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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
CHRISTIAN CHIAROT
Aplicação das técnicas de Metodologia do Valor no
processo administrativo de montagem de equipamentos.
São Paulo, 2008
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CHRISTIAN CHIAROT
Tema
Aplicação das técnicas de Metodologia do Valor no
processo administrativo de montagem de equipamentos.
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado à Escola Politécnica da
Universidade de São Paulo para
obtenção do Título de Mestre
Profissional em Engenharia Automotiva.
Área de concentração:
Engenharia Automotiva
Orientador:
Prof. Dr. Marcelo Massarani
São Paulo, 2008
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DEDICATÓRIA
Dedico esse trabalho a meus pais e às pessoas que sempre me
apoiaram.
RESUMO
O objetivo desse trabalho é apresentar um modelo de aplicação da metodologia da
AV/EV (Análise do Valor/Engenharia do Valor) para processo de rotinas
administrativas de uma empresa. Trata-se da aplicação e avaliação desse modelo
em um processo administrativo através de um estudo de caso. O estudo de caso foi
realizado em uma empresa que possui uma linha de montagem de equipamentos
para o setor de mineração e construção civil. O estudo foi realizado em fases, sendo
a primeira etapa o levantamento das informações, ou seja, quais recursos
administrativos estavam sendo utilizados. A segunda etapa foi relacionar as funções
desses recursos e seu grau de importância segundo os critérios da AV/EV. A terceira
etapa foi verificar a correlação das funções e custo agregado a cada uma delas, com
isso pode-se verificar qual era a função mais relevante que apresentou um grande
valor agregado. A quarta etapa foi construir o diagrama FAST (Function Analysis
System Technique) denominado árvore funcional, avaliar o processo em estudo e
buscar alternativas que possam executar a função com grande valor agregado com
menor custo e com melhor desempenho. A partir dos resultados obtidos da AV/EV
utilizados nas quatro fases mencionadas, verificou-se que melhorar o sistema de
administração da produção conhecido como MRP II poderia ser a ferramenta
implantada no processo para reduzir custos e melhorar o desempenho. Com isso os
resultados da implantação do sistema MRP II foram apresentados e verificou-se que
a redução do nível de estoque e o fluxo de material tornaram-se mais eficientes
melhorando assim o desempenho da função identificadora que era aumentar a
produtividade. Finalmente o modelo da aplicação da metodologia foi avaliado,
levando-se em consideração os pontos fortes e pontos fracos da utilização da
metodologia AV/EV em um processo administrativo.
Palavras-chave: Metodologia do Valor. Montagem de equipamentos. Rotinas
administrativas. MRP II.
ABSTRACT
The objective of this work is to present a model of application of AV/EV (Analysis of
the Value/Engineering of the Value) methodology in a company with administrative
routines. One is about the application and evaluation of this model in an
administrative proceeding through a case study. The case study it was carried
through in a company where there is an assembly line of equipment for mining and
construction sector. The study was carried through in phases, first stage was to
collect information, which administrative remedies were being used. The second
stage was according to relate the functions of these resources and its degree of
importance criteria of the AV/EV. The third stage was to verify the correlation of the
functions and aggregate cost to each one of them, it was possible to verify which
function were more relevant and has a great aggregate value. The fourth stage was
to construct diagram FAST (Function Analysis System Technique) called functional
tree, to evaluate the process in study and to search alternatives that can execute the
function with great value added with lesser cost and better performance. From the
gotten results of the AV/EV used in the four mentioned phases, it was verified that to
improve the administration system, one system known as MRP II could be the tool
implanted in the process to reduce costs and to improve the performance. The
results of the implantation of system MRP II had been presented and were verified
that the warehouse level was reduced and the material flow had become more
efficient thus improving the performance of the identification function that was to
increase the productivity. Finally the model of the application of the methodology was
evaluated, taking in consideration the strong points and weak points of the use of
methodology AV/EV in an administrative proceeding.
Key-words: Methodology of the Value. Assembly of equipments. Administrative
routines. MRP II..
LISTA DE FIGURAS
Figura 2.1 - Britadores utilizados na indústria de mineração e construção................11
Figura 2.2 - Principais componentes dos britadores..................................................12
Figura 2.3 - Ilustração de uma instalação de britagem..............................................13
Figura 2.4 - Estrutura da empresa em estudo...........................................................14
Figura 2.5 - Gráfico de evolução do volume de produção ........................................15
Figura 3.1 - Regra para estabelecer lógica entre as funções ...................................19
Figura 3.2 - Fluxograma do modelo de aplicação .....................................................22
Figura 4.1 - Diagrama FAST e caminho crítico do processo ....................................35
Figura 4.2 - Arquitetura de um sistema ERP.............................................................44
Figura 4.3 - Abrangência do MRP e do MRP II ........................................................48
Figura 4.4 – Ciclo de trabalho ...................................................................................54
Figura 4.5 - Média mensal de produção....................................................................55
Figura 4.6 - Crescimento mensal de produção ........................................................55
Figura 4.7 - Evolução do estoque ............................................................................56
Figura 5.1 - Fluxograma do novo modelo de aplicação ...........................................62
Figura 5.2 - Posicionamento das propostas de melhoria .........................................65
LISTA DE TABELAS
Tabela 2.1 - Pesos aproximados dos britadores........................................................12
Tabela 3.1 - Classificação do grau de impacto..........................................................25
Tabela 4.1 - Custo agregado para os componentes..................................................26
Tabela 4.2.- Funções dos componentes do processo ..............................................28
Tabela 4.3 - Critério de distribuição do custo para o componente “estoque”.............29
Tabela 4.4 - Critério de distribuição do custo para os componentes “escritório e
“montagem”...........................................................................................30
Tabela 4.5 - Critério de distribuição do custo para o componente “sistema de
informações..........................................................................................30
Tabela 4.6 - Fontes que geram custos do subgrupo cinco........................................31
Tabela 4.7 - Distribuição das funções .......................................................................31
Tabela 4.8 - Critério de distribuição do custo para o componente “pessoal” ............31
Tabela 4.9 - Funções e critério de custo alocado ......................................................32
Tabela 4.10 - Correlação das funções custo agregado .............................................33
Tabela 4.11 - Similaridades entre TQM, Seis Sigma e Produção Enxuta .................42
Tabela 4.12 - Avaliação das formas de melhoria das funções e Produção Enxuta...52
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AV/EV – Análise do Valor/Engenharia do Valor
FAST – Function Analysis System Technique
MRP – Materials Requirement Planning
MRP II – Manufacturing Resources Planning
I/A – Identificadora/Agregada
U/E – Uso/Estima
R/IR/IN – Relevante/Irrelevante/Indesejável
TQM – Total Quality Management
PDCA – Plan Do Check Act
MASP – Método de Análise e Solução de Problemas
CEP – Controle Estatístico de Processo
GAO – General Accounting Office
JIT – Just in Time
NIST – National Institute of Standards and Technology
PDSA – Plan Do Study Act
DMAMC – Definir Medir Analisar Melhorar Controlar
ERP – Enterprise Resource Planning
ASP – Application Service Providers
APS – Advanced Planning and Scheduling
MPS – Manufacturing Planning and Scheduling
MES – Manufacturing Execution System
SAP – Systeme, Anwendungen, und Produkte in Datenverarbeitung
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO
2 SITUAÇÃO INICIAL
3 ANÁLISE DO VALOR/ENGENHARIA DO VALOR
3.1 DEFINIÇÃO
3.2 FUNÇÕES
3.3 CLASSIFICAÇÃO DAS FUNÇÕES
3.3.2 Funções de uso e de estima – U/E
3.3.3 Funções relevantes, irrelevantes e indesejáveis - R/IR/IN
3.4 CORRELAÇÃO DAS FUNÇÕES
3.5 DIAGRAMA FAST
3.6 MODELO DE APLICAÇÃO
3.6.1 Primeira Etapa: Definição dos componentes
3.6.2 Segunda Etapa: Classificação das funções
3.6.3 Terceira Etapa: Correlação das funções
3.6.4 Quarta Etapa: Diagrama FAST
3.6.5 Quinta Etapa: Pesquisa na Literatura das formas de melhoria
3.6.6 Tomada de Decisão
4 ESTUDO DE CASO
4.1 PRIMEIRA ETAPA: DEFINIÇÃO DOS COMPONENTES
4.2 SEGUNDA ETAPA: CLASSIFICAÇÃO DAS FUNÇÕES
4.3 TERCEIRA ETAPA: CORRELAÇÃO DAS FUNÇÕES
4.4 QUARTA ETAPA: DIAGRAMA FAST
4.5 QUINTA ETAPA: SUGESTÕES DE MELHORIA
4.5.1 TQM, 6 sigma e Lean
4.5.2 TQM Total Quality Management (Gerenciamento Total da Qualidade)
4.5.3 Seis sigma
4.5.4 Produção enxuta
4.5.5 Similaridades entre TQM, Seis Sigma e Lean
4.5.6 Sistemas Integrados de Gestão Empresarial (ERP)
4.5.7 MRP – Planejamento de Necessidade de Materiais
4.5.8 MRP - II – Manufacturing Resources Planning
4.6 SEXTA ETAPA: TOMADA DE DECISÃO
4.7 RESULTADOS DO ESTUDO DE CASO
5 ANÁLISE DO MODELO
5.1 PRIMEIRA ETAPA
5.2 SEGUNDA ETAPA
5.3 TERCEIRA ETAPA
5.4 QUARTA ETAPA
5.5 QUINTA ETAPA
5.6 SEXTA ETAPA
5.7 NOVO MODELO DE APLICAÇÃO PROPOSTO
6 CONCLUSÕES
7 SUGESTÕES DE TRABALHOS FUTUROS
REFERÊNCIAS
10
1
INTRODUÇÃO
O mundo corporativo é cada vez mais competitivo e isso impulsiona as empresas a
estarem constantemente buscando inovações e resolução de problemas para que os
competidores não tomem seus lugares no mercado ou os clientes não tenham mais
interesse em adquirir seus produtos ou serviços.
Porter (1990)
“...A questão chave para uma organização é buscar (perseguir) sempre fatores
diferenciais como a criatividade, a inovação e a Qualidade como elementos de auto-
afirmação, com o intuito de projetá-la como empresa dinâmica, resultado do
estabelecimento de estratégias bem sucedidas. Já uma empresa que tenta implantar
algumas estratégias, sem consegui-las na sua totalidade, não possui nenhuma
vantagem competitiva. Terá um desempenho medíocre, muito abaixo da expectativa
gerada, facilitando a evolução da concorrência”.
O objetivo desse trabalho é apresentar um modelo de aplicação da metodologia da
AV/EV (Análise do Valor/Engenharia do Valor) para processo de rotinas
administrativas de uma empresa e avaliá-lo através de um estudo de caso. A
metodologia normalmente é aplicada em análise de bens e produtos, e aqui nesse
trabalho foi aplicada em um processo administrativo. A partir dos resultados obtidos
com a aplicação da AV/EV algumas propostas de soluções serão avaliadas. O
modelo da aplicação da metodologia seavaliado, levando-se em consideração os
pontos fortes e pontos fracos da utilização da metodologia AV/EV em um processo
administrativo.
A metodologia do valor teve seu início no meio da guerra, principalmente em
função da necessidade de busca de novos materiais mais baratos já que os originais
se tornavam cada vez mais escassos e caros. Com o tempo a metodologia foi sendo
aprimorada e hoje, atende às necessidades de redução de custos de projetos ou
produtos já existentes como também no desenvolvimento de novos produtos e
processos (Massarani e Mattos, 2007).
11
2 SITUAÇÃO INICIAL
A empresa em estudo fabrica equipamentos para mineração e construção civil
conhecidos como britadores e sua função principal é reduzir o tamanho do material
que foi extraído da natureza. A Figura 2.1 e a Tabela 2.1, mostram um esquema
básico dos britadores com suas dimensões e pesos para se ter uma idéia do
tamanho do produto.
Figura 2.1 – Britadores utilizados na indústria de mineração e construção
(Fonte: Manual de treinamento da empresa em estudo)
12
Tabela 2.1 – Pesos aproximados dos britadores
Britador S2800 S3800 S4800 S6800 H2800 H3800 H4800 H6800 H8800
Peso[Kg] 6800 12000 19300 36500 5300 9200 14300 23500 66500
Os britadores, como mostra a figura 2.2, são compostos de duas carcaças fundidas
(superior e inferior) que estruturam a máquina, eixo principal que transmite o
movimento excêntrico, sistema de engrenamento coroa-pinhão para transmitir o
movimento de rotação ao eixo principal, sistema de lubrificação para manter os
rolamentos e eixos lubrificados e acionar o pistão hidráulico, pistão hidráulico para
regulagem de abertura de passagem do material britado, mantas (interna e externa)
de manganês que são os componentes de desgaste e entram em contato direto com
o material britado.
Sistema de
Eixo principal
Sistema coroa
-
Carcaça
Carcaça
Mantas de
Figura 2.2 – Principais componentes dos britadores
(Fonte: Manual de instruções da empresa em estudo)
13
Os britadores são acionados na maioria dos casos por motores elétricos ligados
através de correias à polias montadas na extremidade do eixo pinhão. O eixo
principal é montado em buchas excêntricas que ao ser acionado através do sistema
coroa-pinhão, descreve um movimento excêntrico fazendo com que as mantas
internas e externas, juntas comprimem o material.
Em uma instalação de britagem, os britadores são instalados em pontos
intermediários do processo como mostra a figura 2.3. No decorrer do processo o
material a ser britado passa por britadores primários e secundários e peneiras
classificatórias transportadas por esteiras transportadoras até atingir o tamanho
desejado.
A estrutura que a empresa possui para montar esses equipamentos como mostra a
Figura 2.4, é composta de um estoque de produtos acabados e semi-acabados, uma
linha de montagem, um sistema integrado de informações, pessoal administrativo
para dar suporte técnico e gerenciar a produtividade do negócio. Na figura 2.4 é
Figura 2.3 – Ilustração de uma instalação de britagem
(Fonte: Manual de treinamento da empresa em estudo)
14
indicado que na estrutura do processo existe um parceiro da empresa em estudo. É
considerado como parceiro, pois além da prestação de serviço de usinagem,
caldeiraria e pintura fornece mão de obra para montagem dos equipamentos. O
parceiro possui certificação ISO9000 e controle de qualidade para fornecer alguns
componentes que o utilizados na montagem. A empresa em estudo não fabrica
os componentes internamente, portanto os outros componentes são adquiridos de
outros fornecedores locais ou importados. Alguns componentes comprados são
enviados ao parceiro para industrialização através dos processos de usinagem,
caldeiraria e pintura e retornam acabados para a linha de montagem. Outros
componentes que a empresa em estudo compra são nacionais ou importados,
porém acabados, ou seja, prontos para serem montados no britador. Após
montagem e teste do britador este pode ser enviado ao cliente. A empresa em
estudo representa aproximadamente 20% em faturamento e volume de produção do
parceiro.
Parceiro da empresa em estudo
Presta os seguintes serviços à empresa em estudo:
Usinagem;
Caldeiraria;
Pintura;
Mão de obra para montagem
Possui controle de qualidade e Certificação
ISO9000
Empresa em estudo
Recursos:
Escritório;
Área de montagem;
Estoque;
Sistema de informação;
Pessoal.
Compra de
componentes
importados e
nacionais
Envia
para
industria
lização
Recebe
compon
entes
acabado
Envia britador
montado
ao
cliente
Figura 2.4 – Estrutura da empresa em
estudo
15
O volume de produção vem aumentando a cada ano e as perspectivas são de
continuar crescendo numa taxa em torno de 10 a 20% como mostra o gráfico da
Figura 2.5.
Com o aumento da produção a cada ano, a montagem do equipamento torna-se um
fator crítico do processo, principalmente na questão do fluxo de material, ou seja, os
componentes necessários precisam estar disponíveis na quantidade e tempo certo
para efetuar a operação de montagem.
3. ANÁLISE DO VALOR/ENGENHARIA DO VALOR (AV/EV)
3.1 DEFINIÇÃO
A metodologia teve seu início no meio da guerra, principalmente em função da
necessidade de busca de novos materiais mais baratos já que os originais se
tornavam cada vez mais escassos e caros. Com o tempo a metodologia foi sendo
aprimorada e hoje, atende às necessidades de redução de custos de projetos ou
produtos já existentes como também no desenvolvimento de novos produtos e
Prodão de equipamentos
50
127
23
100
118
0
20
40
60
80
100
120
140
2005 2006 2007 2008 2009
Ano
Qtde
qtde
Figura 2.5 – Gráfico de evolução do volume de produção
(Fonte : Empresa em estudo)
16
processos. Das definições atribuídas a essa metodologia e que mais abrange o
tema, pois trata do gerenciamento do valor é:
“Um esforço organizado dirigido à análise das funções de sistemas, produtos,
especificações, padrões, práticas e procedimentos com a finalidade de satisfazer as
funções requeridas ao menor custo total” ( Cell e Arratia, 2003)
Através da AV/EV, cada uma das partes que formam o produto ou o processo são
analisadas segundo as suas funções e extraída as mais importantes. As funções
que possuem maior valor agregado são as que deveriam ser trabalhadas na redução
dos custos.
3.2 FUNÇÕES
A função é fundamental no uso da AV/EV e devido a essa importância algumas
definições são citadas abaixo:
A característica a ser obtida do desempenho de um item, é motivo da
existência de um item ou parte dele. (Csillag, João Mario, 1991)
A característica de um item ou serviço que atinge as necessidades e desejos
do usuário. (Csillag, João Mario, 1991)
A característica de desempenho a ser possuída por um item ou serviço para
funcionar ou vender. (Csillag, João Mario, 1991)
É o objetivo de uma ação ou atividade que está sendo desempenhada e não
a ação propriamente dita. (Massarani, 2007)
Função é o coração do problema. (Miles, Lawrence D., 1972).
Funções são ações naturais ou características desempenhadas por um item,
ou propriedades de um item para desempenhar o que foi estabelecido. (Value
Engineering in Manufacturing, 1967)
Função é essencial para o desempenho de um item ou a característica
estabelecida pelo usuário. (Alphone Dell´Isola, PE, 1997)
17
3.3 CLASSIFICAÇÃO DAS FUNÇÕES
Além da identificação das funções dos componentes é necessário classificá-las.
Classificar as funções significa um melhor entendimento do produto ou do processo,
um melhor entendimento do produto ou processo através das funções, significa
possibilidades de redefini-lo de uma outra forma que atenda as necessidades. As
funções podem ser classificadas em três tipos:
Funções identificadoras e agregadas – I/A;
Funções de uso e de estima – U/E;
Funções relevantes, irrelevantes e indesejáveis – R/IR/IN.
Os critérios para classificação das funções são:
3.3.1 Funções identificadoras e agregadas - I/A
Função identificadora é aquela que representa a razão de ser do produto, que no
caso é a razão de ser do processo, sem a qual não seria de validade nenhuma a
realização do processo. Como no caso em estudo, a função identificadora é
“aumentar a produtividade”, sem essa função o existiria o negócio de fabricar os
equipamentos, ou seja, sem qualidade e sem volumes de produção e custos
adequados e competitivos.
Funções agregadas são aquelas que ajudam no desempenho da função
identificadora, na verdade agregam valor ao processo.
3.3.2 Funções de uso e de estima – U/E
Funções de uso possibilitam o funcionamento do processo. Funções de estima são
as que agregam valor também ao processo, mas são aquelas relacionadas com os
desejos em obter determinado produto. Essa função não foi identificada no processo
em estudo.
18
3.3.3 Funções relevantes, irrelevantes e indesejáveis - R/IR/IN
Funções relevantes são aquelas procuradas pelo usuário, por exemplo, no estudo
em questão, a função “proporcionar conforto” é uma função desejada pelo usuário
do escritório.
Funções irrelevantes servem para que as funções relevantes sejam realizadas, dão
suporte à realização das funções relevantes. Essa função não foi identificada no
processo em estudo.
Funções indesejadas são funções que o usuário não deseja que o produto tenha, no
caso do processo são as funções que não agregam valor e são consideradas como
despesas que poderiam ser minimizadas ou eliminadas. (Massarani e Mattos, 2007).
3.4 CORRELAÇÃO DAS FUNÇÕES
Consiste no processo de se atribuir ou associar um valor monetário ao
desempenho de uma dada função, a partir de critérios lógicos, coerentes e
aceitáveis.” (Massarani, 2007)
Após definidas as funções de cada um de seus componentes, um custo é atribuído
seguindo em critério que define quanto custa cada função. Esse critério pode ser
subjetivo e definido de várias maneiras ou pode ser bastante evidente, por exemplo,
trata-se da quantidade de material empregada em um determinado produto, ou o
tempo gasto para executar determinada função. O importante é tentar correlacionar
o custo atribuído com a função. Assim pode-se identificar através da correlação das
funções com os custos, ainda que superficialmente, as funções que deveriam ser
analisadas em relação ao processo como um todo.
3.5 DIAGRAMA FAST
FAST (Function Analysis System Technique) desenvolvido por Charles W. Bytheway
em 1965, cujo objetivo era entender o relacionamento entre as funções de um
produto ou processo.
Trata-se de um diagrama chamado árvore funcional, composta das funções
integradas de forma lógica. Para estabelecer a integração lógica das funções, é
19
preciso responder a três perguntas sobre as funções: Por que? Como? e Quando?
como indicado na figura 3.1 (Mattos & Massarani, 2007)
Baseado nessa metodologia, a medida que se vai construindo a árvore funcional, as
perguntas de Por que, Como e Quando, são respondidas pelas próprias funções, ou
seja, uma função que foi colocada ao lado direito de outra no diagrama, significa que
essa função representa Como a função anterior ocorre. A função imediatamente a
esquerda representa o Por que da ocorrência da função posterior. Para as funções
colocadas acima ou abaixo de forma paralela umas das outras representam Quando
as funções ocorrem.
Construir a árvore funcional requer atenção, reflexão lógica e intuitiva. Respeitando
as regras pode-se constituir um diagrama que pode ser modificado aobter uma
cadeia de informações lógicas que representam bem o funcionamento do produto ou
processo.
Caminho crítico
Caminho crítico é uma seqüência de funções que representa a essência do produto
ou processo. Qualquer processo que execute as funções do caminho crítico será o
produto ou processo analisado. Conhecendo as funções que devem ser
desempenhadas para caracterizar um produto ou processo, fica fácil buscar
alternativas para executar essas funções. (Mattos & Massarani, 2007).
Função
escolhida
Como ?
Por quê ?
Quando ?
Quando ?
Figura 3.1 Regra para estabelecer lógica entre as funções
Fonte: Mattos e Massarani, 2007
20
Portanto, obter a cadeia de informações gicas que representam bem o
funcionamento do produto ou processo é fundamental. Como o caminho crítico
representa a sequencia de funções que caracterizam o produto ou processo, fica
evidente que qualquer mudança em alguma uma das funções ou em todas irá alterar
a concepção do produto ou a execução do processo. Isso ajuda a entender melhor o
produto ou processo e a buscar outras formas de executar as funções do caminho
crítico.
Escopo
Aqui são definidas as linhas de escopo do produto ou processo. Isso significa que as
funções internas, ou seja, as funções do caminho crítico ficam dentro das linhas de
escopo. As funções externas são importantes para o entendimento pois são as
funções com as quais o produto ou processo colabora. (Mattos & Massarani, 2007).
3.6 MODELO DE APLICAÇÃO
Uma prática padrão de AV/EV é ter equipes de estudo com membros da equipe com
conhecimentos diversos e a empresa deve fornecer às equipes tempo,
oportunidade, sustentação, e os recursos para conduzir estudos de AV/EV em uma
base regular, e então implantar os resultados. Entretanto, as idéias verdadeiramente
originais podem vir de alguém que pertença a uma área não diretamente relacionada
ao produto/processo em estudo e que possa fazer uma conexão entre um
método/prática de sua especialidade, e ao problema que a equipe de estudo se está
dirigindo, equipes multifuncionais. Os praticantes de AV têm a vantagem adicionada
de usar a análise da função, que facilita extremamente uma comunicação por
diversos membros da equipe.
A análise da função é o coração da AV/EV. Quando uma equipe empreende com
sucesso o processo de identificar a função dos componentes de um item ou um
sistema, está preparado então para conduzir uma escala das ações analíticas e
criativas, o mais importante está em criar alternativas por função. Além disso, uma
análise boa da função ajudará a uma equipe identificar as mas combinações do
valor, que são os exemplos onde uma quantidade desproporcional de custo é
21
alocada a uma área de interesse do cliente.
AV/EV seguirá um plano de trabalho multipassos. muitas versões do plano de
trabalho, mas uma versão mais usada tem seis etapas:
1. Definição dos componentes
2. Classificação das funções
3. Correlação das funções
4. Diagrama FAST
5. Sugestões de melhoria
6. Tomada de decisão
As equipes de estudo podem usar o plano de trabalho de AV/EV para melhorar o
valor dos itens (analisa e muda projetos), sistemas (grande escala ou pequena),
processos (linhas de produção, procedimentos logísticos), práticas de transporte,
embalagem, processos de construção, projeto arquitetônico, garantia de qualidade,
etc.
AV/EV tem aumentado o valor por mais de 50 anos nas companhias e nos países
em todo o mundo. Como uma disciplina, continua a crescer em uso e capacidade
técnica/metodológica para aumentar o valor ou reduzir custos.
Através do diagrama FAST é possível entender o relacionamento entre as funções
de forma lógica e integrada. Sendo assim a construção do diagrama FAST com suas
funções integradas, denominado árvore funcional, fornece uma visão sistêmica do
processo em análise.
O método de análise utilizado foi baseado na AV/EV e possui seis etapas. Para isso
um grupo de pessoas foi formado para elaborar um estudo de caso, Com isso pode-
se analisar a situação da empresa e apresentar um modelo de aplicação da
metodologia da AV/EV para processo de rotinas administrativas de uma empresa e
possíveis soluções que pudessem ser aplicadas.
A cada etapa executada, o grupo através da geração de idéias poderia solicitar a
participação de especialista em determinados assuntos caso necessário.
22
Na figura 3.2 pode-se ver o fluxograma do modelo de aplicação:
Definir
componentes
Qualificar
funções
Correlacionar as
funções
Definir diagrama
FAST
Tomar
decisão
É possível
apresentar
propostas
?
Apresentar
propostas
Avaliar e justificar
propostas
É possível
apresentar
propostas?
Sim
Sim
Não
Não
As funções
foram bem
definidas?
Não
Sim
Figura 3.2 – Fluxograma do modelo de aplicação
23
3.6.1 Primeira etapa: Definição dos componentes
Na primeira etapa, cada recurso, que é utilizado pela empresa para administrar o
processo, foi definido aqui como se fossem componentes de um produto. Como em
um produto, cada componente tem uma ou mais funções e o mesmo raciocínio foi
utilizado. Para cada um desses componentes um custo foi agregado. Este custo
corresponde ao recurso que a empresa disponibiliza para que as funções desses
componentes sejam executadas e atinjam o desempenho esperado.
3.6.2 Segunda etapa: Classificação das funções
Na segunda etapa, para cada um desses componentes definidos na primeira etapa
foram associados suas funções e seu grau de importância segundo os critérios da
AV/EV.
Os critérios da AV/EV utilizados são:
I/A – funções identificadora e agregadas
U/E – funções de uso e de estima
R/IR/IN – funções relevantes, irrelevantes e indesejáveis
As funções foram definidas e tabulas em 3 etapas. Primeiro foi definido, através de
uma sugestão de idéias com as pessoas que faziam parte do estudo, também
conhecido nas empresas como brainstorm” para especificar quais as funções que
cada componente executava. Em seguida, foram determinadas as funções limpas,
ou seja, um resumo de todas as funções definidas no início da classificação das
funções, porém sem associá-las aos componentes. Finalmente, foram nomeadas as
funções segundo os critérios da AV/EV e encontrada a função identificadora que é
“aumentar a produtividade”. E como visto anteriormente é a função identificadora
que representa a razão de ser do produto, que no caso é a razão de ser do
processo.
3.6.3 Terceira etapa: Correlação das funções
Na terceira etapa foi estabelecida uma correlação das funções e custo de cada uma
delas. Para cada função um custo foi atribuído seguindo em critério que define
24
quanto custa cada função. Esse critério é subjetivo, portanto foi definido pelo grupo
das pessoas que trabalharam no estudo de caso.
Nesta etapa, com os dados obtidos e tabulados foi feito uma análise e pode-se
identificar através da correlação das funções, ainda que superficialmente as funções
que deveriam ser analisadas em relação ao processo como um todo. Porém não foi
possível ainda concluir nem entender quais soluções poderiam ser apresentadas.
3.6.4 Quarta etapa: Diagrama FAST
Na quarta etapa foi construído e analisado o diagrama FAST (Function Analysis
System Technique). Através do diagrama FAST também é possível entender o
relacionamento entre as funções de forma lógica e integrada. Sendo assim a
construção do diagrama FAST com suas funções integradas, denominado árvore
funcional, fornece uma visão sistêmica do processo em análise, proporcionando a
busca de alternativas que possam executar as funções requeridas com menor custo
ou melhor desempenho. Dessa forma através da análise do diagrama FAST, pode-
se identificar o caminho crítico:
Caminho crítico representa a seqüências das funções que são a essência do
processo, ou seja, tornam-se explícitas quais funções caracterizam o processo.
Qualquer processo que execute as funções do caminho crítico será um processo
administrativo de montagem. Conhecendo as funções que devem ser
desempenhadas para caracterizar um processo, fica fácil buscar alternativas para
executar essas funções.
3.6.5 Quinta etapa: Pesquisa na literatura das formas de melhoria
Na quinta etapa foi relacionada as funções correspondentes ao caminho crítico, o
grupo definiu através de pesquisa na literatura ou com a participação de
especialistas possíveis soluções de melhoria. Para cada solução apresentada foi
estabelecido uma avaliação e um critério de prioridade estabelecido para aplicação
da melhoria. Esse critério foi priorizado de forma lógica, ou seja, qual solução
deveria ser aplicada em seqüência e o grau de impacto, ou seja, qual solução
reduziria os custos e ao mesmo tempo estivesse dentro das metas da empresa e do
recurso que seria disponibilizado. O grau de impacto foi classificado em função da
25
representação da melhoria na empresa em relação à situação atual e foi estipulado
segundo a tabela 3.1
Tabela 3.1 – Classificação do grau de impacto
Grau de impacto Classificação
Grande 5
Médio 3 a 4
Baixo 1 a 2
Sem impacto 0
3.6.6 Tomada de decisão
Na sexta etapa foi definido o caminho a ser tomado em função da prioridade
estabelecida, ou seja, das soluções apresentadas na quinta etapa, qual ou quais
delas seriam adotadas pela empresa. A escolha da solução a ser implantada foi em
função da prioridade, do grau de impacto e da disponibilidade de recurso da
empresa.
4. ESTUDO DE CASO: APLICAÇÃO DA AV/EV NO PROCESSO
ADMINISTRATIVO DE MONTAGEM
4.1 PRIMEIRA ETAPA: DEDINIÇÃO DOS COMPONENTES
Na primeira etapa, cada recurso da estrutura da empresa, que é utilizado para
administrar a montagem dos equipamentos, foi definido aqui como se fossem
componentes de um produto. Esses componentes são:
Estoque: é definido como um recurso para armazenar e proteger os
componentes que são utilizados na montagem;
Escritório: é definido como um recurso onde estão os programas de
computador, computadores e instalações gerais necessárias como a área
26
ocupada, a energia consumida, telefonia, internet para que o negócio seja
administrado pelas pessoas;
Área de montagem: é definido como um recurso onde se tem uma área
estruturada com equipamentos que auxiliam a montagem como dispositivos,
ferramentas, pontes rolantes, energia elétrica e a operação de montagem é
realizada;
Sistema de informação: é definido como um recurso para efetuar compras,
dar entrada e saída de material da empresa, emitir notas fiscais e fornecer
aplicativos de informática para auxiliar a administração do negócio;
Pessoal: é um recurso formado por uma equipe de pessoas, que realizam
tarefas operacionais e administrativas e prestam suporte técnico para definir
as especificações dos produtos e garantir a qualidade.
Na Tabela 4.1 pode-se verificar que cada componente tem um custo agregado
Tabela 4.1 – Custo agregado para os componentes
Componentes Custo [R$] Descrição
Estoque 1.300.000,00 Material em estoque
Escritório 14.000,00 Aluguel
Área de montagem 14.500,00 Aluguel e equipamentos
Sistema de informações 6.000,00 Suporte em informática
Pessoal 61.000,00 Salários e encargos
TOTAL 1.395.500,00
27
4.2 SEGUNDA ETAPA: CLASSIFICAÇÃO DAS FUNÇÕES
Na segunda etapa, para cada um desses componentes foram associados suas
funções e seu grau de importância segundo os critérios da AV/EV.
Critérios da AV/EV:
I/A – funções identificadora e agregadas
U/E – funções de uso e de estima
R/IR/IN – funções relevantes, irrelevantes e indesejáveis
Na tabela 4.2, pode-se verificar as funções de cada componente e sua nomeação de
importância. Essa tabela foi preenchida em três etapas. Primeiro foi definido, através
de uma sugestão de idéias com as pessoas que faziam parte do estudo, também
conhecido nas empresas como brainstorm” para especificar quais as funções que
cada componente executava. Em seguida, foram determinadas as funções limpas,
ou seja, um resumo de todas as funções definidas no início da classificações das
funções, porém sem associá-las aos componentes. Finalmente, foram nomeadas as
funções segundo os critérios da AV/EV e encontrada a função identificadora que é
“aumentar a produtividade”. E como visto anteriormente é a função identificadora
que representa a razão de ser do produto, que no caso é a razão de ser do
processo.
28
Tabela 4.2
Funções dos componentes do processo
29
4.3 TERCEIRA ETAPA: CORRELAÇÃO DAS FUNÇÕES
Na terceira etapa foi estabelecida uma correlação das funções e custo de cada uma
delas. Assim as funções foram agrupadas em subgrupos de 1 a 5, que
correspondem a cada um dos componentes definidos na primeira etapa. Na Tabela
4.9, podem-se ver as funções de cada subgrupo e o custo correspondente. Para
cada função um custo foi atribuído seguindo em critério. Esse critério foi definido
para cada subgrupo da seguinte forma:
Subgrupo um: Esse subgrupo corresponde ao componente “estoque”
definido na etapa 1.
Possui um custo devido ao material que fica armazenado no estoque da
empresa e a um custo correspondente ao aluguel que seria pago pela área
ocupada. Parte desse material estocado é empregado na montagem das
máquinas e fica armazenado ao ar livre; outra parte deve ser mantido em
local adequado para conservação dos componentes e o restante é destinado
às demandas de requisições. Portanto, dessa forma foi definido o critério de
distribuição do custo conforme a tabela 4.3:
Tabela 4.3 – Critério de distribuição do custo para o componente “estoque”
Função Custo %
Armazenar components 433.333,33 33,22
Proteger componentes 433.333,33 33,22
Proteger demanda 433.333,33 33,22
Pagar aluguel 4.500,00 0,34
Total 1.304.500,00 100,00
Subgrupo dois: Esse subgrupo corresponde aos componentes “escritório” e
“montagem” definidos na etapa 1.
O critério de distribuição do custo corresponde ao aluguel pela área ocupada
e a depreciação dos equipamentos utilizados nas instalações como mostra a
tabela 4.4
30
Tabela 4.4 Critério de distribuição do custo para os componentes “escritório” e
“montagem”
Função Custo %
Proporcionar conforto 1.000 4,17
Prover instalações 10.000 41,67
Montar componentes 13.000 54,17
Total 24.000 100,00
Subgrupo três: Esse subgrupo corresponde ao componente “sistema de
informações” definido na etapa 1. O sistema é utilizado em maior parte para
gerar ordens de produção e compra. Com isso é permitido colocar os
componentes no estoque através das compras e através do encerramento
das ordens de produção. Tanto o controle como a integração das
informações é precária, uma vez que as compras e as ordens de produção
são controladas manualmente pelo comprador e pelo planejador da
produção. O sistema não gera compras nem ordens de produção; tomam por
base as quantidades existentes no estoque e não levam em consideração
quando o material deve ser comprado ou a ordem de produção deve ser
encerrada. Como a maior parte do custo está associada à criação das ordens
de produção e de compras no sistema, o critério de distribuição do custo
alocou um maior valor a essas duas funções como mostra a tabela 4.5.
Tabela 4.5 Critério de distribuição do custo para o componente “sistema
de informações”
Função Custo %
Controlar informações 600 12,5
Integrar informações 600 12,5
Gerar ordens de produção 2.400 50,0
Gerar ordens de compra 2.400 50,0
Total 4.800 100,0
Subgrupo quatro: Esse subgrupo corresponde ao componente “pessoal”,
definido na etapa 1. Possui cinco fontes que geram custos e cada uma delas
com um percentual correspondente como mostra a tabela 4.6.
31
Tabela 4.6 – Fontes que geram custos do subgrupo cinco
Geração de Custo
Fonte Custo %
1 36.000 59,02
2 6.000 9,84
3 5.000 8,20
4 3.000 4,92
5 11.000 18,03
Total 61.000 100
Cada fonte geradora de custo foi distribuída por atividades. Essas atividades são as
funções do componente “Pessoal” como mostra a Tabela 4.7.
Tabela 4.7 – Distribuição das funções
Distribuição das funções Percentual corresp da função Funções
1 2 3 4 5 1 2 3 4 5
Negociar prazos e custos 30 70 - - - 12,50
46,67
- - -
Prover suporte técnico 60 40 25,00
26,67
Operacionar sistema 20 20 20 20 20 8,33 13,33
66,67
66,67
13,33
Desenvolver fornecedores
30 50 20 12,50
33,33
- - 13,33
Planejar produção 60 10 10 10 10 25,00
6,67 33,33
33,33
6,67
Aumentar produtividade 40 - - - 60 16,67
- - - 40,00
Total
240
150 30 30 150
100 100 100 100 100
Após distribuição do custo por atividades, foi definido o percentual total
correspondente, conforme mostra a tabela 4.8. Dessa forma foi estabelecido o
critério de distribuição dos custos para o subgrupo 5
Tabela 4.8 – Critério de distribuição do custo para o componente “pessoal”
Custo distribuído por atividade
Descrição das atividades
1 2 4 4 5
Custo
Total
%
Negociar prazos e custos 4500 2333 6.833 11,20
Prover suporte técnico 9000 2933 11.933 19,56
Operacionar sistema 3000 666,7
4000 2000 1467 11.133 18,25
Desenvolver fornecedores 4500 1667 1467 7.633 12,51
Planejar produção 9000 333,3
2000 1000 733,3 13.066 21,42
Aumentar produtividade 6000 4400 10.400 17,05
Total 36000
5000
6000 3000 11000
61.000 100
32
Tabela 4.9 – Funções e critério de custo alocado
Função Custo [R$] Critério
Armazenar componentes 433.333 material empregado
Conservar componentes 433.333 material empregado
Pagar aluguel 4.500 Aluguel
Proteger demanda 433.333 material empregado
Subgrupo 1 Sub total 1.304.500
Proporcionar conforto 1.000 Aluguel+depreciação
Prover instalações 10.000 Escritório e montagem
Montar componentes 13.000 Depreciação
Subgrupo 2 Sub total 24.000
Controlar informações 600,00 Suporte de informática
Integrar informações 600,00 Suporte de informática
Gerar ordens de produção 2.400,00 Suporte de informática
Gerar ordens de compra 2.400,00 Suporte de informática
Subgrupo 3 Sub total 6.000
Negociar prazos e custos 6.833,33 Salários+encargos ( 11,2%)
Prover suporte técnico 11.933,33 Salários+encargos(19,56%)
Operacionar sistema 11.133,33 Salários+encargos(18,25%)
Desenvolver fornecedores 7.633,33 Salários+encargos(12,51%)
Aumentar produtividade 13.066,67 Salários+encargos(21,42%)
Aumentar produtividad 10.400,00 Salários+encargos(17,05%)
Sub Grupo 4 Sub total 61.000
Assim a tabela de correlação das funções pode ser construída, bem como a
visualização das funções mais importantes.
No caso em estudo, as funções relacionadas ao estoque foram as mais importantes,
como pode-se observar na Tabela 4.10.
33
No caso em estudo, as funções relacionadas ao estoque foram as mais importantes,
como pode-se observar na Tabela 4.10.
Tabela 4.10 – Correlação das funções custo agregado
Componente
Função
Estoque Escritório Montagem Sistema Pessoal Total
Armazenar
componentes
433.333
433.333
Conservar
componentes
433.333
433.333
Pagar aluguel
4.500 1.000,00 3.000
8.500
Proteger
demanda
433.333
433.333
Proporcionar
conforto
5.000,00
5.000
Fornecer
instalações
necessárias
5.000,00 5.000
10.000
Montar
componentes
5.000
5.000
Integrar
informações
600
600
Controlar
informações
600
600
Gerar ordens de
compra
2.400
2.400
Gerar ordens de
produção
2.400
2.400
Negociar prazos
e custos
6.710
6.710
Prover suporte
técnico
21.350
21.350
Operacionalizarsi
stema
integrado de
informações
12.200
12.200
Desenvolver
fornecedor
7.930
7.930
Aumentar
produtividade
4.810
4.810
Planejar
produção
8.000
8.000
Total 1.304.500 11.000 13.000 6.000 61.000 1.395.500
Com os dados obtidos na Tabela 4.10 é possível identificar, que o estoque possui
um valor agregado bastante elevado em relação ao processo como um todo. Assim
a questão agora é identificar a causa das funções relativas ao estoque, em ter um
valor agregado muito alto. Através do diagrama FAST (Function Analysis System
Technique) construído na quarta etapa, foi possível entender o relacionamento entre
as funções de forma lógica e integrada.
34
4.4 QUARTA ETAPA: DIAGRAMA FAST
Na quarta etapa foi construído e analisado o diagrama FAST (Function Analysis
System Technic). Pode-se observar através da tabela de correlação das funções e o
custo de cada uma delas que na empresa em estudo, o estoque possui um valor
agregado bastante elevado em relação ao processo como um todo.
A principal questão agora é identificar a causa que ocasionou esse valor muito alto.
Através do diagrama FAST também foi possível entender o relacionamento entre as
funções de forma lógica e integrada.
Sendo assim a construção do diagrama FAST com suas funções integradas,
denominado árvore funcional, forneceu uma visão sistêmica do processo em análise,
proporcionando a busca de alternativas que possam executar as funções requeridas
com menor custo ou melhor desempenho.
Dessa forma através da análise do diagrama FAST, pode-se identificar o caminho
crítico:
Caminho crítico representa a seqüências das funções que são a essência do
processo, ou seja, tornam-se explícitas quais funções caracterizam o processo.
No caso do processo administrativo de montagem de equipamento da empresa em
estudo, o caminho crítico é a seqüência de funções em destaque indicada na Figura
4.1.
Qualquer processo que execute as funções do caminho crítico será um processo
administrativo de montagem. Conhecendo as funções que devem ser
desempenhadas para caracterizar um processo, fica fácil buscar alternativas para
executar essas funções.
Sendo assim o resultado apontado pela análise é apresentar soluções possíveis que
possam otimizar a função “planejar produção”, através da pesquisa e análise de
métodos utilizados na administração da produção, que devido a sua integração
lógica com as demais funções possibilitam a redução dos níveis de estoque e
aumento da produtividade.
A partir dos resultados obtidos da AV/EV utilizados nas quatro fases mencionadas,
foram analisadas cada uma das funções do caminho crítico e qual delas poderia ser
melhorada de forma que o custo fosse reduzido e melhorasse o desempenho da
função identificadora “aumentar a produtividade”.
35
Armazenar
componentes
Conservar
componentes
Pagar
aluguel
Proteger
demanda
Proporcionar
conforto
Fornecer
instalações
Montar
componentes
Integrar
informações
Controlar
informações
Gerar ordens
com
pra
Gerar ordens
produção
Negociar
prazos/custo
s
Prover
suporte
técnico
Operacionalizar
sistema
Desenvolver
fornecedor
Aumentar
produtividade
Planejar
produção
Apresentar
resultados
positivos
Investir em
Negócio
lucrativo
Linha de escopo
Linha de escopo
Por Que?
Como?
Figura 4.1 – Diagrama FAST e
caminho crítico do processo
Figura 4.1 – Diagrama FAST e
caminho crítico do processo
Figura 4.1 – Diagrama FAST e
caminho crítico do processo
Figura 4.1
Diagrama FAST e caminho crítico do processoo
36
4.5 QUINTA ETAPA: SUGESTÕES DE MELHORIA
4.5.1 TQM, 6 sigma e Lean
Diferentes teorias de gerenciamento foram criticadas e consideradas modismo por
vários anos. Durante as últimas décadas, o gerenciamento da qualidade obteve um
avanço revolucionário, um novo jeito de pensar sobre gerenciamento das
organizações, uma mudança de paradigma, um jeito compreensivo de melhorar o
desempenho organizacional total. É uma maneira de avaliar o todo através da
análise de partes do todo. Assim alguns conceitos são apresentados como TQM,
Seis Sigma, produção enxuta, Just In Time, Kaizen, etc. Todavia, a definição desses
conceitos de gerenciamento da qualidade são diferentes.
4.5.2 TQM Total Quality Management (Gerenciamento Total da Qualidade)
Durante os anos 90,TQM era um termo comum dentro das organizações com
diferentes definições:
Dahlgaard (1998)
-“...uma cultura corporativa caracterizada pelo aumento da satisfação dos clientes
através da melhoria contínua, na qual todos empregados da empresa participam
ativamente.”
Shiba (1993)
-“...TQM é um sistema que envolve práticas, ferramentas e métodos de treinamento
para gerenciar empresas para promover a satisfação do cliente num mundo que
muda rapidamente.”
Hellsten e Klefsjo (2000)
-“...um sistema de gerenciamento continuamente envolvido consistido de valores,
metodologias e ferramentas, o objetivo é aumentar a satisfação dos clientes internos
e externos com a redução da quantidade de recursos.”
37
Metodologia e ferramentas:
Hellsten e Klefsjo (2000) dizem que metodologia são caminhos de trabalho dentro da
organização para atingir valores. Consiste em um número de atividades
desempenhadas de certa maneira e as ferramentas como sendo concretas e bem
definidas, as quais, às vezes, têm uma base estatística para dar suporte a decisões
ou facilitar a análise dos dados.
Na literatura são mencionadas as sete ferramentas da qualidade, Pareto,
Fluxograma, Histograma, Espinha de peixe, Estratificação, Carta de controle,
Dispersão e outras ferramentas de gestão e controle como PDCA (Plan, Do, Check e
Act que pode ser traduzido como Planejar, Fazer, Checar e Agir), MASP (Método de
Análise e Solução de Problemas, CEP (Controle Estatístico de Processo).
Efeitos:
Com clientes exigindo qualidade e competidores respondendo a essas exigências,
as empresas se voltaram ao TQM como a chave para melhorar o desempenho de
forma geral. Recentemente uma pesquisa mostrou que um dos principais objetivos
do TQM, a satisfação do cliente, tem um impacto positivo no mercado. Um estudo do
GAO (General Accounting Office) foi um dos primeiros a tentar estabelecer uma
conexão entre as práticas do TQM e o desempenho das empresas. Nesse estudo,
empresas que recebem um prêmio de qualidade tinham melhorado seus resultados
de operação, como também as relações entre os empregados, a melhoria nos
processos foi atingida, melhor satisfação dos clientes, aumento na participação do
mercado e ganhos nos resultados.
Críticas:
Quanto às falhas na implantação do TQM, a conclusão é que somente 1/5 até 1/3
dos programas de TQM nos EUA e Europa obtiveram melhorias significativas na
qualidade, produtividade, competitividade e resultados financeiros.
Boaden diz que:
“...tentativas de definir TQM é como acertar um alvo em movimento. Quanto mais se
pratica, surgem novas iniciativas, e a ênfase em diferentes aspectos mudam.”
38
Eskildson diz que: “...profissionais do TQM precisam constantemente buscar
melhorias no conhecimento da qualidade e das metodologias para atingir altos níveis
de conhecimento e assim mudar o conceito do TQM. De acordo com van der Wiele
et al, mudar o TQM para uma outra teoria de gerenciamento somente vai ocorrer
quando ocorrer uma forte motivação interna e emocional na implementação do
TQM.”
4.5.3 Seis sigma
É um processo de negócio que permite às empresas melhorarem drasticamente
seus lucros pelo projeto e monitoramento diário das atividades do negócio de forma
a minimizar desperdícios e recursos enquanto aumentam a satisfação dos clientes.
Pode ser descrito também como um programa de melhoria para reduzir variações,
cujo foco está na contínua busca de melhorias. Projetos de melhoria são conduzidos
em diferentes áreas e diferentes níveis de complexidade a fim de reduzir a variação.
O principal propósito de reduzir a variação num produto ou serviço é satisfazer os
clientes. A meta do seis sigmas é que apenas 3,4 de um milhão de clientes estariam
insatisfeitos.
Metodologia e ferramentas:
Principais componentes são envolvimento gerencial, organização, infra-estrutura,
treinamento e ferramentas estatísticas. Responsabilidade hierárquica como:
Champions e Sponsors, Master Black Belts, Black Belt, Green Belt, White Belt.
Sanders e Hill afirmam que o seis sigma muitas vezes tem cursos de treinamento
padrões, desde cursos de compreensão para Black Belts até cursos básicos para
White Belts.
Existem duas principais metodologias de melhoria para processos existentes e para
novos processos. E podem ser divididos da seguinte forma:
1- Definir : Definir quais processos ou produtos necessitam melhoria. Definir o
time. Definir os clientes do processo, suas necessidades e solicitações e criar
um mapa do processo que deveria ser melhorado;
2- Medir: Identificar os fatores chaves que mais influenciam no processo e
decidir como medi-lo.
39
3- Analisar: Analisar os fatores que necessitam de melhoria;
4- Melhorar: Projetar e implementar a solução mais efetiva. Custo-benefício
deveria ser analisado para identificar a melhor solução;
5- Controlar: Verificar se a implementação foi um sucesso e assegurar que é
sustentável com o passar do tempo.
A caixa de ferramentas do seis sigma contém sete ferramentas de projeto, sete
ferramentas estatísticas, sete ferramentas de lean, sete ferramentas de clientes,
sete ferramentas da qualidade e as sete ferramentas de gerenciamento.
Efeitos:
O aumento no interesse do seis sigma é devido ao impacto financeiro positivo
que algumas empresas dizem que o programa tem.
Volvo Cars: 55 milhões de euro durante 2000 e 2002;
Ericsson: 200-300 milhões de euro entre 1997 e 2003
Críticas:
Não existem muitas críticas publicadas contra o seis sigma. Klefsjo diz que o seis
sigma tem características comuns as do TQM, e que a princípio, não contém
nada de novo. Mas o seis sigma é disciplinado, dados orientados, aproximação
de cima para baixo, tipicamente inclui 4 estágios (medir, analisar, melhorar e
controlar) e o uso de ferramentas de decisão estatística. Há uma conexão entre a
tática e a estratégia. Por exemplo, técnicas estatísticas o usadas de forma
sistemática para reduzir variações e melhorar processos, e um forte foco no
resultado, incluindo as necessidades do cliente. Seis sigma tem uma metodologia
dentro de uma estrutura maior que o TQM.
4.5.4 Produção enxuta:
Dentre os vários conceitos de gerenciamento da qualidade, o conceito lean,
como lean manufacturing, lean production, etc é um dos mais usados com
sucesso no mundo. Produção enxuta é controlar os recursos de acordo com as
necessidades dos clientes e reduzir desperdícios desnecessários (incluindo
40
desperdício de tempo). O conceito foi introduzido em larga escala pela Toyota
nos anos de 1950. Em geral, lean representa uma aproximação sistemática para
identificar e eliminar elementos que não adicionam valor ao processo.
Metodologias e ferramentas:
Cinco princípios básicos do lean manufacturing são geralmente conhecidos:
A - Entendendo o valor do cliente: somente onde o cliente percebe valor é
importante;
B - Análise da cadeia de valores: entendido o valor do cliente, o próximo passo é
analisar o processo do negócio e determinar quais na verdade adicionam valor.
Se uma ação não adiciona valor, deveria ser modificada ou eliminada do
processo.
C - Fluxo: focar em organizar um fluxo contínuo através da produção ou cadeia
de suprimentos do que mover grandes lotes de comodites.
D - Puxar: produzir para o estoque
E - Perfecção: eliminação de elementos sem valor (desperdício) é um processo
de melhoria contínua.
A busca pela eliminação de desperdícios implica na utilização de JIT, Kanban,
Kaizen, etc
Efeitos:
várias razões para implementar técnicas do lean nas organizações, ele contribui
substancialmente para corte de custos e prover vantagens competitivas. Inclui
também, redução do WIP, aumenta giro de estoque, aumenta capacidade, redução
do ciclo de produção e melhora a satisfação do cliente. Numa recente pesquisa do
NIST, das 40 empresas que adotaram o lean manufacturing, melhoras típicas são
visíveis em três áreas: operacional, administrativa e estratégica.
41
Crítica:
Falhas encontradas na literatura:
- a organização sofre impactos com as mudanças; o lean reduz flexibilidade e menos
habilidade para reagir a novas condições e circunstâncias.
- entregas JIT causam congestionamento na cadeia de suprimentos, lidam com
atrasos, poluição, falta de insumos, etc
De forma geral, lean precisa de uma plataforma estável, onde a escala de eficiência
pode ser maximizada.
42
4.5.5 Similaridades entre TQM, Seis Sigma e Lean:
Na tabela 4.11 pode-se verificar as similaridades entre TQM, Seis Sigma e Produção
enxuta. O destaque deve ser dado à crítica elaborada em relação a cada uma das
metodologias apresentadas. Essas informações fortalecem a tomada de decisão.
Tabela 4.11 – Similaridades entre TQM, Seis Sigma e Produção enxuta
Conceitos TQM Seis Sigma Produção enxuta
Origem Evolução qualidade
Japão
Evolução
qualidade Japão
Evolução
qualidade Japão
Teoria
Foco nos clientes Zero defeito Sem desperdícios
Visão processo Melhorar e processos
uniformes
Reduzir variação
e melhorar
processos
Melhorar fluxo do
processo
Aproximação Permite
comprometimento de
todos
Gerente do
projeto
Gerente do projeto
Metodologia PDSA DMAMC
Valor, análise, fluxo,
etc
Ferramantas Analítica e estatística Analítica e
estatística
avançadas
Analíticas
Efeito primário Melhora satisfação
cliente
Economiza Reduz tempo
Efeito secundário
Lealdade do cliente e
melhora de
desempenho
Metas dos
negócios e
desempenho
financeiro
Reduz estoque,
aumenta
produtividade e
satisfação cliente
Crítica
Pouca melhora
significativa,
entendimento obscuro
Não envolve
todos, não
melhora
satisfação do
cliente, não tem a
visão do sistema
Reduz flexibilidade,
congestiona a
cadeia de
suprimentos, não é
aplicável a todas as
indústrias
43
4.5.6 Sistemas Integrados de Gestão Empresarial (ERP)
A definição da sigla ERP Enterprise Resource Planning se traduzida literalmente,
entende-se por “Planejamento dos Recursos da Empresa”, mas pode não significar
a realidade dos objetivos de uma empresa. Esqueça do planejamento, ele não o faz,
e esqueça a parte dos recursos, é apenas um termo de ligação. Mas lembre-se da
parte da Empresa, esta é a real ambição dos sistemas ERP (CHANG, H., 2000).
Através de sistemas ERP podemos ter rastreabilidade e visão global da informação
de qualquer parte da empresa e da Cadeia de suprimentos, possibilitando tomada
de decisões (CHOPRA e MEINDL., 2003).
No Brasil são chamados de Sistemas Integrados de Gestão Empresarial, todos
processos operacionais, produtivos, comerciais e administrativos são controlados
por esses sistemas integrados, ou seja, todas as transações da empresa são
registradas e podem ser consultadas através do sistema, refletindo o máximo a
realidade.
Sistema ERP, é um sistema integrado que possibilidade um único fluxo de
informações, consistente e contínuo, extraídas da mesma base de dados. É um
sistema para melhoria dos negócios, processos, produção, compras, pois as
informações estão on-line e em tempo real. Resumindo, o ERP visualiza as
transações da empresa, mostrando um amplo cenário dos negócios da empresa
(CHOPRA e MEINDL, 2003).
ERP é um termo genérico para um conjunto de atividades executadas por um
software multimodular, que tem por objetivo auxiliar o fabricante ou o gestor de uma
empresa nas importantes fases do seu negócio, incluindo o desenvolvimento de
produtos, compra de itens, manutenção de estoques, interação com os
fornecedores, serviços a clientes e acompanhamento de ordens de produção
(BALLOU, 2001). O ERP pode também incluir dulos aplicativos para os aspectos
financeiros e até mesmo para a gestão de recursos humanos. Tipicamente, um
sistema ERP usa ou está integrado a uma base de dados relacional (PADILHA. e
MARINS, 2005).
O ERP tem suas raízes no MRP, trata-se de um processo evolutivo natural. Pode-se
definir ERP como uma arquitetura de programa de computador que facilita o fluxo de
informações entre todas as atividades de uma empresa, como fabricação, logística,
finanças e recursos humanos. Normalmente, é composto por um banco de dados
44
Diretrizes
de ordens
Ordens Sugeridas
ERP
Estoque
Ordens
Diretrizes de
demanda
Pedido
de
venda
Demanda
Previsão
único, operando em uma plataforma comum que interage com um conjunto de
aplicações. O ERP emprega tecnologia cliente/servidor. Isto significa que o usuário
do sistema (cliente) roda uma aplicação (rotina de um módulo do sistema) que
acessa as informações de uma base de dados única (servidor). O banco de dados
interage com todos os aplicativos do sistema. Desta forma, elimina-se a redundância
de informações e redigitação de dados, o que assegura a integridade das
informações obtidas. Na Figura 4.2 pode-se entender como é a arquitetura básica de
um sistema ERP e o nível de integração que ele proporciona.
Figura 4.2 – Arquitetura de um sistema ERP
45
O cenário mundial e as organizações, depois da década de 90, sofreram mudanças
cada vez mais drásticas e rápidas (SLACK, 2007). As pessoas tinham que lidar cada
vez mais com um volume maior de informações, tanto do interno, quanto do externo
das empresas. Com a globalização, houve a necessidade de se buscar novos
padrões de qualidade, redução de custos e aumento da margem de lucros (DOOLEY
e O`SULLIVAN, 2000). O e-business, surgiu nesse cenário e criou novos canais de
distribuição e comunicação para a cadeia de suprimentos, fazendo surgir novos
modelos de negócios e acesso a novos mercados, levando as empresas a mudar
suas práticas de Logística devido às mudanças no comportamento dos clientes em
relação às exigências de prazos, custos e personalização dos produtos.
Segundo Chopra e Meindl (2003), nessa evolução dos Sistemas de Informação, as
empresas também mudaram a tecnologia adotada passando de plataformas tipo
mainframe para cliente/servidor, onde duas linhas de produtos têm se destacado:
(a) Aplicativos com base em navegador – os usuários precisam ter acesso à Internet
e de um navegador no computador. Qualquer informação, ou análise fica disponível
pelo navegador; orçamentos e armazenagem ficam em um servidor central, não
necessita de muitos gastos com atualizações de software no computador do usuário;
(b) Fornecedores de Serviço de Aplicativos ASP (Application Service Providers)
são hospedeiros de programas desenvolvidos por outros e alugam o uso do produto
para as empresas. O ASP executa aplicativos que o cliente aluga, incluindo os
sistemas ERP e alguns aplicativos analíticos, como sistemas de planejamento (
Planejamento Avançado e Programação ou APS Advanced Planning and
Scheduling, ou MPS – Manufacturing Planning and Scheduling que cria as ordens do
que deve ser fabricado, onde, quando e como deve ser feito, leva em consideração
a disponibilidade de matéria-prima e capacidade da fábrica) e sistemas focados no
nível operacional (por exemplo, o Sistema Integrado de Controle da Produção ou
MES Manufacturing Execution System, que é semelhante ao ERP porém focado
na produção da instalação fabril).
Os níveis hierárquicos básicos no início dos anos 90 eram (Cardoso e Souza,2001):
estratégico,
tático
operacional
Após uma reavaliação mostrou a necessidade de um quarto nível: o conhecimento.
46
Apesar de estar sempre presente, era crítico para o sucesso do fluxo de informações
na empresa. ERP é identificado como sendo o mais aplicável sistema de informação
para a moderna indústria de manufatura (Ng, J.K.C., Ip, W.H. e Lee, T.C., 1999).
Assim sendo, esta nova estrutura organizacional trouxe a necessidade de um
Sistema de Informação que integrasse todos os níveis, nas áreas funcionais como
produção, marketing, finanças e recursos humanos como no nível operacional do
conhecimento, tático e estratégico. Fazendo assim com que se tornasse possível
facilitar ou criar o conhecimento a partir das informações existentes. Esse foi o
surgimento dos Sistemas ERP, largamente utilizados na década de 90. Além da
concorrência e da globalização, havia a necessidade de ferramentas mais
aprimoradas para a gestão das empresas. As empresas também se depararam com
o bug do milênio fazendo com que muitas empresas não optassem pela manutenção
de seus antigos sistemas e continuar a desenvolvê-los internamente, optassem pela
adoção de um sistema ERP, complementa Davenport (1998). Sistemas ERP
surgiram (CORRÊA et al., 1999) a partir da evolução dos sistemas MRP e MRP II,
respectivamente, Planejamento das Necessidades de Materiais (MRP - Materials
Requirement Planning) e Planejamento dos Recursos de Manufatura (MRP II -
Manufacturing Resources Planning). Foram agregados novos módulos ao módulo
básico de cálculo de necessidades de materiais do MRP, programação-mestre da
produção, lculo de necessidades de capacidade um tanto quanto grosseiro,
cálculo detalhado de necessidade de capacidade, controle do chão de fábrica,
controle de compras, planejamento de operações e vendas, originando o MRP II,
que passou a atender às necessidades de informação para a tomada de decisão
gerencial sobre todos os recursos de manufatura. Em seguida novos módulos foram
adicionados ao MRP II, por exemplo, o Gerenciamento dos Recursos Humanos,
Vendas e Distribuição, Finanças e Controladoria, ampliando assim os limites da
manufatura e abrangendo toda a empresa que com isso atinge seu estágio atual de
desenvolvimento, caracterizando um Sistema ERP. Não existem registros precisos
de quando exatamente os sistemas ERP foram criados e a partir de quando a
palavra ERP passou a ser utilizada. Segundo diversas pesquisas, os ERP’s tiveram
suas raízes na Europa e na indústria de manufatura, sendo que em 1979 a
companhia alemã SAP (Systeme, Anwendungen, und Produkte in Datenverarbeitung
Sistemas, Aplicações e Produtos em Processamento de Dados) lançou o R/2.
Nessa mesma época a IBM (International Business Machine) oferecia o Sistema
47
COPIX , ambos com as características de integração típicas do que hoje se
conceitua como Sistemas ERP.
4.5.7 MRP – Planejamento de Necessidade de Materiais
É um conceito simples e utilizado muito tempo, a idéia básica é que se o
conhecidos os componentes de determinado produto, ou seja, sua estrutura e o
tempo de obtenção para cada um deles, com base na visão de futuro das
necessidades de disponibilidade do produto, calcular as datas e as quantidades que
devem ser obtidas de cada componente para que não haja falta nem sobra de
nenhum deles. Para desenvolver o raciocínio do cálculo de necessidade é preciso
ter a visão da demanda futura, ou seja, é necessário para cálculo das quantidades
de componentes que fazem parte da máquina e em que momento devem ser
adquiridos. Os pedidos são muitos e em vários momentos futuros, os produtos são
variados também com diferentes composições e as estruturas dos produtos também
compostas por milhares de componentes, cada um com respectivas quantidades
para cada produto. Bons sistemas de previsão de vendas é praticamente um pré-
requisito para o bom funcionamento de sistemas MRP (FILHO, M. G., CAMPANINI,
L. e VITA, 2004).
O MRP permite com base na produção determinar o que, quanto e quando produzir
ou comprar itens semi-acabados, componentes e matérias-primas sem desperdícios
no último momento possível, visando reduzir estoques. O mais importante é realizar
uma parametrização próxima da realidade, embora essa seja uma atividade muito
negligenciada pelas empresas. É uma forma de adaptarmos o cálculo do MRP às
necessidade da empresa, evitando em muitos casos níveis de estoque elevados ou
falta de material. Parâmetros como Lead time (prazos, ou seja, tempo entre o
momento que ocorre a liberação de uma ordem até o momento em que o material
referente à ordem esteja disponível para o uso), tamanho de lote e estoques de
segurança.
4.5.8 MRP - II – Manufacturing Resources Planning
Realmente a técnica do MRP nos sistemas de planejamento da produção das
empresas contribui muito para simplificar a gestão dos materiais, mas no ambiente
48
fabril não é suficiente garantir a disponibilidade dos materiais num determinado
tempo. Outra questão que não é tratada pelo MRP é em relação à capacidade de
produção para realizar o plano, é necessário saber se os recursos humanos e
equipamentos são suficientes (SIMCHI LEVI, 2003). A inclusão dessas informações
a um sistema que não apenas calculava as necessidades de materiais, mas também
as necessidades de outros recursos do processo originaram o sistema MRP II.
Enquanto o MRP baseia-se nas decisões de o que, quanto e quando produzir e
comprar, o MRP II engloba também informações referentes a como produzir, ou
seja, com que recursos, como indicado na figura 4.3
O cálculo das necessidades com base num planejamento de produção deve ser feito
antes do cálculo da capacidade para se determinar o momento e a quantidade das
ordens de produção. Caso surjam problemas como capacidade insuficiente podemos
resolver esse problema, por exemplo, apenas aumentando por meio de horas extras
ou adicionar mais um turno ou mesmo através de sub-contratações, ajustando o
plano original do MRP devido a restrições da capacidade. Contudo, se os problemas
COMO
(RECUSRSO PRODUTIVOS)
Sistemas de
apoio às
decisões de
O QUE
QUANTO
QUANDO
MR
P
MRP II
Produzir e
Figura 4.3 – Abrangência do MRP e do MRP II
(Fonte: Correa, Henrique L., Nogueira, Irineu G., Caon,
Giaseni Mauro, Planejamento, Programação e
Controle da
Produção MRPII/ERP)
49
são maiores inviabilizando esse tipo de solução, não terá outra solução senão
reiniciar o processo todo alterando-se o planejamento dos produtos acabados. Isso
se repetindo várias vezes, acaba tornando o processo todo muito moroso e custoso.
O mais interessante seria tentar garantir que as decisões tomadas no planejamento
da produção fosse coerente e possível de realização, agregando apenas pequenos
ajustes em função de eventuais problemas. Evidentemente as decisões iniciais para
elaborar o planejamento deveriam ser tomadas com um cuidado especial (que
depende muito das previsões de vendas). Para resolver essa complexidade, foi
desenvolvido um sistema, que conhecemos hoje, cuja sigla é o MRP II. É um
sistema muito mais complexo e abrangente que o MRP. Em função da sigla ser
muito parecida com o MRP, muitos pensam que a diferença é mínima e uma vez
possuindo o MRP não teria necessidade de aquisição do MRP II nem tão pouco sua
implantação seria complicada, devido à similaridade das siglas dos dois sistemas.
Por se tratar de um sistema de informações com uma única base de dados que
integre toda a empresa, não permite controles e base de dados departamentais, é
fundamental manter uma única base de dados cujas informações estarão igualmente
disponíveis para toda empresa.
Principais cadastros necessários:
Cadastro mestre de item código, descrição, unidade de medida, data de
efetividade, lead time, estoque de segurança, etc
Cadastro de estrutura de produto ligação entre itens “pai” e itens filhos”,
unidades de medida, etc
Cadastro locais locais de armazenamento dos itens, prateleiras, corredores,
etc
Cadastro de centros produtivos – código, descrição, horário de trabalho, horas
de trabalho, etc
Cadastro de calendários conversão do calendário da empresa no calendário
de datas do ano, feriados, férias, etc
Cadastro de roteiros seqüência de operações para fabricação, tempos das
operações, tempo de preparação, ferramental necessário, etc
Para um bom uso do MRP II é preciso entender suas características. É um sistema
onde a tomada de decisão é bastante centralizada, não dando muita margem de
50
manobra para quem executa as atividades planejadas, principalmente para os
operadores de quinas. Parte-se do princípio que todos tentarão cumprir as
atividades estabelecidas pelo sistema da forma mais fiel possível. O sistema MRP é
um sistema passivo, pois aceita passivamente seus parâmetros, em relação aos
tempos de máquina, níveis de estoque de segurança, etc, não possuindo nenhuma
sistemática de questionamento e otimização desses parâmetros. O MRP II
automatiza muito e melhora pouco, segundo os críticos, deixando as pessoas na
função de cumpridores de planos. Portanto é importante que a empresa que
pretenda implantar o sistema, incorpore também outras técnicas de melhoria da
produtividade como as técnicas JIT (Just in time) entre outras. A grande vantagem
do sistema MRP II é sua natureza dinâmica, em função das informações estarem
interligadas em toda a empresa, e ser um ambiente competitivo e turbulento. A
mudança de um programa mestre, por exemplo, afeta centena de componentes e a
influência dessa mudança sem um sistema do tipo MRP II seria muito difícil para a
maioria das empresas. Devido à integração das informações, traz para a empresa
grandes vantagens se essas informações estiverem disponíveis aos usuários e
esses souberem utilizá-las de forma correta, poderão beneficiar muito as empresas.
Embora seja um sistema com limitações que precisam estar bem compreendidas
pelas pessoas que o utilizam, é um ambiente altamente computadorizado. Significa
que o elevado número de dados seja colocado à disposição e esses dados precisam
ser informados ao sistema de forma sistemática e com alta precisão, pois o sistema
depende deles para seu processamento.
Os aspectos mais importantes que devem ser considerados na implantação de
sistemas MRP II são:
Comprometimento da alta administração;
Educação e treinamento;
Escolha adequada de sistema, hardware e software;
Confiabilidade dos dados de entrada;
Gerenciamento adequado da implantação.
51
4.6 SEXTA ETAPA: TOMADA DE DECISÃO
Portanto, verificou-se através do levantamento na literatura e das justificativas da
tabela 4.11 que a introdução de um sistema MRP II poderia ser a ferramenta
implantada no processo que melhoraria a maioria das funções do caminho crítico,
poderia reduzir custos e melhorar o desempenho. Na tabela 4.11, foi considerado
que a empresa disponibilizaria recursos para a implantação de todas as soluções
propostas embora os valores desse investimento não foi averiguado para saber se
tal investimento estaria dentro do orçamento da empresa. Essa averiguação não foi
realizado devido que tanto o impacto quanto a prioridade não justificaram a
averiguação precisa desse investimento. Outro fator considerado foi que o sistema
de informação atual era precário e ineficiente, tornando sua implantação prioritária
em relação às outras soluções. Além disso as outras soluções cuja prioridade e
impacto eram menores iriam necessitar de uma avaliação mais profunda para decidir
qual delas seria melhor. Para essa avaliação poderia se repetir o método para
análise das funções após implantação do sistema MRP e verificar se as mesmas
soluções repetiriam ou novas soluções iriam aparecer. Segundo a tabela 4.12 pode-
se notar que TQM, Seis Sigma ou Lean poderiam ser aplicadas porém dependem do
tipo de empresa e seus objetivos, Os resultados obtidos com a introdução do
sistema MRP II podem ser vistos no capítulo 4.7. Verificou-se através dos resultados
que a redução do nível de estoque e o fluxo de material tornaram-se mais eficientes,
melhorando assim o desempenho da função identificadora que é aumentar a
produtividade.
Sendo assim, através de pesquisa na literatura das formas de melhoria e através de
sugestão de idéias com as pessoas que fazem parte do estudo de caso, foram
avaliadas e justificadas formas de melhoria das funções como mostra a tabela 4.12 e
realizada a tomada de decisão.
52
Tabela 4.
1
2
Avaliação das formas de melhoria das funções
53
4.7 RESULTADOS DO ESTUDO DE CASO
Devido à implantação do sistema MRP II, um novo ciclo de trabalho foi estabelecido
como pode-se ver na figura 4.4.
Esse novo ciclo possui as seguintes etapas:
A- Formulário de Pedido: aqui nessa etapa, é definido as características dos
produtos que vão atender os clientes;
B- Configurar Produto: monta-se a estrutura do produto dentro do módulo de
produção do sistema ERP;
C- Previsão de Demanda: as quantidades dos produtos a serem fabricados
durante o ano é colocada dentro do sistema;
D- Processar o MPS: nessa etapa, entende-se processar como o sistema calcula
e sugere as ordens de produção e segue a seguinte lógica:
a. Demanda – Disponibilidade = Ordens de Produção Necessárias;
E- Ordens de Produção: nessa etapa após análise do planejador da produção as
ordens de produção são confirmadas no sistema;
F- Processar o MRP: nessa etapa, entende-se processar como o sistema calcula
e sugere as ordens de compra e segue a seguinte lógica:
a. Demanda – Disponibilidade = Ordens de Compra Necessárias;
G- Ordens de Compra: nessa etapa após análise do comprador as ordens de
compra são confirmadas e encaminhadas aos fornecedores.
54
Alguns resultados foram avaliados e com isso pode-se comprovar que o
desempenho da função “planejar a produção melhorou e conseqüentemente
melhorou o desempenho da função identificadora que é “aumentar a produtividade”.
Na Figura 4.5 podem-se obter dados relativos à média mensal produzida de
máquinas após a implantação do sistema MRP II.
Previsão de
Demanda
Configurar
Produto
Formulário de
Pedido
Rodar
MRP
Rodar
MPS
Ordens de
produção
Ordens de
compra
Figura 4.4 – Ciclo de Trabalho
55
Na Figura 4.6 pode-se constatar um aumento da produção mensal e com isso
obteve-se um aumento do faturamento. Na Figura 4.7 a evolução do estoque
melhorou mostrando que o valor empregado em peças e máquinas diminuiu no
decorrer do tempo, mostrando evolução do fluxo de material.
1. Máquinas montadas
Antes
MRP
II
Total 297 máquinas
4,9 máquinas/mês
2. Máquinas montadas Após MRP
II
Total 39 máquinas
7,8 máquinas/mês
Objetivo – 9,8/mês
Figura 4.6 – Crescimento mensal de produção
Produo de equipamentos
0
2
4
6
8
10
12
14
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Máquinas/Mês
0
20
40
60
80
100
120
140
Máquinas Acumuladas
Produzido/mês Faturado/mês Total Previsão
Total Produzido Total faturado Previsão/mês
Figura 4.5 – Média mensal de produção
56
Evolução do estoque
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
1 2 3 4 5 6 7 8
s
Mil R$
máquinas
peças
total
Figura 4.7 – Evolução do estoque
57
5 ANÁLISE DO MODELO DE APLICAÇÃO
O método foi aplicado em uma empresa que monta equipamentos e obtém os
componentes do mercado local ou importados. Como o objetivo foi apresentar um
modelo de aplicação da metodologia da AV/EV (Análise do Valor/Engenharia do
Valor) para processo de rotinas administrativas de uma empresa foi realizado um
estudo de caso numa empresa que monta britadores. Com base nessa informação e
definido que a AV/EV seria a ferramenta utilizada, o foco era levantar a causa dos
custos que envolvem o processo administrativo e apresentar propostas que a
empresa tivesse recurso disponível para implantação da proposta e redução de
estoque em torno de 20% e aumento da produtividade em torno de 35%. A
metodologia utilizada é de fácil entendimento devido a sua lógica, porém a aplicação
mostrou que em algumas etapas apresentou dificuldades. Primeiramente um grupo
de pessoas foi escolhido para realizar a análise e apresentar as propostas de
melhoria. Esse grupo era heterogêneo e não possuía nenhum especialista em
determinado assunto relacionado ao processo. A medida que as etapas iam
evoluindo a presença de outras pessoas especialistas em determinados assuntos
foram integradas ao grupo para melhor entendimento da situação. Para cada etapa
dificuldades foram encontradas e objetivos foram alcançados:
5.1 PRIMEIRA ETAPA
Dificuldades: nessa etapa pouca dificuldade foi encontrada, para definir os
componentes foi somente entender os recursos administrativos utilizados no
processo;
Objetivos alcançados: o objetivo aqui foi associar os recursos utilizados no
processo como se fossem componentes de um produto e o custo que a
empresa tem com cada um deles. Simplesmente nessa etapa foi levantar os
dados já disponíveis e agrupá-los.
58
5.2 SEGUNDA ETAPA:
Dificuldades: nessa etapa a dificuldade foi maior e demandou mais tempo.
Foi uma etapa realizada em outras três etapas, sendo que a primeira foi mais
complicada, pois definir as funções de cada componente é um processo
complicado e demorado. A dificuldade maior foi na definição dos verbos e
substantivos utilizados de forma que ficasse realmente claro o significado e a
função bem definida. Definir as funções é a uma das etapas mais importantes
pois pode comprometer o desdobramento do modelo para as outras etapas e
com isso dificultar o levantamento das propostas de melhoria. Definir o grau
de importância segundo os critérios da AV/EV foi complicado devido ao
tempo para realizar essa atividade, cada pessoa entende de forma muitas
vezes subjetiva e com interpretações diferentes dificultando o consenso. O
processo de sugestão de idéias com as pessoas que faziam parte do estudo,
também conhecido nas empresas como brainstorm” mostrou um pouco de
inibição das pessoas falarem suas idéias e sugestões com receio de dizer
algo errado perante o grupo, mas essa atividade foi conduzida de forma mais
tranquila quando as pessoas puderam escrever suas idéias e sugestões ao
invés de falarem.
Objetivos alcançados: o objetivo aqui foi definir as funções de cada
componente de forma bem clara e seu grau de importância segundo os
critérios da AV/EV.
5.3 TERCEIRA ETAPA:
Dificuldades: nessa etapa foi estabelecida uma correlação das funções e
custo de cada uma delas. A grande dificuldade foi associar o custo a cada
uma das funções. Nesse momento os critérios de associação do custo às
funções foram algumas vezes subjetivos e devido a dificuldade de obter os
dados foi rateado por igual a cada uma das funções. A intenção nessa etapa
era definir o problema principal do processo e em seguida iniciar a busca por
propostas de solução. Isso não foi possível porque, com os dados obtidos
apenas foi possível identificar que o estoque possui um valor agregado
59
bastante elevado em relação ao processo como um todo. Identificar a causa
das funções relativas ao estoque ter um valor agregado muito alto somente foi
possível através do diagrama FAST (Function Analysis System Technic)
construído na quarta etapa onde foi possível entender o relacionamento entre
as funções de forma lógica e integrada. De forma geral essa etapa não
agregou muito valor ao processo de análise em função do resultado obtido.
Objetivos alcançados: o objetivo aqui foi pouco significativo pois nada pode
ser concluído para que se pudesse iniciar a busca por propostas para
melhorias.
5.4 QUARTA ETAPA:
Dificuldades: nessa etapa, de posse das funções a maior dificuldade foi
montar o diagrama FAST e definir o relacionamento entre as funções de
forma lógica e integrada. Demandou um tempo elevado na construção do
diagrama. A grande vantagem foi ter uma visão sistêmica do processo em
análise, proporcionando a busca de alternativas que pudessem executar as
funções requeridas com menor custo ou melhor desempenho. Esse processo
de construção do gráfico foi repetido diversas vezes até atingir um consenso
do grupo que em muitas vezes parecia não ter solução. É importante destacar
aqui que a maior dificuldade nessa etapa foi obter a compreensão perfeita do
relacionamento e hierarquia existente entre as funções, fator fundamental.
Outro fato importante e necessário nessa etapa foi a participação de
especialistas e pesquisa na literatura, também foi necessário uma avaliação
criteriosa na definição do grau de impacto, a prioridade, os recursos
disponíveis e justificativa de qual ou quais propostas implantar na empresa.
Vale salientar aqui que a alta administração da empresa deve estar
comprometida com a realização do modelo.
Objetivos alcançados: o objetivo aqui foi entender o relacionamento perfeito
entre as funções de forma lógica e integrada. e identificar o caminho crítico,
que representa a seqüências das funções que são a essência do processo,
ou seja, tornam-se explícitas quais funções caracterizam o processo. Com
60
essa informação foi possível passar para a etapa da busca de propostas para
solucionar o problema.
5.5 QUINTA ETAPA:
Dificuldades: nessa etapa a maior dificuldade do grupo foi avaliar os
assuntos pesquisados na literatura. O grupo teve que solicitar verba para
visitar outras empresas e verificar como algumas das ferramentas
pesquisadas foram implantadas
Objetivos alcançados: o objetivo aqui foi realizar uma pesquisa na literatura
para poder avaliar e justificar a implantação da proposta de melhoria
atendendo as prioridades da empresa.
5.6 SEXTA ETAPA:
Dificuldades: a grande dificuldade dessa etapa foi sintetizar todas as
propostas que poderiam ser implantadas com justificativas coerentes. O
cuidado aqui foi tomar a decisão baseada nas prioridades mais importantes
para a empresa.
Objetivos alcançados: o objetivo dessa etapa foi apresentar à direção da
empresa a proposta que justificaria os recursos disponibilizados cujo impacto
reduziria os volumes de estoque e aumentaria a produtividade.
5.7 NOVO MODELO DE APLICAÇÃO PROPOSTO
Para o novo modelo de aplicação da AV/EV o mesmo grupo formado por pessoas
com conhecimentos diversos poderia ser mantido e a empresa deverá fornecer às
equipes tempo, oportunidade, sustentação, e os recursos para conduzir estudos de
AV/EV. Devido à experiência obtida no estudo de caso o tempo em algumas etapas
poderão ser menores. A parte significativa proposta nesse novo modelo seria com
61
relação às etapas. Baseado nas dificuldades encontradas e nos resultados obtidos
durante o estudo de caso, o novo modelo seria composto das seguintes etapas:
1. Definição dos componentes
2. Classificação das funções
3. Diagrama FAST
4. Sugestões de melhoria
5. Tomada de decisão
Como pode-se observar, a etapa de correlação das funções seria eliminada. Durante
o estudo de caso essa etapa não agregou muito valor ao estudo pois nada pode ser
concluído para iniciar a busca por propostas de melhorias. Além disso um
demasiado tempo foi gasto para criar os critérios de correlação dos custos com as
funções. Na etapa de tomada de decisão também poderia ser utilizado outro
método, por exemplo, o método F.I.R.E.
62
Na figura 5.1 pode-se ver o fluxograma do novo modelo de aplicação:
Definir
componentes
Qualificar
funções
Definir diagrama
FAST
Tomar
decisão
Apresentar
propostas
Avaliar e justificar
propostas
É possível
apresentar
propostas?
Sim
Não
As funções
foram bem
definidas?
Não
Sim
O ganho para a
empresa foi
mensurado?
Não
Sim
Figura 5.1 – Fluxograma do novo modelo de aplicação
63
5.7.1 Primeira etapa: Definição dos componentes
Definir os recursos utilizados pela empresa para administrar o processo como se
fossem componentes de um produto. Para cada um desses componentes um custo
deve ser associado. Este custo corresponde ao recurso que a empresa disponibiliza
para que as funções desses componentes sejam executadas e atinjam o
desempenho esperado.
5.7.2 Segunda etapa: Classificação das funções
Associar as funções a cada um dos componentes definidos na primeira etapa e seu
grau de importância segundo os critérios da AV/EV.
Os critérios da AV/EV utilizados são:
I/A – funções identificadora e agregadas
U/E – funções de uso e de estima
R/IR/IN – funções relevantes, irrelevantes e indesejáveis
Através de uma sugestão de idéias com as pessoas que faziam parte do estudo,
também conhecido nas empresas como brainstorm” especificar quais as funções
que cada componente executava.
Determinar as funções limpas, ou seja, um resumo de todas as funções definidas no
início da classificação das funções, porém sem associá-las aos componentes.
Finalmente, nomear as funções segundo os critérios da AV/EV e encontrar a função
identificadora, que é a função que representa a razão de ser do produto ou
processo.
5.7.3 Terceira etapa: Diagrama FAST
Construir e analisar o diagrama FAST (Function Analysis System Technique).
Através do diagrama FAST é possível entender o relacionamento entre as funções
de forma lógica e integrada. Sendo assim a construção do diagrama FAST com suas
funções integradas, denominado árvore funcional, fornece uma visão sistêmica do
processo em análise, proporcionando a busca de alternativas que possam executar
as funções requeridas com menor custo ou melhor desempenho. Dessa forma
através da análise do diagrama FAST, pode-se identificar o caminho crítico:
64
Caminho crítico representa a seqüências das funções que são a essência do
processo, ou seja, tornam-se explícitas quais funções caracterizam o processo.
Qualquer processo que execute as funções do caminho crítico será um processo
administrativo de montagem. Conhecendo as funções que devem ser
desempenhadas para caracterizar um processo, fica fácil buscar alternativas para
executar essas funções.
5.7.4 Quarta etapa: Sugestões de melhoria
Relacionar as funções correspondentes ao caminho crítico, e o grupo defini através
de pesquisa que pode ser na literatura, consulta a especialistas relacionados ao
assunto, etc, possíveis soluções de melhoria. Para cada solução apresentada
estabelecer um critério de avaliação, pode ser, por exemplo, através do impacto que
essa melhoria irá proporcionar ou pelas condições que estarão disponíveis para
aprovação.
5.7.5 Tomada de decisão
Definir o caminho a ser tomado em função da prioridade estabelecida, ou seja, das
soluções apresentadas na quarta etapa, qual ou quais delas seriam adotadas pela
empresa. A escolha da solução a ser implantada pode ser definida através da
técnica F.I.R.E. onde se atribui o mesmo peso aos quatro parâmetros considerados
– Função, Investimento, Resultado e Exeqüibilidade.
Obter quantitativamente o ganho que a empresa irá obter com a decisão tomada e
priorizar as melhorias a serem implantadas. A figura 5.2 indica como o grupo pode
posicionar as propostas de melhoria através dos quatro quadrantes.
Quadrante 1: a proposta terá um curto período para a implantação com um
baixo impacto;
Quadrante 2: a proposta terá um curto período para a implantação com um
alto impacto;
Quadrante 3: a proposta terá um longo período para a implantação com um
alto impacto;
Quadrante 4: a proposta terá um longo período para a implantação com um
baixo impacto;
65
As melhores propostas são as que se encaixarem no quadrante dois, pois significa
que o período necessário para implantar a melhoria é rápido e o ganho financeiro da
empresa será alto. As propostas que se encaixarem no quadrante quatro teriam uma
prioridade muito baixa, pois o ganho financeiro seria baixo e demandaria um tempo
muito longo para implantação. Essas propostas poderiam ser descartadas. As
propostas que se encaixarem no quadrante um ou três deveriam ser implantadas.
Ganho
Tempo
Quadrante 2
Implantação de
curto prazo
Alto impacto
Quadrante 3
Implantação de
longo prazo
Alto impacto
Quadrante 1
Implantação de
curto prazo
Baixo impacto.
Quadrante 4
Implantação de
longo prazo
Baixo impacto
Figura 5.2 Posicionamento das propostas de
66
6 CONCLUSÕES
Esse trabalho representa a proposta de um modelo para reduzir custos em um
processo adminstrativo através da aplicação da AV/EV. O modelo foi aplicado em
uma empresa que possui uma linha de montagem de britadores e adquiri todos os
componentes do mercado local ou importado. O modelo defende que é possível
aplicar a AV/EV em processos administrativos e poderia ser utilizado em outras
empresas cujo principal processo é administrar uma linha de montagem. Pode-se
observar que a aplicação do modelo foi similar à aplicação feita na redução de custo
ou no desenvolvimento de um produto. No estudo de caso que foi realizado na
empresa mostrou que em algumas etapas teve-se grande dificuldade para ser
finalizada e acabou envolvendo mais pessoas e especialistas demandando um
tempo maior de realização.
Durante a realização das etapas do modelo pode-se observar que na segunda etapa
onde foi definida a classificação das funções, o tempo gasto foi alto devido a
necessidade de definição das funções de forma precisa e coerente, nessa atapa foi
refeita por algumas vezes a se chegar a um consenso, vale lembrar que
dependendo do processo administrativo, a realização dessa etapa pode ser mais
complicada. Na terceira etapa, não foi possível concluir muita coisa, apenas que o
estoque possui um custo elevado, mas isso já era uma das metas de redução que a
empresa desejava, somente constatou o que já se sabia.
O objetivo do trabalho foi atingido uma vez que a aplicação da metodologia da
AV/EV foi realizada através do estudo de caso. Pode-se aplicar a metodologia e
obter os resultados do estudo, porém esses resultados poderiam não ser
satisfatórios, ou seja, que proporcionassem pouca melhoria para o negócio da
empresa. A melhoria com a aplicação da proposta apresentada através da utilização
do modelo deveria ser mensurado de alguma forma. Isso ajudaria saber se o
investimento empregado seria justificado pelo ganho. Portanto na última etapa, onde
ocorre a tomada a decisão, seria importante obter quantitativamente o ganho que a
empresa irá obter com a decisão tomada. Isso ajudaria também à empresa
estabelecer metas ou objetivos que devem ser alcançados. Essa é a proposta do
modelo novo, mas o todo para obter quantitativamente o ganho da empresa não
foi definido.
67
Seria interessante definir a maneira como esse ganho poderia ser mensurado e
aplicar o novo modelo proposto na avaliação das outras propostas de solução como,
por exemplo, implantação do TQM, Seis Sigma, ou Processo Lean.
7 SUGESTÕES DE TRABALHOS FUTUROS
Implantar novas metodologias pode se tornar modismo no mundo corporativo,
portanto saber onde a empresa pode chegar e o que vai ganhar com a implantação
é importante e deve ser levado em consideração. No caso das propostas
mencionadas nesse trabalho como TQM, Seis Sigma, etc, elas estão sendo
utilizadas em muitas empresas, mas saber qual é a que melhor se aplica na própria
empresa é fundamental. A proposta de trabalhos futuros seria uma otimização do
novo modelo exposto aqui nesse trabalho. Seria importante verificar novamente a
eficiência de cada uma das etapas. Além disso agregar ao todo otimizado uma
forma de saber qual ganho ocorreria caso as propostas de melhoria fossem
colocadas em prática, isso evitaria a empresa utilizar uma metodologia que se tornou
modismo. Seria possível verificar se o investimento empregado justificaria o ganho.
Na fase inicial em que se definem os componentes das rotinas administrativas foi
considerado apenas rotinas internas, seria interessante ampliar a quantidade de
componentes incluindo-se os fornecedores e os clientes internos e analisar suas
funções.
O modelo foi aplicado em um único estudo de caso em um único tipo de negócio,
seria importante validar o modelo também em outra empresa com outro tipo de
processo administrativo para montagem de algum produto. Essa versatilidade da
AV/EV é uma das principais contribuições do trabalho.
68
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