,
relativamente simples, que tem sido empregada para a extração e determinação de BTEX
em amostras de água.
A Tabela 2.2 apresenta uma compilação de trabalhos publicados sobre o
monitoramento de BTEX em água.
2.3.1. Headspace (HS)
A técnica de headspace estático é usada para análise de orgânicos voláteis e semi-
voláteis em amostras sólidas, líquidas e gasosas. É uma técnica relativamente simples e de
fácil aplicação.
Na extração por HS, a amostra é normalmente colocada em um frasco selado e mantido
em aquecimento até os compostos alcançarem o equilíbrio com a fase gasosa (Figura 2.3).
A concentração relativa de cada analito nas duas fases, gasosa e líquida, é determinada
pelo coeficiente de partição, definido como a razão da concentração de analito na fase
líquida por aquele na fase gasosa (Menéndez et al. 2000).
Fonte: (Melquiades et al. 2006).
Figura 2.3 – Fases do frasco de headspace.
A técnica de HS estático ou dinâmico (purge and trap) têm se tornado o método mais
amplamente usado em laboratórios ambientais, até mesmo acoplados à cnicas como a
microextração em fase sólida (SPME) (Yang et al. 2004).
A extração por headspace oferece várias vantagens, entre elas, ser uma técnica pouco
onerosa, não requerer instrumentação complicada, o uso de solvente orgânico o é
necessário e a sensibilidade para BTEX é drasticamente aumentada em relação ao método
de injeção direta (Menéndez et al. 2000).
11
Tabela 2.2 – Compilação de pesquisas relacionadas com o monitoramento de BTEX em água.
Matriz Localização Método de
Extração
Técnica
Cromatogr.
Limite de Detecção (
µ
µµ
µ
g/L)
Referência
Benzeno Tolueno
Etilbenzeno m,p-Xilenos o-Xileno
Água
Subterrânea
Suíça DAI GC-MS 0,59 0,98 0,24 0,29 0,43 2,1 (Aeppli et al. 2008)
Água Pura Espanha HS-SDME GC-MS 0,022 0,044 0,059 0,075 0,091
(Aguilera-Herrador
et al. 2008)
Água Potável Portugal
HS-SPME
GC-FID
0,015 0,16 0,032 0,056 0,069 0,042
(Almeida e Boas
2004)
CLSA 0,031 0,026 0,012 0,018 0,016 0,019
Água
Subterrânea
Espanha
HS
GC-FID
0,1 0,1 0,4 0,5 0,7
(Alonso et al. 2003)
HS-SPME 0,1 4,0 0,4 1,0 1,0
Água de Rio Espanha HS-SPME GC-FID 0,07 0,02 0,02 0,02 0,02
(Arambarri et al.
2004)
Água Pura Canadá SPME GC-FID 3,0 1,0 0,3 0,3 0,3 (Arthur et al. 1992)
Água
Subterrânea
Itália PT GC-MS 0,0060 0,0129 0,0226 0,0059 0,0028 (Bianchi et al. 2002)
12
Tabela 2.2 – Compilação de pesquisas relacionadas com o monitoramento de BTEX em água (continuação).
Matriz Localização
Método de
Extração
Técnica
Cromatogr.
Limite de Detecção (
µ
µµ
µ
g/L)
Referência
Benzeno Tolueno
Etilbenzeno
m,p-Xilenos o-Xileno
Água
Subterrânea
Coréia do
Sul
HS-SPME GC-FID ND ND ND ND ND (Cho et al. 2003)
Água Potável Iran HS-SPME GC-FID 0,002 0,002 0,0015 0,0015 0,0015 (Djozan e Assadi 1997)
Água Potável Iran HS-SPME GC-FID 0,02 0,02 0,03 ND
0,05 (Djozan et al. 2004)
Águas
Residuais
Brasil PT GC-PID 0,12 ND ND 0,06 (Dórea et al. 2007)
Águas
Residuais
Brasil PT
GC-
PID/FID
0,12 0,05 0,10 0,06 0,06 (Emídio et al. 2006)
Água de Rio Iran HS-SPME GC-FID 0,11 0,22 0,26 0,37 0,26
(Farajzadeh e Matin
2008)
Águas
Residuais
Brasil HS-SPME GC-FID 0,28 0,19 0,06 0,05 0,05 (Gaujac et al. 2008)
Água do Mar China PT GC-PID 0,0073 0,0081 0,0114 0,0083 0,0132 (Han et al. 2006)
Água Pura Alemanha ME GC-FID 0,1 0,5 0,5 1,0 0,5 (Hauser e Popp 2001)
13
Tabela 2.2 – Compilação de pesquisas relacionadas com o monitoramento de BTEX em água (continuação).
Matriz Localização
Método de
Extração
Técnica
Cromatogr.
Limite de Detecção (
µ
µµ
µ
g/L)
Referência
Benzeno Tolueno
Etilbenzeno
m,p-Xilenos o-Xileno
Águas
Residuais
China HS-SPME
GC-µFID
portátil
1,0 0,75 0,44 1,4 (Ji et al. 2006)
Água
Subterrânea
Alemanha HS-SPDE GC-MS
0,013 NA NA NA NA
(Jochmann et al. 2007)
Água de Rio Rússia Needle trap GC-FID
0,06 0,07 0,05 0,07 0,07
(Jurdáková et al. 2008)
Água Pura Eslováquia
INCAT
GC-FID
0,38 0,39 0,20 0,20 0,22
(Kubinec et al. 2004)
PT 0,11 0,12 0,16 0,16 0,17
Água
Subterrânea
Espanha
HS GC-FID 0,6 0,6 0,4 0,3 0,4
(Lacorte et al. 2002)
PT GC-MS 0,002 0,001 0,001 0,001 0,002
Água
Subterrânea
China
HS-SPME GC-MS 0,00004 0,00002 0,00005 0,00001 0,00002
(Lee et al. 2007)
Águas
Residuais
Eslováquia HS-SPME GC-FID 0,31 0,13 0,09 0,09 0,09
(Matisová et al. 1999)
Água Pura
Eslováquia HS-SPME GC-FID ND ND ND ND ND
(Matisova et al. 2002)
14
Tabela 2.2 – Compilação de pesquisas relacionadas com o monitoramento de BTEX em água (continuação).
Matriz Localização
Método de
Extração
Técnica
Cromatogr.
Limite de Detecção (
µ
µµ
µ
g/L)
Referência
Benzeno Tolueno
Etilbenzeno
m,p-Xilenos o-Xileno
Água Pura Espanha
HS
GC-FID
1,0 1,0 2,0 2,0 2,0
(Menéndez et al. 2000)
SPME 1,0 0,3 0,2 0,2 0,2
HS-SPME 0,6 0,2 0,08 0,08 0,08
Águas
Residuais
Iran
DHS-
OSFME
GC-FID 0,42 0,21 0,16 0,19 (Mohammadi e
Alizadeh 2006)
Água de Rio Bangladesh
SPE GC-FID ND ND ND ND ND
(Mottaleb et al. 2003)
Água Pura Itália
CEx GC-FID 14 9,0 8,0 11 12
(Nardi 2003)
Água
Subterrânea
Brasil
HS GC-MS 0,93 3,85 0,81 2,14 9,64
(Nogueira 2006)
Água Pura Lituânia
HS-SPME GC-FID 0,17 0,07 0,11 0,10 0,08
(Panavaitë et al. 2005)
Água Pura Espanha
HS PTV-fast
GC-MS
0,02 0,01 0,02 0,1 ND
(Pavon et al. 2007)
Água
Subterrânea
Alemanha
HS-SPME GC-FID 0,055 0,050 0,060 0,060 0,055
(Popp e Paschke 1997)
SPME 0,045 0,035 0,035 0,040 0,035
15
Tabela 2.2 – Compilação de pesquisas relacionadas com o monitoramento de BTEX em água (continuação).
Matriz Localização
Método de
Extração
Técnica
Cromatogr.
Limite de Detecção (
µ
µµ
µ
g/L)
Referência
Benzeno Tolueno
Etilbenzeno
m,p-Xilenos o-Xileno
Água Potável
República
Checa
INCAT GC-FID 0,125 0,104 0,073 0,019 0,059
(Prikryl et al. 2006)
SPME 0,382 0,144 0,075 0,027 0,068
Água
Subterrânea
Brasil
PT GC-MS 0,1
(Rego e Netto 2007)
Água
Subterrânea
Espanha
PT GC-MS 0,002 0,001 0,001 0,001 0,002
(Rosell et al. 2003)
Água Pura Iran
HF-LPME GC-FID 30,0 5,0 7,0 ND 6,0 (Sarafraz-Yazdi et al.
2008)
Água Potável Suíça
HS-SPME GC-FID 0,10 0,50 0,10 0,20 0,10
(Schmidt et al. 2004)
Água Potável Espanha
HS GC-MS 0,20 0,19 0,14 0,15 0,15 (Serrano e Gallego
2004)
Águas
Residuais
China
HS-SPME GC-FID 0,29* 0,27* 0,21* 0,31* 0,94*
(Shutao et al. 2006)
Água de
Neve
Alemanha
HS-SPDE GC-MS 0,019 0,024 0,018 0,030 0,021
(Sieg et al. 2008)
16
Tabela 2.2 – Compilação de pesquisas relacionadas com o monitoramento de BTEX em água (continuação).
Matriz Localização
Método de
Extração
Técnica
Cromatogr.
Limite de Detecção (
µ
µµ
µ
g/L)
Referência
Benzeno Tolueno
Etilbenzeno
m,p-Xilenos o-Xileno
Água Pura Eslováquia
HS-SPMCE GC-MS 0,10 0,14 0,13 0,13 0,09 (Tölgyessy et al. 2007)
Água
Subterrânea
Canadá
HS
GC-MS
100
(Wang et al. 2002)
HS-SPME 1,0
Água
Subterrânea
Alemanha HS-SPME MCC/UV-
IMS
ND ND ND ND ND (Walendzik et al. 2005)
Água Pura China HS-SPME GC-FID 0,0025 0,0020 0,0020 0,0014 0,0017 (Xiao et al. 2000)
Água
Subterrânea
Suíça DAI GC-MS < 0,2 2,0 (Zwank et al. 2002)
*Limite de quantificação, ND – não determinado, NA composto não analisado, DHS - dynamic headspace (headspace dinâmico), OSFME -
organic solvent film microextraction, PT - purge and trap, ME - membrane extraction (extração por membrana), CEx - capillary extraction
(extração capilar), CLSA - closed-loop-stripping analysis, INCAT - inside needle capillary adsorption trap, PID - photoionization detector
(detector de fotoionização), PTV - programmable temperature vaporizer, SPDE - solid-phase dynamic extraction, SPMCE solid-phase
microcolumn extraction, DAI - direct aqueous injection (injeção direta), HF-LPME - hollow-fiber liquid phase microextraction
(microextração em fase líquida com fibra oca), MCC - multi-capillary columns, UV- ultravioleta, IMS - ion mobility spectrometry, SDME -
single-drop microextract.
2.3.2. Microextração em Fase Sólida (SPME)
A microextração em fase sólida é uma técnica relativamente simples do ponto de vista
instrumental. Desenvolvida por Arthur e Pawliszyn, sua forma original baseia-se na sorção
dos analitos por uma fibra de sílica modificada quimicamente, com posterior dessorção
térmica dos analitos em um cromatógrafo a gás (Arthur e Pawliszyn 1990).
O rápido desenvolvimento desta técnica resultou na fabricação de um dispositivo
comercializado pela Supelco
®
(Figura 2.4). Este dispositivo consiste de uma seringa
modificada, montada em um holder protetor.
Fonte: (Leles 2005).
Figura 2.4 – Dispositivo de SPME.
Uma agulha protege a fibra, durante a perfuração do septo de vedação do frasco que
contém a amostra, na sua retirada e na perfuração e remoção do septo do injetor do
cromatógrafo a gás (Neto e Nunes 2003).
O processo de extração envolve a partição entre os analitos na matriz e na fase
estacionária, sendo que este particionamento é controlado por propriedades físico-químicas
dos analitos, da matriz e da fase estacionária. No equilíbrio, a quantidade extraída é
proporcional ao coeficiente de partição e a concentração do analito na amostra. O
coeficiente de partição é determinado pela interação entre o analito/matriz e o
analito/recobrimento. A extração é considerada completa quando a concentração do analito
atinge o equilíbrio de distribuição entre o recobrimento e a matriz (Alves 2006).
A partição dos analitos entre a fase aquosa e a fase orgânica estacionária pode ser
expressa pela constante de distribuição K:
sendo C
f
a concentração na fibra e C
aq
, a concentração na fase aquosa.
A razão de partição, k, será dada por:
em que n
f
e n
aq
representam o número de moles na fase estacionária e aquosa,
respectivamente. Um rearranjo da última equação fornecerá:
n
f
= K V
f
n
aq
V
aq
Substituindo “C
aq
V
aq
” na (Eq. 2)
por “n
aq
”, obteremos:
Como na (Eq. 2) k = K V
f
V
aq
Então
n
f
= C
aq
V
aq
K V
f
(Eq. 2.6)
V
aq
Cancelando V
aq
, comum ao numerador e ao denominador,
K = C
f
C
aq
k = C
f
V
f
= n
f
= K V
f
C
aq
V
aq
n
aq
V
aq
k = n
f
= n
f
n
f
= C
aq
V
aq
k
n
aq
C
aq
V
aq
(Eq. 2.5)
(Eq. 2.4)
(Eq. 2.3)
(Eq. 2.2)
(Eq. 2.1)
n
f
= K V
f
C
aq
(Eq. 2.7)
Fazendo o termo K V
f
igual a uma constante A,
A = K V
f
(Eq. 2.8)
Se tem, finalmente,
n
f
= A C
aq
(Eq. 2.9)
Portanto, haverá uma relação linear entre a quantidade sorvida na fase estacionária e a
concentração na amostra (Lanças 2004a).
Os dois principais modos de operação em SPME são a extração direta e a extração via
headspace (Figura 2.5).
Fonte: (Lanças 2004a).
Figura 2.5 Principais modos de extração em SPME: (a) extração direta e (b) extração via
headspace.
Na extração direta o revestimento da fibra é inserido diretamente dentro da amostra e
os analitos são transportados da amostra matriz para a fase polimérica. Entretanto este
procedimento de extração direta somente pode ser realizado quando não possibilidade
de danos ao material sorvente causado pelo contato direto com a amostra. Alguns artifícios
como agitação com barra magnética, sonicação ou movimentos rápidos da fibra ou do
frasco da amostra podem facilitar na extração aumentando a velocidade de difusão do
analito da amostra para dentro da fibra. No modo de extração através do headspace a fibra
Fibra
Amostra
Fase estacionária
Fase estacionária
a
b
é exposta à fase gasosa acima da amostra. Este modo é ideal nos casos em que os analitos
sejam suficientemente voláteis na temperatura de extração escolhida, evitando danos à
fibra causados por contato direto com a matriz e facilitando modificações do meio como
pH, força iônica, etc. (Silva 2005a).
Uma variante desses dois modos, denominada extração indireta, utiliza uma membrana
protetora sobre a fibra, a fim de protegê-la no caso de análise de amostras extremamente
sujas, com fluidos biológicos. Esse modo é recomendado apenas quando os outros dois
modos (direto ou headspace) não forem adequados (Tabela 2.3) (Lanças 2004a).
Tabela 2.3 – Seleção do modo de extração em SPME.
Modo Característica do analito Matrizes típicas
Direto Volatilidade média e baixa Amostras gasosas; líquidas
Headspace Volatilidade média e alta Amostras líquidas; sólidas
Indireto Volatilidade baixa Amostras complexas
Fonte: (Lanças 2004a).
A afinidade da fase extratora por um analito é o fator mais importante no
desenvolvimento de um método utilizando SPME. A seleção da fase é baseada,
principalmente, na polaridade e volatilidade do analito (Fernandes 2006). A Tabela 2.4
ilustra as características de algumas fibras para SPME comercialmente disponíveis. Fibras
específicas para uma classe de compostos fornecem, como principal vantagem, uma maior
seletividade de extração, minimizando a extração de interferentes (Alpendurada 2000).
Tabela 2.4 – Fibras disponíveis comercialmente para SPME.
Filme
Espessura
do filme
Uso
recomendado
pH
Temp.
máxima
(°C)
Aplicações
PDMS
100µm
b
GC-HPLC 2-10 280 Voláteis, compostos
de alta massa
molecular e
semivoláteis pouco
polares
30µm
b
GC-HPLC 2-11 280
7 µm
a
GC-HPLC 2-11 340
PA
85µm
a
GC-HPLC 2-11 320 Compostos orgânicos
polares como
triazinas e fenóis
PDMS/DVB
65µm
a
GC 2-11 270 Compostos polares,
aminas e voláteis
60µm
a
HPLC 2-11 270
CAR/PDMS
75µm
a
GC 2-11 320 Compostos de baixa
massa molecular e
gases
CW/DVB
65µm
a
GC 2-9 260 Compostos polares e
alcoóis
CW/TPR
50µm
a
HPLC 2-9 260 Compostos polares e
surfactantes
DVB/CAR/PDMS 50/30µm
a
GC 2-11 270 Análise de traços
a fase ligada, b fase não ligada, PDMS - polidimetilsiloxano, PA poliacrilato, DVB -
divinilbenzeno , CAR - carboxen, CW – carbowax.
Fonte: (Alves 2006).
2.4. Cromatografia Gasosa (GC)
A cromatografia é um método físico-químico de separação dos componentes de uma
mistura, constituído de duas fases em contato íntimo: uma fase que permanece estacionária
durante todo o processo, enquanto que a outra move-se através dela. Quando a fase móvel
é um gás, o método é denominado Cromatografia em Fase Gasosa, sendo que, neste caso, a
fase estacionária poderá ser tanto um sólido quanto um líquido disperso sobre um suporte
inerte (Lanças 1993).
A amostra, por meio de um sistema de injeção, é introduzida em uma coluna contendo
a fase estacionária. O uso de temperaturas convenientes no local de injeção da amostra e na
coluna possibilita a vaporização dessas substâncias que, de acordo com suas propriedades e
as da fase estacionária, o retidas por tempos determinados e chegam à saída da coluna
em tempos diferentes. O uso de um detector adequado na saída da coluna torna possível a
detecção e quantificação dessas substâncias (Collins et al. 2006).
A detecção dos compostos pode ser realizada utilizando-se diversos tipos de detectores.
Eles se dividem em detectores universais, sensíveis a qualquer substância, detectores
seletivos, sensíveis apenas a alguma classe de substâncias e detectores específicos,
sensíveis a um ou alguns elementos. Exemplos destes detectores são por ionização em
chama, por condutividade térmica, fotométrico de chama, termiônico e por captura de
elétrons, respectivamente. Caso a identificação dos compostos seja de interesse, o
cromatógrafo a gás pode estar acoplado a um espectrômetro de massas, que também é um
detector universal (Collins et al. 1993).
2.4.1. Cromatografia Gasosa com Detecção por Ionização em
Chama
O detector por ionização em chama (FID) consiste de uma pequena difusão hidrogênio-
ar formando a chama no final do queimador. Quando os compostos orgânicos são
introduzidos na chama do efluente da coluna, espécies carregadas eletricamente são
formadas. Estas são coletadas num eletrodo e produz um aumento na corrente proporcional
a quantidade de carbono na chama. O resultado da corrente é amplificado por um
eletrômetro. Os processos envolvidos no mecanismo de ionização no FID iniciam na ponta
do queimador e em regiões discretas da chama. O material orgânico eluido da coluna sofre
reações de degradação nesta região rica em hidrogênio, formando um grupo de escies de
carbono simples. Como os dois fluxos de gases se misturam na zona de reação, com
oxigênio disponível, a seguinte reação ocorre:
CH
.
+ O
.
CHO
+
+ e
-
As espécies de CHO
+
reagem rapidamente com a água produzida na chama para gerar
íons hidrônios:
CHO
+
+ H
2
O H
3
O
+
+ CO
Estes íons de cargas positivas e suas formas “polimerizadas” (H
2
O)
n
H
+
são as cargas
positivas primárias de espécies carreadas. A resposta do FID é proporcional ao número de
átomos de carbono, ao invés do peso ou moles do composto (Grob e Barry 1995).
2.4.2. Cromatografia Gasosa com Detecção por Espectrometria
de Massas
A cromatografia gasosa com detecção por espectrometria de massas (GC-MS) consta
de um cromatógrafo, usualmente com uma coluna capilar, uma interface para ligação dos
dois sistemas, uma câmara de ionização onde os íns são formados, uma câmara mantida
sob vácuo onde ocorre a separação destes e um sistema de detecção dos íons, acoplado a
um sistema de registro com um programa para a interpretação dos dados obtidos (Collins et
al. 2006).
O acoplamento das técnicas de cromatografia gasosa e espectrometria de massas é
bastante compatível, uma vez que ambas trabalham com a amostra em fase gasosa e
requerem pequenas quantidades da mesma na alise. O único obstáculo reside no fato de
que o efluente que sai da coluna cromatográfica (o gás de arraste, normalmente com um
fluxo entre 1 e 3mLmin
-1
) esa uma pressão próxima da pressão atmosférica e deve ser
conduzido até o interior do espectrômetro de massas, que trabalha em alto vácuo (10
-5
-10
-8
torr). Essa diferença de pressão provoca a expansão do gás, com conseqüente aumento da
quantidade de gás no detector. Diante disso, um sistema eficiente de bombeamento é
requerido com o intuito de manter o vácuo, dentro da fonte, perto de um nível ótimo para
ionização. O fluxo de gás advindo do cromatógrafo não interfere na análise, pois o sistema
de bombeamento elimina o excesso desses gases (Herbert e Johnstone 2003).
A fonte de ionização mais comum em espectrometria de massas é a ionização de
elétrons (EI - electrons impact), a qual emprega um filamento aquecido para gerar elétrons
com energia suficiente para provocar ionização nos analitos de interesse. Os íons formados
são direcionados para o analisador, cuja função é separá-los de acordo com sua relação
massa/carga (m/z). Os analisadores de massas mais utilizados no presente são o
quadrupolo e o íon trap, sendo que analisadores do tipo time-of-flight começaram a se
tornar mais populares (Lanças 2004b).
Depois de separados, os íons são detectados e um sistema sofisticado processa os dados
obtidos, fornecendo informações qualitativas e quantitativas. As informações qualitativas
são obtidas através de interpretação dos espectros de massas. Esse espectro de massas é
característico da substância e pode ser comparado a espectros de massas de padrões
analisados simultaneamente, ou provenientes de bibliotecas armazenadas no computador
(Collins et al. 2006).
O sistema de tratamento de dados também constrói cromatogramas convencionais a
partir dos dados obtidos, e esses cromatogramas são usados na quantificação. Quando os
compostos presentes na amostra já foram identificados e se deseja proceder à quantificação
de um ou mais desses compostos, a análise normalmente é feita no modo de
monitoramento de íons selecionados (SIM selected ion monitoring). Nesse caso, apenas
fragmentos específicos de um ou mais compostos serão selecionados pelo analisador de
massas e serão detectados (Collins et al. 2006).
2.5. Otimização dos Parâmetros Experimentais
Otimização corresponde a tornar algo tão perfeito, efetivo ou funcional quanto
possível. Portanto, pode-se definir otimização como sendo um processo baseado em
instruções que permitam obter o melhor resultado de uma dada situação. Cientificamente,
estas instruções são freqüentemente expressas através de métodos matemáticos que
procuram maximizar alguma propriedade específica do sistema em estudo. É na escolha
desta propriedade a ser otimizada, e das condições de controle, que se encontra grande
parte das discussões sobre qual a melhor indicação para um desempenho ideal do sistema
(Fernandes 2006)
O planejamento fatorial tem sido muito aplicado em pesquisas básicas e tecnológicas e
é classificado como um método do tipo simultâneo, onde as variáveis de interesse que
realmente apresentem influências significativas na resposta são avaliadas ao mesmo tempo.
Ele permite uma combinação de todas as variáveis em todos os níveis, obtendo-se assim
uma análise de uma variável, sujeita a todas as combinações das demais.
Planejamentos Fatoriais são extremamente úteis para medir os efeitos (ou influencias)
de uma ou mais variáveis na resposta de um processo. O usual é realizar um planejamento
com dois níveis, no máximo três. O uso de mais níveis aumentaria sobremaneira o número
de pontos experimentais, fato esse que se quer evitar quando se propõe um planejamento
(Calado e Montgomery 2003).
Nos planejamentos de dois níveis costuma-se identificá-los como veis superior (+) e
inferior (-). Em geral, se houver n níveis do fator k, o planejamento será um fatorial n
k
,
onde o número mínimo de experimentos corresponde ao resultado desse fatorial. Para
estimativa do erro experimental de uma resposta individual e a partir daí avaliar a
significância estatística dos efeitos é necessário que sejam realizados ensaios repetidos e
para evitar a ocorrência de distorções estatística nos resultados é importante realizar os
ensaios em ordem aleatória. O sorteio da ordem de realização dos ensaios dilui a
probabilidade de algum fator indesejável afetar uma resposta especificamente. Neste caso,
a probabilidade é a mesma para todas as respostas (Barros Neto et al. 2003).
A análise por meio de gráficos ajuda distinguir, nos resultados de um planejamento, os
valores que correspondem realmente aos efeitos.
No diagrama de pareto pode-se visualizar a importância de cada parâmetro estudado,
bem como suas interações. Os gráficos de superfície de respostas é um conjunto de
técnicas de planejamento e análise de experimentos que utiliza a modelagem matemática
de resposta em função dos fatores de controle, cujo objetivo é otimizar a resposta, ou seja
identificar quais são os níveis dos fatores para os quais a resposta é otimizada (Alves
2006).
2.6. Validação de Métodos Analíticos
Validar um sistema é dar ao mesmo validade, credibilidade, confiança. No caso de um
sistema de análise de substâncias químicas, a validação objetiva, principalmente, assegurar
que o sistema funcione adequadamente dentro das condições de análise para as quais foi
validado. Todo sistema apresenta limitações; o importante na validação é conhecer essas
limitações e assegurar que o sistema analítico apresente o desempenho esperado, dentro
desses limites determinados no processo de validação (Lanças 2004b).
vários procedimentos distintos para validação, dependendo da finalidade do
procedimento. Sempre discrepâncias, mesmo que mínimas, entre os diferentes sistemas
de validação. Portanto não um sistema único de validação que atenda às exigências dos
diferentes órgãos nacionais e internacionais (Lanças 2004b).
No Brasil, duas agências credenciadoras para verificar a competência de
laboratórios de ensaios, a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e o
INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial). Estes
órgãos disponibilizam guias para o procedimento de validação de métodos analíticos,
respectivamente, a Resolução ANVISA RE n°899, de 29/05/2003 e o documento
INMETRO DOQ-CGCRE-008, de março/2003 (Ribani et al. 2004). Suas similaridades e
diferenças podem ser melhor visualizadas na Tabela 2.5.
Tabela 2.5 – Parâmetros de validação do INMETRO e ANVISA.
INMETRO ANVISA
Especificidade/Seletividade Especificidade/Seletividade
Faixa de trabalho e Faixa linear de trabalho Intervalos da curva de calibração
Linearidade Linearidade
Curva de Calibração
Limite de Detecção Limite de Detecção
Limite de Quantificação Limite de Quantificação
Sensibilidade (inclinação da curva)
Exatidão e tendência (bias) Exatidão
Precisão Precisão
Repetitividade Repetibilidade (precisão intra-corrida)
Precisão Intermediária Precisão intermediária (precisão inter-
corrida)
Reprodutibilidade Reprodutibilidade (precisão inter-
laboratorial)
Robustez Robustez
Incerteza de medição
Fonte: Ribani et al. 2004.
Os parâmetros que necessitam ser calculados durante o processo de validação podem
variar de acordo com o tipo de ensaio (INMETRO 2003). Os parâmetros analíticos
normalmente encontrados para validação de métodos de separação são: seletividade,
linearidade e faixa de aplicação, precisão, exatidão, limite de detecção, limite de
quantificação e robustez (Ribani et al. 2004).
2.6.1. Seletividade
A seletividade de um método instrumental de separação é a capacidade de avaliar, de
forma inequívoca, as substâncias em exame na presença de componentes que podem
interferir com a sua determinação em uma amostra complexa. A seletividade avalia o grau
de interferência de espécies como outro ingrediente ativo, excipientes, impurezas e
produtos de degradação, bem como outros compostos de propriedades similares que
possam estar, porventura, presentes. A seletividade garante que o pico de resposta seja
exclusivamente do composto de interesse. Se a seletividade não for assegurada, a
linearidade, a exatidão e a precisão estarão seriamente comprometidas (Ribani et al. 2004).
A seletividade é o primeiro passo no desenvolvimento e validação de um método
instrumental de separação e deve ser reavaliada continuamente durante a validação e
subseqüente uso do método. Algumas amostras podem sofrer degradação, gerando
compostos que não foram observados inicialmente, que podem coeluir com a substância de
interesse (Ribani et al. 2004).
2.6.2. Linearidade
A linearidade é a resposta obtida em função da concentração do analito a qual deve ser
estudada em um intervalo de concentração apropriado (Lanças 2004b).
2.6.3. Detectabilidade
O limite de detecção (LOD - limit of detection) corresponde à menor quantidade de um
analito que pode ser detectada, porém, não necessariamente quantificada como um valor
exato (Lanças 2004b).
O limite de quantificação (LOQ - limit of quantitation) corresponde à menor
quantidade de um analito que pode ser quantificada com exatidão e com uma fidelidade
determinada (Lanças 2004b).
2.6.4. Precisão
A precisão é a expressão da concordância entre vários resultados analíticos obtidos
para uma mesma amostra. A precisão pode ser determinada em condições de repetibilidade
ou em condições de reprodutibilidade (Lanças 2004b).
2.6.5. Exatidão
A exatidão expressa a concordância entre o valor encontrado e o valor aceito como
verdadeiro ou aceito como referência (Lanças 2004b). Os processos mais utilizados para
avaliar a exatidão de um método o: materiais de referência; comparação de métodos;
ensaios de recuperação; adição padrão (Ribani et al. 2004).
A recuperação (ou fator de recuperação), R, é definida como a proporção da quantidade
da substância de interesse, presente ou adicionada na porção analítica do material teste, que
é extraída e passível de ser quantificada (Ribani et al. 2004).
A informação de recuperação pode ser estimada de materiais de referência certificados,
quando disponíveis, ou de um composto substituto (surrogate). O substituto é definido
como um composto ou elemento puro adicionado ao material teste, no qual o
comportamento químico e físico é representativo da substância de interesse na forma
nativa. Diz-se que o composto é um substituto porque este é transferido para a amostra e
pode não estar efetivamente no mesmo equilíbrio que se encontra a substância na forma
nativa, então determina-se a recuperação do substituto, fazendo uma “correção de
recuperação” para a substância de interesse. Os compostos substitutos, adicionados nas
amostras, podem ser de vários tipos: padrão da substância adicionado à matriz isenta da
substância ou à amostra (fortificação, incorporação, dopagem, enriquecimento, termos
provenientes do inglês spiking), uma versão da substância modificada isotopicamente ou
composto quimicamente diferente da substância de interesse, mas representativo de seu
comportamento (Ribani et al. 2004).
2.6.6. Robustez
A robustez é uma medida da capacidade de um método de não sofrer alterações em
decorrência de pequenas variações, deliberadamente introduzidas nos parâmetros do
método (Lanças 2004b).
Os testes de robustez avaliam os fatores que podem influenciar de modo mais
significativo a resposta de interesse (Brito et al. 2003). Um método é dito robusto quando
se mostra praticamente insensível a pequenas mudanças nas condições de trabalho, ou seja,
quanto maior a robustez do método, maior será a confiança deste em relação a sua precisão
(INMETRO 2003).
3. Materiais e Métodos
3.1. Materiais e Equipamentos
Purificação do Benzeno:
Funil de separação de 1000mL.
Erlenmeyer de 1000mL.
Balão de destilação de 1000mL.
Condensador.
Manta.
Garra.
Suporte.
Preparo de padrões:
Balão volumétrico (10 e 100mL).
Micropipetas Digipet (0,5-10µL).
Micropipetas LabMat (2-20µL, 20-200µL, 100-1000µL, 1-5mL).
Espátula.
Balança analítica Shimadzu AUY220.
Extração e análise:
Vials de 20mL com tampa de alumínio e septo de silicone/teflon.
Seringa gastight #1001 Hamilton.
Dispositivo (holder) para injeção manual Supelco.
Fibras de polidimetilsiloxano com 100µm de recobrimento Supelco.
Fibras de carboxen/polidimetilsiloxano com 75µm de recobrimento Supelco.
Bloco de alumínio com furos de 20mm.
Forno (20-400°C).
Termômetro.
GC-FID Varian, modelo CP-3380.
GC-MS Shimadzu, modelo GC-2010.
Coluna Restek Rtx-5MS (5% difenil, 95% dimetilsiloxano) com 30m de comprimento,
0,25mm de diâmetro interno e 0,25µm de espessura de filme.
Software Varian Star Workstation.
Software Shimadzu GCMSsolution.
Software Statistica 6.0 da Stat-Soft.
Software Validate.
3.2. Reagentes
Ácido sulfúrico P. A. (Vetec).
Benzeno P.A. (Synth).
Benzoato de Etila GC (Sigma-Aldrich).
Bromobenzeno P. A. (Sigma-Aldrich).
Cloreto de cálcio P. A. (Vetec).
Cloreto de sódio P. A. (J. T. Baker).
Etilbenzeno GC (Sigma-Aldrich).
Hidróxido de sódio P. A. (Cromoline).
Metanol HPLC/UV (J. T. Baker).
Mistura de isômeros do xileno GC (Sigma-Aldrich).
Tolueno UV/HPLC - Espectroscópico (Vetec).
3.3. Limpeza dos Materiais
A limpeza dos materiais utilizados neste trabalho baseou-se nos seguintes passos: 1)
Enxaguar três vezes com água comum, chacoalhando vigorosamente as vidrarias tampadas.
2) Adicionar um pouco da solução de extran a 5% e esfregar com uma escova. 3) Enxaguar
novamente as vidrarias com água comum até a eliminação completa das bolhas de sao.
4) Enxaguar três vezes com água destilada para eliminar a água de torneira. 5) Adicionar
solução de HNO
3
2,5% m/v até encher completamente as vidrarias e cobrir com papel
filme. 6) Colocar as tampas em um pote plástico e submergi-las na mesma solução ácida.
7) Reservar por 24 horas e depois de corrido este tempo, descartar a solução ácida em um
recipiente próprio (para reutilização). 8) Enxaguar abundantemente as vidrarias e as tampas
com água destilada, repetir a operação pelo menos três vezes chacoalhando vigorosamente.
9) Enxaguar ainda por duas vezes com água ultra pura (deionizada). Somente para os vials
e septos adicionar ainda metanol até encher completamente e deixar em um banho de
ultrason por quinze minutos e depois de corrido este tempo, descartar em um recipiente
próprio (para reutilização). 10) Secar as vidrarias, os vials e septos em forno a 150°C e
após seco cobrir as extremidades com papel alumínio.
3.4. Purificação do Benzeno
A purificação do benzeno baseou-se nos seguintes passos: 1) Em um funil de separação
de 1000mL adicionar 500mL de benzeno e 100mL de solução 1% de ácido sulfúrico. 2)
Agitar, esperar decantar e extrair lentamente. 3) Repetir a etapa anterior por mais duas
vezes e posteriormente acrescentar 100mL de água ultra pura (deionizada). 4) Agitar,
esperar decantar e extrair. 5) Repetir a etapa anterior por mais três vezes e posteriormente
acrescentar 100mL de solução 1% de hidróxido de sódio. 6) Agitar, esperar decantar e
extrair. 7) Repetir a etapa anterior por mais três vezes e por fim fazer uma lavagem com
100mL de água ultra pura (deionizada) por três vezes. 8) Transferir o benzeno para um
erlenmeyer contendo cloreto de lcio e deixar em contato por 24 horas. 9) Depois de
decorrido este tempo, destilar lentamente.
3.5. Padrões e Soluções
Foi preparado 50mL de uma solução padrão estoque, em um balão volumétrico de
50mL, diluindo os BTEX (0,0440g de benzeno, 0,0460g de tolueno e 0,0970g da mistura
de xilenos e etilbenzeno) em metanol. As soluções de trabalho foram preparadas instantes
antes do início de cada trabalho, a partir da diluição direta da solução padrão estoque em
água ultra pura (deionizada). As soluções padrão estoque foram armazenadas a 4°C, por
um período máximo de um mês.
3.6. Amostragem e Pontos de Coleta
Na etapa de aplicação da técnica otimizada, foram empregadas amostras de águas
superficiais e subterrâneas coletadas, em triplicata, nos poços de abastecimento e
reservatórios da UFOP e na superfície do Ribeirão Tripuí (Figura 3.1) no mês de dezembro
de 2008. A identificação de cada um dos pontos coletados encontra-se na Tabela 3.1.
Figura 3.1 – Imagem de satélite do campus da UFOP e parte da cidade de Ouro Preto, com
os pontos de coleta georeferenciados, gerada pelo programa Google Earth
®
.
Tabela 3.1 – Identificação dos pontos amostrais.
Ponto
Amostral
Coordenadas
Geográficas
Identificação
S1 20°24'1.58" S
43°31'33.71" O
Superfície do Ribeirão Tripuí, Saramenha.
S2 20°23'26.25" S
43°30'29.53" O
Superfície do Ribeirão Tripuí, Praça da Estação.
S3 20°23'25.80" S
43°30'7.16" O
Superfície do Ribeirão Tripuí, Praça da Barra.
P1 20°23'18.08" S
43°30'27.30" O
Poço Artesiano Parque Metalúrgico 2.
P2 20°23'18.07" S
43°30'26.79" O
Poço Artesiano Parque Metalúrgico 4.
R1 20°23'19.02" S
43°30'22.70" O
Reservatório da Praça da UFOP, chegada da nascente
do Horto Florestal.
R2 20°23'48.55" S
43°30'26.29" O
Reservatório do Centro de Convergência.
R3 20°23'45.32" S
43°30'37.79" O
Reservatório do ICEB.
As amostras foram coletadas diretamente nos vials de 20,00mL de capacidade com
tampa de alumínio e septo de silicone/teflon. A esses frascos foram adicionados 10,00mL
da amostra, 2,50g de cloreto de sódio e 100µL de benzoato de etila na concentração de
20mg/L.
Após a coleta os frascos foram lacrados e armazenados a temperaturas até C em
recipientes apropriados a a chegada ao laboratório, onde foram transferidas para um
refrigerador ficando a 4°C até a determinação analítica.
3.7. Descarte dos Resíduos
Todo e qualquer resíduo gerado nas análises dos BTEX foram estocados em recipientes
apropriados, onde permaneceram até serem encaminhados para o descarte por empresas
especializadas no ramo sob responsabilidade da UFOP.
3.8. Condições Cromatográficas
As condições cromatográficas do GC-FID, Varian modelo CP-3380, para
determinação e quantificação dos compostos voláteis de interesse foram: temperatura do
injetor split/splitless a 250°C, mantido em splitless por 0,5 minuto, temperatura do detector
FID a 280°C. O volume injetado de 1000µL. A coluna utilizada para as separações foi a
Rtx
®
-5MS da Restek (5% difenil, 95% dimetilsiloxano) com 30m de comprimento,
0,25mm de diâmetro e 0,25µm de espessura de filme. O forno da coluna foi programado
para iniciar a corrida em 35°C, mantendo-se por 10 minutos, em seguida atingir a
temperatura de 225°C, através de uma rampa de aquecimento de 20°C/min e mantendo
esta temperatura por 1 minuto. Foi empregado hidrogênio como gás de arraste a uma
vazão de 1,76mL/min
e, com o nitrogênio como gás make-up, chegaram ao FID com vazão
de 30mL/min. A chama do FID foi mantida com ar sintético a 300mL/min e hidrogênio a
30mL/min. O split foi ajustado para 1:30. As corridas foram gerenciadas pelo software
Varian Star Workstation.
As condições cromatográficas do GC-MS, Shimadzu modelo GC-2010 foram:
temperatura do injetor, split/splitless com insersor de diâmetro interno de 0,75mm especial
para SPME, a 200°C para a metodologia HS e 250°C para HS-SPME. Injeção no modo
split, 1:15. A coluna utilizada para as separações foi a Rtx
®
-5MS da Restek (5% difenil,
95% dimetilsiloxano) com 30m de comprimento, 0,25mm de diâmetro e 0,25µm de
espessura. O forno da coluna foi programado para iniciar a corrida em 40°C, mantendo-a
por 1 minuto, indo a 70°C com taxa de aquecimento de 5°C/min e em seguida atingir a
temperatura de 220°C, através de uma rampa de 60°C/min, mantendo esta temperatura por
0,5 minuto. Como gás de arraste utilizou-se hélio a uma vazão de 2,56mL/min, que com o
make-up atingia o fluxo total de 50,90mL/min. Para HS, o volume injetado foi de 1000µL.
O espectrômetro de massas com fonte de ionização por impacto de elétrons (EI-70eV),
e analisador de massas quadrupolo, foi operado no modo SCAN para identificação e SIM
para quantificação dos compostos. Os fragmentos característicos de cada um dos BTEX
estão listados na Tabela 3.2. A temperatura da interface foi de 250°C e da fonte de íons
200°C. As corridas foram gerenciadas pelo software Shimadzu GCMSsolution.
Tabela 3.2 – Íons característicos dos BTEX.
Composto Íon Principal Íons Secundários
Benzeno 78 77 e 52
Tolueno 91 92 e 65
Etilbenzeno 91 106 e 77
m,p-Xilenos 91 106 e 77
o-Xileno 91 106 e 77
3.9. Extração
3.9.1. Metodologia HS-GC-FID
Inicialmente as soluções/amostras de 10,0mL foram acondicionadas em frascos de
headspace de 20,0mL de capacidade, juntamente com 2,50g de cloreto de sódio. O frasco
vedado foi agitado manualmente por um minuto e mantido envolto em um bloco de
alumínio aquecido em forno a 80°C por 30 minutos. Após este período de extração foram
recolhidos 1,00mL do ar confinado no frasco, por meio de uma seringa do tipo gastight
previamente lavada com metanol e aquecida a 80°C por 5 minutos, e em seguida injetado
no cromatógrafo. A quantificação dos compostos BTEX nas amostras foi obtida através do
método de padronização interna, onde o bromobenzeno (50µg/L) foi adicionado como PI,
antes da etapa de extração.
3.9.2. Metodologia HS-GC-MS
Inicialmente as soluções/amostras de 10,0mL foram acondicionadas em frascos de
headspace de 20,0mL de capacidade, juntamente com 2,50 g de cloreto de sódio. O frasco
vedado foi agitado vigorosamente por um minuto e mantido envolto em um bloco de
alumínio aquecido em forno a 80°C por 30 minutos. Após este período de extração foram
recolhidos 1,00mL do ar confinado no frasco, por meio de uma seringa do tipo gastight
previamente lavada com metanol e aquecida a 80°C por 5 minutos, e em seguida injetado
no cromatógrafo. A quantificação dos compostos BTEX nas amostras foi obtida através do
método de padronização interna, onde o benzoato de etila (1,00mg/L) foi adicionado como
PI, antes da etapa de extração.
3.9.3. Metodologia HS-SPME-GC-MS
Inicialmente as soluções/amostras de 10,0mL foram acondicionadas em frascos de
headspace de 20,0mL de capacidade, juntamente com 2,50g de cloreto de sódio. O frasco
vedado foi agitado vigorosamente por um minuto e mantido envolto em um bloco de
alumínio aquecido em forno a 40°C. Inseriu-se a agulha do dispositivo de SPME no frasco
e expôs-se a fibra na fase headspace, no centro do vórtex e o mais próximo possível da
superfície líquida. O sistema permaneceu deste modo por 15 minutos. Após o tempo de
extração, a fibra foi reposicionada dentro da agulha e o dispositivo foi imediatamente
levado ao cromatógrafo para injeção onde ocorreu a dessorção dos analitos a 250°C
durante 4 minutos. A quantificação dos compostos BTEX em solução aquosa, nas amostras
foi obtida através do método de padronização interna, onde o benzoato de etila (200µg/L)
foi adicionado como PI, antes da etapa de extração.
4. Resultados e Discussão
4.1. Determinação das Condições Cromatográficas
Para o GC-FID inicialmente foram escolhidas três programações de temperaturas
descritas na literatura buscando-se a melhor resolução dos picos e o menor tempo de
corrida. O programa que apresentou melhor resultado foi o descrito por (Alonso et al.
2003): 45°C (durante 5 minutos), 10°C/min até 225°C, permanecendo nesta temperatura
por 1 minuto. Depois alterações no programa foram testadas a fim de se obter um
resultado satisfatório para a separação das substâncias de interesse. Testou-se também
variações no split entre 1:10 e 1:50 e no tempo de splitless entre 0,5 a 1,0min além de
splitless durante todo o tempo.
Diminui-se a temperatura inicial da coluna para 35°C (durante 10 minutos) fazendo
com isso que os compostos ficassem mais tempo retidos e melhorando a separação entre os
picos. Procurando-se diminuir o tempo de corrida, aumentou-se a taxa de aquecimento na
rampa de temperatura da coluna para 20°C/min. Assim, o tempo de corrida foi reduzido a
20,5 minutos, com cerca de 6 minutos para o equipamento estar apto a uma nova injeção
(Figura 4.1). O pico inicial que pode ser observado no cromatograma, refere-se ao co-
solvente metanol, com tempo de retenção de 0,85min. A razão de split que apresentou
melhor resultado foi de 1:30 com 0,5 minutos de splitless. Os tempos de retenção médios
de cada analito de interesse obtidos são apresentados na Tabela 4.1.
Figura 4.1 – Cromatograma padrão GC-FID para uma solução com concentração em
BTEX de 100µg/L.
Tabela 4.1 - Tempos de retenção médios para os compostos BTEX no GC-FID.
Analitos Tempo de Retenção (min)
Benzeno 1,7
Tolueno 3,2
Etilbenzeno 6,5
m,p-Xilenos 6,9
o-Xileno 8,4
Para o GC-MS partiu-se das condições do GC-FID com splitless o tempo todo. Depois
alterações no programa foram testadas a fim de se obter um resultado satisfatório para a
separação das substâncias de interesse. Operou-se inicialmente o modo scan com variação
de 43 a 150m/z para identificação dos compostos BTEX. As injeções passaram a ser feitas
no modo split a fim de diminuir a cauda dos picos. O tempo de corrida foi reduzido a 10,0
minutos, com cerca de 5 minutos para o equipamento estar apto a uma nova injeção
(Figura 4.2). Os tempos de retenção de cada composto na separação por GC-MS estão
apresentados na Tabela 4.2.
Figura 4.2 – Cromatograma padrão GC-MS para uma solução com concentração em BTEX
de 50µg/L.
Tabela 4.2 - Tempos de retenção médios para os compostos BTEX no GC-MS.
Analitos Tempo de Retenção (min)
Benzeno 1,9
Tolueno 3,0
Etilbenzeno 4,8
m,p-Xilenos 5,0
o-Xileno 5,6
4.2. Seleção dos Parâmetros para Desenvolvimento dos Métodos
A eficiência da extração por headspace e da microextração em fase sólida sofre a
influência de alguns fatores como a concentração salina da amostra, a temperatura, o nível
de agitação da amostra, o volume disponível para a fase headspace, o tempo de extração e
as condições de dessorção. A escolha correta do melhor conjunto de parâmetros de
trabalho leva a menores tempos de extração, boa sensibilidade e precisão.
4.2.1. Modo de Extração
Para a escolha do modo mais adequado à extração, direto ou headspace, devemos levar
em conta o tipo de amostra a ser trabalhada e os analitos que ela contém. Quando se trata
de amostras muito “sujas” ou aquelas que contêm substâncias que podem danificar a fibra,
o modo headspace é o mais apropriado, na condição dos analitos apresentarem boa
volatilidade. Para amostras que não apresentam tais incompatibilidades com o material da
fibra, tanto o modo headspace como o modo direto pode ser empregado. No caso
específico deste trabalho, devido à presença de cloreto de sódio adicionado nas amostras de
água, em níveis de concentração que poderiam afetar o desempenho da fibra, e também
devido à grande volatilidade dos analitos, optou-se pelo modo headspace de extração.
Além disso, o modo headspace leva a tempos de equilíbrio bem menores que no modo
direto (Zang e Pawliszyn 1993).
4.2.2. Recobrimento das Fibras
A escolha da fibra a ser utilizada na microextração é determinada pela massa molecular
e pela polaridade da espécie em estudo. Normalmente, os revestimentos mais seletivos, ou
seja, com grande afinidade pelo analito e os mais espessos, pela maior quantidade extraída,
proporcionam ao método alta sensibilidade (Leles 2005).
Levando-se em consideração as características dos compostos estudados, dois tipos de
fibras foram avaliados experimentalmente para a seleção da fibra que proporcionasse
maior extração: polidimetilssiloxano (100-PDMS) de 100µm de espessura de filme e a
carboxen/polidimetilssiloxano (75-CAR/PDMS) de 75µm de espessura de filme.
Devido à baixa concentração de BTEX em amostras ambientais, optou-se por aquela
que oferece maior capacidade de retenção de BTEX (Figura 4.3). Com base nestes
resultados, foi selecionada a fibra de CAR/PDMS de 75µm de espessura. A fibra 75-
CAR/PDMS foi condicionada por aquecimento no injetor do cromatógrafo a 300°C,
durante 60min.
Figura 4.3 – Comparação da eficiência de extração dos compostos BTEX de duas amostras
fortificadas (aproximadamente 100µg/L) analisadas nas mesmas condições
cromatográficas, utilizando duas diferentes fibras de SPME.
0
50000
100000
150000
200000
250000
300000
350000
400000
450000
B
e
nz
e
no
Tolueno
Eti
l
benze
n
o
m
,p
-
X
i
l
e
n
os
o-X
i
l
e
no
Área do Pico
PDMS
CAR/PDMS
4.2.3. Agitação
A agitação facilita a transferência de massa entre o headspace e a amostra aquosa. A
agitação da amostra aumenta a difusão dos analitos na fibra (fase estacionária) e reduz o
tempo de extração. Se a agitação da amostra fosse perfeita, todos os analitos presentes na
matriz teriam acesso ao filme extrator e a extração seria rápida. Contudo, na prática,
independente da velocidade de agitação, o fluido em contato com a superfície da fibra é
estacionário, dificultando o acesso dos analitos à fibra e, conseqüentemente, afetando o
tempo de extração (Pawliszyn 1997).
A agitação magnética, por sua simplicidade, é a mais comumente utilizada. Contudo
em uma tentativa de uso as barras de agitação magnéticas de 6mm recobertas com teflon
não foram bem sucedidas, pois a camada de teflon sempre rompeu permitido o contato do
líquido com o metal da barra. Outras técnicas demandam dispositivos mais complexos:
vibração da fibra, usada em injetor automático desenvolvido pela Varian; movimentação
circular do frasco; e sonicação, que diminui o tempo de equilíbrio, mas pode adulterar a
amostra.
Sendo assim optou-se para este trabalho pela agitação manual durante um minuto antes
da extração.
4.2.4. Tempo
Por ser um processo de partição, a quantidade máxima extraída é obtida quando o
equilíbrio é estabelecido entre o analito e a fase estacionária. O tempo de extração é
definido como o tempo necessário para que o equilíbrio entre as fases seja estabelecido.
Para compostos que possuem coeficiente de partição menor, o tempo necessário para
estabelecer o equilíbrio é longo. Neste caso, sugere-se que um tempo de extração menor do
que o tempo de equilíbrio deve ser selecionado. O tempo de exposição da fibra na amostra
deve ser preciso para se obter dados reprodutíveis (Pawliszyn 1997).
4.2.5. Temperatura
Em HS, é recomendado o uso de altas temperaturas, devido à melhor transferência de
massa. Em SPME, a influência da temperatura na partição do analito entre a fase
estacionária e a amostra pode ser descrita em termos cinéticos e termodinâmicos.
Teoricamente a quantidade extraída aumenta com a temperatura, devido à melhor
transferência de massa; contudo, para um processo exotérmico o aumento de temperatura
diminui o valor do coeficiente de partição entre a fibra/analito. Portanto, diminuindo-se a
temperatura aumenta-se a quantidade de analito extraída. Existe assim um máximo de
quantidade extraída que varia com a temperatura e com as características do sistema de
extração (amostra/fibra) (Pawliszyn 1997).
4.2.6. Salinidade
O efeito da força iônica pode aumentar ou diminuir a quantidade extraída, dependendo
do composto e da concentração do sal. Em geral a força iônica reduz ou aumenta a
solubilidade do analito na matriz de acordo com a polaridade do mesmo (Ferreira 2006).
A solubilidade em água de compostos orgânicos pouco polares é significativamente
reduzida com adição de sais inorgânicos como, por exemplo, o cloreto de sódio.
4.2.7. Fração de Fase
A relação do volume de amostra/volume de headspace é um parâmetro importante que
afeta a eficiência da extração. Utilizando-se um frasco de 20,0mL, testaram-se razões
diferentes entre o volume de amostra e o volume de headspace. Em uma fração de 75% se
têm 15,0mL de fase quida e 5,00mL na fase de headspace, enquanto que em uma fração
de 50% tem-se 10mL em cada fase.
4.3. Otimização Multivariada das Metodologias
4.3.1. Planejamento Fatorial para as Metodologias HS-GC-FID
e HS-GC-MS
O planejamento fatorial realizado foi completo e incluiu ponto central em triplicata,
para determinação do erro experimental. No total foram realizadas 19 corridas que
correspondem ao planejamento fatorial completo com quatro fatores (2
4-0
) e mais três
replicas no ponto central. A Tabela 4.3 apresenta a matriz dos experimentos e os vetores de
resposta (áreas) obtidos. As amostras foram agitas manualmente por um minuto antes da
extração e apresentavam concentração de BTEX em 100µg/L.
A análise dos efeitos dos fatores sobre os BTEX está apresentada na Tabela 4.4.
Verifica-se que apenas o fator temperatura apresentou efeito principal significativo ao
nível de 95% de confiança (p<0,05), em negrito na tabela, sobre os BTEX e o fator sal
apresentou efeito principal significativo ao nível de 95% de confiança (p<0,05) sobre o
benzeno.
Com os resultados obtidos, utilizando o programa Statistica
®
, foram gerados os
diagramas de pareto (Figuras 4.4 a 4.8) e as superfícies de resposta (Figura 4.9 a 4.13).
Pelo gráfico de pareto observa-se que a influencia do fator temperatura é muito
superior aos demais fatores para todos os BTEX. O efeito do fator fração de fase é
negativo para o benzeno, tolueno, etilbenzeno e o-xileno indicando que o nível alto deste
fator (75% de fase líquida) prejudica a extração destes compostos.
Analisando as superfícies de resposta para os fatores mais significativos verifica-se que
foram obtidos planos. Esses resultados indicam uma forte tendência de o modelo ser linear
na região investigada. Observa-se que para se obter maiores concentrações de BTEX
devem-se usar maiores valores de temperatura e sal.
Deste modo, a condição que proporcionou a resposta mais satisfatória foi: temperatura
de 80°C, tempo de 30 minutos, 2,50g de cloreto de sódio e fração de fase de 50%, ou seja,
10,0mL de amostra e 10,0mL de headspace.
45
Tabela 4.3 - Matriz para o planejamento fatorial com quatro fatores em dois níveis (2
4-0
).
Ensaio
Fatores Área dos picos Cromatográficos
Sal
(g)
Tempo
(min)
Temperatura
(°C)
Fração de Fase
(%)
Benzeno Tolueno Etilbenzeno
m,p-Xilenos o-Xileno
1
0,00 10 40 50,00 2095 1601 266 1961 160
2
2,50 10 40 50,00 3490 2614 364 3543 299
3
0,00 30 40 50,00 4791 4854 1039 8163 855
4
2,50 30 40 50,00 12147 13857 3140 25524 2498
5
0,00 10 80 50,00 7611 --- --- --- ---
6
2,50 10 80 50,00 13955 15818 3338 6634 2878
7
0,00 30 80 50,00 3598 3335 629 5000 392
8
2,50 30 80 50,00 6161 5095 788 6696 462
9
0,00 10 40 75,00 1722 1106 126 1025 0
10
2,50 10 40 75,00 7778 7592 1478 12380 1005
11
0,00 30 40 75,00 3558 3187 559 4357 380
46
Tabela 4.3 - Matriz para o planejamento fatorial com quatro fatores em dois níveis (2
4-0
) (continuação).
Ensaio
Fatores Área dos picos Cromatográficos
Sal
(g)
Tempo
(min)
Temperatura
(°C)
Fração de Fase
(%)
Benzeno Tolueno Etilbenzeno
m,p-Xilenos o-Xileno
12
2,50 30 40 75,00 23409 28228 6466 53208 4899
13
0,00 10 80 75,00 12623 13601 2758 22610 2182
14
2,50 10 80 75,00 20314 24646 5755 48235 4464
15
0,00 30 80 75,00 6879 7366 1560 12873 1048
16
2,50 30 80 75,00 9564 11051 2603 21220 3402
17(C)
1,25 20 60 62,50 9353 10710 2460 19925 1926
18(C)
1,25 20 60 62,50 2095 1601 266 1961 160
19(C)
1,25 20 60 62,50 3490 2614 364 3543 299
47
Tabela 4.4 – Estimativa dos efeitos e nível de significância para os valores estudados.
Fator
Benzeno Tolueno Etilbenzeno m,p-Xilenos o-Xileno
Efeitos p-valor Efeitos p-valor Efeitos p-valor Efeitos p-valor Efeitos p-valor
(1)NaCl (g)
4751,25 0,045992
5705,25 0,058188 1338,75 0,078796 11566,0 0,067841 1033,50 0,344157
(2)Tempo (min) 2955,50 0,107424
3507,25 0,135188 709,50 0,217968 863,3 0,811287 635,75 0,528661
(3)Temperatura (°C)
10160,50
0,010624
12810,50 0,012398 2952,00 0,017855 18949,0 0,026969
2427,75 0,102009
(4)Fração de Fase (%) -3899,25 0,066117
-2062,25 0,288421 -132,25 0,772256 4362,0 0,303368 -244,50 0,798676
1 by 2
-8628,25 0,014643
-7637,25 0,033754
-1352,75 0,077357 -11049,0 0,073638 -1036,75 0,342984
1 by 3 -3689,25 0,073030
-1001,00 0,558834 286,75 0,547705 2269,7 0,549033 217,75 0,819946
1 by 4 4289,00 0,055584
5377,75 0,064796 1265,00 0,087051 10315,8 0,083161 935,50 0,381843
2 by 3
8942,50 0,013652
8000,00 0,030899
1412,50 0,071622 6475,5 0,178353 1166,50 0,299857
2 by 4 -1527,75 0,284808
-1732,25 0,352039 -290,75 0,542708 2884,0 0,459753 -256,25 0,789420
3 by 4 0,75 0,999498
323,00 0,843334 177,25 0,700877 6878,3 0,162746 88,75 0,925601
1*2*3 -3913,25 0,065691
-4680,50 0,083019 -1025,75 0,124243 -8221,3 0,122459 -793,00 0,445330
1*2*4
6461,50 0,025671
5319,75 0,066079 923,50 0,147160 7657,3 0,137473 711,25 0,486834
1*3*4
8420,00 0,015359
7961,00 0,031189
1561,50 0,059746 13086,5 0,054174 1213,75 0,285822
2*3*4
-7385,25 0,019829
-6359,00 0,047635
-1087,25 0,112805 -3582,8 0,376476 -862,50 0,413012
Figura 4.4 – Diagrama de pareto para benzeno (HS).
Figura 4.5 – Diagrama de pareto para tolueno (HS).
Figura 4.6 – Diagrama de pareto para etilbenzeno (HS).
Figura 4.7 – Diagrama de pareto para m,p-xilenos (HS).
Figura 4.8 – Diagrama de pareto para o-xileno (HS).
Figura 4.9 – Superfície de resposta para o benzeno (HS).
Figura 4.10 – Superfície de resposta para o tolueno (HS).
Figura 4.11 – Superfície de resposta para o etilbenzeno (HS).
Figura 4.12 – Superfície de resposta para o m,p-xilenos (HS).
Figura 4.13 – Superfície de resposta para o o-xileno (HS).
4.3.2. Planejamento Fatorial para a Metodologia HS-SPME-GC-
MS
Foi realizado um planejamento fatorial fracionário do tipo 2
6-1
para verificar a
significância dos fatores dentro dos seus respectivos domínios incluindo ponto central em
triplicata, para determinação do erro experimental. No total foram realizadas 35 corridas
que correspondem ao planejamento fatorial fracionário com seis fatores e mais três replicas
no ponto central. A Tabela 4.5 apresenta a matriz dos experimentos e os vetores de
resposta (áreas) obtidos. As amostras foram agitadas manualmente por um minuto antes da
extração e apresentavam concentração de BTEX em 100µg/L. A análise dos efeitos dos
fatores sobre os BTEX está apresentada na Tabela 4.6.
Com os resultados obtidos, utilizando o programa Statistica
®
, foram gerados os
diagramas de pareto (Figura 4.14 a 4.17) e as superfícies de resposta (Figura 4.18 a 4.21).
52
Tabela 4.5 - Matriz para o planejamento fatorial fracionário com seis fatores em dois níveis (2
6-1
).
Ensaio
Fatores Área dos picos Cromatográficos
Sal
(g)
Tempo
A
(min)
Tempo
D
(min)
Temp.
A
(°C)
Temp.
D
(°C)
Fração de
Fase
(%)
Benzeno
Tolueno
Etilbenzeno
m,p-Xilenos
o-Xileno
1
0,00
10,0
2,00
26,0
250
50
63468
63051
11015
97593
7421
2
2,50
10,0
2,00
26,0
250
75
134397
158260
33207
293618
23881
3
0,00
30,0
2,00
26,0
250
75
80724
77705
13444
117590
9431
4
2,50
30,0
2,00
26,0
250
50
201761
221915
41410
393420
50263
5
0,00
10,0
4,00
26,0
250
75
62370
59722
10715
95545
7051
6
2,50
10,0
4,00
26,0
250
50
182729
208031
39947
372790
33557
7
0,00
30,0
4,00
26,0
250
50
91377
79418
12614
108497
9234
8
2,50
30,0
4,00
26,0
250
75
145532
165302
32354
287777
20735
9
0,00
10,0
2,00
40,0
250
75
73933
73066
13664
119277
8861
10
2,50
10,0
2,00
40,0
250
50
177033
196703
37666
355606
38130
53
Tabela 4.5 - Matriz para o planejamento fatorial fracionário com seis fatores em dois níveis (2
6-1
) (continuação).
Ensaio
Fatores Área dos picos Cromatográficos
Sal
(g)
Tempo
A
(min)
Tempo
D
(min)
Temp.
A
(°C)
Temp.
D
(°C)
Fração de
Fase
(%)
Benzeno
Tolueno
Etilbenzeno
m,p-Xilenos
o-Xileno
11
0,00
30,0
2,00
40,0
250
50
98761
86239
13443
120733
10535
12
2,50
30,0
2,00
40,0
250
75
169559
191022
36515
338619
29275
13
0,00
10,0
4,00
40,0
250
50
72742
64724
10808
96075
8051
14
2,50
10,0
4,00
40,0
250
75
108114
125554
25566
233634
17192
15
0,00
30,0
4,00
40,0
250
75
81691
70028
11104
103262
9006
16
2,50
30,0
4,00
40,0
250
50
140906
150545
27765
266490
28775
17
0,00
10,0
2,00
26,0
280
75
48335
50218
10315
85154
6393
18
2,50
10,0
2,00
26,0
280
50
127008
137228
26259
242799
20994
19
0,00
30,0
2,00
26,0
280
50
36778
20676
2468
20308
2260
20
2,50
30,0
2,00
26,0
280
75
107925
128302
29129
247227
19352
54
Tabela 4.5 - Matriz para o planejamento fatorial fracionário com seis fatores em dois níveis (2
6-1
) (continuação).
Ensaio
Fatores Área dos picos Cromatográficos
Sal
(g)
Tempo
A
(min)
Tempo
D
(min)
Temp.
A
(°C)
Temp.
D
(°C)
Fração de
Fase
(%)
Benzeno
Tolueno
Etilbenzeno
m,p-Xilenos
o-Xileno
21
0,00
10,0
4,00
26,0
280
50
54383
54354
11349
92230
7506
22
2,50
10,0
4,00
26,0
280
75
91262
111605
25899
219714
16858
23
0,00
30,0
4,00
26,0
280
75
54590
51446
10248
83986
7160
24
2,50
30,0
4,00
26,0
280
50
113837
119424
24265
211103
19547
25
0,00
10,0
2,00
40,0
280
50
77801
35726
5079
42763
4202
26
2,50
10,0
2,00
40,0
280
75
91104
110372
24659
211740
16909
27
0,00
30,0
2,00
40,0
280
50
73492
54114
8253
69069
6993
28
2,50
30,0
2,00
40,0
280
50
105082
104303
18484
174873
15792
29
0,00
10,0
4,00
40,0
280
75
31232
23226
3385
29560
2689
30
2,50
10,0
4,00
40,0
280
50
296912
332188
67257
600066
62716
55
Tabela 4.5 - Matriz para o planejamento fatorial fracionário com seis fatores em dois níveis (2
6-1
) (continuação).
Ensaio
Fatores Área dos picos Cromatográficos
Sal
(g)
Tempo
A
(min)
Tempo
D
(min)
Temp.
A
(°C)
Temp.
D
(°C)
Fração de
Fase
(%)
Benzeno
Tolueno
Etilbenzeno
m,p-Xilenos
o-Xileno
31
0,00
30,0
4,00
40,0
280
50
136319
93522
11398
103862
10863
32
2,50
30,0
4,00
40,0
280
75
211645
265669
57920
513118
42785
33(C)
1,25
20,0
3,00
33,0
265
62,50
186840
223935
46393
424341
31939
34(C)
1,25
20,0
3,00
33,0
265
62,50
180646
219432
44322
410330
29794
35(C)
1,25
20,0
3,00
33,0
265
62,50
174046
210817
41358
374500
27955
A – adsorção, D – dessorção.
56
Tabela 4.6 – Estimativa dos efeitos e nível de significância para os valores estudados.
Fator
Benzeno Tolueno Etilbenzeno m,p-Xilenos o-Xileno
Efeitos p-valor Efeitos p-valor Efeitos p-valor Efeitos p-valor Efeitos p-valor
(1)Sal(g)
79175,6 0,000815 110574,3 0,000454 24312,50 0,001352 223568,1 0,001648 21194,06 0,001105
(2)Tempo A (min)
9822,3 0,049160
4725,1 0,182820 -373,50 0,716897 -1764,4 0,863992 599,69 0,484556
(3)Tempo D (min)
13030,0 0,028841 16616,1 0,019528
3599,00 0,056607 30457,5 0,078666 2064,56 0,099498
(4)Temp. A (min)
21865,6 0,010534 16896,5 0,018903
2395,50 0,115774 25587,3 0,106391
3195,69 0,045378
(5)Temp. D (min)
-14212,0 0,024410 -18682,0 0,015542
-2179,38 0,135192 -28309,6 0,089441 -3023,69 0,050293
(6)F. de Fase (%)
-25687,0 0,007666 -15777,2 0,021591
-928,13 0,408547 -15644,9 0,227296
-5329,69 0,017050
1 by 2
-11361,3 0,037430
-8907,5 0,063410 -1203,75 0,310744 -10403,1 0,370836 -1063,81 0,270345
1 by 3 9103,5 0,056556
12160,5 0,035565
3106,50 0,073879 25391,3 0,107783 1381,56 0,189093
1 by 4 2622,4 0,366041
11389,6 0,040245
3024,75 0,077468 27625,0 0,093320 2602,69 0,066168
1 by 5 -195,0 0,939157 5151,9 0,160371 2109,63 0,142428 13145,4 0,284961 -333,19 0,683035
1 by 6
-10029,3 0,047292 -11004,1 0,042932
-1297,37 0,284108 -18317,6 0,181393
-5018,69 0,019166
2 by 3 -303,1 0,905667 -2731,4 0,366129 -533,75 0,611338 -5925,5 0,581305 -1539,06 0,160707
2 by 4 1250,8 0,635865 2010,2 0,483506 -26,75 0,978864 1927,5 0,851683 -1190,44 0,233348
2 by 5 -7118,4 0,087876 -6907,7 0,099346 -1131,12 0,333537 -10795,6 0,356812 -2289,06 0,083184
2 by 6
25729,1 0,007641 31720,5 0,005474 6818,12 0,016788 60815,1 0,021609 5013,19 0,019207
3 by 4
13569,5 0,026682 17622,8 0,017417
3581,00 0,057130 33715,9 0,065585
4357,94 0,025184
57
Tabela 4.6 – Estimativa dos efeitos e nível de significância para os valores estudados (continuação)
Fator
Benzeno Tolueno Etilbenzeno m,p-Xilenos o-Xileno
Efeitos p-valor Efeitos p-valor Efeitos p-valor Efeitos p-valor Efeitos p-valor
3 by 5
27301,9 0,006795 34695,8 0,004582 7285,37 0,014750 64505,8 0,019276 7589,06 0,008519
3 by 6
-12159,1 0,032911 -12929,5 0,031653
-2598,38 0,100936 -19919,7 0,159715 -1766,94 0,129073
4 by 5
26818,0 0,007040 26336,9 0,007912 4667,38 0,034839 42229,0 0,043325 4664,19 0,022091
4 by 6 -7411,3 0,081880 -3085,1 0,320684 -426,13 0,680843 -2128,8 0,836592 -339,56 0,677595
5 by 6 -4129,9 0,209435 2968,6 0,334866 1334,25 0,274402 12090,4 0,314807 2237,06 0,086602
1*2*3
-14932,1 0,022188 -12195,7 0,035370
-1980,25 0,157337 -18836,0 0,173964 -2617,06 0,065513
1*2*4
-11204,5 0,038425 -11147,4 0,041904
-2012,00 0,153486 -16746,5 0,206693 -2925,44 0,053457
1*2*5 -8291,9 0,067026 -7333,6 0,089601 -860,62 0,437601 -9036,4 0,424834 -2247,06 0,085930
1*2*6
28255,9 0,006348 33587,9 0,004887 6405,88 0,018955 58361,1 0,023400 4777,69 0,021086
1*3*4
17996,8 0,015434 21489,6 0,011813 5009,50 0,030450 43552,9 0,040888 5036,44 0,019035
1*3*5
21198,9 0,011195 23697,9 0,009745 5211,63 0,028231 46486,0 0,036158 6179,56 0,012766
1*3*6 3417,6 0,269932 4196,4 0,216922 450,12 0,664839 4830,8 0,648160 359,06 0,661155
1*4*5
14871,8 0,022363 24370,2 0,009222 5604,38 0,024553 49297,2 0,032344 4900,19 0,020076
1*4*6 8249,8 0,067645 7086,0 0,095092 1023,63 0,371058 11110,2 0,346019 874,94 0,340394
1*5*6 4620,4 0,177834 4514,0 0,195512 1226,75 0,303924 12611,6 0,299602 2325,06 0,080930
A – adsorção, D – dessorção.
Figura 4.14 – Diagrama de pareto para benzeno (SPME).
Figura 4.15 – Diagrama de pareto para tolueno (SPME).
Figura 4.16 – Diagrama de pareto para etilbenzeno (SPME).
Figura 4.17 – Diagrama de pareto para m,p-xilenos (SPME).
Figura 4.18 – Diagrama de pareto para o-xileno (SPME).
Figura 4.19 – Superfície de resposta para o benzeno (SPME).
Figura 4.20 – Superfície de resposta para o tolueno (SPME).
Figura 4.21 – Superfície de resposta para o etilbenzeno (SPME).
Figura 4.22 – Superfície de resposta para o m,p-xilenos (SPME).
Figura 4.23 – Superfície de resposta para o o-xileno (SPME).
Nos diagramas de pareto pode-se visualizar a importância de cada parâmetro estudado,
bem como suas interações. A linha pontilhada indica a região acima da qual os efeitos
foram significativos (com limite de confiança de 95%). Como pode ser observado o uso de
cloreto de sódio é o fator mais significativo para os BTEX, com um efeito positivo sobre a
extração, aumentando a quantidade de BTEX extraída.
As temperaturas de adsorção e de dessorção apresentaram efeitos significativos para
benzeno, tolueno e o-xileno. Para a temperatura de dessorção o efeito foi negativo e a
temperatura de adsorção apresenta efeito positivo sobre a extração. O aumento da
temperatura em SPME atua de dois modos na extração, aumentando a difusão dos analitos
e, como conseqüência, aumentando a extração e diminuindo o coeficiente de partição do
analito entre a fibra e a matriz, diminuindo a extração.
Os tempos de adsorção e de dessorção apresentaram efeitos significativos apenas para
benzeno e tolueno. Atuam de maneira positiva, ou seja, o aumento do tempo produz um
aumento na extração concordando, assim, com dados da literatura, pois a SPME baseia-se
na partição do analito entre duas fases requerendo, portanto, tempo necessário para que
haja sorção do analito na fibra.
O efeito do fator fração de fase é negativo para todos os BTEX indicando que o nível
alto deste fator (75% de fase líquida) prejudica a extração destes compostos.
Analisando as superfícies de resposta para os fatores mais significativos verifica-se que
foram obtidos planos. Essas análises indicam uma forte tendência de o modelo ser linear na
região investigada. Observa-se que para se obter maiores concentrações de BTEX deve-se
usar maiores concentrações de sal e menores volumes de amostra (fração de fase de 50%).
Deste modo, a condição que proporcionou a resposta mais satisfatória foi: temperatura
de adsorção de 40°C, temperatura de dessorção de 250°C, tempo de adsorção de 30
minutos, tempo de dessorção de 4 minutos, 2,50g de cloreto de sódio e fração de fase de
50%, ou seja, volume de 10,0mL de amostra. Como o tempo de adsorção não foi
significativo, para que as análises não demorassem muito se baixou o tempo de adsorção
para 15 minutos.
4.4. Validação das Metodologias
Para garantir que as três metodologias gerassem informações confiáveis e
interpretáveis sobre a amostra, os métodos foram submetidos a uma validação. Neste
trabalho foram avaliados a seletividade, a linearidade, os limites de detecção e
quantificação, a precisão, a exatidão e a robustez dos métodos.
4.4.1. Seletividade
A seletividade pode ser obtida de várias maneiras. Uma forma de se avaliar a
seletividade é comparando a matriz isenta da substância de interesse e a matriz adicionada
com esta substância (padrão), sendo que, nesse caso, nenhum interferente deve eluir no
tempo de retenção da substância de interesse, que deve estar bem separada dos demais
compostos presentes na amostra (Ribani et al. 2004).
Assim, para a metodologia HS-GC-FID, foram realizadas duas corridas, na primeira
injetou-se a matriz (amostra do Ribeirão Tripuí) isenta das substâncias de interesse (Figura
4.24) e na segunda injetou-se a matriz (amostra do Ribeirão Tripuí) fortificada em 100µg/L
de BTEX (Figura 4.25).
Figura 4.24 – Cromatograma GC-FID para a matriz isenta de BTEX.
Figura 4.25 – Cromatograma GC-FID para a matriz fortificada em 100µg/L de BTEX.
Foi verificado, pelos cromatogramas obtidos e apresentados nas figuras 4.24 e 4.25,
que a matriz o apresenta interferentes eluídos no mesmo tempo de retenção dos BTEX
analisados. Portanto, como o interferência da matriz na determinação dos BTEX, a
metodologia HS-GC-FID é seletiva.
As análises dos BTEX pelas metodologias HS-GC-MS e HS-SPME-GC-MS foram
feitas no modo de monitoramento de íons selecionados (SIM Selected Ion Monitoring).
Nesse caso, apenas fragmentos específicos de um ou mais compostos foram selecionados e
detectados pelo analisador de massas, o que torna as metodologias extremamente seletivas.
4.4.2. Linearidade
A linearidade é determinada por intermédio de gráficos de calibração, seguidos de
tratamento estatístico. A variável independente (eixo horizontal ou x) relaciona-se às várias
concentrações preparadas do padrão analítico da substância de interesse, e a dependente
(eixo vertical ou y), ao sinal analítico obtido para cada concentração do padrão. Uma
variação deste procedimento consiste em adicionar um padrão interno a cada solução do
padrão analítico, de forma a corrigir desvios durante o procedimento analítico (Lanças
2004b).
O número mínimo de pontos geralmente aceitos nos gráficos de calibração varia entre
5 pontos e 6 pontos (Lanças 2004b). Nesse trabalho usou-se 6 pontos para a metodologia
HS-GC-FID e 7 pontos para as demais.
No estudo da linearidade da metodologia HS-GC-FID para o benzeno foram
empregadas amostras fortificadas com 0,88; 1,76; 4,40; 8,80; 17,60 e 44,00µg/L, para o
tolueno foram empregadas amostras a 0,92; 1,84; 4,60; 9,20; 18,40 e 46,00µg/L, para o
etilbenzeno foram empregadas amostras a 4,68; 11,70; 23,40; 46,80; 117,00 e 234,00µg/L,
para os m,p-xilenos foram empregadas amostras a 1,56; 3,12; 7,81; 15,62; 31,24 e
78,10µg/L e para o o-xileno foram empregadas amostras a 1,35; 2,71; 6,77; 13,54; 27,08 e
67,70µg/L. As amostras fortificadas foram analisadas em sete replicatas. Foi adicionada a
cada amostra bromobenzeno (PI) em 50,00µg/L. Após a análise cromatográfica, as curvas
analíticas foram construídas relacionando as concentrações dos BTEX (µg/L) com as
razões de áreas dos picos no cromatograma (Figura 4.26). Os respectivos coeficientes de
regressão linear das curvas analíticas dos BTEX estão apresentados na Tabela 4.7.
Benzeno
0
0.05
0.1
0.15
0.2
0.25
0.3
0.35
0 10 20 30 40 50
Conc (ug/L)
Razão de área
Tolueno
0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0 10 20 30 40 50
Conc (ug/L)
Razão de área
Etilbenzeno
0
0.5
1
1.5
2
2.5
0 50 100 150 200 250
Conc (ug/L)
Razão de área
m,p-Xilenos
0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
0.8
0 20 40 60 80 100
Conc (ug/L)
Razão de área
o-Xileno
0
0.2
0.4
0.6
0.8
1
0 20 40 60 80
Conc (ug/L)
Razão de área
Figura 4.26 - Curvas analíticas dos BTEX para a metodologia HS-GC-FID.
Tabela 4.7 Parâmetros das equações de regressão linear das curvas analíticas dos BTEX
(y = ax + b) para a metodologia HS-GC-FID.
Parâmetros
de Regressão
Metodologia HS-GC-FID
Benzeno Tolueno Etilbenzeno m,p-Xilenos o-Xileno
a
0,0074 0,0081 0,0094 0,0087 0,0125
b
0,0074 0,0073 0,0327 0,0084 0,0138
r
2
0,9995 0,9992 0,9985 0,9980 0,9940
a – coeficiente angular, b – coeficiente linear, r
2
– coeficiente de determinação.
No estudo da linearidade da metodologia HS-GC-MS para o benzeno foram
empregadas amostras fortificadas com 0,44; 0,88; 1,76; 4,40; 8,80; 17,60 e 44,00µg/L,
para o tolueno foram empregadas amostras a 0,46; 0,92; 1,84; 4,60; 9,20; 18,40 e
46,00µg/L, para o etilbenzeno foram empregadas amostras a 0,12; 0,23; 0,47; 1,17; 2,34;
4,68; 11,70µg/L, para os m,p-xilenos foram empregadas amostras a 0,78; 1,56; 3,12; 7,81;
15,62; 31,24 e 78,10µg/L e para o o-xileno foram empregadas amostras a 0,07; 0,14; 0,27;
0,68; 1,35; 2,71; 6,77µg/L. As amostras fortificadas foram analisadas em sete replicatas.
Foi adicionada a cada amostra benzoato de etila (PI) em 1,00mg/L. Após a análise
cromatográfica, as curvas analíticas foram construídas relacionando as concentrações dos
BTEX (µg/L) com as áreas dos picos no cromatograma (Figura 4.27).
Benzeno
0
0.05
0.1
0.15
0.2
0.25
0.3
0.35
0 10 20 30 40 50
Conc (ug/L)
Razão de área
Tolueno
0
0.05
0.1
0.15
0.2
0.25
0.3
0.35
0.4
0 10 20 30 40 50
Conc (ug/L)
Razão de área
Etilbenzeno
0
0.02
0.04
0.06
0.08
0.1
0 5 10 15
Conc (ug/L)
Razão de área
m,p-Xilenos
0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0 20 40 60 80 100
Conc (ug/L)
Razão de área
o-Xileno
0
0.01
0.02
0.03
0.04
0.05
0.06
0 2 4 6 8
Conc (ug/L)
Razão de área
Figura 4.27 - Curvas analíticas dos BTEX para a metodologia HS-GC-MS.
Os respectivos coeficientes de regressão linear das curvas analíticas dos BTEX estão
apresentados na Tabela 4.8.
Tabela 4.8 - Parâmetros das equações de regressão linear das curvas analíticas dos BTEX
(y = ax + b) para a metodologia HS-GC-MS.
Parâmetros
de Regressão
Metodologia HS-GC-MS
Benzeno Tolueno Etilbenzeno m,p-Xilenos o-Xileno
a
0,0072 0,0075 0,0071 0,0068 0,0079
b
0,0023 0,0072 0,0013 0,0041 0,0005
r
2
0,9978 0,9961 0,9967 0,9973 0,9977
a – coeficiente angular, b – coeficiente linear, r
2
– coeficiente de determinação.
No estudo da linearidade da metodologia HS-SPME-GC-MS para o benzeno foram
empregadas amostras fortificadas com 0,44; 0,88; 1,77; 4,43; 8,86; 17,72 e 44,30µg/L,
para o tolueno foram empregadas amostras a 0,47; 0,94; 1,89; 4,71; 9,43; 18,86 e
47,15µg/L, para o etilbenzeno foram empregadas amostras a 0,12; 0,24; 0,48; 1,20; 2,40;
4,81; 12,02µg/L, para os m,p-xilenos foram empregadas amostras a 0,80; 1,60; 3,20; 8,00;
16,01; 32,02 e 80,06µg/L e para o o-xileno foram empregadas amostras a 0,07; 0,14; 0,28;
0,69; 1,39; 2,78; 6,94µg/L. As amostras fortificadas foram analisadas em sete replicatas.
Foi adicionada a cada amostra benzoato de etila (PI) em 200µg/L. Após a análise
cromatográfica, as curvas analíticas foram construídas relacionando as concentrações dos
BTEXs g/L) com as áreas dos picos no cromatograma (Figura 4.28). Os respectivos
coeficientes de regressão linear das curvas analíticas dos BTEX estão apresentados na
Tabela 4.9.
Benzeno
0
1
2
3
4
5
6
7
8
0 10 20 30 40 50
Conc (ug/L)
Razão de área
Tolueno
0
1
2
3
4
5
6
0 10 20 30 40 50
Conc (ug/L)
Razão de área
Etilbenzeno
0
0.2
0.4
0.6
0.8
1
1.2
0 5 10 15
Conc (ug/L)
Razão de área
m,p-Xilenos
0
1
2
3
4
5
6
7
8
0 20 40 60 80 100
Conc (ug/L)
Razão de área
o-Xileno
0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0 2 4 6 8
Conc (ug/L)
Razão de área
Figura 4.28 - Curvas analíticas dos BTEX para a metodologia HS-SPME-GC-MS.
Tabela 4.9 Parâmetros das equações de regressão linear das curvas analíticas dos BTEX
(y = ax + b) para a metodologia HS-SPME-GC-MS.
Parâmetros
de Regressão
Metodologia HS-SPME-GC-MS
Benzeno Tolueno Etilbenzeno m,p-Xilenos o-Xileno
a
0,1699 0,1091 0,0852 0,0924 0,0804
b
0,0666 0,0858 0,0055 0,0943 0,0069
r
2
0,9992 0,9990 0,9995 0,9991 0,9993
a – coeficiente angular, b – coeficiente linear, r
2
– coeficiente de determinação.
Os resultados apresentados nas Tabelas 4.7, 4.8 e 4.9 indicam que existe uma boa
resposta linear dos métodos HS-GC-FID, HS-GC-MS e HS-SPME-GC-MS para todos os
BTEX (valores do coeficiente de determinação, r
2
, maiores que 0,99). Desta forma, pode-
se dizer que as curvas analíticas descrevem com grande precisão os dados experimentais.
4.4.3. Detectabilidade
O LOD pode ser calculado de três maneiras diferentes: método visual, método relação
sinal-ruído e método baseado em parâmetros da curva analítica (Ribani et al. 2004).
Os mesmos critérios de LOD podem ser adotados para o LOQ, utilizando a relação
10:1 (Ribani et al. 2004), ou seja, o LOQ pode ser calculado utilizando o método visual, a
relação sinal-ruído ou método baseado em parâmetros da curva analítica.
Os limites de detecção e quantificação das metodologias avaliadas foram determinados
pelo método da relação sinal/ruído dos compostos nos cromatogramas das soluções com as
menores concentrações de BTEX utilizadas nas curvas analíticas.
Os limites de detecção e de quantificação para os BTEX estão apresentados nas
Tabelas 4.10, 4.11 e 4.12.
Tabela 4.10 – Limites de detecção (LOD) e quantificação (LOQ) dos BTEX para a
metodologia HS-GC-FID.
Limite (µ
µµ
µg/L)
Metodologia HS-GC-FID
Benzeno Tolueno Etilbenzeno m,p-Xilenos o-Xileno
LOD
0,088 0,092 0,702 0,617 0,542
LOQ
0,293 0,306 2,340 2,057 1,807
Tabela 4.11 – Limites de detecção (LOD) e quantificação (LOQ) dos BTEX para a
metodologia HS-GC-MS.
Limite (µ
µµ
µg/L)
Metodologia HS-GC-MS
Benzeno Tolueno Etilbenzeno m,p-Xilenos o-Xileno
LOD
0,0023 0,0042 0,0027 0,0061 0,0071
LOQ
0,0078 0,0140 0,0089 0,0203 0,0235
Tabela 4.12 – Limites de detecção (LOD) e quantificação (LOQ) dos BTEX para a
metodologia HS-SPME-GC-MS.
Limite (µ
µµ
µg/L)
Metodologia HS-SPME-GC-MS
Benzeno Tolueno Etilbenzeno m,p-Xilenos o-Xileno
LOD
0,097 0,089 0,310 0,052 0,024
LOQ
0,325 0,297 1,032 0,173 0,082
As menores concentrações de BTEX foram detectadas empregando a metodologia HS-
GC-MS e os resultados variaram entre 0,002µg/L e 0,007µg/L. Os limites de detecção para
os BTEX encontrados com essa metodologia foram inferiores aos encontrados por outros
autores empregando a mesma técnica ((Nogueira 2006), (Serrano e Gallego 2004) e (Wang
et al. 2002)). Com relação à metodologia empregando HS-GC-FID as concentrações
limites de BTEX detectadas estiveram entre 0,088µg/L e 0,702µg/L. Esses resultados são
inferiores aos obtidos em outras pesquisas semelhantes utilizando a mesma metodologia
para alguns dos BTEX avaliados ((Menéndez et al. 2000), (Alonso et al. 2003) e (Lacorte
et al. 2002)). Com a metodologia HS-SPME-GC-MS foi possível a detecção de BTEX em
concentrações muito pequenas. Os valores encontrados nesse trabalho, entre 0,024µg/L e
0,310µg/L, são inferiores com relação a todos os BTEX aos encontrados por Wang et al.
2002, empregando a mesma técnica. Lee et al. 2007, encontraram limites de detecção
inferiores aos encontrados nesse trabalho para todos os BTEX, no entanto, eles utilizaram a
técnica de pré-concentração por criogenia acoplada ao HS-SPME-GC-MS e, com isso, foi
possível a detecção de concentrações abaixo de 0,5ng./L.
4.4.4. Precisão
A precisão pode ser determinada em condições de repetibilidade ou em condições de
reprodutibilidade. Nesse trabalho optou-se por avaliar a precisão em termos de
repetibilidade, onde os resultados independentes são obtidos usando o mesmo método para
a mesma amostra no mesmo laboratório, pelo mesmo operador usando o mesmo
equipamento em um curto intervalo de tempo (Lanças 2004b).
Em cromatografia a precisão é sempre determinada por intermédio da injeção de
padrões analíticos, não de amostras desconhecidas. Pelo menos cinco replicatas
(idealmente mais) devem ser injetadas para determinar a precisão (Lanças 2004b).
A precisão das medidas foi avaliada através do software Validate
®
, desenvolvido por
Vitor Hugo Polisél, disponível no livro “Validação de Métodos Cromatográficos de
Análise” (Lanças 2004b), para as medidas de sete replicatas de uma solução padrão de
BTEX a 100µg/L para a metodologia HS-GC-FID e 50,g/L para as metodologias HS-
GC-MS e HS-SPME-GC-MS. As análises foram realizadas no mesmo dia e sobre as
mesmas condições.
Os resultados obtidos de cada uma das metodologias estão apresentados nas Tabelas
4.13, 4.14 e 4.15.
Tabela 4.13 – Valores de precisão obtidos para os BTEX para a metodologia HS-GC-FID.
Analito Precisão (%)
Benzeno 13,39
Tolueno 10,82
Etilbenzeno 12,26
m,p-Xilenos 8,89
o-Xileno 10,87
Tabela 4.14 – Valores de precisão obtidos para os BTEX para a metodologia HS-GC-MS.
Analito Precisão (%)
Benzeno 28,77
Tolueno 22,50
Etilbenzeno 21,74
m,p-Xilenos 22,34
o-Xileno 20,74
Tabela 4.15 Valores de precisão obtidos para os BTEX para a metodologia HS-SPME-
GC-MS.
Analito Precisão (%)
Benzeno 4,70
Tolueno 3,77
Etilbenzeno 2,82
m,p-Xilenos 2,28
o-Xileno 4,33
Os valores obtidos na avaliação da precisão das metodologias HS-GC-FID e HS-
SPME-GC-MS foram menores que 15%, mostrando que estas metodologias possuem uma
precisão adequada. para a metodologia HS-GC-MS, os valores obtidos são superiores a
20% para os compostos BTEX, mostrando que o método não é preciso.
4.4.5. Exatidão
Os processos mais utilizados para avaliar a exatidão de um método são: materiais de
referência; comparação de métodos; ensaios de recuperação; adição padrão (Ribani et al.
2004). Nesse trabalho optou-se por ensaios de recuperação.
A recuperação deve ser avaliada na faixa de concentração esperada para o composto de
interesse. Isto pode ser feito adicionando a substância em pelo menos três diferentes
concentrações, por exemplo, próximo ao limite de quantificação, próximo à concentração
máxima permitida pelo método em teste e em uma concentração próxima à média da faixa
de uso do método.
A exatidão das medidas foi avaliada através do software Validate
®
, desenvolvido por
Vitor Hugo Polisél, disponível no livro “Validação de Métodos Cromatográficos de
Análise” (Lanças 2004b), para as medidas de nove replicatas de soluções fortificadas de
BTEX em três concentrações diferentes.
Os resultados obtidos de cada uma das metodologias estão apresentados nas Tabelas
4.16, 4.17 e 4.18.
Tabela 4.16 – Valores de exatidão obtidos para os BTEX para a metodologia HS-GC-FID.
Analito Exatidão (%)
Benzeno 101,49
Tolueno 104,74
Etilbenzeno 92,35
m,p-Xilenos 107,67
o-Xileno 85,94
Tabela 4.17 – Valores de exatidão obtidos para os BTEX para a metodologia HS-GC-MS.
Analito Exatidão (%)
Benzeno 106,90
Tolueno 97,58
Etilbenzeno 81,36
m,p-Xilenos 59,38
o-Xileno 107,51
Tabela 4.18 Valores de exatidão obtidos para os BTEX para a metodologia HS-SPME-
GC-MS.
Analito Exatidão (%)
Benzeno 104,30
Tolueno 97,95
Etilbenzeno 99,54
m,p-Xilenos 102,76
o-Xileno 102,60
Os intervalos aceitáveis de recuperação para análise de resíduos na literatura
geralmente estão entre 70 e 120%. Para a metodologia HS-GC-FID esses valores variaram
entre 85,94 e 107,67%, para a metodologia HS-GC-MS variaram entre 59,38 e 107,51% e
para a metodologia HS-SPME-GC-MS entre 97,95 e 104,30%. Portando, as três
metodologias demonstram uma boa exatidão, sendo que a metodologia HS-SPME-GC-MS
mostrou-se ser a mais exata.
4.4.6. Robustez
A robustez mede a confiabilidade do método em condições normais de operação,
permitindo fixar as tolerâncias dos fatores do método. A influência dos fatores na resposta
da análise pode ser verificada individualmente (método univariado) ou simultaneamente
(método multivariado) (Lanças 2004b).
Para as metodologias HS-GC-FID e HS-GC-MS, julgou-se apropriado avaliar os efeitos
nas variações da quantidade de cloreto de sódio (2,00 2,50g) e da temperatura (70
80°C). O tempo e a fração de fase se mostraram não significativos já no primeiro
planejamento realizado durante a otimização do método. Portanto, os métodos são
seguramente robustos em relação a estes fatores.
Para a metodologia HS-SPME-GC-MS, julgou-se apropriado avaliar os efeitos nas
variações, dos mesmos fatores estudados nas metodologias HS-GC-FID e HS-GC-MS, da
quantidade de cloreto de sódio (2,00 2,50g) e da temperatura (30 40°C). Assim, os
ensaios foram realizados (Tabelas 4.19, 4.20 e 4.21) mantendo-se constantes os demais
fatores.
75
Tabela 4.19 - Matriz para o teste de robustez (HS-GC-FID).
Ensaio NaCl
(g)
Temperatura
(°C)
Razão de Áreas dos Picos Cromatográficos
Benzeno Tolueno Etilbenzeno m,p-Xilenos o-Xileno
1
2,00 70 2,7276176 2,93924361 0,512022878 4,53530991 0,479631143
2
2,50 70 2,44578552 2,78947368 0,530141142 4,62307083 0,478828651
3
2,00 80 2,23692469 2,67390167 0,525627615 4,74494421 0,480474198
4
2,50 80 2,07090312 2,51024219 0,465821639 4,22232911 0,451165686
5 (C)
2,25 75 2,29381532 2,71360859 0,254754155 2,39677917 0,472217463
6 (C)
2,25 75 2,21745439 2,6444859 0,505666114 4,41749585 0,472913212
7 (C)
2,25 75 2,77067104 3,01585349 0,533643114 4,6991481 0,486128195
76
Tabela 4.20 - Matriz para o teste de robustez (HS-GC-MS).
Ensaio NaCl
(g)
Temperatura
(°C)
Razão de Áreas dos Picos Cromatográficos
Benzeno Tolueno Etilbenzeno
m,p-Xilenos o-Xileno
1
2,00 70
0,665163 0,573514 0,140549 0,901590 0,091578
2
2,50 70
0,697457 0,626679 0,150222 0,977265 0,098019
3
2,00 80
0,667097 0,577471 0,140139 0,905479 0,090552
4
2,50 80
0,680446 0,595175 0,141954 0,943456 0,096216
5 (C)
2,25 75
0,646193 0,570682 0,136566 0,896955 0,090685
6 (C)
2,25 75
0,687728 0,596415 0,14428 0,928469 0,097950
7 (C)
2,25 75
0,667320 0,588267 0,14781 0,928130 0,093964
77
Tabela 4.21 - Matriz para o teste de robustez (HS-SPME-GC-MS).
Ensaio NaCl
(g)
Temperatura
(°C)
Razão de Áreas dos Picos Cromatográficos
Benzeno Tolueno Etilbenzeno
m,p-Xilenos o-Xileno
1
2,00 30
3,887632 7,392370 2,314578 7,939436 0,569466
2
2,50 30
4,397815 9,631970 3,048376 9,997592 0,725902
3
2,00 40
3,362831 7,622116 2,289208 8,548193 0,581666
4
2,50 40
4,830609 10,53248 3,096858 11,68345 0,831129
5 (C)
2,25 35
5,017815 9,922667 2,480528 9,615700 0,635885
6 (C)
2,25 35
5,438680 8,883162 2,609971 10,19685 0,685209
7 (C)
2,25 35
4,767213 8,344501 2,471245 9,436547 0,664581
A análise dos gráficos de pareto (Figuras 4.29 a 4.43) gerados pelo Statistica
®
, revela
que para todos os analitos das metodologias HS-GC-FID e HS-GC-MS as estimativas dos
efeitos encontram-se abaixo do limite delimitado por p (0,05) e, portanto, nenhum dos
fatores avaliados dentro destes domínios, modifica significativamente o sinal analítico
gerado, ou seja, a área dos picos cromatográficos, nesse nível de confiança. Portanto, essas
duas metodologias se mostraram robustas.
Para a metodologia HS-SPME-GC-MS, o fator sal se mostrou significativo para
tolueno, etilbenzeno e xilenos. Portanto, a metodologia HS-SPME-GC-MS é sensível a
pequenas variações na quantidade de sal, não sendo assim, robusta.
Figura 4.29 – Diagrama de pareto para o benzeno (HS-GC-FID).
Figura 4.30 – Diagrama de pareto para o tolueno (HS-GC-FID).
Figura 4.31 – Diagrama de pareto para o etilbenzeno (HS-GC-FID).
Figura 4.32 – Diagrama de pareto para o m,p-xilenos (HS-GC-FID).
Figura 4.33 – Diagrama de pareto para o o-xileno (HS-GC-FID).
Figura 4.34 – Diagrama de pareto para o benzeno (HS-GC-MS).
Figura 4.35 – Diagrama de pareto para o tolueno (HS-GC-MS).
Figura 4.36 – Diagrama de pareto para o etilbenzeno (HS-GC-MS).
Figura 4.37 – Diagrama de pareto para o m,p-xilenos (HS-GC-MS).
Figura 4.38 – Diagrama de pareto para o o-xileno (HS-GC-MS).
Figura 4.39 – Diagrama de pareto para o benzeno (HS-SPME-GC-MS).
Figura 4.40 – Diagrama de pareto para o tolueno (HS-SPME-GC-MS).
Figura 4.41 – Diagrama de pareto para o etilbenzeno (HS-SPME-GC-MS).
Figura 4.42 – Diagrama de pareto para o m,p-xilenos (HS-SPME-GC-MS).
Figura 4.43 – Diagrama de pareto para o o-xileno (HS-SPME-GC-MS).
4.5. Quantificação de BTEX em amostras de águas dos poços de
abastecimento e reservatórios da UFOP e do Ribeirão Tripuí
Pelo fato da metodologia HS-SPME-GC-MS ter apresentado os melhores resultados
para os parâmetros de validação ela foi empregada para a análise de BTEX em águas
superficiais e de abastecimento. Foram analisadas amostras de água coletadas em dois
poços de abastecimento e três reservatórios de água da Universidade Federal de Ouro Preto
(UFOP), além de amostras de águas superficiais coletadas em três locais ao longo do
Ribeirão Tripuí, sendo que, todos os sítios estavam localizados na cidade de Ouro Preto,
MG. As amostras foram coletadas em triplicata.
As concentrações dos BTEX foram determinadas pelo método do padrão interno,
empregando curvas analíticas e estão apresentadas na Tabela 4.22. As amostras coletadas
apresentaram valores de benzeno e etilbenzeno abaixo do limite de detecção e valores de
concentração de tolueno e xilenos abaixo dos limites máximos permitidos pela legislação
brasileira. Esse resultado é muito importante porque as amostras coletadas no poço
artesiano (P2) e nos reservatórios (R1, R2 e R3) o consumidas pela população da UFOP
sem pré-tratamento.
Tabela 4.22 - Concentração de BTEX nas amostras de águas coletadas nos poços de
abastecimento e reservatórios da UFOP e na superfície do Ribeirão Tripuí.
Amostra
Concentração (µg/L)
Benzeno Tolueno Etilbenzeno
m,p-Xilenos o-Xileno
S1 <LOD <LOD <LOD 0,131 0,039
S2 <LOD <LOD <LOD 0,054 0,028
S3 <LOD <LOD <LOD <LOD 0,025
P1 <LOD 0,329 <LOD 0,283 0,046
P2 <LOD <LOD <LOD <LOD <LOD
R1 <LOD 0,147 <LOD <LOD <LOD
R2 <LOD 0,178 <LOD <LOD <LOD
R3 <LOD 0,242 <LOD 0,234 0,038
5. Conclusões
Para a avaliação de BTEX em amostras de água designada ao consumo humano é
necessário o emprego de técnicas de pré-concentração devido às baixas concentrações em
que se encontram esses compostos nessas matrizes. O emprego de planejamento fatorial
para otimização de condições analíticas para a determinação de BTEX em água utilizando
cromatografia gasosa mostrou-se bastante adequado nesse trabalho devido ao grande
número de condições analíticas envolvidas nas metodologias avaliadas. A metodologia que
apresentou os melhores resultados para os parâmetros de validação empregados foi HS-
SPME-GC-MS. Essa metodologia se mostrou linear (r
2
> 0,999), precisa (variância menor
que 5%), exata (recuperação entre 98% e 104%) e sensível (LOD entre 24ng/L e 310ng/L).
No entanto, a metodologia empregando HS-GC-MS que apresentou piores resultados de
precisão (variância entre 20% e 30%) mostrou ser uma técnica extremamente sensível para
a análise de BTEX em água (LOD entre 2ng/L e 7ng/L). Vale destacar que a técnica de
análise por HS-GC-FID embora não tenha apresentado limites de detecção tão baixos
(LOD entre 88ng/L e 702ng/L) os valores encontrados são inferiores à concentração
máxima permitida em água potável, e essa técnica merece atenção pelo fato de ser bastante
simples e de baixo custo levando-se em conta que muitos laboratórios analíticos dispõem
de um equipamento de cromatografia a gás com detecção por ionização em chama (GC-
FID).
6. Referencias Bibliográficas
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