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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
FACULDADE DE MEDICINA VETERINÁRIA E ZOOTECNIA
PLAQUETAS RETICULADAS NA AVALIAÇÃO DA
TROMBOPOIESE MEDULAR EM CÃES
Luis Fernando Negro Silva
BOTUCATU – SP
Fevereiro 2009
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ii
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
FACULDADE DE MEDICINA VETERINÁRIA E ZOOTECNIA
PLAQUETAS RETICULADAS NA AVALIAÇÃO DA
TROMBOPOIESE MEDULAR EM CÃES
Luis Fernando Negro Silva
Dissertação apresentada a Faculdade de
Medicina Veterinária e Zootecnia, da
Universidade Estadual Paulista, UNESP,
Campus de Botucatu, para a obtenção do título
de Mestre em Medicina Veterinária, área de
concentração Patologia Clínica Veterinária.
Orientadora: Profa. Dra. Regina Kiomi Takahira
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COMISSÃO EXAMINADORA
Autor: Luis Fernando Negro Silva
Título: Plaquetas reticuladas na avaliação da trombopoiese medular em cães.
Profa. Dra. Regina Kiomi Takahira
Presidente e orientadora
Departamento de Clínica Veterinária
Fmvz-Unesp/Botucatu
Dr. Leonardo Brandão
Membro
Gerente de Produto e Relacionamento
Merial Saúde Animal
Dr. Marcelo Larami Santoro
Membro
Laboratório de Fisiopatologia
Instituto Butantã
Data da defesa: 13 de fevereiro de 2009.
iv
AGRADECIMENTOS
Para buscar conforto a alma – Deus,
Para admirar pela luta do dia a dia, educação, oportunidade, respeito, amor,
criação – Meus pais;
Para dividir, amar, admirar, confiar – a minha irmã Chel;
Para ter companheirismo, aconchego, bons momentos, discutir idéias, dividir
objetivos, boas risadas, contribuir para a evolução e evoluir junto, esperar
pacientemente quando estaríamos mais perto – a Namorada;
Para entender, divulgar o conhecimento, apoiar, motivar, ter mais que uma
orientação, um exemplo de profissional – a amiga Regina;
Para ter uma segunda família, ganhar irmãos, confiar, ir às festas, contribuir na
formação e evolução – República Rancho da Goiabada e seus moradores;
Para ter um abraço aconchegante, sorriso estonteante e comida fascinante
Dona Olga;
Para dividir histórias, risadas, ajudar a trilhar caminhos Amigos: de
Piracicaba, da XXXIX, das outras turmas, da vet Usp, do Centro;
Para auxiliar nas colheitas, contenções, leituras, discussões Hugo, Eunice,
Cynthia, Cirrus, Dani, Lia, Livia;
Para aguentar telefonemas, buscas a trombocitopenias, auxiliar de maneira
imprescindível o projeto – residentes, principalmente da Reprodução e MI.
Para passar amostras, ensinar citometria, elaborar dados, auxiliar nas
interpretações, abrir exceções – Marjorie e Léia;
Para contribuir com anestésicos e animais – Professores de anestesiologia;
Para auxiliar na estatística, dar estrutura para a confecção da tese, receber
muito bem, ajudar em momentos de transição – Suely e Joaquim;
Para conseguir uma calorosa recepção, para ter disposição – meus cães Adila,
Goiaba e os postiços, Chico e Pupu;
Para conseguir fazer o trabalho e mesmo nas condições em que se
encontravam permitiram o desenrolar do projeto – Os cães;
Para apoiar e financiar – FAPESP
Para apoiar e auxiliar Professor Raimundo, Laboratório Clínico e Fmvz-
Unesp;
Para todos – os meus mais Sinceros Agradecimentos.
v
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Seleção da população de plaquetas pelos parâmetros de tamanho
(FSC) e granulosidade (SSC) A; emissão autofluorescência no tubo sem
marcação por thiazole orange B; emissão de fluorescência nas plaquetas
marcadas por thiazole orange (plaquetas reticuladas) no quadrante inferior
direito – C: .............................................................................................................. 26
Figura 2: Citologia de medula óssea. Observa-se baixa celularidade, grande
quantidade de células de estroma e ausência de megacariócitos (200x) .............. 31
Figura 3: Citologia de medula óssea. Observa-se alta celularidade e
hiperplasia de megacariócitos (100X). ................................................................... 32
vi
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Valores existentes em literatura para a quantificação de
megacariócitos em medula óssea por diversas técnicas ....................................... 17
Tabela 2: Valores relativos e absolutos para plaquetas reticuladas,
megacariócitos por espícula e por campo, e as respectivas análises
estatísticas apresentadas em média e desvio padrão ............................................ 27
Tabela 3: Coeficiente de correlação (r) dos valores de plaquetas reticuladas
relativas e absolutas com as duas técnicas de quantificação de
megacariócitos ....................................................................................................... 46
vii
LISTA DE QUADROS
Quadro 1: Valores descritivos do grupo controle .................................................. 44
Quadro 2: Valores descritivos do grupo A ............................................................. 45
Quadro 3: Valores descritivos do grupo B ............................................................. 45
viii
ABREVIAÇÔES
%- porcento,
ANOVA – análise de variância,
et al – e colaboradores,
FSC-Forward Scatter,
g- gravidade,
GM-SDF – fator de estimulação de crescimento de granulócitos,
mL-mililitros,
IL- interleucina,
PR- plaqueta reticulada,
PRP – plasma rico em plaquetas,
SDF – fator derivado de células estromais,
SSC- Side Scatter,
TIM- trombocitopenia imunomediada,
TPO- trombopoietina,
µL- microlitro,
VPM – volume plaquetário médio,
ix
SUMÁRIO
RESUMO ............................................................................................................... 11
ABSTRACT ............................................................................................................ 12
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 13
2. REVISÃO DE LITERATURA .............................................................................. 14
2.1 Mecanismos de megacariocitopoiese e trombopoiese ............................ 14
2.2 Trombocitopenia ...................................................................................... 15
2.3 Métodos para avaliação da trombopoiese ............................................... 16
2.3.1 Visualização de Megacariócitos em medula óssea ....................... 16
2.3.2 VPM .............................................................................................. 18
2.3.3 Plaqueta Reticulada ...................................................................... 18
3. OBJETIVOS ....................................................................................................... 23
4. MATERIAIS E MÉTODOS ................................................................................. 24
4.1 Animais .................................................................................................... 24
4.2 Colheita das amostras ............................................................................. 24
4.2.1 Sangue total .................................................................................. 24
4.2.2 Medula óssea ................................................................................ 24
4.3 Realização do hemograma ...................................................................... 25
4.4 Plaquetas reticuladas .............................................................................. 25
4.4.1 Reagente ...................................................................................... 25
4.5 Citometria de fluxo ................................................................................... 26
4.6 Leitura e análise das lâminas de medula óssea ...................................... 26
4.7 Análise estatística .................................................................................... 26
5. RESULTADOS ................................................................................................... 28
5.1 Contagem total de plaquetas e celularidade medular .............................. 28
5.2 Quantificação de plaquetas reticuladas e megacariócitos ....................... 28
5.3 Correlação das técnicas de quantificação de megacariócitos ................. 29
5.4 Correlação das plaquetas reticuladas com megacariócitos ..................... 29
6. DISCUSSÃO ...................................................................................................... 32
6.1 Quantificação de megacariócitos em citologia de medula óssea ............. 32
6.2 Quantificação de plaquetas reticuladas ................................................... 34
6.3 Correlação entre as técnicas de quantificação de megacariócitos .......... 37
6.4 Correlação das plaquetas reticuladas com megacariócitos ..................... 37
x
7. CONCLUSÃO .................................................................................................... 38
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................... 39
ANEXOS
1. Valores descritivos de todos os grupos .................................................... 46
2. Correlação de todos os grupos ................................................................ 48
3. Gráficos de correlação ............................................................................. 49
Normas para submissão do artigo ......................................................................... 51
Artigo científico ....................................................................................................... 54
Silva, L F N. Plaquetas reticuladas na avaliação da trombopoiese medular em
cães. Botucatu, 2009, 68p. Dissertação de mestrado em Medicina Veterinária
Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade Estadual
Paulista, Campus Botucatu, 2009.
RESUMO
O objetivo do presente estudo foi avaliar a importância das plaquetas
reticuladas nas condições trombocitopênicas associadas a hipoplasia de
megacariócitos e a outras etiologias sem alteração no número de
megacariócitos. Para tanto foram utilizados 30 cães sadios adultos (Grupo
controle); 15 cães com trombocitopenia (< 100.000 plaquetas/µL), por causas
diversas que não sejam por hipoplasia megacariocítica (Grupo A) e 15 cães
com trombocitopenia (< 100.000 plaquetas/µL) e com hipoplasia megariocítica
(Grupo B), constatadas por meio de citologia aspirativa de medula óssea. Foi
coletado sangue e extraído o plasma rico em plaquetas para a realização da
quantificação das plaquetas reticuladas em citometria de fluxo e colheita de
medula óssea para a análise do número de megacariócitos por duas técnicas
distintas e correlação com as plaquetas reticuladas. Não foi observada
diferença estatística (p>0,05) entre as duas técnicas de quantificação de
megacariócitos. Foi observada diferença estatística (p<0,05) para as plaquetas
reticuladas, sendo superior nos grupos A e B, em relação ao grupo controle.
Não houve correlação entre plaqueta reticulada e megacariócitos medulares. A
ausência de correlação observada não nos permite estabelecer relações de
contagem de PR com o aumento do número de megacariócitos na medula
óssea.
Palavras-chave: plaquetas reticuladas, megacariócitos, cão, medula óssea,
citometria de fluxo.
Silva, L F N. Reticulated platelets counts in the assessment of bone marrow
thrombopoiesis in dogs. Botucatu, 2009, 68p. Dissertação de mestrado em
Medicina Veterinária –Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia,
Universidade Estadual Paulista, Campus Botucatu, 2009.
ABSTRACT
The aim of this study was to evaluate the reticulated platelet importance in
evaluation of platelet production in thrombocytopenic conditions associated with
megakaryocytic hypoplasia and other conditions with adequate number of bone
marrow megacaryocytes. These study were obtained from 30 healthy dogs
(control group), 15 thrombocytopenic dogs (< 100,000 platelets/µL) without
megakaryocytic hipoplasia (group A) and 15 thrombocytopenic dogs (< 100,000
platelets /µL) with megakaryocytic hipoplasia (group B).
Blood samples were collected and the platelet rich plasma (PRP) was extracted
for quantification of reticulated platelets in flow cytometry, megakaryocytes were
quantified in marrow particles, collected from aspiration cytology and correlated
to reticulated platelets counts. No statistical significance (p>0.05) was observed
between two megakaryocytes quantification techniques. For reticulated platelets
was observed statistical significance difference (p<0.05), values from groups A
and B were higher than control group. No correlation was verified between
reticulated platelets and marrow megakaryocytes. The absence of correlation
do not allow us to establish relationship of reticulated platelets with increase
production of bone marrow megakaryocytes.
Keywords: reticulated platelets, megakaryocytes, dog, bone marrow, flow
cytometry.
13
1. INTRODUÇÃO
As plaquetas são fragmentos citoplasmáticos dos megacariócitos,
discóides e anucleados que fazem parte dos constituintes sanguíneos (Tablin,
2000), participam do complexo sistema de manutenção da hemostasia, junto
com a parede vascular, os fatores de coagulação e o sistema fibrinolítico
(Stockham e Scott, 2002).
São produzidas através da fragmentação de pseudópodos da membrana
citoplasmática de megacariócitos. Estima-se que um megacariócito produza de
1.000 a 3.000 plaquetas (Kaushanski, 2008), sendo um mecanismo altamente
eficiente e dinâmico, pois os megacariócitos são relativamente escassos na
medula óssea e a quantidade de plaquetas no sangue periférico é elevada
(Junt et al., 2007).
A avaliação da resposta da medula óssea à anemia é bem esclarecida e
muito utilizada para categorização, terapêutica, acompanhamento e
prognóstico. No entanto em relação à regeneração da trombocitopenia, que é
uma condição hematológica muito comum principalmente em cães, os dados
são insuficientes e essa avaliação limita-se usualmente à colheita de medula
óssea.
A avaliação da produção de plaquetas pela medula óssea, bem como a
diferenciação das causas de trombocitopenia, frequentemente é feita pela
quantificação do número de megacariócitos em citologia e biópsia de medula
óssea. Outra técnica menos invasiva, é a plaqueta reticulada, que são
consideradas plaquetas jovens, contendo maior quantidade de RNA em seu
interior. A mensuração da plaqueta reticulada permite avaliar a atividade
trombopoiética pelo sangue periférico.
O objetivo da dissertação é revisar os mecanismos de megacariocitopoiese
e trombopoiese, as causas de trombocitopenias, e os métodos utilizados para
avaliação da trombopoiese medular, embasando o experimento que almejou
quantificar as plaquetas reticuladas e correlacioná-las a quantificação de
megacariócitos em citologia de medula óssea.
14
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1 MECANISMO DE MEGACARIOCITOPOIESE E TROMBOPOIESE
Megacariocitopoiese é o processo pelo qual os megacariócitos são
produzidos e diferenciados das células hematopoiéticas pluripotentes da
medula óssea (Szalai el al., 2006, Leven 2000). Essa produção consiste em
uma rie de processos maturativos que se iniciam nas células progenitoras
(Common Myeloid Progenitor-CMP e Mk/Erythroid Progenitor-EMP), por meio
da multiplicação clonal, fatores de transcrição como o NF-E2 e o GATA1 e
regulação humoral por citocinas, principalmente trombopoietina, culminando na
produção de megacariócitos maduros (Kaushanski, 2005; Schulze e
Shivdasani, 2005; Szalai et al., 2006; Kaushanski, 2008; Peeters et al., 2008).
A trombopoietina (TPO) é o principal regulador fisiológico da
megacariocitopoiese e trombopoiese (Kaushanski, 2005; Schulze e Shivdasani,
2005; Szalai et al., 2006; Kaushanski, 2008; Peeters et al., 2008). Outras
citocinas, como: IL-3, IL-6, IL-11, GM-CSF, SDF-1 (Leven, 2000, Kaushansky,
2005), estão relacionadas com a maturação de megacariócitos e a liberação de
plaquetas (Kaushansky, 2005; Schulze e Shivdasani, 2005). Dentre os
receptores de superfície e fatores de transcrição descritos, destaca-se o c-Mpl,
que é um receptor de membrana para citocinas, presente nos megacariócitos e
sítio de ação da trombopoietina (Kaushansky, 2005; Schulze e Shivdasani,
2005; Kaushansky, 2008).
A TPO sozinha é a citocina responsável pelas modificações que ocorrem
no citoplasma do megacariócito permitindo a liberação de plaquetas (Szalai et
al., 2006). A TPO é degradada após ligar-se às plaquetas. Uma vez que a
trombocitopenia se instala diminuição da degradação dessa citocina pelas
plaquetas; aumentando conseqüentemente a concentração da TPO livre. A
TPO livre estimula ao megacariócitos a produzirem plaquetas. Dessa forma a
produção de TPO está diretamente relacionada com a massa megacariocítica e
plaquetária, sendo inversamente proporcional ao número de plaquetas
(Kaushansky, 2005; Stockham e Scott, 2002).
A TPO se liga ao receptor c-Mpl ativando uma série de cascatas
bioquímicas que por sua vez estimulam a megacariocitopoiese, elevando a
produção de plaquetas (Kaushansky, 2005; Szalai et al., 2006). Essas o
15
produzidas por meio de um complexo e ativo mecanismo de reorganização dos
componentes do citoesqueleto e extensão citoplasmática (Italiano, 1999;
Kaushansky, 2008).
Esse processo de extensão e reorganização dos pseudópodos com
arranjos de microtúbulos origina as pró-plaquetas, que por meio de um sistema
de contração do citoesqueleto de actina e migração de grânulos e organelas
para o topo dessas projeções origina as plaquetas maduras (Italiano et al.,
1999).
Complementando as técnicas in vitro, mostrou-se pela microscopia
intravital que os megacariócitos posicionados em contato íntimo com os
sinusóides da medula óssea emitem seus processos celulares dentro do
sinusóide, provavelmente sob a forma de pró-plaqueta. Supõe-se que essas se
fragmentam em plaquetas maduras pelo estresse da liberação no fluxo
sanguíneo, sendo principalmente fragmentadas nas arteríolas pulmonares
(Junt et al., 2007). Essas modificações no citoplasma dos megacariócitos vão
culminar na trombopoiese, que é a produção de plaquetas maduras.
Apesar do crescente conhecimento a respeito da trombopoiese, algumas
questões básicas ainda necessitam ser elucidadas, como: o que determina o
tamanho das plaquetas maduras, o mecanismo de atuação de alguns fatores
de transcrição e dos mecanismos humorais que participam da formação
plaquetária nos estágios finais (Kaushasky, 2008).
Dessa forma, a biogênese das plaquetas advém de um complexo processo
de estimulação celular e humoral com expressão de genes específicos,
transcrição de fatores, múltiplos sinais bioquímicos que permitem a
diferenciação das linhagens celulares do megacariócito, sofrendo
transformações no citoplasma originando as pro-plaquetas e liberação nos
sinusóides medulares originando, por fim, as plaquetas.
2.2 TROMBOCITOPENIA
A trombocitopenia é a diminuição no número de plaquetas circulantes
(Russell, 2000), sendo um dos distúrbios hematológicos mais identificados em
medicina veterinária (Zimmerman, 2000). Pode ocorrer em diversas doenças e
suas causas incluem: consumo, diminuição da produção, destruição e
seqüestro (Scott, 2000; Stockham e Scott, 2002).
16
Nas trombocitopenias por consumo e destruição ocorre produção normal
de plaquetas, porém essas são utilizadas em processos hemostáticos
(fisiológicos ou patológicos) ou sofrem dano direto ou remoção por fagocitose
imunomediada, que é o mecanismo mais usual (Stockham e Scott, 2002).
A trombocitopenia imunomediada pode ser primária ou secundária, mas de
maneira geral caracteriza-se pela ligação de imunoglobulinas a receptores da
superfície plaquetária precipitando a glicoproteína IIb/IIIa, acelerando a
destruição das plaquetas pelo sistema mononuclear-fagocitário devido à
presença de anticorpos antiplaquetas (Scott, 2000).
No caso da trombocitopenia por seqüestro a massa plaquetária não se
altera, porém ocorre uma redistribuição das plaquetas circulantes
acumulando-se em órgãos, sendo o mais comum o baço, diminuindo, dessa
forma o número de plaquetas circulantes (Russell e Gridem, 2000; Stockham e
Scott, 2002).
inúmeras causas para a trombocitopenia por deficiência de produção.
De maneira geral todas afetam a produção medular por doença medular
generalizada, ação direta nos megacariócitos podendo ser imunomediada,
ação de fármacos e vacinas, ou infecções. (Weiss, 2000; Stockham e Scott,
2002).
Muitas doenças, principalmente infecções (Ehrlichia, Mycoplasma,
Leptospira), podem ocasionar trombocitopenia por mais de uma causa durante
a sua evolução, como seqüestro por esplenomegalia, destruição
imunomediada, consumo por vasculite ou diminuição da produção por
hipoplasia/aplasia ou infecção direta da medula (Stockham e Scott, 2002).
2.3 MÉTODOS PARA AVALIAÇÃO DA TROMBOPOIESE
2.3.1 Visualização de Megacariócitos em medula óssea
O método usualmente utilizado para avaliação da trombopoiese é a
colheita de medula óssea para a estimativa do número de megacariócitos,
predizendo dessa forma a produção plaquetária.
Entretanto, um estudo retrospectivo relatou que a citologia de medula
óssea isolada pode não proporcionar diagnóstico em cães com trombocitopenia
intensa sendo um recurso pouco eficiente na avaliação e manejo destes
17
pacientes. Desta forma, um maior valor diagnóstico em trombocitopenias
moderadas, recomendando a utilização deste método em cães com
trombocitopenia imunemediada não responsiva a corticosteróide, e
trombocitopenias associadas a anemias não regenerativas ou pancitopenias
(Miller e Lunn, 2005).
A avaliação histológica da medula óssea é mais confiável que a avaliação
citológica obtida pela punção aspirativa para uma adequada verificação da
celularidade, porém essa última tem custo menor e a preparação da amostra é
imediata (Stockham e Scott 2002), sendo a sua análise mais prática e rápida.
As técnicas mais usadas para quantificação dos precursores de plaquetas em
medula óssea são o squash direto do aspirado, ou squash das espículas
recuperadas em placa de Petri (Mylonakis et al., 2005).
Devido à dificuldade quanto à quantificação do número de megacariócitos
em citologia em razão da distribuição irregular dessa célula no esfregaço e da
diversidade de técnicas de quantificação, há uma variação muito grande quanto
aos valores para cães encontrados em literatura (tabela 1).
Tabela 1: Valores existentes em literatura para a quantificação de
megacariócitos em medula óssea por diversas técnicas.
Autor
Técnica de
quantificação
Megacariócitos
Média
Desvio Padrão
Mínima
Máxima
Gridem, 2008 por espícula - - 3 5
Mylonakis, 2005
por espícula
1
2,8 - 0,13 5,62
Mylonakis, 2005
por espícula
2
1,6 - 0,06 4,5
Mylonakis, 2005
camada leucocitária 8,1 - 1,6 17,1
Mylonakis, 2005
camada lipídica 3,1 - 0,3 8,8
Mylonakis, 2005
biópsia 5,3 - 0 9,3
Villers, 2005 por espícula - - 2 6
Weiss, 2004 por esfregaço - - 10 60
Thrall, 2004 por esfregaço - - 5 10
Weiss, 2002 por esfregaço - - 50 100
Mischke, 2002 por campo 9,7 4,8 - -
Mischke, 2002 percentual 0,23 0,2 - -
Gridem, 2002 por esfregaço - - 2,0 17,0
Gridem, 2002 por espícula - - 2,0 7,0
Weiss, 2000 citometria de fluxo 6,0 7,0 - -
Tyler, 1998 por espícula - - 3 50
1- squash direto do material aspirado
2- squash a partir da recuperação de 10 espículas em placa de Petri
18
A mensuração da trombopoiese através da contagem percentual dos
megacariócitos no total de células nucleadas no maior aumento não é indicada,
pois há uma baixa proporção dessa célula na medula óssea, além da facilidade
com a qual esses podem ser identificados no menor aumento (Mischke e
Busse, 2002). Portanto, a mensuração da atividade trombopoiética é
extremamente dependente do tipo de técnica (Mylonakis et al., 2005), sendo
importante considerar a experiência do patologista clínico no momento da
análise dos esfregaços.
2.3.2 Volume plaquetário médio
O volume plaquetário médio (VPM) é geralmente, inversamente
proporcional à contagem de plaquetas, sendo estimado pela média do volume
de todas as partículas contadas como plaquetas. Para uma acurada
mensuração do VPM as amostras tem que ser colhidas, manipuladas e
analisadas de maneira consistente para evitar artefatos, pois temperatura,
anticoagulantes, plaquetas agregadas e ativadas interferem na determinação
(Sullivan, 1995; Stockham, 2002).
Aumentos no VPM sugerem trombopoiese acelerada. Em cães com
resposta adequada da medula óssea obteve-se aumento do VPM, no entanto
devido à baixa especificidade e sensibilidade foi preconizado que a presença
de macroplaquetas é apenas sugestivo de resposta medular e que para avaliar
a regeneração de megacariócitos é necessária a análise da medula óssea
(Sullivan et al., 1995).
Em um estudo o VPM aumentou em pacientes durante a recuperação de
aplasia medular após quimioterapia (Balduini et al., 1999), em outro, o aumento
foi apenas em relação ao grupo aplásico e não ao grupo controle (Macchi et al.,
2002).
2.3.3 Plaqueta reticulada
Apesar da citologia e biópsia de medula óssea serem mais utilizadas em
animais para avaliação da trombopoiese; estudos em humanos e poucos
estudos em medicina veterinária relatam a importância das plaquetas
reticuladas como marcadores da trombopoiese medular.
19
A avaliação das plaquetas reticuladas pode ser realizada por contadores
hematológicos automáticos com essa função, como por exemplo o R-2000
Sysmex Inc. (Sakakura, 2006), e XE-2100 Sysmex Inc (Abe et al., 2006, Briggs
et al., 2004) ou por citometria de fluxo, sendo essa última a mais comumente
utilizada.
A utilização da citometria de fluxo na prática clínica veterinária ainda é
restrita. No entanto, uma aplicação potencial em pesquisa e diagnóstico no
campo da hematologia. Esta permite o diagnóstico de anemias e
trombocitopenias auto imune, trombopatias e granulocitopatias, leucemias e
linfomas, a imunotipificação de leucócitos, a detecção de parasitas intra
celulares, reticulócitos, plaquetas reticuladas, entre outras (Tarrant, 2005;
Weiss, 2002).
Plaquetas reticuladas (PR) são consideradas plaquetas jovens que contém
maior quantidade de RNA em seu interior, sendo comparadas com os
reticulócitos de hemácias (Stockham e Scott 2002, Richards e Baglin, 1995;
Saxon et al, 1998; Wang et al, 2002).
Dale et al. (1995), usando a técnica de biotinilação afirmam que plaquetas
jovens são coradas por thiazole orange permanecendo positivas por 24 horas,
sendo esse um método em potencial para estimar a produção plaquetária, pois
esse corante tem alta fluorescência em citometria de fluxo, e principalmente,
grande afinidade por ácido nucléico. (Kienast, 1990).
Essas plaquetas são consideradas marcadores da trombopoiese medular e
apresenta vantagens quando comparada com outros métodos para a avaliação
da trombopoiese como a análise da medula óssea, que é considerada uma
técnica mais invasiva, de interpretação subjetiva e alto custo (Richards e
Baglin, 1995, Russel, 1997, Saxon 1998, Jiménez 2000, Michimoto, 2004). Em
relação ao VPM, apesar da existência de correlação positiva com a plaqueta
reticulada (Balduini, 1999), esta é considerada um parâmetro mais confiável
para mensurar a regeneração medular (Macchi, 2002).
A quantificação de PR permite diferenciar as causas de trombocitopenia,
particularmente em doenças complexas na qual a etiologia da trombocitopenia
é multifatorial e a contribuição do consumo de plaquetas ou da aplasia de
medula pode ser de difícil determinação (Saxon, 1998; Kajihara et al., 2007),
sendo uma técnica de alta sensibilidade e especificidade para diferenciar se a
20
etiologia da trombocitopenia é por consumo ou por aplasia (Rinder et al., 1993;
Richards e Baglin, 1995).
Alguns estudos conduzidos em humanos relatam a importância dessa
mensuração como diagnóstico, acompanhamento e prognóstico de pacientes
com rpura trombocitopênica (PT), no pós-tratamento com quimioterápicos,
pós-transplante de medula, entre outros (Richards e Baglin; 1995 Saxon, 1998;
Jiménez, 2000; Wang et al, 2002).
Em um grupo de pacientes trombocitopênicos com atividade
trombopoiética normal ou diminuída e outro com atividade aumentada relatou-
se que a determinação da PR é uma ferramenta útil para o diagnóstico
diferencial entre essas duas condições, permitindo a mensuração quantitativa
da redução na produção ou aumento da destruição (Monteagudo, 2008).
Após aférese plaquetária em humanos foi constatado que as plaquetas
reticuladas aparecem por volta de 24 horas pós-doação, o pico da produção
ocorre com dois dias e se mantém até o sétimo dia s-aférese. Esse estudo
sugere a importância dessa estimativa para evitar a exaustão medular, bem
como para o manejo dos doadores (Gyongyossy-Issa, 2001).
A contagem das PR decai significativamente quando a contagem
plaquetária normaliza-se (Richards e Baglin 1995, Wang 2003). Altas
contagens de PR o correlacionadas com trombocitopenia por consumo,
como a PT, sendo relatados valores significativamente superiores em pessoas
com PT ao comparar com leucemia, mielosupressão e grupo controle (Saxon et
al.,1998).
Foi observado que plaquetas reticuladas e plaquetas gigantes estavam
significativamente aumentadas em pacientes com PT, principalmente na fase
ativa, e em pacientes com anemia aplástica na fase de remissão parcial.
Porém, a contagem estava normal na fase de remissão completa da anemia
aplástica, e significativamente diminuída na leucemia mielóide crônica e na
trombocitose essencial (Sakakura et al., 2005).
Baixas porcentagens de plaquetas reticuladas estão associadas a
trombocitopenia por causas hipoproliferativas incluindo quimioterapia (Rider,
1993). Dessa forma, foi verificado que o aumento das PR é sinal de
recuperação da trombocitopenia em pacientes tratados com quimioterapia
(Wang et al., 2003), sendo que o aumento nas plaquetas reticuladas prediz o
21
aumento da contagem de plaquetas maduras em 3 a 6 dias (Macchi et al.,
2002).
O aumento de plaquetas reticuladas foi relacionado com trombopoiese
ativa em pessoas não trombocitopênicas com hipertireoidismo, em que a
contagem de PR diminuiu significativamente pós-tratamento (Stiegler et al,
1998).
Plaquetas reticuladas em humanos podem ser o primeiro marcador de
recuperação medular após transplante de medula (Richards e Baglin 1995,
Saxon, 1998), demonstrando que o transplante autólogo de células
progenitoras do sangue periférico é mais eficiente na recuperação da contagem
plaquetária do que o trasplante autólogo de medula óssea (Consolini et al.,
2001).
Em medicina veterinária poucos estudos foram feitos a respeito das
plaquetas reticuladas, sendo uma técnica promissora para estudos de efeito de
fármacos na trombopoiese em estudos toxicológicos (Pankraz te al., 2008).
Em cães o trombocitopênicos não foi observada diferença significativa
nos valores de PR entre os animais saudáveis e os clinicamente doentes;
sendo importante o processamento rápido e acurado da técnica para não
ocorrerem alterações nos valores (Smith e Thomas, 2002). No entanto, em 36
de 45 cães trombocitopênicos foi verificado aumento no número de plaquetas
reticuladas em comparação com o grupo controle (Weiss, 1998).
Em cavalos trombocitopênicos infectados ou não pelo vírus da anemia
infecciosa foi verificado aumento do número de plaquetas reticuladas, e para
cavalos infectados sem trombocitopenia os valores de PR estavam dentro dos
valores de referência, concluindo que essa técnica é útil para avaliar a
trombopoiese em equinos (Russell, 1997).
Um aumento significativo nas plaquetas reticuladas foi observado em cães
trombocitopênicos com linfoma, babesiose, leucemia mielóide aguda e
trombocitopenia imunomediada em comparação aos cães saudáveis
(Hanahachi et al. 2001). Os mesmos autores, em 2002, relataram um caso de
trombocitopenia púrpura idiopática em cão, e verificaram aumento da
porcentagem de plaquetas reticuladas, as quais diminuíram significativamente
após tratamento afirmando a utilidade do teste como triagem para a colheita de
medula, elaboração da terapia para PT e indicador prognóstico.
22
Resultados semelhantes foram encontrados em um caso de Síndrome de
Evans (Michimoto et al., 2004), corroborando com a afirmação de que a
investigação das PR é importante para acompanhar a eficácia do tratamento
bem como a produção plaquetária.
Por outro lado, Wilkerson et al. (2001) não observaram valores absolutos
de plaquetas reticuladas sempre elevados durante o curso da trombocitopenia
imunomediada (TIM) primária e secundária, estando freqüentemente dentro
dos valores de referência, principalmente devido ao baixo número de plaquetas
em muitos animais.
No mesmo estudo, relata-se aumento absoluto das plaquetas reticuladas
em cães com contagem plaquetária entre 50.000-100.000/µL. É provável que
na TIM as plaquetas jovens sejam rapidamente destruídas, tanto quanto as
mais velhas, principalmente quando a contagem de plaquetas é inferior a
20.000/µL (Ault, 1994).
Em cães com infecção experimental por Babesia gibsoni e não tratados, a
diminuição considerável dos níveis de IgG associados à superfície plaquetária
contribuiu para o aumento no número de plaquetas totais e de plaquetas
reticuladas (Wilkerson et al, 2001).
Dessa forma, a avaliação do número de plaquetas reticuladas é importante
para diferenciar as causas de trombocitopenias, bem como definir um
prognóstico e atuação terapêutica sendo importante marcador da trombopoiese
medular, no entanto não estudos de correlação das plaquetas reticuladas
com o número de megacariócitos na medula óssea.
23
3. OBJETIVOS
Os objetivos do presente trabalho foram:
- Comparar duas técnicas de quantificação de megacariócitos em citologia
de medula óssea de cães;
- Estabelecer um valor de referência para plaquetas reticuladas em cães
saudáveis e compará-los com os presentes em literatura;
- Avaliar a importância das plaquetas reticuladas como marcadores da
trombopoiese em cães;
24
4. MATERIAIS E MÉTODOS
4.1 Animais
O grupo controle foi constituído de 30 cães sadios adultos (1 a 8 anos), de
ambos os sexos. Os animais foram selecionados com base no exame físico e
resultados do hemograma.
O grupo A foi constituído de 15 cães com trombocitopenia (< 100.000
plaquetas/µL), por causas diversas que não sejam por hipoplasia
megacariocítica, constatada por meio de citologia aspirativa da medula óssea.
O grupo B foi constituído de 15 cães com trombocitopenia (< 100.000
plaquetas/µL), e com hipoplasia megariocítica, constatada por meio de citologia
aspirativa da medula óssea.
4.2 Colheita das amostras
4.2.1 Sangue total
Foram colhidos 10 mL de sangue, de todos os cães e de todos os grupos,
em tubos a vácuo com EDTA potássico (Vacuette®, Greiner Bio-one, Brasil)
para realização do hemograma e posterior extração do plasma rico em
plaquetas para realização da citometria de fluxo. O garroteamento prolongado
e diversas colheitas no mesmo sítio foram evitadas.
4.2.2 Medula óssea.
A colheita de medula óssea foi realizada em todos os animais com agulha
(Komiyashiki, Japão) especial para biopsia aspirativa de medula óssea,
mediante punção na cabeça do úmero dos cães. Os animais foram
anestesiados antes do início da colheita. Após a indução, o cão foi colocado
em decúbito lateral, o membro utilizado foi levemente deslocado para trás de
forma que a agulha entrasse em paralelo com o úmero. Fez-se a antissepsia
local e a agulha com o mandril foi posicionada sobre a cabeça do úmero.
Posteriormente à fixação da agulha na cavidade medular, o mandril foi retirado
e foi conectada uma seringa descartável de polietileno de 20 mL, exercendo
vácuo para a aspiração do material medular. Foi aspirado um volume máximo
de 0,5 mL de medula óssea por colheita, em EDTA (sal di-sódico do ácido
etilenodiaminotetracético) a 3%, diluído em solução fisiológica estéril.
25
Após a retirada da agulha juntamente com a seringa, aspirou-se o material
restante que permaneceu dentro da agulha e a amostra foi homogeneizada. O
material medular foi dispensado em uma placa de Petri e com o auxílio de um
tubo capilar, foram colhidas as partículas de medula óssea para a confecção
das minas. Os esfregaços do material colhido foram realizados
imediatamente após a colheita e secos ao ar, fixadas em metanol para
posteriror coloração tipo Romanovski e leitura.
4.3 Realização do hemograma.
Os hemogramas foram realizados no contador hematológico automático
Cell-Dyn 3500 (Abbott Laboratories, Chicago, Ill, EUA). O diferencial de
leucócitos foi realizado em esfregaço sanguíneo. A contagem plaquetária
obtida pelo contador foi conferida por estimativa em lâmina.
4.4 Plaquetas reticuladas
As plaquetas reticuladas foram obtidas após separação do plasma rico em
plaquetas, a partir de 8 mL de sangue. O PRP foi separado do sangue total por
centrifugação a 450g por quatro minutos, em até trinta minutos após a colheita.
As plaquetas reticuladas foram analisadas utilizando-se dois tubos: um
tubo branco com 475µL de PBS (controle negativo), e outro tubo teste com
475µL da solução de thiazole orange. Posteriormente 25µL do plasma rico em
plaquetas foram adicionadas em cada tubo e incubadas por 60 minutos no
escuro, modificado de Santoro, 2004. A leitura no equipamento foi
imediatamente após incubação.
4.4.1 Reagente
A solução mãe de thiazole orange foi preparada diluindo-se 10 mg de
thiazole orange em (Sigma-Aldrich) em 100mL de metanol PA (Merck) e
mantida em frasco âmbar e no escuro até o momento da utilização.
A solução de thiazole orange utilizada foi obtida de acordo com Santoro
(2004), diluindo-se 10µL da solução mãe de thiazole em 50 mL de PBS, de
modo a obter uma concentração de 20 ng/mL
26
4.5 Citometria de fluxo
As amostras foram analisadas no equipamento de citometria de fluxo
(FACSCalibur
®
, Becton Dickinson Immunocytometry Systems), utilizando-se o
software Cell Quest
®
. A seleção da população plaquetária (gate) foi feita com
uso dos parâmetros de tamanho (FSC-Forward Scatter) e granulosidade (SSC-
Side Scatter), ambos em escala logarítmica, contando 20000 eventos na região
de plaquetas. A positividade das plaquetas reticuladas foi avaliada através do
percentual de fluorescência coletada por um filtro de 560nm frente à marcação
com thiazole orange (Figura 1). A autofluorescência das plaquetas foi excluída
por meio de um histograma das plaquetas sem marcação (tubo sem thiazole
orange), escolhendo-se o marcador para análise no qual 1% da maioria da
fluorescência obtida ficasse em FL1, o mesmo marcador foi utilizado para
análise das amostras marcadas com thiazole orange.
4.6 Leitura e análise das lâminas de medula óssea
As lâminas foram analisadas em microscópio óptico A avaliação da
celularidade foi realizada em menor aumento estimando-se a quantidade de
células e gordura presente em cada espícula (objetiva de 10x), os
megacariócitos foram quantificados por duas técnicas: número de células por
espícula, e número de células por campo (objetiva de 10x), através da
contagem de 25 a 30 campos, segundo Mischke, 2002. Os achados foram
comparados e analisados de acordo com os valores presentes em literatura
(Mischke, 2002; Smith, 2002, Harvey, 2003 e Mylonakis, 2005). Para a
contagem de megacariócitos considerou-se todas as formas imaturas e
maduras, identificando-se a células por análise morfológica células grandes,
com núcleo lobulado (1 a 8 núcleos) e cromatina frouxa, citoplasma azulado de
claro a escuro, podendo apresentar grânulos azurofílicos róseos.
A hipoplasia megacariocítica foi caracterizada pela presença de menos que
dois megacariócitos em média por espícula à análise dos esfregaços de
medula óssea. A resposta foi considerada adequada diante da presença de
dois a cinco megacarócitos; ou aumentada, na presença de mais do que a
cinco megacariócitos.
27
4.7 Análise estatística
Os resultados foram submetidos à análise descritiva e à análise estatística
ao nível de 5% de significância. Inicialmente os dados foram submetidos ao
teste de normalidade, sendo os dados paramétricos, as médias dos grupos
foram comparadas por meio da análise de variância (ANOVA), a correlação foi
calculada pelo coeficiente de correlação de Pearson e respectivo valor de p
para o teste de r ser estatisticamente diferente de zero. Foram utilizados
gráficos de dispersão para representação da correlação. O programa utilizado
para todas as análises foi Stata versão 10.0 (Stata Corporation College Station,
Estados Unidos).
A
B
C
FIGURA 1: Seleção da população de plaquetas pelos parâmetros de
tamanho (FSC) e granulosidade (SSC) A; emissão de autofluorescência
no tubo sem marcação por thiazole orange B; emissão de fluorescência
nas plaquetas marcadas por thiazole orange (plaquetas reticuladas) no
quadrante inferior direito – C.
28
5. RESULTADOS
5.1 Contagem total de plaquetas e celularidade medular
A média e desvio padrão da contagem total de plaquetas no grupo controle
foi de 257.500±49.882/µL e a celularidade medular foi de 39,2±8,4%, estando
dentro dos valores de referência propostos em literatura (Harvey, 2001 e Jain,
1993). As médias e desvios padrão da contagem plaquetária foi de
50.332±19.613/µL e de 23.777±9.880/µL nos grupos A e B, respectivamente. A
celularidade medular foi de 59,9±15,4% e 40,9±20,5% nos grupos A e B,
respectivamente, sendo que esta foi estatisticamente superior (p<0,05) no
grupo A em relação ao grupo controle e ao grupo B. No entanto, ao comparar o
grupo controle com o grupo B não foi observada diferença estatística (p>0,05)
para esta variável.
5.2 Quantificação de plaquetas reticuladas e megacariócitos.
A quantificação de plaquetas reticuladas em valores relativos e absolutos e
a quantificação de megacariócitos por duas técnicas distintas estão
apresentadas na Tabela 2, bem como a análise estatística entre os grupos e as
duas técnicas de quantificação de megacariócitos.
Os valores individuais apresentados para celularidade, contagem total de
plaquetas, contagem relativa e absoluta das plaquetas reticuladas,
megacariócitos por espícula e por campo em todos os animais de todos os
grupos estão apresentados no Anexo 1.
5.3 Correlação entre as técnicas de quantificação de megacariócitos
Ao correlacionar as técnicas de quantificação de megacariócitos em
medula óssea considerando-se todos os animais, obteve-se uma correlação
alta (r= 0,90) (gráfico 1). Ao avaliar a correlação das técnicas dentro de cada
grupo, esta se manteve alta, no entanto foi discretamente menor no grupo A
(r= 0,78).
29
TABELA 2: Valores relativos e absolutos para plaquetas reticuladas,
megacariócitos por espícula e por campo, e as respectivas análises
estatísticas.
Grupos
Controle A B
Plaquetas
reticuladas %
1,5±1,4
a
16,5±10,4
b
17,9±18,4
b
Plaquetas
Reticuladas /µL
3.800±3900
a
8579±8338
b
4487± 4533
a,b
Megacariócitos por
espícula
3,4±1,4
b,A
5,1±2,3
c,A
0,8±0,8
a,A
Megacariócitos por
campo
3,1±1,3
b,A
4,8±2,1
c,A
0,7±0,9
a,A
Letras minúsculas diferentes indicam diferença estatística entre grupos (p<0,05).
Letras maiúsculas diferentes indicam diferença estatística entre técnicas (p<0,05).
5.4 Correlação das plaquetas reticuladas com megacariócitos.
A correlação entre as plaquetas reticuladas e os megacariócitos não foi
significativa (p>0,05), resultando em índices de correlação (r) muito baixos.
A correlação dos valores absolutos das plaquetas reticuladas com os
valores de megacariócitos por espícula e por campo foi de 0,24 e 0,28,
respectivamente (gráfico 2 e 3). Sendo que o grupo A apresentou o menor
valor, para ambas as técnicas, de 0,075 para megacariócitos por espícula e de
0,15 para megacariócitos por campo.
A correlação dos valores relativos das plaquetas reticuladas com os
valores de megacariócitos por ambas as técnicas foi nula (r< 0,1). Entretanto,
na correlação dentro dos grupos, o grupo controle e o grupo B apresentaram
uma correlação moderadamente baixa entre as duas variáveis, sendo de 0,18 e
0,30 respectivamente. O grupo A apresentou correlação nula (r= -0,18).
A tabela com os valores descritivos de todas as correlações está
apresentada no Anexo 2.
Os demais gráficos de correlação estão citados no Anexo 3.
30
GRÁFICO 1: Correlação (r= 0,90) entre as duas técnicas de quantificação de
megacariócitos em medula óssea.
GRÁFICO 2: Correlação (r= -0,09) entre a quantificação de megacariócitos por
espícula e plaqueta reticulada (%).
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Megacariocito por espicula
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
100
Plaqueta reticulada (%)
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Megacariocito por espicula
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Megacariocito por campo
31
GRÁFICO 3: Correlação (r= 0,24) entre a quantificação de megacariócitos por
espícula e plaqueta reticulada (µL).
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Megacariocito por espicula
0 6000 12000 18000 24000 30000
36000
Plaqueta reticulada
32
6. DISCUSSÃO
A avaliação da produção de plaquetas usualmente é mensurada pela
quantificação de megacariócitos em citologia ou biópsia de medula óssea, que
é uma avaliação subjetiva. A presente dissertação vem a contribuir para a
discussão dos métodos para avaliação da trombopoiese medular através da
quantificação das plaquetas reticuladas, e correlacioná-las a quantificação de
megacariócitos em citologia de medula óssea.
A mensuração das plaquetas reticuladas e dos megacariócitos na medula
óssea foram realizadas em cães não trombocitopênicos e em cães
trombocitopênicos nas condições de hipoplasia de megacariócitos e número
adequada ou aumentado de megacariócitos, adotando a quantificação desta
célula como teste ouro para a classificação dos grupos.
6.1 Quantificação de megacariócitos em citologia de medula óssea
Visto que valores de referência para megacariócitos em medula óssea
ficam a cargo da cnica utilizada no preparo e leitura das lâminas, bem como
da experiência do patologista clínico (Mylonakis, 2005), a quantificação de
megacariócitos foi realizada com duas técnicas distintas presentes em
literatura: megacariócitos por espículas e megacariócito por campo,
comparando-as. Valores muito semelhantes foram observados entre as
técnicas, com correlação alta e sem diferença estatística (p>0,05) em todos os
grupos.
Eventuais colheitas com escassez de material prejudicaram a quantificação
dos megacariócitos, principalmente pela técnica de análise por campo, pois,
nesses casos, observa-se uma diminuição do número de megacariócitos
presentes em lâmina.
Os resultados encontrados para os megacariócitos em es saudáveis são
semelhantes àqueles relatados em literatura. Para os cães com
trombocitopenia, os considerados hipoplásicos apresentaram uma quantidade
extremamente diminuída de megacariócitos em citologia de medula (Figura 2).
33
Para os cães considerados com resposta adequada, os megacariócitos
foram mais abundantes (Figura 3), no entanto nenhum animal apresentou uma
resposta extrema com mais de 10 ou 15 megacariócitos. A quantidade máxima
observada nas duas técnicas foi de 8 megacariócitos.
FIGURA 2: Citologia de medula óssea. Observa-se baixa celularidade,
grande quantidade de células de estroma e ausência de megacariócitos
(200x).
34
6.2 Quantificação das plaquetas reticuladas
A técnica de quantificação de plaquetas reticuladas através do PRP foi
utilizada, pois é uma técnica relativamente simples, não sendo necessária uma
alta concentração de plaquetas na amostra e não usar anticorpo, como, por
exemplo, o CD61 para diferenciar a população plaquetária de outras lulas, o
que tornaria o procedimento mais oneroso, pois as plaquetas são identificadas
por meio de software específico em escala logarítmica.
Os valores relativos e absolutos encontrados nos es do grupo controle
são semelhantes ao relatado para cães em sangue total (Smith, 2002), e
inferiores para os valores relativos relatados por Weiss and Townsend (3,9-
15,1%). No entanto, esses autores utilizaram PRP fixado com paraformaldeído
que pode justificar as diferenças observadas. Em cães não trombocitopênicos é
esperado uma baixa porcentagem de plaqueta reticulada, pois o estímulo para
o aumento da produção de plaquetas é a diminuição da massa plaquetária.
Os cães do grupo A apresentaram, em sua maioria, altos valores de
plaquetas reticuladas relativos e absolutos. Apenas um animal apresentou um
FIGURA 3: Citologia de medula óssea. Observa-se alta celularidade e
hiperplasia de megacariócitos (100X).
35
valor muito baixo (0,65%) mesmo apresentando uma alta contagem de
megacariócitos na medula óssea. Esse fato pode ser explicado por uma
resposta muito recente da medula óssea, uma vez que o aumento do número
de megacariócitos possivelmente ainda não resultou em produção massiva de
plaquetas.
Os cães do grupo B, também apresentaram, em sua maioria, altos valores
de plaquetas reticuladas, principalmente relativo, não apresentando a mesma
condição para os valores absolutos devido ao reduzido número de plaquetas
na contagem total. Situação semelhante foi observada em cães com TIM
primária e secundária (Wilkerson, 2001).
Alguns animais que apresentaram uma medula extremamente hipocelular
(10-15%) e com hipocelularidade de megacariócitos (0-1), foram condizentes
com a literatura que relata que em pacientes em condição de hipoplasia de
megacariócitos é observada pouca quantidade de plaquetas reticuladas
(Rinder, 1993, Hanahachi, 2001). Apenas um animal com leucemia e alta
celularidade (80%) devido à mieloftise, apresentou um valor reduzido de PR.
Na maioria dos animais do grupo B que apresentaram celularidade normal
foi observada uma contagem de PR aumentada. Um animal chegou a
apresentar uma contagem de 73,9% de plaquetas reticuladas, sugerindo um
componente imunomediado nesse caso, pois os altos valores de PR têm sido
apontados como os melhores indicadores de TIM (Rinder et al, 1993;
Michimoto et al, 2002; Sakakura et al , 2005)
Essa observação evidencia que nem sempre animais considerados com
hipoplasia de megacariócitos na citologia de medula óssea estariam realmente
com a produção de plaquetas diminuída, salvo casos de hipoplasia intensa.
Apesar disso, a literatura humana considera que as plaquetas reticuladas são
um indicador confiável da trombopoiese, assumindo que baixas contagens de
PR estão associadas à hipoplasia megacariocítica. Entretanto, não foram
encontrados relatos relacionado-as à quantificação de megacariócitos da
medula.
De certa forma, a quantificação de megacariócitos medulares é útil,
principalmente em medicina veterinária, pois a citometria de fluxo ainda é uma
realidade distante da rotina clínica, além do que a análise da medula óssea
36
permite a avaliação de outros parâmetros como morfologia celular e outras
linhagens hematopoiéticas.
Para humanos, um valor de 15% de PR pode ser considerado como
resposta adequada à trombocitopenia quando a contagem plaquetária é de
aproximadamente 70.000/µL (Richards e Baglin, 1995), no entanto esse estudo
não menciona um valor de resposta adequada para valores abaixo de
70.000/µL. Por outro lado, para cães, trabalhos referem valores limites para
plaqueta reticulada de 6-7% (Wilkerson, 2001, Smith e Thomas, 2002).
Considerando esse valor, apenas dois animais no grupo A estariam com a
resposta medular inadequada à trombocitopenia, frente a cinco animas do
grupo B.
Os resultados observados nesse experimento reforçam que a utilização
isolada de um valor de corte de plaquetas reticuladas como indicador de
trombopoiese pode levar a interpretações equivocadas.
As plaquetas reticuladas são úteis na identificação das causas de
trombocitopenias, sendo utilizadas em humanos, principalmente como auxílio
diagnóstico e acompanhamento clínico nos casos de TP. De modo semelhante
ao encontrado em humanos, em cães, os maiores valores relativos de PR
foram observados em animais que apresentavam TIM primária (Hanahachi et
al, 2001, Wilkerson, 2001).
Os trabalhos presentes em literatura com cães trombocitopênicos, ou são
relatos de caso, ou são estudos que apresentam um número reduzido de
animais, dificultando a extrapolação dos valores, além de não avaliarem a
medula óssea.
A interpretação da condição da medula óssea frente à trombocitopenia, a
partir dos valores absolutos (/µL) das plaquetas reticuladas, é discutível, pois
cães com altas contagens de plaquetas reticuladas (%) que não seriam
considerados com resposta satisfatória devido à baixa contagem total de
plaquetas. Esta condição pode indicar que o valor relativo (%) de PR seja mais
adequado para mensurar a resposta medular à trombocitopenia.
A grande maioria dos trabalhos em humanos discute e relata apenas
valores relativos. Em contrapartida, os trabalhos em veterinária relatam valores
absolutos, no entanto, discutem o aumento da produção plaquetária através
dos valores relativos.
37
6.3 Correlação entre as técnicas de quantificação de megacariócitos
A alta correlação entre as duas técnicas de quantificação de
megacariócitos indica que, embora a literatura relate as diferenças entre
valores de referência entre as técnicas de quantificação de megacariócitosa, as
técnicas aqui proposta são praticamente iguais e variam da mesma forma
frente à condição de resposta à trombocitopenia.
6.4 Correlação das plaquetas reticuladas com os megacariócitos.
Não foi observada correlação significativa (p>0,05) entre plaquetas
reticuladas e megacariócitos, corroborando com a discussão efetuada
anteriormente, destacando a importância da interpretação conjunta de dados
clínicos e laboratoriais, incluindo a avaliação da medula óssea.
A quantificação das PR tem se mostrado útil na diferenciação das causas
de trombocitopenia, porém neste trabalho não objetivou identificar a etiologia
das trombocitopenias. Por outro lado, a ausência de correlação observada não
nos permite estabelecer relações de contagem de PR com o aumento da
produção de megacariócitos na medula óssea.
Embora a contagem relativa de PR seja amplamente utilizada na literatura
médica e veterinária em detrimento da utilização do valor absoluto, neste
trabalho os índices de correlação entre os megacariócitos e a contagem de PR
absoluta, embora não significativos, foram superiores em relação à contagem
de PR relativa. Esta contradição evidencia a necessidade de mais estudos e de
uma discussão mais ampla, uma vez que no caso dos reticulócitos das células
eritróides, o preconizado é a interpretação do número absoluto ou do relativo
corrigido (Jain, 1993).
38
7. CONCLUSÕES
1. Não diferença entre as cnicas de quantificação de megacariócitos
por espícula ou por campo em citologia de medula óssea;
2. Os intervalos de referência de plaquetas reticuladas para cães
saudáveis não trombocitopênicos são de 0 a 4,3% e de 0 a 11.617/µL
para os valores relativos e absolutos, respectivamente;
3. Não há correlação entre os valores de plaquetas reticuladas e a
contagem de megacariócitos em citologia de medula óssea;
39
8. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BALDUINI, C L, NORIS, P, SPEDINI, P, DA PRADA, G A.. Relationship
between size and thiazole orange fluorescence of platelets in patients
undergoing high dose chemotherapy. British Journal Haematology. v 106, p
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BRIGGS, C, KUNKA, S, HART, D, OGUNI, S, MACHIN, S J. Assessment of an
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46
ANEXOS
Anexo 1- Valores descritivos de todos os grupos
QUADRO 1: Valores descritivos do grupo controle
Celularidade (%) Megac/esp
Megac/campo
Plaquetas (µL)
Plaqueta reticulada
%
µL
45 2 0,8 320.000 0,93 2.976
30 6,4 5,6 352.000 2,53 8.906
37,5 4,2 3,3 251.000 1,54 3.865
29 4,6 3,5 275.000 0,51 1.403
34 2,5 2 266.000 1,5 3.990
35 3,6 3,4 245.000 1,59 3.896
40 3,2 3,9 240.000 1,4 3.360
40 5 6,9 205.000 1,36 2.788
36 3,5 3,8 344.000 0,32 1.101
31 3,3 2,6 297.000 0,47 1.396
41,4 5,1 4,2 208.000 1,46 3.037
50 3 2,2 332.000 3,47 11.520
45 4,3 4,1 231.000 2,01 4.643
40,8 6,9 5,2 209.000 0,54 1.129
70 1 0,5 230.000 1,48 3.404
31 2,9 2,7 216.000 0,26 562
32,6 3 4 373.000 0,07 261
55 4,6 5,6 323.000 1,85 5.976
35 1,5 0,63 240.000 0,37 888
45 5,8 5,6 286.000 3,22 9.209
32,5 1,9 2,5 205.000 0,38 779
39,4 3 1,9 270.000 0,75 2.025
35,7 3,1 3,9 259.000 7,16 18.544
40,6 3,3 1,8 212.000 3,01 6.381
38 1,4 1,7 201.000 0,76 1.528
41,2 3,5 3,6 216.000 0,86 1.858
32,8 2,5 1,5 210.000 0,74 1.554
37,5 2,8 3 253.000 1,69 4.276
31,7 2,5 3,1 213.000 0,46
980
42 2 0,6 243.000 0,94 2.284
47
QUADRO 2: Valores descritivos do grupo A
Etiologia Celularidade (%)
Megac/esp
Megac/campo
Plaqueta
L)
Plaqueta
reticulada
%
µL
Erlichiose 50 8,6 4,7 88.375 16,29 14.396
LLC* 85 8,5 7,5 54.800 14,67 8.039
Adenocarcinoma
hepático
55 8,3 6,5 60.200 0,65 391
Piometra 73 3,6 1,6 45.400 15,7 7.128
Piometra/Cinomose
59 4,3 3,5 34.100 6,46 2.203
Piometra 45 2,15 2,9 19.100 22,67 4.330
Leptospirose 42 4 4,8 34.200 26,3 8.995
Cinomose 50 7 7,6 46.900 21,14 9.915
Cinomose 75 4 4,4 42.800 7,92 3.390
Suspeita de
Erlichiose
61 6,1 8,2 77.000 8,59 6.614
Piometra 35 3 2,9 54.900 15,77 8.658
Hepatopatia a
esclarecer
57 2 1,8 49.300 19,68 9.702
Erlichiose 60 6,3 6,3 32.100 18,69 5.999
Hemagiossarcoma 90 5 6 80.800 44,31 35.802
AHIM** 55 3 3,5 35.000 8,94 3.129
*LLC: leucemia linfocítica crônica
** AHIM: anemia hemolítica imunomediada
QUADRO 3: Valores descritivos do grupo B
Etiologia Celularidade (%)
Megac/esp
Megac/campo
Plaqueta (µL)
Plaqueta reticulada
%
µL
Erlichiose crônica 20 0 0,03 15.100 4,28 646
Suspeita de
Erlichiose
90 1,6 0,3 21.000 22,69 4.765
Erlichiose crônica 10 0 0 14.300 1,86 266
Erlichiose crônica 10 0 0 2.525 4,9 124
LLA* 80 1 1,5 20.700 2,25 466
Suspeita de
Erlichiose
40 0 0,1 24.000 15,19 3.646
Linfoma 17 3 3 28.000 12,13 3.396
Cinomose 43 1 0,6 34.400 12,31 4.235
Botulismo 35 0,25 0,03 44.600 5,46 2.435
Erlichose 23 0,15 0 26.900 25,87 6.959
Erlichiose crônica 70 1,5 1,7 23.500 73,89 17.364
Erlichiose crônica 10 0 0 26.000 19,3 5.018
Erlichiose crônica 66 1 1,7 15.900 12,62 2.007
Insuficiência renal
e erlichiose crônica
45 1 0,6 32.825 17,31 5.682
Piometra 55 1 1,5 26.900 38,32 10.308
*LLA: leucemia linfoblástica aguda
48
Anexo 2 – Tabela da correlação de todos os grupos.
TABELA 3: Coeficiente de correlação (r) dos valores de plaquetas reticuladas
relativas e absolutas com as duas técnicas de quantificação de megacariócitos.
Plaqueta
reticulada
(Todos)
Plaqueta
reticulada
(controle)
Plaqueta
reticulada
(A)
Plaqueta
reticulada
(B)
% µL % µL % µL % µL
Megacariócitos
por espícula
-0,09
a
0,24
a
0,18
a
0,22
a
-0,18
a
0,075
a
0,25
a
0,24
a
Megacariócitos
por campo
-0,02
a
0,28
a
0,21
a
0,23
a
-0,004
a
0,15
a
0,30
a
0,29
a
Letra “a” indica ausência de correlação significativa (p>0,05)
49
Anexo 3 – Gráficos de correlação
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Megacariocito por espicula
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Plaqueta reticulada (%)
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Megacariocito por espicula
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Plaqueta reticulada (%)
GRÁFICO 3: Correlação plaquetas
reticuladas (%) com megacariócitos por
espícula, grupo B.
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Megacariocito por espicula
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Plaqueta reticulada (%)
GRÁFICO 2: Correlação plaquetas
reticuladas (%) com megacariócitos por
espícula, grupo A.
GRÁFICO 1: Correlação plaquetas
reticuladas (%) com megacariócitos por
espícula, grupo controle.
50
GRÁFICO 4: Correlação plaquetas
reticuladas L) com megacariócitos por
campo, grupo controle.
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
0 6000 12000 18000 24000 30000
36000
Plaqueta reticulada
GRÁFICO 6: Correlação plaquetas
reticuladas L) com megacariócitos por
campo, grupo B.
GRÁFICO 5: Correlação plaquetas
reticuladas L) com megacariócitos por
campo, grupo A.
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
0
6000
12000
18000
24000
30000 36000
Plaqueta reticulada
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
0
6000 12000
18000
24000 30000
36000
Plaqueta reticulada
51
NORMAS PARA SUBMISSÂO DO ARTIGO
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52
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conclusions. It should note the relevance to veterinary science as well as the
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c) Introduction.
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h) References.
i) Manuscripts should have numbered lines, with wide margins and double
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C.M., 2003 Echinococcosis - an international public health challenge. Research
in Veterinary Science 74, 191-202. References to books and monographs
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53
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54
ARTIGO CIENTÍFICO
MENSURAÇÃO DA ATIVIDADE TROMBOPOIÉTICA ATRAVÉS DA
QUANTIFICAÇÃO DE MEGACARIÓCITOS EM CITOLOGIA DE MEDULA
ÓSSEA E PLAQUETAS RETICULADAS.
SILVA, L F N
1
, GOLIM, M A
2
, TAKAHIRA, R K
1
.
1
Departamento de Clínica veterinária, Faculdade de Medicina Veterinária e
Zootecnia Unesp-Botucatu, Botucatu-São Paulo, Brasil.
2
Laboratório de Citometria de Fluxo, Hemocentro, Faculdade de Medicina
Unesp-Botucatu, Botucatu-São Paulo, Brasil,
Introdução
A avaliação da resposta da medula óssea a anemia é bem esclarecida e
muito utilizada para categorização, terapêutica, prognóstico e
acompanhamento. No entanto em relação à regeneração da trombocitopenia,
que é uma condição hematológica comum principalmente em cães, os dados
são insuficientes e essa avaliação limita-se usualmente a colheita de medula
óssea.
A avaliação da produção de plaquetas pela medula óssea, bem como a
diferenciação das causas de trombocitopenia, frequentemente é feita pela
quantificação do número de megacariócitos em citologia e biópsia de medula
óssea. Outra técnica menos invasiva, é a quantificação das plaquetas
reticuladas que permite a mensuração da atividade trombopoiética pelo sangue
periférico.
Um estudo retrospectivo relatou que a citologia de medula óssea isolada
pode não proporcionar diagnóstico em cães com trombocitopenia intensa a
moderada sendo um recurso pouco eficiente na avaliação e manejo destes
pacientes (Miller e Lunn, 2005).
Devido à dificuldade quanto à quantificação do número de megacariócitos
em citologia em razão da distribuição irregular dessa célula no esfregaço e da
diversidade de técnicas de quantificação, há uma variação muito grande quanto
aos valores para cães encontrados em literatura (Tyler, 1998; Weiss, 2000;
55
Gridem, 2002; Mishcke, 2002; Weiss, 2002; Thrall, 2004; Weiss, 2004;
Mylonakis et al, 2005; Villers, 2005; Gridem, 2008).
Apesar da citologia e biópsia de medula óssea serem mais utilizadas em
animais para avaliação da trombopoiese; estudos em humanos e poucos
estudos em medicina veterinária relatam a importância das plaquetas
reticuladas como marcadores da trombopoiese medular.
Plaquetas reticuladas (PR) são consideradas plaquetas jovens que contém
maior quantidade de RNA em seu interior, sendo comparadas com os
reticulócitos de hemácias (Stockham e Scott 2002, Richards e Baglin, 1995;
Saxon et al, 1998; Wang et al, 2002). Dale et al. (1995), afirmam que plaquetas
jovens são coradas por thiazole orange permanecendo positivas por 24 horas,
sendo esse um método para estimar a produção plaquetária, pois esse corante
tem alta fluorescência em citometria de fluxo, e principalmente, grande
afinidade por ácido nucléico. (Kienast, 1990).
Essas plaquetas são consideradas marcadores da trombopoiese medular e
apresenta vantagens quando comparada com outros métodos para a avaliação
da trombopoiese como a análise da medula óssea, que é considerada uma
técnica mais invasiva, de interpretação subjetiva e alto custo (Richards e
Baglin, 1995, Russel, 1997, Saxon 1998, Jiménez 2000, Michimoto, 2004).
A quantificação de PR permite diferenciar as causas de trombocitopenia,
particularmente em doenças complexas na qual a etiologia da trombocitopenia
é multifatorial e a contribuição do consumo de plaquetas ou da aplasia de
medula pode ser de difícil determinação (Saxon, 1998; Kajihara et al., 2007),
sendo uma técnica de alta sensibilidade e especificidade para diferenciar se a
etiologia da trombocitopenia é por consumo ou por aplasia (Rinder et al., 1993;
Richards e Baglin, 1995).
Em cães o trombocitopênicos não foi observada diferença significativa
nos valores de PR entre os animais saudáveis e os clinicamente doentes
(Smith e Thomas, 2002). No entanto, em 36 de 45 es trombocitopênicos foi
verificado aumento no mero de plaquetas reticuladas em comparação com o
grupo controle (Weiss, 1998).
Os objetivos do presente trabalho foram: comparar duas técnicas de
quantificação de megacariócitos em citologia de medula óssea de cães;
estabelecer um valor de referência para plaquetas reticuladas compará-los com
56
os presentes em literatura; avaliar a importância das plaquetas reticuladas
como marcadores da trombopoiese em cães.
Materiais e métodos
Grupos experimentais
O grupo controle foi constituído de 29 cães sadios adultos (1 a 8 anos), de
ambos os sexos. Os animais foram selecionados com base no exame físico e
resultados do hemograma.
O grupo A foi constituído de 14 cães com trombocitopenia (< 100.000
plaquetas/µL), por causas diversas que não sejam por hipoplasia
megacariocítica, constatada por meio de citologia aspirativa da medula óssea.
O grupo B foi constituído de 14 cães com trombocitopenia (< 100.000
plaquetas/µL), e com hipoplasia megariocítica, constatada por meio de citologia
aspirativa da medula óssea.
Colheita das amostras
Sangue total
Foram colhidos 10 mililitros de sangue com EDTA potássico, de todos os
cães e de todos os grupos para realização do hemograma no contador
hematológico automático Cell-Dyn 3500 (Abbott Laboratories, Chicago, Ill,
USA) e posterior extração do plasma rico em plaquetas para realização da
citometria de fluxo.
Medula óssea.
Após a indução a anestésica, a medula óssea foi colhida mediante punção
da cabeça do úmero. Foi colhido um volume máximo de 0,5 mL de medula
óssea por colheita, em EDTA a 3%.
O material medular foi dispensado em uma placa de Petri e com o auxílio
de um tubo capilar, foram colhidas de 10 a 15 espículas de medula óssea,
dispensadas em lâmina para realização do squash, as lâminas foram secas ao
ar, fixadas com metanol para posterior coloração tipo Rosenfeld e leitura.
57
Preparação das plaquetas reticulada para citometria de fluxo
As plaquetas reticuladas foram obtidas após separação do plasma rico em
plaquetas, a partir de 8mL de sangue. O PRP foi separado do sangue total por
centrifugação a 450g por quatro minutos, em até trinta minutos após a colheita.
Foi preparada a solução mãe de thiazole orange diluindo-se 10 mg de
thiazole orange em (Sigma-Aldrich) em 100 mL de metanol PA (Merck) e
mantida em frasco âmbar e no escuro até o momento da utilização.
A solução de thiazole orange utilizada foi obtida de acordo com Santoro
(2004), diluindo-se 10µL da solução mãe de thiazole em 50 mL de PBS, de
modo a obter uma concentração de 20 ng/mL, sendo preparada no momento
da preparação das plaquetas.
As plaquetas reticuladas foram analisadas utilizando-se dois tubos: um
tubo branco com 475 µL de PBS, e outro tubo teste com 475 µL da solução de
thiazole orange. Posteriormente 25 µL do plasma rico em plaquetas foram
adicionadas em cada tubo e incubadas por 60 minutos no escuro, modificado
de Santoro, 2004. A leitura no equipamento foi imediatamente após incubação.
Citometria de fluxo
As amostras foram analisadas no equipamento de citometria de fluxo
(FACSCalibur
®
, Becton Dickinson Immunocytometry Systems), utilizando-se o
software Cell Quest
®
. A seleção da população plaquetária (gate) foi feita com
uso dos parâmetros de tamanho (FSC-Forward Scatter) e granulosidade (SSC-
Side Scatter), ambos em escala logarítmica, contando 10000 eventos na região
de plaquetas.
A positividade das plaquetas reticuladas foi avaliada através do percentual
de fluorescência coletada por um filtro de 560nm frente à marcação com
thiazole orange. A autofluorescência das plaquetas foi excluída por meio de um
histograma das plaquetas sem marcação (tubo sem thiazole orange),
escolhendo-se o marcador para análise no qual 1% da maioria da fluorescência
obtida ficasse em FL1, o mesmo marcador foi utilizado para análise das
amostras marcadas com thiazole orange.
58
Leitura e análise das lâminas de medula óssea
As lâminas foram analisadas em microscópio óptico. A estimativa da
celularidade foi realizada em menor aumento estimando-se a quantidade de
células e gordura presente em cada espícula. Os megacariócitos foram
quantificados por duas técnicas: número de lulas por espícula, e número de
células por campo (objetiva de 10x), através da contagem de 25 a 30 campos,
segundo Mischke, 2002. Para a contagem de megacariócitos considerou-se
todas as formas imaturas e maduras, identificando-se a lulas por análise
morfológica – células grandes, com núcleo lobulado (1 a 8 núcleos) e cromatina
frouxa, citoplasma azulado de claro a escuro, podendo apresentar grânulos
azurofílicos seos. Os achados foram comparados e analisados de acordo
com os valores presentes em literatura (Mischke, 2002; Smith, 2002, Harvey,
2003 e Mylonakis, 2005).
A hipoplasia megacariocítica foi caracterizada pela presença de menos que
dois megacariócitos em média por espícula à análise dos esfregaços de
medula óssea. A resposta foi considerada adequada diante da presença de
dois a cinco megacarócitos; ou aumentada, na presença de mais do que cinco
megacariócitos.
Análise estatística
Os resultados foram submetidos à análise descritiva e à análise estatística
ao nível de 5% de significância. Inicialmente os dados foram submetidos ao
teste de normalidade, sendo os dados paramétricos, as médias dos grupos
foram comparadas por meio da análise de variância (ANOVA), a correlação foi
calculada pelo coeficiente de correlação de Pearson e respectivo valor de p
para o teste de r ser estatisticamente diferente de zero. Foram utilizados
gráficos de dispersão para representação da correlação. O programa utilizado
para todas as análises foi Stata versão 10.0 (Stata Corporation College Station,
Estados Unidos).
59
Resultados
Contagem total de plaquetas e celularidade medular
A média e desvio padrão da contagem total de plaquetas no grupo controle
foi de 257.448 ± 50.767/µL e a celularidade medular foi de 39,3 ± 8,5%,
estando em concordância com os valores de referência propostos em literatura
(Harvey, 2001 e Jain, 1993). As médias e desvios padrão da contagem
plaquetária foi de 49.627 ± 20.155/µL e de 23.475 ± 10.181/µL nos grupos A e
B, respectivamente. A celularidade medular foi de 59,8 ± 15,9% e 42,7 ± 26,6%
nos grupos A e B, respectivamente, sendo que esta foi estatisticamente
superior (p<0,05) no grupo A em relação ao grupo controle e ao grupo B. No
entanto, ao comparar o grupo controle com o grupo B não foi observada
diferença estatística (p>0,05) para esta variável.
Quantificação de plaquetas reticuladas e megacariócitos.
A quantificação de plaquetas reticuladas em valores relativos, absolutos e
corrigidos e a quantificação de megacariócitos por duas técnicas distintas estão
apresentadas na Tabela 1, bem como a análise estatística entre os grupos e as
duas técnicas de quantificação de megacariócitos.
Após a observação dos valores relativos e absolutos sugeriu-se o lculo
do valor corrigido para plaqueta reticulada, dividindo-se o valor absoluto pelo
valor médio de plaquetas em cão (350.000 plaquetas/µL), adaptado do cálculo
utilizado para reticulócitos de hemácias (Jain, 1993).
Tabela 1: Valores relativos, absolutos e corrigidos para plaquetas reticuladas,
megacariócitos por espícula e por campo apresentados em média e desvio
padrão, e as respectivas análises estatísticas.
60
Grupos
Controle A B
Plaquetas reticuladas
%
1,3 ± 0,9
a
17,7 ± 9,7
b
18,3 ± 19,0
b
Plaquetas Reticuladas
L
3.309 ± 2.783
a
9.164 ± 8328
b
4566 ± 4694
a,b
Plaquetas reticuladas
corrigidas
0,9 ± 0,8
a
2,6 ± 2,4
b
1,3 ± 1,3
a,b
Megacariócitos por
espícula
3,4 ± 1,5
b,A
4,8 ± 2,2
c,A
0,6 ± 0,6
a,A
Megacariócitos por
campo
3,1 ± 1,7
b,A
4,7 ± 2,2
c,A
0,6 ± 0,7
a,A
Letras minúsculas diferentes indicam diferença estatística entre grupos (p<0,05).
Letras maiúsculas diferentes indicam diferença estatística entre técnicas (p<0,05).
Correlação entre as técnicas de quantificação de megacariócitos
Ao correlacionar as técnicas de quantificação de megacariócitos em
medula óssea considerando-se todos os animais, obteve-se uma correlação
alta (r= 0,89) (gráfico 1). Ao avaliar a correlação das técnicas dentro de cada
grupo, esta se manteve alta, no entanto foi discretamente menor no grupo A
(r= 0,77)
Correlação das plaquetas reticuladas com megacariócitos
A correlação entre as plaquetas reticuladas e os megacariócitos não foi
significativa (p>0,05), resultando em índices de correlação (r) baixos
(Tabela 2).
A correlação dos valores absolutos das plaquetas reticuladas com os
valores de megacariócitos por espícula e por campo foi de 0,31 e 0,31,
respectivamente. Sendo que o grupo A apresentou o menor valor, para ambas
as técnicas, de 0,22 para megacariócitos por espícula e de 0,20 para
megacariócitos por campo.
A correlação dos valores relativos das plaquetas reticuladas com os
valores de megacariócitos por ambas as técnicas foi nula (r< 0,1). Entretanto,
na correlação dentro dos grupos, o grupo controle e o grupo B apresentaram
uma correlação moderadamente baixa entre as duas variáveis, sendo de 0,25 a
61
0,30 e 0,24 a 0,35 respectivamente. O grupo A apresentou correlação negativa
(r= -0,10).
Tabela 2: Correlação (r) das plaquetas reticuladas relativas e absolutas com as
duas técnicas de quantificação de megacariócitos.
PR (todos) PR (Controle)
PR (Grupo A) PR(Grupo B)
% uL % uL % uL % uL
Megac/espicula
-0,06
a
0,31
a
0,33
a
0,35
a
-0,01
a
0,22
a
0,25
a
0,52
a
Megac/campo -0,004
a
0,31
a
0,22
a
0,24
a
-0,10
a
0,20
a
0,30
a
0,46
a
PR: plaqueta reticulada
Megac: megacariócitos.
Letra “a” indica ausência de correlação significativa (p>0,05)
Discussão
A mensuração das plaquetas reticuladas e dos megacariócitos na medula
óssea foram realizadas em cães não trombocitopênicos e em cães
trombocitopênicos nas condições de hipoplasia de megacariócitos e produção
adequada de megacariócitos, adotando a quantificação desta célula como teste
ouro para a classificação dos grupos.
Quantificação de megacariócitos em citologia de medula óssea
Visto que valores de referência para megacariócitos em medula óssea
ficam a cargo da cnica utilizada no preparo e leitura das lâminas, bem como
da experiência do patologista clínico (Mylonakis, 2005). No presente estudo
foram observados valores muito semelhantes entre as técnicas, com correlação
alta e sem diferença estatística (p>0,05) em todos os grupos.
Os resultados encontrados para os megacariócitos em es saudáveis são
semelhantes àqueles relatados em literatura. Para os cães com
trombocitopenia, os considerados hipoplásicos apresentaram uma quantidade
extremamente diminuída de megacariócitos em citologia de medula.
Para os cães considerados com resposta adequada, os megacariócitos
foram mais abundantes, no entanto nenhum animal apresentou uma resposta
62
extrema com mais de 10 ou 15 megacariócitos. A quantidade máxima
observada nas duas técnicas foi de 8 megacariócitos.
Quantificação das plaquetas reticuladas
Os valores relativos e absolutos encontrados nos es do grupo controle
foram semelhantes ao relatado para cães em sangue total (Smith, 2002), e
inferiores para os valores relativos relatados por Weiss and Townsend (3,9-
15,1%). No entanto, esses autores utilizaram PRP fixado com paraformaldeído
que pode justificar as diferenças observadas. Em cães não trombocitopênicos é
esperado uma baixa porcentagem de plaqueta reticulada, pois o estímulo para
o aumento da produção de plaquetas é a diminuição da massa plaquetária.
Os cães do grupo A apresentaram, em sua maioria, altos valores de
plaquetas reticuladas relativos e absolutos. Os cães do grupo B, também
apresentaram, em sua maioria, altos valores de plaquetas reticuladas,
principalmente relativo, não apresentando a mesma condição para os valores
absolutos devido ao reduzido número de plaquetas na contagem total. Situação
semelhante foi observada em cães com TIM primária e secundária (Wilkerson,
2001).
Alguns animais que apresentaram uma medula extremamente hipocelular
(10-15%) e com hipocelularidade de megacariócitos (0-1), foram condizentes
com a literatura que relata que em pacientes em condição de hipoplasia de
megacariócitos é observada pouca quantidade de plaquetas reticuladas
(Rinder, 1993).
Na maioria dos animais do grupo B que apresentaram celularidade normal
foi observada uma contagem de PR aumentada. Um animal chegou a
apresentar uma contagem de 73,9% de plaquetas reticuladas, sugerindo um
componente imunomediado, pois altos valores de PR têm sido apontados como
os melhores indicadores de TIM (Rinder et al, 1993; Michimoto et al, 2002;
Sakakura et al , 2005)
Essa observação evidencia que nem sempre animais considerados com
hipoplasia de megacariócitos na citologia de medula óssea estariam realmente
com a produção de plaquetas diminuída, salvo casos de hipoplasia intensa.
Apesar disso, a literatura humana considera que as plaquetas reticuladas são
um indicador confiável da trombopoiese, assumindo que baixas contagens de
PR estão associadas à hipoplasia megacariocítica. Entretanto, não foram
63
encontrados relatos em medicina veterinária relacionado-as à quantificação de
megacariócitos da medula.
De certa forma, a quantificação de megacariócitos medulares é útil,
principalmente em medicina veterinária, pois a citometria de fluxo ainda é uma
realidade distante da rotina clínica, além do que a análise da medula óssea
permite a avaliação de outros parâmetros como morfologia celular e outras
linhagens hematopoiéticas.
Para humanos, um valor de 15% de PR pode ser considerado como
resposta adequada à trombocitopenia quando a contagem plaquetária é de
aproximadamente 70.000/µL (Richards e Baglin, 1995), no entanto esse estudo
não menciona um valor de resposta adequada para valores abaixo de
70.000/µL. Por outro lado, para cães, trabalhos referem valores limites para
plaqueta reticulada de 6-7% (Wilkerson, 2001, Smith e Thomas, 2002).
Considerando esse valor, apenas dois animais no grupo A estariam com a
resposta medular inadequada à trombocitopenia, frente a cinco animas do
grupo B.
Os resultados observados nesse experimento reforçam que a utilização
isolada de um valor de corte de plaquetas reticuladas como indicador de
trombopoiese pode levar a interpretações equivocadas.
As plaquetas reticuladas são úteis na identificação das causas de
trombocitopenias, sendo utilizadas em humanos, principalmente como auxílio
diagnóstico e acompanhamento clínico nos casos de TP. De modo semelhante
ao encontrado em humanos, em cães, os maiores valores relativos de PR
foram observados em animais que apresentavam TIM primária (Hanahachi et
al, 2001, Wilkerson, 2001).
A interpretação da condição da medula óssea frente à trombocitopenia, a
partir dos valores absolutos (/µL) das plaquetas reticuladas, é discutível, pois
cães com altas contagens de plaquetas reticuladas (%) que não seriam
considerados com resposta satisfatória devido à baixa contagem total de
plaquetas. Esta condição pode indicar que o valor relativo (%) de PR seja mais
adequado para mensurar a resposta medular à trombocitopenia.
A grande maioria dos trabalhos em humanos discute e relata apenas
valores relativos. Em contrapartida, os trabalhos em veterinária relatam valores
64
absolutos, no entanto, discutem o aumento da produção plaquetária através
dos valores relativos.
Correlação entre as técnicas de quantificação de megacariócitos
A alta correlação entre as duas técnicas de quantificação de
megacariócitos indica que, embora a literatura relate as diferenças entre
valores de referência entre as técnicas de quantificação de megacariócitosa, as
técnicas aqui proposta são praticamente iguais e variam da mesma forma
frente à condição de resposta à trombocitopenia.
Correlação das plaquetas reticuladas com os megacariócitos.
Não foi observada correlação significativa (p>0,05) entre plaquetas
reticuladas e megacariócitos, corroborando com a discussão efetuada
anteriormente, destacando a importância da interpretação conjunta de dados
clínicos e laboratoriais, incluindo a avaliação da medula óssea.
A quantificação das PR tem se mostrado útil na diferenciação das causas
de trombocitopenia, porém neste trabalho não objetivou identificar a etiologia
das trombocitopenias. Por outro lado, a ausência de correlação observada não
nos permite estabelecer relações de contagem de PR com o aumento da
produção de megacariócitos na medula óssea.
Embora a contagem relativa de PR seja amplamente utilizada na literatura
médica e veterinária em detrimento da utilização do valor absoluto, neste
trabalho os índices de correlação entre os megacariócitos e a contagem de PR
absoluta e corrigida, embora não significativos, foram superiores em relação à
contagem de PR relativa. Esta contradição evidencia a necessidade de mais
estudos e de uma discussão mais ampla, uma vez que no caso dos
reticulócitos das células eritróides, o preconizado é a interpretação do número
absoluto ou do relativo corrigido (Jain, 1993).
65
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