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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL
INSTITUTO DE GERIATRIA E GERONTOLOGIA
MESTRADO EM GERONTOLOGIA BIOMÉDICA
VANESSA SANDERS CURI
A INFLUÊNCIA DO MÉTODO PILATES NAS ATIVIDADES
DE VIDA DIÁRIA DE IDOSAS
Porto Alegre
2009
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VANESSA SANDERS CURI
A INFLUÊNCIA DO MÉTODO PILATES NAS ATIVIDADES
DE VIDA DIÁRIA DE IDOSAS
Dissertação apresentada como requisito para obtenção do
grau de Mestre, pelo Programa de Pós-graduação do
Instituto de Geriatria e Gerontologia da Pontifícia
Universidade Católica do Rio Grande do Sul.
Orientador: Geraldo Atílio De Carli, MD, PhD
Co-orientadora: Aline Nogueira Haas, MD
Porto Alegre
2009
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VANESSA SANDERS CURI
A INFLUÊNCIA DO MÉTODO PILATES NAS ATIVIDADES
DE VIDA DIÁRIA DE IDOSAS
Dissertação apresentada como requisito para obtenção do
grau de Mestre, pelo Programa de Pós-graduação do
Instituto de Geriatria e Gerontologia da Pontifícia
Universidade Católica do Rio Grande do Sul.
Aprovada em___de_____________de______
BANCA EXAMINADORA
______________________________
Dra. Alessandra Maria Scarton
_______________________________
Dra. Denise Cantarelli
________________________________
Dr. Geraldo Atílio De Carli
Dedico este trabalho ao meu pai,
O Mestre Curi,
motivador nato, que me
inspirou a paixão pelo
movimento humano.
AGRADECIMENTOS
Agradeço, primeiramente, a minha família, Rolando e Luigi, que me deram todo o
apoio para superar os obstáculos que todo o processo de pesquisa apresenta.
Durante o período do curso de mestrado tive a felicidade de conhecer muitas pessoas
que contribuíram para a conclusão deste trabalho.
Aos sempre atenciosos, integrantes da equipe do IGG, Mônica, Cletiane, Paulo e
Ângela, agradeço-lhes pela paciência às minhas perguntas freqüentes e óbvias.
Ao Professor Irênio que sem a sua orientação e persistência em me instruir para
aspectos metodológicos e estatísticos não seria possível a realização deste estudo.
À minha colega, Cristiani Trentin, que me auxiliou na pesquisa e durante o curso de
Mestrado, como uma verdadeira parceira nos momentos de tensão.
Ao Professor De Carli que me recebeu como sua orientanda num momento difícil e
que me motivou a continuar.
À Professora Aline Haas que se tornou a minha co-orientadora e amiga, onde
encontrei muitas respostas para as minhas dúvidas como mestranda e como profissional,
agradeço a sua competência e a sua generosidade.
A Universidade de Caxias do Sul, especificamente, a Universidade da Terceira Idade e
ao Núcleo de Estudos sobre Envelhecimento Humano pela generosidade em compartilhar
informações importantes para a realização deste estudo.
Às senhoras que aceitaram a participar desta pesquisa e doaram seu tempo para a
realização dos testes, questionários e para a disponibilidade ao treinamento previsto.
Ao prof. Sergio Ribamar que sempre me incentivou na pesquisa do Método Pilates
com idosos e se manteve sempre em contato com este estudo apesar da distância.
E, finalmente, ao Professor Antônio Carlos Araújo de Souza (in memorian), pela sua
contribuição durante o planejamento deste estudo e que infelizmente não pode ver este
trabalho concluído.
RESUMO
Introdução: Um treinamento de exercícios físicos baseado no Método Pilates para idosos
ativos contribui para a manutenção ou a melhora no tempo de realização das Atividades de
Vida Diária. Objetivos: O objetivo do presente estudo foi de analisar a influência do Método
Pilates nas atividades de vida diária de mulheres com mais de 65 anos após um treinamento
de doze semanas. E, identificar as alterações ocorridas no tempo de realização das atividades
de vida diária antes e após o treinamento de doze semanas do Método Pilates. Como também,
avaliar o nível de atividade física regular semanal, antes e após o treinamento proposto.
Métodos: Este ensaio clínico não-randomizado teve a participação de 22 idosas, com idades
entre 65 e 74 anos. Através das informações obtidas no Banco de Dados da Universidade da
Terceira Idade, da Universidade de Caxias do Sul, alunas inscritas nas turmas dos Programas
de Atualização e Aquisição de Novos Conhecimentos (UNTI-UCS), foram convidadas a
participar deste estudo, portanto o processo de amostragem foi de conveniência. As
participantes preencheram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, e, responderam ao
Questionário Internacional de Atividade Física - IPAQ, versão 8, forma longa, semana usual,
e realizaram os testes da Bateria de Testes de Atividades da Vida Diária para Idosos
Fisicamente Independentes - BTAVD, a fim de verificar o tempo para a realização de
Atividades de Vida Diária. As participantes durante o período de doze semanas realizaram
exercícios específicos do Método Pilates, com freqüência de duas vezes por semana, sendo
que cada sessão tinha a duração de cinqüenta minutos. E, após este período, repetiu-se a
aplicação do questionário e da bateria de testes. Resultados: Através do uso do IPAQ, os
resultados demonstraram que, nos domínios de atividades físicas onde foram medidas as
médias de dispêndio calórico, denominados Trabalho, Transporte, e Lazer, não apresentaram
mudanças estatisticamente significativas. Somente no domínio de atividades físicas
Domésticas os resultados demonstraram uma diferença significativa antes e após um
treinamento com o Método Pilates, com um valor de p: 0, 037. na realização da
BTAVDIFI, os resultados foram significativos quando comparados ao período anterior de
treinamento em todos os testes aplicados respectivamente: teste “caminhar/correr 800 metros”
(622,86 563,70), p:< 0,001; teste “sentar e levantar da cadeira e locomover-se pela casa”
(27,79 19,24), p:<0,001; teste “subir degraus” (3,82 3,17), p: 0,007; teste “subir escadas
(7,17 5,70), p: <0,001; teste “levantar-se do solo” (5,23 4,40), p: 0,001; teste “habilidades
manuais” (15,63 14,09), p: 0,004; e teste “calçar meias” (7,10 4,86), p: 0,004.
6
Conclusões: um treinamento de doze semanas baseado no Método Pilates influenciou
significativamente no tempo de realização das Atividades de Vida Diária para mulheres
idosas medido pela BTAVDIFI, mas não houve mudança no nível total de atividade física
medido pelo IPAQ versão 8, forma longa, semana usual, somente uma diferença significativa
no domínio das atividades físicas domésticas.
Palavras-chave: Idosas. Método Pilates. Atividades de Vida Diária.
ABSTRACT
Introduction: A physical exercise based on the Pilates method for active senior citizens,
which contributes to the continuation and improvement on the time taken to perform in daily
activities in life. Objectives: The objective of this study was to analyze the influence of the
Pilates method on the daily activities of women over 65 years of age after training them for 12
weeks. Also, the objective was to identify the change occurred on the time taken to perform
the daily activities in their lives by comparing the time before and after 12 week Pilates
training. Finally, the level of weekly physical activity was evaluated, comparing the level of
exercise performed before and after the proposed training. Methods: This clinic, non-
randomized study included 22 senior women, aging between 65 and 74. Trough prior
information acquired in the Terceira Idade University´s database, located in Caxias do Sul
University, admitted students in the Actualization and Acquisition of new knowledge class
(UNTI-UCS) were invited to participate in this study, which made the sampling process
convenient. The participants filled out a Clarified and Free Will Term and answered the
International Physical Activity Questionarie IPAQ, version 8, long format, usual week.
They also performed on the Daily Life Activities Tests for Physically Independent Seniors
BATAVD, with the purpose of verifying the time taken to perform on Daily Life Activities.
During the 12 week period the participants performed twice a week on specific exercises in
the Pilates Method, with every session lasting fifty minutes. And, after this period, they once
again filled out the questionnaire and performed on the group of tests. Results: Trough the
use of IPAQ, the results show that, in the domains of physical activities in where the average
calorie buned was measured, which were named Work, Transport and Leisure, did not show
statiscally significant significant changes. Only in the Housework activities domain did the
results show a significant difference before and after the Pilates Method training, with the
prior training in every test applies, respectively: test “walk/run 800 meters” (622,86 536,70),
p:< 0,001; test “sito n a chair, then stand up and walk around the house” (27,79 19,24),
p:<0,001; test “go up the steps” (3,82 3,17), p: 0,007; test “go up the stairs” (7,17 5,70),
test “getting up off the floor” (5,23 4,40), p: 0,001; test “manual abilities” (15,63 14,09),
p: 0,004; and test “put socks on” (7,10 4,86), p: 0,004. Conclusions: The 12 week training
base don the Pilates Method significantly influenced the performance time in Daily Life
Activities for female seniors, measured by the BTAVDIFI, but therewas no change in the total
8
level of physical activity measured by IPAQ version 8, long format, usual week. It just
presented a significant difference on the domestic physical activities domain.
Key-words: Seniors. Pilates Method. Daily Life Activities.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Brasil: distribuição da população por sexo e idade (1980 - 2000) .................. 18
Figura 2 - Inventor do Método Pilates, Joseph Pilates ..................................................... 27
Figura 3 - Fluxograma de funcionamento da pesquisa ..................................................... 34
Figura 4 - Características do IPAQ, versão 8, forma longa, semana usual ...................... 35
Figura 5 - Quadro da Bateria de Testes ............................................................................ 36
Figura 6 - Planejamento das aulas nas primeiras duas semanas ....................................... 37
Figura 7- Planejamento das dez semanas seguintes de treinamento ................................ 38
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Domínios do IPAQ: Comparativo das médias e desvios-padrão .................... 41
Tabela 2 IPAQ: Resultados dos Níveis de Atividade Física ......................................... 42
Tabela 3 - Bateria de Atividades da Vida Diária para Idosos Fisicamente Independentes ..
........................................................................................................................................... 42
11
LISTA DE ABREVIATURAS
AVD - Atividade da Vida Diária
AVDs - Atividades da Vida Diária
AIVDs- Atividades Instrumentais da Vida Diária
BAECKE - Questionnaire of Habitual Physical Activity
DAF - Diário de Atividades Físicas
DMO - Densidade Mineral Óssea
ECG - Eletrocardiograma
IGG - Instituto de Geriatria e Gerontologia
IMC - Índice de Massa Corporal
IPAQ - Questionário Internacional de Atividade Física
ISAK - International Society Advancement of Kinathropometry
MP - Método Pilates
OMS - Organização Mundial da Saúde
PAAF - Programa Autonomia para Atividade Física
PUC - Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
RP - Repetições Máximas
UCS - Universidade de Caxias do Sul
UNTI - Universidade da Terceira Idade
VO
2
- Consumo de Oxigênio
SPSS - Statistical Package for Social Sciences
LISTA DE SÍMBOLOS
met - medida de dispêndio calórico
kcal caloria
min minuto
s - segundos
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 15
1.1 PROBLEMA DE PESQUISA ............................................................................................ 15
1.2 HIPÓTESES ....................................................................................................................... 16
1.3 OBJETIVOS ....................................................................................................................... 16
1.4 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................... 16
2 REVISÃO DE LITERATURA ........................................................................................... 18
2.1 IDOSO: SUJEITO DO PROCESSO DE ENVELHECIMENTO ...................................... 18
2.2 ATIVIDADE FÍSICA E O IDOSO .................................................................................... 21
2.3 MÉTODO PILATES .......................................................................................................... 26
3 MÉTODO ............................................................................................................................. 32
3.1 DESCRIÇÃO ..................................................................................................................... 32
3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA ............................................................................................ 32
3.2.1 Critérios de Inclusão ..................................................................................................... 33
3.2.2 Critérios de Exclusão .................................................................................................... 33
3.3 COLETA DE DADOS ....................................................................................................... 34
3.3.1 Fluxograma de funcionamento ..................................................................................... 34
3.3.2 Instrumentos .................................................................................................................. 35
3.3.3 Descrição das intervenções ........................................................................................... 37
3.3.4 Variáveis Dependentes .................................................................................................. 38
3.3.5 Variáveis Independentes ............................................................................................... 38
3.3.6 Fatores em Estudo ......................................................................................................... 39
3.4 ANÁLISE ESTATÍSTICA ................................................................................................. 39
3.5 CONSIDERAÇÕES ÉTICAS ............................................................................................ 39
4 RESULTADOS .................................................................................................................... 41
4.1 RESULTADOS DO QUESTIONÁRIO INTERNACIONAL DE ATIVIDADE FÍSICA 41
4.2 NÍVEIS DE ATIVIDADE FÍSICA POR INDIVÍDUO ..................................................... 42
4.3 RESULTADOS DA BATERIA DE TESTES DE AVDs .................................................. 42
5 DISCUSSÃO ........................................................................................................................ 43
6 CONCLUSÕES .................................................................................................................... 48
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 50
APÊNDICES ........................................................................................................................... 55
APÊNDICE 1 OFÍCIO DE APROVAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA E PESQUISA ........ 56
APÊNDICE 2 TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO ................... 57
APÊNDICE 3 - FICHA DE DADOS DE IDENTIFICAÇÃO PARA O CADASTRO DA
AMOSTRA ............................................................................................................................... 58
ANEXOS ................................................................................................................................. 59
ANEXO 1 QUESTIONÁRIO INTERNACIONAL DE ATIVIDADE FÍSICA ................... 60
14
ANEXO 2 BATERIA DE TESTES DE ATIVIDADES DA VIDA DIÁRIA PARA
IDOSOS FISICAMENTE INDEPENDENTES ....................................................................... 63
15
1 INTRODUÇÃO
A atual busca por atividades físicas que promovam maior segurança para seus
praticantes é constante, observando-se que esta preocupação pode ocorrer com maior
freqüência no público adulto e idoso. Dentre as diferentes ofertas de atividade física para o
idoso que se encontram hoje nas academias, centros de convivência, clubes, escolas de dança,
centros comunitários e/ou associações desportivas, enfim, espaços onde existe a proposta de
atividade física, independente da modalidade executada, o Método Pilates vem ganhando
amplitude e maior divulgação nesses ambientes de lazer, esporte e educação.
Conforme Haas
1:32
[...]no Pilates bem orientado por um profissional habilitado, é
praticamente inexistente a possibilidade de lesões ou dores musculares, pois o impacto é
zero”.
Camarão
2
, em entrevista para um site especializado em saúde, justificou que a
receptividade dos idosos frente ao Método Pilates se deve ao respeito aos limites do corpo
evita lesões e desgaste físico: a respiração correta aumenta a capacidade pulmonar e melhora
a circulação; e o trabalho individualizado permite corrigir desvios posturais, trabalhando mais
determinados músculos que outros. Isso é bom para todos, desde o esportista que não quer se
machucar, até quem está se recuperando de um derrame”.
A proposta do Método Pilates pode ser de melhoria na qualidade de vida de seus
praticantes, através de uma condição otimizada de uma nova postura, desenvolvendo maior
mobilidade, equilíbrio e agilidade, embasando-se numa tonificação muscular e em um ganho
de flexibilidade e elasticidade, atingidas através de seus exercícios específicos. Contudo, a
comprovação dos efeitos reais para os praticantes deste método se faz relevante, se
considerarmos toda a importância da atividade física no cotidiano do idoso que necessita de
um planejamento específico para essas atividades e de profissionais qualificados.
1.1 PROBLEMA DE PESQUISA
Qual é a influência do Método Pilates (MP) nas atividades de vida diária (AVD) de
mulheres com mais de 65 anos após um treinamento de doze semanas?
16
1.2 HIPÓTESES
a) Hipótese Nula: O treinamento do MP não altera o tempo de realização das AVD.
b) Hipótese alternativa: O treinamento com o MP otimiza o tempo de realização das
AVD.
1.3 OBJETIVOS
O objetivo geral foi analisar a influência do Método Pilates nas atividades de vida
diária de mulheres com mais de 65 anos após um treinamento de doze semanas.
Os objetivos específicos foram: identificar as alterações ocorridas no tempo de
realização das atividades de vida diária antes e após o treinamento de doze semanas do
Método Pilates e avaliar o nível de atividade física regular semanal, antes e após do
treinamento proposto.
1.4 JUSTIFICATIVA
Os estudos científicos encontrados sobre o tema, até o momento de elaboração desta
pesquisa, ainda não contemplam o processo de envelhecimento, apesar da procura dessa
população pelo Método Pilates. O público idoso busca cada vez mais este tipo de atividade,
talvez por uma divulgação na mídia sobre este método como sendo algo novo, benéfico para a
saúde e qualidade de vida, e, de tendência ou modismo; ou ainda, pelos benefícios, que
também, são divulgados por fisioterapeutas, médicos, educadores físicos e outros
profissionais da área da saúde.
Este estudo foi idealizado e planejado por acreditar-se nos benefícios que a prática do
Método Pilates poderá proporcionar para a população idosa. A partir de relatos de alunos
deste método durante as aulas das quais a pesquisadora é instrutora, houve o interesse neste
tema, em específico nos possíveis benefícios para a realização das Atividades de Vida Diária.
17
Esta aplicabilidade do Método Pilates é pensada conforme a importância dada na
realização das atividades da vida diária, em especial na população idosa que busca
independência no seu cotidiano.
Ao utilizar o processo científico com seu rigor e clareza, ocorreu uma tentativa de
comprovação sistematizada e organizada sobre a crença destes benefícios relatados.
18
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 IDOSO: SUJEITO DO PROCESSO DE ENVELHECIMENTO
Partindo do pressuposto de que a população idosa está crescendo, Costa
3
afirma que
no Brasil o número de idosos ( 60 anos de idade) passou de três milhões em 1960, para 7
milhões em 1975 e 14 milhões em 2002 (um aumento de 500% em quarenta anos) e estima-se
que alcançará 32 milhões em 2020. E, também sugere que temos de encontrar os meios para:
incorporar os idosos em nossa sociedade, mudar conceitos já enraizados e utilizar novas
tecnologias, com inovação e sabedoria, a fim de alcançar de forma justa e democrática a
eqüidade na distribuição dos serviços e facilidades para o grupo populacional que mais cresce
em nosso país.
Figura 1 Brasil: distribuição da população por sexo e idade (1980 - 2000)
Fonte:IBGE [capturado 2008 outubro 24] . Disponível em www.ibge.gov.br.
Barbanti
4
conceitua o envelhecimento humano como uma designação geral para um
complexo de manifestações, que leva a um encurtamento da expectativa de vida com o
aumento da idade. Sendo uma alteração irreversível da substância viva em função do tempo,
dando manifestações de desgaste e um processo biológico, que leva à limitação das
possibilidades e adaptação do organismo e ao aumento da possibilidade de morrer, reduzindo,
19
assim a capacidade de desempenho físico e mental do indivíduo. E, finalmente seria a
conseqüência das alterações que os indivíduos demonstram, de forma característica, com o
progresso do tempo da idade adulta até o fim da vida.
Papalya e Olds
5
citam que os especialistas em gerontologia e geriatria, às vezes,
referem-se a pessoas entre 65 e 74 anos como idosos jovens, àquelas com mais de 75 de
idosos velhos, e as com mais de 85 anos como idosos mais velhos. Contudo, esses rótulos
podem ser mais úteis quando utilizados para se referirem à idade funcional.
O conceito de velhice e as vantagens e desvantagens dessa etapa da vida foram
verificados em um estudo realizado por Silva
6,
no ano de 2003 com idosos participantes do
Programa Conviver executado pela Secretaria Municipal de Bem Estar Social da Prefeitura
Municipal de Cuiabá/MT. As desvantagens de ser velho apareceram em maior número de
depoimentos, havendo uma grande ênfase nos fatores econômicos e de saúde, que implicam
em limitações e prejuízos no dia-a-dia.
Xavier e Veronese
7
acreditam que o envelhecimento traz uma perda de resiliência não
apenas fisiológica, mas também emocional e psicológica. Assim o idoso tende à depressão
diante da doença por um conjunto multifatorial de determinantes como: menor resiliência
emocional para suportar a enfermidade do que o jovem, sejam elas associadas à terceira idade,
crônicas ou neurológicas, perdas e um distanciamento de suas referências no mundo moral,
cultural, religioso e social do idoso.
Um estudo na cidade de Passo Fundo/RS, desenvolvido por Guedes e Silveira
8
,
investigou residentes em instituições asilares. A amostra foi composta por 109 pessoas, com
idade entre e 50 e 103 anos, sendo 60,55% de mulheres e 39,44% de homens. Aplicou-se a
Escala de Bartheel para a avaliação funcional, em que se constatou que 59,63% dos asilados
mostraram-se independentes, enquanto 40,36% necessitavam de supervisão ou assistência
para a maioria das atividades de vida diária. No total foram avaliadas atividades relacionadas
com banho, vestuário, higiene pessoal, evacuação, micção, alimentação, uso do vaso sanitário,
passagem cadeira-cama, deambulação e escadas. Na análise individual de cada atividade, o
mais elevado índice situou-se na atividade de banho, totalizando 67,89%. Também o
vestuário, higiene pessoal e micção detêm altos índices de dependência funcional.
A partir da reflexão deste fenômeno, cabe aos diferentes profissionais da área da saúde
que estudam o envelhecimento humano, enquanto processo biológico, social, econômico,
cultural e psicológico estarem atentos para a necessidade de independência do idoso.
Principalmente, durante a realização de atividades corriqueiras, especificamente, as atividades
de vida diária. Estas atividades têm o seu valor essencial para a autonomia do idoso,
20
respeitando assim, primordialmente, a sua condição de vida e valorizando a dignidade
humana.
Papalya e Olds
5
afirmam que embora a capacidade de desempenhar atividades
instrumentais da vida diária (AIVDs: administrar as finanças, fazer compras necessárias,
utilizar o telefone, obter transporte, preparar refeições, tomar medicação e cuidar da casa)
geralmente diminua com a idade, com a capacidade de resolver problemas interpessoais ou
emocionalmente carregados não ocorre o mesmo.
Num estudo de Ribeiro et al
9
, tendo como amostra um grupo de terceira idade que
participou de uma análise qualitativa na cidade de Viçosa, Minas Gerais, a possibilidade de
executar as atividades de vida diária sem necessitar da interferência ou influência de outras
pessoas está relacionada com a percepção de qualidade de vida, tendo em vista o sentimento
de autonomia e saúde.
Portanto, devemos abandonar os estereótipos relacionados à incapacidade, ao lembrar
a figura do idoso com a idéia de fragilidade e de dependência. Na compilação e organização
de relatos de idosas integrantes do Grupo Ritmo e Movimento da Boa Idade, realizado na
cidade de Caxias do Sul, Baungarten
10
introduz esta temática. Afirma que, é inegável a
importância da manutenção do movimento para a saúde, pois mesmo as atividades mais
simples da vida cotidiana, podem apresentar dificuldades e conflitos que necessitam tomadas
de decisões corporais.
O surgimento de um “novo-idoso”, com auto-suficiência e capacitado a administrar as
suas tarefas diárias poderá ser uma conquista desta população e também dos profissionais
envolvidos nesse planejamento para estratégias de qualidade de vida na velhice.
Para Herédia e Casara
11
, num estudo demográfico com a finalidade de traçar o perfil
do idoso da região nordeste do Rio Grande do Sul, as autoras concluíram que, para o idoso a
saúde tem valor maior, e que com ela despende boa parte de sua renda, portanto, pensar a
saúde de forma preventiva torna-se uma necessidade. Hábitos saudáveis, ou seja, dietas
adequadas, exercícios físicos e mentais, sono; vida organizada; avaliação dos fatores de risco
para o desenvolvimento das doenças comuns da velhice; diagnósticos precoces; campanhas de
conscientização e esclarecimento sobre doenças; informações sobre serviços prestados e
outros, são medidas que levam a um envelhecimento saudável com qualidade de vida.
Num estudo de Cartaxo, Ferandes e Catão
12
que teve por objetivo avaliar a capacidade
funcional de participantes de grupos da terceira idade; a partir do nível de
dependência/independência; estimular os idosos para a realização das atividades de vida diária
e sua importância para a saúde, teve como população este estudo um total de 172 indivíduos
21
sendo 43 homens e 129 mulheres, com mais de 50 anos, participante do Programa Conviver
da Secretaria Municipal de Ação Social do município de Campina Grande no período de 2005
a 2007. E obtiveram os seguintes resultados: 46,51% dos participantes relataram completa
independência, enquanto 48,84% referiram dependência parcial e apenas 4,65% dependência
total para mais de sete atividades. Estes autores concluíram que a alta prevalência de
autonomia entre idosos mostra que o declínio funcional não é intrínseco ao envelhecimento.
Prova disso é que proporção considerável de indivíduos idosos mantém alto grau de
independência a despeito da idade, o que a literatura designa “envelhecimento bem-sucedido”.
Mediondo e Bulla
13
lembram que, envelhecer saudavelmente faz parte de um amplo
processo de aprendizagem, porque a velhice está condicionada por normas e costumes que
influenciam as diversas formas de agir dos sujeitos. Aprender a envelhecer é um processo que
não começa depois dos 60 anos. Ele começa ainda na infância, porque é nessa etapa da vida
que começam a interiorizar os sistemas normativos. Daí a ênfase dada aos trabalhos que
integram gerações porque são importantes fontes de aprendizado.
2.2 ATIVIDADE FÍSICA E O IDOSO
A OMS na II Conferência Internacional das Nações Unidas, realizada em abril de
2002 em Madrid, citada por Manidi e Michel
14
, sugere que para a promoção de um
envelhecimento ativo e saudável, a prática de atividade física serve como estratégia para uma
melhor qualidade de vida. O que fortalece a necessidade de manutenção quando possível, de
uma vida ativa ao longo do processo de envelhecimento humano.
Segundo o Estatuto do Idoso, baseado na Lei número 10.741/2003, no que se refere o
artigo 20 do capítulo V, “o idoso tem direito a educação, cultura, esporte, lazer, diversões,
espetáculos, produtos e serviços que respeitem sua peculiar condição de idade”
15
.
Para Géis
16
, o âmbito da atividade física para os idosos está centrado em quatro itens
que são definidos nos seguintes termos: prevenção, manutenção, reabilitação e recreação.
Qualquer pessoa, independente da idade, que realize atividade física o faz com um desses
objetivos, ou para melhorar e manter a saúde, ou para sentir-se bem, ocupar o seu tempo livre,
o qual redunda em um melhor bem-estar psíquico. Realizando atividade física, atinge-se uma
melhora física, psíquica e sócio-afetiva. Tudo isso faz com que a qualidade de vida melhore.
22
Jeckel
17
, na resenha da tese de Mazo, cita que, ao favorecer a prática da atividade
física ao idoso, pode igualmente ajudar a mudar o seu estilo de vida, muitas vezes inativo e
sedentário.
Num estudo realizado por Mata e cols.
18
, com o objetivo de investigar as
representações sociais da atividade física no processo de envelhecimento, contando com uma
amostra de 62 indivíduos utilizou-se da técnica de associação livre de palavras no
levantamento dos conteúdos e da estrutura da representação social. E, os resultados
permitiram distinguir dois campos de representação da atividade física: funcionalidade
biofisiológica representado pelos elementos “ginástica” e “hidroginástica” e como
significação psicossociológica, por “felicidade”, “bem-estar”, “saúde” e “dança”. E,
concluíram que o trabalho interdisciplinar do profissional de Educação Física na manutenção
da saúde através da orientação da atividade física, como um dos meios para que se atinja a
saúde mental e física afetada pelos sintomas da depressão e ansiedade.
Berlezi et al
19
propõem que a aptidão física quando relacionada à saúde envolve
componentes associados ao estado físico, psicológico e social, seja nos aspectos de prevenção
e redução dos riscos de doenças, como também pela maior disposição para as atividades de
vida diária. Estes autores realizaram um estudo para avaliar as condições físicas de mulheres
com mais de 60 anos de idade, praticantes ou não de atividade física regular, na cidade de Ijuí,
tendo uma amostra de 20 mulheres idosas que foi dividida em dois grupos de dez
participantes. Os resultados do estudo mostraram que a atividade física regular favorece
positivamente o desempenho físico, mesmo em idades acima de 60 anos. E, concluíram que
necessidade de programar, junto aos grupos de atividades físicas para a terceira idade,
atividades planejadas, estruturadas e repetitivas que respeitem as individualidades, freqüência
e intensidades adequadas, que são os princípios do treinamento físico.
As possibilidades positivas da atividade física na velhice, segundo Vargas Neto
20
, se
justificam pelo consenso que, grande parte dos mecanismos implicados no processo de
envelhecimento que são facilmente modificados pelo estilo de estilo de vida e pelos hábitos
higiênicos e dietéticos adotados ao longo da vida. De tal maneira que quando se cumprem as
recomendações destinadas a melhorar a saúde da população, pode-se atrasar e, inclusive,
evitar problemas típicos da terceira idade. Recomendações como se movimentar e permanecer
ativos, a mobilidade é a chave para manter-se jovem, são importantes, pois nada pior do que a
imobilidade para envelhecer rapidamente.
Os benefícios da atividade física para idosos são inúmeros, conforme Ramos
21
, esses
benefícios abrangem desde o campo físico até o social: aumento da capacidade aeróbia;
23
aumento na ventilação voluntária; melhora na flexibilidade; melhora na resistência muscular
localizada; aumento do conteúdo de minerais ósseos; diminuição da resistência vascular;
melhor tolerância à glicose; redução da concentração de lipídios; melhora do estado de ânimo,
aumento da vitalidade e melhora significativa da qualidade de vida.
Como afirma Shepard
22
, embora o hábito de atividade física regular possa estender o
ciclo vital de uma pessoa em 1 a 2 anos, um benefício muito mais importante do exercício é o
aumento de 6 a 10 anos na expectativa de vida ajustada à qualidade. As conseqüências
práticas imediatas do aumento da qualidade de vida incluem relatórios de maior bem-estar,
uma melhora da auto-estima e sensação de auto-eficácia, bem como uma redução do risco de
ansiedade e depressão.
Manidi e Michel
14
lembram que podem ocorrer possíveis efeitos negativos da
atividade física, sendo que, esses efeitos podem ser pequenos ferimentos, dores nas
articulações e até mesmo, problemas cardíacos graves, na maioria das vezes, causados por:
uma condição física insuficiente no início da prática da atividade física, uma má adaptação do
tipo de atividade física à pessoa, uma dosagem do exercício, ou ainda a utilização de
material de má qualidade (calçados, por exemplo).
A elaboração de um programa de atividade física para a terceira idade deve levar
basicamente em consideração o preparo, salienta Ferreira
23
, para que o idoso possa cumprir
suas necessidades básicas diárias impostas pelo cotidiano.
Conforme as diretrizes do ACMS, elaboradas por Balady et al
24
, a prescrição de
exercício para idosos aponta que, os princípios gerais da prescrição se aplicam aos adultos de
todas as idades. As adaptações relativas ao exercício também são semelhantes às dos outros
grupos etários. A melhora percentual no VO2máx. de pessoas idosas é comparável àquela
relatada na população mais jovem. Lamentavelmente, a inatividade física é mais comum no
idoso que em qualquer outro grupo etário e pode contribuir para a perda de independência na
idade avançada. Os componentes particularmente importantes da prescrição do exercício
incluem aptidão cardiovascular, treinamento de resistência e flexibilidade.
O processo de envelhecimento traz alterações da força, como afirmam Wilmore e
Costill
25
, portanto a força máxima de uma pessoa, geralmente bem acima das demandas
diárias no início da vida, diminui de forma constante com o envelhecimento. Por exemplo, a
capacidade de mudar da posição sentada para a posição em é comprometida em torno dos
50 anos e, por volta dos 80 anos, essa tarefa torna-se impossível para algumas pessoas. Estes
autores acrescentam que, os adultos mais velhos são tipicamente capazes de participar de
atividades que exigem apenas quantidades moderadas de força muscular.
24
Para Géis
16
, podem ocorrer várias conseqüências do envelhecimento na realização da
atividade física, em nível articular, as mudanças degenerativas e a falta de uso limitam a
mobilidade. Sem um programa de exercício adequado, é possível que algumas pessoas
apresentem uma diminuição da amplitude do movimento articular tanto em flexão e extensão.
Isso implicará progressiva anquilose de difícil resolução. A diminuição de movimentos
articulares, sobretudo nos joelhos e nos quadris, levará à um caminhar instável e, portanto, a
um maior risco de quedas.
Marzetti e Leeuwenburgh
26
ressaltam que a perda de força e de massa muscular com o
envelhecimento, também denominada, sarcopenia do envelhecimento, é uma condição com
alta prevalência entre idosos e influencia o surgimento de várias adversidades, incluindo
incapacidade, institucionalização e mortalidade. Neste artigo de revisão, os autores
concluíram que, a aceleração da apoptose (morte celular programada) das fibras musculares
pode representar o mecanismo-chave para o entendimento da sarcopenia.
Cadore, Brentano e Kruel
27
, também num estudo de revisão, porém, sobre os efeitos de
diferentes modalidades esportivas e de treinamento de força na remodelação óssea, discutiram
as possíveis relações na densidade mineral óssea (DMO) com a força muscular e a
composição corporal. Concluíram que, a determinação de qual o tipo de atividade física seja a
ideal para aumentar o pico de massa óssea na adolescência, ou mesmo mantê-la após a vida
adulta, é muito importante para a prevenção e o possível tratamento da osteoporose, cuja
incidência ocorre principalmente em mulheres pós-menopáusticas. Além disso, as associações
da DMO com a força muscular e a composição corporal sugerem que a prescrição de um
treinamento que vise melhorar esses parâmetros pode ter um efeito benéfico na DMO.
A tendência de aumento na expectativa de vida certamente representará incrementos
na morbidade e na mortalidade em eventos relacionados à osteoporose. Aveiro et al
28
analisaram os efeitos de um programa de treinamento na força muscular do tornozelo, no
equilíbrio funcional e na marcha de mulheres com diagnóstico densitométrico de osteoporose.
Contando com uma amostra de doze mulheres voluntárias (idade 68,7 2,7) foram
submetidas à avaliação física e posteriormente, reavaliadas após doze semanas. Cada sessão
de 60 minutos, 3 vezes por semana, incluiu alguns exercícios de alongamento, fortalecimento
muscular dos músculos flexores plantares e dorsiflexores do tornozelo, com 50% de 10-
repetições máximas e treino de equilíbrio. As variáveis relacionadas ao índice de equilíbrio, à
velocidade da marcha e à força muscular apresentaram melhoras significativas (p 0,05)
analisadas por meio do teste não paramétrico de Wilcoxon. Portanto, programas de atividade
25
física são eficientes para melhorar o equilíbrio funcional, a velocidade da marcha e a força
muscular do tornozelo de mulheres idosas portadoras de osteoporose.
Trancoso e Farinati
29
estudaram os efeitos de 12 semanas de treinamento de força
sobre a força muscular em mulheres idosas funcionalmente autônomas, mas sem experiência
prévia com este tipo de treinamento. Trinta e cinco mulheres com 62 a 77 anos de idade
passaram por anamnese e teste de esforço com ECG. A casuística contou com 19 indivíduos
(idade = 69 5 anos). Foram realizadas, duas vezes por semana durante 12 semanas, duas
séries de 10 repetições máximas (RM) em exercícios para membros inferiores (“leg-press”) e
superiores (supino reto). Conclui-se que o TF pode apresentar resultados positivos em idosas
com bom nível de independência funcional. A possibilidade de estes ganhos ocorrerem em
treinamentos de prazo mais longo, todavia, revela-se duvidosa.
Carvalho et al
30
, realizaram um estudo com a intenção de avaliar a força muscular de
idosos em função do método de avaliação, participantes de um programa complementar de
atividade física durante seis meses e contaram com uma amostra de dezenove idosos (12
mulheres e sete homens) com idade média de 68,7 4,2 anos. A força muscular foi avaliada
isotônica e isocineticamente em quatro períodos distintos: inicial (“baseline”), intermédio
(três meses após), final (seis meses após) e destreino (um mês após término da atividade). Os
autores concluíram que um programa complementar de atividade física parece ser
suficientemente intenso e específico para induzir melhorias na força muscular de idosos
independentes. No entanto, a magnitude de resposta de adaptação e desadaptação após treino
e destreino é dependente do método de avaliação utilizado.
Identificar a quantidade ideal de atividade física é fundamental para que se possa
orientar práticas coerentes em relação à quantidade, intensidade e freqüência, bem como
construir programas de intervenções para minimizar e controlar os problemas relacionados
com o declínio funcional em idosos. Dentre os métodos e técnicas, os questionários têm sido
os mais empregados para avaliar a atividade física e o gasto energético. Num estudo de
revisão realizado por Rabacow et al
31
, foi concluído que os questionários BAECKE e IPAQ
são os únicos traduzidos e validados para a língua portuguesa, e o IPAQ foi o que pareceu
apresentar as melhores condições para ser aplicado em idosos brasileiros. Assim, dentre os
questionários que avaliam o nível de atividade física em populações idosas no Brasil,
verificou-se que apresentam boa reprodutibilidade, mas baixa validade.
Benedetti, Mazo e Barros
32
num estudo com o objetivo de determinar o nível de
reprodutibilidade e validade concorrente do questionário internacional de atividades físicas
(IPAQ, versão 8, forma longa, semana usual) avaliaram o nível de atividades físicas
26
realizadas por idosas, com tempo recordado de uma semana usual. A amostra do estudo foi
composta por 41 mulheres, com idade média de 67 anos. Foram realizadas duas aplicações do
IPAQ num intervalo de 15 dias, e o nível de atividades físicas foi estimado mediante
utilização de sensores de movimento (pedômetros) e de um diário de atividades físicas (DAF).
Ao comparar as medidas do IPAQ com as que foram obtidas com o DAF, os índices de
correlação encontrados foram superiores (K=0,37; rho=0,54). Concluíram que, consideradas
as evidências disponíveis sobre o assunto e as limitações do estudo, o IPAQ apresenta bom
nível de reprodutibilidade e nível moderado de validade concorrente contra as medidas de
referência adotadas.
Andreotti e Okuma
33
, com a intenção de analisar e compreender o desempenho motor
de idosos fisicamente independentes na realização das atividades de vida diária, realizaram
um estudo onde participaram 30 idosos fisicamente independentes, com idade média de 68,7
anos, participantes do PAAF (Programa Autonomia para Atividade Física) da Escola de
Educação Física e Esporte da Universidade de São Paulo. As autoras tiveram como objetivo
validar uma bateria de testes de atividades da vida diária. Os resultados apontaram que os
testes relacionados à capacidade funcional de idosos fisicamente independentes devem
enfocar as atividades de locomoção sugeridas pelos participantes do estudo como: caminhar,
sentar e levantar-se, subir escadas, subir degraus, levantar-se do solo. E também, atividades
diárias de habilidades manuais e de auto-cuidado, como calçar meias.
2.3 MÉTODO PILATES
Segundo Ribamar
34
, o criador deste método, Joseph Pilates nasceu em 1880, em
Düsseldorf, Alemanha. Pilates desde criança sofria de asma, raquitismo e febre reumática.
Sua determinação o levou a estudar várias formas de movimento incluindo yoga, técnicas
Gregas e Romanas. Aos 14 anos se dedicou arduamente ao fisiculturismo chegando a posar
para cartazes de anatomia, também chegou a ser mergulhador, esquiador e ginasta. E, iniciou
a aplicação do seu método em 1926 quando imigrou para Nova York onde recebeu a atenção
da comunidade de dança e a técnica Pilates tornou-se parte integral do treinamento de
bailarinos lendários como Rudolf Von Laban, Mary Wigman, Ruth St.Denis, Ted Shawn,
Marta Graham, George Balanchine, Hanya Holm e Jerome Robbins.
De acordo com Aparício e Perez
35:15
:
27
O Método Pilates passou a ser conhecido após a Guerra Mundial, onde Joseph
Pilates treinou um grupo de pessoas que estavam confinadas em uma prisão de
guerra na Inglaterra. Ao regressar para a Alemanha, depois da guerra, ganhou
notoriedade, pois seus companheiros que praticaram o método, durante a mesma,
superaram uma grande epidemia de gripe, além de ajudar a recuperar os feridos de
guerra, com a utilização de molas das camas para que pudessem realizar exercícios
físicos.
Figura 2 - Inventor do Método Pilates, Joseph Pilates
Fonte: Studio Zen [capturado 2007 maio 03]. Disponível em www.studiozen.com.br.
Para Camarão
36:05
, o Método Pilates “é um sistema de exercícios que possibilita maior
integração do indivíduo no seu diaadia. Trabalha com o corpo como um todo, corrige a
postura e realinha a musculatura, desenvolvendo a estabilidade corporal necessária para uma
vida mais saudável e longeva”.
Em suma, o método Pilates foi criado para se conseguir um corpo saudável, uma
mente saudável e uma vida saudável. Na concepção de Aparício e Pérez
35
, ao definirem o
Método Pilates com uma palavra diriam que é movimento, com duas palavras diriam
movimento com controle, e se tivessem de fazê-lo com três palavras seriam força, elasticidade
e controle. Finalmente, “uma boa condição física é o primeiro requisito para ser feliz”, esta
frase de Joseph Hubertus Pilates poderia resumir perfeitamente a filosofia do método criado
por ele. Uma boa condição física que se consegue fazendo intervir não o corpo, mas
também a mente e o espírito, com o objetivo final de realizar as múltiplas tarefas da nossa
vida diária com prazer e energia.
Aparício e Pérez
35
conceituam que, o Método Pilates baseia-se no fortalecimento do
centro de força, expressão que denomina a circunferência do tronco inferior, a estrutura que
suporta e reforça o resto do corpo. O segundo pilar do método é aplicação dos seis princípios
básicos fundamentais: concentração, controle, centro, fluidez nos movimentos, respiração e
precisão. Cada exercício foi concebido para integrar estes princípios. É necessário incorporar
os princípios de uma forma correta e trabalhar os conceitos fundamentais até fluírem de forma
natural e se converterem em hábitos.
28
A respeito do princípio da concentração, para Pilates e Miller
37
sugerem para as
atividades do método que é necessário que o praticante se concentre nos movimentos corretos
cada vez que executar os exercícios, para que não os faça impropriamente e, desta forma,
perca todos os seus benefícios.
O princípio da centralização é exposto por Hall
38
a respeito de que, o treinamento
básico com os exercícios de Pilates requerem suporte e controle do tronco em conjunto com
movimentos dinâmicos das extremidades. Centralização e equilíbrio estão sempre envolvidos.
Sobre o princípio da fluidez, Winsor e Laska
39
comparam o Método Pilates com a
Dança, afirmando que o Método Pilates é como uma perfeita peça de dança coreografada, e,
para ser executada com graça, significa executar os movimentos com precisão. Cada
movimento ou exercício tem um ponto específico onde inicia e onde finaliza.
Segundo Camarão
36
, em relação ao princípio que envolve a respiração, Pilates afirmou
que “antes de qualquer benefício alcançado com o uso do método a pessoa necessita aprender
a respirar corretamente, e que essa é uma conquista mais difícil do que se pode pensar. E
esclareceu que a respiração correta seria a inalação e exalação completa do ar, ou seja, então,
aperte cada átomo de ar de seus pulmões até que eles estejam tão vazios como o vácuo”.
Em relação ao princípio da precisão Panelli e De Marco
40
lembram que manter a
correta colocação das partes do corpo é fator determinante para nossa saúde e bem-estar, e
está intimamente relacionada à nossa postura. Para que isso aconteça a mente deve estar alerta
a cada movimento. E utilizar-se de poucas repetições de cada exercício e uma execução de
qualidade.
O princípio do controle é descrito por Ungaro
41
claramente ao afirmar que cada
movimento executado deve ser meticulosamente calculado e planejado, pois é desta maneira
que o Método Pilates consegue reduzir o risco de lesão durante a atividade física, preparando
o corpo para as atividades diárias da mesma forma que um atleta se prepara para um evento
esportivo.
Segundo Gallagher e Kryzanowska
42
, o sistema básico do Método Pilates, inclui um
programa de exercícios que fortalecem a musculatura abdominal e paravertebral, bem como
os de flexibilidade da coluna, além de exercícios para o corpo todo. Já no sistema
intermediário-adiantado são introduzidos, gradualmente, exercícios de extensão do tronco,
além de outros exercícios para o corpo todo, procurando melhorar a relação de equilíbrio
agonista-antagonista.
29
Além dos exercícios realizados em decúbito ventral e dorsal, sentado, ou em pé,
Pilates também criou equipamentos específicos compostos por molas a fim de desenvolver o
seu método.
Conforme pesquisa de Panelli e De Marco
40
, os equipamentos foram elaborados para
auxiliar a execução dos exercícios de solo, além de restabelecer as principais fraquezas das
pessoas, como a falta de conexão com o centro de força (cuja indicação mais evidente são os
músculos abdominais “saltados” para fora), costelas abertas em excesso devido às retificações
e compensações na região torácica, falta de mobilidade entre os segmentos vertebrais,
restrições de movimentos na articulação coxo-femoral, rigidez, encurtamento dos músculos
flexores do quadril e extensores da coluna lombar, excessiva tensão nas áreas da cintura
escapular, e dificuldade para dissipar esta tensão. Os equipamentos de Pilates são
considerados muito criativos e originais, apesar da aparência arcaica que apresentam e de
alguns nomes assustadores como Guilhotina e Cadeira Elétrica. Não podemos deixar de
lembrar que eles foram desenvolvidos durante a Primeira Guerra Mundial, e talvez por esse
motivo a inspiração tenha vindo destes antigos aparelhos de tortura.
Os aparelhos mais utilizados são: reformer, cadillac ou trapézio, cadeiras, barris e
unidade de parede. Além de acessórios utilizados nos espaços que oferecem o Método Pilates,
como: magic circle, bolas suíças (que não foram utilizadas originalmente por Pilates),
elásticos, borrachas e halteres.
A pesquisa médica vem esclarecendo cada vez mais a importância dos músculos
estabilizadores. Robinson e Napper
43
exemplificam isto, ao afirmar que se precisarmos retirar
um livro de uma prateleira alta, não utilizamos primeiro a mão nem o ombro, mas os
músculos posturais profundos, os quais estabilizam a espinha lombar, fazendo com que uma
vértebra não se afaste muito de suas vizinhas. Esses músculos são o transverso do abdômen e
um músculo posterior profundo denominado multífido. Eles formam um colete ou cinto
natural de força em torno do centro do corpo de forma que o movimento possa ocorrer com
facilidade, estabilidade e segurança.
O desequilíbrio entre a função dos músculos extensores e flexores do tronco, é um
forte indício para o desenvolvimento de distúrbios da coluna lombar. Kolyniak, Cavalcanti e
Aoki
44
, avaliaram o efeito do Método Pilates sobre a função de extensores e flexores do
tronco de 20 pessoas (16 mulheres com idade média de 34,06 7,21: quatro homens com
idade média de 34,06 6,68 anos) com habilidade para executar os exercícios do nível
intermediário-avançado, que completaram 25 sessões durante 12 semanas. Os voluntários
foram submetidos ao teste isocinético de avaliação da flexão e extensão do tronco no início e
30
ao final do período de treinamento. Os autores deste estudo, concluíram que o Método Pilates
(nível intermediário-avançado) mostrou-se uma eficiente ferramenta para o fortalecimento da
musculatura extensora do tronco, atenuando o desequilíbrio entre a função dos músculos
envolvidos na extensão e flexão do tronco.
Num estudo realizado por Cedrón e Haas
45
com o objetivo geral de analisar os
aspectos motivacionais que levam a prática do Método Pilates e identificar se estes aspectos
estariam relacionados a fatores da saúde, sociais e/ou estéticos. Com uma amostra de 16
indivíduos adultos, de ambos os sexos, praticantes do Método Pilates, foi utilizado um
questionário adaptado de Scalon com 15 itens durante a coleta de dados. Os resultados
apresentados indicaram que, o principal aspecto motivacional, para a grande maioria da
amostra, foi a busca por uma melhora na qualidade de vida. A melhora nas habilidades físicas
e o fator “aliviar tensões e relaxar”, também foram elementos motivadores que se destacaram
na busca desta prática na amostra estudada. Os fatores que tiveram um maior percentual de
respostas no item muito importante estão relacionados aos aspectos estéticos e de saúde.
Para avaliar a influência do Método Pilates na flexibilidade de mulheres adultas, Prado
e Haas
46
realizaram um estudo, e, utilizaram uma amostra composta por 10 mulheres, com
idade média de 42,5 ± 16,01 anos, que mantiveram uma regularidade de duas sessões
semanais, num período de oito meses. Durante a realização da coleta de dados, foram
utilizadas algumas posturas do Flexiteste, que avaliaram a flexibilidade de membros
inferiores, superiores e tronco. Após a análise e discussão dos resultados considerou-se que a
metade da amostra apresentou melhora na flexibilidade no movimento de flexão do tronco e a
metade permaneceu com a mesma pontuação na sua flexibilidade. Em relação à extensão do
tronco a maioria permaneceu com a mesma pontuação nas duas avaliações realizadas. No
movimento de flexão do quadril 40% da amostra obteve um aumento em sua flexibilidade e
60% permaneceu igual. E no movimento de extensão do quadril a maioria da amostra obteve
melhora na sua flexibilidade. A maioria da amostra estudada obteve melhora no movimento
de extensão ou adução posterior do ombro. Em relação ao movimento de extensão posterior
do ombro a maioria permaneceu com a mesma pontuação em sua flexibilidade. Conclui-se
que a maioria das participantes deste estudo, após oito meses de prática do Método Pilates
mostraram-se corporalmente mais flexíveis.
Num estudo retrospectivo de Vieira e Haas
47
, a partir de dados obtidos do centro de
avaliação física do Studio GR Pilates - Porto Alegre/RS foi realizada uma análise com
objetivo de verificar a influência do Método Pilates na composição corporal de praticantes do
sexo feminino em idade adulta. Foram utilizadas as medidas das seguintes dobras cutâneas:
31
do peitoral, abdômen, coxa, tríceps, supra-ilíaca, subescapular e axilar média, e ainda como
medidas: o percentual de gordura, o peso, a estatura, o peso gordo, magro, ósseo e muscular e
o Índice de Massa Corporal de uma amostra composta por nove mulheres, com idade média
de 36 ± 12,37 anos, praticantes do Método Pilates, que mantinham uma regularidade de duas
sessões por semana. Foi realizada a avaliação antropométrica e utilizado o método
antropométrico baseado no protocolo da ISAK (International Society of the Advancement of
Kinanthropometry). Após análise e discussão dos resultados acredita-se que o Método Pilates
influenciou na composição corporal de mulheres adultas, no aumento do peso muscular, da
massa magra e o do IMC, apresentando diferenças significativas entre a primeira e segunda
etapa de coleta de dados. O percentual de gordura, o peso gordo e o peso ósseo não sofreram
alterações entre as duas etapas de análise dos dados; e, em relação às dobras cutâneas destaca-
se que a dobra do tríceps apresentou diminuição com diferença significativa.
Num estudo observacional realizado por Segal, Hein e Basford
48
sobre os efeitos do
treinamento do Método Pilates na composição corporal e flexibilidade de adultos a partir de
uma amostra de quarenta e cinco mulheres e dois homens (com idade média de 41,5 anos),
foram aferidas as medidas das distâncias “fingerip-to-floor”, os percentuais de massa magra
pelo método de bioimpedância elétrica, e, também, o estado de saúde através do Questionário
da Academia Americana de Cirurgias Ortopédicas. Após a análise dos dados, os autores
concluíram que não houve nenhuma mudança estatisticamente significativa na massa magra,
no peso ou nos outros parâmetros da composição corporal, porém, o treinamento do Método
Pilates melhorou a flexibilidade do grupo estudado.
Para Camarão
36:05
, através da prática regular do Método Pilates, “o indivíduo
redescobre seu próprio corpo com mais coordenação, equilíbrio e flexibilidade.
Independentemente da idade, qualquer pessoa pode ser beneficiada por esse método que
melhora a qualidade de vida e oferece resultados rápidos”.
Porém, as mudanças no sistema musculo-esquelético relatadas com o envelhecimento
são inevitáveis. Perda de massa muscular (sarcopenia), disfunções posturais, redução no ciclo
da marcha, e perda do controle do equilíbrio estático são conseqüências das mudanças
musculoesqueléticas que ocorrem durante o processo natural de envelhecimento. Smith e
Smith
49
sugerem que exercícios baseados no Método Pilates, que é um método popular de
melhora da força do torso, oferecem outros benefícios incluindo mobilidade na coluna
vertebral e nas articulações, e ainda propriocepção, equilíbrio e treinamento de coordenação.
Idosos que incluírem exercícios baseados no Método Pilates terão benefícios ao integrarem
nos seus programas tradicionais de treinamento de força e equilíbrio.
3 MÉTODO
3.1 DESCRIÇÃO
Conforme Tricha
50
, este estudo pode ser classificado como um “ensaio clínico
controlado não-randomizado, pois houve apenas o grupo de tratamento ou de intervenção. E,
portanto não ocorreu nenhum processo aleatório de análise dos dados, somente calculadas as
médias do grupo de tratamento.
3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA
Alunas do Programa de Extensão Universitária da Universidade de Caxias do Sul,
designado Universidade da Terceira Idade, UNTI-UCS. Após a qualificação e aprovação do
projeto pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande
do Sul, e, seguindo o cronograma deste estudo, a Universidade da Terceira Idade da
Universidade de Caxias do Sul divulgou esta pesquisa nas turmas dos Programas de
Atualização e Aquisição de Novos Conhecimentos (UNTI-UCS). Após isto, a pesquisadora
contou com informações obtidas no Banco de Dados da UNTI-UCS das alunas inscritos no
primeiro semestre de 2008 em todas as atividades oferecidas por esta instituição.
A partir de um total de 898 inscritos, sendo que destes indivíduos 835 eram mulheres.
Porém destas as que eram nascidas entre 1936 a 1942, ou seja, com idades entre 65 a 75 anos,
somaram um total de 271 mulheres. E, destas quais as senhoras que não estavam matriculadas
em nenhum Programa de Saúde, Movimento e Lazer oferecidos por esta instituição, somaram
102 senhoras.
Finalmente a pesquisadora contatou por via telefônica com estas 102 senhoras
cadastradas na UNTI-UCS, e apenas 49 senhoras declaram não praticarem atividade física
regularmente e demonstraram interesse em participar deste estudo.
Após este primeiro contato telefônico, ocorreu uma reunião com as interessadas na
UNTI-UCS a fim de esclarecer e apresentar os objetivos desta pesquisa e as possíveis dúvidas
sobre este estudo. Assim, aquelas que aceitaram participar deste estudo, assinaram um Termo
33
de Consentimento Livre e Esclarecido, (APÊNDICE 2) emitido em duas vias, sendo que uma
via foi entregue para cada voluntária e a outra permaneceu com a pesquisadora. Além destes
procedimentos foi garantida a confidencialidade e o anonimato, sem qualquer identificação
dos sujeitos com os dados coletados.
Durante o decorrer da pesquisa o número de turmas foi reduzido para cinco e as aulas
ocorrem conforme o projeto, sendo duas vezes por semana com duração de cinqüenta minutos
para cada turma durante doze semanas. E, até período final de coleta de dados permaneceram
22 voluntárias até o fim da pesquisa.
3.2.1 Critérios de Inclusão
Os critérios de inclusão para a participação nesta pesquisa foram: aceitar participar do
estudo; ter idade de 65 anos ou mais; sexo feminino; apresentar atestado médico, expedido
por um geriatra, onde deveria constar que a participante está apta a realizar exercícios físicos;
e não estar praticando nenhum outro tipo de atividade física regularmente.
3.2.2 Critérios de Exclusão
Os critérios de exclusão para a participação neste estudo se justificaram conforme as
recomendações de Shepard
22
sobre o impacto da atividade física regular. Em que contra-
indicação absoluta para atividade física em indivíduos com diagnóstico de: doenças
infecciosas agudas; problemas metabólicos instáveis; distúrbios locomotores significativos;
ansiedade excessiva; infarto do miocárdio recente ou debilitante; miocardise aguda; estenose
aórtica; probabilidade de embolismo pulmonar recente. E, contra-indicações relativas para
atividade física: fibrilação atrial ou palpitação; bloqueio atrioventricular; bloqueio do feixe
lateral esquerdo; excitação ventricular prematura.
34
3.3 COLETA DE DADOS
Enquanto rotina de coleta de dados foi realizada a seguinte seqüência de eventos:
primeiro encontro ocorreu uma reunião com as alunas voluntárias de cada sub-grupo
(turma) e foram expostos os objetivos do estudo, lido o Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido, esclareceu-se as dúvidas, e os indivíduos que concordaram assinaram o Termo
de Consentimento Livre e Esclarecido; no segundo encontro: ocorreu a aplicação do IPAQ
versão 8, forma longa, semana usual, o foi questionário lido, gravado e transcrito, preenchidas
as fichas de dados de identificação da amostra, sempre pela única pesquisadora; no terceiro
encontro: foram realizados os testes em áreas externas, como o teste "caminhar ou correr
800m", e teste "subir escadas" (Bateria de Testes de Atividades de Vida Diária,); no quarto
encontro: foram realizados os testes numa sala ampla denominados: testes de "sentar e
levantar-se da cadeira e locomover-se pela casa","subir degraus", "levantar-se do solo",
"habilidades manuais", e "calçar meias" (Bateria de Testes de Atividades de Vida Diária,).
Estes procedimentos de coleta de dados foram realizados no segundo, terceiro e quarto
encontros, anteriormente ao início das 12 semanas de treinamento e foram repetidos, após o
término do treinamento.
3.3.1 Fluxograma de funcionamento
Figura 3 - Fluxograma de funcionamento da pesquisa
Fonte: O autor (2009)
35
3.3.2 Instrumentos
Os instrumentos utilizados para o desenvolvimento da pesquisa estão descritos abaixo:
a) Ficha de dados de identificação para o cadastro da amostra
Através da ficha de dados de identificação para o cadastro da amostra se manteve um
controle individual das participantes e contribui para a organização administrativa por parte
da pesquisadora durante a pesquisa. (APÊNDICE 3).
b) Questionário Internacional de Atividade Física QUIAF adaptado para idosos
O IPAQ surgiu a partir de uma reunião, em abril de 1998, em Genebra, Suíça, com a
Organização Mundial de Saúde, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados
Unidos e o Instituto Karolinska da Suécia com o intuito de desenvolverem e testarem um
instrumento para medidas de atividades físicas de uso internacional
51
Apesar do IPAQ não se tratar de um instrumento específico para idosos, Benedetti et
al
32
validaram o IPAQ versão 8, forma longa, semana usual, para idosos brasileiros. Os
autores utilizaram como referência o pedômetro e o diário de atividade física (DAF) em
amostra de 41 mulheres e 29 homens acima de 60 anos. A reprodutibilidade em ambos os
sexos foi considerada alta. Quanto à validade, os indicadores foram baixos. Mesmo com
valores de validade baixa, os valores encontrados foram superiores aos observados em outros
estudos, talvez em virtude de ser aplicado em forma de entrevista individual que pode ter
melhorado a estabilidade das medidas.
No IPAQ quanto maiores os escores de dispêndio calórico que são medidos nos
diferentes domínios, por mets (medida de dispêndio calórico) maior é o nível de atividade
física do indivíduo que pode ser categorizado nível baixo, médio ou alto. (ANEXO 1).
QUESTIONÁRIO
FORMAS DE
APLICAÇÃO
DOMÍNIOS
NÚMERO DAS
QUESTÕES
TEMPO
RECORDADO
Questionário
Internacional de
Atividade Física,
adaptado para idosos
Entrevista
Trabalho
Transporte
Lazer
Atividades Domésticas
Sedentarismo
1a, 1b, 1c, 1d.
2a, 2b, 2c.
3a, 3b, 3c.
4a, 4b, 4c
1d
1 semana
Figura 4 Características do IPAQ, versão 8, forma longa, semana usual.
Fonte: O autor (2009)
36
c) Bateria de Testes de Atividades de Vida Diária para Idosos Fisicamente
Independentes
Andreotti e Okuma
33
com o objetivo de criar e validar uma bateria de testes motores
relacionados às AVD, voltados para a população fisicamente independente. Realizaram um
estudo aonde participaram da validação da bateria de testes 30 idosos fisicamente
independentes, com idade média de 68,7 anos, participantes do PAAF (Programa Autonomia
para Atividade Física), da Escola de Educação Física e Esporte da Universidade de São Paulo.
Levando em consideração as atividades mais freqüentemente desempenhadas por esses
idosos, em seu dia-a-dia, bem como as de maior dificuldade de realização, foi elaborada uma
bateria de testes com as atividades: caminhar 800 metros, sentar e levantar-se de uma cadeira
e locomover-se pela casa, subir degraus, subir escadas, levantar-se do solo, habilidades
manuais e calçar meias. Os resultados apontaram que os testes criados nesse estudo tiveram
descrição clara, relacionam-se com AVD e possuem aplicabilidade, o que corrobora a
validade de seu conteúdo. Além disso, todos os testes mostraram alto grau de objetividade e
fidedignidade, respectivamente: caminhar 800 metros (r = 0,99; r = 0,97); sentar e levantar-se
da cadeira e locomover-se pela casa (r = 0,99; r = 0,96); subir degraus (r = 1,00; r = 0,94);
subir escadas (r = 0,98; r = 0,92); habilidades manuais (r = 0,97; r = 0,74); calçar meias (r =
0,99; r = 0,87). E, estes autores concluíram que, testes relacionados à capacidade funcional de
idosos fisicamente independentes devem enfocar as atividades de locomoção. (ANEXO 2).
TESTES
PRINCIPAIS VALÊNCIAS FÍSICAS
ENVOLVIDAS
MENSURAÇÃO*
Caminhar ou correr 800 metros
Capacidade aeróbia
Em minutos e
segundos
Sentar e levantar-se de uma cadeira
e Locomover-se pela casa
Orientação Espacial, capacidade
aeróbia,
força muscular e equilíbrio
Segundos
Subir degraus
Força muscular nos membros inferiores
e equilíbrio
Segundos
Subir escadas
Força muscular nos membros inferiores,
equilíbrio e capacidade aeróbia
Segundos
Levantar-se do chão
Equilíbrio
Segundos
Habilidades manuais
Coordenação óculo-manual
Segundos
Calçar meias
Flexibilidade
Segundos
*tempo medido por cronômetro digital
Figura 5 Bateria de Testes de Atividades da Vida Diária para Idosos Fisicamente Independentes
Fonte: O autor (2009)
37
3.3.3 Descrição das intervenções
Durante as aulas práticas do Método Pilates, com freqüência de duas vezes por semana
e duração de 50 min., as participantes foram orientadas e acompanhadas pela pesquisadora
que exerce a função de instrutora do Método Pilates no exercício de sua profissão de
Licenciada em Educação Física em dias e local combinado no momento da primeira reunião
para esclarecimentos de dúvidas sobre este estudo. Os exercícios ministrados pela
pesquisadora, durante as primeiras duas semanas de treinamento, foram padronizados e
planejados conforme descrição do quadro abaixo, onde somente foram trabalhados exercícios
iniciais do Método (exercícios de pré-pilates e de nível básico):
EXERCÍCIOS
PRÉ-PILATES
EXERCÍCIOS
PRÉ-PILATES
SENTADOS
SISTEMA
BÁSICO
SÉRIE DA
PAREDE
SÉRIE COM PESOS
- EXERCÍCIOS DO
SISTEMA BÁSICO
Explorando o centro
de força
Empurrando o
umbigo na direção
da coluna
Empurrando a
coluna na direção
do colchonete
Esticando a
nuca/levando o
queixo na direção
do peito
5-10-15
Rodar para baixo
Elevar-se acima dos
quadris
Erguer o joelho
Erguer e baixar os ombros
Círculos com os ombros
De um lado para o outro:
olhando ao redor e por
cima dos ombros
Olhar na direção do
umbigo
Levar a orelha até o ombro
Semicírculo
Os cem
Rodar para frente
Círculos com uma
perna
Rolar como uma
bola
Estiramento de
uma perna
Estiramento das
duas pernas
Estiramento da
coluna para frente
Círculos com os
braços
Rodar para baixo
Sentar-se
“2 x 4” de frente
para a parede
Braços para frente
90
Braço para os lados
90
Flexões do antebraço
de pé
Figura 6 Planejamento das aulas nas primeiras duas semanas
Fonte: Aparício e Pérez
35:94
.
Nas dez semanas seguintes de treinamento, o protocolo de exercícios foi alterado
através do acréscimo de novos exercícios do nível intermediário, que as participantes do
estudo apresentaram um rápido aprendizado e assimilação do Método durante as duas
primeiras semanas de intervenção.
38
Figura 7 - Planejamento das dez semanas
seguintes de treinamento
Fonte: Aparício e Pérez
35:94
.
3.3.4 Variáveis Dependentes
Treinamento com o Método Pilates.
3.3.5 Variáveis Independentes
Condições climáticas para realização dos testes em áreas externas, número de faltas.
SISTEMA INTERMEDIÁRIO
Os cem
Rodar para frente
Círculos com uma perna
Rolar como uma bola
Série de cinco:
Estiramento de uma perna
Estiramento de duas pernas
Estiramento alternado com as pernas
esticadas: 5 a 10 repetições.
Estiramento das duas pernas
esticadas: 5 a 10 repetições.
Entrecruzado: 1 a 2 séries.
Estiramento da coluna para frente
Balanço com as pernas separadas:
4 a 6 repetições.
Saca-rolhas: 3 repetições.
Serra: 3 séries.
Círculos com a nuca: 1 série.
Pontapé com uma perna: 5 a 8
séries.
Pontapé com as duas pernas: 2
séries.
Estiramento da nuca: 3 a 5
repetições.
Série de pontapés laterais:
Para frente/para trás: 5 a 10
repetições.
Para cima/para baixo: 3 a 5
repetições.
Pequenos círculos: 5 repetições
em cada direção.
O brincalhão I:
3 a 5 repetições.
A foca: 6 repetições.
39
3.3.6 Fatores em Estudo
Método Pilates, Idosas, e Atividades de Vida Diária
3.4 ANÁLISE ESTATÍSTICA
A análise estatística foi realizada a partir de um banco criado em ACESS
especificamente para este estudo e os dados analisados pelo pacote estatístico SPSS, versão
10.5.
Foram descritas as médias e os desvios padrões para a comparação da média de tempo
que as idosas necessitavam para realização da Bateria de Testes das AVD, antes e após
intervenção, e utilizado o teste t de student para amostras pareadas, para verificar se houve
diferença na média entre os dois momentos de medida. Para verificar se houve diferença na
média do percentual de melhora entre os grupos com diferentes níveis de atividade física
medido pelo IPAQ foi utilizado o teste não paramétrico de McNemar. Foram consideradas
estatisticamente significantes as diferenças que apresentaram uma chance menor do que 5%
de terem ocorrido ao acaso (p < 0,05).
3.5 CONSIDERAÇÕES ÉTICAS
Este estudo foi conduzido eticamente, atendeu as diretrizes e normas da resolução
196/96 do CNS/MS, portanto o indivíduo participante da pesquisa recebeu explicação clara e
completa sobre o estudo realizado.
O protocolo deste estudo foi apresentado à Universidade de Caxias do Sul,
Universidade da Terceira Idade, Núcleo de Estudos sobre o Envelhecimento, sendo solicitada
a permissão para implementá-lo. O mesmo foi apreciado e aceito. Este projeto de pesquisa foi
submetido à Comissão Científica do IGG e ao Comitê de Ética em Pesquisa da Pontifícia
Universidade Católica do Rio Grande do Sul PUCRS, para a qualificação e aprovação.
40
Os dados coletados serviram para a construção da dissertação de mestrado da
pesquisadora e na elaboração de artigos para divulgação nos meios científicos. Para tanto
foram utilizados os critérios do rigor científico desde a coleta dos dados até o relatório final
desta pesquisa que será submetido à banca examinadora e seus resultados publicamente
divulgados.
4 RESULTADOS
Neste capítulo serão apresentados os resultados do estudo. Nas tabelas foram
apresentados as médias, os desvios-padrão e as diferenças do grupo em relação ao período pré
e pós treinamento com o Método Pilates. Foram consideradas estatisticamente significantes as
diferenças que apresentaram uma chance menor do que 5% de terem ocorrido ao acaso (p <
0,05).
4.1 RESULTADOS DO QUESTIONÁRIO INTERNACIONAL DE ATIVIDADE FÍSICA
Na tabela 1 verificam-se os resultados referentes às respostas das participantes
medidas pelo instrumento IPAQ, com um período de recordação de uma semana usual, numa
entrevista individual gravada. Este instrumento tem domínios de atividades físicas
relacionadas a Trabalho, Locomoção ou Transporte, e Lazer. E, este questionário é composto
por um total de 14 perguntas.
Não houve mudanças estatisticamente significativas no somatório geral dos domínios
de interesse deste questionário. Houve somente no domínio de atividades físicas relacionadas
às atividades domésticas.
Tabela 1 Domínios do IPAQ Comparativo das médias e desvios-padrão
Dispêndio Calórico em mets
x min x semana usual
Antes
m ± dp
Depois
m ± dp
Diferença
m ± dp
“p”
Trabalho
344,06 ± 735,38
280,77 ± 934,07
63,27 ± 1094,58
0,789
Locomoção (ou transporte)
203,25 ± 206,74
195,76 ± 132,62
7,5 ± 188,45
0,854
Domestica
896,36 ± 840,99
1384,32 ± 1126,69
- 487,95 ± 1027,06
0,037
Lazer
336,43 ± 441,80
286,00 ± 352,46
50,43 ± 242,80
0,341
Sedentarismo (minutos
sentado/semana)
1446,36 ± 737,67
1565,45 ± 619,79
-119,09 ± 500,18
0,277
Total
1780,05 ± 1027,39
2146,84 ± 1505,66
- 366,79 ± 1366,97
0,222
Fonte: O autor (2009)
42
4.2 NÍVEIS DE ATIVIDADE FÍSICA POR INDIVÍDUO
Na tabela 2 percebe-se que apesar de não ter sido demonstrado uma diferença
significativa em relação ao nível de atividade física de cada participante, onde foi utilizado o
teste de MecNemar para amostras pareadas, sendo que o indivíduo foi comparado pelo seu
próprio escore, ocorreu a seguinte alteração após o treinamento com o MP: quatro idosas com
índice médio passaram para o nível alto de atividade física e uma com índice baixo passou
para o nível médio. As outras idosas permaneceram com mesmo índice.
Tabela 2 IPAQ: Resultados dos Níveis de Atividade Física
Antes n (%)
Depois n (%)
“p”
Baixo
2 (9,1)
1 (4,5)
Médio
19 (86,4)
16 (72,7)
0,063*
Alto
1 (4,5)
5 (22,7)
*Teste utilizado: McNemar
Fonte: O autor (2009)
4.3 RESULTADOS DA BATERIA DE TESTES DE AVDs
Como podem ser observados na tabela 3, os resultados apresentados nos testes que
compõem a Bateria de Atividades da Vida Diária para Idosos Fisicamente Independentes que
simula Atividades da Vida Diária, houve significância estatística em todos os testes
realizados.
Tabela 3 - Bateria de Atividades da Vida Diária para Idosos Fisicamente Independentes
Fonte: O autor (2009)
Testes em segundos
Antes
m ± dp
Depois
m ± dp
Diferença
m ± dp
“p”
Calçar meias
7,10 ± 3,61
4,86 ± 1,58
2,24 ± 3,24
0,004
Caminhar pela casa
27,79 ± 4,79
19,24 ± 2,51
8,55 ± 2,86
< 0,001
Subir degraus
3,82 ± 1,35
3,17 ± 0,54
0,66 ± 1,03
0,007
Subir escadas
7,17 ± 1,95
5,70 ± 1,31
1,47 ± 1,24
< 0,001
Habilidades manuais
15,63 ± 1,84
14,09 ± 2,19
1,54 ± 2,26
0,004
Levantar-se do solo
5,23 ± 1,71
4,40 ± 1,58
0,83 ± 1,06
0,001
Teste de pista 800m
622,86 ± 70,72
563,70 ± 60,22
59,16 ± 34,88
< 0,001
5 DISCUSSÃO
Os benefícios da atividade física regular vêm sendo propagados para a população em
geral, porém em especial na população idosa. Esses benefícios vão além de alguns objetivos
estéticos procurados pela população mais jovem.
Em concordância com a afirmação de Shepard
22
que, embora o hábito de atividade
física regular possa estender o ciclo vital de uma pessoa em 1 a 2 anos, um benefício muito
mais importante do exercício físico é o aumento de 6 a 10 anos na expectativa de vida
ajustada à qualidade. Ocorrendo ainda conseqüências práticas imediatas do aumento da
qualidade de vida que incluem relatos de maior bem-estar, melhora da auto-estima e sensação
de auto-eficácia, bem como uma redução do risco de ansiedade e depressão. Essa sensação de
auto-eficácia, de qualidade é reforçada por Berlezi et al
19
ao proporem que a aptidão física,
quando relacionada à saúde, envolve componentes associados ao estado físico, psicológico e
social, seja nos aspectos de prevenção e redução dos riscos de doenças, como também pela
maior disposição para as atividades de vida diária.
É importante salientar que o processo de envelhecimento é um processo natural, mas
que, traz alterações da força. Wilmore e Costill
25
afirmam que a força máxima de uma pessoa,
geralmente está bem acima das demandas diárias no início da vida, diminuindo de forma
constante com o envelhecimento. Por exemplo, a capacidade de mudar da posição sentada
para a posição em é comprometida em torno dos 50 anos e, por volta dos 80 anos, essa
tarefa torna-se impossível para algumas pessoas. Estes autores acrescentam que os adultos
mais velhos são tipicamente capazes de participar de atividades que exigem apenas
quantidades moderadas de força muscular.
A importância dada pelos idosos em relação ao seu nível de independência para as
atividades cotidianas foi pesquisada por Ribeiro et. al
9
, tendo como amostra um grupo de
terceira idade que participou de uma análise qualitativa na cidade de Viçosa, Minas Gerais.
Este estudo detectou que a possibilidade de executar as atividades de vida diária, sem
necessitar da interferência ou influência de outras pessoas, está relacionada com a percepção
de qualidade de vida, tendo em vista o sentimento de autonomia e saúde.
Para Robinson e Napper
43
a importância dos músculos estabilizadores é exemplificada
ao afirmar que se precisarmos retirar um livro de uma prateleira alta, não utilizamos primeiro
a mão nem o ombro, mas os músculos posturais profundos, os quais estabilizam a espinha
lombar, fazendo com que uma vértebra não se afaste muito de suas vizinhas. Esses músculos
44
são o transverso do abdômen e um músculo posterior profundo denominado multífido. Eles
formam um colete ou cinto natural de força em torno do centro do corpo de forma que o
movimento possa ocorrer com facilidade, estabilidade e segurança.
Em relação ao Método Pilates, Camarão
36:05
, afirma que “é um sistema de exercícios
que possibilita maior integração do indivíduo no seu diaadia. Trabalha com o corpo como
um todo, corrige a postura e realinha a musculatura, desenvolvendo a estabilidade corporal
necessária para uma vida mais saudável e longeva”. A mesma autora acredita também que
através da prática regular do Método Pilates, “o indivíduo redescobre seu próprio corpo com
mais coordenação, equilíbrio e flexibilidade. Independentemente da idade, qualquer pessoa
pode ser beneficiada por esse método que melhora a qualidade de vida e oferece resultados
rápidos”
36:05
.
Não podemos deixar de citar que antes de qualquer discussão sobre os resultados neste
estudo e sobre os possíveis benefícios da prática regular do Método Pilates para a população
idosa, a amostra estudada era composta por um grupo privilegiado, pois as integrantes
estavam matriculadas em oficinas de aquisição de novos conhecimentos numa Universidade
da Terceira Idade. Fato relevante este, pois não reflete a realidade sócia-econômica da grande
parcela de mulheres idosas brasileiras. Sendo assim, justificou o interesse latente pelas novas
tecnologias demonstrado durante as aulas pelas participantes deste estudo, sendo relatada uma
curiosidade latente pelo Método Pilates, devida talvez à divulgação midiática.
A amostra nesta pesquisa foi composta 100% por mulheres com mais de 65 anos, estas
com idades entre 65 a 74 anos, com idade média de grupo de 68,13 anos.
Durante o planejamento deste estudo houve a preocupação de que a amostra fosse
composta por senhoras que não estivessem praticando qualquer outro tipo de atividade física
durante o período de intervenção, por esse motivo foram convidadas somente senhoras
inscritas em atividades que não exigisse esforço físico. Foram excluídas senhoras interessadas
em participar deste estudo que participavam de modalidades oferecidas pela Universidade de
Caxias do Sul, Universidade da Terceira Idade, como por exemplo, hidroginástica,
musculação, meditação ativa, pilates, yoga, atividades rítmicas, jogos adaptados a idosos e
jardinagem. E, também durante os contatos telefônicos foram excluídas as senhoras que
declararam praticar com regularidade exercícios físicos orientados em clubes, academias e
condomínios residenciais.
Até o presente momento, na revisão da literatura via LILACS (Literatura
Latinoamericana e do Caribe em Ciências da Saúde)
53
e via SCIELO (Scientific Eletronic
Library Online)
54
foram encontrados estudos com grupos de jovens atletas, adultos e
45
gestantes, e também com experientes praticantes do Método Pilates, mas nenhum estudo
relacionado com o Método Pilates e Envelhecimento Humano.
Foi encontrado somente um estudo publicado, numa revista especializada em geriatria,
por Smith e Smith
49
, onde os autores sugerem que, os idosos que incluírem exercícios
baseados no Método Pilates terão benefícios ao integrarem nos seus programas tradicionais de
treinamento de força e equilíbrio. Porém, este artigo não exemplifica, nem enumera ou
quantifica nenhum dado que poderia tentar comprovar algum tipo de benefício relatado ou
relacionado ao Método Pilates.
Para analisar a influência do Método Pilates nas atividades de vida diária de mulheres
com mais de 65 anos após um treinamento de doze semanas, primeiramente foi necessário
avaliar o nível de atividade física regular semanal, antes do treinamento proposto. Para isso,
foi utilizado o Questionário Internacional de Atividade Física, o IPAQ, versão 8, forma longa,
semana usual, para idosos brasileiros foi validada por Benedetti et al
32
. No IPAQ quanto
maiores os escores de dispêndio calórico que são medidos nos diferentes domínios, por mets
(medida de dispêndio calórico), maior é o nível de atividade física do individuo que pode ser
categorizado nível baixo, médio ou alto. Cada resposta tem um valor equivalente em mets
(para cada tipo de atividade) em cada domínio e estas foram multiplicadas e computadas
conforme a freqüência (dias por semana) e pelo tempo gasto em minutos nas atividades
correspondentes (em minutos).
Na tabela 1 verificam-se os resultados referentes às respostas das participantes
medidas pelo instrumento IPAQ, com um período de recordação de uma semana usual numa
entrevista individual gravada. Nos domínios de atividades físicas relacionadas a Trabalho,
Locomoção ou Transporte e Lazer não houve mudanças estatisticamente significativas, assim
como no somatório geral dos domínios de interesse deste questionário.
O tempo declarado pelas participantes na posição sentada em minutos por semana
usual nas atividades de vida diária subiu de 1446,36 minutos para 1565,45 minutos,
demonstrando um acréscimo no nível de sedentarismo semanal de 119, 09 minutos. Este
índice de sedentarismo não é categorizado, mas evidencia um aumento equivalente e
coincidentemente a quase duas sessões do MP. As idosas entrevistadas referiram-se a
atividades na posição sentada como: tempo para alimentar-se, assistir televisão, realizar
trabalhos manuais, leitura, uso de computadores e tempo em gasto para locomover-se na
posição sentada, ou seja, dirigindo ou durante o uso de transporte coletivo.
Porém, especificamente no domínio de atividades físicas relacionadas a atividades
Domésticas, houve uma diferença significativa no tempo gasto com estas atividades, e por
46
conseqüência no dispêndio calórico, onde a média inicial do grupo era de 896,36 mets/semana
usual e após o treinamento com o Método Pilates resultou numa média de 1384,32
mets/semana usual, e, portanto com um acréscimo de 487,95 mets/semana.
Esta diferença talvez reflita questões sociais impregnadas na cultura das mulheres
idosas, onde o tempo gasto com atividades para manutenção do ambiente em que vivem,
como limpo e organizado, seja de grande importância para a percepção da mulher idosa como
autônoma e ainda capaz de administrar o seu lar. Este estudo não aprofundou características
sócio-econômicas, como situação de trabalho, ou seja, se a participante ainda trabalhava, ou
era aposentada, ou ainda, qual o grau de escolaridade das participantes. O enfoque desta
pesquisa se deu na realização das atividades da vida diária.
Durante a validação de uma bateria de testes de atividades da vida diária, os resultados
encontrados por Andreotti e Okuma
33
apontaram que os testes relacionados à capacidade
funcional de idosos fisicamente independentes devem enfocar as atividades de locomoção
sugeridas pelos participantes do estudo como: caminhar, sentar e levantar-se, subir escadas,
subir degraus, levantar-se do solo. E também, atividades diárias de habilidades manuais e de
auto-cuidado, como calçar meias.
Neste estudo foi utilizado o mesmo protocolo e os resultados após o treinamento de
doze semanas com o MP, apresentados na tabela 3, sendo dos testes que compõem a Bateria
de Atividades da Vida Diária para Idosos Fisicamente Independentes que simula Atividades
da Vida Diária, apresentaram significância estatística em todos os testes realizados.
Na tentativa de comparar os resultados encontrados neste estudo com a literatura
existente, Arantes e Costa
55
realizaram uma pesquisa semelhante a esta, porém na modalidade
de intervenção a Musculação. Estes estudiosos contaram com oito indivíduos (três homens e
seis mulheres), com idade variando de 55 e 80 anos que praticavam musculação cinco
meses no projeto AFRID-FAEFI-UFU. O treinamento de força foi de oito semanas, com três
sessões semanais de 60 minutos. Encontraram, também, resultados significativos nos testes
aplicados: caminhar/correr 800m”, (p:0,019); “sentar-se e levantar-se da cadeira e
locomover-se pela casa”, p = 0,024 e o teste “subir escadas”, p = 0,04.
Mas, neste estudo, os testes com maior significância com um valor de p<0,001 foram
os testes de caminhar/correr 800m; sentar-se e levantar-se da cadeira e locomover-se pela
casa e o teste “subir escadas.
Ainda, no presente estudo, outros testes também apresentaram significância, como no
teste levantar-se do solo (p:0,001); teste de calçar meias (p: 0,004). Mas, ao compararmos
novamente ao estudo de Arantes e Costa
55
, os mesmo testes “levantar-se do solo” (p: 0,01);
47
teste “calçar meias” (p: 0,04), que também foram significativos, podemos observar que na
intervenção com o Método Pilates, do presente estudo, os resultados ainda demonstraram
maior significância estatística.
Devemos ressaltar que tanto as intervenções “Musculação” e “Método Pilates
utilizam princípios do treinamento de força e que estas técnicas são relevantes ao cotidiano do
idoso, quando medido o tempo de realização das atividades de vida diária, e que quando
comparados os cinco testes citados acima, o Método Pilates demonstrou continuamente
resultados com maior significância estatística em relação ao estudo que utilizou a Musculação
como intervenção.
Finalmente, dos últimos testes analisados, neste estudo, os testes habilidades
manuais (p:0,004) e o teste de subir degraus (p:0,007) demonstraram resultados
surpreendentes, e principalmente nos testes de habilidades manuais, uma melhora
inesperada tendo em vista que não foi praticado qualquer tipo de exercício físico de
manipulação ou de treinamento óculo-manual durante o período de intervenção além do
simples uso de halteres somente nas duas primeiras semanas nos exercícios pré-pilates, fato
este que não justificaria uma relação com os resultados apresentados neste teste.
Porém uma característica essencial de qualquer sessão do MP é o princípio da
concentração durante a realização dos exercícios, e em específico na tábua utilizada para as
habilidades manuais foi exigido além de coordenação óculo-manual também de atenção e
concentração por parte da voluntária para a realização correta de todo o teste.
O MP tem por característica a exigência durante a execução dos seus movimentos
específicos dos músculos abdominais, dos sculos estabilizadores da coluna vertebral,
iliopsoas, quadríceps, também da região lombossacral e do assoalho pélvico, o que talvez
justifique a melhora considerável nestes testes que tem por características as valências
envolvidas na sua execução como força muscular nos membros inferiores, equilíbrio e
surpreendentemente capacidade aeróbia, possivelmente por uma melhora no tônus muscular
resultando numa resistência muscular melhorada, diminuindo a fadiga muscular durante a
realização destas tarefas resultando num menor tempo hábil para executá-las.
48
6 CONCLUSÕES
Com base nos resultados obtidos neste estudo, após um período de doze semanas de
treinamento com o MP, podemos afirmar que para o grupo deste estudo, houve uma melhora
significativa e, portanto, o treinamento com o MP influenciou positivamente numa diminuição
do tempo para a realização das AVDs.
Este estudo não teve a pretensão de mudar num curto período de tempo, de doze
semanas, todo um comportamento e atitude em relação à prática de atividade física regular no
cotidiano das participantes. E, como foi percebido nos resultados do Questionário
Internacional de Atividade Física, as valências físicas melhoradas durante o período de
treinamento foram transportadas somente para as atividades domésticas.
Durantes as aulas foi sempre enfatizada e incentivada à importância de manter um
modo de vida ativo, um envelhecimento saudável, onde os níveis de independência na velhice
estão intrinsecamente envolvidos com o estado de saúde geral, para isto, a atividade física é
uma ferramenta valiosa para a manutenção da saúde.
As questões relacionadas aos níveis de independência são mais complexas e atingem
um ponto crucial na condição humana que é a dignidade. Não é o tempo cronometrado para a
realização das atividades da vida diária que determina o quão dependente o idoso está, mas
sim a segurança com que este indivíduo realiza as suas tarefas cotidianas.
Porém a agilidade, destreza, habilidade, refletem no ritmo ou velocidade com que
essas tarefas são realizadas. Como essas variáveis são mais subjetivas o tempo de realização
foi escolhido para tentar determinar de forma exata essas competências.
Infelizmente não podemos deixar de citar que muitas vezes não é respeitado o ritmo do
idoso que sofre por muitas situações de segregação social desde o momento que tentar subir
num ônibus, durante uma fila num banco, ao tentar utilizar o caixa eletrônico, em escadas
rolantes, assim como em outras situações embaraçosas relatadas pelas participantes deste
estudo.
Apesar das limitações dos testes físicos, estes foram úteis e demonstraram excelentes
resultados, reforçando o que a literatura existente propagava sobre os possíveis benefícios
da prática regular do MP no cotidiano do praticante.
Entretanto, este estudo foi inédito tendo como tema a utilização do Método Pilates
numa população idosa brasileira, o que demonstra uma literatura restrita a outras faixas
49
etárias. O que torna necessários outros estudos que privilegiem as características do
Envelhecimento Humano e todas as possibilidades de pesquisa que o Método Pilates abrange,
inclusive em estudos interdisciplinares, tanto de caráter qualitativos e/ou quantitativos.
50
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APÊNDICES
56
APÊNDICE 1 OFÍCIO DE APROVAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA E PESQUISA
57
APÊNDICE 2 TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
No seu dia-a-dia, a falta de movimento, ou seja, o sedentarismo pode dificultar a sua
habilidade em realizar tarefas cotidianas. O exercício físico é muito importante para melhorar
essa condição. O objetivo desta pesquisa é avaliar se 12 semanas de exercícios baseados no
Método Pilates tem algum efeito nas suas atividades de vida diária, como por exemplo: subir
escadas, levantar do chão, na sua caminhada até o mercado, subir ou descer do ônibus, trocar
uma lâmpada, calçar meias, entre outras. Para sabermos se você é uma pessoa ativa ou
sedentária, caso concorde, você responderá algumas perguntas sobre o seu dia-a-dia, e para
garantir que suas respostas sejam reproduzidas fielmente, vamos utilizar um gravador. E para
essas tarefas do seu cotidiano que foram citadas nos exemplos acima, será medido o tempo de
realização de cada tarefa, através de um cronômetro. Caso sinta qualquer desconforto durante
a realização dos testes estes serão interrompidos imediatamente. É importante ressaltar que
para um maior conforto durante a realização dos testes, é recomendado estar sempre com
roupa confortável e usando tênis.
Eu, .....................................................................................................(participante-
voluntário) fui informado dos objetivos da pesquisa acima de maneira clara e detalhada.
Recebi informação necessária e esclareci minhas dúvidas. Sei que em qualquer momento
poderei solicitar novas informações e modificar minha decisão se assim eu o desejar. A Sra.
Vanessa Sanders Curi (pesquisadora) certificou-me de que todos os dados desta pesquisa
referentes à minha pessoa serão confidenciais, e terei liberdade de retirar meu consentimento
de participação na pesquisa, face a estas informações.
Caso tenha novas perguntas, sobre este estudo poderei chamar o Dr. Geraldo De Carli
pesquisador responsável pelo projeto e orientador da pesquisa, no telefone (51) 33203288 ou
99742077, para qualquer pergunta sobre os meus direitos como participante deste estudo; e/ou
o Comitê de Ética em Pesquisa da PUCRS CEP/PUCRS no telefone (51) 33203345.
Declaro que recebi cópia do presente Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.
________________________ ________________________ ___________
Assinatura do Voluntário Nome Data
_________________________ _________________________ ____________
Assinatura do Pesquisador Nome Data
58
APÊNDICE 3 - FICHA DE DADOS DE IDENTIFICAÇÃO PARA O CADASTRO DA
AMOSTRA
Número do Questionário________________
Nome_________________________________________________________________
Endereço_______________________________________________________________
Bairro____________________________Município_____________________________
CEP________________________Estado_____________Telefone_________________
Indicações de acesso à residência:
______________________________________________________________________
Nome do entrevistador____________________________________________________
Data da entrevista:______________Hora do início:__________Hora do término______
ANEXOS
60
ANEXO 1 QUESTIONÁRIO INTERNACIONAL DE ATIVIDADE FÍSICA
61
62
63
ANEXO 2 BATERIA DE TESTES DE ATIVIDADES DA VIDA DIÁRIA PARA
IDOSOS FISICAMENTE INDEPENDENTES
64
65
66
67
68
Livros Grátis
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