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Universidade Federal de Pernambuco
Centro de Ciências da Saúde
Pós-graduação em Ciências da Saúde
CLAUDINALLE FARIAS QUEIROZ DE SOUZA
PREPARO E SEGUIMENTO DE PACIENTES SUBMETIDOS A
PROCEDIMENTOS DIAGNÓSTICOS E TERAPÊUTICOS EM
CARDIOLOGIA INTERVENCIONISTA
Recife, 2008
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CLAUDINALLE FARIAS QUEIROZ DE SOUZA
PREPARO E SEGUIMENTO DE PACIENTES SUBMETIDOS A
PROCEDIMENTOS DIAGNÓSTICOS E TERAPÊUTICOS EM
CARDIOLOGIA INTERVENCIONISTA
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação
em Ciências da Saúde, do Centro de Ciências da Saúde
da Universidade Federal de Pernambuco, para a
obtenção do título de Mestre.
ORIENTADORA: Profa. Dra. Luciane
Soares de Lima
Recife, 2008
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Souza, Claudinalle Farias Queiroz de
Preparo e seguimento de pacientes submetidos a
procedimentos diagnósticos e terapêuticos em cardiologia
intervencionista / Claudinalle Farias Queiroz de Souza.
Recife: O Autor, 2008.
90 folhas: il., gráf., tab.
Dissertação (mestrado) Universidade Federal de
Pernambuco. CCS. Ciências da Saúde, 2008.
Inclui bibliografia, anexos e apêndices.
1. Enfermagem Cardiológica. 2. Serviço hospitalar
de cardiologia. I.Título.
616-083
UFPE
610.7361
CDD (22.ed.)
CCS2009-009
4
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
REITOR
Prof. Amaro Henrique Pessoa Lins
VICE-REITOR
Prof. Gilson Edmar Gonçalves e Silva
PRÓ-REITOR PARA ASSUNTOS DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO
Prof. Anísio Brasileiro de Freitas Dourado
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
DIRETOR
Prof. José Thadeu Pinheiro
HOSPITAL DAS CLÍNICAS
DIRETOR SUPERINTENDENTE
Prof. George da Silva Telles
DEPARTAMENTO DE MEDICINA CLÍNICA
Prof
a
. Jocelene Madruga
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE
COORDENADOR
Prof. Edmundo Pessoa de Almeida Lopes Neto
VICE-COORDENADORA
Prof
a
. Ana Lúcia Coutinho Domingues
CORPO DOCENTE
Prof
a
. Ana Lúcia Coutinho Domingues
Prof
a
. Ângela Luiza Pinto Duarte
Prof. Antônio Roberto Leite Campelo
Profa. Armele de Fátima Dornelas de Andrade
Prof. Brivaldo Markman Filho
Prof. Edgar Guimarães Victor
Prof. Edmundo Pessoa de Almeida Lopes Neto
Prof
a
. Eliane Ribeiro de Vasconcelos
Prof
a
. Heloísa Ramos Lacerda de Melo
Prof. Jair Carneiro Leão
Prof. José Ricardo Barros Pernambuco
Profa. Luciane Soares de Lima
Prof. Lurildo Cleano Ribeiro Saraiva
Prof
a
. Maria de Fátima Pessoa Militão de Albuquerque
Profa. Magdala Novaes
5
6
Dedicatória
À minha família, aos meus amigos,
aos professores, aos pacientes
e a todos que contribuíram
e incentivaram nessa
minha jornada
7
Agradecimentos
Ao Senhor Deus criador de todas as nossas virtudes e dons.
Ao meu esposo Starch pelo seu incentivo para concluir esta etapa da minha vida.
Aos membros da minha família que entenderam todos os momentos de ausência.
Aos meus amigos Helen e Ubiracé que me apoiaram na execução deste trabalho e em
momentos difíceis.
Aos professores Dra. Luciane Soares de Lima e Dr. Edgar Guimarães Victor pela
orientação, apoio e dedicação.
A equipe de profissionais do Serviço de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista
do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco que apoiaram e nos
receberam tão bem.
As acadêmicas de Enfermagem Flaviana e Patrícia que auxiliaram na coleta de dados
da pesquisa.
A minha irmã Ellys no auxílio na construção do banco de dados da pesquisa
Aos pacientes que se mostraram disponíveis em participar, sem os quais não haveria
necessidade da realização do estudo.
A todos, que não citados aqui, mas que fizeram parte de cada fase deste período de
crescimento profissional.
8
RESUMO
O preparo dos pacientes para os procedimentos nos Serviços de Hemodinâmica e
Cardiologia Intervencionista (SHCI) é baseado em Diretrizes e Consensos. Para isso as
características pessoais dos pacientes devem ser consideradas a fim de disponibilizar as
orientações com individualidade e realizar o procedimento com segurança. É importante
ressaltar que o seguimento dos pacientes após a alta é o método pelo qual o serviço pode
analisar a qualidade de seu processo de trabalho. Esta dissertação foi estruturada em forma de
artigos que apresentam o perfil biossocial e clínico de pacientes atendidos em um serviço de
hemodinâmica e cardiologia intervencionista, bem como descrever o preparo e seguimento
oferecido aos pacientes atendidos por este serviço. O capítulo de revisão apresenta aspectos
históricos e técnicos da cateterização cardíaca, preparo, complicações e seguimento de
pacientes submetidos a este procedimento. O primeiro artigo original, intitulado Perfil
biossocial e clínico dos pacientes em um Serviço de Cardiologia Intervencionista, teve como
objetivo classificar os pacientes de um SHCI segundo os aspectos demográficos,
comportamentais e clínicos, e agregar mais informações para o planejamento e
dimensionamento da assistência. Foi um estudo transversal realizado no SHCI de um hospital
universitário com a amostra de 120 pacientes. Os dados foram coletados antes do
procedimento hemodinâmico, através de entrevista e prontuário. Como principais resultados
obtiveram: idade média 59,9 anos, 56,7% homens, 26% não-alfabetizados, 41% com renda
familiar até 1 SM, 59,2% casados, 90,8% naturais de Pernambuco. As variáveis
comportamentais demonstravam que 64,2% não faziam uso de bebida alcoólica, 39,2% ex-
fumantes, 73,9% sedentários e hipertensos. Quanto à indicação do procedimento as SCA
foram mais freqüentes. Concluiu-se assim que a caracterização do perfil dos pacientes
identificou aspectos que poderão agregar informações para o planejamento da assistência em
unidades de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista. O segundo artigo teve como título
o Preparo e seguimento de pacientes em um Serviço de Cardiologia Intervencionista. O
objetivo foi descrever as condutas no preparo e seguimento de pacientes submetidos a
procedimentos diagnósticos e terapêuticos de Cardiologia atendidos no Serviço de
Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista de um hospital universitário. Foi um estudo
descritivo de abordagem quantitativa no qual a coleta de dados foi direcionada para os
momentos de admissão, preparo e seguimento após 30 dias do procedimento. Investigando as
informações de preparo oferecidas pelo serviço, 11,8% não sabiam qual o procedimento iriam
realizar e apenas 13,3% relataram saber do risco envolvido no procedimento. No momento do
agendamento o antecedente alérgico foi investigado em 33,3% e 40,2% não apresentaram os
exames complementares subsidiários na admissão. Como principal complicação após 30 dias
destacou-se a lesão de pele causada pelo esparadrapo. Ao descrever o preparo e seguimento
dos pacientes num SHCI destaca-se a necessidade do acompanhamento mais próximo e com
qualidade pelos profissionais técnicos visando minimizar os riscos associados e proporcionar
excelência na assistência prestada para os pacientes.
Descritores: Enfermagem, Perfil de saúde, Serviço Hospitalar de Cardiologia
9
ABSTRACT
The preparation of patients for procedures in services Hemodynamics and Interventional
Cardiology (SHCI) is based on Guidelines and consensus. For that the personal characteristics
of the patients should be considered to provide orientation with individuality and perform the
procedure safely. It is important to emphasize that the monitoring of patients after discharge is
the method by which the service can analyze the quality of their work process. This thesis has
been structured in the form of articles that showed the clinical profile and biossocial of
patients treated in a service of hemodynamics and interventional cardiology, and describe the
preparation and follow-up offered to patients for this service. The chapter review presents of
historical and technical aspects of cardiac catheterization, preparation, complications and
follow up of patients undergoing this procedure. The first original article, entitled biossocial
and clinical profile of patients in a Service of Interventional Cardiology, aimed to classify
patients according to a SHCI aspects demographic, behavioral and clinical, and add more
information for planning and extent assistance. It was a cross-sectional study conducted at
SHCI a university hospital with the sample of 120 patients. Data were collected before the
procedure hemodynamic through interviews and medical records. The main results were:
mean age 59.9 years, 56.7% men, 26% non-literate, 41% with family income up to 1 SM,
59.2% married, 90.8% of natural Pernambuco. The behavioral variables showed that 64.2%
were not using alcohol, 39.2% former smokers, 73.9% and hypertensive sedentary. Indication
as to the procedure of the SCA were more frequent. It was concluded that the characterization
of the profile of patients identified aspects that can add information to the planning of care in
units of Hemodynamics and Interventional Cardiology. The second article had the title, the
preparation and monitoring of patients in a Service of Interventional Cardiology. The
objective was to describe the conduct in the preparation and monitoring of patients
undergoing diagnostic and therapeutic procedures of Cardiology met in service
Hemodynamics and Interventional Cardiology at a university hospital. It was a descriptive
study of quantitative approach in which data collection was directed to the time of admission,
preparation and follow-up after 30 days of the procedure. Investigating the details of
preparation provided by the service, 11.8% did not know which would perform the procedure
and only 13.3% reported knowing the risk involved in the procedure. Upon scheduling the
allergy history was investigated in 33.3% and 40.2% did not show any further examination on
admission subsidiary. As the main complication after 30 days there is a lesion of the skin
caused by adhesive tape. In describing the preparation and monitoring of patients in SHCI
10
there is a need to monitor closely the quality and technical professionals to minimize the risks
and provide excellence in care for patients.
Keywords: Nursing, health profile, Hospital Cardiology Service.
11
LISTA DE GRÁFICOS
Artigo Original 1
Gráfico 01 Correlação entre o índice de massa corpórea e a Pressão arterial
sistêmica (PAS) na população estudada ..................................................................
47
Gráfico 02 - Correlação entre a circunferência abdominal (Ca) e a Pressão
arterial sistêmica (PAS) na população estudada do sexo masculino........................
47
Gráfico 03 - Correlação entre a circunferência abdominal (Ca) e a Pressão a
arterial sistêmica (PAS) na população estudada do sexo feminino .........................
47
12
LISTA DE TABELAS
Artigo Original 1
Tabela 1 Perfil dos 120 pacientes atendidos no SHCI/HC/UFPE quanto às
variáveis demográficas. Recife, 2007...................................................................
45
Tabela 2 Distribuição de freqüência amostral segundo variáveis
comportamentais dos pacientes no SHCI/HC/UFPE. Recife, 2007.....................
46
Tabela 3 Perfil clínico dos pacientes atendidos no SHCI/HC/UFPE
relacionado ao sexo. Recife, 2007........................................................................
46
Tabela 4 Distribuição dos critérios de indicação e o tipo de procedimento
hemodinâmico realizado nos pacientes atendidos no SHCI/HC/UFPE. Recife,
2007......................................................................................................................
48
Artigo Original 2
Tabela 1 Frequência de eventos adversos apresentado pelos pacientes dada a
realização do procedimento hemodinâmico. Recife, 2007.................................
65
13
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AAS Ácido Acetil Salicílico
AIH Autorização de Internamento Hospitalar
ATPC - Angioplastia Transluminal Percutânea Coronária
CA Circunferência Abdominal
CCS Centro de Ciências da Saúde
CDC Centro de Controle e Prevenção de Doenças
CNS Conselho Nacional de Saúde
DM Diabetes Mellitus
DAC Doença Arterial Coronária
DCV Doenças Cardiovasculares
ECG Eletrocardiograma
ELSA English Longitudinal Study of Ageing
FG Filtração glomerular
HAS Hipertensão Arterial Sistêmica
HC Hospital das Clínicas
HDL - Lipoproteína de Alta Densidade
HNF Heparina Não Fracionada
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IAM Infarto Agudo do Miocárdio
ICP Intervenção Coronária Percutânea
IMC Índice de massa corpórea
INTERHEART Estudo Caso Controle Latino Americano
IRA Insuficiência Renal Aguda
LDL - Lipoproteína de Baixa Densidade
NIC Nefropatia Induzida pelo Contraste
RMC - Ressonância Magnética Cardiovascular
SCA Síndrome Coronariana Aguda
SBC Sociedade Brasileira de Cardiologia
SBHCI Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista
SHCI Serviço de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista
SM Salário Mínimo
14
SUS Sistema Único de Saúde
TCA Tempo de coagulação ativado
TCC - Tomografia Computadorizada Cardiovascular
UFPE Universidade Federal de Pernambuco
15
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO..............................................................................................................
13
Referências....................................................................................................................
15
CAPÍTULO DE REVISÃO ...............................................................................................
16
1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................
17
2 CATETERIZAÇÃO CARDÍACA: REVISÃO HISTÓRICA.....................................
18
3 TÉCNICAS DE CATETERIZAÇÃO CARDÍACA....................................................
19
4 PREPARO DOS PACIENTES........................................................................................
21
5 COMPLICAÇÕES DA CATETERIZAÇÃO CARDÍACA..........................................
26
5.1 Reações vasovagais.......................................................................................................
26
5.2 Infarto do Miocárdio e Complicações Cerebrovasculares.......................................
26
5.3 Complicações locais......................................................................................................
26
5.4 Reações Alérgicas.........................................................................................................
27
5.5 Morte..............................................................................................................................
27
5.6 Nefropatia Induzida pelo Contraste...........................................................................
27
6 ALTA DO PACIENTE.....................................................................................................
28
7 SEGUIMENTO DOS PACIENTES................................................................................
29
REFERÊNCIAS...................................................................................................................
30
ARTIGO ORIGINAL: PERFIL BIOSSOCIAL E CLÍNICO DOS PACIENTES EM
UM SERVIÇO DE CARDIOLOGIA INTERVENCIONISTA EM RECIFE,
PERNAMBUCO...................................................................................................................
36
Resumo.................................................................................................................................
38
Introdução.............................................................................................................................
41
Método..................................................................................................................................
42
Resultados.............................................................................................................................
45
Discussão..............................................................................................................................
49
Referências...........................................................................................................................
53
ARTIGO ORIGINAL: PREPARO E SEGUIMENTO DE PACIENTES EM UM
SERVIÇO DE CARDIOLOGIA INTERVENCIONISTA EM RECIFE,
PERNAMBUCO...................................................................................................................
56
16
Resumo.................................................................................................................................
58
Introdução.............................................................................................................................
61
Método..................................................................................................................................
62
Resultados.............................................................................................................................
64
Discussão..............................................................................................................................
66
Referências...........................................................................................................................
70
RECOMENDAÇÕES.........................................................................................................
72
APÊNDICES
Apêndice A Instrumento de coleta de dados.................................................................
73
Apêndice B Manual de Preenchimento do instrumento de coleta de dados.................
76
Apêndice C Termo de Consentimento Livre e Esclarecido..........................................
84
ANEXOS
Anexo A Regras de publicação da Revista da Escola de Enfermagem da USP...........
85
Anexo B Regras de publicação da Revista Acta Paulista de Enfermagem...................
89
Anexo C Carta de aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa....................................
91
17
APRESENTAÇÃO
Este estudo teve como objetivo apresentar o perfil biossocial e clínico dos pacientes
adultos atendidos em um Serviço de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista (SHCI),
bem como descrever o preparo e seguimento destes pacientes.
Tema de alta relevância visto que as doenças cardiovasculares se encontram como
principal causa de morbimortalidade na sociedade
1,2
, sendo o Infarto Agudo do Miocárdio
(IAM) a doença isquêmica de principal causa isolada de óbito na população adulta
3
, levando a
uma maior indicação de procedimentos hemodinâmicos nos SHCI.
O Laboratório de Hemodinâmica do Hospital das Clínicas de Pernambuco da
Universidade Federal de Pernambuco atende aproximadamente 100 pacientes por mês em
Cardiologia, e destes a maioria é destinado aos procedimentos diagnósticos. Dos
procedimentos intervencionistas, a Angioplastia Transluminal Percutânea Coronária (ACTP)
é o tratamento mais realizado.
Os procedimentos de Cardiologia Intervencionista necessitam de um preparo especial
recomendado sob forma de protocolo para cada serviço. Entendendo-se que sua necessidade é
um avanço para os SHCI, principalmente, pelo fato de a ansiedade e medo acompanharem os
pacientes
4
. O seguimento dos pacientes atendidos nestes serviços tem forte indicação como
forma de avaliação da qualidade do serviço
5
.
A presente dissertação compõe-se de um capítulo de revisão e dois artigos originais
que serão submetidos à publicação em periódicos nacionais da área de Enfermagem.
Com o objetivo geral de se realizar atualização sobre o tema, realizou-se revisão de
literatura de forma não-sistemática a partir de livros técnicos, periódicos científicos, diretrizes
e consensos, durante o período de construção deste capítulo, resultando num produto sob
forma de capítulo de revisão.
O primeiro artigo original descreve e caracteriza o perfil clínico e biossocial dos
pacientes atendidos no serviço com o objetivo de apresentar a importância e magnitude de
mapear os pacientes, pois conhecendo-se melhor o perfil dos pacientes pode-se planejar
protocolos específicos para cada serviço.
O segundo artigo caracteriza-se por uma análise descritiva do preparo e seguimento
dos pacientes que se submeteram aos procedimentos de Cardiologia Intervencionista no SHCI
do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco, afim de verificar o grau de
18
assistência proporcionada aos mesmos, pontos positivos e negativos apontados baseados nas
normas preconizadas pelas diretrizes.
Esta metodologia de apresentação de dissertação de Mestrado atende às exigências do
Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde do Centro de Ciências da Saúde da
Universidade Federal de Pernambuco.
Todos os pacientes, participantes do estudo entenderam o objetivo do mesmo e
assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Apêndice C). A coleta dos dados
se deu através de instrumento de coleta de dados construído para este fim, (Apêndice A) e do
prontuário médico, orientado pelo manual de preenchimento do instrumento (Apêndice B).
A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa envolvendo seres humanos
da Universidade Federal de Pernambuco - UFPE, conforme determina a Resolução 196/96 do
Conselho Nacional de Saúde do Ministério da Saúde (Anexo C).
O artigo foi elaborado segundo as normas de publicação de dois periódicos: Revista da
Escola de Enfermagem da USP (Anexo B) e Revista Acta Paulista de Enfermagem (Anexo
A).
19
REFENCIAS
1. Machado FS, Nussbacher A, Lagudis, S. Avaliação de risco cirúrgico nos pacientes
cardiopatas. In: Knobel E. Condutas no paciente grave. São Paulo: Atheneu; 2006.
2. Chockalingam A, Balaguer-Vintró I. Impeding global pandemic of cardiovascular
diseases. Challenges and apportunities for the prevention and control of cardiovascular
diseases in developing and economic in transition. World Heart Federation-
Introduction-White-Book. 1999. p.11-50.
3. Piegas SP, et al. Terceira diretriz sobre o tratamento do infarto do miocárdio. Arq Bras
Cardiol. 2004;83(supl 4):1-84.
4. Padilha RV, Kristensen CH. Estudo exploratório sobre medo e ansiedade em pacientes
submetidos ao cateterismo cardíaco. PSICO. PUCRS. 2006; 37(3):233-40.
5. Bashore TM, Bates ER, Kern, MJ, Berger PB, Laskey WK, Clark DA, et al.
ACC/SCA & I Clinical expert consensus document on catheterization laboratory
standards. Quality assurance issues in the cardiac catheterization laboratory. JACC.
2001;37(8):2170-214.
20
.
CAPÍTULO DE REVISÃO
21
1 INTRODÃO
As doenças cardiovasculares se encontram como principal causa de morbimortalidade
na sociedade
1,2
. Sendo o Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) a doença isquêmica de principal
causa isolada de óbito na população adulta
3
.
Os Serviços de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista têm se expandido de
forma a proporcionar aos indivíduos, condutas imediatas e seguras
4
. Desta forma as
intervenções coronárias percutâneas cresceram como indicador eficiente de resolução da
injúria cardíaca com alta resolubilidade
5
.
Para realização dos procedimentos hemodinâmicos, os Serviços necessitam seguir
manuais de rotina que orientam o processo desde o preparo dos pacientes.
Os processos envolvidos devem estar alicerçados nas diretrizes nacionais e no perfil
dos pacientes atendidos
6-8
. Desta forma o atendimento pode ser direcionado e individualizado
para a promoção da sistematização da assistência.
uma carência de publicações na área específica de preparo e seguimentos dos
pacientes nos SHCI. Recentemente foi publicada, pela entidade especializada, a Diretriz que
apresenta condutas para os procedimentos de intervenção
6
.
Este trabalho tem a finalidade de atualização de informações e principalmente para
fomentar nos centros a validação de protocolos próprios com a finalidade de aumentar suas
contribuições para a assistência dos indivíduos
9
.
É, portanto neste contexto que realizou-se, através do primeiro capítulo desta
dissertação, a revisão do tema, a fim de contribuir para a discussão sobre principais pontos e
questões que compõem o preparo e seguimento dos pacientes atendidos nos Serviços de
Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista.
O capítulo de revisão foi construído pela abordagem do tema com uma breve revisão
histórica, técnicas de cateterização cardíaca, preparo dos pacientes, complicações da
cateterização cardíaca, alta e seguimento dos pacientes.
22
2 CATETERIZAÇÃO CARDÍACA: REVIO HISTÓRICA
O conhecimento das doenças cardiovasculares através da anatomia e fisiologia
orientou pesquisadores à investigação da função cardíaca através da cateterização arterial e
das grandes veias
6
.
A prevalência mundial da doença levou ao aprofundamento das cnicas com a
utilização do cateter para diagnóstico e intervenção com a finalidade de reperfusão miocárdica
rápida e eficaz, diminuindo os riscos ao paciente pela abordagem sem a necessidade de uma
cirurgia torácica
10-13
.
Ao realizarmos uma revisão do histórico que envolveu a evolução das técnicas de
cateterização cardíaca verificamos que a primeira cateterização cardíaca foi relatada em 1844,
realizada em um cavalo por Claude Bernard. Na mesma época, o cientista Werner Forssmann
iniciou a cateterização em humanos, realizando a técnica nele mesmo
10
.
Em 1930 e 1932, Klein e Padillo, relataram cateterizações cardíacas direitas com
mensuração do débito cardíaco em pacientes sadios. Em 1947, Dexter relatou seus estudos em
pessoas com doença cardíaca congênita e realizou a observação de outras mensurações
importantes ao cateterizar a artéria pulmonar. Seldinger desenvolveu em 1953, a técnica de
cateterização cardíaca de abordagem às câmaras cardíacas. A arteriografia coronária seletiva
foi desenvolvida por Sones em 1959 e modificada por Judkins em 1967, técnica que identifica
a extensão da doença arterial coronária
10
.
Swan e Ganz tornaram possível, em 1970, a cateterização fora do laboratório por
cateter guiado por fluxo, houve também, investimentos substanciais nos sistemas de
imagem
14
.
A técnica de forma terapêutica, até então, sempre enfocada no diagnóstico, foi
introduzida em 1977, com Grüntzig ao introduzir a técnica de angioplastia coronária
15
. Estas
técnicas vêm sendo freqüentemente atualizadas e outras desenvolvidas.
23
3 TÉCNICAS DE CATETERIZAÇÃO CARDÍACA
A escolha da via de acesso faz parte do processo envolvido na execução de
procedimentos nos serviços de Hemodinâmica. O tempo de repouso após o procedimento, a
escolha do calibre do cateter, a técnica empregada, e o tipo de curativo, serão modificados de
acordo com a via de acesso escolhida
16
.
Podem ser utilizadas como via de acesso as artérias femoral, radial ou braquial, sendo
a primeira atualmente a escolha inicial entre os hemodinamicistas no Brasil
5
.
Alguns estudos apontam que a inserção da cnica pela via radial como principal
escolha é um tipo de acesso que apresenta vantagens em relação ao acesso via femoral, além
de maior conforto para o paciente
17-19
.
A via de acesso na realização do procedimento torna-se de fundo criterioso, visto que
em estudo realizado por Nazareth buscou-se saber dos pacientes qual a preferência pelo local
da punção, concluindo-se que a via transradial causa menor desconforto e dor
20
.
Este estudo nos faz considerar que a definição de estratégia de conduta para o
procedimento na escolha do acesso, junto ao paciente, pode ser um meio de diminuição de
ansiedade na realização do procedimento.
Algumas complicações podem fazer parte da via de acesso utilizada para realização
dos procedimentos. Podem ser classificadas em agudas, subagudas e tardias, sendo elas:
hematoma, hipotensão, pseudoaneurisma, neuropatia, fístula arteriovenosa, dissecção,
trombose, oclusão aguda e infecção
21-22
.
A incidência de detecção clínica do pseudoaneurisma é de 1 a 3%. Assim como o
hematoma, pode ter como tratamento a correção cirúrgica ou apenas a compressão manual. A
isquemia e trombose têm uma incidência menor que 1% e poderá ter como tratamento a
trombectomia mecânica e/ou a colocação de stent por angioplastia percutânea. A infecção
pode estar presente de 0.03 a 1% dos casos
21,23-24
.
A cateterização cardíaca a partir da investigação da anatomia e fisiologia cardíacas é
indicada na necessidade de diagnóstico de doença clínica. Quando suspeita de disfunções
cardíacas graves ou isquemia miocárdica, na presença de sintomas que sugerem que o
paciente possa progredir rapidamente para uma deterioração funcional, infarto do miocárdio
ou algum evento adverso
25
.
A cinecoronariografia e a ventriculografia são técnicas de diagnóstico que possibilitam
a avaliação das artérias coronárias quanto a obstruções e a função ventricular esquerda
respectivamente, assim como esta última técnica, é capaz de mensurar o ventrículo esquerdo e
24
avaliar função, competência das valvas entre outros diagnósticos
10
. Estas técnicas são
realizadas com cateteres de calibres variados e possuem indicações específicas
26
.
A técnica de cateterização intervencionista possui a angioplastia por balão como
principal procedimento de escolha para pacientes com síndromes coronarianas agudas.
Associada ao avanço dos sistemas de aquisição de imagens ultrapassa, atualmente, o número
de procedimentos cirúrgicos abertos
27-28
. Esta técnica associada ao implante de endoprótese
(stent) previne a reestenose da luz do vaso coronariano
6
.
25
4 PREPARO DOS PACIENTES
A orientação ao paciente nos SCI deve se iniciar no momento do agendamento do
procedimento e continuar após 30 dias, para mensurar indicadores que servirão como
parâmetro de aferição de qualidade do serviço
4
. O profissional enfermeiro deve participar
ativamente desta etapa pelo fato de ser componente imprescindível da equipe dos SHCI para
desempenho desta função.
O enfermeiro é o profissional que está mais próximo do paciente e seu intensivo apoio
com orientações para o controle de complicações, pelo seguimento dos mesmos, tem se
mostrado bastante eficiente para patologias crônicas
29-33
.
O diálogo entre profissionais de saúde com os pacientes e seus familiares conduz a
uma relação de confiança e visa diminuir a ansiedade e o medo do desconhecido
34
.
A coleta de dados, quando realizada no agendamento do procedimento, através da
consulta médica e de enfermagem, produzirá para o SHCI, meios para o planejamento de
ações de prevenção se houver emergências. O arquivamento das informações irá subsidiar o
procedimento no preparo imediato do paciente e se torna de fundamental importância para o
prosseguimento do processo sem complicadores.
O histórico do paciente que deve abordar os fatores de risco para doença coronariana
(fumo, diabetes, sedentarismo, hiperlipemia etc); antecedentes cardiovasculares (história de
saúde pregressa, cardiopatias, presença de hipertensão arterial, realização de cateterismos
anteriores, presença de endopróteses); uso de hipoglicemiantes, presença de processos
infecto-contagiosos (HIV, Hepatite C) e seus respectivos tratamentos, presença de doença
vascular periférica, história de aneurisma, antecedentes de sangramento, uso de antiagregantes
plaquetários, anticoagulantes, presença de insuficiência renal aguda ou crônica, uso de
próteses dentária ou aparelho auditivo, dificuldade em permanecer em decúbito dorsal
horizontal, alergia a medicamentos. O exame físico deverá ser voltado para os fatores de risco
que possam complicar ou contra-indicar o procedimento, deve-se avaliar a pele, com o
objetivo de verificar as regiões antecubital e inguinal, a avaliação da perfusão periférica e os
sinais vitais
35
.
No primeiro contato com o paciente, devem ser abordadas informações essenciais
como: esclarecimentos quanto ao procedimento, riscos envolvidos e possibilidade de
intervenção terapêutica (colocação de endopróteses e procedimento cirúrgico).
Os agentes de contraste são escolhidos baseados em opacificação adequada da luz
coronária, perfil dos efeitos colaterais e custo
36
.
26
Todos os contrastes disponíveis são à base de iodo orgânico e são classificados em alta
e baixa osmolaridade, com até 60% de redução de osmolaridade. O contraste não-iônico reduz
a osmolaridade até 50% e os isosmolares possuem osmolaridade próxima à plasmática
5
.
Na presença de alergias ao contraste iodado, a profilaxia deve ser instituída utilizando-
se corticosteróides e anti-histamínicos por via oral por 2 ou 3 dias antes do exame ou por via
endovenosa poucas horas antes do início do mesmo, além de proceder a escolha de contraste
isosmolar
35
.
Não existem contra-indicações absolutas à utilização dos meios de contraste. Alguns
fatores aumentam o risco de desenvolver reações anafilactóides como, asma, alergia
alimentar, hipertireoidismo, feocromocitoma, miastenias gravis e doença isquêmica do
coração
37-40
.
De acordo com recomendação do American College of Cardiology, não há restrições
de utilização de meios de contraste para pacientes que referem alergia a grupos específicos
como frutos do mar e produtos tópicos. Mas considera que risco para os indivíduos com
história de reações alérgicas severas a qualquer substância
41
.
Os exames complementares são subsídios para realização dos procedimentos em SCI
com maior segurança, prevenção de complicações e previsão de eventos adversos. Entre os
considerados principais estão:
Eletrocardiografia (ECG)
A análise do segmento ST no eletrocardiograma é utilizada como marcador de
diagnóstico para avaliação dos pacientes com diagnóstico de doença isquêmica. É um método
simples de avaliação do estado de perfusão tissular miocárdica e estratifica o prognóstico do
paciente
42
.
A avaliação de um ECG com 12 derivações é capaz de identificar além de isquemia,
sobrecarga ventricular esquerda, extra-sístoles ventriculares, onda Q patológica, entre outros
achados
43
. Estas evidências podem direcionar a condutas a serem empregadas na realização
do procedimento hemodinâmico e evidenciar grau de severidade do diagnóstico do paciente.
Tomografia Computadorizada Cardiovascular (TCC) e Ressonância Magnética
Cardiovascular (RMC)
Estas técnicas se mostram como auxílio diagnóstico para avaliação cardíaca não-
invasiva de eficácia considerável
44
.
A RMC é padrão-ouro para a determinação de parâmetros cardíacos
e possui boa
sensibilidade para determinação do fluxo tissular miocárdico
42
. A TCC pode realizar
avaliações competentes da árvore coronária, de forma não-invasiva, com alto valor preditivo
27
para doença isquêmica. Estes exames podem vir a substituir o exame diagnóstico invasivo
45-
46
.
Teste ergométrico, Ecocardiografia e Cintilografia miocárdica
Estes exames complementares são capazes de identificar a presença de isquemia
através do registro do ECG através do esforço físico, avaliar a competência das valvas
cardíacas, presença de congestão pulmonar, visualizar tecido muscular cardíaco
comprometido por isquemia, entre outras mensurações, a fim de classificar o risco de dano
miocárdico envolvido num paciente.
O teste ergométrico é um exame pré-operatório indicado para vários tipos de cirurgias
e nos SHCI seus resultados têm relevante importância para avaliação de presença de isquemia
cardíaca. É um exame de baixo custo, alta sensibilidade (81%) e especificidade (66%).
Avaliado através da tolerância ao exercício, fator preponderante para a doença
cardiovascular
43,47
.
A Ecocardiografia traz informações quanto às funções ventriculares, dimensões
cardíacas, alterações de mobilidade, aponta também presença de doenças cardíacas como,
valvopatias e cardiomiopatias. O transdutor pode ser transtorácico ou transesofágico, este
proporciona uma visualização melhor do coração. Quando realizado com injeção de drogas
farmacológicas é denominado Ecocardiograma sob estresse farmacológico (EcoStress) para
uma estimativa mais real da doença arterial coronária (DAC)
43-44
.
A Cintilografia possui alta sensibilidade e especificidade na detecção da doença
arterial coronária (DAC) sendo bastante eficaz para pacientes que não podem realizar
exercício físico de esforço
43
.
Exames laboratoriais de rotina
Para avaliação clínica, os exames de sangue necessários à realização dos
procedimentos nos SHCI são: hematimetria, dosagem sérica de glicose, sódio, potássio, uréia,
creatinina e tempo de protrombina. Através destes resultados é possível avaliar o estado geral
de saúde do paciente utilizando como indicadores para realizar o procedimento
48
.
Com estes resultados é possível ao SHCI prevenir complicações como sangramento,
choque e insuficiência renal prescrevendo tratamento prévio padronizado.
A elevação da troponina é um marcador de injúria cardíaca altamente sensível e
específico nas SCAs. Quando dosado, antes da realização do procedimento intervencionista
eletivo, mostrou-se como fator preditor independente em eventos adversos intra-hospitalares e
no seguimento após um ano
49
. Este exame deve começar a fazer parte da rotina de exames
subsidiários para os SCHI.
28
Existem algumas situações consideradas especiais no preparo para os procedimentos
em SHCI por exigir uma orientação e prescrição bem individualizada pelo fato de aumentar
os riscos de eventos adversos maiores.
Uso de anticoagulantes orais
Os pacientes em uso de cumarínicos devem suspender seu uso temporariamente, três
dias antes do dia do procedimento, a fim de minimizar o risco de hemorragias ou trombose no
sítio de inserção pela inibição dos fatores de coagulação. É clinicamente aceitável o resultado
do INR < 1,5-1,8 pela maioria dos hemodinamicistas sem risco de complicações
6,48
.
Uso de agentes antiplaquetários
Pacientes em uso dos agentes antiplaquetários, ácido acetilsalicílico (AAS), não
necessitam ser interrompidos antes do procedimento, assim como, em uso de algum
tinopiridínico, como, Ticlopidina, Clopidogrel, Tirofiban ou abciximab, não são oposição
para realização do cateterismo cardíaco
6
.
O uso precoce do AAS associado a um dos tienopiridínicos (ticlopidina ou
clopidogrel), mostra-se importante para pacientes que serão submetidos à intervenção
coronária percutânea terapêutica pela diminuição das taxas de óbito e prevenção de
complicações isquêmicas, como a trombose causada pela prótese
6,50-51
.
Diabéticos
Os pacientes diabéticos possuem um pior prognóstico para a doença arterial coronária,
na qual são acometidos de forma mais grave que os não diabéticos. Eles possuem sobrevida
menor quando associados à prevalência de eventos cardiovasculares
52-53
.
Pela alta prevalência de risco cardiovascular, a indicação da angiografia coronária nos
diabéticos é mais freqüente, estima-se que 20 a 25% dos pacientes submetidos à angioplastia
sejam diabéticos
52
.
Diante deste contexto clínico é preponderante o diagnóstico do paciente diabético para
conduzi-lo ao preparo para o procedimento e seguimento, além de que nos casos de
intervenção com implante de endoprótese a probabilidade de reestenose é duas vezes maior.
Para prevenção das complicações é indicada utilização de contraste radiológico de baixa
osmolaridade, reposição hídrica, e monitorização da diurese e função renal antes e após o
procedimento
54
.
Os pacientes insulino-dependentes apresentam pior evolução em relação aos demais
pacientes no âmbito das intervenções coronárias percutâneas, talvez pelo maior grau de
acometimento aterosclerótico da circulação coronária, assim como pelo menor calibre efetivo
das artérias coronárias
54
.
29
Pacientes em uso de metformina, ao serem expostos aos meios de contraste
radiográfico, podem ser acometidos de acidose láctica, por este motivo, a medicação deve ser
suspensa entre 24 e 48 horas antes e após a realização do procedimento
6,54
.
O paciente diabético apresenta o maior risco de desenvolver insuficiência renal aguda
(IRA) pela presença de aterosclerose acelerada, hipertensão, neuropatia periférica e nefropatia
diabética e pelo uso de meios de contraste. Esta complicação pode evoluir para a
cronicidade
55-56
.
Idosos
O paciente idoso é mais susceptível às complicações pela sua fisiologia clínica que se
encontra deteriorada. O paciente com idade maior de 70 anos é considerado de alto risco para
eventos operatórios
57
.
O risco de desenvolver IRA é maior nesta fase pela diminuição da função renal. Esta é
causada pela diminuição do fluxo sanguíneo renal, da massa de frons funcionantes, da
hipovolemia que é mais comum; a resposta renal à vasopressina está diminuída e resposta
negativa ao uso de agentes anti-histamínicos e anestésicos. Nestes pacientes é necessário
dosar o clearence de creatinina, pois os níveis de creatinina não refletem o ritmo de filtração
glomerular (RFG)
55
.
Risco de nefropatia induzida pelo contraste (NIC)
A nefropatia por contraste é o aumento absoluto de 0,5 mg/dl da creatinina sérica ou
aumento de 25% da creatinina em relação à creatinina basal em 48-72h após realizado o
procedimento
58
.
A hidratação com SF 0,9%, 1ml/kg/h, 12h antes e após o procedimento, e a redução
do volume administrado de contraste é uma proposta para prevenção desta complicação
6
. A
administração de n-acetilcisteína, ácido ascórbico, estatinas e bicarbonato de sódio encontra-
se com estudos em andamento mas vários estudos apontam seu efeito protetor para o risco de
desenvolver NIC
59,60
.
30
5 COMPLICAÇÕES DA CATETERIZAÇÃO CARDÍACA
Os riscos de complicações graves na realização dos procedimentos diagnósticos nos
laboratórios de Hemodinâmica são relatados entre 1 a 2%. Nos procedimentos terapêuticos os
riscos são de difícil mensuração, se encontram menores que 3%. Por este motivo, pacientes
que poderão se tornar instáveis hemodinamicamente durante a realização do procedimento
devem realizar estes procedimentos em laboratórios que tenham suporte através de serviços
auxiliares, como unidades de terapia intensiva e equipe de cirurgia cardíaca
4
.
Os grupos que se mostram com maior probabilidade de apresentar complicações são
os portadores de insuficiência renal pré-existente, diabetes melitus, desidratação, doença
aterosclerótica, insuficiência cardíaca congestiva, síndrome nefrótica, cirrose hepática, uso de
drogas nefrotóxicas, idade avançada, sexo masculino, mieloma múltiplo, e hiponatremia
61
.
5.1 Reações vasovagais
Estes eventos são geralmente caracterizados por dor, ansiedade, náusea, hipotensão e
bradicardia, ocorrem em 1,4% dos procedimentos
10
.
5.2 Infarto do Miocárdio e Complicações Cerebrovasculares
O IAM é um evento que ocorre em 0,09% dos pacientes que realizam os procedimentos.
Tem como fatores predisponentes a angina instável, infarto subendocárdico recente e
diabéticos insulino-requerentes. As complicações cerebrovasculares estão presentes em 0,2%
das cateterizações diagnósticas
10
.
5.3 Complicações locais
A Heparina não-fracionada (HNF) é utilizada durante o procedimento de intervenção
para evitar formação de trombos nos cateteres e fios-guias
6
.
Para realização do curativo compressivo deve ser realizado o controle da hemostasia
para proceder a retirada da bainha, através do controle do valor do tempo de coagulação
ativado (TCA), sendo aceitável o valor normal maior que 175segundos.
A compressão pode ser manual ou mecânica com equipamento próprio, acompanhado
do repouso no leito não inferior a duas horas. Se o acesso for radial ou braquial a técnica a ser
seguida é a mesma, mas este tipo de acesso diminui o tempo de repouso do paciente
4
.
31
A deambulação precoce vem sendo conseguida através da utilização de materiais que
realizam a hemostasia local com mais eficiência, como, CLO-SUR P.A.D.®, biopolímero
hidrofílico, agente hemostático que acelera o processo de coagulação
62
.
5.4 Reações Alérgicas
Antes do exame deve-se documentar, de forma completa, qualquer reação à exposição
de contraste radiográfico.
Embora rara a ocorrência de reação a uma segunda exposição, estes pacientes são
considerados de maior risco, por este motivo, a difenedramina é realizada e reduz
grandemente os efeitos alérgicos. Os contrastes de baixa osmolaridade devem ser a primeira
escolha
4
.
5.5 Morte
A morte ocorre em aproximadamente 0,14% e encontra-se com prevalência em extremos
de idade, como infantes, menores de um ano e pacientes com mais de 60 anos de idade
10
.
5.6 Nefropatia Induzida pelo Contraste
A nefropatia induzida pelo contraste é a complicação mais comum em idosos e
diabéticos quando associadas às doenças cardiovasculares. Este evento ocorre em 1 a 3% na
população em geral
10
.
A dosagem de creatinina isolada é um marcador pouco sensível, seu ritmo de excreção
não é constante. Em geral, 50% dos indivíduos com baixa filtração glomerular (FG)
apresentam creatinina sérica dentro dos limites da normalidade
63-64
.
A fórmula de Cockcroft-Gault, baseada na idade e peso do paciente, deve calculada
em todos os pacientes expostos aos meios de contraste. A equação de Cockcroft-Gault é
calculada da seguinte forma: FG(ml/min) = (140 idade) x peso(em kg) x (no caso de
mulheres x 0,85)/72 x Creatinina sérica(mg/dl)
6,64
.
32
6 ALTA DO PACIENTE
A alta hospitalar para os pacientes atendidos nos SHCI deverá acontecer precocemente
e está interligado a algumas variáveis.
O calibre do cateter utilizado para punção é uma das variáveis interligadas a este
momento. Quanto menor o seu perfil, mais rápida será a deambulação do paciente e sua
liberação. Pelo fato de produzir punção da artéria com menor calibre o tempo de repouso é
calculado por este calibre em relação ao tempo necessário à hemostasia da via de acesso
16
.
A retirada do introdutor com compressão local deve ser realizada por profissionais
técnicos (médicos e enfermeiros) do serviço treinados neste procedimento para que desta
forma os riscos locais envolvidos (hematoma e sangramento) sejam minimizados.
É importante lembrar nesta fase que a administração de antiagregantes plaquetários a
pacientes que se submeteram à intervenção coronária percutânea (ICP), principalmente com
implante de endoprótese (stent) tem sido recomendado como fator de prevenção para
reestenose e IAM
65
.
A alta hospitalar precoce é associada também com a diminuição dos riscos de infecção
para os pacientes.
Este período relacionado à alta do paciente deverá ser acompanhando por profissionais
técnicos a fim de tratar eventos adversos de forma imediata e com sucesso.
A ausência de complicações durante e após o procedimento conduz o processo para
alta do paciente do serviço com menor tempo e risco. No caso dos pacientes apresentarem
eventos adversos maiores, assim como, realização de ICP estes ficarão em observação em
unidades de terapia intensiva por no mínimo 24 horas
48
.
33
7 SEGUIMENTO DOS PACIENTES
Após uma intervenção percutânea o seguimento adequado para os pacientes
submetidos a estes procedimentos é realizar acompanhamento hospitalar e tardio.
Investiga-se na fase intra-hospitalar a detecção e manuseio de complicações, como,
infarto, isquemia miocárdica recorrente, complicações vasculares, hemorrágicas, nefropatia
induzida por contraste, através da realização de ECG, coleta de enzimas seriadas e exames de
creatinina para pacientes de risco
6
.
Para o seguimento tardio não existe um protocolo que proponha aos SHCI este tipo de
abordagem, em geral os serviços encaminham o paciente ao seu médico assistente de origem.
A qualidade dos serviços de saúde é conferida quando as complicações são mínimas
através do estabelecimento e seguimento de protocolos na manutenção dos recursos materiais
e humanos. Assim também, devem ser proporcionadas atualizações técnicas, de forma
contínua a todos os membros da equipe envolvidos no processo, como também, a manutenção
periódica dos equipamentos para avaliação de sua capacidade.
Muitas são as considerações que envolvem o preparo e seguimento dos pacientes
submetidos a procedimentos nos Serviços de Cardiologia Intervencionista. A implementação
de protocolo nestes ambientes direcionam e individualizam as condutas pela seqüência de
processos integrados e desenvolvidos baseando-se na prevenção de complicações, promoção e
recuperação da saúde.
34
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39
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40
ARTIGO ORIGINAL: PERFIL BIOSSOCIAL E CNICO DOS
PACIENTES EM UM SERVIÇO DE CARDIOLOGIA
INTERVENCIONISTA EM RECIFE, PERNAMBUCO
41
Perfil biossocial e clínico dos pacientes em um Serviço de Cardiologia Intervencionista
em Recife, Pernambuco*
Biossocial and clinical profile from patients at an interventionist cardiology service in Recife,
Pernambuco
Perfil biosocial y clinico de los pacientes en un Servicio de Cardiología Intervencionista en
Recife, Pernambuco
Claudinalle Farias Queiroz de Souza
1
, Luciane Soares de Lima
2
Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Recife, PE - Brasil.
*Este artigo é parte integrante de Dissertação de mestrado intitulada: Preparo e seguimento de pacientes
submetidos a procedimento diagnósticos e terapêuticos em cardiologia intervencionista, 2008.
Programa de pós-graduação em Ciências da Saúde da Universidade Federal de Pernambuco
Artigo formatado para submissão à Revista da Escola de Enfermagem da USP.
__________________________________________________________________________________________
1. Enfermeira, Especialista em Cardiologia
2. Enfermeira, Doutora em Pneumologia
Autor Correspondente: Claudinalle Farias Queiroz de Souza
Endereço: Rua Alfredo de Medeiros, 130/1505,Espinheiro,52021-030, Recife, PE - Brasil.
email: claudinalle@gmail.com. (081) 8714-5051.
42
Resumo
Introdução: A categorização do perfil dos pacientes no SHCI conduz a assistência com
qualidade.
Objetivo: Classificar os pacientes de um SHCI segundo os aspectos demográficos,
comportamentais e clínicos, e agregar mais informações para o planejamento e
dimensionamento da assistência.
Método: Estudo transversal realizado em junho de 2007 no SHCI de um hospital
universitário. Os dados foram coletados antes do procedimento hemodinâmico, através de
entrevista e prontuário.
Resultados: Foram estudados 120 pacientes, idade média 59,9 anos, 56,7% homens, 62,2%
pardos, 26% não-alfabetizados, 41% com renda familiar até 1 SM, 65,2% não-
economicamente ativos, 59,2% casados, 65% procedentes da região metropolitana de
Pernambuco. As variáveis comportamentais demonstravam que 64,2% não faziam uso de
bebida alcoólica, 39,2% ex-fumantes, 73,9% sedentários e hipertensos. Quanto à indicação do
procedimento as SCA foram mais freqüentes.
Conclusão: A caracterização do perfil dos pacientes identificou aspectos que poderão agregar
informações para o planejamento da assistência em unidades de Hemodinâmica e Cardiologia
Intervencionista.
Descritores: Perfil de saúde, Serviço hospitalar de cardiologia, Angiografia coronária,
Angioplastia transluminal percutânea coronária, Enfermagem.
43
Abstract
Introduction: categorization of patients' profile in SHCI leads to assistance with quality.
Objective: to sort patients from SHCI according to demographic, behavioral and clinical
aspects, and add more information for planning and assistance design.
Method: cross-sectional study conducted in June 2007 into SHCI of a university hospital.
Data were collected before the procedure hemodynamic, through interviews and medical
records.
Results: it were studied 120 patients, average age 59.9 years old, 56.7% men, 62.2% brown,
26% non-literate, 41% with family income by one SM, 65.2% non-economically active,
59.2% married, 65% from the metropolitan region of Pernambuco. The behavioral variables
showed that 64.2% were using non-alcoholic beverage, 39.2% ex-smokers, 73.9% sedentary
and hypertensive. As for the indication of the SCA were more frequent.
Conclusion: profile characterization of the patients identified aspects that could add
information to the care planning in units of Hemodynamics and interventionist cardiology.
Key words: Health profile, Cardiology hospital department, Coronary angiography,
Percutaneous transluminal coronary angioplasty, Nursing.
44
Resumen
Introducción: La categorización del perfil de los pacientes en el SHCI lleva a la asistencia
con qualidad.
Objectivo: Clasificar los pacientes de un SHCI segundo los aspectos demográficos,
comportamentales y clínicos, y traer más informaciones para el planteamento y
dimencionamento de la asistencia.
Método: Estudio transversal realizado en junio de 2007 en el SHCI de un hospital
universitário. Los datos fueran obtenidos antes del procedimiento hemodinámico, con
entrevista y prontuário.
Resultados: Fueran estudiados 120 pacientes, edad media 59,9 años, 56, 7% hombres, 62,2%
pardos, 26% sin alfabetización, 41% con renta familiar hasta 1 SM, 65,2% no activos
economicamente, 59,2% casados, 65% de la región metropolitana de Pernambuco. Las
variables comportamentales comprueban que 64,2% no hacen uso de bebida alcohólica,
39,2% ex fumadores, 73,9% sedentários y hipertensos. Las indicaciones de manejo las SCA
fueran más frecuentes.
Conclusión: La caracterización del perfil de los pacientes ha identificado aspectos que podran
traer informaciones para el planteamento de la asistencia en unidades de Hemodinâmica e
Cardiologia Intervencionista.
Descriptores: Perfil de salud; Servicio de cardiología en hospital, Angiografía coronária,
Angioplastia transluminal percutánea coronaria, Enfermeria.
45
INTRODÃO
A doença cardiovascular é prevalente no Brasil sendo a principal causa de mortalidade
e segunda causa de internamento hospitalar no país
(1-2)
.
Esta realidade produziu a implementação de procedimentos diagnósticos e
terapêuticos de alta complexidade eficazes através dos Serviços de Hemodinâmica e
Cardiologia Intervencionista (SHCI)
(3-4)
.
A partir da década de 50, houve uma expansão no nível de complexidade dos SHCI
que além de realizar exames diagnósticos pré-operatórios passaram também a aplicar técnicas
intervencionistas, como, angioplastia convencional por balão ou com colocação de
endoprótese (stent). Desta forma, a necessidade das cirurgias cardíacas abertas tem diminuído
gradativamente trazendo para a população agilidade na resolução de problemas e decisões
terapêuticas
(3)
.
Os SHCI trouxeram muitos benefícios na abordagem de pacientes com problemas
coronarianos, valvulares e outros, permitindo em menor tempo tomada da conduta
individualizada, ideal e com menor risco ao paciente
(3)
.
No Brasil, a realização de intervenções percutâneas terapêuticas vem crescendo. Em
2006, atingiu o número de 60 mil procedimentos revelando assim uma alternativa eficiente
para o tratamento coronário
(5-6)
.
Apesar do grande avanço no diagnóstico e tratamento das doenças cardiovasculares, o
perfil dos pacientes atendidos nos SCHI tem sido pouco relatado
(7)
. Porém é sabido que o
conhecimento das características biossociais e clínicas desta população são importantes para
proporcionar assistência de qualidade e direcionar os procedimentos hemodinâmicos
envolvidos de modo individualizado
(8)
.
Diante do exposto pretende-se descrever o perfil dos pacientes de um serviço de
Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista (SHCI) de um Hospital Universitário do estado
de Pernambuco, segundo os aspectos demográficos, comportamentais e clínicos, e agregar
mais informações para o planejamento e dimensionamento da assistência em Hemodinâmica.
46
MÉTODO
Estudo descritivo transversal realizado no SHCI de um hospital geral em Recife. Neste
serviço são recebidos pacientes que já se submeteram e que irão se submeter a exames
diagnósticos e terapêuticos. Os pacientes atendidos fazem parte da demanda interna dessa
instituição (unidade de internação e ambulatório) e de outras instituições. A estatística anual
de atendimento é de 1200 pacientes.
Considerando-se a proporção amostral, com margem de segurança de 10%, alfa de
0,05 e beta de 0,20, o tamanho da amostra foi estimado em 120 pacientes de ambos os sexos
que realizaram os procedimentos hemodinâmicos e os que seriam submetidos de forma
eletiva, o que representa 10% do total de atendimento anual deste serviço.
Foram utilizados como critérios de exclusão do estudo, os pacientes que iriam se
submeter a exames extra-cardíacos, em uso de ventilação mecânica e/ou drogas vasoativas e
pacientes menores de 18 anos.
A coleta de dados foi realizada diariamente no período de maio a junho de 2007 pela
pesquisadora, com apoio de duas acadêmicas treinadas, através da aplicação de instrumento
próprio.
O instrumento de coleta de dados constituía-se de questões, com alternativas de
múltipla escolha, aplicado durante a admissão dos pacientes. As variáveis foram definidas a
partir dos dados do Censo do IBGE e as diretrizes e consensos em Cardiologia. Os dados
foram agrupados em um conjunto de variáveis biossociais e clínicas, obtidas através de
entrevista, Autorizações de Internamento Hospitalar (AIH) e consulta ao prontuário.
As variáveis biossociais dividiram-se em demográficas e comportamentais. As
demográficas investigadas foram: idade, sexo, raça, grau de instrução, renda familiar,
ocupação, estado civil, e naturalidade.
A raça foi classificada de acordo com o informado pelo paciente em relação à sua cor
de pele de acordo com as seguintes opções: branca, negra, amarela, parda ou indígena. Esta
variável foi investigada pela importância clínica na área da doença cardiovascular.
Na investigação da ocupação foram considerados economicamente ativos os
indivíduos empregados, funcionários públicos e autônomos; não-economicamente ativos,
aposentados, do lar, desempregados; e a categoria outros foi atribuída aos pacientes em
situação de pensão ou benefício.
47
Como variáveis comportamentais categorizaram-se: freqüência do consumo de bebida
alcoólica; tabagismo, número de cigarros fumados e tempo de fumo; realização e duração de
atividade física.
As variáveis clínicas estudadas foram os antecedentes pessoais categorizados a partir
do prontuário do paciente: Diabetes melitus (DM), Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS),
Doença Arterial Coronária (DAC), intervenção hemodinâmica anterior. Além dos sinais vitais
e os dados antropométricos (circunferência abdominal e cálculo do Índice de massa corporal
[peso em Kg/altura em m
2
]) que foram verificados no momento de admissão do paciente.
A pressão arterial foi considerada com valor normal os valores iguais ou menores que
130x85mmHg
(11)
. A Doença Arterial Coronária (DAC) foi considerada quando relato de
história de cirurgia de revascularização do miocárdio, infarto agudo do miocárdio ou angina
do peito.
Para cálculo da circunferência abdominal (CA) e o cálculo do índice de massa
corpórea (IMC) foram categorizados segundo a classificação do Centers for Disease Control
and Prevention
(9)
(CDC, 2000) e Diretriz Internacional de Obesidade (NHLBI, 1998)
(10)
.
A medida da circunferência abdominal foi obtida pela medida na menor circunferência
existente entre o rebordo costal e as cristas ilíacas utilizando uma fita métrica de 150 cm. O
valor padrão adotado para o excesso de gordura localizada foi distinto para ambos os sexos,
nos pacientes masculinos os limites normais considerados foram, menor que 102cm e menor
que 88cm no sexo feminino
(9-10)
.
Verificou-se o peso corporal e a estatura dos indivíduos descalços, vestindo roupas
leves, utilizando-se balança antropométrica com auxílio de um estadiômetro. O índice de
massa corporal (IMC) foi calculado dividindo-se o valor do peso, em quilos, pelo quadrado da
altura, medida em metros (Kg/m
2
), sendo levada a seguinte classificação baseada nos dados
da Organização Mundial de Saúde: abaixo do peso <18,5Kg/m
2
; valor normal 18,5-24,9
Kg/m
2
; Sobrepeso 25,0-29,9 Kg/m
2
; Obeso 30,0Kg/m
2
ou mais
(10)
.
Os critérios de indicação para o procedimento foram classificados através das
autorizações de internamento hospitalar (AIH); pré-operatório, pacientes que iriam realizar
cirurgia cardíaca, como troca de valva, ou cirurgia de grande porte; síndrome coronariana
aguda (SCA) os pacientes que tinham relato de angina estável ou instável, e isquemia; e
disfunção diastólica.
O procedimento hemodinâmico foi categorizado em diagnóstico
(cineangiocoronariografia) e/ou terapêutico (angioplastia coronária percutânea por balão ou
endoprótese).
48
Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da instituição (CAEE n
o
.
0263.0.172.000-06) foi utilizado o termo de consentimento livre e esclarecido para a
autorização da utilização dos dados da entrevista e prontuário.
A análise de dados foi realizada através de estatística descritiva com auxílio dos
softwares Statistical Pachage for the Social Science (SPSS) 12.0; e MSOffice Excel versão
2003 para o gerenciamento dos dados. Os dados descritivos foram apresentados com média,
desvio-padrão e freqüências absolutas e relativas. Para a análise comparativa foi utilizado o
teste t de Student e Pearson, considerando estatisticamente significativo o p<0,05.
49
RESULTADOS
A amostra caracterizou-se nas variáveis demográficas, comportamentais e clínicas.
Foram incluídos 120 pacientes com média de idade de 59,9±19,6 anos, sexo masculino
(56,7%), raça parda (62,2%), alfabetizados (73,9%), com renda familiar variando de 2 e 5
salários mínimos (53,8%), não economicamente ativos (65,2%); casados (59,2%),
provenientes de Pernambuco (90,8%) (Tabela 1).
Tabela 1 Perfil dos 120 pacientes atendidos no
SHCI/HC/UFPE quanto às variáveis demográficas. Recife,
2007.
Variáveis Demográficas
n=120
n (%)
Idade*
Média (DP)
Mínimo
Máximo
59,9 (DP = 19,6)
20
82
Sexo
Masculino
Feminino
68 (56,7)
52 (43,3)
Raça
Branca
Negra
Parda
Outra
37 (31,1)
6 (5,0)
74 (62,2)
2 (1,7)
Grau de instrução
Alfabetizado
Não-alfabetizado
88 (73,9)
31 (26,0)
Renda Familiar
Até 1 SM
2 a 5 SM
5 a 10 SM
48 (41,0)
63 (53,8)
6 (5,2)
Ocupação
Economicamente ativo
(empregados, funcionários públicos e
autonômos)
Não-economicamente ativo
(aposentados, do lar e desempregados)
Outros
(pensão e benefício)
31 (26,3)
77 (65,2)
10 (8,5)
Estado Civil
Casado
Solteiro
União Estável
Separado
Divorciado
Viúvo
71 (59,2)
12 (10,0)
14 (11,7)
2 (1,7)
5 (4,2)
16 (13,3)
Procedência
Região Metropolitana
Zona da Mata
Agreste
Sertão
Outros Estados
78 (65,0)
13 (10,8)
14 (11,6)
13 (10,8)
2 (1,6)
Base: 120 pacientes, DP: Desvio Padrão, SM: Salário Mínimo
n (%) - variáveis categóricas
* Dado apresentado comodia e desvio-padrão em anos
A tabela 2 mostra a distribuição dos pacientes quanto às variáveis comportamentais, a
qual evidenciou ausência do consumo de bebida alcoólica em 64,2% dos pacientes, na
categoria de tabagismo o grupo de fumantes (15,0%) e ex-fumantes (39,2%) relataram fumar
a mais de 30 anos; menos de 10 cigarros/dia (50,8%).
50
Em relação à prática de atividade física regular apenas 26,1% realizavam tal atividade
e com freqüência maior igual a 30 minutos/dia.
Tabela 2 - Distribuição de freqüência amostral segundo variáveis
comportamentais dos pacientes atendidos no SHCI/HC/UFPE. Recife,
2007
Variáveis Comportamentais
n=120
n (%)
Padrão de Consumo Alcoólico
Não bebe
Bebe socialmente
Bebe de 1 a 3 x/semana
Bebe de 4 a 6 x/semana
Bebe diariamente
Ex-Etilista
77 (64,2)
12 (10,0)
3 (2,5)
2 (1,7)
4 (3,3)
22 (18,3)
Tabagismo
Não Fuma
Fumante Regular
Ex-Fumante
55 (45,8)
18 (15,0)
47 (39,2)
Quantidade de cigarro/dia (N=61)
<= 10
11 a 20
> 20
31 (50,8)
17 (27,9)
13 (21,3)
Tempo de Fumo (N=57)
<= 10 anos
11 a 20 anos
21 a 30 anos
> 30 anos
10 (17,5)
12 (21,1)
13 (22,8)
22 (38,6)
Atividade Física
Não
Sim
88 (73,9)
31 (26,1)
Duração da Atividade Física (N=30)
<= 30 min/dia
> 30 min/dia
13 (43,3)
17 (56,7)
A tabela 3 apresenta o perfil clínico dos pacientes relacionados ao sexo. As mulheres
apresentaram maior prevalência para DM (32,7%), HAS (96,1%), e SCA (80,7%) que o sexo
masculino. De semelhante modo, as mulheres realizaram procedimentos anteriores (38,4%)
com maior freqüência.
As variáveis de medidas antropométricas revelaram uma medida máxima da CA de
156cm e que 73,0% das mulheres tinham a medida maior que 88cm e apenas 6,8% dos
pacientes do sexo masculino apresentavam a medida acima de 102cm. O IMC mostrou-se
acima da faixa normal na maioria dos pacientes (60,4%), sendo 35,9% das mulheres e 35,3%
dos homens com sobrepeso.
Tabela 3 Perfil clínico dos pacientes atendidos no SHCI/HC/UFPE relacionado ao
sexo. Recife, PE.
Variáveis
Masculino
n (%)
Feminino
n (%)
Idade (anos)
60,4
59,2
Diabetes Mellitus
18 (26,5)
17 (32,7)
HAS
64 (94,1)
50 (96,1)
SCA
48 (70,5)
42 (80,7)
Procedimento Anterior (CATE/ATC)
15 (22,0)
20 (38,4)
Índice de massa corpórea
Baixo peso
Peso normal
Sobrepeso
Obeso
1 (1,47)
30 (44,11)
24 (35,29)
13 (19,11)
2 (3,84)
15 (28,84)
18 (34,61)
17 (32,69)
Base: 120 pacientes. HAS Hipertensão Arterial Sistêmica; SCA Síndrome Coronariana
Aguda; CATE Cateterismo; ATC Angioplastia Transluminal Coronária.
51
O gráfico 1 mostra a relação do IMC e a PA, onde podemos observar um aumento
gradual dos níveis tensionais proporcional ao aumento do grau de obesidade.
Gráfico 1 Correlação entre o índice de massa corpórea e a pressão arterial sistêmica
na população estudada
Nos gráficos 2 e 3 observamos que correlação entre a presença da hipertensão
arterial com o índice de circunferência abdominal elevado em ambos os sexos.
Gráfico 2 - Correlação entre o índice de circunferência abdominal (Ca) e a Pressão
Arterial Sistêmica (PAS) na população estudada do sexo masculino, Recife,2007.
Gráfico 3 - Correlação entre o índice de circunferência abdominal (Ca) e a Pressão
Arterial Sistêmica (PAS) na população estudada do sexo feminino, Recife,2007.
25 26 27 28 29 30
kg/m2
52
A síndrome coronariana aguda representou a principal indicação para procedimentos
hemodinâmicos (40,9%). Dos procedimentos realizados 97,5% foram
cineangiocoronariografia, 0,8% angioplastia coronária por balão e 1,7% angioplastia com
endoprótese; todos os procedimentos ocorreram em caráter eletivo (Tabela 4).
Tabela 4 Distribuição dos critérios de indicação* e o tipo de
procedimento hemodinâmico realizado nos pacientes atendidos no
SHCI/HC/UFPE. Recife, 2007
Variáveis
n (%)
Sexo
Masculino
Feminino
68 (56,7)
52 (43,3)
Critérios de Indicação
Pré-operatório
Disfunção Diastólica
Teste de isquemia positivo
Síndrome Coronariana Aguda
19 (16,5)
13 (11,3)
36 (31,3)
47 (40,9)
Procedimento hemodinâmico
Cineangiocoronariografia (CATE)
Angioplastia coronária por balão
Angioplastia com endoprótese
116 (97,5)
1 (0,8)
2 (1,7)
Base: 120 pacientes * conforme descrito na AIH Autorização de
internamento hospitalar
53
DISCUSSÃO
Com o envelhecimento populacional e diminuição das doenças transmissíveis, as
doenças cardiovasculares (DCV) se tornaram a principal causa de morbimortalidade podendo
ser verificadas com maior prevalência na população idosa e do sexo masculino
(12-15)
. Porém,
observam-se, tendências discretas na diminuição das taxas de mortalidade em doença
cardiovascular, fato que pode ser atribuído ao avanço tecnológico mundial pela introdução das
técnicas de intervenção nos SCHI
(11-12,16-17)
.
O presente estudo mostrou a prevalência de indivíduos acima de 60 anos e do sexo
masculino correspondentes a dados demográficos de outros Centros de Hemodinâmica e
Cardiologia Intervencionista
(16)
.
A amostra obteve um pequeno percentual da raça negra (5,0%) que é a raça mais
relacionada à doença cardiovascular
(11)
. A raça (cor de pele) predominante neste estudo foi
parda que constitui a cor da maioria da população da região do Nordeste brasileiro
(18)
.
Nesta população observa-se ainda um índice alto de analfabetismo (26%). Dos
pacientes alfabetizados houve variação dos anos de estudos, sendo apresentados casos de
nível fundamental e médio incompletos (21%) indicando tendência ao baixo índice de
escolaridade. Estes dados estão de acordo com os dados do último censo publicado pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE em que o índice de analfabetismo da
região Nordeste foi de 26,6% e média de escolaridade de 4,6 anos
(18)
.
A relevância do conhecimento do grau de instrução dos pacientes atendidos nos SCHI,
públicos ou universitários, se deve ao fato da equipe poder sistematizar a forma que as
orientações devem ser veiculadas. O entendimento destas orientações é necessário para o
sucesso do procedimento antes e após o mesmo.
Para esta condição de escolaridade baixa são sugeridas medidas educativas como
cartilhas ilustradas e a presença de um acompanhante com melhor grau de instrução, no
momento do agendamento do procedimento. Este instrumento pode facilitar a compreensão e
conseqüente execução das orientações de preparo e alta.
A adesão às orientações pode estar integrada ao conhecimento dos pacientes sobre sua
doença e procedimentos a serem realizados no serviço
(19)
.
Nesta pesquisa, a renda referida pela maioria foi de 02 a 05 salários mínimos.
Evidencia-se também a grande parcela de entrevistados que relataram renda abaixo de 01 SM.
Dados apontam que a renda familiar na região Nordeste corresponde a até 02 salários
54
mínimos
*
1
(SM) em 47,5% da população e de 02 a 05 SM em 29,7%
(18)
. Destaca-se, portanto
a necessidade de estudo posterior com diminuição do intervalo de classificação de renda para
uma classificação mais próxima ao referencial teórico.
Porém, o perfil de renda e escolaridade encontrada corresponde ao esperado numa
população atendida em um Serviço assistencial de saúde de natureza pública na região
Nordeste.
Na região metropolitana do Recife, a população não-economicamente ativa é maior
nos indivíduos não alfabetizados
(18,20)
.
Neste estudo ao associarmos estas variáveis, população não-economicamente ativa e
os indivíduos não alfabetizados, o cruzamento destes dados mostrou que uma parte da
população tem condição semelhante que pode ser relacionado à dificuldade de acesso ao
estudo das classes menos favorecidas evidente na população brasileira.
Os pacientes entrevistados em sua maioria são pessoas não-economicamente ativas,
pois relataram como ocupação a condição de aposentado, do lar e desempregado. Para a
condição de aposentado relaciona-se ao fato da idade da amostra ser próxima aos 60 anos de
idade; a grande população de mulheres evidencia a ocupação do lar; e os desempregados pela
procura da assistência dos serviços públicos de saúde.
No estudo a maior parte da amostra era casada e parte das pessoas declarou união
estável. Aspecto estimável por demonstrar que a maioria dos pacientes foi acompanhada em
sua residência de forma mais contínua. Esta faz parte de uma das orientações para o
acompanhamento na alta hospitalar a fim de identificar eventos adversos precoces.
O estudo ELSA observou que o estado civil possui influencia na saúde e mortalidade
dos indivíduos. As pessoas casadas têm significativamente melhor saúde e mortalidade menor
que os solteiros
(21)
.
Os hábitos e estilos de vida são bastante variáveis entre os pacientes. Por este motivo
devem ser avaliados na caracterização da clientela dos SHCI, pois estão fortemente
relacionados aos fatores de risco para a doença cardiovascular. É importante considerar que a
identificação e relato dos fatores de risco viabilizam estudos e promovem a descrição da
população atendida para a atualização constante de condutas clínicas adequadas e
individualizadas nos SCHI
(22)
.
As características individuais e ambientais relacionadas com maior probabilidade de
doença cardíaca, em especial a DAC, indicam fatores de risco semelhantes para indivíduos de
diferentes culturas. Estes fatores de risco relacionados são: tabagismo, níveis elevados de
*
O último censo realizado pelo IBGE foi no ano de 2000 e o SM correspondia a R$136,00
55
colesterol LDL, baixos de HDL, diabetes, hipertensão arterial sistêmica, história familiar,
obesidade, sedentarismo, obesidade central, síndrome plurimetabólica e ingesta de álcool.
Ressalta-se que são condições potencialmente controláveis e modificáveis, entretanto podem
representar impacto relativo no desfecho dos procedimentos
(23)
.
No estudo INTERHEART, alguns dos fatores de risco que se mostravam comuns e
tradicionais não foram significantes para o risco de desenvolvimento de doenças coronárias,
como ingesta de álcool e atividade física
(23)
.
Embora existam apontamentos para o efeito protetor, diminuição de percentual de
risco para as DCV, com o consumo moderado de álcool e a atividade física regular
(24,25)
a
população de estudo relatou baixo consumo de bebida alcoólica e a prática de atividade física
se apresentou preocupante, pois pequena parcela relatou realizar exercícios regulares.
O tabagismo e a hipertensão arterial são os principais fatores de risco para as
DCV
(17,24)
. Este estudo delineia dados concordes com a literatura, no qual a amostra é
composta de fumantes ativos ou ex-fumantes, com tempo de fumo de mais de 30 anos e
consumo de mais de cinco cigarros por dia, prática que eleva o risco cardiovascular
(22)
. O
diagnóstico de HAS nos indivíduos da amostra de forma predominante sinaliza a prevalência
nacional desta patologia
(11)
.
A relação de sobrepeso em ambos os sexos e a CA elevada nas mulheres indica fator
de risco preponderante. Propõe-se, entretanto, realizar estudo mais preciso com indicadores
que demonstrem o risco cardiovascular da população atendida no SCHI estudado
(26)
.
A aferição dos sinais vitais foi realizada no momento da admissão dos pacientes ao
serviço. Os dados apresentaram níveis tensionais elevados que podem estar associados com a
presença de HAS o controlada, assim como, ansiedade e medo associado ao
desconhecimento do procedimento ou ambiente não-familiar
(27-28)
.
Quando relacionado ao sexo, as mulheres se apresentaram mais uma vez como
indicador de risco elevado pelos antecedentes pessoais. A presença maior de DM, HAS, SCA,
e procedimento anterior neste grupo demonstraram que necessidade de cuidados
preventivos mais direcionados no agendamento para a realização do procedimento.
Como discutido anteriormente, as DCV são a principal causa de óbito e internamento
nos homens, mas estudos apontam para o crescimento destes casos entre mulheres. Esta
realidade pode estar associada com múltiplos fatores fortemente associados às mudanças no
estilo de vida das mulheres na sociedade atual
(29-31)
.
A prevalência de diabetes em coronarianos é bastante evidenciada como fator de
risco
7
. A amostra em estudo apresentou de modo geral prevalência importante de diabetes
56
mais preponderante nas mulheres que tem aumento no risco envolvido para doença coronária
em até três vezes
(31)
.
Os fatores ambientais, a baixa renda familiar, o baixo nível educacional, a atividade
profissional, sedentarismo, e o excesso de peso se apresentaram importantes na presença dos
fatores de risco desta amostra.
A condução de estudos sobre a avaliação clínica e resultados de exames laboratoriais
complementa os dados necessários para a proposição de condutas de assistência com
sistemática a ser validada na promoção da saúde com qualidade nos SCHI
(32)
.
O resultado deste estudo demonstra que com a coleta de informações do perfil
biossocial e clínico do paciente é possível estratificar riscos independentes e associados aos
procedimentos de cardiologia do SHCI.
57
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60
ARTIGO ORIGINAL: PREPARO E SEGUIMENTO DE PACIENTES EM UM
SERVIÇO DE CARDIOLOGIA INTERVENCIONISTA EM RECIFE, PERNAMBUCO
61
Preparo e seguimento de pacientes em um Serviço de Cardiologia Intervencionista em
Recife, Pernambuco*
Preparation and follow-up of patients in a Interventional Cardiology Service in Recife,
Pernambuco
Preparación y seguimiento de los pacientes en un servicio de cardiología intervencionista en
Recife, Pernambuco
Claudinalle Farias Queiroz de Souza
1
, Luciane Soares de Lima
2
*Este artigo é parte integrante de Dissertação defendida no Programa de Pós-graduação em Ciências da Saúde da
Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) no ano de 2008.
UFPE
** Artigo original formatado a ser submetido à Revista Acta Paulista de Enfermagem.
_________________________________________________________________________________________________________________
1
Enfermeira, Mestranda do Programa de Pós-graduação em Ciências da Saúde da Universidade
Federal de Pernambuco (UFPE)
2
Enfermeira, Doutora em Pneumologia, Professora do Departamento de Enfermagem da
Correspondência: Claudinalle Farias Queiroz de Souza
Endereço: Rua Alfredo de Medeiros, 130/1505,Espinheiro,52021-030, Recife, PE - Brasil.
email: claudinalle@gmail.com. (081) 87145051.
62
Resumo
Objetivo: Descrever as condutas no preparo e seguimento de pacientes submetidos a
procedimentos diagnósticos e terapêuticos de Cardiologia atendidos no Serviço de
Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista do Hospital das Clínicas da Universidade
Federal de Pernambuco.
Método: Estudo descritivo de abordagem quantitativa com amostra de 120 pacientes. A
coleta de dados foi realizada na admissão, preparo e seguimento após 30 dias do
procedimento.
Resultados: Investigando as informações de preparo oferecidas pelo serviço, 11,8% não
sabiam qual o procedimento iriam realizar e apenas 13,3% relataram saber do risco envolvido
no procedimento. No momento do agendamento o antecedente alérgico foi investigado em
33,3% e 40,2% não apresentou os exames complementares subsidiários. Como principal
complicação após 30 dias destacou-se a lesão de pele causada pelo esparadrapo.
Conclusão: Ao descrever o preparo e seguimento dos pacientes num SHCI destaca-se a
necessidade do acompanhamento mais próximo e com qualidade pelos profissionais técnicos
visando minimizar os riscos associados e proporcionar excelência na assistência prestada para
os pacientes.
Descritores: Serviço hospitalar de cardiologia, Angiografia, Angioplastia coronária,
Enfermagem.
63
Summary
Objective: To describe the conduct in preparation and follow-up of patients undergoing
diagnostic and therapeutic procedures of Cardiology attended the service Hemodynamics and
interventionist cardiology at the Hospital das Clinicas, Federal University of Pernambuco.
Method: A descriptive study of quantitative approach using a sample of 120 patients. Data
collection was performed upon admission, preparation and follow-up after 30 days of the
procedure.
Results: Investigating the information in preparation offered by the service, 11.8% did not
know what the procedure would perform and only 13.3% reported knowing the risk involved
in the procedure. At the time of the previous schedule allergy was investigated in 33.3% and
40.2% did not present any further examination subsidiary. As the main complications after 30
days to have been the injury of skin caused by adhesive tape.
Conclusion: In describing the preparation and follow-up of patients in a SHCI there is a need
to monitor closely the quality and technical professionals seeking to minimize the associated
risks and providing excellence in care for patients.
Key words: Service hospital cardiology, Coronary angiography, Angioplasty, Nursing.
64
Resumen
Objetivo: describir la conducta en la preparación y el seguimiento de los pacientes sometidos
a diagnóstico y procedimientos terapéuticos de Cardiología asistieron al servicio de
hemodinámica y cardiología intervencionista en el Hospital de Clínicas, Universidad Federal
de Pernambuco.
Método: Estudio descriptivo de enfoque cuantitativo utilizando una muestra de 120 pacientes.
La recopilación de datos se realizó a la admisión, la preparación y el seguimiento después de
30 días del procedimiento.
Resultados: La investigación de la información en la preparación ofrecida por el servicio, el
11,8% no sabía lo que el procedimiento de realizar y sólo el 13,3% informó sabiendo el riesgo
que participan en el procedimiento. En el momento de la lista anterior, la alergia se ha
investigado en el 33,3% y 40,2% no presenta ningún nuevo examen filial. Como las
principales complicaciones después de 30 días de haber sido la lesión de la piel causada por
cinta adhesiva.
Conclusión: Al describir la preparación y el seguimiento de los pacientes en un SHCI hay
una necesidad de vigilar de cerca la calidad y la técnica de los profesionales que tratan de
minimizar los riesgos asociados y ofrecer la excelencia en la atención a los pacientes.
Descriptores: Servicio de cardiología del hospital. Angiografía coronaria, angioplastia,
Enfermería
65
INTRODÃO
A doença cardiovascular, de etiologia multifatorial é motivo de estudos
epidemiológicos objetivando melhorar a qualidade e expectativa de vida dos pacientes. Por
ser uma doença prevalente mundialmente e uma das principais causas de morbimortalidade
mundial requer a implementação de procedimentos diagnósticos e terapêuticos mais rápidos e
eficazes para seu controle
(1)
.
Por este motivo os Serviços de Cardiologia Hemodinâmica e Cardiologia
Intervencionista (SHCI) evoluíram. Hoje realizam grande número de procedimentos
terapêuticos de alta complexidade de modo a firmar excelência na resolução destes
problemas
(2,3,4)
.
Estes serviços devem seguir manuais de rotinas estabelecidos consensualmente para a
realização dos procedimentos hemodinâmicos, desde o agendamento até a alta.
A Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) através da entidade especializada, a
Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista (SBHCI),
recentemente publicou a sua primeira diretriz considerando que a ausência de complicações
depende fortemente do seguimento de rotinas estabelecidas adequadamente
(5)
.
As questões relacionadas ao preparo e seguimento de pacientes independe do serviço
onde será realizado o procedimento, pois estão baseadas na anamnese, exames
complementares e na racionalidade das indicações, para que as complicações sejam evitadas
ou tratadas precocemente. Sendo assim, o objetivo deste estudo foi descrever as condutas no
preparo e seguimento de pacientes submetidos a procedimentos diagnósticos e terapêuticos de
Cardiologia, atendidos no SHCI do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de
Pernambuco (SHCI/HC/UFPE).
66
MÉTODO
Trata-se de estudo descritivo transversal com abordagem quantitativa. A amostra foi
composta de 120 indivíduos de ambos os sexos, agendados para realizar procedimentos de
Cardiologia.
A pesquisa foi realizada no Serviço de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista
do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco (SHCI/HC/UFPE)
localizado na cidade de Recife, no período de maio e junho de 2007.
Após aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa CCS/UFPE (CAEE n
o
0263.0.172.000-06) foram realizadas entrevistas com anuência do paciente para a participação
do estudo e assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.
Foram utilizados como critérios de exclusão, idade menor que 18 anos, pacientes
agendados para exames extra-cardíacos, em uso de ventilação mecânica e/ou drogas
vasoativas; e aqueles sem possibilidade de contato telefônico pelo impedindo ao seguimento.
Utilizou-se para coleta de dados instrumento construído de forma estruturada baseado
nas Diretrizes Nacionais de Cardiologia. Foi aplicado pela pesquisadora e duas acadêmicas
seguindo as orientações de preenchimento do instrumento. Estes dados foram coletados na
admissão do paciente ao serviço, antes e após a realização do procedimento hemodinâmico.
Para organização deste estudo os dados foram categorizados em: orientações de
preparo, preparo realizado pelo paciente e seguimento.
As variáveis investigadas sobre as orientações de preparo consistiam em saber dos
pacientes quais as orientações foram disponibilizadas pelo serviço. Foram consideradas as
seguintes variáveis: a quem foram passadas as orientações e de que maneira, conhecimento do
paciente sobre o procedimento ao qual seria submetido, via de acesso a ser abordada,
necessidade e tipo de anestesia, riscos envolvidos, possibilidade de uso de antiplaquetários
após o procedimento, jejum, tricotomia, vir acompanhado ao serviço no dia do procedimento,
trazer os exames anteriores, suspensão e uso de medicamentos específicos, eventos adversos
anteriores relacionados ao uso de contraste iodado, curativo e tempo de repouso após o
procedimento.
Quanto ao uso de medicamentos separaram-se em dois grupos: os medicamentos tipo
A, que não necessitavam ser suspensos para a realização do procedimento e os tipo B que
eram os que deviam ser suspensos.
As variáveis sobre o preparo realizado pelo paciente investigadas foram: tempo de
jejum, tricotomia, resultado de exames anteriores e medicamentos em uso.
67
As variáveis de seguimento clínico foram investigadas tomando-se por base os
eventos adversos. Foram seqüenciados em três períodos em relação ao procedimento: durante,
no pós-imediato e pós-alta. O seguimento no pós-imediato compreendeu o período de tempo
entre o término do procedimento e a alta do serviço; para a pós-alta foi utilizado o contato
telefônico após 30 dias.
Para tratamento estatístico foram usados os softwares MSOffice Excel versão 2003
para o gerenciamento dos dados coletados; SPSS for Windows versão 12.0 - Statistical
Pachage for the Social Science para os cálculos estatísticos.
68
RESULTADOS
Orientações de preparo para o procedimento
As informações relacionadas ao preparo para o procedimento no momento do
agendamento foram transmitidas diretamente ao paciente em 22,5% dos casos; em 33,3% ao
parente/responsável; em 18,3% a um profissional responsável no serviço em que o paciente
encontrava-se internado e 25,8% receberam as orientações através da pessoa que realizou a
marcação (assistentes sociais do município de origem e/ou amigos).
Quanto à forma de orientação recebida pelos pacientes: 48,3% foram presencialmente,
no serviço; 30% por folheto explicativo e 21,7% através de ligação telefônica.
Sobre as orientações gerais do procedimento 89,2% sabiam sobre o tipo de
procedimento ao qual seriam submetidos; 65,3% relataram a via de acesso a ser abordada;
67,2% da necessidade e tipo de anestesia; 86,7% não conheciam os tipos de riscos envolvidos
no procedimento; apenas 8,5% foram informados da possibilidade de vir a fazer uso de
antiplaquetários; 87,4% das 6h em jejum; 85,8% sobre a realização da tricotomia; 88,3%
sabiam sobre vir acompanhado ao serviço para realização do procedimento; 70,4% de trazer
todos os exames complementares anteriores.
Na amostra, 72% utilizavam medicamentos tipo A, destes 62,7% foram orientados a
mantê-los. Quanto aos que faziam uso dos medicamentos tipo B, 17,3% dos 20%, tiveram a
informação que deveriam suspendê-los.
No momento do agendamento, apenas 33,3% da amostra foi consultada sobre
antecedentes adversos relacionados ao contraste iodado; 70% não receberam informações
sobre a realização do curativo. O conhecimento da duração mínima de 6hs de repouso após o
procedimento foi relatado por 79,5% dos entrevistados.
Preparo realizado pelo paciente para o procedimento
Os cuidados em relação ao preparo realizados pelos pacientes foram: jejum maior que
08 horas relatado por 64,1%, sendo justificado por questões de hábito em 45,1% destes. A
realização da tricotomia compreendeu 84,9% da amostra, 90,1% com tempo maior que 05
horas e não satisfatória em 51% dos casos.
Dos exames complementares trazidos pelos pacientes 32,5% apresentaram resultado
de hematimetria, 53,3% uréia, 57,5% creatinina, 31,6% potássio sérico, e 15,8% o tempo de
69
protombina. O ecocardiograma foi apresentado por 59,8%, o teste ergométrico por 31,1%, e a
cintilografia de perfusão miocárdica por 15,3%. Dos 24,8% que realizaram cateterismo, 74%
apresentaram o resultado do exame anteior; e 50% dos 5,4% que realizaram angioplastia.
Quanto ao uso específico de medicamentos tipo A e B, 15,9% e 2,5% não seguiram as
orientações respectivamente. O tratamento foi necessário em 11,7% dos pacientes hipertensos
para pico hipertensivo, e em 9,1% dos pacientes que relataram antecedentes alérgicos.
Seguimento Clínico
Na tabela 1 estão apresentados os eventos adversos relatados durante o procedimento
(8,5%); no pós-imediato (26,7%); e no 30º dia após o procedimento 56,9% dos 84,6%
contactados pelo telefone apresentaram algum evento adverso. Em todos os momentos, em
alguns pacientes, mais que um evento ocorreu.
Para identificação dos eventos adversos após 30 dias de procedimento houve uma
perda de 04 pacientes, sendo 02 óbitos evidenciados pela grave condição clínica e 02
suspensos; os quais não realizaram o procedimento durante a coleta de dados. Ainda 18
pacientes (15,5%) foram excluídos deste momento de coleta de dados pela impossibilidade de
contato telefônico.
Da amostra do seguimento destacam-se 69,3% com lesão de pele causada pelo
esparadrapo foi a mais freqüente. Em outras ocorrências relatadas relacionadas à via de acesso
se destacaram a dormência e/ou dor em membro (6,45%).
Tabela 1 Frequência de eventos adversos apresentado pelos
pacientes dada a realização do procedimento hemodinâmico.
Recife, 2007
Variáveis dos eventos adversos
n (%)
Evento adverso durante o procedimento (n=9)
Reação alérgica ao material de contraste
Dor precordial
Bradicardia
Náusea
Crise hipertensiva
3 (33,3)
3 (33,3)
1 (11,1)
1 (11,1)
1 (11,1)
Evento adverso no Pós imediato (n=31)
Calafrios
Hipotensão
Pico hipertensivo
Outros
3 (9,6)
4 (12,9)
15 (48,3)
9 (29,0)
Evento adverso após 30 dias (n=62)
Dor precordial
Dispnéia
Lesão de pele pelo esparadrapo
Equimose de pequena a grande extensão
Outras ocorrências relacionadas à via de acesso
5 (8,0)
3 (4,8)
43 (69,3)
23 (37,1)
11 (11,7)
70
DISCUSSÃO
Os dados deste estudo evidenciaram aspectos importantes sobre o preparo e
seguimento dos pacientes atendidos nos SHCI que favorecem uma discussão relevante pelo
fato da literatura não apresentar estas questões especificamente.
No SHCI/HC o agendamento para procedimentos era realizado a partir da
apresentação da autorização de internamento hospitalar (AIH). Este procedimento era
atribuição de funcionários de nível médio, não técnicos, que no ato do agendamento
entregavam um impresso com orientações de preparo para o procedimento.
Este formulário de preparo continha informações acerca do jejum de 6hs, tricotomia
realizada pelo paciente em sua residência, medicamentos que deveriam ser mantidos ou
suspensos em caso de uso pelo paciente. Como se tratava de um formulário padrão, os
pacientes necessitavam interpretar e adequar à sua realidade. Os pacientes que realizaram a
marcação pelo telefone não tiveram acesso a este formulário sendo algumas das orientações
informadas verbalmente.
Os achados do presente estudo mostram que as orientações relacionadas ao preparo
foram entregues, no momento do agendamento, diretamente aos pacientes em número
reduzido (27/120). Existindo assim muitos envolvidos neste processo, como, parentes,
assistentes sociais e amigos. Esta realidade indica que o impresso de orientação pode ter
sofrido extravio na entrega ao paciente ou as informações constantes podem ter gerado dúvida
ou interpretações errôneas.
Como as orientações de preparo são necessárias para que o procedimento seja
executado com o mínimo de eventos inesperados sugere-se que haja um contato prévio, para
apresentação das informações necessárias à realização do procedimento, possam ser prescritas
condutas gerais e individualizadas para diminuir os riscos envolvidos
(5)
.
Identificou-se também que as orientações não foram realizadas pelo fato do paciente,
em alguns casos, não saber relatar o procedimento a que se submeteria. A maioria não tinha
conhecimento que o procedimento envolvia riscos ou a possibilidade de vir a fazer uso de
antiplaquetários após o procedimento terapêutico. Fato este importante, pois envolve
mudanças na rotina do indivíduo pela necessidade de adesão a prescrição medicamentosa
(6,7)
.
Ainda sobre as informações durante o agendamento, alguns pacientes em uso de
medicamentos, tipo A (sem necessidade de suspensão) e tipo B (necessariamente suspensos),
responderam não saber sobre como proceder em relação a estes fármacos. A suspensão de
antihipertensivos ou não suspensão de metformina ou cumarínicos, por exemplo, pode
71
associar-se a eventos que podem ocorrer durante o internamento, ou progredir para a
suspensão do procedimento
(8)
.
A coleta de informações sobre antecedentes adversos ao uso de contraste e resultados
de exames para avaliação da função renal foi referida por apenas 40 e 15 dos pacientes
respectivamente. Esta condição precisa ser avaliada pelo serviço a fim de prevenir os casos de
nefropatia induzida pelo contraste através de preparo prévio. O desenvolvimento de
insuficiência renal aguda pode estar associado a fatores de risco como, diabetes mellitus,
insuficiência cardíaca e volume de contraste infundido superior a 200ml
(9)
.
A presença de doença renal tem como indicador de risco a investigação do valor do
clearence de creatinina baseado na aplicação de cálculo estimado com a fórmula de
Cockcroft-Gault. Como não é rotina do serviço realizar o cálculo, na amostra, um
procedimento foi suspenso, pois o paciente apresentou o valor de creatinina sérica acima de
1,8mg/dl. Ressalta-se assim a importância da consulta prévia ao exame
(10)
.
A maioria dos pacientes relatou não saber o curativo que seria realizado após o
procedimento, característica particular deste tipo de procedimento pelo risco de sangramento
local. Contrapõem-se o alto relato do conhecimento do repouso, neste caso o paciente pode ter
associado o repouso ao ambiente hospitalar desconhecido.
Para descrição do preparo realizado, o estudo investigou qual a conduta seguida pelo
paciente considerando as informações recebidas no agendamento.
Identificou-se que a população em geral realizou mais de seis horas de jejum,
excetuando-se dois casos de encaixes na programação do serviço. O principal motivo
apresentado pelos pacientes foi o hábito de não alimentar-se antes de dormir, onde a maioria
da coleta de dados foi realizada no turno da manhã. Outro motivo apontado foi o não
entendimento da orientação sobre o tempo de jejum fazendo com que o paciente tivesse receio
de que a alimentação pudesse gerar suspensão do procedimento.
O nível de escolaridade dos catalogados na amostra se apresentou baixo. Esta
realidade dificulta naturalmente a percepção e seguimento das orientações fornecidas durante
a marcação. Este é um motivo para que se procure validar protocolos de preparo,
considerando que as informações deverão ser oferecidas de acordo com a capacidade de
compreensão individual
(11,12)
.
Alguns pacientes relataram não seguimento das informações mesmo sendo recebidas
do serviço relatando medo da não realização do procedimento por diversos fatores podendo
apontar a necessidade de individualização do atendimento.
72
Foi orientado pelo serviço que a tricotomia fosse realizada pelo paciente em seu
domicílio. Os dados apontam a necessidade que esta orientação seja revista, pois a maioria
dos pacientes não teve sua tricotomia satisfatória, necessitando ser refeita na admissão. Além
disto, reporta-se a literatura, quanto à técnica preconizando que esta seja realizada próxima ao
procedimento contribuindo para diminuir o risco de infecção local
(13)
.
Os exames complementares são necessários num SHCI para direcionamento das
condutas no procedimento e até mesmo avaliação da indicação e riscos envolvidos. Nesta
amostra, a informação da importância em encaminhar ao setor estes resultados de exames
anteriores não foi padronizada, pois os pacientes sabiam na maioria que havia exigência em
apresentá-los mas uma pequena população o fez
(14)
.
Para o seguimento dos pacientes em relação aos eventos adversos avaliou-se três
momentos. Durante o procedimento 09 pacientes apresentaram eventos adversos: alergia e
angina do peito em três casos, assistolia, náusea e pico hipertensivo em um caso. Alguns
destes eventos poderiam ser evitados se houvesse melhor preparo dos pacientes.
No momento após o procedimento até a alta do serviço, uma parcela considerável
(35,2%) apresentou eventos adversos como pico hipertensivo, calafrios e hipotensão. Outros
eventos ocorridos em proporção menor foram: dispnéia, sudorese, e sangramento constante
em um dos casos, pois o paciente estava com o tempo de protombina alterado.
Quanto ao seguimento após 30 dias, realizado por contato telefônico, 62 pacientes da
amostra relataram presença de algum dos eventos adversos relatados. Estes eventos são todos
aqueles não atribuídos à evolução natural da doença
(15)
. Em alguns casos, não foi possível
conversar diretamente com o paciente, apenas com o responsável pelo mesmo, que
acompanhou o processo de recuperação.
Uma pequena porcentagem de pacientes relatou eventos adversos, como dor precordial
e dispnéia. A maioria dos pacientes relatou lesão na pele causada pelo esparadrapo (bolhas e
vermelhidão) utilizado para o curativo e outros problemas locais relacionados à via de acesso,
como equimose.
No caso de histórico de alergia ao esparadrapo, o serviço utiliza o esparadrapo tipo
hipoalergênico. Em alguns casos, o esparadrapo comum foi utilizado como reforço para o
micropore que em contato com a pele do paciente, causou irritação. Os pacientes que
utilizaram apenas o esparadrapo comum relataram que a causa do evento se deu pela alta
aderência do mesmo e pelo fato do curativo ser compressivo. Não foi encontrada literatura
para este tema de estudo para realizar um comparativo cientifico adequado.
73
Nos eventos relacionados ao curativo podem se relacionar ao aparecimento de
infecções locais que poderão ser avaliadas pelo SHCI com o retorno e acompanhamento
destes pacientes, conduta esta não comum no serviço estudado. Com a alta hospitalar o
paciente é encaminhado ao médico responsável portando o laudo do procedimento realizado,
para definição de condutas, não tendo o acompanhamento tardio por parte do SHCI.
A realização do seguimento dos pacientes, por um período de tempo, após a realização
do procedimento no Serviço faz parte do processo de avaliação da qualidade do serviço
através dos resultados. Através destes dados, o Serviço produzirá contínua melhoria da
assistência com qualidade
(16)
.
A chegada de muitos pacientes externos ao Serviço, especialmente aqueles vindos de
outros municípios sem os exames necessários para avaliação clínica no que tange a qualidade
e segurança do procedimento, constituiu-se neste estudo, como fator dificultador para que o
SHCI/HC pudesse seguir os consensos e diretrizes. Nota-se que uma melhor articulação entre
a assistência primária à saúde e os serviços de alta complexidade ainda representa um desafio
dentro do Sistema Único de Saúde (SUS).
Diante do que foi discutido parece-nos que o momento do agendamento do exame
passa a adquirir importância para tentar corrigir as falhas no Sistema de Saúde anteriormente
apontadas. Este estudo sugere que o agendamento de exames atualmente realizado por um
funcionário de nível administrativo possa ser realizado por funcionários com competência
técnica na área de saúde, para estabelecer uma relação de confiança com os usuários e seus
familiares, mediante uma ação educativa participativa e inclusiva.
Além disso, deve haver um retorno dos pacientes após uma semana do procedimento
do serviço de pequenas cirurgias para retirada de curativo e revisão do local da punção com a
finalidade de evitar possíveis complicações como infecção ou lesões provocadas pelo
esparadrapo.
Acredita-se que estas sugestões possam melhorar o preparo e seguimento dos
pacientes para os procedimentos colaborando para a adequação do SHCI/HC/UFPE às
diretrizes nacionais.
74
REFERÊNCIAS
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1997 comparadas às do biênio 1992-1993. Relatório do Registro CENIC (Central
Nacional de Intervenções Cardiovasculares). Arq Bras Cardiol 1998;70:423-30.
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15 de junho de 2004.
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intervenção coronária percutânea e métodos adjuntos diagnósticos em cardiologia
intervencionista. Arq Bras Cardiol. 2008;16(2):9-88.
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coronary artery stents. Circulation 2007;115:813-8.
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grupo de hipertensos: aspectos biossociais, conhecimentos e adesão ao tratamento.
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cardíaco diagnóstico e terapêutico. Arq Bras Cardiol. 2006;87(3):378-90.
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submetidos ao cateterismo cardíaco. Porto Alegre: PUCRS. 2006; 37(3):233-240.
75
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cineangiocoronariografia e de seus acompanhantes. Rev Latino-am-enferm
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incidência de infecção do sítio cirúrgico em gastrocirurgias. Rev Esc Enferm USP
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quality: the health-care organization from a management perspective. Int J Qual
Health Care 2007;19:341-48.
76
RECOMENDAÇÕES
1. Recomendão para o Serviço objeto de estudo
a. Validação de protocolo pprio focado nas necessidades dos pacientes
atendidos, evidenciado pelo estudo do perfil biossocial e cnico.
b. Implantação da consulta de enfermagem no pré-procedimento como
requisito para o agendamento dos procedimentos.
c. Implantação da consulta de egresso para avaliação dos procedimentos
realizados.
2. Recomendões para pesquisas futuras
a. Estudo do processo trans-procedimento do Serviço.
b. Equipe transdisciplinar envolvida em novos estudos.
c. Estudo de novas tecnologias associadas à Telemedicina para facilitar a
distribuição dos resultados e orientações à distância.
77
APÊNDICE A - Instrumento de Coleta de dados
Universidade Federal de Pernambuco - UFPE
Centro de Ciências da Saúde - CCS
Programa de pós-graduação em Ciências da Saúde
Pesquisa: Preparo e seguimento de pacientes em Cardiologia Intervencionista
Pesquisadores: Dra. Luciane Lima e Claudinalle de Souza
Instrumento de Coleta de dados
DADOS PESSOAIS
1. Ficha: ______
2. Data de coleta: ___/____/_____
3. Entrevistador ___ 1-Claudinalle 2-Patrícia 3-Flaviana
4. Assinatura do Termo de Consentimento de Livre e Esclarecido ___ 1-Sim 2-o
5. Nome Completo
6. Registro
7. Endereço
9. Bairro
10. Cidade
11. Estado
12. Telefones ( ) Tipo:____1-Residencial 2-Celular 3-Vizinho 4-Parentes 5-Comercial 6-
Outro______________
13. Sexo___M F
14. Data de nascimento___/___/___
15. Cor___1-Branca 2-Negra 3-Parda/Mulato 4-Outra
___
16. Cidade nascimento
17. UF nascimento
18. País nascimento
19. Grau de Instrução____ 01-Semi-analfabeto 02-Analfabeto 03-1ª a série incompleto 04-Concluiu a série 05-
a série incompleto 06- concluiu a série 07-Médio incompleto 08- Médio 09- Técnico 10-Graduação 11-Pós-
graduação 12-Mestrado 13-Doutorado
20. Renda Familiar 1-Até 1 SM 2-De 1 a 5 SM / 3-De 5 a 10 SM / 4-De 10 a 20 SM 5-Mais de 20 SM 6-Não sabe 7-
Não respondeu
21. Ocupação____01-Empregado 02-Funcionário Público 03-Empresário 04-Autônomo 05-Aposentado 06-
Desempregado 07-Dona de casa 08-Outro_____
22. Atividade Profissional
23. Estado Civil___ 1-Casado 2-Solteiro 3-União Estável 4-Separado Jud 5-Divorc
6-Viúvo
ESTADO DE SAÚDE
1. Medidas antropométricas Peso ______kg Altura _______m IMC ____Circunferência Abdominal ____
cm
2. Consumo de bebida alcoólica__1-Não bebe 2-Diário 3-1 a 3 x/semana 4-4 a 6 x/semana 5-Social 6-Ex-
etilistaTipoVol
3. Tabagismo___1-Não fuma 2-Regular 3-Ex- Tabagista Qtde de Cigarros/dia ____ Qto tempo foi fumante ____
anos
4. Atividade Física ____1 Sim 2 Não Qtde dias/semana ___ Duração ___min/dia
5. Estado emocional___1-Calmo 2-Ansioso 3-Apatia 4-Irritado 5-Outro
6. SSVV: PA ____x____ mmHg Pulso ___bpm Resp ___ ipm Temp ____
o
C
7. Diabetes Mellitus ____ 1 Sim 2 Não Tratamento
8. HAS ____1 Sim 2 Não Tratamento
9. Insuf Vasc Perif_____ 1-Não
2-MID 3-MIE 4-MSD 5-MSE
10. ICC ____ 1-Sim 2-Não Tratamento
11. Doença Arterial Coronária___1 Sim 2 Não Se 1, especificar
12. Doença renal ___ 1 Sim 2 Não Causa Tratamento
13. Arritmia____1-Sim 2-Não
Tipo
14. Portador de marcapasso cardíaco ____ 1 Sim 2 Não
15. Intervenção anterior____1-Não 2-CATE 3-ATC 4-ATC c/ stent Se Sim, qtde/membro Se 4,
artéria/stents
16. História alergia 1-Sim 2-Não Contraste___ Outra
_________
17. Anticoagulantes____1-Sim 2-Não Qual
18. Outras medicações
PROCEDIMENTO HEMODINÂMICO AGENDADO
78
1. Tipo do procedimento ____ 1-CATE 2-ATC convencional 3-ATC c/
stent 4-Outro ________________
2. Exame ___ 1 Eletivo 2 Urgência
3. Indicação____ 1-Assintomático Teste Isquemia + por TE 2-Assintomático Teste Isquemia + por Cintilografia com
MIBI 3-Assintomático Teste Isquemia + por ECO Stress 4- Sintomáticos AI/SCA c/supra st 5-Sintomático AI/SCA
s/supra st 6-Angina Estável/CCS Tipo ____
4. Procedência____ 01-HC 02-HUOC 03-PROCAPE 04-HAM 05-HR 06-HBL 07-IPSEP 08-HGV 09-Ambulatório
10-Outro_____
ORIENTAÇÃO DO SERVIÇO PARA O PREPARO DO PACIENTE 9-Se reposta não se aplica
1. Recebidas pelo ____ 1- Paciente 2-Parente/responsável 3-Profissional de saúde do serviço interno 4-Quem
realizou a marcação______________________
2. Forma ___ 1-No serviço 2-Pelo Telefone 3-Impressa
3. Consulta ao peso____ 1-Sim 2-Não
4. Conhecimento prévio ____ 1-Procedimento anterior 2-
Outros 3-Não
5. Trazer acompanhante ____ 1-Sim 2-Não
6. Tipo de procedimento a que será submetido ___ 1-Sim
2-Não
7. Via de acesso ___ 1-
Sim 2-Não
8. Jejum 8h ___ 1-Sim 2-Não
9. Anestesia ___ 1-Sim 2-Não Se 1: Tipo: Local___
Sedação__ Geral ___
10. Tricotomia___1-Sim 2-Não Se 1: 1h___ 2-4h___ +
de 5h __antes
11. Providenciar exame de Creatinina ___ 1-Sim 2-Não
12. Trazer exames anteriores ____ 1-Sim 2-Não
13. Se em uso de medicações tipo A foi orientado mantê-las ___ 1-Sim 2-Não
14. Se uso em uso de medicações tipo B foi orientado suspender____ 1-Sim 2-Não Se 1, Qual/tempo antes
15. Riscos do procedimento ___ 1-Sim 2-Não
16. Ligar um dia antes para confirmar ___ 1-Sim 2-Não
17. Alergia ___ 1-Sim 2-Não Se alérgico,
orientação preparo___
18. Vestuário dos profissionais ___ do paciente___ 1-Sim 2-
Não
19. Realização de curativo__local__tempo de permanência__ Como será realizado __ Cuidados após o
procedimento__ 1-Sim 2-Não
20. Possíveis antiplaquetários posteriores ao
procedimento ___1-Sim 2-Não
21. Tempo de repouso no pós ____ 1-Sim 2-Não
PREPARO REALIZADO PARA PROCEDIMENTO
1. Realizou ___ h de jejum, Se superior a 8h qual o motivo___ 1-Não entendeu orientação 2-Foi dormir cedo 3- Teve
receio de perder o exame 4-rotina 5-Outro
2. Realizou tricotomia___ 1-Sim 2-Não Se 1: 1h___ 2-4h___ + de 5h ___antes Tricotomia satisfatória ___ 1
Sim 2 Não Motivo:___ 1-Não entendeu/teve orientação 2-Realizada por Profissional do internamento 3-
Realizada por Profissional do serviço de origem
3. Trouxe exames Ht ____ Hb ____ K ____ Uréia ____ Creatinina ____ INR ___ resultados Cate ___ ATCP ___
ECO___1-Sim 2-Não
4. Manteve medicação tipo A ___ 1-Sim 2-Não Se 2, motivo ___ 1-Não entendeu/teve a orientação 2-Teve receio de
perder o exame 3-Outro
5. Suspendeu medicação tipo B ____ 1-Sim 2-Não Se 2, motivo ____ 1-Não entendeu/teve a orientação 2-Teve
receio de perder o exame 3-Outro
6. Tratamento para pico hipertensivo ____ 1-Sim 2-Não Tto
7. Tratamento para Alergia ___ 1-Sim 2-Não Se 1, por ___ 1-Suspeita de alergia 2-Alergia a Iodo 3-Alergia a
Contraste Tto ____ 1 Rotina 2-Outro
8. Se em uso de heparina ou anticoagulante oral, suspenso___ 1-Sim 2-Não ____ h/dias antes
9. Se uso de agentes antiplaquetários, suspenso___1-Sim 2-Não ____ h/dias antes, Se sim, motivo
10. Se em uso de Sildenafil,
suspenso___1-Sim 2-Não ____ h/dias
11. Se Creatinina ≥1,5, preparo
12. Se Insulino-requerentes, suspenso ___ 1-Sim 2-Não ____ h antes, instalado Infusão de glicose IV ____ 1 Sim 2
Não
13. Se paciente apresentar HGT alterado, _______mg/dl Tto
MOTIVO DE SUSPENSÃO DO PROCEDIMENTO
1. Falta de Recursos humanos ___ 1-Médico 2-Enfermeiro 3-Técnico de Enfermagem 4-Técnico de Radiologia
2. Falta de Recursos materiais __ 1-Roupa 2-CME 3-Específico _____________4-Outro _______________
3. Problemas com equipamento ___ 1-Imagem 2-Polígrafo 3-Mesa 4-Outro ________________________________
4. Contra-indicações clínicas do paciente ____ 1-Pico hipertensivo 2-Ansiedade 3-Dispnéia 4-EAP 5-Disfunção renal
Cr____ 6-Crise asmática
5. Problemas no preparo ____ 1-Não tomou medicações de rotina 2-Não suspendeu medicações 3-Tempo de jejum
insuficiente
6. Outros____ 1-exames insuficientes 2-Prolongamento do exame anterior 3- Indicação incoerente 4-Peso excessivo
5-Outro
79
PÓS-PROCEDIMENTO
1. Hemodinamicista que realizou o procedimento
2. Realizado Sedação ____ 1-Sim 2-Não
Tipo_____________________
3. Constraste ____ 1-Telebrix Coronar e 2-Henetix Substância___________ Fabricante________ Qtde _____ml
4. Acesso___ 1-MID 2-MIE 3-MSD 4-MSE
5. Compressão ___ 1-Manual 2-Mecânica Tempo ___ min
6. Complicação na retirada da bainha ____ 1-Não houve 2-Hematoma 3-Êmese 4-Sudorese 5-Hipotensão 6-
Bradicardia 7-Abordagem Cirúrgica
7. Tempo de repouso ___ h
8. Tempo de Procedimento _____ min
9. Conduta ____ 1-Tto Clínico 2-Intervenção Percutânea 3-Intervenção Cirúrgica
10. Evento adverso no Intra-op___ pós-imediato ___ após 30 dias ____ 1 Sim 2 Não
Qual:
ALTA DO SERVIÇO
1. Destino ___ 1-Residência 2-Unidade de origem no HC 3-UTI 4-Instituição Hospitalar de origem 5-Observação
Hemodinâmica
80
APÊNDICE B - Manual de preenchimento do Instrumento de coleta de dados
Universidade Federal de Pernambuco - UFPE
Centro de Ciências da Saúde - CCS
Programa de pós-graduação em Ciências da Saúde
Pesquisa: Preparo e seguimento de pacientes em Cardiologia Intervencionista
Pesquisadores: Dra. Luciane Lima e Claudinalle de Souza
Manual de preenchimento do Instrumento de coleta de dados
Os critérios de inclusão e exclusão da amostra devem ser seguidos para fidelizar a pesquisa, os quais
são; critérios de inclusão da amostra, pacientes adultos, paciente com agendamento no Serviço para realização de
procedimento de Cardiologia e pacientes com procedimentos suspensos no período de coleta. Como critérios de
exclusão da amostra, incluem-se, os pacientes agendados para realização de exames na Clínica vascular,
pacientes com idade menor que 18 anos, pacientes em uso de Ventilação mecânica e drogas vasoativas, e não
possuir meio de contato telefônico.
Ao chegar ao setor o paciente deve receber o preparo de rotina sem influência do entrevistador.
Os pacientes serão organizados para realização do exame por ordem de prioridade, estabelecida pelo
hemodinamicista responsável. A observância dessa ordenação se torna imprescindível pois a entrevista deve ser
iniciada antes de qualquer medicação pré-anestésica e/ou realização do procedimento.
Para ser incluído na amostra, o paciente deve aceitar participar da pesquisa, estar ciente sobre como irá
participar através da leitura do Termo de Consentimento de Livre e Esclarecido. Serão esclarecidas todas as suas
dúvidas e procederá às assinaturas, se houver qualquer impedimento para sua assinatura, solicitar digital do
polegar direito.
Se o paciente por qualquer motivo não tiver condições de responder as questões, poderá indicar o seu
acompanhante para este fim, desde que o mesmo seja de íntima convivência.
Descrição das variáveis investigadas
1. Dados Pessoais
Tem o objetivo de fazer a identificação do paciente com seus dados gerais.
O número das fichas estará em ordem crescente utilizando os algarismos arábicos. Assinalar a opção em
que a assinatura do Termo de Consentimento de Livre e Esclarecido foi realizada antes do início da entrevista, se
não ocorreu, retomar este ponto e solicitar ao paciente.
A data de coleta é o registro da data em que se está realizando a entrevista. Os dados pessoais poderão
ser colhidos com a utilização do prontuário do paciente e conferidos com o mesmo, devem ser preenchidos em
letra maiúscula; nome, registro, endereço rua, número e complemento ponto de referência da sua residência
lugar conhecido que facilite o reconhecimento de sua residência bairro, cidade, estado correspondente e
81
telefone para contato, usando o código da opção que caracteriza o tipo (se residencial, celular, parentes, vizinho,
comercial ou outro tipo não relacionado).
As informações a seguir terão o objetivo de colher dados mais pessoais do paciente para melhor
caracterizar seu perfil.
Identificar o Sexo, se masculino identificar com o mero um (1) e se feminino com o número dois (2).
Preencher a data de nascimento utilizando dois dígitos para dia e mês e quatro dígitos para ano, a idade será
preenchida posteriormente a partir da data de nascimento.
A raça se refere à cor de pele do indivíduo, deve ser preenchida pela percepção do paciente, ou seja, de
acordo com a raça que ele se sente incluído, utilizando a legenda: 1-Branca, caucasiano; 2-Negra, 3-Parda,
mulato ou moreno, 4-Outra, que não consiga relacionar nas anteriores.
Questionar a naturalidade e nacionalidade cidade, estado e país em que aconteceu seu nascimento.
O grau de instrução deve ser preenchido de acordo com a seguinte codificação: 01-Semi-analfabeto,
sabe apenas escrever seu nome; 02-Analfabeto, não conhece as letras; 03-Fundamental incompleto, cursou as
antigas a 4ª séries mas não concluiu; 04-Fundamental, cursou o nível primário até concluir a antiga série;
05- Fundamental incompleto, cursou as antigas a séries mas não concluiu; 06- Fundamental, cursou até
concluir a antiga 8ª série; 07-Médio incompleto; 08- Médio, concluiu o curso de médio de 3 anos, antigo 2º grau;
09-Técnico, concluiu um curso de nível técnico; 10-Graduação, 11-Pós-graduação, 12-Mestrado, e 13-
Doutorado, considerar se cursos concluídos.
Questionar a renda familiar atual baseando na quantidade de salários mínimos somados, da família que
reside no domicílio.
Para saber a ocupação em que se encontra, considere a legenda: 01-Empregado, que esteja empregado
com carteira assinada ou não; 02-Funcionário Público; 03-Empresário, possui empresa de qualquer porte; 04-
Autônomo; 05-Aposentado, se nesta condição questionar se ainda realiza alguma atividade e então considerar as
duas; 06-Desempregado; 07-Dona de casa; 08-Outro, que não foi considerado nas outras legendas e especificar.
Detalhar a atividade profissional inserida.
O Estado Civil é a situação do paciente em relação ao matrimônio ou à sociedade conjugal, situação em
que se encontra legalmente estabelecido. Considerar a seguinte legenda: 1-Casado, contraiu matrimônio; 2-
Solteiro, nunca se casou ou teve seu casamento anulado; 3-União Estável, condição de convivência considerada
como entidade familiar não registrada (como o casamento), onde é exigido o atendimento de quatro requisitos
fundamentais: que a convivência seja duradoura, seja pública, seja contínua, e que a união tenha o objetivo de
constituir família; 4-Separado Judicialmente, se não vive mais com o cônjuge, vive em separação “física”, mas
que ainda não obteve o divórcio; 5-Divorciado, já obteve homologação na justiça; 6-Viúvo, se cônjuge faleceu,
estando ainda casado.
2. Estado de saúde
A coleta de dados sobre o estado de saúde do paciente deverá ser realizada pela a consulta ao
prontuário, e quando couber, o paciente será questionado para que haja uniformidade de informações.
Medidas Antropométricas
Para coleta do peso e altura do paciente utilizar balança existente no serviço. Não havendo condições
para realizar as medidas verificar prontuário ou solicitar informação do paciente.
82
O índice de massa corpórea (IMC), peso (em kg) dividido pela a altura (em metros) ao quadrado (P/A
2
),
será realizado num momento posterior a entrevista. Classificar o IMC de acordo com seguintes critérios: 01-
Baixo peso, IMC abaixo de 18,5 Kg/m
2
; 02-Normal, IMC 18,5 a 24,9Kg/m
2
; 03-Sobrepeso, IMC de 25 a
29,9Kg/m
2
; 04-Obesidade grau I, IMC de 30 a 34,9Kg/m
2
; e 05-Obesidade grau II, IMC de 35 a 39,9Kg/m
2
, e
Obesidade grau III, IMC ≥ 40Kg/m
2
.
Para medida da circunferência abdominal, utilizar fita métrica não-elástica. Solicitar o paciente ficar de
pé e posicionar a fita na linha da cicatriz umbilical. Serão considerados valores normais no sexo feminino, menor
que 80cm, e no sexo masculino, menor que 94cm (National Institutes of Health. Clinical Guidelines on the
Identifi cation, Evaluation, and Treatment of Overweight and Obesity in Adults--The Evidence Report. National
Institutes of Health. Obes Res. 1998;6 (Supl 2):51-209).
Consumo de bebida alcoólica utilizar legenda para caracterizar a freqüência de consumo alcoólico: 1-
Não bebe, 2-Bebe diariamente, 3- Bebe de 1 a 3 vezes por semana, 4-Bebe de 4 a 6 vezes por semana,
5-Bebe socialmente, em ocasiões especiais, 6-Ex-etilista. Se a resposta for afirmativa, questionar o tipo
de bebida, cerveja, vinho e doses de uísque, cachaça, vodka, licor e outra; e o volume ingerido, se
garrafa, lata ou dose (1/3 copo americano).
Tabagismo identificar se prática do fumo. Se resposta negativa, utilizar o número um (1). Se
resposta afirmativa, utilizar o número dois (2) e questionar a quantidade de cigarros por dia. Se a prática
é anterior, utilizar o mero três (3), classificando como ex-tabagista e questionar por quantos anos
fumou.
Atividade Física se existe a prática de realização de atividade física, como, caminhada, esportes, e
outros. Questionar a freqüência nos dias de uma semana de sete dias, e em média quanto tempo dura em
minutos esta atividade.
Estado emocional avaliar através de conversa com o paciente como se encontra, considerar a
legenda:1-Calmo, 2-Ansioso, 3-Apatia, 4-Irritado, 5-Outro não citado.
SSVV Anotar os Sinais vitais do paciente aferidos à sua admissão no serviço.
Diabetes Mellitus consultar o prontuário. Será considerado valor normal a glicemia 100mg/dl pois
paciente encontra-se em jejum. O valor entre 101 a 125mg/dl classifica-se como intolerância de jejum,
se valor <126mg/dl, tolerância diminuída à glicose, e ≥126mg/dl considera-se diabetes. Se paciente
diabético, utilizar o número um (1) e especificar o tratamento, se resposta negativa o número dois (2).
Hipertensão Arterial Sistêmica consultar o prontuário. Utilizar a medida realizada no serviço, desde
que tenha sido aferida de forma adequada. A medida será considerada ótima se valor da pressão
sistólica abaixo de 120mmHg e diastólica abaixo de 80mmHg. Será considerada hipertensão se a
medida aferida for acima de 140x90mmHg. Se paciente hipertenso utilizar o número um (1) e
especificar o tratamento, se resposta negativa o número dois (2).
Insuficiência Vascular periférica consultar o prontuário. Relatar como resposta afirmativa a
identificação do membro afetado, se resposta negativa o número um (1).
ICC verificar existência de diagnóstico em prontuário para Insuficiência Cardíaca Congestiva.
Considerar o número um (1) para sim e dois (2) para não, especificar se realiza tratamento.
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Doença Arterial Coronária (DAC) Existência de diagnóstico no prontuário. Considerar o número um
(1) para sim e dois (2) para não. Considerar resposta afirmativa se o paciente tem história de cirurgia de
revascularização do miocárdio, angioplastia coronária, infarto agudo do miocárdio e angina do peito.
Doença renal - Existência de diagnóstico confirmado. Identificar causa se possível. E especificar o tipo
de tratamento, se conservador, restrição de dieta, em uso de medicamentos, métodos dialíticos.
Arritmia Existência de diagnóstico confirmado, observar se em uso de tratamento medicamentoso
anti-arrítimico, identificar se descrito em prontuário o tipo de arritmia. Havendo dificuldades para
entendimento do paciente, perguntar se o mesmo “se sentiu mal, foi atendido num serviço de saúde
ou toma medicações para o coração acelerado”.
Portador de marcapasso cardíaco Considerar número 1 para a existência de aparelho implantado e 2
para a não existência.
Intervenção anterior questionar se realizou procedimento intervencionista. Considerar número 1
para resposta negativa; 2 para Cateterismo; 3 para Angioplastia convencional; e mero 4 para
Angioplastia com implante de stent. Especificar quantidade de vezes que o paciente foi abordado
nestes tipos de procedimento e membro abordado. Também especificar o tipo de stent Farmacológico
ou Não-farmacológico, quantidade e localização nas artérias.
História de alergia consultar prontuário e questionar paciente se relato de alergia. E se na
realização de exames com utilização de contraste, apresentou qualquer reação.
Anticoagulantes consultar prontuário a fim de identificar se o paciente faz uso de anticoagulantes, e
confirmar com o mesmo.
Outras medicações relacionar medicações utilizadas para tratamento de saúde, ainda não citadas.
3. Procedimento hemodinâmico agendado
Selecionar pela legenda o procedimento a que o paciente está agendado para realizar. Utilizar o número
um (1) para Cateterismo, dois (2) se Angioplastia, e número três (3) para Angioplastia com colocação de stent, e
quatro para outro não citado.
Cateterismo é o procedimento percutâneo invasivo para diagnóstico através da visualização das artérias
coronárias. Angioplastia é o procedimento realizado com fins terapêuticos através do uso de cateter balão para
desobstrução da artéria ocluída, às vezes, sendo necessária a colocação de stent (prótese metálica) para
permanecer pérvia. Todos os procedimentos são realizados através da introdução de cateteres específicos.
Registrar o tipo do agendamento do procedimento. O número um (1) se for eletivo e dois (2) se for de
urgência.
Utilizando o critério de classificação do serviço, realizada pelo hemodinamicista responsável, anotar a
indicação de acordo com a legenda: 1-Assintomático com teste de Isquemia positivo pelo Teste Ergométrico; 2-
Assintomático com teste de Isquemia positivo pela Cintilografia com MIBI; 3-Assintomático com teste de
Isquemia positivo pelo ecocardiograma Stress; 4- Sintomático, com angina Instável e Síndrome Coronariana
Aguda c/supra st; 5-Sintomático com angina Instável e Síndrome Coronariana Aguda s/supra st; e 6-Angina
Estável com CCS, especificar o tipo, se 1, 2, 3 ou 4.
Identificar a procedência do paciente seguindo a legenda: 01-Hospital das Clínicas HC-UFPE; 02-
Hospital Universitário Oswaldo Cruz HUOC; 03-Pronto Socorro Cardiológico de Pernambuco PROCAPE;
84
04-Hospital Agamenon Magalhães HAM; 05-Hospital da Restauração HR; 06-Hospital Barão de Lucena
HBL; 07-Hospital dos Servidores do Estado de Pernambuco IPSEP; 08-Hospital Getúlio Vargas HGV; 09-
Ambulatório, pacientes que vieram de suas residências e estão sendo atendidos ambulatorialmente; 10-Outro
serviço não especificado.
4. Orientação do serviço para o preparo do paciente para o procedimento
Deseja-se neste momento conhecer quais os dados recebidos pelo paciente através do serviço, objeto de
estudo, ao realizar a marcação do procedimento, assim como, conhecer se dados essenciais foram solicitados.
Deixar claro que mesmo que o paciente saiba das instruções de preparo, deve informar se as mesmas
foram passadas pelo serviço em estudo.
Preencher as informações de acordo com a legenda e utilizar o número 9 se resposta não se aplica.
Perguntar ao paciente quem foi a pessoa que recebeu as orientações de preparo, marcar 1-se foi o
próprio paciente; 2-se foi um parente ou responsável; 3-se foi um profissional de saúde do serviço ao
qual o paciente se encontra internado; 4-se outra pessoa que realizou a marcação do procedimento e
especificar quem foi.
Forma identificar de que forma estas orientações foram passadas: 1-se a pessoa que recebeu as
orientações veio até o serviço; 2-se estas orientações foram passadas pelo telefone; 3-se estas
informações foram enviadas ao paciente de forma impressa.
Consulta peso perguntar se o paciente foi questionado quanto ao seu peso atual. Utilizar a legenda.
Conhecimento prévio com o número 1 identificar se este paciente realizou algum procedimento
anterior num serviço de Hemodinâmica e por isso tem informações de outra experiência pessoal;
utilizar o número 2 se ele foi informado por outras pessoas; e 3 se não tem este conhecimento prévio.
Trazer acompanhante saber se a necessidade de vir acompanhado foi passada e utilizar a legenda.
Tipo de procedimento a que será submetido saber se o nome do procedimento foi informado e utilizar
a legenda.
Via de acesso questionar se o local em que o procedimento será realizado foi descrito e utilizar a
legenda.
Jejum se o paciente recebeu a informação da hora exata em que ele deixaria de se alimentar, calcular
quantas horas ele foi orientado para ficar em jejum.
Anestesia questionar se ele foi informado sobre a possibilidade de anestesia, utilizar a legenda. Se
resposta afirmativa questionar se informaram o tipo, Local, Sedação ou Geral.
Tricotomia se a solicitação de tricotomia foi explicada e quantas horas antes da hora do procedimento.
Providenciar exame de Creatinina saber se foi solicitado providenciar o exame de dosagem de
creatinina, sem o qual o procedimento não será realizado em alguns pacientes, utilizar 1-Sim, 2-Não e 9
se não se aplica quando o paciente estiver internado.
Trazer exames anteriores saber se foi solicitado trazer todos os exames anteriores, como Cateterismos,
exames de sangue, etc. Utilizar 1-Sim, 2-Não e 9 se não se aplica quando o paciente estiver internado.
Medicações tipo A se o paciente faz uso de algumas dessas medicações para tratamento de níveis
pressóricos: captopril, hidroclorotiazida, propanolol, diltiazem, adalat, aradois, furosemida, moduretic,
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digoxina, ancoron e dilacoron; saber se foi orientado continuar tomando. Utilizar 1-Sim, 2-Não e 9-Não
se aplica, se o paciente não fizer uso destas medicações ou quando estiver internado.
Medicações tipo B se o paciente fizer uso de alguma medicação que seja necessário à suspensão antes
do procedimento, saber se foi questionado e se foi informado o tempo que deveria suspender antes do
procedimento, seguindo estas orientações: 3 dias antes suspender, warfarin, marevan, marcoumar,
coumadin; 2 dias antes, metformin, glucoformin, glifage; seis horas antes, heparina, clexane, daonil,
fraxiparina, clivarine e diabinese. Utilizar 1-Sim, 2-Não e 9-Não se aplica, se o paciente não fizer uso
destas medicações.
Ligar um dia antes para confirmar o procedimento - utilizar a legenda e 9 se não se aplica quando o
paciente estiver internado.
Riscos do procedimento saber se o foi informado ao paciente que este tipo de procedimento pode
advir alguns riscos, como alergia, infarto agudo do miocárdio, parada cardiorespiratória, insuficiência
renal, tamponamento cardíaco, acidente vascular cerebral e óbito. Utilizar a legenda.
Alergia saber se foi perguntado ao paciente história de alergia. Utilizar a legenda. Se paciente
alérgico, questionar também se foi orientado o preparo antes do exame.
Vestuário dos profissionais do serviço e do paciente saber se o paciente foi informado pelo serviço
que o vestuário seria específico do setor. Utilizar a legenda.
Realização de curativo após a abordagem da via de acesso para o procedimento será realizado um
curativo compressivo nesta região. Questionar se esta informação foi dada, assim como o tempo de
permanência, a forma a qual será realizado e os cuidados após o procedimento.
Possíveis antiplaquetários posteriores ao procedimento se o paciente for ser submetido a um
procedimento terapêutico, será necessário utilizar medicações por toda a sua vida para evitar oclusão da
artéria. Saber se esta informação foi passada ao paciente. Utilizar a legenda.
Tempo de repouso do pós questionar se o paciente foi informado que após a realização do exame ele
iria ficar de repouso absoluto no leito por no mínimo 6h se a abordagem for no membro inferior e 2h se
for no membro superior. Utilizar a legenda.
5. Preparo realizado para o procedimento
Pretendem-se colher os dados que ocorreram realmente após as orientações recebidas. Através do
questionamento do paciente e a observação dos procedimentos realizados no serviço, responder aos tópicos.
Jejum questionar o tempo de jejum realizado pelo paciente em horas. Se realizado jejum maior que
8h, relacionar o motivo através da legenda: 1-Não entendeu a orientação; 2-Foi dormir antes do horário
determinado para o jejum; 3- Teve receio de perder o exame; 4-Rotina, o paciente tem a rotina de se
alimentar até àquele horário; 5-Outro que não relacionado.
Questionar se realizou tricotomia e quanto tempo antes (em horas). Relacionar o motivo da realização;
1-Não entendeu ou teve orientação; 2-Realizada por Profissional do internarmento; 3- Realizada por
Profissional do serviço de origem. Verificar se a tricotomia foi satisfatória, usar 1 para Sim e 2 para
Não.
Trouxe exames assinalar o exame que foi trazido pelo paciente: no caso de hematócrito Ht;
Hemoglobina- Hb; Potássio K; Uréia; Creatinina; INR, colocar o resultado, se não tiver resultados,
86
deixar o espaço em branco; no caso de trazer os exames de cateterismo; angioplastia ATCP;
Ecocardiograma ECO; utilizando 1 para Sim e 2 para Não. Se trouxer outro tipo, especificar.
Se o paciente faz uso das medicações tipo A, já citadas anteriormente, questionar o se as manteve, se
resposta negativa, questionar o motivo da suspensão utilizando a legenda: 1-Não entendeu ou teve
orientação 2-Teve receio de perder o exame 3-Outro, especificar.
Se o paciente faz o uso das medicações tipo B, citadas anteriormente, questionar se suspendeu no
tempo correto, se resposta negativa, interrogar o motivo utilizando a legenda: 1-Não entendeu ou teve a
orientação 2-Teve receio de perder o exame 3-Outro, especificar.
Tratamento para pico hipertensivo se o paciente foi tratado para pico hipertensivo no preparo para
procedimento, usar 1-Sim e 2-Não e especificar o tratamento realizado.
Tratamento para Alergia se o paciente necessitar de preparo, usar 1-Sim e 2-Não e relacionar o
motivo: 1-Suspeita de alergia; 2-Alergia a Iodo; 3-Alergia a Contraste e outros, especificar. relacionar
se a prescrição foi a de rotina ou se utilizou outro tipo.
Se o paciente estiver em uso de heparina ou anticoagulante oral (Marevan, Clexane ou Enoxaparina,
Warfarin ou Coumadin) questionar quantas horas ou dias (grifar) antes foi suspenso.
Se em uso de agentes antiplaquetários (AAS, ticlopidina, clopidrogel, plaketar, etc) questionam-se
quantas horas ou dias (grifar) antes foi suspenso. Se resposta afirmativa especificar o motivo.
Se paciente estiver em uso de Sildenafil, questionar se foi suspenso, e há quanto tempo.
Se a dosagem de creatinina estiver ≥1,5, descrever o preparo realizado.
Se Insulino-requerentes, questionar a quanto tempo foi suspenso, se foi instalado infusão de glicose IV,
e qual o resultado do HGT realizado, se o mesmo não houver sido realizado ainda, realizá-lo.
Se HGT alterado se o paciente apresentar o HGT alterado, anotar o valor e o tratamento.
6.Motivo de suspensão do procedimento
Este quadro será preenchido se o procedimento tiver sido suspenso no dia da entrevista ou em momento
anterior.
Se o paciente se encontrar no serviço colher as informações do mesmo, antes que o mesmo seja
transferido. Se o paciente não tiver chegado ao serviço, colher as informações do pessoal do setor e através de
contato telefônico entrar em contato com o paciente.
Nesse caso deve-se indicar, de acordo com as legendas, o motivo pelo qual o exame não pode ser
realizado. Utilizar as legendas de acordo com o motivo apresentado podendo as mesmas serem preenchidas de
forma cumulativa.
Falta de Recursos humanos - 1-Médico; 2-Enfermeiro; 3-Técnico de Enfermagem; 4-Técnico de
Radiologia.
Falta de Recursos materiais - 1-Roupa, no caso de não ter roupa suficiente para os profissionais e/ou
pacientes; 2-se os recursos da Central de Material Esterilizado CME não chegaram a tempo; 3-
Específico, especificar qual o material específico ao procedimento encontrava-se em falta; 4-Outro,
especificar qual o material não relacionado.
Problemas com equipamento - 1-Imagem; 2-Polígrafo; 3-Mesa; 4-Outro.
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Contra-indicações clínicas do paciente se o paciente apresentou intercorrência, um estado de saúde
que não pôde ser revertido com tratamento específico na Hemodinâmica, ou uma realidade clínica que
impossibilite o procedimento. Especificar: 1-Pico hipertensivo; 2-Ansiedade; 3-Dispnéia; 4-Edema
agudo do pulmão-EAP; 5-Disfunção renal com valores de creatinina elevados, especificar o valor; e 6-
Crise asmática.
Problemas no preparo utilizar este espaço se o motivo que impossibilitou o exame está na fase de
preparo: 1-Não tomou medicações de rotina; 2-Não suspendeu medicações; 3-Tempo de jejum
insuficiente.
Outros problemas identificados se ainda não comtemplados; como, 1-exames insuficientes; 2-
Prolongamento do exame anterior; 3- Indicação incoerente, quando o médico responsável perceber que
a indicação pela qual o paciente se encontra agendado para o exame contradiz os critérios estabelecidos
pelo serviço; 4-Peso excessivo, o qual a mesa não suporta; 5-Outro, especificar.
7. Pós-procedimento
Ao término do procedimento, o paciente será novamente avaliado e acompanhado pelo entrevistador
para coleta dos seguintes dados.
Hemodinamicista que realizou o procedimento colocar o nome do médico que realizou o
procedimento e depois será identificado de acordo com a legenda: 1-Edgar Victor; 2- Edgar Filho; 3-
Jorge Wanderley; 4-Edmar Freire; 5-Nelson Araújo; 6-Nelson Eugênio.
Realizado Sedação leve utilizar a legenda, 1-Sim 2-Não e especificar o tipo.
Contraste especificar o nome, substância, marca e quantidade administrada. Identificar 1-Telebrix
Coronar e 2-Henetix.
Acesso de acordo com a legenda identificar o membro utilizado para como via de acesso à realização
do procedimento: 1-MID; 2-MIE; 3-MSD; 4-MSE.
Compressão identificar se 1-Manual; ou 2-Mecânica. Descriminar o tempo total de compressão e por
quem foi realizada: 1-Enfermeira; 2-Técnico/Auxiliar de enfermagem; 3-Residente de medicina ou
enfermagem; 4-Médico.
Complicação na retirada da bainha usar a legenda: 1-Não houve; 2-houve formação de hematoma; 3-
paciente apresentou episódio de êmese; 4- paciente apresentou sudorese; 5- paciente apresentou
hipotensão; 6- paciente apresentou bradicardia; 7-foi necessário abordagem cirúrgica.
Tempo de repouso descrever quanto tempo (em horas) o paciente ficou em repouso absoluto no leito.
Tempo de Procedimento descrever o tempo total do procedimento (em minutos).
Conduta descrever qual o tipo de conduta realizada após a realização do procedimento a qual estava
proposto: 1-Tratamento Clínico, o paciente apresentou um exame diagnóstico normal ou tem problema
que vai ter tratado clinicamente sem a necessidade de outro tipo de intervenção; 2-Intervenção
Percutânea, o paciente foi ou será submetido a outro procedimento com fins terapêuticos; 3-Intervenção
Cirúrgica, o problema apresentado pelo paciente necessita de uma abordagem mais complexa.
Evento adverso relatar se ocorreu algum evento adverso no momento da ocorrência do procedimento
ou no pós-imediato e descrever qual foi este evento. Após 30 dias, através de ligação telefônica será
realizado o mesmo questionamento.
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8. Alta do serviço
Descrever o destino do paciente, utilizar a legenda:1-Residência 2-Unidade de origem no HC; 3-
Unidade de Terapia Intensiva - UTI; 4-Instituição Hospitalar de origem; 5-Observação na Hemodinâmica.
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APÊNDICE C - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
A pesquisa de Título: Preparo e seguimento de pacientes submetidos a procedimentos diagnósticos
e terapêuticos em Cardiologia Intervencionista está convidando o (a) senhor (a) a participar desta pesquisa.
A pesquisa tem como objetivo maior descrever o setor de Hemodinâmica, na área de Cardiologia, a
maneira de atendimento ao paciente antes do procedimento e o acompanhamento após ele realizar o
procedimento, diagnóstico e/ou terapêutico aqui no Hospital das Clínicas de Pernambuco.
O (A) senhor (a) irá responder a um questionário que foi elaborado com perguntas simples e claras para
termos informações pessoais e questões sobre a realização dos procedimentos de Cardiologia neste setor do
Hospital. Os riscos que poderão advir com a pesquisa são mínimos pois o (a) senhor (a) será entrevistado sobre
assuntos de sua vida particular e o entrevistador é uma pessoa desconhecida podendo lhe causar
constrangimento. Como benefícios o (a) senhor (a) terá orientação e seguimento antes e após o procedimento.
Os seus dados pessoais serão mantidos em sigilo e em nenhum momento deste estudo serão divulgados.
A participação ou não no estudo não influenciará no atendimento médico ou de qualquer profissional, para suas
internações necessárias.
Este estudo poderá lhe beneficiar e a outros, pois pesquisas como estas ajudam a melhorar a qualidade
de atendimento dos usuários do serviço através do conhecimento e avaliação da realidade.
O (A) senhor (a) poderá a qualquer momento ter acesso às informações para esclarecer quaisquer
dúvidas, liberdade para se retirar da pesquisa com a devolução do termo de consentimento, e acesso aos serviços
prestadores de assistência a saúde por eventuais danos a saúde decorrentes da pesquisa. Caso haja necessidade de
maiores informações sobre o estudo, o (a) senhor (a) poderá entrar em contato com Claudinalle Farias nos
telefones (081) 3242 2025 e 8714 5051. Endereço: Rua Alfredo de Medeiros, 130/1505 Espinheiro - Recife-
PE. Obrigada.
Consentimento do (a) entrevistado (a): Declaro que, após entender todos os pontos da pesquisa, explicados
pela entrevistadora, aceito participar do projeto aqui relacionado.
Recife, ____, de ___________ de _______ __________________________________________
Sujeito ou responsável legal
___________________________ _________________________ ______________________
Testemunha 1 Testemunha 2 Pesquisadora
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ANEXO A REGRAS DE PUBLICAÇÃO DA REVISTA DA ESCOLA DE ENFERMAGEM DA USP
Instruções aos Autores
A Revista da Escola de Enfermagem da USP é um periódico trimestral, revisado por pares,
com o objetivo de publicar artigos empíricos inéditos que representem um avanço
significativo para o exercício profissional ou para os fundamentos da Enfermagem.
Os manuscritos, que poderão estar em português, inglês e espanhol, devem ser inéditos e
destinar-se exclusivamente à Revista da Escola de Enfermagem da USP, não sendo
permitida sua apresentação simultânea a outro periódico, tanto no que se refere ao texto,
como figuras ou tabelas, quer na íntegra ou parcialmente, excetuando-se resumos ou
relatórios preliminares publicados em Anais de Reuniões Científicas.
Nas pesquisas envolvendo seres humanos, os autores deverão enviar uma cópia de
aprovação emitida pelo Comitê de Ética, reconhecido pela Comissão Nacional de Ética
em Pesquisa (CONEP), segundo as normas da Resolução do Conselho Nacional de Saúde -
CNS 196/96 ou órgão equivalente no país de origem da pesquisa. O n.º do processo/projeto
deverá constar no método do trabalho.
A REEUSP apóia as políticas para registro de ensaios clínicos da Organização Mundial da
Saúde (OMS) e do International Committee of Medical Journal Editors (ICMJE),
reconhecendo a importância dessas iniciativas para o registro e divulgação internacional de
informação sobre estudos clínicos, em acesso aberto. Sendo assim, somente serão aceitos
para publicação, a partir de 2007, os artigos de pesquisas clínicas que tenham recebido um
número de identificação em um dos Registros de Ensaios Clínicos validados pelos critérios
estabelecidos pela OMS e ICMJE, cujos endereços estão disponíveis no site do ICMJE. O
número de identificação deverá ser registrado ao final do resumo.
O(s) autor(es) dos textos são por eles inteiramente responsáveis, devendo assinar e
encaminhar a Declaração de Responsabilidade e de Cessão de Direitos Autorais,
conforme modelo anexo.
Categorias de manuscritos aceitos pela Revista
Artigo original: trabalho de pesquisa com resultados inéditos e que agreguem
valores à área de Enfermagem. Limitado a 15 páginas, nas quais devem estar
inclusos página de identificação dos autores e resumos. Sua estrutura deve conter:
- Introdução: apresentação e delimitação do assunto tratado, os objetivos da
pesquisa e outros elementos necessários para situar o tema do trabalho.
- Objetivos: especifica de maneira clara e sucinta a finalidade da pesquisa, com
detalhamento dos aspectos que serão ou não abordados. Os objetivos podem ser
91
definidos como gerais ou específicos a critério do autor.
- Revisão da Literatura: levantamento selecionado da literatura sobre o assunto
que serviu de base à investigação do trabalho proposto. Proporciona os antecedentes
para a compreensão do conhecimento atual sobre um assunto e esclarece a
importância do novo estudo. Em algumas áreas, existe a tendência de limitar a
revisão apenas aos trabalhos mais importantes, que tenham relação direta com a
pesquisa desenvolvida, priorizando as publicações mais recentes. Quando não
houver necessidade de um capítulo para a Revisão da Literatura em função da
extensão histórica do assunto, ela poderá ser incluída na Introdução.
- Método: descrição completa dos procedimentos metodológicos que permitam
viabilizar o alcance dos objetivos. Devem ser apresentados: tipo de pesquisa, dados
sobre o local onde foi realizada a pesquisa, população estudada, tipo de amostra,
variáveis selecionadas, material, equipamentos, técnicas e métodos adotados para a
coleta de dados, incluindo os de natureza estatística. Em se tratando de pesquisa
com seres humanos informar o n.º do processo do Comitê de Ética em Pesquisa e a
instituição.
- Resultados: devem ser apresentados de forma clara e objetiva, sem interpretações
ou comentários pessoais, podendo para maior facilidade de compreensão, estarem
acompanhados por gráficos, tabelas, figuras, fotografias etc.
- Discussão: deve restringir-se aos dados obtidos e aos resultados alcançados,
enfatizando os novos e importantes aspectos observados e discutindo as
concordâncias e divergências com outras pesquisas já publicadas.
- Conclusões: corresponde aos objetivos ou hipóteses de maneira lógica, clara e
concisa, fundamentada nos resultados e discussão, coerente com o título, proposição
e método.
Estudo teórico: análise de construtos teóricos, levando ao questionamento de
modelos existentes e à elaboração de hipóteses para futuras pesquisas. Limitado a
15 páginas.
Relato de experiência profissional: estudo de caso, contendo análise de implicações
conceituais, ou descrição de procedimentos com estratégias de intervenção,
evidência metodológica apropriada de avaliação de eficácia, de interesse para a
atuação de enfermeiros em diferentes áreas. Limitado a 10 páginas.
Artigo de revisão: estudo abrangente e crítico da literatura sobre um assunto de
interesse para o desenvolvimento da Enfermagem, devendo apresentar análise e
conclusão. Limitado a 10 páginas. (Categoria suspensa por tempo indeterminado)
À beira do leito: questões com respostas objetivas sobre condutas práticas. Limitada
a 10 páginas.
Carta ao editor: destinada a comentários de leitores sobre os trabalhos publicados
na revista, expressando concordância ou não sobre o assunto abordado. Limitada a
meia página.
Processo de julgamento dos manuscritos
Cada artigo submetido à Revista é inicialmente analisado quanto ao cumprimento das
92
normas estabelecidas nas Instruções aos Autores, sendo sumariamente devolvido em caso
de não atendimento. Se aprovado, é encaminhado para avaliação de dois relatores, que o
analisam com base no Instrumento de Análise e Parecer elaborado especificamente para tal
finalidade, bem como, opinam sobre o rigor metodológico da abordagem utilizada.
Havendo discordância nos pareceres, o manuscrito é encaminhado a um terceiro relator. O
anonimato é garantido durante todo o processo de julgamento. Os pareceres dos relatores
são analisados pelo Conselho editorial que, se necessário, indica as alterações a serem
efetuadas. Os trabalhos seguem para publicação somente após a aprovação final dos
pareceristas e do Conselho Editorial.
Relações que podem estabelecer conflito de interesse, ou mesmo nos casos em que não
ocorra, devem ser esclarecidas.
Preparo dos manuscritos
Os textos devem ser digitados usando-se o processador MsWord com a seguinte
configuração de página: papel tamanho A4, entrelinha 1,5, fonte Times New Roman,
tamanho 12, margens inferior e laterais de 2cm e superior de 3cm.
Página de identificação: deve conter o título do artigo (máximo de 16 palavras) em
português, inglês e espanhol, sem abreviaturas e siglas; nome(s) do(s) autor(es), indicando
no rodapé da página a função que exerce(m), a instituição a qual pertence(m), títulos e
formação profissional, endereço para troca de correspondência, incluindo e-mail e telefone.
Se for baseado em tese ou dissertação, indicar o título, ano e instituição onde foi
apresentada.
Citações deve ser utilizado o sistema numérico na identificação dos autores
mencionados, de acordo com a ordem em que forem citados no texto. Os números
que identificam os autores devem ser indicados sobrescritos e entre parênteses. Se
forem seqüenciais, deverão ser indicados o primeiro e o último, separados por hífen,
ex.:
(1-4)
;
quando intercalados, os números deverão ser separados por vírgula, ex.:
(1-
2,4).
Observação: De acordo com a norma Vancouver não é permitido citação com
nome de autor no texto.
Notas de rodapé deverão ser indicados por asterisco, iniciadas a cada página e
restritas ao mínimo indispensável.
Depoimentos frases ou parágrafos ditos pelos sujeitos da pesquisa devem
seguir a
mesma regra de citações, quanto a aspas e recuo, porém em itálico, e com sua
identificação codificada a critério do autor, entre parênteses.
Tabelas a elaboração das tabelas deve seguir as "Normas de Apresentação
Tabular" estabelecidas pelo Conselho Nacional de Estatística e publicadas pelo
IBGE (1993), limitadas ao máximo de cinco. Quando a tabela for extraída de outro
trabalho, a fonte original deve ser mencionada abaixo da Tabela.
Observação: As ilustrações (tabela, quadro, figura, foto, gráfico, etc.) não podem
ultrapassar o total de cinco.
Apêndices e anexos devem ser evitados, conforme indicação da norma NBR
6022, porém se houver, deverão ser incluídos na paginação permitida para cada
categoria .
Fotos serão publicadas exclusivamente em P&B, sem identificação dos sujeitos, a
menos que acompanhadas de permissão por escrito de divulgação para fins
93
científicos.
Agradecimentos contribuições de pessoas que prestaram colaboração intelectual
ao trabalho como assessoria científica, revisão crítica da pesquisa, coleta de dados
entre outras, mas que não preencham os requisitos para participar de autoria, devem
constar dos "Agradecimentos", no final do trabalho, desde que haja permissão
expressa dos nomeados. Também poderão ser mencionadas as instituições que
deram apoio, assistência técnica e outros auxílios.
Errata: após a publicação do artigo, se os autores identificarem a necessidade de
uma errata, deverão enviá-la à Secretaria da Revista imediatamente e de preferência
por e-mail.
Resumo: deve ser apresentado em português (resumo), inglês (abstract) e espanhol
(resumen), com até 150 palavras (máximo de 900 caracteres), descrevendo o objetivo da
pesquisa, método, resultados e conclusões.
O resumo deve ser digitado usando-se o processador MsWord com a seguinte configuração
de página: entrelinha simples, fonte Times New Roman e tamanho 12.
Descritores: devem ser indicados de três a cinco descritores que permitam identificar o
assunto do trabalho, acompanhando o idioma dos resumos: português (Descritores), inglês
(Key words) e espanhol (Descriptores), extraídos do vocabulário DeCS (Descritores em
Ciências da Saúde), elaborado pela BIREME e/ou (MeSH) Medical Subject Headings,
elaborado pela NLM (National Library of Medicine).
Referências: Limitadas a 18, exceto nos artigos de revisão. Devem ser normalizadas de
acordo com Estilo "Vancouver”, norma elaborada pelo International Committee of Medical
Jounals Editors (http://www.icmje.org), e o título do periódico deve ser abreviado de
acordo com a List of Journals Indexed (http://www.nlm.gov/tsd/serials/lji.html). A lista
apresentada no final do trabalho deve ser numerada de forma consecutiva e os autores
mencionados de acordo com a seqüência em que foram citados no texto, sem necessidade
do número entre parênteses. Ex: 1. Gomes A.
Obs: A veracidade das referências é de responsabilidade dos autores. Referências não
contempladas nos exemplos descritos não serão aceitas.
O manuscrito deverá ser encaminhado por via eletrônica.
Site: http://www.ee.usp.br/artigo
94
ANEXO B REGRAS PARA PUBLICAÇÃO DA REVISTA ACTA PAULISTA DE ENFERMAGEM
Acta Paulista de Enfermagem - (Acta Paul Enferm.),ISSN 0103-2100, publicação técnico-
científica do Departamento de Enfermagem da Universidade Federalde São Paulo
(UNIFESP), São Paulo é publicada trimestralmente com o objetivo de divulgar a produção
científica sobre temas relevantes de Enfermagem e áreas afins.
A Acta Paulista de Enfermagem aceita para publicação trabalhos elaborados por enfermeiros,
outrosprofissionais de áreas afins e alunos de enfermagem, redigidos em português, espanhol
ou inglês, ficando os textos dos mesmos, sob inteira responsabilidade dos autores, não
refletindo obrigatoriamente a opinião do Editores da revista.
Os manuscritos devem destinar-se exclusivamente a Acta Paulista de Enfermagem e
organizados segundo as indicações descritas abaixo. A revista tem as seguintes seções:
Artigos Originais: trabalhos de pesquisa com resultados inéditos e que agreguem valores à
Ciência Enfermagem, com no máximo 14 laudas. Sua estrutura é a convencional, isto é,
contendo introdução, métodos, resultados, discussão e conclusão/considerações finais emitens
separados, sendo que será aceito subtítulos acrescidos a esta estrutura.
Artigos de Revisão: destinados a englobar os conhecimentos disponíveis sobre determinado
tema, baseados em uma bibliografia pertinente, crítica e sistemática, acrescido de análise e
conclusão, com no máximo 12 laudas.
Relato de experiência: destinados a descrever analiticamente a atuação da enfermagem nas
diferentes áreas, limitada a 8 laudas.
Atualização: destinados a abordar informações atuais sobre temas de interesse da área, e
potencialmente investigativos, com no máximo 5 laudas.
Resenhas: revisão crítica da literatura científica publicada em livros, orientando o leitor, em
uma lauda, quanto as suas características e usos potenciais. Deve conter a referência completa
do trabalho comentado.
Cartas ao editor - destinadas a comentários de leitores sobre trabalhos publicados na Revista,
podendo expressar concordância ou discordância com o assunto abordado, em uma lauda.
Seleção de artigos
Na seleção de artigos para publicação, avalia-se o mérito científico do trabalho, sua
adequação às normas editoriais e à política editorial adotada pela revista. Nos trabalhos de
investigação envolvendo seres humanos deve ser explicitada a aprovação do Comitê de Ética
em Pesquisa da instituição onde foi realizada a pesquisa e a assinatura do Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido pelos participantes. Os artigos de ensaios/pesquisas
clínicas serão avaliados, somente se tiverem recebido um número de identificação em um dos
Registros de Ensaios Clínicos validados pelos critérios estabelecidos pela Organização
Mundial de Saúde e International Committee of Medical Journal Editors (ICMJE), cujos
endereços estão disponíveis no site do ICMJE. O número
de identificação deverá ser registrado ao final do resumo.
Carta de apresentação
Os trabalhos deverão vir acompanhados de: a) carta do (s) autor (es), autorizando sua
publicação e transferindo os direitos autorais à revista assinada por todos autores. Todos os
autores devem assinar a carta enviada ao Editor Científico; b) contribuição dos autores e
patrocinadores; c) declaração de insenção de conflitos de interesses; f) Termo de
Consentimento Livre e Informado quando se tratar de pesquisas com seres humanos. Os
modelos destas cartas encontram-se disponíveis no endereço: www.scielo.br/ape
Revisão dos pareceristas
95
Todos os trabalhos, após aprovação pelo corpo editorial, serão encaminhados para análise e
avaliação de dois pareceristas, sendo o anonimato garantido em todo o processo de
julgamento. Os comentários serão devolvidos aos autores para as modificações no texto ou
justificativas de sua manutenção. Somente após aprovação final dos editores e consultores, os
trabalhos serão
encaminhados para publicação. O Corpo Editorial dispõe de plena autoridade para
decidir sobre a conveniência de aceitação do trabalho.
Ineditismo do material
O conteúdo do material enviado para publicação na Acta Paulista de Enfermagem não pode
ter sido publicado anteriormente ou ser encaminhado, simultaneamente, a outro periódico.
Para serem publicados em outros locais, ainda que parcialmente, necessitam de aprovação por
escrito por parte dos Editores. Os conceitos e declarações contidos nos trabalhos são de total
responsabilidade dos autores.
Da apresentação dos originais
Os originais devem ser redigidos na ortografia oficial e digitados em folhas de papel tamanho
A4, com espaço 1,5, fonte Arial 12 e com as 4 margens de 2,5 cm. Encaminhar, também uma
cópia do trabalho em disquete conforme a configuração acima, utilizando-se programa
processador de texto (Word for Windows). No preparo do original, deverá ser observada, a
seguinte estrutura:
Cabeçalho: Título do artigo e subtítulo se houver com no máximo 12 palavras, em
português, inglês e espanhol.
Nome do (s) autor (es) - Nome(s) e sobrenome(s) do(s) autor(es) pelo qual é conhecido na
literatura. Nomes completos dos autores com indicação em nota de rodapé do título
universitário máximo e a instituição a que pertencem. Destacar nome do autor responsável
pela troca de correspondência, e-mail, fone e fax. O endereço eletrônico e para
correspondência via Correio serão
publicados.
Referência do artigo- o título do artigo deverá ser colocado antes do resumo, abstract e
resumen,
respectivamente.
Resumo: com no máximo 150 palavras. Incluir os resumos em português, inglês e espanhol, e
devem preceder o texto. Para os artigos originais o resumo deve ser estruturado (Introdução,
Objetivos, Métodos, Resultados e Conclusão); para as demais categorias de artigos não é
necessária estruturação.
Descritores: Devem acompanhar o resumo, abstract e resumen e correspondem às palavras e
expressões que identificam o conteúdo do artigo. Apresentar no máximo 5 descritores em
português, inglês e espanhol. Usar para definição dos descritores: Descritores em Ciências da
Saúde - DECS. (lista de descritores utilizada na Base de Dados LILACS da Bireme)
disponível no endereço http://decs.bvs.br/ e o Nursing Thesaurus do Internacional Nursing
Index poderá ser consultado como lista suplementar, quando for necessário.
Texto: Deverá obedecer a estrutura exigida para cada categoria de trabalho, no caso de artigos
originais (pesquisa) os resultados devem estar separados da discussão. O ítem
conclusão/considerações finais não deve conter citações. As citações no texto devem ser
numeradas de forma consecutiva de acordo com a ordem em que forem mencionadas pela
primeira vez no texto. Identificar as citações por números arábicos, entre parênteses e
sobrescrito, sem menção do nome dos autores. Se forem seqüenciais, devem ser separadas por
hífen; se forem aleatórias, devem ser separadas por vírgula.
No texto deve estar indicado o local de inserção das figuras, gráficos, tabelas, da mesma
forma que estes estiverem numerados, seqüencialmente. Todas as figuras (gráficos,
fotografias e ilustrações) e tabelas deverão ser em preto e branco.
96
Agradecimentos: Inclui colaborações de pessoas que merecem reconhecimento, mas que não
justificam sua inclusão como autor; agradecimentos por apoio financeiro, auxílio técnico, etc.
Referências: As referências dos documentos impressos e eletrônicos seguem o Estilo
Vancouver, elaborado pelo Comitê Internacional de Editores de Revistas Médicas, atualizadas
em 2007. disponível no endereço eletrônico www.nlm.nih.gov/citingmedicine/. O
alinhamento das referências deve ser feito pela margem esquerda. Os tulos de periódicos
devem ser abreviados de acordo com List of Journals Indexed in Index Medicus e
International Nursing Index.
97
ANEXO C CARTA DE APROVÃO DO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA
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