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UNIOESTE - UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARA
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA
NÍVEL MESTRADO
JOSÉ VALDIR DEMETRIO
RENDIMENTO DE BIOMASSA DE GENÓTIPOS DE AVEIA SUBMETIDOS A
DIFERENTES ÉPOCAS DE CORTE NO SISTEMA DE INTEGRAÇÃO LAVOURA-
PECUÁRIA
MARECHAL CÂNDIDO RONDON
FEVEREIRO DE 2009
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JOSÉ VALDIR DEMETRIO
RENDIMENTO DE BIOMASSA DE GENÓTIPOS DE AVEIA SUBMETIDOS A
DIFERENTES ÉPOCAS DE CORTE NO SISTEMA DE INTEGRAÇÃO LAVOURA-
PECUÁRIA
Dissertação apresentada à Universidade Estadual
do Oeste do Paraná, como parte das exigências do
Programa de Pós-Graduação em Agronomia
Nível Mestrado, para obtenção do título de Mestre.
Orientador: Prof. Dr. Antonio Carlos Torres da
Costa
MARECHAL CÂNDIDO RONDON
FEVEREIRO DE 2009
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DEDICATÓRIA
Aos meus pais Eugênio Demetrio (in memoriam) e Elvira Zadorosny
Demetrio que viveram como colonos simples, honestos e felizes, ensinando-me que
o respeito e a humildade são valores universais, que valem tanto em Rodeiozinho
como em Paris.
À minha esposa, Zenir Frederico Demetrio, mulher batalhadora, cuja
simplicidade encanta. Juntamente com meus filhos Vinícius e Gabriel, que pela
paciência, compreensão e apoio me enchem de coragem e ânimo para enfrentar os
desafios da vida e trilhar nosso futuro.
AGRADECIMENTOS
À Deus, que do alto de sua infinita bondade, amor e sabedoria, nos permitiu
a vida e nos chamou a contribuir junto a sua obra, evoluindo no caminho do bem e
do amor. À Jesus, mestre e guia no caminho da evolução, que guarda meus passos,
perdoa meus erros e ajuda a reerguer-me após os tombos da vida.
Ao Prof. Dr. Antonio Carlos Torres da Costa pela sua grandeza como pessoa
que é, pessoa sempre presente, pela sua simpatia contagiante, pela sua amizade e
ensinamentos que estarão presentes em minha jornada.
A Universidade Estadual do Oeste do Para UNIOESTE pela excelência
acadêmica externada pelos seus mestres e colaboradores.
Ao Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural
EMATER que desempenha uma miso nobre junto à sociedade e que permitiu a
minha realização do curso de mestrado.
Ao IAPAR grande parceiro e de profissionais valorosos.
A Cooperativa Agrária de Entre Rios de Guarapuava/PR por ceder materiais
para montar o experimento.
Ao colega e gerente regional do EMATER Ivan Decker Raupp pelo seu
apoio, compreensão e espírito solidário.
Aos colegas de trabalho Honório, Sirlei e Jane por terem suprido a minha
ausência no trabalho enquanto eu me dedicava ao mestrado.
Ao colega do EMATER Marcos Campos de Oliveira que tantas vezes me
socorreu nas minhas dúvidas e angústias.
Aos irmãos Eleutério, Alceu, Jaime, Maria cia, Abel; cunhadas, cunhado;
ao meu sogro Bertoldo e à minha sogra Ilga pela torcida e motivação.
Aos agricultores, Norberto Seibel, que cedeu sua área, Tercilo e Leocir Klein
que são aquelas pessoas com quem a gente sempre pode contar.
RESUMO
RENDIMENTO DE BIOMASSA DE GENÓTIPOS DE AVEIA SUBMETIDOS A
DIFERENTES ÉPOCAS DE CORTE NO SISTEMA DE INTEGRAÇÃO LAVOURA-
PECUÁRIA
O objetivo deste trabalho foi avaliar o rendimento de biomassa da parte aérea em
cinco genótipos de aveia no sistema integração lavoura-pecuária. O delineamento
experimental foi em blocos casualizados em esquema de parcelas subdivididas, com
quatro repetições. As parcelas foram representadas pelos genótipos (Preta Comum,
IAPAR 61, IPR 126, FAPA 2 e FUNDACEP FAPA 43) e nas subparcelas pelo
manejo de quatro sistemas de cortes em épocas distintas, sendo: M1 (corte único no
florescimento); M2 (um corte na fase vegetativa e outro no florescimento); M3 (dois
cortes na fase vegetativa e outro no florescimento) e M4 (três cortes na fase
vegetativa e outro no florescimento). Para o rendimento de forragem avaliado na
fase vegetativa, o manejo de três cortes foi superior aos demais, principalmente para
as aveias de ciclo longo, destacando-se a FAPA 2, com uma produção de 1912 Kg
ha
-1
de massa seca. Para o rendimento de palhada como cobertura do solo, avaliado
no florescimento, o manejo sem corte (M1), um corte (M2) e dois cortes (M3) na fase
vegetativa foram superiores, apesar da maior produção dos genótipos IPR 126 e
FAPA 2 se verificar sob dois cortes, com 13909 Kg ha
-1
e 14407 Kg ha
-1
de massa
seca, respectivamente. No entanto, os genótipos de ciclo longo no manejo de cortes
M4 possibilitaram uma maior e melhor distribuição estacional na produção de
forragem aos animais num período crítico de carência alimentar, onde foi obtido uma
produção acumulada de três cortes entre 4243 Kg ha
-1
para a IPR 126 e 4537 Kg
ha
-1
para a FAPA 2 de massa seca, sem comprometer a posterior produção de
palhada como cobertura do solo, onde destacaram-se estes mesmos genótipos IPR
126, com produção de 11184 Kg ha
-1
e FAPA 2, com 11055 Kg ha
-1
de massa seca.
Tais resultados permitem concluir que em condições edafoclimáticas favoráveis e
manejo adequado pode-se alcançar alta produção de forragem, sem afetar a
posterior produção de palhada para a cobertura do solo, evidenciando desta forma a
alta aptidão desses genótipos de aveia de ciclo longo ao sistema de integração
lavoura-pecuária, com destaque para os genótipos IPR 126 e FAPA 2.
Palavras-chave: Avena spp., forragem, palhada, cobertura do solo
ABSTRACT
THE BIOMASS YIELD IN GENOTYPES OF OATS SUBMITTED TO DIFFERENT
TIMES OF CUT IN INTEGRATED FARMING-LIVESTOCK'S SYSTEM
The aim of this work was to evaluate the yield of biomass in the aerial part in five
genotypes of oats in the system integration farming-livestock. The experimental
delineament was in casual blocks in scheme of subdivided portions, with four
repetitions. The portions were represented by the genotypes (Black Common, IAPAR
61, IPR 126, FAPA 2 and FUNDACEP FAPA 43) and in the sub-portion for the
management of four systems of cuts in different times, being: M1 (a unique cut in the
blossom); M2 (a cut in the vegetative phase and other in the blossom); M3 (two cuts in
the vegetative phase and other in the blossom) and M4 (three cuts in the vegetative
phase and other in the blossom). To the evaluated forage income in the vegetative
phase, the management of three cuts was superior to the others, mainly for the oats of
long cycle, discarding FAPA 2, with a production of 1912 kg ha
-1
of dry mass. To the
straw income as covering of the soil, appraised in the blossom, the management
without cut (M1), a cut (M2) and two cuts (M3) in the vegetative phase were superior,
in spite of the larger production of the genotypes IPR 126 and FAPA 2 if verified under
two cuts, with 13909 kg ha
-1
, and 14407 kg ha
-1
of dry mass, respectively. However,
the genotypes of long cycle in the management of cuts M4 made possible a larger and
better seasonal distribution in the forage production to the animals in a critical period
of forage lack, where it was obtained an accumulated production of three cuts among
4243 kg ha
-1
for IPR 126 and 4537 kg ha
-1
for FAPA 2 of dry mass, without
compromise the subsequent straw production as covering of the soil, where
emphasized these same genotypes IPR 126, with production of 11184 kg ha
-1
and
FAPA 2, with 11055 kg ha
-1
of dry mass. Such results allow concluding that in
favorable edafoclimatic conditions and appropriate management it can reach high
forage production, without affecting the subsequent straw production for the covering
of the soil, thus, evidencing the high aptness of those genotypes of oats of long cycle
to the integration system of farming-livestock, with emphasis for the genotypes IPR
126 and FAPA 2.
Key-words: Avena spp., forage, straw, covering of the soil
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1
Croqui da área do experimento e detalhamento do esquema de coleta
do material para avaliação da massa seca das subparcelas................
33
FIGURA 2
Precipitação pluviométrica e temperatura média mensal o
corrida
durante a condução do experimento. São Clemente, Santa Helena
-
PR, 2008.................................................................................................
35
LISTA DE TABELAS
TABELA 1
Análise química do solo (UNIOESTE, 2008) camada de 0-20 cm
de profundidade.................................................................................
34
TABELA 2
Médias de rendimento e total acumulado de massa seca de
genótipos de aveia no estágio vegetativo, em função do manejo de
cortes e desdobramento da interação dos genótipos x manejo de
cortes da parte aérea. Médias de quatro repetições em Santa
Helena, PR, 2008...............................................................................
39
TABELA 3
Rendimento de massa seca de genótipos de aveia no
florescimento pleno, em função do manejo de cortes no período
vegetativo com desdobramento da interação genótipos x manejo
de cortes da parte aérea. Média de quatro repetições em Santa
Helena, PR, 2008...............................................................................
46
TABELA 4
Datas de cortes dos genótipos de aveia para produção de
cobertura do solo no estágio reprodutivo (florescimento pleno). E/F
= Número de dias da emergência ao florescimento pleno nas datas
dos respectivos cortes dos genótipos................................................
51
TABELA 5
Média de estatura de plantas de genótipos de aveia no
florescimento pleno, em função do manejo de cortes no período
vegetativo com desdobramento da interação genótipos x manejo
de cortes da parte aérea. Média de quatro repetições em Santa
Helena, PR, 2008...............................................................................
55
LISTA DE ANEXOS
ANEXO 1
Dados de precipitação pluviométrica em milímetros, coletados no
local do experimento durante a avaliação das cultivares, entre abril e
outubro de 2008...................................................................................
72
ANEXO 2
Resumo da análise de variância para o caráter avaliado rendimento
de massa seca (RMS) no estágio vegetativo de cinco cultivares de
aveia (parcelas), submetidas a três sistemas de manejos de cortes
(subparcelas)........................................................................................
73
ANEXO 3
Resumo da análise de variância para os caracteres rendimento de
massa seca (RMS) e estatura de plantas de cinco cultivares de
aveia, submetidas aos quatro sistemas de manejos de cortes. Santa
Helena / PR 2008.................................................................................
73
ANEXO 4
Fotografia tirada próximo à data do florescimento dos genótipos
mostrando o acamamento ocorrido......................................................
74
SUMÁRIO
RESUMO
V
ABSTRACT
VI
LISTA DE FIGURAS
VII
LISTA DE TABELAS
VIII
LISTA DE ANEXOS
IX
1
INTRODUÇÃO......................................................................................................
11
2
REVISÃO DE LITERATURA.................................................................................
13
2.1 Histórico da Cultura.........................................................................................
13
2.2 Características
da Planta.................................................................................
13
2.3 Importância da Cultura.....................................................................................
15
2.4 Utilizão da Aveia na Integração Lavoura-
Pecuária......................................
18
2.4.1 Reciclagem de Nutrientes nos Sistemas Agropastoris..............................
21
2.5 Papel da Aveia na Alimentação Animal...........................................................
23
2.6 Papel da Aveia no Sistema de Plantio Direto (SPD).......................................
27
3
MATERIAL E MÉTODOS......................................................................................
31
3.1 Local.......................................
.........................................................................
31
3.2 Delineamento Experimental.............................................................................
31
3.3 Instalação do Experimento....................................
..........................................
34
3.4 Condições de Crescimento..............................................................................
35
3.5 Caracteres Avaliados........................................................................
...............
36
3.6 Análise Estatística............................................................................................
38
4
RESULTADOS E DISCUSSÃO............................................................................
39
4.1 Rendi
mento de Forragem (Estádio Vegetativo)...............................................
39
4.2 Rendimento de Palhada Para Cobertura do Solo (Estádio Reprodutivo).......
45
4.3 Ciclo.........................................................................
........................................
51
4.4 Estatura de Plantas..........................................................................................
54
5
CONCLUSÃO.................................................................................
.......................
57
6
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.....................................................................
58
7
ANEXOS................................................................................................................
72
11
1 INTRODUÇÃO
A aveia (Avena spp.) é uma gramínea anual de inverno que contém um
grande número de espécies que se diferenciam pelos níveis de ploidia, mero de
genomas e variações de caracteres morfológicos e agronômicos (TAVARES et al.,
1993). Esta cultura apresenta sua divisão em várias espécies, sendo as mais
comuns à aveia-preta (Avena strigosa Schreb) de uso forrageiro, a aveia-branca
(Avena sativa L.) podendo ser granífera e/ou forrageira e a aveia-amarela (Avena
byzantina C. Koch), menos comum, podendo ser usada com duplo propósito
(OLIVEIRA, 2002).
A cultura da aveia é uma alternativa técnica e economicamente viável de
cultivo no período de outono/inverno/primavera, especialmente no Centro-Sul do
Brasil. Destina-se a produção de grãos de elevado valor nutricional, formação de
pastagens, de forma isolada ou consorciada com outras forrageiras, produção de
forragem conservada como feno e silagem e, ainda, como cobertura verde/morta
para proteção e melhoria das propriedades físicas, químicas e biológicas do solo,
dando sustentabilidade ao sistema plantio direto (FLOSS et al., 2007).
A aveia vem conquistando espaços, diminuindo paulatinamente a ociosidade
de áreas durante a estação fria, sendo uma importante alternativa para a rotação de
culturas, visando aumentar e estabilizar a produtividade. O sistema radicular é bem
desenvolvido e explora um grande volume de solo, o que possibilita a melhoria de
sua estrutura. Em termos de moléstias e pragas, a aveia tem características
diferenciais em relação ao trigo, podendo ser utilizada com o objetivo de quebrar o
ciclo vital de determinados organismos patogênicos (CARVALHO et al., 1987). Além
disso, seu uso se deve a facilidade de obtenção de sementes e à produção de
massa verde, entre outras.
A produção de massa seca das aveias pode ser elevada, mas varia, entre
outros fatores, conforme a região e o cultivar utilizado, sendo que para a
recomendação de seu uso deve-se primeiramente identificar quais se adaptam
melhor à determinada região (ALVIM e COSER, 2000). Segundo Reis et al. (1993),
esta é uma variável muito importante a ser analisada devido à grande variação
encontrada entre as espécies, cultivares, variedades e linhagens do gênero Avena.
12
Essa variação pode estar relacionada à idade de corte, precocidade, tolerância à
seca, características de solo, entre outras (FONTANELLI et al., 1993).
No Sul do país o sistema de integração lavoura-pecuária preconiza a
utilizão da pastagem de inverno para pastejo e também para formação de
cobertura do solo para a instalação do cultivo de verão (CARVALHO et al.,2008). O
uso do solo no inverno com pastagem de aveia é uma excelente alternativa para
produção de leite/carne, podendo-se obter altos índices zootécnicos de
produtividade e ganho por animal. Nestes sistemas intensivos de produção animal,
durante esse período do ano, a aveia contribui especialmente na redução de uso de
alimentos volumosos e de alimentos concentrados energéticos, em razão da elevada
qualidade nutricional da forragem desta planta (OLIVEIRA et al., 2005).
Todavia, em áreas de integração lavoura-pecuária surge à preocupação
devido ao elevado aproveitamento de forragem disponibilizado aos animais, pelo
manejo inadequado da aveia, que, durante sua utilização no inverno, possa
ocasionar sobre as culturas seguintes, como a soja e o milho, por fornecer pouca
palhada para proteção do solo no verão. Isso pode aumentar a infestação de plantas
daninhas, o que pode aumentar a dependência de controle químico na cultura
sucessora em relação a sistemas que utilizam culturas para cobertura do solo no
inverno (BALBINOT, 2007). Além disso, pode diminuir os teores de massa orgânica
e intensificar os problemas de compactação do solo, mesmo sob plantio direto,
ocorrendo um agravamento ainda maior com a monocultura de soja, cultura esta que
produz pouco material residual para posterior cobertura do solo.
O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito do manejo de cortes da parte
aérea na produção de biomassa em cinco genótipos de aveia no sistema de
integração lavoura-pecuária.
13
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Histórico da Cultura
A aveia (Avena spp.) teve o centro de origem assinalado à Ásia Menor ou
Norte da África (ALLARD, 1971). No norte e oeste da Europa, as aveias evoluíram
como culturas secundárias, invasoras daquelas culturas principais da época, como o
trigo e a cevada (HOLDEN, 1979). As primeiras aveias apareceram cerca de 1.000
anos a.C. na Europa central (HELBACK, 1959 apud SMARTT E SIMMONDS, 1995).
O avanço em direção a ambientes mais frios e úmidos fez com que as
culturas de trigo e cevada se tornassem progressivamente menos adaptadas, mas
foi propício ao desenvolvimento da aveia. Ocorreram alterações genéticas
importantes, como a perda da debulha natural do grão e da dormência, vantagens
seletivas para o cultivo (TAVARES et al., 1993), além de ser aceita como cultura
após séculos ter sido tratada como planta invasora (COFFMAN, 1961).
A aveia constitui um dos principais cereais, juntamente com trigo, milho e
cevada. Representada por um grupo de espécies do gênero Avena, possui
adaptação ecológica mais ampla que a do trigo e da cevada. Tem sido um cereal
com grande desenvolvimento em climas úmidos, e também uma cultura importante
em climas mediterrâneos (HOLDEN, 1979).
No Brasil a aveia é cultivada desde 1600 sendo que as espécies cultivadas
o anuais, existindo, porém, espécies perenes (MATZENBACHER, 1999). Sua
introdução no Sul do Brasil foi, provavelmente, realizada pelos imigrantes europeus
(FEDERIZZI et al., 1995).
2.2 Características da Planta
A aveia é uma gramínea anual de inverno de ampla adaptação, que
apresenta grande variabilidade genética intra e interespecífica e que possui
comprovado valor forrageiro (OLIVEIRA, 2002). As aveias podem apresentar hábito
de crescimento inicial prostrado, semi-prostrado ou ereto. Os cultivares com hábito
prostrado ou semi-prostrado são os mais indicados para a formão de pastagem
14
por exporem menos o seu ponto de crescimento. Em condições favoráveis, produz
de 4 a 5 afilhos, muito importantes para a longevidade da pastagem. Alguns
cultivares de aveia possuem características de rebrote ao vel da coroa da planta,
permitindo recuperação da pastagem, mesmo quando o ponto de crescimento tenha
sido cortado ou pastejado (ALVES et al., 2008).
As características botânicas da aveia podem ser descritas como uma planta
cespitosa (forma touceira), cujo sistema radicular é fasciculado, sendo suas raízes
mais fibrosas, o que facilita a penetração no solo. Apresenta colmos cilíndricos,
eretos e glabros ou pouco pilosos. A inflorescência é em forma de panículas com
glumas aristadas ou não e o grão é uma cariopse indeiscente encoberto pelo lema e
pálea (DERPSCH e CALEGARI, 1992),
As espécies do gênero Avena ocorrem em três níveis de ploidia: diplóides
(2n=2x=14), tetraplóide (2n=4x=28) e hexaplóide (2n=6x=42). As espécies A. sativa
e A. byzantina são hexaplóide, enquanto que a A. strigosa é diplóide (TAVARES et
al., 1993).
O ciclo da aveia é muito variável (emergência a maturação), desde 120 até
200 dias. Essa variação depende entre outros fatores do cultivar, da época de
semeadura, latitude, longitude e altitude. Existe uma considerável diversidade do
gênero Avena em relação ao fotoperíodo, sendo considerado uma planta de dias
longos (ALVES et al., 2008). A estatura de plantas é também outro caráter bastante
variável podendo atingir mais de 150 cm de altura, principalmente os cultivares mais
antigos (FEDERIZZI, 2007).
A aveia é uma gramínea pouco exigente em fertilidade e possui alta
capacidade de perfilhamento, crescimento rápido e elevada produção de massa
seca, proporcionando rapidez de formão de cobertura (VILELA, 2008). A produção
de sementes varia de 600 a 1600 Kg ha
-1
. Apresenta excelente valor nutritivo,
podendo atingir a 26% de proteína bruta no início de pastejo, com boa
palatabilidade e digestibilidade (60% a 80%). É uma planta atóxica aos animais em
qualquer fase do estádio vegetativo. A produtividade varia de 10 a 30 toneladas de
massa verde/hectare, com 2 a 6 toneladas de massa seca. Adapta-se bem a vários
tipos de solo, não tolerando excesso de umidade e temperaturas altas. Responde
muito bem à adubação, principalmente com nitrogênio e sforo. Suporta o estresse
hídrico e as geadas (KICHEL e MIRANDA, 2000).
15
A quantidade de semente recomendada é de 350 a 400 sementes aptas/m
2
.
Com essa densidade consegue-se uma rápida cobertura do solo e oferta precoce de
forragem. A semeadura deve ser realizada preferencialmente em linhas, no sistema
de plantio direto, tendo como vantagem a conservão do solo, distribuição uniforme
das sementes conseguindo, com isso, maior uniformidade da pastagem. A
profundidade de semeadura deve ser de 2 a 4 cm (ALVES et al., 2008). Segundo
Calegari (2009) na integração lavoura-pecuária é recomendável empregar mais
sementes para aumentar a massa vegetal e diminuir os efeitos do pisoteio do gado
no solo.
A aveia possui ciclo adequado para o plantio no inverno, melhora as
características físicas e químicas do solo, oferece satisfatória proteção do solo
proporcionada por seus resíduos. Suas sementes são de fácil aquisição e
implantação, rusticidade e elevada capacidade de extração e de acúmulo de N
(DERPSCH e CALEGARI, 1992).
2.3 Importância da Cultura
No Brasil, o cultivo de aveia cresceu continuamente durante os últimos 30
anos, classificando-se em 2008 como a sétima cultura em área cultivada e em
produção de grãos. Segundo dados da CONAB (2008), no país a área de plantio
destinada à produção de grãos foi de 110,5 mil hectares cultivados, obtendo-se uma
produção de 246,8 mil toneladas, o que corresponde a um rendimento de 2234 kg
ha
-1
. Assim, o Brasil passou a ser o primeiro produtor de aveia na América Latina,
superando a Argentina e colocando o Brasil como 1maior produtor mundial de
grãos de aveia (FLOSS et al., 2007). A aveia quando destinada para produção como
forrageira tem sua área de plantio bastante ampliada, em relação ao seu uso como
produção de grãos. Estima-se que apenas no Sul do Brasil mais de 3,5 milhões
de hectares, principalmente com aveia-preta, que é largamente usada no Rio
Grande do Sul e Santa Catarina, sendo que no Paraná essa cultura também é usada
como forragem para pastejo dos animais (MEDEIROS e CALEGARI, 2007).
A aveia possui ampla adaptabilidade e segundo Fontaneli et al. (1996) é
uma alternativa de inverno para inclusão nos sistemas de produção de grãos nos
estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
16
São múltiplas as possibilidades de uso desta cultura: produção de grãos
(alimentação humana e animal); forragem (pastejo, feno, silagem ou cortada e
fornecida fresca no cocho); cobertura do solo, adubação verde (proteção e melhoria
das condiçõessicas do solo) e inibição de plantas invasoras pelo efeito alelopático
e melhorar a sanidade do solo por ser praticamente imune ao mal-do-(moléstia
fúngica da lavoura de trigo) (SÁ, 1995).
A maior parte dos grãos de aveia é destinada ao arraçoamento animal, pois
se estima que 80% dos grãos desse cereal produzidos no país são usados com
essa finalidade (COMISSÃO..., 2003), especialmente cavalos e na suplementação
da alimentação de vacas leiteiras. Isto se torna possível, pois a época de colheita da
aveia coincide com o período de maior escassez de milho (outubro, novembro e
dezembro) (FLOSS et al., 2007).
As espécies de aveia podem ser destinadas à produção de forragem, grãos
ou cobertura do solo. A aveia-preta (Avena strigosa Schreb) é utilizada como planta
forrageira, pois apresenta alta produção de massa seca e possui resistência a
ferrugem, no entanto, a produção de grãos é reduzida e não apresenta qualidade
industrial devido à coloração escura (SÁ, 1995; LUZ et al., 2008). Segundo Floss
(1995), além da resistência a ferrugem a aveia-preta destaca-se por sua produção
de forragem de alta qualidade. Exerce também efeito alelopático sobre uma série de
plantas daninhas e controle de moléstias como o mal-do-pé (Gauenmanomyces
graminis) em trigo e a redução de nematóides e esclerotínia da soja (FLOSS e
FLOSS, 2007). Apresenta maior capacidade de rendimento de massa verde e seca,
resistência a doenças e ao pisoteio.
A aveia-branca (Avena sativa L.) é um cereal que apresenta múltiplos
propósitos. Essa espécie é utilizada na alimentação humana, pelo teor de proteínas
de qualidade e fibras solúveis. Neste sentido a inclusão de produtos derivados de
aveia na merenda escolar, além da oferta de um alimento de alta qualidade nutritiva
para as crianças, contribuiria para a formação do hábito de consumo pela
população, representando uma expansão do mercado deste grão alimentício
(FLOSS et al., 2007). Também é utilizada na alimentação animal, como forragem
verde, feno, silagem e na composição da ração. No Sul do Brasil e em partes do
Sudeste e Centro Oeste é cultivada como espécie produtora de grãos e palhada
para cobertura do solo, favorecendo a implantação das culturas de verão,
especialmente em plantio direto (CECCON et al., 2004). Pode ser cultivada tanto,
17
para a produção de grãos, como para a formação de pastos, ou para ser ensilada
(FLOSS, 1995). A aveia-branca permite ainda, além de forragem, a produção de
grãos da rebrota e normalmente é mais suscetível à ferrugem da folha (SÁ, 1995).
Segundo Noro et al. (2003), no Sul do Brasil um forte programa de
melhoramento de aveia (Avena spp.), cujos cultivares tem permitido incrementar a
produção de grãos desse cereal e também a produção de forragem. O gênero
Avena contém uma grande variabilidade genética intra e interespecíficas,
consequentemente o seu emprego em hibridações artificiais no melhoramento,
poderá ser de grande contribuição no sentido de intensificar a variabilidade genética
dos genótipos cultivados (TAVARES et al., 1993).
As pesquisas apontam que os novos genótipos estão determinando que o
produtor passe a cultivar a aveia para grãos ou forragem, independentemente
(CARVALHO e FEDERIZZI, 1993). O tipo agronômico utilizado nos programas de
melhoramento para produção de grãos tem caracteres de seleção completamente
diferenciados da produção de forragem. Quando se pretende a produção de grãos
os genótipos atuais têm: ciclo curto, baixa estatura de planta, maior relação
grão/palha, maior número de grãos/panícula, melhor qualidade de grãos e
rendimento médio de grãos superior a 1500 kg ha
-1
(CARVALHO e FEDERIZZI,
1989).
Conforme Barbosa et al. (2000), a redução do ciclo vegetativo e a estatura,
na produção de grãos de aveia-branca na Região Sul do Brasil, sofreram uma
intensa pressão de seleção por parte dos melhoristas, nas últimas três décadas. O
número de dias do plantio à colheita foi reduzido de 190 para menos de 130 dias
(FEDERIZZI, 2007), com objetivo de transformar a aveia de uma planta produtora de
forragem em produtora de grãos de alta qualidade. Ainda segundo o Pesquisador
esta mudança foi de fundamental importância para que a aveia pudesse integrar o
sistema de produção adotado pelos agricultores, juntamente com o plantio direto e
pudesse realmente ser uma alternativa de inverno sem atrasar o plantio da soja no
verão. Evitando-se também, desta forma, o período de enchimento de grãos em uma
época com maior possibilidade de incidência de ferrugem da folha e do colmo, pela
elevão da temperatura, que ocorrem neste período.
Quando destinados à produção de forragem, devido a grande variabilidade
genética da aveia é possível optar por materiais de ciclo vegetativo mais longo. Isto
permite que a produção de biomassa de qualidade e o pastejo possam se estender
18
do mês de agosto até setembro, que é o período mais crítico para a produção animal
a pasto (OLIVEIRA, 2002). A distribuição de forragem ao longo do inverno, expressa
no maior número de cortes ou pela quantidade de vezes que pode ser pastejada, é a
característica mais desejável em uma aveia forrageira, por oferecer aos animais
alimento de qualidade, numa época típica de escassez (SÁ et al., 2006).
Em decorrência da baixa rentabilidade das culturas do trigo, aveia, cevada,
centeio e triticale nos últimos anos e do desenvolvimento de cultivares de cereais de
inverno com ciclos vegetativos mais longos, com aptidão forrageira, têm-se
estimulado a realizão de trabalhos para utilização simultânea (forragem e grãos)
desses cereais. Em conseqüência disso, tem aumentado nas regiões produtoras a
integração lavoura-pecuária, principalmente com a terminação de bovinos e a
incorporação da atividade leiteira. Essa visão mais abrangente da propriedade
agrícola abre a oportunidade para que cereais de inverno com período vegetativo
mais longo possam fornecer forragem verde no período crítico de carência alimentar
no inverno e ainda produzirem grãos (DEL DUCA e FONTANELI, 1995).
2.4 Utilização da Aveia na Integração Lavoura-Pecuária
A busca por sistemas sustentáveis na atividade agropecuária aponta para a
diversidade dentro da propriedade rural, onde o sistema de integração lavoura-
pecuária (ILP) pode ser considerado como boa opção. A interação existente entre os
resíduos utilizados para alimentação animal e os dejetos animais aproveitados para
a nutrição vegetal fazem com que a energia empreendida retorne ao sistema
(CARVALHO et al., 2008).
A produção animal no período de inverno em áreas agrícolas se caracteriza
em uma forma de uso do solo que pode beneficiar número expressivo de famílias
que atuam no setor agropecuário. Na região Sul do Brasil, o sistema de produção de
grãos no verão e pastagem no inverno denominado sistema de ILP pode ser
sustentável ao longo do tempo sob as óticas ambiental, social e econômica
(BALBINOT, 2007). A conjugação de um bom desempenho nesses três eixos de
forma contínua ao longo do tempo é o que confere sustentabilidade a um sistema de
produção (CONWAY, 1994; MÜLLER, 1996; DAROLT, 2000).
19
A ILP é um sistema eficiente para diversificar as atividades das propriedades
agropecuárias (MORAES et al., 2004; RUSSELLE et al., 2007; SULC e TRACY,
2007), o que pode melhorar o uso de mão-de-obra e equipamentos, além de reduzir
riscos de insucesso econômico.
Este sistema de integração tem potencial para aumentar a produtividade de
grãos e de carne/leite, reduzindo os riscos de degradação e promovendo a melhoria
das propriedades físicas, químicas e biológicas do solo (GARCIA et al., 2004). A
conciliação desses segmentos rurais faz parte da realidade dos produtores da
Região Sul porque trabalha numa perspectiva de reduzir os custos de produção.
O plantio de pastagem anual durante a safra de inverno no Paraná mostra-
se como uma interessante alternativa econômica para substituir o trigo e o milho
safrinha, por apresentar menor risco de produção e menor desembolso por hectare
(CANZIANI e GUIMARÃES, 2007). Desta forma permite-se um melhor uso do solo,
além de suprir a deficiência alimentar ocasionada por baixas temperaturas, geadas e
pouca luminosidade do outono-inverno (NORO et al., 2003).
Em propriedades agropecuárias que possuem reduzida área e utilizam mão-
de-obra familiar, a produção de leite em integração com lavouras certamente se
constitui em uma importante fonte de renda, já que é uma atividade que pode
apresentar elevada densidade econômica. Já em propriedades com maior extensão,
a bovinocultura de corte no inverno pode ser interessante para constituir o sistema
de ILP (BALBINOT, 2007).
Na agricultura familiar, a bovinocultura de leite representa uma das principais
atividades econômicas, com a introdução de tecnologia como o sistema de ILP, em
plantio direto, cria novas demandas de pesquisa, já que o sistema solo-planta-animal
é mais complexo do que o sistema solo-planta (BALBINOT, 2007).
O sistema de ILP possibilita conciliar as atividades agrícola e pecuária, que
participam integradas no sistema, de modo a se obter alta produtividade animal e de
grãos por meio da rotação (ASSMANN, 2002). A utilização de cereais de inverno de
duplo propósito nesse sistema pode se constituir em importante ferramenta de
diversificação de atividades e composição da renda da propriedade. Nas áreas
destinadas às lavouras de verão, durante o inverno, pode-se trabalhar com
diferentes culturas de cereais de inverno, tanto para utilizão exclusiva na forma de
forragem como para produção de grãos. Esta prática, além da conservão ou
melhoria da fertilidade do solo, também contribuirá para o incremento na
20
produtividade das culturas comerciais, seja pelo aproveitamento como forragem,
através do pastejo direto, silagem ou fenação; ou pela produção comercial de grãos,
como fonte de alimento ou renda (CALEGARI e VIEIRA, 1999).
Por sua vez, a ILP, por meio de sistemas de produção de grãos e pastagem,
constitui uma alternativa para recuperação de solos e de pastagens, além de
proporcionar maior diversidade de produção e, por conseguinte, maior oportunidade
de obtenção de reforços econômicos ao longo do tempo (MACEDO, 2001). Espera-
se que, ao se empregar a tecnologia, melhorem as propriedades químicas, físicas e
biológicas do solo e diminua a ocorrência de pragas, doenças e de plantas daninhas
(FONTANELI et al., 2000b; SPERA et al., 2002; SANTOS et al., 2003).
O sistema ILP condiciona um resíduo no final do período de pastejo que é o
resultado do manejo da pastagem. Este resíduo no final do período pode ser
utilizado como cobertura para semeadura direta de culturas, reduzindo os riscos de
erosão do solo. Desta forma, os resíduos pós pastejo, podem ter os mesmos efeitos
de outras coberturas, comumente utilizadas em semeadura direta (JONES et al.,
1991). Um dos efeitos positivos de maior destaque tem sido o acúmulo de nutrientes
na superfície do solo, em relação ao preparo convencional de solo com arado de
discos (MUZILLI, 2002).
O sistema de ILP pode proporcionar benefícios à produtividade das culturas
e das pastagens (ASSMANN et al., 2003; LANG et al., 2004; MORAES et al., 2004).
Ruedell (1996), trabalhando com produção de grãos e pastejo direto na mesma área
com aveia, obteve aumento até 24% na produção de soja em áreas pastejadas
comparando com a produção de grãos em áreaso pastejadas.
Consalter (1998) demonstra que a produtividade da soja não foi afetada com
a entrada dos animais em pastejo no inverno em áreas destinadas à lavoura no
verão, além de que durante os meses de julho a novembro, considerados meses de
perda de peso dos animais na região de Guarapuava/PR, foram obtidos elevados
valores de ganho médio diário (1,098 Kg animal
-1
dia
-1
a 1,272 Kg animal
-1
dia
-1
) e
ganho de peso vivo por hectare (612 kg ha
-1
a 748 kg ha
-1
).
Assmann (2001) avaliou a produção de milho cultivado sobre uma pastagem
composta por aveia-preta, azevém e trevo-branco com doses de nitrogênio e
concluiu que áreas de pastagens que receberam adubação nitrogenada no inverno
apresentaram uma tendência em exibir maiores produtividades nas áreas pastejadas
21
do que nas áreas não pastejadas. Estas conclusões evidenciam o efeito positivo do
pastejo sobre a transferência de nitrogênio da pastagem para a cultura sucessora.
No sistema de ILP o só a produção da parte rea da forrageira assume
importância, mas também a produção de sistema radicular abundante e profundo
(OLIVEIRA, 2002). Em geral, as espécies forrageiras apresentam sistema de raízes
mais vigoroso e profundo comparativamente às espécies cultivadas para a produção
de grãos (BALBINOT, 2007). Conforme Derpsch e Calegari (1992) a quantidade de
massa verde produzida pela aveia varia de 30 a 60 t ha
-1
, e de 2 a 6 t ha
-1
de massa
seca. Segundo estes autores, uma produção de 5590 kg ha
-1
de massa seca da
parte aérea da aveia resultou na produção de 3080 kg ha
-1
de massa seca de raiz.
Para os solos argilosos, sendo mais sensíveis à compactação pela sua
elevada plasticidade quando úmido, as raízes podem contribuir para o
desadensamento do solo comprimido pelo pisoteio dos animais em pastejo
(OLIVEIRA, 2002). Alguns trabalhos sobre a compactação do solo exercida pelo
pisoteio dos bovinos em área de ILP mostram que não alterou significativamente as
propriedades físicas do solo. Por exemplo, Santos et al. (2003) verificaram que a
presença de bovinos em pastejo rotacionado não afetou as propriedades físicas do
solo, comparativamente às áreas que não apresentaram pisoteio. Spera et al. (2004)
também verificaram que a presença de bovinos no inverno não afetou as
propriedades físicas do solo e a produtividade de culturas de verão.
É evidente que a ão de bovinos sobre o grau de compactação do solo
depende de uma rie de fatores, tais como: espécie forrageira cultivada, altura de
pastejo (CARDOSO et al., 2007), categoria animal, características do solo e
condições climáticas, especialmente regime pluvial. Neste sentido, os efeitos da
presença de animais sobre as propriedades físicas do solo devem ser observados e
analisados para cada situação de ambiente de manejo. Segundo Balbinot (2007), no
Brasil, um grande paradigma que existe entre agricultores e técnicos é de que a
pastagem ocasiona, obrigatoriamente, compactação do solo, o que não é verdade.
2.4.1 Reciclagem de Nutrientes nos Sistemas Agropastoris
O solo não é uma fonte inesgotável de nutrientes, ocorrendo variações na
quantidade em cada um dos elementos, de solo para solo. Além disso, existem
22
nutrientes que se esgotam mais rapidamente do que outros, em virtude da lixiviação,
de maior absorção, da remão para plantas, além de outros fatores, criando a
necessidade de equilíbrio entre osrios elementos do solo, para que seja garantido
o desenvolvimento normal das plantas (WERNER et al, 2001).
Pereira (2004) cita como fonte de nutrientes para o sistema: o material de
origem dos solos; o retorno dos resíduos vegetais; a aplicação de fertilizantes e
corretivos; suplementos alimentares e água fornecida aos animais, nutrientes da
atmosfera provenientes de precipitações pluviométricas, da fixação simbiótica e da
fixação não simbiótica; e a deposição das excreções dos animais em pastejo.
Quanto à contribuição das excreções dos animais, o fósforo, o cálcio e magnésio
o excretados principalmente nas fezes; o nitrogênio e o enxofre podem ser
excretados em quantidades consideráveis tanto nas fezes quanto na urina, já o
potássio, em maior quantidade na urina. Como saídas, destacam-se: a volatilizão,
desnitrificação, lixiviação, percolação, erosão, fixação pelo solo e produto animal e
vegetal.
Segundo Monteiro e Werner (1989) cerca de 90% do nitrogênio e potássio
retornam ao solo pelo sistema de pastejo direto através da deposão de fezes e
urina dos animais. Entretanto, a distribuição das fezes e urina atinge 34% da área,
sendo ainda dependente do sistema de manejo do pasto, como, pastejo contínuo ou
rotacionado (lotação e pressão de pastejo).
No sistema solo-planta-animal, o componente animal se constitui em agente
acelerador da ciclagem de nutrientes, pois ingere forragem que apresenta nutrientes
pouco disponíveis e excretam fezes e urina, que apresentam nutrientes facilmente
mineralizáveis, os quais podem ser novamente absorvidos pelas plantas, formando
massa vegetal. Esta aceleração da ciclagem de nutrientes pode aumentar os níveis
de nutrientes na camada superficial do solo, uma vez que as excreções são
depositadas na superfície (POWELL e WILILIAMS, 1993).
A reciclagem de nutrientes é indispensável à sustentabilidade do sistema,
pois evita a poluição do lençol freático, favorece a recuperação econômica dos
nutrientes e a redução dos custos com fertilizantes minerais. Esse sistema radicular
mais profundo das forrageiras permite uma ciclagem mais eficiente de nutrientes,
melhorando o aproveitamento deste recurso. A formão de sistema de raízes mais
profundo por parte das forrageiras também auxilia na redução da lixiviação de nitrato
(ENTZ et al., 2002). Além disso, as pastagens também podem ser beneficiadas no
23
sistema de ILP, devido ao aproveitamento da adubação residual deixada pelas
culturas anuais (KLUTHCOUSKI et al., 2003).
Ainda, segundo Oliveira (2002) para os solos arenosos (85-90% de areia),
onde a compactação deixa de ser problema, os sistemas radiculares das plantas
permitem a reciclagem de nutrientes, principalmente nitrogênio, potássio e enxofre.
A aveia é uma exímia planta recicladora de diferentes nutrientes, através de
suas raízes absorve os nutrientes em diferentes profundidades do solo.
Posteriormente, esses nutrientes absorvidos são transportados para todas as partes
da planta e quando as plantas são manejadas começa o processo de decomposição
dos resíduos, e os nutrientes são liberados (mineralizados) tornando-se disponíveis
às culturas principais (soja, milho) (CALEGARI, 2007).
2.5 Papel da Aveia na Alimentação Animal
A disponibilidade de forragem para alimentação animal na região Sul do
Brasil oscila durante o ano em razão da produção estacional das pastagens, que são
formadas por espécies forrageiras cujo crescimento se expressa nas estações mais
quentes do ano. Enquanto na primavera e no verão ocorre alta disponibilidade, no
inverno há drástica carência de alimentos, ocasionada pelas baixas temperaturas
e/ou pela seca. Nos meses de abril a outubro, os animais não conseguem consumir
forragens em quantidade e qualidade suficientes para atenderem as suas
necessidades nutricionais e sofrem com a perda de peso (BONA FILHO, 2002).
Noro et al. (2003) afirmam que nesta região os meses de maio e junho estão entre
os mais críticos na produção pecuária, pois as espécies de verão já encerraram seu
ciclo e as de inverno estão em fase de estabelecimento.
Segundo Scheffer-Basso et al. (2001), as principais causas das baixas
produções por animal estão relacionadas à baixa digestibilidade e ao baixo consumo
voluntário, o que aumenta o período necessário para os animais alcançarem o peso
ideal de comercializão. Trata-se de um problema igualmente grave, se não mais,
para os rebanhos leiteiros, cuja produtividade se ressente da indisponibilidade de
pastagens de boa qualidade. Para amenizar a carência alimentar dos rebanhos, o
cultivo de gramíneas anuais de inverno, como aveia-branca, aveia-preta, azevém e
centeio, é uma alternativa de reconhecido valor, pois apresentam rápido
24
crescimento, permitindo sua utilização no início da estação fria. São espécies
versáteis, podendo ser pastejadas, fenadas, ensiladas e também utilizadas para
duplo-propósito, pois se forem semeados antecipadamente, a possibilidade de
fornecerem forragem no inverno e, ainda, produzirem grãos.
A aveia é uma das principais forrageiras utilizadas na formão de
pastagens de inverno, cultivada de forma isolada ou consorciada com outras
forrageiras de clima temperado, principalmente as leguminosas (ervilhaca, ervilha
forrageira, nabo, etc.) que, por apresentarem maior teor de proteínas, enriquecem a
qualidade da forragem. Por exemplo, o nabo forrageiro consorciado com aveia
proporciona uma forragem enriquecida podendo aumentar em até mais de 20% na
produção de leite (CALEGARI, 2009). Além disso, a aveia proporciona alta produção
de massa seca, qualidade de forragem, resistência ao pisoteio e baixo custo de
produção (FLOSS, 1995; FRIZZO, 2001).
Em trabalhos avaliando cultivares e linhagens de aveia, Beraldo et al. (1997)
constataram, na região do município de Maringá, Estado do Paraná, produções de
massa seca que variaram de 2385 a 3136 kg ha
-1
. Em ensaios semelhantes, Cecato
et al. (1998) observaram variações de 2466 a 5366 kg ha
-1
. Pesquisas realizadas
pelo IAPAR (2008a) entre 2003 e 2005 em Santa Helena, oeste do Paraná
obtiveram produções de 5781, 7395 e 7510 kg ha
-1
com aveia Preta Comum, IAPAR
61 e IPR 126, respectivamente, para corte único no florescimento.
A qualidade e a quantidade de massa seca a ser produzida pelas forrageiras
de inverno são determinadas, entre outros fatores, pelo manejo ao qual são
submetidas na fase de produção, como irrigação, fertilização, altura e freqüência de
cortes utilizados (ALVIM e COSER, 2000).
Os cultivares e linhagens de aveia têm apresentado elevados teores de
proteína bruta (PB) quando manejados adequadamente. Godoy e Batista (1990),
avaliando diferentes cultivares e linhagens de aveia, verificaram que durante o
primeiro corte (70 dias após o plantio), o teor de PB variou de 18 a 26%. No segundo
corte (140 dias após a semeadura), a variação foi de 10 a 13%, evidenciando assim
o efeito da idade da planta e da época de corte na qualidade da forragem. Reis et al.
(1993) observaram que a composição química da aveia forrageira, durante a rebrota
(60 dias após o primeiro corte), mostrou decréscimos no teor de PB e acréscimos no
teor de fibra bruta em todos os cultivares avaliados.
25
Segundo Floss et al. (2003), o declínio da digestibilidade é o resultado de
três acontecimentos: redução na proporção dos tecidos mais digestíveis, menor
concentração dos constituintes mais digestíveis e maior teor dos constituintes
fibrosos.
A forma mais econômica de produção de leite, em geral, é aquela que
consegue maximizar o componente forrageiro de pastagens bem manejadas,
independente da qualidade genética da vaca leiteira (FONTALENI, 2008), que
através de microrganismos do rúmen (bactérias, fungos e protozoários) consegue
por meio de processos biológicos complexos aproveitar esses alimentos grosseiros
e fornecer nutrientes para ser transformado em produto nobre como o leite.
Vários estudos realizados demonstraram aumento da produção de leite pela
utilizão de aveia. Uma vaca em lactação pode consumir até 70 kg dia
-1
de
forragem de aveia e, nestas condições o animal terá proteína, energia, cálcio e
fósforo em quantidades suficientes para se manter e produzir acima de 20 kg de leite
dia
-1
. Mas, é preciso fazer suplementação com dois a três quilos de grãos de aveia
para suprir a exigência em massa seca e energia (FLOSS et al., 2007; FONTANELI,
2008).
A utilizão de aveia forrageira para a alimentação animal pode ser realizada
de diferentes maneiras: verde no cocho (consiste em cortar as plantas empregando-
se máquinas ou mesmo manualmente e fornecê-las picadas ou inteiras no cocho),
pastejo, feno e silagem. O pastejo constitui-se na forma mais prática, econômica e
usual de utilizão da aveia na produção animal. O pastejo deve ser iniciado quando
as plantas atingem aproximadamente 30 - 35 cm de altura, o que ocorre, em
condições normais, entre 45 e 60 dias após a semeadura (BALSALOBRE e
SANTOS, 2003).
Segundo Noro et al. (2003), quando se trabalha com animais em pastejo
busca-se uma oferta constante de alimento, pelo maior período posvel, de
aproximadamente 1500 kg MS ha
-1
. Trabalhos de pesquisa demonstraram que a
lotação média para as pastagens de inverno, cultivadas em áreas agrícolas,
encontra-se entre 3,5 e 4,5 UA
1
ha
-1
, com resposta para ganho de peso acima de 1,0
kg animal
-1
dia
-1
(ASSMANN, 2002; BONA FILHO, 2002). Grise et al. (1999) e
Oliveira et al. (2000) estudando o desempenho animal em pastagem exclusiva de
1
UA – Unidade Animal com peso de 450 Kg
26
aveia obtiveram ganhos médios diários de peso vivo por animal de 1,100 kg e 0,773
kg, respectivamente.
Comumente são dois os sistemas de pastejo utilizados com aveia: a)
Contínuo, em que os animais permanecem num único piquete durante todo o
período de produção da forrageira; b) Rotativo, em que os animais mudam periódica
e frequentemente de um piquete para outro. Este sistema de pastejo permite a
recuperação mais conveniente da aveia após os breves períodos de permanência (3
dias ou menos) do gado em cada piquete. Costuma ser conduzido com dois grupos
ou categorias de animais, dando-se preferência ao primeiro pastejo-consumo das
folhas ou ponteiros às vacas de exigência ou produção maior (SÁ, 1995).
A forragem da aveia também pode ser conservada na forma de feno e
silagem (FONTANELI e PIOVEZAN, 1991). Em regiões que apresentam clima mais
seco durante o inverno pode-se confeccionar o feno da aveia, um alimento de
grande utilidade no sistema produtivo pecuário, especialmente onde não se tem
infra-estrutura para pastejo como cerca, água e animais. Segundo Kichel e Miranda
(2000), na confecção do feno o critério mais importante a ser observado é o ponto
em que a cultura atinge o seu melhor equilíbrio entre produtividade e qualidade da
forragem. Assim, a aveia deve ser cortada quando atingir a fase de
emborrachamento, podendo ser obtidos de 3 a 6 t de feno ha
-1
com 14 a 17% de
proteína bruta e digestibilidade de 58 a 60%.
Devido a sua ótima qualidade, o mesmo deve ser utilizado
estrategicamente na propriedade, no final do inverno, quando ainda não se tem uma
forrageira perene em boas condições de pastejo, e as anuais alcançaram seu final
de ciclo. Seu uso é mais recomendado para animais com maior exigência
nutricional, tais como animais de reprodução (KICHEL e MIRANDA, 2000).
Segundo Oliveira (2002), na produção de feno é importante atentar para o
uso de materiais de aveia de ciclo longo e critérios de manejo de cortes no
elongamento do colmo e pré-florescimento, para atenuar o problema de retirada total
de palhada em detrimento da cultura seguinte. Além disso, o corte deve ser sempre
realizado de 7-10 cm do solo para permitir a continuidade das atividades
fotossintéticas e o rápido rebrote do material. Com estas medidas adotadas a prática
de fenação, permitir-se-á um bom rebrote da aveia e a formão de mais 3-4
toneladas ha
-1
de massa seca necessárias para a cultura seguinte.
27
Quando destinado à produção de silagem o corte da aveia deverá ser feito
no estádio de floração plena, pois esta é a fase na qual a mesma apresenta um
maior equilíbrio entre os teores de açúcares, massa seca, proteína bruta e
digestibilidade (KICHEL e MIRANDA, 2000). Em regiões onde o clima permitir, é
recomendável a ensilagem de aveia pelo sistema de pré-murchado ou pré-secagem,
quando se eleva com tal manejo o teor de massa seca para 34 a 40%. A ensilagem
de aveia com teor de massa seca inferior a 19% não é recomendada, por provocar a
ocorrência de fermentação clostrídica (LOPEZ e MUHLBACH, 1991). A pré-secagem
reduz as perdas ocasionadas pelo excesso de umidade, melhorando-se a
fermentação, o tempo de conservão e a qualidade da silagem. Nesta situação,
pode-se cortar a aveia em um estádio mais jovem, ou seja, com maior teor de
umidade e melhor valor nutritivo.
Se o corte for realizado no estádio de grão pastoso não necessidade de
pré-secagem, pois o teor de umidade estará no ponto ideal para a ensilagem. Neste
caso, a silagem manterá o valor energético, mas será menor seu teor de proteína
(FLOSS, 1988).
2.6 Papel da Aveia no Sistema de Plantio Direto (SPD)
O SPD na agricultura possibilita a melhoria do solo mediante a redução da
intensidade da erosão, a reciclagem dos nutrientes, o aumento da atividade
biológica e a melhoria do manejo dos resíduos culturais (DIEHL et al., 2005). Em
razão disso, o plantio direto torna-se uma das práticas recomendadas para realizar
agricultura mais eficiente e sustentável. Para a implantação do SPD, é necessária a
quantidade de pelo menos seis toneladas por hectare de palha na superfície do solo
(CASTRO, 1993; CRUZ et al., 2001) até o ótimo de dez a doze toneladas por
hectare (SÁ et al., 2001a, b).
No sul do Brasil a aveia no inverno desempenha papel relevante no sistema
de rotação de culturas como espécie produtora de grãos e/ou como forrageira na
ILP. A aveia-branca destina-se a produção de grãos e palhada para cobertura do
solo, favorecendo a implantação das culturas de verão especialmente milho e soja
(FONTANELI et al., 2000a), principalmente pela redução do ciclo que, atras do
melhoramento, foi possível integrar a produção de grãos de aveia ao sistema de
28
produção adotado pelos agricultores, juntamente com SPD, e pudesse ser uma
alternativa de inverno sem atrasar o plantio da soja no verão (FEDERIZZI, 2007).
a aveia-preta é a espécie mais cultivada como cobertura de solo no inverno,
antecedendo aos cultivos do milho e soja, em SPD. Entre as causas determinantes
do seu intenso uso destacam-se: alto rendimento de massa seca, facilidade de
aquisição de sementes e de implantação, rusticidade, rapidez de formão de
cobertura, decomposição lenta e ciclo adequado (SILVA et al., 2006). A aveia-preta
apresenta capacidade de incorporar ao sistema uma produção de 15 a 40 t ha
-1
de
massa verde, 2 a 11 t ha
-1
de massa seca e de 0,7 a 1,7 % de N na massa seca
(CALEGARI, 2006).
A aveia é uma forrageira recomendada em rotação de culturas em
semeadura direta por apresentar alta produção de massa seca da parte aérea que
assegura uma adequada cobertura do solo e um abundante sistema radicular onde,
as raízes ao se decomporem, deixarão canais no solo que irão atuar positivamente
na infiltração de água no solo, que pode ser de 20 a 60% superior a do sistema de
preparo convencional, conforme o tipo de solo, estrutura e seqüência de culturas em
rotação (MEDEIROS e CALEGARI, 2007).
O uso de sua palhada em rotação tende a aumentar progressivamente com
o tempo os nutrientes para as culturas subseqüentes. Segundo Calegari (2008) no
período de florescimento pleno os nutrientes encontram-se distribuídos por todas as
partes das plantas de cobertura do solo, cujo manejo nesta fase contribuirá para
uma melhoria mais eficiente da fertilidade do solo.
Neste estádio a aveia poderá ser dessecada com herbicidas, ou rolada
(acamada ao solo) com a utilização de rolo-faca, ou gradagem visando à semeadura
direta das culturas anuais de estação quente (milho, soja). Quanto ao manejo da
palhada da aveia, que precede o plantio das culturas de verão, resultados obtidos
por Argenta el al. (2000), evidenciam que a forma de manejo de resíduos de aveia
preta (não rolada, rolada ou roçada) e o tipo de herbicida não-seletivo usado na
dessecação, seja ele de ão sistêmica ou ão de contato, não afetaram o
rendimento de grãos de milho em sucessão. No entanto, este estudo mostrou que a
rolagem da palha da aveia-preta foi mais eficiente em prevenir o estabelecimento de
infestação de plantas daninhas que sua manutenção na forma em pé (não rolada e
não roçada).
29
A aveia apresenta lenta decomposição da palha devido à alta relação C/N e
aos elevados teores de lignina, que aumentam com o desenvolvimento da cultura.
Para maximizar o potencial de uso no aproveitamento da palhada o manejo da aveia
deve ser efetuado na fase de floração a grãos leitosos, antes da emiso de 50%
das panículas, para evitar a interferência com as culturas implantadas em sucessão
(RIZZARDI e SILVA, 2006).
Para evitar a redução no rendimento de grãos de milho, pela deficiência de
N durante o início do crescimento do milho em sucessão à aveia-preta, algumas
alternativas vêm sendo estudadas. Dentre elas, destaca-se o aumento da dose de N
a ser aplicada na semeadura do milho, o atraso da época de semeadura do milho
após a dessecação da aveia, a aplicação de N nos estádios iniciais de
desenvolvimento da aveia e após a dessecação da aveia, ou seja, em pré-
semeadura do milho (ARGENTA e SILVA, 1999). Estes métodos têm por objetivo
principal acelerar a taxa de decomposição de resíduos da aveia, diminuindo, com
isto, o efeito negativo provocado pela sua alta relação C/N. A redução da absorção
de N e do rendimento de grãos de milho se deve ao processo de imobilizão,
devido a maior oferta de carbono ao sistema, que estimula a atividade microbiana
(SÁ, 1996).
Balbinot (2007) afirma que uma alternativa viável e eficiente é a adição de
maiores doses de nitrogênio para cultura de milho semeada em sucessão,
ocasionado pela alta relação C/N da aveia. Por outro lado Calegari (2008) obteve
maiores rendimentos de produção na cultura do milho efetuando o plantio após vinte
dias do manejo da aveia.
Atualmente o manejo de plantas daninhas é realizado predominantemente
com herbicidas. No entanto, muitas vezes a utilizão inadequada de herbicidas
ocasiona sérios impactos no ambiente. A redução do uso desses produtos pode ser
obtida com a adoção de medidas preventivas e culturais. Entre as medidas culturais,
a utilização de cobertura do solo em SPD é uma prática que apresenta efeitos
positivos na supressão de plantas daninhas (VIDAL e TREZZI, 2004; RIZZARDI e
SILVA, 2006). Ainda, em situações em que elevada quantidade de palha, esta
pode exercer efeito de sombreamento sobre as plantas cultivadas recém-emergidas
(CONSTANTIN et al., 2005).
A cobertura morta sobre o solo dificulta a emergência de várias espécies
daninhas, em razão do efeito físico de sombreamento e da conseqüente redução da
30
amplitude térmica do solo (SEVERINO e CHRISTOFFOLETI, 2001). A palha em
decomposição pode liberar aleloquímicos, que, por sua vez, podem reduzir a
emergência e/ou crescimento de plantas daninhas em virtude do efeito alelopático
(JACOBI e FLECK, 2000; BALBINOT et al., 2003; TREZZI e VIDAL, 2004;
BALBINOT et al., 2005; CORREA, 2005; DHIMA et al. 2006). Assim, os efeitos da
palhada sobre as plantas daninhas provêm de efeitos físicos ou alelopáticos, sendo
difícil diferenciar um do outro em campo, já que ambos ocorrem de forma simultânea
(MACIEL et al., 2003). As gramíneas estão entre as melhores opções para suprimir
plantas daninhas de outono e inverno, pois se estabelecem e crescem rapidamente
no outono e cobrem o solo no inverno (RIZZARDI e SILVA, 2006).
Segundo Calegari (2008) solos infestados por invasoras devem incluir
plantas que possuam efeitos físicos e químicos (alelopáticos) que afetam qualitativa
e quantitativamente as distintas infestações. Nesse sentido, tanto os resíduos de
aveia-preta como os de aveia-branca suprimiram a emergência de capim marmelada
ou papuã (Brachiaria plantaginea) na cultura da soja, reduzindo o uso de herbicidas
(ROMAN, 1990), ao passo que a palha de aveia-preta e o azevém possuem elevado
potencial para suprimir a emergência e o crescimento de plantas daninhas (ROMAN,
2002).
A aveia é uma das poucas culturas que podem ser usadas em rotação sem
restrições por parte da cultura anterior e posterior. Sua palhada promove a redução
da população de plantas espontâneas em razão do seu efeito supressor/alelopático,
principalmente sobre as de folhas estreitas, reduzindo, assim, os custos com
capinas ou herbicidas nas culturas seguintes. Essa prática é particularmente
benéfica antes das culturas de verão. No feijão, o benefício pode chegar a 69% e na
soja, 38% (PORTAS e VECHI, 2006).
31
3 MATERIAL E MÉTODOS
3.1 Local
O experimento foi conduzido num Latossolo Vermelho Eutroférrico típico
(EMBRAPA, 1999), no distrito de o Clemente, município de Santa Helena - PR,
localizado na região fisiográfica denominada de Terceiro Planalto Paranaense, cujas
coordenadas geográficas são: latitude de 24º46’S, longitude de 54º12’W e 270 m de
altitude.
O clima da região, conforme a classificação de Köppen (Cfa) (IAPAR, 2000),
se caracteriza como subtropical. A temperatura média do mês mais frio é inferior a
18 ºC (mesotérmico) e a temperatura média do mês mais quente situa-se acima de
22 ºC, com verões quentes, geadas pouco freqüentes e tendência de concentração
das chuvas nos meses de verão, contudo sem estação seca definida. A pluviosidade
média anual do município é de 1.800 mm (IAPAR, 2008b), com temperaturas médias
mensais de 31º C (máxima) e de 12º C (mínima), conforme dados fornecidos pelo
SIMEPAR (2008).
3.2 Delineamento Experimental
O delineamento experimental empregado foi o de blocos ao acaso, em
esquema de parcelas subdivididas, com quatro repetições (Figura 1). As parcelas
foram representadas por cinco genótipos de aveia, sendo utilizados dois genótipos
de aveia-preta de uso forrageiro (cv. ‘Preta Comum e cv. ‘IAPAR 61 IBIPORÃ’) e
três genótipos de aveia-branca de duplo propósito (cv. ‘IPR 126’, cv. ‘FAPA 2’ e cv.
‘FUNDACEP FAPA 43’). As subparcelas foram representadas por quatro sistemas
de manejos de cortes da parte aérea da aveia, sendo: M1 (um corte rente ao solo
realizado no florescimento para avaliar a produção de massa seca (MS) como
cobertura do solo); M2 (um corte realizado quando os genótipos de aveia atingiram
35-40 cm de altura para avaliar a produção de forragem em MS no estádio
vegetativo e outro corte realizado no florescimento para avaliar a produção de MS,
para a cobertura do solo); M3 (dois cortes sempre realizado quando os genótipos de
32
aveia atingiram 35-40 cm de altura para avaliar a produção de forragem em MS no
estádio vegetativo e outro corte realizado no florescimento para avaliar a produção
de MS, para a cobertura do solo) e; M4 (três cortes sempre realizados quando os
genótipos de aveia atingiram 35-40 cm de altura para avaliar a produção de
forragem em MS no estádio vegetativo e outro corte realizado no florescimento para
avaliar a produção de MS, para a cobertura do solo).
Cada parcela experimental teve uma área de 16,0 m², sendo 16,0 m de
comprimento por 1,0 m de largura. O espaçamento entre linhas foi de 20 cm. As
subparcelas experimentais foram constituídas por cinco linhas de 4,0 m de
comprimento e 1,0 m de largura, constituindo 4 m² de área de cada subparcela,
sendo considerado dentro de cada subparcela como bordadura a primeira linha de
cada lado e 0,5 m de cada extremidade (Figura 1 detalhamento). A área onde
efetivamente foram coletados os dados para análise de cada subparcela foi de 1,80
m² (0,60 m X 3,00 m) (Figura 1).
As sementes da aveia Preta Comum, IAPAR 61 IBIPORÃ e IPR 126 foram
cedidas pelo IAPAR Instituto Agronômico do Paraná. As sementes da FAPA 2 e a
FUNDACEP FAPA 43, foram cedidas pela Fundação Agrária de Pesquisas
Agropecuárias Entre Rios de Guarapuava - PR. As sementes fornecidas são
classificadas como sementes básicas e produzidas de acordo com as normas de
produção de sementes da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento
do Paraná – SEAB.
33
E B A C D C D B E A A B D C E C B A D E
M2
M4
M2
M1
M2
M2
M2
M1
M4
M4
M3
M4
M3
M2
M3
M2
M3
M3
M2
M2
M3
M3
M4
M2
M1
M1
M3
M3
M3
M2
M1
M3
M2
M4
M1
M3
M1
M4
M1
M4
M1
M1
M3
M4
M3
M3
M4
M2
M1
M3
M4
M2
M1
M3
M4
M1
M4
M2
M4
M3
M4
M2
M1
M3
M4
M4
M1
M4
M2
M1
M2
M1
M4
M1
M2
M4
M2
M1
M3
M1
20,0 m
Parcelas (genótipos)
A = IAPAR 61
B = PRETA COMUM
C = IPR 126
D = FUNDACEP FAPA 43
E
=
FAPA 2
Subparcelas (manejo de corte)
4,00m
M1 = sem corte na fase vegetativa e um corte no florescimento
M2 = um corte na fase vegetativa (40 cm) e um corte no florescimento
M3 = dois cortes na fase vegetativa (40 cm) e um corte no florescimento
M4 = três cortes na fase vegetativa (40 cm) e um corte no florescimento
1,00 m
Figura 1:
Croqui da área do experimento e detalhamento do esquema de coleta do material para avaliação da massa seca das
subparcelas.
x x x x x
x
: : :
x
x : : : x
x : : : x
x : : : x
x : : : x
x : : : x
x : : : x
x : : : x
x x x x x
x = bordadura;
: = área colhida
16 m
34
3.3 Instalação do Experimento
Cerca de dois meses antes da data prevista para a semeadura foi realizada a
amostragem do solo da área experimental. Com auxílio de um trado, coletou-se seis
amostras simples de solo na camada de 0 a 20 cm de profundidade, e que depois de
homogeneizadas constituíram uma amostra composta, sendo em seguida
acondicionada em saco plástico, identificada e, remetida ao laboratório de análise
química de solos da UNIOESTE de Marechal Cândido Rondon PR. O resultado da
análise química do solo consta na Tabela 1.
Tabela 1. Análise química do solo camada de 0-20 cm de profundidade. São Clemente,
Santa Helena-PR, 2008.
P
MO pH
CaCl2
H + Al
Al
3+
K
+
Ca
2+
Mg
2+
SB CTC V Al
mg dm
-3
g dm
-3
0,01
mol L
-1
cmol
c
dm
-3
%
22,98 35,54 5,23 5,92 0,00 10,00 6,85 1,65 18,50 24,42 75,76
0,00
O preparo do solo consistiu de uma escarificação, seguida de uma gradagem.
A cultura que antecedeu a área do experimento foi o feijão e o local está no quarto ano
de cultivo com culturas anuais, sendo que anteriormente a esse período a área era
ocupada com pastagem perene predominantemente com estrela africana, por mais de
15 anos.
A adubação química realizada foi baseada nos níveis dos nutrientes (fósforo e
potássio) constantes na análise de solo (Tabela 1), seguindo a recomendação do
IAPAR (2003) para a cultura do trigo, devido não haver uma recomendação específica
para a cultura da aveia. Na adubação básica utilizou-se 250 kg ha
-1
da fórmula 8-20-20
(N-P
2
O
5
-K
2
O), no sulco de semeadura e abaixo das sementes cerca de 2 cm. A
adubação e a semeadura foram efetuadas manualmente nas linhas do sulco, com
espaçamento de 20 cm entre linhas. A profundidade de semeadura foi de 2-3 cm, com
densidade de semeadura de 80 sementes aptas por metro linear. Para assegurar esta
quantidade de plantas germinadas foi realizado previamente o teste de germinação de
todos os genótipos.
35
A semeadura foi realizada no dia 01/05/2008, sendo que a emergência ocorreu
num período de até 10 dias após o plantio.
3.4 Condições de Crescimento
Na fase inicial, para assegurar a emergência e o desenvolvimento uniforme
foram efetuadas duas irrigações por aspersão, com uma lâmina média de água de 15
mm em cada irrigação efetuadas nos dias 09 e 20 de maio. Para medir a lâmina de
irrigação foram instalados três coletores de água, sendo o primeiro próximo ao
aspersor, o segundo em uma distância mediana e o terceiro próximo da extremidade de
maior comprimento (20 m). A medição foi direta com régua na coluna de água coletada
no recipiente coletor. A partir desta data não foi mais necessário fazer uso da irrigação,
devido à ocorrência de chuvas regulares durante o período de condução do
experimento. Os dados de precipitação pluviométrica foram coletados no local e a
média mensal de temperatura que ocorreram durante a condução do experimento
foram obtidos do IAPAR (2008b), conforme Figura 2 e no Anexo 1.
0
50
100
150
200
250
300
350
Abr Mai Jun Jul Ago Set Out
Meses
Precipitão (mm)
0
5
10
15
20
25
30
Temperatura (ºC)
Precipitação Temperatura
.
Figura 2. Precipitação pluviométrica e temperatura média mensal ocorrida durante a
condução do experimento. São Clemente, Santa Helena - PR, 2008.
36
Nos dias 16 e 17 de junho ocorreram duas geadas, sendo que a de maior
intensidade foi no dia 17/06, porém sem prejuízos para a cultura da aveia. Ainda como
condições climáticas adversas, nos dias 06 e 07 de agosto ocorreram chuvas de
granizo de baixa intensidade que também não causaram injúrias nas plantas.
Os tratos culturais consistiram de uma capina manual aos 20 dias após o
plantio (estádio 2 na escala de Feekes-Large). Foi realizada uma adubação de
cobertura na fase de perfilhamento pleno (aos 25 dias após a emergência), com 20 kg
ha
-1
de N (uréia). Por haver ocorrido um acamamento excessivo de todos os genótipos,
na ocasião em que foi efetuado o primeiro corte no estádio vegetativo (Anexo 4) e com
o intuito de atenuar o acamamento proveniente da rebrota, optou-se não mais fazer
aplicação de adubação com N em cobertura depois de efetuados os cortes nas
subparcelas.
Não foi observada a presença de pragas, no entanto, constatou-se a ocorrência
de doenças como a ferrugem da folha e do colmo, cujo agente causador é o patógeno
Puccnia avenae. Para o controle desta doença, foram realizadas três aplicões de
fungicida, sendo a primeira aplicação realizada em 16/07, a segunda em 06/08 e a
terceira em 27/08. O fungicida utilizado foi o Epoxiconazole + Pyraclostrobin na
dosagem de 1 L ha
-1
de produto comercial.
3.5 Caracteres Avaliados
Os caracteres avaliados foram: ciclo vegetativo (consiste do número de dias da
emergência ao florescimento pleno); altura da planta (medida da base da planta até o
topo da panícula expresso em cm) e produção de biomassa da parte aérea (massa
seca, expressa em quilogramas por hectare).
Na fase vegetativa, para determinar a produção de biomassa da parte aérea
para forragem, tanto o primeiro quanto o segundo e o terceiro cortes foram efetuados a
uma altura de 8-10 cm em relação à superfície do solo. Tal delimitação da altura de
corte visa à proteção do meristema apical e para que a área foliar remanescente
permita um melhor e mais rápido rebrote (PRIMAVESI, et al., 2003). Para efetuar os
37
cortes utilizou-se uma guia como apoio de 8 cm de altura para definir a altura de corte.
O corte ocorreu quando as plantas atingiram a altura média de 35-40 cm avaliada em
três pontos da subparcela. A homogeneidade da altura (35-40 cm) permitiu o corte na
mesma data para todos os genótipos. O primeiro corte foi realizado 30 dias após a
emergência. O segundo corte, proveniente da rebrota, ocorreu 21 dias após o primeiro
e o terceiro corte, proveniente da segunda rebrota, foi realizado 24 dias após o
segundo.
Por ocasião do florescimento (estádio 10.5.1 na escala de Feekes-Large) todas
as subparcelas que sofreram os cortes na fase vegetativa também tiveram um corte
final, que foi proveniente da rebrota, para avaliar o rendimento de cobertura morta, que
seria deixada como palhada para cobertura do solo, visando o plantio direto. Este corte
final no florescimento foi um corte raso, rente ao solo.
Os cortes foram efetuados manualmente, com auxílio de uma faca de cozinha
e, depois de colhidos foi efetuada a pesagem da massa verde da parte aérea. Para
determinar a massa seca de cada subparcela, retirou-se uma sub-amostra do material
fresco colhido (aproximadamente 300 gramas), pesou-se e esta sub-amostra foi
acondicionada em saco de papel, identificada e levada para estufa de circulação
forçada de ar a 65º C até peso constante, o que ocorreu em aproximadamente 72 horas
de secagem, e após isto se obteve a sua massa seca. A massa seca em cada sub-
amostra correspondia à massa verde da sub-amostra, que multiplicada pela massa
verde total da parcela e dividida pela massa verde da sub-amostra, forneceu a massa
seca.
As épocas de cada corte dos materiais para determinação da produção de
forragem (estádio vegetativo) foram às mesmas para todos os genótipos. Isto foi
possível porque todos os cultivares tiveram um desempenho homogêneo no
crescimento. Porém, para determinar a produção de massa seca no florescimento pleno
(estádio reprodutivo), para cobertura do solo, o corte foi realizado em datas distintas,
em função do ciclo distinto de cada cultivar. Tamm dentro do cultivar os materiais que
sofreram “um corte”, “dois cortes” e, três cortes” tiveram, respectivamente, um
alongamento maior de dias até o florescimento pleno, em função do restabelecimento
da planta pela rebrota.
38
3.6 Análise Estatística
Os resultados obtidos foram submetidos à análise de variância utilizando-se o
teste F e as médias foram comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.
Para proceder às análises estatísticas utilizou-se o programa SANEST (ZONTA et al.,
1985).
39
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 Rendimento de Forragem (Estádio Vegetativo)
Para a produção de massa seca (MS) determinada no estádio vegetativo, a
análise de variância indicou que houve diferenças significativas para cultivar, cortes e
também para a interação cultivar x cortes (Anexo 2). Na tabela 2 são apresentados os
rendimentos médios de forragem em cada corte e o total acumulado de três cortes.
TABELA 2. Médias de rendimento e total acumulado de massa seca de genótipos de
aveia no estágio vegetativo, em função do sistema de manejo de cortes e
desdobramento da interação dos genótipos x manejo de cortes da parte aérea. Médias
de quatro repetições. São Clemente, Santa Helena-PR, 2008.
Massa seca (kg ha
-1
)
Genótipos
M2¹
M3¹
M4¹
Total²
acumulado
Médias de
cultivar
Preta comum³ 970 bcC
1339 bB 1596 bA 3905 c 1302
IAPAR 61³ 967 bcB
1655 aA 1775 abA
4397 ab 1466
IPR 126³ 907 cB 1644 aA 1692 abA
4243 ab 1414
FAPA 2³ 1185 abC
1440 abB 1912 aA 4537 a 1512
FUNDACEP PAPA 43³
1302 aB 1247 bB 1819 abA
4368 ab 1456
Médias de cortes 1066 1465 1759 4290 1430
Médias seguidas da mesma letra miscula, na coluna e, maiúscula na linha, não diferem entre si, pelo
teste de Tukey a 5% de probabilidade. M2: um corte; M3: dois cortes; M4: três cortes (¹D.M.S = 273;
²D.M.S = 565; ³D.M.S = 232).
No manejo M2 (avaliação do primeiro corte no estádio vegetativo) o genótipo
FUNDACEP FAPA 43 produziu 1302 kg ha
-1
de MS apesar de não diferir
estatisticamente do genótipo FAPA 2. No entanto, diferiu estatisticamente dos demais
genótipos. Não houve diferença significativa entre os genótipos IPR 126, Preta Comum
e IAPAR 61 os quais apresentaram menor produção, com 907, 970 e 967 kg ha
-1
de
MS, respectivamente (Tabela 2). A diferença percentual entre o genótipo mais produtivo
40
FUNDACEP FAPA 43 foi aproximadamente de 30% maior que para a aveia IPR 126,
que teve a menor produção neste primeiro corte no estádio vegetativo.
Resultados semelhantes foram obtidos por Primavesi et al. (2006a), que
obtiveram para os genótipos Preta Comum, IAPAR 61, IPR 126, FAPA 2 e, FUNDACEP
FAPA 43, rendimento de 724, 989, 1176, 1170, 1433 kg ha
-1
de MS, respectivamente.
Por outro lado, Noro et al. (2003) obtiveram com a aveia Preta Comum 2131 kg ha
-1
e
com a aveia IAPAR 61 2201 kg ha
-1
de MS, obtendo portando, uma média de
rendimento maior.
No ensaio nacional de aveias forrageiras (Cruz Alta, RS) Fão et al. (2006)
obtiveram no primeiro corte para os genótipos: Preta Comum, IAPAR 61, IPR 126,
FAPA 2 e FUNDACEP FAPA 43, respectivamente: 1024, 1271, 1265, 1671 e 1649 Kg
ha
-1
de MS, sendo que a média de dias da emergência ao primeiro corte foi de 85 dias,
o que permitiu, segundo os autores, que provavelmente, houvesse um maior acúmulo
de forragem, destacando-se a FUNDACEP FAPA 43 com maior produção em
praticamente todos os ensaios neste primeiro corte. Isto esde acordo ao observado
por Primavesi et al. (2007a) que recomendam quando se deseja produção mais elevada
no início de período de pastejo, pode-se utilizar o genótipo FUNDACEP FAPA 43.
Alguns dias antes de ser realizado o primeiro corte todos os genótipos sofreram
acamamento. Isto provavelmente pode ter contribuído para um menor desempenho no
acúmulo de MS nesta fase inicial do desenvolvimento vegetativo. A ocorrência do
acamamento se deve em parte, ao solo apresentar uma boa fertilidade com nível médio
de matéria orgânica (Tabela 1). Além disso, por ocasião do perfilhamento da aveia foi
aplicada uma dose de uréia. Tal situação condicionou uma velocidade de crescimento
intensa dos genótipos, que somado a presença de umidade (Anexo 1), proporcionou
condições propícias ao acamamento. Em anos favoráveis para as culturas de inverno,
não raramente, tem-se constatado crescimento vegetativo exuberante, ocasionando
altos índices de acamamento (BORTOLINI et al., 2005).
Observou-se que no intervalo entre o primeiro e o segundo corte (M2 para M3),
houve uma maior freqüência de chuvas (Anexo 1), o que contribuiu para um aumento
da capacidade de rebrota, rápido crescimento e uma uniformidade entre os genótipos.
41
O rendimento médio de MS dos genótipos neste segundo corte (M3) foi 27% maior em
relação aos genótipos do primeiro corte (M2).
No manejo M3 (avaliação de rendimento do segundo corte no estádio
vegetativo) não houve diferença significativa entre os genótipos IPR 126, IAPAR 61 e
FAPA 2, os quais apresentaram maior rendimento de produção de MS, com 1644,
1655 e 1440 kg ha
-1
, respectivamente (Tabela 2). O genótipo FUNDACEP FAPA 43
apesar de não diferir estatisticamente do genótipo Preta Comum, teve a menor
produção de MS (1247 kg ha
-1
). Contudo, os demais genótipos tiveram um aumento de
produção em relação ao primeiro corte. A variação percentual de produção foi de
aproximadamente 25% maior para o genótipo IAPAR 61 em relação ao genótipo menos
produtivo FUNDACEP FAPA 43.
No ensaio nacional de aveia forrageira Fão et al. (2006) obtiveram no segundo
corte com as aveias IAPAR 61, IPR 126 e FAPA 2, respectivamente 1066, 1170 e 1432
kg ha
-1
de MS. No entanto, et al. (2006) observaram que as aveias Preta Comum,
IAPAR 61, IPR 126, FAPA 2 e, FUNDACEP FAPA 43, produziram respectivamente,
1251, 1095, 1040, 921, 818 kg ha
-1
de MS no segundo corte. Tais resultados são
inferiores aos obtidos no presente trabalho. Isto pode ter ocorrido provavelmente devido
às condições edafoclimáticas terem sido favoráveis para o bom desenvolvimento da
aveia (Tabela 1 e Anexo 1).
Resultados obtidos por Bortolini et al. (2004) mostraram que a produtividade de
forragem e grãos de aveia-preta e de aveia-branca em plantas submetidas a um ou a
dois cortes foram superiores aos obtidos em plantas não cortadas, evidenciando que
com o manejo adequado, considerável quantidade de forragem pode ser removida sem
afetar seriamente a produção. Os autores concluíram que a produção de massa seca
foi maior quando da realização de dois cortes, no estádio vegetativo, além da melhoria
de peso do hectolitro dos genótipos, que é uma medida de qualidade dos grãos.
No manejo M4 (terceiro corte) a média geral de produção de massa seca foi
ainda maior em relação ao segundo e consequentemente, ao primeiro corte, na
produção de forragens, sendo, aproximadamente 17% maior que o segundo corte e
cerca de 40% maior que o primeiro.
42
Não houve diferença significativa entre os genótipos FAPA 2, FUNDACEP
FAPA 43, IPR 126 e IAPAR 61. Contudo, o genótipo FAPA 2 apresentou rendimento
de 1912 kg ha
-1
de MS, diferindo estatisticamente do genótipo Preta Comum que obteve
o menor rendimento de MS (1596 kg ha
-1
), sendo aproximadamente 17% superior à
produção da FAPA 2 em relação ao genótipo Preta Comum. Esses resultados são
superiores aos obtidos por Primavesi et al. (2007a) que obtiveram com os genótipos
Preta Comum, IAPAR 61, IPR 126, FAPA 2 e, FUNDACEP FAPA 43, respectivamente
928, 1343, 1024, 1493 e 1457 kg ha
-1
de MS, e aos obtidos por Scheffer-Basso et al.
(2001) que no terceiro corte obtiveram produção de 628 kg ha
-1
de MS para a aveia
Preta Comum, e também aos obtidos por Noro et al. (2003) que obtiveram para a aveia
Preta Comum e IAPAR 61 rendimentos de 586 e 677 kg ha
-1
de MS.
Ao analisar cada manejo de cortes pode-se observar que cada genótipo
também responde de forma diferente à desfolhação ocasionado pelos manejos de
cortes, no rendimento de massa seca. De maneira geral observou-se que houve
aumento da produção de MS entre o primeiro (M2), segundo (M3) e terceiro cortes
(M4). Por ocasião do segundo e terceiro cortes não foi observado acamamento dos
genótipos provenientes da rebrota no estádio vegetativo. Para Costa e Markus (1977)
isto é um fator relevante, pois contribui positivamente num maior rendimento de
produção. Estes autores atribuem ao manejo de cortes à redução do risco de
acamamento. No entanto, os resultados encontrados por Scheffer-Basso et al. (2001)
que obtiveram produção de MS para a aveia Preta Comum no primeiro, segundo e
terceiro corte, respectivamente, 1302, 1048 e 628 kg ha
-1
e Noro et al. (2003) que
trabalhando com o mesmo genótipo, obtiveram produção de 2132, 972 e 586 kg ha
-1
de
MS, contrariam esta observão.
A análise dos dados mostrou que houve diferença de médias na interação entre
os sistemas de manejo de cortes e genótipos de aveia (Tabela 2). Observa-se que, com
excão do genótipo FUNDACEP FAPA 43, que reduziu a produção, os genótipos
Preta Comum, IAPAR 61, IPR 126 e FAPA 2 apresentaram maior rendimento de massa
seca, quando submetidos ao segundo corte. Resultados semelhantes foram obtidos por
Souza et al. (2005) com o genótipo São Carlos em que a produção no segundo corte foi
de 65 % e entre a emergência e o primeiro corte, de 35% no acúmulo de forragem.
43
Tamm pode ser observado que o desempenho na produção de MS do segundo para
o terceiro corte (M3 para M4) todos os genótipos tiveram rendimentos ainda maiores de
forragem em termos de produção. Porém não houve diferença significativa entre as
aveias IAPAR 61 e IPR 126. Na análise entre o segundo e o terceiro corte as aveias
Preta Comum, FAPA 2 e FUNDACEP FAPA 43 tiveram diferença estatística
significativa com rendimento maior no terceiro corte.
Segundo Bortolini et al. (2004), esse aumento de rendimento de forragem
quando a planta é submetida a cortes, se expressa pela alta capacidade de rebrote,
atividade de indução na formação de novos perfilhos desses genótipos. As diferenças
de resposta de cada genótipo devem-se, principalmente, à capacidade das plantas
produzirem novos afilhos após os cortes (WENDT et al., 1991). Segundo Fontaneli et
al., (2000a) quando se mantém um resíduo mínimo, limitando o pastejo de 7-10 cm de
altura preserva-se um mínimo de área foliar e os meristemas apicais não são atingidos
pelas plantas pastejadas. Estes autores afirmam ainda que plantas pastejadas que não
sofreram a remão do meristema apical apresentam rápido crescimento de novas
folhas, devido a pronta disponibilidade de reservas de nutrientes armazenados nos
entrenós mais inferiores e na área foliar remanescente dos pastoreios.
Resultados obtidos por Bortolini et al. (2005) com o genótipo FAPA 2, com
intervalo de pastejo com duração de uma a sete semanas, mostraram que
independente da duração, o pastejo reduziu a altura do meristema apical, se
comparado a plantas não desfolhadas, sendo que a altura máxima do meristema apical
encontrada em aveia pastejada pelos animais foi de 2,9 cm em média com sete
semanas de pastejo.
Este aumento gradual que houve de massa seca dos genótipos em função do
aumento do número de cortes é extremamente importante para a produção animal,
especialmente para o rebanho leiteiro, pois coincide com uma época de carência de
forragem. A forma mais econômica de produção de leite, em geral, é aquela que
consegue maximizar o componente forrageiro de pastagens bem manejadas
independente da qualidade genética da vaca leiteira (FONTANELI, 2008). De acordo
com Bona Filho (2002) nos meses de abril a outubro, os animais não conseguem
44
consumir forragens em quantidade e qualidade suficientes para atenderem as suas
necessidades nutricionais e sofrem com a perda de peso.
Para Noro et al. (2003) na região Sul os meses de maio e junho estão entre os
mais críticos na produção pecuária, pois as espécies de verão encerraram o ciclo e
as de inverno estão em fase de estabelecimento. Ainda segundo os autores, quando se
trabalha com animais em pastejo busca-se uma oferta constante de alimento, pelo
maior período possível, de aproximadamente 1500 kg ha
-1
de MS. Nesse sentido, a
maioria dos genótipos atendeu esta expectativa, inclusive alguns sendo bastante
superiores. Além disso, a realizão do manejo de cortes de 8-10 cm de altura em
relação ao solo, visando o favorecimento da rebrota, também deve ser mencionado,
pois foi produzido e o foi quantificado por ocasião dos cortes no período vegetativo, o
que certamente aumentaria ainda mais o rendimento de massa seca por área, de todos
os genótipos (em torno de 25%).
O bom desempenho de produtividade de MS de forragem durante a fase
vegetativa pode ser explicado pela combinação do conjunto de fatores relacionados à
planta e as condições edafoclimáticas favoráveis, tais como: distribuição relativamente
uniforme das chuvas durante o período, alta fertilidade natural do solo e adubação
química. A disponibilidade de nutrientes no solo tem grande importância no crescimento
das forrageiras (ASSMANN, 2002). A temperatura durante a maior parte do período
manteve-se com uma média superior a 20º C, e de acordo com Sandini (1999) a
temperatura de 20-25ºC favorece o desenvolvimento vegetativo, sendo que a mínima
para o início do crescimento da aveia é acima de 4,4º C. As oscilações na produtividade
são normalmente atribuídas à incidência de moléstias (MEDEIROS e SCHLEHUBER,
1971) e as variações nas condições de ambiente (CARVALHO et al., 1983).
Em relação à produção acumulada de forragem no total dos três cortes houve
diferença estatística significativa entre os genótipos FAPA 2 e Preta Comum. O
genótipo Preta Comum, material de maior precocidade, obteve o menor rendimento.
Isto esde acordo ao observado por Primavesi et al. (2006b) que afirmam que os
genótipos de aveia de ciclo médio e ciclo longo foram até 46% mais produtivos que
aqueles de ciclo precoce.
45
Matzenbacher (2001) obteve produções de 3700 kg ha
-1
com o genótipo FAPA
2, após três cortes. Antoniazzi e Perim (2001), após quatro cortes, observaram
produção de 4500 kg ha
-1
com esse mesmo genótipo. Resultados do IAPAR (2008a)
média de três anos (2003 a 2005) em Santa Helena, oeste do Paraná obtiveram para
os genótipos Preta Comum, IAPAR 61 e IPR 126, respectivamente no acumulado de
três cortes 2428, 2286 e 3147 kg ha
-1
de massa seca na fase vegetativa. Esses
resultados são inferiores aos obtidos no presente trabalho.
4.2 Rendimento de Palhada Para Cobertura do Solo (Estádio Reprodutivo)
Para a produção de MS determinada no estádio reprodutivo, a análise de
variância indicou que houve diferenças significativas para cultivar, cortes e tamm
para a interação cultivar x cortes (Anexo 3). Na Tabela 3 são apresentados os
rendimentos médios de massa seca obtidos no florescimento pleno dos genótipos. A
média geral do experimento foi de 10523 Kg ha
-1
como rendimento de cobertura do
solo.
Verifica-se a grande importância dos materiais de ciclo longo no rendimento de
MS como palhada para cobertura do solo. Observa-se que a média dos genótipos de
ciclo longo variou entre 10524 Kg ha
-1
(FUNDACEP FAPA 43) e 13003 Kg ha
-1
(FAPA
2), ao passo que a aveia Preta Comum teve um rendimento de 5786 Kg ha
-1
.
Na avaliação da massa seca dos genótipos submetidos ao manejo de cortes
M1 (corte único no florescimento) os genótipos FUNDACEP FAPA 43, IPR 126, IAPAR
61 e FAPA 2 foram os mais produtivos, diferindo estatisticamente do genótipo Preta
Comum, o qual teve o menor rendimento de MS (8741 Kg ha
-1
), produzindo cerca de
30% a menos de MS que os genótipos FUNDACEP FAPA 43, IPR 126, IAPAR 61 e
FAPA 2 (Tabela 3).
46
TABELA 3: Rendimento de massa seca de genótipos de aveia no florescimento pleno,
em função do manejo de cortes no período vegetativo com desdobramento da interação
genótipos x manejo de cortes da parte aérea. Média de quatro repetições. São
Clemente, Santa Helena, PR, 2008.
Massa seca (kg ha
-1
)
Genótipos
M1¹
M2¹
M3¹
M4¹
Médias
de
cultivar
Preta comum² 8741 bA
6348 cB
5185 cB
2870 cC 5786
IAPAR 61² 12175 aA
12112 bA
11984 bA
7740 bB 11003
IPR 126² 12362 aB
11744 bB
13909 aA
11184 aB
12300
FAPA 2² 12172 aB
14379 aA
14407 aA
11055 aB
13003
FUNDACEP FAPA 43² 12367 aA
10592 bB
10821 bB
8315 bC
10524
Médias de cortes 11564 11035 11261 8233 10523
Médias seguidas de mesma letra miscula na coluna, e maiúscula na linha, não diferem entre si, pelo
teste de Tukey a 5%. M1: corte único no florescimento; M2: um corte na fase vegetativa e um corte no
florescimento; M3: dois cortes na fase vegetativa e um corte no florescimento e M4: três cortes na fase
vegetativa e um corte no florescimento (¹D.M.S = 1641; ²D.M.S = 1516).
Resultados semelhantes foram obtidos por Matzenbacher (2001) que avaliando
a produção de MS no período de florescimento pleno, com corte único, obteve para o
genótipo FAPA 2 uma produção de 12970 Kg ha
-1
de MS, e também por Sá et al. (2001)
que obtiveram para os genótipos IAPAR 61, IA 96101-B (uma linhagem da atual IPR
126) e Preta Comum, uma produção de 13670, 12329 e 8314 Kg ha
-1
de MS,
respectivamente. Por outro lado, os resultados apresentados na Tabela 3, são
superiores aos obtidos por Primavesi et al. (2006b) que avaliando os genótipos FAPA 2,
IAPAR 61, IPR 126, FUNDACEP FAPA 43 e Preta Comum, obtiveram produção de
9813, 9601, 9546, 8061 e 6215 Kg ha
-1
de MS, respectivamente, evidenciando também
com o menor rendimento do genótipo Preta Comum.
Na avaliação de rendimento dos genótipos submetidos ao manejo de cortes M2
(um corte no estádio vegetativo e outro no florescimento pleno) o genótipo FAPA 2 foi o
mais produtivo, com 14379 Kg ha
-1
de MS, diferindo estatisticamente dos demais. Não
houve diferença significativa entre os genótipos IAPAR 61, IPR 126 e FUNDACEP
47
FAPA 43. No entanto, o genótipo Preta Comum foi o que teve o menor rendimento de
MS (6348 Kg ha
-1
), diferindo estatisticamente dos demais. Neste manejo de cortes M2
a relação entre a FAPA 2 e a Preta Comum foi de 2,26, isto significou que o genótipo
FAPA 2 foi 2,26 vezes mais produtivo que o genótipo Preta Comum. Pode-se verificar
que enquanto o genótipo FAPA 2 aumentou sua produção proveniente da rebrota,
quando submetido ao primeiro corte, o genótipo Preta Comum, nas mesmas condições,
teve um comportamento contrário, ou seja, reduziu sua produção. O genótipo FAPA 2
destacou-se produzindo 126,5% a mais de massa seca em relação ao genótipo Preta
Comum. Além disso, o genótipo FAPA 2 teve uma produção 15% superior em
comparação a ela mesma no manejo de corte M1 (corte único no florescimento).
Por outro lado, excetuando o genótipo FAPA 2, houve uma redução da
produção de biomassa do manejo de cortes M1 para o manejo de cortes M2. Esta
redução pode ser atribuída ao acamamento. Costa e Markus (1977) verificaram que os
cultivares apresentaram maior rendimento de biomassa com “um corte”, (no estádio
vegetativo) para produção de forragem, em relação ao sem corte”, fato atribuído ao
acamamento.
Além disso, na cultura da aveia tem-se registrado perdas significativas, como
conseqüência das lavouras acamadas (DEL DUCA e FONTANELI, 1995), isto porque
as plantas quando acamadas, mantém por um período mais longo de tempo as folhas e
o caule molhados e, por vezes, em contato direto com o solo, proporcionando um
ambiente mais úmido, favorecendo desta forma a instalação e o desenvolvimento de
patógenos. Mas de acordo com Diáz-Rosello et al. (1993), o manejo de forragens com
possibilidade de pastejo pelos animais reduz as enfermidades foliares.
Na avaliação dos genótipos submetidos ao manejo de cortes M3 (dois cortes no
estádio vegetativo e um corte no florescimento) o genótipo FAPA 2 apesar de não diferir
estatisticamente do genótipo IPR 126, foi o mais produtivo, com 14407 Kg ha
-1
de MS.
Os genótipos IAPAR 61 e FUNDACEP FAPA 43 não diferiram estatisticamente entre si.
Excetuando-se o genótipo Preta Comum, a diferença de rendimento entre os genótipos
foi menor que 25%. O genótipo Preta Comum apresentou o menor rendimento de MS
(5185 Kg ha
-1
), diferindo estatisticamente dos demais. No manejo de “três cortes” a
diferença de produção entre os genótipos FAPA 2 e Preta comum foi ainda maior
48
(Tabela 2). O menor rendimento da aveia Preta Comum pode estar relacionado ao seu
ciclo e a ocorrência de plantas daninhas, isto porque o genótipo Preta Comum
apresenta ciclo precoce e este mostrou-se pouco vigoroso, sendo que as subparcelas
neste manejo mostravam a presença de plantas daninhas ocupando a área.
Conforme Fão et al. (2006) a aveia-preta comum apresenta hábito de crescimento
ereto, desta forma reduz o sombreamento do solo, contribuindo assim para a infestação
das plantas daninhas.
Observou-se que não houve acamamento nos materiais que foram submetidos
a dois cortes, no período vegetativo (manejo de “três cortes” – M3). Isto está de acordo
com Bortolini et al. (2004) que afirmaram que a desfolha dos genótipos submetidos aos
cortes (um corte e dois cortes) favoreceram a redução ou eliminação do acamamento
pela redução no comprimento de colmos, permitindo assim que os materiais se
desenvolvessem com melhor aproveitamento da luz.
Na avaliação dos genótipos submetidos ao manejo de cortes M4 (três cortes no
estádio vegetativo e um corte no florescimento pleno) o genótipo IPR 126 apesar de
não diferir estatisticamente do genótipo FAPA 2, foi o mais produtivo, com rendimento
de 11184 Kg ha
-1
de MS. O genótipo Preta Comum obteve a menor produção de MS
(2870 Kg ha
-1
), diferindo estatisticamente dos demais. Os genótipos IPR 126 e FAPA 2
tiveram uma produção cerca de 290% superior ao genótipo Preta Comum (Tabela 3).
Neste sistema de manejo (“quatro cortes”) houve uma redução na produção de
todos os genótipos avaliados. Por exemplo, o genótipo FAPA 2 em relação a ele
mesmo teve uma redução de aproximadamente 23% em relação ao manejo “três
cortes” e o genótipo Preta Comum teve uma redução acentuadamente maior, em torno
de 45%. A aveia Preta Comum que tem um ciclo precoce, submetida a quatro cortes
(M4) produziu relativamente boa quantidade de forragem no estádio vegetativo,
praticamente igual às outras aveias de ciclo longo. No entanto, a rebrota após o terceiro
corte, foi bastante reduzida, proporcionando pouca palhada para cobertura do solo.
Provavelmente este decréscimo de produção ocorra em razão da idade fisiológica da
planta, que no terceiro corte no estádio vegetativo es finalizando seu ciclo
(PRIMAVESI et al., 2002).
49
Esta situação facilita a infestação de plantas daninhas, sendo que quando foi
efetuado o quarto corte as subparcelas (M4) já estavam bastante infestadas com
plantas daninhas de folhas largas, inclusive em maior proporção do que as subparcelas
do manejo M3 (três cortes). uma correlação negativa entre quantidade de palha
sobre o solo e infestação de plantas daninhas (VIDAL e TREZZI, 2004; BALBINOT et
al., 2005; SALVADOR et al., 2007). Segundo Gillet (1984), com os cortes freqüentes, há
um acúmulo de partes mortas e materiais lignificados na planta, que prejudica a
qualidade e o desenvolvimento da forragem por impedir a passagem de luz.
Quanto ao rendimento da produção de palhada para cobertura do solo da aveia
Preta Comum ser acentuadamente menor à medida que se avançaram o mero de
cortes, em parte também se deve a decapitação do meristema apical, principalmente
por ser um material precoce, em que a cada corte ou pastejo o meristema apical fica
mais exposto. De acordo com Briske e Richards (1995), a aveia-branca tem a
característica de manter o meristema apical próximo à superfície do solo até o início da
fase reprodutiva, o que pode ter colaborado para que tivessem um maior rendimento
até o terceiro corte na fase vegetativa.
Em trabalhos conduzidos pelo IAPAR (2008d) em Santa Helena entre 2003 a
2006 com os genótipos Preta Comum, IAPAR 61 e IPR 126, verificou-se que todos
tiveram uma menor produção de palhada para cobertura do solo a partir do manejo
“sem cortes” (no estádio vegetativo) de forma decrescente, sendo que no experimento
objeto deste trabalho, tal comportamento foi observado apenas no genótipo Preta
Comum.
Conforme a média de produção obtida pelos genótipos em relação ao número
de cortes neste experimento, com exceção da aveia Preta Comum, os demais materiais
podem ser utilizados para produção de forragem até o manejo M4, uma vez que foram
obtidos mais de 7700 kg ha
-1
de MS (Tabela 3). Castro (1993) e Cruz et al. (2001)
afirmam que devem ser adotados sistemas de rotação de culturas que adicionem em
média 6000 Kg ha
-1
ou mais de massa seca por ano, na superfície do solo. Nestas
condições, além de melhorar os atributos químicos físicos e biológicos, o solo mantido
coberto irá evitar as perdas de água por evaporação e, com isso, este sistema irá ter
mais água armazenada no perfil do solo (MEDEIROS e CALEGARI, 2007). Além disso,
50
também benefícios indiretos controlando as infestações de plantas daninhas,
reduzindo a temperatura do solo, efeitos de biologia e disponibilidade de nutrientes do
solo (PRIMAVESI et al. 2002).
Avaliando-se o rendimento de massa seca dos genótipos para produção de
palhada para cobertura do solo em relação ao sistema de manejo de cortes adotados
(Tabela 3), não houve um comportamento uniforme de produção em resposta à
desfolha que sofreram no período vegetativo. Os genótipos Preta Comum e
FUNDACEP FAPA 43 foram os que tiveram um melhor desempenho de produção no
manejo de cortes M1 e o menor no manejo de cortes M4. Quando submetido ao quarto
corte o genótipo Preta Comum teve uma redução de 67% em relação ao primeiro corte,
enquanto que o genótipo FUNDACEP FAPA 43 teve uma redução de 33%. O genótipo
IAPAR 61 teve um comportamento de produção até o manejo de cortes M3 semelhante
ao manejo de cortes M1 e M2, com diferença significativa somente após três cortes e
mesmo assim conseguiu deixar palhada para cobertura do solo em torno de 64% (7740
Kg ha
-1
) de massa seca em relação ao manejo M1. O genótipo IPR 126 teve o melhor
desempenho como produção de palhada para cobertura do solo quando submetida a
dois cortes no período vegetativo (cerca de 10% maior que em relação ao manejo M1).
E com três cortes este desempenho foi menor (em torno de 10% menor que em relação
ao manejo M1). o genótipo FAPA 2 tanto no primeiro corte, quanto no segundo corte
(no estádio vegetativo) o resultado também foi superior aos demais manejos e no
terceiro corte (M4) teve uma redução na produção de aproximadamente 23% em
relação a melhor produção (M3). Este mesmo comportamento com genótipos de aveia-
branca também foram observados por Bortolini et al. (2004), que apresentaram maior
produção quando submetidos ao segundo corte. Salienta-se que os autores avaliaram a
produção de MS no florescimento, realizando até dois cortes no estádio vegetativo.
Estes resultados remetem a grande opção disponível como recurso forrageiro à
utilizão de materiais de aveia de ciclo longo no sistema de ILP. Considerando-se que
o agricultor necessita de forragem e expressa em maior número de cortes (SÁ et al.,
2006), que no presente trabalho se limita a três cortes, no estádio vegetativo, estes
genótipos possibilitam a retirada de forragem para os animais entre 4243 a 4537 Kg
ha
-1
de massa seca, no acumulado de três cortes na fase vegetativa (Tabela 2), e
51
ainda, produzir ao sistema, provenientes da rebrota, quantidades que variam entre 7740
e 11184 Kg ha
-1
de MS, como palhada para cobertura do solo, que visam a reciclagem
de nutrientes e garantir a manutenção e reposição da massa orgânica.
Medeiros e Calegari (2007) conduzindo trabalhos de validação de tecnologias
na região dos municípios lindeiros ao Lago de Itaipu afirmam que, a aveia pode
representar de 10 a 15 sacas de soja a mais por hectare na safra seguinte, tendo-se
como indicador a margem bruta (renda bruta - custos variáveis) pela redução do custo
de produção e aumento da produtividade da soja, no contexto de benefícios da ILP.
4.3 Ciclo
Na avaliação do ciclo ocorreu uma variação entre genótipos no número de dias
da emergência ao florescimento pleno, sendo que o genótipo Preta Comum foi o mais
precoce em cada manejo de corte. Por outro lado, os genótipos IAPAR 61, IPR 126 e
FUNDACEP FAPA 43 tiveram um ciclo intermediário semelhante e o que apresentou
ciclo mais longo foi o genótipo FAPA 2 (Tabela 4).
TABELA 4. Datas de cortes dos genótipos de aveia para produção de palhada para
cobertura do solo no estágio reprodutivo (florescimento pleno) e número de dias da
emergência ao florescimento pleno nas datas dos respectivos cortes dos genótipos.
Genótipos M1 E/F*
dias
M2 E/F
dias
M3 E/F
dias
M4 E/F
dias
Preta comum 08/08 90 14/08 96 22/08 104 04/09 117
IAPAR 61 17/09 130 24/09 137 02/10 145 08/10 151
IPR 126 17/08 130 24/09 137 02/10 145 08/10 151
FAPA 2 24/09 137 02/10 145 09/10 152 15/10 158
FUNDACEP FAPA 43 17/09 130 24/09 137 02/10 145 08/10 151
*E/F = Número de dias da emergência as datas dos respectivos cortes.
52
No manejo de cortes M1 (corte único no florescimento para avaliar a produção
de palhada) ocorreu uma variação de 90 a 137 dias, respectivamente para as aveias
Preta Comum e FAPA 2, ou seja, a diferença do ciclo entre esses dois genótipos foi de
47 dias. Já os genótipos IAPAR 61, IPR 126 e FUNDACEP FAPA 43 apresentaram uma
diferença de ciclo de 40 dias em relação ao genótipo Preta Comum (Tabela 4).
Primavesi et al. (2006b) trabalhando com os mesmos genótipos (corte único no
florescimento) na região Sudeste (SP), obtiveram um ciclo para a aveia Preta Comum
de 80 dias; IAPAR 61 118 dias; IPR 126 108 dias; FAPA 2 118 dias e; FUNDACEP
FAPA 43 105 dias da emergência ao florescimento pleno. et al. (2001) observaram
para Preta Comum, IAPAR 61 e, FAPA 2, respectivamente um ciclo de 82, 141, 127
dias até o florescimento.
Com relação ao ciclo vegetativo da aveia, é difícil estabelecer faixas, pois o
melhoramento genético tem conseguido reduzir o ciclo originalmente de 190 dias para
menos de 90 dias, na região Sul (FEDERIZZI, 2002). Segundo Primavesi et al. (2006b)
a aveia quando cultivada em ambiente mais quente, como na região Sudeste (SP),
apresenta ciclo menor. Uma evidência disso é que aveia IAPAR 61, considerada de
ciclo longo, por exemplo, no Paraná tem seu ciclo de 134 dias (IAPAR, 2008c).
No manejo de corte M2 (um corte no estádio vegetativo e outro no florescimento
pleno) o corte da rebrota para produção de palhada do genótipo Preta Comum teve um
ciclo de 96 dias. Já para os genótipos IAPAR 61, IPR 126 e FUNDACEP FAPA 43 estes
tiveram um ciclo de137 dias e; FAPA 2 teve um ciclo de 145 dias. Assim, observou-se
que os materiais de ciclo longo tiveram um ciclo maior, entre 41 a 49 dias (FAPA 2) a
mais que o genótipo Preta Comum.
Na avaliação do ciclo dos genótipos submetidos ao manejo de corte M3
(genótipos submetidos a dois cortes no estádio vegetativo e outro no florescimento) o
genótipo Preta Comum teve um ciclo de 104 dias e a FAPA 2 continuou tendo o maior
ciclo com 152 dias até o florescimento.
Já no manejo de corte M4 (genótipos submetidos a três cortes no estádio
vegetativo e outro no florescimento) a produção de palhada proveniente do terceiro
rebrote da aveia Preta Comum teve um ciclo de 117 dias, enquanto que os genótipos
IAPAR 61, IPR 126 e FUNDACEP FAPA 43 tiveram 151 dias e o genótipo FAPA 2 teve
53
158 dias até o florescimento. Os dados observados no presente trabalho assemelham-
se aos obtidos pelo IAPAR com os genótipos Preta Comum, IAPAR 61 e IPR 126
(2008d).
Entre os manejos de cortes houve também um alongamento do número de dias
até o florescimento, tanto do manejo de corte M1 para o manejo de corte M2 (entre 6 e
8 dias); assim como de M2 para M3 (entre 7 e 8 dias) e de M3 para M4 (entre 6 e 13
dias), que ocorreram a partir da rebrota. Comparando os manejos de cortes dos
extremos M1 e M4 observa-se que houve um alongamento do ciclo dentro de cada um
dos genótipos, sendo de 27 dias para a Preta Comum e de 21 dias para os demais
genótipos de ciclo longo. O aumento do número de dias até o florescimento dos
genótipos, ocasionados pelo manejo de corte (ou pastejos) no estádio vegetativo é
importante, pois, permite que através do manejo de cortes o florescimento possa ser
retardado e desta forma manter a cobertura do solo até o início ou próximo do início do
plantio da cultura sucessora de verão. O número de dias para o florescimento é um
importante fator de adaptação da aveia aos diferentes ambientes de cultivo
(FEDERIZZI, 2007). Por sua vez, em geral, as aveias pretas submetidas a cortes
produzem menos do que as aveias brancas (PRIMAVESI et al., 2006a).
Desta forma constitui-se num benefício da ILP este alongamento do período da
aveia até o florescimento, ocasionado pelos cortes ou pastejos no estádio vegetativo. A
aveia pela sua alta capacidade de diminuir a infestação de plantas invasoras, em
condições de boa produção de palhada de cobertura, em alguns casos, pode-se evitar
a utilizão de herbicidas, apenas manejando mecanicamente a palhada com utilizão
de rolo-faca ou gradagem e plantio de soja (DERPSCH e CALEGARI, 1992).
Pode-se observar que dentre os genótipos avaliados, o genótipo Preta Comum,
devido a sua precocidade e baixa produção de cobertura de solo, não é adequada para
compor um sistema de ILP, pois ocorre um florescimento muito precoce, mesmo
quando submetida ao manejo de cortes M4 o florescimento ocorreu ainda no início de
setembro, sendo maior que 30 dias essa antecipação em relação aos demais
genótipos. Resultados obtidos pelo IAPAR (2008d), com o genótipo Preta Comum,
submetida a três cortes no estádio vegetativo, mostram que a rebrota foi muito reduzida
(661 Kg ha
-1
de MS) deixando pouca palhada para a cobertura do solo e o florescimento
54
ocorreu ainda em agosto. Este intervalo até a implantação da cultura de verão e a
pouca palhada produzida pela aveia Preta Comum deixa o solo exposto à infestação de
plantas daninhas o que reduz os benefícios da cobertura do solo no seu controle,
principalmente quando a cultura em sucessão é a soja, que tem seu plantio
recomendado a partir da segunda quinzena de outubro, na região Oeste do Paraná.
Conforme afirmam Severino e Christoffoleti (2001) a palhada produzida pelas plantas
de cobertura do solo podem dificultar a emergência de várias espécies de plantas
daninhas, em razão do efeito físico de sombreamento e da conseqüente redução da
amplitude térmica do solo.
4.4 Estatura de Plantas
Houve diferença significativa para a estatura de plantas entre os genótipos, bem
como entre os manejos de cortes adotados (Tabela 5). No manejo M1 (corte único no
florescimento) o genótipo Preta Comum apresentou a menor estatura entre os
genótipos com 94 cm, diferindo estatisticamente dos demais. Por outro lado, o genótipo
IPR 126 apresentou a maior estatura com 150 cm, no período de florescimento pleno,
sendo a diferença percentual de aproximadamente 37% entre esses dois genótipos. Sá
et al. (2001) observaram que os genótipos FAPA 2, IAPAR 61 e Preta Comum
apresentaram estatura de 108, 130 e 118 cm, respectivamente. Já Primavesi et al.
(2007b) observaram que os genótipos Preta Comum, IAPAR 61, IPR 126, FAPA 2 e
FUNDACEP FAPA 43, apresentaram estatura de 116, 108, 116, 98 e 89 cm,
respectivamente.
No manejo M2 (um corte na fase vegetativa e outro no florescimento) o
genótipo IPR 126 manteve a maior estatura com 152 cm e com diferença significativa
dos demais. No manejo M3 (dois cortes na fase vegetativa e outro no florescimento) o
genótipo IPR 126 apresentou redução estatisticamente significativa (sendo em M2 de
152 cm) da estatura para 137 cm, porém, ainda com maior porte e diferindo
estatisticamente dos demais. No manejo M4 (três cortes na fase vegetativa e um no
florescimento) os genótipos IPR 126 e IAPAR 61 tiveram a maior estatura com 136 e
55
127 cm, respectivamente, diferindo dos demais. o genótipo Preta Comum obteve a
menor estatura, em todos os manejos de cortes (Tabela 5).
TABELA 5. Média de estatura de plantas de genótipos de aveia no florescimento pleno,
em função do manejo de cortes no período vegetativo com desdobramento da interação
genótipos x manejo de cortes da parte aérea. Média de quatro repetições. São
Clemente, Santa Helena, PR, 2008.
Estatura (cm)
Genótipos
M1¹
M2¹
M3¹
M4¹
Médias de
cultivar
Preta comum² 94 dA 87 dAB 81 cB 81 cB 86
IAPAR 61² 135 bA 137 bA 114 bB 127 aA 128
IPR 126² 150 aA 152 aA 137 aB 136 aB 144
FAPA 2² 112 cA 114 cA 113 bA 105 bA 111
FUNDACEP PAPA 43² 115 cA 109 cA 107 bA 95 bB 106
Médias de cortes 121 120 111 109 115
Médias seguidas de mesma letra, minúscula na coluna e maiúscula na linha, não diferem entre si, pelo
teste de Tukey a 5% (¹D.M.S = 12,5; ²D.M.S = 12,0).
Avaliando-se o comportamento dos cultivares segundo o sistema de manejo de
cortes adotado, observa-se que, à medida que o número de cortes no estádio
vegetativo aumentou os genótipos não tiveram um comportamento uniforme quanto à
redução da estatura, exceto o genótipo FAPA 2, que não apresentou diferença
estatística significativa em relação ao número de cortes. No entanto, o genótipo
FUNDACEP FAPA 43 teve uma redução de estatura apenas no terceiro corte (estádio
vegetativo). O genótipo IAPAR 61 teve uma redução da estatura no manejo M3
(segundo corte no estádio vegetativo) e no manejo de cortes M4 voltou a apresentar
uma estatura maior. Os genótipos Preta Comum e IPR 126 tiveram uma redução de
estatura a partir do manejo de cortes M3 (Tabela 5).
Observou-se que todos os genótipos submetidos ao manejo de cortes M1 (corte
único no florescimento) e M2 (um corte no estádio vegetativo e outro no florescimento)
no estádio vegetativo sofreram acamamento. Dolan et al. (1996) afirmam que elevadas
estaturas proporcionam uma maior suscetibilidade ao acamamento. Segundo Federizzi
56
(2007) as variedades antigas de aveia eram todas muito altas (mais de 150 cm),
cresciam demais e acamavam, principalmente em anos onde o ambiente favorecia o
desenvolvimento da cultura. Por outro lado Bevilaqua et al. (2001) trabalhando com
algumas linhagens de aveia, cuja estatura variou de 110 a 133 cm, observou que a
estatura mais elevada não esteve relacionada com menor resistência ao acamamento,
pois linhagens de porte mais elevado não apresentaram acamamento em situação de
baixa precipitação durante a maturação.
57
5 CONCLUSÃO
 Os genótipos de ciclo longo IAPAR 61, IPR 126, FAPA 2 e FUNDACEP FAPA
43 alcançam alta produção de forragem sem comprometer a posterior produção
de palhada para a cobertura do solo, mesmo após três cortes no estádio
vegetativo, evidenciando alta aptidão para utilização no sistema de integração
lavoura-pecuária.
 Os genótipos submetidos a um corte, dois cortes e três cortes no estádio
vegetativo tiveram um aumento crescente na produção de massa seca para
produção de forragem e um alongamento do ciclo da emergência ao
florescimento.
 O manejo com três cortes maximiza a produção de forragem, no entanto, para
produção de palhada o melhor desempenho dos genótipos foi ao manejo de
dois cortes no estádio vegetativo.
 Em todos os sistemas de manejo de cortes a menor altura foi da aveia Preta
Comum e a maior altura predominou a IPR 126.
58
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72
7 ANEXOS
Anexo 1. Dados de precipitação pluviométrica em milímetros, coletados no local do
experimento durante a avaliação das cultivares, entre abril e outubro de 2008.
Dia/Mês
Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro
Outubro
1 garoa
80 0 0 10 0 28
2 0 0 0 0 5 0 0
3 0 0 38 0 5 0 0
4 0 0 0 0 0 0 0
5 0 3 10 0 0 frio 60
6 0 0 0 0 16 frio 0
7 0 0 0 0 11 12 0
8 0 0 0 0 33 0 0
9 0 [15] frio 0 12 0 0
10 0 0 8 0 0 0 35
11 0 0 49 0 0 30 0
12 vento 0 0 0 16 7 0
13 70 0 0 0 0 0 0
14 0 0 8 0 20 0 0
15 10 0 frio 0 11 0 8
16 9 0 geada 0 8 0 garoa
17 garoa
0 geada 0 0 0 0
18 5 0 0 0 0 0 0
19 30 0 0 0 0 0 0
20 0 [15] 0 0 0 10 0
21 0 0 0 8 0 33 0
22 0 0 0 10 0 0 8
23 0 0 12 50 0 0 79
24 0 0 garoa 0 0 0 0
25 0 0 0 0 0 0 8
26 0 0 0 0 0 0 0
27 3 0 0 0 0 0 4
28 1 frio 0 0 5 0 0
29 26 13 0 0 0 14 0
30 frio frio 0 12 0 0 0
31 0 15 0 0
TOTAL 154 96 125 95 152 106 308
[ ] = uso de irrigação
73
Anexo 2. Resumo da análise de variância para o caráter avaliado rendimento
de massa seca (RMS) no estágio vegetativo de cinco cultivares de aveia
(parcelas), submetidas a três sistemas de manejos de cortes (subparcelas).
Causa da variação GL Quadrado médio
---------------------------------------------------------
RMS
_______________________________________________________________
Blocos 3
Cultivar 4 76471,6000*
Resíduo (A) 12 20946,1555
----------------------------------------------------------------------------------------------------------
Parcelas (19)
----------------------------------------------------------------------------------------------------------
Cortes 2 2417388,1167**
Cultivar x Cortes 8 114109,4500**
Resíduo (B) 30 17695,8500
_______________________________________________________________
CV¹
Parcela
(%) 10,12
CV¹Subparcela (%) 9,30
* e ** = significativo a 5% e 1%, respectivamente de probabilidade. (¹Coeficiente de variação).
Anexo 3. Resumo da análise de variância para os caracteres rendimento de
massa seca (RMS) e estatura de plantas de cinco cultivares de aveia,
submetidas aos quatro sistemas de manejos de cortes. Santa Helena / PR
2008.
Causa da variação GL Quadrado médio
____________________________________________
RMS ESTATURA
_______________________________________________________________
Blocos 3
Cultivar 4 127909579,9250** 7773,6437**
Resíduo (A) 12 664441,8033 36,7104
Subparcelas 19
Cortes 3 47568706,2458** 788,7125**
Cultivar x Cortes 12 5772972,1417** 107,7854**
Resíduo (B) 45 644454,0736 40,1597
_______________________________________________________________
CV¹
Parcela
(%) 7,74 5,26
CV¹Subparcela (%) 7,62 5,50
** Significativo a 1% de probabilidade. (¹Coeficiente de variação).
74
ANEXO 4. Fotografia tirada próximo à data do florescimento dos genótipos
mostrando o acamamento ocorrido.
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