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JEANE MEDEIROS MARTINS DE ARAÚJO
EFICIÊNCIA DO HIDRORESFRIAMENTO NA QUALIDADE PÓS-
COLHEITA DO MELÃO CANTALOUPE
Mossoró / RN
2006
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Ficha catalográfica preparada pelo setor de classificação e
Catalogação da Biblioteca “Orlando Teixeira” da UFERSA
A663e Araújo, Jeane Medeiros Martins de.
Eficiência do hidroresfriamento na qualidade pós-colheita
do melão cantaloupe. / Jeane Medeiros Martins de Araújo .
Mossoró: 2006.
58f.
Dissertação (Mestrado em Fitotecnia) Universidade
Federal Rural do Semi-árido. Coordenação de Pós-Graduação.
Orientador: Prof. DSc. Maria Zuleide de Negreiros.
1. Cucumis melo. 2.Armazenamento. 3.Aparências
externa e interna. I. Título.
CDD: 635.611
Bibliotecária: Keina Cristina Santos Sousa
CRB/4 1254
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JEANE MEDEIROS MARTINS DE ARAÚJO
EFICIÊNCIA DO HIDRORESFRIAMENTO NA QUALIDADE PÓS-
COLHEITA DO MELÃO CANTALOUPE
Dissertação apresentada à Universidade
Federal Rural do Semi-Árido, como parte
das exigências para a obtenção do título
de mestre em Fitotecnia.
ORIENTADORA: Profª. DSc. Maria
Zuleide de Negreiros
Mossoró / RN
2006
JEANE MEDEIROS MARTINS DE ARAÚJO
EFICIÊNCIA DO HIDRORESFRIAMENTO NA QUALIDADE PÓS-
COLHEITA DO MELÃO CANTALOUPE
Dissertação apresentada à
Universidade Federal Rural do Semi-
Árido, como parte das exigências para
a obtenção do título de mestre em
Fitotecnia.
APROVADA EM: ______/______/______
_________________________________
_________________________________
Profº. DSc. Júlio Gomes Júnior
Profª. DSc. Edna Maria Mendes
UFRN– RN
UFERSA Mossoró RN
Examinador
Co-Orientadora
_________________________________
__________________________________
Profª. DSc. Maria Zuleide de Negreiros
Profº. DSc. Josivan Barbosa Menezes
UFERSA Mossoró RN
UFERSA Mossoró RN
Orientadora
Co-Orientador
Maurício o foi apenas mais um homem que
se foi, mas um sonhador lutando com
músicas e poemas emocionados, que nunca
será esquecido por nenhum daqueles que
tiveram o privilégio de caminhar alguns
passos ao seu lado. Com ele ficam nossas
saudades, mas seu exemplo nos ajuda a
renovar a esperança ou, como nos diz o
poeta, a “fé na vida, fé no homem, fé no que
virá...”
(Homenagem do Grupo Vivência n’Arte
VINA)
Ao professor Maurício de Oliveira (in
memorian) por ter fertilizado meus
conhecimentos com sua orientação,
amizade e sabedoria, fazendo-me colher
hoje os frutos dessa breve, mas valiosa,
convivência.
DEDICO
AGRADECIMENTOS
A Deus, pela fé que me guia.
Aos meus pais, pelo amor, carinho e respeito: alicerces da minha vida.
À minha muito amada Marina Martins Martes: minha maior conquista.
A minhas irmãs Vírginia e Jacqueline, sempre presentes em meu
pensamento e em meu coração.
Á minha orientadora Maria Zuleide de Negreiros pela dedicação, paciência
e profissionalismo com o qual me conduziu neste experimento.
Ao Prof. DSc Josivan Barbosa de Menezes, pela co-orientação,atenção e
sugestões desde a idealização até a execução deste trabalho.
À minha co-orientadora Edna Maria Mendes Aroucha, pela indispensável
orientação em todas as etapas.
Ao Engenheiro Agrônomo Ds Júlio Gomes Júnior, pela disponibilidade,
atenção e sugestões.
Aos amigos Rui Sales e Elton Lúcio, seres especiais, mentes brilhantes ao
meu lado em mais essa jornada.
Às amigas, pelas quais tenho carinho de irmãs, que não só me escutam,
mas sempre têm uma palavra de apoio e incentivo, dividindo comigo todos os
momentos: aqueles em que sorrimos e aqueles em que precisamos chorar. Sem
vocês eu não teria conseguido: Leliane, Rayssa, Klívia, Leopolda, Regina e Katarina.
A todo o corpo docente do mestrado da UFERSA, em especial ao
professor Francisco Bezerra Neto, pela dedicação e atenção no decorrer do curso.
Ao professor Glauber Nunes, pela valiosa contribuição nas análises
estatísticas.
Ao professor Joaquim Amaro, pela minha iniciação na pesquisa científica,
além da amizade sincera.
Ao Dr. André Gadelha, pelas muitas oportunidades e confiança em mim e
no meu trabalho.
A todos que fazem a NOLEM Comercial Importadora e Exportadora Ltda,
em especial à Fazenda Nova Calirnia, por todo o apoio durante a execução desse
experimento.
Ao grande amigo Eduardo Gadelha, pela amizade, confiança, incentivo,
por tudo que significa na minha vida profissional, acadêmica e pessoal.
Aos amigos João Maria Leandro, José Morgado de Freitas e Carlo Porro,
por tudo que fizeram por mim e por estarem ao meu lado sempre que precisei.
Às Engenheiras Agrônomas e amigas, Elivânia Soares e Danielle
Cymbalista, pela amizade e colaboração.
Ao Engenheiro Agrônomo Cledionor Júnior pelo apoio em todos os
momentos e grande contribuição durante todo o curso.
Aos amigos da Semear, da casa 155 e do Chiola Park Show pela força em
todos os momentos.
Às amigas Déborah, Anna Ritta, Tatyane, Girlene por poder contar a todo
instante com tão preciosas amizades.
Aos colegas Halan, Maria José e Ronialison, pelo auxílio nas análises de
laboratório, também a Leonardo Lopes por tão preciosa ajuda na coleta e tabulação
dos dados.
A todos os colegas da turma do mestrado, em especial a Alex, pelos
momentos difíceis que passamos juntos e pela ajuda nas horas certas.
DADOS BIOGRÁFICOS DO AUTOR
JEANE MEDEIROS MARTINS DE ARAÚJO, filha de Orlando Martins de
Araújo, nasceu em 28 de abril de 1971 em Natal-RN, onde cursou o 1º e 2º graus.
Ingressou na Escola Superior de Agricultura de Mossoró, ESAM, em setembro de
1990. Foi bolsista do CNPq no Programa Institucional de Bolsas de Iniciação
Científica no período de 1995 a 1997. Concluiu o curso de Engenharia Agronômica
no 2º semestre de 1997. Em março de 2004 ingressou no curso de Mestrado em
Fitotecnia na Universidade Federal Rural do Semi-Árido, UFERSA, em Mossoró
concluindo-o em março de 2006.
RESUMO
ARAÚJO, Jeane Medeiros Martins de.
Eficiência do hidroresfriamento na
qualidade pós-colheita do melão Cantaloupe.
2004. 47f. Dissertação (Mestrado
em Fitotecnia) Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), Mossoró-RN,
2004.
O hidroresfriamento é um método de pré-resfriamento adotado por alguns
produtores como alternativa para remover mais rapidamente o calor dos justos de
melão visando restringir seu metabolismo, reduzindo as perdas pós-colheita. O
objetivo deste trabalho foi avaliar a eficiência do hidroresfriamento na qualidade pós-
colheita do melão Cantaloupe ‘Toneon’. Um experimento foi realizado no
delineamento inteiramente casualizado em esquema de parcelas subdivididas com
quatro repetições. Nas parcelas foram distribuídos quatro repetições. Nas parcelas
foram distribuídos os tratamentos com e sem imero dos justos em água fria a 5ºC
e nas subparcelas foram alocados os tempos de armazenamento de 0, 14, 21, 28 e
35 dias a 3ºC. Para todas as características avaliadas apenas foi observado
interação significativa entre os tratamentos e o tempo de armazenamento nas
aparências externa (AE) e interna (AI), e conteúdo de açúcares redutores (RA). Os
frutos se mantiveram comercializáveis até o tempo de armazenamento de 35 dias,
com nota acima de três para ambas as aparências externa e interna, sem sintomas
de sunken patche (manchas amarronzadas na epiderme dos frutos) em ambos os
tratamentos. O hidroesfriamento promoveu maior firmeza de frutos, mas o alterou
os conteúdos de sólidos solúveis e acidez titulável. Além disso, o hidroresfriamento
o foi eficiente para prolongar a vida pós-colheita de frutos de melão.
Palavras chave
: Cucumis melo. Armazenamento. Aparências externa e interna.
ABSTRACT
ARAÚJO, Jeane Medeiros Martins de.
HYDROCOOLING EFFICIENCY IN THE
POST-HARVEST QUALITY OF CANTALOUPE MELON
. 2004. 47F. Thesis (MS in
PlantScience). Universidade Federal Rural do Semi-Árido, MOSSORÓ RN, 2004.
Hydrocooling is a precooling method adopted by some growers as an alternative to
remove rapidly heat from melon fruits to restrict the fruit metabolism besides reducing
post-harvest losses. The objective of this research was to evaluate the efficiency of
the hydrocooling in the fruit post-harvest quality of Cantaloupe melon ‘Torreon’. An
experiment was carried out in a completely randomized design in a split plot scheme
with four replications. In the main plots were assigned the treatments with and
without fruit immersion in cold water at 5ºC and to subplots were assigned the
storage times of 0, 14, 21, 28 and 35 days at 3ºC. From all analyzed characteristics,
it was only observed a significant interaction between treatments and storage times
on external (EA) and internal appearances (IA), and reducing sugars (RA). The fruits
kept marketing pattern until the storage time of 35 days, with score above three for
both external and internal appearance, without symptom of sunken patche (brown
spots in the fruit epidermis) in both treatments. The hydrocooling produced a high
fruit firmness, but it did not alter the soluble solids and titrable acidity contents.
Moreover, the hydrocooling was not efficient to prolong the storage life of melon
fruits.
Keywords
: Cucumis melo. Storage. External and internal appearances.
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 Valores de “F” para aparência externa (AE) e interna (AI), perda de
massa (PM), firmeza de polpa (FP), sólidos solúveis (SS), açúcares
redutores (AR), e acidez titulável (AT) de melão cantaloupe “Torreon
submetido ao processo de hidroresfriamento em função do tempo de
armazenamento. UFERSA. Mossoró, RN, 2004.......................................... 40
TABELA 2
Valores médios de firmeza de polpa (FP), sólidos solúveis (SS),
acidez titulável (AT) de meo cantaloupe “Torreon” submetido ao
processo de hidroresfriamento em função do tempo de
armazenamento. UFERSA. Mosso, RN, 2004.......................................... 44
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 Valores médios da aparência externa do meo cantaloupe,
submetido ao processo com hidroresfriamento ( ) e sem
hidroresfriamento (
) em função do tempo de
armazenamento. UFERSA, Mossoró - RN, 2004......................................... 39
FIGURA 2 Valores médios da aparência interna do melão cantaloupe,
submetido ao processo com hidroresfriamento ( ) e sem
hidroresfriamento ( ) em função do tempo de armazenamento.
UFERSA, Mossoró - RN, 2004. ................................................................... 39
FIGURA 3 Percentagem de perda de massa do melão cantaloupe, em função
do tempo de armazenamento. UFERSA, Mossoró, RN, 2004 ..................... 41
FIGURA 4 Valores médios de firmeza da polpa do melão cantaloupe em
função do tempo de armazenamento. UFERSA, Mossoró, RN, 2004.......... 44
FIGURA 5 Valores médios dos teores de sólidos solúveis do melão cantaloupe
em função do tempo de armazenamento. UFERSA, Mossoró, RN,
2004............................................................................................................. 46
FIGURA 6 Teores de açúcares redutores do melão cantaloupe, submetido a
tratamentos com hidroresfriamento ( ) e sem hidroresfriamento (
), em função do tempo de armazenamento. UFERSA, Mosso, RN,
2004............................................................................................................. 48
FIGURA 7
Acidez titulável do melão cantaloupe, em função do tempo de
armazenamento. UFERSA, Mosso, RN, 2004.......................................... 49
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO
............................................................................................................ 13
2 REVISÃO DE LITERATURA
....................................................................................... 18
2.1 Etapas pré-colheita e pós-colheita de mees........................................................... 18
2.1.1 Exigências mercadológicas.................................................................................... 22
2.1.2 Perdas pós-colheita ............................................................................................... 23
2.1.3 Pré-Resfriamento................................................................................................... 24
2.1.4 Armazenamento refrigerado .................................................................................. 26
2.1.5 Atmosfera modificada ............................................................................................ 28
3 MATERIAL E MÉTODOS
............................................................................................ 31
3.1 Colheita dos frutos.................................................................................................... 31
3.2 Condições de armazenamento ................................................................................. 31
3.3 Delineamento experimental e tratamentos................................................................ 32
3.4 Características avaliadas.......................................................................................... 32
3.4.1 Aparência externa e interna................................................................................... 32
3.4.2 Perda de massa..................................................................................................... 33
3.4.3 Firmeza de polpa ................................................................................................... 33
3.4.4 Sólidos solúveis ..................................................................................................... 34
3.4.5 Açúcares redutores................................................................................................ 34
3.4.6 Acidez titulável....................................................................................................... 34
3.5 Análise estatística ................................................................................... 35
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
.................................................................................. 36
4.1 Aparência externa e interna...................................................................................... 36
4.2 Perda de massa........................................................................................................ 41
4.3 Firmeza de polpa ...................................................................................................... 43
4.4 Sólidos solúveis........................................................................................................ 45
4.5 Açúcares redutores................................................................................................... 47
4.6 Acidez titulável.......................................................................................................... 48
5 CONCLUSÕES
........................................................................................................... 51
6 LITERATURA CITADA
................................................................................................ 52
1 INTRODUÇÃO
A exportação de frutas está potencializando diretamente a cadeia
produtiva brasileira, transformando diversos pólos produtores em “vales” de
prosperidade. As conquistas no mercado externo acabam resultando, no Brasil, em
aumento de área plantada, melhoria da qualidade da produção e da tecnologia
usada pelo setor, além da maior profissionalização na etapa da comercialização. Em
2003 o Brasil gerou uma receita de exportação na ordem de 335 milhões de dólares,
somente em frutas frescas “in natura”. O melão, apesar de ser considerada uma
hortaliça, participa deste montante de exportação com 58 milhões representando
17% do valor exportado pelo Brasil (TEOTÔNIO, 2004). Com apenas 12,5 mil
hectares dedicados a esta cultura, situa-se entre os 20 maiores produtores a nível
mundial. Deste, aproximadamente 11 mil encontram-se em prodão em dois
grandes agropólos Mossoró-Assu e Baixo Jaguaribe, que são responsáveis por
aproximadamente 92% do melão produzido no país.
Os dados do Ministério do Desenvolvimento revelam que em 2005 a
exportação de melão atingiu a cifra de U$ 91.478.533 com um volume de
179.830.630 Kg (SECEX2006) representando um aumento de 44,5 % em relação ao
ano de 2004.
Os agropólos Mosso-Assu e Baixo-Jaguaribe são as principais micro-
regiões produtoras e exportadoras de melão do Semi-árido Nordestino. Há,
aproximadamente, 15 grupos exportadores envolvendo, no mínimo, 30
agroindústrias. Os principais mercados de exportação são os países da Europa, com
destaque para Alemanha, Espanha, França, Itália e Holanda, Mercosul (Argentina e
Uruguai) e Estados Unidos (pouca participação).
Na economia do estado do Rio Grande do Norte, a fruticultura, com
ênfase para o melão, banana, manga e mamão, ocupa um capítulo especial,
destacando-se como o principal item do agronegócio potiguar. Entre as frutas
exportadas por este estado, destaca-se o melão, que tem proporcionado ao Rio
Grande do Norte a liderança no ranking dos estados produtores do Brasil. Devido às
condições edafoclimáticas privilegiadas, com baixas precipitações, temperatura
elevada,luminosidade alta e solos férteis, o Rio Grande do Norte figura como
excelente fonte de prosperidade para aqueles que vêm se interessando cada vez
mais pelo crescente desenvolvimento da cultura na região. Os principais produtos do
agronegócio exportados pelo Rio Grande do Norte são, na ordem: melão, camarão,
castanha-de-caju, banana, açúcar, tecido de algodão, lagosta, ceras vegetais, atum,
mamão, melancia, álcool e manga. Os principais tipos de melão exportados para o
mercado externo são: amarelo, pele de sapo, lia, orange flesh, cantaloupe e
charantais.
Na área de Fruticultura Irrigada, destaca-se a NOLEM COMERCIAL
IMPORTADORA E EXPORTADORA S/A (8,81), DEL MONTE FRESH PRODUCE
BRASIL LTDA (4,63%), além da participação de outras empresas como, por
exemplo, a ASSOC. DOS FRUTICULTORES DA BACIA POTIGUAR (1,16%),
INTERMELON COMERCIAL EXPORTADORA E IMPORTADORA (0,86%), SOAGRI
COMERCIAL IMPORTADORA E EXPORTADORA LTDA (0,69%), FINOBRASA
AGROINDUSTRIAL S/A (0,64%), CALIMAN AGRÍCOLA RN S/A (0,64%) e GAIA
IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO LTDA (0,45%).
Apesar de números tão expressivos, o Brasil possui também o aspecto
negativo das altas perdas pós-colheita, sendo um dos que mais perde alimentos
nesta etapa (KLUGE, 2001). A qualidade dos produtos agrícolas (frutos e hortaliças)
deve partir das propriedades sanitárias (condições microbiológicas e conteúdo de
componentes tóxicos), propriedades nutritivas (vitaminas, proteínas, carboidratos e
sais minerais), tecnológicas (capacidade de armazenamento) e sensoriais
(aparência, aroma, textura, etc.) (MENEZES, 1996). Dentre os melões exportados o
tipo Cantaloupe, de origem americana, vem conquistando espaço nas exportações
brasileiras. Estes melões caracterizam-se pelo formato arredondado, ligeiramente
achatado, casca cor verde-clara com variado grau de intensidade de rendilhamento,
polpa de cor salmão, bastante aromáticos com baixa conservação pós-colheita
(FONTES & PUIATTI, 2005).
Apesar de os melões, tipo Cantaloupe, apresentarem expressiva
expansão na região produtora dos pólos agrícolas Assu-Mossoró/RN e Vale do
Jaguaribe/CE, nos últimos anos alguns problemas pós-colheita têm merecido a
atenção dos produtores e das demais pessoas envolvidas no processo de
comercialização, como o aparecimento de manchas de coloração variável na casca
dos frutos (Suken Patches), comprometendo a sua aparência externa.
Em 2001, Mendonça, estudando o armazenamento do melão orange
flesh, enfatizava que as principais razões da baixa qualidade de frutos para o
mercado externo são a inexistência de p-resfriamento e armazenamento
refrigerado nas unidades produtoras, transporte para o Porto em condições
ambientais, e transporte em navios reefers. Para Kluge (2001), a refrigeração seria a
principal técnica utilizada para preservar a qualidade de hortaliças, frutas e outros
produtos perecíveis. Entretanto, em alguns casos, somente a baixa temperatura
pode ser insuficiente para retardar as mudanças na qualidade de um produto. Além
disso, a baixa temperatura por períodos prolongados pode conduzir ao aparecimento
de injúrias fisiológicas. Atualmente a cadeia de frio já é uma realidade para aqueles
produtores que optam para investir nesta cultura. Para o melão, especialmente os
nobres como os Cantalupensis, as técnicas de pré-resfriamento, armazenamento em
temperaturas baixas e atmosfera modificada fazem parte do manejo pós-colheita
desses frutos. A atmosfera modificada é utilizada para manter a qualidade de frutos
através da modificação dos gases (O
2
e CO
2
, C
2
H
4
) no interior da embalagem
(HARDENBURG et al, 1986). As perdas pós-colheita têm seu significado não só no
ponto de vista econômico, como tamm nutricional, sendo um problema de
complexibilidade cientifica e tecnológica (KLUGE, 2001).
Alguns fatores ambientais são apontados pelos produtores de melão
como os prováveis responsáveis por desordens fisiológicas. Dentre estes destacam-
se danos mecânicos durante as operações de colheita e pós-colheita, queimaduras
do sol, e tamm a prática do hidroresfriamento dos frutos. Algumas empresas, por
desconhecerem a importância do uso adequado da técnica do hidroresfriamento ou
pela falta de estrutura em suas fazendas, acabam buscando alternativas e utilizando
essa técnica de forma incorreta, o que gera sérios danos à qualidade dos seus
produtos.
Assim o conhecimento do comportamento fisiológico dos frutos na pré e
pós-colheita associado ao uso adequado, oportuno e equilibrado das diferentes
tecnologias requeridas é de fundamental importância para alcançar altos
rendimentos com a cultura sem perda de qualidade e atender a demanda do
mercado externo, especialmente o americano, que segundo Alves (2000) é o
principal consumidor mundial de melão e tem preferência pelos tipos Cantaloupe e
Honey Dew.
A fase de pós-colheita dos produtos e o controle de todas as etapas que
envolvem a manipulação dos frutos após a colheita é uma das mais importantes do
ponto de vista da garantia de qualidade e inocuidade dos produtos comercializados.
Desse modo, o trabalho teve como objetivo avaliar o efeito do
hidroresfriamento na qualidade pós-colheita do melão Cantaloupe, híbrido Torreon,
sob diferentes tempos de armazenamento.
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Etapas pré-colheita e pós-colheita de melões
A fase de pré-colheita pode ser definida pelo conjunto de técnicas que
envolvem todo o processo anterior à colheita dos frutos, desde o preparo da área até
a identificação do momento da colheita e sua realização. Em relação à cultura do
melão, realizam-se análises de solo e de água buscando aplicar os manejos de
adubação (orgânica ou química) e irrigação de forma viável e agronomicamente
correta. A escolha da semente, assim como a forma de semeadura (direta ou
através de mudas), também é de suma importância nesta etapa.
Após o plantio o melão passa por rigoroso monitoramento de controle de
pragas e doenças, as quais são prevenidas e tratadas utilizando-se produtos
permitidos pela legislão dos países de origem e destino dos frutos. As
pulverizações são regulares e fiscalizadas pelos setores competentes e também
práticas de fertirrigação durante todo o ciclo, assim como adubações foliares. O uso
de tecnologias como o uso do “mulchinge da manta (agrotêxtil ou tecido não tecido)
também já fazem parte da rotina nas lavouras de melões, especialmente nobres,
visando uma maior produtividade e a garantia de boa qualidade do produto.
O ponto de colheita do meo vai depender da variedade utilizada: no
caso dos melões do grupo inodorus, que devem ser colhidos quando atingem a
maturação, a idade fenológica, o grau brix e a coloração da casca são importantes
indicadores do ponto de colheita; já para melões do grupo cantalupensis, como o
tipo cantaloupe, linhas que marcam a zona de abscisão peduncular podem
determinar com maior precisão o ponto de colheita destes frutos.
A colheita deve ser feita cuidadosamente utilizando-se pequenas facas
afiadas ou tesouras especiais, deixando-se o pedúnculo com um comprimento de 1
a 3 cm. Os cuidados na colheita são imprescindíveis para evitar o aparecimento de
problemas pós-colheita e proporcionar uma maior vida de prateleira dos frutos.
Depois de cortados os frutos são recolhidos e levados para o galpão de embalagem
(Packing-House). Do campo para o packing os frutos são levados em carroções
devidamente forrados com borrachas para evitar impactos nos frutos. Os carroções
devem ser identificados com papeletas contendo todas as informações do campo
necessárias para facilitar os registros dos produtos e compor o código (alfanumérico)
de rastreabilidade que receberão no processo de embalagem em forma de carimbo
selo ou barras, em que serão indicadas especialmente a variedade, a área e a data
da colheita entre outras informações.
A rastreabilidade é hoje um instrumento indispensável para a segurança
do produtor, do distribuidor e conseqüentemente para o consumidor, pois possibilita
identificar as causas de possíveis problemas que ocorram na pós-colheita.
Na chegada ao galpão, os frutos serão recebidos de acordo com o
tratamento pós-colheita destinado a cada variedade. No caso do cantaloupe, os
frutos são imersos em água resfriada a uma temperatura de aproximadamente 5 °C,
para em seguida serem submetidos a um pré-resfriamento em túneis, até atingirem a
temperatura de polpa ideal para o armazenamento na câmara fria, onde os mesmos
o classificados e embalados. A pré-seleção destes frutos ocorre ainda no campo e
na recepção dos frutos no galpão.
No caso de outras variedades, todo o processo é feito iniciando a partir da
recepção, com a imersão em água clorada, com 100 a 150 ppm de cloro ativo, logo
após os frutos são introduzidos no packing house através de esteiras móveis onde
o selecionados de acordo com categorias (1ª e 2ª) pré-estabelecidas pelo controle
de qualidade visando atender a exigência de cada cliente.
Os melões são selecionados descartando-se aqueles que apresentem
defeitos na casca, como: ranhuras, cicatrizes, danos mecânicos, além de má
formação, sintomas de patogenias como manchas de viroses e outros aspectos
indesejáveis. A classificação se dá pelo calibre do fruto. A embalagem é feita em
caixas de papelão, os pesos das caixas são padronizados de forma que uma caixa
como tipo cinco deve conter cinco frutos cujo peso atenda o especificado na caixa.
Para embalagem tipo exportação de melão amarelo, o peso é de aproximadamente
10 Kg e deverá conter cinco frutos de aproximadamente 2 Kg cada; uma caixa tipo
seis deve conter seis frutos de aproximadamente 1,7 Kg cada, assim
sucessivamente, facilitando a identificação de cada tipo. Alguns mercados têm
preferência por frutos de calibres maiores e outros menores.
Para mercado interno as caixas são fechadas com tampas, porém com
orifícios para ventilação, e têm capacidade para aproximadamente 13 Kg.
Os melões nobres recebem um tratamento de embalagem especial nas
caixas, são colocadas bolsas plásticas microporosas que permitem o prolongamento
da vida útil pós-colheita dos frutos. Há um tipo de bolsa para cada variedade, am
disso, são colocadas bandejas que acondicionam os frutos sem que os mesmos
toquem um no outro para evitar ranhuras nos frutos. No caso do orange flesh e do
amarelo, usa-se apenas a bandeja; o pele de sapo e o meloa dispensam o uso dos
dois.
Após a embalagem as caixas seguem pela esteira para o processo de
acabamento, onde os frutos serão etiquetados, recebendo o tratamento do
pedúnculo que será aparado e pincelado com solução contendo cera natural e
fungicida. Este tratamento pós-colheita é feito utilizando-se um produto (Magnate
CE), cujo ingrediente ativo (Imazalil) é permitido, de acordo com as normas de
segurança dos exportadores, e devidamente aprovado pelo Ministério da Agricultura
ainda que emergencialmente. As caixas também receberão o código de
rastreabilidade e as identificações de tipo e variedade que contêm, depois serão
retiradas da esteira para a formação dos pallets. A paletização é feita empilhando-se
as caixas de um mesmo tipo com base e altura padrão para embarque.
Os melões já paletizados (com exceção do cantaloupe, que tem seu
acabamento já na câmara fria) seguem para o túnel de pré-resfriamento (galia,
charentais e orange) e depois para a câmara fria, com temperatura adequada para
cada variedade, onde serão armazenados até o embarque para o porto. No caso
dos melões amarelos e pele de sapo, que não passam pelo pré-resfriamento, ficam
já acondicionados nas câmaras de armazenamento até seguirem para seu destino.
Ainda nesta fase os pallets são marcados com identificações referentes
ao porto de origem e destino, cliente, variedade, número de caixas e tipo dos frutos.
Algumas empresas já utilizam código de barras.
A próxima etapa é o transporte dos melões, que deve ser feito de acordo
com as temperaturas recomendadas, seja em containers ou em carretas frigoríficas.
Os melões amarelos e pele de sapo podem seguir em “carga seca”, sem
refrigeração até o porto, no caso de curtas distâncias e se não estiverem submetidos
à refrigeração dentro do packing house, do contrário tamm devem seguir
refrigerados. Nesta fase deve haver todo um monitoramento para que não haja
interrupções na cadeia de frio que vem sendo conduzida durante todo o processo,
pois se ocorrerem falhas nesta etapa a qualidade dos frutos pode ser comprometida.
Caso o transporte para o porto seja feito em containers, a capacidade é
de 20 pallets por container. As carretas refrigeradas comportam de 20 a 24 pallets.
No porto de embarque os melões devem permanecer nas temperaturas ideais e
desta mesma forma seguir no navio até o porto de destino.
2.1.1 Exigências mercadológicas
Todas as etapas por que passam todo o processo de produção, colheita,
seleção, embalagem, armazenamento e transporte de frutos a serem exportados são
atualmente submetidos ao cumprimento de normas estabelecidas pelos países
importadores, visando garantir a segurança do produto de forma que seja possível
monitorar todo o manuseio, assim como rastreá-lo, utilizando procedimentos,
regulamentos e formulários. Para isso são criados selos de certificação a fim de
diferenciar as empresas que conseguem manter seus produtos dentro destes
padrões de exigências do mercado consumidor. Dentre estas certificações, o
EUREPGAP (conjunto de normas estabelecidas pela comunidade européia) tem sido
o mais comum entre os produtores de melão, apesar de empresas como a NOLEM
possuírem tamm o selo NATURE’S CHOICE.
Em relação aos procedimentos de colheita e pós-colheita, o EUREPGAP
trata, am da rastreabilidade, de procedimentos como manuseio, higiene, produtos
utilizados, temperatura de armazenamento e, no caso de frutos submetidos a
tratamentos de lavagem, a qualidade da água, especialmente microbiológica,
exigindo que sejam feitas análises em laboratórios credenciados com selo de
qualidade ISO 17025.
2.1.2 Perdas pós-colheita
Os produtos de origem vegetal compreendem aproximadamente 25% das
principais safras de alimentos produzidos nos países em desenvolvimento, incluindo
raízes, bulbos, frutas e hortaliças. As perdas atingem montantes expressivos nos
trópicos e são especialmente relacionadas com produtos altamente perecíveis como
as frutas e hortaliças. Estima-se, na atualidade, que a perda de alimentos encontra-
se em torno da metade da produção mundial e que de 30 a 40% dos produtos
colhidos nunca chegam ao consumidor (CHITARA & CHITARA, 2005).
A comercialização de frutos e hortaliças está sujeita as perdas
consideráveis em quantidades e qualidades, desde a colheita até o consumo, sendo
que esta última corresponde à redução na massa por perda d’água ou transpiração
ou perda de matéria seca; incluem-se nesta categoria as perdas por manuseio
inadequado e os acidentes (FILGUEIRAS et al, 1997).
A deterioração dos produtos hortícolas é influenciada por diversos fatores
ambientais como temperatura e umidade relativa do ambiente, composição
atmosférica e etileno (KADER, 1992). Expressiva parte de produção de melão é
perdida pela ausência de tecnologia apropriada para controle de qualidade e
conservação pós-colheita, não havendo um acompanhamento da tecnologia pós-
colheita ao crescente avanço de produção (ALVES, 2000).
Diferentes variedades de melão diferem quanto à vida útil pós-colheita,
bem como aos constituintes bioquímicos. Para Kader (1992), os principais fatores
que influenciam a vida útil pós-colheita são a temperatura, a umidade relativa,
composição atmosférica e etileno.
2.1.3 Pré-Resfriamento
O pré-resfriamento consiste em remover rapidamente o calor de campo
dos frutos, antes do seu armazenamento, pois altas temperaturas aceleram o
metabolismo dos frutos causando o rápido amadurecimento e diminuindo o tempo de
armazenamento (BRACKMANN et al, 2002).
A adoção de tecnologias adequadas na pós-colheita visa basicamente
reduzir as perdas quantitativas e qualitativas dos frutos e hortaliças, mantendo-os
em condições ótimas de consumo (ALVES, 2000). Essas tecnologias compreendem
a interrupção ou o retardamento de determinadas reações metabólicas.
Após a colheita, a respiração passa a ser o principal processo fisiológico
dos frutos, uma vez que eles não dependem mais da absoão de água e minerais
pela raiz, nem da condução dos nutrientes pelo sistema vascular, nem da atividade
fotossintética da planta mãe; sendo assim, a energia liberada pela respiração é
utilizada para os processos de síntese que ocorrem no amadurecimento. Como a
temperatura está diretamente ligada à taxa de respiração, a mesma é o principal
fator no amadurecimento.
Segundo Chitarra & Chitarra (2005), o pré-resfriamento quando realizado
de modo adequado reduz a incidência de doença e retarda a perda de frescor e
qualidade, porque inibe o crescimento de microorganismos, restringe as atividades
enzimáticas e respiratórias, inibe a perda de água e reduz a perda de etileno pelo
produto, sendo esta técnica realizada pela água ou através do ar. O uso da água no
pré-resfriamento é um meio rápido e eficiente podendo ser realizado por fluxo,
pulverização ou imersão em água fria. A temperatura da água deve permanecer em
torno de 1ºC, independentemente da temperatura do produto. Dois sistemas básicos
o utilizados: o sistema de fluxo ou transportador, no qual o produto é resfriado por
chuveiros ou por imersão em água fria, à medida em que o mesmo passa através do
resfriador. O segundo sistema é o de lotes ou baterias resfriados com esguichos de
água em local apropriado.
Em ambos os sistemas a água é usualmente recirculada, o que leva a
necessidade de tratamento químico periódico para evitar o amulo de
microorganismos. Nesse caso, os recintos devem ser drenados e limpos
diariamente. Como exemplo de produtos que são resfriados antes do processamento
citam-se aspargos, aipos, melões, ervilhas, rabanetes, pêssegos e milho doce. Este
é um método considerado bastante eficiente, com rápida e homogênea transferência
de calor, podendo os frutos serem resfriados de 10 a 20 minutos. Para Hunsche
(1999), a principal desvantagem do pré-resfriamento é a predisposição dos frutos e
hortaliças ao ataque de patógenos. Segundo Akamine (1975), os frutos resfriados
em água são aparentemente mais susceptíveis ao apodrecimento na vida de
prateleira.
Hortaliças como berinjela e quiabo, o suportam este tipo de pré-
resfriamento, em virtude do aparecimento de desordens fisiológicas impostas pelo
método (SALUNKHE & DESAI, 1984). De igual forma, o pré-resfriamento de
morangos por este método resulta em maior incidência de podridões durante o
armazenamento. Um dos cuidados básicos quando da utilização desta técnica de
pré-resfriamento é a renovação periódica da água e/ou a adição de hipoclorito de
sódio para evitar o acúmulo de microorganismos causadores de doenças pós-
colheita. De acordo com Boyette et al (1990), para o hidroresfriamento ser eficiente,
a água deve ficar o mais próximo possível da temperatura de 0º C (32 F); mover-se
o mais rápido possível, sem, contudo, causar danos ao produto; entrar em contato
com todas as partes de todos os frutos.
2.1.4 Armazenamento refrigerado
Os produtos perecíveis não suportariam tal espera se não existissem as
técnicas de armazenamento que prolongassem o tempo de vida do fruto, para que
as atividades de comercialização ou mesmo de transporte se efetivassem. Tais
técnicas visam minimizar a intensidade da degeneração dos frutos, através da
utilização de condições adequadas que permitam a redução do metabolismo normal
sem alterar a fisiologia do produto (AMARAL et al., 1999).
A temperatura afeta na velocidade de deterioração, como tamm
modifica o efeito de todos os outros fatores, como a umidade relativa, aeração,
atmosfera modificada, etc. (FILGUEIRAS, 1997).
A refrigeração é recomendada para conter os processos de
amadurecimento e envelhecimento dos frutos, alterações químicas produzidas pela
respiração, desenvolvimento de patógenos e perda de umidade por transpiração
(ALVES, 2000). Sendo assim, a refrigeração é o processo mais econômico para o
armazenamento prolongado de frutos frescos.
Existem alguns fatores que estão relacionados com a vida útil pós-colheita
dos frutos durante o armazenamento, destacando-se o estádio de maturão a
cultivar, o tamanho do fruto e o ambiente de armazenamento, onde se destacam a
temperatura e a umidade relativa. Tem-se observado que os frutos imaturos são
mais sensíveis ao frio que os maduros (CALERO, 2000). Os melões nobres
encontram problemas no prolongamento de sua vida útil pós-colheita, apresentando
rápida taxa de respiração e senescência dos frutos quando mantidos a temperaturas
acima de 5ºC e a suscetibilidade a injúrias pelo frio abaixo de 5ºC (EDWARDS &
BLENNERHESSETT, 1994).
As temperaturas de armazenamento de frutos tropicais também estão
relacionadas àquelas que são baixas o suficiente para inibirem o processo de
amadurecimento, sem causarem danos pelo frio, e àquelas que são altas o
suficiente para o desenvolvimento do processo de amadurecimento normal (LUIRE &
SABEHAT, 1997, apud SIMÕES, 2001).
Miccolis & Salteveit (1995) verificaram aumento progressivo de manchas
superficiais em frutos de melões armazenados a 7ºC e umidade relativa próxima de
90%.
Os danos causados pelo frio em frutos tropicais podem surgir de duas
maneiras: a primeira é quando a cultura se desenvolve em clima temperado e a
segunda está relacionada à temperatura de armazenamento (PAULL, 1990).
A temperatura e umidade relativa recomendada para o transporte do
melão Cantaloupe com o tempo máximo de 10 a 14 dias são 3,4 a 4,4
o
C e 85 a
90%, respectivamente. Para o melão Honeydew, com tempo de trânsito de 21 a 28
dias, a temperatura e umidade relativa recomendadas são de 7,8 a 10,0ºC e de 85 a
90%, respectivamente. A via aproximada de armazenamento é de 15 dias para o
Cantaloupe e 21 dias para o Honeydew (FRUPEX, 1994, apud AMARAL, 1999).
2.1.5 Atmosfera modificada
O desenvolvimento da tecnologia de armazenamento em atmosfera
modificada ou controlada permite aumentar ao máximo a pós-colheita de frutos e
hortaliças (GÓMEZ & CAMELO, 2002).
O efeito benéfico da atmosfera controlada ou modificada em frutos e
hortaliças é atribuído à redão da concentração de O
2
e aumento do CO
2
.
Entretanto, esta é uma forma muito simples de se ver os benefícios, pois a
deterioração pós-colheita é dependente de fatores diversos que devem ser
estudados e analisados na aplicação comercial da atmosfera modificada ou
atmosfera controlada. Dessa forma, os estudos são direcionados, verificando-se a
interação entre alterações dos gases e transformações metabólicas e,
conseqüentemente, possibilitando a comercialização de produtos de ótima
qualidade. Entretanto torna-se evidente que ao lado do emprego da tecnologia de
armazenamento, é extremamente importante o aspecto econômico, ou seja, o
investimento que pode trazer retornos ao produtor e/ou industrial (CHITARRA &
CHITARRA, 2005). O alto custo da atmosfera controlada tem estimulado a procura
de outros métodos de modificação da concentração de gases ao redor e no interior
do fruto. Na conservação em atmosfera modificada não se pretende um controle
preciso da atmosfera gasosa (AWAD, 1993).
Para obtenção de atmosfera modificada são utilizados filmes de
polietileno de baixa densidade com diferentes espessuras, bem como os filmes de
cloreto de polivinila (PVC), que são mais delgados e duas vezes mais permeáveis
que o polietileno, às vezes mais eficientes para prolongar a vida útil dos frutos. Um
dos fatores mais importantes no uso desse tipo de embalagem é a possibilidade de
manutenção de valores elevados para a umidade relativa em seu interior, acima de
95%. É uma técnica bastante simples, que o se restringe às câmaras de
armazenamento. Pode ser seguida pelo envolvimento do produto em embalagens
plásticas de permeabilidade limitada ao O
2
e CO
2
, com conseqüente modificação na
concentração de gases no interior do invólucro. A composição da atmosfera interna
irá depender da característica de permeabilidade do material da embalagem e da
velocidade de consumo ou de liberação de gases pelo produto embalado. O controle
da respirão é conseguido atras do uso de materiais que tenham características
adequadas de permeabilidade, bem como pela temperatura de armazenamento. O
tipo ideal de embalagem é aquele que possibilita concentração de O
2
,
suficientemente baixa para retardar a respiração, porém mais alta que a
concentração crítica para o início da respirão anaeróbica. Deve também impedir o
acúmulo de CO
2
em níveis que provocam distúrbios fisiológicos. Algumas vezes, é
necessária a perfuração da embalagem ou uma selagem parcial da mesma para se
obter as condições gasosas desejadas em seu interior, evitando-se, assim, o
aparecimento de sabores estranhos ou injúrias fisiológicas. (CHITARRA &
CHITARRA, 2005).
Segundo Arruda et al. (2003), a utilização de atmosfera modificada é uma
prática efetiva na extensão da vida de prateleira de diversos frutos e hortaliças
minimamente processados. Estes autores armazenaram melões rendilhados CV
Bônus II, processados minimamente na forma de cubos, em plásticos de diferentes
materiais de embalagens, seguido de armazenamento refrigerado a 3 °C, com o
objetivo de verificar a influência das embalagens na preservação da qualidade dos
frutos, constatando que a modificação passiva da atmosfera não foi verificada na
extensão desejada, provavelmente devido à baixa taxa de respiração observada
nesta temperatura associada à alta relação entre a área de permeação da
embalagem e massa de melão. De acordo com Kader (1998), a atmosfera
modificada baseia-se na combinação das características de permeabilidade do filme
utilizado com a taxa respiratória e produção de etileno dos frutos. Havendo essa
correta combinação, propicia-se uma atmosfera apropriada dentro da atmosfera para
um favovel consumo de O
2
e produção de CO
2
pela respiração.
3 MATERIAL E MÉTODOS
3.1 Colheita dos frutos
Os frutos de meo Cantaloupe foram coletados em 19/11/2004 na
Fazenda Nova Califórnia, situada no Km 13 da BR 304, Município de Mossoró RN,
localizada a 310 Km do Porto de Natal, onde é escoada a produção da Fazenda. Os
frutos foram colhidos de acordo com as características do ponto de colheita para
melões cantaloupe híbrido Torreon (sutura na linha de abscisão peduncular) e
transportados ao Packing-House da Fazenda, onde foram divididos em dois grupos
de 80 frutos. Um grupo foi submetido ao hidroresfriamento (imersão em água à
temperatura de 5
o
C) por aproximadamente 5 minutos, prática normalmente utilizada
pela Fazenda, e o outro grupo permaneceu sem a imersão; depois ambos entraram
no “packing housepara serem submetidos a todas as etapas do processo de
embalagem.
3.2 Condições de armazenamento
Após uma pré-seleção, os frutos passaram por pré-resfriamento em túneis
de circulação forçada de ar à temperatura de 3ºC até que a polpa atingisse 10ºC;
logo após foram classificados (tipos 5 e 6) e embalados, tratados com produto
fungicida (Imazalil), de acordo com os padrões de qualidade exigidos pelo mercado
externo. Os frutos foram armazenados à atmosfera modificada, com uso de bolsas
poliméricas Xtend
®
com espessura de 20 µm e passagem de vapor de água diária de
250-260 g.m
-1
e mantidos por 0,14, 21, 28 e 35 dias à temperatura de 3
o
C e
umidade relativa de 90-95%. As terem completado o tempo de armazenamento
nessa temperatura, os frutos foram transferidos para outra Câmara de
Armazenamento à temperatura de 20
o
C e umidade relativa de 80%, os quais
passaram mais sete dias nesta condição, com o intuito de simular as condições
ambientes no mercado consumidor.
3.3 Delineamento experimental e tratamentos
O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado, em
esquema de parcelas subdivididas, com quatro repetições. As parcelas foram
constituídas pelas condições de hidroresfriamento (com e sem imersão dos frutos
em água fria à temperatura de 5
o
C), as sub-parcelas pelos tempos de
armazenamento: 0, 14, 21, 28 e 35 dias. Cada sub-parcela foi constituída por quatro
frutos, totalizando 160 frutos no experimento.
3.4 Características avaliadas
Em cada tempo de armazenamento foram avaliadas as seguintes
características:
3.4.1 Aparência externa e interna
Os frutos foram avaliados através de escala subjetiva, considerando a
ausência ou presença dos seguintes defeitos para aparência externa: manchas
escuras com depressões e/ou serrilhamento na casca e ataque fúngico. Para
aparência interna foram avaliados os seguintes defeitos: colapso interno, sementes
soltas e/ou líquido na cavidade das sementes e injúria pelo frio (manchas escuras na
superfície do fruto). A escala subjetiva correspondeu às notas de 1 a 5, de acordo
com a severidade dos defeitos, sendo atribuída a nota 1 para defeito extremamente
severo (acima de 50% do fruto afetado), nota 2 para defeito severo (31 50%), nota
3 para defeito moderado (11 30%), nota 4 para defeito leve (1 10%) e nota 5
para ausência de defeito (YOUMING WANG et al., 1996).
Foram considerados como frutos inadequados para comercialização
aqueles cujas notas apresentaram valores inferiores a 3 para quaisquer avaliações.
3.4.2 Perda de massa
Determinada em percentagem, considerou-se a diferença entre a massa
inicial do fruto e aquela obtida após cada período de armazenamento (0, 14, 21, 28 e
35 dias). A perda de massa dos frutos, durante o armazenamento, foi atribuída
principalmente à perda de umidade (KADER, 1992).
3.4.3 Firmeza de polpa
Para determinação da firmeza da polpa, o fruto foi dividido
longitudinalmente, sendo realizadas duas leituras na região central em cada metade
do fruto, utilizando o penetrômetro com plunger de 8mm de diâmetro.As leituras
foram expressas em libras (lb) e, posteriormente, foram convertidas em Newton (N),
multiplicando-as por 4,45.
3.4.4 Sólidos solúveis
O teor de sólidos solúveis foi determinado através da refratometria digital
(PROTRADE, 1995), com compensação de temperatura automática (escala de 0 a
32%), pela retirada de uma fatia de cada um dos quatro frutos, cortada
longitudinalmente, que representaram cada sub-parcela. Em seguida, foi realizada a
homogeneizão de cada fatia em um liquidificador. O suco obtido após o
processamento foi coado com auxílio de papel filtro em um Erlenmeyer e, daí,
retiraram-se gotas para realização das leituras. Dessa forma obteve-se valor médio
de cada sub-parcela.
3.4.5 Açúcares redutores
Os açúcares redutores foram determinados pela técnica de Somoghy,
adaptada por Nelson (1944).
3.4.6 Acidez tituvel
A acidez titulável foi determinada utilizando-se uma alíquota de 10 ml do
suco de polpa, à qual adicionou-se 40 ml de água destilada e três gotas de
fenolftalna 1%. Em seguida foi realizada a titulação com solução de NaOH (0,1N),
previamente padronizada,até a mudança de cor para levemente róseo,sendo os
resultados expressos em % de ácido cítrico.
3.5 Análise estatística
As análises de variância das características avaliadas foram realizadas
através do aplicativo software SISVAR (UFLA, 2000). Para os fatores quantitativos
foram feitas análises de regressão através dos softwares Table Curve (JANDEL
SCIENTIFIC, 1991).
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
A análise de variância revelou interação significativa entre os fatores
hidroresfriamento x tempo de armazenamento para as características aparência
externa, aparência interna e açúcares redutores. Para as características perda de
massa e sólidos solúveis houve efeito significativo apenas para os fatores tempo
ehidroresfriamento, respectivamente. Enquanto que para a acidez titulável e firmeza
de polpa ocorreram significância para ambos os fatores, hidroresfriamento e tempo
de armazenamento (TABELA 1).
A qualidade de frutos e hortaliças corresponde ao conjunto de atributos ou
propriedades que os tornam apreciados como alimento. Os atributos de qualidade,
dizem respeito à aparência, sabor, odor, textura, valor nutritivo e segurança dos
produtos. Os comerciantes e distribuidores têm a aparência como atributo mais
importante, dando ênfase à firmeza e boa capacidade de armazenamento. Os
consumidores visam a aparência e as características sensoriais. Dentre os fatores
que interferem nessas características, destaca-se a perda de água pelo fruto, sendo
que a maior ou a menor perda de água depende da temperatura e da umidade
relativa do ambiente. O conteúdo de água é responsável pela turgidez dos tecidos
conferindo aos mesmos uma boa aparência (CHITARRA & CHITARRA, 2005).
4.1 Aparência externa e interna
A aparência externa dos frutos, avaliada através de notas variando de 1,0
a 5,0, diminuiu em função do tempo de armazenamento, embora não tenha atingido
valores inferiores a 3,0 (defeitos presentes em 11 a 30% da área externa do fruto)
em ambos os tratamentos, com e sem hidroresfriamento, que nesse caso, os
caracterizariam como inadequados para a comercialização, apesar da nota do
tratamento sem hidroresfriamento ter sido superior ao tratamento com
hidroresfriamento aos 35 dias (FIGURA 1). Isto pode ser explicado devido à umidade
que fica no fruto logo após o hidroresfriamento, fazendo com que o rendilhamento do
fruto se torne mais susceptível a danos mecânicos, como ranhuras na epiderme
quando em contato com outros frutos.
A incidência do sintoma de Sucken Pachte(depressões amarronzadas
na superfície dos frutos) não foi verificada em nenhum dos dois tratamentos, ou seja,
os frutos submetidos ao hidroresfriamento a 5ºC, assim como os que não passaram
por este tratamento tiveram comportamento semelhante em relação aoo
aparecimento destas manchas. Gomes Junior et al (2001), estudando a qualidade
pós-colheita de melão cantaloupe armazenados a 20ºC e em estádio de maturação
IV, observou o aparecimento de manchas escuras devido à senescência, além de
fermentação, ao que atribuiu o principal motivo da perda de qualidade externa dos
frutos, estes sintomas foram mais aparentes a partir do vigésimo dia. Miccolis &
Saltveit (1995) também verificaram aumento progressivo de manchas superficiais em
frutos de melão armazenados a 7ºC e UR de 90%.
Segundo Chitarra & Chitarra (2005), após a colheita os frutos e hortaliças
passam por uma série de transformações endógenas resultantes do metabolismo,
que se refletem em várias mudanças nas suas características, tais como textura, cor,
sabor e aroma, indicáveis do processo de amadurecimento e posterior senescência.
Considerando a aparência interna para os tratamentos, com e sem
hidroresfriamento, também se verificou redução das notas dessa característica em
função do tempo de armazenamento (FIGURA 2), porém os frutos não obtiveram
notas abaixo de 3,0, significando que os mesmos o tiveram seu aspecto interno
comprometido. O tratamento com hidroresfriamento removeu o calor da casca do
fruto, mas não é realizado por tempo suficiente para atingir a polpa, apenas
diminuindo o tempo que o fruto passa no túnel até que a polpa atinja os 10ºC.
Portanto era esperado que houvesse um comportamento similar em relação à
aparência interna para os dois tratamentos. Provavelmente o uso da atmosfera
modificada aliada ao armazenamento refrigerado a 3ºC a que foram submetidos os
frutos foi eficiente para a manutenção da vida útil pós-colheita até os 35 dias. De
acordo com Chitarra & Chitarra (2005), as condições de temperatura e umidade
relativa recomendadas para melões cantaloupe são 0-C e de 95%,
respectivamente, podendo haver oscilação de +/- 1ºC. Mendonça (2001) trabalhando
com melão Orange Flesh armazenado a 5ºC e 7ºC, constatou que os frutos
permaneceram comercializáveis até os 28 dias, mesmo com o declínio das notas
iniciais de 5,0 para 3,0.
Entretanto Gomes Junior (2001) verificou que a aparência interna de
frutos de melão cantaloupe em diferentes estádios de maturação (pedúnculo preso e
pedúnculo solto) armazenados a 7ºC teve sua qualidade comprometida a partir dos
20 dias de armazenamento.
3
3,5
4
4,5
5
5,5
0
7
14
21
28
35
Tempo de armazenamento (Dias)
Aparência interna (Nota)
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
3,5
4
4,5
5
0
7
14
21
28
35
Tempo de armazenamento (Dias)
Aparência externa (Nota)
FIGURA 1
Valores médios da aparência externa do melão cantaloupe, submetido ao processo com
hidroresfriamento ( ) e sem hidroresfriamento ( ) em função do tempo de armazenamento.
UFERSA, Mossoró - RN, 2004.
FIGURA 2
Valores médios da aparência interna do melão cantaloupe, submetido ao processo com
hidroresfriamento ( ) e sem hidroresfriamento ( ) em função do tempo de armazenamento.
UFERSA, Mossoró - RN, 2004.
y = 4,88 0,0009 x
2
R
2
= 92,55
y = 5,016 0,0011 x
2
R
2
= 92,47
y =
4,38 0,0006 x
2
R
2
= 94,92
y =
4,70 0,0014 x
2
R
2
= 99,53
TABELA 1
Valores de “Fpara aparência externa (AE) e interna (AI), perda de massa (PM), firmeza de polpa (FP), lidos solúveis (SS), açúcares
redutores (AR), e acidez tituvel (AT) de melão cantaloupe Torreon submetido ao processo de hidroresfriamento em função do tempo de
armazenamento. UFERSA. Mossoró, RN, 2004.
Fonte de Variação
AE
AI
PM
FP
SS
AR
AT
Hidroresfriamento(H)
1,232
ns
0,030
ns
0,001
ns
18,873*
6,308 *
12,596 *
31,780 *
Tempo (T)
20,656 **
35,537 **
35,38
**
11,245**
2,066
ns
18,005 **
21,755 **
H X T
5,946 *
2,943 *
0,466
ns
2,307
ns
1,355
ns
3,901 *
2,622
ns
C.V. para H (%)
8,85
2,49
13,39
17,69
5,95
6,35
7,99
C.V. para T (%)
7,29
5,35
14,46
12,61
10,70
11,24
8,80
* Significativo ao nível de 5% de probabilidade
** Significativo ao nível de 1% de probabilidade
ns
não significativo
40
0,00
0,50
1,00
1,50
2,00
2,50
3,00
3,50
4,00
14
21
28
35
Tempo de armazenamento (Dias)
Perda de massa (%)
Segundo Alves (2000), a refrigeração é recomendada para conter os
processos de amadurecimento e envelhecimento dos frutos, alterações químicas
produzidas pela respiração, desenvolvimento de patógenos e perda de umidade por
transpiração.
4.2 Perda de massa
A perda de massa dos frutos aumentou em função do tempo de
armazenamento, sendo mais acentuada dos 14 aos 21 dias. A partir daí observou-se
uma variação menor na percentagem de perda de massa até os 35 dias (FIGURA 3).
y =
53,82 1685,50/x
1,5
R
2
= 99, 91
FIGURA 3
Percentagem de perda de massa do melão cantaloupe, em função do tempo de
armazenamento. UFERSA, Mossoró, RN, 2004.
Gomes Jr et all (2000), em ensaios realizados com armazenamento
refrigerado em melão cantaloupe, híbrido Hy Mark, observaram uma perda de massa
de 3,95% e 6% respectivamente para as temperaturas de 5ºC e 10ºC ao final de 35
dias de armazenamento. Mendonça (2001), avaliando o armazenamento refrigerado
em meo Orange Flesh, verificou que em temperatura ambiente (25ºC) os frutos já
haviam atingido 7,22% de perda de massa aos 21 dias, enquanto que a 5ºC e 7ºC
atingiram 3,47 e 3,97% aos 28 dias de armazenamento.
Almeida (2002), estudando a conservação de melão Cantaloupe,
observou que a perda de massa aos 30 dias de armazenamento foi 5,4% para frutos
tratados com 1-MCP associados com atmosfera modificada e 8,4% para frutos
tratados apenas com 1-MCP.
O resultado obtido no presente trabalho pode ter sido influenciado pelo
uso de filmes poliméricos x-tend que podem reduzir a perda de água especialmente
quando os frutos são mantidos sob refrigeração. Segundo Kader (1995), esta
resposta é um dos principais benefícios da atmosfera modificada, que resulta da
reduzida permeabilidade ao vapor d’água característica do filme utilizado. Sendo a
atmosfera modificada uma alternativa para se reduzir consideravelmente a atividade
respiratória do fruto, pode-se considerar que as perdas de massa sejam mais
equilibradas ou se mantenham a níveis mais baixos devido ao uso desta prática
aliada ao armazenamento refrigerado dos frutos, independentemente dos
tratamentos com ou sem hidroresfriamento.
Para Gonçalves et al (1996), a perda de massa está ligada à perda de
umidade pelo processo de evapotranspiração e à perda de sais minerais e materiais
de reserva através da respiração. Segundo Chitarra & Chitarra (2005), a perda de
água é maior durante as primeiras horas ou dias de armazenamento, quando o
produto ainda está sendo resfriado. Quanto mais longo for o período para
resfriamento do produto, maior será sua perda de água.
Segundo Bleinroth (1988), a perda de massa em melão durante o
armazenamento está relacionada à perda de qualidade para a comercialização, pois
além de acarretar o amolecimento no fruto reduz consideravelmente a vitamina C.
Para Silva (1998), esta perda pode representar prejuízo econômico, pois
normalmente o fruto é comercializado por unidade de peso.
4.3 Firmeza de polpa
A firmeza de polpa dos frutos em função do tempo de armazenamento
variou de 26 N a 18,5 N, sendo o maior valor registrado no tempo zero, diminuindo
até os 14 dias, e a partir daí permanecendo praticamente constante até os 35 dias
(FIGURA 4), sendo que o tratamento com imersão foi superior (23,04N) ao sem
imersão (18,05N) (TABELA 2). De acordo com Vale (2000), nos melões Cantaloupes
a firmeza de polpa se situa ao redor de 23,56 N, especificamente no híbrido Hy
mark”, para o qual existem citações de 20,35N (SANTOS JÚNIOR, 2002 apud
PAIVA et al, 2003) e de 30,17 N a 34,20 N (ALMEIDA, 2002). Em maçãs,
Brackmann et al. (1994) obtiveram resultados semelhantes, constatando que o pré
resfriamento por imersão manteve a firmeza de polpa mais elevada.
Gomes Junior (2001), estudando estádio de maturão e tempo de
armazenamento de melões cantaloupe, observou um decscimo linear na firmeza
dos frutos durante o período de armazenamento, independentemente do estádio de
maturação. Mendonça (2001) verificou um decréscimo na firmeza da polpa de
melões Orange Flesh até o final de 21 dias de armazenamento, sendo os menores
valores à temperatura de 25ºC e os maiores às temperaturas de 5º e 7ºC.
Sob o ponto de vista de manuseio pós-colheita, a firmeza da polpa é
essencial, já que frutos com maior firmeza são mais resistentes a injúrias mecânicas
durante o transporte e comercialização (MENEZES et al., 1998). Durante o
0
5
10
15
20
25
30
0
7
14
21
28
35
Tempo de armazenamento (Dias)
Firmeza da polpa (N)
armazenamento do melão, a atividade da pectinametilesterase tende a diminuir,
promovendo o amolecimento gradual (MENEZES, 1995).
A tendência geral nos frutos durante a pós-colheita é ocorrer um declínio
na firmeza da polpa, condicionado por diversos fatores que, em melão, têm sido
atribuídos principalmente à hidrólise de polissacarídeos da parede celular e a
degradação enzimática de compostos pécticos da lamela média (SALUNKE &
DESAI, 1984).
TABELA 2
Valores médios de firmeza de polpa (FP), sólidos solúveis (SS), acidez titulável (AT) de
melão cantaloupe “Torreon” submetido ao processo de hidroresfriamento em função do tempo de
armazenamento. UFERSA. Mosso, RN, 2004.
HIDRORESFRIAMENTO
FP (N)
SS (%)
AT (%)
Com Hidroresfriamento
23,04 a
7,88 a
0,082 b
Sem Hidroresfriamento
18,05 b
7,52 b
0,094 a
*
Médias seguidas da mesma letra na coluna não diferem entre si (p > 0,05)
FIGURA 4
Valores médios de firmeza da polpa do melão cantaloupe em função do tempo de
armazenamento. UFERSA, Mossoró, RN, 2004.
y =
19,35 + 5,90 e
-x
R
2
= 99,24
4.4lidos solúveis
Embora de acordo com a análise dos dados o haja efeito significativo
entre as médias dos tratamentos com e sem imersão dos frutos para os teores de
sólidos solúveis, esta diferença é muito pequena, sendo apenas 0,36%, não
podendo ser considerada efeito de tratamentos (TABELA 2).
Considerando o tempo de armazenamento, o se encontrou nenhuma
função resposta para explicar o comportamento desse fator no teor de sólidos
solúveis (FIGURA 5).
Esse comportamento pouco variado do teor de sólidos solúveis foi
também observado em melões amarelos em condições ambiente (SILVA et al.,
1998), melões cantaloupes (EVENSEN, 1983) e reticulados (SALTVEIT, 1999).
Devido o tecido mesocarpo do melão não conter reserva de amido, por ocasião da
colheita o há aumento nos teores de açúcares, justificando, portanto, este
comportamento (EVENSEN, 1983; SALTVEIT, 1999).
Os açúcares solúveis presentes nos frutos na forma livre ou combinada
o responveis pela doçura, pelo “flavor”, atras do balanço com os ácidos, pela
cor atrativa, como derivado das antocianidinas, e pela textura, quando combinados
adequadamente com polissacarídeos estruturais. O grau de doçura dos frutos é
função da propoão dos teores desses açúcares. A frutose tem poder superior ao
da sacarose e ao da glicose. O amido é o principal material de reserva energética
nos vegetais. A principal transformação quantitativa que ocorre na maturação de
frutos é a decomposição de carboidratos, notadamente a conversão de amido em
açúcares solúveis (CHITARRA & CHITARRA, 2005).
FIGURA 5
Valores médios dos teores de sólidos solúveis do melão cantaloupe em função do
tempo de armazenamento. UFERSA, Mossoró, RN, 2004.
Para Gomes Junior (2001), as principais variáveis utilizadas para a
determinação da qualidade pós-colheita de melões são o teor de sólidos solúveis,
firmeza da polpa, perda de massa, e as aparências externa e interna. O teor de
sólidos solúveis indica a aceitão direta do produto pelo consumidor final; a firmeza
da polpa fornece indicação sobre o potencial de vida útil pós-colheita; e as outras
variáveis estão diretamente relacionadas à aparência do produto e,
conseqüentemente, à sua aceitação pelo consumidor.
O teor de sólidos solúveis é usado como um parâmetro de qualidade na
classificação de melões Cantaloupes pelo USDA, e os teores verificados neste
trabalho não estão dentro da faixa aceivel para comercialização no mercado
externo, que seria de 8 a 10% (DULL et al., 1992). Porém tanto as médias obtidas
neste trabalho quanto as variões dentro das médias podem ser explicadas devido
à ampla variabilidade amostral dos frutos, assim como o método de avaliação em
laboratório que difere do utilizado pela fazenda,o qual pode fornecer valores de
7,00
7,50
8,00
8,50
0
7
14
21
28
35
Tempo de armazenamento (Dias)
Teor de sólidos solúveis (%)
sólidos solúveis superiores em 2 a 3 unidades percentuais,quando comparada com
a avaliação através da homogeneização da polpa (MENEZES,1996). De modo que
este lote foi aprovado pelo controle de qualidade da empresa e enviado para o
mercado externo sem nenhuma restrição ou rejeição do importador.
4.5 Açúcares redutores
Através dos resultados (FIGURA 6), pode-se notar um acréscimo no teor
de açúcares redutores dos frutos, independente do tratamento, tendo os frutos do
tratamento sem hidroresfriamento apresentado valores superiores aos frutos com
hidroresfriamento até aos 28 dias de armazenamento, período a partir do qual houve
drástica redução no teor de açúcares redutores.
Os melões cantaloupes apresentam taxa respiratória moderada (10-20
mg. CO
2
.Kg
-1
.h
-1
a 5ºC), sendo assim considerados como climatéricos, ou seja, as
colhidos estes frutos têm aumento na atividade metabólica paralelamente com
aumento da taxa respiratória (KADER, 1992).
De acordo com Chitarra & Chitarra (2005), os frutos climatéricos só
atingem o amadurecimento após o pico respiratório do climatério. Dessa forma, o
observadas modificações consideráveis nos teores de açúcares, os quais aumentam
depois da colheita e durante o armazenamento por curtos períodos. Após o
armazenamento prolongado, todos os açúcares decrescem. Os açúcares constituem
importante substrato respiratório, podendo seu comportamento ser justificado pelo
elevado consumo deste substrato, para suprir a energia necessária às reações
metabólicas (MIR e BEAUDRY, 2002).
FIGURA 6
Teores de açúcares redutores do melão cantaloupe, submetido a tratamentos com
hidroresfriamento ( ) e sem hidroresfriamento ( ), em fuão do tempo de armazenamento.
UFERSA, Mossoró, RN, 2004.
Morais (2004), estudando a relação entre o tempo de armazenamento e
genótipos de melões tipo Gália, verificou um leve acréscimo nos teores de açúcares
redutores no início do armazenamento e comportamento decrescente no decorrer
desse período.
4.6 Acidez titulável
Embora a análise dos dados revele efeito significativo entre as médias
dos tratamentos com e sem hidroresfriamento dos frutos, esta diferença é muito
pequena (0.012%), podendo ser desconsiderada (TABELA 2). Houve redução na
acidez titulável em função do tempo de armazenamento dos frutos (FIGURA 7).
A perda de acidez é desejável em grande parte dos frutos e marcante no
processo de amadurecimento. Kays (1991) afirma que, após a colheita e durante o
armazenamento, a concentração de ácidos orgânicos tende a declinar na maioria
y =
4,12 + 0,094 0,0029x
2
R
2
= 73,59
y =4,89 + 0,019 1,47x10
-75
R
2
= 84,57
0
0,02
0,04
0,06
0,08
0,1
0,12
0
7
14
21
28
35
Tempo de armazenamento (Dias)
Acidez titulável (%)
dos frutos, devido à larga utilização desses compostos como substrato respiratório e
como esqueleto de carbono para a síntese de novos compostos.
Silva et al (1998) obtiveram redução no teor de ácidos orgânicos de
melões amarelos armazenados em condições ambientes e atribuíram uma pequena
tendência de aumento do teor de SS a este acréscimo nos valores de AT. Já
Mendonça (2001), estudando a qualidade pós-colheita de melões Orange Flesh,
encontrou variação estatisticamente significativa para AT durante o período de
armazenamento e associou estes resultados meramente à heterogeneidade dos
frutos analisados.
FIGURA 7
Acidez titulável do melão cantaloupe, em função do tempo de armazenamento.
UFERSA, Mossoró, RN, 2004.
Na maioria dos frutos a acidez representa um dos principais componentes
do flavor, pois sua aceitação depende do balanço entre ácidos e açúcares, sendo
que a preferência incide sobre altos teores desses constituintes (HOBSON &
GRIERSON, 1993, apud ALMEIDA, 2002). No melão, a variação nos níveis de
acidez tem pouco significado em função da baixa concentração, e a intervenção da
y =
0,10 0,0001 x
1,
R
2
= 79,22
acidez no sabor não é muito representativa, podendo justificar a pouca atenção dada
a esta característica de qualidade.
5 CONCLUSÕES
O hidroresfriamento foi eficiente na manutenção da firmeza dos frutos,
porém não influenciou nas demais características avaliadas. Apesar disso, contribuiu
para tornar a epiderme do fruto mais susceptível a danos mecânicos e ao ataque de
fungos, porém sem afetar a sua qualidade comercial.
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