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hematita, e magnesita (PONTES; ALMEIDA, 2005). A rocha contendo quantidade
superior a 25% desses minerais acessórios e pelo menos 35% de talco é chamada
“pedra-sabão”. A rocha contendo mais de 75% de talco é, por vezes, chamada “talcita”.
Deste modo, dentro de um mesmo depósito, as impurezas podem apresentar uma
variabilidade de ocorrência tão grande que levam à existência de diferentes tipos de
minérios com alvura, granulometria, textura, composição química e hidrofobicidade
diferentes (SANTOS et al, 2008).
As especificações das propriedades físico-químicas necessárias variam com a
destinação industrial do talco. Sua composição química, estrutura cristalina e textura
podem lhe conferir um amplo espectro de propriedades tecnológicas que encontram
aplicações tão nobres como na elaboração de cosméticos, tintas e cobertura de papel,
quanto em aplicações mais simples, como fundente na indústria cerâmica ou mesmo
carga inerte na fabricação de tintas, borracha, inseticidas, fertilizantes, papel, dentre
outros (PONTES; ALMEIDA, 2005). Muitas dessas indústrias requerem um produto
finamente moído, o que, às vezes, pode incluir o refugo do corte dos blocos de talco ou
de blocos de esteatita (sua variedade maciça). De modo geral, é muito importante a
granulometria, o grau de pureza e a cor do produto.
As principais propriedades que o tornam largamente utilizado na indústria são:
inércia química, suavidade e untuosidade ao tato, alta área de superfície, boa retenção
como carga, dureza baixa, brilho nacarado a gorduroso, resistência ao choque, leveza,
hidrofobicidade natural (CLIFTON, 1985 apud PONTES; ALMEIDA, 2005).
As propriedades mais valiosas do talco para uso farmacêutico direto são:
elevado poder de adsorção, pequena abrasividade dos cristais e poder
lubrificante/deslizante. Mais especificamente na área cosmética, somam-se àquelas:
elevada alvura, brilho cor-de-rosa, maciez e poder secativo (ANSEL; POPOVICH;
ALLEN JR., 2000; LACHMAN; LIEBERMAN, 2001; SANTOS et al, 2008). Além disso, o
mesmo também tem contribuição indireta para tal, já que é utilizado na produção
industrial de bentonita sódica sintética (hectorita-Na, Laponita
®
), por meio de reação
química, em condições apropriadas, com carbonato de lítio e silicato de sódio (SANTOS
et al, 2008).