Download PDF
ads:
UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE – UNESC
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE
ANA CARLA DA CRUZ
ESTRESSE OXIDATIVO E DEFESAS ANTIOXIDANTES
CORRELAÇÃO COM PARÂMETROS CLÍNICOS EM IDOSOS
LONGEVOS
CRICIÚMA, JANEIRO DE 2009
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
1
ANA CARLA DA CRUZ
ESTRESSE OXIDATIVO E DEFESAS ANTIOXIDANTES
CORRELAÇÃO COM PARÂMETROS CLÍNICOS EM IDOSOS
LONGEVOS
Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de
pós-graduação em Ciências da Saúde para obtenção do
título de Mestre em Ciências da Saúde.
Orientador: Prof. Dr. Felipe Dal Pizzol
Co-orientador: Prof Dr. Flavio Merino de Freitas Xavier
CRICIÚMA, JANEIRO DE 2009
ads:
2
3
AGRADECIMENTOS
A Deus, por me abençoar em todos os momentos da minha vida.
Aos meus pais, Pedro e Alair, pelo incentivo, amor e apoio incondicionais.
As minhas queridas irmãs Keula e Fernanda, por estarem sempre do meu lado me
apoiando em tudo que eu faço.
Ao meu pequeno sobrinho Arthur, pela grande fonte de alegria que trouxe para
minha vida.
Ao meu orientador Prof. Dr. Felipe Dal Pizzol, pela acolhida nos momentos difíceis,
atenção, direcionamento e pelos grandes ensinamentos.
A minha sócia Gisele, pela paciência, torcida e apoio.
A Fabricia Cardoso Petronilho, por toda a ajuda e disponibilidade.
A medica geriatra Dra. Claudia Cipriano Vidal Heluany, pela ajuda e por compartilhar
seu conhecimento comigo.
As minhas colegas Schirlei e Diana, por transformarem trabalho em amizade.
A minha amiga e teacher Leniria, pelo auxilio no inglês e pelas grandes lições de
amor e dignidade.
A todos os familiares e amigos que me incentivaram e me acalmaram nos meus
momentos de aflição. Sem vocês, tudo seria mais difícil.
A todos que participaram direta ou indiretamente do desenvolvimento deste trabalho.
Muito Obrigada!!
4
RESUMO
O envelhecimento populacional é uma realidade mundial e nacional. Dentro desse
grupo populacional, os idosos longevos têm apresentado um crescimento
significativo. Este grupo etário apresenta características morfofisiológicas,
psicológicas e socioeconômicas diferenciadas de outros indivíduos, incluindo idosos
mais jovens. Vários fatores, conhecidos ou não, influenciam o envelhecimento. A
presença de doenças crônicas e variáveis bioquímicas que levam ao estresse
oxidativo devem ser estudadas. Condições adequadas para um envelhecimento bem
sucedido partem do conhecimento das características próprias desta população.
Desperta-se assim a necessidade de pesquisas sobre idosos longevos. Para tanto,
descrevemos aqui resultados de um estudo transversal realizado com idosos de
idade igual ou superior a 80 anos, residentes no município de Sideropolis (n=135).
Dos indivíduos que aceitaram participar do estudo (n=132) foram coletados dados
clínicos para a escala CIRS – (Cumulative Illness Rating Scale) e amostras de
sangue de cada indivíduo que foram utilizados para exames hematológicos,
bioquímicos e análise dos parâmetros de estresse oxidativos e atividade de enzimas
antioxidantes, alem da determinação da capacidade antioxidante total (FRAP). A
população estudada apresentou idade mínima de 80 anos e máxima de 97 anos,
sendo que a média das idades era da 85 anos. O sexo feminino representa 60,6%. A
escala CIRS apresentou escore total médio de 4,85±3,26 e valor médio de índice de
severidade de 1,39±0,63. A atividade das enzimas antioxidantes plasmáticas não
tiveram correlação com nenhum dado clínico nesta população. Pacientes diabéticos
apresentaram maiores níveis de carbonilação de proteínas quando comparados aos
não diabéticos, e os veis de TBARS no plasma apresentaram diferença
significativa quando correlacionados com triglicerídeos séricos e LDL. Nós não
encontramos nenhuma outra relação significante entre parâmetros de dano oxidativo
e dados clínicos na população estudada. Entretanto, uma menor capacidade
antioxidante total está relacionada significativamente com a presença de diabetes e
hipertensão arterial. Alem disso, indivíduos saudáveis, determinados pela escala
CIRS, apresentaram capacidade antioxidante total maior que os demais.
Palavras-chave: Envelhecimento. Estresse oxidativo. Saúde Física. Capacidade
Antioxidante Total.
5
ABSTRACT
The population aging is a world-wide and national reality. Inside of this population
group, the oldest old have presented a significant growth. This group presents
morphological, physiological, psychological and socioeconomics characteristics
differentiated of other individuals, also younger old people. Some factors, known or
not, influence the aging. The presence of chronic illnesses and changeable
biochemists leading it oxidative stress greater or minor among others, must be
studied. Conditions adjusted for a successful aging leave of the knowledge of the
proper characteristics of this population. The necessity of research is awaked thus on
oldest old people. For in such a way we describe here resulted of a carried through
study with aged of equal or superior age the 80 years, resident in the city of
Sideropolis (n=135). Of these individuals that they had accepted to participate of the
study (n=132) had been collected given physicians data for the Scale CIRS
(Cumulative Illness Rating Scale and samples of blood of each individual had been
harvested, used for hematological examinations, biochemists and analysis of the
parameters of oxidative stress and plasma antioxidant enzyme activities, the same
as plasma total antioxidant capacity (FRAP). The studied population presented
minimum age of 80 years and maximum age of 97 years, being that the average of
the ages was of 85 years. The feminine sex represents 60,6%. Scale CIRS
presented props up average total of 4,85±3,26 e average value of index of severity of
1,39±0,63. Plasma antioxidant enzyme activities did not correlate to any clinical
relevant data in this population. Diabetic patients presented higher plasma protein
carbonyls levels when compared to non-diabetic, and plasma TBARS levels were
correlated to serum triglyceride and LDL. We could not find any other significant
relation between oxidative damage parameters and clinical data in the studied
population. In contrast, lower plasma total antioxidant capacity presented a
significant relation with the presence of diabetes and arterial hypertension. In
addition, healthy elderly (determined by the CIRS scale) presented a higher plasma
total antioxidant capacity.
Key-words: Aging. Oxidative Stress. Physical Health. Total Antioxidant
Capacity.
6
SUMÁRIO
PARTE I ....................................................................................................................07
1 INTRODUÇÃO........................................................................................................07
1.1 ENVELHECIMENTO.........................................................................................07
1.2 RADICAIS LIVRES...........................................................................................09
1.3 ESTRESSE OXIDATIVO X ENVELHECIMENTO.............................................12
1.4 SISTEMAS ANTIOXIDANTES..........................................................................15
1.4.1 ANTIOXIDANTES NÃO ENZIMÁTICOS.......................................................16
1.4.2 ANTIOXIDANTES ENZIMÁTICOS................................................................18
1.5 ENVELHECIMENTO E SAÚDE FÍSICA..........................................................24
2 OBJETIVOS............................................................................................................26
2.1 OBJETIVO GERAL..........................................................................................26
2.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS............................................................................26
PARTE II....................................................................................................................27
3 ARTIGO I................................................................................................................29
4 DISCUSSÃO...........................................................................................................42
REFERÊNCIAS..........................................................................................................52
ANEXO A...................................................................................................................68
ANEXO B...................................................................................................................70
7
PARTE I
1 INTRODUÇÃO
1.1 Envelhecimento
A Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) define envelhecimento
como “um processo seqüencial, individual, acumulativo, irreversível, universal, não
patológico, de deterioração de um organismo maduro, próprio a todos os membros
de uma espécie, de maneira que o tempo o torne menos capaz de fazer frente ao
estresse do meio-ambiente e, portanto, aumente sua possibilidade de morte” (OPAS,
2003). O envelhecimento populacional é uma resposta à mudança de alguns
indicadores de saúde, especialmente a queda da fecundidade e da mortalidade e o
aumento da esperança de vida. Não é homogêneo para todos os seres humanos,
sofrendo influência dos processos de discriminação e exclusão associados ao
gênero, à etnia, ao racismo, às condições sociais e econômicas, à região geográfica
de origem e à localização de moradia (OPAS, 2003).
O processo de envelhecimento apresenta especificidades próprias, o que
interessa desvendar no sentido de compreender as transformações decorrentes
desta evolução natural. O ser humano começa a envelhecer no dia em que nasce e
as modificações que ocorrem ao longo da sua vida são inevitavelmente resultado da
sua herança genética modulada pelas condições do ambiente que o rodeia. As
diversas doenças que ocorrem de forma cumulativa durante a vida humana fazem
parte dessa ação modeladora presente nos indivíduos idosos que são submetidos a
estudos de investigação clínico-laboratorial nesta faixa etária (Proença et al., 2003).
O processo de imunosenescência, com modificação na resposta imune e
8
inflamatória, reduzida em algumas das suas vertentes e ampliada noutras é a prova
da complexidade evolutiva da natureza humana (Proença et al., 2003).
O envelhecimento também pode ser compreendido como um processo
natural, de diminuição progressiva da reserva funcional dos indivíduos
senescência - o que, em condições normais, não costuma provocar qualquer
problema. No entanto, em condições de sobrecarga como, por exemplo, doenças,
acidentes e estresse emocional, podem ocasionar uma condição patológica que
requeira assistência - senilidade. Cabe ressaltar que certas alterações decorrentes
do processo de senescência podem ter seus efeitos minimizados pela assimilação
de um estilo de vida mais ativo (OPAS, 2003).
Em geral, o envelhecimento é caracteristicamente descrito como um declínio
funcional dependente de tempo, levando a incapacidade das células para resistir as
mudanças externas e internas. De acordo com essa descrição, o envelhecimento e
uma conseqüência de dois processos biológicos independentes: a diminuição da
funcionalidade e a perda da resistência ou adaptabilidade ao estresse (Kasapoglu e
Ozben, 2001). O processo de envelhecimento causa uma série de mudanças no
organismo em todos os níveis de organização biológica, especialmente limitando a
capacidade máxima funcional, diminuindo a homeostase, e aumentando a
probabilidade de sofrerem doenças degenerativas e finalmente morte (Barja, 2002).
O processo de envelhecimento, de acordo com Harman (1956); Beckman and
Ames (1998) pode ainda ser definido como uma acumulação de dano oxidativo nas
células e nos tecidos, associado com um aumento progressivo das chances de
morbidade e mortalidade. Durante o tempo de vida, os antioxidantes agem contra a
ação deletéria dos radicais livres e espécies reativas nas macromoléculas. Alguns
sistemas de reparo ajudam a ação antioxidante pela reparação do dano a
9
macromoléculas (Cutler e Rodriguez, 2003). Juntos, esses sistemas têm um
importante papel na habilidade do organismo em responder a oxidação usando o
oxigênio molecular para dirigir reações que produzam a energia necessária para os
processos biológicos (Junqueira et al., 2004).
Várias são as hipóteses formuladas para explicar o processo de
envelhecimento, refletindo muito provavelmente, a ausência de clareza na questão.
Embora haja dificuldade em se estabelecer uma única razão para explicar esse
processo, acredita-se que dois fatores principais devam influenciá-lo: o fator
genético que é intrínseco ao indivíduo, independente do meio ambiente, e o fator
ambiental, decorrente dos efeitos lesivos ambientais ao organismo (Almada Filho,
2000).
O fenômeno do envelhecimento populacional, vivenciado por países
desenvolvidos e em desenvolvimento, desperta a necessidade de pesquisas sobre
idosos longevos (>80 anos). Isto porque este grupo etário apresenta características
morfofisiológicas, psicológicas e socioeconômicas diferenciadas de outros
indivíduos, inclusive idosos mais jovens (Pluoffe et al., 2003). Dentro dessa
perspectiva o envelhecimento bem sucedido, aquele com saúde geral e autonomia
preservada, torna-se, cada vez mais, um objetivo perseguido pela população.
Estudos no campo do envelhecimento se tornam importantes e complexos em uma
população que geralmente se apresenta com diferentes patologias, histórias
pregressas distintas e fatores de risco para diferentes situações (Sikora, 2000).
1.2 Radicais Livres
O termo radical livre (RL) é frequentemente definido para designar qualquer
átomo ou molécula, com existência independente, apresentando em sua estrutura
atômica, um ou mais elétrons desemparelhados no seu orbital mais externo,
10
conferindo maior reatividade em relação às espécies não radicalares. Os RL são
produzidos em situações fisiológicas ou patológicas por mecanismos diferentes
como na respiração celular e reações de oxidação, podendo ser danosos as células
quando produzidos em excesso (Gutierrez, 2002).
A presença desses elétrons desemparelhados faz com que esses radicais
apresentem-se altamente reativos, embora a reatividade desses varie ao longo de
um amplo espectro. São exemplos desses radicais, substâncias que podem
apresentar o elétron livre centrado em átomos de oxigênio, nitrogênio, hidrogênio,
carbono ou enxofre, além de átomos de metais de transição. Dada a sua alta
reatividade essas substâncias podem danificar diversas biomoléculas como lipídios,
proteínas e os ácidos nucléicos (Shigenaga et al., 1994; Halliwell, 1999; Gilgunsherki
et al., 2002).
Com o surgimento do oxigênio atmosférico, impôs-se uma condição pró-
oxidativa aos seres vivos, devido ao alto potencial padrão de redução que esse
átomo possui. Assim, o desenvolvimento de um mecanismo de adaptação, que
permita a utilização do oxigênio como o principal aceptor final de elétrons nas
oxidações biológicas foi inevitável para que se pudesse aumentar o rendimento
energético desse processo. Do mesmo modo, mecanismos de defesa antioxidante
foram desenvolvidos contra o ataque pró-oxidativo do oxigênio e das moléculas
reativas dele derivadas para assegurar a integridade e funcionalidade das estruturas
celulares (Halliwell & Gutteridge, 1989; Ames & Beckman, 1998).
A molécula de oxigênio (O
2
) e, com certeza, fundamental para o metabolismo
celular e produção de energia. Entretanto, a quebra do oxigênio também produz
agentes altamente reativos que tem potencial para causar danos significativos para
os tecidos biológicos. Existem diversas maneiras pelas quais os radicais livres
11
podem ser formados, porem sua mais abundante fonte é a mitocôndria (que usa
90% do O
2
usado pelo corpo humano), onde o oxigênio é reduzido seqüencialmente
para produzir água. Nesta produção, a formação de superóxido (O
2
•-
), peróxido
de hidrogênio (H
2
O
2
) e radical hidroxil (OH
) (Wickens, 2001).
A pesquisa de fatores de risco para patologias crônicas e evolutivas centrou-
se entre outros, no estudo dos processos de oxidação e mecanismos de defesa anti-
oxidante (Proença et al; 2003). De acordo com Dringen et al. (2005), o dano
oxidativo nos tecidos envolve a acumulação de dano devido ao persistente estresse
oxidativo e/ou a perda de equilíbrio apropriado de mecanismos antioxidantes. A
produção de EROs causa dano à organelas e à membrana plasmática, resultando
na incapacidade da célula de controlar o fluxo iônico, levando à disfunção
mitocondrial (Zemke et al., 2004). Dessa forma, o dano oxidativo a macromoléculas
celulares como lipídeos, proteínas e ácidos nucléicos contribui na degeneração e
morte neuronal (Sugawara et al., 2002).
TABELA 1: ESPÉCIES REATIVAS DE OXIGÊNIO – ERO
O
2
-
Ânion superóxido ou radical
superóxido
HO
2
Radical perhidroxil
H
2
O
2
Peróxido de hidrogênio
OH
Radical hidroxila
RO
Radical alcoxil
ROO
Radical peroxil
ROOH Hidroperóxido orgânico (ex.:
lipoperóxido)
1
O
2
Oxigênio singlet
RO
Carbonila excitada
12
1.3 Estresse Oxidativo x Envelhecimento
A teoria dos radicais livres ou a teoria do estresse oxidativo como fator do
envelhecimento celular tem recebido muita atenção nos últimos tempos. Segundo a
teoria, as espécies reativas de oxigênio, como o superóxido, peróxido de hidrogênio,
radical hidroxil, e espécies reativas de nitrogênio, como o óxido nítrico, são
produzidos continuamente e fisiologicamente atacando lipídios, proteínas e DNA o
que leva a dano oxidativo que poderia se acumular durante a vida do indivíduo
levando ao envelhecimento (Niki, 2000). O estresse oxidativo pode estar relacionado
ao envelhecimento através de variações na geração ou eliminação de ROS.
Entretanto, pouco se tem de evidência da associação entre eliminação de ROS e
uma presumível proteção contra várias doenças relacionadas à idade. Um estudo
mostrou que os níveis de enzimas antioxidantes e antioxidantes de baixo peso
molecular no cérebro e outros tecidos correlacionavam-se inversamente com o
prolongamento da longevidade em vertebrados (Barja, 2007).
A idéia de que o envelhecimento é resultado do dano oxidativo é
freqüentemente relacionado à Denham Harman, que em 1956 baseou sua teoria na
observação que irradiação de coisas vivas para induzir a formação de radicais livres
diminui sua expectativa de vida e produz mudanças semelhantes ao
envelhecimento. Isso levou Harman a propor que envelhecimento e doenças
relacionadas a ele podem ser derivados de danos oxidativos na dependência de
fatores genéticos e ambientais. Sendo assim, Harman (1956) propôs que o
envelhecimento resulta dos efeitos deletérios dos radicais livres produzidos
continuamente no curso do metabolismo celular. Essa teoria teve origem a partir de
correlações observadas entre os efeitos do envelhecimento e das radiações
ionizantes, incluindo mutagênese, câncer e grosseiros danos celulares. Também
13
observou que a radiólise da água gera radicais hidroxila (OH) estes estão presentes
na matéria viva. Sugeriu, então, que a produção de radicais livres endógenos
depende do ciclo redox enzimático. Desde então, evidências que suportam a teoria
de radicais livres têm aumentado progressivamente o que a tornou uma das mais
plausíveis teorias do processo de envelhecimento (Wickens, 2001; Barja, 2004, Niki,
2000; Golden, 2002; Halliwell & Gutteridge, 1999)
O processo de envelhecimento é, de acordo com Beckman e Ames (1998), o
acúmulo de dano oxidativo nas células e tecidos, associado com o aumento
progressivo das chances de morbidade e mortalidade. Os efeitos determinantes do
envelhecimento são melhor observados em tecidos pós mitóticos, onde as células
são danificadas irreversivelmente. Muitas teorias tentam explicar o envelhecimento
como conseqüência de um processo de danos cumulativos espeficos a
macromoléculas. Organismos têm a capacidade de minimizar as reações químicas
adversas e reparar os danos ou compensar seus efeitos. As teorias que formulam
hipóteses sobre danos cumulativos contêm a questão de porque esse reparo é
incompleto ou ainda, de porque os processos compensatórios falham. Uma
consideração importante é que nenhum sistema de reparo pode ser absolutamente
eficiente, particularmente se o dano ocorre ao acaso e as macromoléculas sofrem
alterações por uma variedade de processos intermediários reativos (Halliwell &
Gutteridge, 1989; Ames & Beckman, 1998).
Recentemente, a hipótese que a geração mitocondrial de espécies reativas de
oxigênio exerce papel no envelhecimento tem sido diretamente testada. Os
resultados indicam que o efeito do estresse oxidativo na expectativa de vida ainda
não é claro, mas existem evidências que o tratamento antioxidante protege contra
disfunções relacionadas à idade (Golden et al., 2002). consenso que o nível que
14
o estresse oxidativo contribui para o envelhecimento varia entre organismos, tecidos
e diferentes tipos de células (Golden et al., 2002). A teoria do estresse oxidativo
propõe que as espécies reativas de oxigênio (ROS), que primariamente resultam do
metabolismo mitocondrial normal, causariam progressivo dano celular com
conseqüente declínio da funcionalidade do idoso (Golden et al., 2002). Entre 0,4 e
4% do oxigênio consumido pela mitocôndria é convertido em ROS incluindo
superóxido. Este superóxido pode reagir com sulfato de ferro, causando a liberação
de ferro livre. Depois disso, o superóxido é convertido em superóxido dismutase
(SOD) e peróxido de hidrogênio (H
2
O
2
), que pode reagir com ferro livre para produzir
o altamente reativo radical hidroxil, que circulando causa dano em biomoléculas
incluindo DNA, proteínas e lipídios de membrana (
Halliwell & Gutteridge, 1999).
A teoria do estresse oxidativo assegura que as reações oxidativas são os
principais fatores de base do processo de envelhecimento. Entretanto, a idade é
conhecida por ser um importante fator de incidência e prevalência de episódios de
hipóxia (Shapira et al., 2003). De fato, entre o complexo de reações metabólicas que
ocorrem durante hipóxia-reoxigenação, muito pode ser relacionado à formação de
radicais livres derivados de oxigênio (ROS) causando um largo espectro de danos
celulares (Saugstad, 1996).
Por muitos anos, as evidências para a teoria do estresse oxidativo no
envelhecimento foram limitadas as vindas de estudos de correlação: por estes
estudos, demonstrou-se que o dano oxidativo acumula com a idade (
Beckman &
Ames, 1998). Danos em DNA, proteínas e lipídios aumentariam com a idade em
muitos organismos, incluindo humanos (
Stadtman, 2001). Existem evidências
também que a redução de defesas antioxidantes ou aumento do estresse oxidativo
15
estaria associado com a diminuição da expectativa de vida (
Moskovitz et al., 2001),
fato que pode ser interpretada como suporte indireto dessa teoria.
Uma excessiva concentração de ROS, especialmente radical hidroxil, tem
sido encontrada em pacientes com hipertensão arterial sistêmica. ROS induz a
peroxidação lipídica, aumenta os níveis de dissulfide/sulfidril e modificações de
resíduos de aminoácidos para derivados de carbonil. Mudanças nos níveis de
modificações oxidativas de proteínas são positivamente correlacionadas com idade
e com a intensidade de stress oxidativo, que pode ser associado com o aumento do
risco de diversas patologias (Zalba, 2001; Agarwal & Sobal, 1993). Esta associação
e importante de ser destacada, visto que a hipertensão esta presente em grande
parte da população idosa.
1.4 Sistemas Antioxidantes
O oxigênio constitui um paradoxo no planeta, porque ao mesmo tempo em
que é indispensável à vida, pode, todavia, causar injúrias ao organismo (Halliwell e
Gutteridge, 1985). Os agentes antioxidantes não podem distinguir entre as espécies
reativas de oxigênio que têm papel fisiológico e aquelas que estão causando danos.
Por este motivo, sua ação pode, em alguns casos, não ser vantajosa para o
organismo. Entretanto, é com o equilíbrio entre as espécies oxidantes e
antioxidantes que o organismo poderá obter as condições para um melhor
desempenho de suas funções, sendo que um distúrbio neste equilíbrio poderá
resultar em uma série de processos patológicos (Bast et al., 1991).
Nem todas as ERO possuem sistemas que as desativem. Para algumas ERO
existem sistemas desativadores endógenos, enquanto para outras, antioxidantes
16
exógenos, ou mesmo ambos. Os antioxidantes exógenos são também denominados
de scavengers ou varredores de ERO (Halliwell & Gutteridge, 1999).
Os antioxidantes que representam a defesa dos organismos contra as espécies
reativas de oxigênio são divididos em dois tipos principais, os não enzimáticos e os
enzimáticos.
1.4.1. Antioxidantes não-enzimáticos
Alguns nutrientes essenciais podem atacar diretamente os radicais de
oxigênio. A vitamina E (alfa-tocoferol) é o maior antioxidante lipossolúvel presente
em todas as membranas celulares e, portanto, atua na proteção contra a
lipoperoxidação (Kay et al., 1986). Ela pode reagir diretamente com uma variedade
de oxiradicais, como o superóxido, a hidroxila e oxigênio singlet (Machlin & Bendich,
1987). A vitamina E foi primeiramente relatada em 1922, nos Estados Unidos, por
Evaris & Bishop, que demonstraram ser lipossolúvel e também fator essencial para
reprodução normal em ratos. A purificação deste fator revelou que ele é composto
da família dos tocoferóis. Quatro tocoferóis são conhecidos, porém o alfa-tocoferol é
o mais importante biologicamente e os termos alfa-tocoferol e vitamina E são quase
intercambiáveis na literatura (Halliwell & Gutteridge, 1989).
Primeiramente, o alfa-tocoferol inativo reage com o oxigênio singlet e poderia,
portanto, proteger a membrana contra essa espécie (Halliwell & Gutteridge, 1989).
Durante a sua ação antioxidante como chain-breaking (destruindo a cadeia de
lipoperoxidação) nas membranas, o alfa-tocoferol é consumido e convertido em
forma de radical (Halliwell & Gutteridge, 1989). A vitamina E pode também proteger
contra a peroxidação modificando a estrutura da membrana (Halliwell & Gutteridge,
1989).
17
A vitamina A foi descoberta há aproximadamente 2 mil anos, quando os
gregos verificaram que o fígado dos animais continha algo que curava certas
afecções dos olhos, por isso o nome retinol, devido à sua importância na visão. Foi a
primeira vitamina a ser catalogada, daí o nome A (Halliwell & Gutteridge, 1989). Os
carotenóides, principalmente o beta-caroteno, podem funcionar como precursores da
vitamina A (Halliwell & Gutteridge, 1989). A vitamina A tem pouca ação antioxidante
e é incapaz de agir sobre o oxigênio singlet, mas seu precursor, o beta-caroteno, é o
mais eficiente ligante desta forma reativa de oxigênio encontrada na natureza e pode
agir como antioxidante.
O ácido ascórbico puro é sólido, branco, cristalino e muito solúvel em água.
Plantas e animais podem sintetizá-lo, com exceção de humanos, primatas e cobaias,
que o conseguem e necessitam obtê-lo na dieta (Halliwell & Gutteridge, 1989). O
ácido ascórbico é necessário in vivo como cofator de várias enzimas, sendo as mais
conhecidas a prolina-hidroxilase e a lisina-hidroxilase, envolvidas na biossíntese do
colágeno. A deficiência do ascorbato na dieta humana causa o escorbuto. A mais
impressionante propriedade química do ascorbato é a sua habilidade para agir como
agente redutor (doador de elétrons) (Halliwell & Gutteridge, 1989). A vitamina C
(ácido ascórbico) é hidrossolúvel e também age contra os radicais livres e o oxigênio
singlet. O ácido ascórbico participa ainda da regeneração da forma reduzida e
antioxidante da vitamina E (Halliwell & Gutteridge, 1985).
A glutationa (GSH) é um marcador da saúde celular e sua queda é indicativa
de lesão oxidante. Seu déficit acarreta diminuição da resistência às drogas e
radiações, da capacidade de reversão de tumores e da síntese do ascorbato em
animais (Halliwell & Gutteridge, 1985). A glutationa é um tripeptídio composto de
18
aminoácidos não essenciais, descrita como um importante agente antioxidante
Halliwell & Gutteridge, 1985).
Segue tabela das ERO relacionadas aos seus respectivos antioxidantes.
TABELA 2: ESPÉCIES REATIVAS DE OXIGÊNIO E ANTIOXIDANTES
ERO
ANTIOXIDANTES
ENDÓGENOS
EXÓGENOS
Superóxido (O
2
-
) Superóxido dismutase:
a)Citoplasmática: Zinco-
Cobre
b)Mitocondrial: Manganês
Vitaminas, zinco, cobre, manganês,
picnogenol, ácido etilenodiamino-
tetra-acetico
Peróxido de hidrogênio (H
2
O
2
)
Catalase Fe
2+
__________
Peróxido lipídico (COOH
-
) Glutationa peroxidase,
selênio, cisteína
Vitamina E, selênio
Radical hidroxila (HO
) __________ Vitamina C, picnogenol, dimetil
sulfóxido, ácido etilenodiamio-tetra-
acetico, ácido dimercapto succínico e
manitol
Oxigênio singlet (
1
O
2
) __________ Betacaroteno
1.4.2. Antioxidantes enzimáticos
Antioxidantes são quaisquer substâncias que, quando presentes em pequenas
concentrações, comparadas com aqueles substratos oxidáveis, significativamente
retardam ou inibem a oxidação deste substrato e podem agir em diferentes níveis da
seqüência oxidativa (Halliwell & Gutteridge, 1989).
Esta teoria adquiriu mais consistência com a identificação em 1969 da enzima
superóxido dismutase (SOD). A mitocôndria seria a principal fonte de oxidantes
endógenos decorrente do processo de produção de energia e foi demonstrado
que indivíduos com maior longevidade m uma menor produção de ROS (Proença
19
et al., 2003). Existem, sem dúvida, vários locais de produção de oxidantes quatro
dos quais tem motivado particular atenção: o transporte mitocondrial de elétrons, o
metabolismo oxidativo dos ácidos graxos, as reações do citocromo P-450 e as
células fagocíticas durante a queima respiratória. Além destas fontes existe um
elevado número de enzimas capazes de gerar oxidantes em condições normais e
patológicas. Várias isoenzimas da sintetase do óxido nítrico que estão envolvidas na
produção de óxido nítrico (NO), fundamental em processos de regulação vascular e
na resposta imune podem potencializar outras reações oxidativas com caráter
nocivo (Proença et al., 2003).
A teoria do estresse oxidativo no envelhecimento oferece os melhores
mecanismos elucidatórios do fenômeno do envelhecimento e outras doenças
relacionadas. A susceptibilidade individual depende do status antioxidante do corpo.
Em humanos, o sistema antioxidante inclui um número de enzimas antioxidantes
como a SOD e catalase (CAT), antioxidantes não enzimáticos como a glutationa
(GSH), acido ascórbico e ácido úrico, e antioxidantes dietéticos. Enzimas
antioxidantes formam a primeira linha de defesa contra espécies reativas de
oxigênio (Rizvi & Maurya, 2007).
Durante o processo de obtenção de energia na cadeia respiratória, a molécula
de oxigênio é o aceptor final de elétrons. Neste processo, são geradas espécies
intermediárias, que têm a característica de serem fortes oxidantes capazes de reagir
quase que instantaneamente com qualquer molécula orgânica, modificando suas
propriedades. Algumas destas espécies químicas podem ser radicais livres, como o
ânion superóxido (O
2
•−) e o radical hidroxila (OH•), e outras ROS, como o peróxido
de hidrogênio (H
2
O
2
) (Halliwell & Gutteridge, 1999; Meneghini, 1987; Fridovich,
1978).
20
As ROS são responsáveis por muitos danos em macromoléculas importantes
como o DNA, proteínas e lipídeos. Para a proteção frente a este tipo de dano, há a
necessidade de um sistema de defesa antioxidante (SDA) (Halliwell &
Gutteridge,1999). Esse sistema de defesa contra ROS pode ser enzimático,
incluindo SOD, CAT e glutationa peroxidase (GSH-Px), glutationa redutase (GR) e
não enzimático, incluindo moléculas de baixo peso molecular como a glutationa
reduzida (GSH) e vitamina E (Halliwell & Gutteridge, 1999; Young & Woodside,
2001). No entanto, quando a produção de ROS está aumentada e o SDA está
diminuído estabelece-se uma situação de estresse oxidativo que gera dano em
macromoléculas (Halliwell & Gutteridge, 1999).
O dano de proteínas é refletido pelo aumento dos níveis de proteínas
carboniladas (PCO) (Butterfield et al., 1998) e diminuição dos níveis de grupos tióis
(PSH) (Halliwell & Gutteridge, 1999; Dubey et al., 1996). O dano em lipídios é de
vital importância, pois os ácidos graxos polinsaturados são os maiores constituintes
de membrana de células neurais e são substratos para espécies reativas de
oxigênio e peroxidação lipídica (Coyle & Puttfarcken, 1993). Estudos mostram que o
aumento da peroxidação lípidica causa uma diminuição da atividade antioxidante
das enzimas SOD e GPx (Chaudhuri et al.,1999; Flora, 1999). Por fim, o ácido
desoxirribonucléico (DNA) é um alvo celular crítico dos processos de oxidação
mediados por vários agentes químicos e físicos, tendo efeitos biológicos chaves
como letalidade celular, mutagênese, carcinogênese e envelhecimento (Halliwell &
Gutteridge, 1999).
Em 1954, Gershman e Gilbert propuseram que a maioria dos efeitos danosos
causados pelas concentrações elevadas de oxigênio nos organismos vivos podia ser
atribuída à formação de radicais livres. Entretanto, essa idéia não despertou
21
interesse de muitos pesquisadores até a descoberta, em 1968, de uma enzima que
é específica para a remoção catalítica de um radical de oxigênio (Mc Cord e
Fridovich, 1969). Essa enzima denominada superóxido dismutase, juntamente com
outras duas catalase e glutationa peroxidase são as principais defesas
antioxidantes que atuam nos organismos superiores (Halliwell & Gutteridge, 1989).
Em células de mamíferos, existem muitos mecanismos pelo qual os organismos
se defendem contra o estresse oxidativo. Entre eles, existem pequenos
antioxidantes moleculares como glutationa reduzida (GSH), e enzimas antioxidantes
como a Cu, Zn superóxido dismutase celular (SOD-1), catalase (CAT), glutationa
peroxidase celular (cGSH- Px) e glutationa S- transferase (GST).
É possível que a superóxido dismutase (SOD) seja substância com efeitos anti-
envelhecimento reais, podendo atuar positivamente sobre todos os processos
degenerativos (Hendler, 1990).
A SOD tem papel fundamental na defesa do organismo contra as espécies
reativas de oxigênio, pois atua na remoção do radical superóxido. Antes da sua
descoberta, a SOD já havia sido descrita por alguns autores como uma proteína que
contém cobre, mas nenhuma atividade catalítica lhe havia sido atribuída (Halliwell e
Gutteridge, 1985).
As Superóxido Dismutases (SOD) são metaloenzimas que catalisam muito
eficientemente a dismutação de dois radicais superóxido para formar o peróxido de
hidrogênio (H
2
O
2
) que é menos reativo e pode ser degradado por outras enzimas
(Del Maestro, 1980). Estas enzimas estão amplamente distribuídas nos sistemas
biológicos, com diferentes formas, onde as que contêm cobre e zinco em seu sítio
de ativação, são encontradas no citoplasma das células eucarióticas e são
conhecidas como Cu/Zn-SOD e as que contêm manganês que se encontram na
22
mitocôndria, mais precisamente na matriz mitocondrial, são conhecidas como Mn-
SOD. ainda uma terceira, a Fe-SOD, que é uma ferro-enzima que foi identificada
em bactérias (Halliwell & Gutteridge 1999). As diferentes formas de SOD catalisam a
mesma reação, sendo a dismutação do radical superóxido expressa da seguinte
maneira:
O2•-+O2•-+2H+ SOD H2O2 + O2
Vários fatores influenciam e contribuem para a longevidade humana, entre
eles a capacidade de manutenção das defesas antioxidantes (Monti et al., 2000).
Halliwell (2006) cita que o cérebro e o sistema nervoso são propensos a estresse
oxidativo, e são inadequadamente equipados com sistemas de defesa antioxidante
para prevenir o dano oxidativo permanente. Esse desequilíbrio entre um maior
número de fatores que lesam e um menor número de fatores de defesa levaria a um
dano oxidativo aumentado, a disfunção mitocondrial, a um acúmulo de proteínas
agregadoras oxidadas, inflamação, e defeitos no complexo constituído por “proteínas
de limpeza”.
De acordo com Del Maestro (1980) a catalase é a enzima que catalisa a
transformação de duas moléculas de H
2
O
2
em água e oxigênio, sendo altamente
específica por atuar em hidroperóxidos de hidrogênio, de etila e de metila. A reação
é expressa da seguinte maneira:
2H2O2 CAT 2H2O + O2
O aumento da geração de ROS/RNS in vivo pode levar a depleção de um ou
mais antioxidantes. A perda individual de antioxidantes (por exemplo ascorbato ou
23
GSH) e/ou geração de produtos oxidantes deles (por exemplo radical ascorbil,
GSSG ou alantoina).
A enzima glutationa peroxidase (GPx) foi descoberta em 1959, em tecidos de
mamíferos. Não se observa sua presença em plantas ou bactérias, embora possa
ser encontrada em algumas algas e fungos (Halliwell e Gutteridge, 1985).
O substrato para o GPx é o tripeptídeo glutationa, encontrado na maioria dos
animais, plantas, e até em algumas bactérias. A enzima catalisa a oxidação de
glutationa reduzida (GSH) a glutationa oxidada (GSSG), usando o peróxido de
hidrogênio:
H
2
O
2
+ 2GSH GSSG + 2H
2
O
A manutenção de níveis de GSH ocorre pela ação da enzima glutationa redutase
(GSSG), novamente em sua forma reduzida (Cohen e Hochstein, 1963; Paglia e
Valentine, 1967).
Para alguns autores a Capacidade Antioxidante Total é o parâmetro de eleição
para análise da capacidade antioxidante e constitui-se como um indicador
privilegiado para avaliação de grupos e de patologias. Para os seus defensores é
possível que a redução isolada de um indicador seja compensada pelo aumento de
outro, num equilíbrio dinâmico não completamente detectável por determinações
isoladas e por isso incompletas. Da ação das espécies reativas de oxigênio, ROS,
sobre as principais biomoléculas poderá resultar disfunção e morte celular ou uma
resposta adaptativa, em grande medida condicionada pela capacidade antioxidante
individual, que permitirá a sobrevivência da célula (Proença et al., 2003).
A Capacidade Antioxidante Total quantifica a capacidade de um determinado
tecido em neutralizar as ERO, incluindo tanto as defesas antioxidantes enzimáticas
como as não enzimáticas (Winston et al., 1998; Regoli & Winston, 1999).
24
1.5 Envelhecimento e Saúde Física
A fragilidade associada ao envelhecimento torna-se um marcador importante da
independência (Lamberts et al.,1997). O envelhecimento geralmente é
acompanhado de várias doenças crônicas que propiciam essa fragilidade. Muitos
idosos morrem por estas doenças, entre elas ncer, aterosclerose, etc. A
prevalência e incidência de anemia aumentam com a idade, com um acréscimo
ainda maior após os 80 anos (Balducci et al., 1997). Vários estudos têm
demonstrado que anemia gera diminuição da performance física e na força muscular
de idosos, com diminuição da funcionalidade e da independência (Guralnik et al.,
2005). Este quadro hematológico pode ser por deficiências nutricionais ou devido a
outras patologias, como câncer e distúrbios da tireóide (Balducci et al., 1997).
Outros estudos apontam dados nos quais se demonstram que 60% da incidência
de câncer ocorre em indivíduos com mais de 65 anos, sendo este diagnostico
complicado pela alta prevalência de co-morbidades que prejudicam as reservas
funcionais e a tolerância aos tratamentos (
Balducci et al., 1997).
A prevalência de doenças cardiovasculares é alta nesta faixa etária. Entretanto,
estudos como o de Veranópolis realizado por Marafon et al. (2003) com idosos
longevos não apresentaram relação entre mortalidade de idosos longevos brasileiros
com fatores de risco clássicos para doenças cardiovasculares como obesidade,
dislipidemias, tabagismo, sedentarismo e hipertensão arterial sistêmica.
Segundo Moriguchi (2001) a saúde física está intimamente relacionada à
existência de doenças, sua cura ou controle adequado. Indivíduos com menos
fragilidade e mais independência podem apresentar melhores condições. A
longevidade almejada é aquela com independência e condições físicas capazes de
proporcionar funcionalidade adequada, bem estar físico e social.
25
Todos os sujeitos tiveram uma avaliação geriátrica global. Essa incluía: entrevista
clínica, exame físico e neurológico e uma entrevista estruturada com perguntas
específicas sobre a presença, a duração, os principais sintomas e as complicações
de tratamento de doença pulmonar crônica, doença cardíaca, doença
ateroesclerótica, diabetes mellitus, neoplasia maligna, doença osteoarticular e
enfermidades dos órgãos dos sentidos. O índice "Cumulative Illness Rating Scale"
(CIRS) foi utilizado para quantificar a comorbidade médica geral em ambos os
grupos. O CIRS é um instrumento validado que quantifica as disfunções de seis
sistemas orgânicos (cardiorrespiratório, gastrointestinal, genitourinário,
musculoesquelético, psiconeurológico e sistema geral-endócrino) em uma escala de
gravidade de 0-4 pontos (Moriguchi, 2001).
Os centenários são o melhor exemplo de envelhecimento bem sucedido, pois
chegaram ao extremo limite da vida humana. De acordo com informações
disponíveis, em torno de 30-50% dos centenários se apresentam em condições
clínicas relativamente boas, apesar de sua idade avançada (Sikora,2000). A
sobrevivência à expectativa de vida esperada para estes indivíduos em seus locais
de residência pode significar uma combinação ótima entre estilo de vida apropriado
e características genéticas.
26
2 OBJETIVOS
2.1 Objetivo Geral
Correlacionar dados clínicos com marcadores plasmáticos de estresse
oxidativo e defesas antioxidantes em indivíduos idosos.
2.2 Objetivos Específicos
Determinar a relação existente entre marcadores de dano oxidativo e doenças
crônicas não transmissíveis.
Relacionar atividade de enzimas antioxidantes com doenças crônicas não
transmissíveis.
Avaliar relação do estado geral de saúde física com marcadores de dano
oxidativo, enzimas antioxidantes e capacidade antioxidante total.
27
PARTE II
ARTIGO I
Oxidative Stress and Aging – Correlation with clinic parameters
28
Oxidative Stress and Aging – Correlation with clinic parameters
Ana Carla da Cruz¹, Felipe Dal Pizzol PhD¹, Flavio Merino de Freitas Xavier PhD¹ , Claudia
Cipriano Vidal Heluany¹
¹Laboratório de Fisiopatologia Experimental/ PPGCS/UNESC
Address:
Prof. Dr. Felipe Dal Pizzol.
Laboratório de Fisiopatologia Experimental /UNESC
Avenida Universitária, 1105 – Bairro Universitário
88806-000, Criciúma, SC, Brasil.
E-mail:
29
3 ARTIGO I
Abstract
Background
The population aging phenomenon, experienced by developed and developing
countries, alerts for the need of research involving long- lived olders. This age group
presents aspects distinct and is segment of the population that grows more quickly.
The aim of this study was correlation of oxidative damage, antioxidant enzyme
activities and plasma antioxidant potential with clinic parameters in older elderly.
Methodology
It was included in the study the population residing in the municipality of Sideropolis,
over 80 years of age, collecting clinical data and CIRS Cumulative Ilness Rating
Scale. It was collected blood samples (n=132), used for biochemical tests
lipoperoxidation (MDA levels), protein carbonylation (PC), superoxido dismutase
(SOD) catalase (CAT) activities and FRAP – Total Plasma Antioxidant Capacity.
Results
The mean age of studied population was 85.1 ±4.0 years old, with a minimum of 80
years old and maximum of 97 years old. Women represented 60.6% of the studied
population. Plasma antioxidant enzyme activities did not correlate to any clinical
relevant data in this population. Diabetic patients presented higher plasma protein
carbonyls levels when compared to non-diabetic, and plasma TBARS levels were
correlated to serum triglyceride and LDL. We could not find any other significant
relation between oxidative damage parameters and clinical data in the studied
population. In contrast, lower plasma total antioxidant capacity presented a
significant relation with the presence of diabetes and arterial hypertension. In
30
addition, healthy elderly (determined by the CIRS scale) presented a higher plasma
total antioxidant capacity.
Conclusion
Our data did not provide a clear relation between successful aging and plasma
oxidative damage parameters. It seemed that plasma antioxidant potential is a better
predictor of successful aging in older elderly, than oxidative damage parameters or
plasma antioxidant enzyme activities.
Introduction
In general, age is the consequence of two independent processes: the
decrease of the function and the waste of resistance or adaptability to the stress.
(Kasapoglu & Ozben, 2001). The age process brings many changes into the
organism in all levels of biological organization, especially decreasing the maximum
function, reducing homeostasis, and increasing the probability of acquire
degenerative diseases (Barja, 2002).
The population ageing is a reflex of changes in some health-related index,
especially the decreased in fertility and mortality rates and the increased in life
expectancy. Ageing is not uniform to all humans, it suffers influence from gender,
race, social and economic conditions, the demographic region and the origin and
location of the habitation (OPAS, 2003).
The population age phenomenon
determines the need to study the ageing process, and in this field studies in the old-
aged (>80 years) seemed to be of major relevance. (Pluoffe et al., 2003)
Centenarians are the best example of successful aging since they have escaped the
major age-related diseases and have reached the extreme limit of human life.
According to the available information, about 30–50% of centenarians are in
31
relatively good clinical condition, despite their advanced age. Thus, it may be
concluded that they represent the optimal combination of an appropriate lifestyle and
genetic background (Sikora, 2000).
The free radical theory of ageing has been receiving a lot of attention in the
few past years. According to the theory, reactive oxygen species, such as
superoxide, hydrogen peroxide, hydroxil radical, and reactive nitrogen species, as
nitric oxid, are constantly produced leading to oxidative damage. The cumulative
damage during life could be a major factor associated to the ageing process (NIKI,
2000), and this opens the perspective to an antioxidant treatment to age and age-
related diseases (Golden et al., 2002), but, to date, there are few studies that
correlates in humans oxidative stress to old-aged individuals (Golden et al., 2002).
Thus, we here, in a transversal study of individuals from Siderópolis (a 12.000
inhabitants city located at Santa Catarina, Brazil), correlated plasma oxidative
parameters and clinical performance in an old-aged (>80 years old) population.
Methodology
Sample Population
The present study was a census of all individuals older than 80 years-old in
the city of Siderópolis, Brazil. Data was transversally collected from May to
November 2005, after the approval by the Ethics Committee of the Universidade do
Extremo Sul Catarinense. The total population over 80 years old in this city was 135
individuals (source: registration of the Health Office of the City Basic Health Care
Information System SIAB-2005). Those participating in the study were elders who
fit under the inclusion criteria (80 years old or older in January 1
st
, 2005 and reside in
the city of Siderópolis during the data collection period, year 2005) and accepted to
32
participate. The number of refusals to participate in this study was only 3 out of 135
individuals, and only 2 out of these 132 did not agree with blood collection. Clinical
data was collected in a structured interview and the Cumulative Illness Rating Scale
(CIRS) were calculated as described previously. Individuals in the lower 10%
percentile in the CIRS were grouped as healthy in statistical analyses.
The blood samples were collected after fasting, plasma/serum was separated
from the red cells through conventional centrifuging to routine clinical biochemistry
evaluation: Complete Hemogram method : ABX automation Pentra 60; Glucose,
Diabetes, Has, Total Cholesterol, high-density lipoprotein (HDL) cholesterol, low-
density lipoprotein (LDL) cholesterol, Triglyceride, VCM, ; Folic Acid, Vitamin B12. In
addition, plasma samples were immediately putted on liquid nitrogen and after stored
at - 80
ºC to the determination of oxidative parameters.
Oxidative parameters
Thiobarbituric Acid Reactive Species. As an index of oxidative stress we used
the formation of TBARS during an acid-heating reaction as previously described.
Briefly, the samples were mixed with 1 mL of trichloroacetic acid 10% and 1 mL of
thiobarbituric acid 0.67% and then heated in a boiling water bath for 15 mins. TBARS
was determined by the absorbance at 535 nm using 1,1,3,3-tetramethoxypropane as
an external standard. To minimize peroxidation during the assay procedure,
butylated hydroxytoluene was added to the TBA reagent mixture. Results are
expressed as malondialdehyde equivalents per milligram of protein (Lowry assay).
Protein Carbonyls. The oxidative damage to proteins was assessed by the
determination of carbonyl groups based on the reaction with dinitrophenylhidrazine
33
as previously described. Briefly, proteins were precipitated by the addition of 20%
trichloroacetic acid and redissolved in dinitrophenylhidrazine, and the absorbance
was read at 370nm.
Measurement of Plasma Superoxide.Dismutase and Catalase Activities.
Catalase (CAT) activity was measured by the rate of decrease in the hydrogen
peroxide absorbance at 240 nm and expressed as U/mg of protein, as described
elsewhere. Superoxide dismutase (SOD) activity was assayed by measuring the
inhibition of adrenaline auto-oxidation, as previously described.
Total antioxidant activity (FRAP assay) - A modified method of Benzie &
Strain, 1996 was adopted for the FRAP assay. The stock solutions included 300 mM
acetate buffer (3.1 g CH
3
COONa and 16 ml CH
3
OOH), pH 3.6, 10 mM TPTZ (2, 4, 6-
tripyridyl-s-triazine) solution in 40 mM HCl, and 20 mM FeCl
3
·6H
2
O solution. The
fresh working solution was prepared by mixing 25 ml acetate buffer, 2.5 ml TPTZ,
and 2.5 ml FeCl
3
·6H
2
O. The temperature of the solution was raised to 37 °C before
using. Plasma samples were allowed to react with the FRAP solution for 30 min in
the dark condition. Readings of the colored product (ferrous tripyridyltriazine
complex) were taken at 593 nm. The standard curve was linear between 200 and
1000 µM FeSO
4
. Results are expressed in µM Fe (II)/g and compared with that of
ascorbic acid.
Statistical Analysis
All analyzed data was normally distributed as assessed by the Kolmogorov-
Smirnov test. Demographic and clinical characteristics of the study groups were
compared by t-test or χ
2
test or ANOVA followed by Tukey post-hoc test, as
34
appropriate, and a two-sided significance level of 0.05 or less was considered
statistically significant.
Correlation between studied parameters was performed by
Pearson correlation.
Results
The mean age of studied population was 85.1 ±4.0 years old, with a minimum
of 80 years old and maximum of 97 years old. Women represented 60.6% of the
studied population.
Plasma antioxidant enzyme activities did not correlate to any clinical relevant
data in this population (Table 1 and 2). Diabetic patients presented higher plasma
protein carbonyls levels when compared to non-diabetic (Table 3), and plasma
TBARS levels were correlated to serum triglyceride and LDL (Table 4). We could not
find any other significant relation between oxidative damage parameters and clinical
data in the studied population. In contrast, lower plasma total antioxidant capacity
presented a significant relation with the presence of diabetes and arterial
hypertension (Table 5). In addition, healthy elderly (determined by the CIRS scale)
presented a higher plasma total antioxidant capacity (Table 5).
Discussion
The aging process includes changes in the organism that increase the
possibilities of diseases and death, and this could be related to the accumulation of
oxidative damage (Vinã, 2004; Squier, 2001; Solichova, 2001; Junqueira, 2004;
Kornatowska, 2004; Navarro, 2004). A chronic state of oxidative stress exists in cells
of aerobic organisms even under normal physiological conditions because of an
imbalance between prooxidants and antioxidants. The imbalance leads to a steady-
35
state accumulation of oxidative damage in a variety of macromolecules that
increases during aging, resulting in a progressive loss in the functional efficiency of
various cellular processes (the oxidative stress theory of aging). Beckman and Ames
(1998) made a useful addition to this debate by dividing the hypothesis into “strong”
and “weak” versions. The strong version of the theory states that oxidative damage
determines life span, while the weaker version postulates that oxidative damage is
“associated” with age-related disease. It seems that the weak version of the oxidative
theory of aging is already well established, but we here could not demonstrate a clear
relation between plasma oxidative damage parameters and the clinical performance
of an old aged population. In contrast, Mezzetti et al. (1996) showed that plasma
peroxides are higher in elderly than in younger human subjects, and even higher in
disabled octo-nonagenarians (Mezzetti et al., 1996), and lipid oxidation was higher in
octogenarians with carotid atherosclerosis than in those with successful vascular
aging (Cherubini et al., 2001). In contrast, no apparent relationship was found
between MDA levels and age in a study performed by Block et al. (2003). A Brazilian
study demonstrated that plasma concentration of TBARS increased significantly in
individuals of over 50 years of age, as compared with the 20–29 years group, but no
relation to successful aging was demonstrated in this study (Junqueira et al., 2004)
Most of the published studies concerning aging and oxidative stress have mainly
focused on the antioxidant component rather than in oxidized products derived from
the action of reactive species on macromolecules. Longevity has been associated
with higher a-tocopherol plasma content in mammalian species, as well as with
serum carotenoids, and ascorbic acid. Healthy centenarians showed plasma levels of
vitamin E and A higher than elderly humans (Mecocci et al., 2000). Similar results
were reported by Paolisso et al. (1998) in healthy centenarians from Italy, that
36
showed higher plasma levels of vitamins C and E than aged subjects, and this was
supported by our results on FRAP. All these data indicated that unsuccessful aging
implies a lower non-enzymatic antioxidant repertoire and that plasma antioxidants
might predict aging conditions.
Despite the fact that humans have higher tissue superoxide dismutase
concentration than short-living mammalian species little information on antioxidant
enzymes activity in human aging is available in the literature. Andersen et al. (1997)
found an age-related decrease in Cu, Zn-superoxide dismutase and glutathione
reductase activity, together with no changes in the activities of glutathione peroxidase
and catalase with increasing age). In contrast, plasma and red blood cell superoxide
dismutase activities increase with increasing age (Mecocci et al., 2000). We here
could not find any significant differences between plasma SOD and catalase and
successful age.
Conclusion
Our data did not provide a clear relation between successful aging and plasma
oxidative damage parameters. It seemed that plasma antioxidant potential is a better
predictor of successful aging in older elderly, than oxidative damage parameters or
plasma antioxidant enzyme activities.
References
ANDERSEN HR; NIELSEN JB; NIELSEN F; GRANSDJEAN P. Antioxidative enzyme
activities in human erythrocytes. Clinical Chemistry 43: 562–568. 1997.
BARJA G. Endogenous oxidative stress relationship to aging, longevity and calorie
restriction. Ageing Research Reviews 1: 397– 411. 2002.
BECKMAN KB; AMES BN. The free radical theory of aging matures. Physiology
78:547–581.1998.
37
BENZIE IFF; STRAIN JJ. The ferric reducing ability of plasma (FRAP) as a measure
of "antioxidant power": the FRAP assay. Analytical Biochemistry 239:70–76. 1996.
BLOCK G; DIETRICH M; NORKUS EP; PACKER L. 2003. Oxidative stress in human
populations. In: CUTLER RG, RODRIGUEZ, H. Critical Reviews of Oxidative Stress
and Aging. Advances in Basic Science, Diagnostics and Intervention 2: 870–
880. 2000.
CHERUBINI A; ZULIANI G; COSTANTINI F; PIERDOMENICO SD; VOLPATO S;
MEZZETTI A; MECOCCI P; PEZZUTO S; BREGNOCCHI M; FELLIN R; SENIN U.
High vitamin E plasma levels and low low density lipoprotein oxidation are associated
with the absence of atherosclerosis in octogenarians. Journal American Geriatric
Society 49: 651–654. 2001.
GOLDEN RT; HINERFELD AD; MELOV S. Oxidative stress and aging: beyond
correlation. Aging Cell 1:117-123. 2002.
KASAPOGLU M; OZBEN T. Alterations of antioxidant enzymes and oxidative stress
markers in aging. Experimental Gerontology 36:209-20. 2001.
PAOLISSO G; TAGLIAMONTE MR; RIZZO MR; MANZELLA D; GAMBARDELLA A;
VARRICCHIO M. Oxidative stress and advancing age: results in healthy
centenarians. Journal American Geriatric Society 46: 833–838. 1998.
SQUIER TC. Oxidative Stress and Protein Aggregation During Biological Aging
Experimental Gerontology 36: 1539-1550. 2001.
SOLICHOVA D; JURASKOVA B; BLAHA V; BRATOVA M; KUSALOVA M;
ZDANSKY P; ZADAK Z. Bioanalysis of age-related changes of lipid metabolism in
nonagenarians. Journal of Pharmaceutical And Biomedical Analysis 24: 1157–
1162. 2001.
38
JUNQUEIRA VB; BARROS SB; CHAN SS; RODRIGUES L; GIAVAROTTI L; ABUD
RL; DEUCHER GP. Aging and oxidative stress. Molecular Aspects Medicine 25:5-
16. 2004.
KORNATOWSKA KK; CZUCZEJKO J; PAWLUK H; KORNATOWSKI T; MOTYL J;
SZADUJKIS LS; GOLEC KS; KEDZIORA J. The Markers of Oxidative Stress And
Activity Of The Antioxidant System In The Blood Of Elderly Pacients With Essential
Arterial Hypertension.Cellular & Molecular Biology Letters 9:635-641. 2004.
MECOCCI P; POLIDORI MC; TROIANO L; CHERUBINI A; CECCHETTI R; PINI G;
STRAATMAN M; MONTI D; STAHL W; SIES H; FRANCESCHI C; SENIN U. Plasma
antioxidants and longevity: a study on healthy centenarians. Free Radicals Biology
and Medicine 28:1243–1248. 2000.
MEZZETTI A; LAFENNA D; ROMANO F; COSTANTINI F; PIERDOMENICO SD;
CESARE DD; CUCCURULLO F; RIARIO-SFORZA G; ZULIANI G; FELLINI R.
Systemic oxidative stress and its relationship with age and illness. Journal
American Geriatric Society 44: 823–827.1996.
MILLER MD; PARADIS CF; HOUCK PR; MAZUMDAR S; STACK JA; RIFAI AH;
MULSANT B; REYNOLDS CF. Rating chronic medical illness burden in
geropsychiatric practice and research: application of the Cumulative Illness Rating
Scale. Psychiatry Research 41:237-248. 1992.
NAVARRO A. Mitocondrial Enzyme Actives as Biochemical Markers of Aging.
Molecular Aspects of Medicine 25:37-48. 2004.
ORGANIZACIÓN PANAMERICANA DE LA SALUD. Guia Clínica para Atención
Primaria a las Personas Mayores. 3ª ed. Washington: OPAS, 2003.
PLUOFFE, LA. Addressing social and gender inequalities in health among seniors in
Canada. Cadernos de Saude Publica, 19:855.2003.
39
SIKORA E. Studies on Successful Aging and Longetivity: Polish Centenarian
Program. Acta Biochimica Polonica, 47:487-489.2000.
VINÃ J; LLORET A; ORTÍ R; ALONSO D. Molecular Bases Of The Treatment Of
Alzheimer’s Disease Whith Antioxidants: Prevention Of Oxidative Stress. Molecular
Aspects Of Medicine 25: 117-123. 2004.
40
TABLE 1 - Antioxidant defenses in older aged individuals and its relation to clinical data.
Variable
SOD activity (U/mg protein)
Mean±SD p
CAT activity (U/mg protein)
Mean±SD p
FRAP (µM Fe (II)/g)
Mean±SD
Age 0,912 0,821
80-84 1,7±1,2 1.6 + 1.3 767,50±377,60
85-89 1,2±0,9 1.9 + 1.2 881,12±534,10
90-94 0,98±0,76 1.5 + 1.0 875,50±432,45
≥ 95
1,3±3,8 1.1 + 1.4 775,12±287,31
Sex 0,574 0,546
Sex Male 737,50±434,80
Sex Female 689,42±372,10
Cholesterol < 200mg/dl 0,323 ± 1,67 0,227 1,97±2,92 0,06 787,50±477,80
Cholesterol > 200mg/dl
1,74 ± 1,18 3,10±3,53 922,04±571,42
HDL > 55 mg/dl 0,172±1,22 0,579 2,50±3,16 0,515 883,85±545,04
HDL < 55 mg/dl 1,70±2,47 3,08±4,15 706,10±421,61
LDL < 150mg/dl 0,296±1,60 0,16 2,23±3,06 0,245 795,92±489,39
LDL > 190 mg/dl 1,69±1,10 2,94±3,51 925,82±569,67
Triglycerides < 200mg/dl
0,180±1,25 0,526 2,52±3,27 0,531 848,58±520
Triglycerides > 200mg/dl
2,04±1,27 3,03±3,52 914,23±606,16
Hipertension - Yes 0,116±1,06 0,655 2,37±3,24 0,396 778,86±494,05
Hipertension - No 0,218±1,28 2,94±3,41 1062,09±586,97
Diabetes - Yes 1,41±8,88 0,582 2,90±3,15 0,64 332,88±397,89
Diabetes - No 0,169±1,21 2,48±3,32 951,14±509,92
CIRS Healthy 0,317±1,75 0,364 3,01±3,25 0,435 1680,45±333,38
CIRS Sick 9,44±0,84 2,46±3,39 591,33±237,06
41
TABLE 2 - Oxidative damage in older aged individuals and its relation to clinical data.
Variable
Protein Carbonyls (nmol/mg protein)
Mean±SD p
TBARS levels (U/mg protein)
Mean±SD p
Age 0,768 0,753
80-84 2,43±1,55 2,75±1,21
85-89 3,31±1,31 2,86±1,89
90-94 3,12±1,33 2,25±1,74
≥ 95
3,68±1,23 2,18±1,71
Sex 0,752
0,631
Sex Male 2,12±1,83 2,21±1,13
Sex Female 2,57±1,17 2,65±1,31
Cholesterol < 200mg/dl 3,43±1,75 0,699 2,35±1,23 0,083
Cholesterol > 200mg/dl
3,31±1,68 2,69±0,92
HDL > 55 mg/dl 3,42±1,73 0,366 2,55±1,09 0,558
HDL < 55 mg/dl 3,04±1,61 2,39±1,07
LDL < 150mg/dl 3,41±1,75 0,76 2,35±1,18 0,05 *
LDL > 190 mg/dl 3,32±1,67 2,72±0,96
Triglycerides < 200mg/dl
3,32±1,70 0,500 2,43±1,04 0,01 *
Triglycerides > 200mg/dl
3,60±1,82 3,07±1,24
Hipertension - Yes 3,34±1,75 0,781 2,56±1,09 0,588
Hipertension - No 3,43±1,62 2,45±1,09
Diabetes - Yes 4,29±1,64 0,009 * 2,93±1,23 0,07
Diabetes - No 3,20±1,67 2,46±1,05
CIRS Healthy 3,39±1,70 0,915 2,72±1,24 0,341
CIRS Sick 3,35±1,74 2,50±1,06
42
4 Discussão
O envelhecimento populacional é uma realidade mundial. Porém os indivíduos
vêm envelhecendo de forma heterogênea devido a inúmeros fatores pessoais e
ambientais. Os velhos muito velhos são a faixa populacional que mais cresce em
nosso país. Cada vez mais se tornam necessários estudos científicos que nos
permitam conhecer mais destes indivíduos que ultrapassam a expectativa média de
vida de uma população, tentando entender assim quais fatores podem estar
envolvidos na longevidade e que atitudes a população mais jovem pode ter visando
um envelhecimento bem sucedido e longevo. A forma com que esse envelhecimento
vem ocorrendo tornou-se, então, assunto de saúde pública de grande importância.
Nosso estudo foi realizado no município de Siderópolis, SC, tendo como
objetivo observar as características da população com idade igual ou superior a 80
anos, correlacionando os achados físicos, bioquímicos, estresse oxidativo e defesas
antioxidantes.
A escolha do município de Siderópolis, com 12.082 habitantes segundo o
Censo do IBGE 2000, foi feita baseada no dado que 73% dos municípios brasileiros
apresentam população inferior a 20.000 habitantes. É um município em que as
principais atividades econômicas o a extração de carvão e a agricultura, estando
localizado na região sul de Santa Catarina. Por ser um estudo censitário, abrangeu
de forma completa esta população.
A média de idade da população foi de 85,6 ± 4,03, não havendo diferença
significante entre a média de idade de homens e mulheres. Um percentual de 60%
da população é formado de mulheres, dado semelhante ao estudo de Bambuí, MG
(Lima e Costa et al., 2000). A população brasileira de indivíduos com idade igual ou
43
superior a 80 anos feminina é de 60,3% da população total de idosos (IBGE 2000),
sendo os nossos resultados são semelhantes aos encontrados no país.
A descoberta da enzima superoxido dismutase (SOD) trouxe muita base para
o entendimento dos sistemas de defesa antioxidante (Halliwell, 1999). Esta
metaloenzima dismuta o ânion superóxido, formando H
2
0
2
e H
2
0 (Fridovich, 1995). A
atividade da SOD varia entre os tecidos, porem atividades mais expressivas são
observadas no fígado, glândula adrenal, rim e baco. Ocorre em três formas
diferentes, dependendo de sua localização e do metal componente. Mn-SOD com
manganês no seu sitio ativo é encontrada na matriz mitocondrial e elimina O
2
-
formado na matriz ou no lado interno da membrana mitocondrial interna. Sua
expressão e induzida por agentes causadores de estresse oxidativo, incluindo
radiação e hiperóxia (Pitkanen e Robinson, 1996; Das et al., 1995). Cu-Zn-SOD
apresenta os metais cobre e zinco no seu sitio ativo e é eminentemente encontrada
no citosol, embora possa ser encontrada também em lisossomos e no espaço
intermembranas mitocondrial (Mccord e Fridovich 1996; Fridovich, 1995).
A SOD protege a célula das reações danosas do superóxido. A reação da
superóxido com espécies não radicalares não é permitida por spin segundo as
regras de seleção. Em sistemas biológicos isto significa que as suas principais
reações são com si mesmo (dismutação) ou com outro radical biológico como o
óxido nítrico (NO). O ânion radical da superóxido (O
2
-
) espontaneamente dismuta a
O
2
e peróxido de hidrogénio (H
2
O
2
) de forma bastante rápida (~10
5
M
-1
s
-1
a ph 7). A
SOD é biologicamente necessária porque a superóxido reage ainda mais rápido com
alguns componentes como o radical de NO, que forma peroxinitrito (Peskin, 2000).
De forma similar, a taxa de dismutação é de segunda ordem com respeito à
concentração inicial de superóxido. Ainda que a vida média da superóxido seja muito
44
curta em concentrações muito elevadas (e.g. 0,05 segundos a 0,1mM) é bastante
grande em baixas concentraçoes (e.g. 14 horas a 0,1 nM). Em contraste, a reação
da superóxido com SOD é de primeira ordem com respeito a concentração de
superóxido. Mais, a SOD tem a maior taxa de reação com o seu substrato que
alguma enzima conhecida (~10
9
M
-1
s
-1
), esta reação está somente limitada pela
frequência de colisões da enzima com o superóxido. Quer dizer, a taxa de reação
está limitada pela difusão (Peskin, 2000).
A superóxido é uma das principais
espécies reativas de oxigénio na célula e a
SOD tem um papel fundamental como antioxidante. A importância fisiológica da
SOD é ilustrada pelas severas patologias que se evidenciam em ratos
geneticamente modificados para que careçam desta enzima. Os ratos sem SOD2
morrem depois de poucos dias após nascerem por
estresse oxidativo massivo (Li et
al., 1995). Os ratos sem SOD1 desenvolvem uma grande variedade de patologias,
incluindo
hepatocarcinoma (Elchuri et al., 2005), uma acelerada perda de massa
muscular relacionada com a idade, uma maior incidência de cataratas e uma
esperança de vida reduzida. Os ratos carentes de SOD3 não mostram deficiências
óbvias e têm uma esperança de vida normal (Sentman et al.,2006).
No nosso estudo, não foi possivel observar correlacoes positivas entre os
achados clinicos e SOD, nao havendo diferencas significativas em nenhum dos
parâmetros analisados, o que confirma o estudo realizado por Klapcinska et al.
(2000), onde o autor ressalta que os resultados dos estudos envolvendo
envelhecimento e estresse oxidativo sao pouco conclusivos. Segundo ele, em quase
duas décadas de pesquisas de correlação entre a atividade da superóxido
dismutase e envelhecimento ou expectativa de vida, tanto em animais como em
humanos, falharam ao elucidar o papel da SOD no envelhecimento. É provável que
45
exista um balanço compensatório entre vários componentes que contribuem para os
sistemas de defesa antioxidante no sangue e tecidos (Klapcinska et al., 2000).
A catalase é uma enzima que catalisa a degradação do H
2
O
2
formando O
2
e
H
2
0. Sua atividade é importante, pois o H
2
O
2
na presenca de Fe
+2
, forma OH•, o qual
é altamente reativo e danoso a biomoleculas (Halliwell & Gutteridge, 2007).
A catalase parece estar envolvida no mecanismo de envelhecimento ligado ao
estresse oxidativo, segundo o estudo realizado por
Schriner et al. (2005) em
mutantes de ratos expressando uma quantidade superior ao normal de catalase
(cerca de 50% a mais) na mitocôndria, foi possível observar que os ratos analisados
viveram por mais tempo, no estudo realizado por Klapcinska et al. (2000) foi
possível observar um aumento da atividade dessa enzima no sangue dos pacientes,
o que pode ser interpretado como uma resposta favorável do organismo ao estresse
oxidativo, pela ativacao da manutenção do balanço entre a produção de espécies
reativas de oxigênio e defesas antioxidantes eficazes no envelhecimento normal. No
nosso estudo não houve nenhuma correlação significativa da catalase com os
parâmetros clínicos analisados.
O processo de oxidação resultante do ataque de radicais livres sobre ácidos
graxos poliinsaturados presentes nas membranas celulares e lipoproteínas chama-
se lipoperoxidação. Durante a lipoperoxidação, intermediários podem sofrer quebras
gerando hidrocarbonetos de cadeia curta (etano, pentano), aldeídos (como o
malondeido, 4-hidroxinonenal), epóxidos e outros produtos altamente citotóxicos.
Como resultado da lipoperoxidação as membranas sofrem alterações na fluidez e na
permeabilidade, resultando em perda da homeostase e morte celular (Matsuo &
Kaneko, 2001).
46
Segundo Halliwell & Gutteridge (2007), a lipoperoxidação consiste em 3 fases:
iniciação, propagação e término. Na fase de iniciação (1), o radical livre remove
hidrogênio do ácido graxo insaturado produzindo um radical de lipídio (•L), que ao
reagir com o oxigênio molecular forma o radical peroxila (LOO•). Na propagação (2)
o LOO• retira hidrogênio de outro lipídio, formando o hidroperóxido de lipídio (LOOH)
e •L e assim sucessivamente. Na fase terminal (3), os radicais produzidos se
combinam formando um não radical. O LOOH pode sofrer outras reações
produzindo aldeídos e alcanos.
A medida da concentração dos produtos de oxidação dos lipídios plasmáticos,
que reflete a degradação oxidativa de ácidos graxos poliinsaturados no organismo
como um todo demonstra diferenças significativas quando analisadas as variáveis
de LDL (p=0,05) e TGL (p=0,01). Apesar das criticas referentes a este método,
devido a influência que sofre em função da concentração de ácidos graxos livres, ele
é útil para estimar a peroxidação lipídica (Harman, 1993; Giugliano et al., 1996;
Mezzetti et al., 1996; Paolisso et al., 1998). Na realidade, pode-se interpretar os
resultados de LPO encontrados, semelhantes aos descritos em outras
investigações, como um indicador de envelhecimento na população estudada, uma
vez que a peroxidação lipídica aumenta com a idade (Yagy, 1993).
Para alguns autores o Estado Antioxidante Total é o parâmetro de eleição
para análise da capacidade antioxidante e constitui-se como um indicador
privilegiado para avaliação de grupos e de patologias. Para os seus defensores é
possível que a redução isolada de um indicador seja compensada pelo aumento de
outro, num equilíbrio dinâmico não completamente detectável por determinações
isoladas e por isso incompletas. Da ação das espécies reativas de oxigênio sobre as
principais biomoléculas poderá resultar disfunção e morte celular ou uma resposta
47
adaptativa, em grande medida condicionada pela capacidade antioxidante individual,
que permitirá a sobrevivência da célula (Proenca et al., 2003).
A relação entre capacidade antioxidante total, estresse oxidativo e idade
ainda não é bem definido. Enquanto alguns estudos demonstram que a capacidade
antioxidante do plasma decresce em ratos mais velhos (Facino et al., 1999; Kim et
al., 2002), outros mostram que isto é imutável (Nakamura & Omaye, 2004). Nossos
dados suportam a visão de que o envelhecimento está relacionado com o estado
geral de saúde (CIRS) e com a presença de diabetes e hipertensão arterial, o que
poderia sugerir uma diminuição da capacidade antioxidante. No estudo realizado por
Sivonova (2006) foi demonstrado que relação da idade com a diminuição da
capacidade antioxidante total no plasma e miocárdio de ratos e indicam que esse
decréscimo pode estar envolvido nos mecanismos de radicais livres induzindo dano
a lipídios, proteínas e DNA durante o envelhecimento.
O diabetes mellitus (DM) é uma síndrome clínica heterogênea, caracterizada
por anormalidades endrócrino-metabólicas, que tem como elementos fundamentais
deficiência absoluta ou relativa na fração secretora da insulina pelo pâncreas e/ou
deficiência na ação da insulina em tecidos alvo, bem como alteração no
metabolismo dos carboidratos, lipídios e proteínas. É caracterizada clinicamente
pela poliúria, polidipsia, perda de peso apesar da polifagia, hiperglicemia, glicosúria,
cetose, acidose e, em casos mais graves, o coma (Dias et al., 2004).
O estresse oxidativo pode ser responsável pelos sintomas apresentados
pelos pacientes com DM; é definido quando alteração no balanço pró-oxidante e
antioxidante. As alterações por ele causadas podem ocorrer na condução nervosa,
na auto-oxidação da glicose sangüínea, na formação de glicosilação avançada e na
atividade da enzima aldose redutase (Low, 1997).
48
Por outro lado, a resistência à insulina, níveis elevados de ácidos graxos
livres e a hiperglicemia produzem estresse oxidativo que está associado à disfunção
endotelial e às complicações diabéticas clinicamente evidenciadas. Isso indica que o
estresse oxidativo exerce um papel crucial na patogênese das complicações
diabéticas tardias (Evans et al., 2002). Diante dessas observações, Brownlee (2005)
relatou que a correção terapêutica da produção de ânion superóxido induzida pelo
diabetes pode representar uma abordagem nova e poderosa para prevenir as
complicações diabéticas. A hiperglicemia e o aumento de ácidos graxos livres
induzem à elevação de ERO mitocondriais e conseqüente estresse oxidativo. Essa
seqüência de eventos produz a ativação das vias de sinalização induzidas por
estresse, incluindo NF-kB (Nishikawa et al., 2000), proteína quinase ativada por
mitógeno p38 e Jun quinase NH terminal/proteína quinase ativada por estresse,
seguidas da ativação de produtos finais de glicação avançada (AGEs)/receptor de
AGEs (Bucala et al., 1991; Nishikawa et al., 2000), da proteína quinase C (PKC)
(Cosentino et al., 2003), da elevação da produção de sorbitol, de citocinas e
prostanóides (Nishikawa et al., 2000).
A ativação das vias de sinalização induzidas por estresse aumentam a
resistência à insulina e a disfunção das lulas ß. O aumento de citocinas e
prostanóides também promovem disfunção das células ß. Diante dessa cascata de
sinalização, existem evidências de que a ativação das mesmas vias de estresse pela
hiperglicemia e pela elevação de ácidos graxos livres promovem tanto a resistência
à insulina quanto a secreção de insulina prejudicada e, conseqüentemente, o
desenvolvimento das complicações diabéticas (Evans et al., 2002).
Como principal fonte de ERO e de indução do estresse oxidativo, a NAD(P)H
oxidase eleva-se não somente pela exposição a fatores que promovem dano
49
vascular, mas também pela própria insulina (Ceolotto et al., 2004; Goldstein et al.,
2005) e pela sua elevada expressão gênica em linfomonócitos circulantes de
pacientes com DM2, sendo essa elevação dependente do controle metabólico
(Avogaro et al., 2003).
Além do aumento de ERO em pacientes com DM2, ocorre redução da
capacidade antioxidante total (Colak et al., 2005) e dos sistemas de defesa não
enzimáticos como vitamina C e vitamina E (Knapik-Kordecka et al., 2007), esses
dados relacionados a capacidade antioxidante total foram confirmados pelo nosso
estudo. Quanto aos sistemas antioxidantes enzimáticos, segundo estudo realizado
por Colak et al., 2005, pacientes com DM2 apresentam reduzidos níveis de
superóxido dismutase, glutationa peroxidase, glutationa redutase e de acordo com
Goth & Eaton, 2000; Goth et al., 2001, a catalase também apresenta-se reduzida.
No nosso trabalho, em que foram avaliadas apenas as enzimas antioxidantes SOD e
CAT, não houve nenhuma correlação destas com diabetes.
A oxidação de proteínas (medida pela formação dos grupos carbonil) está
associada a situações de estresse oxidativo, como isquemia-reperfusão, hiperóxia,
tabagismo, administração de estrógeno, ventilação artificial, exercícios forçados,
deficiência de magnésio e em células de cultura expostas a peróxido de hidrogênio
ou xantina-oxidase/xantina. Níveis elevados de grupos carbonil também estão
associados com várias doenças relacionadas com a idade, e frequentemente a
formação desses grupos está intimamente ligada à progressão da doença. Podemos
citar a doença de Alzheimer, a doença de Parkinson, diabetes, artrite reumatóide,
distrofia muscular, indução de tumores renais e displasia broncopulmonar. Algumas
dessas doenças não estão relacionadas com o aumento dos grupos carbonil
como também com aumento de sulfóxido de metionina e de derivados nitrados de
50
tirosina (Garofalo & Santos, 2000).
O nosso trabalho apresentou níveis significativos quando foi avaliado o dano
a proteínas com presença de diabetes (p= 0,009). Esta significância tem correlação
com o estudo realizado por Pereira et al. (2006), que afirma que o papel do estresse
oxidativo e do dano oxidativo causado a componentes celulares no envelhecimento
tem vindo, cada vez mais, a ser reconhecido e investigado. Apesar da importância
do processo oxidativo em proteínas, o dano causado pelo radical HO• nestas
biomoléculas não foi ainda extensivamente investigado, especialmente quando
comparado com a oxidação de lípidos e bases de DNA. Apesar disto, o dano
oxidativo causado a peptídeos e proteínas tem recebido crescente atenção devido
às evidencias de estar associado à diabetes, cancer, e várias doenças relacionadas
com o envelhecimento.
A oxidação proteica é considerada como um dos principais mecanismos
responsáveis pelo envelhecimento celular em organismos aeróbios, uma vez que
estes sistemas se confrontam, constantemente, com agentes oxidantes quer de
origem interna quer de origem externa. O dano pode ser causado pela modificação
estrutural dos peptídeos ou proteínas por espécies reativas de oxigênio e outras
espécies radicalares ou por reação cruzada entre os peptideos e proteínas e
produtos de oxidação de outras biomoléculas (lipidos, fosfolípidos e bases de DNA).
Os nossos resultados não fornecem uma clara relação entre o
envelhecimento bem sucedido e os parâmetros de dano oxidativo plasmáticos. Além
disso, a atividade das enzimas antioxidantes também não demonstraram relação
significativa com o envelhecimento e dados bioquímicos. Neste caso, pelos
resultados do nosso estudo, pode-se concluir que a capacidade antioxidante
plasmática total parece ser um melhor preditor do envelhecimento bem sucedido em
51
idosos longevos, visto que a mesma teve correlação com o estado de saúde física e
doenças crônicas não transmissíveis importantes nesta etapa da vida.
52
REFERÊNCIAS
ALMADA FILHO,MC. Estresse Oxidativo e Capacidade Funcional em idosos
residentes na comunidade. Tese apresentada a Universidade Federal de São
Paulo. São Paulo: 2000.
ANDERSEN HR; NIELSEN JB; NIELSEN F; GRANSDJEAN P. Antioxidative enzyme
activities in human erythrocytes. Clinical Chemistry 43: 562–568. 1997.
AVOGARO A; PAGNIN E; CALO L. Monocyte NADPH oxidase subunit p22(phox)
and inducible hemeoxygenase-1 gene expressions are increased in type II diabetic
patients: relationship with oxidative stress. Journal Clinical Endocrinology
Metabolism 88: 1753-1759. 2003.
BARJA G; PAMPLONA R. Highly resistant macromolecular components and low rate
of generation of endogenous damage: Two key traits of longevity. Ageing Research
Reviews 3:189–210.2007.
BARJA G. Endogenous oxidative stress relationship to aging, longevity and calorie
restriction. Ageing Research Reviews 1: 397– 411. 2002.
BAST A; HAENEN GRMM; DOELMAN CJA. Oxidants and antioxidants: state of the
art. American Journal of Medicine 91:2-13.1991.
BECKMAN KB; AMES BN. The free radical theory of aging matures. Physiology
78:547–581.1998.
53
BENZIE IFF; STRAIN JJ. The ferric reducing ability of plasma (FRAP) as a measure
of "antioxidant power": the FRAP assay. Analytical Biochemistry 239:70–76. 1996.
BLOCK G; DIETRICH M; NORKUS EP; PACKER L. 2003. Oxidative stress in human
populations. In: CUTLER RG, RODRIGUEZ, H. Critical Reviews of Oxidative Stress
and Aging. Advances in Basic Science, Diagnostics and Intervention 2: 870–880.
2000.
BROWNLEE, M. The pathobiology of diabetic complications: a unifying mechanism.
Diabetes 54:1615-25.2005.
BUCALA R; TRACEY KJ; CERAMI A. Advanced glycosylation products quench nitric
oxide and mediate defective endothelium-dependent vasodilatation in experimental
diabetes. Journal Clinical Investigation 87:432-438. 1991.
BUTTERFIELD DA; KOPPAL T; HOWARD B; SUBRAMANIAM R; HALL N;
HENSLEY K; YATIN S; ALLEN K; AKSENOVA M; CARNEY J. Structural and
functional changes in proteins induced by free radical mediated oxidative stress and
protective action of the antioxidants N-tert-butylalpha- phenylnitrone and vitamin E.
Annals of the New York Academy of Sciences 854: 448–462.1998.
CEOLOTTO G; BEVILACQUA M; PAPPARELLA I; BARITONO E; FRANCO L;
CORVAJA C; MAZZONI M; SEMPLICINI A; AVOGARO A. Insulin generates free
radicals by an NAD(P)H, phosphatidylinositol 3'-kinase-dependent mechanism in
human skin fibroblasts ex vivo. Diabetes 53:1344-51. 2004.
54
CHAUDHURI AN; BAST S; CHATTUPADHYAY S; GUPTA SD. Effect of high arsenic
content in drinking water on rat brain. Indian Journal of Biochemistry &
Biophysics 36: 51-54.1999.
COHEN G; HOCHSTEIN P. Glutathione peroxidase: the primary agent for the
elimination of hydrogen peroxide in erythrocytes. Biochemistry 2: 1420-1428.1963.
COLAK E; MAJKIC-SINGH N; STANKOVIC S; SRECKOVIC-DIMITRIJEVIC V;
DJORDJEVIC P; LALIC K; LALIC N. Parameters of antioxidative defense in type 2
diabetic patients with cardiovascular complications. Annals of Medicine 37:613-
620. 2005.
COSENTINO F; ETO M; DE PAOLIS P; VAN DER LOO B; BACHSCHMID M;
ULLRICH V; KOUROEDOV A; DELLI GATTI C; JOCH H; VOLPE M; LUSCHER TF.
High glucose causes upregulation of cyclooxygenase-2 and alters prostanoid profile
in human endothelial cells: role of protein kinase C and reactive oxygen species.
Circulation 107:1017-23. 2003.
COYLE JT; PUTTFARCKEN P. Oxidative stress, glutamate, and neurodegenerative
disorders. Science 262: 689–695. 1993.
CHERUBINI A; ZULIANI G; COSTANTINI F; PIERDOMENICO SD; VOLPATO S;
GOLDEN RT; HINERFELD AD; MELOV S. Oxidative stress and aging: beyond
correlation. Aging Cell 1:117-123. 2002.
55
CUTLER GR; RODRIGUEZ H. Critical Reviews of Oxidative Stress and Aging:
Advances in Basic Science Diagnostics and Intervention. Biogerontology
4:251.2003.
DEL MAESTRO, RF. An approach to free radicals in medicine and biology. Acta
Physiologica Scandinavica 492:153-168.1980.
DIAS SA; LLESUY S; MARRONI AC; MARRONI N. Alterações gastrointestinais no
diabetes mellitus: estresse oxidativo e fluxo sangüíneo da artéria mesentérica -
estudo experimental. Archives of Gastroenterology 41:108-113. 2004.
DRINGEN R. Oxidative and antioxidative potential of brain microglial cells.
Antioxidant Redox Signal 7:1223-1233. 2005.
DUBEY A; FORSTER MJ; LAL H; SOHAL RS. Effect of age and caloric intake on
protein oxidation in different brain regions and behavioral functions of the mouse.
Archives of Biochemistry and Biophysics 333: 189–197. 1996.
ELCHURI S; OBERLEY DT; WENBO Q; EINSESTEIN SR; ROBERTS JL; REMMEN
VH; EPSTEIN JC; HUANG TT. CuZnSOD deficiency leads to persistent and
widespread oxidative damage and hepatocarcinogenesis later in life. Oncogene 24:
367-380. 2005
56
EVANS JL; GOLDFINE ID; MADDUX BA; GRODSKY GM. Oxidative stress and
stress-activated signaling pathways: a unifying hypothesis of type 2 diabetes.
Endocrinology Reviews 23:599-622. 2002.
FACINO RM; CARINI M; ALDINI G; BERTI F; ROSSONI G; BOMBARDELLI E;
MORAZZONI P. Diet enriched with procyanidins enhances antioxidant activity and
reduces myocardial post-ischaemic damage in rats. Life Science 64: 627-642, 1999.
FLORA SJ. Arsenic-induced oxidative stress and its reversibility following combined
administration of N-acetylcysteine and meso-2,3-dimercaptosuccinic acid in
rats.Clinical and Experimental Pharmacology and Physiology 26: 865–869.
1999.
FRIDOVICH I.The biology of oxygen radicals. Science 201: 875-880. 1978.
GAROFALO SA; SANTOS PFO. Fisiopatologia da nefrotoxicidade dos meios de
contraste.Revista Virtual de Medicina 10: Abr/Dez. 2000.
GERSCHMAN R; GILBERT DL; NYE SW; DWYER P; FENN WO. Oxygen poisoning
and X-irradiation: a mechanism in common. Science 119: 623-626. 1954.
57
GIUGLIANO D; CERIELLO A; PAOLISSO G. Oxidative stress and diabetic vascular
complications. Diabetes Care 19:257-263.1996.
GOLDEN RT; HINERFELD AD; MELOV S. Oxidative stress and aging: beyond
correlation. Aging Cell 1:117-123. 2002.
GOLDSTEIN BJ; MAHADEV K; WU X. Redox paradox: insulin action is facilitated by
insulin-stimulated reactive oxygen species with multiple potential signaling targets.
Diabetes 54:311-21. 2005.
GOTH L; LENKEY A; BIGLER WN. Blood catalase deficiency and diabetes in
Hungary. Diabetes Care 24:1839-1840. 2001.
GOTH L.; EATON JW. Hereditary catalase deficiencies and increased risk of
diabetes. Lancet 356: 1820-1821. 2000.
GOTH L; LENKEY A; BIGLER WN. Blood catalase deficiency and diabetes in
Hungary. Diabetes Care 24:1839-1840. 2001.
GUTIERREZ, JRV. Dano oxidativo, radicales libres y antioxidantes. Revista Cubana
de Medicina Militar 31:126-133. 2002.
JACK M. GURALNIK MJ; ERSHLER BW; SCHRIER LS; PICOZZI JV. Anemia in the
Elderly: A Public Health Crisis in Hematology. Hematology 2005: 528 - 532. 2005.
58
HARMAN D. Aging: a theory based on free radical and radiation chemistry. Journal
Of Gerontology 11: 298–300.1956.
HENDLER SS. Vitamin and Mineral Encyclopedia. San Diego 1: 576. 1990.
HALLIWELL B; GUTTERIDGE JMC. Free radicals in Biology and Medicine.
Oxford: Clarendon Press 12:346.1985.
HALLIWELL, B. Reactive oxygen species and the central nervous system. Journal
of Neurochemistry 59:1609-1623. 1992.
HALLIWELL B, GUTTERIDGE JMC. Free radicals in biology and medicine.
The
International Journal of Biochemistry & Cell Biology
31: 1454.1999.
HALLIWELL B; GUTTERIDGE JMC. Free Radical in Biology and Medicine.
University Press, Oxford, NY.2007.
HARMAN D. Free radicals involvement in aging: pathophysiology and therapeutic
implications. Drugs Aging 3: 60-80.1993.
59
JUNQUEIRA VB; BARROS SB; CHAN SS; RODRIGUES L; GIAVAROTTI L; ABUD
RL; DEUCHER GP. Aging and oxidative stress. Molecular Aspects Medicine 25:5-
16. 2004.
KASAPOGLU M; OZBEN T. Alterations of antioxidant enzymes and oxidative stress
markers in aging. Experimental Gerontology 36:209-220. 2001.
KORNATOWSKA KK; CZUCZEJKO J; PAWLUK H; KORNATOWSKI T; MOTYL J;
SZADUJKIS LS; GOLEC KS; KEDZIORA J. The Markers of Oxidative Stress And
Activity Of The Antioxidant System In The Blood Of Elderly Pacients With Essential
Arterial Hypertension.Cellular & Molecular Biology Letters 9:635-641. 2004.
KLAPCINSKA B; DEREJCZYK J; WIECZOROWSKA TK; SOBCZAK A; SADOWSKA
KE; DANCH A. Antioxidant defense in centenarians (a preliminary study). Acta
Biochimica Polonica 47: 281-292.2000.
KAY MMB; BOSMAN GJCGM; SHAPIRO SS; BENDICH A; BASSEL OS. Oxidation
as a possible mechanism of cellular aging: Vitamin E deficiency causes premature
aging and IgG binding to erythrocytes. Proceedings of the National Academy of
Sciences of the United States of America 83: 2463-2467. 1986.
KNAPIK-KORDECKA M; PIWOWAR A; WARWAS M. Oxidative-antioxidative
balance disturbance and risk factors as well as vascular complications in patients
with diabetes type 2. Wiad Lek 60:329-334. 2007.
60
LI Y; HUANG TT; CARLSON JE; MELOV S; URSELL CP; OLSON LJ; NOBLEJL;
YOSHIMURA PM; BERGER C; CHAN HP; WALLACE CD; EPSTEIN JC. Dilated
cardiomyopathy and neonatal lethality in mutant mice lacking manganese superoxide
dismutase. Nature Genetics 11: 376-381. 1995.
LOW PA; NICKANDER KK; TRITSCHLER HJ. The roles of oxidative stress and
antioxidant treatment in experimental diabetic neuropathy. Diabetes 46:385-425.
1997.
MARAFON LP, DACRUZ IBM, SCHWANKE CHA, MORIGUCHI EH. Preditores
cardiovasculares da mortalidade em idosos longevos. Cadernos de Saúde Pública
19:799-808. 2003.
MACHLIN LJ; BENDICH A. Free radical tissue damage: protective role of antioxidant
nutrients. Faseb Journal 1: 441-445. 1987.
MATSUO M; KANEKO T. The chemistry as reactive oxygen species and related free
radicals. Human kinetics 5:1-33.2001.
MCCORD JM; FRIDOVICH I. Superoxide dismutase: an enzimatic function for
erythrocuprein (hemocuprein). Journal of Biological Chemistry 244:6049-
6055.1969.
MENEGHINI RA. Toxicidade do Oxigênio. Ciência Hoje 5: 56-62. 1987.
61
MECOCCI P; POLIDORI MC; TROIANO L; CHERUBINI A; CECCHETTI R; PINI G;
STRAATMAN M; MONTI D; STAHL W; SIES H; FRANCESCHI C; SENIN U. Plasma
antioxidants and longevity: a study on healthy centenarians. Free Radicals Biology
and Medicine 28:1243–1248. 2000.
MEZZETTI A; MECOCCI P; PEZZUTO S; BREGNOCCHI M; FELLIN R; SENIN U.
High vitamin E plasma levels and low low density lipoprotein oxidation are associated
with the absence of atherosclerosis in octogenarians. Journal American Geriatric
Society 49: 651–654. 2001.
MEZZETTI A; LAFENNA D; ROMANO F; COSTANTINI F; PIERDOMENICO SD;
CESARE DD; CUCCURULLO F; RIARIO-SFORZA G; ZULIANI G; FELLINI R.
Systemic oxidative stress and its relationship with age and illness. Journal
American Geriatric Society 44: 823–827.1996.
MILLER MD; PARADIS CF; HOUCK PR; MAZUMDAR S; STACK JA; RIFAI AH;
MULSANT B; REYNOLDS CF. Rating chronic medical illness burden in
geropsychiatric practice and research: application of the Cumulative Illness Rating
Scale. Psychiatry Research 41:237-248.1992.
MORIGUCHI HE; XAVIER FMF; TRENTINI MC; FERRAZ PTM; ARGIMON I;
BERTOLUCCI HP; POYARES D. Transtorno de ansiedade generalizada em idosos
com oitenta anos ou mais. Revista de Saúde Pública 35. 2001.
62
MOSKOVITZ J, STADTMAN ER, BAR-NOY S, WILLIAMS WM, REQUENA J,
BERLETT BS. Methionine sulfoxide reductase (MsrA) is a regulator of antioxidant
defense and lifespan in mammals. Proceeding National Academy of Sciences
1:12920– 12925. 2001.
NAKAMURA YK, OMAYE ST: Age-related changes of serum lipoprotein oxidation in
rats. Life Science 23: 1265-1275. 2004.
NISHIKAWA T; EDELSTEIN D; DU XL; YAMAGISHI S; MATSUMURA T; KANEDA
Y; YOREK MA; BEEBE D; OATES PJ; HAMMES HP; GIARDINO I; BROWNLEE M.
Normalizing mitochondrial superoxide production blocks three pathways of
hyperglycaemic damage. Nature 404:787-90. 2000.
NAVARRO A. Mitocondrial Enzyme Actives as Biochemical Markers of Aging.
Molecular Aspects of Medicine 25:37-48. 2004.
NIKI E. Oxidative stress and aging.
International Medicine 39:324-6. 2000.
ORGANIZACIÓN PANAMERICANA DE LA SALUD. Guia Clínica para Atención
Primaria a las Personas Mayores. 3ª ed. Washington: OPAS, 2003.
PAOLISSO G; TAGLIAMONTE MR; RIZZO MR; MANZELLA D; GAMBARDELLA A;
PAGLIA DE; VALENTINE WN. Studies on the quantitative and qualitative
63
characterization of erythrocyte glutathione peroxidase. Journal of Laboratory And
Clinical Medicine 70:158-169. 1967.
PAOLISSO G; TAGLIAMONTE MR; RIZZO MR; MANZELLA D; GAMBARDELLA A;
VARRICCHIO M. Oxidative stress and advancing age: results in healthy
centenarians. Journal oh the American Geriatric Society 46: 833-838.1998.
PESKIN AV; WINTERBOURN CC. A microtiter plate assay for superoxide dismutase
using a water-soluble tetrazolium salt (WST-1). Clinica Chimica Acta 293: 157–166.
2000.
PLUOFFE LA. Addressing social and gender inequalities in health among seniors in
Canada. Cadernos de Saude Publica 19:855.2003.
PROENCA T; TODO BOM A; OLIVEIRA RC; OLIVEIRA CL; CHIEIRA T. O sistema
antioxidante na asma brônquica. Condicionalismos do processo de envelhecimento.
Revista Portuguesa de Imunoalergologia 11: 17-29. 2003
RIZVI T; MAURYA M. Alterations in antioxidant enzymes during aging in humans.
Molecular Biotechnology 37:58-61. 2007.
REGOLI F; WINSTON GW. Quantification of total oxidant scavenging capacity
(TOSC) of antioxidants for peroxynitrite, peroxyl radicals and hydroxyl radicals.
Toxicology and Applied Pharmacology 156:96-105.1999.
64
SCHRINER ES; LINFORD JN; MARTIN MG; TREUTING P; OGBURN EC; EMOND
M; COSKUN EP; LADIGES W; WOLF N; REMMEN VH; WALLACE CD;
RABINOVITCH SP. Extension of Murine Lifespan by Overexpression of Catalase
Targeted to Mitochondria. Science 19:7.2005.
SAUGSTAD OD. Role of xanthine oxidase and its inhibitor in hypoxia: reoxygenation
injury.
Pediatrics 98:103-107.1996.
SHAPIRA I;
BEN ABRAHAM R; MATZA M; MARMOR S; RUDICK V; FROLKIS I;
WEINBROUM AA. Electromechanical impairment of human auricle and rat
myocardial strip subjected to exogenous oxidative stress.
European Journal
Cardiothoracic Surgery 23:66-73. 2003.
SENTMAN LM; GRANSTRÖM
M; JAKOBSON H;
REAUME A; BASU S;
MARKLUND LS. Phenotypes of mice lacking extracellular superoxide dismutase and
copper- and zinc-containing superoxide dismutase. Journal of Biological
Chemistry 281: 6904-6909. 2006
.
STADTMAN ER. Protein oxidation in aging and age-related diseases. Annals of the
New York Academy of Sciences 928: 22– 38. 2001.
SUGAWARA T; NOSHITA N; LEWEN A; GASCHE Y; FERRAND-DRAKE M;
FUJIMURA M; MORITA-FUJIMURA Y; CHAN PH. Overexpression of copper/zinc
superoxide dismutase in transgenic rats protects vulnerable neurons against
65
ischemic damage by blocking the mithocondrial pathway of caspase activation.
Journal of Neuroscience 22: 209-217.2002.
SIKORA E. Studies on Successful Aging and Longetivity: Polish Centenarian
Program. Acta Biochimica Polonica 47:487-489.2000.
SIVONOVA M; TATARKOVA Z; DURACKOVA Z; DOBROTA D; LEHOTSKY J;
MATAKOVA T; KAPLAN P. Relationship between Antioxidant Potential and
Oxidative Damage to Lipids, Proteins and DNA in Aged Rats. Physiology Research
56: 757-764. 2007.
SOHAL RS; AGARWAL S; DUBEY A; ORR WC. Protein oxidative damage is
associated with life expectancy of houseflies. Proceedings of the National
Academy Science 90: 7255– 7259. 1993
STADTMAN ER; MOSKOVITZ J; BAR-NOY S; WILLIAMS WM; REQUENA J;
BERLETT BS. Methionine sulfoxide reductase (MsrA) is a regulator of antioxidant
defense and lifespan in mammals. Proceedings of the National Academy Science
1:12920– 12925. 2001.
SQUIER TC. Oxidative Stress and Protein Aggregation During Biological Aging
Experimental Gerontology 36: 1539-1550. 2001.
66
SOLICHOVA D; JURASKOVA B; BLAHA V; BRATOVA M; KUSALOVA M;
ZDANSKY P; ZADAK Z. Bioanalysis of age-related changes of lipid metabolism in
nonagenarians. Journal of Pharmaceutical And Biomedical Analysis 24: 1157–
1162. 2001.
VARRICCHIO M. Oxidative stress and advancing age: results in healthy
centenarians. Journal American Geriatric Society 46: 833–838. 1998.
VINÃ J; LLORET A; ORTÍ R; ALONSO D. Molecular Bases Of The Treatment Of
Alzheimer’s Disease Whith Antioxidants: Prevention Of Oxidative Stress. Molecular
Aspects Of Medicine 25: 117-123. 2004.
WICKENS AP. Ageing and the free radical theory. Respiratory Physiology 128:379-
391. 2001.
WINSTON G.W; REGOLI F; DUGAS JR; FONG JH; BLANCHARD KA. A rapid gas
chromatographic assay for determining oxyradical scavenging capacity of
antioxidants and biological fluids. Free Radicals in Biology and Medicine. 24: 480–
493.1998.
67
YAGI K. Lipides peroxides, free radicals, and disease. In: YAGY, K. Ed. Active
oxygens, lipid peroxides and antioxidants. Tokyo, Japan Sci. Soc. Press/ Boca
Raton, CRC Press 39:56.1993.
YOUNG IS; WOODSIDE JV. Antioxidants in health and disease. Journal of Clinical
Pathology 54:176–186. 2001.
ZALBA G; SAN JOSÉ G; MORENO MU; FORTUÑO MA; FORTUÑO A; BEAUMONT
FJ; DÍEZ J. Oxidative stress in arterial hypertension: role of NAD(P)H oxidase.
Hypertension 38:1395-1399.2001.
ZEMKE D; SMITH JL; REEVES MJ; MAJID A. Ischemia and Ischemic Tolerance in
the Brain: an Overview. Neurotoxicology 25: 895-904. 2004.
68
ANEXO A - Termo de Consentimento Informado
69
UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE
PROGRAMA DE POS-GRADUACAO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE
LABORATÓRIO DE FISIOPATOLOGIA EXPERIMENTAL
TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO
Está sendo realizado no Departamento de Medicina da Universidade
do Extremo Sul Catarinense um estudo para verificar a correlação entre dados
clínicos e bioquímicos coletados dos idosos pertencentes ao Projeto
Sideropolis com parâmetros de dano oxidativo e defesas antioxidantes.
O processo de envelhecimento apresenta especificidades próprias, o que
interessa desvendar no sentido de compreender as transformações
decorrentes desta evolução natural. O ser humano começa a envelhecer no
dia em que nasce e as modificações que ocorrem ao longo da sua vida o
inevitavelmente resultado da sua herança genética modulada pelos condicoes
do ambiente que o rodeia. As diversas doenças que ocorrem de forma
cumulativa durante a vida humana fazem parte dessa ação modeladora
presente nos indivíduos idosos que são submetidos a estudos de investigação
clínico-laboratorial nesta faixa etária. Os radicais livres são produzidos
normalmente em pequenas quantidades no corpo, ajudando em diversas
funções. Em certas situações os radicais livres aumentam muito podendo
prejudicar o organismo. Por outro lado, no organismo as enzimas
antioxidantes desempenham papel fundamental no controle do possível
malefício que esses radicais livres podem causar. O foco provém da
necessidade de conhecer a real função e desempenho dessas enzimas
oxidantes e antioxidantes e se estas influenciam no envelhecimento bem
sucedido.
Responsável: Dr. Felipe Dal Pizzol
70
ANEXO B - Cumulative Illness Rating Scale – Geriatric
71
Cumulative Illness Rating Scale – Geriatric - CIRS
Instruções: Anote as descrições dos problemas médicos que justifiquem a
pontuação
a cada item.(se necessário utilize a página atrás)
Pontuação:
0- Sem Problema
1- Problema de média intensidade ou problema passado significante
2- Morbidade ou disabilidade aguda ou que necessitem de terapia de primeira
linha
3- Disabilidade severa ou constante ou doença crônica incontrolada
4- Necessidade de tratamento severo imediato ou extremo ou falência final de
órgão ou grave compromentimento funcional
Coração ------------------------------------------------------------------------- ______
Vascular ------------------------------------------------------------------------ _______
Hematopoiéitico -------------------------------------------------------------- _______
Respiratório ------------------------------------------------------------------- _______
Olhos, ouvidos, nariz, garganta e laringe --------------------------------- _______
Trato gastrointestinal superior --------------------------------------------- _______
Trato Gastrointestinal Inferior --------------------------------------------- _______
Fígado ------------------------------------------------------------------------ _______
Rim --------------------------------------------------------------------------- _______
Genito-Urinário ------------------------------------------------------------- _______
Musculoesquelético/ tegumento ------------------------------------------ _______
Neurológico ----------------------------------------------------------------- _______
Endócrino/metabólico e mama ------------------------------------------- _______
Doença Psiquiátrica -------------------------------------------------------- _______
Número Total de categorias anotadas ----------------------------------- _______
Score total -------------------------------------------------------------------- ______
Index de severidade: ( escore total/número de categorias anotadas ) _______
Numero de categorias com n´vel 3 de severidade --------------------- _______
Número de categorias com nível 4 de severidade --------------------- _______
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo