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PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO
MESTRADO EM AGRONOMIA
SELEÇÃO DE Bacillus spp PROMOTORES DE CRESCIMENTO
DE MILHO
Renato Tadeu Guerreiro
Presidente Prudente – SP
2008
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PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO
MESTRADO EM AGRONOMIA
SELEÇÃO DE Bacillus spp PROMOTORES DE CRESCIMENTO DE
MILHO
Renato Tadeu Guerreiro
Dissertação apresentada a Pró-Reitoria de
Pesquisa e Pós-Graduação, Universidade
do Oeste Paulista, como parte dos
requisitos para obtenção do título de Mestre
em Agronomia.
Área de Concentração: Produção Vegetal.
Orientador: Prof. Dr. Fábio Fernando de Araújo
Presidente Prudente – SP
2008
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631.42 Guerreiro, Renato Tadeu
G934s Seleção de Bacillus spp promotores de
crescimento de milho / Renato Tadeu Guerreiro –
Presidente Prudente: [s.n.], 2008.
55 f.
Dissertação (Mestrado em Agronomia) –
Universidade do Oeste Paulista – UNOESTE:
Presidente Prudente – SP, 2008.
Bibliografia
1. Rizobactérias, auxinas, fenologia. 2.
nutrição vegetal. I. Título.
Renato Tadeu Guerreiro
SELEÇÃO DE Bacillus spp PROMOTORES DE CRESCIMENTO DE
MILHO
Dissertação apresentada a Pró–Reitoria de
Pesquisa e Pós-Graduação, Universidade
do Oeste Paulista, como parte dos requisitos
para obtenção do título de Mestre em
Agronomia
Presidente Prudente, 14 de outubro de 2008
BANCA EXAMINADORA
________________________________
Prof. Dr. Fábio Fernando de Araújo
Universidade do Oeste Paulista – UNOESTE
Presidente Prudente - SP
________________________________
Dr. Alexandre José Cattelan
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – CNPSo
Londrina - PR
________________________________
Profª.Dr.ª Ceci Castilho Custódio
Universidade do Oeste Paulista – UNOESTE
Presidente Prudente - SP
Essa dissertação é dedicada à minha família.
Agradecimentos
à minha família, pelo apoio e incentivo,
ao Prof. Dr. Fábio Fernando de Araújo pela orientação segura,
à comissão julgadora, pela análise do trabalho, críticas e sugestões,
ao Fabio Henrique Mazocato, pela discussão de idéias, apoio na elaboração dos trabalhos
no decorrer do curso,
à Prof.ª Me. Iza Luchini, pelo indiscutível apoio fundamental nas coletas e trabalhos
teóricos,
à Márcia Guaberto técnica de laboratório da UNOESTE, que gentilmente ajudou na parte
prática dos experimentos sempre com bom humor,
à Profª. Dr.ª Maria Urbana da Silva, pelo incentivo e apoio na execução do curso.
“Quando alguém evolui, evolui tudo que está a sua volta”.
Paulo Coelho
RESUMO GERAL
Seleção de bacillus spp promotores de crescimento de milho
O objetivo do trabalho foi selecionar isolados bacterianos do gênero Bacillus em
amostras de solo da região oeste paulista e avaliar sua inoculação em milho
cultivado em duas condições de solo (natural e esterilizado), utilizando-se
parâmetros nutricionais e de crescimento da planta em 14 isolados. Os isolados
bacterianos, caracterizados como pertencentes ao gênero Bacillus, foram
selecionados previamente quanto ao antagonismo a fungos fitopatogênicos e
produção de hormônio vegetal (auxinas) em laboratório. Além disto, foram também
caracterizados quanto ao potencial de solubilização de fosfatos insolúveis em meio
de cultivo. As plantas de milho foram cultivadas em vasos com 5kg de solo em
ambiente de casa de vegetação durante 50 dias. As avaliações efetuadas durante a
condução do experimento foram: altura de plantas aos 29 e 50 dias após o plantio;
número de folhas desdobradas e biomassa seca produzida aos 50 dias após o
plantio. Nenhum dos isolados de Bacillus spp. avaliados conseguiu solubilizar
fosfatos insolúveis em condições de laboratório.O cultivo do milho em solo estéril
proporcionou maior número de folhas desdobradas na planta aos 50 dias de idade.
A maioria dos isolados bacterianos avaliados proporcionou benefícios ao
crescimento do milho, sendo que o isolado NGR-1 teve o melhor desempenho na
maioria das variáveis avaliadas durante o crescimento do milho. Seis isolados de
Bacillus spp. (BRG-2, CAS-2, NGR-1, PNP-2, PRP-2 e TAC-2) destacaram-se como
promotores de crescimento do milho na avaliação de produção de biomassa, pela
planta, aos 50 dias de idade em solo natural. A promoção de crescimento do milho
proporcionada pelas bactérias pode ser devido a vários fatores, contudo os
parâmetros de seleção utilizados para os isolados podem ser considerados
satisfatórios. A maior produção de auxinas pelas bactérias, detectadas em
laboratório, não foi um parâmetro fundamental para influenciar o desempenho dos
melhores isolados bacterianos avaliados no crescimento do milho em casa de
vegetação. O milho, quando inoculado, com a maioria dos isolados bacterianos,
apresentou maior acúmulo de nutrientes na parte aérea.
Palavras-chaves- Rizobactérias, Auxinas, Fenologia, Zea mays, Nutrição vegetal,
Solubilização de P.
ABSTRACT GERAL
Selection of corn growth promoter bacillus
:
The objectives of this study was to select bacterial isolates of the genus Bacillus in
samples of soil form the west region of Sao Paulo state, Brazil, and assess their
effect when inoculated in two corns grown in the soil conditions (natural and sterilized
soil), utilizing nutritional parameters and of growth of plan in 14 isolates. The bacterial
isolates were characterized at Bacillus genus and then selected as fungus
antagonists and as producers of plant hormone (auxin) in the laboratory. Besides
they were also characterized as the potential for insoluble phosphate solubilization.
The maize plants were grown in pots of 5 Kg of soil in a greenhouse environment for
50 days. The assessments made during the conduct of the trial were: height of plants
to 29 and 50 days after planting; number of leaves and dry biomass produced
deployed to 50 days after planting. None of the isolated not showed phosphate
solubilization in vitro. The cultivation of maize in sterile soil provided the greatest
number of plant leaves deployed in the 50 days of age. Most of the evaluated
isolated bacteria provided some benefit for the growth of maize, since the isolated
NGR-1 showed the best performance for the three variables during the maize growth.
Six single bacterial (BRG-2, CAS-2, NGR-1, PNP-2, PRP-2, and TAC-2) highlighted
themselves as promoters of growth of maize evaluated by the production of biomass
for the plant to the 50 days of age in natural soil. The promotion of the maze growth
offered by the bacteria may be due to several factors, however the parameters of
selection used for the individual can be considered satisfactory.The production of AIA
by the bacteria wasn’t a parameter for the best performance of bacterial isolates for
inoculation of maize.Inoculated plants had a greater increase in the accumulation of
nutrients in the aerial part.
Keywords - Rhizobacteria, Auxin, Plant nutrition, Phenology, Zea mays
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO GERAL 10
1.1 Rizobactérias Promotoras de Crescimento de Plantas 10
1.2 Gênero Bacillus 12
1.3 Reguladores de Crescimento Vegetal 14
1.4 Cultura do Milho 16
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 19
2 ARTIGO I: CRESCIMENTO DE MILHO INOCULADO COM Bacillus
spp E CULTIVADO EM SOLO AUTOCLAVADO E NATURAL 24
RESUMO 24
ABSTRACT 24
2.1 Introdução 25
2.2 Material e Métodos 27
2.3 Resultados e Discussão 29
2.4 Conclusões 38
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 39
3 ARTIGO II: EFEITO DE DIFERENTES ISOLADOS DE Bacillus spp NA
NUTRIÇÃO E CRESCIMENTO EM MILHO 42
RESUMO 42
ABSTRACT 42
3.1 Introdução 43
3.2 Material e Métodos 45
3.3 Resultados e Discussão 47
3.4 Conclusões 52
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 53
10
1 INTRODUÇÃO GERAL
1.1 Rizobactérias Promotoras de Crescimento de Plantas
As rizobactérias são constituintes da microflora rizosférica e podem ser
classificadas como deletérias, benéficas ou neutras, conforme seus efeitos sobre o
desenvolvimento das plantas. São capazes de estimular as plantas, com a produção
de substâncias promotoras de crescimento (BAREA et al., 1983); por diversos
mecanismos, os quais ainda não estão totalmente esclarecidos. Entre os mais
variados meios de ação para promover o crescimento de plantas estão à produção
de hormônios de crescimento, como auxinas (ASGHAR et al., 2002).
O estímulo ao crescimento das plantas proporcionado pelas
rizobactérias está relacionado também a outros fatores, como a diminuição na
incidência e inibição de crescimento de fitopatógenos ou outros microrganismos
deletérios (SIMEONI et al., 1987 apud MELLO, 1998). A promoção do crescimento
das plantas pela diminuição da incidência de doenças podem se dar pela inibição
direta do crescimento do patógeno (FREITAS; PIZZINATTO, 1997; RAAIJMAKERS
et al., 1997; OWEN; ZDOR, 2001) e pela indução de resistência sistêmica
(FRIDLENDER et al., 1993; NANDAKUMAR et al., 2001), entre outras maneiras.
Algumas rizobactérias promotoras de crescimento de plantas podem
ser eficientes agentes de controle biológico, através da inibição de microrganismos
patogênicos da rizosfera, pela produção de b-1 3-glucanase (FRIDLENDER et al.,
1993), antibióticos (RAAIJMAKERS et al., 1997), ácido cianídrico (OWEN; ZDOR,
2001) e sideróforos (PIDELLO, 2003). Sideróforos são substâncias que tornam o Fe
3+
não disponível aos agentes patogênicos, inibindo-lhes o crescimento (FREITAS,
1989), os quais são moléculas de baixo peso molecular, quelantes de ferro,
sintetizadas pelas bactérias em condições específicas de crescimento (NEILANDS et
al., 1984).
Um dos mecanismos fundamentais de ação de rizobactérias no
controle de fitopatógenos da-se pela produção de compostos antibióticos, que atuam
na supressão desses parasitas na rizosfera (ARAUJO et al., 2005). Os antibióticos
são compostos orgânicos de baixo peso molecular que, em baixas concentrações,
11
são deletérios ao crescimento ou a outras atividades metabólicas de
microorganismos (MCKEEN et al., 1986).
Entre os melhores exemplos de utilização de antagonistas microbianos
para biocontrole estão Agrobacterium radiobacter, para o controle da galha causada
por Agrobacterium tumefacicus, Bacillus subtilis para controle de tombamento de
plântulas e Pseudomonas fluorescens, para controle de Gaeumannomyces graminis
var. tritici, Pythium e Rhizoctonia solani. Estes dois últimos antagonistas também
promovem o crescimento e a produtividade das plantas por produzirem hormônios
de crescimento vegetal (ANTER et al, 1995).
O controle biológico tem sido comprovado por vários métodos, tanto
diretos como indiretos (BURR et al., 1978). Uma técnica indireta seria a aplicação de
suplementação de matéria orgânica, que aumenta a ação de antagonistas, outra
estratégia indireta refere-se à proteção cruzada, que envolve a indução do
mecanismo de defesa da planta contra um determinado patógeno pela inoculação
com uma linhagem não-virulenta. Um método direto refere-se à introdução de
antagonistas ao solo, à semente, aos órgãos de propagação vegetativa ou à parte
aérea (SUSLOW; SCHROTH, 1982).
Mesmo sendo relatado inúmeros casos positivos sobre o desempenho
das rizobactérias promotoras de crescimento de plantas, quanto ao aumento na
produtividade das culturas, crescimento de plantas e supressão de doenças, a
utilização desses microrganismos nem sempre tem fornecido bons resultados, sendo
que um dos obstáculos para sua utilização comercial é que os isolados introduzidos
podem ter dificuldade de se estabelecer e sobreviver em condições de campo
(ATKINSON; WATSON, 2000). Deste modo, pela análise do número de bactérias na
rizosfera de plantas é possível conhecer alguns dos fatores que exercem influência
sobre seu estabelecimento em um ambiente e avaliar sua capacidade de colonizar a
rizosfera. Assim como exemplo, Chanway et al. (2000) detectaram, pela enumeração
periódica de rizobactérias promotoras do crescimento previamente marcadas com
resistência a antibióticos e inoculadas em plântulas de abeto (Abies sp), que tanto
isolados de Bacillus spp. quanto de Pseudomonas spp. do grupo fluorescente
permaneceram na rizosfera por até 71 meses após a inoculação. Analisaram
também que havia interação entre o isolado e o local, mas não analisaram quais dos
fatores ambientais poderiam interferir nessa interação.
12
Freitas et al. (2003) sugeriram que aspectos nutricionais do substrato
em que se desenvolviam plantas de alface deveriam influenciar a capacidade de
promoção do crescimento por bactérias fluorescentes do gênero Pseudomonas,
justamente pela variação do efeito dos isolados bacterianos nos diversos substratos
utilizados no estudo. Resultado semelhante foi encontrado por Freitas e Aguilar-
Vildoso (2004), que também concluíram que Pseudomonas fluorescentes têm seu
desenvolvimento influenciado pelo substrato e pelo ambiente em que se
desenvolvem, particularmente pela rizosfera.
1.2 Gênero Bacillus
As bactérias deste gênero se destacam devido à sua capacidade de
formar esporos, os quais são tolerantes ao calor e ao frio, bem como a condições
extremas de pH, a pesticidas, fertilizantes e ao tempo de estocagem (KLOEPPER,
1997). A grande maioria das espécies do gênero Bacillus é saprófita, estando
amplamente distribuídas no ar, solo e água (BOER; DIDERICHSEN, 1991).
As características principais do gênero são: bacilos gram positivos,
células com a forma de bastonetes retos, aos pares ou cadeias com extremidades
arredondadas ou em ângulo reto; são móveis por meio de flagelos peritríquios;
Possuem endósporos ovais ou algumas vezes, redondos ou cilíndricos, sendo muito
resistentes às condições adversas, tais como calor e baixos níveis de umidade; são
aeróbios ou aeróbios facultativos e a maioria das espécies encontradas em
laboratório são saprófitas (MELO, 1998).
Há mais de 191 espécies e 4 subespécies descritas no gênero Bacillus
das quais muitas possuem características semelhantes ao Bacillus anthracis.
Entretanto, a maioria dos bacilos é saprófitos e não patogênicos para os animais
(MELO, 1998). No âmbito da agricultura existem diversos produtos tendo, como
ingrediente ativo, espécies do gênero Bacillus, como exemplo, Bacillus thuringiensis
(DIPEL, Abbot Co., USA), Bacillus sphaericus (BIOBAC, ICI, Alemanha) e Bacillus
subtilis (KODIAK, Gustafson Inc., USA). Estes produtos têm sido utilizados com fins
de controle biológico, em vários países do mundo. Com relação ao controle biológico
de doenças principalmente de fungos fitopatogênicos no solo e no filoplano vários
13
trabalhos têm destacado o Bacillus subtilis como eficiente antagonista (MCKEEN et
al., 1986; BETTIOL; KIMATI, 1990; 1993; ARAÚJO et al., 2005; DOMENECH et al.,
2006).
A maioria dos trabalhos publicados com B. subtilis está relacionado ao
controle biológico de fitopatógenos na rizosfera o qual tem sido atribuído com
freqüência à produção de antibióticos, conforme já descrito anteriormente. Contudo
esta espécie bacteriana também classificada como rizobactéria promotora de
crescimento de plantas pode suprimir as doenças por outros modos de ação como:
competição por espaço, nutrientes e indução de resistência sistêmica em plantas
(KLOEPPER, 1999). Além disto, espécies do gênero Bacillus, apresentam potencial
de controle biológico de nematóides fitopatogênicos (ARAÚJO et al., 2002). Neipp e
Becker (1999), avaliando a atividade biocontroladora de isolados de rizobactérias
sobre Heterodera schachtii, encontraram estirpes de bactérias, incluindo Bacillus
megaterium, que reduziam a infecção de nematóides em beterraba.
Ganhos na nutrição de plantas inoculadas com Bacillus têm sido
também destacados como benefício advindo da presença deste grupo de
microrganismos na rizosfera. Rodriguez e Fraga (1999) citam que estirpes do gênero
Pseudomonas, Bacillus e Rhizobium estão entre as bactérias com maior potencial de
solubilização de fósforo. A solubilização de fosfatos insolúveis mediado por
microrganismos está associado ao desprendimento de ácidos orgânicos que são
freqüentemente combinados com outros metabólitos, sendo constatado in vitro que o
potencial de solubilização de P por microrganismos está diretamente relacionado à
produção de sideróforos, fitohormônios e enzimas líticas (VASSILEV et al., 2006).
Com relação ao aumento da disponibilidade de nutrientes no solo pela ação de
Bacillus subtilis foi comprovado maior absorção de nutrientes, como fósforo e
nitrogênio, em plantas inoculadas com a rizobactéria nas sementes (ARAÚJO,
2008). Rodriguez e Fraga (1999) citam que estirpes do gênero Pseudomonas,
Bacillus e Rhizobium estão entre as bactérias com maior potencial de solubilização
de fósforo no solo. Richardson (2000) relatou que a maioria dos solos brasileiros é
pobre em fósforo disponível as plantas e que o fertilizante fosfatado representa um
alto custo para o agricultor, desta forma é interessante que se usufrua dos
microrganismos do solo utilizados como inoculantes para mobilizar o fósforo em
solos pobres. Além da solubilização do fósforo outros mecanismos estão também
14
relacionados com o metabolismo microbiano no solo, como a produção de enzimas
(nitrogenase, quitinases e glucanases) (CATTELAN, et al., 1999).
1.3 Reguladores de Crescimento Vegetal
Os reguladores de crescimento vegetal também são conhecidos por
hormônios vegetais. Os hormônios vegetais são compostos orgânicos endógenos,
sintetizado naturalmente pelos vegetais. Estando em baixas concentrações modifica,
bloqueiam ou promovem processos morfológicos e fisiológicos da planta (TAIZ;
ZEIGER, 2004). Os hormônios vegetais são agrupados em cinco classes principais:
auxinas (ácido indol acético, AIB, ANA,) giberelinas (GAs em várias formas),
citocininas (Zeatina, Cinetina, 6-BA), etileno e ácido abscísico (ABA) (RAVEN et al,
1996). Os hormônios são produzidos em um sítio da planta e translocado para
outros sítios para alterar o crescimento e desenvolvimento. O hormônio natural e
outros materiais são essencialmente "mensageiros químicos", influenciando em
muitas partes no desenvolvimento da planta (HALLMANN et. al. 1988).
Os hormônios vegetais constantemente aparecem em concentrações
internas inferiores a 1 µM enquanto que carboidratos, aminoácidos e outros
metabólitos estão geralmente presentes em concentrações da ordem de 1 a 50 µM.
Determinada concentração de auxina, capaz de estimular o crescimento do caule de
uma planta, pode também bloquear o crescimento de suas raízes, dispondo os
diferentes órgãos vegetais concentrações variadas de auxina para sua máxima
alongação (RAVEN et al, 1996).
As auxinas são reguladores de crescimento vegetais produzidos
principalmente, nas regiões apicais e que, transportados para outros locais da
planta, participam do seu crescimento e diferenciação (RAVEN et al, 1996). As
auxinas são inativadas por enzimas do tipo oxidases (AIA-oxidade e peroxidases),
pelo processo de foto-oxidação, além de combinação com ácido aspártico. Diversos
microrganismos são capazes de produzir ácido indolacético (AIA), incluindo
bactérias epifíticas e colonizadoras de tecidos vegetais (PATTEN; GLICK, 1996).
As giberelinas são reguladores vegetais que têm em comum o
esqueleto (isoprenóide) em sua fórmula estrutural ela pode funcionar como regulador
15
da divisão e alongamento das células (TAKAHASHI et al., 1988). Há vários tipos de
giberelinas e suas diferenças consistem na localização das ligações duplas e dos
grupos hidroxila. Constatou-se que as giberelinas são produzidas por fungos e
também pelos vegetais sendo que nestes participam da regulação do crescimento
de órgãos vegetais. O transporte das giberelinas nas plantas é de natureza não
polar, ocorrendo na maioria dos tecidos, incluindo floema e xilema (TAIZ; ZEIGER,
2004).
As citocininas são reguladores vegetais que participam ativamente dos
processos de divisão e diferenciação celular, e na técnica de cultura de tecidos
(TAIZ; ZEIGER, 2004). A primeira citocinina extraída de vegetal foi observada em
grãos de milho e denominada zeatina. Outras citocininas extraídas de vegetais já
foram identificadas como zeatina ribosídeo e isopentenil adenosina. As citocininas
demonstram ser compostos originários do t-RNA. O uso exógeno de reguladores
vegetais como a citocinina, está relacionado com a manutenção da coloração verde
da casca do limão 'Tahiti' por um período de tempo maior e no retardo da
senescência (FIORAVANÇO et al., 1995).
De acordo com Chitarra e Chitarra (1990), já foi evidenciados o papel
das auxinas, giberelinas e citocininas no amadurecimento dos frutos, as quais têm
sido estudadas como retardadores da senescência, enquanto que o etileno e ácido
abscísico são tidos como promotores do amadurecimento. As giberelinas afetam a
mudança de cor, uma vez que retardam a perda de clorofila, acúmulo de
carotenóides e o amaciamento da casca.
A fisiologia vegetal ocasionada por certo fitohormônio depende da
associação de três fatores primários: concentração do hormônio no sítio de atuação,
sensibilidade das células ou tecidos e presença de outros hormônios vegetais. Da
associação destes fatores complexos é que resulta a resposta fisiológica a um
fitohormônio. Deste modo, veremos a grande versatilidade destas substâncias no
controle dos mais diversificados processos de crescimento, diferenciação e
desenvolvimento ao longo da ontogênese dos vegetais (HALL et al., 1996).
A concentração de um fitohormônio numa determinada célula ou tecido
tem um papel importante na regulação hormonal e depende de sua biossíntese, dos
mecanismos de degradação, transporte e de processos de inativação reversível
(HALLMANN et. al. 1988). A sensibilidade de uma célula a certo fitohormônio deve
estar ligada à quantidade de receptores específicos, às mudanças de afinidade dos
16
receptores ou às mudanças na cadeia subseqüente de eventos bioquímicos e
biofísicos. A sensibilidade está ligada então ao genótipo, podendo mudar com o
processo, tecido, idade, estágio do desenvolvimento, condições fisiológicas do
vegetal e na presença ou ausência de outros hormônios (TAIZ; ZEIGER, 2004).
1.4 Cultura do Milho
O milho (Zea mays) é um cereal cultivado mundialmente, sendo os
Estados Unidos seu maior produtor. O milho pertence ao grupo das angiospermas,
vegetais produtores de sementes e frutos. A planta do milho pode chegar a uma
altura de 2,5 metros, embora haja variedades bem mais baixas (DESHPANDE;
KULKARNI, 1991). Entretanto, segundo Fornasieri Filho (1992), sua eficiência de
produção ainda é baixa, considerando o potencial do material genético disponível
comercialmente. O caule do milho é do tipo colmo e os nós estão geralmente a 50
centímetros de distância um do outro. A fixação da raiz do tipo cabeleleira
(monocotiledônea) é relativamente fraca. A espiga é cilíndrica, e costuma nascer na
metade da altura da planta. Os grãos são pequenos, e estão dispostos em fileiras
regulares presas no sabugo, que formam a espiga. Eles têm dimensões, peso e
textura variáveis. Cada espiga contém de duzentos a quatrocentos grãos.
Dependendo da espécie, os grãos têm cores variadas, podendo ser amarelos,
brancos, vermelhos, azuis ou marrons, (EMBRAPA, 1982).
Com um grande potencial produtivo, a cultura é bastante responsiva à
tecnologia. Seu cultivo geralmente é mecanizado, beneficiando-se muito de técnicas
modernas de plantio e colheita. A produção brasileira é pouco destinada ao
consumo humano e, mesmo assim, de maneira indireta na composição de outros
produtos. Um dos fatores para isto é à falta de informação sobre o milho e à
ausência de uma maior divulgação de suas qualidades nutricionais, bem como aos
hábitos alimentares da população brasileira, que privilegia outros grãos. Além das
fibras, o grão de milho é constituído de carboidratos, proteínas e vitaminas do
complexo B (SANTINI, 2002).
Para uma boa produção de milho é necessário, inicialmente, uma boa
escolha da semente (MYCOCK; BERJAK, 1995). A produtividade de uma lavoura de
17
milho é o resultado do potencial genético da semente e das condições
edafoclimáticas do local de plantio, além do manejo da lavoura. Assim, a escolha
correta da semente pode ser a razão do sucesso ou insucesso da lavoura. Um dos
primeiros aspectos a serem considerados é a adaptação da cultivar a região. A
maioria das empresas que comercializam sementes de milho divide o Brasil em
quatro grandes macro-regiões homogêneas de cultivo do milho, que se diferenciam
por fatores como altitude, latitude e clima. A escolha de cada cultivar deve atender a
necessidades específicas, pois não existe um cultivar superior que consiga atender a
todas as situações (SANTINI, 2002).
Aspectos relacionados às características da cultivar e do sistema de
produção deverão ser levados em consideração, para que a lavoura se torne mais
competitiva O produtor deverá ter em mente os seguintes aspectos: A adaptação à
região, produtividade e estabilidade, ciclo, tolerância às principais doenças comuns
na região (CARAMORI et al., 1999).
Independentemente da tecnologia e das técnicas recomendadas, a
condição climática em que a cultura permanece no campo pode ser considerada
como um dos principais fatores responsáveis pelo aumento ou redução da produção.
As maiores exigências de umidade (ou chuva) da planta de milho ocorrem nas
épocas de germinação, florescimento e enchimento de grãos (FORNASIERI FILHO,
1992). A falta de água na ocasião do pendoamento pode provocar uma perda de
produção ao redor de 50-60% ,ao passo que, depois da polinização, (até 15-20 dias)
pode-se observar queda aproximada de 30%.
As doenças na cultura podem ocorrer de forma epidêmica, atingindo
até a totalidade das plantas na lavoura. Segundo levantamento feito pela Embrapa
Milho e Sorgo (1982), até o momento já se detectou os seguintes percentuais de
redução na produção; causada por doenças foliares; enfezamentos - 100 %,
ferrugem - 80%, Phaeosphaeria - 63 %, mosaico-comum - 50 % e raiado fino - 30% .
Em áreas de plantio direto, os problemas poderão ser agravados,
principalmente com helmintosporiose e podridões do colmo e espigas. O problema
com doenças é sério (DESHPAND; KULKARNI, 1991) especialmente onde a cultura
permanece no campo todo o ano, como em áreas irrigadas ou onde o plantio de
safrinha é significativo. Nessas situações, é fundamental a escolha de cultivares
tolerantes às principais doenças e rotação de culturas, para evitar redução na
produtividade. Fornasieri Filho (1992) relata que os benefícios da colheita
18
antecipada podem ser perdidos se, nas fases posteriores, como a despalha,
debulha, limpeza e classificação, não se levar em conta os aspectos como o alto teor
de água das sementes, maquinários específicos e processo adequado de secagem.
19
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
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24
2 ARTIGO I: BIOPROSPECÇÃO DE ISOLADOS DE BACILLUS SPP.
PROMOTORES DE CRESCIMENTO DE MILHO CULTIVADO EM SOLO
AUTOCLAVADO E NATURAL
RESUMO
O objetivo do trabalho foi selecionar isolados bacterianos do gênero
Bacillus em amostras de solo da região oeste paulista e avaliar sua inoculação em
milho cultivado em duas condições de solo (natural e esterilizado). Os isolados
bacterianos, caracterizados como pertencentes ao gênero Bacillus, foram
selecionados previamente quanto ao antagonismo a fungos fitopatogênicos e
produção de hormônio vegetal (auxinas) em laboratório. As plantas de milho foram
cultivadas em vasos com 5kg de solo em ambiente de casa de vegetação durante 50
dias. As avaliações efetuadas durante a condução do experimento foram: altura de
plantas aos 29 e 50 dias após o plantio; número de folhas desdobradas e biomassa
seca produzida aos 50 dias após o plantio. O cultivo do milho em solo estéril
proporcionou maior número de folhas desdobradas na planta aos 50 dias de idade.
Seis isolados de Bacillus spp. (BRG-2, CAS-2, NGR-1, PNP-2, PRP-2 e TAC-2)
destacaram-se como promotores de crescimento do milho na avaliação de produção
de biomassa, pela planta, aos 50 dias de idade em solo natural. A maior produção
de auxinas pelas bactérias, detectadas em laboratório, não foi um parâmetro
fundamental para influenciar o desempenho dos melhores isolados bacterianos
avaliados no crescimento do milho em casa de vegetação.
Palavras-chaves- Rizobactérias, auxinas, fenologia, Zea mays
ABSTRACT
The objective was to select bacterial isolates of the genus Bacillus in
samples of soil from the west region of Sao Paulo state, Brazil and assess their effect
when inoculated in corn growing in soil (natural and sterilized soil). The bacterial
isolates were characterized at Bacillus genus and then selected as fungus
25
antagonists and as plant hormone (auxin) producers in the laboratory. The maize
plants were grown in a greenhouse environment for 50 days. The assessments made
during the trial conduction were: plants height at 29 and 50 days after sowing;
number of leaves and dry biomass produced after 50 days of sowing. The cultivation
of maize in sterile soil provided the greatest number of plant leaves deployed at 50
days. Six single bacterial (BRG-2, CAS-2, NGR-1, PNP-2, PRP-2 and TAC-2)
highlighted themselves as promoters of maize growth by the 50 days biomass
production in natural soil. The production of AIA by bacteria was not a parameter for
the best performance of bacterial isolates for inoculation of maize.
Keywords- Rhizobacteria, auxin, phenology, Zea mays
2.1 Introdução
A cultura do milho ocupou, em 2006, uma área em torno de 12,9
milhões de hectares, sendo responsável por uma produção de cerca de 41,3 milhões
de toneladas de grãos e apresentando um rendimento médio de 3.198 kg ha
-1
(3.298
kg ha
-1
na safra e 2.907 kg ha
-1
na safrinha) (EMBRAPA, 2006). Mesmo
considerando o rendimento dos estados da região Centro-Sul, que foi de 3.893 kg
ha
-1
, muito inferior ao que poderia ser obtido, levando-se em consideração o
potencial produtivo da cultura, sendo demonstrado que a cultura do milho aumenta
sua rentabilidade e sua vantagem comparativa com outras culturas quando sua
produtividade é aumentada (EMBRAPA, 2006). Várias causas contribuem para esse
cenário, destacando-se o uso de variedades com potencial produtivo limitado,
disponibilidade de água e de nutrientes no solo deficiente, utilização inadequada de
época e densidade de semeadura e controle precário de insetos e plantas daninhas
(SILVA et al., 2003).
O efeito de rizobactérias, dentre as quais podemos destacar o gênero
Bacillus, sobre o desenvolvimento de plantas são amplos, incluindo os efeitos
benéficos na emergência e promoção de crescimento das plantas (SCHISLER,
2004). Foi observado que B. subtilis promoveu crescimento e disponibilização de
nutrientes para o milho em experimento de casa de vegetação (ARAUJO, 2008).
26
Araujo e Hungria (1999) concluíram que Bacillus subtilis (AP-3) ou seus metabólitos
proporcionaram incrementos na nodulação e rendimento da soja no campo. Foi
constatado também que esta mesma estirpe também produz fitohormônios e
antibiótico (ARAUJO et al., 2005). Holl et al. (1988) observaram que a promoção de
crescimento de plantas, por rizobactérias, também tem sido relacionada à produção
de hormônios. Na cultura do milho a inoculação das sementes com Azospirillum
aumentou significativamente a produtividade de grãos, confirmando o efeito positivo
das rizobactérias em plantas (CAVALLET et al., 2000).
Os microrganismos produtores exercem um importante papel no
controle de seu próprio ambiente, afetando o metabolismo da planta. A maioria dos
trabalhos da literatura sobre a influência das rizobactérias promotoras do
crescimento de plantas, atribui esse fenômeno a um efeito indireto associado ao
controle biológico de patógenos secundários (KLOEPPER; SCHROTH, 1981). No
entanto, em alguns trabalhos, observou-se que a promoção de crescimento de
plantas, por RPCPs, também tem sido relacionada à produção de giberelinas (HOLL
et al., 1988), auxinas (BORONIN et al. 1993) e ácidos láticos e succínico
(YOSHIKAWA, 1993).
A comunidade microbiana pode variar em função da espécie vegetal e
tipo do solo, pois estes influenciarão compostos orgânicos exsudados em quantidade
e qualidade, os quais, por sua vez selecionarão ou favorecerão grupos nutricionais
de organismos específicos na rizosfera (MOREIRA; SIQUEIRA, 2006). Plantas
cultivadas em condições estéreis podem absorver nutrientes em menor quantidade
do que na presença de microrganismos, sendo que o efeito microbiano sobre a
absorção de nutrientes pode ser bastante elevado, encontrado aumento até de 200%
(BARBER; MARTIN 1976). Esse efeito positivo ocorre devido a processos
microbianos como FBN, micorrizas e solubilização de minerais que disponibilizam
nutrientes em maior quantidade para as plantas (MOREIRA; SIQUEIRA, 2006).
O presente trabalho teve como objetivo caracterizar e avaliar isolados
do gênero Bacillus, oriundos de amostras de solos de diferentes localidades da
região oeste paulista, sobre o crescimento do milho cultivado em solo natural e
autoclavado
27
2.2 Material e Métodos
Local de desenvolvimento dos trabalhos.
Os trabalhos de isolamento e testes bioquímicos com as bactérias
foram conduzidos no laboratório de microbiologia e fitopatologia e o experimento
com plantas foi conduzido na casa de vegetação da Faculdade de Ciências Agrárias
(FCA) da UNOESTE, Presidente Prudente, SP.
Isolamento de Bacillus spp.
Amostras de solo (coletadas com cerca de 15cm a 20cm de
profundidade em área agrícola de vinte municípios da região oeste paulista) foram
conduzidas ao laboratório de microbiologia de solos da FCA/UNOESTE. Após
homogeneização foram retiradas alíquotas de 10 g de solo de cada amostra, as
quais após procedimento de diluições seriadas em água destilada estéril, foram
submetidas a um choque térmico (70
o
C/10 min) visando selecionar os
microrganismos resistentes a este tratamento, onde se enquadra o gênero Bacillus
(BUCHANAN; GIBBONS, 1975). Posteriormente, foi efetuado o plaqueamento em
meio AN (ágar nutritivo) e a incubação por 48 horas, em estufa a 28
o
C. As bactérias
formadoras de colônias foram, então, isoladas e caracterizadas como pertencente ao
gênero Bacillus, de acordo com a metodologia descrita por Li e Alexander (1988), ou
seja, pela produção de endósporos resistentes ao calor, células gram positivas em
forma de bastão e pela hidrólise do amido. Através deste procedimento foram
isolados e caracterizados 40 isolados pertencentes ao gênero Bacillus,
representativas de cada localidade amostrada. Os isolados bacterianos foram então
avaliados quanto ao potencial de antagonismo a fungos fitopatogênicos e produção
de hormônio vegetal (auxinas).
Antagonismo a fungos fitopatogênicos
Para avaliar o potencial inibitório do crescimento de fungos foi utilizado
o método de pareamento em placas de Petri contendo BDA [batata (250g L-1):
28
dextrose (10g L-1): Agar (15g L-1)] segundo metodologia descrita por Araújo et al
(2005)]. Foram utilizadas as seguintes espécies de fungos fitopatogênicos,
Colletotrichum truncatum e Fusarium sp pertencentes à coleção do laboratório de
fitopatologia (UNOESTE). Os fungos foram multiplicados em meio de cultura agar
batata, durante sete dias e após isto, discos com diâmetro de 5mm contendo o
micélio do fungo foram introduzidos em quatro pontos eqüidistantes na superfície do
meio de cultura na placa de Petri, 24 horas antes da inoculação do isolado de
Bacillus no centro da placa. As placas foram incubadas em estufa à 28
o
C, por sete
dias. Após este período, foi medido o diâmetro do halo de inibição formado entre a
bactéria e o fungo fitopatogênico.
Ensaio para avaliação de produção do hormônio AIA (Ácido Indol
Acético)
As concentrações de AIA secretadas pelas bactérias no meio de
cultura, foram estimadas cultivando-as em meio líquido TSB (Trypticase Soy Agar)
suplementado com 10 g L
-1
de dextrose, 5g L
-1
de extrato de levedura e 5 mm de L-
triptófano (1000 ug mL
-1
). Os isolados foram mantidos a 28
o
C, no escuro sob
agitação constante, durante 24 horas. Após este período, foram centrifugados a
10000 x g durante 10 minutos, para a obtenção do sobrenadante. A quantidade de
AIA por ml de cultura foi estimada através da mistura de 5 mL de reagente de
Salkowski (EHMANN, 1977) com 1 ml do sobrenadante da cultura, seguido da leitura
da absorbância em 500 nm, após 30 minutos em espectrofotômetro. A concentração
de AIA no meio de cultura foi determinada pela comparação com uma curva padrão.
Experimento de casa de vegetação
Quatorze isolados com maiores potenciais de inibição de fungos e
produção de hormônios foram selecionados nos ensaios de laboratório, sendo então
utilizados no experimento de casa de vegetação com o cultivo do milho. O
experimento foi realizado em solo natural e autoclavado (5 kg) acondicionado em
vasos plásticos. O solo foi coletado da área experimental da Unoeste, P. Prudente,
SP, sendo classificado como ARGISSOLO VERMELHO DISTROFÉRRICO
(EMBRAPA, 2007). Os atributos químicos do solo foram obtidos de acordo com
29
análise química (VAN RAIJ et al., 2001) com os seguintes valores: pH (CaCl
2
1 mol
L
-1
) 6,0; 6 g dm
-3
de M.O.; 38 mg dm
-3
de P
resina
; 3,6 mmol
c
dm
-3
de K; 24 mmol
c
dm
-3
de Ca; 8 mmol
c
dm
-3
de Mg; 36 mmol
c
dm
-3
de SB; 51 mmol
c
dm
-3
de CTC; 70% de
saturação por bases (V). Parte do solo coletado foi autoclavado (127º C 30 min
-1
) em
porções de 20 kg antes de ser acondicionado nos vasos plásticos. O delineamento
experimental utilizado foi um fatorial com 15 tratamentos (isolados bacterianos e
testemunha), duas condições de solo (natural e autoclavado) e quatro repetições
perfazendo um total de 120 parcelas. Foram semeadas três sementes de milho
(Híbrido duplo RG) em cada vaso e em seguida as bactérias, previamente
multiplicadas em caldo nutritivo durante cinco dias em laboratório, foram inoculadas
sobre as sementes pela adição de 0,1 ml de caldo nutritivo contendo cada isolado na
concentração de 1,0 10
8
células mL
-1
.
Após a emergência, foi realizado desbaste deixando-se apenas uma
planta por vaso. Os parâmetros avaliados durante a condução do experimento foram
efetivados pela medição da altura de plantas aos 29 dias e 50 dias e o número de
folhas de milho totalmente desdobradas aos 50 dias após o plantio. As plantas foram
coletadas 50 dias após o plantio. As raízes foram lavadas em água corrente para
remoção do solo aderido e em seguida separou-se o sistema radicular da parte
aérea das plantas. Após, o material foi colocado para secar em estufa com aeração
forçada até obtenção de massa constante, sendo então pesado para obtenção da
relação raiz/parte aérea e biomassa seca total.
Para análise de variância dos dados obtidos, sem transformação,
utilizou-se o programa estatístico SISVAR (FERREIRA, 2003) utilizando-se o teste F.
As médias dos tratamentos foram comparadas através do teste Scott-Knott com 5%
de significância.
2.3 Resultados e Discussão
A Tabela 1 mostra o desempenho de quarenta isolados bacterianos,
originários de solos de municípios do oeste de São Paulo, quanto ao antagonismo a
fungos fitopatogênicos e produção de hormônio (AIA) in vitro. Foi constatado que
apenas 25% dos isolados apresentaram antagonismo aos fungos avaliados.
30
Quatorze isolados (destacados em negrito na Tabela 1) foram selecionados para
avaliação em experimento em casa de vegetação por apresentarem potencial
antagônico a fungos ou de produção de AIA em maior concentração.
O desempenho dos isolados selecionados nas variáveis de
crescimento do milho, avaliados no experimento de casa de vegetação, bem como
as interações com a condição do solo (natural e autoclavado) está apresentado no
quadro resumo da análise de variância (Tabela 2). Observa-se que os isolados
apresentaram efeito significativo sobre as variáveis: altura de plantas aos 29 dias e
número de folhas desdobradas. Na avaliação da interação dos isolados com a
condição do solo observou-se efeito significativo nas variáveis: número de folhas e
biomassa seca do milho. A condição do solo foi determinante para efeito significativo
em nível de 1% de probabilidade na maioria das variáveis avaliadas. A variável
relação raiz/parte aérea não foi influenciada por nenhuma fonte de variação
31
TABELA 1 - Antagonismo a fungos fitopatogênicos, produção de acido indol acético
(AIA) em isolados bacterianos de amostras de solos de municípios do
oeste paulista
Antagonismo AIA µg ml
-1
Isolados Local
Colletotrichum Fusarium
IND-1 Indiana - - 1,51
IND-2 Indiana + - 5,82
PPT-1 Pres. Prudente - - 1,49
PPT-1 Pres. Prudente - - 4,75
CAI-1 Caiabú - - 3,34
CAI-2 Caiabú - - 9,27
RFJ-1 Regente Feijó + + 3,31
RFJ-2 Regente Feijó + - 7,58
ANH-1 Anhumas - - 0,75
ANH-2 Anhumas - - 4,80
PBN-1 Pres. Bernardes + - 1,55
PBN-2
Pres. Bernardes
- - 8,79
TAC-1 Taciba - + 1,38
TAC-2 Taciba + + 3,28
MTN-1 Martinópolis - - 4,90
MTN-2 Martinópolis - - 7,14
SCP-1 Sete Copas - - 8,28
SCP-2 Sete Copas - - 5,62
PRP-1 Pirapozinho - - 3,90
PRP-2 Pirapozinho - - 10,0
ARA-1 Araçatuba - - 3,34
ARA-2 Araçatuba - - 3,65
PDR-1 Pedranopólis - - 4,68
PDR-2
Pedranopólis
- - 10,1
RSN-1 Rosana - - 4,48
RSN-2 Rosana - - 9,24
PIA-1 Piacatu + - 2,96
PIA-2 Piacatu - - 4,65
BRG-1
Birigui
- - 4,82
BRG-2 Birigui - + 7,28
ALT-1 Alto Alegre - - 7,17
ALT-2 Alto Alegre - - 6,51
PNP-1 Penapólis - - 4,58
PNP-2 Penapólis - - 21,3
CAS-1 Castilho - - 4,82
CAS-2 Castilho - + 7,68
NGR-1
Nova Granada
- + 4,96
NGR-2 Nova Granada - - 6,68
RUB-1 Rubiácea - - 5,00
RUB-2 Rubiácea - - 15,4
32
TABELA 2 - Análise de variância com valores do teste F para altura de plantas aos
29 (A29) e 50 (A50) dias após o plantio, número de folhas (NDF),
Biomassa seca total (BST) e relação raiz/parte aérea (R/PA) de milho
em função da inoculação de estirpes de bactérias em solo natural e
autoclavado
Fontes de
variação
A 29 A50 NDF BST R/PA
Isolados 1,82* 1,41
ns
2,53** 1,52
ns
0,92
ns
Solo 10,13** 9,07** 280,52** 16,05** 1,04
ns
Isolados x Solo 1,52
ns
1,20
ns
3,90** 1,98* 1,75
ns
C.V. (%) 14,0 7,7 7,9 22,3 15,9
ns
, * ** , não significativo e significativo a 1% (P<0,01) e 5% (P< 0,05) de probabilidade pelo teste F.
Na avaliação dos isolados dentro da variável altura de plantas aos 29
dias, destacaram-se os isolados CAS-2, NGR-1, PNP-2, RFJ-1, RUB-2 e TAC-2
como de melhor desempenho na promoção do crescimento do milho (Tabela 3).
Observa-se, na média dos tratamentos conduzidos, que a condição solo natural foi
mais propícia ao crescimento do milho. Contudo, aos 50 dias após o plantio, a média
de altura de plantas, dos tratamentos conduzidos em solo autoclavado, foi superior
ao solo natural (Tabela 4).
33
TABELA 3 - Altura de plantas de milho aos 29 dias após o plantio em função da
inoculação de bactérias em solo natural e autoclavado
Tratamento Solo natural Solo autoclavado Média
-----------------------------------(cm planta
-1
)------------------------------
CONTROLE 43,2 b
1
50,0 46,6 b
BRG-2 50,7 b 44,0 47,4 b
CAS-2 54,7 a 49,5 52,1 a
IND-2 47,0 b 45,2 46,1 b
NGR-1 59,5 a 44,2 51,9 a
PBN-2 50,7 a 45,7 48,2 b
PDR-2 42,0 b 47,7 44,8 b
PIA-1 47,0 b 49,7 48,4 b
PNP-2 58,0 a 50,2 54,1 a
PRP-2 52,7 a 44,2 48,5 b
RFJ-1 52,0 a 51,7 51,9 a
RFJ-2 49,2 b 46,7 48,0 b
RSN-2 51,5 a 39,7 45,6 b
RUB-2 57,2 a 51,5 54,4 a
TAC-2 57,0 a 51,7 54,4 a
Média 51,5 A 47,4 B
1 Médias seguidas da mesma letra minúscula na coluna e maiúscula na linha não
diferem pelo teste de Scott-Knott (P<0.05)
34
TABELA 4 - Altura de plantas de milho aos 50 dias após o plantio em função da
inoculação de bactérias em solo natural e autoclavado
Tratamento Solo natural Solo autoclavado Média
-----------------------------------(cm planta
-1
)------------------------------
CONTROLE 110,0
1
113,0 111,5
BRG-2 112,8 119,3 116,0
CAS-2 122,3 115,8 119,0
IND-2 113,8 123,3 118,5
NGR-1 124,5 112,8 118,6
PBN-2 115,5 123,8 119,6
PDR-2 112,0 123,5 117,8
PIA-1 108,3 114,3 111,2
PNP-2 123,8 124,0 123,9
PRP-2 118,8 130,0 124,3
RFJ-1 113,0 128,8 120,9
RFJ-2 114,5 125,5 120,0
RSN-2 118,3 121,5 119,9
RUB-2 111,3 115,5 113,4
TAC-2 117,8 121,5 119,6
Média 115,8 B 120,8 A
1 Médias seguidas da mesma letra minúscula na coluna e maiúscula na linha não
diferem pelo teste de Scott-Knott (P<0.05)
O número de folhas de milho totalmente desdobradas, aos 50 dias do
plantio. revelou que o milho cultivado em solo autoclavado apresentou os maiores
valores dentro desta variável. Os isolados bacterianos avaliados em milho cultivado
na condição de solo natural não interferiram neste parâmetro de crescimento (Tabela
5)
35
TABELA 5 - Número de folhas de milho totalmente desdobradas aos 50 dias após o
plantio em função da inoculação de bactérias em solo natural e
autoclavado
Tratamento Solo natural Solo autoclavado Média
---------------------------(n
o
de folhas planta
-1
)---------------------------
CONTROLE 7,25 9,25 a
1
8,25 a
BRG-2 7,25 8,75 b 8,00 b
CAS-2 7,50 7,25 c 7,38 b
IND-2 7,50 9,50 a 8,50 a
NGR-1 7,00 8,25 b 7,63 b
PBN-2 7,75 9,25 a 8,50 a
PDR-2 7,75 9,75 a 8,75 a
PIA-1 6,75 9,00 a 7,88 b
PNP-2 7,75 8,75 b 8,25 a
PRP-2 7,25 9,75 a 8,50 a
RFJ-1 7,00 10,00 a 8,50 a
RFJ-2 7,00 9,50 a 8,25 a
RSN-2 7,00 9,75 a 8,38 a
RUB-2 6,75 9,25 a 8,00 a
TAC-2 6,50 10,00 a 8,25 a
Média 7,20 B 9,20 A
1 Médias seguidas da mesma letra minúscula na coluna e maiúscula na linha não
diferem pelo teste de Scott-Knott (P<0.05)
Na avaliação de biomassa seca, produzida pelo milho aos 50 dias após
o plantio, observou-se que os isolados BRG-2, CAS-2, NGR-1, PNP-2, PRP-2 e
TAC-2 proporcionaram incrementos no desenvolvimento do milho cultivado no solo
natural. O cultivo do milho, no solo autoclavado, obteve média de biomassa seca
superior ao cultivo no solo natural.
36
TABELA 6 - Biomassa seca total de milho aos 50 dias após o plantio em função da
inoculação de bactérias em solo natural e autoclavado
Tratamento Solo natural Solo autoclavado Média
---------------------------(g planta
-1
)-----------------------------
CONTROLE 10,00 b
1
13,30 11,65
BRG-2 12,55 a 15,06 13,80
CAS-2 13,99 a 14,03 14,02
IND-2 9,36 b 12,98 11,17
NGR-1 15,29 a 14,22 14,78
PBN-2 9,06 b 14,68 11,87
PDR-2 9,61 b 14,77 12,19
PIA-1 10,45 b 15,02 12,74
PNP-2 13,40 a 14,75 14,07
PRP-2 13,63 a 14,89 14,26
RFJ-1 10,10 b 16,25 13,18
RFJ-2 10,18 b 14,07 12,12
RSN-2 10,60 b 14,34 12,47
RUB-2 10,24 b 13,64 11,94
TAC-2 13,27 a 14,71 14,00
Média 11,66 b 13,74 a
1 Médias seguidas da mesma letra minúscula na coluna e maiúscula na linha não
diferem pelo teste de Scott-Knott (P<0.05)
Foi observado que a autoclavagem do solo proporcionou algum
distúrbio no crescimento do milho cultivado nesta condição. Isto foi confirmado pelo
maior número de folhas desdobradas encontradas na avaliação efetuada aos 50
dias após o plantio. Este aumento do número de folhas indica que estas plantas
estão em estádio fenológico mais adiantados que as plantas cultivadas em solo
natural. Num experimento clássico, Barber e Martin (1976) demonstraram que em
plantas cultivadas em solo estéril tinha maior porcentagem de fotossintetizados
liberados na rizosfera quando os microrganimos estavam presentes. A inoculação da
maioria dos isolados bacterianos não influenciou significativamente o crescimento
das plantas cultivadas em solo estéril. Apenas o isolado CAS-2 reduziu
expressivamente o número de folhas desdobradas aos 50 dias após o plantio.
37
Weaver (1972) descreve que os órgãos vegetais de uma planta são
alterados morfologicamente pela aplicação de fitoreguladores de modo que o
crescimento das plantas possa ser promovido ou inibido. Sabe-se que as auxinas
estão envolvidas com o crescimento radicular podendo reduzir seu comprimento e
massa radicular pela aplicação de doses elevadas do hormônio (RADWAN, et al.,
2004). Os isolados bacterianos avaliados neste trabalho não alteraram
significativamente a relação raiz / parte aérea do milho (Tabela 2). Contudo seis
isolados incrementaram a produção de biomassa das plantas quando cultivadas em
solo natural. Thakuria et al. (2004) relataram que é difícil indicar os mecanismos
necessários à maior habilidade da bactéria em promover o crescimento da planta.
Discutem, porém, que um mecanismo de promoção de crescimento pode ser
aumentado, em condições de campo, na presença de comunidade microbiana
complexa. É importante também enfatizar que a promoção de crescimento
encontrado pela inoculação das bactérias não alterou o número de folhas
desdobradas no milho indicando que a planta estava no mesmo estádio fenológico
da testemunha.
A maioria dos isolados que promoveram crescimento do milho não
estão entre os maiores produtores de AIA em laboratório (Tabela 1). Cerigioli (2005)
trabalhando com inoculação de isolados bacterianos endofíticos em milho afirmou
que embora os isolados sejam capazes de sintetizar altas concentrações de AIA, a
maioria não promoveu o crescimento das plantas de milho. Patten e Glick (1996)
sugerem que a entrada adicional de AIA microbiano pode modificar a auxina
endógena para nível ótimo ou acima do ótimo, resultando na indução ou inibição do
crescimento da planta. A resposta da auxina pode ser dependente do estágio de
desenvolvimento da raiz da planta, o qual influi na composição e quantidade dos
exudatos (PILET et al. 1979).
Os isolados bacterianos TAC-2 e NGR-1 destacaram como promotores
de crescimento do milho apesar de não produzirem grandes quantidades de AIA em
laboratório (Tabela 1). Estes isolados apresentaram-se como antagonistas de
fitopatógenos e demonstram que a seleção de isolados bacterianos do solo deve ser
utilizando-se diferentes características intrínsecas das bactérias. Alguns dos
trabalhos da literatura sobre a influência das rizobactérias promotoras do
crescimento de plantas (ARSHAD; FRANKENBERGER, 1998), atribui esse
38
fenômeno a um efeito indireto associado ao controle biológico de patógenos
secundários (KLOEPPER; SCHROTH, 1981).
Além dos fatores citados, o estudo da interação das rizobactérias com
as plantas é relativamente recente, não se tendo conhecimento de todas as relações
desenvolvidas entre as partes, ficando evidente a necessidade de outros estudos
para ratificar a utilização destas bactérias no aumento da produtividade agrícola.
2.4 Conclusões
O cultivo do milho em solo estéril proporcionou maior número de
folhas desdobradas na planta, aos 50 dias de idade;
Os isolados bacterianos BRG-2, CAS-2, NGR-1, PNP-2, PRP-2 e
TAC-2, destacaram-se como promotores de crescimento do milho avaliados pela
produção de biomassa pela planta, aos 50 dias de idade;
A produção de AIA pelas bactérias in vitro não foi um parâmetro
fundamental para o desempenho dos melhores isolados bacterianos na inoculação
do milho.
39
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42
3 ARTIGO II: EFEITO DE DIFERENTES ISOLADOS DE BACILLUS SPP NA
NUTRIÇÃO E CRESCIMENTO EM MILHO
RESUMO
O objetivo do trabalho foi o de avaliar 14 isolados bacterianos do
gênero Bacillus, inoculados em milho, utilizando-se parâmetros nutricionais e de
crescimento da planta. Os isolados bacterianos foram selecionados e caracterizados
previamente quanto à produção de antibióticos e hormônio vegetal (auxina) em
laboratório. Além disto foram também caracterizados quanto ao potencial de
solubilização de fosfatos insolúveis em meio de cultivo. O milho foi cultivado em
vasos com solo em casa de vegetação durante 50 dias. As avaliações efetuadas
durante a condução do experimento foram: altura de plantas, número de folhas
desdobradas, biomassa seca e acúmulo de nutrientes na parte aérea aos 50 dias
após o plantio. Nenhum dos isolados de Bacillus spp. avaliados conseguiu solubilizar
fosfatos insolúveis em condições de laboratório; a maioria dos isolados bacterianos
avaliados proporcionou benefícios ao crescimento do milho, sendo que o isolado
NGR-1 teve o melhor desempenho na maioria das variáveis avaliadas durante o
crescimento do milho. A promoção de crescimento do milho proporcionada pelas
bactérias pode ser devido a vários fatores, contudo os parâmetros de seleção
utilizados para os isolados podem ser considerados satisfatórios. O milho, quando
inoculado, com a maioria dos isolados bacterianos, apresentou maior acúmulo de
nutrientes na parte aérea.
Palavras-chaves- Rizobactérias, auxinas, nutrição vegetal, solubilização de P
ABSTRACT
The objective of this study was to evaluate isolated bacteria of the
genus Bacillus, from soil of the west region of São Paulo State, Brazil, inoculated in
maize. The isolated bacteria were selected as the phytopathogens antagonism. P
43
solubilization and production of plant hormone (auxin) in the laboratory. The maize
plants were grown in a greenhouse for 50 days. The assessments made during the
trial were: plant height, number of leaves and dry biomass produced at 50 days after
sowing. None of the isolated showed in vitro solubilization of P. Most of the evaluated
isolated bacteria provided some benefit for the growth of maize, since the isolated
NGR-1 showed the best performance for the three variables during the maize growth.
The promotion of the maize growth offered by the bacteria may be due to several
factors, however the parameters of selection used for the individual can be
considered satisfactory. Inoculated plants had a greater increase in the accumulation
of nutrients in the aerial part.
Keywords- Rhizobacteria, auxin, plant nutrition
3.1 Introdução
As rizobactérias promotoras de crescimento de plantas (RPCPs) são
bactérias que habitam o solo e com freqüência são isoladas da rizosfera de diversas
plantas cultivadas (ARAUJO, 2008.). Dentre os gêneros mais estudados destacam-
se os gêneros Bacillus, Pseudomonas Azospirillum e Rhizobium. Os efeitos destes
microrganismos sobre o desenvolvimento das plantas são amplos, incluindo os
efeitos benéficos na germinação de sementes, emergência de plântulas,
comprimento de ramos e tamanho e produção de grãos e frutos (PAN et al., 1999).
Assim, como exemplos dos efeitos de RPCPs na produtividade, pode-se citar
aumentos de 33% na produção de ervilha e de até 150% em plantas de rabanete
com inoculação de Pseudomonas spp. (PARKE et al., 1991; KLOEPPER;
SCHORTH, 1981). Araújo e Hungria (1999) concluíram que Bacillus subtilis (AP-3)
ou seus metabólitos proporcionaram incrementos na nodulação e rendimento da
soja no campo. Foi constatado que esta mesma estirpe também produz
fitohormônios e antibióticos durante seu desenvolvimento (ARAÚJO et al., 2005). Os
mecanismos de ação responsáveis pela produção de crescimento em plantas podem
estar ligados inicialmente à inibição do patógenos, ou seja, beneficiando o
crescimento vegetal de forma indireta (BORONIN et al., 1993). Muitas vezes é difícil
44
reconhecer os mecanismos e relacioná-los à promoção direta de crescimento, visto
que mais de um mecanismo pode estar envolvido.
Os microrganismos produtores de crescimento em plantas exercem um
importante papel no controle de seu próprio ambiente, afetando o metabolismo da
planta. Alguns dos trabalhos da literatura sobre a influência das RPCPs, no
crescimento das plantas, atribui esse fenômeno a um efeito indireto associado ao
controle biológico de patógenos secundários (KLOEPPER; SCHROTH, 1981). No
entanto, em alguns trabalhos, observou-se que a promoção de crescimento de
plantas, por RPCPs, também tem sido relacionada à produção de giberilinas (HOLL
et al., 1988), auxinas (BORONIN et al. 1993) e ácidos láticos e succínico
(YOSHIKAWA, 1993). Também foi observado produção de substâncias tipo AIA
(ácido indol acético) “in vitro” e na rizosfera das plantas de trigo (FREITAS;
GERMIDA, 1992). Pseudomonas spp. (fluorescentes) produziram AIA em resposta
aos exsudatos de raiz de milho (PAN et al., 1999). Bacillus subtilis produziu AIA e
AIB em resposta aos exsudatos de raiz de soja (ARAÚJO et al., 2005).
As RPCPs são agentes potenciais para controle biológico de
fitopatógenos, estas espécies de bactérias podem suprimir as doenças por vários
modos de ação como: antagonismo, competição por espaço e nutrientes e indução
de resistência sistêmica (KLOEPPER, 1999). A incorporação no solo de substâncias
orgânicas e inorgânicas também tem colaborado para o manejo de patógenos de
solo (COOK; BAKER, 1983). A preparação biológica com a formulação de RPCPs
com outros resíduos orgânicos tem apresentado resultados satisfatórios no
crescimento de plantas e proteção contra doenças (REDDY et al., 1999).
Araújo (2008) relatou que Bacillus subtilis proporcionou aumento de
crescimento e nutrição vegetal de diferentes plantas, destacando deste modo a
importância da inoculação da rizobactéria na semente. Rodriguez e Fraga (1999)
citam que estirpes do gênero Pseudomonas, Bacillus e Rhizobium estão entre as
bactérias com maior potencial de solubilização de fósforo. Richardson (2000) relatou
que a maioria dos solos brasileiros são pobres em fósforo disponível às plantas e
que o fertilizante fosfatado representa um alto custo para o agricultor, desta forma é
interessante que se utilize dos microrganismos do solo como inoculante para
mobilizar o fósforo em solos pobres. Além da solubilização do fósforo outros
mecanismos estão também relacionados com o metabolismo microbiano no solo,
45
como a produção de enzimas (nitrogenase, quitinases e glucanases) (CATTELAN, et
al., 1999).
Devido à necessidade de novas tecnologias que visem restabelecer
condições de promoção do crescimento de plantas com viabilidade para utilização
comercial, o presente trabalho tem como objetivo avaliar isolados pertencentes ao
gênero Bacillus, sobre a nutrição e crescimento do milho cultivado em casa de
vegetação.
3.2 Material e Métodos
Os trabalhos foram conduzidos durante os meses de setembro a
dezembro de 2007 no laboratório de microbiologia e fitopatologia e na casa de
vegetação do curso de Agronomia, UNOESTE, Presidente Prudente, SP. Os
isolados de Bacillus spp. utilizados foram originalmente selecionados de área
agrícola de quatorze municípios da região oeste paulista, estando armazenados no
banco de estirpes do Laboratório de microbiologia da UNOESTE. Os isolados
bacterianos foram também submetidos a ensaio de solubilização de fosfato em placa
com meio de cultura contendo fosfato de cálcio precipitado seguindo metodologia
descrita em Carneiro et al. (2004). Na Tabela 1 é apresentada à descrição dos
isolados utilizados no experimento com sua respectiva caracterização quanto à
inibição de fungos fitopatogênicos, atividade de solubilização de P e produção de
hormônio (AIA).
46
TABELA 1 - Antagonismo a fungos fitopatogênicos, produção de acido indol acético
(AIA) e solubilização de fósforo em isolados bacterianos de amostras de
solos de municípios do oeste paulista
Antagonismo AIA Atividade Isolados Local
Colletotrichum Fusarium
(µg ml
-1
) da fosfatase
IND-2 Indiana + - 5,82 -
RFJ-1 Regente Feijó + + 3,31 -
RFJ-2 Regente Feijó + - 7,58 -
PBN-2 P. Bernardes - - 8,79 -
TAC-2 Taciba + + 3,28 -
PRP-2 Pirapó - - 10,0 -
PDR-2 Pedranopólis - - 10,1 -
RSN-2 Rosana - - 9,24 -
PIA-1 Piacatu + - 2,96 -
BRG-2 Birigui - + 7,28 -
PNP-2 Penapólis - - 21,3 -
CAS-2 Castilho - + 7,68 -
NGR-1 Nova Granada - + 4,96 -
RUB-2 Rubiácea - - 15,4 -
O experimento foi conduzido em solo (5 kg) acondicionado em vasos
plásticos. O solo foi coletado da área experimental da Unoeste, P. Prudente, SP,
sendo classificado como ARGISSOLO VERMELHO DISTROFÉRRICO (EMBRAPA,
1999). Os atributos químicos do solo foram obtidos de acordo com análise química
(Van Raij, 2001) com os seguintes valores: pH (CaCl
2
1 mol L
-1
) 6,0; 6 g dm
-3
de
M.O.; 38 mg dm
-3
de P
resina
; 3,6 mmol
c
dm
-3
de K; 24 mmol
c
dm
-3
de Ca; 8 mmol
c
dm
-3
de Mg; 36 mmol
c
dm
-3
de SB; 51 mmol
c
dm
-3
de CTC; 70% de saturação por bases
(V).
Foram semeadas três sementes de milho (Híbrido duplo RG) em cada
vaso e em seguida as bactérias, multiplicadas previamente em laboratório durante
cinco dias utilizando-se caldo nutritivo, foram inoculadas sobre as sementes pela
adição de 0,1 mL de caldo nutritivo contendo cada isolado bacteriano na
concentração de 1,0 10
8
células mL
-1
. Após a emergência foi realizado desbaste
47
deixando-se apenas uma planta por vaso. O delineamento experimental utilizado foi
inteiramente casualizado com 15 tratamentos (isolados bacterianos e testemunha), e
quatro repetições perfazendo um total de 60 parcelas.
Os parâmetros avaliados durante a condução do experimento foram a
altura de plantas aos 29 e 50 dias e o número de folhas totalmente desdobradas aos
50 dias após o plantio. As plantas foram coletadas 50 dias após o plantio. As raízes
foram lavadas em água corrente para remoção do solo aderido e, em seguida,
separou-se o sistema radicular da parte aérea das plantas. Após isto o material foi
colocado para secar em estufa com aeração forçada até obtenção de massa
constante, sendo então pesado para obtenção da biomassa seca da parte aérea e
raiz. Após pesagem da parte aérea o material foi moído em moinho de facas de
onde foi retirada amostra para avaliação nutricional do tecido foliar segundo
metodologia de Malavolta et al. (1997).
Para análise de variância dos dados obtidos sem transformação
utilizou-se o programa estatístico SISVAR (FERREIRA, 2003) utilizando-se o teste F.
As médias dos tratamentos foram comparadas através do teste Scott-Knott com 5%
de significância.
3.3 Resultados e Discussão
Os resultados encontrados revelaram que 50% dos isolados avaliados
estimularam o milho a produzir mais massa radicular (Figura 1). Desses isolados
apenas BRG-2, CAS-2, NGR-1, PNP-2 e PRP-2 proporcionaram incrementos na
massa seca da parte aérea do milho (Figura 2). Por outro lado, a maioria dos
tratamentos com a inoculação dos isolados bacterianos em milho proporcionou
aumentos na altura das plantas aos 50 dias após o plantio (Figura 3). O isolado
NGR-1 apresentou o melhor desempenho nas três variáveis avaliadas durante o
crescimento do milho. O desempenho dos isolados bacterianos avaliados neste
trabalho demonstra que os parâmetros de seleção de bactérias são pertinentes e
48
podem ser aplicados em estudos de bioprospecção de bactérias promotoras de
crescimento de plantas em solos. Sendo importante também destacar que outros
parâmetros bioquímicos podem ser utilizados visando aprimorar esta seleção, como
por exemplo a produção de giberelinas, enzimas entre outros.
b
b
a
b
a
a
b
b
a
a
b
b
a
b
a
0
1
2
3
4
5
6
7
CO
N
TROLE
BR
G
-
2
CAS-2
IND-2
NGR-1
PBN-2
PDR-2
PIA-1
P
NP
-2
P
RP
-2
RF
J
-1
RFJ-2
RS
N-
2
RUB
-
2
TAC
-2
g por planta
Médias seguidas da mesma letra não diferem pelo teste de Scott-Knott (P<0.05).
FIGURA 1 - Massa seca de raiz de milho aos 50 dias em função da inoculação de
isolados bacterianos nas sementes
b
b
a
b
a
a
bb
a
a
b
b
b
b
b
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
C
O
NTR
O
LE
BR
G
-
2
CAS-2
I
ND-2
N
GR
-
1
PBN
-
2
PDR-2
P
I
A-1
PN
P
-
2
PR
P
-
2
RFJ-
1
RF
J
-2
R
SN-2
R
UB-2
TAC-2
g por planta
Médias seguidas da mesma letra não diferem pelo teste de Scott-Knott (P<0.05).
49
FIGURA 2 - Massa seca da parte aérea de milho aos 50 dias em função da
inoculação de isolados bacterianos nas sementes
a
a
a
b
a
a
a
b
b
a
a
b
a
b
b
0
10
20
30
40
50
60
70
CO
NT
RO
LE
BRG
-2
CAS
-2
I
N
D-2
N
GR-1
PBN
-2
PDR-2
P
I
A-1
PNP-2
PRP-2
RFJ-1
RF
J-
2
R
S
N
-
2
RUB-2
T
A
C
-
2
cm por planta
Médias seguidas da mesma letra não diferem pelo teste de Scott-Knott (P<0.05).
FIGURA 3 - Altura de plantas de milho aos 50 dias em função da inoculação de
isolados bacterianos em sementes
A produção de auxina (AIA) pelas bactérias avaliadas pode ser
responsável por alterações encontradas no crescimento do milho (Figura 1, 2 e 3). O
crescimento não alterou o estádio fenológico da cultura pois a avaliação do números
de folhas de milho totalmente desdobradas, aos 50 dias após o plantio, não
apresentou diferenças entre os tratamentos conduzidos (Figura 4). Sabe-se que as
auxinas são um grupo de substâncias reguladoras de crescimento responsáveis pelo
crescimento celular, o alongamento dos caules e raízes, o desenvolvimento dos
frutos, controlam o gravitropismo, promovem a dominância apical e retardam a
abscisão (TAIZ; ZEIGER, 2004). Entre as auxinas, o ácido indolacético é o mais
estudado e é o mais produzido pelas bactérias. Essa substância afeta a morfologia
das raízes, aumentando o comprimento e o número de pêlos radiculares (BARBIERI
et al., 1986). Neste trabalho isolados de Bacillus spp. que não produziram
quantidades elevadas de AIA conseguiram incrementar o crescimento do milho, o
50
que pode ser devido a outros mecanismos de promoção de crescimento de plantas
não avaliados.
Além da produção de hormônios uma característica comum na maioria
dos isolados que se destacaram na promoção do crescimento em milho, foi o
antagonismo a fungos fitopatogênicos. Sobre este fato, Kloepper e Schroth, (1981)
atribuíram o fenômeno da promoção de crescimento a um efeito indireto associado
ao controle biológico de patógenos secundários. A inoculação de milho com um
isolado de Bacillus subtilis, produtor de antibióticos e hormônios promoveu o
crescimento de plantas em casa de vegetação (ARAÚJO, 2008).
A inoculação dos isolados bacterianos avaliados em milho não
provocou efeito negativo no crescimento radicular. A presença de concentrações
elevadas de AIA (250uM) produzida pela rizobactéria Azospirillum sp. na rizosfera
reduziu o desenvolvimento radicular do arroz (RADWAN et al., 2004).
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
CONTROLE
B
RG-2
CAS-
2
I
ND-2
NG
R
-1
P
BN
-
2
P
D
R-2
P
IA-1
P
N
P-
2
P
R
P-
2
RFJ-1
RF
J-2
RSN-2
RUB-2
T
AC-2
Folhas por planta
Os tratamentos não diferenciam estatisticamente pelo teste de Scott-Knott (P<0.05).
FIGURA 4 - Número de folhas desdobradas em milho aos 50 dias em função da
inoculação de isolados bacterianos em sementes
51
b
b
b
b
b
a
a
b
b
a
a
b
a
b
b
b
a
a
a
a
b
b
b
b
b
b
b
b
b
b
c
a
a
a
a
c
b
c
a
a
b
b
c
b
a
0
50
100
150
200
250
CONTROLE
BRG-2
CAS-2
IN
D
-2
NGR-1
PBN-2
PDR
-2
PIA-1
PNP-2
PRP-2
R
FJ-1
RF
J-2
R
S
N
-2
RUB-2
T
AC-2
mg por planta
Nitrogênio
Fósforo
Potássio
Médias seguidas da mesma letra não diferem pelo teste de Scott-Knott (P<0.05).
FIGURA 5 - Acúmulo de nutrientes (N, P e K) na parte aérea de milho aos 50 dias
em função da inoculação de isolados bacterianos nas sementes
O acúmulo de nutrientes no tecido foliar do milho demonstra que os
tratamentos com melhor desempenho de promoção de crescimento também
proporcionaram absorção de nutrientes em maior quantidade, correspondente à
produção da biomassa pela planta (Figura 5). Este resultado mostra que as plantas
inoculadas com as bactérias promotoras de crescimento conseguiram suprimento
adequado de nutrientes pela raiz. O aumento no acúmulo de nutrientes na parte
aérea do milho já foi demonstrado por Araújo (2008) em experimento com
inoculação da rizobactéria B. subtilis.
O incremento no acúmulo de nitrogênio e potássio no tecido foliar, na
maioria dos tratamentos com inoculação de bactérias, inclusive por isolados que não
se destacaram como promotores de crescimento de milho demonstra que existe
alguma influência microbiana na disponibilização deste nutriente para a planta. Foi
relatado que no ambiente da rizosfera um dos fatores, que aumenta a mobilização
de nutrientes vegetais está relacionado com a presença do hormônio vegetal
citocinina (DOURADO NETO et al., 2004). Estudos realizados já comprovaram que
rizobactérias também produzem este hormônio na rizosfera (CACCIARI et al., 1989).
Este aumento na absorção de nutrientes, como o potássio, sugere mais um efeito
52
benéfico proporcionado pelas rizobactérias às plantas, devendo ser analisado em
futuros trabalhos com seleção de rizobactérias para inoculação em sementes.
3.4 Conclusões
A maioria dos isolados de Bacillus spp. avaliados proporcionou
algum benefício ao crescimento do milho, sendo que o isolado NGR-1 apresentou o
melhor desempenho, na maioria das variáveis avaliadas;
Os isolados bacterianos como produtores de hormônio vegetal
(AIA) não influenciou diretamente o crescimento do milho;
O milho, quando inoculado, com a maioria dos isolados bacterianos,
apresentou maior acúmulo de nutrientes na parte aérea.
53
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