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GENIANA DOS SANTOS
AS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DE LICENCIANDOS EM PEDAGOGIA DA
UFMT, CAMPUS CUIABÁ, SOBRE CONHECIMENTO
Cuiabá
2009
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GENIANA DOS SANTOS
AS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DE LICENCIANDOS EM PEDAGOGIA DA
UFMT, CAMPUS CUIABÁ, SOBRE CONHECIMENTO
Dissertação apresentada ao Programa de Pós
Graduação em Educação da Universidade
Federal de Mato Grosso, como requisito para a
obtenção do tulo de Mestre em Educação na
área de concentração Educação, Cultura e
Sociedade e Linha de Pesquisa Educação e
Psicologia.
PROFESSORA DOUTORA DANIELA BARROS DA SILVA FREIRE ANDRADE
ORIENTADORA
Cuiabá
2009
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GENIANA DOS SANTOS
AS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DE LICENCIANDOS EM PEDAGOGIA DA
UFMT, CAMPUS CUIABÁ, SOBRE CONHECIMENTO
BANCA EXAMINADORA
Professor Doutor Tarso Bonilha Mazzotti - UNESA
Examinador Externo
Professora Doutora Eugênia Coelho Paredes - UFMT
Examinadora Interna
Professora Doutora Ozerina Victor de Oliveira - UFMT
Examinadora Suplente
Professora Doutora Daniela Barros da Silva Freire Andrade
Orientadora
4
DEDICATÓRIA
Às pessoas queridas que fazem parte da
minha vida, alegram e significam minha
existência. Aos meus professores, que
pelo exemplo me fizeram escolher a
profissão. Aos que, mesmo pagando seus
impostos, não podem ver seus filhos
chegarem tão longe. Aos que acreditam na
Educação vivida a cada dia e àqueles que
como eu se agarram a ela como se não
tivessem outra coisa, pois assim é de fato.
Aos meus familiares próximos-distantes, verdadeiros e adotivos, com amor e dedicação.
Aos amigos de sempre, Pessoas queridas.
5
AGRADECIMENTOS ESPECIAIS
À professora Maria Inês Pagliarini Cox,
por me mostrar um caminho e por me
encorajar na caminhada, modelo de
Pessoa e Professora.
À Professora Eugênia Coelho Paredes,
por me selecionar, por acreditar em mim,
e por respeitar minhas necessidades e
ousadia.
À Professora Daniela Barros da Silva
Freire de Andrade, minha Orientadora,
por ter enchido a minha vida de trabalho,
conhecimento, esperança e poesia.
Vocês, que hoje representam para mim
todos os queridos professores que tive,
foram fundamentais para minha
formação: acadêmica e pessoal, muito
obrigada!
6
Aos alunos de Pedagogia, protagonistas deste estudo, meu respeito e gratidão!
Artistas da Vida
(Gonzaguinha)
Vozes de um só coração
Igual no riso e no amor
Irmão no pranto e na dor
Na força da mesma velha emoção
Nós vamos levando este barco
Buscando a tal da felicidade
Pois juntos estamos no palco
Das ruas nas grandes cida...des
Nós os milhões de palhaços
Nós os milhões de arlequins
Somos apenas pessoas
Somos gente, estrelas sem fim
Sim
Somos vozes de um só coração
Pedreiros, padeiros,
Coristas, passistas,
Malabaristas da sorte
Todos, João ou José
Sim nós
Esses grandes artistas da vida
Os equilibristas da fé
Pois é!
Sim nós
Esses grandes artistas dessa vida
7
AGRADECIMENTOS
Ao Professor Doutor Tarso Bonilha Mazzotti, à Professora Doutora Eugênia Coelho Paredes e
à Professora Doutora Ozerina Victor de Oliveira, por aceitarem o convite para composição da
banca examinadora do meu trabalho, e principalmente, pela generosidade demonstrada na
qualificação.
Ao Professor Doutor Carlo Ralph de Musis e à Professora Doutora Ana Rafaela Pécora, pelas
generosas contribuições feitas na qualificação e por respeitarem as minhas limitações.
Aos membros das várias gerações de mestandos, pelo conhecimento partilhado, em especial:
Maria Enildes Leite Cândido pelo incentivo e carinho, Léa Saul pela colaboração, Dionéia da
SilvaTrindade, Simone Sanchez Vicente pela receptividade, pelo acolhimento.
Aos Professores Doutores que ministraram as disciplinas obrigatórias, por contribuírem para
minha formação: Dr. Maria Lúcia Muller, Dr. Ártemis Torres, Dr. Luiz Augusto Passos, Dr.
Sumaya Persona, Dr. Kátia Alonso.
À Professora Judith Guimarães Cardoso, coordenadora do curso de Pedagogia, pela
colaboração. À Fátima Maria Pontes Pires, pela ajuda no período do estágio e na aquisição de
documentos a respeito do curso de Pedagogia. Aos Professores do curso de Pedagogia por
facilitarem meu contato com os alunos.
Aos colegas de Mestrado, hoje Mestres: Fabíula Bento Guth, Anderson de Sousa Santana,
Mardelides da Silva Lima, Jamile Oliveira Carvalho Rocha e Erzi Dias de Souza, por nos
receberem e partilhar vida e conhecimento.
Às Mestres Fernanda Cândido pela companhia, amizade e cuidado, por me ajudar a escrever
uma história de amizade, trabalho e estudo. À Cleusa Pegorini Batista pela parceria, carinho e
atenção.
À Kênia Passos Rangel, pela grande amiga que foi durante todo o mestrado, pelo seu sorriso e
carinho.
8
À Bruna Luise, pela amizade e por ser mais uma pessoa querida nesta caminhada.
À Inês Helena Felix Duarte, pelo carinho, cuidado, ajuda, preocupação, pessoa generosa que
guardarei para sempre por onde eu andar.
À Aline Caxito Braga, pela amizade, sensatez, carinho e prazerosa convivência.
À Marisa Faria dos Santos, pela amizade, sensibilidade e força de espírito, pelas orações,
mais um anjo amigo.
À Rafael, pela alegria e força, por fazer do trabalho algo um pouco mais leve.
Obrigada, as três gerações de mestrandos, Ms7, Ms8 e Ms9, pois juntas foram minha alegria,
meus amigos queridos, pessoas especiais.
À Yure Lara, pela pessoa especial que sempre foi para mim, menina de garra. À Adriana
Matos pelo convívio, pelo carinho. À Paula Poubel, pela convivência agradável.
Aos Ms10, Paula Martins dos Anjos, Érica Nayla H. Teibel, Naiara dos Santos Nienow, que
representam a continuidade neste momento de finalização. Desejo que a experiência de vocês
seja plena.
Meu muito obrigada aos queridos: Jeison, Patrícia, Mariana e Luisa, pelo sorriso em meio ao
desespero, pela ajuda e orientação.
Ao Sérgio por toda ajuda, pela pessoa solícita que sempre foi para mim, obrigada.
À Dona Elza, pelo cuidado com nosso ambiente de trabalho. Ao Gilson, pela gentilieza e
cuidado conosco.
Aos alunos do primeiro ano de Pedagogia, período matutino (2007), minha turma de Estágio,
pelo carinho e oportunidade de aprendizagem, vocês são Pessoas queridas para mim.
9
RESUMO
Este estudo foi realizado no âmbito da Universidade Federal de Mato Grosso UFMT, no
período de 2007/2008. Objetivou-se encontrar, descrever e compreender as representações
sociais de futuros pedagogos sobre o tema conhecimento. Como aporte teórico optou-se pela
Teoria das Representações Sociais de Serge Moscovici (1978) em articulação com estudos
nas áreas da Educação, Formação Inicial e Metáforas. A coleta de dados foi efetuada em duas
fases distintas: a primeira, mediante indução de metáforas para o termo conhecimento, em que
foram consultados 145 sujeitos; a segunda fase, ensejando aprofundar a compreensão acerca
dos significados sobre o tema conhecimento, em que foram realizadas entrevistas semi-
estruturadas com 40 sujeitos. Ao final das entrevistas elaborou-se requestionamento sobre o
resultado da primeira fase da investigação. Para a compreensão dos dados da primeira fase
efetuou-se Análise de Conteúdo com base em Bardin (1977), e a partir deste método,
abordagem compreensiva em que foram discutidos aspectos semânticos presentes nas
expressões metafóricas e frases produzidas pelos sujeitos. As entrevistas foram processadas
mediante o programa ALCESTE, que separou o discurso em cinco classes semânticas. Os
resultados da primeira fase aludiram para duas formas de representação do conhecimento: a
primeira, e mais consensual, acenava para sobrevivência, objetivada na imagem do
ALIMENTO
; a segunda, retratava o exercício de busca contínua, e foi objetivado por meio do
termo
OCEANO
. Este duo apresentou-se como norteador temático dos discursos produzidos
pelos sujeitos. No conteúdo discursivo advindo das entrevistas pode-se verificar o
conhecimento representado enquanto oportunidade de trabalho, e, por conseguinte, inserção
social, significados também presentes na primeira fase. O entrelaçamento dos dados da
pesquisa permitiu compreender que os licenciandos, em sua formação à docência, parecem
dar ênfase à aprendizagem da dimensão técnica do trabalho, marcando a dicotomia entre
teoria e prática. Outros temas relacionados ao conhecimento se fizeram presentes, são eles:
mobilidade social, influência familiar, falta de acesso, e perspectiva de futuro. Outro conteúdo
de representação que se mostrou saliente nos diferentes momentos do estudo acenou para o
conhecimento representado como produto externo ao sujeito que apreende. Este foi
significado de três maneiras: passivo às ações do conhecimento; inerte e em exercício
contemplativo; em movimento, porém, apresentando-se em desvantagem, visto que o
conhecimento foi representado como fugidio.
Palavras Chave: Educação. Conhecimento. Representações Sociais. Futuros Pedagogos.
Metáfora.
10
ABSTRACT
This study was carried out in the environment of the Federal University of Mato Grosso -
UFMT, in the years of 2007/2008. It was objectified to uncover, describe and understand the
future pedagogy teachers’ social representations about the subject knowledge. The Theory of
the Social Representations of Serge Moscovici (1978) was chosen as theoretical support in
articulation with the studies in the areas of the Education, Initial Formation and Metaphors.
The data gathering was done in two distinct phases: the first one, by means of verbal
induction of metaphors using the term knowledge, submitted to 145 subjects. The second
stage, objectifying to deepen the studied subjects’ understandings concerning the meanings on
the theme knowledge, half-structuralized interviews with 40 citizens were done. In the final
phase of the interviews an inquiring instrument was elaborated on the result of the first phase
of the investigation. The Analysis of Content by Bardin (1977) was used for the
understanding of the data gathering in the first phase of this study. Based on this method, a
comprehensive approach with semantic aspects presented in the metaphoric expressions and
phrases produced by the studied subjects was discussed. The interviews were processed by
means of the software ALCESTE that separated the discourse in five semantic groups. The
findings of the first phase alluded for two forms of representations of the knowledge: the first
one and more consensual, points to survival, objectified in the image of the FOOD; the second
type portrayed the exercise of continuous search, and it was objectified by means of the term
OCEAN. This representational duo was presented as thematic guide accessible in subjects’
discourse. In the discursive content revealed in the interviews it was noticed that the object
knowledge was represented by the subjects while work opportunity, and, therefore, social
insertion, meanings also presented in the first phase of this study. The interlacement of the
data allowed understanding that the licensed students during their teaching formation seem to
give emphasis to the learning technical dimension of their work, marking the dichotomy
between the teaching practice and the theory. Other themes related to the knowledge were
presented in this research, such as: social mobility, familiar influence, lack of access, and
perspective of future. Another representation content revealed in the different moments of
this study refers to the knowledge represented as external product to the subjects who
apprehends it. This finding was meant in three ways: passive for the actions of the knowledge;
inert and in contemplative exercise; in movement, however, presenting itself in disadvantage,
since the knowledge was represented as escapable.
11
Keywords: Education. Knowledge. Social Representations. Future pedagogy teachers.
Metaphor.
12
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Ilustração 1 - Dendrograma de relação entre as Classes .......................................................... 83
QUADROS
Quadro 1 - Descritores da primeira fase do estudo .................................................................. 57
Quadro 2 - Definição dos Grupos Semânticos ......................................................................... 62
Quadro 3 Demonstrativo de freqüências .................................................................................. 63
GRÁFICOS
Gráfico 1 - indicador de ponto de corte .................................................................................... 60
Gráfico 2 - indicador de ponto de corte por χ
2
......................................................................... 85
Gráfico 3 - indicador de ponto de corte por PR ........................................................................ 85
Gráfico 4 - indicador de ponto de corte por χ
2
......................................................................... 90
Gráfico 5 - indicador de ponto de corte por PR ........................................................................ 90
Gráfico 6 - indicador de ponto de corte por χ
2
......................................................................... 95
Gráfico 7 - indicador de ponto de corte por PR ........................................................................ 95
Gráfico 8 - indicador de ponto de corte por χ
2
....................................................................... 100
Gráfico 9 - indicador de ponto de corte por PR ...................................................................... 100
Gráfico 10 - indicador de ponto de corte por χ
2
..................................................................... 104
Gráfico 11 - indicador de ponto de corte por PR .................................................................... 104
13
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Avaliação sobre a representatividade das metáforas para o tema conhecimento,
segundo os licenciandos ................................................................................................... 74
Tabela 2 - Palavras da Classe 1 por χ
2
...................................................................................... 85
Tabela 3 - Palavras da Classe 1 por PR .................................................................................... 85
Tabela 4 - Palavras da Classe 2 por χ
2
...................................................................................... 90
Tabela 5 - Palavras da Classe 2 por PR .................................................................................... 90
Tabela 6 - Palavras da Classe 3 por χ
2
...................................................................................... 95
Tabela 7 - Palavras da Classe 3 por PR .................................................................................... 95
Tabela 8 - Palavras da Classe 4 por χ
2
.................................................................................... 100
Tabela 9 - Palavras da Classe 4 por PR .................................................................................. 100
Tabela 10 - Palavras da Classe 5 por χ
2
.................................................................................. 104
Tabela 11 - Palavras da Classe 5 por PR ................................................................................ 104
14
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 16
1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ...................................................................................... 20
1.1. Teoria das Representações Sociais (TRS) ..................................................................... 20
1.2. O que são e como surgem as representações sociais? ................................................... 21
1.3. Os processos formadores das representações sociais - objetivação e ancoragem ......... 24
1.4. Propagação – defasagem – focalização e pressão à inferência ...................................... 26
1.5. As funções das representações sociais........................................................................... 27
1.6. Metáforas enquanto instrumento para a compreensão das Representações Sociais Sobre
o Conhecimento .................................................................................................................... 29
1.7. Educação e Teoria das Representações Sociais ............................................................. 37
2 CONHECIMENTO ENQUANTO OBJETO DE ESTUDO ............................................ 42
2.1 Educação e Conhecimento.............................................................................................. 42
2.1.1 Caracterização Histórica sobre a formação para o trabalho docente via de
compreensão acerca de pontos de ancoragem das RS sobre o conhecimento .................. 45
3 METODOLOGIA ................................................................................................................ 52
3.1. Caracterização do universo a partir do Projeto Político Pedagógico............................. 52
3.2. Caracterização da amostra ............................................................................................. 55
3.3. Coleta de dados – primeira fase ..................................................................................... 56
3.4. Coleta de dados – segunda fase ..................................................................................... 56
3.5. Sobre a compreensão dos dados da primeira fase ......................................................... 58
3.6. Sobre a compreensão dos dados da segunda fase .......................................................... 59
4 DISCUSSÃO DOS DADOS ................................................................................................ 61
4.1. Discussão dos dados da primeira fase – metáforas para o conhecimento ..................... 61
4.2. Requestionamento dos resultados da primeira fase do estudo metáforas para
conhecimento ........................................................................................................................ 73
4.3. Algumas considerações ................................................................................................. 81
4. 4. Apresentação dos dados – segunda fase ....................................................................... 83
4. 4. 1. Dendrograma - relação entre as Classes ............................................................... 83
4. 4. 2. Perfil da Classe 1 .................................................................................................. 84
4. 4. 3. Perfil da Classe 2 .................................................................................................. 89
4. 4. 4. Perfil da Classe 3 .................................................................................................. 94
4. 4. 5. Perfil da Classe 4 .................................................................................................. 99
15
4. 4. 6. Perfil da Classe 5 ................................................................................................ 104
4. 5. Entrelaçamento dos dados da primeira e segunda fase ........................................... 107
CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................... 114
REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 116
APÊNDICES ......................................................................................................................... 124
APÊNDICE A ....................................................................................................................... 124
Instrumento de coleta referente à primeira fase do estudo .............................................. 124
APÊNDICE B ........................................................................................................................ 126
Instrumento de coleta referente à segunda fase do estudo ............................................... 126
APÊNDICE C ....................................................................................................................... 128
CADERNO DE FREQÜÊNCIA ......................................................................................... 128
ANEXO A .............................................................................................................................. 137
RELATÓRIO GERADO PELO PROGRAMA ALCESTE ............................................. 137
16
INTRODUÇÃO
Este estudo foi desenvolvido no espaço da Universidade Federal de Mato
Grosso (UFMT) no período de 2007/2008, consistiu em investigação acerca das
representações sociais de licenciandos de Pedagogia, campus Cuiabá, sobre o tema
conhecimento.
A pesquisa parte dos resultados de estudos realizados no âmbito da Pós -
Graduação em Educação pelos membros do grupo de pesquisa Educação em Psicologia
(GPEP). Este grupo desenvolveu nos anos de 2006/2007, sob a orientação da Professora
Doutora Eugênia Coelho Paredes, projeto coletivo nomeado As representações sociais acerca
das perspectivas de futuro do trabalho docente a fim de buscar junto aos licenciandos as
representações sociais a respeito de aspectos da profissionalidade docente.
Para tal utilizou-se da técnica de Associação Livre de Palavras (ALP) e do
processamento destas mediado pelo uso do programa EVOC. Neste estudo as questões
indutoras para (ALP) foram: razões para ser ou não ser professor, questão analisada por
Souza (2008); atividades docentes atuais, Santana (2008); atividades futuras, Bento–Guth
(2008); Lima (2008); e do que depende e do que dependerá o trabalho do professor, Carvalho
(2008).
Das análises advindas das pesquisas desenvolvidas, três aspectos da
profissionalidade docente se mostraram passíveis de investigação. Estes se referiam: as
representações sociais atribuídas as escolhas realizadas na formação para a licenciatura; a
atuação de licenciandos nos processos de mudança no contexto da educação; e as
representações sociais sobre o conhecimento no contexto da formação profissional para
docência. Dentres os temas expostos, o último constitui a pesquisa ora apresentada.
A respeito do recorte que privilegiou a realização do estudo no contexto da
Pedagogia deve-se dizer que os graduandos deste curso, se comparados aos demais
investigados em 2006/2007, apresentaram maior interesse pela docência.
Nos resultados das questões atividades dos professores nos dias atuais e
atividades dos professores no futuro, desenvolvidas por Bento–Guth (2008), foram
encontrados indícios de representações sociais a respeito dos temas: qualificação e
capacitação, estágios do processo de formação.
Tais palavras indicavam a inquietação fomentada a partir das condições de
trabalho no âmbito da docência, estas poderiam impelir a busca por segurança, possivelmente
17
representada pelo conhecimento. Os respondentes revelaram que tanto na atualidade quanto
no futuro, as atividades dos professores seriam caracterizadas pela busca constante por
qualificação e capacitação.
Os termos assinalados, ao indicarem a busca pela formação, traziam como
emblema a palavra conhecimento, suscitando compreensão acerca dos significados atribuídos
para o mesmo.
Autores como Garcia (1995) e Morgado (2005), aproximam tais perspectivas
do processo formativo a noção de racionalidade técnica, uma das etapas de aprendizagem da
profissão docente, caracterizada pela busca por intrumentalização com vistas ao bom
desempenho profissional futuro.
Contudo, os mesmos autores afirmam que a formação inicial para docência é
constituída por diversos estágios da aprendizagem, esta representada enquanto processo
contínuo em que é possível visualizar as dimensões metodológica e reflexiva.
O termo formação foi adotado neste estudo como categoria de análise para
compreensão das representações sociais elaboradas e partilhadas pelos graduandos em
Pedagogia a fim de circunscrever o contexto de produção de significados sobre o
conhecimento.
Para isso, recorreu-se a alguns autores como Garcia (1992, 1995), Nóvoa
(1992), Schön (1992), Imbernóm (1994), Duarte (1998a, 1998b ), Dias-da-Silva (1998),
Gomes (1992), Lima (2000), Weber (2000) Rockenbach (2003), Guimarães (2004) e
Morgado (2005), que mediante estudos deslindaram aspectos do processo formativo no
contexto da formação inicial para docência.
No que diz respeito ao tema formação, se constrastado ao que é partilhado
entre os sujeitos pesquisados, parece haver ênfase destinada, ora à competência técnica ora à
capacidade de reflexão sobre o contexto educacional, o que impossibilita a vizualização do
processo contínuo como proposto pelos teóricos da formação inicial.
Como proposta metodológica utilizou-se da indução de metáforas para
primeira fase do estudo, por se acreditar que nas imagens atribuídas ao conhecimento
poderiam ser visualizadas as formas cristalizadas e naturalizadas de representação partilhada.
E, entrevistas para segunda fase, por meio das quais buscou-se a produção discursiva que
pudesse revelar significados partilhados pelo grupo a respeito do tema conhecimento. Ainda
na segunda fase, pediu-se que os sujeitos contextualizassem as metáforas produzidas pelo
grupo e avaliassem sua pertinência.
18
A respeito do perfil metodológico da investigação, deve-se pontuar que as
hipóteses norteadoras foram fomentadas a partir de estudo realizado no âmbito da
Universidade Federal de Mato Grosso por Andrade et al (2007) em que verificou-se que em
função da indução de metáforas alguns significados em torno da docência eram salientados
pelos graduandos.
O conhecimento foi representado como elemento que o professor é capaz de
conter, e, também, como arma viabilizadora de algum tipo de vantagem no contexto da Luta.
Esta por sua vez, apontou para condições para realização do trabalho magisterial.
A profissão, em uma analogia com o campo de guerra evocou personagens
como herói e o anti-herói. No primeiro caso evidencia-se a função identitária, pois o
licenciando, futuro professor, parece resguardar-se da representação que a sociedade lhe
atribui. no segundo caso, indícios de representação acerca dos antagonistas, aqueles que
prejudicam ou inviabilizam o trabalho docente, as condições de trabalho ou o aluno.
A técnica de indução de metáforas possibilitou a visualização de estruturas
subjacentes ao discurso a respeito do tema professor, além de revelar algumas representações
sociais que parecem circular de forma figurativa.
Por isso, a indução de metáforas mostrou-se instrumento adequado para
efetivação do estudo, pois permitiu compreender como diferentes maneiras de objetivação do
conhecimento são negociadas e partilhadas pelo grupo.
No que tange a estruturação do texto de apresentação da pesquisa, tem-se que
no primeiro capítulo consta a Fundamentação Teórica adotada como basilar, a Teoria das
Representações Sociais (TRS) de Serge Moscovici, principal instrumento para a compreensão
das representações sociais a respeito do conhecimento produzidas por discentes em Pedagogia
da UFMT, campus Cuiabá.
Outros autores, colaboradores no contexto de estudo das Representações
Sociais, foram utilizados para estruturação deste trabalho, Jodelet (2001), Ordaz e Vala (1998)
e Nóbrega (2003).
Ainda no primeiro capítulo apresenta-se a tentativa em aproximar a TRS dos
estudos a respeito da metáfora, esta entendida como instrumento capaz de desvelar estruturas
de pensamento como proposto por Lakoff e Johnson (2002).
São expostas proposições de articulação entre metáforas e TRS para a
compreensão dos significados que sustentam a prática da docência e sua aprendizagem
(MAZZOTTI, 2002, 2008).
19
No segundo capítulo, apresenta-se a caracterização do objeto de estudo, assim
como o percurso histórico a respeito de temas que circundam a docência, em especial a
respeito da categoria de análise Formação Profissional. Tal processo foi efetuado a fim de
deslindar os significados sobre pontos de ancoragem das representações sociais acerca do
conhecimento.
No terceiro capítulo, são expostos os procedimentos metodológicos através dos
quais buscou-se efetuar apresentação e discussão do Projeto Político Pedagógico elaborado
pela Instituição. O terceiro capítulo enfoca, ainda, o percurso da pesquisa apresentando os
procedimentos adotados.
No quarto capítulo são apresentados os dados resultantes da pesquisa em suas
diferentes fases. O processo de tratamento dos dados da pesquisa, para a primeira fase,
consistiu em exploração compreensiva a partir da Análise de conteúdo, de formação de
grupos semânticos que alocavam categorias e subcategorias de sentido a respeito de questões
sobre o conhecimento.
Posteriormente, apresenta-se a segunda fase da pesquisa em que foram
entrevistados 40 sujeitos, participantes da primeira fase do estudo, bem como o tratamento
dos dados, que foi realizado a partir da utilização do relatório gerado mediante o
processamento do corpus através do ALCESTE.
Ainda no quarto capítulo, apresenta-se uma tentativa de entrelaçamento dos
resultados das diferentes etapas da pesquisa, buscando recorrências e constrastes adivindos do
discurso expresso pelos licenciandos.
No quinto e último capítulo, são apresentadas algumas considerações acerca do
estudo e questionamentos relativos aos conteúdos das representações sociais desveladas
mediante o processo de pesquisa.
20
1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Este capítulo apresenta o percurso teórico mediante o qual foi possível
estruturar o presente estudo, consistindo em tentativa de explanar a respeito da Teoria das
Representações Sociais e sua importância para compreensão das representações partilhadas no
interior dos grupos sociais. A partir da exposição das Categorias de Análise da Teoria basilar
adotada neste trabalho foi possível compreender o contexto estudado e a produção discursiva
dos seus sujeitos.
1.1. Teoria das Representações Sociais (TRS)
A Teoria das Representações Sociais (TRS) foi proposta por Serge Moscovici
em final dos anos 70, seu objeto de estudo retratava o fenômeno das representações sociais
(RS) que diversos grupos criavam quando no contato com conhecimentos pouco familiares,
no caso pesquisado, a Psicanálise. A representação neste caso facilitaria compreender e
enfrentar o mundo, tal como este se apresentava.
Em seu estudo inicial, publicado parcialmente para a Língua Portuguesa como
A Representação Social da Psicanálise em 1978, objetivou revelar o que diferentes grupos
pensavam sobre a Psicanálise, como esta era percebida e difundida na época. Para isso,
recorreu a campos de conhecimentos diversos, Sociologia do Conhecimento, Lingüística,
Antropologia entre outras.
A respeito do conhecimento produzido no interior dos grupos sociais, pode-se
dizer que este é elaborado com fins práticos, como postula Jodelet (2001), a fim de consolidar
e amenizar aspectos desconcertantes da realidade a qual o grupo constitui e sedimenta quando
a reconhece como verdade.
A composição da realidade ocorre a partir da interação entre grupos e no
interior destes, sua conservação temporal não inviabiliza a reestruturação da mesma quando o
grupo considera necessário.
Quando se pensa em realidade é necessário compreender que esta se dá por
meio de convenção, o grupo elege a formas apropriadas de nomear e categorizar o mundo a
21
fim de criar uma identidade mediante a qual seus membros se reconheçam. Tal procedimento
permite a localização o espacial, mas temporal do sujeito no mundo e em relação a seu
grupo de pertença.
Nessa perspectiva, tem-se que a comunicação estabelece no grupo a interação
necessária para que as mesmas informações circulem e se tornem lugares de encontro para
elaboração da realidade, de uma identidade comum que possibilite a convergência discursiva.
O veículo mais importante da conservação da realidade é a conversa. Pode-se
considerar a vida cotidiana do indivíduo em termos do funcionamento de um
aparelho de conversa, que continuamente mantém, modifica e reconstrói sua
realidade subjetiva. (BERGER; LUCKMANN, 2003, p. 202).
A realidade é considerada produto da relação entre consócios que comungam
de pontos de vistas e negociam divergências, ela é passível de modificação pelos mesmos
sujeitos que a elaboram, isso configura possibilidades de atuação do grupo sobre seu
conhecimento prático.
Moscovici (1978) nomeou de representações sociais (RS) um conjunto de
significações criadas por um determinado grupo social para tornar aquilo que é estranho ou
distante em familiar ou próximo.
Segundo Andrade (2007), o ato de representar é caracterizado pela tentativa de
domesticar a realidade. Tal necessidade surge a partir de um contato que se tem com aquilo
que ainda não está presente em categorias de pensamento familiares.
O processo de negociação de sentido permite que novos significados sejam
instaurados e passem a compor, junto aos saberes já estandardizados, um conhecimento
tornado vivo pelo grupo.
Nomear ou re-nomear aquilo que se desconhece ou que tomou novo aspecto a
partir da intervenção do grupo torna-se estratégia para a compreensão do objeto em relação à
realidade do grupo.
Tais pontuações permitem visualizar o processo de categorização dos objetos
que convencionalmente nomeia-se para elaborar, consolidar e resguardar a identidade pessoal
dentro de um grupo social, bem como, co-partilhar dos significados que socialmente foram
construídos e que integram a identidade pessoal.
1.2. O que são e como surgem as representações sociais?
22
Por representação entende-se, segundo Moscovici (1978), idéia ou imagem que
concebemos do mundo ou de alguma coisa, ou ainda, forma de re-apresentar uma idéia ou
objeto.
Representar significa, a uma vez e ao mesmo tempo, trazer presentes as coisas
ausentes e apresentar coisas de tal modo que satisfaçam as condições de uma
coerência argumentativa, de uma racionalidade e da integridade normativa do grupo.
(MOSCOVICI, 2003, p. 216).
Se acrescentado o adjetivo social, significa dizer que tal representação não é
criação de um indivíduo, e sim, que esta circula mediante a interação que torna o mundo,
inteligível e de certa forma, seguro para os seus membros.
Toda representação social é constituída como um processo em que se pode localizar
uma origem, mas uma origem que é sempre inacabada, a tal ponto que outros fatos e
discursos virão nutri-la ou corrompê-la. É ao mesmo tempo importante especificar
como esses processos se desenvolvem socialmente e como são organizados
cognitivamente em termos de arranjos de significações e de uma ação sobre suas
referências. (MOSCOVICI, 2003, p. 218).
O processo de elaboração das representações sociais torna-se possível, pois a
sociedade partilha mbolos que norteiam a comunicação, interação e a forma de viver
socialmente.
Quando representação o que ocorre é uma substituição, ou tradução
mediante um signo lingüístico julgado capaz de expressar idéias que geralmente não são
facilmente comunicáveis.
A motivação para a elaboração de representações sociais não é, pois, uma procura
por um acordo entre nossas idéias e a realidade de uma ordem introduzida no caos
do fenômeno ou, para simplificar, um mundo complexo, mas a tentativa de construir
uma ponte entre o estranho e o familiar. (MOSCOVICI, 2003, p. 207).
A convencionalização ou categorização de objetos, como diz Moscovici
(2003), pode ser compreendida como qualquer coisa ou idéia presente no mundo que nos
cerca, permitindo que os membros de um mesmo grupo social signifiquem os elementos que
compõem a sua própria realidade.
As convenções sociais são como indicadores, e “[...] nos ajudam a resolver o
problema de saber quando interpretar uma mensagem como significante em relação a outras e
quando vê-la como um acontecimento fortuito ou casual” (MOSCOVICI, 2003, p.34).
A dinamicidade social possibilita que as representações sociais sejam forjadas
pelos grupos, sendo que o meio social fomenta a produção de novas RS. Estas se adequarão e
se modificarão conforme as condições sociais existentes.
23
Moscovici definiu que,
As representações sociais são entidades quase tangíveis. Elas circulam, cruzam-se e
se cristalizam incessantemente através de uma fala, um gesto, um encontro, em
nosso universo cotidiano. A maioria das relações sociais estabelecidas, os objetos
produzidos ou consumidos, as comunicações trocadas, delas estão impregnadas.
(MOSCOVICI, 1978, p. 42).
Segundo Jodelet (2001), as representações sociais surgem quando dentro de
um determinado grupo, visão consensual da realidade. É possível compreendê-la como um
tipo de saber que surge em condições determinadas por valores, crenças, atitudes e normas
que cada grupo elabora em relação ao objeto representado.
As Representações Sociais estão comumente enraizadas, como diz Rouquette
(2005), em formações ideológicas que perpassam a existência de grupos sociais. Tais
formações seriam como uma motivação subterrânea capaz de gerar valores, crenças, atitudes e
normas.
Quanto a esta composição entende-se que valores são formados pelo conjunto
de normas de conduta apresentadas aos indivíduos quando estão inseridos no âmbito social.
São elas que ajudarão os sujeitos a conduzirem suas práticas de maneira normatizada,
adequando-se as exigências que lhes serão impostas no âmbito moral, e também,
possibilitando a formação de uma realidade fortemente sedimentada.
Ainda junto aos valores, seguem as crenças que implicam uma conformação
com aquilo que é social. São elas que amenizam os efeitos de coerção, pois criam em meio ao
grupo uma relação de submissão espontânea, diminuindo a possibilidade de enfrentamento e,
conseqüente, desestruturação das relações no interior dos grupos.
No que tange a atitude, pode-se assinalar que consiste em predisposição
positiva ou negativa a respeito do objeto. Ela motiva a maneira de representá-lo, pois quando
um objeto é desconhecido ou indiferente ao grupo não há representação social sobre o mesmo.
A representação social somente existirá se houver, por parte do grupo, atitude
em relação ao objeto. Portanto, é saindo da condição de indiferença a respeito do objeto que o
grupo produzirá sentido acerca deste.
Assim, depois de consolidada a realidade para um grupo de consócios, as
práticas originadas das representações sociais são tidas como as únicas possíveis. Não
reflexão acerca da ação, pois aos sujeitos, esta é algo inquestionável. Ocorre então, um
processo de cristalização; e a representação ganha status de verdade para o grupo que a cria.
Representações sociais, como teorias científicas, religiões, ou mitologias, são
representações de alguma coisa ou de alguém. Elas têm um conteúdo específico
implicando, esse específico, além do mais, que ele difere de uma esfera ou de uma
24
sociedade para outra. No entanto, estes processos são significantes, somente na
medida em que eles revelam o nascimento de tal conteúdo e suas variações.
(MOSCOVICI, 2003, p. 106).
Existem, como afirma Moscovici (2003), motivos pelos quais os grupos criam
representações sociais, entretanto, estes culminam em tornar o que é estranho em familiar.
Por não haver compromisso com a coerência externa, em relação as verdades
com as quais tal grupo não compactua, as representações serão formadas em meio ao
hibridismo através do qual informações de diferentes tipos e variadas fontes são agrupadas,
“[...] uma representação faz circular e reúne experiências, vocabulários, conceitos e condutas
que provém de origens muito diversas”. (MOSCOVICI 1978, p. 62).
Jodelet (2003) apresenta alguns elementos que podem nortear a compreensão a
respeito de como surgem as representações sociais e com quais funções um grupo elabora e
fundamenta suas práticas. Assim, elas se apresentariam como:
[...] uma forma de conhecimento, socialmente elaborada e partilhada, com um
objetivo prático, e que contribui para a construção de uma realidade comum ou
ainda saber ingênuo, natural, esta forma de conhecimento é diferenciada, entre
outras, do conhecimento científico. Entretanto, é tida como um objeto de estudo tão
legítimo quanto este, devido à sua importância na vida social e à elucidação
possibilitadora dos processos cognoscentes e das interações sociais. (JODELET,
2001, p. 22).
Pensando em processos formadores das representações sociais, Moscovici
(1978) esclarece que as RS apresentam duas faces: a figurativa que traz uma imagem; e a
simbólica, responsável por apreender o sentido.
Desta forma, como em uma moeda ou folha de papel existe indissociabilidade
entre um lado e outro, em uma representação torna-se difícil distinguir a forma do seu
conteúdo semântico, pois ambos conjugados dão origem à significação.
1.3. Os processos formadores das representações sociais - objetivação e ancoragem
Os processos formadores das representações sociais recebem os nomes de
Ancoragem e Objetivação. O primeiro consiste em recurso mediante o qual se recorre à
memória na tentativa de encontrar algo já experienciado, que possa servir de protótipo para
uma situação nova.
25
A partir da ancoragem, os membros do grupo traduzem e sintetizam em
imagem a elaboração cognitiva que se depois de um percurso de sentido no qual a
representação se estruturou e tornou-se inteligível.
Mediante as imagens condensadas e fortemente difundidas como apropriadas
para representar o comportamento do grupo surgem alguns protótipos. Para compreender a
questão prototípica, Ordaz e Vala (1998, p. 99) explicam que o “[...] protótipo corresponde ao
conjunto de características geralmente associadas aos elementos que integram uma categoria,
condensa o sentido de uma categoria, é um ‘caso puro’ que objetiva uma dada categoria”.
O processo de ancorar pode ser compreendido como forma de enraizamento,
posto que este simboliza a segurança dada ao que estava solto, sem nenhum ponto de
ancoragem.
Ainda no processo de ancoragem, há que se considerar o papel da classificação,
que consiste na ordenação das imagens perturbadoras, isso ocorre mediante a generalização e
a particularização. Enquanto a primeira consiste em tornar um aspecto particular do objeto em
algo capaz de aproximação de imagens já existentes. Na segunda o objeto representado é visto
como algo distante de todos os esquemas estabelecidos como parâmetros para compreensão,
por isso, a distinção torna-se um recurso à criação de esquemas mediante os quais os sujeitos
representam.
Outro passo importante para realização da ancoragem é o ato de nomear, que
consiste em inserir o objeto estranho em um campo de reconhecimento, determinando assim,
todas as características que culturalmente o nome lhe atribui. Ao nomear, o objeto se
aproxima de uma imagem facilmente identificada por ser próxima de categorias de
pensamento já existentes.
A objetivação consiste em “[...] reabsorver um excesso de significações
materializando-as [...]” (MOSCOVICI, 1978, p. 111). E, também, transplantar para o nível de
observação o que era apenas inferência ou símbolo.
Nóbrega (2003) assevera que existem três momentos característicos na
formação de uma imagem mediante objetivação.
O primeiro refere-se à construção seletiva, momento em que se elegem alguns
aspectos, que através de julgamento pessoal, consideram-se mais importante na formação das
representações.
Posteriormente, faz-se uma esquematização na qual são organizados os
elementos que foram previamente selecionados. Esse processo em sua estruturação possibilita
a formação da representação social.
26
E, por último, ocorre à naturalização, que segundo Moscovici (1978, p.129,
grifo do autor) “[...] confere à representação social um status de evidência, caracterizando um
processo em que os elementos da representação são vistos como realidade inquestionável”.
Embora a representação social possa se tornar estável por evidenciar um saber
sedimentado, estruturado a partir de imagens e conceitos familiares, capaz de suprir as
necessidades em relação a algum fato ou objeto relevante, não significa, contudo, que tal
saber seja imutável.
As informações, oriundas do senso comum ou do universo científico vão
compondo a representação até que ela novamente se estabilize e as informações a respeito do
objeto dêem conta de significar aquilo que era estranho ou ameaçador.
1.4. Propagação – defasagem – focalização e pressão à inferência
Os membros de um grupo social, mediante a comunicação, partilham
informações advindas de diferentes fontes, forma-se um arcabouço capaz de significar
distanciamento da ignorância acerca de determinado objeto, sobre o qual se deseja representar
e falar.
Existem, porém lacunas, estas correspondem às informações que os grupos não
têm acesso e que impedem a formação do discurso especializado a respeito do conceito ou
coisa a ser representada.
Entretanto, tais imprecisões não impedem o surgimento de representações
sociais, pelo contrário, em meio a esse contexto, as informações são acrescidas de
experiências vividas, manifestadas discursivamente pelos sujeitos.
O pensamento mágico, a tradição, a religião e o conhecimento do vivido
ajudam a compor uma representação que será rapidamente socializada e propagada mediante
a conversação.
Pode-se dizer que as representações sociais originam-se de pontos de
clivagens, ou dispersão de um conhecimento certificado socialmente como verdadeiro. Tal
processo pode ser compreendido como distribuição desigual de informações o que possibilita
que estas sejam ressignificadas de maneira diversa e em diferentes estágios. Tais estágios, em
que as informações partilhadas tornam-se diferentes de como foram originalmenente
concebidas, são nomeados defasagem.
27
Para Moscovici (1978), existem alguns aspectos que cabem salientar a fim de
que se compreenda o processo de defasagem. O primeiro é que não correspondência entre
a informação que seria necessária para composição da competência discursiva a respeito de
um determinado objeto.
O segundo, é que a informação existente é propagada, e posteriormente,
adotada entre os sujeitos por meio da persuasão que neste caso, não é exterior ao grupo.
O terceiro aspecto corresponde às dificuldades que negam o acesso às
informações referidas, produzindo nos membros do grupo a necessidade de compor, de
maneira pouco comprometida à coerência externa, seu cabedal de informações.
Tais informações são advindas de diferentes lugares e momentos sem que haja
igualdade de acesso, facilitando assim, a ancoragem em valores, em detrimento de
informações formais a respeito do que é pensado.
Outros aspectos, também intrínsecos no tocante à elaboração de um conjunto
de informações, são capazes de fomentar uma representação social, esses dizem respeito à
focalização e a pressão a inferência.
A focalização ocorre quando negociação entre interesses individuais e
grupais revelando que um determinado ponto de vista pode causar impacto e persuadir outros
consócios. Ela se mostra ainda como uma maneira de visualizar determinado aspecto de um
objeto desconsiderando sua complexidade.
o processo de pressão a inferência caracteriza-se pelas exigências que um
determinado grupo pode direcionar aos seus membros quando na defesa de opinião partilhada
que possa, de alguma maneira, beneficiar ou até mesmo salvaguardar a identidade do grupo
frente aos outros.
Desta forma, o partícipe sem as informações necessárias para organizar de
forma sistemática sua opinião é levado a julgar e emiti-la com vistas a proteger-se em meio à
pressão exercida pelos seus consócios.
1.5. As funções das representações sociais
A respeito das funções das representações sociais, Moscovici aponta à
orientação de condutas e práticas,
28
[...] se uma representação social é uma ‘preparação para a ação’, ela não o é somente
na medida em que guia o comportamento, mas sobretudo na medida em que
remodela e reconstitui os elementos do meio ambiente em que o comportamento
deve ter lugar. Ela consegue incutir um sentido ao comportamento, integrá-lo numa
rede de relações em que está vinculado ao seu objeto, fornecendo ao mesmo tempo
as noções, as teorias e os fundos de observação que tornam essas relações estáveis e
eficazes. (MOSCOVICI, 1978, p.49).
Jodelet (2001) diz que as representações sociais cumprem funções para
determinado grupo, elas dizem respeito àquilo que se sabe sobre o objeto.
A informação que os sujeitos tem sobre o objeto fomenta o surgimento da
representação. Bem como as finalidades de elaboração, que em geral orientam as práticas e as
justificam.
A função identitária está presente em uma representação, pois, é a partir da
maneira de significar que o grupo se protege do confronto com outros, diferenciando e
reforçando os limites entre um e outro e, também, resguardando suas principais
características.
Existe ainda, a função justificadora que revela as ações do grupo para com o
objeto de forma que suas práticas não sejam questionadas, é através dela que o grupo pode
reafirmar seu comportamento e conduta.
A função de orientação refere-se à maneira como determinado grupo guiará
suas condutas, de forma a modelar através de protótipos uma determinada maneira de lidar
com o objeto.
A função de saber permite aos membros do grupo que estes se apresentem
perante outros partícipes, e até de outros grupos a partir daquilo que conseguem representar
sobre o objeto.
O saber prático advindo da representação conduz aqueles que dela dispõe a
zona de conforto, por ser um lugar legitimado a partir do qual o sujeito pode falar em nome do
grupo.
Apesar de tais funções serem as mais evidentes nos estudos realizados pelos
pesquisadores em representações sociais, Moscovici diz que,
[...] toda representação social desempenha diferentes tipos de funções, algumas
cognitiva ancorando significados, estabilizando ou desestabilizando as situações
evocadas outras propriamente sociais, isto é, mantendo ou criando identidades e
equilíbrios coletivos. (MOSCOVICI, 2003, p. 218, grifo do autor).
Para a compreensão acerca do lócus em que se encontram as representações
sociais e sua apreensão, Jodelet (2001) postula algumas questões que possibilitam enxergar o
processo de formação das representações sociais (RS).
29
É necessário considerar que existe um saber. As representações vistas como
forma de conceber e conhecer, portanto, de saber sobre as coisas que dizem respeito aos
interesses de um grupo leva à reflexão sobre algumas pontuações:
A primeira delas é a de que todo saber, conhecimento, é produto humano, por
conseqüência, é datado;
Tal saber sempre será fruto de interação e reelaboração mediante o ato da
comunicação à medida que a dinâmica social forçar a sua mudança, ele sempre será de
alguém sobre algo;
Sempre estará vinculado às funções de orientação de conduta entre os membros do
grupo e servirá para justificar práticas entre consócios e principalmente possibilitar a
consolidação da identidade do grupo.
1.6. Metáforas enquanto instrumento para a compreensão das Representações Sociais Sobre o
Conhecimento
A utilização da metáfora enquanto meio de apreensão das representações
sociais se mostrou eficaz no contexto de estudo dos significados sociais, pois possibilitou que
na linguagem cotidiana, alguns conceitos elaborados fossem facilmente partilhados pelo
grupo.
As metáforas encerram significados que apontam para estruturas de
pensamento acerca de aspectos de um dado objeto. São imagens enraizadas na memória
coletiva, expressas de forma discursiva, partilhadas consensualmente para caracterizar e
categorizar o mundo.
Maffesoli (2001) diz que as metáforas são à base do senso comum, o que
corrobora para a compreensão das imagens que circulam socialmente e são expressas
mediante processo de comunicação realizado por consócios, bem como seus pontos de
ancoragem.
Como afirmam Lakoff e Johnson
[...] a metáfora está infiltrada na vida cotidiana, não somente na linguagem, mas
também no pensamento e na ação. Nosso sistema conceptual ordinário, em termos
do qual não pensamos mas também agimos, é fundamentalmente metafórico por
natureza. (LAKOFF ; JOHNSON,2002, p. 45).
30
O estudo a respeito das metáforas pode desvelar como a memória
compartilhada estruturou-se, como o grupo focaliza determinado aspecto da realidade e, como
afetivamente se expressa sobre ele.
Os conceitos metafóricos apresentam algumas funções, como afirmam Lakoff e
Johnson (2002), estas orientam espacialmente, possuem uma base física podendo também
estar combinada com conceitos que apontam para as bases social ou cultural.
Tais orientações metafóricas não são arbitrárias. Elas têm uma base na nossa
experiência física e cultural. Embora as oposições binárias para cima para baixo,
dentro fora etc. sejam físicas em sua natureza, as metáforas orientacionais
baseadas nelas podem variar de uma cultura para outra.
(
Lakoff ; Johnson 2002, p.
60).
As metáforas partem de experiências físicas, para que possam cumprir a função
de direcionar espacialmente, elas “[...]estão enraizadas na experiência física e cultural; elas
não são construídas ao acaso. Uma metáfora pode servir como veículo para a compreensão de
um conceito apenas em função de sua base experiencial.”( LAKOFF; JOHNSON, 2002, p.
65–66).
As metáforas apresentam bases culturais e sociais, e estas são expressas como
conceitos consensuais por um determinado grupo. O corpo, seus limites espaciais, suas
necessidades são expressas a partir da cultura e dos valores sociais expostos e compartilhados.
Assim,
Da mesma forma que as experiências sicas das orientações espaciais humanas o
origem a metáforas orientacionais, as nossas experiências como objetos físicos
(especialmente com nossos corpos) fornecem a base para uma variedade
extremamente ampla de metáforas ontológicas, isto é, formas de se conceber
eventos, atividades, emoções, idéias etc. como entidades e substâncias. (LAKOFF ;
JOHNSON, 2002, p.76).
Ainda segundo os autores,
Nós somos seres físicos, demarcados e separados do resto do mundo pela superfície
de nossas peles, experiênciamos o resto do mundo como algo fora de nós. Cada um
de nós é um recepiente com uma superfície demarcadora e uma superfície dentro e
fora. (LAKOFF ; JOHNSON, 2002, p. 81).
Tais orientações, expandidas à experiências de natureza diferente, e
conceptualmente abstrata, fazem parte da estruturação de um esquema metafórico capaz de
formar um sistema conceitual pelo qual as pessoas organizam sua forma de pensar objetos,
ações e idéias. Isso porque, como afirmam os autores,
Em nossa cultura, as pessoas se vêem como tendo controle sobre os animais, as
plantas e seu ambiente físico, e é a capacidade especificamente humana de atividade
racional que coloca os seres humanos acima dos outros animais e lhes propicia esse
controle. C
ONTROLE É PARA CIMA
fornece uma base para
SER HUMANO É PARA CIMA
,
31
e portanto, para
RACIONAL É PARA CIMA
. (LAKOFF ; JOHNSON 2002, p. 64 - 65,
grifo do autor).
As representações sociais são formadas a partir da ancoragem em saberes
culturais e na maneira como o objeto é representado culturalmente, o que permite que os
saberes elaborados pelo grupo não se desvinculem do que a sociedade partilha e representa
em um âmbito social de crenças e valores.
Sobre a função de orientação expressa pela metáfora, em sua base física, tem-
se como primeiro ponto referencial o corpo,
Em geral, nossos olhos vão na direção na qual normalmente nos movemos (para
frente, em frente). Quando um objeto se aproxima de uma pessoa (ou a pessoa se
aproxima do objeto), o objeto parece ficar maior. Uma vez que o chão é percebido
como fixo, o topo do objeto parece se mover para cima no campo de visão da
pessoa. (LAKOFF ; JOHNSON 2002, p. 63).
Como afirmam Lakoff e Johnson (2002), as metáforas podem revelar facetas
da estrutura conceptual de um determinado grupo acerca de um tema. A partir de tal
afirmação considera-se que tais estruturas deslindadas a partir das metáforas possibilitam
compreender as representações sociais.
Metáforas são formas de transformar algo abstrato em concreto, mediante a
seleção de uma imagem e a substituição por associação, tal processo ao se naturalizar em
formas discursivas permitem a estruturação do pensamento coletivo.
Talvez o mais importante a enfatizar sobre a fundamentação de conceitos seja a
distinção entre uma experiência e a maneira como a conceptualizamos. O que
estamos afirmando sobre a fundamentação dos conceitos é que nós habitualmente
conceptualizamos experiências não físicas em termos de experiências físicas-ou seja,
conceptualizamos algo que não é claramente delineado em termos de algo que é
mais claramente delineado. (LAKOFF ; JOHNSON 2002, p. 131).
As metáforas, conforme Sardinha,
[...] são recursos retóricos poderosos. Elas também são meios econômicos de
expressar uma grande quantidade de informação. Ao mesmo tempo, são um modo
simples de expressar um rico conteúdo de idéias [...].(SARDINHA, 2007, p. 14).
As metáforas permitem que o significado abstrato se aproxime de estruturas de
pensamento que evocam para o conceito objetivado, auxiliando em tornar o estranho em
familiar. Esse processo ao realizar-se parece carregar uma carga afetiva impregnada nas
imagens que apresenta.
A compreensão a respeito das imagens naturalizadas e compartilhadas, suas
formas de objetivação e seus pontos de ancoragem pode contribuir ao estudo das
representações sociais tendo em vista que no âmbito da docência existem inúmeras imagens
utilizadas como meio de representação.
32
Para que haja entendimento acerca das imagens relacionadas ao conhecimento
faz-se necessário considerar o papel da memória coletiva que parece funcionar como filtro
capaz de assegurar que saberes sedimentados se mantenham no grupo.
Os partícipes dos grupos sociais, em processo de constante negociação de
significados, partem daqueles forjados culturalmente, e estes, com o tempo, se estabelecem na
memória coletiva. Esta é entendida como aquilo que “[...] cada sociedade preserva e transmite
de geração a geração inclui conhecimento cotidiano e especializado, artes e até a própria
linguagem, assim como competências e costumes”. (JEDLOWSKI; ROSITO, 2005, p. 84).
Tais autores dizem ser função primeira da memória fornecer ao grupo a coesão
necessária para a constituição e manutenção de sua identidade. Valência (2005) atribui à
memória a função de organizar o conhecimento que se tem acerca do mundo no que tange a
perspectiva temporal.
Abordando a memória em seu aspecto lingüístico verifica-se as negociações
discursivas que o grupo realiza, a memória se encontra no âmbito da interdiscursividade que é
definida como,
[...] todo o conjunto de formulações feitas e já esquecidas que determinam o que
dizemos. Para que minhas palavras tenham sentido é preciso que elas já façam
sentido. E isto é efeito do interdiscurso: é preciso que o que foi dito por um sujeito
específico, em um momento particular se apague na memória para que, passando
para o ‘anonimato’, possa fazer sentido em minhas’ palavras. (ORLANDI, 2007, p.
33-34, grifo do autor).
Sobre a maneira como se instalam e se configuram as metáforas, Flairclough
diz,
As metáforas penetram em todos os tipos de linguagem e em todos os tipos de
discursos [...] as metáforas não são apenas adornos estilísticos superficiais do
discurso. Quando nós significamos coisas por meio de uma metáfora e não de outra,
estamos construindo nossa realidade de uma maneira e não de outra. As metáforas
estruturam o modo como pensamos e o modo como agimos, e nossos sistemas de
conhecimento e crença, de uma forma penetrante e fundamental.
(
FLAIRCLOUGH,
2001, p. 241).
Para compreensão a respeito de como as imagens condensam significados
negociados temporalmente e como estes ficam registrados na memória considera-se que, “[...]
a memória humana não é uma reprodução das experiências passadas, é sim uma construção,
que se faz a partir daquelas, por certo, mas em função da realidade presente e com o apoio de
recursos proporcionados pela sociedade e pela cultura”. (SÁ, 2005, p. 65).
Para realização deste estudo recorreu-se à indução de metáforas procurando as
formas de representação a respeito de um tema particular ao grupo pesquisado. Os sujeitos
escolheram palavras, geralmente metáforas, para um tema determinado a priori.
33
Sobre a indução de metáforas Gauthier (2004, p. 132) diz que, “[...] metáforas
usadas, quando escolhidas pelos sujeitos das pesquisas apontam para uma certa dependência
para com as ideologias instituídas, para um certo fechamento numa territorialização prévia
[...]”.
O que remete as formações ideológicas as quais se refere Rouquette (2003),
para o autor, existem, subjacente ao pensamento social, um conteúdo social de formação
ideológica.
Tais formações parecem ser as mesmas estruturas de pensamento que permitem
que os comportamentos discursivos sejam orientados e justificados no interior dos grupos.
A metáfora entendida enquanto aporte metodológico auxiliou na compreensão
de diferentes aspectos da representação social que o grupo elabora, pois ela se caracteriza
como “[...] vínculo privilegiado que transporta os sentidos da vida cotidiana de um mundo
semântico para um outro, participando da co-construção de agenciamentos coletivos de
enunciação. (GAUTHIER, 2004, p. 135).
Alguns pontos de convergências são explicitados quando se realiza estudos
acerca das metáforas, Mazzotti (2008) aponta que as metáforas assinalam para a comparação
de dois domínios diferentes, além de coordenar e condensar o discurso.
Lakoff e Johnson (2002), dizem que as metáforas são termos que estruturam e
orientam o pensamento além de atribuir predicados a algo, organizando de forma persuasiva
um determinado discurso. Tais afirmações mostram o potencial do instrumental metáfora para
o estudo das Categorias de análise: objetivação e ancoragem, pois ambas parecem cooperar na
formação das imagens produzidas por meio da interação verbal.
Maffesoli (2001) afirma que a metáfora é ferramenta privilegiada para
compreender a maneira como as imagens emocionais são elaboradas e expressas, pois ao
escolher uma imagem e não outra se indica para uma direção não perceptível quando na
utilização de outros instrumentos.
Assim, ao solicitar a elaboração de uma metáfora e frase explicativa o grupo de
respondentes direciona afetivamente sua maneira de perceber o objeto, de apresentá-lo e
representá-lo.
Como expressa Davidson
A metáfora é o trabalho de sonho da linguagem e, como todo trabalho de sonho, sua
interpretação recai tanto sobre o intérprete como sobre seu criador. A interpretação
dos sonhos requer a colaboração entre o sonhador e o homem desperto, mesmo que
sejam a mesma pessoa [...] (DAVIDSON, 1992, p. 35).
34
A metáfora vista como instrumento metodológico pode mostrar-se eficaz, pois,
como ensina Mazzotti,
A metáfora tem sido tratada como uma figura ou esquema próprio dos contextos
literários, poéticos, retóricos, não devendo ser utilizada nos discursos filosóficos ou
científicos. Essa maneira de ver, bastante difundida, não faz sentido, uma vez que
em qualquer contexto utilizamos metáforas e as demais figuras ou esquemas
argumentativos.
(
MAZZOTTI, 2008, p. 3).
Estudar as representações mediante a utilização de indução de metáforas ou
depreendendo-as a partir do discurso mostra-se pertinente, pois a idéia de transporte de
significado é algo comum nas proposições conceituais dos dois campos de conhecimento.
No contexto da educação, e tendo como filtro para análise a Teoria das
Representações Sociais e suas categorias, verifica-se que as metáforas podem contribuir para
desvelar os significados que constroem e regem a identidade dos sujeitos em seu cotidiano.
Analisar as metáforas contidas nos discursos educacionais é uma maneira de
desvendar os valores e os meios pelos quais são formalizadas as proposições que se
destinam a preservar ou alterar práticas pedagógicas vigentes, o que,
conseqüentemente, permite a crítica de suas intenções. Na análise das metáforas o
que está em causa não é propriamente o quanto de verdade cada uma carrega, mas
sim a sua efetividade perante o auditório em que são pronunciadas. (CUNHA, 2004,
p. 117)
Mazzotti (2008) ao realizar tal exercício revelou a existência de diversas
metáforas no âmbito da educação, além de mostrar como estas representam diferentes formas
de se pensar o ato educativo, a escola, seus sujeitos e o conhecimento.
Ainda em tal estudo o autor apresenta as cisões intelectuais instauradas a partir
dos pensamentos que as metáforas, presentes no contexto da educação, condensam e
orientam.
Ao retratar as metáforas da escola produzidas por professores ingleses,
Sardinha (2007) expõe que para estes sujeitos a viagem apresenta-se como metáfora
organizadora. Ela pode ser sem fim, pois os alunos e professores estão sempre aprendendo, é
misteriosa (você não sabe onde vai chegar).
O autor diz que outros significados também foram atribuídos ao ato de ensinar,
Ensinar é comida/bebida/culinária. Ensinar exige muitos ingredientes, que precisam
ser misturados na medida certa, com cuidado. [...] é cultivar. Para que o ensino dê
frutos, é preciso plantá-lo e cuidar dele com carinho. Suas raízes precisam estar
fortes. [...] é uma habilidade [...] o professor precisa fazer malabarismo. [...] é
guerra. (SARDINHA, 2007, p. 64)
Nesta última proposição metafórica, que acena para a
GUERRA
,
os sujeitos
assinalaram para a luta travada contra os alunos.
35
No contexto brasileiro o autor aponta alguns significados que podem contribuir
para as representações que circulam no âmbito da educacional sobre o aluno. Este é visto
como recipiente. E, por extensão o autor realiza uma análise acerca de como as crenças que
circulam a respeito do professor e alunos são importantes para a compreensão acerca da
maneira como se visualiza o conhecimento, e a relação que os sujeitos têm com o mesmo.
[...] mero espaço para depositar informações. Por extensão, podemos pensar o
conhecimento, nesta concepção, como dados discretos, que devem ser acumulados.
Quanto mais cheio de dados o seu recipiente, mais o aluno sabe; quanto mais dados
insere no recipiente, melhor o professor é. Quanto mais facilmente o aluno permite o
acúmulo dos dados, melhor aprendiz ele é. (SARDINHA, 2007, p. 66-67).
Pensar a representação expressa em textos direcionados à aprendizagem da
docência e de outros processos gerados no ambiente educacional permite compreender como
os discursos produzidos no tempo presente, pelos graduandos, se mostram reflexo do
conteúdo expresso na literatura.
Pela análise retórica que expõe as metáforas organizadoras dos discursos sobre a
educação, é factível apreender as razões de seus apoiadores e as de seus adversários,
sem as classificar por meio de esquemas externos a cada uma delas. Além disso,
podemos perceber que uma mesma metáfora, como percurso, pode apresentar
sentidos diversos, segundo esquema conceitual, afetivo e pragmático agenciado, que
determinam os embates verificados na história. Essa história não pode ser
periodizada com base nos momentos políticos ou econômicos, como geralmente se
faz, pois uma mesma compreensão do processo educacional atravessa os séculos,
adaptando-se as circunstâncias, como é o caso da metáfora
PERCURSO
.
(MAZZOTTI, 2008, p. 15-16, grifo do autor)
O estudo das metáforas historicamente construídas para representar as
Doutrinas Pedagógicas pode auxiliar na compreensão das metáforas que, de forma mais
expressiva, operam na vida dos sujeitos em formação para a docência. Pois existe, segundo
Mazzotti (2008), estabilidade no que se refere ao núcleo argumentativo das doutrinas
pedagógicas, o que significa dizer que mesmo havendo modificações temporais, a
organização estrutural dos significados continua a mesma, que existem crenças
naturalizadas acerca do que consiste a educação.
Mazzotti (2008), ao apresentar as metáforas que coordenam e condensam os
significados que cada doutrina desejava expressar, afirma a presença da metáfora
PERCURSO
como central nas Doutrinas Pedagógicas.
A noção chave nas teorias pedagógicas, bem como de outras que tratam de
processos, é a de percurso, como já foi afirmado. Percurso, caminho, currículo e
outras palavras, ou sinônimas, ou quase sinônimas podem ser subsumidas na
metáfora
PERCURSO
ou
JORNADA
. para essa metáfora, dois significados
concorrentes e antagônicos. Em um deles o percurso é perfeitamente determinado e
determinável; em outro, muitas incertezas, não sendo factível considerá-lo nem
determinado e nem determinável. (MAZZOTTI, 2008, p. 3, grifos do autor)
36
Na tentativa de compreender como símbolos são pensados socialmente se
realizará uma exposição acerca dos estudos empreendidos por Chevalier e Gheergrant (2007)
a partir dos significados clássicos utilizados para a representação do conhecimento.
É possível verificar que alguns significados a respeito do ato de conhecer se
mostram tão naturalizados e consensuais socialmente que podem ser encontrados em
diferentes textos educacionais e, nos mais diversos meios de comunicação.
Chevalier e Gheergrant (2007) dizem ainda que, em diversas culturas, a luz é o
conhecimento, e que esta tem como característica suceder as trevas. Tal compreensão a
respeito da dicotomia trevas e luz parece remeter ao âmbito religioso em que a luz simboliza,
a vida, a salvação e a felicidade dadas por Deus.
A idéia de iluminação que advém posteriormente da ciência, aparece conjugada
a crença da inspiração divina, forma que permite a conformação de novos significados a
realidade religiosa já existente.
Sobre a imagem do livro didático enquanto representação social do
conhecimento, Mazzotti (2008, p. 28, grifos do autor) diz, “[...] o
LIVRO DIDÁTICO
é a
metáfora do
PERCURSO ESCOLAR
, organiza o saber em certa ordem, a que se supõe ser a do
ensinar e do aprender, não do conhecimento que ele apresenta e materializa”.
No contexto do estudo acerca das metáforas pode-se verificar o surgimento de
diversas formas de expressão. Estas se caracterizam, às vezes, como uma maneira
individualizada de comunicação que pode nascer a partir do contexto, de uma situação
particular, ou de uma leitura que o sujeito faça da realidade em que vive.
Para as expressões novas que nascem neste contexto Lakoff e Johnson
assinalaram que,
Os conceitos metafóricos que caracterizam essas atividades estruturam nossa
realidade presente. As metáforas novas têm o poder de criar uma realidade nova.
Isso pode começar a acontecer quando começamos a entender nossa experiência em
termos de uma metáfora e ela se torna uma realidade mais profunda quando
começamos a agir em função dela. Se a metáfora nova entra no sistema conceptual
em que baseamos nossas ações, ela alterará esse sistema conceptual e as percepções
e ações a que esse sistema deu origem. Muito das mudanças culturais surge da
introdução de novos conceitos metafóricos e da perda de antigos. (LAKOFF;
JOHNSON, 2002, p. 242 - 243).
Almeida (2005), ao falar das modificações na maneira de concretizar alguns
temas postula que,
[...] se é certo que as metáforas que usamos constroem em parte nossa realidade,
também o é que transformações sociais ao longo da história podem fazer cair em
desuso determinadas metáforas e dar origens a outras, mais adequadas aos novos
37
tempos. Assim, o uso da linguagem metafórica afeta e é afetado pelo contexto social
em que se desenvolve. (ALMEIDA, 2005, p. 6).
Acerca do exposto tem-se a visulização da pertinência em utilizar a indução de
metáforas como recurso para a compreensão das representações partilhadas no âmbito da
educação.
1.7. Educação e Teoria das Representações Sociais
Ao processo de aprendizagem iniciado na infância e desenvolvido no decorrer
da vida com vistas à co-participação social, geralmente se nomeia Educação. Contudo, tal
termo parece apresentar diferentes significações, e de forma mais sistematizada também
representa todo o processo escolar vivido pelos sujeitos a fim de que se tornem cidadãos de
direito na sociedade civil.
Johnson (1997), em seu Dicionário de Sociologia diz que,
Em todos os sistemas educacionais, a SOCIALIZAÇÃO assegura que todos os
novos membros saibam como deles participar. Em sistemas mais simples, esse
treinamento pode ser feito informalmente. Em sistemas mais complexos, como as
SOCIEDADES INDUSTRIAIS, o volume de conhecimentos necessários é tão
grande e diversificado que treinamento, com vistas a distinguí-lo de modos menos
formais de socialização. As escolas são as instituições sociais encarregadas de
ministrar a educação. (JOHNSON, 1997, p. 81, grifos do autor)
Em tal perspectiva, além da ênfase no aspecto socializador que a educação
deve proporcionar, aponta-se para o trabalho e a integração socioeconômica baseada na
formação profissional.
O termo Educação pode ser entendido ainda pelo viés da Filosofia como
apontam Roussel e Durozoi.
Sua organização e seu conteúdo preocuparam os filósofos que admitem que o
indivíduo deve atingir no decorrer da existência um ximo de humanidade (de
Platão a Kant, passando por Roussou). Hoje em dia, os princípios da educação são
mais naturalmente deduzidos dos trabalhos da Psicologia, em particular da
Psicologia genética (escola de Piaget), um dos principais problemas sendo o do
equilíbrio a ser encontrado entre o autoritarismo e a permissividade. (ROUSSEL;
DUROZOI, 1996, p. 146).
No contexto da formação de educadores, existem abordagens oriundas da
Psicologia que apresentam suas concepções de educação, ensino, aprendizagem, escola,
conhecimento. Mediante a compreensão da abordagem tradicional descrita e criticada por
38
Mizukami (1986), tem-se que, embora a palavra instrução se faça presente quando o tema
abordado é Educação, esta não se restringe a aprendizagem mecânica de alguns instrumentos
que possibilitem a execução de trabalhos futuros.
na exposição dos postulados que constitui a finalidade da Educação,
segundo a abordagem comportamental, a autora diz que,
O sistema educacional tem como finalidade básica promover mudanças nos
indivíduos, mudanças essas desejáveis e relativamente permanentes, as quais
implicam tanto a aquisição de novos comportamentos quanto a modificação dos já
existentes. (MIZUKAMI, 1986, p. 28).
A perspectiva humanista direciona para o processo educativo de forma global
em que se podem visualizar indícios de uma preocupação com a existência do sujeito e sua
autonomia ainda que existam aspectos reguladores da normalidade social.
A educação assume significado amplo. Trata-se da educação do homem e não
apenas da pessoa em situação escolar, numa situação de ensino. Trata-se da
educação centrada na pessoa, já que essa abordagem é caracterizada pelo primado do
sujeito. No ensino, será o ‘ensino centrado no aluno’. (MIZUKAMI, 1986, p. 44,
grifo do autor).
Sobre o ato de tornar-se humano socializado, pode-se dizer que existem pontos
de intersecção entre o homem do passado e o legado cultural que as novas gerações têm
acesso. Tal ponto de encontro parece ser o fator que permite a formação de uma identidade
comungada socialmente.
A educação tem elos entre o passado e o futuro, entre os sujeitos e a sociedades, e
entre o desenvolvimento de competências e a formação de identidades. É o caminho
pelo qual as sociedades compartilham o seu legado cultural, para que os momentos
de história possam ser edificados sobre o que várias gerações construíram; do
mesmo modo, torna possível que os sujeitos se apropriem desse legado e, a partir
dele, construam uma identidade própria que os distinguem em seu trajeto de vida.
(BELUZZO, 2004, p. 152).
A compreensão que aponta para a cultura enquanto geradora de socialização e
cooperação entre os partícipes de uma dada realidade desvela uma perspectiva interacionista.
Esta alude para a mediação e a relação necessária entre sujeito e o Outro, este sempre
entendido enquanto meio de se ter acesso a memória social.
Para a abordagem sócio-cultural tem-se como postulado a importância da
reflexão sem a qual o processo educativo não se efetiva.
Toda ação educativa, para que seja válida, deve, necessariamente, ser precedida
tanto de uma reflexão sobre o homem como de uma análise do meio de vida desse
homem concreto, a quem se quer ajudar para que se eduque. O homem se torna,
nesta abordagem, o sujeito da educação. (MIZUKAMI, 1986, p. 94).
39
Embora o termo Educação seja diferentemente entendido, parece consensual a
existência de conhecimentos localizados historicamente, capazes de inserir no ambiente
cultural o maior número de pessoas, instaurando assim, a identidade culturalmente definida.
Tais conhecimentos são sistematicamente ensinados pela escola, mas também,
se fazem presentes mediante outros meios comunicacionais.
Madeira (1998) diz que a Educação é uma “[...] construção social e histórica de
saberes, os quais em sua pluralidade, articulam as diversas culturas às dimensões
psicossociais daqueles que as fazem e nelas se fazem”.
A Educação irá também ser caracterizada como ação, pelo ato de ensinar e
aprender, uma forma de inserção na comunidade social. É desta maneira que se torna possível
perpetuar crenças, valores, normas, garantindo que conhecimentos fundamentais para o grupo
sejam mantidos e apresentados as outras gerações.
Outras expectativas em relação à Educação são comumente expressas pelas
diversas esferas sociais, estas são ligadas à reflexão e transformação da realidade socialmente
construída.
Levando em conta o lugar da educação na construção da cidadania em qualquer
sociedade, sobretudo a mundializada, certamente é necessário também perceber que
aspectos da atual conjuntura nacional e internacional têm que ser priorizados na ação
educativa para que o acesso bem-sucedido ao conhecimento, à cultura, à tecnologia
e à informação seja propiciador de formas organizadas de pensar, de intervenção
ativa na sociedade, de compromisso com os valores de justiça, cooperação,
solidariedade, democracia. (WEBER, 2000, p.23).
É possível verificar a postura de engajamento direcionada à Educação, que na
compreensão sugerida acima parece viabilizar melhores condições de vida para o maior
número de pessoas. A igualdade fomentada pela Educação depende, entretanto, como sugere a
fala, do acesso ao conhecimento, este compreendido enquanto meio capaz de possibilitar
intervenção na realidade social.
A Educação, vista por meio de diferentes metodologias, pode mostrar como
esses significados perpassam as produções discursivas no interior dos grupos sociais, além de
apontar para os significados que ao saírem do âmbito teórico passam a habitar a experiência
cotidiana de saberes que o grupo possui sobre a Educação em sua relação com a docência e o
conhecimento.
Ainda a respeito da forma de representar aspectos da Educação, tomar-se-á
como escopo uma das facetas do trabalho docente, o ensino. Este em sua relação com o saber
tem mostrado significado inegociável, quando no tocante a constituição da identidade
40
docente, segundo pesquisas realizadas no âmbito da Pós-Graduação em Educação da UFMT,
especificamente, pelo grupo de pesquisa no qual este estudo se insere.
A fim de compreender o conjunto de significados que compõe a representação
a respeito do conhecimento percorreu-se os trabalhos sobre o tema Formação Profissional.
Madeira (2002) ensina que, no que se refere à formação e a internalizarão de
conteúdos, a aprendizagem da profissão é efetuada a partir da produção de saberes, e não
apenas de sua reprodução.
A autora afirma também que os sujeitos possuem filtros interpretativos,
constituídos a partir de diversas experiências vividas na educação, e que a formação permitirá
ao aluno, não apenas uma aprendizagem acerca de conteúdos e técnicas, mas também, de uma
postura a respeito da profissão escolhida.
Sousa (2002), em estudo que articulou educação e representações sociais,
mostrou que entre atores da educação uma descrição de aspectos do cotidiano, e estes
podem contribuir para compreensão dos pontos de ancoragem das práticas dos agentes
envolvidos no cenário da profissão docente.
Como sugere Alves - Mazzotti (2002), relevante se faz saber o que e como
pensam os professores que atuam, como focalizam sua função social, para que se possa
compreender as suas práticas.
Assim, em um exercício análogo acredita-se na importância em se verificar
significados que se relacionam à docência, também no contexto da aprendizagem da
profissão.
Bento–Guth (2008), ao pesquisar as representações sociais de licenciandos da
UFMT acerca do trabalho docente, verificou que o conhecimento mostrou-se elemento
motivador à pretensão acerca da docência.
Em Andrade et al (2007), o conhecimento e sua constante busca mostrou-se
conteúdo de representação partilhada pelos licenciandos da UFMT quando estes descreviam
as atividades docentes tanto no presente quanto no futuro.
Em pesquisas realizadas por Batista e Cândido (2008) em que as
representações de professores das redes municipais e estaduais foram investigadas, as
características pessoais mostraram-se determinantes para justificar a opção pela docência,
bem como o bom desempenho das funções magisteriais. A forte presença das características
pessoais e do conhecimento motivou a criação da Categoria Características pessoais, sendo o
termo conhecimento um de seus atributos mais recorrentes.
41
A busca pelo conhecimento, que se mostra possível a partir da dedicação e
outras características pessoais, se iguala de certa forma aos elementos motivadores, e
possibilitadores do trabalho do professor.
A respeito do atributo Dedicação, o estudo realizado por Paredes et al (2007)
acerca da profissão docente mostrou que esta palavra se mostra consensualmente evocada
quando se questiona sobre aspectos relativos a docência.
Tendo em vista os resultados destes estudos compreende-se que a
profissionalidade docente parece estar cercada de significados que se entrecruzam em uma
rede de representações sociais sobre a docência tanto no contexto da formação inicial para a
profissão quanto no seu exercício.
A teoria das representações sociais (TRS), ao mostrar como os grupos sociais
discursam sobre o que pensam ser a realidade, desvela maneiras naturalizadas e práticas de
conhecimento.
No âmbito da Educação, a TRS pode contribuir para compreensão da
construção discursiva acerca da ação educativa, e de como esta é vista pelos seus sujeitos, tal
entendimento se mostra necessário, pois, é partir dos discursos e de seu condicionantes que as
práticas são planejadas e vividas.
A apreensão dos discursos e sua compreensão pode se dar de diferentes formas,
no caso deste estudo, a utilização da indução de metáforas pareceu ser adequada, pois de
forma menos controlada os conteúdos silenciados das representações se mostravam de forma
objetivada.
As representações metafóricas para o conhecimento se apresentam
sedimentadas na cultura, e por isso, algumas expressões, mesmo quando expressas mediante
forma singular, em nível profundo, escamoteavam uma forma consensual de representar.
A partir de um conjunto de expressões metafóricas para o tema conhecimento,
induzidas mediante uma frase, foi possível compreender um discurso social que é formado e
que sustenta os significados para o conhecimento.
42
2 CONHECIMENTO ENQUANTO OBJETO DE ESTUDO
O presente capítulo tem como objetivo apresentar os pressupostos a partir dos
quais o conhecimento foi compreendido, revelando assim, de que forma as Categorias de
Análise foram consideradas para o entendimento do discurso produzido pelos sujeitos
entrevistados. Procurou-se buscar a etimologia do termo Educação e alguns significados que
este termo agrega a fim de contextualizar o âmbito da pesquisa.
2.1 Educação e Conhecimento
O termo conhecimento, assim como Educação, parece abarcar diversos
significados, estes se fazem presentes e são difundidos por diferentes meios. Para a Filosofia a
palavra conhecimento parece ser caracterizada como sinônimo de racionalidade,
[...] que se opõe em geral à afetividade e à atividade designa ao mesmo tempo a
função teórica do espírito e o resultado dessa função. Seu objetivo é tornar presente
aos sentidos, ou a inteligência, um objeto (externo ou interno) tentando discerni-lo
ou possuir uma representação sua geralmente adequada. A condição dessa colocação
em contato com o objeto, e o saber decorrente disso é transmitido graças ao
discurso. O conhecimento coloca problemas metafísicos fundamentais por exemplo,
o problema de sua origem (papel respectivo da experiência e da razão em sua
gênese) ou de seu alcance (um conhecimento absoluto é possível, ou, então, um
conhecimento é apenas relativo?). (ROUSSEL; DUROZOI, 1996, p. 146, grifos do
autor).
para a Sociologia pode-se verificar que o conhecimento é compreendido
como aquilo que possibilita a significação da realidade social, algo que não se desliga das
suas condições de produção, tendo em vista tais pressupostos, Jhonson afirma que
conhecimento,
[...] é aquilo que consideramos como real e verdadeiro. Pode ser tão simples e banal
como dar o laço nos sapatos ou tão abstrato e complexo como a física de partículas.
O conhecimento é importante para a sociologia porque é socialmente criado e
também porque dele dependemos para o nosso senso de realidade. A vida social
baseia-se em um sentido comum do que é real e isso, por sua vez, fundamenta-se em
conhecimento, em especial no conhecimento contido na cultura. Sem a existência de
conhecimento não saberíamos como participar das incontáveis situações que
constituem a vida social. (JHONSON, 1997, P. 48).
O termo consciência, do qual deriva a palavra conhecimento interessa às
discussões levantadas no contexto da presente pesquisa, pois conforme afirmam Roussel e
43
Durozoi
(1996, p. 103–104),
“[...] a consciência, cuja etimologia latina sugere a idéia de
conhecimento, define, antes de mais nada, a presença vivida do indivíduo em si mesmo e com
relação ao mundo”.
O conhecimento visto mediante as teorias da aprendizagem é representado em
consonância com concepções de homem, de mundo, de educação. Segundo a abordagem
tradicional o conhecimento consiste em produto.
Mizukami (1986) ao apresentar os tipos de abordagens que sustentam os
discursos e práticas no contexto da educação revela que ao ser humano é atribuída a função de
apreender informações.
A autora, ao apresentar tal abordagem, elabora algumas críticas,
Essa análise simplificadora do patrimônio de conhecimento que será transmitido ao
aluno, às vezes leva a uma organização de ensino predominantemente dedutivo. Aos
alunos são apresentados somente os resultados desse processo, para que sejam
armazenados. Evidencia-se o caráter cumulativo do conhecimento humano,
adquirido pelo indivíduo por meio de transmissão, de onde se supõe o papel da
educação formal e da instituição escola. (MIZUKAMI, 1986, p. 10-11).
A representação que subjaz tal concepção aponta para idéia do conhecimento
enquanto um bem cultural visto que se expressa pela metáfora patrimônio,
além de outros
termos que corroboram para tal entendimento, como por exemplo, a compreensão acerca dos
termos aquisição e acúmulo.
Para a abordagem comportamentalista a experiência planejada mostra-se como
principal instrumento de transmissão do conhecimento. Assim, os comportamentos são
ensinados de forma sistematizada a fim de que possam fomentar guias de comportamento
desejáveis ao convívio social. Neste contexto a metáfora da transmissão
também se faz
presente.
Para a abordagem humanista o conhecimento consiste, como expõe a autora,
também em experiência, entretanto, pessoal e subjetiva.
A experiência constitui, pois, um conjunto de realidades vividas pelo homem,
realidades essas que possuem significados reais e concretos para ele e que funciona,
ao mesmo tempo, como ponto de partida para a mudança e crescimento, que nada
é acabado e o conhecimento possui uma característica dinâmica. (MIZUKAMI,
1986, p. 44),
A compreensão do conhecimento expressa através da abordagem sócio-
interacionista aponta a elaboração.
O homem se constrói e chega a ser sujeito na medida em que, integrado em seu
contexto, reflete sobre ele e com ele se compromete, tomando consciência de sua
historicidade. O homem é desafiado constantemente pela realidade e a cada um
44
desses desafios deve responder de uma maneira original. (MIZUKAMI, 1986, p. 90
- 91).
A condição do conhecimento elaborado pelos sujeitos em suas condições
históricas e sociais tem sido aderida comumente, por professores e alunos em formação para a
docência, pois esta aborda o conhecimento enquanto processo de conscientização de si em um
mundo de relações.
Os enfoques da literatura especializada em formação inicial parecem apontar
para competência docente. Esta perpassa pelo discurso a respeito do conhecimento de um
saber específico que se faz indispensável para que um indivíduo, ou membro de um grupo
profissional possa desenvolver algumas funções próprias da área a qual representará.
Tal procedimento, destinado à profissionalização, se objetiva em uma forma de
conhecer profundamente um objeto, do contexto ou processo de aprendizagem das pessoas
envolvidas.
A compreensão acerca da palavra conhecimento não se faz possível sem que
antes haja considerações a respeito dos significados que circundam tal termo. As várias
perspectivas a partir das quais tal palavra é apresentada revelam concepção de homem, de
sociedade e de cultura.
A consideração que pauta tal investigação se embasa em algumas proposições
existentes na literatura especializada em formação inicial e, relativas ao objeto de estudo.
A principal delas, se faz presente também no Projeto Político Pedagógico do
Curso no qual se inserem os sujeitos pesquisados, conceitua o conhecimento enquanto
elemento histórico e socialmente construído, localizado em tempo e lugar determinados e,
caracterizado como aquilo que ajuda os participantes de grupos sociais a se estruturarem
enquanto consócios, consolidando assim, a realidade tal como é conhecida.
Segundo Cortella,
[...] para que possamos pensar o tema do Conhecimento e, a partir dele, produzir
uma reflexão que nos ofereça mais fundamentos para nossas práticas pedagógicas, é
necessário, inicialmente, caminhar por algumas análises sobre a própria presença do
ser humano na realidade e, e dentro dela, o lugar do conhecimento em suas múltiplas
dimensões. (CORTELLA, 2006, p. 22).
Algumas proposições de mudança social, geralmente são aceitas mediante a
palavra conhecimento, conjunto de saberes que direcionam para a inovação e modernização.
Foi assim, principalmente a partir da industrialização em que tecnologias, ainda apresentadas
como possibilidade de melhoria da qualidade de vida dos membros da sociedade, se fizeram
presentes.
45
A partir de tal contexto o conhecimento passa a ser visto como bem,
ferramenta, instrumento para acesso às diferentes esferas sociais, aquisição de bens culturais e
materiais disponíveis no âmbito social, ele também parece apresentar função humanista, o
conhecimento é assim,
[...] o bem de produção imprescindível para a nossa existência é o conhecimento,
dado que ele, por se constituir em entendimento, averiguação e interpretação sobre a
realidade, é o que nos guia como ferramenta central para nela intervir; ao lado se
coloca a Educação (em suas múltiplas formas), que é o veículo que o transporta
para ser produzido e reproduzido. (CORTELLA, 2006, p. 45, grifo do autor).
Algumas representações partilhadas e registradas denotam um valor pejorativo
atrivuído ao conhecimento, em especial as que vêem o conhecimento como instrumento,
negando-lhe a condição de processo.
Desta forma, é possível verificar os discursos que circulam entre estudantes em
formação para a docência e que aludem para interditos, além de apontar aquilo que é
legitimado como proposição adequada sobre a qual se estruturaria a identidade do professor.
O conhecimento, resultado de experiência ou sistematização de conceitos
especializados e produzidos no âmbito científico, é visto como fonte de elaboração à
identidade, possibilita a compreensão a respeito de como os sujeitos se situam no mundo e a
partir de quais significados norteiam seu pensamento e discurso.
2.1.1 Caracterização Histórica sobre a formação para o trabalho docente – via de compreensão
acerca de pontos de ancoragem das RS sobre o conhecimento
O trabalho docente, em sua história, nem sempre foi considerado enquanto
profissão. Existem marcos que aludem para construção de uma imagem cristalizada do
professor. Estes serão apontados com vistas à compreensão da configuração de tal exercício
na atualidade.
Como afirma Nóvoa (1992), foi devido à intervenção do Estado em uma área
dominada exclusivamente pela Igreja, mais especificamente pelos Jesuítas, que se mostrou à
necessidade de uma formação que tornasse pessoas leigas em professores. Estes deveriam, em
seu exercício, ensinar para um novo modelo de ordem que substituiria a subserviência
religiosa pela estatal.
46
No Brasil, mais precisamente na Bahia, como afirma Casimiro (1996), tal
processo de descentralização religiosa ocorreu a partir das proposições do Marquês de Pombal
que, ao verificar o crescimento da Companhia de Jesus, após mais de duzentos anos de
domínio educacional, acusou-os de conspiração contra a Coroa Portuguesa, resolvendo assim,
expulsá-los da Colônia.
Aspectos particulares diferenciam a história educacional brasileira, a presença
de povos indígenas, africanos, e a miscigenação entre os estrangeiros definem o contexto de
rigidez com a qual o Estado, pautado nos direitos que o monarca possuía, evangelizava e
imprimia suas normas ao corrigir em nome da igreja, da mesma forma que a igreja assim
fazia, em nome do Estado.
Tal postura fomentou a execução de uma metódica com vistas à evangelização
e aculturação que se pautou no ensino, palavra originária do latim, que tinha como forma
primária insignare e como significado a idéia de marcar com um sinal. Assim, era objetivo
imprimir o sinal da fé naqueles que tinham como característica a experiência metafísica
embasada, principalmente, no politeísmo.
A formação de professores leigos para o exercício da docência, após a retirada
das ordens religiosas, mormente a Companhia de Jesus, não ocorreu de maneira tranqüila,
havia um apequenado número de letrados nesse período, e estes destinavam o ensino das
letras para poucos.
A herança clerical desvelada nos antigos métodos, nas crenças e nos valores
que norteavam as primeiras práticas e que ainda hoje aparece como ponto onde se ancora o
trabalho magisterial, corroborou nas formações de identidade e discursos pautados em
atitudes muito próximas das religiosas.
O encontro entre valores, interesses, religiosos e Estatais de outrora
compuseram significados específicos, enraizados na memória coletiva. Tal configuração em
sua transposição para idéia de profissão formou uma concepção acerca dos aspectos que
constituem o trabalho docente, assim como a imagem cristalizada do que constitui a figura do
professor. Nóvoa (1992) diz que,
Ao longo do século XIX consolida-se uma imagem do professor que cruza as
referências ao magistério docente, ao apostolado e ao sacerdócio, com a humildade e
a obediência devidas aos funcionários públicos, tudo isso envolto numa auréola algo
mística de valorização das qualidades de relação e de compreensão da pessoa
humana. Simultaneamente, a profissão docente impregna-se de uma espécie de
entre-dois, que tem estigmatizado a história contemporânea dos professores: não
devem saber demais, nem de menos; não se devem misturar com o povo, nem com a
burguesia; não devem ser pobres, nem ricos; não são (bem) funcionários públicos.
NÓVOA, 1992, p. 16).
47
A inserção da mulher no cenário educacional, contudo em menor mero,
também ocorreu graças a algumas ordens religiosas que a partir do século XVII se instalaram
no Brasil e se responsabilizavam, principalmente, pela educação das moças da época.
Casimiro (1996) diz que tal procedimento, entretanto, ocorreu mais em função
do enclausuramento e com vista à conservação dos bens familiares, pois estes poderiam ser
dispersos a partir do casamento, do que à formação cultural.
A figura feminina entra novamente em cena por questões sociais e econômicas
em outro período histórico, a profissão docente mostra-se como trabalho ideal que garantia
à mulher uma formação que rompia as barreiras domésticas, e que, entretanto, não atrapalhava
a dedicação à família.
As necessidades sociais, no que tange a formação para o trabalho, parecem
fomentar a criação de diferentes cursos. A licenciatura, curso responsável pela formação
inicial de professores, existe no Brasil desde os anos trinta e, como afirma Pereira (1999), foi
implantada a partir da preocupação com o preparo do docente para atuação no ensino
secundário.
Na sua primeira configuração, o curso tinha a duração de três anos, dois dos
quais se destinavam à aprendizagem dos conteúdos, e um à apreensão da didática. Em tal
modelo era desvelada uma especial atenção à racionalidade técnica, entendida enquanto
competência necessária para o desempenho da ação magisterial.
O curso de Licenciatura no qual ocorre à formação inicial para docência, é
caracterizado em parte por uma sistematização de conteúdos e métodos, assim como, pela
formação da identidade profissional docente balizada na apreensão, reflexão e reelaboração
dos saberes, que ocorrem idealmente no decorrer de quatro anos.
A formação inicial é o período em que um sujeito se apropria de aspectos
particulares da profissão, como linguagem particular, conteúdo e metodologias pertinentes ao
ato de ensinar.
O curso de Pedagogia segundo Volpi e Rausch (2007), surgiu no Brasil a partir
da década dos 30 e se imbrica ao início da Licenciatura, porém, foi concebido primeiramente
enquanto bacharelado e somente vinte anos depois regularizado enquanto licenciatura.
Desde seu surgimento, esteve ligado ao movimento de popularização do ensino
e as demandas do mercado. Pois estas requeriam diversas habilitações ofertadas pelo curso de
Pedagogia. A partir da lei de Reforma Universitária de 5.540 de 1968, tais habilitações foram
direcionadas aos setores organizacionais e administrativos.
48
A partir da metade da cada de 70 pensou-se em reformular o curso de Pedagogia.
Entretanto, somente na década de 80, com a criação da ANFOPE
1
, algumas
faculdades, com base em pesquisas e debates suspenderam as habilitações surgidas
com a reforma universitária de 1968, para assim destinar o curso de Pedagogia,
exclusivamente à formação de professores. O motivo principal desta mudança era
evitar a fragmentação da prática pedagógica e qualificar a educação no país.
(VOLPI; RAUSCH, 2007, p. 4)
Na década dos 80 do século vinte houve uma unificação das proposições
referentes ao curso de Pedagogia, que se destinaria a formação para docência, tal forma
específica de formação, mais comumente conhecida como formação inicial, tem como
objetivo criar uma consciência coletiva fundamentada principalmente na reflexão, na
contextualização histórica, no aprendizado de uma linguagem particular e de conhecimentos
específicos do professorado para o trabalho educacional, bem como para o desenvolvimento
profissional.
A formação profissional está ligada à maneira como se pretende desenvolver
profissionalmente. Sobre a compreensão a respeito do conceito de desenvolvimento
profissional e sua relação com a formação de professores, Garcia diz que,
[...] o desenvolvimento profissional dos professores está intrinsecamente relacionado
com a melhoria das suas condições de trabalho, com a possibilidade institucional de
melhores índices de autonomia e capacidade de acção dos professores individual e
colectivamente. (GARCIA, 1995, p.145).
Para que haja desenvolvimento profissional é necessário então, um tipo
determinado de formação que esteja em consonância com os objetivos que se pretende
alcançar. Esse estágio de formação para o desenvolvimento profissional perpassa crenças,
valores e atitudes dos membros de um grupo.
Nas palavras de Imbérnon (1994), para que tal desenvolvimento ocorra de fato,
seria necessária a existência de uma cultura profissional em que as técnicas particulares para
este exercício profissional fossem aplicadas. Tal cultura seria responsável por criar um
ambiente adequado para formação diferenciada, propiciando reflexão sobre as ações
educativas realizadas pelos profissionais de ensino.
O referido autor ao falar sobre a profissionalização da função docente diz que,
Em términos generales, el profesionalismo em la docência implica uma referencia
uma determinada organización del trabajo del sistema educativo y a la dinâmica
externa e interna del mercado de trabajo; por tanto, ser um profesional implicará
uma serie de capacidades y habilidades especiales que nos háran ser competentes em
um determinado trabajo y nos permitirán entrar em esa dinâmica del mercado y,
además, nos ligarán a um grupo profesional más o menos coordinado y sujeito a
algún tipo de control.
(IMBERNÓN, 1994, p. 15, grifos do autor).
1
Associação Nacional pela Formação de Professores da Educação.
49
O contato com tais elementos, na formação inicial e posteriormente, nos outros
estágios da carreira docente, vão formando a identidade e, por conseqüência, uma cultura que
permite, segundo o mesmo autor, um coletivo organizado e coeso, um grupo em que seus
agentes sociais possam intervir de forma significativa no processo de ensino e aprendizagem,
bem como se posicionar frente aos profissionais de outras áreas.
Embora na formação se considere a identidade cultural da profissão e a
aprendizagem de um conjunto de saberes, é preciso levar em conta também, os componentes
implícitos que se agregam à aprendizagem profissional.
Estes não são abandonados quando na aprendizagem de novas formas de
compreender o mundo, nem mesmo no aprender de uma profissão. Ao contato com novas
informações parece ocorrer um confronto, e em seguida uma síntese híbrida das experiências
vividas.
No âmbito da formação inicial, estudos acerca dos implícitos, das atitudes e
dos valores são relevantes, pois, como assinala Menin (2005), quanto mais distante das
práticas mais os valores são ativados.
A ausência do contato com as atividades de sala de aula pode levar
licenciandos a delinear como deveria ser o exercício da função docente, como deveria ser a
formação, embora tais julgamentos possam estar distanciados da realidade social ao qual a
docência está imersa.
Existem algumas proposições para a formação profissional expressas na
literatura atual, entretanto, tais discussões são apreendidas pelos alunos de diversas maneiras,
ancoradas em valores próprios, em crenças geradas no decorrer das diferentes experiências
enquanto aluno, com bases em outras realidades históricas; e, em conseqüência, de outras
formas de conceber o mundo, a educação, o ensino.
Entender quais as representações partilhadas sobre o conhecimento, e em quais
conteúdos se ancora, talvez possa esclarecer questões acerca de atitudes, valores, crenças que
acompanham discentes no início e percurso da formação inicial.
Nos dias atuais, consensualmente, se postulam novas formas de conceber a
educação, o ensino, a profissão docente, e a maneira de formar tal profissional para a reflexão
acerca do seu trabalho.
Nomeia-se racionalidade técnica a capacidade para ação do fazer docente, ou
seja, a competência em exercer a profissão de forma satisfatória, esta competência contudo,
ao ser adjetivada pelo termo técnica, implica a ausência da reflexão acerca do processo
educacional.
50
A formação reflexiva, em sua plena expressão, consiste em estágio posterior a
competência técnica, ela caracteriza-se pela competência em realizar uma determinada ação e,
sobre ela refletir.
Parece haver, no senso comum, uma dicotomia entre racionalidade técnica,
formação reflexiva voltada para intervenção. Tal fenômeno, ao ser pensado a partir dos
estudos de autores da Formação Inicial começa a perder espaço, pois uma proposição
processual no que tange os saberes técnicos, reflexivos e avaliativos da ação docente.
Como afirma Cortella,
[...] a formação do educador necessita abranger o elemento técnico de
especialização em uma área do saber (e capacitação contínua), assim como a
dimenssão pedagógica de ensinar; a discussão sobre tal dimensão envolve ainda
temas mais amplos como a democratização da relação dos educadores entre si e com
as instâncias dirigentes, a gestão democrática englobando as comunidades e, por
fim, como objetivo político-social mais equânime, a democratização do saber.
(CORTELLA, 2006, p. 15, grifos do autor).
Como formação, entende-se o processo mediante o qual se realiza a
estruturação de um conhecimento que se faz indispensável para que o indivíduo desenvolva
suas funções profissionais. Esta concepção, presente na literatura educacional, pode ser
vislumbrada a partir da proposta de Guimarães (2004), que assinala sobre saberes, identidades
e formação.
O autor propõe uma reflexão a respeito da identidade profissional do professor
a partir de sua profissionalidade. Tal aspecto parece ser fundante de novas perspectivas para o
trabalho docente.
Para o autor, o que define a identidade do professor é o saber que o diferencia
no ato de ensinar, mas também sua consciência que o transmuta de uma condição de
trabalhador comum à de regente de sua vida profissional. Todavia, em sua visão, é a partir da
qualificação e capacitação que tal processo se desencadeia.
semelhanças entre o conceito que parte do saber para o fazer e aquilo que
Morgado (2005) nomeia modelo de racionalidade técnica, esta constantemente buscada pelo
grupo de professores enquanto condição para o exercício da prática docente. Tal postura
discursiva dos professores parece apontar o ato de postergar a ação docente para o devir,
momento em que o sujeito se encontrará mais preparado.
Verificar essa crença em meio aos licenciandos, entretanto, traz algumas
implicações. Estas dizem respeito à focalização na aprendizagem da docência, além da
dispersão do processo de formação como um todo, e mostra, que os discursos sobre a
capacitação e qualificação, comumente expressos pelos professores, se fazem presentes desde
51
a formação inicial, compondo assim uma identidade docente caracterizada por uma relação
com o conhecimento peculiar.
Garcia (1995) diz que existem metas do processo formativo, que podem ser
compreendidas após a aceitação de que o objetivo de qualquer programa de formação de
professores tem de ser: o de ensinar a tarefa de ensinar.
A formação profissional é descrita pelo referido autor como um processo que
perpassa três estágios contínuos de aprendizagem: ensinar (conteúdo formal); como ensinar
(metodologias e recursos); e para que ensinar (motivos, e finalidades de se apreender um
determinado saber e sua relação com a sociedade, aspectos reflexivos).
Entre o aprender e o ensinar está o conhecimento, mediante o qual o professor
será avaliado quando em seu exercício profissional. Algumas competências são naturalmente
esperadas dos professores logo que saem do curso de formação, os profissionais da educação
são expostos a pressões, a reformulação das condições de empregabilidade, e a oferta de mão
de obra são algumas delas.
A compreensão de que saber fazer e refletir sobre tal fazer não consiste em
posições excludentes permitirá o entendimento da relevância em se privilegiar o
conhecimento no contexto da formação profissional como objeto de representação social a ser
estudado. Pois, entende-se que a qualificação é um estágio do processo de formação,
momento em que se privilegia a aquisição de conteúdos necessários à formação capacitadora.
Os estudos em representações sociais, ao descreverem os conteúdos implícitos,
as normas, valores, atitudes, crenças que regem as condutas, tendem a contribuir para reflexão
acerca de como os membros de um determinado grupo interage, apontando para suas práticas,
já que estas são regidas pela maneira como pensam.
52
3 METODOLOGIA
Este capítulo apresenta os métodos utilizados no decorrer da pesquisa, a
contextualização contendo o perfil do Curso, no que tange seus pressupostos basilares, as
características do universo pesquisado e a amostra inquirida. São apresentados também, as
formas de tratamento dos dados coletados, bem como os critérios adotados para tais
procedimentos.
3.1. Caracterização do universo a partir do Projeto Político Pedagógico
A Fundação Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) com sede na
Cidade de Cuiabá existe desde 1970, e hoje possui quatro campi, situados em Rondonópolis,
Médio Araguaia, Sinop e Cuiabá. A presente pesquisa foi realizada no campus Coxipó,
também denominado Cuiabá. Nesta cidade a UFMT oferece trinta e três cursos, sendo que
vinte e dois são bacharelados e onze licenciaturas.
A história do curso de Pedagogia oferecido pela Universidade Federal de Mato
Grosso se confunde com a da Instituição. No final da década dos 60 e início de 70 o curso foi
juntamente com outras Licenciaturas se estruturando, segundo seu Plano Político Pedagógico
(PPP), em conformidade com as reformulações vivenciadas nacionalmente, na década dos 80
o curso foi reestruturado.
Como consta em seu PPP, as reformulações ocorridas na década dos 80,
principalmente a partir das questões quem formar e para que formar, tinha como intuito a
formação da identidade do curso, que deveria ter uma base comum, conforme os regimentos
nacionais para a Formação Profissional de Professores, e também atender as especificidades
do contexto regional.
O curso de licenciatura em Pedagogia, em sua estrutura atual, funciona no
Instituto de Educação desde 1995, e primeiramente, buscava responder as necessidades da
realidade educacional regional, que consistia em graduar professores das Redes Públicas de
Ensino dos Municípios de Cuiabá, Várzea Grande e Santo Antônio de Leverger, em um
período de 10 anos.
53
Beraldo (1998) apresenta características acerca da estrutura do curso e suas
mudanças. A autora, que também faz parte do quadro de professores da Instituição, assinala
que,
A reformulação de 1988, foi considerada pelos professores do IE, como ‘parcial’,
uma vez que os quatro primeiros semestres do curso não foram alterados. Ou seja foi
mantida a mesma estrutura curricular das disciplinas correspondentes aos
fundamentos da Educação. As mudanças efetuadas dizem respeito a ampliação dos
estudos do Conteúdos e Metodologias do Ensino de grau I a IV (da primeira a
quarta série), que foram desdobrados em disciplinas específicas para cada uma das
séries do conhecimento que compõem o currículo das referidas séries. (BERALDO,
(1998, p.2).
A autora indica ainda que “[...] a cisão entre os Fundamentos da Educação e as
disciplinas pedagógicas foi mantida. Em outras palavras manteve-se a distinção entre teoria e
prática.” (BERALDO, 1998, p. 2)
Consta no Projeto Político Pedagógico (PPP) do Curso, criado em 1994, em
consonância com os postulados da Associação Nacional para a Formação de Profissionais da
Educação (ANFOPE), a problematização acerca da formação profissional, haja vista que em
tal período os ensinos das Séries Iniciais e Fundamental eram predominantemente exercidos
por professores formados pelo, hoje extinto, magistério, que como revela o documento aqui
abordado, oferecia uma frágil formação docente aos jovens que pretendiam atuar no ensino
público.
O enquadramento profissional oriundo de tal formação tinha como
característica, além da conseqüente baixa remuneração, o despreparo para atuação nas séries
iniciais. O projeto apresentado pela Universidade Federal de Mato Grosso em parceira com a
Secretaria de Educação do Estado e os Municípios acima referenciados foi nomeado de
Convênio Pluripartite.
Tal acordo, consistia na tentativa de fomentar uma reformulação no ensino
desde a formação básica à qualificação permanente dos professores, e de possibilitar contínua
democratização do ensino. Esta parceria foi um acordo interinstitucional, que se pautou em
uma nova maneira de conceber a formação profissional, pensada enquanto processo contínuo
que, como defendia a ANFOPE, deveria se opor ao trabalho proletariado que descaracterizava
a profissionalidade docente.
A elaboração do documento de estruturação do curso se pautou no
compromisso com a comunidade externa representada principalmente pela escola, e também,
na formação de uma profissionalidade que perpassasse pelas competências, científico e
técnica, sem ignorar as dimensões da formação, político e social desses profissionais.
54
Além de apontar para necessidade de novos conhecimentos através dos quais o
professor deveria fundamentar sua prática, o documento também assinala para exigência de
um profissional comprometido socialmente, que buscasse para o aluno uma formação cidadã,
possibilitando a reflexão acerca da realidade e sua mudança.
As dimensões epistemológicas e profissionalizantes são citadas como
princípios fundantes para o currículo. A primeira baseia-se na perspectiva interdisciplinar das
várias ciências, na visão de integração com a sociedade e com o próprio educando. A
segunda, além de abranger a primeira, seria capaz de oportunizar a reflexão a respeito dos
aspectos da profissão docente e sua relação com os saberes, escola e comunidade.
A compreensão do conhecimento enquanto processo se mostra consonante aos
estudos no âmbito da Formação Inicial para docência, desenvolvidos por Garcia (1995),
Morgado (2005) pois, oportuniza a aprendizagem de conteúdos, as maneiras mais adequadas
de sua aplicação, além de fomentar a reflexão sobre o processo enquanto ele ocorre, bem
como sua transformação.
A historicidade, a construção e a diversidade são princípios epistemológicos
constituintes da maneira de conceber o conhecimento, estão presentes no projeto do curso em
questão. Assim, o conhecimento é entendido como algo historicamente construído e
socialmente partilhado por diferentes sujeitos.
A primeira diz respeito a um conhecimento processual, que se considerado o
segundo princípio, não se apresenta de maneira pronta, pois está sempre em elaboração e,
como sugere o terceiro princípio, não se constitui na certeza ou prescrição, mas na
relatividade dos fatos e sua observação.
A seleção dos candidatos, segundo o documento, se realizava mediante o
vestibular especial, entretanto, existia para demanda social o vestibular, assim como para
outras licenciaturas. Portanto, das oitenta vagas anuais disponibilizadas pelo curso, 50% era
direcionada aos professores das redes, e os outros 50% à demanda social.
Vale ressaltar que o curso, desde a apresentação do PPP que vigora ainda hoje,
foi pensado para professores que estavam em exercício, e por isso, não havia a preocupação
com a realidade do estágio, como existe nos dias atuais.
Após o cumprimento da meta primeiramente estabelecida, que era formar em
nível de terceiro grau em um período de dez anos os professores em exercício nas redes
públicas, o mesmo curso começou a atender, em consonância com os outros cursos de
licenciaturas oferecidos pela UFMT, somente a demanda social.
55
Contudo, a partir do cumprimento dessa meta, e a abertura de vagas para a
demanda social, a realidade e as necessidades dos licenciandos se modificaram, pois estes não
tinham como outrora, os estudantes – professores, experiência no âmbito do ensino.
As mobilizações a respeito das modificações no PPP e até a existência de outro
Plano Político Pedagógico que atenderá, inclusive, a necessidade de Formação em Educação
Infantil, foi aprovada pelo CONSEP (Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão), e
seu conteúdo foi disponibilizado pela coordenadoria do Curso de Pedagogia.
No Plano Político Pedagógico do referido curso é assinalada a preocupação
com a formação para as séries iniciais desde a constituição do curso, necessidade que parece
ter sido suspensa na época devido a priorização da formação de profissionais que atuavam
nas redes de ensino, embora não tivessem formalmente preparados para tal, pois não possuíam
a graduação.
O novo documento apresenta de forma basilar os mesmos preceitos a respeito
da formação ética, política e epistemológica, demonstra maior atenção, no entanto, a
praticidade desta formação, assinalando para os núcleos de estudos necessários para que a
formação profissional expressa como desejada no PPP se concretize.
O conhecimento descrito como necessário para Formação inicial se caracteriza
enquanto produto cultural, resultado da interação entre os sujeitos da ação educativa, tais
pressupostos apresentam-se enquanto basilares do PPP do curso de Pedagogia da UFMT,
campus Cuiabá em sua nova versão. Cabe ressaltar que sua alteração mais significativa se
refere ao contexto profissional e a necessidade da Formação de Profissionais habilitados para
atuarem na Educação Infantil.
3.2. Caracterização da amostra
Nos dias atuais o curso se circunscreve na modalidade presencial, e oferece a
comunidade 80 vagas anualmente. Os alunos do curso de Pedagogia totalizavam, no período
de desenvolvimento da pesquisa, um número de 312, destes 157 matriculados no período
matutino e 155 no período vespertino.
Na primeira fase do estudo aplicou-se instrumento de forma coletiva em todas
as turmas do curso regular de Pedagogia da UFMT, campus Cuiabá. Dentre os questionários
aplicados 145 foram respondidos corretamente.
56
Houve desproporção no que se refere a participação dos alunos do quarto ano,
isso ocorreu devido ao fato de tais alunos estarem em atividades fora do âmbito da
Universidade.
Para segunda fase da pesquisa foram consultados 40 sujeitos distribuídos
proporcionalmente entre os anos e períodos. Ao final das entrevistas foi efetuado
requestionamento em que se pretendia elucidar os principais significados que compunham as
categorias de análises utilizadas na primeira fase da pesquisa.
3.3. Coleta de dados – primeira fase
A primeira fase de coleta de dados ocorreu entre o segundo semestre de 2007 e
o primeiro semestre de 2008, aplicou-se questionário que consistia na indução de metáforas a
respeito do termo conhecimento. Participaram desta primeira fase 145 sujeitos.
O processo de coleta ocorreu de forma coletiva e em seu conteúdo constavam
questões em que solicitou-se a elaboração de metáforas e uma frase explicativa para as
expressões substitutivas do termo indutor.
No questionário de indução pediu-se aos alunos que apresentassem uma
metáfora e sua explicação como critério de substituição para o termo conhecimento:
Se conhecimento fosse outra coisa que coisa seria?
As metáforas possibilitaram a investigação da estrutura conceptual de
pensamento existente entre os membros do grupo de licenciandos em Pedagogia da UFMT
acerca do conhecimento. Pretendeu-se também, perscrutar os processos de Objetivação e
Ancoragem presentes nas representações sociais, bem como seus pontos de ancoragem.
3.4. Coleta de dados – segunda fase
Na segunda fase de coleta de dados foram considerados os resultados e
hipóteses oriundas da compreensão dos dados da primeira fase, através das quais foi possível
perceber que o conhecimento era considerado como elemento externo, e representava aos
discentes a possibilidade de inserção em outras realidades social, cultural e econômica.
57
Verificou-se a eficácia da utilização das metáforas para compreensão dos
significados condensados de forma imagética e de algumas estruturas identificadas como
norteadoras das práticas discursivas dos sujeitos inquiridos.
A partir dos resultados da primeira fase da pesquisa foram elaborados alguns
descritores que funcionaram como orientadores para elaboração do roteiro de entrevista
utilizada na segunda fase do estudo.
1° Nível 2° Nível 3° Nível
Conhecimento
Função do conhecimento
A importância do conhecimento de uma forma geral e no contexto
do Curso de Pedagogia
Característica do
conhecimento
As principais características do conhecimento no contexto da
formação inicial
Tipos de Conhecimento
As tipologias de conhecimentos ressaltadas pelos respondentes
As diferenças entre os conhecimentos destacados pelos sujeitos
Valor do conhecimento
Valor geral
Valor comparado
O valor atribuído ao conhecimento de uma forma geral e no
contexto da Pedagogia
Atitude frente ao
conhecimento
Saber
Não saber
Postura do aluno diante da sua formação e em relação aos
conhecimentos formadores da identidade docente
Atitude frente à reflexão das condições de saber ou não saber para
a formação profissional
Uso de estratégias para
aprendizagem
A aprendizagem no curso de Pedagogia
Os caminhos percorridos pelos alunos para aprender os
conhecimentos mais peculiares da formação docente
Mensuração do Conhecimento
A avaliação da aprendizagem e o que os licenciandos pensam
sobre as formas de avaliação
Os termos orientadores acerca
do conhecimento
Imagens associadas à palavra conhecimento
Metáforas luz, água, alimento, dinheiro, ponte, livro, mar, tijolos.
Quadro 1 - Descritores da primeira fase do estudo
Alguns significados foram assinalados para que fossem verificados de forma
aprofundada. E para isso, foram realizadas entrevistas semi-estruturadas com 40 sujeitos,
respondentes do questionário da primeira fase.
Ao final das entrevistas os sujeitos foram requestionados a respeito das
categorias que aninhavam as metáforas presentes na primeira fase da pesquisa. Os alunos
foram confrontados e impelidos a explicar os significados que possivelmente seu grupo de
pertença atribuiria aos termos que condensavam o significado de cada categoria construída no
processo de análise da primeira fase de pesquisa.
Além disso, foi requerido ao sujeito que avaliasse se os significados
apresentados pelo grupo eram apropriados para representarem o tema em questão, e que se
manifestasse caso houvesse algum significado divergente dos atribuídos por ele.
58
Tal procedimento foi realizado para testar o instrumento de indução de
metáforas no que diz respeito ao seu potencial para as investigações em representações
sociais. Percebeu-se também que, o questionamento ao representante do grupo contribuiu para
elucidar significados ainda não pensados no processo de análise.
Pretendeu-se verificar a avaliação a respeito das imagens apresentadas pelo
grupo de pertença para o tema conhecimento, bem como testar quais imagens seriam negadas
ou reiteradas pelos membros do grupo.
3.5. Sobre a compreensão dos dados da primeira fase
Para os dados da primeira fase recorreu-se a análise de conteúdo segundo as
proposições de Bardin (1977) em que se procurou formar categorias temáticas que
mostrassem o conteúdo semântico da representação sobre o conhecimento que, porventura,
pudesse fazer parte dos contextos de comunicação dos sujeitos.
Como resultado desse trabalho com os dados chegou-se ao que foi nomeado
Grupo semântico que, em uma perspectiva ampliada, assinala para os vários conteúdos que se
entrecruzam, se confrontam e se agrupam, indicando, a partir de um mote indutor, os
contextos de significação e atribuição destes pelos sujeitos.
Para que se chegasse aos Grupos semânticos foram consideradas as
similaridades de significado, as articulações que pudessem desvelar algum vestígio de
estruturas basilares que deslindassem as representações partilhadas a respeito do
conhecimento.
Adotou-se como procedimento, o levantamento das expressões solicitadas aos
licenciandos que totalizaram 145 palavras, e suas respectivas frases explicativas. A partir
destas foram levantados incadores semânticos que apontaram para temas, ora nomeados de
Grupos semânticos, estes norteadores de categorias e subcategorias. A soma de tais itens
totalizou 199 indicadores que foram considerados para compreensão dos dados.
Em termos práticos, partiu-se dos diferentes planos de expressões, visto a
natureza do corpus que constitui a primeira fase, até se chegar aos veis mais profundos de
significados, a redundância destes serviu para fortalecer a hipótese de que em níveis menos
superficiais, embora considerando o da plano de expressão, os núcleos de sentido poderiam
aninhar significados consensuais.
59
Considerando os estudos de Moscovici e Kalampalikis (2005) a redundância a
qual se utiliza para apreender significados de uma representação nem sempre está circunscrita
na materialidade lexical, muitas vezes, em contexto de expressão diferenciada, a redundância
se dá em outros níveis de expressão.
Considerando a natureza do corpus apreendido na primeira fase desta pesquisa
necessitou-se de uma metodologia diferenciada que pudesse a partir da análise de conteúdo de
Bardin (1977), considerar a estrutura sintática dos arranjos frasais dos sujeitos para
expressarem sobre o inquirido.
Porém, fez se necessário, além de levantar as freqüências que se materializam
nas formas de expressão, buscar em níveis mais profundos em que as coocorrências de
significados eram freqüentes, os núcleos que aninhavam tais redundâncias.
3.6. Sobre a compreensão dos dados da segunda fase
Para processamento dos dados oriundos da segunda fase, optou-se pelo
tratamento lexical estatístico realizado mediante o programa ALCESTE, criado por Max
Reinert.
O programa ALCESTE permite realizar de maneira automática, a análise lexical de
conteúdo por meio de técnicas quantitativas de tratamento de dados textuais. O
programa utiliza mecanismos independentes da análise de conteúdo, objetivando
obter uma primeira classificação estatística dos ‘enunciados simples’ do corpus
estudado. (OLIVEIRA; GOMES ; MARQUES, 2005, p. 158).
Tal programa oferece ao pesquisador as informações lexicais de um
determinado texto, além de destacar as palavras mais típicas dentro de cada classe,
possibilitando o rastreamento da constituição dos discursos que um determinado tema suscita.
Como critério para o ponto de corte dos quantitatvos de composição de cada
tabela foi utilizado o teste scree que,
[...] é usado para identificar o número ótimo de fatores que podem ser extraídos
antes que a quantia de variância única comece a dominar a estrutura de variância
comum. O teste scree é determinado fazendo-se o gráfico de raízes latentes em
relação ao número de fatores em sua ordem de extração, e a forma de curva
resultante é usada para avaliar o ponto de corte. (HAIR et. al, 2005, p. 102).
O gráfico a seguir apresenta a linha tracejada que indica o ponto de corte. Este é
definido a partir da estabilidade verificada na horizontalidade delineada na forma a seguir.
60
Gráfico 1 - indicador de ponto de corte
Para tratamento dos resultados advindos do requestionamento realizado ao final das
entrevistas efetuou-se a discussão a partir dos significados atribuídos e explicados pelos
licenciandos a respeito dos termos categorizados na primeira fase do estudo.
61
4 DISCUSSÃO DOS DADOS
Neste capítulo são apresentados dados advindos das duas fases constitutivas da
pesquisa. Na primeira realizou-se Análise de Conteúdo e exploração compreensiva das
metáforas e dos significados atribuídos tanto na elaboração das frases explicativas quanto no
requestionamento. E na segunda fase realizou-se a partir do programa ALCESTE a
compreensão dos discursos dos sujeitos inquiridos. Ao final do capítulo são apresentadas
algumas considerações acerca dos resultados da pesquisa, o que denominou-se de
entrelaçamento dos dados.
4.1. Discussão dos dados da primeira fase – metáforas para o conhecimento
Os dados oriundos da primeira fase receberam um tratamento compreensivo,
na tentativa de levantar os aspectos relativos ao significado a respeito do tema conhecimento.
Para maior sistematização do percurso de compreensão foram utilizados
critérios da Análise de Conteúdo de Bardin (1977), como cadernos de freqüência, a
observância de recorrências de marcações lingüísticas e conteúdo semântico.
Tal recorte metodológico foi necessário devido a natureza específica dos dados
coletados para constituir a primeira fase deste estudo, metáforas e frases explicativas para o
termo conhecimento.
Ainda nesta fase serão apresentados e discutidos os resultados obtidos a partir
do requestionamento acerca dos conteúdos semânticos de alguns termos entendidos como
emblemas para o tema conhecimento.
Cabe ressaltar que a opção em apresentar tais resultados aninhando-os a
primeira fase do estudo se deve a tentativa de apresentar de forma mais concisa a maneira
como o grupo, representado por seus partícipes, representa cada termo, e, por conseguinte, a
categoria ou Grupo semântico que o aloja.
O requestionamento, se considerada a ordem de realização, deveria ser
apresentado ao final das estrevistas. Ele foi realizado ao final de cada entrevista, por isso,
individualmente. Sua elaboração a priori foi compreendida como forma auxiliar de garantir
62
que os tópicos advindos da primeira fase, fossem esclarecidos, e os significados atribuídos na
análise, confirmados ou negados.
Assim, embora a entrevista tenha sido desenvolvida para que se pudesse
compreender o campo nocional a que os sujeitos se referiam quando questionados sobre o
termo conhecimento e significados próximos, o requestionamento possibilitou aos sujeitos
que anteriormente tivessem produzido uma metáfora para o tema conhecimento, que
explicassem, avaliassem, creditassem ou negassem os significados que os outros membros do
grupo emitiram.
O quadro a seguir apresenta as definições atribuídas a cada categoria tendo em
vista seu conteúdo semântico. Este foi desvelado a partir dos termos substitutivos para palavra
conhecimento, e da frase explicativa construída pelos sujeitos para designá-lo. Tais sujeitos
tiveram como referência a questão indutora, se o conhecimento fosse outra coisa que coisa
seria?
Definição dos Grupos Semânticos
O lugar do conhecimento a partir
da dicotomia dentro / fora
Esta categoria apresenta como conteúdo semântico a crença de que
existe um lugar onde o conhecimento possa ser encontrado. Este
lugar é definido a partir das condições físico-corporal através das
quais os sujeitos se localizam e se orientam. O conhecimento
apresenta-se pelas oposições dentro e fora do sujeito.
Função do conhecimento
Os conteúdos desta categoria apontam à utilização do conhecimento
a fim de garantir a sobrevivência e a mobilidade social, outros
significados que se destacam sobre a função do conhecimento
parecem apontar para a possibilidade de controle da realidade,
principalmente nas situações de visualização das perspectivas de
futuro social e econômico. A familiarização do que é diferente
também se mostra viabilizada pelo conhecimento.
Qualidades do conhecimento
Os conteúdos que compõem esta categoria assinalam para o
conhecimento singular, que se apresenta ao sujeito como
imensurável, infinito e belo. Outros significados são atribuídos ao
valor que o conhecimento recebe socialmente.
Características do sujeito
cognoscente
O conteúdo desta categoria aponta para características do sujeito em
processo de aprendizagem, estas se delineiam pela: apreensão, que
segundo eles ocorre mediante recepção; reflexão ou elaboração; ou
pela contemplação. Tais características parecem possibilitar, como
indica os primeiros itens, a concretização dos objetivos de ascensão
social e sobrevivência, expressas pela categoria Função do
conhecimento; e inviabilizar tais conquistas quando a ação do
sujeito se pauta na admiração imobilizadora indicada pela categoria
contemplação, convergente com significados aninhados no Grupo
semântico Qualidade do conhecimento.
Quadro 2 - Definição dos Grupos Semânticos
A respeito dos Grupos semânticos cabe ressaltar que seus significados são
formados a partir dos conteúdos das categorias que estes aninham.
63
Para o conhecimento enquanto um lugar orientado pela dicotomia dentro e fora
pode-se verificar a presença das Categorias: Internalização; Elaboração e Contemplação.
Quando os sujeitos se referiam a função do conhecimento, verificou-se as
categorias: Sobrevivência; Mobilidade Social; Controle da realidade; Possibilidade de
enxergar o novo e Possibilidade de junção de partes diferentes.
Ao adjetivarem o termo em questão, os licenciandos apontoram para o
conhecimento enquanto: Singular; Heterogêneo; Infinito; Imensurável; Belo; Bem Material;
Precioso.
Os inquiridos também se referiram a respeito do sujeito cognoscente. Tal
sujeito, segundo os respondentes pode ser: Receptivo; Reflexivo; Contemplativo.
A seguir verifica-se o quadro em que constam os quantitativos que as
categorias apresentadas expressam.
Questão: se o conhecimento fosse outra coisa que coisa seria?
Grupos semânticos Categorias Total
%
1. O lugar do conhecimento a partir da
dicotomia dentro / fora
1.1 Internalização – de fora para dentro
34 17,08
1.2 Elaboração - de dentro para fora
8 4,02
1.3 Contemplação
6 3,01
Subtotal:
48 24,12
2. Funções do conhecimento
2.1 Sobrevivência
37 18,59
2.2 Mobilidade Social
21 10,55
2.3 Controle da realidade
6 3,01
2.4 Possibilidade de enxergar o novo
8 4,02
2.5 Possibilidade de junção de partes diferentes
4 2,01
Subtotal:
76 38,19
3. Qualidades do conhecimento
3.1 Singular
1 0,50
3.2 Heterogêneo
2 1,01
3.3 Infinito
7 3,51
3.4 Imensurável
3 1,50
3.5 Belo
1 0,50
3.6 Bem material
7 3,51
3.7 Precioso
4 2,01
Subtotal:
25 12,57
4. Características do sujeito
cognoscente
4.1 Receptivo
34 17,08
4.2 Reflexivo
8 4,02
4.3 Contemplativo
8 4,02
Subtotal:
50 25,12
Total
199 100,00
Quadro 3 Demonstrativo de freqüências
Como se pode notar, entre as categorias contidas neste estudo, maior ênfase,
ao menos no que tange as freqüências, nas funções do conhecimento. Tal categoria
apresentou-se com 38,19% no total dos dados.
64
As funções do conhecimento parecem ser representadas pela palavra
sobrevivência, que apresenta as prioridades dos sujeitos e a relação estabelecida com a
aprendizagem.
Os respondentes também assinalam às características que os sujeitos em
processo de aprendizagem precisam apresentar para que esta seja bem sucedida. O termo
alimento foi indicado como ato de recepção propício à apreensão de conhecimento.
Outro aspecto pontuado pelos sujeitos diz respeito ao lugar do conhecimento,
este localizado a partir da dicotomia dentro e fora das pessoas compareceu com 24,12% no
total do corpus.
Os Grupos semânticos Lugar do conhecimento a partir da dicotomia dentro e
fora e Características do sujeito cognoscente, este presente com 25,12%, se ligam por
complementaridade, isso pode ser compreendido a partir da ênfase apresentada pelos
inquiridos em delinear a ação de aprendizagem enquanto atividade de internalização, visto
que as atitudes dos sujeitos parecem ser norteadas pela ação de apreender o conhecimento.
A categoria Qualidades do conhecimento, que apresentou-se com 12,57% de
presença nos dados, revelou um conteúdo mais disperso que os das demais categorias devido
as diferenças entre os inquiridos no que tange a maneira de adjetivar o conhecimento.
O Grupo semântico O lugar do conhecimento a partir da dicotomia dentro /
fora apresenta a dimensão espacial do conhecimento, onde ele se localiza e pode ser
encontrado pelos sujeitos.
A dicotomia dentro / fora se apresenta como organizadora do conteúdo
expresso, pois mostra as localizações atribuídas ao conhecimento, bem como as ações
desenvolvidas pelos sujeitos para a realização da aprendizagem.
Tal dicotomia parece desencadear comportamentos no sujeito, e estes se
baseiam na intencionalidade de aprendizagem vista como internalização, assimilação, ações
que fisicamente são orientadas pela recepção e metaforizada pela alimentação de fora para
dentro.
Em outra perspectiva, o comportamento de elaboração do conhecimento é
apontado pelos sujeitos, este aparece orientado pelas capacidades de reflexão e criação.
Assim, o conhecimento é compreendido como algo que se produz no interior dos sujeitos para
que possa ser exteriorizado e partilhado.
A partir do confronto entre as duas formas de caracterizar o conhecimento,
enquanto produto internalizado ou produzido pelos sujeitos, nota-se uma diferença qualitativa,
65
enquanto a internalização pode ser visualizada com 17,08%, a idéia de elaboração se faz
presente em 4,02% do total do corpus.
A categoria contemplação, presente com 3,01% no total dos dados, se mostra
como característica presente a partir da relação dicotômica apresentada, ela se configura pela
inércia do sujeito que observa um conhecimento externo, entretanto não interação com o
conhecimento. Os respondentes mostraram enquanto expressão sintetizadora para esta forma
de caracterizar o conhecimento, o termo oceano.
O sujeito descrito a partir desta perspectiva contemplativa não participa da
elaboração do conhecimento, além de não internalizá-lo, o conhecimento se apresenta como
algo presente no ambiente externo, mas que não interege com o sujeito.
O Grupo semântico O lugar do conhecimento a partir da dicotomia dentro /
fora permitiu que se visualizassem algumas perspectivas para compreensão do conhecimento.
A primeira delas é a de que o conhecimento apresenta-se enquanto produto externo, assim seu
movimento é de fora para dentro, o sujeito cognoscente procura a internalização do
conhecimento.
Ao se utilizarem do alimento, termo aninhado na categoria Sobrevivência,
presente com 18,59% no total do corpus. Para denotar o conhecimento, os licenciandos
referiram-se à qualidade da nutrição que os alimentos saudáveis podem proporcionar. Assim o
conhecimento é visto como,
Alimento, porque hoje em dia sem ele é difícil à sobrevivência, é como a nascente
que é importante para a existência, ou seja, uma fonte de novos conceitos. (Sujeito
83, sexo feminino, segundo ano, matutino)
Alimento, pois traz crescimento, vitaminas. (Sujeito 48, sexo feminino, primeiro
ano, matutino)
Ainda no que tange a ingestão, os licenciandos apresentam a importância dos
líquidos como forma de manter a sobrevivência.
Água, indispensável para a sobrevivência do ser humano. (Sujeito 5, sexo feminino,
primeiro ano, vespertino)
Outro aspecto salientado é a capacidade dos líquidos de adentrarem mais
facilmente no sujeito, este entendido como um objeto recipiente e/ou aderente.
Combustível, eu enchi de combustível o meu saber. (Sujeito 88, sexo feminino,
segundo ano, matutino)
É possível verificar o conhecimento visto enquanto alimento-combustível,
em
tal analogia se faz presente a comparação entre homem máquina em que se pode notar
66
estruturas que indicam para o conhecimento enquanto alimento que sustenta, gera energia, e
por conseqüência, possibilita a mobilidade.
A internalização apontada pelos sujeitos como necessária para que a
aprendizagem se realize foi metaforizada mediante o ato de comer, o que denota para a
aprendizagem enquanto ação necessária e saborosa. Esta categoria, alocada no Grupo
semântico Lugar do conhecimento a partir da dicotomia dentro e fora e Características do
sujeito cognoscente, compareceu com 17,08% no total do corpus.
Comida, pois é inevitável você viver sem ela, se todos pensassem assim dariam mais
valor ao conhecimento. (Sujeito 102, sexo feminino, segundo ano vespertino)
Mel, doce e saboroso, que todos tivessem acesso e prazer em prová-lo. (Sujeito 40,
sexo feminino, primeiro ano, matutino)
Ainda no que tange à internalização, os sujeitos aludem à invasão, esta
entendida enquanto capacidade de ação do conhecimento sobre o sujeito que apreende.
Televisor, que invade a todos levando informações. (Sujeito 9, sexo feminino,
primeiro ano, vespertino)
A utilização do verbo invadir, na afirmativa indicada na frase destacada,
desvela o conhecimento enquanto sujeito com determinadas capacidades humanas. A
presença do gerúndio parece querer indicar a realização de uma ação contínua.
Os sujeitos, ao falarem sobre o conhecimento, mencionaram a elaboração,
embora tal perspectiva não tenha sido recorrente. Aos sujeitos o conhecimento é elemento
advindo da ação contínua, como indica as palavras tudo de novo, reescrever e rever.
Lápis, porque você tem a oportunidade de apagar e reescrever tudo de novo. (Sujeito
16, sexo feminino, primeiro ano, vespertino)
Bloco de anotações, porque ele nos permite rever o conhecimento adquirido, onde
cada um escreve o seu. (Sujeito 76, sexo feminino, primeiro ano, matutino)
Omelete, o conhecimento seria o resultado da atuação do professor e do aluno
juntos. (Sujeito 119, sexo feminino, terceiro ano, vespertino)
Em tal perspectiva pode-se compreender que não elemento definitivo, que
não seja passível de reelaboração, como indicam as palavras cada um escreve o seu.
A última fala apresenta a figura de um alimento, e os diferentes elementos que
o compõe, definindo o conhecimento como resultado da união desses elementos. Nessa
perspectiva a dimensão relacional é apresentada como ingrediente capaz de produzir
conhecimento. Tal forma de compreender o conhecimento não obteve recorrência no total do
corpus.
67
Outro aspecto revelado pelas falas dos sujeitos, e aninhado em O lugar do
conhecimento a partir da dicotomia dentro / fora se circunscreve no âmbito da
comtemplação, esta é entendida como forma do sujeito se relacionar com o conhecimento.
A partir de tal forma de compreender o conhecimento, o sujeito não exerce
ação sobre a aprendizagem, pois o conhecimento se mostra como indefinido, infinito, belo e
imensurável.
Mar, infinito, nunca sabemos de tudo, a cada dia fazemos uma nova descoberta, um
novo aprendizado. (Sujeito 49, sexo feminino, primeiro ano, matutino)
Poço sem fundo, não tem fim. ( Sujeito 144, sexo feminino, quarto ano, matutino)
Buraco negro, nunca tem fim. (Sujeito 145, sexo feminino, quarto ano, matutino)
Oceano sem fim, lindo e surpreendente. O conhecimento é como teia de aranha, ele
é cheio de detalhes e rico em suas figuras. (Sujeito 120, sexo feminino, terceiro ano,
vespertino)
O conhecimento, mediante as falas, parece ser percebido enquanto profundo e
imenso. Os aspectos indicados nas frases aludem para ausência de finitude atribuída à
aprendizagem, como sugerem os termos a cada dia e sem fim.
Pode-se notar também que o conhecimento aparece relacionado à experiência
da descoberta vivenciada sempre que um elemento novo é visualizado. Embora tal descoberta
se destaque como possibilidade de ação a ser desenvolvida pelos sujeitos, a postura
contemplativa mencionada parece inviabilizá-la, que os graduandos parecem adotar o papel
de admiradores do conhecimento, e de certa forma, imobilizados por este.
O conhecimento comparado à teia de aranha alude para o conhecimento
enquanto produto. Este, mesmo apresentando o significado da tessitura, das relações, dos fios
que se imbricam, mostra a observação do aluno aos traçados definidos por outro sujeito.
A partir de tal perspectiva não se apresenta ao observador a possibilidade de
ação atribuída para si. admiração pelo que é visualizado, o conhecimento é como teia de
aranha, ele é cheio de detalhes e rico em suas figuras.
A beleza, qualidade associada ao termo conhecimento, se mostrou atributo
pouco frequente. Os licenciandos adjetivam o termo conhecimento como algo valoroso
equiparando-o aos bens dispostos como valiosos socialmente.
Universo, porque acredito que é algo majestoso e perfeito. O conhecimento é poder.
(Sujeito 117, sexo masculino, terceiro ano, vespertino)
68
Em Funções do conhecimento são apresentados significados atribuídos pelos
sujeitos, estes mostram como o conhecimento pode ser transportado à condição de
instrumento capaz de contribuir para resolução de problemas.
A função mais consensualmente apontada pelos sujeitos foi a de sobrevivência.
Tal significado circula em todas as categorias de forma direta ou indireta configurando uma
possível forma de representar o termo inquirido.
Segundo os licenciandos o conhecimento pode garantir melhores condições de
vida, e estas são representadas pelas condições básicas como alimentar-se e saciar a sede.
Além de representar a sobrevivência mediante os significados atribuídos à
função do conhecimento, os graduandos apontaram o ato de deglutir como representação para
aprendizagem.
O conhecimento é livro devorado, o livro deve ser devorado, dominar o
conhecimento lido. (Sujeito 112, sexo feminino, terceiro ano, vespertino)
Como sugere a fala, a aprendizagem estabelece relação com a atividade de
nutrir-se, assim os objetos relacionados ao saber passam a receber os significados existentes
no campo da alimentação.
Outros significados, aliados a função de sobrevivência, referem-se a riqueza, a
obtenção de bens materiais e a aquisição de valorização perante a sociedade. Pois, estes itens
podem, segundo o conjunto de crenças dos sujeitos, facilitar a sobrevivência.
Tal dado pode ser compreendido à luz da Teoria das representações sociais.
Pois estas, ao serem formadas mediantes as crenças, valores e atitudes, forjam o surgimento
de normas reguladoras das práticas entre os membros dos grupos sociais.
O tema aquisição se fez presente de forma recorrente nas falas dos sujeitos.
Para a compreensão deste significado segue a explicação de uma participante.
Dinheiro, porque é algo que enriquece nossa vida. Saber, todo o meu saber devo a
Deus e aos meus excelentes professores. (Sujeito 38, sexo feminino, primeiro ano,
matutino)
A aprendizagem, segundo a fala, é um ato que se aproxima da aquisição e se
direciona para a estruturação da imagem frente à sociedade, além de constituir uma
necessidade que perpassa pela questão do querer individual, mostra-se como concessão
divina.
A fala acima denota a existência de uma aparente contradição entre a palavra
utilizada para denotar sobre o conhecimento e sua explicação. Tal dualidade implica na
69
dicotomia material e espiritual, a partir da qual o material é representado pelo termo dinheiro,
e o espiritual se faz presente a partir do termo deus.
O termo dinheiro evoca a presença de significados que aludem para a
importância investida no material, capaz de melhorar as condições de vida,
J
á
o conhecimento
advindo de uma graça espiritual parece desvelar para o bem concedido confrontando-se ao
significado do que é a partir de esforços pessoais alcançado.
Como implicação tem-se que a primeira perspectiva assinala para a
independência das ações que o sujeito pode realizar para conduzir sua aprendizagem, e para
fazer do aprendizado um instrumento de sobrevivência. E a segunda, a dependência da ação
de outros sobre si. Esta, como sugere a fala, parece determinante para que a aprendizagem
ocorra.
Ainda no que diz respeito à sobrevivência a partir da aprendizagem pode-se
visualizar a referência à mobilidade social. Esta apresenta como significados as possibilidades
de adentrar e sair de alguns ambientes.
Máquina propulsora, nos impulsiona para frente e para o futuro sempre. (Sujeito 2,
sexo feminino, primeiro ano vespertino)
Mola, o conhecimento é como uma mola. Não pode ficar estático. (Sujeito 139, sexo
feminino, quarto ano matutino)
Ponte, pois é capaz de ligar culturas e dar passagem a tantas outras coisas das quais
necessitamos. (Sujeito 4, sexo feminino, primeiro ano, vespertino)
Avião, pois viajamos por terras desconhecidas. (Sujeito 25, sexo feminino, primeiro
ano, vespertino)
Dinheiro, na maioria das vezes as pessoas buscam formação visando status. (Sujeito
68, sexo feminino, primeiro ano, matutino)
Mediante as falas pode-se notar que o conhecimento é visto como meio de
interação cultural que possibilita aos sujeitos prosseguirem em seu caminho, além de suprir as
necessidades que estes possam ter durante o trajeto.
Ainda no que tange as Funções do conhecimento, compreende-se que este se
mostra relacionado à capacidade de controlar a realidade. Tal possibilidade confere ao sujeito
o poder de intervir na realidade social vivenciada.
Ainda expresso pelo Grupo semântico Funções do conhecimento pode-se
visualizar a crença de que a partir do conhecimento é possível enxergar algo novo. Nesta
perspectiva vê-se que a capacidade de enxergar se contrapõe a falta de visão vivenciada
quando na ausência da experiência com o saber.
70
O conhecimento visto enquanto algo novo e desconhecido parece instaurar o
fascínio.
Lâmpada, o conhecimento é mágico, é como uma caixa mágica na qual sempre nos
aguarda uma surpresa e um novo conhecimento. (Sujeito 105, sexo feminino,
segundo ano, vespertino)
A crença de que o conhecimento encontra-se no ambiente externo pode ser
verificada a partir da utilização do termo lâmpada que apresenta como funcionalidade a
possibilidade de auxiliar o sujeito clareando seu caminho.
Os termos mágico e mágica aliados à expressão surpresa parecem denotar para
expectativas relativas à fascinação e ao mesmo tempo, à facilidade com que os sujeitos
querem vivenciar o conhecimento.
Parece ser mediante expectativa de que o conhecimento se delineia enquanto
elemento mágico, capaz de modificar a realidade, que se constitui como instrumento de
controle sobre as adversidades, bem como da sobrevivência futura.
O conhecimento também foi apresentado enquanto elemento que agrega partes
diferentes. E essa seria mais uma de suas funções. Tal forma de expressar sobre o
conhecimento não foi recorrente, e se mostrou como formas individualizadas de falar sobre o
tema.
Cadeia de CLH, pois juntos são quase que parte integrante. (Sujeito 67, sexo
feminino, segundo ano, matutino)
Quebra cabeça porque precisa de muitas partes para fazer o todo. (Sujeito 64, sexo
feminino, primeiro ano, matutino)
Em Qualidade do conhecimento, Grupo Semântico que apresentou 12,57%,
menor expressividade no total do corpus, verificam-se alguns adjetivos que parecem indicar
para diferentes tipos de relação estabelecida com o conhecimento.
O Grupo Semântico em questão apresentou dispersão considerável no que
tange as diferentes formas como o grupo inquirido adjetiva o conhecimento. Tal dado aponta
para baixa consensualidade na maneira de definir o conhecimento.
Este é expresso enquanto algo singular, o que mostra a importância, e a
distinção com que outras formas de experiências são categorizadas. Tal singularidade,
entretanto, parece definida a partir da singularidade de cada sujeito que aprende.
Banco Itaú porque foi feito para você. (Sujeito 135, sexo feminino, terceiro ano,
matutino)
71
A heterogeneidade, segundo os sujeitos, caracteriza o conhecimento,
mostrando-se como adjetivo de distinção. Tal termo refere-se a diferentes conhecimentos
existentes, o que aponta para a negação de que haja um saber único e válido.
A singularidade e a heterogeneidade, embora presentes enquanto adjetivos
para o tema conhecimento, não foram recorrentes, configurando possível dissenso. A presença
de características que representavam o conhecimento como: infinito, imensurável, belo, bem
material e precioso foi mais consensual.
Estas características foram verificadas anteriormente quando na exposição de
O lugar do conhecimento a partir da dicotomia dentro / fora, em especial, a partir das
categorias contemplação e sobrevivência.
A primeira apresenta como conteúdo os motivos que induzem à contemplação
do conhecimento, a beleza e a sua grandeza, apresentando a incapacidade do sujeito em
abarcá-lo.
A segunda deslinda o valor do conhecimento, este utilizado de forma
instrumental a fim de possibilitar que condições básicas de sobrevivência sejam mantidas.
O conhecimento enquanto bem material foi reiteradamente apresentado, tal
significado revela a aquisição de uma riqueza que possa, além de garantir a sobrevivência do
sujeito que o possui, possibilitar conforto e reconhecimento social. Este sujeito apresenta
enquato receptor, sua aprendizagem mostra-se pautada no acúmulo, sua maior preocupação.
Tesouro, por ser algo de muito valor, de muita importância. (Sujeito 81, sexo
feminino, segundo ano, matutino)
Diamante, porque quem o possui, entende-se que deveria viver com dignidade,
respeitar o próximo, vivem sem fronteiras. (Sujeito 104, sexo feminino, segundo
ano, matutino)
Pode-se notar a presença de atributos que indicam aspectos relativos à
dignidade humana, que poderia ser fomentada, segundo o respondente, mediante o saber.
Entretanto, o verbo deveria aponta para algo que ainda não é vivenciado, somente almejado.
O Grupo semântico Características do sujeito cognoscente apresenta atributos
que se ligam diretamente a O lugar do conhecimento a partir da dicotomia dentro /fora, isso
ocorre, pois algumas atitudes em relação ao conhecimento partem das crenças que assinalam
para as posturas do sujeito frente ao saber.
A primeira é a de que o conhecimento consiste em elemento que se encontra
fora do sujeito, e por isso, precisa ser internalizado. Para a internalização do conhecimento os
sujeitos utilizaram-se da imagem da alimentação.
72
Líquido, para a semente ingerir. (Sujeiro 53, sexo feminino, primeiro ano, matutino )
Fruto, precisa estar maduro para ser consumido (Sujeito 62, sexo feminino,
priemeiro ano, matutino)
Comida, pois é inevitável você viver sem ela, se todos pensassem assim dariam mais
valor ao conhecimento. (Sujeito 102, sexo feminino, segundo ano vespertino)
A segunda consiste na crença de que o conhecimento é resultado do que
dentro dos sujeitos, ora do aluno, ora do professor, ora de ambos. Em tal perspectiva a
aprendizagem é resultado da elaboração, bem como da reelaboração do experienciado.
Lápis, porque você tem a oportunidade de apagar e reescrever tudo de novo. (Sujeito
16, sexo feminino, primeiro ano, vespertino)
Omelete, o conhecimento seria o resultado da atuação do professor e do aluno
juntos. (Sujeito 119, sexo feminino, terceiro ano, vespertino)
Tijolos, postos um em cima do outro, o conhecimento é contruído dia a dia pelo
aluno e pelo professor (Sujeito 138, sexo feminino, terceiro ano, matutino)
Os sujeitos utilizaram como imagem representativa o ato do sujeito escrever,
apagar e reescrever, para simbolizarem a experiência da aprendizagem. O sujeito descrito
nesta situação de aprendizagem aparece circunscrito por condições temporais que parecem
permitir reflexão acerca do saber que aprende.
A terceira característica do sujeito em relação ao conhecimento consiste em
contemplar.
O conhecimento é como teia de aranha, ele é cheio de detalhes e rico em suas
figuras. (Sujeito 120, sexo feminino, terceiro ano, vespertino)
Mar, infinito, nunca sabemos de tudo, a cada dia fazemos uma nova descoberta, um
novo aprendizado. (Sujeito 49, sexo feminino, primeiro ano, matutino)
A contemplação mantém relação com a internalização, pois ambas são
orientadas pela crença de que o conhecimento se apresenta fora do sujeito.
Entretanto, as categorias referidas se diferenciam no que tange a postura de
contemplação, que parece imobilizar o sujeito, da postura ativa de quem tem fome e precisa
da internalização do alimento para sobreviver. O sujeito descrito a partir desta circunstância
de aprendizagem se mostra contemplativo.
73
4.2. Requestionamento dos resultados da primeira fase do estudo metáforas para
conhecimento
A partir das expressões metafóricas apreendidas na primeira fase deste estudo e
de suas frases explicativas verificou-se indícios de representações sociais sobre o
conhecimento. Para esclarecimento de alguns significados foi realizado, ao final das
entrevistas empreendidas no contexto do curso de Pedagogia, requestionamento mediante o
qual se pretendia elucidar os conteúdos que cada Grupo semântico encerrava.
Para esta etapa da pesquisa foram escolhidas as imagens que em suas
características semânticas pudessem aludir os temas das categorias contidas na primeira fase
da pesquisa.
Outro objetivo era saber a respeito da adesão ou rejeição do grupo acerca dos
significados apresentados nos termos escolhidos para representar o conhecimento e o
conteúdo das frases explicativas.
Após o discurssão dos dados da primeira fase, verificou-se que alguns
significados a respeito dos termos metafóricos necessitavam de esclarecimento por parte do
grupo.
Considerando os significados das frases apresentadas na primeira fase a
respeito das características do conhecimento, suas funções, os lugares em que, segundo os
sujeitos, o conhecimento poderia ser encontrado e as características do sujeito em processo de
aprendizagem foram selecionados termos que representassem o conhecimento.
Para o requestionameno foram apresentados os termos luz, água, alimento,
dinheiro, ponte, livro, oceano e tijolos. No que tange o procedimento de requestionamento,
pedia-se que fossem produzidas explicação para o termo expresso pelo grupo na primeira fase
do estudo, o termo conhecimento.
Posteriormente, solicitava-se que os respondentes do requestionamento
emitissem julgamento acerca dos termos destacados, se havia concordância ou discordância, e
se as expressões metafóricas apresentadas pelo grupo representavam o conhecimento.
A avaliação do partícipe do grupo foi julgada pertinente e entendida enquanto
argumento capaz de validar e / ou negar as imagens estabelecidas a priori pelo grupo, tendo
em vista a diferença das expressões metafóricas produzidas pelos grupo. Tal diversidade
manifestada no plano da expressão, entretanto, não resultou no mesmo no que tange os
significados.
74
A seguir apresenta-se o quadro contendo quantitativos que expressam
concordância ou discordância dos respondentes quanto à representatividade das imagens as
quais foram solicitadas explicações.
Tabela 1 - Avaliação sobre a representatividade das metáforas para o tema conhecimento, segundo os
licenciandos
Avaliação Luz Água Alimento Ponte Dinheiro Oceano Tijolo Livro
Concorda 40 39 40 39 27 40 32 39
Não concorda 0 1 0 1 13 0 8 1
Total 40 40 40 40 40 40 40 40
Os sujeitos, ao responderem o requestionamento, mostraram identificação e
assumiram algumas imagens enquanto formas de representar o conhecimento. A respeito das
avaliadas negativamente, ou as que não receberam a validação dos membros do grupo, pode-
se verificar os termos dinheiro,
seguido de tijolo.
Adotou-se como critério de abordagem, o exercício compreensivo no qual
serão explanados os diferentes significados atribuídos para cada termo. O primeiro a ser
exposto traz os significados atribuídos à luz.
Luz, eu acho que é questão de que quando você não sabe você está na escuridão e
quando você começa a adquirir conhecimento parece que dá aquela luz. (Sujeito 1,
sexo feminino, primeiro ano, matutino)
Como passível de ser observado mediante a primeira fala, o conhecimento é
compreendido como aquilo que se pretende adquirir. A aquisição vista como modelo de
aprendizagem converge nos significados que aludem para o conhecimento enquanto produto,
que se encontra pronto em algum lugar, sempre exterior ao indivíduo.
Luz, seria você estar no escuro, e a partir de novos conhecimentos voampliou sua
visão de mundo, você estava atrás de uma cortina, e quando abre essa cortina você
tem uma visão melhor. (Sujeito 32, sexo feminino, quarto ano, matutino)
As falas descritas parecem deixar entrever significados que apontam para o
sujeito que opera mediante algum saber, os licenciandos apontam para si enquanto sujeitos
que se utilizam do conhecimento com algum fim específico.
nas falas que se seguem uma diferenciação a respeito de quem
desenvolve a ação.
Luz, eu penso assim, eu acho que eles pensaram que aluno, a criança está na
escuridão e o professor vem trazer a luz para iluminar o caminho para eles seguirem.
(Sujeito 2, sexo feminino, primeiro ano, matutino)
Na frase transcrita percebe-se que ação é realizada pelo professor que faz o
movimento de iluminar o caminho do aluno para que posteriormente este possa trilhá-lo.
75
Ao explicar as metáforas e as categorias elaboradas na primeira fase do estudo
não se tem claramente posicionamentos de adesão ou rejeição às imagens apresentadas, têm-
se apenas indícios de que tais pensamentos circulam e são conhecidos no meio em que
convivem os sujeitos entrevistados.
Como se pode observar, a idéia do professor enquanto mediador, bastante
freqüente no contexto da formação dos licenciandos, se expressa por meio das explicações
fornecidas no requestionamento.
Existem outras explicações para o termo luz, estas acenam à ação de mover o
sujeito de um lugar ou condição à outra.
Está bem claro, luz é o que vai tirar a mente das trevas, é o senso comum, acredito
que tenha sido essa idéia. (Sujeito 5, sexo feminino, segundo ano, matutino)
É luz porque é uma coisa que vem, o conhecimento que surge, que vem
repentinamente, quando você conhece pode vir, fazer você entender muitas coisas
que você não entendia antes, enxergar vários pontos que você não via. (Sujeito 9,
sexo feminino, quarto ano, vespertino)
É possível verificar a presença de um pensamento que atribui ao conhecimento
a qualidade de retirar, entretanto, não descartando a ação do sujeito de se dispor a ação de
acessá-lo, buscá-lo mediante esforço e trabalho.
Pode-se perceber que além do conhecimento agir sobre o sujeito, também
um sujeito que o busca e que consegue agir sobre o conhecimento.
Luz porque se você está em um quarto escuro, quando você se sente na ignorância,
de repente você o conhecimento a sua disposição, você se sente iluminado, vai
clarificando, claro que essa luz é lenta, porque ela vai depender do seu esforço, do
seu trabalho, para que ela clareando gradativamente, então essa luz vai depender
do seu trabalho. (Sujeito 6, sexo feminino, terceiro ano, matutino)
Outro termo apresentado pelos respondentes foi água ao qual foram emitidos
significados que provavelmente se relacionariam a este termo. O primeiro deles refere-se à
sobrevivência, significado que parece ser consensual entre os inquiridos.
Água é porque ninguém vive sem água. Tudo você precisa de água, o conhecimento
é a mesma coisa, para tudo você precisa do conhecimento. A água porque como eu
disse, ninguém vive sem água, a água é fundamental, igualmente o conhecimento até
para adquirir um bom trabalho, conhecer pessoas diferentes. (Sujeito 1, sexo
feminino, primeiro ano, matutino)
Ao apontar à sobrevivência, o trabalho é evocado, este aparece interligado ao
conhecimento. Assim, parece haver convergência na organização da estrutura sintática que
alude para adquirir conhecimento e por conseqüência um bom trabalho.
Também se referindo à sobrevivência, ao conhecimento foi atribuída à
qualidade de matar a sede, algo que é peculiar aos líquidos, representados pela água.
76
Água, a sede de saber. A água como um meio de sobrevivência até mais importante
que o alimento porque nós sabemos que o ser humano pode ficar até três meses sem
comer nada, mas não pode passar de três ou quatro dias sem beber água. Então, ela é
essencial para a construção da vida biológica do ser humano. (Sujeito 18, sexo
feminino, primeiro ano vespertino)
Outra função é aludida ao conhecimento, esta além de manter o significado
primeiro ao que a água remete parece carregar também, e de forma menos consensual
características fundamentalmente simbólicas.
A água seria purificar e lavar, saciar a sede, acredito que colocaram talvez o
conhecimento como água em relação a isso, que a pessoa necessita de água para
viver e o conhecimento também. (Sujeito 27, feminino, segundo ano matutino)
As características da água, se pensadas conforme os significados simbólicos
dicionarizados parecem entrever o pensamento religioso.
Água, porque a água purifica, ela ajuda a dissipar, se você tem um ambiente sujo
você não precisa de sabão, ela limpa, se você tem a água você tem condições de
transformar o que você tem, tirar de dentro de você as coisas que te impedem de
desenvolver e crescer, de desenvolver, colocar pureza, limpeza e preparar o seu
corpo, o seu espírito para receber as coisas ideais, em desenvolvimento. (Sujeito 6,
sexo feminino, terceiro ano matutino)
Foi possível também, verificar a existência do significado de fluxo, de
movimento alocado ao termo conhecimento mediante sua interlocução com a metáfora água.
Assim como o ser humano precisa de água para a sua sobrevivência, nós precisamos
do conhecimento para nos locomover, para viver. (Sujeito 15, sexo feminino,
primeiro ano, vespertino)
Água lembra riqueza e potencial, não em sentido de dinheiro, riqueza de
conhecimento, a água corre, ela corre para o mar, ela não para e ela não volta, ela vai
sempre para o oceano. (Sujeito 31, sexo feminino, quarto ano, vespertino)
O significado de movimento mostrou-se relacionado ao conhecimento, a este é
atribuído a qualidade de modificar a realidade cotidiana no que diz respeito ao espaço social
ocupado pelos sujeitos inquiridos.
Todavia, ainda relacionado ao potencial transformador creditado ao
conhecimento, os sujeitos parecem atribuir uma ação individual e intransferível simbolizada
pelo termo correr atrás, bastante presente na estrutura discursiva dos respondentes.
Água, porque o conhecimento traz sede, porque você fica ansioso por querer mais,
então você fica correndo para saber mais, então quando você consegue mais é como
se fosse aquele alívio que a água te dá, quando você está com sede, não existe nada
melhor do que água. (Sujeito 20, sexo feminino, quarto ano, matutino)
Oceano, alguém falou assim, o que eu sei é uma gota e o que eu não sei é um
oceano, e é a verdade, é muito bonito, muito amplo, existem vários tipos de
conhecimento, e é verdade, é muito amplo, e a gente fica correndo atrás dele,
nadando atrás dele, querendo saber querendo conhecer. É pela grandeza, pensaram
em oceano pelo tamanho. (Sujeito 20, sexo feminino, quarto ano, matutino)
77
Sobre os significados apontados para alimento, a sobrevivência também
aparece como questão preponderante como pode ser visto a seguir.
O alimento pode-se dizer que se você tem o conhecimento você tem um trabalho e
pode assim comprar seu alimento. (Sujeito 28, sexo feminino, segundo ano,
vespertino)
Alimento, porque voprecisa comer para saciar sua fome, e o conhecimento você
precisa, você tem que adquirir aquilo. (Sujeito 30, sexo feminino, terceiro ano,
matutino)
Entretanto, a fome referida pelos sujeitos nem sempre alude à necessidade
física, é possível notar alusão ao conhecimento enquanto alimento que nutre o espírito.
Alimento porque esse alimento de forma que a gente fala, esse alimento serve tanto
para o corpo quanto para ser útil para o espírito. O conhecimento em si alimenta o
espírito. (Sujeito 6, sexo feminino, terceiro ano, matutino)
É realmente um alimento, uma pessoa que vive buscando o conhecimento é um
alimento para a alma, como um professor falou uma vez os pedagogos são os
engenheiros da alma, se somos engenheiros da alma nós nos alimentamos de
conhecimento. (Sujeito 31, sexo feminino, quarto ano, vespertino)
A reprodução do discurso acerca de uma metáfora engenheiros da alma aponta
para a crença de que a alma do aluno seria construída pelo professor, nessa perspectiva alma
confunde-se com o que se conhece sobre a razão.
O sujeito que recebe a ação externa, posteriormente expressa sua ação sempre
na condição de interminável. O gerúndio neste caso parece ser uma forma de marcar o que é
contínuo, o que coloca o ser cognoscente em condição de incompleto e inacabado.
Alimento, eu acho que assim como a luz seria uma forma de conhecimento, porque a
gente está aqui todo dia, de certa forma a gente está recebendo, a gente acaba se
alimentando daquilo, a gente vai crescendo dessa forma, vovai ingerindo mesmo,
é como se fosse o alimento. É uma coisa que você começa a necessitar, você começa
a sentir falta, você começa a ver que é importante, o que é importante e o que não é
importante. (Sujeito 10, sexo feminino, quarto ano, vespertino)
O prazer e a satisfação são atribuídos ao ato de alimentar-se, este se compara
ao ato de conhecer. Entretanto, no requestionamento, tal significado apresentou-se de forma
singela.
Alimento, eu acho que uma grande satisfação você aprender, quando você quer
aprender realmente, para mim foi muito gratificante, eu acho bem gratificante, é
como se fosse alimento, gratificante. (Sujeito 19, sexo feminino, primeiro ano,
matutino)
A respeito da imagem do dinheiro associado ao conhecimento na primeira fase,
os licenciando disseram consensualmente sobre as dificuldades encontradas no meio social
para sobreviver, trabalhar.
78
Dinheiro hoje em dia tem sido fundamental, e não pode fazer falta para gente, a
gente um exemplo, na escola a gente vê criança que vai para escola, sai de casa e
não se alimentou, faltou dinheiro para comprar um pão, um copo de leite para tomar
para ir para a escola, e mesmo a gente vê muita gente com boa vontade para estudar,
mas não tem condições financeiras, tem que trabalhar para sustentar a família, então
a gente que o dinheiro é importante, sem ele a gente não sai do lugar. (Sujeito 6,
sexo feminino, terceiro ano, matutino)
A fala acima alude para as necessidades básicas que geram dificuldades e que
não permitem outra experiência com relação ao conhecimento além da que é imediatamente
apensada ao mercado de trabalho.
A transformação a qual os sujeitos se referem tange a ordem da organização
cotidiana, da empregabilidade, buscando no ambiente externo, condições para que a
mobilidade social ocorra.
Dinheiro, essa pessoa deve ter pensado nessa questão que eu estava dizendo aqui, a
nossa sociedade exige, quanto mais estuda, mais você vai receber, mais você vai
estar inserido, quanto mais conhecimento você adquire, você vai ter mais dinheiro.
(Sujeito 14, sexo feminino, segundo ano, matutino)
Dinheiro, eu acho que são as oportunidades que você passa a ter um pouco mais de
oportunidade do que as pessoas que não tem esse conhecimento. (Sujeito 19, sexo
feminino, primeiro ano, matutino)
É verdade, porque você cresce se preparando para o trabalho, quando o pai e mãe
tem um bebê eles já pensam no futuro daquele bebê, o pai já fala que o filho vai para
escola para ser alguém na vida, e você vai para a faculdade para ter dinheiro, para
você ter uma profissão, para você ter uma carreira, para você ter sucesso, então é
isso, desde de quando você nasce você é preparado para o mercado de trabalho, a
função da escola é muito mais do que preparar para o mercado de trabalho, mas hoje
a função básica da escola é preparar para o mercado. (Sujeito 20, sexo feminino,
quarto ano, matutino)
Agora sim, sim, conhecimento é uma forma de se manter. (Sujeito 31, sexo
feminino, quarto ano, vespertino)
No tocante a imagem do livro, os licenciados emitiram significações que
indicam para o objeto enquanto meio de interação com pessoas que viveram e pensaram em
outra época.
Bom, acho que é no livro que nos podemos deixar marcado nosso pensamento, um
livro, o livro é uma fonte de conhecimento, tudo que está escrito ali realmente houve
quem pensasse daquela maneira, e quem pensou daquela maneira tinha
conhecimento daquela área. (Sujeito 1, sexo feminino, primeiro ano, matutino)
Livro é uma das fontes que você pode adquirir conhecimento. (Sujeito 5, sexo
feminino, segundo ano, matutino)
A idéia de que o livro representa uma fonte onde o conhecimento, água, nasce
é recorrente entre os sujeitos pesquisados. E pode-se verificar a presença da procura da
aprendizagem como fruto do esforço individual, aquilo que resulta da dedicação.
79
O conhecimento expresso dessa forma é visto como atividade que leva o
aprendiz, da ausência de saber para uma condição de saber, e simbolicamente de uma
condição de não ser reconhecido socialmente, para a condição de ser.
Livro, você precisa muito dos livros para conseguir conhecimento, eu acho que é
dedicação. (Sujeito 19, sexo feminino, primeiro ano, matutino)
A acumulação de saber mediante a leitura se mostra enquanto recurso para se
chegar ao conhecimento.
Livro é tudo, para se chegar ao conhecimento requer muita leitura. (Sujeito 31, sexo
feminino, quarto ano, vespertino)
Livro é tudo, porque através do livro é que você vai conseguir fazer a sua reflexão,
pensar melhor o que é educação, o que é o conhecimento. (Sujeito 11, sexo
masculino, primeiro ano, matutino)
Pode-se visualizar ainda que, aos licenciandos o livro se mostra enquanto um
lugar de conhecimento, como pode ser visto mediante o advérbio onde. A idéia que sugere
existir um lugar legitimado onde o conhecimento pode ser encontrado surge a partir da
verificação da necessidade da leitura citada por eles, que dizem buscar o conhecimento nos
livros.
Livro porque é onde você vai buscar. (Sujeito 9, sexo feminino, quarto ano,
vespertino)
As imagens atribuídas à ponte se referiam comumente a qualidade do
conhecimento de unir como pode ser visualizado a seguir, contudo, como sugere a palavra,
aquilo a que se une é reiteradamente evocado, e refere-se a melhores condições de vida como
pode ser visto a seguir.
Ponte, uma ponte porque vai tirar você daquele estágio que você estava de
ignorância e vai levar você para um estágio superior. (Sujeito 6, sexo feminino,
terceiro ano, matutino)
Ponte é a que eu mais me identifico, ponte é exatamente isso, você está de um lado,
você atravessa todo um caminho de estudo, de prática, todo esse caminho para
chegar onde você quer conhecer, apesar de eu achar que você nunca vai conhecer a
plenitude, sempre vai ficar faltando você conhecer. (Sujeito 14, sexo feminino,
segundo ano, matutino)
Ponte seria a possibilidade de ligação com o mundo, de ligação com as pessoas, de
ligação com um bom trabalho, de ligação com boas pessoas para se conviver, e um
conhecimento leva ao outro, é a ponte. (Sujeito 18, sexo feminino, primeiro ano,
vespertino)
Ponte porque o conhecimento vai ser a ponte que vai ligar você a um bom serviço.
(Sujeito 28, sexo feminino, segundo ano, vespertino)
Ponte para um lugar melhor, para uma vida melhor, para se conquistar coisas
melhores. (Sujeito 31, sexo feminino, quarto ano, vespertino)
80
Os significados apresentados para a imagem do conhecimento como oceano
enfatiza para as qualidades de imensurável e infinito tais imagens parecem indicar para um
conhecimento constante. Tal representação aparece expressa de forma mais significativa nas
falas dos discentes dos últimos anos do curso de Pedagogia.
Oceano é porque você vê, quando você tem um número limitado, uma visão limitada
de vida e de mundo, a partir do momento que você que você está conseguido
estudar, imagina, é um oceano que vai se abrindo. (Sujeito 6, sexo feminino, terceiro
ano, matutino)
Oceano, acho que pela questão do conhecimento nunca estar finalizado, nunca vai
ter um fim, e eu quando olho para o oceano não consigo ver um fim, a gente não
consegue ver um final, sempre sabe que continua. (Sujeito 10, sexo feminino, quarto
ano, vespertino)
Quando requestinada a expressão atribuída ao conhecimento teve grande
receptividade entre os sujeitos, a percepção de que a sua busca é algo contínuo parece ser um
conteúdo de representação consensualmente partilhado entre os consócios.
Oceano, alguém falou assim, o que eu sei é uma gota e o que eu não sei é um
oceano, e é a verdade, é muito bonito, muito amplo, existem vários tipos de
conhecimento, e é verdade, é muito amplo, e a gente fica correndo atrás dele,
nadando atrás dele, querendo saber querendo conhecer. É pela grandeza, pensaram
em oceano pelo tamanho. (Sujeito 20, sexo feminino, quarto ano, matutino)
O conhecimento é infinito, você nunca sabe tudo sobre tudo, você está em constante
construção, em constante busca, você nunca sabe tudo, e nunca é tarde para você
aprender, você sempre está aprendendo. (Sujeito 32, sexo feminino, quarto ano,
matutino)
A imagem do tijolo, associada ao conhecimento recebeu diferentes
explicações. O cenário da construção foi repetidamente evocado para elucidar a presença do
tijolo no contexto do ensino e da aprendizagem.
Acho que porque você vai fazer uma construção é de um em um, você não vai usar
um tijolo para construir uma casa, o conhecimento também é passo a passo. (Sujeito
27, feminino, segundo ano, matutino)
Tijolo é importante, cada tijolinho significa um saber a mais que você vai
construindo, você não consegue saber tudo, mas você não pode falar que você não
sabe nada, porque desde que a gente nasce a gente está aprendendo, e o mais bonito
de ser humano é isso, é cada dia você está aprendendo, está conhecendo mais, está
aprendendo, às vezes aquilo está arrumado, formatado na sua cabeça, vem uma coisa
e quebra aquilo. Você constrói, desconstrói, e constrói de novo. (Sujeito 20, sexo
feminino, quarto ano, matutino)
Acho que pela questão da construção, a gente passa quatro anos escutando:
conhecimento é construído, conhecimento é construído, talvez quando fala em
conhecimento a gente acaba relacionando querendo ou não. (Sujeito 10, sexo
feminino, quarto ano, vespertino)
A presença dos significados que assinalavam para elaboração e contrução do
conhecimento se mostraram singelas na primeira fase do estudo, embora tal termo seja
81
evocado repetidamente no contexto da formação incial, o que provavelmente incitou a
presença do termo tijolo no processo de requestionamento.
Considerando que as metáforas consistem na materizalização do pensamento
naturalizado, o discurso oficial presente no contexto a formação de professores, tal como se
apresenta no PPP, embora repetido em situações formais, não foi facilmente apreendido.
Outro aspecto relevante a ser apontado diz respeito a negação do termo
dinheiro quando questionados se este termo seria apropriado para representar a palavra
conhecimento, tal dado pode querer indicar um conflito que, aparentemente, encontra-se
escamoteado nas representações sociais dos sujeitos questionados. Entretanto, nas frases
explicativas, os sujeitos reconhecem a importância do dinheiro para a sobrevivência,
demostrando assim, concordarem com o transporte de significado.
4.3. Algumas considerações
O processo de categorização possibilitou verificar a maneira como o
conhecimento é representado pelos sujeitos inquiridos, entre estes foram encontrados quatro
significados orientadores: lugar do conhecimento; função do conhecimento; qualidade do
conhecimento e características do sujeito cognoscente.
Segundo os sujeitos, o conhecimento pode ser encontrado em alguns lugares:
no ambiente externo fora do sujeito, o que motiva a internalização; no ambiente interno o
que motiva elaboração e externalização do que é produzido, também entendido como
processo reflexivo e autoral para a produção do conhecimento; e ainda no ambiente externo,
entretanto somente passível de observação – contemplação, admiração.
Essas características são motivadas pelas definições com que os próprios
sujeitos caracterizam o conhecimento: que para eles é singular, heterogêneo, um bem material
precioso, infinito, imensurável, belo.
Tais maneiras de compreender o conhecimento parecem implicar de forma
prática à aprendizagem dos sujeitos, pois geram os comportamentos de internalização,
também compreendida como assimilação, de contemplação, ou ainda de elaboração quando a
singularidade e heterogeneidade do conhecimento são consideradas a partir dos sujeitos.
Os significados discutidos nesta fase do estudo, entretanto, aparecem
coordenados pelas funções atribuídas ao conhecimento. Estas, a partir dos significados de
82
sobrevivência, acesso, mobilidade social e controle da realidade, organizam a representação
partilhada pelos sujeitos de que o conhecimento é útil, por ser um meio de os sujeitos lidarem
com a realidade social que vivenciam.
São verificados significados presentes na formação da representação
mencionada, agora com distinção dos temas a partir dos discursos apresentados pelos sujeitos
dos diferentes anos:
O conhecimento possui uma função que o caracteriza, tal função está ligada a algum
tipo de acesso ou ascensão;
O conhecimento é um alimento, que sustenta e satisfaz, é indispensável à
sobrevivência;
O conhecimento é infinito, por isso, incomensurável e inesgotável;
O conhecimento é essencial à vida, além de belo;
O conhecimento enquanto construção é pouco presente entre os respondentes, que
assinalam de forma acentuada aspectos relativos à sobrevivência e ao ganho material que o
conhecimento pode proporcionar;
Algumas características que sustentam a postura do sujeito cognoscente foram
apontadas pelos licenciandos, estas se referem: à persistência, que denota sobre quanto cada
sujeito é capaz de insistir em seus objetivos pessoais; na aprendizagem e no uso do que foi
aprendido para a mudança de suas condições de vida; à dedicação que parece ser apresentada
como sinônimo para implicação que cada sujeito apresenta na realização de seus projetos; à
paciência, que corresponde à característica de esperar pela efetivação em longo prazo do que é
planejado.
A persistência, paciência e dedicação se mostram como atributos pessoais
mediante os quais os licenciandos parecem implicar-se no sucesso da futura profissão. Esse
trio parece ser coordenado pelo discurso das Características Pessoais, representado pela
Dedicação.
Paredes, Trindade, Lima e Vicente (2007) ao pesquisarem as representações
sociais sobre o professor para Professores da UFMT revelaram que o atributo dedicação é
comumente atrelado à docência como significado inegociável. Tal palavra se mostrou
presente no núcleo central das representações sociais sobre professor.
Ao considerar o ato da comunicação entre professores e licenciandos desta
instituição, o dado encontrado pelas pesquisadoras parece indicar um valor atribuído à
83
docência por aqueles que promovem a formação inicial e se apresentam como referências no
processo formativo dos licenciandos.
O discurso norteado pelo atributo dedicação aponta para aspectos
individualizados da profissionalidade docente e, estes desvelam que a representação do
conhecimento e sua aprendizagem são próximas das crenças de que o indivíduo define
mediante suas características pessoais a qualidade de sua formação e futuro desempenho da
profissão.
4. 4. Apresentação dos dados – segunda fase
4. 4. 1. Dendrograma - relação entre as Classes
O corpus, após processado mediante o programa ALCESTE, apresentou
aproveitamento de 71, 81% em que foram analisadas 777 uces, que corresponde ao total de
frases selecionadas pelos programa para a análise. Este programa indicou ainda, cinco eixos
discursos que se relacionam por oposição e complementaridade.
A seguir expõe-se a representação das ligações entre as classes referidas, além
dos temas que estas deslindam.
Ilustração 1 - Dendrograma de relação entre as Classes
A representação do dendrograma revela as articulações entre as classes e seus
respectivos nomes. Para a ação de nomear as classes, foi considerado o conteúdo discursivo
84
selecionado pelo ALCESTE, as palavras apontadas como mais características de cada classe
foram consideradas, bem como as que apresentaram maior freqüência.
Para apresentação do conteúdo expresso a partir do dendrograma faz-se
necessário considerar que no primeiro bloco semântico existem duas presenças assinaladas, a
do curso de Pedagogia e a do conhecimento. Este duo aparece conjugado por objetivos que
acenam para a inserção social requerida pelos licenciandos.
Como exposto, as especificidades dos conteúdos definem as relações
estabelecidas entre as classes. Nota-se que nas classes 4 e 5 os licenciados se remetem ao
momento da escolha pela Pedagogia, que se circunscreve no passado, a classe 1 retrata a
vivência acadêmica.
Esta, refere-se a aprendizagem da docência efetuada em um passado próximo,
e ainda não concluído. Já as classes 2 e 3 apresentam as expectativas relativas ao futuro
profissional construído a partir da aprendizagem da docência.
Tem-se, a partir das oposições apresentadas, a compreensão acerca da questão
temporal que envolve a formação inicial desde o momento da escolha, até as primeiras
experiências empregatícias.
Tal conteúdo aparece, de forma significativa, evocado na classe 2, enquanto a
classe 3 se refere especificamente as mudanças que a inserção no mercado de trabalho pode
causar.
Nas classes 4 e 5, os sujeitos inquiridos referem-se ao contexto da escolha pela
Pedagogia e revelam a importância da família para a efetivação da escolha, que previlegiou
este curso.
Na classe 4, os sujeitos falam específicamente da participação dos membros
familiares no ato da escolha pelo curso de Pedagogia, e na sua avaliação. Enquanto que na
classe 5, os motivos que influenciaram na avaliação acerca da escolha são apresentados.
4. 4. 2. Perfil da Classe 1
A presente Classe compareceu com 227 uces o corpus processado pelo
ALCESTE, o que corresponde a 29,21% do total. Tal classe foi nomeada de Aprendizagem da
docência por apresentar uma organização discursiva que retrata os anseios dos licenciandos a
respeito da formação para a docência. A Classe 1 apresenta um discurso característico dos
discentes do quarto ano do curso de Pedagogia como aponta o relatório emitido pelo
ALCESTE.
85
Adotou-se como critério de ponto de corte o teste scree conforme explicado no
capítulo que se refere aos processos metodológicos. Abaixo são expostos os gráficos que
apresentam os pontos de corte para a Classe 1, considerando os quantitativos relativos ao χ
2
,
bem como a percentagem PR, que corresponde a presença das palavras características da
classe, as que possuem pouca expressividade nas outras classes discutidas neste estudo.
Gráfico 2 - indicador de ponto de corte por χ
2
Gráfico 3 - indicador de ponto de corte por PR
Cabe dizer que para que fosse estabelecido o ponto de corte, observou-se a
queda e, posteriormente, a estabilidade dos quantitativos relativos às freqüências
contabilizadas pelo ALCESTE.
A seguir expõem-se as tabelas de quantitativos referentes à Classe 1, bem
como as principais palavras desta classe.
Tabela 2 - Palavras da Classe 1 por χ
2
Palavras χ
2
Prática, práticas 75,86
Sala 67,41
Aluno, alunos 55,22
Gente 40,38
Educação 36,26
Fundamenta, fundamentais,
fundamental
33,32
Metodologia, metodologias 30,41
Disciplina, disciplinas 29,61
Teoria, teorias 29,44
Aula, aulas 21,46
Tabela 3 - Palavras da Classe 1 por PR
Palavras PR
Faltando 100,00
Essencial 100,00
Pouca, poucas 100,00
Metodologia, metodologias 93,33
Processo 90,00
Na coluna que se refere ao χ
2
podem ser vistas as palavras mais freqüentes da
Classe 1. Considerando a leitura da freqüência a partir do χ
2
. Os termos mais evocados pelos
licenciandos foram prática, sala, alunos e gente. Tais palavras apresentam o contexto da
transição da aprendizagem teórica à aprendizagem prática da docência.
Ainda nesta tabela pode-se verificar a presença das palavras educação,
fundamentais, metodologias, disciplina, teorias e aulas. Neste contexto vocabular podem ser
visualizados alguns temas subjacentes à formação vivenciada pelos discentes questionados.
86
Na coluna a direita constam as palavras que tiveram segundo sua percentagem,
presença somente na Classe 1. As palavras que mostram 100% de presença na Classe são as
que não compareceram em outras classes, e por isso diferenciam o discurso dos expostos
pelas mesmas.
As palavras, faltando, essencial e pouca, são apresentadas como típicas da
classe e se relacionam à prática, palavra mais freqüente da classe, bem como às palavras
metodologia e processo que embora tenham tido participação em outras classes, apresentaram
freqüência significativa na Classe 1.
Os contextos das falas selecionadas pelo ALCESTE, e que compõem a Classe
1 retratam alguns temas organizadores: falta de prática docente e de metodologias que,
segundo os licenciandos, parecem prejudicar o desempenho da função docente.
Podem ser notadas duas perspectivas que aludem às atitudes do sujeito a partir
do que estes consideram fundamental aprender no curso de Pedagogia. A primeira aponta ao
sujeito que aplica seus conhecimentos a fim de solucionar problemas específicos e práticos,
que estão circunscritos no âmbito do cotidiano profissional.
a segunda, indica às atitudes circunscritas no âmbito geral, estas pautadas na
intencionalidade de mudanças à Educação. Tal perspectiva se mostra menos freqüente que a
primeira.
A ausência de prática com vistas à atuação em sala é relatada pelos sujeitos.
Para estes, tais necessidades também se devem à ausência de fundamentos teóricos para
aprendizagem da profissão.
Ao se referirem sobre a tríade teoria, prática e metodologia os licenciandos
parecem apontar à frustração a respeito de sua aprendizagem para docência como apontam as
palavras características da classe, faltando, essencial, pouca.
Eu me senti muito cobrada, tudo o que eu imaginei não foi, eu imaginava mais,
muito mais, eu imaginava a teoria e a prática, as duas juntas, a gente teve prática,
cinqüenta e duas horas, contando o estágio supervisionado com planejamento.
(Sujeito 16, sexo feminino, quarto ano, vespertino)
Tais apontamentos parecem advir das cobranças vivenciadas pelos sujeitos
inquiridos, mas que se referem a dois momentos bem distintos da formação. O primeiro que
denota sobre a entrada no curso, e o segundo que alude para a realização do estágio docente,
já no final do curso.
É possível verificar questionamentos acerca da formação oferecida pelo curso e
as especificidades requeridas pelo mercado de trabalho. Na fala a seguir pode-se vislumbrar
87
os questionamentos acerca das oportunidades oferecidas pelo mercado a que se destinam e o
cerceamento ocasionado pela falta de formação específica.
Porque a gente faz escola estadual, como é a escola particular? Como é EJA?
Então eu acho que isso ainda deixa a desejar, questões das disciplinas História da
Educação, Psicologia da Educação, por mais que o tempo seja curto [...] e isso o
curso deixa um pouco a desejar, a gente faz estágio no último ano, um período
muito curto, então esse contato com a escola, esse contato com as metodologias
mesmo, essa prática e contato com as metodologias, ir na escola, várias escolas.
(Sujeito 14, sexo feminino, segundo ano, matutino)
Como ilustra a falas, o contexto de frustração configura-se, também, a partir de
fatores relacionados à falta de igualdade de distribuição da carga horária destinada à
aprendizagem teórica e prática a qual os licenciandos atribuem à falta de preparo para futura
ação profissional.
Além disso, os graduandos apontam para pouca relação entre o contexto da
formação e sua profissionalidade. Pois, outro fator que parece justificar o descontentamento
refere-se a pouca relação existente entre a diversidade de contextos profissionais que os
interessam e a prática de ensino oferecida pela universidade que, segundo os sujeitos
questionados, limita à rede pública de ensino.
Além da frustração relacionada ao contexto da formação os alunos apontam
para a preocupação com a aprendizagem de métodos e teorias adequados ao desenvolvimento
e desempenho profissional.
Da Psicologia eu gosto de Piaget. A base fundamental da Psicologia é Piaget. Vo
analisa a escola, a aprendizagem do conhecimento. Na realidade a Pedagogia, o ideal
é não sair do curso sem relacionar prática e teoria. (Sujeito 39, sexo feminino,
terceiro ano, vespertino)
A preocupação com uma formação que contemple a teoria e a prática parece
acenar para fora do âmbito da Universidade. Assim, a aprendizagem da profissão com base
em conhecimentos próprios de uma determinada Ciência mostra-se necessária para que no
futuro o profissional possa realizar suas funções adequadamente.
Os sujeitos se referem ao primeiro contato estabelecido com a vivência
acadêmica, com a leitura das teorias basilares da área educacional e a postura adotada pelos
professores frente a tais eventos.
As dificuldades expressas parecem apontar para o estranhamento da linguagem
acadêmica, bem como aos tipos de relações que professores estabelecem com os acadêmicos.
E os professores não cobravam muito da gente, então quando você chega na
faculdade os textos são pesados, os teóricos são difíceis de entender, então quando
um aluno entra em contato com esses textos, com esses autores complexos, foi muito
difícil. (Sujeito 20, sexo feminino, quarto ano, matutino)
88
As dificuldades expressas deslindam o distanciamento da cultura acadêmica, e
a noção de autonomia frente ao processo de formação para a profissão.
A partir da visualização das falas verificam-se as expectativas apresentadas a
respeito da Educação e da formação recebida para a realização futura da docência. Para tal,
apontam à importância do conhecimento entendido como teoria.
É extremamente importante que um pedagogo saiba sobre as teorias do ensino
aprendizagem. Olha, a partir do momento que eu aprendi que a prática do professor
se a partir do momento em que ele se posiciona, mesmo que ele não se posicione
inconscientemente, mas ele se posiciona a partir de uma dessas teorias. (Sujeito12,
sexo feminino, quarto ano, matutino)
Quando os licenciandos se referem às expectativas com relação ao curso em
que estão se formando, dizem se preocupar com os conselhos emitidos pelos professores. Ao
falarem das faltas relativas à prática e metodologias, tendem a apontar àquilo que dizem ser
fundamental à sua formação. Tais requisitos são vistos como indispensáveis devido à
necessidade do mercado de trabalho.
E outra coisa que a gente sente muita falta e o curso de libras, porque a gente tem a
disciplina de Educação Especial, mas e muito pouco, e a maioria das faculdades
estão adequando sua grade, e agente ainda está deixando a desejar, porque ai fora
[...] a Educação Especial já não se remete mais à questão da APAE, você esta com
um aluno especial em sua sala, então isso esta em falta. (Sujeito 21, sexo feminino,
primeiro ano, vespertino)
O tema Educação Especial se mostra relevante sob o julgamento dos
inquiridos, pois parece ser mediante tal perspectiva, entre outras, que se forma o discurso
sobre a falta de preparo para docência.
O olhar avaliativo e prospectivo sobre a Educação Especial desvela o contexto
em que se encontra o aluno, sua inserção no ambiente da sala de aula. Esta parece motivar a
busca por um conhecimento novo capaz de permitir ao professor seu trabalho.
A configuração apresentada mediante as falas dos sujeitos parece indicar o
tema da Classe 1, nomeada de Aprendizagem da docência, por indicar as questões que
impelem os sujeitos à formação e a realidade do trabalho docente desenvolvido na escola.
Como apresentado anteriormente, saber fazer sob o olhar da categoria de
análise adotada é um termo corrente na literatura acerca da formação docente, e este termo se
refere à aprendizagem baseada na racionalidade técnica, em métodos e práticas que possam
basilar o desenvolvimento profissional docente.
Tal desempenho, contudo, parece ser condicionado, na visão dos licenciados,
pela aprendizagem de teoria; de metodologias; da execução monitorada da prática, estágio
docente; e aplicação de metodologias aprendidas no exercício da profissão.
89
Pode-se observar que a preocupação com a prática docente e assuntos relativos
à aprendizagem teórica são apontados por licenciandos que, em sua maioria, estão na
execução do estágio supervisionado, embora, haja discentes dos outros anos relatando a
preocupação com a falta do estágio. Este se mostra enquanto elemento caracterizado pela
falta.
A prática, descrita pelos licenciandos dos primeiros anos parece ser elemento
ambicionado para que a formação para a docência se efetive. Já aos que estão em estágio, este
se apresenta como insuficiente à competência considerada necessária ao desempenho da
profissão.
O estágio apresenta-se como momento em que se revela à tentativa de
avaliação da própria formação, esta julgada em decorrer da falta de prática docente.
As falas mais peculiares apresentadas nesta classe, além de apontar a maneira
como concebem a formação, parece revelar a preocupação a respeito da profissão docente em
suas dimensões prática e teórica, dando-se ênfase na realização do fazer docente. Isso pode
desvelar as perspectivas de quem está adentrando no mercado de trabalho, mesmo não se
julgando adequadamente formado para tal.
O discurso acerca das faltas relativas a metodologia e prática parece apontar
para a aprendizagem contínua, que ainda não foi efetivada. Nesta perspectiva o conhecimento
ainda não aprendido parece invializar a ação docente futura.
A classe 1, ao apresentar tal discurso, deslinda para capacidade técnica descrita
no capítulo referente a fundamentação teórica deste estudo, pois ao aludirem para
preocupação com o fazer docente, os licenciandos apontam para o conhecimento advindo de
uma formação técnica, metodológica e prática.
4. 4. 3. Perfil da Classe 2
Para constituição da Classe 2 o ALCESTE considerou para análise 134 uces. A
presente Classe foi denominada Oportunidades de emprego e compareceu com 24,63% do
total do corpus. A seguir são expostas as representações dos gráficos a partir dos quais foram
realizados os pontos de corte.
90
Gráfico 4 - indicador de ponto de corte por χ
2
Gráfico 5 - indicador de ponto de corte por PR
As tabelas a seguir apresentam as palavras de maiores χ
2
da classe, e as mais
características, estas são indicadas a partir da sua percentagem ( PR), presença na classe.
Tabela 4 - Palavras da Classe 2 por χ
2
PALAVRAS χ
2
Emprego, empregos 69,79
Estudam 48,83
Arrumar 43,69
Vão 40,96
Pessoa, pessoal, pessoas 39,87
Condições 39,02
Salarial, salário, salários 37,57
Trabalho, trabalhos 35,20
Oportunidade, oportunidades 33,60
Classe, classes 32,75
Tabela 5 - Palavras da Classe 2 por PR
PALAVRAS PR
Arrumar 100,00
Marginalizada, marginalizadas 100,00
Comprar 100,00
Exigindo 100,00
Financeira, financeiras 100,00
Informática 100,00
Salarial, salário, salários 90,00
Considerando os valores do χ
2
, a classe 2 apresenta como termos principais na
sua caracterização discursiva as palavras emprego, estudam, arrumar, vão, pessoa, condições,
salarial, trabalho, oportunidade, classe.
a partir da referência PR, que indica a presença das palavras na classe, têm-
se as palavras arrumar, marginalizada, comprar, exigindo, financeira, informática, salarial.
Ao levar em consideração tais léxicos, pode-se notar temas que se referem à
exclusão, como sugere o termo marginalizada, e a inclusão, neste caso, financeira, como
indica os vocábulos comprar, financeira, salário.
Mas quem não tem conhecimento, acontece de você se marginalizar aos poucos,
serviços precários e cada vez mais escravizados, não por que você quer, mas porque
você e obrigado. Você se propõe a trabalhar por um salário mínimo. Porque você
não tem condições e as características que o mercado esta exigindo, você não e o
ideal que eles querem porque você esta fora disso. (Sujeito 33, sexo feminino, quarto
ano, matutino)
Nesta classe, verifica-se a exigência externa pelo domínio das tecnologias,
informática, enquanto condicionante a inclusão no mercado de trabalho, como expressa o
termo arrumar.
Se uma pessoa não domina a informática ela não vai conseguir arrumar um
emprego, ela vai ter menos oportunidade. E quando uma pessoa tem mais
conhecimento ela pode ter mais área de trabalho. (Sujeito 3, sexo feminino, terceiro
ano, matutino)
91
A partir de tais conteúdos, indicadores discursivos, torna-se possível perceber
inquietações por melhores condições de vida e emprego, estas de alguma forma relacionada
ao tema estudar.
Cabe destacar que a palavra arrumar, associada ao termo emprego compõe
uma expressão comumente verbalizada no senso comum, apresenta um dos três maiores χ
2
,
além de apresentar 100% de presença na classe.
O tema trabalho parece ser preocupação do grupo pesquisado quando o
conhecimento acadêmico não se faz presente.
E as pessoas que não tem estudo, elas vão ficando com o que sobra, o que vai
sobrando, o emprego que vão sobrando elas vão pegando e conseqüentemente,
ganhando menos assim, mais ou menos isso. Que estuda, acho que as pessoas que
estudam, conseqüentemente, vão conseguir desempenhar um bom papel na profissão
que elas exercem, e com isso, vão ter reconhecimento, vão ter um bom salário, vão
ter oportunidade de viagens, de conhecer pessoas, lugares diferentes, acho que é
mais ou menos isso. (Sujeito 1, sexo feminino, primeiro ano, matutino)
Alguns significados presentes na fala apontam para a relação estabelecida entre
a ausência do saber e a impossibilidade de escolha profissional. O que parece apontar para
crença de mobilização social mediada pelo acesso a Universidade, curso superior, neste caso
Pedagogia.
Parece existir uma maneira de organização do trabalho ofertado à sociedade em
que sua regulação se dá a partir do conhecimento acerca do mundo e sua capacidade de operar
sobre este.
A busca pelo saber, associado às melhores condições de vida, pode ser
compreendida mediante a expressão arrumar um emprego, como facilitadora da organização
da vida profissional.
Seria difícil arrumar um emprego, porque hoje em dia para você arrumar um bom
emprego, falo assim, um emprego bom, não para você ganhar um salário mínimo.
Agora para você arrumar um bom emprego hoje em dia eles estão exigindo bastante,
você não saber implicaria vonão arrumar um emprego que as pessoas almejam.
(Sujeito 27 sexo feminino, segundo ano, matutino)
Os termos bom emprego relacionam-se a retribuição salarial. Esta quando
ausente relega o cidadão a condição de menores oportunidades profissionais, que se objetiva
na expressão salário mínimo, termos que caracterizam aquele que é minimamente
considerado pela sociedade.
Se levado em conta o esforço descrito pelos sujeitos em adentrarem ao espaço
da universidade, é possível inferir que se faz presente nas estruturas discursivas à necessidade
de superação das condições sócio-econômicas vividas.
92
O conhecimento é tudo, você sempre tem aquela vontade de aprender mais, de
ampliar seus horizontes, não profissionalmente, mas pessoal. Eu creio que as
pessoas que não estudam vão ter muita dificuldade, elas vão ter dificuldade em
procurar um emprego, não tem um estudo, não tem conhecimento, não consegue
arrumar um emprego. (Sujeito 22, sexo feminino, segundo ano, vespertino)
As questões referentes ao conhecimento parecem ativar os temas emprego e
oportunidade, principalmente. Ao conhecimento, os inquiridos parecem atribuir um potencial
de empregabilidade capaz de fomentar expectativas relativas ao futuro profissional.
A preocupação com a empregabilidade expressa mediante os termos conseguir
ou encontrar, alude à procura de algo a que não se chega facilmente, bem como à conquista
de algo almejado.
Eu acho assim, que as pessoas que não estudam não é que elas não conseguem o que
elas realmente querem um emprego desejado, mas eu acho que é mais difícil e
quando elas conseguem encontrar um emprego ou uma aceitação na sociedade, é de
uma maneira. Em uma classe social diferente da classe social daquelas pessoas que
estudam. (Sujeito 25, sexo feminino, primeiro ano, vespertino)
A idéia da dificuldade associada à inserção no mercado de trabalho é
contestada pela respondente, entretanto, o condicionamento a escolaridade é apresentado, e o
conhecimento evocado para fazer mediação das condições e retribuições advindas das
atividades laborais.
A partir da estrutura presente na fala anteriormente exposta: quando elas
conseguem encontrar um emprego, ou uma aceitação na sociedade, é de uma maneira, torna-
se possível entrever as crenças acerca das dificuldades enfrentadas por aqueles que não
possuem um determinado saber. Como pode ser visto a seguir,
É, na situação em que se está o país eu não posso falar que vai ter um futuro
perfeito, mas se a gente for comparar ele com alguém que não estuda ele vai ter um
futuro, ele vai estar bem de vida, vai conseguir um serviço bom, ele vai conseguir
um serviço. Todo mundo fala que está difícil emprego, eu não acredito que esteja
difícil emprego, está difícil porque às vezes as pessoas o querem aquele tipo de
emprego, acha que vai trabalhar demais. Então é assim, para uma pessoa que não
tem estudo, não tem emprego, ter tem, mas ele não quer aquele emprego para ganhar
pouco, que ele não que ele não estudou para estar em um emprego melhor.
(Sujeito 28, sexo feminino, segundo ano, vespertino)
Cabe enfatizar que a classe ora discutida apresentou um discurso altamente
consensual. Os licenciandos expressaram atitudes de persistência e dedicação frentes às
dificuldades encontradas, embora, tenham mostrado atitude naturalizada a respeito das
mesmas.
Nessa perspectiva, ativou-se um discurso pautado na crença do mérito pessoal,
em que as conquistas são expressas sem que hajam críticas a respeito das condições
limitadoras ou de exclusão que as circunscrevem.
93
As associações, conhecimento, trabalho e inserção social se mostram de forma
representativa veiculada pelos licenciandos aos temas inclusão e exclusão, estes mobilizados
quando o referente é conhecimento parece denotar para os significados atribuídos ao saber.
Uma pessoa que se destaca as pessoas querem no grupo. Ele sabe desenvolver o
papel dele dentro de uma apresentação. O conhecimento abre caminhos. Com
relação se a pessoa não estudar e se for passando de qualquer forma, as perspectivas
para ele são muito pequenas. (Sujeito 13, sexo masculino, primeiro ano, matutino)
Ao conhecimento parece ser atribuída uma perspectiva prática, pois, quando se
aponta à capacidade de abrir caminhos ao transcorrer da vida suas condições de produto
humano e processo mediante o qual as pessoas se constituem revelam-se descaracterizadas.
Outra perspectiva apontada a partir da ação de outrem sobre a aprendizagem é
a de que existe, no contexto da falta de saber, a marginalização da qual se pretende sair
estrategicamente, mediante esforço pessoal, ou da ajuda divina.
A ação quando atribuída a Deus, contudo, não nega a importância dada aos
aspectos relativos às características pessoais.
E quem está fora disso, procura entrar nisso. Depende das pessoas, independe da
classe social, que se você está em uma classe social que tem mais condições o
caminho fica mais curto, vai comprar o que você quer, se você está em uma
condição menos favorável, que é o meu caso, você só tem um caminho. Você
estuda, se dedica, e tenta, tentativa, tentativa, tentativa. Eu tive sorte de tentar uma
vez e passar no vestibular, mas nem todo mundo tem essa sorte. Eu falo sorte
porque cada um tem uma maneira de encarar o mundo e eu acredito muito em Deus,
e ele está por todos nós, você se dedica, você vai alcançar aquilo que você fez por
onde. (Sujeito 33, sexo feminino, quarto ano, matutino)
No contexto da aprendizagem do conhecimento é possível verificar a presença
reiterada das palavras instrumento, inserção, conseguir e emprego. Tais termos podem
apontar para ação realizada pelo sujeito. A ão, neste caso, parece desvelar a tentativa em
modificar a realidade do trabalho e a perspectiva econômica em que está inserido.
A relação entre os dados apontados pela Classe 2 e o resultados encontrados na
primeira fase do estudo faz-se patente, já que o discurso da inserção social se mostrou
conteúdo destacado quando na investigação acerca do conhecimento mediante o instrumento
em que se utilizava de metáforas e frases explicativas.
na Classe 2, participação maior dos segundos anos. Tal informação conduz
para uma questão acerca da preocupação com o mercado de trabalho nos primeiros anos,
momento em que há lembranças de antigas funções desempenhadas.
O campo de trabalho, evocado a partir da palavra emprego além de ser
associado à retribuição salarial, também se mostra relacionando ao reconhecimento frente ao
grupo de pertença.
94
A ausência do conhecimento acadêmico parece ser preocupação do grupo
pesquisado, visto que traz conseqüências, como possível verificar por meio da fala que segue.
E as pessoas que não tem estudo, elas vão ficando com o que sobra, o que vai
sobrando, o emprego que vão sobrando elas vão pegando e conseqüentemente,
ganhando menos assim, mais ou menos isso. Que estuda, acho que as pessoas que
estudam, conseqüentemente, vão conseguir desempenhar um bom papel na profissão
que elas exercem, e com isso, vão ter reconhecimento, vão ter um bom salário, vão
ter oportunidade de viagens, de conhecer pessoas, lugares diferentes, acho que é
mais ou menos isso. (Sujeito 1, sexo feminino, primeiro ano, matutino)
Alguns significados presentes na fala apontam para a relação estabelecida entre
a falta de saber com a impossibilidade de escolha profissional.
Seria difícil arrumar um emprego, porque hoje em dia para você arrumar um bom
emprego, falo assim, um emprego bom, não para você ganhar um salário mínimo.
Agora para você arrumar um bom emprego hoje em dia eles estão exigindo bastante,
você não saber implicaria vonão arrumar um emprego que as pessoas almejam.
(Sujeito 27 sexo feminino, segundo ano, matutino)
Aquilo que se nomeia bom emprego parece relacionar-se a uma retribuição
salarial. A falta de saber quando presente, como parece indicar a fala acima, relega a condição
de mínimo, que se objetiva na expressão salário mínimo, termos que caracterizam aquele que
é minimamente considerado pela sociedade.
O conhecimento é tudo, você sempre tem aquela vontade de aprender mais, de
ampliar seus horizontes, não profissionalmente, mas pessoal. Eu creio que as
pessoas que não estudam vão ter muita dificuldade, elas vão ter dificuldade em
procurar um emprego, não tem um estudo, não tem conhecimento, não consegue
arrumar um emprego. (Sujeito 22, sexo feminino, segundo ano, vespertino)
A naturalização das dificuldades sociais, e a compreensão de que estas existem
devido dificuldades pessoais, principalmente no que se refere ao acesso limitado ao ensino
superior, parece sugerir para o caminho da superação pessoal de dificuldades, geralmente
sociais.
O conteúdo discursivo que constitui a Classe 2 apresentou a crença de ascenção
social atribuída ao conhecimento. Este, entretanto, é apresentado e adjetivado enquanto
elemento funcional. A partir do contexto de fala que compõe esta classe não foi possível
visualizar o conhecimento enquanto elaboração dos sujeitos que dele parecem necessitar.
4. 4. 4. Perfil da Classe 3
95
A presente classe, nomeada Conhecimento e mudanças, compareceu com 221
uces o que representa 28.44% do total do corpus processado pelo ALCESTE. A classe 3
apresentou mediante seu conteúdo, a maneira como os sujeitos inquiridos conceituam a
palavra o conhecimento e o significado que a ele atribui.
A seguir são expostos os quadros que serviram de referência para a realização
do ponto de corte das palavras que compõe a Classe 3.
Gráfico 6 - indicador de ponto de corte por χ
2
Gráfico 7 - indicador de ponto de corte por PR
A partir do estabelecimento do ponto de corte, foram reunidas as palavras que
mais contribuíram para a formação da Classe 3, tanto no que se refere ao χ
2
quanto as palavras
mais características da classe, indicadas pelos valores de PR.
Tabela 6 - Palavras da Classe 3 por χ
2
Palavras χ
2
Conhecimento, conhecimentos 107,00
Saber, saberes 98,65
Sabe 70,10
Você 38,42
Assunto, assuntos 36,19
Determinado 33,26
Algo 31,69
Quando 26,52
Conhece, conhecer 23,43
Tudo 22,63
Tabela 7 - Palavras da Classe 3 por PR
Palavras PR
Determinado 100,00
Provoca 100,00
Segurança 100,00
Torna 100,00
Viver 100,00
Janela, janelas 100,00
Nasce, nasci 100,00
Significa 100,00
Sofre 100,00
Conflito, conflitos 100,00
Formal 100,00
Olhos 100,00
Padece, padecer, padeci 100,00
Cresce, crescer, cresci 90,91
As palavras desta classe aludiram de maneira significativa ao mote indutor, ou
seja, ao questionamento apresentado na pesquisa. As palavras, conhecimento, saberes, sabe,
você, assuntos, determinado, algo, quando, conhece, tudo, indicam para tentativa dos sujeitos
em conceituarem, segundo suas crenças, o termo conhecimento.
Tais palavras são indicadores discursivos que delineiam para saberes
específicos, assuntos, determinado e algo, além de apontar à pessoalidade considerada, você.
96
Outro indicador importante parece ser o condicionante quando que assinala
para as possibilidades advindas do ato de conhecer. Estas são reiteradas a partir da
visualização das palavras características da Classe 3, aquelas que se fizeram presentes apenas
nesta classe, são elas, determinado, provoca, segurança, toma, viver, janelas, nasce, nasci,
significa, sofre, conflito, formal, olhos, padece, padeci, crescer, cresci.
Os vocábulos apresentados entendidos como indicadores discursivos, devem
ser separados em subgrupos pelas especificidades que retratam. Os termos determinado,
formal delineiam a crença da existência de um tipo de saber capaz de agir sobre a realidade
dos sujeitos.
Tais ações se referem como indicam os termos provoca, segurança, janelas,
olhos, para aberturas de novas possibilidades.
Tem que procurar informações a toda hora. Seus alunos, o contexto, enfim, envolve
vários problemas e é terrível essa falta de saber. Quando eu penso em conhecimento,
eu não sei se tem haver, não sei se eu vou responder a altura, mas conhecimento me
lembra outras palavras, porta, janelas, não sei se tem alguma coisa haver. (Sujeito
15, sexo feminino, primeiro ano, vespertino)
Estes parecem opor-se aos termos expressos no passado e que parecem
perdurar até o momento presente revelando uma ação pessoal, como indica os termos nasci,
nascer, cresci, crescer, padeci, padece.
Alguns termos parecem ainda referirem-se ao sofrimento que a ausência do
conhecimento formal, determinado, parece implicar como indicado pelos termos sofre,
conflito, padecer.
As palavras que compõe tal classe indicam para o conhecimento presente na
vida cotidiana situado temporalmente no passado e no presente, bem como os projetos que
surgem mediante a prospecção da vida profissional.
Os licenciandos falam sobre o conhecimento e o que este acrescenta na
vida das pessoas. Segundo os respondentes ter o conhecimento cria uma condição de
vantagem perante o grupo. Podem-se visualizar ainda duas temáticas polares apresentadas
mediante a organização discursiva dos sujeitos, elas se referem a ampliar e limitar.
A primeira parece ser ativada quando o conhecimento mostra-se como
passível de compreensão e apreensão. Já a segunda, quando não se tem o saber. O
elemento faltoso parece ativar a condição de não ter e suas implicações, como pode ser
visto a seguir.
Então, para mim o não saber de um modo em geral significa medo e insegurança. E
para um aluno de Pedagogia eu acho que e semelhante porque quando a gente não
97
sabe de uma matéria ou de alguma outra coisa a gente sempre sente medo e
insegurança. (Sujeito 3, sexo feminino, terceiro ano, matutino)
A gente vai conseguindo ter uma visão mais ampla das coisas que nos cercam. O
conhecimento transforma a vida das pessoas completamente. Então, eles estão muito
relacionados porque o não saber leva ao saber, se você sabe tudo, porque tem
algumas pessoas que acham que sabem tudo, porque têm algumas pessoas que
acham isso, você não vai querer procurar mais nada porque você acha que o que
você sabe é o suficiente, mas na verdade não é assim, a gente não sabe tudo, a gente
tem que sempre procurar saber mais, a gente tendo consciência de que não sabe, a
gente abre os olhos e fica mais aberto a novos conhecimentos. (Sujeito 8, sexo
feminino, segundo ano, vespertino)
O tema visão aparece reiteradamente no conteúdo discursivo dos sujeitos
inquiridos nas diferentes classes e nas duas fases da presente pesquisa, a ação de enxergar
parece partir da compreensão da iluminação que o conhecimento pode proporcionar.
Conhecimento e saber algo sobre alguma coisa. Conhecer mais sobre alguma coisa.
Para mim ele abre a visão, muda a sua visão de mundo, amplia e com essa
ampliação aparece oportunidade que você vai ascender. (Sujeito 32, sexo feminino,
quarto ano, matutino)
Aos licenciandos, as condições de saber e de não saber aparecem associadas
sendo que em um contínuo são vistas como seqüenciais. A falta do conhecimento, este
considerado como mobilizador, instigaria a busca.
Pode-se notar a ação atribuída ao conhecimento, este parece mediar ou trazer
algo para o sujeito que aprende.
O conhecimento traria para o aluno a amplitude de caminho de visões, eu acho que o
conhecimento, tido como conhecimento mesmo, como conhecer daquele saber,
refletir, porque o conhecer por conhecer não adianta, o conhecimento puro, tem
que ser aquilo que eu reflito sobre e sei colocar em prática e bem, então isso pode
ampliar e abrir novos horizontes, abrir caminhos, abrir novas idéias, isso para mim é
o conhecimento. (Sujeito 31, sexo feminino, quarto ano, vespertino)
A compreensão do conhecimento enquanto aquele que abre o caminho parece
se conflitar ao entendimento de conhecimento enquanto produto de reflexão, entretanto,
quando aglutinadas, tais idéias aparentam não produzir no discurso nenhum efeito de
incoerência.
Quando a questão se refere a como se organiza a aprendizagem, os
respondentes apontam para a leitura, que se revela enquanto meio através do qual as várias
visões de mundo são disponibilizadas.
Tal atividade foi colocada no centro do cenário da aprendizagem da profissão,
também na primeira fase do estudo, quando os licenciandos atribuíram ao livro à condição de
objetivação do conhecimento.
98
A pessoa lê, pode estar lendo pode estar conversando com outras pessoas para
adquirir mais conhecimento. Então, acho que esse é o caminho, você lê, escreve,
você pensa sobre determinado assunto, você vai também estar adquirindo
conhecimento de um determinado assunto, então acho que o caminho é esse, são os
meios de comunicação mesmo. (Sujeito 3, sexo feminino, terceiro ano, matutino)
A palavra conhecimento quando me vem à cabeça? O que me veio na cabeça agora,
eu não sei se tem muito a ver, é leitura. Acho que quando uma pessoa muito, ela
adquire conhecimento, é leitura. (Sujeito 1, sexo feminino, primeiro ano, matutino)
Ao conhecimento também é atribuída à qualidade de iluminar, pois quando
impelidos a pensar sobre a condição de não saber a imagem recorrente apresentada pelos
sujeitos foi a de escuridão.
Eu penso em escuridão, você não sabe, você está meio perdido em alguma coisa,
algum conhecimento, alguma coisa assim. Não saber é bem amplo, não saber
alguma coisa implica você não poder realizar aquilo, se você não sabe você não
realiza, você não pode falar sobre uma coisa que você não conhece. (Sujeito 14, sexo
feminino, segundo ano, matutino)
As perspectivas de mudanças oriundas do contato com o conhecimento
também são indicadas, bem como toda ação que o saber possa possibilitar.
Como sugere a fala a seguir, o conhecimento mobiliza mudança, capacitando o
sujeito para a ação.
O conhecimento provoca mudanças, se ele está em um estado em que ele não
conhece para estar conhecendo algo, então acredito que ele gere mudança, tanto no
pensar como no agir, então acredito que gera mudança sim. (Sujeito 27, sexo
feminino, segundo ano, matutino)
Dessa forma, se pensada a condição da falta de saber, tem-se que o não saber
parece objetivar-se na falta de emprego e na impossibilidade de escolha. Tais condições
indicam para a construção da representação de si frente ao grupo de pertença.
Vale ressaltar que a preocupação com ser expressa no discurso metafórico,
fazia referência à inclusão social que o conhecimento poderia proporcionar, tais dados fizeram
emergir a hipótese de que os vocábulos ter e ser indicavam para a estrutura conceitual
partilhada socialmente: ser alguém na vida.
Ainda acerca das mudanças trazidas pelo conhecimento, tem-se nas respostas
que elas dependem de uma postura de abertura e aceitação do novo pelos sujeitos do
conhecimento.
Traz mudanças. O interesse e o entusiasmo, acho que cada ser humano tem,
ninguém nasce sabendo tudo, tem que querer, tem que ter o interesse de conhecer, é
uma decisão pessoal dela mesma. Porque o conhecimento vem quando a gente
busca, quando a gente quer crescer, somente tem que estar aberto a novos
conhecimentos. (Sujeito 9, sexo feminino, quarto ano, vespertino)
99
A palavra buscar mostrou-se recorrente nas duas fases deste estudo, ela parece
ser ativada sempre quando a aprendizagem se faz tema enfatizado.
De ir mais a fundo, de ter conhecimento, de buscar saber, você para ouvir o
professor. A leitura é algo primordial na vida do estudante, ler os livros. Além da
bíblia, eu leio outros livros em Pedagogia, quando o aluno se depara com um texto,
outra coisa ele tem na mente dele argumentos para poder fundamentar a sua fala
dentro da sala. (Sujeito 13, sexo masculino, primeiro ano, matutino)
Ainda no que se refere à busca pelo conhecimento,
essa pensada na
interlocução com as questões referentes ao trabalho e a produção, faz-se necessário atentar
para a condição de produto e como este é visualizado socialmente. O conhecimento parece
ganhar status de bem cultural, como indicado no refencial teórico basilar deste estudo.
O conhecimeto entendido enquanto produto permite a compreensão de sua
busca constante. Os produtos produzidos no âmbito da cultura, geralmente são investidos de
pouca durabilidade, o que atribui a estes uma condição temporal limitada. Devido isso, um
apelo à sua substituição.
A compreensão acerca da estrutura de pensamento direcionada para os bens
culturais se faz pertinente, principalmente a partir da organização discursiva apresentada na
classe 3, pois explicaria a procura pelo conhecimento novo, capaz de atender as necessidades
fomentadas em uma sociedade que apresenta pouca oportunidade de inserção.
4. 4. 5. Perfil da Classe 4
A Classe 4, nomeada Contexto familiar e sua influência na escolha pela
Pedagogia, foi composta por 103 uces o que corresponde a 13,26% do total do corpus. A
seguir a representação gráfica a partir da qual foi realizado o ponto de corte.
100
Gráfico 8 - indicador de ponto de corte por χ
2
Gráfico 9 - indicador de ponto de corte por PR
Apresenta-se abaixo, as tabelas em que estão expostas as palavras que
compõem a Classe 4.
Tabela 8 - Palavras da Classe 4 por χ
2
Palavras χ
2
Tinha 137,38
Fui 112,33
Era 84,91
Minha, minhas 55,76
Comecei 54,16
Filha, filhas 51,89
Casa 51,54
Falou 49,98
Mãe 47,80
Marido 46,22
Carta 39,57
Irmão, irmãos 39,57
Redação 39,57
Tabela 9 - Palavras da Classe 4 por PR
Palavras PR
Marido 100,00
Carta 100,00
Irmão, irmãos 100,00
Redação 100,00
Quase 100,00
Estudava 100,00
Monte 100,00
Conhecia 100,00
Disseram 100,00
Pesquisar 100,00
Presença 100,00
Filha, filhas 90,00
Tais palavras indicam os motivos que impeliram a escolha pelo curso de
Pedagogia, assim como, a família que se apresenta em duas posições, que de certa forma se
contradizem.
Os termos que compõe a Classe 4, no que diz respeito ao χ
2,
são, tinha, fui, era,
minha, comecei, filha, casa, falou, mãe, marido, carta, irmão, redação. Algumas dessas
palavras se apresentam grafadas no passado, tinha, fui, era, comecei, falou, entretanto, em
geral, ao observar o conteúdo que tais vocábulos indicam, verifica-se que o contexto
apresentado por tais palavras refere-se à escolha pela Pedagogia e a influência que a família
exerceu sobre esta escolha.
As palavras agrupadas pela percentagem, àquelas características da Classe 4,
são marido, carta, irmão, redação, quase, estudava, monte, conhecia, disseram, pesquisar,
presença, filha.
Estes termos apresentam o contexto da escolha, as dificuldades vivenciadas na
entrada do curso escolhido, quase, redação e carta, a participação da família, marido, irmão e
101
filha, presença, disseram, e o esforço dispensado a fim de adentrar na universidade, estudava,
monte, conhecia.
Alguns dilemas se mostram quando na observação das falas emitidas pelos
sujeitos, um deles se refere ao acesso à universidade e seu contraponto, fracassar em tal
intento. Quando a conquista se apresenta, os contextos de luta e persistência são evocados.
E sem nenhum vínculo com o Cuiabá vest, mas de tanto eu ser persistente eu
consegui fazer a inscrição. No primeiro simulado eu me sai mal, acertei dezenove
pontos, mas eu falei, não é com isso que eu vou desistir, eu vou em frente, comecei a
estudar, mas não tinha quase tempo de estudar muito, porque de manhã trabalhava
em casa.
(Sujeito 11, sexo feminino, segundo ano, matutino)
Como sugere a fala, é dado enfoque à conquista desprovida de favorecimento
por outrem. Tal contexto revela a focalização dada às dificuldades vividas desde o momento
que antecede a entrada no curso, e, por conseguinte, na universidade. Entretanto, tal
posicionamento revela o valor atribuído às suas ações de persistência.
A família se mostra aos sujeitos ora como empecilho à realização dos estudos
ora como propulsora de tal intento.
Parei por causa da gravidez. Quem me fez vir para a Pedagogia foi uma tia minha,
ela falou, você não vai terminar Direito, eu tinha medo de não passar para Direito de
novo, eu dando aula, mas eu nunca me coloquei como o maioral, eu tinha medo de
não passar decepcionar a minha mãe. (Sujeito 31, sexo feminino quarto ano,
vespertino)
As dimensões simbólicas parecem ser ativadas pela questão eminentemente
feminina, que se relaciona à gravidez. Tal evento parece funcionar como marco, momento em
que as impossibilidades à realização dos objetivos se mostram principalmente para o sexo
feminino, entretanto, também parece configurar-se enquanto evento capaz de fomentar a
avaliação do presente e prospecção de outra realidade.
Vale observar que, a família que impulsiona mostrou-se sempre representada
por alguém do sexo feminino, mãe, tia, filha.
Mas eu gosto muito de estar aqui porque surgem questões na cabeça das crianças e
do jovem. Um dia minha filha chegou em casa desesperada, cadê minha mãe, minha
mãe esta ai? Mãe surgiu um problema, o que eu falo para ela? (Sujeito 6, sexo
feminino, terceiro ano, matutino)
O ato de abrir mão mostra-se como prática necessária para que a conquista se
efetive, assim, abrir mão da família ou de algo que causa prazer, neste caso a vivência,
deslinda como é visto o ato de conquista, sempre antecedido de sacrifício.
Eu abri mão de namorado por um tempo, passei um ano me dedicando. Eu estava
fazendo cursinho e passei em um teste, estudava noturno e estudava em casa, para
102
quando chegasse a prova eu fizesse o máximo, quem quer isso se dedica para isso.
(Sujeito 33, sexo feminino, quarto ano, matutino)
Alguns atributos como esperança e fé se mostram necessários, segundo as
respondentes, para que a entrada na universidade passe a ser enxergada como possibilidade.
Assim, a aprovação no vestibular, acessibilidade ao ensino superior, se revela
enquanto ação individual guiadas pelo otimismo, dedicação e crenças religiosas.
Consegui fazer inscrição, mas não consegui fazer outras fases porque a minha idade
não permitia. Quando chegou na época de prestar o vestibular eu prestei o vestibular,
mas, sem muita esperança, tinha aquele mito que aluno de escola pública não
consegue passar na federal, mas, fui na confiança mesmo, eu entrei no curso de
Pedagogia. (Sujeito 20, sexo feminino, quarto ano matutino)
Embora se fale em conquistas proporcionadas a partir do acesso a universidade,
evoca-se também o contexto do fracasso, e da escolha não autoral.
Eu nunca tive nada contra a Pedagogia, minha mãe colocou a segunda opção. Ai
virou uma bagunça a minha segunda opção, e achou que eu tinha desistido de
Música, eu vim para a Pedagogia e eu comecei a fazer Pedagogia, e eu estou
gostando, tanto que eu já vou para o segundo ano. (Sujeito 7, sexo feminino,
primeiro ano, vespertino)
No processo de entrevista, e ao falarem sobre o vestibular, verifica-se a
frustração causada pela reprovação na prova escrita, a redação neste caso parece ser
objetivação do fracasso, por ser considerado o principal fator de reprovação nos exames
vestibulares.
E na época faltou zero vírgula quatro décimos para eu conseguir a última vaga aqui
no vestibular, e eu ao invés de ficar muito feliz eu fiquei em depressão, fiquei um
ano em depressão, não queria mais estudar e falei não vou mais conseguir. (Sujeito
6, sexo feminino, terceiro ano, matutino)
A escolha pela Pedagogia, se mostra definida por aspectos externos ao
licenciando, pois a decisão pelo curso ora se apresenta como indicação de pessoa com forte
influência no contexto das escolhas pessoais ora como configuração social delimitadora.
A maneira como expressam a derrota, simbolizada pela reprovação no
vestibular é reiterada mediante a quantificação de tal atuação frente à sociedade. É possível
verificar a ênfase dada à redação e ao ato de zerar, este parece revelar uma das formas de
objetivar a incompetência em concorrer com outros estudantes.
Tal ato parece, de maneira simbólica, criar condição de margem em que os
licenciandos se mostram enquadrados ao remeterem-se ao passado. A entrada na Pedagogia, a
partir dessa lembrança parece significar uma conquista em que há a superação do ato de zerar,
objetivação do fracasso e da incapacidade em passar pelo vestibular.
103
Outro ponto a ser destacado diz respeito à frase e eu estou até gostando, pois
recorrência da estrutura discursiva destacada, aludindo para escolha condicionada a
diversos fatores sociais, econômicos e familiares, e um descontentamento superado em
cursar a Pedagogia.
É possível visualizar a dicotomia entre os temas movimento e inércia aludidos
ao saber, este relacionado de maneira imediata à mudança de vida.
Eu posso contar meu testemunho? Eu estava nove anos que tinha terminado o
segundo grau, nisso eu estava paradona e me vi nove anos fora da sala de aula,
dona de casa, mãe de uma filha que na época tinha três anos, eu peguei e falei não.
(Sujeito 2, sexo feminino, primeiro ano, matutino)
Assim, a idéia de não saber parece ligar-se ao termo paradona, que parece
também ter relação com o vocábulo zerar apresentado anteriormente. Em contradição ao
movimento aludido ao saber que posteriormente adentra na vida do licenciando.
O inconformismo ocasionado a partir da visualização das condições que
cerceiam a vida cotidiana parece gerar um movimento que impele para mudança, esta, por sua
vez, gerencia as diferentes estratégias traçadas para conquistar o acesso ao espaço de saber
que a universidade parece simbolizar.
Ao relatarem o percurso desde antes à entrada na universidade é possível
verificar que o sacrifício narrado pelos licenciandos de certa forma justifica a visualização da
vitória simbolizada pela entrada em um espaço de saber.
Depois eu ia para o serviço e de lá eu ia diretamente para o Cuiabá vest assistir, ai eu
fiz o primeiro que foi da Gazeta, eram cinqüenta vagas e eu consegui ficar em
vigésimo primeiro, eu falei: oh, essa é a minha vez, consegui. (Sujeito 11, sexo
feminino, segundo ano, vespertino)
Os entrevistados reincidem em evocar a importância do programa municipal
Cuiabá vest. Este se apresenta enquanto proposta de ação social direcionada aos alunos de
escolas públicas no intuito de facilitar-lhes a entrada na universidade.
O programa Cuiabá vest se estrutura enquanto cursinho preparatório em
semelhança aos cursinhos particulares. que ser considerado que, para a população
estudada, existe um papel importante desenvolvido pelo Cuiabá vest, pois este parece em
parte possibilitar a entrada na universidade.
O que não retira dos sujeitos a autoria da conquista da aprovação no vestibular,
visto que, eles mesmos se encarregam de buscar a inserção no contexto da gratuidade do
ensino preparatório. Tal procura se justifica segundo os sujeitos pela falta de preparo que
dizem possuir para disputar uma vaga no ensino superior.
104
4. 4. 6. Perfil da Classe 5
A Classe 5 foi nomeada de Motivos para escolher Pedagogia, esta classe
apresentou 11,84% do total do corpus e teve 92 uces analisadas.
A seguir expõe-se a representação do critério adotado para o ponto de corte,
para isto levaram-se em consideração os quantitativos indicados pela freqüência, bem como
pela percentagem, que revelam as palavras mais freqüentes e características da classe.
Gráfico 10 - indicador de ponto de corte por χ
2
Gráfico 11 - indicador de ponto de corte por PR
Expõe-se também, as tabelas contendo as palavras que compõem a Classe 5.
Tabela 10 - Palavras da Classe 5 por χ
2
Palavras χ
2
Concorrência 89,59
Curso, cursos 62,56
Motivo, motivos 53,65
Caso 51,28
Opção 45,02
Trabalhava 44,33
Magistério 37,47
33,47
Foi 31,44
Colega, colegas 30,87
Trabalham 29,94
Ano 28,28
Segundo 26,77
Estudei 26,22
Queriam 26,22
Tabela 11 - Palavras da Classe 5 por PR
Palavras PR
Opção 100,00
Magistério 100,00
Trabalham 100,00
Caramba 100,00
Jovens 100,00
Médio 100,00
Terminei 100,00
As palavras mais freqüentes no discurso organizado na Classe 5 foram
concorrência, curso, motivo, caso, opção, trabalhava, magistério, já, foi, colega,
trabalham, ano, segundo, estudei, queriam. Tais termos indicam para escolha do curso, e
105
em que alguns fatores objetivos foram considerados. As palavras grafadas no pretérito
revelam que há um exercício em lembrar o momento e motivos da escolha.
Meu exemplo é que eu queria fazer outro curso, eu não passei no outro vestibular
que eu prestei, mas que eu tinha feito o Magistério no segundo grau, que eu
não conclui. (Sujeito 22, sexo feminino, segundo ano, vespertino)
As palavras características da Classe 5, opção, magistério, trabalham,
caramba, jovens, médio, terminei, não compareceram em outros contextos de fala, os das
demais classes, por isso, apresentam as especificidades do discurso presente nesta classe.
Os termos, como se apresentam, mostram as justificativas atribuídas as
escolhas dos sujeitos. Estas parecem ter sido condicionadas pelas dificuldades vivenciadas
a partir da alta concorrência de outros cursos, e a baixa concorrência do curso escolhido.
Além de apontar para o trabalho realizado no âmbito da educação, os
licenciandos dizem ter se dedicado muito para efetivar a entrada na universidade, como
indica os termos estudei e caramba. Embora as questões pessoais pareçam regular as
escolhas, os inquiridos parecem apresentar algumas justificativas também no âmbito da
profissão.
É possível verificar que os sujeitos pautam-se principalmente em duas posturas
a fim de construir e expressar seu discurso. A primeira assinala para as características
pessoais, portanto, individuais que impelem a escolha; e a segunda expressa como os
sujeitos enxergam a profissão, e por isso, escolhem-na.
Porque pedagogo não educa só, é contribuinte para a criança. Por paixão por criança,
as pessoas da minha sala falam que vieram por paixão, são apaixonadas por crianças.
Meu sonho era dar aula, eles dizem isso. Eu falei, será que eu sou a única exceção?
Fui descobrir depois. (Sujeito 23, sexo feminino, primeiro ano, vespertino)
Além disso, pode-se ver convergência no que diz respeito à opção pelo curso,
indicando os sentimentos vividos nos momentos que antecederam a escolha. Nesse contexto o
conhecimento não aparece como aquilo que induziu ou reorganizou tal momento de opção.
Os licenciandos também atribuem sua escolha às condições de vida as quais
estão expostos. E assinalam para crença de que o conhecimento aliado à prática profissional
poderá trazer melhores perspectivas de vida, inserção social, mobilidade de um espaço
sociocultural para outro.
Benefícios só status, o conhecimento entra bastante, mas se a pessoa não tem
experiência quem contrata? Muitos vieram pela concorrência, outros vieram porque
tinham Magistério, porque a prefeitura tem que ter nível superior, eu vim pelo
valor, eu pagava cento e oitenta reais no ICE, eu vim pelo valor, mas não dava para
eu pagar o curso que eu queria. (Sujeito 16, sexo feminino, quarto ano, vespertino)
106
Como se pode verificar, a gratuidade e a adequação ao trabalho já executado se
fazem presentes enquanto razões para escolha pelo curso
.
A questão econômica se evidencia
quando no tocante aos motivos de tal opção, a exemplo, o mercado de trabalho; oportunidade
de emprego; de inserção social; melhores condições de vida como apontam os participantes da
pesquisa.
Porque eu imaginei que seria um campo mais amplo poderia trabalhar na gestão
escolar. Minhas outras amigas geralmente falam que e pelo mesmo motivo, gostar
de criança ou realmente eu ouvi muitas colegas assim na própria sala de aula
dizer, porque é um curso de fácil acesso, menos concorrido. (Sujeito 37, sexo
feminino, terceiro ano, vespertino)
Elas estão buscando sair dessa exclusão. Para ser sincera, o que eu escuto, é que de
cem por cento, setenta por cento diz que escolheu a Pedagogia porque é um curso
fácil para passar. (Sujeito 35, sexo feminino, segundo ano, vespertino)
É possível verificar como o curso é visualizado, embora os inquiridos só
revelem essa representação quando atribuem aos colegas que co-participam desse contexto de
formação e não a si próprios.
Algumas nem prestavam vestibular para outras coisas, foram direto para o curso de
Pedagogia, por questão de concorrência, algumas não, trabalham na área e às
vezes precisaram fazer por que tinham o Magistério e queriam o curso superior.
(Sujeito 21, sexo feminino, primeiro ano, vespertino)
Dou aula, mas não por gostar, já vou falar, são vinte anos que eu dedico, dou aula,
mas não por gostar. Nunca fui apaixonada por isso, mas sempre fiz bem feito,
algumas falam que é por dom, já ouvi muito que é por dom, por querer saber sobre
as crianças, sobre a escola, sobre tudo, mas algumas porque têm dom, outras porque
querem o canudo. (Sujeito 31, sexo feminino, quarto ano, vespertino)
Outras falas evidenciam a questão da baixa concorrência e a crença de que o
curso em questão seja mais fácil que outros, tanto no que se refere à entrada e a permanência,
quanto à execução do trabalho quando a docência se efetiva.
Com quem eu conversei foi por motivo de concorrência. Eu acho que tanto em
Pedagogia quanto em qualquer área, o que leva o aluno a buscar mais é a
identificação com o próprio curso, quando ele se identificou, então eu vou buscar
mais disso. (Sujeito 21, sexo feminino, primeiro ano, vespertino)
Quando não fundamentam a escolha na identificação aludem à facilidade que
julgam a execução do trabalho docente.
Mas o que me trouxe para a Pedagogia foi o fato de eu ter facilidade em ensinar as
crianças, e o fato de ser mais fácil trabalhar com crianças. E mais fácil por elas não
terem opinião formada, totalmente formada. Porque trabalhar com jovens ou adultos
é complicado, por isso. (Sujeito 40, sexo feminino, terceiro ano, vespertino)
Se você começa a trabalhar com as crianças, eu sirvo lanche, eu faço lanche para as
crianças, mas ali eu estou educando porque se eles não se alimentam, não gostam de
107
verdura, cabe a mim, começar a explicar para eles que a verdura tem vitamina.
(Sujeito 11, sexo feminino, segundo ano, matutino)
O termo fácil presente nas falas retrata a maneira como a Pedagogia é
percebida. Entretanto, ele é mais evocado quando atribuído aos colegas o que parece indicar
um deslocamento a respeito daquilo que circula com algo consensual, contudo, julgado pelos
licenciandos como discurso interdito.
E o que foi mais fácil para passar, porque da minha turma a maioria é adulto, não
tem criança, não tem jovens de menos de vinte anos, não tem. Ali todo adulto
tentou mais de uma vez o vestibular, então setenta por cento e por que foi mais fácil
passar. Porque eu já trabalhava na área, mas sinceramente, não para Pedagogia.
(Sujeito 35, sexo feminino, segundo ano, vespertino)
Tal forma de perceber o curso estudado atribui aquele que está inserido no
espaço acadêmico à condição de estar em um curso fácil, que se mostra menor, se comparado
aos outros cursos oferecidos no âmbito da universidade.
Embora, não fique clara a condição da Pedagogia se interligada ao termo
menor mencionado pelos respondentes da pesquisa, é possível entrever que o que parece ser
expresso como menor não seria a Pedagogia, e sim, a maneira como esta é vista socialmente.
O que, por conseguinte, pode gerar no estudante do curso pesquisado, a crença
de que, consensualmente o valor atribuído a si é menor em relação ao destinado aos alunos de
outros cursos da universidade. Tal percepção tem como conseqüência, a elaboração de um
discurso respaldado pelos sentimentos atribuídos à criança, a escola e ao conhecimento.
Eu vou falar duas posições, a que eu escolhi e as das minhas colegas, o que eu
ouvi por ai. Muitas meninas escolheram porque a concorrência esta baixa ou porque
a única opção. (Sujeito 8, sexo feminino, segundo ano, vespertino)
Pode-se notar que ao relatar a percepção acerca da escolha pela Pedagogia os
sujeitos atribuem ao colega o lugar da incompetência em passar para outro curso e a facilidade
em adentrar na Pedagogia. Para si mesmo, contudo, é possível notar que escolha e
permanência respaldam-se no discurso das características pessoais que, por conseguinte,
evocam sentimentos como gostar, paixão ou identificação.
4. 5. Entrelaçamento dos dados da primeira e segunda fase
Os resultados obtidos na primeira fase da pesquisa permitiram perceber que o
conhecimento é significado pelo grupo estudado como: útil à sobrevivência; como um bem
108
essencial, como algo que satisfaz; como um produto, advindo da elaboração; algo infinito e
belo que causa perplexidade e conseqüente inércia.
As pontuações referidas serão trabalhadas a seguir em um exercício de
compreensão que tentará desvelar os efeitos das representações compartilhadas pelos sujeitos
inquiridos, considerando as duas formas de análises adotadas.
Tal exercício consiste, de fato, na tentativa em estabelecer um diálogo com os
estudos realizados no âmbito da Educação, principalmente os apresentados na fundamentação
teórica deste estudo.
A preocupação com a aquisição do conhecimento mostrou-se também a partir
do processamento do conteúdo das entrevistas pelo ALCESTE, foi possível compreender que
o conhecimento é representado como forma de chegar ou de sair de uma dada condição, bem
como de incluir-se em um determinado espaço social.
A respeito da comunicação realizada pelo grupo pode-se verificar o processo
de focalização efetuada a fim de elaborar um conhecimento prático, capaz de guiar condutas,
significar e explicar a realidade que, neste contexto, se relaciona à aprendizagem da profissão
docente.
O conhecimento parece ser significado como experiência vivenciada na
realidade do trabalho, assim, os graduandos referem-se principalmente ao potencial de
empregabilidade que o conhecimento parece representar.
Outra focalização dada ao conhecimento parece surgir a partir do tema
oportunidade, este perpassando pelo contexto da aprendizagem da profissão. A oportunidade,
palavra reiteradamente evocada, apresenta algumas dicotomias mediante as quais o saber e a
sua ausência parecem significar.
Os principais temas oriundos dos discursos apreendidos sobre o saber e a sua
ausência apontam para as questões estar dentro, estar fora, saber fazer, não poder realizar, ir
e ficar.
Tais temas possibilitaram a compreensão de que, ao grupo inquirido, a
universidade e, por sua vez, o curso em Pedagogia apresentam-se enquanto espaço de inserção
social no qual graduandos, no presente, modificavam a representação que tinham de si,
podendo assim, desenhar prospectivamente planos de ações futuras.
O conhecimento a partir da entrada na faculdade, entretanto, parece receber
novas formas de significação. Pode-se perceber que o contato com a literatura que circula no
âmbito da formação incial parece compor junto às formas mais consolidadas, a representação
do conhecimento.
109
Embora a categoria de análise Formação revele que o ato de fazer a docência,
objetivada na ação de ensinar, é um processo constituído de um contínuo em que se parte de
uma aprendizagem que vai do ato técnico ao reflexivo, no contexo estudado, principalmente
expresso pelo conteúdo da primeira classe, aprendizagem da docência parece haver
focalização no saber técnico em detrimentos das outras fases da aprendizagem.
A focalização do processo de formação alude para compreensão da formação
para docência. Outros aspectos denominados saber como fazer, que diz respeito à
aprendizagem teórica dos métodos apropriados para a prática de ensinar, e saber por que
fazer, dimensão reflexiva que permite compreender o processo da aprendizagem do
conhecimento a respeito da docência se mostra disperso.
A categoria de análise Dispersão, adotada neste estudo, permitirá deslindar os
pontos em que se ancoram essa miscelânea de informações acerca do método e de novas
práticas frente à profissão exercida.
Ao observar as falas produzidas pelos alunos no contexto da pesquisa notou-se
alguns aspectos que se apresentaram enquanto reelaboração da produção discursiva dos
professores e, até certo ponto, na literatura especializada em Formação inicial. O acesso às
informações oficiais no âmbito da cultura docente deslinda o processo de dispersão das
informações como são apresentadas em sua origem.
Tais dimensões são apontadas na teoria a respeito da formação profissional
como mostram Morgado (2005), Garcia (1995), Nóvoa (1992). O conhecimento técnico que
permite a realização das atividades práticas relativas ao ensino é comumente evocado pelo
grupo.
Por meio da dispersão das informações acerca do conhecimento, os inquiridos
parecem não demonstrarem compreensão sobre aspectos indissociáveis da profissão docente,
que parece existir apenas no âmbito de representações individuais, por isso, mostra-se
enquanto dissenso.
A teoria, apontada como excessiva no curso de Pedagogia, parece ser preterida
pelos alunos em nome de uma capacidade prática que, como aponta o grupo, mostra-se
enquanto possibilidade de melhor preparo para o desempeho da profissão.
A prática de ensino parece circunscrita no contexto da falta. E esta, também se
relaciona, segundo os sujeitos, ao conhecimento. É a falta, e também a validade do
conhecimento que motiva o surgimento de algumas expressões indicadoras das representações
sociais existentes sobre o tema conhecimento.
110
O conhecimento, visto mediante o resultado da indução de metáforas, apontou
para o discurso acerca da inclusão socioeconômica ensejada pelos membros do grupo e sua
ação de inserção mediada pelo saber que apresenta possibilidade de status e reconhecimento
frente à sociedade.
A dispersão daquilo que se encontra presente na teoria a respeito da formação
parece impedir a compreensão acerca do saber docente e da sua reflexão. Tal fato porém, não
inviabiliza o surgimento de significados práticos que permitem a formação de um guia de
condutas capaz de fornecer argumentos que possibilitem justificar práticas a respeito do
conhecimento.
As representações sociais, produzidas, partilhadas e expressas pelo grupo para
o tema conhecimento parecem focalizar as condições de vida e as motivações que os
licenciandos apresentam ao buscarem inserção na Pedagogia, estes parecem buscar a inserção
no espaço da universidade.
O conhecimento representado pelos membros do grupo estudado é objetivado
na imagem da teoria, e esta se mostra cindida da prática. A falta de relação entre ambas,
como representada pelos sujeitos inquiridos, acena para duas ações que compõe o conceito
acerca da docência.
A primeira, aponta para o intelecto e para o trabalho reflexivo. A segunda, diz
respeito à ação desenvolvida. No contexto da formação inicial ora estudado entende-se que
haja um período de aprendizagem das teorias que fundamentam a ação da prática docente
futura.
Entretanto, os licenciandos ao clamarem o estágio desde a entrada na
Pedagogia mostram-se preocupados com a competência para ensinar, ação futura, bem mais
que com a própria aprendizagem teórica e reflexiva, ação presente.
Ainda sobre a objetivação para o termo conhecimento foi exposta a imagem do
livro, tal forma de representar mostrou-se consensual nas diferentes fases da pesquisa, os
discentes apontam para a leitura como atividade principal de aprendizagem do conhecimento,
o que configura constraste com o dado exposto acerca do que busca enquanto formação.
A aprendizagem apresenta-se ainda pelas imagens de buscar e correr atrás,
denotando o interesse individual e a dedicação na formação profissional.
Embora o requestionamento das categorias tenha contribuído para elucidações
sobre os termos apresentados pelos sujeitos ao responderam os questionários, algumas
contradições foram também percebidas.
111
As significações, nem sempre congruentes, mediante as quais o conhecimento
foi representado, apontavam principalmente para a rejeição do dinheiro enquanto fator pelo
qual se realiza a busca pelo mesmo.
A tentativa de inserção social que se evidenciou no conteúdo discursivo da
primeira fase do estudo, pela presença de metáforas e explicações que aludiam para a
realidade econômica, quando negadas no requestionamento receberam como justificativas
frases que apontaram para pouca importância dada às condições sociais e econômicas geradas
a partir da colocação profissional.
A respeito das estruturas de pensamento ativadas quando se inquiriu sobre o
conhecimento pode-se verificar que as mais freqüentes foram: buscar, e correr atrás, que
aludem para a tentativa de sair de uma condição de desvantagem. Tem-se a representação de
um conhecimento que está sempre fora do sujeito e, até certo ponto, foge do mesmo.
Sobre o curso de Pedagogia, os licenciandos parecem representá-lo como
oportunidade de adentrar no espaço da universidade. Sendo assim, a escolha é delineada como
estratégia para adentrar no meio físico, universidade, e simbólico, ser alguém na vida.
Tal configuração diz respeito àquilo que não se pode escolher, gerando assim
conformação, adaptação ou a consciência de que o processo de escolha se configura em
estratégia adotada para a superação de dificuldades de acesso à melhores condições de vida.
Em uma sociedade em que as posições de trabalho são condicionadas pelo
conhecimento, a analogia entre conhecimento e capital parece determinar o processo de
separação entre trabalhadores braçais e intelectuais.
A busca pelo trabalho intelectualizado porém, parece não ter grande expressão
a partir do momento em que os sujeitos inquiridos se vêm de frente ao arcabouço teórico que
necessitam aprender.
A teoria aparece no contexto do curso de Pedagogia enquanto objetivação do
conhecimento. A partir dessa possibilidade de compreensão faz-se necessário indicar as
contradições apresentadas pelos sujeitos.
Estes ao iniciarem a entrevista deslindavam sobre a diversidade de
conhecimentos existentes, se recusando em defini-lo, contudo, quando impelidos acerca de
outras questões, aludiram para o conhecimento científico como promotor de qualidade de vida
em detrimento de outras formas de saberes.
O saber parece objeto de busca quando no contexto da entrada no curso e,
posteriormente, se mostra como incômodo aos sujeitos em aprendizagem que se apresentam
ansiosos pelo saber prático, viabilizado pelo estágio.
112
A leitura e outras atividades orientadas pela prática individualizada parecem
requerer do sujeito em formação a postura de observador, ouvinte, visto que para os sujeitos à
aprendizagem se dá a partir da absorção do conhecimento encontrado no outro.
A função de orientação das práticas pode ser visualizada a partir dos scripts
adotados pelos licenciandos em sua formação. Neste caso, as práticas formativas são
comumente orientadas pela compreensão da sociedade pelo viés neoliberal, o que explica a
expressividade com que falam a respeito da competição vivida no momento do vestibular, e
quando se referem à lógica do pensamento estruturado pela metáfora corrida.
Como função justificadora de suas práticas os alunos se utilizaram da condição
social em que se encontravam no momento da escolha pelo curso, que se mostrou como
aquilo que se pode escolher mediante a falta de escolha.
Parece ser através dessa via de compreensão que o curso de formação para a
docência é pensado. A necessidade em clamar pela prática de ensino, também pode querer
apontar para o medo de não estar preparado para o ato de ensinar.
Tendo em vista tal possibilidade os alunos pedem por um saber técnico e
capacitador como apontado por resultados de pesquisas realizadas por Bento-Guth (2008),
Andrade et al (2007).
A solicitação de um conhecimento que exerça a qualificação parece remeter ao
grupo a idéia de formação ideal, em que o licenciando, futuro professor, se torna apto e
completo para o exercício da docência.
Na fase de requestionamento alguns significados mostraram-se referência aos
sujeitos:
O conhecimento é luz;
O conhecimento é alimento;
O conhecimento é oceano.
Essa tríade apresentada como o consensual aos sujeitos, indicou representações
com os seguintes conteúdos: o conhecimento é um objeto externo, que ilumina um ambiente
interno, que retira a condição de trevas em que, por ventura, alguém possa estar. Tal posição
difundida a partir do iluminismo parece arraigada nas estruturas mais elementares de
pensamento do grupo estudado.
O conhecimento representado como aquilo que sacia e se faz necessário para a
sobrevivência tende a aludir para duas dimensões fundamentais, uma religiosa e outra
econômica. Para corroborar as duas dimensões, tem-se o termo água.
113
Ao oceano, atribuiu-se consensualmente a condição de elemento
incomensurável e infinito, tais significados apresentam a idéia de ausência de limites,
reapresenta a busca incessante, mencionada nas duas fases desta pesquisa de forma mais
significativa pelos discentes do quarto ano do curso de Pedagogia. Tal representação parece
estar associada a função identitária responsável por resguardar os novos egressos das pressões
vivenciadas a partir da obtenção da Licenciatura.
A busca
por uma luz que assegure a visão do caminho
e que retire a condição
da cegueira na qual o aluno parece se encontrar segundo as representações sociais de
licenciandos em Pedagogia aponta para formas de enxergar o processo de Educação sem as
proposições a respeito da aprendizagem enquanto reflexão e processo como proposto por
Mizukami (1986).
A compreensão acerca de tais informações se deslinda a partir da visualização
de focalização de saberes acerca das teorias da aprendizagem que influenciam na formação
das representações partilhadas sobre conhecimento.
Os termos tijolo e ponte que remetem as proposições teóricas em que a posição
do aluno é representada como caracterizada pelo movimento parece conter significados
negociáveis aos alunos. Embora seja possível visualizar que conteúdos de representações
contraditórias convivam pacificamente, não retirando a coerência de pensamento prático dos
sujeitos inquiridos.
Ainda nessa perspectiva de aglutinação de valores, crenças e saberes é possível
verificar que a identidade dos futuros pedagogos, fundamentada e orientada por
representações sobre o conhecimento se originam de diferentes saberes, possibilitando a
manutenção de uma prática guiada para o trabalho e pela relação com um conhecimento que
se manifesta como meio de melhores condições de vida.
Os temas mobilidade e inércia também se mostram relevantes, pois o tema
conhecimento parece incitar o discurso da inserção social baseado no movimento, entretanto,
este mesmo conhecimento, quando representado pelas figuras do oceano, do universo e do
infinito, acena para inércia experienciada pelo sujeito do conhecimento que se mantem no ato
de contemplação.
114
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O estudo realizado no contexto da Pedagogia permitiu verificar a existência de
algumas representações sociais a respeito do conhecimento que aludiam para a
consensualidade sobre a visualização deste enquanto mediador de mobilização social.
Entretanto, tal condição parece ser negada quando o grupo reflete sobre as representações que
se mostram no contexto da formação docente.
Parece haver um conflito instaurado a partir da reflexão acerca do
conhecimento substituído pela palavra dinheiro. Conforme delineado na fundamentação
teórica deste estudo, a identidade docente, em sua história fortemente marcada pela
religiosidade, parece interferir na capacidade de assumir a docência enquanto profissão
através da qual se procura condições para a sobrevivência.
Neste caso, parece haver a tentativa em não deixar transparecer o discurso da
utilidade relacionada ao conhecimento. Algumas metáforas, ao apresentarem características
semânticas pautadas em uma visão romântica do conhecimento, parecem tentar expressar a
crença de desinteresse material que a docência apresentava antes de possuir status de
profissão.
As entrevistas, o requestionamento das metáforas e categorias presentes na
primeira fase do estudo deixaram entrever alguns significados que revelam de o contraste
entre o interesse pela mobilização social e o desinteresse material.
O conteúdo processado pelo ALCESTE desvelou a oportunidade enquanto
conseqüência da aprendizagem de um conhecimento determinado, ao reconhecimento e a
valorização social atribuída à condição de saber institucionalizado.
Oportunizar emprego, sobretudo, parece ser segundo os licenciandos, a função
do conhecimento, o que leva a compreensão da necessidade do grupo de inserção nos
diferentes âmbitos sociais.
Algumas expressões revelaram a condição de desvantagem com a qual se auto
representam, uma delas parece revelar uma estrutura de pensamento e, por conseguinte, uma
representação atribuída ao conhecimento, que se materializa no movimento, na ação de correr
atrás.
As condições de vida e de inserção social, objetivadas na inserção no espaço da
universidade parece simbolizar para os licenciandos um marco que viabiliza a mudança de
115
status frente ao grupo de pertença fora da universidade, família, comunidade, e a conquista de
espaço dentro da academia. Esta tem como função prepará-los para o exercício futuro da
profissão e inserção no mercado de trabalho.
Os licenciandos, futuros professores, parecem, a partir do lugar social em que
se encontram, demonstrarem preocupação em adquirir condições sociais diferentes das
vivenciadas. Por isso, talvez, reiterem e reforcem o significado da estrutura de pensamento
social acerca do conhecimento relacionado à fome e sede, além de aludirem a luz.
Alimento, água e calor, são condições básicas para que a vida se desenvolva,
os licenciandos, ao comungarem com tal estrutura de pensamento, parecem atribuir ao
conhecimento status de condição fundamental a vida.
O conhecimento visto como oceano reforça a dimensão da constância e da
característica infinita que este parece comportar e provocar no sujeito que aprende, além de se
contrapor ao significado anteriormente discutido, a saber o coordenado pela metáfora
alimento.
Cabe salientar ainda, que os significados aninhados pelas metáforas alimento e
oceano, instauram duas posturas contraditórias: a primeira por apresentar a ação do sujeito em
adquirir o conhecimento, e a segunda em revelar um sujeito que admira o conhecimento,
imenso e inatingível.
A falta de saber institucionalizado aos membros do grupo parece ativar a
ausência do cenário de benesses que o conhecimento pode conduzir. E isso se objetiva quando
se fazem presente os termos abrir caminhos,
portas e degraus.
Embora as duas fases da pesquisa tenham contribuído para compreensão das
metáforas que coordenam o discurso a respeito do termo conhecimento, não foi possível
mapear os subgrupos, as representações menos consensuais e as condições que fomentam sua
origem. Tal processo responderia a questão teórica proposta por Jodelet (2001) acerca de onde
falam os sujeitos questionados. Uma investigação assim delineada poderia revelar momentos
de mudanças nas representações sociais.
Estudos acerca da origem das representações e dos marcadores de mudança
poderiam contribuir para reflexão a respeito das crenças fomentadas no interior dos grupos
sociais, e, no contexto da Pedagogia, talvez auxiliasse na reflexão e intervenção no processo
formativo.
116
REFERÊNCIAS
AGUIAR, M. A. S. ; MELO, M. M. O. Pedagogia e Faculdades de Educação: vicissitudes e
possibilidade de Formação pedagógica e docente na IFES. Educação & Sociedade.
Campinas. v. 26, n. 92, p. 959-982, out. 2005. Disponível em:
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124
APÊNDICES
APÊNDICE A
Instrumento de coleta referente à primeira fase do estudo
Ano:
Turno:
Sexo: Masc ( ) Fem( )
Metáforas são figuras de palavras que servem, na linguagem, para expressar conceitos que
são difíceis de compreender no campo das idéias. Usamos de metáforas o tempo todo em
nossa vida cotidiana. Pense em uma situação em que você é professor, e uma criança te
pergunta algumas coisas difíceis de responder, para não deixá-la em dúvida você responde o
que lhe foi perguntado simplificando, usando de imagens.
Exemplo:
Alguém que vai se casar: Fulano está indo para a forca.
Algo difícil de conseguir: vai ter que rebolar
Estou com dor de cabeça: Minha cabeça está explodindo
Gostaria que você, aluno do curso de pedagogia, apresentasse metáforas para os termos
expostos abaixo, uma para cada palavra, depois, crie uma frase para explicar cada metáfora
escolhida.
Professor _______________________
Frase:_________________________________________________________________
Aluno__________________________
Frase:
______________________________________________________________________
Conhecimento____________________
Frase:___________________________________________________________________
E agora, responda, por favor:
Se o Professor fosse uma coisa, que coisa seria? Explique.
______________________________________________________________________
Se o Aluno fosse uma coisa, que coisa seria? Explique.
125
______________________________________________________________________
Se o Conhecimento pudesse ser outra coisa, que coisa seria? Explique.
______________________________________________________________________
126
APÊNDICE B
Instrumento de coleta referente à segunda fase do estudo
Instrumento de coleta
1° Bloco
1. O que lhe vem à cabeça quando você pensa no não saber? Quais as implicações do não
saber? O que não saber provoca na vida das pessoas? E na vida de um aluno de
Pedagogia?
2. O que você pode dizer sobre o conhecimento? Quando você pensa no conhecimento o
que lhe vem à cabeça?
3. O que conhecer provoca na vida das pessoas? E na vida do aluno de Pedagogia?
4. O que você pode dizer sobre a relação entre saber e não saber?
5. Como uma pessoa pode mudar da condição de não saber para a condição de conhecer?
Quais elementos são necessários para que isso ocorra? um exemplo usando uma
situação vivida por um aluno de Pedagogia.
6. O que acontece com aqueles que estudam?
7. O que acontece com aqueles que não estudam?
8. O que leva uma pessoa a estudar Pedagogia?
9. O que você e seus colegas comentam sobre o que pode motivar um aluno de
Pedagogia a estudar?
10. Quando vocês, alunos de Pedagogia conversam, o que vocês falam sobre o que é
fundamental aprender no curso de Pedagogia? Explique por favor.
Metáforas
2° Bloco
Em uma outra etapa desse estudo, foram coletadas metáforas sobre o conhecimento, as
metáforas mais usadas pelos alunos de Pedagogia foram:
luz, água, alimento, dinheiro, ponte, livro, oceano, tijolos.
O que você acha que seus colegas pensaram quando escolheram essas metáforas? Explique.
Você poderia me explicar o sentido de cada uma delas, levando em conta que agora você é
um porta voz de seu grupo.
Pensando em conhecimento, você concorda com essas metáforas, você acredita que elas
sejam boas imagens para representar o conhecimento? Explique.
Dessas metáforas que eu falei você escolheria alguma para representar a palavra
conhecimento? Qual?
127
128
APÊNDICE C
CADERNO DE FREQÜÊNCIA
Sujeitos 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23
Grupos Semânticos Categorias
1.O lugar do conhecimento a
partir da dicotomia dentro /
fora
1.1 Internalização - de
fora para dentro
1 1 1 1 1 1 1
1.2 Elaboração - de
dentro para fora
1.3 Contemplação 1
Subtotal da categoria
1:
2. Funções do conhecimento
2.1 Sobrevivência 1 1 1 1
2.2 Mobilidade Social 1 1 1 1
2.3 Controle da
realidade
1 1
2.4 Possibilita
enxergar o novo
2.5 Junção de partes
diferentes
Subtotal da categoria
2:
3. Qualidades do conhecimento
3.1 Singular
3.2 Heterogêneo
3.3 Infinito
3.4 Imensurável 1
3.5 Belo
3.6 Bem material 1
3.7 Precioso
Subtotal da categoria
3:
4. Características do sujeito
cognoscente
4.1 Receptivo 1 1 1 1 1 1 1
4.2 Reflexivo
4.3 Contemplativo 1
Subtotal da categoria
129
4:
130
Sujeitos 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43
Grupos Semânticos Categorias
1.O lugar do
conhecimento a partir
da dicotomia dentro /
fora
1.1 Internalização -
de fora para dentro
1 1 1
1.2 Elaboração - de
dentro para fora
1 1
1.3 Contemplação
Subtotal da categoria
1:
2. Funções do
conhecimento
2.1 Sobrevivência 1 1 1 1 1
2.2 Mobilidade
Social
1 1
2.3 Controle da
realidade
2.4 Possibilita
enxergar o novo
2.5 Junção de partes
diferentes
Subtotal da categoria
2:
3. Qualidades do
conhecimento
3.1 Singular
3.2 Heterogêneo
3.3 Infinito 1
3.4 Imensurável
3.5 Belo
3.6 Bem material
3.7 Precioso
Subtotal da categoria
3:
4. Características do
sujeito cognoscente
4.1 Receptivo 1 1 1
4.2 Reflexivo 1 1
4.3 Contemplativo 1
Subtotal da categoria
4:
131
Sujeitos 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 61 62 63
Grupos Semânticos Categorias
1.O lugar do
conhecimento a partir
da dicotomia dentro /
fora
1.1 Internalização de
fora para dentro
1 1 1 1 1 1 1
1.2 Elaboração de
dentro para fora
1.3 Contemplação 1
Subtotal da categoria
1:
2. Funções do
conhecimento
2.1 Sobrevivência 1 1 1 1 1 1 1 1
2.2 Mobilidade
Social
1
2.3 Controle da
realidade
2.4 Possibilita
enxergar o novo
1 1
2.5 Junção de partes
diferentes
Subtotal da categoria
2:
3. Qualidades do
conhecimento
3.1 Singular
3.2 Heterogêneo
3.3 Infinito
3.4 Imensurável
3.5 Belo
3.6 Bem material
3.7 Precioso 1
Subtotal da categoria
3
1. Características do
sujeito cognoscente
4.1 Receptivo 1 1 1 1 1 1 1
4.2 Reflexivo 1
4.3Contemplativo
Subtotal da categoria
4:
132
Sujeitos 64 65 66 67 68 69 70 71 72 73 74 75 76 77 78 79 80 81 82 83
Grupos Semânticos Categorias
1.O lugar do
conhecimento a partir
da dicotomia dentro /
fora
1.1 Internalização de
fora para dentro
1 1
1.2 Elaboração de
dentro para fora
1
1.3 Contemplação
Subtotal da categoria
1:
2. Funções do
conhecimento
2.1 Sobrevivência 1 1 1 1 1
2.2 Mobilidade
Social
1 1 1 1 1 1 1
2.3 Controle da
realidade
2.4 Possibilita
enxergar o novo
2.5 Junção de partes
diferentes
1 1
Subtotal da categoria
2:
3. Qualidades do
conhecimento
3.1 Singular 1
3.2 Heterogêneo 1 1
3.3 Infinito
3.4 Imensurável
3.5 Belo
3.6 Bem material 1
3.7 Precioso 1
Subtotal da categoria
3:
4. Características do
sujeito cognoscente
4.1 Receptivo 1 1
4.2 Reflexivo 1
4.3Contemplativo
Subtotal da categoria
4:
133
Sujeitos 84 85 86 87 88 89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 100 101 102
Grupos Semânticos Categorias
1.O lugar do
conhecimento a partir
da dicotomia dentro /
fora
1.1 Internalização de
fora para dentro
1 1 1 1 1 1
1.2 Elaboração de
dentro para fora
1.3 Contemplação
Subtotal da categoria
1:
2. Funções do
conhecimento
2.1 Sobrevivência 1 1 1 1 1 1 1
2.2 Mobilidade
Social
1 1
2.3 Controle da
realidade
2.4 Possibilita
enxergar o novo
1 1
2.5 Junção de partes
diferentes
Subtotal da categoria
2:
3. Qualidades do
conhecimento
3.1 Singular
3.2 Heterogêneo
3.3 Infinito
3.4 Imensurável
3.5 Belo
3.6 Bem material
3.7 Precioso
Subtotal da categoria
3:
4. Características do
sujeito cognoscente
4.1 Receptivo 1 1 1 1 1 1
4.2 Reflexivo
4.3 Contemplativo
Subtotal da categoria
4:
134
Sujeitos 103 104 105 106 107 108 109 110 111 112 113 114 115 116 117 118
Grupos Semânticos Categorias
1.O lugar do
conhecimento a partir
da dicotomia dentro /
fora
1.1 Internalização de
fora para dentro
1 1 1 1 1 1
1.2 Elaboração de
dentro para fora
1.3 Contemplação
Subtotal da categoria
1:
2. Funções do
conhecimento
2.1 Sobrevivência 1 1 1 1
2.2 Mobilidade
Social
1 1
2.3 Controle da
realidade
1
2.4 Possibilita
enxergar o novo
1
2.5 Junção de partes
diferentes
Subtotal da categoria
2:
3. Qualidades do
conhecimento
3.1 Singular
3.2 Heterogêneo
3.3 Infinito 1
3.4 Imensurável 1
3.5 Belo 1
3.6 Bem material
3.7 Precioso
Subtotal da categoria
3:
4. Características do
sujeito cognoscente
4.1 Receptivo 1 1 1 1 1 1
4.2 Reflexivo
4.3Contemplativo 1
Subtotal da categoria
4:
135
Sujeitos 119 120 121 122 123 124 125 126 127 128 129 130 131 132 133 134
Grupos Semânticos Categorias
1.O lugar do
conhecimento a
partir da dicotomia
dentro / fora
1.1 Internalização de
fora para dentro
1
1.2 Elaboração de
dentro para fora
1 1 1
1.3 Contemplação 1
Subtotal da categoria
1:
2. Funções do
conhecimento
2.1 Sobrevivência 1 1 1
2.2 Mobilidade
Social
2.3 Controle da
realidade
1
2.4 Possibilita
enxergar o novo
2.5 Junção de partes
diferentes
Subtotal da categoria
2:
3. Qualidades do
conhecimento
3.1 Singular
3.2 Heterogêneo
3.3 Infinito 1 1
3.4 Imensurável 1
3.5 Belo
3.6 Bem material 1
3.7 Precioso 1
Subtotal da categoria
3:
4. Características do
sujeito cognoscente
4.1 Receptivo 1
4.2 Reflexivo 1 1
4.3 Contemplativo 1 1
Subtotal da categoria
4:
136
Sujeitos 135 136 137 138 139 140 141 142 143 144 145 TOTAL
Grupos Semânticos Categorias
1.O lugar do
conhecimento a
partir da dicotomia
dentro / fora
1.1 Internalização de
fora para dentro
1 1 34
1.2 Elaboração de
dentro para fora
1 1 8
1.3 Contemplação 1 1 1 6
Subtotal da categoria
1:
48
2. Funções do
conhecimento
2.1 Sobrevivência 1 37
2.2 Mobilidade
Social
1 1 1 21
2.3 Controle da
realidade
1 1 6
2.4 Possibilita
enxergar o novo
1 1 1 8
2.5 Junção de partes
diferentes
1 1 4
Subtotal da categoria
2:
76
3.Qualidade do
conhecimento
3.1 Singular 1
3.2 Heterogêneo 2
3.3 Infinito 1 1 1 7
3.4 Imensurável 3
3.5 Belo 1
3.6 Bem material 1 1 1 1 7
3.7 Precioso 1 4
Subtotal da categoria
3:
25
4. Características do
sujeito cognoscente
4.1 Receptivo 1 1 34
4.2 Reflexivo 1 8
4.3Contemplativo 1 1 1 8
Subtotal da categoria
4:
50
137
ANEXO A
RELATÓRIO GERADO PELO PROGRAMA ALCESTE
-------------------------------------
* Logiciel ALCESTE (4.7 - 01/12/02) *
-------------------------------------
Plan de l'analyse :ami.pl ; Date : 13/ 8/**; Heure : 10:28:57
C:\Documents and Settings\Eugênia\Desktop\ami\&&_0\
ami.txt
ET 1 1 1 1
A 1 1 1
B 1 1 1
C 1 1 1
D 1 1 1 0 0
A1 1 0 0
A2 3 0
A3 1 1 0
B1 0 4 0 1 1 0 1 1 0
B2 2 2 0 0 0 0 0 0
B3 10 4 1 1 0 0 0 0 0 0
C1 0 121
C2 0 2
C3 0 0 1 1 1 2
D1 0 2 2
D2 0
D3 5 a 2
D4 1 -2 1
D5 0 0
---------------------
A1: Lecture du corpus
---------------------
A12 : Traitement des fins de ligne du corpus :
N° marque de la fin de ligne :
Nombre de lignes étoilées : 40
--------------------------
A2: Calcul du dictionnaire
--------------------------
Nombre de formes distinctes : 3791
Nombre d'occurrences : 48508
Fréquence moyenne par forme : 13
Nombre de hapax : 1826
Fréquence maximum d'une forme : 2335
78.61% des formes de fréq. < 5 recouvrent 10.58% des occur.;
91.30% des formes de fréq. < 18 recouvrent 20.28% des occur.;
95.73% des formes de fréq. < 44 recouvrent 30.34% des occur.;
97.81% des formes de fréq. < 91 recouvrent 40.18% des occur.;
98.84% des formes de fréq. < 181 recouvrent 50.21% des occur.;
99.39% des formes de fréq. < 323 recouvrent 60.65% des occur.;
99.68% des formes de fréq. < 506 recouvrent 70.05% des occur.;
138
99.87% des formes de fréq. < 1257 recouvrent 81.65% des occur.;
99.95% des formes de fréq. < 1638 recouvrent 90.93% des occur.;
100.00% des formes de fréq. < 2335 recouvrent100.00% des occur.;
----------------------------------------------------
A3 : Liste des clés et valeurs d'analyse (ALC_CLE) :
----------------------------------------------------
A 1 Adjectifs et adverbes
B 1 Adverbes en "ment"
C 1 Couleurs
D 1 Mois/jour
E 1 Epoques/ Mesures
F 1 Famille
G 1 Lieux, pays
I 2 Interjections
J 2 Nombres
K 0 Nombres en chiffre
M 2 Mots en majuscules
N 1 Noms
U 1 Mots non trouvés dans DICIN (si existe)
V 1 Verbes
W 2 Prénoms
X 2 Formes non reconnues et fréquentes
Y 1 Formes reconnues mais non codées
0 2 Mots outils non classés
1 2 Verbes modaux (ou susceptibles de l'être)
2 2 Marqueurs d'une modalisation (mots outils)
3 2 Marqueurs d'une relation spatiale (mots outils)
4 2 Marqueurs d'une relation temporelle (mots outils)
5 2 Marqueurs d'une intensité (mots outils)
6 2 Marqueurs d'une relation discursive (mots outils)
7 2 Marqueurs de la personne (mots outils)
8 2 Démonstratifs, indéfinis et relatifs (mots outils)
9 2 Auxiliaires être et avoir (mots outils)
1 Formes non reconnues
A34 : Fréquence maximale d'un mot analysé : 3000
Nombre de mots analysés : 3261
Nombre de mots supplémentaires de type "r" : 42
Nombre de mots supplémentaires de type "s" : 65
Nombre d'occurrences retenues : 47149
Moyenne par mot : 13.288220
Nombre d'occurrences analysables (fréq.> 3) : 33096 soit
75.404980%
Nombre d'occurrences supplémentaires : 10795
Nombre d'occurrences hors fenêtre fréquence : 3258
-------------------------------------------
B1: Sélection des uce et calcul des données
-------------------------------------------
B11: Le nom du dossier des résultats est &&_0
B12: Fréquence minimum d'un "mot" analysé : 4
139
B13: Fréquence maximum d'un "mot" retenu : 9999
B14: Fréquence minimum d'un "mot étoilé" : 1
B15: Code de fin d'U.C.E. : 1
B16: Nombre d'occurrences par U.C.E. : 30
B17: Elimination des U.C.E. de longueur < 0
Fréquence minimum finale d'un "mot" analysé : 4
Fréquence minimum finale d'un "mot étoilé" : 1
Nombre de mots analysés : 998
Nombre de mots supplémentaires de type "r" : 30
Nombre total de mots : 1028
Nombre de mots supplémentaires de type "s" : 65
Nombre de lignes de B1_DICB : 1093
Nombre d'occurrences analysées : 33096
Nombre d'u.c.i. : 40
Nombre moyen de "mots" analysés / u.c.e. : 30.587800
Nombre d'u.c.e. : 1082
Nombre d'u.c.e. sélectionnées : 1082
100.00% des u.c.e. sont sélectionnées
Nombre de couples : 37211
--------------------
B2: Calcul de DONN.1
--------------------
Nombre de mots par unité de contexte : 28
Nombre d'unités de contexte : 787
--------------------
B2: Calcul de DONN.2
--------------------
Nombre de mots par unité de contexte : 32
Nombre d'unités de contexte : 701
-----------------------------------------------------
B3: Classification descendante hiérarchique de DONN.1
-----------------------------------------------------
Elimination des mots de fréquence > 3000 et < 4
0 mots éliminés au hasard soit .00 % de la fenêtre
Nombre d'items analysables : 794
Nombre d'unités de contexte : 787
Nombre de "1" : 25065
-----------------------------------------------------
B3: Classification descendante hiérarchique de DONN.2
-----------------------------------------------------
Elimination des mots de fréquence > 3000 et < 4
0 mots éliminés au hasard soit .00 % de la fenêtre
Nombre d'items analysables : 788
Nombre d'unités de contexte : 701
Nombre de "1" : 24579
140
----------------------------
C1: intersection des classes
----------------------------
Nom du dossier traité C:\Documents and
Settings\Eugênia\Desktop\ami
\&&_0\
Suffixe de l'analyse :121
Date de l'analyse :13/ 8/**
Intersection des classes RCDH1 et RCDH2
Nombre minimum d'uce par classe : 55
DONN.1 Nombre de mots par uc : 28
Nombre d'uc : 787
DONN.2 Nombre de mots par uc : 32
Nombre d'uc : 701
777 u.c.e classées sur 1082 soit 71.81 %
Nombre d'u.c.e. distribuées: 1061
Tableau croisant les deux partitions :
RCDH1 * RCDH2
classe * 1 2 3 4 5
poids * 251 218 277 150 165
1 342 * 227 42 32 10 31
2 162 * 4 134 18 4 2
3 285 * 18 39 221 2 5
4 147 * 2 3 4 103 35
5 125 * 0 0 2 31 92
Tableau des chi2 (signés) :
RCDH1 * RCDH2
classe * 1 2 3 4 5
poids * 251 218 277 150 165
1 342 * 509 -21 -73 -52 -16
2 162 * -47 452 -22 -21 -29
3 285 * -64 -11 534 -57 -56
4 147 * -46 -35 -48 439 8
5 125 * -43 -36 -44 13 363
Classification Descendante Hiérarchique...
Dendrogramme des classes stables (à partir de B3_rcdh1) :
141
----|----|----|----|----|----|----|----|----|----|
Cl. 1 ( 227uce) |-----------------------------------+
18 |-----------+
Cl. 2 ( 134uce) |---------------------+ | |
17 |-------------+ |
Cl. 3 ( 221uce) |---------------------+ |
19 |+
Cl. 4 ( 103uce) |-----------+ |
14 |-----------------------------------+
Cl. 5 ( 92uce) |-----------+
Classification Descendante Hiérarchique...
Dendrogramme des classes stables (à partir de B3_rcdh2) :
----|----|----|----|----|----|----|----|----|----|
Cl. 1 ( 227uce) |---------------------+
18 |--------------------------+
Cl. 2 ( 134uce) |----------------+ | |
17 |----+ |
Cl. 3 ( 221uce) |----------------+ |
19 +
Cl. 4 ( 103uce) |-------------------------+ |
16 |----------------------+
Cl. 5 ( 92uce) |-------------------------+
----------------------
C2: profil des classes
----------------------
Chi2 minimum pour la sélection d'un mot : 2.59
Nombre de mots (formes réduites) : 1028
Nombre de mots analysés : 998
Nombre de mots "hors-corpus" : 65
Nombre de classes : 5
777 u.c.e. classées soit 71.811460%
Nombre de "1" analysés : 19032
Nombre de "1" suppl. ("r") : 4085
Distribution des u.c.e. par classe...
1eme classe : 227. u.c.e. 5496. "1" analysés ; 1198. "1" suppl..
2eme classe : 134. u.c.e. 3300. "1" analysés ; 677. "1" suppl..
3eme classe : 221. u.c.e. 5349. "1" analysés ; 1159. "1" suppl..
4eme classe : 103. u.c.e. 2577. "1" analysés ; 549. "1" suppl..
5eme classe : 92. u.c.e. 2310. "1" analysés ; 502. "1" suppl..
--------------------------
Classe n° 1 => Contexte A
--------------------------
142
Nombre d'u.c.e. : 227. soit : 29.21 %
Nombre de "uns" (a+r) : 6694. soit : 28.96 %
Nombre de mots analysés par uce : 24.21
num effectifs pourc. chi2 identification
4 4. 5. 80.00 6.28 A grade+
6 4. 5. 80.00 6.28 A idea+l
8 7. 14. 50.00 2.98 A interessant+
28 47. 114. 41.23 9.32 N os
41 4. 4. 100.00 9.74 V convers+er
44 3. 3. 100.00 7.30 V entendre.
56 8. 16. 50.00 3.41 V interess+er
61 4. 5. 80.00 6.28 V motiv+er
66 9. 17. 52.94 4.73 V partir.
68 8. 16. 50.00 3.41 V pass+er
74 8. 17. 47.06 2.68 V precis+er
79 55. 80. 68.75 67.41 V sal+er
85 8. 16. 50.00 3.41 V vari+er
87 5. 9. 55.56 3.05 Y academi<
90 7. 14. 50.00 2.98 Y base+
94 20. 26. 76.92 29.61 Y disciplin<
97 9. 18. 50.00 3.85 Y import+ant
104 6. 7. 85.71 10.90 Y sociolog<
134 15. 34. 44.12 3.82 ainda
135 6. 9. 66.67 6.18 ajuda
140 8. 14. 57.14 5.38 alem
147 56. 89. 62.92 55.22 aluno+
152 7. 9. 77.78 10.38 amor
159 4. 4. 100.00 9.74 antropologia
165 4. 5. 80.00 6.28 aplicar
167 4. 6. 66.67 4.10 aprendeu
171 32. 63. 50.79 15.44 aprend+
174 34. 87. 39.08 4.61 aquel+
175 28. 75. 37.33 2.65 aqui
179 4. 5. 80.00 6.28 arte+
185 4. 5. 80.00 6.28 atencao
190 42. 82. 51.22 21.46 aula+
192 3. 4. 75.00 4.08 autor+
237 14. 20. 70.00 16.51 cheg+
244 5. 8. 62.50 4.33 claro+
259 3. 3. 100.00 7.30 comenta
261 46. 121. 38.02 5.37 como
266 5. 7. 71.43 6.09 comportamento+
273 4. 7. 57.14 2.66 concurso
291 3. 4. 75.00 4.08 constroi
292 3. 4. 75.00 4.08 construcao
299 4. 4. 100.00 9.74 contribuir
310 4. 5. 80.00 6.28 crescimento
312 27. 58. 46.55 9.11 crianca+
319 40. 106. 37.74 4.31 curso+
320 74. 204. 36.27 6.67 da
321 6. 7. 85.71 10.90 dado+
323 5. 6. 83.33 8.56 dao
345 4. 4. 100.00 9.74 desejar
347 6. 11. 54.55 3.46 desenvolvimento
357 4. 7. 57.14 2.66 dez
372 3. 4. 75.00 4.08 discurso
143
390 41. 67. 61.19 36.26 educacao
402 7. 11. 63.64 6.39 ensino
405 10. 19. 52.63 5.16 entender
412 5. 7. 71.43 6.09 envolv+
420 24. 63. 38.10 2.61 escola+
427 8. 9. 88.89 15.68 especial
431 5. 5. 100.00 12.19 essencial
432 52. 133. 39.10 7.58 ess+
435 7. 8. 87.50 13.28 estagio
436 7. 9. 77.78 10.38 estamos
460 4. 6. 66.67 4.10 expectativa+
467 3. 3. 100.00 7.30 faco
479 13. 26. 50.00 5.62 falta
480 7. 7. 100.00 17.11 faltando
483 4. 5. 80.00 6.28 fantastica
487 15. 34. 44.12 3.82 faz
488 5. 9. 55.56 3.05 fazem
503 9. 11. 81.82 14.93 filosofia
525 5. 6. 83.33 8.56 funcion+
526 3. 4. 75.00 4.08 fundamentacao
527 7. 8. 87.50 13.28 fundamento+
528 18. 21. 85.71 33.32 fundament+
534 88. 184. 47.83 40.38 gente
548 3. 3. 100.00 7.30 habilidade+
550 11. 20. 55.00 6.60 historia
552 11. 19. 57.89 7.75 hora+
567 7. 10. 70.00 8.15 infantil
574 5. 8. 62.50 4.33 inici+
591 67. 187. 35.83 5.21 isso
604 4. 5. 80.00 6.28 lembro
612 6. 7. 85.71 10.90 lidar
614 4. 7. 57.14 2.66 linguagem
624 10. 20. 50.00 4.29 maioria
634 11. 17. 64.71 10.59 materi+
649 39. 104. 37.50 3.99 mesmo+
652 14. 15. 93.33 30.41 metodologia+
658 10. 13. 76.92 14.55 modulo+
659 8. 17. 47.06 2.68 momento+
665 9. 13. 69.23 10.24 mudar
672 90. 267. 33.71 3.97 na
676 8. 15. 53.33 4.30 nas
731 17. 26. 65.38 17.02 pelo+
773 5. 5. 100.00 12.19 pouca+
776 47. 60. 78.33 75.86 pratica+
780 3. 4. 75.00 4.08 preciso
782 4. 5. 80.00 6.28 preocupacao
786 3. 4. 75.00 4.08 pretendo
793 9. 10. 90.00 18.10 processo
797 46. 97. 47.42 17.77 professor+
801 3. 3. 100.00 7.30 projeto+
806 18. 26. 69.23 20.83 psicologia
809 4. 4. 100.00 9.74 publico
811 7. 11. 63.64 6.39 qual
820 7. 10. 70.00 8.15 quarto
826 7. 8. 87.50 13.28 querendo
830 25. 64. 39.06 3.27 quer+
831 12. 24. 50.00 5.17 questao
835 8. 11. 72.73 10.22 realidade
144
836 10. 19. 52.63 5.16 realmente
843 3. 3. 100.00 7.30 relacionar
849 5. 6. 83.33 8.56 respeito
876 7. 12. 58.33 5.00 sendo
899 3. 4. 75.00 4.08 somos
905 9. 15. 60.00 7.01 superior+
916 9. 11. 81.82 14.93 temos
924 21. 28. 75.00 29.44 teoria+
926 7. 13. 53.85 3.88 teorico+
933 7. 12. 58.33 5.00 teve
943 6. 7. 85.71 10.90 tivemos
946 28. 68. 41.18 5.16 todo+
949 7. 10. 70.00 8.15 trabalha
956 4. 5. 80.00 6.28 tradicional
959 3. 3. 100.00 7.30 tratar
969 5. 8. 62.50 4.33 usar
999 * 179. 530. 33.77 16.75 * a
1012 * 3. 4. 75.00 4.08 * 6 si
1016 * 30. 54. 55.56 19.47 * 7 nos
1026 * 31. 72. 43.06 7.35 * M A
1032 * 77. 221. 34.84 4.73 * *ano_4
1033 * 153. 488. 31.35 2.90 * *est_1
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1040 * 65. 164. 39.63 10.91 * *mov_2
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1049 * 16. 33. 48.48 6.19 * *suj_10
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1083 * 7. 13. 53.85 3.88 * *suj_5
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1092 * 151. 483. 31.26 2.59 * *tur_1
Nombre de mots sélectionnés : 143
--------------------------
Classe n° 2 => Contexte B
--------------------------
Nombre d'u.c.e. : 134. soit : 17.25 %
Nombre de "uns" (a+r) : 3977. soit : 17.20 %
Nombre de mots analysés par uce : 24.63
num effectifs pourc. chi2 identification
13 6. 16. 37.50 4.70 A socia+l
14 5. 14. 35.71 3.41 A vive+
15 2. 4. 50.00 3.02 N cargo+
16 8. 9. 88.89 32.75 N classe+
17 2. 4. 50.00 3.02 N dona+
42 5. 12. 41.67 5.09 V dependre.
46 3. 5. 60.00 6.45 V esper+er
49 3. 5. 60.00 6.45 V forc+er
57 6. 17. 35.29 3.97 V lev+er
75 6. 18. 33.33 3.34 V procur+er
77 4. 7. 57.14 7.88 V repentir.
83 2. 4. 50.00 3.02 V tent+er
84 2. 4. 50.00 3.02 V test+er
145
86 19. 80. 23.75 2.64 V vid+er
88 2. 4. 50.00 3.02 Y adolesc+ent
103 9. 10. 90.00 37.57 Y salari<
120 3. 4. 75.00 9.40 achar
128 10. 27. 37.04 7.68 acredito
142 8. 13. 61.54 18.17 alguem
144 5. 15. 33.33 2.77 alguns
145 4. 10. 40.00 3.68 ali
161 4. 6. 66.67 10.35 aos
172 4. 6. 66.67 10.35 apresentar
174 21. 87. 24.14 3.26 aquel+
178 9. 9. 100.00 43.69 arrumar
187 18. 35. 51.43 30.01 atras
189 2. 3. 66.67 5.15 atuar
196 4. 11. 36.36 2.86 baixa
203 3. 4. 75.00 9.40 biblioteca
207 11. 40. 27.50 3.11 bom
212 16. 49. 32.65 8.70 buscar
213 2. 3. 66.67 5.15 buscou
216 14. 24. 58.33 29.29 caminho+
219 2. 4. 50.00 3.02 capacitacao
220 3. 6. 50.00 4.55 capacitado+
229 5. 15. 33.33 2.77 certa+
230 4. 8. 50.00 6.08 certeza
232 2. 3. 66.67 5.15 chao
250 2. 4. 50.00 3.02 colocacao
255 3. 5. 60.00 6.45 comecar
267 3. 3. 100.00 14.45 comprar
275 13. 18. 72.22 39.02 condicoes
281 7. 9. 77.78 23.38 conheco
282 14. 52. 26.92 3.66 conhec+
284 12. 24. 50.00 18.62 consegue
285 3. 7. 42.86 3.25 conseguem
288 16. 38. 42.11 17.30 consegui+
307 6. 18. 33.33 3.34 corr+
309 2. 3. 66.67 5.15 creio
314 2. 4. 50.00 3.02 critico+
317 3. 5. 60.00 6.45 curriculo
330 3. 5. 60.00 6.45 dedica
343 3. 7. 42.86 3.25 descobr+
362 11. 31. 35.48 7.53 dificil
366 10. 14. 71.43 29.33 diploma+
367 7. 18. 38.89 6.05 direito+
371 2. 4. 50.00 3.02 discriminada+
393 35. 148. 23.65 5.25 ela+
394 37. 150. 24.67 7.17 ele+
397 23. 32. 71.88 69.79 emprego+
398 5. 6. 83.33 18.50 empresa
422 6. 16. 37.50 4.70 escrev+
434 3. 5. 60.00 6.45 estado+
441 2. 3. 66.67 5.15 esteja
444 2. 4. 50.00 3.02 estranho
445 16. 22. 72.73 48.83 estudam
450 3. 5. 60.00 6.45 estudou
451 19. 42. 45.24 24.38 estudo+
452 22. 53. 41.51 23.46 estud+
453 2. 4. 50.00 3.02 excluida+
458 3. 3. 100.00 14.45 exigindo
146
459 2. 4. 50.00 3.02 existem
486 3. 6. 50.00 4.55 fato+
496 3. 5. 60.00 6.45 ficando
505 3. 3. 100.00 14.45 financeira+
514 4. 10. 40.00 3.68 formada+
518 12. 35. 34.29 7.46 for+
530 7. 8. 87.50 27.95 futuro
531 5. 9. 55.56 9.36 ganhar
547 7. 12. 58.33 14.42 grupo+
569 2. 4. 50.00 3.02 influencia
570 4. 6. 66.67 10.35 informacao
572 3. 3. 100.00 14.45 informatica
579 2. 3. 66.67 5.15 inserido
580 2. 3. 66.67 5.15 inteira
585 3. 6. 50.00 4.55 internet
588 16. 33. 48.48 23.57 ir
606 9. 25. 36.00 6.37 ler
615 2. 3. 66.67 5.15 linha
616 6. 15. 40.00 5.55 livro+
618 6. 13. 46.15 7.74 lugar+
620 3. 6. 50.00 4.55 luta+
627 2. 4. 50.00 3.02 manter
628 2. 4. 50.00 3.02 mao+
631 5. 5. 100.00 24.15 marginalizada+
642 16. 34. 47.06 22.14 melhor+
646 12. 31. 38.71 10.42 menos
647 9. 13. 69.23 25.04 mercado
670 12. 39. 30.77 5.26 mundo
673 8. 28. 28.57 2.61 nada
674 106. 541. 19.59 6.88 nao
680 15. 37. 40.54 14.77 nem
702 2. 3. 66.67 5.15 olham
708 18. 33. 54.55 33.60 oportunidade+
709 2. 4. 50.00 3.02 orientacao
717 4. 7. 57.14 7.88 papel
718 2. 4. 50.00 3.02 parar
719 4. 9. 44.44 4.72 parece
728 2. 3. 66.67 5.15 pedi+
741 2. 4. 50.00 3.02 perdendo
744 3. 4. 75.00 9.40 perfeito
747 3. 5. 60.00 6.45 perspectiva+
749 8. 21. 38.10 6.57 pesquisa+
750 64. 202. 31.68 39.87 pesso+
751 2. 3. 66.67 5.15 pior
754 3. 5. 60.00 6.45 pobre+
758 24. 86. 27.91 7.70 pod+
763 2. 3. 66.67 5.15 popular+
774 12. 42. 28.57 3.99 pouco+
778 2. 4. 50.00 3.02 precisam
799 7. 21. 33.33 3.91 profission+
803 3. 5. 60.00 6.45 proprio
804 4. 10. 40.00 3.68 prova
824 26. 68. 38.24 23.00 quem
825 11. 25. 44.00 12.96 querem
832 3. 7. 42.86 3.25 questionar
847 2. 3. 66.67 5.15 renda
857 6. 9. 66.67 15.58 sabem
861 3. 5. 60.00 6.45 saiba
147
863 18. 72. 25.00 3.34 sao
884 5. 11. 45.45 6.22 servico+
887 10. 35. 28.57 3.29 seu+
893 3. 6. 50.00 4.55 situacao
895 2. 4. 50.00 3.02 sociais
896 12. 43. 27.91 3.63 sociedade
902 2. 4. 50.00 3.02 status
911 3. 7. 42.86 3.25 tanta+
917 86. 333. 25.83 30.06 tem+
919 6. 15. 40.00 5.55 tenha
927 35. 135. 25.93 8.63 ter
955 23. 47. 48.94 35.20 trabalho+
965 65. 286. 22.73 9.53 um
970 2. 4. 50.00 3.02 vaga+
971 54. 174. 31.03 29.87 vai
974 17. 27. 62.96 40.96 vao
986 19. 54. 35.19 13.09 vez+
997 8. 22. 36.36 5.80 vontade
1010 * 46. 215. 21.40 3.59 * 6 mais
1017 * 59. 261. 22.61 7.91 * 7 se
1024 * 5. 12. 41.67 5.09 * I ah
1030 * 34. 157. 21.66 2.68 * *ano_2
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1048 * 9. 22. 40.91 8.88 * *suj_1
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1091 * 32. 144. 22.22 3.07 * *trab_4
Nombre de mots sélectionnés : 163
--------------------------
Classe n° 3 => Contexte C
--------------------------
Nombre d'u.c.e. : 221. soit : 28.44 %
Nombre de "uns" (a+r) : 6508. soit : 28.15 %
Nombre de mots analysés par uce : 24.20
num effectifs pourc. chi2 identification
3 5. 8. 62.50 4.61 A fort+
12 23. 46. 50.00 11.16 A sobre+
14 7. 14. 50.00 3.26 A vive+
35 4. 6. 66.67 4.34 V ag+ir
48 7. 12. 58.33 5.35 V exist+er
50 21. 48. 43.75 5.89 V form+er
54 4. 6. 66.67 4.34 V ignor+er
71 11. 17. 64.71 11.23 V pens+er
73 5. 7. 71.43 6.41 V port+er
80 5. 9. 55.56 3.29 V sentir.
86 39. 80. 48.75 18.07 V vid+er
92 4. 7. 57.14 2.86 Y context<
148
93 6. 8. 75.00 8.61 Y cultur<
109 4. 6. 66.67 4.34 abre
110 5. 7. 71.43 6.41 abrir
117 4. 6. 66.67 4.34 acha
123 60. 145. 41.38 14.66 acho
126 3. 3. 100.00 7.58 acontecendo
131 15. 20. 75.00 21.86 adquir+
141 18. 22. 81.82 31.69 algo
143 29. 67. 43.28 7.93 algum+
149 5. 7. 71.43 6.41 ambient+
154 6. 11. 54.55 3.74 amplo
158 7. 11. 63.64 6.79 antes
160 18. 29. 62.07 16.74 ao
163 3. 4. 75.00 4.28 aparece+
166 7. 14. 50.00 3.26 aprendendo
168 3. 4. 75.00 4.28 aprendizado
176 19. 45. 42.22 4.46 aquilo
180 32. 81. 39.51 5.44 assim
183 21. 26. 80.77 36.19 assunto+
209 20. 30. 66.67 22.40 busca
210 3. 3. 100.00 7.58 buscam
211 8. 14. 57.14 5.77 buscando
212 20. 49. 40.82 3.93 buscar
214 11. 24. 45.83 3.68 cabeca+
231 11. 17. 64.71 11.23 certo+
236 6. 8. 75.00 8.61 cheguei
240 8. 9. 88.89 16.35 cientifico
246 64. 148. 43.24 19.68 coisa+
254 10. 19. 52.63 5.60 comeca
261 44. 121. 36.36 4.42 como
277 4. 4. 100.00 10.12 conflito+
278 3. 3. 100.00 7.58 conhecendo
280 113. 198. 57.07 107.00 conhecimento+
282 30. 52. 57.69 23.43 conhec+
300 3. 4. 75.00 4.28 conversando
308 4. 5. 80.00 6.57 cotidiano
311 10. 11. 90.91 21.39 cresc+
313 3. 4. 75.00 4.28 critica+
324 6. 11. 54.55 3.74 daquel+
326 7. 11. 63.64 6.79 daquilo
348 7. 13. 53.85 4.19 desenvolv+
352 4. 6. 66.67 4.34 determinada+
353 13. 13. 100.00 33.26 determinado
356 4. 7. 57.14 2.86 deve+
370 3. 4. 75.00 4.28 discriminacao
379 10. 22. 45.45 3.22 dizer
383 4. 6. 66.67 4.34 dominio
387 4. 5. 80.00 6.57 doutor+
395 79. 241. 32.78 3.23 em
433 44. 127. 34.65 2.87 esta
438 22. 53. 41.51 4.77 estar
457 15. 33. 45.45 4.90 exemplo+
464 3. 4. 75.00 4.28 faca
471 8. 15. 53.33 4.66 falando
472 23. 45. 51.11 12.06 falar
494 17. 42. 40.48 3.16 fica
495 5. 8. 62.50 4.61 ficam
516 4. 4. 100.00 10.12 formal
149
523 3. 3. 100.00 7.58 fulano
535 11. 16. 68.75 13.04 geral
553 4. 5. 80.00 6.57 horizontes
555 5. 7. 71.43 6.41 humano+
563 3. 3. 100.00 7.58 implicacoes
571 6. 9. 66.67 6.54 informacoes
576 6. 7. 85.71 11.38 inseguranca
593 5. 5. 100.00 12.66 janela+
596 3. 4. 75.00 4.28 jorn+
600 5. 7. 71.43 6.41 justamente
610 3. 3. 100.00 7.58 libertar+
613 3. 4. 75.00 4.28 limitada+
619 5. 9. 55.56 3.29 lutar
626 15. 26. 57.69 11.31 maneira+
638 9. 20. 45.00 2.77 medo
640 16. 31. 51.61 8.52 meio+
655 31. 72. 43.06 8.33 mim
659 8. 17. 47.06 2.96 momento+
662 8. 10. 80.00 13.23 muda
663 11. 15. 73.33 15.14 mudanca+
674 171. 541. 31.61 8.77 nao
675 4. 7. 57.14 2.86 naquel+
677 5. 5. 100.00 12.66 nasc+
693 16. 25. 64.00 16.05 novo+
694 9. 15. 60.00 7.48 nov+
704 4. 4. 100.00 10.12 olhos
713 4. 4. 100.00 10.12 padec+
716 11. 18. 61.11 9.66 palavra+
722 5. 9. 55.56 3.29 passado+
738 14. 19. 73.68 19.59 penso
750 72. 202. 35.64 6.95 pesso+
755 3. 4. 75.00 4.28 podem
758 34. 86. 39.53 5.85 pod+
769 12. 19. 63.16 11.53 posso
775 7. 10. 70.00 8.60 pouquinho
791 9. 16. 56.25 6.21 principalmente
794 12. 19. 63.16 11.53 procurar
805 6. 6. 100.00 15.21 provoca
816 64. 138. 46.38 26.52 quando
817 8. 16. 50.00 3.73 quanto+
845 3. 3. 100.00 7.58 relativo
856 65. 103. 63.11 70.10 sabe
859 94. 155. 60.65 98.65 saber+
864 3. 4. 75.00 4.28 satisfacao
869 6. 6. 100.00 15.21 seguranca
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871 18. 42. 42.86 4.53 sei+
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661 10. 13. 76.92 53.65 motivo+
664 2. 6. 33.33 2.68 mudando
666 2. 4. 50.00 5.61 mudou
669 2. 4. 50.00 5.61 mulheres
686 30. 153. 19.61 11.01 no
706 6. 6. 100.00 45.02 opcao
707 3. 4. 75.00 15.37 opiniao
711 16. 69. 23.19 9.34 outro+
712 4. 7. 57.14 13.89 ouvi+
725 8. 35. 22.86 4.26 passar
726 5. 12. 41.67 10.39 passei
727 4. 9. 44.44 9.27 passou
734 2. 5. 40.00 3.82 pensando
736 2. 5. 40.00 3.82 pensava
737 6. 10. 60.00 22.51 pensei
757 3. 4. 75.00 15.37 podia
764 28. 164. 17.07 5.45 por
785 2. 4. 50.00 5.61 prestei
787 4. 15. 26.67 3.22 primeira
797 18. 97. 18.56 4.79 professor+
819 3. 6. 50.00 8.44 quarta
827 10. 24. 41.67 21.11 queria
828 6. 9. 66.67 26.22 queriam
829 6. 22. 27.27 5.17 quero
855 2. 6. 33.33 2.68 ruim
867 2. 4. 50.00 5.61 segunda
868 12. 28. 42.86 26.77 segundo
877 2. 3. 66.67 8.67 senhor+
905 4. 15. 26.67 3.22 superior+
907 2. 4. 50.00 5.61 sustentar
910 11. 54. 20.37 4.05 tambem
925 2. 4. 50.00 5.61 teorica+
928 3. 7. 42.86 6.51 terceiro
929 5. 8. 62.50 19.87 teria
931 3. 3. 100.00 22.42 terminei
937 17. 70. 24.29 11.41 tinha
938 3. 7. 42.86 6.51 tinham
944 10. 38. 26.32 8.02 tive+
950 4. 4. 100.00 29.94 trabalham
952 13. 44. 29.55 14.01 trabalhar
953 7. 8. 87.50 44.33 trabalhava
963 3. 10. 30.00 3.20 turma+
964 2. 4. 50.00 5.61 ufmt
967 3. 7. 42.86 6.51 unica
973 6. 15. 40.00 11.62 vamos
156
979 5. 21. 23.81 2.96 vejo
980 2. 5. 40.00 3.82 velha+
984 6. 24. 25.00 4.11 verdade
985 8. 20. 40.00 15.59 vestibular
988 6. 10. 60.00 22.51 vim
989 2. 6. 33.33 2.68 vinte
998 17. 62. 27.42 15.67 vou
1002 * 3. 11. 27.27 2.55 * 0 entre
1003 * 3. 9. 33.33 4.03 * 0 mal
1005 * 5. 15. 33.33 6.77 * 1 devoir.
1009 * 3. 7. 42.86 6.51 * 5 tres
1011 * 12. 64. 18.75 3.19 * 6 ou
1015 * 18. 98. 18.37 4.58 * 7 me
1022 * 82. 473. 17.34 34.98 * 9 eu+
1036 * 72. 556. 12.95 2.30 * *ida_1
1041 * 12. 57. 21.05 5.00 * *mov_3
1046 * 91. 746. 12.20 2.30 * *sex_1
1055 * 5. 15. 33.33 6.77 * *suj_16
1058 * 7. 28. 25.00 4.82 * *suj_19
1060 * 9. 47. 19.15 2.56 * *suj_20
1061 * 7. 18. 38.89 12.92 * *suj_21
1065 * 4. 16. 25.00 2.71 * *suj_25
1071 * 4. 12. 33.33 5.39 * *suj_30
1076 * 5. 16. 31.25 5.90 * *suj_35
1078 * 4. 11. 36.36 6.43 * *suj_37
1085 * 5. 11. 45.45 12.08 * *suj_7
1086 * 4. 15. 26.67 3.22 * *suj_8
1088 * 52. 351. 14.81 5.43 * *trab_1
1093 * 54. 294. 18.37 19.30 * *tur_2
Nombre de mots sélectionnés : 153
Nombre de mots marqués : 992 sur 1028 soit 96.50%
Liste des valeurs de clé :
0 si chi2 < 2.71
1 si chi2 < 3.84
2 si chi2 < 5.02
3 si chi2 < 6.63
4 si chi2 < 10.80
5 si chi2 < 20.00
6 si chi2 < 30.00
7 si chi2 < 40.00
8 si chi2 < 50.00
Tableau croisant classes et clés :
* Classes * 1 2 3 4 5
Clés * Poids * 1377 753 1261 672 571
A * 145 * 39 20 49 24 13
I * 25 * 8 8 5 1 3
M * 273 * 88 52 79 31 23
N * 639 * 198 104 125 116 96
V * 1132 * 344 183 324 170 111
Y * 257 * 102 30 58 27 40
0 * 28 * 6 4 2 8 8
157
1 * 22 * 3 0 8 5 6
3 * 12 * 0 3 4 5 0
4 * 11 * 4 3 4 0 0
5 * 7 * 1 0 1 2 3
6 * 286 * 80 58 83 23 42
7 * 442 * 129 76 130 63 44
8 * 659 * 197 116 197 77 72
9 * 696 * 178 96 192 120 110
Tableau des chi2 (signés) :
* Classes * 1 2 3 4 5
Clés * Poids * 1377 753 1261 672 571
A * 145 * 0 0 3 0 -1
I * 25 * 0 4 0 -2 0
M * 273 * 0 1 0 -2 -4
N * 639 * 0 0 -21 7 5
V * 1132 * 0 0 1 0 -8
Y * 257 * 12 -4 -2 -3 2
0 * 28 * 0 0 -5 4 6
1 * 22 * -2 -4 0 1 4
3 * 12 * -5 0 0 7 -1
4 * 11 * 0 0 0 -1 -1
5 * 7 * 0 -1 0 1 6
6 * 286 * 0 3 0 -10 1
7 * 442 * 0 0 1 0 -2
8 * 659 * 0 1 2 -4 -1
9 * 696 * -6 -3 0 4 9
Chi2 du tableau : 159.154000
Nombre de "1" distribués : 4634 soit 20 %
-------------------------------
C2: Reclassement des uce et uci
-------------------------------
Type de reclassement choisi pour les uce :
Classement d'origine
Tableaux des clés (TUCE et TUCI) :
Nombre d'uce enregistrées : 1082
Nombre d'uce classées : 777 soit : 71.81%
Nombre d'uci enregistrées : 40
Nombre d'uci classées : 30 soit : 75.00%
---------------------------------
C3: A.F.C. du tableau C2_DICB.121
---------------------------------
A.F.C. de C:\Documents and
Settings\Eugênia\Desktop\ami\&&_0\C2_DICB.121
158
Effectif minimum d'un mot : 8
Nombre d'uce minimum par classe : 25
Nombre de lignes analysées : 579
Nombre total de lignes : 672
Nombre de colonnes analysées : 5
***********************************************
* Num.* Valeur Propre * Pourcentage * Cumul *
***********************************************
* 1 * .17143820 * 36.98214 * 36.982 *
* 2 * .11636350 * 25.10160 * 62.084 *
* 3 * .09527323 * 20.55206 * 82.636 *
* 4 * .08049525 * 17.36420 * 100.000 *
***********************************************
Seuls les mots à valeur de clé >= 5 sont représentés
Nombre total de mots retenus : 271
Nombre de mots pleins retenus : 564
Nombre total de points : 276
Représentation séparée car plus de 60 points
159
Projection des colonnes et mots "*" sur le plan 1 2 (corrélations)
Axe horizontal : 1e facteur : V.P. =.1714 ( 36.98 % de l'inertie)
Axe vertical : 2e facteur : V.P. =.1164 ( 25.10 % de l'inertie)
+-----|---------|---------|---------+---------|---------|---------|-
----+
20 | | *mov_1
|
19 | |
|
18 | |
|
17 | |
|
16 | *suj_18 | *trab_4
|
15 | |
|
14 | *suj_23 | *suj_11 *rel_4
|
13 | | *sex_1
|
12 | *est_3 *suj_6*ida_3
|
11 | | #04
|
10 | *suj_2 | *est_2*suj_34
|
9 | |
|
8 | #02 | *ano_3
|
7 | *suj_31 *suj_33 |
|
6 | | *tur_1
|
5 | *suj_28 |
|
4 | #03 *suj_22 *suj_35
|
3 | |
|
2 | |
|
1 |*suj_3 *suj_26*suj_36 |
*suj_16
0 +----------*suj_1---*suj_25*suj_29--+-------------------------------
----+
1 | *ano_2*suj_40 |
|
2 | *suj_9 |
|
3 | *suj_27 |
|
4 | *ano_1*suj_4 | *rel_1 #05
|
160
5 | *suj_21*suj_10
|
6 | *suj_15 *trab_1 *tur_2 |
|
7 | | *ano_4
|
8 | | *suj_19
|
9 | *suj_32*ida_1 *suj_8
|
10 | *rel_2 *suj_24*mov_3
|
11 | |
|
12 | *suj_12 *rel_3 | *suj_7
|
13 | *sex_2*suj_13| *suj_20
|
14 | *suj_17*est_1 *suj_39
|
15 | | *suj_30
|
16 | *ida_2*suj_5 | *suj_38
|
17 | *suj_14 | *suj_37
|
18 | *trab_3#01
|
19 | *mov_2| *trab_2
|
+-----|---------|---------|---------+---------|---------|---------|-
----+
Nombre de points recouverts 0 dont 0 superposés
x y nom
Projection des mots analyses sur le plan 1 2 (corrélations)
Axe horizontal : 1e facteur : V.P. =.1714 ( 36.98 % de l'inertie)
Axe vertical : 2e facteur : V.P. =.1164 ( 25.10 % de l'inertie)
+-----|---------|---------|---------+---------|---------|---------|-
----+
19 | | ela+
|
18 | |
|
17 | |
|
16 | | achava
|
15 | estudo+familia fez cas+er
|
14 | sociedade | sabia
|
161
13 | |consegui+ cursinho .
.dandofilha+
12 | pesso+ | noitefazia
marido.sonho+quase
11 | | redacao .
...carta |
10 | caminho+alguemfuturosobre+ | nem epoca+fuir.
comecei
9 | tipo+ .vez+ conhec+estud+conheco depoisera
estava
8 | vid+ersabe grupo+vao condicoes faculdade+ficou ia
.falei
7 | busca sabemnovo+ arrumarclasse+
vestibular
6 | cientificoquem .. conseguesalari<estudam
fizminha+
5 | assunto+ muda .tornaprovocatrabalho+ dia+
meuqueria
4 | voce+ viver. pens+er segurancamelhor+
passei
3 |cresc+certo+ coisa+ atras possodiploma+
|
2 | geralalgo |
matematicafoi |
1 | saber+ ao irinseguranca
interessant+ |
0 +-vai.--vemtraz+-pensoquando-maneira+falarfacilacabam-muito+-
..estudei--+
1 | tem+ adquir+ | pensei
|
2 | mudanca+ | trabalhavasegundo
ano+
3 | querem dizem
ouvi+medioescolh+ |
4 | | opcaocaso+ . vim
fazer
5 | acho tudo | campo+
colega+magisterio|
6 | | ja concorrencia
|
7 | | queriam vou
|
8 | | teria
|
9 | area+ no
|
10 | | vamos feitoagora
|
11 | | gostar
|
12 | | educador+
.curso+ |
13 | | pedagog<
|
14 | aprend+ sociolog<modulo+ maioria
|
15 | gente | processo aula+
|
162
16 | lidar crianca+
|
17 | temos | aluno+ cheg+faltandoteoria+
|
18 | especial| .. . ..
pratica+pelo+educacao|
19 | filosofia estagiodisciplin<
|
20 | | fundamento+
|
+-----|---------|---------|---------+---------|---------|---------|-
----+
Nombre de points recouverts 23 dont 0 superposés
x y nom
22 13 irmao+
25 13 mouvoir.
25 12 mae
25 11 estudar
27 11 filho+
28 11 falou
29 11 tinha
-26 9 procurar
31 8 primeira
-9 6 emprego+
-8 6 mercado
-12 5 oportunidade
-22 4 determinado
-31 0 conhecimento
25 0 motivo+
26 0 escola+
25 -4 trabalhar
26 -12 professor+
3 -18 metodologia+
4 -18 fundament+
6 -18 querendo
10 -18 sal+er
11 -18 psicologia
163
Projection des mots de type "r" sur le plan 1 2 (corrélations)
Axe horizontal : 1e facteur : V.P. =.1714 ( 36.98 % de l'inertie)
Axe vertical : 2e facteur : V.P. =.1164 ( 25.10 % de l'inertie)
+-----|---------|---------|---------+---------|---------|---------|-
----+
19 | | dela
|
18 | E |
|
17 | |
|
16 | |
|
15 | |
|
14 | |
|
13 | |
|
12 | | via
|
11 | |
|
10 | | maldire.
|
9 | | sera
|
8 | |
|
7 | |
|
6 | se | eu+
|
5 | |
me |
4 | |
vi |
3 | |
|
2 | |
|
1 | ah e| ai
|
0 +-----------------------------------+----------------------------
tres---+
1 | |
|
2 | te | devoir.
|
3 | |
|
4 | a-partir-d< |
|
5 | mais |
|
164
6 | |
|
7 | qu+ as ou
|
8 | |
|
9 | |
entre |
10 | |
|
11 | A | a
|
12 | | ha
|
13 | O | nos
|
14 | |
|
15 | |
|
16 | |
|
17 | |
|
18 | o |
|
+-----|---------|---------|---------+---------|---------|---------|-
----+
Nombre de points recouverts 0 dont 0 superposés
x y nom
-----------------------------------------
D1: Sélection de quelques mots par classe
-----------------------------------------
Valeur de clé minimum pour la sélection : 0
Vocabulaire spécifique de la classe 1 :
sal+er(55), aluno+(56), pratica+(47), gente(88), educacao(41),
fundament+(18), metodologia+(14), disciplin<(20), aula+(42),
psicologia(18), teoria+(21), sociolog<(6), aprend+(32), cheg+(14),
dado+(6), especial(8), essencial(5), estagio(7), faltando(7),
filosofia(9), fundamento+(7), lidar(6), modulo+(10), pelo+(17),
pouca+(5), processo(9), professor+(46), querendo(7), temos(9),
tivemos(6), os(47), convers+er(4), entendre.(3), amor(7),
antropologia(4), comenta(3), contribuir(4), dao(5), desejar(4),
ess+(52), estamos(7), faco(3), funcion+(5), habilidade+(3), hora+(11),
infantil(7), materi+(11), mudar(9), projeto+(3), publico(4), quarto(7),
realidade(8), relacionar(3), respeito(5), superior+(9), trabalha(7),
tratar(3), grade+(4), idea+l(4), motiv+er(4), ajuda(6), alem(8),
aplicar(4), arte+(4), atencao(4), como(46), comportamento+(5),
crescimento(4), ensino(7), entender(10), envolv+(5), falta(13),
fantastica(4), historia(11), isso(67), lembro(4), preocupacao(4);
Vocabulaire spécifique de la classe 2 :
165
emprego+(23), arrumar(9), estudam(16), vao(17), classe+(8),
salari<(9), atras(18), condicoes(13), oportunidade+(18), pesso+(64),
tem+(86), trabalho+(23), caminho+(14), conheco(7), diploma+(10),
estudo+(19), estud+(22), futuro(7), ir(16), marginalizada+(5),
melhor+(16), mercado(9), quem(26), vai(54), alguem(8), comprar(3),
consegue(12), consegui+(16), empresa(5), exigindo(3), financeira+(3),
grupo+(7), informatica(3), nem(15), querem(11), sabem(6), vez+(19),
repentir.(4), sorte+(2), achar(3), acontecem(2), acredito(10), aos(4),
apresentar(4), biblioteca(3), buscar(16), depender(2), dificil(11),
ele+(37), for+(12), ganhar(5), gari+(2), informacao(4), inteiro(2),
lugar+(6), menos(12), papel(4), perfeito(3), pod+(24), ter(35), um(65),
dependre.(5), esper+er(3), forc+er(3), atuar(2), buscou(2), certeza(4),
chao(2), comecar(3), creio(2), curriculo(3), dedica(3), direito+(7),
estado+(3), esteja(2), estudou(3), ficando(3), inserido(2), inteira(2),
ler(9), linha(2);
Vocabulaire spécifique de la classe 3 :
conhecimento+(113), sabe(65), saber+(94), algo(18), assunto+(21),
determinado(13), voce+(118), adquir+(15), busca(20), conhec+(30),
cresc+(10), quando(64), tudo(39), vem(18), sobre+(23), pens+er(11),
vid+er(39), acho(60), ao(18), certo+(11), cientifico(8), coisa+(64),
falar(23), geral(11), inseguranca(6), janela+(5), maneira+(15),
muda(8), mudanca+(11), nasc+(5), novo+(16), penso(14), posso(12),
procurar(12), provoca(6), seguranca(6), significa(5), sociedade(24),
sofre(5), tipo+(14), torna(6), traz+(9), viver(6), cultur<(6),
acontecendo(3), algum+(29), antes(7), buscam(3), cheguei(6),
conflito+(4), conhecendo(3), daquilo(7), formal(4), fulano(3),
implicacoes(3), libertar+(3), meio+(16), mim(31), nao(171), nov+(9),
olhos(4), padec+(4), palavra+(11), pouquinho(7), relativo(3),
sentido(7), sim(6), uma+(102), varios(7), simple+(2), exist+er(7),
form+er(21), port+er(5), universit<(2), abrir(5), ajudam(2),
ambient+(5), aprofundar(2), assim(32), buscando(8), comeca(10);
Vocabulaire spécifique de la classe 4 :
cas+er(13), fuir.(25), comecei(12), era(28), filha+(9), minha+(35),
tinha(41), falou(14), mae(13), marido(7), carta(6), epoca+(8),
falei(13), ia(11), irmao+(6), quase(5), redacao(6), mont+er(4),
mouvoir.(8), dando(6), ela+(38), estava(13), estudar(21), estudava(4),
ficou(5), filho+(9), noite(5), queria(12), sabia(9), tia(5),
interessant+(6), fez(8), li+er(2), exig+ent(2), achava(7), chegou(4),
coloquei(3), conhecia(3), cursinho(3), depois(9), dia+(15),
disseram(3), eram(2), escola+(18), faculdade+(10), familia(8),
fazia(4), feliz(3), fiz(9), irma+(4), jovem(4), logo+(3),
matematica(6), memori+(3), muito+(37), parei(2), passei(6),
perdida+(2), perguntei(2), pesquisar(3), presenca(3), prestar(2),
primeira(7), procuro(2), pude+(2), sonho+(4), vestibular(9),
federa+l(2), dur+er(4), querir.(2), problem<(7), achei(4), assisti+(3),
cara(2), com(36), da(40), dava(3), deixe+(2), demais(4), desejo+(2),
dezesse+(2), empregada(2), entrei(7), escrev+(6), falava(4), fique+(5);
Vocabulaire spécifique de la classe 5 :
caso+(14), concorrencia(14), curso+(37), motivo+(10), opcao(6),
trabalhava(7), foi(24), colega+(9), ja(31), magisterio(5),
pedagog<(28), ano+(22), caramba(3), estudei(6), gostando(4), gostar(7),
jovens(3), medio(3), meu(17), pensei(6), queriam(6), segundo(12),
terminei(3), trabalham(4), vim(6), acabam(3), agora(12), area+(12),
campo+(5), cento(3), comigo(3), conversei(3), crianca+(17), dizem(4),
educador+(4), escolh+(5), facil(8), falaram(4), fazer(23), feito(5),
166
infancia(2), maioria(8), no(30), opiniao(3), ouvi+(4), podia(3),
prefeitura(2), teria(5), tido(2), trabalhar(13), vamos(6), voltei(2),
vou(17), lega+l(2), mas(40), serie+(6), adulto+(3), apaixonada+(2),
concorrido(2), consigo(3), daqui(5), diretor+(1), dom(2), dou(1),
falam(5), falavam(2), igual(3), menina+(5), musica+(1), oitenta(1),
oito(1), outro+(16), passou(4), pensam(1), quarta(3), senhor+(2),
conseguiu(2), dar(9), deixar(2), dinamico(2), duas(3), ensinar(6),
estavam(2), fizeram(3), gostam(3);
Mots outils spécifiques de la classe 1 :
si(3), nos(30), ha(5), A(31), a(179), o(136);
Mots outils spécifiques de la classe 2 :
a-partir-d<(3), mais(46), se(59), ah(5), E(28);
Mots outils spécifiques de la classe 3 :
te(13), qu+(197), as(61), O(25), e(193);
Mots outils spécifiques de la classe 4 :
vi(3), dire.(4), dela(5), via(3), me(29), ai(8), eu+(95);
Mots outils spécifiques de la classe 5 :
entre(3), mal(3), devoir.(5), tres(3), ou(12), ma(1);
Mots étoilés spécifiques de la classe 1 :
*ano_4(77), *est_1(153), *ida_2(42), *mov_2(65), *sex_2(18),
*suj_10(16), *suj_13(12), *suj_14(7), *suj_17(6), *suj_20(25),
*suj_32(4), *suj_38(6), *suj_39(6), *suj_5(7), *trab_2(25),
*trab_3(81);
Mots étoilés spécifiques de la classe 2 :
*est_3(13), *rel_1(25), *rel_2(50), *suj_1(9), *suj_11(8),
*suj_18(10), *suj_22(5), *suj_27(6), *suj_28(10), *suj_31(5),
*suj_33(15);
Mots étoilés spécifiques de la classe 3 :
*ano_1(77), *ano_2(53), *ida_1(167), *rel_3(85), *suj_12(9),
*suj_15(14), *suj_2(13), *suj_23(5), *suj_25(11), *suj_26(4),
*suj_29(7), *suj_3(10), *suj_35(9), *suj_36(5), *suj_4(11), *suj_40(5),
*suj_9(7), *trab_1(117);
Mots étoilés spécifiques de la classe 4 :
*ano_3(45), *est_2(55), *ida_3(46), *mov_1(87), *rel_4(48),
*sex_1(103), *suj_34(12), *suj_6(40), *trab_4(50), *tur_1(86);
Mots étoilés spécifiques de la classe 5 :
*mov_3(12), *suj_16(5), *suj_19(7), *suj_21(7), *suj_24(2),
*suj_30(4), *suj_37(4), *suj_7(5), *suj_8(4), *tur_2(54);
167
--------------------------------------------
D1: Sélection des mots et des uce par classe
--------------------------------------------
D1 : Distribution des formes d'origine par racine
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Formes associées au contexte A
------------------------------
A9 sal+er : sala(65);
A9 aluno+ : aluno(52), alunos(19);
A9 pratica+ : pratica(64), praticas(3);
A8 gente : gente(154);
A7 educacao : educacao(55);
A7 fundament+ : fundamenta(1), fundamentais(1), fundamental(16);
A7 metodologia+ : metodologia(8), metodologias(8);
A6 disciplin< : disciplina(15), disciplinas(7);
A6 aula+ : aula(52), aulas(1);
A6 psicologia : psicologia(23);
A6 teoria+ : teoria(24), teorias(9);
A5 sociolog< : sociologia(6);
A5 aprend+ : aprenda(2), aprende(14), aprender(17), aprendi(9);
A5 cheg+ : chega(16);
A5 dado+ : dado(3), dados(3);
A5 especial : especial(9);
A5 essencial : essencial(6);
A5 estagio : estagio(8);
A5 faltando : faltando(8);
A5 filosofia : filosofia(9);
A5 fundamento+ : fundamento(2), fundamentos(5);
A5 lidar : lidar(7);
A5 modulo+ : modulo(6), modulos(6);
A5 pelo+ : pelo(16), pelos(3);
A5 pouca+ : pouca(4), poucas(1);
A5 processo : processo(10);
A5 professor+ : professor(38), professora(5), professoras(2),
professores(13);
A5 querendo : querendo(8);
A5 temos : temos(10);
A5 tivemos : tivemos(6);
A4 os : os(57);
A4 convers+er : conversa(4), conversas(1);
A4 entendre. : entende(3);
A4 amor : amor(14);
A4 antropologia : antropologia(4);
A4 comenta : comenta(3);
A4 contribuir : contribuir(4);
A4 dao : dao(5);
A4 desejar : desejar(5);
A4 ess+ : essa(22), essas(11), esse(29), esses(4);
A4 estamos : estamos(8);
A4 faco : faco(3);
A4 funcion+ : funciona(5), funcionais(1);
168
A4 habilidade+ : habilidade(2), habilidades(1);
A4 hora+ : hora(9), horas(4);
A4 infantil : infantil(7);
A4 materi+ : materia(5), materias(8);
A4 mudar : mudar(12);
A4 projeto+ : projeto(2), projetos(1);
A4 publico : publico(4);
A4 quarto : quarto(8);
A4 realidade : realidade(9);
A4 relacionar : relacionar(5);
A4 respeito : respeito(6);
A4 superior+ : superior(10), superiores(1);
A4 trabalha : trabalha(7);
A4 tratar : tratar(3);
A3 grade+ : grade(4);
A3 idea+l : ideal(5);
A3 motiv+er : motiva(5);
A3 ajuda : ajuda(7);
A3 alem : alem(9);
A3 aplicar : aplicar(4);
A3 arte+ : arte(2), artes(3);
A3 atencao : atencao(5);
A3 como : como(57);
A3 comportamento+ : comportamento(4), comportamentos(1);
A3 crescimento : crescimento(4);
A3 ensino : ensino(9);
A3 entender : entender(11);
A3 envolv+ : envolve(5), envolver(1);
A3 falta : falta(14);
A3 fantastica : fantastica(4);
A3 historia : historia(13);
A3 isso : isso(80);
A3 lembro : lembro(4);
A3 preocupacao : preocupacao(5);
A3 qual : qual(8);
A3 questao : questao(14);
A3 realmente : realmente(11);
A3 todo+ : todo(17), todos(18);
A3 tradicional : tradicional(4);
A2 fonte+ : fontes(3);
A2 partir. : parte(7), partes(1), partir(3);
A2 aliment< : alimentacao(2);
A2 import+ant : importante(8), importantes(1);
A2 aprendeu : aprendeu(4);
A2 aquel+ : aquela(20), aquelas(1), aquele(15), aqueles(3);
A2 autor+ : autor(2), autores(1);
A2 ciencia+ : ciencias(3);
A2 claro+ : claro(4), claros(1);
A2 constroi : constroi(3);
A2 construcao : construcao(4);
A2 discurso : discurso(3);
A2 especializacao : especializacao(2);
A2 esperando : esperando(3);
A2 expectativa+ : expectativa(1), expectativas(3);
A2 firmeza : firmeza(3);
A2 fundamentacao : fundamentacao(3);
A2 inici+ : iniciais(4), inicial(1);
A2 interessar : interessar(2);
169
A2 mesmo+ : mesmo(43), mesmos(1);
A2 na : na(123);
A2 nas : nas(8);
A2 preciso : preciso(3);
A2 pretendo : pretendo(4);
A2 sendo : sendo(10);
A2 somos : somos(3);
A2 teorico+ : teorico(5), teoricos(2);
A2 teve : teve(7);
A2 usar : usar(8);
A2 venho : venho(2);
------------------------------
Formes associées au contexte B
------------------------------
B9 emprego+ : emprego(37), empregos(2);
B8 arrumar : arrumar(12);
B8 estudam : estudam(16);
B8 vao : vao(25);
B7 classe+ : classe(7), classes(2);
B7 salari< : salarial(1), salario(9), salarios(1);
B7 atras : atras(22);
B7 condicoes : condicoes(14);
B7 oportunidade+ : oportunidade(24), oportunidades(6);
B7 pesso+ : pessoa(47), pessoal(2), pessoas(49);
B7 tem+ : tem(153), tema(1);
B7 trabalho+ : trabalho(27), trabalhos(2);
B6 caminho+ : caminho(14), caminhos(4);
B6 conheco : conheco(7);
B6 diploma+ : diploma(9), diplomas(1);
B6 estudo+ : estudo(20), estudos(1);
B6 estud+ : estuda(33), estude(1);
B6 futuro : futuro(8);
B6 ir : ir(17);
B6 marginalizada+ : marginalizada(1), marginalizadas(4);
B6 melhor+ : melhor(17), melhores(4);
B6 mercado : mercado(10);
B6 quem : quem(37);
B6 vai : vai(97);
B5 alguem : alguem(8);
B5 comprar : comprar(4);
B5 consegue : consegue(12);
B5 consegui+ : consegui(3), conseguia(1), conseguir(14);
B5 empresa : empresa(5);
B5 exigindo : exigindo(3);
B5 financeira+ : financeira(2), financeiras(1);
B5 grupo+ : grupo(11), grupos(1);
B5 informatica : informatica(3);
B5 nem : nem(19);
B5 querem : querem(16);
B5 sabem : sabem(6);
B5 vez+ : vez(7), vezes(13);
B4 repentir. : repente(4);
B4 sorte+ : sorte(3);
B4 achar : achar(3);
B4 acontecem : acontecem(2);
B4 acredito : acredito(10);
170
B4 aos : aos(4);
B4 apresentar : apresentar(4);
B4 biblioteca : biblioteca(4);
B4 buscar : buscar(20);
B4 depender : depender(2);
B4 dificil : dificil(14);
B4 ele+ : ele(55), eles(21);
B4 for+ : for(7), fora(6);
B4 ganhar : ganhar(5);
B4 gari+ : gari(2);
B4 informacao : informacao(4);
B4 inteiro : inteiro(2);
B4 lugar+ : lugar(2), lugares(4);
B4 menos : menos(13);
B4 papel : papel(4);
B4 perfeito : perfeito(3);
B4 pod+ : pode(23), poder(12);
B4 ter : ter(51);
B4 um : um(94);
B3 dependre. : depende(5);
B3 esper+er : espera(3);
B3 forc+er : forca(3);
B3 atuar : atuar(2);
B3 buscou : buscou(2);
B3 certeza : certeza(5);
B3 chao : chao(2);
B3 comecar : comecar(5);
B3 creio : creio(2);
B3 curriculo : curriculo(3);
B3 dedica : dedica(3);
B3 direito+ : direito(6), direitos(3);
B3 estado+ : estado(2), estados(1);
B3 esteja : esteja(2);
B3 estudou : estudou(4);
B3 ficando : ficando(3);
B3 inserido : inserido(2);
B3 inteira : inteira(2);
B3 ler : ler(9);
B3 linha : linha(2);
B3 livro+ : livro(1), livros(6);
B3 mundo : mundo(13);
B3 olham : olham(3);
B3 pedi+ : pedir(3);
B3 perspectiva+ : perspectiva(2), perspectivas(1);
B3 pesquisa+ : pesquisa(8), pesquisas(1);
B3 pior : pior(2);
B3 pobre+ : pobre(2), pobres(2);
B3 popular+ : popular(1), populares(2);
B3 proprio : proprio(3);
B3 renda : renda(2);
B3 saiba : saiba(3);
B3 servico+ : servico(4), servicos(3);
B3 tenha : tenha(6);
B3 vontade : vontade(9);
B2 socia+l : social(7);
B2 lev+er : leva(6);
B2 capacitado+ : capacitado(3);
B2 fato+ : fato(3);
171
B2 insercao : insercao(1);
B2 internet : internet(3);
B2 luta+ : luta(3);
B2 parece : parece(4);
B2 poem+ : poem(1);
B2 pouco+ : pouco(12), poucos(2);
B2 profission+ : profissionais(1), profissional(9);
B2 psicopedagogia : psicopedagogia(2);
B2 situacao : situacao(4);
B2 televisao : televisao(1);
B2 viveu : viveu(1);
------------------------------
Formes associées au contexte C
------------------------------
C9 conhecimento+ : conhecimento(189), conhecimentos(14);
C9 sabe : sabe(93);
C9 saber+ : saber(153), saberes(3);
C7 algo : algo(20);
C7 assunto+ : assunto(22), assuntos(3);
C7 determinado : determinado(15);
C7 voce+ : voce(313);
C6 adquir+ : adquire(3), adquiri(4), adquirir(9);
C6 busca : busca(24);
C6 conhec+ : conhece(20), conhecer(21);
C6 cresc+ : cresce(1), crescer(11), cresci(1);
C6 quando : quando(76);
C6 tudo : tudo(48);
C6 vem : vem(21);
C5 sobre+ : sobre(29);
C5 pens+er : pensa(11), pense(1);
C5 vid+er : vida(47);
C5 acho : acho(71);
C5 ao : ao(20);
C5 certo+ : certo(10), certos(5);
C5 cientifico : cientifico(9);
C5 coisa+ : coisa(60), coisas(24);
C5 falar : falar(28);
C5 geral : geral(11);
C5 inseguranca : inseguranca(7);
C5 janela+ : janela(3), janelas(2);
C5 maneira+ : maneira(17), maneiras(2);
C5 muda : muda(10);
C5 mudanca+ : mudanca(6), mudancas(7);
C5 nasc+ : nasce(4), nasci(1);
C5 novo+ : novo(8), novos(8);
C5 penso : penso(14);
C5 posso : posso(14);
C5 procurar : procurar(12);
C5 provoca : provoca(6);
C5 seguranca : seguranca(8);
C5 significa : significa(5);
C5 sociedade : sociedade(34);
C5 sofre : sofre(5);
C5 tipo+ : tipo(10), tipos(8);
C5 torna : torna(7);
C5 traz+ : traz(7), trazer(3);
172
C5 viver : viver(9);
C4 cultur< : cultura(5), cultural(1);
C4 acontecendo : acontecendo(3);
C4 algum+ : algum(4), alguma(29), algumas(5);
C4 antes : antes(7);
C4 buscam : buscam(3);
C4 cheguei : cheguei(8);
C4 conflito+ : conflito(3), conflitos(2);
C4 conhecendo : conhecendo(3);
C4 daquilo : daquilo(7);
C4 formal : formal(4);
C4 fulano : fulano(6);
C4 implicacoes : implicacoes(3);
C4 libertar+ : libertar(3), libertara(1);
C4 meio+ : meio(18), meios(2);
C4 mim : mim(38);
C4 nao : nao(371);
C4 nov+ : nova(5), novas(2), nove(2);
C4 olhos : olhos(4);
C4 padec+ : padece(3), padecer(1), padeci(1);
C4 palavra+ : palavra(9), palavras(3);
C4 pouquinho : pouquinho(7);
C4 relativo : relativo(3);
C4 sentido : sentido(8);
C4 sim : sim(6);
C4 uma+ : uma(135), umas(1);
C4 varios : varios(9);
C3 simple+ : simples(2);
C3 exist+er : existe(7);
C3 form+er : forma(23), formas(2);
C3 port+er : porta(3), portas(3);
C3 universit< : universitario(3);
C3 abrir : abrir(7);
C3 ajudam : ajudam(2);
C3 ambient+ : ambiente(5);
C3 aprofundar : aprofundar(3);
C3 assim : assim(35);
C3 buscando : buscando(10);
C3 comeca : comeca(14);
C3 convivencia : convivencia(2);
C3 cotidiano : cotidiano(4);
C3 despert+ : desperta(2);
C3 doutor+ : doutor(4);
C3 horizontes : horizontes(4);
C3 humano+ : humano(4), humanos(2);
C3 informacoes : informacoes(6);
C3 justamente : justamente(5);
C3 pergunta+ : pergunta(1), perguntas(1);
C3 possui+ : possui(5), possuir(1);
C3 principalmente : principalmente(9);
C3 qualificacao : qualificacao(2);
C3 seu+ : seu(15), seus(4);
C3 tendo : tendo(6);
C3 transmitir : transmitir(4);
C2 fort+ : forte(5);
C2 ag+ir : agir(4);
C2 ignor+er : ignorante(5);
C2 abre : abre(4);
173
C2 acha : acha(4);
C2 aparece+ : aparece(2), aparecer(1);
C2 aprendizado : aprendizado(3);
C2 aquilo : aquilo(24);
C2 conversando : conversando(3);
C2 critica+ : critica(3);
C2 desenvolv+ : desenvolva(1), desenvolve(1), desenvolver(4),
desenvolvi(1);
C2 determinada+ : determinada(5);
C2 discriminacao : discriminacao(4);
C2 dominio : dominio(5);
C2 estar : estar(25);
C2 exemplo+ : exemplo(15), exemplos(1);
C2 faca : faca(3);
C2 falando : falando(9);
C2 ficam : ficam(5);
C2 jorn+ : jornais(1), jornal(3);
C2 limitada+ : limitada(3);
C2 podem : podem(4);
C2 satisfacao : satisfacao(3);
C2 segu+ : seguir(1), segura(2);
C2 sei+ : sei(25), seis(1);
C2 seja : seja(10);
C2 simplesmente : simplesmente(4);
C2 sinto : sinto(3);
C2 veem : veem(3);
------------------------------
Formes associées au contexte D
------------------------------
D9 cas+er : casa(13);
D9 fuir. : fui(28);
D9 comecei : comecei(12);
D9 era : era(35);
D9 filha+ : filha(10), filhas(1);
D9 minha+ : minha(46), minhas(3);
D9 tinha : tinha(52);
D8 falou : falou(18);
D8 mae : mae(17);
D8 marido : marido(12);
D7 carta : carta(12);
D7 epoca+ : epoca(8), epocas(1);
D7 falei : falei(13);
D7 ia : ia(19);
D7 irmao+ : irmao(2), irmaos(5);
D7 quase : quase(5);
D7 redacao : redacao(7);
D6 mont+er : monte(5);
D6 mouvoir. : meus(9);
D6 dando : dando(6);
D6 ela+ : ela(96), elas(5);
D6 estava : estava(15);
D6 estudar : estudar(24);
D6 estudava : estudava(5);
D6 ficou : ficou(7);
D6 filho+ : filho(2), filhos(9);
D6 noite : noite(5);
174
D6 queria : queria(14);
D6 sabia : sabia(10);
D6 tia : tia(5);
D5 interessant+ : interessante(7);
D5 fez : fez(8);
D5 li+er : lia(2);
D5 exig+ent : exigente(4);
D5 achava : achava(7);
D5 chegou : chegou(4);
D5 coloquei : coloquei(3);
D5 conhecia : conhecia(3);
D5 cursinho : cursinho(3);
D5 depois : depois(10);
D5 dia+ : dia(18), dias(1);
D5 disseram : disseram(3);
D5 eram : eram(2);
D5 escola+ : escola(26);
D5 faculdade+ : faculdade(11);
D5 familia : familia(11);
D5 fazia : fazia(4);
D5 feliz : feliz(3);
D5 fiz : fiz(11);
D5 irma+ : irma(4), irmas(1);
D5 jovem : jovem(4);
D5 logo+ : logo(3);
D5 matematica : matematica(10);
D5 memori+ : memorial(3);
D5 muito+ : muito(45), muitos(1);
D5 parei : parei(3);
D5 passei : passei(8);
D5 perdida+ : perdida(1), perdidas(1);
D5 perguntei : perguntei(2);
D5 pesquisar : pesquisar(3);
D5 presenca : presenca(4);
D5 prestar : prestar(2);
D5 primeira : primeira(7);
D5 procuro : procuro(3);
D5 pude+ : pude(1), puder(1);
D5 sonho+ : sonho(4), sonhos(1);
D5 vestibular : vestibular(11);
D4 federa+l : federal(2);
D4 dur+er : durante(5);
D4 querir. : quis(2);
D4 problem< : problema(4), problemas(3);
D4 achei : achei(5);
D4 assisti+ : assistia(1), assistir(3);
D4 cara : cara(2);
D4 com : com(49);
D4 da : da(47);
D4 dava : dava(3);
D4 deixe+ : deixei(3);
D4 demais : demais(4);
D4 desejo+ : desejo(2);
D4 dezesse+ : dezesseis(2), dezessete(1);
D4 empregada : empregada(2);
D4 entrei : entrei(10);
D4 escrev+ : escrever(7), escrevi(1);
D4 falava : falava(4);
175
D4 fique+ : fiquei(7);
D4 idade+ : idade(3);
D4 nunca : nunca(13);
D4 pagar : pagar(2);
D4 publica : publica(2);
D4 satisfeita : satisfeita(2);
D4 sentia : sentia(2);
D4 surgiu : surgiu(2);
D4 tive+ : tive(10), tiver(1), tivesse(2);
D4 velha+ : velha(3);
D4 vinte : vinte(3);
D4 vir : vir(4);
D3 cinco : cinco(5);
D3 desistir : desistir(1);
D3 dossie : dossie(3);
D3 fazendo : fazendo(7);
D3 fize+ : fizesse(1);
D3 nenhum+ : nenhum(3);
D3 particular : particular(3);
D3 perceb+ : percebe(1), percebi(4);
D3 prova : prova(5);
D3 quarenta : quarenta(1);
D2 grand+ : grande(5);
D2 dona+ : dona(2);
D2 cont+er : conta(3);
D2 adolesc+ent : adolescente(1), adolescentes(1);
D2 amigos : amigos(2);
D2 carinho : carinho(2);
D2 contato : contato(3);
D2 continuar+ : continuar(2);
D2 converso : converso(2);
D2 dei : dei(2);
D2 domestica : domestica(2);
D2 formar : formar(2);
D2 influencia : influencia(2);
D2 maravilhoso+ : maravilhoso(1), maravilhosos(1);
D2 orientacao : orientacao(2);
D2 pensar : pensar(7);
D2 primeiro+ : primeiro(10);
D2 tecnico : tecnico(2);
------------------------------
Formes associées au contexte E
------------------------------
E9 caso+ : caso(15);
E9 concorrencia : concorrencia(15);
E9 curso+ : curso(49), cursos(3);
E9 motivo+ : motivo(7), motivos(3);
E8 opcao : opcao(7);
E8 trabalhava : trabalhava(7);
E7 foi : foi(32);
E7 colega+ : colega(2), colegas(7);
E7 ja : ja(43);
E7 magisterio : magisterio(5);
E6 pedagog< : pedagoga(2), pedagogia(36), pedagogos(1);
E6 ano+ : ano(19), anos(8);
E6 caramba : caramba(3);
176
E6 estudei : estudei(8);
E6 gostando : gostando(4);
E6 gostar : gostar(8);
E6 jovens : jovens(3);
E6 medio : medio(3);
E6 meu : meu(18);
E6 pensei : pensei(10);
E6 queriam : queriam(6);
E6 segundo : segundo(13);
E6 terminei : terminei(3);
E6 trabalham : trabalham(4);
E6 vim : vim(7);
E5 acabam : acabam(3);
E5 agora : agora(12);
E5 area+ : area(11), areas(2);
E5 campo+ : campo(4), campos(1);
E5 cento : cento(4);
E5 comigo : comigo(3);
E5 conversei : conversei(3);
E5 crianca+ : crianca(7), criancas(12);
E5 dizem : dizem(4);
E5 educador+ : educador(3), educadora(2);
E5 escolh+ : escolha(1), escolher(1), escolhi(3);
E5 facil : facil(10);
E5 falaram : falaram(4);
E5 fazer : fazer(27);
E5 feito : feito(5);
E5 infancia : infancia(3);
E5 maioria : maioria(10);
E5 no : no(42);
E5 opiniao : opiniao(3);
E5 ouvi+ : ouvi(3), ouvir(1);
E5 podia : podia(3);
E5 prefeitura : prefeitura(2);
E5 teria : teria(5);
E5 tido : tido(2);
E5 trabalhar : trabalhar(19);
E5 vamos : vamos(6);
E5 voltei : voltei(2);
E5 vou : vou(21);
E4 lega+l : legal(2);
E4 mas : mas(48);
E4 serie+ : serie(4), series(2);
E4 adulto+ : adulto(2), adultos(2);
E4 apaixonada+ : apaixonada(2);
E4 concorrido : concorrido(2);
E4 consigo : consigo(3);
E4 daqui : daqui(5);
E4 diretor+ : diretora(1);
E4 dom : dom(4);
E4 dou : dou(2);
E4 falam : falam(5);
E4 falavam : falavam(2);
E4 igual : igual(3);
E4 menina+ : meninas(5);
E4 musica+ : musica(1);
E4 oitenta : oitenta(1);
E4 oito : oito(1);
177
E4 outro+ : outro(8), outros(14);
E4 passou : passou(4);
E4 pensam : pensam(1);
E4 quarta : quarta(3);
E4 senhor+ : senhora(1), senhoras(1);
E3 conseguiu : conseguiu(2);
E3 dar : dar(14);
E3 deixar : deixar(2);
E3 dinamico : dinamico(2);
E3 duas : duas(3);
E3 ensinar : ensinar(6);
E3 estavam : estavam(2);
E3 fizeram : fizeram(3);
E3 gostam : gostam(3);
E3 gostava : gostava(3);
E3 gost+ : gosta(5);
E3 licenciatura : licenciatura(2);
E3 mudou : mudou(2);
E3 mulheres : mulheres(2);
E3 por : por(41);
E3 prestei : prestei(2);
E3 quero : quero(7);
E3 segunda : segunda(3);
E3 sustentar : sustentar(2);
E3 teorica+ : teorica(2), teoricas(1);
E3 terceiro : terceiro(3);
E3 tinham : tinham(3);
E3 ufmt : ufmt(2);
E3 unica : unica(3);
E2 fina+l : final(3);
E2 gosto : gosto(5);
E2 grau : grau(4);
E2 passar : passar(10);
E2 tambem : tambem(17);
178
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D1: Tri des uce par classe
--------------------------
Clé sélectionnée : A
959 26 onde ele esta, onde a #gente #passa a #gente esta fazendo
#educacao, mas #aquela #parte da #metodologia, #como desenvolver #qual
#teoria #funciona, #qual nao #funciona, e so no dia a dia em #sala de
#aula, convivendo #na escola.
736 23 #fundamental, eu acho que o que a #gente #realmente #aprende
sao as #teorias, #teoria #tradicional, #teoria construtivista,
interacionista.
798 20 eu acho que #fundamental e a #metodologia que voce vai
trabalhar, e tem #materia ai que voce nao vai #usar #na #sala de #aula,
a #historia da #educacao, onde voce vai #usar a #historia da #educacao?
27 19 e #psicologia #infantil, a maioria #fala que, ate #mesmo
quando veio o #modulo de #psicologia, #isso aqui a #gente tem que
estudar tem que #aprender porque se aplica bastante #na #sala de #aula,
no #comportamento #das criancas,
90 19 #entao, #todos #os dias a #gente tem de #lidar com #isso. A
#gente cria #expectativas, entra um #modulo e acha que e #isso que vai
#tratar disso. #como, por exemplo #na #disciplina de #artes em que a
#gente estava super carregado e #todo mundo #esperando o #modulo de
#artes porque achou que ia ser tranquilo.
648 17 o que e #importante trazer #como o conhecimento previo desse
#aluno. #como e que eu vou #sair daqui para trabalhar se nao me
ensinaram a fazer #isso, #os #fundamentos, mais #metodologias, a #gente
#quer saber #como fazer, eu estou/ la #na #sala e o #aluno entra, ou eu
estou #na #sala o #aluno e timido, quietinho nao #quer escrever,
937 17 #educacao #especial #teve porque hoje em dia #na #grade as
pessoas/ comecaram a ver que #todos tem direito de se capacitar, quem e
diferente/ tem que estar #na #sala de #aula #mesmo porque e #gente, tem
que estar ali.
502 16 E ela pode #mudar a situacao dizendo, se ela #quiser, ela
pode #mudar a situacao da #educacao brasileira, se #todos #os
#professores, se #todos #os profissionais tivessem mais #respeito, mais
#querer,
519 16 e nos vamos nos #relacionar, #ensino e aprendo e o
conhecimento de #todas as areas, #antropologia, #sociologia,
#psicologia, para #contribuir para eu me #relacionar melhor com #esse
#aluno, para eu saber #como eu vou me #relacionar com #esse #aluno,
556 16 por mais que voce #aprenda, parece que esta #faltando um
pedacinho, mas para mim o #essencial e o #respeito, #todas as
#disciplinas tem que #mostrar #respeito, #na #filosofia o filosofo tal,
#aprender a ter #esse conhecimento para #lidar com #os #alunos.
21 15 O salario quem #faz e a #gente #mesmo, meus amigos e eu, o
que motivou a #gente a fazer pedagogia e fazer a diferenca e tentar
#mudar #essa visao que #temos da #educacao, tentar #mudar e #contribuir
para #esse #desenvolvimento.
411 15 A #gente #faz #estagio so no ultimo ano um periodo muito
curto, #entao #esse contato com a escola, #esse contato com as
#metodologias #mesmo, #essa #pratica e contato com as #metodologias ir
la #na escola, #varias escolas, porque a #gente so #faz escola
estadual,
179
452 15 nos vemos muitas coisas erradas por ai, e dificil voce #mudar
#os problemas educacionais que nos #estamos enfrentando. as vezes #os
#professores estressados, #alunos, #entao #pelo menos #na #sala,
tirando o porque gosto de criancinhas e o #amor #mesmo pela #educacao,
e por onde ela pode nos conduzir e que ela pode nos levar.
940 15 #entao #todo mundo e batatinha, e nao e, nos #temos exemplos
#claros, tem uma moca #na #sala que tem uma oratoria #fantastica, #esse
que sabe, ter uma #disciplina, por exemplo, que auxilie #os que
precisam, que sao mais timidos,
942 15 mas nao #dao #atencao para quem esta #na #sala, porque eu
falo que #faz #falta porque #na #sala voce deixa passar #aqueles
momentos com seus #alunos. sempre quando fotografa e a apresentacao dos
#dados. apresentamos #os #resultados, ninguem registra o #processo
#todo, nao tem a #leitura #do que e #realmente.
91 13 #todo mundo criou #expectativas que #fosse #isso ou aquilo, e
que a #gente ia #lidar com criatividade, e nao a #gente #teve de novo a
mesma coisa que nos #tivemos nos outros #modulos.
137 13 E #como e #fundamental a #gente ter bom relacionamento com
#todos em primeiro lugar. eu valorizo bastante #esse curso porque ele
vai trabalhar as #questoes sociais e psicologicas e #os #fundamentos da
pedagogia sao #esses, a #sociologia, a #psicologia, a #antropologia e
mais #outra que eu nao me #lembro, tem mais #outra #questao,
612 13 voce nao #sai daqui #sendo expert em pedagogia, #sendo expert
em/ #educacao, voce tem o #basico de #cada #disciplina. #aquele #aluno
que #quer/ #realmente #entender a #teoria e ir para a #pratica com uma
#base/ fundamentada, ele vai ter que #realmente correr atras e buscar
um/ conhecimento que nao seja so #aquele de #sala de #aula.
646 13 A vontade de mudanca, porque quando voce comeca a estudar #na
#educacao, que era a #educacao #tradicional e agora #essa #educacao
mais progressiva o que #acontece? se tem #aquele #aluno que ja e
#professor #na escola, ele #quer fazer #realmente #essas novas formas
de ensinar, #entao ele comeca a #querer #mudar, #como e que #essa
crianca #aprende?
Clé sélectionnée : B
19 47 E as #pessoas que nao/ #tem #estudo #vao #ficando com o que
sobra, o que #vai sobrando, o #emprego que/ #vai sobrando elas #vao
pegando e consequentemente ganhando #menos. acho que/ as #pessoas que
#estudam #vao #conseguir desempenhar #um #bom #papel na/ profissao que
elas exercem e com isso #vao #ter reconhecimento, #vao #ter #um/ #bom
#salario, #vao #ter #oportunidade de viagens e de conhecer #pessoas,
#lugares diferentes.
72 38 se uma #pessoa nao domina a #informatica ela nao #vai
#conseguir #arrumar #um #emprego, ela #vai #ter #menos #oportunidade. E
quando uma #pessoa #tem mais conhecimento ela #pode #ter mais area de
#trabalho.
690 32 A #pessoa que nao #estuda nao #pode #arrumar #um #emprego
decente, #um #emprego com que ela possa #manter a sua familia, para
sobreviver e #dificil. eu moro em #um bairro #pobre e la eu vejo muitas
#pessoas que nao #estudam e nao #conseguem muitas #vezes #nem #emprego
de domestica, nao sabe #nem #ler e #nem escrever e a #pessoa que
#estuda #tem uma #perspectiva de vida #melhor.
4 31 #ter #um #bom #salario que esta #relacionado com #emprego, e
mais ou #menos isso. #oportunidade, e com isso voce #tem #um #bom
#emprego e #um #bom #salario, voce #vai #conseguir conhecer #lugares,
#pessoas, e mais ou #menos isso mesmo.
17 26 mesmo para #quem #tem #estudo e #dificil #arrumar #emprego,
#conseguir #empregos bons e #oportunidades. entao aquela #pessoa que
180
nao #estuda fica #excluida do meio #social e acaba pegando o #resto que
sobra das #pessoas que #estudam.
783 25 estudar, so estudando para saber mais, voce #tem que estudar,
#buscar, saber com #quem sabe, #ir a #luta fazer curso. E na #situacao
em que esta o pais eu nao posso falar que #vai #ter #um #futuro
#perfeito, mas se a gente #for comparar #ele com #alguem que nao
#estuda #ele #vai #ter #um #futuro, #ele #vai estar bem de vida, #vai
#conseguir #um #servico #bom, #ele #vai #conseguir #um #servico.
907 25 mas #quem nao #tem conhecimento, acontece de voce se
marginalizar #aos #poucos, #servicos precarios e cada #vez mais
escravizados, nao por que voce quer, mas porque voce e obrigado. voce
se propoe a trabalhar por #um #salario minimo. porque voce nao #tem
#condicoes e as caracteristicas que o #mercado esta #exigindo, voce nao
e o ideal que #eles #querem porque voce esta #fora disso.
698 24 #quem #estuda #vai #ter #um #mercado de #trabalho mais amplo
#dependendo de #onde #ele #for, se #ele #tem o segundo grau #ele #vai
#ter #um #cargo maior, de #repente ate na #propria #empresa que #ele
trabalha, eu #trabalho em hospital, eu #trabalho na area
administrativa,
795 21 E elas #tem a #vontade de especializar em #psicopedagogia.
entao a #vontade delas e essa, poderem se especializar em
#psicopedagogia. eu nao vou dizer que todos se esforcem, nao #sao todos
que se esforcam, #alguns estao para #poder #ter #diploma, para
#melhorar #cargo, #eles nao #querem dar aula, #eles #querem aumento de
#salario, nivel superior para #ter #um #melhor #salario,
819 21 porque #eles #querem mesmo e esse #titulo de #quem #estuda,
#melhor e #quem #estuda, e #quem #pode estudar? #pobre #pode estudar?
nao #pode, #quem #pode estudar e a #elite, #sao valores que a #elite
construiu e que a #classe #popular quer, almeja, porque e #status,
#vive nadando e morrendo na praia, mas e uma forma de excluir, aqueles
que #estudam #nem sempre #sao bons.
1058 21 eu #acredito que o aluno que nao sabe #tem que #buscar, o
aluno #tem que #ser pesquisador, se existe o professor pesquisador, o
aluno #tem que #ser o aluno pesquisador que #vai #atras, #pesquisa,
#vai a #internet, #vai #aos #livros,
331 19 E #quem nao #estuda fica sempre regredindo, porque #ele nao
#consegue avancar. ate na #linha de #trabalho, se #ele nao #estuda, so
#resta o que? #ser orelha fria porque nao #tem #estudo, como #ele #vai
#conseguir outro #emprego?
538 19 nao #vai #conseguir mesmo que #ele #tenha o #estudo
necessario. ja passou na #televisao uns anos #atras que em outros
#estados tinha #um fila enorme para as #pessoas que queriam trabalhar
de #gari e tinha gente com #diploma ate de #direito.
1006 19 tambem de se #apresentar porque #ele nao #tem #estudo, nao
sabe #tantas coisas. acho que ela #tem que #buscar #alguem que #saiba
#um #pouco mais pra ta ensinando a ela e sempre estar buscando na
#internet, nos #livros, le mais e se ela nao souber #ler e escrever ela
#tem que primeiro #buscar uma instituicao que ensina ela le e escrever,
898 18 E #quem esta #fora disso #procura entrar nisso. #depende das
#pessoas, independe da #classe #social, so que se voce esta em uma
#classe #social que #tem mais #condicoes o #caminho fica mais curto,
#vai #comprar o que voce quer, se voce esta em uma condicao #menos
favoravel que e o meu caso,
14 17 #forca de #vontade e mais, e voce #colocar na sua cabeca que
voce #vai #conseguir e #correr #atras mesmo. #ele #tem que le #bastante
e depois procurar os professores, assim se informar em quais #livros
#ele #tem que #ler, depois procurar #um #grupo de #pesquisa para #ele
entrar para estudar com os professores, acho que isso mais ou #menos.
181
448 17 porque a teoria e linda e maravilhosa, mas/ aquele
#profissional #capacitado, aquele #profissional que #procura/
informacoes, que #procura conhecimentos para a-partir-de entao #ir para
a/ pratica #profissional. O #caminho de #quem #estuda e estudar, nao
#parar/ mesmo, o #caminho de #quem #estuda que voce #vai #ter uma boa
formacao, voce/ #vai #ser #formada, voce #vai #ter #um #bom #emprego, a
primeira coisa que me vem/ a cabeca e que a #pessoa #vai #ser #formada,
449 17 #vai #depender dela a sua formacao/ e a sua #capacitacao, eu
#conheco #pessoas que #sao #formadas em #direito #tem/ ate a carteira
da oab, mas nao exercem a profissao de advogar.
492 17 sofrem muito preconceito, nao #tem #oportunidades mesmo, ja
com #estudo ja esta #dificil #ter uma #oportunidade de #trabalho, e sem
#estudo e #pior. #tem mais #oportunidade, mas #depende tambem da
#chance, mas a #pessoa #tem mais #oportunidade de #chegar, voce #vai a
uma #empresa e voce da seu #curriculo, #eles #vao dar preferencia para
#quem #tem mais conhecimento, mas conhecimento nao e so de escola,
academico.
Clé sélectionnée : C
66 40 eu #posso resumir o que eu #acho dos dois? #nao #saber e
#voce #sentir #medo e #inseguranca. #medo de #voce #transmitir #errado,
de #voce #falar de #uma #forma errada que #nao #seja #aquilo.
387 39 #quando eu ouco essa #palavra eu #penso #em escuridao, #voce
#nao #sabe #voce #esta #meio perdido #em #alguma #coisa #em #algum
#conhecimento, #alguma #coisa #assim. #nao #saber e bem #amplo, #nao
#saber #alguma #coisa implica #voce #nao poder realizar #aquilo, se
#voce #nao #sabe #voce #nao realiza.
10 26 como #saber e importante, e #saber #algumas #coisas. eu #acho
#assim, que #quando a pessoa #sabe, #busca #alguma #coisa, #busca o
#conhecimento de #forma #geral, #fica mais integrada no #meio social.
32 19 #quando eu #penso #em #conhecimento me #vem a #cabeca #uma
pessoa que #sabe #muita #coisa que le muito, que estuda. #uma pessoa
que se dedica a #estar sempre #aprendendo as #coisas, #conhecimento na
#busca de mais e mais.
420 19 tem que #procurar #informacoes a toda hora. #seus alunos, o
#contexto, enfim, envolve #varios problemas e e terrivel essa falta de
#saber. #quando eu #penso #em #conhecimento, eu #nao #sei se tem haver,
#nao #sei se eu vou responder a altura, mas #conhecimento me lembra
outras #palavras, #porta, #janelas, #nao #sei se tem #alguma #coisa
haver.
712 19 ter #conhecimento e #saber de #tudo um pouco e ficar com mais
#informacoes. #provoca #mudancas, #voce vai #agir de #uma #maneira que
#nao e mais a habitual, #voce tem um jeito, #uma #maneira de #falar,
#voce #muda para um jeito #novo, #voce vai mudando sem #voce #sentir.
465 18 #saber entender as #coisas. E #tudo o que acontece na #vida,
na #sociedade, na #politica e na #cultura para #mim #quanto mais
#conhecimento mais inteligencia, mas #uma #nao #esta ligada com a
outra, a inteligencia no meu #ver e #assim, #quanto mais #voce souber
mais #coisa #voce #adquirir,
61 17 #nao #saber e #nao dominar um #determinado #assunto ou
#alguma #coisa relacionada a nossa #vida mesmo. E mais #em um #contexto
#geral #em #qualquer #assunto, se #voce #nao #sabe e porque #voce #nao
domina aquela area ainda.
388 17 #voce #nao pode #falar #sobre #uma #coisa que #voce #nao
#conhece. entao eu #penso que as #implicacoes sao essas, #voce #nao
poder #falar, #nao pode executar. #voce #nao tem como #dizer muito
#sobre um #assunto, #sobre #alguma #coisa.
182
207 16 porque hoje #esta #tudo tao amostra para a gente. os fatos
que estao #acontecendo, eu #acho que e #uma #coisa muito #forte #falar
#em #nao #saber. eu #acho bom porque #voce sempre #esta #buscando
#conhecimento #em #alguma #coisa, #em #algum fato. #alguma #coisa que
#voce sempre #esta #buscando, o #conhecimento, porque a gente nunca
consegue #saber #tudo.
1068 16 O que me #vem a #cabeca #quando eu escuto as #palavras #nao
#saber e de #voce #nao conseguir #falar #sobre #determinado #assunto,
#voce #nao ter #dominio #sobre #determinado #assunto. no meu ponto de
vista, eu #nao sabia de #muitas #coisas #quando eu entrei na
universidade, #quando eu entrei no curso de pedagogia, o segundo ano
#principalmente, foi um #momento de #abrir #muitas #janelas, #muitas
cortinas para o #conhecimento.
29 15 #quando a pessoa #nao #sabe #alguma #coisa, #sobre o direito,
elas padecem e sofrem mais, porque elas #nao tem #conhecimento e #nao
#podem #lutar. #nao #podem reivindicar por #seus direitos e buscar #uma
#vida melhor #ate para ela e para a #sua familia. eu #penso #assim,
quem #nao #sabe #sofre muito.
63 15 entao para #mim o #nao #saber de um #modo #em #geral
#significa #medo e #inseguranca. E para um aluno de pedagogia eu #acho
que e semelhante porque #quando a gente #nao #sabe de #uma materia ou
de #alguma outra #coisa a gente sempre #sente #medo e #inseguranca.
68 15 #voce #nao tem #medo das/ pessoas te julgarem e te
criticarem, #esta #falando #aquilo, #entendeu? por #exemplo, #quando a
gente #nao #sabe a gente #busca #saber #atraves de leitura, de internet
ou de #qualquer outra #coisa, eu #acho que os #meios de comunicacao
#ajudam a gente a entender os teoricos.
206 15 hoje na #sociedade #em que a gente vive eu #acho muito
dificil porque #tudo o que a gente ve #em #jornais, eu #acho #uma
#palavra muito #forte, #voce #falar #nao #saber, #nao #saber de nada.
233 15 mas na verdade #nao e #assim, a gente #nao #sabe #tudo, a
gente tem que sempre #procurar #saber mais, a gente #tendo consciencia
de que a gente #nao #sabe a gente #abre os #olhos e #fica mais #aberto
a #novos #conhecimentos.
867 15 #conhecimento e #saber #algo #sobre #alguma #coisa. #conhecer
mais #sobre #alguma #coisa. para #mim ele #abre a #visao, #muda a #sua
#visao de mundo, amplia e com essa ampliacao #aparece oportunidade que
#voce vai ascender,
1001 15 entao #voce tem que #estar sempre #buscando #conhecer um
#pouquinho de cada #coisa, eu #acho. tem #certo #tipo de #conhecimento
ela e negada, negadas as #muitas #coisas e #quando ela ja adquiriu
#certo #conhecimento as pessoas ja ve ela, ai como que eu #posso
#dizer, #assim #diferente porque ela #sabe conversar,
7 14 #voce se distancia das outras pessoas por #nao #saber #alguma
#coisa. #conteudo #assim, as pessoas falam de #alguma #coisa
relacionada #ao curso, se #voce le aquele, #sabe #falar mesmo, #sabe
colocar as #palavras certas, #sabe #falar de #varios #assuntos, #nao
#fica preso so #em um #assunto.
Clé sélectionnée : D
169 63 eu pedia, #fazia lutar, forcava outras pessoas a #estudar. ai
#surgiu em #casa, eu #tive #filhos, e #minha #filha que na #epoca
#tinha #dezesseis anos de #idade #estava na #escola #dando #problemas e
a #minha #filha mais #velha #tinha dezoito, #dezessete,
186 38 E eu ajudei essa pessoa #ela #era deficiente fisica, #ela
#tinha sofrido uma paralisia infantil e #ficou #com #problemas #depois
nas pernas, nos bracos, e eu #fiquei #meses #com #ela em #casa #dando
183
aula de #matematica e #ela saiu #da sala se matriculou na #escola e vai
fazer #vestibular, esta #feliz #da vida.
923 36 eu olhava para a #minha #familia e via #minha #mae sustentar
a cassa como #domestica, e sustentar a #casa nao #era suficiente, #ela
nao se #sentia #feliz, #ela #queria #estudar, #ela #queria ser
reconhecida.
630 34 eu #entrei no curso de pedagogia, como eu ja #falei o
#primeiro modulo #era historia #da educacao e #era o professor nicanor
e #tinha as mestrandas, eu #achei #tao #interessante e #fui #conversar
#com #elas, #achei #muito #interessante.
183 32 #fui uma professora de #matematica boa #porque eu #tinha
alunos que nao #estudava e #tinha vergonha de ser #analfabeta de
#matematica, que #lia a escrevia, mas nao #sabia fazer uma continha de
#matematica e #ela morria de vergonha do #marido e #dos #filhos.
858 31 para mim eu #ia ser juiza, eu #fiz dois anos de direito,
#parei #porque eu #tive #minhas #filhas, #parei por causa #da gravidez.
quem me #fez #vir para a pedagogia foi uma #tia #minha, #ela #falou:
148 29 eu #deixei #ela copiar, tirar a voz #da sua #carta, #porque
#ela achou #interessante. eu liguei para #ela e #ela disse: de onde
veio aquilo. E eu #falei, nao, mas, #fui eu. mas, #ela nao #sabia que
eu #estava cursando pedagogia, eu me comunicava #com #ela por telefone,
mas eu nao #falava para #ela.
316 28 tem um pessoal que mora no rio e eu mantinha correspondencia
#com eles e eu nao #tive #dificuldade, tirei #cinco virgula #vinte
#cinco pontos. essa foi a #minha oportunidade, #passei no #vestibular e
foi #maravilhoso, #era uma vontade, #era um #sonho que eu #tinha de dar
continuidade nos #meus estudos #porque a #minha luta foi #muito
#grande, nossa.
173 27 E #porque #ela e #exigente cuidadosa e preocupada #com os
#irmaos, entao #sempre foi #muito #exigente #com #ela e #achava que
#tinha que ser #da mesma forma e que #tinha que ser #exigente #com
outra e #ela nao #dava #conta.
406 27 no meu caso eu #sempre #tive #contato #com a #escola, #minha
#mae #dava aula em #escola. eu #fiquei um pouco #perdida no que #ia
fazer, a gente e #muito novo presta #vestibular, #tinha muitas
possibilidades.
170 25 #fazendo dezoito anos e pediu que eu fosse para a #escola
#estudar #porque #ela #ia sair #da #escola e a menina #ia ficar #dando
trabalho, #problema na #escola. E eu #fui, #fiz a matricula e #fui para
a #escola fazer o segundo grau onde #ela #estava iniciando o segundo
grau.
184 25 #ela #falou que o #dia que o #marido descobriu foi um #choque
para #ela, #ela escondia do #marido. #ela #falou que #ela escondia do
#marido fisicamente, quando o #marido pegava o papel e caneta lapis
para por em #cima #da #mesa para fazer uma #conta #ela sumia de #casa,
#porque #ela nao #queria que o #marido dela descobrisse que #ela #era
#analfabeta em #matematica,
192 25 mas eu gosto #muito de estar #aqui #porque surgem questoes na
cabeca das criancas e do #jovem. um #dia #minha #filha #chegou em #casa
desesperada, cade #minha #mae, #minha #mae esta ai? #mae #surgiu um
#problema o que eu falo para #ela?
313 25 E #sem #nenhum vinculo #com o cuiaba vest, mas de tanto eu
ser persistente eu consegui fazer a inscricao. no #primeiro simulado eu
me sai mal acertei dezenove pontos. mas eu #falei, nao e #com isso que
eu vou #desistir, eu vou em #frente. #comecei a #estudar mas nao #tinha
#quase #tempo de #estudar #muito #porque de manha trabalhava em #casa,
#depois eu #ia para o servico e de la eu #ia diretamente para o cuiaba
vest #assistir.
184
477 25 eu #sempre #fui pela cabeca #da #minha #mae e a #minha #mae
#sempre #falava assim, se voce nao #estudar voce vai virar #dona de
#casa ou #empregada #domestica, nao estou desvalorizando,
146 23 eu #era #muito isolada e quando eu me #sentia #muito invadida
eu agredia, eu nao #tinha #relacionamento, #era #com isso, eu #fui
#dentro #da #familia, a #familia foi me #excluindo #com o #tempo.
545 23 eu #sempre #fui #muito independente na questao #dos #meus
estudos, e eu #comecei a #pensar sobre tudo isso, e tudo isso me #fez
#pensar sobre os #meus estudos, a admiracao que eu #tinha por alguns
professores que eu #achava #muito bonito o #carinho que eles tinham a
maneira de ensinar, e foi isso, toda a #influencia #da #minha #familia.
277 22 E #muito complicado, foi #muito/ dificil #escrever isso no
meu #memorial, #porque escolher pedagogia? eu/ #escrevi um #monte de
coisa, eu #queria fazer psicologia, #era #muito #grande e/ nao #tinha
#aqui, e a #minha orientadora me #fez parar um pouco para #pensar,
#porque escolher pedagogia?
278 22 #ela me #fez #pensar e eu #comecei, e eu vim #com todos
aqueles motivos que eu #tinha colocado, nao #era bem aquilo, entao eu
#parei e pensei, eu #sempre #tive uma relacao #muito proxima #com a
#escola, eu #sempre #fui apaixonada pela a #escola,
Clé sélectionnée : E
685 41 O #meu exemplo e que eu queria #fazer #outro #curso, eu nao
passei #no #outro vestibular que eu #prestei, #mas #so que eu #ja tinha
#feito o #magisterio #no #segundo #grau, #so que eu nao conclui.
1010 41 #outros que nem eu #tenho uma irma que esta #no #segundo #ano
ela nao queria #pedagogia ai ela #passou e #agora ela #ja #gosta, ela
#foi #entrando #no #curso, #foi aprendendo e #foi #gostando e #vejo
#tambem as pessoas falar que o #curso de #pedagogia ele tem mais base
#teorica que os #outros, #mas #teoricas nao, da mais condicoes de um
professor #ensinar uma #crianca do que das outras #areas da educacao.
991 40 E o que #foi mais #facil #para #passar, porque da minha
#turma a #maioria e #adulto, nao tem #crianca, nao tem #jovens de menos
de vinte #anos, nao tem. ali todo #adulto #ja tentou mais de uma vez o
vestibular, entao setenta #por #cento e #por que #foi mais #facil
#passar. porque eu #ja #trabalhava na #area, #mas sinceramente, nao
#para #pedagogia.
238 36 eu #vou falar #duas posicoes, a que eu #escolhi e as das
minhas #colegas, o que eu #ja #ouvi #por ai. muitas #meninas escolheram
porque a #concorrencia esta baixa ou porque a #unica #opcao.
220 30 eu nunca tive nada #contra a #pedagogia, minha mae colocou a
#segunda #opcao. virou uma bagunca a minha #segunda #opcao e achou que
eu tinha desistido de #musica. eu #vim #para a #pedagogia e eu comecei
a #fazer #pedagogia. E eu #estou #gostando, #tanto que eu #ja #vou
#para o #segundo #ano.
794 29 eu fiz #por esse #motivo mesmo, porque eu queria #dar aula e
#foi #mudando a minha #opiniao, #ja as #meninas #fizeram porque elas
sao psicologas #frustradas, na #verdade elas #queriam #fazer psicologia
e como nao #tinham condicoes e esse era o #curso mais proximo.
672 26 algumas nem prestavam vestibular #para outras coisas, #foram
#direto #para o #curso de #pedagogia, #por questao de #concorrencia,
algumas nao, #ja #trabalham na #area e as vezes precisaram #fazer #por
que #tinham #so o #magisterio e #queriam o #curso superior.
840 24 #mas o que deixa triste e eu ate falei isso #no #meu dossie e
que muitas pessoas #pensam que o #curso em #pedagogia e #so pessoas que
tentaram #outro #curso e nao #conseguiu #passar, ingressar na #ufmt, e
#entrou #para o #curso de #pedagogia.
185
438 22 #estou aqui na #condicao de aprendiz #inclusive eles ficam na
expectativa: ah, uma #pedagoga, #mas eu na #verdade estava la como
aprendiz e #conversei com as #criancas, #no #meu #caso, uma maneira de
#trabalhar com a leitura #foi com oficinas de fantoches.
1079 22 ma o que me trouxe #para a #pedagogia #foi o fato de eu ter
#facilidade em #ensinar as #criancas, e o fato de ser mais #facil
#trabalhar com #criancas. E mais #facil #por elas nao terem #opiniao
formada, totalmente formada. porque #trabalhar com #jovens ou #adultos
e complicado #por isso.
584 21 #agora que nos #vamos ver o #nosso #plano de #curso. E #no
primeiro #ano #foi #so teoria mesmo, os fundamentos que eles #falam e
eu #pensei que era mais #dinamico mesmo, eu #pensei que seria mais
#para a gente socializar mais, #mas me #falaram:
670 20 A #concorrencia #foi o #ponto mais forte #para eu #fazer,
#mas #tambem eu #ja tinha quando #crianca vontade de ser professora. eu
morava #no parana, quando eu estava na #quarta #serie eu corra #para o
pre #para ajudar a professora.
793 20 nao #tenho aquele #dom, #vamos dizer assim, de ficar com as
#criancas, de #ensinar as #criancas. talvez se fosse voltado ao ensino
#medio, talvez a #maioria quisesse. #por exemplo, se eu tivesse que
#dar aula #para o #segundo #ano, eu preferiria a #dar aula #para
primeira a #quarta #serie.
218 19 #agora as pessoas que nao estudam a #unica #opcao, eu #tenho
uma #amiga que e secretaria do lar, ela falou: bom, se eu sair #daqui?
eu nunca #estudei, eu mal #terminei a #segunda #serie, se eu sair eu
#vou procurar #outro servico #igual esse, ou inferior a esse.
669 19 O #meu #motivo de inicial #foi a #concorrencia. ha varios
#anos eu estava tentando #para um #curso de contabilidade, minha
#colega falou assim: faz o #curso de #pedagogia, porque e um #curso bom
e o #acesso #nele e #facil, entao eu falei: eu #vou #fazer.
716 19 eu levava jeito, entao eu #resolvi #tentar a #pedagogia que
#ja seria #no proximo #ano e eu #estou #gostando muito mesmo. muitos
#falaram que e falta de #opcao, outras #ja #trabalham em creche, outras
#ja #estao formadas, #mas querem a #area da educacao.
1078 19 O primeiro discurso que a gente apresenta quando #entra na
#pedagogia e #foi #dessas #meninas #tambem e que #entra na #pedagogia
porque #gostam de #ensinar, porque que #ja #estao na educacao, porque
acham mais #facil #tambem.
333 18 #no #meu #caso eu #vim #fazer #pedagogia porque eu #ja
trabalho na #area da educacao, entao a gente #ja e #educador de uma
maneira ou de outra, diferente dos #pedagogos, #mas a gente #ja e um
#educador.
863 17 eu #dou aula, #mas nao #por #gostar, #ja #vou falar, sao
vinte #anos que eu dedico, #dou aula, #mas nao #por #gostar. nunca fui
#apaixonada #por isso, #mas sempre fiz #bem #feito, algumas #falam que
e #por #dom, #ja #ouvi muito que e #por #dom, #por querer saber sobre
as #criancas, sobre a escola, sobre tudo, #mas algumas porque tem #dom,
outras porque querem o canudo,
186
---------------------------------
D2: Calcul des "segments répétés"
---------------------------------
Seuls les 20 SR les plus fréquents sont retenus ici :
2 87 a gente
2 63 par+er mim
2 51 eu+ nao
2 51 e a
2 49 nao saber+
2 48 qu+ eu+
2 41 em uma+
2 41 algum+ coisa+
2 40 voce+ vai
2 40 na vid+er
2 39 as pesso+
2 39 o qu+
2 39 o conhecimento+
2 38 tem+ qu+
2 37 um pouco+
2 36 ser+ professor+
2 36 por exemplo+
2 35 qu+ voce+
2 31 e eu+
2 30 eu+ vou
--------------------------------------------
D2: Calcul des "segments répétés" par classe
--------------------------------------------
*** classe n° 1 (20 SR maximum) ***
2 1 31 a gente
2 1 15 tem+ qu+
2 1 13 na escola+
2 1 13 par+er mim
2 1 11 da educacao
2 1 10 A gente
2 1 10 qu+ o
3 1 10 na sal+er aula+
2 1 10 na sal+er
2 1 9 qu+ eu+
2 1 9 qu+ ele+
2 1 9 o aluno+
2 1 9 e o
2 1 9 e isso
2 1 9 um pouco+
2 1 9 corr+ atras
2 1 8 eu+ vou
2 1 8 nos temos
2 1 8 o qu+
2 1 8 e a
*** classe n° 2 (20 SR maximum) ***
187
2 2 11 um emprego+
2 2 9 voce+ vai
2 2 9 ir atras
2 2 8 qu+ tem+
2 2 8 quem estud+
2 2 8 nao tem+
2 2 8 par+er ele+
2 2 7 um pouco+
2 2 7 todo+ mundo
2 2 7 mercado trabalho+
3 2 7 hoje em dia+
2 2 7 corr+ atras
2 2 6 e voce+
2 2 6 a gente
2 2 6 um bom
2 2 6 tem+ qu+
2 2 6 tem+ mais
2 2 6 cada vez+
2 2 5 as vez+
2 2 5 qu+ voce+
*** classe n° 3 (20 SR maximum) ***
2 3 33 nao saber+
2 3 26 a gente
2 3 25 algum+ coisa+
2 3 22 par+er mim
2 3 18 o conhecimento+
2 3 18 na vid+er
2 3 15 voce+ vai
2 3 13 por exemplo+
2 3 13 determinado assunto+
2 3 12 qu+ voce+
2 3 11 as pesso+
2 3 11 uma+ maneira+
2 3 11 na sociedade
2 3 11 acho qu+
2 3 10 e a
2 3 10 uma+ pesso+
2 3 10 nao sabe
2 3 10 das pesso+
2 3 9 eu+ nao
2 3 9 as vez+
*** classe n° 4 (20 SR maximum) ***
2 4 13 e a
2 4 9 e eu+
2 4 9 ela+ falou
2 4 8 eu+ tinha
2 4 8 qu+ eu+
2 4 8 em cas+er
2 4 8 par+er mim
2 4 8 par+er ela+
2 4 7 eu+ nao
2 4 7 na escola+
2 4 6 eu+ sempre
188
2 4 6 eu+ fuir.
2 4 6 minha+ mae
2 4 5 um pouco+
2 4 5 todo+ mundo
2 4 5 porque ela+
2 4 4 eu+ me
2 4 4 eu+ fiz
2 4 4 eu+ falei
3 4 4 qu+ eu+ tinha
*** classe n° 5 (20 SR maximum) ***
2 5 10 eu+ nao
2 5 10 dar aula+
2 5 9 a maioria
3 5 9 no meu caso+
2 5 9 em uma+
2 5 8 qu+ eu+
2 5 8 ser+ professor+
2 5 7 eu+ vou
2 5 7 mais facil
2 5 6 eu+ tenho
2 5 6 eu+ pensei
2 5 6 segundo ano+
2 5 6 outro+ curso+
2 5 5 eu+ vim
2 5 5 eu+ ja
2 5 5 qu+ ja
2 5 5 o curso+
2 5 5 a pedagog<
2 5 5 por isso
2 5 5 na verdade
189
------------------------------
D3: C.A.H. des mots par classe
------------------------------
C.A.H. du contexte lexical A
Fréquence minimum d'un mot : 5
Nombre de mots sélectionnés : 71
Valeur de clé minimum après calcul : 2
Nombre d'uce analysées : 227
Seuil du chi2 pour les uce : 0
Nombre de mots retenus : 71
Poids total du tableau : 1293
|----|----|----|----|----|----|----|----|----|--
--|
A3 como |------------------------+-------------+------+-
+-+
A3 realmente |----------+-------------+ | |
| |
A2 aquel+ |----------+ | |
| |
A7 fundament+ |------------+----------------+--------+ |
| |
A4 realidade |------------+ | |
| |
A7 metodologia+ |----------------+------------+ |
| |
A2 partir. |----------------+ |
| |
A5 aprend+ |--------------+-----------------+-------+----+
| |
A3 qual |--------------+ | |
| |
A5 cheg+ |-------------------+------------+ |
| |
A3 entender |-------------------+ |
| |
A3 ensino |-------------------+-------------+------+
| |
A3 envolv+ |-------------------+ |
| |
A5 estagio |-----------+-------------+-------+
| |
A4 quarto |-----------+ |
| |
A4 hora+ |----------------+--------+
| |
A2 nas |----------------+
| |
A8 gente |-----------------------+---------------+-----+-
+ |
190
A5 querendo |---------+-------------+ | |
|
A3 isso |---------+ | |
|
A2 na |---------------------------+-----------+ |
|
A9 aluno+ |----------------+----------+ |
|
A5 professor+ |----------------+ |
|
A2 mesmo+ |----------------------+-----------+-------+--+
|
A9 pratica+ |--------+-------------+ | |
|
A6 teoria+ |--------+ | |
|
A2 import+ant |------------------------+---------+ |
|
A2 teorico+ |------------+-----------+ |
|
A9 sal+er |---+--------+ |
|
A6 aula+ |---+ |
|
A4 funcion+ |-------------------+--------------+-------+
|
A2 claro+ |-------------------+ |
|
A5 dado+ |---------------+-----------+------+
|
A3 falta |---------------+ |
|
A5 processo |------------------+--------+
|
A4 dao |------------------+
|
A3 todo+ |-----------------+--------------+--------+----
+--+
A4 os |---------+-------+ | | |
A4 trabalha |---------+ | | |
A4 ess+ |-------------------+------------+ | |
A3 questao |-------------------+ | |
A5 lidar |-------------+---------+------------+----+ |
A4 respeito |-------------+ | | |
A5 essencial |----------------+------+ | |
A5 faltando |----------------+ | |
A5 temos |---------------+---------------+----+ |
A2 inici+ |---------------+ | |
A5 filosofia |------------+-----------+------+ |
A5 sociolog< |--------+---+ | |
A5 fundamento+ |--------+ | |
A5 tivemos |---------------+--------+ |
A2 teve |------------+--+ |
A6 psicologia |--------+---+ |
A5 modulo+ |--------+ |
A5 especial |-------------------------+----------+------+--+
A7 educacao |---------------+---------+ | |
A4 infantil |---------------+ | |
191
A4 estamos |--------------+--------------+------+ |
A2 sendo |--------------+ | |
A4 amor |--------------+--------------+ |
A4 mudar |--------------+ |
A6 disciplin< |---------------+------------+----------+---+
A5 pouca+ |---------------+ | |
A3 historia |--------------------+-------+ |
A4 materi+ |-----------+--------+ |
A2 usar |-----------+ |
A3 ajuda |------------------+--------------+-----+
A3 alem |------------------+ |
A3 comportamento+ |-----------------------+---------+
A5 pelo+ |-----------+-----------+
A4 superior+ |-----------+
192
C.A.H. du contexte lexical B
Fréquence minimum d'un mot : 5
Nombre de mots sélectionnés : 57
Valeur de clé minimum après calcul : 2
Nombre d'uce analysées : 134
Seuil du chi2 pour les uce : 0
Nombre de mots retenus : 57
Poids total du tableau : 938
|----|----|----|----|----|----|----|----|----|--
--|
B4 acredito |--------------------+------------+--------+----
+-+
B3 mundo |--------------------+ | |
| |
B7 condicoes |----------------------+----------+ |
| |
B3 dependre. |---------------+------+ |
| |
B7 classe+ |--+------------+ |
| |
B2 socia+l |--+ |
| |
B3 servico+ |---------------+--------------+-------+---+
| |
B2 pouco+ |---------------+ | |
| |
B5 empresa |-------------------+----------+ |
| |
B4 ganhar |-------------------+ |
| |
B5 grupo+ |-----+-------------+-----------+------+
| |
B3 pesquisa+ |-----+ | |
| |
B3 ler |----------+--------+ |
| |
B3 livro+ |----------+ |
| |
B5 alguem |------------+----------+-------+
| |
B4 buscar |------------+ |
| |
B3 vontade |---------------+-------+
| |
B7 atras |--------+------+
| |
B6 ir |--------+
| |
B6 vai |----------------------------+---------+------+-
+ |
B4 ter |-------------------+--------+ | |
|
193
B4 um |-------------------+ | |
|
B6 diploma+ |-------------------+----------+-------+ |
|
B4 for+ |-------------------+ | |
|
B4 ele+ |---------------------+--------+ |
|
B7 trabalho+ |----------+----------+ |
|
B6 mercado |----------+ |
|
B5 nem |--------------+----------------+---------+---+
|
B4 pod+ |--------------+ | |
|
B6 melhor+ |-------------------+-----------+ |
|
B5 querem |-------------------+ |
|
B5 sabem |------------------+----------------+-----+
|
B2 lev+er |------------------+ |
|
B2 profission+ |-------------------------+---------+
|
B3 direito+ |---------+------+--------+
|
B3 tenha |---------+ |
|
B6 conheco |----------+-----+
|
B6 marginalizada+ |----------+
|
B7 salari< |-----------+-------------------+------+-----+--
--+
B4 lugar+ |-----------+ | | |
B8 arrumar |----------+----------------+---+ | |
B4 dificil |----------+ | | |
B9 emprego+ |------------+---------+----+ | |
B7 oportunidade+ |------------+ | | |
B5 consegui+ |--------------+-------+ | |
B4 menos |--------------+ | |
B8 estudam |------------------+-------------+-----+ |
B7 pesso+ |------------------+ | |
B5 consegue |-----------------------+--------+ |
B8 vao |-------------+---------+ |
B6 estudo+ |-------------+ |
B7 tem+ |---------------------------------------+----+
B6 caminho+ |----------------+------------+---------+
B6 futuro |----------------+ |
B5 vez+ |--------------------+--------+
B6 estud+ |------------+-------+
B6 quem |------------+
194
C.A.H. du contexte lexical C
Fréquence minimum d'un mot : 5
Nombre de mots sélectionnés : 81
Valeur de clé minimum après calcul : 2
Nombre d'uce analysées : 221
Seuil du chi2 pour les uce : 0
Nombre de mots retenus : 81
Poids total du tableau : 1760
|----|----|----|----|----|----|----|----|----|--
--|
C5 procurar |-----------------+--------------+-------+----+-
+-+
C3 seu+ |-----------------+ | | |
| |
C5 ao |------------------------+-------+ | |
| |
C3 assim |------------------------+ | |
| |
C4 cultur< |--------------------+---------------+---+ |
| |
C4 daquilo |-----------+--------+ | |
| |
C3 ambient+ |-----------+ | |
| |
C5 cientifico |---------------+-------------+------+ |
| |
C2 seja |---------------+ | |
| |
C5 certo+ |--------------------+--------+ |
| |
C5 sociedade |--------------------+ |
| |
C2 ficam |--------------------+-------------+------+---+
| |
C5 viver |----------+---------+ | |
| |
C4 cheguei |----------+ | |
| |
C3 comeca |----------------------+-----------+ |
| |
C5 pens+er |--------------+-------+ |
| |
C3 form+er |--------------+ |
| |
C4 mim |--------------------+--------------+-----+
| |
C2 aquilo |--------------------+ |
| |
C4 sentido |--------------+---------------+----+
| |
C4 sim |-----+--------+ |
| |
195
C3 exist+er |-----+ |
| |
C5 sofre |-----------------+------------+
| |
C2 exemplo+ |-----------------+
| |
C9 conhecimento+ |---------------------+-----------------+-----+-
+ |
C4 uma+ |---------------------+ | |
|
C6 conhec+ |----------------+-------------+--------+ |
|
C6 tudo |----------------+ | |
|
C7 algo |------------------+-----------+ |
|
C5 vid+er |------------------+ |
|
C5 muda |------------+------------+----------+------+-+
|
C5 provoca |------------+ | | |
|
C5 maneira+ |-----------------+-------+ | |
|
C4 antes |-----------------+ | |
|
C5 novo+ |-------------+---------------+------+ |
|
C4 nov+ |-------------+ | |
|
C6 adquir+ |----------------+------------+ |
|
C2 sei+ |----------------+ |
|
C3 humano+ |---------------+-------------+-------+-----+
|
C3 tendo |---------------+ | |
|
C5 torna |-------------------+---------+ |
|
C2 desenvolv+ |-------------------+ |
|
C4 pouquinho |-------------------+-----------+-----+
|
C3 buscando |-------------------+ |
|
C6 cresc+ |--------------+---------+------+
|
C5 nasc+ |--------------+ |
|
C5 tipo+ |-------+-------+--------+
|
C5 traz+ |-------+ |
|
C5 mudanca+ |----------+----+
|
C4 varios |----------+
|
196
C7 voce+ |---------------------------+------------+-----
+--+
C5 acho |---------------------------+ | |
C9 saber+ |----------------+------------------+----+ |
C4 nao |----------------+ | |
C5 coisa+ |------------+---------------+------+ |
C4 algum+ |------------+ | |
C9 sabe |-------------------+--------+ |
C6 quando |-------------------+ |
C3 informacoes |-------------+--------------+--------+------+-+
C3 port+er |--------+----+ | | |
C3 justamente |--------+ | | |
C5 janela+ |----------+----------+------+ | |
C4 palavra+ |----------+ | | |
C6 vem |--------------+------+ | |
C5 penso |--------------+ | |
C6 busca |---------------+---------------+-----+ |
C2 estar |---------------+ | |
C4 meio+ |------------------+------------+ |
C2 falando |------------------+ |
C5 seguranca |----------------+--------------+-------+----+
C5 significa |----------------+ | |
C5 sobre+ |--------------+-----------+----+ |
C7 assunto+ |---+----------+ | |
C7 determinado |---+ | |
C3 abrir |---------------+----------+ |
C3 principalmente |---------------+ |
C5 falar |-----------------+---------------+-----+
C2 fort+ |-----------------+ |
C5 geral |------------------------+--------+
C5 inseguranca |---------------+--------+
C5 posso |---------------+
197
C.A.H. du contexte lexical D
Fréquence minimum d'un mot : 5
Nombre de mots sélectionnés : 53
Valeur de clé minimum après calcul : 2
Nombre d'uce analysées : 103
Seuil du chi2 pour les uce : 0
Nombre de mots retenus : 53
Poids total du tableau : 680
|----|----|----|----|----|----|----|----|----|--
--|
D7 carta |-------------+-----------------+----------+----
+-+
D4 escrev+ |-------------+ | |
| |
D5 achava |---------------------+---------+ |
| |
D5 fez |---------------+-----+ |
| |
D9 comecei |--------+------+ |
| |
D2 pensar |--------+ |
| |
D5 depois |-------------+------------+-----------+---+
| |
D5 passei |-------------+ | |
| |
D5 vestibular |-------------+------------+ |
| |
D4 fique+ |-------------+ |
| |
D5 primeira |----------+----------------+----------+
| |
D4 nunca |----------+ |
| |
D6 tia |-------------+-------------+
| |
D5 fiz |-------------+
| |
D7 redacao |----------+--------------+-----------+-----+---
+ |
D6 noite |----------+ | | |
|
D5 dia+ |--------------+----------+ | |
|
D2 primeiro+ |--------------+ | |
|
D6 estudar |----------------+---------------+----+ |
|
D5 faculdade+ |----------------+ | |
|
D7 ia |-----------------------+--------+ |
|
198
D7 falei |-----------+-----------+ |
|
D7 quase |-----------+ |
|
D5 muito+ |-----------------+----------+----------+---+
|
D4 da |-----------------+ | |
|
D9 fuir. |------------------+---------+ |
|
D4 com |------------------+ |
|
D4 entrei |--------------+--------------+---------+
|
D7 irmao+ |---+----------+ |
|
D6 mouvoir. |---+ |
|
D5 interessant+ |---------------+-------------+
|
D5 familia |---------------+
|
D8 marido |------------+------------+---------+---------+-
--+
D5 matematica |------------+ | | |
D6 filho+ |-----------------+-------+ | |
D6 sabia |-----------------+ | |
D8 falou |-------------+-------------+-------+ |
D6 ela+ |-------------+ | |
D9 era |----------------+----------+ |
D6 queria |----------------+ |
D9 minha+ |--------------------+------------+------+----+
D9 tinha |--------------------+ | |
D9 cas+er |------------+-------------+------+ |
D8 mae |------------+ | |
D9 filha+ |----------------+---------+ |
D7 epoca+ |----------------+ |
D6 estava |-------------------+---------------+----+
D3 fazendo |-------------------+ |
D5 escola+ |------------+-----------------+----+
D4 tive+ |------------+ |
D6 ficou |----------------------+-------+
D6 dando |---------+------------+
D4 problem< |---------+
199
C.A.H. du contexte lexical E
Fréquence minimum d'un mot : 5
Nombre de mots sélectionnés : 46
Valeur de clé minimum après calcul : 2
Nombre d'uce analysées : 92
Seuil du chi2 pour les uce : 0
Nombre de mots retenus : 46
Poids total du tableau : 584
|----|----|----|----|----|----|----|----|----|--
--|
E8 trabalhava |--------------+---------------+--------+-----+-
-+
E7 foi |--------------+ | | |
|
E5 facil |-----------+--------------+---+ | |
|
E2 passar |-----------+ | | |
|
E6 pedagog< |------------------+-------+ | |
|
E5 area+ |------------------+ | |
|
E4 serie+ |-----------------+--------------+------+ |
|
E3 dar |-----------------+ | |
|
E3 ensinar |------------------+--------+----+ |
|
E5 crianca+ |---------+--------+ | |
|
E5 trabalhar |---------+ | |
|
E5 maioria |------------------+--------+ |
|
E3 por |------------------+ |
|
E5 escolh+ |------------------+-----------+---------+----+
|
E4 menina+ |------------------+ | |
|
E8 opcao |------------+----------+------+ |
|
E6 estudei |------------+ | |
|
E4 daqui |-----------------+-----+ |
|
E3 quero |-----------------+ |
|
E2 tambem |---------------------+-------------+----+
|
E9 concorrencia |------------+--------+ |
|
200
E9 motivo+ |--------+---+ |
|
E7 colega+ |--------+ |
|
E5 vou |----------------------+------------+
|
E6 queriam |-------------+--------+
|
E5 fazer |-------------+
|
E5 campo+ |-----------------------+------------+-------+--
-+
E6 gostar |-------------+---------+ | |
E4 falam |-------------+ | |
E6 ano+ |-------+-----------------+----------+ |
E6 segundo |-------+ | |
E5 agora |----------------+--------+ |
E5 teria |---------+------+ |
E6 pensei |------+--+ |
E5 vamos |------+ |
E7 ja |--------------------------+----------+------+
E5 feito |-------------------+------+ |
E7 magisterio |--------+----------+ |
E6 vim |--------+ |
E9 curso+ |---------------+-------------+-------+
E4 outro+ |---------------+ |
E2 verdade |---------+----------+--------+
E9 caso+ |-----+---+ |
E6 meu |-----+ |
E5 no |-------------+------+
E4 mas |-------------+
201
--------------------
* Fin de l'analyse *
--------------------
Date : 13/ 8/**; Heure : 10:31:27
Temps d'execution : 0 h 2 mn 31 s
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