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UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA QUÍMICA
Ub a
2005
FACULDADE DE ENGENHARIA QUÍMICA
AVALIAÇÃO DA BIODEGRADAÇÃO DE EFLUENTE
CONTENDO ÓLEO DIESEL EMPREGANDO
CULTURA MISTA ENRIQUECIDA COM BACTÉRIAS
REDUTORAS DE SULFATO (BRS)
erlândi
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA
FACULDADE DE ENGENHARIA QUÍMICA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA QUÍMICA
AVALIAÇÃO DA BIODEGRADAÇÃO DE EFLUENTE
CONTENDO ÓLEO DIESEL EMPREGANDO
CULTURA MISTA ENRIQUECIDA COM BACTÉRIAS
REDUTORAS DE SULFATO (BRS)
Cynara Reis Aguiar
Dissertação de mestrado apresentada ao
Programa de Pós-Graduação em Engenharia
Química da Universidade Federal de
Uberlândia como parte dos requisitos
necessários à obtenção do título de Mestre
em Engenharia Química, área de
concentração em Pesquisa e
Desenvolvimento de Processos Químicos.
Uberlândia - MG
2005
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DISSERTAÇÃO DE MESTRADO SUBMETIDA AO PROGRAMA DE PÓS-
GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA QUÍMICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE
UBERLÂNDIA COMO PARTE DOS REQUISITOS PARA OBTENÇÃO DO TÍTULO DE
MESTRE EM ENGENHARIA QUÍMICA, EM 26 / 08 / 2005.
BANCA EXAMINADORA:
_____________________________
Profa. Dra. Vicelma Luiz Cardoso
Orientadora (PPG-EQ/UFU)
_____________________________________
Profa.. Dra. Eliana Flávia Camporese Sérvulo
(EQ/UFRJ)
_____________________________________
Prof. Dr. Ubirajara Coutinho Filho
(PPG-EQ/UFU)
_____________________________________
Profa. Dra. Magali Christe Cammarota
(EQ/UFRJ)
Dedico este trabalho aos meus pais,
Marcelo e Filomena, aos meus
irmãos, Cynthia e Anderson, ao
Venceslau e a todos os amigos e
familiares que me deram apoio e
incentivo nesta etapa tão importante
da minha vida.
AGRADECIMENTOS
A Deus pela herança da vida, pela oportunidade, pela força e pela paz interior,
sem as quais seria impossível dar seguimento a esta etapa tão importante e tão
gratificante da minha vida;
À Profª. Vicelma Luiz Cardoso pela orientação, pela total dedicação e confiança
neste trabalho, pelos ensinamentos e pela amizade;
Á Profª. Eliana Flávia Camporese Sérvulo pela co-orientação, colaboração e
incentivo ao longo deste projeto;
À CAPES pela oportunidade a mim concedida de fazer parte do programa de
pós-graduação e pelo apoio financeiro, sem o qual este projeto pessoal não
poderia ser realizado;
À Escola de Química da Universidade Federal do Rio de Janeiro pelo
fornecimento da cultura microbiana empregada neste trabalho e pelas análises
realizadas de forma a complementar meus resultados;
Ao CETEM por ter cedido o biosurfactante raminolipídeo empregado neste
trabalho;
À Petrobrás pela realização da análise de enxofre presente no óleo diesel;
Aos amigos e parceiros do Núcleo de Bioquímica, especialmente ao Cristian
Bolner, à Patrícia Vieira, à Sandra Faria, à Cristiane Lopes pela ajuda sempre
disponível, pelos momentos de descontração e de alegria;
Aos alunos de iniciação científica, Aline Marques, Rafael Vieira e Talita
Alexandrina pela ajuda nos experimentos e atividades do laboratório que muito
contribuíram para o êxito deste trabalho;
À amiga Sandra Mara Santana Rocha (Ballu) pela parceria, pelo apoio, pelas
horas mais divertidas, pelo incentivo nas horas mais difíceis. À amiga Taísa
Shimosakai de Lira por ser uma pessoa especial nesta etapa da minha vida, pela
amizade e ajuda sempre que precisei. À vocês agradeço parte do resultado deste
trabalho e de vocês levarei e guardarei a mais sincera amizade;
Ao Cláudio Duarte pela elaboração do programa utilizado na otimização do
planejamento experimental e pelo esclarecimento das dúvidas;
Ao Édio Alves pela ajuda e colaboração nos assuntos relacionados à informática;
Ao Anísio Ferreira Martins Júnior pela confecção do suporte do reator e outros
acessórios;
Aos técnicos e funcionários da FEQUI pela ajuda indispensável;
Aos professores João Jorge Damasceno, Luiz Cláudio Oliveira, Ricardo Reis,
Márcia Gonçalves, Moilton Ribeiro, Euclides Honório pelo aprendizado obtido
nas disciplinas por eles ministradas;
Ao professor Eloízio Júlio Ribeiro pelo incentivo, pelo carinho e atenção. Ao
professor Ubirajara Coutinho Filho pelas correções, críticas e sugestões ao meu
trabalho e pela ajuda sempre disponível. À profa. Miriam Maria de Resende e a
profa. Magali Christe Cammarota pelas sugestões e correções que muito
contribuíram para finalização do trabalho;
Aos amigos Alessandra Azevedo, Alexandre Bezerra, Ângelo Roncalli, Camila
Bezerra, Carlos Eduardo Aguiar, Cristiane Capistrano, Diana Lopes, Flávio
Azevedo, Luana Alam Mendonça, Temístocles Luz pelos vários momentos de
descontração, pela amizade, pelo companheirismo, sem os quais seria difícil
seguir esta caminhada;
Ao Venceslau Xavier de Lima Filho pelo incentivo, pelo amor e carinho, pelas
orientações preciosas, pela amizade sincera e pelos bons momentos;
Aos meus pais Filomena Maria Reis Aguiar e Marcelo Rios Aguiar pelo apoio
incondicional, pelo incentivo, pelo amor, que mesmo distantes sempre se fizeram
presentes durante todo este período. A eles agradeço a minha educação, a minha
alegria, a minha vida. Aos meus irmãos Anderson e Cynthia pela amizade, pelo
amor, pelo apoio e pelo histórico de felicidade;
Aos meus familiares (família Reis e família Aguiar) pela ajuda, pelo carinho,
pelas recordações familiares. Especialmente agradeço aos meus tios Carlos
Alberto Reis, Graça Reis, Marta Rios pela amizade e pelo carinho especial;
A todos que colaboraram para o bom desenvolvimento deste trabalho.
“A alegria está na luta, na tentativa, no sofrimento envolvido.
Não na vitória propriamente dita.”
Mahatma Gandhi
SUMÁRIO
Ìndice de Figuras ................................................................................................................. v
Índice de Tabelas................................................................................................................. viii
Resumo................................................................................................................................ x
Abstract................................................................................................................................ xi
CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO E OBJETIVOS.......................................................... 1
CAPÍTULO 2 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA............................................................. 5
2.1 – PETRÓLEO................................................................................................................ 5
2.1.2 – Características e composição química do petróleo ........................................ 6
2.1.3 – Óleo diesel...................................................................................................... 8
2.1.4 – Problemas ambientais relacionados com derivados de petróleo.................... 12
2.2 – TÉCNICAS PARA DESPOLUIÇÃO DE ÁREAS CONTAMINADAS POR
HIDROCARBONETOS DE PETRÓLEO .......................................................................... 14
2.2.1 – Tratamentos físico-químicos ou abióticos ..................................................... 15
2.2.2 – Tratamentos biológicos.................................................................................. 16
2.3 – BIODEGRADAÇÃO ANAERÓBIA......................................................................... 20
2.4 – MICRORGANISMOS ENVOLVIDOS NA BIODEGRADAÇÃO DE
HIDROCARBONETOS DE PETRÓLEO .......................................................................... 22
2.5 – BACTÉRIAS REDUTORAS DE SULFATO (BRS) ................................................ 23
2.5.1 – Caracterização................................................................................................ 25
2.5.2 – Crescimento ................................................................................................... 27
2.5.3 – Cultivo............................................................................................................ 28
2.5.4 – Ciclo do enxofre e redução desassimilativa do sulfato.................................. 29
2.6 – BIODEGRADAÇÃO ANAERÓBIA DE HIDROCARBONETOS DE PETRÓLEO:
METABOLISMO................................................................................................................ 32
2.7 – BIOSURFACTANTE................................................................................................. 38
CAPÍTULO 3 – MATERIAIS E MÉTODOS................................................................. 42
3.1 – ÓLEO DIESEL........................................................................................................... 42
3.2 – CULTURA MICROBIANA ...................................................................................... 42
3.3 – BIOSURFACTANTE................................................................................................. 42
3.4 – MEIOS DE CULTIVO............................................................................................... 42
3.5 – MANUTENÇÃO DA CULTURA MICROBIANA .................................................. 44
3.6– ACLIMATAÇÃO DA CULTURA MICROBIANA AO ÓLEO DIESEL................. 44
3.7 – TESTES PRELIMINARES........................................................................................ 45
3.7.1 – Concentração de óleo diesel utilizada no planejamento experimental........... 45
3.7.2 – Teste de sensibilidade da cultura microbiana ao biosurfactante.................... 45
3.7.3 – Concentração de nitrogênio utilizada no planejamento experimental ........... 46
3.7.4 – Padronização do inóculo da cultura microbiana. ........................................... 46
3.8 – PLANEJAMENTO EXPERIMENTAL..................................................................... 46
3.8.1 – Avaliação da biodegradação de óleo diesel ................................................... 50
3.8.2 – Análise estatística das respostas..................................................................... 51
3.9 – CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DO EFLUENTE SINTÉTICO DO
BIORREATOR.................................................................................................................... 54
3.10 – CINÉTICA DE BIODEGRADAÇÃO NO BIORREATOR.................................... 55
3.10.1 – Condições reacionais no biorreator.............................................................. 55
3.10.2 – Composição do meio reacional.................................................................... 56
3.10.3 – Operação do biorreator................................................................................. 56
3.11 – METODOLOGIA ANALÍTICA.............................................................................. 57
3.11.1 – Demanda química de oxigênio – DQO ........................................................ 58
3.11.2 – Demanda bioquímica de oxigênio – DBO ................................................... 58
3.11.3 – Óleos e graxas .............................................................................................. 58
3.11.4 – Sulfeto total.................................................................................................. 58
3.11.5 – Determinação de sulfato............................................................................... 59
3.11.5.1 – Determinação de sulfato em óleo diesel ................................................... 59
3.11.6 – Determinação de fósforo total ...................................................................... 60
3.11.7 – Determinação de nitrogênio total (KJELDAHL) ......................................... 60
3.11.8 – Determinação de hidrocarboneto total de petróleo (TPH)61
3.11.9 –QUANTIFICAÇÃO MICROBIOLÓGICA .................................................. 61
3.11.9.1 – Bactérias redutoras de sulfato (BRS).......................................... 61
3.11.9.2 – Bactérias anaeróbias.................................................................... 62
CAPÍTULO 4 – RESULTADOS E DISCUSSÃO .......................................................... 63
4.1 – ACLIMATAÇÃO DA CULTURA MICROBIANA ................................................. 63
4.2 – TESTE DE SENSIBILIDADE DA CULTURA MICROBIANA AO
BIOSURFACTANTE.......................................................................................................... 64
4.3 – PADRONIZAÇÃO DO INÓCULO DA CULTURA MICROBIANA ..................... 65
4.4 – PLANEJAMENTO EXPERIMENTAL..................................................................... 66
4.4.1 – Avaliação da biodegradação de óleo diesel ................................................... 66
4.4.2 – Análise estatística das respostas..................................................................... 66
4.4.2.1 – Remoção de TPH................................................................................ 67
4.4.2.2 – Quantificação de bactérias redutoras de sulfato ................................. 73
4.4.2.3 – Quantificação de bactérias anaeróbias................................................ 81
4.4.2.4 – Consumo de sulfato ............................................................................ 88
4.4.2.5 – Produção de H
2
S................................................................................. 94
4.4.2.6 – Resumo dos resultados do planejamento............................................ 101
4.5 – CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DO EFLUENTE SINTÉTICO DO
REATOR ............................................................................................................................. 102
4.6 – CINÉTICA DE BIODEGRADAÇÃO ....................................................................... 103
4.6.1 – Monitoramento do pH.................................................................................... 104
4.6.2 – Crescimento microbiano ................................................................................ 104
4.6.3 – Remoção de TPH ........................................................................................... 105
4.6.4 – Consumo do sulfato ....................................................................................... 108
4.6.5 - Produção de sulfeto ........................................................................................ 111
CAPÍTULO 5 – CONCLUSÕES E SUGESTÕES......................................................... 114
5.1 – CONCLUSÕES.......................................................................................................... 114
5.2 – SUGESTÕES PARA TRABALHOS POSTERIORES ............................................. 116
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................ 118
APÊNDICE A .................................................................................................................... 124
APÊNDICE B..................................................................................................................... 125
APÊNDICE C .................................................................................................................... 142
APÊNDICE D .................................................................................................................... 143
APÊNDICE E..................................................................................................................... 144
APÊNDICE F..................................................................................................................... 145
APÊNDICE G.................................................................................................................... 146
APÊNDICE H.................................................................................................................... 147
v
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1.1 - Acidentes em postos de combustíveis no Estado de São Paulo, atendidos
pela CETESB. Total de 541 acidentes, no período de 1984 a junho de 2004..................... 2
Figura 1.2 – Dados com base na distribuição dos acidentes por produtos identificados
nos atendimentos na Grande São Paulo, no período de 1984 e junho/2004........................ 2
Figura 1.3 – Causas dos vazamentos de combustíveis no Estado de São Paulo, no
período de 1984 a junho/2004. ............................................................................................ 3
Figura 2.1 – Modelos de Reatores Anaeróbios. .................................................................. 21
Figura 2.2 – Interações das bactérias redutoras de sulfato .................................................. 24
Figura 2.3 – Colônia de bactérias redutoras de sulfato da espécie Desulfobacter
postgatei, com um diâmetro celular de 1,5 mm................................................................... 27
Figura 2.4 – Ciclo Biológico do Enxofre. Célula-enxofre indica o enxofre ligado a
bactérias, fungos, animais e plantas. (1) Redução assimilativa do sulfato por bactérias,
fungos e plantas; (2) Morte e decomposição por bactérias e fungos; (3) Excreção do
sulfato por animais; (4) Assimilação do sulfeto por bactérias (e algumas plantas); (5)
Redução desassimilativa do sulfato; (6) Redução desassimilativa do enxofre elementar;
(7) Oxidação quimiotrófica e fototrófica do sulfeto; (8) Oxidação quimiotrófica e
fototrófica do enxofre.......................................................................................................... 30
Figura 2.5 - Possível rota para a redução desassimilativa do sulfato. ................................. 32
Figura 2.6 – Rotas Possíveis da Utilização de Hidrocarbonetos por Microrganismos. As
setas tracejadas indicam a ativação dos hidrocarbonetos.................................................... 33
Figura 2.7 – Rota da oxidação anaeróbia do tolueno a benzoil-CoA.................................. 36
Figura 2.8 – Rota conceitual de degradação de PAH sob redução de sulfato..................... 37
Figura 2.9 - Estrutura dos raminolipídeos RL1 produzido por Pseudomonas aeruginosa. . 40
Figura 3.1 – Esquema do Planejamento Composto Central................................................ 48
Figura 3.2 – Translação da superfície de resposta da origem para o ponto estacionário. ... 53
Figura 3.3 – Biorreator utilizado na cinética de biodegradação de óleo diesel................... 56
Figura 4.1 – Distribuição dos resíduos relativa à remoção de TPH. ................................... 69
Figura 4.2 – Valores preditos em função dos observados relativos à remoção de TPH. .... 70
vi
Figura 4.3 – Superfície de resposta para remoção de TPH em função das concentrações
de óleo diesel e NH
4
Cl. ....................................................................................................... 72
Figura 4.4 – Superfície de resposta para remoção de TPH em função das concentrações
de óleo diesel e biosurfactante............................................................................................. 73
Figura 4.5 – Superfície de resposta para remoção de TPH em função das concentrações
de NH
4
Cl e biosurfactante................................................................................................... 73
Figura 4.6 – Distribuição dos resíduos relativa à quantificação de BRS. ........................... 77
Figura 4.7 – Valores preditos em função dos observados relativos à quantificação de
BRS...................................................................................................................................... 77
Figura 4.8 - Superfície de resposta para quantificação de BRS em função das
concentrações de óleo diesel e de NH
4
Cl. ........................................................................... 79
Figura 4.9 - Superfície de resposta para quantificação de BRS em função das
concentrações de óleo diesel e biosurfactante..................................................................... 80
Figura 4.10 - Superfície de resposta para quantificação de BRS em função das
concentrações de NH
4
Cl e biosurfactante. .......................................................................... 80
Figura 4.11 – Distribuição de resíduos relativa à quantificação de bactérias anaeróbias. .. 84
Figura 4.12 – Valores preditos em função dos observados relativos à quantificação de
bactérias anaeróbias............................................................................................................. 84
Figura 4.13- Superfície de resposta para o crescimento de bactérias anaeróbias em
função das concentrações de óleo diesel e de NH
4
Cl.......................................................... 86
Figura 4.14- Superfície de resposta para o crescimento de bactérias anaeróbias em
função das concentrações de óleo diesel e biosurfactante................................................... 87
Figura 4.15 - Superfície de resposta para o crescimento de bactérias anaeróbias em
função das concentrações de NH
4
Cl e biosurfactante. ........................................................ 87
Figura 4.16 – Distribuição dos resíduos relativa à concentração final de sulfato. .............. 90
Figura 4.17 – Valores preditos em função dos observados relativos à concentração final
de sulfato. ............................................................................................................................ 90
Figura 4.18- Superfície de resposta para o consumo de sulfato em função das
concentrações de óleo diesel e de NH
4
Cl. ........................................................................... 92
Figura 4.19- Superfície de resposta para o consumo de sulfato em função das
concentrações de óleo diesel e biosurfactante..................................................................... 93
vii
Figura 4.20 - Superfície de resposta para o consumo de sulfato em função das
concentrações de NH
4
Cl e biosurfactante. .......................................................................... 93
Figura 4.21 - Distribuição dos resíduos relativa a produção de H
2
S................................... 96
Figura 4.22 - Valores preditos em função dos observados relativos a produção de H
2
S. ... 97
Figura 4.23 - Superfície de resposta para produção de H
2
S em função das concentrações
de óleo diesel e de NH
4
Cl.................................................................................................... 99
Figura 4.24 – Superfície de resposta para produção de H
2
S em função das concentrações
de óleo diesel e biosurfactante............................................................................................. 100
Figura 4.25 – Superfície de resposta para produção de H
2
S em função das concentrações
de NH
4
Cl e biosurfactante................................................................................................... 100
Figura 4.26 – Monitoramento do pH durante o processo de biodegradação....................... 104
Figura 4.27 – Monitoramento do TPH durante o processo de biodegradação .................... 106
Figura 4.28 – Consumo de TPH em cada período de coleta, durante o processo de
biodegradação...................................................................................................................... 107
Figura 4.29 – Monitoramento do teor de sulfato durante a biodegradação anaeróbia de
óleo diesel............................................................................................................................ 109
Figura 4.30 – Taxa de consumo de sulfato no período........................................................ 111
Figura 4.31 – Monitoramento da produção de sulfeto no processo de biodegradação. ...... 113
viii
ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 2.1 – Análise elementar do óleo cru típico (% em peso)......................................... 6
Tabela 2.2 – Constituintes do óleo cru típico...................................................................... 7
Tabela 2.3 – Composição química de um petróleo típico ................................................... 8
Tabela 2.4 – Frações de um petróleo típico......................................................................... 8
Tabela 2.5 – Especificações para óleo diesel automotivo comercial .................................. 10
Tabela 2.6 - Especificações para óleo diesel marítimo ....................................................... 11
Tabela 2.7 - Custo estimado de remediação para os diferentes tipos de tratamento. .......... 15
Tabela 2.8 – Vantagens e desvantagens dos processos anaeróbios..................................... 19
Tabela 2.9 - Equações estequiométricas da oxidação de tolueno por bactérias anaeróbias. 35
Tabela 3.1 – Composição do meio Postgate E modificado................................................. 43
Tabela 3.2: Variáveis do processo....................................................................................... 49
Tabela 3.3 – Matriz do planejamento.................................................................................. 50
Tabela 4.1 – Ensaio para aclimatação da cultura microbiana a diferentes concentrações
de óleo diesel. ...................................................................................................................... 63
Tabela 4.2 – Ensaio para aclimatação da cultura microbiana ao crescimento na ausência
de lactato de sódio. .............................................................................................................. 64
Tabela 4.3 – Teste de sensibilidade da cultura microbiana ao biosurfactante..................... 65
Tabela 4.4 – Valores obtidos na padronização do inóculo da cultura microbiana.............. 66
Tabela 4.5 – Resultados da remoção de TPH, em diferentes condições experimentais...... 67
Tabela 4.6 – Resultados da regressão múltipla para remoção de TPH................................ 68
Tabela 4.7 – Resultados da quantificação de bactérias redutoras de sulfato por NMP, nas
condições de cada experimento........................................................................................... 74
Tabela 4.8 – Resultados da regressão múltipla para a quantificação de BRS..................... 76
Tabela 4.9 – Resultados da quantificação de bactérias anaeróbias em NMP/mL, com as
condições de cada experimento........................................................................................... 81
ix
Tabela 4.10 - Resultados da regressão múltipla da quantificação de bactérias anaeróbias. 82
Tabela 4.11 – Resultados das concentrações de sulfato ao final do processo nas
condições de cada experimento........................................................................................... 88
Tabela 4.12 – Resultados da regressão múltipla para a concentração final de sulfato........ 89
Tabela 4.13 – Resultados da produção de H
2
S, nas condições de cada experimento. ........ 94
Tabela 4.14 – Resultados da regressão múltipla para a produção de H
2
S........................... 95
Tabela 4.15 – Resumo dos pontos de maximização das respostas...................................... 101
Tabela 4.16 – Caracterização físico-química antes e após o tratamento biológico do
efluente sintético do reator e padrões de lançamento.......................................................... 102
Tabela 4.17 – Concentração inicial e final de BRS e bactérias anaeróbias para
biodegradação de óleo diesel em biorreator ........................................................................ 105
Tabela 4.18 – Resultados obtidos da análise de TPH.......................................................... 106
Tabela 4.19 – Variação da concentração de sulfato e a taxa de consumo durante a
biodegradação anaeróbia de óleo diesel .............................................................................. 108
Tabela 4.20 – Produção de sulfeto na fase líquida, na fase gasosa e produção total........... 112
RESUMO
Este trabalho avaliou a biodegradação anaeróbia de hidrocarbonetos presentes em um efluente
sintético contendo óleo diesel. Para tanto, foi empregada uma cultura mista, isolada da água de
produção de Carmópolis - SE, enriquecida com bactérias redutoras de sulfato (BRS).
Inicialmente a cultura microbiana foi aclimatada em concentrações crescentes de óleo diesel
de 0,25% (v/v) a 5% (v/v), podendo-se observar crescimento em todas as concentrações
testadas. Foi realizado um planejamento composto central (PCC) para estudar a influência das
concentrações de óleo diesel, de nitrogênio (NH
4
Cl) e de biosurfactante industrial
(raminolipídeo) na biodegradação do óleo diesel em condição de anaerobiose. Foram
avaliadas como respostas a remoção de hidrocarboneto total de petróleo (TPH); o crescimento
de bactérias anaeróbias e bactérias redutoras de sulfato, o consumo de sulfato e a produção de
sulfetos. Com a otimização do processo de biodegradação anaeróbia, empregando a técnica de
superfície de resposta, obteve-se os pontos de maximização das respostas avaliadas no
planejamento. Os resultados da otimização da remoção de TPH mostraram que as
concentrações de 1,15% de óleo diesel; 2,92 g/L de NH
4
Cl e 0,06% de biosurfactante levam a
uma máxima degradação de hidrocarbonetos (80,56%). Estes dados foram então avaliados
numa cinética de biodegradação em biorreator à temperatura de 25 ± 2
o
C, sob agitação de 120
rpm, pH em torno de 7,0 e purgas de nitrogênio para estabelecer a condição de anaerobiose.
Nesta etapa a biodegradação de óleo diesel foi observada através da análise da remoção de
TPH, do crescimento microbiano, da concentração de sulfato e da produção de sulfeto. Como
resultado, obteve-se uma remoção de TPH de 82,2% após 38 dias de processo. As bactérias
anaeróbias apresentaram uma concentração da ordem de 10
10
NMP/mL, enquanto as BRS de
10
7
NMP/mL. A caracterização final do efluente mostra que os valores residuais ainda ficaram
acima dos limites máximos permitidos para descarte pela legislação ambiental vigente. Porém,
o resultado de remoção de TPH indica a viabilidade da biodegradação anaeróbia para
tratamento de efluentes contendo óleo diesel.
Palavras-chave
: óleo diesel, biodegradação anaeróbia, bactérias redutoras de sulfato,
tratamento biológico anaeróbio.
ABSTRACT
This work investigates the ability of anaerobic microorganism to biodegradation of
hydrocarbons from a synthetic effluent containing diesel fuel. For this purpose it was used a
mixed bacteria culture isolated from produced water generated in petroleum extraction in
Carmópolis–SE that was enriched with sulfate-reducing bacteria (SRB). This microbial
consortium was acclimated to increasing concentrations of diesel fuel from 0,25% (v/v) to 5%
(v/v). A central composite design (CCD) was done in order to study the influence of diesel
fuel, nitrogen (NH
4
Cl) and industrial biosurfactant (raminolipid) concentrations on diesel fuel
biodegradation at anaerobic conditions. The total petroleum hydrocarbon (TPH) removal, the
growth of anaerobic and sulfate-reducing bacteria, the sulfate consumption and sulfide
production were evaluated as responses. The response surface methodologies for optimization
of the anaerobic biodegradation showed the maximization points. The TPH removal
optimization results were 1,15% of diesel fuel; 2,92 g/L of NH
4
Cl and 0,06% of biosurfactant
to best result of hydrocarbon removal (80,56%). These results were evaluated using a
bioreactor at 25 ± 2°C, 120 rpm and with anaerobic condition provided by nitrogen gas. At
this stage the biodegradation was observed through analysis of TPH removal, microbial
growth, sulfate concentration and sulfide production. As result we obtained 82
,2% of TPH
removal after 38 days of process. Anaerobic bacteria showed the concentrations of cells at the
order of 10
10
NMP/mL, while the BRS exhibit 10
7
NMP/mL. The final effluent
characterization showed that the residual values were still above the maximum limits specified
by environmental legislation to discharge. However these TPH removal results indicates the
viability of anaerobic biodegradation in effluents containing diesel fuel treatment.
Key words
: diesel fuel, anaerobic biodegradation, sulfate-reducing bacteria, anaerobic
biological treatment.
CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO E OBJETIVOS
1 – INTRODUÇÃO
O mundo moderno tem se deparado com um problema crucial: aliar o progresso
tecnológico e a preservação ambiental, ou seja, promover o desenvolvimento industrial sem
prejuízo à saúde humana e ao meio ambiente.
Vários países têm se preocupado, em grande parte por pressão de organizações
ambientais e institutos de pesquisa, em reduzir a carga poluente gerada por atividades fabris,
dentre outras. Em conseqüência, protocolos foram assinados e leis rigorosas foram criadas,
sobretudo nos países desenvolvidos, impondo multas de grande monta aos causadores de
danos ao meio ambiente.
Nos últimos anos, o transporte de petróleo e seus diversos derivados, devido a
diferentes tipos de falhas, foi a causa de graves acidentes, com derramamento de grandes
quantidades de hidrocarbonetos, que resultaram em danos de graves conseqüências à
população e ao meio ambiente. Porém, a queima de combustíveis em automotores é que
representa a maior fonte de poluição nas cidades brasileiras dada a imensa quantidade de
veículos em circulação.
O óleo diesel é um dos combustíveis mais usados no nosso país, principalmente pela
frota rodoviária que consome quase a totalidade da produção nacional. As principais causas
de poluição por óleo diesel são as emissões de óxidos de enxofre na atmosfera. A
PETROBRÁS tem investido no desenvolvimento de tecnologias para dessulfurização do óleo
diesel e acaba de lançar o diesel 500, que apresenta 75% menos enxofre [BR Distribuidora,
2005].
Atualmente, o Brasil possui 32.697 postos de revenda de combustíveis, muitos dos
quais foram instalados na década de 70 [ANP, 2001; CETESB, 2005]. Por isso supõe-se que a
vida útil de grande parte dos tanques de armazenamento esteja próxima do final, aumentando
os riscos de ocorrência de vazamentos. Segundo a CETESB, no Estado de São Paulo foram
realizados 541 atendimentos emergenciais em postos de revenda de combustíveis e de
prestação de serviços, no período de 1984 a junho de 2004, como apresentado na Figura 1.1.
Dentre as emergências atendidas pela CETESB, em postos de revenda de
combustíveis na Grande São Paulo, no mesmo período, destaca-se que 19% destes foram
decorrentes de vazamento de óleo diesel conforme mostra a Figura 1.2.
Capítulo 1 – Introdução e Objetivos 2
Figura 1.1 - Acidentes em postos de combustíveis no Estado de São Paulo, atendidos pela
CETESB. Total de 541 acidentes, no período de 1984 a junho de 2004.
Fonte: CETESB, 2005.
Figura 1.2 – Dados com base na distribuição dos acidentes por produtos identificados nos
05.
este período, os principais causadores de vazamentos foram os tanques de
armazena
atendimentos na Grande São Paulo, no período de 1984 e junho/2004.
Fonte: CETESB, 20
N
mento e as tubulações, conforme representados na Figura 1.3. Os passivos
ambientais, como contaminação do solo ou da água subterrânea, resultantes de outras
ocorrências também foram consideráveis.
Capítulo 1 – Introdução e Objetivos 3
Figura 1.3 – Causas dos vazamentos de combustíveis no Estado de São Paulo, no período de
1984 a junho/2004.
Fonte: CETESB, 2005.
Uma das principais preocupações associadas ao vazamento de combustíveis é a
contaminação dos aqüíferos usados como fontes de abastecimento de água para o consumo
humano. Em virtude da solubilidade parcial em água, os combustíveis - que contêm mais de
uma centena de componentes - estarão inicialmente presentes no subsolo como líquido de fase
não aquo
inais de
combustíveis e postos de gasolina, cujo descarte na maioria das vezes ocorre sem o menor
cuidado.
Algumas técnicas já foram desenvolvidas para o tratamento de áreas contaminadas e
de eflue co-químicos e biológicos; os últimos empregam
micror i
biológicos
anaeróbios ente a biodegradação dos compostos orgânicos. No
entanto, nas últimas décadas, a biodegradação anaeróbia tem sido citada como uma técnica
promis a
[BOOPAT
Neste cas
[BOOPATHY, 2003b; GRISHCHENKOV et al., 2000; WIDDEL & RABUS, 2001; HEIDER
et al., 1999; ATLAS, 1981]. As BRS são microrganismos anaeróbios estritos que se
sa (NAPL) [VIEIRA, 2004; SILVA et al., 2002].
Outro problema é a geração de efluentes originados pelas lavagens de term
Note-se que estes efluentes devem ser submetidos a um tratamento, conforme
proposta deste trabalho, para posterior descarte ou reaproveitamento da água.
ntes, através de processos físi
gan smos com capacidade de degradar hidrocarbonetos de petróleo. Os processos
aeróbios por muito tempo foram dominantes uma vez que, em comparação com os
, promovem mais rapidam
sor no tratamento de solos e aqüíferos contaminados com hidrocarbonetos de petróleo
HY, 2004; BHANDARI & KARTHIKEYAN, 2001; WIDDEL & RABUS, 2001].
o, uma possibilidade é o emprego das bactérias redutoras de sulfato (BRS)
Capítulo 1 – Introdução e Objetivos 4
caracte a
compostos
P ente o tratamento de efluentes
contaminados com óleo diesel, proporcionando assim, um campo bastante amplo para avaliar
a ação m
N
anaeróbio riquecida com
bactérias redutoras de sulfato (BRS).
Os objetivos específicos foram:
Aclimatar a cultura mista enriquecida com BRS em meio sintético (meio Postgate
E modificado), com concentrações crescentes de óleo diesel, variando de 0,25%
(v/v) a 5% (v/v);
Otimizar as condições de processo através de um planejamento experimental,
avaliando o efeito das variáveis - concentrações de óleo diesel, de nitrogênio
empregando cloreto de amônio e de biossurfactante - na biodegradação do óleo
diesel;
Estudar o comportamento dessas variáveis com relação à remoção de
hidrocarbonetos totais de petróleo (TPH), ao crescimento microbiano, à produção
de gás sulfídrico e ao consumo de sulfato;
Avaliar a cinética de biodegradação anaeróbia do óleo diesel em efluente sintético
em biorreator, utilizando como condições de processo os valores de otimização das
variáveis para a remoção de hidrocarboneto total de petróleo (TPH).
riz m por utilizar o íon sulfato como aceptor final de elétrons para metabolização de
orgânicos [POSTGATE, 1984].
oucos estudos têm abordado especificam
de icrorganismos anaeróbios neste tipo de efluente.
este contexto, o objetivo geral deste estudo foi avaliar a viabilidade do tratamento
na biodegradação de óleo diesel, empregando uma cultura mista en
CAPÍTULO 2
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 – PETRÓLEO
O petróleo vem participando da vida do homem desde os tempos bíblicos. Antigas
civilizações já faziam uso de seus benefícios para diversos fins. Graças à sua gama de
derivados, dentre os quais destacam-se os combustíveis, o mundo experimentou um grande
desenvolvimento industrial e até os dias atuais tem no petróleo a maior fonte de energia e de
matéria-prima para as indústrias. Com o advento da petroquímica, centenas de novos produtos
são produzidos, muitos deles diariamente utilizados, como plásticos, borrachas sintéticas,
tintas, corantes, adesivos, solventes, detergentes, explosivos, produtos farmacêuticos,
cosméticos, etc. Com isso, o petróleo, além de produzir combustível, passou a ser
imprescindível às facilidades e comodidades da vida moderna [THOMAS, 2001].
O petróleo movimenta a economia mundial, sendo sua produção cada vez mais
intensa para suprir a demanda desta matéria-prima. A cada minuto são extraídas em torno de
seis mil toneladas de petróleo cru em todo o mundo. Ainda existem reservas de cerca de 136
bilhões de toneladas que, de acordo com estimativas, se o petróleo continuar sendo extraído
nesta proporção, será esgotado em aproximadamente 43 anos [Ambiente Brasil, 2005].
De acordo com o anuário estatístico de 2004 divulgado pela ANP (Agência Nacional
de Petróleo), até o ano de 2003 o Brasil possuía 9.209 poços produtores de petróleo e gás
natural, sendo que destes 8.439 estão no continente e outros 770 estão no mar;
correspondendo a uma reserva total de petróleo de 13 milhões 493 mil barris por dia só no
território brasileiro. O Brasil produziu 546 milhões e 74 mil barris de petróleo durante o ano
de 2003. Em todo o ano de 2004 foram refinados 38.535.016 m
3
de óleo diesel e 17.577.808
m
3
de gasolina [ANP, 2004].
Apesar de ser a matéria-prima mais disputada e que mais movimenta a economia
mundial, o petróleo é um poluidor em potencial do meio ambiente. As atividades de
prospecção, refino e transporte têm sido as principais causas de problemas ambientais.
Centenas de derramamentos de petróleo já geram danos incalculáveis aos oceanos e à
população praieira. Os vazamentos nos sistemas de armazenamento subterrâneo e a
disposição incorreta dos resíduos entre outras causas de poluição, provocam danos ao solo e
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 6
às águas subterrâneas e superficiais. Além disso, o efluente gerado devido à água de lavagem
de terminais de combustíveis e de postos de gasolina, muitas vezes despejado sem o menor
cuidado, deve ser tratado para posterior descarte ou reaproveitamento desta água.
2.1.2 – CARACTERÍSTICAS E COMPOSIÇÃO QUÍMICA DO PETRÓLEO
O petróleo é comumente encontrado em rochas sedimentares, onde a matéria
orgânica nelas depositada, oriunda de plantas e animais, é degradada pela ação de
microrganismos, em condições termoquímicas apropriadas, por milhões de anos [VIEIRA,
2003].
No estado líquido o petróleo é uma substância oleosa, inflamável, menos densa que a
água, com cheiro característico e cor variando entre o negro e o castanho-claro. É constituído,
basicamente, por uma mistura complexa de compostos químicos orgânicos, os
hidrocarbonetos [THOMAS, 2001]. Apesar de sua composição química variar em função do
reservatório, os diferentes tipos de petróleo apresentam semelhanças na análise elementar,
como mostrado na Tabela 2.1.
Tabela 2.1 – Análise elementar do óleo cru típico (% em peso).
Hidrogênio 11-14%
Carbono 83-87%
Enxofre 0,06-8%
Nitrogênio 0,11-1,7%
Oxigênio 0,1-2%
Metais Até 0,3%
Fonte: THOMAS, 2001.
Os constituintes do óleo cru, a fração líquida do petróleo, são apresentados na Tabela
2.2.
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 7
Tabela 2.2 – Constituintes do óleo cru típico
Constituinte Descrição
Hidrocarbonetos Saturados
ou Parafínicos
Moléculas lineares (C
5
a C
40
), ramificadas (C
1
a C
6
) e
cíclicas.
Hidrocarbonetos Aromáticos Contendo de um a sete núcleos aromáticos.
Resinas
Polímeros contendo compostos sulfurados,
nitrogenados e oxigenados.
Asfaltenos
Macromoléculas de estrutura altamente complexa
formadas por anéis aromáticos fundidos, núcleos
saturados e cadeias laterais ramificadas.
Hidrocarbonetos Insaturados
ou Olefínicos
Raros no óleo cru e formados no craqueamento das
frações do petróleo.
Fonte: BAPTISTA, 2003.
Outros constituintes do petróleo aparecem sob a forma de compostos orgânicos
contendo, principalmente, nitrogênio (piridinas, quinolinas, pirróis), enxofre (mercaptanas,
gás sulfídrico, sulfetos alifáticos e cíclicos), oxigênio (fenóis, cresóis, ácidos alifáticos, ácidos
aromáticos) e alguns metais [BAPTISTA, 2003]. Estes geralmente estão presentes nas frações
mais pesadas, podendo também aparecer em toda a faixa de ebulição do petróleo [THOMAS,
2001]. A Tabela 2.3 mostra a composição química de um petróleo típico.
A variabilidade da composição do petróleo influencia na evaporação, dissolução e
suscetibilidade ao ataque químico e bioquímico. Além disso, muitos dos hidrocarbonetos
constituintes do óleo cru possuem solubilidade em água limitada e decrescente com o
aumento da massa molecular, o que é desfavorável para a degradação microbiana
[DEL’ARCO, 1999].
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 8
Tabela 2.3 – Composição química de um petróleo típico
Parafinas normais 14%
Parafinas ramificadas 16%
Parafinas cíclicas
(naftênicas)
30%
Aromáticos 30%
Resinas e asfaltenos 10%
Fonte: THOMAS, 2001.
Os derivados de petróleo são obtidos através de destilação do óleo cru em frações de
diferentes pontos de ebulição. A Tabela 2.4 demonstra as frações de um petróleo típico.
Tabela 2.4 – Frações de um petróleo típico
Temperatura Fração
Inferior a 32,2
o
C Butanos e leves
32,2-104,4
o
C Gasolina
104,4-157,2
o
C Nafta
157,2-232,2
o
C Querosene
232,2-426,7
o
C Diesel
Superior a 426,7
o
C Resíduo
Fonte: VIEIRA, 2004.
2.1.3 – ÓLEO DIESEL
O óleo diesel é um combustível derivado do petróleo, constituído por uma mistura
complexa de hidrocarbonetos. É formado principalmente por átomos de carbono, hidrogênio e
em baixas concentrações por enxofre, nitrogênio e oxigênio, selecionados de acordo com as
características de ignição e de escoamento adequadas ao funcionamento dos motores diesel. É
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 9
um produto inflamável, medianamente tóxico, volátil, límpido, isento de material em
suspensão e com odor forte e característico [BR DISTRIBUIDORA – PETROBRÁS, 2005].
O óleo diesel é utilizado em motores de combustão interna e ignição por compressão
(motores do ciclo diesel) empregados nas mais diversas aplicações, tais como: automóveis,
furgões, ônibus, caminhões, pequenas embarcações marítimas, máquinas de grande porte,
locomotivas, navios e aplicações estacionárias (geradores elétricos, por exemplo).
Nos postos de revenda de combustíveis são encontrados os seguintes tipos de óleo
diesel [BR DISTRIBUIDORA – PETROBRÁS, 2005]:
Óleo diesel comum – é o óleo diesel mais simples, sem adição de nenhum tipo de
aditivo. Possui coloração amarelada ou alaranjada. Pode ser utilizado em qualquer
veículo movido a óleo diesel;
Extra diesel aditivado – difere do óleo diesel comum pela presença de aditivos
detergentes/dispersantes, antiespumante, anticorrosivo e desemulsificantes. A
adição desses compostos tem a função de manter o motor limpo, evitar a formação
de espuma durante o abastecimento, evitar a formação de ferrugem, ajudar na
separação água/óleo. Possui coloração amarelada ou alaranjada e pode ser
utilizado em qualquer veículo movido a óleo diesel.
As Tabelas 2.5 e 2.6 apresentam as especificações para o óleo diesel automotivo
comercial e para o óleo diesel marítimo.
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 10
Tabela 2.5 – Especificações para óleo diesel automotivo comercial.
Limites Métodos
Tipos (1)
Características Unidades Interior (B) Metropolitano (D) ABNT ASTM
APARÊNCIA
Aspecto Límpido e isento de impurezas Visual (2)
Cor ASTM, máx. 3.0 (3) (6) 3.0 NBR 14483 D1500
COMPOSIÇÃO
- D 1552
- D 2622
Enxofre Total, máx. % massa 0.35 0.20
NBR 14533 D 4294
VOLATILIDADE
Destilação
50% vol., recuperado, máx. 245.0 - 310.0
85% vol., recuperado, máx.
ºC
370.0 360.0
NBR 9619 D 86
NBR 7148 D 1298
Massa Específica a 20 ºC Kg/m
3
820 - 880 820 - 865
NBR 14065 D 4052
NBR 7974 D 56
Ponto de Fulgor, mín. ºC 38.0 (6)
- D 3828
FLUIDEZ
Viscosidade a 40 ºC, máx. mm
2
/s(cSt) 2.5 - 5.5 NBR 10441 D 445
Ponto entupimento filtro a frio ºC (4) NBR 14747 D 6371
COMBUSTÃO
Número de Cetano, mín. - 42 (6) - D 613
Resíduo de Carbono
Ramsbottom do resíduo dos
10% finais da destilação, máx.
% massa 0.25 NBR 14318 D 524
Cinzas, máx. % massa 0.02 NBR 9842 D 482
CORROSÃO
Corrosividade ao Cobre,
3h a 50 ºC, máx.
- 1 NBR 14359 D 130
CONTAMINANTES
Água e Sedimentos, máx. % volume 0.05 NBR 14647 D 1796
Fonte: Regulamento técnico ANP N
o.
6/2001 da Portaria N
o.
310 de 27 de dezembro de 2001.
(1) O óleo diesel metropolitano (D) deverá ser obrigatoriamente comercializado nos municípios relacionados no
anexo I, conforme determinação do Ministério do Meio Ambiente.
(2) A visualização será realizada em proveta de vidro, conforme Método NBR 7148 ou ASTM D 1298.
(3) Limite requerido antes da adição de corante. O corante, conforme teor e características constantes na Tabela
III, adicionado pelas Refinarias, Centrais de matérias-primas, Petroquímicas, Importadores e Formuladores,
deverá proporcionar ao Óleo Diesel Interior (B) a cor vermelha visualmente aparente.
(4) Limites conforme Tabela II da mesma Portaria.
(5) Alternativamente ao ensaio de Número de Cetano fica permitida a determinação do índice de cetano
calculado pelo Método ASTM D 4737, com valor mínimo de 45. Em caso de desacordo de resultados
prevalecerá o valor do Número de Cetano.
(6) As Refinarias, Centrais de matérias-primas, Petroquímicas, Importadores e Formuladores de óleo diesel
automotivo deverão atender às exigências referentes a adição do corante, Ponto de Fulgor e Número de Cetano a
partir de 01/05/2002.
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 11
Tabela 2.6 - Especificações para óleo diesel marítimo.
M
ÉTODOS
Características Unidade Especificações
(1)
ABNT ASTM /
IP
APARÊNCIA
Límpido e isento
de impurezas
Visual Visual
Aspecto
Cor ASTM, máx.
3,0 MB-351 D-1500
COMPOSIÇÃO
Enxofre, máx. % mín. 1,00 MB-902
D-1552,
D-2622 ou
D-4294
VOLATILIDADE
Destilação °C
NBR-9619 D-86
- 50% recuperados
245,0 - 310,0
- 85% recuperados, máx.
370,0
Ponto de fulgor, mín. °C 60 MB-48
D-93 ou
D-56
Densidade a 20/4°C
0,8200 a 0,8800 NBR-7148
D-1298 ou
D-4052
FLUIDEZ
Viscosidade a 40°C CSt 1,600 - 6,000 NBR10441 D-445
Ponto de entupimento de filtro a frio,
máx.
°C (2) . IP-309
CORROSÃO
Corrosividade ao cobre (3h a 50°C),
máx.
2 MB-287 D-130
COMBUSTÃO
Cinzas, máx. % m/m 0,020 NBR-9842 D-482
Resíduo de Carbono Ramsbottom do
resíduo dos 10% finais da destilação,
máx.
% m/m 0,25 MB-290 D-524
Número de Cetano, mín. . 40 (3) . D-613
CONTAMINANTES
Água e sedimentos % v/v 0,05 . D-1796
Fonte: BR Distribuidora – Petrobrás, 2005.
(1) Todos os limites especificados são valores absolutos de acordo com a Norma ASTM E 29.
(2) Conforme TABELA II.
(3) Fica permitida, alternativamente ao ensaio de número de cetano, a utilização do índice de cetano calculado
pelo método ASTM D 4737, com valor mínimo de 45. Em caso de desacordo de resultados prevalecerá o valor
do número de cetano.
Os tipos de óleo diesel se diferenciam especialmente quanto ao teor de enxofre
[CARDOSO, 2004]. Assim, o óleo diesel D, que apresenta o menor teor de enxofre, é
comercializado nas regiões metropolitanas de São Paulo, Cubatão, Santos, Rio de Janeiro,
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 12
Salvador, Aracaju, Recife e Fortaleza. Em Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Belém,
Campinas e São José dos Campos há disponibilidade do óleo diesel tipo C, que apresenta um
teor de enxofre maior comparativamente ao anteriormente mencionado. O óleo diesel tipo B,
com maior teor de enxofre, está disponível nas demais regiões do Brasil.
O óleo diesel marítimo, conforme a especificação sugere, é exclusivamente
produzido para utilização em motores de embarcações. E existe ainda o do tipo padrão
somente fornecido para os fabricantes de motores e órgãos responsáveis para homologação
dos mesmos, com vistas à utilização em testes para avaliação de consumo e emissão de
poluentes.
Em fevereiro de 2005, a PETROBRAS lançou no mercado o óleo diesel S500, assim
designado por conter 500 ppm de enxofre. Esse tipo de óleo diesel está sendo distribuído nas
regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, São Paulo, Campinas, Baixada Santista, São José
dos Campos, Belo Horizonte e Vale do Aço. Estes municípios concentram cerca de 70% da
frota nacional de ônibus e caminhões, representando 21% da demanda de óleo diesel pelo país
[REVISTA PETROBRAS, 2005].
2.1.4 – PROBLEMAS AMBIENTAIS RELACIONADOS COM DERIVADOS DE
PETRÓLEO
Os combustíveis derivados de petróleo têm uma importância fundamental na vida do
homem. Por volta de 1859, Cel. Drake na Pensilvânia descobriu que a destilação do petróleo
resultava em produtos que substituíam o querosene obtido a partir de carvão e o óleo de
baleia, que eram largamente utilizados para iluminação. Posteriormente, com a invenção dos
motores a gasolina e a diesel estes derivados, até então desprezados, adicionaram lucros
expressivos à atividade [THOMAS, 2001].
Atualmente, a gasolina e o óleo diesel ainda lideram o ranking dos combustíveis,
apesar dos problemas que têm causado ao ambiente pela sua combustão. No Brasil, na década
de 80, através do Programa Pró-álcool, houve o incentivo à produção de etanol, para uso
como combustível alternativo aos derivados do petróleo. Nos dias atuais, a busca pela
proteção do meio ambiente continua a incentivar pesquisas no sentido de desenvolver
energias menos poluidoras. Por isso, o Governo e empresários têm investido, cada vez mais,
na produção e consumo do álcool. Ainda há a expectativa do uso comercial do biodiesel, que
é um combustível derivado de plantas oleaginosas e, portanto, biodegradável por ser de
origem vegetal.
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 13
Apesar da introdução de novas fontes de energia automotiva, o óleo diesel e a
gasolina ainda serão utilizados por muito tempo, já que a exploração de petróleo continua em
alta. Portanto, faz-se necessária a pesquisa na busca de soluções para remediar os impactos
gerados pelo uso intensivo destes combustíveis.
O refino de petróleo gera, inevitavelmente, volumes consideráveis de lamas oleosas.
As fontes mais comuns dessas lamas são os tanques subterrâneos de armazenamento,
separadores de óleo/água, unidades de flotação e de tratamento desses efluentes, limpeza de
equipamentos, e derramamentos ocasionais de óleo nos pátios das refinarias [BARTHA &
DIBBLE, 1979]. As principais fontes de contaminação do solo e águas subterrâneas por
combustíveis são provenientes de vazamento de tanques de armazenamento do combustível
(TAS) [VIEIRA, 2004]. O número alarmante destes vazamentos e a contaminação de
aqüíferos a partir desses derramamentos tem sido um assunto de grande interesse nas últimas
décadas [SILVA et al. 2002]. A agência de Proteção Ambiental Norte Americana (EPA)
estima que 30% dos TAS nos Estados Unidos estão com problemas de vazamentos. Este
aumento repentino está relacionado ao final da vida útil dos tanques, que é de
aproximadamente 25 anos [SILVA et al., 2002].
Os maiores problemas de contaminação são atribuídos aos hidrocarbonetos
monoaromáticos, que são os constituintes mais solúveis e mais móveis da gasolina e do óleo
diesel. Estes hidrocarbonetos monoaromáticos, tais como benzeno, tolueno, etilbenzeno e
xilenos (orto-, meta-, para-), são denominados BTEX. Os valores máximos permitidos em
água de abastecimento para os BTEX, de acordo com o estabelecido pela Portaria 1.469/2000
do Ministério da Saúde [MS,2000] são 5 µg/L para o benzeno, 170 µg/L para o tolueno, 200
µg/L para o etilbenzeno e 300 µg/L para o xileno. Esses compostos são poderosos depressores
do sistema nervoso central, apresentando toxicidade crônica. O benzeno é uma substância
comprovadamente carcinogênica, se ingerida mesmo em baixas concentrações durante
períodos não muito longos de tempo [SILVA et al., 2002].
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 14
2.2 – TÉCNICAS PARA DESPOLUIÇÃO DE ÁREAS CONTAMINADAS POR
HIDROCARBONETOS DE PETRÓLEO
Inúmeras pesquisas têm sido realizadas com o intuito de remediar os ambientes
contaminados por petróleo e seus derivados, seja no solo ou em águas subterrâneas. As
diferentes técnicas existentes se dividem em processos físico-químicos, processos térmicos, e
processos biológicos.
Dentre os processos de tratamento pode-se citar: recuperação do produto livre,
biodegradação sob condições desnitrificantes, biodegradação utilizando-se diferentes
aceptores de elétrons, extração de vapor do solo (SVE), remediação pela eletrocinética, adição
de nitrato, bioventilação pela injeção de ar no solo, utilização de lodo para promover
subsídios à biodegradação anaeróbia, adsorção com carvão ativado, incineração, torres de
aeração, entre outras [SILVA et al, 2002].
Os tratamentos podem ser conduzidos no próprio local contaminado (in situ) ou em
um outro local (ex situ) mais seguro e que disponha de recursos tecnológicos, sendo
necessário, neste caso, a prévia remoção do material contaminante [DEL’ARCO, 1999]. As
tecnologias in situ são aplicadas quando a contaminação já atingiu o lençol freático ou quando
se deseja evitar que a pluma venha a contaminar o aqüífero. A principal vantagem do
tratamento in situ é que a área contaminada não precisa ser transportada, o que reduz os
custos. Porém, tem como desvantagens a necessidade de adequação das condições do local
contaminado e o elevado tempo necessário para que ocorra a descontaminação. As
tecnologias ex situ necessitam de um menor prazo e pode-se adequar as condições para
melhoria da técnica. Entretanto, faz-se necessária a escavação do local contaminado
[BAPTISTA, 2003].
No entanto, alguns fatores devem ser previamente avaliados para então fazer a
escolha do melhor método [VIEIRA, 2004; DA CUNHA, 1996]:
Verificar a legislação que regulamenta o padrão de qualidade das águas
subterrâneas e do ar;
Avaliar a hidrogeologia do local, avaliando o transporte e destino do contaminante
(permeabilidade do solo);
A quantidade de contaminante.
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 15
A Tabela 2.7 relaciona o custo aproximado de remediação para os diferentes tipos de
tratamento.
Tabela 2.7 - Custo estimado de remediação para os diferentes tipos de tratamento.
Tratamento
CUSTO ESTIMADO DE
REMEDIAÇÃO
(US$/Tonelada)
Remoção para Aterro Acima de 100
Processos Físicos:
Lavagem físico-química
Extração a vapor
50-175
75
Tratamentos Térmicos:
Dessorção térmica
Incineração
25-225
50-1200
Tratamentos Biológicos:
Landfarming
Bioventing
Bioslurry
Biopilhas
Biorremediação in situ
10-90
15-75
50-85
15-35
175
Fonte: VIEIRA, 2004.
2.2.1 – TRATAMENTOS FÍSICO-QUÍMICOS OU ABIÓTICOS
Poucos processos abióticos convertem compostos orgânicos complexos em
compostos de menor carga poluente. Entretanto, as transformações físico-químicas podem
ocorrer sinergis ticamente com as transformações bioquímicas, aumentando as taxas de
degradação.
Para o tratamento do ambiente contaminado através de processos físico-químicos é
necessário o prévio conhecimento das propriedades dos contaminantes, como: potencial de
precipitação, solubilidade, coeficiente de partição e acidez. Os processos de neutralização,
oxidação, precipitação e adsorção em carvão ativado têm sido muito aplicados para a
melhoria da qualidade de efluentes de indústrias petroquímicas. Porém, essas operações
apresentam desvantagens quanto aos custos elevados e a formação de subprodutos tóxicos
[PRINCE, 1993].
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 16
2.2.2 – TRATAMENTOS BIOLÓGICOS
A aplicação de processos biológicos no tratamento de resíduos representa uma
tecnologia promissora, tanto pelo interesse das agências reguladoras como pela maior
aceitação da sociedade. Além disso, apresentam baixo custo, há possibilidade de aplicação in
situ e aplicabilidade para diversos tipos de contaminantes [WEBER & CORSEUIL, 1994]. No
entanto, o custo varia de acordo com a metodologia aplicada, o local afetado, as quantidades e
características dos contaminantes.
Os tratamentos biológicos são vários, tais como: uso de plantas para absorção do
óleo no sítio contaminado, uso de microrganismos nativos (endógenos), pertencentes ao sítio
contaminado, ou não (exógenos). O uso de biosurfactantes também é indicado, pois permitem
um maior contato célula-óleo [DEL’ARCO, 1999; MORGAN, 1992].
A biorremediação é considerada o principal processo natural de remoção das frações
não voláteis de petróleo do meio ambiente e a mais eficiente opção para tratamento de áreas
poluídas por estes compostos [DEL’ARCO, 1999; KARLSON & FRANKENBERGER,
1989].
Existem alguns critérios que devem ser considerados antes da escolha da
biorremediação como método de tratamento [ALEXANDER, 1999]:
Devem existir microrganismos portadores da atividade catabólica requerida para
o devido fim;
Esses microrganismos devem ser capazes de degradar o poluente em um tempo
razoável;
A rota metabólica envolvida na biodegradação não pode gerar produtos ou
intermediários considerados tóxicos;
A área em questão deve estar livre de substâncias consideradas inibitórias para a
atuação da microbiota ou, se presentes, estarem em concentrações baixas, que
não afetem o desempenho dos microrganismos;
Os contaminantes a serem removidos devem estar acessíveis aos
microrganismos;
O processo de biodegradação deve ser escolhido e desenvolvido de modo a
fornecer condições favoráveis à atuação dos microrganismos;
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 17
O custo da tecnologia empregada não deve ser igual ou menor que outros tipos
de tecnologia igualmente eficazes na remoção do mesmo contaminante.
Pode-se definir biodegradação como sendo a redução da complexidade de compostos
químicos, biologicamente catalisada, ou seja, corresponde à degradação dos compostos pela
ação de microrganismos, tais como bactérias, actinomicetos e fungos. Estes microrganismos
utilizam os compostos orgânicos como fontes de nutrientes e de energia [U. S. EPA, 1996]. O
termo biodegradação é freqüentemente usado para descrever processos microbianos distintos
que ocorrem em ecossistemas naturais, tais como, mineralização, redução da toxicidade e
cometabolismo.
A mineralização ocorre quando há completa biodegradação de uma molécula
orgânica em compostos inorgânicos (dióxido de carbono, água e/ou N, P, S na forma
inorgânica), biomassa e produtos típicos de vias catabólicas [RISER-ROBERTS, 1998 apud
BAPTISTA, 2003].
Muitos processos podem reduzir a toxicidade de hidrocarbonetos, como por
exemplo: hidrólise, hidroxilação, desalogenação, desmetilação ou ainda desalquilação,
metilação, desaminação, nitro-redução e conversão de nitrila a amida.
Existem algumas técnicas de biorremediação que podem ser empregadas para
melhorar a eficiência da biodegradação dos poluentes [U. S. EPA, 1995; BAPTISTA, 2003].
Nos tratamentos in situ e/ou ex situ pode-se utilizar as seguintes técnicas [BAPTISTA, 2003;
ALEXANDER, 1999]:
Bioventing (in situ e/ou ex situ) - consiste em adicionar oxigênio através da
aeração do sistema;
Bioestimulação (in situ e/ou ex situ) – consiste na adição de nutrientes e/ou
aceptores finais de elétrons ao sistema [BOOPATHY, 2004];
Bioaumento ou bioenriquecimento (in situ e/ou ex situ) – consiste na adição de
culturas microbianas (exógenas ou endógenas) no meio contaminado;
Cometabolismo (in situ) – processo utilizado para degradar o substrato
secundário por meio de enzimas produzidas pela oxidação de substratos
primários. Envolve a injeção de água contendo o substrato primário (por
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 18
exemplo, metano) no lençol freático, para dar início à quebra dos substratos
secundários;
Biodegradação intrínseca ou atenuação natural (in situ) – consiste numa
remediação passiva que depende dos processos naturais para degradar e dissipar
contaminantes no solo e nas águas subterrâneas [ALVAREZ & DA SILVA,
2004];
Biopilhas (ex situ) – consiste em remover parte do solo contaminado e colocá-lo
em pilhas, em local devidamente equipado com sistema de aeração e coleta de
lixiviado;
Landfarming (ex situ) – os resíduos são espalhados e misturados à camada fértil
do solo, de forma controlada, a fim de que a própria microbiota do solo atue
como agente de degradação;
Biorreatores (ex situ) – consiste na utilização de um reator, que pode ser
aplicado para tratar líquidos ou borras e resíduos sólidos. Facilitam o controle da
qualidade do processo: produtos finais, temperatura, nutrientes, aeração,
crescimento populacional, comportamento da biomassa e umidade. Também
possibilitam a aclimatação da microbiota, o desenvolvimento dos
microrganismos, o bioenriquecimento e talvez até a aplicação de microrganismos
bioengenheirados. Ainda, concorre com a redução dos riscos de danos ao meio
ambiente.
Dependendo da disponibilidade do oxigênio, divide-se a biodegradação de
compostos orgânicos em dois grandes grupos: processos aeróbios e anaeróbios. Os
hidrocarbonetos saturados e os hidrocarbonetos aromáticos são compostos que exibem pouca
reatividade química e, por muitas décadas, pensava-se que só poderiam ser biodegradados na
presença de oxigênio livre. Contudo, durante a última década foi estabelecido que vários
microrganismos são capazes de degradar estes hidrocarbonetos sob condições estritamente
anóxicas [WIDDEL & RABUS, 2001]. Ainda hoje, muitas das estratégias de biorremediação
de hidrocarbonetos de petróleo são baseadas em processos aeróbios, que embora efetivos,
apresentam custos elevados por conta do suprimento de oxigênio. A predominância das
tecnologias aeróbias está relacionada a observações históricas de que os primeiros passos da
biodegradação de hidrocarbonetos por microrganismos envolvem a oxidação do substrato por
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 19
oxigenases e pelo fato do oxigênio ser um fator limitante em muitos ambientes naturais
[BOOPATHY, 2004].
A biodegradação anaeróbia tem sido citada como uma técnica promissora no
tratamento de solos e aqüíferos contaminados com hidrocarbonetos de petróleo
[BOOPATHY, 2004; BHANDARI & KARTHIKEYAN, 2001; WIDDEL & RABUS, 2001].
A Tabela 2.8 apresenta algumas vantagens e desvantagens dos processos anaeróbios em
relação aos aeróbios, notadamente no que se refere à produção de gás metano e à baixíssima
produção de sólidos.
Tabela 2.8 – Vantagens e desvantagens dos processos anaeróbios.
Vantagens Desvantagens
Baixa produção de sólidos, cerca de 5
a 10 vezes inferior à que ocorre nos
processos aeróbios;
As bactérias anaeróbias são susceptíveis
à inibição por um grande número de
compostos;
Baixo consumo de energia;
A partida do processo pode ser lenta na
ausência de lodo adaptado;
Baixa demanda de área;
Alguma forma de pós-tratamento é
necessária;
Baixos custos de implementação;
A bioquímica e a microbiologia da
digestão anaeróbia são complexas e
ainda precisam ser estudadas;
Produção de metano, gás combustível
de alto teor calórico;
Possibilidade de geração de maus
odores, porém controláveis;
Possibilidade de preservação de
biomassa, sem alimentação do reator,
por vários meses;
Possibilidade de geração de efluente com
aspecto desagradável;
Tolerância a elevadas cargas
orgânicas;
Remoção de nitrogênio, fósforo e
patogênicos insatisfatória.
Aplicabilidade em pequena e grande
escala;
Baixo consumo de nutrientes.
Fonte: CHERNICHARO, 1997.
Apesar da biodegradação aeróbia ocorrer mais rapidamente e ser aplicada com
sucesso para diferentes tipos de efluentes, nem sempre se apresenta como a melhor solução
[WIDDEL & RABUS, 2001]. Os problemas mais usuais desse processo, quando aplicado na
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 20
biorremediação, são: a produção excessiva de biomassa e o suprimento inadequado de
oxigênio, necessário para que a biodegradação ocorra satisfatoriamente. Nos sistemas
aeróbios, ocorre somente cerca de 40 a 50% de degradação biológica, com a conseqüente
conversão em CO
2
. Há uma incorporação de 50 a 60% da matéria orgânica em biomassa
microbiana. Já nos processos anaeróbios, verifica-se que a maior parte do material orgânico
biodegradável é convertida em biogás (cerca de 70 a 90%), sendo o restante convertido em
material celular [CHERNICHARO, 1997].
2.3 – BIODEGRADAÇÃO ANAERÓBIA
No processo de conversão da matéria orgânica em condições de ausência de oxigênio
são utilizados aceptores de elétrons inorgânicos como
3
NO
(redução de nitrato),
2
4
SO
(redução de sulfato), ou
2
CO
(formação de metano) [ATLAS, 1981].
Muitos pesquisadores têm demonstrado que benzeno, tolueno, etilbenzeno e xileno
(BTEX) podem ser degradados em ecossistemas, em condição de anaerobiose [BOOPATHY,
2004]. Alcanos, hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (PAH) e alcenos também podem ser
degradados em condições anaeróbias [SUFLITA et al., 2000].
Na digestão anaeróbia diversos grupos de microrganismos atuam interativamente na
conversão da matéria orgânica complexa em metano, gás carbônico, água, gás sulfídrico e
amônia, além de novas células microbianas. Os microrganismos que participam do processo
de decomposição anaeróbia podem ser divididos em quatro importantes grupos de bactérias,
com comportamentos fisiológicos distintos: bactérias fermentativas, bactérias acetogênicas,
Archeas metanogênicas e bactérias redutoras de sulfato [BARTON, 1995].
Para a biodegradação anaeróbia de compostos orgânicos, vários modelos de reatores
anaeróbios foram desenvolvidos, apresentando características distintas quanto às dimensões,
retenção celular, carga orgânica e separação de fases sólido-líquido-gás, entre outras (Figura –
2.1) [MCCARTY, 1982].
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 21
Figura 2.1 – Modelos de reatores anaeróbios.
Fonte: Adaptado de MCCARTY, 1982.
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 22
2.4 – MICRORGANISMOS ENVOLVIDOS NA BIODEGRADAÇÃO DE
HIDROCARBONETOS DE PETRÓLEO
A capacidade de degradar hidrocarbonetos de petróleo não é restrita a poucos
microrganismos, envolvendo diferentes espécies de bactérias e fungos [ATLAS, 1981].
ZoBell (1946) mostrou que mais de 100 espécies, pertencentes a 30 gêneros, possuíam a
capacidade de utilizar hidrocarbonetos como única fonte de carbono. Posteriormente, Bartha e
Atlas (1977) apresentaram 22 gêneros de bactérias, 1 de algas e 14 de fungos como
degradadores de hidrocarbonetos de petróleo. Os gêneros considerados como os potenciais
degradadores de hidrocarbonetos são: Pseudomonas, Achromobacter, Arthrobacter,
Micrococcus, Nocardia, Vibrio, Acinetobacter, Brevibacterium, Corynebacterium,
Flavobacterium, Candida, Rhodotorula e Sporobolomyces. Em ambientes aquáticos, as
bactérias e leveduras prevaleceram como degradadoras de hidrocarbonetos.
O efeito global de um organismo sobre um substrato complexo é limitado por sua
capacidade de “ataque” a certas substâncias ou intermediários acumulados, em virtude da
dificuldade de sofrer degradação [BAPTISTA, 2003]. Cada organismo apresenta
especificidade de atuação sobre os hidrocarbonetos. No entanto, a degradação extensiva de
compostos de petróleo, de um modo geral, é alcançada pela atuação associada de diferentes
populações de microrganismos [BAPTISTA, 2003; BOOPATHY, 2003a, ATLAS, 1978].
Inclusive, a utilização de consórcios microbianos tem demonstrado maior potencial de
degradação para uma faixa mais ampla de compostos complexos do que culturas puras
[FRITSCHE & HOFRICHTER, 2000]. Isso ocorre porque em populações microbianas mistas
existe um pool enzimático mais diversificado que, por isso, permite a metabolização de
misturas complexas de hidrocarbonetos [CRAVO Jr., 1998].
Microrganismos que degradam hidrocarbonetos anaerobicamente podem ser
divididos em dois grupos em relação ao oxigênio: os anaeróbios facultativos (bactérias
redutoras de nitrato, ferro e manganês) e os anaeróbios estritos (bactérias redutoras de sulfato)
[GRISHCHENKOV et al., 2000].
Estudos sobre a biodegradação anaeróbia de hidrocarbonetos por culturas bacterianas
puras têm enfatizado a habilidade dessas bactérias em conduzir este processo sob condições
particulares e pré-determinadas, como reduções de nitrato, sulfato, ferro e manganês
[GRISHCHENKOV et al., 2000]. Foram investigadas aproximadamente quinze culturas puras
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 23
de redutoras de nitrato e dez de redutoras de sulfato que podem degradar anaerobicamente
diferentes hidrocarbonetos monoaromáticos [HEIDER et al., 1999]. Isto mostra a capacidade
desses microrganismos em degradar estes compostos na ausência de oxigênio, desenvolvendo
um metabolismo alternativo, com reações independentes do oxigênio, para o ataque inicial
desses substratos. Widdel e colaboradores (1999) demonstraram a degradação anaeróbia dos
alquilbenzenos por uma cepa bacteriana pura que cresceu em óleo cru, sob condições tanto de
redução de sulfato como de redução de nitrato.
A degradação de compostos orgânicos na natureza é freqüentemente resultado da
interação de uma população de microrganismos, geralmente chamada de consórcio
[BOOPATHY, 2003b].
2.5 – BACTÉRIAS REDUTORAS DE SULFATO (BRS)
As bactérias redutoras de sulfato (BRS) formam um grupo fisiológico de
procariontes que têm a capacidade exclusiva de utilizar sulfato como aceptor final de elétrons
durante a respiração [BARTON & TOMEI, 1995]. Essas bactérias fazem parte de um grupo
distinto de microrganismos presentes em uma grande variedade de ambientes anaeróbios
[KRUMHOLZ, et al., 2002; ODOM & SINGELTON, 1993].
Inicialmente pouca atenção foi dispensada às BRS, no entanto, pesquisadores
demonstraram interesse em descobrir suas interações com outras formas de vida e seus
processos metabólicos. Então, foi descoberto que essas bactérias estão amplamente
distribuídas na Terra e reconheceu-se que esses organismos desenvolvem papéis significantes
na natureza, em virtude do seu potencial para numerosas interações, conforme ressalta a
Figura 2.2. Uma característica marcante das BRS é a maneira pela qual o sulfato é
metabolizado [BARTON & TOMEI, 1995].
As bactérias redutoras de sulfato foram descobertas por Beijerinck em 1895, que
descreveu a espécie Spirillum desulfuricans. Logo sucederam-se estudos e pesquisas a
respeito destas bactérias e outros fatos marcantes na caracterização das BRS podem ser assim
relatados [POSTGATE, 1984]:
1903 – Van Delden relatou variações destas bactérias em ambiente marinho e com
tolerância à salinidade;
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 24
1925 – Elion descobriu as espécies termofílicas;
1930 – Baars publicou uma tese, onde foi apresentado um extensivo estudo a respeito
destas bactérias;
1936 – Kluyver e Van Niel estabeleceram o gênero Desulfovibrio;
1965 – Campbell e Postgate estabeleceram o gênero Desulfotomaculum.
BRS
ASSOCIAÇÕES
COM ANIMAIS
TRATAMENTO
DE RESÍDUOS
BIORREMEDIAÇ
CICLO DE
ENXOFRE
DECOMPOSIÇ
Ã
O
DE
TRANSFORMAÇÕ
E
S
G
E
OQU
ÍMI
C
A
S
PRODUÇÃO
DE
Figura 2.2 – Interações das bactérias redutoras de sulfato.
Fonte: BARTON & TOMEI, 1995.
Nos últimos anos, as BRS vêm sendo reconhecidas por atuarem em vários processos,
tais como: corrosão microbiologicamente induzida, biodessulfurização e remediação
ambiental.
Na corrosão microbiologicamente induzida, a formação de H
2
S produzido através do
metabolismo das BRS ataca as superfícies de metais empregados na construção de
equipamentos e dutos, e inclusive de não metais, como concreto [GENTIL, 1996].
Por outro lado, as BRS podem ser empregadas na biodessulfurização do petróleo e de
seus derivados. Os combustíveis fósseis apresentam, em sua composição, compostos
sulfurados, em concentrações variáveis, que são muito prejudiciais à saúde humana e ao meio
ambiente (emissão de SO
x
, formação da chuva ácida, redução da fertilidade do solo) e às
indústrias (corrosão de equipamentos). Para diminuir a concentração desses compostos o
petróleo é atualmente tratado na fase de refino e produção. A biodessulfurização anaeróbia é
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 25
uma opção mais atrativa do que a aeróbia, já que o produto final do processo (H
2
S) pode ser
facilmente recuperado por operações nas refinarias [VIEIRA, 2003].
O emprego das bactérias redutoras de sulfato também tem sido estudado para
aplicação na biorremediação de solos, águas subterrâneas e outros ambientes contaminados
por hidrocarbonetos de petróleo [ALVAREZ & DA SILVA, 2004; BOOPATHY, 2003a e b;
KLEIKEMPER et al., 2002; KARTHIKEYAN & BHANDARI, 2001; SUFLITA et al., 2000;
WIDDEL et al., 1999; LOVLEY et al., 1996]. Essas bactérias conseguem ter atividade
metabólica na presença de compostos reconhecidamente recalcitrantes e prejudiciais ao meio
ambiente.
2.5.1 – CARACTERIZAÇÃO
As bactérias redutoras de sulfato estão amplamente distribuídas em ambientes
terrestres e aquáticos. A presença de BRS com alta atividade metabólica é facilmente
reconhecida pelo enegrecimento da água ou dos sedimentos devido a precipitação do sulfeto
de ferro (FeS), e pelo odor característico de sulfeto de hidrogênio (H
2
S). Essas bactérias são
facilmente encontradas em ambientes marinhos, estuários, sedimentos e lagos salinos ou
hipersalinos, por conterem altas concentrações de sulfato. Porém, já foram encontradas BRS
ativas em ambientes não salinos e em água doce. Também é relatada a presença de BRS em
ambientes poluídos como em plantas de purificação anaeróbia, em alimentos deteriorados,
plantas de lodo, em águas de campos de exploração de óleo, ambientes contaminados com
hidrocarbonetos e com compostos halogenados, etc [POSTGATE, 1984; BARTON, 1995;
KLEIMKEMPER et al., 2002].
As bactérias redutoras de sulfato podem ser classificadas em 4 grupos: mesófilas
Gram-negativas, eubactérias termófilas Gram-negativas, Gram-positivas formadoras de
esporos e arqueobactérias termófilas Gram-negativas [POSTGATE, 1984; BARTON, 1995].
As BRS mesófilas Gram-negativas não formadoras de esporos são as mais difundidas
na natureza. Dentre elas, cinco gêneros oxidam parcialmente compostos orgânicos a acetato:
Desulfovibrio, Desulfobotulus, Desulfobulbus, Desulfohalobium e Desulfomicrobium.
Enquanto sete gêneros oxidam substratos orgânicos completamente a CO
2
: Desulfoarculus,
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 26
Desulfobacter, Desulfobacterium, Desulfococcus, Desulfomonile, Desulfonema e
Desulfosarcina [BARTON, 1995].
Os dois gêneros mais conhecidos de bactérias redutoras de sulfato são Desulfovibrio e
Desulfotomaculum, mas ao longo dos anos outros gêneros foram identificados (Desulfobacter,
Desulfonema, Desulfobulbus, etc.) [POSTGATE, 1984]. O gênero Desulfovibrio é o mais
conhecido, pois seus membros são geralmente fáceis de isolar e purificar. Esse gênero inclui
cinco espécies que não esporulam e têm flagelos polares [BARTON & TOMEI, 1995].
As células de BRS apresentam morfologia bastante diversificada, podendo ser
esféricas, ovais, espirais, na forma de bastonetes ou de vibríos, com diâmetro variando de 0,4
a 3,0 µm. Algumas espécies apresentam mobilidade e outras são capazes de esporular. As
filamentosas (Desulfonema) exibem um movimento deslizante [HOLT et al., 1994 apud
VIEIRA, 2003].
Os membros do gênero Desulfovibrio são geralmente curvos e sigmóides, mas existem
exceções à regra, como por exemplo, a espécie Desulfovibrio desulfuricans que têm a forma
de bastonetes ou vibrios. Desulfovibrios são propensos a pleomorfismos em culturas velhas
ou adquirem a forma espiralada em ambientes inadequados ao crescimento [POSTGATE,
1984].
A maioria dos desulfovibrios são monotríquios, apesar de serem conhecidas cepas de
Desulfovibrio desulfuricans sem flagelos. Algumas espécies de Desulfovibrio apresentam
duplo flagelo [POSTGATE, 1984].
As bactérias do gênero Desulfotomaculum são Gram-positivas formadoras de esporos
e inclui espécies que oxidam compostos orgânicos completa e incompletamente. Neste gênero
há espécies termófilas, que sobrevivem em temperaturas entre 50 e 65
o
C, principalmente
devido à formação de esporos [BARTON, 1995].
O gênero Thermodesulfobacterium é parte do grupo das eubactérias termófilas e
Gram-negativas. Neste gênero há espécies que são nutricionalmente restritas e que não
oxidam completamente compostos orgânicos. As arqueobactérias redutoras de sulfato são
Gram-negativas, termófilas; são encontradas em áreas hidrotermais submarinas anaeróbias e
necessitam de sal e altas temperaturas para seu crescimento [BARTON, 1995].
A Figura 2.3 mostra uma fotografia de uma colônia de bactérias redutoras de sulfato
da espécie Desulfobacter postgatei.
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 27
Figura 2.3 – Colônia de bactérias redutoras de sulfato da espécie Desulfobacter postgatei,
com um diâmetro celular de 1,5 µm.
Fonte: http://202.114.65.51/fzjx/wsw/newindex/tuku/MYPER/b08/673.htm
2.5.2 – CRESCIMENTO
As bactérias redutoras de sulfato são microrganismos estritamente anaeróbios.
Algumas podem crescer na ausência de sulfato, usando outro aceptor final de elétrons,
entretanto não podem crescer tendo o oxigênio como aceptor final de elétrons.
Essas bactérias crescem lentamente se comparadas com outras espécies bacterianas,
como, por exemplo, as do gênero Pseudomonas [POSTGATE, 1984]. O crescimento de BRS
mesófila
crescimento das culturas de Desulfovibrio, em diferentes meios, é linear ao invés
a qualitativa que os organismos produtores de
acetato, como a maioria das espécies dos gêneros Desulfovibrio e Desulfotomacula, crescem
rapidamente, ocorrendo duplicação da concentração celular, a 30
o
C, em 3 a 6 horas. Os tipos
que uti
s é geralmente lento, levando de alguns dias a duas semanas a 30
o
C, de acordo com a
espécie. Já as termófilas crescem mais rapidamente; a 55
o
C, o crescimento leva de 12 a 18
horas. Uma razão para o crescimento lento é a geração de H
2
S - produto da respiração - que
diminui a taxa de crescimento que pode ser zero para altas concentrações de H
2
S. Esse
fenômeno pode ser devido à toxicidade intrínseca do H
2
S aos sistemas vivos, mas é mais
provável que seja decorrente da insolubilidade do ferro pela formação de FeS [POSTGATE,
1984].
O
de exponencial. É possível generalizar de form
lizam acetato, como Desulfobacter spp, crescem muito mais lentamente e,
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 28
normalmente, são incapazes de dobrar a massa celular em tempos inferiores a 20 horas
[POSTGATE, 1984].
2.5.3 – CULTIVO
Vários tipos de meios de cultura são utilizados para crescimento das BRS. Porém, o
meio ma
star abaixo de –
150 mV
Os metais são muito importantes como cofatores para muitas enzimas das BRS, por
isso dev
crescimento; algumas
linhagens podem fixar nitrogênio gasoso. Determinadas linhagens são também capazes de
crescer à
mas podem
também utilizar alguns constituintes do petróleo como os alcanos, tolueno, benzeno e
hidrocar
is comumente usado é o meio Postgate C, que tem a seguinte composição, por litro:
KH
2
PO
4
, 0.5 g; NH
4
Cl, 1.0 g; Na
2
SO
4
, 4.5 g; CaCl
2
.2H
2
O, 0.06 g; MgSO
4
.7H
2
O, 2.0 g;
Extrato de leveduras, 1.0 g; FeSO
4
.7H
2
O, 0.004 g; Citrato de sódio, 0.3 g e Lactato de sódio
(ou outro doador de elétrons), 3.5 g. O potencial de redução do meio deve e
e o ambiente redutor pode ser obtido através do uso de 1mM de Na
2
S ou 1mM de
tioglicolato de sódio mais 1mM de ascorbato de sódio [BARTON, 1995].
As BRS podem ser encontradas tanto em ambientes ácidos (pH 4,0) [POSTGATE,
1984] como em ambientes alcalinos com pH até 9,5 [BARTON, 1995].
em estar presentes nos meios de crescimento. O ferro é essencial para a produção de
citocromos e produção de hidrogenases (enzima responsável pela oxidação do hidrogênio
molecular). Níquel e selênio são necessários para a atividade dessas enzimas.
As BRS utilizam nitrogênio, orgânico ou inorgânico, para
s custas de nitrato como aceptor final de elétrons. Barton (1995) isolou uma cepa de
Desulfovibrio sp capaz de usar nitrato, nitrito e 2,4,6-trinitrotolueno (TNT) como fontes de
nitrogênio e aceptores de elétrons para crescimento [BARTON, 1995].
As BRS são capazes de utilizar uma grande variedade de doadores orgânicos de
elétrons, incluindo lactato, formato, malato, fumarato, piruvato, álcoois e até contaminantes
ambientais [KRUMHOLZ et al., 2002; ODOM & SINGELTON, 1993]. Algu
bonetos poliaromáticos [SOGIN et al., 2003].
Diferentemente da maioria das bactérias anaeróbias, as BRS são capazes de
sobreviver na presença de quantidade limitada de oxigênio. Esta tolerância ao ar pode ser
atribuída a presença de catalase e superoxido dismutase [BARTON, 1995]. Se a concentração
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 29
de oxigênio dissolvido em águas residuárias estiver entre 0,1 e 1,0 mg/L, as BRS serão
inibidas, mas conseguem sobreviver, permanecendo em estado latente. Em concentrações
acima de
IEIRA, 2003 apud da SILVA, 2000].
lgumas substâncias também provocam a inibição da redução do sulfato, por
apresentarem estruturas análogas. Dentre elas destacam-se o selenato e os íons
um inibidor, assim como o cromato, mas não da mesma forma que o selenato; este ânion inibe
as célula
M
H
2
S) ini
xidada, como sulfato e óxidos de enxofre no solo, rochas, rios e mares.
Biologicamente, para incorporação das diferentes formas de enxofre em material celular, este
deve ser reduzido. A redução biológica do sulfato, assim como a fixação biológica do
nitrogênio e a produção biológica de oxigênio são considerados processos indispensáveis à
vida no planeta. Sabe-se que os animais não têm a capacidade de conduzir a reação de
conversão de sulfatos em sulfetos, sendo assim dependentes das plantas e dos microrganismos
para seu suprimento de enxofre reduzido. A redução do sulfato inorgânico a sulfeto, orgânico
ou inorgânico, e a subseqüente oxidação d te sulfeto a sulfato, é conhecida como Ciclo do
Enxofre (Figura 2.4). Este ciclo é constituíd de uma parte assimilativa e outra desassimilativa
[BARTON, 1995].
1,0 mg/L, ocorre a inibição da redução do sulfato, em conseqüência do aumento do
potencial de oxi-redução do meio [V
A
monofluorofosfato que são os inibidores mais poderosos e mais específicos. O molibdato é
s de Desulfovibrio formando um análogo instável do sulfato ativado, esgotando os
ATPs da célula. O efeito do molibdato nas BRS é relativamente específico e, por isso, é um
inibidor útil na redução do sulfato [POSTGATE, 1984].
Segundo Barton (1995), o sulfeto de hidrogênio em elevadas concentrações (16 m
be o crescimento das BRS.
2.5.4 – CICLO DO ENXOFRE E REDUÇÃO DESASSIMILATIVA DO SULFATO
As bactérias redutoras de sulfato são as únicas que têm a capacidade de utilizar o
sulfato como aceptor final de elétrons. Esse processo de respiração, que ocorre em condições
anaeróbias, é conduzido pelas BRS com o propósito de gerar compostos de alta energia para
reações de biossíntese envolvidas no seu crescimento e manutenção [BARTON, 1995].
Há milhões de anos, o enxofre presente na superfície da Terra está disponível na
biosfera na forma o
es
o
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 30
e coenzimas, respectivamente. As bactérias redutoras de sulfato realizam tanto a
redução
age com
do enxofre é
assimilada pelo organismo, sendo sua grande maioria liberada no ambiente como íon sulfeto,
normalm
SULFATO
SULFETO
CÉLULA -
ENXOFR
E
ENXOFRE
1
8
5
3
Parte Assimilativa Parte Desassimilativa
7
6
4
2
Figura 2.4 – Ciclo biológico do enxofre.
Célula-enxofre indica o enxofre ligado a bactérias, fungos, animais e plantas. (1) Redução
assimilativa do sulfato por bactérias, fungos e plantas; (2) Morte e decomposição por
bactérias e fungos; (3) Excreção do sulfato por animais; (4) Assimilação do sulfeto por
bactérias (e algumas plantas); (5) Redução desassimilativa do sulfato; (6) Redução
desassimilativa do enxofre elementar; (7) Oxidação quimiotrófica e fototrófica do sulfeto; (8)
Oxidação quimiotrófica e fototrófica do enxofre.
Fonte: Adaptado de BARTON, 1995.
As plantas, os fungos e algumas espécies de bactérias usam o sulfato como sua única
fonte de enxofre, e para tanto, reduzem o átomo de enxofre do maior estado de oxidação para
o mais reduzido. Este processo é dito redução assimilativa do sulfato, assim chamado pois o
enxofre é assimilado, isto é, ele é incorporado nos organismos em aminoácidos (cisteína e
metionina) e vitaminas (tiamina, biotina, ácido pantotênico), que são constituintes de
proteínas
assimilativa como a redução desassimilativa do sulfato. Nesta última, o íon sulfato
o agente oxidante para a assimilação da matéria orgânica, como ocorre com o
oxigênio na respiração aeróbia. De modo que, somente uma pequena quantidade
ente convertido a H
2
S livre em meio aquoso. Este processo também é denominado de
respiração do sulfato [POSTGATE, 1984]. Abaixo estão representadas as equações
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 31
correspondentes à redução do sulfato mediante oxidação total (1) ou parcial (2) da matéria
orgânica.
SO
4
2-
+ 2 CH
2
O H + 2 CO
2
S
ução do sulfato corresponde à ativação deste íon pelo ATP
(trifosfat ão de um composto orgânico de enxofre de alta
a adenos
ção, que é catalisada pela enzim
sulfurilase, ocorre a substituição de dois resíduos de fosfato do ATP pelo sulfato. Em seguida,
o pirofosfato (PP
i
depende
icroganismo estivesse em condição
desfavor
A segunda etapa é a redução da adenosina fosfosulfato a AMP (monofosfato de
adenosina) e sulfito pela ação da enzima APS-redutase.
fato a sulfito e a sulfeto [BARTON,
1995].
o
2
+ CH
3
COOH
(1)
Uma grande variedade de compostos orgânicos pode ser assimilada pelas BRS,
variando desde ácidos graxos simples a hidrocarbonetos aromáticos complexos.
A etapa inicial na red
o de adenosina) com formaç energia,
ina 5
-fosfosulfato (APS). Durante esta rea a ATP-
) é rapidamente convertido em fosfato inorgânico pela enzima pirofosfatase,
nte de Mg
2+
, Co
2+
e Mn
2+
, sendo inativada em aerobiose. Parece que a pirofosfatase
teria a função fisiológica de conservar ATP quando o m
ável, através da inibição da conversão de APS. A constante de equilíbrio da ATP-
sulfurilase não é favorável à formação de APS, sendo a reação conduzida neste sentido
somente pela hidrólise do PP
i
.
SO
4
2-
+ ATP APS + PP
i
(2)
PP
i
+ H
2
O 2 P
i
(3)
APS + 2 e
-
AMP +
SO
3
2-
(4)
Em seguida, o sulfito (SO
3
2-
) é reduzido a sulfeto (S
2-
) através de uma série de etapas
que são muito pouco conhecidas bioquimicamente. Historicamente, pensava-se que esse
processo de redução era causado por um “sistema de sulfito redutase”; no entanto, evidências
sugerem que o sulfito é reduzido a sulfeto por um ou dois mecanismos possíveis. Uma
hipótese é que a redução direta de sulfito a sulfeto ocorra sem a formação de nenhum
composto intermediário. Outra hipótese propõe a formação de dois intermediários, tritionato e
tiossulfato, sendo que a etapa final é a redução de tiossul
A possível rota da redução desassimilativa do sulfato, de acord com Postgate
(1984), segue os passos apresentados na Figura 2.5. O sulfito é convertido a metabissulfito
(S
2
O
5
2-
), que é reduzido a tritionato (S
3
O
6
2-
), passando por alguns intermediários como, por
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 32
exemplo, o ditionato, S
2
O
4
2-
. Parte do tritionato é então convertido a tiossulfato (S
2
O
3
2-
) e
parte é usada para regenerar o sulfito. Em seguida, o tiossulfato é reduzido a sulfeto, sendo
uma parte novamente convertida a sulfito. Entre os transportadores de elétrons envolvidos no
metabolismo das BRS tem-se: citocromos (b, c3), ferrodoxinas, flavodoxinas, NAD
+
e
NADP
+
[MADIGAN et al., 1997; Apud VIEIRA, 2003].
As bactérias que conduzem a redução desassimilativa do sulfato fazem parte de um
grupo de quatorze gêneros de eubactérias. São eles: Desulfovibrio, Desulfoarculus,
Desulfobacter, Desulfobacterium, Desulfobotulus, Desulfobulbus, Desulfococcus,
Desulfomicrobium, Desulfohalobium, Desulfomonile, Desulfonema, Desulfosarcina,
Desulfotomaculum, Thermodesulfobacterium, e um gênero de arqueobactéria, Archaeoglobus
[BARTON, 1995].
Figura 2.5 - Possível rota para a redução desassimilativa do sulfato.
Fonte: POSTGATE, 1984.
2.6 – BIODEGRADAÇÃO ANAERÓBIA DE HIDROCARBONETOS DE PETRÓLEO:
METABOLISMO
A presença de hidrocarbonetos na biosfera, ao longo da história da vida, pode
explicar porque muitos microrganismos adquiriram equipamento enzimático que os permitia
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 33
fazer uso desses compostos como substratos para seu crescimento. A Figura 2.6 mostra as
possíveis formas de assimilação desses hidrocarbonetos pelos microrganismos. Em todas as
reações quimiotróficas, uma parte dos hidrocarbonetos é utilizada para produção de energia
(catabolismo), sendo o restante assimilado para formação de novas células. Na oxidação
aeróbia (parte superior, à direita na figura), o oxigênio não é somente o aceptor final de
elétrons, mas também necessário para ativação substrato, através de reações catalisadas por
oxigenases [WIDDEL & RABUS, 2001].
na presença de oxigênio, são
xigênio não estar presente em
todos os
do
Bactérias e fungos, que utilizam hidrocarbonetos
conhecidos desde o início do Século 20. Porém, o fato do o
ambientes onde os hidrocarbonetos estão, trouxe o questionamento de saber se é ou
não possível a biodegradação de hidrocarbonetos em condições anóxicas [WIDDEL &
RABUS, 2001]. Sabe-se que 10 a 15% da população bacteriana presente em solos, águas e em
sedimentos pode ser constituída por microrganismos anaeróbios [BHANDARI &
KARTHIKEYAN, 2001].
Figura 2.6 – Rotas possíveis da utilização de hidrocarbonetos por microrganismos.
As setas tracejadas indicam a ativação dos hidrocarbonetos.
Fonte: WIDDEL & RABUS, 2001 – modificada pela autora.
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 34
Somente no final da década de 80 foi reconhecida a capacidade de algumas bactérias
em degradar hidrocarbonetos saturados e aromáticos, entre outros, em condições anaeróbias
[SUFLITA et al., 2003; WIDDEL & RABUS, 2001; HEIDER et al., 1999]. Estudos
provaram a ocorrência da biodegradação de compostos BTEX (benzeno, tolueno, etilbenzeno,
xileno), alcanos, alguns hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (PAH) e alguns alcenos, em
anaerobiose [SUFLITA et al., 2003; WIDDEL & RABUS, 2001]. Porém, ainda pouco se sabe
a respeito do metabolismo anaeróbio de microrganismos crescendo nesta vasta diversidade de
compostos presentes no óleo cru e em seus derivados. Até então, estudos têm demonstrado
que os mecanismos bioquímicos utilizados pelos microrganismos anaeróbios diferem
completamente do metabolismo aeróbio, embora esses mecanismos não tenham sido
completa
a presença desses
microrga
culturas puras de bactérias redutoras de ferro, bactérias desnitrificantes e bactérias
dutoras de sulfato [LOVLEY et al., 1996]. Uma pesquisa realizada com trinta e oito
q o
do sulfato é responsável pela atenuação de 70% da contaminação [KLEIMKEMPER et al.,
2002].
O interesse na mineralização anaeróbia do tolueno se deu após a observação de que
ele era mais rapidamente degradado em lodo ativado e em sedimentos anaeróbios
contaminados por hidrocarbonetos [VOGEL & GRBIC-GALIC, 1986 Apud HEIDER et al.,
1999]. Em uma cultura anaeróbia enriquecida, na presença de óleo e em condições de redução
de sulfato, o tolueno foi mais rapidamente consumido dentre os alquilbenzenos [RABUS et
al., 1996]. A Tabela 2.9 mostra exemplos da oxidação de tolueno por bactérias anaeróbias, a
partir de diferentes aceptores de elétrons [HEIDER et al., 1999]. O tolueno é ativado por
condensação com fumarato, produzindo benzilsuccinato; este é então oxidado, por reações
mente elucidados [WIDDEL & RABUS, 2001].
Durante a década de 40, e novamente vinte anos depois, houve relatos da oxidação
anaeróbia de alcanos por bactérias redutoras de sulfato, do gênero Desulfovibrio. O interesse
na possibilidade de oxidação de hidrocarbonetos por BRS surgiu por ser
nismos freqüente em plantas de produção de óleo, onde são responsáveis por efeitos
indesejáveis, em especial devido a geração de sulfeto [WIDDEL et al, 1999].
Os primeiros hidrocarbonetos para os quais a biodegradação anaeróbia pode ser
inequivocamente mostrada foram os alquilbenzenos. A degradação destes compostos,
especialmente a do tolueno, foi demonstrada para culturas enriquecidas de bactérias bem
como para
re
a üíferos contaminados com hidrocarbonetos de petróleo revelou que, em média, a reduçã
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 35
que lem ra benzoil-CoA e succinil-CoA (Figura
2.7) [W
Algumas espécies de bactérias desnitrificantes e redutoras de sulfato são capazes de
mine s (to -cumeno),
entre outros. Além disso, já é conhecida uma erro III,
Geob r m áticos.
m consórcio
de bactérias, atuando em sintrofismo. Inicialmente, as bactérias “redutoras de prótons”
hidro mação de hidrogênio, que é então consumido pelas
Arch metanogênicas, tornando esse processo .9). A
baixa nergia livre de Gibbs corrobora com a idéia de um EIDER et
al.,19 .
T la 2.9 - u d p r bactérias anaeróbias.
Fonte: HEIDER et al., 1999.
) Bactérias Desnitrificantes
b m a β-oxidação de ácidos graxos, e produz
IDDEL et al., 1999].
ra izar alcanos, alcenos e alquilbenzel no lueno, m-xileno, etilbenzeno, p
espécie de bactéria redutora de f
acte etallireducens, capaz de degradar hidrocarbonetos arom
A degradação de hidrocarbonetos també é p ssível pela atividade do e um
lisam os hidrocarbonetos com a for
eas termodinamicamente possível (Tabela 2
e a associação sintrófica [H
99]
abe Eq ações estequiométricas da oxi ação de tolueno o
(1
:
O
3
-
+ 0,2 H
+
HCO
3
-
+ 3,6 N
2
+ 0,6 H
2
O
)
-1
C
7
H
8
+ 7,2 N
7
G
O’
= - 3554 kJ . (mol tolueno
(2) Bactérias Redutoras de Ferro III:
C
7
H
7 FeCO
3
+ 29 Fe
3
O
4
+ 145 H
2
O
G
O’
= - 3398 kJ . (mol tolueno)
-1
(3) Bactérias Redutoras de Sulfato:
C
7
H
8
+ 4,5 SO
4
-2
+ 3 H
2
O
7 HCO
3
-
+ 2,5 H
+
+ 4,5 HS
-
G
O’
= - 205 kJ . (mol tolueno)
-1
(4) Consórcio Metanogênico:
a) C
7
H
8
+ 9 H
2
O
b) 6 H
2
+ 1,5 HCO
3
-
+ 1,5 H
+
c) 3 H
3
C – COO
-
+ 3 H
2
O
Somatório:
C
7
H
8
+ 7,5 H
2
O
HCO
3
-
+ 3H
3
C – COO
-
+ 4H
+
+ 6H
2
G
O’
= + 166 kJ . (mol tolueno)
-1
1,5 CH
4
+ 4,5 H
2
O
G
O’
= - 203 kJ . (6 moles de H
2
)
-1
3 CH
4
+ 3 HCO
3
-
G
O’
= - 93 kJ . (3 moles de acetato)
-1
4,5 CH
4
+ 2,5 HCO
3
-
+ 2,5 H
+
G
O’
= - 131 kJ . (mol tolueno)
-1
8
+ 94 Fe(OH)
3
Figura 2.7 – Rota da oxidação anaeróbia do tolueno a benzoil-CoA.
Fonte: HEIDER et al., 1999.
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 37
Widdel e colaboradores (1999) determinaram o consumo de n-alcanos, como único
substrato orgânico, durante o crescimento de novas espécies mesófilas de bactérias redutoras
de sulfato em condição de anaerobiose. Porém, os mecanismos da oxidação anaeróbia de
alcanos ainda são insuficientemente conhecidos.
Os hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (PAH) são compostos com anéis
fundidos, com baixa solubilidade em água, que exibem propriedades tóxicas em baixas
concentrações, podendo ser carcinogênicos. Muitos desses compostos são listados como
poluentes prioritários no monitoramento em efluentes industriais, sedimentos, águas e solos.
[BHANDARI & KARTHIKEYAN, 2001; LOVLEY, et al., 1996]. Coates et al. (1996) foram
os primeiros a demonstrar a oxidação de PAH por bactérias redutoras de sulfato pela oxidação
do naftaleno e do fenantreno a CO
2
; e ainda revelaram que metilnaftaleno, fluoreno e
fluoranteno também eram anaerobicamente transformados em CO
2
, ao contrário do pireno e
do benzopireno.
Ainda há dúvidas em relação aos mecanismos de biodegradação de PAH por
bactérias redutoras de sulfato. Alguns autores concordam que a carboxilação é a etapa inicial
da biodegradação do naftaleno, como mostra a reação a seguir (Figura 2.8).
Experimentos realizados por Boopathy (2003a) para remoção de hidrocarbonetos de
petróleo em solo, mostraram que 55% dos hidrocarbonetos totais de petróleo (TPH) foram
eliminados em condições de redução do sulfato, após 290 dias de operação do reator. Em
sedimentos de terras alagadas e contaminadas com óleo diesel, Boopathy (2003b) obteve
remoção de 62% deste óleo após 510 dias, também em condições que favoreciam a redução
de sulfato. Em estudo posterior [BOOPATHY, 2004], foi observada a biodegradação
anaeróbia de 54,5% de óleo diesel em solo após 310 dias, para condições de redução de
sulfato.
Figura 2.8 – Rota conceitual de degradação de PAH sob redução de sulfato.
Fonte: Adaptado de BHANDARI & KARTHIKEYAN, 2001.
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 38
Phelps et al. (1996), estudando a biodegradação de benzeno em misturas de BTX,
através da análise da geração de
14
CO
2
, observaram que houve a completa mineralização do
benzeno
r exemplo na gasolina e no óleo diesel. Este trabalho comprova que a degradação
microbiana do benzeno é possível a partir da redução do sulfato.
Lovley et al. (1996) observaram que naftaleno e fenantreno foram oxidados a CO
2
, a
anaerobiose. Com isso, concluíram que a oxidação microbiana
de PAH, em condição anaeróbia, ocorre em associação com a redução desassimilativa do
sulfato.
2.7 – BIOSURFACTANTE
UNHA, 2004].
de, solubilização,
molhabilidade ou detergência [PORTER, 1994]. A solubilidade dos surfactantes é responsável
por sua adsorção à superfície e pela formação de micelas, que por sua vez propicia a redução
por bactérias que utilizam o sulfato como aceptor final de elétrons. Estes
microrganismos anaeróbios foram capazes de degradar o benzeno em concentrações iniciais
relativamente altas e em misturas com outros hidrocarbonetos aromáticos contaminantes,
como po
partir da redução do sulfato em
Um fator limitante nos processos de biorremediação é a baixa solubilidade dos
hidrocarbonetos de petróleo. Isto impede a biodisponibilidade destes poluentes, dificultando a
biodegradação [DA C
Os surfactantes são moléculas anfipáticas, constituídas de uma fração polar ou
hidrofílica e uma fração apolar ou hidrofóbica [GEORGIOU et al., 1992; JOHNSEN et al.,
2005]. A porção apolar é freqüentemente formada por hidrocarbonetos de cadeias alifáticas,
grupos aromáticos e policíclicos. A porção polar pode ser iônica (aniônica ou catiônica), não-
iônica ou anfotérica.
Em função da presença de grupos hidrofílicos e hidrofóbicos na mesma molécula, os
surfactantes tendem a se distribuir nas interfaces entre fases fluidas com diferentes graus de
polaridade (óleo/água e água/óleo). A formação de um filme molecular, ordenado nas
interfaces, reduz a tensão interfacial e superficial, sendo responsável pelas propriedades
únicas dos surfactantes [DESAI & BANAT, 1997].
Como principais propriedades que caracterizam os surfactantes pode-se citar a
capacidade de adsorção, formação de micelas, formação de macro e microemulsões, dispersão
ou agregação de sólidos, ação espumante ou anti-espumante, solubilida
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 39
da visco
es de petróleo, bem
como n
do sua solubilidade em água, diminuindo a tensão
interfaci
mpreende os raminolipídeos, biosurfactantes comercialmente
dispon
re quando estes
microrga
sidade e solubilização de compostos no mesmo [JOHNSEN et al., 2005]. Por outro
lado, a adsorção dos surfactantes resulta em molhabilidade, emulsificação, formação de
espumas, dispersão de partículas e detergência [DESAI & BANAT, 1997].
Os surfactantes quimicamente sintetizados são usados na indústria do óleo cru, como
auxiliares no tratamento despoluente de ambientes acometidos por derram
a recuperação de óleo de reservatórios. Porém, estes compostos não são
biodegradáveis e podem ser tóxicos para o ecossistema [BANAT, 1995]. Portanto, o uso de
biosurfactantes é uma alternativa eficaz e não é tóxico ao meio ambiente.
Bactérias, leveduras e fungos filamentosos que degradam substratos insolúveis em
água como hidrocarbonetos sólidos e líquidos, gorduras, óleos e graxas, usualmente produzem
biosurfactantes [GERSON, 1993]. Os biosurfactantes são compostos biodegradáveis que, em
muitos casos, têm mostrado possuir propriedade emulsificante equivalente aos compostos
químicos [BANAT, 1995]. Os surfactantes de origem microbiana, similarmente aos sintéticos,
emulsificam hidrocarbonetos, aumentan
al e aumentando o deslocamento das substâncias oleosas agregadas às partículas do
solo [BANAT, 1995]. Desta forma, facilitam o contato da bactéria com o contaminante a ser
biodegradado [JOHNSEN et al., 2005].
Os glicopeptídeos constituem uma classe de surfactantes microbianos de interesse.
Por sua vez, esta classe co
íveis e um dos mais estudados. Os raminolipídeos apresentam em sua estrutura 1 ou 2
moléculas de raminose ligadas a 1 ou 2 moléculas de ácido β-hidroxidecanóico os principais
[DESAI & BANAT, 1997].
Várias espécies do gênero Pseudomonas são capazes de produzir grandes quantidades
destes compostos a partir de diferentes substratos [PARRA et al., 1989]. Estas bactérias
podem usar glicerol, frutose, glicose, n-parafina e óleos vegetais para produzir raminolipídeos
[BOULTON, 1987]. Na verdade a maior produção de raminolipídeos ocor
nismos são cultivados em meios de cultura contendo fontes de carbono hidrofóbicas,
como hidrocarbonetos, já que a presença destes compostos tensoativos permite a assimilação
das moléculas insolúveis pelos microrganismos [COOPER & ZAJIC, 1980].
Em 1949, Jarvis e Johnson descreveram o raminolipídeo produzido por
Pseudomonas aeruginosa (TAHZIBI, KAMAL & ASSADI, 2004). Anos depois, em 1963,
foi proposta a via metabólica de síntese e, em 1994, foi isolado e caracterizado o gene
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 40
respon
as tecnologias de produção de raminolipídeos em escala industrial foram
desenvolvidas. Uma envolve o cultivo por processo continuo em meio de cultura de
composição e condições otimizadas. Posteriormente, há o reciclo de células e recuperação do
produto usando tecnologia de ponta, permitindo alcançar rendimento e produtividade
elevados.
sável pela sua biossíntese. Existem 4 diferentes homólogos de raminolipídeos
produzidos por P. aeruginosa, sendo o L-ramnosil-β-hidroxidecanoil-β-hidroxidecanoato
(RL2) e o L-ramnosil-L-ramnosil-β-hidroxidecanoil-β-hidroxidecanoato (RL1) os principais
(Figura 2.9).
Algum
Figura 2.9 - Estrutura dos raminolipídeos RL1 produzido por Pseudomonas aeruginosa.
Fonte: TAHZIBI et al., 2004.
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 41
Jeneil Biosurfactant Company (Wisconsin, USA) foi a primeira empresa a produzir
uma série de biosurfactantes à base de raminolipídeos, tornando-os comercialmente
disponíveis a preços competitivos. Estes produtos, segundo o fabricante, apresentam boas
propriedades como agentes de emulsificação, detergência, molhabilidade e formação de
espuma. Ademais, apresentam reduzida toxicidade e são facilmente degradados; os produtos
resultantes da degradação não apresentam persistência e danos para o ambiente. A sua
qualidade permite os mais diversos tipos de aplicação
[http://www.epa.gov/greenchemistry/sba04.html, 2005].
CAPÍTULO 3
MATERIAIS E MÉTODOS
3 – MATERIAIS E MÉTODOS
3.1 – ÓLEO DIESEL
Neste trabalho foi utilizado óleo diesel proveniente de um único posto de
abastecimento de combustíveis (BR Distribuidora de Combustíveis), armazenado em dois
galões de 5 litros, sob refrigeração a 4
o
C, durante todo o período experimental, para garantir a
não volatilização das frações mais leves.
A utilização de uma única amostra de óleo diesel, durante todo o desenvolvimento do
trabalho, foi realizada de modo a evitar a variação do produto e, conseqüentemente, garantir a
confiabilidade dos resultados. Os derivados de petróleo apresentam composição diversificada
dependendo da fonte e do processo de separação utilizados na sua obtenção.
3.2 – CULTURA MICROBIANA
Foi utilizada uma cultura mista de bactérias anaeróbias enriquecida com bactérias
redutoras de sulfato (BRS). A cultura foi obtida a partir de cultivos sucessivos de amostra da
água de produção de Carmópolis, em Sergipe, em meio apropriado (item 3.4)
.
3.3 – BIOSURFACTANTE
Foi utilizado o biosurfactante comercial JBR–425 cedido pelo
Centro de Tecnologia
Mineral (CETEM). Este produto, fabricado por Jeneil Biosurfactant Company (Wiscosin,
USA), contém 25% de raminolipídeos.
3.4 – MEIOS DE CULTIVO
O crescimento, a manutenção e a quantificação das BRS foram realizados em meio
Postgate E modificado [POSTGATE, 1984], cuja composição está descrita na Tabela 3.1.
Capítulo 3 – Materiais e Métodos 43
Este meio foi utilizado por Vieira (2003) para biodegradação anaeróbia de água de
produção com cultura mista enriquecida com bactérias redutoras de sulfato.
Tabela 3.1 – Composição do Meio Postgate e Modificado.
Compostos Concentração (g/L)
KH
2
PO
4
0,5
NH
4
Cl 1,0
CaCl
2
.2H
2
O 0,67
MgCl
2
.6H
2
O 1,68
Na
2
SO
4
1,0
FeSO
4
.7H
2
O 0,5
Ágar-agar 1,9
Extrato de Lêvedo 1,0
Ácido Ascórbico 0,1
Solução de Lactato de
Sódio (50%)
3,5 mL/L
Solução de Resarzurina
(0,025%)
4,0 mL/L
Fonte: POSTGATE, 1984.
O preparo do meio foi realizado sob purga de nitrogênio para evitar a presença de O
2.
Após ajuste do pH a 7,8 ± 0,1 com a adição de NaOH 1N, foram distribuídos 40 mL de meio
em frascos tipo penicilina de 50 mL de volume útil (para o planejamento experimental) e 9
mL de meio em frascos tipo penicilina de 10 mL de volume útil (para a quantificação celular).
Foram vedados com tampas de borracha e lacres metálicos a fim de se garantir a condição de
anaerobiose. Em seguida, os meios foram esterilizados por autoclavagem a 1 atm por 20
minutos. No momento da inoculação, adicionava-se 0,1 mL de solução de tioglicolato de
sódio (12,4 g/L), um seqüestrante de oxigênio, na proporção de 0,1 mL para 10 mL de meio.
Capítulo 3 – Materiais e Métodos 44
3.5 – MANUTENÇÃO DA CULTURA MICROBIANA
A cultura mista de bactérias anaeróbias enriquecida com BRS (cultura estoque) foi
mantida através de repiques mensais em meio Postgate E modificado, incubados a 30 ± 1
o
C.
3.6– ACLIMATAÇÃO DA CULTURA MICROBIANA AO ÓLEO DIESEL
A aclimatação da cultura foi realizada em duas etapas. Na primeira, a cultura
microbiana foi cultivada no meio Postgate E modificado na presença de concentrações
crescentes de óleo diesel, variando de 0,25 a 5% (v/v), na seguinte ordem: 0,25%; 0,5%;
1,0%; 2,0%; 3,0%; 4,0% e 5,0%. Estes ensaios foram conduzidos em frascos do tipo
penicilina de 50 mL de capacidade contendo 40 mL de meio, vedados e lacrados para garantir
condição de anaerobiose. Para inoculação do meio contendo 0,25% de óleo diesel foram
utilizados 4 mL da cultura estoque, descrita no item 3.5. O frasco foi incubado a 30 ± 1
o
C e,
uma vez observado crescimento, alíquota (4 mL) do cultivo nele contido foi utilizada para
inocular 40 mL do meio contendo óleo diesel na concentração superior (0,5%). Este
procedimento foi repetido até obter cultura capaz de crescer na presença de 5% de óleo diesel.
A tolerância da cultura ao óleo diesel foi avaliada pelo crescimento das BRS, que
promovem o escurecimento do meio devido à formação de precipitado preto de sulfeto de
ferro (FeS). Este precipitado resulta da reação do ácido sulfídrico (H
2
S), gerado através do
metabolismo dessas bactérias, com Fe
2+
presente na formulação do meio Postgate.
Na segunda etapa, foi testado o crescimento da cultura já aclimatada (etapa anterior)
em meio contendo 5% de óleo diesel e concentrações decrescentes de lactato de sódio (única
fonte de carbono do meio Postgate E), a fim de induzir o consumo preferencial do óleo diesel
como fonte de carbono e energia pelas bactérias. Foi adotado o mesmo procedimento acima
descrito, de modo que, logo após observar crescimento, alíquota do cultivo era transferida
para novo meio com menor conteúdo de lactato, até total supressão deste.
Todos os ensaios foram realizados em triplicata.
Capítulo 3 – Materiais e Métodos 45
3.7 – TESTES PRELIMINARES
Alguns ensaios foram preliminarmente realizados com o intuito de definir os valores
para estimativa da concentração de biosurfactante a ser adotada no planejamento experimental
para avaliação da biodegradação de óleo diesel.
Os valores das demais variáveis consideradas importantes neste estudo –
concentração de óleo diesel e relação carbono/nitrogênio - foram definidos a partir de
levantamento bibliográfico.
3.7.1 – CONCENTRAÇÃO DE ÓLEO DIESEL UTILIZADA NO PLANEJAMENTO
EXPERIMENTAL
No planejamento experimental optou-se por avaliar o comportamento da cultura nas
concentrações de óleo diesel no nível inferior de 0,5%, no nível central 1,5% e no superior de
2,5%. Esses valores foram baseados em estudo anterior realizado por VIEIRA (2004) que
trabalhou com efluentes gerados em terminais de combustíveis (gasolina e óleo diesel) da
cidade de Uberlândia - MG. Como forma de avaliar o percentual de combustíveis presente
neste efluente, VIEIRA (2004) obteve uma relação entre óleos e graxas e concentração de
combustíveis e verificou que este efluente apresentava concentração de 1,0 a 2,0% da mistura
óleo diesel e gasolina. Assim, optou-se por estudar concentração de óleo diesel em valores
abaixo de 1,0% e acima de 2,0%.
3.7.2 – TESTE DE SENSIBILIDADE DA CULTURA MICROBIANA AO
BIOSURFACTANTE
A sensibilidade da cultura microbiana ao biosurfactante raminolipídeo foi testada
para concentrações de 0,01%; 0,05% e 0,1% (v/v). O teste foi realizado com base no
crescimento das BRS, verificando seu crescimento pelo escurecimento do meio pela formação
de precipitado negro de FeS, após uma semana de incubação em estufa a 30
o
C ± 1
o
C.
Capítulo 3 – Materiais e Métodos 46
3.7.3 – CONCENTRAÇÃO DE NITROGÊNIO UTILIZADA NO PLANEJAMENTO
EXPERIMENTAL
No planejamento experimental foi adotado cloreto de amônio (NH
4
Cl) como fonte de
nitrogênio. Assim sendo, a concentração de NH
4
Cl, correspondente à relação C/N calculada
com base nos constituintes do meio Postgate foi utilizada como nível inferior (-1), enquanto
para o nível superior (+1) foi considerada uma concentração de NH
4
Cl cinco vezes maior.
Os cálculos se encontram no Apêndice A.
3.7.4 – PADRONIZAÇÃO DO INÓCULO DA CULTURA MICROBIANA
A cultura mista enriquecida com bactérias redutoras de sulfato foi padronizada por
contagem através da técnica de número mais provável (NMP) [HARRISON JR., 1982] em
meio Postgate E modificado.
Para tanto, 4 mL da cultura aclimatada em 5% de óleo diesel foram inoculados em 40
mL de meio Postgate E modificado sem agar-agar e lactato de sódio. Após 3, 5 e 7 dias de
incubação em estufa a 30 ± 1
o
C, com o auxílio de seringas estéreis, foram retiradas alíquotas
para quantificação microbiológica. As alíquotas foram submetidas a diluições decimais
sucessivas em solução redutora (item 3.11.7), que em seguida foram inoculadas nos meios
fluido ao tioglicolato e Postgate E modificado, para o cultivo de bactérias anaeróbias e BRS,
respectivamente. Após incubação a 30 ± 1
o
C por 28 dias, o crescimento das BRS foi visto
através da formação de precipitado preto e o das bactérias anaeróbias através da turvação do
meio.
3.8 – PLANEJAMENTO EXPERIMENTAL
Para a realização de experimentos significativos e confiáveis, deve-se utilizar um
método científico de planejamento. Além disso, quando o problema envolve dados que podem
conter erros experimentais, um modo adequado de análise é por métodos estatísticos. Em
qualquer análise experimental devem-se seguir duas etapas: o planejamento experimental e a
Capítulo 3 – Materiais e Métodos 47
análise estatística dos dados, esta última dependente do tipo de planejamento realizado
[OLIVEIRA, 2004].
As vantagens do uso do planejamento experimental são [BARROS NETO et al.,
1995, apud OLIVEIRA, 2004]:
Redução do tempo de experimentação, pois permite a otimização do número de
experimentos;
Redução dos custos relativos à execução dos ensaios, fato que está relacionado à
redução da quantidade de experimentos;
Permite a avaliação e minimização do erro experimental;
Permite uma otimização multivariada, e
Não requer conhecimentos elevados em estatística.
O processo de biodegradação envolve diversas variáveis, assim a análise e
planejamento dos experimentos são mais confiáveis utilizando técnicas estatísticas para esse
fim. A técnica de superfície de resposta, que tem como base o planejamento fatorial dos
experimentos, é de fundamental importância neste trabalho, pois permite verificar os efeitos
individuais e as interações entre as variáveis, a avaliação dos erros experimentais e de
regressão e o equacionamento empírico dos resultados em função das variáveis escolhidas
[BOX et al., 1978].
O número de variáveis a serem estudadas aliado à necessidade de obter uma
estimativa de parâmetros de uma superfície de segunda ordem e ainda, a redução do esforço
experimental, levaram à utilização do Planejamento Composto Central (PCC). O PCC é um
planejamento fatorial de 1
a
ordem aumentado por pontos adicionais para permitir a estimação
dos parâmetros de uma superfície de 2
a
ordem. Portanto, foi realizado um PCC composto por
um planejamento fatorial a dois níveis com três variáveis acrescido de duas réplicas no ponto
central e ainda 6 experimentos nos pontos axiais (α), totalizando 16 experimentos.
Capítulo 3 – Materiais e Métodos 48
-1 -1 -1
-1 -1 +1
-1 +1 -1
-1 +1 +1
+1 -1 -1
+1 -1 +1
+1 +1 -1
+1 +1 +1
-α
0 0
+α
0 0
0
-
α
0
0
+
α
0
0 0
-
α
0 0
+
α
0 0 0
0 0 0
Planejamento
Fatorial 2
k
Pontos Axiais
2.K
Pontos Centrais
Figura 3.1 – Esquema do planejamento composto central.
Neste planejamento experimental foram realizados experimentos para verificar a
influência de três variáveis no processo de biodegradação do óleo diesel por uma cultura
mista enriquecida com bactérias redutoras de sulfato (BRS). As variáveis mais significativas
neste processo foram:
X
1
– Concentração de óleo diesel (%);
X
2
– Concentração de nitrogênio (NH
4
Cl em g/L) e,
X
3
– Concentração de biosurfactante (%).
Os valores destas variáveis foram obtidos através de testes preliminares apresentados
na seção 3.7 e também por consulta bibliográfica.
Os níveis das variáveis estudadas foram colocados na forma codificada
(adimensionalizada), utilizando as seguintes equações de codificação:
Equação geral:
()
0
11
2
n
X
X
X
X
X
+−
(3.1)
Onde: orma codificada;
X é o valor real da variável a ser calculado;
0
=
Xn é o valor da variável no experimento na f
X
é o valor real da variável no ponto central;
Capítulo 3 – Materiais e Métodos 49
X
+1
é o valor real da variável no nível superior;
- Percentagem de óleo diesel:
X
-1
é o valor real da variável no nível inferior.
1
1, 0%
(%) 1,5%OD
X
= (3.2)
- Concentração de NH
4
Cl:
(/)3,0(/)
2,0( / )
Ng L gL
gL
= (3.3)
2
X
- Percentagem de biosurfactante:
3
(%) 0,03%
0,023%
BS
X
= (3.4)
O valor de α = 1,287 foi calculado para que o PCC fosse ortogonal, isto é, um
planejam l e os parâmetros estimados
não são correlacionados entre si [BOX et al., 1978].
i calculado através da seguinte equação:
ento onde a matriz de variância e covariância é diagona
O valor de α, fo
1/4
.
4
α
⎛⎞
=
⎜⎟
⎝⎠
(3.5)
QG
onde ,
()
2
1/2
1/2
QGT G
⎡⎤
=+
= 2k + número de réplicas
centrais.
Abaixo, na Tabela 3 processo e seus respectivos
valores, de acordo com seus níveis: inferior, central e superior.
Variá p so.
NÍVEIS
⎣⎦
G = número de pontos fatoriais (G = 2
k
, se completo);
T = número de pontos adicionais no PCC; T
.2, estão relacionadas as variáveis do
Tabela 3.2 - veis do roces
Variáveis Descriminação
- α
-1 0 +1
+ α
X
1
Óleo Diesel (%) 0,213 0,5 1,5 2,5 2,787
Biosurfactante (%) 0 0,007 0,03 0,053 0,06
X
2
Nitrogênio - NH
4
Cl (g/L) 0,426 1,0 3,0 5,0 5,6
X
3
Capítulo 3 – Materiais e Métodos 50
Na Tabela 3.3, temos a matriz do planejamento apresentando os valores codificados
e reais das variáve
Tabe .3 – Mat o pla
VARIÁVEIS DIFICA VARIÁVEIS REAIS
is.
la 3 riz d nejamento
CO DAS
Experimento OD OD ) NH
4
/L) N BS (% Cl (g BS(%)
1
-1 -1 -1 0,5 1,0 0,007
2
-1 -1 +1 0,5 1, 0,053
3
-1 +1 -1 0,5 5,0 0,007
4
-1 +1 +1 0,5 5,0 0,053
5
+1 -1 -1 2,5 1,0 0,007
6
+1 -1 +1 2,5 1,0 0,053
7
+1 +1 -1 2,5 5,0 0,007
8
+1 +1 +1 2,5 5,0 0,053
9
-
0
α
0 0 ,213 3,0 0,03
10
+
2
α
0 0 ,787 3,0 0,03
11
0
-
0
α
0 1,5 ,426 0,03
12
0
+ α
0 1,5 5,6 0,03
13
0 0
- α
1,5 3,0 0,00
1
6
4
0 0
+ α
1,5 3,0 0,0
15
0 0 0 1,5 3,0 0,03
16
0 0 0 1,5 3,0 0,03
Legenda: Óleo diesel (OD); Cloreto de amônio (NH
4
Cl); Biosurfactante (BS)
capacidade,
de anaerobiose. Aos frascos tipo penicilina foram adicionados:
3.8.1 – AVALIAÇÃO DA BIODEGRADAÇÃO DE ÓLEO DIESEL
Os experimentos foram realizados em frascos tipo penicilina de 50 mL de
vedados com tampas de borracha e lacres metálicos a fim de garantir a condição
Capítulo 3 – Materiais e Métodos 51
40 mL de meio Postgate E modificado sem ágar-agar e sem lactato de sódio,
rfactante, nas concentrações correspondentes a cada
reparado com três dias de antecedência e colocado
o
o
C, por um período de 30 dias.
role abiótico para contabilizar as perdas
naturais.
, foram analisadas as
seguintes respostas:
Remoção de Hidrocarboneto Total de Petróleo (TPH);
Quantificação de bactérias redutoras de sulfato por NMP;
Quantificação de bactérias anaeróbias por NMP;
Consumo de sulfato;
Produção de sulfeto total.
alho estão descritas no final deste
capítulo.
pelo método dos mínimos quadrados, para cada uma das
resposta
sendo ajustada a concentração de NH
4
Cl de cada experimento no preparo do
meio;
1 mL de tioglicolato de sódio (12,4 g/L);
Óleo diesel e biosu
experimento;
Inóculo aclimatado que foi p
em estufa a 30 ± 1
C.
Os frascos foram então dispostos em uma mesa agitadora a 150 rpm, na temperatura
de 25 – 28
Visando uma maior confiabilidade nos resultados obtidos, foram realizadas réplicas
para cada experimento, e ainda, foi feito o cont
Após decorridos 30 dias de incubação, para cada condição
As metodologias analíticas utilizadas neste trab
3.8.2 – ANÁLISE ESTATÍSTICA DAS RESPOSTAS
A análise estatística dos dados foi feita utilizando o programa Statistica 5.1
®
, a partir
da análise de regressão múltipla,
s, tendo como parâmetros, os termos isolados, de interação e quadráticos das três
Capítulo 3 – Materiais e Métodos 52
variáveis estudadas. A equação empírica de 2ª ordem proposta para representar cada uma das
resposta e
2
X
3
+ hX
1
2
+ iX
2
2
+ jX
3
2
(3.6)
S
a,b,c,...j = constantes ou parâmetros da equação;
s não relevantes quando p superior a 10%. Os parâmetros
não sign
cesso. O valor do R
e a
comparação entre F calculado e F tabelado foram utilizados para constatação da significância
ou não d
Com o objetivo de verificar o comportamento da resposta estudada, isto é, se ela
apresenta ponto de máximo, de mínimo ou não apresenta nem ponto de máximo e n
mínimo escobrir o ponto estacionário.
Os pontos estacionários são obtidos através da derivada da equação da resposta Y
pela variável X
k
, isto é:
s s gue a seguinte forma:
Y = β
0
+ aX
1
+ bX
2
+ cX
3
+ eX
1
X
2
+ fX
1
X
3
+ gX
endo:
Y = resposta estudada;
β
0
= valor médio da resposta;
X
1
= porcentagem de óleo diesel (%);
X
2
= concentração de NH
4
Cl (g/L);
X
3
= porcentagem de biosurfactante (%).
A esta equação foram aplicados os resultados obtidos e feita uma avaliação
estatística da estimação dos parâmetros através dos valores de t de Student para cada um,
sendo eliminados aqueles com nível de significância (p) superior a 10%, ou seja, as variáveis
relacionadas a estes são considerada
ificativos foram eliminados, obtendo-se assim, uma equação que representa os efeitos
das variáveis na biodegradação do óleo diesel e que determina qual delas mais afeta a
resposta. Pode-se ainda, prever qual a melhor condição para este pro
2
o modelo [FELIPE, 1999].
em de
(ponto de sela) é necessário d
12 k
XX X∂∂
... 0
====
(3.7)
YY Y∂∂
sendo, Y = b
0
+ x’b + x’Bx
''
0
20
y
bxbxBxb Bx
x
x
∂∂
⎡⎤
=++=+
⎣⎦
∂∂
=
(3.8)
Capítulo 3 – Materiais e Métodos 53
onde, b
0
é o termo independente;
x’b são os termos de 1ª. ordem na função de resposta;
x’Bx é a contribuição quadrática.
Então, o ponto estacionário será dado por: x
0
= - (1/2) B
-1
b, onde B é a matriz (k x k)
na qual a d tes dos termos quadráticos da equação e os
termos fora da diagonal são correspondentes aos coeficientes das interações divididos por 2
(ex: a
12
e A matriz b é uma matriz coluna
compost e iáveis lineares).
point”).
P
ja fora da região experimental.
Para determinar a natureza desse ponto estacionário foi necessário fazer uma análise
canônica, que considera uma translação da superfície de resposta da origem (X
1
, X
2
, ... , X
k
) =
(0, 0, ... , 0) para o ponto estacionário x
0
(Figura – 3.2) . Daí a função de resposta é formulada
em term
1
, w
2
, ... , w
k
.
Figura 3.2 – Translação da superfície de resposta da origem para o ponto estacionário.
X
iagonal é composta pelos coeficien
a
21
correspondem ao coeficiente da interação X
1
X
2
).
a p los coeficientes associados às variáveis isoladas (var
O ponto estacionário (x
0
) pode ser:
Um ponto onde a superfície atinge um máximo;
Um ponto onde a superfície atinge um mínimo, ou
Um ponto nem de máximo, nem de mínimo Ponto de sela (“saddle
orém, podem existir problemas relacionados a estes pontos estacionários:
Pode existir uma região de máximo e não um ponto de máximo;
Pode ser que o ponto estacionário este
os de novas variáveis, w
X
0
W
2
W
1
X
Capítulo 3 – Materiais e Métodos 54
Então, obtêm-se a função de resposta em termos das novas variáveis:
2
w
λ
(3.9)
λ
, λ , ... , λ são constantes.
ovimentamos em qualquer direção a partir do
ponto es
sinais diferentes, o ponto estacionário x
0
não é nem ponto de máximo, nem de mínimo.
realizados utilizando um algoritmo implementado
no software Maple V Release 4
®
(ver Apêndice B).
rabalho foi utilizado um efluente sintético nas condições favoráveis
ao cres
orrespondentes à remoção de hidrocarboneto
total de petróleo (TPH).
Este efluen io Postgate E modificado sem ágar-agar,
sem lactato de sódio; concentração de óleo diesel de 1,15%, concentração de NH
4
Cl de 2,92
g/L e co n
c te efluente foi realizada empregando as seguintes análises:
22
011 22
...Yy w w
λλ
=+ + ++
kk
onde:
y
0
: é a resposta estimada no ponto estacionário e,
1 2 k
Os sinais dos λ’s e a grandeza dos λ’s ajudam a determinar a natureza do ponto
estacionário e, a relação entre os w’s e os x’s também são importantes pois indicam ao
pesquisador regiões úteis para exploração.
Se λi < 0, sendo i = 1,2,...,k, quando m
tacionário, teremos um decréscimo de Y, isto é, o ponto estacionário x
0
é um ponto de
resposta máxima da superfície ajustada. Se λi > 0, o ponto estacionário x
0
é um ponto de
mínimo para a superfície ajustada e, se os λ’s têm
A obtenção dos pontos estacionários e a análise canônica dos dados para cálculo dos
pontos de maximização das respostas foram
3.9 – CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DO EFLUENTE SINTÉTICO DO
BIORREATOR
Durante todo o t
cimento microbiano e à biodegradação do óleo diesel. Nesta etapa, após o
planejamento experimental, realizou-se a caracterização físico-química do efluente sintético
com as concentrações das variáveis otimizadas c
te sintético era composto por: me
nce tração de biosurfactante de 0,06%.
A aracterização des
Capítulo 3 – Materiais e Métodos 55
Demanda Química de Oxigênio (DQO);
DBO);
Determinação de Fósforo;
Determinação de Enxofre no Óleo Diesel;
o um biorreator de bancada de 2L de
capacidade. Durante o experimento foi realizado um teste controle visando avaliar as perdas
abióticas, acrescentando 1% de azida sódica para inibir o crescimento microbiano.
O biorreator possuía portes para purga de nitrogênio, adição de inóculo, retirada de
amostras, retirada do gás produzido no reator e medição de pH (por meio de eletrodo
potencio
3.10.1 – CONDIÇÕES REACIONAIS NO BIORREATOR
ental e a otimização das variáveis
do processo de biodegradação, obtiveram-se as condições ótimas de remoção de TPH:
1,15% (v/v) de Óleo Diesel;
2,92 g/L de NH
4
Cl;
0,06% (v/v) de Biosurfactante Raminolipídeo.
Demanda Bioquímica de Oxigênio (
Óleos e graxas;
Determinação de Sulfato;
Determinação de Nitrogênio Total;
Hidrocarbonetos Totais de Petróleo (TPH).
3.10 – CINÉTICA DE BIODEGRADAÇÃO NO BIORREATOR
Após o estudo estatístico do planejamento experimental e de posse dos valores
ótimos da remoção de hidrocarboneto de petróleo (TPH) estudou-se a cinética de
biodegradação do óleo diesel em escala maior, utilizand
métrico), conforme apresentado na Figura 3.3.
Com o estudo estatístico do planejamento experim
Capítulo 3 – Materiais e Métodos 56
Figura 3.3 – Biorreator utilizado na cinética de biodegradação de óleo diesel.
3.10.2 – COMPOSIÇÃO DO MEIO REACIONAL
No biorreator de 2L de capacidade, ocupou-se 1,5 L de volume útil, adicionando-se:
1278 mL de meio Postgate E modificado, sem ágar-agar, sem lactato de sódio e
com ajuste da concentração de NH
4
CL de 2,92 g/L; previamente autoclavado a 1
atm por 20 minutos;
17,25 mL de óleo diesel;
0,92 mL de biosurfactante raminolipídeo;
37,5 mL de tioglicolato de sódio (12,4 g/L);
150 mL de inóculo reaclimatado nas condições ótimas de remoção de
hidrocarboneto total de petróleo, inoculado e incubado a 30 ± 1
o
C, três dias antes
da partida do reator.
3.10.3 – OPERAÇÃO DO BIORREATOR
O biorreator foi operado à temperatura ambiente de 25 ± 2
o
C disposto em mesa
agitadora da marca Certomat® MO (B. Braun Biotech International) numa rotação de 120
Capítulo 3 – Materiais e Métodos 57
rpm e com controle de pH em torno de 7 com o auxílio de um eletrodo potenciométrico, da
marca GEHAKA - modelo PG2000, sendo ajustado, quando necessário, com NaOH 1N.
Antes da adição do inóculo, e ao longo de todo o processo, purgas de nitrogênio
foram feitas para garantir a condição de anaerobiose e para arraste do H
2
S produzido, para
posterior quantificação.
O inóculo foi transferido para o biorreator com o auxílio de seringas, assim como o
óleo diesel, o biosurfactante e o tioglicolato de sódio; sempre sob purga de nitrogênio.
O biorreator foi monitorado através de análises de:
Hidrocarboneto Total de Petróleo (TPH);
Sulfeto Total, produzido tanto na forma gasosa como dissolvido na fase líquida.
Na fase gasosa foi coletado, através de arraste por purga de N
2
, em dois frascos
borbulhadores em série contendo, cada um, 10 mL de solução de hidróxido de
cádmio. Na fase líquida foram coletados 2 mL de amostra para análise em
duplicata;
Quantificação inicial e final de bactérias anaeróbias;
Quantificação inicial e final de bactérias redutoras de sulfato.
As amostras para TPH e sulfeto na fase líquida foram coletadas a cada dois ou três
dias. A quantificação do sulfeto na fase gasosa foi realizada sempre que se formava
precipitado amarelo, correspondente à formação de sulfeto de cádmio, nos frascos
borbulhadores. Todas as análises foram feitas em duplicata, exceto a quantificação de sulfeto
na fase gasosa.
O tempo de processo foi de 38 dias sendo determinado pela produção de sulfeto que
é um indicativo da atividade das bactérias redutoras de sulfato.
3.11 – METODOLOGIA ANALÍTICA
Os métodos analíticos empregados na caracterização do efluente sintético, na
padronização da cultura microbiana e, no monitoramento dos experimentos do planejamento
experimental e da cinética de biodegradação estão descritos a seguir.
Capítulo 3 – Materiais e Métodos 58
3.11.1 – DEMANDA QUÍMICA DE OXIGÊNIO – DQO
A análise de Demanda Química de Oxigênio (DQO) foi realizada através do método
de oxidação por dicromato de potássio em meio ácido, empregando o procedimento descrito
no STANDARD METHODS, 5210 D1995.
3.11.2 – DEMANDA BIOQUÍMICA DE OXIGÊNIO – DBO
Para a determinação da Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO) foi utilizado o
Método de incubação (20
o
C, cinco dias) – NBR 12614.
3.11.3 – ÓLEOS E GRAXAS
A determinação de óleos e graxas foi realizada pelo método de partição gravimétrica
para óleos e graxas adaptado para determinação de hidrocarbonetos [MACÊDO, 2003].
3.11.4 – SULFETO TOTAL
A concentração de sulfetos totais foi determinada através da adaptação do método
colorimétrico para dosagem de gás sulfídrico [JACOBS et al., 1957; APHA, 1992].
Com o intuito de solubilizar os compostos de sulfeto insolúveis, adicionava-se 1 mL
de ácido clorídrico concentrado, com o auxílio de uma seringa, a 1 mL de amostra contida em
um frasco tipo penicilina vedado com tampa de borracha e lacre metálico. O frasco era então
aquecido em banho a 70
o
C por 10 minutos.
O gás sulfídrico formado, pela reação do sulfeto presente com o ácido clorídrico
adicionado, era coletado através de purga de gás inerte (nitrogênio) em dois borbulhadores
acoplados em série, cada um contendo 10 mL de solução de hidróxido de cádmio. Há a
formação de precipitado amarelo correspondente ao sulfeto de cádmio, cuja intensidade da
coloração está relacionada à concentração de sulfeto presente na amostra.
Capítulo 3 – Materiais e Métodos 59
Para a dosagem do sulfeto, juntava-se o conteúdo dos dois borbulhadores,
adicionava-se 0,6 mL de ácido aminosulfúrico e transferia-se para balão volumétrico de 25
mL. Após a adição de 2 gotas de indicador cloreto férrico, completava-se o volume com água
destilada e deixava-se em repouso por 30 minutos.
As leituras das absorbâncias foram feitas em espectrofotômetro da marca Genesys,
no comprimento de onda de 670 nm. Determinava-se a concentração de sulfeto através da
curva de calibração anteriormente preparada com diluições de uma solução-mãe preparada
com Na
2
S. 9H
2
O P.A, da marca Vetec. A curva de calibração encontra-se no Apêndice C
deste trabalho.
3.11.5 – DETERMINAÇÃO DE SULFATO
A determinação do sulfato foi feita utilizando-se o kit de dosagem Sulfaver da marca
HACH [VIEIRA, 2003].
Os íons sulfato reagem com o bário contido no kit de dosagem, formando um
precipitado de sulfato de bário. A turbidez do meio é proporcional à quantidade de sulfato
presente na amostra. A leitura foi realizada em espectrofotômetro da marca Genesys, no
comprimento de onda de 450 nm. A curva de calibração encontra-se no Apêndice D deste
trabalho. Esta curva não passa pela origem devido ao erro experimental quando a análise é
realizada para concentrações de sulfato muito baixas.
3.11.5.1 – DETERMINAÇÃO DE SULFATO EM ÓLEO DIESEL
A determinação do sulfato presente no óleo diesel foi realizada utilizando a
metodologia descrita a seguir.
O óleo diesel foi inicialmente aquecido em placa aquecedora a aproximadamente
150
o
C, até que este secasse completamente. Posteriormente, foi adicionado 10 mL de HCl 4N
para que houvesse a solubilização do sulfato presente no resíduo da secagem.
Capítulo 3 – Materiais e Métodos 60
Após a solubilização, determinou-se a concentração de sulfato presente na suspensão
utilizando-se o kit de dosagem Sulfaver da marca HACH [VIEIRA, 2003], conforme descrito
no item 3.11.4.
3.11.6 – DETERMINAÇÃO DE FÓSFORO TOTAL
O fósforo foi determinado por método colorimétrico por redução com ácido
ascórbico (NBR – 12772/1992), que permite a determinação de formas específicas de
compostos fosforados, em águas naturais e de despejos. O método é usado numa faixa de 0,01
a 0,5 mg/L de fósforo. Esta faixa aplica-se a medidas fotométricas efetuadas a 880 nm em
células de 20 a 25 mm. Altas concentrações também podem ser determinadas por diluição da
amostra ou pela medição da cor em 625 a 650 nm.
O método tem como princípio a formação de um complexo de antimônio-fosfato-
molibdato, pela reação do molibdato de amônio e do tartarato de potássio e antimônio com o
ortofosfato. Este complexo é reduzido com ácido ascórbico para formar uma coloração azul
característica do complexo de molibdênio. A intensidade da cor é proporcional à concentração
de fósforo.
A curva padrão da determinação de fósforo total utilizada neste trabalho está
apresentada no Apêndice E.
3.11.7 – DETERMINAÇÃO DE NITROGÊNIO TOTAL (KJELDAHL)
O método Kjeldahl foi usado na determinação de nitrogênio total, que consiste na
soma do nitrogênio orgânico e nitrogênio amoniacal. O método aplica-se em amostras de água
de abastecimento público, águas residuárias e efluentes domésticos, conforme descrito no
Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater (1998).
A amostra é aquecida em presença de ácido sulfúrico concentrado, sulfato de
potássio e sulfato de cobre, evaporada até o aparecimento de fumaças de SO
3
e total
decomposição da matéria orgânica. O resíduo líquido era alcalinizado e passava pela
destilação da amônia presente e posterior titulação.
Capítulo 3 – Materiais e Métodos 61
3.11.8 – DETERMINAÇÃO DE HIDROCARBONETO TOTAL DE PETRÓLEO
(TPH)
A dosagem de TPH é feita utilizando-se o solvente S-316 para extrair o óleo da
amostra e um espectrofotômetro de infravermelho (equipamento OCMA-350), no qual é
realizada a leitura da amostra [HORIBA, 1995].
Essa metodologia é adequada para medir hidrocarbonetos alifáticos e aromáticos,
independente de sua faixa de carbono. A luz emitida na faixa do infravermelho é usada para
irradiar o extrato e medir a concentração de TPH. A análise de infravermelho utilizada para
medir TPH envolve medidas de absorbância, visto que as ligações carbono-hidrogênio nos
hidrocarbonetos absorvem luz na faixa do infravermelho.
Durante a análise, absorbâncias associadas com as configurações CH, CH
2
e CH
3
são
medidas em um comprimento de onda próximo de 3,4 µm. O equipamento opera numa faixa
de comprimento de onda de 3,38 a 3,50 µm, sendo capaz de medir as configurações CH (3,38
µm), CH
2
(3,42 µm) e CH
3
(3,50 µm) e possui o software para converter as medições em teor
total de hidrocarboneto [U.S EPA, 2001].
Para análise foram utilizados 10 mL de amostra de efluente e adicionado ácido
clorídrico para levar o pH para valor igual ou inferior a 2,0. Posteriormente, os TPH foram
extraídos utilizando o solvente S-316. A leitura foi feita no equipamento OCMA-350,
devidamente calibrado.
3.11.9 – QUANTIFICAÇÃO MICROBIOLÓGICA
3.11.9.1 – BACTÉRIAS REDUTORAS DE SULFATO (BRS)
A quantificação das bactérias redutoras de sulfato foi feita pela técnica do número
mais provável (NMP) [HARRISON JR., 1982] utilizando meio Postgate E modificado,
conforme já citado, com diluições sucessivas em solução redutora.
A solução redutora tem a seguinte composição: 0,1 g/L de ácido ascórbico; 4 mL/L
de rezarsurina e 0,124 g/L de tioglicolato de sódio com ajuste de pH em 7,6. O meio Postgate
E modificado apresenta a mesma composição citada na Tabela 3.1. Ambos os meios foram
Capítulo 3 – Materiais e Métodos 62
distribuídos em volumes de 9 mL para frascos tipo penicilina de 10 mL de volume útil, sob
purga de nitrogênio, e então foram vedados com tampas de borracha e lacres metálicos, a fim
de garantir a condição de anaerobiose. Posteriormente, foram autoclavados a 1 atm por 20
minutos para esterilização.
Foram realizadas diluições decimais sucessivas, todas em triplicata, com o uso de
seringas. Retirava-se 1 mL da cultura, inoculava-se na solução redutora e desta retirava-se 4
mL para inocular 1 mL em cada frasco da triplicata de meio Postgate correspondente a
primeira diluição e 1 mL na solução redutora da próxima diluição. Este procedimento deve ser
realizado até a diluição desejada, trocando-se a seringa a cada diluição. Neste trabalho,
utilizou-se diluição até 10
12
. Aos frascos contendo meio Postgate foi adicionado 0,1 mL de
solução de tioglicolato de sódio (12,4 g/L) antes da inoculação.
Após inoculação, os frascos foram incubados em estufa a 30 ± 1
o
C por 28 dias. Ao
final deste período o crescimento das BRS foi visto através da formação de precipitado negro
de FeS, que resulta da reação de H
2
S, gerado através do metabolismo das BRS, com o
FeSO
4
.7H
2
O presente no meio Postgate.
3.11.9.2 – BACTÉRIAS ANAERÓBIAS
Este grupo de bactérias foi quantificado pela técnica do número mais provável
(NMP) [HARRISON JR., 1982] utilizando meio fluido ao tioglicolato (MERK), após
diluições decimais sucessivas em solução redutora. O procedimento de inoculação foi o
mesmo utilizado para as bactérias redutoras de sulfato.
Após inoculação, os frascos foram incubados em estufa a 30 ± 1
o
C por 28 dias. O
crescimento dessas bactérias foi observado através da turvação do meio.
CAPÍTULO 4
RESULTADOS E DISCUSSÃO
4 – RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 – ACLIMATAÇÃO DA CULTURA MICROBIANA
A cultura mista enriquecida com bactérias redutoras de sulfato utilizada neste
trabalho foi inicialmente aclimatada, conforme descrito na seção 3.6. Este procedimento
visava adaptar lentamente a cultura microbiana a concentrações crescentes de óleo diesel, para
assim selecionar os microrganismos capacitados e com maior potencial para biodegradar as
frações de hidrocarbonetos constituintes do óleo diesel.
A Tabela 4.1 apresenta o crescimento da cultura microbiana no meio Postgate E
modificado [POSTGATE, 1984] contendo diferentes concentrações iniciais de óleo diesel. O
crescimento foi observado pelo escurecimento do meio pela formação de precipitado negro de
FeS, após uma semana de incubação em estufa a 30 ± 1
o
C. O critério de aumento da
concentração de óleo diesel empregado foi relacionado com o crescimento da cultura; caso
fosse positivo repicava-se a cultura previamente aclimatada em meio contendo maior
concentração do combustível.
Tabela 4.1 – Ensaio para aclimatação da cultura microbiana a diferentes concentrações de
óleo diesel.
Concentração de Óleo Diesel
(% v/v de contaminante)
Crescimento
0,25% + + +
0,5% + + +
1,0% + + +
2,0% + + +
3,0% + + +
4,0% + + +
5,0% + + +
+ crescimento positivo – observado pela formação de precipitado negro de FeS.
Experimento realizado em triplicata.
Capítulo 3 – Resultados e Discussões 64
Terminada a fase de adaptação da cultura ao óleo diesel, esta foi cultivada em
condição de supressão da fonte de carbono mais facilmente assimilável (lactato de sódio),
constituinte do meio Postgate E modificado. Observou-se que a cultura não só suportou a total
deleção do lactato, mas sobretudo, foi capaz de crescer às custas do óleo diesel, como
principal fonte de carbono e energia, conforme mostra a Tabela 4.2.
Tabela 4.2 – Ensaio para aclimatação da cultura microbiana ao crescimento na ausência de
lactato de sódio.
Concentração de Lactato
de Sódio (50%)
Concentração de Óleo Diesel
(v/v)
Crescimento
50% 5% + + +
0% 5% + + +
+ crescimento positivo – observado pela formação de precipitado negro de FeS.
Experimento realizado em triplicata
Foi observado, durante todo o período de aclimatação, que houve crescimento em
todas as fases, sem efeito inibitório relacionado ao aumento da concentração do óleo diesel e à
ausência de lactato de sódio.
4.2 – TESTE DE SENSIBILIDADE DA CULTURA MICROBIANA AO
BIOSURFACTANTE
Para verificar o efeito do biosurfactante comercial JBR-425 no crescimento da
cultura microbiana, esta foi cultivada na presença de diferentes concentrações do produto
(0,01%; 0,05% e 0,1%).
A Tabela 4.3 mostra a resposta da cultura microbiana às diferentes concentrações de
biosurfactante raminolipídeo, após uma semana de incubação a 30 ± 1
o
C.
Pode-se observar que aparentemente não houve alteração do metabolismo
microbiano pela adição de biosurfactante até a concentração de 0,05%. Contudo, o
crescimento realizado na presença de 0,1% do raminolipídeo foi diferenciado. Neste caso, o
Capítulo 3 – Resultados e Discussões 65
cultivo apresentou, ao final do período de incubação, aspecto leitoso de coloração
ligeiramente acinzentada, com alguns poucos pontos pretos. Tal fato sugere ter havido
inativação ou inibição parcial das BRS presentes no consócio microbiano, na concentração de
biosurfactante de 0,1%.
A fim de determinar a ação do biosurfactante na concentração de 0,1%, alíquotas de
0,1 mL de cada um dos três cultivos foram transferidas para 10 mL de meio Postgate E
modificado. Após cinco dias de incubação, foi observado um intenso enegrecimento dos
novos cultivos, indicativo da atividade metabólica das BRS. Por conseguinte, pode-se
concluir que o biosurfactante em uso apresenta efeito inibitório no crescimento de populações
de BRS em concentrações iguais ou superiores a 0,1%.
Tabela 4.3 – Teste de Sensibilidade da Cultura Microbiana ao Biosurfactante.
Concentração de Biosurfactante (%) Crescimento
0 + + +
0,01 + + +
0,05 + + +
0,1 - - -*
* observou-se que o meio ficou acinzentado, leitoso e com alguns pontos pretos.
4.3 – PADRONIZAÇÃO DO INÓCULO DA CULTURA MICROBIANA
A padronização do inóculo, realizado pela contagem de células presentes no mesmo,
após 3, 5 e 7 dias de incubação a 30 ± 1
o
C, está relacionado na Tabela 4.4.
Observa-se que praticamente não houve variação no número de bactérias anaeróbias,
no período estudado. E, embora para BRS tenha sido constatado um aumento neste período,
em 3 dias a sua concentração apresentava valor próximo ao das bactérias anaeróbias no
consórcio microbiano. Além disso, verifica-se que após 3 dias de incubação houve diminuição
da velocidade de crescimento, tendo a concentração se mantido na mesma ordem de grandeza.
Assim, adotou-se o tempo de 3 dias de incubação para desenvolvimento dos experimentos
deste estudo. No planejamento experimental foram adotadas como concentrações iniciais de
Capítulo 3 – Resultados e Discussões 66
células nos reatores: 1,5x10
4
± 0,5x10
4
NMP/mL para as bactérias anaeróbias e 2,2x10
6
±
0,1x10
6
NMP/mL para as BRS.
Tabela 4.4 – Valores obtidos na padronização do inóculo da cultura microbiana.
Dias de
incubação*
Número de Bactérias Anaeróbias
(NMP/mL)
Número de BRS
(NMP/mL)
3
1,5x10
5
± 0,5x10
5
2,2x10
7
± 0,1x10
7
5
2,2x10
5
± 0,1x10
5
4,2x10
7
± 0,1x10
7
7
2,2x10
5
± 0,0 7,5x10
7
± 0,0
* número de dias de incubação do inóculo, antes do procedimento de contagem.
4.4 – PLANEJAMENTO EXPERIMENTAL
4.4.1 – AVALIAÇÃO DA BIODEGRADAÇÃO DE ÓLEO DIESEL
Conforme descrito no Capítulo 3, definida a matriz do planejamento, foram
realizados os experimentos e analisadas as respostas da biodegradação de óleo diesel. Nesta
etapa foi realizada a otimização do processo de biodegradação em relação às variáveis:
concentração de óleo diesel (OD), concentração de cloreto de amônio (N) e concentração de
biosurfactante (BS). A seguir, serão apresentados os resultados obtidos para as seguintes
respostas: remoção de TPH, quantificação celular de bactérias anaeróbias, quantificação de
bactérias redutoras de sulfato, consumo de sulfato e produção de H
2
S.
No teste controle, realizado para avaliação das perdas abióticas, o máximo percentual
de remoção de TPH foi de 2,5% (ver Apêndice E). Na quantificação microbiológica não
foram detectados microrganismos, não sendo portanto, observado o consumo de sulfato e nem
a produção de sulfeto.
4.4.2 – ANÁLISE ESTATÍSTICA DAS RESPOSTAS
A partir dos resultados obtidos para as respostas analisadas, efetuou-se, para cada
Capítulo 3 – Resultados e Discussões 67
uma das respostas, uma regressão múltipla, tendo como fatores, os termos isolados, as
interações e os quadráticos das três variáveis estudadas.
4.4.2.1 – REMOÇÃO DE TPH
A Tabela 4.5 apresenta a porcentagem de remoção de TPH de cada experimento do
planejamento experimental. Nestes resultados já foram subtraídas as perdas abióticas,
conforme estão apresentadas no Apêndice F.
Tabela 4.5 – Resultados da remoção de TPH, em diferentes condições experimentais.
Exp. OD (
%v/v) N (g/L) BS (%v/v) TPH Inicial TPH Final % Remoção
1 0,5 1,0 0,007
3900 ± 20 1340 ± 8 65,64 ± 0,06
2 0,5 1,0 0,053
4120 ± 32 1050 ± 10 74,51 ± 0,09
3 0,5 5,0 0,007
3950 ± 15 1270 ± 7 67,85 ± 0,11
4 0,5 5,0 0,053
4060 ± 25 1110 ± 5 72,66 ± 0,09
5 2,5 1,0 0,007
8950 ± 50 4270 ± 12 52,29 ± 0,26
6 2,5 1,0 0,053
9110 ± 62 3540 ± 10 61,14 ± 0,31
7 2,5 5,0 0,007
8980 ± 33 3920 ± 11 56,34 ± 0,07
8 2,5 5,0 0,053
9070 ± 55 3170 ± 8 65,05 ± 0,25
9 0,213 3,0 0,03
3210 ± 25 995 ± 5 69,00 ± 0,17
10 2,787 3,0 0,03
9980 ± 68 4075 ± 15 59,19 ± 0,25
11 1,5 0,426 0,03
6510 ± 44 2120 ± 10 67,43 ± 0,13
12 1,5 5,6 0,03
6620 ± 21 2030 ± 5 69,33 ± 0,05
13 1,5 3,0 0,00
6370 ± 38 2220 ± 7 65,15 ± 0,20
14 1,5 3,0 0,06
6680 ± 42 1395 ±
5 79,13 ± 0,11
15 1,5 3,0 0,03
6450 ± 50 1645 ± 10 74,50 ± 0,09
16 1,5 3,0 0,03
6530 ± 45 1520 ± 10 76,72 ± 0,02
Capítulo 3 – Resultados e Discussões 68
Foi observado que a variação das concentrações de óleo diesel (X
1
), NH
4
Cl (X
2
) e
biosurfactante (X
3
) resultou em cerca de 52 a 79% de remoção de TPH (Tabela 4.5).
Comparando os resultados verifica-se que o aumento na concentração de cloreto de amônio de
0,426 para 5,6 g/L (experimentos 11 e 12), para as diferentes proporções óleo diesel e
biosurfactante estudadas, não provocou alteração significativa na remoção de TPH. No
entanto, o aumento da concentração de biosurfactante favoreceu a biodegradação do óleo
diesel, sendo necessária uma concentração tanto maior quanto maior a concentração de óleo
diesel. Tal comportamento foi confirmado para os ensaios realizados na concentração
intermediária de OD de 1,5% (experimentos 13 a 16). Esses resultados demonstram a
importância da otimização destas variáveis para intensificar a biodegradação anaeróbia de
óleo diesel.
Após a realização da regressão múltipla no programa Statistica 5.1, obteve-se a
seguinte equação:
REMOÇÃO DE TPH = 74,699 – 5,169X
1
+ 0,952X
2
+ 4,350X
3
– 5,999X
1
2
3,406X
2
2
– 1,139X
3
2
+ 0,951X
1
X
2
+ 0,484X
1
X
3
– 0,526X
2
X
3
(4.1)
A Tabela 4.6 apresenta os resultados obtidos para a regressão múltipla da remoção de
TPH.
Tabela 4.6 – Resultados da regressão múltipla para remoção de TPH.
Fatores Parâmetros
Nível de
significância (p)
Constante (β
0
)
73,89 0,00000
X
1
(OD) - 5,17 0,00007
X
3
(BS) 4,35 0,000033
X
1
2
(OD
2
) - 6,00 0,000048
X
2
2
(N
2
) - 3,41 0,003763
R
2
= 0,94 F
C
= 40,87 F
T
(0,01) = 5,95
Nesta regressão foram eliminados os parâmetros com nível de significância do teste t
de Student superiores a 10%, sendo as variáveis relacionadas a estes consideradas não
relevantes. Assim, foram desprezados o termo isolado da concentração de cloreto de amônio
(X
2
), o termo quadrático da concentração de biosurfactante (X
3
2
) e as interações concentração
Capítulo 3 – Resultados e Discussões 69
de óleo diesel/concentração de cloreto de amônio (X
1
X
2
), concentração de óleo
diesel/concentração de biosurfactante (X
1
X
3
) e concentração de cloreto de
amônio/concentração de biosurfactante (X
2
X
3
).
A Tabela 4.6 mostra as variáveis que influenciam na remoção de TPH. Analisando
esta tabela verifica-se que a combinação de menores concentrações de óleo diesel e maiores
concentrações de biosurfactante resultaram numa melhor remoção de TPH.
O coeficiente de correlação (R
2
) de 0,94 indica um ajuste adequado dos dados
experimentais na resposta de remoção de TPH, mostrando que 94% da variabilidade dos
dados foram explicados pela equação empírica proposta.
O resultado de F calculado (Fc) foi superior ao F tabelado (F
T
) para um nível de
significância de 1%. Esta comparação pode ser interpretada através de um teste de hipótese. A
hipótese de nulidade (H
0
) diz que o modelo não é significativo, ou seja, todos os parâmetros
são iguais a zero. A hipótese alternativa (H
1
) afirma que o modelo é significativo. O resultado
do teste F mostrou que se pode rejeitar H
0
no nível de significância de 1%, ou seja, tem-se
uma confiança de 99% que o modelo é significativo. Esta análise foi extrapolada para as
demais respostas obtidas neste planejamento experimental.
A Figura 4.1 mostra a distribuição dos resíduos em torno do zero e a Figura 4.2, a
representação dos valores preditos versus observados.
52.5 55.0 57.5
60.0
62.5 65.0 67.5 70.0 72.5 75.0 77.5 80.0
Valores Preditos para Remoção de TPH
-4
-3
-2
-1
0
1
2
3
4
Resíduos
Figura 4.1 – Distribuição dos resíduos relativa à remoção de TPH.
Capítulo 3 – Resultados e Discussões 70
50.0 52.5 55.0 57.5 60.0 62.5 65.0 67.5 70.0 72.5 75.0 77.5 80.0
Valores Preditos para Remoção de TPH
50.0
80.0
77.5
57.5
60.0
62.5
65.0
67.5
70.0
72.5
75.0
Valores Observados
52.5
55.0
Figura 4.2 – Valores preditos em função dos observados relativos à remoção de TPH.
Observando a Figura 4.1, vê-se que a distribuição dos resíduos comportou-se
aleatoriamente em torno do zero, não apresentando nenhuma tendência quanto à distribuição.
Na Figura 4.2, nota-se que as respostas experimentais para remoção de TPH apresentaram
valores bem próximos aos fornecidos pela equação empírica.
Após a eliminação dos parâmetros não significativos, conforme apresentado na
Tabela 4.6, obteve-se a seguinte equação:
REMOÇÃO DE TPH = 73,894 – 5,169X
1
+ 4,350X
3
– 6,00X
1
2
– 3,406X
2
2
(4.2)
6, e 3 e 7 em que houve uma diminuição de remoção de 20, 18 e 17%
de TPH,
16%, respectivamente, com o aumento da concentração do biosurfactante. O sinal negativo da
variável X
1 3
provado pela comparação dos resultados dos
experim pectivamente. Observa-se nos experimentos 11 e 12, que a
concentr o contribuiu significativamente para a variação na
remoção de TPH, justificando a não inclusão desse termo na Equação 4.2 que apresenta o
modelo ajustado.
Analisando esta equação, pode-se observar pelos coeficientes das variáveis X
1
e X
3
que a concentração de óleo diesel influenciou mais significativamente na remoção de TPH.
Este fato pode ser confirmado pela comparação dos resultados de remoção obtidos nos
experimentos 1 e 5; 2 e
respectivamente, com o aumento da concentração de óleo diesel. Em relação aos
experimentos 1 e 2; 3 e 4 e, 5 e 6 observa-se que houve um aumento de remoção de 13, 7 e
e positivo de X pode ser com
entos 9 e 10 e 13 e 14, res
ação de cloreto de amônio nã
Capítulo 3 – Resultados e Discussões 71
A
reto de amônio e de biosurfactante.
lado, a biodegradação de água de produção de petróleo por consórcio
microbiano anaerób
partir da equação completa (Eq. 4.1) foi feita a implementação de um algoritmo no
programa Maple V release 4 para calcular o ponto estacionário para remoção de TPH. As
coordenadas x
1
= - 0,35; x
2
= - 0,04 e x
3
= 1,287, representam os valores codificados que
maximizam a resposta.
Utilizando as equações de codificação (3.2), (3.3) e (3.4) obtêm-se os valores reais
das concentrações das variáveis no ponto de maximização da remoção de TPH:
X
1
= 1,15% de óleo diesel;
X
2
= 2,92g/L de NH
4
Cl;
X
3
= 0,06% de biosurfactante.
A partir dos valores codificados das variáveis X
1
, X
2
e X
3
no ponto de máximo,
determinou-se que o percentual de remoção de TPH neste ponto foi de 80,56%. Comparando
este valor com a percentagem de remoção de TPH no experimento 14, quando foi obtida
maior remoção (79,13%), verifica-se que os resultados foram semelhantes. Isto era previsto,
já que os valores, correspondentes às concentrações das variáveis do processo no ponto de
otimização, estão próximos àqueles do experimento 14, principalmente com relação às
concentrações de clo
Os resultados dos experimentos 15 e 16 mostram que para concentrações no ponto
central os valores de remoção de TPH (74,50% e 76,72%, respectivamente) foram próximos
ao valor obtido no ponto de maximização (80,56%).
Em geral, as informações existentes a cerca de tratamentos biológicos de rejeitos
tratam de processos conduzidos em condição aeróbica, em vista do alto percentual de
remoção em tempo reduzido. Truax et al. (1995), em estudo desenvolvido em biorreator
contínuo de bancada, para tratamento aeróbio de solo contaminado com óleo diesel obtiveram
remoção de TPH de 91,2% após 63 dias de retenção. Tellez et al. (2002), utilizando um
sistema com lodo ativado, alcançaram remoções de 98 – 99% para tempo de retenção de
sólidos de 20 dias.
Por outro
io em diferentes condições de operação resultou em remoções de óleos e
graxas de 34 a 62%, para tempos de 15 dias [VIEIRA et al., 2005].
Pode-se notar que o tratamento anaeróbio realizado neste trabalho ainda apresenta
resultado inferior aos obtidos por estes autores, em processos aeróbios. Sabe-se que o
Capítulo 3 – Resultados e Discussões 72
metabolismo aeróbio age de forma mais rápida e com maiores remoções na biodegradação de
hidrocarbonetos, porém com a otimização do processo anaeróbio e com o estabelecimento de
condiçõe
No entanto, os tratamentos anaeróbios podem ser também vantajosos uma vez que
apresentam baixo custo operacional em função de não requerem oxigênio, baixo consumo de
energia e geram pouca quantidade de biomassa. Logo, em termos da relação custo/benefício,
es
ção forem alcançados, através de estudos que permitam otimizar as
condições de processo.
ção de TPH,
estão apresentadas nas Figuras 4.3, 4.4 e 4.5 as superfícies de resposta relacionando as
variáveis duas a duas com a resposta.
s mais favoráveis ao metabolismo dos microrganismos anaeróbios pode-se conseguir
alcançar maiores percentuais de degradação. Obviamente, estes resultados são superiores
comparativamente aos levantados neste estudo para biodegradação anaeróbia de
hidrocarbonetos.
o processo anaeróbio poderá ser uma opção mais adequada, principalmente se maior
percentuais de remo
Como forma de ilustrar os efeitos das variáveis na biodegradação do óleo diesel pela
cultura mista enriquecida com bactérias redutoras de sulfato com relação à remo
71.5
66
60.5
55
49.5
Figura 4.3 – Superfície de resposta para remoção de TPH em função das concentrações de
leo diesel e NH
4
Cl.
ó
Capítulo 3 – Resultados e Discussões 73
A Figura 4.3 mostra que para os valores de concentração de óleo diesel abaixo
ponto ce tral (- 0,35 o
do
u 1,15%), assim como para valores de concentração de NH
4
Cl
próximos ao ponto central (- 0,04 ou 2,92 g/L), há aumento de remoção de TPH.
n
71.5
66
60.5
55
49.5
Figura 4.4
óle
– Superfície de resposta para remoção de TPH em função das concentrações de
o diesel e biosurfactante.
71.5
68.3571
65.2143
62.0714
58.9286
55
Figura 4.5 – Superfície de resposta para remoção de TPH em função das concentrações de
NH
4
Cl e biosurfactante.
.7857
Capítulo 3 – Resultados e Discussões 74
A Figura 4.4 apresenta as variáveis que mais enciaram e que
para val abaixo do ponto central e para maiores
quantida
oncentrações do biosurfactante, tendendo para + α,
a remoçã
influ na remoção. Nota-s
ores na concentração de óleo diesel pouco
des de biosurfactante tendendo para o ponto + α (+1,287 ou 0,06%) a remoção de
TPH aumenta.
Analisando a Figura 4.5 observa-se que para valores de concentração de NH
4
Cl
próximos do ponto central e para maiores c
o de TPH é maior.
4.4.2.2 – QUANTIFICAÇÃO DE BACTÉRIAS REDUTORAS DE SULFATO
A Tabela 4.7 mostra a média dos resultados obtidos na quantificação de bactérias
redutoras de sulfato para cada experimento do planejamento experimental. Os valores obtidos
nas análises em triplicata estão apresentados no Apêndice G.
Tabela 4.7 – Resultados da quantificação de bactérias redutoras de sulfato por NMP, nas
condições de cada experimento.
Exp. OD(
%v/v) N (g/L) BS (%v/v) BRS (NMP/mL)
1 0,5 1,0 0,007
1,5x10
7
± 0,5x10
7
2 0,5 1,0 0,053
1,2x10
9
± 0,1x10
9
3 0,5 5,0 0,007
2,2x10
7
± 0,1x10
7
4 0,5 5,0 0,053
3,3x10
9
± 0,3x10
9
5 2,5 1,0 0,007
2,1x10
± 0,1x10
6
1,2x10
9
± 0,1x10
9
12 1,5 5,6 0,03
7,2x10
9
± 0,2x10
9
13
11
± 0,0
15
1,5 3,0 0,03
2,3x10
± 0,3x10
8 8
2,5 1,0 0,053
9,2x10
9
± 0,2x10
9
7 2,5 5,0 0,007
4,6x10
8
± 0,0
8 2,5 5,0 0,053
3,3x10
10
± 0,3x10
10
9 0,213 3,0 0,03
7,2x10
7
± 0,2x10
7
10 2,787 3,0 0,03
9,5x10
7
± 0,0
11 1,5 0,426 0,03
1,5 3,0 0,00
4,3x10
10
± 0,0
14 1,5 3,0 0,06
1,1x10
1,5 3,0 0,03
2,0x10
10
± 0,0
16
10 10
Concentração inicial de BRS = 1,5x10
4
NMP/mL.
Capítulo 3 – Resultados e Discussões 75
Em todas as condições testadas houve aumento da população de BRS, demonstrando
a capacidade destes microrganismos em utilizar óleo diesel como fonte de carbono e energia.
No entan
mento, conforme as condições operacionais, no
decorrer de 15 dias [VIEIRA et al., 2005]. Observa-se que neste trabalho foi observado um
maior crescim eses) e
portanto, esta já estava bem adaptada às condições experimentais.
Pode-se verificar que o aument ção da o também não
foi relevante pa to da po BRS, sobret 0,5 e 1,5% OD,
indicando que a quantidade mínima de N
da foi suficie r a demanda
de nitrogênio pelas bactérias. Nas ma rações de ó l estudadas (2,5 e
2,787%) foi evide enor cresci possivelmente está relacionado com a
limitação de outro nutriente e/ou devido e pelos produ ltantes do processo
de biodegradação, em relações C/N, alta ou baixa ncentração do
biosurfactante (experimentos 9 e 10) praticamente não houve variação do número de BRS.
ção de TPH (79,13%) e maior crescimento de BRS (1,1x10
11
NMP/mL).
1 2
69x10
10
X
3
– 2,377x10
10
X
1
2
2,129x 1
to, em função da condição, houve uma variação considerável da concentração final
de BRS, de 1,5x10
7
a 1,1x10
11
NMP/mL.
Em estudo de biodegradação anaeróbia de água de produção de petróleo empregando
cultura mista, também constituída de bactérias anaeróbias e redutoras de sulfato, foi
observado que a concentração de células viáveis permanecia praticamente inalterada, ou no
máximo aumentava em 2 ordens de cresci
ento da cultura, possivelmente pelo longo período de aclimatação (6 m
o da concentra fonte de nitrogêni
ra o crescimen pulação de udo para
H
4
Cl utiliza nte para atende
iores concent leo diese
nciado m mento. Isto
à toxicidad tos resu
visto que , e na mesma co
A adição de biosurfactante estimulou o crescimento de BRS, para cada concentração
de óleo testada. Este resultado era esperado, considerando que a presença deste composto
propicia a interação célula-hidrocarboneto, intensificando a biodegradação. [BANAT, 1995;
JOHNSEN et al., 2005]. Não obstante, é possível haver microrganismos capazes de produzir
compostos com propriedades tensoativas em consórcios microbianos, em especial, os que já
foram aclimatados em óleo e derivados, como o objeto deste estudo.
As condições do experimento 14 (Tabelas 4.7 e 4.5) foram as que propiciaram maior
remo
A realização da regressão múltipla no programa Statistica 5.1 levou a seguinte
equação:
BRS = 3,180x10
10
+ 3,391x10
9
X + 2,995x10
9
X + 1,1
0
10
X
2
2
+ 2,236x10
10
X
3
2
+ 2,743x10
9
X
1
X
2
+ 4,633x10
9
X
1
X
3
+ 3,205x10
9
X
2
X
3
(4.3)
Capítulo 3 – Resultados e Discussões 76
A Tabela 4.8 apresenta os resultados obtidos para a regressão múltipla da
quantificação de bactérias redutoras de sulfato sendo eliminados os parâmetros não
significativos. Assim, foram desprezados os termos isolados das concentrações de óleo diesel
e de cloreto de amônio; e as interações concentração de óleo diesel/concentração de cloreto de
amônio, concentração de óleo diesel/concentração de biosurfactante e concentração de cloreto
de amônio/concentração de biosurfactante.
Tabela 4.8 – Resultados da regressão múltipla para a quantificação de BRS.
Fatores Parâmetros
Nível de
significância (p)
Constante (β
0
)
3,180x10
10
0,0028
X
3
(BS) 1,169x10
10
0,0194
X
1
2
(OD
2
) - 2,377x10
10
0,0026
X
3
2
(BS
2
) 2,236x10
10
0,0039
R
2
= 0,81 F
C
= 11,96 F
T
(0,01) = 5,95
X
2
2
(N
2
) -2,129x10
10
0,0052
A Tabela 4.8 apresenta as variáveis que mais influenciaram no crescimento das BRS.
Analisan
variação expressiva do
número de BRS em termos de ordem de grandeza, em relação ao aumento da concentração de
óleo diesel (experim
O coeficiente de correlação de 0,81 indica que foi feito um bom ajuste dos dados ao
T
nível de
significâ
do esta tabela observa-se que maiores concentrações de biosurfactante
proporcionaram maior número de BRS. Este fato pode ser verificado comparando os
experimentos 1 e 2; 3 e 4; 5 e 6; 7 e 8 e, 13 e 14. Porém, para os experimentos realizados com
valores constantes do biosurfactante, foi constatado que não houve
entos 9 e 10) e ao aumento da concentração de NH
4
Cl (experimentos 11 e
12).
modelo. O resultado de F calculado (Fc) foi superior ao F tabelado (F
) para um
ncia de 1% comprovando que o modelo é significativo.
A Figura 4.6 mostra a distribuição dos resíduos em torno do zero e a Figura 4.7, o
gráfico de valores preditos em função dos observados.
Capítulo 3 – Resultados e Discussões 77
-2E10 0 2E10 4E10 6E10 8E10 1E11
-3E10
0
Resíduos
2E10
3E10
1E10
-2E10
-1E10
Valores Preditos para Quantificação de BRS
Figura 4.6 – Distribuição dos resíduos relativa à quantificação de BRS.
-2E10 0 2E10 4E10 6E10 8E10 1E11 1.2E11
Valores Preditos
-2E10
1.2E11
0
2E10
4E10
6E10
Valores Observados
8E10
1E11
Figura 4.7 – Valores preditos em função dos observados relativos à quantificação de BRS.
Observando a Figura 4.6, vê-se que a distribuição dos resíduos comportou-se
aleatoriamente em torno do zero, não apresentou qualquer tendência quanto à distribuição. Na
Figura 4.7, nota-se que as respostas experimentais para quantificação de BRS apresentaram a
maioria dos valores próximos aos fornecidos pela equação empírica.
Capítulo 3 – Resultados e Discussões 78
Após a eliminação dos parâmetros não significativos e o reajuste dos dados, obteve-
se a seguinte equação do modelo ajustado, fornecido pelo software Statistica 5.1, utilizando
os valores apresentados na Tabela 4.7 como matriz:
BRS = 3,180x10
10
+ 1,169x10
10
X
3
– 2,377x10
10
X
1
2
– 2,129x10
10
X
2
2
+ 2,236x10
10
X
3
2
(4.4)
A única variável significativa isolada foi a concentração de biosurfactante, porém o
menor valor do coeficiente desta variável (X
3
) e o maior valor de p, apresentado no modelo e
na Tabela 4.8, respectivamente, mostram que, entre as variáveis significativas, esta foi a que
menos contribuiu para o crescimento de BRS. Assim, as interações quadráticas foram as que
mais atuaram no número de BRS.
O cálculo do ponto estacionário para a quantificação de BRS realizado conforme
citado anteriormente levou aos seguintes valores: x
1
= 0,04806; x
2
= 0,053102 e x
3
= -
0,270119. As coordenadas do ponto estacionário estão dentro da região experimental.
Os valores dos λ’s referentes à quantificação de BRS indicaram que esta resposta
possui um ponto de sela, pois λ
1
(- 2,4427x10
10
); λ
2
(- 2,0810x10
10
) e λ
3
(2,25416x10
10
)
esmo algoritmo implementado no programa Maple V release 4,
calculou-se os valores das variáveis codificadas (X’s) correspondentes à maximização da
resposta para o crescim
Substituindo os valores dos λ’s na equação canônica, obteve-se: Y = 3,18x10
10
-
2,4427x10
10
w
1
2
- 2,0810x10
10
w
2
2
+ 2,25416x10
10
w
3
2
. Para maximizar a resposta os termos
r
possível. Em decorrência, obteve-se: w
3
= 1,56 e Y
máx
= 6,7 x 10
10
.
ram obtidos os valores
reais das concentrações das variáveis:
X
1
= 1,63% de óleo diesel;
X
2
= 3,23g/L de NH
4
Cl;
X
3
= 0,06% de biosurfactante.
apresentam sinais diferentes.
inda usando o mA
ento de BRS, utilizando a forma canônica Y = y
0
- λ
1
w
1
2
- λ
2
w
2
2
+
λ
3
w
3
2
.
w
1
e w
2
foram zerados e então, foram atribuídos valores para w
3
tal que Y fosse o maio
A partir daí, obteve-se os seguintes valores das variáveis codificadas no ponto de
maximização da resposta: x
1
= 0,1276; x
2
= 0,1125 e x
3
= 1,2867.
Utilizando as equações de codificação (3.2), (3.3) e (3.4) fo
Capítulo 3 – Resultados e Discussões 79
Substituindo as variáveis codificadas do ponto de otimização da remoção de TPH e
da quantificação de BRS no modelo ajustado da equação de crescimento de BRS (Eq. 4.4),
obtém-se 8,1x10
10
e 8,3x10
10
NMP/mL, respectivamente. Verifica-se que no ponto de
otimização o número de BRS foi inferior ao encontrado no experimento 14 (Tabela 4.7). Este
fato está relacionado ao ajuste do modelo aos dados experimentais, isto é, conforme o valor de
R
2
, apenas 81% dos resultados experimentais são representados pelo modelo. Além disso, os
valores das quantificações de BRS nos pontos de otimização de remoção de TPH e de
quantificação de BRS foram próximos, mostrando a atuação efetiva das mesmas na redução
desta resposta.
As Figuras 4.8, 4.9 e 4.10 apresentam as superfícies de resposta mostrando a
influência das variáveis duas a duas com a resposta de quantificação de BRS.
4e+010
3e+010
2e+010
1e+010
alis a 4.8, se qu s pr anto
da per tagem d o diesel c da conc de NH
respectivamente) o ero de BRS aumenta.
Figura 4.8 - Superfície de resposta para quantificação de BRS em função das concentrações
de óleo diesel e de NH
4
Cl.
An ando a Figur observa- e para valore óximos ao ponto central t
cen e óle omo entração
4
Cl (+0,1276 e +0,1125,
núm
Capítulo 3 – Resultados e Discussões 80
6.97e+010
6e+010
5e+010
4e+010
3e+010
2e+010
1e+010
Figura 4.9 - Superfície de resposta para quantificação de BRS em função das concentrações
de óleo diesel e biosurfactante.
Analisando a Figura 4.9, observa-se que para valores próximos ao ponto central da
percentagem de óleo diesel (+0,1276 ou 1,63%) e valores maiores (tendendo para 1,287
equivalente à 0,06%) de biosurfactante aumentam o número de BRS.
6.76371e+010
6e+010
5e+010
4e+010
3e+010
2e+010
1e+010
Figura 4.10 - Superfície de resposta para quantificação de BRS em função das concentrações
de NH
4
Cl e biosurfactante.
Capítulo 3 – Resultados e Discussões 81
Analisando a Figura 4.10, observa-se que valores próximos ao ponto central de
NH
4
Cl (+0,1125 equivalendo a 3,23 g/L) e valores maiores (tendendo para 1,287) de
biosurfa
planejamento composto central. Os resultados obtidos
na quantificação em triplicata estão apresentados no Apêndice H.
cada experimento.
Exp. OD(%v/v) N (g/L) BS (%v/v) Anaeróbias (NMP/mL)
ctante aumentam o número de BRS.
4.4.2.3 – QUANTIFICAÇÃO DE BACTÉRIAS ANAERÓBIAS
A Tabela 4.9 apresenta a média dos resultados da quantificação de bactérias
anaeróbias para cada experimento do
Tabela 4.9 – Resultados da quantificação de bactérias anaeróbias em NMP/mL, com as
condições de
1
0,5 1,0 0,007
9,2x10
8
± 0,2x10
8
2
0,5 1,0 0,053
9,5x10
9
± 0,0
3
5,0 7
9
0,0
4
5,0 053
± 0,7x10
10
5
1,0 07
8
± 0,1x10
8
6
2 1,0 53
9
± 0,5x10
9
7
9
± 0,1x10
9
8
2,5 5,0
± 0,9x10
10
9
0,213 3,0 03
± 0,2x10
9
10
2,787 3,0
6,4x10
8
± 0,0
11
0,03
±
7
12
2,2x10
0,1x10
10
13
9 9
15 1,5 3,0 0,03
7,2x10
± 0,2x10
16 1,5 3,0 0,03
7,5x10
9
± 0,0
0,5 0,00
4,0x10
±
10
0,5 0,
8,5x10
2,5 0,0
1,2x10
,5 0,0
1,5x10
2,5 5,0 0,007
2,2x10
0,053
5,5x10
10
0,
9,3x10
9
0,03
1,5 0,426
5,2x10
0,8x10
10
±
7
1,5 5,6 0,03
1,5 3,0 0,00
7,2x10 ± 0,2x10
14 1,5 3,0 0,06
6,2x10
10
± 0,8x10
10
9 9
Concentração inicial de bactérias anaeróbias = 2,2x10
6
NMP/mL
Capítulo 3 – Resultados e Discussões 82
No que concerne às bactérias anaeróbias pode-se observar um comportamento
distinto comparativamente às BRS. Na maioria das condições (experimentos 1 - 4, 7, 10 e 12)
prevalec
uma justificativa. Nestas condições, a ordem de grandeza das bactérias
anaeróbias foi sempre cerca de pelo menos 1 ordem de grandeza superior ao das BRS.
Distintam
Em consonância com os resultados observados para BRS, houve o favorecimento do
metabolismo das bactérias anaeróbias em óleo diesel (0,5 e 2,5%) com o aumento da
concentração de biosurfactante (experimentos 1 e 2, 3 e 4, 5 e 6, 7 e 8) e com o aumento da
con da
concentração de óleo diesel de 0,213% para 2,787%, neste caso resultou em decréscimo da
população microbiana.
Boopathy (2003a) avaliando a biodegradação anaeróbia de solo contaminado com
óleo diesel, em biorretator, obteve aumento da população de bactérias anaeróbias de
aproximadamente 2 ordens de grandeza (de 3,4x10
3
UFC/mL a 6,6x10
5
UFC/mL) após 30
dias de processo. Note-se, então, que as condições empregadas neste trabalho foram mais
favoráveis ao crescimento dessas bactérias já que foi alcançada a concentração máxima de
8,5x10
10
NMP/mL.
Após a realização da regressão múltipla no programa Statistica 5.1, obteve-se a
seguinte equação:
ANAERÓBIAS = 9,297x10
9
– 4,574x10
9
X
1
+ 1,436x10
10
X
2
+ 1,894x10
10
X
3
– 3,487x10
9
X
1
2
– 1,690x10
8
X
2
2
+ 1,440x10
10
X
3
2
– 2,875x10
9
X
1
X
2
– 4,425x10
9
X
1
X
3
+ 1,548x10
10
X
2
X
3
(4.5)
da concentração de óleo
eu a população de bactérias anaeróbias, não havendo fato(s) relevante(s) que possam
contribuir para
ente, nas condições de 1,5% de OD e 3g/L de N, na presença ou ausência do
biosurfactante (experimentos 13-16), houve um ligeiro predomínio das BRS, apesar da
concentração deste grupo microbiano ser também elevada.
centração de nitrogênio (experimentos 1 e 3, 2 e 4, 5 e 7, 6 e 8). O aumento
A Tabela 4.10 a seguir apresenta os resultados obtidos para a regressão múltipla da
quantificação de bactérias anaeróbias.
Nesta regressão foram eliminados os parâmetros com nível de significância
superiores a 10%. Assim, foram desprezados os termos quadráticos
diesel e da concentração de NH
4
Cl e o termo de interação concentração de óleo diesel/cloreto
de amônio.
Capítulo 3 – Resultados e Discussões 83
Tabela 4.10 - Resultados da regressão múltipla da quantificação de bactérias anaeróbias.
Fatores Parâmetros
significância (p)
Nível de
Constante (β
0
)
6,951x10
9
0,0264
X
1
(OD) - 4,574x10
9
0,0471
X
2
(NH
4
Cl) 1,436x10
10
0,0001
X
3
(BS) 1,894x10
10
0,0000
X
3
2
(BS
2
) 1,440x10
10
0,0007
X
1
X
3
(OD.BS) - 4,425x10
9
0,0943
X
2
X
3
(NH
4
Cl.BS) 1,548x10
10
0,0001
R
2
= 0,96 F
C
= 36.61 F
T
(0,01) = 5,95
a a significância
deste.
s isoladas influenciam no crescimento das
bactérias anaeróbias. Analisando esta tabela, observa-se que a combinação de menores
percenta trações de NH
4
Cl e maior percentagem de
biosurfa ero de bactérias anaeróbias.
e residual dos dados obtidos no
planejam
O coeficiente de correlação de 0,96 mostra que a maioria dos dados foi explicada
pelo modelo e o resultado de F calculado superior ao F tabelado confirm
A Tabela 4.10 mostra que todas as variávei
gens de óleo diesel, maiores concen
ctante resultaram num maior núm
As Figuras 4.11 e 4.12 mostram a anális
ento.
Na Figura 4.11 a distribuição dos resíduos comportou-se aleatoriamente em torno do
zero, não apresentando tendência quanto à distribuição. Na Figura 4.7 as respostas
experimentais apresentaram a maioria dos valores próximos aos fornecidos pela equação
empírica.
Capítulo 3 – Resultados e Discussões 84
-2E10 0 2E10 4E10 6E10 8E10 1E11
Valores Preditos para Quantificação de
Bactérias Anaeróbias
-1.2E10
8E9
1E10
1.2E10
1.4E10
-1E10
-8E9
-6E9
-4E9
-2E9
0
2E9
4E9
6E9
Resíduos
Figura 4.11 – Distribuição de resíduos relativa à quantificação de bactérias anaeróbias.
0 2E10 4E10 6E10 8E10 1E11
Valores Preditos para Quantificação de
Bactérias Anaeróbias
0
2E10
4E10
6E10
8E10
1E11
Valores Observados
Figura 4.12 – Valores preditos em função dos observados relativos à quantificação de
bactérias anaeróbias.
Após o reajuste dos dados e a eliminação dos parâmetros não significativos na
Equação 4.5, obtém-se a seguinte equação conforme a Tabela 4.10:
9 9 10 10 10 2
(4.6)
ANAERÓBIAS = 6,951x10
– 4,574x10 X
1
+ 1,436x10 X
2
+ 1,894x10 X
3
+ 1,440x10 X
3
– 4,425x10
9
X
1
X
3
+ 1,548x10
10
X
2
X
3
Capítulo 3 – Resultados e Discussões 85
A partir da equação completa (Eq. 4.5) e fazendo uso do algoritmo implementado no
ra
: x
1
= -0,2499; x
2
= 0,4964 e x
3
= - 0,9627. No
ponto estacionário as coordenadas x
1,
x
2 e
x
3
estão dentro da região experimental.
então foram calculados os valores das variáveis codificadas (X’s)
correspondentes à maximização da resposta para a quantificação de bactérias anaeróbias,
utilizando a for
3
inados os valores: w
3
=
1,99; Y
m
= 4,3x10
10
.
alores das variáveis codificadas no ponto de
maximização da resposta: x
1
= -1,087; x
2
= 1,13 e x
3
= 1,27.
:
1
= 0,41% de óleo diesel;
X
3
= 0,059% de biosurfactante.
tituin eis c do imizaçã TPH e
da quantificação de ba ias anaeróbias no modelo ajustado da equação de crescimento de
anaeróbi (Equação obtém-se, 5,7x10
10
e 1 NMP/mL ente. Isto
mostra q houve cres nto satisfatório de bactér eróbias e, co aior
do que as BRS. Assim s bactérias ribuíram decisivamente para e TPH.
e otimização para BRS e bactérias anaeróbias as
concentrações de óleo diesel foram ,63% e 0 respectivam
ponto de otimização de remoção PH foi 5%. Isto s as BRS
apresentaram maior crescimento em aior concentração de óleo diesel e podem ter
contribu significat te para a ção de TP
programa Maple V release 4 foram calculadas as coordenadas do ponto estacionário pa
quantificação de bactérias anaeróbias, são elas
Os valores das raízes características (λ
1
= - 4,118x10
9
; λ
2
= - 3,196x10
9
e
λ
3
= 1,80601x10
10
) referentes à quantificação de bactérias anaeróbias indicaram que esta
resposta possui um ponto de sela.
A partir de
ma canônica Y = y
0
- λ
1
w
1
2
- λ
2
w
2
2
+ λ
3
w
3
2
. Substituindo-se os valores de λ na
forma canônica tem-se: Y = 6,951x10
9
- 4,118x10
9
w
1
2
- 3,196x10
9
w
2
2
+ 1,80601x10
10
w
3
2
.
Para maximizar a resposta os termos w
1
e w
2
foram zerados e então, determinou-se o valor
para w
tal que Y fosse o maior possível. Em seguida, foram determ
áx
Assim, foram obtidos os seguintes v
Utilizando as equações de codificação (3.2), (3.3) e (3.4) foram determinados os
valores reais das concentrações das variáveis
X
X
2
= 5,26g/L de NH
4
Cl;
Subs do as variáv odificadas ponto de ot o da remoção de
ctér
as 4.6),
,0x10
11
respectivam
ue cime ias ana mparativamente m
, esta cont a remoção d
Vale ressaltar, que nas condições d
de 1 ,41%, ente, enquanto que no
de T de 1,1 ignifica que
m
ído ivamen remo H.
Capítulo 3 – Resultados e Discussões 86
Os resultad planejam experim (Tabela 4. que os
experim s com ma uantidad ctérias anaeróbias (experi 12 e 14)
foram aqueles em que ncentração loreto de io e do biosu am iguais
ou superiores à concentração do ponto central, o que rma o resulta ra o ponto
de otimi o da quan e de bactér naeróbias.
a ilustrar o itos das variáveis com re ero de bactérias anaeróbias,
estão apresentadas nas Figuras 4.13, 4.14 e 4.15 as superfícies de resposta relacionando as
variáveis
os do ento ental 9), mostram
ento ior q e de ba mentos 4, 8,
a co de c amôn rfactante for
confi do obtido pa
zaçã tidad ias a
Par s efe lação ao núm
com a resposta.
4.31451e+010
4e+010
3e+010
2e+010
1e+010
0
Figura 4.13- Superfície de resposta para o função das
concentrações de óle e de NH
4
Cl.
Analisando a Figura 4.13, observa-se que a superfíci ente
constante em rel ação de óle apresentando dência a aumentar
a quantidade de óbias quando em baixas percenta
equivalente à concentração de 0,41%). J res concentrações de NH
4
Cl (+1,13 ou
5,26 g/L), o número de bactérias anaeróbias aumenta.
crescimento de bactérias anaeróbias em
o diesel
e permanece praticam
ação à concentr o diesel, suave ten
bactérias anaer gens de óleo diesel (-1,087
á para maio
Capítulo 3 – Resultados e Discussões 87
6e+010
4e+010
2e+010
0
Figura 4.14- Superfície de resposta para o crescimento de bactérias anaeróbias em função das
concentrações de óleo diesel e biosurfactante.
9.94589e+010
8e+010
6e+010
4e+010
2e+010
0
Figura 4.15 - Superfície de resposta para o crescim função
das concentrações de NH
4
Cl e biosurfactante.
actérias anaeróbias, embora comparativamente às BRS, sejam mais
influenc
ento de bactérias anaeróbias em
Na Figura 4.14, observa-se que a concentração de biosurfactante também favorece o
crescimento das b
iadas. A combinação de baixas concentrações de óleo diesel e altas concentrações de
Capítulo 3 – Resultados e Discussões 88
biosurfa
anaeróbias. A combinação de maiores
concentr
Tabela
E
(g/L) BS (%v/v) Sulfato (mg/L)
ctante (tendendo para o ponto +α equivalente à 0,059%) aumenta o número de
bactérias anaeróbias.
Analisando a Figura 4.15, observa-se o comportamento das variáveis que mais
influenciaram no crescimento das bactérias
ações de NH
4
Cl (+1,13 ou 5,26 g/L) e maiores concentrações de biosurfactante (+α
ou 0,059%) aumenta o número de bactérias anaeróbias.
4.4.2.4 – CONSUMO DE SULFATO
A Tabela 4.11 apresenta os resultados das concentrações finais de sulfato nas
condições do planejamento experimental.
4.11 – Resultados das concentrações de sulfato ao final do processo nas condições de
cada experimento.
xp. OD(
%v/v) N
1 0,5 1,0 0,007
614,1 ± 0,9
2 0,5 1,0 0,053
428,4 ± 1,0
0,007
548,3 ± 0,7
0,03
474,7 ± 1,0
,0
16 1,5 3,0 0,03
302,0 ± 1,0
3 0,5 5,0
4 0,5 5,0 0,053
415,7 ± 1,1
5 2,5 1,0 0,007
454,6 ± 0,9
6 2,5 1,0 0,053
373,2 ± 1,0
7
2,5 5,0 0,007
438,3 ± 1,2
8
2,5 5,0 0,053
348,3 ± 0,8
9
0,213 3,0 0,03
503,5 ± 0,7
10
2,787 3,0
11
1,5 0,426 0,03
406,7 ± 1,2
12
1,5 5,6 0,03
365,0 ± 0,9
13 1,5 3,0 0,00
328,9 ± 0,7
14 1,5 3,0 0,06
295,4 ± 0,7
15 1,5 3,0 0,03
298,0 ± 1
Capítulo 3 – Resultados e Discussões 89
Após a realização da regressão múltipla no programa Statistica 5.1, obteve-se a
seguinte equação:
SO
4
-2
= 310,423 – 34,401X
1
– 18,861 X
2
– 50,634X
3
+ 103,189X
1
2
+ 40,854X
2
2
3,641X
3
2
+ 9,662X
1
X
2
+ 23,362X
1
X
3
+ 0,562X
2
X
3
(4.7)
A Tabela 4.12 apresenta os resultados obtidos para a regressão múltipla da
concentr
adrático da concentração de
biosurfactante e as interações concentração de óleo diesel/concentração de cloreto de amônio,
e concentração de cloreto de amônio/concentração de biosurfactante.
Tabela 4.12 – Resultados da regressão múltipla para a concentração final de sulfato.
Fatores Parâmetros
Nível de
significância (p)
ação de sulfato, na qual foram eliminados os parâmetros com nível de significância
superiores a 10%. Assim, foram desprezados o termo qu
Constante (β
0
)
307,850 0,0000
X
1
(OD) - 34,401 0,0085
X
2
(N) - 18,861 0,0994
X
3
(BS) - 50,634 0,0008
X
1
2
(OD
2
) 103,188 0,0001
X
2
2
(NH
4
Cl
2
) 40,853 0,0217
F
C
= 16,54 F
T
(0,01) = 5,95
X
1
X
3
(OD.BS) 23,362 0,0880
R
2
= 0,92
maior consumo de
foi adequado para os dados experimentais. O resultado de F calculado (16,54) foi superior ao
F tabelado (5,95) para um nível de significância ostra que o modelo proposto é
a o comportamento aleatório dos resíduos em torno do zero,
não apresentando nenhuma tendência quanto à distribuição. Na Figura 4.17 nota-se que as
Conforme Tabela 4.12, verifica-se que a combinação de menores concentrações de
óleo diesel, de cloreto de amônio e de biosurfactante resultaram num
sulfato pelas BRS. O coeficiente de correlação (R
2
) de 0,92 indica que o modelo de regressão
de 1%, o que m
significativo.
A Figura 4.16 apresent
Capítulo 3 – Resultados e Discussões 90
respostas experimentais para a concentração final de sulfato apresentaram valores bem
próximos aos fornecidos pela equação empírica.
200 250 300 350 400 450 500 550 600
Valores Preditos para a
-60
-40
-20
0
20
40
60
Resíduos
Concentração Final de Sulfato
Figura 4.16 - Distribuição dos resíduos relativa à concentração final de sulfato.
200 250 300 350 400 450 500 550 600 650
Valores Preditos para a
200
350
450
500
550
600
650
400
Valores Observados
250
300
Concentração Final de Sulfato
Figura 4.17 - Valores preditos em função dos observados relativos à concentração final de
sulfato
.
Capítulo 3 – Resultados e Discussões 91
Após a elimin dos parâm s não sig os e o reaju bteve-se a
seguinte equação:
4
-2
= 307,850 – 34,401X
1
8,861X
2
– 50,634X
3
+ 103, ,853X
2
2
+
23,362X
3
(4.8)
ilizando a ção compl q. 4.7) e ritmo imple programa
Maple V release 4 foram calculadas as coordenadas do ponto estacionário para a concentração
final de fato. Obte seguintes ores: x
1
= 0,6923; x
2
= 0,18 ,7181. As
coorden estão de região ex ental.
λ
1
= - 4,9048; λ
2
= 40,4897 e λ = 104,8164)
referentes a concentração final de sulfato indicaram que esta resposta possui um
ão, foram calculados os valores das vari
minimiz da conce ão final de fato, utilizando a forma canô
- λ
1
w
1
2
+
λ
2
w
2
2
+
3
2
. Substituindo os valores de λ na form nica tem-se: Y = 307,850 – 4,9048
w
1
2
+ 40,4897 w
2
2
+ 104,8164w
3
2
. Para minimizar a resposta o termo w
1
foi zerado e então,
determinando os valores para w
e w tal que o valor de Y fosse o menor possível. Então
foram obtidos os valores codificados das vari
tante aumenta o consumo de sulfato em 30, 24, 18 e 21%,
respectiv e 12 e
ainda nos experimentos 1 e 5; 4 e 8; 9 e 10 que o aumento nas concentrações de cloreto de
amônio
obtidos
ação etro nificativ ste destes, o
SO
– 1 188X
1
2
+ 40
1
X
Ut equa eta (E o algo mentado no
sul ndo os val
14 e x
3
= - 4
adas ntro da perim
Os valores dos respectivos λ’s (
3
ponto de sela.
Ent áveis codificadas (X’s) correspondentes à
ação ntraç sul nica Y = y
0
λ
3
w a canô
2 3
áveis no ponto de minimização da resposta: X
1
=
0,213; X
2
= 0,1998 e X
3
= 1,238.
Utilizando as equações de codificação (3.2), (3.3) e (3.4) obtêm-se os valores reais
das concentrações das variáveis no ponto de mínima concentração de sulfato:
X
1
= 1,70% de óleo diesel;
X
2
= 3,40g/L de NH
4
Cl;
X
3
= 0,058% de biosurfactante.
Os resultados dos experimentos 1 e 2; 3 e 4; 5 e 6; 7 e 8 mostram que o aumento na
concentração de biosurfac
amente. Verifica-se também, nos experimentos 1 e 3; 2 e 4; 5 e 7; 6 e 8; 11
e de óleo diesel, aumentam o consumo de sulfato no máximo em 11% e 26%,
respectivamente. Estes resultados confirmam os valores dos efeitos das variáveis X
1
, X
2
e X
3
no modelo ajustado (Equação 4.8).
Observa-se, no experimento 14, que concentrações de óleo diesel, cloreto de amônio
no ponto central e de biosurfactante no ponto de maior concentração provocaram o maior
Capítulo 3 – Resultados e Discussões 92
consumo de sulfato, isto é, a concentração final do mesmo foi de 295,4 mg/L o que
corresponde ao consumo de 555,9 mg/L (65,3%). Os experimentos no ponto central (15 e 16)
apresentaram valores de consumo de sulfato bem próximos do experimento 14.
Aplicando na Equação 4.8, os valores das variáveis codificadas no ponto de
otimização se 246,54
mg/L e 242,22 mg/L de sulfato, respectivamente. Este fato mostra a apro ação dos valores
obtidos para os do de otimiza a parti a redução do
sulfato.
As Figura 9 e 4.20 ilust vés das superf resposta os efeitos
das variáveis na mi da concentração final de sulfato.
da concentração final de sulfato e de quantificação de BRS, obteve-
xim
cipação das BRS nis pontos ção e a efetiv
s 4.18, 4.1 ram atra ícies de
nimização
606
555.5
505
454.5
404
353.5
Figura 4.18 - Superfície de resposta para o consumo de sulfato em função das concentrações
de óleo diesel e de NH
4
Cl.
Analisando a Figura 4.18 observa-se que concentrações de óleo diesel e de cloreto de
amônio pró iminuem a
concentração final de sulfato, isto é, aumentam consumo do mesmo.
ximas ao ponto central (1,7% e 3,4 g/L, respectivamente) d
o
Capítulo 3 – Resultados e Discussões 93
606
555.5
505
454.5
404
353.5
303
Figura 4.19 – Superfície de resposta para o consumo de sulfato em função das concentrações
de óleo diesel e biosurfactante.
505
454.5
404
353.5
Figura 4.20 – Superfície de resposta para o consumo de sulfato em função das concentrações
de NH
4
Cl e biosurfactante.
Observando a Figura 4.19 verifica-se que a combinação de concentrações de óleo
diesel próximas ao ponto central (1,70 %) e concentrações de biosurfactante tendendo para +
α (0,059 %) aumenta o consumo de sulfato.
Capítulo 3 – Resultados e Discussões 94
Na Figura 4.20 observa-se que concentrações de cloreto de amônio próximas ao
ponto central (3,4 g/L) e concentrações de biosurfactante tendendo para + α (0,058 %)
aumenta é, diminuem a concentração final do mesmo.
4.4.2.5 –
os da produção de H
2
S, nas condições de cada experimento.
E
m o consumo de sulfato, isto
PRODUÇÃO DE SULFETO
A Tabela 4.13 apresenta os resultados de produção de H
2
S nas condições de cada
experimento do planejamento.
Tabela 4.13 – Resultad
xp. OD(
%v/v) N (g/L) BS (%v/v) Produção H
2
S (mg/L)
1 0,5 1,0 0,007
113,0 ± 0,8
2 0,5 1,0 0,053
170,7 ± 1,0
3 0,5 5,0 0,007
133,3 ± 0,7
4 0,5 5,0 0,053
174,7 ± 1,2
5 2,5 1,0 0,007
163,2 ± 1,0
6 2,5 1,0 0,053
188,9 ± 0,6
7
2,5 5,0 0,007
168,0 ± 0,8
8
2,5 5,0 0,053
196,9 ± 1,2
9
0,213 3,0 0,03
147,2 ± 0,9
10
2,787 3,0 0,03
157,6 ± 1,0
11
1,5 0,426 0,03
185,7 ± 0,7
12
1,5 5,6 0,03
191,0 ± 1,2
13 1,5 3,0 0,00
201,6 ± 0,6
14 1,5 3,0 0,06
208,2 ± 1,0
15 1,5 3,0 0,03
202,5 ± 0,8
16 1,5 3,0 0,03
203,6 ± 0,9
Pode-se observar que a produção de sulfeto foi diretamente relacionada com a
concentração de nitrogênio, e sobretudo com a quantidade adicionada de biosurfactante. Estes
Capítulo 3 – Resultados e Discussões 95
resultado
mpreender que a presença de
biosurfa
regressão múltipla no programa Statistica 5.1 resultou na seguinte equação:
H
2
S = 203,506 + 12,259X
1
+ 3,882X
2
+ 14,337X
3
– 31,059X
1
2
– 9,355X
2
2
+
0,636X
3
2
– 1,437X
1
X
2
– 5,562X
1
X
3
– 1,637X
2 3
(4.9)
A Tabela 4.14 apresenta os resultados obtidos para a regressão múltipla da produção
de H
S. Foram eliminados os parâmetros considerados não significativos. Assim, foram
concentração de biosurfactante; e as interações concentração de óleo diesel/concentração de
cloreto d
Tabela 4.14 – Resultados da regressão múltipla para a produção de H
2
S.
Fatores Parâmetros
Nível de
Significância (p)
s estão em consonância com o comportamento das BRS (Tabela 4.7), conforme
previsível, considerando que gás sulfídrico é principalmente formado durante o metabolismo
desassimilativo do sulfato (KLEIKEMPER et al., 2002; PODGÓRSKA, AMERYK &
BOLAŁEK, 2000; LONDRY, SUFLITA & TANNER,1996). Logo, uma quantidade
adequada de nitrogênio e, em especial, uma maior disponibilidade de carbono favorecerá o
crescimento de BRS e, conseqüentemente, a geração de H
2
S. Assim, considerando a
insolubilidade dos hidrocarbonetos em água, pode-se co
ctantes, promovendo a dispersão destes compostos no meio aquoso, intensificará o
metabolismo microbiano.
A
X
2
desprezados o termo isolado da concentração de cloreto de amônio; o termo quadrático da
e amônio, concentração de óleo diesel/concentração de biosurfactante e concentração
de cloreto de amônio/concentração de biosurfactante.
Constante (β
0
)
203,956 0,0000
X
1
(OD) 12,259 0,0046
X
3
(BS) 14,337 0,0016
X
1
2
(OD
2
) - 31,059 0,0001
X
2
2
(NH
4
Cl
2
) - 9,355 0,0863
R
2
= 0,87 F
C
= 18,10 F
T
(0,01) = 5,95
Capítulo 3 – Resultados e Discussões 96
A Tabela 4.14 mostra as variáveis que influenciam na produção de H
2
S. Observa-
que a combinação de maior
se
es concentrações de óleo diesel e de biosurfactante resultaram
numa maior produção de H
2
S.
O coeficiente de correlação (R
2
) de 0,87 e o resultado de F calculado (Fc) superior ao
F tabelado (F
), para um nível de significância de 1%, indicam que o modelo é significativo e
s Figuras 4.21 e 4.22 apresentam a análise residual dos dados relativos à produção
de H
2
S.
T
que os dados foram ajustados adequadamente a este.
A
-25
-10
0
5
20
10
15
-5
Resíduos
-20
-15
130 140 150
160
170 180 190 200 210 220 230
-30
Valores Preditos para a
roP dução de H
2
S
ão de HFigura 4 s res roduç
portou-se aleatoriamente em torno do zero, não
apresentando nenhuma tendência quanto à distribuição (Figura 4.21). Nota-se ainda, que as
re para a produção de H
2
S apresentaram valores bem os aos
fornecidos pela equação empírica (Figura 4.22).
.21 – Distribuição do íduos relativa a p
2
S.
A distribuição dos resíduos com
spostas experimentais
próxim
Capítulo 3 – Resultados e Discussões 97
140 160 180 200 220 240
Valores Preditos para a
Produção de H
S
2
140
160
180
200
220
240
Valores Observados
pós a eliminação dos parâmetros não significativos obteve-se a seguinte equação:
a Maple V release 4 calculou-se as coordenadas do ponto estacionário e o ponto de
maximização para a produção de H
2
S. Foram obtidos os seguintes valores: x
1
= 0,7926; x
2
=
0
está fora.
Os valores das raízes características (λ
1
= - 31,3297; λ = -9,3822 e λ = 0,9339)
referentes a produção de H
2
S ind espos onto d
variávei s (X’s) ntes à m ação da
produç
calculado a forma canônica Y = y
0
- λ
1
λ
2
w
2
2
+
λ
3
w es de anônica 203,956 – 30 w
1
2
9,382 w
2
2
+ 0,934 w
3
2
. Para maximizar a resposta os term
2
foram zerados e então,
determinou-se o valor de w
3
que m valor de to, tem-se que: w
3
= 8,17;
Y
máx
= 222,99; m obtidos os valores codificados das variáveis no ponto de
maximização da resposta: X
1
= 0,100; X = 0,147 e X
3
= 1,278.
Figura 4.22 – Valores preditos em função dos observados relativos a produção de H
2
S.
A
H
2
S = 203,956 + 12,259X
1
+ 14,337X
3
– 31,059X
1
2
– 9,355X
2
2
(4.10)
A partir da equação completa (Eq. 4.9) e da implementação de um algoritmo no
program
,7452 e x
3
= - 6,8406. As coordenadas x
1
e x
2
estão dentro da região experimental, porém x
3
2 3
icaram que esta r ta possui um p e sela.
Os valores das s codificada corresponde aximiz
ão de H
2
S foram s utilizando w
1
2
-
3
2
. Substituindo os valor λ na forma c tem-se: Y = 31,3
os w
1
e w
aximizasse o Y. Feito is
Então fora
2
Capítulo 3 – Resultados e Discussões 98
Utilizando as equações de codificação (3.2), (3.3) e (3.4) obteve-se
das concentrações das variáveis no ponto de máximo:
X
= 1,60% de óleo diesel;
3
= 0,059% de biosurfactante.
e otimização
de remo
e.
ndo os valores das variáveis X
1
, X
2
e X
3
dos pontos de otimização para
remoção
15 e 16 da remoção de TPH (Tabela
4.5), do
TPH, de consumo de sulfato e produção de H
2
S, altas
concentrações de bactérias anaeróbias e a maior concentração de bactérias redutoras de
icrorganismos na biodegradação do efluente e
moção de TPH para maior concentração de
biosurfactante e concentrações de óleo diesel e cloreto de amônio próximas ao ponto central.
os valores reais
1
X
2
= 3,30g/L de NH
4
Cl;
X
Os resultados das concentrações das variáveis do planejamento experimental no
ponto de maximização do número de BRS, da produção de H
2
S e do consumo de sulfato
foram semelhantes, mostrando que o crescimento das BRS esteve relacionado com o consumo
de sulfato e a produção de sulfeto. Este ponto também está próximo do ponto d
ção de TPH, indicando a participação efetiva deste grupo de bactérias na
biodegradação do efluent
Os resultados dos experimentos 1 e 2; 3 e 4; 5 e 6; 7 e 8 mostram que o aumento na
concentração de biosurfactante aumenta a produção de H
2
S em 51%, 31%, 16% e 17%,
respectivamente. Verifica-se também, nos experimentos 2 e 4; 5 e 7; 6 e 8; 11 e 12 que o
aumento na concentração de cloreto de amônio não altera substancialmente a produção de
H
2
S, com um percentual máximo de alteração de 5,3%. Estes resultados confirmam o modelo
ajustado, apresentado pela Equação 4.10 no qual o maior coeficiente é o da variável X
3
e a
variável X
2
foi eliminada
devido a sua não significância conforme critério adotado.
Substitui
de TPH e produção de H
2
S na Equação 4.10, obtêm-se as respectivas quantidades de
H
2
S: 196,42 e 222,99 mg/L. Isto permite demonstrar não só a aproximação dos resultados
obtidos para os dois pontos de otimização, como também a participação ativa das BRS na
remoção de hidrocarbonetos.
Os resultados correspondentes aos experimentos
consumo de sulfato (Tabela 4.11) e da produção de H
2
S (Tabela 4.13) mostram que
para concentrações das variáveis no ponto central do planejamento obtêm-se respostas
elevadas, inferiores apenas às obtidas no experimento 14. Neste experimento obteve-se além
dos valores máximos de remoção de
sulfato. Isto mostra a participação efetiva dos m
convalida o ponto de otimização com relação à re
Capítulo 3 – Resultados e Discussões 99
Observa-se ainda que, nos quatro últimos experimentos, a produção de H
2
S no
planejamento ultrapassou os 200 mg/L nos experimentos 13 a 16. Sabe-se que pode ocorrer a
inibição da cultura microbiana quando a concentração de sulfetos no meio está acima deste
valor [S
fato pode ser justificado pelo período de aclimatação da cultura, o que provavelmente
permitiu a adaptação da cultura a níveis elevados de sulfeto.
mostram as superfícies de resposta relacionando as
variáveis com a produção de H
2
S.
PEECE, 1996]. Porém, neste estudo, não foi observada a inibição destas bactérias, já
que em todos os experimentos foi verificado crescimento microbiano (Tabelas 4.7 e 4.9). Este
As Figuras 4.23, 4.24 e 4.25
196.3
181.2
166.1
151
135.9
120.8
Figura 4.23- Superfície de resposta para produção de H
2
S em função das concentrações de
óleo diesel e de NH
4
Cl.
iesel e de NH
4
Cl
próximas ao ponto +0,1, isto é, 1,6% de óleo diesel e 3 g/L de NH
4
Cl, maximizam a produção
de H
2
S.
Observando a Figura 4.23, verifica-se que concentrações de óleo d
Capítulo 3 – Resultados e Discussões 100
211.4
196.3
181.2
166.1
151
135.9
120.8
105.7
Figura osta pa
óleo diesel e biosurfactante.
4.24- Superfície de resp ra produção de H
2
S em função das concentrações de
196.3
181.2
166.1
151
Figura 4
.25 - Superfície de resposta para produção de H
2
S em função das concentrações de
NH
4
Cl e biosurfactante.
Capítulo 3 – Resultados e Discussões 101
A Figura 4.24 apresenta as variáveis que mais influenciaram na produção de H
2
S.
Para concentrações de óleo diesel próximas a + 0,1 (1,6 %) e concentrações de biosurfactante
tendendo para 1,287 (ponto + α), ou 0,06%, maximizam a produção de H
2
S.
Na Figura 4.25 observa-se que concentrações de NH
4
Cl próximas a 3 g/L (ponto 0) e
oncentrações de biosurfactante próximas a + α (0,06%) aumentam a produção de H
2
S.
4.4.2.6 – RESUMO DOS RESULTADOS DO PLANEJAMENTO
Na Tabela 4.15 estão relacionados todos os ntos de maximização das respostas:
remoção de H, quantificaç rias anaeróbi antificação de BRS e produção de
H
2
S.
abela 4.15 – pontos de m ização das resposta
Variá
X
1
- Concentração
de Óleo Diesel (%)
X
2
- Concentração
de NH
g/L)
X
3
– Concentração de
Biosur te (%)
c
po
TP ão de bacté as, qu
T Resumo dos axim s.
vel
4
Cl (
factan
Remoção de TPH 1,15 2,92 0,06
Quantificação de
BRS
Quantificação de
Bact. Anaeróbias
5
Consum
Sulfa
3
Produção de H
2
S 1,60 3,29 0,06
1,63 3,23 0,06
0,41 ,26 0,059
o de
to
1,70 ,40 0,058
.20; 4.23; 4.24 e
4.25 que pode-se estabelecer que as concentrações de óleo diesel e de NH
4
Cl um pouco acima
do ponto central e a maior concentração de biosurfactante foram as variáveis que mais
contribuíram para o crescimento de BRS, para o consumo de sulfato e para a produção de
H
2
S. Isto significa que o crescimento de BRS está relacionado com a redução do sulfato e,
conseqüentemente, com a produção de H
2
S. Porém, o crescimento das bactérias anaeróbias
diminuiu com o aumento da concentração de óleo diesel. Estes fatos devem ter contribuído
para os valores obtidos para o ponto de otimização de remoção de TPH.
Observa-se na Tabela 4.15 e nas Figuras 4.8; 4.9; 4.10; 4.18; 4.19; 4
Capítulo 3 – Resultados e Discussões 102
Os resultados de maximização das variáveis X
1
, X
2
e X
3
para a remoção de TPH
foram utilizados num ensaio para avaliar a cinética de biodegradação de um efluente sintético
contendo óleo diesel, empregando um reator batelada com capacidade de 2L.
4.5 – CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DO EFLUENTE SINTÉTICO DO
REATOR
A Tabela 4.16 apresenta a caracterização físico-química, antes e após o tratamento
biológico do efluente sintético, nas concentrações do ponto de otimização de remoção de
TPH.
Tabela 4.16 – Caracterização físico-química antes e após o tratamento biológico do efluente
sintético do reator e padrões de lançamento.
Valor antes do Valor após CONAMA
Parâmetro
tratamento tratamento 357/05
DQO (mgO
2
/L)
7400 ± 370 1480 ± 50
ND*
D
ND*
BO
5
(mgO
2
/L)
3120 ± 150 330 ± 20
ND*
Òleos & Graxas (mg/L)
8200 ± 110 1600 ± 50
20
pH 7,8 7,81 5,0 – 9,0
TPH (mg/L)
5600 ± 100 997 ± 30
H
2
S (mg/L) 0 6,7
1 mg S
=
/L
Sulfato (mg/L) 851 90,3 ND*
Nitrogênio Total (mg/L)
850 ± 40 54 ± 5
20,0 mg/L
Fósforo (mg/L)
115 ± 10 34 ± 2
ND*
DQO – Demanda Química de Oxigênio; DBO
5
– Demanda Bioquímica de Oxigênio analisada no 5
o
dia;
TPH – Hidrocarboneto Total de Petróleo.
*ND – não definido.
Apesar da redução considerável de óleos e graxas, seu teor final ficou acima do
permitido (20 mg/L) pela legislação vigente [CONAMA 357/05], para descarte. Portanto,
Capítulo 3 – Resultados e Discussões 103
caso não se consiga estabelecer condição que resulte em adequação do efluente com base
este parâmetro, será necessário um tratamento posterior para a remoção destes.
relação DBO/DQO, que representa o grau de biodegradabilidade, é um parâmetro
impor es do
tratamento biológico essa r ento, para 0,22. Segundo
CKENFELDER (1995), relações na faixa de 0,1 a 0,4 indicam que o efluente é refratário, ou
seja, difícil de ser tratado. Este resultado mostra to o efluente
diminuiu suas carac s de biodegra e, isto é, as mais facilmente
biodegradáveis foram decompostas perm as de mais difícil assimilação pelos
microrganismos.
A redução de QO, óleos e gr TPH foram de 80%, 80,5% e 82,2%,
respectivamente. Apes e ter sido obtida moção em torno de 80%, o efluente final
ainda apresenta alta c orgânica. Estes dos mostram a necessidade de um estudo
mais detalhado que pe ta reduzir ainda te valor ou de lecer um tratamento
complementar visando adequar o efluente para descarte.
As quantidades de nitrogênio e de fósforo consumidas durante o processo de
biodegradação foram 93,6% e 70,4% ectivamente (Tabela 4.16). Assim uma
complementação de nutrientes durante o p pode vir a con para o aumento da
degradação anaeróbia leo diesel.
4.6 – CI
O experimento da cinética de biodegradação de óleo diesel em efluente sintético por
uma cultura mista enriquecida com BRS foi realizado num biorreator, com as condições
processo foi monitorado ao longo de 38 dias, quando então a produção de sulfeto
diminuiu
n
O pH final encontra-se dentro da faixa permitida pela legislação (5,0 – 9,0), estando
próximo à neutralidade.
A
tante que, por conseguinte, também deve ser considerado. Para o efluente ant
elação era de 0,42 passando, após o tratam
E
também que após o tratamen
terística dabilidad substâncias
anecendo
D axas e
ar d uma re
arga resulta
rmi mais es estabe
de , resp
rocesso tribuir
do ó
NÉTICA DE BIODEGRADAÇÃO
otimizadas de remoção de TPH, conforme descrito na seção 3.10.
O
, isto é, as BRS já não estavam em plena atividade.
Capítulo 3 – Resultados e Discussões 104
4.6.1 – MONITORAMENTO DO pH
O pH variou ao longo do processo, apresentando decréscimos na maior parte do
período monitorado (Figura 4.26). Contudo, por 30 dias, permaneceu entre 7,0 e 7,8, valores
considerados ideais para o crescimento das BRS [POSTGATE, 1984]. No 32
o
dia, houve a
necessidade de ajustar o pH, o que foi feito através da adição de NaOH 1,0 N, elevando o pH
para 7,8. A partir daí, o pH se manteve inalterado.
6,8
7,0
7,2
7,4
7,6
7,8
8,0
0 5 10 15 20 25 30 35 40
6,4
6,6
pH
Tempo de Processo (dias)
Figura 4.26 – Monitoramento do pH durante o processo de biodegradação.
4.6.2 – CRESCIMENTO MICROBIANO
O consórcio microbiano anaeróbio cresceu satisfatoriamente em óleo diesel, como
fonte principal de carbono e energia, apresentando crescimento já nas primeiras 24 h. Esse
crescimento foi constatado pelo escurecimento do meio, devido à formação de precipitado
negro de FeS.
A Tabela 4.17 apresenta os dados relativos às concentrações de bactérias anaeróbias
e redutoras de sulfato no início e no final do processo de biodegradação, em reator batelada.
Capítulo 3 – Resultados e Discussões 105
Tabela 4.17 – Concentração inicial e final de BRS e bactérias anaeróbias para biodegradação
de óleo diesel em biorreator
Concentração celular (NMP/mL)
Inicial Final
BRS
1,5x10
6
± 0,5x10
6
5,0x10
7
± 0,9x10
7
Bactérias
4 4 10 10
anaeróbias
2,2x10 ± 0,1x10 7,3x10 ± 0,2x10
De acordo com os dados obtidos no planejamento composto central (PCC), as
concentrações de BRS e de bactérias anaeróbias no ponto de maximização da remoção de
TPH deveriam ser de 8,10x10
10
NMP/mL e 5,7x10
10
NMP/mL, respectivamente. Contudo, foi
detectado valor inferior para BRS (Tabela 4.17), enquanto as bactérias anaeróbias atingiram o
valor previsto. A redução no número de BRS provavelmente foi decorrente de morte celular
como, por exemplo, pela sensibilidade ao gás sulfídrico.
4.6.3 – REMOÇÃO DE TPH
A quantidade de TPH presente no biorreator foi monitorada com periodicidade de 2-
3 dias, num tempo total de processo de 38 dias. Os dados obtidos estão apresentados na
Tabela 4.18 e foram plotados em gráficos (Figuras 4.27 e 4.28) para favorecer a análise do
processo.
Observando os gráficos das Figuras 4.27 e 4.28 constata-se que as bactérias foram
diesel, promovendo remoção de cerca 80% decorridos 24 dias
e processo. Na Figura 4.27 observa-se que houve um decréscimo contínuo do TPH neste
período, m
mais facilmente assimiláveis, ao aumento da concentração
de H
2
S e/ou a redução de nutrientes do meio (conforme Tabela 4.16), já que houve uma
diminuição substancial de nitrogênio e fósforo durante a biodegradação.
eficazes na degradação do óleo
d
antendo-se praticamente inalterado no restante do tempo, indicando a queda da
atividade metabólica das BRS. Este fato pode estar relacionado ao aumento de recalcitrância
devido ao esgotamento das frações
Capítulo 3 – Resultados e Discussões 106
Tabela 4.18 – Resultados obtidos da análise de TPH.
Tempo de Processo
(dias)
TPH
(mg/L)
TPH Consumido
(mg/L)
Remoção de TPH
(%)
0
5600 ± 50
- -
2
5331 ± 40
269 4,8
4
5146 ± 43
185 8,1
6
4726 ± 30
420 15,6
8
4351 ± 42
375 22,3
10
3651 ± 20
700 34,8
13
3276 ± 50
375 41,5
15
2760 ± 35
516 50,7
17
2167 ± 33
593 61,3
19
1669 ± 22
498 70,2
24
1131 ± 18
247 79,8
997
17 82,2
38
995 ± 12
2 82,2
21
1378 ± 25
291 75,4
28
32
1047 ± 23
1014 ± 15
84
33
81,3
81,9
36
± 10
Figura 4.27 onitoramento do TPH durante o processo de biodegradação. – M
Capítulo 3 – Resultados e Discussões 107
Figura
o pelas bactérias
de compostos mais facilmente assimiláveis, como o extrato de lêvedo.
BOOPATHY (2003) observou que 55% dos hidrocarbonetos totais de petróleo
(TPH), em solo, foram eliminados em condições de redução do sulfato, após 290 dias de
processo. Ainda em 2003, BOOPATHY realizou estudos em terras alagadas e contaminadas
por óleo diesel e obteve remoção de 62% para 510 dias de processo. Em 2004, este mesmo
autor observou a remoção de 62% de óleo diesel presente em solo após 310 dias. Esses dados
vêm comprovar a eficiência do processo de biodegradação anaeróbia realizado neste trabalho,
já que foi obtida uma remoção superior de TPH de 82,2% em um tempo muito inferior.
4.28 – Consumo de TPH em cada período de coleta, durante o processo de
biodegradação.
A Figura 4.28 e a Tabela 4.18 mostram que entre o 8º e o 10° dia e entre 13° e 19°
dias as taxas de remoções de THP foram as mais altas obtidas. As baixas remoções
observadas nos primeiros dias de processo podem ser atribuídas ao consum
Capítulo 3 – Resultados e Discussões 108
4.6.4 – CONSUMO DE SULFATO
A Tabela 4.19 apresenta os resultados obtidos nas análises de sulfato durante
biodegradação de óleo diesel no biorreator e ainda, a taxa de consumo de sulfato no período.
Tabela 4.19 – Variação da concentração de sulfato e a taxa de consumo durante a
biodegradação anaeróbia de óleo diesel.
Tempo
(Dias)
Sulfato
(mg/L)
Taxa de Consumo
(mg/L.dia)
0 851,0 -
4 726,2 31,2
8 578,3 37,0
10 449,3 64,5
13 372,8 38,2
15 303,0 34,9
17 207,2 47,9
24 117,7 6,4
28 107,9 2,45
38 90,3 1,96
21 143,2 16,0
Os dados referentes à concentração residual de sulfato durante a biodegradação de
óleo diesel em biorreator estão representados na Figura 4.29.
Capítulo 3 – Resultados e Discussões 109
– Monitoramento do teor de sulfato durante a biodegradação anaeróbia de óleo Figura 4.29
diesel.
4.29) corresp
mais uma vez com
também uma rem
com as bacté
A T
dia, sofrendo
o consumo
seção 4.6.5). Este fato pode estar relacionado à morte celular com liberação de sulfato para o
meio reacional.
O aumento da quantidade de sulfato no meio reacional pode também ser atribuído à
degradação de óleo diesel por outras bactérias não pertencentes ao grupo das BRS. No
consórcio microbiano empregado como inóculo, poderiam estar presentes bactérias
fototróficas anoxigênicas, que utilizam compostos reduzidos de enxofre, tal como sulfeto,
O consumo de sulfato foi mais acentuado nos primeiros 21 dias de processo (Fig.
ondendo com a fase em que a geração de H
2
S foi intensa (Figura 4.31), o que
prova a atividade das BRS na redução do sulfato. Neste período obteve-se
oção significativa de TPH (Figura 4.28), mostrando que as BRS juntamente
rias anaeróbias participaram do processo de biodegradação dos hidrocarbonetos.
abela 4.19 mostra que a taxa de consumo de sulfato se manteve elevada até o 17º
uma queda substancial com o andamento do processo.
Apesar da redução de sulfato ter ocorrido durante todo o processo de biodegradação,
de sulfato foi inferior ao necessário para quantidade de sulfeto produzida (ver
Capítulo 3 – Resultados e Discussões 110
como doado étrons, este pode
ser oxidado diretamente a sulfato ou a enxofre elementar, que pode ser acumulado intra ou
extracelu IEIRA, 2003].
seu
metabolismo as
bactérias fot ficas
[MADIGAN ida;
no caso das hodopseudomonas capsulata, por exemplo, existem cinco caminhos
possíveis de metabolismo anaeróbio: fotoautotroficamente, utilizando H
e CO
2
;
fotohetero o
como fonte uro,
quimioautotr
2
utor.
provavelmen de
das BRS dev crescimento, por isso foram encontrados
valores sc do a
atividade de elas
bactérias ano elas
BRS, resulta
Ainda há a hipótese da oco
simultaneam óleo
diesel estari química/biologicamente, liberando sulfeto no meio
reacional. Es izar
anaerobicam eno
e o dibenzo
VIEIRA, 200
a de
biodegradaçã
res de elétrons. Quando o sulfeto de hidrogênio é o doador de el
larmente [FRY et al., 1985; MADIGAN, 1988; da SILVA, 2000 e V
As bactérias fototróficas anoxigênicas não produzem oxigênio durante
e são responsáveis pela formação de depósitos de enxofre na natureza. Já
otróficas facultativas crescem em condições fotoheterotróficas e fotoautotró
, 1988]. A diversidade metabólica desses microrganismos é bastante conhec
bactérias R
2
tr ficamente, com diferentes substratos orgânicos; no escuro, utilizando açúcares
de carbono e energia; no escuro, quimioheterotroficamente; no esc
oficamente com H
como fonte de energia e poder red
Se presentes no consórcio microbiano, as bactérias fototróficas anoxigênicas
te já estavam ativas desde o começo do processo. Nos primeiros dias, a ativida
e ter sido maior, já que se favorecia seu
cre entes de sulfeto, produto gerado pelo metabolismo dessas bactérias. Quan
ssas bactérias ficou menos intensa, a quantidade de sulfeto consumida p
xigênicas, ao que parece, ultrapassou a quantidade de sulfeto produzido p
ndo em uma quantidade líquida de sulfeto menor.
rrência de fenômenos concorrentes estarem acontecendo
ente no reator. Acredita-se que outros compostos sulfurosos presentes no
am sendo transformados
sas transformações podem ser atribuídas a capacidade das BRS em dessulfur
ente compostos de enxofre presentes no óleo diesel, por exemplo, o benzotiof
tiofeno, com a liberação do sulfato na forma de H
2
S [AITANI, 2000 apud
3].
A Figura 4.30 mostra a taxa de consumo de sulfato no período durante a cinétic
o de óleo diesel.
Capítulo 3 – Resultados e Discussões 111
Figura 4
fato;
um entre o 8 com
uma taxa de
4.6.5 – PRODUÇÃO DE SULFETO
ar a
atividade da em
intervalos de o do sulfeto total na fase líquida. A determinação do
sulfeto gasoso foi realizada sempre que se formava precipitado amarelo no recipiente
contendo hidróxido de cádm reator. A reação de sulfeto com hidróxido de
cádmio resulta na formação de sulfeto de cádmio (precipitado amarelo). As respostas das
análises e líquida, e sua produção total estão
apresent s
.30 – Taxa de consumo de sulfato no período.
Analisando a Figura 4.30 observa-se que houve dois picos de consumo de sul
o
e o 10
o
dia, com uma taxa de 64,5 mg/L.dia, e outro entre o 15
o
e o 17
o
dia,
47,9 mg/L.dia.
A produção de H
2
S foi acompanhada durante todo o processo a fim de verific
s bactérias redutoras de sulfato. Amostras do meio reacional foram coletadas
2-3 dias para quantificaçã
io conectado ao bior
de sulfeto, tanto na fase gasosa como na fas
ado na Tabela 4.20 e ainda representados na Figura 4.31.
Capítulo 3 – Resultados e Discussões 112
Tabela sosa e produção total.
Tem d
(d
4.20 – Produção de sulfeto na fase líquida, na fase ga
po e processo
ias)
Sulfeto na fase
líquida (mg/L)
Sulfeto [H
2
S] na
fase gasosa (mg/L)
H
2
S - fase
líquida+gasosa
(mg/L)
2 40,2 50,4 90,6
4 39,7 49,5 89,2
6 47,7 53,8 101,5
8 53,3 65,8 119,1
10 82,3 102,4 184,7
13 51,1 61,3 112,8
15 48,3 56,8 105,1
17 60,2 76,8 137,0
19 42,3 56,5 98,8
21 39,2 37,3 76,5
23 32,6 30,2 62,8
25 20,2 11,0 31,2
27 15,3 10,5 25,8
29 12,5 7,8 20,3
32 8,2 4,9 13,1
36 5,0 3,2 8,2
38 3,9 2,8 6,7
Total no período 602,0 681,0 1283,4
Capítulo 3 – Resultados e Discussões 113
0 5 10 15 20 25 30 35 40
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
200
Sulfeto, H
2
S e Sulfeto Total (mg H
2
S/L)
Tempo de Processo (dias)
Sulfeto
H
2
S
Sulfeto Total
Figura 4.31 – Monitoramento da produção de sulfeto no processo de biodegradação.
Analisa rande produção
de sulfetos durante o período monitorado. No décimo e no décimo sétimo dia obteve-se a
produção de 184,7 e 137 mg/L de sulfeto, respectivamente.A partir daí a produção começa a
decrescer continuamente até que no 38
o
dia, quando chegou a uma concentração praticamente
insignificante. Comparando as Figuras 4.28, 4.30 e 4.31 nota-se que os dias de pico de
produção de H
2
S coincidem com os de maiores remoções de TPH e de maior consumo de
sulfato. Este fato indica que apesar da cultura ser mista e as rotas metabólicas serem
complexas e pouco conhecidas, a atividade das BRS na produção de H
2
S está relacionada com
o consumo de sulfato e ainda, com a biodegradação dos hidrocarbonetos que compõe o óleo
diesel.
No planejamento experimental, assim como na cinética de biodegradação, pode-se
verificar em todos os dezesseis experimentos uma produção experimental de H
2
S maior do
que a teórica de acordo com o sulfato consumido. Observou-se que esta produção foi no
máximo 25,9% maior do que a teórica (experimento 1). Este resultado é bem inferior ao
obtido no reator, provavelmente devido a toxicidade do H
2
S presente durante o processo, já
que no biorreator de 2L esse composto era retirado quando em fase gasosa.
ndo a Tabela 4.20 e a Figura 4.31 verifica-se que houve uma g
CAPÍTULO 5
CONCLUSÕES E SUGESTÕES
CAPÍTULO 5 – CONCLUSÕES E SUGESTÕES
5.1 – CONCLUSÕES
udo, pode-se enunciar as seguintes
vel;
osto central (PCC), tendo como variáveis as concentrações de
óleo diesel, de cloreto de amônio e de biosurfactante, observou-se que:
ndo as concentrações de óleo
de biodegradação anaeróbia foi obtida para 1,15%
(v/v) de
biosurfactante, resultam em remoção de TPH de 80,56% no ponto de máximo;
) e de cloreto de amônio (3,0) próximas
(208,2 mg/L), maior quantidade de bactérias redutoras de sulfato (1,1x10
11
10
do efluente e
A partir dos resultados obtidos neste est
conclusões:
Na etapa de aclimatação a cultura mista enriquecida com bactérias redutoras de
sulfato cresceu satisfatoriamente utilizando óleo diesel como fonte de carbono e
energia, em concentrações de até 5% do combustí
No planejamento comp
A remoção de TPH máxima foi de 79,13 %, se
diesel e de biosurfactante as variáveis que mais influenciaram na remoção.
A otimização do processo
(v/v) de óleo diesel, 2,92 g/L de cloreto de amônio e 0,06%
Em concentrações de óleo diesel (1,15%
ao ponto central e concentração de biosurfactante (0,06%) próxima ao ponto de
máximo, obteve-se maior remoção de TPH (79,13%), maior produção de H
2
S
NMP/mL), maior consumo de sulfato (295,4 mg/L) e uma quantidades elevada
de bactérias anaeróbias (6,2x10
NMP/mL). Estes resultados mostraram a
participação efetiva dos microrganismos na biodegradação
convalidaram o ponto de otimização com relação à remoção máxima de TPH;
Os valores das variáveis do planejamento experimental no ponto de otimização
para a maximização do número de BRS, da produção de H
2
S e do consumo de
Capítulo 5 – Conclusões e Sugestões 115
sulfato foram semelhantes, mostrando que o crescimento das BRS está
sso foram obtidos 5,2 x 10
NMP/mL de BRS e 7,5 x
ização de TPH (8,10x10
do pH após 21 dias de processo coincidiu com o período de
comparativamente as BRS, ou seja, essas bactérias contribuíram
esso e, a inalteração
o final do processo, e/ou ao
dos nutrientes, já que houve
orte celular de BRS,
igênicas, e/ou a biodessulfurização de compostos
relacionado com o consumo de sulfato e a produção de sulfeto;
No estudo da cinética de biodegradação no reator observou-se que:
Ao final do proce
7
10
10
NMP/mL de bactérias anaeróbias; o crescimento das BRS tendo
ficado abaixo do calculado no ponto de otim
10
NMP/mL), possivelmente, devido à inativação/morte das BRS durante o
processo;
A redução
queda de produção de H
2
S e de consumo de sulfato, indicando que pode ter
ocorrido redução da atividade metabólica das BRS;
A concentração final de bactérias anaeróbias, da ordem de 10
10
, foi maior
decisivamente para a remoção de TPH;
O decréscimo contínuo do TPH durante 24 dias de proc
da sua concentração no restante do período podem estar associados a pouca
atividade metabólica do consórcio microbiano n
aumento da recalcitrância do efluente devido ao esgotamento das frações
mais facilmente assimiláveis, e/ou a redução
uma diminuição substancial das concentrações de nitrogênio e fósforo
durante a biodegradação;
O consórcio microbiano foi eficaz na biodegradação do óleo diesel,
levando a 82,2 % de remoção de TPH em 38 dias de processo. Este
resultado foi ligeiramente superior ao predito no ponto de otimização da
remoção de TPH (80,56 % para 30 dias de processo);
Houve uma grande produção de H
2
S, sendo superior ao esperado apenas
pela redução do sulfato, provavelmente devido a m
liberando sulfato no meio reacional, e/ou a presença de bactérias
fototróficas anox
sulfurosos presentes no óleo diesel;
Capítulo 5 – Conclusões e Sugestões 116
Os períodos de maior produção de H
2
S coincidiram com os máximos de
das BRS juntamente com as bactérias anaeróbias na biodegradação de
óleos e graxas e TPH foram respectivamente de 80%, 80,5% e 82,2%.
ela legislação vigente (CONAMA 357/05).
mento deste efluente para redução
dação do óleo diesel, adicionando
manutenção dos nutrientes no meio e conseqüente aumento da
lizar um tratamento físico-químico, como por exemplo, os POA’s
;
remoção de TPH e de consumo de sulfato, mostrando a efetiva participação
hidrocarbonetos presentes no óleo diesel;
A caracterização físico-química do efluente sintético utilizado no
biorreator, antes e após o tratamento, mostrou que a redução de DQO,
Porém, apesar desta remoção o efluente permaneceu com alta carga
orgânica, acima da permitida p
Portanto, faz-se necessário um pós-trata
desta carga.
5.2 – SUGESTÕES PARA TRABALHOS POSTERIORES
Após a conclusão deste trabalho, sugere-se para posteriores estudos:
Estudar a redução do tempo de biodegra
ao efluente resíduos protéicos de fácil assimilação pelos microrganismos
para favorecer a atividade metabólica do consórcio microbiano;
Desenvolver um processo de biodegradação com alimentação de diferentes
fontes de fósforo e nitrogênio, em separado e em conjunto, visando a
decomposição do efluente;
Rea
(Processos Oxidativos Avançados), antes do biológico a fim de reduzir a
recalcitrância do efluente;
Avaliar várias concentrações de inóculo com o objetivo de obter maior
biodegradabilidade do efluente;
Verificar e avaliar a produção de metano
Avaliar técnica e economicamente a recuperação de enxofre a partir do gás
sulfídrico gerado;
Capítulo 5 – Conclusões e Sugestões 117
Avaliar diferentes formas de condução do processo de biodegradação de
como dos produtos gerados pelo metabolismo microbiano.
óleo diesel (batelada alimentada, cíclica e contínuo);
Realizar análises cromatográficas do efluente objetivando acompanhar a
biodegradação dos diversos hidrocarbonetos presentes no óleo diesel, bem
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rwww.br.com.b : acessado em abril de 2005 especificações do óleo diesel
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www.petrobras.com.br, acessado entre janeiro e julho de 2005;
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APÊNDICES
APÊNDICE A
CÁLCULO DA RELAÇÃO CARBONO-NITROGÊNIO
o óleo diesel e da concentração de nitrogênio presente no meio Postgate E modificado.
ão carbono-cloreto de amônio no meio Postgate E modificado é de
proximadamente 4,5. Considerou-se que o óleo diesel tem uma análise elementar semelhante
ntidade de carbono é de 83 – 87% [THOMAS, 2001]. Foi adotado
tal para a concentração de 2,5% de óleo diesel, uma concentração
io.
ativa está no desenvolvimento abaixo:
L/100mL 25 mL/L de óleo diesel;
sidade do óleo diesel é aproximadamente 0,85 g/mL [Br Distribuidora,
];
m, têm-se que: 25 mL/L x 0,85 g/mL = 21,25 g/L
Considerando que a concentração de carbono no óleo diesel é de 85% [THOMAS,
2001], têm-se:
21,25 g/L x 0,85 = 18,1 g de Carbono/L.
no/L para cada 1 g/L de NH
4
Cl.
ários 4 g/L de NH
4
Cl para 18,1 g de carbono/L de óleo diesel.
A relação carbono-nitrogênio foi obtida através da concentração de carbono presente
n
A relaç
a
à do petróleo, no qual a qua
no planejamento experimen
de 5 g/L de cloreto de amôn
A justific
2,5% (v/v) de óleo diesel corresponde a 2,5 m
A den
2005
Assi
Já no meio Postgate a relação é de 4,5 g de carbo
Então, seriam necess
Apêndices 125
APÊNDICE B
ÇÃO E MINIMIZAÇÃO DAS
SPOSTAS DO PLANEJAMENTO EXPERIMENTAL
start;
rint(`##################################################################`);
em fevereiro de 2005 (Claudio Roberto Duarte)`);
pontos de máximo, mínimo ou sela para um PE`);
############################################`);
ro de variaveis de planejamento:`);
condvariaveis=2 then
rmo independente`);
t0:=readstat(``);
ferente ao termo X1`);
rint(`Entre com o valor referente ao termo X2`);
valor referente ao termo X1^2`);
``);
m o valor referente ao termo X2^2`);
t22:=readstat(``);
nte ao termo X1X2`);
:=matrix(2,2,[t11,t12/2,t12/2,t22]):
b:=matrix(2,1,[t1,t2]):
erse(A)&*b):
[i]:=x0[i,1] od:
2',X[2]);
]);
+t11*X[1]^2+t22*X[2]^2+t12*X[1]*X[2]:
ALGORITMO PARA MAXIMIZA
RE
Pe:=proc();
re
lp
lprint(`Programa implementado
lprint(`Este programa obtém os
lprint(`######################
#Primeiramente obter a forma canônica para o modelo ajustado de ordem 2:
with(linalg):
lprint(`Digite o nume
condvariaveis:=readstat(``);
if
lprint(`Entre com o valor do te
lprint(`Entre com o valor re
t1:=readstat(``);
lp
t2:=readstat(``);
lprint(`Entre com o
t11:=readstat(
lprint(`Entre co
lprint(`Entre com o valor refere
t12:=readstat(``);
A
charpoly(A,lambda):
lambda:=[eigenvals(A)]:
x0:=evalm(-0.5*inv
for i from 1 to 2 do X
#lprint('X1',X[1]);
#lprint('X
#lprint('lambda[1]',lambda[1]);
#lprint('lambda'[2],lambda[2
y[0]:=t0+t1*X[1]+t2*X[2]
Apêndices 126
if lambda[1]*lambda[2]>0 then
if lambda[1]>0 then
ema possui ponto de mínimo`);
lprint('X1',X[1]);
i ponto de máximo`);
o possui ponto de máximo e nem de mínimo`);
mizar [1] ou minimizar [2] a sua resposta:`);
ondiaux:=readstat(``);
:
t12/2,t12/2,t22-lambda[1]]):
extra:=matrix(2,1,[m11,m21]):
[1,1])=0:
:
11linha:=solve(P1,m11):
lprint('m11linha',m11linha);
21linha:=1:
lprint('m21linha',m21linha);
11:=m11linha/produto: m21:=m21linha/produto:
:=matrix(2,2,[t11-lambda[2],t12/2,t12/2,t22-lambda[2]]):
extra:=matrix(2,1,[m12,m22]):
a):
lprint(`Este probl
lprint('X2',X[2]);
fi;
if lambda[1]<0 then
lprint(`Este problema possu
lprint('X1',X[1]);
lprint('X2',X[2]);
fi;
fi;
#Portanto a forma canônica ajustada é :
if lambda[1]*lambda[2]<0 then
lprint(`Este problema nã
lprint(`Você deseja máxi
c
y:=y[0]+lambda[1]*w[1]^2 +lambda[2]*w[2]^2
A:=matrix(2,2,[t11-lambda[1],
m21:=1:
M
Mat1:=evalm(A&*Mextra):
P1:=evalm(Mat1
#lprint('P1',P1);
P2:=evalm(Mat1[2,1])=0
m
#
m
#
produto:=(m11linha^2+m21linha^2)^(0.5):
m
A
m22:=1:
M
Mat1:=evalm(A&*Mextr
P1:=evalm(Mat1[1,1])=0:
P2:=evalm(Mat1[2,1])=0:
Apêndices 127
m12linha:=solve(P1,m12):
inha);
roduto:=(m12linha^2+m22linha^2)^(0.5):
uto:
12:=m12linha/produto:
22',m22);
12,m21,m22]):
1,[x1-X[1],x2-X[2]]):
*MatrizX):
,X[2]);
omo quero maximizar a resposta farei
f condiaux=1 then
f lambda[1]<0 then www1:=w1: www2:=w2: fi;
a para w:`):
rint(`menor valor da faixa:`);
rint(`Entre com o incremento desejado:`):
(``);
to auxw2 by increw do w2:=i:
esp[cont]:=solve({Eq[1,1]=MatrizW[1,1],Eq[2,1]=MatrizW[2,1]},{x1,x2}):
assign('x2'):
from 1 to (cont-2) do
[i]>=-1 and Xx2[i]<=1 then
#lprint('m12linha',m12l
m22linha:=1:
p
m22:=m22linha/prod
m
#lprint('m11',m11);
#lprint('m12',m12);
#lprint('m21',m21);
#lprint('m
Matrizm:=matrix(2,2,[m11,m
transM:=transpose(Matrizm):
MatrizW:=matrix(2,1,[www1,www2]):
MatrizX:=matrix(2,
Eq:=evalm(transM&
#lprint('x1',x1);
#lprint('x2',x2);
#lprint('X[1]',X[1]);
#lprint('X[2]'
#C
i
i
if lambda[1]>0 then www1:=w2: www2:=w1: fi;
w1:=0: cont:=0:
readlibe(unassign):
lprint(`Entre com a faix
lp
auxw1:=readstat(``);
lprint(`maior valor da faixa:`);
auxw2:=readstat(``);
lp
increw:=readstat
for i from auxw1
R
assign(Resp[cont]): Ww2[cont]:=w2: Xx1[cont]:=x1: Xx2[cont]:=x2: unassign('x1'): un
cont:=cont+1: od:
aux:=1:
for i
if Xx2
if Xx1[i]>=-1 and Xx1[i]<=1 then
Vx1[aux]:=Xx1[i]:
Apêndices 128
Vx2[aux]:=Xx2[i]:
Vw2[aux]:=Ww2[i]:
#lprint(`O valor de x1 é=`,Vx1[aux]);
lprint(`O valor do vw2 é=`,Vw2[aux]);
axw2:=(max(seq(Vw2[i]^2,i=1..(aux-1))))^(0.5);
rint(`O valor do w2 máximo em modulo é=`,Maxw2);
w2:=Maxw2: Resp[cont]:=solve({Eq[1,1]=MatrizW[1,1],Eq[2,1]=MatrizW[2,1]},{x1,x2}):
Var2:=x2:
2'):
t2*Var2+t3*Var3+t11*(Var1)^2+t22*(Var2)^2+t33*(Var3)^2+t12*(Var1)*(Var2)+t13*(
tra,Var1=-1..1,Var2=-1..1,style=PATCHCONTOUR,axes=BOXED,projection =
RTHOGONAL));
w2: fi;
lambda[1]<0 then www1:=w2: www2:=w1: fi;
ont:=0:
`):
w1:=readstat(``);
uxw2 by increw do w2:=i:
[1,1]=MatrizW[1,1],Eq[2,1]=MatrizW[2,1]},{x1,x2}):
w2[cont]:=w2: Xx1[cont]:=x1: Xx2[cont]:=x2: unassign('x1'): unassign('x2'):
#lprint(`O valor de x2 é=`,Vx2[aux]);
#
aux:=aux+1:
fi;
fi;
od:
M
lp
assign(Resp[cont]):
lprint(`O valor de x1 é=`,x1);
lprint(`O valor de x2 é=`,x2);
fi;
Var1:=x1:
Var3:=0:
unassign('Var1'): unassign('Var
Eqextra:=t0+t1*Var1+
Var1)*(Var3)+t23*(Var2)*(Var3):
print(plot3d(Eqex
O
#Como quero mínimizarr a resposta farei
if condiaux=2 then
if lambda[1]>0 then www1:=w1: www2:=
if
w1:=0: c
readlibe(unassign):
lprint(`Entre com a faixa para w:
lprint(`menor valor da faixa:`);
aux
lprint(`maior valor da faixa:`);
auxw2:=readstat(``);
lprint(`Entre com o incremento desejado:`):
increw:=readstat(``);
for i from auxw1 to a
Resp[cont]:=solve({Eq
assign(Resp[cont]): W
cont:=cont+1: od:
aux:=1:
Apêndices 129
for i from 1 to (cont-2) do
if Xx2[i]>=-1 and Xx2[i]<=1 then
and Xx1[i]<=1 then
aux]:=Xx2[i]:
2[aux]:=Ww2[i]:
#lprint(`O valor de x1 é=`,Vx1[aux]);
lprint(`O valor de x2 é=`,Vx2[aux]);
#lprint(`O valor do vw2 é=`,Vw2[aux]);
ux+1:
;
od:
w2:=(max(seq(Vw2[i]^2,i=1..(aux-1))))^(0.5);
w2:=Maxw2: Resp[cont]:=solve({Eq[1,1]=MatrizW[1,1],Eq[2,1]=MatrizW[2,1]},{x1,x2}):
rint(`Entre com o valor referente ao termo X1`);
t(`Entre com o valor referente ao termo X2`);
rint(`Entre com o valor referente ao termo X1^2`);
t(`Entre com o valor referente ao termo X2^2`);
t22:=readstat(``);
t12:=readstat(``);
nt(`Entre com o valor referente ao termo X1X3`);
t13:=readstat(``);
erente ao termo X2X3`);
alpha de ortogonalidade`);
adstat(``);
atrix(3,3,[t11,t12/2,t13/2,t12/2,t22,t23/2,t13/2,t23/2,t33]):
if Xx1[i]>=-1
Vx1[aux]:=Xx1[i]:
Vx2[
Vw
#
aux:=a
fi
fi;
Max
lprint(`O valor do w2 máximo em modulo é=`,Maxw2);
assign(Resp[cont]):
lprint(`O valor de x1 é=`,x1);
lprint(`O valor de x2 é=`,x2);
fi;
fi;
fi;
if condvariaveis=3 then
lprint(`Entre com o valor do termo independente`);
t0:=readstat(``);
lp
t1:=readstat(``);
lprin
t2:=readstat(``);
lprint(`Entre com o valor referente ao termo X3`);
t3:=readstat(``);
lp
t11:=readstat(``);
lprin
lprint(`Entre com o valor referente ao termo X3^2`);
t33:=readstat(``);
lprint(`Entre com o valor referente ao termo X1X2`);
lpri
lprint(`Entre com o valor ref
t23:=readstat(``);
lprint(`Entre com o valor do
alpha:=re
A:=m
print(evalm(A));
Apêndices 130
charpoly(A,lambda):
b:=matrix(3,1,[t1,t2,t3]):
33*X[3]^2+t12*X[1]*X[2]+t13*X[1]*X[3]+t23*
nt('X1',X[1]);
'X2',X[2]);
#lprint('X3',X[3]);
#lprint('lambda[1]',lambda[1]);
#lprint('lambda'[2],lambda[2]);
]);
*lambda[2]>0 then
lambda[1]>0 then
ínimo`);
lprint('X2',X[2]);
('X3',X[3]);
lambda[1]<0 then
e máximo`);
rint('X3',X[3]);
;
2]*lambda[3]<0 or lambda[1]*lambda[2]<0 and
(`Este problema não possui ponto de máximo e nem de mínimo`);
ar [2] a sua resposta:`);
iaux:=readstat(``);
2]*w[2]^2+lambda[3]*w[3]^2:
bda[1]]):
lambda:=[eigenvals(A)]:
x0:=evalm(-0.5*inverse(A)&*b):
for i from 1 to 3 do X[i]:=x0[i,1] od:
y0:=t0+t1*X[1]+t2*X[2]+t3*X[3]+t11*X[1]^2+t22*X[2]^2+t
X[2]*X[3]:
#lpri
#lprint(
#lprint('lambda'[3],lambda[3
if lambda[1]
if lambda[2]*lambda[3]>0 then
if
lprint(`Este problema possui ponto de m
lprint('X1',X[1]);
lprint
fi;
if
lprint(`Este problema possui ponto d
lprint('X1',X[1]);
lprint('X2',X[2]);
lp
fi;
fi;
fi
if lambda[1]*lambda[2]>0 and lambda[
lambda[2]*lambda[3]>0 then
lprint
lprint(`Você deseja máximizar [1] ou minimiz
cond
y:=y0+lambda[1]*w[1]^2 +lambda[
A:=matrix(3,3,[t11-lambda[1],t12/2,t13/2,t12/2,t22-lambda[1],t23/2,t13/2,t23/2,t33-lam
m31:=1:
Mextra:=matrix(3,1,[m11,m21,m31]):
Mat1:=evalm(A&*Mextra):
Apêndices 131
P1:=evalm(Mat1[1,1])=0:
#lprint('P1',P1);
2:=evalm(Mat1[2,1])=0:
t('P2',P2);
lprint('m11linha',m11linha);
lprint('m21linha',m21linha);
roduto:=(m11linha^2+m21linha^2+m31linha^2)^(0.5):
lprint('m21',m21);
23/2,t13/2,t23/2,t33-lambda[2]]):
,m22,m32]):
at1:=evalm(A&*Mextra):
])=0:
,{m12,m22})):
32linha:=1:
lprint('m12linha',m12linha);
)^(0.5):
12:=m12linha/produto:
22:=m22linha/produto:
linha/produto:
lprint('m22',m22);
12/2,t22-lambda[3],t23/2,t13/2,t23/2,t33-lambda[3]]):
,[m13,m23,m33]):
extra):
at1[2,1])=0:
P
#lprin
assign(solve({P1,P2},{m11,m21})):
m11linha:=m11:
m21linha:=m21:
m31linha:=1:
#
#
#lprint('m31linha',m31linha);
p
m11:=m11linha/produto: m21:=m21linha/produto: m31:=m31linha/produto:
#lprint('m11',m11);
#
#lprint('m31',m31);
A:=matrix(3,3,[t11-lambda[2],t12/2,t13/2,t12/2,t22-lambda[2],t
m32:=1:
Mextra:=matrix(3,1,[m12
M
P1:=evalm(Mat1[1,1])=0:
P2:=evalm(Mat1[2,1
assign(solve({P1,P2}
m12linha:=m12:
m22linha:=m22:
m
#
#lprint('m22linha',m22linha);
#lprint('m32linha',m32linha);
produto:=(m12linha^2+m22linha^2+m32linha^2
m
m
m32:=m32
#lprint('m12',m12);
#
#lprint('m32',m32);
A:=matrix(3,3,[t11-lambda[3],t12/2,t13/2,t
m33:=1:
Mextra:=matrix(3,1
Mat1:=evalm(A&*M
P1:=evalm(Mat1[1,1])=0:
P2:=evalm(M
Apêndices 132
assign(solve({P1,P2},{m13,m23})):
inha:=m13:
23linha:=m23:
nha:=1:
lprint('m33linha',m33linha);
roduto:=(m13linha^2+m23linha^2+m33linha^2)^(0.5):
duto:
uto:
t('m13',m13);
nt('m33',m33);
trizm:=matrix(3,3,[m11,m12,m13,m21,m22,m23,m31,m32,m33]):
##############################################################
###`);
print(`A matriz m é:`);
rint(evalm(Matrizm));
###########################################################################
######################`);
2,www3]):
evalm(transM&*MatrizX):
t('x1',x1);
t('X[3]',X[3]);
Condição para que duas raízes lambda sejam negativa e pretendo maximizar a resposta
f lambda[1]*lambda[2]*lambda[3]> 0 then
lambda[1]>0 then www1:=w1: www2:=w2: www3:=w3: fi;
: www3:=w3: fi;
f lambda[3]>0 then www1:=w2: www2:=w3: www3:=w1: fi;
2:=0: w3:=0: cont:=0:
m13l
m
m33li
#lprint('m13linha',m13linha);
#lprint('m23linha',m23linha);
#
p
m13:=m13linha/pro
m23:=m23linha/produto:
m33:=m33linha/prod
#lprin
#lprint('m23',m23);
#lpri
Ma
lprint(`#######################
###############################
l
p
lprint(`##########
#############
transM:=transpose(Matrizm):
MatrizW:=matrix(3,1,[www1,www
MatrizX:=matrix(3,1,[x1-X[1],x2-X[2],x3-X[3]]):
Eq:=
#lprin
#lprint('x2',x2);
#lprint('x3',x3);
#lprint('X[1]',X[1]);
#lprint('X[2]',X[2]);
#lprin
#Como quero maximizar a resposta farei
if condiaux=1 then
auxpositivo:=sort([seq(lambda[i],i=1..3)]);
#
i
if
if lambda[2]>0 then www1:=w2: www2:=w1
i
w
lprint(`Entre com a faixa para w:`):
lprint(`menor valor da faixa:`);
Apêndices 133
auxw1:=readstat(``);
lprint(`maior valor da faixa:`);
rint(`Entre com o incremento desejado:`):
uxw2 by increw do w1:=i:
2,1]=MatrizW[2,1],Eq[3,1]=MatrizW[3,1]},{x1,x2,x3}):
1[cont]:=w1: Xx1[cont]:=x1; Xx2[cont]:=x2; Xx3[cont]:=x3; unassign('x1'):
nassign('x2'): unassign('x3'):cont:=cont+1: od;
x1[i]<=alpha then
x3[i]>=-alpha and Xx3[i]<=alpha then
x1[aux]:=Xx1[i]:
:=Xx2[i]:
x]:=Xx3[i]:
#lprint(`O valor de x1 é=`,Vx1[aux]);
x2[aux]);
`,Vw2[aux]);
:=aux+1:
1[i]^2,i=1..(aux-1))))^(0.5);
MatrizW[2,1],Eq[3,1]=MatrizW[3,1]},{x1,x2,x3}):
(`O valor de x1 é=`,x1);
valor de x2 é=`,x2);
r de x3 é=`,x3);
Var1:=x1:
Var2:=x2:
ar3:=x3:
gn('Var1'): unassign('Var2'):
qextra:=t0+t1*Var1+t2*Var2+t3*Var3+t11*(Var1)^2+t22*(Var2)^2+t33*(Var3)^2+t12*(Var1)*(Var2)+t13*(
*(Var3):
Var1=-alpha..alpha,Var2=-
lpha..alpha,style=PATCHCONTOUR,axes=BOXED,projection = ORTHOGONAL));
gn('Var1'): unassign('Var3'): Var2:=x2:
2+t12*(Var1)*(Var2)+t13*(
auxw2:=readstat(``);
lp
increw:=readstat(``);
readlibe(unassign):
for i from auxw1 to a
Resp[cont]:=solve({Eq[1,1]=MatrizW[1,1],Eq[
assign(Resp[cont]): Ww
u
aux:=1:
for i from 1 to (cont-2) do
if Xx2[i]>=-alpha and Xx2[i]<=alpha then
if Xx1[i]>=-alpha and X
if X
V
Vx2[aux]
Vx3[au
Vw1[aux]:=Ww1[i]:
#lprint(`O valor de x2 é=`,V
#lprint(`O valor do vw2 é=
aux
fi;
fi;
fi;
od;
Maxw1:=(max(seq(Vw
lprint(`O valor do w máximo em modulo é=`,Maxw1);
w1:=Maxw1:
Resp[cont]:=solve({Eq[1,1]=MatrizW[1,1],Eq[2,1]=
assign(Resp[cont]):
lprint
lprint(`O
lprint(`O valo
V
unassi
E
Var1)*(Var3)+t23*(Var2)
print(plot3d(Eqextra,
a
unassi
Eqextra:=t0+t1*Var1+t2*Var2+t3*Var3+t11*(Var1)^2+t22*(Var2)^2+t33*(Var3)^
Var1)*(Var3)+t23*(Var2)*(Var3):
Apêndices 134
print(plot3d(Eqextra,Var1=-alpha..alpha,Var3=-
alpha..alpha,style=PATCHCONTOUR,axes=BOXED,projection = ORTHOGONAL));
Var1:=x1:
=t0+t1*Var1+t2*Var2+t3*Var3+t11*(Var1)^2+t22*(Var2)^2+t33*(Var3)^2+t12*(Var1)*(x2)+t13*(Va
ar3)+t23*(Var2)*(Var3):
print(plot3d(Eqextra,Var2=-alpha..alpha,Var3=-
ha..alpha,style=PATCHCONTOUR,axes=BOXED,projection = ORTHOGONAL));
raízes lambda sejam negativa e pretendo maximizar a resposta
dição para que uma raíz lambda seja negativa e pretendo maximizar a resposta
www2,www3]):
3:=0: cont:=0: cont2:=0:
libe(unassign):
t(`maior valor da faixa:`);
dstat(``);
nt(`Entre com o incremento desejado:`):
by increw do w1:=i: cont2:=0:
from auxw1 to auxw2 by increw do w2:=j:
ont,cont2]:=solve({Eq[1,1]=MatrizW[1,1],Eq[2,1]=MatrizW[2,1],Eq[3,1]=MatrizW[3,1]},{x1,x2,x3}):
gn(Resp[cont,cont2]): Ww1[cont,cont2]:=w1: Ww2[cont,cont2]:=w2: Xx1[cont,cont2]:=x1;
x2[cont,cont2]:=x2; Xx3[cont,cont2]:=x3; unassign('x1'): unassign('x2'): unassign('x3'):
nt:=cont+1: od;
:=1:
contador:=(auxw2-auxw1)/increw;
from 0 to (contador) do
Xx1[i,j]>=-alpha and Xx1[i,j]<=alpha then
x]:=Xx3[i,j]:
]:=Ww1[i,j]:
w2[aux]:=Ww2[i,j]:
[2]*Ww2[i,j]^2+lambda[3]*Ww3[i,j]^2:
#lprint(`O valor de x1[`,aux,`] é=`,Vx1[aux]);
#lprint(`O valor de x2[`,aux,`] é=`,Vx2[aux]);
ux,`] é=`,Vx3[aux]);
unassign('Var2'): unassign('Var3'):
Eqextra:
r1)*(V
alp
fi; #Finaliza a Condição para que duas
#Con
if lambda[1]*lambda[2]*lambda[3]< 0 then
#MatrizW:=matrix(3,1,[www1,
if lambda[1]<0 then www1:=w3: www2:=w1: www3:=w2: fi;
if lambda[2]<0 then www1:=w1: www2:=w3: www3:=w2: fi;
if lambda[3]<0 then www1:=w1: www2:=w2: www3:=w3: fi;
w
read
lprint(`Entre com a faixa para w:`):
lprint(`menor valor da faixa:`);
auxw1:=readstat(``);
lprin
auxw2:=rea
lpri
increw:=readstat(``);
for i from auxw1 to auxw2
for j
Resp[c
assi
X
cont2:=cont2+1: od; co
aux
for i
for j from 0 to (contador) do
if Xx2[i,j]>=-alpha and Xx2[i,j]<=alpha then
if
if Xx3[i,j]>=-alpha and Xx3[i,j]<=alpha then
Vx1[aux]:=Xx1[i,j];
Vx2[aux]:=Xx2[i,j]:
Vx3[au
Vw1[aux
V
#AuxWmax[aux]:=y0+lambda[1]*Ww1[i,j]^2 +lambda
#lprint(`O valor de x3[`,a
Apêndices 135
#lprint(`O valor do vw2 é=`,Vw2[aux]);
#lprint(`O valor de vw1 é=`,Vw1[aux]);
codi:=i:
codj:=j:
aux:=aux+1:
;
od;
#lprint('codi',(codi-1));
int('codj',(codj-1));
if lambda[1]<0 then AWW1[i]:=0: AWW2[i]:=Vw1[i]: AWW3[i]:=Vw2[i]: fi;
Vw1[i]: AWW2[i]:=0: AWW3[i]:=Vw2[i]: fi;
Vw1[i]: AWW2[i]:=Vw2[i]: AWW3[i]:=0: fi;
AuxWmax[i]:=y0+lambda[1]*AWW1[i]^2 +lambda[2]*AWW2[i]^2+lambda[3]*AWW3[i]^2:
#lprint(`AuxWmax[`,i,`]é:`,AuxWmax[i]);
,i,`]`,AWW1[i]);
,i,`]`,AWW2[i]);
,i,`]`,AWW3[i]);
od;
rint(`O valor do lambda3`,lambda[3]);
ormaximoW:=max(seq(AuxWmax[i],i=1..(aux-1)));
ambda[1]<0 then AWW1[i]:=0: AWW2[i]:=Vw1[i]: AWW3[i]:=Vw2[i]: fi;
if lambda[2]<0 then AWW1[i]:=Vw1[i]: AWW2[i]:=0: AWW3[i]:=Vw2[i]: fi;
W2[i]:=Vw2[i]: AWW3[i]:=0: fi;
if lambda[2]<0 then w1:=Vw1[i]: w3:=0: w2:=Vw2[i]: fi;
bda[3]<0 then w1:=Vw1[i]: w2:=Vw2[i]: w3:=0: fi;
rint(`W1`,AWW1[i]);
lprint(`W2`,AWW2[i]);
lprint(`W3`,AWW3[i]);
;
uxWmax[0]:=0:
fi;
fi;
fi
od;
#lpr
for i from 1 to (aux-1) do
if lambda[2]<0 then AWW1[i]:=
if lambda[3]<0 then AWW1[i]:=
#lprint(`W1[`
#lprint(`W2[`
#lprint(`W3[`
#lprint(`O valor do lambda1`,lambda[1]);
#lprint(`O valor do lambda2`,lambda[2]);
#lp
val
lprint(`valor máximo da eq`,valormaximoW);
for i from 1 to (aux-1) do
if l
if lambda[3]<0 then AWW1[i]:=Vw1[i]: AW
if valormaximoW=(y0+lambda[1]*AWW1[i]^2 +lambda[2]*AWW2[i]^2+lambda[3]*AWW3[i]^2) then
if lambda[1]<0 then w3:=0: w1:=Vw1[i]: w2:=Vw2[i]: fi;
if lam
lp
fi
od;
#A
Apêndices 136
#for i from 1 to (aux-1) do
#if AuxWmax[i]<= AuxWmax[i-1] then
#AuxWmax[i]:=AuxWmax[i-1]:
# if lambda[1]<0 then w3:=0: w1:=AWW2[i]: w2:=AWW3[i]: fi;
# if lambda[2]<0 then w1:=AWW1[i]: w3:=0: w2:=AWW3[i]: fi;
# if lambda[3]<0 then w1:=AWW1[i]: w2:=AWW2[i]: w3:=0: fi;
#lprint(`O valor do AuxWmax
#lprint(`O valor do w1 máximo é=`,w1);
#lprint(`O valor do w2 máximo é=`,w2);
# fi;
#od;
#lprint(`O valor maximo da eq é:`,AuxWmax[aux-1]);
#for j from 1 to (cont-2) do
#Maxw1[1]:=max(seq(Vw1[i],i=1..(aux-1)));
#Maxw2[1]:=max(seq(Vw2[i],i=1..(aux-1)));
#od;
#MAXw1:=max(seq( Maxw1[j],j=1..(aux-1)));
#MAXw2:=max(seq( Maxw2[j],j=1..(aux-1)));
lprint(`O valor do w1 máximo é=`,w1);
lprint(`O valor do w2 máximo é=`,w2);
Resposta[cont]:=solve({Eq[1,1]=MatrizW[1,1],Eq[2,1]=MatrizW[2,1],Eq[3,1]=MatrizW[3,1]},{x1,x2,x3}):
assign(Resposta[cont]):
lprint(`O valor de x1 é=`,x1);
lprint(`O valor de x2 é=`,x2);
lprint(`O valor de x3 é=`,x3);
Var1:=x1:
Var2:=x2:
Var3:=x3:
unassign('Var1'): unassign('V
Eqextra:=t0+t1*Var1+t2*Var r3+t11*(Var1)^2+t22*(Var2)^2+t33* +t12*(Var1)*(Var2)+t13*(
Var1)*(Var3)+t23*(Var2)*(V
print(plot3d(Eqextra,Var ..alpha,Var2=-
alpha..alpha,style=PATCHCO xes=BOXED,projection = ORTHO ));
unassign('Var1'): unassign('V r2:=x2:
Eqextra:=t0+t1*Var1+t2*Va 3+t11*(Var1)^2+t22*(Var2)^2+t33* +t12*(Var1)*(Var2)+t13*(
Var1)*(Var3)+t23*(Var2)*(V
print(plot3d(Eqextra,Va ..alpha,Var3=-
alpha..alpha,style=PATCHC ,axes=BOXED,projection = ORTHO ));
unassign('Var2'): unassign('V 1:=x1:
qextra:=t0+t1*Var1+t2*Var2+t3*Var3+t11*(Var1)^2+t22*(Var2)^2+t33*(Var3)^2+t12*(Var1)*(x2)+t13*(Va
)*(Var3)+t23*(Var2)*(Var3):
[i] máximo é=`,AuxWmax[i]);
ar2'):
2+t3*Va
ar3):
(Var3)^2
1=-alpha
NTOUR,a GONAL
ar3'): Va
r2+t3*Var (Var3)^2
ar3):
r1=-alpha
ONTOUR GONAL
ar3'): Var
E
r1
Apêndices 137
print(plot3d(Eqextra,Var2=-alpha..alpha
alpha..alpha,style=PATCHCONTOUR,axes= RTHOGONAL));
fi; #Finaliza a Condição para que duas raízes lamb a sejam negativa e pretendo maximizar a resposta
fi;
#*********************** ***********************
************************
#Como quero mínimizar a resposta farei
*****************************************************************************************
***********************************
if condiaux=2 then
uxpositivo:=sort([seq(lambda[i],i=1..3)]);
#Condição para que dua positiva e pretend
if lambda[1]*lambda[2]*lambda 0 then
if lambda[1]<0 then www1:=w1 w2:=w2: www3:=w3: fi;
if lambda[2]<0 then www1:=w2: www2:=w1: www3:=w3: fi;
if lambda[3]<0 then www1:=w2 w2:=w3: www3:=w1: fi;
w2:=0: w3:=0: cont:=0:
lprint(`Entre com a faixa para w
lprint(`menor valor da faixa:`);
auxw1:=readstat(``);
lprint(`maior valor da faixa:`);
auxw2:=readstat(``);
lprint(`Entre com o incremento desejado:`):
increw:=readstat(``);
adlibe(unassign):
or i from auxw1 to auxw2 by increw do w1:=i:
esp[cont]:=solve({Eq[1,1]=MatrizW[1,1],Eq[2,1]=MatrizW[2,1],Eq[3,1]=MatrizW[3,1]},{x1,x2,x3}):
ssign(Resp[cont]): Ww1[cont]:=w1: Xx1[cont]:=x1; Xx2[cont]:=x2; Xx3[cont]:=x3; unassign('x1'):
unassign('x2'): unassign('x3'):cont:=cont+1:
aux:=1:
for i from 1 to (cont-2) do
if Xx2[i]>=-alpha and Xx2[i]<
Xx1[i]>=-alpha and Xx1[i]<=alpha then
Xx3[i]>=-alpha and Xx3[i]<=alpha then
x1[aux]:=Xx1[i]:
Vx2[aux]:=Xx2[i]:
Vx3[aux]:=Xx3[i]:
Vw1[aux]:=Ww1[i]:
#lprint(`O valor de x1 é=`,Vx1[aux]);
#lprint(`O valor do vw2 é=`,Vw2[aux]);
aux:=aux+1:
fi;
,Var3=-
BOXED,projection = O
d
*******************************************
***********
#
a
s raízes lambda sejam o minimizar a resposta
[3]<
: ww
: ww
:`):
re
f
R
a
od;
=alpha then
if
if
V
Apêndices 138
fi;
fi;
od;
#Maxw1:=(min(seq(Vw1[i]^2,i=1..(aux-1))))^(0.5);
Maxw1:=(min(seq(Vw1[i],i=1..(aux-1))));
lprint(`O valor do w mínimo em modulo é=`,Maxw1);
w1:=Maxw1:
Resp[cont]:=solve({Eq[1,1]=MatrizW[1,1],Eq[2,1]=MatrizW[2,1],Eq[3,1]=MatrizW[3,1]},{x1,x2,x3}):
assign(Resp[cont]):
Eqfinal:=t0+t1*x1+t2*x2+t3*x3+t11*(x1)^2+t22*(x2)^2+t33*(x3)^2+t12*(x1)*(x2)+t13*(x1)*(x3)+t23*(x2)*(
x3):
lprint(`O valor mínimo da resposta é `,Eqfinal);
lprint(`O valor de x1 é=`,x1);
lprint(`O valor de x2 é=`,x2);
lprint(`O valor de x3 é=`,x3);
Var1:=x1:
Var2:=x2:
Var3:=x3:
nassign('Var1'): unassign('Var2'):
qextra:=t0+t1*Var1+t2*Var2+t3*Var3+t11*(Var1)^2+t22*(Var2)^2+t33*(Var3)^2+t12*(Var1)*(Var2)+t13*(
ar1)*(Var3)+t23*(Var2)*(Var3):
print(plot3d(Eqextra,Var1=-alpha..alpha,Var2=-
alpha..alpha,style=PAT =BOXED,projection
unassign('Var1'): unassign('Var r2:=x2:
Eqextra:=t0+t1*Var1+t2*Var ar3+t11*(Var1)^2+t22*(Var2)^2+t33* +t12*(Var1)*(Var2)+t13*(
Var1)*(Var3)+t23*(Var2)*(Var3):
print(plot3d(Eqextra,Var pha,Var3=-
alpha..alpha,style=PATCHCONTOUR,axes=BOXED,projection = ORTHOGONAL));
unassign('Var2'): unassign('V ar1:=x1:
Eqextra:=t0+t1*Var1+t2*Var ar3+t11*(Var1)^2+t22*(Var2)^2+t33* +t12*(Var1)*(x2)+t13*(Va
)*(Var3)+t23*(Var2)*(Var3):
print(plot3d(Eqextra,Var2=-alpha..alpha,Var3=-
alpha..alpha,style=PATCHCONTOUR,axes=BOXED,p jection = ORTHOGONAL));
fi; #Finaliza a Condição para que duas raízes lamb negativa e pretendo minimizar a resposta
#Condição para que uma raíz lambda seja po izar a resposta
if lambda[1]*lambda[2]*lambda[3]> 0 then
#MatrizW
if lambda[1]
if lambda[2]>0
if lambda[3]>0 then www1:=w1: www2:=w2: www3:=w3: fi;
u
E
V
CHCONTOUR,axes = ORTHOGONAL));
3'): Va
2+t3*V (Var3)^2
1=-alpha..al
ar3'): V
2+t3*V (Var3)^2
r1
ro
da sejam
sitiva e pretendo minim
:=matrix(3,1,[www1,www2,www3]):
>0 then www1:=w3: www2:=w1: www3:=w2: fi;
then www1:=w1: www2:=w3: www3:=w2: fi;
Apêndices 139
w3:=0: cont:=0: cont2:=0:
readlibe(unassign):
lprint(`Entre com a faixa para w:`):
lprint(`menor valor da faixa:`);
aux d
lprint(`maior valor da faixa:`);
auxw dstat
lprint(`Entre com o incremento desejado:`):
increw eadstat
for i from auxw1 to auxw2 by increw do w1:=i: cont2:=0:
for j from auxw1 to auxw2 by increw do w2:=j:
Resp[cont,cont2]:=solve({Eq[1,1]=MatrizW[1,1],Eq[2,1]=MatrizW[2,1],Eq[3,1]=MatrizW[3,1]},{x1,x2,x3}):
assign(Resp[cont,cont2]): Ww1[cont,cont2]:=w1: Ww2[cont,cont2]:=w2: Xx1[cont,cont2]:=x1;
Xx2[cont,cont2]:=x2; Xx3[cont,cont2]:=x3; unassign('x1'): unassign('x2'): unassign('x3'): cont2:=cont2+1:
od; cont:=cont+1: od;
aux:=1:
contador:=(auxw2-auxw1)/increw;
for i from 0 to (contador) do
for j from 0 to (contador) do
if Xx2[i,j]>=-alpha and Xx2[i,j]<=alpha then
if Xx1[i,j]>=-alpha and Xx1[i,j]<=alpha then
if Xx3[i,j]>=-alpha and Xx3[i,j]<=alpha then
Vx1[aux]:=Xx1[i,j];
Vx2[aux]:=Xx2[i,j]:
Vx3[aux]:=Xx3[i,j]:
Vw1[aux]:=Ww1[i,j]:
Vw2[aux]:=Ww2[i,j]:
#AuxWmax[aux]:=y0+lambda[1]*Ww1[i,j]^2 +lambda[2]*Ww2[i,j]^2+lambda[3]*Ww3[i,j]^2:
#lprint(`O valor de x1[`,aux,`] é=`,Vx1[aux]);
#lprint(`O valor de x2[`,aux,`] é=`,Vx2[aux]);
#lprint(`O valor de x3[`,aux,`] é=`,Vx3[aux]);
#lprint(`O valor do vw2 é=`,Vw2[aux]);
#lprint(`O valor de vw1 é=`,Vw1[aux]);
codi:=i:
codj:=j:
aux:=aux+1:
fi;
fi;
fi;
od;
od;
#lprint('codi',(codi-1));
#lprint('codj',(codj-1));
for i from 1 to (aux-1) do
if lambda[1]<0 then AWW1[i]:=0: AWW2[i]:=Vw1[i]: AWW3[i]:=Vw2[i]: fi;
if lambda[2]<0 then AWW1[i]:=Vw1[i]: AWW2[i]:=0: AWW3[i]:=Vw2[i]: fi;
if lambda[3]<0 then AWW1[i]:=Vw1[i]: AWW2[i]:=Vw2[i]: AWW3[i]:=0: fi;
w1:=rea stat(``);
2:=rea (``);
:=r (``);
Apêndices 140
AuxWmax[i]:=y0+lambda[1]*AWW1[i]^2 +lambda[2]*AWW2[i]^2+lambda[3]*AWW3[i]^2:
#lprint(`AuxWmax[`,i,`]é:`,AuxWmax[i]);
#lprint(`W1[`,i,`]`,AWW1[i]);
#lprint(`W2[`,i,`]`,AWW2[i]);
#lprint(`W3[`,i,`]`,AWW3[i]);
od;
#lprint(`O valor do lambda1`,lambda[1]);
#lprint(`O valor do lambda2`,lambda[2]);
#lprint(`O valor do lambda3`,lambda[3]);
valormaximoW:=min(seq(AuxWmax[i],i=1..(aux-1)));
lprint(`valor mínimo da eq`,valormaximoW);
for i from 1 to (aux-1) do
if lambda[1]<0 then AWW1[i]:=0: AWW2[i]:=Vw1[i]: AWW3[i]:=Vw2[i]: fi;
if lambda[2]<0 then AWW1[i]:=Vw1[i]: AWW2[i]:=0: AWW3[i]:=Vw2[i]: fi;
if lambda[3]<0 then AWW1[i]:=Vw1[i]: AWW2[i]:=Vw2[i]: AWW3[i]:=0: fi;
if valormaximoW=(y0+lambda[1]*AWW1[i]^2 +lambda[2]*AWW2[i]^2+lambda[3]*AWW3[i]^2) then
if lambda[1]<0 then w3:=0: w1:=Vw1[i]: w2:=Vw2[i]: fi;
if lambda[2]<0 then w1:=Vw1[i]: w3:=0: w2:=Vw2[i]: fi;
if lambda[3]<0 then w1:=Vw1[i]: w2:=Vw2[i]: w3:=0: fi;
lprint(`W1`,AWW1[i]);
lprint(`W2`,AWW2[i]);
lprint(`W3`,AWW3[i]);
fi;
od;
#AuxWmax[0]:=0:
#for i from 1 to (aux-1) do
#if AuxWmax[i]<= AuxWmax[i-1] then
#AuxWmax[i]:=AuxWmax[i-1]:
# if lambda[1]<0 then w3:=0: w1:=AWW2[i]: w2:=AWW3[i]: fi;
# if lambda[2]<0 then w1:=AWW1[i]: w3:=0: w2:=AWW3[i]: fi;
# if lambda[3]<0 then w1:=AWW1[i]: w2:=AWW2[i]: w3:=0: fi;
#lprint(`O valor do AuxWmax[i] mínimo é=`,AuxWmax[i]);
#lprint(`O valor do w1 mínimo é=`,w1);
#lprint(`O valor do w2 mínimo é=`,w2);
# fi;
#od;
#lprint(`O valor mínimo da eq é:`,AuxWmax[aux-1]);
#for j from 1 to (cont-2) do
Apêndices 141
#Maxw1[1]:=max(seq(Vw1[i],i=1..(aux-1)));
#Maxw2[1]:=max(seq(Vw2[i],i=1..(aux-1)));
#od;
#MAXw1:=max(seq( Maxw1[j],j=1..(aux-1)));
#MAXw2:=max(seq( Maxw2[j],j=1..(aux-1)));
lprint(`O valor do w1 mínimo é=`,w1);
lprint(`O valor do w2 mínimo é=`,w2);
lprint(`O valor do w3 mínimo é=`,w3);
Resposta[cont]:=solve({Eq[1,1]=MatrizW[1,1],Eq[2,1]=MatrizW[2,1],Eq[3,1]=MatrizW[3,1]},{x1,x2,x3}):
assign(Resposta[cont]):
lprint(`O valor de x1 é=`,x1);
lprint(`O valor de x2 é=`,x2);
lprint(`O valor de x3 é=`,x3);
Var1:=x1:
Var2:=x2:
Var3:=x3:
unassign('Var1'): unassign('Var2'):
Eqextra:=t0+t1*Var1+t2*Var2+t3*Var3+t11*(Var1)^2+t22*(Var2)^2+t33*(Var3)^2+t12*(Var1)*(Var2)+t13*(
Var1)*(Var3)+t23*(Var2)*(Var3):
print(plot3d(Eqextra,Var1=-alpha..alpha,Var2=-
alpha..alpha,style=PATCHCONTOUR,axes=BOXED,projection = ORTHOGONAL));
unassign('Var1'): unassign('Var3'): Var2:=x2:
Eqextra:=t0+t1*Var1+t2*Var2+t3*Var3+t11*(Var1)^2+t22*(Var2)^2+t33*(Var3)^2+t12*(Var1)*(Var2)+t13*(
Var1)*(Var3)+t23*(Var2)*(Var3):
print(plot3d(Eqextra,Var1=-alpha..alpha,Var3=-
alpha..alpha,style=PATCHCONTOUR,axes=BOXED,projection = ORTHOGONAL));
unassign('Var2'): unassign('Var3'): Var1:=x1:
Eqextra:=t0+t1*Var1+t2*Var2+t3*Var3+t11*(Var1)^2+t22*(Var2)^2+t33*(Var3)^2+t12*(Var1)*(x2)+t13*(Va
r1)*(Var3)+t23*(Var2)*(Var3):
print(plot3d(Eqextra,Var2=-alpha..alpha,Var3=-
alpha..alpha,style=PATCHCONTOUR,axes=BOXED,projection = ORTHOGONAL));
fi; #Finaliza a Condição para que duas raízes lambda sejam negativa e pretendo minimizar a resposta
fi;
fi;
fi;
end;
Apêndices 142
APÊNDICE C
CURVA PADRÃO DE SULFETO
y = 40.769x
R
2
= 0.9956
0
5
10
15
20
25
0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5
Absorbância (670 nm)
H
2
S (mg/L)
HB
2
BS (mg/L) Absorbância (670 nm)
0 0
1,768 0,051
3,536 0,081
5,304 0,131
7,072 0,165
10,608 0,270
12,376 0,311
17,680 0,448
19,448 0,455
Apêndices 143
APÊNDICE D
CURVA PADRÃO DE SULFATO
y = 131.27x - 17.101
R
2
= 0.9737
0
10
20
30
40
50
60
70
80
0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8
Absorbância (450 nm)
Sulfato (mg/L)
Sulfato (mg/L) Absorbância (450 nm)
10 0,214
20 0,288
30 0,380
40 0,413
50 0,518
60 0,539
70 0,693
Apêndices 144
APÊNDICE E
CURVA PADRÃO DE FÓSFORO
y = 1.6881x + 0.0006
R
2
= 0.9999
0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
0 0.1 0.2 0.3 0.4
Absorbância (880 nm)
Fósforo (mg/L)
Fósforo (mg/L) Absorbância (880 nm)
0 0
0,05 0,028
0,10 0,061
0,20 0,118
0,35 0,205
0,60 0,356
Apêndices 145
APÊNDICE F
RESULTADOS REMOÇÃO DE TPH DOS EXPERIMENTOS
CONTROLE DO PLANEJAMENTO EXPERIMENTAL
Exp. OD (%) N(g/L) BS (%) TPH Inicial TPH Final % Remoção
1 0,5 1,0 0,007
3900 ± 20 3790 ± 8
1,04
2 0,5 1,0 0,053
4120 ± 32 4020 ± 10
1,71
3 0,5 5,0 0,007
3950 ± 15 3930 ± 7
2,00
4 0,5 5,0 0,053
4060 ± 25 4000 ± 5
0
5 2,5 1,0 0,007
8950 ± 50 8790 ± 12
1,24
6 2,5 1,0 0,053
9110 ± 62 8930 ± 10
1,97
7
2,5 5,0 0,007
8980 ± 33 8890 ± 11
1,00
8
2,5 5,0 0,053
9070 ± 55 8840 ± 8
2,50
9
0,213 3,0 0,03
3210 ± 25 3170 ± 5
1,25
10
2,787 3,0 0,03
9980 ± 68 9780 ± 15
2,00
11
1,5 0,426 0,03
6510 ± 44 6440 ± 10
1,07
12
1,5 5,6 0,03
6620
±
21 6490 ± 5
1,96
13
1,5 3,0 0,00
6370
±
38 6280 ± 7
1,40
14
1,5 3,0 0,06
6680
±
42 6540 ± 5
2,10
15
1,5 3,0 0,03
6450
±
50 6320
±
10
2,00
16
1,5 3,0 0,03
6530
±
45 6400
±
10
2,00
Apêndices 146
APÊNDICE G
RESULTADOS DA QUANTIFICAÇÃO DE BACTÉRIAS REDUTORAS
DE SULFATO (BRS) DO PLANEJAMENTO EXPERIMENTAL
BRS (NMP/mL)
Exp. OD (%) N (g/L) BS (%) 1 2 3 Final
1 0,5 1,0 0,007 1,5x10P
7
P
1,1x10P
7
P
2,0x10P
7
P
1,5x10P
7
P
2
0,5 1,0 0,053 1,1x10P
9
P
1,4x10P
9
P
1,1x10P
9
P
1,2x10P
9
P
3
0,5 5,0 0,007 2,3x10P
7
P
2,3x10P
7
P
2,1x10P
7
P
2,2x10P
7
P
4
0,5 5,0 0,053 3,5x10P
9
P
3,2x10P
9
P
3,1x10P
9
P
3,3x10P
9
P
5
2,5 1,0 0,007 2,0x10P
8
P
2,3x10P
8
P
2,0x10P
8
P
2,1x10P
8
P
6
2,5 1,0 0,053 9x5x10P
9
P
9,0x10P
9
P
9,0x10P
9
P
9,2x10P
9
P
7
2,5 5,0 0,007 4,6x10P
8
P
4,6x10P
8
P
4,6x10P
8
P
4,6x10P
8
P
8
2,5 5,0 0,053 3,9x10P
10
P
3,3x10P
10
P
3,0x10P
10
P
3,3x10P
10
P
9
0,213 3,0 0,03 7,0x10P
7
P
7,0x10P
7
P
7,5x10P
7
P
7,2x10P
7
P
10
2,787 3,0 0,03 9,5x10
P
7
P
9,5x10P
7
P
9,5x10P
7
P
9,5x10P
7
P
11
1,5 0,426 0,03 1,1x10P
9
P
1,1x10P
9
P
1,5x10P
9
P
1,2x10P
9
P
12
1,5 5,6 0,03 7,0x10P
9
P
7,0x10P
9
P
7,5x10P
9
P
7,2x10P
9
P
13 1,5 3,0 0,00 4,3x10P
10
P
4,3x10P
10
P
4,3x10P
10
P
4,3x10P
10
P
14
1,5 3,0 0,06 1,1x10P
11
P
1,1x10P
11
P
1,1x10P
11
P
1,1x10P
11
P
15
1,5 3,0 0,03 2,0x10
P
10
P
2,0x10P
10
P
2,0x10P
10
P
2,0x10P
10
P
16
1,5 3,0 0,03 3,0x10P
10
P
2,0x10P
10
P
2,0x10P
10
P
2,3x10P
10
P
Apêndices 147
APÊNDICE H
RESULTADOS DA QUANTIFICAÇÃO DE BACTÉRIAS ANAERÓBIAS
DO PLANEJAMENTO EXPERIMENTAL
BACTÉRIAS ANAERÓBIAS (NMP/mL)
Exp. OD (%) N (g/L) BS (%) 1 2 3 Final
1 0,5 1,0 0,007 9,0x10P
8
P
9,0x10P
8
P
9,5x10P
8
P
9,2x10P
8
P
2
0,5 1,0 0,053 9,5x10P
9
P
9,5x10P
9
P
9,5x10P
9
P
9,5x10P
9
P
3
0,5 5,0 0,007 4,0x10P
9
P
4,0x10P
9
P
4,0x10P
9
P
4,0x10P
9
P
4
0,5 5,0 0,053 9,0x10P
10
P
9,0x10P
10
P
7,5x10P
10
P
8,5x10P
10
P
5
2,5 1,0 0,007 1,1x10P
8
P
1,2x10P
8
P
1,2x10P
8
P
1,2x10P
8
P
6
2,5 1,0 0,053 1,1x10P
9
P
1,5x10P
9
P
2,0x10P
9
P
1,5x10P
9
P
7 2,5 5,0 0,007 2,3x10P
9
P
2,1x10P
9
P
2,1x10P
9
P
2,2x10P
9
P
8 2,5 5,0 0,053 6,4x10P
10
P
4,6x10P
10
P
5,5x10P
10
P
5,5x10P
10
P
9 0,213 3,0 0,03 9,0x10P
9
P
9,0x10P
9
P
9,5x10P
9
P
9,3x10P
9
P
10 2,787 3,0 0,03 6,4x10P
8
P
6,4x10P
8
P
6,4x10P
8
P
6,4x10P
8
P
11 1,5 0,426 0,03 4,6x10P
7
P
4,6x10P
7
P
6,4x10P
7
P
5,2x10P
7
P
12 1,5 5,6 0,03 2,3x10P
10
P
2,1x10P
10
P
2,1x10P
10
P
2,2x10P
10
P
13 1,5 3,0 0,00 7,0x10P
9
P
7,0x10P
9
P
7,5x10P
9
P
7,2x10P
9
P
14 1,5 3,0 0,06 7,0x10P
10
P
7,0x10P
10
P
4,3x10P
10
P
6,2x10P
10
P
15 1,5 3,0 0,03 7,0x10P
8
P
7,0x10P
8
P
7,5x10P
8
P
7,2x10P
8
P
16 1,5 3,0 0,03 7,5x10P
9
P
7,5x10P
9
P
7,5x10P
9
P
7,5x10P
9
P
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