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Na tentativa de construir esses recursos humanos, foram programados dois cursos de pós-
graduação “lato sensu” em Língua Portuguesa, com um grupo de professores da Unicamp e
outro em Planejamento e Administração da Educação, com professores do Instituto de
Estudos Avançados em Educação – IESAE, Fundação Getúlio Vargas do Rio de Janeiro.
Estes cursos estimularam alguns professores das faculdades regionais a realizarem pós-
graduação a nível de [sic] mestrado, contribuindo na melhoria da formação de professores ou
a pensar na educação com perspectivas teóricas mais consistentes, superando a perspectiva
tecnicista.(1991, p. 302-303, grifo do autor).
A respeito especificamente do curso de Língua Portuguesa, Emer diz que
Alguns professores que realizaram o curso de especialização em Língua Portuguesa, e
atuavam nas escolas de 1º grau, experimentaram a metodologia de ensino aprofundada no
curso. Aquela metodologia prevê a aceitação da forma de comunicação que o aluno leva para
a escola, isto é, sua linguagem dialetal e, a partir dela, introduzi-lo à linguagem padrão. A
metodologia prevê também a produção de textos; escrever e reescrever textos até atingirem
níveis da linguagem padrão. A gramática, entendida como normas da língua, nesta
perspectiva metodológica, passa a ser aplicada nos casos concretos apontados pelo professor
nos textos produzidos pelos alunos, fundamentando a reelaboração do texto. (...) Além da
produção de textos, a metodologia prevê a leitura de textos curtos e longos. O objetivo dessa
prática é superar as deficiências na leitura. Ela distingue níveis de leitura, isto é, a
decodificação de palavras e o sentido do texto. Ler, segundo esta metodologia, ultrapassa a
decodificação.
A partir desta experiência, tanto do curso de especialização como da aplicação do
embasamento teórico-metodológico nas escolas de 1º grau, resultou em diversas publicações.
A primeira delas foi a publicação dos textos de fundamentação teórica e diversos livros e
cadernos com coletâneas de textos produzidos por alunos.
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(1991, p. 303-305).
O trabalho de Emer, datado de 1991, explicita o tipo de orientação teórico-
metodológica que se concretizava para o ensino da língua naquele momento, na região.
Inclusive referencia, em nota de rodapé, a coletânea O texto na sala de aula,
organizada por João Wanderlei Geraldi, em 1984, e publicada pela editora da
Assoeste. Pode-se ler, nessa nota, que a coletânea, à época da dissertação de Ivo Oss
Emer, estava na “7. ed. com 24.000 exemplares vendidos” (1991, p. 305).
Na mesma esteira, a professora Baltadar Vendrúsculo publica, no ano de 1994,
pela mesma editora, o livro intitulado Educação em crise, crise na sociedade: a
perspectiva da alfabetização, como parte do Programa de Integração da UNIOESTE
com a Educação Básica no Oeste do Paraná. Destacamos um excerto do seu livro que
remete diretamente à fala de RO sobre a professora:
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Para “fundamentação teórica” e “diversos livros e cadernos com coletâneas de textos produzidos por
alunos”, o autor acrescenta nota de rodapé.