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Algoritmo Evolutivo
Computacionalmente Eficiente
para Reconfiguração de
Sistemas de Distribuição
Tese de Doutorado apresentada à Escola de
Engenharia de São Carlos da Universidade de
São Paulo como parte dos requisitos para
obtenção do título de Doutor em Engenharia
Elétrica.
Augusto Cesar dos Santos
Orientador:
Newton G. Bretas
Co-orientador: Alexandre C. B. Delbem
São Carlos
200
9
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iv
Porque dele, e por meio dele, e para ele são
todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente.
Amém!
Romanos 11:36
Agradecimentos
À Deus, motivo da minha existência, de tudo o que faço e por quem tudo
faço. Porque “Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito
se fez”. (João 1:3).
À minha esposa, Kelly Martins Salvatierra dos Santos, pelo apoio,
companheirismo, incentivo e por toda ajuda que me concedeu nesses longos anos.
Aos meus pais, Geraldo Clemente dos Santos e Teresa Ortega dos Santos,
que mesmo à distância, sempre apoiaram o trabalho e não mediram esforços para
conceder-me uma educação de qualidade.
Ao professor Alexandre Cláudio Botazzo Delbem, pela competência com que
me orientou no desenvolvimento desta tese e pelo tempo generosamente dedicado,
transmitindo-me os melhores e mais úteis ensinamentos com paciência, lucidez e
confiança, além das críticas construtivas. Agradeço também pelo incentivo e
motivação à pesquisa e pela revisão de inúmeros textos científicos.
Ao meu orientador, professor Newton Geraldo Bretas, pela visão acadêmica
em geral e orientações. Pelas críticas construtivas e revisão de artigos científicos,
sempre sugerindo uma nova maneira de apresentá-los. E por acreditar em mim no
desenvolvimento desta tese.
Ao CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico),
pelo auxílio financeiro concedido em forma de bolsa de estudos e taxa de bancada,
a qual foi muito útil na aquisição de equipamentos utilizados no desenvolvimento do
trabalho e no financiamento de publicações de artigos, além de possibilitar
participações em eventos científicos.
vi
Aos colegas da área Indústria, do Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia do Tocantins (IF-TO), que supriram minha ausência em sala de aula
durante o período necessário para o desenvolvimento desta tese.
Aos amigos do LACO (Laboratório de Análise Computacional em Sistemas
Elétricos de Potência) pelas constantes discussões construtivas e parceria em
publicações originadas desta pesquisa.
Aos amigos conquistados durante esse pequeno tempo de trabalho em São
Carlos-SP.
À Escola de Engenharia de São Carlos (EESC/USP) pela possibilidade de
utilização de todo o espaço físico e apoio geral.
SUMÁRIO
Resumo .....................................................................................................................ix
Abstract.....................................................................................................................xi
Lista de Siglas e Abreviaturas ..............................................................................xiii
Lista de Figuras.......................................................................................................xv
Lista de Tabelas .....................................................................................................xix
1 Introdução..........................................................................................................1
1.1 Apresentação do Problema.........................................................................4
1.2 Objetivos .....................................................................................................9
1.3 Organização do Documento......................................................................10
2 Revisão da Literatura......................................................................................13
2.1 Restabelecimento em Contingência..........................................................14
2.2 Redução de Perdas...................................................................................32
2.3 Outras Aplicações de Reconfiguração de Redes......................................39
3 O Problema de Reconfiguração.....................................................................45
4 Representação Nó-Profundidade...................................................................55
4.1 Fundamentos da RNP...............................................................................55
4.2 Operadores da RNP..................................................................................57
4.2.1 Operador 1 .....................................................................................58
4.2.2 Operador 2 .....................................................................................61
4.3 Localizando um nó na RNP de uma floresta.............................................63
4.4 Determinação dos nós p, r e a ..................................................................64
5 Avaliação Eficiente das Soluções..................................................................67
5.1 Fluxo de Carga..........................................................................................67
5.1.1 Métodos de soma de potência........................................................69
5.1.2 Extensão da RNP para fluxo de carga ...........................................71
5.1.3 Varredura direta/inversa com RNP.................................................75
5.1.4 Exemplo de aplicação do fluxo de carga proposto .........................78
5.2 Cálculo do número de manobras ..............................................................80
6 Algoritmos Evolutivos ....................................................................................89
6.1 Conceitos Básicos.....................................................................................92
6.2 Elitist Non-Dominated Sorting Genetic Algorithm......................................94
6.2.1 Método de ordenação rápida por não dominância .........................95
6.2.2 Preservação da diversidade ...........................................................96
6.2.3 Operador comparação....................................................................97
6.2.4 Algoritmo principal e complexidade computacional........................97
6.3 Strength Pareto Evolutionary Algorithm ....................................................99
6.3.1 Método de atribuição de fitness....................................................100
viii
6.3.2 Seleção e truncamento ................................................................ 101
6.3.3 Algoritmo principal e complexidade computacional ..................... 102
6.4 Algoritmo Evolutivo Multi-objetivo Proposto............................................ 104
6.4.1 Algoritmo Evolutivo Multi-objetivo em Tabela .............................. 105
6.4.2 Algoritmo principal do AEMT........................................................ 107
7 Resultados Experimentais........................................................................... 109
7.1 Diversas formas de utilização dos Operadores da RNP......................... 111
7.2 Modelagem mono-objetivo para falta única ............................................ 112
7.3 Modelagem mono-objetivo para múltiplas faltas..................................... 116
7.4 Modelagem multi-objetivo para falta única ............................................. 118
7.5 Modelagem multi-objetivo para múltiplas faltas ...................................... 122
7.6 Resultados com sistemas construídos a partir do SDR-SC.................... 126
7.7 Testes com o SDR da Taiwan Power Company..................................... 129
7.8 AEMT com modelos de corrente constante e potência constante para o
fluxo de carga ......................................................................................... 132
7.8.1 Desempenho do AEMT com FMCC e FMPC............................... 133
7.9 Comparação do AEMT com outros AEs Multiobjetivos .......................... 135
8 Conclusões ................................................................................................... 141
9 Publicações Originadas desta Pesquisa .................................................... 145
10 Referências Bibliográficas........................................................................... 147
Apêndice A............................................................................................................ 165
ix
Resumo
SANTOS, A. C., Algoritmo Evolutivo Computacionalmente Eficiente para
Reconfiguração de Sistemas de Distribuição. São Carlos, 2009, 186p. Tese de
doutorado – Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo.
O restabelecimento de energia em sistemas de distribuição de energia
elétrica radiais geralmente envolve a reconfiguração de redes para restaurar
eletricidade à(s) área(s) fora de serviço. As principais técnicas para restabelecimento
de energia em sistemas de distribuição de grande porte têm sido os Algoritmos
Evolutivos (AEs). Após a falta ter sido identificada e a zona em falta ter sido isolada
do sistema, o algoritmo deve encontrar soluções em que: 1) supra com energia o
maior número de consumidores possível, 2) minimize o número de operações de
chaveamentos, 3) não viole restrições operacionais do sistema, 4) reduza o total de
perdas resistivas, 5) a configuração da rede seja radial e, 6) obtenha tal solução em
tempo real. Este projeto emprega uma nova estrutura de dados para manipular
grafos produzindo exclusivamente configurações radiais e conexas, chamada
Representação Nó-Profundidade (RNP), garantindo que todas as soluções
potenciais geradas pelo algoritmo satisfaçam os itens (1) e (5). Além disso, propõe-
se um AE utilizando a RNP capaz de encontrar planos de restabelecimento
adequados para sistemas de distribuição de larga-escala, com milhares de chaves e
barras, em tempo real.
Algoritmos Evolutivos, Representação Nó-profundidade,
Restabelecimento de Energia, Sistema de Distribuição de grande porte.
xi
Abstract
SANTOS, A. C., Evolutionary Algorithm Computationally Efficient for Distribution
System Reconfiguration. Sao Carlos, 2009, 186p. Thesis of doctorate Engineering
School of Sao Carlos, University of Sao Paulo.
Energy Restoration in radial distribution systems usually involves the network
reconfiguration to restore the electricity to the out-of-service areas. The main
approaches for energy restoration in large-scale distribution systems have been the
Evolutionary Algorithms (EAs). After a fault has been identified and isolated, the
algorithm must find solutions that: 1) supply energy to the larger number of
consumers, 2) reduce the number of switching operations, 3) respect operational
constraints of the system, 4) reduce the amount of power losses, 5) generate
exclusively radial configurations and 6) find solutions in real time. This work uses a
new data structure, called Node-Depth Encoding (NDE), to manipulate graphs
producing exclusively radial and connected configurations, and guaranteeing that all
potential solutions generated by the algorithm satisfy items (1) and (5). Moreover, we
propose an EA using the NDE that is capable of finding adequate restoration plans in
real time for large-scale distribution systems, with thousands of switches and buses.
Keywords:
Energy Restoration, Evolutionary Algorithms, Large-scale distribution
systems, Node-depth Encoding.
xiii
Lista de Siglas e Abreviaturas
ACF Algoritmo de busca baseado em Colônias de Formigas
AE Algoritmo Evolutivo
AEMT Algoritmo Evolutivo Multi-objetivo em Tabela
AG Algoritmo Genético
BT Busca Tabu
BTR Busca Tabu Reativa
EDA Estimations of Distributions Algorithms
EDHI Evolução Diferencial Híbrida Inteiro-mista
FMCC Fluxo de carga Modelo Corrente Constante para soma de corrente
FMPC Fluxo de carga Modelo Potência Constante para soma de potência
GRASP Greedy Randomized Adaptive Search Procedure
IA Inteligência Artificial
MPF Modelo Pai-Filho
NA Normalmente Aberta
NF Normalmente Fechada
NSGA Nondominated Sorting Genetic Algorithm
PGSA Plant Growth Simulation Algorithm
PM Programação matemática
PSO Otimização por enxames de partículas
RNP Representação Nó-Profundidade
SA Simulated Annealing
SDR Sistema de Distribuição Radial
SDR-SC Sistema de Distribuição da cidade de São Carlos
xiv
SE Subestação
SEP Sistema Elétrico de Potência
SPEA Strength Pareto Evolutionary Algorithm
TPC Taiwan Power Company
xv
Lista de Figuras
Figura 1.1 – Sistema elétrico de potência, onde G é um gerador, SD um
dispositivo de manobra e TR é transformador. ...................................................3
Figura 1.2 Representação de um sistema de distribuição, onde SB é um
barramento na subestação, TR um transformador e S é uma chave
seccionadora.......................................................................................................4
Figura 3.1 – Exemplo de um grafo. ...........................................................................45
Figura 3.2 – Sistema de Distribuição com 4 alimentadores. .....................................47
Figura 3.3 – Sistema de Distribuição em falta...........................................................48
Figura 3.4 – Setores a jusante do setor em falta desconectados do SDR. ...............48
Figura 3.5 – Nova configuração. ...............................................................................49
Figura 4.1 – SDR com três alimentadores. Grafo com três arvores..........................56
Figura 4.2 – RNP para as 3 árvores da Figura 4.1....................................................56
Figura 4.3 – T
de
, T
para
e suas respectivas RNPs........................................................60
Figura 4.4 – T
tmp
e sua RNP......................................................................................60
Figura 4.5 – T’
de
e sua RNP. .....................................................................................60
Figura 4.6 – T’
para
e sua RNP. ...................................................................................61
Figura 4.7 – T
de
e sua RNP.......................................................................................62
Figura 4.8 – Subárvores enraizadas nos nós do caminho de r a p. ..........................62
Figura 4.9 – RNP da subárvore podada....................................................................62
Figura 4.10 – Árvore T
para
e sua RNP.......................................................................63
Figura 5.1 – SDR com dois alimentadores................................................................71
Figura 5.2 – Agrupamento das linhas e barras em setores.......................................72
Figura 5.3 – Grafo representando setores do SDR da Figura 5.2.............................72
Figura 5.4 – Operações necessárias para isolar o setor em falta. ............................81
Figura 5.5 – Cálculo das manobras: configuração inicial. .........................................84
xvi
Figura 5.6 – Cálculo das manobras: configuração 1................................................. 85
Figura 5.7 – Cálculo das manobras: configuração 2................................................. 85
Figura 5.8 – Cálculo das manobras: configuração 3................................................. 86
Figura 6.1 – Opções de compra de um automóvel envolvendo custo e conforto. .... 93
Figura 6.2 – Cálculo da crowding distance. .............................................................. 96
Figura 6.3 – Esquema do modelo NSGA-II apresentado em [48]............................. 99
Figura 7.1 Perdas de potencia obtidas usando os Operadores 1 e 2
separadamente, seleção aleatória e ajuste dinâmico de probabilidade de
seleção de cada Operador. ............................................................................ 112
Figura 7.2 – Destaque do alimentador 23 do SDR-SC. .......................................... 115
Figura 7.3 – Alimentador 6 do SDR-SC.................................................................. 117
Figura 7.4 – Alimentador 22 do SDR-SC................................................................ 117
Figura 7.5 – Falta única, perdas totais.................................................................... 120
Figura 7.6 – Falta única, menor tensão. ................................................................. 120
Figura 7.7 – Falta única, carregamento da rede..................................................... 120
Figura 7.8 – Falta única, carregamento das subestações. ..................................... 120
Figura 7.9 – Falta única, número de chaveamentos............................................... 120
Figura 7.10 – Falta única, função agregação.......................................................... 120
Figura 7.11 – Múltiplas faltas, perdas totais............................................................ 123
Figura 7.12 – Múltiplas faltas, menor tensão. ......................................................... 123
Figura 7.13 – Múltiplas faltas, carregamento da rede............................................. 123
Figura 7.14 – Múltiplas faltas, carregamento das subestações. ............................. 123
Figura 7.15 – Múltiplas faltas, número de chaveamentos....................................... 123
Figura 7.16 – Múltiplas faltas, função agregação. .................................................. 123
Figura 7.17 – Subpopulação, perdas totais. ........................................................... 124
Figura 7.18 – Subpopulação, menor tensão........................................................... 124
Figura 7.19. – Subpopulação, carregamento da rede............................................. 124
Figura 7.20 – Subpopulação, carregamento das subestações............................... 124
xvii
Figura 7.21 Resultados indicando tempo de processamento sublinear para o
AEMT..............................................................................................................127
Figura 7.22 – Topologia Inicial do SDR da Taiwan Power Company......................130
Figura 7.23 Fronteiras de Pareto encontradas pelo NSGA-II nas iterações 1 e
150..................................................................................................................137
Figura 7.24 Fronteiras de Pareto encontradas pelo SPEA2 nas iterações 1 e
150..................................................................................................................137
Figura 7.25 – Soluções encontradas pelo AEMT. ...................................................138
Figura 7.26 Comparação das melhores fronteiras obtidas pelo AEMT, NSGA-
II e SPEA2. .....................................................................................................138
xix
Lista de Tabelas
Tabela 4.1 – Lista de adjacência para os nós do grafo da Figura 4.1.......................58
Tabela 5.1 – Árvores dos setores com o nó adicional...............................................74
Tabela 5.2 – RNPs dos setores mostrados na Tabela 5.1. .......................................75
Tabela 5.3 – Manobras de chaves: Caso 1...............................................................82
Tabela 5.4 – Manobras de chaves: Caso 2...............................................................82
Tabela 5.5 – Manobras de chaves: Caso 3...............................................................83
Tabela 7.1 Média de perdas de potência nas soluções obtidas de 15
execuções do AEMT para falta única. ............................................................111
Tabela 7.2 Média de 15 execuções do AE com RNP com modelagem mono-
objetivo para falta única. .................................................................................115
Tabela 7.3 Média de 15 execuções do AE com RNP com modelagem mono-
objetivo para múltiplas faltas...........................................................................118
Tabela 7.4 – Média de 15 execuções do AEMT para falta única. ...........................122
Tabela 7.5 – Média de 15 execuções do AEMT para múltiplas faltas.....................125
Tabela 7.6 – Dados dos Sistemas construídos a partir do SDR-SC (Sistema 1). ...126
Tabela 7.7 – Média de Resultados de 30 execuções do AEMT..............................128
Tabela 7.8 Tempo de processamento dos métodos que utilizam o SDR da
TPC.................................................................................................................132
Tabela 7.9 – Resultados médios de 30 execuções utilizando o FMCC e o
FMPC..............................................................................................................134
Tabela 7.10 – Menor tensão no alimentador de acordo com o modelo de carga....134
1
1 Introdução
Nas últimas décadas, Sistemas Elétricos de Potência (SEP) tornaram-se
mais complexos. Em um SEP, existem centenas de componentes: geradores,
transformadores, linhas de transmissão, equipamentos de proteção e controle, etc.
Além do aumento em escala dos SEP, a utilização crescente de cargas envolvendo
eletrônica de potência e controladores baseados nessa tecnologia, bem como a
ampliação dos sistemas de co-geração são características que tornam a operação
dos SEP mais complexa. Nesse contexto, o desenvolvimento de ferramentas
computacionais de auxílio à operação tem crescido, tornando-se cada vez mais
importante.
Esta pesquisa foca na elaboração de uma ferramenta de reconfiguração
para auxiliar a operação de sistemas de distribuição de energia. O desenvolvimento
de ferramentas computacionais para SEP de larga-escala é relativamente complexo,
uma vez que esses sistemas possuem um número relativamente alto de
componentes interligados de forma esparsa, gerando o que tem sido chamado na
literatura de redes complexas [1-3].
A Figura 1.1 apresenta um SEP destacando-se suas três partes principais:
geração, transmissão e distribuição. A seguir, destacam-se características
qualitativas e quantitativas que diferenciam as partes de um SEP:
2
Geração, composta pelas usinas, tem a função de converter energia de
alguma fonte em eletricidade. A tensão é, em geral, em torno de 13,8kV.
A segunda maior hidrelétrica do mundo em potência instalada é a Usina
de Itaipu com 14.000MW divididas em 20 unidades geradoras de
aproximadamente 700MW cada. As 10 unidades de 60Hz que atendem o
Brasil, tem tensão nominal de 18kV;
Transmissão, composta basicamente por linhas de transmissão, é
responsável por transportar a energia dos pontos de geração aos pontos
de consumo. A tensão nesses sistemas variam, geralmente, de 69kV a
750kV. O sistema de transmissão de Itaipu é dividido em 2 grupos: o de
corrente alternada que recebe a energia em 60Hz e eleva para 750kV
com 3 linhas de transmissão; e o de corrente contínua, que recebe a
energia em 50Hz, sua tensão é convertida através de retificadores para
aproximadamente 600kV em corrente contínua e transmitida por duas
linhas até Ibiúna-SP, onde é convertida para 60Hz, interligando-se ao
sistema do Sudeste;
Distribuição, composta basicamente por subestações abaixadoras e
linhas de distribuição, é responsável por distribuir a energia elétrica
recebida do sistema de transmissão aos centros consumidores, que
geralmente utilizam 13,8kV. Como exemplo de um sistema de
distribuição típico, pode-se citar o da cidade de Natal-RN, composto por 7
subestações, 48 alimentadores em 13,8kV que atende 220.197
consumidores.
3
Um Sistema de Distribuição, por sua vez, pode ser subdividido em duas
partes principais:
Sistema de Distribuição Primária: também conhecido como distribuição
de média tensão, operam geralmente em redes radiais aéreas na tensão
de 13,8kV. Tem a possibilidade de transferência de blocos de cargas
entre circuitos para o atendimento da operação em condições de
contingência ou para manutenção preventiva e/ou corretiva. Essas redes
atendem aos consumidores primários (indústrias de médio porte,
conjuntos comerciais, grandes hospitais, shopping centers, instalações
de iluminação pública, etc.) e aos transformadores de distribuição, que
por sua vez, suprem as redes secundárias ou de baixa tensão;
Sistema de Distribuição Secundária: também conhecido como
distribuição de baixa tensão, geralmente operam com tensões 220/127V
ou 380/220V. Suprem consumidores de baixa tensão, pequenos
comércios e indústrias e, principalmente, os consumidores residenciais.
Essa parte do sistema de distribuição usualmente não conta com recurso
para o atendimento de contingências.
Geração
Transmissão
Distribuão
G TR TR
TR
SD
SD
SD
SD
SD
SD
Figura 1.1 – Sistema elétrico de potência, onde G é um gerador, SD um dispositivo de
manobra e TR é transformador.
4
A Figura 1.2 ilustra um Sistema de Distribuição subdividido em rede primária
e secundária. Neste trabalho o foco principal está voltado para as redes primárias de
distribuição.
1.1 Apresentação do Problema
A busca pelo fornecimento de energia elétrica com qualidade aos
consumidores tem sido um alvo constante das concessionárias de energia elétrica e
um dos focos da Agência Nacional de Energia Elétrica. De acordo com Cipoli em [4],
essa qualidade pode ser avaliada pelos seguintes itens:
Continuidade do fornecimento;
Nível de tensão;
Oscilações rápidas de tensão;
Desequilíbrio da tensão;
Distorções harmônicas da tensão;
Nível de interferência em sistemas de comunicações.
13,8kV
220/127V
Rede Primária
Rede Secunria
S
S
S
S
S
S
S
S
TR
SB
S
Figura 1.2 – Representação de um sistema de distribuição, onde SB é um barramento na
subestação, TR um transformador e S é uma chave seccionadora.
5
Por questões de custos de investimentos e operação, as redes de
distribuição primárias operam em geral com configurações radiais [5], ou seja, sem a
formação de malhas (ver Figura 1.2). Assim, em redes radiais, os nós de carga
recebem energia de um único a jusante do mesmo, simplificando a operação e
proteção das redes elétricas. Por outro lado, a utilização de redes radiais diminui a
confiabilidade do sistema em relação à continuidade do fornecimento de energia.
As interrupções são inevitáveis, seja em conseqüência de defeitos que
fatalmente ocorrem na rede (manutenção corretiva), seja para a execução de
serviços de manutenção preventiva. Assim, o agrupamento de vários pontos de
cargas em blocos separados por chaves que operam no estado Normalmente Aberto
(NA) e Normalmente Fechado (NF) foi uma solução encontrada para melhorar a
confiabilidade do sistema sem incorrer em gastos excessivos. Desta forma, a
operação de chaves permite a troca de carga entre circuitos em caso de interrupção
em algum ponto da rede. Nessas situações, deve-se dispor de um plano para
restabelecimento de energia (verificar conceito de restabelecimento no Capítulo 3),
que consiste em determinar um conjunto de manobras de chaves, para que essas
interrupções restrinjam-se à menor parte possível da rede. Um algoritmo de
reconfiguração de redes de distribuição pode ser utilizado em diversos problemas da
operação do sistema, sendo uma ferramenta importante na automação da
distribuição. Em condições normais de operação, pode-se utilizar a reconfiguração
de redes, através da manobra de chaves NA e NF, para reduzir as perdas totais por
efeito Joule [6, 7] e/ou para o balanceamento de carga entre os alimentadores [8, 9],
aliviando os alimentadores que estão com carregamento crítico. Assim, opera-se a
rede também para a redução de queda de tensão [10] e para aliviar trechos da rede
com sobrecarga [11] (corrente elétrica com níveis acima do suportado pelos cabos).
6
A reconfiguração de redes também pode ser aplicada na ocorrência de
contingências [12-14], sendo o foco principal desta pesquisa. Nesse caso, é
necessário determinar quais chaves NF deverão ser abertas, a fim de isolar trechos
da rede com defeito. Para minimizar a quantidade de cargas fora de serviço, existe a
possibilidade de conectar a outros alimentadores trechos da rede que se encontram
a jusante da falta através do fechamento de chaves NA. Cargas fora de serviço
correspondem aos consumidores que ficaram sem energia após o setor
1
em falta ter
sido isolado, sendo que nem sempre é possível a conexão dessas cargas a outros
alimentadores. Esse procedimento é mais complexo e será discutido adiante. Com o
mesmo objetivo de isolar áreas em contingência, esse tipo de reconfiguração pode
ser utilizado também para manutenção preventiva da rede.
Outra aplicação da reconfiguração de redes ocorre no planejamento de
Sistemas de Distribuição. Com o crescimento populacional nas zonas urbanas nas
últimas cadas, o consumo de energia elétrica tem aumentado significativamente,
sendo necessário expandir as redes de distribuição. Essa expansão pode ser
realizada de maneira planejada, definindo a topologia em que a rede irá operar no
futuro, geralmente dentro de um horizonte de 5 a 10 anos [15].
Um plano genérico adequado de reconfiguração de redes pode envolver as
seguintes necessidades práticas:
1. Encontrar um plano em um curto intervalo de tempo (em tempo real);
2. Minimizar o número de manobras;
3. Reduzir o número de consumidores interrompidos;
4. Nenhum componente sobrecarregado;
1
Um setor corresponde a um conjunto de barras e linhas sem a presença de chaves seccionadoras.
Neste trabalho, será utilizada a palavra setor no lugar de diversos sinônimos utilizados por outros
autores (zona, seção, etc.) sempre que tiver o mesmo significado.
7
5. Manter a estrutura radial do sistema;
6. Reduzir o total de perdas de potência;
7. Reduzir quedas de tensão.
Dependendo da necessidade da companhia de energia elétrica, outros
objetivos podem ser considerados. Com base nesses objetivos e restrições, pode-se
verificar que a reconfiguração da rede de energia é um problema com múltiplas
restrições e múltiplos objetivos, sendo alguns deles conflitantes.
Diversos métodos têm sido utilizados para resolver problemas de
reconfiguração de redes de distribuição de energia elétrica. Os mesmos podem ser
divididos em dois grandes grupos: os de Programação Matemática (PM) e os
baseados em heurísticas.
Dentre os métodos de PM, destacam-se a programação inteira mista [16-19],
a programação não-linear [20], a programação dinâmica [21, 22] e a programação
linear [23]. Os métodos matemáticos utilizados em PM representam explicitamente
as principais restrições: leis de Kirchhoff, capacidade dos cabos e equipamentos,
queda de tensão, etc. Porém, a aplicação de PM está limitada a problemas de
pequeno porte. Devido a grande quantidade de variáveis envolvidas na modelagem
matemática por PM de problemas de reconfiguração de redes de distribuição de
médio e grande portes, o problema torna-se computacionalmente intratável, mesmo
para redes que não sejam grandes. Deve-se lembrar que esse problema é
combinatorial no número de chaves
2
do sistema, isso significa que o número de
soluções possíveis aumenta exponencialmente com o número de chaves.
Por essas razões, algoritmos baseados em heurísticas m sido sugeridos
como alternativas para resolver o problema de reconfiguração. Os mesmos não
2
Mais especificamente, o número de soluções potenciais para o problema é dado pelo número de
chaves NA (n
NA
) vezes o número de chaves NF (n
NF
) para 1 par de manobras. Para k pares, ter-se-
iam (n
NA
x n
NF
)
k
potenciais soluções para serem investigadas por um algoritmo de busca exaustiva.
8
garantem que a solução encontrada seja ótima, mas permitem a determinação de
soluções adequadas ou quase ótimas.
Um todo pode ser chamado de heurístico quando não conhecimentos
matemáticos completos sobre seu comportamento ou utiliza conhecimento e
experiência de especialistas na construção do algoritmo. Seu objetivo é resolver
problemas complexos utilizando uma quantidade não muito grande de recursos,
especialmente no que diz respeito ao consumo de tempo para encontrar soluções
com qualidade. Algoritmos heurísticos geralmente são utilizados para resolver
problemas onde não são conhecidos métodos exatos eficientes que ofereçam
garantias de encontrar a solução ótima.
Ao longo dos anos, diversas pesquisas têm sido realizadas para aumento do
desempenho de métodos heurísticos em problemas combinatoriais. Vários desses
métodos são metaheurísticas, algoritmos baseados em um conjunto de conceitos
heurísticos que definem um método aplicável a um extenso conjunto de diferentes
problemas [24]. Alguns exemplos de metaheurística são: branch exchange [25, 26],
Simulated Annealing (SA) [27], Busca Tabu (BT) [28, 29], Sistemas Especialistas
[30], Algoritmos Evolutivos (AE) [31-36], Algoritmos baseados em Colônias de
Formigas (ACF) [37], otimização por enxame de partículas (PSO) [38, 39], busca em
vizinhança variável (VNS) [40-42], Greedy Randomized Adaptive Search Procedure
(GRASP) [43], busca dispersa [44, 45], Estimations of Distributions Algorithms
(EDAs) [46, 47], etc. Dentre esses, os AEs têm sido a metaheurística mais explorada
para o problema de reconfiguração de sistemas de distribuição. Além disso,
possuem um suporte relevante da literatura em problemas multiobjetivos [34, 48-50].
9
1.2 Objetivos
O objetivo principal deste trabalho é desenvolver um AE eficiente para
resolver problemas de reconfiguração de redes de distribuição de energia elétrica de
grande porte. Os seguintes problemas são considerados: (i) restabelecimento de
energia, após a ocorrência de uma falta, ao maior número de consumidores possível
(ou seja, isolar a área em falta e interligar setores a jusante do local em falta a outros
alimentadores); (ii) encontrar configurações que minimizem a quantidade de chaves
manobradas, a queda de tensão, o carregamento da rede, o carregamento das
subestações e o total de perdas de potência. Mesmo no restabelecimento de energia
às áreas desenergizadas, buscar-se-á configurações que também reduzam o total
de perdas de potência e o número de chaves alteradas, uma vez que o número de
chaves a ser alteradas influencia no tempo de restabelecimento de energia, pois a
maioria das chaves é alterada manualmente pelos operadores.
Ao se utilizar sistemas de distribuição de grande porte, as possibilidades de
novas configurações aumentam consideravelmente comparadas com sistemas de
pequeno e médio porte. A maior quantidade de planos alternativos investigados
possibilita encontrar melhores soluções. Ao se considerar mais pontos de cargas,
obtêm-se soluções que correspondem a um fluxo de carga mais próximo do real
para uma dada configuração. Assim, uma metodologia capaz de lidar com redes
completas tende a melhorar a qualidade dos planos de restabelecimento
encontrados para redes de grande porte. Para isso, é preciso o desenvolvimento de
um AE capaz de lidar eficientemente com problemas de reconfiguração de grandes
redes envolvendo múltiplos objetivos.
A estratégia para obter um AE eficiente é a utilização de uma estrutura de
dados especial para manipulação e armazenamento de um conjunto de árvores
10
geradoras de grafos. Esta estrutura é chamada de Representação Nó-Profundidade
(RNP) [51]. Com base nessa estrutura de dados, um AE multiobjetivo baseado no
método em Tabela (ver Seção 6.4.1) é proposto, que utilizando a RNP produz
exclusivamente configurações radiais em que todos os consumidores possíveis são
atendidos após a área em falta ter sido isolada do sistema, isto é, sem a presença
de malhas em um mesmo alimentador ou entre alimentadores diferentes. Por essas
razões, o AE desenvolvido é chamado de AE Multi-objetivo em Tabela (AEMT).
O AEMT requer tempo de processamento e quantidade de memória RAM
consideravelmente menores. Com isso, a metodologia proposta tem mostrado ser
uma alternativa eficiente para problemas de projeto de grandes redes [51-54] e
também adequada para problemas que requerem soluções em tempo real.
1.3 Organização do Documento
O presente Capítulo apresentou uma introdução à SEP, especificando o
problema reconfiguração de redes de distribuição para restabelecimento de
energia e redução de perdas de potência – e especificou os objetivos da pesquisa.
O Capítulo 2 descreve os principais trabalhos publicados nas últimas
décadas abordando problemas de reconfiguração de redes para restabelecimento
de energia após contingências, redução de perdas de potência e outras aplicações.
O Capítulo 3 apresenta inicialmente conceitos de grafos, pois um sistema de
distribuição radial pode ser visto como uma floresta geradora em que cada
alimentador corresponde a uma árvore dessa floresta. Posteriormente, o Capítulo
apresenta especificamente o problema de restabelecimento, por fim, a formulação
matemática do problema.
11
O Capítulo 4 apresenta a RNP e dois Operadores para manipulação dessa
representação utilizada pelo AEMT para construção de novas configurações para
uma rede elétrica.
O Capítulo 5 mostra como cada configuração gerada pelos Operadores da
RNP é avaliada. Detalhes do fluxo de carga utilizado para esse fim também são
apresentados, bem como um método para determinar de forma eficiente o número
de manobras realizadas para se obter uma dada configuração.
O Capítulo 6 introduz os conceitos principais envolvendo AEs multiobjetivos,
destacando-se o NSGA-II e o SPEA2. Em seguida, a proposta do AE multiobjetivo
empregado é descrita.
O Capítulo 7 apresenta os resultados experimentais para um SDR real de
grande porte. Testes são realizados considerando modelos com um único objetivo e
situações com falta única, até modelos com múltiplos objetivos e ocorrência de
múltiplas faltas. Comparações com outros métodos também são realizadas nesse
Capítulo. Testes com sistemas maiores (dezenas de milhares de chaves e barras)
também são realizados para verificar o comportamento do método com o aumento
da escala dos sistemas.
O Capítulo 8 apresenta as conclusões do trabalho e perspectivas futuras.
13
2 Revisão da Literatura
Existem diversas aplicações para problemas envolvendo reconfiguração de
redes para sistemas de distribuição, dentre as quais se destacam:
i) restabelecimento de energia após a ocorrência de uma contingência; ii) redução
de perdas potência nas linhas; iii) planejamento de sistemas; iv) fluxo de carga; v)
balanceamento de carga; vi) balanceamento de fases. Esse Capítulo revisa os
principais trabalhos publicados sobre o problema de reconfiguração de redes de
distribuição de energia elétrica com principal atenção para os de restabelecimento
que envolvem o objetivo adicional relativo ao número de chaveamentos e a restrição
de tempo de computação, que tornam o problema de reconfiguração mais complexo.
Os trabalhos englobam os seguintes problemas de reconfiguração:
Restabelecimento em Contingência (Seção 2.1); Redução de Perdas (Seção 2.2) e
Outras Aplicações de Reconfiguração de Redes (Seção 2.3). Em cada Seção, os
artigos são apresentados em ordem cronológica de publicação. Informações como
tempo de processamento, linguagem computacional e ambiente utilizado na
programação são apresentados sempre que a fonte possuir esses dados, uma vez
que esses são relevantes para o desenvolvimento de uma cnica
computacionalmente eficiente para reconfiguração de redes de larga-escala, foco
desta pesquisa.
14
2.1 Restabelecimento em Contingência
Desde a cada de 80 que vários trabalhos têm sido publicados sobre o
problema de restabelecimento de energia para sistemas de distribuição após a
ocorrência de uma falta. A maioria das publicações nesse tema envolve sistemas
especialistas ou processos de busca heurística [55]. A análise dos trabalhos relativos
a restabelecimento em contingência apresentada aqui busca observar os seguintes
critérios para construção de uma visão crítica dos mesmos:
1. Características da rede utilizada nos testes: dimensão, real,
simplificada, de pequeno ou grande porte, etc.;
2. Tempo de processamento requerido pela técnica de reconfiguração;
3. Estratégias para lidar com problemas multi-objetivos;
4. Procedimento para geração e avaliação das soluções, bem como as
rotinas para detectar e corrigir infactibilidades
3
;
5. Capacidade de lidar com múltiplas faltas;
6. Restrições elétricas e operacionais consideradas na modelagem do
problema de reconfiguração.
Em 1996, Curcic et al. [56] publicaram um trabalho onde artigos de
restabelecimento de energia em sistemas de distribuição publicados entre 1987 e
1994 foram analisados. Nesse artigo, problemas de restabelecimento de energia em
Sistemas de Distribuição Radiais (SDRs) foram revisados, no qual os objetivos e
restrições comuns a vários trabalhos são apresentados pelos autores. A importância
de processamento rápido é evidenciada nesse artigo, que investiga também as
vantagens e desvantagens em utilizar uma topologia de rede radial. Foram
analisados 19 artigos sendo classificados segundo a técnica utilizada: 7 deles
3
Aspectos que tornam uma configuração (solução) infactível.
15
utilizaram sistemas inteligentes [57-63], outros 7 utilizaram busca heurística [64-70],
2 utilizaram o método do gradiente efetivo dual [71, 72], 2 BT e caminho mínimo [73,
74], finalmente, 1 utilizou programação inteira binária juntamente com a técnica
branch & bound [75]. Foram explorados também os tipos de faltas possíveis para
sistemas de distribuição: nas linhas, nas barras e nos transformadores. Faltas
ocorridas nos sistemas de proteção dos transformadores foram consideradas, pelos
autores, como faltas nos próprios transformadores. Outra divisão para os 19 artigos
está no nível de tensão utilizado nos testes, classificado pelos autores em: baixa
tensão (de 110V/220V), média tensão (de 5kV a 30kV), alta tensão (de 33kV a
220kV). Dentre os 19 artigos analisados, somente 3 consideram em seus planos de
restabelecimento prioridades para consumidores especiais (hospitais, centros de
transfusão de sangue, grandes supermercados, etc.). Este artigo não apresenta os
dados necessários para análise segundo os critérios estabelecidos no início desta
Seção.
No mesmo ano, Fukuyama et al. [76] desenvolveram um Algoritmo Genético
(AG) paralelo para resolver problemas de restabelecimento de energia em SDRs.
Esse AG foi considerado pelos autores uma ferramenta apropriada para aplicações
práticas envolvendo um balanceamento entre o tempo de processamento e o custo
de hardware. O problema é formulado de forma a minimizar a área fora de serviço e
balancear o suprimento de cargas entre as subestações após uma falta ter sido
identificada e isolada. Nesse trabalho o comprimento de uma string (representação
de uma solução em um AG, ver Capítulo 6) é igual ao número de cargas da rede e,
cada posição na string representa uma carga a jusante ou uma fonte de potência da
carga de cada posição. O trabalho utiliza os operadores convencionais de um AG,
cruzamento e mutação (ver Capítulo 6), além de uma rotina para verificar
16
infactibilidades a cada vez que o operador cruzamento é aplicado. O modelo de
injeção de corrente constante é utilizado no lculo do fluxo de carga, assim, é
necessário encontrar as tensões em todos os nós, supondo que a tensão na fonte
seja conhecida. Utiliza-se para isso, o método de varredura direta/inversa [77, 78],
onde as tensões nas barras são calculadas iniciando na barra em uma subestação
em direção às barras terminais e os fluxos de corrente ou potência são obtidos a
partir das barras terminais em direção à barra na subestação. Nesse AG, a
população total é distribuída em várias sub-populações. Cada sub-população é
alocada para um único processador e um AG convencional [79] é executado para
cada sub-população em cada processador. A cada época (um período de gerações
do AG), strings com a melhor adequação migram entre os processadores vizinhos.
A seguir o método é analisado segundo os critérios apresentados no início
desta Seção:
1) Testes foram realizados em um sistema modelo simples de 6,6kV com 3
fontes de potência e 25 cargas. Devido a simplicidade da rede utilizada, não se pode
tirar conclusões de seu desempenho para diversos tipos de rede;
2) Não foram apresentados dados do computador utilizado. O tempo de
execução variou de 1,34s a 10s para uma rede de pequena dimensão;
3) A redução do número de consumidores sem energia e o balanceamento
entre os transformadores são conjuntamente utilizados na função objetivo. Além
disso, algumas restrições devem ser atendidas, sendo verificadas através de um
fluxo de carga;
4) Indivíduos são gerados aleatoriamente e cada configuração da rede é
representada por uma string de bits contendo as barras de carga. Diferente de
outros trabalhos em que uma string contém o estado das chaves, este contém as
barras de carga conectadas a uma fonte de potência. Após a geração de uma
17
configuração, a mesma é avaliada e, se alguma restrição deixar de ser atendida,
operadores de mutação e cruzamento são aplicados para produzir modificações no
indivíduo gerado com o objetivo de melhorar sua adequação;
5) Apenas a ocorrência de uma única falta foi abordada no problema;
6) Restrições de carregamento nas subestações, carregamento nas linhas,
radialidade da rede foram consideradas no problema.
Em 2000, Augugliaro et al. [80] utilizaram estratégias evolutivas [81] com
uma definição fuzzy de objetivos conflitantes para resolver o problema de
restabelecimento de energia em sistemas de distribuição. Considerou-se que o
estado de operação normal permite o controle remoto das chaves, de bancos de
capacitores e conexões de cargas. Assim, quando uma falta permanente ocorre,
podem-se executar remotamente ações para restabelecer energia nas áreas
afetadas. Para lidar com múltiplos objetivos geralmente conflitantes, foram
desenvolvidas estratégias baseadas em lógica fuzzy. Os critérios de avaliação para
esse trabalho resultam em:
1) Uma rede de distribuição inicialmente malhada contendo 98 seções de
carga (definido em nosso trabalho como setores), 81 barras de carga e 24 bancos de
capacitores foi utilizada nos testes. Uma simplificação foi realizada localizando as
barras e linhas não separadas por chaves em um ponto. Esta rede difere das
outras geralmente utilizadas em problemas de restabelecimento de energia em
sistemas de distribuição devido sua natureza malhada e a utilização de bancos de
capacitores para melhorar o perfil de tensão nas barras;
2) Um computador pessoal com processador Pentium de 166MHz foi
utilizado nos testes. O programa foi desenvolvido em Delphi 2.0 e utilizou o tempo de
processamento de 50s para executar 80 iterações da estratégia evolutiva;
18
3) Múltiplos objetivos foram considerados em sua formulação matemática
envolvendo a minimização de perdas de potência como objetivo principal e a
maximização da quantidade de cargas a ser restabelecida. As configurações
geradas são avaliadas através de conjuntos fuzzy;
4) Nada foi apresentado sobre a geração dos indivíduos, os quais são
modificados com base nos operadores convencionais de mutação e recombinação.
As taxas de mutação e recombinação alteram-se durante o processo e a
recombinação pode até desaparecer, restando apenas mutação, quando os
indivíduos gerados aproximam-se de uma solução ótima;
5) Apenas a ocorrência de uma única falta foi abordada no problema;
6) As restrições consideradas na formulação do problema foram:
permanência da rede em uma topologia radial, carregamento nas subestações,
carregamento nas linhas e queda de tensão nas barras.
No mesmo ano, Hsiao e Chien [82] apresentaram um algoritmo híbrido
combinando fuzzy com AG para resolver problemas de restabelecimento de energia.
A formulação do problema contempla simultaneamente 5 objetivos a serem
minimizados: total de carga deixada fora de serviço, número de chaveamentos,
queda de tensão nas barras, carregamento nas linhas e carregamento nos
transformadores. Restrições envolvendo estrutura radial e seqüência de operações
de chaveamento (ordem em que as chaves serão abertas para isolar a área em falta
e fechadas para conectar áreas fora de serviço) também o incluídas na
formulação do problema. Devido a natureza imprecisa das funções objetivo, regras
fuzzy baseadas no conhecimento prévio de um especialista são criadas e aplicadas
a cada indivíduo gerado pelo AG. O indivíduo é avaliado segundo essas regras e
classificado de acordo com sua adequação ao problema. Segundo o autor, a
19
utilização de conjuntos fuzzy possibilitou encontrar soluções mais satisfatórias
quando múltiplos objetivos são utilizados. Testes foram realizados em um SDR da
Taiwan-Power Company com 2 transformadores, 10 alimentadores, 102 ramos, 102
barras, 13 chaves NA e 217 chaves NF. Os testes realizados contemplaram 3 casos
diferentes: uma única falta, múltiplas faltas (em um total de 5) e, múltiplas faltas
deixando uma grande área fora de serviço.
1) Simplificações foram realizadas agrupando em um único ponto (setor) as
barras e linhas não separadas por chaves. Apesar de o sistema ser baseado em um
SDR real com um número razoável de chaves (230), as simplificações podem
comprometer os resultados, pois podem afetar diretamente as restrições
operacionais do sistema;
2) O método foi desenvolvido em linguagem computacional C++ e o tempo
de processamento médio para uma rede de médio porte foi 49s utilizando um
Processador Pentium-CELERON 300A PC;
3) O método avalia cada objetivo separadamente através de conjuntos fuzzy.
Essa forma de avaliação é interessante, pois para cada geração do algoritmo, o grau
de adequação do indivíduo a cada objetivo do problema é avaliado. Assim, é
possível tratar cada objetivo separadamente agregando-os através de conjuntos
fuzzy, o dependendo de uma única função ponderada. Por outro lado, é
necessário determinar os parâmetros para cada conjunto, pois podem variar quando
diferentes SDRs são utilizados e também em testes com objetivos diferentes;
4) Os primeiros indivíduos são gerados aleatoriamente através da seleção
de chaves para serem abertas ou fechadas dentro de uma string contendo os
estados de todas as chaves da rede. O grande problema é a geração de
configurações infactíveis como trechos desconexos e/ou com ciclos ou conexão de
20
um alimentador com outro. Uma rotina para detectar e corrigir essas infactibilidades
é aplicada a cada novo indivíduo gerado. Os descendentes são gerados por um AG,
em seguida, os operadores convencionais de reprodução, mutação e cruzamento
são aplicados. A rotina para verificar e corrigir infactibilidades é aplicada novamente
após a aplicação dos operadores;
5) Múltiplas faltas são abordadas nos testes, sendo esse tema bem
explorado no artigo, tratando diferentes aspectos envolvidos no retorno da conexão
dos setores fora de serviço ao restante do sistema. Foram realizadas de 1 até 5
faltas simultâneas mostrando com clareza as dificuldades enfrentadas por algoritmos
ao lidar com problemas de restabelecimento;
6) Praticamente todas as restrições operacionais são consideradas na
formulação do problema, incluindo queda de tensão nas barras, carregamento nas
linhas e carregamento nos transformadores aumentando significativamente o grau
de confiabilidade da técnica.
Em 2002, Toune et al. [55] apresentaram um estudo comparativo entre 4
algoritmos heurísticos utilizados em restabelecimento de energia em SDRs: BT,
busca tabu reativa (BTR), SA e AGs. Na formulação do problema foram
considerados: fonte de potência formulada como fonte de injeção de corrente, a
tensão na fonte é conhecida, utiliza o conceito de setor, cada setor concentra um
ponto de carga e utiliza-se o modelo de corrente constante. O objetivo é encontrar
planos de reconfiguração que restabeleça energia ao maior número de
consumidores possível após a ocorrência de uma falta. A representação de variável
de estado (pontos de busca) é verificada na formulação geral de um problema
envolvendo esses algoritmos. Um algoritmo específico é utilizado para verificar se
alguma restrição foi violada. Caso seja positivo, alterações são realizadas na
21
configuração a fim de torná-la factível. Segundo os autores, para restabelecimento
de energia não se pode afirmar qual estratégia seria mais efetiva, pois AGs podem
realizar tanto busca local quanto global, enquanto SA, BT e BTR executam somente
busca local. Por outro lado, AGs podem gerar muitas configurações infactíveis
elevando o tempo de processamento. AGs e SA podem revisitar soluções
encontradas anteriormente, enquanto BT e BTR proíbem essas visitas, aumentando
a eficiência da busca. Quando BT gera ciclos de busca, BTR pode gerar soluções
muito melhores. Portanto pode tomar caminhos bem diferentes dependendo da
trajetória da modificação realizada. Uma análise para o AG utilizado neste artigo
segundo os critérios estabelecidos no início dessa Seção é realizada a seguir:
1) Um SDR de 6,6kV foi utilizado nos testes. Sua dimensão foi variada de 18
até 60 setores;
2) Não foram disponibilizados dados referentes ao computador utilizado. O
tempo de processamento para o maior caso (60 setores) foi de 180s;
3) Trabalho com o objetivo de restabelecer energia ao maior número
possível de consumidores, atendendo algumas restrições operacionais do sistema.
Não foram disponibilizados maiores detalhes da técnica;
4) Operadores de cruzamento e mutação foram utilizados para gerar uma
nova solução. As configurações a serem alteradas são selecionadas através do
método da roleta. Para evitar a geração de muitas configurações infactíveis, as
chaves próximas umas das outras são escolhidas para serem alteradas;
5) Múltiplas faltas foram consideradas na formulação do problema, inclusive
acontecendo em um transformador, isolando vários alimentadores do mesmo;
6) As restrições consideradas na formulação do problema foram: rede radial,
queda de tensão, carregamento nos transformadores e carregamento nas linhas.
22
A modelagem matemática dos outros algoritmos explorados, os operadores
utilizados e resultados de simulação, além de uma análise qualitativa e quantitativa
podem ser verificados no próprio artigo.
Em 2004, Shin et al. [83] apresentaram um método híbrido para
restabelecimento de energia e reconfiguração ótima de redes combinando AGs e
BT. No referido trabalho, uma configuração é considerada ótima quando o plano de
restabelecimento encontra as perdas mínimas e atende restrições operacionais do
sistema mantendo a rede radial. Algumas regras foram aplicadas ao calcular o custo
total de investimento: nenhum alimentador com sobrecarga, fluxo de potência do
SDR é alterado pelo serviço de restabelecimento, a estrutura radial deve ser
mantida, o número de chaveamentos deve ser minimizado e a nova configuração
deve ser próxima da configuração original, ou seja, somente as chaves para
conectar a área fora de serviço devem ser operadas se com isso as restrições são
respeitadas. O método procura trabalhar com as propriedades que AGs e BT têm de
melhor, compondo o método denominado AG-Tabu. Enquanto o AG encontra
resultados satisfatórios em buscas globais; a BT é mais adequada para buscas
locais. Testes para minimização de uma função objetivo contemplam dois casos: um
com o custo total envolvendo a soma das perdas de potência e o custo de
interrupção e outro somente o custo de perdas. Em todos os testes, tanto o AG
quanto o AG-Tabu encontraram a mesma solução, porém este encontrou soluções
ótimas em menos iterações. O custo das mínimas perdas encontradas é
apresentado em dólar ($) ao longo das iterações; enquanto o custo de interrupção é
dado em dólar por quilowatt ($/kW) ao longo do tempo em que o serviço ficou
interrompido.
23
1) Um SDR com 7 alimentadores, 38 barras foi utilizado nos testes. Essa
rede simula uma rede de distribuição real com vários alimentadores, porém de
pequena dimensão. Um destaque desse trabalho está no fato das cargas serem
mapeadas segundo o tipo de consumidor: residencial, pequenos usuários e
comercial. O tipo de consumidor influencia diretamente no custo tanto de perdas de
potência, quanto no custo total;
2) O computador utilizado nas simulações e o tempo de processamento não
foram discriminados;
3) A função objetivo avalia o custo de perdas de potência e o custo total
após a interrupção e reconexão do sistema devido a ocorrência de uma falta. Apesar
da busca por um indivíduo com menor número de chaves alteradas estar implícita, o
que consta na função objetivo é o custo para reduzir as perdas ou o custo total para
proceder a alteração na topologia. As restrições operacionais e físicas do sistema
são consideradas na avaliação da configuração;
4) Nada foi apresentado sobre a geração dos indivíduos. Porém, o AG-Tabu
utiliza as soluções presentes na lista tabu para ajustar a probabilidade de mutação
do AG. Dessa forma, espera-se que a convergência do AG-Tabu seja mais rápida,
em um espaço de busca global, do que um AG convencional. Os operadores de
reprodução e cruzamento do AG são aplicados para gerar uma nova configuração.
Em seguida, verifica-se a existência de genes na lista tabu, caso positivo, realiza-se
a mutação com taxa baseada em indivíduos presentes na lista tabu; caso contrário,
atualiza-se a configuração;
5) Este artigo contempla a ocorrência de uma única falta;
6) As restrições de carregamento nos transformadores, carregamento nas
linhas, radialidade da rede são atendidas na formulação do problema.
24
Em 2005, Delbem et al. [32] propuseram uma codificação para SDRs
baseada em cadeias de grafos buscando melhorias no desempenho dos AEs.
Operadores de reprodução não convencionais utilizando a codificação proposta
foram desenvolvidos com o objetivo de gerar novas configurações (soluções) a partir
de uma existente. A técnica foi aplicada a problemas de reconfiguração de redes
sendo testada em restabelecimento de energia, redução de perdas de potência e
planejamento de SDRs. Utilizando conceitos de grafos e, partindo do princípio que
uma árvore de grafo pode ser representada por “cadeias” conectando a raiz as
folhas (ver Capítulo 3), o conjunto de todas essas cadeias (denominadas cadeias
principais) armazenadas adequadamente representa um alimentador de um SDR.
Portanto, o conjunto de todos os alimentadores representa um sistema completo.
1) Um SDR de grande porte com 1.471 barras, 249 chaves, 3 subestações e
23 alimentadores foi utilizado no teste envolvendo restabelecimento de energia.
Esse SDR é um dos maiores encontrados na literatura sendo capaz de representar
um sistema real;
2) Um computador Pentium III com processador de 450MHz foi utilizado nos
testes. O tempo de processamento para avaliar 4.000 configurações foi de
aproximadamente 4s, possibilitando utilizar a metodologia proposta em problemas
que requerem solução em tempo real;
3) A técnica proposta lida com problemas multi-objetivos através de sub-
populações (conhecido como método em Tabelas [84]), em que a população
consiste em um conjunto de sub-populações ou tabelas. Cada tabela corresponde a
uma característica do sistema a ser minimizada (carregamento da rede e
transformadores, perdas de potência, queda de tensão e função ponderada). Para a
tabela de minimização de número de manobras, cada linha da tabela armazena o
25
melhor indivíduo com um determinado número de pares de manobras. Por exemplo,
na primeira linha estão os melhores indivíduos com 1 par de manobras, na segunda
linha com 2 pares e assim sucessivamente. Se um indivíduo é gerado com
adequação melhor que qualquer indivíduo presente em cada tabela, o pior é
substituído por esse indivíduo;
4) A partir de um indivíduo (configuração radial inicial) outros são criados
aplicando-se um dos operadores. Para as tabelas com perfil de tensão,
carregamento na rede e carregamento nos transformadores os 3 melhores
indivíduos são armazenados. A tabela com a função ponderada armazena os 12
melhores indivíduos. Novos indivíduos são gerados a cada nova configuração
através de um dos operadores escolhidos aleatoriamente. Uma grande vantagem do
método consiste na não necessidade de rotinas para verificar nem corrigir
infactibilidades relacionadas à radialidade da rede, pois somente configurações
radiais são geradas pelos operadores propostos. Outras restrições são verificadas
através de um fluxo de carga específico para SDRs;
5) O artigo trata de uma falta por vez. Foram testados com faltas em setores
críticos da rede, por exemplo, que isolem todo um alimentador;
6) Restrições operacionais do sistema consideradas na formulação do
problema foram: queda de tensão, carregamento nas linhas, carregamento nos
transformadores. Além das tabelas com cada objetivo e restrições separadamente,
uma tabela a mais foi criada contendo uma função ponderada [48] com as perdas de
potência, pares de manobras, além das restrições inseridas como penalidades. A
restrição de radialidade da rede é sempre garantida através dos operadores
propostos.
26
Em 2006, Inagaki [12] resolveram o problema de restabelecimento de
energia utilizando AGs. Os AGs são utilizados para encontrar soluções pertencentes
ao conjunto de Pareto, que consiste de soluções que não são dominadas
4
por
nenhuma outra solução [48], disponibilizando um maior número de configurações
possíveis para que o operador decida qual se adapta melhor. Uma combinação de
AG com SA é realizada a fim de melhorar a precisão das soluções. A população total
é dividida em duas sub-populações e o total de cargas sem energia após uma falta e
o total de chaves utilizadas no restabelecimento são minimizados em cada sub-
população respectivamente.
1) Uma rede de dimensão pequena é utilizada nos testes com 4
transformadores, 6 alimentadores, 78 barras de carga;
2) O computador utilizado nas simulações e o tempo de processamento não
foram discriminados;
3) Utiliza dois objetivos bem definidos: reduzir a área fora de serviço após
uma falta e o número de operações de chaveamentos. Busca configurações que
minimizem esses dois objetivos através da fronteira de Pareto. Portanto, as funções
objetivo não se alteram ao serem aplicadas a outras redes. Os objetivos priorizam
consumidores como hospitais, shopping centers, etc;
4) Indivíduos são gerados e modificados através de AGs convencionais em
que cada configuração é representada por uma string contendo o estado de todas as
chaves do SDR. Operadores convencionais dos AGs são utilizados para produzirem
descendentes. O operador de mutação é aplicado seguindo algumas heurísticas
para evitar que o método fique preso em ótimos locais. O número total de indivíduos
gerados é 1.000 e, a cada 50 indivíduos gerados pelos AGs, aplica-se SA para
4
A solução x é dita dominar y se x é melhor ou igual a y em todos os atributos e, estritamente melhor
em pelo menos um atributo.
27
melhorar os resultados através de um operador semelhante a mutação. Como
configurações infactíveis podem ser geradas, uma rotina para verificar e corrigir tais
infactibilidades (ciclos), caso existam, é aplicada.
5) Testes foram realizados contemplando uma única falta;
6) As seguintes restrições convencionais de SDRs são consideradas na
formulação deste método: rede radial, a energia deve ser restabelecida as áreas a
jusante do setor em falta, carregamento nas linhas, carregamento nos
transformadores e queda de tensão.
Em 2008, Kumar et al. [13] apresentaram um algoritmo para resolver
problemas de otimização multi-objetivo aplicado ao restabelecimento de energia em
SDRs. A metodologia foi baseada em um algoritmo desenvolvido em 2000 por Deb
et al. [85] denominado Nondominated Sorting Genetic Algorithm II NSGA-II. As
regras de tomada de decisão contemplam a presença de consumidores prioritários e
a presença de chaves controladas remota e manualmente. Algumas restrições e
considerações são realizadas partindo do princípio que houve uma falta: (1) a
energia deve ser restabelecida ao maior número possível de consumidores sem
energia; (2) do ponto de vista econômico, deve-se considerar um plano de
restabelecimento em que as perdas de potência sejam mínimas; (3) a topologia
radial da rede deve permanecer após o restabelecimento de energia a área fora de
serviço; (4) restrições de operação das linhas e dos transformadores devem ser
atendidas; (5) buscar configurações que utilize o menor número de chaveamentos
possível; (6) buscar configurações que atenda as cargas prioritárias como hospitais
e grandes indústrias; (7) procurar apresentar os planos de restabelecimento no
menor tempo possível. Para cada indivíduo gerado uma busca em largura [86] é
realizada para determinar se a configuração é radial. Quando um mesmo nó é
28
visitado pela segunda vez significa que existe um ciclo na configuração, portanto
uma chave NF deste ciclo é alterada para NA mantendo a rede radial. Operadores
convencionais de AGs são utilizados para produzir novas soluções através de
cruzamento e mutação. Resultados de testes do método proposto, denominado
NSGA-II avançado foram comparados com resultados do NSGA-II básico e AG
tradicional. As seguintes características foram comparadas: capacidade de reduzir
perdas, capacidade de restabelecer energia ao maior número de consumidores,
tempo de processamento e a capacidade de restabelecer energia primeiramente às
cargas prioritárias. A técnica desenvolvida conseguiu reproduzir os resultados
encontrados pelas outras com tempo de processamento reduzido. As taxas de
cruzamento e mutação são diferentes para cada sistema, dependendo da
experiência do programador. A diferença no tempo de processamento deve-se a
implementação do NSGA-II conforme o trabalho de Jensen em 2003 [87], que
conseguiu melhor tempo de processamento devido a estrutura de dados adotada.
Assim, somente o tempo de processamento é alterado quando comparado com o
NSGA-II básico.
1) A rede é mapeada segundo um grafo com ramos e nós representando,
respectivamente, chaves fechadas e barras do mesmo. Quatro redes de distribuição
são utilizadas nos testes, todas radiais de pequeno porte. As dimensões variam de
13 barras e 10 chaves até 173 barras e 75 chaves;
2) O computador utilizado nos testes e o número de indivíduos gerados não
foram especificados. O processo é encerrado quando todos os indivíduos
permanecerem inalterados de uma geração para outra. O tempo de processamento
variou de 4,38s para a rede com 13 barras até 700,4s para a rede com 173 barras;
29
3) A maneira como a metodologia lida com problemas multi-objetivo é
relevante. Utiliza o NSGA-II para agrupar as melhores soluções em fronteiras em
que não se pode afirmar qual a melhor solução, pois uma solução não é dominada
por outras. A vantagem do NSGA-II em relação ao método da soma ponderada é a
possibilidade de ser generalizada para praticamente qualquer SDR através da
fronteira de Pareto [48, 79] não havendo necessidade de pesos diferentes para cada
rede testada. A solução final é selecionada dentre aquelas pertencentes à primeira
fronteira de Pareto através de critérios de prioridades estabelecidos pelo engenheiro,
tornando-se uma desvantagem do método, uma vez que cada rede tem suas
particularidades. As prioridades utilizadas nos testes deste trabalho foram: (i) área
fora de serviço; (ii) chaves controladas remotamente; (iii) chaves controladas
manualmente; (iv) redução de perdas de potência;
4) Uma configuração é representada por um string de bits, representando
todas as chaves do sistema em que chave aberta é 0 e chave fechada é 1 assim
como em AGs tradicionais. A população inicial é gerada aleatoriamente colocando-
se 0 ou 1 para cada posição da string. Duas regras devem ser observadas ao gerar
um indivíduo: (i) a barra raiz (barra que se encontra em uma subestação) deve estar
conectada ao restante do sistema, portanto a chave que conecta a barra raiz deve
estar fechada; (ii) as chaves ao redor de um setor em falta são sempre geradas com
o estado 0, ou seja, abertas. Assim, indivíduos podem ser gerados com ciclos e
áreas desconexas. A geração de novos indivíduos é realizada por operadores
convencionais de cruzamento de um ponto e mutação. A desvantagem desta técnica
está na geração e alteração dos indivíduos, pois necessita de rotinas que
demandam um grande esforço computacional para identificar ciclos e eliminá-los. É
muito provável que não consiga lidar com problemas de grande porte, pois poderia
30
incorrer no problema de explosão combinatorial ao gerar muitos ciclos e áreas
desconexas, elevando consideravelmente o tempo de processamento. A avaliação é
realizada através de um fluxo de carga de varredura direta/inversa [88];
5) A metodologia é aplicada a problemas com uma única falta e também
com múltiplas faltas, 2, 3 e 4 faltas simultâneas. Múltiplas faltas são comuns em
sistemas reais de distribuição e aumenta significativamente a complexidade do
problema, destacando-se como uma vantagem do método;
6) Apesar do carregamento da rede e queda de tensão nas linhas serem
consideradas na formulação do problema, o carregamento nos transformadores não
é, sendo ilimitado o suprimento de potência às cargas. Como havia apenas uma
subestação nos SDRs abordados nos testes, a relevância do carregamento no
transformador é menor. Porém, em sistemas com mais de um alimentador, é de
extrema importância que o carregamento nos transformadores seja verificado, pois
os chaveamentos podem produzir transferências de cargas de vários alimentadores
para um mesmo alimentador sobrecarregando o transformador desse alimentador.
Também em 2008, Men-Shen Tsai [14] utilizou sistemas inteligentes para
resolver problemas de restabelecimento de energia em SDRs. Foram criadas regras
utilizando programação orientada a objeto [89]. Variações de cargas durante
períodos do dia são consideradas tornando os planos de restabelecimentos mais
confiáveis. Deve-se haver um conhecimento prévio do sistema, bem como o perfil de
cargas para cada hora do dia. ltiplas faltas também são consideradas e vários
planos de restabelecimentos são apresentados, ficando a critério do operador a
escolha do mais adequado em cada situação.
1) Um SDR da Taiwan Power Company foi utilizado nos testes e consta de 6
alimentadores, 50 setores, 44 chaves NF e 9 chaves NA. Não foram disponibilizados
31
maiores detalhes dos setores, o que provavelmente consta de uma simplificação
para o sistema, onde todas as barras de cargas e linhas não separadas por chaves
são agrupadas em um único ponto. Apesar de utilizar um sistema mais próximo de
um SDR real, a simplificação diminui a confiabilidade dos resultados, pois o fluxo de
carga real poderá não ser adequadamente aproximado;
2) Detalhes do tempo de processamento não foram especificados;
3) Como em todos os problemas de restabelecimento de energia, este
também possui múltiplos objetivos. Porém, o algoritmo busca configurações que
restabeleçam energia ao maior número possível de consumidores com poucas
operações de chaveamento. As perdas não são consideradas na avaliação da
geração e configurações que violem restrições operacionais são descartadas;
4) Após a ocorrência de uma falta a mesma deve ser isolada e a área fora
de serviço restabelecida se possível. Várias regras foram desenvolvidas através de
programação orientada a objeto oferecendo planos de restabelecimento dessas
áreas. O artigo concentra-se na investigação de formas como trechos fora de serviço
podem ser re-energizados. Os setores fora de serviço são agrupados em zonas,
onde cada zona contém os setores conectados por chaves fechadas. A rotina de
restabelecimento é realizada para cada zona separadamente. Se a configuração
violar restrições operacionais, aplica-se uma rotina para transferência de cargas
entre alimentadores;
5) ltiplas faltas são tratadas isoladamente aplicando-se as mesmas
rotinas utilizadas para uma única falta;
6) Capacidade dos transformadores e redes não foram declarados.
32
2.2 Redução de Perdas
Uma análise dos trabalhos de redução de perdas de potência em SDRs é
apresentada baseada nos seguintes itens:
1. Rede utilizada nos testes (dimensão, real, simplificada, de pequeno
ou grande porte, etc.);
2. Computador utilizado e tempo de processamento;
3. Geração e avaliação dos indivíduos, rotinas para detectar e corrigir
infactibilidades;
4. Restrições elétricas e operacionais do sistema.
Em 1975 Merlin e Back [90] publicaram o primeiro modelo de reconfiguração
de redes de distribuição para a minimização de perdas de potência. Alterações no
estado das chaves de seccionamento foram realizadas utilizando técnicas de
otimização em conjunto com heurísticas. A metodologia proposta parte da rede com
todas as chaves inicialmente fechadas e, em cada passo, seleciona-se
convenientemente chaves da rede para serem abertas. O processo continua até que
a rede se torne radial. Segundo os autores, o fato de inicialmente todas as chaves
estarem fechadas garante que a solução final independe do estado inicial do
sistema. Em cada passo do problema um fluxo de potência é executado na rede em
malha e a chave com o menor fluxo passante, que não torne a rede desconexa, é
selecionada para ser aberta. Em geral, esse todo determina a configuração de
rede com as perdas mínimas, ou quase-mínimas, baseado em uma variação
especial de uma técnica conhecida por branch-and-bound. Deve-se notar que este
método de construção de uma solução não leva em consideração outras restrições
impostas pela rede elétrica como, por exemplo, carregamento da rede e queda de
tensão.
33
Em 2002, Zhu [91] apresentou um AG para minimização de perdas de
potência em SDRs. O mesmo é denominado AG refinado devido algumas alterações
na codificação do cromossomo, na função adequação e no padrão de mutação do
AG proposto por Nara et al. em 1992 [92]. Melhorias relativas à codificação do
cromossomo foram realizadas no AG proposto por Nara et al. Uma configuração
factível era representada por uma string contendo o estado de todas as chaves da
rede. Agora, a mesma configuração é representada por uma string contendo
somente o número das chaves NA representadas por números binários. Esse
procedimento possibilitou reduzir significativamente a memória RAM utilizada para
armazenar as configurações no computador possibilitando trabalhar com sistemas
maiores.
A fim de reduzir o esforço computacional, aproximações na representação
das perdas de potência foram consideradas na função objetivo do AG proposto em
[92], aumentando o risco de fornecer soluções duvidosas. Por outro lado, no AG
proposto em [91], as perdas de potência e penalidades para configurações que
violarem o carregamento máximo das linhas e o nível de tensão nas barras foram
consideradas na formulação do problema. Uma melhoria significativa refere-se à
mutação adaptativa onde sua taxa varia com o número de gerações obtidas, ou seja,
quanto mais o processo evolutivo se aproxima do final, menor é a taxa de mutação.
Segundo os autores, esse procedimento pode evitar a convergência prematura do
AG para soluções ruins. O método da roleta é utilizado para selecionar uma
configuração para reprodução. Uma análise segundo os critérios estipulados no
início desta Seção é apresentada a seguir:
1) Dois pequenos SDRs foram utilizados nos testes, um de 16 barras e 3
alimentadores e outro de 33 barras e 1 alimentador. A tensão base é de 12,66kV;
34
2) Dados referentes ao tempo de processamento e computador utilizado na
simulação computacional não foram apresentados;
3) Não foram disponibilizados dados referentes a tamanho da população,
geração da população inicial e correção das configurações infactíveis. Cada nova
configuração é avaliada segundo uma função objetivo contendo as perdas de
potência. As restrições operacionais do sistema são inseridas na função objetivo
através de fatores penalidades quando as mesmas são violadas. Operadores
convencionais foram utilizados diferindo apenas na taxa de mutação adaptativa;
4) Restrições de carregamento nas linhas, níveis de tensão (máximo e
mínimo), leis de Kirchhoff da tensão e da corrente e radialidade do sistema foram
considerados na formulação do problema.
Em 2007, Siti et al. [9] introduziram um todo heurístico para
balanceamento de cargas e balanceamento de fases em SDRs. Ao mesmo tempo
em que o balanceamento de cargas e fases do sistema é realizado, uma rede neural
artificial do tipo backpropagation é utilizada para reduzir perdas de potência através
de reconfiguração de redes. O seguinte princípio foi utilizado: se o alimentador e as
cargas/fases estão balanceados, existe uma tendência de se obter as mínimas
perdas de potência.
1) Testes foram realizados com 15 e 45 cargas sendo selecionadas em 3
diferentes períodos do dia dos mesmos consumidores utilizados no treinamento da
rede neural;
2) Um computador com processador Intel Celeron de 1,9 GHz, 256 MB de
memória RAM foi utilizado nos testes. Simulação computacional foi realizada
utilizando o toolbox de redes neurais do Matlab 6 [93]. O tempo de processamento
para 15 cargas foi de 0,17s e para 45 cargas de 0,49s;
35
3) A rede neural foi treinada utilizando um conjunto de 500 dados históricos
reais selecionados aleatoriamente de um trecho de um SDR de uma cidade da África
do Sul. Esse conjunto de dados reais consistiu de cargas desbalanceadas
selecionadas em diferentes períodos do dia durante um mês. A entrada para as
redes testadas consiste de 15 e 45 neurônios e as saídas são seqüências de
fechamento de chaves/fases (1, 2, 3) para cada carga;
4) Restrições de carregamento nas linhas e tensão dentro de limites
permissíveis (máximo e mínimo) são considerados na formulação do problema.
Em 2008, Wang et al. [94] apresentaram um método de otimização para
configuração de redes baseado em plant growth simulation algorithm - PGSA” para
minimizar o total de perdas de potência na rede. O PGSA caracteriza o mecanismo
de crescimento de plantas e determina a possibilidade de novos ramos crescerem
em diferentes nós de uma planta de acordo com mudanças na função objetivo.
Assim, o modelo simula o processo de crescimento de uma planta em direção a
fonte de luz (ótimo global). Segundo os autores, a não necessidade de nenhum
parâmetro externo como fatores de barreiras, taxas de cruzamento e mutação etc., é
a principal vantagem do método em relação a algoritmos baseados em modificações
aleatórias utilizados até então. Muitos trabalhos consideram o estado das chaves
como variáveis de decisão. Neste, os ciclos independentes são as variáveis de
decisão, evitando o problema de explosão combinatorial causado pelo aumento de
chaves em grandes SDRs. Mesmo com a redução do espaço de busca ao
considerar os ciclos independentes ao invés de todas as chaves da rede,
configurações infactíveis ainda podem ser produzidas. As seguintes regras foram
criadas para diminuir a produção de configurações infactíveis: i) chaves essenciais
deverão permanecer sempre fechadas, ii) do conjunto de chaves comuns a dois
36
ciclos diferentes, apenas uma deverá ser aberta. Porém, esse método requer
conhecimento prévio do circuito, o que restringe sua utilização. Resultados
encontrados pelo PGSA para o maior SDR testado foram idênticos aos resultados
encontrados por outros métodos: evolução diferencial híbrida inteiro-mista
melhorada [95], SA, AG, e algoritmo de busca baseado em colônia de formigas [96].
O tempo de processamento do PGSA foi razoavelmente menor que os 3 últimos
métodos e maior que evolução diferencial híbrida.
1) Testes foram realizados em dois SDRs, um de 12,66kV, 33 barras, 1
alimentador, 32 chaves NF e 5 chaves NA e o sistema de Taiwan Power Company
de 11,4kV, com 84 barras, 11 alimentadores, 83 chaves NF e 13 chaves NA;
2) Um programa computacional foi desenvolvido em Visual C++ e executado
em um computador com processador de 2,2 GHz e 256 MB de memória RAM. O
tempo de processamento para encontrar uma boa solução foi de 0,5s para o SDR de
33 barras e de 113,25s para o SDR de 84 barras;
3) O processo inicia-se com o sistema radial, ou seja, uma chave aberta em
cada ciclo independente, que é identificado ao se fechar uma chave. O conjunto de
soluções para o ciclo 1 é composto de todas as chaves do mesmo, onde cada
configuração para esse ciclo consta de uma chave aberta e todas as outras
fechadas. O conjunto de soluções possíveis para todos os ciclos são as
possibilidades de reconfiguração da rede;
4) Restrições de carregamento nas linhas, queda de tensão, radialidade da
rede e todos os consumidores atendidos foram considerados na formulação do
problema.
Também em 2008, Enacheanu et al. [97] apresentaram um AG para
minimizar perdas de potência através de reconfiguração de redes. O trabalho
37
concentra esforços na utilização de operadores genéticos a fim de melhorar a
habilidade de exploração do espaço de busca. O método utiliza grafos e teorias de
matroid para melhorar o desempenho dos operadores convencionais de AGs. O
grupo (A, B) = (conjunto de arestas de um grafo, o conjunto de todas as árvores
geradoras desse grafo) é considerado uma matroid [98]. O método gera somente
configurações factíveis para SDRs. Resultados de simulação computacional foram
comparados com outros trabalhos da literatura.
1) Três SDRs foram utilizados nos testes. O primeiro encontra-se em
Civanlar [99] e consta de 17 barras, 1 alimentador, o segundo é o SDR de Baran
[100] com 33 barras e 1 alimentador; o terceiro é o SDR de Das [101] com 70 barras
divididas em 2 alimentadores;
2) O AG foi desenvolvido em Matlab e as simulações computacionais foram
executadas em um computador pessoal com processador Pentium IV, 1,6 GHz,
512MB de memória RAM. O tempo de processamento para as redes de Civanlar,
Baran e Das foram 2,1s, 7,2s e 160s respectivamente.
3) Uma configuração radial é representada por um cromossomo contendo o
número das chaves abertas. A população inicial é gerada a partir de uma
configuração factível aplicando-se operador de mutação que altera uma posição na
string. Operador de mutação gera sempre configurações radiais, pois se ao alterar
uma chave na string um ciclo for gerado (uma busca em profundidade [86] é
executada), outra chave desse ciclo deverá ser aberta. O operador de cruzamento
utiliza teoria de matroid [98] para produzir sempre configurações factíveis, reduzindo
o tempo de processamento, pois não necessita de rotina extra para localizar ciclos.
O todo utiliza elitismo e a seleção dos indivíduos para gerar novos indivíduos é
realizada através de torneio ou roleta [48];
38
4) As restrições utilizadas neste trabalho segue o padrão de outros métodos:
carregamento nas linhas, níveis de tensão (máximo e mínimo) determinados através
de um fluxo de potência. A radialidade da rede é garantida pelos operadores
utilizados através de teoria de matroid.
Ainda em 2008, Zhang et al. [102] desenvolveram um algoritmo de
reconfiguração de SDRs para redução de perdas de potência combinado com
controle de capacitor. Um AG adaptativo melhorado foi desenvolvido de modo a
satisfazer diversas restrições, modificando o AG adaptativo apresentado em [103].
Melhorias foram atingidas ao mudar o tamanho do passo de busca adaptativamente
e ao empregar uma estratégia de mutação aritmética para codificação binária. Para
encontrar uma estrutura de rede ótima para cada instância genética, o controle de
chaveamentos de capacitor e uma troca de ramos simplificada são realizados em
cada iteração do algoritmo. O tamanho do passo de busca muda de acordo com a
adequação encontrada em cada instância. Assim, se a adequação é alta (indica boa
instância), somente uma busca local serealizada. Se a adequação é baixa (indica
instância ruim), uma busca global é necessária, buscando evitar uma convergência
prematura. O método foi testado em diferentes casos: i) somente otimização de
capacitor, ii) somente reconfiguração de rede, iii) primeiro otimização de capacitor e
depois reconfiguração de rede, iv) primeiro reconfiguração de rede e depois
otimização de capacitor por chaveamentos, v) alternadamente em cada iteração,
reconfiguração de redes e controle de capacitor (algoritmo de otimização conjunto),
vi) utilizando o algoritmo de otimização conjunto, porém com AG adaptativo para
otimização de capacitores e, vii) utilizando o algoritmo de otimização conjunto com o
AG adaptativo melhorado para otimização de capacitor. Uma considerável redução
39
de perdas foi alcançada com o algoritmo conjunto quando comparada aos métodos
de reconfiguração de redes e chaveamentos de capacitor separadamente.
1) O SDR utilizado nos testes consta de 119 barras, 118 ramos com chaves
NF e 15 ramos com chaves NA divididas em 4 alimentadores;
2) O algoritmo foi desenvolvido utilizando um pacote de programas e
executado em um sistema de computação PIII 866MHz/128MB. O tempo de
processamento para o caso (vii) (utilizando o algoritmo de otimização proposto em
conjunto com o AG adaptativo melhorado) foi de 28,39s;
3) Codificação binária é utilizada na representação do SDR e o número
máximo de gerações é utilizado como critério de parada;
4) Restrições utilizadas na formulação matemática foram: queda de tensão,
carregamento nas linhas e atendimento das leis de Kirchoff da corrente e da tensão
(determinadas através de um fluxo de carga). A restrição de rede radial também é
observada. As restrições de queda de tensão e carregamento nas linhas são
inseridas na função objetivo através de penalidades.
2.3 Outras Aplicações de Reconfiguração de Redes
Muitos algoritmos têm investigado resolução de problemas envolvendo
reconfiguração de redes. A seguir alguns trabalhos relevantes são apresentados,
principalmente os que utilizam técnicas de inteligência artificial.
Em 2004, Gohokar et al. [104] propuseram uma formulação para problemas
de reconfiguração de SDRs através da topologia de rede. A proposta visa facilitar a
obtenção de uma solução representando SDRs através de matrizes incidência que
representam diretamente a topologia da rede. A aplicação do algoritmo proposto é
genérica e pode ser utilizada em qualquer SDR, independente do número de
40
bifurcações. Um todo para calcular fluxo de carga através dessa representação
também é discutido. A formulação aumenta o desempenho do algoritmo no cálculo
do fluxo de carga ao aplicar as leis de Kirchoff da tensão e da corrente. De uma
maneira simples, um ciclo pode ser identificado após o fechamento de uma chave
através de uma matriz incidência de ciclos C. A matriz C é obtida através das
matrizes incidência de barras e incidência de caminhos para os ramos. Outra
vantagem citada pelos autores diz respeito a numeração dos ramos e s que pode
ser realizada em qualquer seqüência, não influenciando no desempenho do fluxo de
carga. Aplicações da metodologia foram realizadas em um SDR hipotético com 5
transformadores de 11kV, 118 ramos e 15 possibilidades de chaveamentos para
redução de perdas de potência. A principal vantagem citada pelos autores está na
identificação de ciclos. Assim, a escolha de qual chave deverá ser aberta é baseada
na tensão em cada nó. Detalhes do computador utilizado bem como o tempo de
processamento não foram apresentados.
Ainda em 2004, Parada et al. [27] propuseram um algoritmo que utiliza SA
para planejamento de SDRs através de configuração e reconfiguração dos mesmos.
Trata-se de um problema de otimização combinatorial com objetivo de minimizar o
custo total de investimentos e o custo total de perdas de potência ao encontrar
planos de expansão. Algumas restrições foram consideradas: a rede deve
permanecer radial, cada consumidor deve ser atendido por uma única subestação e
a capacidade dos transformadores não deve ser excedida. Resultados numéricos
demonstraram que a qualidade das soluções aumenta com o número de iterações
para cada análise de temperatura realizada pelo SA. Testes com a metodologia
demonstraram que a média do número de iterações independe do tamanho do
problema, enquanto a dia do tempo de computação aumenta com o tamanho do
41
problema. O autor expõe que devido ao alto tempo de processamento requerido
pelos métodos exatos, uma ótima alternativa para esse problema seria utilizar
métodos heurísticos com a garantia de obter soluções quase ótimas.
Em 2006, Mendoza et al. [34] apresentaram aplicações de duas técnicas de
otimização multiobjetivo denominadas NSGA (nondominated sorting genetic
algorithm) e SPEA (strength Pareto evolutionary algorithm) em planejamento de
sistemas de distribuição de energia elétrica. A redução do custo total envolvido e
minimização da área sem energia são consideradas na função objetivo. As
restrições consideradas são: lei da corrente de Kirchoff para todos os nós,
carregamento nos alimentadores e subestações, bem como queda de tensão. De
acordo com o autor, sistemas de distribuição geralmente operam de forma radial,
porém no processo de planejamento não é necessário utilizar a radialidade como
restrição. Ambos os algoritmos incorporam várias características de AEs conhecidos
na literatura. O NSGA trabalha da seguinte maneira: identifica soluções não-
dominadas (indivíduos) na população em cada geração (iteração) para formar
fronteiras não-dominadas baseado no conceito de não-dominância de Pareto [48,
79]. Em seguida, utiliza operadores convencionais de AG como seleção, cruzamento
e mutação. Dessa forma, cria-se um conjunto com todas as soluções não-dominadas
por nenhuma outra. Para criar uma nova fronteira de soluções não-dominadas,
omitem-se os indivíduos da primeira fronteira e aplica-se o algoritmo aos restantes.
Procede-se dessa maneira até identificar rias fronteiras de soluções. O SPEA
utiliza elitismo através da manutenção de um conjunto externo de melhores soluções
encontradas durante cada ciclo completo de iteração. O elitismo garante que
soluções com alta adequação não serão eliminadas durante a aplicação de um
algoritmo de otimização. As soluções não-dominadas no conjunto externo são
42
utilizadas para determinar a adequação da população atual (conjunto de soluções) e
também participam do processo de seleção para a reprodução. A população externa
é limitada a certa quantidade de indivíduos e, um procedimento de redução da
população é necessário quando esse limite é excedido. Para isso, aplica-se um
algoritmo baseado em conjuntos fuzzy para agrupar os indivíduos que
permanecerão nessa população. Esse procedimento foi utilizado pela primeira vez
nesse trabalho. Um SDR com 41 barras e 2 subestações de 20MVA foi utilizado nos
testes. Ambas as técnicas NSGA e SPEA apresentaram resultados
computacionais similares tanto em relação ao tempo de processamento quanto às
fronteiras de Pareto encontradas.
Em 2008, Prasad et al. [11] apresentaram uma técnica para resolver
problemas de reconfiguração de sistemas de distribuição para balanceamento de
cargas utilizando AG. Reconfiguração de redes foi utilizada para transferir cargas de
alimentadores mais carregados para alimentadores menos carregados. Duas
equações são requeridas para realizar o balanceamento de cargas. De modo geral,
o objetivo é minimizar um índice que mede o balanceamento de cargas entre os
alimentadores, não violando restrições de queda de tensão, carregamento nas
linhas, carregamento nos transformadores e radialidade da rede. Como
conseqüência, as perdas de potência tendem a reduzir. Um fator relevante neste
artigo é a diferenciação dos tipos de carga (residencial, comercial ou industrial) e
também o período de pico em dias da semana normais e em finais de semana.
Juntamente com o balanceamento do índice de carregamento nos alimentadores
como um todo, um balanceamento da carga nos ramos é realizado. Operadores de
reprodução, cruzamento e mutação são utilizados no AG para gerar um novo
indivíduo (configuração factível do sistema). Quando uma configuração infactível é
43
gerada, aplica-se uma rotina para alterá-la até que atenda todas as restrições. A
seleção de indivíduos para reprodução é realizada através do todo da roleta. O
número máximo de gerações é utilizado como regra de parada. Testes foram
realizados em um SDR de 69 barras.
Neste Capítulo as principais técnicas e modelos computacionais para o
tratamento de problemas de reconfiguração de redes foram apresentadas,
principalmente envolvendo restabelecimento de energia em SDRs e redução de
perdas de potência.
O próximo Capítulo trata o problema de restabelecimento de energia.
Conceitos de Grafos são introduzidos e a formulação matemática para o problema
tratado é apresentada.
45
3 O Problema de Reconfiguração
Neste Capítulo apresenta-se o problema de reconfiguração de redes de
energia e uma formulação matemática genérica que modela em conjunto o problema
de restabelecimento, redução de perdas e planejamento da expansão do sistema,
entre outros.
Para apresentar essa formulação, é adequado rever alguns conceitos de
teoria de grafos. Muitas situações podem ser convenientemente descritas por meio
de diagramas que consistem de um conjunto de pontos, juntamente com linhas que
ligam alguns pares desses pontos. Por exemplo, os pontos podem representar
centros de comunicações e as linhas ligações entre os centros. A abstração
matemática de situações desse tipo dá lugar ao conceito de grafo.
Um grafo G é um par (N(G),E(G)), onde N(G) é um conjunto finito de
elementos denominados nós e E(G) é um conjunto não ordenado de elementos
denominados arestas [105]. SDRs podem ser representados por grafos. Considere o
grafo abaixo.
k w
u
y
z
v
e
Figura 3.1 – Exemplo de um grafo.
46
Se k e y são dois nós do grafo, e o par (k,y) é uma aresta, denotada por e,
diz-se que e conecta k e y. O grau de um x em um grafo G é dado pelo número
de arestas que incidem em x. Por exemplo, na Figura 3.1, o grau do y é 3. Uma
seqüência de arestas (s
0
, s
1
), (s
1
, s
2
), ..., (s
m-2
, s
m-1
), (s
m-1
, s
m
) de um Grafo G, se
todas as arestas forem distintas, é chamada de caminho. Se os nós s
0
e s
m
são
iguais, esse caminho é denominado de ciclo. Na Figura 3.1, têm-se exemplos de:
Caminho: (k,y),(y,w),(w,u),(u,z),(z,y); ou (k,y),(y,w),(w,u),(u,v) e outros;
Ciclo: (y,w),(w,u),(u,z),(z,y).
Um par de nós em um grafo é um par conexo se existe um caminho entre
esses nós. Um grafo G é um grafo conexo se todo par de nós em G é um par
conexo. Um grafo acíclico é um grafo sem ciclos. Uma árvore é um grafo acíclico
conexo. Uma floresta é um grafo formado por um conjunto de árvores. Quando uma
floresta tem apenas uma árvore, ela é uma floresta conexa, assim, uma árvore é
uma floresta conexa.
Chama-se de nó raiz ou raiz, um tomado como referência, que pode ter
grau maior ou igual a um. O significado da raiz depende do problema modelado pelo
grafo, em geral, é o início da árvore, o ponto de origem de recursos, etc. Nós que
possuem grau um são chamados de nós terminais, exceto se for o nó raiz.
A topologia de um sistema de distribuição de energia elétrica pode ser
representada por um grafo. A Figura 3.2 mostra um SDR com 4 alimentadores. Cada
barra (nó) do sistema representa um setor e as arestas interligando as barras são
chaves seccionadoras.
As arestas em linha cheia representam as chaves NF,
enquanto as arestas em linha tracejada representam as chaves NA. As barras 1, 2, 3
e 4 encontram-se em uma subestação.
47
Na ocorrência de um apagão (blackout) devido a uma falta em alguma parte
do sistema (barra, alimentador, linha ou seção de carga), o setor em falta deve ser
isolado abrindo-se todas as chaves que o conectam ao restante do sistema. Em
conseqüência, além do setor em falta, os setores a jusante do mesmo ficarão sem
energia. Áreas desenergizadas devem ser reconectadas ao sistema através do
fechamento de chaves que as conectem a setores supridos de eletricidade.
A Figura 3.3 mostra um exemplo de reconfiguração de rede para
restabelecimento de energia. Considere o setor 14 em falta. Então, esse setor deve
ser isolado do restante do sistema. Esse procedimento pode ser realizado abrindo-
se as chaves A e B. Após a abertura dessas chaves, os setores 15, 16 e 17 estarão
em uma área fora de serviço, representada pela área sombreada na Figura 3.4. O
propósito da reconfiguração, nesse caso, é encontrar outro caminho que forneça
energia a esses setores sem violar restrições operacionais do sistema. Nesse
exemplo, existem três caminhos para restaurar energia aos setores fora de serviço:
1) Fecha-se a chave C, conectando a área fora de serviço ao alimentador 1;
2) Fecha-se a chave D, conectando a área fora de serviço ao alimentador 3;
3) Fecha-se a chave E, conectando a área fora de serviço ao alimentador 4.
4
7
6
8
20
231
Alimentador 1
Alimentador 2
Alimentador 3
9 10
11
16
12
14
13
2
29
15
17
22 21
18
19
27
25
26
28
30
Alimentador 4
35
24
Figura 3.2 – Sistema de Distribuição com 4 alimentadores.
48
A Figura 3.5 mostra a nova configuração optando pelo fechamento da chave
E. Após a zona faltosa ter sido isolada e a área fora de serviço ter sido reconectada
ao sistema, as seguintes restrições devem ser satisfeitas [12]:
1. A estrutura radial deve permanecer após o serviço de restabelecimento;
2. Áreas a jusante do setor em falta (que ficaram fora de serviço) devem ser
atendidas quando possível;
3. O montante de carga de cada alimentador do sistema não deve exceder a
capacidade limite da subestação;
4
7
6
8
20
231
Alimentador 1
Alimentador 2
Alimentador 3
9 10
11
16
12
14
13
2
29
15
17
22 21
18
19
27
25
26
28
30
Alimentador 4
3
5
24
A
B
C
D
E
Figura 3.3 – Sistema de Distribuição em falta.
4
7
6
8
20
231
Alimentador 1
Alimentador 2
Alimentador 3
9 10
11
16
12
14
13
2
29
15
17
22 21
18
19
27
25
26
28
30
Alimentador 4
3
5
24
A
B
C
D
E
Figura 3.4 – Setores a jusante do setor em falta desconectados do SDR.
49
4. A corrente elétrica em cada ramo não deve ultrapassar a capacidade das
linhas e chaves;
5. A queda de tensão em qualquer barra do SDR não deve exceder o limite
permissível.
Geralmente, além da busca por configurações que minimize a área fora de
serviço, outros dois objetivos são acrescentados ao problema:
a) Minimizar o total de perdas de potência;
b) Minimizar o número de chaveamentos.
Uma formulação geral para problemas de reconfiguração de redes de
distribuição pode ser obtida considerando juntos todos os objetivos e restrições
envolvidas. Um problema genérico de reconfiguração de redes de energia pode
envolver os seguintes objetivos: minimização da(s) área(s) fora de serviço, número
de chaveamentos e total de perdas de potência sem violar restrições de carga e
tensão. Além disso, o problema deve respeitar as 5 restrições apresentadas
anteriormente.
Assim, um problema geral de SDR pode ser formulado como segue [32]:
4
7
6
8
20
231
Alimentador 1
Alimentador 2
Alimentador 3
9 10
11
16
12
14
13
2
29
15
17
22 21
18
19
27
25
26
28
30
Alimentador 4
3
5
24
A
B
C
D
E
Figura 3.5 – Nova configuração.
50
. ( )
( ) 0
. . ( ) 0
,
Min E F
H F
s a F
F ser uma floresta
=
Ι
(1)
onde,
F grafo correspondente a uma configuração do sistema, representado por
uma floresta de grafo, onde cada árvore dessa floresta corresponde a um
alimentador conectado a uma subestação;
E(F) – função objetivo;
H(F) – restrições de igualdade representando as equações de fluxo de carga;
I(F) restrições de desigualdade representando as restrições operacionais da
rede.
A função E(F) contém, em geral, um ou mais dos seguintes componentes:
φ
(F) número de barras com cargas fora de serviço para uma topologia de
rede radial (uma floresta F);
φ(F) – perdas de potência no sistema para F;
ψ(F,F
0
) número de operações de chaveamentos requerido para obter uma
dada configuração F a partir da configuração original F
0
.
As restrições de igualdade correspondem às equações de fluxo de carga,
que podem ser representadas como um sistema linear do tipo Ax = b, onde:
A – matriz incidência de F;
x – vetor de corrente de linha;
b vetor contendo as correntes de carga nas barras (b
i
0) ou as correntes
injetadas nas subestações (b
i
> 0).
As restrições operacionais I(F) em problemas de reconfiguração de sistemas
de distribuição geralmente incluem:
um limitante superior de corrente
para cada corrente de linha . A maior
taxa é denominada de carregamento da rede;
51
a máxima injeção de corrente em cada subestação, onde i significa a
subestação i. A maior taxa é denominada carregamento da subestação;
o limitante inferior para a tensão no . Seja a tensão na barra i e, a
tensão base do sistema; a maior taxa é denominada maior taxa de
tensão.
O vetor de tensão v é dado por Yv=b, onde Y é a matriz de admitância
nodal, que pode ser calculada por meio da expressão Y=AY
x
A
T
, onde Y
x
é a matriz
admitância diagonal.
Em SDRs é possível utilizar o modelo de corrente constante e as barras
serem armazenadas segundo o Modelo Pai-Filho (MPF) do inglês, terminal-
substation order [32]. Assim, através de um fluxo de carga, pode-se calcular o fluxo
de corrente partindo dos nós terminais (nós folhas) em direção à subestação (nó
raiz); enquanto as tensões podem ser obtidas de forma encadeada partindo da
subestação até as barras terminais. Detalhes do fluxo de carga podem ser vistos no
Capítulo 5.
A função objetivo para problemas envolvendo SDRs geralmente é não linear,
descontínua e com vários ótimos locais, dificultando a utilização de PM. Por outro
lado, quando AEs são empregados para resolução desse tipo de problema, algumas
modificações são realizadas na formulação apresentada em (1). A fim de penalizar
as configurações da rede que violarem as restrições operacionais I(F), o inseridos
fatores de penalidades [79]. Dessa forma, o problema em SDR pode ser reformulado
como segue:
. ( ) | ( )|
( ) 0
. .
,
Min E F F
H F
s a
F ser uma floresta
+
=
I
(2)
onde
é uma matriz diagonal com os seguintes elementos:
52
>
=
>
=
<
=
os pesos w
x
, w
s
e w
v
são valores positivos e,
i
é a norma usual [106], isto
é, a norma L
1
de um vetor z de tamanho n é dada por
=
.
A formulação do problema anterior pode ser simplificada adaptando a
estrutura de dados utilizada para representar grafos. Denominada Representação
Nó-profundidade (RNP), essa estrutura é descrita no Capítulo 4. Essa representação
possui operadores de modificação de uma floresta para produção de novas
florestas, ou seja, gera configurações de SDRs sempre radiais em que todos os
consumidores são atendidos (configurações em árvores). Dessa forma, utilizando a
RNP, o problema descrito em (2) pode ser reescrito como segue:
. ( ) | ( )|
( ) 0
. .
.
Min E F F
H F
s a
F ser dado pelos operadores da RNP
+
=
I
(3)
A RNP de um SDR possui, naturalmente, as barras de cada árvore
(alimentador) ordenadas segundo o MPF. Com isso, evita-se o uso de um algoritmo
de busca [86] para obter tal modelo. Assim, o fluxo de carga pelo MPF com RNP é
mais eficiente que fluxos de carga convencionais para SDRs [32, 78]. Além disso, o
uso do MPF garante que as restrições de igualdade (H(F)) em (3) sejam satisfeitas.
Assim, o problema genérico de reconfiguração de SDRs pode ser reescrito
utilizando-se a propriedade da RNP possuir os nós na ordem segundo o MPF, da
seguinte forma:
53
. ( ) | ( )|
.
. .
Min E F F
Utilizar MPF co m RNP
s a
F ser da do pelos operadores da RNP
+
I
(4)
Neste Capítulo, conceitos básicos de grafos, detalhes do problema de
reconfiguração de redes de energia e uma formulação matemática genérica para
esse problema foram apresentados. A formulação do problema utilizando as
informações da RNP com MPF e conectividade da rede para produção de
configurações em árvores, reduz o tempo de processamento pela produção
exclusiva de configurações apropriadas para SDRs e pela avaliação relativamente
rápida de cada configuração por um fluxo de carga mais eficiente. Outra vantagem
da técnica desenvolvida é que, como são produzidas somente configurações em
árvores, não há a necessidade de utilizar uma rotina específica para verificar e muito
menos para corrigir configurações com ciclos ou desconexas. A utilização da RNP e
seus Operadores juntamente com o fluxo de carga pelo MPF com RNP tornam
também a modelagem matemática do problema mais simples, compare a Equação
(4) com a Equação (1). Além disso, devido ao método desenvolvido produzir
somente configurações em árvores, somente as restrições de queda de tensão,
carregamento na rede e carregamento nas subestações serão consideradas na
formulação matemática do problema.
55
4 Representão Nó-Profundidade
Neste Capítulo uma estrutura de dados eficiente para armazenar e
manipular grafos é apresentada Representação Nó-profundidade (RNP). Dois
Operadores que modificam dados na RNP são utilizados para obter, de forma
eficiente, novas topologias de rede. As Seções 4.1, 4.2, 4.3 e 4.4 apresentam a
RNP, seus operadores e características intrínsecas da RNP que capacitam a mesma
a ter alta eficiência computacional.
4.1 Fundamentos da RNP
Um sistema de distribuição pode ser visto como um conjunto de
alimentadores, sendo cada alimentador composto por um ou mais setores (ver
Seção 5.1). A Figura 4.1 apresenta uma floresta com três árvores. Os nós 1, 2 e 3
são raízes das árvores 1, 2 e 3 respectivamente. Esse grafo pode ser visto como um
sistema de distribuição com 3 alimentadores onde os nós o setores e as arestas
são chaves seccionadoras. As arestas em linhas cheias representam chaves NF e
as arestas em linha tracejada representam chaves NA. Os nós 1, 2 e 3 podem estar
conectados ao barramento de uma mesma subestação ou ao barramento de
subestações distintas. Em geral, um adicional conectaria os nós 1, 2 e 3 para
representar que todos os alimentadores estão ligados a um mesmo barramento de
subestação. Assim, sua interpretação usual é de 3 alimentadores ligados a 3
barramentos diferentes de subestação.
56
A codificação proposta é baseada no conceito de e profundidade de
em uma árvore de grafo, onde a profundidade de um é a distância do mesmo até
a raiz. Sua representação consiste basicamente de uma lista linear contendo os nós
na árvore e suas profundidades, criando um vetor de pares (n
x
,p
x
), onde n
x
é o nó e
p
x
sua profundidade. A ordem em que os pares são dispostos na lista linear é
importante. Uma busca em profundidade [86] em uma árvore de grafo pode produzir
uma ordenação adequada inserindo um par (n
x
,p
x
) na lista quando o n
x
é visitado
pela busca em um processo off-line.
A codificação proposta para uma floresta é composta pela união de todas as
codificações das árvores dessa floresta. Assim, uma estrutura de dados da floresta
pode ser facilmente implementada usando arrays de ponteiros. Cada ponteiro indica
a RNP de uma árvore. A Figura 4.2 mostra a RNP para as 3 árvores da Figura 4.1.
4
5
6
7
8
91
2
3
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
Alimentador-1
Alimentador-2
Alimentador-3
Figura 4.1 – SDR com três alimentadores. Grafo com três arvores.
0 1 2 3 2 3 4 3 4 4
1 4 5 6 10 11 12 16 22 23
0 1 2 3 2 3 4 5 3 4
3 27 21 20 26 19 18 17 25 24
0 1 2 3 2 3 3
2 9 15 14 8 7 13
T
1
=
T
2
=
T
3
=
prof.
nó
prof.
nó
prof.
nó
=
=
=
Figura 4.2 – RNP para as 3 árvores da Figura 4.1.
57
4.2 Operadores da RNP
Esta Seção apresenta 2 operadores para gerar novas florestas utilizando a
RNP. Ambos Operadores geram uma floresta F’ de um grafo G quando esses são
aplicados a outra floresta F de G.
Os resultados produzidos pela aplicação de ambos Operadores são
similares. Dada uma floresta com duas árvores ou mais, a aplicação do Operador 1
(ou 2) a essa floresta é equivalente a transferir uma subárvore de uma árvore T
de
para uma outra árvore T
para
da floresta. Ao aplicar o Operador 1, a raiz da subárvore
cortada de T
de
será também a raiz dessa subárvore na nova árvore T
para
. Ao aplicar
o Operador 2, a subárvore cortada terá um novo raiz que poderá ser qualquer
da subárvore cortada diferente da raiz original. Essa é a diferença básica entre os
Operadores 1 e 2.
Como resultados, o Operador 1 pode produzir mudanças simples e
pequenas nas árvores da floresta; enquanto o Operador 2 pode gerar alterações
mais complexas.
O Operador 1 requer um conjunto de dois nós determinados previamente: o
nó de poda p que indica a raiz da subárvore a ser transferida e o nó adjacente a, que
é um em uma árvore diferente da árvore cortada (T
de
) também adjacente a p em
G. Os s adjacentes a p podem ser armazenados em uma lista de adjacência
5
[107]. A lista de adjacência para o grafo da Figura 4.1 é mostrada na Tabela 4.1.
5
A lista de adjacência considera todas as conexões possíveis de cada nó, isto é, conexões referentes
tanto a chaves abertas quanto fechadas, desta forma, não se altera de uma configuração para outra.
58
Operador 2 requer um conjunto de 3 nós: o nó de poda p, o nó adjacente a e
o novo raiz r da subárvore a ser transferida. O funcionamento dos Operadores,
considerando que o conjunto de nós requerido foi determinado previamente, é
apresentado a seguir. A Seção 4.4 mostra como obter eficientemente esse conjunto.
4.2.1 Operador 1
A geração de uma floresta F’ de um grafo G a partir de outra floresta F de G
pode ocorrer pela aplicação do Operador 1. Esse processo é equivalente a
transferência de uma subárvore de uma árvore T
de
para outra T
para
da mesma
Tabela 4.1 – Lista de adjacência para os nós do grafo da Figura 4.1.
Adjacentes
1 4
2 9
3 27
4 1 5 10
5 4 6 11
6 5 7 12
7 6 8 13
8 7 9 13
14
9 2 8 15
10 4 11
16
11 5 10
12
17
12 6 11
13
18
13 7 8 12
14
19
14 8 13
15
20
15 9 14
21
16 10
17
22
23
17 11
16
18
23
18 12
17
19
24
19 13
18
20
25
26
20 14
19
21
26
21 15
20
27
22 16
23
23 16
17
22
24
24 18
23
25
25 19
24
26
26 19
20
25
27
27 3 21
26
59
floresta. Para o Operador 1, a raiz da subárvore cortada também se a raiz da
subárvore na nova árvore T
para
.
Considerando que a RNP foi desenvolvida utilizando vetores e que os nós p
e a foram previamente determinados, podemos assumir que os índices de p (i
p
) e de
a (i
a
) nos vetores T
de
e T
para
, respectivamente, também são conhecidos.
Para ilustrar o funcionamento do Operador 1, do grafo da Figura 4.1, as
árvores T
1
e T
3
foram selecionadas como as árvores T
de
e T
para
, respectivamente,
para aplicação do Operador 1. Os nós p e a são, respectivamente, 11 e 17. O
Operador 1 pode ser descrito pelos seguintes Passos (ver Figura 4.3 a Figura 4.6):
1. Determine as posições (i
p
i
u
) dos índices em T
de
correspondente a
subárvore que contém o p como raiz. Como i
p
é conhecido, é
necessário encontrar apenas i
u
, que corresponde ao índice do último
nó na subárvore que tem o nó p como raiz. O conjunto (i
p
– i
u
)
corresponde ao p em i
p
e aos consecutivos nós x no vetor T
de
de
forma que i
x
> i
p
e p
x
> p
p
(retângulo tracejado na Figura 4.3), onde p
x
é a profundidade do nó x e p
p
é a profundidade do nó p;
2. Copie os dados do conjunto (i
p
i
u
) de T
de
em um vetor temporário
T
tmp
(subárvore que está sendo transferida), ver Figura 4.4. A
profundidade de cada nó x do conjunto i
p
–i
u
é atualizado como segue:
p
x
= p
x
– p
p
+ p
a
+ 1;
3. Crie um vetor T
para
contendo os dados de T
para
e T
tmp
, inserindo T
tmp
a
partir da posição i
a
, ver Figura 4.6;
4. Construa um vetor T’
de
compreendendo os nós de T
de
sem os nós de
T
tmp
, ver Figura 4.5;
60
5. Copie a estrutura de ponteiros da floresta F para F’ trocando os
ponteiros para os arrays T
de
e T
para
por ponteiros para os arrays T’
de
e
T’
para
, respectivamente.
T
de
1
4
5
10
16
22
23
11
12
6
p
0 1 2 3 2 3 4 3 4 4
1 4 5 6 10 11 12 16 22 23
T
para
3
27
21
26
25
24
19
18
20
0 1 2 3 2 3 4 5 3 4
3 27 21 20 26 19 18 17 25 24
17
a
Figura 4.3 – T
de
, T
para
e suas respectivas RNPs.
11
12
p
T
tmp
6 7
11 12
Figura 4.4 – T
tmp
e sua RNP.
T'
de
1
4
5
10
16
22
23
6
0 1 2 3 2 3 4 4
1 4 5 6 10 16 22 23
Figura 4.5 – T’
de
e sua RNP.
61
4.2.2 Operador 2
Assim como o Operador 1, o Operador 2 também produz uma floresta F’ de
um grafo G quando aplicado a outra floresta F de G. No entanto, transferindo uma
subárvore de uma árvore T
de
com uma nova raiz para outra árvore T
para
da mesma
floresta. A nova raiz pode ser qualquer nó da subárvore diferente da raiz original.
A descrição do Operador 2 assume que um conjunto de nós seja
previamente determinado: o de poda p, o novo raiz r e o adjacente a. Os
nós p e r pertencem à árvore T
de
e o a pertence à T
para
. As diferenças entre o
Operador 1 e o Operador 2 estão nos Passos 2 e 3 do procedimento do Operador 1
(ver a Seção 4.2.1), isto é, a formação da subárvore cortada e o armazenamento da
mesma no array temporário T
tmp
são diferentes.
Os Passos 2 e 3 para o Operador 2 são descritos a seguir (ver Figura 4.7 a
Figura 4.10). Para o Operador 2, o procedimento de copiar a árvore cortada pode ser
separado em dois Passos: o primeiro Passo é similar ao Passo 2 do Operador 1,
diferindo apenas na troca de i
p
por i
r
. O segundo Passo considera os nós no caminho
de r
a p (isto é, r
0
, r
1
, r
2
, ..., r
n
, onde r
0
= r e r
n
= p) como raízes das subárvores
(retângulo tracejado na Figura 4.7). O algoritmo para o segundo Passo deverá copiar
a subárvore com a raiz r
i
(i = 1, ..., n) sem a subárvore com raiz r
i-1
(Figura 4.8) e
T'
para
3
27
21
26
25
24
19
18
20
0 1 2 3 2 3 4 5 6 7 3 4
3 27 21 20 26 19 18 17 11 12 25 24
17
11
12
Figura 4.6 – T’
para
e sua RNP.
62
armazenar a subárvore resultante em um array temporário T
tmp
, ver Figura 4.9. O
Operador 2 utilizará os arrays temporários, T
tmp
para construir T’
para
.
A seguir apresenta-se um exemplo de aplicação do Operador 2. As árvores
T
de
e T
para
utilizadas na aplicação do Operador 2 são as mesmas utilizadas pelo
Operador 1 na Seção 4.2.1. Os nós p e r são 10 e 16 respectivamente. As
profundidades na Figura 4.8 e na Figura 4.9 são relativas ao sorteio do 17 como
adjacente.
T
de
1
4
5
10
16
22
23
11
12
6
p
0 1 2 3 2 3 4 3 4 4
1 4 5 6 10 11 12 16 22 23
r
Figura 4.7 – T
de
e sua RNP.
16
22
23
12
p
7 8 9
10 11 12
r
10
11
6 7 7
16 22 23
Figura 4.8 – Subárvores enraizadas nos nós do caminho de r a p.
16
22
23
12
10
11
6 7 7 7 8 9
16 22 23 10 11 12
r
p
Figura 4.9 – RNP da subárvore podada.
63
4.3 Localizando um nó na RNP de uma floresta
A posição de um em F pode ser eficientemente determinada usando
matrizes Π
x
e um array π. Cada x de G possui uma matriz Π
x
correspondente.
Para a floresta original F
0
de G, Π
x
é a matriz de uma coluna:
0
0
0
0
,
i
x
j
k
Π =
onde i
0
é o índice da árvore que contém x (T
i
0
), j
0
é o índice correspondente a x no
array T
i
0
e k
0
é a profundidade de x na árvore.
Suponha que uma floresta F
h
está sendo gerada de outra floresta F
g
(g < h)
e que x está na subárvore que será transferida para uma nova árvore gerada F
h
.
Dessa maneira, x terá uma nova posição em F
h
diferente da posição em F
g
. Deve-se
inserir uma nova coluna em Π
x
com os índices correspondentes a essa nova
posição, resultando em:
0
0
0
0
.
h
h
h
h
i i
x
j j
k k
Π =
T'
para
3
27
21
26
25
24
19
18
20
0 1 2 3 2 3 4 5 6 7 7 7 8 9 3 4
3 27 21 20 26 19 18 17 16 22 23 10 11 12 25 24
17
16
22
23 12
10
11
Figura 4.10 – Árvore T’
para
e sua RNP.
64
A atualização da posição é executada para todos os nós da subárvore
transferida (T
tmp
), para os nós com índices maiores que i
u
na árvore T
de
e, para os
nós de T’
para
a partir da posição i
a
.
O array π armazena a floresta g, da qual a floresta F
h
foi gerada, na posição
h de π, isto é,
π
(h)=g. O pai de g é
π
(g), o pai de
π
(g) é
π
(
π
(g)) e assim por diante.
Assim,
π
é uma lista encadeada com todos os predecessores de F
h
. Como a última
mudança de posição de x ocorreu em um dos predecessores de h, pode-se procurar
pelo predecessor de h nas colunas de Π
x
. A busca inicia-se com
π
(h). Se
π
(h) não é
encontrada em Π
x
procura-se por
π
(
π
(h)), e assim por diante. O processo de
procurar por tais colunas em Π
x
pode ser eficientemente implementado através de
uma busca binária [108] na lista dada por Π
x
(0, ·) na primeira linha de Π
x
.
Uma vez identificada a coluna com o predecessor de h, é necessário apenas
ler os índices de x armazenados nessa coluna.
4.4 Determinação dos nós p, r e a
Os Operadores propostos requerem um conjunto especial de nós para gerar
uma floresta F’ de G baseada em outra floresta F de G. Para o Operador 1, esse
conjunto pode ser eficientemente obtido pela seguinte estratégia:
1. Selecione aleatoriamente um índice de uma árvore em F e, para esta
árvore, selecione aleatoriamente o índice de um nó que não seja raiz,
chamado de nó de poda (p);
2. Selecione aleatoriamente um adjacente a p (utilize para isso a lista
de adjacências de G), chamado de adjacente (a). Se a T
de
,
determine a posição em F utilizando o array π e a matriz Π
a
; caso
contrário, selecione aleatoriamente outro a ou retorne ao Passo 1.
65
A estratégia para a determinação de p, r e a para o Operador 2 segue aos
seguintes passos:
1. Selecione aleatoriamente um índice de uma árvore em F e, para essa
árvore, selecione aleatoriamente um índice de um que não seja
raiz. Denomine-o de nó de poda (p);
2. Determine o conjunto de nós na subárvore que tenha o p como
raiz (faixa da RNP de i
p
a i
u
, ver Passo 1 do Operador 1, Seção 4.2.1).
Escolha aleatoriamente um índice desse conjunto para ser o novo
raiz (r);
3. Selecione aleatoriamente um adjacente a r (utilize os nós da lista
de adjacências de G). Chame-o de nó adjacente a. Se a T
de
,
determine a posição em F utilizando o array π e a matriz Π
a
; caso
contrário, selecione outro a ou retorne ao Passo 1.
Este Capítulo apresentou uma estrutura de dados eficiente para armazenar
e manipular grafos, a RNP. Em nosso contexto, essa representação armazena a
configuração dos alimentadores de um SDR. Juntamente com a RNP, descreveram-
se dois Operadores utilizados para modificar de maneira eficiente a topologia da
rede. Tais operadores são capazes de gerar novas configurações sempre radiais,
conexas e em pequeno tempo de processamento. Foi também apresentado como
determinar o conjunto de nós requeridos pelos operadores, bem como uma maneira
de encontrá-los quando armazenados em computador.
O Capítulo 5 apresenta detalhes do fluxo de carga utilizado para determinar
os parâmetros da rede, o qual é baseado na RNP e também como determinar, de
forma eficiente, o número de manobras necessário para implantar uma configuração
de um SDR.
67
5 Avaliação Eficiente das Soluções
Os objetivos e restrições podem ser obtidos a partir do lculo de um fluxo
de carga, com exceção do número de manobras necessário para implantar uma
nova configuração. Neste Capítulo, procedimentos computacionalmente eficientes
para o cálculo de fluxo de carga (Seção 5.1) e de número de manobras (Seção 5.2)
são apresentados.
5.1 Fluxo de Carga
As condições operacionais de uma rede elétrica são obtidas através de um
fluxo de carga que provém a tensão complexa em cada barra e os fluxos de potência
ativa e reativa em todas as linhas e transformadores dessa rede. Para o cálculo do
fluxo de carga, assume-se que a topologia da rede, a potência instalada e a potência
nas cargas (ou correntes de carga) são conhecidas.
Métodos convencionais de fluxo de potência para sistemas de transmissão
como Newton-Raphson [109], Newton-Raphson desacoplado rápido [110] e seus
derivados [111-113] em geral não são adequados para resolver fluxo de carga para
sistemas de distribuição [114]. Isto ocorre devido a necessidade de fatoração de
matrizes exigido por esses métodos sendo que tais matrizes associadas a sistemas
de distribuição são mal condicionadas e a quantidade de barras é grande, sendo
necessário a utilização de matrizes com milhares de linhas e colunas. Algumas
68
características particulares dos sistemas de distribuição são responsáveis pelo mau
condicionamento das matrizes: alta relação R/X (resistência/reatância), alto número
de cargas distribuídas e partes da rede com alta impedância associadas a trechos
de baixa impedância
6
.
Nas últimas décadas, com a automatização dos sistemas de distribuição,
muitas aplicações têm requerido métodos de fluxo de potência eficientes e robustos.
Surgiram então, métodos específicos para distribuição que exploram sua natureza
radial. Esses métodos têm apresentado desempenho melhor que os métodos
convencionais (em termos de tempo de processamento, esforço computacional,
convergência, etc.). Devido a robustez e simplicidade na implementação, métodos
de varredura direta/inversa [77, 78, 88, 114] têm obtido a preferência de muitos
pesquisadores. Esses métodos exploram uma característica especial dos sistemas
de distribuição radiais, a existência de um único caminho entre qualquer barra da
rede e a barra raiz, na subestação [114]. Assim, a solução de um fluxo de potência
para sistemas radiais pode ser obtida sem a necessidade de resolução de um
sistema de equações Ax = b (ver Capítulo 3) como nos todos tradicionais.
Existem muitas variações dos métodos de varredura direta/inversa: método da soma
de potência [115], método da soma de corrente [88], método da soma de impedância
e outros.
Na Seção 5.1.1, o método da soma de potência é apresentado. O método
proposto é apresentado nas Seções 5.1.2, 5.1.3 e 5.1.4. O mesmo é baseado no
modelo de corrente constante e utilizado para soma de correntes com a RNP. Na
Seção 7.8 resultados encontrados por esses dois métodos de fluxo de carga serão
comparados.
6
Chaves seccionadoras, reguladores de tensão e, pequenos trechos de rede.
69
5.1.1 Métodos de soma de potência
Nos métodos de varredura direta/inversa existem dois estágios para obter as
grandezas do sistema:
Estágio 1: Varredura Inversa
Este estágio inicia pela última barra da árvore e termina na barra raiz. No
método de Soma de Potência, a potência ativa na iteração k, P
(k)
e a potência reativa
na iteração k, Q
(k)
são calculadas para todas as barras da rede.
Estágio 2: Varredura Direta
Este estágio começa pela barra raiz e termina na barra terminal. Nesse
passo, a tensão V
(k)
deve ser atualizada para todas as barras da rede. Assim, o
problema de fluxo de carga de uma rede radial pode ser resolvido iterativamente a
partir do conjunto de duas equações recursivas. Inicialmente, a amplitude e ângulo
da tensão da barra raiz o atribuídos a todas as barras da rede. Em seguida, na
varredura inversa, as seguintes equações são utilizadas:
P Q
P P r P
V
+
= + + , (5)
P Q
Q Q x Q
V
+
= + + , (6)
onde
P
i
é o fluxo de potência ativa no ramo i;
Q
i
é o fluxo de potência reativa no ramo i;
P
Li
é a potência ativa de carga na barra i;
Q
Li
é a potência reativa de carga na barra i;
P’
i
= P
i
+ P
Li
;
Q’
i
= Q
i
+ Q
Li
.
70
Na varredura direta, as seguintes equações são utilizadas:
2( )( )
P Q
V V r P x Q r x
V
+
+
= + + + , (7)
tan ( / )
k k
δ
+
= , (8)
( )
P x Q r
k
V
=
,
( )
P r Q x
k V
V
=
.
Se o ângulo da tensão na barra i é
δ
(ao invés de zero),
δ
torna-se
tan ( / )
k k
δ δ
+
=
, (9)
onde
V
i
é a amplitude da tensão na barra i;
δ
é o ângulo da tensão na barra i;
r
i
é a resistência série do ramo i;
x
i
é a reatância série do ramo i.
Computacionalmente, o problema de fluxo de carga pelo método da soma de
potência pode ser dividido em 4 passos:
1. Leia os dados do sistema. Construa as árvores armazenando as
barras da rede na estrutura de dados. Assuma a tensão inicial para
todas as barras sendo a mesma da barra raiz;
2. Pelo estágio inverso, calcule o fluxo de potência ativo e reativo em
cada ramo da árvore pelas equações (5) e (6), respectivamente;
3. Pelo estágio direto, calcule a tensão complexa na barra final de cada
ramo usando as equações (7) e (8) ou (9);
4. Encontre as diferenças de tensão entre a iteração atual e a última
iteração para todas as barras (amplitude e ângulo separadamente).
71
Se todas as diferenças são menores que uma tolerância especificada,
pare o processo; caso contrário, vá para o passo 2.
5.1.2 Extensão da RNP para fluxo de carga
Em sistemas reais de distribuição de energia elétrica, nem todos os trechos
entre barras são separados por chaves. Conjuntos de barras e linhas não separadas
por chaves são denominados setores. Em muitos trabalhos, as barras de cargas de
um setor são modeladas como se estivessem concentradas em um único ponto. Tal
procedimento reduz o grau de confiabilidade do sistema.
Neste trabalho, procura-se reproduzir um sistema real com a maior
fidelidade possível. Utiliza-se para isso a RNP em dois níveis diferentes: a RNP do
alimentador e a RNP do setor. Considere os 2 alimentadores mostrados na Figura
5.1. As barras em vermelho pertencem ao alimentador 1, enquanto as barras em
preto são do alimentador 2. Na Figura 5.1 e na Figura 5.2, retângulos representam
barras em uma subestação, rculos o barras do SDR (barras de carga,
extremidades de chaves, ponto de conexão de duas ou mais linhas), linhas cheias
representam as linhas do SDR, linhas tracejadas são chaves seccionadoras NF e a
linha interrompida representa uma chave seccionadora NA.
6
4
7
15
1
Alimentador 1
Alimentador 2
9 10
8
13 12
11
14
2
3
5
Figura 5.1 – SDR com dois alimentadores.
72
Ao agrupar as barras e linhas não separadas por chaves da Figura 5.1 (ver
Figura 5.2), tem-se um grafo em que todas as arestas são chaves seccionadoras.
Veja a Figura 5.3.
Para a Figura 5.3 2 RNPs, uma para o alimentador 1 (em vermelho) e
outra para o alimentador 2 (em preto), denominadas RNP do alimentador. As arestas
em vermelho e preto são chaves seccionadoras NF e a aresta em verde é uma
chave aberta. Assim, temos uma estrutura T
1
que armazena o endereço de memória
da RNP do alimentador 1 e a estrutura T
2
armazena o endereço de memória da RNP
do alimentador 2:
Profundidade
0 1 2 2
T
1
=
=
A
B
C
D
,
Profundidade
0 1 2 2
T
2
=
=
E F G
H
.
6
4
7
15
1
Alimentador 1
Alimentador 2
9 10
8
13 12
11
14
2
3
5
A
B
C
D
E
F
G
H
Figura 5.2 – Agrupamento das linhas e barras em setores.
A
C
B
F
D
H
G
E
Alimentador 2
Alimentador 1
Figura 5.3 – Grafo representando setores do SDR da Figura 5.2.
73
A partir da Figura 5.2, é possível também associar RNPs aos setores. Em
outras palavras, cada trecho de linhas e barras não separadas por chaves podem
ser analisados como uma árvore de grafo. Cada setor pode ter mais de um raiz,
dependendo do sentido em que está sendo alimentado. Assim, pode haver mais de
uma árvore representando cada setor. Para a finalidade de fluxo de carga,
acrescenta-se a cada uma dessas árvores, o adjacente ao seu raiz. Para o
acréscimo do adequado, pode-se utilizar a seguinte regra: todo i adjacente a
um x, tal que i pertença a um setor diferente do setor de x, sendo x raiz, é
acrescentado à árvore correspondente ao setor de x. Exceções ocorrem para os nós
em uma subestação, que possuem somente um setor vizinho. A Tabela 5.1 mostra
as árvores geradas a partir da Figura 5.2, acrescentando os nós adjacentes.
A RNP do setor pode ser representada computacionalmente de forma
semelhante a RNP do alimentador, onde as árvores foram armazenadas em
estruturas denotadas por T
i
. Para RNP do setor, denotar-se-á por B
sr
, onde s
representa o setor em análise e r refere-se ao setor pelo qual a energia chega ao
setor s, setor pai. Para um mesmo setor s podem existir mais de uma RNP conforme
mostra a Tabela 5.2.
Como exemplo, considere o setor D da Figura 5.3. Fluxo de corrente pode
chegar ao setor D por dois caminhos diferentes, através do setor B ou do setor H.
Logo, pelo setor B, tem-se B
sr
= B
DB
e para o setor H, tem-se B
sr
= B
DH
. As estruturas
que armazenam as RNPs possíveis para o setor D são mostradas a seguir:
0
1
2
2
3
B
DB
=
6
7
8
9
10
,
0 1 2
3
4
B
DH
=
15
10
9
7
8
.
74
A análise da RNP do alimentador nos informa qual das configurações acima
utilizar. Através da RNP do alimentador 1, notamos que o setor D está conectado ao
setor B. Portanto, no exemplo acima o r correto é o setor B, conforme RNP abaixo.
0
1
2
2
T
1
=
A
B
C
D
.
Tabela 5.1 – Árvores dos setores com o nó adicional.
Setor
Árvores
A
1
B
6
1
3
6
7
3
C
4
3
5
D
6 7
9 10
8
7
15
9 10
8
E
2
F
11
14
11
2
G
13 12
11
H
15
10
14
15
11
14
Nó
Aresta
Aresta e nó adicional
75
Deve-se observar que a determinação de todas as RNPs de cada setor pode
ser executada por um procedimento off-line, deixando todos os cálculos prontos para
serem utilizados pelo fluxo de carga on-line.
5.1.3 Varredura direta/inversa com RNP
Devido características especificas de SDRs e a necessidade de encontrar
configurações em um curto tempo de processamento, optou-ser por utilizar o modelo
de corrente constante no fluxo de carga do método proposto neste projeto. Dentre as
características dessas redes, destacam-se: a natureza da rede ser puramente radial
e as barras estarem naturalmente armazenadas segundo o MPF na RNP. O modelo
Tabela 5.2 – RNPs dos setores mostrados na Tabela 5.1.
Setor
RNPs do Setor
A
0
1
B
0 1 2
1 3 6
0 1 2
7 6 3
C
0 1 2
3 4 5
D
0 1 2 2 3
6 7 8 9 10
0 1 2 3 4
15 10 9 7 8
E
0
2
F
0 1
14 11
0 1
2 11
G
0 1 2
11 12 13
H
0 1 2
10 15 14
0 1 2
11 14 15
76
da linha da rede correspondente a uma impedância constante Z
mn
para cada linha
entre as barras m e n.
O algoritmo de fluxo de carga finaliza seu ciclo após a execução de 2 sub-
rotinas: uma obtém as correntes a jusante por meio da varredura inversa
(CORRENTES, ver Algoritmo 1) para todas as barras de um alimentador e a outra
utiliza as correntes a jusante para obter as tensões nas barras do mesmo
alimentador utilizando a varredura direta (TENSÕES, ver Algoritmo 2). Com o
modelo de corrente constante, a convergência é atingida em um único ciclo,
diferindo de vários modelos usuais de varredura direta/inversa [77, 88, 114].
A sub-rotina CORRENTES percorre os nós (barras) do sistema partindo dos
nós terminais ao raiz, ver Algoritmo 1. É importante observar que a ordem dos
nós visitados é no sentido dos nós terminais para a raiz, ordem que está pré-
determinada nas RNPs do alimentador e do setor. A carga de uma barra m é
denominada I(
m
) e a corrente a jusante dessa barra m é denominada J(
m
).
Algoritmo 1. Pseudocódigo para calcular a corrente a jusante de uma barra.
CORRENTES
PARA k:=última posição em T, ATÉ K:=1, FAÇA:
u := próxima posição (menor que k) em que a profundidade do nó seja T.prof(k) –1;
s:=T.no(k);
r:=T.no(u);
J(T):= 0 //A corrente a jusante em todas as barras em T recebem zero
PARA q:=última posição em B
sr
, ATÉ q:=1, FAÇA:
p := próxima posição (menor que q) em que a profundidade do nó seja B
sr
.prof(q) –1;
m:=B
sr
.no(p);
n:=B
sr
.no(q);
corrente_acumulada:=J(n) + I(n);
J(m):= J(m) + corrente_acumulada;
FIM
FIM
A sub-rotina TENSOES é mostrada no Algoritmo 2. Novamente, a ordem em
que os s serão visitados está determinada nas RNPs do alimentador e do setor.
77
As tensões são obtidas partindo da barra raiz em direção às barras terminais. O
algoritmo TENSOES necessita que as correntes a jusante de cada barra tenham
sido obtidas previamente pela rotina CORRENTES. Assim, para se obter as tensões
em cada barra é necessária a corrente na barra I(
n
), a tensão a montante da barra n
V(
m
), e a impedância Z
mn
entre as barras m e n.
Algoritmo 2. Pseudocódigo para calcular as tensões nas barras.
TENSOES
PARA k:=1, ATÉ K:=última posição em T, FAÇA:
u := próxima posição (menor que k) em que a profundidade do nó seja T.prof(k) –1;
s:=T.no(k);
r:=T.no(u);
B
sr
.no(0):= V
sub
; // A tensão nas barras da subestação geralmente é 13.800V
PARA q:=1, ATÉ q:=última posição em B
sr
, FAÇA:
p := próxima posição (menor que q) em que a profundidade do nó seja B
sr
.prof(q) –1;
m:=B
sr
.no(p);
n:=B
sr
.no(q);
V:= Z
mn
.(J(n) + I(n)); //Queda de tensão na rede entre as barras m e n.
V(n):= V(m) – V; //tensão na barra n
FIM
FIM
Por fim, o Algoritmo 3 apresenta a rotina principal do fluxo de carga
utilizando a RNP. Como os Operadores 1 e 2 modificam pares de árvores de uma
floresta, para cada nova floresta, apenas 2 alimentadores são alterados. Assim, as
sub-rotinas CORRENTES e TENSOES são aplicadas somente a esses
alimentadores, pois o fluxo de carga para os outros alimentadores não se alteram.
Algoritmo 3. Pseudocódigo para determinar o fluxo de carga em SDRs.
ALGORITMO PRINCIPAL
// para cada estrutura T
i
(indicada por um ponteiro) de F
// chama-se as sub-rotinas CORRENTES e TENSOES
PARA i := 0 ATÉ i := número de ponteiros em F FAÇA
CORRENTES (FT
i
);
TENSOES (FT
i
);
FIM
78
5.1.4 Exemplo de aplicação do fluxo de carga proposto
O funcionamento dos Algoritmos 1, 2 e 3 (ver Seção 5.1.3) são ilustrados a
seguir para calcular o fluxo de carga do alimentador 2 da Figura 5.1. A RNP do
alimentador 2 é a seguinte:
Profundidade
0
1
2 2
T
2
=
=
E
F
G
H
.
Algoritmo 1 – Cálculo das correntes a jusante
O primeiro passo é zerar as correntes a jusante de todas as barras do
alimentador 2, ou seja,
J[i] = 0, para i = todas as barras de T
2
.
Ao aplicar a rotina para calcular as correntes a jusante, tem-se: s = H, r = F.
Portanto, utiliza-se a árvore B
HF
da Tabela 5.2, isto é,
0 1 2
B
HF
=
11
14
15
.
A ordem dos nós na B
HF
resulta na seguinte seqüência de cálculos de
correntes a jusante:
J[14] = J[14] + I[15] + J[15] = I[15],
J[11] = J[11] + I[14] + J[14] = I[14] + I[15].
Seguindo a ordem da RNP do alimentador 2, determinam-se a
representação adequada do setor G: s = G, r = F, ou seja, B
GF
,
0 1 2
B
GF
=
11
12
13
.
Dessa RNP, obtém-se a seguinte seqüência de cálculo de corrente a
jusante:
79
J[12] = J[12] + I[13] + J[13] = I[13],
J[11] = J[11] + I[12] + J[12] = I[14] + I[15] + I[12] + I[13].
Note que as cargas dos nós 14 e 15 estavam armazenadas em J[11]
quando utilizou B
HF
. Agora, as cargas dos nós 12 e 13 também são armazenadas.
O setor F é o próximo da seqüência, assim s = F, r = E, corresponde a B
EF
:
0
1
B
FE
=
2
11
,
a qual implica na seguinte seqüência de cálculo:
J[2] = J[2] + I[11] + J[11] = I[11] + I[14] + I[15] + I[12] + I[13].
Com isso tem-se as correntes a jusante de todas as barras do alimentador 2
calculadas. Em seguida, aplica-se o procedimento para o cálculo das tensões
(Algoritmo 2).
Algoritmo 2 – Cálculo das tensões
Considere V
sub
sendo a tensão complexa nas barras em uma subestação.
Seguindo o Algoritmo 2 e a RNP do setor 2, tem-se s = F, r = E. Assim,
utilizando a estrutura B
FE
, procede-se como segue:
V[2] = V
sub
,
V[11] = V[2] – Z
2-11
*(J[11] + I[11]).
Em seguida, s = G, r = F, utilizando a estrutura B
GF
:
V[12] = V[11] – Z
11-12
*( J[12] + I[12]),
V[13] = V[12] – Z
12-13
*(J[13] + I[13]).
Por fim, s = H, r = F, utilizando a estrutura B
HF
:
V[14] = V[11] – Z
11-14
*( J[14] + I[14]),
V[15] = V[14] – Z
14-15
*(J[15] + I[15]).
Desta forma, tem-se todas as tensões e correntes a jusante das barras do
alimentador 2 calculadas.
80
5.2 Cálculo do número de manobras
A adequação de cada configuração gerada pela aplicação dos Operadores 1
ou 2 é avaliada através de parâmetros determinados por um fluxo de carga (ver
Seção 5.1) e pelo número de manobras necessárias para implementar essa nova
configuração. Em geral, o número de manobras é determinado a partir da
comparação entre vetores que guardam o estado das chaves (de forma binária) de
cada configuração. Dessa forma, para obter o número de manobras necessárias
para implantar uma dada configuração, comparam-se o vetor com o estado de todas
as chaves de uma dada configuração com o vetor que armazena o estado das
chaves da configuração inicial. Porém, o processo envolve custo computacional
relativamente alto, pois para cada nova configuração gerada, é necessário criar um
vetor com o estado atual das chaves e realizar a comparação com o vetor da
configuração inicial. Como esses vetores têm o comprimento igual ao número de
chaves (m) no sistema, o tempo para percorrê-lo uma vez é bem maior que o tempo
de realizar uma modificação no sistema pelos operadores 1 ou 2, que requerem
tempo de computação da ordem do tamanho dos alimentadores envolvidos, em
geral, bem menor que m.
Para melhorar o desempenho computacional do método, um algoritmo que
determina o número de manobras de forma eficiente é proposto. Para esta
formulação é necessário apenas um vetor com o estado das chaves na configuração
inicial e outro vetor de tamanho g
max
que guarda a quantidade de chaves alteradas
em relação à configuração inicial, onde g
max
é o número máximo de gerações.
O procedimento de isolar o setor em falta e conectar os setores a jusante do
mesmo ao SDR exige manobras de chaves que nem sempre ocorrem aos pares.
Para ilustrar esse procedimento, a Figura 3.3 foi reproduzida na Figura 5.4, onde o
81
setor 14 sofreu uma falta. O primeiro procedimento é isolar o setor em falta, que
pode ser realizado abrindo-se as chaves A e B (2 manobras de chaves). Porém, os
setores 15, 16 e 17 ficaram desconectados do sistema. Para conectá-los ao SDR é
necessário fechar uma chave que os conectam a algum alimentador, que pode ser
realizado fechando a chave C, D ou E (1 manobra de chave). Portanto, na primeira
alteração de topologia, 3 manobras de chaves foram necessárias.
Após o procedimento descrito anteriormente, as chaves alteradas sempre
ocorrerão aos pares, ou seja, quando uma chave é aberta, outra deve ser fechada.
Para determinar o número de manobras para originar uma dada configuração,
considere o estado das chaves em 3 configurações específicas: configuração inicial
(o), configuração alterada (x) e configuração final (y). Dessa forma, considerando
que uma configuração y originou-se de alterações em uma configuração x, temos 3
possibilidades para computar o número de chaves alteradas da configuração y:
1) Os estados das duas chaves alteradas em y, em relação a x, são
diferentes dos estados dessas chaves em o. Portanto, o número de chaves alteradas
de y será o número de chaves alteradas de x mais 2. Considere que as chaves 1 e 4
da Tabela 5.3 foram alteradas em x para originar y. Como y
1
o
1
e y
4
o
4
, duas
4
7
6
8
20
23
1
Alimentador 1
Alimentador 2
Alimentador 3
9 10
11
16
12
14
13
2
29
15
17
22 21
18
19
27
25
26
28
30
Alimentador 4
3
5
24
A
B
C
D
E
Figura 5.4 – Operações necessárias para isolar o setor em falta.
82
manobras de chaves a mais que as manobras para implantar x são necessárias.
Como de o para x, 2 alterações foram realizadas, de o para y são necessárias 4;
2) Os estados das duas chaves alteradas em y, em relação a x, são iguais
aos estados dessas chaves em o. Portanto, o número de chaves alteradas de y será
o número de chaves alteradas de x menos 2. Considere alterações realizadas nas
chaves 2 e 3 da Tabela 5.4. Como y
2
= o
2
e y
3
= o
3
, os estados dessas duas chaves
em y retornaram aos seus estados em o. Portanto, para implantar y serão
necessárias 2 manobras a menos que o número de manobras para implantar x;
3) O estado de uma das chaves alteradas em y, em relação a x, é igual ao
estado dessa chave em o e, o estado da outra chave alterada é diferente. Portanto,
o número de chaves alteradas de y será igual ao número de chaves alteradas de x.
Tabela 5.3 – Manobras de chaves: Caso 1.
Configurações
o
...
x
...
y
1
1
1
0
2
1
0
0
3
0
1
1
4
0
0
1
Chaves / estados
5
1
1
1
Tabela 5.4 – Manobras de chaves: Caso 2.
Configurações
o
...
x
...
y
1
1
1
1
2
1
0
1
3
0
1
0
4
0
0
0
Chaves / estados
5
1
1
1
83
Na Tabela 5.5, nota-se que y
2
= o
2
e y
5
o
5
. Portanto, para originar a configuração y
assim como para originar x, são necessárias 2 manobras de chaves.
Em todos os casos acima, 2 mudanças de chaves em x para originar y são
necessárias, porém não garante que essas duas mudanças sejam efetivas, ou seja,
em relação à configuração inicial o. Por esse motivo, não se pode simplesmente
dizer que o número de manobras necessárias para implantar y é o número de
manobras para implantar x mais 2.
Exemplo ilustrativo de cálculo do número de manobras
O Algoritmo 4 mostra os passos necessários para determinar o número de
manobras realizadas para obter uma configuração y a partir de uma configuração x.
Algoritmo 4. Pseudocódigo para determinar o número de manobras.
MANOBRAS
// para cada configuração y gerada a partir de uma configuração x, comparam-se os estados
// das 2 chaves alteradas com os estados delas na configuração inicial o
PARA y := 1 ATE y := g
max
, FACA
COMPARAM-SE os estados das chaves i e j alteradas em y em relação a o;
SE y
i
o
i
e y
j
o
j
//Caso 1
//atribui à configuração y o número de manobras da configuração x mais 2
manobras
y
= manobras
x
+ 2;
SE y
i
= o
i
e y
j
= o
j
//Caso 2
//atribui à configuração y o número de manobras da configuração x menos 2
manobras
y
= manobras
x
– 2;
SE y
i
= o
i
(y
i
o
i
) e y
j
o
j
(y
j
= o
j
)//Caso 3
//atribui à configuração y o número de manobras da configuração x
manobras
y
= manobras
x
;
FIM
Tabela 5.5 – Manobras de chaves: Caso 3.
Configurações
o
...
x
...
y
1
1
1
1
2
1
0
1
3
0
1
1
4
0
0
0
Chaves / estados
5
1
1
0
84
Para ilustrar o Algoritmo 4, considere o SDR representado na Figura 5.3 com
uma chave NA (linha verde tracejada) acrescentada entre as barras C e G (ver
Figura 5.5) como sendo a configuração inicial (o). O vetor com o estado das chaves
para a configuração o é representado a seguir:
Chaves 1
2
3
4
5
6
7
8
Estado Inicial
1
1
1
0
0
1
1
1
.
O algoritmo de reconfiguração inicialmente criou um vetor para armazenar
as manobras necessárias para gerar cada configuração:
configuração
0
1
2
3
4
...
g
max
manobras 0
...
.
Para gerar a configuração 1 a partir da configuração o, considere que a
chave 3 foi aberta e a chave 5 fechada. Comparam-se, então, os estados dessas
duas chaves com os estados das mesmas na configuração o. Portanto, o estado da
chave 3 é (0) (foi aberta) e o estado da chave 5 é (1) (foi fechada). Como ambos são
diferentes de seus estados na configuração inicial, são necessárias duas manobras
para implantar a configuração 1 (y). A Figura 5.6 mostra a topologia do SDR da
configuração 1.
A
C
B
F
D
H
G
E
Alimentador 2
Alimentador 1
1
2
3
5
4
7
8
6
Figura 5.5 – Cálculo das manobras: configuração inicial.
85
Aplicando o Algoritmo 4 e verificado que y
i
o
i
e y
j
o
j
(ver Figura 5.6),
caracterizou-se o caso 1. O vetor que armazena as manobras necessárias para
implantar uma nova configuração é então atualizado para:
configuração
0
1
2
3
4
...
g
max
manobras 0
2
...
.
Para originar a configuração 2 (y) a partir da configuração 1 (x), suponha que
a chave 8 é aberta e a chave 3 fechada. Ao comparar o estado da chave 3 (agora
fechada) com seu estado na configuração o, verifica-se os estados iguais. Porém, o
estado da chave 8 (aberta) é diferente de seu estado na configuração o. Portanto, o
número de manobras realizadas para obter a configuração 2 (y) em relação a
configuração inicial (o) continua sendo 2, ou seja, y
i
= o
i
e y
j
o
j
(Caso 3). A Figura
5.7 mostra a nova topologia do SDR.
configuração
0
1
2
3
4
...
g
max
manobras 0
2
2
...
Suponha agora, que a configuração 1 foi escolhida para ser alterada (x) e
originar a configuração 3 (y). A chave 7 é aberta e a chave 4 é fechada, alterando
A
C
B
F
D
H
G
E
Alimentador 2
Alimentador 1
1
2
3
5
4
7
8
6
Figura 5.6 – Cálculo das manobras: configuração 1.
A
C
B
F
D
H
G
E
Alimentador 2
Alimentador 1
1
2
3
5
4
7
8
6
Figura 5.7 – Cálculo das manobras: configuração 2.
86
seus estados para 0 e 1 respectivamente. Como ambos estados são diferentes de
seus estados na configuração inicial, somam-se 2 manobras ao número de
manobras da configuração 1 (x). Portanto, são necessárias 4 manobras para obter a
configuração 3 (y) (ver Figura 5.8).
configuração
0
1
2
3
4
...
g
max
manobras 0
2
2
4
...
Uma terceira possibilidade ocorre quando os estados das duas chaves
alteradas se tornam iguais seus estados na configuração inicial. Considere as
seguintes alterações realizadas na configuração 2 (x) para gerar a configuração 4
(y): A chave 5 é aberta e a chave 8 é fechada. Nesse caso subtraem 2 manobras do
vetor de manobras da configuração 2 (x), obtendo 0 manobras, ou seja, a
configuração y se tornou igual a configuração o mostrada na Figura 5.5. O vetor
atualizado com o número de manobras é:
configuração
0
1
2
3
4
...
g
max
manobras 0
2
2
4
0
...
.
Detalhes de algoritmos específicos para Sistemas de Distribuição, bem
como o Algoritmo para o cálculo do fluxo de carga em SDRs utilizando o modelo de
corrente constante foram apresentados na Seção 5.1, o qual explora principalmente
a natureza radial das redes de distribuição e a forma como os nós são armazenados
pela RNP para se obter um algoritmo de fluxo de carga mais eficiente. Uma forma
A
C
B
F
D
H
G
E
Alimentador 2
Alimentador 1
1
2
3
5
4
7
8
6
Figura 5.8 – Cálculo das manobras: configuração 3.
87
eficiente de obter o número de manobras é descrito na Seção 5.2. Ao programar
esses algoritmos, houve uma redução considerável no tempo de processamento
conforme é demonstrado no Capítulo 7.
89
6 Algoritmos Evolutivos
Métodos de otimização e busca estocástica têm recebido crescente
interesse nas últimas cadas, principalmente os baseados em princípios da teoria
da evolução. O desenvolvimento de modelos computacionais inspirados nos
mecanismos evolutivos caracteriza-se pela configuração de algoritmos de otimização
robustos e sistemas adaptativos [116]. AEs são algoritmos computacionais
pertencentes a uma classe de métodos regidos por princípios evolutivos. Tais
princípios são oriundos do mundo biológico e baseados na teoria da evolução
Darwiniana [117, 118]. Os AEs tentam abstrair e imitar mecanismos evolutivos para
resolução de problemas que requerem adaptação, busca e otimização.
Em um AE, um conjunto de soluções (população) modelado
computacionalmente é manipulado em cada iteração de modo a melhorar a
adequação
7
média dos indivíduos que formam essa população em relação ao
ambiente em que está. Os indivíduos da população são avaliados e as soluções com
maior aptidão são selecionadas para a reprodução formando uma nova geração.
Com o decorrer das gerações, as soluções mais adequadas acabam dominando a
população, resultando em um aumento na qualidade das soluções.
Os AEs apresentam algumas vantagens em relação a outras técnicas de
busca e otimização: (i) trabalham em paralelo com um conjunto de soluções
(população de indivíduos em potencial), em contraste com vários outros métodos de
busca e otimização que analisam apenas uma solução para o problema a cada
7
Fitness, aptidão, adequabilidade são sinônimos comuns para adequação.
90
iteração; (ii) o requerem o conhecimento prévio das características do problema e
não dependem de certas propriedades da função objetivo tais como convexidade ou
diferenciabilidade; (iii) são guiados pela aptidão dos indivíduos, avaliados por uma
função adequação; (iv) a estrutura do AE possui certa independência do tipo de
problema que está sendo resolvido; (v) possuem maior capacidade de escapar de
ótimos locais (por isso são muito utilizados em problemas que envolvem otimização
global); (vi) resolvem problemas com modelos matemáticos complexos de modo
simples; (vii) apresentam fácil acoplamento com outras técnicas (hibridização) ou
aplicações. Por esses motivos, os AEs são aptos a resolver dentre outros, um amplo
campo de problemas não lineares, descontínuos, discretos, multivariáveis e de
otimização combinatorial de grande escala.
Devido às restrições das técnicas de PM, os AEs têm tido destaque especial
em problemas de otimização com múltiplos objetivos, principalmente os que
envolvem objetivos conflitantes. Existem na literatura, alguns trabalhos de revisão de
AEs multi-objetivos, dentre os quais se destacam: Deb [48], Coello et al. [119],
Fonseca e Fleming [120]; Tamaki et al. [121]; Veldhuizen e Lamont [122].
Existem várias subáreas na Computação Evolutiva. Dentre elas, destacam-
se: Programação Evolucionária [123], Estratégias Evolucionárias [123, 124] e
Algoritmos Genéticos [79, 92, 123, 125, 126]. Apesar dos AEs terem sido
desenvolvidos muito tempo atrás, foram popularizados a partir dos trabalhos de
Holland em 1975 [127] e Goldberg em 1989 [79]. Esses algoritmos tornaram-se tão
difundidos e aplicados em engenharia que mais de 95% dos artigos envolvendo
métodos heurísticos publicados em sistemas de potência são baseados em AGs
[128]. O Algoritmo 5 apresenta os principais passos de um AE genérico.
91
Algoritmo 5. Pseudocódigo de um AE genérico.
ALGORITMO AE
// inicializa o contador de gerações
g := 0;
// gera aleatoriamente uma população inicial P
i
(g
0
)
P(g) := POP_INIC(P
i
(g
0
));
// avalia os indivíduos da população inicial segundo uma função de adequação
AVALIE (P
i
(g));
// teste do critério de parada (g
max
, por exemplo)
ENQUANTO critério de parada não atingido FAÇA
// aleatoriamente selecione uma sub-população de (P
i
) para gerar descendentes.
P
i
:= ALEATORIAMENTE-SELECIONE(sub-pop.);
// alteração desses indivíduos através dos Operadores para gerar nova população.
P’:= APLICA_OPERADORES(P
i
(g));
// avaliação dos novos indivíduos de P’ segundo a função adequação.
AVALIE(P’);
// selecione sobreviventes entre P(g) e P’
P(g + 1) := SOBREVIVENTES(P(g), P’);
//incrementa o contador de gerações
g : = g + 1;
FIM
Os AGs são modelos computacionais inspirados não somente na teoria
evolutiva das espécies, mas também nos processos de reprodução celular. Os AGs
baseiam-se nos mecanismos de seleção natural e da genética. Essas técnicas têm
sido utilizadas com resultados relevantes para a solução de uma grande variedade
de problemas de otimização. Esses algoritmos realizam uma estratégia de busca
paralela e estruturada, capaz de reforçar a busca de pontos de “alta aptidão”. Apesar
de não garantirem a convergência para a solução ótima, é possível em muitos
casos, atingir-se soluções quase ótimas para problemas que requerem uma resposta
rápida ou em que, por exemplo, o tamanho do problema inviabiliza a convergência
de métodos exatos para a solução ótima. Os cromossomos são, geralmente,
compostos por cadeias de bits, representando os indivíduos. Os operadores mais
comuns dos AGs são a recombinação (ou crossover) e a mutação. Para ilustrar o
processo de recombinação, considere o par de indivíduos abaixo. Cada cromossomo
92
possui k posições (sendo k um número inteiro) e será selecionado um local l (lócus)
do cromossomo para ser o ponto de crossover dos cromossomos. Sejam os
cromossomos:
A
1
= 011/01 e A
2
= 110/10,
supondo que l = 3, como indicado pelo símbolo “/”, o operador de crossover produz 2
novos cromossomos:
A
1
= 01110 e A
2
= 11001.
Mutação é a alteração aleatória do valor de uma posição na string. Na
codificação binária do exemplo em questão, a mutação implica em simplesmente
mudar um bit 1 (0) para 0 (1), conforme alterações realizadas no bit de A
1
e A
2
mostradas em A
1
e A
2
:
A
1
= 01010 e A
2
= 11101.
Dentre os inúmeros AEs conhecidos até o momento, dois tem se destacado
na última década pelas suas inúmeras aplicações e resultados relevantes obtidos
em diversas áreas para problemas envolvendo múltiplos critérios de avaliação: o
NSGA-II e o SPEA2. Na Seção 6.1 conceitos básicos sobre otimização multiobjetivo
são apresentados. Na Seção 6.2, o NSGA-II é apresentado. Na Seção 6.3 o SPEA2
é apresentado. Finalmente, o Algoritmo Evolutivo proposto com RNP é apresentado
na Seção 6.4.
6.1 Conceitos Básicos
O processo de tomar decisões envolve vários fatores. Em certos casos,
podem existir várias soluções que atendam a esses fatores, porém não se pode
afirmar que, quantitativamente, uma seja melhor que outra. Um exemplo clássico,
explorado em [48], aborda tomada de decisão de compra de um automóvel.
93
Suponha a procura por um automóvel com preço baixo e alto conforto. A Figura 6.1
ilustra algumas alternativas de escolha.
Assim, busca-se minimizar o custo total e maximizar o conforto. Pela Figura
6.1 tem-se 6 opções de compra. Intuitivamente, descarta-se a opção 5, pois possui o
mesmo conforto que a opção 3, com maior custo. Analisando somente as soluções 1
e 6, o se pode afirmar qual das duas é melhor, pois a solução 6 tem maior
conforto que a 1, porém maior custo. Ao analisar as soluções 2 e 6, observa-se que
a solução 6 também deve ser descartada, pois possui menor conforto e maior custo
em relação a solução 2. Tem-se então 4 opções (1, 2, 3 e 4) como boas alternativas
para a compra. Dentre essas soluções, não se pode afirmar qual é a melhor, pois
quando uma tem maior conforto, também tem maior custo e vice versa.
Diz-se que uma solução domina outra solução, quando é melhor que a outra
em pelo menos 1 objetivo e não pior em todos os outros objetivos. Da Figura 6.1,
tem-se que a solução 3 domina a solução 5 e, a solução 2 domina a solução 6.
Portanto, as soluções 5 e 6 são dominadas e, as soluções 1, 2, 3 e 4 são não
dominadas por nenhuma outra. Temos então o conjunto das soluções não
dominadas (1, 2, 3, 4) e o conjunto das soluções dominadas (5, 6).
Assim, o conceito de dominância pode ser definido por:
90%
Custo
x1000
1
fronteira
Conforto
20
70
40%
de
Pareto
2
3
4
5
6
Figura 6.1 – Opções de compra de um automóvel envolvendo custo e conforto.
94
Definição: a solução x
(1)
é dita dominar outra solução x
(2)
, se satisfaz duas
condições:
1. A solução x
(1)
é não pior que x
(2)
em todos objetivos;
2. A solução x
(1)
é estritamente melhor que x
(2)
em pelo menos um
objetivo.
Conjunto Pareto-ótimoseja o conjunto de soluções P envolvendo o espaço
de busca total, o conjunto com as soluções não dominadas P é chamado de
conjunto de Pareto-ótimo.
Fronteira de Pareto interligando-se os pontos do conjunto de Pareto ótimo
obtém-se uma curva que é usualmente chamada de fronteira de Pareto (ver Figura
6.1). Deve-se observar que o conceito de fronteira de Pareto é precisamente definido
no espaço contínuo.
6.2 Elitist Non-Dominated Sorting Genetic Algorithm
Um dos primeiros métodos a lidar com AEs multi-objetivos sem a
necessidade de uma função ponderada foi proposto por Srinivas e Deb em 1995
[129]. O método foi denominado NSGA (do inglês Non-dominated Sorting Genetic
Algorithms). Porém, no decorrer dos anos, esse método recebeu várias críticas:
(i) alta complexidade computacional
( )
O MN
ao ordenar as soluções não
dominadas, (onde M é o número de objetivos e N é o tamanho da população); (ii)
ausência de um método de elitismo; (iii) necessidade da especificação pelo usuário
de um parâmetro externo (σ
share
) de compartilhamento. Devido algumas críticas, em
2000 Deb et al. [85], apresentaram uma versão melhorada do NSGA, onde as
dificuldades do primeiro método foram amenizadas. Esse método foi denominado
NSGA-II, do inglês, “Non-dominated Sorting GA-II”.
95
A seguir, apresenta-se o NSGA-II em 4 módulos: método de ordenação
rápida por não dominância, preservação da diversidade, operador comparação e
algoritmo principal. Parte do texto a seguir está baseado no trabalho original
apresentado em [85].
6.2.1 Método de ordenação rápida por não dominância
Para ordenar uma população P de tamanho N de acordo com o nível de não-
dominância, cada solução de P é comparada com parte dessa população por
dominância. Cria-se um conjunto P’, inicialmente vazio, e coloca-se a primeira
solução da população P em P’. Em seguida, cada solução p (da segunda solução
em diante) é comparada uma a uma com todos os membros de P’. Se a solução p
domina algum membro q de P’, então a solução q é removida de P’. Assim, todas as
soluções não pertencentes ao conjunto de dominância serão excluídas de P’. Caso
contrário, se a solução p é dominada por algum membro de P’, a solução p é
ignorada. Se a solução p é não dominada por nenhum membro de P’, a mesma é
acrescentada em P’. Dessa forma, o conjunto P’ cresce com soluções não-
dominadas. Ao final do processo, quando todas as soluções tiverem sido checadas,
as remanescentes em P constituem o conjunto de soluções não-dominadas
(primeiro nível de não dominância). As soluções pertencentes ao segundo nível de
não-dominância podem ser encontradas através do procedimento anterior, omitindo
as soluções pertencentes ao primeiro nível. Da mesma forma, as soluções
pertencentes ao nível k, são encontradas através desse procedimento, omitindo as
soluções pertencentes aos níveis de não-dominância menores que k.
96
Para encontrar a primeira fronteira o dominada, a complexidade máxima
requerida é
( )
O MN
[85], portanto, menor que a complexidade requerida pelo
método antigo.
6.2.2 Preservação da diversidade
Durante o processo de convergência ao conjunto de Pareto ótimo, é
esperado que o AE mantenha um bom espalhamento no conjunto de soluções
obtido. O NSGA-II propõe a manutenção da diversidade sem a necessidade de
nenhum parâmetro externo imposto pelo usuário e, sugere um método com melhor
complexidade computacional comparado ao NSGA.
Para a estimação da densidade de soluções ao redor de uma solução
particular na população, calcula-se a crowding distance (d)
8
dessa solução, que
representa uma estimativa do perímetro formado pelo cubóide cujos vértices são
seus vizinhos mais próximos. Dessa forma, quanto maior o cubóide de i, mais
afastada se encontra i de seus vizinhos. Para as soluções extremas em cada
objetivo são atribuídos cubóides infinitos. A Figura 6.2 apresenta a crowding
distance para a solução i e para as soluções extremas.
8
O termo crowding distance foi utilizado em inglês devido a dificuldade em encontrar uma tradução
adequada para o mesmo.
f
2
Cubóide
f
1
i
i+1
i-1
0
u
d
0
=
d
u
=
d
i
8
8
Figura 6.2 – Cálculo da crowding distance.
97
Após a atribuição da crowding distance a todos os indivíduos de uma mesma
fronteira da população, as mesmas são ordenadas, onde as soluções com menor
crowding distance são as últimas da lista.
6.2.3 Operador comparação
O operador comparação (
c
) guia o processo de seleção do algoritmo em
direção à fronteira de Pareto uniformemente espalhada. Assim, em um torneio entre
duas soluções, uma solução i é considerada vencedora sobre uma solução j, se:
1. A solução i possui melhor nível de não dominância (r
i
< r
j
);
2. Se ambas as soluções estão no mesmo nível de dominância, porém i
possui uma crowding distance maior, d
i
> d
j
.
Dessa forma, entre duas soluções com diferentes níveis de dominância,
preferem-se as soluções no menor nível. Caso contrário, se ambas as soluções
estão no mesmo nível, então se preferem soluções localizadas na região de menor
densidade (maior crowding distance).
6.2.4 Algoritmo principal e complexidade computacional
Inicialmente, uma população pai P
0
é criada. A população é ordenada
baseada no conceito de não dominância. Para cada solução é atribuído um fitness
(ou ranking) igual ao seu nível de não dominância (1 é o melhor nível, 2 é o próximo
melhor nível, e assim por diante). Assim, buscam-se soluções com menor fitness.
Em seguida utilizam-se os operadores convencionais de seleção por torneio,
recombinação e mutação para criar uma população filha Q
0
também de tamanho N.
Como o elitismo é introduzido pela comparação da população corrente com as
98
melhores soluções não-dominadas encontradas anteriormente, o procedimento é
diferente após a geração inicial. O Algoritmo 6 descreve uma geração do NSGA-II.
O procedimento do NSGA-II é demonstrado na Figura 6.3. A nova população
P
t+1
de tamanho N é agora utilizada para seleção, cruzamento e mutação para criar
uma nova população Q
t+1
também de tamanho N.
Algoritmo 6. NSGA-II.
ALGORITMO NSGA-II
ENQUANTO critério de parada não satisfeito, FAÇA
// Combine a população pai com a população de descendentes
R
t
:= P
t
Q
t
;
// F := (F
1
,F
2
,...), todas as fronteiras não-dominadas de R
t
F := ordenação por não dominância de (R
t
)
// Cria a população para próxima geração (P
t+1
)
P
t+1
:=Ø e i = 1
// Até que a população pai esteja completa
ENQUANTO | P
t+1
| + |F
i
| N, FAÇA
// Calcule a crowding distance em F
i
F
i
:= d
i
// Inclua a i-ésima fronteira não dominada na população pai
P
t+1
:= P
t+1
F
i
// Cheque a próxima fronteira para inclusão
i := i + 1
FIM
// Ordene em ordem decrescente utilizando
c
Ordene (F
i
,
c
)
// Escolha os (N – | P
t+1
|) elementos de F
i
P
t+1
:= P
t+1
F
i
[1 : N – | P
t+1
|)]
// Use seleção, cruzamento e mutação para criar uma nova população Q
t+1
Q
t+1
:=gere_nova_população (P
t+1
)
// Incremente o contador de geração
t := t + 1
FIM
Finalmente, a complexidade computacional do pior caso para as operações
básicas, descritas anteriormente, é apresentada a seguir:
1. Ordenação por não dominância é
( (2 ))
O M N
;
2. Atribuição da crowding distance é
( (2 )log(2 ))
O M N N
;
3. Ordenação por
c
é
(2 log(2 ))
O N N
.
99
Nota-se que a maior complexidade computacional do NSGA-II, dentre os
algoritmos listados acima, é
( )
O MN
, requerido pelo algoritmo de ordenação por
não-dominância.
6.3 Strength Pareto Evolutionary Algorithm
Assim como o NSGA-II surgiu de melhorias realizadas em sua primeira
versão (NSGA), o SPEA2 [130], do inglês, “Strength Pareto Evolutionary Algorithm2”,
surgiu para introduzir melhorias em sua primeira versão, SPEA, publicada em 1998
[131]. As principais melhorias propostas em [130] são relativas à: (i) atribuição de um
fitness para as soluções; (ii) estimativa de densidade; (iii) método de truncamento
para a população externa. Detalhes da primeira versão, denominada SPEA, podem
ser encontrados em [131] e também em [48] páginas 249 a 258.
O SPEA2 é um AE elitista que utiliza duas populações em paralelo, uma
população convencional P e uma população externa P’, ambas de tamanho fixo N e
N’ respectivamente. O elitismo garante que soluções com alta adequação não serão
eliminadas durante a aplicação de um algoritmo de otimização. As Seções seguintes
apresentam o SPEA2 dividido em suas principais partes: em 6.3.1 a atribuição de
P
t
Q
t
R
t
Crowding
Distance
P
t+1
Rejeitadas
F
1
F
2
F
3
Ordenação
por
Dominância
Figura 6.3 – Esquema do modelo NSGA-II apresentado em [48].
100
fitness é discutida, em 6.3.2 a seleção de indivíduos e o método de truncamento
para a população externa são apresentados e em 6.3.3 o algoritmo principal e a
complexidade computacional são apresentados.
6.3.1 Método de atribuição de fitness
A atribuição de fitness no SPEA2 é realizada em dois passos:
Primeiro, em uma geração t, para cada indivíduo i na população externa
P
e na população P
t
é atribuído um valor S(i), representando o número de soluções
dominadas pela solução i:
( )|{ | }|
S i j j P P i j
= +
,
onde,
| |
a cardinalidade do conjunto, + representa a união dos conjuntos, t é a
geração atual e, o símbolo
corresponde a relação de dominância de Pareto, onde
i j
indica que uma solução i domina uma solução j;
Segundo, o fitness R(i) de um indivíduo i é determinado pela força com que
as soluções em P
t
, e P
t
dominam a solução i
( ) ( )
R i S j
+
=
.
Note que o fitness nesse caso é para ser minimizado, isto é, R(i) = 0
corresponde a um indivíduo não-dominado, enquanto um alto valor de R(i) significa
que i é dominada por muitos indivíduos.
Embora a atribuição de um fitness R(i) ordene as soluções baseadas no
conceito de dominância de Pareto, ela pode falhar quando muitos indivíduos não são
dominados uns pelos outros. Nesse caso, foi incorporada a informação de
densidade D(i) entre os indivíduos com idêntico R(i). A técnica de informação de
densidade proposta em [130] é uma adaptação do método do k-ésimo vizinho mais
101
próximo [132] e pode ser estimada como o inverso da distância do indivíduo i ao k-
ésimo vizinho mais próximo. Assim, o fitness total de um indivíduo i é definido por:
( ) ( ) ( )
F i R i D i
= +
.
Algumas aplicações necessitam de informações de densidade D(i) com
maior precisão. Nesses casos, em [130] foi sugerido que se calcule, para cada
indivíduo i, a distância (no espaço dos objetivos) para todos os indivíduos j tanto na
população normal quanto na população externa em seguida armazene-as em uma
lista, ordenando-as em ordem crescente. O k-ésimo elemento apresenta a distância
procurada, denotada por
k
i
σ
, onde k pode ser obtido pela raiz quadrado da soma do
tamanho das populações (
k N N
= + ). Assim, a densidade D(i) correspondente ao
indivíduo i é calculada por
1
( )
2
D i
σ
=
+
.
No denominador, é adicionado 2 para garantir que seu valor seja maior que
zero e que D(i) < 1.
6.3.2 Seleção e truncamento
No método de seleção, o primeiro passo é copiar todos os indivíduos não-
dominados de P
t
e de
P
para a população externa da próxima geração
P
+
. Nesse
caso, podem ocorrer 3 possibilidades:
1. O número de indivíduos no conjunto não-dominado é exatamente o
mesmo da população externa
(| | )
P N
+
=
;
2. O número de indivíduos no conjunto não-dominado é menor que o
tamanho da população externa
(| | )
P N
+
<
;
102
3. O conjunto de indivíduos não-dominados excede o tamanho da
população externa
(| | )
P N
+
>
.
No primeiro caso, o processo de seleção está completo. No segundo caso,
os melhores
1
| |
N P
+
indivíduos dominados, incluindo a população regular e
população externa na geração anterior, são copiados para a nova população
externa. Finalmente, no terceiro caso, um procedimento de truncamento da
população externa é executado para remover indivíduos de
P
+
até
' '
1
(| | )
P N
+
=
. O
método de truncamento é explicado a seguir.
Em cada iteração, um indivíduo i é selecionado para ser removido se:
σ σ
=
para todo valor de k no intervalo 0 | |
k P e j P
+ +
< <
ou
σ σ
=
e
σ σ
<
para todo valor de l no intervalo 0 < l < k e para algum
valor de k no intervalo
0 | |
k P
+
< <
.
Onde,
σ
denota a distância (no espaço de objetivos) do indivíduo i ao
k-ésimo vizinho mais próximo. Em outras palavras, o indivíduo que apresentar a
menor distância em relação a outro indivíduo é selecionado para ser removido em
cada estágio.
6.3.3 Algoritmo principal e complexidade computacional
A complexidade computacional para a atribuição de fitness é dominada pela
complexidade do procedimento de estimação de densidade
( ( log ))
O M M ,
enquanto o cálculo de S e R tem complexidade
( )
O M
, onde M = N + N’.
Embora, para o pior caso, a complexidade computacional do operador de
truncamento é
( )
O M
, em média, a complexidade será menor que
( log )
O M M
.
103
Isso porque geralmente os indivíduos diferem consideravelmente do segundo ou
terceiro vizinho mais próximo. Assim, o método de ordenação governa a
complexidade total do SPEA2.
Os passos do SPEA2 são apresentados no Algoritmo 7. Considere como
entrada o tamanho da população (N), tamanho da população externa (N’), máximo
número de gerações (T) e como dados de saída o conjunto com as soluções não-
dominadas (A).
Algoritmo 7. SPEA2.
ALGORITMO SPEA2
// 1. Inicialização: Gere uma população inicial P
0
e crie uma população externa P’
0
vazia
P’
0
:=Ø e t := 0
// 2. Atribuição de fitness: Calcule o fitness dos indivíduos em P
t
e P’
t
F
i
:= S(i)+D(i)
// 3. Seleção e Truncamento: Copie os indivíduos não-dominados de P
t
e P’
t
para P’
t+1
P’
t+1
:= soluções_não-dominadas_(P
t
+ P’
t
)
// Se o número de elementos em P’
t+1
exceder N’
SE |P’
t+1
| > N’ FAÇA
// Aplique operador de truncamento
Truncamento_P’
t+1
// Se número de elementos em P’
t+1
for menor que N’
SE |P’
t+1
| < N’ FAÇA
// Complete P’
t+1
com elementos dominados de P
t
e P’
t
P’
t+1
:= P
t+1
+ soluções_dominadas_(P
t
+ P’
t
)
// 4. Critério de Parada: Se algum critério de parada é satisfeito, forneça saída
SE t T ou outro critério de parada é satisfeito
// Apresente solução e pare o processo
A := indivíduos_não_dominados_de_P’
t+1
PARE
// 5. Variação: Aplique operador para reprodução
SENÃO
// Aplique operadores de recombinação e mutação em P’
t+1
P
t+1
:= Operadores_P’
t+1
// Incremente contador de gerações e vá para a o passo 2
t := t + 1
vá para passo 2
FIM
104
6.4 Algoritmo Evolutivo Multi-objetivo Proposto
Esta Seção apresenta o AE proposto, chamado de AE Multi-objetivo em
Tabela (AEMT, ver Seção 6.4.1). Este algoritmo busca o restabelecimento de
energia em SDRs de grande porte após a ocorrência de uma ou múltiplas faltas.
Devido a radialidade do Sistema, após a ocorrência de uma ou mais faltas, as áreas
fora de serviço representam subárvores de grafo. Assim, os Operadores da RNP
(ver Capítulo 4) podem ser aplicados para conectá-la(s) a outra árvore (alimentador),
quando possível. Cada aplicação de um dos Operadores gera um indivíduo novo na
população, isto é, uma floresta de grafo modelado em RNP que represente um SDR
sem o(s) setor(es) em falta (isolados) e com a área fora de serviço re-conectada a
algum ponto energizado do sistema. Esse indivíduo pode violar uma ou mais
restrições operacionais do sistema, potencialmente inviabilizando o uso dessa
configuração na prática. Assim, é necessário encontrar uma nova configuração que
melhore a qualidade do sistema. O AEMT inicia a busca por melhores soluções
partindo de configurações geradas a partir da configuração original com o setor em
falta isolado e, a partir dessas, é capaz de produzir soluções mais adequadas para
utilização.
Dependendo do mecanismo de seleção adotado, os AEs podem ser atraídos
para ótimos locais. Quando busca resolver problemas com ltiplos objetivos por
meio de uma função agregação (função ponderada), o desempenho do AE é
diretamente afetado pela escolha dos pesos (δ’s) para a função. Inadequados δs
podem direcioná-lo a convergir para soluções ruins. Além disso, determinados δ’s
podem ser bons para uma rede específica e muito ruins para outras.
105
6.4.1 Algoritmo Evolutivo Multi-objetivo em Tabela
O AE Multi-objetivo proposto trabalha com várias subpopulações em paralelo
armazenadas em tabela [32, 84], onde os melhores indivíduos para cada
característica do problema são armazenados em sua respectiva subpopulação. Por
essa razão, o AE desenvolvido é chamado de AE Multi-objetivo em Tabela. O AEMT
é programado utilizando a RNP.
Uma subpopulação é criada para armazenar indivíduos avaliados por uma
função agregação, também é conhecido como método da soma ponderada [48,
133]. Cada subpopulação armazena indivíduos de modo a minimizar características
como: (i) perdas de potência; (ii) menor tensão na rede, reduzindo assim a queda de
tensão; (iii) carregamento da rede; (iv) carregamento das subestações; (v) função
agregação. Neste trabalho utilizou-se apenas uma tabela de função agregação.
O indivíduo selecionado para a reprodução pode ser proveniente de
qualquer subpopulação da tabela. Essa estratégia de seleção aumenta a diversidade
entre os indivíduos que reproduzem de forma que as características de um indivíduo
de uma subpopulação possam migrar para as demais subpopulações da tabela. Em
conseqüência, aumenta-se a possibilidade do algoritmo escapar de ótimos locais,
aproximando-se de soluções com avaliações próximas de um ótimo global na
fronteira de Pareto-ótima (ver Seção 6.1). O método de seleção de indivíduos para a
reprodução é discutida mais adiante.
Alguns parâmetros são importantes para o desempenho deste AEMT:
1. O tamanho de uma subpopulação S
Pi
, que indica o número máximo
de indivíduos que podem permanecer na subpopulação P
i
de uma
geração para outra;
2. O número máximo de gerações (g
max
).
106
Soluções geradas pelo AEMT podem ser armazenadas ou descartadas,
dependendo do grau de adaptação do indivíduo a cada objetivo do problema
(característica do problema em uma subpopulação P
i
). Indivíduos são gerados pelo
Operador 2 a partir da configuração inicial F
0
(com o setor em falta isolado) aque
todas as subpopulações estejam completas. No processo de seleção de
sobreviventes, um novo indivíduo é acrescentado a uma subpopulação P
i
se sua
adequação ao objetivo de P
i
for melhor que pelo menos um indivíduo da mesma. O
mesmo indivíduo pode ser incluído em mais de uma tabela de acordo com esse
critério de seleção. Como a população é estacionária, os novos indivíduos
substituem os piores. Nesse caso, a adequação do indivíduo é um vetor de seus
valores relativos a cada objetivo (perdas, número de chaveamentos, etc.) ou
restrições (carregamento nas linhas, queda de tensão, etc.).
Os Operadores são selecionados para a reprodução segundo um ajuste
dinâmico dos dois. O algoritmo inicia sua busca utilizando a mesma taxa de
probabilidade para ambos Operadores (por exemplo, P
1
= P
2
= 0,50). Suponha que o
Operador 1 tenha sido escolhido para gerar um novo indivíduo. Se o indivíduo
gerado tiver sucesso, ou seja, for acrescentado a uma ou mais subpopulações,
aumenta-se P
1
para 0,51 e, como conseqüência, P
2
é reduzido para 0,49 e, assim
por diante. Esse ajuste dinâmico do processo de escolha dos Operadores melhora o
desempenho do algoritmo consideravelmente, conforme mostrado em testes na
Seção 7.1.
A avaliação dos indivíduos é realizada através do fluxo de carga específico
para SDRs apresentado no Capítulo 5. A cada novo indivíduo gerado, a rotina de
fluxo de carga é executada para o par de alimentadores modificados do sistema.
107
6.4.2 Algoritmo principal do AEMT
O pseudocódigo do AEMT é apresentado no Algoritmo 8. Vale ressaltar que,
diferentemente do NSGA-II e SPEA2 que geram vários indivíduos por iteração, no
AEMT apenas 1 indivíduo é gerado por iteração.
Algoritmo 8. Pseudocódigo para o AEMT.
ALGORITMO AEMT
// inicia o contador de gerações
g := 0;
// gera subpopulações iniciais P
i
(g
0
) a partir da floresta original F
0
P(g) := POP_INIC(P
i
(g
0
,F
0
));
// avalia os indivíduos das subpopulações iniciais
AVALIE (P
i
(g));
// teste do critério de parada (g
max
)
ENQUANTO critério de parada não atingido FAÇA
// aleatoriamente selecione uma subpopulação (P
i
).
P
i
:= ALEATORIAMENTE-SELECIONE(pop.);
// aleatoriamente selecione um indivíduo (F
s
) de P
i
.
F
s
:= ALEATORIAMENTE-SELECIONE(P
i
(g));
// decide se aplica Operador 1 ou Operador 2
OP :=DECIDE_OPERADOR(op1, op2);
// aplicar OP para produzir um novo indivíduo F
g
de F
s
F
g
:= OP(F
s
);
// avaliação do novo indivíduo F
g
AVALIE(F
g
);
// selecione sobreviventes entre P(g) e F
g
P(g + 1) := ALTER_POP(P(g),F
g
);
//incrementa o contador de gerações
g : = g + 1;
FIM
AEs de uma forma geral foram apresentados neste Capítulo, com destaque
para o NSGA-II, SPEA2 e o AEMT. No próximo Capítulo, resultados de testes do
AEMT utilizando o SDR real da cidade da cidade de o Carlos-SP são
apresentados, além de comparações de resultados entre esses algoritmos.
109
7 Resultados Experimentais
Resultados de simulação computacional são apresentados neste Capítulo.
Testes foram realizados em um SDR real de grande porte sem simplificações, ou
seja, todas as linhas, chaves e barras foram consideradas. A rede é constituída de
3.860 barras, 533 setores, 632 chaves sendo 509 chaves NF e 123 chaves NA, 3
subestações e 23 alimentadores. A subestação Bela Vista possui 2 transformadores
de 25MVA; a subestação São Carlos tem 2 transformadores de 25MVA e a
subestação Paraíso tem 1 transformador de 25MVA. Os tipos de cabos existentes na
rede são A47, A33, A10, A04 e A02. Esse SDR corresponde à rede da cidade de
São Carlos-SP (SDR-SC) no ano de 1994. Para verificar que o AEMT pode ser
aplicado em SDRs maiores que o SDR-SC não incorrendo no problema de explosão
combinatorial, testes foram realizados para reconfiguração de redes utilizando o
SDR-SC aumentado, ou seja, com tamanho duplicado, quadruplicado e octuplicado
(ver Seção 7.6). Foram também realizados testes com o SDR da Taiwan Power
Company (TPC), consistindo em um sistema trifásico equilibrado de 11,4kV com 11
alimentadores, 83 chaves NF, 13 chaves NA, com 28,35MW de carga ativa total e
20,70MVAr de carga reativa total.
A metodologia proposta pode ser utilizada em problemas de reconfiguração
de redes com diversos propósitos, dentre os quais se destacam: restabelecimento
de energia após uma contingência, redução de perdas de potência, de queda de
tensão, de carregamento na rede e nas subestações, balanceamento de cargas nos
110
transformadores, expansão da rede e alocação ótima de componentes na rede tais
como capacitores, chaves automáticas, etc. Os testes apresentados concentram-se
no restabelecimento de energia após a ocorrência de uma única falta e de múltiplas
faltas simultâneas. Optou-se pela maior exploração deste tipo de problema devido
sua maior complexidade computacional e pela necessidade de resposta em tempo
real. De certa forma, pode-se dizer que os demais problemas de reconfiguração são
casos particulares do problema de restabelecimento.
O AEMT foi implementado utilizando um computador com processador
Pentium IV, 2,1GHz, 4Gbytes de memória RAM, Sistema Operacional Linux, versão
Ubuntu 8.04 e compilador de linguagem C gcc.
Na Seção 7.1, um estudo de seleção dos Operadores da RNP é
apresentado. Testes com uma única falta empregando o modelo mono-objetivo do
AE com a RNP são apresentados na Seção 7.2. Testes com múltiplas faltas também
empregando o modelo mono-objetivo do AE usando a RNP são apresentados na
Seção 7.3. Testes com uma única falta usando o modelo multi-objetivo, isto é o
AEMT são apresentados na Seção 7.4. Testes realizados com múltiplas faltas
empregando o AEMT são apresentados na Seção 7.5. Na Seção 7.6 são
apresentados testes com SDRs sintetizados a partir do SDR-SC, com tamanhos que
correspondem a duplicação do SDR-SC várias vezes, possibilitando a verificação do
comportamento do AEMT com o aumento da escala do problema. Resultados de
testes utilizando o SDR da TPC são apresentados na Seção 7.7. Na Seção 7.8 é
apresentada a comparação de resultados obtidos por dois métodos de fluxos de
carga, um deles utilizando o modelo de potência constante e outro com modelo de
corrente constante. Finalmente, na Seção 7.9, são apresentados os resultados
obtidos pelo NSGA-II e SPEA2 (AEs multiobjetivos apresentados no Capítulo 6)
111
adaptados com a RNP, bem como a comparação desses resultados com os do
AEMT.
7.1 Diversas formas de utilização dos Operadores da RNP
Conforme descrito na Seção 6.4.1, a seleção dos Operadores é realizada
segundo um ajuste dinâmico entre o Operador 1 e o Operador 2. Existem diversas
formas de seleção dos Operadores. Na Tabela 7.1, a média de perdas de potência
em soluções obtidas de 15 execuções do AEMT para falta única é apresentada para
cada um dos seguintes casos: (i) uso exclusivo do Operador 1, (ii) uso exclusivo do
Operador 2, (iii) seleção aleatória entre os Operadores 1 e 2 e (iv) ajuste dinâmico
da probabilidade de seleção de cada Operador, (ver Seção 6.4.1).
Na Figura 7.1, o fitness do melhor indivíduo da subpopulação de perdas de
potência é apresentado ao longo das iterações para os 4 casos de testes descritos
na Tabela 7.1. Esse gráfico ilustra o perfil de convergência mais freqüente ocorrido
nas 15 execuções do AEMT para cada caso. Pela Figura 7.1 é possível observar
que o caso utilizando o ajuste dinâmico é o que possibilitou tirar o melhor proveito
dos Operadores 1 e 2 da RNP. A média do tempo de processamento do AEMT
utilizando o ajuste dinâmico foi igual para utilização do ajuste aleatório e levemente
superior para os outros 2 casos, porém as perdas de potência, em média, são
menores.
Tabela 7.1 – Média de perdas de potência nas soluções obtidas de 15 execuções do AEMT
para falta única.
Seleção
Perdas de
Potência [kW]
Tempo de
Processamento [s]
Iteração do Melhor
Indivíduo
Somente Operador 1 293,08 1,94 25.309,07
Somente Operador 2 291,36 1,95 27.325,13
Aleatória 283,47 2,10 27.628,80
Ajuste Dinâmico 281,66 2,10 26.479,73
112
Nesse trabalho, utilizou-se 100% como o limite de capacidade da rede
( / 100%)
x x
e das subestações
( / 100%)
b b
, ver Capítulo 3. Considerou-se
7% como a máxima taxa de queda de tensão
( / 93%)
v v
permissível, conforme
especificação da ANEEL [134] para tensões entre 1kV e 69kV. Para todos os casos
apresentados nas Seções 7.1 a 7.5, foram utilizadas 30.000 iterações como o
número máximo de indivíduos gerados (g
max
). No restante do Capítulo 7, valores
diferentes de 30.000 para g
max
são informados quando ocorrem. Nas Seções 7.1 a
7.7 e 7.9 foi utilizado o fluxo de carga com o modelo de corrente constante.
7.2 Modelagem mono-objetivo para falta única
Testes foram realizados para restabelecimento de energia após a ocorrência
de uma única falta. Nesses testes o número total de indivíduos gerados g
max
é
Figura 7.1 – Perdas de potencia obtidas usando os Operadores 1 e 2 separadamente,
seleção aleatória e ajuste dinâmico de probabilidade de seleção de cada Operador.
113
30.000 e uma população de tamanho 20 é empregada. Verificou-se
experimentalmente que testes com g
max
maior que 30.000 não produzem melhorias
significativas para os casos investigados. Nesse trabalho, os indivíduos da
população inicial o gerados a partir da configuração com o setor em falta
eliminado do SDR.
O problema foi modelado utilizando um único objetivo. Os testes foram
agrupados em 5 casos de acordo com o objetivo empregado:
1º Caso: redução de perdas;
2º Caso: redução da maior queda de tensão;
3º Caso: redução do maior carregamento da rede;
4º Caso: redução do maior carregamento das Subestações;
5º Caso: minimização da função agregação.
No último caso, a seguinte função agregação foi utilizada
( ) ,
f x x x x x x
δ δ δ δ δ
= + + + +
onde
, , ,
x x x x e x
correspondem,
respectivamente, à somatória das perdas de potência em kW, ao número de
chaveamentos, ao máximo carregamento da rede em p.u., ao máximo carregamento
das subestações em p.u., à máxima queda de tensão em p.u., e
δ
é o peso relativo
ao objetivo
x
. Os seguintes parâmetros foram utilizados:
1;
1
δ
=
1;
2
δ
=
100,
0, ;
δ
=
se pelo menos um elemento da redetiver a restriç
ão relativa a x violada
i
i
caso contrário
3,4,5.
para i
=
114
A função agregação pode ser ajustada de acordo com a necessidade de
cada rede de distribuição. Os parâmetros acima foram utilizados em todos os testes
que envolveram a função agregação. Apesar dessa função envolver vários
objetivos, o modelo matemático resultante do problema possui apenas uma função
mono-objetivo e, portanto, técnicas de otimização mono-objetivo podem ser
empregadas nesse caso. Deve-se observar também que o modelo de fluxo de carga
de corrente constante (ver Seção 7.8) foi utilizado nos testes apresentados nas
Seções 7.1 a 7.7 e na Seção 7.9.
Considere que uma falta tenha ocorrido no setor 504, interrompendo o
serviço ao maior alimentador do sistema com 17 setores, 231 barras e 33 chaves NF
(ver Figura 7.2). Os valores médios dos 20 primeiros indivíduos gerados (compondo
a população inicial) a partir da configuração em falta são mostrados a seguir:
Somatória de perdas de potência igual a 404,58kW;
Maior queda de tensão igual a 4,96 %;
Maior carregamento na rede igual a 139,60%;
Maior carregamento nas subestações igual a 52,74%.
Nota-se que, pela média dessas configurações o carregamento da rede
ultrapassa os 100%, não respeitando uma restrição operacional do sistema.
A Tabela 7.2 sintetiza os resultados de simulação computacional para 15
execuções do algoritmo, onde as características do melhor indivíduo para cada caso
citado acima estão armazenados em cada linha da Tabela. Os resultados
destacados em negrito indicam o melhor valor encontrado para aquela característica
nos 5 casos avaliados. Um valor sublinhado indica que o mesmo não atende à
restrição correspondente.
115
504
Alimentador 23
505
510
514
515
516
517
521
519
518
520
522
524
523
525532
511
529
530
531
526
527
528
512
513
501
502
500
503
506
507
509
508
Subestação 1
25MVA
Alimentador 1
Alimentador 5
...
Subestação 2
50MVA
Alimentador 6
Alimentador 14
...
Subestação 3
50MVA
Alimentador 15
...
23
3668
3667
3666
3665
3663
3662
3669
Setor
23
3661
3660
3659
3664
503
Setor
505
Setor
504
Detalhes de
conexões do Setor 504
i
Setor i
Barra j
j
k
Alimentador k
LEGENDA
Figura 7.2 – Destaque do alimentador 23 do SDR-SC.
Tabela 7.2 – Média de 15 execuções do AE com RNP com modelagem mono-objetivo para
falta única.
População
Perdas de
Potência
[kW]
Queda
Tensão
[%]
Carregamento
da Rede
[%]
Carregamento
das Subestações
[%]
Número de
Chaveamentos
1º caso
284,14
3,18
72,23
58,79
93,80
2º caso
610,39
3,17
169,86
57,02
76,20
3º caso
469,49
3,89
72,76
54,03
69,80
4º caso
6678,40
16,58
717,77
44,75
106,60
5º caso
295,28
3,25
76,93
54,12
23,00
116
A média de tempo de computação para gerar os 30.000 indivíduos nos 5
casos (ver Tabela 7.2) foi de 2,46s e para encontrar a melhor solução (iteração
11.597) foi de 0,95s. Note que no caso, devido a utilização de uma função com
um único objetivo, em várias execuções, o algoritmo convergiu para um ótimo local,
uma vez que a média do carregamento da rede encontrada no caso é menor que
a do caso. O caso produz a configuração com o menor carregamento da
subestação, porém com os piores valores para os demais aspectos avaliados.
Observa-se também que o 1º caso (objetivo de redução de perdas) apresenta
resultados próximos aos melhores resultados encontrados para quase todas as
características, com exceção do número de chaveamentos. Isso indica que o
objetivo de redução de perdas pode direcionar a busca para soluções que possuem
um consenso entre a maioria dos objetivos e restrições. Esse é um dos fatores que
motivam o uso do objetivo de redução de perdas, mesmo no problema de
restabelecimento de energia, apesar desse objetivo não ser, em geral considerado
para esse problema na literatura.
7.3 Modelagem mono-objetivo para múltiplas faltas
Resultados de testes computacionais com um objetivo e múltiplas faltas para
o SDR-SC o apresentados nesta Seção. Além do setor 504 (ver Figura 7.2) que
isola o alimentador 23 (o maior do sistema), os setores 182 e 486 dos alimentadores
6 e 22 (ver Figura 7.3 e Figura 7.4) respectivamente, foram isolados do sistema após
a ocorrência de faltas. Os valores médios das características das 20 topologias de
rede (população inicial) geradas após isolar os setores defeituosos e conectar as
áreas a jusante a um alimentador vizinho são apresentadas a seguir:
Somatória de perdas de potência igual a 425,83kW;
117
Maior queda de tensão igual a 4,72 %;
Maior carregamento na rede igual a 111,38%;
Maior carregamento de subestações igual a 56,99%.
A Tabela 7.3 sintetiza os resultados obtidos em 15 execuções do algoritmo.
As características do melhor indivíduo para cada característica avaliada estão
destacadas em negrito e os resultados que violem restrições operacionais estão
sublinhados. A média de tempo de computação para gerar 30.000 indivíduos para os
170 178
179
182
183
189
185
186
187
6
190
203
198 200
35
44
43
45
39
37
40
38
36
201
46
42
199
202
197
191
192
194
193
195
204
205
196
184
188
181
180
173
174
177
176
171
175
172
Subestação 2
50MVA
Alimentador 14
...
Alimentador 6
Figura 7.3 – Alimentador 6 do SDR-SC.
449
451
454
462
463
464
487
490
494
Alimentador 22
470
472
475
476
486
471
473
477
474
465
468
466
469480
482
484
483 485
481
478
492
491
493
479
467
66
488
489
461
460
459
458
452
455
453
456
457
496
498
497 499
450
495
Alimentador 23
Subestação 3
50MVA
Alimentador 15
...
22
Figura 7.4 – Alimentador 22 do SDR-SC.
118
5 casos apresentados foi de 2,40s, enquanto o tempo de computação para atingir a
convergência média (iteração 10.584) foi de 0,85s.
Analisando os valores médios em negrito, podemos destacar que os
melhores valores encontrados pelo AE utilizando modelagem mono-objetivo para
múltiplas faltas correspondem exatamente às características minimizadas naquele
caso, diferentemente do que ocorreu para o estudo com o modelo mono-objetivo
para uma única falta (ver Seção 7.2). No e casos, o carregamento da rede é
violado. Os valores apresentados no caso são os piores encontrados em todas as
características, com exceção do carregamento da subestação, que corresponde ao
objetivo a ser minimizado nesse caso.
7.4 Modelagem multi-objetivo para falta única
Conforme apresentado na Seção 6.1, o AEMT trabalha com tabela de
subpopulações em paralelo e não com uma população única, como fazem os AEs
convencionais. Cada subpopulação armazena os 5 melhores indivíduos para cada
uma das seguintes características: (i) perdas de potência; (ii) queda de tensão; (iii)
carregamento da rede; (iv) carregamento das subestações; (v) função agregação.
Tabela 7.3 – Média de 15 execuções do AE com RNP com modelagem mono-objetivo para
múltiplas faltas.
População
Perdas de
Potência
[kW]
Queda
Tensão
[%]
Carregamento
da Rede
[%]
Carregamento
de Subestações
[%]
Número de
Chaveamentos
1º caso
287,59
3,19 72,69 60,33 96,87
2º caso 612,78
3,18
157,13 57,45 71,00
3º caso
433,92 3,50
64,85
58,87 56,60
4º caso
6372,56 15,80 693,88
45,01
108,60
5º caso
300,87 3,25 76,45 59,18
29,27
119
Figuras 7.5 a 7.10 apresentam as características do AEMT para a melhor
solução na subpopulação da função agregação a cada iteração. A Figura 7.5 mostra
a redução total de perdas de potência para o melhor indivíduo da função agregação
a cada iteração. A Figura 7.6 mostra os valores correspondentes de queda de
tensão. Os valores correspondentes de carregamento na rede e carregamento das
subestações são apresentados na Figura 7.7 e Figura 7.8 respectivamente. A Figura
7.9 mostra os valores correspondentes de redução do número de chaveamentos.
Por último, a Figura 7.10 mostra o perfil de minimização da função agregação ao
longo das iterações.
120
Figura 7.5 – Falta única, perdas totais. Figura 7.6 – Falta única, menor tensão.
Figura 7.7 – Falta única, carregamento da
rede.
Figura 7.8 – Falta única, carregamento d
as
subestações.
Figura 7.9 – Falta única, número de
chaveamentos.
Figura 7.10 – Falta única, função agregação.
121
A partir da Figura 7.5 a Figura 7.10, é possível observar o problema dos
objetivos conflitantes. Note que por volta da iteração de número 5.000 houve
alterações bruscas nas características do melhor indivíduo da função agregação.
Melhorias consideráveis aconteceram na somatória das perdas, menor tensão e
carregamento da rede; por outro lado, houve um aumento no carregamento das
subestações e nas operações de chaveamentos. O número de manobras passou de
aproximadamente 25 para quase 65 nessa etapa da evolução das soluções, porém
houve redução considerável na função agregação. Por fim, nas iterações seguintes,
o carregamento das subestações e o número de chaveamentos são
significativamente reduzidos.
A Tabela 7.4 mostra o valor médio (obtido após 15 execuções do AEMT) do
melhor indivíduo para cada subpopulação ao final do processo. A primeira linha da
Tabela 7.4 apresenta o resultado obtido, em média, para o melhor indivíduo na
subpopulação de redução de perdas. As perdas encontradas para esse indivíduo
foram menores que as perdas de qualquer outro indivíduo de outras subpopulações.
O mesmo ocorre para o melhor indivíduo das outras subpopulações, que possuem o
menor valor para a característica que sua subpopulação representa, o que é
destacado pelos números em negrito. O tempo de processamento para gerar os
30.000 indivíduos avaliados foi em média de 2,19s e o tempo médio para encontrar
a melhor solução (indivíduo da iteração 26.531) em termos de função agregação foi
de 1,90s.
A modelagem multi-objetivo para falta única possibilitou encontrar resultados
melhores que os encontrados quando a modelagem mono-objetivo foi utilizada. Essa
afirmação pode ser verificada comparando a Tabela 7.2 com a Tabela 7.4.
122
Comparando-se os resultados médios apresentados na Tabela 7.4 com os
da Tabela 7.2, nota-se que os resultados em negrito da modelagem multi-objetivo,
com exceção dos resultados da Função Agregação, são melhores que os resultados
em negrito da modelagem mono-objetivo. Os melhores resultados encontrados com
o AEMT demonstram a importância da divisão da população em subpopulações,
aumentando a diversidade entre os indivíduos que reproduzem, vencendo ótimos
locais e possibilitando a obtenção de melhores soluções. Embora do ponto de vista
prático não faça tanta diferença, em termos computacionais a desvantagem de
um maior tempo médio de convergência do algoritmo: o modelo mono-objetivo
requer 0,95s; enquanto o modelo multi-objetivo precisa de 1,90s.
7.5 Modelagem multi-objetivo para múltiplas faltas
Outros testes realizados com o AEMT envolveram múltiplas faltas. Três
faltas simultâneas foram simuladas nos setores 182, 486 e 504 (ver Figura 7.2,
Figura 7.3 e Figura 7.4).
A metodologia mostrou-se adequada para resolver problemas com múltiplas
faltas. Resultados para esse caso são ilustrados pelas Figura 7.11 a Figura 7.16 que
mostram a evolução de cada característica de avaliação pelo AEMT.
Tabela 7.4 – Média de 15 execuções do AEMT para falta única.
Subpopulação
Perdas de
Potência [kW]
Queda de
Tensão
[%]
Carregamento
Da Rede [%]
Carregamento
da subestação
[%]
Número de
Chaveamentos
Somatória das Perdas de Potência
282,82
3,18 72,12 57,34 95,67
Queda de Tensão 330,86
3,13
82,28 55,15 73,27
Carregamento da Rede
315,65 3,22
60,25
55,66 73,27
Carregamento das Subestações
8097,65
18,94 701,99
44,52
107,93
Função Agregação
294,08 3,24 76,69 54,31
24,87
123
Figura 7.11 – Múltiplas faltas, perdas totais. Figura 7.12 – Múltiplas faltas, menor tensão.
Figura 7.13 – Múltiplas faltas, carregamento
da rede.
Figura 7.14 – Múltiplas faltas, carregamento
das subestações.
Figura 7.15 – Múltiplas faltas, número de
chaveamentos.
Figura 7.16 – Múltiplas faltas, função
agregação.
124
O perfil de convergência do melhor indivíduo ao longo das iterações em
cada subpopulação é apresentado nas Figuras 7.17 a 7.20. Para a subpopulação de
minimização da função agregação, o perfil do melhor indivíduo corresponde ao
apresentado na Figura 7.16.
A Tabela 7.5 destaca os valores das características do melhor indivíduo
encontrado em cada subpopulação. O tempo de processamento para gerar os
30.000 indivíduos, nesse caso, foi de 2,24s e o tempo médio para atingir a melhor
solução encontrada (iteração 27.457) em termo de função agregação foi de 2,02s.
Figura 7.17 – Subpopulação, perdas totais. Figura 7.18 – Subpopulação, menor tensão.
Figura 7.19. – Subpopulação, carregamento da
rede.
Figura 7.20 – Subpopulação, carregamento
das subestações.
125
Entre os resultados em negrito encontrados pelas modelagens mono-
objetivo e multi-objetivo para múltiplas faltas, apresentados na Tabela 7.3 e Tabela
7.5, respectivamente, os melhores foram encontrados na modelagem multi-objetivo,
onde o AEMT foi utilizado. Porém, o tempo médio de processamento para gerar os
30.000 indivíduos pelo algoritmo mono-objetivo foi de 0,85s, enquanto para o multi-
objetivo foi de 2,02s.
Em síntese, pode-se dizer que resultados apresentados nas Seções 7.2 a
7.5 mostram que AEs utilizando a RNP são capazes de resolver problemas de
restabelecimento para um SDR relativamente grande (SDR-SC, com 3860 barras e
632 chaves) em casos de uma ou múltiplas faltas. Em geral, as melhores soluções
encontradas são obtidas em menos iterações quando a modelagem mono-objetivo é
utilizada, em comparação com a modelagem multi-objetivo. Por outro lado, a
possibilidade do algoritmo convergir para ótimos locais é maior naquela modelagem.
Dessa forma, o AEMT, através de suas tabelas, proporciona ferramentas para
escapar desses ótimos locais, e possibilita encontrar soluções levemente melhores,
por meio de uma melhor exploração do espaço de busca.
Tabela 7.5 – Média de 15 execuções do AEMT para múltiplas faltas.
Subpopulação
Perdas de
Potência [kW]
Queda de
Tensão
[%]
Carregamento
Da Rede [%]
Carregamento
de Subestação
[%]
Número de
Chaveamentos
Somatória das Perdas de Potência
286,90
3,17 71,47 60,07 96,33
Queda de Tensão 351,50
3,14
92,34 58,29 56,87
Carregamento da Rede
347,56 3,30
62,78
57,83 61,53
Carregamento das Subestações
6971,99
17,18 686,55
44,89
108,60
Função Agregação
302,46 3,25 77,71 59,33
28,20
126
Dessa forma, mostrou-se que o AEMT é uma ferramenta capaz de lidar com
redes de tamanho real em tempo de processamento reduzido, possibilitando sua
aplicação em problemas que requerem soluções em tempo real para casos de uma
ou de múltiplas faltas envolvendo grandes áreas desenergizadas.
7.6 Resultados com sistemas construídos a partir do SDR-SC
Nos testes a seguir, o tamanho do SDR-SC foi duplicado, quadruplicado e
octuplicado a fim de verificar o desempenho do AEMT com o aumento do tamanho
da rede. Os testes são relativos a reconfiguração do SDR para melhorar a qualidade
do serviço de fornecimento de energia (redução de perdas, queda de tensão,
carregamento da rede e das subestações), sem a ocorrência de faltas.
O Sistema 2 originou-se do SDR-SC (chamado nesta Seção de Sistema 1),
que consiste do Sistema 1 duplicado e a adição de 13 chaves NA conectando o
sistema original com sua parte duplicada. Da mesma forma, o Sistema 2 foi
duplicado e 23 chaves NA foram adicionadas, originando o Sistema 3. O Sistema 4
foi gerado a partir do Sistema 3 através do mesmo procedimento e 12 chaves NA
foram adicionadas. Os dados de cada SDR descrito anteriormente são apresentados
na Tabela 7.6.
Tabela 7.6 – Dados dos Sistemas construídos a partir do SDR-SC (Sistema 1).
SDR Barras
Setores
Chaves NF
Chaves NA
Subestações
Alimentadores
Sistema 1
3.860
533
509
123
3
23
Sistema 2
7.720
1.066
1.018
259
6
46
Sistema 3
15.440
2.132
2.036
541
12
92
Sistema 4
30.880
4.264
4.072
1.094
24
184
127
A Figura 7.21 mostra o tempo necessário para o AEMT gerar 10.000
indivíduos para os Sistemas 1, 2, 3 e 4. A curva em vermelho destaca o tempo de
processamento do AEMT para a construção de novas configurações. Em verde,
mostra-se a curva limitante superior:
( ) 0,019
f n n
=
. Note que o tempo de
processamento requerido pelo AEMT é sublinear com o número de chaves do
sistema, limitada pela função ( )
f n k n
=
, onde n é o número de chaves e k é uma
constante positiva. Com base nesses resultados, é esperado que o algoritmo não
incorra em problemas de explosão combinatorial com o aumento da rede. O Sistema
4, com 30.880 barras e 5.166 chaves aproxima-se de um sistema real de uma
cidade com cerca de 1,5 milhões de habitantes, indicando que o AEMT pode ser
adequado para lidar com uma rede real de larga escala sem simplificações na
modelagem da mesma.
Figura 7.21 – Resultados indicando tempo de processamento sublinear para o AEMT.
128
A Tabela 7.7 mostra a média de resultados obtidos a partir dos Sistemas 1,
2, 3 e 4 para 10.000, 100.000, 400.000, 800.000 e 1.000.000 indivíduos gerados em
30 execuções do algoritmo. Como apenas 1 indivíduo é gerado em cada iteração,
quanto maior o tamanho do sistema, maior o número de iterações necessárias para
encontrar soluções adequadas.
Para 10.000 iterações, a porcentagem de redução de perdas diminui com o
tamanho do Sistema. Como o número de possíveis configurações aumenta
exponencialmente com o número de chaves, para os sistemas maiores existem
muitas configurações para serem investigadas, dificultando a busca por soluções
adequadas em apenas 10.000 iterações. Para 100.000 iterações, a porcentagem de
redução de perdas em geral aumenta com o tamanho da rede. Esse comportamento
mantém-se para 400.000, 800.000 e 1.000.000 de iterações. Pode-se observar
também uma tendência de convergência da porcentagem de redução de perdas com
o aumento do número de iterações, praticamente atingindo o máximo de redução
com 1.000.000 de iterações. De uma forma geral, para Sistemas com maior número
de chaves, maior possibilidade de existirem configurações de melhor qualidade.
Tabela 7.7 – Média de Resultados de 30 execuções do AEMT.
Número de Iterações
Sistema
10.000
100.000 400.000 800.000 1.000.000
Redução de Perdas[%] 14,41
15,88
15,89
15,89
15,89
1
Tempo de Processamento [s] 0,34
3,56
14,57
29,18
36,92
Redução de Perdas[%] 11,73
15,58
15,66
15,66
15,66
2
Tempo de Processamento [s] 0,51
5,95
24,90
50,58
63,98
Redução de Perdas[%] 10,59
23,33
24,08
24,16
24,17
3
Tempo de Processamento [s] 0,96
11,87
52,46
108,11
137,10
Redução de Perdas[%] 6,76
24,03
26,90
27,43
27,52
4
Tempo de Processamento [s] 1,22
14,58
67,51
149,87
192,37
129
Porém, encontrar as configurações mais adequadas para redes de grande escala é
difícil, pois o espaço de busca das configurações é grande. Em outras palavras, um
modelo de rede considerando todas as chaves de um SDR real, proporciona um
espaço de busca que pode ter melhores configurações que o proporcionado por
modelos simplificados, embora seja difícil encontrar configurações mais adequadas
em grandes espaços de busca. Mesmo assim, o AEMT demonstrou ser capaz de
encontrar essas configurações, para grandes SDRs.
7.7 Testes com o SDR da Taiwan Power Company
Poucos trabalhos na literatura utilizam SDRs reais e/ou de grande porte nas
análises de desempenho. Em geral, somente os trabalhos com SDRs pequenos
disponibilizam todos os dados necessários para sua reutilização. Um sistema que
tem sido utilizado na literatura em trabalhos de reconfiguração de redes para
redução de perdas, é o SDR da TPC, cujos dados estão disponíveis em [94-96, 135].
Esse sistema consiste de uma rede trifásica equilibrada de 11,4kV com 11
alimentadores, 83 chaves NF, 13 chaves NA, com 28,35MW de carga ativa total e
20,70MVAr de carga reativa total. A Figura 7.22 mostra a topologia inicial do
sistema, onde os círculos representam uma barra ou centro de carga, linhas cheias
são chaves NF, linhas tracejadas são chaves NA e as letras de A a K representam
barras em uma subestação. Os dados da rede são mostrados no Apêndice A.
Diversas técnicas foram aplicadas em reconfiguração de redes para redução
de perdas de potência no sistema da TPC, das quais se destacam: um algoritmo
baseado em plant growth simulation (PGSA) [94]; Evolução Diferencial Híbrida
Inteiro-mista (EDHI) [95]; Algoritmo de busca baseado em Colônias de Formigas
(ACF) e Algoritmos Genéticos [96]; além de Simulated Annealing [135].
130
Especificações do computador utilizado nos testes e da linguagem
computacional de implementação dos algoritmos, quando disponíveis no trabalho
original, são descritos a seguir:
PGSA processador de 2,2GHz e 256MB de memória RAM
desenvolvido em Visual C++;
EDHI – Pentium II, processador de 266MHz, desenvolvido em MATLAB;
1
3
2 4
5
6
7
8
9
1 0
4 8
4 9
5 0 5 1
4 7
5 5
5 4
5 6
5 7
6 0
5 9
6 4
5 35 2
6 1 6 2
6 3
5 8
7 7 7 8
8 18 0
8 3
8 2
7 9
7 3 7 4
7 5
7 6
6 5 6 6
7 06 8
7 2
6 7
1 1
1 2
1 3
6 9 7 1
4 3 4 4
4 6
4 5
3 0
3 2
3 83 6
3 4
3 7
2 5 2 6
3 9
2 8
4 0
2 7
2 9
1 5
1 7
1 8
1 6
1 9
2 0
1 4
3 33 1
3 5
2 1
G
A
H
K
J
I
B
F
E
D
C
4 1 4 2
Figura 7.22 – Topologia Inicial do SDR da Taiwan Power Company.
131
SA, AG e ACF Pentium IV, processador de 1,3GHz, desenvolvido em
MATLAB;
AEMT Pentium IV, processador de 2,01GHz, 4GB de memória RAM,
desenvolvido em C.
Os trabalhos citados acima utilizaram a mesma configuração inicial (ver
Figura 7.22) e encontraram a mesma solução com redução de 11,68% nas perdas
de potência, diferenciando no tempo de processamento. A perda total na
configuração inicial é de 531,99kW e na configuração final é de 469,88kW. As
chaves abertas na topologia das configurações inicial e final correspondem a:
Inicial 5-55, 7-60, 11-43, 12-72, 13-76, 14-18, 16-26, 20-83, 28-32, 29-
39, 34-46, 40-42 e 53-64;
Final 54-55, 6-7, 11-43, 71-72, 12-13, 14-18, 16-26, 82-83, 28-32, 38-
39, 33-34, 41-42 e 61-62.
Tabela 7.8 apresenta o tempo de processamento requerido por cada método
aplicado para redução de perdas do SDR da TPC. Não é possível a comparação
precisa dos métodos somente pelo tempo de processamento, pois computadores
com diferentes processadores foram utilizados. No entanto, devido os processadores
serem da mesma família (Pentium), é possível fazer uma estimativa do número de
operações necessárias na obtenção das soluções em cada método. Assim, a Tabela
7.8 apresenta também, o modelo do processador, quando disponibilizado nas
respectivas fontes, a capacidade de operações por segundo (OPS) do processador
e o número de operações (NO) necessárias no desenvolvimento da simulação.
132
O tempo dio de processamento relativo ao AEMT foi de 0,0165s para
gerar 1.500 indivíduos e de 0,0132s para atingir a solução encontrada na literatura
(indivíduo da iteração 1.202) em um Pentium IV de 2,01 GHz, isto é, com a
capacidade de realizar 2,01x10
9
OPS. Assim, o número esperado de operações
requeridas pelo AEMT para atingir a solução do indivíduo 1.202 é de 2,01x10
9
OPS x
0,01s, isto é, 0,02x10
9
. Mesmo que o método de soma de potência para o fluxo de
carga tivesse sido utilizado no AEMT, sendo 3,46 vezes mais lento que o de soma
de corrente (ver Seção 7.8.1), o número de operações (0,07x10
9
) teria sido muito
menor que o número de operações necessárias pelos outros métodos.
7.8 AEMT com modelos de corrente constante e potência
constante para o fluxo de carga
Neste trabalho o Fluxo de carga de varredura direta inversa com o Modelo
de Corrente Constante (FMCC) para a soma de corrente foi utilizado. No FMCC,
para cada configuração gerada, executam-se apenas duas varreduras: uma
varredura para determinar o fluxo de corrente em cada ramo (inversa), e outra para
determinar a tensão nas barras do SDR (direta) (ver Seção 5.1). Por outro lado, o
Fluxo de carga com o Modelo de Potência Constante (FMPC) para soma de
potência, exige um número maior de iterações, dependendo da precisão desejada.
Tabela 7.8 – Tempo de processamento dos métodos que utilizam o SDR da TPC.
Métodos
AEMT PGSA EDHI SA AG ACF
Tempo de Proc. [s]
0,01 113,25 36,15 257,43 303,66 241,51
Processador P. IV N.E
(*)
P. II P. IV P. IV
P. IV
OPS
(**)
2,01.10
9
2,20.10
9
0,27.10
9
1,30.10
9
1,30.10
9
1,30.10
9
N
O
(***)
0,02.10
9
249,15.10
9
9,62.10
9
334,66.10
9
394,76.10
9
313,96.10
9
(*) N.E. – Família de processador não especificada. Nesse caso supõe-se um Pentium.
(**) OPS – Número de Operações por Segundo;
(***) NO – Número de Operações.
133
Conseqüentemente, maior esforço computacional é requerido, aumentando-se o
tempo de processamento.
Em problemas de reconfiguração de SDRs, a necessidade de execução de
um fluxo de carga, para avaliar cada configuração em potencial, é requerida muitas
vezes durante o processo de otimização. Assim, na maioria dos algoritmos para
essas aplicações, grande parte do tempo de processamento é para execução de
fluxo de carga. Particularmente, em problemas de restabelecimento de energia, o
objetivo é encontrar topologias do SDR que atendam restrições operacionais do
sistema e que restabeleçam a energia ao maior número de consumidores possíveis
em um curto intervalo de tempo. Assim, dada a necessidade de trabalhar em tempo
real, o FMCC é a princípio mais vantajoso.
Vários trabalhos de reconfiguração de redes não utilizam o FMCC, e sim o
FMPC. Por essa razão, resultados da aplicação do AEMT utilizando ambos os
modelos para redução de perdas no SDR-SC são comparados a seguir. Os métodos
de soma de potência e soma de correntes foram apresentados na Seção 5.1.
7.8.1 Desempenho do AEMT com FMCC e FMPC
Em cada teste, 20.000 indivíduos foram avaliados. A Tabela 7.9 apresenta
resultados médios e o desvio padrão para 30 execuções do AEMT utilizando o
FMCC e o FMPC para o SDR-SC para redução de perdas sem a ocorrência de
faltas. Note que o tempo de processamento com o FMCC é 3,46 vezes menor que o
tempo de processamento utilizando o FMPC; enquanto que as perdas totais e o
número de chaveamentos de cada modelo são próximos.
A Tabela 7.10 apresenta a menor tensão encontrada em cada um dos 23
alimentadores na configuração inicial, de acordo com o modelo de carga utilizado.
134
Nota-se que os ângulos encontrados pelos dois modelos de fluxo de carga são
iguais para todas as barras analisadas e as amplitudes da tensão, em p.u., muito
próximas. Isso significa que, para efeitos de avaliação das restrições de operação do
sistema, a vantagem do uso do FMPC são pequenas, com a desvantagem do
aumento significativo do tempo de computação.
Tabela 7.9 – Resultados médios de 30 execuções utilizando o FMCC e o FMPC.
Modelo do
Fluxo de
Carga
Perdas
Finais
(kW)
Tempo de
Processamento
(s)
Número de
Chaveamentos
Iteração
do Melhor
Indivíduo
Média 237,43
0,79 87 11409
FMCC
Desvio Padrão 2,88
0,01 6 4234
Média 236,09
2,73 89 10068
FMPC
Desvio Padrão 2,74
0,07 5 3469
Tabela 7.10 – Menor tensão no alimentador de acordo com o modelo de carga.
FMCC FMPC
Alimentador
Barra com
menor
tensão
V (pu) Graus V (pu) Graus
1 937 0,995116 -0,73 0,995128 -0,73
2 621 0,994029 -0,74 0,994036 -0,74
3 814 0,985929 -1,65 0,985952 -1,65
4 884 0,998518 -0,20 0,998520 -0,20
5 903 0,999370 -0,09 0,999371 -0,09
6 1245 0,992436 -0,97 0,992459 -0,97
7 1313 0,995389 -0,25 0,995394 -0,25
8 1396 0,994298 -1,03 0,994409 -1,03
9 1618 0,993790 -0,95 0,993801 -0,95
10 1811 0,991044 -1,04 0,991053 -1,04
11 1867 0,998192 -0,32 0,998194 -0,32
12 1951 0,996401 -0,65 0,996418 -0,65
13 2087 0,996232 -0,54 0,996234 -0,54
14 2408 0,967477 -2,11 0,967571 -2,11
15 2516 0,997469 -0,25 0,997471 -0,25
16 2613 0,998132 -0,27 0,998134 -0,27
17 2670 0,994663 -0,57 0,994669 -0,57
18 2711 0,997539 -0,45 0,997543 -0,45
19 2770 0,997427 -0,37 0,997430 -0,37
20 1623 0,991276 -0,74 0,991285 -0,74
21 3259 0,993568 -0,78 0,993579 -0,78
22 3436 0,987014 -1,00 0,987034 -1,00
23 3777 0,988665 -0,41 0,988674 -0,41
135
7.9 Comparação do AEMT com outros AEs Multiobjetivos
No Capítulo 6, além do método proposto (AEMT), os métodos NSGA-II [85] e
SPEA2 [130] também foram apresentados por serem dois AEs que têm obtido
resultados relevantes em diversas aplicações. Esta Seção compara os resultados
encontrados pelo AEMT, NSGA-II e SPEA2 para o problema de reconfiguração de
redes para redução de perdas utilizando o SDR-SC. O NSGA-II e o SPEA2 originais
foram adaptados para utilizar a RNP. Como conseqüência, esses métodos foram
implementados computacionalmente com pequenas modificações em relação aos
métodos originais para utilização dos Operadores específicos da RNP. Como
consequência, os Operadores de mutação e cruzamento do NSGA-II e SPEA2 foram
substituídos pelos Operadores 1 e 2 da RNP (ver Capítulo 4). Para comparar o
desempenho dos 3 métodos, as perdas totais no sistema e o número de
chaveamentos foram os 2 objetivos considerados para serem minimizados.
Os parâmetros utilizados nos testes em cada método são mostrados a
seguir:
NSGA-II – tamanho da população pai | P | igual a 100;
tamanho da população de descendentes | Q | igual a 100;
número de iterações igual a 150;
SPEA2 – tamanho da população | P | igual a 100;
tamanho da população externa | P’ | igual a 100;
número de iterações igual a 150;
AEMT – tamanho das subpopulações (tabelas) S
Pi
igual a 5, para i = 1, ..., 5;
número de iterações igual a 15.000.
Deve-se ressaltar que, para o AEMT, apenas 1 indivíduo foi gerado em cada
iteração, enquanto que para os métodos NSGA-II e SPEA2 100 indivíduos foram
136
gerados por iteração. Ao final do processo, todos os métodos geraram 15.000
indivíduos.
Para fins de comparação, a seleção do Operador 1 ou Operador 2 para
gerar um novo indivíduo, para os 3 métodos, foi realizada aleatoriamente, isto é, sem
a utilização de ajuste dinâmico. A seleção do indivíduo para reprodução, no NSGA-II
e SPEA2, é realizada pelo método de torneio; enquanto que para o AEMT,
seleciona-se aleatoriamente uma subpopulação e, em seguida, seleciona-se
aleatoriamente um indivíduo dessa subpopulação.
Todos os algoritmos partem da rede inicial com as seguintes características:
Somatória de perdas de potência igual a 281,34kW;
Maior queda de tensão igual a 3,25 %;
Maior carregamento na rede igual a 67,12%;
Maior carregamento nas Subestações igual a 53,34%.
O tempo de processamento foi obtido da média de 30 execuções dos
métodos AEMT, NSGA-II e SPEA2 sendo 557ms, 642ms e 649ms respectivamente.
As fronteiras de Pareto obtidas pelo método NSGA-II nas iterações 1 e 150 são
apresentadas na Figura 7.23. As fronteiras de Pareto geradas a partir do método
SPEA2 nas iterações 1 e 150 são apresentadas na Figura 7.24. As soluções
encontradas pelo AEMT são apresentadas na Figura 7.25. Porém, para a
subpopulação de carregamento das subestações indivíduos com perdas de
potência muito elevadas (acima de 3.660kW), assim, esses indivíduos não aparecem
nessa Figura. A fronteira de Pareto é apresentada na Figura 7.26 para cada método
em análise.
137
Figura 7.23 – Fronteiras de Pareto encontradas pelo NSGA-II nas iterações 1 e 150.
Figura 7.24 – Fronteiras de Pareto encontradas pelo SPEA2 nas iterações 1 e 150.
138
Figura 7.25 – Soluções encontradas pelo AEMT.
Figura 7.26 – Comparação das melhores fronteiras obtidas pelo AEMT, NSGA-II e SPEA2.
139
As soluções, em azul, apresentadas na parte superior da Figura 7.26 são
relativas às melhores soluções na subpopulação de perdas de potência do AEMT,
enquanto as outras soluções (em azul) são as melhores soluções finais encontradas
nas demais subpopulações. Pela Figura 7.26 nota-se que o AEMT é capaz de
encontrar melhores soluções, principalmente nos extremos da fronteira. No entanto,
a diversidade de soluções é baixa.
A vantagem do NSGA-II e SPEA2 está na maior diversidade das soluções
encontradas, pois conseguem mapear uma grande parte da fronteira de Pareto com
soluções factíveis, variando desde a primeira configuração (com 0 manobras) a
configurações com 40 manobras de chaves (NSGA-II) e 54 manobras de chaves
(SPEA2). As soluções da fronteira encontrada pelo SPEA2 dominam, em grande
parte, as soluções obtidas pelo NSGA-II.
Deve-se observar que todas as soluções apresentadas na Figura 7.26
atendem as restrições operacionais do sistema, bem como as restrições de
radialidade e conectividade que são atendidas naturalmente quando os Operadores
da RNP são utilizados.
141
8 Conclusões
Este Capítulo sintetiza os principais resultados obtidos e apresenta algumas
considerações sobre perspectivas de pesquisas futuras relativas a este trabalho. O
restabelecimento de energia em SDRs geralmente envolve reconfiguração de redes.
Um AE associado a uma estrutura de dados eficiente foi proposto, o AEMT. Existem
várias aplicações para o AEMT, sendo algumas citadas como sugestões de
trabalhos futuros. Este trabalho explorou com maior ênfase essa técnica para o
problema de restabelecimento de energia em um SDR real, no qual se busca o
restabelecimento de energia ao maior número possível de consumidores após as
faltas terem sido identificadas e isoladas, sem violar os limites operacionais do
sistema como sobrecarga nas linhas e subestações e queda de tensão
estabelecidos em normas técnicas.
Sistemas de Distribuição do mundo real possuem grande quantidade de
barras e chaves. Assim, técnicas que consigam lidar com modelagens complexas
envolvendo a maior quantidade possível de componentes de um SDR podem ser
interessantes para obtenção de planos de restabelecimento de melhor qualidade. O
uso da estrutura de dados RNP é base de desenvolvimento do AEMT, uma vez que
essa codificação garante a rápida geração de novas configurações de rede sempre
radiais e conexas. Com isso, evitam-se rotinas para identificar e corrigir essas
infactibilidades, que aumentam consideravelmente o tempo de processamento e
estão presentes em várias abordagens encontradas na literatura.
142
O AEMT foi avaliado utilizando uma rede de um SDR real com 3.860 barras
e 632 chaves (509 chaves NF e 123 chaves NA) sem simplificações em relação à
rede real, ou seja, foram consideradas todas as linhas, barras e chaves da mesma.
Além disso, foram realizados testes utilizando outras três redes sintetizadas a partir
desse SDR real. As redes sintetizadas possuem tamanhos (número de barras e
chaves) que são aproximadamente duas, quatro e oito vezes o tamanho do SDR
real. Com isso, o AEMT foi avaliado inclusive para uma rede com 30.880 barras,
4.264 setores, 5.166 chaves (4.072 chaves NF e 1.094 chaves NA), 24 subestações
e 184 alimentadores. Considerando que o SDR real alimentava uma cidade de
quase 200.000 habitantes, a maior rede sintetizada corresponderia a uma SDR para
uma cidade de cerca de 1,5 milhões de habitantes.
Quanto maior o tamanho da rede, maior o número de configurações
possíveis. Em conseqüência, aumenta-se a possibilidade de existirem um número
maior de soluções que atendam as restrições do problema. Por outro lado, obter
resultados adequados para esse tipo de problema é difícil, pois o mero de
configurações infactíveis também aumenta com o tamanho da rede. Outros aspectos
como funções não-lineares, descontínuas, com vários ótimos locais e envolvendo
múltiplos objetivos conflitantes tornam o problema ainda mais complexo.
Os resultados obtidos nos testes com o AEMT para o SDR-SC e para as
redes sintetizadas mostram que o AEMT é capaz de vencer tais dificuldades e
explorar adequadamente o espaço das soluções factíveis, encontrando
configurações de alta qualidade em curto intervalo de tempo. Em média, o AEMT
requer tempo de processamento de 2,20s para gerar 30.000 configurações.
Para lidar adequadamente com múltiplos objetivos conflitantes, o AEMT
utiliza de subpopulações organizadas em uma tabela, a qual corresponde a uma
143
estratégia simples e de baixo custo computacional para evitar ótimos locais e
encontrar soluções na fronteira de Pareto.
Resultados do AEMT para redução de perdas de potência foram
comparados com resultados encontrados pelo NSGA-II e SPEA2 adaptados com a
RNP para o mesmo problema (ver Seção 7.9). Estes dois algoritmos encontram
fronteiras de Pareto com um número maior de soluções. Por outro lado, o AEMT
conseguiu estender significativamente os extremos da fronteira. Vale ressaltar
também que o tempo de computação requerido pelo AEMT é menor que das outras
duas técnicas multiobjetivo, mas não de forma expressiva.
As principais contribuições deste trabalho podem ser sintetizadas como
segue:
1. Desenvolvimento de um AE Multi-objetivo em Tabela o AEMT,
capaz de lidar com problemas com objetivos conflitantes de uma
forma simples (ver Seção 6.4);
2. Utilização de uma estrutura de dados, a RNP, que possibilita
investigar em reduzido tempo de processamento uma grande
quantidade de configurações factíveis (ver Capítulo 4);
3. Proposição de um fluxo de carga não convencional, baseado na RNP,
com modelo de corrente constante utilizando o método de varredura
direta/inversa para soma de corrente, possibilitando uma rápida
avaliações de redes com milhares de barras (ver Seção 5.1);
4. Desenvolvimento de uma metodologia eficiente para calcular o
número de chaveamentos de uma configuração para outra (ver Seção
5.2);
144
5. Apresentação de resultados que garantem que o AEMT encontra
soluções adequadas e que pode encontrar soluções em regiões do
espaço de busca que o NSGA-II e o SPEA2, nos testes realizados,
não conseguiram atingir (ver Seção 7.9);
6. Aplicação do AEMT ao SDR da Taiwan Power Company, SDR
disponível na literatura encontrando os mesmos resultados que outros
métodos para redução de perdas, porém com tempo de
processamento muito menor (ver Seção 7.7).
Como sugestões de trabalhos futuros destacam-se:
1. Verificar o comportamento do AEMT para outros SDRs reais de larga-
escala;
2. Trabalhar com um conjunto de funções agregação na Tabela de
subpopulações do AEMT, aumentando assim, o número de
subpopulações e a diversidade de soluções na fronteira de Pareto
obtida pelo AEMT;
3. Explorar o AEMT para outros problemas de reconfiguração de redes:
redução de perdas de potência, alocação ótima de capacitores,
planejamento da expansão do sistema e balanceamento de cargas;
4. Adaptar o AEMT para trabalhar com a RNPG (Representação Nó-
Profundidade Grau), uma nova codificação em desenvolvimento no
grupo de pesquisa de Sistemas Embarcados, Evolutivos e Robóticos
do ICMC-USP [136] que estende a RNP e possui garantia teórica de
complexidade de tempo sublinear.
145
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Apêndice A
Dados de barra e de linha do SDR da Taiwan Power Company. Considere
B
i
-B
f
sendo a barra inicial e final respectivamente, R sendo a resistência na linha, X a
reatância na linha, P a carga ativa na barra final e Q a carga reativa na barra final. A
Figura 7.22, com a topologia inicial do SDR da TPC, é reproduzida a seguir:
1
3
2 4
5
6
7
8
9
10
48
49
50 51
47
55
54
56 57
60
59
64
53
52
61 62
63
58
77 78
81
80
83
82
79
73
74
75
76
65
66
70
68
72
67
11
12
13
69 71
43 44
46
45
30
32
3836
34
37
25 26
39
28
40
27
29
15
17
18
16
19
20
14
3331
35
21
G
A
H
K
J
I
B
F
E
D
C
41
42
166
B
i
-B
f
R
()
X
()
P
(kW)
Q
(kVAr)
B
i
-B
f
R
()
X
()
P
(kW)
Q
(kVAr)
A-1
0,1944
0,6624
0
0
48-49
0,0655
0,1345
0
0
1-2
0,2096
0,4304
100
50
49-50
0,0393
0,0807
200
160
2-3
0,2358
0,4842
300
200
50-51
0,0786
0,1614
800
600
3-4
0,0917
0,1883
350
250
51-52
0,0393
0,0807
500
300
4-5
0,2096
0,4304
220
100
52-53
0,0786
0,1614
500
350
5-6
0,0393
0,0807
1100
800
53-54
0,0524
0,1076
500
300
6-7
0,0405
0,1380
400
320
54-55
0,1310
0,2690
200
80
7-8
0,1048
0,2152
300
200
H-56
0,2268
0,7728
0
0
7-9
0,2358
0,4842
300
230
56-57
0,5371
11,029
30
20
7-10
0,1048
0,2152
300
260
57-58
0,0524
0,1076
600
420
B-11
0,0786
0,1614
0
0
58-59
0,0405
0,1380
0
0
11-12
0,3406
0,6944
1200
800
59-60
0,0393
0,0807
20
10
12-13
0,0262
0,0538
800
600
60-61
0,0262
0,0538
20
10
12-14
0,0786
0,1614
700
500
61-62
0,1048
0,2152
200
130
C-15
0,1134
0,3864
0
0
62-63
0,2358
0,4842
300
240
15-16
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0,1076
300
150
63-64
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300
200
16-17
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500
350
I-65
0,0486
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0
0
17-18
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0,3228
700
400
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0,3497
50
30
18-19
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1000
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0
0
19-20
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300
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20-21
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0
0
21-22
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50
20
69-70
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0
0
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20
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2000
1500
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50
10
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200
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D-25
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J-73
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0
0
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200
120
K-77
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E-30
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0
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2000
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200
150
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200
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30
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100
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