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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE – UFRN
CENTRO DE BIOCIÊNCIAS
DEPARTAMENTO DE OCENOGRAFIA E LIMNOLOGIA - DOL
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOECOLOGIA AQUÁTICA
INVESTIGAÇÃO E AVALIAÇÃO DA TOXICIDADE AGUDA DOS
AGROTÓXICOS MAIS UTILIZADOS NO CINTURÃO VERDE DA GRANDE
NATAL (RN, BRASIL) PARA O PEIXE-ZEBRA (Danio rerio Hamilton
Buchanan, 1822, TELEOSTEI, CYPRINIDAE).
MESTRANDA: KARLYNE MACIEL GADÊLHA DOS ANJOS
ORIENTADOR: PROF. DR. GUILHERME FULGÊNCIO DE MEDEIROS
NATAL – RN
MARÇO/2009
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Karlyne Maciel Gadêlha dos Anjos
INVESTIGAÇÃO E AVALIAÇÃO DA TOXICIDADE AGUDA DOS
AGROTÓXICOS MAIS UTILIZADOS NO CINTURÃO VERDE DA GRANDE
NATAL (RN, BRASIL) PARA O PEIXE-ZEBRA (Danio rerio Hamilton
Buchanan, 1822, TELEOSTEI, CYPRINIDAE).
Dissertação apresentada ao Departamento de
Oceanografia e Limnologia da Universidade
Federal do Rio Grande do Norte – UFRN,
como parte dos requisitos para obtenção do
título de Mestre em Bioecologia Aquática.
NATAL – RN
MARÇO/2009
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Divisão de Serviços Técnicos
Catalogação da Publicação na Fonte. UFRN / Biblioteca Central Zila Mamede
Anjos, Karlyne Maciel Gadelha dos Anjos.
Investigação e avaliação da toxicidade aguda dos agrotóxicos mais
utilizados no cinturão verde da Grande Natal (RN, Brasil) para o
peixe-zebra (Danio rerio Hamilton Buchanan, 1822, Teleostei,
Cyprinidae) / Karlyne Maciel Gadelha dos Anjos. Natal, RN, 2009.
63 f.
Orientador: Guilherme Fulgêncio de Medeiros.
Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Rio Grande do
Norte. Centro de Biociências. Departamento de Oceanografia e
Limnologia. Programa de Pós-Graduação em Bioecologia Aquática.
1. Tamoron BR – Dissertação. 2. Decis 25EC – Dissertação. 3.
Toxicidade aguda – Dissertação. 4. Danio rerio Dissertação. I.
Medeiros, Guilherme Fulgêncio de. II. Universidade Federal do Rio
Grande do Norte. III. Título.
RN/UF/BCZM CDU 632
.951(043.3)
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Título: INVESTIGAÇÃO E AVALIAÇÃO DA TOXICIDADE AGUDA DOS
AGROTÓXICOS MAIS UTILIZADOS NO CINTURÃO VERDE DA GRANDE
NATAL (RN, BRASIL) PARA O PEIXE-ZEBRA (Danio rerio Hamilton
Buchanan, 1822, TELEOSTEI, CYPRINIDAE).
Autora: Karlyne Maciel Gadêlha dos Anjos.
Data da Defesa: 27 de Março de 2009.
Banca Examinadora:
Presidente:
________________________________________________
Prof. Dr. Guilherme Fulgêncio de Medeiros
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Orientador
Membros:
________________________________________________
Profa. Dra. Valeria Aparecida Prosperi
Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental - CETESB
________________________________________________
Prof. Dr. Eduardo Bertoletti
Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental - CETESB
________________________________________________
Prof. Dr. Willys Abel Farkatt
Centro Federal de Educação Tecnológica – CEFET/RN
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DEDICATÓRIA
Dedico
este trabalho àquele que
compartilhou os meus ideais e os
alimentou, incentivando-
me a prosseguir
quaisquer que fossem os obstáculos.
Minha eterna gratidão e reconhecimento
de que nos méritos desta conquista
muito de sua presença:
MAURÍL
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AGRADECIMENTOS
Agradeço,
Antes de tudo, a Deus, por ter reservado pra mim esta missão, esta experiência
ímpar, e mais do que isso, por ter me capacitado para tal.
A minha querida família: painho (Felinto), mainha (Marli), manos (Júnior e
Segundo) e cunhadinha (Isadora), por terem me apoiado em mais uma conquista e pelas
orações intercessoras.
Ao meu esposo Maurílio pela paciência e constante demonstração de amor.
Ao meu orientador Prof. Dr. Guilherme Fulgêncio de Medeiros, pela orientação, por
todo o ensinamento transmitido, incentivo e paciência. Obrigada por ter aberto a porta do
seu laboratório para mim apesar de saber das minhas limitações, e desculpe as dores de
cabeça e ‘sumidas’.
A professora Maria Helena C. Spyrides pela contribuição estatística ao meu
trabalho e por ter confiado em mim a ponto de me receber em seu lar.
Aos amigos-mestrandos de Laboratório Paula e Emerson, pela agradável
convivência, experiências trocadas e pelos momentos inesquecíveis. Sem vocês esse
trabalho teria sido muito mais árduo.
As amigas Louise e Anita, pela paciência em me ensinar e tirar minhas dúvidas
nas diversas vezes em que pedi ajuda.
Aos colegas de laborario: Sinara, Tsa, Aline e Lili pela colaboração.
Aos amigos da pós-graduação em Bioecologia Aquática: Bianca, Marcolina,
Luciana, Priscila, Dina, Fabiana, Danielton, Tiago, Camila e Lorena, por terem tornado os
momentos de aulas, aprendizagem e confraternização, o mais agradável possível.
Aos funcionários: Seu Wellington que nos ajudou a montar o Laboratório, Seu
Antônio que sempre esteve disponível a me ajudar a carregar bombonas de água e me
ajudar em tudo o que precisava de força masculina e a Seu Everaldo que sempre esteve
disponível a me conduzir aos locais de Aplicação de Questionários, de visitas técnicas e
de busca de água.
Ao Programa de Pós-Graduação em Bioecologia Aquática da Universidade
Federal do Rio Grande do Norte pela oportunidade e contribuição à formação científica e
pessoal.
Ao Departamento de Oceanografia e Limnologia da UFRN pela oportunidade de
realização do curso.
A CAPES pela bolsa de estudos concedida.
E, a todos que me motivaram, para que minha fragilidade humana não me fizesse
desistir, meu muito obrigada.
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VI
RESUMO
ANJOS, Karlyne Maciel Gadêlha. Investigação e avaliação da toxicidade aguda dos
agrotóxicos mais utilizados no cinturão verde da grande Natal (RN, Brasil), para o peixe-
zebra (Danio rerio Hamilton Buchanan - 1822, Teleostei, Cyprinidae).
Dissertação (Pós-Graduação em Bioecologia Aquática) Centro de Biociências da Universidade
Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2009.
Os objetivos deste trabalho foram investigar os agrotóxicos mais utilizados na
Região de Gramorezinho ‘Cinturão verde da Grande Natal' e avaliar a toxicidade
aguda dos mesmos, com base nos valores da CL
50-48h
estimados em testes com o
peixe Danio rerio, organismo-teste eleito internacionalmente. Os testes de
toxicidade aguda foram realizados em condições de laboratório, de acordo com a
norma da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT/NBR/15088/04) para
esta espécie. A CL
50-48h
estimada para o Tamaron BR foi 352,89 mg.L
-1
,
classificando-o como praticamente não-tóxico, de acordo com as classes
toxicológicas citadas por Zucker. Para o Decis 25EC, a CL
50-48h
estimada foi
0,0004156 mg.L
-1
(4,156 X 10
-4
mg.L
-1
) que a classifica como altamente tóxica
para esta espécie.
Palavras-chave: Tamaron BR, Decis 25EC, toxicidade aguda e Danio rerio.
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VII
ABSTRACT
ANJOS, Karlyne Maciel Gadêlha. Investigation and Evaluation of the acute toxicity of the
agricultural chemicals most used in the green belt of Natal (RN, Brasil) on the Zebra–fish
(Danio rerio Hamilton Buchanan-1822, Teleostei, Cyprinidae).
Dissertação (Pós-Graduação em Bioecologia Aquática) Centro de Biociências da Universidade
Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2009.
The objectives of this research were to investigate the agrotoxic most used in the
Gramorezinho region in the green belt of Natal, and to evaluate the acute toxicity of
these, based on the LC
50-48h
values estimated in tests for Danio rerio,
internationally used as test organism. The acute toxicity tests were performed
under laboratory conditions, according to standardized methods
(ABNT/NBR/15088/04) for this species. The LC
50-48h
estimated to Tamaron BR was
352.89 mg.L
-1
, which characterizes that as practically non-toxic, according to
toxicological classes cited by Zucker. For Decis 25EC, the LC
50-48h
estimated was
0.0004156 mg.L
-1
(4.156 X 10
-4
mg.L
-1
), which classifies it as highly toxic to this
species.
Keywords: Tamaron BR, Decis 25EC, acute toxicity and Danio rerio.
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VIII
LISTA DE FIGURAS Página
Figura 1 – Embalagens de Agrotóxicos ....................................................................................
14
Figura 2 - Produção de verduras e hortaliças na localidade Gramorezinho .............................
18
Figura 3 - Estrutura do Metamidofós .........................................................................................
20
Figura 4 – Estrutura Química da Deltametrina ..........................................................................
21
Figura 5 - Danio rerio (Teleostei, Cyprinidae) ...........................................................................
23
Figura 6 - Tanque de cultivo dos peixes na piscicultura ...........................................................
29
Figura 7-A: Aquário estoque no Laboratório. B: O aquário revestido com papel laminado.......
30
Figura 8 - Filtro e Barrilete com água obtida do poço artesiano da CAERN utilizada no teste..
31
Figura 9 - Montagem do Teste de Toxicidade aguda ............................................................... 33
Figura 10 - Recipientes identificados com o número da solução-teste (teste preliminar) .........
34
Figura 11 - Bancada com três réplicas de cada concentração (tratamento) e três réplicas do
tratamento controle durante um dos testes-definitivos..............................................................
36
Figura 12 - Carta-controle do organismo Danio rerio para a substância referência Cloreto de
dio (NaCl). Médias das CL
50
-
48h
e médias dos limites superior e inferior. ............................
39
Figura 13: Tipos de verduras e hortaliças cultivadas ................................................................
41
Figura 14 - Produtores que usam agrotóxico no seu cultivo .....................................................
41
Figura 15: Agrotóxicos mais utilizados no cultivo de verduras e hortaliças na Região do
Cinturão verde de Natal ............................................................................................................
42
Figura 16: Representação gráfica da mortalidade de Danio rerio em função do aumento das
concentrações de Metamidofós no teste de toxicidade aguda. ................................................
48
Figura 17: Representação gráfica da mortalidade de Danio rerio em função do aumento das
concentrações de Decis no teste de toxicidade aguda .............................................................
50
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IX
LISTA DE TABELAS Página
Tabela I -
Classificação Toxicológica ........................................................................................
14
Tabela II – Escala de toxicidade de acordo com Zucker .......................................................... 26
Tabela III - Preparo de soluções-teste para Teste Definitivo com Tamaron BR .......................
36
Tabela IV Preparo de soluções-teste para Teste Definitivo com Decis 25EC .......................
37
Tabela V – Tempo de cultivo de verduras e hortaliças .............................................................
40
Tabela VI Eficácia do Agrotóxico ...........................................................................................
43
Tabela VII – Tempo de uso do agrotóxico ................................................................................
43
Tabela VIII - Parâmetros físico-químicos das soluções-teste do Ensaio A com Tamaron BR.. 44
Tabela IX - Parâmetros físico-químicos das soluções-teste do Ensaio B com Tamaron BR ... 44
Tabela X - Parâmetrossico-químicos das soluções-teste do Ensaio C com Tamaron BR ....
45
Tabela XI – Parâmetros físico - químicos das soluções-teste do Ensaio A com Decis 25EC ..
45
Tabela XII – Parâmetros sico - químicos das soluções-teste do Ensaio B com Decis 25EC .
46
Tabela XIII – Parâmetros físico - químicos das soluções-teste do Ensaio C com Decis 25EC.
46
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SUMÁRIO
Página
LISTA DE FIGURAS ..................................................................................................................................
VIII
LISTA DE TABELAS ................................................................................................................................. IX
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................... 11
1.1. Agrotóxicos ...................................................................................................................................
12
1.1.1. Classificação dos Agrotóxicos ...................................................................................................
13
1.2. Testes Ecotoxicológicos ...............................................................................................................
14
2. OBJETIVOS........................................................................................................................................... 17
2.1. Geral ............................................................................................................................................
17
2.2. Específicos .................................................................................................................................. 17
3. FUNDAMENTOS TEÓRICOS ...............................................................................................................
18
3.1. “Cinturão verde de Natal ............................................................................................................. 18
3.2. Descrição dos agroxicos escolhidos ......................................................................................... 20
3.2.1. Tamaron BR .............................................................................................................................. 20
3.2.2. Decis 25 EC ...............................................................................................................................
21
3.3. Organismo-Teste ..........................................................................................................................
22
3.4.todo estatístico ....................................................................................................................... 23
3.4.1. Método Logit (Análise de Regressão Logística) ........................................................................
24
3.5. Classificação toxicológica ............................................................................................................
26
4. MATERIAIS E MÉTODOS .....................................................................................................................
27
4.1. Aplicação do Questionário ...........................................................................................................
27
4.2. Substâncias-teste ........................................................................................................................
28
4.3. Local dos Experimentos ..............................................................................................................
28
4.4. Obtenção dos organismos-teste ................................................................................................. 28
4.5. Obtenção da água de diluição para teste ....................................................................................
30
4.6. Montagem do teste ......................................................................................................................
31
4.6.1. Testes preliminares .................................................................................................................. 32
4.6.2. Testes definitivos ......................................................................................................................
34
4.6.3. Teste de Sensibilidade dos organismos-teste ..........................................................................
37
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO .............................................................................................................
40
5.1. Perfil do produtor e Agrotóxicos relacionados ............................................................................
40
5.2. Parâmetros físico-químicos ........................................................................................................
44
5.3. Valores das CL50-48h ................................................................................................................
47
5.3.1. Tamaron BR ............................................................................................................................. 47
5.3.2. Decis 25EC ...............................................................................................................................
48
5.3.3. Análise comparativa ................................................................................................................
50
6. CONCLUSÃO ........................................................................................................................................
51
7. SUGESTÔES E RECOMENDAÇÕES .................................................................................................. 52
8. LITERATURAS CITADAS ..................................................................................................................... 53
APÊNDICE A: Questionário aplicado aos produtores de verduras e hortaliças .......................................
58
APÊNDICE B: Tabelas do Registro da Mortalidade dos organismos-teste nos testes definitivos ...........
61
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1. INTRODUÇÃO
Com o desenvolvimento das indústrias, do comércio, da ciência e com o
conseqüente crescimento da população nas últimas cadas, ocorre também o
aumento significativo na demanda de alimentos. Com o intuito de aumentar e
qualificar a produção de alimentos, o homem evoluiu suas técnicas de plantio,
aprimorando seus equipamentos, desenvolvendo agrotóxicos e recentemente
modificando geneticamente os produtos biológicos (Nicareta, 2004).
Embora tal desenvolvimento seja indispensável para o progresso da
humanidade, danos foram e continuam sendo causados ao meio ambiente, em
conseqüência da primazia dada ao crescimento econômico de um país em
detrimento à proteção dos seus recursos naturais (Knie e Lopes, 2004).
Entre os recursos naturais, a água é um dos mais importantes e mais
utilizados pela sociedade humana e, portanto, é tamm um dos mais
desperdiçados; pois segundo Santos (1992), após o uso, a água é transformada
em efluentes, que são lançados, muitas vezes sem o devido tratamento, em outras
fontes de água potável. De acordo com este autor, 69% da água doce do planeta
é utilizada em atividades agrárias, 23%, nas indústrias e apenas 8%, em
ambientes domésticos.
Em termos temporais e espaciais, não é possível a identificação do ponto
de lançamento dos contaminantes no ambiente aquático, sendo esse tipo de
contaminação chamado de fontes não - pontuais ou difusas. O mais comum deles
é o arraste de nutrientes (fertilizantes) e agrotóxicos pelo escoamento superficial
em áreas cultivadas (Mozeto e Zagatto, 2006, p. 17).
Embora os resíduos agrícolas sejam apenas uma das fontes o-pontuais
de poluição, geralmente são apontados como os maiores contribuintes de todas as
categorias de poluentes de ambientes aquáticos (Edwin, 1996; Tomita e Beyruth,
2002). Ao atingirem os corpos d’água, os resíduos de agrotóxicos podem penetrar
nos organismos aquáticos através de diversas portas de entrada e seu grau de
acumulação depende do tipo de cadeia alimentar, da disponibilidade e
persistência do contaminante na água e especialmente de suas características
físicas e químicas (Spacie & Hamelink, 1985). Os peixes e invertebrados, por
exemplo, podem acumular os agrotóxicos em concentrações muito acima
daquelas encontradas nas águas nas quais eles vivem, pois estes compostos
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podem se ligar ao material particulado em suspensão e serem ingeridos
pelos organismos aquáticos permanecendo por bioacumulação na cadeia
alimentar (Nimmo,1985).
A presença de alguns agroxicos nos vários ecossistemas aquáticos
representa elevado risco aos seres vivos que ocupam esses espaços, uma vez
que a exposição continuada dos organismos a essas substâncias pode levar a um
comprometimento das espécies, como também do ecossistema como um todo
(Cruz, 2003).
1.1. Agrotóxicos
Conforme a Lei Federal n°7.802 de 11/07/89, regulamentada através do
Decreto 98.816, no seu Artigo 2º, Inciso I, define-se o termo agrotóxico como
sendo:
“produtos e agentes de processos físicos, qmicos ou biológicos destinados ao
uso nos setores de produção, armazenamento e beneficiamento de produtos
agrícolas, nas pastagens, na proteção de florestas nativas ou implantadas e de
outros ecossistemas e também em ambientes urbanos, hídricos e industriais, cuja
finalidade seja alterar a composição da flora e da fauna, a fim de preservá-la da
ão danosa de seres vivos considerados nocivos, bem como substâncias e
produtos empregados como desfolhantes, dessecantes, estimuladores e inibidores
do crescimento”.
Apesar do termo ‘agrotóxico’ ser definido por lei, os termos praguicidas,
pesticidas, produtos fitossanirios e defensivos agrícolas são tamm utilizados;
no entanto, de acordo com Sampaio e Guerra (1998), mais do que uma simples
mudança da terminologia, o termo ‘agrotóxico’ coloca em evincia a toxicidade
desses produtos ao meio ambiente e à saúde humana.
A intensificação do uso de agroxicos nas últimas cadas e os efeitos
danosos desses agentes químicos ao homem e ao ambiente fez com que vários
países regulamentassem seu uso e sua produção, com o objetivo de minimizar as
conseqüências danosas nos ecossistemas (Zagatto, 2006, p. 386).
No Brasil, a Lei Federal 7802/89 (Brasil, 1989) e o Decreto 4074/02
(Brasil, 2002) estabelecem aos produtores, importadores ou exportadores de
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agrotóxicos o registro desses produtos no Ministério do Meio Ambiente. Para
tal finalidade são exigidos os testes ecotoxicológicos (Bertoletti e Zagatto, 2006, p.
375). Além disso, no que tange às águas superficiais o parágrafo 4º, artigo 8º, da
Resolução CONAMA 357/05 (Brasil, 2005), requer que as possíveis interações
entre as substâncias e a presença de contaminantes não listados na Resolução
vigente, passíveis de causar danos aos seres vivos, sejam investigadas utilizando-
se ensaios ecotoxicológicos (Bertoletti e Zagatto, 2006, p. 351).
1.1.1. Classificação dos Agrotóxicos
Os agrotóxicos são agrupados de acordo com o tipo de praga a ser
controlada, como: inseticidas, usados para matar insetos que infestam a lavoura;
herbicidas para matar as plantas invasoras ou ervas daninhas; fungicidas, usados
para matar os fungos; acaricidas, para matar os ácaros; moluscocidas para matar
lesmas, caracóis e caramujos (Ciati e Oliveira; 2005).
Todos os agrotóxicos apresentam, no rótulo, uma faixa que, de acordo com
a cor, indica a classe toxicológica, ou seja, o grau de toxicidade que cada produto
apresenta como mostra a Figura 1, abaixo.
Figura 1 – Embalagens de agrotóxicos
Tabela I - Classificação Toxicológica
Classe Toxicológica Cor da Faixa
I - Extremamente Tóxico
VERMELHA
II - Altamente Tóxico
AMARELA
III - Mediamente Tóxico
AZUL
IV - Pouco Tóxico
VERDE
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1.2. Testes Ecotoxicológicos
A qualidade da água dos ecossistemas, em geral, pode ser controlada de
duas formas distintas, embora complementares: uma é a análise química que
identifica e quantifica as substâncias; a outra é a análise biológica (microbiologia,
limnologia, ecotoxicologia) que qualifica os efeitos causados pelas substâncias
(Knie e Lopes, 2004). No entanto, segundo os mesmos autores, os resultados da
análise química não permitem uma avaliação dos efeitos das substâncias sobre
os seres vivos, lacuna essa que pode ser preenchida pelos métodos biológicos
de medição; ganhando outra dimensão quando se trata especificamente dos
testes ecotoxicológicos.
Nestas últimas décadas, para se adquirir conhecimentos sobre os efeitos
dos agentes químicos na biota aquática m sido utilizados testes com
organismos de águas continentais, estuarinas e marinhas, sob condições de
campo e laboratório (Araújo, 2000), onde se verifica a toxicidade dos compostos.
Segundo César et al.(1997), um teste de toxicidade aquática, ou
ecotoxicológico, é um procedimento no qual as respostas dos organismos
aquáticos são usadas para detectar e medir os efeitos de uma ou mais
substâncias, resíduos, ou fatores ambientais, sozinhos ou em combinação,
durante um determinado tempo. Com estas respostas, pode-se estimar, através
de métodos estatísticos, a concentração dessas substâncias, que certamente
poderão causar toxicidade aos organismos representantes dos corpos
receptores; assim, a toxicidade característica inerente de uma substância ou
mistura de substâncias químicas se evidencia sobre os organismos vivos e torna-
se a única variável a ser controlada (César et al., 1997).
O teste de toxicidade aguda avalia uma resposta severa e rápida dos
organismos aquáticos a um estímulo que se manifesta, em geral, num intervalo
de 0 a 96 horas (Rand & Petrocelli, 1985). Para avaliar os efeitos agudos
observados em testes de toxicidade usa-se, geralmente, a concentração letal
mediana (CL
50
) que é a concentração aproximada da substância capaz de causar
mortalidade a 50% dos organismos-teste (EPA, 1975).
Atualmente, muitos ensaios são padronizados nacionalmente pela
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), e internacionalmente, por
vários órgãos como: Association Française de Normalisation (AFNOR), American
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Society for Testing and Materials (ASTM), American Water Work Association
(AWWA), Deutsches Institut fur Normung (DIN), International Organization for
Standardization (ISO), e pela Organization for Economic Co-Operation and
Development (OECD).
Essas Normas incluem uma enorme variedade de organismos disponíveis
para os testes, obrigando os cientistas a escolherem apenas alguns para
trabalhar, pois acaba sendo impraticável e economicamente inviável a
manutenção de muitos organismos em um laboratório (Knie e Lopes, 2004). Essa
escolha, de acordo com Domingues e Bertoletti (2006, p. 154), baseia-se em
alguns critérios importantes como sua cil disponibilidade, rápido ciclo de vida,
ampla distribuição geográfica, fácil cultivo e manejo, importância na cadeia
alimentar, cil reprodutibilidade, alta sensibilidade, entre outros. Ainda conforme
os autores citados, a escolha também é diferenciada de região para região, pela
praticidade e interesse de se trabalhar com organismos que existem na sua
própria localidade.
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2. OBJETIVOS
2.1. GERAL
Investigar e avaliar a toxicidade aguda dos agrotóxicos mais usados pelos
produtores da região de Gramorezinho, denominada ‘Cinturão Verde da Grande
Natal’, onde uma intensa atividade de cultivo de hortaliças, utilizando o Peixe-
zebra, Danio rerio (Teleostei, Cyprinidae), como organismo-teste em ensaios
ecotoxicológicos.
2.2. ESPECÍFICOS
Investigar e identificar quais os agrotóxicos mais usados pelos produtores
do ‘Cinturão Verde da Grande Natal’.
Estimar a concentração letal mediana (CL
50-48h
) dos agrotóxicos
analisados através de testes de toxicidade aguda para o organismo-teste
Danio rerio, Hamilton Buchanan,1822 (Teleostei, Cyprinidae).
Analisar comparativamente, por meio dos resultados dos testes
ecotoxicológicos, o agrotóxico de menor toxicidade utilizado no ‘Cinturão
verde de Natal’, a fim de indicar aos produtores aquele que causa menor
impacto ambiental.
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3. FUNDAMENTOS TEÓRICOS
3.1. “Cinturão verde de Natal”
O movimento expansionista em direção à periferia natalense propiciou o
surgimento de bairros como Lagoa Azul no litoral Norte da cidade. Em sua área,
encontram-se as lagoas de Gramoré, do Sapo e Azul Dendê, esta última nas
proximidades do Rio Doce. Lagoa Azul teve seus limites definidos pela Lei nº.
4.328, de 05 de abril de 1993, oficializada quando da sua publicação no Diário
Oficial do Estado em 07 de setembro de 1994
(http://www.natal.rn.gov.br/semurb/bairros/norte/lagoa_azul.php).
Com o incremento da política habitacional, foram construídos no local os
Conjuntos Residenciais: Nova Natal e Gramoré em 1983 e Eldorado em 1991.
Em terras de Lagoa Azul, na divisa com Extremoz, a localidade de
Gramorezinho (Figura 2) vem desenvolvendo, ao longo de décadas, o plantio de
hortaliças (alface, coentro, cebolinha, pimentão, entre outras) que são
comercializadas em feiras livres, mercearias e supermercados da cidade, e em
cidades circunvizinhas, sendo por esse motivo denominada de “Cinturão verde de
Natal”(http://www.natal.rn.gov.br/semurb/bairros/norte/lagoa_azul.php).
Figura 2 - Produção de verduras e hortaliças na localidade Gramorezinho.
A produção de hortaliças nessa comunidade é caracterizada por pequenas
propriedades familiares nas quais trabalham no máximo quatro pessoas de uma
família e quase não se emprega mão de obra assalariada. (Bandeira, 2002).
Participam dessa atividade cerca de 400 famílias que bombeiam água do
Rio Doce e das lagoas para as suas plantações. A Bacia Hidrográfica do Rio
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Doce tem como rio principal um dos afluentes da Lagoa de Extremoz, fonte
de água que abastece a Zona Norte de Natal.
Além disso, no site supracitado consta que o complexo de lagoas e dunas
ao longo do Rio Doce, ambiente de potencial paisagístico e turístico, cobre parte
da Zona Especial de Preservação Ambiental 9 (ZPA 9). Considerando que
esse complexo é utilizado para o exercício de funções de perenização do rio, de
recarga dos aqüíferos e suporte de atividades agrícolas, se faz necessário um
melhor programa de gerenciamento de suas águas e uma ação sistemática
voltada aos princípios agroecológicos e preservação ambiental.
Portanto, a realização de testes de toxicidade que venha a dar suporte a
um monitoramento mais eficaz dos efluentes agrícolas lançados nos corpos
d’água do complexo de lagoas do Rio Doce do Estado do Rio Grande do Norte, é
de grande relencia no sentido de auxiliar os órgãos ambientais no
estabelecimento de limites permissíveis para o controle do lançamento desses
efluentes e na sua regulamentação.
3.2. Descrição dos agrotóxicos escolhidos
3.2.1. Tamaron BR
Um dos agrotóxicos escolhido para conduzir este trabalho foi o Tamaron
BR cujo princípio ativo é a substância Metamidofós.
O Metamidofós (O,S-dimetilfosforamidotioato; C2H8NO2PS) (Figura 3),
tamm conhecido comercialmente como Monitor, Tam, Nitofol, Swipe, Nuratron,
Vetaron, Filitox, Patrole, Tamanox, SRA 5172 ou Tamaron BR, é um pesticida
organofosforado (inseticida e acaricida) de largo espectro de ação, obtido como
subproduto do Acefato. É bastante ativo e sistemático, apresentando bom efeito
residual (10 a 12 dias) e boa fitocompatibilidade. Es incluído na classe
toxicológica II, é estável entre pH 3 e 8. Este pesticida é aplicado efetivamente no
controle de insetos e pestes, tais como besouros, pulgas, minhocas, carrapatos,
ácaros, lagartas, moscas e percevejos na proteção de diversas culturas, como
algodão, batata, feijão, tomate, tabaco, pimentão, milho, brócolis, couve-flor,
repolho, morango, pêssego e soja (Lima et al., 2001).
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Figura 3 - Estrutura do Metamidofós
O Metamidofós é tóxico para vários organismos podendo afetar
diretamente o Sistema Nervoso, pois provoca a inibição da enzima colinesterase.
Em vertebrados, interfere no mecanismo de ação de tais enzimas e no transporte
do impulso nervoso pela acetilcolina. Tal fato causa acúmulo de acetilcolina, o
que acarreta distúrbios dos centros nervosos, sendo que exposições muito
intensas provocam sucessivas sinapses, seguidas de paralisação respiratória e
morte. Portanto, o Metamidofós é altamente tóxico por via oral, cutânea ou até
mesmo por exposição a rotas de inalação (Lima et al., 2001).
Convém mencionar que desde a introdução deste inseticida no Brasil, em
meados da década de 80, seu uso tem sido cada vez mais freqüente nas
lavouras de hortaliças. Desta forma, é de grande importância o conhecimento do
nível de resíduos deste pesticida, tanto nos alimentos básicos empregados na
dieta brasileira, como principalmente nas matrizes ambientais (Lima et al., 2001).
3.2.2. Decis 25EC
O outro agrotóxico escolhido para conduzir este trabalho foi o Decis 25EC
cujo princípio ativo é a Deltametrina.
A Deltametrina (C
22
H
19
Br
2
NO
3
) é um piretróide do tipo II, ou seja, possui
em sua estrutura química o grupamento alfa-ciano como pode ser visualizada na
figura 4 (Soderlund et al., 2001; Pimpão, 2006). Ela é esvel na luz, umidade, ar,
mas insvel em meio alcalino (Pimpão, 2006). Alguns de seus nomes comerciais
incluem Decametrina, Decis, K-Otrine, Cislin. Quimicamente, é o isômero [1R,
cis; αS] de oito estereoisômeros ésteres do análogo dibromo do ácido
crisantêmico, ou seja, (S)- α-ciano-3fenoxibenzil-(1R)-cis-3-(2,2-dibromovinil)-2,2-
dimetilciclopropano carboxilato.
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Figura 4 – Estrutura Química da Deltametrina
Os piretróides foram desenvolvidos com o objetivo de serem inseticidas
eficazes e com toxicidade humana diminuída. O termo “piretróide” é comumente
usado para designar pesticidas sintéticos, os quais são derivados estruturalmente
de piretrinas naturais, seis constituintes inseticidas do extrato do piretro, obtido
das flores de Chrisantemun cinaerarifolium. (Pimpão, 2006)
Devido sua lipofilicidade, os piretróides têm alto grau de absorção nas
brânquias, um fator que contribui na sensibilidade dos peixes à exposição aos
piretróides aquosos (Polat et al., 2002). A deltametrina é extremamente tóxica
para peixes, a LC
50-96h
esentre 0,4 e 2,0 µg.L
-1
, enquanto a LD
50
para ratos
está entre 31-139 mg.kg
-1
e 19-34 mg.kg
-1
para camundongos. É capaz de
causar danos neuronais, nos hepatócitos, e em enzimas sangüíneas (Balint et al.,
1995).
3.3. Organismo – Teste
Os peixes são organismos indicadores interessantes por serem capazes
de demonstrar a sua própria situação toxicológica e a de outros organismos, por
encontrarem-se no topo da cadeia alimentar (Silva, 2007).
Os organismos-teste utilizados na realização dos testes ecotoxicológicos
desta pesquisa foram os peixes da espécie Danio rerio (Teleostei, Cyprinidae),
descrito por Hamilton-Buchanan em 1822 (Figura 5).
Conhecido popularmente no Brasil como ‘paulistinha’ ou ‘peixe-zebra’ e
internacionalmente como ‘zebrafish’, o peixe Danio rerio (Teleostei, Cyprinidae),
é originário do Sudeste Asiático, distribuindo-se naturalmente pelo Paquistão,
Índia, Bangladesh e Nepal, mas foram introduzidos em diversas partes do
mundo. Habita os rios de montanha asiáticos, assim como águas paradas, canais
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e campos de arroz (Atlas Dr. Pez., 2007). Todavia ele é comercializado e
bastante difundido em aquários e laboratórios do mundo todo.
Esses peixes são ovíparos, onívoros, atuando como consumidores
secundários na cadeia alimentar aquática, mas em cativeiro aceitam todo tipo de
alimento. São grandes nadadores, de comportamento pacífico e bastante ativo
(Atlas Dr. Pez., 2007).
O que justifica o grande uso dessa espécie em estudos científicos,
principalmente os de cunho ecotoxicológico, é a sua fácil adaptação às variadas
condições ambientais, tanto naturais quanto artificiais, além de não necessitarem
de cuidados excessivos (Knie & Lopes, 2004). Outro fator positivo é que a
utilização de peixes, como os dessa espécie, é bem documentada e normatizada
(Massuti et al., 2006). Eles toleram uma considerável variação de qualidade e
temperatura da água, além de não requererem tanto espaço para o cultivo.
Enfim, eles são considerados bons indicadores de toxicidade.
Figura 5 - Danio rerio (Teleostei, Cyprinidae).
Fonte: www.animalsholding.cz/zvirata/danio_rerio.jpg
3.4. Método estatístico
A estatística desempenha um papel importante no planejamento e
execução dos testes de toxicidade e na análise e interpretação dos resultados
obtidos nesses testes. Em geral, os métodos de análises dos resultados estão
bem documentados, são aplicáveis à maioria dos dados obtidos nestes tipos de
testes e podem ser manipulados com certa facilidade (Costa et. al., 2008).
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O método estatístico apropriado para analisar dados de toxicidade
deve apresentar três características: ser razoavelmente preciso e acurado; ser
programável, para que os cálculos possam ser realizados por um computador e,
ser suficientemente robusto, o que significa que não deve falhar quando os dados
forem atípicos. Quando um grande mero de ensaios é realizado, algumas
anomalias podem ocorrer e o método estatístico escolhido deve ser capaz de
estimar razoavelmente a CL
50
a partir de tais dados anômalos (Costa et. al.,
2008).
De acordo com Buratini e Bertoletti (2006, p.226) diversos métodos
estatísticos (paramétricos e não-paramétricos) para estimar a CE
50
ou CL
50
e o
intervalo de confiança associado. A opção de um ou outro método depende da
distribuição da tolerância.
Dentre os métodos para determinar CL
50
e CE
50
encontram-se o método
Probit,o método Logit e os métodos Spearman-Karber e trimmed Spearman-
Karber (Costa et. al., 2008). Os dois primeiros são métodos paramétricos que
transformam os dados da curva concentração-resposta em um modelo ou função
matemática conhecida ou esperada antes dos valores serem estimados. Os
todos Spearman-Karber e trimmed Spearman-Karber são métodos não
paramétricos, não adotam modelos matemáticos para a relação concentração-
resposta, assumindo a distribuição monotônica das porcentagens de efeito
observado (Buratini e Bertoletti, 2006, p. 227). A única limitação desses métodos
em relação aos métodos paramétricos é que devem cobrir o intervalo de zero a
100% de mortalidade ou de efeito agudo (Costa et. al., 2008).
3.4.1. Método Logit (Análise de Regressão Logística)
O modelo de regressão não linear logístico é utilizado quando a variável
resposta é qualitativa com dois resultados possíveis, ou seja, a varvel resposta
é uma variável binária, e, assim, pode ser representada pela variável indicadora,
recebendo os valores 0 (zero) ou 1 (um) com probabilidades
1
e
,
respectivamente. No caso deste estudo, 1 corresponde à morte dos peixes e 0
corresponde à sobrevivência deles. O modelo de regressão logístico pode ser
utilizado para analisar dados observacionais ou experimentais no delineamento
inteiramente casualizado (Hosmer e Lemeshow, 2000).
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Considerações teóricas e práticas sugerem que quando a variável
resposta é binária, a forma da função concentração-resposta se
frequentemente curvilínea, em forma de s (sigmóide). Duas funções que têm
forma sigmóide são a de probitos e a logística (Buratini e Bertoletti, 2006, p. 227).
Verificou-se por meio de análise exploratória que os dados possuem um
comportamento sigmoidal, logo se optou por aplicar o método estatístico
paramétrico Logit (ANÁLISE DE REGRESSÃO LOGÍSTICA) nesse estudo, por
acreditar ser esse o melhor adequado para o ajuste e para a representação
gráfica.
O modelo de regressão logística é dado por:
X
i
i
1
ln
(1)
sendo:
ln (
i
/ 1 -
i
), corresponde a função de ligação logit;
i
, é a probabilidade de morte de peixes na concentração i;
α, é a constante preditora;
β, é o coeficiente angular
X, é a concentração do agrotóxico.
Esta transformação é chamada de transformação logit da probabilidade
i
. A razão (
i
/ 1 -
i
) na transformão logit é chamada de Odds (Chance).
Utilizou-se o método de máxima verossimilhança para a estimão dos
parâmetros α e β por meio de métodos com o auxílio do Programa Estatístico
Minitab
®
.
A função concentração-resposta da análise de Regressão Logística é
denominada função logística, cuja expressão é:
)(
)(
1
X
X
i
e
e
(2)
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A função resposta transformada (2) é denominada como função resposta
logit, e
i
é denominada de resposta média logit (Hosmer e Lemeshow, 2000).
i
nesta função calcula a probabilidade de morte em determinada concentração
do agrotóxico, então para estimar a concentração letal de 50% dos organismos
(CL
50
) substitui-se os valores das estimativas α e β, na função logit.
3.5. Classificação toxicológica
Os valores das CL
50-48h
mediana do Tamaron BR e do Decis25EC em
relação ao D. rerio foram utilizados para classificá-los quanto ao potencial tóxico,
de acordo com as classes toxicológicas citadas por Zucker (1985):
Tabela II - ESCALA DE TOXICIDADE DE ACORDO COM ZUCKER
CL
50
< 0.1 mg.L
-1
– altamente tóxico
CL
50
= 0.1 - 1 mg.L
-1
muito tóxico
1 mg.L-1 < CL
50
< 10 mg.L
-1
moderadamentexico
10 mg.L-1 < CL
50
< 100 mg.L
-1
– levemente tóxico
CL
50
> 100 mg.L
-1
– praticamente não-tóxico
4. MATERIAIS E MÉTODOS
4.1. Aplicação do Questionário
Durante este trabalho realizou-se uma pesquisa de campo através da
aplicação de um Questionário (Apêndice A) aos produtores de hortaliças e
verduras de Gramorezinho-Natal-RN.
O roteiro do Questionário foi composto de duas partes estruturadas da
seguinte forma: a primeira parte referiu-se ao perfil do produtor abordando o
tempo de trabalho na produção de verduras e hortaliças, os tipos de hortaliças e
verduras cultivadas, a utilização de agrotóxicos e o mercado consumidor da
produção. A segunda parte envolveu informações pertinentes ao processo de
aplicação do agrotóxico, como:
produtos aplicados para o controle de pragas (inseticidas mais utilizados
pelos produtores);
• qualidade dos agrotóxicos usados por eles e horário de aplicação;
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utilização de equipamentos de segurança e de proteção individual
(EPI) durante o processo de preparo da calda e pulverização do produto;
o tempo de utilização do produto (tempo que o produto é aplicado em
seus cultivos).
O principal objetivo da entrevista semi-estruturada foi de comprovar o uso
de agrotóxicos e identificar os tipos mais utilizados na produção de verduras e
hortaliças no “cinturão verde de Natal”. No entanto, outras perguntas foram feitas:
algumas com a intenção de estimular os produtores a responderem o
Questionário, e assim, atingir o objetivo principal, e outras como suplementos de
informações que ficarão disponíveis para estudos posteriores.
4.2. Substâncias – teste
Uma das substâncias-teste escolhida para conduzir este trabalho foi o
Tamaron BR, pelo fato de 73,3% dos produtores de verduras e hortaliças da
Região do ‘cinturão verde’ da Grande Natal fazerem uso deste agrotóxico (mais
usado na região); e a outra substância-teste escolhida foi o Decis 25EC pelo fato
de 33,3% dos produtores afirmarem usá-lo em seus cultivos, sendo ele o
agrotóxico mais usado naquela região, como mostra a Figura 15.
4.3. Local dos Experimentos
Os testes ecotoxicológicos foram realizados no Laboratório de
Ecotoxicologia do Departamento de Oceanografia e Limnologia da Universidade
Federal do Rio Grande do Norte (ECOTOX-LAB/DOL/UFRN).
4.4. Obtenção dos Organismos-Teste
Os peixes da espécie Danio rerio foram obtidos comercialmente, em uma
empresa de piscicultura localizada em Parnamirim/RN que dispõe de
informações sobre a origem dos peixes, o tipo de água e condições de cultivo, a
idade dos peixes e a forma de tratamento e profilaxia.
A escolha dessa empresa se deu pelo fato dela não usar produtos
químicos como forma de tratamento ou profilaxia, e ainda por trabalhar sob o
princípio da prevenção dos peixes em seus tanques de cultivo (Figura 6), ou seja,
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se um tanque apresentar animais doentes, todos os organismos são
descartados.
Os peixes obtidos para a realização dos testes ecotoxicológicos possuíam
cerca de 2 à 3 cm de comprimento e de 2 à 3 meses de vida, ou seja, com
tamanho e idade homogêneos, como sugere a norma da ABNT/NBR 15088/04.
Figura 6 - Tanque de cultivo dos peixes na piscicultura
Ao chegarem ao laboratório, esses animais foram colocados em
recipientes de plástico contendo 10 litros de água de diluição para a aclimatação,
substituindo-se aproximadamente 25% do volume da água no decorrer de 24
horas. Em seguida, eles foram pesados em balança analítica e transferidos para
um aquário estoque, revestido com papel laminado para evitar estresse, onde
foram mantidos no mínimo sete dias para serem, posteriormente, utilizados nos
testes caso não se manifestasse nenhum sintoma de doença (Figuras 7A e 7B).
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Figura 7-A: Aquário estoque no Laboratório. B: O aquário revestido com papel laminado.
4.5. Obtenção da água de diluição para teste
A água utilizada na diluição do produto dos testes de toxicidade foi
obtida em um dos poços da CAERN (Poço I, Lagoa Nova II) com dureza entre
40mg e 48mg de CaCO3/L (dados fornecidos pela Instituição) e foi coletada
periodicamente em bombonas de plástico com capacidade para 40L e levada ao
laboratório onde foi filtrada para remoção de material particulado e organismos
de a 5µm, permanecendo armazenada em barriletes até o momento da sua
utilização.
Como recomendado pelas normas do manual de testes da ABNT/NBR
15088/ 04 a água foi aerada por pelo menos 12 horas antes do início dos testes
para saturação de oxigênio e estabilização do pH que variou entre 7,0 e 7,04.
(Figura 8).
B
A
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Figura 8 - Filtro e Barrilete com água obtida do poço artesiano da CAERN utilizada no teste.
4.6. Montagem do Teste
O método empregado, tanto na realização dos testes preliminares quanto
na dos testes definitivos, para avaliar a toxicidade aguda do Tamaron BR e do
Decis 25EC em peixes da espécie Danio rerio seguiu a norma da ABNT/NBR
15088/ 2004.
4.6.1. Testes preliminares
Foram realizados três (3) testes preliminares com o intuito de conhecer a
faixa aproximada de efeito tóxico do Tamaron BR para a espécie de peixe Danio
rerio. E realizou-se (7) sete testes preliminares com o agrotóxico Decis 25EC
para a mesma espécie de organismos-teste com a finalidade de delimitar a faixa
aproximada do seu efeito tóxico. A quantidade de testes preliminares realizados
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dependeu da obtenção da faixa de efeito tóxico que se estava tentando
estabelecer.
Nestes testes preliminares ficou estabelecido o intervalo das
concentrações (delimitado pela menor concentração que causa mortalidade a
100% dos organismos e a concentração mais elevada onde não ocorre
letalidade) que foram utilizadas nos testes definitivos para a espécie D. rerio.
Os testes preliminares foram realizados alternando os tipos de sistemas:
sistema estático (sem renovação, por 48 horas) e sistema semi-estático (com
renovação da solução-teste a cada 24h, com duração total de 96h), e ainda,
alternando a aeração (sem aeração ou com aeração), para a escolha do sistema
que melhor se adequaria às condições do Laboratório e da substância-teste.
Segundo a Norma da ABNT/NBR/15088/04 o recipiente-teste deve
comportar um volume de solução-ensaio que permita manter a relação
massa/volume de 1g/L. Sabendo-se que o peso médio dos peixes-teste é de
0,297g, cada recipiente-teste tem capacidade de acondicionar 5 peixes em 1litro
e meio de solução; no entanto todos os testes foram realizados em recipientes de
vidro com capacidade de 2L, com 4 peixes por recipiente em 1,5L de solução-
teste.
Os organismos utilizados no teste foram mantidos em água de diluição e
sem alimentação, 24 horas antes do início do teste como recomendado pela
Norma supracitada. A transferência dos organismos para os recipientes de teste
foi feita de forma aleatória com puçá de náilon usado somente para esse fim.
Neste estudo foram utilizadas as formulações Tamaron
®
BR e Decis
®
25EC, que são comercializadas na forma de emulsões concentradas contendo
60% do ingrediente ativo metamidofós e 2,5% do ingrediente ativo deltametrina,
respectivamente. As diluições foram feitas considerando a concentração da
formulação comercial.
No momento da realização de cada teste foram preparadas as soluções-
teste em balão volumétrico ou proveta com as devidas proporções da solução-
estoque para cada concentração e água de diluição (Figura 9) e, em seguida,
foram distribuídas nos recipientes-teste previstos para cada solução e
identificados com o número da solução-teste, iniciando a partir da solução mais
diluída. Para cada teste foi preparado um controle com o mesmo mero de
organismos-teste contendo somente água de diluição. (Figura 10).
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A letalidade dos organismos foi registrada a cada 24h; o organismo
morto, sempre que observado, era removido do teste. Em todos os testes
preliminares realizados, foi efetuada a leitura do oxigênio dissolvido, do pH e da
temperatura de cada solução-teste a cada 24h.
Figura 9 - Montagem do Teste de Toxicidade aguda
Figura 10 - Recipientes identificados com o número da solução-teste (teste preliminar)
4.6.2. Testes definitivos
Com base na concentração letal mediana (CL
50-48h
) obtida nos
testes preliminares estipularam-se as concentrações dos agrotóxicos com as
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quais foram preparadas as soluções utilizadas nos testes definitivos com o
Tamaron BR e nos testes definitivos com o Decis 25EC.
Nestes testes foram utilizadas três réplicas de cada concentração, tanto
para a substância-teste Tamaron BR quanto para a substância-teste Decis 25EC
foram realizados (3) três testes definitivos. A metodologia utilizada nos testes
definitivos para cada substância estudada está descrita a seguir:
Testes definitivos de Toxicidade aguda com o Tamaron BR
Esses testes foram realizados nos mesmos recipientes de vidro com
capacidade de 2L utilizados nos testes preliminares, após terem sido
devidamente lavados e secados.
Após o período de aclimatação, os peixes foram expostos a concentrações
crescentes do Tamaron BR. Os testes definitivos foram realizados sem aeração,
sem alimentação e no sistema estático, ou seja, os organismos-teste foram
expostos às concentrações da substância-teste, sem renovação por 48 horas.
Essas condições foram escolhidas pelo fato da aeração e do período de
exposição não terem sido significantes para os valores de CL
50
nos testes
preliminares com Danio rerio.
Inicialmente, os aquários-teste foram preenchidos com 1L de água e
adicionados quatro peixes adultos. Os peixes foram cuidadosamente pesados e
transferidos para os recipientes com o uso de puçás de náilon. Esse manejo
eleva o estresse dos peixes e, por esse motivo, as soluções-teste foram
adicionadas 24h após a transferência dos organismos como recomendado pela
Norma da ABNT supracitada.
No momento da realização de cada teste as diluições foram então
preparadas em 500 mL de água na proveta, (Figura 9) completando o volume
total de 1,5 L de solução-teste por réplica, como mostra a Tabela III; e, em
seguida, foram distribuídas nos recipientes de teste previstos para cada solução
e identificados com o mero da solução-teste, iniciando a partir da solução mais
diluída.
Foram utilizadas três réplicas de cada concentração (tratamento) e três
réplicas do tratamento controle sem o Tamaron BR (Figura 11). Os testes foram
realizados em sala climatizada a 25 ± 2 ºC, a sala de teste foi mantida fechada,
livre de barulho e trânsito de pessoas para evitar o estresse dos peixes. A cada
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24 horas o teste foi avaliado, e os peixes mortos contabilizados e retirados
dos aquários.
Os testes definitivos foram conduzidos com as concentrações crescentes
do Tamaron BR: 100,0; 200,0; 300,0; 400,0 e 500,0 mg. L
-1
(Tabela III)
estabelecidas nos testes preliminares.
Figura 11 - Bancada com três réplicas de cada concentração (tratamento) e três réplicas do
tratamento controle durante um dos testes-definitivos.
Tabela III: Preparo de soluções-teste para Teste Definitivo com Tamaron BR
[ ] do Tamaron BR
na solução-teste
(mg/L)
Volume da
solução-estoque
(mL)
Volume da água de
diluição
(mL)
Volume Final
(mL)
Controle - 1500 1500
100,0 50,0 1450 1500
200,0 100,0 1400 1500
300,0 150,0 1350 1500
400,0 200,0 1300 1500
500,0 250,0 1250 1500
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Os peixes foram observados durante todo o teste, sendo os dados
obtidos através da contagem e registro dos organismos mortos em cada
concentração.
Testes definitivos de Toxicidade aguda com o Decis 25EC
Os testes com o Decis 25EC seguiram os mesmos procedimentos
descritos nos testes Preliminares e nos testes definitivos com o Tamaron BR,
baseados na Norma da ABNT/NBR/15088/04 .
Os testes definitivos foram conduzidos com as seguintes concentrações
crescentes de Decis 25EC: 0,0002; 0,0003; 0,0004; 0,0005 e 0,0006 mg. L
-1
estabelecidas nos testes preliminares como mostra a Tabela IV.
Tabela IV - Preparo de soluções-teste para Teste Definitivo com Decis 25EC
[ ] do Decis 25EC
na solução-teste
(mg/L)
Volume da
solução-estoque
(mL)
Volume da água de
diluição
(mL)
Volume Final
(mL)
Controle - 1500 1500
0,0002 0,6 1499,4 1500
0,0003 0,9 1499,1 1500
0,0004 1,2 1498,8 1500
0,0005 1,5 1498,5 1500
0,0006 1,8 1498,2 1500
4.6.3. Testes de Sensibilidade dos organismos-teste
A sensibilidade do lote de organismos utilizados nos testes de toxicidade
deve ser avaliada periodicamente através de testes de sensibilidade utilizando-se
uma substância de referência.
A subsncia de referência é um agente químico, denominado de controle
positivo, que atua em testes de toxicidade detectando efeitos fora da variação
normal, mediante a utilização de uma série de múltiplas concentrações.
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Representam assim, um meio de detectar mudanças no desempenho do
organismo-teste e de avaliar a precisão destes testes (Environment Canada,
1990).
O Environment Canada (1990) recomenda que em laboratórios onde os
organismos sejam cultivados, a sensibilidade deve ser determinada
mensalmente; e no caso dos organismos que não são cultivados em laboratório,
cada lote deve ser avaliado quanto à sua sensibilidade.
Para se verificar a sensibilidade dos lotes de peixes obtidos
comercialmente da Empresa de Piscicultura, durante este trabalho, foram
realizados testes de sensibilidade com a substância de referência cloreto de
dio (NaCl), por se tratar de uma subsncia sugerida pela Norma da
ABNT/NBR/15088/04.
Foram realizados seis testes de sensibilidade e as concentrações
utilizadas foram preparadas a partir de uma solução-estoque de 100.000 mglL
-1
de NaCl diluído em água destilada. Testes preliminares foram realizados e as
concentrações definitivas utilizadas foram 6000 mglL
-1
, 7200 mglL
-1
, 8640 mglL
-1
,
10368 mglL
-1
e 12441,6 mglL
-1
de NaCl.
Os testes de sensibilidade foram conduzidos sob as mesmas condições
daqueles testes de toxicidade com os agrotóxicos.
Para estabelecer a carta-controle do Danio rerio (organismos-teste), o
limite superior (LS) e o limite inferior (LI) da faixa de sensibilidade dos lotes foram
calculados com a média dos valores de CL
50
do número de testes realizados e o
desvio padrão (± 2 ) calculado com a subsncia de referência.
A CL
50-48h
dia (n=6) estimada foi de 10024,63 mg.L-1, com limite
superior (LS) de 12035,53 mg.L-1 e limite inferior (LI) de 8013,73 mg.L-1 (Figura
12).
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Figura 12 - Carta-controle do organismo Danio rerio para a substância referência Cloreto
de sódio (NaCl). Médias das CL
50
-
48h
e médias dos limites superior e inferior.
CL50-48h
MEDIA L. S.
MEDIA= 10024,63
MEDIA L.I.
Testes
0
2
4
6
6000
8000
10000
12000
14000
Concentração (mg.L-1)
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5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
5.1. Perfil do Produtor e Agrotóxicos relacionados
A maioria dos produtores entrevistados (95,5%) respondeu que
trabalhavam cultivando verduras e hortaliças a mais de 12 anos (Tabela V).
Apenas um dos produtores entrevistados (4,5%) respondeu que trabalhava
cultivando verduras e hortaliças a pouco mais de 4 anos, e nenhum dos
entrevistados cultivam verduras e hortaliças a 7 e 11 anos.
Tabela V – Tempo de cultivo de verduras e hortaliças
Tempo Nº de Entrevistados %
De 1 a 6 anos 1 4,5
Acima de 12 anos 21 95,5
Total 22 100,0
Fonte: Pesquisa de campo, abril/2008.
Dentre as verduras e hortaliças cultivadas pode-se citar (Figura 13):
cebolinha, cultivada por 100% dos produtores entrevistados; coentro, cultivado
por 95,5% deles; alface, cultivado por 90,9%; couve-folha, cultivado por 77,3%;
pimentão, cultivado por 63,6%; cebola seca e tomate, cultivados por 4,5% deles.
72,7% dos produtores entrevistados cultivam outras verduras e hortaliças (Inclue-
se em “outras” as seguintes culturas: hortelã-miúdo, hortelã-de-cheiro, rúcula,
salsinha, salsão, espinafre, berinjela, maxixe, quiabo, arruda, nova-rosa, alecrim,
alho-poró, brócolis, manjericão e agrião).
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100
95,5
90,9
77,3
63,6
4,5
4,5
72,7
Cebolinha
Coentro
Alface
Couve-Folha
Pimentão
Cebola
Tomate
Outros
0 20 40 60 80 100 120
Figura 13 - Tipos de verduras e hortaliças cultivadas
Dos produtores entrevistados, 68,2% assumiram que empregam algum
tipo de agrotóxico para o controle de insetos ou outros organismos indesejáveis e
31,8% dos produtores negaram fazer uso desses defensivos em seu cultivo
(Figura 14), mas assumiram utilizar algum controle alternativo de pragas. Alguns
deles disseram fazer uso de formulações caseiras à base de vinagre, urtiga, fumo
e pimenta, ou ainda de iscas preparadas com farelo de trigo e açúcar.
Sim
68,2%
Não
31,8%
Figura 14 - Produtores que usam agrotóxico no seu cultivo
Dentre os agrotóxicos utilizados destacam-se Tamaron BR (73,3%) e
Decis 25EC (33,3%) utilizados com mais freqüência, Vertemete (6,7%),
Barragem (6,7%), Folisuper 600 (6,7%) e Titani BR (6,7%) são utilizados em
menor escala (Figura 15).
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73,3
33,3
6,7
6,7
6,7
6,7
0 10 20 30 40 50 60 70 80
% do uso de agrotóxicos
Tamaron BR
Decis 25
Vertemete
Barragem
Foli-super
Titani
AGROTÓXICOS
AGROTÓXICOS MAIS UTILIZADOS
Figura 15 - Agrotóxicos mais utilizados no cultivo de verduras e hortaliças na Região do
Cinturão verde de Natal.
Ao serem indagados a respeito da eficácia dos agrotóxicos que eles usam,
os pequenos produtores disseram preferir o controle químico ao alternativo,
devido à sua eficácia em curto prazo, mas 66,7% dos produtores consideram o
agrotóxico que usam Bom, 20% deles consideram o produto Regular e apenas
13,3% consideram o produto Ótimo. Em geral, os agrotóxicos são indicados pelo
vendedor, diretamente na loja de produtos agropecuários, ou pelos vizinhos,
normalmente sem a utilização do receituário agronômico (Tabela VI).
Tabela VI – Eficácia do Agrotóxico
Opinião Nº de Entrevistados %
Ótimo 2 13,3
Bom 10 66,7
Regular 3 20,0
Total 15 100,0
Fonte: Pesquisa de campo, abril/2008.
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No 'cinturão verde' de Natal o uso de agrotóxicos é empregado a mais
de 12 anos por 66,7% dos produtores entrevistados da rego, de 1 à 6 anos por
20% deles e de 7 à 12 anos por 13,3% dos agricultores (Tabela VII).
Tabela VII – Tempo de uso do agrotóxico
Tempo (anos) Nº de Entrevistados %
De 1 a 6 anos 3 20,0
De 7 a 12 anos 2 13,3
Acima de 12 anos 10 66,7
Total 15 100,0
Fonte: Pesquisa de campo, abril/2008.
O resultado e a análise dos dados das demais perguntas que constam no
questionário (Apêndice) aplicado aos produtores de hortaliças e verduras de
‘cinturão verde de Natal(Gramorezinho-Natal-RN), encontram-se a disposição
para conhecimento e uso em estudos posteriores, e pode ser solicitado pelo
endereço eletrônico da autora (anjok[email protected]om.br).
5.2. Parâmetros físico-químicos
Os dados físico-químicos (temperatura e pH) foram mensurados e
registrados, antes, após 24h e ao final das 48 horas dos testes definitivos com o
Tamaron BR, como mostra as Tabelas VIII, IX E X.
Tabela VIII Parâmetros físico-químicos das soluções-teste do Ensaio A com Tamaron BR
pH
Temperatura
(ºC)
Horas 0 24
48
0 24 48
Menor concentração 7,5
7,4
7,1
23,0
23,6
23,7
Maior concentração 7,1
6,9
6,1
22,9
23,7
23,5
Controle (Média) 7,6
7,5
7,6
23,1
23,8
23,0
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Tabela IXParâmetros físico-químicos das soluções-teste do Ensaio B com Tamaron
BR
Tabela X – Parâmetros físico-químicos das soluções-teste do Ensaio C com Tamaron BR
Assim como nos testes com o Tamaron BR, os parâmetros físico-químicos
(temperatura e pH) foram mensurados e registrados, antes, após 24h e ao final
das 48 horas de teste com o Decis 25EC, como mostra as Tabelas XI, XII e XIII.
pH
Temperatura
(ºC)
Horas 0 24
48
0 24 48
Menor concentração 7,6
7,1
7,0
22,8
22,6
21,8
Maior concentração 7,5
7,6
6,9
22,9
22,7
21,8
Controle (Média) 7,6
7,4
7,6
22,7
22,8
21,7
pH
Temperatura
(ºC)
Horas 0 24
48
0 24 48
Menor concentração 8,0
7,8
7,7
22,3
22,2
22,1
Maior concentração 7,8
7,6
7,5
22,3
22,3
22,1
Controle (Média) 8,0
7,9
7,9
22,5
22,2
22,0
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Tabela XI Parâmetros físico - químicos das soluções-teste do Ensaio A com Decis
25EC
Tabela XII – Parâmetros físico - químicos das soluções-teste do Ensaio B com Decis 25EC
pH
Temperatura
(ºC)
Horas 0 24
48
0 24 48
Menor concentração 7,7
7,7
7,1
24,0
24,2
23,7
Maior concentração 7,1
7,2
7,1
23,9
24,7
23,5
Controle (Média) 7,6
7,5
7,3
24,0
24,8
24,0
pH
Temperatura
(ºC)
Horas 0 24
48
0 24 48
Menor concentração 6,5
7,7
7,0
22,8
23,2
23,7
Maior concentração 6,6
7,2
7,0
22,7
23,7
23,4
Controle (Média) 7,0
7,1
7,3
22,8
23,8
24,0
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Tabela XIII Parâmetros físico - químicos das soluções-teste do Ensaio C com Decis 25EC
O pH e a temperatura das soluções-teste se encontravam dentro da faixa
ideal para a realizão dos testes, segundo a Norma ABNT/NBR/15088/04, o
necessitando serem ajustados.
5.3. Valores das CL50-48h
5.3.1. Tamaron BR
A mortalidade registrada nos testes definitivos com o Tamaron BR,
a mortalidade média em cada concentração-resposta e o percentual de
mortalidade encontra-se nas tabelas XIV e XV do Apêndice B. Todos os animais
expostos a 500 mg.L
-1
de Tamaron BR encontraram-se mortos ao fim das 48
horas de exposição.
Os valores da CL
50-48h
estimados para o Tamaron BR foram 292,83 mg. L
-1
(Ensaio A); 304,29 mg. L
-1
(Ensaio B) e 266,33 mg. L
-1
(Ensaio C).
pH
Temperatura
(ºC)
Horas 0 24
48
0 24 48
Menor concentração 5,7
6,5
7,0
23,8
24,2
24,5
Maior concentração 5,6
6,5
6,9
23,9
24,2
24,5
Controle (Média) 5,8
7,0
7,0
24,0
24,1
24,5
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Na Figura 16 encontra-se representado os dados obtidos nos testes
de toxicidade aguda do Tamaron BR para Danio rerio e o cálculo estatisticamente
estimado da CL
50-48h
mediana foi de 352,89 mg.L
-1
, obtido pela função logística:
ãoConcentr
i
i
011523,006635,4
1
ln
Concentração de metamidofós
Probabilidade de peixes mortos
5004003002001000
0,9
0,8
0,7
0,6
0,5
0,4
0,3
0,2
0,1
0,0
0,5
Estimada
Observada
Probabilidades
Probabilidades observadas e estimadas de peixes mortos
CL50-48h = 352,89
FIG. 16: Representação gráfica da mortalidade de Danio rerio em função do aumento das
concentrações de Tamaron BR no teste de toxicidade aguda.
Os resultados mostram que o Tamaron BR é classificado como
praticamente não-tóxico para D. rerio. Neste estudo, as descrições de toxicidade
foram assinalados baseados nos valores da CL
50
, de acordo com a classificação
de Zucker (1985), e o Tamaron BR pode ser classificado como praticamente não-
tóxico para D. rerio por estar no limite de CL
50
> 100 mg.L
-1
.
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5.3.2. Decis 25 EC
A mortalidade registrada nos testes definitivos com o Decis 25EC, a
mortalidade média em cada concentração-resposta e o percentual de mortalidade
encontra-se nas tabelas XVI e XVII do Apêndice B. Todos os animais expostos a
0,0006 mg. L
-1
de Decis 25EC encontraram-se mortos ao rmino das 48 horas
de exposição.
Os valores da CL
50-48h
estimados para o Decis 25EC foram 0,000443 mg.
L
-1
(Ensaio A); 0,000270 mg. L
-1
(Ensaio B) e 0,000276 mg. L
-1
(Ensaio C).
Na Figura 17 encontra-se representado os dados obtidos nos testes de
toxicidade aguda do Decis 25EC para Danio rerio e o cálculo estatisticamente
estimado da CL
50-48h
mediana foi de 0,0004156 mg.L
-1
, obtido pela função
logística:
ãoConcentraç
i
i
8,1042233167,4
1
ln
Concentração de Deltametrina
Probabilidades de peixes mortos
0,00060,00050,00040,00030,00020,00010,0000
0,9
0,8
0,7
0,6
0,5
0,4
0,3
0,2
0,1
0,0
0,5
Estimada
Observada
Probabilidades
Probabilidades observadas e estimadas de peixes mortos
CL50-48h = 0,0004156
FIG. 17: Representação gráfica da mortalidade de Danio rerio em função do aumento das
concentrações de Decis 25EC no teste de toxicidade aguda.
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Os resultados mostram que o Decis 25EC é classificado como altamente
tóxico para D. rerio. Neste estudo, as descrições de toxicidade foram assinalados
baseados nos valores da CL
50
, de acordo com a classificação de Zucker (1985),
e o Decis 25EC pode ser classificado como altamente tóxico para D. rerio por
estar no limite de CL
50
< 0,1 mg.L
-1
.
5.3.3. Análise comparativa
Os efeitos tóxicos aos peixes foram maiores com o aumento das
concentrações e da exposição do tempo de 48 horas. A toxicidade desses
agrotóxicos para peixes já havia sido relatada em alguns estudos:
Chan et. al. (1996) verificaram que o inseticida Tamaron BR apresenta
baixa toxicidade para peixes. Os referidos autores encontraram que a
concentração letal do Tamaron BR (CL
50-48h
) é de 25-51 mg.L
-1
para trutas, 46
mg.L
-1
para peixes do tipo guppies e 100 mg.L
-1
para carpas.
O Decis 25EC havia sido classificado como extremamente tóxico por
Çalta e Ural (2004) que encontraram um valor de CL
50-48h
= 4,47 µg. L
-1
para
carpas; por Lakota et. al. (1989) que encontraram o valor de CL
50-48h
= 3,50 µg. L
-1
para carpas na fase adulta e CL
50-48h
= 2,30 µg. L
-1
para peixes da espécie
Oncorhynchus mykiss; e por Mulla et. al. que encontraram o valor de CL
50-48h
=
0,60 µg. L
-1
para peixes da espécie Cyprinodon macularius, CL
50-48h
= 0,50 µg. L
-1
para peixes da escie Oncorhynchus mykiss e CL
50-48h
= 0,80 µg. L
-1
para peixes
da escie Tilapia mossambica.
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6. CONCLUSÃO
Nas condições do presente trabalho e nos cenários estipulados, os
resultados permitem concluir que:
1. A maioria (68,2%) dos produtores de verduras e hortaliças do cinturão
verde de Natal emprega defensivos agrícolas para o controle de insetos ou
outros organismos indesejáveis;
2. O agrotóxico mais utilizado (73,3%) pelos produtores do cinturão verde
de Natal é o Tamaron BR e o segundo mais utilizado (33,3%) é o Decis 25;
4. Com a CL
50-48h
= 352,89 mg.L
-1
para o Danio rerio, o Tamaron BR é
considerado de baixa toxicidade aguda;
5. Com a CL
50-48h
=00,0004156 mg.L
-1
para Danio rerio, o Decis 25 EC é
considerado altamente tóxico;
6. Dentre os agrotóxicos avaliados e considerando as avaliações de outros
autores, encontradas na literatura, Tamaron BR é menos tóxico aos peixes
quando comparado ao Decis 25 EC.
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7. SUGESTÕES E RECOMENDAÇÕES
Baseado nas conclues deste trabalho emerge algumas recomendações e
sugestões:
Percebeu-se que a falta de conscientização e orientação dos produtores
os conduzia a atitudes que coloca em risco, além da contaminação ambiental, a
própria saúde, a de seus familiares e vizinhos das áreas de cultivo. Por este
motivo, se faz necessário uma política agrária na região do ‘cinturão verde de
Natal’, que priorize programas de extensão rural que contemplem a educação
ambiental como um fator de desenvolvimento local sustentável e a melhoria da
qualidade de vida dos produtores.
Recomenda-se aconselhar os produtores de verduras e hortaliças do
‘cinturão verde de Natal’ a continuarem dando preferência ao uso de Tamaron
BR em seus cultivos, por ser esse o agrotóxico de menor toxicidade a peixes que
possam a ser expostos nos ambientes aquáticos circunvizinhos.
Sugere-se para pesquisas futuras, a verificação da toxicidade da interação
dos agrotóxicos estudados, uma vez que na natureza há a presença de mais de
um agente químico e não se conhece os efeitos resultantes dessas interações.
Além disso, pode-se determinar a toxicidade aguda e crônica do
Tamaron BR e do Decis 25EC para outros organismos além do peixe-zebra, para
que por meio do resultado obtido com o organismo mais sensível, seja possível
estimar com mais segurança o potencial de impacto dos agrotóxicos usados no
cultivo de verduras e hortaliças nos possíveis corpos d’água receptores.
Outra sugestão é a realização de testes (agudos e/ou cnicos), também,
com organismos bioindicadores de toxicidade característicos dos ecossistemas
potiguares.
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8. LITERATURAS CITADAS
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freshwater fish, Channa punctatus, Bloch. Ecotox. Env. Saf. v. 56, p. 295-301,
2003.
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SILVA, S. C. T. Avaliação Ecotoxicológica de efluentes têxteis: uma
aplicação dos bioensaios de toxicidade aquática. 2007. 114f. Monografia
(Curso Superior em Meio Ambiente). Centro Federal de Educação Tecnológica -
CEFET/RN, Natal, 2007.
SODERLUND, D. et al. Mechanisms of Pyrethroid Neurotoxicity: implications for
cumulative risk assessment. Toxicology, 2001.
SPACIE, A.; HAMELINK, J. Bioacumulation. In: RAND, G.; PETROCELLI, S.
Fundamentals of aquatic toxicology: methods and aplications, Hemisphere, New
York, NY, p. 495-525. 1985.
TOMITA, R.Y.; BEYRUTH, Z. Toxicologia de Agrotóxico em ambientes
aquáticos. O Biológico, São Paulo, v. 64, n. 2, p. 135-142. Jul./Dez., 2002.
ZAGATTO, P. A. Avaliação de risco e do potencial de periculosidade ambiental
de agentes químicos para o ambiente aquático. In: ZAGATTO, P. A.;
BERTOLETTI, E. Ecotoxicologia Aquática Princípios e Aplicações. São
Carlos: RiMa, 2006. cap. 16, p.383-411.
ZUCKER, E. Hazard Evaluation Division - Standard Evaluation Procedure - Acute
Toxicity Test for Freshwater Fish. U.S.EPA Publication 540/9-85-006. 1985.
SITES CITADOS
ATLAZ DR. PEZ. DANIO RERIO. Atlas Dr.Pez Jesús Salas y Carlos Garrido,
2003-2006. España. Disponível em: <http://atlas.drpz.org/Daniorerio>. Acesso
em: 30 jun. 2007.
HISTÓRIA DOS BAIRROS DE NATAL. Disponível em:
<http://www.natal.rn.gov.br/semurb/bairros/norte/lagoa_azul.php. >. Acesso em:
27 jul. 2008.
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APÊNDICE A: Questionário aplicado aos produtores de verduras e
hortaliças de Gramorezinho.
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Questionário: Produtores de verduras e hortaliças
1) A quanto tempo você trabalha cultivando verduras e hortaliças?
( ) a menos de 1 ano ( ) de 1 à 6 anos ( ) de 7 à 12 anos ( ) acima de 12 anos
2) Quais as verduras e hortaliças que você cultiva?
( ) coentro
( ) couve-folha
( ) cebolinha
( ) pimentão
( ) cebola
( ) tomate
( ) alface
( ) couve-flor
()repolho
()outros:_________
3) Para quem vofornece sua produção?
______________________________________________________________
4) Você faz uso de defensivos agrícolas no seu cultivo?
( ) sim ( ) não
5) Qual o nome do defensivo agrícola que você faz uso?
_______________________________________________________________
6) Como você considera a qualidade do produto?
( ) ótimo ( ) bom ( ) regular ( ) ruim ( ) péssimo
7) Qual a freqüência da aplicação do defensivo agrícola?
( ) diariamente ( ) quinzenalmente
( ) 3 dias na semana ( ) mensalmente
( ) semanalmente ( ) anualmente
8) Qual o horário de aplicação?
( ) manhã
( ) tarde
( ) noite
9) Qual a forma de aplicação usada por vocês?
( ) pulverizador (chuveirinho)
( ) bomba manual
( ) outras
10) Quantas pessoas aplicam o defensivo agrícola?
( ) de 1 à 3 ( ) de 4 à 6 ( ) de 7 à 9 ( ) acima de 10
11) Os aplicadores do produto já usaram alguma vestimenta protetora?
( ) sim ( ) não ( ) raramente
12) Quais equipamentos de proteção os aplicadores usam?
( ) luvas
( ) chapéu de abas largas
( ) avental impermvel
( ) botas
( ) óculos de segurança
( ) protetor facial
( ) máscaras
13) O aplicador é quem prepara a calda?
( ) sim ( ) não
14) A quanto tempo você utiliza os defensivos no seu cultivo?
( ) a menos de 1 ano ( ) de 1 à 6 anos ( ) de 7 à 12 anos ( ) acima de 12 anos
15) Quais as partes do corpo mais atingidas pela névoa do produto (parte do corpo que molha mais)
( ) Pernas ( ) Nuca
( ) Abmen/Barriga ( ) Nádegas
( ) Peito ( ) Face (Rosto)
( ) Braços ( ) Couro cabeludo
( ) Ombros ( ) Costas
( ) Pés ( ) Mãos
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APÊNDICE B: Tabelas do Registro da Mortalidade dos organismos-teste nos
testes definitivos.
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Tabela XIV - Mortalidade registrada nos testes definitivos com Tamaron BR
Ensaio A Ensaio B Ensaio C
Replicatas Replicatas Replicatas
Concentração
Testada (mg/L)
1 2 3 1 2 3 1 2 3
500 4 4 4 4 4 4 4 4 4
400 3 4 3 3 3 3 4 3 4
300 1 2 2 1 3 2 2 2 3
200 1 0 1 0 1 0 2 0 0
100 1 0 0 0 1 0 1 0 0
Controle 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Tabela XV - Mortalidade Média e Percentual dos ensaios com Tamaron BR
Soma da Mortalidade Concentração
testada
Ensaio A Ensaio B Ensaio C
Mortalidade
Média Total
Mortalidade em
%
500 12 12 12 12 100%
400 10 9 11 10 83,3%
300 5 6 7 6 50%
200 2 1 2 1,6 13,9%
100 1 1 1 1 8,3%
controle 0 0 0 0 0%
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Tabela XVI - Mortalidade registrada nos testes definitivos com Decis 25EC
Ensaio A Ensaio B Ensaio C
Replicatas Replicatas Replicatas
Concentração
Testada (mg/L)
1 2 3 1 2 3 1 2 3
0,0006 4 4 4 4 4 4 4 4 4
0,0005 4 3 4 3 4 4 4 4 4
0,0004 2 0 2 3 3 2 3 3 3
0,0003 1 1 1 1 3 2 3 1 2
0,0002 0 0 0 0 1 0 0 0 0
Controle 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Tabela XVII - Mortalidade Média e Percentual dos ensaios com Decis 25EC
Soma da Mortalidade Concentração
testada
Ensaio A Ensaio B Ensaio C
Mortalidade
Média Total
Mortalidade em
%
0,0006 12 12 12 12 100%
0,0005 11 11 12 11,3 94,4%
0,0004 4 8 9 7 58,3%
0,0003 3 6 6 5 41,6%
0,0002 0 1 0 0,3 2,7%
controle 0 0 0 0 0%
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