de Olinda
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. Foi nomeado, ainda jovem, pelo Imperador Dom Pedro II,
Moço da Câmara, promovido Veador da Casa Imperial e, por mais de 50
anos, exerceu a função de Secretário do Supremo Tribunal Federal.
Difundiram-se, em família, formas específicas de tratamento do
Conselheiro Dr. João Pedreira do Couto Ferraz como Conselheiro
Pedreira, Dr. Pedreira ou Pai Pedreira.
O Dr. Pedreira casou-se, em 19 de abril de 1856, na capela do Ingá
(Niterói – RJ), com Elisa Amália de Oliveira Bulhões, nascida também
no Rio de Janeiro, em 20 de março de 1834. Tal capela foi erigida por
um grupo de católicos do qual o Dr. João Pedreira do Couto Ferraz
tornou-se o fundador a partir da implementação, em 1853, da
Irmandade Nossa Senhora das Dores do Ingá. O casal decidiu viver ao
sopé do morro do Corcovado, no morro Inglês, onde atualmente se tem
o bairro do Cosme Velho, evidenciando, na alta sociedade carioca do
século XIX, o estilo de vida de uma família nobre. Alguns anos depois, o
Dr. Pedreira comprou, no Alto da Boa Vista (Tijuca), uma Quinta com
um expressivo solar ao qual denominou Chácara da Cachoeira. No
requinte dessa residência, Dr. Pedreira e Elisa Amália criaram os seus
seis filhos (Maria Teresa
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, Zélia
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, João, José, Antonio, Guilhermina), sob
a benévola influência de ilustres homens e famílias da época tais como
a do poeta Gonçalves Dias e a do dramaturgo João Caetano, cf. Pedreira
de Castro (1960:33), que freqüentavam o Solar do Alto da Boa Vista,
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Ao versar sobre a educação de elite ministrada no Colégio Pedro II, inaugurado em 1837,
por D. Pedro II, na capital imperial, Enders (2004:161), afirma-se o seguinte: “(...) Após os
estudos secundários, os alunos do Colégio Pedro II seguem os caminhos de excelência do Brasil monárquico
e republicano: vão estudar direito nas faculdades de Recife ou de São Paulo, fundadas em 1827. De fato,
somente nos anos 1890 é que se implanta um ensino jurídico no Rio de Janeiro.”
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A informante Maria Teresa de Jesus Bulhões Pedreira (Viscondessa de Duprat), nascida no
Rio de Janeiro, em 15 de outubro de 1863, é filha do casal João Pedreira do Couto Ferraz
(Rio, RJ, 10.08.1826 – Rio, RJ, 01.11.1913) e de Elisa Amália de Oliveira Bulhões (Rio, RJ,
20.03.1834 – RJ, 18.10.1901.) e irmã de Zélia Pedreira de Abreu Magalhães.
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A informante Zélia nasceu na casa dos avós paternos, Ingá, em 05 de abril de 1857. O
casal Pedreira Bulhões batizou a filha Zélia com o nome de Elisa Justina. No entanto, coube ao
Pai Pedreira a inversão dos fonemas do nome Elisa, de modo a originar o nome Zélia que
predominou entre todos que com ela se relacionaram, conforme as informações obtidas no
livro “Zélia ou Irmão do S.S. Sacramento”.