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adendo, no desejo de contribuir para a reavaliação de sua importância, recolocar em
circulação as peças do período, o que se faz aqui pela sua reprodução por meio eletrônico.
Outro dado que foi relevante para eleger as peças teatrais como instrumento para a
análise da nacionalidade que aqui se pretendia construir é o fato de o teatro ser um gênero
para a encenação, para o palco, o que inclui, nos diálogos e nas performances das
personagens, peculiaridades inerentes ao modo de vida e concepções de mundo dos
diversos segmentos sociais que representam a sociedade brasileira da época do Império e
do início da República, muitos deles, inclusive, talvez não apanhados pela prosa e pela
poesia, dentre outros.
Um outro aspecto que também chamou a atenção, depois da leitura de cerca de
setenta e quatro peças teatrais,
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foi perceber que em várias peças ocorre a presença
dramaturgos brasileiros. PRADO, Décio de Almeida. História concisa do teatro brasileiro: 1570 a 1908. São
Paulo: EDUSP, 2003, p. 68.
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Lista dos autores e suas respectivas obras, que foram lidas durante a pesquisa:
Martins Pena (1815-1848): O noviço (1844), O Judas em Sábado de Aleluia (1844), O Juiz de Paz da roça
(1845), As casadas solteiras (1845), Os dous ou o inglês maquinista (1845), Quem casa, quer casa (1845).
Joaquim Manoel de Macedo (1820-1882): O cego (1825), O primo da Califórnia (1855), Luxo e vaidade
(1860), Amor e pátria (1863), A torre em concurso (1863).
Gonçalves Dias (1823-1864): Patkull (1843), Beatriz Cenci (1844-1845), Leonor de Mendonça (1846),
Boabdil (1850).
José de Alencar (1829-1877): O demônio familiar (1857).
Álvares de Azevedo (1831-1852): Macário (1851).
Paulo Eiró (1836-1871): Sangue limpo (1863).
França Júnior (1838-1890): Meia hora de cinismo (1861- Edição 1870), Como se fazia um deputado (1863),
Ingleses na costa (1864), O defeito de família (1870), Amor com amor se paga (1871), Maldita parentela
(1871), O tipo brasileiro (1872), Dois proveitos em um saco (1873), O tipo brasileiro (1872), Entrei para o
Clube Jácome
(1877), Caiu o Ministério! (1882), A lotação dos bondes (1885).
Machado de Assis (1839-1908): Hoje avental, amanhã luva (1859), Desencantos (1861), O caminho da
porta
(1862), O protocolo (1863), Quase Ministro (1863), As forças caudinas (1863-1865), Os deuses de
casaca
(1866), O bote de rapé (1878), Tu só, tu, puro amor (1881), O melhor remédio (1884), Viver! (1884),
Lágrimas de Xerxes (1899-1900), Uma ode de Anacreonte (1901), Antes da missa (1902), Não consultes
médico
(1901), Lição de botânica (1906).
Visconde de Taunay (1843-1889): Amélia Smith (1886).
Castro Alves (1847-1871): Gonzaga ou A revolução de Minas (1876).
Artur Azevedo (1855-1908): Amor por Anexins (1870), Uma véspera de reis (1875), A pele do lobo (1877),
A filha de Maria Angu (1876), A casadinha de fresco (1876), Abel, Helena (1877), O Rio de Janeiro em 1877
(1877), Nova viagem à Lua (1877), A jóia (1879), Os noivos (1880), O Califa na Rua do Sabão (1880), A
Princesa dos Cajueiros
(1880), O Liberato (1881), A porta da botica (1881), Casa de Orates (1882), Um