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PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO
MESTRADO EM AGRONOMIA
FONTES DE POTÁSSIO NA ADUBAÇÃO DE COBERTURA DO
ALGODOEIRO – PRODUTIVIDADE, DIAGNOSE FOLIAR,
QUALIDADE DE FIBRAS E ANÁLISE ECONÔMICA
FÁBIO RAFAEL ECHER
Presidente Prudente - SP
2008
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PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO
MESTRADO EM AGRONOMIA
FONTES DE POTÁSSIO NA ADUBAÇÃO DE COBERTURA DO
ALGODOEIRO – PRODUTIVIDADE, DIAGNOSE FOLIAR,
QUALIDADE DE FIBRAS E ANÁLISE ECONÔMICA
FÁBIO RAFAEL ECHER
Dissertação apresentada ao Programa de
Pós-Graduação Stricto Sensu em
Agronomia, como parte dos requisitos para
obtenção do título de Mestre em Agronomia -
Área de Concentração: Produção Vegetal.
Orientador: Prof. Dr. José Salvador Simoneti
Foloni
Presidente Prudente - SP
2008
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ICHA CATALOGRÁFICA
361.83 Echer, Fábio Rafael.
E18f Fontes de potássio na adubação de cobertura do
algodoeiro – produtividade, diagnose foliar,
qualidade de fibras e análise econômica / Fábio
Rafael Echer. – Presidente Prudente: [s.n.], 2008.
52 f.
Dissertação (Mestrado em Agronomia) –
Universidade do Oeste Paulista – UNOESTE:
Presidente Prudente – SP, 2008.
Bibliografia
1. Algodão, Fontes de potássio. 3. Algodão,
qualidade e produtividade. 4. Algodão, custo de
produção. I. Título.
FÁBIO RAFAEL ECHER
Fontes de potássio na adubação de cobertura do algodoeiro – produtividade,
diagnose foliar, qualidade de fibras e análise econômica
Dissertação apresentada a Pró-Reitoria de
Pesquisa e Pós-Graduação, Universidade do
Oeste Paulista, como parte dos requisitos
obtenção do título de Mestre em Agronomia.
Presidente Prudente, 28 de outubro de 2008.
BANCA EXAMINADORA
______________________________________
Prof. Dr. José Salvador Simoneti Foloni
Universidade do Oeste Paulista – Unoeste
Presidente Prudente - SP
______________________________________
Prof. Dr. Carlos Sérgio Tiritan
Universidade do Oeste Paulista – UNOESTE
Presidente Prudente - SP
______________________________________
Prof. Dr. Marcos Antônio Camacho da Silva
Universidade do Estado do Mato Grosso do Sul – UEMS
Aquidauana - MS
DEDICATÓRIA
Dedico essa monografia aos que buscam por meio da pesquisa e do
trabalho, soluções aplicáveis, de cunho prático, economicamente viáveis e que
realmente resolvam os problemas enfrentados pelos agricultores em seu cotidiano,
especialmente aos cotonicultores brasileiros.
AGRADECIMENTOS
Ao Grupo Bom Futuro, por acreditar em meu potencial, e pela
oportunidade de evolução técnica e pessoal proporcionada.
Aos meus familiares, em especial à Edilse, minha mãe, e aos meus
irmãos Maico, Michel e Fausto, que, sempre acreditaram e apoiaram minhas
vontades e idéias.
Ao Professor Dr. José Salvador Simoneti Foloni, antes de Mestre um
bom amigo, pelos valiosos ensinamentos, pela dedicação e pela orientação.
A Gracielle, que sempre esteve ao meu lado, apoiando minhas
decisões e me confortando nos momentos de indecisão e de angústia, e por todo
amor e carinho á mim dedicados.
Aos funcionários do Grupo Bom Futuro: Fazenda Santa Luzia;
Escritório de Sapezal; Algodoeira Bom Futuro e ao Escritório de Rondonópolis, sem
os quais seria impossível concluir esse projeto.
Ao colega e amigo Júlio Dominato que nunca mediu esforços ao
trabalho; e com certeza será uma dupla que deixará lembranças.
Aos amigos e colegas de Mestrado Diego, Satto e Luciana pela
amizade e pelos bons momentos compartilhados durante esses anos.
Aos amigos Renato Scariot e Wilian Oliveira pela ajuda concedida na
colheita do experimento.
Aos Professores Carlos Sérgio Tiritan e José Eduardo Creste por todo
apoio fornecido nas diversas atividades desenvolvidas no decorrer do curso e pelos
ensinamentos nas áreas de Fertilidade do Solo e Nutrição de Plantas.
Ao Dr. Marcos Antonio Camacho da Silva pela participação na banca
examinadora.
Aos Professores do Mestrado em Agronomia da Unoeste, Nelson, Ceci,
Tadeu, Gustavo, Kronka, pelo conhecimento adquirido em suas respectivas áreas de
conhecimento.
A Keid, secretária do Mestrado, excelente profissional, pelo trabalho
burocrático desenvolvido.
“É errado supor que o agricultor aduba para aumentar a produtividade das suas
terras ou ainda para melhorar o abastecimento do país de alimentos e de matérias-
primas vegetais. Fundamentalmente o agricultor aduba para aumentar a sua receita
líquida, para melhorar o seu padrão de vida, para ganhar mais dinheiro. O aumento
de produtividade proporcionado pelo adubo só será vantajoso para o agricultor e
para a nação se tiver sentido econômico”.
Frederico Pimentel Gomes
RESUMO GERAL
Fontes de potássio na adubação de cobertura do algodoeiro – produtividade,
diagnose foliar, qualidade de fibras e análise econômica
Conduziu-se um experimento em lavoura comercial de algodão, em Sapezal – MT,
no ano agrícola 2007/2008, com o objetivo de avaliar o efeito de diferentes fontes de
potássio na adubação de cobertura, sobre atributos biométricos, componentes de
produção, qualidade de fibras, viabilidade econômica e sobre o estado nutricional do
algodoeiro. O delineamento utilizado foi o de blocos completos ao acaso, com cinco
repetições, cujos tratamentos constaram da aplicação em cobertura de 100 kg ha
-1
de K
2
O nas fontes KCl, K
2
SO
4
, KNO
3
e K
2
SO
4
.2MgSO
4
. Avaliaram-se os teores de
nutrientes nas folhas de algodão no florescimento, sendo interpretados pelo método
do nível crítico e pelo DRIS. Tanto o método do nível crítico quanto o DRIS foram
eficientes na detecção de diferenças nos teores foliares de nutrientes e, o teor de S
nas folhas de algodão foi maior com a utilização do adubo K
2
SO
4
.2MgSO
4
. O IBN
apresentou coerência entre os seus valores e as produtividades dos tratamentos,
sendo as maiores produtividades obtidas com o menor IBN na adubação potássica
de cobertura na fonte K
2
SO
4
.2MgSO
4
. A adubação potássica de cobertura com a
fonte K
2
SO
4
.2MgSO
4
proporcionou a maior altura de plantas e a produtividade
agrícola mais elevada, porém, estes resultados não se confirmaram em aumentos
de qualidade de fibra e rentabilidade econômica do algodão. Em razão do menor
custo, o fertilizante KCl é a fonte de K mais viável economicamente para a cobertura
na lavoura de algodão.
Palavras chaves: Gossypium hirsutum, nível crítico, DRIS, peso do capulho, índice
de ágio, receita líquida.
ABSTRACT GERAL
Sources of potassium in cover fertilization for cotton crops - biometric
attributes, production components, fiber quality and economic analysis
An experiment was carried out on a commercial cotton crop, in Sapezal – MT, in farm
year 2007/2008, with the objective of evaluating the effect of different sources of
potassium in cover fertilization, on biometric attributes, production components,
quality of fibers, economic viability and the nutritional status of cotton plants. The
outline used was complete blocks at random, with five repetitions, whose treatments
were comprised of cover application of 100 kg ha
-1
of K
2
O from sources KCl, K
2
SO
4
,
KNO
3
and K
2
SO
4
.2MgSO
4
. The nutrient content found in the cotton leaves at
blooming was evaluated, being interpreted by the critical level method and by the
DRIS method. Both critical level method and DRIS were efficient in detecting
differences in leaf nutrient contents and, the content of S in cotton leaves was
highest for applications of fertilizer with K
2
SO
4
.2MgSO
4
. IBN was coherent between
its values and the productivity of the treatments, with the highest productivities being
obtained with the lowest IBN in potassium cover fertilization with the source
K
2
SO
4
.2MgSO
4
. Potassium based fertilization of the cover with source
K
2
SO
4
.2MgSO
4
afforded highest plant height and higher agricultural productivity,
however, these results were not confirmed by increased fiber quality and economic
profitability of the cotton crop. Given its lower cost, KCl is the most economically
viable source of fertilizer K for cover of cotton crops.
Key words: Gossypium hirsutum, critical level, DRIS, boll weight, goodwill rate, net
income.
SUMÁRIO
1 ARTIGO I: FONTES DE POTÁSSIO NA ADUBAÇÃO DE COBERTURA DO
ALGODOEIRO: ATRIBUTOS BIOMÉTRICOS, COMPONENTES DE
PRODUÇÃO, QUALIDADE DE FIBRAS E ANÁLISE ECONÔMICA 10
RESUMO 10
ABSTRACT 11
1.1 Introdução 12
1.2 Material e Método 14
1.3 resultados e Discussão 18
1.4 Conclussões 25
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 27
2 ARTIGO II: FONTES DE POTÁSSIO NA ADUBAÇÃO DE COBERTURA DO
ALGODOEIRO: DIAGNOSE FOLIAR E RELAÇÕES ENTRE
NUTRIENTES 33
RESUMO 33
ABSTRACT 34
2.1 Introdução 35
2.2 Material e Método 38
2.3 resultados e Discussão 42
2.4 Conclussões 48
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 49
10
1 ARTIGO II: FONTES DE POTÁSSIO NA ADUBAÇÃO DE COBERTURA DO
ALGODOEIRO: ATRIBUTOS BIOMÉTRICOS, COMPONENTES DE PRODUÇÃO,
QUALIDADE DE FIBRAS E ANÁLISE ECONÔMICA
RESUMO
Conduziu-se um experimento em lavoura comercial de algodão, em
Sapezal – MT, no ano agrícola 2007/2008, com o objetivo de avaliar o efeito de
diferentes fontes de potássio na adubação de cobertura, sobre atributos biométricos,
componentes de produção, qualidade de fibras e viabilidade econômica. O
delineamento utilizado foi o de blocos completos ao acaso, com cinco repetições, cujos
tratamentos constaram da aplicação em cobertura de 100 kg ha
-1
de K
2
O nas fontes
KCl, K
2
SO
4
, KNO
3
e K
2
SO
4
.2MgSO
4
. A adubação potássica de cobertura com a fonte
K
2
SO
4
.2MgSO
4
proporcionou a maior altura de plantas e a produtividade agrícola mais
elevada, porém, estes resultados não se confirmaram em aumentos de qualidade de
fibra e rentabilidade econômica do algodão. Em razão do menor custo, o fertilizante KCl
é a fonte de K mais viável economicamente para a cobertura na lavoura de algodão.
Palavras chaves: Gossypium hirsutum, peso do capulho, índice de ágio, receita líquida.
11
ABSTRACT
An experiment was carried out on a commercial cotton crop, in Sapezal –
MT, in farm year 2007/2008, with the objective of evaluating the effect of different
sources of potassium in cover fertilization, on biometric attributes, production
components, quality of fibers and economic viability. The outline used was complete
blocks at random, with five repetitions, whose treatments were comprised of cover
application of 100 kg ha
-1
of K
2
O from sources KCl, K
2
SO
4
, KNO
3
and K
2
SO
4
.2MgSO
4
.
Potassium based fertilization of the cover with source K
2
SO
4
.2MgSO
4
afforded highest
plant height and higher agricultural productivity, however, these results were not
confirmed by increased fiber quality and economic profitability of the cotton crop. Given
its lower cost, KCl is the most economically viable source of fertilizer K for cover of
cotton crops.
Key words: Gossypium hirsutum, boll weight, goodwill rate, net income.
12
1.1 Introdução
Os solos do cerrado brasileiro são na grande maioria ácidos e pobres em
nutrientes, cujas quantidades de potássio (K) são geralmente baixas para suprir a
demanda das culturas agrícolas, como por exemplo o algodão, que pode apresentar
taxa de extração do nutriente da ordem de 5,6 kg ha
-1
dia
-1
de K no decorrer das fases
de florescimento e frutificação (CASSMAN et al., 1993).
O manejo da adubação potássica em relação a doses, modos, épocas e
fontes a serem utilizadas, deve ser considerado em função da demanda da cultura, do
preço do fertilizante, do efeito salino sobre as plantas na instalação das lavouras e do
potencial de perdas (principalmente por lixiviação) que os solos tropicais apresentam
(CARVALHO; BERNARDI, 2005).
O crescimento meristemático e a extensão das células vegetais são
dependentes do K, pois há relação muito íntima entre o alongamento celular e a
concentração de K nas folhas, ou seja, fitorreguladores que estimulam o processo de
alongamento celular são altamente dependentes de níveis adequados de K nos tecidos
vegetais (CAKMAK, 2005).
As fibras do algodoeiro têm suas características qualitativas afetadas
positivamente pelo suprimento adequado de K, pois este nutriente regulariza o ciclo da
cultura, mantém a área foliar e proporciona maior deposição de celulose nas paredes
internas das fibras, com melhora acentuada no índice micronaire (CARVALHO et al.,
2006). No entanto, o comprimento das fibras geralmente não é beneficiado pela
adubação potássica, porém, o número de fibras curtas diminui, acarretando no
processo de torção, fios mais resistentes (SILVA et al.,1984). Trabalhos de pesquisa
têm demonstrado a importância do manejo da adubação potássica na lavoura de
algodão, com aumento do peso médio de capulhos e de sementes, uniformidade de
fibras, maturidade e incrementos no índice micronaire (NASCIMENTO JÚNIOR et al.,
2000; SABINO et al., 1995).
De acordo com a Agência Nacional para Difusão de Adubos (ANDA), em
2007 as importações representaram cerca de 74% do suprimento de fertilizantes. Em
13
relação ao potássio, esse número é ainda maior, pois em torno de 3,86 milhões de
toneladas (92% do consumo) desse nutriente é importado.
Dentre os fertilizantes minerais potássicos disponíveis no mercado
brasileiro, o cloreto de potássio (KCl) predomina, devido a maior oferta e por apresentar
melhor relação custo-benefício. Além do KCl, o K
2
SO
4
(sulfato de potássio), o KNO
3
(nitrato de potássio)
e o K
2
SO
4
.2MgSO
4
(sulfato de potássio e magnésio) são outras
fontes de K bastante utilizadas em diversos segmentos da agricultura brasileira
(ERNANI et al., 2007). O uso do KNO
3
em algodoeiro está restrito á adubação foliar,
devido principalmente ao elevado custo, sendo escassos os trabalhos cuja adubação se
deu via solo (ROSOLEM; WITACKER, 2007; FREITAS, et al., 2007).
A eficiência das fontes de K na produção e na qualidade de fibra do
algodoeiro tem sido estudada por alguns autores (PERVEZ et al., 2004a; PERVEZ et
al., 2004b; MAKHDUM et al., 2006), em que o K aplicado na forma de sulfato propiciou
maior produtividade de plumas, aliada à melhor qualidade de fibras. No entanto, Malik
et al. (1988) não observaram diferenças na qualidade de fibras do algodão em razão da
aplicação de K nas formas de cloreto e sulfato.
Um dos sérios problemas do uso de altas doses de K na forma de KCl é o
aumento da salinidade na região da rizosfera, diminuindo o potencial osmótico na
solução do solo, o que dificulta a absorção de água pelas raízes, além disso,
geralmente há forte acúmulo de Cl
nas folhas de plantas adubadas com KCl, o que
pode afetar processos fisiológicos importantes (LAZOF; BERNSTEIN, 1999).
A adição de 250 kg ha
-1
de K
2
O na forma de KCl triplicou o teor de Cl
no
solo, em relação á ausência de KCl, com lixiviações de Cl a profundidades de 30-60 cm
no perfil, reduzindo também a taxa de fotossíntese líquida e o uso eficiente da água
(MAKHDUM et al., 2006). Outro problema pouco verificado, mas não menos importante,
é a utilização de altas doses de KCl em solos ácidos, que pode causar fitotoxidez de
Mn, pelo fato do Cl tornar o Mn mais disponível (IPI, 1973). No trabalho de Zehler et al.
(1986), comparando-se doses e fontes de K, o fornecimento de 70 kg ha
-1
de K
2
O na
fonte K
2
SO
4
.2MgSO
4
proporcionou incrementos de produtividade no algodão superiores
às fontes KCl e K
2
SO
4
.
14
O objetivo do trabalho foi de avaliar a produtividade, a qualidade de fibras
e a rentabilidade da lavoura de algodão submetida a diferentes fontes de K na
adubação de cobertura.
1.2 Material e Métodos
O trabalho foi conduzido em lavoura comercial de algodão, manejada no
Sistema Plantio Direto (SPD) por 10 anos consecutivos na rotação
algodão/milheto/soja, na Fazenda Santa Luzia, pertencente ao Grupo Bom Futuro,
distante a aproximadamente 25 km do município de Sapezal - MT, com coordenadas
geográficas da área experimental de 13°37’14,2’’ Sul, 58°50’47,4’’ Oeste e 581 m de
altitude. A precipitação pluvial diária na fazenda supracitada, ocorrida no decorrer da
condução do trabalho, de setembro de 2007 a junho de 2008, está apresentada na
Figura 1.
Precipitação
0
20
40
60
80
100
120
140
mm
Semeadura
1ª Adubação 2ª Adubão
Colheita
FIGURA 1 - Precipitação pluvial durante a condução do experimento, e datas da
semeadura do algodão, primeira e segunda adubação potássica de
cobertura, e colheita. (Fonte: Fazenda Santa Luzia, Sapezal-MT, 2008)
15
O solo da área experimental foi classificado como Latossolo Vermelho
Distroférrico (EMBRAPA, 1999), de textura muito argilosa, com relevo plano, boa
drenagem e horizontes bem desenvolvidos. A análise granulométrica do solo
(EMBRAPA, 1997), de amostras coletadas na profundidade de 0-20 cm, apresentou 76
g kg
-1
de areia, 116 g kg
-1
de silte e 808 g kg
-1
de argila.
No dia 05/09/2007 foram coletadas amostras de solo da área experimental
para análise química (RAIJ et al., 2001), com os seguintes resultados para as
profundidades de 0-20 e 20-40 cm, respectivamente: pH (CaCl
2
0,01 mol L
-1
) 4,7 e 4,4;
40 e 22 g dm
-3
de MO; 15 e 3 mg dm
-3
de P
resina
; 56 e 45 mmol
c
dm
-3
de H+Al; 2 e 1,7
mmol
c
dm
-3
de K; 52 e 15 mmol
c
dm
-3
de Ca; 30 e 10 mmol
c
dm
-3
de Mg; 84 e 27 mmol
c
dm
-3
de SB; 140 e 72 mmol
c
dm
-3
de CTC; saturação por bases (V) de 60% e 37%; 19,7
e 75,7 mg dm
-3
de S; 1,3 e 0,2 mg dm
-3
de Mn; 48,5 e 27,6 mg dm
-3
de Fe; 1,2 e 0,5 mg
dm
-3
de Cu; 0,7 e 0,1 mg dm
-3
de Zn e 0,13 e 0,13 mg dm
-3
de B.
A área recebeu calagem superficial a lanço antes da instalação do
experimento, em setembro de 2007, com a utilização de 2 t ha
-1
de calcário dolomítico
(85% de PRNT). Na primeira semana de outubro de 2007, realizou-se também uma
fosfatagem corretiva a lanço em área total, com aplicação superficial de 333 kg ha
-1
de
superfosfato simples mais micronutrientes (60 kg ha
-1
de P
2
O
5
, 6,6 kg ha
-1
de Zn, 6,6 kg
ha
-1
de Mn, 0,5 kg ha
-1
de Cu e 2 kg ha
-1
de B).
Em 09/10/2007 foi realizada a semeadura a lanço do milheto (Pennisetum
glaucum L. cv. comum), com 27 kg ha
-1
de sementes (70% de VC) e incorporação com
grade niveladora, para produção de palhada visando a posterior instalação do algodão
no SPD. Aos 50 dias após a emergência do milheto, fez-se a dessecação química da
área para permitir a semeadura da lavoura comercial.
A semeadura do algodão (Gossypium hirsutum L.), cultivar FMT 701, foi
realizada em 13/12/2007, com semeadora-adubadora motomecanizada desenvolvida
para o SPD, utilizando-se 131.578 sementes viáveis ha
-1
, no espaçamento entrelinhas
de 0,76 m. A emergência da lavoura ocorreu em 18/12/2007, e por ocasião da colheita
determinou-se a densidade final de 107.887 (± 6836) plantas ha
-1
, de acordo com a
média populacional das unidades experimentais.
16
A adubação de instalação do algodão seguiu os procedimentos da lavoura
comercial, em que foram aplicados no sulco de semeadura 27 kg ha
-1
de N (uréia), 45
kg ha
-1
de P
2
O
5
(Superfosfato triplo) e 2,4 kg ha
-1
de B (Borogran), baseado em
recomendações de Sousa e Lobato (2004). Em 15/12/2007, dois dias após a
semeadura e antes da emergência da cultura, fez-se uma adubação potássica a lanço
em área total com 80 kg de K
2
O ha
-1
na fonte KCl granulado, com equipamento
motomecanizado. As adubações supracitadas seguiram os procedimentos adotados na
lavoura comercial de algodão em que o experimento foi inserido.
A adubação nitrogenada de cobertura na área experimental foi realizada
por meio de aplicações manuais a lanço sobre a palhada, nas entrelinhas da cultura,
com a fonte uréia. Foram aplicadas duas doses de 50 kg ha
-1
de N, aos 21 DAE
(estágio fenológico V4) e 48 DAE do algodão (estágio fenológico B3), nos dias
07/01/2008 e 04/02/2008, respectivamente, e uma terceira dose de 30 kg ha
-1
de N aos
66 DAE, no dia 22/02/2008, correspondendo ao estágio fenológico F2, de acordo com
descrição fenotípica de Marur e Ruano (2001). Foi realizada uma aplicação foliar com
200 g ha
-1
de Mn na fonte Mangan (10% de Mn), em 17/03/2008, aos 91 DAE do
algodão.
O delineamento experimental utilizado foi o de blocos completos ao acaso,
com cinco repetições, constituindo os seguintes tratamentos: adubação potássica de
cobertura com 100 kg ha
-1
de K
2
O nas fontes cloreto de potássio (60% K
2
O, 48% Cl e
índice salino de 115), sulfato de potássio (50% K
2
O, 17% S e índice salino de 46
)
,
nitrato de potássio (44% K
2
O, 14% N e índice salino de 31) e sulfato de potássio e
magnésio (22% K
2
O, 11% MgO, 22% S e índice salino de 43). As parcelas
experimentais foram demarcadas com 6 linhas de semeadura de 6 m de comprimento,
sendo avaliados os 4 m centrais das 4 linhas internas, deixando-se 1 m de bordaduras
nas extremidades.
Os adubos potássicos foram aplicados manualmente a lanço, sobre a
palhada nas entrelinhas da cultura, sendo parcelados em duas doses de 50 kg ha
-1
de
K
2
O, aos 33 e 66 DAE (21/01 e 22/02/2008), correspondente aos estágios fenológicos
B2 e F2 (MARUR; RUANO, 2001). Dentre os nutrientes acompanhantes que foram
adicionados nos tratamentos com diferentes fontes de K, apenas o N foi deduzido da
17
adubação nitrogenada nas parcelas que receberam KNO
3
. Este procedimento foi
adotado, pois, de acordo com as recomendações de Silva e Raij (1996) e Sousa e
Lobato (2004), preconizam-se somente aplicações de N e K para as adubações de
cobertura do algodão.
Os tratos culturais e o manejo fitossanitário das parcelas experimentais
seguiram os mesmos procedimentos adotados na lavoura comercial de algodão,
incluindo monitoramento de pragas e doenças, controle químico de plantas daninhas,
aplicações de inseticidas, fungicidas e fitorreguladores, de acordo com Lorenzi (2000),
Gallo et al., (2002) e Andrei (2005).
As avaliações de atributos biométricos, componentes de produção e a
colheita dos capulhos foram realizadas aos 185 DAE. Para a determinação da altura de
plantas e do número de nós nos caules do algodão, foram escolhidas aleatoriamente 20
plantas na área útil das parcelas experimentais, sendo considerada a medida entre a
superfície do solo até a inserção do último nó no ápice dos caules.
O peso médio de capulhos foi determinado a partir de amostragens feitas
em 10 plantas por parcela, escolhidas aleatoriamente, sendo colhidos três ramos por
planta, um em cada uma das posições denominadas de terços inferior, médio e superior
do dossel vegetal. O terço inferior correspondeu aos ramos frutíferos inseridos até o
terceiro nó na haste principal a partir do colo das plantas, o terço médio correspondeu
aos ramos frutíferos inseridos entre o quarto e o décimo primeiro nó na haste principal,
e os ramos frutíferos acima do décimo segundo nó na haste principal foram
considerados como sendo do terço superior.
Posteriormente, as plumas em caroço dos capulhos de cada porção do
dossel tiveram suas massas determinadas, e consideraram-se essas amostras na
quantificação da produtividade dos tratamentos experimentos. Após as avaliações dos
atributos biométricos, fez-se a colheita manual das plumas contidas em todos os
capulhos das plantas da área útil das parcelas. Retirou-se uma amostra de 100 g do
algodão em caroço por parcela, que foram enviadas ao Laboratório da Fundação MT,
em Rondonópolis–MT, para serem descaroçadas e submetidas as seguintes avaliações
de qualidade: rendimento de fibras descaroçadas (RF), comprimento de fibras (UHM),
índice micronaire (MIC), uniformidade do comprimento das fibras (UI), resistência de
18
fibra, elongação de fibras (ELG), índice de fibras curtas (SFC), grau de reflexão (RD),
grau de amarelamento (b+) e fiabilidade do algodão (CSP), de acordo com metodologia
de Santana et al. (1998).
O estudo econômico constou da determinação do custo de produção, da
receita bruta e da receita líquida da lavoura de algodão, seguindo a metodologia de
Antunes e Engel (1999). Os valores de insumos e operações agrícolas, que
compuseram os custos variáveis, foram fornecidos pela empresa Grupo Bom Futuro, de
acordo com o mercado regional de Sapezal - MT na safra 2007/2008, e para os custos
fixos utilizou-se os coeficientes indicados por Richetti (2007), para a safra 2007/2008 no
município de Sapezal - MT.
Os valores dos fertilizantes potássicos foram calculados considerando-se
a dose de 100 kg ha
-1
de K
2
O a ser aplicada na lavoura, com preço de frete estimado
em R$ 100,00 por tonelada de adubo de acordo com os padrões regionais de Sapezal –
MT. Os componentes de ágio e deságio para formação do valor comercial do algodão,
de acordo com os componentes de qualidade supracitados, seguiram os padrões da
Conab (2008) para safra 2007/2008.
Os dados originais foram submetidos à análise de variância, e os
resultados que apresentaram diferenças significativas pelo teste F até 5% de
significância, tiveram suas médias comparadas pelo teste t a 5% de significância.
1.3 Resultados e Discussão
As diferentes fontes de potássio aplicadas em cobertura apresentaram
efeito significativo sobre o número de nós na haste principal e altura de plantas, sendo
a adubação com K
2
SO
4
.2MgSO
4
a que proporcionou o maior porte de plantas de
algodão (Tabela 1).
19
K
2
SO
4
15,88 b 108,12 b 2,00 1,60 1,08 b 5,20 5,76 a 5.51 4995,00 ab 2199,60 ab
K
2
SO
4
.2MgSO
4
17,26 a 115,97 a 2,36 1,72 1,26 a 5,07 5,65 a 5.53 5710,52 a 2518,20 a
KNO
3
15,84 b 107,43 b 2,04 1,64 1,10 b 4,99 5,19 b 5.19 4726,65 b 2092,35 b
KCl 15,62 b 106,09 b 2,30 1,72 1,22 a 5,06 5,61 a 5.58 5408,77 ab 2379,00 ab
Adubo
CV (%)
DMS
0,096
ns
1,84
1,11
-
---------------------------------------------------------------------------------Valores de F calculado----------------------------------------------------------------------------
Médias seguidas por letras iguais não diferem entre si pelo teste t a 5% de probabilidade. * e ** significativos a 5% e 1%, respectivamente. ns: não significativo. CV:
coeficiente de variação. DMS: Diferença mínima significativa.
Análise de Variância
3,91*
5,06
0,38
0,935
ns
1,28*
13,00
407,47
1/3 Superior caroço pluma
Número de
nós
Altura da
planta (cm)
Produtividade (kg ha
-1
)
caroço pluma
Altura da
planta (cm)
Rendimento
de Fibra (%)
Número de capulhos/ramo frutífero Peso do capulho Produtividade (@ ha
-1
)
Rendimento
de Fibra (%)1/3 Inferior
1/3 Médio1/3 Inferior
Número de capulhos/ramo frutífero
44,05
44,06
44,27
44,03
0,58 922
8,38 13,2
0,205
ns
1,31*
7,51
0,56
8,4
0,1
Número de
nós
Adubo
Peso do capulho (g)
1/3 Inferior 1/3 Superior
1/3 Inferior
3,97
5,98
14,44
0,65
14,37
0,64
1/3 Médio 1/3 Superior
0,61
ns
4,08*
1/3 Médio 1/3 Superior 1/3 Médio
2,56* 5,26** 0,81
ns
5,5
1,23
TABELA 1 - Componentes de produção do algodoeiro em função da variação da fonte na adubação potássica de
cobertura
20
O número de capulhos por ramo frutífero no 1/3 superior do dossel do
algodão também foi significativamente maior nas parcelas adubadas com
K
2
SO
4
.2MgSO
4
e KCl,em comparação às adubações com KNO
3
e K
S
O
4
(Tabela 1).
De acordo com Nunes e Pitombeira (1994), a altura das plantas de
algodão tem correlação positiva e altamente significativa com a produtividade de
plumas, o mesmo ocorre com o número de ramos frutíferos/planta, e, ou o de
capulhos/ramo quando correlacionados com a produtividade da cultura. No trabalho de
Foloni et al. (2004), fizeram-se avaliações de rendimento de pluma em diferentes ramos
de plantas de algodão, e constatou-se que os capulhos foram distribuídos, em média,
em 19,50%, 63,00% e 17,50%, respectivamente, nos terços superior, médio e inferior
do dossel, evidenciando que incrementos no terço superior do dossel vegetal são
importantes.
Rosolem (2001) cita que quanto mais alta for a posição do capulho na
planta, e quanto mais afastado estiver em relação à haste principal, menores serão sua
massa e seu rendimento de beneficiamento. Foloni et al. (2004) avaliaram diferentes
estratégias de aplicação de K na lavoura de algodão, e não observaram diferenças
significativas no número de capulhos contidos nos terços inferior, médio e superior do
dossel de plantas.
Houve diferença significativa para a massa de capulhos somente no terço
médio do dossel das plantas de algodão, sendo a adubação com KNO
3
a que acarretou
no menor peso da estrutura reprodutiva (Tabela 1). A importância da parte mediana do
dossel das plantas de algodão na composição da produtividade foi demonstrada por
Rosolem (2001) e Foloni et al. (2004), com participações acima de 60% no rendimento
total da lavoura.
Não houve efeito das fontes de K sobre o rendimento de beneficiamento
do algodão, com média geral da ordem de 44,10% para todos os tratamentos (Tabela
1). No trabalho de Rosolem e Witacker (2007), não foram observadas diferenças no
rendimento de beneficiamento de fibras do algodão em razão da adubação potássica
via foliar com nitrato de potássio. Staut e Athayde (1999) também não constataram
alterações no rendimento de beneficiamento do algodão submetido a diferentes doses
de P e K no manejo da adubação.
21
No entanto, Carvalho et al. (2001) observaram que o rendimento de fibras
foi afetado pela aplicação foliar de KCl. Em outro estudo, Carvalho e Bernardi (2005)
concluíram que as doses de K
2
O aplicadas ao solo afetaram o rendimento de fibras,
sendo o máximo de rendimento econômico de 39,3%, alcançado com a dose de 143 kg
ha
-1
de K
2
O.
As produtividades de algodão em caroço e pluma foram significativamente
superiores para a adubação de cobertura com K
2
SO
4
.2MgSO
4
. A menor produtividade
no adubo KNO
3
está associada ao menor peso das estruturas reprodutivas no terço
médio da planta (Tabela 1), pois a produtividade é função da quantidade e do peso das
estruturas reprodutivas (NUNES; PITOMBEIRA, 1994).
De acordo com Mengel e Kirkby (2001), existe um indicativo de que a
adubação com fertilizantes à base de nitrato pode competir com a redução do CO
2
, ou
seja, no caso do algodoeiro que apresenta metabolismo fotossintético via C3, de
eficiência relativamente baixa, e qualquer fator que exerça competição pode afetar a
produção de foto-assimilados e o rendimento da cultura (BELTRÃO; AZEVEDO, 1993).
De acordo Carvalho et al. (2006), a adubação com altas doses de K tende
a diminuir a absorção de nutrientes catiônicos, especialmente de Mg, e pode ter
ocorrido deficiência deste nutriente no presente experimento, sobretudo na fase de
formação das maçãs.
A adubação no tratamento com K
2
SO
4
.2MgSO
4
, além do K adicionado,
forneceu o equivalente á 100 kg ha
-1
de S e á 50 kg ha
-1
de MgO, e esse aporte de íons
acompanhantes pode ter sido responsável por um melhor desenvolvimento das
estruturas reprodutivas e culminou em maior produtividade, já no tratamento com
K
2
SO
4,
além do K, adicionou-se 34 kg ha
-1
de S. Para o KCl, a quantidade de Cl
adicionada em cobertura foi de 79,68 kg ha
-1
, além dos 64 kg ha
-1
de Cl adicionados na
semeadura, comum para todos os tratamentos. No caso do KNO
3
, a quantidade de N
adicionada como íon acompanhante ao K foi de 31,81 kg ha
-1
, porém, essa quantidade
foi deduzida da adubação nitrogenada de cobertura nessa fonte.
Uma das funções Cl
-
no metabolismo vegetal é como íon acompanhante,
pois mantém o balanço de cargas elétricas nas membranas celulares (MALAVOLTA et
22
al., 1997), no entanto, a absorção de Cl
-
é inibida competitivamente pela presença de
NO
3
-
e SO
4
2-
na solução do solo, e vice-versa.
No estudo de Silva et al. (1985), as produtividades dos algodoeiros
adubados com KCl e K
2
SO
4
foram semelhantes, com pequena vantagem para o KCl.
Por outro lado, Pervez et al. (2004) avaliaram interações das fontes KCl e K
2
SO
4
, de
doses e cultivares, e verificaram que a maior produtividade de algodão em caroço
(204@ ha
-1
) foi obtida com o cultivar CIM 448, na dose de 250 kg ha
-1
de K
2
O na forma
de K
2
SO
4
. Para a média geral das doses e dos cultivares estudados, os autores
supracitados constataram que o K
2
SO
4
foi estatisticamente superior ao KCl em cerca de
5%, sendo este efeito atribuído ao nutriente acompanhante SO
4
2-
, o que refletiu em
aumento no número de capulhos por planta, com incrementos expressivos no
rendimento da lavoura.
Nesse sentido, Makhdum et al. (2006) e Pervez et al. (2005) argumentam
que a eficiência da frutificação em plantas de algodão submetidas a diferentes fontes e
doses de K foi maior na fonte K
2
SO
4
, que proporcionou maior tempo de frutificação,
maior retenção de maçãs e incremento de produtividade de capulhos. Também no
trabalho de MAKHDUM et al. (2006) constatou-se que a adubação com 250 kg ha
-1
de
K
2
O na forma de KCl causou efeitos negativos como a diminuição da taxa de
fotossíntese líquida, a transpiração, o uso eficiente da água, o potencial osmótico e o
potencial de turgor, comparado ao K fornecido via K
2
SO
4
.
Girotto (1985), concluiu que a aplicação de 20 kg ha
-1
de S na lavoura de
algodão na forma de K
2
SO
4
.2MgSO
4
proporcionou aumento de produtividade da ordem
de 8% em relação à testemunha com ausência de S, evidenciando a importância do S
na adubação de cobertura do algodoeiro.
Em outras culturas mais sensíveis ao Cl, a utilização de fertilizante
potássico na forma de sulfato apresentou melhores resultados, como foi para a batata
no trabalho de Pauletti e Menarim (2004), e para o café nos experimentos de Silva et al.
(1999) e Silva et al. (2002). Campos (1985) observou que a adubação da soja com a
fonte K
2
SO
4
.2MgSO
4
, principalmente devido à adição de S e Mg, proporcionou
incrementos da ordem de 17% na produtividade de grãos e de 9% no teor de óleo dos
grãos.
23
De maneira geral, não houve influência das diferentes fontes de K sobre
as características tecnológicas do algodão, com exceção para a uniformidade do
comprimento de fibras (UI), que foi significativamente superior com a fonte K
2
SO
4
(Tabela 2).
TABELA 2 - Características tecnológicas da fibra do algodoeiro em função da
variação na fonte na adubação potássica de cobertura
Adubo
UHM MIC UI STR ELG b+ RD SFC CSP
K
2
SO
4
28,8 4,70 85,5 a 30,6 6,
6,6 78,0 5,6 2272
K
2
SO
4
.2MgSO
4
29,5 4,52 82,9 b 30,9 6,
7,0 77,7 6,3 2276
KNO
3
29,5 4,74 85,2 ab 31,0 6,
6,8 77,7 5,5 2281
KCl
29,8 4,86 84,8 ab 31,6 6,
6,9 77,2 5,3 2254
Média 29,40
4,70 84,85 31,03 6,44 6,87 77,68 5,68 2271
FMT 701 29,34 4,56 83,12 29,51 5,85 8,10 87,16 8,56 -
Anal. Variância
-----------------------------------------------(F calculado)-------------------------------------------------
-
Adubo
0,503
n
s
1,14
ns
1,99* 0,77
ns
0,67
ns
0,91
ns
0,35
ns
0,43
ns
0,22
ns
CV (%) 4,28 6,26 1,30 3,39 7,57 5,08 1,61 25,76 2,49
DMS
1,73 0,40 1,52 1,44 0,67 0,48 1,72 2,01 77,86
Médias seguidas pelas mesmas letras são iguais estatisticamente pelo teste t a 5% de significância. * significativo a 5% de
probabilidade, ns: não significativo. DMS: diferença mínima significativa. CV: coeficiente de variação. UHM: Comprimento (mm);
MIC: Índice micronaire; UI: Uniformidade; SFC: Índice de fibras curtas; STR: Resistência (g/tex); ELG: Alongamento à ruptura
(%); RD: Reflectância (%); +b: grau de amarelo, sem umidade; CSP: Índice de fiabilidade.
No trabalho de Pervez et al. (2004), o K na forma de K
2
SO
4
proporcionou
maior uniformidade de comprimento de fibras em relação às adubações com KCl e
K
2
SO
4
.2MgSO
4
. Malik et al. (1988) não observaram diferenças significativas nos
parâmetros qualitativos da fibra de algodão submetido a aplicação de K nas formas de
K
2
SO
4
e KCl.
No trabalho de Pervez et al. (2004) observou-se que o K na forma de
K
2
SO
4
apresentou incrementos de 1,1% no comprimento de fibras, de 2,5% no índice
24
micronaire, de 2,2% no alongamento de fibras, na reflectância (RD) e na resistência. No
entanto, os autores não observaram diferença no grau de amarelo (b+), corroborando
com os resultados do presente trabalho, onde não evidenciou-se diferenças
significativas sobre esse parâmetro qualitativo.
O valor do ágio foi maior para o algodão adubado com KNO
3
, com índice
de R$ 3,03 kg
-1
de pluma (Tabela 3).
TABELA 3 - Índices de ágio e componentes de custo e rentabilidade do algodoeiro em
função da variação na fonte na adubação potássica de cobertura
Custo da
Dose
Custo do adubo +
frete
Ágio RB CT RL
Adubo
--------------(R$ ha
-1
)-------------- (R$ kg
-1
)* --------------(R$ ha
-1
)--------------
K
2
SO
4
280,00 300,00 2,99 6579,70 3599,07 2980,62
K
2
SO
4
.2MgSO
4
590,90 636,35 2,96 7465,61 3935,43 3530,18
KNO
3
374,99 397,72 3,03 6667,58 3609,53 3058,05
KCl 207,49 224,16 2,98 7096,29 3523,24 3573,05
*Algodão em pluma. RB: Receita Bruta; CT: Custo Total; RL: Receita líquida.
Porém, quanto maior foi o ágio por qualidade de fibra menor foi a
produtividade do algodão. Resultado corroborado por Hoogerheide et al. (2007), que
constataram que o incremento de produtividade na lavoura de algodão é inversamente
proporcional à qualidade da fibra produzida e vice e versa.
O maior custo de produção foi para a lavoura de algodão adubada com
K
2
SO
4
.2MgSO
4
, com um valor total da ordem de R$ 3935,43 ha
-1
, seguido pela
adubação com KNO
3
com R$ 3609,53 ha
-1
, K
2
SO
4
com R$ 3599,07 ha
-1
e KCl, com R$
3523,24 ha
-1
(Tabela 3). O maior custo para a fonte K
2
SO
4
.2MgSO
4
é atribuído ao maior
custo do produto e do frete (menor concentração de K),.
Para a receita bruta, resultado do produto da produtividade em pluma pelo
índice de ágio, observou-se que a adubação com K
2
SO
4
.2MgSO
4
apresentou maior
25
receita bruta, de R$ 7465,61 ha
-1
, seguida pelo KCl com R$ 7096,29 ha
-1
, KNO
3
com
R$ 6667,58 ha
-1
e K
2
SO
4
com R$ 6579,70 ha
-1
. Nos tratamentos com K
2
SO
4
.2MgSO
4
e
KCl, as maiores receitas brutas ocorreram devido às produtividades obtidas, de 2518 e
2379 kg ha
-1
de algodão em fibra, respectivamente, já que os índices de ágio foram os
menores (Tabela 3).
Na adubação com KNO
3
, a receita bruta foi menor devido à menor
produtividade apresentada, que foi de 2092 kg ha
-1
de algodão em fibra, apesar do
índice de ágio ter sido relativamente maior.
Para a receita líquida obtida, observa-se que a fonte KCl proporcionou a
maior rentabilidade, com total de R$ 3573,00 ha
-1
(Tabela 3), em função do menor custo
do fertilizante, e da alta concentração de K
2
O, que reduz o valor do frete.
No trabalho de Hussain et al. (2000) avaliou-se um sistema de produção
que envolveu trigo e arroz, e concluiu-se que não houve diferenças significativas na
produtividade e o KCl mostrou-se economicamente mais eficiente que o K
2
SO
4
em
termos de rentabilidade. No entanto, na análise econômica de Pervez et al. (2004), a
fonte K
2
SO
4
mostrou-se ligeiramente superior ao KCl em termos de rentabilidade.
Bakhsh et al. (1986) estudaram o efeito da aplicação de doses de K
2
SO
4
e
KCl no trigo submetido a diferentes rotações de culturas, e concluiu-se que o K
2
SO
4
apresentou maior viabilidade econômica, apesar da produtividade agrícola ter sido
semelhante para ambas as fontes de K. No estudo de KUMAR et al. (2007) a aplicação
de KCl gerou maior receita líquida e maior relação benefício:custo que o K
2
SO
4
e o
KNO
3
na cultura da batata inglesa.
1.4 Conclusões
1. A adubação potássica de cobertura com a fonte K
2
SO
4
.2MgSO
4
proporcionou o maior porte de plantas e a produtividade agrícola mais elevada, porém,
estes resultados não se confirmaram em aumentos de qualidade de fibra e
rentabilidade econômica do algodão.
26
2. Em razão do menor custo, o fertilizante KCl é a fonte de K mais viável
economicamente para a cobertura na lavoura de algodão.
27
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33
2 ARTIGO II - FONTES DE POTÁSSIO NA ADUBAÇÃO DE COBERTURA DO
ALGODOEIRO: DIAGNOSE FOLIAR E RELAÇÕES ENTRE NUTRIENTES
RESUMO
Conduziu-se um experimento de campo, em Sapezal – MT, no ano
agrícola de 2007/2008, com o objetivo de avaliar o efeito das fontes de potássio sobre o
estado nutricional do algodoeiro. Os tratamentos constaram da aplicação em cobertura
via solo na dose de 100 kg ha
-1
de K
2
O, parcelada em duas aplicações, nas fontes KCl,
K
2
SO
4
, KNO
3
e K
2
SO
4
.2MgSO
4
. Avaliou-se os teores de nutrientes nas folhas de
algodão no florescimento, sendo interpretados pelo método do nível crítico e pelo DRIS.
Tanto o método do nível crítico quanto o DRIS foram eficientes na detecção de
diferenças nos teores foliares de nutrientes e, o teor de S nas folhas de algodão foi
maior com a utilização do adubo K
2
SO
4
.2MgSO
4
. O IBN apresentou coerência entre os
seus valores e as produtividades dos tratamentos, sendo as maiores produtividades
obtidas com o menor IBN na adubação potássica de cobertura na fonte K
2
SO
4
.2MgSO
4
.
Palavras chaves: Gossypium hirsutum, nível crítico, DRIS.
34
ABSTRACT
An experiment was carried out on a commercial cotton crop, in Sapezal –
MT, in farm year 2007/2008, with the objective of evaluating the effect of different
sources of potassium the nutritional status of cotton plants. Treatments were comprised
of cover application through the soil at a dose of 100 kg ha
-1
of K
2
O, split into two
applications, from sources KCl, K
2
SO
4
, KNO
3
and K
2
SO
4
.2MgSO
4
. The nutrient content
found in the cotton leaves at blooming was evaluated, being interpreted using the critical
level method and by DRIS. Both critical level method and DRIS were efficient in
detecting differences in leaf nutrient contents and, the content of S in cotton leaves was
highest for applications of fertilizer with K
2
SO
4
.2MgSO
4
. IBN was coherent between its
values and the productivity of the treatments, with the highest productivities being
obtained with the lowest IBN in potassium cover fertilization with source K
2
SO
4
.2MgSO
4
.
Key words: Gossypium hirsutum, critical level, DRIS.
35
2.1 Introdução
A nutrição mineral do algodoeiro está relacionada às condições climáticas
e à fisiologia da planta e compreende todos os nutrientes (N, P, K, S, Ca, Mg, B, Zn,
Mn, Fe, Cu, Mo e Co), cujas fontes são a reserva mineral dos colóides do solo e o
aporte oriundo dos fertilizantes aplicados (GRESPAN; ZANCANARO, 1999).
A deficiência de N causa má formação dos frutos do algodoeiro,
especialmente os do terço superior da planta, causando o aparecimento de neps e o
aumento da imaturidade das fibras (FORTUNA et al.,2001). De acordo com Rosolem
(2001), a intensidade de absorção de N pelo algodoeiro é máxima aos 75-80 dias após
a emergência da cultura.
No algodoeiro, o K atua no metabolismo de carboidratos, influenciando a
produtividade, pelo aumento do diâmetro das "maçãs", do peso dos capulhos, além de
aumentar a sanidade da planta (STAUT; ATHAYDE, 1999). Os primeiros sintomas da
deficiência começam nas partes baixas do dossel, e podem ocorrer em duas fases
distintas, antes do florescimento e no final do crescimento, após o pico de florescimento
(SNYDER et al., 2005), e a maior intensidade de absorção de K ocorre aos 75-90 dias
após a emergência (ROSOLEM, 2001).
O Enxofre (S) atua na síntese de compostos orgânicos e sua deficiência
reduz o crescimento vegetal, provocando clorose em folhas jovens da planta.
Deficiências de S são comuns com o uso de fertilizantes contendo baixos teores deste
nutriente, especialmente os fosfatados. Em solos com teor de S-SO
4
2-
menor que 10 mg
dm
-3
, há grande possibilidade de resposta do algodoeiro à adubação com esse
nutriente; no entanto, o sulfato tende a se acumular nas camadas mais profundas do
solo, assim um diagnóstico mais preciso deve incluir a análise de solo abaixo da
camada 0-20 cm (CARVALHO; FERREIRA, 2006).
O Magnésio (Mg) compõe a clorofila, sendo essencial ao funcionamento
dos ribossomos (MALAVOLTA et al., 1997). O excesso de Mg provoca interferências na
absorção de Ca e K e a sua deficiência resulta em cloroses intervenais, podendo
aparecer folhas roxo-avermelhadas. A fonte de Mg mais utilizada é o calcário
36
dolomítico, quando o pH do solo é baixo, existem ainda fertilizantes mais solúveis, tais
como o sulfato de potássio e magnésio, que são úteis na correção de deficiências
tardias de Mg (SNYDER et al., 2005).
Quanto á interação do K com o N, a presença do N eleva a absorção de
K, resultando no aumento do teor de proteínas e de aminoácidos solúveis. Com o K
+
como íon acompanhante, o transporte de K
+
e NO
3
-
das raízes para a parte aérea é
rápida, sendo a redução do nitrato nas raízes mais baixa (MALAVOLTA et. Al., 1997).
Por outro lado, têm-se que a elevação do K na adubação diminui o teor de
Mg na planta, bem como o aumento da adubação com Mg diminui o teor de K na
planta, ocorrendo inibição competitiva. Ainda, a adubação com K promove um melhor
aproveitamento do SO
4
2-
, com melhoria na qualidade da produção, ao contrário do Cl,
que com o aumento da adubação potássica via KCl e conseqüente aumento de Cl na
solução do solo, diminui a absorção de SO
4
2-
, bem como o aumento do fornecimento
de SO
4
2-
diminui a absorção de Cl pela planta (ALVAREZ V., et al., 2007; MALAVOLTA
et. Al., 1997) .
De acordo com Malavolta et al., (1997), os métodos mais utilizados para
avaliação do estado nutricional de plantas cultivadas são a avaliação visual, a diagnose
foliar e testes bioquímicos, entre outros. Dentre esses, a diagnose foliar se destaca
porque permite comparar resultados e estabelecer padrões de deficiência, suficiência e
excesso de nutrientes.
Os critérios mais utilizados para interpretação dos resultados da diagnose
foliar são o nível crítico (NC), faixas de suficiência (FS) e o sistema integrado de
diagnose e recomendação (DRIS) (MALAVOLTA et al., 1997). O DRIS foi originalmente
proposto por Beaufils (1973), e incorpora o conceito de balanço entre os nutrientes
contidos no tecido vegetal, baseado em relações binárias como modelo para
identificação de fatores limitantes da produtividade.
Modelos estatísticos têm sido ajustados para descrever relações entre
índices DRIS e teores de nutrientes do tecido vegetal de várias culturas (REIS JÚNIOR;
MONNERAT, 2003; KURIHARA, 2004; SILVA, 2006; GUINDANI, 2007), com a
finalidade de aprimorar a diagnose foliar.
37
Dentre os nutrientes, o potássio (K) merece destaque na lavoura
algodoeira, pois as fibras têm suas características qualitativas afetadas positivamente
pelo suprimento adequado de K, e os solos do Centro-Oeste brasileiro são em extensas
regiões naturalmente pobres em nutrientes, cujas quantidades de K são baixas e não
suprem a demanda das culturas. Nesse sentido, a adubação potássica em relação a
doses, modos, épocas e fontes deve ser considerada em função da necessidade da
cultura, da rentabilidade econômica, de problemas fitotóxicos e do potencial de perdas
nos solos tropicais (CARVALHO; BERNARDI, 2005).
Dentre os fertilizantes minerais potássicos disponíveis no mercado, o
cloreto de potássio (KCl) predomina na agricultura brasileira, devido a maior
disponibilidade no mercado e da alta concentração de K, o que reduz custos por
unidade de K
2
O aplicada. Além do KCl, o sulfato de potássio (K
2
SO
4
), o nitrato de
potássio (KNO
3
)
e o sulfato de potássio e magnésio (K
2
SO
4
.2MgSO
4
) são outras fontes
potássicas disponíveis no mercado e com utilização expressiva na agricultura brasileira
e mundial (ERNANI et al., 2007).
A utilização de fontes alternativas de K é útil em culturas que não tolerem
o aumento da salinidade provocada pelos adubos. No algodoeiro, preconiza-se a
adubação de cobertura com N e K, assim, o excesso de K pode acarretar em
deficiência de Mg, justificando a utilização da do K
2
SO
4
.2MgSO
4
. O uso de KNO
3
no
algodoeiro está restrito á adubação foliar (ROSOLEM; WITACKER, 2007; FREITAS, et
al., 2007), devido principalmente a granulometria e ao custo do adubo, sendo escassos
os trabalhos cuja adubação se deu via solo.
A eficiência de fontes de K na cultura do algodão foi avaliada por Pervez
et al. (2004a), Pervez et al. (2004b) e Makhdum et al. (2006), em que o K aplicado na
forma de sulfato, de maneira geral, proporcionou maior produtividade da lavoura aliada
à melhor qualidade de fibra.
O objetivo do trabalho foi de realizar a diagnose foliar do algodão e
estabelecer parâmetros de nutrição mineral de plantas pelos métodos do nível crítico e
pelo DRIS, em razão de diferentes fontes de K aplicadas na adubação de cobertura da
lavoura.
38
2.2 Material e Métodos
O trabalho foi conduzido em lavoura comercial de algodão, manejada no
Sistema Plantio Direto (SPD) por 10 anos consecutivos na rotação
algodão/milheto/soja, na Fazenda Santa Luzia, pertencente ao Grupo Bom Futuro,
distante a aproximadamente 25 km do município de Sapezal - MT, com coordenadas
geográficas da área experimental de 13°37’14,2’’ Sul, 58°50’47,4’’ Oeste e 581 m de
altitude. A precipitação pluvial diária na fazenda supracitada, ocorrida no decorrer da
condução do trabalho, de setembro de 2007 a junho de 2008, está apresentada na
Figura 1.
FIGURA 1 - Precipitação pluvial durante a condução do experimento, e datas da
semeadura do algodão, primeira e segunda adubação potássica de
cobertura, e colheita. (Fonte: Fazenda Santa Luzia, Sapezal-MT, 2008)
Precipitação
0
20
40
60
80
100
120
140
mm
Semeadura
1ª Adubação 2ª Adubação
Colheita
39
O solo da área experimental foi classificado como Latossolo Vermelho
Distroférrico (EMBRAPA, 1999), de textura muito argilosa, com relevo plano, boa
drenagem e horizontes bem desenvolvidos. A análise granulométrica do solo
(EMBRAPA, 1997), de amostras coletadas na profundidade de 0-20 cm, apresentou 76
g kg
-1
de areia, 116 g kg
-1
de silte e 808 g kg
-1
de argila.
No dia 05/09/2007 foram coletadas amostras de solo da área experimental
para análise química (RAIJ et al., 2001), com os seguintes resultados para as
profundidades de 0-20 e 20-40 cm, respectivamente: pH (CaCl
2
0,01 mol L
-1
) 4,7 e 4,4;
40 e 22 g dm
-3
de MO; 15 e 3 mg dm
-3
de P
resina
; 56 e 45 mmol
c
dm
-3
de H+Al; 2 e 1,7
mmol
c
dm
-3
de K; 52 e 15 mmol
c
dm
-3
de Ca; 30 e 10 mmol
c
dm
-3
de Mg; 84 e 27 mmol
c
dm
-3
de SB; 140 e 72 mmol
c
dm
-3
de CTC; saturação por bases (V) de 60% e 37%; 19,7
e 75,7 mg dm
-3
de S; 1,3 e 0,2 mg dm
-3
de Mn; 48,5 e 27,6 mg dm
-3
de Fe; 1,2 e 0,5 mg
dm
-3
de Cu; 0,7 e 0,1 mg dm
-3
de Zn e 0,13 e 0,13 mg dm
-3
de B.
A área recebeu calagem superficial a lanço antes da instalação do
experimento, em setembro de 2007, com a utilização de 2 t ha
-1
de calcário dolomítico
(85% de PRNT). Na primeira semana de outubro de 2007, realizou-se também uma
fosfatagem corretiva a lanço em área total, com aplicação superficial de 333 kg ha
-1
de
superfosfato simples mais micronutrientes (60 kg ha
-1
de P
2
O
5
, 6,6 kg ha
-1
de Zn, 6,6 kg
ha
-1
de Mn, 0,5 kg ha
-1
de Cu e 2 kg ha
-1
de B).
Em 09/10/2007 foi realizada a semeadura a lanço do milheto (Pennisetum
glaucum L. cv. comum), com 27 kg ha
-1
de sementes (70% de VC) e incorporação com
grade niveladora, para produção de palhada visando a posterior instalação do algodão
no SPD. Aos 50 dias após a emergência do milheto, fez-se a dessecação química da
área para permitir a semeadura da lavoura comercial.
A semeadura do algodão (Gossypium hirsutum L.), cultivar FMT 701, foi
realizada em 13/12/2007, com semeadora-adubadora motomecanizada desenvolvida
para o SPD, utilizando-se 131.578 sementes viáveis ha
-1
, no espaçamento entrelinhas
de 0,76 m. A emergência da lavoura ocorreu em 18/12/2007, e por ocasião da colheita
determinou-se a densidade final de 107.887 (± 6836) plantas ha
-1
, de acordo com a
média populacional das unidades experimentais.
40
A adubação de instalação do algodão seguiu os procedimentos da lavoura
comercial, em que foram aplicados no sulco de semeadura 27 kg ha
-1
de N (uréia), 45
kg ha
-1
de P
2
O
5
(Superfosfato triplo) e 2,4 kg ha
-1
de B (Borogran), baseado em
recomendações de Sousa e Lobato (2004). Em 15/12/2007, dois dias após a
semeadura e antes da emergência da cultura, fez-se uma adubação potássica a lanço
em área total com 80 kg de K
2
O ha
-1
na fonte KCl granulado, com equipamento
motomecanizado. As adubações supracitadas seguiram os procedimentos adotados na
lavoura comercial de algodão em que o experimento foi inserido.
A adubação nitrogenada de cobertura na área experimental foi realizada
por meio de aplicações manuais a lanço sobre a palhada, nas entrelinhas da cultura,
com a fonte uréia. Foram aplicadas duas doses de 50 kg ha
-1
de N, aos 21 DAE
(estágio fenológico V4) e 48 DAE do algodão (estágio fenológico B3), nos dias
07/01/2008 e 04/02/2008, respectivamente, e uma terceira dose de 30 kg ha
-1
de N aos
66 DAE, no dia 22/02/2008, correspondendo ao estágio fenológico F2, de acordo com
descrição fenotípica de Marur e Ruano (2001). Foi realizada uma aplicação foliar com
200 g ha
-1
de Mn na fonte Mangan (10% de Mn), em 17/03/2008, aos 91 DAE do
algodão.
O delineamento experimental utilizado foi o de blocos completos ao acaso,
com cinco repetições, constituindo os seguintes tratamentos: adubação potássica de
cobertura com 100 kg ha
-1
de K
2
O nas fontes cloreto de potássio (60% K
2
O, 48% Cl e
índice salino de 115), sulfato de potássio (50% K
2
O, 17% S e índice salino de 46
)
,
nitrato de potássio (44% K
2
O, 14% N e índice salino de 31) e sulfato de potássio e
magnésio (22% K
2
O, 11% MgO, 22% S e índice salino de 43). As parcelas
experimentais foram demarcadas com 6 linhas de semeadura de 6 m de comprimento,
sendo avaliados os 4 m centrais das 4 linhas internas, deixando-se 1 m de bordaduras
nas extremidades.
Os adubos potássicos foram aplicados manualmente a lanço, sobre a
palhada nas entrelinhas da cultura, sendo parcelados em duas doses de 50 kg ha
-1
de
K
2
O, aos 33 e 66 DAE (21/01 e 22/02/2008), correspondente aos estágios fenológicos
B2 e F2 (MARUR e RUANO, 2001). Dentre os nutrientes acompanhantes que foram
adicionados nos tratamentos com diferentes fontes de K, apenas o N foi deduzido da
41
adubação nitrogenada nas parcelas que receberam KNO
3
. Este procedimento foi
adotado, pois, de acordo com as recomendações de Silva e Raij (1996) e Sousa e
Lobato (2004), preconizam-se somente aplicações de N e K para as adubações de
cobertura do algodão.
Os tratos culturais e o manejo fitossanitário das parcelas experimentais
seguiram os mesmos procedimentos adotados na lavoura comercial de algodão,
incluindo monitoramento de pragas e doenças, controle químico de plantas daninhas,
aplicações de inseticidas, fungicidas e fitorreguladores, de acordo com Lorenzi (2000),
Gallo et al., (2002) e Andrei (2005).
A coleta de folhas do algodoeiro para diagnose foliar foi realizada aos 86
DAE, seguindo metodologia de Silva e Raij (1996), em que foi amostrado o limbo foliar
da 5ª folha da haste principal a partir do ápice, no estágio fenológico F3 (MARUR;
RUANO, 2001), e foram posteriormente submetidas à análise química (MALAVOLTA et
al., 1997).
A colheita foi realizada aos 185 DAE, com a retirada manual das plumas
contidas em todos os capulhos das plantas da área útil das parcelas. Retirou-se uma
amostra de 100 g do algodão em caroço por parcela, que foram enviadas ao
Laboratório da Fundação MT em Rondonópolis–MT, para serem descaroçadas,
obtendo-se assim a produtividade em pluma.
A avaliação do estado nutricional pelo método DRIS se deu com a
utilização dos resultados de análise química de folhas (N, P, K, Ca, Mg, S, B, Cu, Fe,
Mn e Zn) de algodão. Os dados referentes à produção originalmente foram
apresentados em kg ha
-1
, sendo obtidos após a colheita do algodão.
Para a formação do banco de dados, o conjunto de dados foi dividido em
duas sub-populações, a de alta produtividade (A) e a de baixa produtividade (B)
(BEAUFILS, 1973). A sub-população A correspondeu àquelas que obtiveram
produtividade igual ou superior á 4800 kg ha
-1
de algodão em caroço e a sub-população
B àquelas que obtiveram produtividades inferiores á 4800 kg ha
-1
de algodão em
caroço.
Feito isso, estabeleceram-se todas as relações binárias possíveis entre os
nutrientes estudados, num total de 110 relações (n (n-1)), onde n representa o número
42
de nutrientes estudados, então calculou-se a média (X A e X B), o desvio padrão (Sd A
e Sd B), a variância (S
2
A e S
2
B) para cada concentração de nutriente, como também
para as relações entre estes, em cada sub-população, de acordo com Gomes (1981).
Das 110 relações, foram escolhidas apenas 55, sendo conservadas áquelas que
apresentaram a maior razão na variância entre as sub-populações (VB/VA)
(WALWORTH; SUMNER, 1987).
Para o cálculo da relação normal reduzida dos teores de dois nutrientes,
utilizou-se o método de JONES (1981), onde: f(A/B) = [(A/B)-(a/b) /s].K, em que f(A/B) é
a função calculada da relação de nutrientes A e B; A/B é a relação de nutrientes da
amostra a ser diagnosticada; a/b e s são a média e o desvio-padrão das relações A/B
de nutrientes da população utilizada para definir as normas; e K é a constante de
sensibilidade que, neste trabalho, foi igual a 1.
O índice DRIS de um nutriente representa a média aritmética dos
quocientes do teor de determinado nutriente com os teores dos demais nutrientes,
onde: Índice A = {[f(A/B) + f(A/C) + ...+ f(A/N)]} /n, em que n é o número de relações em
que o nutriente em estudo aparece, sendo o sinal negativo utilizado quando o nutriente
em estudo encontra-se no denominador e o sinal positivo quando no numerador. O
índice de balanço nutricional – IBN consiste no somatório, em módulo, de todos os
índices envolvidos e foi obtido pela seguinte expressão (SUMNER,1977):
IBN = [índice A] + [índice B] + ... + [índice N].
Os dados originais foram submetidos à análise de variância, e as médias
dos tratamentos foram comparadas pelo teste t a 5% de probabilidade.
2.3 Resultados e Discussão
O enxofre (S) foi o único nutriente que apresentou diferença significativa
na diagnose foliar (Tabela 1). Os teores de S nas folhas do algodão foram maiores com
a adubação de cobertura com K
2
SO
4
.2MgSO
4
, e os menores teores ocorreram com a
fonte KCl. Além disso, somente os fertilizantes K
2
SO
4
e K
2
SO
4
.2MgSO
4
proporcionaram
43
teores de S foliares dentro da faixa de suficiência indicada por Silva e Raij (1996), isso
por que esses adubos forneceram o equivalente á 34 e 100 kg ha
-1
de S,
respectivamente.
O teor de K nas folhas do algodoeiro, segundo a Fundação MT (2001),
fica abaixo do indicado para todos os tratamentos. Considerando-se os
macronutrientes, o K é o que apresentou maiores divergências quanto à faixa de
suficiência apresentada por diversos autores, variando de 11 a 25 g kg
-1
(SILVA; RAIJ,
1996; SILVA, 2006). Contudo, no presente trabalho, apesar de apresentar teores de K
abaixo dos valores indicados nas classes de suficiência dos autores supracitados, não
foi observada deficiência visual nas plantas de algodão em nenhuma situação
estudada.
Carvalho e Bernardi (2005) citam que o estado nutricional do algodoeiro
no que diz respeito ao K pode influenciar o grau de severidade de doenças, pois as
plantas com suprimento adequado deste nutriente apresentam maior tolerância a
patógenos, pois ocorreram reduções nas infestações de mancha de alternária e
mancha de ramulária quando houve aumentos nos teores de K das folhas, e também
observaram maior severidade de doenças quando a relação N/K das folhas do algodão
foi aumentada.
Os teores de micronutrientes na diagnose foliar do algodão não foram
afetados em razão da variação nas fontes de K da adubação de cobertura (Tabela 1).
44
TABELA 1 - Teores de macronutrientes e de micronutrientes na diagnose foliar do
algodão em função de diferentes fontes na adubação potássica de
cobertura
Adubo
N
P
K
Ca
Mg
S
B
Cu
Mn
Fe
Zn
------------------------g kg
-1
----------------------------
-----------------mg kg
-1
-------------------
K
2
SO
4
49,84 4,04 10,0 14,56 2,96 4,22 ab
18,54 5,00 24,4 84,60 28,20
K
2
SO
4
.2MgSO
4
52,24 4,24 9,98 15,70 3,64 5,92 a
21,00 5,00 33,4 101,6 33,80
KNO
3
52,94 4,26 8,68 16,50 3,48 3,94 ab
18,30 5,80 33,6 114,2 30,80
KCl
53,64 4,32 10,3 17,24 3,48 3,26 b
21,90 5,60 32,8 95,40 30,80
Média
52,16 4,21 9,76 16,00 3,39 4,33 19,93 5,35 31,0 98,95 30,90
Anal. Variância
N
P
K
Ca
Mg
S
B
Cu
Mn
Fe
Zn
-----------------------------------------------(F calculado)-----------------------------------------------
Adubo
1,34
ns
0,18
ns
0,49
ns
0,83
ns
1,60
ns
5,01* 2,13
ns
0,91
ns
2,76
ns
1,51
ns
1,80
ns
CV (%)
6,10 15,08 24,35 17,60 15,4 26,05 13,74
18,06 19,26 22,66 12,32
DMS (g kg
-1
)
5,97 1,19 4,46 5,28 0,98 2,12 5,14
1,81 11,23 42,11 7,15
Médias seguidas pelas mesmas letras são iguais estatisticamente pelo teste t a 5% de significância. * significativo
a 5% de probabilidade. ns: não significativo. DMS: diferença mínima significativa. CV: coeficiente de variação
De acordo com os padrões nutricionais adotados Silva e Raij (1996), os
teores de cobre (Cu), ferro (Fe) e zinco (Zn) foram adequados, no entanto, para o boro
(B), todos os tratamentos apresentaram teores abaixo da faixa de suficiência. Para o
manganês (Mn), apenas a adubação com sulfato de potássio acarretou em teor inferior
à faixa considerada de suficiência por Silva e Raij (1996).
Os índices DRIS dos nutrientes e o IBN dos tratamentos encontram-se na
Tabela 2.
45
TABELA 2 - Índices DRIS dos nutrientes e IBN (Índice Balanço Nutricional) em razão
da fonte de adubo potássico de cobertura
Adubo IN IP IK ICa IMg IB ICu IFe IMn IZn IBN
K
2
SO
4
0,30 0,30 0,09 -0,21 -0,24 0,06 ab -0,27 0,46 0,06 -0,45 -0,10 5,90
K
2
SO
4
.2MgSO
4
-0,14 -0,03 -0,35 -0,41 0,11 0,67 a -0,37 -0,16 0,32 0,25 0,10 4,88
KNO
3
0,06 0,06 -0,65 -0,06 0,00 -0,57 bc -0,54 0,52 0,94 0,37 -0,12 6,68
KCl
0,13 0,20 -0,06 0,14 -0,02 -1,09 c -0,17 0,42 0,18 0,38 -0,11 5,00
IN IP IK ICa IMg IS IB ICu IFe IMn IZn IBN
Adubo
0,34
ns
0,48
ns
1,59
ns
0,55
ns
0,36
ns
0,45
ns
1,14
ns
1,75
ns
1,56
ns
0,28
ns
-
DMS
0,91 0,63 0,78 0,93 0,74 0,71 0,7 0,89 0,88 0,95 0,59 -
IS
Análise de Variância
Médias seguidas por letras iguais não diferem entre si pelo teste t. ** significativo a 1%. ns: não significativo. DMS:
Diferença mínima si
g
nificativa.
-
---------------------------------------------Valores de F calculado---------------------------------------
-
10,16**
Assim, como ocorrido para o teor de S na diagnose foliar, o Índice S (IS)
também foi o único que apresentou diferença estatisticamente significativa.
O tratamento que apresentou-se nutricionalmente mais equilibrado em
relação ao S foi o K
2
SO
4
, com índice de 0,06. O IS mais elevado no K
2
SO
4
.2MgSO
4
é
resultado do fornecimento de 100 kg ha
-1
de S nesse tratamento, enquanto que o
K
2
SO
4
forneceu apenas 34 kg ha
-1
de S. Já para o KNO
3
e para o KCl, observou-se
ambos obtiveram IS negativos, o que pode ser explicado pela ausência do fornecimento
de S nesses adubos ou pela inibição da absorção de S do solo pelo excesso de Cl
(MALAVOLTA, et al., 1997), especialmente onde foi aplicado KCl.
Como parâmetro de interpretação, de acordo com Walworth e Sumner
(1987), quanto mais negativo for o valor de um índice, maior será a deficiência deste
nutriente, relativamente a outros nutrientes. Por outro lado, um índice com valor elevado
e positivo indica que o correspondente nutriente está presente em quantidades
relativamente excessivas. Assim, uma planta em equilíbrio nutricional todos os índices
seriam iguais a zero. No entanto, Beaufils (1973) adverte para o fato de que baixas
produções freqüentemente podem ser obtidas quando um determinado índice X estiver
próximo de zero, porque algum outro fator pode estar limitando a produção.
O IBN, resultado do somatório dos valores absolutos dos índices dos
nutrientes em estudo, apresentou valor de 4,88 no tratamento com K
2
SO
4
.2MgSO
4
,
seguido pelo KCl com 5,00, pelo K
2
SO
4
com 5,90 e pelo KNO
3
com 6,68. Segundo a
definição de Beaufils (1973), quanto maior for o valor do IBN, maior será a intensidade
46
de desequilíbrios entre os nutrientes. Assim, no presente trabalho os valores do IBN
apresentaram coerência com as produtividades dos tratamentos, onde o menor IBN foi
responsável pela maior produtividade (Tabela 4).
Em outras culturas, foram encontrados resultados similares, como os
obtidos por Terra et al. (2003) em lavouras de uva, e por Guindani (2007) na cultura do
arroz irrigado, onde o menor IBN proporcionou as maiores produtividades.
Nem sempre uma lavoura com IBN adequado ou menor que o das
lavouras de alta produtividade tem boa produtividade, pois esse fato indica que a
principal limitação na produtividade dessa lavoura não está relacionada à nutrição da
cultura, pois nem sempre uma planta em equilíbrio nutricional terá alta produtividade,
sendo apenas o inverso verdadeiro, ou seja, altas produtividades somente serão
alcançadas quando as plantas estiverem em equilíbrio nutricional (SNOECK,1984).
No estudo de Svenson e Kimberley (1988) os autores verificaram que a
soma dos índices absolutos do DRIS (IBN) menores que 5 indicaram uma qualidade
nutricional próxima do valor considerado ótimo; índices de 5 a 10 indicaram algum grau
de desequilíbrio e somas maiores que 10 eram freqüentemente associadas com
nutrição desequilibrada.
Na tabela 3 estão apresentadas as relações binárias entre nutrientes
significativas pelo teste F, e o S esteve em praticamente todas, com exceção para a
relação Ca/Mn. Dentre essas, a relação N/S é uma das mais importantes, pois
freqüentemente se observam maiores valores na literatura (ALVAREZ et al., 2007;
CANTARELLA, 2007; ZEHLER et al., 1986)
47
TABELA 3 - Relações nutricionais observadas em folhas de algodoeiro em função de
diferentes fontes de adubo potássico em cobertura
Adubo N/S K/S Ca/S Ca/Mn S/P S/Mg S/B S/Fe S/Mn S/Zn Cu/S
K
2
SO
4
12,71 ab 2,41 b 3,49 ab 0,61 a 1,07 b 1,42 bc 0,22 ab 0,05 a 0,18 a 0,15 ab 1,22 b
K
2
SO
4
.2MgSO
4
9,00 b 1,67 c 2,68 a 0,47 b 1,41 a 1,62 c 0,28 a 0,05 a 0,18 a 0,17 a 0,85 c
KNO
3
14,71 a 2,30 b 4,53 bc 0,48 b 0,91 b 1,12 ab 0,22 ab 0,03 b 0,12 b 0,12 bc 1,52 ab
KCl
16,68 a 3,16 a 5,30 c 0,53 b 0,75 b 0,96 a 0,15 b 0,03 b 0,10 b 0,10 c 1,74 a
Média
13,28 2,39 4,00 0,52 1,04 1,28 0,22 0,04 0,15 0,14 1,33
Silva (2006)
9,16 4,12 6,36 0,54 1,25 0,93 0,08 0,02 0,09 0,12 2,04
Anal. Variância
Adubo
CV (%)
DMS 0,30,35 0,08 0,01 0,06 0,0394,57 0,58 1,43 0,07 0,33
14,55*
25,7 18,32 26,69 10,44 24,26 20,43 30,19 24,74 33,11 20,78 17,08
6,33* 3,35** 5,71* 3,93** 5,32**4,61** 9,67* 5,83* 6,89* 6,18*
-------------------------------------------------------------------------(F calculado)----------------------------------------------------------------------'
N/S K/S Ca/S Ca/Mn S/P S/Mg S/B S/Fe S/Mn S/Zn Cu/S
A relação N/S foi menor na adubação com K
2
SO
4
.2MgSO
4
, e
expressivamente maior para os tratamentos com KCl e KNO
3
(Tabela 4).
TABELA 4 - Produtividade de algodão em caroço e em pluma em função da variação
na fonte na adubação potássica de cobertura
K
2
SO
4
4995,00 ab 2199,60 ab
K
2
SO
4
.2MgSO
4
5710,52 a 2518,20 a
KNO
3
4726,65 b 2092,35 b
KCl 5408,77 ab 2379,00 ab
Adubo
CV (%)
DMS
922 407,47
Médias seguidas por letras iguais não diferem entre si pelo teste t a 5% de probabilidade. * significativo
a 1%. CV: coeficiente de variação. DMS: Diferença mínima significativa.
-
---------------Valores de F calculado---------
-
13,2 13,00
1,28*1,31*
caroço pluma
Análise de Variância
Produtividade (@ ha
-1
)
caroço pluma
Adubo
Produtividade (kg ha
-1
)
48
A relação N/S é um fator importante nos programas de adubação das
culturas, pois o uso de fórmulas sem S, com altas concentrações de N ou P, pode levar
a reduções no metabolismo do N, em função de possíveis desequilíbrios nutricionais
comprometendo a síntese de aminoácidos sulforosos (ALVAREZ V. et al., 2007).
Neste sentido, a relação N/S ideal em tecidos foliares varia de 8 a 12/1
(CANTARELLA, 2007), isso porque o teor de S nas proteínas é de 1 g kg
-1
e o de N é
cerca de 15 g kg
-1
(MALAVOLTA et al., 1997). Para Zehler et al. (1986), a resposta do
algodoeiro à adubação com S só acontece quando a relação N/S for superior a 15. De
acordo com as normas DRIS do algodoeiro estabelecidas por Silva (2006), a média da
relação N/S da população de alta produtividade foi de 9,16.
Os adubos utilizados no presente estudo que continham S foram os que
apresentaram as relações N/S foliares mais equilibradas, porém, apenas o
K
2
SO
4
.2MgSO
4
proporcionou relação N/S nas folhas do algodoeiro dentro da faixa
adequada (CANTARELLA, 2007). Girotto (1985) avaliou o fornecimento de diferentes
formas de S na lavoura de algodão, e concluiu que a dose de 20 kg ha
-1
de S na forma
de K
2
SO
4
.2MgSO
4
proporcionou a menor relação N/S na diagnose foliar, e também
concluiu que a menor relação N/S apresentou alta correlação com o incremento de
produtividade.
2.4 Conclusões
1. Tanto o método do nível crítico quanto o DRIS foram eficientes na
detecção de diferenças nos teores foliares de nutrientes e, o teor de S nas folhas de
algodão foi maior com a utilização do adubo K
2
SO
4
.2MgSO
4
.
2. O Índice S apresentou-se nutricionalmente mais equilibrado nos
adubos K
2
SO
4
e K
2
SO
4
.2MgSO
4
. O IBN apresentou coerência entre os seus valores e
as produtividades dos tratamentos, sendo as maiores produtividades obtidas com o
menor IBN na adubação potássica de cobertura na fonte K
2
SO
4
.2MgSO
4
.
49
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