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UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO – ESCOLA DE MINAS
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL
Estudo de Cobertura para Grandes Vãos
utilizando Perfis Tubulares
FLÁVIA MACEDO FURTINI
ORIENTADOR: Prof. Dr. Luiz Fernando Loureiro Ribeiro
Dissertação apresentada ao Programa de
Pós-Graduação do Departamento de
Engenharia Civil da Escola de Minas da
Universidade Federal de Ouro Preto,
como parte integrante dos requisitos para
obtenção do título de Mestre em
Engenharia Civil, área de concentração:
Construção Metálica.
Ouro Preto, Setembro de 2005.
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II
Catalogação:
sisbin@sisbin.ufop.br
F992e Furtini, Flávia Macedo.
Estudo de cobertura para grandes vãos utilizando perfis tubulares [manuscrito]. /
Flávia Macedo Furtini. - 2005.
xviii, 204f.: il. color.; tabs.
Orientador: Prof. Luiz Fernando Loureiro Ribeiro.
Área de concentração: Construção Metálica.
Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal de Ouro Preto. Escola
de Minas. Departamento de Engenharia Civil. Programa de Pós Graduação
em Engenharia Civil.
1. Cobertura (Engenharia) - Teses. 2. Cobertura metálica - Teses.
3. Engenharia de estruturas - Teses. 4. Projetos de engenharia -
Teses
I.Universidade Federal de Ouro Preto. Escola de Minas.
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III
Aos meus pais, José Geraldo e
Maria do Carmo.
IV
AGRADECIMENTOS
A Deus pela vida, por iluminar sempre o meu caminho;
Aos meus pais José Geraldo e Maria do Carmo, meus exemplos de vida e incentivo;
aos meus irmãos Andréa e Cristiano pela amizade, companheirismo e alegria em
todos os momentos;
À minha família, pela força e carinho; à família Muniz por todo o apoio e acolhimento;
Às minhas queridas Cristiane e Betina, amigas, parceiras e sócias para a vida toda.
À Renata, Domênica e Kneipp, amigos verdadeiros em tão pouco tempo. Obrigada por
todos os momentos juntos;
Aos meus colegas de mestrado, em especial a Kátia, Paulo, Ana Amélia, Ana Carolina
e Flávio pela amizade e alegria tão constante neste período;
Ao Vinicius pela grande amizade e apoio;
A
o meu orientador Luiz Fernando Loureiro Ribeiro pela confiança e colaboração no
desenvolvimento deste trabalho;
A
o departamento de Engenharia Civil da UFOP; aos funcionários da Escola de Minas,
em especial a Róvia; aos professores, em especial ao Henor, Ernani, Arlene,
Christianne e Ricardo;
À Vallourec & Mannesmann do Brasil, pela oportunidade, apoio e financiamento deste
trabalho, em especial aos engenheiros Maurício Dario Filho e Renato Branco;
Ao Afonso Henrique Mascarenhas de Araújo, pela contribuição profissional e pessoal
imensa, pela amizade, preocupação, cuidado. Pelas longas horas de conversa e
discussões sobre engenharia, arquitetura e vida;
À
Engineering, em especial ao David Fratel, Marcelo Hermann e Carlos Britto. Às
Empresas BRAFER Construções Metálicas S.A., Açotubo, CompLaser e Techneaço;
À Universidade Estadual de Campinas;
E ao Cereno, meu presente maior, minha melhor surpresa, muito obrigada por fazer
parte da minha vida.
V
RESUMO
A racionalização dos métodos construtivos, aliada ao desenvolvimento e utilização
freqüentes de elementos pré-fabricados, vem contribuindo para um crescente
processo de industrialização nas construções. Neste sentido, a flexibilidade gerada
pelo espaço projetado é considerada um importante canal para a viabilização deste
processo de construir que, além de opções de arranjo interno, permite também
diversas associações dos materiais construtivos.
A flexibilidade está diretamente relacionada à dimensão dos vãos livres internos que
os espaços oferecem. Assim, as estruturas de cobertura para grandes vãos m
destacando-se no sistema construtivo atual, por permitir espaços amplos e adaptáveis
a quaisquer segmentos de mercado, absorvendo suas utilizações e necessidades,
sejam elas mutáveis ou não.
O presente trabalho tem por finalidade relatar o processo de desenvolvimento de um
sistema estrutural de cobertura para grandes vãos em perfis tubulares sem costura,
diferenciado dos demais existentes por se tratar um sistema industrializado.
Características pertencentes ao conceito de industrialização como padronização e o
controle de qualidade no processo e produto acabam por diferenciar o sistema no
mercado nacional.
Considera-se ainda que o sistema de cobertura industrializado constitui um meio
eficaz de divulgação e aperfeiçoamento dos processos de manufatura do perfil tubular.
Ao longo do trabalho são apresentadas as etapas do desenvolvimento do sistema,
desde as diretrizes para viabilizar a concepção e modulação das peças até os
procedimentos para fabricação de um protótipo experimental. Ao final do trabalho, são
mostrados alguns exemplos em que o sistema estrutura proposto é utilizado.
Palavras chave: perfil tubular, cobertura, grandes vãos, projeto.
VI
ABSTRACT
The rationalization of the constructive methods, allied to the frequent development and
use of pre-manufactured elements, contributes for an increasing process of
industrialization in the civil construction. Flexible building spaces are considered one
important key in this context since they allow different alternatives of association
between the constructive materials and its usability is directly proportional to the free
span offered. Thus, large span roofs become distinguished in the current constructive
systems by allowing ample and adaptable areas, meeting the requirements of a flexible
construction.
The present work describes the phases involved in the design of a large span roof
structure using seamless tubular steel profiles. The studied structure differentiates of
the existing ones since it is an industrialized product. Its characteristics such as
standardization and quality control are inherent to the industrialization concept and
consequently one can get a better product being distinguished in the Brazilian civil
construction.
T
he stages of conception of the system since the modulation study until the
manufacture procedures are described. In addition, at the end of this work, some
examples using the structural system are presented.
Keywords: Hollow sections, large span roof, steel design.
VII
SUMÁRIO
Lista de Figuras X
Lista de Tabelas XVII
Lista de Abreviaturas XVIII
Capítulo 1 - Introdução
1.1 - Considerações Iniciais 1
1.2 - Objetivos 2
1.3 - Metodologia 3
1.4 - Estrutura da dissertação 3
Capítulo 2 – Coberturas para Grandes Vãos
2.1 - Introdução 5
2.2 - Breve panorama histórico da origem dos grandes vãos 8
2.2.1 - Considerações Iniciais 8
2.2.2 - Início do Século XX Até os Dias Atuais 18
2.2.2.1 - Considerações gerais 18
2.2.2.2 - Modelos estruturais 25
2.3 - Edifícios industriais 34
2.3.1 - Sistemas de Cobertura Pré-Fabricada 35
2.3.1.1 – Mercado 37
Capítulo 3 – Elementos Construtivos
3.1 – Introdução 40
3.2 - Sistema de vedação 41
3.2.1 - Telhas metálicas em aço 41
3.2.2- Telhas translúcidas 45
3.3 - Sistema portante 46
3.3.1 - Vigas Secundárias ou Terças 46
3.3.2 - Contraventamentos 50
VIII
3.3.3 - Vigas Principais 51
3.3.3.1 - Vigas principais em alma cheia 51
3.3.3.2 - Vigas principais em armações (treliçadas) 52
3.4 - Sistema complementar 53
3.4.1 - Ventilação 53
3.4.2 - Mantas Para Isolamento Térmico 56
3.4.3 - Sistema de Captação de Água Pluvial 57
3.4.4 - Passarelas 58
Capítulo 4 – Diretrizes de Projeto
4.1 - Diretrizes para a modulação 60
4.2 - Parâmetros de classificação 62
4.2.1 - Parâmetros Arquitetônicos 62
4.2.2 - Parâmetros Estruturais 67
4.2.3 - Parâmetros Comerciais 75
4.3 – Diretrizes para o cálculo estrutural 78
4.3.1 - Premissas de cálculo 79
4.3.2 - Desenvolvimento do sistema estrutural 79
4.3.2.1 - Carregamentos e Combinações 80
4.3.2.1.1 - Ações 80
4.3.2.1.2 - Método dos estados limites 84
4.3.2.1.3 - Determinação das ações 86
4.3.2.1.4 - Determinação dos carregamentos 88
4.3.2.1.5 - Determinação das combinações 89
4.3.2.2 - Análise e Dimensionamento da Estrutura 90
4.3.2.2.1 - Generalidades 90
4.3.2.2.2 - Análise numérica 91
4.3.2.2.3 - Comportamento das ligações 91
4.3.2.3 – Detalhamento do Projeto 97
Capítulo 5 – Sistema Padrão V&M do Brasil
5.1 - Introdução
99
5.2 - Características gerais 100
5.3 - Descrição do sistema 105
5.3.1 - Vigas Principais 106
5.3.2 - Vigas Secundárias 108
5.3.3 - Correntes 111
IX
5.3.4 - Contraventamentos 112
5.3.5 - Pilaretes 115
5.3.6 - Ligações 116
5.3.7 - Particularidades do Sistema 118
5.4 - Aspectos arquitetônicos 121
5.4.1 - Sistema de Coleta de Água Pluvial 121
5.4.2 - Sistemas de Iluminação 122
5.4.3 - Sistemas de Ventilação 124
Capítulo 6 – Protótipo
6.1 - Introdução 125
6.2 - Arquitetura 126
6.2.1 - Características Gerais 126
6.2.2 - Sistemas de Fechamento 127
6.3 - Estrutura 135
7.3.1 - Características Gerais 135
7.3.2 - Sistema de Estabilidade da Estrutura 138
7.3.3 - Fundação 138
7.3.4 - Mezanino 139
6.4 - Fabricação 140
6.5 - Montagem 147
6.6 - Análise experimental 152
Capítulo 7 – Ensaios
7.1 - Sugestões de aplicações do sistema 154
7.1.1 – Ginásio de esportes 154
7.1.2 – Unidade escolar – Refeitório / área de convívio 157
7.1.3 – Espaço Multiuso 158
7.1.4 – Terminal Rodoviário 160
Capítulo 8 – Considerações finais
8.1 - Comentários relativos ao presente trabalho 163
8.2 - Sugestões para trabalhos futuros 65
Referências Bibliográficas
167
Anexo I
174
X
LISTA DE FIGURAS
Capítulo 2
Figura 2.1: Coliseu de Roma. Concepção artística mostrando o velarium que
protegia os espectadores.
8
Figura 2.2: Domus em concreto, Panteão - Roma 8
Figura 2.3: Palácio de Cristal, Londres. Projeto: Joseph Paxton. 10
Figura 2.4: Projeto conceitual de um salão por Viollet-le-Duc, 1863. 11
Figura 2.5: Projeto conceitual para um salão de reuniões por Viollet-le-Duc.
1863
12
Figura 2.6: Estação St. Pancras, Londres. Projeto: William Henry Barlow. 13
Figura 2.7: Estação St. Pancras, Londres. Corte Transversal. 13
Figura 2.8: Galeria das Máquinas, 1889. Projeto: Victor Contamin e Ferdinand
Dutert.
14
Figura 2.9: Galeria das Máquinas. Detalhe da Estrutura. 14
Figura 2.10: Galeria das Máquinas. Elevação Interna. 14
Figura 2.11: Iron Bridge Coalbrookdale – Vista da Ponte. 15
Figura 2.12: Ponte Conway, Inglaterra. Seção transversal. 16
Figura 2.13: Ponte Conway, Inglaterra. Vista aérea. 16
Figura 2.14: Ponte Conway, Inglaterra. 16
Figura 2.15: Ponte Firth of Forth em construção, Escócia. Projeto: John Fowler,
Benjamin Baker.
17
Figura 2.16: Ponte Firth of Forth, Escócia. 17
Figura 2.17: Ponte Firth of Forth. Detalhe. 17
Figura 2.18: Fábrica George N. Pierce. Projeto: Albert Kahn. 19
Figura 2.19: Fábrica George N. Pierce. Vista interna. 19
Figura 2.20: Fábrica de produtos químicos. Projeto: H. Poelzig. 20
Figura 2.21: Fábrica Fargus. Projeto: Walter Gropius e Meyer. 20
Figura 2.22: Fábrica de Turbinas da AEG, Berlin. Projeto: Peter Behrens. 21
Figura 2.23: Fábrica padronizada da Companhia Austin, Cleveland, EUA. 22
Figura 2.24: Hangar em treliça espacial, para a Força Aérea norte-americana. 23
XI
Figura 2.25: Sistema Mero. 23
Figura 2.26: Sistema Mero 23
Figura 2.27: Formas básicas para pavilhões de grandes vãos. A: Pavilhão
Extrudado. B: Estruturas Especiais.
24
Figura 2.28: Centro de Artes Visuais Sainsbury, Inglaterra 1978. Pavilhão
Extrudado.
24
Figura 2.29: Centro de Artes Visuais Sainsbury. Isométrica. 24
Figura 2.30: Palácio do Trabalho de Turim, Itália, 1961. (a) Planta. (b) Vista. 25
Figura 2.31: Edifício Berliner Bogen, Hamburgo, Alemanha 2002. 26
Figura 2.32: Exemplos de grelhas. 27
Figura 2.33: Pórticos (a) Simples Deslocáveis, (b) Simples Indeslocáveis,
c) Múltiplo deslocável e d) Múltiplo Indeslocável.
28
Figura 2.34: Efeito de 2a ordem. 28
Figura 2.35: Alguns contraventamentos utilizados em pórticos: a) Travamento
em “X”; b) Travamento em “K”; c)Travamento em “Y”.
28
Figura 2.36: Contraventamento em a) “X” e b) “Y”, executados com perfis
tubulares no galpão da Açotubo em Guarulhos, São Paulo.
29
Figura 2.37: Aeroporto de Stansted, Inglaterra, 1991. Projeto: Sir Norman
Foster.
29
Figura 2.38: Casca de dupla curvatura. (a) Módulo básico. (b) Associação dos
módulos.
30
Figura 2.39: Aeroporto Internacional de Denver, 1994. 30
Figura 2.40: Aeroporto Internacional de Denver, 1994. Vista Interna. 31
Figura 2.41: Igreja Batista em Fortaleza. 31
Figura 2.42: Esquema de estruturas pneumáticas. 32
Figura 2.43: Aplicações da treliça plana no edifício sede da V&M do Brasil, em
Belo Horizonte, MG.
33
Figura 2.44: Aplicações da treliça espacial. Centro de Eventos Expominas, em
Belo Horizonte, MG
33
Figura 2.45: Estrutura de cobertura em viga treliçada plana pré-fabricada.
Concessionária de veículos em Belo Horizonte, MG.
36
Figura 2.46: Comparação entre a permeabilidade visual do perfil tubular de
seção circular e outros tipos de seção.
37
Figura 2.47: Estado de conservação da cobertura em treliça, realizada com
cantoneiras e perfis tipo caixão.
37
Figura 2.48: Esquema de modulação do sistema. 39
Figura 2.49: Sistema de Cobertura do Hipermercado Extra, BH, MG. 39
Capítulo 3
Figura 3.1: Perfis usuais em telhas 42
XII
Figura 3.2: Telhas metálicas 42
Figura 3.3: Fixação das telhas na estrutura. 43
Figura 3.4: Seqüência de montagem das telhas metálicas. 43
Figura 3.5: Processo de zipagem da telha. 44
Figura 3.6: Perfilação da chapa in loco. 44
Figura 3.7: Cobertura em telha zipada. 44
Figura 3.8: Exemplos de detalhes para a fixação das telhas. 44
Figura 3.9: Exemplos de telhas isotérmicas. 45
Figura 3.10: Iluminação zenital. Galpão da Açotubo, Guarulhos/SP. 46
Figura 3.11: Terças treliçadas de seção transversal triangular. 47
Figura 3.12: Estrutura biapoiada. 48
Figura 3.13: “Joists” em treliça, com apoios na viga principal. Sistema de
Cobertura do Hipermercado Extra, BH. - MG.
48
Figura 3.14: Estruturas contínuas, onde a continuidade se dá pela adição de
mãos francesas ou união das cordas.
48
Figura 3.15: Estruturas Engastadas. 48
Figura 3.16: Cordas paralelas. 48
Figura 3.17: Corda superior Inclinada. 49
Figura 3.18: Cordas arqueadas. 49
Figura 3.19: Tipo de perfis utilizados nos banzos. 49
Figura 3.20: Tipo de perfis utilizados nas diagonais e montantes. 49
Figura 3.21: Ligação dos tirantes em terças de perfil aberto. 50
Figura 3.22: Contraventamentos horizontais em estruturas tubulares. Sede da
Açotubo em Guarulhos, SP.
51
Figura 3.23: Viga em alma cheia com seção transversal “I”, altura variável. 51
Figura 3.24: Viga de seção composta. 52
Figura 3.25: Tipos de seções utilizadas em treliças. 53
Figura 3.26: Sistema de ventilação natural, efeito “chaminé”. 54
Figura 3.27: Tipo de lanternim curvo. 55
Figura 3.28: Exemplos de aberturas para a entrada de ar. 55
Figura 3.29: Manta em lã de vidro. 56
Figura 3.30: Lâmina de alumínio. 56
Figura 3.31: Exemplos de seções de calhas. 58
Figura 3.32: Passarela metálica em chapa expandida sobre cobertura. 58
Figura 3.33: Tipos de materiais empregados nas passarelas. 59
XIII
Figura 3.34: Estados avançados de corrosão em passarelas metálicas. 59
Capítulo 4
Figura 4.1: Centros de distribuição. 63
Figura 4.2: Módulo típico e módulo típico com plataforma para embarque e
desembarque.
63
Figura 4.3: Distribuição das vagas no estacionamento (Terças com vãos de
15m).
65
Figura 4.4: Distribuição das vagas no estacionamento (Terças com vãos de
16m).
65
Figura 4.5: Esquema para telha biapoiada. 66
Figura 4.6: Esquema para telha contínua. 67
Figura 4.7: Deformações em vigas biapoiadas e pórticos. 70
Figura 4.8: Restrições ao uso de pilares metálicos em estrutura de apoio da
cobertura metálica.
71
Figura 4.9: Pontos positivos que levam à aquisição de um sistema de cobertura
metálica.
76
Figura 4.10: Pontos negativos que não levam à aquisição de um sistema de
cobertura metálica.
76
Figura 4.11: Variações da força normal com o tempo. 87
Figura 4.12: Superposição das ações. 87
Figura 4.13: Colapso na chapa. 92
Figura 4.14: Colapso na solda. 92
Figura 4.15: Fratura lamelar na face superior do tubo. 92
Figura 4.16: Puncionamento por cisalhamento na face superior do tubo. 92
Figura 4.17: Colapso na parede lateral do banzo. 92
Figura 4.18: Modos de colapso em ligações soldadas nos perfis tubulares de
seção circular.
94
Figura 4.19: Exemplos de ligações diretas entre perfis tubulares de seção
circular.
95
Figura 4.20: Ligação com chapa de gusset. Montagem de estrutura em perfil
tubular na Fábrica da Brafer, Araucária/PR.
96
Figura 4.21: Ligação entre flanges. 97
Figura 4.22: Reforço do nó na treliça tubular. 98
Capítulo 5
Figura 5.1: Utilização dos perfis tubulares em grandes coberturas: Vantagens e
desvantagens.
100
XIV
Figura 5.2: Nó de treliça espacial. Detalhe da cobertura do Centro de Eventos
Expominas, em Belo Horizonte, MG
101
Figura 5.3: Comparação entre os tipos de treliças mais usuais, quanto à
quantidade de peças.
102
Figura 5.4: “Gap” da terça. 103
Figura 5.5: “Gap” da treliça principal. 103
Figura 5.6: Ligação direta entre tubos através do corte “boca de lobo”. Fábrica
Açotubo - SP
103
Figura 5.7: Procedimento usual para a execução manual do corte “Boca de
Lobo”.
104
Figura 5.8: Quadradora de tubos – V&M do Brasil, Belo Horizonte – MG. 105
Figura 5.9: Sistema perfilador cabeça turca – V&M do Brasil, BH - MG. 105
Figura 5.10: Detalhamento da viga padrão principal. 107
Figura 5.11: Viga treliçada central de 10 metros. 107
Figura 5.12: Viga treliçada principal. 108
Figura 5.13: Chapas de ligação soldadas no pilar, detalhe de fixação das terças.
108
Figura 5.14: Elevação da terça de 7,5m. 109
Figura 5.15: Elevação da terça completa de 15m. 109
Figura 5.16: Esquema de forças em uma treliça simples. 110
Figura 5.17: Fixação das terças pelo banzo inferior. 111
Figura 5.18: Fixação dos tirantes flexíveis nos banzos das terças. 112
Figura 5.19: Contraventamento no plano do banzo superior, para estrutura
composta por dois módulos.
113
Figura 5.20: Contraventamento no plano do banzo inferior. 114
Figura 5.21: Detalhe da ligação A. 114
Figura 5.22: Pilarete para uso em pilares metálicos. 115
Figura 5.23: Pilarete para uso em pilares de concreto. 116
Figura 5.24: Ligações entre as peças e entre os elementos estruturais.
Montagem da estrutura na empresa Brafer.
117
Figura 5.25: Ligação soldada entre as peças. Montagem da estrutura na
Empresa Brafer.
117
Figura 5.26: Chapa circular de ligação entre os banzos d
a viga principal e chapa
de ligação da diagonal da terça. Empresa Brafer.
117
Figura 5.27: Rasgo na extremidade da peça para ligação com chapa de gusset.
118
Figura 5.28: Ligação com chapa de gusset. 118
Figura 5.29: Tipos de pilaretes no sistema padrão. 118
Figura 5.30: Pilarete de extremidade. 119
Figura 5.31: Posicionamento das terças. 119
XV
Figura 5.32: Platibanda em concreto. 120
Figura 5.33: Detalhe para calha externa. 122
Figura 5.34: Iluminação zenital. 123
Figura 5.35: Detalhe iluminação zenital. 123
Figura 5.36: Sistema de ventilação natural. 124
Capítulo 6
Figura 6.1: Local de implantação do protótipo. 126
Figura 6.2: Implantação do laboratório. 127
Figura 6.3: Perspectiva esquemática da implantação. 127
Figura 6.4: Esquema do encaixe dos painéis metálicos. 128
Figura 6.5: Disposição dos pilares no projeto do protótipo. 129
Figura 6.6: Pilar auxiliar – 1
a
opção. 130
Figura 6.7: Pilar auxiliar – 2
a
opção. 131
Figura 6.8: Detalhe da fixação dos painéis no pilar tipo 1. 132
Figura 6.9: Detalhe da fixação dos painéis no pilar tipo 2. 132
Figura 6.10: Interface do painel com o pilar. 133
Figura 6.11: Elevação conjunto pilar / alvenaria, sede da Açotubo, Guarulhos. 134
Figura 6.12: Detalhe da conexão entre o pilar tubular de seção circular e a
alvenaria.
134
Figura 6.13: Sistema de fixação da telha zipada. 134
Figura 6.14: Planta de cobertura do protótipo – Banzo superior. 135
Figura 6.15: Vigas principais e terças. 136
Figura 6.16: Apoio da estrutura de cobertura. 137
Figura 6.17: Posicionamento dos tubulões e das estacas. 138
Figura 6.18: Detalhe do baldrame. 139
Figura 6.19: Viga mista com laje pré-moldada. 140
Figura 6.20: Tipos de cortes realizados pela máquina a laser. 141
Figura 6.21: Corte para encaixe tipo “boca-de-lobo” em diagonal da terça. 142
Figura 6.22: Máquina de corte a plasma. 143
Figura 6.23: Tipos de corte da máquina a plasma. 143
Figura 6.24: Exemplos de cortes efetuados pela máquina a plasma. Empresa
Açotubo
144
XVI
Figura 6.25: Solda ponteada na pré-montagem. 146
Figura 6.26: Elevação Viga padrão Principal. 146
Figura 6.27: Solda de penetração total. 146
Figura 6.28: Seqüência de montagem do conjunto viga principal / pilarete. 148
Figura 6.29: Montagem viga principal. 148
Figura 6.30: Sentido de montagem. 148
Figura 6.31: Início da primeira etapa da montagem. 149
Figura 6.32: Montagem das terças. 150
Figura 6.33: Travamento das terças. 151
Figura 6.34: Fixação das correntes. 151
Figura 6.35: Detalhe da montagem do contraventamento. 151
Figura 6.36: Ajustes finais das ligações das mãos francesas. 152
Capítulo 7
Figura 7.1: Ginásio de esportes tipo 1. 155
Figura 7.2: Elevações do ginásio de esportes tipo 1. 155
Figura 7.3: Ginásio de esportes tipo 5. 156
Figura 7.4: Elevações do ginásio de esportes tipo 5. 156
Figura 7.5: Perspectiva geral da implantação. 158
Figura 7.6: Vistas da estrutura. 158
Figura 7.7: Perspectivas espaço multiuso. 159
Figura 7.8: Estudo para terminal rodoviário – planta. 160
Figura 7.9: Dimensões e módulos usados. 161
Figura 7.10: Perspectiva do acesso principal. 161
Figura 7.11: Perspectiva geral do terminal rodoviário. 162
Figura 7.12: Elevações Frontal e Posterior do terminal rodoviário. 162
XVII
LISTA DE TABELAS
Capítulo 2
Tabela 2.1: Fábricas com capacidade acima de 10000 t / ano. 38
Capítulo 4
Tabela 4.1: Vantagens e desvantagens na utilização de pilares metálicos ou
em concreto.
70
Tabela 4.2: Dimensões padrão no transporte ferroviário. 77
Tabela 4.3: Dimensões padrão no transporte rodoviário. 77
Capítulo 6
Tabela 6.1: Especificação técnica da máquina a laser. 142
Tabela 6.2: Especificação técnica da máquina a plasma. 144
XVIII
LISTA DE ABREVIATURAS
AP
Água pluvial
ASTM
American Society for Testing and Materials
CAD
Computer Aided Design
CAE
Computer Aided Engineering
CAM
Computer Aided Manufacture
CBCA
Centro Brasileiro da Construção em Aço
CNC
Computer Numeric Control
FEC
Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo
IBGE
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
INMETRO
Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial
MITERP
Manual de implantação de terminais rodoviários de passageiros
SAE
Society of Automotive Engineers
UNICAMP
Universidade Estadual de Campinas
UFOP
Universidade Federal de Ouro Preto
V&M
Vallourec & Mannesmann
VMJ
Vallourec & Mannesmann Joist
VP
Viga Principal
CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO
1.1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
A engenharia de edificações no Brasil vem acompanhando as inovações tecnológicas
mundiais em quase todos os seus aspectos. As novas tecnologias ganham cada vez
mais espaço no contexto técnico nacional, cujo desenvolvimento gera um impacto
significativo na execução das obras.
C
om a introdução no mercado de novos sistemas pré-fabricados e a racionalização
dos métodos construtivos, percebe-se que o desenvolvimento da industrialização nas
construções é crescente. Neste sentido, os espaços denominados flexíveis tornaram-
se um importante canal para a concretização desta forma de construir, que
permitem diversas possibilidades de união entre os vários materiais existentes.
A partir desta contextualização, as estruturas de cobertura para grandes vãos vêm
destacando-se entre os elementos construtivos, por permitir espaços amplos e
adaptáveis a quaisquer segmentos de mercado, absorvendo suas utilizações e
necessidades, sejam elas mutáveis ou não.
No entanto, observa-se que no mercado nacional, é escassa a oferta de soluções para
sistemas de coberturas industrializadas, conhecidas comercialmente como pré-
engenhadas. A maioria das empresas fornecedoras de sistemas de cobertura para
grandes vãos desenvolve projetos exclusivos para cada edificação construída, o que
reduz a produtividade do setor de engenharia e do processo fabril (devido à não
CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO
2
padronização do seu produto), aumentando o prazo de entrega em obra e gerando
maiores custos no contexto global.
C
onsidera-se ainda que atualmente, o sistema construtivo baseia-se na maneira de
associação dos elementos, principalmente no setor industrial e comércio, o que
viabiliza a adoção de materiais pré-fabricados industrializados, de forma a agilizar o
empreendimento e o retorno dos investimentos realizados.
1.2. OBJETIVOS
Em função dos parâmetros mencionados, esta dissertação de mestrado tem por
finalidade relatar o processo de desenvolvimento de um projeto de estruturas de
cobertura para grandes vãos em perfis tubulares sem costura, concebido pela
Vallourec & Mannesmann do Brasil (V&M). Através deste processo, procurou-se
documentar e participar das fases de concepção do sistema, de modo a estabelecer-
se um completo painel de todas as considerações e etapas necessárias para a
obtenção de um produto industrializado economicamente viável e de fácil
adaptabilidade a diferentes finalidades.
Ao longo do desenvolvimento deste trabalho buscou-se envolver todos os aspectos a
serem considerados em um espaço configurado por estas estruturas, a partir da
conceituação dos parâmetros básicos para a modulação do sistema e das diretrizes
para os projetos e detalhamento das peças e conexões. Incluiu ainda a relação dos
diversos elementos que estabelecem a interface com a estrutura a ser concebida, bem
como dos procedimentos e recomendações relativos ao seu bom desempenho.
A utilização de perfis tubulares estruturais sem costura na área da engenharia de
edificações no país é relativamente recente, foi introduzido no mercado pela Vallourec
& Mannesmann Tubes do Brasil em 2000. Desta forma, além de suprir a carência e
possibilitar a divulgação deste tipo de perfil em um mercado em ascensão, o
desenvolvimento de um sistema industrializado em perfil tubular tem por finalidade
introduzir melhorias nos processos de projeto (principalmente detalhamento de
ligações) e fabricação das peças, através da padronização requerida neste tipo de
sistema.
CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO
3
1.3. METODOLOGIA
Para o desenvolvimento do trabalho, inicialmente realizou-se uma ampla pesquisa
bibliográfica em dissertações, teses, periódicos e publicações especializadas, no
intuito de ampliar os conhecimentos acerca dos perfis tubulares, dos processos de
projeto que envolvem este tipo de perfil e dos procedimentos e equipamentos
existentes para a sua manufatura. Verificou-se também a situação atual dos sistemas
construtivos para grandes vãos no mercado brasileiro, além dos diversos materiais
pré-fabricados e industrializados existentes.
Durante todo o período de desenvolvimento, manteve-se o contato direto com as
empresas V&M do Brasil, Engipar SP e Unicamp, responsáveis pela concepção do
sistema, o que possibilitou a coleta de dados relativos à estrutura e elementos
construtivos complementares, bem como participar de forma mais efetiva neste
processo de concepção. É importante citar que este processo foi extremamente
dinâmico e envolveu diversos profissionais relacionados ao tema entre fabricantes,
gerenciadores, arquitetos e engenheiros, tornando-o completo em todos os sentidos.
A etapa seguinte refere-se ao processo de fabricação do sistema estrutural V&M,
posteriormente montado no campus da Unicamp em Campinas/SP, para a realização
de análise experimental. Além de visitas às fábricas responsáveis pela manufatura das
peças e elementos estruturais tubulares do protótipo, realizou-se o acompanhamento
dos procedimentos de montagem, preparo e efetivação dos ensaios.
A partir das informações e observações coletadas procedeu-se à fase final de
organização dos dados e redação da dissertação.
1.4. ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO
Este trabalho está organizado em oito capítulos e um anexo.
No capítulo II são apresentadas considerações a respeito do termo “grandes vãos”, a
partir do conceito de flexibilização dos espaços e dos edifícios. Trata-se da introdução
ao termo, a partir do panorama histórico das edificações de grandes vãos com início
na revolução industrial.
O capítulo III destina-se a relacionar os elementos construtivos que compõem os
sistemas de cobertura, agrupados em conjuntos de acordo com as semelhanças no
comportamento e com o caminho natural dos carregamentos.
CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO
4
O capítulo IV aborda as diretrizes adotadas para a definição da modulação do sistema
estrutural de cobertura V&M, agrupadas e classificadas neste trabalho como
arquitetônicos, estruturais e comerciais. Apresentam-se também as diretrizes e
métodos adotados na análise numérica de sistemas estruturais em geral, bem como
parâmetros para o dimensionamento e configuração de ligações entre perfis tubulares.
A descrição do sistema V&M e de seus elementos é apresentada no capítulo V,
destacando-se as justificativas da configuração adotada e os sistemas construtivos
complementares à cobertura.
N
o capítulo VI faz-se o relato de etapas referentes ao desenvolvimento do protótipo,
desde aspectos do projeto arquitetônico até aos procedimentos de fabricação e
montagem.
O capítulo VII apresenta sugestões de aplicação da estrutura de cobertura como forma
de se comprovar as possibilidades do sistema.
As considerações finais do trabalho são apresentadas no capítulo VIII.
O anexo I relaciona os roteiros dos questionários previstos para serem aplicados com
os fabricantes, gerenciadores, clientes e projetistas em estruturas metálicas de
cobertura para grandes vãos.
CAPÍTULO 2
COBERTURAS PARA GRANDES VÃOS
2.1. INTRODUÇÃO
No campo das construções metálicas, é freqüente a utilização do termo grandes
vãos” como uma das possibilidades e vantagens das estruturas fabricadas em aço se
comparadas aos demais materiais. Entretanto, o que é um grande vão?
O significado, bastante conhecido deste termo, é aquele que se resume a grandes
espaços entre os apoios. A estrutura metálica favorece as edificações em que maiores
distâncias entre apoios são necessárias, bem como pilares e vigas com seções
transversais reduzidas, devido à maior resistência do material aos esforços a que são
submetidos.
O questionamento ao significado do termo surge quando se conclui que os grandes
espaços não são somente necessários para acomodação de elementos ou conjunto
de elementos de grande porte, ou ainda para transpor grandes obstáculos. Um terceiro
conceito do tema, o qual é o objetivo deste trabalho, é a flexibilização dos espaços
construídos.
Segundo DORFMAN (2001), uma das principais tendências no desenvolvimento das
técnicas de edificação ao longo do século XX foi a contínua busca pela flexibilidade,
nos processos construtivos e nos edifícios produzidos. Esta tendência acentuou-se a
partir da segunda metade do século, em que a velocidade das mudanças na economia
e na forma de vida da sociedade urbana exigiu edificações e técnicas de produção
CAPÍTULO 2 – COBERTURAS PARA GRANDES VÃOS
6
diferenciadas e instáveis.
O conceito de flexibilidade no contexto das edificações é definido então pela
capacidade de estruturas construídas, equipamentos, materiais e processos
construtivos em atender a exigências, circunstâncias de produção e utilização
mutáveis, sem variações significativas na quantidade de recursos necessários à sua
produção ou utilização.
Os edifícios e/ou técnicas construtivas que não se adaptarem a essas novas
exigências e condições de uso tendem à obsolescência, que pode ser entendida como
uma perda dos recursos investidos em seu desenvolvimento.
DORFMAN (2001) defende ainda que a condição de um espaço construído em acolher
diferentes funções, fluxos de pessoas e objetos em variadas formas de organização,
bem como a possibilidade de alterar tais formas de organização ao longo do tempo é
inversamente proporcional à densidade de obstáculos físicos irremovíveis que fazem
parte deste espaço. Em outras palavras, ao se considerar um edifício como elemento
destinado a abrigar um número de pessoas e suas determinadas funções, a sua
flexibilidade é diretamente proporcional à dimensão dos vãos livres que seus espaços
internos oferecem.
Desta forma, uma segunda abordagem para o conceito de flexibilidade do espaço
construído seria a flexibilização nas relações entre os elementos construtivos que
compõem uma edificação, em particular aqueles pré-fabricados e industrializados.
Para o entendimento destes termos, recorre-se à definição de industrialização e pré-
fabricação.
O termo industrialização está associado aos conceitos de organização e repetição. A
organização é definida como planejamento da produção, o que inclui a pesquisa sobre
o produto a ser fabricado para a sua industrialização, controle, comercialização e
distribuição. Nesse sentido, a fase de projeto é essencial e insubstituível e não deve
ser considerada isolada das demais etapas (BRUNA 2002).
A repetição, a princípio, ocorre através da reprodução de modelos por meio de moldes
e prensas, representando o conceito de produção em série. Pode caracterizar
também, através da introdução de mecanismos de automação, uma constante
interação de modelos operativos com diversos conteúdos de informação,
possibilitando a variedade dos objetos produzidos.
CAPÍTULO 2 – COBERTURAS PARA GRANDES VÃOS
7
Segundo OLIVERI apud BRUNA (2002), o termo pré-fabricação é definido como a
fabricação industrial fora do canteiro, de partes das construções capazes de serem
utilizadas mediante posteriores ações de montagem. A pré-fabricação de um elemento
construtivo da edificação pode ser considerada uma fase de industrialização e não
está necessariamente associada à produção em série. Um elemento pode ser
produzido em uma quantidade qualquer, com um fim específico e não ser considerado
como uma produção industrial. Pode-se dizer que o que vem ocorrendo na construção
civil atual é a união de vários elementos construtivos pré-fabricados, resultando em
uma montagem na obra.
A industrialização de elementos construtivos destinados ao mercado atualmente é
conhecida por industrialização aberta ou ciclo aberto. Este surgiu em oposição ao ciclo
fechado, que consistia em sistemas construtivos cujos diferentes componentes, sendo
desenvolvidos e produzidos por uma única empresa, não eram intercambiáveis ou
compatíveis com os componentes de outros sistemas. Ou seja, as empresas pré-
fabricavam os elementos construtivos em função do próprio consumo (DORFMAN,
2001). O fracasso da aplicação destes princípios ocorreu por diversos motivos, entre
os quais um dos mais apontados foi a pouca adaptabilidade a condições variáveis de
produção e de comercialização, ou seja, pouca flexibilidade.
Assim, os elementos produzidos no contexto de ciclo aberto possibilitam combinações
entre si em uma grande variedade de modos, gerando diversos tipos de edificações.
São definidos como industrialização de catálogo, pois obriga o fabricante a estabelecer
um catálogo e possivelmente um estoque, contendo as características dos elementos
como resistência, peso, dimensões e tolerâncias de fabricação (BRUNA, 2002).
Para tal, deve-se estabelecer alguns critérios universais, um acordo dimensional e
qualitativo daquilo que se pretende produzir e que sejam aceitos por todos os
profissionais envolvidos no processo. Desta necessidade, surge o conceito de
Coordenação Modular, cujo objetivo é organizar as dimensões das construções, de
maneira a reduzir a variedade de tamanhos dos componentes produzidos e possibilitar
a utilização em campo sem modificações ou cortes. Este conceito é abordado de
forma generalizada no capítulo 4.
A partir dessas premissas, um sistema construtivo atual concentra-se nas relações
entre os elementos, ou seja, na maneira de associar os diversos materiais em variadas
possibilidades, de forma a produzir uma melhor arquitetura, mais flexível e capacitada
CAPÍTULO 2 – COBERTURAS PARA GRANDES VÃOS
8
a adequar-se à complexidade da vida social urbana contemporânea.
2.2. BREVE PANORAMA HISTÓRICO DA ORIGEM DOS GRANDES VÃOS
2.2.1. Considerações iniciais
A história da arquitetura privilegiou certas edificações pela inovação e
sensacionalismo causados. As estruturas de grandes vãos, que de acordo com SILVA
(1986) representavam uma prova evidente da audácia e da inteligência humana, foram
elementos imprescindíveis, balizadores de uma nova arquitetura.
Alguns fatos marcaram a evolução destes sistemas no período entre as primeiras
tentativas de realizá-las até o início do século XIX. Exemplo destas ocorrências é a
enorme cobertura em toldo, denominada Velarium, que protegia os expectadores no
Coliseu (figura 2.1) ou o domo maciço em concreto (figura 2.2), de 43 m de diâmetro
sobre o Panteão em Roma.
Figura 2.1: Coliseu de Roma. Concepção artística
mostrando o velarium que protegia os
espectadores.
Fonte: FILEY apud ESTÉVEZ, 2002.
Figura 2.2: Domus em concreto, Panteão –
Roma.
Fonte: http://www.hostgold.com.br Acesso
em agosto 2005.
Entretanto, é a partir do início da Revolução Industrial, por volta da metade do século
XVIII, que surgem os primeiros avanços significativos relativos às técnicas de
edificação, que viabilizariam a construção de edifícios em que o conceito de
flexibilidade estivesse desenvolvido. Estes avanços ocorreram devido à possibilidade
de utilização das estruturas em ferro e aço nas edificações, capazes de permitir a
CAPÍTULO 2 – COBERTURAS PARA GRANDES VÃOS
9
execução de edifícios dotados de grandes coberturas, livres de apoios ou de
quaisquer outros obstáculos físicos fixos (DORFMAN, 2001).
Na realidade, o ferro (juntamente com o vidro), era considerado um material
construtivo muitos séculos, mas foi considerado novo a partir do momento em que
os progressos industriais permitiram sua produção em grande quantidade e
estenderam a sua aplicação à maioria dos edifícios. Até então, o ferro havia sido
utilizado como elemento complementar (um reforço), como tirantes ou anéis de ligação
entre pedras nas construções (BRUNA, 2002).
De acordo com SILVA (1986), o surgimento do ferro como novo material de
construção foi considerado na época como uma conquista tecnológica notável e,
simultaneamente às técnicas para a produção do ferro, desenvolveram-se também os
processos de elaboração e conformação desse material.
Esta nova forma de construir surgiu em tipologias como fábricas, estações ferroviárias
e pavilhões de exposição, em que as novidades dos respectivos programas decorriam
das imposições da era industrial. Segundo RAJA (1993), não seria na arquitetura
monumental e nem na arquitetura privada, ambas tradicionalistas, que o ferro
contribuiria com as soluções estruturais mais puras e simples.
Em meados do século XVIII, apesar do pequeno desenvolvimento da industria do ferro
naquele momento, este material era utilizado nas fábricas de algodão em pilares e
vigas de cobertura, de forma a atender a preocupações relativas à segurança dos
elementos estruturais, antes constituídos de madeira.
As características do ferro fundido, quando comparadas às da madeira, mostraram-se
favoráveis devido à relação entre peso próprio e dimensões das peças e os vãos
vencidos (DORFMAN, 2001). Além do mais, a escassez de madeira que assolava a
Europa desde o início do século XVIII favorecia a competitividade econômica do ferro
fundido. O avanço técnico-industrial e dos transportes permitia que os elementos feitos
desse material chegassem aos canteiros de obra a custos unitários decrescentes.
Surgiu, então, um conjunto de fatores favoráveis ao uso do ferro fundido nas
edificações, o que beneficiou a evolução da execução de edificações funcionalmente
mais flexíveis, devido ao progressivo aumento de estruturas com vãos livres
economicamente e tecnicamente viáveis.
Um aspecto indissociável da difusão de sistemas metálicos na execução de grandes
CAPÍTULO 2 – COBERTURAS PARA GRANDES VÃOS
10
vãos de cobertura foi a consolidação do conceito da estrutura portante, independente
das paredes internas e das fachadas das construções. Até o começo do século XIX,
as paredes externas das edificações eram muito espessas, pois funcionavam como
uma alvenaria autoportante e ocupavam uma parte significativa do pavimento térreo.
Conforme a altura dos edifícios aumentava, as paredes poderiam ficar extremamente
espessas nesse pavimento, o que diminuía a sua área útil e inviabilizava a construção
de outros andares.
O Palácio de Cristal, de 1851 (figura 2.3), surge como um majestoso exemplo desta
nova forma de arquitetura, que surpreendeu pela grandiosidade do espaço interno
criado. Não somente graças à dimensão dos vãos, mas também pelo uso abundante
do vidro e reduzida seção dos perfis de ferro fundido. A arquitetura do ferro, segundo
SILVA (1986), tinha um esqueleto que poderia ser fechado com qualquer material e,
com isso, o espaço ganhou fluidez, foi inundado pela luz solar e libertou-se das
grossas muralhas. Pela segunda vez na história da arquitetura (a primeira na
arquitetura gótica), a rigidez do espaço interno era quebrada.
Figura 2.3: Palácio de Cristal, Londres. Projeto: Joseph Paxton.
Fonte: http://www.buffalogardens.com Acesso em agosto 2005.
Segundo BRUNA (2002), foram as grandes coberturas para as estações ferroviárias e
CAPÍTULO 2 – COBERTURAS PARA GRANDES VÃOS
11
pavilhões de exposição industriais que revelaram toda a potencialidade da pré-
fabricação como um método construtivo e responsável pela crescente relação entre
arquitetura e indústria. Neste ponto, o Palácio de Cristal representava uma síntese de
componentes estudados separadamente e coordenados entre si por uma rede
modular. O espaço resultante da somatória de elementos padronizados e
industrializados era o produto perfeito da tecnologia empregada.
O arquiteto francês Eugene - Emmanuel Viollet-le-Duc, grande historiador e defensor
do uso do ferro na arquitetura, propôs a combinação de estruturas em ferro com as
alvenarias nas abóbadas e cúpulas, para permitir a ampliação dos vãos e separação
dos elementos estruturais do fechamento da edificação (ESTÉVEZ, 2002). Em um de
seus trabalhos conceituais, Viollet-le-Duc projetou um salão octogonal para 3.000
assentos, com 42 m de vão livre, montado dentro de uma caixa estrutural de alvenaria.
Observa-se (figura 2.4) que os tradicionais pilares em alvenaria, suportes das cúpulas
construídas com o mesmo material, foram substituídos por elementos inclinados de
perfil tubular em ferro fundido. Essas peças, comprimidas, direcionavam os esforços
para consoles nas paredes externas.
Figura 2.4: Projeto conceitual de um salão por Viollet-le-Duc, 1863.
Fonte: VIOLLET-LE-DUC apud ESTÉVEZ, 2002.
CAPÍTULO 2 – COBERTURAS PARA GRANDES VÃOS
12
Em um outro trabalho também conceitual, Viollet-le-Duc desenvolveu um projeto para
um salão de reuniões situado no segundo pavimento de um prédio, dotado de galeria
e mercado em seu térreo. As vigas principais eram feitas de ferro, bem como os
pilares de perfil tubular. Estes eram agrupados aos pares, em formato de “V”, de
maneira a suportar o pavimento superior (figura 2.5).
Figura 2.5: Projeto conceitual para um salão de reuniões por Viollet-le-Duc. 1863
Fonte: VIOLLET-LE-DUC apud ESTÉVEZ, 2002.
No caso das estações ferroviárias, abrigar as plataformas de espera para os usuários
e as locomotivas a vapor requeriam coberturas amplas, especialmente nas conexões
importantes e finais de linha (ESTÉVEZ, 2002).
Um exemplo é a cobertura arqueada da Estação St. Pancras em Londres (figuras 2.6
e 2.7), que teve a sua construção finalizada 1868 e permanece em funcionamento até
os dias de hoje. Com um vão de 73m de largura por 209m de comprimento e
posicionada a 30m de altura, era a maior cobertura permanente realizada, até o
surgimento da Galeria das Máquinas em Paris, em 1889.
Segundo ESTÉVEZ (2002), as vigas treliçadas de ferro batido que suportam o telhado,
cada uma delas pesando 55 toneladas, possuem 1,80m de largura, espaçadas a cada
8,90m e apóiam-se em diversos pilares situados nos porões da estação, locais
antigamente destinados ao estoque de cerveja. Como a maioria da carga transportada
pela linha era constituída por barris de cerveja, a distância entre os pilares foi
estabelecida de acordo com o tamanho destes barris.
As estruturas de cobertura de grande parte dos terminais ferroviários do século XIX
foram construídas com vigas treliçadas planas. Inicialmente, eram fabricadas em ferro
ou madeira e, a partir da segunda metade do século XIX, passaram a ser executadas
CAPÍTULO 2 – COBERTURAS PARA GRANDES VÃOS
13
também em aço.
Figura 2.6: Estação St. Pancras, Londres. Projeto: William Henry Barlow.
Fonte: http://www.greatbuildings.com/buildings/S._Pancras_Station.html
Acesso em agosto de 2005.
Figura 2.7: Estação St. Pancras, Londres. Corte Transversal.
Fonte: ESTÉVEZ, 2002.
A Galeria das Máquinas (figura 2.8), construída em 1889 para a Feira Mundial de
Paris, representa todo o conhecimento adquirido pelos projetistas ao longo do século
XIX em relação aos princípios estruturais e materiais e excedeu, em tamanho, tudo o
que havia sido construído. A edificação possuía um vão livre de 115m, suportado por
vinte vigas treliçadas distribuídas ao longo dos 420m da edificação, com sua cobertura
posicionada a uma altura de 46m. De acordo com ESTÉVEZ (2002), esta galeria
constituiu-se em uma das primeiras grandes estruturas construídas em ferro (figuras
2.9 e 2.10), composta de arcos treliçados tri-rotulados.
CAPÍTULO 2 – COBERTURAS PARA GRANDES VÃOS
14
Figura 2.8: Galeria das Máquinas, 1889. Projeto: Victor Contamin e Ferdinand Dutert
Fonte: PHILLIPS apud ESTÉVEZ, 2002.
Figura 2.9: Galeria das Máquinas. Detalhe da Estrutura.
Fonte: GÖSSEL apud ESTÉVEZ, 2002.
Figura 2.10: Galeria das Máquinas. Elevação Interna.
Fonte: PEVSNER apud ESTÉVEZ, 2002.
CAPÍTULO 2 – COBERTURAS PARA GRANDES VÃOS
15
A galeria era dotada, internamente, de grandes plataformas móveis, similares à pontes
rolantes, que se deslocavam ao longo do prédio. O público era posicionado sobre
estas plataformas móveis de forma a possibilitar um ângulo de visão privilegiado das
diversas máquinas em exibição. A edificação possuía todo o seu fechamento em vidro,
o que permitia a permeabilidade do olhar de seu interior e exterior.
O desenvolvimento de projetos para pontes contribuiu bastante com o
aperfeiçoamento das técnicas para ampliação dos vãos. Em razão da necessidade em
se transpor grandes áreas, a engenharia teve de se desenvolver rapidamente no que
se refere às teorias de cálculo estrutural e aos processos construtivos, como a
pesquisa e os ensaios de materiais, o detalhamento das ligações e as técnicas de
montagem (EEKHOUT 1996).
Em meados do século XVIII, na Inglaterra, as chapas em ferro eram laminadas
tendo sido fabricados, em 1761, os primeiros trilhos de ferro fundido para as estradas
de ferro (COSTA apud GERKEN 2003). Em 1779, a construção da ponte conhecida
como Iron Bridge, em Coalbrookdale na Inglaterra, cujo comprimento do vão era de
30m, marcou o início da utilização de grandes peças em ferro fundido como elementos
estruturais das edificações. O arco era formado pela união de dois semi-arcos
fundidos, repetidos cinco vezes, como pode ser observado na figura 2.11.
Figura 2.11: Iron Bridge Coalbrookdale – Vista da Ponte
Fonte: www.pbs.org/wgbh/buildingbig/wonder/structure/iron.html
Acesso em agosto 2005.
Em 1849, na construção da Ponte Conway, na Inglaterra, utilizou-se uma seção
transversal do tipo tubular pela primeira vez como elemento estrutural horizontal,
CAPÍTULO 2 – COBERTURAS PARA GRANDES VÃOS
16
segundo EEKHOUT (1996). A ponte foi construída com uma viga caixão de seção
transversal retangular, como um túnel sobre um vão livre de 140m (figuras 2.12. 2.13 e
2.14). Embora a resistência das vigas de seção tubular já fosse reconhecida, as
investigações científicas mais extensas sobre a resistência do material em relação à
área da seção transversal foram concluídas apenas no século XIX, que o uso dos
perfis tubulares foi, desde o princípio, predominante em elementos verticais.
Figura 2.12: Ponte Conway, Inglaterra.
Seção transversal.
Fonte: EEKHOUT,1996.
Figura 2.13: Ponte Conway, Inglaterra. Vista
aérea. Fonte: GERKEN, 2003.
Figura 2.14: Ponte Conway, Inglaterra.
Fonte: http://www.archinform.net/projekte/4917. Acesso em agosto 2005.
A construção da Ponte Conway significou um grande avanço no conhecimento da
resistência das estruturas. As questões estudadas experimentalmente para a sua
execução envolveram não as análises de rigidez e de resistência, mas também de
estabilidade geral da ponte em estruturas tubulares, a resistência de chapas de ferro e
dos vários tipos de juntas rebitadas (EEKHOUT,1996).
CAPÍTULO 2 – COBERTURAS PARA GRANDES VÃOS
17
Os fabricantes de estrutura, na época, realizaram diversos testes para obter a melhor
seção em perfis de ferro forjado laminado, na busca por uma viga economicamente
mais interessante quanto à relação resistência-peso. As experiências levaram ao
desenvolvimento gradual das estruturas com seções tubulares, inicialmente retangular,
que era composta por cantoneiras interligadas por rebites. Evoluiu-se, então, para
tubos estruturais circulares laminados.
A construção da Ponte Firth of Forth, entre 1883 e 1889, marca o início da utilização
de perfis tubulares circulares desenvolvidos para atender à transposição de grandes
vãos e a possibilitar o acesso de trens de carga às mais longínquas distâncias (figura
2.15). A ponte, com os de 500m, foi projetada sob a condição de aparentar total
robustez, que estava substituindo a Tay Bridge, destruída pela ação do vento. A
estrutura foi praticamente toda feita em chapas de aço laminado e os elementos
tubulares comprimidos tinham 3,7m de diâmetro (figuras 2.16 e 2.17).
Figura 2.15: Ponte Firth of Forth em construção, Escócia. Projeto: John Fowler, Benjamin
Baker. Fonte: http://www.pbs.org/wgbh/buildingbig/wonder/structure/firth_of_forth.
Acesso agosto 2005.
Figura 2.16: Ponte Firth of Forth, Escócia.
Fonte: EEKHOUT, 1996.
Figura 2.17: Ponte Firth of Forth. Detalhe.
Fonte: EEKHOUT, 1996.
CAPÍTULO 2 – COBERTURAS PARA GRANDES VÃOS
18
A obra apresenta as treliças espaciais em balanço, constituídas por perfis tubulares de
seção transversal circular, como uma inovação no emprego de elementos tubulares
com funções estruturais. Essas treliças eram confeccionadas em chapas planas
laminadas e calandradas, conectadas através de rebites.
Em relação às edificações, segundo ESTÉVEZ (2002), surgiram importantes
mudanças na matriz energética na passagem do século XIX para o século XX. Desde
o início da revolução industrial, as máquinas eram movidas a vapor, cuja energia era
transmitida por correias. Assim, devido ao peso dessas máquinas, as edificações onde
estavam localizadas possuíam apenas um pavimento. Com a popularização da
eletricidade e a invenção do elevador, somando-se às possibilidades adquiridas com a
estrutura metálica, uma nova produção arquitetônica foi alcançada. Os edifícios altos,
construídos inicialmente em Nova York, tornaram-se posteriormente uma solução para
a reconstrução do centro da cidade de Chicago, atingido por um grande incêndio em
1871 (COSTA, 2004).
Segundo DORFMAN (2001), a multiplicação de arranha-céus ocorrida em Chicago foi
uma comprovação de que a verticalização não teria sido possível, em termos técnicos
e econômicos, se a sustentação daqueles edifícios dependesse de suas paredes
internas e externas. A liberação destas paredes da função portante foi um passo
importante para a flexibilização funcional dos edifícios.
Este fato ficaria claramente expresso no conceito de “planta - livre”, de Le Corbusier,
que em 1927 a defendia como resultado direto da independência entre estruturas e
vedações, possibilitando maior diversidade dos espaços internos, bem como mais
flexibilidade na sua articulação. De acordo com DORFMAN (2001), Corbusier criou na
década de 20 do culo XX, um conceito para designar algo que vinha sendo posto
em prática desde o século XIX.
2.2.2. Início do século XX até os dias atuais
2.2.2.1. Considerações gerais
A partir do século XX, o domínio de vários modelos estruturais e técnicas de
construção permitiu usos diferenciados para as coberturas de grandes vãos. Novas
idéias surgiram e tecnologias foram desenvolvidas decorrentes da aplicação destes
sistemas, de forma a facilitar a utilização e possibilitar uma melhoria na flexibilização
dos espaços.
CAPÍTULO 2 – COBERTURAS PARA GRANDES VÃOS
19
Apresenta-se, a seguir, um breve panorama de algumas edificações construídas ao
longo do século passado, bem como as respectivas contribuições para o
desenvolvimento dos sistemas de grandes vãos. Procurou-se por exemplares que
fossem condizentes com o tema proposto, já que são inúmeras as tipologias e
sistemas estruturais destinadas a este fim. Buscou-se por vestígios na história que
apresentem, de certa forma, o desenvolvimento dos recursos criados pela arquitetura
e engenharia para melhor aproveitamento dos espaços.
A arquitetura das fábricas no século XX teve como ponto de partida as inovações
implementadas pelo projeto da Fábrica de Automóveis de George N. Pierce nos
Estados Unidos, em 1906 (figura 2.18).
A fábrica era composta de três edifícios principais, todos originários de um módulo
estrutural comum. Este módulo permitia a adoção de múltiplos e submúltiplos,
determinados por várias grelhas estruturais. O layout da fábrica era distribuído em um
único e longo pavimento, o que permitia a organização horizontal do processo de
manufatura (figura 2.19).
Figura 2.18: Fábrica George N. Pierce. Projeto: Albert Kahn.
Fonte: http://ah.bfn.org/h/pierce/pierce/source/10.html Acesso em agosto de 2005.
Figura 2.19: Fábrica George N. Pierce. Vista interna. Fonte: ESTÉVEZ, 2002.
CAPÍTULO 2 – COBERTURAS PARA GRANDES VÃOS
20
Esta conformação do layout foi possível graças a iluminação zenital, que permitia o
posicionamento das áreas de trabalho independentes da iluminação lateral
proporcionada pelas janelas. A manufatura dos produtos nas fábricas acompanharia
uma linha de produção disposta ao longo da circulação, determinada pelo fluxo de
trabalho (ESTÉVEZ, 2002). Determinaram-se, então, os fundamentos para a
elaboração de projetos de uso industrial para várias décadas subseqüentes.
A partir de 1910, surgiram outras edificações de representatividade para a arquitetura
industrial, como a fábrica de produtos químicos na Alemanha em 1911 (figura 2.20) e a
Fábrica Fagus (1910-1914, figura 2.21), considerada a obra mais progressista da
época. (GERKEN, 2003). Os projetos priorizaram o conceito funcionalista das fábricas,
com o auxílio da estrutura em aço.
Figura 2.20: Fábrica de produtos químicos. Projeto: H. Poelzig.
Fonte: PEVSNER apud GERKEN, 2003.
Figura 2.21: Fábrica Fagus. Projeto Walter Gropius e Meyer
Fonte: PEVSNER apud GERKEN, 2003.
Um dos mais reconhecidos exemplares é a Fábrica de Turbinas da AEG, construída
em Berlim em 1909, em que grandiosas vidraças preenchem os espaços marcados
pela estrutura de aço, posicionada externamente à edificação. Observa-se paredes
amplamente limpas em sucessão rítmica. Pela primeira vez, concretizava-se a
CAPÍTULO 2 – COBERTURAS PARA GRANDES VÃOS
21
criatividade na arquitetura industrial (figura 2.22).
Figura 2.22: Fábrica de Turbinas da AEG, Berlin. Projeto: Peter Behrens
Fonte: PEVSNER apud GERKEN, 2003.
Um fato importante na arquitetura industrial ocorreu nos Estados Unidos em 1914,
com o conceito das estruturas padronizadas em aço para fábricas, introduzido pela
Companhia Austin. Acreditava-se que grande parte das necessidades dos edifícios
industriais poderia ser satisfeita com poucos modelos de edifício e que esta idéia de
padronização poderia facilitar a produção em série com redução de custos (ESTÉVEZ,
2002).
O sistema possuía dez modelos padronizados, todos intercambiáveis (figura 2.23). A
maioria era constituída por pavilhões de um pavimento, com a estrutura desenvolvida
para diversas alturas e os vãos previstos para acomodar linhas de montagem de
variados tipos de industria. O sistema de cobertura com diferentes configurações
permitia iluminação e ventilação naturais.
Devido às diversas possibilidades de utilização deste tipo de edifício em fábricas e
industrias, tornou-se necessária a concepção de novos projetos arquitetônicos que
valorizassem a flexibilização dos espaços, ao torná-los capazes de aceitar
modificações e absorver novas funções e não somente acréscimos de área. A partir
deste novo conceito, desenvolveu-se o interesse por espaços livres de pilares
intermediários também em construções de escolas, ginásios de esportes e edifícios
comerciais, ampliando o uso de coberturas de grandes vãos em outros tipos de
edificações.
CAPÍTULO 2 – COBERTURAS PARA GRANDES VÃOS
22
Figura 2.23: Fábrica padronizada da Companhia Austin, Cleveland, EUA.
Fonte: ESTÉVEZ, 2002.
Além disto, após a primeira guerra mundial, a necessidade de se fazer novas
construções e a reconstrução dos edifícios propiciaram o desenvolvimento da
construção metálica, uma vez que sua rapidez de montagem e a facilidade de
transporte, permitiam atender a grande demanda da época (EEKHOUT, 1996).
Na década de 50, Konrad Wachsmann em seu estudo para um sistema estrutural em
hangares para a força aérea norte-americana (figura 2.24), desenvolveu um sistema
construtivo para grandes vãos e balanços, baseado no uso de uma quantidade mínima
de elementos padronizados. As exigências estruturais requeridas para os abrigos de
dirigíveis e aviões eram mais complexas se comparadas a outros tipos de edificação,
devido ao porte necessário das coberturas.
Wachsmann optou por um sistema de estrutura reticulada espacial em perfil tubular,
considerado o primeiro comercialmente disponível, baseado na adição de tetraedros.
O sistema foi projetado como um kit para pré-fabricação em larga escala e consistia
em tubos de aço, alumínio ou aço inoxidável, rosqueados em conectores também
metálicos. Este conector, conhecido por Mero, era capaz de reunir até 18 barras
sem excentricidade (figura 2.25 e 2.26).
O desenvolvimento das coberturas em grandes vãos, após a segunda guerra mundial,
evoluiu para diferentes possibilidades de organização das estruturas na edificação, de
forma a configurar vãos ainda maiores, os denominados pavilhões. Estes são bastante
CAPÍTULO 2 – COBERTURAS PARA GRANDES VÃOS
23
utilizados até hoje, a partir de diversos tipos de sistemas estruturais elaborados e
aprimorados e foram agrupados basicamente em duas categorias, conforme a sua
disposição determinada em projeto no contexto do edicio.
Figura 2.24: Hangar em treliça espacial, para a Força Aérea norte-americana.
Fonte: http://www.axxio.net/waxman/USAF4web.PDF Acesso em agosto de 2005.
Figura 2.25: Sistema Mero.
Fonte: GERKEN, 2003.
Figura 2.26: Sistema Mero.
Fonte: EEKHOUT, 1996.
CAPÍTULO 2 – COBERTURAS PARA GRANDES VÃOS
24
Em um primeiro grupo, denominado extrudado, as estruturas são dispostas em uma
única direção, o que resulta na junção entre os elementos em duas extremidades no
máximo. No segundo grupo, denominado especial, as estruturas são dispostas nas
duas direções, o que necessariamente determina a junção entre elementos em todas
as extremidades. A figura 2.27 ilustra as duas categorias, utilizando estruturas
diferenciadas.
Figura 2.27: Formas básicas para pavilhões de grandes vãos
A: Pavilhão Extrudado. B: Estruturas Especiais. Fonte: ESTÉVEZ, 2002.
Observa-se que, ao se utilizar concepções estruturais idênticas, o pavilhão especial
configura-se como uma duplicação do pavilhão extrudado. Poder-se-ia, então, definir o
pavilhão extrudado como um módulo padronizado a ser repetido, possibilitando à
edificação alcançar vãos maiores, em duas direções, a partir de um mesmo sistema.
Exemplares das duas categorias de utilização são apresentadas nas figuras 2.28, 2.29
e 2.30. Observa-se, ainda como exemplo, que a estrutura da Galeria das Máquinas de
1889 (item 2.2.1) era uma concepção de pavilhão extrudado.
Figura 2.28: Centro de Artes Visuais Sainsbury,
Inglaterra 1978. Pavilhão Extrudado.
Fonte: http://www.greatbuildings.com
Acesso em agosto de 2005.
Figura 2.29: Centro de Artes Visuais
Sainsbury. Isométrica.
Fonte: http://www.fosterandpartners.com
Acesso em agosto de 2005.
CAPÍTULO 2 – COBERTURAS PARA GRANDES VÃOS
25
(a) (b)
Figura 2.30: Palácio do Trabalho de Turim, Itália, 1961. (a) Planta. (b) Vista.
Fonte: http://www.inep.gov.br Acesso em agosto 2005.
Devido a estes fatores, a estrutura especial, denominada pavilhão multiuso, foi
utilizada de forma mais significativa em unidades industriais. As vantagens desta
utilização eram várias como a flexibilidade, a economia e rapidez na execução, entre
outras. Entretanto, os detalhes decorativos tradicionais que valorizavam o trabalho dos
arquitetos naquela época deram lugar aos cuidados no detalhamento dos
componentes construtivos, submetidos ao aprimoramento exigido por esta nova forma
de construir. Outro ponto importante na concepção arquitetônica era garantir que as
características funcionais e físicas do edifício acomodassem a estrutura.
Atualmente, a organização de sistemas estruturais sob forma de pavilhões é bastante
utilizada em diversas tipologias, tanto em estádios esportivos, aeroportos, complexos
culturais e shopping centers quanto em industrias, depósitos, centros de distribuição
varejista e supermercados. De maneira a elucidar as possibilidades de organização
mencionadas, apresenta-se a seguir, de maneira simplificada, alguns dos tipos de
sistemas estruturais mais utilizados em edificações para grandes vãos. Para cada
tipologia estrutural indicada existem vantagens e desvantagens ao seu uso, a
depender dos condicionantes envolvidos. Novos avanços tecnológicos poderão
caracterizar as respectivas competitividades em termos de custo, flexibilidade, entre
outros parâmetros.
2.2.2.2. Modelos estruturais
(a) Arcos
O sistema estrutural em arco é considerado um dos melhores sistemas existentes para
vencer grandes vãos com quantidades mínimas de material. A economia deve-se ao
fato do arco apresentar esforços de flexão relativamente baixos, se comparados a
CAPÍTULO 2 – COBERTURAS PARA GRANDES VÃOS
26
outros tipos de sistemas. Os esforços de compressão simples são predominantes e as
seções e materiais ideais para aplicação são aqueles que apresentam melhor
desempenho a esse esforço (REBELLO, 2001).
Os arcos são classificados estaticamente em bi-engastados, bi-articulados e tri-
articulados, sendo estes de melhor adaptação a mudanças de forma e absorção da
variação dos esforços, apesar das dificuldades na execução da rótula central (SÁLES
et al, 1999).
São utilizados em formatos planos (figura 2.31) ou espaciais sendo a primeira opção a
mais comum por questões de custo. Neste caso, procura-se reduzir as reações
horizontais (relativamente altas neste tipo de sistema) utilizando tirantes horizontais
entre os apoios ou então aumentando a dimensão dos pilares.
Figura 2.31: Edifício Berliner Bogen, Hamburgo, Alemanha 2002.
Fonte: http://www.arcoweb.com.br Acesso em agosto de 2005.
(b) Grelhas
O sistema de grelha pode ser definido como uma associação de vigas de alma cheia
que se cruzam, em que a colaboração conjunta destas vigas nas duas direções da
malha. Esta colaboração é alcançada no enrijecimento das ligações entre as vigas
(figura 2.32). A união entre as vigas da grelha é relativamente trabalhosa, o que
dificulta a utilização do sistema em larga escala nas coberturas de grandes vãos.
A eficiência deste sistema é ampliada quando o maior vão for inferior a duas vezes o
menor vão, que a rigidez das vigas são equivalentes e garantem a distribuição dos
esforços nas duas direções (REBELLO, 2001).
A malha das grelhas pode ser disposta de forma ortogonal ou inclinada em relação às
CAPÍTULO 2 – COBERTURAS PARA GRANDES VÃOS
27
vigas periféricas. Apesar do número maior de peças diferenciadas, a solução inclinada
é considerada mais eficiente, pois estão posicionadas na direção dos esforços de
flexão.
(a) Disposição ortogonal
(b) Disposição diagonal
(c) Grelha de vigas da cobertura da FAUUSP, São Paulo.
Figura 2.32: Exemplos de grelhas.
Fonte: http:// www.vitruvius.com.br Acesso em agosto 2005.
(c) Pórticos
O pórtico é definido como uma associação de barras (elementos lineares) em que as
ligações entre os elementos podem ser consideradas rígidas, semi-rígidas ou flexíveis.
Os tipos de vínculos alteram seu comportamento e a transmissão de esforços para os
apoios. Podem ser planos (bi-dimensionais) ou espaciais (tri-dimensionais).
Os pórticos são classificados como deslocáveis e indeslocáveis (figura 2.33).
Naqueles denominados indeslocáveis, os esforços de segunda ordem (figura 2.34)
possuem pequena magnitude, sendo desconsiderados nos cálculos. Em pórticos
deslocáveis os esforços de segunda ordem são significativos e devem ser
considerados, podendo ser minimizados através do aumento da inércia das seções ou
pela adição de contraventamentos (figura 2.35 e 2.36), estes últimos os mais
eficientes.
CAPÍTULO 2 – COBERTURAS PARA GRANDES VÃOS
28
a)
b)
c) d)
Figura 2.33: Pórticos (a) Simples Deslocáveis, (b) Simples Indeslocáveis, c) Múltiplo
deslocável e d) Múltiplo Indeslocável. Fonte: SALES et al, 1998.
Figura 2.34: Efeito de 2a ordem.
Fonte: http://www.vitruvius.com.br/arquitextos/arq000/esp270.asp Acesso em agosto 2005.
a) b) c)
Figura 2.35: Alguns contraventamentos utilizados em pórticos: a) Travamento em “X”; b)
Travamento em “K”; c)Travamento em “Y”. Fonte: DIAS, 1997.
CAPÍTULO 2 – COBERTURAS PARA GRANDES VÃOS
29
a) b)
Figura 2.36: Contraventamento em a) “X” e b) “Y”, executados com perfis tubulares no galpão
da Açotubo em Guarulhos, São Paulo. Fonte: Arquivo pessoal, 2005.
Em um pórtico plano, todas as barras, carregamentos, deslocamentos e deformações
estão contidos em um determinado plano (X,Y). Em um pórtico espacial (figura 2.37),
os elementos estruturais estão dispostos em qualquer posição do espaço e os
esforços e deslocamentos em qualquer direção (X, Y, Z).
Figura 2.37: Aeroporto de Stansted, Inglaterra, 1991. Projeto: Sir Norman Foster.
Fonte: http://www.greatbuildings.com. Acesso em agosto de 2005.
(d) Cascas
O sistema de casca pode ser definido como toda estrutura de simples ou dupla
curvatura, constituída de material capaz de resistir aos esforços predominantes de
tração e compressão, cuja espessura é pequena em relação à superfície (BEDÊ,
1998).
Os tipos de sistemas estruturais em casca podem ser divididos em dois grupos,
conforme a natureza da curvatura de sua superfície:
Cascas de simples curvatura;
CAPÍTULO 2 – COBERTURAS PARA GRANDES VÃOS
30
Cascas de dupla curvatura (figura 2.38)
Este último tipo pode ainda subdividir-se em curvaturas principais de mesmo sentido e
curvaturas principais de sentidos opostos. FIRMO (2003) apresenta um estudo
aprofundado sobre as cascas de dupla curvatura, mais especificamente sobre aquelas
de curvaturas principais e sentidos opostos, e é recomendado como leitura
complementar.
Figura 2.38: Casca de dupla curvatura. (a) Módulo básico. (b) Associação dos módulos.
Fonte: FIRMO, 2003.
(e) Estruturas Tensionadas
As tensoestruturas, ou sistemas estruturais tracionados são sistemas flexíveis,
segundo o seu comportamento face aos carregamentos e possuem a rigidez
dependente, basicamente, do estado de tensão em que se encontra (PAULETTI,
2003). Estas estruturas, sustentadas por uma rede de cabos, também são
denominadas estruturas suspensas ou pênseis e são ajustáveis a diversas formas
arquitetônicas, sendo especialmente apropriadas para vencer grandes vãos (figuras
2.39 a 2.41).
Figura 2.39: Aeroporto Internacional de Denver, 1994.
Fonte: http://www.denardis.com/specialimage Acesso: agosto de 2005.
CAPÍTULO 2 – COBERTURAS PARA GRANDES VÃOS
31
Figura 2.40: Aeroporto Internacional de Denver, 1994. Vista Interna.
Fonte: http://em.structurae.de Acesso: agosto de 2005.
Figura 2.41: Igreja Batista em Fortaleza.
Fonte: http://www.tecnostaff.com.br Acesso: agosto de 2005.
Quanto aos elementos construtivos, são compostas pelas estruturas de cabos e
estruturas de membrana. Os cabos não apresentam qualquer resistência a esforços
de compressão e flexão, deformando-se completamente quando submetido a esses
esforços. Por não possuírem forma permanente ou estável, tendem a adquirir formas
diretamente ligadas à posição, sentido, direção, quantidade e intensidade das forças
que sobre eles atuam. As membranas são elementos superficiais que equilibram os
esforços externos desenvolvendo tensões de tração e cisalhamento, tangentes à sua
superfície.
Em relação ao peso próprio, as tensoestruturas são estruturas leves. Pode-se dizer
que o seu peso específico é duas ordens de grandeza menor que o de uma estrutura
em concreto armado e uma ordem menor que o de uma estrutura convencional de
aço. No entanto, os carregamentos devidos ao vento tornam-se críticos para o projeto.
Uma outra variação das tensoestruturas é a estrutura pneumática, única em que todos
CAPÍTULO 2 – COBERTURAS PARA GRANDES VÃOS
32
os elementos trabalham em tração. Basicamente, a estrutura pneumática é dividida
em três tipos: as estruturas insufladas, as estruturas aspiradas e as estruturas infladas
(figura 2.42).
(a) estruturas insufladas (b) estruturas aspiradas (c) estruturas infladas
Figura 2.42: Esquema de estruturas pneumáticas.
Fonte: PAULETTI, 2003.
De acordo com PAULETTI (2003), a estrutura insuflada consiste de uma membrana
suportada por uma pressão interna ligeiramente maior que a atmosférica. Em uma
estrutura aspirada, usa-se o princípio inverso (sub-pressão interna) e na estrutura
inflada são utilizados balões pressurizados na forma dos elementos estruturais. Dentre
estas, as estruturas insufladas possuem maior capacidade de vencer grandes vãos,
combinadas com sistemas de parede dupla que provêem isolamento adicional e maior
segurança frente a possíveis colapsos.
(f) Treliças Planas e Espaciais
As treliças, como visto no início deste capítulo, são utilizadas bastante tempo nas
construções, principalmente em coberturas e pontes. As principais características
deste sistema são apresentar menor peso próprio, se comparado a outros tipos de
sistemas com a mesma função estrutural e a triangulação formada pelas barras, o que
garante a rigidez da peça.
As treliças estão submetidas basicamente aos esforços de tração e compressão
simples para os carregamentos aplicados no encontro das barras (nós). O princípio
fundamental no planejamento do arranjo das treliças é utilizar as barras internas
(diagonais e montantes) para diminuir o comprimento livre dos banzos (peças mais
solicitadas), de forma a melhorar a resistência destas peças à flambagem e,
consequentemente, a resistência da treliça.
São utilizadas nas estruturas em sua forma plana (figura 2.43) ou espacial (figura
2.44). Configura-se como treliça espacial o sistema reticulado, composto por barras
metálicas dispostas em pelo menos 03 planos ortogonais, conectadas entre si através
das suas extremidades. Definido como um sistema de construção rápida, a treliça
CAPÍTULO 2 – COBERTURAS PARA GRANDES VÃOS
33
espacial permite vencer grandes vãos ao distribuir as cargas da cobertura a todas as
barras.
A composição das treliças espaciais tem como elemento constitutivo básico a pirâmide
ou o tetraedro, posicionados lado a lado. As treliças geradas a partir do módulo
piramidal podem ter bases retangulares ou quadradas e as tetraédricas podem ser de
base triangular eqüilátera ou isósceles. As barras são fabricadas a partir de perfis
tubulares de seção circular, retangular ou quadrada.
Figura 2.43: Aplicações da treliça plana no edifício sede da Vallourec Mannesmann do Brasil,
em Belo Horizonte, MG.
Fonte: Arquivo pessoal, 2005.
Figura 2.44: Aplicações da treliça espacial. Centro de Eventos Expominas, em Belo
Horizonte, MG. Fonte: Arquivo pessoal, 2004.
CAPÍTULO 2 – COBERTURAS PARA GRANDES VÃOS
34
Figura 2.44: Aplicações da treliça espacial. Centro de Eventos Expominas, em Belo
Horizonte, MG. Fonte: Arquivo pessoal, 2004.
2.3. EDIFÍCIOS INDUSTRIAIS
Como citado anteriormente, a organização de sistemas estruturais sob forma de
pavilhões é bastante utilizada em industrias, depósitos, centros de distribuição
varejista e supermercados. A industrialização nas construções nesta área da
arquitetura e engenharia vem se desenvolvendo com a racionalização dos métodos
construtivos e com a introdução no mercado de novos sistemas pré-fabricados. Os
edifícios industriais, como são comumente denominados, são oriundos do conceito de
arquitetura industrial, que preconiza a industrialização nas construções e a pré-
fabricação dos elementos construtivos.
O segmento de construção industrial no Brasil vem acompanhando as inovações
tecnológicas mundiais em quase todos os seus aspectos (NETO, 2001). Essas novas
tecnologias, como a utilização de estruturas metálicas principalmente nas coberturas,
ganham cada vez mais espaço no contexto técnico nacional, cujo desenvolvimento
pode ter um impacto significativo na execução de uma obra.
Em geral, essas tecnologias aceleram a execução de qualquer empreendimento, pois
os materiais e técnicas a serem empregados em uma determinada obra se
encontram especificados no projeto. No caso das estruturas de coberturas pré-
fabricadas industrializadas, as vantagens em sua utilização são ainda maiores, pois
garantem a disponibilidade imediata de materiais (pronta-entrega) e a qualidade dos
produtos (devido à padronização das peças), o que influencia, beneficamente, no
custo final do empreendimento.
CAPÍTULO 2 – COBERTURAS PARA GRANDES VÃOS
35
Porém deve-se ter atenção quanto à execução dos projetos, pois nem todos são
cabíveis na pré-fabricação. É preciso que haja certo grau de repetição dos elementos
construtivos para justificar as formas mais elaboradas, além dos cuidados necessários
relativos às junções destes elementos.
Neste contexto, segundo BRUNA (2002), pode-se dizer que o maior desafio para o
arquiteto, ao realizar projetos com pré-fabricados, é manter a disciplina, de forma a
conseguir um elevado grau de repetições e ao mesmo tempo fazer da obra uma
edificação interessante, não monótona. Os elementos pré-fabricados são, muitas
vezes, entendidos com uma limitação aos projetos, o que não é verdade, pois apenas
impõem disciplina e bom senso no ato de projetar.
2.3.1. Sistemas de cobertura
No segmento de edificações industriais, os galpões destacam-se por constituírem uma
solução econômica, que possibilita rapidez, qualidade no processo construtivo e
facilidade de manutenção. É, especialmente nestas estruturas, que os sistemas de
cobertura metálica pré-fabricados m se destacado.
Entre os sistemas pré-fabricados existentes, encontram-se os aporticados em vigas de
alma cheia e destacam-se as vigas (figura 2.45) e terças treliçadas planas, estas
últimas denominadas “joists”, geralmente constituídas em perfil metálico de seção
aberta, laminado ou dobrado. As treliças espaciais, que utilizam o perfil tubular em sua
grande maioria, apesar de sua excelente capacidade de alcançar grandes vãos, não
são fabricadas hoje em dia como elementos pré-fabricados industrializados, devido à
grande quantidade de peças e conseqüente número de ligações. É uma característica
que poderia retardar o processo fabril, tornando-o moroso se comparado com os
outros tipos de sistemas, devido ao trabalho de corte, solda ou amassamento das
pontas dos tubos, onerando a estrutura em seu custo final.
Como citado no capítulo anterior, a oferta de sistemas de cobertura industrializadas é
bem reduzida no contexto nacional e o desenvolvimento deste sistema em treliça
plana utilizando o perfil tubular, surge como uma nova e inovadora opção no mercado.
Além de possuir boa resistência aos esforços de compressão, o perfil tubular
apresenta um menor fator de massividade e menor área de superfície, em
comparação aos demais perfis de dimensões semelhantes (PACKER, 1997), o que
significa, respectivamente, redução de peso da estrutura e da área exposta a ser
recoberta por materiais de proteção. Essas características tornam o sistema
CAPÍTULO 2 – COBERTURAS PARA GRANDES VÃOS
36
competitivo, já que influenciam diretamente no custo da estrutura.
Figura 2.45: Estrutura de cobertura em viga treliçada plana pré-fabricada. Concessionária de
veículos em Belo Horizonte, MG. Fonte: Arquivo pessoal, 2005.
As vantagens construtivas dos perfis tubulares são diversas e citadas em alguns
trabalhos acadêmicos da Universidade Federal de Ouro Preto, desenvolvidos por
arquitetos como GERKEN (2003), que trata dos perfis tubulares em geral e COSTA
(2004), que apresenta a interface entre esses perfis e o sistema de fechamento
externo das edificações. NUIC (2003) estudou a aplicação dos perfis tubulares
circulares calandrados em galpões e PELLICO (2004) sugere um sistema construtivo
modular para cobertura. As vantagens do uso dos perfis tubulares sem costura são
ainda maiores, pois apresentam distribuição uniforme de massa em torno de seu
centro e baixo nível de tensões residuais, característica que os distingue dos tubos de
aço com costura, produzidos a partir de chapas calandradas e soldadas.
Além da eficiência estrutural, FIRMO (2003) mostra, de uma maneira clara e didática,
que a continuidade superficial da volumetria do perfil tubular circular, desprovida de
arestas ou rugosidades, propicia ao olhar do observador menos interferências ou
informações visuais (figura 2.46).
Esta ausência de arestas ou rugosidades nos perfis tubulares, em especial aqueles de
seção circular, favorece a uma estrutura livre do acúmulo de sujidades e
empoçamentos provenientes de infiltrações ou água pluvial. Da mesma forma um
detalhamento menos criterioso das ligações entre os perfis (abertos ou tubulares)
também provocam este tipo de ocorrência. Entretanto, os cuidados com a manutenção
e limpeza da estrutura devem ser maiores em caso de utilização dos perfis abertos
devido à sua própria geometria (figura 2.47).
CAPÍTULO 2 – COBERTURAS PARA GRANDES VÃOS
37
Figura 2.46: Comparação entre a permeabilidade visual do perfil tubular de seção circular e
outros tipos de seção.Fonte: FIRMO, 2003.
Figura 2.47: Estado de conservação da cobertura em treliça, realizada com cantoneiras e
perfis tipo caixão. Mercado Distrital, Belo Horizonte. Fonte: Arquivo Pessoal, 2005.
2.3.1.1. Mercado
O Centro Brasileiro da Construção em Aço (CBCA), em parceria com o Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE realizou em 2002 um cadastro de 120
fabricantes de estrutura metálica do país, apresentando o produto fabricado e a
quantidade produzida. Embora os dados obtidos não forneçam uma informação exata
do mercado de estruturas de cobertura para grandes vãos, eles permitem a adoção de
algumas considerações.
Para melhor compreensão deste mercado, reduziu-se a quantidade de empresas
CAPÍTULO 2 – COBERTURAS PARA GRANDES VÃOS
38
citadas para vinte e oito, que possuíam capacidade de produção acima de 6.000
toneladas/ano. Estas empresas produziam, juntas, cerca de 377.000 t/ano. Destas, as
cinco maiores que atuavam no mercado de cobertura para grandes vãos produziam
cerca de 117.000 t/ano, o que corresponde a 31% do total, como apresentado na
tabela 2.1. Estima-se que deste valor, 70.000 t/ano seja referente à fabricação de
estruturas de cobertura, ou seja, aproximadamente 59%.
Tabela 2.1: Fábricas com capacidade acima de 10000 t / ano
Fonte: CBCA/IBGE, 2002.
Fabricante Capacidade Produto Localização
1 30.000 t / ano Estruturas em Geral Rio Grande do Sul
2 24.000 t / ano
Edifícios, Galpões,
Torres
Rio Grande do Sul
3 24.000 t / ano Coberturas Rio de Janeiro
4 24.000 t / ano
Edifícios, Galpões,
Obras de arte
Paraná
5 15.000 t / ano
Edifícios, Galpões e
Estruturas em geral
São Paulo
Entre estas cinco maiores empresas, observa-se que somente a fabricante n
o
3
fornece exclusivamente sistemas de cobertura para grandes vãos, o que não ocorre
com as empresas restantes. Ou seja, da quantidade de 70.000 t/ano de estruturas de
cobertura fabricadas, aproximadamente 35% da produção foi realizada por uma única
empresa, reconhecida no mercado pelo produto pré-fabricado industrializado que
produz.
Este produto é constituído por um sistema de cobertura em treliças, fabricadas com
perfil dobrado galvanizado. O sistema é múltiplo de metro no sentido do comprimento
da obra e, em princípio, o comprimento total dos módulos é livre (figuras 2.48 e 2.49).
Entretanto, de acordo com as orientações técnicas do fabricante, para se ter um maior
aproveitamento do sistema é recomendável que o comprimento do módulo seja
múltiplo de 1,20m.
Portanto a lacuna existente torna o mercado de estruturas de cobertura para grandes
vãos interessante, em termos da pequena concorrência que possui.
CAPÍTULO 2 – COBERTURAS PARA GRANDES VÃOS
39
COMPRIMENTO DA OBRA
COMPRIMENTO DO MÓDULO
Figura 2.48: Esquema de modulação do
sistema.
Figura 2.49: Sistema de Cobertura do
Hipermercado EXTRA, Belo Horizonte, MG.
Fonte: Arquivo pessoal, 2004.
Desta forma foi proposta, inicialmente, a realização de uma pesquisa em que seriam
levantados dados referentes aos sistemas de cobertura para grandes vãos e os
sistemas complementares pré-fabricados em geral. Esta pesquisa seria realizada
através de entrevistas, em que seriam abordados quatro tipos de público alvo: clientes,
fabricantes, projetistas e gerenciadores de obras em estrutura metálica, atuantes no
mercado nacional.
O
objetivo era o melhor conhecimento e posterior análise deste mercado, com ênfase
nas necessidades dos clientes e no levantamento dos custos globais envolvidos, de
acordo com as alternativas existentes. Entretanto, devido à logística de
desenvolvimento do produto, esta pesquisa não foi realizada da forma como
planejada, resultando em dados pouco estatísticos e não conclusivos em sua
plenitude. De certa forma, algumas das respostas obtidas mostraram-se interessantes
em termos de dados técnicos e foram utilizadas, de forma esparsa, ao longo do
trabalho.
Uma segunda pesquisa aos moldes da primeira, foi realizada pela empresa Engipar de
São Paulo com os seus profissionais, entre os arquitetos e engenheiros. As respostas
dadas a este questionário tiveram caráter mais conclusivo (não estatístico) e foram
utilizadas na determinação de certos parâmetros, para definir a modulação a ser
adotada no sistema V&M (capítulo 4). O roteiro destes questionários é apresentado no
Anexo I.
CAPÍTULO 3
ELEMENTOS CONSTRUTIVOS
3.1. INTRODUÇÃO
O
presente capítulo destina-se a relacionar os elementos construtivos que compõem a
cobertura, de forma a facilitar o entendimento global destes sistemas. Como
mencionado no capítulo anterior, o sistema construtivo atual baseia-se no conceito de
industrialização aberta, em que a combinação de elementos pré-fabricados garante
maior flexibilização e agilidade na construção.
Em princípio, pode-se dizer que os sistemas de cobertura são formados por conjuntos
de elementos construtivos agrupados de acordo com as semelhanças no
comportamento e com o caminho natural dos carregamentos. Neste trabalho,
identificam-se três grupos, a saber:
Sistema de vedação
Responsável pelo isolamento e proteção da edificação, constituído pelas
telhas;
Sistema portante
Sistema destinado a suportar as cargas transmitidas pelo sistema de vedação
e à conformação e flexibilidade do espaço, assegurando a correta transmissão
de todas as ações solicitantes para os apoios;
Sistema complementar
CAPÍTULO 3 – ELEMENTOS CONSTRUTIVOS
41
Formado pelos elementos que completam e possibilitam o bom funcionamento
do edifício como calhas e tubos de queda, equipamentos para ventilação, entre
outros.
3.2. SISTEMA DE VEDAÇÃO - Telhas
E
xistem, no mercado, diversos tipos de elementos de vedação, variando em função do
material constituinte, dimensões, resistência e cor. Devido a esta gama de opções, a
abordagem neste item resume-se às telhas metálicas em aço e às telhas translúcidas,
pela larga utilização em edificações industriais.
As telhas em alumínio são tamm utilizadas nestes empreendimentos e possuem
menor peso se comparadas às telhas em aço, o que contribui para uma redução do
carregamento na estrutura portante. Entretanto, devido à esse menor peso e a
depender das dimensões do telhado e do ângulo de inclinação, o efeito de sucção
provocado pelo vento pode arrancar as telhas, o que conduz, necessariamente, a uma
melhor ancoragem destes elementos. Outro cuidado que deve ser tomado em relação
a este tipo de telha refere-se ao seu contato direto com a estrutura metálica, que deve
ser evitado de forma a não permitir o desenvolvimento da corrosão eletroquímica
(BELLEI, 1994).
As telhas em estudo possuem especificações e recomendações de uso que constam
nos catálogos dos fabricantes tais como formatos, dimensões, inclinações, vãos
admissíveis, sistemas de fixação, armazenamento, manuseio e montagem, entre
outros. No caso dos vãos máximos, as informações contidas nos catálogos referem-se
à espessura da chapa, altura da dobra, carregamento a ser aplicado e relação
vão/flecha admissível para cada caso.
3.2.1. Telhas metálicas em aço
Os principais tipos de telhas metálicas em aço existentes no mercado são as telhas
convencionais (onduladas ou trapezoidais), as telhas zipadas, as telhas autoportantes
(não comentadas neste trabalho) e as denominadas telhas isotérmicas (tipo
“sanduíche”).
O processo de fabricação das chapas é o mesmo para todas e consiste em conformar
a bobina de aço (com revestimento metálico ou pré-pintada) por roletes que vão
deformando a chapa de forma controlada. Ao final da perfilação, a chapa é
conformada em um perfil que pode ser ondulado, trapezoidal ou na forma de bandejas
CAPÍTULO 3 – ELEMENTOS CONSTRUTIVOS
42
(figuras 3.1 e 3.2).
(a) Perfil ondulado.
(b) Perfil trapezoidal.
Figura 3.1: Perfis usuais em telhas
Fonte: SALES et al, 1999.
Figura 3.2: Telhas metálicas.
A geometria final da chapa de aço confere alta resistência mecânica, o que possibilita
à peça alcançar vãos consideráveis, apesar da sua pouca espessura. Quanto mais
alto o trapézio ou onda conformado da telha, maior será o vão a se alcançar.
Geralmente, os fabricantes das telhas fornecem todos os acessórios para fixação e
vedação, incluindo a mão de obra para montagem. Outra observação importante é
quanto ao material constituinte destes acessórios, que devem ser compatíveis com o
material da telha que se pretende fixar, a fim de evitar a corrosão eletroquímica
(SÁLES et al, 1999).
a) Telhas metálicas convencionais
São produzidas em fábrica e montadas na obra com o auxílio de parafusos
autoperfurantes e atarraxantes (figura 3.3). Os parafusos autoperfurantes são
desenvolvidos com o objetivo de eliminar a pré-furação na fixação das telhas,
necessitando de vedação no furo da fixação com arruelas de material especial.
Deve-se ter especial atenção em relação à fixação das telhas nas terças por meio de
sua onda inferior, pois trata-se de um canal de acúmulo de água em casos de
montagem mal executada ou possível deslocamento da estrutura portante. Caso a
CAPÍTULO 3 – ELEMENTOS CONSTRUTIVOS
43
vedação do furo não seja feita de forma adequada, este local pode ser um ponto de
infiltração de água e até mesmo de corrosão da estrutura a médio ou longo prazo.
(a) Onda inferior. (b) Onda superior.
(c) Entre telhas.
Figura 3.3: Fixação das telhas na estrutura. – Fonte: CARDOSO, 2000.
Um ponto importante em relação às telhas metálicas convencionais é o que se refere
ao sentido de montagem (SALES et al, 1999). Para diminuir e evitar a possibilidade de
arrancamento ou de levantamento das bordas, deve-se realizar o procedimento de
montagem no sentido contrário ao sentido do vento dominante da região da
construção (figura 3.4).
Figura 3.4: Seqüência de montagem das telhas metálicas.
Fonte: SALES et al, 1999.
a) Telhas metálicas zipadas
As telhas zipadas consistem de chapas metálicas contínuas, perfiladas na obra
através de perfiladeiras transportáveis e permitem grandes comprimentos de água
com baixa declividade. A largura das chapas pode alcançar 2,50m e as bobinas
podem alcançar 140m de comprimento sem emendas (dependendo do fabricante), o
que elimina a utilização de calhas internas à construção (figura 3.5 a 3.8).
CAPÍTULO 3 – ELEMENTOS CONSTRUTIVOS
44
O procedimento de fixação ocorre por meio de clipes parafusados na estrutura e
encaixados nas telhas por meio do processo denominado zipamento longitudinal, o
que garante que a telha não seja perfurada. O termo “zip” vem da forma de costura
destas bandejas, deixando a cobertura praticamente impermeável. Este termo pode
ser definido como uma espécie de costura por dobramento e permite a expansão e a
contração térmica da cobertura. É um sistema ideal para grandes áreas a serem
cobertas e com pequena inclinação (3%).
Figura 3.5: Processo de zipagem da telha.
Fonte: http://www.perfilor.com.br
Acesso em
abril 2004.
Figura 3.6: Perfilação da chapa in loco.
Fonte: Catálogo Roofway, 2004.
(a) Formas de zipagem da telha
(b) Tipos de clipes para fixação das telhas nas
terças
Figura 3.7: Cobertura em telha zipada.
Fonte: www.maristahall.com.br
Acesso em
agosto de 2005
Figura 3.8: Exemplos de detalhes para a
fixação das telhas.
Fonte: Catálogo Roofway, 2004.
b) Telhas metálicas isotérmicas
São telhas constituídas por duas chapas preenchidas por material isolante como
poliuretano, poliestireno, de rocha ou de vidro, formando um “sanduíche”, com a
CAPÍTULO 3 – ELEMENTOS CONSTRUTIVOS
45
finalidade de proporcionar melhor isolamento térmico à área a ser coberta. Geralmente
são indicadas para projetos em que a cobertura é a principal fonte de calor (figura 3.9).
(a) Telha com poliestireno expandido. (b) Telha com lã de rocha.
Figura 3.9: Exemplos de telhas isotérmicas. – Fonte: http://www.tuper.com.br
.
Acesso em abril de 2004.
Os painéis isotérmicos possuem como principal vantagem a facilidade de montagem,
leveza e boa resistência, permitindo ainda total reciclagem do material (KRÜGER,
2000).
3.2.2. Telhas translúcidas
A
s telhas translúcidas posicionadas no plano da cobertura têm por finalidade melhorar
a iluminação dos espaços em edificações de grandes dimensões. Este sistema,
denominado zenital ou azimutal, permite a obtenção de iluminação natural e uniforme
durante boa parte do dia, o que evita a utilização do sistema de iluminação artificial e
colabora com a redução de gastos em energia elétrica (figura 3.10).
A iluminação zenital de uma edificação pode ser executada com chapas em
policarbonato, vidro ou fibra de vidro, devidamente instaladas na cobertura, de
maneira a formar, juntamente com o tipo de telha escolhido, uma cobertura estanque.
Deve-se observar que, a superfície de trabalho, plano paralelo ao piso da construção
no qual é desenvolvida a maioria das atividades previstas, não deve receber a
incidência direta da luz solar. Esta incidência pode provocar ofuscamento ou picos de
intensidade de luz, fenômenos considerados desconfortáveis e que podem provocar
algum acidente de trabalho.
CAPÍTULO 3 – ELEMENTOS CONSTRUTIVOS
46
Figura 3.10: Iluminação zenital. Galpão da Açotubo, Guarulhos/SP.
Fonte: Arquivo pessoal, 2005.
3.3. SISTEMA PORTANTE
O
sistema portante de uma cobertura pode ser classificado de acordo com a geometria
que confere à edificação e, segundo SALES et al (1999), normalmente é utilizada a
cobertura em uma água, em duas águas, em shed ou em arco. Cada um possui suas
características específicas e a aplicação varia conforme os requisitos de cada
edificação. Entretanto, é comum em coberturas pré-fabricadas para grandes vãos,
projetar os sistemas portantes com pequena inclinação, reduzindo a área de
recobrimento lateral da edificação e a quantidade de material necessária para suportá-
la.
Devido a quantidade de variantes existentes nestes sistemas, definiu-se por relacionar
os elementos construtivos estruturais que compõem um sistema de cobertura em geral
como as vigas secundárias ou terças, as correntes ou tirantes, os contraventamentos
e as vigas principais, e não o comportamento dos sistemas como um todo.
3.3.1. Vigas secundárias ou terças
CAPÍTULO 3 – ELEMENTOS CONSTRUTIVOS
47
São vigas posicionadas entre as vigas principais na cobertura, com a finalidade de
suportar o sistema de vedação. Normalmente estão sujeitas às solicitações de flexão
em seu plano e fora do seu plano de carga, provocadas por carregamentos
permanentes como telhas, forros, utilidades em geral e passarelas de cobertura e os
carregamentos acidentais, principalmente devidos ao vento, através da sucção ou
sobrepressão.
O
s tipos de perfis mais utilizados são os de seção transversal C”, “I” e cantoneiras
laminadas ou dobradas. Os perfis tubulares podem ser utilizados em sistemas
treliçados.
Em relação às terças treliçadas, um sistema usualmente adotado no mercado possui
seção transversal triangular (figura 3.11) e é uma das possibilidades de uso para
edificações com grandes vãos.
A
aplicação do sistema denominado “joist” em terças é outra das soluções utilizadas
para se vencer grandes vãos. Este sistema consiste em quaisquer elementos
estruturais compostos por vigas de alma cheia ou treliçada, posicionados próximos
uns dos outros (BITELLI e GARCIA, 2001).
Figura 3.11: Terças treliçadas de seção transversal triangular.
Fonte: Arquivo pessoal, 2004.
A
opção por “joists” treliçados es associada ao espaçamento existente entre os
pórticos (o que define o vão a ser vencido pela terça). São mais utilizados em
espaçamentos superiores a 9,0m, em que o peso e os custos da fabricação do
elemento devem ser avaliados.
O
“joist” é definido de acordo com uma série de itens, a saber:
CAPÍTULO 3 – ELEMENTOS CONSTRUTIVOS
48
a) Quanto à determinação dos esforços
Os “joists” podem ser calculados como estruturas reticuladas planas ou espaciais.
b) Quanto às condições de apoio
Biapoiadas (figuras 3.12 e 3.13):
Figura 3.12: Estrutura biapoiada. Fonte: (BITELLI e GARCIA, 2001).
Figura 3.13: “Joists” em treliça, com apoios na viga principal. Sistema de Cobertura do
Hipermercado EXTRA, Belo Horizonte, MG. Fonte: Arquivo pessoal, 2004.
Contínuas (figura 3.14):
Figura 3.14: Estruturas contínuas, onde a continuidade se dá pela adição de mãos-francesas
ou união das cordas. Fonte: (BITELLI e GARCIA, 2001).
Engastadas (figura 3.15):
Figura 3.15: Estruturas Engastadas. Fonte: (BITELLI e GARCIA, 2001).
c) Quanto à geometria (figuras 3.16 a 3.18):
Figura 3.16: Cordas paralelas. Fonte: (BITELLI e GARCIA, 2001).
CAPÍTULO 3 – ELEMENTOS CONSTRUTIVOS
49
Figura 3.17: Corda superior Inclinada. Fonte: (BITELLI e GARCIA, 2001).
Figura 3.18: Cordas arqueadas. Fonte: (BITELLI e GARCIA, 2001).
d) Quanto aos perfis componentes (Perfis mais utilizados):
Nos banzos (figura 3.19):
Figura 3.19: Tipo de perfis utilizados nos banzos. Fonte: (BITELLI e GARCIA, 2001).
Nas diagonais e montantes (figura 3.20):
Figura 3.20: Tipo de perfis utilizados nas diagonais e montantes.
Fonte: (BITELLI e GARCIA, 2001).
A utilização de mãos francesas é comum, pois além de diminuírem o vão, colaboram
com o travamento dos banzos inferiores das vigas ou treliças principais, em caso de
inversão de esforços.
É necessário tamm realizar o travamento das terças ao longo de seu eixo de menor
inércia através dos tirantes ou correntes, as quais consistem em barras redondas,
posicionadas entre as terças, de forma a reduzir o seu comprimento de flambagem.
Esses elementos são solicitados somente a esforços de tração.
A eficiência dos tirantes depende do seu posicionamento nas terças (BELLEI, 1994).
Para as terças de menor altura, os tirantes devem ser posicionados no eixo da peça;
caso predomine o carregamento vertical, no terço superior e, em caso de sucção, no
CAPÍTULO 3 – ELEMENTOS CONSTRUTIVOS
50
terço inferior (figura 3.21). Para terças treliçadas do tipo “joists”, o travamento pode ser
feito através dos nós dos banzos inferiores e superiores.
(a) Travameno de perfil com pequena altura.
(b) Travamento do terço superior para ação
vertical e do terço inferior para sucção.
Figura 3.21: Ligação dos tirantes em terças de perfil aberto.
Fonte: BELLEI, 1994.
Estas peças também auxiliam na ocasião da montagem, de forma a promover o
alinhamento das terças antes da fixação das telhas.
3.3.2. Contraventamentos
Segundo BELLEI (1994), os contraventamentos são peças utilizadas nas estruturas
com a finalidade de garantir a estabilidade do conjunto durante sua vida útil e fase de
montagem, de forma a dar à edificação uma rigidez espacial. Quando posicionados no
plano das terças são denominados horizontais e os verticais são aqueles posicionados
entre pilares. Geralmente estão sujeitos à esforços de tração e compressão.
Os contraventamentos horizontais são utilizados para promoverem a distribuição das
cargas de vento ao restante da estrutura, o que permite a redução dos deslocamentos,
bem como dos momentos na base dos pilares, além dos impactos provocados pela
ação das pontes rolantes (item que não será abordado neste trabalho). O
posicionamento dos contraventamentos na parte frontal, central ou extremidades e a
quantidade de peças utilizadas variam de acordo com a edificação (figura 3.22).
Geralmente, nas estruturas de cobertura em que as peças são treliçadas, além do
contraventamento no plano dos banzos superiores, torna-se necessário o
contraventamento no plano dos banzos inferiores, de forma a melhorar a sua
estabilidade global.
Outra maneira utilizada para melhorar a estabilidade dos sistemas treliçados é a
inserção de contraventamentos inclinados, fora do plano dos banzos, interligando os
sistemas de travamento.
CAPÍTULO 3 – ELEMENTOS CONSTRUTIVOS
51
(a) Na extremidade da cobertura (b) No centro da cobertura
Figura 3.22: Contraventamentos horizontais em estruturas tubulares. Sede da Açotubo em
Guarulhos, São Paulo. Fonte: Arquivo pessoal, 2005.
3.3.3. Vigas principais
As vigas principais recebem e são responsáveis pela transmissão dos carregamentos
provenientes da cobertura, como telhas e terças, para o sistema de apoio. As
tipologias mais usuais em espaços com grandes vãos são as treliçadas, porém as
vigas em alma cheia também são utilizadas, conforme o sistema construtivo adotado.
3.3.3.1. Vigas principais em alma cheia
As vigas em alma cheia são formadas por perfis laminados ou soldados, com a altura
constante ou variável, de acordo com o vão que se pretende vencer (figura 3.23).
Figura 3.23: Viga em alma cheia com seção
transversal “I”, altura variável. Galpão em construção em Belo Horizonte, MG.
Fonte: Arquivo pessoal, 2004.
CAPÍTULO 3 – ELEMENTOS CONSTRUTIVOS
52
Segundo BELLEI (1994), o dimensionamento econômico destas peças es
relacionado com a utilização de uma contenção lateral à viga. Em caso de vigas com
pequena altura, utiliza-se os contraventamentos horizontais para este travamento e em
caso de alturas maiores, o travamento é realizado através de mãos francesas fixadas
às terças.
Os perfis tubulares, embora possam apresentar desempenho inferior quando isolados,
podem ser utilizados em seções compostas como em treliças (a situação mais
comum) ou vigas conformadas com chapas (figura 3.24).
Figura 3.24: Viga de seção composta
Fonte: COSTA, 2004.
3.3.3.2. Vigas principais em armações (treliçadas)
C
omo mencionado no item 2.2.2.2, as barras das treliças são submetidas unicamente
a esforços de tração ou compressão em caso de aplicação dos carregamentos nos
nós, e esta é considerada a principal característica deste tipo de estrutura. As vigas
treliçadas possuem diversas conformações de acordo com a inclinação do telhado,
tipo de telha utilizada, largura do vão e presença de lanternins, entre outros fatores.
Os tipos de seções empregados na conformação das treliças são selecionados sob o
ponto de vista técnico e econômico, conforme a solução mais apropriada. De acordo
com BELLEI (1994), normalmente emprega-se nos banzos perfis que possuam um
eixo de simetria no plano da treliça, como pares de cantoneiras com abas iguais ou
desiguais e perfis com seção transversal tipo T” e “I(figura 3.25). Nos montantes e
diagonais submetidos à compressão, é desejável utilizar perfis que possuam o raio de
giração parecido ou igual nos eixos X e Y para melhorar a eficiência a flambagem da
CAPÍTULO 3 – ELEMENTOS CONSTRUTIVOS
53
peça. Em todos estes elementos, a aplicação dos perfis tubulares é bastante eficiente.
As treliças de altura constante, constituídas por perfis tubulares, são caracterizadas
por seu vão (L), altura (H), geometria e distância entre os apoios. A altura está
normalmente relacionada ao vão, e varia entre L/10 a L/16, recomendando-se L/15
como a relação ideal em termos de economia, ao se considerar todos os custos
envolvidos (WARDENIER, 2000).
(a) (b) (c) (d) (e) (f)
Figura 3.25: Tipos de seções utilizadas em treliças. (a) Circular. (b) Quadrada. (c) Cantoneira
de abas iguais. (d) Cantoneira de abas desiguais. (e) Tipo “T”. (f) Tipo “I”.
Fonte: Adaptado de BELLEI, 1994.
3.4. SISTEMA COMPLEMENTAR
3.4.1. Ventilação
Nas edificações industriais de grandes vãos em geral, principalmente aquelas em que
as fontes irradiantes de calor são constantes (como é o caso das edificações
siderúrgicas), a ventilação natural ou forçada torna-se necessária para a renovação do
ar e regulação do calor e umidade, bem como para eliminação dos vapores e gases
produzidos pelos equipamentos (BELLEI, 1994).
A ventilação natural pode ser denominada como sendo a renovação de ar provocada
pelo vento ou pelo movimento ascendente do ar quente. A eficiência deste sistema é
determinada pelo correto dimensionamento das aberturas de entrada e saída das
massas de ar, considerando-se, entre outros fatores, a posição geográfica e as
dimensões da edificação, a orientação dos ventos predominantes, as condições
térmicas regionais, a existência de pontos de geração de calor em seu interior e a
insolação incidente.
As temperaturas superficiais internas bem como a velocidade de circulação do ar no
interior da edificação são variáveis e podem ser alteradas por meio de intervenções
arquitetônicas para fornecer uma melhor condição de conforto aos ocupantes, sem o
auxílio de equipamentos mecânicos.
CAPÍTULO 3 – ELEMENTOS CONSTRUTIVOS
54
D
e acordo com MAZON (2005), um fluxo de ar mais intenso será induzido quando
houver uma grande separação vertical entre as aberturas de entrada e saída de ar e
quando há uma grande diferença entre as temperaturas internas e externas. A pressão
interna mais elevada na abertura superior dirige o fluxo de ar para o exterior e a
pressão interna mais baixa na abertura inferior facilita a entrada do ar exterior, que
substitui o ar quente que saiu. Esse fenômeno, no qual o fluxo é dirigido pelo empuxo
térmico é conhecido por efeito chaminé (figura 3.26).
Figura 3.26: Sistema de ventilação natural, efeito “chaminé”.
Fonte: http://www.marko.com.br Acesso em março de 2004.
Para as aberturas superiores usualmente empregam-se os lanternins, uma alternativa
eficiente que promove uma ventilação adequada pela cobertura, quando bem
dimensionado. O emprego de lanternins é ainda o meio mais utilizado quando se trata
de galpões industriais e edificações comerciais com grandes coberturas e pé-direito
elevado (grandes volumes de ar). Dentre os modelos existentes, o sistema de
lanternim curvo é considerado o mais eficiente, pois permite a melhor tiragem do ar
viciado e impede a entrada de chuva (figura 3.27).
Normalmente são utilizadas esquadrias do tipo veneziana nas aberturas inferiores
(entradas de ar - figura 3.28), pois além da ventilação, essas peças promovem
CAPÍTULO 3 – ELEMENTOS CONSTRUTIVOS
55
também a iluminação do ambiente quando confeccionadas com material translúcido.
(a) (b) (c)
Figura 3.27. Tipo de lanternim curvo. (a) Proteção contra chuva. (b) Saída do ar quente. (c)
Vista dos Lanternins. Fonte: http://www.medabil.com.br
Acesso em fevereiro de 2005.
Figura 3.28: Exemplos de aberturas para a entrada de ar.
Fonte: BELLEI, 1994.
O efeito chaminé representa a situação mais simples da ventilação natural e torna-se o
único responsável pela renovação do ar nas edificações quando não vento. Se
incidência de vento, essa ação deve ser conjugada ao efeito chaminé, de forma que
essas ações se somem resultando numa ventilação natural mais eficiente (MAZON
2005).
Caso o sistema de ventilação natural não seja capaz de retirar e renovar o ar existente
em uma edificação, faz-se necessária a utilização de sistemas de ventilação artificial
através de insufladores mecânicos ou ar condicionado. O condicionamento do ar,
entretanto, é praticamente inviável em termos econômicos para a maioria das
edificações e grandes áreas industriais, pois despende muita energia e exige a total
estanqueidade do prédio.
CAPÍTULO 3 – ELEMENTOS CONSTRUTIVOS
56
3.4.2. Mantas para isolamento térmico
A cobertura é, geralmente, o sistema mais exposto às trocas térmicas com o ambiente
externo. Esse fator é particularmente importante quando se deseja minimizar as
perdas de calor durante a noite, no inverno, ou os ganhos de calor devido à incidência
direta de radiação solar durante o dia.
A partir deste contexto, com a adoção dos sistemas de vedação constituídos por
telhas metálicas, surge a necessidade de melhorar o isolamento térmico das
edificações. As denominadas sub-coberturas têm sido os elementos mais utilizados
pela construção civil para garantir este isolamento.
O sistema consiste de mantas instaladas na cobertura que, por serem impermeáveis,
também garantem a estanqueidade e eliminam goteiras. Os materiais isolantes mais
utilizados são a lã de vidro, lã de rocha e “foil” (lâmina) de alumínio (figuras 3.29 e 3.30
respectivamente). A lâmina de alumínio diminui a troca de calor por irradiação e pode
ser utilizada em conjunto com os outros materiais, reconhecidos pela baixa
condutibilidade térmica que possuem.
Figura 3.29: Manta em lã de vidro. Sistema de
Cobertura do Hipermercado EXTRA, Belo
Horizonte, MG.
Fonte: Arquivo pessoal, 2004.
Figura 3.30: Lâmina de alumínio.
Fonte. http://www.braconterm.com.br
Acesso em fevereiro de 2004.
O elemento isolante é instalado de forma a revestir a parte interna da edificação,
posicionado entre as terças e as telhas, com o auxílio dos mesmos sistemas de
fixação que unem os dois elementos.
No caso das lâminas de alumínio, o isolamento térmico dependerá da maneira de
instalação empregada. Quando utilizada em apenas um dos lados do elemento
isolante, a lâmina deve posicionar-se na parte interna, pois o alumínio pode empoeirar
CAPÍTULO 3 – ELEMENTOS CONSTRUTIVOS
57
e perder a capacidade de reflexão em contato com a cobertura O calor da cobertura é
absorvido pela face superior do elemento isolante e esquenta a lâmina de alumínio,
que o retém e não permite a sua irradiação para o ambiente.
Os elementos isolantes denominados bi-aluminizados possuem a vantagem de refletir
o calor para a cobertura, através da folha de alumínio posicionada na parte externa.
Parte do calor absorvido é retido pela segunda mina e não é transmitido para o
ambiente.
3.4.3. Sistema de captação de água pluvial
Para DEL CONTI apud CARDOSO (2000), são consideradas funções dos sistemas de
águas pluviais a captação, condução, detenção e destinação ao local adequado de
armazenamento ou distribuição à rede pública. As funções de captação e condução
das águas pluviais devem ser realizadas de imediato, de forma a evitar o
empoçamento da água além do período de duração das chuvas.
Para garantir o bom desempenho destes sistemas, é necessário que a capacidade de
escoamento seja no mínimo igual ou superior ao volume de água que se precipita na
superfície sob sua responsabilidade (SALES et al, 1999).
Os principais componentes do sistema são os rufos, as calhas e os condutores
verticais. Os rufos são responsáveis pela vedação dos fechamentos, impedindo a
entrada de umidade ou chuva no interior da edificação. Geralmente são executados a
partir de chapas metálicas galvanizadas, posicionadas ao longo dos encontros entre a
cobertura e fechamentos da edificação.
As calhas são responsáveis pela condução da água diretamente à caixa de drenagem
ou até aos condutores verticais. Geralmente utiliza-se a chapa metálica galvanizada,
dobrada em seções transversais retangulares, trapezoidais ou semicirculares,
dependendo da disposição dos elementos estruturais (figura 3.31). São também
empregadas calhas em PVC ou fibra de vidro. A inclinação destas peças deve ser de
0,5%, no mínimo, podendo chegar a 0,2% em casos excepcionais.
O
s condutores verticais ou tubos de queda são geralmente fixados à estrutura através
de braçadeiras ou outro dispositivo similar, de forma a impedir o seu deslocamento
devido ao vento ou outras ações. Os materiais usualmente empregados são os tubos
de aço galvanizados ou em PVC.
CAPÍTULO 3 – ELEMENTOS CONSTRUTIVOS
58
Figura 3.31: Exemplos de seções de calhas.
Fonte: BELLEI, 1994.
3.4.4. Passarelas
As passarelas metálicas são utilizadas sobre a cobertura com a finalidade de absorver
eventual trânsito de pessoas para instalação e manutenção de equipamentos (figura
3.32).
A fixação das passarelas geralmente é realizada através de parafusos ou soldas, este
último mais comum. Neste aspecto é importante observar o alto índice de corrosão
encontrado nos cordões de solda, bem como a vedação necessária nos pontos de
apoio da passarela, já que geralmente as telhas são perfuradas e podem ocorrer
vazamentos.
Figura 3.32: Passarela metálica em chapa expandida sobre cobertura.
Fonte: http://www.icec.com.br/leroy/index.htm Acesso em junho de 2005.
Os materiais mais empregados são as chapas xadrez, as chapas expandidas e as
grelhas, com a largura mínima de 600mm, ilustrados na figura 3.33 (BELLEI, 1994).
Atenção especial deve ser dada ao tratamento anticorrosivo no material a ser utilizado,
para não comprometer os demais elementos bem como a segurança da estrutura
(figura 3.34).
CAPÍTULO 3 – ELEMENTOS CONSTRUTIVOS
59
Figura 3.33: Tipos de materiais empregados nas passarelas.
Fonte: (BELLEI, 1994).
Figura 3.34: Estados avançados de corrosão em passarelas.
metálicas devido à falta de proteção.
Fonte: Arquivo pessoal, 2005.
A não execução destes elementos pode levar a um maior custo de manutenção da
cobertura, pois o trânsito de pessoas sobre as telhas pode danificá-las, além de não
oferecer segurança.
CAPÍTULO 4
DIRETRIZES DE PROJETO
4.1. DIRETRIZES PARA A MODULAÇÃO
P
or modulação deve-se compreender o estabelecimento de padrões de componentes,
ou ainda de padrões de espaços, que podem repetir-se ou admitir variações, de
acordo com algumas regras básicas. Cada um destes padrões está integrado a uma
estrutura global, a uma malha modular ou outra convenção que permita a coordenação
de todas as informações do projeto.
Segundo CARVALHO (2005), esta coordenação é conhecida por Coordenação
Modular e consiste em um sistema capaz de ordenar e racionalizar a confecção de
qualquer artefato, desde o projeto até o produto final. Este tema também é tratado em
alguns trabalhos realizados na Universidade Federal de Ouro Preto e recomenda-se a
leitura de NUIC (2003), FIRMO (2003) e PELLICO (2004).
O sistema se efetiva, principalmente, pela adoção de uma medida de referência, o
módulo, que é considerada como a base de todos os elementos constituintes do objeto
a ser confeccionado.
O termo módulo vem do latim “modulus” (pequena medida), da qual derivam as
medidas em projeto e obra, e visa à coordenação das dimensões dos elementos de
construção. Hoje em dia o seu conceito está ligado à industrialização contemporânea
das edificações, onde se busca uma medida simplificadora que possa, ao mesmo
tempo, ser uma unidade conveniente para a arquitetura e o design, bem como uma
CAPÍTULO 4 – DIRETRIZES DE PROJETO
61
unidade prática para a produção industrial (ENGEL 1991, apud FIRMO 2003).
A utilização do módulo é freqüente em obras de grande porte, que necessitam de um
método construtivo rápido e racionalizado como as obras institucionais (escolas,
prédios públicos), hospitais, conjuntos habitacionais e edifícios industriais.
A
coordenação modular envolve o estudo aprimorado de uma série de outros módulos
para que o seu desenvolvimento seja consistente, como os módulos funcional,
estrutural, construtivo, de instalações e de infra-estrutura predial, desde o seu pré-
dimensionamento, sendo a determinação de cada módulo dependente de vários
critérios relativos aos aspectos de economia, de tecnologia, de funcionalidade, de
legislação e de instalações complementares entre outros.
A
modulação de uma estrutura permite racionalizar o processo de fabricação pela
multiplicidade de peças repetidas, simplificação da montagem, diminuição de
diversidade das peças e pela rigidez de fabricação e montagem, o que acaba por
adequar as características da construção civil aos processos de produção industrial.
Na ausência de um sistema padronizado de construção, a modulação da estrutura
funciona como catalisador da racionalização e facilita o processo de projeto, que
estabelece uma limitação às medidas aplicáveis aos componentes e ao projeto como
um todo, além de facilitar e flexibilizar a combinação dessas medidas (CARVALHO,
2005).
A busca por grandes vãos em edificações está inserida em uma das mais importantes
tendências que vêm orientando a evolução das técnicas de edificação dos últimos
anos: a busca por maior flexibilidade. Esta flexibilidade torna-se um meio seguro de
garantir que um único espaço seja capaz de atender satisfatoriamente a diferentes
exigências funcionais.
Em contraposição, as arquiteturas desenvolvidas como soluções otimizadas a
determinadas funções precisamente definidas constroem suas identidades próprias,
exatamente sobre a estrita correspondência com as necessidades que devem
satisfazer (DORFMAN, 2001).
No caso de uma estrutura de cobertura pré-engenhada padronizada, a flexibilidade da
modulação se torna uma característica fundamental e norteadora de todo o seu
desenvolvimento, ao se propor um sistema universal capaz de atender a diversas
tipologias e a diferentes formas de utilização de espaço.
CAPÍTULO 4 – DIRETRIZES DE PROJETO
62
Além da flexibilidade, outros parâmetros também foram utilizados para se alcançar
uma modulação padrão adequada do sistema estrutural de cobertura. Esses foram
agrupados de acordo com a sua natureza, classificados como arquitetônicos,
estruturais e comerciais.
4.2. – PARÂMETROS DE CLASSIFICAÇÃO
A organização aqui apresentada baseou-se nos estudos realizados, bem como nas
respostas obtidas através do questionário externo (com fabricantes, projetistas,
clientes e gerenciadores de obras em estrutura metálica) e questionário interno,
(realizado com os profissionais da empresa Engipar/SP), ambos mencionados no
capitulo 2.
4.2.1 - PARÂMETROS ARQUITETÔNICOS
As respostas aos questionários indicaram que, de acordo com os profissionais
entrevistados, a versatilidade do layout interno da edificação foi a primeira condição
imposta pelos clientes à modulação. Ou seja, em linhas gerais, esta modulação
deveria adaptar-se às mais variadas condições de instalações e uso e permitir
modificações, reposições e melhoramentos, sem que para isso fossem necessárias
intervenções nas estruturas dos edifícios que os abrigam. Além de possuir medidas de
largura e comprimento adequadas, o espaço deveria preservar um grande vão livre ao
contar com um mínimo de obstáculos como, por exemplo, pilares e contraventamentos
verticais.
O melhor aproveitamento dos espaços em edificações que necessitam de grandes
vãos ocorre em função da adoção de um módulo estrutural padrão, flexível o bastante
para atender satisfatoriamente às dimensões de cada uma dessas edificações. Como
mencionado, atender às dimensões específicas de cada projeto acaba por limitar a
flexibilidade do sistema, o que não é a intenção.
Como exemplo, em centros de distribuição o melhor aproveitamento do espaço será
determinado por uma modulação que acompanhe as dimensões dos racks, pallets e
da área de circulação necessária para a movimentação das empilhadeiras (figura 4.1).
Geralmente, devido às cargas elevadas suportadas pela laje de piso destes
empreendimentos, a área de estoque é projetada para se localizar no pavimento térreo
e o estacionamento fora do corpo da edificação.
CAPÍTULO 4 – DIRETRIZES DE PROJETO
63
Figura 4.1: Centros de distribuição
Fonte: www.marko.com.br – Acesso em julho de 2005.
Outro exemplo da diversidade de modulações possíveis quando da utilização de
grandes vãos são os terminais rodoviários. De acordo com MEYER (1997), estes
requerem amplos espaços contínuos e áreas mais uniformes e repetitivas, destinadas
às plataformas de embarque e desembarque. A disposição dos pilares deve ser
compatível com a configuração destas áreas e seguir as recomendações de projeto
estabelecidas em normas específicas, sendo o módulo típico usualmente adotado de
modo a compreender sub-módulos de 600mm x 600mm (figura 4.2).
10800mm
600 600
10800mm
600600
10800mm
10800mm
600 600
600
600
Figura 4.2: Módulo típico e módulo típico com plataforma para embarque/desembarque.
Fonte: MEYER (1997).
A
segunda condição apontada pelos clientes como determinadora da modulação diz
respeito à área destinada a estacionamento de veículos. Independente da sua
localização no corpo da edificação, o estacionamento é uma área onde as vagas,
CAPÍTULO 4 – DIRETRIZES DE PROJETO
64
circulação e áreas de manobras dependem de dimensões pré-determinadas por leis e
códigos específicos de cada cidade, com uma pequena variação de uma para outra.
Neste caso, o aproveitamento do espaço na edificação ocorre em função dessas
dimensões.
E
m geral, para estacionamentos não situados em vias públicas, as dimensões
mínimas das vagas para veículos de passeio são de 2,40m para a largura e 4,50m
para o comprimento. Para os ângulos das vagas de 90º e 45º usualmente projetados a
as dimensões mínimas destinadas ao acesso e manobra dos veículos é de 5,0m e
3,5m, respectivamente.
É claro que ao se determinar a modulação ideal para o sistema de cobertura, todos os
parâmetros são analisados simultaneamente. Por exemplo, em tipologias para
hipermercados, a modulação do salão de vendas é também determinada em função
das dimensões das gôndolas, prateleiras e área de circulação. Caso possua área de
estacionamento em um pavimento inferior, a disposição dos pilares na edificação
deverá ser avaliada em função do acréscimo de carga sistema de cobertura,
estrutura, laje de piso, equipamentos, produtos, pessoas que será transmitido à
estrutura deste último e que certamente provocará uma diminuição dos vãos.
A pesquisa interna realizada pela empresa Engipar (São Paulo/SP), com o intuito de
se conhecer os vãos usuais de mercado para coberturas metálicas, envolveu vinte
hipermercados, cinco centros de distribuição, um shopping center e três
empreendimentos destinados à venda de materiais para construção civil, revelando
que:
43% das edificações utilizaram uma modulação onde as terças possuíam vãos
de 15m e 33% das edificações utilizaram uma modulação onde as terças
possuíam vãos de 16m. Ou seja: 76% das edificações utilizaram terças com
dimensões múltiplas de 7,5m e 8m;
Para os vãos principais, 73% das edificações possuíam uma modulação com
base em múltiplos de 2m;
60% das edificações utilizaram uma modulação onde os vãos principais eram
de 24m. Destas, 50% utilizaram terças de 15m e 44% utilizaram terças de 16m.
A utilização de terças com vãos entre 15m e 16m, na grande maioria das edificações
avaliadas, justifica-se por serem dimensões onde as áreas das vagas e de circulação
CAPÍTULO 4 – DIRETRIZES DE PROJETO
65
nos estacionamentos são aproveitadas de melhor maneira.
Para uma modulação onde os vãos das terças possuem 15m, a distribuição das vagas
é feita como indicado na figura 4.3, apresentando-se, na figura 4.4, a modulação para
as situações de terças com vãos de 16m.
Figura 4.3: Distribuição das vagas no estacionamento (Terças com vãos de 15m).
Figura 4.4: Distribuição das vagas no estacionamento (Terças com vãos de 16m).
CAPÍTULO 4 – DIRETRIZES DE PROJETO
66
É interessante que o sistema também possua vãos principais múltiplos de 8m ou 7,5m,
a fim de possibilitar a flexibilidade de uso do espaço para o estacionamento nos dois
sentidos da estrutura.
Em relação à modulação das vigas principais, uma outra justificativa para os valores
apresentados na pesquisa é dada em função do espaçamento utilizado no
posicionamento das vigas secundárias ou terças. O projeto deve ser concebido de tal
forma que o espaçamento entre terças coincida com o comprimento total da viga
principal.
E
m edificações de grandes vãos é comum a utilização de coberturas quase planas,
com inclinações na ordem de 2% a 3%. Caso seja adotado um ângulo maior de
inclinação, maior será a quantidade de material para os elementos estruturais que
sustentam a cobertura e para se fazer a vedação lateral da edificação, que, em
função da inclinação, a altura total do prédio varia com o tamanho do vão que se
pretende cobrir. Normalmente, nestes empreendimentos, é utilizada a telha metálica
zipada.
Em geral, é estipulado o espaçamento na ordem de 2m entre terças na cobertura,
devido ao espaçamento máximo de 2,5m indicado pela maioria dos fabricantes das
telhas. É claro que outros parâmetros influem nesta determinação, como os
carregamentos atuantes na estrutura, mas procura-se, de certa forma, projetar com
valores próximos a estes.
O vão máximo de 2,5m determinado pela maioria dos fabricantes de telhas zipadas
reproduz a pior condição de apoio para a telha em relação ao diagrama de momento
fletor, que é a condição biapoiada. O momento fletor máximo, na condição de dois
apoios (figura 4.5) é maior do que em sistemas compostos por três ou mais apoios
(figura 4.6). Nestes, existe uma compensação dos momentos nos vãos pelos
momentos que surgem nos apoios, o que resulta em valores menores em relação ao
das vigas biapoiadas, de mesmos vãos e carregamentos.
Figura 4.5: Esquema para telha biapoiada. Fonte: REBELLO (2000).
CAPÍTULO 4 – DIRETRIZES DE PROJETO
67
Figura 4.6: Esquema para telha contínua. Fonte: REBELLO (2000).
Para a maioria dos fabricantes de telhas zipadas, o vão máximo admissível entre
apoios varia de acordo com a espessura do perfil da telha, sobrecarga e flecha
admissível.
Devido ao arranjo estrutural, a localização dos contraventamentos verticais neste tipo
de edificação tamm merece um estudo aprimorado. A escolha do método correto
para contraventar a estrutura influencia na utilização do edifício, na economia da
estrutura, na aparência externa e no método construtivo adotado (SÁLES et al. 1999).
No caso dos contraventamentos horizontais deve-se ter especial atenção ao seu
posicionamento no plano da cobertura, de forma que possibilite flexibilidade em
relação à interface com os sistemas de ventilação e iluminação do edifício.
A utilização do sistema modular parte do princípio que o projeto de arquitetura é a
base que possibilita, através da racionalização, maior economia nos custos e melhor
qualidade no produto final, que é a obra pronta.
Pode-se dizer também que a concepção do projeto arquitetônico em estruturas
metálicas está centralizada na modulação da edificação devido às dimensões de
produção de matéria-prima.
4.2.2. - PARÂMETROS ESTRUTURAIS
Os parâmetros estruturais responsáveis pela definição da modulação são aqueles que
orientam qualquer processo de concepção estrutural, independente da finalidade
proposta. Estão relacionados sempre, de alguma forma, com a segurança, com a
utilização e com o custo.
Como em qualquer situação de projeto, baseado na NBR 8800/86, o cálculo estrutural
deve promover primeiramente a segurança da estrutura. Em edificações de grandes
vãos, o arranjo estrutural na maioria das ocorrências é diferenciado em função dos
parâmetros arquitetônicos citados, principalmente devido à necessidade de se reduzir
o número de pilares internos. Conseqüência disto é, por exemplo, a utilização de vigas
CAPÍTULO 4 – DIRETRIZES DE PROJETO
68
e pilares com maior inércia e/ou de vigas auxiliares/secundárias em maior quantidade
como soluções para a estrutura.
A
segurança do empreendimento está diretamente ligada à resistência da estrutura
quando submetida a esforços. Os carregamentos atuantes variam de empreendimento
para empreendimento, em função de uma série de condicionantes preestabelecidos,
como tipo de sistema estrutural a ser utilizado, o tipo de solo, a localidade, o entorno
da edificação e o seu uso final.
Em função destes carregamentos, o calculista realiza o dimensionamento da estrutura
e seu arranjo, definindo as conexões e sua forma de composição, através de soldas
ou parafusos e da possibilidade de uso de chapas auxiliares. O dimensionamento da
estrutura é baseado em normas que orientam os cálculos, de forma a evitar as
possíveis consequências de uma análise mal conduzida. Exemplos destas
consequências são as deformações excessivas, esmagamento nos elementos de
contato, rasgamento dos elementos devido aos esforços de tração, fissuras,
flambagens globais ou locais da estrutura e suas peças, entre outros.
As deformações verticais nas peças, em virtude da esbeltez dos elementos e da
pequena inclinação usual das telhas, podem provocar convexidade no telhado e,
conseqüentemente, o acúmulo de água ou sujidades. Esta ocorrência, em princípio,
pode prejudicar a aparência, a possibilidade de manutenção, a funcionalidade e o
conforto dos ocupantes de um edifício, bem como pode causar danos a equipamentos
e materiais de acabamento vinculados a ele. A situação se torna ainda mais
complicada caso o problema não venha a ser resolvido, pois o aumento do volume de
água empoçada pode gerar um acréscimo na deformação das peças devido ao maior
peso, conduzindo, eventualmente, ao colapso da estrutura de cobertura.
A NBR 8800/86, no item 8.3.3, prevê a verificação da estabilidade da estrutura de
cobertura, de forma a assegurar que a água não venha a se acumular em poças.
Nesta verificação deve-se avaliar possíveis flechas dos materiais de fechamento e dos
componentes estruturais, imprecisões construtivas, recalques de fundação e os efeitos
de contraflecha. Conforme a Norma, os deslocamentos de barras da estrutura e de
conjuntos de elementos estruturais, incluindo pisos, coberturas, divisórias e paredes
externas não podem ultrapassar os valores limites estipulados em seu Anexo C. No
projeto de revisão da norma, estipula-se esta verificação para coberturas que possuam
inclinação inferior a 5%.
CAPÍTULO 4 – DIRETRIZES DE PROJETO
69
De acordo com o método dos estados limites, este efeito é considerado um estado
limite de utilização, já que pode prejudicar a aparência e a durabilidade da edificação.
A
s respostas obtidas na pesquisa anteriormente mencionada indicaram que a boa
relação entre peso/vão é um outro ponto importante na determinação da modulação. O
fator economia justifica-se na competitividade do mercado, uma vez que o peso da
estrutura é a principal responsável pelo seu custo final.
E
m geral, de acordo com SÁLES et al. (1999), nas estruturas de aço a medida de
economia é determinada pela quantidade de aço utilizado na estrutura em uma área
de piso (Kg/m
2
). Esta quantidade de aço depende de diversos fatores, como o número
de pavimentos, as cargas impostas, o espaçamento entre os pilares nas duas
direções, o tipo de estrutura do piso e a sua altura total, o método de enrijecimento ou
contraventamento da estrutura e a qualidade do aço escolhido.
Diante dos fatores citados
observa-se que a modulação da edificação influencia
diretamente na questão econômica e é conseqüência de um dimensionamento
estrutural apropriado. Através deste é determinado o perfil estrutural a se utilizar, a
quantidade de peças e o nível de complexidade de suas ligações, bem como qual o
processo de fabricação adequado, aliado ao desenvolvimento tecnológico. Não menos
importante é a avaliação das relações de custo entre o material e a mão-de-obra
disponível no mercado.
Neste caso, o uso do sistema Joist como solução estrutural é bem aceita, que
possibilita a utilização de grandes vãos com peso menor por área coberta e possui
detalhamento simplificado nas ligações, o que agiliza o processo de montagem e
diminui o fator custo/hora.
A determinação do tipo de ligação entre vigas e pilares influencia substancialmente o
custo da estrutura. Ao se calcular estruturas onde a ligação viga-pilar é rotulada, a viga
não transmite momento fletor para o pilar em que está apoiada e é dimensionada de
forma a suportar a vinculação que lhe foi retirada. em estruturas onde as ligações
entre vigas e pilares são gidas ou semi-rígidas, a viga transmite o momento fletor ao
pilar (figura 4.7).
Devido a essa transmissão de esforços, as vigas dos pórticos possuem menores
dimensões, uma vez que são menos solicitadas do que as vigas biapoiadas.
Adicionalmente, as dimensões dos pilares são menores em estruturas isostáticas,
que não são calculados para resistirem ao momento gerado pelo engastamento.
CAPÍTULO 4 – DIRETRIZES DE PROJETO
70
Figura 4.7: Deformações em vigas biapoiadas e pórticos.
Fonte: REBELLO (2000).
O
conceito de flexibilidade da estrutura também está relacionado com a possibilidade
do cliente ou do projetista em optar entre pilares metálicos e pilares em concreto, a
depender de algumas características do empreendimento como finalidade e condições
do mercado.
Nas pesquisas, perguntou-se sobre as vantagens e desvantagens da utilização de
pilares em aço e em concreto no sistema principal de apoio da cobertura metálica e a
incidência de projetos com cada um. As respostas mais significativas são
apresentadas na tabela 4.1.
Tabela 4.1:
Vantagens e desvantagens na utilização de pilares metálicos ou em concreto.
Pilar em concreto Pilar em Aço
Incidência de
projetos
73% 27%
Vantagens
Custo do seguro inferior;
Custo do material é inferior;
Não há a necessidade em se
utilizar contraventamentos
verticais se comparado ao
perfil metálico.
Facilidade de transporte e de
montagem;
Estrutura leve;
Versatilidade;
Dimensões menores em
relação ao concreto para um
mesmo carregamento.
Desvantagens
Dificuldade no transporte do
material;
Estrutura mais pesada;
Limitação do uso.
Custo de seguro superior;
Custo do material é maior;
Custo em relação à proteção
contra incêndio.
Sistemas de fechamento
CAPÍTULO 4 – DIRETRIZES DE PROJETO
71
De acordo com os dados obtidos, as maiores vantagens na escolha do aço para o
sistema de apoio da cobertura são aquelas vinculadas ao processo de projeto e
cálculo (versatilidade, dimensões dos perfis e leveza do aço) e ao transporte e
montagem (rapidez e facilidade na execução).
E
m contrapartida, o o é apontado como um material mais caro, tanto o elemento
unitário quanto os procedimentos necessários para viabilizar a sua utilização. Este fato
pode ser comprovado através de um outro item da pesquisa, cujos resultados são
apresentados no gráfico da figura 4.8, em que os profissionais foram questionados
quanto às restrições no uso de pilares metálicos para a estrutura principal de apoio.
16%
12%
20%
19%
17%
16%
Alto custo de seguro devido à utilizão de pilares metálicos
Problemas estéticos
Resistência do projetista/construtor (falta de informão)
Custo elevado devido à necessidade de proteção contra incêndio
Custo elevado do material metálico em relação ao concreto
Problemas de corrosão
Figura 4.8: Restrições ao uso de pilares metálicos em estrutura de
apoio da cobertura metálica.
O que se percebe nas respostas obtidas é que alguns fatores são realmente restritivos
ao uso dos pilares metálicos, seja por estarem vinculados diretamente aos órgãos
responsáveis pela aprovação dos projetos, seja por questões econômicas.
De acordo com os entrevistados, o custo para a proteção passiva contra incêndio
encarece os empreendimentos que utilizam pilares metálicos, tornando-os menos
competitivos quando comparados aos empreendimentos com pilares em concreto. O
custo desta proteção depende de diversos fatores, tais como ocupação, altura e área
do edifício, mas geralmente varia entre 5% e 10% do valor final da obra.
Em casos do emprego de pilares em concreto, o corpo de bombeiros exige chuveiros
automáticos, hidrantes e extintores portáteis para a proteção da edificação. Entretanto,
para pilares metálicos é exigido ainda a sua proteção passiva específica, através da
utilização de pintura intumescente, argamassa armada ou projetada, placas de de
CAPÍTULO 4 – DIRETRIZES DE PROJETO
72
rocha, gesso acartonado ou o enclausuramento do perfil com concreto. Esta proteção
passiva pode ser descartada no caso das estruturas de cobertura, desde que o
responsável técnico pelo projeto assuma a sua total independência do sistema
estrutural que suporta os elementos de compartimentação.
Os procedimentos para a proteção contra incêndio adotados no país estão em acordo
com a NBR 14323/99 - Dimensionamento de Estruturas de Aço de Edifícios em
Situação de Incêndio. no estado de São Paulo estes procedimentos são
determinados pelas Instruções Técnicas do Corpo de Bombeiros do estado, devido à
sua maior exigência, comparativamente à norma brasileira adotada.
O que se procura adotar nos projetos de construção civil atualmente é a redução do
risco de incêndio e, em caso de ocorrência, deve-se prolongar o tempo de início de
deformação da estrutura. A norma determina um tempo de resistência ao fogo, ou
seja, a um tempo suficiente para possibilitar a fuga dos ocupantes da edificação em
condições de segurança, bem como a segurança das operações de combate ao
incêndio e a minimização de danos a edificações adjacentes e à infra-estrutura
pública.
Outro fator que acaba por dificultar a utilização de pilares em aço nestes
empreendimentos é o alto valor do custo do seguro, devido à maior perda de
resistência do aço, em relação ao concreto, quando exposto ao fogo. O aço
convencional apresenta resistência reduzida e uma redução brusca do seu estado
limite de escoamento a partir de 400°C e atinge valores críticos em temperaturas em
torno de 550°C.
Pode-se interpretar a menção na pesquisa ao problema de corrosão como um fator
adicional no custo final do empreendimento. A corrosão é um processo natural e
espontâneo, entretanto, a proteção contra a corrosão não é natural e deve ser
aplicada, o que gera o impacto econômico. Além dos procedimentos de zincagem e
pintura existentes no mercado, os fabricantes oferecem o aço resistente à corrosão
atmosférica, denominados patináveis, composto por metais nobres tais como cobre,
cobalto e níquel.
Outra restrição apontada na pesquisa diz respeito ao custo unitário do perfil metálico,
definido como maior em relação ao custo do concreto. No entanto, percebe-se que
esta não é uma justificativa segura para a sua não utilização. Pode–se dizer que há no
mercado um erro “cultural” em relação às estruturas metálicas, pois não se analisa o
CAPÍTULO 4 – DIRETRIZES DE PROJETO
73
ganho global que se obtém ao utilizá-las, como menor peso da estrutura (o que resulta
em economia no dimensionamento das fundações), menores perdas, custos indiretos
menores e maior rapidez na execução e montagem.
A resistência dos projetistas e construtores em utilizar o aço na estrutura de apoio da
cobertura também está relacionada a antigos conceitos, o que mostra uma certa
acomodação quanto ao uso do aço e aos sistemas complementares ligados a ele. No
Brasil, o cálculo de estruturas em concreto é muito mais difundido do que o aço,
influência já percebida desde a graduação em cursos de engenharia e arquitetura.
S
egundo PELLICO (2004), as coberturas, em geral, possuem um comportamento mais
autônomo, o que facilita o equacionamento de suas cargas. No entanto, este
equacionamento é mais complexo para os pilares metálicos, pois deve-se verificar,
além dos carregamentos provenientes da cobertura, outros aspectos como a
estabilidade lateral e no plano do elemento, bem como a estabilidade do conjunto, o
que pode levar à utilização de contraventamentos. Portanto, as dimensões dos pilares
são influenciadas por estes efeitos e travamentos podem ser criados de forma a
diminuir o comprimento livre do pilar e melhorar a estabilidade global da estrutura.
Estas ocorrências, embora algumas, de certa forma, devam também ser verificadas
para o concreto, são mais freqüentes em estruturas de cobertura com pilares
metálicos, que se somado à maior suscetibilidade do aço ao fenômeno da flambagem
(local e global), podem soar como dificuldades ou empecilhos para o profissional
acostumado ao uso do concreto.
A resistência ao uso do perfil metálico em pilares deve-se também, em parte, aos
procedimentos e técnicas existentes relativas aos sistemas de fechamento. Para
empreendimentos de grandes vãos, o mercado dispõe de uma série de materiais
novos e tradicionais, produzidos com opção de aplicação tanto em edifícios com
pilares metálicos quanto em pilares em concreto. No entanto, o que se percebe é uma
certa acomodação dos profissionais quanto ao detalhamento da interface entre os
materiais de fechamento e os pilares metálicos, que para pilares em concreto a
técnica é bem conhecida e de utilização generalizada.
Os problemas quanto à estética são oriundos de diversos fatores, muitas vezes até de
gosto pessoal. Um dos motivos, provavelmente, está relacionado com essa interface
entre os materiais de fechamento e a estrutura do edifício. Caso executado de maneira
incorreta, o sistema de fechamento pode gerar desconforto visual e físico do usuário, o
CAPÍTULO 4 – DIRETRIZES DE PROJETO
74
que acaba contribuindo para uma experiência negativa na utilização da estrutura
metálica.
P
ortanto pode-se dizer que as dificuldades encontradas para a escolha do pilar
metálico e a falta de conhecimento dos projetistas e fabricantes em relação às
possibilidades da construção em estrutura metálica têm sido responsáveis pela baixa
incidência de projetos. Para que a indústria de fabricação e de montagem se
desenvolva e expanda, é necessário criar um público consumidor para esse novo
modo de construir, o que exige a consolidação de uma cultura de construção em
estrutura metálica entre os profissionais.
A modulação de uma estrutura de cobertura pode ser influenciada também pelo
sistema para proteção ativa contra incêndio. Neste caso, o posicionamento dos
chuveiros automáticos é relevante, pois os hidrantes e extintores são fixados no corpo
da estrutura e na altura do público. A NBR10897 - Proteção contra incêndio por
chuveiro automático (1990), determina o espaçamento máximo entre os chuveiros, a
área máxima de cobertura por chuveiro e o seu diâmetro nominal, bem como das
distâncias entre os chuveiros e os suportes de fixação de acordo com a classe de risco
de ocupação da área a ser protegida. Estas distâncias variam com o tipo de suporte e
com o diâmetro da tubulação.
As limitações das áreas de coberturas dos chuveiros ocorrem em função do nível de
risco das ocupações, classificados no item 4.1 da norma como risco leve, risco
ordinário, risco extraordinário e risco pesado. Os limites das áreas se encontram no
sub-item 5.5.6 da mesma norma.
De acordo com a NBR-10897, alguns fatores influenciam na resposta do chuveiro e
estes fatores, de certa forma, estão relacionados com a modulação da estrutura:
1) Forma do teto
Qualquer obstrução no teto representa uma barreira para a camada de gases
quentes. Tetos com vigas ou nervuras tendem a canalizar os gases quentes
entre as vigas e somente os chuveiros entre ou junto a estas vigas são
prováveis de entrar em operação, pelo menos inicialmente. Deve-se ter um
cuidado maior em relação aos telhados inclinados, pois atuam como poços
invertidos, nos quais os gases quentes sobem e podem impedir que os
chuveiros operem na base do telhado (GONÇALVES, 2005).
CAPÍTULO 4 – DIRETRIZES DE PROJETO
75
2) Altura do teto
Os gases quentes sobem na forma de uma nuvem até o teto, ativando o
chuveiro. Para tetos com alturas entre 2,5m e 4,5m, a camada quente possui
de 0,1m a 0,3m de espessura no momento da operação do chuveiro, sendo
que a parte mais quente está cerca de 0,15m do teto, sendo então essa, em
geral, a altura ideal para instalação do chuveiro.
Para tetos com alturas acima de 4,50m, a camada quente será mais espessa
no momento da operação do chuveiro, devido ao esfriamento dos gases em
seu trajeto. A produção de calor necessária para acionar um chuveiro de uma
determinada faixa de temperatura é proporcional ao quadrado da altura do teto
(GONÇALVES, 2005).
A modulação da estrutura de cobertura, sem o estudo adequado da distribuição dos
chuveiros automáticos, pode levar a custos indesejados das instalações, o que pode
ser um fator negativo na comercialização de um sistema. Nos casos em que a
modulação da estrutura não coincide com a modulação dos chuveiros, são fixados
perfis na estrutura para servir de apoio e sustentação dos bicos.
De acordo com FIRMO (2003), somente uma sistematização racionalizada baseada
em um novo conceito de módulo, ou a busca de princípios padronizados de articulação
e combinação de módulos, tem força suficiente para atingir a produção em larga
escala, agregando as inúmeras vantagens preconizadas pela industrialização.
4.2.3. - PARÂMETROS COMERCIAIS
Os parâmetros comerciais que determinam a escolha da modulação são uma união de
todos os fatores relacionados, com algumas observações. Dentre todos, a relação
entre a qualidade do produto ofertado e o seu custo final é o mais característico, ou
seja, o conceito de custo/benefício ainda prevalece.
Este conceito pode ser observado nos gráficos apresentados nas figuras 4.9 e 4.10,
obtidos a partir dos resultados pesquisa realizada com projetistas que apontaram, em
ordem de importância, os pontos positivos e negativos que determinam a aquisição de
um sistema de cobertura metálica.
Em relação ao custo final de uma estrutura em aço, é claro que existem outros fatores
responsáveis, direta ou indiretamente, pela sua competitividade, como o cálculo das
fundações, em função dos esforços na estrutura e do tipo de solo, bem como os
CAPÍTULO 4 – DIRETRIZES DE PROJETO
76
procedimentos adotados para segurança contra incêndio. O que se procura mostrar
neste tópico do trabalho é que, através da adoção de um módulo padronizado e
otimizado, todas as etapas do processo construtivo são simplificadas, o que
provavelmente levará a um custo menor.
21%
21%
11%
47%
Preço Competitivo
Agilidade no fornecimento e montagem
Acabamento da estrutura, leveza e esbeltez
Outros
19%
16%
11%
54%
Custo elevado
Demora no fornecimento
Incompatibilidade de projeto
Outros
Figura 4.9: Pontos positivos que levam à
aquisição de um sistema de cobertura metálica.
Figura 4.10: Pontos negativos que não
levam à aquisição de um sistema de
cobertura metálica.
1)
Em geral:
Hoje em dia, para empreendedores hoteleiros, empresas que necessitam de
centros de distribuição, indústrias, hipermercados e edifícios de escritório, uma
obra fora do prazo é sinônimo de prejuízo, e o tempo para realizá-la é
contabilizado como tal. Quanto menos industrializadas, mais retrabalhos,
desperdícios e gastos são gerados e tudo é válido para entregar a obra no
menor prazo possível, ao melhor custo e da forma mais racionalizada para o
cliente. A partir destes condicionantes, uma nova modalidade de negócios
conhecida por Fast Construction surge no mercado, onde o método de
construção é rápido, seriado e prioriza sistemas e subsistemas construtivos
(MEDEIROS, 2003).
2) Na fabricação:
Em projetos estruturais onde se dispõe somente de anteprojeto ou projeto
básico para o orçamento, ou quando existe a possibilidade de modificações
e/ou adequações do projeto, a contratação dos serviços de fabricação é feita
através de um custo unitário. Outra possibilidade é a contratação através de
custo global, quando os desenhos de projeto já estão completos e são bastante
detalhados. Além disso, dependendo do nível de padronização da estrutura, o
CAPÍTULO 4 – DIRETRIZES DE PROJETO
77
tipo de contrato entre fornecedor e fabricante pode ser feito pelo processo de
industrialização, onde o peso do projeto previamente estabelecido permite o
conhecimento tanto qualitativo quanto quantitativo dos materiais. Este processo
permite que a compra do material seja feita pelo proprietário, o fabricante se
responsabiliza somente pela industrialização da estrutura e cobra um valor
unitário pelos serviços de fabricação dos componentes, o que pode reduzir o
preço em até 20% (SÁLES et al, 1999).
O aço estrutural passa por várias operações ao longo da fabricação da
estrutura. Logo, quanto mais simplificada a sua solução e a de suas conexões,
maior é a produtividade da fábrica e menor é o prazo de entrega. A fabricação
em série das peças reduz os custos de produção, aprimorando a qualidade de
cada peça produzida.
3)
No transporte:
É sempre mais viável transportar as peças o mais pré-montado possível, a fim
de se evitar trabalhos e perda de tempo no local de montagem (RAAD Jr.,
1999). A utilização de transporte especial e o seu custo dependerão
diretamente da modulação adotada, devido às dimensões das peças (e do
posicionamento das conexões entre as partes) e de seu peso. Entre todos os
meios de transporte disponíveis, o rodoviário e o ferroviário são os mais usuais.
As tabelas 4.2 e 4.3 apresentam as dimensões máximas recomendadas para o
transporte ferroviário e rodoviário, respectivamente.
Tabela 4.2: Dimensões padrão no transporte ferroviário. Fonte: RAAD Jr., 1999.
Bitola Largura Altura da carga
Comprimento
da carga
Peso máximo
Larga -1,60m 2,5 a 2,8 m
2,85m 16 a 19m 75t
Estreita - 1,0m
2,30m 2,45 16 a 19m 60t
Tabela 4.3: Dimensões padrão no transporte rodoviário. Fonte: RAAD Jr., 1999.
Dimensões Comprimento total
Largura máxima 2,60m Veículo Simples 13,20m
Altura máxima (a contar do solo) 4,20m Veículo Articulado 18,15m
Comprimento da carga 12,0m Veículo com reboque 19,80m
CAPÍTULO 4 – DIRETRIZES DE PROJETO
78
4) Na montagem
Em estruturas metálicas, as montagens se caracterizam pela rapidez, precisão,
adaptabilidade e confiabilidade, e em qualquer obra são vários os fatores que
podem interferir na escolha do processo de montagem. As dificuldades de
montagem devido à complexidade do projeto ou ao seu alto custo acabam por
limitar esta escolha (SÁLES et al, 1999).
As condições de trabalho na fábrica são geralmente mais favoráveis. É
recomendado então que a estrutura seja enviada ao canteiro de obras pré-
montada e que se observe o tipo de estrutura, as dimensões dos componentes
que serão transportados e as próprias características da obra, como acesso e
equipamento para montagem. Conseqüência disto é uma execução mais
rápida e de melhor qualidade pela montadora (RAAD Jr., 1999). Ao se diminuir
o tempo de montagem, diminui-se o período de locação dos equipamentos de
movimentação de carga e de pequeno porte, das instalações fixas ou móveis
do canteiro de obras e do contrato com a mão-de-obra entre outros, o que
reflete no custo final.
4.3 - DIRETRIZES PARA O CÁLCULO ESTRUTURAL
O objetivo deste tópico é apresentar as principais diretrizes que nortearam a
elaboração do projeto estrutural do Sistema de Cobertura V&M, bem como os
procedimentos adotados no cálculo e os parâmetros para o dimensionamento das
peças e conexões. Entende-se por projeto estrutural o conjunto de cálculos, desenhos,
especificações de fabricação e de montagem de uma determinada estrutura.
As rotinas de cálculo aqui demonstradas são usuais em sistemas estruturais que
possuem características semelhantes, exceto alguns procedimentos relativos ao
dimensionamento das peças, como a verificação das ligações, que são
especificamente essenciais em estruturas que utilizam o perfil de seção tubular. Estas
rotinas foram desenvolvidas segundo as premissas de cálculo apresentadas a seguir.
É
importante frisar que se trata de uma abordagem geral, não detalhada do projeto, a
fim de se preservar as informações classificadas como sigilosas em função do caráter
comercial que o sistema possui.
CAPÍTULO 4 – DIRETRIZES DE PROJETO
79
4.3.1. PREMISSAS DE CÁLCULO
1
) Método de cálculo
O cálculo da estrutura baseia-se no Método dos Estados Limites, que impõe a
condição de que a estrutura deve ser capaz de atender a estados limites últimos e de
utilização, além de exigir que a fabricação, o transporte, o manuseio e a montagem da
estrutura sejam executados de maneira adequada e em boas condições de segurança.
2) Normas utilizadas
No desenvolvimento do projeto, são utilizadas as seguintes normas:
NBR 6120/80 - Cargas para o Cálculo de Estruturas de Edificações;
NBR 8681/84 - Ações e segurança nas estruturas;
NBR 8800/86 - Projeto e Execução de Estruturas de Aço de Edicios (Método
dos Estados Limites).
NBR 6123/88 - Forças devidas ao vento em edificações;
Eurocode-3 (2000) - Design of steel structures;
3) Tipologia estrutural adotada
N
o sentido transversal, o sistema é composto por pórticos rígidos cujas vigas
principais são treliças planas em tubo de seção circular.
N
o sentido longitudinal, o sistema apresenta duas diferentes condições estruturais,
considerando-se ligações rígidas para as terças das extremidades (em caso de pilares
metálicos), sendo as demais consideradas biapoiadas.
As vigas principais e das extremidades são conectadas tanto em pilares em aço
quanto em concreto, nestes últimos através de pilaretes em aço chumbados no topo.
4)
Deslocamentos máximos recomendados
De acordo com a tabela 26 da NBR 8800/86 - Valores máximos recomendados para
deformações, para efeito da sobrecarga e vento aplicado na estrutura, a flecha vertical
admissível é L / 360.
4.3.2. DESENVOLVIMENTO DO SISTEMA ESTRUTURAL
As diretrizes e procedimentos usuais para a elaboração do projeto de cobertura
podem ser agrupados em quatro etapas, a saber:
CAPÍTULO 4 – DIRETRIZES DE PROJETO
80
a) Concepção inicial do sistema com a definição dos vãos que se pretende vencer;
b) Definição e determinação das cargas atuantes na estrutura (ações) e suas
combinações de acordo com o Método dos Estados Limites;
c) Análise e dimensionamento da estrutura;
d)
Detalhamento do projeto.
A primeira etapa será apresentada no capítulo 5. As restantes serão apresentadas a
seguir.
4.3.2.1.
Carregamentos e combinações
Em uma primeira análise, no sentido de uniformizar e fornecer subsídios para viabilizar
a concepção estrutural, realizou-se um levantamento das ações que ocorrem durante
o período de vida útil de uma edificação e de suas combinações, bem como do
Método dos Estados Limites e da ação do vento nas edificações.
Este levantamento, além de contribuir com um maior e melhor conhecimento dos
dados fornecidos pelas normas brasileiras, possibilitou a constatação de uma
incerteza generalizada em relação à classificação das ações (entre permanentes e
variáveis), tanto entre os engenheiros quanto clientes e fabricantes.
O termo “cargas de utilização” é freqüentemente utilizado e está relacionado com
todos os equipamentos e sistemas que são “pendurados” na estrutura após a sua
conclusão, sem uma distinção clara do que é carga permanente (aquela que ocorre
com valor constante e pequena variabilidade ao longo da vida útil da estrutura) e carga
acidental (aquela resultante do uso e ocupação da edificação ou estrutura).
4.3.2.1.1. Ações
Denominam-se ações todas as causas que provocam tensões, deformações ou
movimentos de corpo rígido em uma estrutura. De acordo com a norma NBR 8681/84,
as forças e as deformações impostas pelas ações são consideradas, do ponto de vista
prático, como se fossem as próprias ações. As deformações impostas são por vezes
designadas por ações indiretas e as forças, por ações diretas.
D
e acordo com a citada norma, durante o período de vida da construção, podem
ocorrer três tipos de ações, segundo sua variabilidade no tempo:
Ações Permanentes (G);
CAPÍTULO 4 – DIRETRIZES DE PROJETO
81
Ações Variáveis (Q);
Ações Excepcionais (E).
(a) Ações Permanentes
São todas as ações que ocorrem com valores constantes ou de pequena variabilidade
ao longo da vida útil da edificação. Podem ser divididas em duas classes, as ões
permanentes diretas e as indiretas.
Ações Permanentes Diretas
São os pesos próprios dos elementos da construção, incluindo-se o peso
próprio da estrutura e de todos os elementos construtivos permanentes, tais
como pisos, telhas, paredes permanentes, revestimentos, acabamentos,
instalações, entre outros;
Os pesos dos equipamentos fixos;
Os empuxos devidos ao peso próprio de terra não removível e de outras
ações sobre elas aplicadas;
Em alguns casos, os empuxos hidrostáticos.
Os valores dos pesos específicos dos materiais de construção são definidos na tabela
1 da NBR 6120.
Ações Permanentes Indiretas
Recalques de apoios;
Retração dos materiais;
Protensão.
(b) Ações Variáveis
As ações variáveis são aquelas resultantes do uso e ocupação da edificação ou
estrutura tais como: sobrecargas distribuídas em pisos devido ao peso de pessoas,
mobiliário, objetos e materiais estocados; ações provenientes da utilização de
equipamentos como elevadores, centrais de ar condicionado, máquinas industriais,
pontes rolantes e talhas; pesos de parede removíveis; sobrecargas em coberturas, etc.
Caracterizam-se pela variação, em torno de sua média, de intensidade, sentido,
direção e posição, durante a vida útil da construção. Essa variação pode ser lenta e
CAPÍTULO 4 – DIRETRIZES DE PROJETO
82
gradual ou rápida, dependendo da natureza da ação. Desta forma, pode-se ter como
exemplos de variação lenta a mudança de temperatura ambiente ou a variação do
nível d’água de uma represa. Como exemplos de variação rápida tem-se a força
horizontal de choque de uma ponte rolante com o pára-choque ou o impacto devido à
queda de um corpo sobre uma estrutura.
São ações variáveis os empuxos de terra, as pressões hidrostáticas e hidrodinâmicas,
a pressão e os efeitos do vento, a variação de temperatura, a força de frenagem
(como no caso de pontes), as forças de impacto e centrífugas, o atrito nos aparelhos
de apoio, entre outros. No caso de barragens e centrais nucleares considera-se os
efeitos de natureza sísmica.
A
ação do vento em estruturas metálicas, especificamente em coberturas, é uma das
mais importantes a considerar, principalmente se não houver ações de pontes
rolantes, como é o caso do sistema V&M. As cargas devido ao vento não podem ser
negligenciadas, sob o risco de colocar a estrutura em colapso (BELLEI, 1994).
As considerações para a avaliação das forças de vento são determinadas pela Norma
Brasileira NBR 6123/88, que serão apresentadas resumidamente no próximo item.
Devido a probabilidade de ocorrência durante a vida útil da construção, as ações
variáveis são classificadas em normais ou especiais.
As ações variáveis normais são aquelas cuja probabilidade de ocorrência é grande,
tornando obrigatória a sua consideração. as ações variáveis especiais são aquelas
relacionadas às ações sísmicas ou cargas acidentais de natureza ou intensidades
especiais, atuantes em tipos particulares de estruturas.
No caso de pisos, coberturas e outras situações similares, considera-se uma carga
concentrada aplicada na posição mais desfavorável, de intensidade compatível com o
uso da edificação, além das cargas variáveis distribuídas. Como exemplo, tem-se o
peso de talhas carregadas, ação de um macaco para veículo, peso de uma ou duas
pessoas em terças de cobertura ou em degraus, entre outros. Esta carga concentrada
deve ser superposta às cargas distribuídas, se necessário.
Em alguns casos, as ações variáveis já incluem os efeitos comuns de impacto.
Contudo, devem ser considerados nos projetos, além dos valores estáticos das ações,
também os efeitos dinâmicos e/ou impactos causados por elevadores, equipamentos,
pontes rolantes, caso sejam desfavoráveis.
CAPÍTULO 4 – DIRETRIZES DE PROJETO
83
As cargas variáveis (inclusive sobrecarga) em pisos e balcões suportados por
pendurais devem ser majoradas em 33% para se considerar o impacto.
E
m coberturas comuns, não sujeitas a acúmulos de quaisquer materiais, e na
ausência de especificação em contrário, deve ser prevista uma sobrecarga
característica mínima de 0,25KN/m
2
(25Kgf/m
2
), em projeção horizontal.
As ações provenientes de pontes rolantes devem atender às prescrições do Anexo B
da NBR 8800/86 e os valores mínimos recomendados para as ações verticais são
apresentados na tabela 2 da NBR 6120/80
(c) Ações excepcionais
São aquelas que possuem uma duração extremamente curta e uma probabilidade de
ocorrência muito baixa durante a vida da construção, mas que devem ser
consideradas nos projetos de determinadas estruturas.
C
onsideram-se como excepcionais as ações decorrentes de causas tais como
explosões, choques de veículos, incêndios, enchentes ou sismos excepcionais.
(d) Ação do Vento nas Edificações
Na engenharia de estruturas, a análise do vento é feita, primeiramente, para se definir
qual o efeito que esta força terá sobre as edificações. O vento pode ser definido como
um fluxo de ar médio, sobreposto à flutuações denominadas rajadas ou turbulências.
As rajadas apresentam um valor de velocidade do ar superior à média e são
responsáveis pelas forças que irão atuar na edificação.
A velocidade do vento a ser considerada no projeto de uma edificação deverá ser
avaliada a partir de certos fatores determinados na NBR 6123/88 como:
Local da edificação;
Tipo de terreno (plano, aclive, morro, etc.);
Altura da edificação;
Rugosidade do terreno (tipo e altura dos obstáculos à passagem de vento);
Tipo de ocupação.
Estes fatores influenciam a ação do vento sobre a edificação, juntamente com as suas
dimensões. A aleatoriedade do vento também deve ser considerada, que exige não
a necessidade de realizar medições do vento natural, como adotar também
CAPÍTULO 4 – DIRETRIZES DE PROJETO
84
simplificações para poder validar seus efeitos.
De acordo com BLESSMANN (1989), os efeitos nocivos do vento podem gerar um ou
mais dos seguintes danos às edificações:
Danos estruturais;
Danos por deformação excessiva de estrutura;
Danos por ações das pressões;
Neste caso, vidros podem ser rompidos e painéis de revestimento e telhados
(telhas e estrutura) arrancados, seja pela ação preponderante de fortes
sobrepressões ou sucções externas ou pela ão conjunta de sobrepressões
internas e sucção externa ou vice-versa.
Danos por fragmentos lançados pelo vento;
Desconforto dos usuários devido a ruído de janelas que trepidam, vibração de
brises e o próprio ruído do vento devido à oscilação da edificação ou então
devido a má estanqueidade das vedações, potencializada pelas pressões de
vento;
Desconforto dos transeuntes à movimentação de pó, areia, folhas, penetração
de chuva no edifício, ruído entre outros, devido às altas velocidades do vento
próximo ao terreno onde a edificação se encontra.
4.3.2.1.2. Método dos Estados Limites
O Método dos Estados Limites foi a primeira tentativa real de se organizar todos os
aspectos relativos à análise de estruturas, como as especificações de ações e a
análise da segurança.
É um método onde se determina uma situação limite, acima da qual um elemento da
estrutura se torna inutilizável (Estado Limite de Utilização), ou acima da qual será
considerado inseguro (Estado Limite Último). Desta forma, se uma parte do sistema
estrutural é considerada inadequada para o uso ou deixa de cumprir com uma das
finalidades a que foi determinada, esta atingiu um estado limite.
O conceito de segurança, então, passa a ser definido como a capacidade que uma
estrutura apresenta de suportar as diversas ações que vierem a solicitá-la durante a
sua vida útil, sem atingir qualquer estado limite.
CAPÍTULO 4 – DIRETRIZES DE PROJETO
85
(a) Estados limites últimos
Os estados limites últimos estão relacionados com o esgotamento da capacidade
portante da estrutura, ou seja, com o seu colapso real ou convencional. O estado limite
último também pode ocorrer devido à sensibilidade da estrutura aos efeitos da
repetição das ações, do fogo, de uma explosão, etc.
Podem ser originados, em geral, por um ou vários dos fenômenos a seguir:
Perda da estabilidade de uma parte ou conjunto da estrutura, assimilada ao
corpo rígido. Exemplos: tombamento, arrancamento de fundações entre outros;
Perda da estabilidade de uma parte ou conjunto da estrutura devido à
deformação;
Colapso da estrutura, ou seja, transformação da estrutura original em uma
estrutura parcial ou totalmente hipostática por plastificação;
Deformações elásticas ou plásticas, que provoquem uma mudança de
geometria que exija uma substituição da estrutura;
Perda de capacidade de sustentação por parte dos elementos da estrutura,
ruptura de seções por ter sido ultrapassada a resistência do material, sua
resistência a flambagem, a fadiga, etc;
Grandes deformações, transformação em mecanismo, instabilidade global.
(b) Estados limites de utilização
Os estados limites de utilização são aqueles relacionados à interrupção da utilização
normal da estrutura, aos danos e a sua deterioração. A ocorrência de um estado limite
de utilização pode prejudicar a aparência, a possibilidade de manutenção, a
durabilidade, a funcionalidade e o conforto dos ocupantes de um edifício, bem como
causar danos a equipamentos e materiais de acabamento vinculados ao edifício.
Podem ser originados, em geral, por um ou vários dos seguintes fenômenos:
Deslocamentos excessivos, sem perda de equilíbrio;
Deformações excessivas que afetem a utilização normal da construção ou seu
aspecto estético, como flechas ou rotações;
Danos locais excessivos que afetam a utilização, aparência ou a durabilidade
da estrutura como fissuração, rachaduras, corrosão, escoamento localizado ou
CAPÍTULO 4 – DIRETRIZES DE PROJETO
86
deslizamento;
Vibração excessiva que afeta o conforto dos ocupantes da edificação ou a
operação de equipamentos.
4.3.2.1.3. Determinação das Ações
A
partir da consideração do Método dos Estados Limites, o dimensionamento de uma
estrutura torna-se um processo que envolve a identificação de todos os modos de
colapso ou maneiras pelas quais a estrutura poderia deixar de cumprir as finalidades
para as quais foi projetada. Envolve também a determinação de níveis aceitáveis de
segurança e a classificação dos estados limites significativos pelo calculista, a fim de
se evitar a sua ocorrência.
E
ste processo consiste, essencialmente, na determinação das ações ou da
combinação destas ações, cujos efeitos conduzam a estrutura a um estado limite. O
processo deve garantir que a resistência da estrutura seja superior à solicitação a que
será submetida e deve considerar um limite mínimo de segurança definido por norma.
(a) Probabilidade de Combinações
Em uma combinação de ações, caso ocorresse apenas uma ação variável, a situação
mais desfavorável para um determinado efeito na estrutura seria a utilização do
máximo valor dessa ação variável, superposta à ação permanente. Como a maioria
das ações atuantes em uma estrutura é variável, usualmente mais de uma ação deste
tipo deveriam são consideradas nas combinações. Então, levando-se em
consideração somente a segurança da estrutura, dever-se-ia admitir a possibilidade da
ocorrência simultânea dos valores máximos de todas as ações variáveis atuantes no
período de recorrência considerado (QUEIROZ, 1988).
No entanto, esta ocorrência é muito improvável, mesmo no caso de apenas duas
ações variáveis. A utilização destes valores extremos sem uma análise mais coerente
em termos do período provável de recorrência, pode originar estruturas
superdimensionadas.
Na figura 4.11 pode-se observar as variações de uma força normal de compressão N
em um pilar de um edifício, causada pela carga permanente, pela sobrecarga nos
pisos e pelo vento. Ao se fazer a superposição das três ações, percebe-se que a força
normal máxima não ocorre devido à superposição dos valores máximos da sobrecarga
e do vento à carga permanente (figura 4.12).
CAPÍTULO 4 – DIRETRIZES DE PROJETO
87
Figura 4.11: Variações da força normal com o tempo.
Fonte: QUEIROZ, 1988.
Figura 4.12: Superposição das ações.
Fonte: QUEIROZ, 1988.
Esta probabilidade remota de ocorrência simultânea de valores máximos de ações
variáveis é considerada implicitamente nas normas, através da utilização de
coeficientes que minoram as ações variáveis em determinadas combinações,
estabelecendo-se o conceito de ações variáveis principais e ações variáveis
secundárias.
As normas fornecem os valores nominais das ações, definidos como os valores
máximos esperados (com pequena probabilidade de serem superados) durante um
período também definido por norma.
Da mesma maneira, através de resultados de ensaios, é possível obter os valores
médios e os coeficientes de variação das propriedades mecânicas dos diversos aços
estruturais. Esses dados são definidos como os valores mínimos esperados destas
CAPÍTULO 4 – DIRETRIZES DE PROJETO
88
propriedades.
Entretanto, para o dimensionamento da estrutura são considerados os efeitos das
ações (esforços solicitantes, tensões, deslocamentos) e as resistências reais dos
diversos componentes da estrutura, sob diferentes tipos de solicitação. Ou seja, além
das incertezas relativas aos valores nominais das ações e das propriedades
mecânicas dos elementos estruturais, surgem outras, tais como:
D
evido aos efeitos das ações:
O cálculo usado para a análise da estrutura real (avaliação consistente do grau
de engastamento nos apoios, do grau de rigidez das ligações, da inelasticidade
do material devido a tensões residuais, entre outros);
As condições e formas para a execução da estrutura (comprimento das barras,
formas, posições);
As dimensões das seções transversais (tolerâncias de laminação e de
fabricação);
Devido às resistências dos componentes da estrutura:
Comportamento das peças em cada tipo de colapso (ruptura, flambagem,
plastificação);
Execução da estrutura;
Dimensões das seções transversais.
À existência destas incertezas, torna-se necessária a utilização dos chamados valores
de cálculo das ações e/ou resistências para que se estabeleça a condição de não
violar algum estado limite. Esses valores são iguais aos valores nominais
mencionados, porém corrigidos por coeficientes de segurança adequados,
determinados por norma, de forma a manter a probabilidade de violação do estado
limite em um nível suficientemente baixo.
4.3.2.1.4. Determinação dos Carregamentos
São listados, a seguir, os carregamentos usualmente adotados para o cálculo das
combinações em um sistema de cobertura, bem como seus respectivos valores
nominais. Nesta fase, o projetista define também quais são os elementos estruturais
que suportarão cada uma destas cargas.
CAPÍTULO 4 – DIRETRIZES DE PROJETO
89
Os componentes da cobertura relacionados abaixo podem variar de um sistema para o
outro, de acordo com o tipo de empreendimento e as necessidades do cliente.
Para as Ações Permanentes
Peso próprio dos elementos que constituem a estrutura metálica em
kgf/m
2
;
Peso próprio das telhas De acordo com os fabricantes, o peso das
telhas zipadas varia em função do vão a ser vencido e da espessura da
chapa utilizada;
Mantas para o isolamento térmico (Sub-cobertura);
Peso da tubulação de ar condicionado;
Peso da instalação elétrica e iluminação;
Instalações de combate a incêndio (chuveiro automático);
Comunicação visual.
Para as Ações Variáveis
Sobrecarga de 25kgf/m², segundo a NBR 8800/86;
Ações devido ao vento, segundo a NBR 6123/88. A determinação da
velocidade característica do vento depende da especificação da velocidade
básica e dos fatores S
1
, S
2
e S
3
. Para o sistema de cobertura proposto,
adotou-se:
- Velocidade básica de 40m/s devido à maior utilizão comercial, de
acordo com o mapa das isopletas;
- Fator topográfico S
1
= 1,0;
- Fator de rugosidade S
2
para categoria II e classe C;
- Fator estatístico S
3
= 1,0 grupo 2.
4.3.2.1.5. Determinação das Combinações
Para a determinação das solicitações de cálculo e posterior verificação da resistência
da estrutura e dimensionamento das peças, deve-se utilizar as seguintes combinações
de ações, conforme a NBR 8800/86.
1) 1,4 (CP
1
+ CP
2
) + 1,5 Sobrecarga
CAPÍTULO 4 – DIRETRIZES DE PROJETO
90
2) 0,9 CP
1
+ 1,4 Vt
x
3) 0,9 CP
1
+ 1,4 Vt
y
4)
1,4 (CP
1
+ CP
2
) + 1,5 Sobrecarga + (1,4 x 0,6) Vt
x
5) 1,4 (CP
1
+ CP
2
) + 1,5 Sobrecarga + (1,4 x 0,6) Vt
y
6)
1,4 (CP
1
+ CP
2
) + (1,5 x 0,65) Sobrecarga + 1,4 Vt
x
7) 1,4 (CP
1
+ CP
2
) + (1,5 x 0,65) Sobrecarga + 1,4 Vt
y
8)
1,0 CP
1
9) 1,0 (CP
1
+ CP
2
)
10)
1,0 Vt
x
11) 1,0 Vt
y
12)
Sobrecarga
Sendo que:
Carga permanente,
CP = CP
1
+ CP
2
CP
1
= Peso próprio da estrutura + Peso próprio da telha
CP
2
= Peso próprio do ar condicionado + Sub-cobertura + Instalação elétrica e
Iluminação + Chuveiros automáticos.
Vt
x
= Componente horizontal da ação do vento;
Vt
y
= Componente vertical da ação do vento;
As combinações numeradas de 8 a 12 correspondem às solicitações de cálculo para
os estados limites de utilização, em que os coeficientes de ponderação possuem
valores iguais a 1,0.
4.3.2.2. Análise e dimensionamento da estrutura
4.3.2.2.1. Generalidades
A análise e conseqüentemente o dimensionamento de barras tubulares são processos
trabalhosos visto que a geometria da peça deve respeitar uma combinação de vários
parâmetros (SANTOS, 2003). A automação do dimensionamento torna-se então uma
opção desejável, já que o processo de cálculo necessita de muitas verificações.
O
s procedimentos para a análise numérica do sistema da V&M não diferem daqueles
CAPÍTULO 4 – DIRETRIZES DE PROJETO
91
ultimamente adotados pela Engenharia Estrutural. Hoje em dia, são diversos os
programas computacionais existentes que auxiliam nos projetos, reduzindo bastante o
tempo necessário para a análise numérica das estruturas.
No sistema em questão, utilizou-se um programa computacional comercial para a
análise, o dimensionamento e detalhamento das peças e a verificação quanto à
resistência e estabilidade dos elementos e do conjunto.
4.3.2.2.2. Análise Numérica
Após a indicação dos carregamentos e obtenção das solicitações de cálculo, é
definido o pré-dimensionamento dos elementos estruturais que se pretende utilizar,
adotando-se uma estimativa das espessuras e dos diâmetros dos tubos para que a
estrutura seja modelada no programa.
Este conjunto de dados é então inserido no programa, juntamente com as alturas e
comprimentos das peças e as características do aço escolhido. A
partir da modelagem
e dos dados iniciais fornecidos, o programa calcula os valores das solicitações axiais
(tração ou compressão), para cada elemento das treliças, de acordo com cada uma
das combinações de ações.
O processo de dimensionamento torna-se interativo, na medida que, em um curto
espaço de tempo, todos os esforços atuantes na estrutura são apresentados em
função do pré-dimensionamento adotado. Caso a estrutura não apresente bons
resultados, novas dimensões são inseridas e analisadas, e assim sucessivamente.
4.3.2.2.3. Comportamento das ligações
Segundo SANTOS (2003), o estudo do comportamento das ligações em estruturas
compostas por perfis tubulares é de extrema importância, uma vez que provocam
tensões nos tubos que devem ser avaliadas de forma a possibilitar a elaboração de
projetos otimizados.
Neste tópico pretende-se abordar, de forma generalizada, o comportamento das
ligações em estruturas tubulares, apontando as principais formas de colapso destes
elementos. Recomenda-se ainda a leitura das Normas, textos e dissertações que
tratam deste assunto de forma mais específica, como o Eurocode 3, PACKER (1997),
WARDENIER (2000), SANTOS (2003), entre outros. O item 7 da NBR 8800/86
apresenta as condições específicas para o dimensionamento de ligações em geral.
CAPÍTULO 4 – DIRETRIZES DE PROJETO
92
Nas estruturas que utilizam perfis tubulares de seção circular, as ligações entre as
peças são realizadas por meio de dispositivos de extremidade para ligações
parafusadas, chapas, conectores especiais ou pela união direta das barras
secundárias na parede da barra principal. No caso de treliças planas, o objetivo
principal das ligações de extremidade das barras é desenvolver a resistência à tração
ou à compressão necessária à estrutura, sem enfraquecer o perfil no qual estão
conectadas.
Para o entendimento apropriado do comportamento das ligações entre perfis
tubulares, é importante considerar-se a transmissão dos esforços, a distribuição da
resistência interna na conexão e os efeitos das propriedades do material
(WARDENIER, 2000).
A transmissão dos esforços indica os possíveis locais de colapso da ligação, enquanto
a distribuição da resistência, combinada com o comportamento do material, determina
o modo de colapso da ligação nesses locais. Os modos de colapso mais comuns
ocorrem nas chapas que estão ligadas aos tubos (figura 4.13), nas soldas que fazem a
ligação dos elementos (figura 4.14), na face superior do tubo que recebe o elemento
de ligação por fratura lamelar (figura 4.15) ou por puncionamento da parede (figura
4.16) e nas paredes laterais do tubo (figura 4.17).
Os critérios geralmente utilizados para a caracterização de um colapso são:
Resistência ao carregamento último;
Limite de deformação;
Aparecimento de trincas (observação visual).
Figura 4.13: Colapso na chapa. Fonte: WARDENIER, 2000.
CAPÍTULO 4 – DIRETRIZES DE PROJETO
93
Figura 4.14: Colapso na solda
Fonte: WARDENIER, 2000.
Figura 4.15: Fratura lamelar na face superior
do tubo. Fonte: WARDENIER, 2000.
Figura 4.16: Puncionamento por
cisalhamento na face superior do
tubo. Fonte: WARDENIER, 2000.
Figura 4.17: Colapso na parede lateral do banzo.
Fonte: WARDENIER, 2000.
Deve-se verificar ainda o esmagamento dos elementos de contato, o colapso por
rasgamento das chapas e o cisalhamento dos parafusos.
(a) Ligações soldadas entre perfis tubulares de seção circular
O
s perfis tubulares de seção circular podem ser conectados de diversas maneiras.
Entretanto, a solução mais simples e que envolve menor quantidade de material é a
ligação direta através de solda.
A transmissão das forças neste tipo de ligação é considerada complexa devido à
distribuição não linear da resistência ao longo do perímetro das diagonais que estão
conectadas aos banzos. As regras de cálculo são, portanto, baseadas em modelos
analíticos simplificados, combinados com evidências experimentais o que resulta em
fórmulas de cálculo semi-empíricas.
Para as ligações soldadas entre perfis tubulares de seção circular, as possíveis formas
globais de colapso são apresentadas na figura 4.18, além daquelas ilustradas pelas
figuras 4.14 e 4.15.
CAPÍTULO 4 – DIRETRIZES DE PROJETO
94
(a) Colapso no montante resultante da
redução da área útil devido à fissura na solda
ou na extremidade do montante.
(b) Puncionamento ou arrancamento de uma
área do banzo em torno do montante.
(c) Flambagem local do banzo.
(d) Cisalhamento do banzo.
(e) Plastificação da corda
Figura 4.18: Modos de colapso em ligações soldadas nos perfis tubulares de seção circular.
Fonte: WARDENIER, 2000.
No caso de ligações K e N, a forma predominante de colapso é a plastificação do
banzo (figura 4.19), similar ao tipo A em perfis retangulares e quadrados, embora a
flambagem local da parede do banzo sob o montante comprimido seja também uma
possibilidade (PACKER, 1997).
ou
CAPÍTULO 4 – DIRETRIZES DE PROJETO
95
(a) Ligação “T” (b) Ligação “Y”
(c) Ligação “X” (d) Ligação “K” com Gap
(e) Ligação “N” com Overlap (f) Ligação “KT” com Gap
Figura 4.19: Exemplos de ligações diretas entre perfis tubulares de seção circular.
Fonte: WARDENIER, 2000.
(b) Ligações entre tubos utilizando chapas
D
e acordo com SANTOS (2003), a utilização de chapas nas ligações com perfis
tubulares (figura 4.20) ocorre devido às seguintes razões:
Possibilita o comprimento adicional de solda de filete no tubo, devido a sua
maior facilidade de utilização se comparada à solda com 100% de penetração
CAPÍTULO 4 – DIRETRIZES DE PROJETO
96
em tubos, cuja parede geralmente é mais espessa.
Permite o corte de barras menores e suporta toda a carga proveniente destas
barras, descarregando na barra principal (banzo).
A distribuição de tensões nas chapas neste tipo de ligação não acontece de forma
homogênea. Este fato necessita de um estudo rigoroso através do desenvolvimento de
modelos analíticos que devem ser confrontados com resultados experimentais, de
forma a possibilitar uma melhor compreensão do comportamento desta distribuição e
otimizar o dimensionamento.
Figura 4.20: Ligação com chapa de gusset. Montagem de estrutura em perfil tubular na
Fábrica da Brafer, Araucária/PR.
Fonte: Arquivo pessoal, 2005.
(c) Ligações parafusadas
São diversos os tipos de ligações parafusadas existentes e os métodos de cálculo
utilizados em perfis tubulares são basicamente os mesmos utilizados nas ligações
entre outros tipos de perfis metálicos.
O cálculo para os elementos tracionados baseia-se nos seguintes modos de colapso:
Escoamento da seção bruta
Ruptura da seção líquida efetiva.
Em ligações parafusadas que utilizam a chapa de gusset, deve ser verificada a
flambagem da chapa caso esteja sob compressão.
Nas ligações entre flanges, deve-se ter especial atenção quanto ao efeito “prying”. Os
CAPÍTULO 4 – DIRETRIZES DE PROJETO
97
flanges são formados por duas placas soldadas nas extremidades dos tubos, que se
unem por meio de parafusos (figura 4.21). Neste tipo de ligação deve-se observar a
possível ocorrência de flexão das peças devido às forças de tração que atuam nos
perfis. Caso a flexão ocorra, a força de contato (efeito “prying”) entre os flanges
aumentará a força total do parafuso em relação à tração aplicada, fazendo com que o
comportamento desta ligação fique mais complexo (SANTOS, 2003).
Figura 4.21: Ligação entre flanges.
Fonte: WARDENIER, 2000.
Além destes procedimentos, é de extrema importância a verificação das resistências
dos parafusos, arruelas e porcas, bem como a pressão de contato nas chapas.
4.3.2.3 Detalhamento do Projeto
Segundo BELLEI (1994), o detalhamento do projeto é uma das etapas mais
importantes no processo construtivo, pois o bom desempenho da fabricação e da
montagem dependem de um projeto e detalhamento criteriosos.
A
estrutura em aço, por ser executada através de processos industriais, necessita que
os seus elementos e ligações sejam detalhados separadamente ou agrupados, para
que se viabilize a sua fabricação e montagem conforme previsto em projeto.
Na etapa de detalhamento, deve-se verificar todo o projeto, os elementos
componentes das ligações e suas resistências, de forma a se evitar o retrabalho e
surpresas em campo, como reforços em ligações (figura 4.22) e a necessidade de se
realizar soldas não planejadas no momento da montagem.
Para o sistema de cobertura em estudo, acredita-se que o aperfeiçoamento da
estrutura e das ligações acontecerá mediante contínuos estudos e através de
experiências adquiridas nas aplicações do sistema. Este aprimoramento surge no
CAPÍTULO 4 – DIRETRIZES DE PROJETO
98
próprio conceito do protótipo, que se trata de um produto fabricado individualmente,
segundo as especificações de um projeto para fabricação em série, com o propósito
de servir de teste antes da fabricação em escala industrial ou da comercialização.
Figura 4.22: Reforço do nó na treliça tubular.
Fonte: Arquivo Pessoal, 2005.
CAPÍTULO 5
SISTEMA PADRÃO V&M DO BRASIL
5.1 – INTRODUÇÃO
A abordagem histórica dos sistemas de grandes vãos, as vantagens do uso de perfis
tubulares nestes sistemas e os parâmetros apresentados nesta dissertação tem por
objetivo o conhecimento de todas as características inerentes ao tema proposto. Além
da possibilidade de inserção e interação com os aspectos envolvidos, buscou-se
levantar dados relevantes em relação às estruturas de cobertura de grandes vãos e
seus sistemas complementares.
Assim, esta etapa da dissertação visa à apresentação do sistema de cobertura para
grandes vãos em perfil tubular de seção circular, que está sendo desenvolvido pela
Vallourec & Mannesmann do Brasil (V&M) em parceria com a Engipar (São Paulo -
SP) e com a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). O objetivo foi o de se
criar um sistema tubular pré-engenhado, que atendesse a todos os requisitos já
listados e que fosse capaz de competir com os melhores sistemas existentes. Para tal,
além de oferecer o melhor custo/benefício, era importante estabelecer atrativos para o
produto, a partir do levantamento das carências detectadas nos sistemas atuais.
É importante citar que o sistema está em fase de desenvolvimento e algumas soluções
definitivas ainda estão por vir. Acredita-se também que o aperfeiçoamento do produto
virá através da experiência adquirida nos diversos empreendimentos em que pode ser
utilizada.
CAPÍTULO 5 - SISTEMA PADRÃO V&M DO BRASIL
100
Outro ponto importante de se observar é que, no andamento dos estudos, houve a
preocupação em se participar do processo ao fornecer informações relevantes em
termos de diretrizes e de projeto, principalmente o arquitetônico e de detalhamento.
5.2 - CARACTERÍSTICAS GERAIS
A modulação do sistema estrutural de cobertura, proposto pela Vallourec &
Mannesmann do Brasil, leva em consideração todos os parâmetros apresentados
anteriormente e foi fruto de uma pesquisa extensa, envolvendo diversos profissionais
de várias áreas relacionadas com o tema.
Definiu-se, inicialmente, por um sistema em que as vigas principais e vigas
secundárias são treliças planas, compostas por perfis tubulares de seção circular. A
opção da V&M por treliça plana ocorreu devido a uma série de fatores.
Na pesquisa realizada pela Engipar perguntou-se aos profissionais se, em algum
momento da carreira, haviam utilizado os perfis tubulares em empreendimentos de
grandes coberturas, com comentários das vantagens e desvantagens do uso. O
resultado obtido está demonstrado no gráfico apresentado na figura 5.1.
34%
22%
11%
11%
11%
11%
Custo Alto
Complexidade nas ligações
Inexisncia de sistema padronizado
Necessita de menor quantidade de apoios
Corte e solda trabalhosos e onerosos
Pouca flexibilidade para ajustes em campo
Figura 5.1: Utilização dos perfis tubulares em grandes coberturas:
Vantagens e desvantagens
De acordo com as respostas obtidas, todos os profissionais já haviam utilizado perfis
tubulares. Mas a relevância neste ponto da pesquisa foi a constatação de que todos
pautaram suas respostas nas suas experiências em estruturas de cobertura com
treliças tubulares espaciais e direcionaram a elas as vantagens e desvantagens de
seu uso. Ou seja, não indícios na pesquisa do uso ou especificação de algum
CAPÍTULO 5 - SISTEMA PADRÃO V&M DO BRASIL
101
sistema de cobertura para grandes vãos que utilize o perfil tubular, a não ser em
treliças espaciais.
Para o sistema em estudo, como mencionado no capítulo 2, não seria interessante
criar uma estrutura utilizando esta configuração, pois geralmente são sistemas que
possuem uma grande quantidade de peças e conseqüentemente de ligações, como
mostra a figura 5.2. Desse modo, o processo fabril torna-se moroso devido ao trabalho
de corte, solda e/ou amassamento das pontas dos tubos, o que pode onerar a
estrutura em seu custo final.
Figura 5.2: Nó de treliça espacial.
Detalhe da cobertura do Centro de Eventos Expominas, em Belo Horizonte, MG.
Fonte: Arquivo pessoal, 2004.
Observa-se, portanto, a uma inexistência no mercado de um sistema de cobertura
padronizado em treliça plana formada por tubos, o que constitui um diferencial para o
produto da V&M.
As justificativas para o uso das treliças planas são pertinentes. Ao se considerar as
propriedades estáticas das seções tubulares sob esforços axiais de compressão e
tração, bem como a eficiência na estabilidade lateral devido à sua grande rigidez
torsional, percebe-se que o tubo é altamente satisfatório para a aplicação em vigas
treliçadas (DUTTA et al, 1998). O cálculo, razoavelmente simples em comparação a
outros sistemas, é determinado principalmente pelo vão a se alcançar, altura e
geometria da peça e pela distância entre os nós. A altura da peça é determinada em
função do vão, das cargas e pela flecha máxima permitida.
CAPÍTULO 5 - SISTEMA PADRÃO V&M DO BRASIL
102
Em relação ao sistema de proteção contra incêndio, o uso de vigas treliçadas na
cobertura permite maior maleabilidade quanto ao posicionamento dos chuveiros
automáticos e as distâncias entre os chuveiros e os suportes de fixação, independente
da classe de risco de ocupação do empreendimento, pois não necessidade de se
fazer recortes para passagem das tubulações. O mesmo ocorre para as instalações
elétricas, hidráulicas, de ar condicionado e de comunicação visual.
Em coberturas, a disposição dos montantes e das diagonais pode originar treliças de
maior ou menor eficiência, a depender da inclinação do telhado em termos de
consumo de material. Entretanto, a eficiência do sistema não pode ser relacionada
apenas ao peso total da treliça. Como citado anteriormente, é necessário observar que
o número de ligações (ou nós) da treliça influenciará no custo e tempo de fabricação.
Desta forma, foi adotada para as vigas principais e secundárias do sistema a treliça
tipo Warren, por proporcionar não uma boa solução em termos arquitetônicos, mas
também por ser mais econômica em relação aos outros tipos. A treliça tipo Warren
possui um número menor de diagonais, conseqüentemente de conexões, como se
pode observar na figura 5.3, o que diminui o custo de fabricação da peça.
Disposição de diagonais, tipo Treliça
Warren:
Comprimento total das peças = 62
Quantidade de peças = 9
Quantidade de ligações = 18
Disposição de diagonais e montantes, tipo
KT:
Comprimento total das peças = 86
Quantidade de peças = 14
Quantidade de ligações = 28
Disposição de diagonais e montantes, tipo
N (Treliça Pratt):
Comprimento total das peças = 100
Quantidade de peças = 16
Quantidade de ligações = 32
Figura 5.3: Comparação entre os tipos de treliças mais usuais, quanto à quantidade de peças.
Fonte: Adaptada de DUTTA et al., 1998.
Quanto à altura das vigas principais e terças, a relação altura/vão é de
aproximadamente L / 16, onde L é o comprimento do vão.
As ligações entre diagonais e banzos das treliças (figuras 5.4 e 5.5) foram executadas
com “gap” (afastamento entre os pontos de encontro das diagonais com o banzo, vide
figuras 5.4 e 5.5), mais econômicas do ponto de vista de fabricação.
CAPÍTULO 5 - SISTEMA PADRÃO V&M DO BRASIL
103
Figura 5.4: “Gap” da terça
Fonte: V&M do Brasil, 2005.
Figura 5.5: “Gap” da treliça principal
Fonte: V&M do Brasil, 2005.
No caso de perfis tubulares, segundo PACKER e HENDERSON (1997), o projetista
deve ter em mente certos aspectos práticos, como também algumas considerações
sobre os detalhes que influenciam no custo de estruturas treliçadas.
A princípio, a fabricação de estruturas em seção tubular circular é mais complexa em
relação àquelas de seção retangular ou quadrada, em função do tipo de ligação
necessária. As ligações diretas entre perfis tubulares circulares necessitam do corte
“boca de lobo”, que consiste no perfil de corte tridimensional curvo (figuras 5.6 e 5.7 a,
b).
Figura 5.6: Ligação direta entre tubos através do corte “boca de lobo”, Fábrica Açotubo - SP.
Fonte: Arquivo pessoal, 2005.
Segundo os fornecedores de estrutura metálica, uma certa dificuldade na
fabricação de elementos estruturais utilizando perfis tubulares de seção circular, já que
os equipamentos necessários para a realização deste corte não estão disponíveis na
maioria das fábricas. Esta dificuldade acaba por aumentar a demanda por mão-de-
obra mais qualificada, resultando em custo mais elevado se comparado à fabricação
CAPÍTULO 5 - SISTEMA PADRÃO V&M DO BRASIL
104
de estruturas com perfil tubular de seção retangular ou quadrada.
(a)
(b)
Figura 5.7 a, b: Procedimento usual para a execução manual do corte “boca de lobo”.
Fonte DUTTA et al, 1998.
Entretanto, atualmente o custo de produção dos tubos de seção quadrada e retangular
no Brasil chega a ser 15% mais caro que o tubo de perfil circular. O processo que
origem a estes é secundário na linha de produção da fábrica. Usam-se, como
“matéria-prima”, tubos de seção transversal circular, produzidos por laminação a
quente, que são conformados a frio como perfis de seção quadrada ou retangular por
meio de máquinas perfiladoras (figuras 5.8 e 5.9).
Assim, optou-se pelo perfil tubular de seção circular para os elementos estruturais,
apesar da fabricação da estrutura ser possivelmente mais onerosa para empresas de
pequeno e médio porte. Entretanto, a condição inicial proposta para este sistema é o
seu processamento em uma “célula de fabricação”, que será implantada na Usina
Barreiro em Belo Horizonte. A intenção é a de se aparelhar esta célula de fabricação
CAPÍTULO 5 - SISTEMA PADRÃO V&M DO BRASIL
105
com todo o maquinário necessário para a realização de cortes e soldas, tanto para
tubos de seção circular quanto para tubos de seção retangular ou quadrada. Ou seja,
a grande quantidade de peças e o alto índice de repetitividade, aliados a
procedimentos de fabricação racionalizados, contribuirão para a redução do custo final
da estrutura.
Figura 5.8: Quadradora de tubos V&M do
Brasil, Belo Horizonte – MG.
Fonte: GERKEN, 2003.
Figura 5.9: Sistema perfilador cabeça turca
V&M do Brasil, Belo Horizonte - MG.
Fonte: GERKEN, 2003.
Mas esta não é uma solução definitiva. Como foi colocado no início, trata-se de um
produto em desenvolvimento e, a depender dos estudos e do seu custo final, pode-se
decidir pela conveniência de modificar-se o sistema, passando-se a utilizar perfis de
seção quadrada ou retangular.
5.3 – DESCRIÇÃO DO SISTEMA
A estrutura de cobertura foi idealizada como um produto padronizado e industrializado,
que busca contemplar uma série de fatores, mencionados, relacionados à
modulação e ao processo construtivo. É constituída pelos elementos citados abaixo:
Vigas principais (VP);
Vigas secundárias ou terças (VMJ);
Correntes para travamento das vigas secundárias;
Contraventamentos horizontais no plano da cobertura;
Pilaretes de ligação das vigas principais e vigas secundárias ou terças de
extremidade.
As siglas comerciais VP e VMJ (Vallourec & Mannesmann Joist) foram criadas para
CAPÍTULO 5 - SISTEMA PADRÃO V&M DO BRASIL
106
facilitar a identificação das peças.
O esquema estático da estrutura foi determinado segundo o desenvolvimento dos
cálculos. O dimensionamento da peças foi realizado de maneira a encontrar o melhor
arranjo estrutural para se obter o menor peso. De acordo com os primeiros estudos, o
valor da relação peso/vão do sistema é de 16kg/m
2
. Procurou-se também dimensionar
as peças de tal forma a não dificultar os procedimentos de fabricação, de transporte e
montagem.
No desenvolvimento do sistema, foram previstas possibilidades de ampliação das
edificações, tanto no sentido transversal como longitudinal, sem alteração do
dimensionamento da estrutura do módulo padrão. Esta ampliação é possível através
de uma pequena variação dos pilaretes e do posicionamento das chapas que estão
fixadas nos banzos das vigas principais e secundárias.
Os tubos da estrutura são em aço com resistência à corrosão atmosférica (também
conhecidos como aços patináveis), com limite de escoamento igual a 350MPa. Para
as chapas de ligação e perfis dobrados utilizou-se o aço ASTM A242, também
anticorrosivo. As barras redondas são em aço ASTM-A36 e os parafusos,
galvanizados, SAE 1020. A vantagem do aço patinável, além de dispensar a pintura
em certos ambientes, é possuir uma resistência mecânica maior que a do aço comum.
Além disso, caso os elementos tubulares apresentem alguma falha na vedação de
suas extremidades, o aço patinável poderá garantir maior segurança quanto à
corrosão interna do tubo, a depender do ambiente em que está inserido.
A pintura eletrostática aplicada à estrutura, além de oferecer melhor acabamento final,
torna-se necessária para proteção quanto à corrosão em ambientes agressivos, onde
a pátina protetora não pode ser formada em sua plenitude devido aos ciclos de
umedecimento e secagem inconstantes. É também utilizada para se evitar, a longo
prazo, a corrosão galvânica entre o aço patinável e os elementos galvanizados.
5.3.1 - Vigas Principais
A estrutura de cobertura foi concebida a partir de uma viga principal em forma de
treliça plana, com altura total igual a 1,8 metros, composta por dois elementos
padronizados de 10m cada, medidos a partir do eixo dos pilares de apoio, perfazendo
um comprimento total inicial de 20m. Os elementos são conectados entre si através de
flanges soldados nos tubos, com o auxílio de parafusos (figura 5.10).
CAPÍTULO 5 - SISTEMA PADRÃO V&M DO BRASIL
107
Figura 5.10: Detalhamento da viga padrão principal.
Fonte: V&M do Brasil, 2005.
Caso seja necessário um vão maior, utiliza-se um elemento central (figura 5.11) de
mesma altura que possui comprimentos variáveis de dois, quatro, seis, oito ou dez
metros, o que possibilita à viga principal (figura 5.12) alcançar respectivamente, 22,
24, 26, 28 ou 30 metros de vão livre. A viga central possui os mesmos detalhes de
ligação da viga padrão principal.
Figura 5.11: Viga treliçada central de 10 metros.
Fonte: V&M do Brasil, 2005.
CAPÍTULO 5 - SISTEMA PADRÃO V&M DO BRASIL
108
30000
VIGA PADRÃO
VIGA CENTRAL = 10m
VIGA PADRÃO
i
=
3
%
Figura 5.12: Viga treliçada principal.
Fonte: V&M do Brasil, 2005.
O sistema de cobertura foi projetado para ter somente uma água com inclinação de
3%, de forma a receber, a princípio, a telha metálica zipada. A inclinação das vigas
principais é dada pela geometria das chapas que estão soldadas no pilar (figura 5.13).
Estas chapas são parafusadas às chapas soldadas aos banzos da treliça principal.
Figura 5.13: Chapas de ligação soldadas no pilar, detalhe de fixação das terças.
Fonte: V&M do Brasil, 2005.
A opção pela cobertura de uma água em um mesmo módulo foi feita devido a sua
simplicidade e aos custos adicionais que uma cobertura de duas águas geraria no
produto final. Além do detalhamento de cumeeira, o que aumentaria o número de
peças, ligações e o tempo de fabricação e montagem, a cobertura de duas águas
necessita do sistema de escoamento pluvial (calhas, rufos, tubos de queda) e do
sistema estrutural para o seu suporte nas duas laterais da edificação.
5.3.2 - Vigas Secundárias
Adotou-se o sistema de “joists” para as vigas secundárias ou terças, constituídas por
treliças planas tubulares de 900mm de altura, formada por duas peças de 7,5m (figura
CAPÍTULO 5 - SISTEMA PADRÃO V&M DO BRASIL
109
5.14) ou 6m cada, de modo a possibilitar a montagem de elementos totalizando 15m
(figura 5.15), 12m ou 13,5m de vão livre. São posicionadas, no sistema de cobertura, a
cada dois metros, sempre no encontro de diagonais no banzo superior (nós), ao longo
da treliça principal. Nesses nós e no topo dos pilares, são soldados perfis tipo “U”
invertidos com pinos rosqueados para aparafusar as terças.
Figura 5.14: Elevação da terça de 7,5m.
Fonte: V&M do Brasil, 2005.
Figura 5.15: Elevação da terça completa de 15m.
Fonte: V&M do Brasil, 2005.
Estas “esperas” nos pilares e vigas principais foram projetadas, inicialmente, para
permitirem também a fixação de outros tipos de terças em perfil aberto.
A distância de dois metros entre terças na cobertura, como citado, foi determinada
de acordo com um conjunto de fatores, desde os cálculos até a definição da melhor
geometria. Inclui também o respeito ao espaçamento máximo de 2500mm sugerido
pela maioria dos fabricantes de telhas metálicas zipadas.
As diagonais das vigas principais e secundárias foram projetadas de maneira a se
obter a dimensão mais econômica e melhor eficiência em relação ao ângulo formado
com os banzos. A eficiência da diagonal é avaliada em função do menor esforço
CAPÍTULO 5 - SISTEMA PADRÃO V&M DO BRASIL
110
necessário para que a peça esteja em equilíbrio com o carregamento aplicado sobre
ela e em função do seu comprimento de flambagem. Este comportamento pode ser
facilmente demonstrado, através de uma análise da decomposição das forças no
“a”,
da treliça simples mostrada na figura 5.16.
Figura 5.16: Esquema de forças em uma treliça simples
O carregamento F aplicado no da treliça, ao ser transmitido para as diagonais (F
D
),
é decomposto em duas parcelas, F
D
X
e F
D
Y
. As forças horizontais F
D
X
são auto-
equilibradas, enquanto que as componentes verticais F
D
Y
estabelecem o equilíbrio em
oposição a F. Verifica-se, então, que a força F
D
é inversamente proporcional ao seno
do ângulo
θ
.
Assim, quanto menor for o ângulo (
θ
), maior será o esforço nas barras (F
D
) e maiores
deverão ser as suas componentes verticais (F
D
Y
) para que o equilíbrio seja
estabelecido. A quantidade de barras será menor, porém o comprimento de cada uma
delas será maior. O contrário acontecerá para ângulos maiores, o que faz com que o
projetista procure calcular valores intermediários para a melhor eficiência da peça.
A fixação das terças no banzo inferior da treliça principal é feita através de mãos
francesas (figura 5.17), em perfil tubular, parafusadas aos elementos estruturais. A
utilização desse tipo de elemento estrutural é necessária pelos seguintes motivos:
1) Os carregamentos aplicados na estrutura provocam compressão no banzo
superior e tração no banzo inferior da viga principal. Nesta situação, as
terças reduzem o comprimento de flambagem do banzo superior, que
estão fixadas a cada dois metros ao longo do seu comprimento. No caso de
inversão dos esforços, causado pela combinação das ações do vento, o
CAPÍTULO 5 - SISTEMA PADRÃO V&M DO BRASIL
111
banzo inferior, antes tracionado, passa a ser comprimido e as mãos
francesas que são conectadas a ele é que reduzem o seu comprimento de
flambagem.
2) Contribuir com a continuidade das terças de extremidade, no caso de
engaste nos pilares metálicos.
3) Garantir maior estabilidade da terça no plano vertical, que possibilita a
ligação da terça em mais de um ponto da viga principal.
PILARETE
MÃO
FRANCESA
Figura 5.17: Fixação das terças pelo banzo inferior.
Fonte: V&M do Brasil, 2005.
As mãos francesas possuem diferenças em seu comprimento dependendo da sua
localização. Aquelas localizadas nas terças de extremidade são fixadas aos pilaretes
que possuem um diâmetro de 355,6mm. O restante das terças está fixado nos banzos
inferiores das treliças principais, que possuem diâmetro menor, da ordem de
177,8mm.
5.3.3 - Correntes
Da mesma forma que as treliças principais, as terças necessitam de algum travamento
ao longo do seu eixo de menor inércia para a diminuir o comprimento de flambagem
dos seus banzos superior e inferior (neste último devido à provável inversão dos
esforços). Este travamento é feito através tirantes flexíveis em barra redonda que são
introduzidas nos banzos das terças por meio de furos realizados com furadeira e
posteriormente parafusadas (figura 5.18).
O travamento das terças também é realizado por alguns tubos que compõem o
sistema de contraventamento localizado nas extremidades da cobertura. Estes tubos,
dimensionados à compressão, são fixados nas treliças por meio de chapas e
posteriormente parafusados.
CAPÍTULO 5 - SISTEMA PADRÃO V&M DO BRASIL
112
Figura 5.18: Fixação dos tirantes flexíveis nos banzos das terças.
Fonte: V&M do Brasil, 2005.
5.3.4 - Contraventamentos
Em princípio, a estabilidade horizontal da estrutura é obtida através dos
contraventamentos principais de cobertura, dispostos nas extremidades e nos eixos
centrais da edificação, no plano do banzo superior. Estas estruturas principais de
contraventamento também são utilizadas como elementos de contenção lateral dos
nós das terças. O impedimento do deslocamento lateral desses nós é proporcionado
pelas correntes, que os ligam ao sistema principal de contraventamento (figura 5.19).
No plano do banzo inferior, estão posicionados outros tirantes os quais são
responsáveis pela contenção lateral dos nós inferiores das terças (figura 5.20). Estes
tirantes estão conectados aos contraventamentos principais de cobertura, através de
um sistema de contraventamento inclinado.
O detalhamento das ligações entre as peças do contraventamento (tubos e barras
rosqueadas) sofreu diversas modificações, de forma a obter uma solução prática e
econômica em vista da quantidade de material necessária. Entretanto, até o momento
a solução adotada ainda não é satisfatória. A peça possui muitos elementos o que a
torna complexa para a fabricação devido às soldas e aos cortes necessários, além de
contribuir negativamente para a estética da estrutura (figura 5.21).
CAPÍTULO 5 - SISTEMA PADRÃO V&M DO BRASIL
113
VIGA PADRÃO
VIGA CENTRAL
30000
VIGA PADRÃO
10 X 1500 = 15000
15000
30000
15000
10 X 1500 = 15000
CORRENTES
CONTRAVENTAMENTO
INCLINADO
3
21
A
B
MONTANTE
EM TUBO
CONTRAVENT.
EM FERRO REDONDO
DETALHE A
Figura 5.19: Contraventamento no plano do banzo superior, para estrutura composta por dois
módulos. Fonte: V&M do Brasil, 2005.
CAPÍTULO 5 - SISTEMA PADRÃO V&M DO BRASIL
114
CORRENTES
MONTANTE
EM TUBO
1 2 3
30000
15000 15000
750
9 x 1500 = 13500
9 x 1500 = 13500
750
750
750
A
B
30000
VIGA PADRÃO
VIGA CENTRAL
VIGA PADRÃO
Figura 5.20: Contraventamento no plano do banzo inferior.
Fonte: V&M do Brasil, 2005.
Figura 5.21: Detalhe da ligação A. Fonte: V&M do Brasil, 2005.
CAPÍTULO 5 - SISTEMA PADRÃO V&M DO BRASIL
115
A flexibilidade necessária para a estrutura também se aplica às possibilidades de
soluções construtivas, onde as opções de pilares metálicos e pilares de concreto
armado pré-moldado ou moldado em loco são factíveis e dependerão da finalidade do
empreendimento e das condições do mercado.
Desta forma, as possibilidades do sistema de estabilidade vertical são também
variáveis em função do tipo de colunas empregadas e das suas vinculações com a
fundação.
5.3.5 - Pilaretes
As vigas principais e as terças de extremidade
podem ser conectadas tanto em pilares
tubulares de aço quanto em pilares de concreto, através de pilaretes tubulares
metálicos. A ligação das treliças nestes pilaretes é realizada através de chapas
soldadas no tubo (figura 5.22), que são posteriormente parafusadas nos banzos
superiores e inferiores. No caso das terças, a conexão do banzo inferior com o tubo é
realizada através das mãos francesas.
Figura 5.22: Pilarete para uso em pilares metálicos. Fonte: V&M do Brasil, 2005.
A altura do pilarete metálico foi dimensionada em função da altura total necessária
para a fixação do conjunto viga principal/terça, o que inclui os espaçamentos para a
soldagem das chapas responsáveis pela ligação das peças.
A transmissão dos esforços da estrutura de cobertura para os apoios é diferente para
CAPÍTULO 5 - SISTEMA PADRÃO V&M DO BRASIL
116
as situações de utilização de pilares metálicos ou em concreto. Na primeira opção, as
vigas principais e terças de extremidade são engastadas nos pilaretes e a fixação dos
pilaretes nos pilares metálicos é feita por meio de solda, configurando um sistema
aporticado. Para a junção das peças, o diâmetro e a espessura do tubo que compõe o
pilarete são os mesmos para o pilar metálico.
Para pilares em concreto, adotou-se o sistema de vigas e terças biapoiadas em que os
pilaretes são fixados no topo do pilar. A princípio, esta ligação ocorre através de um
aparelho de apoio, constituído de chapas metálicas soldadas (figura 5.23). No entanto,
é passível de modificações.
As dimensões foram determinadas baseando-se nas dimensões dos pilares metálicos
e, conseqüentemente naquelas usuais mínimas dos pilares em concreto normalmente
utilizados em obras similares. Nesta situação, as vigas principais e terças de
extremidades são fixadas no pilarete somente através de seus banzos superiores.
Figura 5.23: Pilarete para uso em pilares de concreto.
Fonte: V&M do Brasil, 2005.
Em caso de utilização de pilares tubulares em aço, foi considerada a ligação rotulada
com a fundação. Para pilares em concreto, a escolha pelo engastamento ou rótula é
de responsabilidade do projetista estrutural da obra em questão. Cabe ao projetista da
estrutura metálica fornecer as cargas a serem aplicadas no topo do pilar.
5.3.6 - Ligações
Todas as ligações executadas em campo (pilarete viga principal, pilarete terça
de extremidade, terça viga principal e mão francesa da terça viga principal)
concebidas para o sistema de cobertura são parafusadas, as quais propiciam maior
CAPÍTULO 5 - SISTEMA PADRÃO V&M DO BRASIL
117
agilidade na montagem da estrutura (figura 5.24). O contraventamento de cobertura
também foi concebido com ligações parafusadas, bem como as linhas de corrente
(diagonais e montantes terça de cobertura, diagonais e montantes viga principal
e linhas de corrente terça de cobertura).
As ligações diretas entre tubos (diagonal banzos da viga principal, diagonal
banzos da terça de cobertura) foram realizadas através da soldagem dos
componentes da estrutura, todas executadas em fábrica devido à maior facilidade em
controlar a qualidade do procedimento (figura 5.25).
Figura 5.24: Ligações entre as peças e entre
os elementos estruturais.
Montagem da
estrutura na empresa Brafer.
Fonte: Arquivo Pessoal, 2005.
Figura 5.25: Ligação soldada entre as peças.
Montagem da estrutura na empresa Brafer.
Fonte: Arquivo Pessoal, 2005.
Para viabilizar as conexões parafusadas entre os elementos estruturais, são utilizadas
chapas soldadas aos perfis tubulares, como mostrado na figura 5.26.
Figura 5.26: Chapa circular de ligação entre os banzos da viga principal (ligação
flangeada) e chapa de ligação da diagonal da terça. Montagem da estrutura na empresa
Brafer. Fonte: Arquivo pessoal, 2005.
CAPÍTULO 5 - SISTEMA PADRÃO V&M DO BRASIL
118
Em alguns casos, as chapas são inseridas em rasgos feitos nas extremidades das
peças tubulares e posteriormente soldadas (figuras 5.27 e 5.28).
Figura 5.27: Rasgo na extremidade da
peça para ligação com chapa de gusset.
Montagem da estrutura na empresa Brafer.
Fonte: Arquivo pessoal, 2005.
Figura 5.28: Ligação com chapa de gusset.
Montagem da estrutura na empresa Brafer.
Fonte: Arquivo pessoal, 2005.
5.3.7 – Particularidades do sistema
No sistema de cobertura, nota-se algumas diferenças entre os elementos estruturais
de mesma natureza, necessárias para viabilizar a utilização de mais de um módulo em
composições transversais ou longitudinais. A grande maioria das diferenças está na
localização das chapas que fazem a ligação de cada elemento com o restante da
estrutura.
Para efeito de padronização, na maioria dos elementos esta diferenciação não é
considerada em sua magnitude, como no caso dos pilaretes, já que estão presentes
na estrutura em uma porcentagem muito menor se comparado às vigas secundárias.
O sistema estrutural padrão possui três tipos, classificados em função do
posicionamento e inclinação das chapas de ligação das vigas principais: o pilarete de
extremidade, o de cumeeira, e o de continuidade, localizado entre os dois primeiros
(figura 5.29). O primeiro pode ser posicionado em qualquer extremidade do módulo
(figura 5.30).
Figura 5.29: Tipos de pilaretes no sistema padrão
CAPÍTULO 5 - SISTEMA PADRÃO V&M DO BRASIL
119
No caso das vigas secundárias, essas diferenciações também ocorrem devido ao seu
posicionamento no módulo (figura 5.31). São dois os tipos em termos de geometria: as
terças das extremidades, ligadas aos pilares, e aquelas que se encontram entre estas,
ligadas às treliças principais. As terças de extremidade se diferem das terças centrais
devido à aplicação do carregamento de vento, que será influenciado pelo sistema de
apoio adotado.
Figura 5.30: Pilarete de extremidade
Fonte: V&M do Brasil, 2005.
Figura 5.31: Posicionamento das terças
Fonte: V&M do Brasil, 2005.
Nos procedimentos de dimensionamento e detalhes, inicialmente todas as terças
foram imaginadas como uma única peça. Isto facilitaria a padronização dos elementos,
mas poderia influenciar no custo final da estrutura devido às maiores dimensões e,
consequentemente, ao peso das terças calculadas como biapoiadas e às condições
de esforços diferentes entre elas.
A começar pela área de influência das terças de extremidade, que é a metade das
terças centrais. No cálculo das ações, o valor do peso próprio das telhas leva em
consideração as distâncias entre as peças, da mesma forma que, para o valor de
sobrecarga, o cálculo é realizado em função desta área de influência.
As cargas provenientes da ação do vento influenciam sobremaneira o
dimensionamento das peças em uma estrutura de grandes vãos. No caso do sistema
de cobertura, para as combinações de cálculo realizadas, chegou-se a um esforço de
compressão duas vezes maior nas terças de extremidade (onde a carga de vento foi
aplicada) em relação às terças centrais, mesmo aquelas sendo engastadas nos pilares
metálicos.
Assim, chegou-se a conclusão de que as terças de extremidade precisariam de área e
inércia bem maiores que aquelas previstas para as terças centrais. Este fato
Terça de
extremidade
CAPÍTULO 5 - SISTEMA PADRÃO V&M DO BRASIL
120
confirmava o alto custo implícito na estrutura, caso as peças fossem padronizadas a
partir daquela mais solicitada. E não havia o interesse em se trabalhar com peças
completamente diferentes umas das outras em dimensões ou geometria, pois iria
contra todo o conceito de estrutura pré-engenhada, onde o menor número de peças
facilita todo o processo de produção, de comercialização e de montagem.
A solução adotada para as terças foi realmente a padronização das peças, porém a
partir daquelas menos solicitadas (terças centrais). Para as terças de extremidade, a
utilização de duas destas peças bastava, já que para resistir aos esforços compressão
eram necessárias área e inércia duas vezes maiores.
Caso seja utilizado o pilar em concreto, a transmissão do esforço horizontal do vento
pode ser desprezada na terça de extremidade que o recebe. Este fato ocorre quando
se determina o uso de uma platibanda em concreto para se fazer o fechamento da
terça (figura 5.32). Esta platibanda é executada como uma continuidade do pilar, de
forma que o esforço horizontal do vento é calculado para ser transmitido diretamente
sobre ele. Nesta situação, a terça de extremidade pode ser montada somente com
uma peça.
PVC
ESTRUTURA DE APOIO
DA CALHA
CALHA
BASE ARTICULADA
PILARETE METÁLICO
CAPA
RUFO
PILAR PRE-MOLDADO
DE CONCRETO (FORNECIDO
PELO CLIENTE)
DUTO
TERÇA
TELHA METÁLICA
Figura 5.32: Platibanda em concreto.
Fonte: V&M do Brasil, 2005.
Em relação à localização das chapas de ligação, as terças posicionadas próximas às
extremidades e ao centro do módulo possuem chapas soldadas ao longo do seu
CAPÍTULO 5 - SISTEMA PADRÃO V&M DO BRASIL
121
comprimento para a fixação dos contraventamentos, o que não ocorre nas outras.
Essas diferenças, decorrentes do posicionamento das chapas de ligação dos
contraventamentos nas terças, ainda se encontram em estudo, de forma a melhorar a
condição da padronização das peças.
5.4 - ASPECTOS ARQUITETÔNICOS
Durante o processo de desenvolvimento da estrutura de cobertura, procurou-se por
soluções racionalizadas para a interface dos diversos conjuntos de elementos que
compõem o sistema de fechamento de cobertura como ventilação, iluminação e coleta
de água pluvial.
A especificação de cada conjunto nos projetos irá depender da finalidade da
construção, já que as possibilidades de utilização da estrutura de cobertura são
inúmeras. No caso de um sistema pré-engenhado, as facilidades na adoção destes
conjuntos são diversas, pois trata-se de elementos padronizados e bem solucionados
para aquela estrutura específica, de pronta entrega e fácil execução.
Caso a opção seja a utilização de conjuntos que não estejam no “catálogo” proposto,
deve-se observar as questões relativas aos detalhes de fixação das peças, aplicação
de cargas superiores àquelas preestabelecidas para estrutura, bem como as possíveis
conseqüências de uma solução mal resolvida como a ocorrência de algum estado
limite de utilização.
5.4.1. Sistema de coleta de água pluvial
Inicialmente, o sistema de coleta de AP será desenvolvido para a utilização em
estruturas de cobertura que utilizam as terças tubulares; posteriormente para aquelas
compostas por outros tipos de perfil.
Para cada uma destas situações, pretende-se detalhar o sistema posicionado interna e
externamente à edificação, junto à terça de extremidade. É necessário também o
detalhamento deste sistema para áreas internas à edificação, na junção dos módulos
estruturais, caso assim sejam utilizados.
A figura 5.33 apresenta um destes detalhes, para o sistema posicionado externamente
à edificação, em um pilar de concreto.
CAPÍTULO 5 - SISTEMA PADRÃO V&M DO BRASIL
122
TELHA ZIPADA
I=3%
ISOLAMENTO
TÉRMICO
CALHA
RUFO
PAINEL
METÁLICO
PILAR EM CONCRETO
ESTRUTURA
AUXILIAR
VIGA PRINCIPAL
TERÇA DE
EXTREMIDADE
Figura 5.33: Detalhe para calha externa.
Fonte: Engipar / V&M do Brasil, 2005.
Observa-se pela figura a configuração de uma espécie de marquise, o que confere
certa proteção contra intempéries à fachada da edificação e aos usuários, a depender
da altura em que estiver posicionada a cobertura. Entretanto, deve-se realizar um
estudo para estruturas maiores, externas e compatíveis com o sistema de cobertura,
de forma a possibilitar o cobrimento de áreas como docas em supermercados e em
centros de distribuição.
O detalhe de fechamento apresentado na figura 5.32 é uma outra possibilidade para o
uso da calha externa à edificação, em que a estrutura auxiliar é mais simplificada e
confere à fachada um aspecto limpo, isenta de interferências visuais.
O sistema ainda pode ser utilizado com a calha e complementos aparentes, em caso
de edificações que não necessitem da vedação lateral como em pátios destinados à
garagem de ônibus e espaços para feiras e eventos culturais em praças e parques
públicos.
Como mencionado anteriormente, a especificação do sistema de cobertura e seus
conjuntos complementares dependerão das premissas de projeto, aliadas à tipologia
da edificação e à criatividade do arquiteto ou projetista responsável.
5.4.2. Sistemas de iluminação
CAPÍTULO 5 - SISTEMA PADRÃO V&M DO BRASIL
123
O detalhe para fixação do sistema de iluminação zenital tamm terá variações, a
depender do tipo de terça utilizada na estrutura. O detalhamento deste sistema deve
ser minucioso, que estabelece interface com outros elementos da cobertura, como
telhas e mantas para o isolamento térmico.
Na figura 5.34 observa-se um dos detalhes que estão em desenvolvimento para a
estrutura de cobertura. Trata-se da fixação do elemento translúcido zenital,
perpendicular a terça tubular VMJ, por meio de chapas e perfis que são posicionados
de forma a vedar a edificação contra umidade.
DETALHE 1
TELHA ZIPADA
I=3%
PLACA EM
POLICARBONATO
TERÇA VIGA PRINCIPAL
Figura 5.34: Iluminação zenital. Fonte: Engipar / V&M do Brasil, 2005.
No detalhe da figura 5.35, nota-se que a placa de policarbonato está fixada na
estrutura metálica através de caixilhos, que conduzem a água para fora da cobertura,
evitando vazamento para o lado interno da edificação.
TERÇA
TELHA ZIPADA
PERFIL P/ FIXAÇÃO DA
PLACA DE POLICARBONATO
PLACA DE
POLICARBONATO
CANTONEIRA P/
ARREMATE INTERNO
CLIPS P/
FIXAÇÃO DA TELHA
Figura 5.35: Detalhe. Fonte: Engipar / V&M do Brasil, 2005.
CAPÍTULO 5 - SISTEMA PADRÃO V&M DO BRASIL
124
5.4.3. Sistemas de ventilação
A princípio, o sistema será desenvolvido para promover a ventilação natural e artificial
da edificação, de acordo com a especificação do projeto. A ventilação natural pode ser
resolvida através de lanternins pré-fabricados como o apresentado na figura 5.36. A
fixação destes elementos é realizada através de perfis e chapas parafusadas nas
terças, cujo detalhamento considera principalmente a vedação da edificação.
Figura 5.36: Sistema de ventilação natural
Fonte: Engipar / V&M do Brasil, 2005.
Observa-se que, para a eficiência do sistema de ventilação natural, deve-se executar
aberturas na parte inferior da edificação, permitindo desta forma a renovação de ar
provocada pelo movimento ascendente do ar quente. As entradas naturais de ar são
realizadas de diversas formas, sendo o uso de venezianas a mais comum (ver capítulo
03, item 3.4.1).
CAPÍTULO 6
PROTÓTIPO
6.1. INTRODUÇÃO
A expectativa de repetitividade do sistema de cobertura em diversas edificações
requer uma racionalização do sistema construtivo, o que impõe a padronização dos
elementos estruturais.
Sendo assim, a fim de se comprovar a eficiência do produto e adquirir certificado de
qualidade, o sistema estrutural foi fabricado e posteriormente montado no Campus da
Unicamp (Campinas/SP), para a realização de ensaios no Laboratório de Estruturas e
Materiais da Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo. Este Laboratório
é credenciado pelo INMETRO, o que garante a uniformidade e qualidade dos serviços
prestados.
A elaboração do protótipo visa adequar os processos fabris e os procedimentos de
montagem, além de propiciar uma avaliação real do comportamento estrutural. Cria-
se, desta forma, um produto com qualidade de produção garantida, diferenciado dos
demais existentes no mercado, com maiores possibilidades de sucesso.
Após a realização dos ensaios, a estrutura do protótipo será utilizada para a
implantação do Laboratório de Estruturas Metálicas Tubulares e Mistas daquela
Universidade. Para tal, pretende-se celebrar diversas parcerias com fabricantes e
prestadores de serviço que possam, de alguma forma, contribuir com a construção do
laboratório. Por outro lado, ao se tratar de um protótipo, serão realizadas algumas
CAPÍTULO 6 - PROTÓTIPO
126
experimentações de subsistemas (estrutura de piso do mezanino e seus pilares de
sustentação, por exemplo) durante o período de execução da obra.
Neste capítulo são apresentadas as etapas cumpridas para o desenvolvimento do
protótipo, desde a fabricação das peças até o início da montagem para o ensaio. As
características arquitetônicas e estruturais também são abordadas.
6.2. ARQUITETURA
6.2.1. Características gerais
O protótipo foi implantado em uma área de aproximadamente 1600m
2
(figura 6.1)
próxima a FEC, em uma região conhecida como Cotuca. Na área circunvizinha ao
protótipo, situados na mesma quadra, localizam-se alguns dos laboratórios da
Unicamp e existe ainda a previsão de implantação do Colégio Técnico do Cotuca,
conforme figuras 6.2 e 6.3. Devido ao impacto gerado por este conjunto de
empreendimentos na região, foi desenvolvido um completo estudo de urbanismo, com
definição dos espaços destinados ao estacionamento, docas, convívio social,
circulação de veículos e usuários. O projeto arquitetônico e urbanístico foi elaborado
pela Coordenadoria de Projetos da Faculdade de Engenharia, Arquitetura e Urbanismo
da Unicamp (FEC).
Figura 6.1: Local de implantação do protótipo.
Fonte: V&M / Unicamp, 2005.
Adotou-se para o protótipo dois módulos de 30.000mm por 15.000mm, sustentados
por pilares tubulares metálicos de seção circular, perfazendo uma área de projeção de
900m
2
.
CAPÍTULO 6 - PROTÓTIPO
127
Figura 6.2: Implantação do laboratório.
Fonte: FEC, 2005.
Figura 6.3: Perspectiva esquemática da implantação.
Fonte: FEC, 2005.
O projeto do Laboratório possui 1.350m
2
de área construída, dividida entre o mezanino
e o pavimento térreo com o pé-direito total de 10m. No mezanino encontra-se o setor
administrativo, salas de reunião, gabinetes e um espaço destinado ao show room dos
produtos e serviços doados pelos parceiros do empreendimento. No pavimento térreo
localiza-se o maquinário e as estruturas de apoio para a realização dos ensaios.
6.2.2. Sistemas de fechamento
Durante o estudo do projeto, definiu-se pela estrutura aparente em toda a edificação,
com recuo frontal de 2m para que o sistema de cobertura fosse evidenciado logo na
recepção do usuário, além de influenciar no aspecto estético do edifício. No restante
da edificação, o sistema de fechamento é o convencional. Teve-se o cuidado em
CAPÍTULO 6 - PROTÓTIPO
128
estudar também a iluminação na edificação e a incidência solar direta em algumas
elevações, o que acarretou no uso de brises e esquadrias com aletas horizontais, tipo
venezianas.
O fechamento lateral do laboratório, de acordo com os primeiros estudos do projeto,
será constituído por painéis metálicos e alvenaria de blocos de concreto. A alvenaria
será utilizada próximo ao piso, de forma a melhor assegurar a proteção das chapas
quanto à umidade naquele local.
Os painéis metálicos são pré-pintados e possuem dimensões máximas de 1.134mm
por 12.000mm. A ligação entre eles é feita por encaixe (figura 6.4), o que melhora a
fixação e a vedação em relação à água.
Figura 6.4: Esquema do encaixe dos painéis metálicos
.
Em todo perímetro da edificação, adotou-se pilares de apoio além daqueles previstos
na modulação para colaborar na sustentação e travamento dos elementos de
fechamento lateral. Este artifício é bastante utilizado quando se tem panos extensos a
serem vedados, principalmente em edificações de grandes vãos, e será adotado
também para o sistema padrão.
Em caso de especificação do pilar metálico tubular para suporte da cobertura no
sistema padrão, pode-se optar pelo mesmo tipo de perfil nos pilares de apoio, cuja
concepção e detalhamento das conexões estão em desenvolvimento. Para o uso de
pilares em concreto, o mercado dispõe de alternativas já conhecidas e de utilização
generalizada, que não serão objeto de maior detalhamento neste trabalho.
A localização dos pilares no protótipo é indicada na figura 6.5. Os pilares P1 a P6
correspondem àqueles do sistema de cobertura e os pilares P7 a P10 foram previstos
em função da necessidade de menores vãos para apoio do mezanino. A seção
transversal para todos é a mesma adotada para o sistema de cobertura, ou seja,
CAPÍTULO 6 - PROTÓTIPO
129
diâmetro de 355,6mm, e serão preenchidos com concreto para resistirem aos
carregamentos oriundos do mezanino (pilares mistos).
Figura 6.5: Disposição dos pilares no projeto do protótipo.
Os pilares P11 a P16 foram previstos devido à necessidade de travamento do sistema
de fechamento. Os pilares P13 e P14 possuem o mesmo diâmetro daqueles do
sistema padrão.
Os pilares identificados como “a”, denominados auxiliares, foram incorporados à
estrutura após a determinação dos fornecedores das chapas metálicas, que alegaram
um vão ideal de 5m e máximo de 7,5m para os produtos utilizados. Portanto, não
possuem fundação, serão apoiados no piso do laboratório e terão projeto específico
(ainda em desenvolvimento), estando em análise a possibilidade de anexá-los ao
conjunto de projetos do sistema padrão, como uma opção de apoio para os elementos
de fechamento em caso de se utilizar pilares em perfil tubular.
O estudo dos pilares auxiliares tem como base a pior condição de solicitação
determinada pela altura entre o piso do 1
o
pavimento e o banzo inferior das terças de
cobertura, somada ao carregamento horizontal do vento que será ali aplicado. Nesta
situação, os pilares apresentarão comprimento destravado de 10m, correspondente ao
pé-direito da edificação sem o mezanino. Esta altura poderá ser maior, caso o sistema
de fechamento seja posicionado na frente da estrutura, pois o pilar auxiliar deve
CAPÍTULO 6 - PROTÓTIPO
130
possuir altura suficiente para promover a sua vedação.
A princípio foi descartada a idéia de se utilizar as mesmas dimensões dos outros
pilares nos pilares auxiliares, por serem consideradas superdimensionadas para o
propósito. Trabalha-se então com duas opções, a depender da localização em planta:
1
a
Opção (figura 6.6):
Pilar composto por dois tubos paralelos, em que a união é realizada através de
chapas intermitentes soldadas ao longo do comprimento das peças.
(a) Perspectiva
(b) Dimensionamento das peças (c) Elevação central
(d) Planta
Figura 6.6: Pilar auxiliar – 1
a
opção.
CAPÍTULO 6 - PROTÓTIPO
131
2
a
Opção (figura 6.7):
Pilar de seção triangular treliçada, em que a união entre as peças também é
realizada por chapas intermitentes soldadas ao longo dos tubos.
(a) Perspectiva
(b) Dimensionamento das peças (c) Elevação central
(d) Planta
Figura 6.7: Pilar auxiliar – 2
a
opção.
A primeira opção foi concebida para se posicionar na lateral da edificação que possui
o menor vão entre pilares, que é de 6m, localizados nas elevações onde estão
situadas as vigas principais. O pilar deve ser posicionado de forma que o seu eixo de
maior inércia esteja perpendicular à incidência do vento nas fachadas (figura 6.8).
CAPÍTULO 6 - PROTÓTIPO
132
Figura 6.8: Detalhe da fixação dos painéis no pilar tipo 1.
A segunda opção, que possui dimensões e inércia maiores (figura 6.9), foi
desenvolvida para as laterais onde estão localizadas as terças, em que o
espaçamento dos vãos é de 7,50m.
Figura 6.9: Detalhe da fixação dos painéis no pilar tipo 2.
Como não foi executada a fundação para cada pilar auxiliar, a solução adotada foi
apoiá-los no piso através de um aparelho de apoio feito em chapas, similar àquele
adotado para o pilarete, em que somente esforços verticais são transmitidos.
O piso do pavimento térreo do laboratório, com resistência de 500Kgf/m
2
, será
executado com concreto reforçado com fibras de aço, lançado por cima de uma
camada de brita corrida. De acordo com LOPES (2005), o concreto reforçado com
CAPÍTULO 6 - PROTÓTIPO
133
fibras de aço constitui, atualmente, um dos materiais mais promissores para utilização
estrutural, pois a presença das fibras possibilita ao concreto suportar grandes
deformações na carga de pico ou próximo a ela. Além disso, as fibras aumentam a
resistência à tração, flexão e compressão do concreto devido à capacidade de
transferir cargas através das fissuras.
As duas opções apresentadas são consideradas viáveis e compatíveis com os
propósitos do sistema quanto ao cálculo. Entretanto, a fabricação das peças é
complexa, pois envolve uma grande quantidade de soldas e chapas, principalmente na
segunda opção.
A fixação dos painéis metálicos e da alvenaria nestes pilares será executada através
de chapas e cantoneiras que serão soldadas aos tubos. COSTA (2004) apresenta as
possibilidades de interface existentes entre a utilização de perfis tubulares estruturais
e o sistema de fechamento vertical, externo e interno, bem como os cuidados
referentes às técnicas de execução (figura 6.10).
(a) Estrutura aparente
(b) Painel externo
Figura 6.10: Interface do painel com o pilar. Fonte: Costa, 2004.
CAPÍTULO 6 - PROTÓTIPO
134
As figuras 6.11 e 6.12 exemplificam uma das possibilidades de interface entre os
materiais.
Figura 6.11: Elevação conjunto pilar /
alvenaria. Sede da Açotubo, Guarulhos.
Fonte: Arquivo pessoal, 2005.
Figura 6.12: Detalhe da conexão entre o pilar
tubular de seção circular e a alvenaria. Sede da
Açotubo, Guarulhos. Fonte: Arquivo pessoal, 2005.
O sistema de cobertura do laboratório está em desenvolvimento, juntamente com os
detalhes dos conjuntos de iluminação, ventilação e coleta de água pluvial do sistema
padrão.
Dos estudos realizados para o sistema de coleta de água pluvial, aquele mostrado no
item 5.4.1 do capítulo 5 provavelmente será adotado na arquitetura do laboratório.
Entretanto, a escolha dependerá de condicionantes determinados pelas empresas que
doarão os materiais e serviços, no momento da definição do anteprojeto.
O fechamento de cobertura será feito em telhas metálicas zipadas. O detalhe de
fixação das telhas metálicas nas terças varia conforme o tipo de terça que se pretende
utilizar. Para terças que não possuem perfil tubular de seção circular, um dos tipos de
detalhe para fixação é apresentado na figura 6.13.
PARAFUSO
AUTOPERFURANTE
TELHA
ZIPADA
TELHA
ZIPADA
PROJEÇÃO
DA TERÇA
CLIP FIXADO
NA TERÇA
Figura 6.13: Sistema de fixação da telha zipada.
CAPÍTULO 6 - PROTÓTIPO
135
6.3. ESTRUTURA
6.3.1. Características Gerais
A estrutura da cobertura que será avaliada possui as seguintes características (figuras
6.14 e 6.15):
Dimensões em planta: 30m x 30m;
Figura 6.14: Planta de cobertura do protótipo – Banzo superior. Fonte: V&M do Brasil, 2005.
Vão das vigas principais (VP): 30m;
CAPÍTULO 6 - PROTÓTIPO
136
Altura (entre eixos dos banzos) das Vigas Principais (VP): 1.800mm;
Vão das terças (VMJ): 15m;
Altura (entre eixos dos banzos) das terças (VMJ): 90mm;
Altura das Colunetas: 2,3m.
Figura 6.15: Vigas principais e terças. Fonte: V&M do Brasil, 2005.
CAPÍTULO 6 - PROTÓTIPO
137
A cobertura é composta por três vigas principais (VP), distantes 15m e 32 terças
(VMJ) espaçadas a cada 2m. O sistema de cobertura do laboratório será apoiado em
seis pilares tubulares metálicos, de diâmetro igual a 355,6mm e a altura total da
edificação, somada às alturas dos pilaretes será igual a 10m.
Para a realização dos ensaios, a estrutura do protótipo foi projetada apoiando-se sobre
colunas metálicas tubulares com alturas de 1,5m e 2,4m (figura 6.16), para facilitar as
medições de campo (próximo ao solo) e fornecer a inclinação de 3% da cobertura.
Estas colunas auxiliares de ensaio apóiam-se sobre os blocos de concreto da
fundação através de placa de base, possuindo ainda chapas de cabeça para a
conexão com os pilaretes do protótipo.
(a) Coluneta metálica tubular (b) Ligação Pilarete/Coluneta
(c) Configuração da altura da estrutura para o ensaio
Figura 6.16: Apoio da estrutura de cobertura.
Fonte: V&M / Unicamp, 2005.
CAPÍTULO 6 - PROTÓTIPO
138
Ao final dos ensaios, um terceiro elemento será anexado entre a coluna que se apóia
no bloco de fundação e o pilarete da cobertura, configurando a altura final da estrutura.
6.3.2. Sistema de Estabilidade da Estrutura
A estabilidade da estrutura do protótipo é apresentada no item 5.3.4 do capítulo 5.
6.3.3. Fundação
A sondagem feita no terreno acusou boa resistência do solo, com o lençol freático a
14m de profundidade. Determinou-se então, para o projeto de fundação do
Laboratório, a realização de seis tubulões, um para cada pilar de sustentação da
cobertura. O restante dos pilares se apoiará em estacas executadas por trado
mecânico, conforme a figura 6.17.
1500015000
7500 750075007500
F14
Ø60
F4
F15
Ø 60
F5
F16
Ø60
F6
F7
Ø100
F8
Ø100
F1
F12
Ø60
F11
Ø60
F3
F2
F13
Ø60
F9
Ø100
F10
Ø100
RUA
10000 10000 10000
6 Estacas a trado mecânico 60cm
4 Estacas a trado mecânico 100cm
6 Tubulões Fuste 90cm
Figura 6.17: Posicionamento dos tubulões e das estacas.
CAPÍTULO 6 - PROTÓTIPO
139
No perímetro da edificação, construiu-se um baldrame (figura 6.18) para travamento
da cabeça dos blocos de fundação, bem como para servir de apoio à alvenaria do
fechamento lateral.
Figura 6.18: Detalhe do baldrame.
Fonte: V&M / Unicamp, 2005.
6.3.4. Mezanino
Para satisfazer as necessidades do programa definido para o laboratório, a edificação
foi projetada com um mezanino, que ocupa a área de projeção de um módulo da
cobertura (30m x 15m) e será executado ao término dos ensaios do sistema de
cobertura.
O apoio do mezanino será composto pelos pilares já citados e pelo sistema de
vigamento misto. Este sistema é constituído por uma viga de aço suportando laje de
concreto maciça ou laje com forma metálica incorporada, capaz de melhor resistir aos
esforços de flexão, através da ação conjunta aço-concreto.
No protótipo, o vigamento misto poderá ser feito através de lajes pré-moldadas, como
exemplificado na figura 6.19 ou então através de lajes moldadas in loco com forma
incorporada em aço, conforme as parcerias que serão realizadas.
É necessária, nos dois casos, a fixação de conectores de cisalhamento no banzo
superior da treliça, de forma a transmitir o cisalhamento horizontal entre a laje de
concreto e a viga de aço.
CAPÍTULO 6 - PROTÓTIPO
140
(a) Execução
b) Detalhe do apoio da laje pré-moldada na viga
metálica, já com os conectores soldados.
(c) Detalhe dos conectores
Figura 6.19: Viga mista com laje pré-moldada, executada no Centro administrativo da V&M do
Brasil, Usina de Belo Horizonte. Fonte: Arquivo pessoal, 2005.
6.4. FABRICAÇÃO
Para melhor compreender o processo de fabricação de uma estrutura em aço, deve-se
primeiramente conhecer os pontos indispensáveis das várias etapas que compõem a
fabricação final das peças. Vários autores abordam este assunto e, para
complementar a leitura deste trabalho, recomendam-se os textos de BELLEI (1994),
DUTTA et al (1998), RAAD Jr. (1999), SALES et al (1999) e GERKEN (2003).
O processo de fabricação da estrutura do protótipo iniciou-se nas empresas
Complaser (Curitiba/PR) e Açotubo (Guarulhos/SP), com os cortes dos tubos após a
laminação na Usina da V&M. A primeira utiliza máquina de corte a laser e a segunda
máquina para corte a plasma.
A escolha das duas empresas para realizar o mesmo processamento ocorreu devido
aos diferentes diâmetros dos tubos utilizados na estrutura, bem como para o melhor
conhecimento dos procedimentos específicos adotados por cada uma. Como a
CAPÍTULO 6 - PROTÓTIPO
141
capacidade da máquina a plasma para corte é a partir de diâmetros de 50mm, todos
os cortes em tubos com diâmetros menores foram realizados na Complaser. Ambas
realizam o corte tridimensional curvo nas peças, tipo “boca-de-lobo”, com algumas
particularidades.
As empresas dispõem de uma metodologia de implementação e automação dos
serviços baseada na sistemática CAE/CAD/CAM. Os softwares de CAE (Computer
Aided Engineering) e CAD (Computer Aided Design), ao serem aplicados juntamente
com alguns programas complementares, geram automaticamente arquivos de CAM
(Computer Aided Manufacture) para os equipamentos que utilizam o sistema CNC
(Computer Numeric Control) ou controle por comando numérico. As vantagens em se
utilizar o sistema CNC são inúmeras, comparativamente aos procedimentos
convencionais. Este sistema, a depender dos softwares CAM utilizados, proporciona
desperdício mínimo de material e máximo aproveitamento na equalização dos
tamanhos, possibilitando a configuração dos movimentos das peças e controle da
produção (RAAD Jr., 1999).
A descrição das características e procedimentos de corte de cada empresa é
apresentada a seguir.
a) Corte a laser
O corte de tubos a laser é uma tecnologia relativamente nova e possibilita recortes do
tipo encaixe, penetração parcial e ou total dos tubos (figura 6.20), com excelente
qualidade. A precisão do corte é de um décimo de milímetro e não causa distorção,
além de afetar termicamente uma reduzida região das peças.
(a) Corte 3D a laser em tubo de alumínio (b) Precisão do laser no corte “boca de lobo”.
Figura 6.20: Tipos de cortes realizados pela máquina a laser da empresa Complaser.
Fonte: Arquivo pessoal, 2005.
CAPÍTULO 6 - PROTÓTIPO
142
Os cortes de todas as peças tubulares das terças e montantes dos contraventamentos
horizontais do protótipo foram realizados por este procedimento (figura 6.21). A tabela
6.1 apresenta a especificação técnica da máquina de corte a laser utilizada pela
empresa.
Figura 6.21: Corte para encaixe tipo “boca-de-lobo”
em diagonal da terça. Fonte: Arquivo pessoal, 2005.
Tabela 6.1: Especificação técnica da máquina a laser.
Fonte: Catálogo Complaser
Dimensões
Diâmetro mínimo do tubo 20mm
Diâmetro máximo do tubo 150mm
Espessura máxima de corte 6,4mm
Comprimento máximo do tubo 6.500mm
Perda nima em cada peça
devido ao sistema de fixação da
máquina
150mm
Peso máximo do tubo bruto 120kgf
As máquinas utilizam o princípio "Flying Optical", em que não contato da peça com
nenhum tipo de ferramenta. Através de uma placa rotativa que fixa o tubo dentro da
máquina, o laser trabalha sobre o tubo sem interferência externa, a uma distância de
aproximadamente 1 milímetro. O corte é realizado sempre perpendicular à superfície
do tubo e não é possível realizar chanfros nas bordas.
Devido à rapidez do procedimento, a logística de entrega da peça pronta é
racionalizada, com um período de duração de um dia para recebimento, corte e
devolução, a depender do volume de material.
CAPÍTULO 6 - PROTÓTIPO
143
b) Corte a plasma
A máquina para corte a plasma (figura 6.22) também permite a realização dos cortes
com qualidade e precisão, apesar do acabamento do corte a laser ser melhor. A
máquina é capaz de cortar tubos em formatos especiais já com os chanfros nas
bordas para receber a solda.
Figura 6.22: Máquina de corte a plasma.
Fonte: Catálogo Açotubo
Outra vantagem desta máquina é a sua capacidade de realizar cortes em peças que
possuem dimensões maiores. O corte no restante das peças tubulares, como banzos
(figura 6.23a), diagonais das vigas principais (figura 6.23b) e pilaretes do protótipo
foram realizados por este procedimento.
(a) Tubos dos banzos da Viga Principal. (b) Tubos das diagonais da Viga Principal.
Figura 6.23: Tipos de corte da máquina a plasma. Empresa Açotubo.
Fonte: Arquivo pessoal, 2005.
A especificação técnica da máquina de corte a plasma é apresentada na tabela 6.2.
CAPÍTULO 6 - PROTÓTIPO
144
Tabela 6.2: Especificação técnica da máquina a plasma.
Fonte: Catálogo Açotubo
Dimensões
Diâmetro mínimo do tubo 50 mm
Diâmetro máximo do tubo 610 mm
Espessura da parede 2,9 a 16 mm
Comprimento máximo do tubo 13.000 mm
Perda nima em cada peça
devido ao sistema de fixação da
máquina
150mm
Peso máximo do tubo por metro 300 kgf/m
Peso máximo do tubo 3 t
Na figura 6.24 apresenta-se a diversidade de tipos de cortes realizados pela máquina:
(a) Corte encaixe “boca-de-lobo” bisel 45
o
sela (b) Corte encaixe “boca-de-lobo”.
(c) Corte tipo sela 45
o
Figura 6.24: Exemplos de cortes efetuados pela máquina a plasma. Empresa Açotubo.
Fonte: Arquivo pessoal, 2005.
Após o procedimento de corte, os tubos foram encaminhados à fábrica da Brafer, em
CAPÍTULO 6 - PROTÓTIPO
145
Curitiba, para a industrialização dos elementos estruturais. A esta empresa coube:
A manufatura das chapas de ligação, através de cortes e perfurações, para
execução das ligações parafusadas;
A soldagem das chapas de ligação nos perfis tubulares;
A execução das ligações diretas entre tubos;
A vedação das extremidades dos tubos com chapas-tampão;
A listagem e o envio dos parafusos, arruelas e porcas para montagem em
campo;
A pintura;
A embalagem e o acondicionamento das peças para transporte;
O transporte e a entrega das peças no local da montagem.
Para os cortes das chapas com espessuras de até 12,5mm foi utilizada a guilhotina e
para aquelas com espessuras maiores utilizou-se o sistema de corte a chama,
conhecido como oxi-corte.
A furação das chapas com espessuras até 16mm foi realizada por puncionamento,
utilizando-se brocas para as de maior espessura.
A soldagem das chapas nos perfis foi realizada pelo processo MIG/MAG. Este
processo é considerado semi-automático, uma vez que a alimentação do arame e o
fluxo de gás propelido pela máquina são de responsabilidade do soldador, bem como
a velocidade de deslocamento e a extensão livre do arame (stick-out).
As vantagens do processo MIG/MAG são a rapidez, a reduzida área afetada pelo calor
e a ausência de escória, entre outras (GERKEN, 2003). O processo possui grande
versatilidade, pois permite, na maioria das aplicações, a soldagem em todas as
posições cobrindo ampla faixa de espessura. (RAAD Jr., 1999). Como não existe
escória a ser removida, o tempo de soldagem e o custo de fabricação são menores.
Antes da soldagem final, as peças da estrutura receberam solda ponteada para pré-
montagem (figura 6.25), realizada pelo processo de arco elétrico com eletrodo
revestido.
Para o caso específico do protótipo, os banzos superiores das vigas padrão são
formados por dois tubos que possuem espessuras diferentes, como está representado
CAPÍTULO 6 - PROTÓTIPO
146
na figura 6.26.
(a) Junção dos banzos inferiores da Viga
Padrão Principal.
(b) Nó do banzo inferior da Viga Padrão
Principal
Figura 6.25: Solda ponteada na pré-montagem. Montagem da estrutura na empresa Brafer.
Fonte: Arquivo pessoal, 2005.
TUBO Ø 177,8
ESP. 5
3000
TUBO Ø 177,8
ESP. 7,1
TUBO Ø 177,8
ESP. 7,1
1800
10000
Figura 6.26: Elevação Viga padrão Principal. Fonte: V&M do Brasil, 2005.
A união destas duas peças foi realizada por solda de penetração total (figura 6.27), de
forma a dar continuidade ao banzo.
(a) Vista do banzo (b) Detalhe da Solda
Figura 6.27: Solda de penetração total. Montagem da estrutura na empresa Brafer.
Fonte: Arquivo pessoal, 2005.
Esta diferença entre as peças não será adotada no sistema padrão, devido ao tempo
CAPÍTULO 6 - PROTÓTIPO
147
gasto para realização da solda e acabamento, bem como com o trabalho necessário
para a execução dos chanfros das bordas dos tubos.
A pintura utilizada nas peças do protótipo foi a do tipo Epóxi, pelo processo de caneca
de sucção e tanque de pressão através da pulverização por pistolas. Antes de iniciar o
processo de pintura, o material deve ser limpo de forma a remover óleo, gordura,
graxa, poeira entre outros. Essa limpeza foi realizada com jato de granalha padrão SA
2 ½.
De acordo com relatório fornecido pela Brafer, as condições gerais para pintura da
estrutura do protótipo foram as seguintes:
A verificação da temperatura do ar, que deve estar entre 5 a 50 ºC;
A umidade relativa do ar, que não pode ser superior a 85%;
A temperatura da superfície que receberá a pintura, que não deve ultrapassar
os 50ºC;
As peças devem receber a pintura no máximo até 6 horas após o
jateamento;
Verificação do tempo de cura e intervalo para próxima demão.
O estudo racional da modulação possibilitou o transporte das peças pré-montadas, o
que evitou trabalhos extras e perda de tempo no local da montagem.
6.5. MONTAGEM
Após o recebimento e aferição dos elementos estruturais, a seqüência de montagem
adotada no canteiro obedeceu a seguinte ordem:
a) Preparo das bases das colunetas metálicas;
b) Deslocamento e deposição das peças pré-montadas;
c) Estabilização do conjunto;
d) Ajustes;
e) Execução das ligações definitivas.
A montagem teve início com a união dos elementos pré-montados de fábrica, através
de ligações provisórias (figura 6.28), como as conexões dos pilaretes com as
respectivas metades das vigas principais e as ligações entre estas metades o trecho
CAPÍTULO 6 - PROTÓTIPO
148
central (figura 6.29).
Figura 6.28: Seqüência de montagem do conjunto viga principal / pilarete no Campus da
Unicamp. Fonte: V&M / Unicamp, 2005.
Figura 6.29: Montagem viga principal. Fonte: V&M / Unicamp, 2005.
A logística de montagem (figura 6.30) foi elaborada priorizando a segurança, a
qualidade e o prazo determinado.
2
1
TERÇA DE EXTREMIDADE TERÇA DE EXTREMIDADE
TERÇA DE EXTREMIDADE TERÇA DE EXTREMIDADE
VIGA PRINCIPAL 3
VIGA PRINCIPAL 1
VIGA PRINCIPAL 2
SENTIDO DA
MONTAGEM
DAS VMJ
RUA
SENTIDO DA
MONTAGEM
DAS VP
SENTIDO DA
MONTAGEM
DAS VMJ
1) Primeira etapa da montagem.
2) Segunda etapa da montagem
Figura 6.30: Sentido de montagem.
CAPÍTULO 6 - PROTÓTIPO
149
A logística de montagem da estrutura foi realizada desta forma devido aos
condicionantes existentes no entorno, como topografia, edificações e passarelas para
pedestres, o que tornava inviável o acesso do caminhão.
As vigas principais 1 e 2 foram então içadas (figura 6.31) e posicionadas sobre as
colunetas já fixadas na fundação.
(a) Içamento da viga principal 1.
(b) Posicionamento da viga principal 1 na Coluneta.
(c) Viga principal 2 posicionada na coluneta.
Figura 6.31: Início da primeira etapa da montagem. Fonte: V&M / Unicamp, 2005.
CAPÍTULO 6 - PROTÓTIPO
150
Em seguida, as metades das terças foram unidas e erguidas, conforme figura 6.32.
(a) Início do içamento da terça na primeira etapa
(b) Detalhe da terça sem o
travamento durante a montagem na
primeira etapa.
(c) Finalização do içamento da terça na primeira etapa
Figura 6.32: Montagem das terças.
Fonte: V&M / Unicamp, 2005.
O procedimento de montagem foi realizado com o auxílio do caminhão tipo “Munck”,
veículo dotado de guindaste que possibilita alguns serviços de movimentação em mais
de uma direção. A lança alcança nove metros na direção horizontal e onze metros na
direção vertical, com capacidade para seis toneladas no caso de estar totalmente
recolhida e uma tonelada para a situação oposta.
Após o içamento e posicionamento das vigas principais e terças nas duas fases da
montagem, iniciou-se o travamento destas últimas através da fixação das correntes
(figuras 6.33 e 6.34) e a ligação da estrutura com os contraventamentos horizontais
(figura 6.35).
CAPÍTULO 6 - PROTÓTIPO
151
Figura 6.33: Travamento das terças.
Fonte: V&M / Unicamp, 2005.
Figura 6.34: Fixação das correntes.
Fonte: V&M / Unicamp, 2005.
Figura 6.35: Detalhe da montagem do contraventamento.
Fonte: V&M / Unicamp, 2005.
O detalhamento das ligações dos contraventamentos apresentado no item 5.3.4 foi
alterado de forma a melhorar o processo de fabricação devido à quantidade de peças
CAPÍTULO 6 - PROTÓTIPO
152
e complexidade de montagem. Novos detalhamentos estão fase de estudo e serão
incorporados ao projeto do sistema padrão para a análise experimental.
Com os contraventamentos e correntes posicionados e a estrutura estabilizada, são
feitos os ajustes finais nas ligações (figura 6.36).
Figura 6.36: Ajustes finais das ligações das mãos francesas.
Fonte: V&M / Unicamp, 2005.
6.6. ANÁLISE EXPERIMENTAL
A análise numérica foi realizada utilizando-se o programa computacional para as
situações envolvendo ações permanentes, sobrecarga e ações devidas ao vento,
aplicadas como cargas concentradas nos nós das treliças. A análise experimental
consiste da avaliação das tensões nominais críticas provocadas por estas ações nos
banzos e diagonais das vigas principais e das terças, juntamente com os respectivos
deslocamentos.
A análise experimental foi inicialmente planejada para ser realizada em três etapas, a
saber:
1
a
etapa: Avaliação das solicitações produzidas pelas ações permanentes e
pela sobrecarga;
2
a
etapa: Avaliação das solicitações produzidas pelas ações permanentes e
decorrentes da ação do vento (sucção na cobertura).
3
a
etapa: Avaliação das solicitações produzidas pelas ações permanentes, pela
sobrecarga e decorrentes da ação do vento horizontal e de sucção na
cobertura.
CAPÍTULO 6 - PROTÓTIPO
153
A primeira e a segunda etapa do ensaio serão realizadas simulando-se a estrutura da
cobertura do protótipo apoiada em pilares de concreto. Para tal, as mãos francesas
das terças de extremidades serão desconectadas dos pilaretes, bem como o banzo
inferior das vigas principais. A previsão do carregamento será da ordem se 42
toneladas. Na segunda etapa, a estrutura de cobertura será invertida para facilitar a
execução dos ensaios. Cerca de 52 toneladas de cargas serão suspensas na estrutura
em fases pré-determinadas.
Na terceira etapa, a estrutura será erguida e posicionada na sua altura final. A análise
será feita com a estrutura de cobertura apoiada nos pilares metálicos, para avaliação
dos esforços nos pórticos.
CAPÍTULO 7
ENSAIOS
7.1. SUGESTÕES DE APLICAÇÃO DO SISTEMA
Como forma de mostrar as possibilidades de aplicação do sistema tubular V&M,
realizou-se o estudo preliminar de edificações utilizando a estrutura de cobertura em
quatro situações distintas: um ginásio de esportes, o refeitório de uma unidade
escolar, um espaço multiuso e um terminal rodoviário.
A utilização do sistema nestas edificações teve como objetivo a busca por segmentos
de mercado que não estivessem inseridos naqueles que usualmente fazem parte do
imaginário coletivo, como indústrias, hipermercados, centros de distribuição, depósitos
ou fábricas, onde os sistemas pré-fabricados e industrializados já são bem
conhecidos.
7.1.1. Ginásio de esportes
O estudo para o ginásio de esportes foi realizado considerando uma condição real, em
que se faziam necessárias cinco variações evolutivas do programa inicialmente
proposto, de acordo com as possibilidades e porte das localidades em que seriam
implantados. O interessante deste projeto é que o sistema de cobertura V&M pôde ser
utilizado em todas as variações, o que comprova a flexibilidade permitida pela sua
diversidade de combinações das peças.
CAPÍTULO 7 - ENSAIOS
155
Apresenta-se neste item duas versões destes estudos. A primeira, mais simplificada,
possui três módulos iguais de 26x15m, suportados por pilares metálicos tubulares e
dispostos ao longo do seu comprimento. Consta somente da quadra e de uma
pequena área de apoio, e não possui arquibancadas (figuras 7.1 e 7.2).
15000 15000 15000
26000
Área coberta sem fechamento vertical
Área coberta com fechamento vertical
(a) Planta (b) Dimensões e módulos usados
Figura 7.1: Ginásio de esportes tipo 1.
(a) Elevação frontal.
(b) Elevação lateral.
Figura 7.2: Elevações do ginásio de esportes tipo 1.
CAPÍTULO 7 - ENSAIOS
156
O segundo estudo apresentado é relativo ao projeto completo do ginásio. Possui
quatro módulos iguais de 30x15m, também dispostos ao longo do comprimento da
edificação. Consta da quadra, arquibancadas, cantina, vestiários, áreas de apoio e um
espaço destinado a eventos (figuras 7.3 e 7.4).
15000 15000 15000 15000
30000
Área coberta sem fechamento vertical
Área coberta com fechamento vertical
(a) Planta.
(b) Dimensões e módulos usados
Figura 7.3: Ginásio de esportes tipo 5.
(a) Elevação frontal
(b) Elevação lateral.
Figura 7.4: Elevações do ginásio de esportes tipo 5.
CAPÍTULO 7 - ENSAIOS
157
A disposição do sistema de cobertura possibilitou, em todos os casos, uma área de
proteção contra intempéries nas entradas principais da edificação.
7.1.2. Unidade escolar – Refeitório / área de convívio
A opção por se aplicar o sistema de cobertura V&M em uma unidade escolar surgiu da
possibilidade de intercâmbio de experiências e soluções entre dissertações de
mestrado, desenvolvidas durante o mesmo período na UFOP.
HENRIQUES (2005) desenvolveu um modelo de unidade escolar para ensino infantil,
fundamental e médio, utilizando um sistema construtivo bastante flexível em termos de
espaço, funcionamento e qualidade construtiva, direcionado à implantação em
pequenas comunidades, áreas rurais e municípios carentes. O sistema consiste em
dois módulos construtivos individuais, que se repetem em todo o projeto de forma a
simplificar a solução estrutural e a arquitetônica. As possibilidades de agrupamento
destes módulos são variadas e dependem das condições do terreno, da região em que
será implantada e das necessidades da comunidade, entre outros fatores.
Esta flexibilidade também permite a utilização de diversos tipos de sistemas de
cobertura para acolher o ambiente do refeitório, independente da conformação
adotada para os módulos.
Dado o interesse em mostrar a flexibilidade e adaptabilidade do produto industrializado
mencionado, estudou-se uma possibilidade para a aplicação do sistema de
cobertura da V&M neste ambiente, a partir de um projeto de implantação da unidade
escolar desenvolvida pela autora (figura 7.5 e 7.6). O módulo de cobertura utilizado
possui 20x13m, suportado por perfis metálicos tubulares.
CAPÍTULO 7 - ENSAIOS
158
Figura 7.5: Perspectiva geral da implantação.
(b) Perspectiva do módulo.
(a) Perspectiva do refeitório.
(c) Perspectivas do módulo.
Figura 7.6: Vistas da estrutura.
Por se tratar de uma intervenção, percebe-se nas figuras uma boa interação entre os
dois tipos de sistemas. A cobertura, apesar de possuir elementos estruturais de
maiores dimensões se comparados aos do módulo escolar, não interfere de forma
agressiva na permeabilidade visual do lugar. O sistema estrutural em treliça e o uso do
perfil tubular de seção circular contribuem para tal, bem como o uso de cores claras
para o acabamento da estrutura.
7.1.3. Espaço multiuso
O estudo preliminar deste projeto refere-se a um módulo do sistema de cobertura em
CAPÍTULO 7 - ENSAIOS
159
sua maior dimensão (30x15m), disposto em um espaço qualquer para conferir
proteção e acolhimento às diversas atividades que se queira realizar. A depender do
evento ou localidade, este módulo pode tornar-se fixo ou não, sustentado por pilares
metálicos ou em concreto.
Figura 7.7: Perspectivas espaço multiuso.
A intenção é mostrar que o sistema de cobertura industrializado supre necessidades
CAPÍTULO 7 - ENSAIOS
160
diversificadas e não necessariamente precisa de fechamentos laterais para configurar
o espaço.
O estudo foi realizado para uma área de eventos em um parque ou praça, dotado de
um bar e um teatro de arena. A cobertura é sustentada por pilares em concreto e,
neste caso, optou-se por realizar o fechamento lateral das extremidades da edificação
em função do uso e do lay-out proposto (figura 7.7).
7.1.4. Terminal Rodoviário
O estudo para o terminal rodoviário baseou-se no trabalho de MEYER (1997), em que
foram apresentadas as vantagens e potencialidades do uso do aço nesta categoria de
edificações. O modelo adotado é classificado, segundo o manual de implantação de
terminais rodoviários de passageiros (MITERP), como G”, com um número médio de
partidas entre 25 e 80.
Trata-se de uma tipologia arquitetônica que, em razão das suas funções específicas,
requer amplos espaços contínuos, destinados às áreas de espera e circulação de
usuários, além das plataformas de embarque e desembarque. Para tal, utilizou-se
cinco módulos de diferentes dimensões (figuras 7.8 e 7.9).
SAGUÃO CENTRAL
EMBARQUE / DESEMBARQUE
ESTACIONAMENTO
SETOR DE APOIO SETOR ADM.
ÁREA PARA MANOBRA
Figura 7.8: Estudo para terminal rodoviário – planta.
Fonte: Adaptado de MEYER, 1997.
CAPÍTULO 7 - ENSAIOS
161
Área coberta sem fechamento
vertical
Área coberta com fechamento
vertical
2400020000 20000
12000 1500015000
Figura 7.9: Dimensões e módulos usados.
Optou-se pelos pilares metálicos e pela utilização de parte da cobertura como
marquise para proteção dos usuários na recepção da edificação (figuras 8.10 a 8.12).
(a) Com a telha.
(b) Sem a telha.
Figura 7.10: Perspectiva geral do terminal rodoviário.
CAPÍTULO 7 - ENSAIOS
162
Figura 7.11: Perspectiva do acesso principal.
(a) Vista Frontal.
(b) Vista posterior.
Figura 7.12: Elevações frontal e posterior do Terminal rodoviário.
CAPÍTULO 8
CONSIDERAÇÕES FINAIS
8.1. COMENTÁRIOS RELATIVOS AO PRESENTE TRABALHO
O conceito de flexibilização dos espaços abordado neste trabalho é definido pela
capacidade da edificação em possibilitar condições de utilização ou circunstâncias
mutáveis, de forma que não seja necessária uma quantidade significativa de recursos
para viabilizá-las. O espaço flexível é aquele que acolhe e possibilita,
satisfatoriamente, a alteração de diferentes funções em diversas formas de
organização ao longo do tempo.
Entretanto, esta flexibilidade estará comprometida a depender da quantidade de
obstáculos
físicos fixos distribuídos no espaço construído. É neste contexto que as
estruturas de cobertura para grandes vãos têm sido utilizadas, como forma de garantir
que a edificação esteja capacitada para o atendimento de diferentes exigências
funcionais. O termo “grandes vãos” poderia ser definido como um espaço qualquer,
isento de obstáculos que impeçam ou dificultem a sua adaptabilidade.
Em função de suas características, um espaço denominado flexível geralmente não é
considerado um espaço otimizado, que o conceito de otimização pressupõe uma
definição precisa e restrita das necessidades e funções a serem cumpridas pela
edificação. Satisfazer a diferentes condições, como é o caso de sistema flexíveis,
inviabilizaria a exata correspondência entre as funções e desempenhos dos edifícios.
O conceito de otimização pode então, de certa forma, ser relacionado ao conceito de
CAPÍTULO 8 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
164
identidade arquitetônica dos edifícios. As edificações denominadas otimizadas, em sua
grande maioria, possuem identidades próprias, fruto das necessidades e condições
específicas que deverão satisfazer.
Através desta analogia e durante o desenvolvimento do trabalho, percebeu-se que a
ausência de otimização dos espaços configurados por estruturas pré-fabricadas para
grandes vãos pode gerar uma certa restrição à aplicação deste tipo de sistema por
parte de alguns arquitetos, principalmente em edificações de caráter não
industriais/comerciais, devido à simplificação e objetividade da forma.
A explicação para este fato pode estar em uma negativa da arquitetura
contemporânea em relação aos conceitos da arquitetura moderna, que preconizava o
espaço livre de ornamentos, a criação e o estudo de espaços abstratos, geométricos e
mínimos. Um segmento desta arquitetura, denominado racionalista, tinha como
característica o propósito social de democratizar o acesso à arquitetura, através da
redução de custos obtida pela simplificação e pela padronização das soluções.
Outra possível justificativa observada para o fato é que, aliada a uma suposta
limitação da criatividade arquitetônica proporcionada por estas estruturas, estaria o
desenvolvimento da industrialização na construção, acompanhado pela utilização
crescente de elementos construtivos pré-fabricados que impõem certo conhecimento
técnico para a especificação.
No entanto, como mencionado no início deste trabalho, as características inerentes às
estruturas de grandes vãos, bem como o processo de produção adotado para a sua
realização não são aplicáveis a qualquer tipologia. É necessário que os projetos
também sejam desenvolvidos segundo uma modulação coordenada com a pré-
fabricação dos elementos construtivos. No caso das estruturas de cobertura, a
aplicação pode ser considerada mais ampla, pois é independente dos fechamentos do
corpo da edificação.
O sistema construtivo atual é baseado nas relações entre os diversos materiais. De
certa forma, as várias possibilidades de associação dos elementos construtivos em um
espaço que permita a livre combinação (flexibilidade), podem determinar as
características individuais de cada edificação de acordo com suas necessidades ou
funções.
Este é um fator que contribui para a especificação destes sistemas em alguns setores
da engenharia das construções como o hoteleiro, shopping centers ou hipermercados,
CAPÍTULO 8 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
165
em que a industrialização nas edificações significa redução no prazo de entrega das
obras, menor desperdício de materiais, menor retrabalho, conduzindo a um rápido
retorno dos investimentos aplicados. Percebe-se ainda um interesse crescente destes
segmentos de mercado por sistemas estruturais de cobertura pré-fabricados para
grandes vãos, em que grandes espaços livres de obstáculos se fazem necessários.
Neste contexto, os sistemas de cobertura pré-fabricados e industrializados surgem
como uma opção racional e com qualidade garantida pela padronização dos seus
elementos, de acordo com todos os preceitos determinados pela industrialização. O
conceito de produto de catálogo ou de “prateleira”, pronto para o consumo, facilita a
especificação em projetos pela pequena diversidade de peças produzidas, favorece e
agiliza o processo de fabricação pela padronização das peças e contribui para a
rapidez e simplificação na montagem.
Contudo, a industrialização destes sistemas ainda é pouco desenvolvida no país, o
que torna este mercado pouco competitivo e bastante atraente, se comparado à oferta
de estruturas pré-fabricadas.
O sistema construtivo de cobertura proposto pela V&M do Brasil está em
desenvolvimento para suprir este mercado, atendendo a todos os quesitos levantados
neste trabalho. O contínuo aperfeiçoamento do produto é de extrema importância e
virá através da experiência adquirida nos diversos empreendimentos em que pode ser
utilizado.
O sistema também é um excelente meio de divulgação das características, vantagens
e possibilidades de utilização do perfil tubular, que se trata de um segmento da
construção civil em ascensão, constituído basicamente por elementos estruturais em
perfil aberto. O próprio conceito de estrutura industrializada favorece o aprimoramento
dos procedimentos que envolvem o perfil tubular, desde o projeto e detalhamento das
ligações até à fabricação e montagem das estruturas.
8.2. SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS
As sugestões para trabalhos futuros concentram-se nos elementos construtivos das
estruturas de cobertura para grandes vãos e suas relações, a saber:
Promover o estudo comparativo dos sistemas similares existentes quanto à
viabilidade econômica, atrelada à eficiência estrutural e à relação vão/peso;
CAPÍTULO 8 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
166
Realização de avaliação pós-ocupação em edificações que utilizaram estruturas de
grandes vãos, em termos de estanqueidade das coberturas, conforto térmico e
acústico dos espaços, verificação dos sistemas de coleta pluvial e da
compatibilidade dos carregamentos aplicados à estrutura após o inicio das
atividades com aqueles especificados no cálculo;
Estudo das possibilidades de interface da estrutura com outros tipos de sistema de
vedação na cobertura como as membranas, que possibilitam maior luminância do
espaço coberto reduzindo o consumo de energia durante o dia;
Aprimoramento das ligações parafusadas entre os elementos estruturais, de forma
a reduzir o número de peças necessárias para a montagem da estrutura, tornando
o sistema mais racional e leve;
Desenvolvimento de sistema estrutural e concepção arquitetônica para as
marquises e adendos à estrutura para proteção contra intempéries em
estacionamentos externos, docas ou espaços similares, compatíveis com a
estrutura tubular.
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ANEXO I
QUESTIONÁRIOS
Esta é uma pesquisa acadêmica, de uma dissertação de Mestrado a ser desenvolvida
pela mestranda Flávia Macedo Furtini durante o período de 2004/05 pela Universidade
Federal de Ouro Preto, Minas Gerais. Tem por interesse conhecer o mercado de
estruturas metálicas de coberturas de grande porte e colher dados para um posterior
desenvolvimento de proposta arquitetônica e estrutural para edificações
comerciais/industriais de grandes vãos.
Além destas novas propostas a serem apresentadas, são objetos deste estudo os
conhecimentos do seu mercado, bem como a análise de seus custos e sua
competitividade, apresentando também soluções para as diversas falhas de projeto e
de execução a serem levantadas como parte do escopo do presente trabalho.
As patologias deste tipo de construção são fundamentais para o desenvolvimento
deste estudo e as falhas dos processos construtivos serão objeto de busca intensiva.
PERFIL DO ENTREVISTADO
Empresa
Endereço
Telefone/Fax
Home Page
Nome do entrevistado
Função
E-mail
ANEXO I
175
PÚBLICO ALVO DA PESQUISA
Arquitetos e projetista de Estruturas Metálicas
Cite, em ordem de importância, os 03 (três) principais clientes de estrutura
metálica de cobertura da sua Empresa.
Cliente A
Cliente B
01
Cliente C
Cite, em ordem de importância, os 03 (três) principais fornecedores/fabricantes
de estrutura metálica:
Fornecedor A
Fornecedor B
02
Fornecedor C
Melhor serviço Pior serviço 03
Dentre os três fabricantes citados,
deixe claro aquele que na sua
opinião presta os melhores
serviços
e aquele que não presta os
melhores serviços:
O fornecedor/fabricante escolhido por prestar o melhor serviço possui sistema
de estrutura metálica pré-
concebido? Este executa também estrutura metálica
de acordo
com um projeto (arquitetônico e/ou estrutural) desenvolvido por
outras empresas?
Tipo de obra executada em função do projeto Porcentagem
(%)
Obras pré-concebidas
Obras com arquitetura definida
04
Obras com projeto estrutural definido
As estrut
uras geralmente projetadas por sua empresa são para edificações de
quantos pavimentos?
N
o
de pavimentos Porcentagem
(%)
01 pavimento
02 pavimentos
05
03 pavimentos ou mais
Modulação da estrutura
06
Quais as modulações comumente
projetadas para a
estrutura
principal dos galpões?
ANEXO I
176
Na escolha da modulação, quais os
requisitos adotados?
Restrições impostas pelos clientes
Lay Out interno
Preservação de grandes vãos
livres
Economia / racionalidade.
Boa relação vão/custo
Limitações devido a
estacionamento no subsolo
Existem restrições impostas pelos
clientes quanto à modulação?
Especifique.
Outros. Quais?
Aspectos de Projetos
Na fase de concepção do projeto,
quais são os fatores que você
considera na escolha do tipo
de
estrutura a ser empregada?
Qual a importância, no seu
conceito, da estética do produto
que você projeta?
E em relação à funcionalidade?
Existe alguma restrição do mercado
no que diz respeito aos materiais a
serem empregados em obras onde
a est
ética é um fator a ser
explorado?
Características arquitetônicas
Acabamento da estrutura
Esbeltez e leveza
Arquitetura desenvolvida
de forma a
tornar a estrutura viável
Grandes vãos
Em termos arquitetônicos, na sua
opinião, quais são as principais
necessidades que o mercado
busca satisfazer?
Outros. Quais?
07
Quais são os principais pontos que
sua empresa se preocupa ao
projetar um sistema de cobertura
em estrutura metálica?
ANEXO I
177
08
Você pode indicar pelo menos três fornecedores de
sua confiança para as
especialidades a seguir?
A
B
8.1
Telhas ZIPADAS
C
A
B
8.2
Isolamento térmico para
cobertura
C
A
B
8.3
Calhas, rufos, cumeeiras e
fechamentos
C
A
B
8.4
Elementos zenitais
translúcidos
C
A
B
8.5
Vent
iladores industriais
naturais, lineares.
C
A
B
8.6
Pintura intumescente
C
A
B
8.7
Sistema de Piso (laje)
C
09
Comente as soluções adotadas para os sistemas de cobertura metálica
projetados por sua empresa, nos itens a seguir:
Sistema principal de apoio da cobertura metálica
Incidência de projetos com:
Pilar Concreto (%) Pilar Aço (%)
Vantagens
Vantagens
Desvantagens
Desvantagens
9.1
Em projetos realizados pela sua
empresa, é comum a utilização
de pilares de concreto pré-
moldado e vigas de cobertura
metálica? Em caso positivo
comente as vantagens e
desvantagens. Em caso
negati
vo, também emita uma
opinião.
Comentários
ANEXO I
178
Em caso de utilização de pilares metálicos para estruturas principais de apoio
da cobert
ura metálica, quais as restrições (por ordem de importância)
enfrentadas por você? Enumerar abaixo.
Necessidade de proteção contra incêndio
Custo da estrutura metálica em relação ao concreto
Corrosão
Resistência do arquiteto / construtor (falta de informação)
Problemas estéticos
Custo de seguro
Outros
Perfis
conformados
a frio
Perfis
alma
cheia
Seções
treliçadas
Outros
Terça
Viga
secundária
As vigas de
cobertura (tesouras,
terças, vigas
secundárias) em
seus projetos são
normalmente
constituídas de
treliças ou vigas de
alma cheia?
Comente os tipos de
perfis
predominantes.
Viga
principal
Meio Agressivo Meio Não Agressivo
Qual a proteção
contra corrosão
normalmente sua
empresa recomenda
nos projetos de
obras em meio
agressivo e em
situa
ções não
agressivas?
Cargas Valores
(KN/m
2
)
Para as estruturas
de cobertura, quais
são as cargas com
seus respectivos
valores mais
freqüentemente
adotados (cargas
acidentais e cargas
permanentes)?
Cargas Permanentes
ANEXO I
179
Cargas Acidentais
Em seus projetos,
você solicita esta
especificação das
cargas aos seus
clientes?
Sistemas de Piso
Tipos de Piso (lajes) Porcentagem
(%)
Lajes maciças (moldadas em
loco)
Lajes pré-fabricadas alveolares
Lajes ou painéis pré-
fabricados
maciços
Lajes pré-
fabricadas em
concreto com tijolos cerâmicos
Qual o sistema de piso (laje)
que você usualment
e
especifica?
Outros tipos. Cite.
O sistema de deck metálico é
especificado? Qual o
fabricante? Em quais
situações?
9.2
Comentários / vantagens /
desvantagens dos sistemas
mais empregados.
Telhas utilizadas
Tipo / fabricante
São zipadas?
Inclinação adotada
Material de constituição da telha
9.3
Citar problemas encontrados na
fase de projeto
9.4
Isolamento térmico ou acústico
ANEXO I
180
Você especifica o material
isolante térmico e/ou acústico nos
seus projetos? Qual o mais
empregado e o fabricante?
Quais motivos levam à escolha
da solução adotada?
Elementos zenitais (iluminação natural)
Os elementos zenitais são
projetados e/ou especificados por
você?
Qual o material translúcido
adotado e o fabricante?
A vedação do sistema
especificado é competente?
Ocorrem vazamentos?
9.5
Comentários / vantagens /
desvantagens.
Plataformas metálicas sobre a cobertura
Você normalmente projeta e/ou
especifica passarelas metálicas
para manutenção e instalação de
equipamentos sobre a cobertura?
Qual a carga adotada para o s
eu
dimensionamento?
9.6
Comente a solução projetada e
suas vantagens e eventuais
problemas ocorridos.
Ventilação natural
São projetados/especificados
ventiladores ou exaustores
naturais?
Qual o tipo, material de
composição e fabricante?
9.7
C
omente a solução, vantagens e
desvantagens.
10
Quais são, por ordem de importância, as
desvantagens em se utilizar nos seus projetos
sistemas pré-engenhados:
Sistema de
Cobertura
Sistema
Estrutural
ANEXO I
181
Custo elevado
Demora no fornecimento
Incompatibilidade de projeto
Estanqueidade duvidosa
Histórico de problemas do fornecedor
Acabamento inadequado
Má qualidade do material que compõe o sistema
Complexidade de montagem e inflexibilidade em caso
de interferências
Limitação na absorção de cargas
Atendimento ruim pós-obra
Baixa durabilidade
Demonstrações de incapacidade para planejamento e
elaborações de plano de ação
Histórico de pessoal despreparado para montagem
Falta de segurança na montagem
11
Comente ca
sos (que não necessariamente contaram
com a sua participação) que levaram grandes
estruturas metálicas ao colapso ou necessitaram de
reforços não previstos para correção de falhas. Caso
seja possível indique as causas do problema e o que
poderia ser feito evitá-lo.
12
Qual é a mídia que você mais utiliza em suas
atividades?
13
Existe algum aspecto importante sobre o tema que
não foi abordado nesta pesquisa? Favor comentar e
enumerar.
ANEXO I
182
PÚBLICO ALVO DA PESQUISA
Clientes finais de obras em Estruturas Metálicas
01
Características da Empresa
Segmento de mercado
Obras padronizadas (OP) -
Centros de operadores
logísticos e grandes
distribuidores, Sh
opping Center
(espaço de lojas e mall),
Atacadistas, Materiais de
construção, Concessionárias de
veículos, Supermercados,
Centros de distribuição ligados
aos varejistas.
Obras especiais (OE)
Ginásios
Esportivos, Centros de
convenções, Teatros, Parque
s
de exposições e diversões,
Shopping center (cúpulas/Sky
light), Aeroportos, Igrejas e
Terminais rodoviários.
1.1
Dentre os segmentos a
seguir destacados, qual
identificaria melhor a sua
área de atuação?
Obras industriais (OI)
Indústrias, Termoelétricas e
Galpões destinados a cargas
especiais e estoque
horizontalizado.
Ano
Expectativa de
crescimento (%)
Índice/indicador
adotado
2005
2006
1.2
Qual é a expect
ativa de
crescimento da sua
empresa e quais os
índices/indicadores
econômicos ou outro
parâmetro você utiliza
nesta previsão?
2007
Ano Área construída (m
2
)
1999
2000
2001
2002
1.3
Você sabe estimar em m
2
o
históric
o de crescimento da
sua Empresa nos últimos
cinco anos?
2003
Quais os tipos de materiais
Tipos de Materiais Porcentagem (%)
ANEXO I
183
Estrutura Metálica
Estrutura em concreto pré-
moldado
são normalmente
empregados nas estruturas
de suas obras?
Estrutura de Concreto
Moldada “in loco”
Modalidade de contrato Porcentagem (%)
Empreitada Global
Administração
Administração custo alvo
1.4
Em suas obras, quais os
tipos de contrato são mais
frequentes?
Preços unitários
1.5
A sua empresa possui
estrutura própria ou
terceiriza o sistema de
Controle de Qualidade de
materiais e serviços?
Você pode indicar pelo menos três profissionais/empresas para as
especialidades a seguir?
A
B
Projetistas
C
A
B
Gerenciadores
C
A
B
Fabricantes de Estrutura
Metálica
C
A
B
02
Construtores
C
Melhor serviço
Pior serviço
Projetistas
Gerenciadores
Fabricantes
03
Dentre os três citados no
item 02, deixe claro aqueles
que, em sua opinião,
prestam os melhores
serviços e aquel
es que não
prestam os melhores
serviços:
Construtores
ANEXO I
184
O melhor fabricante de estrutura metálica escolhido (item 03) possui sistema
pré-concebido ou fabricou/montou a
estrutura metálica de acordo com um
projeto (arquitetônico e/ou estrutural) desenvolvido pelos projetistas?
Tipo de obra executada em função do projeto Porcentagem
(%)
Obras pré-concebidas
Obras com arquitetura definida
04
Obras com projeto estrutural definido
As estruturas geralmente utilizadas por sua empresa são para edificações de
quantos pavimentos?
N
o
de pavimentos Porcentagem
(%)
01 pavimento
02 pavimentos
05
03 pavimentos ou mais
Modulação da estrutura
Quais as modulações
comumente solicitadas /
utilizadas pela sua empresa,
para a estrutura principal de suas
obras?
Fatores
Layout interno
Preservação de grandes vãos livres
Economia / racionalidade.
Boa relação vão / custo
Limitações devido a estacionamento
no subsolo
06
Na escolha da modulação, quais
são os fatores, em ordem de
importância, mais relevantes?
Outros. Quais?
Aspectos de projeto
Qual a importância, no seu
conceito da identidade visual da
sua Empresa?
07
A estética é valorizada no se
u
empreendimento?
ANEXO I
185
E a funcionalidade?
Características arquitetônicas
Acabamento da estrutura
Esbeltez e leveza
Arquitetura dese
nvolvida de
forma a tornar a estrutura viável
e agradável
Grandes Vãos
Em termos arquitetônicos, em sua
opinião, quais são as principais
necessidades que o mercado
busca satisfazer?
Outros
08
Comente as soluções adotadas para o sistema de cobertura metálica, nos itens
a seguir:
Sistema principal de apoio da cobertura metálica
Incidência de obras com:
Pilar Concreto
(%)
Pilar Aço (%)
Vantagens
Vantagens
Desvantagens
Desvantagens
Em suas obras, é comum
a utilização de
pilares de concreto pré-
moldado e vigas
de cobertura metálica? Em caso positivo
comente as vantagens e desvantagens.
Em caso negativo, também emita uma
opinião.
Comentários
A estrutura principal da cobertura era
formada por tesouras, treliças ou vigas de
alma cheia? Comente os tipos de perfis
predominantes.
Existem restrições à utilização de pilares
metálicos? Quais?
Quais são as cargas que você considera
como sendo cargas de utilização
(elementos sustentados pela estrutura
após o término da montagem)?
8.1
Comentários / vantagens / desvantagens
Sistema de piso 8.2
Qual o sistema de piso (laje) mais
utilizado em seus empreendimentos?
Tipos de Piso (lajes) Porcenta
gem %
ANEXO I
186
Lajes maciças
(moldadas em loco)
Lajes pré-
fabricadas
alveolares
Lajes ou painéis pré-
fabricados maciços
Lajes pré-
fabricadas em
concreto com tijolos
cerâmicos
Outros tipos. Cite
O sistema de deck metálico é utilizado?
Qual o fabricante? Em quais situações?
Comentários / vantagens / desvantagens
8.3
Qual o tratamento adotado para
proteção/pintura para estruturas em suas
obras?
Telhas utilizadas
Tipo / fabricante
São zipadas?
Inclinação adotada
Apresentou vedação eficiente?
Apresentou problema de corrosão? Comente
Material de constituição da telha
8.4
Citar problemas encontrados
Isolamento térmico ou acústico
Nas estruturas de cobertura, é com
um a utilizão de
material isolante térmico e/ou acústico? Qual é o mais
empregado e fabricante?
8.5
Quais motivos levam à escolha da solução adotada?
Elementos zenitais (iluminação natural)
A sua empresa normalmente têm utilizado sistemas de
ilumi
nação zenital? Qual o material translúcido adotado
e fabricante?
A vedação do sistema zenital empregado é eficiente?
Ocorrem vazamentos?
8.6
Comentários / vantagens / desvantagens deste
sistema.
ANEXO I
187
Passarelas metálicas sobre a cobertura
São utiliz
adas passarelas metálicas sobre a cobertura
com a finalidade de absorver eventual trânsito de
pessoas e instalação de equipamentos em seus
empreendimentos?
Qual a carga adotada para o seu dimensionamento?
8.7
Comente a solução adotada e eventuais problem
as
ocorridos.
Ventilação natural
São utilizados ventiladores ou exaustores naturais em
suas obras?
Qual o tipo, material de composição e fabricante?
8.8
Comente a solução, vantagens e desvantagens
Indique quais são, em ordem de importância
, os pontos
principais que seriam capazes de convencê-
lo a
adquirir um determinado:
Sistema de
Cobertura
Sistema
Estrutural
Preço competitivo
Agilidade no fornecimento e montagem
Acabamento da estrutura, leveza e esbeltez.
Flexibilidade na absorção de cargas
Capacidade de adequar-se ao projeto arquitetônico
proposto
Durabilidade
Credibilidade do fornecedor
Flexibilidade de montagem
Sistema prático e inteligente
Sistema oferece pouca manutenção
Bom atendimento durante a montagem
Garantia dos serviços executados
Atendimento pós-obra
Experiência da empresa fornecedora
Proposta técnica detalhada
09
Capacidade de oferecer grandes vãos livres (sem
apoios)
ANEXO I
188
Garantia de estanqueidade
Da mesma forma,
indique, em ordem de importância,
os pontos negativos que fariam você desistir de
adquirir um determinado:
Sistema de
Cobertura
Sistema
Estrutural
Custo elevado
Demora no fornecimento
Incompatibilidade de projeto
Estanqueidade duvidosa
Histórico de problemas do fornecedor
Acabamento inadequado
Má qualidade do material que compõe o sistema
Complexidade de montagem e inflexibilidade em caso
de interferências
Limitação na absorção de cargas
Atendimento ruim pós-obra
Baixa durabilidade
10
Demonstrações de incapacidade para planejamento e
elaborações de plano de ação
11
Existiram problemas relativos ao prazo enfrentados
por você nos casos de utilização de cobertura metálica
(orçamento, fechamento do contrato, proj
eto,
fabricação, montagem) em suas obras?
12
Comente casos (que não necessariamente contaram
com a sua participação) que levaram grandes
estruturas metálicas ao colapso ou necessitaram de
reforços não previstos para correção de desvios. Caso
seja possíve
l indique as causas do problema e o que
poderia ser feito evitá-lo.
13
Comente os principais problemas de manutenção das
estruturas metálicas de cobertura.
14
Qual é a mídia que você mais utiliza em suas
atividades?
15
Existe algum aspecto importan
te sobre o tema que não
foi abordado nesta pesquisa? Favor comentar e
enumerar.
ANEXO I
189
PÚBLICO ALVO DA PESQUISA
Fabricantes de Estruturas Metálicas
01 Características do processo de fabricação
Ano
Expectativa de crescimento
(%)
Índice/indic
. adotado
2005
2006
1.1
Qual é a expectativa
de crescimento da
sua empresa e
quai
s os
índices/indicadores
econômicos ou
outro parâmetro
você utiliza nesta
previsão?
2007
Tonelagem produzida
Ano da
produção
Estrutura
Cobertura
Área
de
estrut
. (m
2
)
Área de
cobertura
(m
2
)
1999
2000
2001
2002
1.2
Qual é o histórico de
crescimento da sua
Empresa nos
últimos cinco anos,
consid
erando as
tonelagens
produzidas.
2003
Produto Valor (R$)
Estruturas pesadas
Estruturas leves de perfis dobrados
Estruturas de cobertura
1.3
Qual é o preço de
mercado das
estruturas que você
mais
freqüentemente
produz?
Estruturas tubulares
Componentes do Custo Porcentag
em (%)
Aço
Projetos
Mão de obra de fábrica
Mão de obra de montagem
Transporte
Impostos
1.4
Quais são os
componentes do
custo na fabricação
de estruturas em
sua empresa?
Insumos (eletrodos, oxigênio, etc.)
ANEXO I
190
Outros. Quais?
Tipo de serviço
Projeto
Fabricação (todo ou parte da estrutura)
Jateamento e pintura
Montagem
1.5
Você terceiriza
algum serviço na
sua produção? Se
sim especifi
que
quais.
Outros (calhas, rufos, elementos
zenitais, isolamentos, etc)
Modalidade de contrato Porcentagem
(%)
Empreitada Global
Administração
Administração custo alvo
1.6
Nas obras nas quais
sua empresa é
contratada, quais os
tipos
de contrato
são mais
frequentes?
Preços unitários
Segmento de mercado Porcentagem
fabricada (%)
Obras padronizadas (OP) -
Centros de
operadores logísticos e grandes
distribuidores, Shopping Center
(espaço de lojas e mall), atacadistas,
materiais de construçã
o,
Concessionárias de veículos,
Supermercados, Centros de
distribuição ligados aos varejistas.
Obras especiais (OE)
Ginásios
Esportivos, Centros de convenções,
Teatros, Parques de exposições e
diversões, Shopping center
(cúpulas/Sky light), aeroport
os, igrejas
e terminais rodoviários.
1.7
Dentre os
segmentos a seguir
destacados, qual
seria a sua
porcentagem de
fabricação
cons
iderando a
tonelagem
produzida por
segmento?
Obras industriais (OI)
Indústrias,
termoelétricas e galpões destinados a
cargas especiais e estoque
horizontalizado.
ANEXO I
191
Segmento de mercado Área
construída(m
2
)
Obras Padronizadas
Obras Especiais
1.8
Você sabe estimar a
área construída para
cada um dos
segmentos
relacionados na
questão 1.9
(OP,
OE, OI)?
Obras Industriais
Tipos de perfis Porcentagem
(%)
“I” ou “H” soldados
“I” ou “H” laminados
Cantoneiras laminadas
“U” laminados
Tubos de seção quadrada e retangular
Tubos de seção circular
Perfis conformados a frio
1.9
Quais os tipos de
perfis normalmente
empregados na
fabricação das
estruturas?
Outros (especificar)
Dentre os perfis especificados na questão anterior,
cite os que você tem maior
facilidade na fabricação da estrutura e os que têm maior dificuldade
(Especifique os motivos).
Grau de dificuldade Tipo de perfil Motivo da opção
Maiores facilidades
1.10
Maiores dificuldades
Perfil Corte
Ligação
Soldada
Ligação
Parafusada
“I” ou “H” soldados
“I” ou “H”
laminados
Cantoneiras
laminadas
“U” laminados
1.11
Os cortes e ligações na
s
estruturas apresentam
dificuldades para a sua
empresa?
Tubos de seção
quadrada e
retangular
ANEXO I
192
Tubos de seção
circular
Perfis
conformados a frio
Maior dificuldade Menor dificuldade 1.12
Em relação ao item
anterior, qual seria o tipo
de perfil que
apresentaria a maior e
menor dificuldade,
relativo aos cortes e
ligações?
Maior área construída
Novos Equipamentos
Novas unidades industriais
1.13
Exist
e previsão de
expansão da Fábrica?
Se a resposta for
afirmativa, esta previsão
está voltada para qual
investimento?
Especifique.
Outros. Quais?
1.14
A sua empresa possui
es
trutura própria ou
terceiriza o sistema de
Controle de Qualidade
de materiais e serviços?
Cite, em ordem de importância, os 03 (três) principais clientes de estrutura
metálica de cobertura da sua Empresa:
Cliente A
Cliente B
02
Cliente C
A sua empresa fornece prioritariamente estruturas pré-
concebidas ou fabrica
estruturas de acordo com um projeto (arquitetônico e/ou estrutural)
desenvolvido pelo cliente ou pelo seu construtor?
Tipo de obra executada em função do projeto
Porcentagem
(%)
Obras pré-concebidas
Obras com arquitetura definida
03
Obras com projeto estrutural definido
As estruturas geralmente fabricadas por sua empresa são para edificações de
quantos pavimentos?
04
N
o
de pavimentos Porcentagem
(%)
ANEXO I
193
01 pavimento
02 pavimentos
03 pavimentos ou mais
Modulação da estrutura
Quais as modulações comumente
solicitadas / utilizadas pelos seus
clientes, para a estrutura principal
das obras OP (citadas no item
1.9)?
Na escolha da modulação, na sua
opinião, qual o fato
r mais
importante?
Restrições impostas pelos clientes
Lay Out interno
Preservação de grandes vãos
livres
Economia / racionalidade.
Boa relação vão / custo
Li
mitações devido a
estacionamento no subsolo
05
Existem restrições impostas pelos
clientes quanto à modulação?
Especifique.
Outros. Quais?
Aspectos de projeto
Qual a importância, no seu
conceito, da estética do produto
que a sua empresa oferece?
E em relação à funcionalidade?
Características arquitetônicas
Acabamento da estrutura
Esbeltez e leveza
Arquitetura desenvolvida de
forma a tornar a estrutura viável
Grandes Vãos
06
Em termos arquitetônicos, na sua
opinião,
quais são as principais
necessidades que o mercado
busca satisfazer?
Outros. Quais?
ANEXO I
194
Você pode indicar pelo menos três sub-
fornecedores para as especialidades a
seguir?
A
B
Telhas Zipadas
C
A
B
Isolamento térmico
para cobertura
C
A
B
Calhas, rufos,
cumeeiras e
fechamentos
C
A
B
Elementos zenitais
translúcidos
C
A
B
Ventiladores
industriais naturais,
lineares.
C
A
B
Pintura
intumescente
C
A
B
07
Sistema de piso
(laje)
C
08
Dentre os sistemas complementares utilizados em suas obras, comente as
principais soluções adotadas nos itens a seguir:
Sistema principal de apoio da cobertura metálica usual
Incidência de obras com:
Pilar
Concreto (%)
Pilar
Aço (%)
Vantagens
Vantagens
Desvantagens
Desvantagens
Em obras onde sua empresa é
a fornecedora, é comum a
utilização de pilares de concreto
pré-
moldado e vigas de
cobertura metálica? Em caso
positivo comente as vantagens
e desvantagens. Em caso
negativo, também emita uma
opinião.
Comentários
A estrutura principal da cobertura do seu sistema é formada por
tesouras,
treliças ou vigas de alma cheia? Comente os tipos de perfis predominantes.
8.1
Tipo de estrutura Perfil predominante
Porcentagem
(%)
ANEXO I
195
Tesouras
Treliças planas
Treliças espaciais
Vigas de alma cheia
Em caso de utilização de pil
ares metálicos para estruturas principais de apoio
da cobertura metálica, quais as restrições (por ordem de importância) já
enfrentadas por você? Enumerar abaixo.
Necessidade de proteção contra incêndio
Custo da estrutura metálica em relação ao concreto
Corrosão
Resistência do arquiteto / construtor (falta de informação)
Problemas estéticos
Custo de seguro
Outros
Permanentes Acidentais
Utilização
Existe conhecimento do seu
cliente em relação às cargas
permanentes, acidentais e de
utilidades (elementos
sustentados pela
estrutura após
o término da montagem) que
devem ser utilizadas no
dimensionamento da estrutura?
Cargas Valores
(kN/m
2
)
Existem cargas freqüentemente
solicitadas, por seus clientes,
em acréscimo às especificadas
pelas normas brasileiras
? Se
afirmativo, favor especificar
quais e se possível os valores.
Sistema de piso
Tipos de Piso (lajes) Porcentagem
%
Lajes maciças (mold
adas
em loco)
Lajes pré-
fabricadas
alveolares
8.2
Qual o sistema de piso (lajes)
mais requisitado pela sua
Empresa?
Lajes ou painéis pré-
fabricados maciços
ANEXO I
196
Lajes pré-
fabricadas em
concreto com tijolos
cerâmicos
Outros tipos. Cite
O sistema de deck metálico é
utilizado? Qual o fabricante?
Em quais situações?
Comentários / vantagens /
desvantagens
8.3
Qual o tratamento adotado para
proteção contra corrosão em
seu sistema?
Telhas utilizadas
Tipo / fabricante
São zipadas?
Inclinação geralmente adotada
Material de constituição da
telha
8.4
Citar problemas enfrentados
Isolamento térmico ou acústico
Nas estruturas de cobertura, é
comum a utilização de material
isolante térmico e/ou acústico?
Qual é o mais empregado e
fabricante?
8.5
Quais motivos levam à escolha
da solução adotada?
Elementos zenitais (iluminação natural)
A sua empresa, normalmente
têm utilizado sistemas de
iluminação zenital? Qual o
material translúcido adotado e
fabricante?
A vedação do sistema zenital
empregado é eficiente?
Ocorrem vazamentos?
8.6
Come
ntários / vantagens /
desvantagens deste sistema.
ANEXO I
197
Passarelas metálicas de serviço sobre a cobertura
São utilizadas passarelas
metálicas sobre a cobertura
com a finalidade de absorver
eventual trânsito de pessoas e
instalação de equipamentos em
seu sistema?
Qual a carga adotada para o
seu dimensionamento?
8.7
Comente a solução adotada e
eventuais problemas ocorridos.
Ventilação natural
São utilizados ventiladores ou
exaustores naturais em suas
obras?
Qual o tipo, material de
composição e fabricante?
8.8
Comente a solução, vantagens
e desvantagens.
Indique, em ordem de importância, as principais
vantagens e características do seu sistema:
Cobertura Estrutura
Preço competitivo
Agilidade no fornecimento e montagem
Acabamento da estrutura, leveza e esbeltez
Capacidade de absorver cargas
Capacidade de adequar-se ao projeto arquitetônico
proposto
Durabilidade
Credibilidade de sua empresa
Flexibilidade de montagem
Sistema prático e inteligente
Sistema oferece pouca manutenção
Bom atendimento durante a montagem
Garantia dos serviços executados
Atendimento pós-obra
09
Experiência da sua empresa
ANEXO I
198
Proposta técnica detalhada
Capacidade de oferecer grandes vãos livres (sem
apoios)
Garantia de estanqueidade
10
Existe alguma tendência em
aperfeiçoar os seus produtos?
11
Comente os problemas
enfrentados por você nos casos
de utilização de cobertura
metálica (prazo, orçamento,
fechamento do contrato,
projeto, fabricação, montagem)
12
Aborde agora os principais
problemas de manutenção das
estruturas metálicas de
cobertura.
13
Comente casos (que não
necessariamente contaram com
a sua participação) que levaram
,,,,
grandes estruturas metálicas ao
colapso ou necessitaram de
r
eforços não previstos para
correção de desvios. Caso seja
possível indique as causas do
problema e o que poderia ser
feito evitá-lo.
14
Qual é a mídia que você mais
utiliza em suas atividades?
15
Existe algum aspecto
importante sobre o tema que
não f
oi abordado nesta
pesquisa? Favor comentar e
enumerar.
ANEXO I
199
PÚBLICO ALVO DA PESQUISA
Gerenciadores de obras em Estruturas Metálicas
Ano
Expectativa de
crescimento (%)
Índice/indica
dor adotado
2005
2006
01
Qual é a expectativa de crescimento
da sua empresa e quais os
índices/indicadores econômicos ou
outro parâmetro
você utiliza nesta
previsão?
2007
02
Faça comentários a respeito de custo das
estruturas metálicas de cobertura. Qual a
sua experiência na análise destes valores?
Qual s
eria o valor específico adequado
(R$/m2)?
Cite, em ordem de importância, os 03 (três) principais fornecedores/fabricantes
de estrutura metálica de cobertura já experimentados em obras sob a sua
gestão:
Fornecedor A
Fornecedor B
03
Fornecedor C
Melhor serviço Pior Serviço 04
Dentre os três fornecedores citados, deixe
claro aquele que na sua opinião presta os
melhores serviços e aquele que não presta
os melhores serviços:
O melhor fornecedor escolhido possui sistema de estrutura metálica pré-
concebido ou fabricou/montou a estrutura metálica de acordo com um projeto
desenvolvido pelo cliente ou pelo construtor?
Tipo de obra executada em função do projeto
Porcentagem
(%)
Obras pré-concebidas
Obras com arquitetura definida
05
Obras com projeto estrutural definido
As estruturas geralmente projetadas por sua empresa são para edificações de
quantos pavimentos?
N
o
de pavimentos Porcentagem
(%)
01 pavimento
02 pavimentos
06
03 pavimentos ou mais
ANEXO I
200
Modulação da estrutura
Quai
s as modulações comumente
projetadas para a estrutura principal
dos galpões?
Na escolha da modulação, quais os
requisitos adotados?
Restrições impostas pelos clientes
Lay Out interno
Preservação de grandes vãos
livres
Economia / racionalidade.
Boa relação vão/custo
Limitações devido a
estacionamento no subsolo
07
Existem restrições impostas pelos
clientes quanto à modulação?
Especifique.
Outros. Quais?
08 Você pode indicar pelo menos três fornecedores para as especialidades a
seguir? Caso haja necessidade, pesquise junto a pessoas que já utilizaram
A
B
8.1
Telhas ZIPADAS
C
A
B
8.2
Isolamento térmico para cobertura
C
A
B
8.3
Calhas, rufos, cumeeiras e
fechamentos
C
A
B
8.4
Elementos zenitais translúcidos
C
A
B
8.5
Ventiladores industriais naturais,
lineares.
C
A
8.6
Pintura intumescente
B
ANEXO I
201
C
A
B
8.7
Sistema de piso
C
04
Para o melhor fornecedor citado na questão anterior, comente as soluções
adotadas para o sistema de cobertura metálica, nos itens a seguir:
Sistema principal de apoio da cobertura metálica
Incidência de obras com:
Pilar Concreto (%) Pilar Aço (%)
Vantagens
Vantagens
Desvantagens
Desvantagens
Em obras
gerenciadas pela sua
empresa, é comum a
utilização de pilares
de concreto pré-
moldado e vigas de
cobertura metálica?
Em caso positivo
comente
as
vantagens e
desvantagens. Em
caso negativo,
também emita uma
opinião.
Comentários
Perfis
conformados
a frio
Perfis
alma
cheia
Seções
treliçadas
Outros
Terça
Viga
secundária
A estrutura principal
da cobertura é
formada po
r tesouras,
treliças ou vigas de
alma cheia? Comente
os tipos de perfis
predominantes.
Vigas
principais
Em caso de utilização de p
ilares metálicos para estruturas principais de apoio
da cobertura metálica, quais as restrições (por ordem de importância)
enfrentadas por você? Enumerar abaixo.
Necessidade de proteção contra incêndio
Custo da estrutura metálica em relação ao concreto
Corrosão
Resistência do arquiteto / construtor (falta de informação)
Problemas estéticos
Custo de seguro
Qual o tratamento adotado para proteção contra corrosão?
4.1
Existe uma capacidade de carga da
cobertura especificada (cargas
Cargas Valores
KN/m
2
ANEXO I
202
Cargas
permanentes
aciden
tais e cargas permanentes)?
Caso não se lembre deste detalhe,
estimar os valores.
Cargas
Acidentais
Comentários / vantagens /
desvantagens
Sistemas de Piso
Tipos de Piso (lajes) Porcentagem
(%)
Lajes maciças (moldadas
em loco)
Lajes pré-
fabricadas
alveolares
Lajes ou painéis pré-
fabricados maciços
Lajes pré-
fabricadas em
concreto com tijolos
cerâmicos
Qual o sistema de piso (laje)
mais requisitado nas obras que
a sua empresa gerencia?
Outros tipos. Cite.
O sistema de deck metálico é
utilizado? Qual o fabricante? Em
quais situações?
4.2
Comentários / vantagens /
desvantagens dos sistemas
mais empregados.
Telhas utilizadas
Tipo / fabricante
São zipadas?
Inclinação adotada
Apresentou vedação eficiente?
Apresentou problema de corrosão?
Comente
4.3
Material de constituição da telha
ANEXO I
203
Citar problemas encontrados
Isolamento térmico ou acústico
É utilizado mat
erial isolante térmico
e/ou acústico?
4.4
Comentar a solução adotada e
fabricante
Elementos zenitais (iluminação natural)
São utilizados?
Qual o material translúcido adotado?
A vedação é competente?
Ocorreram vazamentos?
4.5
Comentários / vanta
gens /
desvantagens.
Plataformas metálicas sobre a cobertura
São utilizadas passarelas metálicas
sobre a cobertura com a finalidade
de absorver eventual trânsito de
pessoas e instalação de
equipamentos?
4.6
Comente a solução adotada e
eventuais problemas ocorridos.
Ventilação natural
São utilizados ventiladores ou
exaustores naturais?
Qual o tipo e material de
composição?
4.7
Comente a solução, vantagens e
desvantagens
Como contratante de sistemas de cobertura, indique quais os pontos
principais
que você observa na escolha de determinado produto.
05
Da mesma forma indique os pontos negativos que fariam você a desistir de
adquirir um determinado sistema de estrutura metálica.
06
ANEXO I
204
07
Comente casos (que não
necessariamente contara
m com a sua
participação) que levaram grandes
estruturas metálicas ao colapso ou
necessitaram de reforços não previstos
para correção de falhas estruturais. Caso
seja possível indique as causas do
problema e o que poderia ser feito evitá-
lo.
08 Comente o
s problemas já enfrentados por
você nos casos de utilização de cobertura
metálica (prazo, orçamento, fechamento
do contrato, projeto, fabricação,
montagem)
09
Aborde agora os principais problemas de
manutenção das estruturas metálicas de
cobertura.
10
Qual é a mídia que você mais utiliza em
suas atividades?
11
Existe algum aspecto importante sobre o
tema que não foi abordado nesta
pesquisa? Favor comentar e enumerar.
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