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Desenvolvimento e teste de esquemas “upwind”
de alta resolução e suas aplicações em
escoamentos incompressíveis com superfícies
livres
Rafael Alves Bonfim de Queiroz
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SERVIÇO DE PÓS-GRADUAÇÃO DO ICMC-USP
Data de Depósito: 20 de março de 2009
Assinatura:
Desenvolvimento e teste de esquemas “upwind” de alta resolução e
suas aplicações em escoamentos incompressíveis com superfícies
livres
1
Rafael Alves Bonfim de Queiroz
Orientador: Prof. Dr. Valdemir Garcia Ferreira
Dissertação apresentada ao Instituto de Ciências Matemá-
ticas e de Computação ICMC/USP como parte dos re-
quisitos para obtenção do tulo de Mestre em Ciências -
Ciências de Computação e Matemática Computacional.
USP - São Carlos
Março/2009
1
Trabalho realizado com o apoio da FAPESP através do processo 06/05910-1.
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Deus onipotente e misericordioso olhai
com bondade este trabalho científico
e fazei que ele atinja
os fins que vos agradam.
Por Cristo, nosso Senhor.
Agradecimentos
Primeiramente a Deus, pelo dom da vida e novo alento.
Ao meu papai Arlindo e à minha mamãe Salete, pelo amor e motivação para os meus estudos.
Aos meus irmãos Danilo, João Marcos e Lucas, às minhas irmãs Aline e Amanda, pelo carinho.
Ao amigo e professor Dr. Valdemir Garcia Ferreira do ICMC-USP, pela orientação e confiança.
Ao meu padrinho Hércules e às minhas madrinhas Elza e Leonice, por toda a ajuda e torcida.
À minha namorada Amanda, por me fazer ainda mais feliz.
Ao amigo e professor Dr. João Fernando Marar da UNESP - Bauru, pelos ensinamentos e
orientação em iniciação científica.
Aos amigos Cássio M. Oishi, Fernando Akira Kurokawa, Fernando Pacanelli Martins e Rafael
Gigena Cuenca, pelos trabalhos em equipe e toda ajuda.
À minha amiga Analice Costacurta Brandi, pelos materiais didáticos disponibilizados e dispo-
sição em explicar a sua dissertação para mim.
Ao professor Dr. Raúl Antonino Feijóo do LNCC e ao professor Dr. Philippe Remy Bernard
Devloo da UNICAMP, pela participação como membros da banca da minha Defesa de Mestrado.
Ao professor Dr. Fabrício Simeoni de Sousa do ICMC-USP e ao professor Dr. Paulo Seleghim
Júnior da EESC - USP, pela participação como membros da banca do meu Exame de Qualificação.
Ao professor Dr. João Luiz Filgueiras de Azevedo do CTA/IAE, pelo estímulo e interesse que
despertou em mim pela área de CFD através de sua palestra proferida no XXIX CNMAC em 2006.
A todos os professores e alunos dos grupos de pesquisa do LCAD e funcionários do ICMC-USP,
pela saudável convivência e apoio dado durante a realização deste trabalho.
À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), pelo suporte financeiro
para a realização do meu projeto de pesquisa (número do processo: 06/05910-1).
5
Resumo
N
Este trabalho são apresentados os resultados do desenvolvimento e teste
de esquemas “upwind” de alta resolução para o controle da difusão
numérica em leis de conservação gerais e problemas em dinâmica dos flui-
dos. Em particular, são derivados dois novos esquemas: o ALUS (“Adaptive
Linear Upwind Scheme”) e o TOPUS (“Third-Order Polynomial Upwind
Scheme”). Esses esquemas são testados no transporte de escalares, em equa-
ções 1D tipo convecção-difusão, em sistemas hiperbólicos 1D, nas equações
de Euler 2D da dinâmica dos gases e nas equações de Navier-Stokes in-
compressíveis 2D/3D. Os esquemas são então associados a uma modelagem
algébrica não linear para a simulação de problemas de escoamentos incom-
pressíveis turbulentos 2D com/sem superfícies livres.
Palavras-chave: Esquemas “upwind” de alta resolução; Modelagem da
turbulência; Escoamentos compressíveis e incompressíveis; Equações de
Navier-Stokes instantâneas e médias; Leis de conservação; Simulação nu-
mérica; Método de diferenças finitas; Escoamentos com superfícies livres;
Esquemas TVD; Transporte convectivo.
i
Abstract
I
N this work, results of the development and testing of high-resolution
upwind schemes for controlling of the numerical diffusion for general
conservation laws and fluid dynamics problems are presented. In particular,
two new high-resolution upwind schemes are derived, namely, the ALUS
(Adaptive Linear Upwind Scheme) and the TOPUS (Third-Order Polyno-
mial Upwind Scheme). These schemes are tested in scalar transport, 1D
convection-diffusion equations, 1D hyperbolic systems, 2D Euler equations
of the gas dynamics, and in 2D/3D incompressible Navier-Stokes equati-
ons. The schemes are then combined with a nonlinear Reynolds stress al-
gebraic equation model for the simulation of 2D incompressible turbulent
flows with/without free surfaces.
Keywords: High-resolution upwind schemes; Turbulence modelling; Com-
pressible and incompressible flows; Averaged and instantaneous Navier-Sto-
kes equations; conservation laws; Numerical simulation; Finite difference
method; Free surface flow; TVD schemes; Convective transport.
iii
Sumário
Resumo i
Abstract iii
1 Introdução 1
2 Modelagem Matemática - Tema da Pesquisa 5
2.1 Equação de Advecção 1D . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
2.2 Equação de Convecção-Difusão 1D . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
2.3 Equações de Águas Rasas 1D . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
2.4 Equações de Euler 1D . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
2.5 Equações de Euler 2D . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
2.6 Equações Instantâneas de Navier-Stokes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
2.7 Equações Médias de Reynolds . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
2.8 Modelagem κ ε da Turbulência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
2.9 Modelagem Não Linear para Tensões de Reynolds . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
2.10 Modelo Oldroyd-B . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
3 Esquemas “Upwind” de Alta Resolução 15
3.1 Formulação de Variáveis Normalizadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
3.2 Esquema TOPUS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
3.3 Esquema ALUS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
4 Modelagem Computacional 23
4.1 Discretização dos Termos Convectivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
4.2 Algoritmo para Simulação de Escoamentos Incompressíveis Laminares . . . . . . 29
4.3 Algoritmo para Simulação de Escoamentos Incompressíveis Turbulentos . . . . . . 30
5 Resultados Numéricos 1D 33
5.1 Advecção Linear . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
5.2 Equação Linear de Convecção-Difusão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
5.3 Problemas de Riemann para a Equação de Burgers . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
5.4 Equação de Buckley-Leverett . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
5.5 Equação de Águas Rasas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
v
5.6 Problemas de Riemann para as Equações de Euler . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52
5.6.1 Tubo de Choque de Sod . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52
5.6.2 Tubo de Choque de Shu-Osher . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52
5.6.3 Tubo de Choque de Shu-Osher Modificado . . . . . . . . . . . . . . . . . 55
5.6.4 Tubos de Choque de Toro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55
6 Resultados Numéricos 2D e Aplicações 59
6.1 Problemas Incompressíveis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59
6.1.1 Escoamento de Poiseuille em Regime Laminar . . . . . . . . . . . . . . . 59
6.1.2 Escoamento numa Expansão Brusca . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62
6.1.3 Colapso de uma Coluna de Fluido . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70
6.1.4 Jato Livre sobre uma Superfície Rígida Impermeável . . . . . . . . . . . . 74
6.1.5 Aplicação: Escoamentos de um Fluido Viscoelástico . . . . . . . . . . . . 80
6.1.6 Aplicação: Problema “Sluice Gate” . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 86
6.1.7 Aplicação: Jato num Corpo de Fluido em Repouso . . . . . . . . . . . . . 86
6.2 Problemas Compressíveis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 95
6.2.1 Diamante . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 95
6.2.2 RAE 2822 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 95
6.2.3 NACA 0012 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 98
7 Resultados Numéricos 3D e Aplicações 101
7.1 Colapso de um Bloco de Fluido . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 101
7.2 Ressalto Hidráulico Circular . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 102
7.3 Jatos Oscilantes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 107
7.4 Interação Fluido-Estrutura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 108
8 Contribuições do Autor 109
8.1 Artigos Publicados e Submetidos em Periódicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 109
8.2 Artigos Publicados em Anais de Eventos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 111
Conclusões e Trabalhos Futuros 113
A Demonstração da Propriedade TVD para o TOPUS com α = 2 115
B Limitador de Fluxo Flexível e Simétrico Baseado no Esquema TOPUS 117
C Formulação Espacial e Variável Normalizada dos Esquemas ALUS e TOPUS 119
D Limitador TOPUS para a simulação de escoamentos aerodinâmicos compressíveis 121
Referências Bibliográficas 123
Lista de Figuras
3.1 Posições D, R e U em relação a face computacional f , o sinal da velocidade v
f
fornece o sentido do escoamento. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
3.2 Metodologia NVF: (a) Esquemas convectivos clássicos no NVD, (b) Critério CBC. 16
3.3 Curvas características do esquema TOPUS: (a) região TVD de Harten [61], (b)
limitador na região TVD de Sweby [139]. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
3.4 Curvas características do esquema ALUS: (a) região TVD de Harten [61], (b)
limitador na região TVD de Sweby [139]. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
4.1 Célula computacional mostrando o ponto P de discretização dos termos convecti-
vos, seus vizinhos, as faces envolvidas f e g na aproximação e a variável convec-
tada φ sendo transportada com velocidade v
f
na direção y. . . . . . . . . . . . . . 24
5.1 Simulação do caso 1 com número de Courant θ = 0.05 Resultados numéri-
cos para advecção de escalar usando os esquemas ADBQUICKEST, ALUS, FOU,
Lax-Wendroff, TOPUS e VONOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
5.2 Simulação do caso 1 com número de Courant θ = 0.5 Resultados numéri-
cos para advecção de escalar usando os esquemas ADBQUICKEST, ALUS, FOU,
Lax-Wendroff, TOPUS e VONOS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
5.3 Simulação do caso 2 com número de Courant θ = 0.05 Resultados numéri-
cos para advecção de escalar usando os esquemas ADBQUICKEST, ALUS, FOU,
Lax-Wendroff, TOPUS e VONOS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
5.4 Simulação do caso 2 com número de Courant θ = 0.5 Resultados numéri-
cos para advecção de escalar usando os esquemas ADBQUICKEST, ALUS, FOU,
Lax-Wendroff, TOPUS e VONOS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
5.5 Simulação do caso 3 com número de Courant θ = 0.05 Resultados numéri-
cos para advecção de escalar usando os esquemas ADBQUICKEST, ALUS, FOU,
Lax-Wendroff, TOPUS e VONOS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
5.6 Simulação do caso 3 com número de Courant θ = 0.5 Resultados numéri-
cos para advecção de escalar usando os esquemas ADBQUICKEST, ALUS, FOU,
Lax-Wendroff, TOPUS e VONOS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
5.7 Soluções exatas(“quadrados”) e resultados numéricos (“estrelas”) para o problema
da camada de limite obtidos com a utilização de esquemas “upwind” de alta reso-
lução. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
5.8 Caso 1: Comparação entre as soluções exata e numéricas da equação de Burgers. . 43
vii
5.9 Caso 2: Soluções numéricas da equação de Burgers com viscosidade. . . . . . . . 44
5.10 Caso 3: Soluções numéricas da equação de Burgers com viscosidade. . . . . . . . 45
5.11 Simulação numérica de uma onda de choque usando o ALUS: (a) comparação
entre as soluções numérica e exata; (b) perfil transiente da solução numérica. . . . 46
5.12 Simulação numérica de uma onda de choque usando o TOPUS: (a) comparação
entre as soluções numérica e exata; (b) perfil transiente da solução numérica. . . . 46
5.13 Simulação numérica de uma onda de rarefação usando os esquemas convectivos
ALUS, Superbee, TOPUS e VONOS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
5.14 Resultados numéricos da equação de Buckley-Leverett: (a) caso 1; (b) caso 2. . . . 48
5.15 Soluções numéricas e de referência para a profundidade h no problema “dam-break”. 50
5.16 Soluções numéricas e de referência para a vazão hu no problema “dam-break”. . . 51
5.17 Soluções numéricas do tubo de choque de Sod obtidas com os esquemas ADB-
QUICKEST, ALUS, Lax-Wendroff, SMART, Superbee e TOPUS. . . . . . . . . . 53
5.18 Soluções numéricas do tubo de choque de Shu-Osher obtidas com os esquemas
ADBQUICKEST, ALUS, Lax-Wendroff, SMART, Superbee e TOPUS. . . . . . . 54
5.19 Soluções numéricas do tubo de choque de Shu-Osher modificado obtidas com os
esquemas ADBQUICKEST, ALUS, ARORA, MINMOD, Superbee e TOPUS. . . 56
5.20 Caso 1: Soluções numéricas do tubo de choque de Toro obtidas com os esquemas
ADBQUICKEST, ALUS, ARORA, MINMOD, SMART e TOPUS. . . . . . . . . 57
5.21 Caso 2: Soluções numéricas do tubo de choque de Toro obtidas com os esquemas
ADBQUICKEST, ALUS, ARORA, SMART, Superbee e TOPUS. . . . . . . . . . 58
6.1 Comparação entre as soluções numéricas (“estrelas”) e semi-analíticas (“linhas
contínuas”) para o escoamento de Poiseuille. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60
6.2 Resultados numéricos para a velocidade u obtidos nas simulações do escoamento
de Poiseuille usando o esquema TOPUS e três malhas diferentes a Reynolds Re =
500. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61
6.3 Geometria para o problema confinado numa expansão brusca. . . . . . . . . . . . 63
6.4 Resultados numéricos para a velocidade u obtidos nas simulações do escoamento
numa expansão brusca a Reynolds Re = 100. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64
6.5 Resultados numéricos para a velocidade u obtidos nas simulações do escoamento
numa expansão brusca a Reynolds Re = 800. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65
6.6 Perfil da componente u da velocidade do problema da expansão brusca quando
Re = 600, mostrando a melhoria da solução numérica com o refinamento da malha. 66
6.7 Resultados numéricos do campo de velocidade na direção x obtidosnas simulações
do problema da expansão brusca usando o modelo κ ε. . . . . . . . . . . . . . . 68
6.8 Resultados numéricos do campo de velocidade na direção x obtidosnas simulações
do problema da expansão brusca usando o modelo algébrico RSAEM. . . . . . . . 69
6.9 Geometria do problema do colapso de uma coluna de fluido: a = 0.05m e b = 0.1m. 70
6.10 Distribuição do campo de pressão obtida na simulação do problema do colapso de
coluna de fluido 2D em regime turbulento usando os esquemas ALUS e TOPUS. . 71
6.11 Comparação entre os dados experimentais e os resultados numéricos obtidos nas
simulações usando o esquema ALUS com e sem modelagem de turbulência. . . . . 72
6.12 Comparação entre os dados experimentais e os resultados numéricos obtidos nas
simulações usando o esquema TOPUS com e sem modelagem de turbulência. . . . 73
6.13 Geometria de um jato livre incidindo sobre um contorno rígido. . . . . . . . . . . . 75
6.14 Resultados numéricos para o campo de pressão do escoamento em regime laminar
de um jato livre incidindo sobre um contorno rígido. . . . . . . . . . . . . . . . . . 75
6.15 Comparação entre a solução analítica de Watson e as soluções numéricas obtidas
com os esquemas ADBQUICKEST, ALUS, CUBISTA e TOPUS no caso laminar,
p= x
0
/(aRe). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 76
6.16 Comparação entre a solução analítica de Watson e os resultados numéricos obtidos
com os esquemas ADBQUICKEST, ALUS, CUBISTA e TOPUS combinados com
o modelo κ ε, r= x
0
/(aRe
1/4
). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 78
6.17 Comparação entre a solução analítica de Watson e os resultados numéricos obtidos
com os esquemas ADBQUICKEST, ALUS, CUBISTA e TOPUS combinados com
o modelo RSAEM, r= x
0
/(aRe
1/4
). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79
6.18 Soluções numéricas obtidas na simulação com o esquema TOPUS no instante t =
2.175s na malha de 200 × 40 lulas a Reynolds Re = 0.01. . . . . . . . . . . . . 81
6.19 Comparação entre as soluções numéricas, obtidas com a utilização do esquema
TOPUS a Reynolds Re = 0.01 em diferentes malhas, e analíticas. . . . . . . . . . 82
6.20 Resultados numéricos da componente v da velocidade obtidos usando o esquema
TOPUS a Reynolds Re = 0.15 e a Weissenberg W e = 2.5 . . . . . . . . . . . . . . 86
6.21 Continuação da Figura 6.20. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 87
6.22 Geometria do problema de um jato penetrando num corpo de fluido. . . . . . . . . 88
6.23 Evolução dos contornos do campo de pressão do problema “sluice gate”. . . . . . . 89
6.24 Evolução dos contornos da componente de velocidade u do problema “sluice gate”. 90
6.25 Evolução dos contornos da componente de velocidade v do problema “sluice gate”. 91
6.26 Contornos de pressão de um jato penetrando numa porção de fluido em repouso. . . 92
6.27 Contornos da componente u da velocidade de um jato penetrando numa porção de
fluido em repouso. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 93
6.28 Contornos da componente v da velocidade de um jato penetrando numa porção de
fluido em repouso. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 94
6.29 Convergência do método numérico na simulação do escoamento supersônico ao
redor de um aerofólio diamante. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 96
6.30 Simulação do escoamento transônico ao redor do aerofólio RAE 2822: (a) análise
de convergência; (b) comparação entre os resultados numéricos e dado experimen-
tal para o coeficiente de pressão Cp. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 96
6.31 Resultados numéricos da distribuição de pressão e Mach ao redor do aerofólio
RAE 2822. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 97
6.32 Resultados numéricos da distribuição da pressão P: (a) ao redor do aerofólio RAE
2822; (b) detalhe da região do choque. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 97
6.33 Resultados numéricos da distribuição Mach: (a) ao redor do aerofólio RAE 2822;
(b) detalhe da região do choque. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 97
6.34 Resultados numéricos da distribuição de densidade ρ: (a) ao redor do aerofólio
RAE 2822; (b) detalhe da região do choque. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 98
6.35 Comparação entre os resultados numéricos e dado experimental para o coeficiente
de pressão Cp ao redor do aerofólio NACA 0012 a Mach 0.3 e ângulo de ataque 0
o
. 98
6.36 Comparação entre os resultados numéricos e dado experimental para o coeficiente
de pressão Cp ao redor do aerofólio NACA 0012 a Mach 0.5 e ângulo de ataque 8
o
. 99
6.37 Comparação entre os resultados numéricos e dado experimental para o coeficiente
de pressão Cp ao redor do aerofólio NACA 0012 a Mach 0.75 e ângulo de ataque 4
o
. 99
7.1 Solução numérica do colapso de um bloco de fluido sob à ação da gravidade utili-
zando o esquema TOPUS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 102
7.2 Distribuição da pressão calculada na simulação do colapso de um bloco de fluido
usando os esquemas ALUS e TOPUS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 103
7.3 Comparação entre a frente principal x
max
do fluido, em função do tempo, calculada
pelas soluções numéricas e experimentais do colapso de um bloco de fluido. . . . . 104
7.4 Resultado numérico fornecido pelo código “Freeflow-3D” equipado o esquema
“upwind” de primeira ordem. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 105
7.5 Comparação qualitativa entre os resultados numérico e experimental do ressalto
hidráulico circular, Re = 150. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 106
7.6 Comparação qualitativa entre os resultados numérico e experimental do ressalto
hidráulico circular em regime de transição para a turbulência, Re = 1.0 × 10
3
. . . . 106
7.7 Soluções numéricas para escoamentos de jatos oscilantes. . . . . . . . . . . . . . . 107
7.8 Solução numérica do choque de uma onda contra um obstáculo rígido. . . . . . . . 108
B.1 Curvas características do limitador FSFL na região TVD de Sweby [139]. . . . . . 118
Lista de Tabelas
5.1 Estudo da convergência de esquemas convectivos de alta resolução, associado com
um método de diferenças finitas explícito, aplicado a solução da equação da ca-
mada limite. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
5.2 Estudo da convergência dos esquemas ALUS e TOPUS aplicados à equação de
Burgers com viscosidade ν = 0.05. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
6.1 Estudo da convergência dos esquemas de alta resolução, relacionados com o mé-
todo implícito de Crank-Nicolson, aplicados ao problema de Poiseuille a Reynolds
Re = 500. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62
6.2 Comparação entre resultados experimentais e numéricos obtidos para o problema
confinado numa expansão brusca usando diferentes esquemas convectivos e núme-
ros de Reynolds. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63
6.3 Valores da recirculação obtidos para o problema de expansão brusca no caso tur-
bulento usando o modelo κ ε. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67
6.4 Valores da recirculação obtidos para o problema de expansão brusca no caso tur-
bulento usando o modelo RSAEM. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70
6.5 Escoamento viscoelástico num canal - Erro E
2
entre as soluções numérica e
analítica. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 83
6.6 Escoamento viscoelástico num canal - Taxa da convergência do método numérico
na norma 2. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 84
6.7 Comparação entre os resultados numéricos e teórico da inclinação da onda de cho-
que oblíqua. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 95
xi
Lista de Símbolos e Notações
u, v, w: componentes da velocidade no sistema de coordenadas cartesianas 3D
x, y, z: coordenadas espaciais no sistema de coordenadas cartesianas 3D
u
n
: velocidade normal ao contorno
u
t
: velocidade tangencial ao contorno
ν
t
: viscosidade turbulenta
δi: espaçamento da malha (i = x, y, z)
δt: espaçamento temporal
λ
1
: tempo de relaxação
λ
2
: tempo de retardamento
g
i
: i-ésima componente da aceleração gravitacional
u
i
u
j
: tensor de tensões de Reynolds
T
ij
: tensor extra tensão
xr: comprimento de recirculação
xg: ponto do domínio em que velocidade troca de sinal (escoamento numa expansão brusca)
Cp: coeficiente de pressão
c: comprimento da corda do perfil do aerofólio
f: face da célula computacional
h: profundidade do fluido no canal ou altura da superfície livre ou diâmetro do injetor
p ou P: pressão
t: tempo
D: posição “Downstream”
L: escala de comprimento
N: número de células computacionais
Q: vazão do fluido
R: posição “Remote-Upstream”
U: posição “Upstream”
U
0
: escala de velocidade
U
f
: velocidade do fluido
F r = U
0
/
(L|g|): mero de Froude
Re = (LU
0
): número de Reynolds
W e = (λ
1
U
0
)/L: número de Weissenberg
θ = (t)x: número de Courant
1D: unidimensional
2D: bidimensional
xiii
Lista de Símbolos e Notações xiv
3D: tridimensional
α: parâmetro constante do esquema TOPUS
β: parâmetro constante do esquema FSFL ou razão de retardamento (β = λ
2
1
)
ε: dissipação de energia cinética
κ: energia cinética turbulenta
µ: coeficiente de viscosidade dinâmica do fluido
ν: coeficiente de viscosidade cinemática do fluido
ρ: densidade ou massa específica
φ: variável genérica não normalizada ou grandeza (φ = u, v, κ ou ε)
ψ: função limitadora de fluxo
ˆ
φ: variável genérica normalizada
Lista de Acrônimos
ADBQUICKEST – “Adaptative Bounded QUICK with Estimated Streaming Terms”
ALUS –“Adaptive Linear Upwind Scheme”
CBC –“Convection Boundedness Criterion”
CDS –“Central-Differencing Scheme”
CFD –“Computational Fluid Dynamics”
CHARM – “Cubic / Parabolic High-Accuracy Resolution Method”
CLAWPACK – “Conservation LAW PACKage”
CUBISTA - “Convergent and Universally Bounded Interpolation Scheme for the Treatment of Ad-
vection”
DNS –“Direct Numerical Simulation”
EDOs – Equações Diferenciais Ordinárias
EDPs – Equações Diferencias Parciais
ENO –“Essentially Non-Oscillatory”
FOU –“First-Order Upwind”
FSFL–“Flexible and Symmetric Flux Limiter”
GENSMAC - “Generalized-Simplified-Marker-and-Cell”
HLPA –“Hybrid-Linear Parabolic Aproximation”
ISNAS –“Interpolation Scheme which is Nonoscillatory for Advected Scalars”
LES –“Large Eddy Simulation”
MINMOD – “MINimum MODulus”
MUSCL – “Monotonic Upwind Scheme for Conservation Laws”
NV –“Normalized Variable”
NVD –“Normalized Variable Diagram”
NVF –“Normalized Variable Formulation”
NVSF –“Normalized Variable and Space Formulation”
QUICK –“Quadratic Upstream Interpolation for Convective Kinematics”
QUICKEST – “QUICK with Estimated Streaming Terms”
RANS –“Reynolds-Averaged Navier-Stokes”
RSAEM – “Reynolds Stress Algebraic Equation Model”
SMART–“Sharp and Monotonic Algorithm for Realistic Transport”
SOU –“Second-Order Upwind”
TOPUS –“Third-Order Polynomial Upwind Scheme”
TVD –“Total Variation Diminishing”
VONOS –“Variable-Order Non-Oscillatory Scheme”
xv
Lista de Acrônimos xvi
WACEB –“Weighted Average Coefficients Ensuring Boundedness”
WENO –“Weighted ENO”
CAPÍTULO
1
Introdução
A grande maioria dos problemas de escoamento de fluidos encontrados em aplicações tecnoló-
gicas é caracterizada por possuiralto poder convectivo,especialmente aqueles no regime turbulento
com superfícies livres móveis. Computar soluções numéricas representativas para essa classe de
problemas, especialmente no caso dominado por convecção, é um assunto importante, desafiador e
que exige o desenvolvimento de esquemas numéricos eficientes, robustos e precisos. Conseqüen-
temente, o tema tem sido uma das principais preocupações da comunidade científica moderna em
CFD (“Computational Fluid Dynamics”). Fundamentalmente, dois pilares sustentam o sucesso na
simulação numérica desses problemas, a saber: i) o desenvolvimento de esquemas “upwind” de
alta resolução; e ii) a modelagem da turbulência.
Esquemas convectivos “upwind” de alta ordem (maior ou igual a 2) são técnicas numéricas
especializadas para aproximar termos convectivos lineares (ou não lineares) de leis de conservação,
tais como as equações de Euler da dinâmica dos gases ou as equações de Navier-Stokes para o
movimento dos fluidos (ver, por exemplo, [157]). A idéia básica por trás destas estratégias é usar
um esquema numérico tão preciso quanto possívelem regiões suaves e, ao mesmo tempo, adicionar
dissipação numérica controlada em regiões de gradientes elevados. Seus objetivos principais são
manter estabilidade da solução numérica, capturar descontinuidadesou choques (sem a presença de
oscilações numéricas ou, em casos extremos, com oscilações limitadas), ser computacionalmente
simples, econômico e conseguir convergência.
Para alcançar esses objetivos, mais simplicidade na implementação, eficiência computacional
e robustez, uma estratégia bastante comum (ver, por exemplo, [21, 41, 71, 85, 94, 148, 154, 161,
163]) tem sido combinar variáveis normalizadas de Leonard [81] ou limitadores de fluxo [139]
com as condições para estabilidade não linear (ou critérios de limitação) TVD (“Total Variation
Diminishing”) de Harten [61] (ver também Sweby [139]) e CBC (“Convection Boundedness Cri-
terion”) de Gaskell e Lau [53]. A restrição TVD visa conseguir com o tempo variação limitada de
propriedades físicas e impor um auto ajuste do esquema de acordo com os gradientes locais e o
critério CBC é para produzir solução limitada.
Nas últimas décadas, muitas tentativas têm sido feitas para derivar o esquema convectivo
“upwind” de alta resolução perfeito, isto é, aquele que satisfaz todas as exigências mencionadas
1
2
anteriormente, e entre elas destacam-se a proposta do esquema HLPA (“Hybrid-Linear Parabo-
lic Approximation”) de Zhu [166], do SMART (“Sharp and Monotonic Algorithm for Realistic
Transport”) por Gaskell e Lau [53], do WACEB (“Weighted Average Coefficient Ensuring Boun-
dedness”) por Song et al. [133], do VONOS (“Variable-Order Non-Oscillatory Scheme”) de Varo-
nos e Bergeles [152] e, mais recentemente, a proposta do CUBISTA (“Convergent and Universally
Bounded Interpolation Scheme for the Treatment of Advection”) de Alves et al. [3]. Por satis-
fazerem o critério de estabilidade CBC, tais esquemas vêm sendo utilizados com sucesso numa
variedade de aplicações (veja os trabalhos [2, 18, 57, 78, 94, 96, 98, 120, 127, 149, 163], entre
muitos outros). Entretanto, a ausência do número de Courant (veja [83]) em suas formulações,
além da falta de robustez em resolver problemas de evolução, e o desejo de simular problemas
de escoamento de fluidos em condições adversas motivaram o desenvolvimento de uma versão
limitada do esquema QUICKEST (“QUICK with Estimated Streaming Terms”) de Leonard [81],
chamada QUICKEST adaptativo nas referências [43, 46, 47, 49] ou ADBQUICKEST (“ADapta-
tive Bounded QUICKEST”) na referência [48].
Vale salientar que há também outra classe de esquemas de alta resolução sofisticados chama-
dos ENO (“Essentially Non-Oscillatory”) e seus relacionados WENO (“Weighted ENO”), que são
apropriados para capturar descontinuidades e pontos extremos com alta ordem de precisão (ver
[63]). Nesses esquemas, alta ordem é alcançada usando polinômios interpoladores de graus ele-
vados que não garantem resultados não oscilatórios. Seus compromissos são relaxar as condições
CBC/TVD e, ao invés de considerar moléculas computacionais fixas, escolher moléculas compu-
tacionais variáveis. O preço a ser pago por esse procedimento é, além da dificuldade de imple-
mentação, o número muito elevado de operações aritméticas requeridas a cada passo no tempo. A
diferença entre ENO/WENO e esquemas CBC/TVD é que os esquemas ENO/WENO têm a propri-
edade de reter a mesma ordem de precisão espacial em todo o domínio, inclusive nas vizinhanças
de descontinuidades e pontos extremos, enquanto que os esquemas CBC/TVD oferecem primeira
ordem de precisão nessas regiões críticas. Em outras palavras, a dissipação numérica contida nos
esquemas ENO/WENO é intrinsecamente menor que aquela nos esquemas CBC/TVD. Por outro
lado, em muitas aplicações - como os escoamentos incompressíveis - segunda ordem de precisão
é suficiente (ver [72]). Também, esquemas ENO/WENO são usados na simulação da turbulência
com LES (“Large Eddy Simulation”) [121], em que se conclui freqüentemente que eles são muitos
dissipativos [43].
No que tange à modelagem de turbulência [32, 159], existem poucas maneiras de se simular
numericamente escoamentos incompressíveis nesse regime e, dentre elas, destacam-se três me-
todologias principais, a saber: a) a DNS (“Direct Numerical Simulation”) [121, 134]; b) a LES
[121]; e c) a RANS (“Reynolds-Averaged Navier-Stokes”) [135]. Na DNS, todas as escalas da
turbulência são computadas numericamente, a partir das equações instantâneas de Navier-Stokes
e continuidade, sem levar em consideração o fato de que as pequenas e as grandes escalas da tur-
bulência possuem características físicas diferentes. A necessidade de uma malha computacional
excessivamentefina e de um tamanho de passo no tempo bastante reduzido exige demanda elevada
de recursos computacionais, sendo a DNS limitada para problemas a baixos valores do número
de Reynolds. Na LES, formulada com base num processo de filtragem das equações instantâ-
neas de conservação, permite-se, da mesma maneira como na DNS, computar as escalas maiores
(“grid-scale”) da turbulência, e os efeitos das estruturas de pequenas escalas (“subgrid-scale”) são
modelados. Os praticantes dessa metodologia argumentam que as escalas pequenas da turbulência
são mais homogêneas e isotrópicas e, portanto, fáceis de modelar. Entretanto, quando a malha
3
computacional é muito fina, o número de escalas que requer modelagem torna-se muito pequeno
e, conseqüentemente, a metodologia LES aproxima-se da DNS. A RANS é semelhante à LES,
em que a média temporal de Reynolds, um caso particular de filtro, é adotada para simplificar a
modelagem “submalha”, ou seja, informações sobre flutuações turbulentas são obtidas do tensor
de tensões de Reynolds.
O estudo realizado nesta pesquisa foi motivado pela necessidade de novos esquemas “upwind”
de alta resolução robustos/fáceis de implementar e uma modelagem da turbulência barata. Assim,
o presente trabalho de mestrado é um passo nesta direção. Em particular, ele está relacionado à
solução numérica de leis de conservação gerais e escoamentos incompressíveis em regime transi-
tório com superfícies livres móveis a números de Reynolds elevados. Atenção especial é voltada
para o desenvolvimento, a análise e a implementação de esquemas de convecção e modelagem
da turbulência de duas equações [22, 76]. Outra motivação para o desenvolvimento de esquemas
“upwind” está no fato de que as leis de conservação e equações da dinâmica dos fluidos resolvi-
das neste trabalho de mestrado aparecem em muitos problemas de interesse prático (por exemplo,
aerodinâmica e hidrodinâmica).
No contexto do método das diferenças finitas (ver, por exemplo, [83]) e fazendo o uso de variá-
veis normalizadas e/ou limitadores de fluxo e dos critérios de limitação CBC e/ou TVD, o objetivo
do presente trabalho é desenvolver, analisar e implementar esquemas convectivos “upwind” de
alta resolução para aplicações na simulação numérica - direta ou por modelagem - de problemas
de escoamentos de fluidos. Em particular, objetiva-se, pela aplicação dos novos esquemas TVD
ALUS/TOPUS, corroborar a asserção de Arora e Roe [10] de que esquemas TVD, associados ao
avanço temporal explícito de primeira ordem, têm méritos em problemas transientes.
Também se emprega neste trabalho uma combinação dos esquemas ALUS e TOPUS com a
modelagem algébrica não linear de Shih et al. [123] para estimar o tensor de tensões de Reynolds
mais a modelagem κ ε padrão de Launder e Spalding [76] para a viscosidade turbulenta. Estas
metodologias foram adotadas com o objetivo de superar o alto custo associado à modelagem κ
ε para baixos Reynolds e a exigência de recursos computacionais expressivos das metodologias
DNS e LES a altos Reynolds [121]. Objetiva-se ainda simular numericamente a turbulência nos
escoamentos incompressíveis com superfícies livres móveis.
Os novos esquemas “upwind” e a modelagem da turbulência foram, nos contextos de diferen-
ças finitas e variáveis primitivas, discretizados e implementados no ambiente “Freeflow” [20] para
simulação de problemas de escoamentos incompressíveis, transientes e viscosos, em qualquer re-
gime do número de Reynolds. A meta deste trabalho de mestrado foi o desenvolvimento, a análise
e a implementação de esquemas TVD simples e que atendam, ao máximo, as exigências mencio-
nadas anteriormente, cujo objetivo maior é o de simular numericamente escoamentos transientes
tridimensionais (3D) com superfícies livres móveis numa faixa ampla de Reynolds.
O restante do texto está organizado em sete capítulos, como segue. No capítulo 2 são apresen-
tados a modelagem matemática e o tema da pesquisa. O desenvolvimento dos esquemas ALUS
TOPUS é discutido no capítulo 3. A modelagem computacional necessária para a compreensão do
texto é resumida no capítulo 4. No capítulo 5 são aplicados (e comparados com outros esquemas
bem conhecidos da literatura) os esquemas desenvolvidos em leis de conservação unidimensionais
(1D). A simulação de escoamentos bidimensionais (2D) de fluidos newtonianos e viscoelásticos,
incompressíveis/compressíveis, transientes e viscosos num vasto número de Reynolds é descrita
no capítulo 6. No capítulo 7 são apresentados os resultados das simulações dos escoamentos tran-
sientes 3D com superfícies livres móveis. No capítulo 8 são documentados os artigos científicos
4
[30, 48, 50, 102, 105, 108, 109, 110, 112, 113, 114, 115] produzidos pelo autor e seus colaborado-
res durante o desenvolvimento deste trabalho. Em seguida, as conclusões e propostas de trabalhos
futuros são delineadas. No apêndice A é demonstrado o esquema TOPUS TVD. O desenvolvi-
mento de um novo limitador de fluxo flexível e simétrico baseado no esquema TOPUS é descrito
no apêndice B. A formulação espacial e variáveis normalizadas [33] para o ALUS e TOPUS é
apresentada no apêndice C. No apêndice D é formulado o limitador TOPUS para a simulação de
escoamentos aerodinâmicos compressíveis. A dissertação é encerrada com as referências biblio-
gráficas.
CAPÍTULO
2
Modelagem Matemática - Tema da
Pesquisa
Neste capítulo são apresentadas as Equações Diferencias Parciais (EDPs) básicas para testar o
desempenho dos esquemas “upwind”, objeto dessa dissertação.
2.1 Equação de Advecção 1D
Para a simulação do transporte de escalares, o seguinte modelo é adotado:
u
t
+ a
u
x
= 0, (2.1)
u(x, 0) = u
0
(x), x [x
L
, x
R
], (2.2)
u(x
L
, t) = u
L
, u(x
R
, t) = u
R
(u
L
e u
R
são constantes), (2.3)
em que t é o tempo; u é a variável dependente, assemelhando-se a velocidade de um escoamento
num meio fluido; a é constante; u
0
(x) é a condição inicial; x
R
e x
L
são, respectivamente, os
extremos direito e esquerdo do domínio 1D. A solução exata de (2.1) é u(x, t) = u
0
(x at) (ver
[92]).
2.2 Equação de Convecção-Difusão 1D
A equação de convecção-difusão é uma EDP simples linear ou não que modela uma variedade
de problemas em dinâmica dos fluidos (ver, por exemplo, [68, 158]) e é propensa à formação de
choques, mesmo nos casos de dados iniciais suaves. Ela serve, por exemplo, no caso da equação de
Burgers, como um modelo simplificado (combinando convecção não linear e difusão linear) para
o entendimento da turbulência [13]. A equação de convecção-difusão considerada neste trabalho é
dada por
u
t
+
x
f(u)
= ν
2
u
x
2
, (2.4)
u(x, 0) = u
0
(x), x [x
L
, x
R
], (2.5)
5
2.2 Equação de Convecção-Difusão 1D 6
u(x
L
, t) = u
L
, u(x
R
, t) = u
R
(u
L
e u
R
são constantes), (2.6)
em que f(u) é a função fluxo e ν é o coeficiente de viscosidade (constante). Assumindo em (2.4)
as condições
ν = 0 e f(u) =
u
2
u
2
+ 0.2 5(1 u)
2
, (2.7)
obtém-se a equação de Buckley-Leverett, uma lei geral de conservação hiperbólica 1D [1].
A equação de Burgers viscosa é obtida de (2.4) adotando
ν > 0 e f(u) = 0.5u
2
, (2.8)
e de Burgers inviscida considerando
ν = 0 e f(u) = 0.5u
2
. (2.9)
Em particular, a solução analítica em regime permanente (“steady”) da equação de Burgers
viscosa, para x [0, 1], com condições de contorno
u(0) = tanh
0.25
ν
, u(1) = tanh
0.25
ν
é dada por (ver referência [24])
u(x) = tanh
0.25 0.5x
ν
. (2.10)
Em específico, a solução analítica da equação de Burgers inviscida, com condição inicial
u(x, 0) =
u
L
, x [x
L
,0),
u
R
, x [0, x
R
],
(2.11)
e de contorno
u(x
L
, t) = u
L
, u(x
R
, t) = u
R
(u
L
e u
R
são constantes)
tem as soluções analíticas (ver referência [1]):
Onda de choque (u
L
u
R
)
u(x, t) =
u
L
, x 0.5 (u
L
+ u
R
) t 0,
u
R
, x 0.5 (u
L
+ u
R
) t 0.
(2.12)
Onda de rarefação (u
L
< u
R
)
u(x, t) =
u
L
,
x
t
u
L
,
Υ, u
L
<
x
t
< u
R
,
u
R
,
x
t
u
R
.
(2.13)
A equação da camada limite (“boundary layer”) é obtida considerando (2.4) com
ν > 0 e f(u) = au, a constante. (2.14)
Essa equação com a = 1, condição inicial u(x, 0) = 0, e condições de contornos u(0, t) = 0 e
u(1, t) = 1 apresenta a solução analítica em regime permanente [24]
u(x) =
1 exp
x
ν

1 exp
1
ν

, x [0, 1]. (2.15)
2.3 Equações de Águas Rasas 1D 7
2.3 Equações de Águas Rasas 1D
O sistema hiperbólico de equações de águas rasas [82] é definido por
h
hu
t
+
uh
hu
2
+
1
2
gh
2
x
= 0, (2.16)
u(x, 0) = u
0
(x), h(x, 0) = h
0
(x), x [x
L
, x
R
], (2.17)
em que h(x, t) é a profundidade do fluido no canal e g é a constante gravitacional.
As condições de contorno adotadas, neste estudo, para resolver (2.16) são especificadas pelas
condições homogêneas de Neumann.
2.4 Equações de Euler 1D
Estas EDPs constituem um sistema hiperbólico de leis de conservação que modela, por exem-
plo, o problema do tubo de choque. A equação toma a forma
U
t
+
F
x
= 0, (2.18)
U(x, 0) = U
0
(x), x [0, x
R
], (2.19)
U(0, t) = U
L
(t), U(x
R
, t) = U
R
(t), (2.20)
em que
U = [ρ, ρu, e]
T
,
F = [ρu, ρu
2
+ p, u(e + p)]
T
,
e =
p
(γ1)
+
1
2
ρu
2
.
(2.21)
Em (2.20), U
L
(t) e U
R
(t) são, respectivamente, as condições de contorno em x = 0 e x = x
R
(ver detalhes na referência [147]). Em (2.21), as variáveis ρ, e e p são a densidade, a energia total
e a pressão, respectivamente; e a constante γ = 1.4 (o gás é considerado ideal).
2.4 Equações de Euler 1D 8
2.5 Equações de Euler 2D
Estas EDPs modelam o escoamento de um gás compressível expressando a conservação de
massa, quantidade de movimento e energia. Elas são dadas por
Q
t
+
E
x
+
F
y
= 0, (2.22)
em que
Q = [ρ, ρu, ρv, e]
T
,
E = [ρu, ρu
2
+ p, ρuv, (e + p)u]
T
,
F = [ρv, ρuv, ρv
2
+ p, (e + p)v]
T
,
e =
p
(γ1)
+
1
2
ρ(u
2
+ v
2
).
(2.23)
Na equação (2.23), u e v são as componentes da velocidade. Condições de contorno periódicas,
com escorregamento na superfície rígida e fronteira livre (“far-field”) são adotadas para resolver
(2.22). Essas condições estão bem descritas nas referências [29, 65].
2.6 Equações Instantâneas de Navier-Stokes
No caso em que o fluido é considerado um meio homogêneo incompressível, a massa especí-
fica ρ(x, t) = ρ
0
das partículas não varia durante o seu movimento e as propriedades de transporte
são constantes. As equações matemáticas das leis físicas de conservação, consideradas para a
simulação de escoamentos em regime laminar, neste trabalho, são as equações instantâneas de
Navier-Stokes e continuidade dadas por
u
i
t
+
(u
i
u
j
)
x
j
=
p
x
i
+
1
Re
x
j
u
i
x
j
+
1
F r
2
g
i
, i = 1, 2, 3, (2.24)
u
i
x
i
= 0, (2.25)
nos quais u
i
é a i-ésima componente do campo de velocidade, p é a pressão cinemática (pressão
divididapela massa específica), Re = LU
0
e F r = U
0
/
L|g|são, respectivamente, os números
de Reynolds e Froude, e g
i
é a i-ésima componente da aceleração gravitacional. O parâmetro
ν é o coeficiente de viscosidade cinemática molecular (constante) do fluido dado por ν = µ/ρ
(µ é a viscosidade dinâmica do fluido), e U
0
e L são as escalas de velocidade e comprimento
característicos, respectivamente. As condições de contorno [17, 42] consideradas, neste trabalho,
para resolver o sistema formado por (2.24) e (2.25) são:
Condição de contorno de entrada de fluido
u
n
= U
0
, u
t
= 0, (2.26)
em que u
n
é a velocidade normal ao contorno e u
t
é a velocidade tangencial ao contorno;
2.6 Equações Instantâneas de Navier-Stokes 9
Condição de contorno de saída de fluido
u
n
n
= 0,
u
t
n
= 0, (2.27)
em que n e t denotam direções normais e tangenciais à entrada e à saída, respectivamente;
Condição de contorno sem escorregamento na superfície rígida
u
t
= 0, u
n
= 0; (2.28)
Condição de contorno com escorregamento na superfície rígida
u
n
= 0,
u
t
n
= 0; (2.29)
Condição de contorno na superfície livre [145, 146]
n · (σ · n) = 0, (2.30)
m1 · (σ · n) = 0, (2.31)
m2 · (σ · n) = 0 (2.32)
em que m1 = (m1
x
, m1
y
, m1
z
) e m2 = (m2
x
, m2
y
, m2
z
) são os vetores tangentes à super-
fície livre, n = (n
x
, n
y
, n
z
) é o vetor unitário normal externo à superfície e σ é o tensor de
tensões total dado por
σ = pI + 2µD, (2.33)
2.7 Equações Médias de Reynolds
Para a simulação dos efeitos da turbulência, as leis físicas de conservação instantâneas (2.24) e
(2.25), no caso 2D, são transformadas nas equações médias de Reynolds (ver referência [159] para
detalhes)
u
i
t
+
(
u
i
u
j
)
x
j
=
p
x
i
+
1
Re
x
j
u
i
x
j
+
1
F r
2
g
i
1
Re
(
u
i
u
j
)
x
j
, i = 1, 2, (2.34)
u
i
x
i
= 0, (2.35)
em que u
i
é a i-ésima componente da velocidade média; p é a pressão média; u
i
u
j
é o tensor de
tensões de Reynolds definido em (2.36) e (2.51), que resulta das não linearidades presentes nas
equações do movimento.
2.8 Modelagem κ ε da Turbulência 10
2.8 Modelagem κ ε da Turbulência
A idéia para a simulação da turbulência com a modelagem κ ε é acoplar às equações médias
de Navier-Stokes (2.34)-(2.35) duas EDPs de transporte, para descrever a evolução da viscosidade
adicional ν
t
em (2.41). Uma dessas equações modela a distribuição de κ, a energia cinética média
local do movimentoflutuante, por todo o campo de escoamento; a outra governa uma característica
turbulenta de dimensão diferente ε = ν(
u
i
/∂x
j
)
2
, a taxa média de dissipação (ou de destruição)
da energia cinética. O conhecimento das grandezas κ e ε permite a avaliação da viscosidade
turbulenta local ν
t
em (2.41). De posse de κ, ε e ν
t
, o tensor de tensões de Reynolds em (2.34) é
estimado pela aproximação linear de Boussinesq [16] dada por
u
i
u
j
= ν
t
D
ij
+
2
3
κδ
ij
, i = 1, 2, (2.36)
D
ij
=
u
i
x
j
+
u
j
x
i
. (2.37)
Em resumo, o modelo κ ε é dado por (ver [159])
κ
t
+
(κu
j
)
x
j
=
1
Re
x
j

1 +
ν
t
σ
κ
κ
x
j
+ ν
t
D
ij
u
i
x
j
ε, (2.38)
ε
t
+
(εu
j
)
x
j
=
1
Re
x
j

1 +
ν
t
σ
ε
ε
x
j
+
1
T
t
C
1ε
ν
t
D
ij
u
i
x
j
C
2ε
ε
, (2.39)
T
t
=
κ
ε
, (2.40)
ν
t
= C
µ
κT
t
, (2.41)
em que σ
κ
= 1.0 e σ
ε
= 1.3, que aparecem em (2.38) e (2.39), são coeficientes de difusão
turbulentos; C
1ε
= 1.44, C
2ε
= 1.92 e C
µ
= 0.09 são constantes empíricas. Mais detalhes
desta modelagem da turbulência podem ser encontrados, por exemplo, em [42, 76]. A seguir são
descritas as condições iniciais e de contorno adotadas neste trabalho para resolver as equações
médias de Reynolds com modelagem κ ε da turbulência.
As condições iniciais e de contorno para as variáveis médias velocidade e pressão são as mes-
mas descritas na seção 2.6. Neste estudo, similarmente a Brandi [17], as condições iniciais para as
variáveis turbulentas são definidas por
κ = 0.08Re, ε =
100κ
3
κ
Re
. (2.42)
Para as variáveis turbulentas κ e ε, as condições de contorno de entrada de fluido coincidem
com as condições iniciais impostas para tais variáveis em (2.42). No contorno de saída do fluido,
as variáveis turbulentas são calculadas pela aplicação da condição de Neumann
κ
n
= 0,
ε
n
= 0. (2.43)
Próximos ao contorno rígido são aplicadas uma modificação das leis clássicas de parede (ver
Durbin [35], Sondak e Pletcher [131]) para as variáveis κ e ε iguais àquelas adotadas por Brandi
2.8 Modelagem κ ε da Turbulência 11
[17]. Na subcamada turbulenta, κ e ε são definidas são implementadas como (ver detalhes em
Anderson et al. [5], Ferziger e Peri
´
c [51])
κ = Re
(u
)
2
C
µ
C
µ
, ε = Re
(u
)
3
Ky
, (2.44)
em que u
é a velocidade de atrito [131] e K = 0.41 é a constante de von Kárman (ver Patel [100]).
Na subcamada viscosa, a variável κ é calculada utilizando a correção de Sondak e Pletcher [131]
κ = Re
(u
)
2
C
µ
C
µ
y
+
y
+
c
2
, (2.45)
em que y
+
é dado por
y
+
=
u
y
ν
. (2.46)
Neste trabalho, y
+
c
é calculado por y
+
c
=
1
K
ln(y
+
c
) + 5 (ver detalhes em [132]). A modelagem para
a variável ε na subcamada viscosa é definida por
ε =
κ
l
κ
Re
, (2.47)
em que a escala de comprimento l
de Norris e Reynolds [95] é calculada da seguinte forma
l
=
Ky
2
Reκ
4
C
3
µ
(y
Reκ + 5.3)
. (2.48)
As condições de contorno na superfície livre para o caso 2D turbulento são definidas por [17,
146]
p +
2
3Re
κ
2
Re
(1 + ν
t
)
u
x
n
2
x
+
v
y
n
2
y
+
u
y
+
v
x
n
x
n
y
= 0, (2.49)
1
Re
(1 + ν
t
)
2
u
x
m
x
n
x
+ 2
v
y
m
y
n
y
+
u
y
+
v
x
(m
x
n
y
+ m
y
n
x
)
= 0. (2.50)
2.9 Modelagem Não Linear para Tensões de Reynolds
Nesta seção é apresentado o modelo não linear algébrico para o tensor de tensões de Reynolds
proposto por Shih et al. [123]. Ele é denotado neste estudo pelo acrônimo RSAEM (“Reynolds
Stress Algebraic Equation Model”). A aplicação desse modelo na simulação de escoamentos tur-
bulentos com superfícies livres tem sido pouco explorada na literatura, e isto justifica o interesse
em implementá-lo/aplicá-lo neste trabalho de pesquisa.
2.9 Modelagem Não Linear para Tensões de Reynolds 12
Em suma, o modelo algébrico para o tensor de tensões de Reynolds é definido por
u
i
u
j
=
2
3
κδ
ij
ν
t
u
i
x
j
+
u
j
x
i
+
C
τ1
A
2
+ η
3
κ
3
ε
2
u
i
x
k
u
k
x
j
+
u
j
x
k
u
k
x
i
2
3
u
i
x
j
u
j
x
i
δ
ij
+
C
τ2
A
2
+ η
3
κ
3
ε
2
u
i
x
k
u
j
x
k
1
3
u
i
x
j
2
δ
ij
+
C
τ3
A
2
+ η
3
κ
3
ε
2
u
k
x
i
u
k
x
j
1
3
u
i
x
j
2
δ
ij
, (2.51)
em que
ν
t
= C
µ
κ
2
ε
, C
µ
=
2/3
A
1
+ η + αξ
, (2.52)
ξ =
κ
ε
, =
2Ω
ij
ij
,
ij
=
1
2
u
i
x
j
u
j
x
i
, (2.53)
η =
κD
ε
, D =
2D
ij
D
ij
. (2.54)
Na equação (2.51), δ
ij
é o delta de Kronecker, C
τ1
= 4, C
τ2
= 13, C
τ3
= 2 e A
2
= 1000. Em
(2.52), têm-se A
1
= 1.25 e α = 0.9 (veja os detalhes em [123]).
Para a avaliação do tensor algébrico em (2.51), utilizam-se as equações de transporte (2.38)
e (2.39), respectivamente, para obter as variáveis turbulentas κ e ε. As condições iniciais e de
contorno adotadas para simular este modelo são as mesmas descritas na seção 2.8.
2.10 Modelo Oldroyd-B
Considerando a formulação EVSS (“Elastic Viscous Split Stress”) [116], o escoamento 2D de
um fluido incompressível viscoelástico do tipo Oldroyd-B [15, 88] é modelado por
u
i
t
+
(u
i
u
j
)
x
j
=
p
x
i
+
β
Re
x
j
u
i
x
j
+
T
ij
x
j
+
1
F r
2
g
i
, i = 1, 2, (2.55)
T
ij
+ W e
T
ij
t
+
(u
k
T
ij
)
x
k
+ T
ik
u
j
x
k
+ T
jk
u
i
x
k
=
2(1 β)
Re
u
i
x
j
+
u
j
x
i
, (2.56)
u
i
x
i
= 0, (2.57)
em que T
ij
é o tensor extra tensão, W e = λ
1
U
0
/L é o número de Weissenberg, β = λ
2
1
é a
razão de retardamento, λ
1
é o tempo de relaxação e λ
2
é o tempo de retardamento.
Para resolver as EDPs (2.55), (2.56) e (2.57), neste trabalho, as condições de contorno adotadas
para o campo de velocidade são iguais àquelas mencionadas na seção 2.6. No início do processo
numérico, T
ij
= 0. Os valores das componentes do tensor T
ij
nos contornos [126] são definidos
como seguem:
2.10 Modelo Oldroyd-B 13
Condição de contorno de entrada de fluido
T
11
= T
12
= T
22
= 0; (2.58)
Condição de contorno de saída de fluido
T
11
n
=
T
12
n
=
T
22
n
; (2.59)
Condições de contorno sem escorregamento na superfície rígida:
Contorno rígido paralelo ao eixo x
T
(t+δt)
11
= exp
δt
W e
t
T
(t)
11
+ δt
u
y
exp
δt
W e
T
12
+
u
y
T
12
,
(2.60)
T
(t+δt)
12
= exp
δt
W e
T
(t)
12
+
(1 β)
Re
u
y
1 exp
δt
W e

,
(2.61)
T
22
= 0, (2.62)
em que δt é o espaçamento temporal;
Contorno rígido paralelo ao eixo y
T
(t+δt)
22
= exp
δt
W e
T
(t)
22
+ δt
v
x
exp
δt
W e
T
12
+
v
x
T
12
,
(2.63)
T
(t+δt)
12
= exp
δt
W e
T
(t)
12
+
(1 β)
Re
v
x
1 exp
δt
W e

,
(2.64)
T
11
= 0; (2.65)
Condição de contorno na superfície livre
p
2β
Re
u
x
n
2
x
+
v
y
n
2
y
+
u
y
+
v
x
n
x
n
y
+ T
11
n
2
x
+ 2T
12
n
x
n
y
+ T
22
n
2
y
= 0, (2.66)
2β
Re

v
y
u
x
n
x
n
y
+
u
y
v
x
(n
2
x
n
2
y
)
+(T
22
T
11
) n
x
n
y
+T
12
n
2
x
n
2
y
= 0.
(2.67)
2.10 Modelo Oldroyd-B 14
Estimativas de erros
Neste trabalho, os erros entre as soluções numérica e exata são calculados pelas seguintes relações:
E
1
=
N
i=1
φ
i,exata
φ
i,numérica
N
i=1
φ
i,exata
, (2.68)
E
2
=
N
i=1
φ
i,exata
φ
i,numérica
2
N
i=1
φ
i,exata
2
, (2.69)
E
=
max
1in
φ
i,exata
φ
i,numérica
max
1in
φ
i,exata
. (2.70)
Tema da Pesquisa
Desenvolver, analisar e implementar esquemas “upwind” de alta precisão (maior ou igual a dois),
que são CBC/TVD, para os termos convectivos das equações de transporte (2.1), (2.4), (2.16),
(2.18), (2.22), (2.24), (2.34), (2.38), (2.39), (2.55) e (2.56) constituem os temas principais deste
trabalho de mestrado. Além disso, outro tema relevante, aqui considerado, é analisar e implementar
a aproximação de Boussinesq e uma modelagem algébrica não linear para o tensor de tensões de
Reynolds visando a simulação de escoamentos incompressíveis transientes em regime turbulento
com e sem superfícies livres móveis.
CAPÍTULO
3
Esquemas “Upwind” de Alta Resolução
Neste capítulo são apresentados os esquemas ALUS e TOPUS desenvolvidos neste trabalho.
3.1 Formulação de Variáveis Normalizadas
A metodologia NVF (“Normalised Variable Formulation”) foi proposta por Leonard [80] com
objetivo de se obter esquemas convectivos capazes de resolver gradientes elevados e, ao mesmo
tempo, manter estabilidade nas soluções numéricas. Considerando as posições D (“Downstream”),
R (“Remote-Upstream”) e U (“Upstream”) em relação a face computacional f da molécula com-
putacional ilustrada na Figura 3.1, uma variável genérica φ formulada em NV (“Normalised Vari-
able”) de Leonard [80] é definida como segue
ˆ
φ =
φ φ
R
φ
D
φ
R
, (3.1)
em que φ
D
e φ
R
são, respectivamente, os valores não normalizados da grandeza φ nos pontos D e
R. Por exemplo,
ˆ
φ
f
= (φ
f
φ
R
)/(φ
D
φ
R
).
Leonard [80] construiu também o NVD (“Normalised Variable Diagram”) para representar a
relação entre as variáveis normalizadas
ˆ
φ
f
e
ˆ
φ
U
. Por exemplo, na Figura 3.2a os esquemas CDS
(“Central-Differencing Scheme”) [101], FOU (“First-Order Upwind”) [25], QUICK (“Quadratic
v
f
f
g
R
U
D
Figura 3.1: Posições D, R e U em relação a face computacional f, o sinal da velocidade v
f
fornece
o sentido do escoamento.
15
3.1 Formulação de Variáveis Normalizadas 16
(a) (b)
Figura 3.2: Metodologia NVF: (a) Esquemas convectivos clássicos no NVD, (b) Critério CBC.
Upstream Interpolation for Convective Kinematics”) [79], SOU (“Second-Order Upwind”) [125]
estão representados nesse diagrama.
Segundo Leonard [80] qualquer esquema, em geral não linear, formulado em NV que passe
pelos pontos O(0, 0), P (1, 1 ) e Q(0.5, 0.75) do NVD (ver Figura 3.2a) é de segunda ordem de
exatidão; e se ele também passar pelo ponto Q com inclinação de 0.75 é de terceira ordem. Leonard
recomenda que para valores de
ˆ
φ
U
menores que 0 ou maiores que 1, o esquema FOU deve ser
usado.
Considerando-se a importância de soluções limitadas no transporte de propriedades físicas,
Gaskell e Lau [53] propuseram o critério de limitação CBC. No contexto NV, um esquema con-
vectivo produz solução limitada se ele está inteiramente contido na região hachurada na região
CBC mostrada na Figura 3.2b, isto é, o esquema deve satisfazer às seguintes condições:
ˆ
φ
f
[
ˆ
φ
U
, 1 ], para
ˆ
φ
f
[0, 1],
ˆ
φ
f
= 0, para
ˆ
φ
U
= 0,
ˆ
φ
f
= 1, para
ˆ
φ
U
= 1,
ˆ
φ
f
=
ˆ
φ
U
, para
ˆ
φ
f
/ [0, 1].
(3.2)
Apesar do critério CBC de Gaskell e Lau [53] tratar o problema de estabilidade adequadamente,
ele não garante convergênciada solução numérica. Para convergência, as restrições TVD de Harten
[61] devem ser satisfeitas. No contexto NV essas restrições são expressas por:
ˆ
φ
f
[
ˆ
φ
U
, 2
ˆ
φ
U
] e
ˆ
φ
f
1, para
ˆ
φ
U
[0, 1],
ˆ
φ
f
=
ˆ
φ
U
, para
ˆ
φ
U
/ [0, 1].
(3.3)
Abaixo, estão listados alguns exemplos de esquemas “upwind” de alta resolução em váriaveis
normalizadas de Leonard [80].
3.1 Formulação de Variáveis Normalizadas 17
ADBQUICKEST [49, 67]
ˆ
φ
f
=
(2 θ)
ˆ
φ
U
,
ˆ
φ
U
[0,a),
ˆ
φ
U
+
1
2
(1 |θ|)( 1
ˆ
φ
U
)
1
6
(1 θ
2
)(1 2
ˆ
φ
U
),
ˆ
φ
U
[a, b],
1 θ + θ
ˆ
φ
U
,
ˆ
φ
U
( b,1],
ˆ
φ
U
,
ˆ
φ
U
/ [0, 1],
em que θ =
uδt
δx
é o número de Courant; e os parâmetros a e b são:
a =
2 3|θ| + θ
2
7 6 θ 3|θ| + 2θ
2
, b =
4 + 6θ 3|θ| + θ
2
5 + 6θ 3|θ| + 2θ
2
.
CUBISTA [3]
ˆ
φ
f
=
1.75
ˆ
φ
U
,
ˆ
φ
U
[0,0.375),
0.75
ˆ
φ
U
+ 0.3 75,
ˆ
φ
U
[0 .3 75, 0.75],
0.25
ˆ
φ
U
+ 0.7 5 ,
ˆ
φ
U
(0.75,1],
ˆ
φ
U
,
ˆ
φ
U
/ [0, 1],
VONOS [152]
ˆ
φ
f
=
10
ˆ
φ
U
,
ˆ
φ
U
[0,
3
74
),
0.375(1 + 2
ˆ
φ
U
),
ˆ
φ
U
[
3
74
,0.5),
1.5
ˆ
φ
U
,
ˆ
φ
U
[0.5,
2
3
),
1,
ˆ
φ
U
[
2
3
,1],
ˆ
φ
U
,
ˆ
φ
U
/ [0, 1],
WACEB [133]
ˆ
φ
f
=
2
ˆ
φ
U
,
ˆ
φ
U
[0,0.3),
0.75
ˆ
φ
U
+ 0.3 75,
ˆ
φ
U
[0.3,
5
6
],
1,
ˆ
φ
U
(
5
6
, 1 ],
ˆ
φ
U
,
ˆ
φ
U
/ [0, 1],
3.2 Esquema TOPUS
Fundamentalmente, o esquema TOPUS
1
pode ser visto como uma generalização do esquema
SMARTER de Waterson e Deconinck [154], e sua idéia básica é usar uma combinação de esque-
mas de baixa e alta ordem por meio de uma função troca (o limitador). Em particular, considera-se
parte de um polinômio de quarto grau inteiramente contido na região CBC e impõe-se as con-
dições de Leonard [80], isto é, o esquema deve passar pelos pontos O(0, 0), Q(0.5, 0 .75) (para
atingir segunda ordem), P (1, 1) e com inclinação 0.75 em Q (para alcançar terceira ordem) (ver
Figura 3.2a).
1
Na Filosofia, TOPUS é a ilha da Utopia, que segundo o pensador inglês Thomas Morus é um lugar ideal da
sociedade igualitária.
3.2 Esquema TOPUS 18
Vale salientar que no passado essa mesma idéia foi utilizada para a construção dos esque-
mas NOTABLE de Pascau e Perez [99], CHARM (“Cubic / Parabolic High-Accuracy Resolution
Method”) de Zhou [164, 165] e ISNAS (“Interpolation Scheme which is Nonoscillatory for Advec-
ted Scalars”) de Zijlema [167, 168], e atualmente tais esquemas tem sido nomeados por Waterson
e Deconinck [154] como SMARTER. Entretanto, a novidade no esquema TOPUS é a presença em
sua formulação de um parâmetro livre permitindo uma generalização do esquema SMARTER.
A motivação para a construção do esquema TOPUS surgiu das deficiências do SMARTER,
a saber: (i) não estar inteiramente contido na região TVD; (ii) violar o princípio de monotoni-
cidade de Sweby [139]; (iii) não possuir em sua formulação um parâmetro livre; e (iv) fornecer
resultados não satisfatórios para problemas de escoamentos incompressíveis 3D com superfícies
livres móveis. Outra motivação para o desenvolvimento do TOPUS (e também do ALUS) está no
fato de que as leis de conservação e equações da dinâmica dos fluidos consideradas neste trabalho
aparecem com freqüência em problemas de interesse prático.
Em resumo, no contexto NV, o esquema TOPUS para o cálculo dos fluxos numéricos nas
interfaces das células computacionais é definido por
ˆ
φ
f
= a
4
ˆ
φ
4
U
+ a
3
ˆ
φ
3
U
+ a
2
ˆ
φ
2
U
+ a
1
ˆ
φ
U
,
ˆ
φ
U
[0, 1], (3.4)
em que a
1
, a
2
, a
3
, e a
4
são coeficientes constantes. Nota-se que
ˆ
φ
f
passa pelo ponto O(0, 0) do
NVD, ou seja,
ˆ
φ
U
= 0
ˆ
φ
f
= 0. A determinação dos coeficientes a
1
, a
2
, a
3
e a
4
, sendo um
deles livre, é feita impondo-se as outras condições de Leonard [80] para se obter terceira ordem de
exatidão, isto é,
No ponto Q(0.5, 0.75):
a
4
(0.5)
4
+ a
3
(0.5)
3
+ a
2
(0.5)
2
+ a
1
(0.5) = 0.75,
ou
a
4
+ 2a
3
+ 4a
2
+ 8a
1
= 12. (3.5)
No ponto P (1 , 1):
a
4
+ a
3
+ a
2
+ a
1
= 1. (3.6)
No ponto Q(0.5, 0.75) com inclinação 0.75:
ˆ
φ
U
= 0.5
ˆ
φ
f
= 4a
4
ˆ
φ
3
U
+ 3a
3
ˆ
φ
2
U
+ 2a
2
ˆ
φ
U
+ a
1
= 0.75,
ou
4a
4
(0.5)
3
+ 3a
3
(0.5)
2
+ 2a
2
(0.5) + a
1
= 0.75,
ou
2a
4
+ 3a
3
+ 4a
2
+ 4a
1
= 3. (3.7)
Considerando-se a
4
= α e o sistema formado por (3.5), (3.6) e (3.7), obtêm-se os coeficientes:
a
1
=
α + 10
4
, a
2
=
5α 10
4
, a
3
= 2α + 1. (3.8)
3.2 Esquema TOPUS 19
E fora da região NVD, o TOPUS coincide com o esquema FOU. Em suma, o esquema convectivo
TOPUS em NV é definido por
ˆ
φ
f
=
α
ˆ
φ
4
U
+ (2α + 1)
ˆ
φ
3
U
+
5α10
4
ˆ
φ
2
U
+
α+10
4
ˆ
φ
U
,
ˆ
φ
U
[0, 1],
ˆ
φ
U
,
ˆ
φ
U
/ [0, 1].
(3.9)
Aplicando a definição de NV (ver equação (3.1)) em (3.9), o esquema TOPUS resultante em va-
riáveis não normalizadas é dado por
φ
f
=
φ
R
+ (φ
D
φ
R
)
α
ˆ
φ
4
U
+ (2α + 1)
ˆ
φ
3
U
+
5α10
4
ˆ
φ
2
U
+
α+10
4
ˆ
φ
U
,
ˆ
φ
U
[0, 1],
φ
U
,
ˆ
φ
U
/ [0, 1],
(3.10)
em que
ˆ
φ
U
=
φ
U
φ
R
φ
D
φ
R
.
Em (3.9), para α [2, 2], o esquema TOPUS está inteiramente contido na região CBC. Vale
mencionar que, neste trabalho, apenas o TOPUS com α = 2 foi testado em leis de conservação 1D
e aplicado na simulação de escoamentos de fluidos 2D/3D. No caso em que α = 2, o esquema TO-
PUS é TVD (ver Figura 3.3a e demonstração no apêndice A). O esquema SMARTER de Waterson
e Deconinck [154] é obtido fazendo-se α = 0.
O limitador de fluxo ψ(r
f
) para o esquema TOPUS é obtido reescrevendo (3.9) por (veja [139])
ˆ
φ
f
=
ˆ
φ
U
+
1
2
ψ(r
f
)(1
ˆ
φ
U
), (3.11)
em que r
f
é definido por
r
f
=
ˆ
φ
U
1
ˆ
φ
U
; (3.12)
Das equações (3.9) e (3.11) resulta ψ(r
f
) = 0, para
ˆ
φ
f
=
ˆ
φ
U
e
ˆ
φ
U
/ [0, 1]. Da equação (3.12),
obtém-se r
f
< 0, para
ˆ
φ
U
/ [0, 1]. Segue então que ψ(r
f
) = 0, para r
f
< 0. Para r
f
0,
considera-se ψ(r
f
) expresso como
ψ(r
f
) = 2
a
ˆ
φ
3
U
+ b
ˆ
φ
2
U
+ c
ˆ
φ
U
. (3.13)
De forma que substituindo (3.13) em (3.11) obtém-se
ˆ
φ
f
= (a)
ˆ
φ
4
U
+ (a b)
ˆ
φ
3
U
+ (b c)
ˆ
φ
2
U
+ (c + 1)
ˆ
φ
U
. (3.14)
Comparando-se (3.9), para
ˆ
φ
U
[0, 1], com (3.14) as constantes a, b e c são determinadas, e o
limitador resultante é
ψ(r
f
) = 2α
ˆ
φ
3
U
+ (2α 2)
ˆ
φ
2
U
+ (0.5α + 3)
ˆ
φ
U
, (3.15)
ou utilizando-se (3.12) obtém-se
ψ(r
f
) =
(0.5α + 1)r
3
f
+ (α + 4)r
2
f
+ (0.5α + 3)r
f
(1 + r
f
)
3
, r
f
0. (3.16)
3.2 Esquema TOPUS 20
Em resumo, o limitador para o esquema TOPUS é dado por
ψ(r
f
) =
(0.5α+1)r
3
f
+(α+4)r
2
f
+(0.5α+3)r
f
(1+r
f
)
3
, r
f
0,
0, r
f
< 0.
(3.17)
A Figura 3.3b mostra no plano ψ r
f
o limitador do esquema TOPUS para α = 2, α = 0 e
α = 2. Nota-se que o limitador está inteiramente na região TVD de Sweby [139] para α = 2.
Para a implementação computacional, reescreve-se esse limitador como
ψ(r
f
) =
0.5 (|r
f
| + r
f
)
(0.5α + 1)r
2
f
+ (α + 4)r
f
+ (0.5α + 3)
(1 + |r
f
|)
3
. (3.18)
Derivando a equação (3.17), para r
f
0, em relação a r
f
tem-se
ψ
(r
f
) =
(2.5α 1)r
2
f
+ (3α + 2)r
f
0.5α + 3
(1 + r
f
)
4
, (3.19)
Nota-se que o TOPUS com α = 2 satisfaz uma restrição do princípio de monotonicidade de Sweby
[139], isto é, ψ
(0) = 2. Além disso, o TOPUS é monotônico de segunda ordem [139], pois o seu
limitador de fluxo satisfaz ψ(1) = 1. De fato, percebe-se que o limitador (3.17) satisfaz
ψ(1) =
(0.5α + 1) + (α + 4) + (0.5α + 3)
(1 + 1)
3
= 1. (3.20)
Ainda mais, de acordo com Zijlema[168] o limitador (3.17) satisfazψ
(1) = 0.25, que é a condição
para alcançar terceira ordem de precisão. Na notação mais usual, o esquema TOPUS é
ψ(r
f
) = max
0,
0.5 (|r
f
| + r
f
)
(0.5α + 1)r
2
f
+ (α + 4)r
f
+ (0.5α + 3)
(1 + |r
f
|)
3
.
Abaixo, estão listados alguns exemplos de limitadores de fluxo de esquemas “upwind” de alta
resolução obtidos da mesma forma que o limitador TOPUS. Outros exemplos serão citados nos
capítulos 5 e 6.
ADBQUICKEST
ψ(r
f
) = max
0, min
2r
f
(1 θ),
2 + θ
2
3|θ| + (1 θ
2
)r
f
3
, 2 ( 1 θ)
,
CUBISTA
ψ(r
f
) = max
0, min [2r
f
(1 C
1
), 0 .75 + 0.25r
f
, 2 ( 1 C
2
)]
,
em que C
1
= C
2
= 0.25;
3.2 Esquema TOPUS 21
VONOS
ψ(r
f
) = max
0, min [r
f
, 0 .7 5 + 0.25r
f
, 1 8r
f
, 2 ]
;
WACEB
ψ(r
f
) = max
0, min [2r
f
, 0 .7 5 + 0.25r
f
, 2 ]
.
(a) (b)
Figura 3.3: Curvas características do esquema TOPUS: (a) região TVD de Harten [61], (b) limita-
dor na região TVD de Sweby [139].
3.3 Esquema ALUS
O interesse em desenvolver outro esquema TVD, que possua o número de Courant (|θ| 1)
em sua formulação (veja [83]) e seja matematicamente mais simples (sem perder em exatidão) que
o esquema ADBQUICKEST de Ferreira et al. [49], motivou a derivação do esquema ALUS
2
.
Em analogia ao esquema ADBQUICKEST, a estratégia para obter o esquema ALUS é definir
o limitador ψ como
ψ(r
f
) = 0, para r
f
0,
0 ψ(r
f
) min{ 2r
f
, 1 |θ|} , para r
f
> 0,
(3.21)
o qual pode ser reescrito na forma mais utilizada na literatura (veja, por exemplo, [3, 154]) como
ψ(r
f
) = max {0, min [2r
f
, 1 |θ|]}. (3.22)
Da mesma forma como feito para o esquema TOPUS na seção 3.2, o limitador (3.21) satisfaz as
restrições TVD de Sweby [139], isto é,
ψ(r
f
) = 0, para r
f
0,
0 ψ(r
f
) min{ 2r
f
, 2 }, para r
f
> 0.
(3.23)
2
No contexto bíblico, ALUS é um local, onde os israelitas acamparam durante as suas vagueações pelo deserto.
3.3 Esquema ALUS 22
(a) (b)
Figura 3.4: Curvas características do esquema ALUS: (a) região TVD de Harten [61], (b) limitador
na região TVD de Sweby [139].
Na Figura 3.4, os casos a e b mostram, respectivamente, o esquema ALUS na região TVD de
Harten [61] e o seu limitador na região TVD de Sweby [139].
Substituindo (3.21) em (3.11) e usando (3.12) obtém-se o esquema ALUS em NV
ˆ
φ
f
=
2
ˆ
φ
U
,
ˆ
φ
U
[0,λ
a
],
0.5
(1 + |θ|)
ˆ
φ
U
+ (1 |θ|)
,
ˆ
φ
U
(λ
a
,1],
ˆ
φ
U
,
ˆ
φ
U
/ [0, 1].
(3.24)
em que λ
a
é a intersecção das retas 0.5
(1 + |θ|)
ˆ
φ
U
+ (1 |θ|)
e 2
ˆ
φ
U
, que é dada por
λ
a
=
1 |θ|
3 |θ|
.
A formulação do ALUS em variáveis não normalizadas, obtida do mesmo modo para o es-
quema TOPUS, é dada por
φ
f
=
2φ
U
φ
R
,
ˆ
φ
U
[0,λ
a
],
0.5 [(1 + |θ|)φ
U
+ (1 |θ|)φ
D
] ,
ˆ
φ
U
( λ
a
,1],
φ
U
,
ˆ
φ
U
/ [0, 1].
(3.25)
Outra forma de se reescrever o limitador (3.21) é utilizar as equações (3.12), (3.11) e (3.24),
isto é,
ψ(r
f
) =
2r
f
, r
f
0,
1−|θ|
2
,
1 |θ|, r
f
1−|θ|
2
, +
,
0, r
f
(−∞, 0).
(3.26)
CAPÍTULO
4
Modelagem Computacional
Neste capítulo é discutida a discretização dos termos convectivos das equações de transporte
(2.1), (2.4), (2.16), (2.18), (2.22), (2.24), (2.34), (2.38), (2.39), (2.55) e (2.56). Também são apre-
sentados algoritmos para a solução computacional das equações de Navier-Stokes (instantâneas e
médias).
As equações de advecção 1D, de convecção-difusão 1D, de Navier-Stokes (instantâneas e mé-
dias), da modelagem da turbulência e do modelo Oldroyd-B foram discretizadas pelo método de
diferenças finitas [129]. No caso particular de escoamentos incompressíveis, foi utilizada uma
malha deslocada
1
(“staggered grid”) [9] para a discretização das equações Navier-Stokes (com
ou sem modelagem), e o sistema discreto de equações resultante foi implementado no sistema de
simulação “Freeflow” de Castelo et al. [20] (ver também [17, 42, 126] para mais detalhes). Este
ambiente computacional computa as equações de transporte e da continuidade baseado no método
GENSMAC (“Generalized-Simplified-Marker-and-Cell”) [145, 146]. No caso de sistemas hiper-
bólicos (águas rasas 1D e de equações de Euler 1D/2D), o método de volumes finitos [82, 147]
foi empregado para as discretizações. Para resolver as equações de águas rasas, o pacote com-
putacional CLAWPACK (“Conservation LAW PACKage”) de LeVeque [82] foi equipado com os
esquemas ALUS e TOPUS. Para solucionar as equações de Euler 2D, o fluxo na face do volume
é aproximado pelo método “upwind” tipo Godunov proposto por Roe [117] com reconstrução de
variáveis [65] combinado com o limitador de fluxo do esquema TOPUS.
Para a marcha no tempo, foi utilizado em todas as equações dependentes do tempo o método
de Euler explícito, com exceção na simulação dos escoamentos de Poiseuille e viscoelásticos onde
se utilizou o método implícito de Cranck-Nicolson [129]. Para os termos difusivos e gradientes de
pressão, diferenciação centrada de segunda ordem foi adotada.
Os termos convectivos (objeto deste capítulo) são aproximados pelos esquemas “upwind” de
alta precisão ALUS e TOPUS.
1
Neste tipo de malha, a pressão e as variáveis turbulentas κ, ε e ν
t
são aproximadas no centro da célula e as
componentes da velocidade u e v nas faces (i +
1
2
, j) e (i, j +
1
2
), respectivamente.
23
4.1 Discretização dos Termos Convectivos 24
4.1 Discretização dos Termos Convectivos
Um representante típico para os termos convectivos das equações de transporte (2.1), (2.4),
(2.16), (2.18), (2.22), (2.24), (2.34), (2.38), (2.39), (2.55) e (2.56) pode ser colocado na forma
(u
j
φ)
x
j
P
=
()
x
P
+
(vφ)
y
P
, (4.1)
em que φ é a variável convectada (por exemplo u, v, κ, ε, etc.) e u
j
a velocidade de convecção.
O ponto P em (4.1) representa a posição em que o termo convectivo é avaliado. Por exemplo, a
Figura 4.1 ilustra esse ponto P de avaliação bem como as posições D, R e U, e as faces f e g das
células computacionais.
Figura 4.1: Célula computacional mostrando o ponto P de discretização dos termos convectivos,
seus vizinhos, as faces envolvidas f e g na aproximação e a variável convectada φ sendo transpor-
tada com velocidade v
f
na direção y.
As derivadas no lado direito de (4.1) são aproximadas no ponto P por
()
x
P
()
f
()
g
δx
=
u
f
φ
f
u
g
φ
g
δx
, (4.2)
(vφ)
y
P
(vφ)
f
(vφ)
g
δy
=
v
f
φ
f
v
g
φ
g
δy
, (4.3)
Por simplicidade e sem perda de generalidade, considera-se a variável φ = u em (4.3) trans-
portada com velocidade v
f
na direção y (ver Figura 4.1). Nesse caso, P =
i +
1
2
, j
, f = j +
1
2
,
g = j
1
2
, e aquela derivada é estimada como
4.1 Discretização dos Termos Convectivos 25
(vu)
y
(
i+
1
2
,j
)
=
v
f
u
i+
1
2
,j+
1
2
v
g
u
i+
1
2
,j
1
2
δy
(4.4)
em que v
f
e v
g
são aproximados, respectivamente, utilizando-se as médias
v
f
= v
i+
1
2
,j+
1
2
=
(v
i+1,j+
1
2
+ v
i,j+
1
2
)
2
,
v
g
= v
i+
1
2
,j
1
2
=
(v
i+1,j
1
2
+ v
i,j
1
2
)
2
. (4.5)
Para completar a aproximação, os esquemas TOPUS (caso α = 2) e ALUS em variáveis
não normalizadas são empregados. Esses esquemas estão definidos nas equações (3.10) e (3.25),
respectivamente. Para tanto, os valores da propriedade transportada u nas posições (i +
1
2
, j +
1
2
)
e (i +
1
2
, j
1
2
) são obtidos utilizando-se os pontos vizinhos D, R e U, os quais são definidos de
acordo com a direção das velocidades de convecção (sinais de v
f
e v
g
). Em resumo, tem-se:
Aproximações para u
i+
1
2
,j+
1
2
quando v
f
0; nesse caso as posições D, R e U assumem,
respectivamente, os valores D=(i +
1
2
, j + 1), R=(i +
1
2
, j 1) e U=(i +
1
2
, j). E o valor
u
i+
1
2
,j+
1
2
usando-se os esquemas ALUS e TOPUS é obtido como:
Esquema ALUS:
u
i+
1
2
,j+
1
2
=
2u
i+
1
2
,j
u
i+
1
2
,j1
, ˆu
i+
1
2
,j
[0, λ
a
],
0.5(1 + | θ|)u
i+
1
2
,j
+ 0.5 ( 1 |θ|)u
i+
1
2
,j+1
, ˆu
i+
1
2
,j
(λ
a
, 1 ],
u
i+
1
2
,j
, ˆu
i+
1
2
,j
/ [0, 1].
Esquema TOPUS:
u
i+
1
2
,j+
1
2
=
u
i+
1
2
,j1
+
u
i+
1
2
,j+1
u
i+
1
2
,j1
(2ˆu
4
U
3ˆu
3
U
+ 2ˆu
U
) , ˆu
U
[0, 1],
u
i+
1
2
,j
, ˆu
U
/ [0, 1],
em que
ˆu
U
= ˆu
i+
1
2
,j
=
u
i+
1
2
,j
u
i+
1
2
,j1
u
i+
1
2
,j+1
u
i+
1
2
,j1
.
Aproximações para u
i+
1
2
,j+
1
2
quando v
f
< 0: D=(i+
1
2
, j), R=(i+
1
2
, j +2) e U=(i+
1
2
, j +1)
Esquema ALUS:
u
i+
1
2
,j+
1
2
=
2u
i+
1
2
,j+1
u
i+
1
2
,j+2
, ˆu
i+
1
2
,j+1
[0, λ
a
],
0.5(1 + | θ|)u
i+
1
2
,j+1
+ 0.5 ( 1 |θ|)u
i+
1
2
,j
, ˆu
i+
1
2
,j+1
(λ
a
, 1 ],
u
i+
1
2
,j+1
, ˆu
i+
1
2
,j+1
/ [0, 1].
4.1 Discretização dos Termos Convectivos 26
Esquema TOPUS:
u
i+
1
2
,j+
1
2
=
u
i+
1
2
,j+2
+
u
i+
1
2
,j
u
i+
1
2
,j+2
(2ˆu
4
U
3ˆu
3
U
+ 2ˆu
U
) , ˆu
U
[0, 1],
u
i+
1
2
,j+1
, ˆu
U
/ [0, 1],
em que
ˆu
U
= ˆu
i+
1
2
,j+1
=
u
i+
1
2
,j+1
u
i+
1
2
,j+2
u
i+
1
2
,j
u
i+
1
2
,j+2
.
Aproximações para u
i+
1
2
,j
1
2
quando v
g
0: D=(i+
1
2
, j), R=(i+
1
2
, j 2) e U=(i+
1
2
, j 1)
Esquema ALUS:
u
i+
1
2
,j
1
2
=
2u
i+
1
2
,j1
u
i+
1
2
,j2
, ˆu
i+
1
2
,j1
[0, λ
a
],
0.5(1 + | θ|)u
i+
1
2
,j1
+ 0.5 ( 1 |θ|)u
i+
1
2
,j
, ˆu
i+
1
2
,j1
(λ
a
, 1 ],
u
i+
1
2
,j1
, ˆu
i+
1
2
,j1
/ [0, 1].
Esquema TOPUS:
u
i+
1
2
,j
1
2
=
u
i+
1
2
,j2
+
u
i+
1
2
,j
u
i+
1
2
,j2
(2ˆu
4
U
3ˆu
3
U
+ 2ˆu
U
) , ˆu
U
[0, 1],
u
i+
1
2
,j1
, ˆu
U
/ [0, 1],
em que
ˆu
U
= ˆu
i+
1
2
,j1
=
u
i+
1
2
,j1
u
i+
1
2
,j2
u
i+
1
2
,j
u
i+
1
2
,j2
.
Aproximações para u
i+
1
2
,j
1
2
quando v
g
< 0: D=(i +
1
2
, j 1), R=(i +
1
2
, j + 1), U=(i+
1
2
, j)
Esquema ALUS:
u
i+
1
2
,j
1
2
=
2u
i+
1
2
,j
u
i+
1
2
,j+1
, ˆu
i+
1
2
,j
[0, λ
a
],
0.5(1 + | θ|)u
i+
1
2
,j
+ 0.5 ( 1 |θ|)u
i+
1
2
,j1
, ˆu
i+
1
2
,j
(λ
a
, 1 ],
u
i+
1
2
,j
, ˆu
i+
1
2
,j
/ [0, 1].
Esquema TOPUS:
u
i+
1
2
,j
1
2
=
u
i+
1
2
,j+1
+
u
i+
1
2
,j1
u
i+
1
2
,j+1
(2ˆu
4
U
3ˆu
3
U
+ 2ˆu
U
) , ˆu
U
[0, 1],
u
i+
1
2
,j
, ˆu
U
/ [0, 1],
em que
ˆu
U
= ˆu
i+
1
2
,j
=
u
i+
1
2
,j
u
i+
1
2
,j+1
u
i+
1
2
,j1
u
i+
1
2
,j+1
.
4.1 Discretização dos Termos Convectivos 27
Outro exemplo de aproximação “upwind” usando os esquemas ALUS e TOPUS é ilustrado
no caso em que a variável transportada, com velocidade u na direção x, é a variável turbulenta κ.
Nesse caso, a aproximação para a derivada convectiva correspondente é dada por
()
x
P
=
()
f
()
g
δx
, (4.6)
em que P , f e g assumem, respectivamente, as posições (i, j), i+
1
2
e i
1
2
. Desta forma, a equação
(4.6) torna-se
(κu)
x
(i,j)
=
u
i+
1
2
,j
κ
i+
1
2
,j
u
i
1
2
,j
κ
i
1
2
,j
δx
, (4.7)
Aproximações para a grandeza κ na equação (4.7) são implementadas usando-se os esquemas
ALUS e TOPUS como seguem:
Aproximações para κ
i+
1
2
,j
quando u
i+
1
2
,j
0: D=(i + 1, j), R=(i 1, j) e U=(i, j)
Esquema ALUS:
κ
i+
1
2
,j
=
2κ
i,j
κ
i1,j
, ˆκ
i,j
[0, λ
a
],
0.5(1 + |θ|)κ
i,j
+ 0.5 ( 1 |θ|)κ
i+1,j
, ˆκ
i,j
(λ
a
, 1 ],
κ
i,j
, ˆκ
i,j
/ [0, 1].
Esquema TOPUS:
κ
i+
1
2
,j
=
κ
i1,j
+ (κ
i+1,j
κ
i1,j
) (2ˆκ
4
U
3ˆκ
3
U
+ ˆκ
U
) , ˆκ
U
/ [0, 1],
κ
i,j
, ˆκ
U
/ [0, 1],
em que
ˆκ
U
= κ
i,j
=
κ
i,j
κ
i1,j
κ
i+1,j
κ
i1,j
.
Aproximações para κ
i+
1
2
,j
quando u
i+
1
2
,j
< 0: D=(i, j), R=(i + 2, j) e U=(i + 1, j),
Esquema ALUS:
κ
i+
1
2
,j
=
2κ
i+1,j
κ
i+2,j
, ˆκ
i+1,j
[0, λ
a
],
0.5(1 + |θ|)κ
i+1,j
+ 0.5 ( 1 |θ|)κ
i,j
, ˆκ
i+1,j
(λ
a
, 1 ],
κ
i+1,j
, ˆκ
i+1,j
/ [0, 1].
4.1 Discretização dos Termos Convectivos 28
Esquema TOPUS:
κ
i+
1
2
,j
=
κ
i+2,j
+ (κ
i,j
κ
i+2,j
) (2ˆκ
4
U
3ˆκ
3
U
+ ˆκ
U
) , ˆκ
U
[0, 1],
κ
i+1,j
, ˆκ
U
/ [0, 1],
em que
ˆκ
U
= ˆκ
i+1,j
=
κ
i+1,j
κ
i+2,j
κ
i,j
κ
i+2,j
.
Aproximações para κ
i
1
2
,j
quando u
i
1
2
,j
0: D=(i, j), R=(i 2, j) e U=(i 1, j)
Esquema ALUS:
κ
i
1
2
,j
=
2κ
i1,j
κ
i2,j
, ˆκ
i1,j
[0, λ
a
],
0.5(1 + |θ|)κ
i1,j
+ 0.5 ( 1 |θ|)κ
i,j
, ˆκ
i1,j
(λ
a
, 1 ],
κ
i1,j
, ˆκ
i1,j
/ [0, 1].
Esquema TOPUS:
κ
i
1
2
,j
=
κ
i2,j
+ (κ
i,j
κ
i2,j
) (2ˆκ
4
U
3ˆκ
3
U
+ ˆκ
U
) , ˆκ
U
[0, 1],
κ
i1,j
, ˆκ
U
/ [0, 1],
em que
ˆκ
U
= ˆκ
i1,j
=
κ
i1,j
κ
i2,j
κ
i,j
κ
i2,j
.
Aproximações para κ
i
1
2
,j
quando u
i
1
2
,j
< 0: D=(i 1, j), R=(i + 1, j) e U=(i, j)
Esquema ALUS:
κ
i
1
2
,j
=
2κ
i,j
κ
i+1,j
, ˆκ
i,j
[0, λ
a
],
0.5(1 + |θ|)κ
i,j
+ 0.5 ( 1 |θ|)κ
i1,j
, ˆκ
i,j
(λ
a
, 1 ],
κ
i,j
, ˆκ
i,j
/ [0, 1].
Esquema TOPUS:
κ
i
1
2
,j
=
κ
i+1,j
+ (κ
i1,j
κ
i+1,j
) (2ˆκ
4
U
3ˆκ
3
U
+ ˆκ
U
) , ˆκ
U
[0, 1],
κ
i,j
, ˆκ
i,j
/ [0, 1],
em que
ˆκ
U
= ˆκ
i,j
=
κ
i,j
κ
i+1,j
κ
i1,j
κ
i+1,j
.
As outras derivadas convectivas nas equações de conservação são implementadas de maneira
análoga às aproximações dos termos não-lineares nas equações (4.4) e (4.7). É importante observar
que os esquemas ALUS e TOPUS fazem uso de três pontos vizinhos (D, U, e R) para estimar uma
variável convectada. Portanto, podem ocorrer valores fora do domínio de solução para as células
computacionais que estão próximas às fronteiras. Neste caso, o esquema FOU de primeira ordem
é empregado.
4.2 Algoritmo para Simulação de Escoamentos Incompressíveis Laminares 29
4.2 Algoritmo para Simulação de Escoamentos Incom-
pressíveis Laminares
Os passos de um ciclo computacional do algoritmo são descritos na seqüência para resolver
as EDPs (2.24) e (2.25), e o método de cálculo é baseado no método da projeção de Chorin [23].
Considera-se que no tempo t
0
as condições iniciais e de contorno são conhecidas para o campo
de velocidade e pressão [146]. O campo de velocidade no tempo t = t
0
+ δt é calculado pela
seqüência de passos:
Passo 1: Atualizam-se as condições de contorno nas regiões de entrada e saída de fluido e nas
paredes rígidas. Calcula-se o campo de velocidade na superfície livre usando-se as equações (2.30)
e (2.31). A pressão na superfície livre é determinada utilizando-se a equação (2.32) [146];
Passo 2: Calcula-se o campo de velocidade intermediária ˜u
i
por meio de
˜u
i
= u
i
+ δt
(u
i
u
j
)
x
j
˜p
x
i
+
1
Re
x
j
u
i
x
j
+
1
F r
2
g
i
, i = 1, 2, 3, (4.8)
em que ˜p é uma pressão arbitrária satisfazendo a condição correta para a pressão na superfície
livre;
Passo 3: Resolve-se a equação de Poisson para o potencial auxiliar ψ
x
i
ψ
x
i
=
˜u
i
x
i
, i = 1, 2, 3, (4.9)
com ψ = 0 nas regiões de saída e superfície livre, e com
ψ
n
= 0 nos contornos de entrada e rígido
(ver, por exemplo, [4]). Neste trabalho, o método gradiente conjugado [64] foi usado para resolver
o sistema de equações lineares (4.9);
Passo 4: Atualiza-se o campo de velocidade por (ver detalhes em [34])
u
i
= ˜u
i
ψ
x
i
, i = 1, 2, 3; (4.10)
Passo 5: Atualiza-se a pressão da seguinte maneira (para detalhes veja [146])
p = ˜p +
ψ
δt
; (4.11)
Passo 6: Calculam-se, por Euler explícito [11], as posições das partículas marcadoras repre-
sentando o fluido por meio do sistema de Equações Diferenciais Ordinárias (EDOs)
dx
i
dt
= u
i
, i = 1, 2, 3; (4.12)
E volta-se ao Passo 1 para dar início ao próximo ciclo computacional.
4.2 Algoritmo para Simulação de Escoamentos Incompressíveis Laminares 30
4.3 Algoritmo para Simulação de Escoamentos Incom-
pressíveis Turbulentos
Nesta seção são apresentados os passos do algoritmo para o cálculo das variáveis u, v, κ e ε
nas EDPs (2.34), (2.35), (2.38) e (2.39). Como na seção anterior, considera-se que no instante t
0
as variáveis dependentes são conhecidas e as condições de fronteira associadas estão especificadas
[146]. As equações médias de Navier-Stokes e as equações que descrevem as características da
turbulência são resolvidas de maneira desacoplada (da mesma maneira como foi feito na seção
anterior): as equações médias do movimento e continuidade são resolvidas primeiro, mantendo-se
todas as grandezas turbulentas “congeladas”; a seguir, as equações para as variáveis turbulentas
são resolvidas [42]. A seqüência de um ciclo computacional é descrita como segue:
Passo 1: Com a viscosidade turbulenta ν
t
conhecida no tempo inicial t
0
, ou num ciclo prévio,
computa-se um campo de velocidade tentativo ˜u
i
em t = t
0
+ δt, por meio de
˜u
i
= u
i
+ δt
(u
i
u
j
)
x
j
˜p
x
i
+
1
Re
x
j
u
i
x
j
+
1
F r
2
g
i
1
Re
(
u
i
u
j
)
x
j
, i = 1, 2.
(4.13)
Neste estudo, o tensor de tensão de Reynolds u
i
u
j
é calculado pelo modelo κ ε padrão (2.36)
ou pelo modelo RSAEM (2.51);
Passo 2: Resolve-se a equação de Poisson para o potencial auxiliar ψ
x
i
ψ
x
i
=
˜u
i
x
i
, i = 1, 2, (4.14)
utilizando-se as mesmas condições do Passo 3 do algoritmo descrito na seção 4.2;
Passo 3: Atualiza-se o campo de velocidade por (ver [34])
u
i
= ˜u
ψ
x
i
, i = 1, 2; (4.15)
Passo 4: Atualiza-se a pressão a partir da equação (ver [146])
p = ˜p +
ψ
δt
; (4.16)
Passo 5: Calcula-se energia cinética turbulenta κ como
κ
(n+1)
= κ
(n)
+ δt
(κu
j
)
x
j
+
1
Re
x
j

1 +
ν
t
σ
κ
κ
x
j
+ ν
t
D
ij
u
i
x
j
ε
, i = 1, 2,
(4.17)
em que D
ij
é definido em (2.37) e (n + 1) denota o passo atual;
Passo 6: Obtém-se a dissipação de energia ε por
ε
(n+1)
= ε
(n)
+ δt
(εu
j
)
x
j
+
1
Re
x
j

1 +
ν
t
σ
ε
ε
x
j
+
1
T
t
C
1ε
ν
t
D
ij
u
i
x
j
C
2ε
ε

;
(4.18)
Passo 7: Calcula-se a viscosidade turbulenta ν
t
por (2.41) ou (2.52), dependendo do modelo
de turbulência escolhido;
4.3 Algoritmo para Simulação de Escoamentos Incompressíveis Turbulentos 31
Passo 8: Determinam-se as posições das partículas marcadoras através da aplicação do método
de Euler [11] ao sistema de EDOs
dx
i
dt
= u
i
, i = 1, 2; (4.19)
Passo 9: Atualizam-se as condições de contorno necessárias para o próximo ciclo.
4.3 Algoritmo para Simulação de Escoamentos Incompressíveis Turbulentos 32
CAPÍTULO
5
Resultados Numéricos 1D
Com o objetivo de demonstrar o comportamento, a validade, a flexibilidade e a robustez dos
esquemas ALUS e TOPUS, neste capítulo, um número extensivo de resultados numéricos 1D
são apresentados. Comparações com soluções exatas e resultados de outros esquemas “upwind
consagrados na literatura são também apresentadas.
5.1 Advecção Linear
Aqui, os resultados da solução numérica de (2.1), com condições iniciais e tempo de simula-
ção distintos, são considerados. Esses dados foram publicados em anais de eventos e periódicos
(ver [48, 105, 110, 111, 115]). As condições de contorno em (2.3) são u
L
= u
R
= 0. Os se-
guintes esquemas foram adotados para simular este problema: ADBQUICKEST, ALUS, FOU,
Lax-Wendroff [77], TOPUS e VONOS.
Caso 1: considera-se a equação (2.1) com a = 1, x [0, 2] e condição inicial [74]
u
0
(x) =
exp
log 50
x0.15
0.05
2
, x [0, 0.2),
1, x (0.3, 0.4),
20x 10 , x (0.5, 0.55),
20x + 1 2 , x [0.55, 0.66),
1
x0.75
0.05
2
, x (0.7, 0.8),
0, x I,
(5.1)
em que I = [0.2, 0.3] [0.4, 0.5] [0.66, 0.7] [0.8, 2].
Neste caso foram adotados uma malha de N = 400 células (δx = 5 × 10
3
), espaçamentos
temporais δt = 2.5 × 10
4
e δt = 2.5 × 10
3
, e tempo de simulação t = 1.0. Os números
de Courant considerados nas simulações foram θ = 0.05 e θ = 0.5 (θ = (t)x). Os
resultados numéricos usando os vários esquemas “upwind” mencionados acima estão mos-
trados nas Figuras 5.1 e 5.2. Como se pode ver a partir dessa figura, os esquemas ALUS
33
5.1 Advecção Linear 34
e FOU apresentaram dissipação numérica evidente, com o ALUS um pouco menos dissi-
pativo. Observa-se também por essas figuras que os esquemas Lax-Wendroff e VONOS
sofreram oscilações indesejáveis. Por outro lado, os esquemas ADBQUICKEST e TOPUS
forneceram, quando comparados com a solução exata [92], resultados de boa qualidade. Di-
ferentemente do ADBQUICKEST, nota-se na Figura 5.2, que o TOPUS capturou bem os
picos presentes na solução do problema quando se utilizou θ = 0.5.
Caso 2: com o objetivo de testar o comportamento dos esquemas ALUS e TOPUS num
problema mais difícil (“W-shape”), proposto por Wei e Gu [156], adota-se a equação (2.1)
com a = 1, x [1, 1] e condição inicial
u
0
(x) =
1, x [0, 0.2],
4x 0.6, x (0.2, 0.4],
4x + 2.6, x (0.4, 0.6],
1, x (0.6, 0.8],
0, x S = [1, 0) (0 .8 , 1].
(5.2)
Neste caso, foram adotadas as mesmas condições (malha, números de Courant, espaçamen-
tos temporais) das simulações do caso 1. O tempo final de simulação foi t = 0.25. Os
resultados numéricos usando os vários esquemas “upwind” mencionados anteriormente es-
tão apresentados nas Figuras 5.3 e 5.4. Neste caso, os comportamentos dos esquemas foram
similares aos observados no Caso 1. Porém, os picos e vales foram bem resolvidos com os
esquemas ADBQUICKEST, ALUS e TOPUS, sem apresentar qualquer vestígio de oscilação
não física.
Caso 3: neste caso, utiliza-se a equação (2.1) com a = 1, x [1, 1] e condição inicial [62]
u
0
(x) =
x sin(
3πx
2
2
), x
1,
1
3
,
|sin(2πx)|, x
1
3
,
1
3
,
2x 1
1
6
sin(3πx), x
1
3
, 1
.
(5.3)
Para a simulação desse problema altamente descontínuo, foram consideradas as mesmas
condições (malha, números de Courant, espaçamentos temporais) do caso 1. O tempo de
simulação t = 0.125 foi adotado. Nas Figuras 5.5 e 5.6 são apresentadas as compara-
ções entre as soluções exata e numéricas. Pode-se inferir claramente dessas comparações as
mesmas conclusões daquelas extraídas nos casos anteriores. Cabe salientar que o método
numérico de diferenças finitas explícito combinado com as estratégias “upwind” ALUS e
TOPUS forneceu soluções satisfatórias para ambos os números de Courant utilizados nos
casos delineados nesta seção.
5.1 Advecção Linear 35
0
0.2
0.4
0.6
0.8
1
1.1 1.2 1.3 1.4 1.5 1.6 1.7 1.8
Exata
ADBQUICKEST
u
x
0
0.2
0.4
0.6
0.8
1
1.1 1.2 1.3 1.4 1.5 1.6 1.7 1.8
Exata
ALUS
u
x
0
0.2
0.4
0.6
0.8
1
1.1 1.2 1.3 1.4 1.5 1.6 1.7 1.8
Exata
FOU
u
x
-0.4
-0.2
0
0.2
0.4
0.6
0.8
1
1.2
1.4
1.1 1.2 1.3 1.4 1.5 1.6 1.7 1.8
Exata
Lax-Wendroff
u
x
0
0.2
0.4
0.6
0.8
1
1.1 1.2 1.3 1.4 1.5 1.6 1.7 1.8
Exata
TOPUS
u
x
0
0.2
0.4
0.6
0.8
1
1.1 1.2 1.3 1.4 1.5 1.6 1.7 1.8
Exata
VONOS
u
x
Figura 5.1: Simulação do caso 1 com número de Courant θ = 0.05 Resultados numéricos para
advecção de escalar usando os esquemas ADBQUICKEST, ALUS, FOU, Lax-Wendroff, TOPUS
e VONOS
5.1 Advecção Linear 36
0
0.2
0.4
0.6
0.8
1
1.1 1.2 1.3 1.4 1.5 1.6 1.7 1.8
Exata
ADBQUICKEST
u
x
0
0.2
0.4
0.6
0.8
1
1.1 1.2 1.3 1.4 1.5 1.6 1.7 1.8
Exata
ALUS
u
x
0
0.2
0.4
0.6
0.8
1
1.1 1.2 1.3 1.4 1.5 1.6 1.7 1.8
Exata
FOU
u
x
-0.4
-0.2
0
0.2
0.4
0.6
0.8
1
1.2
1.4
1.1 1.2 1.3 1.4 1.5 1.6 1.7 1.8
Exata
Lax-Wendroff
u
x
0
0.2
0.4
0.6
0.8
1
1.1 1.2 1.3 1.4 1.5 1.6 1.7 1.8
Exata
TOPUS
u
x
-10
-8
-6
-4
-2
0
2
4
6
8
10
1.1 1.2 1.3 1.4 1.5 1.6 1.7 1.8
Exata
VONOS
u
x
Figura 5.2: Simulação do caso 1 com número de Courant θ = 0.5 Resultados numéricos para
advecção de escalar usando os esquemas ADBQUICKEST, ALUS, FOU, Lax-Wendroff, TOPUS
e VONOS.
5.1 Advecção Linear 37
0
0.2
0.4
0.6
0.8
1
-1 -0.5 0 0.5 1
Exata
ADBQUICKEST
u
x
0
0.2
0.4
0.6
0.8
1
-1 -0.5 0 0.5 1
Exata
ALUS
u
x
0
0.2
0.4
0.6
0.8
1
-1 -0.5 0 0.5 1
Exata
FOU
u
x
0
0.2
0.4
0.6
0.8
1
-1 -0.5 0 0.5 1
Exata
Lax-Wendroff
u
x
0
0.2
0.4
0.6
0.8
1
-1 -0.5 0 0.5 1
Exata
TOPUS
u
x
0
0.2
0.4
0.6
0.8
1
-1 -0.5 0 0.5 1
Exata
VONOS
u
x
Figura 5.3: Simulação do caso 2 com número de Courant θ = 0.05 Resultados numéricos para
advecção de escalar usando os esquemas ADBQUICKEST, ALUS, FOU, Lax-Wendroff, TOPUS
e VONOS.
5.1 Advecção Linear 38
0
0.2
0.4
0.6
0.8
1
-1 -0.5 0 0.5 1
Exata
ADBQUICKEST
u
x
0
0.2
0.4
0.6
0.8
1
-1 -0.5 0 0.5 1
Exata
ALUS
u
x
0
0.2
0.4
0.6
0.8
1
-1 -0.5 0 0.5 1
Exata
FOU
u
x
-0.2
0
0.2
0.4
0.6
0.8
1
1.2
-1 -0.5 0 0.5 1
Exata
Lax-Wendroff
u
x
0
0.2
0.4
0.6
0.8
1
-1 -0.5 0 0.5 1
Exata
TOPUS
u
x
-0.2
0
0.2
0.4
0.6
0.8
1
1.2
1.4
-1 -0.5 0 0.5 1
Exata
VONOS
u
x
Figura 5.4: Simulação do caso 2 com número de Courant θ = 0.5 Resultados numéricos para
advecção de escalar usando os esquemas ADBQUICKEST, ALUS, FOU, Lax-Wendroff, TOPUS
e VONOS.
5.1 Advecção Linear 39
-1
-0.5
0
0.5
1
-1 -0.5 0 0.5 1
Exata
ADBQUICKEST
u
x
-1
-0.5
0
0.5
1
-1 -0.5 0 0.5 1
Exata
ALUS
u
x
-1
-0.5
0
0.5
1
-1 -0.5 0 0.5 1
Exata
FOU
u
x
-1
-0.5
0
0.5
1
1.5
-1 -0.5 0 0.5 1
Exata
Lax-Wendroff
u
x
-1
-0.5
0
0.5
1
-1 -0.5 0 0.5 1
Exata
TOPUS
u
x
-1
-0.5
0
0.5
1
-1 -0.5 0 0.5 1
Exata
VONOS
u
x
Figura 5.5: Simulação do caso 3 com número de Courant θ = 0.05 Resultados numéricos para
advecção de escalar usando os esquemas ADBQUICKEST, ALUS, FOU, Lax-Wendroff, TOPUS
e VONOS.
5.1 Advecção Linear 40
-1
-0.5
0
0.5
1
-1 -0.5 0 0.5 1
Exata
ADBQUICKEST
u
x
-1
-0.5
0
0.5
1
-1 -0.5 0 0.5 1
Exata
ALUS
u
x
-1
-0.5
0
0.5
1
-1 -0.5 0 0.5 1
Exata
FOU
u
x
-1
-0.5
0
0.5
1
-1 -0.5 0 0.5 1
Exata
Lax-Wendroff
u
x
-1
-0.5
0
0.5
1
-1 -0.5 0 0.5 1
Exata
TOPUS
u
x
-1
-0.5
0
0.5
1
-1 -0.5 0 0.5 1
Exata
VONOS
u
x
Figura 5.6: Simulação do caso 3 com número de Courant θ = 0.5 Resultados numéricos para
advecção de escalar usando os esquemas ADBQUICKEST, ALUS, FOU, Lax-Wendroff, TOPUS
e VONOS.
5.1 Advecção Linear 41
5.2 Equação Linear de Convecção-Difusão
Nesta seção são apresentadas soluções numéricas para a equação linear de convecção-difusão
(2.4) com a condição (2.14) (problema “boundary layer”). Os resultados fornecidos pelo TOPUS
foram parcialmente publicados em anais de evento (ver [114]). Para solução numérica dessa EDP
no domínio x [0, 1], foram consideradas a condição inicial u(x, 0) = 0 e a de contorno u(0, t) =
u(1, t) = 1. A solução analítica deste problema é dada pela equação (2.15) [24]. As soluções
exatas e numéricas a três viscosidades (ν = 0.01, 0.1 e 1) são mostradas na Figura 5.7, onde
Re = 1. Nessa figura, as soluções numéricas foram obtidas com os esquemas ADBQUICKEST,
ALUS, SMART e TOPUS em três malhas diferentes (N = 10, 80 e 640 células computacionais),
com espaçamento temporal δt = 0.01/N e tempo final de simulação t = 0.5. Observa-se a partir
dessa figura que os resultados numéricos com os esquemas ADBQUICKEST, ALUS, SMART
e TOPUS estão, de maneira geral, em boa concordância com as soluções exatas e são bastante
semelhantes entre si. É interessante destacar também que estes dados são consistentes com aqueles
de Corre e Lerat [24] para este problema.
Na Tabela 5.1 são apresentadas estimativas, em várias normas, da taxa de convergência de cada
um dos esquemas usando ν = 0.02, δt = 0.01/N e tempo final t = 0.5. Nota-se por essa tabela
que as estimativas dessas taxas obtidas com os esquemas ALUS e TOPUS são superiores àquelas
do ADBQUICKEST e SMART. Observa-se, ainda, por essa mesma tabela que o esquema TOPUS
forneceu uma taxa maior entre as malhas de N = 80 e N = 160 células. Cabe mencionar ao
leitor que o método numérico de diferenças finitas implementado com os esquemas “upwind” de
alta resolução não consegue computar a solução numérica em malhas grosseiras com Re = 1
elevado.
5.3 Problemas de Riemann para a Equação de Burgers
A seguir dois casos envolvendo a obtenção da solução numérica de (2.4) com e sem viscosi-
dade são descritos. Os resultados obtidos foram parcialmente publicados em anais de eventos e
periódicos (ver [48, 103, 105, 109, 110, 111, 115]).
Equação de Burgers com viscosidade
Nesse caso, adota-se a equação (2.4), com a condição (2.8), e sujeita a três condições iniciais.
Os esquemas ALUS e TOPUS foram utilizados nas simulações.
Caso 1: neste caso são consideradas, para x [0, 1], as condições de contorno u(0, t) =
tanh(0.25) e u( 1, t) = ta nh(0.25/ν) e inicial u(x, 0) = tanh ((0.25 0.5x)). A
solução analítica desta EDP é definida em (2.10). Para acessar a convergência do processo
numérico, as malhas de N = 100 (δx = 0.01), N = 200 (δx = 0.005), N = 400 (δx =
0.0025) e N = 8 00 (δx = 0.00125) células computacionais foram adotadas. O espaçamento
temporal foi δt = 0.0001 e o tempo final de simulação t = 1.5. Para a viscosidade utilizou-se
ν = 0.05.
A Figura 5.8 mostra as soluções exata e numéricas obtidas usando os esquemas ALUS e
TOPUS na malha de N = 100 células. Dessa figura, percebe-se que a solução numérica é
muito similar à exata. O resultado do estudo da convergência é apresentado na Tabela 5.2,
onde nota-se que a segunda ordem foi atingida. Além disso, os resultados numéricos obtidos
na simulação do esquema ALUS foram “ligeiramente” melhores que aqueles fornecidos pelo
TOPUS.
5.3 Problemas de Riemann para a Equação de Burgers 42
0
0.2
0.4
0.6
0.8
1
0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1
ABDQUICKEST
Re = 1, N = 10
Re = 10, N = 80
Re = 100, N = 640
u
x
0
0.2
0.4
0.6
0.8
1
0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1
ALUS
Re = 1, N = 10
Re = 10, N = 80
Re = 100, N = 640
u
x
0
0.2
0.4
0.6
0.8
1
0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1
SMART
Re = 1, N = 10
Re = 10, N = 80
Re = 100, N = 640
u
x
0
0.2
0.4
0.6
0.8
1
0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1
TOPUS
Re = 1, N = 10
Re = 10, N = 80
Re = 100, N = 640
u
x
Figura 5.7: Soluções exatas (“quadrados”) e resultados numéricos (“estrelas”) para o problema da
camada de limite obtidos com a utilização de esquemas “upwind” de alta resolução.
5.3 Problemas de Riemann para a Equação de Burgers 43
Tabela 5.1: Estudo da convergência de esquemas convectivos de alta resolução, associado com um
método de diferenças finitas explícito, aplicado a solução da equação da camada limite.
Erro Ordem Erro Ordem Erro Ordem
Esquema N E
1
E
1
E
2
E
2
E
E
ADBQUICKEST 80 1.375×10
2
1.012 ×10
2
6.800 ×10
3
160 6.253×10
3
1.137 4.476 ×10
3
1.177 2.690 ×10
3
1.338
320 2.268×10
3
1.463 1.621 ×10
3
1.465 9.100 ×10
4
1.564
640 7.725×10
4
1.554 5.596 ×10
4
1.534 3.000 ×10
4
1.601
ALUS 80 2.174×10
2
1.619×10
2
1.094×10
2
160 5.684×10
3
1.935 4.061×10
3
1.995 2.450×10
3
2.159
320 1.209×10
4
2.233 8.420×10
4
2.270 4.700×10
4
2.382
640 1.714×10
4
2.828 1.081×10
4
2.961 5.999×10
5
2.972
SMART 80 2.081×10
1
1.430×10
1
9.215×10
2
160 1.271×10
1
0.711 8.767×10
2
0.706 5.065×10
2
0.863
320 7.035×10
2
0.853 4.899×10
2
0.840 2.697×10
2
0.909
640 3.701×10
2
0.927 2.596×10
2
0.916 1.391×10
2
0.955
TOPUS 80 2.688×10
2
1.966×10
2
1.318×10
2
160 6.237×10
3
2.108 4.466×10
3
2.140 2.680×10
3
2.298
320 1.306×10
3
2.256 9.398×10
4
2.248 5.300×10
4
2.338
640 2.495×10
4
2.388 1.891×10
4
2.313 1.100×10
4
2.295
-1
-0.5
0
0.5
1
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
ALUS
Exata
u
x
-1
-0.5
0
0.5
1
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
TOPUS
Exata
u
x
Figura 5.8: Caso 1: Comparação entre as soluções exata e numéricas da equação de Burgers.
5.3 Problemas de Riemann para a Equação de Burgers 44
Tabela 5.2: Estudo da convergência dos esquemas ALUS e TOPUSaplicados à equação de Burgers
com viscosidade ν = 0.05.
Erro Ordem Erro Ordem Erro Ordem
Esquema N E
1
E
1
E
2
E
2
E
E
ALUS 100 9.916×10
5
1.513×10
4
3.100×10
4
200 2.431×10
5
2.028 3.764×10
5
2.007 7.898×10
5
1.973
400 5.985×10
6
2.022 9.396×10
6
2.002 2.003×10
5
1.979
800 1.448×10
6
2.047 2.330×10
6
2.012 5.007×10
6
2.000
TOPUS 100 1.110×10
4
1.677×10
4
3.401×10
4
200 3.052×10
5
1.863 4.493×10
5
1.900 8.900×10
5
1.934
400 7.946×10
6
1.941 1.164×10
5
1.949 2.301×10
5
1.952
800 2.012×10
6
1.982 2.973×10
6
1.969 6.021×10
6
1.934
Caso 2: as condições iniciais e de contorno utilizadas, neste teste, são u(x, 0) = sin(2πx)
e u(0, t) = u(1, t) = 0 , respectivamente. Essas condições foram escolhidas com o objetivo
de promover a formação do choque. Nas simulações foram adotados uma malha de 400
células computacionais (δx = 0.0025), ν = 0.001, espaçamento temporal δt = 0.00125 e
tempo final de simulação t = 1. A Figura 5.9 mostra as soluções numéricas em diferentes
tempos. Nota-se a partir dessa figura, que houve a formação de uma descontinuidade na
posição x = 0.5, e que as soluções numéricas do ALUS e TOPUS capturaram este choque
livre de oscilações. Os esquemas ALUS e TOPUS tiveram desempenho similar neste teste.
-1
-0.5
0
0.5
1
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
ALUS
t = 0.000
t = 0.125
t = 0.250
t = 0.500
t = 1.000
u
x
-1
-0.5
0
0.5
1
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
TOPUS
t = 0.000
t = 0.125
t = 0.250
t = 0.500
t = 1.000
u
x
Figura 5.9: Caso 2: Soluções numéricas da equação de Burgers com viscosidade.
5.3 Problemas de Riemann para a Equação de Burgers 45
Caso 3: neste caso teste, as condições iniciais e de contorno adotadas foram, respectiva-
mente, u(x, 0) = 1 + cos(x) e u(0, t) = u(2π, t) = 1 + cos(t), em que x [0, 2π]. Na simu-
lação desse teste foi empregada uma malha de 2500 células computacionais (δx = 0.0008π),
viscosidade ν = 0.001, passo temporal δt = 0.0001 e tempo final de simulação t = 3.5. Os
perfis transientes obtidos com os esquemas ALUS e TOPUS estão mostrados na Figura 5.10.
Da mesma forma como ocorreu anteriormente, os esquemas ALUS e TOPUS apresentaram
soluções transientes livres de oscilações numéricas e boa resolução dos choques. Observa-se
também que esses dados transientes são consistentes com aqueles apresentados por Fatkullin
e Hesthaven [40].
0
0.5
1
1.5
2
2.5
1 2 3 4 5 6
ALUS
t = 0.0
t = 0.5
t = 1.5
t = 2.5
t = 3.5
u
x
0
0.5
1
1.5
2
2.5
1 2 3 4 5 6
TOPUS
t = 0.0
t = 0.5
t = 1.5
t = 2.5
t = 3.5
u
x
Figura 5.10: Caso 3: Soluções numéricas da equação de Burgers com viscosidade.
Equação de Burgers sem viscosidade
A equação de Burgers sem viscosidade é dada pela equação (2.4) adotando as condições (2.9).
Seguem dois casos aqui investigados, visando a obtenção da solução numérica de problemas mais
complexos.
Caso 1 (Onda de choque) [1]: neste caso, a condição inicial (equação (2.11)) adotada é
u
L
= 0.8 e u
R
= 0.2 para x [1, 1]. Para a simulação foram utilizados uma malha de
200 células computacionais (δx = 0.01), marcha no tempo δt = 0.009 e tempo final de
simulação t = 0.5. Nas Figuras 5.11a e 5.12a são apresentados os resultados numéricos com
ALUS e TOPUS mais a solução exata dada em (2.12) [1]. Vê-se por essa figura que houve
boa concordância entre as soluções numérica e exata. Nota-se também, por essa mesma
figura, que ocorreu vestígios de difusão numérica próximo ao ponto x = 0.225. Os erros -
E
2
(ver equação (2.69)) - cometidos pelos esquemas ALUS e TOPUS foram 4.3 ×10
2
e
4.4×10
2
, respectivamente. As figuras 5.11b e 5.12b mostram os perfis transientes obtidos.
Mais uma vez, é possível notar que essas soluções numéricas estão livres de oscilações.
Vale destacar, ainda, que os resultados numéricos aqui apresentados são superiores aqueles
obtidos por Ahmed [1] usando os esquemas FOU, Lax-Wendroff e Warming-Beam [153].
5.3 Problemas de Riemann para a Equação de Burgers 46
(a) (b)
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
0.8
-1 -0.5 0 0.5 1
ALUS
Exata
u
x
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
0.8
-1 -0.5 0 0.5 1
t=0.0
t=0.25
t=0.5
t=0.75
t=1.0
t=1.25
t=1.5
u
x
Figura 5.11: Simulação numérica de uma onda de choque usando o ALUS: (a) comparação entre
as soluções numérica e exata; (b) perfil transiente da solução numérica.
(a) (b)
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
0.8
-1 -0.5 0 0.5 1
TOPUS
Exata
u
x
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
0.8
-1 -0.5 0 0.5 1
t=0.0
t=0.25
t=0.5
t=0.75
t=1.0
t=1.25
t=1.5
u
x
Figura 5.12: Simulação numérica de uma onda de choque usando o TOPUS: (a) comparação entre
as soluções numérica e exata; (b) perfil transiente da solução numérica.
5.3 Problemas de Riemann para a Equação de Burgers 47
Caso 2 (Onda de rarefação) [1]: neste teste, a condição inicial (2.11) é u
L
= 0.0 e u
R
= 0.5
para x [1.5, 1]. Nessa simulação, o tempo final de simulação é t = 2 .0 , o espaçamento
temporal δt = 0.01625 e a malha empregada possui 200 células computacionais (δx =
0.0125). O problema foi simulado usando-se os esquemas convectivos ALUS, Superbee
[118], TOPUS e VONOS. Na Figura 5.13 é apresentada a comparação entre as soluções
numéricas e a exata dada por (2.13) [1]. Pode-se notar por essa figura que o resultado obtido
com o esquema TOPUS foi melhor que aqueles dos outros esquemas. Observou-se também
que o esquema ALUS apresentou dissipação numérica próximo ao ponto x = 0.
0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
-1.5 -1 -0.5 0 0.5 1
ALUS
Exata
u
x
0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
-1.5 -1 -0.5 0 0.5 1
Superbee
Exata
u
x
0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
-1.5 -1 -0.5 0 0.5 1
TOPUS
Exata
u
x
0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
-1.5 -1 -0.5 0 0.5 1
VONOS
Exata
u
x
Figura 5.13: Simulação numérica de uma onda de rarefação usando os esquemas convectivos
ALUS, Superbee, TOPUS e VONOS.
5.3 Problemas de Riemann para a Equação de Burgers 48
5.4 Equação de Buckley-Leverett
Nesta seção são apresentados resultados numéricos obtidos para a equação de Buckley-Leve-
rett [7] definida em (2.4) com (2.7). Para resolver esta complicada equação, foram utilizados os
esquemas ALUS, FOU e TOPUS. Como Ahmed [1], dois casos de teste foram simulados:
Caso 1: neste teste, a condição inicial (2.5) é dada por
u(x, 0) =
0.5, x = 0,
0, x (0, 1].
(5.4)
A malha empregada na simulação possui 30 células (δx = 0.033). O tempo final de simula-
ção e o espaçamento temporal foram t = 0.162 e δt = 0.009, respectivamente. O resultado
numérico está ilustrado na Figura 5.14a. Nota-se que o FOU apresentou comportamento
difusivo. Também, observa-se que os esquemas ALUS e TOPUS não produziram oscilações
numéricas na região da descontinuidade (x = 0.26).
Caso 2: a condição inicial (2.5) abordada neste caso é expressa por
u(x, 0) =
0.75, x = 0,
0, x (0, 3].
(5.5)
A malha considerada nesta simulação tem 50 células (δx = 0.06). O tempo final de simu-
lação e o espaçamento temporal foram t = 0.9 e δt = 0.009, respectivamente. O resultado
numérico está ilustrado na Figura 5.14b. Mais uma vez, na região do choque, os esquemas
ALUS e TOPUS produziram soluções numéricas livres de oscilações.
(a) (b)
0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1
−0.1
0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
ALUS
FOU
TOPUS
u
x
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3
−0.1
0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
0.8
ALUS
FOU
TOPUS
u
x
Figura 5.14: Resultados numéricos da equação de Buckley-Leverett: (a) caso 1; (b) caso 2.
É importante destacar que os resultados numéricos fornecidos nas simulações do ALUS e
TOPUS são superiores aqueles obtidos por Ahmed [1] utilizando os esquemas Lax-Wendroff,
Lax-Friedrichs e Warming-Beam.
5.5 Equação de Águas Rasas 49
5.5 Equação de Águas Rasas
O problema conhecido por “dam-break” (ver [82]) , modelado pelo sistema hiperbólico 1D
(2.16), aparece freqüentemente na literatura com o objetivo de testar novos esquemas numéri-
cos. Ele também é adotado neste trabalho para testar os esquemas convectivos ADBQUICKEST,
ALUS, Superbee e TOPUS. Para tanto, a condição inicial é dada por
h(x, 0) =
3, x [5, 0],
1, x (0, 5],
(5.6)
u(x, 0) = 0. (5.7)
Para a resolução do problema, foi utilizado o pacote computacional CLAWPACK de LeVeque
[82] equipado com os limitadores de fluxo dos esquemas ADBQUICKEST, ALUS, Superbee e
TOPUS. Este robusto código computa a solução numérica de equações diferenciais hiperbólicas
no contexto de volumes finitos usando uma abordagem de propagação de onda (ver detalhes em
[82]) . Neste teste foram empregados uma malha de 100 células computacionais (δx = 0.1) e
tempo final de simulação t = 2. As Figuras 5.15 e 5.16 mostram as soluções numéricas e de
referência (usando o método Godunov [82] e uma malha de 1000 células), para a profundidade h
e vazão hu , respectivamente. Por essas figuras, observa-se que os esquemas Superbee e TOPUS
produziram soluções numéricas de boa qualidade e em concordância com a de referência.
CLAWPACK is a software package designed to compute numerical solutions to hyperbolic
partial differential equations using a wave propagation approach.
5.5 Equação de Águas Rasas 50
1
1.5
2
2.5
3
-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5
Godunov
ADBQUICKEST
h
x
1
1.5
2
2.5
3
-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5
Godunov
ALUS
h
x
1
1.5
2
2.5
3
-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5
Godunov
Superbee
1
1.5
2
2.5
3
-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5
Godunov
Superbee
hh
xx
1
1.5
2
2.5
3
-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5
Godunov
TOPUS
h
x
Figura 5.15: Soluções numéricas e de referência para a profundidade h no problema “dam-break”.
5.5 Equação de Águas Rasas 51
0
0.2
0.4
0.6
0.8
1
1.2
1.4
-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5
Godunov
ADBQUICKEST
hu
x
0
0.2
0.4
0.6
0.8
1
1.2
1.4
-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5
Godunov
ALUS
hu
x
0
0.2
0.4
0.6
0.8
1
1.2
1.4
-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5
Godunov
Superbee
hu
x
0
0.2
0.4
0.6
0.8
1
1.2
1.4
-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5
Godunov
TOPUS
hu
x
Figura 5.16: Soluções numéricas e de referência para a vazão hu no problema “dam-break”.
5.5 Equação de Águas Rasas 52
5.6 Problemas de Riemann para as Equações de Euler
Este é um problema interessante e que aparece também com freqüência na literatura para testar
esquemas numéricos. A seguir, três problemas de Riemann são simulados com o uso dos esquemas
ADBQUICKEST, ALUS, ARORA [10], Lax-Wendroff, MINMOD [119], SMART, Superbee e
TOPUS. Os resultados expostos nesta seção foram parcialmente publicados em anais de eventos e
periódicos [48, 75, 106, 109, 110, 114, 115].
5.6.1 Tubo de Choque de Sod
Neste problema, proposto por Sod [130], é considerada a equação (2.18), x [0, 1], sujeita às
condições iniciais
[ρ, u, p]
T
=
[1, 0, 1 ]
T
, x [0, 0.5),
[0.125, 0, 0.1]
T
, x [0.5, 1].
(5.8)
Nesse problema, foram considerados o tempo final de simulação (instante de ocorrência do cho-
que) t = 0.2 e o espaçamento temporal δt = 0 .6 δx. Duas malhas com N = 50 (δx = 0.02)
e N = 200 (δx = 0.005) células computacionais foram adotados nas simulações. A Figura
5.17 mostra as soluções numéricas, usando os esquemas ADBQUICKEST, ALUS, Lax-Wendroff,
SMART, Superbee e TOPUS, e de referência (FOU na malha de 2000 células - δx = 0.0005).
Nota-se por meio dessa figura que o TOPUS resolveu bem o choque, quando comparado com os
demais esquemas. Cabe mencionar também que a convergência das soluções numéricas para a de
referência foi melhor para o esquema TOPUS.
5.6.2 Tubo de Choque de Shu-Osher
Neste tubo de choque, proposto por Shu-Osher [124], é considerada a equação (2.18), x
[1, 3], suplementada com a condição inicial
[ρ, u, p]
T
=
[3.86, 2.63, 10.33]
T
, x [1, 0.8),
[1 + 0.2 sin(5x), 0, 1]
T
, x [0.8, 3].
(5.9)
Para a simulação deste problema, o tempo final de processamento foi t = 1 (instante de ocorrência
do choque) e espaçamento temporal de δt = 0.6δx. Duas malhas com N = 200 (δx = 0 .0 2) e
N = 300 (δx = 0.0133) células computacionais foram adotadas. A solução de referência para esse
problema foi obtida da mesma forma como feito no tubo de choque de Sod. A Figura 5.18 apre-
senta as soluções numéricas obtidas usando os esquemas ADBQUICKEST, ALUS, Lax-Wendroff,
SMART, Superbee e TOPUS e a de referência. Vê-se por essa figura, que a simulação usando-se
o TOPUS forneceu resultados em boa concordância com a solução de referência. Ainda mais, o
esquema ALUS teve comportamento similar ao do ADBQUICKEST.
5.6 Problemas de Riemann para as Equações de Euler 53
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
0.8
0.9
1
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
Esquema FOU
ADBQUICKEST, N = 50
ADBQUICKEST, N = 200
ρ
x
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
0.8
0.9
1
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
Esquema FOU
ALUS, N = 50
ALUS, N = 200
ρ
x
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
0.8
0.9
1
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
Esquema FOU
Lax-Wendroff, N = 50
Lax-Wendroff, N = 200
ρ
x
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
0.8
0.9
1
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
Esquema FOU
SMART, N = 50
SMART, N = 200
ρ
x
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
0.8
0.9
1
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
Esquema FOU
Superbee, N = 50
Superbee, N = 200
ρ
x
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
0.8
0.9
1
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
Esquema FOU
TOPUS, N = 50
TOPUS, N = 200
ρ
x
Figura 5.17: Soluções numéricas do tubo de choque de Sod obtidas com os esquemas ADBQUIC-
KEST, ALUS, Lax-Wendroff, SMART, Superbee e TOPUS.
5.6 Problemas de Riemann para as Equações de Euler 54
1
1.5
2
2.5
3
3.5
4
4.5
5
1 1.5 2 2.5 3
Esquema FOU
ADBQUICKEST, N = 200
ADBQUICKEST, N = 300
ρ
x
1
1.5
2
2.5
3
3.5
4
4.5
5
1 1.5 2 2.5 3
Esquema FOU
ALUS, N = 200
ALUS, N = 300
ρ
x
1
1.5
2
2.5
3
3.5
4
4.5
5
1 1.5 2 2.5 3
Esquema FOU
Lax-Wendroff, N = 200
Lax-Wendroff, N = 300
ρ
x
1
1.5
2
2.5
3
3.5
4
4.5
5
1 1.5 2 2.5 3
Esquema FOU
SMART, N = 200
SMART, N = 300
ρ
x
1
1.5
2
2.5
3
3.5
4
4.5
5
1 1.5 2 2.5 3
Esquema FOU
Superbee, N = 200
Superbee, N = 300
ρ
x
1
1.5
2
2.5
3
3.5
4
4.5
5
1 1.5 2 2.5 3
Esquema FOU
TOPUS, N = 200
TOPUS, N = 300
ρ
x
Figura 5.18: Soluções numéricas do tubo de choque de Shu-Osher obtidas com os esquemas ADB-
QUICKEST, ALUS, Lax-Wendroff, SMART, Superbee e TOPUS.
5.6 Problemas de Riemann para as Equações de Euler 55
5.6.3 Tubo de Choque de Shu-Osher Modificado
Este problema de Riemann, proposto por Titarev e Toro [144], é uma variação do tubo de
choque de Shu-Osher [124]. Ele constitui um excelente teste para esquemas “upwind” de alta
resolução. Considera-se a equação (2.18), x [5, 5], com condições iniciais dadas por
[ρ, u, p]
T
=
[1.515695, 0.523346, 1.805]
T
, x [5, 4.5),
[1 + 0.1 sin(20πx), 0, 1]
T
, x [4.5, 5].
(5.10)
Para a simulação deste problema, foram empregados os seguintes dados: tempo final de proces-
samento t = 5 (instante de ocorrência do choque); espaçamento temporal δt = 0.0024; e malha
computacional de N = 2500 células computacionais (δx = 0.004). A solução de referência foi
considerada usando o esquema FOU numa malha de 20000 células (δx = 0.0005). A Figura 5.19
apresenta as soluções numéricas obtidas usando os esquemas ADBQUICKEST, ALUS, ARORA,
MINMOD, Superbee e TOPUS e de referência. Novamente, com base nessa figura, fica clara a
superioridade do esquema TOPUS.
5.6.4 Tubos de Choque de Toro
Neste tubo de choque, proposto por Toro [147], é considerada a equação (2.18), x [0, 1],
sujeita a duas condições iniciais.
Caso 1: neste caso, a condição inicial é expressa por
[ρ, u, p]
T
=
[1, 0, 1 000]
T
, x [0, 0.5),
[1, 0, 0 .0 1]
T
, x [0.5, 1].
(5.11)
Para a simulação desse caso, o tempo final de processamento t = 0.012 (instante do choque),
o espaçamento temporal δt = 0.6δx, e duas malhas de N = 200 (δx = 0.05) e N = 400
(δx = 0.0025) células foram utilizados. A solução de referência para este problema foi
obtida com a simulação do esquema FOU numa malha de 4000 células (δx = 0.00025).
A Figura 5.20 mostra as soluções de referência e as numéricas obtidas nas simulações dos
esquemas ADBQUICKEST, ALUS, ARORA, MINMOD, SMART e TOPUS. Dessa figura,
percebe-se que as soluções obtidas com MINMOD e TOPUS são livres de difusão numérica.
Também nota-se que essas soluções são bastante consistentes com a de referência.
Caso 2: neste caso, a condição inicial é dada por
[ρ, u, p]
T
=
[5.99924, 19.5975, 460.894]
T
, x [0, 0.4),
[5.99242, 6.19633, 46.095]
T
, x [0.4, 1].
(5.12)
Para a simulação desse caso, o tempo final de processamento t = 0.035 (instante do cho-
que) foi utilizado. O espaçamento temporal, as malhas empregadas e a solução de referência
foram iguais a do caso descrito anteriormente. A Figura 5.21 apresenta as soluções de refe-
rência e as numéricas obtidas nas simulações usando os esquemas ADBQUICKEST, ALUS,
ARORA, SMART, Superbee e TOPUS. Dessa figura, nota-se que as simulações dos esque-
mas Superbee e TOPUS produziram resultados mais próximos da solução de referência, com
a convergência do método usando o TOPUS sendo mais satisfatória do que com o Superbee.
5.6 Problemas de Riemann para as Equações de Euler 56
0.9
1
1.1
1.2
1.3
1.4
1.5
1.6
1.7
-2 -1 0 1 2 3
Esquema FOU
ADBQUICKEST
ρ
x
0.9
1
1.1
1.2
1.3
1.4
1.5
1.6
1.7
-2 -1 0 1 2 3
Esquema FOU
ALUS
ρ
x
0.9
1
1.1
1.2
1.3
1.4
1.5
1.6
1.7
-2 -1 0 1 2 3
Esquema FOU
ARORA
ρ
x
0.9
1
1.1
1.2
1.3
1.4
1.5
1.6
1.7
-2 -1 0 1 2 3
Esquema FOU
MINMOD
ρ
x
0.9
1
1.1
1.2
1.3
1.4
1.5
1.6
1.7
-2 -1 0 1 2 3
Esquema FOU
Superbee
ρ
x
0.9
1
1.1
1.2
1.3
1.4
1.5
1.6
1.7
-2 -1 0 1 2 3
Esquema FOU
TOPUS
ρ
x
Figura 5.19: Soluções numéricas do tubo de choque de Shu-Osher modificado obtidas com os
esquemas ADBQUICKEST, ALUS, ARORA, MINMOD, Superbee e TOPUS.
5.6 Problemas de Riemann para as Equações de Euler 57
0
1
2
3
4
5
6
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
Esquema FOU
ADBQUICKEST, N = 200
ADBQUICKEST, N = 400
ρ
x
0
1
2
3
4
5
6
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
Esquema FOU
ALUS, N = 200
ALUS, N = 400
ρ
x
0
1
2
3
4
5
6
7
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
Esquema FOU
ARORA, N = 200
ARORA, N = 400
ρ
x
0
1
2
3
4
5
6
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
Esquema FOU
MINMOD, N = 200
MINMOD, N = 400
ρ
x
0
1
2
3
4
5
6
7
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
Esquema FOU
SMART, N = 200
SMART, N = 400
ρ
x
0
1
2
3
4
5
6
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
Esquema FOU
TOPUS, N = 200
TOPUS, N = 400
ρ
x
Figura 5.20: Caso 1: Soluções numéricas do tubo de choque de Toro obtidas com os esquemas
ADBQUICKEST, ALUS, ARORA, MINMOD, SMART e TOPUS.
5.6 Problemas de Riemann para as Equações de Euler 58
5
10
15
20
25
30
35
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
Esquema FOU
ADBQUICKEST, N = 200
ADBQUICKEST, N = 400
ρ
x
5
10
15
20
25
30
35
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
Esquema FOU
ALUS, N = 200
ALUS, N = 400
ρ
x
5
10
15
20
25
30
35
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
Esquema FOU
ARORA, N = 200
ARORA, N = 400
ρ
x
5
10
15
20
25
30
35
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
Esquema FOU
SMART, N = 200
SMART, N = 400
ρ
x
5
10
15
20
25
30
35
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
Esquema FOU
Superbee, N = 200
Superbee, N = 400
ρ
x
5
10
15
20
25
30
35
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
Esquema FOU
TOPUS, N = 200
TOPUS, N = 400
ρ
x
Figura 5.21: Caso 2: Soluções numéricas do tubo de choque de Toro obtidas com os esquemas
ADBQUICKEST, ALUS, ARORA, SMART, Superbee e TOPUS.
CAPÍTULO
6
Resultados Numéricos 2D e Aplicações
Até este ponto vários problemas 1D tem sido simulados, com o objetivo de verificar a validade,
a flexibilidade e a robustez dos esquemas “upwind” propostos nesta dissertação. Neste capítulo,
problemas de escoamentos de fluidos 2D complexos são simulados com o uso dos esquemas ALUS
e TOPUS, entre outros. Ambas as formulações incompressível e compressível são consideradas.
6.1 Problemas Incompressíveis
Nesta seção são apresentados resultados numéricos de uma variedade de problemas de esco-
amentos de fluidos incompressíveis 2D com ou sem superfícies livres. O código computacional
“Freeflow” (versão 2D) de Castelo et al. [20] foi usado nas simulações desses problemas.
6.1.1 Escoamento de Poiseuille em Regime Laminar
Para a simulação desse problema confinado, os esquemas ADBQUICKEST, ALUS, CUBISTA
e TOPUS foram utilizados. Em particular, as soluções numéricas obtidas nas simulações com o
esquema ADBQUICKEST foram parcialmente publicadas em periódico (ver [48]). O problema
consiste do escoamento transiente entre duas placas planas situadas em y = 0.0m e y = L = 1.0m.
O domínio computacional é 5L × L. Inicialmente, o fluido é movimentado por um gradiente de
pressão, gradualmente, ele escoa através do canal e, finalmente, atinge o regime estacionário. A
solução semi-analítica (ver [91, 140]) para a componente u da velocidade é definida por
u = 4y(y 1)
32
π
3
Nt
n=0
(2n + 1)
3
sin(πy(2n + 1)) exp(Re
1
(2n + 1)
2
π
2
t), (6.1)
em que x é a coordenada na direção das linhas de corrente do escoamento, y é a coordenada na
direção normal ao canal e Nt é o mero de termos da série. Para as comparações com os dados
numéricos, foram usados Nt = 1 000 termos na série (6.1). O código “Freeflow-2D” equipado com
os esquemas ADBQUICKEST, ALUS, CUBISTA e TOPUS e o método de Crank-Nicolson [26]
para a marcha no tempo rodou esse problema usando os seguintes dados: três malhas - 100×20
(δx = δy = 0 .05 m), 200×40 (δx = δy = 0.025 m) e 400×80 (δx = δy = 0.012 5 m); tempo
de processamento t = 20s; e números de Reynolds Re = 0.01 e Re = 500. No contorno de
59
6.1 Problemas Incompressíveis 60
entrada do fluido, a condição inicial foi calculada por (6.1). A Figura 6.1 mostra, no caso do
número de Reynolds ser Re = 0.01 e a malha de 100 ×20 células, a comparação entre as soluções
semi-analíticas para a velocidade u em x = δx e as soluções numéricas nos tempos t = 0.000157s,
t = 0.0005s, t = 0.001s e t = 4s. Observa-se por essa figura que os resultados numéricos
obtidos com os esquemas ADBQUICKEST, ALUS, CUBISTA e TOPUS concordam muito bem
com as soluções semi-analíticas. Os contornos da componente de velocidade u, no tempo t = 20s,
fornecidos com a simulação do esquema TOPUS em três diferentes malhas estão ilustrados na
Figura 6.2. Esses contornos resultantes com os esquemas ADBQUICKEST, ALUS, CUBISTA
mostram ser qualitativamente semelhantes aos obtidos com o TOPUS e, por esse motivo, foram
omitidos.
Com o objetivo de se estimar a ordem de convergência dos esquemas simulados, calcularam-se
os erros E
1
e E
2
. A Tabela 6.1 apresenta esses erros e as estimativas da ordem. Pode-se con-
cluir pelos resultados dessa tabela que a segunda ordem de convergência foi praticamente atingida.
Nota-se, ainda, que o esquema TOPUS apresentou melhores resultados na malha mais grosseira.
0
0.2
0.4
0.6
0.8
1
0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1
ADBQUICKEST
t = 0.000157
t = 0.000500
t = 0.001000
t = 4.000000
u
y
0
0.2
0.4
0.6
0.8
1
0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1
ALUS
t = 0.000157
t = 0.000500
t = 0.001000
t = 4.000000
u
y
0
0.2
0.4
0.6
0.8
1
0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1
CUBISTA
t = 0.000157
t = 0.000500
t = 0.001000
t = 4.000000
u
y
0
0.2
0.4
0.6
0.8
1
0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1
TOPUS
t = 0.000157
t = 0.000500
t = 0.001000
t = 4.000000
u
y
Figura 6.1: Comparação entre as soluções numéricas (“estrelas”) e semi-analíticas (“linhas contí-
nuas”) para o escoamento de Poiseuille.
6.1 Problemas Incompressíveis 61
(a) 100 × 20 células
(b) 200 × 40 células
(c) 400 × 80 células
Figura 6.2: Resultados numéricos para a velocidade u obtidos nas simulações do escoamento de
Poiseuille usando o esquema TOPUS e três malhas diferentes a Reynolds Re = 500.
6.1 Problemas Incompressíveis 62
Tabela 6.1: Estudo da convergência dos esquemas de alta resolução, relacionados com o método
implícito de Crank-Nicolson, aplicados ao problema de Poiseuille a Reynolds Re = 500.
Erro Ordem Erro Ordem
Esquema Malha E
1
E
1
E
2
E
2
100×20 8.963 ×10
4
3.654 ×10
4
ADBQUICKEST 200×40 2.333×10
4
1.942 1.327 ×10
4
1.461
400×80 7.588×10
5
1.620 4.165 ×10
5
1.672
100×20 9.132×10
4
3.726 ×10
4
ALUS 200×40 2.339×10
4
1.965 1.329×10
4
1.487
400×80 7.576×10
5
1.626 4.166×10
5
1.674
100×20 9.047×10
4
3.694×10
4
CUBISTA 200×40 2.334×10
4
1.955 1.328×10
4
1.476
400×80 7.580×10
5
1.623 4.165×10
5
1.673
100×20 9.168 ×10
4
3.748 ×10
4
TOPUS 200×40 2.340×10
4
1.970 1.330 ×10
4
1.495
400×80 7.608 ×10
5
1.621 4.178 ×10
5
1.671
6.1.2 Escoamento numa Expansão Brusca
Nesta seção são apresentados resultados numéricos para o problema do escoamento confinado
2D numa expansão brusca
1
[138] nos regimes laminar e turbulento. Esses resultados foram parci-
almente publicados em anais de eventos (ver referência [111, 113]).
Caso Laminar
Os dados numéricos aqui apresentados foram obtidos com os esquemas ADBQUICKEST,
ALUS, CDS, CUBISTA, FOU, TOPUS, VONOS e WACEB. A geometria do problema, cujo do-
mínio é 4m × 0.2m, está ilustrada na Figura 6.3. O objetivo principal nesse problema consiste em
estimar o comprimento da recirculação principal xr, que é determinada como sendo o ponto sobre
a primeira seqüência de células adjacentes ao contorno rígido inferior, em que a componente u da
velocidade troca de sinal.
Os dados do modelo utilizado nas simulações são o diâmetro do injetor h = 0.1m, a velocidade
de injeção U
0
= 1ms
1
e o parâmetro de escala L = 0 .2 m. Conforme Brandi [17], as simulações
deste escoamento confinado foram realizadas a Reynolds Re =100, 200, 400, 600 e 800 numa
malha de 400 ×20 (δx = δy = 0.01m) células computacionais. Na entrada do canal é imposto um
perfil parabólico definido por
u(y) =
4U
h
2
y
2
+
4U
h
y. (6.2)
Os resultados numéricos para a recirculação xr, usando os vários esquemas e os dados experimen-
tais de Armaly et al. [8], estão mostrados na Tabela 6.2. Nota-se por essa tabela que os resultados
numéricos obtidos com os esquemas estão em boa concordância com os dados experimentais.
Também, percebe-se que a estimativa para a recirculação com o esquema CDS é melhor, quando
comparada com os outros esquemas, e as estimativas com o ALUS e TOPUS ficaram próximas
daquela obtida com o esquema centrado. Os contornos da componente de velocidade u, no tempo
1
Este problema é conhecido na literatura por “backward facing step”.
6.1 Problemas Incompressíveis 63
t = 100s, a Reynolds 100 e 800 estão mostrados, respectivamente, nas Figuras 6.4 e 6.5. Dessas
figuras, é possível observar que com o aumento do número de Reynolds implicou num aumento
da recirculação xr e aparecimento de uma outra recirculação no topo do canal para Re = 800.
Ressalta-se que esses resultados estão, qualitativamente, consistentes com os dados dos trabalhos
de Brandi [17] e de Stuart e Dochan [138].
Figura 6.3: Geometria para o problema confinado numa expansão brusca.
Tabela 6.2: Comparação entre resultados experimentais e numéricos obtidos para o problema con-
finado numa expansão brusca usando diferentes esquemas convectivos e números de Reynolds.
Re
100 200 400 600 800
Experimental [8] 3.06 5.16 8.72 11.28 14.34
ADBQUICKEST 3.137 5.140 8.141 9.731 10.713
ALUS 3.135 5.181 8.382 9.973 10.691
CDS 3.138 5.213 8.561 10.358 10.997
CUBISTA 3.133 5.139 8.151 9.710 10.666
FOU 2.749 4.337 6.942 8.906 10.230
TOPUS 3.128 5.145 8.224 9.827 10.777
VONOS 3.163 5.148 8.016 9.553 10.576
WACEB 3.137 5.151 8.200 9.799 10.735
Além disso, um teste de convergência das soluções numéricas, para a componente u, foi feito
com Reynolds 600 em três malhas consistindo de 200 × 10, 400 × 20 e 800 × 40 células com-
putacionais. Esses dados estão mostrados na Figura 6.6, onde se observa como foi calculado o
comprimento de recirculação
2
(xr). Pode-se observar nessa figura que o maior valor de xg, e
portanto o maior xr, é obtido quando se utiliza a malha mais fina. Comparando-se o valor de xr
com aqueles da Tabela 6.2, que foram obtidos numa malha de 4 00 × 20 células, fica claro que a
solução numérica se aproxima do dado experimental (xr = 11.28) com o refinamento da malha.
2
Neste trabalho, tem-se xr = (xg 1)/0.1, em que xg é o ponto onde a velocidade troca de sinal.
6.1 Problemas Incompressíveis 64
(a) ADBQUICKEST
(b) ALUS
(c) CDS
(d) CUBISTA
(e) FOU
(f) TOPUS
(g) VONOS
(h) WACEB
Figura 6.4: Resultados numéricos para a velocidade u obtidos nas simulações do escoamento numa
expansão brusca a Reynolds Re = 100.
6.1 Problemas Incompressíveis 65
(a) ADBQUICKEST
(b) ALUS
(c) CDS
(d) CUBISTA
(e) FOU
(f) TOPUS
(g) VONOS
(h) WACEB
Figura 6.5: Resultados numéricos para a velocidade u obtidos nas simulações do escoamento numa
expansão brusca a Reynolds Re = 800.
6.1 Problemas Incompressíveis 66
(a) ADBQUICKEST (xr = 10.0 55) (b) ALUS (xr = 10.153)
-0.3
-0.2
-0.1
0
0.1
0.2
0.3
1 1.2 1.4 1.6 1.8 2 2.2 2.4
malha 200 x 10
malha 400 x 20
malha 800 x 40
u = 0
xg = 2.0055
replacements
u
x
-0.3
-0.2
-0.1
0
0.1
0.2
1 1.2 1.4 1.6 1.8 2 2.2 2.4
malha 200 x 10
malha 400 x 20
malha 800 x 40
u = 0
xg = 2.0153
u
x
(c) CUBISTA (xr = 10 .0 74) (d) TOPUS (xr = 10.08 3 )
-0.3
-0.2
-0.1
0
0.1
0.2
0.3
1 1.2 1.4 1.6 1.8 2 2.2 2.4
malha 200 x 10
malha 400 x 20
malha 800 x 40
u = 0
xg = 2.0074
u
x
-0.3
-0.25
-0.2
-0.15
-0.1
-0.05
0
0.05
0.1
0.15
0.2
1 1.2 1.4 1.6 1.8 2 2.2 2.4
malha 200 x 10
malha 400 x 20
malha 800 x 40
u = 0
xg = 2.0083
u
x
(e) VONOS (xr = 9.966) (f) WACEB (xr = 10.080)
-0.3
-0.2
-0.1
0
0.1
0.2
0.3
1 1.2 1.4 1.6 1.8 2 2.2 2.4
malha 200 x 10
malha 400 x 20
malha 800 x 40
u = 0
xg = 1.9966
u
x
-0.3
-0.2
-0.1
0
0.1
0.2
0.3
1 1.2 1.4 1.6 1.8 2 2.2 2.4
malha 200 x 10
malha 400 x 20
malha 800 x 40
u = 0
xg = 2.0080
u
x
Figura 6.6: Perfil da componente u da velocidade do problema da expansão brusca quando Re =
600, mostrando a melhoria da solução numérica com o refinamento da malha.
6.1 Problemas Incompressíveis 67
Caso Turbulento
Também, para a simulação do escoamento numa expansão brusca, foram utilizados os modelos
κ ε clássico e o modelo algébrico RSAEM. Os resultados numéricos aqui apresentados são para
esse problema, cujo domínio é 4m × 0 .3 m, em regime turbulento. Os esquemas utilizados nas
simulações foram os mesmos do caso laminar, com exceção dos esquemas CDS e FOU. Como
no caso laminar, o objetivo principal é estimar o comprimento da recirculação principal xr. Os
dados do modelo simulado são: diâmetro do injetor h = 0.1m; velocidade de injeção U = 1ms
1
;
parâmetro de escala L = 0.3m; número de Reynolds Re = 1.32 × 10
5
e três malhas: 200 × 15
(δx = δy = 0.02m), 400 × 30 (δx = δy = 0.01m) e 800 × 60 (δx = δy = 0.005m) células
computacionais.
Tomando-se como base os dados numérico de Tangham e Speziale [136] e experimental de
Eaton e Johnston [36], cujos valores da recirculação são xr = 6.0 e xr = 7.1, respectivamente;
as Tabelas 6.3 e 6.4 apresentam as comparações desses dados com os numéricos obtidos com os
modelos de turbulência κ ε e RSAEM, respectivamente. Observando a primeira tabela, nota-se
que o esquema ADBQUICKEST forneceu resultado mais perto do experimental na malha grossa
(200 ×15 células) quando comparado com os outros esquemas. Por outro lado, a simulação com o
TOPUS na malha fina (800×60 células) forneceu um valor mais próximo do experimental. Quanto
aos dados apresentados na segunda tabela, nota-se que a combinação da modelagem RSAEM e
TOPUS forneceu resultados bastante satisfatórios. Em suma, as Tabelas 6.3 e 6.4 demonstram que
os resultados numéricos obtidos com os modelos de turbulência simulados estão em concordância
com Speziale e Thangam [136]. Como ilustração, os contornos da componente de velocidade u,
no tempo t = 100s, obtidos usando os modelos κ ε e RSAEM estão mostrados, respectivamente,
nas Figuras 6.7 e 6.8.
Tabela 6.3: Valores da recirculação obtidos para o problema de expansão brusca no caso turbulento
usando o modelo κ ε.
Malha (número de células)
Esquema “upwind” 200 × 15 400 × 30 800 × 60
ADBQUICKEST 6.9783 6.1302 5.5768
ALUS 7.7915 6.3045 5.6214
CUBISTA 7.2878 6.1952 5.5939
TOPUS 7.9848 6.6994 6.1756
VONOS 6.2253 5.7561 5.4209
WACEB 7.2263 6.1604 5.5065
6.1 Problemas Incompressíveis 68
(a) ADBQUICKEST
(b) ALUS
(c) CUBISTA
(d) TOPUS
(e) VONOS
(f) WACEB
Figura 6.7: Resultados numéricos do campo de velocidade na direção x obtidos nas simulações do
problema da expansão brusca usando o modelo κ ε.
6.1 Problemas Incompressíveis 69
(a) ADBQUICKEST
(b) ALUS
(c) CUBISTA
(d) TOPUS
(e) VONOS
(f) WACEB
Figura 6.8: Resultados numéricos do campo de velocidade na direção x obtidos nas simulações do
problema da expansão brusca usando o modelo algébrico RSAEM.
6.1 Problemas Incompressíveis 70
Tabela 6.4: Valores da recirculação obtidos para o problema de expansão brusca no caso turbulento
usando o modelo RSAEM.
Malha (número de células)
Esquema “upwind” 200 × 15 400 × 30 800 × 60
ADBQUICKEST 4.9626 4.6576 4.5389
ALUS 5.3447 4.7722 4.5606
CUBISTA 5.1222 4.7122 4.5478
TOPUS 5.4326 4.9411 4.8958
VONOS 4.6680 4.4576 4.4875
WACEB 5.0157 4.6876 4.5440
6.1.3 Colapso de uma Coluna de Fluido
Nesta seção são apresentadas as soluções numéricas confrontadas com dados experimentais
do problema
3
do colapso de uma coluna de fluido. Os resultados mostrados nesta seção foram
parcialmente publicados em anais de eventos e periódico (ver referências [48, 112, 113]). Esse
problema é um teste bastante significativo para validação de métodos numéricos para escoamentos
com superfícies livres móveis. Ele consiste de uma coluna de fluido confinado entre paredes, que
inicialmente está em repouso, conforme ilustrado na Figura 6.9. Em seguida, uma das paredes é
removida subitamente e o fluido fica livre para escoar sob à ação do campo gravitacional. Martin
e Moyce [87] foram os primeiros pesquisadores a estudar experimentalmente tal problema em
detalhes. Em seguida, Koshizuka e Oka [70] investigaram a distribuição do campo de velocidade
e a taxa de colapso da coluna de água. Mais recentemente, o experimento de Martin e Moyce [87]
foi repetido com outras técnicas por Stansby et al. [137].
Figura 6.9: Geometria do problema do colapso de uma coluna de fluido: a = 0.05m e b = 0.1m.
As simulações foram feitas sem (direta) e com modelagem da turbulência (modelos κ ε e
RSAEM), ambas associadas com os esquemas ADBQUICKEST, ALUS, CUBISTA e TOPUS. Os
seguintes dados foram empregados nas simulações: domínio computacional 0.3m×0 .1 5m e malha
de 150 × 75 células (δx = δy = 0.002m) computacionais. As escalas envolvidas no problema são
L = a e U
0
=
0.4905m/s, de maneira que o número de Reynolds é Re = 9.91×10
4
. As Figuras
6.11 e 6.12 ilustram, respectivamente, os resultados obtidos com e sem modelagem de turbulência
3
Este problema é conhecido na literatura por “broken dam”.
6.1 Problemas Incompressíveis 71
combinados com os esquemas ALUS e TOPUS para a frente do fluido (x
max
) em função do tempo.
Os resultados obtidos com os esquemas ADBQUICKEST e CUBISTA foram omitidos, pois eles
mostraram-se qualitativamente semelhantes. Como pode ser visto por essas figuras, houve boa
concordância entre os dados numéricos e experimentais de Koshizuka e Oka [70] e de Martin e
Moyce [87]. A Figura 6.10 ilustra, nos tempos t = 0.05s, t = 0.10s, t = 0.15s e t = 0.20s, os
campos de pressão do escoamento.
(a) ALUS (b) TOPUS
0.05s 0.05s
0.10s 0.10s
0.15s 0.15s
0.20s 0.20s
Figura 6.10: Distribuição do campo de pressão obtida na simulação do problema do colapso de
coluna de fluido 2D em regime turbulento usando os esquemas ALUS e TOPUS.
6.1 Problemas Incompressíveis 72
(a) Simulação direta
1
1.5
2
2.5
3
3.5
4
4.5
5
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5
Dado experimental de Koshizuka e Oka (1996)
Dado experimental de Martin e Moyce (1952)
ALUS
x
max
/L
t
2g/L
(b) Modelo κ ε
1
1.5
2
2.5
3
3.5
4
4.5
5
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5
Dado experimental de Koshizuka e Oka (1996)
Dado experimental de Martin e Moyce (1952)
ALUS
x
max
/L
t
2g/L
(c) Modelo RSAEM
1
1.5
2
2.5
3
3.5
4
4.5
5
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5
Dado experimental de Koshizuka e Oka (1996)
Dado experimental de Martin e Moyce (1952)
ALUS
x
max
/L
t
2g/L
Figura 6.11: Comparação entre os dados experimentais e os resultados numéricos obtidos nas
simulações usando o esquema ALUS com e sem modelagem de turbulência.
6.1 Problemas Incompressíveis 73
(a) Simulação direta
1
1.5
2
2.5
3
3.5
4
4.5
5
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5
Dado experimental de Koshizuka e Oka (1996)
Dado experimental de Martin e Moyce (1952)
TOPUS
x
max
/L
t
2g/L
(b) Modelo κ ε
1
1.5
2
2.5
3
3.5
4
4.5
5
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5
Dado experimental de Koshizuka e Oka (1996)
Dado experimental de Martin e Moyce (1952)
TOPUS
x
max
/L
t
2g/L
(c) Modelo RSAEM
1
1.5
2
2.5
3
3.5
4
4.5
5
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5
Dado experimental de Koshizuka e Oka (1996)
Dado experimental de Martin e Moyce (1952)
TOPUS
x
max
/L
t
2g/L
Figura 6.12: Comparação entre os dados experimentais e os resultados numéricos obtidos nas
simulações usando o esquema TOPUS com e sem modelagem de turbulência.
6.1 Problemas Incompressíveis 74
6.1.4 Jato Livre sobre uma Superfície Rígida Impermeável
Nesta seção são apresentadas simulações de escoamentos nos regimes laminar e turbulento de
um jato livre incidindo perpendicularmente numa superfície rígida impermeável sob o efeito do
campo gravitacional. Nessas simulações foram utilizados os esquemas ADBQUICKEST, ALUS,
CUBISTA, TOPUS e VONOS. Os resultados mostrados nesta subseção foram parcialmente publi-
cados em anais de eventos (ver [112, 113]).
Caso Laminar
Aqui são apresentados os resultados numéricos no caso laminar. A geometria considerada para
simular o problema está ilustrada na Figura 6.13. A solução analítica do Watson nesse caso é dada
por (ver [155])
h(x) =
π
3
ν(x+l)
Q
, para x x
0
,
a +
(3
3c
2
2π)
3
3c
2
δ(x), para x < x
0
,
(6.3)
em que h(x) é a altura da superfície livre, U
0
é a velocidade de injeção do fluido, Q é vazão do
fluido, a = Q/U
0
, c = 1.402. Os termos δ(x), x
0
e l são, respectivamente, definidos por:
δ(x) =
3
3c
3
2(π c
3)
νx
U
0
,
x
0
=
3c
3(π c
3)
2π
2
aRe,
l =
3c
3(2c
3 π)
2π
2
aRe.
Os dados do problema simulado, cujo domínio tem dimensões 0.4m × 0.04m, são o diâmetro
do injetor L = 0.01m (escala de comprimento ), a velocidade de injeção U
0
= 1ms
1
, a constante
gravitacional g = 9.81ms
2
e a altura do injetor a partir da superfície rígida H = 0.037 m. Nas
simulações foram empregadas três malhas de 200×20 (δx = δy = 0.002m), 40 0 ×40 (δx = δy =
0.001m) e 800 × 80 (δx = δy = 0.0 005m) células computacionais e Reynolds Re = 2 × 10
3
.
A Figura 6.15 apresenta as comparações entre as soluções numéricas obtidas com os esque-
mas ADBQUICKEST, ALUS, CUBISTA, TOPUS e a solução analítica de Watson [155]. A partir
dessas figuras, vê-se que as soluções numéricas convergiram para a solução analítica com o refi-
namento da malha. As simulações com o esquema TOPUS nas malhas de 200 × 20 e 400 × 40
células produziram soluções numéricas oscilatórias, a qual foi estabilizada quando se empregou a
malha mais fina. Em contrapartida, o esquema ALUS não apresentou vestígios de instabilidades.
Como ilustração, a Figura 6.14 apresenta o campo de pressão no tempo t = 2s.
6.1 Problemas Incompressíveis 75
Figura 6.13: Geometria de um jato livre incidindo sobre um contorno rígido.
(a) ADBQUICKEST (b) ALUS
(c) CUBISTA (d) TOPUS
Figura 6.14: Resultados numéricos para o campo de pressão do escoamento em regime laminar de
um jato livre incidindo sobre um contorno rígido.
6.1 Problemas Incompressíveis 76
(a) ADBQUICKEST (b) ALUS
1
1.5
2
2.5
3
0.05 0.1 0.15 0.2 0.25 0.3
Analitica
Malha 200x20
Malha 400x40
Malha 800x80
p
h/a
x/(aRe)
1
1.5
2
2.5
3
0.05 0.1 0.15 0.2 0.25 0.3
Analitica
Malha 200x20
Malha 400x40
Malha 800x80
p
h/a
x/(aRe)
(c) CUBISTA (d) TOPUS
1
1.5
2
2.5
3
0.05 0.1 0.15 0.2 0.25 0.3
Analitica
Malha 200x20
Malha 400x50
Malha 800x80
p
h/a
x/(aRe)
1
1.5
2
2.5
3
0.05 0.1 0.15 0.2 0.25 0.3
Analitica
Malha 200x20
Malha 400x40
Malha 800x80
p
h/a
x/(aRe)
Figura 6.15: Comparação entre a solução analítica de Watson e as soluções numéricas obtidas com
os esquemas ADBQUICKEST, ALUS, CUBISTA e TOPUS no caso laminar, p= x
0
/(aRe).
6.1 Problemas Incompressíveis 77
Caso Turbulento
Neste caso, Watson [155] também apresenta uma solução analítica, a qual foi utilizada para
verificar os esquemas “upwind” abordados nesta subseção. A solução de Watson nesse caso é
dada por
h(x) =
81(7A)
1
4
k
800
ν
Q
1
4
(x + l), x x
0
,
a +
1
A
k
δ(x), x < x
0
,
(6.4)
em que A = 0.239 e k = 0.26 0 . Em (6.4), os parâmetros δ(x), x
0
e l são calculados por
δ(x) =
81
320(9A 2)
4
5
7
1
5
k
Q
1
5
x
4
5
,
x
0
=
320(9A 2)
81 × 7
1
4
A
5
4
aRe
1
4
,
l =
160(1 2A)
9 × 7
1
4
A
5
4
aRe
1
4
.
Os dados do problema simulado, cujo domínio tem dimensões 0.2m × 0.05m, são o diâmetro
do injetor L = 0 .01m, a escala de velocidade U
0
= 1ms
1
(a velocidade de injeção), a escala de
comprimento L, a constante gravitacional g = 9.81ms
2
, e a altura do injetor a partir da superfície
rígida H = 0.015m. Nas simulações foram empregadas as malhas 200 ×50 (δx = δy = 0.001m),
400 × 100 (δx = δy = 0 .0 005m) e 800 × 200 (δx = δy = 0.00025m) e Reynolds Re = 5 × 10
4
.
As Figuras 6.16 e 6.17 mostram as comparações das soluções numéricas, obtidas com os mo-
delos κ ε e RSAEM, e analítica de Watson. Pode-se perceber dessas figuras que, de maneira
geral, as soluções numéricas nas malhas grossa e intermediária convergiram para a solução na ma-
lha mais fina. Observa-se também que as simulações com a modelagem κ ε (Figura 6.16) não
apresentaram oscilações, ao passo que as simulações com a modelagem RSAEM (Figura 6.17)
apresentaram problemas, isto é, essa modelagem associada com os esquemas ALUS e CUBISTA
mostrou-se inadequada. Em suma, pode-se concluir que, nesse problema com superfície livre,
a modelagem κ ε mostrou ser superior. E isso é na opinião do autor uma surpresa, uma vez
que o modelo matemático do RSAEM é mais rigoroso e propõe eliminar algumas deficiências da
modelagem clássica.
6.1 Problemas Incompressíveis 78
(a) ADBQUICKEST (b) ALUS
0.95
1
1.05
1.1
1.15
1.2
1.25
1.3
1 1.2 1.4 1.6 1.8 2 2.2 2.4
Analitica
Malha 200x50
Malha 400x100
Malha 800x200
r
h/a
x/(aRe
1/4
)
0.95
1
1.05
1.1
1.15
1.2
1.25
1.3
1 1.2 1.4 1.6 1.8 2 2.2 2.4
Analitica
Malha 200x50
Malha 400x100
Malha 800x200
r
h/a
x/(aRe
1/4
)
(c) CUBISTA (d) TOPUS
0.95
1
1.05
1.1
1.15
1.2
1.25
1.3
1 1.2 1.4 1.6 1.8 2 2.2 2.4
Analitica
Malha 200x50
Malha 400x100
Malha 800x200
r
h/a
x/(aRe
1/4
)
0.95
1
1.05
1.1
1.15
1.2
1.25
1.3
1 1.2 1.4 1.6 1.8 2 2.2 2.4
Analitica
Malha 200x50
Malha 400x100
Malha 800x200
r
h/a
x/(aRe
1/4
)
Figura 6.16: Comparação entre a solução analítica de Watson e os resultados numéricos obtidos
com os esquemas ADBQUICKEST, ALUS, CUBISTA e TOPUS combinados com o modelo κε,
r= x
0
/(aRe
1/4
).
6.1 Problemas Incompressíveis 79
(a) ADBQUICKEST (b) ALUS
0.95
1
1.05
1.1
1.15
1.2
1.25
1.3
1 1.2 1.4 1.6 1.8 2 2.2 2.4
Analitica
Malha 200x50
Malha 400x100
Malha 800x200
r
h/a
x/(aRe
1/4
)
0.95
1
1.05
1.1
1.15
1.2
1.25
1.3
1 1.2 1.4 1.6 1.8 2 2.2 2.4
Analitica
Malha 200x50
Malha 400x100
Malha 800x200
r
h/a
x/(aRe
1/4
)
(c) CUBISTA (d) TOPUS
0.95
1
1.05
1.1
1.15
1.2
1.25
1.3
1 1.2 1.4 1.6 1.8 2 2.2 2.4
Analitica
Malha 200x50
Malha 400x100
Malha 800x200
r
h/a
x/(aRe
1/4
)
0.95
1
1.05
1.1
1.15
1.2
1.25
1.3
1 1.2 1.4 1.6 1.8 2 2.2 2.4
Analitica
Malha 200x50
Malha 400x100
Malha 800x200
r
h/a
x/(aRe
1/4
)
Figura 6.17: Comparação entre a solução analítica de Watson e os resultados numéricos obti-
dos com os esquemas ADBQUICKEST, ALUS, CUBISTA e TOPUS combinados com o modelo
RSAEM, r= x
0
/(aRe
1/4
).
6.1 Problemas Incompressíveis 80
6.1.5 Aplicação: Escoamentos de um Fluido Viscoelástico
Nesta seção são apresentados os resultados numéricos obtidos na simulação de escoamentos
viscoelásticos com/sem superfícies livres de um fluido Oldroyd-B [58, 88]. Nessas simulações, os
esquemas ALUS e TOPUS foram usados para estimar os termos convectivos das EDPs (2.55) e
(2.56).
6.1.5.1 Escoamento num Canal
Neste problema é considerado um canal de dimensões 5m × 1m vazio. Inicialmente, o fluido
é injetado na seção de entrada e, após um determinado tempo, ele alcança a região de saída. As
soluções analíticas do problema em estado estacionário são dadas por [15]
u(y) = 6y(y L), v(y) = 0, (6.5)
T
11
(y) = 2W e (1 β)
u
y
2
, T
12
(y) = (1 β)
u
y
, T
22
(y) = 0. (6.6)
Para a simulação deste problema, os seguintes dados foram utilizados: escala de comprimento
L = 1.0m, velocidade de injeção U
0
= 1ms
1
, tempo de relaxação λ
1
= 2.0s, tempo de re-
tardamento λ
2
= 1.0s, número de Weissenberg W e = 2.0 e números de Reynolds Re = 0.0 1
e Re = 0.1. Quatro malhas foram adotadas para a simulação: M1 = 25 × 5, M2 = 50 × 10,
M3 = 100 × 20 e M4 = 200 × 40 (células computacionais). Os resultados apresentados na
seqüência são obtidos com o uso dos esquemas ALUS e TOPUS.
A Figura 6.18 mostra os contornos obtidos com o TOPUS no tempo t = 2.175s para a veloci-
dade u, a pressão p e os tensores T
11
e T
12
. Os perfis estacionários para u, T
11
e T
12
na metade do
canal (x = 2.5m) e no tempo t = 100s são apresentados na Figura 6.19. Esses perfis obtidos com
o esquema ALUS mostram ser qualitativamente semelhantes aos obtidos com o esquema TOPUS
e, por essa razão, foram omitidos.
Com o objetivo de comparar os esquemas ALUS e TOPUS nesse problema, os erros E
2
entre as soluções numéricas e analíticas (ver [15]) em cada malha foram calculados. Esses dados
mais as estimativas para a ordem numérica estão mostrados nas Tabelas 6.5 e 6.6, respectivamente.
Nota-se que ambos os esquemas apresentaram resultados similares e atingiram, no global, ordem
de convergência próximo de 2.
6.1 Problemas Incompressíveis 81
(a) u
(b) p
(c) T
11
(d) T
12
Figura 6.18: Soluções numéricas obtidas na simulação com o esquema TOPUS no instante t =
2.175s na malha de 200 × 40 células a Reynolds Re = 0.01.
6.1 Problemas Incompressíveis 82
(a) Soluções numéricas e exata da componente u da velocidade.
u
y
(b) Soluções numéricas e exata da componente T
11
do tensor de tensão.
0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500
0
0.5
1
M1
M2
M3
M4
Exata
y
T
11
(c) Soluções numéricas e exata da componente T
12
do tensor de tensão.
−200 −150 −100 −50 0 50 100 150 200
0
0.5
1
M1
M2
M3
M4
Exata
y
T
12
Figura 6.19: Comparação entre as soluções numéricas, obtidas com a utilização do esquema TO-
PUS a Reynolds Re = 0.01 em diferentes malhas, e analíticas.
6.1 Problemas Incompressíveis 83
Tabela 6.5: Escoamento viscoelástico num canal - Erro E
2
entre as soluções numérica e analí-
tica.
Erro E
2
Esquema Re Malha u T
11
T
12
25 × 5 5.4210 ×10
2
1.2187 ×10
1
5.6288 ×10
2
50 × 10 1.4995 ×10
2
1.9986 ×10
2
6.8054 ×10
3
0.01 100 × 20 3.5969 ×10
3
8.0583 ×10
3
2.7897×10
3
200 × 40 9.1137 ×10
4
2.1099 ×10
3
1.4114 ×10
3
ALUS
25 × 5 5.4213 ×10
2
1.2184 ×10
1
5.6278 ×10
2
50 × 10 1.4995 ×10
2
1.9979 ×10
2
6.8117 ×10
3
0.1 100 × 20 3.5968 ×10
3
8.0649 ×10
3
2.7921 ×10
3
200 × 40 9.1133 ×10
4
2.1118 ×10
3
1.4113 ×10
3
25 × 5 5.4168 ×10
2
1.2234 ×10
1
5.6382 ×10
2
50 × 10 1.5037 ×10
2
1.9567 ×10
2
6.8238 ×10
3
0.01 100 × 20 3.5895 ×10
3
8.3832 ×10
3
2.8868 ×10
3
200 × 40 9.1447 ×10
4
2.0753 ×10
3
1.4258 ×10
3
TOPUS
25 × 5 5.4171 ×10
2
1.2231 ×10
1
5.6373 ×10
2
50 × 10 1.5037×10
2
1.9561×10
2
6.8282 ×10
3
0.1 100 × 20 3.5894 ×10
3
8.3899 ×10
3
2.8891 ×10
3
200 × 40 9.1443 ×10
4
2.0768 ×10
3
1.4260 ×10
3
6.1 Problemas Incompressíveis 84
Tabela 6.6: Escoamento viscoelástico num canal - Taxa da convergência do método numérico na
norma 2.
Taxa de convergência - E
2
Esquema Re Malha u T
11
T
12
25 × 5
50 × 10 1.8541 2.6082 3.0481
100 × 20 2.0597 1.3104 1.2866
0.01 200 × 40 1.9806 1.9333 0.9829
ALUS
25 × 5
50 × 10 1.8542 2.6084 3.0465
100 × 20 2.0597 1.3088 1.2866
0.1 200 × 40 1.9807 1.9332 0.9843
25 × 5
50 × 10 1.8489 2.6444 3.0466
100 × 20 2.0667 1.2228 1.2411
0.01 200 × 40 1.9728 2.0141 1.0177
TOPUS
25 × 5
50 × 10 1.8490 2.6445 3.0454
100 × 20 2.0667 1.2213 1.2409
0.1 200 × 40 1.9728 2.0143 1.0187
6.1 Problemas Incompressíveis 85
6.1.5.2 Jato Oscilante
Nesta subseção são apresentados resultados numéricos obtidos na simulação de um jato osci-
lante. É importante informar ao leitor que soluções analíticas e experimentais não são disponíveis
na literatura para uma comparação quantitativa com os dados numéricos descritos neste trabalho.
O objetivo aqui é investigar o comportamento do método GENSMAC equipado com os esquemas
ALUS e TOPUSquando aplicado na simulação de um problema de escoamento de fluido altamente
viscoso. Pretende-se apenas mostrar que o método simula com sucesso o fenômeno de dobras (em
inglês “buckling” - ver as referências [27, 28, 58, 69]).
Para a simulação deste problema envolvendo um jato viscoelástico, foram adotados os se-
guintes dados: escala de comprimento L = 3.0 × 10
3
m (comprimento do injetor); constantes
temporais λ
1
= 1.5 × 10
2
s, λ
2
= 3.0 × 10
3
s; escala de velocidade U
0
= 0.5ms
1
; altura do
injetor H = 0.047m; constante gravitacional g = 9.81ms
2
. Os números de Reynolds e de Weis-
senberg das simulações foram, respectivamente, Re = 0.15 e W e = 2.5. Nas simulações, a malha
utilizada possui 100 × 75 células (δx = δy = 5.0 × 10
4
m). O espaçamento temporal e o tempo
final de simulação são δt = 3.0 × 10
5
s e t = 0.78s, respectivamente.
Na Figura 6.20 (e sua continuação 6.21) são mostrados os resultados numéricos obtidos em
diferentes tempos de simulação para o campo de velocidade na direção vertical (eixo y) utilizando
o método GENSMAC combinado com o esquema TOPUS. É importante informar ao leitor que
soluções analíticas e experimentais não são disponíveis na literatura para uma comparação quan-
titativa com os dados numéricos descritos neste trabalho. Porém, vale salientar que esses dados
numéricos estão em boa concordância com os resultados de Grossi [58] e de Kim et al. [69]. Além
disso, estes resultados são consistentes dentro da metodologia de simulação de escoamentos visco-
elásticos apresentada por Martins [88]. Os resultados obtidos com o ALUS foram qualitativamente
semelhantes aos obtidos com o TOPUS e, por isso, eles foram omitidos.
6.1 Problemas Incompressíveis 86
(a) t = 0.081s (b) t = 0.09s
Figura 6.20: Resultados numéricos da componente v da velocidade obtidos usando o esquema
TOPUS a Reynolds Re = 0.15 e a Weissenberg W e = 2.5.
6.1.6 Aplicação: Problema Sluice Gate”
Nesta subseção são apresentados resultados numéricos para o problema “sluice gate” (ver
[60, 93]). Os resultados obtidos na simulação deste problema foram parcialmente publicados em
anais de eventos e periódico (ver [48, 112]). O problema é geralmente usado como um modelo
para estudar escoamentos em estruturas hidráulicas [93, 122], onde se determinam os efeitos da
superfície livre e a distribuição de pressão. Esse problema é parecido com o do colapso de um
fluido descrito na subseção 6.1.3, porém com um violento movimento da superfície livre gerado
pelo “sluice gate”.
Os dados para a simulação do problema são os mesmos daqueles utilizados no problema do
colapso de uma coluna de fluido (ver subseção 6.1.3). As soluções numéricas para o campo de
pressão e componentes da velocidade obtidas sem modelagem de turbulência com os esquemas
ALUS e TOPUS estão apresentadas, respectivamente, nas Figuras 6.23, 6.24 e 6.25. Dessas figuras
vê-se claramente a formação das estruturas turbilhonares (grandes vórtices) e suas interações com
a superfície livre.
6.1.7 Aplicação: Jato num Corpo de Fluido em Repouso
Nesta subseção são apresentados os resultados numéricos da simulação de um jato penetrando
num corpo de fluido em repouso a uma distância H = 0.6m da superfície livre (ver Brandi [17]).
Os resultados apresentados nesta subseção foram parcialmente publicados em anais de eventos
(ver [112]). A geometria do modelo simulado está ilustrada na Figura 6.22. Nesta aplicação
os seguintes dados foram adotados: D = 0.05m; velocidade do fluido no injetor U = 2ms
1
;
Reynolds Re = 5 × 10
4
; e malha de 100 × 100 células computacionais (δx = δy = 0.01 m). Os
esquemas ALUS e TOPUS são usados nesta aplicação.
6.1 Problemas Incompressíveis 87
(c) t = 0.24s (d) t = 0.30s
(e) t = 0.60s (f) t = 0.78s
Figura 6.21: Continuação da Figura 6.20.
6.1 Problemas Incompressíveis 88
Figura 6.22: Geometria do problema de um jato penetrando num corpo de fluido.
As soluções numéricas obtidas para o campo de pressão e para as componentes u e v da velo-
cidade estão mostradas nas Figuras 6.26, 6.27 e 6.28, respectivamente. Nessas figuras, percebe-se,
inicialmente, a formação de um par de vórtices com orientações contrárias. Esse par de vórtices
se movimenta em direção à superfície livre, provocando a formação de grandes ondulações na
mesma. Grandes estruturas turbilhonares, ao longo de todo o domínio do problema, podem ser
visualizadas no tempo final t = 3s. Em suma, pode-se notar que pequenos e grandes vórtices
apareceram no escoamento transiente simulado, provocando fortes efeitos na superfície livre. É
importante salientar que os resultados numéricos obtidos nesta aplicação estão em concordância
com as soluções numéricas de Brandi [17] e Ferreira et al. [44].
6.1 Problemas Incompressíveis 89
(a) ALUS (b) TOPUS
0.10s 0.10s
0.20s 0.20s
0.30s 0.30s
0.40s 0.40s
Figura 6.23: Evolução dos contornos do campo de pressão do problema “sluice gate”.
6.1 Problemas Incompressíveis 90
(a) ALUS (b) TOPUS
0.10s 0.10s
0.20s 0.20s
0.30s 0.30s
0.40s 0.40s
Figura 6.24: Evolução dos contornos da componente de velocidade u do problema “sluice gate”.
6.1 Problemas Incompressíveis 91
(a) ALUS (b) TOPUS
0.10s 0.10s
0.20s 0.20s
0.30s 0.30s
0.40s 0.40s
Figura 6.25: Evolução dos contornos da componente de velocidade v do problema “sluice gate”.
6.1 Problemas Incompressíveis 92
(a) ALUS (b) TOPUS
0.5s 0.5s
1.0s 1.0s
2.0s 2.0s
3.0s 3.0s
Figura 6.26: Contornos de pressão de um jato penetrando numa porção de fluido em repouso.
6.1 Problemas Incompressíveis 93
(a) ALUS (b) TOPUS
0.5s 0.5s
1.0s 1.0s
2.0s 2.0s
3.0s 3.0s
Figura 6.27: Contornos da componente u da velocidade de um jato penetrando numa porção de
fluido em repouso.
6.1 Problemas Incompressíveis 94
(a) ALUS (b) TOPUS
0.5s 0.5s
1.0s 1.0s
2.0s 2.0s
3.0s 3.0s
Figura 6.28: Contornos da componente v da velocidade de um jato penetrando numa porção de
fluido em repouso.
6.1 Problemas Incompressíveis 95
6.2 Problemas Compressíveis
Nesta seção, são apresentados resultados numéricos de escoamentos compressíveis ao redor de
aerofólios obtidos nas simulações com os limitadores de fluxo dos esquemas TOPUS e van Albada
[150]. A formulação matemática do limitador TOPUS adotada nestes problemas compressíveis
é descrita no apêndice D. Não se utilizou o limitador do esquema ALUS, pois ele é uma função
contínua por partes (não suave). Limitadores diferenciáveis, como o TOPUS e o van Albada,
permitem transições suaves entre regiões do escoamento e outras vantagens (ver Bigarella [14]). A
modelagem matemática dos escoamentos aerodinâmicos aqui abordados é definida pelas equações
de Euler 2D delineadas na seção 2.5. Para obtenção das soluções numéricas, as reconstruções do
método Roe de segunda ordem [29, 65, 117] em variáveis conservadas (Cons) e primitivas (Prim)
são aplicadas. Uma malha estruturada do tipo “O” [65, 66] com 251 ×151 volumes de controle foi
adotada nas simulações. As soluções numéricas descritas abaixo foram parcialmente publicadas
em anais de eventos e periódico (ver referências [30, 103, 109]).
6.2.1 Diamante
Resultados numéricos da simulação do escoamento supersônico ao redor de um aerofólio dia-
mante [6] são aqui delineados. Os dados do modelo simulado são o choque oblíquo com ângulo
de deflecção 10
o
e número de Mach 1.5. As soluções numéricas fornecidas com a utilização dos
limitadores de fluxo TOPUS e van Albada para o ângulo do choque, cujo resultado teórico é 56.5
o
(ver [6]), são apresentadas na Tabela 6.7. Nota-se por essa tabela que a estimativa para o ângulo
do choque obtida com o TOPUS, em ambas as reconstruções, está bem próxima daqueles de van
Albada e teórico. A convergência do processo numérico usando o TOPUS é mostrada na Figura
6.29, onde pode-se ser visto que ela não é afetada por esse limitador em ambas as reconstruções
do método Roe [117].
Tabela 6.7: Comparação entre os resultados numéricos e teórico da inclinação da onda de choque
oblíqua.
Limitador Reconstrução de variáveis Inclinação da onda de choque
Conservadas 56.74
o
van Albada Primitivas 56.79
o
Conservadas 57.53
o
TOPUS Primitivas 57.04
o
Resultado teórico [6] - 56.5
o
6.2.2 RAE 2822
São apresentados agora os resultados numéricos obtidos na simulação do escoamento transô-
nico ao redor de um aerofólio RAE 2822 a Mach 0.725 e ângulo de ataque 2.310
o
[160]. A Figura
6.30a mostra a convergência do método numérico com o limitador TOPUS nas duas reconstruções
do método Roe [29, 65, 117], onde Log(Res) denota o logaritmo do resíduo calculado em cada
iteração do método. Observa-se por essa figura que o método numérico convergiu em ambas as
reconstruções. A Figura 6.30b mostra a comparação entre os resultados numéricos com TOPUS
e van Albada e o dado experimental de Slater [128] para o coeficiente de pressão (Cp), onde x/c
denota a razão entre as coordenadas dos pontos do domínio e o comprimento da corda do perfil do
6.2 Problemas Compressíveis 96
Iterações
Log(Res)
0 1000 2000 3000 4000
10
-8
10
-7
10
-6
10
-5
10
-4
10
-3
10
-2
10
-1
TOPUS- Cons
TOPUS- Prim
Figura 6.29: Convergência do método numérico na simulação do escoamento supersônico ao redor
de um aerofólio diamante.
aerofólio (x [0,c]). Vê-se nessa figura que os resultados com TOPUS e van Albada são, pratica-
mente, idênticos, e os quais estão em concordância com o experimento de Slater. As distribuições
de pressão e Mach, obtidos com o TOPUS, ao redor do aerofólio são ilustradas nas Figuras 6.31.
Os perfis de pressão, número de Mach e densidade simulados com o TOPUS nas duas re-
construções estão apresentados nas Figuras 6.32, 6.33 e 6.34, respectivamente. Em particular, os
detalhes da posição e intensidade do choque podem ser visualizados nas Figuras 6.32b, 6.33b e
6.34b. Observa-se por essas figuras que ambas as reconstruções são muito similares.
(a) (b)
Iterações
Log(Res)
10000 20000 30000 40000
-8
-7
-6
-5
-4
-3
-2
-1
0
TOPUS - Cons
TOPUS - Prim
x/c
Cp
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
-1.5
-1
-0.5
0
0.5
1
van Albada - Cons
van Albada - Prim
TOPUS - Cons
TOPUS - Prim
Experimental
Figura 6.30: Simulação do escoamento transônico ao redor do aerofólio RAE 2822: (a) análise de
convergência; (b) comparação entre os resultados numéricos e dado experimental para o coefici-
ente de pressão Cp.
6.2 Problemas Compressíveis 97
(a) Pressão (P) (b) Mach
X
Y
-0.5 0 0.5
-0.5
0
0.5
P
0.949472
0.917288
0.885105
0.852922
0.820738
0.788555
0.756372
0.724188
0.692005
0.659821
0.627638
0.595455
0.563271
0.531088
0.498905
0.466721
0.434538
0.402355
X
Y
-0.5 0 0.5
-0.5
0
0.5
MACH
1.24
1.16
1.08
1
0.92
0.84
0.76
0.68
0.6
0.52
0.44
0.36
0.28
0.2
0.12
0.04
Figura 6.31: Resultados numéricos da distribuição de pressão e Mach ao redor do aerofólio RAE
2822.
(a) (b)
X
P
-0.4 -0.2 0 0.2 0.4
0.4
0.6
0.8
1
TOPUS- Cons
TOPUS- Prim
X
P
0.1 0.15
0.4
0.6
TOPUS- Cons
TOPUS- Prim
Figura 6.32: Resultados numéricos da distribuição da pressão P: (a) ao redor do aerofólio RAE
2822; (b) detalhe da região do choque.
(a) (b)
X
Mach
-0.4 -0.2 0 0.2 0.4
0
0.2
0.4
0.6
0.8
1
1.2
TOPUS- Cons
TOPUS- Prim
X
Mach
0.05 0.1 0.15
0.8
1
1.2
TOPUS- Cons
TOPUS- Prim
Figura 6.33: Resultados numéricos da distribuição Mach: (a) ao redor do aerofólio RAE 2822; (b)
detalhe da região do choque.
6.2 Problemas Compressíveis 98
(a) (b)
Figura 6.34: Resultados numéricos da distribuição de densidade ρ: (a) ao redor do aerofólio RAE
2822; (b) detalhe da região do choque.
6.2.3 NACA 0012
Resultados numéricos obtidos com os limitadores TOPUS e van Albada para o escoamento
ao redor do aerofólio NACA 0012 [160] são mostrados nesta subseção. As simulações foram
realizadas utilizando três combinações de Mach e ângulo de ataque: Mach 0.3 com ângulo 0
o
;
Mach 0.5 com ângulo 8
o
; e Mach 0.75 com ângulo 4
o
.
Nas Figuras 6.35, 6.36 e 6.37 estão mostradas as comparações dos dados numéricos obtidos
(em variáveis primitivas e conservadas) e experimentais de Thibert et al. [143] para o coeficiente
de pressão Cp nas três combinações de Mach e ângulo de ataque descritas acima. De maneira
geral, observa-se por essas figuras que o esquema TOPUS simulou muito bem o problema, sendo
difícil dizer qual esquema forneceu o melhor resultado: se o van Albada ou se o TOPUS.
(a) Variáveis conservadas (b) Variáveis primitivas
X/C
Cp
0 0.25 0.5 0.75 1
-0.4
-0.3
-0.2
-0.1
0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
0.8
0.9
1
1.1
van Albada
TOPUS
Experimental
X/C
Cp
0 0.25 0.5 0.75 1
-0.4
-0.3
-0.2
-0.1
0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
0.8
0.9
1
1.1
van Albada
TOPUS
Experimental
Figura 6.35: Comparação entre os resultados numéricos e dado experimental para o coeficiente de
pressão Cp ao redor do aerofólio NACA 0012 a Mach 0.3 e ângulo de ataque 0
o
.
6.2 Problemas Compressíveis 99
(a) Variáveis conservadas (b) Variáveis primitivas
X/C
Cp
0 0.25 0.5 0.75 1
-4
-3
-2
-1
0
1
van Albada
TOPUS
Experimental
X/C
Cp
0 0.25 0.5 0.75 1
-4
-3
-2
-1
0
1
van Albada
TOPUS
Experimental
Figura 6.36: Comparação entre os resultados numéricos e dado experimental para o coeficiente de
pressão Cp ao redor do aerofólio NACA 0012 a Mach 0.5 e ângulo de ataque 8
o
.
(a) Variáveis conservadas (b) Variáveis primitivas
X/C
Cp
0 0.25 0.5 0.75 1
-1.5
-1
-0.5
0
0.5
1
van Albada
TOPUS
Experimental
X/C
Cp
0 0.25 0.5 0.75 1
-1.5
-1
-0.5
0
0.5
1
van Albada
TOPUS
Experimental
Figura 6.37: Comparação entre os resultados numéricos e dado experimental para o coeficiente de
pressão Cp ao redor do aerofólio NACA 0012 a Mach 0.75 e ângulo de ataque 4
o
.
6.2 Problemas Compressíveis 100
CAPÍTULO
7
Resultados Numéricos 3D e Aplicações
Para demonstrar a aplicabilidade dos esquemas “upwind” de alta resolução ALUS e TOPUS
em problemas altamente complexos, neste capítulo são apresentadas simulações numéricas , sem
modelagem da turbulência, de problemas de escoamentos incompressíveis transientes 3D com
superfícies livres móveis a vários Reynolds. O sistema de simulação “Freeflow” (versão 3D) de
Castelo et al. [20], equipado com os esquemas ALUS e TOPUS, foi utilizado para as simulações.
Quatro tipos de problemas são considerados: colapso de um bloco de fluido; ressalto hidráulico
circular; jatos oscilantes; e interação fluido-estrutura. A seguir, são apresentados os detalhes das
simulações.
7.1 Colapso de um Bloco de Fluido
Este escoamento de um colapso de um bloco de fluido sob à ação da gravidade constituem uma
versão 3D do problema 2D descrito na seção 6.1.3. Desta forma, nesta seção, pretende-se validar
o código “Freeflow-3D” equipado com as novas estratégias “upwind” denominadas de ALUS e
TOPUS. Os resultados descritos abaixo foram parcialmente publicados em anais de eventos e
periódico (ver referências [48, 112, 113]).
Para a simulação do problema, considera-se um bloco de fluido em repouso com dimensões
0.05m × 0.1m × 0.1m. As escalas envolvidas no problema são L = 0.05m e U
0
=
0.4905m/s,
de maneira que o número de Reynolds é Re = 9.91 × 10
4
. Uma malha de 150 × 50 × 75 (δx =
δy = δz = 0.0 02m) células computacionais foi usada. A Figura 7.1 mostra a solução numérica
do colapso, em quatro tempos, obtida com o esquema TOPUS, onde pode se ver a evolução do
escoamento como um todo. As distribuições de pressão obtidas com os esquemas ALUS e TOPUS
são mostradas na Figura 7.2 (caso (a) - ALUS e caso (b) - TOPUS).
A Figura 7.3 mostra o confronto entre os dados numéricos obtidos com o ADBQUICKEST,
ALUS, CUBISTA e TOPUS, e os dados experimentais de Koshizuka/Oka e Martin/Moyce [70, 87]
para a frente do fluido (x
max
) em função do tempo. As soluções numéricas são extraídas no plano
de corte y = 0.0 5m. De maneira geral, observa-se nessa figura a boa concordância entre os dados
numéricos e os dados experimentais.
101
7.1 Colapso de um Bloco de Fluido 102
0.05s 0.15s
0.10s 0.20s
Figura 7.1: Solução numérica do colapso de um bloco de fluido sob à ação da gravidade utilizando
o esquema TOPUS.
7.2 Ressalto Hidráulico Circular
Nesta seção são apresentados resultados numéricos para o ressalto hidráulico circular obtidos
com os esquemas ALUS e TOPUS incrementado no ambiente de simulação “Freeflow-3D” [20].
Esses resultados foram publicados em anais de eventos (ver [105, 112]). Ressaltos hidráulicos
são problemas que aparecem em aplicações tecnológicas (ver, por exemplo, [12]) e podem ser
observados no movimento de quidos em camadas finas (películas) sobre superfícies sólidas. Nes-
ses problemas estão presentes o transporte de energia, a transferência de massa e, sobretudo, em
analogia com as ondas de choque, a presença de uma descontinuidade no movimento. Tais peculia-
ridades mais a presença da superfície livre móvel criam sérias dificuldades no tratamento numérico
desses problemas. O conhecimento do campo de velocidade em várias regiões do escoamento é
indispensável para o bom entendimento dos fenômenos envolvidos.
Escoamentos radiais em camadas finas formam uma classe especial de películas que podem
ser observadas quando jatos circulares de fluido incidem sobre superfícies sólidas planas e imper-
meáveis. Nessas condições, os jatos espalham radialmente pelas superfícies a partir do ponto de
estagnação. Os efeitos de inércia, gravidade, viscosidade e tensão superficial governam tais proble-
mas. Segundo a literatura (veja, por exemplo, [19, 73, 141]) durante o espalhamento a espessura de
fluido decresce e, então, a uma certa distância cresce repentinamente sob à ação de um gradiente de
pressão adverso. Esse gradiente pode causar separação da película em alguma distância radial, le-
vando à formação de um fenômeno interessante conhecido como ressalto hidráulico circular. Hoje
em dia, as várias formas do ressalto hidráulico constituem excelentes problemas com superfícies
livres para validar métodos numéricos. O desafio maior tem sido simular numericamente as estru-
turas poligonais de Ellegard e seus colaboradores [38, 39]. Por exemplo, no trabalho de Ferreira et
7.2 Ressalto Hidráulico Circular 103
(a) ALUS (b) TOPUS
0.05s 0.05s
0.1s 0.10s
0.15s 0.15s
0.20s 0.20s
Figura 7.2: Distribuição da pressão calculada na simulação do colapso de um bloco de fluido
usando os esquemas ALUS e TOPUS.
7.2 Ressalto Hidráulico Circular 104
(a) ADBQUICKEST (b) ALUS
1
1.5
2
2.5
3
3.5
4
4.5
5
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5
Dado experimental de Koshizuka e Oka (1996)
Dado experimental de Martin e Moyce (1952)
ADBQUICKEST
x
max
/L
t
2g/L
1
1.5
2
2.5
3
3.5
4
4.5
5
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5
Dado experimental de Koshizuka e Oka (1996)
Dado experimental de Martin e Moyce (1952)
ALUS
x
max
/L
t
2g/L
(c) CUBISTA (d) TOPUS
1
1.5
2
2.5
3
3.5
4
4.5
5
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5
Dado experimental de Koshizuka e Oka (1996)
Dado experimental de Martin e Moyce (1952)
CUBISTA
x
max
/L
t
2g/L
1
1.5
2
2.5
3
3.5
4
4.5
5
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5
Dado experimental de Koshizuka e Oka (1996)
Dado experimental de Martin e Moyce (1952)
TOPUS
x
max
/L
t
2g/L
Figura 7.3: Comparação entre a frente principal x
max
do fluido, em função do tempo, calculada
pelas soluções numéricas e experimentais do colapso de um bloco de fluido.
7.2 Ressalto Hidráulico Circular 105
al. [45] fez-se uma tentativa de simular o fenômeno com o código “Freeflow-3D” equipado com o
esquema de primeira ordem FOU, cujo resultado está apresentado na Figura 7.4. Vê-se claramente
neste resultado que, por causa da dissipação numérica, o fenômeno não foi simulado corretamente,
isto é, ao invés de produzir um salto hidráulico circular, o código forneceu um salto hidráulico
“quadrado”.
Figura 7.4: Resultado numérico [45] fornecido pelo código “Freeflow-3D equipado o esquema
“upwind” de primeira ordem.
Com o objetivo de mostrar que o código “Freeflow-3D” atual, isto é, equipado com os esque-
mas ALUS e TOPUS, de fato simula o ressalto hidráulico circular, apresentam-se a seguir dois
casos teste:
Caso 1 - Simulação do ressalto hidráulico circular à Reynolds Re = 150: neste caso, os
seguintes dados foram empregados: dimensão do domínio computacional 0.1m × 0.1m ×
×0.02m, diâmetro do injetor 0.01m e altura do injetor 0.002m, e velocidade de injeção
0.5m/s. Na simulação desse caso são adotados uma malha de 100 × 100 × 20 (δx =
δy = δz = 0.001 m) células computacionais e tempo final de simulação t = 0.5 s. O
resultado numérico obtido na simulação do problema com o TOPUS é apresentado na Figura
7.5b. Nota-se dessa figura que o método numérico capturou o fenômeno sico presente
no escoamento, como ilustrado na Figura 7.5a. A simulação desse caso com o esquema
ALUS forneceu resultados bem próximos daqueles obtidos com o esquema TOPUS (não
mostrados).
Caso 2 - Simulação do ressalto hidráulico circular à Reynolds Re = 1.0 × 10
3
: aqui, os se-
guintes dados foram empregados: dimensão do domínio computacional 0.6m × 0.6m ×
×0.05m, diâmetro do injetor 0.05m, altura do injetor 0.001m, e velocidade de injeção
1.0m/s. Na simulação desse caso são adotados uma malha de 120 × 120 × 10 (δx = δy =
δz = 0.00 5 m) células computacionais e tempo final de simulação t = 1.5s. O resultado
numérico obtido na simulação do problema com o TOPUS é apresentado na Figura 7.6b.
Nota-se neste caso que o método numérico capturou também o fenômeno físico, como está
7.2 Ressalto Hidráulico Circular 106
ilustrado na Figura 7.6a. A simulação desse caso com o esquema ALUS forneceu também
resultados bem próximos daqueles obtidos como o esquema TOPUS (omitidos).
(a) Dado experimental [90] (b) Resultado numérico
Figura 7.5: Comparação qualitativa entre os resultados numérico e experimental do ressalto hi-
dráulico circular, Re = 150.
(a) Dado experimental [37] (b) Resultado numérico
Figura 7.6: Comparação qualitativa entre os resultados numérico e experimental do ressalto hi-
dráulico circular em regime de transição para a turbulência, Re = 1.0 × 10
3
.
7.2 Ressalto Hidráulico Circular 107
7.3 Jatos Oscilantes
Soluções numéricas das instabilidades físicas em jatos oscilantes são apresentadas nesta seção.
Estes dados numéricos foram publicados em anais de eventos (ver [105]). Instabilidades físicas
em jatos de fluido a baixos Reynolds podem ser observadas facilmente no cotidiano. Por exemplo,
o mel de abelha escorrendo de uma colher, ou ainda o creme condicionador caindo na mão no
banho diário. Esses problemas tornam-se instáveis quando o injetor situa-se a certa distância de
uma superfície sólida. Sob certas condições específicas, como foi mostrado experimentalmente por
Cruickshank [27], alguns fluidos com alto coeficiente de viscosidade afinam devido ao efeito da
tensão superficial e à presença do campo gravitacional, e ao aderirem a superfícies rígidas formam
dobras ou espirais, e, por essa razão, são denominados de jatos oscilantes. Taylor [142] foi talvez
um dos pioneiros a estudar tal fenômeno.
Para a simulação das instabilidades em jatos oscilantes, os seguintes dados foram empregados:
dimensão do domínio computacional 0.1m × 0.1m × 0.1m; diâmetro do injetor 0.01m; altura
do injetor 0.09m; e velocidade de injeção 1.0m/s. Nas simulações são utilizados os números de
Reynolds Re = 0.25 e Re = 0.50 e uma malha de 100 × 100 × 100 (δx = δy = δz = 0.001m)
células computacionais. O tempo de simulação considerado é 1 .5 s. Como pode ser observado na
Figura 7.7, as instabilidades físicas foram capturadas com sucesso para os jatos circular a Reynolds
0.25 e planar a Reynolds 0.5. Mais uma vez, isto mostra que o esquema TOPUS, embora proposto
para simular problemas a altos Reynolds, pode ser utilizado também, com sucesso, na simulação
de escoamentos a baixos Reynolds. A simulação desse problema com o esquema ALUS forneceu
resultados bem próximos daqueles obtidos como o esquema TOPUS, os quais foram omitidos.
(a) Jato circular – Re = 0.25 (b) Jato planar – Re = 0.50
Figura 7.7: Soluções numéricas para escoamentos de jatos oscilantes.
7.3 Jatos Oscilantes 108
7.4 Interação Fluido-Estrutura
Apresenta-se aqui a solução numérica [105] obtida na simulação de um problema envolvendo
a interação fluido - estrutura. Nesse problema o esquema TOPUS foi utilizado. A interação
fluido-estrutura é um tópico importante em muitos campos da engenharia hidráulica. Exemplos
incluem o estudo de ondas contra estruturas (ver [31, 52]), e a simulação de quebra de ondas por
Löhner et al. [86]. Uma situação bastante simplificada de fluido-estrutura, e útil para validar mé-
todos numéricos, é o efeito combinado da superfície livre do fluido e sua viscosidade, tal como o
choque de uma onda de superfície contra um obstáculo (ver [59, 84]). Este problema foi simulado
a Reynolds Re 5.15 × 10
5
numa malha de 170 × 70 × 70 (δx = δy = δz = 0.0 10 m) células
computacionais. A altura do obstáculo é H = 0.5m, e está situado a distância de 1m de uma
das faces da caixa. A Figura 7.8 mostra a interação de uma onda e um obstáculo após t = 1.5s.
Como se pode ver por meio desta figura, o esquema TOPUS mostrou ser útil também em proble-
mas envolvendo a interação fluido-estrutura. O esquema ALUS forneceu, praticamente, o mesmo
resultado como o apresentado pelo TOPUS.
Figura 7.8: Solução numérica do choque de uma onda contra um obstáculo rígido.
CAPÍTULO
8
Contribuições do Autor
Neste capítulo são apresentados os principais trabalhos produzidos pelo autor e seus colabora-
dores durante esta pesquisa.
8.1 Artigos Publicados e Submetidos em Periódicos
Resumo do artigo: “An assessment of a high-order finite difference upwind scheme for the
simulation of convection-diffusion problems” [48]
O artigo apresenta o estudo do desenvolvimento e aplicação do esquema QUICKEST adap-
tativo (chamado doravante ADBQUICKEST), uma versão do esquema QUICKEST de Leonard
para problemas não-estacionários, empregando discretização dos termos convectivos lineares e
não lineares. O esquema é aplicado numa ampla gama de problemas em dinâmica dos fluidos
computacional, onde os fenômenos de transporte são de interesse especial. Em particular, o de-
sempenho do esquema é investigado por meio de um estudo extensivo de simulações numéricas de
problemas envolvendo advecção-difusão. O esquema, implementado no contexto da metodologia
das diferenças finitas, combina uma boa resolução de choques (ou descontinuidades) com uma boa
aproximação de partes suaves das soluções. Para averiguar o desempenho do esquema, sete pro-
blemas testes foram considerados, a saber: (i) advecção de escalares; (ii) equação de Burgers não
linear; (iii) equações de Euler da dinâmica dos gases; (iv) escoamento newtoniano num canal; (v)
jato newtoniano com simetria radial; (vi) escoamento não newtoniano num duto; e (vii) colapso
de fluido sob à ação do campo gravitacional. Os experimentos numéricos mostram claramente
que o esquema ADBQUICKEST fornece resultados mais consistentes que aqueles encontrados na
literatura. A partir deste estudo, a flexibilidade e robustez desse esquema “upwind” de alta reso-
lução são confirmadas por demonstrando sua capacidade em resolver uma variedade de problemas
lineares e não lineares com ou sem soluções descontínuas.
109
8.1 Artigos Publicados e Submetidos em Periódicos 110
Resumo do artigo: “An upwind differencing scheme for conservation laws and related fluid
dynamics problems” [50]
O artigo mostra o desenvolvimento do esquema TOPUS, no contexto NVD/CBC/TVD e di-
ferenças finitas, para discretização dos termos convectivos lineares e não lineares presentes em
leis de conservação e problemas relacionados em dinâmica dos fluidos. Para averiguar o desem-
penho do esquema, oito problemas testes foram considerados, a saber: (i) advecção de escalares;
(ii) equação de Burgers com e sem viscosidade; (iii) equações de Euler da dinâmica dos gases;
(iv) escoamento newtoniano num canal; (v) jato newtoniano com simetria radial; (vi) colapso de
fluido sob à ação do campo gravitacional; (vii) ressalto hidráulico circular; (viii) escoamento com-
pressível ao redor de aerofólios. Os experimentos numéricos mostram claramente que o esquema
TOPUS fornece resultados mais consistentes que aqueles encontrados na literatura. Fica evidente
a partir deste estudo que esse novo esquema polinomial “upwind” de alta resolução é bastante
robusto para resolver uma variedade de problemas lineares e não lineares com ou sem choques.
Resumo do artigo: “Uma avaliação computacional de esquemas de alta resolução em proble-
mas advectivos-difusivos” [102]
No presente trabalho é apresentada uma avaliação computacional dos esquemas de alta resolu-
ção WACEB, CUBISTA e QUICKEST adaptativo em resolver problemas lineares e não lineares
de advecção-difusão. Utilizando-se a metodologia de diferenças finitas, esses esquemas são anali-
sados e implementados no contexto de variáveis normalizadas de Leonard. Para acessar o desem-
penho dos esquemas, dois problemas testes são considerados, a saber: advecção de um escalar; e o
problema de Riemann para as equações de Euler 1D. Os resultados numéricos obtidos nesses testes
mostram que os três esquemas funcionam bem, com o esquema QUICKEST adaptativo fornecendo
os melhores resultados no caso não linear. Como aplicação, o esquema QUICKEST adaptativo é
utilizado na solução numérica das equações de Burgers 1D com viscosidade e de Navier-Stokes
3D (problemas do ressalto hidráulico e jatos oscilantes).
Resumo do artigo: “A high resolution CBC/TVD upwind scheme for unsteady flows with
shock waves” [104]
O artigo apresenta o esquema de alta resolução CBC/TVD denominado TOPUS. Aplicações
em problemas envolvendo leis de conservações gerais são realizadas para acessar o desempenho
desse esquema. Em particular, a equação de Buckley-Leverett e o escoamento supersônico ao
redor do aerofólio NACA 0012 são adotados. Os resultados numéricos confirmam a robustez do
TOPUS na obtenção de solução com descontinuidades.
Resumo do artigo: “A new high resolution TVD scheme for unsteady flows with shock waves”
[109]
O artigo apresenta a formulação matemática de um novo esquema TVD de alta resolução deno-
minado TOPUS. Aplicações em problemas envolvendo escoamentos transientes com descontinui-
dades modelados pelas equações de Euler e de Burgers são realizadas para aferir seu desempenho.
Em particular, tubos de choque 1D (Sod, Shu-Osher, Toro), Burgers 1D sem viscosidade, escoa-
mento supersônico ao redor do aerofólio diamante e escoamento transônico ao redor do aerofólio
RAE 2822 foram as aplicações realizadas. Os resultados obtidos para os problemas compressíveis
usando o TOPUS mostram boa concordância com dados experimentais.
8.1 Artigos Publicados e Submetidos em Periódicos 111
8.2 Artigos Publicados em Anais de Eventos
Resumo do artigo: “Evaluation of a new TVD limiter for transonic and supersonic flows” [30]
Este artigo trata da avaliação do limitador de fluxo derivado do esquema TOPUS em simulações
de escoamentos transônicos e supersônicos. Os resultados obtidos com este limitador TVD foram
comparados com dados experimentais e soluções numéricas fornecidas pelo esquema van Albada.
Esses resultados mostramque o TOPUS consegue capturar o choque livrede oscilações e é bastante
apropriado para as simulações de escoamentos transônicos e supersônicos ao redor de aerofólios.
Resumo do artigo: “The performance of a high order upwind scheme for the numerical simu-
lation of fluid flow problems” [75]
O objetivo deste artigo é apresentar o desempenho do esquema QUICKEST adaptativo em
simulações numéricas das equações de Euler e de Navier-Stokes 2D. A metodologia de diferen-
ças finitas é usada na discretização das EDPs. Os resultados numéricos obtidos com o esquema
QUICKEST adaptativo foram comparados com aqueles obtidos com os esquemas SMART e Su-
perbee. O QUICKEST adaptativo foi o esquema que teve o melhor desempenho nos experimentos
numéricos realizados.
Resumo do artigo: Esquemas polinomiais upwind e suas aplicações em escoamentos incom-
pressíveis 3D transientes” [105]
Este artigo apresenta a aplicação dos esquemas “upwind” de terceira ordem (TOPUS com α =
0 e α = 2) em simulações de escoamentos incompressíveis 3D (jatos oscilantes, salto hidráulico,
interação fluido-estrutura). Para testar os esquemas, neste estudo, foram consideradas as equações
de advecção de um escalar e o problema de Riemann para as equações de Euler 1D. De modo geral,
nas verificações 1D ambos os esquemas forneceram soluções numéricas bastante satisfatórias e
sem oscilações. Os resultados numéricos nas aplicações 3D indicam que os fenômenos físicos a
baixos e a altos Reynolds podem ser simulados com confiança.
Resumo do artigo: “Numerical simulation of turbulent free surface flows using a combination
of a new high order upwind scheme and a realizable Reynolds stress algebraic model” [108]
Este artigo apresenta a aplicação do TOPUS, um novo esquema “upwind” de alta resolução, em
simulação de escoamentos turbulentos 2D com superfícies livres. Para estimar o tensor de tensões
de Reynolds, um modelo algébrico não linear foi implementado. A discretização das equações mé-
dias de Navier-Stokes é realizada com a metodologia de diferenças finitas numa malha deslocada.
A verificação e a validação do método numérico são realizadas considerando, respectivamente, os
escoamentos turbulentos de um jato incidindo numa superfície rígida e o colapso de um bloco de
fluido 2D. Como aplicação 2D, os problemas “sluice gate” e de um jato penetrando num fluido em
repouso são simulados. A combinação do esquema TOPUS com o modelo não linear, respectiva-
mente, para estimar o termo convectivo e tensor de tensões de Reynolds é bastante robusta para
simular escoamentos turbulentos.
Resumo do artigo: “Desenvolvimento e aplicação de esquemas upwind de terceira ordem para
transporte convectivo” [110]
Este artigo apresenta a investigação de dois esquemas “upwind” de terceira ordem (TOPUS
com α = 0 e α = 2) em simulações de problemas transientes lineares (advecção) e não linea-
res (tubo de choque). Os resultados numéricos obtidos são comparados com soluções exatas e de
8.2 Artigos Publicados em Anais de Eventos 112
referência, mostrando concordância bastante razoável entre si. Os dois esquemas tiveram desem-
penhos similares nos testes.
Resumo do artigo: Direct computation of incompressible turbulent free surface flow using a
new high order upwind scheme” [112]
Este artigo apresenta a aplicação do TOPUS em simulação direta (sem modelagem de turbu-
lência) de escoamentos turbulentos 2D/3D com superfícies livres. A discretização das equações de
Navier-Stokes é realizada com a metodologia de diferenças finitas numa malha deslocada. O mé-
todo numérico utilizado é uma adaptação da metodologia SMAC (“Simplified Marker-And-Cell”)
para simular escoamentos com superfícies livres a alto número de Reynolds. O método numérico
combinado com o TOPUS é verificado e validado, respectivamente, nos problemas de um jato
2D incidindo numa superfície impermeável e do colapso de um bloco de fluido 2D/3D. Como
aplicação, três problemas são adotados: jato 2D penetrando num fluido em repouso, “sluice gate”
2D e salto hidráulico 3D. Os resultados obtidos nos testes mostram que o TOPUS forneceu solu-
ções confiáveis quando comparadas com dados analíticos e experimentais. As soluções numéricas
obtidas nas aplicações são bastante consistentes com o fenômeno físico dos problemas simulados.
Resumo do artigo: “New high order upwind techniques for advective term discretizations”
[113]
Este artigo apresenta os esquemas ALUS e TOPUS para discretização de termos convectivos
das equações de Navier-Stokes. Para teste desses esquemas, a equação de Burgers 1D sem visco-
sidade é adotada. Como aplicação destas novas estratégias “upwind”, o problema confinado com
expansão brusca 2D (regime laminar) e o jato incidindo numa superfície rígida são simulados.
Os resultados numéricos do ALUS e TOPUS são comparados com soluções analíticas e experi-
mentais. A capacidade desses esquemas “upwind” para resolver os problemas modelados pelas
equações de Navier-Stokes 2D/3D e de Burgers inviscida 1D é confirmada neste estudo.
Resumo do artigo: “A polynomial upwind scheme for convection discretization” [114]
O objetivo deste artigo é avaliar o esquema TOPUS em simulações de problemas 1D lineares
(camada limite) e não lineares (Burgers com viscosidade, tubo de choque de Toro) dominadas por
convecção. Os resultados fornecidos durante a simulação do TOPUS são bastante consistentes com
soluções analíticas e demonstram que no mínimo segunda ordem de exatidão é alcançada para os
problemas adotados neste estudo.
Resumo do artigo: Development and implementation of polynomial scheme for the numeri-
cal solution of 1D conservation laws” [115]
O artigo apresenta o desenvolvimento e a implementação do esquema TOPUS, no contexto
de diferenças finitas e NVD/CBC/TVD, para tratamento dos termos convectivos em leis de con-
servação 1D. Esta nova estratégia polinomial “upwind” foi testada em problemas 1D modelados
pelas equações de Euler e de Navier-Stokes. Comparações com os esquemas ADBQUICKEST,
CUBISTA, SMARTER, Superbee, WACEB foram consideradas neste estudo. Os resultados forne-
cidos na simulação usando o esquema TOPUS são confiáveis quando comparados com as soluções
analíticas e de referências.
Conclusões e trabalhos futuros
Neste trabalho de mestrado foram apresentados os resultados do desenvolvimento e teste dos
esquemas “upwind” de alta resolução ALUS e TOPUS. O propósito foi controlar a difusão numé-
rica em leis de conservação 1D/2D e escoamentos de fluidos transientes 2D/3D. O desempenho,
a validação e a verificação desses novos esquemas foram analisados com respeito a vários proble-
mas teste, a saber: advecção de escalares 1D; problemas de convecção-difusão 1D; problemas de
Riemann para a equação de Euler, Burgers e águas rasas 1D; e escoamentos transônicos/supersô-
nicos 2D ao redor de aerofólios. A partir dos resultados 1D, pode-se concluir que os esquemas
ALUS e TOPUS são estratégias “upwind” robustas para capturar descontinuidades, quando com-
paradas com soluções analíticas e de referências. Destaca-se dos resultados obtidos para advecção
de escalares e transporte pelas equações de Burgers e Euler que os esquemas ALUS e TOPUS
aqui propostos são qualitativamente superiores que a muitos esquemas convectivos consagrados
na literatura. Para escoamentos sobre aerofólios, o esquema TOPUS forneceu resultados compatí-
veis com aqueles de van Albada [150] (um esquema de referência) e dados experimentais. Como
aplicações os esquemas ALUS e TOPUS foram usados na simulação de escoamentos 2D e 3D
laminares e turbulentos com superfícies livres móveis numa ampla faixa do número de Reynolds,
cujos resultados demonstraram que eles constituem ferramentas efetivas para estudar escoamentos
complexos com superfícies livres. Em particular, para a simulação do fenômeno da turbulência,
uma modelagem algébrica não linear para o tensor de Reynolds foi analisada e implementada no
sistema de simulação “Freeflow-2D”.
Em resumo, os resultados apresentados neste trabalho fornecem uma gama bastante signifi-
cativa de dados (mais precisos) de simulações numéricas utilizando-se os dois novos esquemas
CBC/TVD: ALUS e TOPUS. Isto permitirá no futuro pesquisadores comparar seus dados com os
aqui apresentados.
A pesquisa científica descrita neste texto pode ser incrementada de várias maneiras, sobretudo
no que diz respeito à combinação de esquemas de diferenças “upwind” de alta resolução e mode-
lagem da turbulência κ ε com aproximação não linear para o tensor de tensões de Reynolds. Os
aspectos mais relevantes dos temas que serão considerados na pesquisa futura incluem:
– Os esquemas ALUS e TOPUS podem ser aplicados também numas variedades de problemas
de escoamentos incompressíveis com superfícies livres móveis. Como exemplos, pode-se citar os
problemas envolvendo tensão superficial, transferência de calor, fenômenos de convecção e difusão
que ocorrem nos fluidos não-newtonianos com efeitos de elasticidade e os problemas multifásicos
(em particular gás - sólido);
O problema fundamental da precisão dos esquemas apresentados aqui em escoamentos 3D
realísticos é um assunto importante que precisa ser bem explorado. Para tanto, a simulação das
113
8.2 Artigos Publicados em Anais de Eventos 114
diferentes estruturas poligonais do salto hidráulico circular de Ellegard e colaboradores (ver [38,
39]) constitui um excelente exemplo de validação;
A captura correta do choque, isto é a ausência de pontos soluções no choque, é um tema atual
e merece ser investigado no contexto da pesquisa aqui descrita. Para tanto, pretende-se associar os
esquemas ALUS e TOPUS com a técnica RCM (“Random Choice Method”) de Glimm [56] (ver
também aplicação em [162]);
A combinação dos esquemas ALUS e TOPUS e modelagem algébrica do tensor de tensões
de Reynolds para a simulação de escoamentos turbulentos com superfícies livres é outra proposta
interessante de pesquisa para o futuro. Em relação à modelagem do tensor de Reynolds, neste
trabalho foi implementado o modelo algébrico de Shih et al. [123], pretende-se no próximo passo
implementar e aplicar os modelos não lineares de Gatski e Speziale [54] e de Girimaji [55] em
simulação de escoamentos com e sem superfícies livres;
– Um novo limitador de fluxo flexível e simétrico baseado no esquema TOPUS, cujo desenvol-
vimento é apresentado no apêndice B, será contemplado nas próximas aplicações. Destaca-se que
a simetria é uma propriedade muito desejável [10] que afeta positivamente a resolução do choque;
– A modelagem matemática dos esquemas ALUS e TOPUS no contexto NVSF (“Normalized
Variable and Space Formulation”) de Darwish e Moukalled [33] é um assunto de grande interesse
na comunidade científica em CFD, a qual merece investigação (ver a formulação desenvolvida
no apêndice C);
Implementação dos esquemas de alta resolução (ALUS, FSFL e TOPUS) desenvolvidosneste
trabalho de mestrado em outros ambientes computacionais de CFD, por exemplo, nos códigos
abertos MFIX (“Multiphase Flow with Interphase eXchanges”) [89] e OpenFOAM (“Open Field
Operation and Manipulation”) [97, 107].
Comparação do desempenho do ALUS e TOPUS com outros esquemas de alta resolução
no tocante a tempo de CPU necessário para a obtenção da solução de um problema predomi-
nantemente convectivo. Devido a simplicidade matemática do ALUS e TOPUS, espera-se que
eles sejam mais eficientes que os demais esquemas da literatura (VONOS, WACEB, CUBISTA e
ADBQUICKEST).
– O código “Freeflow” atual emprega malhas uniformes para discretizar o domínio de solução.
Um refinamento localizado da malha computacional é, então, fator essencial para uma análise mais
elaborada dos métodos aqui apresentados, quando aplicados nas vizinhanças de paredes rígidas e
camadas cizalhantes, pois é muito importante resolver com boa precisão a camada limite, uma vez
que é nela onde os gradientes elevados aparecem.
APÊNDICE
A
Demonstração da Propriedade TVD para
o TOPUS com α = 2
Neste apêndice apresenta-se a demonstração que o esquema TOPUS formulado em (3.9) com
α = 2, isto é,
ˆ
φ
f
=
2
ˆ
φ
4
U
3
ˆ
φ
3
U
+ 2
ˆ
φ
U
,
ˆ
φ
U
[0, 1],
ˆ
φ
U
,
ˆ
φ
U
/ [0, 1],
(A.1)
satisfaz a propriedade TVD de Harten [61]. Para que um esquema convectivo tenha essa proprie-
dade, no contexto NV, ele deve satisfazer as seguintes restrições (ver Figura 3.3a):
ˆ
φ
f
[
ˆ
φ
U
, 2
ˆ
φ
U
] e
ˆ
φ
f
(−∞, 1], para
ˆ
φ
U
[0, 1],
ˆ
φ
f
=
ˆ
φ
U
, para
ˆ
φ
U
/ [0, 1].
(A.2)
Vê-se claramente de (A.1) que o esquema assume
ˆ
φ
f
=
ˆ
φ
U
para
ˆ
φ
U
/ [0, 1] .
Agora, deve-se mostrar que o esquema (A.1) satisfaz as outras 3 (três) restrições TVD:
1.
ˆ
φ
f
ˆ
φ
U
para 0
ˆ
φ
U
1.
Dem. Seja h =
ˆ
φ
f
ˆ
φ
U
. Substituindo (A.1) em h obtém-se h = 2
ˆ
φ
4
U
3
ˆ
φ
3
U
+
ˆ
φ
U
.
Agora, deve ser provado que h 0 para 0
ˆ
φ
U
1. De fato, pois as raízes de h são
1
2
,
0 e 1 (multiplicidade 2), e com o estudo do sinal de h conclui-se que h 0 para 0
ˆ
φ
U
1;
115
Apêndice A Demonstração da Propriedade TVD para o TOPUS com α = 2. 116
2.
ˆ
φ
f
2
ˆ
φ
U
para 0
ˆ
φ
U
0.5.
Dem. Seja g =
ˆ
φ
f
2
ˆ
φ
U
. Então g = 2
ˆ
φ
4
U
3
ˆ
φ
3
U
. Agora, deve ser provado que g 0
para 0
ˆ
φ
U
0.5 . As raízes reais de g são 0 (multiplicidade 3) e 1.5. Segue da análise do
sinal de g que g 0 para 0
ˆ
φ
U
1.5. Em particular, g 0 para 0
ˆ
φ
U
0.5;
3.
ˆ
φ
f
1 para 0.5
ˆ
φ
U
1.
Dem. Seja p =
ˆ
φ
f
1. Então p = 2
ˆ
φ
4
U
3
ˆ
φ
3
U
+ 2
ˆ
φ
U
1. Deve ser provado que p 0 para
0.5
ˆ
φ
U
1. As raízes de p são z
1
= 0.6647417705 0.40112 72789i (i é a unidade ima-
ginária), z
2
=
z
1
, 1 e -0.8294835411. Sabe-se que os polinômios trocam de sinal somente
em seus zeros reais. Portanto, p 0 para 0.8294835411
ˆ
φ
U
1. Em particular, p 0
para 0.5
ˆ
φ
U
1.
Em suma, das demonstrações acima, conclui-se que o esquema TOPUS em (A.1) é TVD.
APÊNDICE
B
Limitador de Fluxo Flexível e Simétrico
Baseado no Esquema TOPUS
Neste apêndice é apresentado um novo limitador de fluxo flexível e simétrico baseado no es-
quema TOPUS, tal limitador nomeado por FSFL (“Flexible and Symmetric Flux Limiter”) é mais
uma contribuição deste trabalho de mestrado. A justificativa para desenvolvê-lo é o fato do es-
quema TOPUS não apresentar esta desejável propriedade de simetria [10], que matematicamente
corresponde a
ψ(r
f
)
r
f
= ψ
1
r
f
. (B.1)
Baseando-se no limitador TOPUS em (3.17), a formulação geral do FSFL é dada por
ψ(r
f
) =
ar
3
f
+br
2
f
+cr
f
(1+r
f
)
3
, r
f
0,
0, r
f
< 0,
(B.2)
em que os parâmetros a, b e c devem ser determinados. Para tanto, impõem-se as condições: (i)
ψ(1) = 1 (para garantir, no mínimo, segunda ordem de exatidão), (ii) a = β (variável livre - torna
o limitador de fluxo flexível) e (iii) a propriedade de simetria em (B.1). Com a aplicação dessas
três condições em (B.2), o limitador resultante é
ψ(r
f
) =
βr
3
f
+(82β)r
2
f
+βr
f
(1+r
f
)
3
, r
f
0,
0, r
f
< 0,
(B.3)
em que β [0, 2]. Esta faixa de valores de β é estabelecida através de duas restrições que ψ(r
f
)
deve respeitar para que o limitador seja TVD (ver Figura B.1), são elas:
ψ(r
f
) 0, para r
f
0 ,
ψ
(r
f
) 2, para r
f
tendendo a 0 (princípio de monotonicidade de Sweby [139]).
(B.4)
117
Apêndice B Limitador de Fluxo Flexível e Simétrico Baseado no Esquema TOPUS. 118
Figura B.1: Curvas características do limitador FSFL na região TVD de Sweby [139].
Da mesma forma que o limitador TOPUS, o limitador FSFL pode ser reescrito por
ψ(r
f
) = max
0,
0.5 [|r
f
| + r
f
) (βr
2
f
+ (8 2β)r
f
+ β]
(1 + |r
f
|)
3
.
Substituindo (B.3) em (3.11), deriva-se um esquema polinomial “upwind” em NV
ˆ
φ
f
=
(2β + 4)
ˆ
φ
4
U
+ (4β 8)
ˆ
φ
3
U
+
5β+8
2
ˆ
φ
2
U
+
β+2
2
ˆ
φ
U
,
ˆ
φ
U
[0, 1],
ˆ
φ
U
,
ˆ
φ
U
/ [0, 1].
(B.5)
APÊNDICE
C
Formulação Espacial e Variável
Normalizada dos Esquemas ALUS e
TOPUS
Neste apêndice são apresentados os esquemas ALUS e TOPUS no contexto da metodologia
NVSF de Darwish e Moukalled [33] para malhas não uniformes. Essa metodologia amplia a apli-
cabilidade da abordagem NVF de Leonard [80] para domínios discretizados não uniformemente.
A metodologia NVSF possui a variável normalizada
ˆ
φ da NVF definida em (3.1) e acrescenta
ˆx =
x x
R
x
D
x
R
, (C.1)
em que x
D
e x
R
são, respectivamente, as localizações dos pontos “Downstream” e “Upstream” da
malha em relação a origem (veja referência [33] para mais detalhes).
Esquema TOPUS
O esquema TOPUS no intervalo [x
R
, x
D
] é definido por
φ = a
4
x
4
+ a
3
x
3
+ a
2
x
2
+ a
1
x, (C.2)
sujeito a:
φ = φ
R
, para x = x
R
,
φ = φ
D
, para x = x
D
,
φ = φ
U
, para x = x
U
.
(C.3)
Aplicando as restrições (C.3) em (C.2) e normalizando as variáveis com as definições (3.1) e
(C.1), resulta-se o modelo NVSF do TOPUS
ˆ
φ
f
=
α
ˆ
φ
4
U
+ a
3
ˆ
φ
3
U
+ a
2
ˆ
φ
2
U
+ a
1
ˆ
φ
U
, α [2, 2],
ˆ
φ
U
[0, 1],
ˆ
φ
U
,
ˆ
φ
U
/ [0, 1],
(C.4)
119
Apêndice C Formulação Espacial e Variável Normalizada dos Esquemas ALUS e TOPUS. 120
em que
a
1
=
αˆx
6
U
+ 2αˆx
5
U
+ (1 α)ˆx
4
U
3ˆx
f
ˆx
2
U
+ ˆx
f
(ˆx
f
+ 1 ) ˆx
U
ˆx
2
U
(ˆx
U
1)
2
, (C.5)
a
2
=
αˆx
6
U
3αˆx
4
U
+ 2 (α 1)ˆx
3
U
+ 3ˆx
f
ˆx
2
U
+ ˆx
f
(1 ˆx
f
) ˆx
U
ˆx
2
f
ˆx
2
U
(ˆx
U
1)
2
, (C.6)
a
3
=
2αˆx
5
U
+ 3αˆx
4
U
+ (1 α)ˆx
2
U
+ ˆx
f
(ˆx
f
2ˆx
U
)
ˆx
2
U
(ˆx
U
1)
2
, (C.7)
ˆx
f
é o valor normalizado da distância entre a face f do volume de controle e a origem.
Esquema ALUS
Darwish e Moukalled [33] reformula vários esquemas de alta resolução ( SMART [53], MIN-
MOD [61], MUSCL (“Monotonic Upwind Scheme for Conservation Laws”) [151] e outros). Fica
claro dessas reformulações (em especial a do MUSCL), que
ˆ
φ
f
= 2
ˆ
φ
U
em NVSF é dado por
ˆ
φ
f
=
2ˆx
f
ˆx
U
ˆx
U
ˆ
φ
U
. (C.8)
Considerando a formulação NVF do ALUS em (3.24), a equação (C.8) e as definições (3.1) e
(C.1), a reformulação resultante do esquema ALUS para malhas não uniformes é
ˆ
φ
f
=
2ˆx
f
ˆx
U
ˆx
U
ˆ
φ
U
,
ˆ
φ
U
[0,λ
a
],
c
1
ˆ
φ
U
+ c
2
,
ˆ
φ
U
(λ
a
,1],
ˆ
φ
U
,
ˆ
φ
U
/ [0, 1],
(C.9)
em que
λ
a
=
1 |θ|
3 |θ|
, (C.10)
c
1
=
ˆx
U
+ (1 |θ|) (ˆx
U
ˆx
f
)
ˆx
U
, (C.11)
c
2
=
(1 |θ|) (ˆx
f
ˆx
U
)
ˆx
U
. (C.12)
APÊNDICE
D
Limitador TOPUS para a simulação de
escoamentos aerodinâmicos
compressíveis
Neste apêndice é apresentado o limitador TOPUS TVD (caso α = 2)
ψ(r
f
) =
(r
f
+ |r
f
|) (3r
f
+ 1 )
(|r
f
| + 1)
3
formulado para simulação de escoamentos aerodinâmicos compressíveis (por exemplo, esco-
amentos ao redor de aerofólios). Esse limitador, no contexto apresentado por Bigarella [14] (dis-
cretização por volumes finitos e r
f
= num
±
/den), é reescrito por [30, 103, 109]
Ψ(num
±
, den) =
(|num
±
|den + num
±
|den|) (3num
±
den + den
2
+ ǫ
LIM
)
den(|den| + |num
±
|)
3
+ ǫ
LIM
, (D.1)
em que ǫ
LIM
é um parâmetro de controle do limitador (constante); num
±
e den são determinados,
respectivamente, por
num
±
= ˆq
±
i
q
i
, (D.2)
den = (q
i
)
k
q
i
. (D.3)
Nas equações (D.2) e (D.3), têm-se
q(x, y, z) = q
i
+ q
i
.
r , (D.4)
em que (x, y, z) são as coordenadas de um ponto genérico da i-ésima célula, q
i
é o valor discreto
da propriedade q na i-ésima célula, e
r denota a distância do centróide da célula ao ponto de
coordenadas (x, y, z). Para mais detalhes sobre (D.2), (D.3) e (D.4), veja a tese de Bigarella [14].
Neste trabalho, simulações de escoamentos ao redor de aerofólios com o limitador (D.1) foram
realizadas (ver seção 6.2). Para tanto, inicialmente, foi estudada a influência do parâmetro de
121
Apêndice D Limitador TOPUS para a simulação de escoamentos aerodinâmicos compressíveis.122
controle ǫ
LIM
na convergência do método numérico de Roe de segunda ordem [29, 65, 117].
Foram testados ǫ
LIM
com os valores 10
1
, 10
2
, 10
4
, 10
6
, 10
8
e 1 0
10
. Nesses testes ocorreu
convergência do método numérico, com exceção para ǫ
LIM
= 10
10
(ver referência [30]) . Vale
mencionar que foi escolhido ǫ
LIM
= 10
8
para o limitador TOPUS nas simulações de escoamentos
compressíveis descritas neste trabalho.
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