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UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU (USJT)
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO-SENSU
MESTRADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA
RESPOSTAS AGUDAS DO EXERCÍCIO RESISTIDO SOBRE VARIÁVEIS METABÓLICAS,
CARDIOVASCULARES E AUTONÔMICAS EM ADOLESCENTES EUTRÓFICOS E COM
SOBREPESO
AUTOR: JOÃO MARCELO DE QUEIROZ MIRANDA
ORIENTADOR: PROF. DR. ROGÉRIO BRANDÃO WICHI
SÃO PAULO
2009
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II
JOÃO MARCELO DE QUEIROZ MIRANDA
RESPOSTAS AGUDAS DO EXERCÍCIO RESISTIDO SOBRE VARIÁVEIS METABÓLICAS,
CARDIOVASCULARES E AUTONÔMICAS EM ADOLESCENTES EUTRÓFICOS E COM
SOBREPESO
Dissertação apresentada à faculdade de Educação
Física da Universidade São Judas Tadeu, como
requisito parcial para obtenção do título de Mestre
em Educação Física, sob orientação do Prof. Dr.
Rogério Brandão Wichi.
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III
Miranda, João Marcelo de Queiroz
Respostas agudas do exercício resistido sobre varveis metabólicas,
cardiovasculares e autonômicas em adolescentes eutróficos e com sobrepeso /
João Marcelo de Queiroz Miranda ; orientador, Rogério Brandão Wichi. - São
Paulo, 2009.
xx f. : il. ; 30 cm
Dissertão (mestrado) Universidade São Judas Tadeu, São Paulo, 2009.
1. Exercícios físicos Adolescentes. 2. Frequência Cardíaca. 3. Obesidade nos
adolescentes. I. Wichi, Rorio Brandão. II. Universidade São Judas Tadeu,
Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Educação Física. III. Título
CDD 613.7043
Ficha catalográfica: Elizangela L. de Almeida Ribeiro - CRB 8/6878
IV
AGRADECIMENTOS
Para realização dessa pesquisa é necessário expressar os meus agradecimentos as
seguintes pessoas:
A minha mãe, Hélvia Maria A. de Queiroz, pelo completo apoio incondicional em todas as
fases da minha vida, nunca se opondo às minhas decisões;
Ao meu pai, Marcelo Miranda , por todo incentivo e a presença em momentos importantes;
Ao Tio Dante e seus filhos, Danilo, Sílvio e Murilo pela excelente convivência ao longo dos
dois anos dedicados ao mestrado;
Ao Professor Hélio Campos, por me mostrar os caminhos de uma maneira prazerosa sempre
em busca das conquistas;
Ao Professor Marcus Palmeira, por ter me apresentado aos professores e colegas do
laboratório do movimento humano da USJT;
A Professora Kátia de Angelis, por me ensinar sobre como se pesquisar e transmitir o
conhecimento;
A minha namorada, Thaís Peinado Berberian, por estar ao meu lado nos últimos tempos em
momentos difíceis sempre apoiando de maneira positiva;
Ao Professor Rogério Brandão Wichi, meu orientador, por me ensinar a ser mais paciente e
menos ansioso, por me ensinar a pesquisar de maneira coerente e responsável e acima de
tudo por se tornar um grande amigo.
RESUMO
A obesidade é hoje considerada uma doença e tem se tornado um grande problema de
saúde pública, atingindo altas taxas de prevalência em crianças e adolescentes. O exercício
físico vem se tornando grande aliado na prevenção e tratamento da obesidade, sendo que o
exercício resistido tem sido freqüentemente utilizado. Desta forma, o objetivo deste estudo foi
avaliar as respostas agudas metabólicas, hemodinâmicas e autonômicas induzidas por uma
sessão de exercício físico resistido em adolescentes com sobrepeso. Foram avaliados 17
indivíduos do sexo masculino com idade entre 14 a 18 anos. A amostra foi dividida em grupo
controle (GC, n=9) e grupo sobrepeso (GSO, n=7). Os participantes foram submetidos a uma
sessão de trinta minutos de exercícios resistidos para diferentes grupos musculares,
realizados com sobrecarga de 60% da força máxima (obtida através do teste de 1RM), com
um intervalo de 45 segundos entre as séries e 90 segundos entre cada exercício. Dez
minutos antes, durante e a 30 minutos após a realização da sessão os seguintes
parâmetros foram avaliados em cada fase: freqüência cardíaca (FC), pressão arterial
sistólica (PAS), pressão arterial diastólica (PAD), variabilidade da freqüência cardíaca (VFC),
glicemia, lactato, triglicérides e colesterol total. Teste de análise de variância (ANOVA)
seguido de post-hoc Neuwman Keuls foi devidamente aplicado para análise dos dados.
Valores de p<0,05 foram considerados significativos. Não foram observadas diferenças entre
os níveis de colesterol total e triglicérides antes e após exercício. Foi observado que o GSO
apresentou aumento do lactato mais precoce quando comparado ao GC durante o exercício.
Na recuperação, o lactato retornou ao valor basal de forma semelhante entre os grupos. A
glicemia diminuiu durante o exercício apenas no GSO. A PAS aumentou nos dois grupos,
porém sem diferenças entre eles. A PAD diminuiu mais precocemente no GSO e retornou ao
valor basal durante a recuperação sem diferença estatística entre os grupos. A FC aumentou
durante a sessão de exercício de forma idêntica nos dois grupos, porém no GSO foi
observado que durante a recuperação a FC retornou ao valor basal, o que não aconteceu no
GC. Os índices da VFC no domínio do tempo (VAR RR e RMSSD) se comportaram de
maneira semelhante frente ao exercício nos dois grupos, porém, nos índices SDNN e PNN50
retornaram aos valores basais durante a recuperação apenas no GSO. Os índices de VFC
no domínio da freqüência (LF e HF) apresentaram comportamento semelhante em ambos os
grupos em todos os momentos estudados. Dessa forma, sugere-se que o aumento do nível
de atividade física em indivíduos com sobrepeso pode prevenir as alterações autonômicas
VI
que estão associadas ao aumento do peso corporal e conferir efeito protetor ao sistema
cardiovascular.
VII
ABSTRACT
The obesity has been considered a disease and has become a major public health problem,
reaching high rates of prevalence in children and adolescents. The physical exercise can be
used to prevent and treat the obesity. The resistance exercises has been used to this
population. Thus, the aim of this study was to evaluate acute responses of metabolic,
hemodynamic and autonomic changes induced by one session of resistance exercises in
overweight adolescents. Sixteen male with aged between 14 to 18 years old were analysed.
The sample was divided into control group (CG, n = 9) and overweight group (GSO, n = 7).
The participants were submmited a session of thirty minutes of resistance exercises for
different muscle groups, performed with overhead of 60% of maximum force (obtained
through the 1 RM test), with an interval of 45 seconds between sets and 90 seconds between
each exercise. Ten minutes before, during and until 30 minutes after the session the following
parameters were evaluated at each stage: heart rate (HR), systolic blood pressure (SBP),
diastolic blood pressure (DBP), heart rate variability (HRV) , glucose, lactate, triglycerides and
total cholesterol. The results are presented as mean ± standard error. Analysis of variance
(ANOVA) followed by post-hoc Neuwman Keuls was used for data analysis. P-values <0.05
were considered significant. There were no differences between the levels of total cholesterol
and triglycerides before and after exercise. We observed that the GSO showed early increase
of lactate in GC returning to baseline in both groups during the recovery. The blood glucose
decreased in GSO during the exercise. The SBP increased during the exercise in both
groups, however, the DBP decreased earlier in GSO, returning to baseline in recovery in both
groups. The HR increased similarly in both groups. However, the HR returned to baseline
early during recovery in GSO. The responses of HRV indices in the time domain (VAR RR,
RMSSD) to resistance exercise session were similarly between groups, however, the SDNN
and PNN50 index showed better recovery from exercise in GSO. HRV index in the frequency
domain (LF, HF) were not different between the groups in all conditions. These results
suggested that the increased level of physical activity can prevent the autonomic changes
that are associated with increased body weight in overweight individuals.
VIII
ÍNDICE
Resumo......................................................................................................................................V
Abstract..................................................................................................................................VII
Lista de tabelas.........................................................................................................................X
Lista de figuras......................................................................................................................XIII
Lista de anexos.....................................................................................................................XVI
1 Introdução...............................................................................................................................1
1.1 Obesidade na adolescência.................................................................................................3
1.2 Exercício físico e obesidade................................................................................................8
2 Objetivos..............................................................................................................................11
2.1 Objetivo geral.....................................................................................................................11
2.2 Objetivos específicos.........................................................................................................11
3. Materiais e métodos..........................................................................................................12
3.1 Amostra..............................................................................................................................12
3.2 Procedimentos metodológicos...........................................................................................13
3.3 Protocolo do exercício resistido.........................................................................................17
3.4 Análises dos dados............................................................................................................21
4. Resultados..........................................................................................................................22
4.1 Variáveis analisadas como critérios de inclusão...............................................................22
4.2 Respostas agudas ao exercício resistido..........................................................................25
4.2.1 Respostas metabólicas...................................................................................................25
4.2.2 Variáveis cardiovasculares.............................................................................................29
4.2.3 Variabilidade da freqüência cardíaca (VFC) no domínio do tempo................................32
4.2.4 Variabilidade da freqüência cardíaca (VFC) no domínio da freqüência ........................36
4.3 Correlações entre variáveis estudadas..............................................................................39
5. Discussão...........................................................................................................................41
5.1 Comparação das características dos adolescentes eutróficos e com
sobrepeso................................................................................................................................41
5.2 Respostas metabólicas na sessão de exercício resistido..................................................44
5.3 Respostas cardiovasculares na sessão de exercício resistido..........................................46
5.4 Respostas autonômicas na sessão de exercício resistido................................................48
6. Sumário...............................................................................................................................50
7. Conclusão...........................................................................................................................51
IX
8. Referências.........................................................................................................................52
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 Características antropométricas e da composição corporal entre
adolescentes eutróficos (GC) e com sobrepeso (GSO).....................................................22
TABELA 2 Características cardiorrespiratórias de adolescentes eutróficos (GC) e
com sobrepeso (GSO) em repouso......................................................................................23
TABELA 3 Características metabólicas de adolescentes eutróficos (GC) e com
sobrepeso (GSO) em repouso..............................................................................................23
TABELA 4 Características autonômicas de adolescentes eutróficos (GC) e com
sobrepeso (GSO) em repouso..............................................................................................24
TABELA 5 Carga máxima obtida no teste de uma repetição máxima (1RM) em
diferentes exercícios em adolescentes eutróficos (GC) e com sobrepeso
(GSO).......................................................................................................................................24
TABELA 6 Colesterol total (mg/dL) antes (REP) e após (REC) uma sessão aguda de
exercício resistido em adolescentes eutróficos (GC) e com sobrepeso
(GSO).......................................................................................................................................25
TABELA 7 - Triglicérides (mg/dL) antes (REP) e após (REC) uma sessão aguda de
exercício resistido em adolescentes eutróficos (GC) e com sobrepeso
(GSO).......................................................................................................................................26
TABELA 8 - Lactato sanguíneo (mmol/L) antes (REP), durante (E1 a E5) e após (REC)
uma sessão aguda de exercício resistido em adolescentes eutróficos (GC) e com
sobrepeso(GSO)....................................................................................................................27
TABELA 9 - Glicemia sanguínea (mg/dL) antes (REP), durante (E1 a E5) e após (REC)
uma sessão aguda de exercício resistido em adolescentes eutróficos (GC) e com
sobrepeso (GSO)...................................................................................................................28
XI
TABELA 10 - Pressão arterial sistólica (mmHg) antes (REP), durante (E1 a E5) e após
(REC) uma sessão aguda de exercício resistido em adolescentes eutróficos (GC) e
com sobrepeso (GSO)...........................................................................................................29
TABELA 11 - Pressão arterial diastólica (mmHg) antes (REP), durante (E1 a E5) e após
(REC) uma sessão aguda de exercício resistido em adolescentes eutróficos (GC) e
com sobrepeso (GSO)...........................................................................................................30
TABELA 12 - Freqüência cardíaca (bpm) antes (REP), durante (E1 a E5) e após (REC5
REC30) uma sessão aguda de exercício resistido em adolescentes eutróficos (GC) e
com sobrepeso (GSO)...........................................................................................................31
TABELA 13 - SDNN (ms) antes (REP), durante (E1 a E5) e após (REC5 REC30) uma
sessão aguda de exercício resistido em adolescentes eutróficos (GC) e com sobrepeso
(GSO).......................................................................................................................................32
TABELA 14 - VAR RR (ms) antes (REP), durante (E1 a E5) e após (REC5 REC30) uma
sessão aguda de exercício resistido em adolescentes eutróficos (GC) e com sobrepeso
(GSO).......................................................................................................................................33
TABELA 15 - RMSSD (ms) antes (REP), durante (E1 a E5) e após (REC5 REC30) uma
sessão aguda de exercício resistido em adolescentes eutróficos (GC) e com sobrepeso
(GSO).......................................................................................................................................34
TABELA 16 PNN50 (%) antes (REP), durante (E1 a E5) e após (REC5 REC30) uma
sessão aguda de exercício resistido em adolescentes eutróficos (GC) e com sobrepeso
(GSO).......................................................................................................................................35
TABELA 17 HF (n.u) antes (REP), durante (E1 a E5) e após (REC5 REC30) uma
sessão aguda de exercício resistido em adolescentes eutróficos (GC) e com sobrepeso
(GSO).......................................................................................................................................36
XII
TABELA 18 LF (n.u) antes (REP), durante (E1 a E5) e após (REC5 REC30) uma
sessão aguda de exercício resistido em adolescentes eutróficos (GC) e com sobrepeso
(GSO).......................................................................................................................................37
TABELA 19 LF/HF antes (REP), durante (E1 a E5) e após (REC5 REC30) uma sessão
aguda de exercício resistido em adolescentes eutróficos (GC) e com sobrepeso
(GSO).......................................................................................................................................38
TABELA 20 Correlação entre as variáveis em ambos os grupos em
repouso...................................................................................................................................39
TABELA 21 Correlação entre as variáveis em ambos os grupos durante o exercício
resistido..................................................................................................................................40
XIII
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Avaliação da composição corporal pelo método de dobras
cutâneas.................................................................................................................................14
Figura 2 Avaliação do nível de atividade física através do teste ergoespirométrico em
cicloergômetro.......................................................................................................................15
Figura 3 Avaliação da pressão arterial antes da realização da avaliação do nível de
atividade física.......................................................................................................................16
Figura 4 Avaliação da força máxima no pulley costas através do teste de
1RM.........................................................................................................................................17
Figura 5 Exercício de rosca direta durante a sessão de exercício
resistido..................................................................................................................................18
Figura 6 Aparelhos utilizados para avaliação metabólica..............................................19
Figura 7 Programa HRV Analysis utilizado para mensurar a variabilidade da
freqüência cardíaca antes, durante e depois do exercício................................................21
Figura 8 Colesterol total (mg/dL) antes (REP) e após (REC) uma sessão aguda de
exercício resistido em adolescentes eutróficos (GC) e com sobrepeso
(GSO).......................................................................................................................................25
Figura 9 Triglicérides (mg/dL) antes (REP) e após (REC) uma sessão aguda de
exercício resistido em adolescentes eutróficos (GC) e com sobrepeso
(GSO).......................................................................................................................................26
Figura 10 Lactato sanguíneo (mmol/L) antes (REP), durante (E1 a E5) e após (REC)
uma sessão aguda de exercício resistido em adolescentes eutróficos (GC) e com
sobrepeso(GSO)....................................................................................................................27
XIV
Figura 11 Glicemia sanguínea (mg/dL) antes (REP), durante (E1 a E5) e após (REC)
uma sessão aguda de exercício resistido em adolescentes eutróficos (GC) e com
sobrepeso (GSO)...................................................................................................................28
Figura 12 Pressão arterial sistólica (mmHg) antes (REP), durante (E1 a E5) e após
(REC) uma sessão aguda de exercício resistido em adolescentes eutróficos (GC) e
com sobrepeso (GSO)...........................................................................................................29
Figura 13 Pressão arterial diastólica (mmHg) antes (REP), durante (E1 a E5) e após
(REC) uma sessão aguda de exercício resistido em adolescentes eutróficos (GC) e
com sobrepeso (GSO)...........................................................................................................30
Figura 14 Freqüência cardíaca (bpm) antes (REP), durante (E1 a E5) e após (REC5
REC30) uma sessão aguda de exercício resistido em adolescentes eutróficos (GC) e
com sobrepeso (GSO)...........................................................................................................31
Figura 15 SDNN (ms) antes (REP), durante (E1 a E5) e após (REC5 REC30) uma
sessão aguda de exercício resistido em adolescentes eutróficos (GC) e com sobrepeso
(GSO).......................................................................................................................................32
Figura 16 VAR RR (ms) antes (REP), durante (E1 a E5) e após (REC5 REC30) uma
sessão aguda de exercício resistido em adolescentes eutróficos (GC) e com sobrepeso
(GSO).......................................................................................................................................33
Figura 17 RMSSD (ms) antes (REP), durante (E1 a E5) e após (REC5 REC30) uma
sessão aguda de exercício resistido em adolescentes eutróficos (GC) e com sobrepeso
(GSO).......................................................................................................................................34
Figura 18 PNN50 (%) antes (REP), durante (E1 a E5) e após (REC5 REC30) uma
sessão aguda de exercício resistido em adolescentes eutróficos (GC) e com sobrepeso
(GSO).......................................................................................................................................35
XV
Figura 19 HF (n.u) antes (REP), durante (E1 a E5) e após (REC5 REC30) uma sessão
aguda de exercício resistido em adolescentes eutróficos (GC) e com sobrepeso
(GSO).......................................................................................................................................36
Figura 20 LF (n.u) antes (REP), durante (E1 a E5) e após (REC5 REC30) uma sessão
aguda de exercício resistido em adolescentes eutróficos (GC) e com sobrepeso
(GSO).......................................................................................................................................37
Figura 21 LF/HF antes (REP), durante (E1 a E5) e após (REC5 REC30) uma sessão
aguda de exercício resistido em adolescentes eutróficos (GC) e com sobrepeso
(GSO).......................................................................................................................................38
XVI
LISTA DE ANEXOS
ANEXO 1 Termo de consentimento livre e esclarecido TCLE.....................................61
ANEXO 2 Prancha maturacional de Tanner.....................................................................64
ANEXO 3 Anamnese...........................................................................................................65
1
1. INTRODUÇÃO
Na literatura científica, o sobrepeso e a obesidade se caracterizam pelo acúmulo
excessivo de tecido adiposo, tanto na infância e adolescência quanto na vida adulta (Oliveira
et al., 2004; Marques-Lopes et al., 2004; Sabia et al., 2004; Pitanga & Lessa, 2005; Halpern
et al., 2006). Estudos epidemiológicos têm considerado a obesidade como uma doença
crônica, com crescentes taxas de prevalência, tornando-se assim problema de saúde pública
em países desenvolvidos e em desenvolvimento (Oliveira et al., 2004; Sabia et al., 2004;
Carneiro et al., 2005). Segundo Ronque et al., (2005) a epidemia da obesidade tem crescido
em diferentes populações (crianças, adolescentes, adultos e idosos). Em âmbito nacional, foi
realizada uma pesquisa de saúde e nutrição (PNSN, 1989) com uma amostra de sessenta e
duas mil pessoas de ambos os sexos, utilizando o índice de massa corporal como critério de
avaliação, e estimou-se que vinte e sete milhões (32%) da população brasileira apresentava-
se em estado de peso excessivo (Neutzling et al., 2000).
Estudos indicam que homens e mulheres com gordura corporal acima dos valores
aceitáveis como referência apresentam maiores riscos para doenças crônicas não-
transmissíveis como cardiopatias, acidentes vasculares cerebrais, hipertensão, dislipidemias,
diabetes mellitos, aterosclerose, cálculo biliar, neoplasias, dentre outras (Lima & Glaner,
2006). A topografia da gordura corporal também está fortemente associada ao
desenvolvimento de doença cardiovascular e complicações metabólicas. Segundo Pitanga &
Lessa (2005), a obesidade central mais do que a obesidade generalizada está associada à
doença arterial coronariana (DAC). Para Oliveira et al. (2004), a obesidade na região visceral
abdominal está associada a maiores complicações metabólicas do que a gordura abdominal
subcutânea e periférica.
Em contrapartida, a prática de exercício físico tem sido recomendada como alternativa
na prevenção e no tratamento de tais doenças, uma vez que se tem demonstrado ser efetivo
para redução das taxas de morbi-mortalidade. Assim, pesquisas envolvendo diferentes tipos
de exercício físico têm demonstrado modificações benéficas sobre composição corporal,
perfil lipídico, resistência cardiorespiratória e diminuição de risco de doenças crônico-
degenerativas como obesidade, hipertensão, doenças cardíacas, câncer e diabetes (Prado &
Dantas, 2002; Nieman, 1999; Sabia et al., 2004; Fernandez et al., 2004).
Apesar da existência de evidências que apontam para efeitos positivos do
exercício resistido em diferentes populações, a o presente momento, não foi
demonstrado se o exercício resistido pode contribuir para a redução do peso e fatores
2
de risco associados em adolescentes obesos bem como, as respostas agudas
induzidas por uma única sessão.
3
1.1 OBESIDADE NA ADOLESCÊNCIA
A obesidade na adolescência é considerada uma doença de prevalência crescente
(Sabia et al., 2004). Diversos estudos realizados em capitais, interiores e regiões de todo o
país confirmam esse aumento também em crianças e adolescentes. Um estudo realizado na
cidade de Bragança Paulista, em adolescentes de ambos os sexos de 11 a 18 anos,
demonstrou prevalência de obesidade de 26,0% para aqueles que têm pais obesos (Ramos
& Filho, 2003). Ainda na região sudeste, Oliveira & Veiga (2005), realizaram estudo
transversal com 502 adolescentes de ambos os sexos, de 11 a 15,9 anos em uma escola
pública de baixa renda e escola privada de classe média de um município do Rio de Janeiro.
Utilizando dobras cutâneas do tríceps (DCTR) e da região subescapular (DCSE) e o índice
de massa corporal (IMC), verificou-se na escola pública 9,2% sobrepeso e 9,2% obesos e na
escola particular, 9% e 18,1%, respectivamente.
Sabe-se que o aumento do peso corporal pode ser decorrente de fatores hereditários,
dos hábitos alimentares e do estilo de vida (Carneiro et al., 2005; Ramos & Filho, 2003;
Gorayeb et al., 2005). De acordo com Oliveira & Veiga (2005), o atual hábito alimentar é
influenciado por propagandas e modismos que incentivam o consumo de alimentos de maior
densidade energética. Além disso, estudos relatam diminuição nos níveis de atividade
realizada por crianças e adolescentes. Silva & Malina (2000) avaliaram o nível de atividade
física de 325 meninos e meninas com 14 e 15 anos de idade. Após aplicação do questionário
específico para crianças e adolescentes (PAQ-C), obtiveram como resultados que 85% dos
meninos e 94% das meninas foram classificadas entre muito sedentários e sedentários.
Giugliano & Carneiro (2004) observaram que 75% da rotina das crianças com sobrepeso ou
obesas estão distribuídos em horas de sono e permanência sentadas, demonstrando forte
correlação entre a porcentagem de gordura corporal e o tempo diário de permanência
sentadas. Nesse estudo, foi observado também que os pais das crianças com sobrepeso ou
obesidade apresentaram prevalência de 74,3% dessa morbidade quando comparados com
seus pares do grupo controle (48,2%). Segundo a Sociedade Brasileira de Medicina
Esportiva (1998), a disponibilidade de tecnologia, o aumento da insegurança e a progressiva
redução dos espaços livres nos centros urbanos (onde vive a maior parte das crianças
brasileiras) reduzem as oportunidades de lazer e de uma vida fisicamente ativa, favorecendo
atividades sedentárias, tais como: assistir a televisão, jogar videogames e utilizar
computadores. Todos esses fatores podem alterar o balanço energético, levando à
obesidade assim como o surgimento de fatores de risco associados à mesma.
4
Segundo Carneiro et al., (2005) os adolescentes obesos que permanecerem acima do
peso na idade adulta estarão sujeitos às complicações neuro-metabólicas e endócrinas que
poderão levar ao desenvolvimento de doenças cardiovasculares. Além disso, este grupo de
pacientes apresenta antes mesmo de atingir a maturidade, fatores de risco para
desenvolvimento de doença cardiovascular. Isto pode ocorrer, uma vez que na obesidade
abdominal, a atividade lipolítica celular está aumentada, promovendo maior liberação de
ácidos graxos livres (AGL) na veia porta e expondo o fígado a uma quantidade aumentada
de AGL, o que diminui a extração hepática de insulina e contribui para hiperinsulinemia
sistêmica (Oliveira et al., 2004).
A hiperinsulinemia no indivíduo obeso provoca alterações do perfil lipídico, como
reduções dos níveis das lipoproteínas de alta densidade (HDL-C), e aumento das
lipoproteínas de baixa densidade (LDL-C) (Oliveira et al., 2004). A hiperinsulinemia também
tem um papel importante no desenvolvimento da hipertensão arterial em indivíduos obesos.
Guedes & Guedes (1998) realizaram um estudo que associou a gordura corporal central com
níveis séricos de lipídios/lipoproteínas e pressão arterial, demonstrando correlação entre
LDL-C e de TG com a relação circunferência cintura-qualdril (RCCQ) e entre a pressão
arterial e a RCCQ. Esses dados em conjunto sugerem que tais alterações, quando ocorridas
precocemente em adolescentes obesos pode contribuir para desenvolvimento de doenças
cardiovasculares na idade adulta. Dessa forma, o aumento do peso corporal deve ser
prevenido e/ou tratado desde a infância e adolescência.
Sabe-se de fato, que o sistema nervoso autônomo possui importante atuação no
controle cardiorespiratório e no metabolismo energético. Estudos realizados em animais
sugerem que a obesidade está associada à alteração da atividade nervosa simpática
(Knehans et al., 1983; Levin et al., 1983). O aumento da ingestão de comida e da diminuição
do gasto energético foi correlacionado com diminuição da atividade simpática em diferentes
modelos experimentais de obesidade (Knehans et al., 1983; Levin et al., 1983). Levin et al.,
1983 induziram a obesidade em ratos durante 90 dias, através da alimentação de alta
caloria, que se associou com a diminuição dos níveis de norepinefrina no coração e na aorta.
Segundo Seals & Bell (2004), alterações no controle autonômico que são observadas em
indivíduos obesos promovem diminuição do metabolismo energético basal e como
conseqüência, diminuição do gasto energético. Embora, seja consenso que indivíduos
obesos apresentam disautonomia simpato-vagal, divergentes resultados são encontrados na
literatura. Enquanto alguns estudos demonstram que na obesidade a atividade nervosa
5
simpática está aumentada (Grassi et al., 1999; Rumantir et al., 1999), outros demonstram
menor atividade simpática associada à obesidade (Snitker et al., 2000, Laederach-Hofmann
et al., 2000). Estudo realizado com indivíduos de ambos os sexo com sobrepeso e obesidade
demonstraram relação inversa entre o IMC e a relação cintura quadril com a atividade
simpática mensurada pela VFC (Laederach-Hofmann et al., 2000). Da mesma forma, em
adolescentes obesos, alterações na modulação do SNA são mensuradas, e resultados
diferentes são evidenciados. Yakinsi et al., (2000) demonstraram que jovens obesos
apresentam hipoatividade vagal, sem alteração simpática, enquanto Nagai et al., (2003)
sugerem diminuição da atividade simpato-vagal. outros estudos apontam para
hiperatividade simpática e retirada vagal (Rabbia et al., 2003; Riva et al., 2001). Rabbia et al.,
(2003) comparando um grupo de adolescentes obesos com um grupo eutrófico, observou
que o grupo obeso apresentou maior valor de pressão arterial, de índice glicêmico e de TGL.
Observou ainda, aumento da freqüência cardíaca de repouso, e após análise da VFC no
domínio do tempo e da freqüência em repouso observou um desequilíbrio simpato-vagal,
sugerindo maior atividade simpática.
Os diferentes resultados podem ser explicados pelos métodos de avaliação, diferentes
populações e o curso temporal do desenvolvimento da obesidade. A atividade simpática, por
exemplo, pode ser avaliada de diferentes formas. Os métodos incluem dosagem das
catecolaminas circulantes, avaliação da atividade nervosa simpática por microneurografia e
análise da variabilidade da freqüência cardíaca (VFC) no domínio do tempo e da freqüência
(análise espectral). O estudo da variabilidade da freqüência cardíaca no domínio do tempo e
da freqüência vem sendo utilizado como ferramenta investigativa simples e não-invasiva
direcionada à detecção e ao estudo das disfunções autonômicas cardíacas em diversas
patologias, entre elas a obesidade (Montano, 2002). O estudo no domínio do tempo traz
informações a respeito da variabilidade da freqüência cardíaca total, estimada através das
variações batimento a batimento (Task Force, 1996). Através deste método é possível obter
índices de modulação vagal, como o RMSSD e o pNN50. Já o estudo no domínio da
freqüência tem alcançado considerável interesse por ser um método que estima atividade
neural para oscilações a curto e longo prazo da freqüência cardíaca (De Angelis et al,. 2004).
Com a análise no domínio da freqüência é possível obter índices de modulação nervosa
simpática (LF) e parassimpática (HF) (Task Force, 1996). Os índices autonômicos são
obtidos a partir de bandas de freqüência pré-determinadas. Em indivíduos normais a
variabilidade do intervalo cardíaco ocorre em diferentes faixas de freqüência. Oscilações que
6
ocorrem entre 0,15 a 0,4 Hz são consideradas de alta freqüência (HF) e oscilações que
ocorrem entre 0,03 a 0,15 Hz são consideradas de baixa freqüência (LF) (Task Force, 1996).
As oscilações cardíacas que ocorrem em HF são atribuídas à modulação parassimpática,
uma vez que o componente de alta freqüência é abolido após o bloqueio vagal com o uso de
drogas (Pagani et al., 1994). Por outro lado, as oscilações que ocorrem em LF refletem a
modulação simpática e parassimpática (Pagani et al., 1994). A razão LF/HF tem sido usada
para estimar o balanço entre as duas atividades neurais (balanço simpato-vagal) (Pagani et
al., 1994).
Os primeiros estudos sobre a VFC foram concebidos na década de 60 por Hon e Lee,
mas foi na década de 80 que a VFC foi associada como forte preditor independente para
doenças cardiovasculares (Task Force, 1996). Aplicando a utilização da análise espectral em
obesos jovens, Piccirillo et al., (1996) evidenciou diminuição no componente baixa freqüência
(modulação simpática) e no balanço simpato-vagal durante o repouso, sugerindo diminuição
da modulação autonômica sobre o sistema cardiovascular e maior risco de doença
cardiovascular.
Diante os problemas associados à obesidade, são criadas estratégias de
controle e/ou redução do peso corporal em crianças e adolescentes, sendo o exercício
físico um instrumento utilizado, uma vez que ele atua tanto na diminuição do peso,
como também se mostra um forte opositor ao desenvolvimento de fatores de riscos
cardiovasculares, como da disautonomia simpato-vagal. Dessa forma, entender como
o exercício físico interfere na VFC e sua correlacão com as respostas metabólicas ao
exercício é de suma importância para entendimento do profissional de educação física
e saúde que deseja estudar a população com sobrepeso e obesidade.
7
1.2 EXERCÍCIO FÍSICO E OBESIDADE
Segundo a Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte (1998), o aumento no nível
de atividade física pode contribuir para reduzir a prevalência de sobrepeso e obesidade em
crianças e adolescentes. Além disso, muitos estudos têm demonstrado que o exercício físico
aeróbio pode reduzir a gordura corporal nessa camada da população, com ou sem restrição
específica da dieta (Fernandez et al., 2004). foi demonstrado também que o treinamento
físico pode diminuir os fatores de risco associados à doença cardiovascular, como por
exemplo, na melhora no perfil lipídico (Durstine & Haskell, 1994), melhora na sensibilidade à
insulina (Barbato et al., 2006), na intolerância à glicose e aprimoramento da captação de
glicose muscular (Holloszy et al., 1986; Morgado & Schneider, 1991), redução dos níveis
pressóricos em indivíduos obesos e hipertensos (Paffenbarger, Jr. et al., 1991).
Embora o exercício aeróbio venha sendo recomendado para alcançar os objetivos
citados acima, investigações e recomendações atuais de diretrizes de exercícios indicam a
inclusão de treinamento resistido para pessoas de todas as idades e para muitos pacientes
com doenças crônicas, como obesidade (Pollock et al., 2000; ACSM, 2003). Da mesma
forma, a Associação Nacional de Força e Condicionamento, a Sociedade Ortopédica
Americana para Medicina do Esporte e a Academia Americana de Pediatria fazem
recomendações da adoção do exercício resistido em crianças e adolescentes (Fleck &
Kraemer, 2002). Além disso, atualmente é crescente a popularização do exercício resistido
em diversos segmentos tais como, o alto rendimento, na estética e na saúde como
prevenção de doenças. Portanto, o exercício resistido tem sido adotado para populações
especiais como, hipertensos, cardiopatas, diabéticos e obesos. Todavia, a literatura cientifica
é limitada na produção de estudos que comprovem os efeitos positivos dos exercícios
resistidos para as diferentes populações. Assim, torna-se importante conduzir estudos com o
objetivo de melhor entender quais os efeitos agudos e crônicos do exercício resistido sobre o
organismo de diferentes tipos de doença.
Além de evitar a diminuição da massa muscular, favorecendo a melhora na força e na
resistência muscular (Fleck & Kraemer 2002), evidências recentes demonstram que o
treinamento através de exercício resistido pode auxiliar no controle lipídico (Wallace et al.,
1991 apud Prado & Dantas, 2002), glicêmico e insulinêmico, no controle da pressão arterial
(Mediano et al., 2005) e na redução do peso corporal (Hauser et al., 2004).
Alterações cardiorespiratórias e metabólicas também podem ser observadas de
maneira aguda após o término de uma sessão de exercício físico. Os efeitos agudos
8
imediatos ocorrem nos períodos peri e pós-imediato do exercício físico, como elevação da
freqüência cardíaca, ventilação pulmonar e sudorese. Mesmo com o ajuste autonômico, a
freqüência cardíaca pós-exercício permanece acima dos valores de repouso por um relativo
período de tempo (Brown et al., 1993; Carter et al., 1999; Takahashi et al., 2000). A
variabilidade da FC, que estava diminuída durante o exercício, é gradualmente recuperada
durante a recuperação de uma sessão de exercício, (Oida et al., 1997; Salinger et al., 1998;
Kluess et al., 2000). Javorka et al., (2002) estudaram 17 homens jovens com IMC de
23,9±0,5kg/m² e demonstraram que elevação da variabilidade da FC ocorre principalmente
até trinta minutos após o término do exercício em humanos. No entanto, após esse período,
a variabilidade da FC continua diminuída em relação aos valores de repouso. Tal resposta é
acompanhada do aumento do componente de alta freqüência (que reflete a atividade vagal)
e do componente de baixa freqüência (atividade vagal e simpática) durante a recuperação.
Esses dados sugerem que atividade vagal tende a ser estabelecida durante a recuperação
pós-exercício sem grandes alterações no componente simpático. No entanto, não existem
evidências da recuperação da FC e da modulação simpato-vagal pós-exercício em
adolescentes com sobrepeso e/ou obesos.
Evidências também sugerem que a prática de exercício resistido promove redução dos
níveis pressóricos no período pós-exercício em indivíduos que apresentam aumento da PA
em repouso. Em um estudo realizado por Mediano et al., (2005) avaliou-se o efeito agudo do
exercício resistido sobre a PA em hipertensos. Fizeram parte da amostra 20 sujeitos de
ambos os sexos entre 18 e 61 anos. Foi verificado diminuição significativa da pressão arterial
sistólica (durante 60 minutos pós-exercício) e na diastólica (no trigésimo e qüinquagésimo
minuto s-exercício) no grupo que realizou 3 ries de 10 repetições, sugerindo efeito
hipotensor do exercício resistido sobre a PA. No entanto, o efeito do uso de exercício
resistido para redução da PA em indivíduos que apresentam aumento da pressão arterial em
repouso não é consenso na literatura (Hagberg et al., 2000; Kelley & Kelley, 2000). Dessa
forma, nas últimas décadas o interesse científico tem se voltado para análise dos efeitos
cardiovasculares do exercício resistido, principalmente no seu controle hemodinâmico (Forjaz
et al., 2003). Segundo Forjaz & Tinucci (2003), tais respostas dependem do tipo de exercício
(isotônico ou isométrico), da massa muscular envolvida, do tempo de trabalho e da
intensidade do exercício.
Nos exercícios isométricos, caracterizados por contração muscular sem movimento
articular, observa-se elevação exacerbada da pressão arterial, desencadeada por aumento
9
da resistência vascular e discreto aumento do débito cardíaco. Esses efeitos ocorrem uma
vez que a contração muscular mantida durante o exercício isométrico promove obstrução
mecânica do fluxo sanguíneo muscular, fazendo com que os metabólitos produzidos durante
a contração se acumulem e ativem quimiorreceptores musculares, aumentando assim a
modulação simpática (Forjaz et al., 2003). Estudo realizado por Ribeiro et al., (2005),
demonstrou que o grupo de crianças obesas apresentou maior aumento de pressão arterial
durante o exercício isométrico (handgrip) quando comparado ao grupo controle.
Nos exercícios isotônicos, caracterizados por contração muscular com movimento
articular, não ocorre obstrução mecânica do fluxo sanguíneo, e o aumento da pressão arterial
é menos exarcebada, uma vez que a produção de metabólitos musculares promove
vasodilatação na musculatura ativa, gerando redução da resistência vascular periférica.
Assim, durante os exercícios isotônicos observa-se aumento da pressão arterial sistólica e
manutenção ou redução da diastólica (Forjaz et al., 1998). No entanto, também é observado
aumento da atividade nervosa simpática que promove aumento da freqüência cardíaca, do
volume sistólico e do débito cardíaco. Essas respostas são tanto maiores quanto maior for à
intensidade do exercício, mas não se alteram com a duração do exercício, caso ele seja
realizado numa intensidade inferior ao limiar anaeróbio (Forjaz & Tinucci, 2003). Quando são
feitos com intensidade leve (40 a 60% da carga voluntária máxima CVM), várias repetições
podem ser realizadas e o resultado será o aumento da resistência da musculatura envolvida
no exercício. Por outro lado, quando os exercícios são realizados com intensidades maiores
(acima de 70% da CVM), o número de repetições não pode ser muito alto (8 a 12) e obtém-
se como resultado do exercício o aumento da massa muscular e da força da musculatura
envolvida no exercício (Forjaz et al., 2003).
Embora as respostas metabólicas e hemodinâmicas aos exercícios isotônicos e
isométricos sejam bem características, na prática diária os exercícios executados
apresentam componentes isotônicos e isométricos, de modo que tais respostas a esses
exercícios dependem da contribuição de cada um desses componentes. Nesse sentido, os
exercícios resistidos possuem papel de destaque, pois quando executados em altas
intensidades, apesar de serem feitos de forma isotônica apresentam componente isométrico
bastante elevado (Forjaz et al., 2003), fazendo com que a resposta cardiovascular durante
sua execução assemelhe-se àquela observada com exercícios isométricos, ou seja, aumento
da freqüência cardíaca e, principalmente, aumento exacerbado da pressão arterial, que se
amplia à medida que o exercício vai sendo repetido (Brum et al., 2004).
10
Mesmo que o exercício físico resistido venha sendo recomendado para
diferentes faixas etárias e populações, todavia, tratando-se de adolescentes com
sobrepeso ou obesos a literatura mostra-se bastante limitada. Apesar da existência de
evidências que apontam para efeitos positivos do exercício resistido em diferentes
populações, até o presente momento, não foi demonstrado quais o as respostas
metabólicas e hemodinâmicas agudas associadas ao comportamento da variabilidade
da freqüência cardíaca em adolescentes com sobrepeso e/ou obesos. Considerando
que o sistema nervoso autônomo é um importante regulador da função cardiovascular
e do controle do metabolismo energético, torna-se importante avaliar tal resposta.
Acreditamos na hipótese de que durante a recuperação após exercício, o grupo de
indivíduos com sobrepeso pode apresentar modulação simpática aumentada quando
comparado ao grupo controle, e que tal resposta pode retardar a recuperação da
freqüência cardíaca pós-exercício e do comportamento metabólico. Os dados obtidos
no presente projeto podem fornecer informações importantes para subsidiar
profissionais da área de saúde quanto ao controle e efeitos específicos desta
intervenção no tratamento do sobrepeso e da obesidade.
11
2. OBJETIVOS
2.1 OBJETIVO GERAL
O objetivo geral do presente estudo foi avaliar e comparar as respostas agudas
metabólicas, cardiovasculares e autonômicas frente a uma sessão de exercício resistido em
adolescentes com sobrepeso e eutróficos.
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Os objetivos específicos do presente projeto foram analisar e comparar antes, durante
e após a sessão de exercício resistido (60% de 1RM):
a influência do exercício sobre o metabolismo glicêmico, perfil lipídico e do lactato em
ambos os grupos.
a influência do exercício sobre a freqüência cardíaca, pressão arterial sistólica e
diatólica.
a influência do exercício sobre a Variabilidade da freqüência cardíaca no domínio do
tempo (VAR RR, SDNN, RMSSD e PNN50) em ambos os grupos.
a influência do exercício sobre a Variabilidade da freqüência cardíaca no domínio da
freqüência (HF, LF e LF/HF) em ambos os grupos.
12
3. MATERIAIS E MÉTODOS
Este estudo apresenta-se como uma pesquisa direta, quantitativa, utilizando o método
experimental, pois pretende comparar variáveis relacionadas com o objeto de estudo (Mattos
et al., 2004).
O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa COEP da
Universidade São Judas Tadeu com o protocolo de número 007/2007.
3.1 AMOSTRA
Para o desenvolvimento dessa pesquisa, foram selecionados por meio de uma
amostra não-probabilística 16 adolescentes, voluntários, fisicamente ativos, residentes da
cidade de São Paulo. O recrutamento desses adolescentes foi mediado pelo pesquisador
que realizava o convite direto ou junto aos pais dos adolescentes. Participaram do estudo
meninos que estivessem realizando algum tipo de exercício físico regular, dessa forma,
alunos de academia, atletas de judô dentre outros adolescentes compuseram a amostra que
foi dividida em dois grupos distintos: Grupo controle (GC=9) e Grupo sobrepeso (GSO=7).
Foram estabelecidas como critérios de inclusão as seguintes condições:
a) assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido (TLCE) (anexo 1);
b) ambos os grupos do gênero masculino;
c) apresentarem-se sobre o estágio pós-púbere da maturação sexual através da
prancha de Tanner (Tanner, 1962 Apud Guedes, 1998) (anexo 2);
d) possuírem pontos de corte para o IMC valores de percentis de 15 até 75 para o GC
e igual ou maior que o percentil 85 a 90 para o GSO (WHO, 1995);
e) apresentarem VO
2máx
35ml/Kg/min. Segundo Pitanga, 2005 dados de pesquisa
mostram que aqueles sujeitos classificados como ativos devem ter capacidade aeróbia maior
que 35ml/kg/min para que esta seja considerada uma boa aptidão. Esse foi o critério adotado
nesse estudo.
Como critérios de exclusão do presente estudo foram definidos:
a) a ingestão de qualquer medicamento ou substância que pudesse comprometer as
respostas metabólicas, cardiovasculares e/ou hemodinâmicas;
b) qualquer contra-indicação dica que pudesse comprometer a execução do
exercício resistido.
13
Os dados pessoais dos voluntários que compuseram a amostra foram mantidos em
sigilo e os resultados obtidos por meio da pesquisa foram utilizados apenas para alcançar os
objetivos do trabalho, expostos a seguir incluídos sua publicação na literatura científica
especializada.
3.2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Após realização da palestra informativa sobre os objetivos, procedimentos e
importância da pesquisa e assinatura do TCLE pelos pais, os sujeitos selecionados
passaram por várias etapas que consistiram em: anamnese, avaliação antropométrica e
composição corporal, nível de atividade física e avaliação da força máxima.
Anamnese
Foi realizada uma entrevista através de uma anamnese para obtenção de dados
pessoais, dados familiares e possíveis fatores de risco para saúde e exercício (anexo 3).
Avaliação antropométrica e composição corporal
A análise da composição corporal foi realizada por um profissional habilitado onde
foram determinados os seguintes procedimentos:
a) estatura (m) utilizando um estadiômetro de marca Filizola;
b) massa corporal total (kg) utilizando uma balança de marca Filizola;
c) índice de massa corporal (IMC) onde foi calculado a partir do peso(kg)/estatura²(m);
d) circunferência da cintura (CC) em (cm) onde se mensurou os indivíduos em posição
ortostática, com abdômen relaxado utilizando a fita métrica de marca Sanny metálica e
flexível posicionada no plano horizontal, ao nível natural da cintura, na porção mais estreita
do tronco (Pitanga, 2005);
e) circunferência do quadril (CQ) em (cm) onde os indivíduos permaneceram na
mesma posição e a fita foi posicionada no plano horizontal, ao nível de maior circunferência
da região glútea (Pitanga, 2005);
f) relação cintura quadril (RCQ) foi calculado entre a razão da CC/CQ;
g) dobras Cutâneas (DC) em (mm) foram mensuradas na região do tríceps braquial e
subescapular com o uso de um adipômetro de marca Sanny e pressão constante de 10
g/mm2. Para o cálculo da composição corporal utilizamos o protocolo específico para
crianças e adolescentes proposto por Slaughter et al., (1988) apud Pitanga, (2005);
14
h) A bioimpedância (Modelo Biodynamics, 450) é um método não invasivo, rápido,
com boa sensibilidade, indolor, relativamente preciso, que também foi utilizado para avaliar a
composição corporal. Orientamos aos sujeitos para seguirem os seguintes procedimentos de
acordo com o que é preconizado para realização da bioimpedância: suspensão do uso de
medicamentos diuréticos de 24 horas a 7 dias antes do teste; jejum de pelo menos 4 horas;
estar em abstinência alcoólica 48 horas; evitar o consumo de cafeína 24 horas antes do
teste; não ter praticado atividade física intensa nas últimas 24 horas (Pitanga, 2005). Esses
critérios foram facilmente aplicados, que, os participantes não utilizavam nenhum tipo de
medicamento e não faziam uso de bebidas alcoólicas.
Figura 1 Avaliação da composição corporal pelo método de dobras cutâneas.
Nível de atividade física
Para avaliar o nível de atividade sica utilizamos o teste ergoespirométrico estimando
de forma direta a capacidade aeróbia dos sujeitos. Este foi executado para a obtenção do
consumo máximo de oxigênio (VO
2máx
) utilizando a bicicleta ergométrica modelo CIBEX THE
BIKE. Antes de iniciar o teste foi treinado com o sujeito um sinal para interromper o teste a
qualquer momento. Utilizamos a escala de Borg para avaliar a percepção do esforço durante
o teste. O protocolo utilizado foi iniciado com 30 watts e aplicado a cada minuto (60s) uma
sobrecarga de 15 ou 30 watts de acordo com a massa corporal do sujeito. Os adolescentes
iniciaram o teste pedalando na bicicleta anteriormente descrita, mantendo uma velocidade
constante de 30 Km/h, e o incremento em watts foi aplicado a cada minuto até que fosse
atingido a FC submáxima predita para maior segurança dos avaliados. As variáveis
ventilatórias foram obtidas pelo método de mensuração das trocas gasosas respiratórias com
15
um sistema metabólico (VO2000 Imbrasport) computadorizado. A FC foi monitorada durante
todo o teste através de uma fita Polar presa no tronco do adolescente. A pressão arterial
(PA) foi mensurada a cada 3 minutos pelo método auscultatório através do uso de
esfignomanômetro aneróide de manguito da marca Missouri® (conforme especificações da
Sociedade Britânica de Hipertensão, 2004) e estetoscópio em perfeita condição para medida
da PA. Todas as medidas hemodinâmicas foram realizadas por um mesmo avaliador e em
conformidade com as orientações da Sociedade Brasileira de Hipertensão (2000) e IV
Diretrizes Brasileiras de Hipertensão (2002) para as medidas em repouso. O teste foi
acompanhado por um médico que fez o monitoramento do eletrocardiograma (ECG).
Figura 2 Avaliação do nível de atividade física através do teste
ergoespirométrico em cicloergômetro.
Avaliação Hemodinâmica em repouso
Os parâmetros hemodinâmicos avaliados foram a PAS, PAD e a FC. O aparelho
utilizado como padrão de referência para a medida da PA neste estudo, foi previamente
inspecionado pelo INMETRO e devidamente calibrado. A pressão arterial foi avaliada pelo
método auscultatório através do uso de esfignomanômetro aneróide de manguito da marca
Missouri® e estetoscópio em perfeita condição para medida da PA na posição sentada após
10 minutos de repouso. Todas as medidas hemodinâmicas foram realizadas por um mesmo
avaliador e em conformidade com as orientações da V Diretriz Brasileira de Hipertensão
Arterial, 2006 para as medidas em repouso e em conformidade com as orientações do
American College Sports Medicine (2003) para a verificação da PA e FC durante exercício. A
16
FC foi monitorada através da utilização de um frequencímetro da marca Polar modelo
S810. Ambos os procedimentos foram coletados após 10 minutos de repouso.
Figura 3 Avaliação da pressão arterial antes da realização da avaliação do nível
de atividade física.
Avaliação da Força Máxima
Com no máximo sete e mínimo de três dias antes da realização da sessão de
exercício resistido, cada participante foi submetido a um teste de uma repetição máxima
(1RM) para os seguintes exercícios: supino inclinado, pressão de pernas (leg-press), puxador
no pulley, extensão do joelho (cadeira extensora) e rosca bíceps. De acordo com a literatura,
esse teste vem sendo utilizado freqüentemente para avaliação da força máxima, uma vez
que se trata de método prático, de baixo custo e aparentemente seguro para todas as
populações (Dias et al., 2005). Cada exercício foi precedido de um aquecimento (6 a 10
repetições) com 50% da carga a ser utilizada na primeira tentativa do 1RM. Caso o indivíduo
completasse duas repetições, a tentativa seria anulada e após 3 a 5 minutos de intervalo
seria realizada uma nova tentativa de um ximo de cinco tentativas. Após o indivíduo ter
atingido a carga máxima, foi calculada a carga de execução para a sessão de exercício
resistido. Antes da realização do teste de 1RM, todos os participantes foram familiarizados
com os movimentos através de sessões em dias anteriores (3 séries, 20 repetições para
cada exercício com o mínimo de peso). Dias et al,. (2005) estudando o processo de
familiarização com os procedimentos do teste de 1RM, concluíram que a força pode ser
subestimada por aqueles que não passam por esse processo. Também durante o processo
17
de familiarização simulamos as coletas freqüência cardíaca, pressão arterial e dos
componentes metabólicos. Estes procedimentos foram realizados na sala de musculação da
Universidade São Judas Tadeu.
Figura 4 Avaliação da força máxima no pulley costas através do teste de 1RM.
3.3 PROTOCOLO DO EXERCÍCIO RESISITIDO
A sessão de exercício resistido foi realizada quarenta e oito horas após o teste de
carga máxima. Antes da sessão foi realizado um aquecimento através de alongamento para
os grupos musculares que seriam posteriormente solicitados com tempo de permanência de
quinze segundos (15’’) para cada posição. Os participantes foram submetidos a cinco
diferentes exercícios sempre na mesma ordem apresentada a seguir: supino vertical (E1),
pressão de pernas (leg-press) (E2), puxador no pulley (E3), extensão de joelhos (cadeira
extensora) (E4) e rosca bíceps (E5), realizados com sobrecarga de 60% da força máxima
(obtida através do teste de 1RM), com 3 séries para cada exercício e 15 repetições para
cada série, com um intervalo de 45 segundos entre as séries e 90 segundos entre cada
exercício (Rezk et al., 2006). O tempo total da sessão de exercício foi de trinta minutos. Dez
minutos antes, durante os intervalos entre os exercícios e até 30 minutos após a realização
da sessão de exercício resistido os seguintes parâmetros foram obtidos, para posterior
análise: medidas metabólicas, medidas hemodinâmicas, variabilidade da freqüência cardíaca
(VFC) e índices de modulação autonômica.
18
Figura 5 Exercício de rosca direta durante a sessão de exercício resistido.
Avaliações metabólicas
Os parâmetros metabólicos avaliados foram glicemia, concentração de lactato,
colesterol total e triglicérides plasmáticos. A glicemia, os triglicérides (TG) e o colesterol total
(CT) plasmáticos foram medidos através do uso do de fitas reagentes e do aparelho de GCT
da Accutrend Roche. As medidas de lactato sanguíneo foram realizadas com o uso de fitas
reagentes e lactímetro (Aparelho Acuttrend Roche). As coletas durante a sessão de exercício
resistido se procederam da seguinte forma: o TG e o CT foram coletados após 10 minutos de
repouso e ao final dos 30 minutos de recuperação. A glicemia e o lactato foram coletados
após 10 minutos de repouso, nos intervalos entre os exercícios e após 30 minutos de
recuperação.
19
Figura 6 Aparelhos utilizados para avaliação metabólica.
Medidas Hemodinâmicas durante a sessão de Exercício
Os parâmetros hemodinâmicos avaliados foram a PAS, PAD e a FC utilizando os
métodos descritos anteriormente. Ambos os procedimentos foram coletados após 10 minutos
de repouso, nos intervalos entre os exercícios e após 30 minutos de recuperação.
Variabilidade da Freqüência Cardíaca (VFC) e Índices de Modulação Autonômica
A VFC foi obtida através do registro do intervalo R-R (IP, ms) durante os 10 minutos
contínuos de repouso, a cada 90 segundos de intervalo entre os exercícios e continuamente
durante 30 minutos de recuperação. Este procedimento foi realizado através da utilização de
um frequencímetro da marca Polar modelo S810. Diversos estudos têm empregado tal
instrumento para o estudo da VFC no domínio do tempo e da freqüência (Soares et al., 2005,
Brunetto et al., 2005). Brunetto et al., estudou a VFC no domínio do tempo e da freqüência
em adolescentes obesos e não-obesos submetidos a inclinação da mesa de tilt a 70º. Este
método foi validado através da comparação com a eletrocardiografia padrão (Loimala et al.,
1999). O cinto transmissor detecta o sinal eletrocardiográfico batimento-a-batimento e o
transmite através de uma onda eletromagnética para o receptor de pulso Polar, onde essa
informação é digitalizada, exibida e arquivada. Esse sistema detecta a despolarização
ventricular, correspondente à onda R do eletrocardiograma, com uma freqüência de
amostragem de 500 HZ e uma resolução temporal de 1 ms (Ruha et al., 1997). Os arquivos
de registro foram transferidos para o Polar Precision Performance Software através da
Interface Infrared, ou IrDA, que permite a troca bidirecional de dados de exercício com um
20
microcomputador para posterior análise da variabilidade do intervalo de pulso cardíaco nas
diferentes situações registradas. Após aquisição e armazenamento dos dados no
computador os intervalos R-R (IP) provenientes do frequencímetro foram convertidos e
armazenados em arquivos Excel, utilizados posteriormente para análise da VFC. Foi
realizada uma verificação por inspeção visual, para identificar e/ou corrigir alguma marcação
não correta. Em seguida foi gerada a série temporal de cada sinal a ser estudado, no caso, o
intervalo de pulso cardíaco (tacograma). As variâncias das séries de IP foram avaliadas no
domínio do tempo e no domínio da freqüência (Malliani et al., 1991). O espectro de cada
segmento foi calculado (LEVINSON-DURBIN) e a ordem do modelo foi escolhida de acordo
com o critério de Akaike. A análise da VFC no domínio do tempo pode fornecer índices de
variabilidade total (VAR RR), o desvio padrão dos intervalos de pulso normais (SDNN) e
ainda, expressando modulação vagal, como o cálculo da raiz quadrada da média do
quadrado das diferenças entre intervalos RR normais adjacentes (RMSSD), expressa em
milessegundos e a percentagem de intervalos RR adjacentes com diferença de duração
superior a dez milessegundos pNN50 (Task Force, 1996). A análise da VFC no domínio da
freqüência pode fornecer índices de modulação simpática (LF) e parassimpática (HF) (Task
Force, 1996). Para tal, foi utilizado o método transformada rápida de Fourier (FFT) para
análise da potência espectral que foi integrada em três faixas de freqüência de interesse:
altas freqüências (HF) entre 0,15 e 0,4 Hz; baixas freqüências (LF) entre 0,03 e 0,15 Hz e
muito baixas freqüências (VLF) menores que 0,03 Hz. A análise espectral da respiração foi
utilizada como padrão de controle, para delimitação das bandas de freqüências. Como a
respiração trabalha na banda de HF (0.2Hz), essa informação é importante para que o sinal
respiratório não influencie o componente simpático, presente na banda de HF (Soares et al.,
2005).
21
Figura 7 Programa HRV Analysis utilizado para mensurar a variabilidade da
freqüência cardíaca antes, durante e depois do exercício.
3.4 ANÁLISE DOS DADOS
Os resultados são apresentados como média ± erro padrão. Foi utilizado o teste
Kolmogorov and Smirnov para verificar a distribuição da amostra. Foi aplicado para comparar
os valores médios das variáveis de critério de inclusão o teste t de studant pareado. O teste
de análise de variância (ANOVA) de dois fatores para medidas repetidas seguido de post-hoc
Newman Keuls foi devidamente aplicado para análise das variáveis durante a sessão de
exercício resistido. Correlação de Pearson entre as variáveis foram realizadas. Valores de
p<0,05 foram considerados significativos.
22
4. RESULTADOS
4.1 VARIÁVEIS ANALISADAS COMO CRITÉRIOS DE INCLUSÃO
Ambos os grupos apresentaram semelhança na idade, no estágio maturacional, na
estatura e no nível de atividade física expresso pelo VO
2máx
. Foi observado maior peso
corporal, IMC, circunferência da cintura e do quadril no GSO. Na composição corporal
avaliada pelo método de bioimpedância tetrapolar, observamos maior massa magra absoluta
no GSO, porém, quando corrigido pelo peso corporal, o GC apresentou maior quantidade de
massa muscular. O grupo sobrepeso apresentou maior massa de gordura absoluta e
percentual quando comparado ao grupo controle (tabela 1).
TABELA 1 Características antropométricas e da composição corporal entre
adolescentes eutróficos (GC) e com sobrepeso (GSO).
Variáveis
GC
GSO
N
9
7
Idade (anos)
16,2±0,4
16,4±0,6
Estágio Maturacional (Tanner)
3,9±0,2
3,6±0,2
Peso Corporal (Kg)
63,6±1,7
82,2±1,6*
Altura (m)
1,7
1,7
IMC (Kg/m²)
21,9±0,6
27,2±0,4*
Massa Magra (Kg)
55,2±1,5
61,5±2,5*
Massa Magra (%)
86,5±1,4
74,7±2,1
Massa Gorda (Kg)
8,6±1
20,7±1,5*
Massa Gorda (%)
13,4±1,4
25,3±2,1*
Circunferência da Cintura (cm)
67,9±0,7
83,8±1,8*
Circunferência do Quadril (cm)
88±0,6
96,9±0,7*
Relação Cintura / Quadril
0,77±0,01
0,87±0,02*
DOC TR (mm)
10,6±1,1
17,4±0,7*
DOC SE (mm)
9,7±0,5
10,2±2,3*
Os valores representam média ± erro padrão; * p < 0,05 vs. Controle.
Nas variáveis hemodinâmicas foi observado diferença apenas na FC de repouso. O
GSO apresentou maior valor comparado ao GC. A pressão arterial sístolica e diástólica não
23
foram diferentes entre os grupos. O GSO apresentou maior valor de FC de repouso quando
comparado ao GC. O consumo máximo de oxigênio foi semelhante entre os grupos (tabela
2).
TABELA 2 Características cardiorrespiratórias de adolescentes eutróficos (GC) e
com sobrepeso (GSO) em repouso.
Variáveis
GC
GSO
Pressão Arterial Sistólica (mmHg)
108±4,1
116±3
Pressão Arterial Diastólica (mmHg)
71,3±2,3
73,7±1,2
Freqüência Cardíaca de Repouso (bpm)
67,2±1,7
73,4±2,2*
Consumo Máximo de Oxigênio (ml/Kg/min)
56,9±0,6
56,1±0,6
Os valores representam média ± erro padrão; * p < 0,05 vs. Controle.
Foi observado no GSO menor valor de colesterol total quando comparado ao GC. O
GSO apresentou maior nível glicêmico quando comparado ao GC. Nas demais variáveis
metabólicas não foram observadas diferenças significativas entre os grupos (tabela 3).
TABELA 3 Características metabólicas de adolescentes eutróficos (GC) e com
sobrepeso (GSO) em repouso.
Variáveis
GC
GSO
Colesterol total
145±5
114±13*
Triglicérides
107±13
98±7
Lactato
2,9±0,3
3,2±0,2
Glicemia
86±4
111±8*
Os valores representam média ± erro padrão; * p < 0,05 vs. Controle.
As características autonômicas da amostra do presente estudo são demonstradas na
tabela 4. Tanto no domínio do tempo quanto no domínio da freqüência, não foram
observados diferenças em repouso.
24
TABELA 4 Características autonômicas de adolescentes eutróficos (GC) e com
sobrepeso (GSO) em repouso.
Variáveis
GC
GSO
SDNN
56±8
48±5
VAR RR
2524±438
2523±481
RMSSD
45±9
43±7
PNN50
17±4
13±4
HF
26±3
33±6
LF
73±3
66±6
LF/HF
3,6±1
3,2±1
Os valores representam média ± erro padrão.
Na tabela 5 observamos os resultados da carga máxima de ambos os grupos. Em
todos os exercícios não foi observado diferença de força máxima em 1RM em GC e GSO.
TABELA 5 Carga máxima obtida no teste de uma repetição máxima (1RM) em
diferentes exercícios em adolescentes eutróficos (GC) e com sobrepeso (GSO).
Teste de Força Máxima
GC
GSO
Supino Inclinado (lbs)
113±4
111±11
Leg Press (lbs)
191±4
172±16
Pulley Costas (lbs)
141±6
127±11
Cadeira Extensora (lbs)
151±9
155±18
Rosca Direta (Kg)
29±2
27±3
Os valores representam média ± erro padrão.
25
4.2 RESPOSTAS AGUDAS AO EXERCÍCIO RESISTIDO
4.2.1. RESPOSTAS METABÓLICAS
Após jejum de 2 horas foram iniciadas as coletas de repouso antes da execução do
exercício resistido. A tabela 6 (figura 8) apresenta o comportamento do colesterol total antes
e após 30 minutos de recuperação da sessão de exercício. Não foi observada diferença
estatística entre os momentos e entre os grupos.
TABELA 6 Colesterol total (mg/dL) antes (REP) e após (REC) uma sessão aguda de
exercício resistido em adolescentes eutróficos (GC) e com sobrepeso (GSO).
Grupo
REP
REC
GC
145±5
143±6
GSO
114±13
113±13
Os valores representam média ± erro padrão.
Figura 8 Colesterol total (mg/dL) antes (REP) e após (REC) uma sessão aguda
de exercício resistido em adolescentes eutróficos (GC) e com sobrepeso (GSO).
0
20
40
60
80
100
120
140
160
REP REC
Colesterol Total (mg/dl)
GC
GSO
26
A concentração de triglicérides sanguíneo foi semelhante entre os grupos. Tais
resultados podem ser observados na tabela 7 (figura 9).
TABELA 7 - Triglicérides (mg/dL) antes (REP) e após (REC) uma sessão aguda de
exercício resistido em adolescentes eutróficos (GC) e com sobrepeso (GSO).
Grupo
REP
REC
GC
107±13
109±15
GSO
98±7
99±9
Os valores representam média ± erro padrão.
Figura 9 Triglicérides (mg/dL) antes (REP) e após (REC) uma sessão aguda de
exercício resistido em adolescentes eutróficos (GC) e com sobrepeso (GSO).
0
20
40
60
80
100
120
REP REC
Triglicérides (mg/dl)
GC
GSO
27
Os valores de lactato sanguíneo obtidos durante o repouso, exercício e recuperação
são apresentados na tabela 8 (figura 10). Foi observado no GC aumento significativo em
relação ao repouso apenas após exercícios 4 e 5, não havendo diferença na recuperação.
Nos adolescentesdo GSO houve aumento a partir do terceiro exercício até o quinto. Na
recuperação o GSO diminuiu a concentração de lactato sanguíneo sem diferenças entre o
valor de repouso. Não foi observada diferença entre os grupos.
TABELA 8 - Lactato sanguíneo (mmol/L) antes (REP), durante (E1 a E5) e após (REC)
uma sessão aguda de exercício resistido em adolescentes eutróficos (GC) e com
sobrepeso(GSO).
Grupo
REP
E1
E2
E3
E4
E5
REC
GC
2,9±0,3
6,1±0,9
5,7±1,1
5,5±0,5
8,3±1,2*
10,5±1,1*
4,6±0,3
GSO
3,2±0,2
4,7±0,7
6,0±0,7
7,5±0,7*
8,3±1,5*
8,1±1,3*
4,4±0,4
Os valores representam média ± erro padrão, * p < 0,05 vs. REP.
Figura 10 Lactato sanguíneo (mmol/L) antes (REP), durante (E1 a E5) e após
(REC) uma sessão aguda de exercício resistido em adolescentes eutróficos (GC)
e com sobrepeso(GSO) onde, * p<0,05 vs. REP.
*
*
*
*
*
0
2
4
6
8
10
12
14
REP E1 E2 E3 E4 E5 REC
Lactato (mmol/L)
GC
GSO
28
O comportamento da glicemia antes, durante e após a sessão de exercício resistido
está representado na tabela 9 (figura 11). A glicemia manteve-se estável em todos os
momentos no GC. No GSO houve uma diminuição desde o primeiro até o quinto exercício.
Após a recuperação de 30 minutos, os valores retornaram aos valores de repouso. Não foi
observada diferença entre os grupos.
TABELA 9 - Glicemia sanguínea (mg/dL) antes (REP), durante (E1 a E5) e após (REC)
uma sessão aguda de exercício resistido em adolescentes eutróficos (GC) e com
sobrepeso (GSO).
Grupo
REP
E1
E2
E3
E4
E5
REC
GC
86±4
84±2
82±2
84±1
87±1
88±2
86±3
GSO
111±8
98±3*
88±3*
87±3*
87±4*
85±4*
105±3
Os valores representam média ± erro padrão, * p < 0,05 vs. REP.
Figura 11 Glicemia sanguínea (mg/dL) antes (REP), durante (E1 a E5) e após
(REC) uma sessão aguda de exercício resistido em adolescentes eutróficos (GC)
e com sobrepeso (GSO) onde, * p<0,05 vs. REP.
*
*
*
*
*
0
20
40
60
80
100
120
140
REP E1 E2 E3 E4 E5 REC
Glicemia (mg/dl)
GC
GSO
29
4.2.2 VARIÁVEIS CARDIOVASCULARES
A tabela 10 (figura 12) mostra o comportamento da PAS. No GC pode-se observar
aumento significativo da PAS em relação ao repouso a partir do segundo até o quinto
exercício. Na recuperação, os valores pressóricos voltaram aos valores de repouso. No GSO
a PAS se comportou de maneira semelhante, ou seja, aumentou do segundo ao quinto
exercício, restabelecendo valores iguais ao de repouso na recuperação. Não foi observada
diferença entre os grupos.
TABELA 10 - Pressão arterial sistólica (mmHg) antes (REP), durante (E1 a E5) e após
(REC) uma sessão aguda de exercício resistido em adolescentes eutróficos (GC) e
com sobrepeso (GSO).
Grupo
REP
E1
E2
E3
E4
E5
REC
GC
99±3
109±2
117±4*
114±2*
122±3*
121±4*
98±2
GSO
104±2
114±3
118±3*
121±2*
132±3*
122±6*
104±2
Os valores representam média ± erro padrão, * p < 0,05 vs. REP.
Figura 12 Pressão arterial sistólica (mmHg) antes (REP), durante (E1 a E5) e
após (REC) uma sessão aguda de exercício resistido em adolescentes eutróficos
(GC) e com sobrepeso (GSO) onde, * p<0,05 vs. REP.
0
20
40
60
80
100
120
140
160
REP E1 E2 E3 E4 E5 REC
Pressão Arterial Sistólica (mmHg)
GC
GSO
*
*
*
*
*
*
*
*
30
No GC a PAD diminuiu significativamente após a execução do quarto e quinto
exercício, retornando aos valores de repouso na recuperação. NO GSO a PAD diminuiu após
o segundo exercício. Os valores de recuperação foram semelhantes ao de repouso (tabela
11 figura 13). Não foi observada diferença entre os grupos.
TABELA 11 - Pressão arterial diastólica (mmHg) antes (REP), durante (E1 a E5) e após
(REC) uma sessão aguda de exercício resistido em adolescentes eutróficos (GC) e
com sobrepeso (GSO).
Grupo
REP
E1
E2
E3
E4
E5
REC
GC
68±3
67±3
60±2
61±3
54±2*
52±2*
69±2
GSO
66±2
65±3
55±3*
61±4
53±2*
51±3*
69±2
Os valores representam média ± erro padrão, * p < 0,05 vs. REP.
Figura 13 Pressão arterial diastólica (mmHg) antes (REP), durante (E1 a E5) e
após (REC) uma sessão aguda de exercício resistido em adolescentes eutróficos
(GC) e com sobrepeso (GSO) onde, * p<0,05 vs. REP.
0
10
20
30
40
50
60
70
80
REP E1 E2 E3 E4 E5 REC
Pressão Arterial Diastólica (mmHg)
GC
GSO
*
*
*
*
*
31
Na tabela 12 (figura 14) é demonstrado o comportamento da FC em ambos os grupos.
Pode-se observar que no GC houve aumento da FC a partir do segundo exercício até o
quinto. No período de recuperação os valores da FC permaneceram elevados em relação ao
repouso tanto nos primeiros 5 minutos como também ao final da recuperação total. No grupo
de adolescentes com sobrepeso foi observado aumento em todos os momentos de exercício.
Porém, na recuperação esses valores permaneceram elevados em relação ao repouso
somente nos primeiros 5 minutos de recuperação. Não foi observada diferença entre os
grupos.
TABELA 12 - Freqüência cardíaca (bpm) antes (REP), durante (E1 a E5) e após (REC5
REC30) uma sessão aguda de exercício resistido em adolescentes eutróficos (GC) e
com sobrepeso (GSO).
Grupo
REP
E1
E2
E3
E4
E5
REC5min
REC30min
GC
81±2
89±3
103±4*
109±5*
120±4*
127±4*
107±3*
99±3*
GSO
89±3
111±9*
111±6*
110±8*
115±7*
119±9*
106±8*
93±3
Os valores representam média ± erro padrão, * p < 0,05 vs. REP.
Figura 14 Freqüência cardíaca (bpm) antes (REP), durante (E1 a E5) e após
(REC5 REC30) uma sessão aguda de exercício resistido em adolescentes
eutróficos (GC) e com sobrepeso (GSO) onde, * p<0,05 vs. REP.
0
20
40
60
80
100
120
140
REP
E1
E2
E3
E4
E5
REC5
REC30
Frequência Cardíaca (bpm)
GC
GSO
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
32
4.2.3 VARIABILIDADE DA FREQUÊNCIA CARDÍACA (VFC) NO DOMÍNIO DO TEMPO
A análise da VFC no domínio do tempo através do desvio padrão dos intervalos de
pulso normais (SDNN) é demonstrada na (tabela 9 figura 8). Durante o exercício o GC
apresentou diminuição do SDNN desde o primeiro exercício até o último exercício da sessão.
Na recuperação o SDNN permaneceu menor que o repouso até os 30 minutos finais. O
comportamento do SDNN no GSO foi semelhante ao grupo controle. Não foi encontrada
diferença entre os grupos.
TABELA 13 - SDNN (ms) antes (REP), durante (E1 a E5) e após (REC5 REC30) uma
sessão aguda de exercício resistido em adolescentes eutróficos (GC) e com sobrepeso
(GSO).
Grupo
REP
E1
E2
E3
E4
E5
REC5min
REC30min
GC
56±8
38±3*
28±3*
19±1*
13±1*
11±1*
19±2*
29±2*
GSO
48±5
28±4*
16±2*
21±3*
23±9*
16±3*
28±5*
32±5
Os valores representam média ± erro padrão, * p < 0,05 vs. REP.
Figura 15 SDNN (ms) antes (REP), durante (E1 a E5) e após (REC5 REC30)
uma sessão aguda de exercício resistido em adolescentes eutróficos (GC) e com
sobrepeso (GSO). onde, * p<0,05 vs. REP.
*
0
10
20
30
40
50
60
70
REP
E1
E2
E3
E4
E5
REC5
REC30
SDNN (ms)
GC
GSO
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
0
10
20
30
40
50
60
70
REP
E1
E2
E3
E4
E5
REC5
REC30
SDNN (ms)
GC
GSO
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
33
A análise da variabilidade total, que representa a média dos intervalos de acoplamento
de todos os batimentos normais consecutivos (VAR RR), é demonstrada na tabela 14. A VAR
RR diminuiu em relação ao repouso no GC a partir do segundo exercício. No GSO essa
diminuição ocorreu logo a partir do primeiro exercício até o último. Na recuperação, ambos
os grupos apresentaram valores menores que seus respectivos repousos. Não houve
diferença entre os grupos.
TABELA 14 - VAR RR (ms) antes (REP), durante (E1 a E5) e após (REC5 REC30) uma
sessão aguda de exercício resistido em adolescentes eutróficos (GC) e com sobrepeso
(GSO).
Grupo
REP
E1
E2
E3
E4
E5
REC5min
REC30min
GC
2524±438
1449±278
899±204*
453±59*
205±52*
122±19*
422±101*
926±144*
GSO
2523±481
925±274*
310±84*
559±159*
1108±766*
343±110*
939±284*
1220±311*
Os valores representam média ± erro padrão, * p < 0,05 vs. REP.
Figura 16 VAR RR (ms) antes (REP), durante (E1 a E5) e após (REC5 REC30)
uma sessão aguda de exercício resistido em adolescentes eutróficos (GC) e com
sobrepeso (GSO) onde, * p<0,05 vs. REP.
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
REP
E1
E2
E3
E4
E5
REC5
REC30
VAR RR (ms)
GC
GSO
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
REP
E1
E2
E3
E4
E5
REC5
REC30
VAR RR (ms)
GC
GSO
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
34
O cálculo da raiz quadrada da média do quadrado das diferenças entre intervalos RR
normais adjacentes (RMSSD) é demonstrado na tabela 15 e figura 17. No GC, foi observada
diminuição deste índice em relação ao repouso a partir do segundo ao quinto exercício.
Apesar do discreto aumento na recuperação de 5 e 30 minutos os valores não foram
suficientes para retornarem aos valores basais. No GSO, foi observada diminuição do
RMSSD logo após o primeiro exercício até o quinto e sem suficiente restauração à valores
basais em ambos os momentos de recuperação. Não foi observada diferença entre os
grupos.
TABELA 15 - RMSSD (ms) antes (REP), durante (E1 a E5) e após (REC5 REC30) uma
sessão aguda de exercício resistido em adolescentes eutróficos (GC) e com sobrepeso
(GSO).
Grupo
REP
E1
E2
E3
E4
E5
REC5min
REC30min
GC
45±9
35±4
21±3*
12±1*
6±1*
5±1*
13±1*
15±1*
GSO
43±7
18±4*
8,8±1*
12±3*
21±12*
8±2*
20±4*
23±5*
Os valores representam média ± erro padrão, * p < 0,05 vs. REP.
Figura 17 RMSSD (ms) antes (REP), durante (E1 a E5) e após (REC5 REC30)
uma sessão aguda de exercício resistido em adolescentes eutróficos (GC) e com
sobrepeso (GSO) onde, * p<0,05 vs. REP.
0
10
20
30
40
50
60
REP
E1
E2
E3
E4
E5
REC5
REC30
RMSSD (ms)
GC
GSO
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
0
10
20
30
40
50
60
REP
E1
E2
E3
E4
E5
REC5
REC30
RMSSD (ms)
GC
GSO
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
35
A percentagem das diferenças entre intervalos RR normais adjacentes que excedem a
50 milissegundos (PNN50) é apresentada na tabela 16 e figura 18. Foi observado no GC que
do segundo exercício até o final da recuperação total os valores desse índice foram menores
que o repouso. No GSO houve redução no segundo, terceiro e quinto exercício em relação
ao repouso. No primeiro, quarto e nas recuperações não foram observadas diferenças
estatísticas. Não foi observado diferença entre os grupos.
TABELA 16 PNN50 (%) antes (REP), durante (E1 a E5) e após (REC5 REC30) uma
sessão aguda de exercício resistido em adolescentes eutróficos (GC) e com sobrepeso
(GSO).
Grupo
REP
E1
E2
E3
E4
E5
REC5min
REC30min
GC
17±4
14±4
7±3*
0,6±0,4*
0*
0,1±0,1*
4±1*
1,4±0,4*
GSO
13±4
4±3
0,6±0,3*
1,4±0,8*
4±3
0,2±0,2*
12±3
4±1
Os valores representam média ± erro padrão, * p < 0,05 vs. REP.
Figura 18 PNN50 (%) antes (REP), durante (E1 a E5) e após (REC5 REC30)
uma sessão aguda de exercício resistido em adolescentes eutróficos (GC) e com
sobrepeso (GSO) onde, * p<0,05 vs. REP.
0
5
10
15
20
25
REP
E1
E2
E3
E4
E5
REC5
REC30
PNN50 (%)
GC
GSO
*
*
*
*
*
*
*
*
*
0
5
10
15
20
25
REP
E1
E2
E3
E4
E5
REC5
REC30
PNN50 (%)
GC
GSO
*
*
*
*
*
*
*
*
*
36
4.2.4 VARIÁVEIS DA VARIABILIDADE DA FREQUÊNCIA CARDÍACA (VFC) NO DOMÍNIO
DA FREQUÊNCIA
Na tabela 17 e na figura 19, é demonstrado o comportamento do HF normalizado. Não
foi observada alteração nem para os momentos de avaliação em ambos os grupos, nem
entre os dois grupos de adolescentes.
TABELA 17 HF (n.u) antes (REP), durante (E1 a E5) e após (REC5 REC30) uma
sessão aguda de exercício resistido em adolescentes eutróficos (GC) e com sobrepeso
(GSO).
Grupo
REP
E1
E2
E3
E4
E5
REC5min
REC30min
GC
26±3
42±7
22±2
21±1
22±6
22±3
21±4
20±4
GSO
33±6
31±6
16±3
22±2
36±5
17±3
20±3
18±3
Os valores representam média ± erro padrão.
Figura 19 HF (n.u) antes (REP), durante (E1 a E5) e após (REC5 REC30) uma
sessão aguda de exercício resistido em adolescentes eutróficos (GC) e com
sobrepeso (GSO).
0
10
20
30
40
50
60
REP
E1
E2
E3
E4
E5
REC5
REC30
HF (n.u)
GC
GSO
37
O comportamento do índice LF é representado na tabela 18 e figura 20. Não foi
observado em ambos o grupo diferenças entre os momentos avaliados em relação ao seu
respectivo repouso. Também não foi observada diferença estatística entre o GC e o GSO.
TABELA 18 LF (n.u) antes (REP), durante (E1 a E5) e após (REC5 REC30) uma
sessão aguda de exercício resistido em adolescentes eutróficos (GC) e com sobrepeso
(GSO).
Grupo
REP
E1
E2
E3
E4
E5
REC5min
REC30min
GC
73±3
57±7
77±2
78±1
77±6
77±3
79±4
80±4
GSO
66±6
69±6
83±3
78±2
64±5
82±3
79±3
82±3
Os valores representam média ± erro padrão.
Figura 20 LF (n.u) antes (REP), durante (E1 a E5) e após (REC5 REC30) uma
sessão aguda de exercício resistido em adolescentes eutróficos (GC) e com
sobrepeso (GSO).
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
REP
E1
E2
E3
E4
E5
REC5
REC30
LF (n.u)
GC
GSO
38
No comportamento do balanço simpato-vagal (LF/HF) foi observado que o GC
apresetou uma tendência de aumento deste índice a partir do quarto e do quinto exercício e
ainda, na recuperação. No GSO houve uma variação entre os momentos avaliados. No
entanto, em ambos os grupos não foram observados nenhuma diferença estatística em
relação aos grupos e entre os momentos que foram avaliados (tabela 19 figura 21).
TABELA 19 LF/HF antes (REP), durante (E1 a E5) e após (REC5 REC30) uma sessão
aguda de exercício resistido em adolescentes eutróficos (GC) e com sobrepeso (GSO).
Grupo
REP
E1
E2
E3
E4
E5
REC5min
REC30min
GC
3,6±1
1,5±0
3,3±0
3,4±0
5,2±1
4,2±1
5,7±2
4,3±1
GSO
3,2±1
2,9±1
5,8±2
3,1±0
1,7±0
4,3±1
3,1±0
4,1±1
Os valores representam média ± erro padrão.
Figura 21 LF/HF antes (REP), durante (E1 a E5) e após (REC5 REC30) uma
sessão aguda de exercício resistido em adolescentes eutróficos (GC) e com
sobrepeso (GSO).
0
2
4
6
8
10
REP
E1
E2
E3
E4
E5
REC5
REC30
LF/HF (n.u)
GC
GSO
39
4.3 CORRELAÇÕES ENTRE VARIÁVEIS ESTUDADAS
As correlações entre as variáveis avaliadas em repouso são apresentadas na tabela
(20). Foram observadas correlações positivas entre a FC com IMC, RCQ e o percentual de
gordura. Correlação positiva entre o percentual de gordura e o nível glicêmico. E ainda,
correlação negativa entre o percentual de gordura com o colesterol total.
TABELA 20 Correlação entre as variáveis em ambos os grupos em repouso.
IMC
RCQ
%G
CT
- 0,37
- 0,30
- 0,66*
TGL
0,01
0,10
- 0,18
LAC
- 0,07
0,16
0,27
GLI
0,43
0,33
0,60*
PAS
0,35
0,23
0,28
PAD
- 0,28
- 0,12
0,01
FC
0,50*
0,54*
0,65*
VO2 MAX
- 0,22
- 0,08
0,10
Correlação de Pearson (r), onde, * p < 0,05 vs. Controle.
40
Durante o exercício, foram observadas correlações positivas entre FC com lactato e
PAS. Foram observadas correlações negativas entre FC e variabilidade total (VAR RR) e o
índice de modulação vagal (RMSSD) (Tabela 21).
TABELA 21 Correlação entre as variáveis em ambos os grupos durante o exercício
resistido.
FC
GLICEMIA
0,20
LAC
0,25*
PAS
0,35*
PAD
- 0,20
VAR RR
- 0,27*
RMSSD
- 0,24*
LF/HF
0,14
Correlação de Pearson (r), onde, * p < 0,05 vs. Controle.
41
5. DISCUSSÃO
Diferente da nossa hipótese inicial, os principais achados do presente estudo
demonstraram que o grupo sobrepeso apresentou maior FC durante o repouso
quando comparado ao controle. No entanto, após a realização de uma sessão de
exercício resistido a FC recuperou-se de forma mais rápida quando comparado ao
grupo controle. Em relação às respostas metabólicas, o grupo sobrepeso apresentou
aumento precoce do lactato em resposta ao exercício comparado ao controle, com
diminuição da glicemia durante o exercício.
5.1 COMPARAÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS DOS ADOLESCENTES EUTRÓFICOS E
COM SOBREPESO
Os dados do presente estudo demonstram que os grupos estudados apresentaram-se
de forma homogenia em relação as variáveis de inclusão. Ambos não apresentaram
diferenças na idade, no estágio de maturação sexual e consumo máximo de oxigênio. Guízar
et al., (2005) avaliaram o estágio maturacional através da prancha de Tanner em setenta
adolescentes do sexo masculino e demonstraram que o grupo com sobrepeso não
apresentou diferença quando comparado ao grupo controle (3,3±1 vs. 3,3±0,7). No presente
estudo foi encontrado resultado semelhante para o GSO e GC, respectivamente (3,6±0,2 vs.
3,9±0,2). Observamos diferenças entre os grupos nas características antropométricas e da
composição corporal. Um estudo realizado por Carneiro et al., (2000) avaliou o estado
nutricional e a relação da circunferência cintura-quadril em obesos e não obesos. Os
resultados demonstram que o grupo de obesos apresenta IMC e RCQ maior que o grupo de
não-obesos corroborando com o nosso estudo. Outro estudo realizado por Rodrigues et al.,
(2007) dividiu em dois grupos compostos por ambos os sexos de acordo com o nível de
aptidão física mensurados pelo teste ergoespirométrico. Dentre os meninos, aqueles que
apresentavam a aptidão cardiorrespiratória fraca possuíam maior IMC, maior FC basal e
maior nível de triglicérides quando comparado ao grupo com aptidão cardiorrespiratória não
fraco, permitindo inferir que a baixa aptidão cardiorrespiratória pode exercer influência
negativa sobre os fatores de risco cardiovasculares em adolescentes.
Ribeiro et al., (2005) avaliaram o consumo pico de oxigênio em 39 crianças obesas e
não obesas e observaram que as crianças obesas apresentavam menores valores quando
comparadas as crianças com peso normal. Em nosso estudo, não foram observadas
42
diferenças entre os grupos uma vez que ambos eram fisicamente ativos. Os dados do nosso
estudo apresentam maiores valores de consumo de oxigênio quando comparado com estudo
de Ribeiro et al., (2005) que utilizou o protocolo de Rampa com incremento de carga a cada
minuto até exaustão na esteira (34±0,3 vs. 23±0,8 eutróficos vs. obesos, respectivamente).
Para avaliação cardiorrespiratória utilizamos também sobrecarga a cada minuto, porém, na
bicicleta ergométrica. Drinkard et al., (2007) utilizaram cicloergômetro para avaliar o consumo
pico de oxigênio de 171 adolescentes de 12 a 17 anos de idade. Nesse estudo o grupo
sobrepeso apresentou VO2pico diminuído em relação ao grupo controle (35,3±6,4 vs.
46,8±7,9) No presente estudo foi avaliado o consumo máximo de oxigênio no grupo
sobrepeso (56,1±0,6) e no grupo controle (56,9±0,6). Norman et al., (2005) compararam 129
adolescentes obesos e 34 eutróficos com idade média de 14 anos durante avaliação do
consumo de oxigênio em cicloergômetro e a resposta da freqüência cardíaca em repouso e
durante o exercício. Não foram observadas diferenças significativas entre os grupos no
consumo máximo de oxigênio, no entanto, a freqüência cardíaca de repouso do grupo de
obesos foi maior quando comparado a eutróficos (94 ± 14 vs. 82 ± 15), corroborando com o
nosso estudo. Durante o exercício no cicloergometro o grupo obeso apresentou menor FC
máxima do que o grupo eutrófico (186 ± 13 vs. 196 ± 11). Os autores desse estudo sugerem
que o os resultados encontrados podem estar relacionados com uma demanda metabólica
causada pela grande massa corporal e a limitação do sistema cardiovascular relacionado a
uma maior FC de repouso e menor FC máxima em exercício no grupo obeso.
Além disso, a nossa amostra apresentou valores iguais de pressão arterial sistólica
(PAS) e diastólica (PAD). Os valores encontrados classificam a nossa amostra com níveis
pressóricos normais segundo a V Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial, (2006), onde, os
níveis de PAS e PAD devem estar abaixo do percentil 90 corrigidos por idade, sexo e
estatura. Estudo de Carletti et al., (2008) demonstrou aumento na PAS em repouso em
meninos com sobrepeso e obesidade quando comparados a meninos normais (113±13 vs.
106±8, respectivamente). Esta diferença pode ser atribuída a maior índice de obesidade na
amostra desse estudo. Porém, assim como o nosso estudo não foi observada diferença entre
os grupos na PAD em repouso. Em outra amostra de meninos obesos e controles, Guízar et
al., (2005) encontrou maiores níveis pressóricos tanto na sístole quanto na diástole do grupo
de obesos PAS (117±8 vs. 107±9), PAD (74±6 vs. 69±6). Em um estudo transversal realizado
por Marcos et al., (2007) avaliou-se 240 adolescentes mexicanos de 10 a 19 anos de idade
divididos em grupos de não-obesos e obesos. Foi demonstrado aumento na PAS e PAD no
43
grupo obeso (124±12 vs. 112±11) e (78±7 vs. 71±8), respectivamente. Os níveis pressóricos
aumentados foram associados à adiposidade central e podem ser explicados pela
hiperinsulinemia encontrada na amostra, afetando o sistema nervoso simpático e a função
endotelial.
44
5.2 RESPOSTAS METABÓLICAS NA SESSÃO DE EXECÍCIO RESISTIDO
As medidas de colesterol total e triglicérides foram mensuradas apenas antes e após o
exercício resistido com o objetivo de verificar a influência deste sobre tais variáveis. Os
dados do presente estudo demonstraram que o exercício resistido não modificou os níveis de
colesterol e triglicérides de ambos grupos. Porém, observamos que em repouso, o GSO
apresentou menor nível de CT e sem diferença no nível de TGL. Diferentemente, Rodrigues
et al., (2007) mensuraram em repouso CT e TGL em uma amostra de adolescentes e
observaram que o grupo composto por aqueles que tinham maior IMC possuíam maior nível
de TGL sem diferenças significativas para o CT. Porém, os meninos com excesso de peso
do estudo de Rodrigues et al., (2007) apresentavam menor nível de aptidão
cardiorrespiratória em relação ao grupo de IMC normal. Guízar et al., (2005) avaliou os níveis
de glicose, insulina, resistência à insulina pelo método HOMA e os níveis de leptina no
repouso de adolescentes obesos e controle e observou aumento significativo em todas essas
variáveis para o grupo de meninos obesos.
Marcos et al., (2007) avaliaram o perfil lipídico de adolescentes obesos comparados a
não-obesos e demonstraram maiores níveis de triglicérides (130±67 vs. 83±39), de colesterol
total (153±27 vs. 145±26) e insulina (18±10 vs. 7±3) no grupo de obesos. Neste estudo não
foi verificada diferença no valor glicemico entre os grupos. No nosso estudo o GSO
apresentou maior valor de glicemia de repouso comparado ao GC (111±8 vs. 86±4). Porém,
vale ressaltar que tais valores se encontram dentro da normalidade. Durante o exercício
resistido, a glicemia diminuiu no grupo sobrepeso e retornou aos valores basais após a
recuperação. Goodpaster et al., (2002) estudaram 14 adultos sedentários divididos em dois
grupos de eutróficos e obesos. Após submeterem os grupos a um exercício em
cicloergômetro com taxa de trabalho de 50% do VO
2máx
observaram o comportamento dos
substratos energéticos durante o exercício. O grupo de obesos apresentou maior oxidação
de ácidos graxos e menor oxidação de carboidratos quando comparado ao grupo controle.
Neste estudo, o comportamento da glicose durante o exercício foi de redução em ambos os
grupos, porém, com maiores valores para o grupo de obesos. O lactato também foi
mensurado e apresentaram aumento em ambos os grupos sem diferenças estatísticas. O
nosso estudo corrobora com o comportamento dessas variáveis demonstrando em ambos os
grupos o aumento do lactato e diminuição da glicemia durante o exercício resistido apesar
das nossas coletas terem sido realizadas em espaços temporais menores. Fayh et al., (2007)
estudaram a resposta glicêmica no exercício de força em adultos jovens treinados. Cada
45
sujeito fez a suplementação de placebo ou maltodextrina 15 minutos antes da sessão em
dias diferentes com o objetivo de verificar se havia melhora no rendimento do exercício. A
sessão de exercício resistido foi composta de 3 séries para cada um dos 7 exercício a uma
intensidade de 70% de 1RM. O comportamento glicêmico no grupo que ingeriu placebo não
foi alterado pré-exercício e se comportou semelhante ao do GC do presente estudo, sem
alterações significativas entre os valores antes, durante e após sessão. Nesse estudo a
suplementação não foi capaz de melhorar o rendimento físico na sessão de exercício
resistido. Classicamente, a seleção do substrato energético depende da intensidade e do
volume do exercício. O aumento da intensidade do exercício é diretamente proporcional a
utilização de carboidratos, assim como, o aumento do volume do exercício e baixa
intensidade desviam o metabolismo dos carboidratos para o metabolismo das gorduras. O
lactato aumenta exponencialmente de acordo com o nível de aptidão física de cada
indivíduo. Silva et al., (2007) avaliaram os níveis sanguíneos de lactato e
creatinofosfoquinase (CPK) antes e após três modalidades esportivas diferentes em 43
adolescentes ativos do sexo masculino. Foi observado nas três modalidades esportivas
aumento nos valores dos dois marcadores fisiológicos no período pós exercício quando
comparado ao pré exercício. O lactato é um indicador da intensidade no exercício e em
nosso estudo não foi observada diferença entre os grupos estudados demonstrando que as
intensidades foram as mesmas para ambos os grupos. Para Silva et al., (2007) as
concentrações de lactato em crianças e adolescentes são diferentes dos adultos, pela
reduzida ação glicolítica expressa pela menor quantidade de fosfofrutoquinase (PFK) e
lactato desidrogenase (DHL), e também pela elevada concentração de enzimas oxidativas,
conferindo assim a maior eficiência das crianças e adolescentes obterem energia através de
vias aeróbias. Em nosso trabalho a FC durante o exercício se correlacionou positivamente
com os níveis de lactato, sugerindo que quanto mais alta for a FC, mais elevado será a
concentração de lactato.
46
5.3 RESPOSTAS CARDIOVASCULARES NA SESSÃO DE EXECÍCIO RESISTIDO
Com o objetivo de verificar a influência do exercício resistido sobre parâmetros
cardiovasculares, a pressão arterial sistólica (PAS), diastólica (PAD) e freqüência cardíaca
foram avaliadas antes, durante e após uma única sessão de exercício. Os resultados do
presente estudo demonstraram que o exercício promoveu aumento da PAS em ambos os
grupos. A PAS retornou aos valores de repouso durante a recuperação de forma semelhante
entre os grupos. Durante o exercício, a PAD diminuiu em ambos os grupos retornando aos
valores basais na recuperação. A FC aumentou durante o exercício em ambos os grupos de
forma semelhante. Na recuperação, foi observado que a FC do GSO retornou ao valores
basais após 30 minutos de recuperação. Tal resposta não foi observada no grupo GC.
Estudo realizado por Carletti et al., (2008) avaliaram 104 escolares de ambos os
sexos, com idade entre 11 e 15 anos e normotensos. Nesse estudo, ambos os grupos foram
submetidos a um teste máximo em esteira e foi avaliada a sua resposta pressórica ao
esforço. Foi observado entre os meninos, diferença pré-exercício na PAS (120±14 vs.
109±10 em GSO vs. GC) e também ao final do exercício máximo (156±20 vs. 146±14 em
GSO vs. GC). Na PAD não foi observada diferença entre os grupos nem antes do exercício e
nem após o pico de exercício. Esse comportamento da PAS não foi observado em nosso
estudo, porém, na PAD os resultados são semelhantes. Podemos explicar tais diferenças
pelo tipo de exercício utilizado, intensidade e volumes diferentes. Além disso, o grupo de
meninos com sobrepeso e obesidade apresentava nível mais baixo de aptidão física quando
comparado aos participantes do nosso estudo. Os autores daquele estudo sugerem que tais
resultados são atribuídos à atividade simpática exacerbada no grupo de sobrepeso e
obesidade. Outro estudo, realizado por Mediano et al., (2005) avaliaram através do exercício
resistido a resposta da pressão arterial aguda em diferentes volumes de treinamento em
adultos hipertensos. Os sujeitos foram divididos em grupos que realizavam apenas uma série
(SER1) ou três séries (SER3) com até no ximo 10 repetições. A PA foi avaliada pelo
método auscultatório nos momentos pré, pós e durante 60 minutos de recuperação. Foi
observado aumento da PAS e PAD em ambos os grupos pós exercício. Na recuperação o
grupo SER3 apresentou efeito hipotensor da PAS durante os 60 minutos e da PAD apenas
no trigésimo e qüinquagésimo minuto. No nosso estudo, a PAS apresentou-se aumentada
após a execução de cada série de exercício. Porém, diferente do observado no estudo de
Mediano, a PAD apresentou-se diminuída após realização do último exercício. Além disso,
não observamos efeito hipotensor, apenas retorno aos valores basais. Para Mediano et al.,
47
(2005) a elevação da pressão arterial deve-se a ativação de quimiorreceptores por fadiga
periférica e o seu declínio subseqüente o exercício deve-se ao mecanismo barorreflexo, pela
hiperemia decorrente da contração muscular e supressão da atividade simpática. O efeito
hipotensor ainda não esta bem esclarecido na literatura, porém, acredita-se que a maior
liberação de óxido nítrico e menor descarga adrenérgica possam contribuir para tal fenômeno
que segundo Mediano et al., (2005) pode ser influenciado pelo maior volume de treinamento.
Rezk et al., (2006) avaliaram a resposta hemodinâmica e autonômica em 17
normotensos jovens antes e após sessões de exercício resistido com intensidades de 40% e
80% de 1RM. Na recuperação, a PAS sofreu decréscimo similar em ambos os grupos em
relação ao repouso. A PAD diminuiu apenas no grupo que se exercitou a 40% de 1RM.
Apesar de o nosso protocolo experimental ser bastante similar ao utilizado pelo estudo
anterior, no presente estudo não foi observado tal comportamento da PA em ambos os
grupos. Porém, no estudo do Rezk et al., (2006) os sujeitos foram acompanhados durante 90
minutos de recuperação, enquanto no presente estudo apenas 30 minutos. Além disso, outra
diferença foi de que utilizamos intensidade de 60% de 1RM.
No nosso estudo, o grupo sobrepeso apresentou recuperação da FC de forma mais
rápida que o grupo controle após a realização do exercício resistido. A resposta de FC frente
o exercício resistido foi estudada por Rezk et al., (2006), verificando aumento da FC pós
exercício nos dois grupos experimentais, porém, maior aumento de FC no grupo que realizou
o exercício com maior intensidade (80% de 1RM) aos 30 minutos de recuperação. Em
nosso trabalho, a FC permaneceu aumentada após o exercício resistido apenas no GC. O
GSO apresentou aumento da FC em relação ao repouso nos primeiros 5 minutos de
recuperação, porém, ao final da recuperação de 30 minutos, os valores retornaram aos
basais. O aumento da freqüência cardíaca está relacionado com a ativação da atividade
simpática e desativação da atividade parassimpática (Rezk et al., 2006). Observamos
durante o exercício correlação negativa entre a FC com a variabilidade total e com o índice
RMSSD, sugerindo que quanto maior a FC durante o exercício, menor a variabilidade e
atividade vagal. Semelhante, aos nossos dados, porém avaliando em repouso, Kim et al.,
(2005) numa amostra de adultos obesos observaram correlação negativa entre a FC com
SDNN, RMSSD e HF e correlação positiva com o balanço simpato-vagal.
48
5.4 RESPOSTAS AUTONÔMICAS NA SESSÃO DE EXECÍCIO RESISTIDO
No presente estudo os índices de VFC no domínio do tempo (VAR RR, RMSSD) se
comportaram de forma semelhante em ambos os grupos, no repouso, frente ao exercício e
na recuperação. Em repouso, Guízar et al., (2005) avaliaram a atividade nervosa simpática
em 70 meninos controles e obesos de 12 a 17 anos de idade através da VFC no domínio do
tempo e da freqüência. O grupo obeso apresentou menor VAR RR (5719±2190 vs.
7488±2747) menor SDNN (92,7±24 vs. 106,3±21) e maior balanço simpato-vagal (3,4±1,6 vs.
2,3±1). Esses autores correlacionaram positivamente o componente LF/HF com o IMC, a
RCQ, níveis de leptina e níveis de pressão arterial sistólica. Kim et al., (2005) observou a
modulação autonômica em 41 adultos (homens e mulheres) obesos em três situações: no
repouso; provocando ruído como estímulo ao sujeito e na posição supina, todos por 5
minutos. Não foram observadas diferenças entre o grupo controle e o grupo de obesos em
nenhuma situação descrita acima. Porém, o percentual de gordura corporal e a RCQ
correlacionaram-se negativamente com os índices SDNN, RMSSD e LF. Os autores sugerem
que a obesidade pode estar associada com distúrbios na atividade simpática e
parassimpática e que os estímulos utilizados não foram suficientes para modificar a VFC
quando comparado ao repouso. Em nosso trabalho obtivemos correlação positiva entre o
percentual de gordura e a RCQ com a FC no exercício, sugerindo que os sujeitos que
apresentam maior nível de gordura corporal e RCQ apresentam maior FC durante o
exercício. Em uma amostra de crianças obesas, Gutin et al., (2000) verificaram correlações
negativas entre o índice de modulação vagal (RMSSD) com percentual de gordura,
freqüência cardíaca e pressão sistólica em repouso.
Embora os índices de VFC no domínio do tempo (VAR RR, RMSSD) tenham se
comportado de forma semelhante durante e após o exercício, no grupo sobrepeso os índices
SDNN e PNN50 retornaram aos valores de repouso após 30 minutos de recuperação. Tais
respostas ajudam a explicar a recuperação mais rápida da FC no grupo sobrepeso,
sugerindo maior retorno da modulação vagal após o exercício neste grupo. Javorka et al.,
(2002) estudaram 17 homens jovens com estado nutricional normal e demonstraram que
elevação da variabilidade da FC ocorre principalmente até trinta minutos após o rmino do
exercício. No entanto, após esse período, a variabilidade da FC continua diminuída em
relação aos valores de repouso. Tal resposta é acompanhada do aumento do componente
de alta freqüência (que reflete a atividade vagal) e do componente de baixa freqüência
(atividade vagal e simpática) durante a recuperação. Esses dados sugerem que atividade
49
vagal tende a ser estabelecida durante a recuperação pós-exercício sem grandes alterações
no componente simpático.
A recuperação da VFC pode estar intimamente ligada à aptidão aeróbia. Sabe-se que
indivíduos com maior VO2max possuem maior modulação vagal sobre a FC (NAKAMURA et
al., 2005). Além disso, Fleck & Dean (1987) sugerem que homens treinados apresentam
valores de FC menores durante o treino quando comparados aos sedentários, fortalecendo a
idéia de que o nível de condicionamento físico pode influenciar na resposta hemodinâmica de
forma favorável. Estudo do nosso laboratório realizado por Palmeira, (2007) observou que
atletas, que apresentavam maior nível de condicionamento físico obtido pelo VO
2máx,
apresentavam maiores valores de PNN10, refletindo maior modulação vagal, quando
comparados aos indivíduos que praticavam a modalidade por recreação. Neste mesmo
trabalho, foi obtida correlação positiva entre o VO2max
com os índices que representam
modulação vagal (RMSSD e HF). De forma semelhante ao estudo de Palmeira, ambos os
grupos do presente estudo foram constituídos por indivíduos fisicamente ativos, como pode
ser observados através da análise do VO
2máx
e análise do questionário que avalia o nível de
atividade física (IPAC). Porém, os dados sugerem que os indivíduos com sobrepeso
apresentaram maior benefício na recuperação nos índices de VFC, sugerindo que ser
fisicamente ativo confere um efeito protetor a esta população. No estudo do Rezk et al.,
(2006), em sujeitos que não realizavam exercício regular, foi verificado após sessões de
diferentes intensidades de exercício resistido um aumento da atividade simpática, diminuição
da atividade vagal e aumento do balanço simpato-vagal. Nesse estudo foi observado que a
variabilidade total (VAR RR) apresentou-se significativamente diminuída após ambas as
sessões de exercício resistido, independente da intensidade utilizada. Corroborando com
esse comportamento autonômico durante o exercício, Kluess et al., (2000) investigaram 12
sujeitos que também apresentaram retirada vagal independente da intensidade avaliada e
maior ativação simpática diretamente proporcional com a intensidade. No estudo de Antelmi
et al., (2008), realizado em 485 indivíduos adultos sedentários, os componentes do domínio
do tempo da VFC também foram correlacionados com a freqüência cardíaca após o terceiro
minuto de recuperação após realização do teste de esforço. Nesse trabalho, os autores
também observaram que os indivíduos mais jovens se recuperaram mais rapidamente após
o exercício.
50
6. SUMÁRIO
1. O grupo sobrepeso apresentou maior percentual de gordura corporal, relação cintura-
quadril e menor massa muscular quando comparado ao grupo controle.
2. O grupo sobrepeso apresentou maior FC de repouso quando comparado ao grupo
controle.
3. Durante a sessão de exercício resistido o GSO apresentou aumento do lactato mais
precoce do que o grupo controle.
4. A glicemia diminuiu no exercício resistido apenas no grupo sobrepeso.
5. A PAS se comportou de forma semelhante em ambos os grupos, porém, a PAD
diminuiu mais precocemente no GSO.
6. O grupo sobrepeso recuperou a FC mais precocemente do que o grupo controle.
7. Os índices de VFC no domínio do tempo (VAR RR, RMSSD) se comportaram de
forma semelhante em ambos os grupos frente ao exercício e a recuperação. Porém,
no grupo sobrepeso os valores dos índices SDNN e PNN50 observados durante a
recuperação foram semelhantes ao repouso.
8. Os índices de VFC no domínio da freqüência (LF, HF e LF/HF) se comportaram de
forma semelhante em ambos os grupos frente ao exercício e a recuperação.
51
7. CONCLUSÃO
Poucos são os estudos cienficos que analisaram variáveis metabólicas,
cardiovasculares e autonômicas antes, durante e após o exercício resistido em adolescentes
com sobrepeso. Os resultados demonstram que as repostas metabólicas, cardiovasculares e
autonômicas foram semelhantes em ambos os grupos durante a sessão de exercício. O
maior percentual de gordura corporal no GSO não influenciou as variáveis quando
comparados ao GC. No entanto, durante a recuperação, o grupo com sobrepeso apresentou
melhor recuperação da FC quando comparado ao grupo controle. Tais resultados podem
estar relacionados ao nível de condicionamento físico, possibilitando maior retorno da
modulação vagal s exercício resistido no grupo sobrepeso. Dessa forma, sugere-se que o
aumento do nível de atividade física, em indivíduos com sobrepeso pode prevenir as
alterações autonômicas que estão associadas ao aumento do peso corporal e conferir um
efeito protetor ao sistema cardiovascular.
52
8. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
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61
Anexo 1
MESTRADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA
PROJETO: RESPOSTAS HEMODINÂMICAS E METABÓLICAS AO EXERCÍCIO
RESISTIDO EM ADOLESCENTES OBESOS
ORIENTADOR: PROF. Dr. ROGÉRIO BRANDÃO WICHI
MESTRANDO: JOÃO MARCELO DE QUEIROZ MIRANDA
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
1. O título da pesquisa: “Respostas hemodinâmicas e metabólicas ao exercício resistido em
adolescentes obesos”.
2. Eu fui informado que o propósito da pesquisa é investigar o gasto energético do exercício
físico, embasada em parâmetros, fisiológicos e de composição corporal, que possa permitir
um melhor planejamento de atividades físicas no tratamento e prevenção da obesidade. A
amostra será constituída de 30 adolescentes voluntários pós-púberes do sexo masculino.
3. A participação de meu filho (protegido) envolverá:
a) avaliação inicial para triagem: avaliação antropométrica (peso, altura), avaliação da
maturação sexual através de auto-preenchimento da prancha de Tanner, que descreve
estágios do desenvolvimento das características sexuais, sem nenhuma exposição física dos
mesmos e aplicação de anamnese;
b) avaliação clínica por um médico para a prática de atividades físicas e uma sessão de
adaptação;
c) avaliação da composição corporal (dobras cutâneas e circunferência da cintura);
d) avaliação hemodinâmica (pressão arterial sistólica /diastólica e freqüência cardíaca);
e) coleta de sangue da ponta do dedo para teste de lactato, glicemia, colesterol total e
triglicérides;
f) submeter-se à coletas do consumo de oxigênio em repouso, durante o exercício e após o
exercício;
g) coleta de dados no Laboratório do Movimento Humano da Universidade São Judas Tadeu.
h) preenchimento do questionário internacional de atividade física (IPAC).
i) teste ergoespirométrico submáximo para determinação da capacidade aeróbia.
j) submeter-se a um exercício resistido com coletas de sangue da ponta do dedo para teste
de lactato e glicemia.
62
4. Eu compreendo que existem riscos ou desconfortos previstos se concordar em participar
do estudo. Os possíveis riscos são: sentir-se mal e possível mal súbito.Os possíveis
desconfortos incluem:sentir-se incômodo com os equipamentos, com as perguntas e com o
local da avaliação.
5. Eu fui avisado que será utilizado na coleta sangüínea materiais perfuro-cortantes (agulhas
e lancetas) estéreis e descartáveis;
6. Não existem procedimentos alternativos para este estudo.
7. Eu compreendo que o possível benefício da participação do meu filho na pesquisa é
determinar uma estratégia para aumentar o gasto energético durante e após a atividade
física, podendo contribuir, dessa forma, para a produção de conhecimento específico que
possa oferecer melhores resultados no tratamento e prevenção da obesidade.
8. Compreendo que os resultados da pesquisa podem ser publicados, mas que o nome ou
identidade do meu filho (protegido) não serão revelados. Para manter a confidencialidade
dos registros de meu filho (protegido) o pesquisador João Marcelo de Queiroz Miranda
utilizará códigos para os sujeitos para que as informações pessoais dos voluntários sejam
confidenciais.
9. Fui avisado de que a pesquisa na qual meu filho (protegido) estará participando não
envolve mais do que um risco mínimo.
10. Fui informado de que poderei contatar o Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade
São Judas Tadeu para apresentar recursos ou reclamações em relação à pesquisa através
do telefone (11) 6099-1665.
11. Fui informado de que quaisquer dúvidas que tiver em relação à pesquisa ou à
participação de meu filho (protegido), antes ou depois do meu consentimento, serão
respondidas por João Marcelo de Queiroz Miranda, Rua taquari, 546 Mooca, São Paulo,
CEP:03166-000, Fone: 6099-1692 sob a orientação do Professor Doutor Rogério Brandão
Wichi.
12. Eu li a informação acima. Recebi explicações sobre a natureza, demanda, riscos e
benefícios do projeto. Assumo conscientemente os riscos envolvidos e compreendo que
posso retirar meu consentimento e interromper minha participação a qualquer momento.
Uma cópia deste formulário de consentimento me será dada.
13. Com base na resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde e do Regimento Interno
da Universidade São Judas, solicitamos que seja assinada, de forma totalmente voluntária, a
autorização para a coleta dos dados acima descritos.
63
São Paulo, ______ de ____________________de200___
Eu_____________________________________________________________________,RG
_______________________, responsável
pelo______________________________________, com base na resolução 196/96 do
Conselho Nacional de Saúde, declaro que tomei ciência dos procedimentos da coleta
de dados do projeto intitulado RESPOSTAS HEMODINÂMICAS E METABÓLICAS AO
EXERCÍCIO RESISTIDO EM ADOLESCENTES OBESOS.
O trabalho é desenvolvido sob responsabilidade do Professor João Marcelo de Queiroz
Miranda sob a orientação da Professor Doutor Rogério Brandão Wichi. Concordo com a
realização da pesquisa e autorizo a utilização dos dados coletados para publicação de
trabalhos, unicamente para fins de pesquisa científica, guardando o anonimato dos
participantes da pesquisa.
14. Certifico que recebi explicação sobre a natureza e o propósito, os benefícios potenciais e
possíveis riscos associados com a participação do meu filho (protegido) no atual estudo de
pesquisa e foram respondidas todas as minhas questões.
15. Este termo de consentimento é feito em duas vias que uma permanecerá em meu poder
e a outra com o pesquisador responsável.
São Paulo, ______de ______________de 200___
__________________________________________________________________________
_____
Nome e assinatura do responsável legal
JOÃO MARCELO DE QUEIROZ MIRANDA
Nome e assinatura da pesquisadora responsável pelo estudo
64
Anexo 2
Prancha de TannerFoo, 2004.
G1 ( )
G2 ( )
G3 ( )
G4 ( )
G5 ( )
Voz adulta: ( ) sim ( ) não
Fonte: (Matsudo, 2004).
65
Anexo 3
MESTRADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA
PROJETO: RESPOSTAS HEMODINÂMICAS E METABÓLICAS AO EXERCÍCIO
RESISTIDO EM ADOLESCENTES OBESOS
ORIENTADOR: PROF. Dr. ROGÉRIO BRANDÃO WICHI
MESTRANDO: JOÃO MARCELO DE QUEIROZ MIRANDA
ANAMNESE
Dados Pessoais Data:___/___/____ Horário:____:____
Nome:___________________________________________________________________
____
Data de Nasc.:_____/_____/_____ Idade:_____
Telefone:_____________________Cel:__________________
Endereço:________________________________________________________________
____
Bairro:___________________CEP:_____________e-
mail:____________________________
Escolaridade
Série: ____________ Período que estuda: ( ) manhã ( ) tarde ( ) noite
Atividade Física
Pratica alguma atividade física ? ( ) não ( ) sim
Atividade ?_____________________________tempo:________vezes por
semana______
Atividade ?_____________________________tempo:________vezes por
semana______
Atividade ?_____________________________tempo:________vezes por
semana______
Atividade ?_____________________________tempo:________vezes por
semana______
66
Atividade ?_____________________________tempo:________vezes por
semana______
Atividade ?_____________________________tempo:________vezes por
semana______
Assite TV + vídeo-game + leitura + fazer lição de casa (sentado) + ficar sentado em frente ao
computador + aula (escola: sentado)
Quantas horas por dia ____________________________
Questões Gerais
1) É fumante? ( ) não ( ) sim Há quanto tempo?_______Quantos cigarros por
dia?______
2) Consome bebida alcoólica? ( ) não ( ) sim Há quanto tempo? ___________
Quantas vezes por semana?__________________
3) Faz uso de algum tipo de suplemento? ( ) não ( ) sim
Qual?______________________Freqüência:____________________Dose:_______
________
4) Possui algumas das seguintes doenças:
Diabetes: ( ) sim ( ) não
Hipertensão arterial sistêmica: ( ) sim ( ) não
Dislipidemias: ( ) sim ( ) não
Doenças coronarianas: ( ) sim ( ) não
Anemia: ( ) sim ( ) não
Hipotireoidismo: ( ) sim ( ) não
Hipertitoidismo: ( ) sim ( ) não
5) Faz uso de algum medicamento? ( ) sim ( ) não
Qual? _______________________________Para
quê?______________________________
Dosagem:____________________________________
6) Seu médico já lhe disse que você tem uma condição cardíaca e que somente deve
realizar a atividade física recomendada por um médico ? ( ) sim ( ) não
7) Você sente dor no peito ou cansaço em excesso quando sobe escadas, corre ou
67
realiza uma atividade física ? ( ) sim ( ) não
8) Você perde equilíbrio em virtude de uma tontura ou já desmaiou ? ( ) sim ( )
não
9) Você possui alguma dor articular, óssea ou muscular que possa ser agravada por
uma mudança em sua atividade física ? ( ) sim ( ) não
10) Você conhece alguma outra razão para não realizar atividade física ?
( ) sim, Qual razão: ___________________________ ( ) não
11) Você fica gripado/resfriado com freqüência ? ( ) não ( ) sim Qual
freqüência?
____________________________________________________________________
____
12) Há quanto tempo tem seu peso atual?
_________________________________________
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